Recortes nº 159 Índice – 23 de outubro de 2015 Porto de Setúbal cresceu 13% nos contentores até Setembro Setúbal mantém subida nos contentores e ro-ro Embaixador da Eslovénia em Portugal visita o Porto de Sines APS instala equipamentos de raios x na fronteira do Porto de Portimão Porto de Leixões adjudica dragagens a grupo dinamarquês MSC investe 3,5 milhões em Matosinhos Especialista portuário alerta: Venda da Tertir ao grupo Yildirim reforça importância do regulador AMT Green Logistics: O papel dos portos na economia circular V. Caldeirinha e a competitividade dos portos: "Ou vamos buscar transhipment ou hinterland" V. Caldeirinha: "Não tem que haver bitola europeia porque importa chegar a Espanha”
APSS, SA Praça da República 2904-508 Setúbal Portugal Nº Reg. Comercial e NPC: 502256869
Tel.: +351 265 542000 Fax: +351 265 230992 Sítio Internet: www.portodesetubal.pt Email: geral@portodesetubal.pt
Manuela Patrício (APL): "Recuperar a imagem do Porto de Lisboa só se conseguirá com o tempo" Manuela Patrício (APL), sobre o terminal no Barreiro: "Um porto se não se reinventa, morre" João Franco: "Falar apenas no preço da factura portuária é não ter em conta a totalidade da realidade portuária" João Franco: “Não queremos depender do Estado para fazer investimentos necessários" João Franco: "Temos de fazer comboios de 750 metros" Braga da Cruz: "Em Aveiro temos facilidade em atrair carregadores mas não armadores" Brogueira Dias: "É estranho falar na redução dos prazos das concessões quando na Europa se faz o contrário" Brogueira Dias: "Carga geral será o garante de que Leixões ultrapassará a fasquia recorde" Brogueira Dias: "Viana terá, sobretudo, um papel de complementaridade face a Leixões"
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Económico, 22 de outubro de 2015
Porto de Setúbal cresceu 13% nos contentores até Setembro Nos primeiros nove meses deste ano, porto movimentou mais dez mil TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento) que no período homólogo de 2014.
O porto de Setúbal registou um crescimento de 13% nos contentores movimentados de Janeiro a Setembro deste ano, em comparação com o período homólogo de 2014. Nos primeiros nove meses deste ano, o porto de Setúbal movimentou 87 mil TEU (medidapadrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento), mais 10 mil TEU que no período homólogo do ano passado. O movimento de subida no porto de Setúbal também se verificou no segmento ‘ro-ro’ (embarque desembarque de automóveis), com 127 mil veículos movimentados, uma subida de 16% (mais 9.500 veículos). Segundo um comunicado da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e de Sesimbra, “os terminais de serviço público continuam a evidenciar uma tendência de crescimento, com 3,8 milhões de toneladas processadas até Setembro, mais cerca 5% de carga relativamente a 2014” De acordo com o porto liderado por Vítor Caldeirinha, esta subida foi liderada pelo terminal Sapec Granéis Sólidos e Líquidos, com 583 mil toneladas (mais 21%), seguido do terminal ‘ro-ro’ Coelho da Mota, com 185 mil toneladas (mais 18%), e terminal Multiusos Zona 1 (concessionado à Tersado), com 1,4 milhões de toneladas (mais 6%).
Transportes em Revista, 22 de outubro de 2015
Até setembro
Setúbal mantém subida nos contentores e ro-ro O Porto de Setúbal anunciou que entre janeiro e setembro deste ano registou um crescimento de 13 por cento, em TEU´s, no tráfego de contentores, e de 16 por cento em unidades ro-ro., comparativamente com igual período do ano passado. Até ao final de setembro, foram movimentados 87 mil TEU´s e 127 mil veículos, respetivamente, mais 10 mil TEU´s e mais 9,5 mil veículos que em 2014. De acordo com a APSS, “os terminais de serviço público continuam a evidenciar uma tendência de crescimento, com 3,8 milhões de toneladas processadas até setembro, mais cerca 5 por cento de carga relativamente a 2014, liderados pelo Terminal Sapec Granéis Sólidos e Líquidos, com 583 mil toneladas, mais 21 por cento, seguido do Terminal Ro-Ro Coelho da Mota, com 185 mil toneladas, mais 18 por cento, e Terminal Multiusos Zona 1, concessionado à Tersado, com 1,4 milhões de toneladas, mais 6 por cento”.
APP, de outubro de 2015
Embaixador da Eslovénia em Portugal visita o Porto de Sines No dia 19 de outubro o Embaixador da Eslovénia em Portugal, Matjaz Longar, visitou o Porto de Sines, onde se reuniu com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve. No decorrer do encontro o Presidente da APS apresentou os principais fatores de competitividade do porto, nomeadamente os terminais especializados preparados para receber e operar todos os tipos de navios e cargas. As características do porto, aliadas às condições ímpares oferecidas pela ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines foram os atributos apresentados ao Diplomata, visando criar sinergias que fomentem o desenvolvimento de relações comerciais entre os dois países.
APP, 22 de outubro de 2015
APS instala equipamentos de raios x na fronteira do Porto de Portimão A Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) acaba de instalar, na fronteira do Cais de Comércio e Turismo do Porto de Portimão um equipamento de raios x, para a inspeção não intrusiva de bagagens dos passageiros e tripulantes a embarcar/desembarcar, assim como equipamentos de deteção de metais. A APS explica, em nota de imprensa, que, no âmbito do plano de melhoria das condições operacionais e de segurança dos portos comerciais de Faro e de Portimão, foram instalados no terminal de Portimão um aparelho de raios-X para inspeção de bagagem, dois pórticos para deteção de metais bem como dois detetores de metais portáteis. Agora vão ainda decorrer ações de formação para os operadores destes equipamentos, no sentido de garantir a sua «adequada utilização». Este reforço das condições de segurança no Porto de Portimão implicou um investimento aproximado de 67.000 mil euros, co-financiado pelo Programa Operacional Algarve 21, programa que tem como principal objetivo afirmar o Algarve como região dinâmica, competitiva e solidária.
Di谩rio Econ贸mico, 23 de outubro de 2015
Jornal de Neg贸cios, 23 de outubro de 2015
Cargo News, 21 de outubro de 2015
Especialista portuário alerta: Venda da Tertir ao grupo Yildirim reforça importância do regulador AMT Por 335 milhões de euros, sensivelmente, o grupo turco Yildirim ficará com a Tertir, empresa do Grupo Mota-Engil, da qual o Novo Banco era também accionista. Os turcos ficarão com 100% do capital e 7 terminais portuários em Portugal, mais os terminais da Tertir em Espanha e no Perú e a empresa Transitex. A CARGO foi procurar reacções junto do sector. E falou com um especialista do sector portuário com um cargo importante dentro de uma Administração Portuária que pediu, no entanto, para manter o anonimato. Em seguida, a breve entrevista: CARGO: Que comentários faz ao negócio de compra da Tertir por parte do grupo turco Yildirim? Esta compra parecer ser o resultado de quem tem capital para investir e anda à procura de oportunidades no mercado e de quem anda à procura de capital para financiar o 'core business' do seu portefólio de negócios. O primeiro, que é o Grupo Yildirim, com dinheiro para investir e com know how e experiência na gestão portuária, que encontrou na carteira de negócios Tertir uma boa oportunidade para aplicação do seu dinheiro com a expectativa de uma taxa de retorno atractiva; o segundo, que é o Grupo Mota Engil, detentor da carteira Tertir, que necessitando de capitalizar o “negócio mãe” que suporta o Grupo, a construção e obras públicas, encontrou uma boa oferta por um ramo do seu negócio, a Tertir, que nunca foi encarada como uma aposta estratégica de futuro do Grupo. A tertir tem vários terminais em vários portos nacionais, falava-se inclusive nalgum monopólio. A situação vai manter-se mas agora nas mãos de um grupo estrangeiro. É ainda mais preocupante? Quando estamos perante uma economia mundializada em que o capital circula livremente e não há a definição clara de quais são os activos estratégicos do pais que têm de ser preservados, mesmo dentro de um cenário de uma economia global, o risco destes activos irem parar nas mãos de estrangeiros está sempre presente. E no presente caso concretizouse! Até aqui tínhamos um Grupo português que tendo uma posição dominante no mercado portuário e logístico sempre era português e o valor criado ficava no país. Agora essa posição dominante passa a ser um Grupo estrangeiro e como é obvio parte do valor criado há-de ter outro destino que não o nosso país.
Parece-lhe que o grupo turco vem com vontade de investir nos terminais? Ainda não tive contacto com o Grupo Yildirim, apenas um telefonema de um representante do Grupo nas negociações com a Mota Engil que me transmitiu uma postura muito dinâmica e interessante do Grupo com vontade em apostar nos portos e logística em Portugal, fazendo registo que a dimensão de terminais portuários como o de contentores de Leixões são o objectivo alvo fixado pelo Grupo como estratégia de desenvolvimento futuro. O papel da regulação vai tornar-se mau importante? A AMT parece-lhe dotada de arcabouço para lidar com esta nova situação? Sim concordo que o papel da AMT se vai tornar mais importante na medida em que agora temos uma multinacional que agrega um conjunto vasto de actividades diferentes (metalúrgica, fertilizantes, carvão, energia, shipping, construção naval, construção e obras e gestão portuária) onde se inclui a gestão de portos e terminais portuários, o que dificulta as tarefas de regulação, mormente pelas dificuldades de acesso, recolha e tratamento de informação da actividade que interessa regular a gestão dos terminais portuários. O que conheço da nova AMT é pouco. Contudo sei que os quadros que já existiam no ex-IPTM e ex-IMT estão integrados na AMT. Se vão dar conta do desafio tenho as minhas reservas, pois penso que deveria de haver um reforço de meios humanos qualificados para que a AMT pudesse responder de uma forma efectiva às exigência da regulação do sector.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
Green Logistics: O papel dos portos na economia circular "2015 é o ano de virar a página aos “Objetivos do Milénio” para dar lugar aos “Objetivos da Sustentabilidade” e que surgem a reforço dos modelos de desenvolvimento preconizados pela “Economia Circular e de Baixo Carbono” rumo a um 2030 mais inclusivo e sustentável. No rescaldo dos anos de industrialização - perante a vaga do crescimento da população mundial que enfrenta a escassez de recursos naturais, à medida que o planeta vai ficando inundado de resíduos - vamos assistindo a uma mudança de paradigma na utilização de matérias-primas. Sendo que os recursos naturais têm dado lugar à matéria reciclada, da qual 40% do aço, 50% do papel e 35% do cobre produzido têm na sua génese resíduos valorizados. Da evolução tecnológica, motivada pela escassez de recursos naturais, até às motivações dos líderes mundiais, ergue-se o contexto macroeconómico favorável a uma nova vaga de desenvolvimento industrial, liderada pelas designadas “indústrias verdes”. O sucesso dessas indústrias está ainda ameaçado pela complexidade da cadeia de abastecimento e pela eficiência dos processos logísticos, pese embora o impacto das atividades económicas de recolha, seleção e valorização de resíduos terem uma expressão anual superior a 1,3 triliões de euros, influenciando positivamente os volumes de carga que cruzam os mares e os oceanos. De acordo com os dados apresentados no passado mês, durante a World Conference da “International Solid Waste Association” (ISWA), mais de 20% da carga contentorizada e oriunda do mundo ocidental são resíduos. Só na Europa, a exportação de resíduos é responsável por 35 milhões de toneladas movimentadas nos portos, estimando-se uma forte expectativa de crescimento, motivada quer pela quantidade de veículos em fim de vida quer pelo lixo eletrónico que não para de aumentar. Os portos e as regiões costeiras – originados pela sua abertura ao mundo - têm-se assumido como epicentros de inovação e desenvolvimento tecnológico, evoluindo de “hubs” logísticos para uma visão moderna de porto enquanto centro de negócios que atrai investimentos e promove o desenvolvimento das economias locais. Na verdade, com a pressão da regulação ambiental, a mudança de paradigma na utilização de matériasprimas e o surgir de novas tipologias de indústrias - também elas servindo as necessidades do ecossistema portuário – surgem novas oportunidades de negócio para os portos que podem oferecer a interconectividade como
uma vantagem competitiva para alavancar a prosperidade das “indústrias verdes”. É nesta franja de oportunidade que o Porto de Antuérpia situou o seu projeto “Blue Gate”. Este projeto oferece infraestruturas e processos logísticos inteligentes, otimizados para atrair indústrias “eco-friendly” para o seio do cluster portuário. De braço dado com os seus parceiros empresariais e apostando no conhecimento e na inovação, o Porto de Antuérpia afirmou-se como o “hub” logístico mundial da “Economia Circular” criando, entre outras, condições logísticas para alimentar as cadeias de abastecimento da indústria Chinesa onde o plástico reciclado é transformado em peças de vestuário. A abertura do Porto de Antuérpia possibilitou que fossem criadas condições para a fixação de indústrias que recebem lixo eletrónico de todo o mundo para lhes extrair os metais preciosos. Muitos impactos ambientais provocados pela operação portuária foram também alvo de inovação. São disso exemplo os processos de valorização dos dragados em materiais com aplicação na construção civil. Não muito longe, também o Porto de Amsterdão criou condições para que dragados e fosfatos das águas de esgotos fossem transformados em fertilizantes, usados na importante indústria da floricultura holandesa, gerando valor para a economia e um melhor ambiente para as comunidades vizinhas. Neste paradigma de desenvolvimento das indústrias verdes, o Porto de Amsterdão destacase por ter erguido a capacidade industrial de transformar óleos e outros resíduos orgânicos (muitos deles provenientes da atividade portuária) em biodiesel, com potencial de aplicação na produção de energia elétrica e aquecimento residencial. Esta iniciativa, para além de ter viabilizado o fascinante processo de transformar resíduos em riqueza, permitiu que fosse erguida a maior iniciativa industrial europeia de produção de biodiesel no seio do cluster portuário. Dos constrangimentos ao crescimento da economia portuguesa temos a exposição aos mercados externos no abastecimento dos recursos energéticos e matérias-primas para a nossa indústria. A Portugal faltam muitas matérias-primas. No entanto, num contexto de transformação de lixo em riqueza, uma sociedade de consumo como a portuguesa produz todos os dias matérias-primas que podem ser transformadas para abastecer a indústria, fertilizar os nossos campos ou aquecer e iluminar os nossos lares. Precisamos, para isso, de atrair investimentos “eco-friendly” que nos permita reduzir a nossa dependência do exterior e melhorar os nossos indicadores de performance económica, social e ambiental. Dos exemplos que observamos, compreendemos que estas iniciativas empresariais precisam de estar abertas ao mundo e carecem de processos logísticos eficientes para assegurar a viabilidade económica dos seus modelos de negócio. À semelhança do que acontece noutras geografias, também em Portugal, existem condições para que os nossos portos constituam uma alavanca ao desenvolvimento destas indústrias, encontrando nelas uma oportunidade de negócio e a capacidade de gerar postos de trabalho e riqueza em regiões como Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal e Sines. Não obstante,
todas estas regiões paradoxalmente beneficiarem de infraestruras portuárias, continuam marcadas por uma forte taxa de desemprego e elevados índices de exclusão social."
Sobre o autor: Ana Cristina Ribeiro é Engenheira Química, especializada em otimização de processos industriais e de suporte a cliente. Tendo, ao longo de três décadas, assumido funções de liderança em indústrias de tecnologia hospitalar, “oil & gas”, telecomunicações e tecnologias de informação aplicadas à logística e economia do mar. Atualmente, Ana Cristina Ribeiro é Gestora de Negócios Internacionais da recém-criada unidade de negócios da Economia do Mar: Blue Growth by Compta.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
V. Caldeirinha e a competitividade dos portos: "Ou vamos buscar transhipment ou hinterland" Presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e da Associação dos Portos de Portugal (APP), Vítor Caldeirinha não poderia deixar de estar presente no debate sobre Competitividade nos Portos Nacionais, esta quinta-feira levado a cabo em Lisboa. Entre as várias questões abordadas pelo máximo responsável do porto setubalense esteve o tema das ligações à Europa como forma de reforço da competitividade portuária nacional e como veículo de incremento de cargas. Ora, sobre essa chegada à Europa, Vítor Caldeirinha salientou ter "algumas dúvidas sobre a ligação dos portos portugueses à Europa, por via terrestre”, uma vez que vários estudos mostram que “os hinterlands dos portos europeus não vão muito para além dos 600/700 kms, tirando portos de Antuérpia ou Roterdão”. “Não podemos ambicionar ir muito além da Península Ibérica, o nosso hinterland por terra está restrito a Portugal e pouco mais”, defende assim, apontando então outras formas de "ter portos mais competitivos e maiores": "Ou vamos buscar transhipment, como fez Sines; ou vamos buscar hinterland para lá dos 200 kms, chegando aos 600 ou 900 kms”. Vítor Caldeirinha lembrou ainda que os portos nacionais têm crescido, defendendo que tal se deve sobretudo, precisamente, a esse "alargamento do hinterland e do transhipment”.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
V. Caldeirinha: "Não tem que haver bitola europeia porque importa chegar a Espanha” Na sua intervenção na mesa redonda dedicada aos portos, inserida na sessão desta quinta-feira subordinada ao tema Competitividade dos Portos Nacionais, Vítor Caldeirinha falou de vários assuntos. Um dos quais surgiu vindo em forma de questão: De que forma os portos nacionais podem alcançar os seus objectivos de competitividade que, na sua opinião, se consegue ou pelo hinterland ou pelo transhipment? Vítor Caldeirinha deu rápido feedback: "A resposta está no PETI". Em particular, destacou a necessária aposta na ferrovia e nos corredores de ligação à fronteira e aos portos: "É fundamental o melhoramento da ferrovia, que não tem que ser em bitola europeia porque importa chegar a Espanha”. Outra ressalva que o presidente da APSS não deixou de fazer prendeu-se com a denominação do porto de Setúbal enquanto 'porto pequeno' no sistema portuário nacional. “Setúbal é um porto muito industrial, exporta cerca de 70% da carga. Como se mede a importância de um porto? É pelo total movimentado ou pela importância para a economia?”, referiu, deixando a questão no ar.
Cargo News, 20 de outubro de 2015
Manuela Patrício (APL): "Recuperar a imagem do Porto de Lisboa só se conseguirá com o tempo" Como referido noutra peça, Manuela Patrício, Directora da área dos Terminais Portuários e Logística da APL, esteve em representação de Marina Ferreira no debate sobre Competitividade dos Portos Nacionais, que teve lugar esta quintafeira. Na sua intervenção, Manuela Patrício, para além de abordar temas mais vastos como os factores de competitividade dos portos ou temas polémicos como o Barreiro, falou da actualidade do porto de Lisboa, lembrando que este ainda está a recuperar "dos danos causados em 2012”. Para a responsável, é fundamental "recuperar a imagem do porto”, algo que se conseguirá “só com o tempo”. “Perdemos muitos clientes para Setúbal, Leixões ou para portos espanhóis”, recordou, apesar de realçar a recuperação "aos poucos", nomeadamente "na carga contentorizada". Ora, segundo a responsável do porto de Lisboa, essa recuperação passará sobretudo por uma necessária "melhoria da qualidade das infraestruturas”. “Temos feito investimentos noutras áreas mas na área da carga há algum tempo que não se investe”, realça, frisando que o investimento que tem sido feito tem recaído "mais nas novas tecnologias”. Por outro lado, vê a necessidade da “melhoria da qualidade dos serviços", onde salienta que já é um ponto onde depende mais "dos concessionários”. Sobre competição (e não propriamente competitividade), Manuela Patrício salientou que esta existe "fundamentalmente com os portos espanhóis", embora reconheça que "todos competimos com todos, é a dinâmica do mercado”. Sobre os portos portugueses, defendeu que "ganham sempre em ser parceiros”.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
Manuela Patrício (APL), sobre o terminal no Barreiro: "Um porto se não se reinventa, morre" A Competitividade dos Portos Nacionais foi tema de debate esta quinta-feira, em Lisboa, um evento promovido pelo Jornal da Economia do Mar - em colaboração com a Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa - que surge no seguimento do estudo da Autoridade da Concorrência, que coloca em causa o sistema portuário nacional. Uma das presenças notadas no evento, enquanto representante da Administração do Porto de Lisboa, foi a de Manuela Patrício, Directora da área dos Terminais Portuários e Logística que, entre outros temas, foi convidada a falar sobre a escolha do Barreiro como localização para um novo terminal de contentores da capital. Lembrando que o projecto ainda espera os devidos estudos, Manuela Patrício defendeu, quando questionada sobre a real necessidade de novo terminal em Lisboa, que “a capacidade do porto de Lisboa depende da capacidade industrial da região onde está inserido”, vincando que essa é muito relevante no contexto nacional. Mas a responsável da APL foi mais longe e falou do novo terminal como uma questão de, quase, vida ou morte para o porto lisboeta no que a movimentação de carga (contentorizada, no caso) diz respeito. “O projecto do Barreiro surge porque um porto, como qualquer outro negócio, se não se reinventa, morre”, salientou, realçando que o “porto de Lisboa tem estado muito parado”. “O porto ou definha ou estuda alternativas. Esperemos pelos estudos e depois cá estaremos para discutir”, adiantou ainda Manuela Patrício, em resposta a questões levantadas pela plateia relacionadas com as complicações dos acessos marítimos ao Barreiro (e possível interferência com a base naval). A Directora da área dos Terminais Portuários e Logística lembrou ainda que estiveram em cima da mesa outras opções, nomeadamente expandir o terminal já existente em Alcântara que não foi avante porque "o estudo do impacte ambiental vetou" o projecto.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
João Franco: "Falar apenas no preço da factura portuária é não ter em conta a totalidade da realidade portuária" Lisboa acolheu um evento sobre a Competitividade dos Portos Nacionais, promovido pelo Jornal da Economia do Mar - em colaboração com a Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa - que surgiu no seguimento do estudo da Autoridade da Concorrência, a qual colocou em causa a competitividade do sistema portuário nacional. João Franco, presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) foi um dos oradores numa mesa que juntou os cinco principais portos do sistema portuário nacional. Sobre o estudo levado a cabo pela Autoridade da Concorrência (AdC), bastante criticado por boa parte do sector, João Franco foi moderado na análise e até o considerou "um bom trabalho", embora admita não concordar "com algumas conclusões". "Do que lá vem não se podem tirar todas as conclusões que se tiraram”, vinca o presidente da APS, centrando depois a sua análise em pontos concretos. O primeiro dos quais, a duração das concessões, cujo estudo sugere que sejam de menos anos, e que João Franco salienta ter "três decisões na equação: a duração da concessão, a renda paga pelo concessionário à Administração Portuária e os preços cobrados aos clientes”. Outra questão aprofundada, de forma menos positiva, no estudo da AdC, prende-se com a análise feita à factura portuária. Ora, João Franco salienta que “o que interessa é a relação entre o preço e a produtividade". "Falar apenas no preço da factura portuária é não ter em conta a totalidade da realidade portuária”, salienta. Sobre o prazo das concessões, João Franco recordou que a sugestão da AdC vai contra o que vem sendo praticado na Europa: “As concessões, a nível europeu, podem ir até aos 99 anos de duração. Em Espanha a legislação foi alterada recentemente e podem ir até aos 75 anos. Em Portugal praticam-se prazos de 25 ou 30 anos”. Outra questão apontada por João Franco, que coloca os portos portugueses em desvantagem competitiva face aos concorrentes europeus, tem a ver com o facto dos portos do Norte da Europa não pagarem impostos nem dividendos ao accionista, algo que se paga em Portugal. Sines, de resto, entregou ao accionista Estado mais de 3 milhões de euros no passado ano. "Este é um mercado extremamente volátil mas os investimentos que têm que ser feitos nas infraestruturas portuárias são avultadíssimos. E isto é muito complicado de gerir”, referiu ainda o máximo responsável da APS.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
João Franco: “Não queremos depender do Estado para fazer investimentos necessários" Na sua participação, enquanto orador, no debate sobre a Competitividade dos Portos Nacionais, que teve lugar esta quinta-feira em Lisboa, João Franco, presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) falou também da actualidade do porto de Sines, onde se esperam crescimentos de "mais de 40%" no Terminal da Portsines, de "mais de 20%" no terminal de granéis líquidos e um pouco abaixo disso no terminal de contentores. Sobre o porto de Sines, João Franco salientou que este "não compete com os portos portugueses mas sim com portos espanhóis de Algeciras e Valência e com o porto de Tanger MED, que por acaso é um porto perigoso”. Realçando que, a nível ibérico, Sines é o 4.º porto na movimentação de contentores, João Franco manifestou a ambição de "ser o 3.º dentro de três anos, ultrapassando Barcelona”. Questionado sobre os factores de sucesso do porto de Sines, o presidente da APS vincou que este "é resultado do esforço dos seus concessionários". "São eles que fazem negócio, investem, correm o risco, criam emprego, pagam impostos…”, enumerou, admitindo que a APS é somente "um veículo de apoio ao sucesso dos nossos concessionários”. Ora, para que esse apoio se consiga fazer, é necessária estabilidade financeira. Essa é, portanto, uma das metas da APS, até porque não quer "depender do Estado para fazer investimentos necessários e que nos competem”. Questionado sobre a razão pela qual os concessionários têm sucesso em Sines, João Franco salientou desde logo "a localização geográfica”, assim como “o aumento do tamanho dos navios que os torna impraticáveis noutros portos”. Por outro lado, “todos os terminais têm equipamento de topo, do mais moderno que existe”. E depois há a questão laboral: “No Terminal XXI beneficiamos de ser um terminal recente e os estivadores são, na sua maioria, gente muito nova, que percebe que o seu sucesso é o sucesso da empresa concessionária”.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
João Franco: "Temos de fazer comboios de 750 metros" O presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), João Franco, falou também de ferrovia na sessão desta quinta-feira que debateu a Competitividade dos Portos Nacionais. Aliás, a ferrovia apresenta-se como tema crítica na competitividade (ou falta dela) do sistema portuário nacional. Ora, para o presidente da APS, a questão da bitola - tão debatida - "não é importante". Isto porque, na sua opinião, "o objectivo é chegar a Madrid". "É importante sim que a infraestrutura fique preparada para a bitola europeia quando Espanha a tiver”, acrescentou. Outra crítica que deixou tem a ver com o tamanho das composições que hoje se pratica: “Os comboios actuais de 450 metros aumentam o custo unitário, temos de fazer comboios de 750 metros”. Já em relação ao desvio que se tem que fazer para chegar à fronteira espanhola, devido a insuficiências numa parte do troço, João Franco referiu que "os 180 kms a mais que fazemos para chegar à fronteira levam a tempos de trânsito maiores e, pior, mais custos”.
Cargo news, 22 de outubro de 2015
Braga da Cruz: "Em Aveiro temos facilidade em atrair carregadores mas não armadores" Braga da Cruz, presidente da Administração do Porto de Aveiro (APA) e da Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF), esteve em representação destes dois portos na mesa redonda que juntou os presidentes dos C.A. de todo o sistema portuário nacional, no evento sobre Competitividade dos Portos Nacionais levado a cabo esta quinta-feira. O máximo responsável da APA centrou a sua intervenção mais na realidade do porto de explicando os factores críticos e as potencialidades de crescimento da competitividade naquele porto. Realçando que "o porto de Aveiro, enquanto infraestrutura, está muito ancorado em grandes clientes", Braga da Cruz frisou que "a Administração Portuária e a Comunidade Portuária sentem uma responsabilidade muito grande no que à competitividade destas empresas diz respeito”. “Todos os dias procuramos prestar o melhor serviço possível aos nossos clientes”, acrescentou. Outro tema abordado, visto como uma oportunidade, foi o Corredor Atlântico, uma "opção estratégica europeia" que, no entender de Braga da Cruz, dá a Aveiro a "oportunidade de se afirmar e uma chegada a Castela e Leão, que tem uma orientação estratégica de abertura para o mar”. Nesse âmbito, lembrou as parcerias já existentes com a Cylog e com a Zaldesa.
Mudar de página nos contentores Braga da Cruz aprofundou ainda o tema dos contentores, uma realidade praticamente nova para Aveiro, que vinha vivendo de outro tipo de cargas. “Nos contentores, estamos a mudar uma página na vida do porto de Aveiro. Vivemos de uma realidade em que é o carregador que escolhe o porto, enquanto que nos contentores é o armador que escolhe”, realça, admitindo: “Em Aveiro, temos facilidade de atrair carregadores mas não armadores”. “Esperamos que os armadores coloquem os olhos em Aveiro”, conclui. Ainda sobre oferta portuária e competitividade, o responsável do porto de Aveiro lembrou a importância de ter "as infraestruturas adequadas à cadeia logística que estamos a servir". "Temos que ter a sensibilização de perceber se estamos a puxar ou a ser empurrados”, referiu, em tom de conclusão.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
Brogueira Dias: "É estranho falar na redução dos prazos das concessões quando na Europa se faz o contrário" Quem também esteve no debate promovido esta quinta-feira, em Lisboa, sobre a Competitividade dos Portos Nacionais foi Brogueira Dias, presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo. Na sua intervenção na mesa redonda onde estiveram representados os cinco maiores portos nacionais - e os outros portos do Continente de dimensão mais reduzida, sob gestão de alguma das Administrações portuárias dos ditos grandes -, Brogueira Dias analisou, entre outras questões, o estudo da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a competitividade dos portos portugueses. Ora, uma das sugestões deixadas pelo estudo da AdC é a redução dos prazos das concessões portuárias. Brogueira Dias não poderia estar mais em desacordo relativamente a essa indicação: “É estranho falar na redução dos prazos das concessões quando na Europa se faz o contrário. A Espanha alargou recentemente os seus prazos, os países nórdicos têm prazos de 90 anos. Aqui temos prazos de 25 anos…” Sobre a competitividade dos portos, o máximo responsável da APDL salientou que há toda uma cadeia envolvida e que, por isso, “a boa ou má performance do porto não é da Administração Portuária mas sim de todos os players e da forma como convivem”. “Não é o porto, por si, que pode melhorar ou piorar a competitividade, é toda uma articulação de uma cadeia logística”, acrescentou, defendendo ainda que “não é o preço o factor determinante” da competitividade de um porto.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
Brogueira Dias: "Carga geral será o garante de que Leixões ultrapassará a fasquia recorde" Brogueira Dias, presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) falou também, na sua intervenção na sessão desta quinta-feira sobre Competitividade dos Portos Nacionais, da actualidade do porto de Leixões. Vindo de um ano 2014 recorde, o ano de 2015 será, ao que tudo indica, novo ano de recordes. Isto porque, apesar da contentorização ser "a nova tendência", "a carga geral continua a estar lá". "E a carga geral será o garante de que Leixões ultrapassará a fasquia recorde dos 18,1 milhões de toneladas”. “Muitos países e muitos portos só têm esta forma de movimentar carga e há uma frota gigante para este tipo de carga”, acrescenta Brogueira Dias, numa sessão que começava a ficar dominada pela carga contentorizada. O segmento contentorizado até tem enfrentado evolução negativa em Leixões, algo justificado por Brogueira Dias pelas "crises em Marrocos, Argélia ou Angola”. “Por outro lado, Leixões tem a particularidade de ter sempre um Plano Estratégico permanentemente actualizado. Plano que acabava este ano foi cumprido em 2014. E os 10 anos dos nossos Planos começam a ser demasiado longos face ao ritmo de desenvolvimento das novas tecnologias”, salienta ainda o máximo responsável da APDL, abordando ainda o tema da ferrovia: “Não estou demasiado preocupado com a bitola, estou mais preocupado com a articulação da rede, nomeadamente aos portos”.
Cargo News, 22 de outubro de 2015
Brogueira Dias: "Viana terá, sobretudo, um papel de complementaridade face a Leixões" Brogueira Dias apareceu como orador na sessão sobre Competitividade nos Portos Nacionais em representação da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, a qual preside, sendo assim o máximo responsável do porto de Leixões mas também do porto de Viana do Castelo. E, a determinado momento da sua intervenção, as questões começaram a incidir sobre Viana do Castelo e sobre o seu papel, agora que está integrada na gestão da APDL. “Viana do Castelo oferece soluções que Leixões não tem, os portos complementam-se”, começou por referir, lembrando que “se calhar, 70% da frota mundial pode ir a Viana do Castelo", uma vez que "nem todos os navios têm 20 mil TEU’s”. “Viana terá, sobretudo, um papel de complementaridade face a Leixões”, defende assim Brogueira Dias.