DECOMPONDO A PRODUTIVIDADE BRASILEIRA ENTRE 1995 E 2008

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Visão

do Desenvolvimento nº 101

7 mai 2012

Decompondo a produtividade brasileira entre 1995 e 2008 Por Antônio Marcos Hoelz Pinto Ambrozio e Filipe Lage de Sousa Economistas da APE

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Efeito tecnológico O aumento da foi o principal produtividade é responsável por um elemento ganhos no período crucial para impulsionar o crescimento econômico. O economista Paul Krugman cunhou uma expressão que sintetiza sua importância: “Produtividade não é tudo, mas no longo prazo é quase tudo”.1 A experiência brasileira ilustra a relevância de ganhos de produtividade para o desenvolvimento econômico. A Tabela 1 mostra o crescimento do PIB e da produtividade do trabalho entre 1951 e 2010. Enquanto entre 1951 e 1980, período de rápida expansão do produto (acima de 7% a.a), houve significativo avanço na produtividade (3,6% a.a), na década perdida (80) o PIB cresceu apenas 1,6% a.a., associado a uma queda na produtividade 1 Krugman P. (1997) “The Age of Diminishing Expectations: U.S. Economic Policy in the 1990s”.

do trabalho de 1,8% a.a. nesse período. Nos últimos vinte anos, a produtividade voltou a crescer (1,2% a.a.) impulsionando o crescimento da renda (3% a.a.). A recuperação do crescimento da produtividade brasileira nas últimas duas décadas, no entanto, ficou aquém da performance dos EUA, indicando ausência de convergência em relação às economias mais desenvolvidas. Numa comparação com países em desenvolvimento, a produtividade da economia brasileira continua maior que a de alguns países relevantes, tais como China e Índia, porém a produtividade do trabalho chinesa cresceu por volta de 8% a.a. e a indiana quase 5% a.a., ambos entre 1993 e 2010 (segundo dados do The Conference Board). Mostraremos nesse informe que o principal entrave para o crescimento mais acelerado da produtividade brasileira no período Visão do Desenvolvimento é uma publicação da área de Pesquisas Econômicas (APE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. As opiniões deste informe são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente o pensamento da administração do BNDES.


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