Recortes nº 244 Índice – 17 de dezembro de 2013 Vítor Caldeirinha: “Porto de Setúbal não é um porto principal mas é importante” Escola Superior de Ciências Empresariais assinala 19º aniversário Porto de Setúbal recebe operação de descarga inédita em Portugal Marina Ferreira: “APL não quer ser mera gestora de contratos” José Llorca Ortega: "Sines começa a ser um competidor importante para portos espanhóis" Turcos
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Cargo News, 17 de dezembro de 2013
Vítor Caldeirinha: “Porto de Setúbal não é um porto principal mas é importante” ESPECIAL PORTUÁRIA
CONFERÊNCIA EM
INTERNACIONAL
DIFERENTES
PAÍSES
E
'GESTÃO SISTEMAS
LOGÍSTICOS: O porto de Setúbal esteve presente na Conferência Internacional pela voz de Vítor Caldeirinha, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). Admitindo que “o porto de Setúbal não é um porto principal do país”, o líder da APSS lembrou que este “é um porto importante e tem uma função muito importante na indústria exportadora e no abastecimento da região”. Destacou as ligações rodoviárias e ferroviárias “que vão diretamente ao porto e estão descongestionadas”, algo que nem todos os portos podem dizer, e ressalvou que o total da tonelagem movimentado em Setúbal tem uma expressão diferente se for analisado ao nível do seu valor: “A quota de mercado do porto de Setúbal era de 9% em 2012 no que ao total de mercadorias movimentadas nos portos diz respeito mas, de acordo com regime de Antuérpia, representa 16% do valor total do sistema portuário nacional”. Para o futuro, muito otimismo: “Queremos tornar o porto de Setúbal num importante centro de atividades económicas e de emprego, fazer de Setúbal a solução portuária short sea e panamax, criar aqui um hub ro-ro intercontinental atlântico, com hinterland até Madrid, e ter aqui a porta atlântica de exportação industrial pesada da região de Lisboa”. Só que, para que tal possa ser feito, Vítor Caldeirinha lembrou a importância de “melhorar os acessos marítimos, com mais 1 ou 2 metros de calado para poder continuar no short sea com os navios de maior dimensão, e também os acessos ferroviários”.
Rostos, 16 de dezembro de 2013
Instituto Politécnico de Setúbal Escola Superior de Ciências Empresariais assinala 19º aniversário No próximo dia 19 de dezembro 2013, a Escola Superior de Ciências
Empresariais
do Instituto Politécnico de Setúbal
(ESCE/IPS) assinala o seu 19º aniversário, com uma sessão comemorativa que tem início pelas 10H no auditório da ESCE/IPS. A Sessão Comemorativa conta com as intervenções do Presidente do IPS, Prof. Doutor Armando Pires e da Diretora da ESCE/IPS, Prof.ª Doutora Boguslawa Sardinha, decorrendo ainda uma Conferência subordinada ao tema “Porto de Setúbal – uma solução Ibérica disponível”, conduzida pelo Dr. Vítor Caldeirinha, Presidente do Conselho de Administração da APSS (Administração dos Portos de Sesimbra e Setúbal, SA). Para fechar as comemorações tem lugar a atuação da TASCA – Tuna Académica de Setúbal Cidade Amada. Atualmente a ESCE/IPS disponibiliza um leque de oferta formativa diferenciada e inovadora na área das ciências empresariais, apostando num ensino pratico e especializado, que vai ao encontro das expetativas do tecido empresarial e que visa formar futuros profissionais dotados de elevado desempenho técnico e de capacidade de liderança. Na ESCE/IPS os estudantes dispõem de instalações amplas e devidamente equipadas, de um corpo docente, cada vez mais, dotado de importantes competências e de um grande apoio e proximidade por parte de toda a equipa docente e não docente.
Diรกrio da Regiรฃo, 16 de dezembro de 2013, pรกg. 7
Cargo News, 17 de dezembro de 2013
Marina Ferreira: “APL não quer ser mera gestora de contratos” ESPECIAL PORTUÁRIA
CONFERÊNCIA EM
INTERNACIONAL
DIFERENTES
PAÍSES
E
'GESTÃO SISTEMAS
LOGÍSTICOS: Marina Ferreira, presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), esteve também presente, enquanto oradora, na Conferência Internacional. A presidente do porto de Lisboa centrou-se mais no tema em discussão, os modelos de gestão portuária, embora tenha também centrado atenções no porto de Lisboa. Sobre os modelos de gestão dos portos, vincou ser importante “evitar modelos portuários unificadores que acabam por limitar as capacidades de cada porto, visto que existem múltiplos tipos de portos diferentes”. Quanto ao caso de Lisboa em particular, recordou que “a APL está apenas a fazer a exploração direta do terminal de cruzeiros, todos os outros terminais estão concessionados”. Colocava-se então a pergunta: continuará a APL a ser apenas gestor de contratos? “Não”, respondeu Marina Ferreira, “queremos ser motores de crescimento, apoiando a competitividade, sendo um factor de de uma rede económica e social”. “Nesse sentido, temos trabalhado junto da Comunidade Portuária em vários pontos: ao nível do fluxo de informação, apostando na inovação apesar de já estar instalada com sucesso a JUP; ao nível do fluxo físico das mercadorias, tendo duas plataformas importantes na margem norte do Tejo e estando a procurar desenvolver o transporte fluvial; ao nível das redes, assegurando a rede básica de desenvolvimento e sustentabilidade”. A máxima responsável da APL deixou ainda duras críticas à política europeia seguida durante largos anos: “Durante muitos anos a União Europeia financiou em excesso projetos rodoviários, conduzindo a um desvirtuamento muito significativo do transporte de mercadorias na comparação entre os modos rodoviário e marítimo, com custos adicionais importantes”. Considerou, nesse sentido, que “se existir uma política mais equilibrada, podemos seguramente trazer uma maior eficiência à UE, visto que esta política europeia de transportes tem desvirtuado e descapitalizado uma grande infra-estrutura natural que existe, que é o mar”.
Cargo News, 17 de dezembro de 2013
José Llorca Ortega: "Sines começa a ser um competidor importante para portos espanhóis" ESPECIAL CONFERÊNCIA INTERNACIONAL 'GESTÃO PORTUÁRIA EM DIFERENTES PAÍSES E SISTEMAS LOGÍSTICOS: O presidente da Puertos del Estado, de Espanha, esteve em Lisboa para participar, enquanto orador, na Conferência Internacional ‘Gestão Portuária em diferentes países e sistemas logísticos’. No evento, José Llorca Ortega aceitou o desafio da CARGO para conceder uma pequena entrevista onde aborda a atualidade portuária espanhola, fala de competitividade entre portos e mostra-se preocupado com a perda de carga para portos vizinhos… como o de Sines. Quais as tarefas essenciais que estão na mão da Puertos del Estado? A nossa principal função passa por manter os portos espanhóis com níveis de competitividade elevados num mercado muitíssimo competitivo como é o mercado portuário, sobretudo num momento em que o transporte marítimo internacional está a mudar por várias razões, entre elas a nova geografia económica mundial que transformou os fluxos tradicionais. No futuro, a abertura do Canal do Panamá também vai trazer muitas novidades e acho que haverá uma avaliação das estratégias das companhias marítimas mundiais. Por outro lado, estamos a assistir a uma concentração de companhias marítimas muito importante [P3], numa aliança estratégica entre as três maiores do mundo, com 40 % da capacidade total da frota mundial. E os operadores de terminais portuários também são grandes multinacionais que trabalham em rede. Portanto, num mercado como este, o mais importante é manter o posicionamento dos portos espanhóis no cenário internacional. Também temos noção que os portos têm que servir a economia produtiva do país mas que há que dar um passo à frente para não perder conectividade e para isso há que manter os portos competitivos no cenário mundial que é, como já referi, muitíssimo competitivo, em particular no Mediterrâneo Ocidental. Esta é para nós a tarefa essencial, e há que reduzir custos nas taxas portuárias, reduzir custos na prestação de serviços, reduzir custos de mão de obra portuária. Enfim, reduzir custos em geral. Por outro lado há que garantir eficiência, o que passa por terminais cada vez mais automatizados, o que passa por dar benefícios às empresas concessionárias que apostam na automatização para garantir produtividade e eficiência. Melhorar os acessos terrestres é também uma imposição, certo? Sim, é necessário dotar os portos de uma maior conectividade. Aí a ferrovia é essencial e por isso estamos a fazer um esforço desde os portos para que seja melhorada a conectividade ferroviária e rodoviária, sendo que na ferrovia é essencial a interoperabilidade da nossa rede com a europeia. O sistema espanhol dá privilégio à competitividade entre portos. A complementaridade entre portos é colocada de parte? Fala-se sempre da questão da complementaridade mas ou acreditamos no mercado aberto ou não acreditamos. Em Espanha pensamos que os portos devem competir num mercado aberto, embora regulado. Os portos espanhóis competem entre si, podem baixar as taxas em função da sua situação económica, porque o princípio fundamental é o de que os portos sejam autosuficientes. As contas de cada um têm que estar sãs e a partir daí a forma de competir com os outros depende de cada um. Não entendemos que tenham que existir alianças estratégicas para alterar as condições de mercado. Entendemos, isso sim, que se um operador se quer instalar num porto não tem que ter nenhuma restrição. O Estado espanhol não tem que definir quais os portos que têm que apostar nos contentores ou quais os que têm que apostar em granéis. O setor privado é que, em função dos seus interesses, opta por um ou outro porto. Pelo que conhece do setor portuário português, considera que também aqui se poderia ter um sistema como o espanhol?
Não conheço ao pormenor a situação portuária portuguesa. Não sei se têm algum elemento de coordenação. Sei que cada Autoridade Portuária funciona com um certo grau de liberdade, por isso não creio que existam assim tantas diferenças entre o modelo português e o modelo espanhol. Talvez as maiores diferenças sejam ao nível de alguns modelos de prestação de serviços, visto que aqui alguns são as próprias Autoridades Portuárias as responsáveis por determinados serviços, como os rebocadores em Leixões. Esse é um modelo que em Espanha não existe, os serviços portuários são todos livres e estão inseridos num regime de competitividade, algo que ajuda muito na redução de custos. Falemos então de portos. Sines está a crescer e é um porto que compete hoje com alguns portos espanhóis. Em Espanha olha-se para Sines como uma ameaça? Eu acredito num mercado livre e, se estamos na Europa, também temos que acreditar na Europa. Temos que acreditar que é bom existir competitividade entre portos. Não diria que Sines é uma ameaça mas admito que já percebemos nos últimos meses que algum tráfego, sobretudo de Valência, está a desviar-se para Sines. Isto deve-se sobretudo à estratégia da MSC, que está a fazer uma pressão muito grande e a defender que os custos em Valência são maiores em Valência do que em Sines, o que é verdade. Estão a desviar tráfegos de transhipment, o que também temos visto acontecer de Algeciras para Tanger-MED. As companhias marítimas tentam reduzir os custos, é normal. Mas também não colocam de parte nenhum porto. O que fazem é ter uma estratégia multi-porto com a qual, em caso de conflitos, terão sempre as suas necessidades satisfeitas noutro lado. Não vejo Sines como uma ameaça mas sim como um competidor que começa a ser importante para os portos espanhóis. Em Sines fala-se muito na necessidade de melhorar a ferrovia para chegar ao hinterland espanhol, até Madrid... Acho que as infra-estruturas ferroviárias atuais, para mercadorias, são razoavelmente válidas. Em Espanha, por exemplo, também encontramos em Algeciras uma linha ferroviária até Bobadilla que é complicada mas estamos a conseguir fazer sair comboios de Algeciras, algo que anteriormente não acontecia. O tema dos comboios de mercadorias não passa tanto pela questão das infra-estruturas mas sim pela iniciativa de operadores, transitários e restantes agentes do setor em apostar neste modo. Em Espanha, a realidade que conheço melhor, ao nível das mercadorias a ferrovia está em condições de cumprir com as necessidades mínimas que o mercado exige. A verdade é que num mercado aberto e competitivo, começam cada vez mais a aparecer competidores vizinhos importantes para os portos espanhóis, como Sines ou Tanger-MED a competir com Algeciras ou Valência. É uma realidade que preocupa? Acreditamos na competitividade entre os portos. Vigo também compete com Leixões, por exemplo. Isso não é mau, até melhora a eficiência. Mas temos que jogar todos com as mesmas regras. A Europa tentou regular o mundo portuário mas não teve êxito. Existem muitos países que não querem um mercado portuário transparente. Muitos portos europeus, sobretudo no Norte da Europa, não são transparentes nem se sabe se têm ajudas estatais ou não. Em Tanger-MED também tivemos financiamentos estranhos. O que defendo é que se jogue num mercado em igualdade de condições. Em Portugal há visões muito otimistas relativamente ao alargamento do Canal do Panamá mas também existem outras mais moderadas, caso do presidente da APS. Que expectativas tem Espanha? Vamos ver. Uma coisa é certa, as coisas vão mudar. Alguns tráfegos que estão a chegar pelo Suez poderão começar a vir pelo Panamá, que dos navios de 4.500 TEU's passará a navios de mais de 12 mil. De certeza que alguns serviços utilizarão a rota que atravessa o Pacífico para chegar à Europa. Nesse sentido, talvez os portos do Atlântico, nos quais incluo Algeciras, podem estar melhor posicionados que os do Mediterrâneo. O ano de 2013 está quase terminado. O que teremos de resultados globais dos portos espanhóis? No ano de 2012 subimos 4% mas este ano acabaremos com perto de 3% de quebra. Sobretudo porque foi um bom ano agrícola, com muita chuva, o que provocou uma quebra importante dos granéis mas também uma quebra do carvão, porque as centrais hidráulicas funcionaram mais tempo. E perdemos cargas de transhipment para outros portos, para Tanger-MED ou para Sines. Mas gostaria de salientar o aumento enorme nas exportações. No ano de 2012 tivemos um aumento das exportações marítimas de 22% e este ano estamos com aumentos próximos dos 10%. É que as exportações são mercadorias caras, ao contrário da carga em trânsito. Em Algeciras, por exemplo, a carga em trânsito representa 92% do total mas com os restantes 8%, de importações e exportações, consegue mais recursos. Por isso, apesar da quebra no total movimentado, vamos ter mais receitas e maior lucro. Esperamos terminar o ano com lucros superiores em mais de 7% aos do ano passado. Por isso, apesar da queda de tráfego, os resultados anuais serão muito melhores que os do ano passado.
Jornal de Neg贸cios, 17 de dezembro de 2013, p谩g. 14