10 minute read
Terra Santa – Passos que marcam a fé
TERRA SANTA PASSOS QUE MARCAM A FÉ
Já desde crianças, ouvindo histórias bíblicas, viajamos – em nosso imaginário – à Terra Santa. Os pastores apascentando ovelhas nos campos, a gruta e a manjedoura em Belém, a pregação de Jesus no sermão do monte, o mar da Galileia, os barcos cheios de peixe na pesca maravilhosa, a multidão sentada na relva na multiplicação dos pães, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, a oração no Getsêmani, o julgamento de Jesus em Jerusalém, a via dolorosa, a crucificação e morte, a ressurreição e ascensão de Jesus. Os relatos bíblicos transportam nossa imaginação e parece estarmos realmente vendo e ouvindo o que aconteceu. Quando vamos à Terra Santa, temos que ter em mente que a descrição dos cenários bíblicos sobre a atuação de Jesus são de dois mil anos atrás. Os campos dos pastores ao redor de Belém, por exemplo, hoje são povoados. Assim, ao visitarmos os lugares sagrados, é muito importante resgatarmos o significado do que lá aconteceu outrora, que vidas foram tocadas, que milagres aconteceram, que as palavras ditas por Jesus eram de vida. É preciso que a fé nos faça crer que aí de fato Deus estava presente em Cristo. Se interiormente conseguirmos fazer essa conexão, então a viagem à Terra Santa será uma bênção para nós e não apenas uma viagem turística. Quero aqui fazer um convite. Isto é, de fazermos dessas linhas e das imagens cuidadosamente separadas para essa excursão que inicia nos próximos parágrafos. Vamos? Mas antes, é importante trazermos à luz algumas informações significantes: A Terra Santa é considerada o centro espiritual do mundo pelo seu valor histórico para o cristianismo, judaísmo e islamismo, que são as três grandes religiões monoteístas. A importância da Terra Santa para nós cristãos é porque lá Jesus nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e subiu ao céu. Já para os judeus é a terra prometida por Deus a Abraão (Gênesis 12). Para a tradição islâmica, a Terra Santa ganhou destaque especial, pois lá, no século 7, aconteceu a ascensão de Maomé, que para eles é o profeta de Deus. A grande maioria da população pertence ao judaísmo, somando 82,7%; já ao islamismo são 10,1% e ao cristianismo apenas 2,1%.
Israel reconhece duas línguas, o hebraico, que é o idioma oficial do estado, e o árabe, mas a maioria da população também sabe inglês.
A Terra Santa compreende uma área geográfica hoje dividida entre Israel, Cisjordânia e Jordânia. Por exemplo, a cidade de Belém, onde Jesus nasceu, fica hoje na Cisjordânia, assim também Hebrom, onde estão os túmulos dos patriarcas. Já a Galileia, onde Jesus viveu e atuou a maior parte do tempo, fica no estado de Israel. Assim também o monte das Oliveiras e o Santo Sepulcro ficam em Jerusalém/Israel. Então, agora, prontos a seguir, nossa viagem para a Terra Santa? Ela acontecerá por meio das fotos que estão disponíveis num arquivo de fotos neste link: < https://drive.google.com/folderview?id=1-3uLh9fgESIHhZcO4b6M8fXL0IifmejB>. Para isso, tirem um tempo sossegado, acessando esse link pela internet. As fotos também podem ser baixadas no computador e apresentadas com projetor multimídia (data show) num encontro. Sugiro vocês lerem também alguns textos bíblicos das histórias mencionadas. Será um momento muito especial! A seguir, pequenas descrições sobre alguns lugares sagrados, e destaco mais uma vez que acessem o link para que tudo se torne mais real. Agora sim! Vamos lá! Na pequena Nazaré temos hoje a grande Basílica da Anunciação, local onde teria sido a casa de Maria e José e onde o anjo Gabriel anuncia a gravidez a
Maria. No térreo da basílica está a gruta onde a família teria vivido. Nesse povoado de Nazaré Jesus passou sua infância e iniciou seu ministério. Outro local marcante é a gruta Arquivo pessoal no campo dos pastores, que fica em Beit-Sahur, perto de Belém, lugar onde os anjos anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores.
Lá também está a capela Glória in excelsis Deo, com uma lindíssima cúpula, que representa o brilho da glória vista pelos pastores, sendo que dez anjos cercam a base da cúpula. A Basílica da Natividade, em
Belém, é a igreja mais antiga do mundo em atividade. Dentro está a caverna onde Jesus nasceu. Uma estrela de prata no chão marca o lugar exato do nascimento. Atualmente, a basílica pertence a três religiões, sendo que cada uma tem “uma parte” dentro da basílica: a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja
Armênia e a Igreja Católica. A porta de entrada dessa igreja tem apenas 1,25m de altura, assim todos têm que se abaixar para passar na “porta da humildade”.
Arquivo pessoal A atuação pública de Jesus se deu, sobretudo, na região da Galileia, onde encontramos as cidades de Tiberíades, Cafarnaum, Betsaida,
Genesaré e Magdala, entre outras. Foi nas margens do lago de Genesaré ou mar da
Galileia que Jesus chamou
Pedro, André, Tiago e João ao discipulado. Lá, Jesus também acalmou a tempestade e caminhou sobre a água. Bem próximo também se deu a multiplicação dos pães e muitos outros milagres de Jesus. O passeio de barco pelo mar da Galileia nos fez lembrar todos esses episódios e calou fundo em nossa alma. Lurdes I. Gerhardt, da diretoria da OASE Nacional, acompanhou nossa viagem e testemunha: “A região que mais me agradou foi a Galileia, centro da atuação de Jesus, durante a sua vida pública. Uma região que ainda nos dias de hoje tem uma vida mais tranquila. O passeio de barco pelo lago da Galileia e a visita ao monte das bem-aventuranças me levaram diretamente a várias passagens relatadas no Novo Testamento. Era só fechar os olhos e me sentia no cenário, ouvindo Jesus”. E é bem isso que torna a viagem à Terra Santa uma experiência única: esse “fechar os olhos” e deixar a fé falar ao coração. Numa colina, com uma bela vista para o lago, Jesus proferiu o sermão da montanha, onde hoje encontramos a Igreja das Bem-aventuranças, na qual encontramos os símbolos que representam a justiça, prudência, fortaleza, fé, caridade e moderação. No arquivo de fotos ainda Arquivo pessoal postamos lugares importantes mencionados na Bíblia. Vejam a seguir: Casa de Pedro e ruínas da sinagoga em Cafarnaum. Jesus estava muito na casa de Pedro em Cafarnaum, lá curou a sogra de Pedro e o paralítico. Naquela época era um povoado com várias casas e também havia uma sinagoga, onde Jesus curou o
Arquivo pessoal
homem possuído de demônios. No local da casa de Pedro há hoje uma bela igreja construída em formato octogonal. Igreja em Tabgha, local da multiplicação dos pães e peixes. Igreja do primado de São Pedro, nas margens do mar da Galileia, onde Jesus aparece aos discípulos após a ressurreição. Poço de Jacó, na cidade palestina de
Nablus (antiga Siquém), onde Jesus falou com a mulher samaritana. O poço está no subsolo da igreja do mosteiro grego ortodoxo. Tomar água dessa fonte é se sentir dentro da história milenar. Essa área hoje faz parte da Cisjordânia. Entrar nas águas do rio Jordão e remeArquivo pessoal morar nosso próprio batismo nos fez lembrar a aliança que
Deus fez não só com o povo de Israel, mas com cada uma de nós. A Lurdes diz: “Ter oportunidade de rememorar o batismo no rio Jordão, onde Jesus foi batizado por João
Batista, foi muito marcante”. Sentir o calor do deserto, entender o alívio de tirar o pó das sandálias, valorizar uma sombra, perceber a importância de gotas d´agua, são percepções que nos fazem entender melhor muitos relatos bíblicos e nos fazem refletir e valorizar sobre muitas coisas na vida.
Os lugares sagrados em Jerusalém sempre estão cheios. Fiéis de todo o mundo têm o desejo de conhecer o monte das Oliveiras, o jardim Getsêmani, fazer a via-sacra, visitar o Santo Sepulcro e ir à Capela da Ascensão. Apreciem as fotos desses lugares sagrados.
Arquivo pessoal
Nesses locais, é possível ver pessoas profundamente compenetradas e reflexivas, trazendo à memória todo o sofrimento e a morte de Jesus por nós. Emaús, hoje uma cidade palestina chamada Nicópolis, lembra a aparição do ressurreto aos discípulos a caminho de Emaús.
Pastor Milton Jandrey, que três vezes já esteve em Israel e na Palestina, relata:
“Cada viagem me surpreendeu, mexeu comigo e, em parte, transformou meu modo de pensar em questões históricas, políticas e, principalmente, a fé. Para quem tem olhos e ouvidos atentos, penso ser impossível não voltar diferente após uma viagem a Israel e Palestina. Andar pela região da Galileia, fazer um passeio de barco pelo lago de Genesaré, conhecer o oásis da cidade de Jericó, estar à beira do rio Jordão, admirar a cidade de Jerusalém do monte das Oliveiras, aliás, ver oliveiras milenares, são momentos significativos e marcantes. Para mim, contudo, o mais importante sempre foi ouvir a palavra bíblica em espaços onde a tradição relaciona lugar e acontecimento. Ouvir, por exemplo, o relato no qual Jesus acalma a tempestade em um barco no mar da Galileia faz com que esse texto, esse milagre ganhe uma imagem, sons, cheiro em nossa vida. É a palavra de Deus tocando nosso coração e mente de maneira diferente, pelos cinco sentidos, poderíamos dizer. Cada viagem a Israel e Palestina, acompanhada da palavra de Deus, enriquece a vida e com certeza fortalece a fé”.
Sim, é isso que acontece! Voltamos diferentes, a experiência na Terra Santa é tocante! Vamos continuando nossa viagem: Estar diante dos túmulos dos patriarcas é algo que mexe com a gente, pois lembra e nos liga ao início da história e da caminhada do povo de Israel. Em
Hebrom, na Cisjordânia, se encontram os túmulos, ricamente adornados, de Abraão e Sara, Isaac e Rebeca, Jacó e Léa. Depois de Jerusalém, esse é o local mais sagrado para o judaísmo. Também é considerado sagrado para os muçulmanos e importante para o cristianismo. Outra experiência inédita foi banhar-se no mar Morto, pois com o alto teor de salinidade da água, o corpo da gente boia, não afunda. Entre outros locais, ainda visitaremos nesse nosso roteiro fotográfico: As cavernas de Qumran, próximo ao mar Morto. Lá um pastor de ovelhas encontrou vários manuscritos do Antigo Testamento, sobretudo, do livro de Isaías. As ruínas da fortaleza de Massada, próxima ao mar Morto, construída por
Herodes, o Grande, como refúgio. O Muro das Lamentações, na cidade velha de Jerusalém, é um marco sagrado para os judeus. Durante séculos, os judeus se reuniram junto ao Muro para lamentar a perda do Templo, destruído no ano de 70. É impressionante ver a forma fervorosa como as pessoas se postam lá diante do Muro, lendo a
Sagrada Escritura e fazendo incessantes orações.
Por fim, sabemos que a Terra Santa, há séculos, é terra disputada e que já gerou grandes conflitos. A paz anunciada pelos anjos e trazida por Jesus lá ainda não é real. Durante nossas visitas a templos, mesquitas, sinagogas e várias igrejas, presenciamos como outros povos vivem sua religiosidade. Com isso, aprendemos ainda mais a respeitar outras formas de expressões religiosas e o quanto a tolerância e o diálogo são necessários para que haja paz na terra. Uma viagem assim nos faz avaliar muitos de nossos conceitos e também valorizar e agradecer que a boa nova trazida por Jesus perpassou continentes e chegou até nós. Sim, é uma viagem que passa pela fé: aquela fé que existe no mundo, aquela que existe dentro de nós. Seja nessas linhas escritas, seja nas fotos tão cuidadosamente escolhidas, seja ao vivo, numa viagem real. Viajar à Terra
Santa é sempre uma viagem para dentro de nós mesmos, que marca nossa fé.
Pª Mariane Beyer Ehrat Indaial/SC