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Terra Santa – Passos que marcam a fé

TERRA SANTA PASSOS QUE MARCAM A FÉ

Já desde crianças, ouvindo histórias bíblicas, viajamos – em nosso imaginário – à Terra Santa. Os pastores apascentando ovelhas nos campos, a gruta e a manjedoura em Belém, a pregação de Jesus no sermão do monte, o mar da Galileia, os barcos cheios de peixe na pesca maravilhosa, a multidão sentada na relva na multiplicação dos pães, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, a oração no Getsêmani, o julgamento de Jesus em Jerusalém, a via dolorosa, a crucificação e morte, a ressurreição e ascensão de Jesus. Os relatos bíblicos transportam nossa imaginação e parece estarmos realmente vendo e ouvindo o que aconteceu. Quando vamos à Terra Santa, temos que ter em mente que a descrição dos cenários bíblicos sobre a atuação de Jesus são de dois mil anos atrás. Os campos dos pastores ao redor de Belém, por exemplo, hoje são povoados. Assim, ao visitarmos os lugares sagrados, é muito importante resgatarmos o significado do que lá aconteceu outrora, que vidas foram tocadas, que milagres aconteceram, que as palavras ditas por Jesus eram de vida. É preciso que a fé nos faça crer que aí de fato Deus estava presente em Cristo. Se interiormente conseguirmos fazer essa conexão, então a viagem à Terra Santa será uma bênção para nós e não apenas uma viagem turística. Quero aqui fazer um convite. Isto é, de fazermos dessas linhas e das imagens cuidadosamente separadas para essa excursão que inicia nos próximos parágrafos. Vamos? Mas antes, é importante trazermos à luz algumas informações significantes: A Terra Santa é considerada o centro espiritual do mundo pelo seu valor histórico para o cristianismo, judaísmo e islamismo, que são as três grandes religiões monoteístas. A importância da Terra Santa para nós cristãos é porque lá Jesus nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e subiu ao céu. Já para os judeus é a terra prometida por Deus a Abraão (Gênesis 12). Para a tradição islâmica, a Terra Santa ganhou destaque especial, pois lá, no século 7, aconteceu a ascensão de Maomé, que para eles é o profeta de Deus. A grande maioria da população pertence ao judaísmo, somando 82,7%; já ao islamismo são 10,1% e ao cristianismo apenas 2,1%.

Israel reconhece duas línguas, o hebraico, que é o idioma oficial do estado, e o árabe, mas a maioria da população também sabe inglês.

A Terra Santa compreende uma área geográfica hoje dividida entre Israel, Cisjordânia e Jordânia. Por exemplo, a cidade de Belém, onde Jesus nasceu, fica hoje na Cisjordânia, assim também Hebrom, onde estão os túmulos dos patriarcas. Já a Galileia, onde Jesus viveu e atuou a maior parte do tempo, fica no estado de Israel. Assim também o monte das Oliveiras e o Santo Sepulcro ficam em Jerusalém/Israel. Então, agora, prontos a seguir, nossa viagem para a Terra Santa? Ela acontecerá por meio das fotos que estão disponíveis num arquivo de fotos neste link: < https://drive.google.com/folderview?id=1-3uLh9fgESIHhZcO4b6M8fXL0IifmejB>. Para isso, tirem um tempo sossegado, acessando esse link pela internet. As fotos também podem ser baixadas no computador e apresentadas com projetor multimídia (data show) num encontro. Sugiro vocês lerem também alguns textos bíblicos das histórias mencionadas. Será um momento muito especial! A seguir, pequenas descrições sobre alguns lugares sagrados, e destaco mais uma vez que acessem o link para que tudo se torne mais real. Agora sim! Vamos lá!  Na pequena Nazaré temos hoje a grande Basílica da Anunciação, local onde teria sido a casa de Maria e José e onde o anjo Gabriel anuncia a gravidez a

Maria. No térreo da basílica está a gruta onde a família teria vivido. Nesse povoado de Nazaré Jesus passou sua infância e iniciou seu ministério.  Outro local marcante é a gruta Arquivo pessoal no campo dos pastores, que fica em Beit-Sahur, perto de Belém, lugar onde os anjos anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores.

Lá também está a capela Glória in excelsis Deo, com uma lindíssima cúpula, que representa o brilho da glória vista pelos pastores, sendo que dez anjos cercam a base da cúpula.  A Basílica da Natividade, em

Belém, é a igreja mais antiga do mundo em atividade. Dentro está a caverna onde Jesus nasceu. Uma estrela de prata no chão marca o lugar exato do nascimento. Atualmente, a basílica pertence a três religiões, sendo que cada uma tem “uma parte” dentro da basílica: a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja

Armênia e a Igreja Católica. A porta de entrada dessa igreja tem apenas 1,25m de altura, assim todos têm que se abaixar para passar na “porta da humildade”.

Arquivo pessoal  A atuação pública de Jesus se deu, sobretudo, na região da Galileia, onde encontramos as cidades de Tiberíades, Cafarnaum, Betsaida,

Genesaré e Magdala, entre outras. Foi nas margens do lago de Genesaré ou mar da

Galileia que Jesus chamou

Pedro, André, Tiago e João ao discipulado. Lá, Jesus também acalmou a tempestade e caminhou sobre a água. Bem próximo também se deu a multiplicação dos pães e muitos outros milagres de Jesus. O passeio de barco pelo mar da Galileia nos fez lembrar todos esses episódios e calou fundo em nossa alma. Lurdes I. Gerhardt, da diretoria da OASE Nacional, acompanhou nossa viagem e testemunha: “A região que mais me agradou foi a Galileia, centro da atuação de Jesus, durante a sua vida pública. Uma região que ainda nos dias de hoje tem uma vida mais tranquila. O passeio de barco pelo lago da Galileia e a visita ao monte das bem-aventuranças me levaram diretamente a várias passagens relatadas no Novo Testamento. Era só fechar os olhos e me sentia no cenário, ouvindo Jesus”. E é bem isso que torna a viagem à Terra Santa uma experiência única: esse “fechar os olhos” e deixar a fé falar ao coração.  Numa colina, com uma bela vista para o lago, Jesus proferiu o sermão da montanha, onde hoje encontramos a Igreja das Bem-aventuranças, na qual encontramos os símbolos que representam a justiça, prudência, fortaleza, fé, caridade e moderação. No arquivo de fotos ainda Arquivo pessoal postamos lugares importantes mencionados na Bíblia. Vejam a seguir:  Casa de Pedro e ruínas da sinagoga em Cafarnaum. Jesus estava muito na casa de Pedro em Cafarnaum, lá curou a sogra de Pedro e o paralítico. Naquela época era um povoado com várias casas e também havia uma sinagoga, onde Jesus curou o

Arquivo pessoal

homem possuído de demônios. No local da casa de Pedro há hoje uma bela igreja construída em formato octogonal.  Igreja em Tabgha, local da multiplicação dos pães e peixes.  Igreja do primado de São Pedro, nas margens do mar da Galileia, onde Jesus aparece aos discípulos após a ressurreição.  Poço de Jacó, na cidade palestina de

Nablus (antiga Siquém), onde Jesus falou com a mulher samaritana. O poço está no subsolo da igreja do mosteiro grego ortodoxo. Tomar água dessa fonte é se sentir dentro da história milenar. Essa área hoje faz parte da Cisjordânia.  Entrar nas águas do rio Jordão e remeArquivo pessoal morar nosso próprio batismo nos fez lembrar a aliança que

Deus fez não só com o povo de Israel, mas com cada uma de nós. A Lurdes diz: “Ter oportunidade de rememorar o batismo no rio Jordão, onde Jesus foi batizado por João

Batista, foi muito marcante”. Sentir o calor do deserto, entender o alívio de tirar o pó das sandálias, valorizar uma sombra, perceber a importância de gotas d´agua, são percepções que nos fazem entender melhor muitos relatos bíblicos e nos fazem refletir e valorizar sobre muitas coisas na vida.

Os lugares sagrados em Jerusalém sempre estão cheios. Fiéis de todo o mundo têm o desejo de conhecer o monte das Oliveiras, o jardim Getsêmani, fazer a via-sacra, visitar o Santo Sepulcro e ir à Capela da Ascensão. Apreciem as fotos desses lugares sagrados.

Arquivo pessoal

Nesses locais, é possível ver pessoas profundamente compenetradas e reflexivas, trazendo à memória todo o sofrimento e a morte de Jesus por nós.  Emaús, hoje uma cidade palestina chamada Nicópolis, lembra a aparição do ressurreto aos discípulos a caminho de Emaús.

Pastor Milton Jandrey, que três vezes já esteve em Israel e na Palestina, relata:

“Cada viagem me surpreendeu, mexeu comigo e, em parte, transformou meu modo de pensar em questões históricas, políticas e, principalmente, a fé. Para quem tem olhos e ouvidos atentos, penso ser impossível não voltar diferente após uma viagem a Israel e Palestina. Andar pela região da Galileia, fazer um passeio de barco pelo lago de Genesaré, conhecer o oásis da cidade de Jericó, estar à beira do rio Jordão, admirar a cidade de Jerusalém do monte das Oliveiras, aliás, ver oliveiras milenares, são momentos significativos e marcantes. Para mim, contudo, o mais importante sempre foi ouvir a palavra bíblica em espaços onde a tradição relaciona lugar e acontecimento. Ouvir, por exemplo, o relato no qual Jesus acalma a tempestade em um barco no mar da Galileia faz com que esse texto, esse milagre ganhe uma imagem, sons, cheiro em nossa vida. É a palavra de Deus tocando nosso coração e mente de maneira diferente, pelos cinco sentidos, poderíamos dizer. Cada viagem a Israel e Palestina, acompanhada da palavra de Deus, enriquece a vida e com certeza fortalece a fé”.

Sim, é isso que acontece! Voltamos diferentes, a experiência na Terra Santa é tocante! Vamos continuando nossa viagem:  Estar diante dos túmulos dos patriarcas é algo que mexe com a gente, pois lembra e nos liga ao início da história e da caminhada do povo de Israel. Em

Hebrom, na Cisjordânia, se encontram os túmulos, ricamente adornados, de Abraão e Sara, Isaac e Rebeca, Jacó e Léa. Depois de Jerusalém, esse é o local mais sagrado para o judaísmo. Também é considerado sagrado para os muçulmanos e importante para o cristianismo.  Outra experiência inédita foi banhar-se no mar Morto, pois com o alto teor de salinidade da água, o corpo da gente boia, não afunda. Entre outros locais, ainda visitaremos nesse nosso roteiro fotográfico:  As cavernas de Qumran, próximo ao mar Morto. Lá um pastor de ovelhas encontrou vários manuscritos do Antigo Testamento, sobretudo, do livro de Isaías.  As ruínas da fortaleza de Massada, próxima ao mar Morto, construída por

Herodes, o Grande, como refúgio.  O Muro das Lamentações, na cidade velha de Jerusalém, é um marco sagrado para os judeus. Durante séculos, os judeus se reuniram junto ao Muro para lamentar a perda do Templo, destruído no ano de 70. É impressionante ver a forma fervorosa como as pessoas se postam lá diante do Muro, lendo a

Sagrada Escritura e fazendo incessantes orações.

Por fim, sabemos que a Terra Santa, há séculos, é terra disputada e que já gerou grandes conflitos. A paz anunciada pelos anjos e trazida por Jesus lá ainda não é real. Durante nossas visitas a templos, mesquitas, sinagogas e várias igrejas, presenciamos como outros povos vivem sua religiosidade. Com isso, aprendemos ainda mais a respeitar outras formas de expressões religiosas e o quanto a tolerância e o diálogo são necessários para que haja paz na terra. Uma viagem assim nos faz avaliar muitos de nossos conceitos e também valorizar e agradecer que a boa nova trazida por Jesus perpassou continentes e chegou até nós. Sim, é uma viagem que passa pela fé: aquela fé que existe no mundo, aquela que existe dentro de nós. Seja nessas linhas escritas, seja nas fotos tão cuidadosamente escolhidas, seja ao vivo, numa viagem real. Viajar à Terra

Santa é sempre uma viagem para dentro de nós mesmos, que marca nossa fé.

Pª Mariane Beyer Ehrat Indaial/SC

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