REVISTA PRÓ INOVAÇÃO - EDIÇÃO 02

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TECNOLÓGICA

EM REVISTA

Uma publicação da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica

ANO l Nº 2 - maio/agosto 2010

Antes que a luz se apague Entidades setoriais alertam para a desindustrialização do País e a necessidade de medidas urgentes


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O Encontro mais importante do setor “Inovação no Complexo da Saúde” Inovação Tecnológica

Geração de conhecimento

Elevação da competitividade

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Validação de proposições

Relacionamento institucional

ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÃO EM FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

Atualização e integração

Sinergia estratégica

23, 24 e 25 agosto 2010

Formação de parcerias Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças 600 São Paulo - SP

O IPD-Farma agradece a todos os seus Patrocinadores e Apoiadores Patrocínio

Copatrocínio

Ao lado do médico todo dia www.hebron.com.br

Realização

Correalização

Apoio Ministério da Saúde

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos

www.ipd-farma.org.br º

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5 Realização

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos

ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÃO EM FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

30 e 31 de agosto de 2011 Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças 600 - São Paulo - SP


editorial

E M R E V I S TA

TECNOLÓGICA

editorial

Uma publicação da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica

Sociedade Brasileira Pró-InovaçãoTecnológica Presidente: Humberto Barbato Vice-presidentes: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, Jorge Lins Freire, Paulo Skaf , Robson Braga de Andrade e Rodrigo Rocha Loures Conselheiros: Armando Monteiro Neto, Carlos Alexandre Geyer, Franco Pallamolla, Celso Antônio Barbosa, João Carlos Basílio, José Manuel de Aguiar Martins, Luiz Aubert Neto, Luiz Guedes, Luiz Amaral, Merheg Cachum, Paulo Godoy e Paulo Okamotto Diretoria: Roberto Nicolsky, Marcos Oliveira, Fabián Yaksic e Joel Weisz Pró-Inovação Tecnológicaem Revista é uma publicação bimestral da Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica Expediente Comercial e Marketing: Alexandre Nicolsky Coordenação editorial: Natália Calandrini Textos: Igor Waltz Pinheiro Natália Calandrini Colaboração: Luciana Ferreira Projeto e produção editorial: Ricardo Meirelles Estagiárias: Fernanda Magnani e Mayara Almeida

País avança para trás

O noticiário de economia dos últimos meses mostra uma realidade para a qual a PROTEC alerta há seis anos. O Brasil está ingressando em um processo de desindustrialização. Não estamos falando em retração de segmentos industriais. Pelo contrário. De forma geral, o setor cresce em faturamento por conta das vendas para o aquecido mercado interno. Mas, se olharmos a situação mais de perto, veremos que a importação tem sustentado esse crescimento, em substituição ao conteúdo nacional – este mais e mais encarecido pela sobrevalorização do real, os juros altos e a elevada carga tributária. Itens de alta e média-alta tecnologia, portanto também de alto valor agregado, vêm acumulando déficits progressivos na balança comercial por não terem condições de competir nem no mercado interno, nem no externo, inviabilizando, assim, seu desenvolvimento tecnológico. Algumas indústrias, inclusive, pararam ou reduziram drasticamente sua produção. É o caso dos fabricantes de óculos, lâmpadas e componentes eletroeletrônicos, como mostra a reportagem de capa desta edição, que aponta alguns dos setores mais afetados. E conclui que o País está perdendo conteúdo tecnológico e condições de competir. Cada vez que uma indústria deixa de produzir, regride no conhecimento do processo produtivo. Com o tempo, ela desaprende a inovar. Retomar um processo estruturado de desenvolvimento tecnológico e inovação é tarefa árdua, custosa e que exige tempo, artigo precioso para um País tão atrasado tecnologicamente. Porém, a reportagem indica que nossos governantes não têm pressa. Afinal, com o preço das commodities e o consumo em alta, para que se preocupar com o futuro? A edição aborda, ainda, outro problema: o déficit na conta de serviços, ocasionado principalmente pelo aluguel de equipamentos no exterior. De novo, perdemos a oportunidade de alavancar a cadeia de fornecedores nacional, por manter o foco apenas em soluções imediatistas, sem uma visão integrada de sustentabilidade para o País. Felizmente, há iniciativas que apontam para solucionar parte dos gargalos. A entrevista com o diretor de Tecnologia da Faperj, Rex Nazaré Alves, relata como a entidade incorporou ao edital de Apoio à Inovação Tecnológica o entendimento de que as necessidades das empresas impulsionam a inovação. Outra experiência louvável é a segunda edição do edital Inova Pequena Empresa, lançada pelo Sebrae do Rio Grande do Sul no fim de julho, com diversos melhoramentos. Entre eles, está a possibilidade de inserção do produto ou serviço no mercado como o principal critério de seleção de projetos. Esses são exemplos que, espero, inspirem o aperfeiçoamento de outros mecanismos de fomento à inovação tecnológica e, assim, o País tenha condições de caminhar para frente.

Circulação: 5 mil exemplares

Roberto Nicolsky Diretor-geral da PROTEC

Sumário PROTEC - Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica Av. Churchill, 129 - Grupo 1101 - Centro Rio de Janeiro - RJ CEP 20020-050 Tel.: (21) 3077-0800 Fax.: (21) 3077- 0812 revista@protec.org.br www.protec.org.br

Notas............................................................................................................................................ 2 Opinião – A complexa tarefa de atribuir valor à tecnologia........................................................ 3 Capa – É hora de mudar a política macroeconômica para frear a desindustrialização.................4 Observatório – Déficit na conta de serviços deve chegar a recorde histórico..............................9 Entrevista – Rex Nazaré explica mudanças nas linhas de apoio à inovação da Faperj..............10 Espaço Rets................................................................................................................................ 12

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notas notas

ENIFarMed: contagem regressiva

Dirceu Raposo, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), são apenas alguns dos palestrantes já confirmados para o 4º Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos (ENIFarMed). Eles participarão de painéis como o que tratará do tema “Propriedade industrial no Brasil”, no evento a ser realizado no dias 24 e 25 de agosto de 2010, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Profissionais de PD&I, consultores de empresas, pesquisadores, representantes de governo e estudantes terão acesso também a casos de empresas internacionais, como o da alemã Finzelberg, líder na produção de extratos de plantas para a indústria farmacêutica. Uma novidade do 4º ENIFarMed é o aumento do tempo dedicado aos debates, oferecendo aos participantes a oportunidade de aprofundarem as questões apresentadas. Mariana Sandroni, coordenadora do evento, adianta que ações propostas no encontro terão sua aplicação e desdobramentos acompanhados pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos

(IPD-Farma), instituição promotora do ENIFarMed em parceria com a PROTEC. Em 23 de agosto – dia anterior ao início do encontro – serão oferecidos os cursos “Patentes e Gestão da Propriedade Industrial”, do INPI, e “Projetos de Inovação Tecnológica e Inovação Social”, da PROTEC. Mais informações e inscrições: www.ipd-farma.org.br.

Eliminando as dúvidas Precisa conhecer as opções de tratamento térmico de suco de frutas? Ou os passos para a produção de uma peça plástica injetada? O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) oferece a orientação. Criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, ele consiste em uma rede de instituições que compartilham soluções em áreas específicas para micro, pequenas e médias empresas, além de pessoas físicas. A consulta é feita online, de forma gratuita, e constitui um banco de respostas técnicas disponível ao público. O cadastro é feito pelo site www.respostatecnica.org.br.

Inscrições abertas

Subvenção inovada

Os interessados no edital nº 62 / 2009 – Recursos Humanos para Atividades Estratégicas (RHAE)/Pesquisador na Empresa podem concorrer à terceira rodada de seleções. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade promotora, aceita inscrições até 27 de agosto. Pelo edital, são oferecidas bolsas para mestres ou doutores atuarem em organizações de micro, pequeno e médio porte, com o objetivo de apoiar atividades de pesquisa tecnológica e de inovação. O valor máximo concedido por projeto é de R$ 300 mil, com contrapartida de 20% em recursos financeiros ou não.

O Sebrae do Rio Grande do Sul lançou, no fim de julho, a segunda edição do edital Inova Pequena Empresa. Serão R$ 16 milhões para o desenvolvimento tecnológico de produtos, processos ou serviços por micro e pequenas empresas do estado. A chamada se destaca pelas alterações que privilegiam companhias de menor porte e a inserção real de produtos inovados no mercado. Outra novidade é que os recursos serão oferecidos exclusivamente pelo Sebrae/RS, em uma ação pioneira da entidade. Além de demonstrar compromisso com a inovação tecnológica, o edital pode servir de inspiração para outros do setor. As propostas serão recebidas pelo Sebrae/RS até o dia 13 de setembro.

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opinião

Arquivo pessoal

opinião

O valor da tecnologia Joel Weisz

uais são os fatores que fundamentam a decisão de investir ou não numa tecnologia? Como se dá a decisão de prosseguir ou desistir de tentar desenvolver uma tecnologia? Um elemento central nessa decisão é o valor da tecnologia em que a empresa pensa investir. Sabemos que tecnologia, para a empresa, é um valor ou, usando a linguagem contábil, tecnologia representa, para a empresa, um ativo intangível. Ativos intangíveis têm uma importância crescente na sociedade do século XXI. Na economia do conhecimento, as empresas que mais se valorizaram, como Genentech, Microsoft, Nike ou Google, devem a maior parte desse valor a seus ativos intangíveis. O que vale nessas empresas é o conhecimento, a aceitação pelo mercado, o nome, o design, a marca ou a tecnologia. Os ativos fixos representam uma parcela pequena no valor dessas empresas. No entanto, é difícil atribuir valor a ativos intangíveis. Quanto vale a tecnologia que uma empresa desenvolve? Há diferentes critérios para se atribuir valor à tecnologia: o valor contábil, o valor de mercado ou o valor da tecnologia para uma dada empresa. No balanço, a tecnologia é apresentada como um ativo intangível pelo seu valor contábil. Os gastos incorridos no desenvolvimento tecnológico são levados à conta de capital na qualidade de gastos diferidos, aqueles que serão amortizados ao longo da vida útil do ativo intangível. No entanto, o valor de um bem não necessariamente corresponde ao que foi gasto na sua confecção. Isso é verdade também para tecnologia. Assumindo que a tecnologia seja uma mercadoria que se possa negociar no mercado, haverá um preço pelo qual o mercado se disponha a negociar a tecnologia: é o valor de mercado. Evidentemente, esse preço não necessariamente equivale ao valor contábil da tecnologia. O fato de a empresa ter gasto muito ou pouco no desenvolvimento da tecnologia não determina que o mercado esteja disposto a pagar mais ou menos por ela, nem que

quem a queira vender esteja disposto a cobrar mais ou menos por ela. Finalmente, o valor da tecnologia para uma dada organização pode não ser aquele determinado pelo mercado. Uma empresa pode achar que o preço dado pelo mercado é demasiadamente alto, pois, para ela, a tecnologia vale menos do que o mercado pede. Ou, ao contrário, a empresa pode achar que o preço pelo qual a tecnologia é negociada é baixo e ela estaria disposta a pagar até mais. Nesse caso, ela concordará em pagar o preço de mercado. Para uma empresa, o valor da tecnologia será necessariamente função do valor atual da expectativa de ganhos futuros que aquele ativo intangível tornará possível. A tecnologia tem um valor para a empresa porque ela acredita que poderá ter, no futuro, vantagens ou ganhos oriundos do uso daquele conhecimento.

tecnológico, assim como de prosseguir ou desistir desse investimento. A valoração da tecnologia pode assumir diferentes graus de elaboração em função da precisão das informações disponíveis, bem como do valor envolvido. Projetos em estágios iniciais ainda não terão gerado informações muito precisas que justifiquem cálculos elaborados demais. Também projetos pequenos ou em pequenas empresas normalmente não comportam cálculos muito sofisticados, pois o custo de realizá-los frequentemente não compensa seu valor. Além disso, em pequenas empresas, muitas vezes o conhecimento de seus gestores, a sua O valor da experiência, faz com que decisões tecnologia tomadas de maneira mais empírica ou mesmo intuitiva sejam mais confiáveis do será função da que cálculos muito elaborados, sobretudo se os dados de entrada não representarem expectativa de ainda uma base razoavelmente confiável. ganhos futuros Já em organizações maiores e, sobretudo, no caso de projetos de maior que esse ativo porte, é importante ter em mente que a tecnologia é valorada a partir de fatos intangível tornará futuros que, por isso mesmo, são incertos. possível Saber quanto valem hoje, no momento da tomada de decisão, ganhos esperados para o futuro envolve riscos e incerteza. Tratar tecnologia como valor é uma Assim sendo, valor de tecnologia não é importante ferramenta gerencial na um conceito único e, por isso, cada empresa do século XXI. empresa deve atribuir seu valor à tecnologia ou, em outras palavras, valorar a tecnologia. É importante que a empresa seja capaz de determinar esse valor, pois o mesmo lhe dará importantes elementos de Joel Weisz, engenheiro e consultor da PROTEC, é autor do livro 'Projetos de tomada de decisão, seja para negociar Inovação Tecnológica: planejamento, preço no caso de uma negociação no formulação, avaliação, tomada de mercado, seja para tomada de decisão de decisões', editado em 2009 pelo Sistema investir ou não no desenvolvimento Indústria (CNI, SENAI, IEL)

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Capa

A estrutura pode ruir U

m dos indicativos de que a indústria nacional vem perdendo competitividade para os produtos estrangeiros de alto valor agregado é o déficit comercial dos produtos de alta e média-alta tecnologia (veja quadros na pág.6). A defasagem aumentou 423% entre 2003 (US$ 8,6 bilhões) e 2009 (US$ 44,9 bilhões), de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) acompanhados sistematicamente pela Sociedade Brasileira PróInovação Tecnológica (PROTEC). O quadro vem se agravando este ano.

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O MDIC registrou, entre janeiro e maio, que 301 empresas deixaram de exportar, enquanto 3.728 começaram a importar. Alguns economistas apontam o aumento das importações como reflexo positivo do aquecimento do mercado interno. Porém, diversos segmentos industriais sequer chegaram ao aproveitamento total de sua capacidade instalada. O diretor-geral da PROTEC, Roberto Nicolsky, avalia que as empresas investiriam em produtos próprios se tivessem tido tempo de se organizar para atender ao rápido crescimento da

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demanda e se os encargos de produção não fossem tão elevados em comparação a outros países. “No cenário atual, o empresário compra um produto estrangeiro, incorpora a margem de lucro e, ainda assim, o preço final fica mais barato do que se tivesse produzido no Brasil. Não há como competir com isso”, afirma. Para não ficar apenas nos números, um caso real: maior empresa de lâmpadas e sistemas de iluminação do mundo, a alemã Osram é das poucas do setor que ainda produzem no País. Parou a fabricação de lâmpadas automotivas –


Capa

segmento em que é líder global – e passou a importar o produto de suas fábricas em países como Estados Unidos, Alemanha, França, China, Indonésia e até Malásia. O motivo: necessidade de buscar custos mais baixos para inovar e produzir. Restaram para a produção local os produtos básicos, como lâmpadas incandescentes e fluorescentes tubulares. “Não basta termos o mesmo nível de qualidade mundial, capacidade de desenvolvimento tecnológico e de novos produtos, se não tivermos no Brasil mãode-obra competitiva, maior facilidade de

Problemas de proporções chinesas O Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo. Para os investimentos em áreas estratégicas, ela fica na ordem de 5% nas melhores condições brasileiras, em bancos de fomento como o BNDES. Ao passo que, na China, esses investimentos são subsidiados, ou seja, contam com juros negativos, e há bonificações de até 20% sobre o valor dos produtos exportados. Como se isso fosse pouco, a carga tributária brasileira é de desanimar o empreendedor mais ousado: para cada R$ 1,68 gerado pela indústria, R$ 1 vai para o pagamento de impostos, de acordo com Ricardo Roriz, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em paralelo, a moeda valorizada é mais um fator que encarece o produto nacional tanto para o mercado interno como externo. Flávio Castelo Branco, gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), critica a política monetária como único instrumento de controle da inflação. “Deveria haver um melhor monitoramento do fluxo de entrada e saída de recursos externos, com uma série de disciplinamentos do regime cambial”, afirma, pontuando que a importação pode ser positiva, se associada a mecanismos de inovação. “Mas, se ela aumentar mais que a produção doméstica, vamos perder espaço”. É o caminho que o País vem trilhando em relação à China, hoje seu maior parceiro comercial. Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), defende que o Brasil precisa oferecer para sua indústria igualdade de condições para concorrer. O país asiático, por exemplo, adota moeda depreciada em um ambiente de elevada taxa de investimento produtivo no

mercado interno. “Enquanto nenhuma correção é feita, o Brasil já pode ter ingressado, mesmo sem saber, em um processo lento e gradativo de desindustrialização”, alerta Godoy, conselheiro da PROTEC. Foto: divulgação Abdib

investimentos e financiamentos, além de custos compatíveis com a realidade. Infelizmente vemos que, aqui, as elevadas cargas tributária e de juros são algumas das mais altas do mundo, sendo as grandes vilãs da cadeia produtiva”, avalia o gerente de Marketing da Osram, Marcos Ellert.

O Brasil já pode ter ingressado, mesmo sem saber, em um processo de desindustrialização

O Brasil está em festa. O aumento do consumo, as vendas crescentes da indústria, o saldo positivo da balança comercial e os preparativos para os dois maiores eventos esportivos globais – a Copa do Mundo e as Olimpíadas – cunham o sentimento de que, enfim, somos o País do presente e não mais uma promessa de futuro. Porém, o sonho verde-amarelo tende a ganhar nuances sombrias devido à negligência frente aos alertas de especialistas para o risco de desindustrialização. Não, as fábricas não estão fechando as portas... ainda. Mas muitas delas deixam de produzir para importar, a preços mais baixos, componentes ou até itens acabados para revenda. Com isso, perdem patamar tecnológico e valor agregado, enquanto ganham vulnerabilidade. O quadro poderia ser diferente se o governo, paralelamente a uma política de inovação eficiente, desistisse da fórmula câmbio valorizado, alta taxa de juros e tributação elevada, que favorece as importações e mina a competitividade nacional. O cenário pode ficar ainda pior. Além da conhecida invasão de produtos chineses, a Índia cada vez mais compete com os produtos estratégicos nacionais, como fármacos e medicamentos.

Paulo Godoy Nicolsky complementa que existe a previsão de a China também ocupar o lugar de maior investidor no Brasil este ano, ultrapassando Estados Unidos, Espanha e Alemanha. Segundo ele, a Índia vem seguindo o mesmo movimento, enquanto, de forma silenciosa, amplia suas exportações de produtos de alto valor agregado para o País. “O déficit de fármacos e medicamentos, especialmente os genéricos, se deve em grande parte à importação de produtos indianos”, pontua. Tragédia anunciada O déficit tecnológico vem sendo ofuscado pela miopia diante do crescimento econômico atual. Ao valorizar os resultados imediatos, governos sucessivos preferiram apenas comemorar o saldo positivo da balança comercial, puxado principalmente pela

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Capa

Saldo comercial brasileiro em 2009 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 -10.000 -20.000 -30.000 -40.000 -50.000 -60.000 -70.000 -80.000

1996

2000

Saldo da balança comercial

2005

2008

Saldo da balança comercial sem commodities

2009

até junho/2010

Saldo dos setores químico, bens de capital e eletroeletrônico (alta intensidade tecnológica) Dados: SECEX/MDIC, Abinee e Abimaq

Déficit tecnológico por setor em 2009 33% 37%

5%

Eletroeletrônicos

6%

19%

Bens de capital eletroeletrônicos

Bens de capital

Químico

Outros

Dados: SECEX/MDIC, Abinee e Abimaq

alta das commodities agrícolas, sem considerar a fragilidade desse modelo.

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mecanismos antidumping, itens como ferro de passar, liquidificador e batedeira nem seriam mais feitos aqui. “Somente ao olhar a marca, não é possível dizer que se trata de um produto estrangeiro, porque a empresa é multinacional. Mas, muitas

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vezes, ele foi importado”, ressalta. Com esse processo, fica iminente a desindustrialização em cadeia, pela diminuição da demanda para as indústrias de matérias-primas – alumínio, aço, plástico – ou de base – como a mecânica e de fundição. No setor de fármacos e medicamentos, os intermediários químicos e as matérias-primas básicas são os mais vulneráveis à substituição por importados. Segundo Nelson Brasil de Oliveira, 1º vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), no fim dos anos 80 o Brasil contava com cerca de 80 indústrias de princípios ativos, enquanto hoje restaram menos de 10. As iniciativas do governo para fortalecer o Complexo Industrial da Saúde prometem remediar o quadro de retração. Desde o ano passado, 17 parcerias público-privadas foram firmadas para fabricar e fornecer medicamentos prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS). Com destino certo para sua produção no


Foto: divulgação Fiesp

Avanços obtidos O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) do MDIC, Reginaldo Braga Arcuri, discorda que o País esteja em rota de desindustrialização e destaca avanços já obtidos pelo governo no incentivo à inovação. Entre as ações da entidade citadas por ele, estão a criação da Rede Nacional de Política Industrial (Renapi) – para aproximar agentes públicos e privados –, além da realização de cursos em parceria com a PROTEC e de encontros com empresas interessadas nos financiamentos da Finep e BNDES. Arcuri também menciona o crescimento das operações de crédito e subvenção para projetos de inovação oferecidas pelas duas instituições e a Lei do Bem. Criada em 2005 com base em proposta apresentada pela PROTEC, ela

Nossa balança de pagamentos vai se deteriorar devido à importação cada vez maior de manufaturados

mercado interno, o setor nutre a expectativa de consolidar um processo estruturado de inovação em toda a cadeia produtiva que garanta competitividade dentro e fora do País. Ainda mais importante que a verticalização nesse processo, Oliveira considera o uso do poder de compra do Estado, com alteração no marco regulatório no que se refere às licitações públicas para dar preferência a produtos nacionais. Ele defende que o modelo seja estendido a outros setores da economia, como de petróleo e gás, informática e bens de capital.

Ricardo Roriz beneficiou cerca de 600 empresas em 2009 contra as 130 de 2006, de acordo dados do Ministério de Ciência e Tecnologia. Mas Nicolsky avalia que, apesar desse ser o mecanismo de maior adesão hoje, ainda tem pouco retorno devido ao baixo percentual de isenção (60%, enquanto a PROTEC defende que fosse de 100%) e pelo fato de só as grandes empresas (cerca de 6% do total existente no País) que apuram por lucro real se beneficiarem. Rodrigo da Rocha Loures, coordenador nacional da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, aponta outro entrave relacionado à inovação. “É preciso uma mudança cultural. Hoje os recursos de incentivo são monopolizados para o uso de pesquisa científica. Mas a universidade não faz inovação, faz invenção. A invenção só se converte em inovação quando é aproveitada pelas empresas”, pondera.

Novas ameaças à vista Este ano, a exportação de produtos básicos deve superar a de manufaturados pela primeira vez desde o fim da década de 70. Mas para José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), mais grave é o fato de os produtos de ponta serem, em sua maioria, fabricados por empresas de capital estrangeiro com filiais em outros países, que deixam de exportar a partir do Brasil por terem foco no mercado interno. Isso sem falar nas remessas de lucro, que podem

causar desequilíbrio nas contas externas mais adiante. Mesmo o agronegócio, tradicional segmento da economia brasileira, vem contribuindo para este quesito, ao receber cada vez mais investimentos estrangeiros diretos para fusões ou aquisições de empresas. Segundo Castro, outra questão desponta em um horizonte não muito distante. A China, para não depender do Brasil, busca fontes alternativas de matérias-primas na África. O continente, com novas competências desenvolvidas,

pode provocar o aumento da oferta de commodities no mundo com a consequente queda das cotações. Principal destino dos manufaturados brasileiros exportados, a América do Sul sentiria os prejuízos da concorrência e retrairia as importações. “O mundo está em sinal vermelho e o Brasil ignora. O País, que hoje parece a panaceia do planeta, pode decepcionar. Não estou afirmando, mas é algo que precisa ser pensado”.

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Foto: Gilson Abreu/divulgação Fiep

Capa

PARANÁ Rodrigo Loures defende mudança cultural para se destinar recursos para inovação nas empresas

Paraná: proposta pioneira de PDP estadual Quarto maior estado brasileiro no ranking da indústria de transformação do País, o Paraná batalha para manter seu posicionamento. Apesar de o setor industrial responder por 54% da arrecadação estadual, o acesso a recursos e crédito – em boa parte centralizada em nível federal – é precário, na avaliação de Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação

SANTA CATARINA

das Indústrias do Paraná (Fiep). Segundo ele, mais complicado é pensar que a maior parte das 40 mil indústrias paranaenses são pequenas e médias, que dificilmente veem seus pleitos atendidos pelo governo central. “Esse é um dos motivos por que defendemos com tanta ênfase a tese do desenvolvimento local e da revisão do pacto federativo. O desenvolvimento do Brasil nada mais é do que a soma do desenvolvimento de cada uma de suas regiões”, defende Loures. Seguindo esta linha, a Fiep articula com o governo do estado a criação da Política

RIO GRANDE DO SUL

de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para o Paraná, primeira iniciativa do gênero no Brasil. A entidade também elaborou uma proposta para a Lei Estadual de Inovação para orientar os recursos públicos e o apoio estatal ao empreendedorismo e à inovação nas empresas.

Caminho para a mudança

Atuação mais ativa do Conselho Nacional de Ø

A Pró-inovação tecnológica em Revista perguntou a entidades setoriais que grandes medidas o governo deve adotar para estimular a competitividade da indústria. Veja as respostas:

Articulação maior entre os ministérios da área econômica Ø

Incentivo ao desenvolvimento tecnológico Uso do poder de compra do Estado em setores sensíveis Ø da economia Oferecimento de linhas de financiamento com Ø compartilhamento de riscos Implantação de taxas de juros especiais para Ø investimentos em inovação

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Pró-Inovação em Revista - Ano I - nº 2 - maio/agosto 2010

Desenvolvimento Industrial e o de Ciência e Tecnologia

Criação da Secretaria de Inovação ligada à Presidência Ø da República Alterações macroeconômicas Desvalorização do real Ø Desoneração dos investimentos Ø Ø Revisão do pacto federativo, descentralizando recursos em prol do desenvolvimento local Ajuste nos gastos públicos para controle da inflação Ø Reformas tributária e fiscal Ø


observatório

observatório

Déficit na conta de serviços pode chegar a recorde de US$ 30 bilhões

A

conta de serviços – que compõe o balanço de pagamentos do País – vem registrando déficit progressivo, com aumento de 400% nos últimos seis anos. O desempenho pode ser verificado pela série histórica contabilizada pelo Banco Central: os US$ 4,7 bilhões negativos em 2004 pularam para US$ 8,3 bilhões em 2005. Depois, para US$ 13,2 bilhões em 2007 e US$ 19,3 em 2009. A análise revela, ainda, a fragilização de certos setores na área de serviços. Os principais deles são aluguel de equipamentos, viagens internacionais, transportes, serviços de TI, seguros, royalties e licenças. A situação vem pressionando o balanço de pagamentos. Segundo especialistas em comércio exterior, a previsão para 2010 é que o déficit cresça até quase US$ 30 bilhões. Só a conta de aluguel de equipamentos deve alcançar o patamar de US$ 12 bilhões negativos – o equivalente a 40% do déficit total previsto. Segundo o economista Fernando Varella, consultor da PROTEC, a tendência é o déficit se agravar caso a Petrobras continue a ser uma das empresas que mais dão preferência ao aluguel de máquinas fora do Brasil. “A Petrobras precisa ter como prioridade uma política que

induza a cadeia de fornecedores nacionais de média e médiaalta tecnologia a participar mais ativamente da exploração de petróleo e gás, especialmente no pré-sal. Importar ou alugar no exterior atende à demanda imediata, mas deixa de criar empregos, renda e tecnologia no Brasil. Do mesmo modo, a estatal precisa cobrar de seus fornecedores estrangeiros planos de nacionalização de tecnologia, com metas pré-definidas”, defende Varella. Até agora, o déficit de serviços vem sendo compensado pelo saldo positivo da exportação de commodities e do fluxo de entrada de capitais especulativo e produtivo. “No curto prazo, o problema está equacionado. Porém, no caso de agravamento da crise internacional, o fluxo de capitais para países emergentes diminuirá, em busca de aplicações lastreadas pelo dólar americano. No pior dos cenários, o País precisará recorrer a suas reservas cambiais, situação que gera perda de confiança dos investidores. A solução para o déficit nas transações externas é investir fortemente na competitividade da indústria nacional para que ela possa atender bem o mercado interno e concorrer no exterior”, alerta Varella.

Déficit da conta de serviços (milhões de US$) -30.000

Projeção até dez/2010

-25.000

-20.000

-15.000

-10.000

-5.000

0 2004

2005

2006

2007

2008

2009

até jun/ 2010 Fonte: Banco Central

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entrevista

Entrevista

Rex Nazaré

Tecnologia para alavancar o desenvolvimento socioeconômico P

equenos detalhes podem fazer toda a diferença. Foi assim que a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj) aprimorou, nos últimos três anos, seus editais de inovação tecnológica para as empresas fluminenses. Diante da dificuldade de interiorizar as ações no estado, a entidade percebeu a necessidade de conferir maior liberdade para as companhias apresentarem projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica de acordo com suas próprias demandas. Assim, foi promovendo mudanças progressivas em suas linhas de fomento. Em agosto de 2009, a Faperj lançou a segunda edição do edital de Apoio à Inovação Tecnológica, o primeiro que permitiu a participação independente de empresas fluminenses, sem vínculos com Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). Em entrevista exclusiva, Rex Nazaré Alves, diretor de Tecnologia da Faperj, fala a respeito dessa nova de percepção da entidade. O físico, especializado em engenharia nuclear pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), apesar de ter grande experiência acadêmica, reconhece que fomentar a tecnologia no setor produtivo é a forma eficiente de se garantir o desenvolvimento socioeconômico em todo o estado do Rio.

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Pró-Inovação em Revista - Ano I - nº 2 - maio/agosto 2010

O edital de Apoio à Inovação Tecnológica 2009 dispensou, pela primeira vez no estado do Rio, a exigência de cooperação com ICTs para que empresas se candidatassem à subvenção. Como a Faperj percebeu a necessidade de mudança? Rex Nazaré: Quando lançamos o Pappe [Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas] em 2003, o primeiro edital voltado para inovação empresarial, observamos uma forte concentração de projetos vindos de cidades da região metropolitana do Rio, além de municípios como Campos e Macaé, onde há polos de desenvolvimento por conta da exploração do petróleo. Nosso intuito era usar a tecnologia como forma de alavancar a melhor distribuição de renda e reduzir a desigualdade do estado. Percebemos que era preciso ir além para levar o desenvolvimento até o interior. Foi então que, em 2007, a Faperj lançou o primeiro edital de Apoio à Inovação


Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro. A partir dele, não somente o pesquisador poderia ter uma ideia e procurar uma empresa para colocá-la em prática. Abrimos a possibilidade de a empresa também buscar um instituto de pesquisa para formular e apresentar um projeto de seu interesse à Faperj. Este edital representou um avanço, apesar de a ligação com um ICT ainda ser uma exigência. Só em 2008, quando foi lançada a segunda edição do Pappe, tivemos as primeiras experiências a respeito da não-vinculação entre empresa e ICT, com a participação direta de micro e pequenos empreendimentos. O edital de Apoio à Inovação Tecnológica de 2009 foi o primeiro em que todas as empresas puderam participar sozinhas. E, se antes atendíamos cerca de 15 municípios, hoje os recursos da Faperj chegam a mais de 75 cidades.

Se recebíamos entre 40 e 50 projetos, com o fim da obrigatoriedade do vínculo com ICT, chegamos a 600 inscrições

Havia uma demanda reprimida para as empresas se candidatarem de forma independente, sem vínculo com ICTs? R.N.: Não há dúvida , mas acredito que o crescimento da procura tenha ocorrido por conta de dois fatores. Primeiramente, pelo aumento de recursos disponibilizados para os editais. O governo do estado aumentou a participação da Faperj de 1% para 2% do total arrecadado pelo ICMS. O segundo motivo diz respeito à participação dos ICTs nos projetos. A experiência nos mostra que os institutos são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias de ponta. Mas a demanda dos empresários é outra.

Em geral, o que os empreendedores buscam, principalmente os micro e pequenos, é aplicar a tecnologia em melhorias pontuais de produtos ou processos, e não desenvolvê-la do zero. E o foco da Faperj são justamente as MPEs, que são as que mais geram empregos no Brasil. A candidatura das empresas sem ICTs repercutiu no número de projetos apresentados? R.N.: Se antes recebíamos entre 40 e 50 submissões, com o fim da obrigatoriedade do vínculo com ICT, chegamos a receber 600 inscrições, como ocorreu no segundo edital do Pappe, em 2008. Houve uma procura maior de projetos no interior do estado e, consequentemente, surge a possibilidade de desenvolvimento de atividades econômicas nessas localidades. E como a Faperj pretende promover uma maior interiorização dos investimentos? R.N.: É preciso considerar as potencialidades econômicas de cada região. Se o município tem vocação para uma atividade, vamos apoiá-lo levando tecnologia até ele. Mas não adianta somente levarmos recursos que funcionam em outra região e aplicarmos ali. É preciso desenvolver uma tecnologia adequada às condições locais. Pode mencionar um exemplo? R.N.: O caso do município de Santo Antônio de Pádua, onde há um Arranjo Produtivo Local (APL) de base mineral em que apoiamos um projeto de rochas ornamentais. Após sua conclusão, as atividades se firmaram, gerando emprego e renda na região, evitando que os habitantes se desloquem para outras áreas em busca de trabalho. Neste e em outros exemplos, aplicamos o conceito de tecnologia social, aquela que traz algum tipo de benefício específico para a sociedade local. O que em alguns municípios não é considerado uma inovação, em outros talvez seja, se atender às necessidades específicas da comunidade. É desta forma que poderemos impulsionar a economia da região.

Dia da Inovação Agora é lei! Lei 12.193 - sancionada em 14 de janeiro de 2010 Alberto Santos Dumont, em 19 de outubro de 1901, ganhou em Paris o Prêmio Deutsch ao conseguir contornar a Torre Eiffel e voltar ao ponto de partida no tempo fixado. Para isso, o seu balão Brasil nº 6 incorporou diversas inovações aos balões anteriores. É esse o conceito de inovação que se deseja difundir: a agregação de melhorias no produto ou processo para alcançar mais competitividade com sustentabilidade ambiental.

6º PRÊMIO INOVAR PARA CRESCER A PROTEC e o SENAI escolheram o DIA DA INOVAÇÃO, em 19.10, para, com a parceria do SESI e da CNI, homenagear as principais personalidades da transformação do país pela inovação tecnológica e as empresas que fizeram da inovação tecnológica um instrumento estratégico de conquista de mercados ao longo de sua história, valorizando a busca cotidiana do aperfeiçoamento de seus produtos e processos de forma sustentável. O Prêmio Inovar para Crescer tem sido concedido a empresas grandes e médias desde 2005.

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CNPq: novos projetos de entidades setoriais aprovados

Três associadas da Rede de Entidades Tecnológicas Setoriais (Rets) tiveram projetos contemplados no edital nº 65/2009, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo da seleção é impulsionar as atividades inovativas nas empresas – especialmente as pequenas e médias – por meio do fortalecimento das Entidades Tecnológicas Setoriais (ETS). Mapeamento de necessidades setoriais, desenvolvimento de softwares, treinamentos e orientação para inovação estão entre as propostas escolhidas. Conheça os projetos:

Troca de experiências Conhecer as melhores práticas do mercado está entre os caminhos para se incrementar produtos e processos. Esse conceito, aplicado a empresas do mesmo segmento – o chamado benchmarking competitivo –, é o ponto de partida do projeto da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP). A entidade irá comparar o desempenho técnico-gerencial de indústrias do setor, avaliando a eficiência no uso de equipamentos, sistemas, energia, recursos naturais e humanos, além da manutenção. No projeto, serão avaliadas quatro empresas. Com as informações, a ABTCP identificará práticas e tecnologias que devam ser adotadas ou abandonadas, aprimorando sua metodologia de benchmarking para replicá-la posteriormente de forma mais ampla. O projeto prevê, ainda, a elaboração de um software para a coleta e a análise dos dados.

Conectando a pesquisa ao mercado A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) levantará os principais gargalos do setor para cruzá-los com a oferta tecnológica existente em instituições de pesquisa. O trabalho aprofundará e ampliará estudo de demanda realizado no ano passado. A primeira etapa consistirá no envio de questionário, por email, a 500 indústrias, além de visitas a 100 delas, para identificar necessidades. A segunda fase será dedicada ao rastreamento das competências de 20 universidades, institutos de pesquisa e laboratórios. Ao comparar os dois resultados, a Abinee terá condições de orientar futuras parcerias com vistas ao desenvolvimento tecnológico. As ações serão feitas por meio dos técnicos do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Complexo Eletroeletrônico e Tecnologia da Informação (IPDEletron), que passarão por capacitação.

Difusão do conhecimento Informação é palavra-chave no projeto do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos (IPDMaq). Todas as ações planejadas buscam divulgar conceitos ligados à inovação e os instrumentos de apoio governamentais. Uma delas consiste em realizar workshops nas sedes regionais da entidade. Também será estruturado um serviço de orientação para o desenvolvimento tecnológico, que contará com visitas técnicas. No portal IPDMaq, será elaborado um sistema para disseminar entre as associadas, de acordo com suas necessidades específicas, os mecanismos de incentivo existentes. Outra novidade é um sistema online para monitorar as atividades de inovação do setor, o que contribuirá para a prospecção tecnológica e para verificar em que estágio as empresas estão, ajudando a avaliar a efetividade das políticas públicas de fomento.

Associados da RETS Abendi – Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção Abifina - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades Abimo – Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração Abraco – Associação Brasileira de Corrosão Abravest – Associação Brasileira do Vestuário Abripur – Associação Brasileira da Indústria do Poliuretano ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel CT-Dut - Centro de Tecnologia em Dutos FBTS – Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem IBTeC – Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos IPDEletron – Instituto de Gestão de Pesquisa e Desenvolvimento para a Indústria Elétrica e Eletrônica IPD-Farma – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e Produtos Farmacêuticos IPD-Maq - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos ITeB – Instituto Tecnológico da Borracha Itehpec – Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfurmaria e Cosméticos

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Vem aí o IX Encontro Nacional da Inovação Tecnológica

Políticas Públicas - Resultados e Proposições Qual o caminho?

20 e 21

de outubro de 2010 - São Paulo - SP Eventos somente para convidados! Informe-se na sua instituição. www.protec.org.br

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Veja o que o Senai pode fazer para sua indústria inovar Serviços técnicos e tecnológicos Assessoria Técnica e Tecnológica Se o problema é a qualidade do produto ou a produtividade da empresa ou instituição, o Senai, por meio de um trabalho de diagnóstico e recomendações, pode detectar e corrigir falhas no campo da gestão, da produção e da execução de serviços. Pesquisa Aplicada Trabalho executado com o objetivo de desenvolver ou aprimorar produtos, processos ou sistemas, utilizando uma ampla rede de laboratórios, centros de informação e de especialistas, com foco na pesquisa de novos conhecimentos ou na compreensão dos já existentes. Design Atividade especializada, de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionem sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos, com atendimento concreto às necessidades humanas. Serviço laboratorial A Rede Senai de laboratórios oferece serviços de calibração, dosagem, ensaio ou teste de desempenho para qualificação de produtos e processos, preferencialmente fundamentada em normas técnicas ou procedimentos sistematizados. Informação tecnológica Atividade que engloba busca, tratamento, organização e disseminação de informações, possibilitando a solução de necessidades de natureza técnica e tecnológica referente a produtos, serviços e processos, para promover a melhoria contínua da qualidade e a inovação no setor produtivo.

Cursos sob medida Um dos fatores críticos para o sucesso de sua empresa é possuir um quadro de funcionários treinado, qualificado e atualizado. Seja qual for a necessidade de educação profissional de sua indústria, o Senai tem solução para ela. Além dos 1.800 cursos, em 28 áreas industriais, regularmente ministrados nas unidades operacionais do Senai, a organização oferece cursos especialmente desenvolvidos para as necessidades de cada empresa. Com currículos e horários flexíveis, concebidos para atender à demanda específica de cada cliente, os cursos sob medida do Senai representam um forte diferencial para a sua empresa.

Aprendizagem industrial Tão importante para a indústria quanto para a sociedade, a Aprendizagem Industrial está ligada às origens do Senai. Hoje, revitalizada e adequada às novas necessidades do mercado de trabalho, a modalidade também ganhou em flexibilidade e eficácia. Uma das alternativas criadas é a aprendizagem na empresa , promovida nos locais em que não exista escola, curso ou vaga para atender à demanda das indústrias. A aprendizagem na empresa é resultado de uma parceria na qual ambos - Senai e empresa - têm responsabilidades e atribuições bem definidas e negociadas. Criteriosamente planejados, acompanhados, controlados e auditados, os cursos de aprendizagem na empresa representam a possibilidade de unir o cumprimento às leis, o exercício da responsabilidade social e o treinamento de futuros trabalhadores.

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