Minha alma tem sede de Deus (Salmo 42.2

JULHO

A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Salmo 42.2

Meditação

MINHA ALMA TEM SEDE DE DEUS

Você já refletiu alguma vez sobre Arquivo pessoal a palavra “alma”? Com frequência usamos essa palavra em cantos, leituras bíblicas, orações. Mas o que realmente ela significa?

A palavra “alma” traz consigo o significado de coração ou pessoa. No Antigo Testamento, vem do hebraico néfesh e ocorre 43 vezes. Já no Novo Testamento, foi traduzida para o termo grego psychê e ocorre 30 vezes.

Vale ressaltar que Deus criou o ser humano e o transformou em ser vivente após o fôlego de vida entrar no corpo físico, oriundo da terra. Alma é a própria pessoa em sua existência única. Desta forma o corpo e Cristina Scherer, pastora mestra a alma existem em conjunto; ambos formam uma união indivisível. Na visão bíblica, a alma não tem existência separada do corpo. Não existe qualquer texto que indique a possibilidade de a alma sobreviver ao corpo, mantendo-se como entidade imortal ou consciente.

Na Bíblia, a palavra “alma” muitas vezes é traduzida também como “vida” ou “ser vivente”. O termo também é usado para se referir a seres pessoais: anjos e demônios (Hebreus 1.14; 1 Timóteo 4.1; a Cristo (1 Coríntios 3.17); a divina natureza de Cristo (Romanos 1.4); à terceira pessoa da Trindade (Romanos 8.9-11; 1 Coríntios 2.8-12); a Deus Pai (João 4.24) e a pessoas vivas (Hebreus 12.22,23).

O conceito básico de “alma” é encontrado no texto de Gênesis 2.7 (ARA), onde é mencionado o processo utilizado por Deus na criação do ser huma-

no: Então o Senhor Deus formou o ser humano do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o ser humano passou a ser alma (néfesh) vivente.

Isso significa que, no conceito bíblico:  o principal significado de “espírito” (mesmo podendo ser traduzido de várias maneiras) é fôlego de vida;  “alma” é a união do corpo com o fôlego de vida, ou seja, a pessoa como um todo. Uma pessoa viva. Veja Deuteronômio 10.22 (ARA): Com setenta almas [pessoas], teus pais desceram ao Egito; e, agora, o Senhor, teu Deus, te pôs como as estrelas dos céus em multidão. O fato é que, para existirmos, temos de ter o corpoeo espírito com a alma (fôlego de Deus). Do contrário não temos vida; deixamos de existir e dormimos o sono da morte. O próprio Cristo, o “Autor da Vida” (Atos 3.15) comparou a morte a um sono: Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu (João 11.11-14).

Com essa comparação, Cristo confirmou o que disse o sábio no tempo do Antigo Testamento a respeito do estado do ser humano na morte: Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem nada e não têm nenhuma recompensa a receber, porque a memória deles jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já não existem mais; eles estão afastados para sempre de tudo o que se faz debaixo do sol (Eclesiastes 9.5-6). Como nos diz o lema deste mês: A minha alma tem sede do Deus vivo, todo o meu ser, corpo, alma e espírito deseja fazer a vontade de Deus, no meu dia a dia, na casa, na igreja e na sociedade. É impossível ter sede de Deus apenas no âmbito da igreja e quando saímos dali ter uma atitude contrária. Isso seria hipocrisia. E Jesus denuncia as ações das pessoas hipócritas e as convida à mudança de vida. Que essa sede do Deus da vida nos acompanhe em nossos afazeres e que possamos entregar todo o nosso corpo e nossa alma nas mãos de Deus, assim como ensinou Martim Lutero na “oração da manhã”, que diz: “Agradeço-te meu Pai celeste, por Jesus Cristo, teu Filho amado, que me guardaste nessa noite de todo dano e perigo. E peço-te, queiras guardar-me também neste dia de pecados e todo o mal, para que te agradem a minha vida e tudo que faço. Pois confio a mim, meu corpo e minha alma, e tudo em tuas mãos. Teu santo anjo esteja comigo, para que o mau adversário não se apodere de mim. Amém.”