Neste mês, o NOTAER vai compartilhar a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) na 13ª edição da maior feira internacional de defesa e segurança da América Latina: a LAAD Defense & Security. Também traz atualizações da Operação Yanomami e os exercícios com o objetivo de coleta e análise de informações para melhorar a eficiência e a efetividade das operações, além das ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) nas áreas de garimpo ilegal.
O nosso jornal também está em clima de comemoração! No dia 22 de maio, celebramos o Dia da Aviação de Patrulha. Outra data importante é o Dia do Peacekeeper, festejado no dia 29
de maio. Militares das Forças Armadas, civis e policiais, chamados de “Soldados da Paz” ou “Boinas Azuis”, atuam em missões da Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de resolver conflitos internacionais.
E, para o Dia das Mães, o NOTAER preparou uma matéria especial sobre as mães militares que desempenham seus papéis com amor a serviço da FAB e sua realização pessoal de criar seus filhos.
Também abordamos o excepcional desempenho dos atletas da FAB que se destacam no cenário mundial, uma vez que a Instituição promove incentivo ao esporte por meio de diversos projetos e programas. Neste cená-
rio, a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), tem como missão promover saúde, bem-estar e desempenho humano e operacional da FAB.
Ademais, destacamos, nesta edição, a figura do Graduado-Master, aquele militar que aproxima tropa e Comandante. Atua como um canal de comunicação, fortalecendo a relação entre os integrantes da Organização Militar, estimulando o espírito de corpo e os padrões de disciplina, ao tempo que promove e reforça o aspecto motivacional dos militares.
Boa leitura!
Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Chefe do CECOMSAER
O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior
Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Luis Felipe da Silveira e Eliseu
Chefe da Divisão de Comunicação
Integrada: Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano
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Editores:
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Tenente Jornalista Johny Lucas (MTB/AM 1484)
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Aspirante Jornalista Gabrielle Varela (MTB/DF 10234)
Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE
Revisão Ortográfica e Gramatical: Suboficial SST Rogerio Braga Bandeira
Diagramação:
Suboficial SDE Rafael Henrique Coelho Joaquim Machado e Sargento TIN Fabiana Gomes
Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda
A publicação no Instagram da FAB com imagens alusivas ao Dia da Aviação de Caça foi o destaque nas mídias sociais.
A publicação obteve cerca de 175 mil visualizações e 28 mil curtidas.
A FAB divulga em suas mídias sociais produtos elabo-
rados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.
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Ao longo do ano, celebramos diversas efemérides que homenageiam nossos integrantes e relembram momentos marcantes na história da aviação militar brasileira. O Dia da Aviação de Patrulha, celebrado em 22 de maio, é uma dessas datas comemorativas que nos acompanham desde os primórdios da Força Aérea Brasileira.
A Aviação de Patrulha desempenha um papel primordial na defesa do Brasil, participando de
operações de vigilância e de combate a ilícitos, ajudando a garantir a soberania e a integridade territorial do nosso país. Uma atividade que nasceu junto com a própria Força Aérea Brasileira e hoje, nas asas dos Esquadrões Netuno, Orungan e Phoenix, é responsável por vigiar e proteger, diuturnamente, uma área de aproximadamente 13,5 milhões de quilômetros quadrados.
Outra data importante para a FAB é o Dia do Peacekeeper, celebrado em
29 de maio. O tributo aos militares brasileiros que participaram de missões de paz em todo o mundo é uma forma de reconhecer devidamente seu esforço e dedicação. Representando o Brasil e a Força Aérea Brasileira em operações realizadas sob a égide da Organização das Nações Unidas, nossos integrantes têm demonstrado elevada capacidade técnica e profissionalismo, que colaboram sobremaneira com suas diversas missões.
Maio também é o mês
daquelas que nos dão a vida e nos conduzem em nossas trajetórias desde o nascimento. Cada qual com suas características e personalidade, as Mães atuam sempre da maneira que acreditam ser melhor para seus filhos e, por isso, merecem nossa reverência. A todos os homenageados deste mês, minhas congratulações!
Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Comandante da Aeronáutica
DIA DA AVIAÇÃO DE PATRULHA
AO VIGIAR UMA ÁREA DE 13,5 MILHÕES DE QUILÔMETROS QUADRADOS, A AVIAÇÃO DE PATRULHA É ESSENCIAL PARA A DEFESA DO PAÍS
Ten REP Wanessa Liz
A Aviação de Patrulha tem a responsabilidade de vigiar 24 horas por dia uma área de aproximadamente 13,5 milhões de quilômetros quadrados sobre o litoral brasileiro. A história da Aviação de Patrulha da Força Aérea Brasileira (FAB) tem início durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942. Os sucessivos ataques aos navios brasileiros mercantes pelos alemães e as invasões nas águas territoriais do Brasil pelos italianos fizeram a Instituição destinar parte da sua frota de aviões e pilotos à escolta dos navios e ao monitoramento e à segurança do litoral brasileiro. A comemoração pelo Dia da Aviação de Patrulha foi instituída no dia 22 de maio, pois, nessa data, ocorreu a primeira ação da recém-criada FAB contra um submarino italiano.
A Aviação de Patrulha é essencial para a defesa do país, uma vez que as áreas marítimas e terrestres brasileiras são extensas e diversas. A FAB, por meio de suas aeronaves de patrulha, consegue monitorar e detectar algum tipo de ameaça, garantindo a segurança nacional e a proteção da soberania brasileira. Essa modalidade de aviação é composta por aeronaves especializadas em missões de vigilância, reconhecimento e monitoramento de áreas marítimas e terrestres.
Para garantir a eficácia das operações, a FAB realiza constantemente treinamentos e capacitações de seus tripulantes e equipes de manutenção. Esses profissionais precisam estar preparados para enfrentar os desafios que surgem durante as missões, como condições climáticas adversas, problemas técnicos nas aeronaves e situações de
risco. Assim, a Aviação de Patrulha realiza missões de Busca e de Salvamento (SAR) a náufragos, embarcações e aeronaves em alto-mar. Isso é possível graças a tecnologias de radares e sensores a bordo dos aviões e a militares treinados em SAR em alto-mar.
Para monitorar a área de responsabilidade do Brasil no Oceano Atlântico, a FAB conta com três Esquadrões de Patrulha ao longo da costa. As aeronaves P-3AM Orion são operadas pelo Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação(1°/7°GAV) - Esquadrão Orungan, sediado no Rio de Janeiro. Já as aeronaves P-95M Bandeirulha são operadas pelo Segundo Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação (2º/7°GAV) - Esquadrão Phoenix, localizado em Canoas (RS), e pelo Terceiro Esquadrão do Sétimo Grupo
de Aviação (3º/7°GAV) -Esquadrão Netuno, sediado em Belém (PA).
O mais antigo dos Esquadrões de Patrulha, o Orungan, é responsável por realizar as Ações de Patrulha Marítima (PATMAR), SAR, Controle Aéreo Avançado (CAA), Posto de Comunicação Aeroespacial (P Com-Aepc), Reconhecimento Aeroespacial (Rec Aepc) e Antissubmarino (AS). Dentre essas, destaca-se a Guerra Antissubmarino, (do termo em inglês Anti-submarine warfare - ASW), a qual se destina a buscar, detectar, identificar, acompanhar e neutralizar ou destruir submarinos inimigos.
"Além da capacidade ASW, o P-3AM também carrega poderosos armamentos, como os mísseis antinavio Harpoon, capazes de neutralizar embarcações de guerra a uma distância além
do alcance visual. Por ser o único com essa capacidade, o 1º/7º GAV torna-se um esquadrão de vital importância para Aviação de Patrulha", comentou o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Cícero Vieira Ramos.
Responsável por realizar missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), não somente nas fronteiras marítimas brasileiras no sul do país, como também na parte terrestre, garantindo a proteção e a integridade territorial do país, o Esquadrão Phoenix também realiza missões de SAR, prevenção e combate ao tráfico de drogas e contrabando, e apoio a operações de resgate e ajuda humanitária em situações de crise.
“A experiência e o treinamento dos pilotos e tripulantes Phoenix, aliados aos equipamentos e tecnologias utilizados em suas aeronaves, tornam a Unidade um ativo vital para a inteligência, vigilância e reconhecimento no território brasileiro”, destacou o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Nícolas Gomes Moreira.
O Esquadrão Netuno tem
o objetivo de patrulhar o litoral norte do Brasil, que vai de Natal ao Oiapoque, no Amapá. “A importância do Esquadrão é fazer a proteção e a vigilância dessas aéreas marítimas dentro do território nacional”, disse o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Fabrício Nery Fernandes.
O Comandante do 3º /7º GAV falou ainda sobre duas missões que marcaram o Esquadrão. “Em 2009, fomos a primeira aviação a chegar ao local da queda do Air France 447, próximo a Fernando de Noronha, e a última a sair, fazendo toda a proteção e vigilância do local. As últimas missões foram a Operação Yanomami (que ainda está acontecendo) e a Operação Astrolábio (que realizamos a patrulha marítima na aérea norte para ajudar no lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV). Nossa missão foi alertar embarcações próximas ao local que poderia ser atingido pelo foguete”, concluiu.
A Aviação de Patrulha da FAB é uma peça fundamental na proteção do país, atuando em diversas frentes
e utilizando tecnologia para garantir a segurança e a soberania do espaço aéreo e das fronteiras brasileiras. A constante capacitação dos
profissionais envolvidos e a utilização de aeronaves especializadas garantem a eficácia das operações e a proteção do território nacional.
Ten JOR Eniele Santos profissionais da indústria de defesa e segurança, com o único objetivo de apresentar as novidades e tecnologias do setor, além de promover debates e discussões acerca de questões relevantes. Tão grande é a importância da LAAD para o Brasil e o mundo que, nesta edição, um recorde foi batido: 364 marcas de 44 países e 192 delegações de 71 países.
Com um estande de destaque, onde foram expostas as maquetes das aeronaves F-39 Gripen e KC-390 Millennium, a Força Aérea Brasileira (FAB) participou da 13ª edição da LAAD Defense & Security, a maior feira de defesa e segurança da América Latina, comumente realizada a cada dois anos no Brasil.
Em 2023, a Feira ocorreu no Rio de Janeiro (RJ), e foi revestida de um sentimento de superação por se poder realizar, novamente, um evento de tão grande porte, pois a última edição presencial da LAAD ocorreu em 2019, devido à pandemia da COVID-19. A Feira reuniu empresas, autoridades governamentais e militares, especialistas e
O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destacou que hoje a Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil gera 9 milhões de empregos, representando 2,2% dos postos formais do país. Assim, 6% das empresas da BID são de alta e média tecnologia, devendo haver continuidade e expansão dos investimentos nesse segmento da capacidade industrial brasileira.
De acordo com o Comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, é importante falar sobre o interregno que se teve com a não edição presencial da Feira em virtude da pandemia, pois se teve uma expectativa com relação a esta edição. “A bem da verdade, ainda com a pandemia, nós tivemos, nesta quase meia década, um incremento das atividades da nossa Base Industrial de Defesa, que se refletiram aqui na LAAD, mostrando o crescimento desse segmento tão importante para todos”, destacou o Comandante da Aeronáutica.
Dessa forma, a LAAD trouxe aos mais de 50 mil visitantes grandes novidades para a segurança pública, principalmente às focadas no fortalecimento das forças militares.
AERONAVES GRIPEN
Dentre as novidades discutidas durante os quatro dias de feira está a incorporação da aeronave Gripen ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) – Esquadrão Jaguar, sediado na Base Aérea de Anápolis (BAAN), que já possui quatro aeronaves efetivamente em operação.
Nesse sentido, é importante ressaltar a parceria entre a FAB e a SAAB – empresa responsável pela produção dos caças na sede da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), bem como pela primeira parte do treinamento dos pilotos brasileiros aptos a operar a aeronave. “Esse período de trabalho com a FAB tem sido extraordinário. É preciso destacar a qualidade excepcional das discussões realizadas,
que foram extremamente práticas e construtivas. Além disso, há uma transparência em relação aos outros programas desenvolvidos, e a Força Aérea tem demonstrado uma antecipação notável. A prova disso é que muitos militares vieram visitar as nossas fábricas na Suécia e conhecer a Força Aérea Sueca. Sinceramente, não poderia desejar por algo melhor”, explicou o CEO da SAAB, Micael Johansson.
Também estiveram presentes na feira o Comandante do 1º GDA, Tenente-Coronel Gustavo de Oliveira Pascotto, e o Vice-Presidente e Diretor Global da SAAB, Mikael Franzén, que ministraram uma palestra sobre o Programa Gripen no Brasil e o processo de implantação da aeronave na BAAN.
Segundo Franzén, o Programa Gripen Brasileiro representa a maior transferência de tecnologia já realizada pela SAAB. “Mais de 350 engenhei-
ros foram treinados na Suécia, onde cerca de 60 projetos foram desenvolvidos; já a produção e a campanha de testes da aeronave foram conduzidas no Brasil”, disse.
Com relação à chegada desse vetor em Anápolis, o Tenente-Coronel Gustavo ressaltou que a operação do Gripen E teve início com voos locais de treinamento e manutenção operacional, que permitiram observar muitas características interessantes
da aeronave, principalmente quanto ao desempenho e a interface homem-máquina por meio do WAD (Wide Area Display ). “A autonomia da aeronave também é uma característica importante, devido ao tamanho do país, e atende muito bem às necessidades operacionais da FAB”, complementou.
A LAAD 2023 também foi palco para discussões e reuniões sobre a questão espacial brasileira, principalmente com a utilização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), considerado um dos melhores locais do mundo para o lançamento de foguetes devido à sua localização privilegiada próximo à Linha do Equador.
De acordo com o Tenente-Brigadeiro Damasceno, o crescimento da indústria espacial é uma das metas da Força Aérea e, por isso, teve grande destaque. “Com o CLA, pôde-se notar que não apenas empresas
brasileiras mas também estrangeiras estão incentivadas pelo incremento dessa atividade que a FAB, em conjunto com o Ministério da Defesa, tem proporcionado, criando, assim, novas expectativas e novas perspectivas de crescimento desse segmento tão importante”, explicou.
DEFESA AÉREA
Essencial para as ações de Força Aérea, as questões relacionadas ao melhor conhecimento do armamento de defesa aérea também foram evidenciadas, principalmente devido ao principal vetor da FAB, o Gripen.
Assim, foi possível conhecer as novas tecnologias atreladas à produção de mísseis de longo e médio alcance e também ao treinamento de pessoal. “Tivemos o contato direto com empresas que têm nos apoiado em treinamento de pessoal não apenas dentro da Força Aérea mas também em diversos segmentos”, concluiu o Comandante da FAB.
Ten REP Marize Torres gramas diversos, a exemplo do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), Programa Forças no Esporte (PROFESP), Projeto João do Pulo, entre outros.
Desde o princípio, a Aviação brasileira atribui importância à educação física. Em 1967, foi criada a Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA) com o objetivo de orientar e controlar as atividades físico-esportivas do pessoal da Aeronáutica a fim de promover saúde, bem-estar e o desempenho humano operacional da Força Aérea Brasileira (FAB), além de coordenar as competições dentro e fora do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Assim, a Instituição estimula seus militares à prática esportiva por meio de pro-
Para seguir com o objetivo de fortalecer o espírito militar esportivo, a FAB, por meio da CDA, já promoveu vários campeonatos. Os torneios, que ocorrem no âmbito das Organizações Militares, além de corroborar com o incentivo à prática desportiva, são uma preparação para militares que têm como meta participar de grandes eventos, a exemplo dos Jogos Olímpicos.
Podemos destacar a participação do Taifeiro Nelson
Prudêncio, que entrara para a história do Atletismo, garantindo a medalha de Prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, na prova de Salto Triplo. Em 1972, Prudêncio representou o Brasil nos Jogos de Munique (Alemanha), e trouxe mais uma medalha, a de bronze, que cintilava como ouro, pois naquela edição dos Jogos Olímpicos, Nelson Prudêncio e o judoca Chiakilshii foram os únicos que conquistaram medalhas para o nosso país (Fonte: CDA). Desportistas da FAB estão presentes em várias disputas. O campeão do mundo no tiro com arco, por exemplo, é militar da Força
Aérea. O Sargento Marcus Vinicius D'Almeida recebeu o título no The Vegas Shoot, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O Graduado também foi campeão da terceira etapa da Copa do Mundo de Tiro com Arco na cidade de Paris, na França, em 2022. Ademais, participou do Mundial em Antalya, na Turquia, em abril de 2023, e visa aos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.
Para o atleta, a Força Aérea é uma das melhores instituições de apoio no Brasil para seu desenvolvimento. “Eu amo representar o meu país! Sinto que nasci pra isso e, sendo militar, só me motivo mais para chegar mais alto no
pódio. Orgulho seria a palavra”, expressou o número 1 do ranking mundial.
Outros atletas da FAB se destacaram em competições de diferentes modalidades. Vale pontuar que a Instituição consolidou um fato histórico pois, pela primeira vez, o Bra-
sil conquistou o primeiro lugar no individual geral feminino no Campeonato Mundial de Pentatlo Aeronáutico Militar, com a campeã Sargento Ellen Caroline de Souza. Ademais, o Tenente Rodrigo Gonçalves e o Suboficial Antônio Augusto Batista dos Santos conquis-
taram a medalha de Bronze no 45º Campeonato Mundial Militar de Paraquedismo, e a Sargento Flávia Lopes Saraiva conquistou o Ouro no individual geral feminino no Pan-Americano de Ginástica.
O Presidente da Comissão de Desportos da Aeronáutica,
Virgílio Guedes de Avellar, falou sobre a importância dessa projeção dos atletas no cenário mundial para a Instituição.
“As conquistas obtidas pelos que representam a FAB, tanto em competições nacionais quanto internacionais, civis ou militares, são importantes não só para o atleta, por conseguir chegar à realização de seus objetivos em conquistar uma medalha depois de tanto esforço e dedicação, mas também devido à repercussão na mídia quando se trata de Atletas de Alto Rendimento, já que temos a missão de projetar positivamente a imagem da Força Aérea Brasileira no país e no exterior”, expressou.
Em reconhecimento aos envolvidos e com o fim de incentivar o esporte na esfera das Forças Armadas, o Ministro de Estado da Defesa (MD), José Mucio Monteiro Filho, homenageou, em março deste ano, 78 personalidades e entidades militares, civis, brasileiras e estrangeiras que se destacaram em competições desportivas nacionais e internacionais ou que tenham prestado relevantes serviços ao desporto militar do país. Na ocasião, 40 militares da FAB receberam a condecoração Medalha Mérito Desportivo Militar
Criado pelo Ministério da Criado pelo Ministério da Defesa (MD) com o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível, o PAAR teve início na FAB em 2014 e já incorporou mais de 330 militares. Atualmente, através do PAAR, a FAB conta com 130 atletas de diversas modalidades do esporte. O Programa tem ganhado cada vez mais visibilidade devido aos resultados esportivos al-
cançados pelos atletas militares em competições nacionais e internacionais.
Atualmente, o Programa conta com 70 atletas nas modalidades de natação, atletismo, judô, ciclismo BMX, maratonas aquáticas, taekwondo, ginástica artística, canoagem, salvamento aquático, mountain bike, basquete 5x5, basquete 3x3, triatlo, vôlei de praia, pentatlo aeronáutico, orientação, tiro esportivo (carabina e pistola), paraquedismo e tiro com arco.
Para o atleta interessado em ingressar no PAAR, é necessário que participe, voluntariamente, do processo de seleção, por meio dos editais disponibilizados no site da Instituição. Um dos requisitos é que o atleta tenha bons resultados e tenha participado de competições nacionais e internacionais em sua modalidade.
FOTO: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DO DESPORTO UNIVERSITÁRIO FOTO: FORÇA AÉREA BRASILEIRA FOTO: CDA SGT ELLEN >O Comando Operacional
Conjunto Amazônia (Cmdo Op Cj Amz), por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), tem intensificado as ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) nas áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima (RR).
Durante a Operação Yanomami, a FAB tem identificado diversos garimpos entre ativos e inativos, pistas de pouso não homologadas e sitios de exploração mineral de cassiterita. Com isso, o Cmdo Op Cj Amz tem contribuído para que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e a Força Nacional (FN) desativem os principais garimpos, destruam aeronaves irregulares e apreendam materiais de apoio ao garimpo, como gerador de energia, motores hidráulicos, serra elétrica,
antenas de comunicação via satélite, dentre outros.
O ciclo de geração de conhecimento de inteligência envolve a coleta de dados, o processamento de imagens e a produção de relatórios. Uma vez identificados os alvos de interesse, as informações são repassadas para a Polícia Federal e o IBAMA que passam a atuar no local. Após a neutralização, as informações são enviadas ao Cmdo Op Cj Amz, que analisa novamente o ciclo de inteligência, passando a monitorar a reativação de ações de extração mineral ilegal.Por fim, as ações do Cmdo Op Cj Amz mantêm o propósito de inviabilizar o Tráfego Aéreo Desconhecido (TAD) com a aplicação das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA) e a neutralização das aeronaves irregulares no solo, em conjunto com outras agências do governo federal.
A implantação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) no espaço aéreo da Re-
gião Norte foi estabelecida com base no Decreto Presidencial N° 11.405/2023, referente ao combate ao garimpo ilegal. Essa ação reforçou o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, na medida em que contribui para o controle do espaço aéreo e inviabiliza os voos irregulares em apoio ao garimpo ilegal. E por meio da Portaria nº 710, o Cmdo Op Cj Amz foi ativado pelo Ministério da Defesa para atuar na área do Estado de Roraima e na porção do Estado do Amazonas.
Para possibilitar um melhor controle dos tráfegos aéreos na ZIDA, o espaço aéreo foi dividido em três áreas: uma área reservada (Área Branca); uma área restrita (Área Amarela); e uma área proibida (Área Vermelha), essa última coincide com a reserva Yanomami, onde somente as aeronaves envolvidas na Operação estão autorizadas a operar, sejam elas militares ou a serviço das diversas agências governamentais envolvidas.
PELA FAB
A FAB, por intermédio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), é a responsável pelo Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), que atende às necessidades do Brasil para controlar e exercer ações contra movimentos aéreos em circulação pelo Espaço Aéreo Brasileiro que estejam em confronto com os interesses nacionais ou em desacordo com as regras e normas em vigor, tanto em tempo de paz como em um eventual conflito.
A vigilância do espaço aéreo brasileiro é realizada 24 horas por dia pela FAB por meio de uma rede de radares que cobrem o espaço aéreo brasileiro. Em complemento ao controle de tráfego realizado por meio desses equipamentos, a FAB utiliza aeronaves E-99, de Alarme Aéreo Antecipado ou AEW (do inglês Airborne Early Warning), para detectar aeronaves voando a baixíssima altura e que não seriam naturalmente detectadas pelos radares de solo.
O Cmdo Op Cj Amz entregou 350 mil quilos de alimentos na região Yanomami em 60 dias de ativação pelo Ministério da Defesa (MD). Esse foi um dos expressivos dados divulgados pelo Cmdo Op Cj Amz, após fechamento do balanço de ações da Operação comandada pelo Major-Brigadeiro do Ar Raimundo Nogueira Lopes Neto.
“Os resultados são muito significativos, pois os números traduzem a dedicação, o empenho e o comprometimento de todos os militares da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da FAB envolvidos na missão; esforços que se convertem em ajuda humanitária a essa parcela da população especialmente vulnerável neste momento. Até então, cerca de 20 mil cestas básicas foram entregues por toda Terra Indíge-
na Yanomami, atendendo mais de 40 aldeias.
“Para tal feito, já foram empregadas mais de 2500 horas de voo, marca expressiva para as Forças Armadas em tão curto espaço de tempo”, destacou o Major-Brigadeiro Nogueira. “Outra frente a ser enfatizada é no âmbito da saúde indígena Yanomami. O trabalho desempenhado pelos militares da FAB no Hospital de Campanha (HCAMP) foi capaz de controlar o cenário delicado vivido pela população indígena, reduzindo drasticamente a necessidade de atendimentos a cada dia, culminando em uma média de dois atendimentos diários”, ressaltou. No tocante à saúde indígena, o Cmdo OP Cj Amz registrou 1.903 atendimentos no HCAMP e 201 indígenas transportados.
Outro dado importante relativo ao transporte é o de apoio prestado ao Centro
de Operação de Emergência (COE) Yanomami. Já foram mais de 8 mil cargas (contabilizadas a partir de 7 de março) e 540 pessoas transportadas em veículos militares.
Não obstante o aeródromo de Surucucu ser privado, e de responsabilidade da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), outro exemplo de tarefa extremamente relevante foi o reparo emergencial da pista, executado pelo
Sexto Batalhão de Engenharia e Construção (6° BEC) do EB, que possibilitou, desde os primeiros dias de março, as operações de pousos e decolagens da aeronave C-105 Amazonas, com capacidade de transporte de até 64 passageiros ou 5 toneladas de carga, além do C-98 Caravan, outra aeronave empregada na missão.
O objetivo da Operação Conjunta, que envolve mais de 580 militares
das Forças Armadas, é o reforço às ações de enfrentamento de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e o combate ao garimpo ilegal na Terra
Indígena Yanomami, em Boa Vista (RR).
"Julgo importante ressaltar que, para manter a consistência das ações nesta complexa operação,
é imprescindível a sinergia entre as três Forças - Marinha, Exército e Aeronáutica. Os resultados obtidos são fruto da interoperabilidade, que possi-
bilitou a regularidade dos esforços aplicados ao longo de 60 dias", comentou o Subcomandante da Operação, General de Brigada Marcelo Lorenzini Zucco.
AERONAVE INCENDIADA
Por meio de decisão interministerial, em 6 de abril, a FAB desativou os corredores no interior da ZIDA, estabelecida no espaço aéreo sob a Terra Indígena Yanomami. Dessa forma, voltou a ser proibido o tráfego aéreo na área vermelha da ZIDA, do solo até o nível 055, à exceção de aeronaves militares ou a
serviço dos órgãos públicos envolvidos na Operação, desde que previamente submetidas ao processo de autorização de voo.
Também foram intensificadas as ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) nas áreas de garimpo ilegal na região.
Durante a Operação Yano-
mami, a FAB tem identificado diversos garimpos entre ativos e inativos, pistas de pouso não homologadas e exploração mineral de cassiterita. Em consequência, todas as aeronaves que descumprirem os requisitos e as regras estabelecidas estarão sujeitas às medidas de policiamento do espaço
aéreo. Diante disso, duas aeronaves foram incendiadas e dois homens foram presos em uma pista clandestina de garimpo ilegal.
Essas regras estão normatizadas pela FAB por meio de NOTAM (do inglês Notice to Air Missions), que informa a comunidade aeronáutica sobre a operação.
A Base Aérea de Santa Maria (BASM) coordenou, entre os dias 20/03 e 04/04, mais uma edição do Exercício Operacional de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), cujo objetivo é adestrar as equipagens dos Esquadrões Aéreos que cumprem as Ações de Força Aérea de Reconhecimento Aeroespacial, Controle Aéreo Avançado, Interferência Eletrônica e Ataque.
O treinamento envolveu cerca de 160 militares e aeronaves da FAB: o A-1, o R-99, o P-3AM, o P-95BM e as ARP RQ-450 e RQ-900, além de meios de Defesa Antiaérea IGLA-S, da FAB, e os blindados M-113 e Gepard, do Exército Brasileiro (EB).
Participaram do Exercício Esquadrões da Aviação de Caça, de Reconhecimento e de Patrulha, além do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4º/1º GCC), do Primeiro Grupo de Defesa Antiaérea (1º GDAAE) e o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3º GDAAE). O Exército Brasileiro participou do treinamento com meios do Vigésimo Nono Batalhão de Infantaria Blindado (29º BIB), de Santa Maria (RS), e da Sexta Bateria de Artilharia Antiaérea Autopropulsada (6º Bia AAAe Ap).
“O Exercício Operacional IVR 2023 destaca-se por ser
um dos mais importantes do Comando de Preparo (COMPREP), devido ao foco em capacitações e adestramentos relativamente novos na FAB que precisam ser desenvolvidos. O desafio de explorarmos os limites dos sensores que equipam nossas aeronaves depende do conhecimento e da experiência dos nossos tripulantes e analistas, mas também dos cenários que oferecemos durante o EXOP IVR. Esse Exercício é a melhor oportunidade para aprimorarmos e sedimentarmos táticas, técnicas e procedimentos essenciais para garantir a eficiência no cumprimento das ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento”, explicou o Comandante da BASM e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Luciano Antonio Marchiorato Dobignies.
Para viabilizar o controle e as comunicações durante o Exercício, bem como propiciar emissões de sinais, o treinamento contou, ainda, com o apoio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) por meio do Quarto Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (4º/1° GCC) — Esquadrão Mangrulho, que possibilita o Comando e Controle em regiões remotas.
“Outro aspecto importante desse Exercício são os relatórios: Relatórios de Missão de Reconhecimento (REMIR) e de Vigilância (REVIG), que são
também aprimorados ao final das análises de imagens, no intuito de tornar mais objetiva a relação entre o que se treina e o produto que se espera em missões de emprego”, acrescentou o Coronel Marchiorato.
O EXOP IVR 2023 permitiu conhecer de forma mais profunda as capacidades dos sensores e analistas da FAB e, consequentemente, subsidiar a disseminação da doutrina e a programação de equipamentos de Guerra Eletrônica embarcados.
O Tenente-Coronel Robert Cardoso Fernandes de Almeida, Especialista em Fotointeligência do Comando de Preparo (COMPREP), ressaltou a importância desses encontros para a FAB. “Todo Exercício gerenciado pelo COMPREP tem
o objetivo de gerar capacidade de emprego. Dessa forma, esse Exercício Operacional tem o objetivo de gerar e intensificar a capacidade de empregar a Inteligência, a Vigilância e o Reconhecimento. Por isso a importância desse nosso treinamento, pois é por meio dele que temos a possibilidade de mensurar os nossos procedimentos, as nossas técnicas e as nossas táticas voltadas para o IVR”, informou.
“Esse tipo de manobra também é importante porque reunimos militares que operam diferentes aeronaves e sensores, ou seja, diferentes equipagens; e, por meio do intercâmbio, nós geramos as interações que auxiliam no fortalecimento dos nossos objetivos”, finalizou o Tenente-Coronel Robert.
Um exemplo de sucesso para a tropa, aquele que faz visitas domiciliares, oferece apoio pessoal e psicológico. O Graduado-Master é a figura que aproxima tropa e Comandante, atua como um canal de comunicação, fortalecendo a relação entre os integrantes da Organização Militar e estimulando o espírito de corpo e os padrões de disciplina, ao tempo em que promove e incentiva reforço no aspecto motivacional dos militares. O foco é facilitar a comunicação! Nessa função, o que o militar mais pratica é a escuta ao próximo, a escuta ativa com uma atuação direta.
A Força Aérea Brasileira (FAB) conta com a atuação de um Graduado-Master em cada uma das 28 guarnições. Um levantamento realizado pelo Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) aponta as principais questões pelas quais cada Graduado-Master é acionado em suas respectivas tropas, sendo elas: saúde, Programa de Formação de Valores (PFV), serviço social, movimentação, instrução, recepção de militares recém-transferidos, moradia, capacitação, disciplina, carreira e liderança e gestão de pessoas, entre outras.
Para o Graduado-Master da Base Aérea de Porto Velho (BAPV), Suboficial Carlos Benedito dos Santos da Silva, que
assumiu a função em março, ser reconhecido como referência em aspectos de relevância profissional como liderança e conduta ilibada, é motivo de muito orgulho e honra. “Ser reconhecido como elo de grande confiança é muito gratificante. Não é uma função fácil, mas estamos preparados. Atuar como Graduado-Master de
uma forma geral é um reconhecimento de que a sua carreira valeu a pena. A atuação em si tem dificuldades. Lidamos com várias situações diariamente: uma conversa, um apoio psicológico, um encaminhamento ou uma orientação de uma forma geral. Ajudar pessoas! Isso é o que nos move. O que nos agrada e nos satisfaz é a opor-
tunidade de ajudar alguém a solucionar o seu problema”, destacou o Graduado-Master.
O Coordenador do Programa Graduado-Master, Coronel Alex Oliveira da Rocha, ressalta a importância da função: “O Graduado-Master é uma ferramenta institucional de grande importância que atua não somente como canal que traz as informações, mas também consegue resolver uma variedade de assuntos tendo contato direto com a realidade humana. É aquela figura protetora, um exemplo de sucesso para a tropa, aquele que cuida diariamente e diretamente do efetivo, que é a força do Comando da Aeronáutica”, expressou.
Para a Suboficial Especialista em Eletrônica Nadjara Silva Paixão de Deus, que atua na função de Graduada-Master da Guarnição de Aeronáutica de Salvador (GUARNAE-SV) desde janeiro de 2021, a função de assessorar e auxiliar comandantes nos assuntos relacionadas às praças possibilita que o militar contemplado a exercer essa função torne-se elo vital como difusor e catalisador das ordens emanadas pela alta administração, com o intuito de disseminar e estimular, no círculo das praças, o desenvolvimento da ética, dos valores militares e a observância dos deveres militares. “Meu marido foi a peça fundamental para a minha decisão. Ele disse que eu deveria aceitar esse chamado, pois a minha tropa tinha que ser ouvida e eu era capaz de enfrentar qualquer obstáculo que estivesse por vir. A parceria, compreensão
e apoio do meu marido e da minha família fazem toda a diferença nessa minha jornada de Master”, ressaltou a Suboficial.
A Graduada-Master recebeu, em abril do corrente ano, o Prêmio Mulher Notável no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador. A honraria homenageia mulheres de destaque em suas respectivas áreas profissionais e que tenham contribuído para o empoderamento feminino.
“Esse prêmio não foi só meu, mas de todas as pessoas, homens e mulheres que me encorajaram e apoiaram, de alguma forma, para que eu estivesse aqui hoje. Ao longo da minha carreira, construí relacionamentos saudáveis, que me ajudaram a crescer mais ainda como pessoa e como profissional. Respeito sempre os valores passados por minha família e os adquiridos e fortalecidos pela Instituição Militar,” destacou.
A função Graduado-Master foi criada em 2018 na Força Aérea Brasileira e teve como inspiração o funcionamento na Força Aérea Americana. Os principais objetivos são: participação dos praças auxiliando a alta administração, prestando assessoramento nas questões relativas à disciplina, à moral, à carreira, à motivação, ao bem-estar, à satisfação profissional e ao apoio à família militar, no círculo das praças; proporcionar o
aperfeiçoamento contínuo da gestão das Guarnições de Aeronáutica (GUARNAE) e de sua operacionalidade; fortalecer a coesão entre os integrantes da GUARNAE, estimulando o espírito de corpo e os padrões de disciplina; reconhecer a praça que se destaca pelo seu desempenho profi ssional e conduta pessoal; incrementar capacidades cognitivas à carreira do graduado; e apresentar oportunidades, motivar e manter recursos humanos adequados às necessidades da FAB.
O dia 29 de maio foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2002, como o Dia Internacional dos Peacekeepers, em alusão à primeira missão de paz sob o respaldo da ONU, iniciada no ano de 1948, na Palestina. Esse foi o início de uma trajetória de centenas de missões dessa natureza envolvendo militares das Forças Armadas, civis e policiais. Com o intuito de servirem como instrumento para auxi-
liarem países devastados por conflitos e criarem condições para que a paz seja alcançada no local, as missões de paz possibilitam a implementação de acordos que buscam a harmonia entre as nações, auxiliando, assim, não apenas na segurança, como também em quesitos sociais e políticos, como a construção de hospitais, incentivo ao respeito dos direitos humanos, realização de eleições democráticas, treinamento de militares e apoio ao retorno de populações refugiadas e deslocadas. É nesse
sentido que o termo Peacekeeping - manutenção da paz - é tão difundido, uma vez que é uma forma de resolução de conflitos internacionais.
Em muitos momentos, os Peacekeepers são chamados de Soldados da Paz ou Boinas Azuis, em referência à cor do equipamento de proteção utilizado pelos militares que atuam nessas missões de paz. Contudo, essas missões vão muito além de um auxílio. É uma responsabilidade em lidar com a situação de guerra que o próximo enfrenta e tornar aquele momento difícil menos devastador do que já é.
Diante disso, trazemos como exemplo a Comandante do Grupo de Serviço de Base da Base
Aérea de Boa Vista (BABV), Tenente-Coronel Intendente
Laura Kazue Lopes
Nakamura. Com 24 anos de atuação na Força Aérea Brasileira (FAB), a Oficial teve
experiência como Peacekeeper e participou da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental, conhecida por MINURSO, entre 2018 e 2019, ainda quando era Major, e, também, da Conferência de Oficiais Militares Femininas das Nações Unidas na China (UNFMOC), em 2018. Para ela, ter essa função é ser escudo, apoio e observador daqueles que tentam violar acordos assinados entre as partes. “Acredito que a função de Peacekeeper é estar presente em um local que enfrenta dificuldades políticas, sociais,
militares e de poder em geral, no qual a população está vulnerável e que há necessidade de fazer com que os conflitos não voltem a acontecer e que a paz seja duradoura em territórios já estraçalhados por guerras anteriores”, afirmou.
A Tenente-Coronel Kazue destacou ainda os principais desafios durante atividades como essas. “O controle emocional por estar em situação difícil, longe de seu país e da sua família, também é um ponto desafiador. Por fim, ser útil durante a missão, ajudando o país em dificuldade e seus colegas na atividade,” disse.
“Esse pioneirismo, em ser a primeira oficial da FAB a servir na MINURSO, tem um misto de alegria e responsabilidade que só me fazem querer me aprimorar cada dia mais, demonstrando toda a capacidade dos oficiais brasileiros, mas em especial a força e a garra da mulher brasileira,” comemorou a militar.
Também Peacekeeper, a Major Engenheira Carla Dolores Barreto Gama da Silva destacou que ser “boina azul” é um motivo de orgulho. “É ter a oportunidade de representar meu país, ser mais um
elemento a contribuir para o progresso, para a paz e para a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade e com a vida simples”, disse.
“Foi ter a certeza de que aqueles que ficaram em casa, dentro das possibilidades, estavam bem. Para você desempenhar bem seu trabalho, estar focado, sua família precisa estar bem”, completou a Oficial sobre ter ficado longe tanto tempo.
NAS OPERAÇÕES DE PAZ
A FAB atua na Missão das Nações Unidas para a Organização de um Referendo no Saara Ocidental (MINURSO), onde a Organização mantém uma missão desde 1991, com objetivo de monitorar um acordo de paz entre o Marrocos e a Frente Polisário, que busca a independência do território do Saara Ocidental.
Em diferentes regiões do globo, uma força militar de cerca de 90 mil capacetes azuis, cujas missões são lideradas, principalmente, pelo Departamento de Operações de Paz (DPO), atua para resolver conflitos, da melhor forma possível, por vias pacíficas. Al-
gumas de suas atribuições são distribuição de água e comida, resgate de reféns e proteção de civis, sendo o uso da força permitido apenas nas conjunturas de legítima defesa.
De acordo com o Ministério da Defesa, atualmente, das 14 missões de paz sob a égide da ONU, o Brasil participa em 11 delas, com o efetivo de 89 militares brasileiros.
A participação do Brasil em Operações de Manutenção de Paz remonta a datas anteriores à criação da ONU. De fato, mesmo não fazendo parte da Liga das Nações desde 1926, o Brasil teve papel fundamental, na década de 1930, na mediação no “Conflito de Letícia”, entre Colômbia e Peru.
Já nos primórdios da criação da Organização, em 1947, o Brasil participou com diplomatas e observadores militares na
Comissão Especial das Nações Unidas para os Bálcãs (UNSCOB), na porção meridional da Europa, criada para monitoramento fronteiriço em face das tentativas de intervenção da Albânia, Bulgária e Iugoslávia na guerra civil grega.
O Brasil assumiu tarefas de coordenação e comando militar de importantes operações, como no Haiti (MINUSTAH/2004) e no Líbano (UNIFIL/2011), o que trouxe prestígio à política externa do país, aumentando a projeção brasileira no cenário mundial. Enquanto a primeira teve como relevância nossa participação fundamental para a consecução da estabilidade política daquele país (Haiti), a segunda se destacou por possuir o Brasil, naquele momento, a liderança da única força naval atuando pela ONU no mundo.
Há 19 anos, a Capitão Luana Morena Maciel Araújo realizou seu sonho de iniciar a carreira como militar, na especialidade de Controle de Tráfego Aéreo, sua paixão profissional. Atualmente, serve no Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), em Manaus (AM), onde cumpre suas missões. Há dois anos e meio, a Capitão realizou outro sonho: ser mãe da Valentina, que nasceu na capital amazonense. Atualmente, carrega no seu ventre um novo amor: a oficial está grávida de 8 meses.
De acordo com ela, as duas paixões agora andam de mãos dadas. “Quando me tornei mãe, o desafio para conciliar vida profissional e pessoal foi maior, e, paralelamente, o esforço para produzir mais na minha área de atuação, pois prestamos serviço para a sociedade e estamos sempre em busca de oferecer o melhor. Com filhos, temos que nos desdobrar ainda mais para esse resultado”, expressou.
A oficial relatou, ainda, os
compromissos que a vida de militar impõe, especialmente durante a experiência de tornar-se mãe. “Ano passado, eu fiz quatro cursos em São José dos Campos (três com duração de duas semanas e um de três). Assim, fiquei quatro vezes fora de Manaus. Ainda estava amamentando a minha filha, que estava com menos de dois
anos. Foi bem difícil, mas deu tudo certo”, garantiu.
Apesar dos desafios diários, a oficial encontra apoio em seu esposo, que também é militar da FAB, o Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Allan Cristiano Rodrigues da Silva. “Quando precisei ir para outra cidade para realizar esses cursos, meu
marido ficou em Manaus sozinho com a minha filha. E ele sempre procurou me deixar tranquila em relação a ela”, assegurou.
Mas, segundo a oficial, a força e o exemplo diário vêm da mãe. O ingresso na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), por exemplo, só foi possível
Ten REP Marize Torresgraças ao apoio materno. “Eu não passei nas duas primeiras provas, mas ela sempre me apoiou falando para eu fi car tranquila, que ia continuar pagando o cursinho preparatório para eu estudar com calma. Aí eu continuei praticando, sempre estudei bastante, inclusive em finais de semana, feriados e datas comemorativas. Minha mãe via minha dedicação e foi a principal incentivadora: era só questão de tempo até eu passar na prova e, de fato, foi”, contou.
A oficial incentiva outras mulheres a ingressar na FAB. “É uma Instituição de reconhecimento e credibilidade perante a sociedade. Esse é um fator importante, além da estabilidade financeira. O apoio do efetivo em situações atípicas conta muito também. Por exemplo, quando minha filha tinha 7 meses, após ingressar na creche, ela ficava doente com mais frequência, o que tornava difícil conciliar com o trabalho. Mas tenho o apoio da chefia e, com isso, fiquei mais tranquila para acompanhá-la quando necessário”, agradeceu.
A história da Capitão é permeada de coincidências com a trajetória da Sargento Rogéria Marin Pimentel. Além de terem ingressado na Força Aérea na mesma turma, no ano de 2004, há muitos eventos em comum: curiosamente, a jornada delas começou com o anúncio de um panfleto quando caminhavam na rua. Uma estava no Rio de Janeiro, a outra no Rio Grande do Sul. Outro ponto similar é que as duas se casaram com militares da FAB e também tiveram o primeiro filho no mesmo mês e ano. Enquanto
a Capitão Morena é mãe de Valentina, de dois anos e meio, a Sargento Marin é mãe do pequeno Matheus, da mesma idade.
A graduada realizou seu sonho de iniciar a carreira como militar na especialidade de Equipamentos de Voo. Atualmente, serve no Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), em Brasília (DF). De acordo com ela, a dedicação de ser mãe e militar requer foco nos momentos em que exerce cada papel. “O importante é estar feliz nas suas escolhas. Graças a Deus, posso dizer
que me sinto realizada tanto profissionalmente quanto pessoalmente, agora que sou mãe!”, expressou.
A Especialista em Equipamentos de Voo destacou que, pelo fato de ambos serem militares, a relação entre ela e seu esposo, o Tenente-Coronel José de Almeida Pimentel Neto, é de apoio mútuo. “Eu acho que, por eu ser militar, consigo compreender melhor a rotina dele de viagens. Sabemos que foi a nossa escolha e que estamos realizando sonhos, inclusive o de ter o nosso filho”, concluiu.
O Comandante-Geral do Pessoal, Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Reis Tavares, ministrou, no mês de abril, uma palestra sobre os fundamentos da profissão militar para o efetivo da Guarnição de Aeronáutica de Lagoa Santa (GUARNAE-LS). O evento tratou sobre assuntos relacionados às ações de pessoal, gestão, valores militares e outras reflexões necessárias para o equilíbrio na vida, no trabalho e na família. De acordo com o Comandante-Geral do Pessoal
(COMGEP), despertar os valores, o bem-querer e o patriotismo estreita a ligação dos militares com a Instituição. “É essencial que cada um acredite no seu trabalho, no que está fazendo. Assim, estimula-se o sentimento de pertencimento com a Força Aérea, pois tudo que a pessoa faz com amor e com doação contribui para o todo – a missão e a visão que a FAB tem de futuro”, destacou o Oficial-General.
O Comandante do CIAAR, Brigadeiro do Ar José Henrique Kaipper, falou sobre a relevância da atividade. “Atra-
vés dessa palestra, foi possível compreender a importância do trabalho em equipe, da disciplina, da hierarquia e do comprometimento na busca por objetivos comuns. Além disso, os valores militares
apresentados podem ser aplicados em diversas áreas da vida, seja no âmbito pessoal ou profissional, contribuindo para o desenvolvimento de uma conduta ética e responsável”, concluiu.
