Guia IV Encontro Internacional contra o Trabalho Infantil

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IV Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil



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IV Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil


1. Apresentação do projeto Será realizado, em São Paulo, no dia 26 de agosto, o IV Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil. Essa é a quarta e última etapa dos Encontros promovidos pela Fundação Telefônica, que construíram uma estratégia global de inserir o tema do trabalho infantil nas pautas dos países em que atua: Brasil, Colômbia, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, México, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela. As etapas anteriores aconteceram no Equador, Panamá e México. Em todas elas, o encontro presencial é precedido de um ciclo virtual na plataforma Rede Lacti (www. redcontraeltrabajoinfantil.com), onde especialistas aquecem os debates junto ao público interessando, ampliando a capacidade de participação. Neste ano o Encontro debaterá as seguintes questões:

1)

Como organizações não governamentais, organismos multi-laterais, governos e a sociedade em geral têm se organizado para enfrentar as Piores Formas de Trabalho Infantil?

2)

Qual a visibilidade do Trabalho Infantil nas Cadeias Produtivas e como as políticas de proteção atuam nesse contexto?

3)

Quais as potencialidades e limites do Trabalho Adolescente Protegido (Lei da Aprendizagem)?

4)

Sistemas de monitoramento e a avaliação de práticas para erradicação do trabalho infantil (tema transversal)

Contexto: O IV Encontro acontece no contexto da realização da III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que será sediada no Brasil, em Brasília, no mês de outubro. Tem por objetivo discutir os avanços no combate à exploração de mão de obra de crianças e adolescentes e os desafios para a eliminação das piores formas de trabalho infantil.

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2. Sobre Trabalho Infantil Todo mundo sabe, qualquer trabalho infantil e o trabalho de um adolescente com menos de 14 anos é proibido, pois coloca em risco sua vida e seu desenvolvimento, afastando-o da escola, da família e dos amigos. Isso está na legislação brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e em acordos da organização das Nações Unidas (ONU). Mas infelizmente, tem muita gente que anda desrespeitando isso, o que é crime. Apesar de a legislação nacional deixar essa proibição bem clara, uma parcela da sociedade ainda pensa que o trabalho na infância ou na adolescência, muitas vezes, pode ser um caminho para o sustento da família. No entanto, trabalho doméstico, exploração sexual, trabalho na agricultura e até mesmo crianças e jovens em lixão, entre outros tipos de atividades, só contribuem para prejudicar a infância e escravizar a adolescência, vividas sem escola, sem inclusão social nem brincadeiras e com responsabilidades que não cabem a crianças nem a adolescentes. Em casos em que famílias não conseguem atender às necessidades de suas crianças e adolescentes, o Estado e até a própria sociedade devem intervir para fazer com que esses direitos sejam garantidos. Portanto, não é responsabilidade da criança ou do adolescente trabalhar para se sustentar. O trabalho adolescente, a partir dos 14 anos, precisa ser protegido seguindo a Lei do Aprendiz. Dos 16 aos 18 anos, o adolescente pode trabalhar, mas só em período diurno e desde que não comprometa a frequência escolar.

O Estatuto da Criança e do Adolescente garante, em seu artigo 4º: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.”

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3. O que vamos fazer? Queremos promover, durante o processo do IV Encontro, a participação de adolescentes dos países envolvidos. Para isso, trabalharemos em três momentos diferentes:

1)

Etapa preparatória Virtual: Para a realização de uma boa cobertura educomunicativa, precisamos nos preparar, compreender bem os temas com os quais trabalharemos e planejar nossa ação. Além disso, essa etapa nos ajudará a nos conhecermos melhor e formar uma equipe super entrosada. Usaremos para isso o Facebook e a plataforma do Pró-menino.

2)

Etapa preparatória Presencial: Esse momento acontecerá, na sede da Viração, às vésperas do IV Encontro e nos ajudará a nos organizarmos para a cobertura. Vamos falar sobre o tema do evento, analisar a programação, verificar personalidades, planejar entrevistas. Pensar a cobertura: o que será produzido, em quais linguagens, rotina de produção, pautas, equipes, etc.

3)

Coberturas educomunicativas: Esse será o momento em que tudo o que trabalhamos nas etapas anteriores ganhará concretude. Participaremos do IV Encontro, divulgando ao mundo as importantes discussões que vão rolar, tudo isso em diferentes linguagens midiáticas (Vídeo, redes sociais, site de notícias, rádio, fanzine, jornal mural).

O que é Cobertura Educomunicativa? Orientada pelo referencial teórico-metodológico da Educomunicação, a cobertura educomunicativa utiliza técnicas do jornalismo, mas com foco na importância do processo e, para tanto, prioriza que os procedimentos sejam executados de forma colaborativa. Os adolescentes são protagonistas da cobertura. Eles apresentarão ao mundo suas opiniões sobre os temas abordados e numa perspectiva não comercial da informação, comumente tratada pelos veículos da grande imprensa cuja natureza é empresarial. Aprenderão a fazer o planejamento de uma cobertura, a levantar dados para suas produções (texto, ilustração, áudio, vídeo, fotografia) a debater suas opiniões, a perceber a importância dos momentos de escuta, a se comunicar com as pessoas, principalmente as que não estarão nos eventos, pensando em como mobilizá-las.

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4. Calendário De 29 de julho a 23 de agosto: Etapa preparatória Virtual (chats; estudos sobre a programação, sobre as ferramentas de comunicação e sobre o tema de Trabalho Infantil; pesquisas; tarefas educomunicativas e outras interações via plataformas virtuais) 25 de agosto: Etapa preparatória presencial (formação sobre educomunicação, sobre Trabalho Infantil e planejamento da cobertura) 26 de agosto: Cobertura Educomunicativa do IV Encontro Internacional contra Trabalho Infantil

Programação Data: 26 de agosto Local: Hotel Maksoud Plaza Duração: 8 horas (9hs – 18hs) Mestre de Cerimonia: Felipe Mello 9h (20min.) – Café de boas vindas; 9h20 (30min.) – Fala Abertura e boas vindas do Evento – Felipe Melo (5min.) Fala Denise Colin, sobre a Conferencia Global em outubro (10min.) Fala Valente e Françoise sobre atuação da FT e entrega simbólica da sistematização das discussões na Rede Lacti para Denise Colin (10min.) 9h50 (1h20) – Primeira plenária (30min.) Fala Inspiradora: A Beleza e a força do brincar: o que aprendemos com as crianças Wellington Nogueira – Doutores da Alegria (30min.) Apresentação Estudo Econômico: Trabalho Infantil e Adolescente – Impacto Econômico e os Desafios para a Inserção de Jovens no Mercado de Trabalho no Cone Sul (30min.) A definir – Sugestão Gabi ou Françoise – Fundação Telefônica Brasil ou representante da Tendências Consultoria (20min.) Apresentação sobre trabalho infantil doméstico no Brasil - Isa Maria de Oliveira FNPETI Apresentação de vídeo sobre os impactos econômicos do Trabalho Infantil (3min.) Mediador da conversa: Ricardo Sennes – Relações Internacionais 11h10 (1h) – Aquário: Françoise, Presidente da Fundação Telefônica, Wellington Nogueira, Isa Maria de Oliveira e Ricardo Sennes 12:10 (20min) – Realização: Núcleo de Dança Pelagos (alunos do Ivaldo Bertazzo)


Flashmob (10min.) – Lançamento da Segunda Onda da Campanha: É da nossa conta! (10min.) Patricia Santin – Gerente da Área de Infância e Adolescência – Fundação Telefônica 12h30 (1h) – Almoço 13h30 (10min.) – Apresentação e combinados - Cocriar 13h40 (50min.) – Três salas com apresentação de três temas distintos: Sala 1: Como organizações não governamentais, organismos multi- laterais, governos e a sociedade em geral têm se organizado para enfrentar as Piores Formas de Trabalho Infantil? Sala 2: Qual a visibilidade do Trabalho Infantil nas Cadeias Produtivas e como as políticas de proteção atuam nesse contexto? Sala 3: Quais as potencialidades e limites do Trabalho Adolescente Protegido (Lei da Aprendizagem)? Lista de palestrantes nacionais e internacionais:

Piores Formas

TI nas cadeias produtivas

Trabalho Adolescente

Brasil

Avante

Ana Luiza Buratto

Chile

SENAME

Isabel Fárias

Uruguay

CETI (Ministerio de Desarrollo Social)

Diego Olivera

Brasil

MOC

Maria Vandalva

Argentina

CONAETI Argentina

Pilar Rey

Paraguay

CONAETI Paraguay

Nancy Dominguez

Brasil

PRATTEIN

Fábio Ribas

Chile

Vicaria pastoral Social y de los Trabajadores

Loreto Rebolledo

Venezuela

PROINFA

Victoria López

Cada sala terá: 1 especialista nacional (15min.); 2 especialistas internacionais (15min. cada) e uma ou duas boas práticas da Rede Lacti (10min.) Será proposto uma ou duas questões para debates sobre o tema em formato de World Café. 14h30 (1h40) – Apresentação da dinâmica do World Café e três rodadas 16h10 (20min) – Fechamento do World Café - Preparação para o aquário 16h30 (20min.) - Coffee 16h50 (50min.) – Aquário Final – Pergunta Norteadora: De tudo o que conversamos o que não pode faltar numa publicação sobre este tema? O que não pode deixar de ser levado para a Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em outubro? 17h40 (10min.) – Apresentação do produto da facilitação gráfica e do produto dos jovens da Cobertura Educomunicativa 17h50 (10min.) – Fala de encerramento – Maria Gabriella Bighetti – Diretora Fundação Telefônica. 18h (10min.) – Encerramento grupo Arrasta-lata (10min.) Cobertura Educomunicativa dos Jovens (Viração): Participação de jovens internacionais (7 confirmados – Chile, Uruguai e Venezuela); 11 jovens de Intervenção Direta e 11 jovens de São Paulo)

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5. Como se faz: Jornal humano ambulante Elisangela Nunes Cordeiro, da Redação

O Jornal Mural Ambulante, ou Jornal Humano Ambulante, foi uma ideia que a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores (Renajoc) teve durante a cobertura da 2ª Conferencia Nacional de Juventude, que aconteceu em Brasília, em dezembro de 2011. Os jovens se inspiraram nos homens-placa, profissionais que vestem anúncios diversos e circulam nos centros de grandes cidades. Em uma reunião de pauta, um dos jovens sugere: “Que tal sair pela conferência de homem placa com uma pergunta? Vamos nos vestir em um papel craft”. Os mais tímidos usaram máscaras, também feitas de craft, para sair circulando com canetões em mãos. A intervenção chamou a atenção e passou a ser replicada em outros eventos e contextos. Com ele, foi possível a produção rápida de uma matéria e contou com a participação dos jovens presentes na conferência, que responderam perguntas como: “O que é ser jovem?”, “O que você traz na mala?”. O grupo sempre escolhia o horário do almoço para a atividade. Era nesse momento que os jovens deixavam sua opinião em diferentes formatos: poesias, frases, palavras, desenhos... Saiba como produzir um jornal humano ambulante para você coletar opiniões na sua escola e em outros locais!

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Um jeito animado, interativo e criativo de coletar opiniões

Passo a passo 1. Começando: Recrute amigos que possam colaborar e fazer a discussão do tema de interesse do grupo. 2. Pensando a temática: Elabore uma pergunta, de forma clara e direta. Pense qual será a utilidade do jornal ambulante e a quem vai se destinar. Isso é importante para elaboração da pergunta. 3. Produção da arte: Recorte o papel craft ou cartolina em formato de uma grande camiseta. Pegue um bom pedaço do papel, dobre-o ao meio e recorte uma gola, por onde vai passar sua cabeça. É importante tirar a medida nas pessoas que forem vestir. Você pode ainda decorar sua camiseta de craft com desenhos e colagens. A pergunta pode ser escrita a mão ou colada, com letras recortadas de jornais e revistas. Lembre-se de deixar espaço para as pessoas responderem. 4. Hora da intervenção: Defina com o grupo o local e o melhor horário para circular com jornal humano em lugares públicos como praças, escolas, estações de trens, aeroporto, rodoviárias ou eventos. É importante sempre pensar a pergunta relacionada ao público. 5. O contato: Na hora da intervenção busque interagir com as pessoas para que elas possam convidar seus amigos a participar 6. Finalização: Ao final digite as respostas e publique-as com fotos da atividade no seu facebook, blog ou fanzine!

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Jornal mural Veículo de visibilidade, o Jornal Mural pode ser alternativa para uma escola melhor

Juliana Araújo, Jumara Araújo, Roseline Silva e Verônica Muniz, do Virajovem Salvador (BA), com a colaboração da Redação e do Guia de Educomunicação da Viração

Instrumento de comunicação rápida e imediata, o jornal mural atende a um grande número de pessoas por ser um veículo exposto em locais estratégicos. Eficiente em escolas, informa de modo rápido e prático sobre agendas culturais, datas comemorativas, vagas de estágio e emprego etc. O seu diferencial está na visibilidade que dá às informações, que ficam expostas num mural, em locais de grande circulação, justamente para que muitos possam ter acesso ao seu conteúdo. Nas escolas, o jornal mural é feito para chamar a atenção de estudantes e professores sobre o que se passa no ambiente escolar. Pode ser utilizado por educadores como forma de estimular a leitura e a produção de texto. Sem contar que também incentiva o debate sobre diversos assuntos, quando permite a participação de todos. Participação Um dos desafios de qualquer veículo de comunicação, e não apenas do jornal mural, é promover a participação de seus leitores, de forma que eles também possam produzir notícias. Nesse sentido, uma simples caixa ao lado do jornal convidando à participação pode atrair a atenção do leitor e incentivá-lo a também colaborar com opiniões, poesias, ilustrações e informações de utilidade pública.

Passo a passo 1. Defina uma equipe: recrute amigos que possam colaborar com ideias e conteúdo. Procure chamar pessoas que curtam escrever, desenhar, fotografar, recortar e colar. Essa diversidade é fundamental para que o jornal mural seja rico em conteúdo e visualmente bonito. 2. Pensar no objetivos: pense em conjunto sobre a utilidade do seu jornal mural. Para quê ele serve? A quem se destina? Sobre o que vai tratar? 3. Pensar no formato: pode-se fazer jornal mural de vários materiais, como cortiça madeira, papel, tela de galinheiro. Pode ainda ter diversas cores e tamanhos. 4. Processo de Produção: como em qualquer veículo, o jornal mural segue alguns passos como reunião de pauta, apuração, redação, elaboração de layout (organização dos conteúdos no espaço do jornal mural), edição, revisão, fechamento e divulgação. 5. Fechamento: em conjunto, escolham pessoas no grupo responsáveis pela revisão e edição dos conteúdos, e fixe-os no mural apenas depois que tudo tiver sido corrigido. 6. Lembre-se da acessibilidade: o jornal deve ficar numa altura que todos possam ler, inclusive os cadeirantes. As letras dos textos devem ser maiores que a de um veículo impresso, para garantir que todos leiam de uma distância razoável. 7. Apelos visuais: é importante lembrar que o jornal mural precisa chamar a atenção das pessoas que passam por ele diariamente. Isso significa que você deve ser criativo, usar e abusar de desenhos, imagens e colagens.

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Fanzine Na primeira edição de Como se faz, saiba o que é e para que serve um fanzine

Andresa Carvalho, Juliana Araújo e Jumara Araújo, do Virajovem Salvador (BA), e Bruno Ferreira da Redação

A palavra “fanzine” surgiu da junção das palavras inglesas fanatic (fã) e magazine (revista). Essa expressão foi usada pela primeira vez em 1941 por Russ Chauvenet, para designar as publicações alternativas que surgiam nos Estados Unidos, com textos de ficção científica e curiosidades. O fanzine consagrou-se como uma publicação relacionada às artes: cinema, música, quadrinhos, poesia, literatura, entre outras. Graças à popularização da informação e ao baixo custo de reprodução, hoje os fanzines proliferam e têm sido cada vez mais um veículo de comunicação alternativo ideal para aqueles que não têm acesso à grande imprensa. No Brasil, desde a década de 1980 até hoje, os “zines” (como também são chamados) são mais usados pelos movimentos Punk e Anarquista. O fanzine na educação A utilização do fanzine na sala de aula é como uma nova ferramenta de ensino e aprendizagem para a produção de textos. Sua livre expressão desperta nos estudantes o interesse em exercer um papel na sociedade. Propor aos estudantes a produção de texto em uma situação em que a escrita cumpra sua função social é um desafio para o educador. É importante tornar público o texto dos estudantes. O resultado final do processo de trabalho é: comunicar, desenvolver, convencer, explicar, ou seja, fazer com que o texto seja lido. Um fanzine é um veiculo simples de ser feito, com um baixíssimo custo de produção e um forte potencial de comunicação. O estudante que aprende a produzir um fanzine aprenderá a se expressar não apenas para a comunidade escolar como um todo, mas também para a comunidade extraescolar.

Passo a passo 1. Definir tema: é importante, antes de mais nada, saber sobre o que vai tratar o seu fanzine, para depois definir de que forma o tema será trabalhado. 2. Definir conteúdo: o fanzine pode ser informativo, com entrevistas, textos e gráficos. Para isso, é necessário fazer pesquisas e conversar com pessoas. Mas você pode dar preferência a desenhos, histórias em quadrinhos e fotos. 3. Definir o visual: seu fanzine pode ser como uma revista, com várias páginas, ou em formatos mais simples, com uma folha de sulfite dobrada ao meio, para ser uma espécie de folheto de quatro páginas. Pode ainda ter um formato mais criativo, com dobras diferentes. 4. Diagramação: é a hora de organizar o conteúdo! Isso pode ser feito de modo artesanal, com recorte, colagem e textos escritos à mão, ou no computador, em programas de edição de imagens como o Photoshop. 5. Reprodução: os fanzines geralmente são xerocados em preto e branco. A ideia é que muitas pessoas tenham contato com o seu trabalho sem que você gaste muito! 6. Distribuição: ofereça ou venda o seu fanzine a baixo custo. 7. Conheça outros fanzines: procure trabalhos de outros zineiros para aprimorar suas técnicas!


Podcast Aprenda a fazer programas de rádio para soltar a voz na web

Mariana Rosário, Virajovem de São Paulo (SP); e Gutierrez de Jesus Silva, da Redação.

Para quem gosta de compartilhar novidades na internet, mas não fica só nas redes sociais, o blog é um bom aliado. Um grande atrativo para blogs é o podcast, um arquivo de mídia que pode ser executado no próprio blog ou ser baixado e ouvido pelo celular, mp3, ipod. O termo podcast foi criado no ano de 2005 por Adam Curry, na época VJ da MTV. A palavra é a junção de “Ipod”, produto da Apple, e “Broadcast”, termo inglês referente à transmissão de vídeo e áudio, que é gratuito e acessível a um grande número de pessoas. Ao contrário de vídeos e textos, não é preciso ficar com a página aberta para saber o que o podcaster tem a dizer. Enquanto você checa suas redes sociais, manda um e-mail, ou se arruma para sair, o podcast vai rolando. A praticidade do acesso é uma das vantagens de usar esse tipo de mídia, e além de fácil de ouvir ele é fácil de ser criado. Para fazer seu podcast você pode se inspirar em programas de rádio, ou em áudios da galera que navega na rede. Existem até sites onde só se postam arquivos desse tipo para serem compartilhados. Com apenas alguns passos você consegue tirar o projeto do papel. É importante ter uma boa ideia ou saber ao menos qual assunto que você quer falar no seu podcast.

Passo a passo 1. Escreva num papel tudo o que você quer falar. Isso te ajuda a não ficar gaguejando enquanto você grava. 2. Para gravar você pode usar desde um microfone e um gravador digital até o seu próprio celular. Para gravadores portáteis como os de celulares e aparelhos de mp3 é importante prestar atenção na distância entre sua boca e o microfone, para que o som não fique com chiados. 3. Evite gravar em banheiros e ambientes que possam ter eco, o ideal é procurar um local silencioso com o mínimo de ruído possível. 4. É legal fazer uma “chamada” de inicio se apresentando e contando qual o tema do podcast. Pode ser acompanhado de música, criando uma espécie de vinheta de abertura. E no final não se esqueça de fazer uma conclusão do assunto e de se despedir do seu ouvinte. 5. A edição pode ser feita em um programa simples de computador, ou você pode optar por uma versão sem cortes. Caso queria editar o áudio, há vários programas gratuitos na internet. Um dos mais conhecidos é o Audacity. 6. O arquivo depois de pronto e fechado tem que ser convertido para mp3, porque é o formato mais acessível para download e mais fácil para hospedar em sites. 7. Um dos sites que possibilita a postagem de arquivos em áudio é o Soundcloud, no qual é possível postar arquivos com até duas horas de duração. Nele, é possível fazer download, e com o código disponível no site, implementar o podcast numa publicação de blog.

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Vídeo de bolso Use e abuse dessa mídia acessível em todos os sentidos

Do Guia de Educomunicação da Vira

O termo “vídeo de bolso” está sendo bastante usado por uma galera que trabalha com comunicação, no campo do audiovisual. Esse formato “de bolso” traz a ideia de utilizar ferramentas digitais, portáteis e fáceis de manusear para produção de vídeos diversos. O diferencial desse jeito de se fazer vídeos é a praticidade do processo de gravação dos quadros e das cenas. Se você quiser fazer uma gravação de qualidade, não precisa de uma super aparelhagem de luz ou de uma câmera profissional. Precisará apenas de um roteiro legal, uma situação que te inspire, um tema interessante e o principal: libertar a sua criatividade! Você pode capturar imagens com telefones celulares, computadores de bolso, tocadores de vídeos portáteis, tocadores MP4, câmeras fotográficas digitais, câmera de vídeo digital ou analógica e webcam.

Passo a passo 1. Capture o vídeo com alguma ferramenta que esteja ao seu alcance. O material gravado ficará na memória interna ou no cartão de memória. 2. Transfira os arquivos capturados pelo cabo USB, Bluetooth, infravermelho ou pelo cartão de memória para um computador. 3. Faça uma edição simples. 4. Se for um vídeo, selecionar o trecho a ser publicado e fazer alguma alteração, se necessário. 5. Visualize e compartilhe o vídeo.

Editando Para editar o material, o ideal é fazer uma edição direta, ou seja, durante a gravação da cena, você deve se preocupar com a qualidade do áudio. Verifique se não há ruídos no local onde está sendo gravado o material e mantenha-se atento à estabilidade da mão para que a cena não fique tremida. Prefira os cortes de cena com a opção “pause” do aparelho, em vez de finalizar cada uma com “stop”. Isso só vai gerar mais arquivos, que depois deverão ser todos juntados no computador na hora da edição. Caso queira inserir músicas, legendas, fazer cortes diferenciados ou inserir outras imagens e vídeos, é necessário baixar algum programa de edição de vídeos, como o VideoPad Video Editor 2.11 e o Windows Movie Maker, que são fáceis de usar e leves para o computador.

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Flash mob Surpreenda pessoas com uma intervenção inusitada em locai públicos

Ana Luíza Vastag, Virajovem de São Paulo (SP)

Passo a passo 1. Forneça instruções claras para o seu grupo. O sucesso do seu flash mobs exige que os participantes saibam exatamente o que fazer. O ideal é ter um ensaio de antemão, mas se isso não for possível, pelo menos, forneça instruções muito claras sobre como o que vestir, onde estar, a que horas e o que fazer quando chegar ao local.

Pode ser uma guerra de travesseiros, um desfile de pessoas caracterizadas como zumbis ou uma grande dança coreografada com guarda-chuvas em meio a uma avenida movimentada. É cada vez comum, e mais divertido, encontrar milhares de pessoas mobilizadas para uma intervenção pública, os chamados flash mobs.

2. Organize quaisquer adereços ou figurinos necessários. É melhor pedir aos participantes para levarem os seus próprios adereços e trajes, mas, às vezes, você precisa resolver as coisas para todo mundo. Na hora de planejar, opte por roupas simples e itens que as pessoas já tenham em seus guarda-roupas.

De acordo com definição encontrada na web, flash mobs representam “aglomerações instantâneas de pessoas em certo lugar para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, dispersando-se tão rapidamente quanto se reuniram.” Ok. Mas, como se faz? Antes de tudo, é preciso entender que o flash mobs pode ter uma finalidade tanto de entretenimento como político. A manifestação causa uma confusão inofensiva e, muitas vezes, é usada para satirizar algo que o público deverá entender imediatamente. Mas, atenção: flash mobs não são desculpas para o uso da violência ou depredação de espaços públicos. Um artigo publicado na comunidade wikiHow ensina, passo a passo, como realizar um Flash Mobs de sucesso. Você vai precisar de artistas dispostos a participar e, para isso, pode fazer bom uso de recursos online. Redes sociais, e-mails, mensagens de texto e sites são ótimas ferramentas para você encontrar pessoas para o seu flash mobs. Aproveite as dicas e boa sorte!

3. Locais públicos são mais fáceis e menos problemáticos. Faça uma verificação adequada da área que está propondo para realização do flash mobs. Pense na segurança do local e nos limites legais para a utilização do espaço. Oriente os participantes sobre o que fazer caso a polícia ou qualquer outra autoridade intervenha na manifestação. 4. Filme e capture a reação das pessoas. Organize uma videografia de qualidade para o evento. Vale a pena filmar todo o flash mobs e depois subir para o YouTube. Quem sabe pode até se tornar viral! 5. É hora de fazer acontecer! Faça todo o possível para que o flash mobs saia de acordo com o planejado e se jogue na execução! 6. Prepare-se para finalizar o evento. Assim que o flash mobs terminar, os participantes devem misturar-se com a multidão. Saia andando como se nada tivesse acontecido.

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6. Referencial Teórico As ações do projeto Mais Educomunicação está permeado pelo conceito da Educomunicação. Um campo de intervenção sócio-educativa, que nasce da inter-relação entre os campos da educação e da comunicação e se caracteriza como:

“o conjunto de ações voltadas ao planejamento e implementação de práticas destinadas a criar e desenvolver ecossistemas comunicativos abertos e criativos e, espaços educativos, garantindo, desta forma, crescentes possibilidades de expressão a todos os membros das comunidades educativas¹” (SOARES, 2003).

O grande educador Paulo Freire, uma das principais referências teóricas da Educomunicação, nos ensina que a educação só é possível enquanto ação comunicativa, uma vez que, não se trata de pura transmissão de saberes, mas de troca entre sujeitos interlocutores. E ainda que, toda comunicação, enquanto produção simbólica, intercâmbio e transmissão de sentidos é, em si, uma ação educativa. Para ele a comunicação é um componente do processo educativo, muito além do recorte “messiânico tecnológico”. Nesse sentido a comunicação deixa de ser algo puramente midiático, com função instrumental, e passa a integrar as dinâmicas formativas. Esse ecossistema comunicativo, de que trata a educomunicação, é caracterizado por uma opção consciente de favorecer o diálogo social, aberto, democrático e criativo, como metodologia de ensino-aprendizagem. A relação dialógica não é dada pela tecnologia adotada, mas pelo tipo de relações estabelecidas. No seu dia-a-dia, a Viração pratica sua versão de Educomunicação, dialogando com a teoria a partir de experiências concretas. Descobrindo, refletindo e transformando o fazer Educomunicação na prática. Utilizando-se da Educom para fortalecer a participação social e política de adolescentes e jovens, de forma qualificada, autônoma e solidária, pela garantia de seus direitos e pela transformação socioambiental. Por meio da Educomunicação aprendemos a*: •

Organizar e expressar melhor nossas ideias;

Trabalhar em grupo, porque o produto é resultado de um trabalho coletivo;

Perguntar e ouvir as pessoas;

¹ SOARES, Ismar. Educomunicação: o conceito, o profissional e a aplicação. São Paulo: Paulinas, 2011. p.17 IV Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil

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• Pesquisar sobre diversos assuntos, pois precisamos divulgar informações que façam diferença para nossos leitores, ouvintes ou espectadores; •

Lidar com o poder, porque temos condições de influenciar outras pessoas;

• Desenvolver um olhar crítico-reflexivo, porque descobrimos como outras pessoas podem usar a comunicação para nos influenciar; • Trabalhar com tecnologias, o que nos ajuda na vida e na profissão que escolhermos

(* trecho retirado do fascículo: “Eu comunico, tu comunicas, nós educomunicamos”, do “Guia dos Direitos Sexuais e Reprodutivos”, iniciativa: Unicef, Viração, Bom Parto-Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, em parceria com Segurança Humana)

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7. Sobre a Viração A Viração Educomunicação é uma organização social de comunicação, educação e mobilização social entre adolescentes, jovens e educadores que tem como missão fomentar e divulgar processos e práticas de educomunicação e mobilização entre jovens, adolescentes e educadores para a efetivação do direito humano à comunicação e para a transformação social. Criado em março de 2003, impactou na vida de mais de 3,5 milhões de pessoas no Brasil, seja por meio de seus produtos: a Revista Viração e a Agência Jovem de Notícia, seja por meio dos vinte projetos especiais desenvolvidos ao longo de oito anos. A Viração possui metodologia própria de trabalho e experiência comprovada em processos, projetos e produtos de educomunicação e de mobilização social juvenil; habilidade para trabalho em escolas e com grupos de diferentes naturezas; experiência em planejamento, gestão, parcerias e redes, na implantação e implementação de projetos sociais na área da infância e juventude; experiência no desenvolvimento de materiais de comunicação e cobertura jornalística a partir do olhar de crianças, adolescentes e jovens; e histórico de compromisso com os Direitos da Criança e do Adolescente. Em São Paulo, Viração desenvolve vários projetos que partilham da experiência de articulação de redes e empoderamento de adolescentes e jovens no campo da educação e comunicação em 40 comunidades populares e 12 escolas do Ensino Médio da capital paulista. Em nível nacional, produz mensalmente uma revista e o conteúdo de um portal (www. agenciajovem.org) com a participação de mais de 300 adolescentes e jovens, chamados Virajovens, que integram os Conselhos Jovens, presentes em 22 Estados e Distrito Federal. Acreditando no valor do desenvolvimento de iniciativas sociais e educativas por meio de parcerias, a Viração desenvolve projetos colaborativos atualmente com mais de 20 entidades não-governamentais. Esses projetos colaborativos permanentes são a base para o funcionamento dos Conselhos Jovens da Revista Viração.

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8. Contatos Sites: www.agenciajovem.org www.viracao.org www.promenino.org.br www.redcontraeltrabajoinfantil.com

Facebook: Grupo de trabalho: Cobertura Educomunicativa do IV Encontro Int. Contra o Trabalho Infantil www.facebook.com/agenciajovem www.facebook.com/redepromenino

Emails: Luiz Altieri luiz@viracao.org Lilian Rom達o lilian@viracao.org

Telefones: 55 11 3237 4091 55 11 3567 8687

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