Recortes 222 15 11 2013

Page 1

Recortes nº 222 Índice – 15 de novembro de 2013     

MacAndrews passará a escalar Setúbal em vez de Lisboa a partir de dia 20 Porto de Setúbal visitado por delegação polaca Ligação ferroviária Porto-Vigo estimada em duas horas A ligação de Sines à Europa por ferrovia Terminais de contentores discutido no Parlamento

APSS, SA Praça da República 2904-508 Setúbal Portugal Nº Reg. Comercial e NPC: 502256869

Tel.: +351 265 542000 Fax: +351 265 230992 Sítio Internet: www.portodesetubal.pt Email: geral@portodesetubal.pt


APP, 15 de novembro de 2013 MacAndrews passará a escalar Setúbal em vez de Lisboa a partir de dia 20 A MacAndrews confirmou esta quarta-feira em comunicado que a partir do próximo dia 20 de novembro os seus serviços regulares em Portugal "passarão a escalar o Porto de Setúbal em vez do Porto de Lisboa". Quanto às escalas regulares em Leixões, "não sofrem alterações". No comunicado, a companhia salienta que esta é uma mudança "definitiva" com a qual pretende "valorizar e potenciar o crescimento dos nossos serviços em Portugal, oferecendo melhores garantias de regularidade e pontualidade dos nossos navios". "Esta decisão reflecte a elevada responsabilidade com que encaramos o mercado em Portugal, as relações comerciais com os nossos clientes e a nossa função de operador logístico europeu no transporte marítimo de curta distância, refere ainda o comunicado da MacAndrews. A CARGO tentou recolher mais informações junto de Manuel Baptista, diretor-geral da companhia em Portugal, mas este optou por não se alongar em relação aos motivos por detrás desta decisão. No entanto, dado o anúncio do cancelamento de escalas da MacAndrews em Lisboa devido à greve dos estivadores e tendo em conta a continuação da onda de paralisações, tudo leva a crer que tenha sido a instabilidade no porto da capital a estar por detrás desta mudança para Setúbal.


Cargo News, 14 de novembro de 2013

Porto de Setúbal visitado por delegação polaca Uma comitiva de dezasseis delegados polacos do Instytut Konsultantów Europejskich (Instituto Europeu de Consultores) visitou recentemente o porto de Setúbal com o objetivo de conhecer o Terminal Multiusos Zona 2, enquanto exemplo de solução tecnológica e organizacional na área dos investimentos em infraestruturas portuárias. A visita iniciou-se com uma receção no Auditório do Edifício Sede da APSS, que incluiu o visionamento do vídeo do Porto de Setúbal e uma apresentação do projeto de construção do Terminal Multiusos Zona 2, pelo Diretor de Equipamento, Infraestruturas e Ambiente, Eng.º Ernesto Carneiro, seguida de uma sessão de perguntas, e terminou com uma deslocação aos terminais portuários.


RTP Notícias online, 14 de novembro de 2013

Ligação ferroviária Porto-Vigo estimada em duas horas O presidente da REFER adiantou hoje que a modernização da Linha do Minho prevê que a ligação Porto-Vigo seja feita em duas horas, e não em hora e meia, como reclamou o presidente da CCDRN.

"A oferta atual não é suficiente e é sensato reclamar uma ligação [ferroviária Porto-Vigo] que se faça em, pelo menos, uma hora e trinta minutos", afirmou hoje, de manhã, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Emídio Gomes, na sessão de abertura da conferência "Multimodalidade Área Metropolitana do Porto -- Uma oferta integrada de qualidade". Emídio Gomes considerou que a ligação Vigo-Porto-Lisboa deve ser "decente e competitiva", destacando que tem vindo a trabalhar conjuntamente com o Governo regional da Galiza e o Governo português "tendo em vista um investimento" para esta ligação. O presidente da REFER, Rui Loureiro, que também esteve presente nesta iniciativa, adiantou, porém, que "não está previsto" que a ligação Porto-Vigo tenha a duração de uma hora e meia, estando a viagem estimada em duas horas. "Não está prevista a duplicação da via", disse, justificando assim a dificuldade em reduzir o tempo de duração da viagem. Segundo o responsável, o projeto de modernização da Linha do Minho, que representa um investimento de 66 milhões de euros e tem um prazo de execução de 30 meses, prevê a eletrificação dos seus 96 quilómetros de extensão e a construção de estações técnicas para cruzamento de comboios com 750 metros. "O tráfego é pesado na linha. Naturalmente, haverá sempre paragens técnicas e isso prejudica a velocidade e a duração do percurso", afirmou, em declarações à Lusa. Rui Loureiro salientou que a criação de paragens comerciais "não são da responsabilidade da REFER, mas da CP". O presidente da Câmara de Viana do Castelo e do Eixo Atlântico, José Maria Costa, reúne-se hoje, à tarde, com o presidente da REFER e da CCDRN, estando na agenda o programa de investimentos da modernização da Linha do Minho entre Nine e Valença, a avaliação do calendário e do projeto de modernização do circuito entre o norte de Portugal e a Galiza e ainda as futuras paragens da ligação do comboio "Celta" entre Porto e Vigo.


Um comunicado da Câmara de Viana do Castelo refere que o Eixo Atlântico "vai propor paragens em Viana do Castelo e em Nine", esta última para assegurar a ligação a Braga. Rui Loureiro, que considerou este projeto da modernização da linha do Minho "rentável", disse ainda que o investimento "poderá vir a ser considerado prioritário pelo Grupo de Trabalho" que estuda as infraestruturas prioritárias para o próximo quadro comunitário de apoio. No seu discurso, Emídio Gomes salientou ainda que "a aposta na ferrovia deverá ficar completa com a ligação Aveiro-Salamanca que, apesar de se situar geograficamente fora da região do Norte, será mais uma peça central no sistema de mobilidade e internacionalização de mercadorias". O secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, afirmou na segunda-feira que este grupo de trabalho vai apresentar os resultados na segunda quinzena de dezembro. "O Governo nomeou um grupo de trabalho para promover uma discussão sobre quais infraestruturas devem estar no próximo quadro comunitário de apoio. Estimamos que as conclusões do grupo de trabalho possam ser apresentadas de 15 de dezembro até ao final do ano. Depois, vamos colocar em discussão pública", disse o secretário de Estado, durante uma visita ao Barreiro. Sérgio Monteiro adiantou que as ligações ferroviárias na zona norte e sul do país estão a ser analisadas pelo grupo de trabalho. "Na ferrovia existem duas infraestruturas que estão particularmente em atenção. A ligação dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa à fronteira, e no norte, com Leixões e Aveiro à cabeça (...), para estarem os portos mais próximos da fronteira", explicou.


Cargo News, 13 de novembro de 2013

A ligação de Sines à Europa por ferrovia A ligação de Sines à Europa por ferrovia é daquelas matérias fastidiosas para o senso comum, por demais repisada como notícia justificada pela sua urgência. Há mais de 20 anos que é intenção de qualquer governo e há mais de 15 anos que anda nos jornais como prioridade para o dia de ontem. Por isso mesmo, apetece-me abordar esta questão na perspetiva do cidadão comum que ouve e lê, recorrentemente, este anúncio e que se interroga se será agora que a coisa vai para a frente.

Tento não recorrer a informação privilegiada sobre a matéria e sequer lembrar-me que já em 1996, chegado à Administração do Porto de Sines, se tinha como prioridades a melhoria das ligações rodoviárias, através do IC33 e do IP8 e das ligações ferroviárias via Poceirão, para chegar com eficiência de tempo e de custos à região de Lisboa. A mesma informação que se consubstanciou na determinação do governo em não hesitar comprometer-se com a realização dessas obras quando da assinatura do contrato com a PSA Corporation Ltd, referindo-as como intenção (obrigação) na famosa side letter. E ainda, aquela certeza tida quando numa reunião em Toulouse (França) participada por todos os interessados na terceira travessia dos Pirenéus, impulsionados pelas autoridades regionais de Aragão (Espanha), de que havia comprometimento entre Portugal e Espanha na construção dessa linha, após reunião de ministros dos transportes e obras públicas, assinado no ano 2000 no Centro Cultural de Belém. Depois foi o que se viu e sabe, quase sempre dada como notícia original e inédita. Assim foi, em 2003, enfaticamente apresentado o novo mapa ferroviário das ligações entre Portugal e Espanha, quando da cimeira da Figueira da Foz, alterado em 2007 e posto em causa em 2011. Assim fomos caminhando de promessa em promessa, de alteração em alteração, percorrendo opções conforme o abecedário conveniente. Defenderam-se ligações em T (tê), em L(éle) e em TT (duplo tê ou em pi). Acrescentaram-se argumentos económico-financeiros, saltando duma ligação direta Sines-Évora-Caia/Badajoz, para uma ligação SinesPoceirão-Évora-Caia/Badajoz e argumentos técnicos, que nos trazem visões diferentes sobre a oportunidade da via ser em bitola europeia ou bi-bitola, permitindo uma utilização polivalente, não se perdendo a conetividade à rede nacional, compatibilizada com a migração para um sistema que permite uma ligação com a rede europeia, para lá dos Pirenéus. Muito recentemente, mais uma vez, fomos confrontados pela bombástica notícia duma ligação de Sines à Europa poder arrancar já em 2014. A linha ferroviária para mercadorias entre Sines e a fronteira espanhola poderá começar a ser construída já no próximo ano, anunciou o primeiro-ministro Passos Coelho, que justificou que a ligação integra os projetos prioritários da Rede Transeuropeia de Transportes e que, por isso, será cofinanciada pelos fundos comunitários no quadro 2014-2020. O arranque das obras poderá ser facilitado "por ajudas [comunitárias] que são transferidas à cabeça", acrescentou, dizendo ainda que isso dependerá também de uma boa coordenação com o governo espanhol. Mais diz a notícia que “os governos português, espanhol e francês assinaram esta semana um memorando de entendimento sobre a concretização do Corredor Atlântico, ou Corredor n.º 4 da RTE-T, reapresentada pelo comissário Siim Kallas, em Tallin. O Corredor Atlântico unirá os portos de Leixões, Lisboa e Sines (e também Aveiro e Setúbal), através de Espanha, aos portos de Le Havre e Rouen, a Paris e a Mannheim (Alemanha). Haverá ainda uma extensão a Algeciras. Em território português haverá duas ligações: uma por Vilar Formoso, que seguirá diretamente para Irún sem passar por Madrid, e outra por Elvas, que passará por Madrid, onde poderá fazer-se a deriva para o corredor Mediterrânico.”


Dispenso-me a elencar as derivas do projeto e as manobras dos nossos parceiros espanhóis que o ajeitaram conforme as conveniências, favorecendo os seus principais portos de carga contentorizada na fachada do Mediterrâneo (Algeciras, Valência e Barcelona). Faço por acreditar nesta solução que, duma penada, engloba todos os portos portugueses. Perco-me na bondade duma solução salomónica que todos satisfazem, podendo, mais uma vez, a ninguém satisfazer e tudo permanecer adiado. Remeto-me ao domínio do racional e do dito bom senso recomendável. E cansado deste romance, revejo tudo o que me dizem ser ineficiências ou constrangimentos do atual sistema ferroviário. Considero todas as impedâncias (termo na moda) e discorro sobre curvas, pendentes, rampas, inclinações, traçado, plataformas adequadas, canais horários, tensão elétrica, material de tração, etc… Pergunto-me, afinal, o que está em causa? Será que as mercadorias chegam ou não chegam à desejada região de Madrid? Será que se consegue ou não a tal velocidade média de 60 km/h? O mercado existe ou teremos que fazer muito trabalho para que essa necessidade justifique a existência dessa infraestrutura desejada? Não quero reavivar a questão da utilidade ou inutilidade duma via-férrea, que sendo de bitola europeia nos trará o problema para dentro de casa, uma vez que se compatibilizando no objetivo duma conetividade com o resto da Europa, pode ficar sem ligação à restante rede nacional. Não quero acrescentar mais nada à confusão que parece existir. Nem tão pouco justificar a sua necessidade pelo alargamento do canal do Panamá das oportunidades geradas para o Porto de Sines. Matéria, esta, que bem precisava ser aprofundada pelos nossos governantes. Tento respirar e aclarar as ideias. E nada melhor que, para um cidadão comum, leigo nesta matéria, ávido pelo progresso do seu país e pelo desenvolvimento de projetos que ultrapassem a simples conjuntura e se afirmem como capazes de estruturar o bem-estar duma região e do país, o que interessa é que duma vez por todas se concretizem as promessas e se faça o que se tem a fazer. Basta de indefinições e de indecisões que levam sempre a estar fora de moda ou melhor a procurar sempre a última moda. Faça-se o que se tem que fazer!


PĂşblico, 15 de novembro de 2013, pĂĄg. 18


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.