Recortes 079 23-04-2010

Recorte nº 079 Índice – 23 de Abril de 2010 • Tráfego de contentores ainda demorará dois anos a atingir o equilíbrio • Estivadores prometem lutar contra a destruição do porto de Lisboa • Terminal de cruzeiros de Leixões começa a ser construído hoje

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Carga News – 22 de Abril de 2010

Tráfego de contentores ainda demorará dois anos a atingir o equilíbrio O tráfego global de contentores mostra uma ligeira recuperação, mas o equilíbrio entre a oferta e a procura ainda demorará dois anos, segundo a estimativa do Deutsche Shipping, a divisão de transporte marítimo do Deutsche Bank.

Após a grave crise de 2009, especialmente para contentores, a recuperação gradual é possível em 2010, mas os armadores têm dificuldade em cobrir seus custos operacionais e amortizações dos empréstimos. Além disso, o tráfego deve aumentar apenas 8% a 9%, o que será diluído pela entrega de muitos navios novos. Esta é a opinião da Deutsche Shipping, a divisão marítima do Deutsche Bank.

"Entretanto, não prevemos quaisquer novas quedas nas taxas de frete e charter", disse Ralf Bedranowsky, diretor de crédito marítimo do Deutsche Bank, que acredita que a economia global atingiu já o fundo da recessão e sua recuperação gradual deverá ter em breve um impacto positivo sobre o transporte de contentores.

Durante os dias mais sombrios de 2009, cerca de 12% da frota mundial de navios de contentores foi desactivada. Este valor é hoje inferior a 10%, em parte devido às velocidades mais baixas praticadas pelos navios, para economizar combustível.

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Carga News – 22 de Abril de 2010

Estivadores prometem lutar contra a destruição do porto de Lisboa O principal sindicato de estiva do porto de Lisboa alerta para a importância do porto para a cidade, a qual historicamente nasceu e cresceu em redor e por causa do porto. E promete não ficar de braços cruzados perante a tentativa da sua destruição.

Em comunicado, o Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul (FESMARPOR) propõe que "na discussão que se está a fazer, sejam também salientados os benefícios que o porto de Lisboa e o seu Terminal de Alcântara trazem à cidade de Lisboa e ao País", bem como "a sua real importância na cadeia de transportes e na economia. O porto de Lisboa, representa 2% do PIB nacional e 5% do PIB regional".

O sindicato recorda ainda "a real importância do porto, quer como fonte criadora de empregos e sustento de milhares de famílias, (cerca de 32.000 postos de trabalho), entre postos de trabalho directos e indirectos", bem como o facto de constituir "porta de entrada produtos para o abastecimento dos cidadãos e ponto de embarque para as exportações de mercadorias aqui fabricadas e destinadas a mercados externos".

Continuando a enumerar os aspectos que entende deverem igualmente serem chamados à mesa da discussão, o sindicato alerta para "a importância do porto para os que dele dependem para seu sustento de das suas famílias (...), os trabalhadores portuários e os trabalhadores que, tendo actividades conexas, dependem da existência do porto para manterem a sua actividade profissional".

Com ironia, o sindicato refere no comunicado que, "como estamos num País florescente e em franca expansão, poderemos sempre abdicar de uma das melhores infra-estruturas portuárias da Europa. Só assim se entende que apostem em políticas de terra queimada, só assim se entende, vá-se lá saber por que interesses, que se façam cruzadas contra o porto. O que lhe estão a tentar fazer é pura e 3

simplesmente destruí-lo por impedir o seu desenvolvimento, a sua modernização, a sua adequação aos desafios do futuro".

Os estivadores lamentam que se evoquem "os valores da liberdade e da democracia para se permitem efectuar todo o tipo de disparates, sem que para tal, algum dia, possam (os autores) ser chamados à responsabilidade ou penalizados por tais actos".

O principal sindicato de estiva do país não conclui sem anunciar que "lutará de todas as formas e meios que tiver ao seu alcance conjuntamente com todos os seus associados e com o apoio e solidariedade de organizações sindicais nacionais e internacionais, pela defesa do porto de Lisboa e pela manutenção das suas zonas e áreas portuárias, incluindo o Terminal de Alcântara (...) e não deixará de cobrar aos que, intencional ou levianamente, pugnam pela sua destruição ou deslocalização".

PÚBLICO – Edição Porto – 23 de Abril de 2010 – Pág. 35

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