Recortes_066_2009

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Recorte nº 066 Índice – 6 de Abril de 2009 Armador Grimaldi reforça oferta CP prepara separação do negócio de mercadorias Barco mítico regressa a Portugal Piratas capturam navio alemão no Índico Aplog debate investimentos logísticos Seminários em Angola e Lisboa este mês Levantem-se os culpados

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O Setubalense – 6.Abril.2009 – Pág. 4

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Diário Económico – 6.Abril.2009 – Pág. 24

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Diário de Notícias – 6.Abril.2009 – Pág. 22

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Diário de Notícias – 6.Abril.2009 – Pág. 25

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PÚBLICO Carga & Transportes – 6.Abril.2009

Aplog debate investimentos logísticos O próximo debate de fim de tarde da Associação Portuguesa de Logística (Aplog) é quarta-feira e subordina-se ao tema “Retorno de investimentos em processos logísticos”. A partir das 18h na sede da Aplog, em Miraflores, este debate será moderadlo por Vítor Carvalho, da Aplog, e serão apresentados casos práticos da Burótica e da Zetes por Luís Freitas e Hélder Santos. Os debates de fim de tarde da Aplog são já uma tradição da associação, contemplados no plano de actividades.

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PÚBLICO Carga & Transportes – 6.Abril.2009

Seminários em Angola e Lisboa este mês Começa hoje, em Luanda, Angola, o seminário intitulado “marketing portuário” promovido pela Logistel. O objectivo para os participantes é ficarem “aptos a entender e valorizar a utilização dos conceitos de marketing aplicados à actividade portuária como complemento necessário ao alcance de objectivos comerciais num mercado global altamente competitivo”. O seminário dirige-se a empresários, administradores, directores gerais, directores e quadros das administrações portuárias, dos organismos do Estado, das escolas e a todos os profissionais dos sectores marítimo e portuário. O seminário hoje trata dos “princípios de marketing”, e amanhã analisa o “marketing portuário”: ambiente externo, oferta e procura portuárias e organização dos serviços de marketing na empresa são os temas que a formadora, a portuguesa Fátima Évora, aprofundará. Mestre em marketing e pós-graduada em gestão portuária, Fátima Évora é professora universitária e directora de marketing do porto de Setúbal. O último painel do seminário que se realiza no Hotel Presidente, na capital angolana, quarta-feira de manhã, terá uma componente prática, com o plano de comunicação de um porto, naturalmente o de Luanda: objectivos, estratégia, „mix‟ de comunicação, plano de acções, orçamento, monitorização e avaliação. A Logistel é uma sociedade anónima de que são accionistas o Grupo Barraqueiro, a TAAG – Linhas Aéreas de Angola, o ISG - Instituto Superior de Gestão e um grupo de personalidades prestigiadas com know-how reconhecido nos âmbitos da logística, dos transportes e das comunicações. Na implementação deste seminário, a Logistel SA contou com o apoio logístico da associada LOGISTEM, SARL, Sociedade Anónima de direito Angolano de que são accionistas os Caminhos de Ferro de Luanda, o Caminho de Ferro de Benguela, o Caminho de Ferro de Moçamedes e personalidades prestigiadas com Know-How reconhecido nos âmbitos da logística, dos transportes e das comunicações. Seminário Internacional de Alta Velocidade ferroviária em Lisboa Em Portugal, será o “projecto, construção e manutenção de infra-estruturas ferroviárias de Alta velocidade” o tema do seminário internacional que a Logistel promove dias 20 e 21, conjuntamente com a União Internacional de Caminhos-de-ferro (UIC). Reunidos no salão nobre do Instituto Superior de Gestão, em Lisboa, o encontro reúne grandes especialistas do sector, com experiências de alta velocidade, numa altura em que Portugal se prepara para aderir ao sistema. O seminário começa com as intervenções do presidente da Refer e da Rave, Luís Pardal, do director do departamento de alta velocidade da UIC, Ignácio Barrón, e do presidente da Logistel, Manuel Caetano. Durante toda a segunda-feira, estrangeiros como Lopez-Pita, da Universidade da Catalunha, Naoto Yanase, representante dos caminhos de ferro japoneses, Javier Bustinduy e Félix Boronat, espanhóis, Jean-Pierre Arduin, Marcel Journet e Eusébio Corregel, franceses, apresentarão as suas experiências. De Portugal estarão os três presidentes das sessões: Oliveira Martins, Martins de Brito e António Ramalho. No segundo dia, a sessão da manhã será presidida por Paulino Pereira, professor do IST e cofundador da Logistel, que apresentará o alemão Eberhard Jansch, os espanhóis Jesus Lastra e Fernandez-Gil. A última sessão, na tarde de terça-feira, terá o presidente do IMTT e expresidente da CP, Crisóstomo Teixeira, que apresentará o belga Hugo Goossens e o professor do IST Fonseca Teixeira, com o tema “tarifação da infra-estrutura”. Na sessão de encerramento, intervirão o presidente da CP, Cardoso dos Reis, e Ignácio Barrón e Manuel Caetano.

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PÚBLICO Carga & Transportes – 6.Abril.2009

Levantem-se os culpados O protesto de transportadores rodoviários retirou das estradas os camiões e consequentemente afastou dos pontos de consumo as mercadorias destinadas a consumo diário, bem assim como os componentes imprescindíveis para a indústria automóvel e as produções finais das indústrias exportadoras. Luís Abrunhosa Branco (Membro da Associação Mundial de Editores de Transportes) labranco@mail.telepac.pt O País e o Governo de José Sócrates (quer se goste ou não dos seus métodos de combate ao défice e do aperto orçamental) não mereciam este grave conflito. É evidente que a amizade do primeiro-ministro pelo Ministro das Obras Públicas, serve como bóia para todas as asneiras. Mas não será que depois do ridículo à volta do caso do “deserto” a Sul do Tejo, que deixou evidente quanto o responsável da pasta ignora que um qualquer “deserto” em redor de uma cidade capital é o local ideal para instalar uma cidade aeroportuária, acrescida de mais esta postura de “quero posso e mando”, não é suficiente para que o chefe do Governo lhe abra a porta? Depois de ao longo de três anos fazer ouvidos moucos a sucessivos pedidos de reuniões, por parte de associações e grupos de transportadores que se queriam constituir em agrupamento, a equipa ministerial foi deixando perceber que escolhe os parceiros e ignora quem não lhe convém. Com este procedimento arrogante foi-se afastando da realidade e armazenando gasolina para a fogueira que agora provocaram. No meio de todo este ambiente de dependência, o “favorecimento” e o privilégio nas relações com a Associação nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadoris (Antram), funcionam como tábua de salvação. Só esta relação de cumplicidade permite perceber como e porquê a associação mais antiga do sector se expôs ao ridículo de enfrentar, na Batalha, sócios desesperados e uma multidão de não sócios no fio da navalha, que nada mais queriam do que saber quando e com que fórmula é que o Governo os ajudará a resolver os seus graves problemas. Aliás é o bom relacionamento com a Antram, que sempre se mostrou parceira do Governo, que explica o facto de um dirigente associativo ter sido investido na figura de „carteiro expresso‟ com a função de promover reuniões com representantes dos empresários revoltosos, para lhes explicar até onde vão as “cedências” do Governo. Qualquer Ministro ou Secretária de Estado pode escolher os amigos e definir com quem reúnem, mas não podem ignorar que reunir com as partes é um dever e uma obrigação dos governantes, quer se goste ou não dos interlocutores. Se o não fizerem, não representam a coisa pública, pelo que lhes assiste o direito e o dever de se demitirem. É uma atitude provocatória que assume o rótulo de falta de respeito para com quem encetou a “luta”, numa última esperança para encontrar saída para o dramático momento que estão a viver. 8


Ignora o poder político que ao abster-se de dialogar com quem reivindica está a provocar os ânimos, a afastar as partes e a agudizar argumentos e reivindicações? Será que ao procurar dividir as partes – entre os que interessam e os que não interessam -, querem reinar em negociações que nada dizem ao sector real? Se os governantes do sector tivessem a humildade de escutar os representantes dos vários tipos de transportadores e de transportes, sabiam que há fome e miséria sobre rodas, no sector para onde muitos entraram por uma porta escancarada, como empresários ao longo de oito anos, atraídos por uma legislação irresponsável (DL38/99) e que agora com a emenda do erro (DL 257/2007), têm o encerramento como certo. Não chegaríamos a este ponto de ruptura, se em devido tempo o Governo tivesse delegado em personalidades da malha executiva do ministério (como o presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, Crisóstomo Teixeira, que ainda recentemente surpreendeu agradavelmente os dirigentes da Associação de Transportadores de Terras Inertes Madeiras e Afins), a audição dos vários grupos de empresas, que desde o início do escândalo petrolífero demonstraram estar a entrar em ruptura financeira e emocional. A ausência de diálogo do poder com os revoltosos é a grande responsável de termos chegado a este estado de paralisação. Bastava ao Governo ter dado ouvidos e iniciado, em tempo certo, o diálogo e muitas das reivindicações dos mais activos e revoltados já tinham caído por terra ou no mínimo tinham sido programadas, pois a sua especificidade envolve vários ministérios e pode até colidir com legislação comunitária. Para dialogar, o Governo deveria ter presente que tem responsabilidade no estado actual das coisas, por não ter legislado com o DL 257/2007 para todo o mercado, mas apenas para alguns de forma positiva e para muitos condenando-os ao desaparecimento. Pode custar a muito boa gentinha ouvir a verdade, mas as pequenas e micro empresas estão a ser vítimas delas próprias, pela falta de seriedade entre pares. O Governo não pode fazer tábuas de salvação à medida de cada tipo de empresa, mas tem de ter em conta que ignorar a diversidade é estar a fabricar problemas. Depois de – repetimos - fazer ouvidos moucos sobre a realidade, o Governo expos-se ao ridículo de negociar medidas avulsas, em tempo recorde, que não tratam um cancro que corrói o que resta da actividade económica de homens e mulheres de elevada dignidade. Estes homens e mulheres que protestam cometeram o “crime” de acreditar nas potencialidades da indústria de transportes para dar continuidade a um negócio familiar ou para dela fazer uma profissão de futuro. A realidade provou ser uma miragem. É preciso perceber que estamos a falar de realidades muito diferentes, no universo de associados da Antram. Enquanto as empresas afectas aos dirigentes têm estruturas sólidas e uma presença no mercado em segmentos especializados, possuem frotas novas equipadas com veículos de baixo consumo, depósitos de combustível de elevada capacidade e operam em tráfegos de distribuição, com especialização nas rotas Portugal/Espanha/Portugal, no conjunto vastíssimo dos outros transportadores estão as pequenas e micro empresas, sem especialização, que operam com camiões de alguma idade, com consumos elevados e custos de manutenção assinaláveis. As diferenças são grandes. Enquanto os primeiros beneficiam de combustíveis, veículos 9


e pneus mais baratos, pela sua condição de frotistas, e atestam os depósitos em Espanha, os segundos abastecem em Portugal e trabalham em condições desiguais. Sobre a mesa das negociações o Governo aceitou apenas as reivindicações/propostas da Antram. Apesar dela ter sido desautorizada pelos associados (e não só) a estar sozinha nas negociações, o Ministro Mário Lino e a Secretária de Estado Ana Paula Vitorino receberam apenas a associação tarde, o que indignou ainda mais aqueles que sempre foram relegados para a prateleira. Mais uma picardia que devia ter sido evitada. As propostas da Antram uma a uma As propostas da Antram fizeram parte de uma actuação programada, nada ou quase nada dizendo a quem esteve na estrada a protestar para que não o deixem morrer por asfixia. A Antram reivindica Incentivo à Renovação de Frota, o que pode ser o ideal para quem está bem financeiramente, mas nunca para quem não consegue abastecer o depósito para o dia-a-dia. É o mesmo que mandar um pobre comprar medicamentos caríssimos. Vão receber tostões e investir milhões. A questão da Formação Obrigatória de Motoristas, servirá mais os interesses das empresas formadoras e a própria Antram, que se vai candidatar uma importante fatia dos milhões, mas nada resolve do problema prático. A legislação europeia impõe a sua aplicação, pelo que esta reivindicação é música para surdos. A Diferenciação Positiva Fiscal, entre transportadores públicos/profissionais e privados, já arrancou com o Orçamento de Estado de 2008 e será agravada no de 2009. O desconto nas Portagens é uma questão complexa, pois deverão ser as concessionárias a atribuir descontos aos clientes (tal como na generalidades dos Estados-Membros da União Europeia), em determinadas faixas horárias, mas nunca poderá ser o Governo a financiar, como irresponsavelmente o fez em 2001, a ponto de anular a medida em 2006, quando percebeu que ela não respondia aos interesses de todos os transportadores, mas muito especialmente aos que realizam serviços para a grande distribuição. Se o fizer está a alimentar a fogueira das SCUT. O pedido de legislação Anti-Dumping (venda com prejuízo) é música para os ouvidos. Na realidade “todos” vendem a preços inferiores ao custo. Mas não podemos esquecer que haverá sempre grandes diferenças de preços entre empresas, pois os valores de aquisição de veículos, pneus e combustíveis chega a ter variantes de 20 a 30%. A Revisão Automática de Preços, ganha corpo nos mercados europeus, mas convenhamos que se está a legislar em mercado livre. É como chamar analfabetos e irresponsáveis aos transportadores. Mais sensato seria pedir para legislar (tal como em França, entre outros) sobre os prazos de liquidação das facturas e consequentes penalidades. Anular o diferencial de preço do Gasóleo, entre Portugal e Espanha, é uma medida de inteira justiça, se tivermos em conta que diariamente entram e saem de Portugal milhares de camiões, que não abastecem por cá uma gota de gasóleo, realizando operações de distribuição, cargas e descargas – nos dois sentidos - em concorrência desigual (não ilegal) com quem não atravessa a fronteira técnica. O problema em volta das Ajudas de Custo, é um sinal evidente de como o Governo foi alimentando uma fogueira. Tal como o Governo sabe, pois há documentos trocados e actas que legalizaram o acordo entre as partes, as ajudas de custo, liquidadas mensalmente pelos transportadores, sempre estiveram isentos de taxas sociais, até que alguém faltou à palavra. Agora, depois de milhares de penhoras e ameaças de execuções, o problema vai ser resolvido. A questão do gasóleo profissional, que não aparece nas reivindicações, é um tema “esquecido”, mas que desde 13 de Maio a União Europeia dá o seu acordo. 10


Muito mais do que apoios para adiar o problema, o governo, através do ministério, se andasse atento, já deveria ter criado um quadro de apoio ao abandono de actividade para os transportadores com idade, ou perto, da reforma. E para quem não resistirá ao DL257/2007. Bastava que o ministério dos transportes tivesse tido vontade de ouvir os protestos e as reivindicações para perceber o drama dos homens e mulheres que estiveram na estrada. Diariamente há milhares de motoristas (muitos deles os donos dos veículos) que, por não terem dinheiro para comer uma refeição quente, param o camião na borda da estrada, para comer pão com pão. Poderiam também esses senhores altivos e arrogantes do ministério saber que nas forças policiais há um infindável número de pedidos de apreensões de veículos por falta de liquidação das rendas. Se falassem com quem anda na roda e não quem está sentado no ar condicionado, também percebiam que a rotação de cheques sem cobertura para abastecer os camiões é crescente. A crise é grande, mas este escândalo público poderia ser evitado se houvesse humildade. Demitam-se os responsáveis.

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