ÍNDICE
TRÁS-OS-MONTES PAG 21
ALGARVE PAG 42
TERRAS DE SICÔ PAG 67
EDITORIAL Portugal continua a ser motivo de orgulho, até porque é também sinónimo de sucesso, inovação, mestria e empenho. Perante tal, temos como nossa missão continuar a ser trazer até si o que de melhor se faz por cá, aquilo que realmente merece Destaque. De norte a sul de Portugal, desta feita com uma passagem pelo arquipélago dos Açores, com especial enfoque na Terceira. esta edição de maio da sua revista Portugal em Destaque continua a retratar exemplos de triunfo, que têm vingado no mundo empresarial apesar de todas as contrariedades que, por vezes, têm atravessado. Continuamos a transportar o galardão de excelência em todas as áreas que versamos. Percorra um Portugal através das nossas páginas. Boas leituras. A direção editorial Diana Silva
FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: CATARINA FERREIRA, NEUZA GOMES, JOANA GONÇALVES, JOANA GRADÍSSIMO, JOSÉ ARAÚJO, JORGE TEIXEIRA, TERESA MATA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: JOANA QUINTAS, MELANIE ALVES, TERESA TEIXEIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DEP. COMERCIAL: EDUARDOS NUNES, JAIME PEREIRA, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, LUÍS SILVA,MANUELA NOGUEIRA, MARIA JOSÉ MOREIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | NÚMERO DE REGISTO NA ERC: 126615 | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE MAIO ‘17 ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.
AÇORES A Portugal em Destaque chegou aos Açores! Mas vamos por partes… começamos por lhe mostrar a ilha Terceira, aproveite… Segunda ilha mais habitada dos Açores, com 56 437 residentes (dados de 2011), a ilha Terceira tem 401,9 quilómetros quadrados de superfície, com 30,1 quilómetros de comprimento e 17,6 quilómetros de largura máxima. É a ilha mais a Leste das cinco que compõem o Grupo Central do arquipélago e a ilha mais próxima é a de São Jorge, a 37,9 quilómetros de distância. O ponto mais elevado da ilha, aos 1021 m de altitude, está situado na Serra de Santa Bárbara, a 38°43’47’’ de latitude norte e 27°19’11’’ de longitude oeste. Ao centro, a ilha é marcada pela Caldeira de Guilherme Moniz, inundada pelas lavas com dois mil anos de idade do cone do Algar do Carvão, onde se encontra a maior mancha de urze dos Açores. Cenário idêntico desenvolve-se para norte, no Biscoito da Ferraria e Pico Alto, e a oeste, na Serra de Santa Bárbara, onde densas matas de vegetação endémica remetem para a floresta nativa do arquipélago, geralmente conhecida por floresta laurifólia. Não é, pois, à toa que a Terceira representa a ilha com a maior mancha de floresta nativa do arquipélago. O verde dominante do interior da ilha esbate-se na sua periferia, onde a ocupação humana secular e o colorido do casario das localidades ditam as duas regras. E onde ganha peso a cor lilás das fachadas dos edifícios, em especial de Angra do Heroísmo (cidade histórica e intemporal). Na ilha chamada de “parque de diversões”, devido à sua grande atividade e espírito festivos, são celebradas as Sanjoaninas (que abordaremos mais à frente nesta edição), são efetuadas touradas à corda, são comemoradas as datas em homenagem ao Espírito Santo, mas também, não esqueçamos, existe mar. No areal da Praia da Vitória, o mais importante da ilha, conjuga-se história com divertimento, urbanidade com isolamento e sol com águas tépidas. Pelo contrário, são muitas as piscinas naturais disponíveis, mais ou menos equipadas de infraestruturas de apoio: Porto Martins, Biscoitos, Negrito e Silveira, para apenas citar algumas… Caro leitor, deslumbre-se com as paisagens e surpreenda-se com o que nesta ilha é feito…
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UMA CIDADE IMPROVÁVEL NO MEIO DO OCEANO Angra do Heroísmo é a cidade mais antiga do arquipélago dos Açores, Portugal, tendo sido a primeira do país a ser classificada pela UNESCO, como Património Mundial da Humanidade. Quem chega desavisado à cidade pela primeira vez, não raro se admira com o seu conjunto arquitetónico, que respira uma solidez e um carisma, que só a prosperidade e a relevância históricas poderiam ter assegurado. Tal cidade numa ilha, localizada no meio do oceano atlântico, explica-se precisamente devido ao seu legado enquanto ponto de escala obrigatória de todas as embarcações da era dos Descobrimentos. MUNICÍPIO DE ANGRA DO HEROÍSMO
Mas Angra tem outros encantos: cosmopolita sempre, a cidade abraça, contudo, a natureza que a rodeia. Do empedrado das calçadas, rapidamente se passa para a areia da Prainha que adorna de um lado a urbe, para o ar salgado que sopra do lado da marina, ou para os verdes profundos do Monte Brasil, do Jardim Duque da Terceira, ou das múltiplas paisagens do seu concelho e da ilha Terceira onde se integra. Vulcões extintos, paisagens inebriantes, um mar imenso, tudo isso espera por si em Angra. “Não temos aquários nem oceanários: só a imensidão do Atlântico onde pode ver, no seu habitat natural possantes baleias e elegantes golfinhos; Não temos zoos, os nossos touros correm livres nas pastagens; Não temos poluição, mas por vezes a bruma da ilha envolve-a em mistério; Não temos 40 graus à sombra, as nossas temperaturas são sempre amenas e agradáveis”, garante-se por toda a ilha. “Podemos oferecer um destino seguro e, no entanto, excitante; tranquilo, mas que nos desassossega, encantador para quem gosta de abraçar a natureza, mas com a promessa de todos os cuidados da civilização” - garante Guido Teles, Vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. Para Raquel Caetano Ferreira, também do elenco camarário do executivo angrense, é “da mistura de todos estes ingredientes o verde, o azul e o mosaico de fachadas da cidade - que faz de Angra do Heroísmo um destino único, quer esteja à procura de aventura, quer esteja à procura de um refúgio tranquilo”.
ÁLAMO DE MENESES 6 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Sanjoaninas 2017 – em junho Angra é o sítio onde a festa acontece A meados de junho têm lugar as grandes Festas do Concelho de
RAQUEL FERREIRA E GUIDO TELES
Angra, e as maiores do género dos Açores, dedicadas a S. João: as Sanjoaninas. As Sanjoaninas são o rosto mais rebelde e criativo de Angra. Nessa altura tudo acontece e a cidade não dorme: concertos de música de todos os géneros e para todas as idades, espetáculos de tauromaquia para os aficionados, competições desportivas, provas gastronómicas, marchas de S. João, desfiles temáticos, tudo convida para a festa. Este ano o tema das sanjoaninas é “Muito Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo”, invocando assim os títulos adicionais “do Heroísmo” e de “Sempre Constante” atribuídos por D. Maria II, como reconhecimento pelos feitos heroicos dos angrenses em prol da luta liberal. “Não faltam motivos para visitar Angra do Heroísmo e esperamos sempre de braços abertos todos os que nos visitam durante todo o ano. Durante as Sanjoaninas há toda uma energia diferente e contagiante que queremos partilhar, assim deixo o desafio de um encontro durante o próximo mês de junho em Angra do Heroísmo” - um convite, feito na primeira pessoa, pelo Presidente do Município angrense, Álamo Meneses. Cultura e Tradição Mas, nem só de Sanjoaninas vive Angra. São vários os momentos altos culturais que justificam um retorno a Angra, alguns de tradição centenária, enraizados na alma do povo de toda a ilha Terceira.
Neste âmbito, incluem-se as Festas em louvor do Espírito Santo, as touradas à corda ou o Carnaval terceirense. As festas do Espírito Santo são festas de partilha em comunidade celebradas por todos os Açores e com particularidades de ilha para ilha, mas sempre carregadas de um profundo simbolismo tão bem captado por Natália Correia: “Na Festa das Crianças Coroadas Reinava o Amor e não havia Rei”. Na festa os mais humildes são celebrados: são as crianças quem levam a coroa do Senhor Santo Espírito e à mesa sentam-se todos, pobres e ricos, novos e velhos, locais e visitantes, lado a lado, para partilhar a sopa do Espírito Santo, a carne, o pão, o vinho e demais iguarias típicas da altura. Celebradas por todos os Açores têm particularidades de ilha para ilha: na Terceira, aliada à componente religiosa há também uma forte componente cultural, o que, entre os terceirenses é, antes demais, sinónimo de festa. Falando em festa se há uma que terá a preferência geral dos terceirenses será porventura a festa brava celebrada nas típicas touradas à corda. Os touros são criados em pastagens ao ar livre e depois são corridos de maio por diante, enquanto houver bom tempo. A segurar os touros por uma corda, vão os pastores que tentam controlar o ímpeto do animal que, de outra forma, corre livre nas ruas sendo capeado por locais. Se não conhece o já famoso quinto toiro
vai apreciar a tradição: é que o quinto é o espaço dedicado à confraternização em volta de boa comida e bebida, servida em todas as casas. Quanto ao Carnaval cá não há tradição brasileira ou veneziana. Aqui o Carnaval é bem terceirense e tem raíz vicentina. Dito de outra forma é feito à base de teatro popular, amador, inspirado nas antigas Cantigas de Mau Dizer. Os grupos que apresentam comédias, bailinhos, danças de pandeiro e danças de Espada (tragédia), são talentosos e estão encarregues de toda a produção e execução que inclui música, canto, dança e representação. O público enche os salões e salas de espetáculo de toda a ilha para os ver atuar e, de sábado a terça-feira de carnaval, a ilha anda suspensa, nos ditos e graças destes verdadeiros artistas. Além das festividades de teor mais tradicional, há toda uma série de eventos que vai dando corpo ao gosto eclético dos angrenses no que toca a música, desde o Angra em Festa, que contempla todos os géneros musicais e ocorre nas noites de verão, passando para os mais específicos como o Angra Rock ou o Unborn Festival. De todos os festivais de Angra o mais conceituado nacional e internacionalmente é o Festival AngraJazz que marca o calendário jazzístico em outubro. Se é fã do género não deve perder. Escolha assim o seu evento favorito, no seu mês de eleição, porque Angra espera por si! PORTUGAL EM DESTAQUE | 7
NO CENTRO DE ANGRA DO HEROÍSMO Situada na Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores, a freguesia de Angra - Sé, juntamente com outras quatro freguesias, constitui a cidade de Angra do Heroísmo, sede de concelho. A freguesia tem por orago O Divino Salvador, cujas festividades se realizam anualmente, no mês de agosto. O topónimo “Sé” teve origem na Sé Catedral edificada na freguesia. Cecília Costa é a presidente desta localidade terceirense e, em entrevista à Portugal em Destaque, deu-nos conta do que neste local é feito. FREGUESIA DE ANGRA - SÉ Sobre o morro do Monte Brasil, atualmente um dos locais de maior afluência turística na freguesia, encontra-se o Forte de S. João Baptista ou de S. Filipe, cuja edificação teve início na época da ocupação castelhana do arquipélago açoriano. A Sé Catedral, por seu turno, foi edificada a partir de 1570, sobre as ruínas da quatrocentista Igreja do Divino Salvador, da qual subsistem alguns elementos, embora bastante danificados. Destruída pelos violentos sismos e incêndio ocorridos no século XX, na década de oitenta, a Sé de Angra foi reconstruída de acordo com a traça maneirista do século XVI. Para além dos referidos edifícios, que ressaltam pela sua sumptuosidade, destacam-se na freguesia: os conventos, os Paços do Concelho, o Palácio Capitães Generais, o Jardim do Duque de Bragança e o Teatro: “A freguesia não é só a Rua da Sé e a Praça Velha, onde se situa a Câmara Municipal, mas sim estas ruas que vão do centro para o mar, onde se centram e vivem as pessoas. A circulação de pessoas, de visitantes, é maioritariamente nestas ruas”, deu-nos conta a nossa entrevistada. A emigração é uma realidade nesta freguesia, porém, este êxodo tem a sua vertente positiva, pois com a volta dos emigrantes, a freguesia evoluiu não só no aspeto económico, como também no campo cultural. Quanto às atividades eco8 | PORTUGAL EM DESTAQUE
nómicas predominantes, ressaltam o comércio e os serviços, pois a ilha é um dos destinos favoritos de grande número de turistas que desejam conhecer melhor os seus aspetos culturais e geográficos e, sem dúvida, pela sua beleza natural: “Nós temos uma população fixa, maioritariamente idosa e temos uma mobilidade muito grande de pessoas que trabalham aqui, mas que moram noutros locais. Essa mobilidade permitiu uma alteração de mentalidades e abertura a novas ideologias”, frisou a presidente. Um mandato, muitos projetos Cecília Costa encontra-se, ainda, no seu primeiro mandato, mas irá recandidatar-se nas eleições deste ano. Sobre o trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos ao serviço da freguesia de Angra – Sé, a autarca enumerou os pontos pelos quais passou a ação do seu executivo: “Uma das situações com que nos deparamos foi com a dificuldade de direcionar a população para a Junta de Freguesia visto que, devido à proximidade, elas se dirigiam diretamente à Câmara Municipal. Para isso, alargamos o horário em que a junta de freguesia se encontra aberta ao público e, atualmente, a situação já se começa a reverter. Em colaboração com a Câmara Municipal recuperamos alguns edifícios emblemáticos na freguesia. Na
área da educação temos realizado conferências onde já tivemos o privilégio de ter connosco o famoso psicólogo espanhol Javier Urra e a psicóloga portuguesa Cristina Valente. Neste último ano contámos com a presença do Dr. Laborinho Lúcio, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal. Também nesta área desenvolvemos uma atividade de apoio psicológico a crianças deste concelho efetuado pela psicóloga Catarina Mendonça quer no contexto escolar, quer no consultório em funcionamento na sede desta junta. Na área social apoiamos as famílias mais carenciadas na distribuição de refeições, cabazes, roupas, apoio aos medicamentos e apoio à manutenção das moradias. Brevemente iremos iniciar um projeto interageracional que pretende pôr em contacto os idosos com as novas tecnologias, contando com um grupo de jovens voluntários que se irão deslocar a casa dos idosos com o objetivo de combater a infoexclusão e promover a troca de experiências. Na área cultural assinámos um Ato de Geminação com a Freguesia de Viseu, tendo em conta que a freguesia de Viseu pretende candidatar-se a Património Mundial da Unesco e propôs a geminação com a freguesia de Sé devido a esta ter sido a primeira freguesia de Portugal a ser Património Mundial da Unesco. Neste sentido, já desenvolvemos um intercâmbio com a referida autarquia
CECÍLIA COSTA
NÍDIA INÁCIO (SECRETÁRIA)
ALBERTO LOBÃO (TESOUREIRO)
nas festas das Sanjoaninas 2016. Este ano irá uma comitiva da freguesia da Sé à Feira de São Mateus durante o mês de agosto. Na área do ambiente organizámos campanhas de sensibilização para a reciclagem, poupança de água e eletricidade, bem como sessões de esclarecimento relativamente à problemática das térmitas. Também entregámos aos residentes cinzeiros portáteis e participamos no projeto Eco Freguesia, Freguesia Limpa, promovido pela Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo. Durante este mandato ganhámos todos os anos a bandeira e
diploma de reconhecimento pelo trabalho feito na freguesia”, enumerou a presidente.
Por fim, ficou o convite: “Venham conhecer o Portugal que nós temos. Nós somos parte integrante de Portugal. Nós temos o mar pelo meio, mas as nossas vivências, dificuldades e características são em tudo iguais às do continente. No sentir, no viver, no querer ser mais, somos todos iguais. Até na comida somos muito parecidos. Nós estamos cá, venham cá visitar-nos e conhecer-nos. Há cultura, há gente, há história”, finalizou.
Mensagem da presidente Ao longo da conversa com a nossa revista, Cecília Costa deixou uma mensagem de responsabilidade cívica, salientando a importância de os jovens exercerem o seu direito e dever de voto. A autarca manifestou, também, a necessidade de alteração dos sistemas de voto por estes “não serem práticos para a realidade juvenil atual”.
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POPULAÇÃO DINÂMICA E INTERVENTIVA Assim é a população da freguesia de Angra – Nossa Senhora da Conceição, segundo o seu representante e presidente Paulo Jorge Silva. Foi numa entrevista concedida pelo número um do executivo da Junta de Freguesia à nossa revista, que ficamos a conhecer um pouco mais sobre as tradições, vivências e características da população desta localidade terceirense. FREGUESIA DE ANGRA - NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
PAULO JORGE SILVA
A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição está situada na Região Autónoma dos Açores, mais propriamente na Ilha Terceira, que, em conjunto com outras três freguesias, constitui a Cidade Património de Angra do Heroísmo, sendo, inclusive, uma das mais importantes do concelho como também a mais populosa e a mais antiga. Tal como indica o topónimo, Nossa Senhora da Conceição é o orago desta freguesia, que leva a que os seus habitantes realizem anualmente, a 8 de dezembro, uma festa solene em honra 10 | PORTUGAL EM DESTAQUE
da padroeira. Esta freguesia, apesar de possuir apenas 2,47 quilómetros quadrados tem, atualmente, como seus residentes cerca de 6000 pessoas e mais de 3500 eleitores recenseados. O presidente e a população Paulo Jorge Silva já assumiu a sua recandidatura nas eleições que se irão realizar no próximo outono e, durante a entrevista, falou-nos um pouco sobre o trabalho desenvolvido pelo seu executivo: “Pos-
suímos um bairro social (Urbanização do Lameirinho) que temos dinamizado, construindo infraestruturas para essas pessoas. Nomeadamente, um parque infantil e um polidesportivo, para do embelezamento e ajardinamento do Largo do respetivo Império. Neste momento, albergamos algumas ribeiras a necessitar de obras devido às intempéries que temos sofrido e, por isso, também estamos atentos a essa realidade. Mas, a nossa maior aposta passa por reconstruir duas igrejas, que foram destruídas pelo sismo de 1980. Uma é a da Santa Casa da Misericórdia e outra é a de Nossa Senhora do Livramento. Presentemente, os projetos estão quase prontos para nos candidatarmos a fundos comunitários e, assim, procedermos a estas reconstruções. A par disso, temos, ainda, a conclusão do edifício da Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que foi também destruído pelo sismo, e que precisa da nossa disponibilidade. Desta forma, vai também ser apresentada uma candidatura a fundos comunitários para esse projeto”, reiterou o autarca. Mil e um impérios e associações A freguesia de Angra – Nossa Senhora da Conceição é a freguesia do concelho de Angra do Heroísmo que tem o maior número de Impérios do Espírito Santo.
São oito no total que, a juntar às inúmeras ermidas (sete) e associações existentes, tornam esta uma freguesia rica em atividades, distinguindo-se a população pela sua postura interventiva e solidária: “Neste local onde nos encontramos, que outrora foi uma escola, funciona não só a Sede da Junta de Freguesia como uma série de instituições. Achamos por bem ceder-lhes este espaço para que possam aqui reunir e organizar as suas intervenções e atividades”, confidenciou-nos. É precisamente devido ao elevado número de associações e coletividades existentes na freguesia, que se torna difícil dar resposta a todas elas: “Não é fácil, mas eu sou muito próximo da população porque me habituei a trabalhar em equipa”, frisou o presidente. Como freguesia central, localiza-se na sua área um vasto património edificado, sendo algum dele digno de visita como, por exemplo, o Museu de Angra com a sua Igreja Franciscana, onde esteve sepultado Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama; o Forte de S. Sebastião, hoje Pousada da Enatur; o Solar dos Remédios; o Palacete Silveira e Paulo, que já foi estabelecimento de ensino, ou seja, a Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo; a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, hoje Santuário; os Impérios em louvor do Divino Espírito Santo, sendo de salientar que, dos
oito que existem na freguesia, os do Outeiro, da Caridade, dos Remédios, da Rua Novaww e da Guarita já completaram um século de vida; e ainda o monumento “Altar Nave”, de António D’Acosta, sito na falésia de Canta Galo; o monumento de Álvaro Martins Homem e, claro, a contemporânea Marina de Angra. A agricultura, apesar de ser uma das principais atividades da ilha, não tem grande relevância na freguesia, basicamente por esta ser de características urbanas. Ainda assim, abrange cerca de 5 por cento dos seus ativos. Homenagem ao Eliseu O jogador da seleção nacional, Eliseu, é natural desta freguesia e, desta forma, está a ser organizado um evento que irá homenagear o campeão europeu: “Mandámos fazer um selo com a fotografia dele, que poderá ser usado por todas as pessoas da freguesia e pelo público em geral. A data dessa homenagem será quando a agenda do jogador permitir, mas é para nós uma honra ter uma pessoa como ele natural da nossa freguesia”, garantiu Paulo Jorge Silva. Em face de tudo isto (e não esquecendo que é nesta freguesia que se situa o único hotel cinco estrelas da ilha Terceira e dos Açores) não faltam razões para uma agra-
dável e atenta visita a esta freguesia, não esquecendo ainda o seu património cultural e popular, no qual se inclui as festas do Divino Espírito Santo com as suas famosas e tradicionais touradas à corda, a que se junta uma vasta e diversificada oferta ao nível da hotelaria e restauração.
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UMA VILA PARA DESCOBRIR Francisco Santos, atual presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, afirmou recandidatar-se nas próximas eleições. Entretanto, concedeu uma entrevista à nossa revista. As suas declarações seguem abaixo… FREGUESIA DE S. SEBASTIÃO Quais os principais projetos a serem desenvolvidos, pela Junta de Freguesia, atualmente? Recentemente recuperámos o chafariz da Senhora da Graça e colocámos um painel de azulejos alusivo ao início do povoamento, melhorámos significativamente a zona de lazer dos Salgueiros com a construção de mesas e churrasqueiras, realizaram-se grandes melhorias no largo da fonte onde, se celebram as tradicionais touradas à corda, desencadeamos todas as obras necessárias e abriu-se oficialmente o Trilho Pedestre dos Fortes de São Sebastião. Em breve, abriremos um posto de informação turística no centro da Vila e estamos a desenvolver esforços para criar o Museu Brianda Pereira, com a temática Tourada à Corda.
FRANCISCO SANTOS Elabore uma pequena apresentação sobre a sua freguesia. A Vila de São Sebastião é uma freguesia rural situada entre as duas Cidades da Ilha Terceira. Durante cerca de dois séculos foi a sede de Concelho, perdeu este estatuto no Século XIX. Atualmente, a maioria da população desenvolve a sua atividade na agricultura. São Sebastião possui diversos estabelecimentos comerciais de caráter familiar, uma farmácia e um balcão da Caixa de Crédito Agrícola. Um dos acontecimentos mais significativos que ocorreu em São Sebastião, teve lugar durante a invasão Filipina da Ilha Terceira. A resistência heroica dos Terceirenses liderada por Brianda Pereira, na famosa Batalha da Salga, a 25 de julho de 1581, contou com a largada de gado bravio dos matos da ilha, que à desfilhada investiu e ajudou a derrotar as tropas Castelhanas.
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Quais os principais locais a visitar na freguesia? E quais as festividades? Visitar São Sebastião é viver um pouco da história da Ilha Terceira. Pode começar por fazer o Trilho dos Fortes de São Sebastião apreciando uma natureza ímpar e conhecer locais onde em outros tempos se travaram grandes batalhas. Ao chegar à Praça aproveite para conhecer a Igreja Matriz construída no final do século XV, com destaque para os “frescos”, únicos em todo o Arquipélago. Venha conhecer as Festividades do Divino Espírito Santo e aprecie um dos Impérios mais bonitos da Ilha. Pode visitar também o Museu Ferreira Drummond e a Ermida de Sant’Ana, Ermida da Sr.ª da Graça, Ermida da Maria Vieira, Ermida de São João e Igreja da Nossa Senhora da Consolação. No que toca a festividades, as principais festas da freguesia realizam-se na última semana de julho. As “Festas de Sant’Ana” contam com muita animação destacando-se o tradicional Bodo de Leite onde os mordomos distribuem leite e massa sova-
da a todos os presentes. A festa termina com as tradicionais Touradas à Corda no Largo da Fonte. Aproveitando esta oportunidade… Qual a mensagem que quer deixar aos seus fregueses? Quero agradecer a todos os Sebastianenses pela dedicação e empenho em servir a nossa Comunidade. Para além da dinâmica económica que todos os dias faz crescer São Sebastião, é graças à união de todos, em projetos comuns, que conseguimos manter as nossas tradições, as nossas seculares festas, as nossas coletividades sociais, culturais, desportivas e organizações religiosas. A união de todos torna-se mais importante cada dia que passa, vocês são o pulsar da nossa terra, são a verdadeira energia da nossa vila! Elabore um convite, aos nossos leitores, para que visitem a ilha Terceira e a sua freguesia. Caro leitor, a Ilha Terceira é especial. Possuímos belezas naturais fantásticas, temos um património histórico único, mas o que nos torna diferentes é a nossa forma de viver o dia-a-dia. Somos um povo alegre que adora festas, organizamos touradas à corda do dia 1 de maio a 15 de outubro, os pastores levam os touros a todas as freguesias da Ilha e lá, de vez em quando, um “capinha” leva uma marrada… faz parte da folia. Pode sempre aproveitar também para dar um mergulho em pleno oceano atlântico e fazer um trilho pedestre.
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O JARDIM DA ILHA TERCEIRA Porto Martins é uma freguesia do concelho da Praia da Vitória, Região Autónoma dos Açores. A sua paisagem é bastante invulgar e variada, caracteriza-se por estar coberta de pedras onde se estendem vinhas e também por possuir olivais, sendo únicos nos Açores, demonstrando assim a sua peculiar flora. Rita Branco é a presidente desta localidade e foi com ela que estivemos à conversa por forma a conhecer um pouco mais sobre este jardim da Terceira. FREGUESIA DE PORTO MARTINS
RITA BRANCO Foi o amor pela terra onde nasceu e onde vive que a motivou a candidatar-se à presidência da Junta de Freguesia de Porto Martins, já lá vão quase 14 anos. Este é o seu último mandato, mas se pudesse voltava a recandidatar-se: “Sim! Não concordo com a limitação do número de mandatos porque deveria ser sempre o povo a decidir. Se eu quero continuar e o povo quer que eu continue, porque é que não posso? Não compreendo. Nós não estamos aqui pelo dinheiro, mas sim pelo amor à camisola”, afirmou. Cheiro a faia e a mar Com apenas 16 anos de existência, enquanto freguesia, Porto Martins encontra-se muito virada para o mar. Já foi terra de grandes pescadores, mas, atualmente, os seus habitantes trabalham nas duas cidades da ilha, tornando-a uma freguesia dormitório e de veraneio. Consta-se que Vitorino Nemésio passava férias nesta
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freguesia e nela se inspirou para muitos dos seus poemas. Pelas suas características geológicas é deslumbrante e de muitos encantos naturais. Como tem uma zona de mato, no centro da freguesia, nesta altura do ano cheira a faia e junto à costa cheira a mar. É uma freguesia harmoniosa onde tudo está no lugar certo: “Temos muito alojamento local, um hotel, uma renta-a-car, um restaurante, várias zonas balneares, um porto de pescas e temos um microclima que dota a freguesia do melhor clima da ilha Terceira. Temos uma costa cheia de baías baixas em que se pode tomar banho em qualquer lugar. Faz-se surf também. Neste momento temos turistas a dormir e a passear pela freguesia porque esta é uma freguesia muito bonita”, reitera a autarca. Por toda a freguesia denota-se a mão e o gosto da presidente Rita Branco. Todo o embelezamento da freguesia, adornos que nas épocas festivas se fazem notar: “No Natal, por exemplo, fazemos uma mega decoração de Natal com enfeites de Natal totalmente feitos com materiais reciclados”. Facto que justifica o galardão de eco-freguesia que possui: “Desde que estou à frente desta freguesia que aposto muito na limpeza, facto que nos permite ganhar, ano após ano, galardões de ‘freguesia limpa’ no âmbito do concurso regional ‘Eco-Freguesia – Freguesia Limpa‘, orgulho para todos aqueles que cá vivem. Assim, atualmente, são as próprias pessoas que fiscalizam a freguesia, acusam quando alguém danifica ou rouba algo e sugerem pequenos melhoramentos para a tornarem cada vez mais bonita”, contou orgulhosa.
Foi a primeira mulher a ser eleita presidente de junta na ilha Terceira e são inúmeros os projetos que desenvolveu: “Tivemos a capacidade de reivindicar muitas coisas para a freguesia, nomeadamente: a construção do passeio marginal do Porto Martins que se estende durante 1700 metros. A ampliação do nosso porto de pescas, a ampliação do cemitério da freguesia (que atualmente se distingue dos cemitérios das outras freguesias pela arquitectura moderna). Contenção da orla costeira na baía da Câmara, construção do edifício-multi-serviços que serve de sede a muitas instituições da freguesia e estando neste momento a ser construída a casa mortuária que muita falta faz à freguesia”, enumerou. A principal festa da freguesia celebra-se em setembro em honra da padroeira, Santa Margarida, sendo uma festa religiosa e profana com dois dias dedicados à parte religiosa e três dias dedicados à profana. Também se celebra em Junho as tradicionais festas de São João. “Falta explorar mais a freguesia a nível turístico, nomeadamente a nível de atividades para entretenimento turístico. Temos grande potencialidade para a prática do surf passeios guiados pela freguesia, banhos de mar, mergulho, pesca desportiva, passeios de barco pelas nossas baías e outras atividades”, advertiu a presidente que aproveitou, ainda, para deixar uma mensagem aos seus fregueses: “Conservem o nosso Porto Martins e lutem sempre pela nossa terra. Não o estraguem e mantenham-no típico, o que é igual não interessa, nós distinguimo-nos pela diferença”, finalizou.
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ASSOCIADOS COM VANTAGENS ÚNICAS A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo tem por missão o permanente acompanhamento do mercado de trabalho, do mercado dos fatores, do clima institucional e do cenário político, numa perspetiva de defesa intransigente dos interesses comuns ao tecido empresarial que representa a promoção de iniciativas e o desenvolvimento de atividades suscetíveis de contribuir para a competitividade das empresas e do espaço geoeconómico em que se insere. Sandro Paim, presidente desta instituição, falou-nos um pouco sobre o trabalho desenvolvido pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo. CÂMARA DO COMÉRCIO DE ANGRA DE HEROÍSMO
SANDRO PAIM O surgimento da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo remonta a 3 de abril de 1852 e o seu aparecimento deveu-se ao desejo de muitos negociantes em “formar uma Associação Comercial que indagando as necessidades do comércio, concilie e promova os seus interesses particulares e gerais, a exemplo do que havia em várias partes da Monarquia...”. No dia 28 de abril de 2002, a Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, comemorou os seus 150 anos de existência, tendo sido condecorada pelo Presidente da República com o título de “Membro Honorário da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial”, conforme publicação em Diário da República – II Série de 28 de maio de 2002. A estratégia desta organização passa por projetar, num contexto de acelerados processos de mudança, uma forte capacidade de antecipação aos desafios que se colocam às empresas e à economia regional, identificar as ameaças e oportunidades e promover o desenvolvimento sustentado 16 | PORTUGAL EM DESTAQUE
através de uma eficiente gestão e afetação dos recursos disponíveis ou mobilizáveis. Desta forma, configurar a Câmara do Comércio, à escala do seu meio, como um verdadeiro centro de competências, suscetível de acelerar as respostas aos processos de globalização e aos desafios da sociedade da informação. Abrange três das nove ilhas que constituem o arquipélago dos Açores, nomeadamente: Terceira, Graciosa e São Jorge (os antigos distritos deste arquipélago) e tem cerca de 800 associados: “O trabalho que fazemos é muito vasto: para além da representação de um conjunto de instituições, temos uma vertente jurídica de apoio aos associados muito forte, assim como uma vertente de formação e qualificação muito abrangentes e desenvolvemos, ainda, um conjunto de projetos de dinamização e de alavancagem da economia açoriana”. Para isso, a Câmara de Comércio subdivide-se em várias comissões setoriais, por forma a prestar um serviço mais objetivo e adequado a cada asso-
ciado: Comissão de Comércio e Serviços, Comissão da Saúde, Comissão de Planeamento Urbano, Comissão da Promoção e Dinamização Turística, Comissão da Indústria e Internacionalização e Comissão dos Combustíveis. Alavancar os Açores O crescimento sustentável nos Açores está a ser alavancado pelo turismo. A liberalização do espaço aéreo, uma das principais reivindicações desta organização, veio tornar este arquipélago mais competitivo: “O investimento já está a acontecer. A hotelaria tradicional tem ofertas muito interessantes a par do crescimento do turismo rural e alojamento local. Por outro lado, com o acréscimo de turistas crescem o número de empresas de animação turística, que têm tendência a ter mais qualidade”, afirmou o nosso entrevistado. Muitas são as iniciativas promovidas pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo: o Azores Cheese Fest, por exemplo, teve como objetivo certificar e promover
um dos produtos de excelência açoriano: o queijo. “Estamos sempre a organizar novas formas de promover os nossos produtos. Também utilizamos estes eventos para formarmos os nossos empresários sobre novas formas de utilizarem determinados produtos, inovando a nossa oferta. A Câmara de Comércio está sempre atenta às tendências da procura por forma a adaptar a nossa oferta a essa procura”, revelou. Necessidade de consciencialização agroalimentar Um outro setor importante nos Açores é o agroalimentar: “Daí estarmos a desenvolver um conjunto de projetos na qualificação desses produtos. Nós podíamos produzir mais leite do que produzimos porque estamos a vender quase abaixo do preço de custo. Nós vendemos leite em pó que é o mais baixo da cadeia de transformação de leite. E isso não faz sentido. Não conseguimos ser competitivos e fazer a diferença no mercado. Temos que perceber quais os produtos que temos que transformar cá para os valorizar na venda”, alertou Sandro Paim. Consciente da importância que a tecnologia tem nas estruturas empresariais atuais, esta organização admite estar adaptada a esta nova realidade: “Cada vez mais os processos de comunicação estão a alterar-se. O nosso site tem crescido cerca de 50 por cento por ano e até por Skype damos consultoria. A proximidade virtual tem ajudado. Por outro lado, defendemos os interesses da região, dando conta, a quem de direito, das falhas que têm cometido para com os Açores. Apontamos o dedo, se assim podemos dizer, quando necessário, às mais altas instituições defendendo intransigentemente os nossos interesses”, finalizou o presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo.
VISITAZORES - RUA DIREITA
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A ILHA TERCEIRA AO NATURAL QUINTA DO MARTELO
Como e quando surgiu o projeto “Quinta do Martelo? Há quase trinta anos, quando o turismo ainda era insipiente nos Açores, apercebi-me, enquanto agente de viagens, de que, mesmo assim, quem nos visitava procurava algo de especial. Foi a partir dessa perceção que sonhei transformar uma quinta abandonada, propriedade da família, num repositório fidedigno das vivências tradicionais do povo açoriano e, em particular, do povo terceirense. O que se pode encontrar nesta Quinta? Podemos aqui observar e experimentar toda a evolução da cultura gastronómica, etnográfica e civilizacional dos Açores ao longo dos séculos. Em termos de alojamento, as diversas casas que compõem o empreendimento retratam a evolução da construção e utensílios desde o povoamento, apesar de todas terem as comodidades indispensáveis. No restaurante, também devidamente enquadrado em termos arquitetónicos, são servidos os pratos mais genuínos, a par de outros que satisfazem hábitos alimentares específicos. Na envolvência da quinta, é possível observar diversos tipos de culturas biológicas e animais, num percurso bucólico que permite apreciar tudo o de que uma quinta do passado era composta. Este é um conceito que tem sido bem aceite pelos visitantes da ilha Terceira? De onde vem a maioria dos visitantes? Este conceito é procurado por um nicho de mercado, extremamente interessado, e em crescimento consolidado. A maioria dos visitantes é oriunda de Portugal continental, Alemanha, Holanda, França, EUA, Espanha, Itália e Suíça. No restaurante, quais os pratos principais? Elabore uma breve apresentação do restaurante… Como é lógico, apresentamos no nosso restaurante uma representação significativa das receitas tradicionais da ilha. As alcatras – nome que se refere à forma de cozinhar diversos pratos nos tradicionais alguidares de barro e não tem especificamente a ver com a peça de bovino denominada alcatra –, têm lugar de destaque: alcatras de bovino, de galinha, de feijão ou de peixe. Oferecemos também o denominado prato de matança, uma combinação de produtos de porco, mas, ao mesmo tempo, sugestões mais leves, como peixe do dia grelhado, para além de saladas 18 | PORTUGAL EM DESTAQUE
e da nossa sopa de legumes, ambas com produtos biológicos da quinta. Nota crescimento na procura da ilha Terceira como um destino de férias? Sim. Nos últimos anos esse crescimento é notório. Quais as potencialidades da ilha a nível turístico? Para além de todas as características da generalidade do destino Açores, mas em que em cada ilha sobressaem aspetos peculiares, no que respeita a envolvências paisagísticas e vivenciais, acresce que, entre outras particularidades, a ilha Terceira oferece um roteiro histórico e cultural, em geral, único no arquipélago, contando, por via disso, com a classificação de Património Mundial para a cidade de Angra do Heroísmo – a primeira no país a merecer essa distinção da Unesco. A Quinta do Martelo é um projeto ambicioso. Ainda há algo que queira fazer/implementar? Este projeto nasceu e continua a viver de uma paixão pessoal. Tudo o que de genuíno imaginei no início é mote que me continua a mover para poder apresentar a quem nos visita a verdade etnográfica e gastronómica terceirense. Ao longo dos anos, este desígnio foi sendo aperfeiçoado até chegar à oferta integrada e honesta de que nunca abdiquei. E com muitos custos, devo confessar. Aqui chegado, o meu sonho é que este espaço seja reconhecido, mais do que uma unidade de turismo rural, como um centro interpretativo que sirva quem nos visita e a própria comunidade. Elabore um convite, aos nossos leitores, para que visitem a ilha Terceira e fiquem hospedados na Quinta do Martelo… Paz. Sossego. Interação com o mundo rural. Paisagem. Vivências únicas. Acolhimento familiar. Gastronomia ímpar. Tudo numa ilha que foi entreposto fundamental da rota das Índias e Portugal sozinha durante três anos, resistindo ao domínio espanhol, que avassalou todo o restante território nacional. A Quinta do Martelo é cerne e veículo para todas estas experiências. Entrevista gentilmente cedida por Gilberto Vieira, proprietário da Quinta do Martelo.
Escola dE condução Ilha 3 lda. Sede: Rua dos Minhas Terras/Rua de S. João, 23/27 9700-123 Angra do Heroísmo - Telefone 295213 114/5 Fax 295217 549 | 24 horas: 967130988 www.ilha3.com | E-mail: sede@ilha3.com Aeroporto das Lajes 24 horas: 965835013 | Telefone 295512 309 | Fax 295512 271
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TRÁS-OS-MONTES A região de Trás-os-Montes e Alto Douro situa-se no norte de Portugal, formada pelos distritos de Vila Real, Bragança e por alguns concelhos do distrito de Viseu e da Guarda. Conhecida como reino maravilhoso esta província possui um quadro paisagístico pincelado com tons da natureza. O seu terreno é formado por montanhas e vales onde correm rios e riachos de águas cristalinas e por onde crescem vinhas, árvores de fruto, cogumelos, legumes e cereais, que contribuem para os tons coloridos da região ao longo das quatro estações do ano. É neste território que se produz o famoso vinho do Porto, vinhos do Douro, a castanha, a amêndoa, os enchidos, o azeite e o mel. Tem a gastronomia como um dos seus cartões de visita, muito conhecida pela carne maronesa, mirandesa e barrosã. Estas terras têm ainda o poder de nos transportarem para o passado através da sua história natural e edificada. Podem avistar-se nas paredes as pinturas rupestres, percorrer os centros históricos das suas cidades, aldeias e vilas, admirando as suas igrejas e pontes seculares, museus e outros artefactos do passado. Nas próximas páginas a Portugal em Destaque espelha um pedaço das gentes desta terra e das atividades que desenvolvem. Valpaços, Mirandela, Murça, Macedo de Cavaleiros e Alfândega da Fé foram os cinco municípios destacados nesta edição.
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A ALMA DA REGIÃO A atividade primaz da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, desde os seus primórdios, é a saúde. Com uma história intimamente ligada ao hospital local, desde a sua fundação, a Santa Casa partilha este passado com um dos bens fundamentais à subsistência da região, o azeite. MISERICÓRDIA DE MACEDO DE CAVALEIROS
CASTANHEIRA PINTO Em 8 de janeiro de 1911 teve inicio a construção do Hospital de Macedo de Cavaleiros, através de um legado deixado por D. Joana Alexandrina da Costa, nascida em Gradíssimo – Macedo de Cavaleiros. A compensação pedida em troca do legado consistia na entrega, em Gradíssimo, de um almude de azeite por ano, para “alumiar” a lâmpada do Santíssimo Sacramento, compromisso de honra que é cumprido, religiosamente, pela Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros até aos dias de hoje. Assim, podemos afirmar que é impossível desvincular esta instituição da presença histórica do “ouro líquido” na região. Nos dias de hoje, a Santa Casa de Macedo de Cavaleiros é uma referência neste setor, produzindo milhares de litros anualmente, sempre com uma qualidade de referência na região. Este padrão de excelência fica vincado pelo fato de a acidez mais elevada dos lotes deste azeite ser de 1.5. É fundamental referir que apesar de pro-
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duzirem azeite há diversos anos, com uma labuta cuidada, ao nível dos nomes mais sonantes do mercado, apenas o produto que não é consumido internamente é posto a circular no mercado. E sempre de forma direta. Como nos foi confidenciado, apenas trabalham azeitonas de origem própria, fruto das 4500 oliveiras que possuem, com um processo de apanha estudado e previamente definido de três dias semanais, o que garante a extração imediata do néctar, aumentando exponencialmente a qualidade do produto final, o azeite. Mas nem só de azeite vive a Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros. Com uma área total de exploração agrícola a rondar 78 hectares, distribuídos pelas seguintes localidades – Macedo de Cavaleiros, Cortiços, Lombo, Peredo, Chacim, Vale Prados e Podence – a instituição garante a produção de hortícolas (alface, tomate, feijão verde, ervilha, fava, pimento…), vinha, olival, culturas temporárias,
pastagem e espaço florestal arborizado. Estes dados traduzem-se numa subsistência permanente e a rentabilização de um legado adquirido ao longo dos anos. Garantir a qualidade através da subsistência. Além do azeite, onde a marca desta celebre instituição está bem patente no mercado, existe uma forte aposta no setor vinícola. Com uma vinha compreendida num espaço de cinco hectares, onde estão enraizadas as castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Amarela, Tinta Roriz, Syrah, Cabernet Sauvignon, Malvasia Fina, Códega do Larinho, Chardonnay, Alvarinho, Moscatel e Uvas de Mesa, a Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros possui um dos espumantes com maior apelo do nosso país. Para que todo este trabalho seja realizado, a Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros emprega 16 funcionários a tempo inteiro no setor agrícola, num universo de 130, que garantem a execução de todas as atividades, desde a plantação à colheita, passando pela aplicação dos diferentes tratamentos fitossanitários, bem como as diferentes operações culturais. É preocupação vigente da Instituição o respeito e o cumprimento das Boas Práticas Agrícolas, cumprindo-se todos os requisitos, de forma a se praticar uma agricultura sustentável.
AZEITE QUE EXPORTA VALVERDE PARA O MUNDO Com um legado centenário na produção de azeite, com o primeiro lagar da família a datar de 1930, a Casa Valverde é, atualmente, uma das grandes referências do setor na região de Valpaços. É nesta mescla entre história, conhecimento e modernidade que encontramos João Paulo, produtor de azeite de terceira geração e responsável pela exportação e reconhecimento da aldeia de Valverde, um pouco por todo o mundo. CASA VALVERDE
JOÃO PAULO E FILHOS Esta tradição familiar surge com António e Octávio Paulo, respetivamente tio e pai do atual proprietário da Casa Agrícola e Produção de Azeite. Com um espírito empresarial notadamente vincado, os mentores deste projeto foram pioneiros na especialização de tarefas, sendo que Octávio Paulo era o responsável pelo departamento agrícola e António Paulo responsável pela transformação e comercialização do “ouro líquido”, ainda a granel. Em 1998, com a introdução de uma nova legislação nacional no setor olivicultor, a Casa Valverde reformula os seus quadros e linha de produção. João Paulo assume a direção deste projeto, dando início, também, ao processo de construção de um
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novo lagar, ecológico, de duas fases, na recém-criada mini Zona Industrial de Valverde. Este seria o passo decisivo para a introdução, em viva força, do Azeite Valverde no mercado mundial. Após o término desta reestruturação, em 2002, a Casa Valverde iniciou toda uma nova etapa de afirmação no setor. Mantendo, como ponto de honra, as raízes do seu legado, nomeadamente através da escolha de variedades vincadamente transmontanas, Madural, Cobrançosa e Verdeal Transmontana, assim como a manutenção de uma fiel carteira de clientes. João Paulo, nesta data, apostou na criação da marca Azeite Valverde, tendo posteriormente surgido a marca Oiro
Real. Garantindo um azeite de qualidade, com uma marca forte, capaz de produzir, transformar e embalar diretamente o produto, a Casa Valverde passa a ser o embaixador oficial da homónima aldeia, um pouco por todo o mundo. Rapidamente, toda esta aposta se revela bastante frutífera. Em 2005, abrem-se, pela primeira vez, as portas da exportação para o Azeite Valverde. Através de uma estreita cooperação com um cliente de longa data, França torna-se o primeiro destino internacional deste azeite de irrefutável qualidade. Pouco tempo depois, através de familiares, surge o Brasil. A qualidade do produto torna-se indissociável da aldeia, que atualmente pode ser encontrado não só nos “mercados da saudade” da Europa e América do Sul, bem como um pouco por toda a América Norte, com uma vincada presença no Canadá e nos Estados Unidos da América. Atualmente, a Casa Valverde produz cerca de 60 mil litros de azeite anualmente, em lotes com valores de acidez de 0.2, 0.3 e 0.5, nas vertentes de Azeite Valverde e Azeite Valverde Gourmet. Com uma marca sobejamente conhecida, um trabalho de promoção da região em crescendo, com impacto económico visível, direta e indiretamente na região e uma qualidade reconhecida um pouco por todo o mundo, a Casa Valverde procura continuar o seu processo de crescimento de produção, de forma a corresponder às necessidades dos seus clientes, que todos os anos esgotam a produção. E este é, sim, o melhor carimbo da qualidade do Azeite Valverde.
TRADIÇÃO E MODERNIDADE AO SERVIÇO DA QUALIDADE. É impossível, atualmente, dissociar o azeite transmontano da cidade de Valpaços. E o expoente máximo desta relação inata é a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços COOPERATIVA DE OLIVICULTORES DE VALPAÇOS
Email geral@azeite-valpacos.com | www.azeite-valpacos.com
raiva, no centro da cidade, construindo de raiz uma unidade industrial, com capacidade mais moderno do setor. Aliado a isto, um processo de educação e reestruturação do processo agrícola. Com o contributo de uma equipa especializada e conhecimento adquirido de forma constante ao longo do tempo, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços aposta na constante formação dos seus associados e num processo evolutivo de tratamento e apanha da azeitona. Exemplo disso é o timing associado a este processo. Tradicionalmente regidos por provérbios e cultura popular, a Cooperativa de Valpaços aposta em antecipar a colheita, de forma a garantir a qualidade da matéria-prima e respetivamente do azeite produzido. Assim, e de forma a incentivar os seus associados estabeleceu um processo de bonificações aos que cumprirem a antecipação da colheita. Junte-se a isto a capacidade de processamento imediato da matéria-prima e a mão-de-obra especializada e temos uma receita de sucesso. Este compromisso com os agricultores traduz-se de forma simples numa maior satisfação e rentabilização do produto bem como um
Tel. (351) 278 717 172 | Fax (351) 278 713 534
Em estrevista à Portugal em Destaque, Paulo Ribeiro, presidente da Cooperativa, revela que a mesma foi fundada em 1951, de forma a dar resposta ao setor agrícola da região, a Cooperativa de Valpaços, iniciou o seu percurso com 28 sócios fundadores, processando cerca de 10.000 kg/14h e com uma capacidade de armazenamento de 30 mil litros de azeite. Mas rapidamente esta instituição se impôs no mercado, fruto de um constante processo evolutivo, marcado de forma vincada pela aposta na vanguarda industrial e num rigoroso processo de seleção de equipamento e associados. Juntos, são os pilares fundamentais do sucesso do famoso Azeite Rosmaninho. E se a qualidade da matéria-prima foi, desde sempre, bandeira da Cooperativa de Valpaços, a capacidade de resposta ao mercado, quer a nível qualitativo bem como quantitativo, tem sido uma das principais apostas. E o reconhecimento internacional é apenas reflexo de um trabalho constante com produtores e associados. Em 2000, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços deixa as antigas instalações cita na Avenida Engº Luis de Castro Sa-
Rua Cidade de Bruxelas nº6 | 5430-492 VALPAÇOS
PAULO RIBEIRO E JOSÉ VENTURA
azeite de qualidade superior, garantido a qualidade que é sobejamente reconhecida ao Azeite Rosmaninho. Prova disso, os inúmeros prémios nacionais e internacionais alcançados ao longo da sua história. Atualmente, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços tem uma capacidade geral de armazenamento de 2,1 milhões de litros e de produção média de 1,7 milhões de litros, apresentando num mercado um espetro olivícola que permite responder a todas as necessidades do cliente final, num leque de azeites garantidamente extra virgem, concebidos a partir das variedades de verdeal, madural e cobrançosa. Neste momento, no mercado existem oito ofertas distintas, do azeite gourmet ao biológico, sempre com o selo da tradição e qualidade de quem exporta o melhor de Trás-os-Montes para o mundo, com a Certificação DOP.
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VALORIZAR O AZEITE, PROMOVER A REGIÃO! Sediada em Alfândega da Fé, no coração de Trás-os-Montes, a M.C Rabaçal &Aragão, lda – Casa Aragão, é não só uma referência nacional no setor da olivicultura em Portugal, como é, também, de forma reiterada, um dos principais embaixadores desta região no mundo. CASA ARAGÃO Desde a sua origem, que remonta ao já longínquo ano de 1764, a Casa Aragão sempre se dedicou de forma vincada à agricultura. Com mais de 250 anos na produção de azeite, sempre com sabor e aromas ímpares, a Casa Aragão tem sido capaz, de forma brilhante, de aliar a tradição ancestral e os produtos biológicos tão característicos desta região a uma capacidade única de inovar e implementar tecnologia de ponta no setor da olivicultura. Fruto desta mentalidade progressista, a Casa Aragão destaca-se dos seus pares na forma como introduz no mercado produtos originais e de qualidade sobejamente conhecida. Explorando todas as potencialidades da azeitona, sendo que toda a matéria-prima trabalhada é proveniente do concelho de Alfândega da Fé e regiões limítrofes, e apostando num processo de extracção a frio, os azeites apresentam teores de baixa acidez, cor dourada e um sabor frutado, características bem patentes e que são, já, uma imagem de marca desta casa. E grande parte deste sucesso surge da aposta feita nas variedades Verdeal, Madural, Codovil e Cobrançosa, tradicionais da região e reconhecidas pelo selo Origem Protegida “D.O.P. Trás-os-Montes”, garantia da origem e qualidade do produto na mesa do consumidor. Exemplo claro desta política de inovação e promoção do azeite através de produtos apresentados no mercado são o Ouro Líquido, o Alfandagh KIDS e o Azeite em Pó. • Ouro Líquido – O Azeite com ouro é um produto que combina as reconhecidas propriedades do azeite virgem extra com flocos de Ouro Gourmet. É o primeiro azeite transmontano com ouro adicionado, que confere um toque único e requintado a qualquer prato, para além de ter acções benéficas no bem-estar e saúde das pessoas. 26 | PORTUGAL EM DESTAQUE
ARTUR ARAGÃO
• Alfandagh KIDS - Azeite biológico destinado para as crianças, com características singulares. É um azeite maduro, de baixa acidez e rico em betacaroteno, propriedade do leite materno. Não só contribui para a saúde dos mais jovens, como para a consciencialização da importância do azeite, ao fomentar desde cedo o gosto por este produto de excelência. • Azeite em Pó – Produto gourmet, destinado à confeção de pratos de “Alta Cozinha”. Surge no mercado com quatro variedades - Azeite Virgem Extra, Azeite Virgem Extra com Orégãos, Azeite Virgem Extra com Erva Peixeira e Azeite Virgem Extra com Alecrim. Mas a inovação não se prende apenas no produto final. Artur Aragão, atual responsável da Casa Aragão, tem apostado em diversas formas únicas de divulgar os seus azeites. Em 2015, Artur Aragão apresentou-se na Feira de Santarém, enquanto chefe de cozinha do projeto ’Portugal sou Eu‘, confecionando diversas iguarias e promovendo os seus produtos. Entre as receitas apresentadas neste certame destacam-se os bombons de azeite, bombons de azeite com azeitona e com cereja (um produto típico de Alfândega da Fé), caviar de azeite, azeite em pó e as trufas
de alheira com requeijão e amêndoa. Uma estratégia comercial que visa não só levar aos mais diversos públicos os azeites da Casa Aragão, mas contribuir para a sustentabilidade e rentabilidade de diversos outros produtores locais. O sucesso do setor agrícola é, na sua perspetiva, garantir a viabilidade económica das famílias da região e permitir a sua fixação. Atualmente, a Casa Aragão é um marco no setor olivícola mundial, com uma importante vertente de exportação. Uma presença consolidada no mercado brasileiro, com um distribuidor próprio, numa parceria com uma entidade local, e distribuição regular em França, Suíça, Estónia, estes magníficos azeites originários de Alfândega da Fé iniciam agora o seu percurso nos mercados asiático e dos Estados Unidos da América. Em 2016, os diversos azeites da Casa Aragão receberam 19 prémios nacionais e internacionais, o que lhes valeu o 6º lugar de empresa portuguesa mais premiada e o 43º lugar a nível mundial no evoo world ranking de 2016.
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A FORÇA MOTRIZ DE ALFANDEGA DA FÉ Criada na década de 60, fruto de um projeto agroindustrial para a região Nordestina de Trás-os-Montes, idealizado pelo engenheiro agrónomo Camilo Mendonça, a Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé é um projeto de sucesso impar em Portugal e o maior dinamizador agrícola de toda a região. COOPERATIVA AGRÍCOLA DE ALFANDEGA DA FÉ
EDUARDO TAVARES Inicialmente, e de forma a responder às necessidades dos grandes produtores de Alfandega da Fé, que à data da fundação, tinham imensas dificuldades em encontrar mão-de-obra para a labuta dos seus terrenos, a Cooperativa principiou a sua atividade através do aproveitamento desses terrenos, investindo na produção frutícola, nomeadamente em cerejeiras. E esta aposta inicial, um frondoso sucesso, reflete-se de forma vincada nos dias de hoje, sendo Alfandega da Fé reconhecida nacionalmente pela “Terra da Cereja”, consequência direta de todo este trabalho. E é esta característica, ter produção agrícola própria, um dos fatores fundamentais na diferenciação e êxito da Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé. Nos dias de hoje, o “Ouro Liquido” é o grande ex-líbris desta casa. A produção de azeite representa cerca de 80 POR CENTO do volume de faturação. Com capacidade para processar 100 toneladas de azeitona por dia e um constante investimento na industrialização e inovação nas linhas de produção, armazenamento, engarrafamento e rotulação, com projetos de expansão em curso tendo em vista o aumento de extracção e um cuidado formativo e estudos aprofundados em todo o processo anual de produção azeite, o “Terras de Alfandega” é, actualmente, uma referência dos azeites transmontanos. Exemplo deste trabalho de acom-
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panhamento e formação constante é o processo de antecipação das datas de campanha. A recolha da azeitona, tradicionalmente regida por parâmetros de cultura popular e adágios, tem sido estudada e trabalhada diretamente com os agricultores, de forma a alterar os paradigmas enraizados, garantindo um estado perfeito de maturação da azeitona e, assim sendo, um azeite de qualidade e características ímpares, que aumenta exponencialmente os rendimentos deste setor, devido aos apelos do mercado. Atualmente, o “Terras de Alfandega” apresenta-se ao consumidor em três categorias diferentes: • Virgem Extra – Azeite de categoria superior, obtido diretamente da azeitona unicamente por processos mecânicos. Produzido em Trás-os-Montes seguindo os métodos tradicionais, possui características absolutamente únicas, dotado de qualidades gustativas excecionais, que refletem a tipologia da azeitona que lhe deu origem. Um produto com qualidade e tradição, que acentua o paladar dos alimentos ligando-os e respeitando-os. • iológico - Azeite de características absolutamente únicas, dotado de qualidades gustativas excepcionais, que reflectem a tipologia da azeitona que lhe deu origem. Os olivais crescem livremente, não sendo utilizados quaisquer químicos ou fertilizantes artificiais, respeitando o modo de produção de azeite biológico. • Tradicional – Azeite com sabores e acidez clássica, que reflcte o gosto adquirido por gerações de consumidores. Com uma vertente familiar, este produto destina-se a um mercado nacional e respondendo às suas raízes transmontanas. Fruto de todo este investimento e qualidade na produção e prestação de serviços, a Cooperativa Agrícola de Alfandega da Fé tem sido agraciada, anualmente, com a distinção de Empresa PME Líder, reconhecimento merecido ao trabalho da atual direção e dos seus três mil associados.
DOS MAIS GENUÍNOS AZEITES DE TRÁS-OS-MONTES Fundada em 1956, a Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, situa-se num contraste térreo e climatérico muito particular, entre montanhas áridas e vales férteis. As diferenças bruscas de altitude dividem o seu olival em duas zonas distintas: Terra Fria e Terra Quente. COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS OLIVICULTORES DE MURÇA FRANCISCO VILELA, MANUEL FRAGA E EDUARDO BORGES Assim, facilmente concluímos que o ‘Azeite Porca de Murça’ é reflexo de todas as características únicas desta região de Trás-osMontes. Nesta mescla de particularidades terrenas e climatéricas muito específicas, encontramos 1000 associados, todos do concelho de Murça, que apostam, ainda, num olival tradicional, muitas vezes centenário e predominantemente Verdeal, Madural e Cordovil, num processo assente em colheitas familiares, garantido a autenticidade e qualidade da Denominação de Origem Protegida ‘Azeite de Trás-os-Montes’. São 350 mil litros de azeite, produzidos anualmente, puramente transmontanos. Atualmente, o azeite da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça encontra-se disponível no mercado em três setores distintos, correspondendo a todas as necessidades do consumidor e oferecendo uma capacidade de resposta cabal aos diversos nichos de mercado. Assim, de forma simples, podemos categorizar este Azeite em três segmentos: Azeite Porca de Murça (Premium); Azeite Senhor de Murça (clássico, destinado ao setor de restauração) e Azeite de Murça (doméstico, azeite tradicional). Todos estes magníficos azeites possuem características individuais de relevo, que se coadunam e refletem a genuinidade e qualidade de todo o processo. O sabor fresco, doce, ligeiramente amargo e picante, o aroma amendoado e cor dourada e esverdeada, são imagem de marca do “ouro líquido” produzido pela Cooperativa de Olivicultores de Murça. A preocupação com a necessidade e satisfação dos consumidores não se prende apenas com a qualidade do Azeite. A CAOM tem apostado, vincadamente, na comercialização do azeite em embalagens que respondam na totalidade às necessidades e comodidade dos seus clientes, oferecendo ao mercado recipientes de menor dimensão para clientes com elevada exigência de qualidade e embalagens de maior capacidade para clientes tradicionais. E o sucesso deste azeite é absolutamente notável. Presentemente, além de uma capacidade de resposta total a nível nacional, sendo possível encontrar o azeite de Murça em diversas entidades comerciais espalhadas pelo país, o êxito internacional é já uma realidade. Com um reconhecimento bem patente pelos inúmeros prémios ganhos anualmente, em diversos lotes, o ‘Azeite Porca de Murça’ é comercializado praticamente em todo o mundo. As exportações rondam os 20 por cento do volume anual de faturação, com uma presença firmada nos Estados Unidos da América, Canada, Brasil, Angola, China, Alemanha, Holanda, Suécia, França e Suíça. Um verdadeiro embaixador da qualidade do azeite de Trás-os-Montes, e particularmente de Murça, pelo mundo.
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MURÇA ATIVA E APELATIVA O Município de Murça celebra no próximo dia 8 de maio de 2017, 793 anos de autonomia municipalista (1.ª Foral da Vila de Murça foi estabelecida a 8 de maio de 1224). Assim, o Feriado Municipal de 8 de maio, tem sido o mote para a realização da feira das atividades económicas - Feira do Azeite e do Vinho (FAV) -que tradicionalmente decorre em Murça nos inícios de maio. Em 2017, a 13ª edição deste certame ocorre entre os dias 5 e 7 de maio. José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal, concedeu uma entrevista à nossa revista sobre o município que representa, bem como o evento que se avizinha. MUNICÍPIO DE MURÇA fazem-se contactos, surgem negócios e incentiva-se ao empreendedorismo. Quais os monumentos a visitar em Murça? Obrigatoriamente a Porca de Murça, o Pelourinho Manuelino, a Igreja Paroquial, a Capela da Misericórdia, os Relógios de Sol e o Crasto de Palheiros. Por todo o concelho há património interessante nomeadamente de natureza religiosa.
JOSÉ MARIA COSTA Como gostaria de nos apresentar o município de Murça? O município de Murça é dos municípios mais antigos do país, celebrará no dia 8 de maio 793 anos de autonomia municipal. Tem algumas referências históricas como a sua figura emblemática, a Porca de Murça, e depois tem um conjunto de personalidades que foram agentes importantes na história do município e do país. Deixo como referência o soldado Milhões. É um concelho essencialmente rural, mas muito bem localizado do ponto de vista rodoviário. Quais as potencialidades do concelho que pretende destacar? Há uma situação em particular que eu destaco como uma potencialidade que é a localização, muito próxima de uma via principal, da A4, o que faz com que Murça fique no centro da região do Douro norte e transmontana. Facilmente nos deslocamos para o Porto, Vila Real, Viseu e até Braga. Evidentemente que há potencialidades locais, nomeadamente relacionadas com os nossos produtos, falamos do azeite 30 | PORTUGAL EM DESTAQUE
e do vinho e também de outros produtos que estão a surgir como a castanha, a amêndoa e outros ligados ao setor florestal. Realça-se, também, a doçaria conventual e paisagem natural. Murça é um município com muitas potencialidades. Estamos perto da celebração da Feira do Azeite e do Vinho… Sim, estamos muito próximos de celebrar a Feira do Azeite e do Vinho e essa é sempre uma oportunidade para os produtores do concelho promoverem os seus produtos, nomeadamente o azeite e o vinho, mas, atrás desses, vêm outros produtos. Falar também dos doces conventuais, das queijadas e do toucinho do céu. Este é um evento cultural, económico e social. Culturalmente tem associadas várias manifestações como a representação teatral da Porca de Murça e a exposição sobre a participação de Murça na Primeira Guerra Mundial, o folclore e a música popular portuguesa e socialmente a envolvência de toda a comunidade. Economicamente, sobretudo pela venda e promoção local, podendo surgir novos investidores,
Quais os principais projetos a serem desenvolvidos pela Câmara Municipal? No âmbito do Norte 2020 temos alguns projetos a destacar que têm a ver com a reabilitação da Escola EB 2, 3; a reabilitação das piscinas municipais e há, também, um outro projeto que passa pela recuperação e reabilitação de um edifício que foi a antiga Cooperativa dos Olivicultores que passará a ser um espaço para a montagem de eventos ligados à promoção e venda de produtos locais como azeite e vinho mas também para outros certames de menor dimensão, tendo ao mesmo tempo um espaço que possa acolher pequenos e novos empreendedores. Também o cabal aproveitamento das potencialidades resultantes do Empreendimento Hidroelétrico de Foz Tua, nomeadamente no turismo e serviços associados. Elabore um convite aos nossos leitores para que visitem o seu município… O facto de o concelho estar localizado entre o Douro vinhateiro e o Alto de Trás-os-Montes, cria uma diversidade paisagística curiosa e deslumbrante, nomeadamente nos meses de primavera e verão. Desde o património construído ao património natural, associando aqui os produtos endógenos e locais, tudo isto são razões mais que suficientes para visitar o município de Murça, associando a singularidade da gastronomia tão rica e única. Em concreto, nesta fase, visitar esta Feira é uma oportunidade que todos os naturais da região, ou não, têm para conhecer o concelho e provar a excelente qualidade dos mais variados produtos locais.
A PRINCESA DO TUA Localizada no coração do nordeste transmontano e inserida na sede do concelho, a freguesia de Mirandela é elemento central na dinamização e promoção ativa das forças vivas desta emblemática cidade. Com cerca de 12 mil habitantes, a cidade de Mirandela destaca-se das demais pela reconhecida qualidade de vida, gastronomia de excelência e ar puro. Não fosse Mirandela carinhosamente apelidada de “cidade jardim”. FREGUESIA DE MIRANDELA
JOSÉ ALMEIDA (3º DA DTA.) E se todas estas bandeiras são já inatas ao senso comum de quem a visita, o trabalho desenvolvido pelo professor José Eduardo Gomes de Almeida, presidente desta ilustre freguesia, e de todo o restante elenco executivo, nas pessoas do arquiteto José Bessa, secretário; Sílvio Santos, tesoureiro; Fátima Pimparel, vogal e António Coelho, vogal; merece ser destacado. Fruto de um amor imenso por Mirandela e uma ótima relação com o município, a quem reconhecem um trabalho de excelência na pessoa do eng. António Branco, a junta de freguesia de Mirandela tem sido responsável por um trabalho incansável a nível social e cultural, ajudando a criar condições para a fixação e valorização dos ativos mais importantes da cidade – as famílias. E é natural, assim sendo, que a maior preocupação deste executivo sejam essas mesmas famílias. Aproveitando o facto de a junta de freguesia estar inserida na rede social local, José Eduardo Almeida tudo tem feito para auxiliar os seus fregueses a combater os flagelos sociais que afetam, de forma geral, o nosso país. A crise financeira, e por consequência direta, as elevadas taxas de desemprego, fizeram escalar
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o número de famílias carenciadas na região. E a resposta da autarquia, no presente mandato, foi clara: a verba alocada ao apoio social aumentou seguramente 10 vezes. Um apoio que se reflete, também, de forma extensiva nas diversas instituições culturais, religiosas e desportivas afetas a esta junta de freguesia. Através de um orçamento rigoroso mas altruísta, a junta de freguesia de Mirandela estimula, de forma igualitária, a prática do desporto, criando condições para que seja uma das cidades mais ecléticas a este nível. Atualmente praticam-se, com resultados reconhecidos, em Mirandela, diversas modalidades desportivas, nomeadamente futebol, futsal, basquetebol, voleibol, atletismo, BTT, hóquei em campo, ténis de mesa, full contact e outras artes marciais e xadrez. A concentração anual Motard, organização do Moto Clube de Mirandela com o apoio também da Junta de Freguesia de Mirandela, é um momento que merece ser aqui registado. A nível cultural e religioso o destaque anual é, indubitavelmente, a celebração das monumentais festas da Cidade e de Nossa Senhora do Amparo, Padroeira de
Mirandela. Organizadas pela Confraria da Nossa Senhora do Amparo, são a única romaria da região feita pela sociedade civil. As festividades iniciam-se a 25 de julho, na feira de São Tiago, e terminam no primeiro domingo de agosto. Com espetáculos diários de música e bares no espaço verde da cidade e no Parque do Império, os pontos altos desta grandiosa festa são a marcha luminosa (um carnaval noturno, com animação, música, alegria e luz), a majestosa procissão em Honra de Nossa Senhora do Amparo, que conta com diversos andores, muitas figuras religiosas, centenas de pessoas a cumprirem com muita Fé as suas promessas e o já famoso deslumbrante fogo de artifício de sábado à noite que traz a Mirandela muitos milhares de forasteiros. É ainda de salientar, a realização de diversas atividades inovadoras na região, envolvendo entidades locais, de forma a dinamizar a cidade. A chegada do pai natal que a Junta de Freguesia realiza com a colaboração do Aero Clube de Mirandela, workshops “Fotografar Mirandela”, e “Como cuidar do seu Animal”, a entrega de prémios de mérito escolar aos alunos que concluem o 12º ano com notas de excelência, entregues durante o concerto de Santa Cecília, pela Orquestra da ESPROARTE – Escola Profissional de Música, as sessões de teatro oferecidas aos alunos do 1º ciclo e do pré-escolar, o Torneio de Xadrez Junta de Freguesia/ Feira da Alheira, a Caminhada da Mulher cuja receita é entregue à Liga Portuguesa Contra o Cancro, a colaboração no projeto “Envelhecer Saudável” com diversas atividades com idosos, incluindo aulas na piscina municipal, são já marcos de referência num mandato de excelência da Junta de Freguesia de Mirandela.
A EXCELÊNCIA DA GASTRONOMIA EM MIRANDELA É num ambiente acolhedor e tradicional, bem no centro da “Princesa do Tua”, que encontramos o restaurante Adega. Aberta desde 1984, esta Adega tradicional oferece a todos os seus clientes uma seleção cuidada dos melhores produtos regionais, pratos tradicionais de qualidade, com a apresentação e brio de um dos melhores restaurantes do nosso país. RESTAURANTE ADEGA
ARMANDO RIBEIRO A história do restaurante Adega é indissociável do seu proprietário, o senhor Armando Ribeiro. Com dez anos, saiu da aldeia de onde é natural, iniciando-se desde logo no setor da hotelaria e restauração. Começou a sua atividade profissional no Restaurante Florida, passando mais tarde pelo Hotel Mira Tua, antes de partir para Angola. Regressaria uns anos mais tarde, tendo trabalhado em Moncorvo, até regressar às origens, Mirandela. Este regresso, para laborar no Restaurante o Grês, tornou-se fator decisivo na história que se seguiria. Após uma passagem de curta duração pela sede do Sport Club Mirandela, Armando Ribeiro decide abrir uma casa de petiscos em Mirandela, fazendo face à parca oferta gastronómica na cidade, à data, e dando o primeiro
passo no legado, agora histórico, do Restaurante Adega em Mirandela. Mas esta vertente de casa de petiscos teve uma curta duração. Com o sucesso imediato que obteve e incentivado pelos seus clientes e vendedores da altura, a quem agradece, decide dar um passo em frente e estabelece-se na vertente de restauração. Esta magnifica história de superação e humildade reflete-se hoje no patamar de excelência que a Adega atingiu. Com um atendimento personalizado e eficiente e uma decoração alusiva à atividade vinícola, todos os clientes se sentem em casa. Outro dos segredos desta casa é aposta no produto regional e de grande qualidade, nomeadamente o azeite e a alheira, bandeiras gastronómicas da região. Em todas as mesas deste restaurante encon-
tramos azeite transmontano. Um azeite de qualidade mundial, que capta os sabores e essências de Trás-os-Montes e que dá origem às famosas torradas de azeite, uma iguaria muito apreciada. Em relação à alheira, local e de fabrico tradicional, é indissociável da cozinha de Mirandela. E segundo os locais, quem visita Mirandela, não pode perder a oportunidade de provar uma “Alheira à Adega”. Além destas entradas, este Restaurante tipicamente mirandelense, oferece uma vasta gama de pratos que satisfazem o gosto de qualquer cliente e são um hino à cozinha trasmontana. Nos pratos de carne destacam-se o Pernil com feijão, a Feijoada à Transmontana, a Posta à Adega e Cabrito Transmontano e outras variedades de pratos que compõe a ementa. Nos pratos de peixe pode contar diariamente com uma variedade de peixe fresco, além da Açorda de Marisco, o Arroz de Marisco, o Arroz de Tamboril, o Bacalhau à Chefe e o Bacalhau assado com batata a murro. Um espaço de excelência, com um ambiente familiar e o melhor da gastronomia à sua espera. Visite e deixe-se deliciar.
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ALENTEJO A região do Alentejo, a maior de Portugal, rica em paisagens idílicas e pitorescas, apresenta realidades tão diferentes como as típicas planícies, separadas por zonas montanhosas e serranas, uma bela costa com praias paradisíacas e notáveis cidades e históricas aldeias. O sonho alentejano contempla bucólicas paisagens de oliveiras e sobreiros, grandes propriedades agrícolas e vinhas pitorescas. Ao longo das quatro estações, as amplas planícies são coloridas por uma ecléctica palete de cores e no Verão o sol doura os campos de trigo e de girassóis. A sua feição agrícola, proveniente de um clima temperado, contribui com as condições necessárias para a produção de dois dos seus bens de excelência: o Vinho Alentejano e o Azeite de Excelência. A fama da Gastronomia Alentejana transpõe fronteiras. Altamente apreciada, conta como ingrediente base o pão, fruto da fama “Celeiro de Portugal”. Acrescentando azeite de qualidade, proveniente dos vastos campos de oliveiras, e alho, surgem então os típicos pratos de Ensopado de Borrego, Migas e Açorda. Acrescente-se à mesa legumes frescos e surge a Sopa de Gaspacho. Outro dos destaques desta região são os enchidos da carne dos animais que povoam os pastos das vastas planícies, e, na zona costeira, peixes e mariscos de qualidade que enchem as mesas.´ A Pastelaria é igualmente afamada e apreciada, maioritariamente influenciada pela doçaria conventual, herança religiosa dos muitos conventos e mosteiros, que em tempos foram símbolo de segurança, conhecimento, paz e serenidade histórica e cultural, em áreas tão desertas e isoladas. Embora predominantemente árida, a região possui inúmeros lagos, incluindo a Barragem do Alqueva, o maior reservatório de água da Europa Ocidental. Não deixe de visitar o Alentejo e deixe-se conquistar.
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SEJA ALENTEJANO POR UNS DIAS E VENHA PROVAR UM PETISCO À DA TI CHICA! Num recanto da Praça de Dom Diniz, no coração do Redondo, encontramos um dos restaurantes mais peculiares e procurados do Alentejo. Um estabelecimento naturalmente alentejano com inspirações orientais. Uma história digna de uma obra de literatura, mas com contornos bem reais. PETISCOS DA TI CHICA
DOMINGOS MADRUGA E CHEF Uma simples conversa de dois grandes amigos, um português, com um passado vasto em hotelaria, e um paquistanês, chefe de um restaurante cinco estrelas, estabelecido em Londres, muda-lhes não só a vida, como toda a oferta gastronómica do Redondo. Decidem, nesse momento, vir para Portugal, tendo em vista a abertura de um restaurante em Lisboa. Mas as origens de Domingos Madruga falam mais alto. Reaproveitam um espaço tradicional existente, com uma decoração tipicamente alentejana e oferecem um toque de modernidade e aventura ao espaço. Surgem assim os Petiscos da Ti Chica. Transpondo para a atualidade os históricos pratos e petiscos alentejanos, aliados ao melhor da cozinha tailandesa, paquistanesa e árabe, criaram um conceito úni-
co em toda a região. É, na realidade, uma lufada de ar fresco na oferta gastronómica local e a resposta aos desejos de todos os alentejanos. E o sucesso foi imediato. Aproveitando, diariamente, a acessibilidade e oferta de produtos frescos, o Ti Chica prima por uma oferta abrangente, com uma carta composta por um vasto leque de iguarias, todas confecionadas na hora. Mais ainda, a ementa é atualizada conforme a época do ano, aproveitando os produtos frescos e oferecendo um toque especial durante todo o ano. Aliado a esta oferta diferenciada, encontramos um serviço de atendimento personalizado e um ambiente familiar e relaxado, que são garantias de uma refeição de qualidade a preços extremamente acessíveis. A mistura perfeita para quem procura desfru-
tar do coração do Alentejo. Para lhe abrir o apetite, ficam algumas das sugestões desta emblemática casa, sempre acompanhadas com o melhor dos vinhos do Redondo: Tapita de Sardinhita, Tiborna, Ovos com Farinheira ou Tomate, Moelinhas, Migas de Coentros com Febras, Calducho, Mousaka Vegetariana, Za’atar w Zeit, Pakora e Salada Khalifa.. No Alentejo come-se, bebe-se e canta-se muito bem. Comer, beber e petiscar são rituais, formas de conviver, de receber, de celebrar. Costuma dizer-se que na casa de um verdadeiro alentejano, tenha muito ou tenha pouco, a mesa está sempre posta. Portanto, se ficou curioso e com “água na boca”, e de momento não for oportuno visitar o Redondo, fique atento às cidades de Évora e Lisboa, e quem sabe as surpresas que o futuro, a curto prazo, lhe pode trazer. Venha daí tirar um petisco à da Ti Chica!
GASTRONOMIA ALENTEJANA DE EXCELÊNCIA Fundado por Gonçalo Lagareiro, em 1997, o Restaurante Aloendro, bem no centro de Reguengos de Monsaraz, é um feliz acaso da hotelaria do Alentejo. Fruto de uma família ligada ao setor da cerâmica, Gonçalo, que à data estudava Gestão de Empresas Turísticas e Hoteleiras na Universidade do Algarve, projetou o edifício, que hoje serve de sede a este “sui generis” restaurante, para ser uma loja dedicada ao artesanato tradicional. Mas o destino deu uma reviravolta, e de uma oportunidade circunstancial de negócio surgiu um dos mais reputados restaurantes do Alentejo. A verdadeira referência da gastronomia Alentejana, em Reguengos de Monsaraz. RESTAURANTE ALOENDRO
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Atualmente, tudo que é típico desta região encontra-se neste restaurante. Dum vasto leque de oferta, destacam-se na carta os pratos de Borrego, Porco Preto e Açorda. Além destas iguarias típicas, presentes historicamente nesta região, o Restaurante Aloendro destaca-se pela quantidade de peixe fresco disponível, por norma da região de Setúbal. Um fornecimento regular e cuidado permite que o Aloendro seja a referência nos pratos de pescado e mariscos, garantindo um cliente fidelizado e conhecedor de produtos diferencias e de qualidade superior Uma garantia de competência que se traduz numa publicidade de “boca-a-boca” que se traduz numa casa familiar e com um ambiente relaxado e cómodo, ideal para serões familiares e convívios, momentos que se guardam para sempre na memória. Mas não é apenas um Restaurante com clientela local. Com o aumento exponencial do turismo nesta região, o Aloendro tem sido o ponto preferencial dos turistas que visitam Reguengos de Monsaraz. Com um atendimento personalizado e com uma capacidade de resposta permanente, são diversas as nacionalidades que
frequentam este espaço. Entre clientes de diversos países europeus, nomeadamente Espanha, França, Holanda e Inglaterra, e turistas americanos e canadianos, podemos facilmente afirmar que é um local de referencia, acessível a todos os clientes e com um espaço tradicional moderno, que transforma o Restaurante Aloendro, numa casa aberta a todos quanto os visitam.
Convite: Bem vindos a um breve Momento Alentejano! Caros senhores(as), afáveis clientes, gentes do mundo, Portugal, Alentejo e apaixonados pela tradição, A vós vos são dedicadas as nossas palavras. E nestas primeiras palavras vem o nosso agradecimento, vem o prazer que é servir gentes que muito têm a ver connosco. Pelo gosto que é de todos, que é a nossa gastronomia típica Alentejana. Agradecemos a todos aqueles que, por vários motivos, nos fazem sentir a filosofia que temos como nossa - a completar na plenitude o que de melhor o Alentejo oferece e, por isso, de nós terão sempre o nosso melhor. Não porque é assim que tem que ser, mas porque é assim que apetece ser. Com Respeito, um Abraço Alentejano, Restaurante Aloendro
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AGRICULTURA BIOLÓGICA EM HARMONIA Numa mescla colorida entre a tradição do Alentejo, repleta de pequenas delícias paisagísticas e animais, e a produção de um dos azeites mais em voga no mercado, encontramos a Quinta Courela do Zambujeiro. Uma herdade repleta de cor, luz e sabores bem característicos do Alentejo, no coração do Redondo. QUINTA COURELA DO ZAMBUJEIRO
Galega, é um produto suave e frutado, indicado para saladas, sobremesas e pratos cozinhados. O Cobrançosa é um azeite amargo e picante e o Branquita, frutado e picante, é a escolha perfeita para temperar todas as variedades de saladas. São 50 hectares de olival que produzem néctares divinos, com uma capacidade de resposta perfeita para um universo de consumidores com desejos e necessidades diferentes. Deixe-se conquistar pelos magníficos sabores dum azeite puro, saboroso e saudável, e visite a quinta Courela do Zambujeiro. Um pedaço mágico do Alentejo, que envolve e encanta, transmitindo sensações de um passado esquecido e um futuro biodinâmico.
MICHEL E EDUARDA RUMIZ O sonho antigo dos fundadores deste pequeno pedaço de Paraíso funde-se com o gosto adquirido, desde criança, no azeite de produtor, e na dedicação e cuidado com que o “Ouro Liquido” foi produzido desde sempre. Com a aquisição da herdade da Courela Zambujeiro, que possuía um olival com sensivelmente 500 anos, o desejo antigo falou mais alto, nascendo assim o Azeite 100% biológico Courela do Zambujeiro. Um produto de imensa qualidade, com base no respeito pela tradição e na necessidade de redescobrir e reproduzir os sabores ancestrais, de uma forma tão pura e saborosa quanto saudável. E é com base neste respeito pelo meio ambiente e pela tradição, que Michel e Eduarda Rumiz apostaram numa agricultura Biodinâmica. Um processo com raízes históricas, sendo o primeiro método de agricultura biológica com base na qualidade nutricional dos produtos, criando uma gestão uma gestão apropriada que tem em conta as necessidades das plantas, dos animais e dos seres humanos, que tem como objetivo principal praticar agricultura de tal maneira que o estruturar a exploração numa unidade integrada resulte em produtividade e saúde e que tudo o que seja necessário para a produção provenha da própria exploração. A herdade produz azeite virgem extra, 100% biológico e monovarietal. Na vertente
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O MAIOR PRODUTOR DE AZEITE EM PORTUGAL Fundada em 1954, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos nasce com a missão primaz de responder, de forma competitiva e eficaz, às necessidades de transformação e processamento dos lotes de azeitona dos seus sócios fundadores. COOPERATIVA AGRÍCOLA DE MOURA E BARRANCOS
Para este efeito, foi adquirido um lagar de prensas. Mas rapidamente, e com o aumento exponencial de associados, revelou-se insuficiente. Este segundo lagar, em funcionamento até 1987, seria substituído por um equipamento, à data, de topo, com uma capacidade de moenda de 230 toneladas de azeitona por dia, adquirido à Sociedade dos Azeites de Moura. Esta sucessiva necessidade de expansão e melhoramento do equi40 | PORTUGAL EM DESTAQUE
pamento revela o sucesso da estratégia de desenvolvimento da Cooperativa Agrícola de Moura Barrancos. Apoiada num sistema organizativo de cooperação, defendendo de forma vincada, sempre, e de
forma vinculativa, os interesses dos agricultores, a Cooperativa criou um sistema de escoamento e produção em qualidade, que permitiu remunerar e compensar os seus associados com valores superiores ao praticado no mercado. Este êxito, criou um clima de sucesso e uma vontade intrínseca de fazer mais e melhor. Com uma política de fortes investimentos, a Cooperativa Agrícola de Moura Barrancos constrói um dos maiores e mais modernos lagares em Portugal, com uma capacidade de moenda de 900 toneladas de azeitona por dia. Esta transformação tecnológica criou condições para uma produção média anual superior a 35.000 toneladas de azeitona, provenientes de 20.000 hectares de olival. Todo este processo reflete-se em mais de 7 milhões de quilos de azeites virgens por campanha. Atualmente, a Cooperativa conta com 1200 cooperadores, fundamentais em todo o processo e sucesso ao longo dos
trífuga, o azeite é recolhido e isolado dos restantes constituintes do fruto. Depois de extraído, o azeite mantem-se em depósito no armazém durante alguns dias, em ambiente escuro e fresco para que todas as partículas finas da polpa, ainda dissolvidas no azeite, possam tranquilamente depositar-se no fundo. Após a separação do azeite das partículas decantadas, é embalado em ambiente fresco, em garrafa escura para que, até à hora de consumir, a luz exterior e/ou o calor não interfiram na cor verde brilhante natural nem nos aromas originais. Tudo isto para que seja preservada a sua única e verdadeira tarefa de transportador da cor e dos aromas do fruto, até à sua mesa.
anos. Esta qualidade de equipamento e conhecimento adquirido ao longo das dezenas de anos de labuta, bem como o fato de serem o primeiro azeite em Portugal com a Denominação de Origem Protegida refletem-se nos produtos apresentados ao mercado, imputando-lhes uma capacidade competitiva e qualidade impar.
De forma corrente, traduz-se na ausência de qualquer produto químico de síntese, quer seja na fertilização do solo, ou por via foliar, ou nos controlos fitossanitários contra pragas e doenças. O processo de extração é exclusivamente mecânico e a frio. Excluem-se por completo, os processos químicos de refinação de azeites defeituosos, ou a mistura de azeites virgens com azeites refinados, que dá pelo nome comercial de “azeite”. Por conseguinte, a nomenclatura constante nos rótulos das embalagens dos azeites distribuídos pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos é sempre seguida da qualificação “virgem”, que lhe confere a qualidade de ser um produto 100% natural.
- PREMIUM O Azeite Virgem Extra Premium CAMB é fruto de um processo de colheita de extremo rigor e cuidado. As azeitonas são colhidas sobre panos, transportadas de forma célere para o lagar, garantindo a total preservação dos frutos. A extração do Azeite Virgem Extra Premium CAMB é feita a partir da trituração dos frutos inteiros, seguida de um revolvimento, em movimentos lentos, da pasta obtida, durante o tempo suficiente para que as partículas aguçadas do caroço triturado sulquem nas paredes da polpa do fruto em pasta, os canais para libertação do azeite retido nas células. Sob a ação cen-
- AZEITE VIRGEM EXTRA BIO A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos produz, embala e distribui azeite obtido a partir das produções de olivais que seguem o modo de produção biológico.
- AZEITE VIRGEM EXTRA Os Azeites Virgem Extra produzidos, embalados e comercializados pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, têm origem nas produções de azeitona dos seus cooperadores. O processo de extração é exclusivamente mecânico e a frio. Excluem-se por completo, os proces-
sos químicos de refinação de azeites defeituosos, ou a mistura de azeites virgens com azeites refinados, que dá pelo nome comercial de “azeite”. Por conseguinte, a nomenclatura constante nos rótulos das embalagens dos azeites distribuídos pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos é sempre seguida da qualificação “virgem”, que lhe confere a qualidade de ser um produto 100% natural. Apresenta-se ainda com as denominações “virgem extra”, para qualificar a seleção dos melhores lotes de azeites virgem, isto é, daqueles que apresentam melhores atributos organoléticos e menor acidez. - AZEITE VIRGEM Os azeites virgem produzidos, embalados e comercializados pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, têm origem nas produções de azeitona dos seus cooperadores. O processo de extracção é exclusivamente mecânico e a frio, não
contendo quaisquer outras operações para além da lavagem, da moenda, do batimento, da centrifugação e da filtragem. Excluem-se por completo, os processos químicos de refinação de azeites defeituosos, ou a mistura de azeites virgens com azeites refinados, que dá pelo nome comercial de “azeite”. Por conseguinte, a nomenclatura constante nos rótulos das embalagens dos azeites distribuídos pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos é sempre seguida da qualificação “virgem”, que lhe confere a qualidade de ser um produto 100% natural. Apresenta-se ainda com as denominações “virgem extra”, para qualificar a seleção dos melhores lotes de azeites virgem, isto é, daqueles que apresentam melhores atributos organoléticos e menor acidez. Um vasto leque de Azeites, com a garantia e qualidade da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, o maior e melhor produtor de Azeite em Portugal. Um verdadeiro embaixador do melhor que se faz no Alentejo em todo o mundo. PORTUGAL EM DESTAQUE | 41
ALGARVE O NERA precisa de Si A importância do associativismo empresarial nem sempre é bem entendida às vezes até pelos próprios empresários. As causas são várias. A primeira é sem dúvida a fraqueza do nosso tecido empresarial, a falta de tradição e experiência associativa, mas também a tendência para uma atitude individualista e para uma visão sobretudo setorial da vida económica e empresarial. Compreende-se assim a fraca adesão e participação na vida associativa, mas também o proliferar de associações muitas vezes de pequena dimensão e com pouca capacidade de influência. Como atua o NERA neste contexto? O NERA é uma associação intersetorial, de cariz regional, onde encontramos empresas (e associações) de toda a Região e de todos os setores de atividade, do comércio à indústria, da agricultura aos serviços e ao turismo, dos transportes à construção civil e à imobiliária. No NERA, orgulhamo-nos de ter micro, pequenas, médias e grandes empresas, sociedades anónimas e sociedades em nome individual, que pagam as suas quotas, em função da sua dimensão e volume de negócios. Todas têm os mesmos direitos. O NERA é associado da AIP - Associação Industrial Portuguesa/CCI e o seu Presidente é Vice-Presidente, eleito, da AIP-CCI. Os objetivos da nossa intervenção estão perfeitamente definidos: 1.º Ajudar a atividade e defender os interesses das empresas, dos empresários e dos seus profissionais; 2.º Defender o desenvolvimento económico da região junto do Estado e contribuir para o seu futuro;
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3.º Cooperar com as diferentes associações empresariais em defesa dos interesses dos empresários, da economia e da região. Orgulhamo-nos da nossa atividade de formação profissional, de consultoria e informação prática (económica, jurídica, fiscal, etc) às empresas. Participamos ativamente na discussão das principais questões de interesse para a Região com as instituições públicas (CCDR Algarve, IEFP, RTA, DRAPALG, IAPMEI, UAlg, etc.) e muitas autarquias. Estamos na primeira linha da defesa de questões vitais como, por exemplo, o reconhecimento da importância da economia regional no todo nacional, a luta contra as portagens na Via do Infante ou contra a prospeção e exploração de petróleo e gás natural no Algarve. Promovemos debates e seminários sobre temas de interesse para a Região. Realizamos Feiras e Exposições temáticas. Conquistamos desta forma um legítimo prestígio e respeito regional e nacional, e das instituições públicas. Para sermos melhores precisamos de ser mais fortes, precisamos da presença e participação de mais empresários. Contamos consigo, caro colega. Conte connosco. O Presidente, Vítor Neto
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UM PRESIDENTE VOLTADO PARA AS PESSOAS A vila de Odiáxere é uma das freguesias do concelho de Lagos detentora de uma riqueza natural e arqueológica, que a Junta de Freguesia faz por preservar. Mas, no decorrer do presente mandato as “pessoas passaram para primeiro lugar”, quem o diz é o presidente Carlos Fonseca. Foi com ele que estivemos à conversa no sentido de darmos a conhecer Odiáxere e de percebermos a importância do poder autárquico local. FREGUESIA DE ODIÁXERE no seu interior de um vasto conjunto de azulejaria e nela está conservado um dos portais mais antigos de Portugal, portal de estilo manuelino, datado do século XVI. Como ex-libris da Freguesia o nosso entrevistado apresenta-nos o moinho de vento, um edifício requalificado pela Junta de Freguesia, que é cenário de concursos de fotografia promovidos pelo Município de Lagos. Refere também o pontão romano, considerado estrutura de relevante interesse arqueológico. Ao nível cultural, esta vila possui várias coletividades de entre as quais se destaca o Clube Desportivo de Odiáxere e o Rancho Folclórico e Etnográfico de Odiáxere. A Junta de Freguesia apoia as suas coletividades, que na opinião do Presidente são “âncoras de coesão social, que fortalecem a união dos odixerenses”.
CARLOS FONSECA Natural de Odiáxere, Carlos Fonseca está prestes a terminar o seu primeiro mandato e a iniciar o processo de recandidatura a presidente desta Junta de Freguesia. O desafio de se candidatar pela primeira vez foi-lhe lançado pelo anterior executivo e em especial pelo antigo presidente Luis Bandarra. No entanto, explica Carlos Fonseca: “Antes de ser presidente já estava ligado à Junta. Já tinha sido presidente da assembleia de freguesia e tesoureiro. “Sinto que já estava marcado para ser o próximo a abraçar este desafio”. Refere ainda que a sua motivação adveio do amor que tem à sua terra. Uma terra com herança natural, arqueológica e cultural A Ria de Alvor, rica pela sua biodiversidade, destacando-se os bivalves, peixes e moluscos, tem como aliado o extenso areal da Meia-Praia e é a melhor herança natural da freguesia, privilegiando-se a beleza da sua paisagem, podendo observar-se uma grande quantidade e diversidade de aves. Mas, esta terra tem muito mais para descobrir, pois tem em seu território um conjunto de infraestruturas de elevada riqueza histórica: A Igreja Matriz de Odiáxere, imóvel de interesse público cuja origem remonta à ocupação árabe na região algarvia, é dotada 44 | PORTUGAL EM DESTAQUE
As pessoas em primeiro Numa época de elevada fragilidade socioeconómica, Carlos Fonseca e restante executivo, tiveram neste mandato, como objetivo principal o apoio à população mais desfavorecida. Neste sentido refere que em parceria com o Município, Santa Casa da Misericórdia de Lagos, a Paróquia e a associação Cantinho Solidário, têm refletido sobre possíveis formas de ajudarem a população. Atualmente, a Junta de Freguesia, também em parceria com o Cantinho Solidário, apoia largas dezenas de famílias carenciadas, distribuindo vestuário e outros bens de primeira necessidade. Poder de proximidade Sobre a importância do poder autárquico local o entrevistado entende que uma “ junta de freguesia é o primeiro elo de ligação do poder autárquico com a população. É, por isso, dever do seu executivo aproximar-se dos seus eleitores, ouvi-los e perceber quais são as suas dificuldades”. Afirma ainda, que em Odiáxere “o executivo está próximo da população, pois só desta forma se conseguem resolver os problemas da Freguesia e fazer de Odiáxere um bom local para se viver”. LARGO DA LIBERDADE 8600-250 ODIAXERE 282 798 547 ADMINISTRATIVO@JF-ODIAXERE.PT
EMPRESA MUNICIPAL PÕE FARO A MEXER A empresa municipal AmbiFaro- Gestão de Equipamentos Municipais, E.M. foi fundada no ano de 2015 através da fusão do Mercado Municipal de Faro e da AmbiFaro - Agência para o Desenvolvimento Económico de Faro. Esta empresa nasceu da vontade de diversas associações empresariais e entidades públicas, que a par com a autarquia local, reuniram esforços no sentido de promover e dinamizar a capital algarvia. A revista Portugal em Destaque esteve à conversa com o seu presidente, Bruno Lage, para dar a conhecer as atividades e projetos levados a cabo por esta empresa. AMBIFARO
BRUNO LAGE Faro é hoje uma cidade jovem e cosmopolita, com um tecido empresarial dinâmico e competitivo. Embelezada pela Ria Formosa, pelas suas praias e pelo seu património histórico e arquitetónico é uma cidade que vive muito para além da atividade turística da região. Em Faro são desenvolvidas diversas iniciativas ao longo do ano por várias entidades, entre as quais a AmbiFaro, que visam dinamizar e promover o concelho, a sua qualidade de vida e a sua importância como pólo estratégico regional. Segundo Bruno Lage, presidente da AmbiFaro desde 2013, a capital algarvia é uma cidade com um enorme potencial de expansão a todos os níveis, com qualidade de vida, com qualidade ambiental, com um bom poder de compra, com história e património, e que tem a vantagem de ter como infra-estruturas estratégicas, o Aeroporto Internacional, por onde passam anualmente mais de 7 milhões de passageiros, a Universidade, o Teatro das Figuras e o Hospital Central do Algarve. O nosso entrevistado revela que abraçou o desafio de se tornar presidente da AmbiFaro, com dois propósitos em mente: “reativar a empresa e em simultâneo aumentar a atratividade e notoriedade do concelho farense”. Atualmente na AmbiFaro é desenvolvido um leque de iniciativas que visam captar o turismo, desenvolver o concelho ao nível socioeconómico, preservar a identidade e a memória histórica do concelho, melhorar o ambiente urbano bem como a qualidade de vida dos farenses. Antes da fusão da AmbiFaro com o Mercado Municipal, esta empresa passou por várias fases. Fundada em 1996, época em que se deu o “boom” do aparecimento das empresas 46 | PORTUGAL EM DESTAQUE
municipais, com o propósito de captarem fundos comunitários para promoverem o desenvolvimento local e regional, a AmbiFaro “desenvolveu inúmeros projetos de formação a jovens empreendedores na área do marketing e das novas tecnologias, ajudou à criação de novas empresas e apostou na formação profissional em diversas áreas”, apostou ainda na requalificação e valorização ambiental de algumas zonas do concelho, desenvolveu estudos e contribuiu para a realização de projetos estruturantes para o concelho. Nesta fase, a empresa focou-se ainda em dar a conhecer o concelho e a incentivar o tecido empresarial a investir neste local. Foram desenvolvidas várias atividades de promoção que visavam o próprio desenvolvimento da cidade e do concelho. Com a fusão das duas empresas, a AmbiFaro passou também a gerir o Mercado Municipal, onde têm sido efetuadas intervenções estruturantes de forma a torná-lo num espaço ainda mais moderno, funcional e acolhedor. Quando Bruno Lage, Engenheiro do Ambiente, aceitou presidir a AmbiFaro, focou-se em reavivá-la. Não só voltou a apostar em força nas iniciativas anteriormente realizadas, como a tradicional Feira de Santa Iria, como avançou com novos projetos, com vista à promoção e dinamização do concelho. Ativar a Baixa O ciclo natural da expansão de uma cidade é deslocar-se para as periferias, mas em Faro, para inverter essa tendência, apostou-se na requalificação do comércio local, através da iniciativa da AmbiFaro: Ativar a Baixa! Iniciado em 2014, este projeto avançou este ano para a quarta edição. Explica Bruno Lage, que “o Ativar a Baixa consiste em remodelar e reabrir espaços destinados ao comércio, que se encontram encerrados, ou devolutos. Procura-se assim, por um lado, fomentar a revitalização e a dinamização da baixa
farense, e por outro lado, estimular a iniciativa, a criatividade, a inovação e o espírito empreendedor, criando ao mesmo tempo novos postos de trabalho. A seleção dos projetos é realizada através de concurso e destina-se a todos os cidadãos nacionais ou estrangeiros, dando especial atenção a produtos e serviços relacionados com sustentabilidade, ambiente, artes, artesanato, identidade local e/ou regional, inovação, criatividade, tradição e cultura e que potencialmente sejam uma mais-valia para o comércio da baixa farense. De referir que a iniciativa “Ativar a Baixa!” em 2015 teve um reconhecimento internacional ao ter sido uma das finalistas do prémio “City to City Barcelona FAD Award” que visa reconhecer processos e iniciativas de caráter urbano que conduzem a transformações na realidade e na vida de uma determinada cidade. Encontro Empresarial de Faro Em 2015 nasceu o Encontro Empresarial de Faro sob o mote: “Economia do Mar” e a “Internacionalização e a Dinâmica Empresarial”. No mês passado realizou-se a segunda edição deste encontro, onde marcaram presença mais de uma centena de empresários do concelho. O tema, intitulado de “Diferenciação e Marketing Empresarial”, prendeu-se em dois pontos essenciais: “contribuir para a criação de um concelho economicamente mais forte e atrativo, remetendo para um crescimento inteligente, sustentado e inclusivo, fomentando novas dinâmicas, novas tendências e novas estratégias, de modo
a que os empresários saibam valorizar os seus produtos e serviços. O outro objetivo consistiu em fomentar e reforçar o relacionamento empresarial (networking) e promover atividades empresariais cada vez mais competitivas e eficientes, bem como fomentar sinergias e promover parcerias comerciais entre empresas de forma a estimular a criatividade, a inovação, o desenvolvimento e a competitividade empresarial”, avança o nosso entrevistado. Feira do Queijo e do Vinho Realizou-se de 20 a 23 de abril, a Feira do Queijo e do Vinho, outra iniciativa desenvolvida pela Ambifaro. A feira contou com a presença de mais de três dezenas de expositores de vinhos e queijos de todas as regiões do país e com milhares de visitantes nacionais e estrangeiros. “Estou muito satisfeito com este projeto, que tem vindo a crescer de ano para ano e que traz a Faro um setor ainda desconhecido por muitos, permitindo que os seus visitantes aprofundem os seus conhecimentos numa área de grande interesse estratégico para a economia do nosso país e que precisa de ser valorizada e promovida, reforçando a coesão territorial e a importância dos produtos endógenos na economia, na tradição e na identidade portuguesa”, afirma Bruno Lage. Os próximos eventos… Sendo Faro uma cidade que se pretende virada para a ria e para o mar, era imperativo apostar neste setor, através da
apresentação de empresas e organismos relacionados com o tema e com a divulgação junto do grande público de ideias, serviços e produtos relacionados com a economia do mar. Assim, nasceu a Farnáutica – Mostra do Mar e da Náutica de Faro que vai ter a sua terceira edição de 5 a 7 de maio no Jardim Manuel Bívar. Esta mostra visa promover e divulgar a náutica de recreio, procurando reavivar e valorizar este mercado na região algarvia e no concelho farense tirando partido da condição ribeirinha da cidade. Nos próximos dias 19 e 20 de maio vai decorrer, no Teatro Lethes, o Faro Blues - 4º Festival Internacional de Blues de Faro. Uma iniciativa da AmbiFaro, que coloca mais uma vez a capital algarvia na rota destes festivais musicais caracterizados por terem um cariz eminentemente urbano, contemporâneo e cosmopolita. A primeira noite começa ao som de Nasho – Hot Blues seguido de Charlie & The Bluescats. No dia 20 sobem ao palco o espanhol Felix Slim e para fechar a noite, o português Júlio King & The Turbo Dog Blues Band. Feliz com o trabalho que tem desenvolvido, a mensagem que Bruno Lage deixa é de gratidão para com o povo farense. “Estou-lhes muito grato. É uma grande recompensa ver como os farenses aderem às nossas iniciativas e reconhecem o nosso trabalho. Trabalhamos por eles e para eles, na tentativa de melhorar a nossa cidade”, remata o presidente.
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EMPRESA FAMILIAR EM AMPLO CRESCIMENTO Sediada em Faro, a Frutas Casimiro é uma empresa armazenista e produtora de frutas e produtos hortícolas, PME Líder em 2016. Em entrevista à Portugal em Destaque, Orlando Guerreiro, administrador, conta-nos como surgiu esta empresa e fala-nos sobre a evolução da mesma ao longo dos anos. FRUTAS CASIMIRO – COMÉRCIO DE FRUTAS
Quando e como surge a Frutas Casimiro – Comércio de Frutas? A empresa é relativamente jovem e surgiu em 1990. O meu pai, Casimiro Guerreiro, já trabalhava neste setor desde 1977 e era armazenista. Tinha uma mercearia, comprava fruta para esse espaço a agricultores da região e começou por arrendar pequenas hortas para que estes pudessem cultivar. Somos cinco irmãos, todos começámos por trabalhar com o meu pai na Frutas Casimiro no ano em que foi fundada e atualmente trabalho apenas eu em conjunto com ele, os meus filhos e a minha esposa. Quais os produtos com os quais trabalham, de onde são provenientes e para onde se destinam? Presentemente trabalhamos com citrinos, todo o ano. Com outro tipo de produto trabalhamos de forma mais residual. Temos cinco hectares de estufas e era difícil trabalharmos com hortícolas e citrinos em simultâneo, deste modo, decidimos especializarmo-nos apenas num. As laranjas que comercializamos são provenientes de uma área desde Silves até Vila Real de Santo António, ou seja, praticamente toda a região do Algarve. Temos viaturas próprias e asseguramos o transporte dos produtos desde o seu produtor. A nível nacional, temos um posto de venda no Mercado Abastecedor de Coimbra (MAC) e vendemos para várias partes do país a armazenistas. Em termos de internacionalização, exportamos sobretudo para Angola, Dubai e o nosso melhor mercado é o espanhol. A partir de junho até outubro, quando surgem as laranjas novas, cerca de 70 por cento do nosso produto tem como destino final o nosso país vizinho, Espanha. O setor na região algarvia está em crescimento? Como tem sido trabalhar com o mercado angolano? Este setor está a crescer bastante e o mercado espanhol consome grande parte da produção de citrinos do Algarve e nos últimos anos começaram a surgir mais produtores. Trabalhar com o mercado angolano não tem sido fácil. Antigamente tínhamos problemas com o desembarque dos contentores que chegavam 48 | PORTUGAL EM DESTAQUE
a estar no porto várias semanas e agora temos como um grande entrave as transferências, que pararam por completo. Continuamos a trabalhar com este mercado, mas hoje a carregamento só segue se o cliente efectuar o pagamento previamente. A laranja algarvia é amplamente elogiada pela sua qualidade. Sendo um empresário da área, concorda com esta afirmação? A laranja algarvia é de muita qualidade em termos de sabor, não tanto em termos de apresentação comparativamente com laranjas espanholas. No momento de compra, para o cliente, sobretudo europeu, a apresentação ainda conta muito, mas considero que hoje em dia a laranja portuguesa é vista internacionalmente como um produto de qualidade. Sentimos que o mercado francês, por exemplo, é um dos que mais procura as laranjas nacionais por isso mesmo, pelo sabor e qualidade. Quantas pessoas trabalham na Frutas Casimiro? Temos cerca de 20 colaboradores, maioritariamente estrangeiros. É muito difícil conseguir pessoas para trabalhar nesta área. É um trabalho pesado e apesar da taxa de desemprego elevada no país, infelizmente ninguém quer trabalhar neste setor. Quais as perspetivas de futuro para este setor e para a Frutas Casimiro? Há cerca de uma década este setor estava estagnado e nos últimos anos tem evoluído. Os espanhóis não têm laranjas no verão, altura em que conseguimos ter produto e então recorrem a Portugal. No entanto, têm criado muitas plantações e na minha perspetiva daqui a cerca de cinco anos haverá laranjas em abundância nessa estação do ano. Considero que o setor pode regredir um pouco, mas é necessário exportarmos todo o ano e não só na época de verão. Em termos de empresa, estamos estáveis, sempre estivemos estáveis e assim desejamos continuar. É uma área que requer muito trabalho e dedicação mas só assim conseguimos crescer.
“NÃO SOMOS UMA EMPRESA DE PREÇO, SOMOS UMA EMPRESA QUE PRESTA UM BOM SERVIÇO” Prestes a completar 40 anos de atividade, a Ibéricafrio – Venda, Montagem e Reparação de Frio, Lda assume-se como uma empresa sólida e consolidada, com fortes perspetivas de crescimento. É pelas palavras de Bruno e Nuno Dias, filhos do fundador da empresa, Amílcar Dias, que passamos a conhecer melhor a dinâmica da Ibéricafrio, bem como os projetos de futuro traçados no sentido de potencializar os serviços que disponibiliza em novos mercados. IBÉRICAFRIO
“A empresa foi fundada em 1978 pelo meu pai. Durante uma década era constituída por três sócios, mas essa sociedade não funcionou em pleno e a partir dessa altura o meu pai ficou como único administrador da empresa, entrando posteriormente a minha mãe, Hortência Dias para dar apoio na parte da contabilidade. Fazemos um balanço extremamente positivo. Sempre em crescimento, bem sustentados e sempre a saber parar e mudar de direção quando foi preciso”, começa por contar Bruno Dias. A adaptação a novas realidades e mercados foi sempre constante na evolução da Ibéricafrio, fator que permitiu que a empresa crescesse gradualmente ao longo dos anos. “No início, a empresa também prestava serviços na área naval, na parte do frio dos barcos de pesca, porque Olhão era uma zona muito piscatória, e na parte de frio de camiões também. Até à constituição da empresa, denominava-se Frio Industrial, Naval e Industrial. Depois, o setor das pescas em Olhão começou a decrescer e tivemos que terminar com esse serviço e começámos a focar-nos mais na parte comercial, em áreas como a restauração e hotelaria e somos bastante abrangentes”, acrescenta o empre50 | PORTUGAL EM DESTAQUE
sário. Hoje, a empresa possui uma fábrica própria de aço inox, onde são produzidos todos os aços neutros introduzidos posteriormente numa cozinha, feitos por medida, há cerca de 16 anos. “Anteriormente comprávamos ao exterior, mas sentimos a necessidades de sermos nós a fazê-lo, para sermos mais rápidos na resposta e para irmos de encontro ao pedido dos nossos clientes de forma diferente. Para além disso, trabalhamos com marcas nacionais e internacionais de renome, o que é uma mais valia para a nossa empresa e trabalhamos com equipamentos líderes a nível mundial, dos quais somos também representantes. Para além disso, desde 2009 que iniciámos a internacionalização em Angola, onde possuímos a Frio Revenda Angola”, frisa Nuno Dias. “Nessa altura, o meu pai teve a ideia de lançar uma empresa na parte da revenda, visto a distância a que o Algarve estava de outras zonas do país, sendo que nos últimos anos as vias de comunicação melhoraram imenso, tínhamos algumas representações a nível do norte do país e fora de Portugal e que revendíamos
a concorrentes da Ibéricafrio. Assim, lançamos a Frio Revenda, que também pertence à família que é detentora da fábrica. Esta revende e fabrica alguns produtos que importamos, que por sua vez vende à Ibéricafrio e a outras empresas no mercado. As nossas áreas de atuação principais concentram-se na região do Algarve, Lisboa e Alentejo”, explica, por sua vez, Bruno Dias. Empresa líder de mercado no setor onde atua, os nossos entrevistados explicam-nos onde reside o sucesso atual da Ibéricafrio. “Não somos uma empresa de preço, somos uma empresa que presta um bom serviço. Por vezes, fechamos o negócio e a nossa concorrência ainda nem sequer entregou o orçamento. É esta resposta rápida e pronta que nos distingue e que faz toda a diferença quando o cliente procura algum tipo de serviço que prestamos. Tudo isto só é possível como uma equipa forte, coesa e a atuar muito rapidamente no mercado. Quando assumimos perante o cliente uma data, o serviço/equipamento é entregue na data estipulada, nem que para isso tenhamos que trabalhar dia e noite. Por isso mesmo, uma das principais preocupações do meu pai sempre foi ter material em stock e esse esforço financeiro que fazemos por ter sempre stock disponível também nos distingue de outras empresas a atuar no mesmo setor”. Distinguida como PME Excelência relativamente aos resultados
obtidos no ano transato, mostram-se satisfeitos com este prémio, que destaca as melhores empresas a nível nacional: “É um reconhecimento do nosso trabalho, do nosso esforço em manter sempre a empresa ativa, com tudo pago a tempo e horas aos nossos fornecedores, colaboradores e ao Estado e em 40 anos de atividade sempre foi essa a nossa filosofia”. Questionados sobre quais as perspetivas de futuro para a Ibéricafrio, mostram-se decididos em alargar a área de atuação da empresa e confiantes na posterior evolução da mesma. “Notamos um grande crescimento em termos turísticos e de investimento em áreas como a restauração e a hotelaria na região algarvia e nomeadamente em Olhão, o que para a nossa empresa é ótimo. Para o verão, temos que ter sempre uma preparação prévia e nos meses de época alta trabalhamos sobretudo nas manutenções/assistências. O futuro passará assim por crescer, melhorar e tentar que deixemos de ser uma empresa regional para passarmos a ser uma empresa nacional. O desafio passa agora por manter o nível em que nos encontramos e alargar para outras zonas do país, pois consideramos que o mercado nacional está a crescer e que as empresas estão a apostar cada vez mais no turismo, um turismo de qualidade e Portugal tem todas as condições para isso”, conclui Amílcar Dias.
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FIEL À SUA IDENTIDADE A Farmácia Moderna iniciou a sua atividade a 3 de janeiro de 1926 e localiza-se no centro da cidade de Portimão. Desde 1 de outubro de 2014, num serviço de proximidade às populações, possui também um Posto Farmacêutico Móvel no Parchal (Pateiro) - Lagoa. A Portugal em Destaque esteve à conversa com os gestores Francisco Peres e Maria Isabel Peres por forma a conhecer o funcionamento desta entidade farmacêutica. FARMÁCIA MODERNA DE PORTIMÃO
ISABEL SEABRA, MARIA ISABEL PERES E FRANCISCO PERES José Francisco da Piedade, avô de Maria Isabel Peres, foi um dos fundadores. Francisco Peres (Farmacêutico) e Maria Isabel Peres (Química) são os atuais gestores, continuando Isabel Seabra como proprietária e diretora técnica. Abandonaram as suas carreiras em Lisboa, na área do ensino, para darem continuidade ao negócio da família de Maria Isabel Peres: “A farmácia já tem mais de 90 anos e nós estamos presentes na sua gestão há já vários anos”, explicaram. Complementaridade de serviços O Posto Farmacêutico, que neste momento se encontra em mudança de instalações (continuará na Zona Industrial, mas agora junto à antiga Estrada Nacional 125), funciona na prática como “uma extensão da farmácia, tornando mais abrangente a sua área de atuação”, avançaram os administradores. A mudança de instalações desta unidade permitirá melhor acesso e maior visibilidade: “Tudo o que significa 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE
proximidade é uma enorme vantagem para os utentes. Torna mais acessível, em especial à população envelhecida, o acesso aos cuidados farmacêuticos”, garantiram ainda. De facto, a farmácia e o posto farmacêutico complementam-se até na gestão dos stocks: “Os stocks, não sendo comuns, permitem uma eficaz articulação, com a farmácia a atuar como principal fornecedor do posto, o que assegura uma excelente cobertura das necessidades”. O setor e as suas fragilidades “Portimão está muito bem servida de farmácias, quer ao nível da qualidade de atendimento, quer da facilidade no acesso ao produto”, existindo, no entanto, alguns constrangimentos comuns a todas as entidades farmacêuticas e que condicionam a sua atividade: “Sazonalmente, acabam sempre por se esgotar alguns dos medicamentos mais específicos da época: no inverno, um dos antigripais mais divul-
gados ou, na primavera, medicamentos para o tratamento das dificuldades respiratórias. Mas também, ao longo do ano e de forma inesperada, medicamentos essenciais, como alguns tipos de insulinas. Estas ruturas terão origem num cálculo errado das necessidades totais, atentos os diversos destinatários. Nesta farmácia, e no posto, dedicamos um esforço significativo para assegurarmos a disponibilidade permanente de todos os produtos, o que é reconhecido pelos utentes e, naturalmente, muito nos orgulha.” A falta de médicos no Algarve e o flagelo da automedicação, são dois pontos fulcrais que justificam a importância acrescida que as farmácias têm na região, no apoio à população. A Farmácia Moderna de Portimão orgulha-se, assim, de ter 13 colaboradores ao serviço dos utentes, sempre com uma identidade muito própria e com garantia no serviço e no produto: “A qualidade do atendimento é
algo de que muito nos orgulhamos, consequência de uma equipa coesa de colaboradores, traduzindo experiência, saber e disponibilidade. Aqui prestamos muitos dos serviços farmacêuticos permitidos, nomeadamente aconselhamento nutricional, medição de parâmetros bioquímicos (tensão arterial, glicémia, colesterol e triglicéridos), testes de gravidez e a infeções urinárias. Contudo, “a diversificação dos serviços tem sido travado pelas diferentes interpretações na definição legal do que são os serviços farmacêuticos permitidos na farmácia comunitária”, revelaram. Globalmente, a farmácia comunitária constitui um negócio muito específico que envolve uma vertente muito significativa de serviço público, e a verdade é que, segundo os nossos entrevistados, as dificuldades do setor vão sendo ultrapassadas: “Atualmente persistem questões como a localização em locais com pouca expressão populacional ou situações resultantes de uma gestão pouco prudente ou com a existência de créditos desajustados”. É convicção partilhada pelo casal que a Associação Nacional de Farmácias tem tido um papel fundamental na integração formal da farmácia comunitária na rede de cuidados de saúde primários: “Na prática, a farmácia é dos primeiros sítios onde a população se desloca quando surge um problema de saúde, procurando algum tipo de orientação, o que traduz uma elevada confiança”, acrescentaram. Com uma filha farmacêutica a laborar, atualmente, na zona de Lisboa, o casal Peres tem apenas uma certeza quanto ao futuro da Farmácia Moderna de Portimão, prosseguir o caminho já iniciado: “Queremos continuar a evoluir, de forma consistente e preservando a nossa identidade, a qual nos diferencia, que começa nos móveis e se prolonga na equipa, traduzindo-se num atendimento cuidado”, finalizaram.
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“ADAPTAÇÃO A NOVAS REALIDADES” É uma das maiores empresas no ramo da distribuição alimentar (sobretudo bebidas) da região sul do país e a mais empregadora em São Bartolomeu de Messines, onde está sediada. Conheça a Teófilo Fontainhas Neto- Comércio e Indústria, S.A, pelas palavras do seu administrador, Vítor Neto. TEÓFILO FONTAINHAS NETO
VÍTOR NETO Como forma introdutória, fale-nos um pouco sobre a história desta empresa. A empresa foi criada em 1940, pelo meu pai, Teófilo Fontainhas Neto, que era um jovem ativo com experiência profissional na área do comércio, sobretudo na área das bebidas e lançou a empresa de distribuição de vinhos. Mais tarde, introduziu o setor alimentar armazenista e posteriormente, uma experiência interessantíssima, que foram os frutos secos. O setor principal de exportação no Algarve é há séculos na área dos figos, o meu avô já industrializava este produto e em conjunto com o meu pai, começaram a exportar. Depois expandiram para a exportação de amêndoas e das alfarrobas. Assim, esta empresa transformou-se numa das maiores exportadoras dos frutos secos da região e desenvolveu-se, mais tarde, na área da distribuição alimentar e de bebidas alcoólicas e espirituais. A que se deve, na sua perspetiva, o sucesso destes 77 anos de existência? Deve-se à capacidade de adaptar os negócios às mudanças sucessivas que foram acontecendo na economia nacional e no Algarve, de reforçar e racionalizar a gestão e de acompanhar a evolução tecnológica e dos sistemas de informação. Há outro fator determinante que realço: à imagem do meu pai, asseguramos as condições para que os nossos colaboradores transmitam o melhor de si à empresa com estabilidade e paz social. A partir de certa altura, respondemos às transformações no setor agroindustrial e no setor da distribuição alimentar através de racionalização de atividades. Portanto, no início da década de 90, redimensionámos os nossos negócios na exportação de alfarroba, que ainda hoje mantemos, e no setor das bebidas, nomeadamente de cerveja, dos vinhos e das bebidas espirituosas, tendo em conta o crescimento do turismo na região do Algarve e da procura crescente por parte da restauração e hotelaria. Esta decisão garantiu a continuidade da empresa. Quais os principais fatores que vos distinguem de outras empresas do mesmo setor? A empresa Teófilo Fontainhas Neto tem uma cultura interessante, de ligação à região, com uma forte cultura de proximidade com os seus colaboradores e de cumprimento dos deveres sociais. Considero que é uma das coisas mais gratificantes para um empresário porque era essa a cultura do meu pai e que mantivemos. 54 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Em termos futuros, quais os desafios que a empresa poderá enfrentar? O nosso maior desafio prende-se na questão “como dar o passo seguinte?”. É preciso termos os pés bem assentes na terra e estudarmos as realidades, pois os desafios para esta empresa são permanentes. No negócio da distribuição, os mercados em que atuamos apresentam níveis de competitividade crescentes e riscos que não podem ser descurados nomeadamente em relação ao turismo (atividade relevante). A esse respeito continuamos a dar o nosso contributo, a nível nacional e regional, para que a região Algarve continue a deter as condições para o reforço da sua atividade principal. Consideramos esse fator determinante para o sucesso do nosso principal negócio e para crescimento orgânico da empresa. No que respeita à indústria de trituração de alfarroba, trata-se duma atividade regional, que não é conhecida a nível nacional e, como tal, o grande desafio decorre de serem criadas condições para que a geração de produtores de alfarroba se renove como forma de incentivar o aumento de produção, cujo produto final se destina, fundamentalmente, à exportação. Para além disso, apesar de reconhecermos a falta de “ambiente para negócios” que ainda se verifica a nível nacional, estamos sempre disponíveis e atentos para novas oportunidades de negócio, quer nos sectores em que nos encontramos quer em novos negócios, mas sempre com racionalidade e bom senso. As distinções de PME Líder e PME Excelência atestam que os nossos rácios económico-financeiros e de exploração são bons e isso dá-nos força em relação aos nossos parceiros, permitindo-nos investir, não deixando de lado a inteligência estratégica.
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LEIRIA O distrito de Leiria situado na região centro de Portugal é o 13º maior distrito do país. Dele fazem parte dezasseis municípios e mais de cem freguesias, quase todas elas urbanizadas e industrializadas. Apenas uma ou outra ainda permanece rural, por não ter ainda reunido as condições necessárias para dar o salto para o panorama industrial. Segundo a Associação Empresarial de Leiria este distrito produz taxas elevadas na produção de algumas frutas e legumes (maças, peras, pêssegos, etc), comparativamente com o total nacional. Mas, a sua grande aposta é o fabrico de moldes metálicos a par com a indústria transformadora, extrativa e construção civil, setores líderes a nível nacional com elevada taxa de exportação. A indústria ligada a estes setores localiza-se essencialmente nos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Alcobaça, Pombal e Caldas da Rainha. Nos últimos cinco anos, a linha de crescimento industrial neste distrito tem traçado o seu caminho sempre no sentido ascendente, tanto ao nível das importações, exportações e saldo comercial. No ano anterior, foi inclusive o quinto distrito com melhor saldo comercial em Portugal (dados INE).
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PENICHE, UM MAR PARA DESCOBRIR Peniche e o mar são indissociáveis. Terra de história, cultura e natureza, Peniche afirma-se como um polo de turismo de qualidade ao oferecer um conjunto de opções de lazer, património e desporto de excelência que atraem a esta cidade à beira-mar milhares de turistas durante todo o ano. MUNICÍPIO DE PENICHE
ANTÓNIO JOSÉ CORREIA António José Correia, presidente da Câmara Municipal, é o nosso anfitrião numa visita a esta que é a cidade mais ocidental da europa continental. “Para falar de Peniche, é obrigatório falar de mar, transversal a todas as nossas atividades, da Fortaleza de Peniche, símbolo maior da luta contra a repressão fascista, e da ilha da Berlenga, reserva da biosfera da UNESCO”, indica o presidente. Fortaleza de Peniche A Fortaleza de Peniche, cuja construção recua até ao século XVIXVII, deve grande parte da sua fama a ter guardado a mais infame prisão política do Estado Novo, onde foram presos durante 40 anos os opositores ao regime ditatorial. Passados 43 anos sobre o 25 de abril, com o anúncio de uma série de medidas por parte da administração central que visam a preservação do edifício e a criação de novas infraestruturas, a Fortaleza albergará o Museu Nacional da Resistência, “para preservar a memória e valorizar aqueles que estiveram presos por força da luta antifascista que tiveram”, explica António José Correia, e, ao mesmo tempo, um espaço cultural e de apoio ao empreendedorismo jovem, apoiado por zonas de restauração, cafetaria e artesanato. “Houve uma perceção sobre a importância que a Fortaleza de Peniche teve num tempo relativamente recente. Neste meu final de mandato, o que posso dizer é que, com os compromissos que estão definidos e com o programa que está elaborado, daqui a cinco anos a Fortaleza de Peniche será um orgulho para todos nós”, refere o edil. 58 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Ilha da Berlenga Distando cerca de 7 milhas do Porto de Peniche, é uma área com elevado interesse botânico, com vários endemismos e espécies de distribuição restrita. É local de nidificação para algumas espécies de aves marinhas e de passagem para numerosas espécies migradoras tendo, por isso mesmo, sido distinguida como reserva da biosfera da UNESCO. “As nossas preocupações têm a ver com a matéria da sustentabilidade dos recursos e da biodiversidade. Estamos a fazer investimentos de requalificação e, ultimamente, com o projeto Life Berlengas, temos o objetivo de salvaguardar as espécies endémicas. A Berlenga é um espaço excelente para o mergulho, uma atividade sustentável, que vive à conta da preservação da biodiversidade”, indica António José Correia. Peniche Capital da Onda Outro dos atrativos que Peniche tem é o surf. “Quando cheguei à câmara estabeleci a marca Peniche Capital da Onda, fundamentada naquilo que o mar tem para dar ao nível dos desportos de deslize e da produção de energia a partir da conversão da energia das ondas em energia elétrica. Esta marca enquadrou todos os trabalhos que fizemos, nomeadamente na procura de uma competição a nível mundial, que vai este ano para a nona edição. De 20 a 31 de outubro teremos aqui mais uma dessas etapas, uma das onze a nível mundial, que acaba por ser uma forma de divulgar Peniche a nível internacional. O surf tem sido um dos motores do desenvolvimento económico e do investimento privado nas áreas da hotelaria, restauração e prestação de serviços e uma bandeira na nossa política de turismo”, conclui o presidente da câmara, convidando todos os portugueses a visitar esta cidade piscatória cheia de encantos.
“O QUE TEMOS DE MELHOR SÃO AS PESSOAS” A freguesia da Moita fica situada a sul da sede do concelho da Marinha Grande e a curta distância de grandes atrações turísticas como as praias da Nazaré, S. Martinho do Porto, Vieira de Leira e S. Pedro de Moel, e ainda a poucos quilómetros de Leiria, Batalha, Alcobaça e Fátima, local de culto por excelência. FREGUESIA DA MOITA
ÁLVARO VICENTE MARTINS A Portugal em Destaque esteve à conversa com Álvaro Vicente Martins, presidente da Junta de Freguesia da Moita desde 2005, e ficou a conhecer melhor o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nesta freguesia do concelho da Marinha Grande. Manter a freguesia limpa e cuidada sempre foi um dos principais objetivos de Álvaro Vicente Martins: “somos uma freguesia pequena, com cerca de 1.500 habitantes e com um orçamento reduzido. Tentamos melhorar cada vez mais a Moita, mantendo-a limpa e preservada”, confessa o presidente. Ao mesmo tempo, e para dar resposta às necessidades da população, foi construída uma casa-velório “com bastante dignidade”, acrescenta Álvaro Martins, e criado um parque de estacionamento no cemitério. O presidente destaca ainda a aquisição de terrenos para a ampliação futura do cemitério e a concretização de arruamentos e caminhos florestais, com vista a facilitar o acesso aos proprietários e criar corta fogos em caso de incêndios – visto que se trata de uma freguesia com grande predominância rural – como projetos importantes realizados aos longo dos seus mandatos. A população da Moita conta
ainda com um ginásio ao ar livre, desde o ano passado, muito aplaudido pelos habitantes que procuram estar ativos e em contacto com a natureza. Localização privilegiada Beneficiando da proximidade com a sede de concelho, Marinha Grande, e também da capital de distrito, Leiria, a freguesia da Moita relaciona-se com estes dois grandes polos tecnológicos de forma intensa, sendo mesmo a indústria a sua principal atividade. Álvaro Marins considera mesmo que a Moita é “um ponto estratégico para a implementação de entrepostos comerciais e também de indústria”. Como tal, aproveitando as boas acessibilidades que possui – o nó da A8 está a menos de um quilómetro – o presidente desta Junta de Freguesia tem como objetivo criar, na Moita, uma zona industrial, “para poder fixar empresas, criar postos de trabalho e fixar a população. Só assim conseguiremos que a freguesia se desenvolva e passe a ter mais autonomia, com a manutenção dos seus serviços”, refere. Questionado sobre a sua opinião acerca da recente limitação de mandatos, Álvaro Vicente Martins confessa concordar com esta medida, afirmando “ser saudável que haja mudanças”. O presidente aproveita
para convidar todas as pessoas a visitar a freguesia da Moita, particularmente em junho, por ocasiões da festa de S. Silvestre, ou em outubro, na festa de Nossa Senhora. Em agosto, na comemoração de mais um aniversário do Clube Desportivo Moitense, um clube que ao longo dos anos tem desempenhado um papel importante no associativismo da freguesia e com tradição no ciclismo, poderão também assistir a uma prova de ciclismo “Circuito de Ciclismo para Profissionais – Elites e Esperanças”, prova do Calendário Nacional da Federação de Ciclismo e de grande tradição na freguesia, que conta com a participação das melhores equipas nacionais. “É sem duvida o evento desportivo de maior impacto na freguesia e dos maiores que se realizam no concelho”, conclui.
ESTRADA NAZARÉ 58 445-573 MOITA - MGR 244 569 541 SECRETARIAJFMOITA@FREGUESIAS.PT WWW.MOITA.FREGUESIAS.PT
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UMA FREGUESIA EM MOVIMENTO A Portugal em Destaque visitou a Marinha Grande e procurou saber o que a move. A nossa entrevistada foi Isabel Freitas, presidente da Junta de Freguesia da Marinha Grande. Nas próximas linhas a presidente dá-nos o testemunho do que é ser uma autarca dinâmica e próxima da população, que coloca esta freguesia em constante movimento. FREGUESIA DA MARINHA GRANDE
ho. Sobre este último aspeto, destaco a ligação emocional que nos une ao movimento associativo, cujos dirigentes encaramos como parceiros, importantes agentes culturais, sociais e desportivos e a forma voluntária como contribuem para o enriquecimento da dinâmica local. Reconhecimento que nos conduziu à assinatura de um protocolo com a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto. Que projetos destaca como marcas deste mandato? Foi uma importante bandeira do atual executivo, a disponibilidade para ouvir as pessoas, conhecer as suas aspirações e procurar responder às suas necessidades. Foram muitos os pedidos de apoio que nos chegaram. No plano social, alguns desses pedidos revelam realidades individuais e familiares que nos geram grandes angústias e inquietações. Razão que motivou a criação do Gabinete de Apoio Psicossocial (GAP), em outubro de 2014. A funcionar de segunda a sexta com uma equipa técnica composta por uma socióloga, duas psicólogas e uma nutricionista, o GAP assume-se hoje como uma importante resposta social do concelho. No plano cultural, destaco ainda a organização da Feira do Livro “Artes e Música”, de 13 a 21 de maio, com uma programação eclética, pensada para miúdos e graúdos.
ISABEL FREITAS
Apresentação da freguesia da Marinha Grande. Produto de uma ocupação relativamente recente, motivada pela instalação da indústria vidreira, a história da Marinha Grande confunde-se frequentemente com a história do movimento operário português. Quem nos visita, encontra na traça arquitetónica dos edifícios e na toponímia das ruas, testemunhos de um século de existência marcado pela luta e resistência dos homens e mulheres desta terra, que conjuga o caráter crítico e interventivo com um enorme sentido de justiça e solidariedade. Assim, não posso deixar de destacar que, a nossa maior riqueza reside nas pessoas, na capacidade de trabalho e na forma empenhada como nos envolvemos em projetos que visam o bem comum. Prova disso é a forte tradição associativa da freguesia que conta com mais de uma centena de associações, coletividades e clubes desportivos, a intervir nas mais diversas áreas e modalidades. Que balanço faz da presidência desta Junta de Freguesia? Um balanço francamente positivo. Têm sido três anos de uma experiência pessoal e coletiva que não cabe nestas linhas. Um desafio enorme e proporcionalmente gratificante. Um trabalho intenso de proximidade com as populações, cujo retorno nos enche de orgulho. Temos realizado intervenções na rede viária, num elevado número de caminhos e estradas da freguesia, reparações e obras de manutenção em 129 salas de aula do nosso parque escolar, a requalificação de todos os espaços de piquenique da Mata Nacional e o apoio logístico e financeiro prestado ao movimento associativo local são alguns exemplos desse trabal60 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Como perspetiva o futuro? Haverá nova candidatura? Ser presidente de junta não é nem será a minha profissão. É uma tarefa que me foi colocada pelo meu partido e que se concretizou porque os marinhenses confiaram no projeto político e reconheceram o bom trabalho desenvolvido nesta autarquia pela CDU em mandatos anteriores. Estamos orgulhosos da nossa trajetória, levada a cabo por gente muito capaz, que quer fazer mais e melhor. E é justamente a vontade de fazer mais e melhor, que me move na recandidatura à presidência desta freguesia.
R. 25 de Abril | 2430 - 314 Marinha Grande Telefone: 244 502 568 Fax: 244 567 779 E-mail: geral@freg-mgrande.pt Presidente: presidente@freg-mgrande.pt Secretário: secretario@freg-mgrande.pt
“SEMEAR COM SABEDORIA” ESCOLA PROFISSIONAL E ARTÍSTICA DA MARINHA GRANDE
A Escola Profissional e Artística da Marinha Grande abriu as portas em 1991 e, desde ái, tem pautado pela excelência na formação profissional dos seus educandos. Num trabalho sobre a região, uma visita à EPAMG era obrigatória. Conversámos com Rita Venâncio, diretora da instituição.
É importante haver uma escola profissionalizante nas artes? Sim, é extremamente importante. A componente artística é fundamental no nosso desenvolvimento. No entanto, continua pouco valorizada, o que implica que o público jovem não procure esta vertente para prosseguimento de estudos e/ou formação profissional.
ANDREA MAGALHÃES, RITA VENÂNCIO E PATRÍCIA ROSA Começo esta entrevista por lhe perguntar como nasce a Escola Profissional? A Escola Profissional e Artística da Marinha Grande (EPAMG) foi criada em 8/7/1991 e iniciou as suas funções em outubro do mesmo ano. Foi a primeira Escola Profissional do concelho, fortemente industrializado e surgiu como resposta às necessidades das empresas da região. Atualmente, como única Escola Profissional e Centro Qualifica do concelho, pretende assumir a liderança e a vanguarda da formação profissional. Qual a sua importância na comunidade da Marinha Grande? Sentem que trazem uma importância acrescida à região? Sem sombra de dúvidas. O plano curricular dos cursos aposta bastante na componente técnica e prática, estando previstas 840 horas (número máximo de horas possíveis) de formação em contexto de trabalho para cada curso, onde os alunos aprendem a FAZER e, consequentemente, a ser excelentes técnicos das suas áreas. A EPAMG está situada numa zona privilegiada da cidade. As salas de aula estão completamente renovadas e equipadas, preparadas para 30 alunos, com data show e/ou quadros interativos, laboratórios de Física e Química e de informática com equipamento atualizado. A EPAMG tem, ao longo dos anos, estabelecido diversas parcerias com empresas/instituições de ensino superior que partilham objetivos e interesses comuns, fomentando o envolvimento dos alunos com o mundo empresarial, através da realização de projetos com empresas/instituições, que constituem aspetos fundamentais do processo ensino e aprendizagem desta escola. Este complemento da formação académica torna-se ainda mais enriquecedor ao nível da experiência de trabalho em ambientes internacionais, pois prepara os alunos para uma efetiva integração no mercado de trabalho. Qual a vossa oferta formativa? Temos cursos profissionais de Técnicos de Análise Laboratorial, de Turismo, de Eletrónica, Automação e Comando, de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade, de Restauração - variante Restaurante-Bar e de Desenho e Construções Mecânicas. Temos ainda um Curso de Educação e Formação de Empregado de Restaurante Bar. No próximo ano letivo teremos a novidade do curso de Apoio Psicossocial. 62 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Por onde passa o futuro da EPAMG? Indubitavelmente, passa pela formação de jovens e adultos cada vez mais competentes em diversas áreas do saber, através da formação que ministramos ao nível do ensino profissional com jovens e com adultos através do Centro Qualifica. Pretendemos que os nossos alunos continuem a escolher a nossa escola e o nosso centro Qualifica pela sua inovação e constante procura de modernização e atualização, não descurando toda a esfera emocional inerente ao processo de aprendizagem. Acreditamos que os nossos alunos se sentem realmente felizes com a escolha efetuada. Passa ainda, pela continuação da afirmação da nossa escola como instituição de ensino de referência no concelho, na região e no país. “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência”, frase de Augusto Cury, é um lema que seguimos e pretendemos continuar a seguir. Iremos continuar a apostar na motivação para o sucesso.
“NÃO QUEREMOS SER OS MAIORES, MAS SIM OS MELHORES” A Iveco é uma empresa líder a nível internacional no desenvolvimento, produção, venda e assistência vinculada a uma ampla gama de veículos. Em Leiria, a Portugal em Destaque foi conhecer a dinâmica de um dos concessionários deste grupo, pelas palavras do seu administrador, Nuno Ferreira. FERREIRA E FILHOS - IVECO LEIRIA
ANTÓNIO FERREIRA E NUNO FERREIRA “Este é um projeto familiar que o meu pai, António Ferreira, construiu. Aos 19 anos, acabei por vir trabalhar para esta empresa, com 20 acabei a minha formação, mas sempre estive muito ligado ao ramo automóvel. O meu pai queria fazer algo diferente, dentro deste ramo que ambos gostávamos, e criou a Ferreira e Filhos, em 1990. Em 1991 compramos alguns terrenos, onde construímos instalações novas e começamos a laborar um ano mais tarde. Nessa altura, ainda éramos uma oficina multimarca, com alguma dimensão a nível de equipamentos e já nos encontrávamos bem posicionados”, começa por nos contar o empresário. Anos mais tarde, explica, surgiu a possibilidade de começar a laborar como oficina autorizada IVECO, em parceria com um concessionário que já existia em Leiria, a Batista e Russo, um concessionário muito antigo em Portugal e com o qual trabalhou até esta falir. “Quando começamos a laborar a Marinha Grande não tinha nenhum concessionário IVECO, mas tínhamos uma frota muito grande e começamos também a fazer vendas como oficina autorizada, o que foi ótimo para a nossa empresa pois fazíamos muitas vendas”, acrescenta. Mesmo quando a Batista e Russo entra em falência, a IVECO achou interessante continuar com a parceria com a empresa de Nuno Ferreira e pela primeira vez em Portugal existia uma empresa a trabalhar como oficina autorizada diretamente com
o importador. “Este processo demorou cerca de dois anos, mas entretanto acabou por abrir em Leiria um outro concessionário, a Auto Oeste, com o qual começamos a trabalhar, fomos criando a nossa própria frota, mas esta empresa também acabou por falir”. Posteriormente, a IVECO propôs a Nuno Ferreira a possibilidade de continuar com este projeto a que este acedeu, impondo algumas regras, como continuar na Marinha Grande e não realizar vendas de pesados. “Inauguramos o nosso concessionário em 2012. De imediato arranjamos uma oficína autorizada em Coimbra, ou seja, ficamos logo com uma parte do concelho coberta e demos-lhe autonomia para realizar vendas. Em 2015 conseguimos ir para Leiria, essencialmente para estarmos a par do mercado em si e para darmos resposta na cidade. Hoje em dia, temos uma estrutura sólida e tantos mecânicos como na Marinha Grande. Em 2016 abrimos uma outra oficina autorizada, no Bombarral e sempre tivemos um foco muito grande, já por experiência do meu pai, no carro comercial, onde nos personalizamos”. Para o administrador, o balanço é extremamente positivo. “Não queremos ser os maiores, mas sim os melhores. Queremos que o serviço seja bem feito para que o cliente nos tenha como referência e nestes 25 anos somos reconhecidos em várias partes do país. Temos um serviço 24 horas, o que
na nossa área é muito importante e que nos distingue. A base do nosso sucesso é termos noção da nossa dimensão e nos adaptarmos a essa realidade. Sempre primamos pela honestidade e quando algum problema surgiu, demos sempre a cara. A proximidade com o cliente é muito importante e o serviço pós venda é crucial para voltarmos a vender, apesar de ser muito difícil arranjar profissionais nesta área”. Para o futuro, revela alguns dos projetos já traçados. “Vamos montar um parque de usados em Leiria com cerca de 2mil metros e em termos de montra vamos deslocar para lá o nosso parque de novos pois será muito importante para nós, também por força do mercado. Esperamos abrir este espaço no máximo até julho”, conclui.
EST. S. PEDRO DE MOEL, Nº62 2430-163 MARINHA GRANDE GERAL: 244 573 528 OFICINA: 244 573 528 COMERCIAL: 244 573 523 PEÇAS: 244 573 524 GERAL@FERREIRAEFILHOS.PT WWW.FERREIRAEFILHOS.PT
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AS MAIORES DO PAÍS As grutas de Mira De Aire estão localizadas no distrito de Leiria, a apenas 15 quilómetros de Fátima. As maiores grutas abertas ao público em Portugal, prolongam-se por 11,5 quilómetros, estando 600 metros abertos ao público. No ano em que se comemoram 70 anos desde que foram descobertas, Carlos Alberto Jorge, responsável pelas Grutas de Mira de Aire, dá a conhecer a riqueza de um lugar eleito uma das 7 maravilhas naturais de Portugal. GRUTAS DE MIRA D’AIRE As maiores grutas de Portugal As Grutas de Mira de Aire, ou Grutas dos Moinhos Velhos, foram descobertas a 27 de julho de 1947. No entanto, apenas seis anos mais tarde, em setembro de 1953, é que se ficou a conhecer a totalidade do percurso das grutas. “São as maiores grutas de Portugal abertas ao público, têm 11,5 quilómetros já conhecidos, embora só 600 metros possam ser visitados. São grutas que internacionalmente estão reconhecidas e são membros do ISCA - International Show Caves Association – fazem parte da convenção internacional de Ramsar, onde foram acauteladas as zonas húmidas de relevância”. O aproveitamento turístico da zona não pode colocar em causa a conservação do património natural, sendo essa uma das grandes preocupações da administração. É necessário manter as grutas húmidas para que elas não se degradem, assim como combater os fungos, que poderiam levar à degradação do local. Um marco turístico para a região As Grutas de Mira De Aire são um importante atrativo turístico para a região. Desde que abriram ao público, já passaram pelas grutas mais de 6,5 milhões de visitantes. Embora beneficiando da localização geográfica, a poucos quilómetros do santuário de Fátima, ao longo dos anos tem conquistado os turistas, já não sendo um produto complementar ao turismo religioso de Fáti64 | PORTUGAL EM DESTAQUE
CARLOS ALBERTO JORGE
ma, mas valendo por si só. Anualmente, as Grutas de Mira De Aire recebem cerca de 130 mil visitantes. Vários Serviços disponibilizados De forma a dar resposta à procura e acrescentar valor à região, foi criado um parque aquático que se encontra aberto durante os meses de verão, o Aquagruta. Este espaço conta com piscina de natação, aqualândia infantil, 3 escorregas de água, solário, bar esplanada e diversos espaços de lazer. Dando a possibilidade de pernoitar no local, as Grutas de Mira De Aire disponibilizam 11 unidades de alojamento - “As Casas da Gruta” do tipo Bungalow, com capacidade para acolher 52 pessoas. Destaque ainda para o restaurante que tem uma cozinha moderna e tradicional. Este restaurante é ainda o responsável pelo catering da sala de eventos. A dimensão das Grutas de Mira de Aire, com amplas salas e galerias permite a execução de eventos em cenário ímpar. Jantares, conferências, apresentações de produtos são possíveis eventos a realizar na sala de eventos existente no interior da gruta, desfrutando assim de um cenário único. A sala de eventos das grutas já foi até palco de um casamento. A sala tem capacidade para acolher entre 120 e 144 pessoas para jantares. Desejos para o Futuro Quando questionado sobre os planos para o futuro, Carlos Alberto Jorge pretende continuar o bom trabalho feito até agora, quer a nível turístico como de conservação do património. “Gostava que as grutas continuassem a ter a projeção que têm tido, que se mantivesse a preocupação da conservação e da preservação, bem como a introdução de áudio-guias para proporcionar uma melhor experiência aos visitantes. Gostaria ainda que o complexo turístico das Grutas de Mira de Aire continuasse ativo. A região é muito rica e ainda está muito por fazer”, finaliza Carlos Alberto Jorge.
“O NOSSO PAPEL É O DE ZELAR PELA SEGURANÇA DE TODOS” Apaixonado desde pequeno pelos automóveis, Nelson Sousa decidiu apostar no setor das inspeções em 1993. O objetivo, diz em entrevista à Portugal em Destaque, é o de promover a segurança quer dos seus clientes, quer de quem os rodeia. ITVM – INSPEÇÕES TÉCNICAS DE VEÍCULOS A MOTOR
NÉLSON SOUSA A ITVM - Inspeções Técnicas de Veículos a Motor nasceu em 1994, no concelho da Batalha. Se há 23 anos as instalações eram reduzidas, em 2004 Nelson Sousa reestruturou o espaço, tornando-o moderno e dotado das mais recentes tecnologias ao dispor. Aqui, é possível realizar inspeções periódicas obrigatórias a veículos ligeiros e pesados, bem como inspeções extraordinárias e atribuições de nova matrícula a veículos que provêm de outros países. “Em 1993 surgiram os primeiros centros de inspeção e eu e o meu irmão, que sempre estivemos ligados ao mundo automóvel, vimos o potencial do negócio e decidimos investir. Assim surgiu a ITVM, no ano seguinte”, relembra. Mais de duas décadas depois, o balanço é positivo: “Tem havido muitas alterações à legislação, mas temo-nos adaptando às situações e ao mercado”, refere o responsável. O sucesso passa pelo profissionalismo da equipa, constituída por 10 colaboradores, cuja formação é constante, de forma a aconselhar e a dar o melhor apoio possível aos proprietários dos veículos: “Tentamos fazer as inspeções, tanto as periódicas como as extraordinárias, da melhor for66 | PORTUGAL EM DESTAQUE
ma possível, para que o cliente não tenha que cá voltar e saia esclarecido acerca de toda a documentação que por vezes é necessária, como no caso da atribuição de nova matrícula. Este procedimento requer mais atenção e explicações mais aprofundadas”, explica Nelson Sousa. Setor em crescimento Nelson Sousa nota um crescimento no setor, depois de anos difíceis que coincidiram com a crise que afetou o país: “O setor tem crescido nos últimos dois anos. Temos notado uma retoma. Atravessámos um período difícil, em que muitas empresas fecharam e muita população emigrou, logo houve uma diminuição de automóveis”, recorda o proprietário. O responsável pela ITVM verifica também que os portugueses têm renovado a sua frota, com especial incidência nos veículos pesados. No entanto, a taxa de reprovação nas inspeções ronda ainda os 15 por cento. Nelson Sousa acredita que os portugueses estão mais consciencializados para os seus direitos e deveres, mas que os profissionais deste setor são ainda vistos como os “maus da fita”, por reprovarem as viaturas: “Reprovar um veículo significa que ele vai ter que parar e isso
causa um transtorno enorme às pessoas. Mas o nosso único papel é o de zelar pela segurança de todos. Esse é o verdadeiro sentido das inspeções”, indica. Perspetivas de expansão Com a recente abertura de concursos para novos centros de inspeção, a ITVM concorreu e está agora a construir um novo centro, em Cantanhede, com abertura prevista para o início do verão. “Queremos marcar o futuro pela diferença. Para tal, temos previstas novidades para os nossos clientes. Podemos desde já avançar que temos tudo preparado para abrir um centro de inspeção para motas”, refere Nelson Sousa. O proprietário termina agradecendo a confiança que os clientes têm depositado na ITVM, prometendo continuar a disponibilizar o melhor serviço em prol da segurança de todos.
EN 1 Nº67 SANTO ANTÃO | 2440-053 BATALHA TEL. : 244767923 | FAX : 244765330 E-MAIL : GERAL@ITVM.COM.PT WWW.ITVM.COM.PT
TERRAS DE SICÔ Pombal: dinamismo e excelência Em entrevista à Portugal em Destaque, o presidente da Câmara Municipal de Pombal, Diogo Mateus, deixa-nos a apresentação de um município que sempre se afirmou pelo argumento do empreendedorismo. Inserido no distrito de Leiria, expandindo-se por uma área de 626 km2 (na qual se encontram 13 freguesias) e contando com uma população de aproximadamente 55 mil habitantes, Pombal é um concelho onde o peso da história e da tradição convive em perfeita harmonia com um singular espírito de juventude, iniciativa e modernidade. Mais do que isso, todavia, este corresponde a um território “que beneficia de uma posição estratégica e de múltipla charneira entre o Litoral e o Interior, entre o norte e o sul” de Portugal, fazendo questão de aproveitar à máxima escala o volume das suas potencialidades. Num município onde, efetivamente, um conjunto amplo de atividades económicas – da construção ao comércio e serviços, sem esquecer a indústria transformadora e o setor dos transportes e logística – se refletem numa cultura “de reconhecida capacidade empreendedora”, tem sido uma continuada missão da Câmara Municipal “a criação, a dinamização e a disponibilização de infraestruturas de suporte ao investimento e empreendedorismo”, numa lógica que tem vindo a permitir “a instalação de novas indústrias e atividades económicas”, bem como “o crescimento e modernização das existentes”. Não admira, nesse âmbito, que uma visita pelas três grandes zonas industriais de Pombal chegue para demonstrar a vivacidade e a velocidade de uma cultura empresarial que faz a diferença. Gozando de “excelentes acessibilidades, de infraestruturas e de condições de negócio adequadas ao investimento e ao crescimento”, Pombal é hoje um forte sinónimo de prosperidade nacional. Mas, num território que também reúne “padrões de excelência ao nível da qualidade de vida”, existe ainda espaço para outros elementos que – mais do que investir – nos explicam por que devemos viver e visitar um dos concelhos mais belos de Portugal. Afinal, entre os argumentos turísticos (atividade que, de resto, tem vindo a crescer no município) contam-se “a qualidade do ar, o verde da floresta, a pureza da montanha, a imensidão do oceano, a riqueza da paisagem e da história”. Neste contexto, o presidente da Câmara Municipal faz questão de enumerar alguns dos mais importantes elementos “do património histórico, natural e arquitetónico” que apenas aqui se pode encontrar, nomeadamente a imponência do Castelo de Pombal, a icónica Praça Marquês de Pombal, a Igreja Matriz de São Martinho, o Convento do Louriçal, o Museu de Arte Popular Portuguesa ou o Museu Marquês de Pombal. Por fim, e em registo de conclusão, o porta-voz faz questão de deixar um apelo para que todos visitem e constatem o valor, a essência e a simpatia de um município que, sempre consciente do peso do passado, sabe encarar com bravura e dinâmica o seu futuro.
POUSAFLORES, ENTRE O SOSSEGO DA NATUREZA “Onde pousaste tu, minha filha”, perguntou o rei cristão à sua filha. Conta a lenda que assim se ergueu aquela que é hoje, a freguesia de Pousaflores. Pertencente ao concelho de Ansião é uma pequena freguesia situada em dois vales divididos pela serra da Portela. A cumprir o seu primeiro mandato, Carlos Manuel de Jesus Mendes falou orgulhosamente de Pousaflores e do trabalho que tem desenvolvido. FREGUESIA DE POUSAFLORES
CARLOS MANUEL DE JESUS MENDES Bem próximo da natureza, a serenidade da vila ouve-se no chilrear dos pássaros que ousam em querer cantar mais alto que o vento que por ali passa, entre as copas do Carvalho Cerquinho, sem se desviar da verde vegetação. Em Pousaflores a calma é quem impera, longe da azáfama das cidades é um lugar para fruir da própria essência, para se contemplar em união com a serra e a floresta. Do vale à montanha, o que é preciso para ver o sossego é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Do património cultural e edificado da freguesia merecem especial destaque a Igreja Paroquial, a Capela de Nossa Senhora do Pranto e o Pelourinho, ou o que dele resta, símbolo da antiga independência administrativa de Pousaflores. Existem também locais de grande interesse turístico, como é o caso das serras do Castelo e do Anjo da Guarda, esta última com miradouro. O parque de lazer, o retiro dos caçadores e os moinhos de vento são também referências a visitar por quem passa nesta terra. Em todas as capelas há uma festa, sendo as maiores festividades em honra de Nossa Senhora das Neves/Sagrado Coração de Jesus na Igreja Matriz e em S. João de Brito, enriquecidas pelo retorno das gentes que foram trabalhar para fora e que ajudam a dinamizar estas atividades. 68 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Rota do Ciclo do Pão No alto da Serra da Portela (Anjo da Guarda), próximo de Pousaflores existiu em tempos um importante núcleo de moinhos de vento. Ali, o passado mistura-se com o presente. No meio de belas paisagens e onde o solo é abundantemente aflorado por rochas de natureza calcária, o silêncio é apenas perturbado pelo ruído provocado pelo funcionamento das pás dos três aerogeradores que compõem o Parque Eólico da Videira, instalados no alto daquela serra. Dos moinhos de vento de moagem de cereais que ali existiram, hoje apenas um se ergue como que a recordar um passado já algo distante, mas que ainda está presente no imaginário de muitos habitantes de zonas rurais e que serve para manter viva a memória desse passado. A iniciativa “O Ciclo do Pão” designa a reconstituição de todo o processo que separa a sementeira dos cereais do momento em que se prova o pão ou a broa, quando acabados de cozer. Para isso, é possível visitar um edifício, propositadamente construído para o efeito, onde o pão brilha entre outros produtos endógenos e regionais. A algumas dezenas de metros, encontra-se o moinho de vento, em perfeito estado de funcionamento e de arquitetura ímpar, que acolhe o visitante e mostra como apenas um homem operava todas as ferramentas e, inclusive, rodava sozinho todo o edifício. Trata-se de um projeto com potencial educativo,
pela reconstituição de práticas já em desuso, mas sobretudo turístico, dado que confere uma atratividade diferenciada a uma zona do concelho de Ansião já bastante privilegiada em termos paisagísticos e que, agora mais que nunca, urge descobrir. Balanço e desafios de uma primeira experiência política Carlos Manuel Mendes nunca tinha tido qualquer experiência política, mas aproveitou a oportunidade de abraçar este desafio para conseguir melhorar a freguesia. “O balanço tem sido muito positivo. Há conhecimentos que se adquiriram e que se conciliaram com a experiência de vida. Ser trabalhador e ter inserido o mundo da politica tem funcionado muito bem”, explicou o presidente. O alicerce do seu mandato tem sido a proximidade que mantém com a população. As pequenas obras são, portanto, um relevo importante - responder ao apoio social e às necessidades da população são a principal preocupação do
trabalho do presidente Carlos Mendes. Destaca também a obra feita no parque dos peregrinos e acrescenta, “há também um projeto para valorização da área das Pinheiras e dos Cedros apoiado pelo Portugal 2020 o qual teve um parecer favorável, tendo ficado muito bem pontuado, estando a aguardar a conclusão da 2ª fase”. Numa freguesia calma, têm-se criado alguns eventos para a dinamizar, tal como o evento “Pousaflores Expõe”, que na edição passada contou também com uma “explosão de cores”, um género de colour run, que contou com mais de 130 participantes. Este ano será ainda criado o “Pousaflores Em Movimento” que será um fim de semana radical e mais orientado para os jovens. Contará com atividades de BTT, desportos motorizados, entre outros. Em termos de projetos a curto prazo funcionará o Espaço do Cidadão e um posto dos CTT e futuramente um outro mais ambicioso. “Temos de arranjar um parceiro forte para tentar encontrar um espaço que funcione como centro de dia. A junta
não tem forma de poder gerir esse projeto sozinha”, declarou Carlos Mendes. Uma vila onde predomina… o Crícket A serenidade da freguesia tem atraído muitas famílias estrangeiras e com isso trouxe um novo desporto à região. Após o término da equipa de futebol local, os ingleses que se fixaram na freguesia reaproveitaram o campo para realizar jogos de crícket, um jogo praticado com uma bola e tacos, semelhante ao basebol. Este desporto começou a enraizar-se e tem trazido muitos participantes e curiosos à vila. É um dos fatores de maior dinamização. Para além de ser um desporto que despertou a curiosidade da população local tem contado com a presença de 200 a 300 pessoas, maioritariamente ingleses e de muitas outras nacionalidades. É uma modalidade que recentemente tem dado frutos e oferecido dinâmica à pequena freguesia de Pousaflores.
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FREGUESIA EQUIPADA E DESENVOLVIDA A freguesia de Chão de Couce situa-se no concelho de Ansião e é constituída por cerca de 42 lugares. João Medeiros é o presidente desta localidade há quase doze anos e foi com ele que estivemos à conversa por forma a conhecermos um pouco mais sobre Chão de Couce e do que por lá tem sido feito nos últimos anos. FREGUESIA DE CHÃO DE COUCE
JOÃO MEDEIROS Com uma localização privilegiada: a 2h da cidade de Lisboa e Porto e a 30 minutos de Coimbra, Chão de Couce encontra-se “perto de tudo” e oferece “bastante qualidade de vida a quem lá mora”. De facto, esta freguesia encontra-se bem servida de equipamentos e infraestruturas destacando-se: a Zona Industrial, a sede da Junta de Freguesia, a Fundação D. Fernanda Marques – sendo esta uma localidade com todas as características demográficas típicas da interioridade, onde o grupo dos mais idosos tem tendência a crescer cada vez mais, são muito necessárias instituições vocacionadas para o
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apoio à terceira idade –, Biblioteca – Chão de Couce tem o 3º polo da Biblioteca Municipal de Ansião, instalado no edifício da Junta de Freguesia local, que funciona de segunda a sábado –, um Parque Desportivo (possui um campo com relvado sintético) e uma zona de lazer. Doze anos de trabalho são difíceis de resumir, no entanto, destacam-se alguns projetos desenvolvidos pelo ainda executivo da Junta de Freguesia de Chão de Couce: “O nosso plano de atividades foi sempre praticamente cumprido e os nossos compromissos eleitorais estão igualmente quase todos cumpridos neste mandato. A requalificação do adro da igreja está em fase de construção depois temos pavimentações e redes de água, que temos que continuar a fazer, como é natural. Temos também uma grande obra, respeitante ao saneamento, que é muito importante para a freguesia. No que diz respeito ao trabalho já realizado ao longo destes três mandatos: Fizemos uma pavimentação para estacionamentos junto a esta sede de freguesia; o arranjo urbanístico nos terrenos envolventes à capela da Ameixieira; a iluminação do arruamento de acesso ao parque de estacionamento junto ao cemitério; a ampliação e remodelação dos sanitários públicos; a adaptação da antiga escola primária para uma capela mortuária e estamos a terminar a ampliação do cemitério, com a colaboração da Câmara Municipal”, enumerou o nosso entrevistado. Para satisfazer a sede de cultura dos seus visitantes, esta freguesia oferece o seu
património histórico, cultural e natural, fruto do esforço coletivo de gerações sucessivas, de que se destacam os seguintes pontos de interesse: a Igreja Paroquial – em honra de Nossa Senhora da Conceição –, o Centro Pastoral, as diversas Capelas e Alminhas, a Quinta de Cima, o Pelourinho, a Ponte da Estrada Real e o Miradouro. A gastronomia da terra também é rica e variada, onde o património humano afirma-se como do mais rico que aqui pode encontrar, pois em cada lugar encontrará pessoas humildes e hospitaleiras. Em final de mandato e do seu exercício enquanto presidente da Junta de Freguesia de Chão de Couce, João Medeiros, aproveitou o momento para agradecer aos seus fregueses a forma como o receberam e apoiaram ao longo dos últimos doze anos e faz um balanço final: “Tenho uma boa equipa ao meu lado o que foi uma mais-valia para o trabalho que tivemos e temos que realizar. Todos remamos para o mesmo lado e a boa colaboração com a Câmara Municipal também é benéfica ao nosso sucesso”, finalizou o presidente.
UMA FREGUESIA COM IDENTIDADE Santiago da Guarda é uma das seis freguesias do concelho de Ansião, que apresenta inúmeras razões para uma visita, desde logo o seu Complexo Monumental, monumento nacional desde 1978. JUNTA DE FREGUESIA DE SANTIAGO DA GUARDA
ARTUR RAMALHO Falamos de uma vila tardo-Romana dos séculos IV e V, que se compõe de mosaicos riquíssimos, e por isso, um espaço de características únicas na Península Ibérica. De visita obrigatória são também os moinhos de vento que juntamente com as paisagens naturais fazem de Santiago da Guarda um destino apetecível, não estivesse esta freguesia no sopé da Serra do Sicó, sem esquecer no entanto o tão afamado Queijo Rabaçal e o Cabrito da Serra. Por outro lado, esta é uma freguesia rica em cultura, “para além das iniciativas das coletividades, os momentos altos da atividade cultural da freguesia são a Feira de Artesanato em Julho e o Mercado Romano em Setembro”, advoga. Este é o último mandato de Artur Ramalho à frente dos des-
tinos de Santiago da Guarda, mas o autarca sente-se “realizado, porque dei o meu contributo para o desenvolvimento da terra, sempre com o apoio de toda a comunidade”, A sua maior conquista foi a Unidade de Saúde Familiar, com o apoio da Câmara Municipal de Ansião, contudo outras obras são relevantes como o novo edifício sede, a abertura de mais
de 100 quilómetros de caminhos florestais, manutenção dos parques infantis, ajardinados, fontes e lagoas, bem como a prestação de diversos serviços à comunidade (atendimento diário aos fregueses, posto de correios, atendimento descentralizado do Município, Espaço do Cidadão). “Esforcei-me para prestar o melhor serviço à comunidade. Espero que a freguesia possa continuar com o mesmo dinamismo e tenha cada vez melhor qualidade de vida”, conclui o autarca.
RUA VISCONDE ALFREDO CÉSAR VIEIRA 3240-690 SANTIAGO DA GUARDA TLF: 236 679 005 E-MAIL: JUNTA.FREGUESIA.SG@SAPO.PT
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O BOM SABOR DA QUALIDADE A CARAKOLANDIA é uma empresa dinâmica e atenta às exigências do mercado e dos seus clientes, contado com mais de 40 anos de experiência dos seus colaboradores na comercialização de caracóis selvagens e cogumelos silvestres. Ao longo dos anos, a sua qualidade tem sido reconhecida tanto por clientes nacionais como internacionais, fazendo desta empresa uma referência no panorama empresarial português. CARAKOLANDIA
SÍLVIO DOMINGUES Numa tentativa de perceber as dinâmicas empresariais que proliferam no concelho de Ansião, a revista Portugal em Destaque foi desta feita ao encontro de Sílvio Domingues, um empresário carismático e dinâmico que tem pautado a sua atividade profissional por uma grande visão, sentido de responsabilidade e paixão. Fruto de um vasto know-how e décadas de experiência, Sílvio Domingues conseguiu que esta empresa, que se encontra na segunda geração, conseguisse alcançar uma posição de referência no mercado. Com sede na Zona Industrial do Camporês, na freguesia de Chão de Couce, no concelho de Ansião, a CARAKOLANDIA é a prova viva de que com entrega, dedicação, profissionalismo e qualidade se consegue singrar num mercado competitivo e em constante mutação. “Este negócio começou com os meus pais e a nossa empresa foi a primeira exportadora de caracóis do nosso país. Decidi continuar este negócio e desmistificar a ideia que
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as pessoas têm do negócio dos caracóis, para tal apostei na criação de novas instalações e em equipamentos de qualidade para o desenvolvimento da nossa atividade”, avança o empresário, sublinhando que o projeto da sede da empresa surgiu de uma candidatura ao QREN, através da Medida Inovação Produtiva. “As nossas instalações possuem N° De Registo Sanitário bem como HACCP, o que garante maior confiança e qualidade dos nossos produtos”, destaca o administrador da CARAKOLANDIA. A comercialização de caracóis selvagens está na génese da empresa, no entanto há cerca de 15 anos a empresa passou a dedicar-se também à comercialização de cogumelos silvestres. “Numa altura em que o mercado dos caracóis sofreu uma quebra, decidimos apostar na comercialização de cogumelos silvestres como alternativa à sazonalidade do negócio dos caracóis”, sublinha o nosso entrevistado, lembrando que a campanha dos caracóis é dos meses
de abril a setembro e a dos cogumelos é de outubro a março. De acordo com Sílvio Domingues, a CARAKOLANDIA importa caracóis do mercado marroquino, essencialmente, o caracol branco e o riscadinho, os que a empresa vende mais, refere, adiantando que em termos de qualidade e sabor o caracol selvagem nada tem a ver com os caracóis de viveiro, demonstrando ainda que a lógica da empresa reside no equilíbrio entre a qualidade e um preço acessível. No que concerne à esfera de influência geográfica, a CARAKOLANDIA faz a recolha de caracóis essencialmente nos distritos de Coimbra e Leiria e procede à sua comercialização essencialmente em Lisboa e arredores, sobretudo para o mercado grossista. Em relação aos cogumelos silvestres, a recolha é efetuada praticamente em todo o país e, se inicialmente a comercialização era apenas no mercado nacional, hoje em dia a maior preponderância vai para o mercado europeu, especialmente Espanha, França, Bélgica e Holanda. “Os cogumelos silvestres são um produto cada vez mais apreciado em Portugal, mas no mercado internacional este é bastante utilizado e apreciado na gastronomia”, avança o empresário. Sílvio Domingues lembra ainda que a CARAKOLANDIA tem uma loja de venda aberta ao público, onde os clientes podem adquirir e até mesmo degustar os produtos já confecionados. Em termos de futuro, o objetivo da CARAKOLANDIA passa por continuar a apostar na qualidade do produto, assumindo cada vez mais uma atitude dinâmica e proativa no mercado.
25 ANOS DE SERVIÇO Esta instituição de solidariedade social, sediada em Chão de Couce (Ansião), surgiu há 25 anos em memória de um amor entre Deolinda Fernanda Marques e Américo Simões Santo. Foi em resposta à promessa de fazer algo pela região que os tinha acolhido, que foi construída em 1992, a instituição com valências de lar de idosos, centro de dia, apoio domiciliário e cantinas sociais, tornando-se numa das principais referências desta localidade. FUNDAÇÃO FERNANDA MARQUES
PADRE ADRIANO SANTO Reconhecer o carinho e a memória daqueles que mais acarinhamos é por vezes penoso. Esquecem-se momentos e o afago torna-se na angústia. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue, para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida. É nestes valores de reconhecimento e de memória pelos que mais acarinhamos que se ergueu a Fundação D. Fernanda Marques. Nasceu de uma família distinta da região, Américo Simões Santo, empresário da construção civil em Cascais, e sua esposa, Deolinda Fernanda Marques. Dotados de bens, queriam marcar a sua gratidão pelos dons recebidos ao longo da sua vida. Em 1989, após a morte inesperada de Deolinda Fernanda Marques, Américo Santo fez cumprir esse desejo em honra da memória da sua esposa. Passados 3 anos, assim aconteceu, no aniversário da morte da esposa de Américo Simões Santo, era inaugurado solenemente o Lar de Idosos D. Fernanda Marques. Desde então tem vindo a crescer a nível de instalações, de utentes e de funcionários. Um Ideal – Uma Obra A Fundação D. Fernanda Marques é uma instituição tão grande quanto os seus valores. É na região uma referência pela dinâmica e empregabilidade que sustenta. Tem mais de 40 funcionários, entre médicos e auxiliares, e alberga 52 pessoas em lar,
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35 em apoio domiciliário e 9 em centro de dia. O padre Adriano Santo, irmão do fundador, é o responsável por presidir e dirigir toda a instituição que faz, neste ano, 25 anos, “Sou presidente da instituição desde o seu inicio e o balanço tem sido bastante positivo. A casa esteve sempre cheia, cresceu e sentimos que há um bom ambiente entre os colaboradores, famílias, funcionários e utentes. Somos uma das instituições que proporciona mais emprego na região”, referiu. Uma das grandes preocupações e pilares em que se sustém a instituição é o ambiente familiar que é oferecido aos utentes. Uma família não é um grupo de parentes, é mais do que a afinidade do sangue, deve ser também uma afinidade de temperamento, o afeto e respeito estão sempre presentes na Fundação D. Fernanda Marques. Aos seus utentes são oferecidos todos os meses um conjunto de atividades dos mais diversos géneros. Entre viagens por todo o território nacional e convívios, a Fundação procura sempre dinamizar a vida de todos os que estão ligados à instituição, oferecendo, a cada dia, um novo motivo para sorrir. “Sinto que temos ajudado pessoas que viviam na solidão, com depressão e carências materiais e que agora se recuperaram e sentem a sua satisfação pela estadia aqui”, destacou o padre Adriano Santo. Inserida numa região muito envelhecida, lamentou também a dificuldade em empregar pessoas especializadas, há, portanto, a preocupação de oferecer a formação necessária a todos os funcionários. Sendo uma instituição sem fins lucrativos, há também o contratempo de gerir um orçamento que por vezes é demasiado curto para oferecer a qualidade desejada a todos. É na família que surge um apoio financeiro fundamental para esta Fundação, a par do subsídio da Segurança Social, como acontece com todas as IPSS. Atualmente em obras, a Fundação continuará a oferecer a qualidade merecida a todos os que a procuram.
CONSTRUINDO OS SEUS SONHOS Há 13 anos no mercado, a Libearte tem vindo a afirmar-se como uma empresa de referência na construção, assumindo-se como um parceiro de qualidade e excelência. A empresa foi criada em 2004 e atualmente a gestão é assumida pelos irmãos Frederico e Tiago Duarte. LIBEARTE CONSTRUÇÕES
FREDERICO E TIAGO DUARTE “De dia para dia, a empresa tem vindo a crescer, com o enriquecimento dos contactos e da qualidade que tentamos imprimir em cada obra que desenvolvemos”, revela o nosso entrevistado, salientando que a Libearte labora a nível nacional, tendo como principal atividade a construção, incluindo soluções chave na mão, bem como a construção para venda. A Libearte é já procurada por investidores estrangeiros.
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A Libearte é parceira de diversas outras empresas ligadas à construção, e “os parceiros são selecionados mediante as garantias que possam dar, tanto ao nível da qualidade, como na resolução de problemas futuros”, esclarece. Do rol de obras, destaque para a reabilitação de um edifício centenário na Figueira da Foz, a remodelação das instalações da ViaVerde de Carcavelos, bem como uma habitação com traça alentejana, o Centro Cultural e Recreativo e as obras de requalificação da Igreja da freguesia de Vila Cã. Em curso estão algumas obras de reabilitação de construção de moradias e andares, nomeadamente em Montemor-o-Velho, Caxarias, Carnide, Marinha das Ondas, Ourém e Óbidos, revela o nosso entrevistado, sublinhando que 70 por cento do volume de trabalho é dedicado a clientes emigrantes. Qualidade, durabilidade e funcionalidade são os principais pressupostos que norteiam a atuação desta empresa e que têm permitido um crescimento e desenvolvimento assinaláveis, a par da inovação e criatividade. RUA N. SRA BOA VIAGEM VAGINHA 3100-823 VILA CÃ TLF: 938 112 425 WWW.LIBEARTE.PT
ABIÚL, O BERÇO DAS PRIMEIRAS TOURADAS Abiúl é uma freguesia do concelho de Pombal que se caracteriza pela qualidade de vida que proporciona à população. Com um vasto património, pode encontrar em Abiúl a mais antiga praça de touros de Portugal. Em conversa com a presidente da Junta de Freguesia, Sandra Barros, conhecemos um pouco mais desta região e do seu trabalho. FREGUESIA DE ABIÚL
Entre a indústria e a flora, desponta num dos vales da Serra de Sicó, a serena freguesia de Abiúl. Foi uma das candidatas ao concurso “7 Maravilhas – Aldeias de Portugal” e apesar de pequena, é rica em património cultural e natural que remonta à época visigótica. No centro da localidade, cujo primeiro Foral foi outorgado em 1167, o visitante tem a oportunidade de conhecer vários locais de interesse, tais como a Igreja Matriz, uma das referências religiosas, a casa Palanque do Duques de Aveiro, o Arco Manuelino, o Forno do Milagre, o Nicho Seiscentista, a aldeia Serrana, as grutas das Corujeiras e os moinhos, de um estilo único na Europa. O principal destaque da freguesia é a mais antiga praça de touros de Portugal, que terá sido, em 1561, o palco das primeiras
touradas realizadas no panorama nacional. Aproveitando a riqueza cultural da região “há um grande esforço por parte da junta de freguesia em requalificar todo o património”, referiu a presidente Sandra Barros. A autarca que se encontra a cumprir o seu primeiro mandato tem desenvolvido vários projetos, entre os quais se destaca a requalificação do centro da vila. Também trouxe o serviço dos correios para a freguesia e na educação criou o ATL, os tempos livres e as Férias Ativas. As gentes da terra são a principal preocupação para a presidente, “na educação olhamos os problemas de forma diferente. Damos apoio aos alunos da escola, oferecemos o material de apoio que eles precisam para as aulas e fornecemos um lanche escolar gratuitamente. Para os idosos temos feito alguns convívios e identificado algumas carências económicas destacadas no nosso programa de apoio social. Temos olhado bastante mais para a ação social e ajudado algumas famílias mais carenciadas”. Mais antiga Praça de Touros de Portugal Remonta ao século XVI a edificação desta praça emblemática. Era dotada de um redondel murado com pedra firme, estando os curros e os alçados das bancadas seguros por grossos troncos de pinheiro. Aquando da realização da tourada, as ruas circundantes eram vedadas por carros de bois e toros de pinho. Na praça, realiza-se anualmente, a tradicional Feira Taurina, em honra de Nossa Senhora das Neves e a 14 de agosto a Corrida do Emigrante.
O futuro de Abiúl Apesar do desenvolvimento recente que a freguesia tem registado, a presidente mostrou a ambição em futuros projetos: “queremos criar um parque verde na freguesia e fazer uma variante para desviar o trânsito de pesados da vila. A grande aposta para o futuro passa por trazer mais investidores para a zona industrial e criar mais emprego. Queremos captar empresas para a zona industrial e aumentá-la”. O turismo é também uma aposta do futuro, o objetivo é “criar um roteiro turístico para Abiúl no sentido de começar a aproveitar este setor de atividade”, referiu Sandra Barros. Com o foco no bem-estar da população, a presidente concluiu: “sinto que os abiulenses estão satisfeitos e nós queremos fazer de tudo para que isso continue a acontecer”.
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ÍLHAVO Ílhavo, cidade de muitos encantos, pertence ao distrito de Aveiro. No litoral da costa portuguesa, faz fronteira com o Oceano Atlântico. O município é dividido em três sítios distintos por braços da Ria de Aveiro e contem quatro freguesias: Gafanha da Encarnação, Gafanha da Nazaré, Gafanha do Carmo e Ílhavo (São Salvador). Esta cidade portuguesa corre as bocas do mundo graças à indústria de porcelana Vista Alegre e ao farol da Barra, o mais alto dos 48 faróis marítimos de Portugal. De igual forma, é famosa pelo Pão de Vale de Ílhavo, produzido de forma artesanal e cozido em forno a lenha. Este é mais conhecido pela sua forma em Pada, como se de um pão largo se tratasse, porém, também pode ser confecionado como Folar ou Pão Doce, principalmente na altura da Páscoa. As suas conhecidas e belíssimas praias são pontos de passagem obrigatório para cada visitante. De uma delas, a conhecida Costa Nova do Prado, é possível observar as pequenas casas típicas, chamadas de Palheiros. Caracterizam-se por fachadas listadas com cores vivas e alegres alternadas com a cor branca. profundamente dedicada à pesca do bacalhau, Ílhavo tem muitas maravilhas gastronómicas a descobrir.
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O PARAÍSO ENTRE A RIA E O MAR Quando se chega à Costa Nova saltam à vista as típicas casas coloridas, viradas para a ria de Aveiro. Junto a elas ergue-se o Costa Nova Hotel, também ele distinto pela fachada às riscas, fazendo lembrar os “antigos palheiros da Costa Nova”, construídos por pescadores. No seu interior, este espaço alia o bom gosto ao conforto e a sua localização privilegiada permite aos hóspedes estarem próximos da ria e do mar, longe da agitação da cidade. COSTA NOVA HOTEL
MARIA FERNANDA E RAQUEL AZEVEDO O Costa Nova Hotel celebra, no ano corrente, 20 anos. Duas décadas que contam uma história familiar ligada à hotelaria. Maria Fernanda e Raquel Azevedo, mãe e filha, são as responsáveis pela gestão e recuperação deste espaço. Foi em 1997 que abriram as portas do Costa Nova Hotel, que estava há mais de dez anos encerrado e em avançado estado de degradação. “Este hotel é um projeto de família que já nasceu com os meus avós e que funcionava, inicialmente, como pensão, restaurante e mercearia. Foi encerrado nos anos 80 e reaberto em 1997, projetado pelos meus pais”, conta Raquel Azevedo à Portugal em Destaque. Situado num local com uma beleza natural e arquitetura peculiar, junto à praia da Costa Nova, este hotel proporciona momentos de conforto e tranquilidade aos seus hóspedes. Segundo a nossa entrevistada, no Costa Nova Hotel vive-se um ambiente de proximidade entre os funcionários e os hóspedes. “Pelo facto de sermos um hotel de pequena dimensão, permite-nos estar mais próximos e dar mais atenção às necessidades dos nossos clientes. O nosso foco é a sua satisfação”, fundamenta Raquel Azevedo. Há cerca de 10 anos o Costa Nova Hotel hospedava mais estrangeiros do que portugueses. Hoje a situação alterou-se, pois “já existe grande procura por parte dos turistas nacionais”. São eles que contribuem para o sucesso da taxa de ocupação do Costa Nova Hotel, a par com os vizinhos espanhóis. A família Azevedo reconhece o esforço dos municípios portugueses na procura da dinamização do turismo nacional, acrescentando que “o país só beneficia com essas ações de promoção”.
Serviços à disposição A receção, a cargo de Raquel Azevedo, é o primeiro posto de paragem dos hóspedes do Costa Nova Hotel. Este serviço é feito com simpatia, proximidade e descontração, “para que o cliente se sinta mais confortável”. Concluído o “check in”, os clientes podem disfrutar dos serviços de bar e de uma sala de estar onde paira o sossego e a comodidade. Durante o dia, a sala é iluminada pela luz solar que banha o jardim interior do hotel, perfeita para disfrutar de um momento de leitura. É também neste espaço que é servido o pequeno almoço, todos os dias, entre as 7h30 e as 10h30 da manhã. Nos quartos a decoração foi pensada de forma a ser alusiva à região. Existem quartos duplos e triplos, todos eles com varanda, casa de banho privativa e equipados com televisão, internet wireless, ar condicionado, cofre, secador do cabelo e produtos de higiene. Os hóspedes podem ainda beneficiar de estacionamento privativo e serviço de aluguer de bicicletas, este último gratuito caso a reserva da estadia seja efetuada através do site oficial do Costa Nova Hotel. Conforto, tranquilidade e atividade Quem visita a Costa Nova (Ílhavo) e fica hospedado neste hotel, goza de um leque características que tornam as suas férias únicas e inesquecíveis. Raquel Azevedo tem o cuidado de aconselhar os seus hóspedes no que toca aos locais a visitar, atividades desportivas à disposição e restaurantes onde se podem provar as iguarias gastronómicas da região. No site do Costa Nova Hotel, encontra uma lista completa, desde desportos náuticos a itinerários turísticos, para tornar as suas férias mais dinâmicas. Se ainda não escolheu o seu destino para as próximas férias, aqui fica a sugestão da família Azevedo: “Visite a Costa Nova e disfrute dos serviços de excelência do Costa Nova Hotel”.
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A FRESCURA DO MAR À MESA Na freguesia da Gafanha da Encarnação, pertencente ao concelho de Ílhavo, encontra-se o Restaurante Peixe na Costa. Localizado na Avenida da Nossa Senhora da Saúde, a apenas alguns metros da Praia da Costa Nova, define-se como um espaço com as melhores culinárias da região, possuidor dos produtos mais frescos e típicos desta zona marítima, servidos por uma equipa de excelência. À conversa com um dos proprietários, Sérgio Cunha, inteiramo-nos sobre o conceito por detrás desta “casa” e do estado deste setor competitivo. PEIXE NA COSTA passar o inverno, o que nesta zona é uma época dura”. Mostras gastronómicas e apresentações de vinhos são formas diferentes para divulgar o restaurante a possíveis novos clientes.
EQUIPA Apesar de já existir há alguns anos, durante os quais “conheceu” vários proprietários, o Peixe na Costa é um conceito recente. É o ressurgir do espaço com uma imagem diferente, moderna e renovada. “Estamos à beira-mar, na Costa Nova, portanto adaptamos o nome ao conceito da casa, que são os pratos de peixe, e assim surgiu o Peixe na Costa”. A equipa está a estruturar a imagem deste novo conceito e continua a trabalhar a vertente online, para assim poder criar uma relação de maior proximidade com possíveis clientes fora da região. Ainda que o foco recaia sobre os pratos de peixe e marisco, este estabelecimento serve igualmente pratos de carne, como o Costeletão de Novilho e o Bife à Costa. No que diz respeito aos pratos fortes do restaurante, Sérgio destaca a Sopa do Mar, o choco frito, e ainda a Travessa da Costa, composta por marisco e peixe frito. Público-alvo e concorrência O público-alvo do restaurante é definido como médio-alto. Os clientes estão cada vez mais exigentes e como tal, torna-se imperativo evoluir e criar novos empratamentos e conceitos que destaquem o espaço em relação à concorrência. “As
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pessoas que vêm à Costa Nova procuram caldeiradas, ensopados, peixe fresco e marisco. Todas as casas que têm produtos bons e de qualidade terão clientes, quem não estiver disposto a tal não terá muito sucesso”. Devido à qualidade da concorrência, o Peixe na Costa esforça-se para estar ao nível dos restaurantes desta zona costeira. Mas este elevado padrão de qualidade da concorrência é visto como um ponto positivo. “Obriga-nos a ser diferentes e melhor que os outros. As estatísticas dizem que um cliente satisfeito traz três e um insatisfeito leva nove”. A qualidade e o preço são dois conceitos basilares para atrair clientela, no entanto, segundo Sérgio, neste tipo de restauração, o foco não é tanto o preço, mas sim a qualidade do produto. Época baixa Sendo esta uma zona costeira, durante os meses de inverno, as temperaturas baixas e condições climatéricas adversas provocam uma diminuição na afluência turística da região. “Nessas alturas temos de fazer o trabalho de casa”. Sérgio Cunha revela que a estratégia consiste em grande parte no word of mouth. “Seja convidar amigos, que por sua vez trarão os seus amigos ao restaurante. E assim tentamos
Planos para o futuro Sérgio Cunha faz parte de um grupo que tem vários negócios na cidade de Aveiro, e como tal, afirma que se fosse possível transferir o restaurante para essa zona “não olhava duas vezes para trás”. Ainda assim, a Costa Nova é um “ex-líbris da restauração”. Existem na zona cinco ou seis restaurantes de topo. Para o dono do Peixe na Costa, na região de Aveiro, este é um dos locais onde se encontram os restaurantes com maior qualidade. Para além do restaurante Peixe na Costa, Sérgio Cunha é também um dos proprietários do restaurante Bairro, situado no centro de Aveiro. Está igualmente ligado ao transporte de turistas nos barcos moliceiros e num comboio turístico. Tem agora em mãos um projeto único a nível nacional, uma cervejaria/marisqueira flutuante. O nome deste novo espaço já está decidido, mas a abertura do ‘Laguna’ ainda não tem data definida. “Neste momento, na região da Costa Nova não procuramos novos investimentos. Vamos tentar melhorar o que temos e fazer desta casa uma referência da região”, termina.
ONDAFLOR RENOVADA Situada na Praia da Barra, em Aveiro, a Padaria, Pastelaria e Pizzaria OndaFlor é já uma referência no setor da restauração na região. Com uma oferta variada e inovadora e com uma nova decoração (o espaço foi renovado em fevereiro deste ano), vários são já os clientes conquistados. Adriana Rocha, juntamente com o marido Raul Monteiro, são os proprietários deste estabelecimento e a primeira esteve à conversa com a nossa revista por forma a dar-nos conta do balanço que faz do trabalho realizado até à atualidade. PASTELARIA E PIZZARIA ONDAFLOR de alfarroba, cereais, aveia e as famosas baguetes de pão d’avó, levando a que clientes de outras localidades se desloquem para adquirir o nosso pão”, concluiu.
ADRIANA ROCHA E RAÚL MONTEIRO Moravam no Brasil, em Mato Grosso. Quando decidiram regressar ao seu país de origem, resolveram investir num estabelecimento próprio numa área que sempre os fascinou. Depois de muita prospeção, optaram por adquirir a já existente Padaria, Pastelaria e Pizzaria OndaFlor. Foi, então, em agosto de 2016 que a OndaFlor abriu com nova gerência e não mais parou. Produção própria e de qualidade Desde os tradicionais doces de pastelaria, aos mais variados tipos de pão, pizzas a hambúrgueres, passando por cachorros quentes e pelas diárias, a oferta é muito variada e apelativa. Nas pizzas, destaque para a de frango com catupiry (requeijão brasileiro): “É tudo feito aqui, desde a massa ao molho, e todos os ingredientes são frescos”, garantiu Adriana Rocha. As novidades mais relevantes dizem respeito à introdução de hambúrgueres e cachorros quentes no menu deste estabelecimento, com um pão especial: “Introduzimos hambúrgueres e cachorros à Onda Flor feitos com pão de alfarroba e com opção de carne de vaca ou de porco, produzidos especialmente para nós, aromatizados com manjericão. Têm tido muito boa adesão”, confidenciou-nos. Ali também se servem diárias. Trata-se de sugestões do dia, confecionadas nas instalações (como todos os restantes produtos servidos quer na pastelaria, confeitaria e pizzaria): “O prato do dia inclui sopa, prato principal, café e bebida por 6,50€, o que também atraiu muitas pessoas”, adiantou. Nos doces, a nossa entrevistada aconselhou o bolo de frutos silvestres, os ovos moles da OndaFlor e, ainda, os afamados croissants. “No pão o destaque vai para o pão
Espaço renovado No passado mês de fevereiro, a OndaFlor foi alvo de uma remodelação feita em tempo record (demorou menos de uma semana). O mérito desta obra vai para Melissa Vilar, amiga dos proprietários, e designer de profissão. O objetivo desta remodelação foi renovar o aspeto das instalações, tornando-as mais apelativas e acolhedoras. Atualmente, trata-se de um espaço clean, em tons verde-água, branco e dourado (apelando ao mar), mais amplo, com melhores condições para os funcionários e clientes. O feedback tem sido muito positivo: “Tem muita luz LED, à noite passa-se na Barra e vê-se a OndaFlor e isso tem cativado clientes e temos tido boas referências”, afirmou orgulhosa Adriana Rocha. O verão prevê-se “uma loucura, como sempre”. Isto porque “o nosso cliente não gosta de esperar e esse é o nosso maior desafio”. Mas, a OndaFlor, que se encontra aberta ao público o ano inteiro, tem gosto em receber todos os que por lá queiram passar e comprovar a qualidade dos seus produtos. No futuro: “Vamos testar hambúrgueres de beterraba e apostar nos hambúrgueres vegetarianos, porque há cada vez mais pedidos nesse sentido. Pretendemos, também, renovar a esplanada”, finalizou a nossa entrevistada. Fica o convite para visitar a Onda Flor e degustar um mar de sabores!
ADRIANA ROCHA COM A DECORADORA, MELISSA VILAR
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DO MAR PORTUGUÊS PARA O MUNDO A paixão pelo mar e por aquilo que ele oferece tem perdurado na família Pepolim há mais de 50 anos. Uma herança familiar que passou de pais para filhos e deu origem à Pepolim & Irmãos. Com um armazém localizado no Porto de Pesca de Aveiro, a empresa dedica-se à comercialização do pescado português. Uma atividade em expansão, que passa já pela venda do produto em peixarias da região e pretende chegar ao mercado da saudade. PEPOLIM & IRMÃOS
MIGUEL E RAQUEL PEPOLIM
Como diz o ditado popular, “filho de peixe sabe nadar” e a família Pepolim não fugiu à regra. Há mais de 50 anos, a mãe de Domingos Pepolim dedicou-se a esta atividade e rapidamente envolveu o marido e os quatro filhos no negócio. Nascia assim uma empresa familiar, constituída com o nome Pepolim & Irmãos, em 1987. No início, trabalharam em conjunto e mais tarde, as circunstâncias da vida acabaram por separar os irmãos profissionalmente. Alguns continuam ligados ao ramo, mas atualmente é Domingos Pepolim, juntamente com o genro e a filha, Miguel e Raquel Pepolim que têm levado o nome da família e o peixe fresco mais longe. Inserido no Porto de Pesca de Aveiro, junto à lota, o armazém da família dedica-se essencialmente à comercialização e transformação de peixe. “O processo é muito simples: os pescadores chegam do mar durante a madrugada, vendem o peixe em lota, seguindo os critérios definidos pela entidade responsável e nós compramos. Escolhemos o peixe que queremos, em quantidades adequadas à venda diária, sendo ajustada mediante a altura do ano e o dia de semana. Compramos, trazemos aqui para o armazém, onde é transformado e acondicionado nas devidas condições de segurança e respeitando todos os requisitos exigidos por lei”, explica o proprietário. Para exercer esta atividade, os armazenistas devem ter em atenção vários requisitos e exigências específicas. “Isto não é só abrir um armazém e vender peixe. Tem que estar tudo em conformidade, com as melhores condições sanitárias, com número de controlo veterinário, entre outras coisas”, esclarece Domingos Pepolim. “Fregueses” têm a porta aberta “O nosso principal cliente é o peixeiro, aquele que revende porta à porta ou tem uma peixaria. Depois temos clientes particulares e somos ainda procurados pela restauração que optam por vir aqui diretamente”, confirma Miguel Pepolim. Apesar da maior fa82 | PORTUGAL EM DESTAQUE
tia do negócio ser o retalho, a família faz questão de ter um armazém com a porta aberta, em qua qualquer pessoa pode entrar, escolher e comprar o peixe, tal como em superfícies comerciais. A política é para se manter e o proprietário justifica o motivo da crescente procura por parte dos clientes particulares. “Começa-se a notar um certo cansaço, por parte dos apreciadores de peixe, em comprar peixe nas grandes superfícies. Existe alguma desconfiança na qualidade e frescura do peixe, no tratamento que é dado. Por isso, as pessoas preferem vir cá, já conhecem o nosso trabalho e acabam por passar a palavra e recomendar. Consideram o preço razoável e temos uma excelente relação qualidade-preço, em que a qualidade e o peixe fresco estão à vista, não há que enganar”. No entanto, nem todas as pessoas têm a possibilidade de comprar peixe em grandes quantidades. De forma a garantir a mesma qualidade a um preço acessível, a Pepolim & Irmãos apostou ainda na exploração das peixarias da cadeia Minipreço. A vender o pescado nas lojas de Ílhavo e da Gafanha da Encarnação, Miguel Pepolim acredita que este projeto constitui uma mais-valia. “As cadeias do Minipreço são mais pequenas, todos se conhecem e acabamos por satisfazer os clientes. Uma peixaria com produtos frescos era algo que faltava nestes estabelecimentos e através desta parceria temos levado o peixe até muita gente que gosta de comprar peixe fresco diariamente, sem necessidade de congelar. Já conhecemos as necessidades dos clientes e para nós este passo constitui uma evolução. Temos que estar atualizados, explorar o mercado e afirmar a nossa posição”, afirma. A gerência das peixarias está a cargo de Raquel e Miguel Pepolim que mantém sólidas parcerias com os franquiados Minipreço, nomeadamente Daniel Maia, da loja de Ílhavo e Ricardo Pereira, da “Frescos da Gafanha”, na Gafanha da Encarnação.
Qualidade e variedade Um projeto que se encontra ainda a dar os primeiros passos, mas com o objetivo de expandir e alargar a rede de peixarias. Para a família, um crescimento lento e sustentado para “manter a qualidade e a confiança das pessoas” é o mais importante para os armazenistas. Até porque estão inseridos numa zona piscatória, em que a população tem um acesso fácil ao peixe ou são mesmo pescadores. “As pessoas reconhecem a qualidade dos nossos produtos e o feedback tem sido muito positivo. Pepolim & Irmãos é um nome já reconhecido, quer aqui em Aveiro, como em Matosinhos ou Lisboa. Preferimos ter menos quantidade e mais qualidade e isso acaba por nos distinguir. Por isso é que a empresa se mantém com o mesmo nível de qualidade e há tantos anos neste setor”, reforçam. Contudo, nesta área de negócio, o risco é uma constante. Condicionados por aquilo que o mar oferece, as épocas do ano e a sazonalidade da espécie influenciam a atividade. Se no verão as pessoas optam mais por assar ou grelhar peixe, a sardinha é a rainha da mesa, já nos meses de inverno, procuram outras espécies. “Nesta altura, por exemplo, está a aparecer muito choco, por isso vende-se muito este tipo de peixe. Depois vem a época da sardinha e vende-se muita sardinha. Quando começa a ser escassa e a perder qualidade, deixa de ser tão procurada e as pessoas optam pelo carapau. Depois começa a aparecer mais o polvo e por aí fora. As vendas dependem sempre da sazonalidade da espécie, da época do ano em que aparece e em que quantidade. Mas chegando ao fim do ano e somando quantidades, o que tem mais expressão é a sardinha e o carapau”, explana Domingos Pepolim. Devido a estes fatores e juntando as paragens obrigatórias da pesca em Portugal, o empresário considera que quem faz o escoamento e a comercialização do pescado, deveria ter mais apoios. “Temos em conta todas as condições exigidas, desde a segurança, acondicionamento do pescado e a forma como comercializamos e transformamos. É uma atividade de importância extrema, que se encarrega da parte mais complexa: o escoamento do peixe. Depois de vendido em lota, somos nós os responsáveis pela venda ao público e temos muitas obrigações. Nem sempre o nosso trabalho é reconhecido, quer pelos pescadores como pelas entidades que integram este sistema”, lamentam os proprietários. Questionados sobre o futuro, Domingos e Miguel não escondem a vontade de atingir a expansão da rede de peixarias, apesar
da dificuldade em conquistar o mercado. Além deste projeto, a empresa tem realizado alguns estudos relativamente ao estado dos mercados externos e custos exigidos para apostar na exportação. “Sabemos onde queremos ir e onde existe mercado: junto dos nossos emigrantes. Falamos do mercado da saudade, mais precisamente de França. Quando a nossa comunidade vê peixe fresco, muitas vezes nem pensa no valor e arrisca na compra. Mesmo os franceses, apreciam um bom peixe, algo que não existe lá. É um bom mercado mas não é fácil porque exige grandes quantidades e para ter a qualidade que nós queremos temos que oferecer o que o mar dá, que neste momento é pouco”, concluem.
RICARDO PEREIRA, RAQUEL E MIGUEL PEPOLIM
MIGUEL E DOMINGOS PEPOLIM PORTUGAL EM DESTAQUE | 83
INOVAÇÃO AO SERVIÇO DA METALOMECÂNICA A Borralho & Matos, Lda. é uma empresa do setor da metalomecânica, constituída em 1998, tendo como principal atividade a mecânica de precisão e o fabrico e reparação de moldes. BORRALHO & MATOS
DANIEL MATOS Fundada por Emanuel Borralho e João Matos, a empresa encontra-se sedeada na Zona Industrial da Mota, na Gafanha da Encarnação. Daniel Matos, filho de um dos fundadores, dá continuidade ao negócio da família. Em entrevista à Portugal em Destaque, Daniel Matos fala na aposta que a Borralho & Matos tem feito na qualidade dos serviços, aliada a uma constante formação dos colaboradores e na modernização da maquinaria. Dedicando-se ao fabrico de moldes e ferramentas por medida, à conceção e desenvolvimento de soluções de mecânica industrial, ao projeto e desenho mecânico (CAD), CNC/ CAM e montagem e ensaio de peças e componentes, a Borralho & Matos, Lda. trabalha tanto para multinacionais de referência, como para clientes regionais. “Damos resposta a diferentes tipos de cliente, de diferentes dimensões. Há uma adaptabilidade e um esforço constante em conseguir soluções personalizadas para cada caso”, refere Daniel Matos. A Borralho & Matos consegue, assim, trabalhar para vários setores de atividade, destacando-se a indústria automóvel, de eletrodomésticos, aeronáutica, automação e de moldes. A empresa possibilita ainda soluções “chave na mão”, sendo que todos os detalhes das diferentes fases do projeto vão sendo discutidos com o cliente, cada vez mais exigente. “Os clientes prezam cada vez mais a rapidez na execução, aliada a uma boa qualidade dos produtos. Isso traduz-se num grande desafio para nós. Muitas vezes temos que trabalhar mais horas, dia e noite, para conseguir cumprir com a qualidade e com a rapidez que o cliente precisa”, explica o responsável. A aposta da Borralho & Matos passa pela aquisição de maquinaria moderna, de forma a
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se tornar mais competitiva, e na constante formação dos colaboradores. Contando com uma equipa de 19 pessoas, Daniel Matos confessa ser difícil encontrar mão de obra especializada: “A maior parte dos nossos colaboradores foi formada dentro da empresa, já que a formação que existe não é suficiente. É um problema que este setor enfrenta”, indica. Ainda sobre o estado atual do setor, Daniel Matos confessa que está a atravessar uma fase positiva, depois de alguns anos de decréscimo, que a Borralho & Matos conseguiu ultrapassar: “Nunca estivemos parados, mesmo nos anos de maior crise, devido ao facto de não nos dedicarmos apenas a um setor de atividade, mas sim a vários. Ser diversificado é uma mais-valia”. O futuro para a Borralho & Matos é encarado com otimismo, sendo a internacionalização o passo que se segue. A empresa tem já realizado exportações para França e pretende conquistar cada vez mais o mercado francófono e, posteriormente, o alemão. O know-how, a flexibilidade, a ética e a competência continuarão a ser os valores e princípios que regem a política da empresa. Daniel Matos tenciona perpetuar os negócios da Borralho & Matos, ampliando a sua participação no mercado com adequado retorno dos investimentos e oferecer um ambiente saudável de trabalho aos seus colaboradores, contribuindo sempre para a preservação do meio ambiente.
“A EXCELÊNCIA É O QUE NOS DIFERENCIA” O CASCI – Centro de Ação Social do Concelho de Ílhavo - é uma IPSS sedeada em Ílhavo, distrito de Aveiro, fundada em 1980, que tem como missão habilitar para a inclusão social pessoas com deficiência, idosos, crianças e públicos em risco, promovendo a concretização do seu potencial. CASCI
profissional, onde se concentra o centro de emprego protegido e a formação profissional para a população com deficiência), bem como à população em situação de desfavorecimento ou exclusão socioeconómica (RLIS – Rede Local de Intervenção Social, com o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social e cantina social). No Centro de Emprego Protegido trabalham 42 pessoas com deficiência e incapacidade distribuídas por cinco Unidades Produtivas. Nestas unidades são produzidos, para comercialização, diversos produtos e serviços, nomeadamente na área da agropecuária (flores, produtos hortícolas, ovos, animais, jardinagem, limpeza de espaços exteriores e lenha), carpintaria (móveis por medida, restauro, vedações e outros), doçaria (raivas, biscoitos e bolos diversos), olaria (peças de barro regionais e peças personalizadas) e serviços gerais (lavandaria, engomadoria, costura e limpeza de espaços interiores). Há ainda a salientar o REACT – (Recursos Especializados de Apoio à Comunidade Transversal) que presta serviço nas áreas de avaliação diagnóstica, terapia da fala, psicologia, fisioterapia, psicomotricidade, ginástica laboral, spa ambiente snoezelen, hidromassagem, massagem e formação. Existe também uma Quinta Pedagógica Inclusiva que coloca à disposição do público um espaço agradável para eventos e festas de aniversário, integrando um leque diversificado de workshops, ateliês e outras atividades. Destaque ainda para outros serviços como a execução e restauro de arraiolos, tecelagem de outras tapeçarias e lavagem de viaturas.
Atualmente, o CASCI presta atendimento a cerca de 1300 utentes provenientes do concelho de Ílhavo e dos concelhos limítrofes de Aveiro e Vagos, possuindo ao seu serviço aproximadamente 230 colaboradores. Possui 11 respostas sociais localizadas em vários locais do concelho (Ílhavo, Colónia Agrícola e Praias da Barra e da Costa Nova), vocacionadas para o apoio à infância (três creches e três pré-escolares), à terceira idade (duas estruturas residenciais para idosos e um centro de dia), às pessoas com deficiências e incapacidades (um lar residencial, um centro de recursos para a inclusão, três centros de atividades ocupacionais, um centro de reabilitação
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“O SORRISO DO PACIENTE É O QUE NOS MOVE” Na Cliabum – Clínica Médica e Dentária, Lda., o conceito clássico de clínica é posto de parte, dando lugar a um espaço acolhedor e afável, onde cada utente é especial. Carla Lourenço, médica dentista e diretora clínica, em entrevista à revista Portugal em Destaque, fala-nos das valências desta entidade que se dedica não só à medicina dentária, mas também à podologia. CLIABUM
CARLA LOURENÇO 86 | PORTUGAL EM DESTAQUE
Com duas décadas de atividade, a Cliabum é uma referência na medicina dentária e podologia. Carla Lourenço era, há 20 anos, prestadora de serviços para a mesma e possuía outras instalações clínicas próprias. No entanto, a dada altura, teve que optar por uma das clínicas e decidiu adquirir a Cliabum. “Foram 20 anos de evolução e crescimento”, afirma. Ao longo destes anos, a Dra. Carla Lourenço já acompanhou com orgulho várias gerações de utentes. “Há utentes que nos acompanham desde o início. Tratamos famílias inteiras, desde avós, filhos e netos”. Nesta clínica são prestados todos os serviços relacionados com a medicina dentária, nomeadamente: próteses fixas e removíveis, reabilitação oral, implantes, ortodontia, desde tratamentos mais simples aos mais complexos e com a podologia. A Dra. Sónia Costa é a médica responsável pela segunda especialidade. A equipa de medicina dentária da Cliabum é composta por médicos dentistas que estão em constante formação, integrando até vários docentes universitários. Para além da Dra. Carla Lourenço, médica
generalista com formação em ortodontia e implantologia, fazem também parte da equipa a Dra. Vânia Barros, o Dr. Mário Moreira, a Dra. Mafalda Esteves, todos profissionais e com formação específica atualizada nas várias áreas da medicina dentária e o Dr. Octávio Ribeiro, médico dentista que colabora pontualmente com a Cliabum em casos de reabilitação oral/ implantologia mais complexos. De salientar também as excelentes assistentes Céu Tavares e Natália Figueiredo que complementam a equipa. A importância da formação constante A diretora clínica da Cliabum, Dra. Carla Lourenço, confessa que em 20 anos de atividades foram muitas as mudanças ocorridas quer nas técnicas, quer na exigência do paciente, na exigência do próprio médico dentista e no conceito de clínica médica. A médica dá exemplo: “Antigamente cultivava-se o tirar do dente, agora é o recuperar. Por outro lado, o setor está banalizado, os preços estão demasiado esmagados, o atendimento descredibilizado. O conforto e a qualidade de serviço pagam-se e, infelizmente, o setor tem-se esquecido disso”, esclareceu. No entanto, para a médica dentista, tudo vale a pena
quando se assiste ao sorriso de agradecimento do utente: “Ver o sorriso de agradecimento é maravilhoso”. Saúde e autoestima Uma atitude preventiva é a chave de uma correta saúde oral. Para a Dra. Carla Lourenço, os pacientes já começam a ter consciência da importância da prevenção, recorrendo aos serviços e apoios dentários de seis em seis meses, tal como o recomendado. Na Cliabum, a saúde e a autoestima andam sempre de mãos dadas quando o que está em causa é o bem-estar do ser humano. “Conseguir dar um sorriso bonito a um ser humano faz muita diferença na vida das pessoas. Tentamos sempre juntar a parte estética com a funcional”, explana a médica dentista. Atendimento personalizado e instalações renovadas Cada paciente é especial na Cliabum. A diretora clínica fomenta desde sempre um atendimento personalizado em ambiente multidisciplinar integrado: “Todos são especiais e nós dedicamo-nos inteiramente a cada paciente. Cada caso é único e atendido com tempo e dedicação. A pessoa
está sempre em primeiro lugar”, garantiu-nos a Dra. Carla Lourenço. As instalações renovadas da Cliabum são parte integrante do sucesso desta clínica, cujo projeto foi executado com profissionalismo pela “Fullsolution”. Trata-se de um espaço com muita luz, com um visual que apela à tranquilidade: “A clínica foi toda renovada recentemente porque houve necessidade de reestruturar todo o espaço. Procuramos dar as melhores condições aos utentes, quer ao nível do espaço, quer dos equipamentos, quer no atendimento. Seguimos o conceito de diferenciação em tudo. A nossa sala de espera transparece isso. Até no cheiro, aqui não cheira a dentista e não temos as típicas revistas cor-de-rosa, apenas revistas de informação e decoração”. Esta tranquilidade do espaço transparece também nas relações interpessoais entre a equipa e os utentes: “Aqui existe um ambiente familiar, divertido, as pessoas riem connosco, as pessoas entram com medo e saem felizes”, garante. A médica dentista Carla Lourenço termina partilhando com os nossos leitores um desejo para o futuro: ampliar as instalações da Cliabum.
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VALE DE CAMBRA E ESPINHO Aveiro capta a essência de um destino que esperaríamos ver num livro de viagens, com os seus moliceiros semelhantes a gôndolas, lagoas naturais, uma elegante arquitetura do século XIX e passagens calcetadas – é um local especial onde o antigo se conjuga com o moderno. Situado na sub-região do Baixo Vouga, entre o oceano Atlântico e as zonas montanhosas dos distritos contíguos, Aveiro exibe uma paisagem muito variada, caracterizada por uma longa costa arenosa, um bonito estuário e diversos parques e jardins. Conhecida como a “Veneza portuguesa”, Aveiro é atravessada por um canal e é tida como um dos destinos mais encantadores do país, graças aos seus coloridos moliceiros, aos edifícios em tons pastel de estilo Arte Nova e à sua tranquila atmosfera urbana. Mais a norte, visite Espinho. Com oito quilómetros de praias, clima ameno e areais extensos, Espinho é uma cidade moderna e estância turística de alto nível que acolhe milhares de visitantes nacionais e estrangeiros ao longo do ano. Mas Espinho tem muito mais a oferecer. Com uma gastronomia rica, atrativos naturais e culturais e fácil acessibilidade, perca-se por esta cidade e descubra recantos únicos que não mais esquecerá. No interior do distrito, não poderíamos deixar de visitar Vale de Cambra. Inicialmente vocacionado para atividades industriais relacionadas com o aproveitamento dos seus recursos naturais, nomeadamente indústrias alimentares (conservas de carne e os lacticínios) e indústria da madeira, conheceu, a partir da década de 60, um grande dinamismo industrial, especialmente devido ao peso crescente da indústria metalomecânica. Nos últimos anos, Vale de Cambra tem também evidenciado um crescimento notável ao nível do turismo rural, aproveitando o que de melhor a natureza dá. Nas próximas páginas poderá encontrar uma série de sugestões para que aproveite esta região ao máximo.
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“É RARO O CLIENTE QUE CÁ VEM E NÃO VOLTA” Grelhados em Vale de Cambra é na Adega Soares. O restaurante, com larga experiência na gastronomia portuguesa, é reconhecido pelo atendimento cuidado e pela ótima relação qualidade/preço. José Santos, gerente, fala das especialidades da Adega Soares, onde o frango de churrasco é rei. ADEGA SOARES namento, a Adega Soares é composta por três espaços: duas salas interiores, com lotação para 150 pessoas, no seu conjunto, e uma esplanada, ideal para os dias mais quentes, com capacidade para 50 clientes. Ao sábado à noite, é normal encontrar a Adega Soares com vários grupos, entre convívios e aniversários e, ao domingo, o forte são as refeições familiares. José Santos aproveita para agradecer a confiança que os seus clientes depositam em si e na sua equipa, prometendo continuar com o melhor serviço, simpatia e qualidade das matérias-primas.
JOSÉ SANTOS A Adega Soares nasceu com os tios do atual proprietário, Manuel Santos e Fernando Soares, mas foi com António Santos, pai de José Santos, que o negócio cresceu e foi ganhando nome. Em 1991, José Santos assumiu a gerência e manteve este conceito de família na Adega Soares, que é aplicado quer na equipa de colaboradores, cerca de 12 – aumentando nas ocasiões de maior afluxo de clientes –, quer no atendimento diário aos muitos que procuram este restaurante tanto para refeições diárias, como para ocasiões mais especiais. “Temos já clientes de várias gerações. Os pais vinham cá com os filhos e agora são já os filhos que vêm com os netos. Há um sentido de família muito forte com os nossos clientes”, refere com orgulho José Santos. Depois dos tios de José Santos, foram os pais deste que tomaram conta do negócio. É, aliás, da mãe de José Santos a famosa receita de arroz no forno, que foi pas-
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sando de geração em geração, e que atrai clientes especificamente para provar o arroz. Mas são os grelhados que ocupam lugar de destaque no cardápio da Adega Soares, bem como o frango de churrasco. José Santos destaca o entrecosto e a barriga grelhada, que “fazem delícias”. Ao fim de semana, poderemos encontrar na ementa uma série de outras iguarias como vitela assada no forno a lenha, polvo à lagareiro, bacalhau na brasa, bacalhau à liberdade (frito com batatas às rodelas e cebolada) e bacalhau à judeu, uma marca da casa: “Trata-se de uma posta grande de bacalhau da Islândia, que é demolhado durante onze dias dentro de uma câmara a 0 grau e congelado. Tudo é feito por nós. Depois vai congelado para a brasa e demora uma hora a assar, muito lentamente. É acompanhado por batata a murro ou batata cozida sem casca. Essa posta dá para 3 ou 4 pessoas”, explica o proprietário. Beneficiando de um parque de estacio-
SINTA-SE EM CASA! CASA DA NININHA Localizada em Vale de Cambra, a Casa da Nininha é um espaço de turismo rural que encanta pela comunhão com a natureza, em apartamentos rústicos, com paredes de pedra e vista para o jardim, que aliam a tradição com a modernidade. Laura Costa, proprietária, faz-nos uma visita guiada pelo espaço que outrora foi a sua casa de família e que agora recebe hóspedes de todo o mundo.
nais coabitam com uma decoração elegante e materiais sofisticados que fazem transparecer conforto e elegância em cada canto dos espaços. A maioria dos apartamentos possui uma área de estar com sofás e todos incluem uma casa de banho privativa, televisão de ecrã plano, uma kitchenette equipada e acesso ao jardim. O apartamento duplex dispõe de uma banheira de hidromassagem e varanda. O acesso Wi-Fi é gratuito. LAURA COSTA “Aqui era a casa dos meus avós maternos. Foi uma casa onde praticamente cresci porque quando era miúda os meus pais viviam com os meus avós e, portanto, esta casa diz-me muito”, explica-nos Laura Costa enquanto nos mostra a Casa da Nininha, nome pelo qual tratava a sua avó. A ideia de reabilitar a casa com a finalidade de criar um turismo rural e preservar as memórias da família surgiu do filho de Laura, André, e a aposta não poderia ter sido mais certeira. O espaço divide-se em três áreas principais: uma área social, que corresponde aos antigos currais dos animais, na qual os hóspedes podem usufruir de uma cozinha totalmente equipada e de uma área de estar comum; a casa mãe, que foi dividida em seis apartamentos; e, entre estas duas áreas, um bonito jardim, que convida ao descanso. Os seis apartamentos, dois T0 e quatro T1, sendo um deles duplex, estão diferenciados por cores – azul claro, rosa, amarelo, azulão, bordô e verde – e neles podemos encontrar peças de mobiliário que pertenceram à casa original da família de Laura Costa, como roupeiros, bancos, mesinhas de cabeceira ou mesmo o forno, no qual a avó Nininha cozia o pão. Estas peças tradicio-
Atendimento personalizado Embora na Casa da Nininha não sejam servidos pequenos-almoços, os hóspedes poderão encontrar no frigorifico todos os produtos essenciais à refeição. O pão caseiro é, todas as manhãs, pendurado à porta de cada apartamento, em sacos de pano, conforme se fazia anteriormente na aldeia. Em ocasiões especiais, como no dia dos namorados ou por marcação, poderão também ser servidas refeições no apartamento, que serão entregues em cestos, à porta. Os clientes que procuram a Casa da Nininha são maioritariamente portugueses, atraídos, na sua maioria, pelos famosos Passadiços do Paiva. No entanto, Laura Costa tem notado um aumento dos hóspedes estrangeiros, tanto casais, como famílias ou grupos, de países como Espanha, Itália, Holanda, Alemanha, República Checa e Israel. Questionada sobre projetos futuros, Laura Costa afirma que o passo seguinte será a construção de uma piscina e uma zona de lazer. A anfitriã termina convidando todas as pessoas a usufruir de uma região rica em gastronomia e paisagens naturais, ficando alojadas na Casa da Nininha, com todo o conforto, atenção e requinte que a caracterizam.
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“TEMOS UMA EQUIPA MUITO EFICIENTE, QUE TRABALHA PARA O BEM-ESTAR DO UTENTE” Criado com o intuito de dar uma resposta social no território onde está inserido, no distrito de Aveiro, o Centro Social de São Pedro de Castelões dá apoio à população de todas as faixas etárias, com a prestação de serviços que vai desde a creche até a um centro de dia. Em entrevista à Portugal em Destaque, são abordados os desafios e objetivos da instituição, que mantém sempre os olhos postos no bem-estar dos utentes. CENTRO SOCIAL DE SÃO PEDRO DE CASTELÕES
O bem-estar do utente é a permissa base do Centro Social de São Pedro de Castelões e é a partir daqui que são estruturadas e desenvolvidas todas as suas restantes ações, sejam diárias ou de médio ou longo prazo. Para assegurar a qualidade do serviço, a formação é encarada como um fator determinante: “A direção define as linhas mestras do que se deve fazer, mas os técnicos têm a autonomia de perceber e identificar necessidades”, elucida Deolinda Pinho, diretora técnica. Principais serviços e respostas oferecidas Surgido da necessidade da paróquia dar uma resposta social às necessidades identificadas na freguesia, iniciativa do Padre Joaquim Valente Martingo presidente da direção desde a fundação até à atualidade, o Centro Social viu a sua construção iniciada em 1995: “Tudo começou com um estudo, em 1991, para esta construção. O início das obras foi em 1995, fruto do primeiro 92 | PORTUGAL EM DESTAQUE
PADRE JOAQUIM VALENTE MARTINGO acordo com a Segurança Social, tendo sido concluídas em 1998. No processo, entramos num projeto inovador a nível nacional, da luta contra a pobreza, que, de certo modo, rotinou muitas das instituições do concelho”, afirma Rui Leite, vice-presidente do centro, com Deolinda Pinho a acrescentar que “o projeto de luta contra a pobreza incidia sobre três áreas principais: apoio a famílias carenciadas, apoio à construção do centro, que teve uma parte financiada pelo projeto, e a recuperação habitacional. O inovador disto foi que houve uma continuidade”. Atualmente, o Centro Social de São Pedro de Castelões tem serviços que abrangem todas as faixas etárias, cobrindo grande parte das necessidades da população. “Apoiamos todas as faixas etárias e isso foi algo a que nos propusemos desde o início. No ano de 2000 fizemos a creche. Temos um centro de dia e daí evidenciou-se a necesidade de um lar. Neste momento, é o que nos falta. Fizemos a recuperação de alguns espaços, dando mais condições ao centro de dia, mas ao fazer essa manutenção fomos também fazendo e preparando o projeto para o lar. É uma necessidade, muito também porque o nosso concelho, junto com Arouca, é dos que mais envelhece no distrito de Aveiro. Ao criar o lar provavelmente ficaríamos numa situação de maior sustentabilidade para a instituição”, explica Rui Leite. Com um leque de ofertas variado, Deolinda Pinho esclarece quais as principais valências do centro: “O nosso centro acaba por englobar creche, prolongamento ao jardim de infância e ATL. Para além destas temos o Centro Comunitário que é uma resposta que engloba vários serviços, como seja o apoio a famílias carenciadas os ateliers juvenis para apoio ao estudo e para ocupação de crianças e jovens apenas nas férias. O Centro Comunitário tem ainda ateliers para pessoas adultas não integradas no mercado de trabalho por problemas de saúde, e sociais. Neste momento, “o Centro Social deve ter metade dos utentes crianças, e outra metade são idosos”.
A importância da formação dos técnicos Numa área onde o contacto com as pessoas é uma constante, é importante que os técnicos ao serviço sejam capazes de oferecer respostas de qualidade aos desafios que vão surgindo no dia-a-dia. Para que tal aconteça, os responsáveis do Centro Social consideram fundamental a formação dos seus colaboradores: “Temos uma equipa muito eficiente, que trabalha para o bem-estar do utente. Um conceito que está patente na instituição é o de que não conseguimos trabalhar bem sem formação e, portanto, há um cuidado muito grande na seleção das pessoas e nos cuidados prestados, sendo também pedido junto dos técnicos que sejam identificadas formações que considerem importantes. Sempre que é preciso intervir em alguma situação é muito importante a qualidade do serviço prestado, uma vez que estamos a lidar com pessoas”, garante Rui Leite, que acrescenta que “cada solicitação de um técnico não fica sem resposta, seja sim, seja não”. A análise de todos estes aspetos, por parte da direção do centro e de todos os envolvidos, levantou a necessidade da instituição vir a ter um gestor. De acordo com Rui Leite, o gestor “tem um modelo de para onde pretendemos ir, mas também tem que ser responsável pelos apoios para
a sustentabilidade da instituição”. Paulo Paiva será o responsável por este novo cargo, assegurando que está ainda numa “fase de absorção de informação, de modo a perceber qual será o melhor enquadramento a aplicar”. Com um percurso sólido e estável, que orgulha todos os envolvidos no Centro Social de São Pedro de Castelões, o caminho passa agora pela construção do lar. “O objetivo futuro fundamental é o lar. Desta forma, conseguimos assegurar uma resposta integral do ciclo da vida, indo desde a infância, até à velhice. No entanto, sabemos que temos também que estar abertos à inovação e ao facto de que as necessidades vão mudando com o tempo”, remata Rui Leite.
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SEMPRE DISPONÍVEIS PARA AJUDAR Na freguesia de Arões, em Vale de Cambra, existe um Centro Social e Paroquial que auxilia a população sénior com uma dedicação notável, envolvendo-os num ambiente familiar. CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE ARÕES
Como foi fundada esta instituição? Foi em 1987, no mês de dezembro, por um grupo de pessoas dentro do âmbito paroquial. Foi nessa altura que também começou a funcionar o Apoio Domiciliário . Passado alguns anos teve um ATL, quando ainda havia muitas crianças na freguesia, que foi entretanto extinto. De facto, a missão desde o início foi sempre o apoio à terceira idade. Esta instituição vai ser cada vez mais necessária, uma vez que a população idosa está a aumentar. Qual é a missão desta instituição? Exclusivamente servir, ajudar. Tendo, também, em consideração que é uma entidade religiosa e olhando para aquilo que é o ideal de vida que seguimos – o de Jesus Cristo – é servir, dando o máximo possível de dignidade e qualidade de vida. Como estamos num meio rural e pouco modernizado, sentimos uma grande dificuldade: as pessoas têm vergonha em pedir assistência ao Centro Social. Muitos vêm de famílias numerosas, cujos filhos tiveram de migrar, uma vez que o principal meio de subsistência aqui era a agricultura, setor que de hoje em dia não é rentável. Nós afirmamos às pessoas sempre que temos oportunidade que não tenham vergonha, para virem ter connosco, mas ainda existe um estigma. É muito complicado. É necessário uma consciencialização da comunidade para a necessidade e importância desta instituição no seio de uma freguesia tão isolada e envelhecida. É urgente um esforço conjunto entre comunidade, poder local, instituição na sinalização de ca94 | PORTUGAL EM DESTAQUE
sos desconhecidos de pobreza encoberta e até isolamento, solidão para que possamos atuar com exatidão e de uma forma positiva. Há aqui uma outra particularidade: os hábitos alimentares da população da freguesia nem sempre corresponde à alimentação que lhes é servida aqui, as regras que nos são impostas passam por ementas de acordo com as orientações de uma nutricionista tendo em conta uma alimentação mais saudável e equilibrada, o que passa muito pelo peixe. Ora eles preferem muito mais a carne e temperos fortes, foram assim habituados e ao deparar-se com uma alimentação equilibrada e variada com introdução de ingredientes que, em alguns casos, nunca comeram, acabam por estranhar. Não é fácil, e nestas situações o apoio familiar é importante para que em conjunto consigamos atingir o mesmo objetivo – o dar bem estar e qualidade de vida aos nossos utentes. Nota-se muito entre os utentes que vêm porque são encaminhados pelas famílias e não por vontade própria que se sentem reticentes em virem. Estão muito desconfiados, porém passado algum tempo adaptam-se, já não conseguem viver de outra maneira. A maior parte deles acabam por se integrar. É normal haver algum desagrado quando retiramos a pessoa da sua área de conforto, o certo é que acabam por se integrar. Diariamente são pequenos sucessos que vamos alcançando, mantendo-os ativos e ainda com a possibilidade de estarem no seu domicílio outros idosos, em alguns casos com idades bem avançadas, dando-lhes qualidade de
vida e ainda proporcionar-lhes a possibilidade de terem retaguarda diurna através do centro de dia, o acompanhamaneto, um gesto de carinho, uma palavra alegre é essêncial para chegarmos ao final do dia quase sempre cansados mas com a noção do dever do “bem cumprido”. Sentem que fazem a diferença no utente? Sem dúvida, em todos os sentidos. Até na própria vida das pessoas, nas suas dificuldades, procuramos ajudar em tudo, estamos atentos. Diferença no dia a dia, na alteração de hábitos, na sensibilização dos cuidados a ter com a sua higiene pessoal, com a sua medicação que, sem dúvida, é um fator preocupante na vida dos nossos idosos. O acompanhamento nas ativiades sociais, o acompanhamento a consultas, tratamentos e até mesmo urgências hospitalares em que por vezes os idosos não têm ninguém disponíveis e tivemos já casos em que as colaboradoras ficaram até bem tarde. Isto só demonstra que o nosso trabalho não é só esperar pelas contrapartidas financeiras, mas sim o respeito pela dignidade humana, o carinho, a tenção com os nossos idosos. Quais as valências deste Centro Social? Temos Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Gabinete de Apoio à Família e Comunidade. Neste momento, em Apoio Domiciliário temos acordo de cooperação com a Segurança Social para 55 utentes de capacidade e comparticipação para 51. Esta resposta social é o pilar até ao presente da nossa instituição e através delas vemos as necessidades cada vez mais exigentes das famílias e dos idosos. Embora até há pouco tempo apenas tinhamos o SAD, os nossos utentes não estavam enclausurados em casa, procurávamos dentro das nossas limitações que saíssem. E, aos poucos, notamos que seria necessário um Centro de Dia para ajudar aqueles que necessitavam de retaguarda diurna, com ou sem limitações. Com as novas instalações este sonho concretizou-se e em dezembro de 2016 assinamos Acordo de Cooperação com a Seguranaça Social para Centro de Dia com capacidade para 10 utentes, onde atualmente temos oito. Há a possibilidade de aceitarmos ainda mais pessoas, temos instalações, capacidade e colaboradores para isso, aguardamos que a Segurança Social reconheça isso mesmo. O Gabinete de Apoio à Família e Comunidade colabora com as famílias mais vulneráveis da nossa comunidade, é uma área com a vertente biopsico-social. Há a tendência, por parte da Segurança Social, para anular estes apoios, mas espero que não cheguemos a isso. Graças a Deus
que temos uma freguesia muito solidária. Tudo se vai resolver, havendo este espírito de entreajuda tudo se resolve. Como surgiram estas novas instalações? Surgiram ao longo dos vários anos de existência desta instituição. Os vários párocos e membros da direção que foram passando sempre tiveram o cuidado de guardar algum fundo, tendo em perspetiva novas instalações. As antigas não eram de caráter definitivo, nem serviam as necessidades de uma IPSS como esta. Foram pequenos passos que se foram dando para chegar aqui hoje. Tornou-se possível há três anos atrás. Acima de tudo, é fruto de um trabalho que vem desde o início e graças a um esforço conjunto. As novas instalações foram inauguradas a 16/04/2016 e entraram em funcionamento a 7/11/2016.Após periodo de adaptação ao novo, em janeiro recebemos os primeiros utentes em centro de dia e aqui eles são mimados. Dentro do centro de dia recebem serviços que suprimem as suas necessidades básicas tais como refeições, que vão desde o pequeno almoço, almoço e lanche levando também jantar; higiene pessoal, lavandaria, assim como higiene habitacional,acompanhamento a consultas,aquisição de medicação, e outros serviços complementares.
Para além de serem um apoio à população idosa, também providenciam apoio àqueles que empregam. Somos a maior entidade empregadora da freguesia e perspetivamos continuar a ser no futuro. São 15 colaboradores. Aliás, o primeiro critério para empregarmos alguém é ser residente da freguesia. Até hoje não tivemos dificuldade em encontrar colaboradores. E devo dizer que temos aqui pessoas de muitíssima qualidade! Têm desejo de fazer coisas novas e melhores todos os dias, com muita disponibilidade. Que atividades realizam no dia a dia para manter ocupados os seus utentes? Dedicam-se bastante a trabalhos manuais utilizando sobretudo materiais recicláveis e ainda material que herdamos do nosso ATL e mantivemos preservado, sempre com o desejo de mais tarde usar. As colaboradoras em centro de dia tendo sido incansáveis com eles, estimulando-os a vários nivieis. Não é raro ouvi-los cantar cantigas do seu tempo e contar histórias da sua juventude, são verdadeiros tesouros. Adoram dar caminhadas, ir até à igreja e sobretudo não gostam de estar parados. A próxima iniciativa de todos será a construção de uma horta onde terá a mão de cada um, porque só assim fará sentido. Nós ficamos admirados com as capacida-
des deles. Nas tardes de segunda-feira temos atividades também disponíveis para os outros seniores da freguesia, onde todos acabam por participar, como aulas de ginástica, músicsa e outras atividades. Tentamos envolver a família do utente sempre que é possível. Nem todos estão disponíveis, seja por motivos de trabalho, ou por uma questão de distância. Eles ficam muito felizes quando a família se envolve, os vêm visitar ou os acompanha às consultas médicas. Quais os projetos que têm para o futuro? Neste momento, é o lar. Vamos alcançar esse objetivo em curto prazo, prevemos que no espaço de dois anos. Estamos a procurar ter 40 camas, tanto para satisfazer a necessidade da população, como para tornar a entidade sustentável. Neste caso, estaríamos disponíveis para receber pessoas de fora da freguesia, dando sempre prioridade aos nossos fregueses, claro. Nunca tencionamos substituir a família de sangue, mas queremos que seja uma casa onde as pessoas sintam que têm aqui uma segunda família, que se preocupa com eles dessa forma. Temos um grande atrativo que é o estilo de vida rural daqui: sossego, a natureza, fora do barulho da cidade, um ambiente muito saudável. Somos privilegiados por toda esta envolvência, aqui podem descansar à vontade.
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A MESCLA PERFEITA ENTRE LAZER E TRADIÇÃO
IGREJA MATRIZ DE JUNQUEIRA
No concelho de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, encontra-se uma das mais emblemáticas e pitorescas freguesias da região. A freguesia de Junqueira, presidida por Henrique Pereira é uma mescla de área rural, monumentos religiosos, turísticos e gastronomia de excelência. FREGUESIA DE JUNQUEIRA - VALE DE CAMBRA
HENRIQUE PEREIRA Com uma área geográfica de 17,17 quilómetros quadrados de área e 1067 habitantes, possui diversos elementos de interesse que não pode deixar de visitar. A Igreja Matriz de Junqueira, que recentemente recebeu obras de restauro e recuperação, é um monumento emblemático de cariz religioso. Com um escadório ladeado de referências históricas, nomeadamente aos militares, esculturas e figuras religiosas é sem dúvida um marco na região. O interior da igreja, em talha dourada, é uma peça única, de beleza intemporal. Na vertente de turismo e lazer, a Praia Fluvial de Pontemieiro, espaço de lazer no rio Amarela é o ex-líbris da região, principalmente nos dias quentes de verão. Esta magnifica praia fluvial, localizada entre Pontemieiro e Arões, é aprazível para dar uns mergulhos no rio Amarela, ou rio Arões como também é conhecido, devido a uma pequena barragem fechada, dando lugar a uma zona de banhos para os veraneantes. Inclusive, a Junta de Freguesia da Junqueira tem a decorrer um processo de atualização e restruturação deste espaço, criando uma zona de bar, com explanada, de forma a garantir um acrescento de qualidade nesta experiência. O ponto alto do ano é a feira do gado, localizada no parque do Arestal. Um evento único, que atrai milhares de pessoas de todo o país, e que conta com concursos de raça arouquesa e muita animação. Um certame marcante, organizado por diversas cooperativas, que celebra a raça arouquesa e promove a magnifica qualidade desta carne. Deixe-se seduzir por um paraíso único do nosso país, e venha conhecer a Freguesia da Junqueira. O orgulho de Vale de Cambra. 96 | PORTUGAL EM DESTAQUE
ESPAÇO DE LAZER DO RIO AMARELA E PRAIA FLUVIAL DE PONTEMIEIRO
PARQUE DO ARESTAL
ATINJA OS SEUS OBJETIVOS SEM DESCUIDAR A SAÚDE Um ginásio familiar, mais próximo dos seus sócios, com foco em atingir objetivos sem descuidar a saúde. É desta forma que se define o Gimn’Água- health club, em Vale de Cambra. Nas próximas linhas damos-lhe a conhecer as modalidades que pode praticar neste espaço e desvendamos alguns mitos associados à atividade física. GIMN’ÁGUA - HEALTH CLUB
ANA JULIETA SILVA Vivemos tempos em que o culto do corpo ganhou um poder tal, que por vezes são esquecidos certos cuidados que fazem toda a diferença para que os praticantes de desporto consigam atingir os seus objetivos. Seja porque se quer ter um corpo musculado ou porque se quer perder o peso em excesso, muitos são aqueles que procuram os ginásios para conseguirem a forma física desejada. Ana Julieta Silva, licenciada em educação física e proprietária deste espaço, explica que mais do que treinar todos os dias é necessário aliar a atividade física a cuidados de saúde. No Gimn’Água é feito um acompanhamento personalizado que se inicia logo após a inscrição e que faz precisamente a junção dessa fórmula. Assim que entra neste espaço é-lhe oferecida uma consul-
ta de avaliação à sua condição física, com um profissional de educação física, um nutricionista e um fisioterapeuta. Depois da consulta com anamnese e indicadores de massa corporal, o nutricionista e fisioterapeuta ficam a par da sua situação clínica e dos seus hábitos alimentares e, no final, juntos definem um treino adequado às suas necessidades, aconselhando-o ainda sobre os cuidados alimentares que deve seguir para tirar o máximo de partido do seu treino. Seguir um programa de treino sempre com o mesmo esquema de exercícios pode não ser a opção mais vantajosa, isto porque o corpo se habitua aos movimentos e deixa de evoluir ao fim de algumas semanas. Por isso, é importante que tenha um programa de treino variado, para que não atinja esse grau de estagnação e para au-
mentar a sua motivação. No Gimn’Água a oferta para um treino variado, não é problema, pois possuem um leque de modalidades bastante alargado, do qual fazem parte: a natação, hidroginástica, aquapilates, cross training, circuito, capoeira, karaté, GAP, fitball, musculação e cardio-fitness, localizada, jump, zumba, cycling, pilates, combat, yoga e jump Kids. Realizam também atividades físicas ao ar livre. Questionada sobre os benefícios e perigos dos suplementos desportivos, a entrevistada acredita que existem bons e maus suplementos. Explica que após um treino o corpo fica debilitado porque rompemos determinadas fibras musculares e que um suplemento energético com proteína ajuda o organismo a restabelecer-se rapidamente. No entanto, deve haver um aconselhamento prévio feito por profissionais do desporto e da saúde. A profissional com mais de 25 anos de experiência gere o Gimn’Água há 17 anos e confia que no seu espaço todos os associados têm um acompanhamento constante e personalizado, em prol da sua satisfação. Ana Julieta Silva termina realçando que a “nossa longevidade é prolongada se praticarmos exercício físico e mantivermos uma alimentação saudável”.
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UMA REFERÊNCIA NA MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA Mercado das Casas é uma empresa de mediação imobiliária licenciada que atua no mercado imobiliário. Sediada em Espinho, assume-se como uma mediadora séria e moderna, que pauta a sua atuação pelo dinamismo, profissionalismo e uma atitude diferenciadora. MERCADO DAS CASAS® soluções”, refere, citando uma das frases marcantes da sua filosofia e metodologia de trabalho: “Poupe o seu tempo e trabalho, use o nosso!”. A empresa privilegia a zona de Espinho, Esmoriz, Vila Nova de Gaia e Porto e apresenta todo o tipo de imóveis, como o
JOAQUIM BICA
Numa tentativa de perceber as dinâmicas empresariais que proliferam no concelho de Espinho, a Portugal em Destaque foi desta feita ao encontro de Joaquim Bica, um empresário carismático e dinâmico que tem pautado a sua atividade profissional por uma grande visão estratégica, sentido de responsabilidade e paixão. Fruto de um vasto know-how e mais de uma década de experiência, Joaquim Bica fez da empresa Mercado das Casas® uma referência. Há 15 anos, decidiu aceitar o desafio de um amigo e rumou a França para integrar um projeto na mediação imobiliária que se revelou bastante interessante e bem-sucedido. Regressado a Portugal, integrou a equipa de uma empresa de referência na mediação imobiliária, sediada no Porto, até que a sua veia empreendedora o impeliu a criar a sua própria empresa. A atitude diferenciadora, o dinamismo e a pró-actividade acabaram por ser o pilar para o crescimento de Mercado das Casas® que, em sete anos nasceu, cresceu e conquistou o mercado. “Todos os dias pensamos como vamos chegar ao nosso público-alvo, através de ferramentas de comunicação, ou através de uma abordagem mais direta”, salienta no nosso entrevistado, sublinhando que a abordagem da sua empresa é mais personalizada e próxima do cliente, o que tem permitido a criação de laços com os clientes. “O melhor reconhecimento passa pela recomendação dos nossos clientes a outros, confirmando assim o nosso bom trabalho e a nossa vontade de encontrar as melhores 98 | PORTUGAL EM DESTAQUE
nome indica Mercado das Casas® e consegue trabalhar noutros mercados, como Bragança, Chaves, ou Algarve, onde neste momento, a empresa tem um imóvel em lançamento. “Temos uma área designada Mercado de Investimentos, ou seja temos um leque de clientes que são investidores e adquirem imóveis de norte a sul do país, mas também clientes franceses que nos procuram para investir no mercado imobiliário em Portugal”, adianta Joaquim Bica, revelando que esta foi também uma oportunidade de negócio que a empresa abraçou, contrariando o cenário de recessão vivido em Portugal. Neste contexto, explica que a empresa atua em três vertentes: Mercado das Casas: a mediação imobiliária é uma atividade legalmente regulada, a qual consiste “na procura, por parte da empresa, em nome dos seus clientes, de destinatários para a realização de negócios que visem a constituição ou aquisição de direitos reais sobre bens imóveis, bem como a permuta, o trespasse ou o arrendamento dos mesmos ou a cessão de posições em contratos que tenham por objeto bens imóveis”; Mercado dos Bancos: ”um cenário de recessão origina sempre oportunidades de negócio” que destacam as retomas dos bancos; Mercado de Investimento: “garantir o futuro é investir no presente” que procura assegurar uma boa rentabilidade ao investidor. “Esta é uma área que estamos a desenvolver e que está a ter uma grande procura”, revela o nosso entrevistado. Constituída por uma equipa de profissionais com larga experiência no ramo de mediação imobiliária e especializados tanto na área residencial como na comercial e industrial, a Mercado das Casas®
vem desenvolvendo a sua atividade em todos os segmentos das áreas de venda e administração de imóveis, procurando sempre a satisfação dos clientes. Para Joaquim Bica, um bom mediador imobiliário tem que ter espírito comercial, ser sério, educado e ter uma mente aberta, a partir daí é necessária uma formação contínua e uma atualização constante dos conhecimentos. Joaquim Bica assume-se como um “alfaiate de alta-costura”, justamente porque “assumimos um atendimento personalizado e próximo do cliente, procuramos perceber o que o cliente quer e precisa e entregamos um ‘fato à medida’, sempre com o intuito de ir ao encontro das necessidades e exigências dos nossos clientes”. A qualidade é uma opção estratégica que, desde o início da atividade, tem ajudado a consolidar todos os processos e a estrutura organizacional, funcionando como catalisador para que a Mercado das Casas ® continue a evoluir. Nesta perspetiva, os últimos anos foram de um exercício assinalável, pela coerência na prossecução dos objetivos, pela consistência da gestão e pela validade
da estratégia definida para a empresa. Com estes pressupostos, a competitividade da empresa está assegurada, assumindo-se cada vez mais como uma empresa de referência no sector onde gravita, granjeando excelentes resultados. Business Network International: Joaquim Bica é membro do BNI Destaque Cidade de Espinho, que tem como propósito proporcionar um ambiente estruturado para o desenvolvimento e troca de referências de negócios de qualidade. Sob a égide ‘mudar a forma como o mundo faz negócios’, este grupo tem sido um importante ponto de encontro e partilha de ideias, contactos e estratégias, cujo modelo Joaquim Bica tem tentado replicar com o Mercado das Casas®. “O BNI é a maior organização de networking do mundo. Oferece aos membros a oportunidade de partilhar ideias, contactos e, acima de tudo, Givers Gain referências de negócio”, explica Joaquim Bica.
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CAPITAL DO VIOLINO É pelas palavras de Nuno Almeida, Presidente da União de Freguesia de Anta e Guetim, que passamos a conhecer melhor a dinâmica desta terra, repleta de tradições e costumes em sintonia com projetos ambiciosos e com um objetivo em comum: potenciar a União de Freguesia de Anta e Guetim, as suas gentes e as suas tradições, assumindo-se como a Capital do Violino. FREGUESIA DE ANTA E GUETIM
mos vários campeões nacionais desde o futebol popular à esgrima, ao futsal, halterofilismo, entre outros. Possuímos infraestruturas adequadas à prática destas modalidades, o que é ótimo para os nossos atletas. Temos também dois ranchos folclóricos, com fortes raízes culturais e outras colectividades espalhadas pelos nossos vários lugares.
NUNO ALMEIDA
Como forma introdutória, fale-nos um pouco sobre esta união de freguesia. Constituímos a maior união de freguesias do concelho de Espinho. Estamos situados entre o mar e a serra e dividímo-nos por duas áreas, uma mais urbana e outra mais rural, mas onde conseguimos conjugar o melhor destes dois mundos. Num, interligado à azáfama de Espinho, uma cidade virada para o turismo e para os serviços e outro à calma, ao sossego do campo, da natureza e à qualidade de vida. No próximo dia 27 de maio, iremos comemorar a elevação de Anta a vila, um marco muito importante na nossa história e identidade. Quais as principais festividades e associações recreativas da freguesia? Temos uma união de freguesias muito ligada às tradições religiosas e são estas que marcam o panorama das festas e festividades. São Martinho de Anta é o nosso oráculo principal, que se festeja a 11 de novembro e é essa a maior festividade da freguesia. Em julho existe também a festa em honra de São Vicente da Idanha, em Anta, e em Guetim, em honra de Nossa Senhora da Guia e Santo Estevão, em agosto. Em S. Mamede temos as festividades em honra de Nossa Senhora dos Altos Céus, uma tradição que marca muito esta zona, ligada à matança do porco, aos rojões, com várias tasquinhas alusivas a esta tradição e é uma festividade que queremos revitalizar, pois muitas pessoas deslocam-se à freguesia devido a esta tradição. Em termos de coletividades, só a nível desportivos possuímos 13 clubes de futebol. Te-
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Anta assume-se como a Capital do Violino. Fale-nos sobre este projeto. A freguesia tem uma ligação estreita à família Capela, que há mais de 92 anos está na freguesia e vários músicos internacionais procuram o seu atelier pela qualidade e excelência dos instrumentos que produz. É sem dúvida uma das mais valias desta freguesia e consideramos que é essencial promover aquilo que temos de melhor e resolvemos criar um conceito de desenvolvimento e crescimento da própria freguesia em torno do objetivo: “Capital do Violino”. Não é um mero evento ou festividade, é um plano estratégico a que nos propomos, não só a promover o violino da família Capela, mas sim toda a freguesia. Não queremos apenas que saiam daqui os melhores instrumentos, mas sim os melhores violinistas e criar as condições com esse intuito. Temos uma parceria com a Academia de Música de Espinho, que está sediada na nossa freguesia, e conseguimos articular essa sinergia. Essa promoção está a ser feita nas escolas, onde as crianças estão em contacto com os próprios instrumentos, com os próprios artistas. Queremos desmistificar a ideia que o violino é um instrumento elitista e criar as condições na freguesia para que as pessoas possam vir cá, aprender, sentirem-se bem e que nos visitem e nos reconheçam como a Capital do Violino. Temos o melhor, ainda há muito a fazer, mas agora temos que colocar em prática
este nosso conceito. Concertos, workshops, exposições e aulas são algumas das inicitivas que já estamos a desenvolver e que queremos continuar a organizar. Em termos de projetos, quais os que mais se orgulha de ter desenvolvido como líder deste executivo? Apesar de termos herdado uma situação diria caótica em termos financeiros e de não ter sido fácil erguermos a cabeça desde o ínicio, optamos por uma gestão séria e hoje posso dizer que temos o melhor exercício contabilístico que alguma vez esta união de freguesias teve. Não fizemos grandes obras, mas fomos resolvendo os problemas que afetavam a qualidade de vida das pessoas, não deixando, no entanto, de projetar algumas obras. Fizemos um grande investimento no cemité-
rio da freguesia e em Guetim estudamos a melhor forma de resolver problemas que duravam há anos, em termos de tubagens de águas, entre outros. Outra das nossas preocupações passa por manter o nosso património e trabalhamos nesse sentido, bem como no alcatroamento de ruas e pavimentos. Estamos também a trabalharar no sentido de criar um gabinete social de apoio à classe mais idosa, pois consideramos que é uma lacuna que a freguesia possui e que queremos colmatar. Quais os projetos de futuro delineados? No âmbito do projeto Capital do Violino queremos criar um parque de lazer, que se chamará Parque da Música, em que iremos desenvolver um Centro Interpretativo do Violino, e onde nascerá um auditório, e/ou onde as pessoas podem
simplesmente passear. É uma alternativa turística saíndo do conceito de praia que Espinho oferece. Para completar esse parque teríamos um anfiteatro ao ar livre onde seria possível realizar qualquer tipo de evento e que terminaria com a construção de um hotel, o Hotel Violino, da Música, o que iria permitir criar emprego e trazer mais pessoas à freguesia. Este é apenas um projeto, temos muitos mais, como a contrução de casas mortuárias e um crematório, pois consideramos que será o futuro. Ainda há muito a fazer e por isso pretendo recandidatar-me à presidência da União de Freguesia de Anta e Guetim.
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TERRA HISTÓRICA REPLETA DE POTENCIALIDADES É de forma pronta e espontânea, que Manuel Dias, presidente da Junta de Freguesia de Paramos, em entrevista à Portugal em Destaque, apresenta aquela que é uma das freguesias com mais história do concelho de Espinho. Após uma breve apresentação, este confidencia-nos os projetos delineados no sentido de potenciar a sua freguesia e confirma-nos que será candidato nas próximas autárquicas, podendo assim dar continuidade ao trabalho realizado neste primeiro mandato. FREGUESIA DE PARAMOS
MANUEL DIAS “Paramos é uma freguesia com muita história, representada em vários locais. Exemplo disso, é a estação arqueológica Castro de Ovil. Temos trabalhado no sentido de aproveitar este espaço, sendo que ainda existem algumas escavações por fazer, existindo muita matéria para podermos trabalhar no futuro. Temos também uma casa brasonada, onde consta-se que nasceu o nome da freguesia e que se encontra num lugar paradisíaco. Para além disso, também de salientar a riqueza natural da freguesia, que é a praia, a lagoa e a zona de reserva de fauna e flora ímpares no país. Temos espécies raras e únicas de aves e, portanto, tudo isto identifica Paramos como uma terra agradável e com muitas potencialidades”, começa por nos contar o autarca. Terra rica em tradições, parte da identidade local traduz-se nas várias festas e festividades que anualmente se realizam na freguesia, mantendo assim vivos os costumes inerentes às raízes de Paramos. “Umas das maiores festas que se realiza na freguesia é em honra de S. João e da Nossa Senhora da Aparecida, que é realizada na praia a 24 de junho. Temos, ainda, a festa em honra do nosso padroeiro, que é organizada pela paróquia, que é o Santo Tirso e realizamos ainda uma outra fes102 | PORTUGAL EM DESTAQUE
tividade, que é já uma referência a nível cultural, que é a Festa das Coletividades. É uma festa organizada pela autarquia que cria as condições logísticas para as 16 coletividades da freguesia estarem presentes com as suas atividades, cada uma na sua área, e em que os proveitos revertem todos a favor das próprias coletividades. É uma forma de convívio e de confraternização, em três dias excelentes, realça Manuel Dias, que inclusive fez parte da Direção da Banda União Musical Paramense, sendo Presidente durante 14 anos consecutivos. Questionado sobre qual o projeto de que mais se orgulha de ter desenvolvido neste mandato, o autarca não consegue destacar apenas um. No entanto, na sua perspetiva, o turismo deverá ser a grande aposta para o futuro da freguesia e para além das ofertas já existentes, são vários os projetos traçados nesse sentido. “Apesar de ser um projeto que se iniciou antes, foi neste mandato que a obra de requalificação da Lagoa de Paramos avançou. Foi um trabalho de continuidade e do qual me orgulho bastante. A Lagoa há alguns anos era um sítio bastante poluído, devido em grande parte à poluição industrial e estamos a trabalhar no sentido de a erradicar permanentemente. Dentro de alguns meses teremos um passadiço de 5 quilómetros, uma ponte pedonal que atravessará a lagoa, voltaremos a ter barcos e um espaço do qual todos poderão desfrutar. É apenas um projeto, para além da obra de defesa da costa, pavimentação de ruas, a construção de passeios, o apoio às nossas coletividades, entre outros”, acrescentando que é “de realçar também que em Paramos está sediado o Regimento de Engenharia Nº 3, que apesar de ser uma estrutura militar, apoia muito a população civil. São a eles que recorremos sempre que necessário devido às nossas preocupações relativas ao avanço do mar. Temos também uma pista de aviação, onde se realizam várias
atividades nesta área, como o paraquedismo, por exemplo, e inclusive um centro hípico, ajudando de certa forma a dinamizar esta zona protegida. Temos um projeto embrionário, apoiado pela Comunidade Europeia, com o objetivo de desenvolver esta zona de uma forma mais turística e que apesar de não ser fácil, é um trabalho que já está em desenvolvimento”, conclui.
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COIMBRA
Banhada pelo rio Mondego, a cidade de Coimbra é detentora de algumas das histórias mais belas de Portugal. Visitá-la faz renascer o passado deixado pelos seus povos ancestrais, monumentos e tradições. Desde a Sé velha, local onde se realiza a anual serenata dos estudantes, às ruínas de Conímbriga, passando pelo imponente Mosteiro de Santa Clara e pelos encantos naturais do Jardim Botânico, estão garantidos aos seus visitantes momentos de verdadeira interação com a história, cultura e natureza. Estavas linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome que no peito escrito tinhas. (Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas, canto III) O trágico amor de D. Pedro e D. Inês de Castro pode ser lembrado enquanto passeia pelos trilhos dos jardins da Quinta das Lágrimas e atravessa as suas ruínas. Reza a lenda que o sangue derramado por D. Inês deixou manchas nas pedras da Fonte das Lágrimas, ainda hoje visíveis. É também em Coimbra que se localiza a mais antiga Universidade do país. A sua génese remonta ao século XIII, quando D. Dinis I assinou em Leiria o documento Scientiae thesaurus mirabilis. Com ela foram nascendo também, ao longo dos anos, várias tradições académicas, que fazem da cidade o berço do academismo. Convidamos os nossos estimados leitores a viajarem, através das próximas páginas, para esta região de encantos sem igual.
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“HÁ UM SENTIMENTO DE ENTREAJUDA MUITO GRANDE NESTA FREGUESIA” A freguesia de São João do Campo localiza-se às portas da cidade de Coimbra, na parte noroeste do concelho e margem direita do rio. Integrada em pleno baixo mondego, é constituída pelos lugares de S. João do Campo e Cioga do Campo, situados na zona de monte, por contraste com a planície aluvial em redor – o campo. FREGUESIA DE S. JOÃO DO CAMPO plica o presidente. Com cerca de três mil habitantes, é uma localidade de extremos, já que predominam os jovens e os idosos. José Pimenta recorda que só houve um ano em que foi necessário juntar as turmas na escola primária, por haver poucos alunos. Desde então, as turmas contam com mais de 20 crianças, o que significa “uma boa perspetiva de crescimento da população de São João do Campo”, considera José Pimenta.
JOSÉ PIMENTA José Pimenta é presidente desta Junta de Freguesia há 12 anos, embora esteja há 15 ligado ao executivo, como secretário. O nosso entrevistado descreve-nos uma freguesia com 7.31 quilómetros quadrados de área, com o campo a marcar fortemente a paisagem. Possui uma vegetação rica e variada, despontando de solos fertilizados pelos materiais orgânicos trazidos pelas cheias do Mondego e Vala do Norte. Estes solos ricos permitiram a cultura proveitosa de cereais ao longo dos séculos - milho, feijão, trigo, centeio, arroz, vinha e oliveira – sendo que atualmente voltaram a ser muito procurados em virtude da crise que tem afetado a região: “Somos uma freguesia rural, muito devido à crise. Muitas pessoas têm voltado à agricultura, devido à falência de muitas empresas”, ex-
Feiras e Romarias São João do Campo é um território rico em festividades. Ao domingo, realiza-se a feira semanal, ponto de encontro para os habitantes de São João do Campo e das freguesias vizinhas. Em julho, nos dias 7, 8 e 9 decorre a Feira Gastronómica, que irá este ano para a sexta edição consecutiva. A ideia de realizar esta feira surgiu da necessidade de haver um financiamento para as associações locais. Assim, associações como o Sanjoanense Atlético Club, o Centro Social, e o Rancho Folclórico, tratam da parte gastronómica, e ainda os Escoteiros, Grupo os Milhafres e a Associação “Espalhafolia”, sendo que todo o dinheiro arrecadado reverte a favor dessas instituições. A Junta de Freguesia trata de toda a parte logística do evento. Há ainda lugar para as festas religiosas, com destaque para a festa em honra de S. João, no mês de junho, a festa do Santíssimo Sacramento, em data móvel nos meses de julho ou agosto a festa das colheitas em princípios de setembro e ainda
a festa de Nossa Senhora da Conceição, a 8 de dezembro. Apoio social Com vista a apoiar os fregueses mais carenciados, a Junta de Freguesia de São João do Campo criou a Comissão Social de Freguesias e instalou a Loja Solidar. Trata-se de um espaço que reúne todos os bens (alimentos, vestuário…) oferecidos pela população e que podem ser levantados por quem necessitar. No natal, são também distribuídos cabazes – no último ano foram cerca de 50 – a pessoas indicadas pela Segurança Social e pela Câmara Municipal. “Tentamos ajudar sempre que possível. Atualmente temos voluntários, que vêm ajudar a preencher o IRS. Há um sentimento de entreajuda muito grande entre os habitantes, cada um dá um pouco do seu tempo para ajudar os outros”, conclui José Pimenta.
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“O QUE NOS MOVE É O BEM-ESTAR DA POPULAÇÃO” A União de Freguesias de São Martinho de Árvore e Lamarosa, no concelho de Coimbra, foi constituída em 2013, no âmbito da reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de São Martinho de Árvore e Lamarosa e tem a sede em Lamarosa. UNIÃO DE FREGUESIAS DE SÃO MARTINHO DE ÁRVORE E LAMAROSA
orgulhosos, pelo fim do constrangimento que até então causava. Agora é um espaço digno de convívio que todos mereciam”, conclui o presidente. Damos-lhe agora a conhecer um pouco de cada zona que compõe esta União de Freguesias.
MANUEL VELOSO
Manuel Veloso, presidente desta União de Freguesias, fala-nos de duas localidades rurais cujo maior património são as pessoas. Desde sempre envolvido no associativismo da região, foi com naturalidade que encarou o cargo de Presidente de Junta, com vista a dar o seu contributo para o desenvolvimento da localidade. Bem servida em termos de infraestruturas de apoio à população, conta com polidesportivos, campo de futebol de onze, gimnodesportivo, jardins de infância, ATL, entre outros. É possível usufruir de aulas de ginástica sénior em escolas primárias que foram desativadas e que, segundo o presidente, “são um sucesso”. Estas aulas acontecem todas as terças e quintas-feiras, das 16h às 17h e das 17h às 18h. Os mandatos de Manuel Veloso ficaram também marcados pela ampliação do cemitério e pela construção da Casa Mortuária. Ao mesmo tempo, foram feitos arranjos paisagísticos nos diversos lugares e construídos jardins e espaços de merendas ao ar livre. O destaque vai ainda para um imóvel que estava, desde há décadas, a estrangular uma das principais vias da aldeia e que foi adquirido e demolido pela Câmara Municipal durante este último mandato de Manuel Veloso: “Conseguimos libertar a rua e fazer um jardim e um espaço de convívio, mantendo os muros originais da casa, que foram limpos. É uma obra que nos deixa
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Lamarosa Lamarosa pertenceu ao concelho de Tentúgal, extinto em 1853. Merece um registo especial a Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Podemos também encontrar as capelas de Santo António, no lugar de Vera Cruz, Nossa Senhora de Fátima, em Vila Verde e a do Mártir S. Sebastião, em Andorinha. Há ainda duas ermidas: um nas imediações de Casais de Figueiras (em honra de Nossa Senhora do Bom Despacho, venerada pelas gentes locais no dia da Ascensão) e, também, a Ermida Azul, em Lamarosa, implantada em quinta particular a que deu o nome. Um dos orgulhos da freguesia são os seus mestres canteiros, de Casais de Vera Cruz e Andorinha. Das suas mãos fortes e hábeis continuam a sair obras de arte que se espalham pelo país e pelo estrangeiro. São Martinho de Árvore Situada num monte, dista cerca de 14 quilómetros da sede do concelho. Fazem parte da freguesia os lugares de S. Martinho de Árvore, Fonte de S. Pedro e Sandelgas. Em tempos passados, São Martinho de Árvore foi uma abadia da apresentação do Mosteiro de Lorvão e pertenceu ao Concelho de Tentúgal. Em termos patrimoniais, apesar de não muito rica, a freguesia apresenta alguns pontos de interesse, com destaque para o imponente Convento de Sandelgas. A igreja paroquial é outra “pérola” do património, cujas origens remontam a inícios do século XVI. Referência ainda à Capela de S. Sebastião, remontante ao século XVI (guardando no seu interior duas imagens daquela altura, de Santo Antão e Santa Luzia), ou à Capela de Santo António, em Sandelgas, que terá tido origem no século XVII e onde está patente uma imagem de Santo António.
WELL-BEING AT THE BEST PRICE
GRANDE PROXIMIDADE COM AS PESSOAS São Silvestre é uma freguesia do concelho de Coimbra, com cerca d¬e 3.100 habitantes. Na frente dos caminhos da freguesia, como presidente da junta desde 2013, está José Salgado, que contou, em entrevista à Portugal em Destaque, o que a freguesia de São Silvestre tem para oferecer. JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO SILVESTRE conheciam aqui, e que me incentivaram”. A relação com a população é de grande proximidade, “as pessoas sempre me convidam para tomar café, para jantar lá em casa e eu vou”.
JOSÉ SALGADO Estando ainda no seu primeiro mandato, enquanto presidente da Junta de freguesia, José Salgado tem longos anos de experiencia a liderar e um grande conhecimento da freguesia. Já tinha feito parte do executivo em 1990, sendo o número dois da lista. Além disso esteve envolvido em várias associações locais, foi presidente da Associação de Zouparria, presidente da Associação de Caça e Pesca e, também, presidente da Assembleia do clube de futebol de São Silvestre. Estando sempre envolvido em várias atividades e sendo grande conhecedor da freguesia, notou ao longo dos anos que poderia ser uma mais-valia para a freguesia. “Estive na junta em 1990, vinte anos depois, recebi o convite do Secretário Coordenador do Partido Socialista e anterior presidente da Junta de Freguesia José António Cortesão”, afirma José Salgado em entrevista. A principal motivação para se candidatar à junta de freguesia, uma forte vontade de fazer mais pela freguesia. Além disso, o apoio popular foi crucial para a tomada de decisão. “Houve muitas pessoas que me
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Projetos pelo desenvolvimento Ao longo dos quase quatro anos de mandato, foram efetuados vários projetos de forma a desenvolver a freguesia e melhorar os espaços para a população. O edifício da junta de freguesia foi requalificado, pintado e renovado, “ao nível do rés do rés-do-chão espaço destinado ao posto médico e no 1º andar destinado à Junta de Freguesia. Foi também requalificado o campo de jogos, execução de instalações sanitárias e criado um jardim , um parque infantil e geriátrico num espaço aberto existente, assim como o largo de Santiago de Quimbres, “era uma obra que já andava para ser feita há longos anos e que foi agora feita”, afirma o presidente. Foram feitas várias intervenções em Castanheira e Zouparria, e em S. Silvestre foram executadas obras de pavimentação de arruamentos, execução de valetas, passeios e jardins”. Além disso foi completada a rede de saneamento, “falta apenas um arruamento, que se encontra com projeto de execução aprovado pela Câmara Municipal de Coimbra” pavimentação e rede de águas e esgotos. Mas tenho feito pressão, e para o ano poderá estar concluída”. Uma freguesia festiva O associativismo é uma mais-valia para a freguesia, existindo várias associações em funcionamento que contam com o apoio da junta de freguesia. Organizadas pela junta ou pelas diversas associações,
ao longo do ano, realizam-se diversas festividades na freguesia, sendo do foro religioso ou não. Destaca-se a festa da páscoa no lugar de Silvestre e a Pascoela nos lugares de Quimbres, Castanheira e Zouparria”. Em maio é organizada a festa Ascensão, junto ao Palácio de São Marcos, festa organizada pela Junta de Freguesia. Nos meses de junho e julho são organizados festivais de folclore nos lugares de Quimbres, Castanheira e Zouparria e em S. Silvestre. Em setembro é organizada a Semana Cultural, “fazem um passeio de motas, a nível da freguesia, com almoço convívio para todos os cidadãos na mata do Camalhão”. O Kamalhão Rock Fest é também organizado em São Silvestre, recebendo anualmente várias pessoas de fora do concelho. “A grande maioria das pessoas que vêm ao festival são de fora, do Porto, Lisboa e até alguns estrangeiros”, afirma em entrevista. Para o Futuro Questionado sobre o que ainda falta fazer, José Salgado não tem dúvidas: “ainda falta fazer muita coisa, e por isso vale a pena destacar as acções mais relevantes que se prendem nomeadamente com a ampliação do edifício da Junta de Freguesia, por forma a criar mais espaço e melhores condições funcionais para o posto médico, quer para a junta de freguesia. Apoiar o futebol Clube de S. Silvestre e diligenciar no sentido de melhorar as condições das instalações desportivas, nomeadamente colocação de um piso sintético. A procura de melhores soluções para as questões ambientais, sociais e da educação, serão preocupações constantes para o futuro.
A UNIÃO FAZ A FORÇA A União de Freguesias de Coimbra foi constituída em 2013, no âmbito da reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Sé Nova (onde tem sede), Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu. Hélder Rodrigues de Abreu é o presidente desta União de Freguesias e faz-nos o balanço de mais três décadas ao serviço de Coimbra. UNIÃO DE FREGUESIAS DE COIMBRA
PRESIDENTE HÉLDER ABREU (AO CENTRO) E EXECUTIVO 110 | PORTUGAL EM DESTAQUE
“Nestes anos de mandato fiz grandes amigos e fizeram-se coisas que nunca antes se tinham feito, que já estavam na minha ideia deste os tempos de estudante. Uma vez presidente de Junta, tive oportunidade de as realizar”, começa por dizer Hélder Rodrigues de Abreu. O presidente destaca os trabalhos inovadores que foram acontecendo desde que ocupou o cargo, há 37 anos: “fomos pioneiros em construir, em Coimbra, passadeiras de pedra, em calcário branco e granito preto; fomos pioneiros em colocar corrimãos nas escadas, como foi o caso do Largo da Feira dos Estudantes, o que melhorou o acesso das populações à zona Alta da cidade; colocámos placas toponímicas nas ruas da freguesia, obedecendo a todas a regras. Tudo isto foi replicado mais tarde pelos outros presidentes de Junta”, refere. Os objetivos, diz-nos, foram sempre o de sair da ideia de “marasmo” pelo qual era
conhecido o presidente de Junta e o de tentar preencher os espaços em que a Câmara Municipal não consegue chegar. Como tal, o trabalho ao nível social, cultural e desportivo revelou-se de extrema importância. Hélder Rodrigues de Abreu salienta o esforço feito pela União de Freguesias no apoio às diversas instituições da freguesia, através da oferta de taças e troféus, da utilização gratuita de instalações, da oferta de cabazes de Natal a famílias carenciadas, de passeios de idosos, colónias de férias e excursões pedagógicas, da organização das festas dos Santos Populares no Largo do Romal e de sessões de ginástica para idosos. “Procuramos dar apoio a todas as classes etárias. É um trabalho que faço de alma e coração, em prol dos naturais e dos residentes desta União de Freguesias. O meu pai sempre me disse para não me meter nem em futebol, nem na política. O que é certo é que, com os acontecimentos do 25 de abril, não fazia sentido que andassem indivíduos a defender os meus bens e a dar o corpo ao manifesto e eu estivesse na esplanada de um café. Por isso tive que entrar, por consciência, e cá estou, há 37 anos”, afirma com orgulho. Hélder Rodrigues de Abreu finaliza esta entrevista desejando as maiores felicidades e saúde aos cidadãos abrangidos pela União de Freguesias de Coimbra, agradecendo a estima e a amizade que sempre recebeu ao longo dos anos. Damos-lhe agora a conhecer um pouco de cada zona que compõe esta União de Freguesias. Sé Nova Riquíssima no campo do património cultural edificado, justifica alguns destaques: a Sé Nova, atualmente sede episcopal, integrando-se no conjunto de edifícios também formado pelo antigo Colégio das Onze Mil Virgens e pelo Museu de História Natural, junto ao qual se encontra o Laboratório Químico; as igrejas de S. João de Almedina e de S. Salvador, sendo este último um dos mais antigos monumentos religiosos da cidade, datando a sua primitiva edificação da segunda metade do sé-
culo XII. O Penedo da Saudade é de visita obrigatória, bem como o Jardim de Santa Cruz, vulgo da Sereia (século XVIII), Jardim dos Patos (Sá da Bandeira) e o Jardim do antigo Liceu D. João III, hoje Escola Secundária de José Falcão.
S. Cristóvão, suprimidas por decreto régio de 1854. Ficou ainda com a zona limitada pelo Arco de Almedina, Quebra-Costas, Rua dos Coutinhos e Arco do Colégio Novo, que faziam parte da freguesia de S. Bartolomeu.
Santa Cruz É uma das mais importantes zonas de Coimbra atendendo ao núcleo histórico e arquitetónico que a compõe e ao valor cultural que representou nos primórdios da constituição do país. Santa Cruz foi criada em áreas contíguas ao Mosteiro de Santa Cruz e os seus locais mais emblemáticos são a Praça 8 de Maio, a Rua da Louça, a Rua da Moeda, a Rua da Sofia, o Pátio da Inquisição e o Largo das Olarias, que constituem desde tempos longínquos uma zona marcadamente comercial e de arquitetura relevante no contexto histórico de Coimbra. Para além de uma grande concentração de monumentos de cariz religioso, existe o Mercado Municipal e um grande número de estabelecimentos comerciais. Estes são também espaços que testemunham as celebrações mais significativas das tradições citadinas e académicas, como a latada, a queima das fitas, a festa do Corpo de Deus, a procissão da Senhora da Boa Morte, desfiles e espetáculos musicais. No âmbito da cultura, importa também referir o Teatro da Cerca de S. Bernardo, espaço aberto ao público onde realizam diversos espetáculos musicais e de teatro.
São Bartolomeu São Bartolomeu abrange, sobretudo, a designada Baixa da urbe coimbrã. É no emaranhado de ruas, ruelas, becos e travessas da “Baixinha”, onde predomina a função comercial, que se desenvolve a maior parte da freguesia de S. Bartolomeu, conferindo-lhe um aspeto muito peculiar. Destaca-se neste espaço a praça Velha ou do Comércio, anteriormente denominada por praça de S. Bartolomeu, que se desenvolve entre a igreja românica de S. Tiago,
que remonta ao século XII, e o templo religioso barroco de S. Bartolomeu, atribuível ao século XVIII.
Almedina Almedina ocupa a área da velha Alta e parte da zona histórica da cidade. Passa a ter a designação de Almedina por decreto de 7 de junho de 1913, publicado no “Diário do Governo” de 11 de junho do mesmo ano, ocupando praticamente a área das antigas freguesias de S. Pedro e PORTUGAL EM DESTAQUE | 111
UM COMPROMISSO COM A QUALIDADE A empresa Coimbralab, com mais de 30 anos de história nas análises clínicas, tem como segredo para a sua longevidade e estabilidade, o compromisso contínuo com a prestação de um serviço de excelência. Décio Jonas Júnior, gerente do Coimbralab, fala-nos da história e do futuro desta empresa de sucesso. COIMBRALAB
tificação (Normas NP EN ISO 9001 e Norma para Laboratório Clínico) e, por outro lado, na expansão geográfica para os arredores de Coimbra. Laboratório de referência em Portugal O compromisso com a excelência está patente no investimento contínuo em cinco pilares fundamentais, explica Décio Jonas Júnior. Em primeiro lugar, a qualidade técnica na realização das análises clínicas: depois, o atendimento personalizado e humano ao utente, clínicos e parceiros, durante todo o processo, desde o primeiro contacto, passando pelos vários departamentos de suporte à realização das análises, até ao resultado: “Um exemplo é o serviço de Consultoria Técnica, que consiste no contacto com o utente ou com o médico sempre que algum resultado de análise possa exigir uma intervenção médica mais imediata”. Paralelamente, há uma prestação de serviços de proximidade, “quer esta seja geográfica através da abertura de postos de col-
DÉCIO JONAS JÚNIOR
O Coimbralab, anteriormente denominado Laboratório de Análises Clínicas Cruz de Celas, Lda., iniciou as suas atividades a 16 de maio de 1984, sob a direção técnica da Dra. Helena Cunha Leal. Localizado onde hoje se encontra o posto de Celas, em 1997 passou a contar com a gerência de Décio Jonas que, para além da garantia de qualidade técnica, apostou na expansão geográfica e nos serviços de proximidade, com a abertura de novos postos de colheita. Em 2000, o Laboratório Cruz de Celas regista a marca Coimbralab, ficando assim com um nome mais atual e abrangente, de acordo com a visão ambiciosa de se estender pela zona de Coimbra. Assim, o Coimbralab mudou a sua sede para o Vale das Flores para dar resposta ao crescimento contínuo da empresa. Nos anos seguintes, Décio Jonas Júnior explica que a aposta continuou, por um lado, no reforço da qualidade e do rigor na prestação dos serviços, atestados pelo pioneirismo na dupla cer112 | PORTUGAL EM DESTAQUE
heita em regiões que permitam ir ao encontro das necessidades dos utentes, como também pela possibilidade do atendimento domiciliário e, ainda, pelo investimento em novas tecnologias de envio seguro de resultados e expansão digital de novos canais de comunicação”, como a disponibilização de resultados online – o que permite ao utente e ao clínico o acesso aos resultados 24 horas por dia, no computador, tablet ou smartphone. Este serviço pioneiro tem tido muito sucesso junto dos médicos que podem acompanhar os seus utentes mesmo à distância. Por fim, há uma gestão económica e financeira rigorosa da empresa e uma gestão dos recursos humanos, através do investimento contínuo em formação e requalificação dos seus profissionais: “A excelência só é possível quando se considera a soma dos talentos numa equipa de colaboradores altamente qualificada e reconhecida por clínicos, utentes e parceiros”, explica. Pode, então, dizer-se que o Coimbralab, mais do que uma empresa, é uma equipa que alia a experiência e o know-how de mais de 30 anos na área das análises clínicas com a capacidade de ultrapassar desafios, sem deixar de olhar para o futuro e a inovação.
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