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CARTA AO LEITOR
Expediente
Nesta edição, o Notaer homenageia as três aviações da FAB que fazem aniversário em junho: Transporte, Reconhecimento e Busca e Salvamento. Conheça mais sobre o trabalho dessas aviações e saiba como foi a participação de seus esquadrões durante o Exercício Operacional Tápio, realizado em maio e que envolveu cerca de 600 militares da Força Aérea. Confira, também, como é o trabalho dos militares que ajudam as crianças do Programa Forças no Esporte (PROFESP) a se destacarem em competições de diversas modalidades, inclusive, de nível internacional.
FOTO: CB FEITOSA / CECOMSAER
Treinamento e Especialização
O jornal traz, ainda, um alerta sobre o perigo de soltar balões. Conheça as estatísticas dos avistamentos registrados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e entenda como um balão pode trazer riscos para os voos e ocasionar acidentes. A participação dos militares temporários na FAB é ou-
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Paulo César Andari.
tro assunto que você confere no Notaer deste mês. Acompanhe, na reportagem, como o trabalho dos temporários é relevante para o cumprimento de nossa missão. Boa Leitura!
Brigadeiro do Ar Paulo César Andari Chefe do CECOMSAER
MÍDIAS SOCIAIS
Homenagem ao piloto Ayrton Senna é destaque No ano que marca três décadas do voo do piloto Ayrton Senna na aeronave Mirage, a FAB prestou uma homenagem ao automobilista, que contou com um voo de seu irmão, Leonardo Senna, no caça F-5 na Ala 2, em Anápolis (GO). O evento gerou quatro postagens no Twitter, três no Facebook e duas no Instagram. As publicações somam mais de 700 comentários e mais de 53 mil curtidas, além de alcançar mais de 900 mil pessoas em nossos perfis oficiais. A FAB divulga em suas mídias sociais os produtos
O j o r n a l N OTA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.
Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana. Editor: Tenente Jornalista João Elias (DRT 8933/RS). Tenente Jornalista Cristiane dos Santos (MTB 35288/SP). Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE. Diagramação: Sargento SDE Santiago Moraes e Sargento SDE Pollyana Dias. Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar - CEP: 70045-900 Brasília/DF
elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e as informações enviadas
pelos Elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica (SISCOMSAE) de todo o país.
Impressão e Acabamento: Marina Artes Gráficas e Editora
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PALAVRAS DO COMANDANTE
Preparo para a missão Toda organização precisa se renovar para se manter atualizada. Esse é o caso da nossa Força Aérea Brasileira que, constantemente, realiza exercícios, participa de operações militares e, também, modifica sua estrutura administrativa para se adequar às novas necessidades que surgem. Na área administrativa, estamos aumentando o efetivo de militares temporários que constituem uma base fundamental para as Organizações Militares cumprirem as suas missões com pessoal já formado nas diversas especialidades. Na área operacional, a FAB realizou o Exercício Operacional Tápio, que criou um cenário de guerra irregular e treinou diversas ações de Força Aérea, como Assalto Aeroterrestre, Reconhecimento Aéreo e Busca e Salvamento em Combate. Além disso, os voos em ”missões de paco-
te”, em que várias aeronaves de diferentes esquadrões operam simultaneamente, exigem uma grande coordenação e demonstram nossas capacidades. Assim, é motivo de orgulho confirmar o excelente preparo de nosso pessoal e as condições de nossas equipagens. O Exercício envolveu diversas aviações, entre elas, a de Transporte, a de Reconhecimento e a de Busca e Salvamento que celebram suas datas este mês e contribuem de maneira efetiva para que a FAB cumpra sua missão institucional. E esse preparo é demonstrado também por meio do aperfeiçoamento de nossos militares. Suboficiais de diversas Guarnições Militares, por exemplo, estão sendo selecionados para a segunda turma do curso de Graduado-Master, que faz parte do Programa de Capacitação e Valorização do
Graduado e estabelece um novo formato para a carreira desses valorosos profissionais. É com militares qualificados, esquadrões treinados e estrutura organizacional adequada que a FAB estará cada vez mais preparada para o cumprimento da sua
missão: “Manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria”.
Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica
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FOTOS: CB FEITOSA / CECOMSAER
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OPERACIONAL
Exercício Operacional Tápio adestra esquadrões aéreos e unidades de infantaria da FAB Ten JOR Cristiane dos Santos
Cerca de 50 aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e mil militares, envolvendo as três Forças, participaram do segundo Exercício Operacional (EXOP) Tápio, na Ala 5, em Campo Grande (MS), no período de 23 de abril a 17 de maio. O objetivo foi treinar os esquadrões em um cenário de guerra irregular. Estiveram envolvidos no EXOP esquadrões aéreos das aviações de Transporte, Caça, Asas Rotativas, Reconhecimento e Busca e Salvamento, além do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR), da Brigada de Defesa Antiaérea (BDAAE) e dos Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE).
Aviação de Transporte A aviação de transporte, cuja data é celebrada no dia 12 de junho, participou do EXOP Tápio, executando transporte aéreo logístico, mobilização e desmobilização de tropas, assalto aeroterrestre com introdução de paraquedistas em áreas de interesse, além do lançamento de cargas. Os treinamentos foram realizados no modelo do Composite Air Operation (COMAO), traduzida na doutrina brasileira como Missão Aérea Composta, que, em alguns casos, contou com até 30 aeronaves. As atividades ocorreram inclusive no período noturno, com a utilização de NVG (do inglês, Night Vision Goggles, óculos de visão noturna) e, também, de flare (equipamento usado para desviar mísseis guiados
pelo calor). “Em missões da ONU, por exemplo, a FAB geralmente apoia com o transporte aéreo logístico de pessoal e de carga. Neste Exercício, foram incrementados alguns treinamentos, como assalto aeroterrestre e lançamento de paraquedistas”, explica o Comandante do 1º ETA, Tenente-Coronel Aviador Lázaro de Andrade Stallone. Para o Comandante do 3º ETA, Tenente-Coronel Fábio Ferreira Silva, participar do Exercício foi muito bom. “O EXOP Tápio foi uma grande oportunidade para que avião de pequeno porte fosse empregado em um ambiente operacional mais complexo, em missões compostas, com aviões de outras dimensões. Não apenas aeronaves de
transporte de maior porte, mas também aeronaves de asas rotativas e de caça”, enfatiza. CAN No dia 12 de junho é celebrado também o dia do Correio Aéreo Nacional (CAN), que teve origem quando, em 1931, os tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nélson Freire Lavenère-Wanderley partiram do Campo dos Afonsos rumo a São Paulo e enfrentaram variações meteorológicas e falta de comunicação para transportar a primeira mala postal do Correio Aéreo Militar. As missões de outrora, que cuidavam da comunicação de populações isoladas, hoje dão espaço às missões de transporte de órgãos e urnas eletrônicas, ajuda humanitária, evacuações aeromédicas, entre outras.
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Aviação de Reconhecimento Do uso de balões ao emprego de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), passando também de câmeras fotográficas a sensores de última geração. O reconhecimento aéreo tem muito a celebrar neste dia 24 de junho, data que marca os 72 anos da Aviação de Reconhecimento na FAB, com novas tecnologias empregadas. Na Força Aérea, a Aviação de Reconhecimento teve início em 1947, com a criação do Esquadrão Poker (1º/10º GAV). De acordo com o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Murilo Grassi Salvatti, inicialmente o 1º/10º GAV era a única unidade da FAB que fazia
reconhecimento e é, ainda hoje, a unidade dedicada ao reconhecimento tático empregando as aeronaves RA-1AM. “Nós voamos dentro do território inimigo para buscar informações, dadas as características dos equipamentos e da capacidade de autodefesa. É uma aeronave que coleta informação de forma aprofundada no território inimigo”, afirma. Tápio Durante o Exercício Operacional Tápio, esse foi o cenário treinado, inclusive no período noturno. “Quando colocamos uma aeronave para fazer reconhecimento de uma determinada área, treinamos nossas capacidades de identificação de pessoal, militares e ameaças.
Atualizamos o nosso campo de batalha e provemos uma segurança maior para quem vai, depois, realizar ataques ou uma missão de busca e salvamento em combate, por exemplo”, destaca o Tenente-Coronel Salvatti. De acordo com o Comandante do Esquadrão Guardião (2º/6º GAV), Tenente-Coronel Aviador Felipe Francisco Espinha, outra capacidade explorada durante o EXOP Tápio foi a comunicação. “Um radar de solo e uma aeronave de voo baixo não conseguem se comunicar; então, as aeronaves R-99 e E-99 realizam o papel de ponte, provemos um posto avançado de comunicação durante a operação, estendendo o alcance durante todo o exercício”, explica.
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O Capitão Especialista em Fotografia William Salvador de Oliveira, também do Esquadrão Guardião, ressalta que, durante o EXOP Tápio, foi introduzido o cenário de reconhecimento de área para resgate de evasor. “Supomos que um avião foi abatido e o piloto ejetou; a aeronave de reconhecimento participa das buscas, dando suporte na área para se certificar que seria seguro realizar o resgate, informando a posição do evasor e a aproximação inimiga a partir de sensores ópticos”, exemplifica. A FAB conta com quatro Esquadrões de Reconhecimento. Além do Poker e do Guardião, há, ainda, o Carcará (1º/6º GAV) e o Hórus (1º/12º GAV).
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Aviação de Busca e Salvamento Durante o Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio), o Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV) e o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, conhecido como PARA-SAR, realizaram ações de Busca e Salvamento em Combate (CSAR), que é diferente das missões de busca e salvamento em período de paz. O exercício ocorreu de forma integrada com outras aviações da FAB, com realização de inserção e resgate de evasores, apoio aéreo aproximado, evacuação aeromédica, assalto aeroterrestre, além de atendimento pré-hospitalar em condições de combate.
De acordo com o Comandante do 2º/10º GAV, TenenteCoronel Aviador Luciano Antonio Marchiorato Dobignies, o treinamento ocorreu em um cenário fictício de missão de paz da ONU. “Consideramos o contexto operacional hostil, quando temos que ter cuidados na aproximação, que pode ser, inclusive, um espaço com uma aeronave abatida ou com presença de tropas paramilitares”, exemplifica. No EXOP, os militares adquiriram as técnicas necessárias para certificação de que o resgate será viável e seguro. “Os helicópteros voaram baixo, sob escolta de aviões e outros helicópte-
ros. Treinamos uma das missões mais arriscadas em combate”, disse. Salvar Vidas A Aviação de Busca e Salvamento celebra a data de criação no dia 26 de junho e constantemente realiza missões de resgate de sobreviventes. Em dezembro do ano passado, após quatro dias de buscas, foi a experiência de um tripulante que levou ao resgate de sobreviventes de um acidente aeronáutico. O mecânico do Esquadrão, Sargento Vinícius de Souza Melo, recorda que a equipe foi acionada após um treinamento intenso. “Em um certo local, escutei um som que parecia
ser do ELT [Emergency Locator Transmitter]”, relembra. O aparelho é um sinalizador de emergência que toda aeronave tem. Normalmente, a bateria dura dois dias, mas aquele era o quarto dia depois do acidente e o sinal estava bem fraco. A aeronave voltou a sobrevoar a área e, finalmente, todos conseguiram ouvir aquele som. Em seguida, a tripulação visualizou os sobreviventes acenando. “Foi um momento de muita satisfação quando percebemos que íamos levar aquelas pessoas vivas. Buscar e salvar vidas é uma missão muito gratificante”, conclui.
FOTO: SGT AGUIAR / UNIFA
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A primeira turma do curso de Graduado-Master completa seis meses em atuação
CARREIRA
FAB está em processo de seleção de nova turma do curso de Graduado-Master O curso terá módulos a distância e presencial
A FAB está em processo de seleção, até o dia cinco de julho, de uma nova turma composta por dez suboficiais que vão fazer o curso de Graduado-Master. Desta vez, o curso terá módulos a distância e presencial. A previsão é que as aulas sejam iniciadas em setembro na Universidade da Força Aérea (UNIFA), no Rio de Janeiro (RJ). Este ano, estão contempladas as localidades de Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), Natal (RN), Pirassununga (SP), Barbacena (MG), Canoas (RS), São José dos Campos (SP) e Guaratinguetá (SP). Além das Guarnições de Manaus (AM) e São Paulo (SP), onde estarão futuramente atuando dois Graduados-Master em paralelo. Essa será a segunda turma. Junho marca os primeiros seis meses de atuação
dos 14 suboficiais designados para exercer a função de Graduado-Master. “Por se tratar de algo novo para o Comando da Aeronáutica, o projeto está em fase de consolidação, mas com ótimos resultados. O trabalho da primeira turma tem sido muito promissor”, afirma um dos responsáveis pelo projeto, o Tenente-Coronel Glauco dos Santos Cândido. O Suboficial Marcelo Lopes de Araujo é o Graduado-Master da Guarnição de Belo Horizonte. Ele avalia que sua maior contribuição está na articulação de assuntos importantes junto aos graduados e praças. “Nossa atuação diminui a distância entre o comandante e a tropa, o que consequentemente diminui o ruído no trâmite de informações entre os dois níveis”, analisa. Segundo ele, o fato de o Graduado-Master pertencer ao mesmo ciclo dos militares
com quem dialoga facilita o entendimento. “A compreensão e a receptividade foram grandes”, diz o suboficial. Periodicamente uma comissão multidisciplinar se reúne para debater as ações e os resultados do projeto. Nos dias 28 e 29 de maio, estiveram no Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), junto à comissão, também
os 14 suboficiais e seus gerentes locais. A função de Graduado-Master faz parte do Programa de Capacitação e Valorização do Corpo de Graduados e inclui também a implantação de um sistema de educação continuada que prevê que o graduado tenha um incremento cognitivo e motivacional.
FOTO: ACERVO PESSOAL
Ten JOR Gabrielli Dala Vechia
O Graduado-Master M. Araujo atua na Guarnição de Belo Horizonte
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CARREIRA
Ten JOR Carlos Balbino
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Oportunidades na área médica, no magistério e no quadro técnico que engloba profissionais de diversas especialidades têm atraído milhares de brasileiros, em todo o país, interessados em ocupar uma das vagas temporárias abertas anualmente para ingresso na FAB. Formada em Odontologia, a Tenente Natália Sotero Machado Pires, que pertence ao Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe Convocados (QOCON), participou da seleção em 2017 e fez o treinamento militar no ano passado. “Comecei a pesquisar sobre a possibilidade de trabalhar nas Forças Armadas e descobri muitos
benefícios, como a oportunidade de crescimento profissional e a estrutura de trabalho. No dia a dia, como dentista na odontoclínica, vejo que é possível realizar nosso trabalho com excelência, uma vez que contamos com boa infraestrutura”, afirma. Um novo processo de convocação de pessoal temporário da Aeronáutica teve início em abril. A novidade deste ano é que, pela primeira vez, a FAB abriu processo de seleção para quem deseja atuar na área de Segurança e Defesa. As vagas foram destinadas a candidatos do sexo masculino que, entre outros requisitos, deveriam, obrigatoriamente, ter realizado o Curso de Formação de
Anualmente, a Força Aérea abre vagas para profissionais de diversas especialidades em todo o país
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
FAB oferece diversas oportunidades na carreira
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Militares temporários
Os militares temporários podem servir por um período de até 8 anos Oficiais da Reserva (CFOR) ministrado pelo Exército Brasileiro nos Centros ou Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR ou NPOR), exclusivamente na Arma de Infantaria. Segundo o Adjunto da Divisão de Planejamento (DPL) do Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), Tenente-Coronel Aviador Fábio Freire de Almeida, a ideia de começar a aproveitar a expertise de pessoas que já passaram por formação militar, nessa especialidade,
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
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Esses novos oficiais podem servir por um período de 1 até 8 anos nas fileiras da FAB. “Foi feito um redimensionamento da quantidade de profissionais nas Organizações Militares para adequá-la aos processos de trabalho, o que justifica a necessidade da convocação de novos temporários”, conta o Tenente-Coronel Freire. Um dos objetivos da contratação de temporários é permitir que os oficiais dos quadros de carreira se dediquem a cargos e funções essenciais ao emprego do Poder Aeroespacial, considerados primordiais para o cumprimento da missão da FAB. Nesse contexto, os miltares temporários são designados para atuar em atividades administrativas e de suporte. Para se adequar ao planejamento, o COMGEP elaborou vários Planos de Adequação de Recursos Humanos, colocou em ação os Planos
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Específicos de Movimentação e realizou ajustes da Tabela de Pessoal. “Todo esse processo traz muitas vantagens. Além de favorecer a troca de conhecimento com profissionais qualificados, a presença dos temporários contribui para a otimização da força de trabalho, para a racionalização de meios e para a economia de recursos”, ressalta o Tenente-Coronel Freire. A Tenente Natália Pires, citada no início da reportagem, reforça que é preciso ter vocação para a rotina militar. “Além das nossas atribuições como profissional especializado nas respectivas áreas de formação, participamos, ainda, de outras atividades, como escala de serviço e solenidades militares”, completa a oficial que se classificou como primeira colocada no estágio de adaptação realizado em Brasília (DF).
Confira as formas de ingresso no site: www.convocacaotemporarios.fab.mil.br/
surgiu após a Reestruturação da Força Aérea Brasileira. “Foi desenhado um novo cenário. Algumas unidades novas foram criadas e outras extintas. Com isso, observou-se a oportunidade de convocar esses militares para atuar nos Esquadrões/Grupos de Segurança e Defesa, dando suporte e atuando juntamente com os nossos oficiais de infantaria”, explica o Adjunto da Divisão de Planejamento do COMGEP.
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER
Na FAB existem diversos quadros de temporários
A oportunidade de adquirir experiência e aumentar o nível de conhecimento despertou o interesse da dentista em seguir a carreira militar
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PROFESP
Esporte e cidadania que transformam vidas Atividade desenvolvida em unidades da FAB promove a inclusão social de crianças
Se para milhares de crianças e adolescentes em todo o país o Programa Forças no Esporte (PROFESP) é uma atividade inclusiva e transformadora, a iniciativa também se revela como uma experiência marcante para a vida de militares que lidam diariamente com os participantes. Na FAB,
homens e mulheres ocupam sua rotina em prol da integração social de jovens residentes em áreas de vulnerabilidade, por meio da prática esportiva orientada e de atividades complementares que contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Confi ra histórias do trabalho realizado pelos militares da FAB em diversas regiões do país:
GAP-NT No Grupamento de Apoio de Natal, o Suboficial Abcelvio Rodrigues transmite às crianças o conhecimento adquirido ao longo de mais de 40 anos de dedicação ao militarismo e ao
esporte. Com uma bagagem que inclui a participação nos Jogos Olímpicos de 1984 e 1988, o militar é um dos responsáveis por aplicar a prática esportiva e a inclusão social de meninos e meninas há oito
FOTO: GAP-NT
Ten JOR Jonathan Jayme
anos. Segundo ele, ao longo desse período, aprendeu mais do que ensinou. “Tudo que vivencio aqui remete a minha infância, que não foi fácil. Mas, apesar disso, minha educação foi
muito boa, tinha a consciência do que era certo e errado. Muitas das nossas crianças não têm essa possibilidade. E aqui a gente tem a oportunidade de mostrar caminhos diferentes”, depõe.
Ala 8 No norte do Brasil, um núcleo que atende crianças de 11 a 15 anos, oriundas de duas escolas municipais, também proporcionou uma nova realidade à vida do Sargento Luiz Ribeiro, da Ala 8, em Manaus (AM). “Não há como trabalhar com elas e sair imune dessa troca de gerações e de realidade, muitas vezes bem distante da minha. Você passa a ver a vida com outro olhar, percebe muitas vezes que o que está
passando é tão pequeno diante da realidade da criança assistida no programa”, conta. Prestes a completar o primeiro ano de atividades, o militar já observa bons resultados e a evolução positiva das crianças. “O ganho na vida dos voluntários é imensurável. Por isso, sou grato a todos que participam desse trabalho e estão sempre prontos a estimular outras pessoas a doarem um pouco do seu tempo para fazer o bem”, ressalta.
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BASV Participante no treinamento esportivo de crianças, o Sargento Cássio Fernandes Silva dos Santos é um entusiasta que integra o PROFESP da Base Aérea de Salvador (BASV) desde 2015. Sua dedicação, aliada ao foco e à paixão pelo esporte da adolescente Alana Santos de Souza, de apenas 13 anos, levou-a para o Campeonato Mundial Escolar de Orientação 2019, realizado na Estônia, entre 29 de abril e 5 de maio. O Sargento Cássio treina a aluna desde 2016. Iniciou com dificuldade, com poucas ferramentas para ensinar um esporte tão co-
mum no meio militar, mas pouco conhecido no meio esportivo civil. “Apresentei o esporte a ela, ensinei os primeiros passos. As expectativas são sempre as melhores em se tratando da Alana, uma menina dedicada, focada e amante do esporte. Acredito que ela pode surpreender muito ainda”, comenta o instrutor. O militar de Salvador afirma que o que pôde oferecer às crianças foi muito gratificante em sua vida. “Criamos um laço muito afetivo com todas elas e um sentimento infinito de gratidão por contribuir com os meninos e meninas por meio do esporte”, completa.
EPCAR Um dos instrutores do PROFESP na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena (MG), considera-se um ser humano melhor a partir da relação que desenvolveu com as 175 crianças assistidas pelo programa na cidade. Imbuído na atividade desde 2014, o Sargento Ronald de Souza
Leão diz que sempre teve o desejo de fazer um trabalho social com jovens, no entanto, devido à rotina de trabalho, ainda não havia sido possível. “Após quase cinco anos de PROFESP, tenho muito que agradecer à FAB pela oportunidade que tem me dado de trabalhar com esse projeto que tanto ajuda as crianças”, pontua.
FOTO: ALA 8
FOTO: EPCAR
FOTO: BASV
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EEAR prevê plantio de 88 mil mudas para reflorestamento Projeto SEMEEAR teve início em 2016 e já chegou a mais de 60 mil mudas plantadas Ten REP Mateus Candiani
A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) ocupa uma área de 10 milhões de metros quadrados em Guaratinguetá (SP). Para preservar o meio ambiente local, a unidade tem, desde 2016, uma iniciativa de reflorestamento que já alcançou o número de 62 mil mudas plantadas. Chamado de SEMEEAR, o projeto tem como objetivo chegar a 88 mil mudas de diversas espécies
arbóreas da Mata Atlântica, ação que contribui para a recuperação do bioma. O trabalho de plantio, para atingir a meta, deve ser retomado no segundo semestre deste ano, quando as mudas já plantadas estiverem mais fortes. “Após as etapas de combate a pragas e do processo de plantio em si, temos a fase de manutenção, com adubação e replantio das espécies que não resistiram”, explica o coordenador
do projeto, Capitão da Reserva Celso Molinari. As mudas foram dispostas desde o espaço situado ao lado do Hotel de Trânsito da Escola até o limite da área de treinamento militar. O SEMEEAR também prevê o plantio de espécies de árvores nativas para a preservação da mata ciliar do Ribeirão Guaratinguetá, fonte abastecedora de água potável da EEAR e das regiões adjacentes.
A atividade está em concordância com o Plano de Logística Sustentável, lançado pela FAB no fim do ano passado, que tem o objetivo de contribuir para a conscientização do efetivo, além da manutenção e preservação da natureza. O Plano apresenta diretrizes estratégicas para o uso racional dos recursos naturais e bens públicos e cada Organização Militar deve elaborar suas ações para atingir os índices esperados.
Livro mostra habitantes alados da mata O mesmo responsável pelo projeto SEMEEAR foi o idealizador do livro intitulado de “Avifauna”, que mostra, por meio de fotos e textos, cerca de 100 espécies de pássaros que habitam a área da EEAR. “O livro traz
uma amostragem de uma das riquezas ornitológicas da EEAR, onde também se espelha a preocupação da Força Aérea em desenvolver projetos voltados para a defesa e a preservação ambiental, cujo objetivo maior
Livro materializa a integração entre a fauna e a flora da escola
é o zelo para com o nosso tesouro ecológico”, explica o Capitão R1 Molinari. De acordo com o Comandante da Escola, Brigadeiro do Ar Valdir Eduardo Tuckumantel Codinhoto, a EEAR atua constantemente
na preservação dos seus 10 milhões de metros quadrados de natureza exuberante. “Este livro materializa a integração entre a fauna e a flora que compõem o Berço dos Especialistas”, comentou o Brigadeiro.
Na EEAR habitam diversas espécies de pássaros
FOTOS: EEAR
SUSTENTABILIDADE
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CULTURA
A Heráldica na FAB O INCAER já realizou 280 pareceres técnicos para criação e modificação de símbolos heráldicos Ten JOR João Elias
No Comando da Aeronáutica (COMAER), a atividade de Heráldica está inserida no Sistema de Patrimônio Histórico e Cultural do Comando da Aeronáutica (SISCULT), tendo como Órgão Central o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER). Para efeito de instrução, são classificados como símbolos heráldicos os emblemas, estandartes, flâmulas, selos, galhardetes, logotipos, insígnias representativas de autoridades, distintivos de Organização Militar (OM), de condição especial e de curso.
Entre os símbolos mais representativos da FAB estão: o Gládio Alado, cuja origem remonta à criação da 5ª Arma do Exército (Aviação), em 1927; o Cocar da Força Aérea Brasileira; o Brasão do Comando da Aeronáutica e o Estandarte do Comando da Aeronáutica. As bolachas e os símbolos comemorativos também compõem os símbolos representativos das OM e, apesar de não serem classificados como símbolos heráldicos, são normatizados pela mesma Instrução, a ICA 903-1/2017, que padroniza os “Símbolos Heráldicos do Comando da Aeronáutica”.
O Cocar tem a finalidade de distinguir as aeronaves militares da Força Aérea Brasileira, conforme definido na Convenção de Genebra de 1907 e de acordo com a legislação específica em vigor.
O Estandarte do Comando da Aeronáutica tem a finalidade de representar a Instituição em desfiles militares, no recebimento de comendas, entre outros eventos.
“As Organizações Militares interessadas em criar ou alterar um símbolo heráldico deverão elaborar um desenho em cores, um desenho em negrito, em que só apareçam as linhas que o contornam, e uma descrição heráldica dos atributos e figuras representadas no símbolo proposto”, ressalta
O Brasão tem a finalidade de representar simbolicamente o COMAER. Poderá ser aplicado em papéis de expediente e objetos de uso interno, e, ainda, àqueles distribuídos como brindes em solenidades especiais.
o Subdiretor de Cultura do INCAER, Major-Brigadeiro José Roberto Scheer. Para auxiliar nessa tarefa, o INCAER, por meio do SISCULT, disponibiliza, em sua página ofi cial (www. incaer.intraer), uma nova ferramenta denominada template que possibilita ao usuário confeccionar o símbolo heráldico desejado, dentro de padrões estipulados na ICA 903-1/2017. Na sequência, são realizados os pareceres técnicos pela Seção de Museologia da Divisão de Patrimônio Cultural, da Subdiretoria de Cultura do INCAER. Desde o início da atividade, o INCAER já realizou 280 pareceres técnicos para criação e modificação de símbolos heráldicos. O objetivo desse trabalho é preservar a história da Instituição, suas tradições e memórias, estimulando a propagação dos valores e consolidando a imagem da FAB junto à sociedade brasileira.
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SEGURANÇA DE VOO
Soltar balões é crime e oferece risco para o espaço aéreo brasileiro
A prática de soltar balões é considerada crime, conforme o Código Penal, e se enquadra como crime ambiental, de acordo com o artigo 42 da lei 9.605/98 Ten JOR Raquel Alves
A tradição baloeira, que se intensifica nas festas juninas, tem assustado os profissionais da aviação. Em alguns casos os pilotos precisam fazer manobras evasivas bruscas, desistir da decolagem, arremeter e até atrasar o pouso. No mês de abril, por
exemplo, um balão prejudicou as operações no aeroporto de Brasília e o controle de tráfego aéreo teve que remanejar pousos e decolagens. Dependendo de como foi construído, o balão pode ser consumido pelo motor do avião ou até mesmo danificar alguma parte da estrutura da aeronave no momento do im-
pacto, causando acidentes. Em 2017, de acordo com dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foram registrados 784 avistamentos. Já em 2018 o número passou para 964, um acréscimo de 23%. Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná lideram as estatísticas e até o fechamento desta edição, ainda permanecem no ranking. Neste ano foram, no total, 363 reportes, sendo 109 realizados no Rio de Janeiro, 201 em São Paulo e 23 no Paraná. “Nosso trabalho tem como principal objetivo alertar a população sobre o risco da atividade de soltar balões. Registrar os avistamentos é fundamental para que os profissionais da
aviação saibam como a atividade deles é afetada pelos riscos inseridos no ambiente operacional pela atividade baloeira, especialmente os usuários dos serviços prestados pelas aeronaves privadas e de companhias aéreas”, destaca o responsável no CENIPA pelo gerenciamento do Risco Baloeiro, Coronel da Reserva Antônio Heleno da Silva Filho.
Confira o vídeo da campanha no link: https://www.youtube.com/ watch?v=YQ-ujrllCkE
PENSANDO EM INTELIGÊNCIA
O uso de aplicativos que funcionam como unidades de rastreamento Há aplicativos para celular que funcionam como trackers (unidades de rastreamento) por GPS e permitem ao usuário a análise do seu treinamento, incluindo rotas, mapas, fotos, distâncias percorridas e velocidades. Esse tipo de aplicativo estabelece uma rede mundial de percursos e permite que as informações sejam compartilhadas pela internet. O mapa de calor fornecido pelo software revela quais as rotas mais usadas
pelos militares durante as atividades de educação física. Com ele é possível até visualizar a atividade intensa no percurso utilizado por aqueles que se exercitam no convés de um navio ou dentro de uma Organização Militar. Como nem todas as pessoas desligam seus equipamentos ou fecham seus aplicativos no momento em que cessam as atividades esportivas, os mapas de calor mostrados no site exibem
todos os deslocamentos do usuário do aplicativo. Nesse caso, fica simples registrar os hábitos pessoais do militar, seu status diário, suas atividades em uma data pré-determinada e a quantidade de usuários em um mesmo local. Com isso, é possível estimar também dados referentes à rotina da Organização. Outro fator preocupante associado ao uso de aplicativos para smartphones é a possibilidade dos dados
pessoais de militares irem parar nas mãos de elementos adversos, seja através da internet ou do próprio desenvolvedor do software. Como o uso de aplicativos é cada vez mais comum nas Organizações Militares, é importante que o efetivo conheça esses riscos e observe as instruções da ICA 200-17/2015 “Utilização de Dispositivos Móveis no COMAER”. Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER)
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ENTRETENIMENTO
CAÇA PALAVRAS A FAB celebra, no dia 12 deste mês, o ANIVERSÁRIO do Correio Aéreo Nacional, o CAN, que desbravou os CAMINHOS mais desafiantes do Brasil, lutando pela INTEGRAÇÃO nacional e pela INCLUSÃO social de todos os BRASILEIROS. Também dia 12 é celebrado o Dia da Aviação de TRANSPORTE. Já no dia 24 é celebrado o dia da Aviação de RECONHECIMENTO; e no dia 26, da Aviação de BUSCA e Salvamento. RESPOSTA DA EDIÇÃO DE MAIO