www.fab.mil.br Nº 7 julho, 2017
ISSN 1518-8558
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Salto
para a vitória Equipe de paraquedismo da FAB participa de mundial na Alemanha (Págs. 8 e 9)
REESTRUTURAÇÃO
MISSÃO DE PAZ
Decreto entra em vigor e regulamenta processo de mudanças da FAB (Pág. 5)
Após 13 anos de ações no Haiti, FAB envia última tropa ao país caribenho (Pág. 11)
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CARTA AO LEITOR
Expediente O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.
Participe conosco Aproveito esta edição do mês de julho para convocar todos os leitores do NOTAER a nos ajudar a melhorar cada vez mais nosso conteúdo. E não me refiro apenas a este veículo, mas sim a todas as formas de comunicação que os integrantes do CECOMSAER desenvolvem diuturnamente, em prol de bem informar o efetivo da Força Aérea Brasileira. Temos plena consciência da dificuldade de, por meio desta publicação mensal, concorrer com a velocidade das mídias atuais,
mas isso não nos desmotiva. Pelo contrário, sabemos da nossa capacidade de produzir material de qualidade e profundidade em prol da nossa tropa, e ele será ainda melhor com a participação de todos. Por isso, temos apresentado algumas iniciativas para nos aproximarmos ainda mais do nosso efetivo. Pesquisa lançada no site da FAB, busca levantar dados sobre o conhecimento e os efeitos da reestruturação para a nossa tropa. É muito importante a participação de todos, pois,
de posse dessas informações, nossas equipes irão trabalhar para melhor esclarecer a todos e permitir que sigamos uníssonos na mesma direção. Na mesma linha, iniciamos campanha de reaproximação do nosso glorioso efetivo da reserva com o dia a dia da Instituição. Iniciando com um vídeo gravado pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Rossato, o CECOMSAER lança então uma pesquisa que embasará um ambicioso projeto denominado “Reserva INTERativa”, por
meio do qual pretende levantar informações específicas desse efetivo, para conhecer melhor os anseios e necessidades desse grupo tão seleto e importante para a Força. Assim é a FAB, direcionada com grande intensidade e foco no futuro, porém, sem deixar de reconhecer a importância daqueles que nos antecederam. Juntos, todos, seguiremos ainda mais fortes. Boa leitura!
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo.
Brig Ar Antonio Ramirez Lorenzo Chefe do CECOMSAER
Diagramação e Arte: Suboficial Ramos, Sargentos Linares, Lucemberg, Polyana e Cabos M. Gomes e Pedro.
Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf. Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador José Frederico Júnior. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Rodrigo José Fontes de Almeida. Editores: Tenentes Jornalistas Emília Maria (MTB 14234RS) e Evellyn Abelha (MTE 973MS) Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná.
Tiragem: 18.000 exemplares
PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO
Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.
Painel SIPAER: nova ferramenta de prevenção O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) disponibilizou nova ferramenta para a prevenção de acidentes aeronáuticos: o Painel SIPAER. A ferramenta consiste em uma solução de BI (Business Intelligence) que permite a ampla visualização dos dados das ocorrências aeronáuticas. O Painel SIPAER apresenta as ocorrências da aviação civil brasileira nos últimos dez anos. Os dados são os mesmos já disponibilizados no Portal Brasileiro de Dados Abertos. Contudo, agora, estão mais interativos e as pesquisas podem ser efetuadas por qualquer cidadão, online. O detalhamento da consulta e a comparação dos dados são possíveis graças à plataforma dinâmica, didática e autoinstrutiva, desenvolvida pela equipe da Assessoria Estatística do CENIPA. “Foi realizado estudo com foco na operacionalidade, economicidade e praticidade para desenvolver o Painel SIPAER”, explica o estatístico do CENIPA, Tenente Cleibson Aparecido de Almeida.
A página inicial apresenta quatro áreas principais: Visualizar dados – conduz ao panorama estatístico nos últimos dez anos; Buscar ocorrência – permite acompanhar a situação de cada investigação, desde a ocorrência até a emissão do Relatório Final; Recomendações – permite o acompanhamento de todas as Recomendações de Segurança emitidas. Comparar cenários – permite a comparação entre dois cenários, bastando ao usuário selecionar os filtros de comparação. Acesse o Painel SIPAER: http://www2.fab.mil.br/cenipa/index. php/destaques/1079-painel-sipaer
FOTO: CENIPA
Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF
(Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - CENIPA)
Impressão e Acabamento: Viva Bureau e Editora
ERRATA No texto de título “Variedade do serviço da Aviação de Transporte na FAB”, na página 11 da edição nº 6 de 2017, leia-se: “..., do ESQUADRÃO GUARÁ (6º ETA)”.
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PALAVRAS DO COMANDANTE
Santos Dumont e o futuro Julho, um mês emblemático para Força Aérea Brasileira. Isso porque, exatamente no dia 20 de julho de 1873, nascia o precursor daquela que seria considerada uma das atividades mais admiráveis da história da humanidade: a aviação. O brasileiro Alberto Santos Dumont, inventor do avião, sem dúvida foi um homem à frente de seu tempo e será eternamente motivo de orgulho para nosso País. Não poderíamos ter escolhido patrono melhor para a Aeronáutica. Sua inquietude e força de vontade são exemplos para que não
nos acomodemos em nossas rotinas. Esse é o maior legado que Santos Dumont poderia ter deixado. Sem sua persistência a aviação não seria a mesma, o mundo não seria o mesmo. Devemos a Alberto Santos Dumont - por toda sua abnegação - a obrigação de nos reinventar, de evoluir; pois em uma época em que os preconceitos eram maiores, a tecnologia escassa e as oportunidades limitadas, ele venceu. Hoje, temos a nossa disposição um aparato tecnológico incontável, superamos inúmeros tabus e novas portas se abrem a cada dia. O que nos impede de evoluir? Se compararmos
a realidade de nosso patrono com a nossa realidade, a resposta é simples: nada. Por isso nossa luta é constante. Não à toa vivemos uma intensa reestruturação, a FAB deve chegar em 2041, ano do seu centenário, condizente com a grandeza de um país como o Brasil. Vivemos um mundo diferente daquele em que a FAB nasceu e cresceu. Estamos focados no amanhã, assim como Santos Dumont. Olhando para o futuro, honraremos o nome desse homem que fez a diferença. Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica
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REESTRUTURAÇÃO
A reestruturação na perspectiva de um militar da reserva Oficial-general e ministro aposentado do STM expressa otimismo sobre a modernização da FAB Ten JOR Jussara Peccini
Tenente-Brigadeiro Rosa Filho
FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER
FOTO: TEN ENILTON KIRCHHOF
FOTO: ARQUIVO / CECOMSAER
Sob a perspectiva histórica, quatro fases caracterizam a FAB:
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
FOTO: CB ANDRÉ FEITOSA / CECOMSAER
O Tenente-Brigadeiro da reserva Cherubim Rosa Filho, 90 anos, e ministro aposentado do Superior Tribunal Militar (STM) vivenciou mudanças importantes ao longo das sete décadas da Força Aérea Brasileira. Viu a instituição ser criada, ir à guerra, crescer, se consolidar, expandir para o interior do Brasil, se profissionalizar e se modernizar. “Eu acompanhei o crescimento da FAB. Eu tinha 18, e ela quatro anos. Crescemos juntos, respiramos o mesmo ar, transpiramos o mesmo suor, até que ela cresceu e se tornou profissional. É a FAB que eu acompanhei a minha vida toda”, relata o oficial-general reformado que foi Comandante-Geral do Ar em 1986. Nas suas lembranças estão nítidas as reações às mudanças de reorganização administrativas propostas pelo então Ministro da Aeronáutica, Marechal do Ar Márcio de Souza e Mello, durante a gestão 1967 – 1971 que são a base da atual estrutura da FAB. Os órgãos que estavam atrelados ao Estado-Maior transformaram-se em grandes comandos: o A1 em COMGEP [Comando-Geral do Pessoal], o A2 em CISA [Centro de Informações da Aeronáutica], o A3 em COMGAR [Comando-Geral do Ar], A4 em COMGAP [Comando-Geral de Apoio] e A5 no que seria o Departamento de Aviação Civil. “Veio uma reforma agora, que prioriza a atividade aérea, que é a nossa atividade-fim, eu acho isso de suma importância. E por que é que eu adotei defender? Só pela premissa de priorizar a atividade aérea”, avalia. “Então, a evolução que a FAB está fazendo, esse projeto de futuro, de cem anos, é muito salutar, porque você não pode ficar estático 70 anos”, conclui, referindo-se à concepção estratégica Força Aérea 100.
C-10 Catalina
ITA
Primeira geração (1941 a 1966): a FAB se consolida como uma nova Força Armada do País, principalmente pelo aspecto da integração nacional – que exigia muito do transporte aéreo. Característica mantida até hoje, pois quase metade dos pilotos e dos meios aéreos são dedicados à Aviação de Transporte.
Segunda geração (1966 a 1991): período ficou marcado pelo surgimento do Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (SISDACTA), que privilegia um modelo de uso compartilhado da rede de radares e controle. Na década de 1950, é criado o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o embrião da indústria aeronáutica. A atuação ousada da Aeronáutica há mais de 60 anos foi determinante para que hoje o País tenha a terceira maior fabricante de aviões do mundo.
Terceira geração (1991 a 2016): decorrente das novas tecnologias disponíveis, acentuou-se o uso de comando e controle. A FAB investiu na modernização das aeronaves F-5, C-95 e C-130 e passou a utilizar novos vetores, como é o caso do A-29 Super Tucano, P-3 AM, H-60 Black Hawk e AH-2 Sabre. A-29
KC-390
Próximos 25 anos (2017 a 2041): o cenário para quando a FAB completar cem anos indica a quarta geração do poder aéreo. Para enfrentar a fase que deve ser marcada pela capacidade dissuasória, a FAB definiu o KC-390 e o F-39 (Gripen NG) como os vetores considerados a espinha dorsal da FAB. Além disso, a instituição reforça a missão de integração nacional, especialmente no que se refere ao apoio na região amazônica.
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Decreto regulamenta mudanças nas organizações da FAB Legislação foi publicada no Diário Oficial da União
Ten JOR Jussara Peccini
Desde o dia 29 de junho, entraram em vigor as mudanças nas organizações da FAB. O Decreto nº 9.077 regulamentou o processo de reestruturação do Comando da Aeronáutica. A legislação, que altera os Decretos 6.834/ 2009 e 5.144/2004, está relacionada com a reorganização de unidades militares, nomenclaturas e revogação de legislações anteriores que envolvem principalmente o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), o Comando-Geral de Apoio (COMGAP), o Comando de Preparo (COMPREP) e o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).
Operacional COMPREP Em relação à área operacional, o decreto transforma o Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) em Comando de Preparo (COMPREP), ao qual compete o preparo, para o emprego, dos meios de Força Aérea e recursos humanos sob sua responsabilidade. Ao ativar o COMPREP, a FAB segmenta as atividades de preparo e emprego operacional e atende com mais clareza a Lei Complementar 97/99 que estabeleceu uma distinção entre o preparo e o emprego das Forças Armadas. A nova unidade permitirá trabalhar com mais eficiência a especialização, ou seja, a progressão operacional dos militares da Força Aérea.
ALAS O Decreto também aborda a criação das Alas 1, 2, 3, 5, 8, 9, 10 e 11 que serão comandadas por oficiais-generais. A designação de cargos relativos a oficiais-generais é de competência exclusiva do Presidente da República. As Alas 4, 6, 7, 12, 13, 14 e 15 que são comandadas por oficiais superiores foram criadas por atos de competência do Comandante da Aeronáutica. Vale destacar que as Alas têm a missão de coordenar e controlar a execução dos planejamentos do COMPREP.
FAE e COMAR
Importante esclarecer que as Forças Aéreas e os Comandos Aéreos Regionais foram mantidos no decreto porque estão em fase de desativação, o que envolve processos administrativos, jurídicos e patrimoniais. No entanto, os encargos, as atribuições e as competências dessas organizações foram absorvidas pelo COMPREP, pelas Alas e pelos Grupamentos de Apoio (GAP).
Defesa aérea COMAE
Outra transformação importante foi a do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA) em Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que é o órgão central do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), responsável por realizar a defesa aeroespacial do território nacional contra todas as formas de ameaça, a fim de assegurar o exercício da soberania do espaço aéreo brasileiro.
Recursos humanos COMGEP Em relação ao Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) a principal modificação foi a incorporação da Diretoria de Ensino (DIRENS) que coordena as atividades das escolas de formação militar do Comando da Aeronáutica. A migração visa garantir um maior alinhamento entre as organizações responsáveis pelo planejamento da admissão e seleção com as atividades de formação e pós-formação dentro da Força Aérea. Outra alteração envolve a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) que passa a ter subordinação direta ao COMGEP.
Área de apoio DIRINFRA Na área do Comando-Geral de Apoio, a Diretoria de Engenharia (DIRENG) deixa de existir. Em seu lugar foi criada a Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) que será responsável por planejar, gerir e controlar as atividades relacionadas ao patrimônio imobiliário, às obras, à engenharia operacional, ao transporte de superfície, à proteção contra incêndio, entre outros. Outra modificação envolve a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) que passará a ser subordinada à DIRINFRA.
Revogações A nova lei também revoga os Decretos nº 1.758 e nº 1.759, ambos de 1995, que versam sobre regulamentos do COMDABRA, e que serão normatizados por atos do Comandante da Aeronáutica.
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Saiba como funciona a Operação Ostium
FAB intercepta aeronave que transportava mais de meia tonelada de cocaína
Detecção Os radares e as aeronaves-radar E-99 reforçam a cobertura para identificação de voos ilícitos – já que os pilotos envolvidos em procedimentos irregulares costumam voar muito baixo, exatamente para burlar os sistemas de detecção.
Ação faz parte da Operação Ostium, que combate tráfegos aéreos ilícitos na fronteira O trabalho ininterrupto dos militares da FAB em prol da soberania do espaço aéreo brasileiro resultou na interceptação de uma aeronave que transportava 653 quilos de cocaína. A ação é fruto da maior operação de fronteira já realizada pela FAB - a Ostium e representa o esforço de todo o efetivo, desde a área administrativa até as tripulações que realizam a defesa aérea do País 24 horas por dia. A Operação Ostium é coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em conjunto com a Polícia Federal (PF) e demais órgãos de segurança.
“Estamos cumprindo a lei e vamos continuar reforçando os controles na fronteira em prazo indeterminado”, enfatiza o Chefe do Centro Conjunto de Operações Aérea (CCOA) do COMAE, Brigadeiro do ar Arnaldo Silva Lima Filho. O oficial-general explica que foi necessário dar um Tiro de Aviso depois de duas solicitações de modificação de rota não obedecidas pela aeronave interceptada. A medida de persuasão não atinge a aeronave suspeita, embora apresente o poder de fogo do caça e obrigue a cumprir as normas exigidas. “É um dos últimos recursos quando a aeronave não atende as executivas da defesa aérea”, explica.
Caça FOTOS: PM DE GOIÁS
Ten JOR Cynthia Fernandes
A aeronave interceptada pousou na zona rural de Jussara (GO)
Helicóptero
Avião transportava mais de meia tonelada de cocaína
Entenda o caso Um caça A-29 da FAB interceptou um avião bimotor matrícula PT-IIJ que levava mais de 500 quilos de cocaína de Mato Grosso para Goiás. Ao não cumprir as orientações apresentadas pela defesa aérea, a aeronave foi interceptada no dia 25 de junho na região de Aragarças (GO) e pousou na zona rural de Jussara (GO). Inicialmente, a aeronave inter-
ceptada seguiu as instruções da defesa aérea da FAB. Mas, ao invés de pousar no aeródromo de Aragarças conforme orientação passada via rádio, arremeteu. O piloto da FAB comandou novamente a mudança de rota e solicitou o pouso, porém o avião interceptado não respondeu. A partir desse momento, a aeronave foi classificada como hostil e foi realizado o tiro de aviso. A aeronave
então pousou na zona rural do município de Jussara. Um helicóptero da Polícia Militar de Goiás foi acionado para buscas no local. A droga apreendida foi encaminhada para a Polícia Federal em Goiânia (GO). A FAB também empregou a aeronave radar E-99 para auxiliar na detecção e interceptação, com base em um trabalho conjunto de inteligência com a PF.
Meios aéreos utilizados na Ostium
E-99
AH-2
H-60
Identificados os tráfegos ilícitos, é realizado o acionamento de um piloto de defesa aérea, que decola a bordo de um A-29 Super Tucano. Os procedimentos vão de simples averiguações até o Tiro de Detenção, caso o piloto envolvido na prática ilícita não coopere com as orientações da FAB.
A-29
RQ-450
Se a aeronave ilícita diminuir a velocidade e a altitude a ponto de não poder mais ser acompanhada pelo A-29 Super Tucano, quem assume os procedimentos é o AH-2 Sabre, que na Operação Ostium está equipado com um canhão de calibre 23mm.
Medidas de Controle de Solo Se durante a interceptação a aeronave ilícita pousar, o H-60 Black Hawk pode entrar em ação levando até o local uma equipe de Medidas de Controle de Solo, responsável pela vistoria do avião.
Vigilância C o m p l e m e nta n d o e s s a s ações, Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP) também estão atuando na Ostium. O foco é identificar estruturas de apoio a aeronaves ilícitas, como aeródromos suspeitos, possíveis rotas de contrabando e pistas clandestinas.
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
OPERACIONAL
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FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
OPERACIONAL
Black Hawk rumo a 30 mil horas de voo na FAB Asp REP Nara Lima O helicóptero H-60L Black Hawk está prestes a atingir 30 mil horas de voo na FAB. A previsão é de que a marca seja alcançada até o fim do mês de julho. Dentre as 30 mil horas de voo, a aeronave já foi empregada em diversas missões como reconhecimento armado, transporte aerologístico, busca e salvamento, infiltração e exfiltração de
tropas, dentre outras. O Chefe da Seção de Operações do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), Major Aviador Leonardo Ell Pereira, considera o número uma conquista para FAB. “Alcançar as 30 mil horas de voo é a materialização do cumprimento da missão, baseada na dedicação e no profissionalismo de todos os envolvidos”, comenta. O Major Ell ainda destaca como o helicóptero coopera
para a realização da missão da FAB. “Nesses 11 anos de operação do Black Hawk, a Aeronáutica, por meio de seus esquadrões aéreos, operadores deste robusto e eficaz vetor, salvou vidas, aliviou o sofrimento de muitas pessoas e, principalmente, cumpriu sua missão precípua, que é ‘Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas a defesa da pátria’”, revela.
No total, a FAB conta com 16 aeronaves Black Hawk, sendo oito unidades no Esquadrão Harpia (7º/8º GAV), na Ala 8, em Manaus (AM) e mais oito no Esquadrão Pantera (5º/8º GAV), na Ala 4, em Santa Maria (RS). FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Previsão é de que a marca seja alcançada até o fim do mês de julho
Confira abaixo algumas operações realizadas pelo helicóptero no ano passado: Dezembro - FAB usa óculos de visão noturna para resgatar tripulante de navio em alto-mar Com crise de apendicite, o tripulante grego de 20 anos, necessitava de remoção urgente para um hospital. O petroleiro estava a 220 NM da costa brasileira na região Sul, cerca de 400km em linha reta a partir da cidade gaúcha de Pelotas (RS).
FOTO: SGT PAULO REZENDE / CECOMSAER
Junho - FAB infiltra tropas do Exército na tríplice fronteira durante Operação Ágata Militares realizaram varredura em ilha constantemente usada para tráfico de mercadorias na tríplice fronteira no Sul do País. O acesso ao local só é possível por via aérea ou fluvial. Novembro - Resgate de crianças em aldeia indígena, no Pará Evacuação Aeromédica aconteceu na aldeia de Cuxaré, a 900km de Belém. Um menino de um ano com queimaduras de 2º e 3º graus e uma menina de oito anos com fratura no tornozelo, foram resgatados.
Panorama Geral
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
O helicóptero utilitário, fabricado pela norte-americana Sikorsky Aircraft, é bimotor. Cada motor apresenta a potência total de 3.680 hp, possui velocidade de cruzeiro de 280 Km/h. O H-60 tem autonomia de voo de 6h10min transportando uma carga de uma tonelada.
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ESPORTE
FOTOS: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Salto para a vitória
Quando a porta abre e a luz verde acende dentro do avião, eles se lançam sem medo em busca dos melhores resultados Ten JOR Emília Maria As equipes masculina e feminina de salto livre da Força Aérea Brasileira representam o País, em julho, no Campeonato Mundial Militar de Paraquedismo do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), em Warendorf, na Alemanha. Os Falcões conseguiram a vaga ao vencer o 27º Campeonato Brasileiro de Paraquedismo das Forças Armadas, realizado em maio no Centro Nacional de Paraquedismo, em Boituva (SP). O Major Michel Marconi Ramos integra o time desde 2005 e já participou de quatro mundiais. “Nossa expectativa é ficar entre os sete primeiros colocados. Estamos muito bem treinados, inclusive na modalidade Estilo que é nosso maior desafio”, conta. “Investimos em um treinamento ousado, bastante cansativo, mas isso é parte de algo que acreditamos: a vontade de treinar sempre deve ser maior que a vontade de vencer. Só assim podemos ir confiantes para os campeonatos”, completa o Major. A competição tem provas de Formação em Queda Livre (FQL), quando a equipe precisa formar o maior número de figuras pré-determinadas em 35 segundos; de Estilo, quando um paraquedista individualmente forma as figuras no menor
tempo; e de Precisão de Aterragem, em que os atletas devem acertar um alvo de 2 cm ao pousar em um colchão. O time que é visto e avaliado nas imagens de vídeo das competições é formado por quatro paraquedistas, mas a equipe, na verdade, é bem maior. A começar pelo cinegrafista, que salta junto
Abaixo, a equipe masculina de salto
e é responsável por registrar tudo que acontece a 3.500 metros de altura. No chão, durante as provas, outros integrantes dos Falcões aguardam ansiosos pela chegada dos paraquedistas, como o técnico e os responsáveis por atividades de apoio. Conheça na página a seguir alguns desses militares:
Sargento Antônio Augusto Batista dos Santos Tem mais de 20 anos de experiência em paraquedismo e faz parte da equipe Falcões desde 2000, quando o time ainda nem tinha esse nome. Ele conta que os treinamentos acontecem, geralmente, uma vez por mês e são intensificados quando as competições estão próximas. Para o 27º campeonato Brasileiro, o sargento relata que o treinamento foi intenso e bastante desgastante. “Foi muito suor, cansaço e horas de sono reduzido. Mas quando chegamos para a competição
isso é compensado, porque temos a certeza de que fizemos o máximo e, no fim, deu resultado”, diz ele. Sobre a participação em campeonatos mundiais, Antônio acredita que é uma experiência importante. “Esse intercâmbio traz aprimoramento, permite que conheçamos outras técnicas e possamos trazer para o Brasil o que é adequado à nossa realidade, principalmente considerando as condições climáticas”, avalia o atleta que já participou de mundiais militares na China, Indonésia, Suíça e Coreia do Sul. Sargento Antônio
Sargento Flavio Coelho Maia É um dos responsáveis por dobrar os paraquedas após os saltos e deixá-los prontos para a próxima prova. “É muito importante que o atleta não precise dobrar e tenha a tranquilidade de se preparar para o próximo salto. Mas ele deve saber fazer a fim de agilizar em ocasiões em que as saídas têm pouco intervalo”, explica o militar que é habilitado pelo curso de Dobragem, Manutenção e Suprimento pelo Ar (DOMPSA). Para ele, o mais interessante desse trabalho é o contato com o público, principalmente infantil. “As crianças são muito curiosas, nos
veem ‘voando’ e depois querem pegar no velame, tirar fotos. Isso acaba fazendo com que surja em alguma delas a vontade de seguir uma carreira militar”, conta Maia. “Também tem a questão de ver o crescimento dos atletas e vivenciar muitas emoções, pois ganhamos e perdemos, rimos e choramos nas competições”, ressalta ele. Além da manutenção dos paraquedas, o Sargento Maia atua no apoio logístico em geral, cuida de alimentação, hospedagem e transporte. “Sou só mais um mantenedor”, resume com modéstia.
Sargento Maia
Sargento Roberto Souza de Carvalho Salta há 25 anos e está no time Falcões desde 2012. É o cinegrafista da equipe e, portanto, tem que se preocupar em fazer as melhores imagens de cada salto, pois é por meio delas que os juízes dos campeonatos avaliam os movimentos e desenhos que são formados pelos paraquedistas. Ele é, portanto, o primeiro a sair da aeronave e o último a abrir o paraquedas. “Eu saio do avião segundos antes dos demais para filmá-los saindo,
preciso enquadrar os quatro na mesma imagem durante os 35 segundos e, para isso, não posso mexer a cabeça”, explica. Além disso, o Sargento Roberto precisa controlar muito bem sua posição durante a queda livre, para evitar o vácuo dos outros paraquedistas e não acabar caindo sobre eles. O equipamento que ele traz no capacete, uma montagem que envolve duas câmeras e uma lente especial, é o que permite que ele chegue ao solo com os vídeos prontos para serem avaliados.
Sargento Roberto
A equipe feminina dos Falcões também participa do Campeonato Mundial na Alemanha. Junto com uma sargento do Exército – que venceu a disputa individual no campeonato nacional – elas formam o time brasileiro na categoria feminina. A Sargento Cássia Bahiense Neves, da FAB, conta que já participou dos mundiais militares na Suíça e no Rio de Janeiro. “Nos preparamos muito para chegar até aqui e montamos um time estratégico”, diz ela.
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HISTÓRIA
Esquadrilha da Fumaça celebra 65 anos em 2017
Aeronaves de 1952 a 2017 T-6 North American Texan O monoplano é biplace em tandem, ou seja, possui assentos dispostos um na frente do outro. A Esquadrilha da Fumaça utilizou essa aeronave desde a sua criação, em 1952, até o ano de 1976, completando 1.225 demonstrações. A velocidade máxima é de 337 Km/h e o alcance de 1.006 Km.
Relembre as aeronaves que fizeram parte do esquadrão Ten JOR João Elias O piloto civil Raul Simonetti, de 52 anos, acompanha as demonstrações do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, desde a década de 70, quando era utilizada a aeronave T-6. “Eu gosto muito dos pilotos, da perícia, do treinamento que eles têm. Eu sou piloto também e sei o quanto é difícil chegar ao nível deles”, explicou. O Capitão Lucas Pacheco
FOTO: ARQUIVO / EDA
Yoshida é um dos pilotos da Esquadrilha. Ele participa das demonstrações desde 2015, quando a aeronave A-29 passou a ser utilizada. “É um sonho realizado, uma grande satisfação fazer parte da Esquadrilha e durante o voo o sentimento é de responsabilidade, de mostrar o meu trabalho, de fazer como a gente treinou e representar a Força Aérea Brasileira da melhor forma possível”, detalhou.
CM-70 Fouga Magister
FOTO: ARQUIVO / EDA
O avião militar com propulsão a jato foi utilizado no EDA durante os anos de 1969 a 1974, possibilitando que a unidade acompanhasse a evolução das outras esquadrilhas acrobáticas do mundo. Devido às características de baixa autonomia e operação restrita a pistas pavimentadas, realizou apenas 46 demonstrações, concomitantemente com os T-6 Texan. A velocidade máxima é de 700 Km/h e o alcance é de 1.400 Km.
T-25 Neiva Universal Por suas características de pilotagem suave e versátil manutenção, a aeronave é utilizada nas instruções de voo dos cadetes da AFA. Sua utilização pelo EDA ocorreu apenas por um breve período de tempo – enquanto eram aguardadas as aeronaves T-27 Tucano – tendo realizado 55 demonstrações. A velocidade máxima é de 275 Km/h e o alcance é de 1.150 Km.
65 anos no ar
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
A Esquadrilha da Fumaça originou-se pela iniciativa de jovens instrutores de voo da antiga Escola de Aeronáutica, sediada na cidade do Rio de Janeiro. Em suas horas de folga, os pilotos treinavam acrobacias em grupo, com o intuito de incentivar os cadetes a confiarem em suas aptidões e na segurança das aeronaves utilizadas na instrução, motivando-os para a pilotagem militar.
Por que Fumaça?
FOTO: ARQUIVO / EDA
EMB-312 T-27 Super Tucano
FOTO: ARQUIVO / CECOMSAER
O T-27 Tucano é a principal aeronave de instrução e treinamento avançado da FAB e passou a ser utilizada pela Esquadrilha da Fumaça em 1983, nas cores vermelha e branca, realizando um total de 1.278 demonstrações. Desde 2001, foram adotadas em sua pintura as cores da bandeira nacional e realizadas mais 1.085 demonstrações, totalizando 2.363 apresentações no Brasil e no exterior. A velocidade máxima é de 457 Km/h e o alcance é de 2.112 Km.
EMB- 314 A-29 Super Tucano
Em 14 de maio de 1952, foi realizada a primeira demonstração oficial do grupo. Após algumas apresentações, percebeu-se a necessidade de proporcionar ao público uma melhor visualização das manobras executadas. Com isso, em 1953, acrescentou-se aos AT-6 um tanque de óleo exclusivo para a produção de fumaça. Foi assim que os cadetes e o público, carinhosamente, batizaram a equipe de “Esquadrilha da Fumaça”. A primeira escrita realizada pelas aeronaves foi a sigla “FAB”, nos céus da praia de Copacabana.
Em 2013, o A-29 foi designado para substituir os T-27 Tucano. As cores da bandeira do Brasil continuam a compor a pintura, que ganhou tonalidades mais fortes e marcantes: a própria bandeira nacional é destacada na cauda da aeronave. A velocidade máxima da aeronave é de 590 Km/h e o alcance é de 1.455 Km. FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
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MISSÃO DE PAZ
FAB transporta último contingente de militares das Forças Armadas para o Haiti Ministério da Defesa
Missão cumprida
FOTO: TEREZA SOBREIRA/ MD
A bordo do Boeing 767 da FAB, o Ministério da Defesa (MD) enviou a última tropa das Forças Armadas brasileiras a compor a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). A aeronave decolou de Campinas (SP), em junho, com militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que fazem parte dos 970 profissionais do 26º Contingente Brasileiro. “Vão em paz. Levem a paz, e em paz voltem ao solo de seu País”, afirmou o Ministro da Defesa, Raul Jungmann. O Tenente João Lourenço Espolaor Neto, que está à frente do pelotão de Infantaria da FAB no Haiti, considera que a responsabilidade de participar do último contingente vai além das questões operacionais. “Coordenar jovens soldados - de 19 anos, que pela primeira vez deixam família, viajam para fora do País e participam de uma missão real - é coordenar as emoções vividas por eles”, explicou. O 26º contingente tem a missão de estreitar a relação com o componente policial, estabelecido pela ONU, que permanecerá no país caribenho. Haverá o máximo de operações conjuntas até a passagem efetiva, em 1º de setembro, das atividades para a Missão das Nações unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH).
A retirada das tropas do Haiti foi decidida pelo conselho das Nações Unidas. O último contingente começa o retorno para o Brasil em 31 de agosto. A meta é que em 15 de outubro toda tropa já tenha regressado. “Nós iremos a Porto Príncipe recebê-los na cerimônia de partida daquele país”, afirmou Jungmann. A participação das Forças Armadas brasileiras no Haiti foi iniciada em 2004, quando o governo brasileiro foi convidado pela ONU para liderar as forças internacionais, com o objetivo de prover a paz no país caribenho. Nesses 13 anos, mais de 35 mil militares passaram pelo Haiti. Na avaliação do ministro Jungmann, além do começo da operação, quando os militares brasileiros tiveram que entrar em confronto com as milícias haitianas, os dois momentos mais marcantes foram: o terremoto que devastou parte do país, em 2010, e o furacão Matthew, que atingiu diversas regiões em 2016.
Emoção na despedida Nos primeiros metros do deslocamento para a decolagem, dois caminhões do Corpo de Bombeiros jorravam jatos de água, num gesto de batismo à aeronave que deixava o solo brasileiro rumo à última missão de paz no Haiti.
FOTO: TEREZA SOBREIRA/ MD
FOTO: PATRÍCIA TEIXEIRA / G1
Tenente Espolaor, um dos militares da FAB a compor o último contingente das Forças Armadas brasileiras no Haiti
Cerimônia de envio da última tropa ao Haiti
“Coordenar jovens soldados - de 19 anos, que pela primeira vez deixam família, viajam para fora do País e participam de uma missão real - é coordenar as emoções vividas por eles”. Tenente Espolaor
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AVIAÇÃO DE RECONHECIMENTO SUSTENTABILIDADE
Ten JOR João Elias
Ações da FAB na preservação do meio ambiente são destaque em livro Além de defender, integrar e proteger o espaço aéreo brasileiro, a FAB também é responsável pela preservação de diversas áreas no País. Em junho, o Ministério da Defesa lançou o livro “Defesa & Meio Ambiente - Preparo com sustentabilidade” mostrando as
ações de sustentabilidade realizadas pelas três Forças. “Tradicionalmente, a contribuição das Forças Armadas vai muito além de sua missão precípua, de defesa do território e da soberania nacionais, e abarca a ocupação e a integração do território,
bem como a promoção do desenvolvimento nacional. A proteção ambiental e o legado secular preservação, embora menos conhecido, inserem-se também nesse nobre rol de atividades”, ressaltou o Ministro da Defesa Raul Jungmann na apresen-
tação do livro. As ações da FAB em relação ao meio ambiente incluem desde a preservação de áreas do território nacional, a produção de energia até a recuperação de áreas devastadas. “Nós somos um dos grandes responsáveis
pela preservação do meio ambiente no Brasil. Nós temos imensas áreas que foram preservadas ao longo de décadas e isso é um orgulho para nós”, destaca o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato. Ten JOR João Elias
Confira algumas dessas ações que estão presentes no livro verde: Preservação
Em 2015, a aeronave C-130 Hércules lançou 150 mil litros de água para ajudar a combater o incêndio na Chapada Diamantina (BA). No mesmo ano, transportou quase 20 toneladas de extintores para conter o fogo no Terminal da Alemoa, em Santos (SP), que atingiu seis tanques de combustível, provocando um incêndio que durou nove dias.
FOTO: SGT SILVA LOPES / CECOMSAER
Operações de Apoio ao meio ambiente
Na Serra do Cachimbo, no Sul do Pará, a FAB mantém uma área de 22 mil km² quase intacta; apenas uma pequena área é utilizada para treinamentos militares. No local, são realizados voos periódicos para a detecção e inibição do desmatamento. Já na Amazônia, aeronaves de reconhecimento são utilizadas para levantamento de dados sobre o relevo, curso dos rios, queimadas e desmatamento, entre outras missões.
Recuperação Desde 2011, a FAB implantou, na Ala 2, em Anápolis (GO), o Projeto de Controle de Erosões e Reflorestamento com Espécies Nativas e Exóticas que já contabiliza 16 mil mudas plantadas e cerca de 168 hectares recuperados. Já em Santa Maria (RS), cerca de sete mil mudas foram plantadas nos arredores da pista de pouso para criar uma barreira para amenizar o ruído.
FOTO: SGT SALVADOR / 2º/6º GAV
A FAB utiliza energia solar para abastecer alguns Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo, como no DTCEA-TS, localizado em Tiriós (AP). Em funcionamento desde 2015, possibilitou uma economia de 45% nos custos de energia. Já, em Barbacena (MG), a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) adotou aquecimento solar com um sistema de placas que possibilita uma economia de quase 156 mil kW/mês.
FOTO: SGT SILVA LOPES / CECOMSAER
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Sustentabilidade
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INICIATIVA
Militares da FAB criam processo de automação do banco de provas de motores do PAMA-SP Dissertação de mestrado de um sargento da unidade ajudou a concretizar o projeto Asp JOR Raquel Timponi
Cu st
O Chefe da Subdivisão de Motores do PAMA-SP, Major Engenheiro Mecânico Joel Pereira de Alencar (na foto à esquerda), avaliou o que a iniciativa vai proporcionar para o setor. “Haverá a otimização na produtividade, diminuindo o tempo dos testes, além de possibilitar expressiva economia de combustível, o que significa diminuição de custos na manutenção. A automação do teste permitirá uma redução em torno de 35% no consumo de combustível, o que representará, anualmente, 100 mil litros de querosene e uma economia de aproximadamente R$ 450 mil. Além disso, incrementará a capacidade de produção desses motores em 30%, num aumento da precisão e na redução de 35% das emissões de gases”, conclui.
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ração
Superação, esforço, dedicação. Essas são as palavras que definem a trajetória do Sargento David Rodrigo Gonçalves Ribeiro, há 11 anos, Mecânico de Aeronaves do Banco de Provas de Motores do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). Com experiência civil na indústria de automação, o militar não parou no tempo. Realizou, por conta própria, a formação complementar de duas faculdades em Tecnologia de Automação Industrial, no Instituto Federal de Tecnologia de São Paulo (IFSP), e Engenharia Elétrica, na Faculdade de Engenharia de São Paulo (FESP). Conseguiu reunir o empenho dos estudos com o trabalho na FAB por meio de sua dissertação de mestrado, na qual propôs a automação do Banco de Provas de Motores do PAMA-SP. A ideia foi fruto da observação diária da necessidade de um estudo na área de manutenção. “O processo de operação do banco de provas de motores, com instrumentação ainda analógica, levava longo tempo de verificação e leitura dos parâmetros. Além disso, o procedimento manual exigia alto consumo de combustível”, explica o Sargento Ribeiro. Por isso, a proposta do pesquisador foi desenvolver um sistema capaz de automatizar os parâmetros de teste e a coleta de dados do motor J-85, da aeronave de caça F-5.
A busca da otimização operacional no ambiente de trabalho faz parte de um projeto maior que envolve a reestruturação do PAMA-SP. “Na reestruturação da FAB, foi determinado que o Parque de São Paulo fosse a unidade central de todos os motores da Força Aérea”, explica o Major Joel. A ideia é que o PAMA-SP passe a atender também, de forma automatizada, a diferentes tipos de motores: turbo-hélice (aplicado em aeronaves de asa fixa), turbo-eixo (utilizado em helicópteros), e turbo-jato e turbofan (J-85, utilizado no F-5).
Novas aplicações O projeto do Sargento Ribeiro também permitiu a abertura de horizontes para muitas outras aplicações, como o desenvolvimento de um equipamento portátil para os testes de motores. Segundo avalia o Major Joel, “a mobilidade de levar o teste para perto do avião melhora a confiabilidade do trabalho. Evitar tirar o motor da aeronave significa diminuir possíveis acidentes aéreos por falha de motor”, explica. A realização desse trabalho faz com que a FAB deixe de ser apenas usuária de Equipamentos de Apoio de Solo (EAS) e de testes, passando a ser capaz de criar seus próprios equipamentos.
Reconhecimento internacional
Sargento Ribeiro, mecânico de aeronaves do PAMA-SP
O projeto desenvolvido no banco de provas da FAB resultou em visibilidade externa. Foi fruto de trabalho científico internacional, apresentado no Aviation Forum 2017 nos EUA – evento referência para a pesquisa e inovação no mundo que reúne pesquisadores da NASA e representantes da indústria mundial, como Boeing, Lockheed Martin e Airbus.
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INTERNACIONAL
FAB participará do Exercício Cooperación V no Chile
FOTOS: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Representantes de 19 países participaram da CONJEFAMER
Atividade foi apresentada durante a Conferência dos Comandantes das Forças Aéreas Americanas Ten JOR Raquel Alves Comandante da Força Aérea do Peru agradeceu a ajuda humanitária da FAB
Agradecimento Durante a 57ª CONJEFAMER, o Comandante da Força Aérea Peruana, General Javier Enrique Ramírez Guillen, apresentou um balanço da ajuda humanitária prestada ao país andino, após fortes chuvas que causaram deslizamentos de terra e alagamentos. Ele agradeceu à FAB pela ajuda realizada em abril deste ano. “Sem o apoio das aeronaves para transportar pessoas, medicamentos, cargas necessárias para os desabrigados, não teríamos conseguido. Graças aos acordos firmados nas conferências passadas nós pudemos contar com os países pertencentes ao sistema. Em nome do meu país, muito obrigado”, declarou.
Terremotos seguidos de tsunamis, enchentes e erupções vulcânicas. Esse será o cenário simulado do Exercício de Cooperación V, que será realizado em Puerto Mont, no Chile, de 26 de setembro a 6 de outubro deste ano. O exercício foi apresentado durante a 57ª Conferência dos Comandantes das Forças Aéreas Americanas (CONJEFAMER). Representantes de 19 países se reuniram para estreitar laços entre as Forças Aéreas do continente americano, fortalecer a cooperação militar entre os países e promover a troca de experiências, principalmente para o planejamento de ações de
ajuda humanitária. Este ano, a CONJEFAMER foi realizada no Brasil, em Natal (RN), no mês de junho. No Exercício Cooperación V, a FAB, em conjunto com as unidades que compõem o Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA), utilizará a aeronave C-105 Amazonas. As Forças envolvidas treinarão suas capacidades operacionais e logísticas, padronizarão procedimentos, equalizarão conhecimentos doutrinários, maximizando o apoio prestado aos países necessitados de ajuda humanitária. Todas as Forças Aéreas operarão combinadamente durante o exercício, para levar manti-
mentos, remédios, barracas, vacinas e demais auxílios necessários. O Oficial de Ligação da FAB junto ao SICOFAA, Coronel Gerson Aparecido Cavalcanti de Oliveira, coordena e gerencia a participação brasileira nas atividades. “O objetivo é treinar a operação aérea combinada, uma vez que cada Força opera de uma maneira distinta. Esses exercícios fazem com que nós padronizemos o tipo de operação e possamos capacitar, ainda mais, nossas Forças num apoio mais coordenado”, explicou. A estimativa é de que, no total, mais de mil militares e cerca de 25 aeronaves estejam envolvidos no exercício.
EDUCAÇÃO
O Esquadrão Gordo presta apoio na Antártida ou na Antártica? Chega o inverno e a rotina das tripulações do Esquadrão Gordo (1º/1º GT) - que leva apoio à Estação Comandante Ferraz - fica mais complexa. Isso porque as condições de pouso pioram, devido à existência de neve na pista, diferentemente do verão, quando se pousa no cascalho. Como o mar fica congelado e os navios não conseguem se aproximar, também cabe ao esquadrão o lançamento de mantimentos.
Mas, e aí, esse apoio é na Antártida ou na Antártica? O professor Sérgio Nogueira defende que ‘antártica’ é adjetivo e ‘Antártida’ é nome próprio. O Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (VOLP) reforça a tese. Os manuais de redação do Jornal O
Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo também distinguem os termos dessa forma. Assim, existe massa polar antártica, região antártica, voo antártico, estação antártica. Mas o nome do
continente é Antártida. O Esquadrão Gordo, então, enfrenta as dificuldades do clima antártico para prestar apoio aos militares e pesquisadores que estão na Antártida.
Lançamento de carga na Estação Comandante Ferraz
FOTO: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER
Ten JOR Gabrielli Dala Vechia
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ENTRETENIMENTO 6 ERROS
Caça Palavras Você sabia que SANTOS-DUMONT além de ter inventado o AVIÃO e ser considerado o PAI da Aviação também foi responsável por outras INVENÇÕES? Entre elas estão o RELÓGIO de pulso e o CHUVEIRO de água quente. Pouca gente também lembra que antes de ser conhecido pelas suas CRIAÇÕES, o brasileiro estudou em instituições como a Universidade de SORBONNE, na FRANÇA, e fez pesquisas que ainda hoje intrigam PESQUISADORES.
RESPOSTAS DO MÊS ANTERIOR