Logís&ca e Gestão da Distribuição ‐ Enquadramento Teórico ‐ António Cameirão Jorge ESCE
Logís&ca De acordo com um dos principais autores portugueses a Logís3ca é “o processo de gestão de fluxos de produtos, de serviços e da informação associada, entre fornecedores e clientes (finais ou intermédios) ou vice‐versa, levando aos clientes, onde quer que estejam, os produtos e serviços de que necessitam, nas melhores condições.” Fonte : Moura, Benjamim “Logís3ca – Conceitos e Tendências”, 2006; Centro Atlân3co: V. N. Famalicão ‐ (pág. 15 )
Cadeia de Abastecimento Já uma Cadeia de Abastecimento é normalmente cons3tuída por fornecedores, produtores, distribuidores, retalhistas e clientes.
A um nível operacional, esta ligação suporta três &pos de fluxos, os quais exigem um planeamento cuidadoso e uma apertada coordenação:
Cadeia de Abastecimento Fluxo de materiais, que representa o fluxo \sico dos materiais, desde os fornecedores até aos clientes, assim como o fluxo inverso para o retorno dos materiais, serviços e reciclagem Fluxo de informação, que representa a transmissão e localização de encomendas e que coordena o fluxo \sico Fluxo financeiro, que representa os termos de crédito, prazos e condições de pagamento, direitos de propriedade
Cadeia de Abastecimento As Cadeias de Abastecimento desempenham duas funções principais:
a função Ksica de transformação, armazenamento e transporte
a função de mediação do mercado para harmonização da procura e do abastecimento
Se a primeira já foi largamente estudada, com o objec3vo da minimização de custos, são recentes as abordagens inovadoras à segunda, tais como as abordagens orientadas para o cliente.
Cadeia de Abastecimento
A concepção de Cadeias de Abastecimento, que cons3tui um processo dinâmico de cadeias conjuntas de competências e não de apenas de organizações colabora&vas, não depende somente da especificação das áreas de clientes, da selecção da Produção e dos armazéns de Distribuição e do respec3vo Inventário nos respec3vos locais, mas depende também das capacidades de desenvolvimento a nível interno e da criação de novas parcerias com outras organizações
Cadeia de Abastecimento Tal como o desenvolvimento de produtos tem um impacto enorme no desempenho de fabrico, uma concepção óp3ma da Cadeia de Abastecimento tem compensações na sua gestão e coordenação que está obviamente relacionada com a coordenação de cada um dos três &pos de fluxos apontados
A&vidades Logís&cas na Cadeia de Abastecimento Processamento de encomendas
Seleção de infra‐estruturas e
Serviço ao Cliente
seu financiamento
Procurement
Gestão da armazenagem
Gestão de fluxos de materiais Controlo e gestão de stocks Previsão de vendas Planeamento de produção Gestão de frotas e de transportes
Gestão da Logís&ca Inversa Gestão de serviços de valor acrescentado no armazém Gestão de sistemas de informação e de comunicação
Gestão de Materiais Vs Distribuição Gestão dos materiais ‐ fluxos para e dentro do processo produ3vo
Distribuição ‐ fluxos desde o ponto de produção até ao cliente ou u3lizador final
Gestão de Operações Distribuição Física Conjunto de ac3vidades de encaminhamento de encomendas (preparação, consolidação, expedição, transporte e entrega) na parte final da cadeia de abastecimento, entre os pontos de acumulação de produtos acabados (fábricas, armazéns ou centros de distribuição) e os locais de consumo (intermédio ou final)
Gestão Comercial Tradicionalmente a Distribuição configura‐se como a con3nuação lógica da função de vendas, onde se faz chegar o produto ao consumidor através de um Circuito de Distribuição, cons3tuído pelo conjunto de pessoas ou organizações que promovem e facilitam a circulação dos produtos, desde o produtor ao consumidor final. O conjunto de en3dades localizadas entre o produtor e o consumidor final são designadas como intermediários, e o número de intermediários vai determinar o 3po de Circuito de Distribuição. Fonte : SOUSA, José Meireles ‐ Distribuição: Uma Visão Estratégica. Lisboa: Texto Editora, 2000 ‐ Adaptado
Distribuição Exemplos de Canais de Distribuição: Canal Directo Circuito em que não existem intermediários, isto é, o produto transita directamente do produtor para o consumidor final. Têm a vantagem de ser completamente controlados pelos produtores e de proporcionarem um melhor conhecimento do mercado; por outro lado, têm o inconveniente de não permi3rem uma grande dispersão geográfica.
Distribuição Canal Curto Circuito em que não existem grossistas, isto é, o produto transita do produtor para um retalhista, ou número reduzido de retalhistas. Os circuitos curtos permitem uma melhor cobertura do mercado; contudo, requerem uma rede de intermediários que, embora pequena, faz com que a empresa possa ficar dependente destes e perder o controlo do Circuito
Distribuição Canal Longo Circuito em que intervém o grossista e eventualmente outros intermediários tais como o importador ou o agente. Estes canais são u3lizados preferencialmente para produtos de grande consumo
e
requerem
reabastecimentos
frequentes
dos
intermediários. Possibilitam um alcance geográfico amplo, mas a gestão das relações internas do Circuito é mais trabalhosa e complexa.
FORNECIM. DE MATERIAIS
CONVERSÃO DE MATERIAIS
ARMAZENAMENTO E FLUXOS DO PRODUTO ACABADO
Fornecedor 1
CONSUMO
Loja 1 Plataforma Regional
Fornecedor 2
Manufactura 1
Armazém Central
Centro Distribuição
Loja 2
Fornecedor 3
Fornecedor 4
Manufactura n
Consolidação Loja 3
Fornecedor n Distribuidor (1, 2, ...n) Loja n
FORNECIM. DE MATERIAIS
CONVERSÃO DE MATERIAIS
ARMAZENAMENTO E FLUXOS DO PRODUTO ACABADO
Fornecedor 1
CONSUMO
Loja 1 Plataforma Regional
Fornecedor 2
Manufactura 1
Armazém Central
Centro Distribuição
Loja 2
Fornecedor 3
Fornecedor 4
Manufactura n
Consolidação Loja 3
Fornecedor n Distribuidor (1, 2, ...n) Loja n
Cadeias de Abastecimento Internacionais A dimensão e consequente importância das cadeias de abastecimento tem vindo a aumentar ao longo dos úl3mos vinte anos, sobretudo após a queda do Muro de Berlim e da criação da União Europeia, com a deslocalização da produção industrial, primeiro para o Leste da Europa e depois para o Con&nente Asiá&co.
Cadeias de Abastecimento Internacionais Estas alterações na localização da produção rela3vamente aos maiores centros de consumo (Europa Ocidental e América do Norte) obrigou a uma muito maior preocupação com as ac3vidades logís&cas, nomeadamente no que se refere à eficiência das operações de transporte e ao tempo de entrega das encomendas, que foi diminuindo progressivamente neste período, ao mesmo tempo que as distâncias percorridas pelas mercadorias aumentavam
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) Este aumento de eficiência só foi possível devido ao avanço gigantesco verificado nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que permi3ram uma gestão op&mizada dos fluxos de informação, com um enorme impacto nas ac3vidades de planeamento e com o já referido ao nível dos fluxos Ksicos, o que proporcionou novos paradigmas de compe&&vidade às organizações económicas
Serviço ao Cliente Sendo os clientes a razão de ser de qualquer negócio e, por consequência, de qualquer sistema de abastecimento, há sempre que ter em atenção as suas reais necessidades de modo a adequar as caracterís&cas da oferta às expecta&vas da procura
Não é de estranhar que, com as alterações e a evolução sen3das nas úl&mas décadas nos padrões de consumo, se tenha também alterado a natureza e caracterís3cas dos serviços de abastecimento, com a necessária adaptação dos sistemas logís&cos e de distribuição
O Futuro Estou convencido que os próximos passos em direcção à compe&&vidade e ao desenvolvimento futuro da logís&ca, da distribuição e das cadeias de abastecimento terá de passar pelo aumento da colaboração entre os vários parceiros de negócio, sob pena de não se conseguirem antecipar as necessidades do mercado e dos consumidores, que é hoje fundamental em termos de níveis de serviço, nem de se conseguirem as sinergias indispensáveis à sobrevivência económica