Portugal em Destaque - Edição 20

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AÇORES Nesta edição retomamos a viagem pelo Arquipélago dos Açores, destacando um dos destinos turísticos mais carismáticos de Portugal, com patrimónios inconfundíveis. A excelência do destino Açores tem vindo a ser reconhecido por vários galardões, constando no Top 100 de Destinos mais Sustentáveis do Mundo, tendo sido também considerado o destino turístico mais sustentável da Europa. São várias as propostas para quem pretende passar férias nos Açores. O mar proporciona uma infinidade de atividades como a observação de cetáceos, mergulho, surf ou pesca desportiva. Em terra, o geoturimo, os passeios pedestres, o golfe, o ciclismo, a canoagem ou a observação de aves são propostas a não perder. Num cenário onde a natureza se mostra em todo o seu esplendor, entre as montanhas, o céu e o mar, as ilhas dos Açores também são perfeitas para a melhoria do seu bem estar, devido aos recursos hidrotermais reconhecidos e explorados há séculos, como as nascentes de águas carbónicas naturais, as cascatas e as piscinas de água férrea, fazendo dos Açores um destino ideal para o termalismo. As experiências na natureza, a gastronomia e as praias, aliadas à excelência do alojamento, com um ambiente acolhedor, fazem dos Açores um destino reconhecido internacionalmente. A história e o património do Arquipélago dos Açores merecem também especial destaque, já que na época dos Descobrimentos foram um importante posto de escala, quer nas expedições à Índia quer nas viagens ao Brasil, quer para os americanos. Com as suas lajes na 2ª Guerra Mundial nos Açores, e mesmo permanência de famílias, cujas marcas em todo o arquipélago, são ainda hoje bastante evidentes, por exemplo, na Folia e na economia quando deixaram de ter tanto peso nos aeroportos e aerodromos. Por todos estes motivos convidamo-lo a embarcar connosco nesta viagem fantástica.


A PAISAGEM DA CULTURA DA VINHA NO SEU ESPLENDOR Repleto de história e de tradições, o Município da Madalena foi considerado o melhor município da ilha do Pico e o sexto melhor dos Açores, de acordo com a análise da consultora internacional Bloom Consulting, que avaliou a performance dos 308 municípios portugueses, ao longo de 2016, em três áreas fundamentais: o turismo, os negócios e a qualidade de vida, assumindo-se como um dos principais polos turísticos dos Açores, com maior crescimento nos últimos anos e com maior margem de progressão de futuro. MUNICÍPIO DA MADALENA Em entrevista à Portugal em Destaque, José António Soares, presidente da Câmara Municipal da Madalena, fala-nos sobre os projetos desenvolvidos ao longo deste mandato, os projetos traçados para o futuro deste município e sobre as iniciativas delineadas no âmbito da nomeação de Cidade do Vinho 2017, assumindo a sua recandidatura nas próximas eleições autárquicas.

JOSÉ ANTÓNIO SOARES

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Município em constante renovação e com visão de futuro “A Madalena constitui-se como o concelho mais recente da ilha do Pico. A sua criação remete a 8 de março de 1723, um dia simbólico para nós, que curiosamente não é o feriado municipal, que se festeja no dia de Santa Maria Madalena, a 22 de julho e que dá nome ao concelho. É também a porta de entrada da ilha, quer pelo porto, por onde passam cerca de 400 mil


pessoas, por ano, quer através do Aeroporto do Pico. Em outros tempos, a Madalena servia apenas de porta de entrada, mas nos últimos anos é igualmente porta de centralidade porque, como costumo dizer, ninguém que passe na Madalena, deixará de passar em toda a ilha. Esta, tem que ser vista como um todo, pois desta forma irá tornar-se muito mais interessante e apaixonante, complementando-se de maneira completamente diferente e exatamente pelos três concelhos”, começa por nos contar, José Soares. E são muitas as tradições e costumes enraizados, neste que é o município com a segunda taxa mais baixa de desemprego nos Açores. “No caso da Madalena, a nossa história está ligada à vinha e ao vinho. A vinha deu-nos tudo e tirou-nos tudo, como digo várias vezes. Foi quem nos deu a possibilidade de chegar a várias paragens, como por exemplo, aos czares, mas depois também com as pragas, trouxe a emigração e a terra ficou deserta, sendo uma das piores situações que nos aconteceu desde a nossa criação. Depois, viramo-nos para o mar e aconteceu-nos algo de especial na década de 60, que foi o facto de a Cofaco, uma empresa do continente, mais concretamente de Vila Real de Santo António, se ter instalado na Madalena, criando uma empresa de transformação de pescado. Até aos dias de hoje, essa fábrica tem sido um dos principais polos de desenvolvimento deste concelho e desta ilha. A Cofaco empregava e emprega muita mão de obra feminina do concelho e acaba por ser importantíssima. Ao longo destes últimos anos, assumiu um papel fundamental na nossa economia e no nosso desenvolvimento social da ilha, por várias razões. Há cerca de 70, 80 anos, o dinheiro na região era muito escasso e esta empresa trouxe a esta gente a capacidade de suprir esta necessidade, pois na altura havia apenas um movimento de troca de alimentos e de outros bens. Portanto, podemos afirmar que existe uma região antes e depois da Cofaco, que mudou clara e radicalmente a nossa história, a nossa vida”. A cada dificuldade, os homens do Pico foram vencendo as adversidades e a ilha foi crescendo de forma natural. A isso, muito se deve a visão de futuro de alguns madalenenses, que cedo perceberam o potencial da sua terra em áreas como o turismo e a educação, como o autarca nos explica.

“A Madalena, viveu sempre também das poucas visitas que tinha e felizmente na nossa história, existiu um visionário chamado Manuel Garcia Goulart que se instala na Madalena e cria a primeira residencial e restaurante da ilha. Com a sua visão, a nível turístico, principalmente a nível do norte da Europa, passamos a ter mais visitantes, pois tínhamos alguma oferta. Desta forma, a Madalena foi crescendo, com as pessoas da Madalena, que nunca viraram a cara à luta e que foram ajudando a transformar o concelho aos poucos. Nesta fronteira, de referir também, que temos empresas com mais de 90 anos de existência, como por exemplo, uma empresa de autocarros, de barcos, (tendo sido essencial na ligação com o Faial). Depois, Maria Cecília do Amaral, criou o ensino particular na Madalena, fazendo com que os rapazes e raparigas daquela altura tivessem a possibilidade de estudar na ilha, pois anteriormente só existia essa oferta no Faial. Foi sem

dúvida um contributo para o desenvolvimento escolar da região, tendo mudado a história cultural da nossa gente”. No entanto, José Soares acrescenta: “existe portanto, uma nova realidade pós 25 de abril, mas o grande impulso na Madalena deveu-se também aos quadros comunitários e à possibilidade de ser possível fazer mais, a nível da rede viária, das infraestruturas da água, das redes elétricas, tendo a Madalena crescido em todas essas áreas”. Porém, a ação social foi também uma das áreas que maior atenção e preocupação mereceu por parte deste executivo e são muitas as associações existentes no concelho, que prestam vários tipos de apoio a quem mais precisa. “A Madalena acabou por crescer do ponto de vista social, onde existem várias instituições, como a Santa Casa da Misericórdia da Madalena, que tem uma dimensão enorme, com várias valências, desde lar da terceira idade, lar residencial, a ativi-

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dades ocupacionais, creche, jardim de infância e ATL, constituindo um dos polos mais empregadores da ilha. Existe ainda o Salão Recreativo dos Toledos, que também mantem parcerias connosco, com o’ Madalena Abraça Mais’ e existem ainda todas as outras casas do povo, constituindo os centros de convívio, onde os idosos passam o seu dia. Também na Candelária, sempre ligada ao Cardeal Costa Nunes, que deixou uma marca enorme no nosso concelho, existe uma instituição, a casa São José, que recebe rapazes e raparigas abandonados e com problemas sociais, que existem em toda a região”, acrescenta o nosso entrevistado. Turismo, uma nova realidade Depois das crises sísmicas, das pragas nas vinhas e da evolução crescente da economia da ilha, muitos madalenenses que emigraram há alguns anos, acabaram por regressar, vindos principalmente do Canadá, Estados Unidos da América e, pontualmente, da Europa, potenciando o turismo na ilha, que possui já uma oferta de enorme qualidade, quer na área hoteleira, quer na área da restauração e são vários os pontos e lugares de visita obrigatória para quem pretende conhecer o concelho da Madalena, bem como as atividades lúdicas e de natureza disponíveis. “O santuário do Bom Jesus, em honra de São Mateus, onde se realiza uma das festas religiosas de maior dimensão e de maior devoção dos Açores, que se celebram a 6 de agosto. A freguesia de São Caetano, com a Prainha do Galeão. Depois, na freguesia da Criação Velha, a freguesia onde está o coração da paisagem protegida e Património da Humanidade, com uma vista deslumbrante sobre as vinhas únicas da ilha, com clara intervenção do homem. Hoje, a vinha e o vinho são transversais a toda a ilha. De uma ponta a outra do concelho, no nosso caso, um dos pontos mais visitados da Madalena, é o Lugar do Cachorro, que a própria lava modificou a moldou de uma forma muito natural. Qualificamos essa zona, porque é efetivamente muito bonita e porque é um ponto turístico de grande atratividade e muito visitado na ilha do Pico e no concelho da Madalena. Para além do vinho, o whale watching tem assumido igualmente um papel preponderante na captação de turistas de todas as nacionalidades e na projeção da Madalena, com duas empresas ligadas a esta área, que é a ligação perfeita entre o mar e a terra. Também a nossa

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montanha, considerada uma das sete maravilhas de Portugal, nos deu uma certa notoriedade e há cada vez mais pessoas a quererem subir a montanha, num conceito de turismo de natureza, que cada vez mais marca e distingue os Açores. A nível de oferta turística estamos a crescer, com mais hotéis, restaurantes de qualidade e também no turismo rural, que ganhou nos últimos anos uma projeção enorme. Temos ainda outros projetos a serem desenvolvidos, que esperamos ver concluídos rapidamente. A nossa oferta passará assim a ser suficiente”, frisa o autarca. Madalena, Cidade do Vinho 2017 e Capital dos Açores da Vinha e do Vinho É visivelmente orgulhoso, que José António Soares aborda este tema, que constitui um marco único na história do seu município, bem como em toda a região dos Açores. Distinção esta que tem como principal objetivo, divulgar os vinhos produzidos na região, nacional e internacionalmente e que todos conheçam esta que é a paisagem classificada como Património Mundial pela Unesco. “Como marca registada de Capital dos Açores da Vinha e do Vinho e Património da Humanidade, fazia todo o sentido candidatarmo-nos a este galardão nacional como Cidade do Vinho 2017. É óbvio que tudo isto teve uma envolvência de várias entidades, como a CVR Açores, os produtores e cooperativas da região, o próprio Governo Regional, as secretarias regionais, as câmaras municipais, particularmente do grupo central, e todos se envolveram nesta iniciativa de forma muito séria e para que fosse uma realidade. Este é também um momento de agradecimento a toda a gente que acreditou nesta candidatura, na sua singularidade e no seu mérito. Havia candidaturas muito fortes e de muito respeito, mas ganhámos e foi uma ótima surpresa para todos nós. Muitas pessoas no continente não nos conheciam e penso que conseguimos transmitir aquilo que somos e o que temos de melhor para oferecer. Somos diferentes, a nossa paisagem é diferente e penso que isso foi preponderante na nossa vitória”. Durante este ano, foram vários os eventos e iniciativas desenvolvidas e José António Soares fala-nos sobre os projetos pioneiros traçados, de enorme sucesso, como a Enoteca Itinerante. “Temos realizado vários eventos, todos com o vinho da região como foco, com o objetivo de divulgar este produto por todo

Largo Cardeal Costa Nunes, 9950-324 Madalena do Pico, Telef: 292 628 700 Fax: 292 628 746 Email: geral@cm-madalena.pt www.cm-madalena.pt


o país. A gala de abertura, que contou com mais de 80 colegas, desde câmaras municipais, a assembleias municipais, e que se realizou a 11 de março, foi um fim de semana extraordinário, um momento alto da nossa vida coletiva, que envolveu também toda a ilha e que é um momento único, quer no Pico, quer nos Açores. A ilha vive das suas gentes, das suas tradições, da sua cultura, da sua diferenciação e é nisso que temos que apostar. Ao longo deste percurso, temos várias particularidades e um dia em conjunto com a comissão executiva e outros membros, estávamos a discutir sobre o que poderíamos fazer para que as pessoas falassem de nós e nos conhecessem cada vez mais. Num turbilhão de ideias, ficou decidido desenvolvermos uma Enoteca Itinerante. Com o intuito de democratizar o acesso a este universo de conhecimentos, a Enoteca passou por todos os lugares do concelho da Madalena e Vilas da Ilha do Pico, levando a essas localidades os melhores vinhos e enólogos do nosso país, de diversas regiões, estando os vinhos do Pico sempre representados. E faz um balanço positivo até então: “tem sido uma experiência extraordinária, única, uma ótima forma de promovermos mais o Pico e com muita adesão por parte das nossas gentes e dos enólogos que nos visitam. Para além disso, realizamos vários jantares vínicos e todas estas iniciativas têm nos trazido bastante promoção, que é o nosso principal objetivo. Posteriormente, na altura das vindimas, haverá uma gala onde será eleita a Rainha das Vindimas e a gala de encerramento no final do ano, onde se ficará a saber a cidade eleita para o ano seguinte”. Até ao final do ano, como nos explica, a ideia passa por continuar a reafirmar este título, nunca parando, para que a Madalena continue a marcar no panorama nacional, a sua identidade como Capital dos Açores da Vinha e do Vinho. “O vinho é e continuará a ser uma das nossas principais alavancas de conhecimento”, revela. De olhos postos no futuro Para além desta distinção, que dinamizou de forma clara a região, no último ano, a Madalena viu nascer uma multiplicidade de novos projetos e obras e José António Soares, fala-nos satisfeito sobre os mesmos. “Neste mandato, os principais projetos desenvolvidos, passaram pelo auditório da Madalena, a requalificação

urbanística dos Toledos, o polo local da Universidade Aberta, os parques de estacionamento das Sete Cidades, a construção do polo de turismo da Madalena, que era antigo mercado do peixe (brevemente também será inaugurado o novo mercado municipal), pelos vários projetos sociais postos em curso, como a comparticipação da aquisição de medicamentos a idosos, o projeto ‘Madalena Abraça Mais’, que presta apoio de acompanhamento também à classe mais idosa da Madalena, pelas bolsas de estudo a alunos do ensino superior, (em 2017, 21bolsas foram entregues) e pelo Madalena Bem me Quer, que consiste em kits de apoio à natalidade (nos primeiros quatro meses do ano foram entregues 37 kits)”. Para finalizar, revela os projetos de futuro delineados no sentido de potenciar a Madalena nos próximos anos num próximo mandato, depois de ter assumido a sua recandidatura nas próximas eleições autárquicas. “O trabalho que tenho vindo a desenvolver, será de continuidade. Os projetos passarão pela requalificação do espaço público (praças e ruas) do centro da Vila da Madalena, conferindo-lhe uma nova imagem e funcionalidade, explorando a forte relação com o mar como fator de diferenciação, valorizando a sua frente marginal e potenciando a ligação da Madalena com outros pontos circundantes. A requalificação do espaço público da frente marítima da Madalena, em toda a extensão entre o Porto Velho e o Cais da Areia Larga, a requalificação do Leito da Ribeira de São Caetano, a reabilitação, ampliação e modernização da rede de abastecimento de águas, a reabilitação do centro logístico das associações sociais, culturais e desportivas, a construção da ciclovia da Madalena, que estender-se-á desde o aeródromo até à Areia Larga e a construção da Casa das Memórias do Canal, um espaço museológico instalado na antiga casa paroquial, tendo a antiga embarcação Adamastor como parte integrante da exposição, também serão uma realidade. Ao nível da educação, temos toda a oferta necessária para os jovens se formarem cá, incluindo uma escola profissional com instalações bastante recentes. Temos crescido, de uma forma sustentada, somos o segundo maior concelho desta região que mais obras licenciou neste primeiro semestre deste ano, o que nos satisfaz bastante”.

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FLORES, A ILHA ROMÂNTICA A Ilha das Flores cativa pela sua beleza natural e constitui um dos destinos mais propícios para o turismo ecológico. Santa Cruz das Flores é a capital da ilha, com uma área de 72km² e é considerada Reserva da Biosfera da Unesco desde 2009. Aqui predominam o verde, as cascatas e as montanhas numa forte ligação com a natureza e aventura mas também as festividades representam um marco no município. Santa Cruz pretende continuar a apostar no turismo e na área social e promover a região como local de fixação de jovens e visitantes. CÂMARA MUNICIPAL SANTA CRUZ DAS FLORES

JOSÉ MENDES “As minhas motivações vieram da juventude. Desde muito cedo que me liguei à política e às atividades sociais, tendo sido dirigente de associações culturais, recreativas e desportivas. Fiz parte de assembleias municipais e de freguesia e o que me motiva é o gosto de trabalhar para benefício da comunidade em que me insiro. Chego ao fim do dia e é gratificante pensar que fiz algo que melhorou a vida de alguém”. É assim que José Mendes resume e caracteriza a sua ação enquanto presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores. Numa ilha e num concelho que são pontos de interesse por si só, o autarca relembra a classificação que conquistaram em 2009, pela Unesco, como Reserva da Biosfera. “A nossa ilha é rica em belezas naturais que atraem qualquer pessoa. O verde predomina, tem vales profundos e muitas cascatas de água 8 | PORTUGAL EM DESTAQUE

que identificam a natureza. O município tem feito uma aposta forte no turismo e especialmente no turismo dedicado à natureza e aventura. É uma ilha agradável, saudável e bonita e qualquer pessoa que a visita fica com saudades e com vontade de voltar”, adianta. Localizada no grupo ocidental do Arquipélago dos Açores, Santa Cruz das Flores encontra-se preparada e com meios suficientes para receber os visitantes que chegam de várias partes do mundo. O turismo tem aumentado a olhos vistos e quem visita a ilha das Flores e a sua capital tem alojamento garantido. No entanto, nos meses de verão, os principais picos de procura, a taxa de ocupação em Santa Cruz chega aos 100 por cento. Já na restauração é necessário alguma evolução na qualidade, serviço e número de restaurantes e as melhorias têm sido evidentes. “Como Câmara Municipal vamos fazer de tudo para contribuir para a melhoria e continuar a promover mostras gastronómicas”, destaca José Mendes. Animação garantida O mês de junho é reconhecido pelas suas festas populares, com a tradicional sardinha, pão de milho e marchas populares. Santa Cruz das Flores não é exceção e também festeja o São João com tradição e boa disposição. Porém, a principal festividade do concelho ocorre no primeiro fim de semana de agosto, com o Cais das Poças. Um evento importante que tem atraído cada vez mais turistas e emigrantes que fazem questão de visitar as Flores, todos os anos, para marcar presença nestas festas. Constituído pelo cortejo, num momento dedicado às vivências e tradições da terra, também o mar e o que este oferece são promovidos. “Nessa altu-


ra fazemos um concurso de pesca, em que os pescadores desportivos vão para o mar e todo o peixe é oferecido à Comissão de Festas, que faz um caldo de peixe e oferece a toda a população. O ano passado, o nosso caldo tinha 1.200 kg de peixe, cerca de 22 qualidades de peixe e servimos cerca de 1.500 pessoas. O que é muito bom, porque é uma ótima promoção da ilha e um momento de confraternização”, refere o autarca. Além do peixe, nestas alturas festivas, a organização aproveita ainda para promover as bandas locais, as filarmónicas e o folclore através de eventos e concertos. Uma vez que as Flores situam-se numa zona periférica, há que realizar a promoção daquilo que se faz de bom na região e levar a animação ao maior número de pessoas.

que teve mais impacto e se traduziu bastante positiva, até porque temos muitos casais jovens que precisavam de apoio. Tenho uma relação próxima com a população que reconhece esta iniciativa porque ajuda bastante”, assegura. Mas os apoios não ficam por aqui e acompanham a evolução das necessidades infantis. Quando as crianças se tornam mais crescidas, os pais podem recorrer aos dois ATL´S gratuitos existentes e deixar

os seus filhos com professores, em que todos os gastos são assumidos pela autarquia. “Temos um apoio de transporte escolar gratuito para os alunos que moram a mais de 3km da escola e asseguramos também um autocarro para aqueles que moram mais perto. Para os mais jovens e de acordo com os rendimentos do agregado familiar, apoiamos os alunos através de bolsas de estudo de frequência do ensino superior. A pensar nos mais idosos, cria-

Apoio social para todos Durante este mandato, José Mendes orgulha-se de vários projetos que se revelaram necessários e bem sucedidos. Entre as muitas obras e iniciativas de requalificação, a ação social detém uma importância extrema, principalmente numa terra pequena como esta. “Temos uma série de programas sociais, como por exemplo, um projeto que criamos de apoio à natalidade, em que por cada criança, no primeiro ano de vida, os pais recebem um apoio monetário da parte da Câmara. Foi a iniciativa PORTUGAL EM DESTAQUE | 9


mos um regulamento de apoio na comparticipação dos medicamentos e temos atividades semanais, como aulas de ginástica, música e informática. Promovemos essas atividades durante a semana para os ocupar e distrair”, garante o presidente. As iniciativas culturais também não são esquecidas e o Museu e Auditório Municipal são palco de sessões de cinema gratuitas. Com capacidade para 150 pessoas, todos os interessados necessitam apenas de reservar o seu lugar e desfrutar destes momentos de lazer que ocorrem mensalmente. Oportunidades e emprego E se as infraestruturas, os transportes, a educação e a saúde são exemplos que funcionam e evoluem naturalmente, já a questão do emprego é mais complexa. “É essencial criar condições para que os nossos jovens regressem e fiquem por cá a trabalhar. Temos empresas de pequena dimensão que não estão preparadas nem têm capacidade para colocar pessoas qualificadas, não há volume de negócio suficiente que justifique contratações. Por isso, avançamos agora com um projeto que é uma incubadora de empresas e serão criadas condições para que os jovens qualificados e empreendedores possam estar envolvidos. Estará ao seu dispor tudo o que é necessário para o funcionamento de uma empresa. É um incentivo para a atração dos jovens. Queremos criar emprego e fixar pessoas”, reforça. Questionado sobre o futuro, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores não hesita em responder que o turismo poderá ser uma “janela de oportunidades”. Numa altura em que o envelhecimento da população é uma preocupação, o turismo poderá ser uma aposta ganha e com margem de progressão para a criação de postos de trabalho e fixação de pessoas. “Temos que agarrar oportunidades e a nossa intenção é continuar o trabalho iniciado há quatro anos, especialmente na área da ação social, pois o foco são as pessoas e o seu bem estar. Todos são bem vindos às Flores”, conclui. 10 | PORTUGAL EM DESTAQUE

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RECANTOS NATURAIS DE EXCELÊNCIA Vila do Porto é a mais antiga vila açoriana e é sede de concelho da ilha de Santa Maria. Com paisagens naturais de excelência e zonas balneares premiadas com Bandeira Azul, o presidente Carlos Rodrigues descreve-nos as potencialidades do território e convida todos os leitores a visitar esta terra que prima pela segurança, tranquilidade e beleza ímpar. CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO PORTO

CARLOS RODRIGUES

Quais as principais linhas orientadoras do atual mandato, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto? As linhas orientadoras foram sendo alteradas e adaptadas às circunstâncias. Atendendo às grandes perturbações que assolaram o trabalho dos municípios e do país, foi necessário redobrar esforços no apoio às famílias e às empresas com todos os meios ao alcance de um Município com a capacidade e disponibilidade como o nosso. Privilegiamos sempre o mercado e as empresas locais em todas as áreas com intervenção do município, reforçamos o apoio aos mais diversos programas criados por nós no âmbito da Ação Social, entre os quais o apoio à melhoria das condições de habitabilidade de várias dezenas de famílias carenciadas. Na Ilha existem 37 Associações recreativas, culturais e desportivas que trazem grande retorno à nossa débil economia. Tudo isto só é possível porque o município é o principal parceiro das mesmas, através de apoio logístico e financeiro. Não podemos descorar a constante melhoria das nossas infraes-

truturas, transformando e melhorando as condições da Ilha para os que cá vivem e um lugar aprazível para os que a visitam. É um trabalho de todos, incluindo as Juntas de Freguesias a quem reforçamos o apoio e delegação de competências, tudo isto sem nunca descorar a promoção da nossa Ilha no exterior. Vila do Porto é uma das mais antigas vilas açorianas. Que apresentação faz do município? Vila do Porto é realmente a mais antiga dos Açores e é a sede de Concelho da Ilha de Santa Maria, que tem mais quatro Freguesias: Almagreira, São Pedro, Santo Espírito e Santa Bárbara. A população da Ilha é de 5500 habitantes, o centro da vila está situado entre duas ribeiras. Dotada de ruas largas e paralelas, no seu território tem ainda uma área habitacional plana, designada como lugar do aeroporto, circundando o Aeroporto Internacional de Santa Maria. Elegido como o Porta-Aviões do Atlântico, a infraestrutura foi construída pelos americanos na 2ª Guerra

Mundial e é composta por 6 Pistas, estando abertas duas. A ilha tem na sua forma duas partes distintas, ou seja, uma parte plana mais árida e com formação mais antiga do que a outra parte montanhosa, verdejante e dotada de grandes belezas naturais. Tem um povoamento tradicional disperso onde abunda a Casa Típica Mariense, que é única nas Ilhas. Com exceção de São Pedro, todas as Freguesias têm no seu território uma ou mais zonas balneares de excelência. A ilha tem como principal capital as pessoas, gente trabalhadora, empreendedora, afável e acolhedora. Como caracteriza as principais atividades do município? Numa ilha com a dimensão da nossa, de 97km2 de superfície, praticamente todos se conhecem. Por isso, o município está presente em tudo o que se passa na Ilha. Assegurar o abastecimento de água a toda a população, o saneamento básico, instalado nas zonas mais populosas e em três das zonas balneares, a recolha de resíduos indiferenciados e da recolha seletiva implementada na construção, pavimentação, reparação e manutenção de todas as vias municipais, faz parte do nosso trabalho. Assim como manter todo o património em condições de segurança, apresentação e funcionalidade, desde edifícios administrativos, biblioteca municipal e complexo desportivo, do qual consta um pavilhão dotado de todas as condições para a prática de qualquer modalidade federada: piscina aquecida, campo de futebol com relvado sintético e iluminado artificialmente e dois campos de ténis. Tem ainda nas suas competências o arranjo, manutenção e melhorias de duas zonas balneares premiadas com Bandeira Azul e uma delas como Praia Acessível com bandeira dourada. Aqui temos o mar que nos rodeia e a única forma de sairmos da ilha será por mar ou por avião. Todos esses fatores têm muitos benefícios mas também alguns constrangimentos. O Presidente do Município tem de estar disponível 24 horas por dia. Quais são os motivos para visitar Vila do Porto? A qualidade e variedade do nosso património edificado e natural, as nossas paisagens verdejantes que terminam muitas delas junto ao azul do mar imenso. A nossa cultura e a possibilidade de passear pela natureza percorrendo os nossos trilhos. No período do verão, usufruir das nossas zonas balneares, galardoadas com Bandeira Azul, com águas límpidas e de PORTUGAL EM DESTAQUE | 11


qualidade, mantendo a exploração do que o nosso mar pode oferecer. O visitante tem ao seu dispor 5 empresas marítimo-turísticas que disponibilizam passeios de barco pelas costas maravilhosas da Ilha, onde podem também visitar as jazidas de Fósseis, mergulho com grandes espécies pelágicas. Além destas existem outras que oferecem atividades de lazer, desporto e aventura. Como principal património,

elegemos as pessoas que habitam a Ilha que são pessoas de muito bom trato, alegres e simpáticas com a particularidade de se esforçarem sempre para receber bem. Podem os visitantes procurar alojamento através das diversas ofertas de alojamento local ou nos hotéis que a ilha dispõe. Recomendo Santa Maria como o melhor lugar do mundo para quem procura paz, sossego e segurança, um lugar

onde poderá ter umas férias descansadas e em segurança com os filhos. Por estas bandas ainda há quem durma com a chave na porta! Quais são as próximas iniciativas planeadas para promover Vila do Porto? Uma das últimas iniciativas para a promoção da Ilha no exterior teve por base a candidatura a Lugar Único, designado por São Lourenço ao Concurso Aldeias de Portugal em Zonas Protegidas. Além disso, através do nosso sítio de Promoção turística, temo-nos esforçado para levar cada vez mais longe o nome de Santa Maria. As nossas idas aos Estados Unidos têm permitido, junto dos nossos emigrantes, divulgar Santa Maria, passando a mensagem que cada vez temos uma Ilha mais cuidada, mais bela e com muito mais oferta para quem nos visita. De que forma promovem a gastronomia, cultura e turismo da região? Talvez a maior expressão da verdadeira partilha realizada no nosso país sejam os nossos Impérios do Espírito Santo. Realizados da forma mais genuína, onde de uma forma única são fornecidas sopas e carne. Fruto da promessa de alguém de muita fé que apelou ao Espírito Santo uma dádiva, estaremos a falar do prato tí-

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pico único e talvez o mais conhecido e divulgado em todas as Ilhas, uma vez que também faz parte da nossa gastronomia. Atendendo às origens do seu povoamento, Santa Maria tem outros pratos típicos tais como: caldo de nabos, sopa de galinha e enchidos fritos, onde abunda a alheira com Inhame. Na doçaria constam as famosas cavacas, os biscoitos de orelha, únicos nas ilhas e as Júlias, além de muitos outros doces com receitas seculares e algumas conventuais. A promoção faz-se através da restauração local e, por vezes, através de eventos e feiras locais e regionais. Quais as principais festividades e tradições? A maior tradição e mais antiga festa dos Açores é, sem dúvida, a realização das Festas do Espírito Santo. Depois, as Festas dos Padroeiros de cada freguesia, incluindo a sede do concelho que se realiza a 15 de Agosto. Comemora-se o São João que coincide com o Feriado do Município. O que tem projetado Santa Maria além-fronteiras tem sido os nossos festivais de Verão. Em Julho, na espetacular Baía da Maia com o Festival Maia Folk, segue-se o Festival de Blues, que há muito já ganhou notoriedade nacional e internacional, ocorre na Baía dos Anjos, num lugar paradisíaco. Por fim, a 18 de Agosto temos o Festival mais antigo de Portugal, que se designa como Maré de Agosto. Acontece junto à fabulosa Praia Formosa, a única Praia de Areia Branca nos Açores. Que projetos realizados destacaria como marcas da Câmara Municipal de Vila do Porto? A grande aposta na melhoria das acessibilidades terrestres, a melhoria das condições de trabalho, a construção do novo Mercado Municipal. O apoio social prestado às pessoas mais carenciadas do nosso concelho, o apoio à juventude, através da atribuição de Bolsas de Estudo. A grande intervenção no centro da Vila, ao nível do saneamento básico e abastecimento de água, substituindo 60% da rede obsoleta. A constante aposta no embelezamento e limpeza da nossa Ilha e a modernização de todo o parque de máquinas e viaturas do Município. Temos a consciência de que demos o nossos melhor e no anterior Quadro Comunitário de Apoio tivemos uma execução de mais de 100%. Este é um município equilibrado financeiramente, que encerra o seu ano económico com zero dívidas. De que forma gostaria de ver o município de Vila do Porto nos próximos anos? Quais considera serem as grandes prioridades/necessidades do território? O nosso desejo em termos de futuro passa pela contínua procura de alguma instalação na Ilha de novas oportunidades de emprego. Sabemos que existem alguns interesses nacionais e internacionais, atendendo à nossa privilegiada posição estratégica e ao excelente aeroporto que a ilha detém. Desejamos e ansiamos por algo que venha proporcionar oportunidades de emprego, principalmente aos jovens qualificados que têm de sair da Ilha à procura de trabalho. Se for a vontade dos Marienses, queremos continuar a cumprir esta missão. Apostar na divulgação da nossa Ilha lá Fora e a lutar por mais e melhores acessibilidades e com preços muito mais apetecíveis, tal como acontece com as duas maiores ilhas da região. Termino deixando um convite a todos quantos tiverem a oportunidade de ler este depoimento: marquem na vossa agenda umas férias em Santa Maria e Vila do Porto, pois garantidamente irão repetir e trazer alguns amigos.

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NATUREZA PURA E TURISMO CRESCENTE EM SINTONIA Nasceu em Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, mas desde cedo que Eduardo Rodrigues se mudou para as Flores, ilha onde reside até aos dias de hoje e que abraçou como sua. Atualmente, presidente da Junta de Freguesia dos Cedros, freguesia rural açoriana do concelho de Santa Cruz das Flores, em entrevista à Portugal em Destaque, faz-nos um balanço do seu primeiro mandato como líder deste executivo, passando pelos projetos desenvolvidos e de futuro, no sentido de potenciar a sua freguesia nos próximos anos. JUNTA DE FREGUESIA DOS CEDROS

EDUARDO RODRIGUES

“Em termos de área, a Freguesia dos Cedros é de pequena dimensão, mas temos uma grande preocupação em manter sempre tudo limpo, arranjado, de forma a receber bem os turistas que visitam a ilha. Essa é a imagem que queremos transparecer para que todos conheçam a natureza única das Flores. A nossa ilha é a mais bonita dos Açores, com muitas flores em todas as estações do ano, que nós próprios plantamos, muito segura e na área gastronómica, temos as melhores lapas dos Açores. Em termos de festividades, a principal festa da freguesia realiza-se em honra de São Roque, a 15 de agosto”, começa por contar o autarca. Para tal, um dos principais projetos deste mandato, consistiu na construção de sanitários públicos, como o próprio nos confidencia.

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“Era uma necessidade que de ano para ano sentíamos que a nossa freguesia tinha, não só para a população local, como para os turistas. Cada vez mais o turismo é uma realidade na nossa freguesia e na ilha em geral, e esta era uma das nossas prioridades. Foi uma das minhas promessas eleitorais e que orgulhosamente, cumpri”. Como pontos de interesse e de destaque, Eduardo Rodrigues aponta Ponte Ruiva e os vários trilhos existentes em vários locais da freguesia, como paragens obrigatórias para quem visita a ilha das Flores. “Destaco o lugar da Ponte Ruíva, onde vivem cerca de 40 pessoas, alguns até são estrangeiros, principalmente alemães, e que pertence à freguesia dos Cedros. Entre a freguesia e este lugar, existe um trilho pedestre e que se prolonga até Ponta

Delgada. Os trilhos representam uma parte muito importante do turismo da ilha e é também nossa preocupação mantê-los limpos e de fácil acesso. Principalmente durante o verão estão sempre cheios de turistas de várias partes do mundo e é aqui também que existem várias lagoas, muito visitadas”. Para o futuro, o autarca mostra-se confiante e revela o principal projeto traçado para um novo mandato, fazendo um balanço positivo do trabalho desenvolvido até então. “Acho que neste primeiro mandato fiz coisas boas pela minha freguesia e por isso quero dar continuidade ao trabalho que tenho vindo a desenvolver, num próximo mandato. Como tal, irei recandidatar-me na próximas eleições. Um sonho que tenho para a freguesia e que gostaria de ver concluído era a construção de um parque de estacionamento para carros perto da nossa igreja, no centro da freguesia. Apesar das dificuldades financeiras, gostaríamos que este projeto avançasse nos próximos anos, pois era importante para a população. Preocupamo-nos em ser poupados, não ter dívidas, apesar de alguns apoios que vamos dando às pessoas, como por exemplo, na época de Natal, com a distribuição de vários cabazes pelas famílias mais carenciadas. Tenho uma grande proximidade e ligação com a população.” E deixa um convite: “São todos bem-vindos à Freguesia dos Cedros e garanto que não se vão arrepender. A nossa freguesia, é linda, única e aguardamos pela visita de todos”. Rua Padre José Maria Alvares 9970-061 Cedros das Flores Telf:292 592 705 juntafreguesiacedros@gmail.com


PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO NATURAL Pertencente ao concelho de Santa Cruz das Flores, a Freguesia da Caveira é constituída por cerca de 70 pessoas, sendo em termos geográficos, a freguesia mais pequena dos Açores. Porém, apesar de ser pequena em dimensão, é enorme em pontos turísticos únicos, em paisagens deslumbrantes e numa natureza em bruto, que recebe cada vez mais visitantes de ano para ano. Em entrevista à Portugal em Destaque, José Garcia, presidente da Junta de Freguesia da Caveira, aborda estes temas, assume a sua recandidatura às próximas eleições autárquicas e fala-nos sobre os projetos que gostaria de desenvolver em prol da população local. JUNTA DE FREGUESIA DA CAVEIRA

JOSÉ GARCIA “Existem vários pontos de interesse na Freguesia de Caveira, tais como o Forte de São Sebastião sobre a Ribeira da Cruz, a Gruta dos Enxaréus, a Igreja das Benditas Almas, a Ponta da Caveira, entre outras. Para além disso, temos também algumas cascatas e dois miradouros bastante importantes. A nossa ilha é conhecida pela sua beleza natural e natureza muito pura e uma das nossas maiores preocupações é fazer os possíveis por manter as estradas, os trilhos, que também existem na nossa freguesia, as ribeiras, os campos e a orla costeira, devidamente limpos. Os trilhos são uma das nossas principais preocupações, pois são muito procurados por turistas e têm que estar em perfeitas condições para serem utilizados. Para além disso, também fazemos a recolha do lixo, mesmo que esteja um papel na estrada”, começa por nos apresentar José Garcia.

Questionado sobre o turismo em forte crescimento na Ilha das Flores é perentório em afirmar: “noto que os turistas estão a chegar à ilha cada vez mais cedo durante o ano. Turismo esse que vem de vários países do mundo, não só do continente português. Deixamos de ser um destino apenas de verão para sermos visitados nas quatro estações. Temos tudo o que é necessário para receber bem as pessoas”, reafirmando a ideia de que os Açores passaram a ser um destino de referência em termos de qualidade e com margem de crescimento. Sobre os projetos desenvolvidos neste primeiro mandato, o autarca revela ainda que “temos pouco apoios estatais, o que não nos permite realizar as obras ou projetos que considero importantes para a Freguesia da Caveira. No entanto, em termos de manutenções, considero que

temos feito um bom trabalho, o que também dá uma boa imagem da nossa freguesia a quem aqui reside e a quem nos visita. Esse é o nosso objetivo”. No entanto, mostra-se confiante com o futuro da sua freguesia, com os apoios prestados à população e revela alguns dos projetos delineados para os próximos anos. “Como somos uma freguesia pequena, toda a gente se conhece e sinto que sou próximo da população. As nossas principais atividades económicas são a agricultura e a pecuária e estamos sempre disponíveis para ajudar quem necessite, quer na classe mais idosa, pois temos uma população muito envelhecida, quer noutras classes. Apesar das relações de competências da Câmara serem poucas, em conjunto com a própria Câmara estamos a pensar no que poderemos fazer num próximo mandato. Um dos projetos passará por pavimentar o acesso ao curral utilizado para fazer análises aos animais da freguesia, queremos construir um gradeamento em volta dos muros do cemitério e recuperá-los e queremos desenvolver um parque infantil para crianças”. Para finalizar, recomenda: “Quem nos visita vê sítios, paisagens, natureza como nunca viu e só por isso já vale a pena conhecer a nossa ilha e a nossa freguesia”.

Estrada Regional - Caveira 9970-010 Caveira das Flores Telf:292 542 153 juntafreguesiacaveira@hotmail.com

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A PORTA DE ENTRADA PARA OS AÇORES A freguesia da Madalena, na ilha do Pico, é, com frequência, a porta de entrada para a própria ilha e para os Açores, uma vez que faz ligação com o Porto da Horta. A Portugal em Destaque esteve na Cidade Portuguesa do Vinho 2017 e à conversa com José Jorge, o presidente da Junta de Freguesia, que se pode orgulhar de muito ter alcançado com as possibilidades que lhe foram dadas.

JUNTA DE FREGUESIA DA MADALENA

JOSÉ JORGE São vários os setores de atividade aos quais se dedicam os fregueses da Madalena, entre os quais a pesca (ou não fosse uma ilha no arquipélago dos Açores), a viticultura, a agricultura e a pecuária. “Faz-se um pouco de tudo”, esclareceu o presidente, numa área muito rochosa e árida, mas onde a vontade de se fixar prevaleceu. “Os nossos antepassados tiveram dificuldade em se estabelecerem”, narrou, “foram eles que começaram esta epopeia enorme, esta é uma terra muito bruta e continua a sê-lo, muito difícil de trabalhar. Porém, o que dela sai é de altíssima qualidade e disso ninguém duvide”. Prova disso mesmo é o vinho produzido pelas “uvas únicas” desta terra, o qual atinge os 18 graus sem tratamento, feito difícil de atingir “em qualquer outra parte do mun-

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do”. A explicação desse fenómeno reside “no próprio solo, onde predomina a rocha, a qual absorve o calor durante o dia e depois liberta-o durante a noite”. Desta forma, o cacho da uva é exposto praticamente à mesma temperatura noite e dia. Tal vinho é uma atração em si mesmo, mas muitas mais são as razões para visitar a região. Aliás, José Jorge referiu terem tido muitos turismas, “cada vez mais” até. Na opinião do presidente, isso deve-se à característica “única que mundo” que têm: a tranquilidade. Os visitantes podem ficar tranquilos por encontrar segurança neste lugar, numa altura em que os locais turísticos nem sempre o são, e uma paisagem natural, que o envolve num clima de pureza e área por explorar, que muitos procuram. Atualmente, começam a “a ter dificulda-

des em dar resposta a tanta procura” a nível de hotelaria. Consta ao presidente que novos projetos estão a ser desenvolvidos nesse sentido, para aumentar a oferta. Enquanto isso, o turismo em casas rurais também se vai desenvolvendo, para quem procura uma experiência mais autêntica, bem como a restauração, que aproveita ter “das melhores carnes do país”. A gastronomia é complementada pelos vinhos de alta qualidade, “principalmente os brancos”. “Algo que está a acontecer”, confidenciou José Jorge, “são os projetos que estão a ser levados a cabo para a renovação das vinhas, providencia emprego a muita gente e faz com que a juventude comece a olhar para a agricultura de outra forma”. Ao entrarmos nesse tema, o presidente confidenciou que gostaria de ajudar a população mais jovem da sua freguesia a estabelecer-se aqui, quer a nível de habitação, como de emprego. Muitos são os jovens que migram para outros locais por motivos de estudo, poucos são os que regressam. “Gostava que os estudantes usassem os conhecimentos apreendidos para as áreas na nossa ilha que têm potencial: a porta está aberta no setor dos vinhos e das carnes, por exemplo. A nossa freguesia pode ter futuro se a camada mais jovem edificar aqui as suas empresas, providenciando um dinamismo diferente. Também há muita margem de crescimento no turismo rural. Seria interessante termos oferta turística durante todo o ano, algo que é possível, temos de primeiro criar o espaço e depois atrai a clientela. Nós que somos de cá é que temos de ser líderes no processo de inovação”. Empreendimentos deste tipo favorecem a área, quer pelo dinamismo à economia local que arrastam, como através da criação de emprego. “Cada vez mais acho que a nossa juventude tem toda a capacidade, basta o querer”.


Através da conversa realizada até ao momento, ficaram perfeitamente claras as intenções de José Jorge, as quais são “melhorar ao máximo a vida” dos seus fregueses. Essas foram, também, as motivações para se candidatar ao cargo que ocupa: “a Junta de Freguesia deve estar sempre a trabalhar para o público e é isso que

temos feito. O nosso maior problema é a nível de penetração de estradas, muitas são de terra batida, e temos tido muitas tempestades nas quais temos dificuldade em manter as estradas circuláveis. Orgulho-me de fazer o máximo que pude com o pouco que tive”. A ajuda passa por organizar convívios

para os cidadãos séniores, a quem “o convívio faz muito bem”, colaborar financeiramente com as entidades desportivas que entretém a juventude e, até, facilitar comodidades para jovens recém-casados. “É nestas pequenas coisas que fazem toda a diferença”, referiu, e com razão. Ainda dentro desse âmbito, o edil espera que o futuro traga “turismo de qualidade controlada”. Com a proliferação de voos low-cost para os Açores o turismo tem aumentado de forma exponencial, porém há que manter os limites, para não se “perder a identidade”. “Trabalhamos muito no aspeto de manter tudo limpo, manter a natureza intacta e pura”, esclareceu. Para concluir, só faltou questionar o nosso entrevistado se pretendia deixar alguma mensagem aos nossos leitores. Eis a resposta: “Se querem vir para um lugar único venham, só depois de estarem cá é que compreenderão os Açores, que são muito mais do que parecem. Cada ilha tem a sua característica e a nossa é a paisagem, é a montanha, é o mar, é o vinho, é a vinha que é muito diferente, quem vai daqui leva isto na memória”, rematou.

Rua D. Jaime Garcia Goulart 9950-361 Madalena Telefone: 292 622 304 freguesia.madalena@mail.telepac.pt

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OS VINHOS DO PONTO MAIS ALTO DE PORTUGAL A Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, CRL, (CVIP) foi criada em 1949 por um grupo de vitivinicultores. Tinha como objetivo fundamental a produção de vinhos licorosos e comuns neste que é o ponto mais alto de Portugal. A variedade e características das castas garantem produtos de marcas certificadas e reconhecidas mundialmente pela sua qualidade. A estratégia passa por continuar a apostar no mercado regional dos Açores, dinamizar o enoturismo e participar em eventos de promoção. COOPERATIVA VITIVINÍCOLA DA ILHA DO PICO

LOSMÉNIO GOULART Estávamos em 1949 e um grupo de vitivinicultores da Ilha do Pico, conscientes da necessidade da existência duma estrutura que reunisse boas capacidades de produção e económicas, decidiu constituir a Cooperativa Vitivinícola da ilha do Pico. Após um período de organização e construção da sede, a Adega da CVIP iniciou a laboração no ano de 1961, exclusivamente com as castas nobres, Verdelho, Arinto e Terrantez do Pico, sendo o primeiro vinho lançado no mercado, no ano de 1965, com o nome “Pico”. Construída inicialmente a pensar na vinificação de um vinho licoroso branco com base naquelas castas, esta Cooperativa, no entanto nunca conseguiria tornar rentável para os seus associados a comercialização de um vinho obtido a partir das mesmas. Por isso, optou por vinificar a partir de 1972, também as uvas tintas de produtores diretos, que na ilha se cultivavam e que tinham sido introduzidas na região. “Com a introdução das castas americanas, o enfoque da Adega passa a ser a produção 18 | PORTUGAL EM DESTAQUE

dos vinhos de cheiro, tendo sido durante décadas o grande motor desta cooperativa”, acrescenta o Presidente do Conselho de Administração, Losménio Goulart. Destas castas americanas, chegou o conhecido “vinho de cheiro”, que até hoje ainda se pode encontrar na Cooperativa, sob a marca “Cavaco”. Desde o início da década de 90, e na sequência de importantes trabalhos ao nível experimental, foram dados passos significativos para a melhoria da qualidade de todos os vinhos. Seja pela valorização das uvas produzidas até então e consequente pagamento justo ao produtor até à introdução de novas castas. O alargamento substancial das áreas cultivadas, em especial das castas nobres tradicionais e o aparecimento de novos viticultores , resultam num aumento de produção de uvas e obrigam à constante adaptação da estrutura física e tecnológica na CVIP.


Variedades únicas, características únicas “A Adega, até finais da década de 90, produzia duas referências, o Vinho de Cheiro e o Vinho Licoroso. Depois começaram a trocar o barril pela garrafa e aperceberam-se da necessidade de existir um vinho branco de mesa. Assim, surgiu o Terras de Lava Branco, em 1993, que era uma mistura das castas tradicionais e europeias brancas”, recorda o presidente. E se o Lajido foi o primeiro Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada, com características especiais, a ele se juntaram o Terras de Lava e o Basalto Tinto, resultante de um blend das castas tintas europeias e americanas. 2003 é o ano do lançamento de mais um vinho branco, o Frei Gigante, de castas tradicionais brancas, abrangido já pelo Estatuto dos Vinhos Regionais dos Açores. “O nosso ex-libris é o Frei Gigante, um vinho branco, que são fortes na região”, completa. Mais tarde, em 2007, surge o vinho rosé Terras de Lava e no ano seguinte é comercializado o tinto Maroiço. Com o objetivo de produzir vinho de qualidade num processo de melhoria contínua, a Picowines apostou em monocastas e em nichos de mercado. “Aproveitando que muitos dos nossos associados preferiram apostar nas castas tintas europeias em vez das brancas tradicionais apostamos, para além de um blend em dois vinhos Monocasta comercializados com a Marca Terras de Lava Merlot e Terras de Lava Syrah”, conta Losménio Goulart. Por um lado, os vinhos brancos, como Verdelho, o Arinto dos Açores e o Terrantez do Pico já sofreram mutações genéticas ao longo dos séculos e constituem castas perfeitamente adaptadas ao clima e condições do solo, sendo plantadas próximo da zona costeira. No entanto, Losménio Goulart acredita que, no futuro, os vinhos tintos se possam distinguir e alcançar um reconhecimento de qualidade, tendo em conta as previsões do aumento médio da temperatura do ar para as próximas décadas. “Apesar de não ter o corpo de um vinho do Douro ou do Alentejo, é um vinho que já se diferencia pelas suas características muito próprias. Há que ter noção que é um vinho tinto de uma região vulcânica e só existem 7 regiões vulcânicas no mundo a produzir vinho, sendo o Pico uma delas. O solo vulcânico oferece determinadas características que não são comparáveis com mais nenhuma zona do país”, acrescenta. Qualidade reconhecida A localização, o solo, o clima e o espaço

Avenida Padre Nunes da Rosa, 29 9950-302 Madalena Pico - Açores Tlf. 292 622 262 Tlm. 910 021 767 Fax. 292 623 346 Mail. geral@picowines.com www.picowines.net

vulcânico definem o terroir e proporcionam características que diferenciam os produtos da Picowines de todos os outros, pela sua salinidade e mineralidade, frescura e acentuada acidez. Prova disso são as medalhas que têm recebido em feiras e certames em que marcam presença. “Temos tido excelentes participações a nível internacional. São vinhos muito aromáticos e frescos que acompanham bem pratos de peixes e carnes brancas”, frisa o Presidente do Conselho de administração. Atualmente, com cerca de 160 associados ativos, de um total de 250 cooperantes, a CVIP tem laborado anualmente uma média de 500 toneladas de uvas, repartidas entre castas para vinho licoroso, para Vinho Regional Açores (branco e tinto) e para vinho de mesa. “Em 2009, ultrapassamos as 700 toneladas de uva, foi o melhor ano de sempre. Neste momento, temos capacidade instalada para trabalhar acima disso. Estamos dependente dos associados e da produção das vinhas”, comenta o nosso entrevistado. A CVIP, considerando a pequena dimensão das explorações vitícolas, tem desempenhado um papel determinante na afirmação dos vinhos do Pico no mercado. Dinamização e inovação Como forma de diversificar mercados, a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, delineou uma estratégia: continuar a apostar no mercado regional como um foco mas não único, estimulando outros mercados, dinamizar as vendas diretas e o enoturismo e ainda a participação em feiras internacionais e eventos de promoção do produto. Assim, têm sido promovidas vários tipos de visita à Adega, com provas

de vinho incluídas e conhecimentos sobre os produtos da região. A participação em certames como o Prowein Dusseldorf ou o Boston Wine Expo e o estabelecimento de parceria com a LCBO (Liquor Control Board of Ontario) no Canadá são prioridades desta estrutura que pretende divulgar os seus vinhos além-fronteiras e chegar até ao mercado da saudade, uma vez que os emigrantes constituem grandes apreciadores. “Temos alcançado posicionamento no mercado com o lançamento de novos produtos. Resolvemos apostar no Cavaco Fizz, com vista o aproveitamento das uvas de cheiro, dos produtores diretos, produzindo um produto de valor acrescentado”, explica Losménio Goulart. A inovação e o avanço tecnológico, com o melhoramento de equipamentos da adega que permitam maior rentabilidade constam como primazia da CVIP. Desta forma, adquiriram um equipamento laboratorial para análise química do vinho (FTIR – Winescan) e um filtro tangencial. As cubas de fermentação com controlo informático da temperatura e uma nova linha de enchimento e rotulagem fazem parte dos planos da administração. “Queremos ter um produto diferenciado e prestar todo o apoio necessário aos viticultores. Realizar visitas regulares às vinhas, através dos nossos técnicos de viticultura e deste modo prestar um acompanhamento de terreno eficaz, para garantir a qualidade das uvas que vamos receber e consequentemente salvaguardar a qualidade do produto final”, conclui.

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ONDE A ARQUITETURA CONVIVE COM A PAISAGEM AÇORIANA Localizado na zona balnear da Barca, na Madalena, ilha do Pico, o Cella é um projeto arquitetónico que complementa a paisagem nos Açores, com o seu desenho diferente e distinto. Inaugurado há dois anos, distingue-se por dois espaços, dividindo o restaurante (edifício de pedra), do bar (extensão em madeira). Filipe Paulo, um dos sócios do Cella, apresenta-nos este que é considerado por muitos, o bar mais bonito do mundo. CELLA BAR

O arquiteto Fernando Coelho é o responsável pelo projeto, os interiores têm a assinatura de Paulo Lobo e a escultura do exterior foi criada por Paulo Neves. Um espaço, dois volumes e uma vista inesquecível sobre a ilha vizinha, o Faial. A parte de cima (restaurante) direcionado para o verão, um espaço mais fresco, com uma luz natural única e um pôr do sol inigualável, a parte de baixo (bar) o inverno, uma parte mais intimista e aconchegante. “Estudámos vários espaços e demos carta branca ao arquiteto, Fernando Coelho, que criou um volume mais orgânico e futurista, existindo assim dois espaços distintos, mas que se complementam, percebendo-se bem o passado e o futuro. Depois disso, começámos a trabalhar no conceito, que fomos ajustando ao longo do tempo, em função do que existia e do que era possível fazer. Assim que vi o projeto, percebi que iríamos ter um espaço diferente, que iria criar impacto, que era o nosso objetivo. Depois é tentar manter uma certa coerência entre o espaço e aquilo que

A ideia surgiu em 2011, quando Filipe Paulo decidiu regressar às origens depois de ter trabalhado dez anos em Lisboa. O objetivo prendia-se em criar algo diferenciador e único, aliado à naturalidade inerente à região açoriana e colmatar uma “necessidade de mercado”, como o próprio começa por nos explicar. “Regressei ao Pico para integrar um projeto da Associação de Comércio com um amigo de longa data. Ambos estávamos formados na área de Gestão e é intrínseco que depois de tirarmos este curso, ficamos alerta às oportunidades. Nesta zona, como jovens, era difícil encontrarmos um sítio onde pudéssemos estar, conversar, sair à noite, comer com qualidade e sabíamos que esta era uma casa com enorme potencial. A partir daí, começamos a idealizar um espaço com estes dois complementos, fizemos questão de preservar a casa centenária que já existia, mas ao mesmo tempo percebemos que faltava um elemento diferenciador, um fator que surpreendesse quem nos visita”. 20 | PORTUGAL EM DESTAQUE


se oferece, desde o vinho que se serve, aos pratos que se confeciona, à luz e até ao silêncio”, frisa Filipe Paulo. No Cella Bar, as pessoas encontram os melhores produtos dos Açores, trabalhados de uma forma pouco tradicional e transformados em pratos gastronómicos únicos, bem como os melhores vinhos do Pico, (Curral Atlântis, Vinhas de Lava, Frei Gigante, Azores Wine Company), mas também das restantes regiões vinícolas de referência portuguesas. Existe, portanto e de forma clara, um Pico antes e depois do Cella, que se tornou num ponto turístico de referência na ilha, com visitantes vindos de todas as partes do mundo. “O Pico é uma ilha com enorme potencial, nos últimos cinco anos esse potencial começou a revelar-se e o Cella veio ajudar. Começámos este projeto em 2011, em ano de crise, mas tinha a consciência que a economia possui ciclos e nunca houve hesitação na nossa decisão. Em parte, considero que foi na altura ideal. Noto que existem mais turistas a visitar a ilha e que o Cella Bar é quase um ponto de paragem obrigatória e turístico da ilha. Este espaço é capaz de criar emoção e todo o processo até à sua conclusão foi isso mesmo. A partir daí tudo ganha vida própria, que cabe a nós controlar”. Questionado sobre quais os pontos cruciais que ditaram o sucesso deste espaço, Lugar da Barca - Madalena Pico - Açores Contactos: (+351) 292 623 654 / (+351) 962 799 526 E-mail: info@cellabar.pt www.cellabar.pt

para além de uma arquitetura ímpar e avassaladora, o empresário é perentório em afimar que “um dos pontos chave é que quando estávamos a desenvolver o projeto, quem liderava as entidades nessa altura, percebeu que este projeto era para ser levado a sério e perceberam o potencial do que estávamos a fazer. Por exemplo, em termos de águas residuais do Cella, são direcionadas para um tanque estanque para estas não se misturarem com a água envolvente e primamos por não usar plásticos. É também esta coerência que nos distingue e que consideramos que é essencial”. Da construção, passando pela consolidação, até à aclamação pública, foi um pequeno passo. Em dois anos, foram vários os prémios atribuídos, quer nacional, quer internacionalmente. Em fevereiro do ano transato, o portal de arquitetura Archdaily elevou o Cella além fronteiras, ao atribuir-lhe o prémio ‘Edifício do Ano 2016’ e neste momento, é um dos finalistas do ‘Prémio Nacional de Arquitetura em Madeira’. Distinções que não desviam Filipe Paulo do caminho inicialmente traçado.

“A dúvida está sempre presente no nosso dia a dia e considero que só assim conseguimos progredir e evoluir, tendo sempre abertura para dar resposta quando necessária”, finaliza Filipe Paulo.

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A CAPITAL DO TURISMO RURAL Situado na costa norte da ilha do Pico, nos Açores, o concelho de São Roque do Pico é constituído por cinco freguesias: Santo Amaro, Prainha, São Roque, Santo António e Santa Luzia. Conta na sua história com uma enorme tradição baleeira, referente aos tempos em que lá se encontrava a maior fábrica de transformação de cachalotes dos Açores. Agora é no turismo rural que encontra a sua marca e identidade. Mark Silveira é o presidente deste concelho e foi pelas palavras dele que ficamos a conhecer um pouco mais sobre São Roque do Pico. CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO ROQUE DO PICO Segundo o nosso entrevistado, muitos foram os projetos que tiveram que ser adiados, devido à complicada situação financeira em que se encontrava a Câmara Municipal de São Roque do Pico, quando tomou posse. Assim, a criação de uma incubadora de empresas, a regeneração e requalificação urbana, o abastecimento de água (uma vez que estão a aumentar os fluxos turísticos) e a infraestruturação de um parque empresarial são alguns dos projetos a ultimar e a concretizar num próximo mandato.

MARK SILVEIRA Mark Silveira encontra-se a terminar o seu primeiro mandato e irá recandidatar-se nas próximas eleições. O balanço que faz do trabalho até aqui realizado é maioritariamente positivo: “sinto que o saldo é positivo. O principal projeto que desenvolvemos foi a promoção turística do nosso concelho. Agarrámo-nos à marca São Roque do Pico - Capital do Turismo Rural e participámos em imensas feiras e eventos por esse país fora por forma a chamarmos a atenção para as nossas riquezas e mais-valias”, explicou o autarca.

Turismo rural eficiente e de qualidade A marca de São Roque do Pico – Capital do Turismo Rural tem promovido o desenvolvimento, em todas as áreas, um pouco por toda a ilha. Infraestruturas criadas sem causar impacto negativo na paisagem permitem que a beleza natural da ilha do Pico perdure, com um número de camas considerável para receber o maior número de visitantes possível. Outra das vantagens da aposta neste turismo rural é a promoção da recuperação de edifícios em ruínas, gerando uma economia de escala familiar, tornando-as mais sustentáveis. Este concelho limpo, com zonas balneares atrativas e com paisagens maravilhosamente verdes atraem não só visitantes, mas, também, investidores: “Nós temos a presença de muitos estrangeiros quer como turistas quer como investidores. Criamos um impacto tão grande neles que eles próprios decidem investir cá, criando novas infraestruturas ou construindo habitações para residirem”, confidenciou-nos Mark Silveira. O turismo rural de São Roque do Pico distingue-se dos demais praticados em locais semelhantes pela qualidade do ar ali respirado, pelas águas puras e límpidas e, principalmente, pelas características das gentes deste concelho: “as nossas pessoas são muito afáveis e hospitaleiras”, garantiu-nos o presidente. Por fim, ficou o convite do nosso entrevistado: “São Roque do Pico é a Capital do Turismo Rural, temos alojamento de excelente qualidade neste setor e temos uma gastronomia muito rica e variada. Tudo isso convida a que tenham uma boa cama, uma boa mesa com a envolvente da nossa paisagem e animação turística. É o local ideal para quem quer passar umas férias descontraídas”, finalizou. Alameda 10 de Novembro de 1542 São Roque - Ilha do Pico Açores - Portugal (+ 351) 292 648 700 www.cm-saoroquedopico.pt

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ALENTEJO Situado no centro-sul de Portugal e compreendendo a totalidade dos distritos de Évora, Portalegre e Beja, o Alentejo é um território que apresenta uma cada vez mais valiosa diversidade não apenas de argumentos empresariais, como também de elementos turísticos. Mais concretamente, todavia, a Portugal em Destaque protagonizou um interessante périplo pelos concelhos de Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo constatando o dinamismo que se sente nestes dois municípios em particular. Ao longo desta edição, damos a conhecer alguns casos de especial sucesso, arrojo e inovação vividos nos concelhos desta região. Se há algo que, com este trabalho, poderemos provar é que a vontade de marcar a diferença e primar pela excelência não se fixa apenas num setor de atividade ou tipologia de instituição. Não admirará, por isso, que ao longo desta visita pelo Alentejo tenhamos visto empresas de variadas áreas fazer brilhar a economia local, ao mesmo ritmo com que as instituições de solidariedade social vão contribuindo para o desenvolvimento de uma região progressivamente mais coesa e feliz.

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O SABOR INESQUECÍVEL DA TRADIÇÃO ALENTEJANA Num enredo bucólico de paisagens, cheiros e sabores tradicionais alentejanos, pode encontrar-se na Vila de Mértola um dos mais nobres e tradicionais artesãos de porco preto. Num projeto orgulhosamente alentejano, o objetivo de recuperar, preservar e promover o sabor de gerações é uma realidade. SOLEDO

OLGA FIALHO E VALENTIM MARTINS

A Soledo é casa de alguns dos mais saborosos produtos artesanais da gastronomia local. Produtores de presuntos, paios e enchidos de porco preto alentejano, com engorda a bolota, possuem e aplicam conhecimentos transversais a inúmeras gerações, que desde a época romana encontraram no porco um modo de vida ou de sobrevivência. Todos os produtos são produzidos a partir de raças selecionadas de porco, criados em regime extensivo, nos campos de montado

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do Alentejo, com engorda a bolota ou a rações produzidas pelo produtor, feitas de misturas de cereais moídos. Os processos de cura são naturais e prolongados. A primeira fase é efetuada a frio em secadores, sendo o acabamento feito em caves frescas e secas. E é este o grande segredo do sucesso destes produtos. A qualidade e controlo da matéria-prima permite apresentar na mesa dos clientes uma elevada qualidade e um sabor único, indissociável da marca Soledo. Com uma equipa jovem e conhecedora, liderada pela engenheira Olga Fialho e uma investigação constante na busca pela perfeição e equipamento de topo, aleado a um acompanhamento permanente do setor no mercado, os produtos Soledo tem neste momento uma presença abrangente no mercado nacional, nomeadamente nas áreas de restauração, lojas de bairro e charcutaria. Inclusive, o mercado espanhol, devido à proximidade geográfica e a Suíça, através do mercado da saudade, têm disponíveis estas magníficas iguarias. Assim, deixe-se conquistar pelos sabores do campo alentejano do tempo dos nossos avós, feitos com todo o amor e dedicação na Soledo em Mértola, transmitindo o verdadeiro sabor dos enchidos alentejanos. Produtos de qualidade inegável e um sabor que nunca mais vai esquecer.


A PLENITUDE DA TRADIÇÃO OLEIRA! Inserida no concelho de Reguengos de Monsaraz, com 96,41 km² de área e 1.389 habitantes, a freguesia de Corval é umas das mais peculiares e características aldeias de todo o Alentejo. Fruto de um setor oleiro, traço marcante em toda a região, e uma mescla das mais tradicionais vivencias alentejanas, Corval é um dos maiores pontos de interesse turístico da região. Com uma localização geográfica de excelência, entre o centro de Reguengos de Monsaraz e a Vila de Monsaraz. A Junta de Freguesia de Corval, composta ainda pelas aldeias de Carrapatelo e Santo António do Baldio, destaca-se pela componente agrícola, nomeadamente vinha e olival, a forte dinâmica associativa e as vinte e duas olarias ainda em funcionamento. JUNTA DE FREGUESIA DE CORVAL

ANTÓNIO CARTAXO Esta tradição da cerâmica em São Pedro do Corval remonta aos tempos pré-históricos, graças à existência de depósitos de argilas com características específicas nesta zona do concelho de Reguengos de Monsaraz. E esta arte, fruto da farta disponibilidade, foi moldada de forma utilitária, criando, através do barro, ferramentas que auxiliavam e facilitavam os trabalhos dos campos por todo o Alen-

tejo. Assim, hoje, facilmente encontrámos em São Pedro do Corval verdadeiras obras de arte, quer na forma, quer na decoração - a pintura cerâmica - feitas com um saber ancestral e uma estética caraterística da região. Uma homenagem ao legado de gerações. Aliado à experiência única de poder ver ao vivo todos os processos de trabalho e partilhar, de forma completamente gratuita, conhecimentos e vivências dos mais diversos oleiros, São Pedro do Corval conta com a existência do Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval ‘Casa do Barro’, que oferece uma viagem pelo tempo dentro desta magnifica arte. Mas nem só de olaria vive Corval. Existem belíssimos monumentos que devem ser motivo obrigatório de visita. A Rocha dos Namorados é um menir constituído por um bloco de granito natural, com cerca de mais de dois metros de altura, que apresenta uma forma semelhante à de um cogumelo ou de um útero. Esta rocha está associada a um secular rito pagão de fertilidade. A Ermida de São Pedro ou de Nossa Senhora do Rosário é uma capela edificada no século XVI, sofrendo alguma alterações no século XVIII. Desta ermida, partiram muitas vezes peregrinações ao Menir da Rocha dos Namorados, em especial em anos de seca. Foi classificada como Monumento de Interesse Público (MIP) pelo IGESPAR. O Castelo de Azinhalinho

ROCHA DOS NAMORADOS

é um vestígio arquitetónico que corresponde a um castelo solarengo erguido durante o reinado de Afonso III de Portugal (1248-1279). Junte uma gastronomia de excelência, vinhos medalhados por todo mundo e uma simpatia única, bem característica dos alentejanos, todos estes motivos de interesse, e facilmente conclui que razões não faltam para vir descobrir São Pedro do Corval. Atreva-se.

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CONSTRUIR O PRESENTE PARA UM FUTURO MELHOR! Localizada na sede de concelho homónimo, no distrito de Évora, encontra-se uma das mais históricas e aprazíveis freguesias da região. A freguesia de Viana do Alentejo, presidida por Joaquim Rodolfo Viegas, é a mescla perfeita de ruas cobertas de história, monumentos religiosos, pontos de interesse turísticos e gastronomia de excelência. JUNTA DE FREGUESIA DE VIANA DO ALENTEJO

Com uma área geográfica de 97,98 km² de área e 2.742 habitantes, possui diversos elementos de interesse que não pode deixar de visitar. A igreja matriz de Viana do Alentejo, erigida dentro do Castelo de Viana do Alentejo, é um artefacto histórico edificado no século XVI, em estilo Manuelino, tendo sido projetada por Diogo de Arruda. Apresenta um soberbo portal manuelino em mármore. O Castelo de Viana do Alentejo, um dos mais notáveis conjuntos arquitetónicos fortificados do final do período gótico, é presença notável em toda a freguesia e está intimamente ligado a toda a história da própria cidade. Mandado construir pelo rei D.Dinis, aquando da Carta de Foral de 1313, chegou inclusivamente a receber as cortes do Rei. Outros dos pontos de

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interesse patrimoniais desta freguesia são o Santuário de Nª Senhora D`Aires e a Ermida do Senhor Jesus do Cruzeiro, visitas obrigatórias a quem procura desfrutar da história e envolvência paisagística e cultural desta icónica freguesia. E é neste cenário belíssimo, de tradição e cultura, que o Executivo presidido por Joaquim Rodolfo Viegas tem levado a cabo um trabalho de excelência. Com uma forte crença nas suas pessoas e mais-valias da região, a Junta de Freguesia de Viana do Alentejo tem fomentado diversas ações que em muito enobrecem a população e que criam todas as condições ideais para os milhares de turistas que todos os anos a visitam. Desde apoios a diversas instituições culturais e associativas, a alma da região, um cuidado e atenção permanentes aos artesãos, embaixadores de Viana do Alentejo pelo país e pelo mundo, através das suas peças e o asseio e limpeza urbana e rural, que abrilhanta ainda mais todo o património, Joaquim Viegas tem procurado oferecer aos seus fregueses todas as bases para que juntos construam um futuro próspero e que dignifique todo o passado e presente da freguesia que ama e representa. E se tudo isto não forem motivos suficientes para despertar a sua curiosidade, convidamos os nossos leitores a visitarem a Romaria a Cavalo Moita Viana do Alentejo, no quarto fim de semana de abril um evento retomado em 2001, após um longo interregno, recuperando assim uma tradição de caráter religioso, existente na Moita, a qual consistia em trazer os lavradores com os seus animais ao Santuário de Nossa Senhora D’Aires, em Viana do Alentejo. Aqui, os romeiros pediam a bênção para os seus animais, proteção e boas colheitas, durante uma procissão, realizada em honra de Nossa Senhora D’Aires. A par da Romaria a Cavalo, falamos ainda da Feira D’Aires, uma feira centenária onde o profano e o sagrado ‘andam de mãos dadas’, que decorre no quarto fim de semana de Setembro e inclui manifestações religiosas, música, mostra de atividades económicas e comércio tradicional. Este certame, com mais de 250 anos de existência, realiza-se em torno do Santuário com o mesmo nome que recebe todos os anos milhares de devotos. Ao todo são três dias de festa num certame que todos os anos apresenta novidades aos milhares de visitantes que se deslocam a Viana do Alentejo.


UMA PÁGINA DA NOSSA HISTÓRIA Com mais de sete séculos de história, a bucólica vila de Evoramonte localiza-se entre as cidades de Évora e Estremoz. A pequena freguesia apresenta-se em pleno Alentejo com toda a sua beleza e esplendor, reunindo um vasto património natural, histórico e arquitetónico. A Portugal em Destaque passou as suas muralhas e acompanhados pela presidente de junta, Ana Serrano, fomos descobrir esta ‘pérola’ alentejana. JUNTA DE FREGUESIA DE EVORAMONTE

Se já viajou para Évora ou Estremoz certamente já se apercebeu que de um dos lados da autoestrada, ao fundo da planície, se ergue no alto de uma colina uma invulgar fortificação, cercada de muralhas medievais de onde brota uma luz refletida pelas casas caiadas de branco. Esse pequeno local chama-se Evoramonte e é uma freguesia do concelho de Estremoz. Assim que passamos as muralhas somos alertados pela presidente para a beleza arquitetónica que acompanha a paisagem natural. Mais de uma dezena de Igrejas e Ermidas, a Casa da Convenção e o seu Castelo de traços raros são parte do património edificado, que perpetua uma página da história de Portugal. O número populacional não passa dos 600 habitantes, as principais atividades económicas são a construção civil, a agropecuária, com o turismo rural a começar a assumir um papel de relevo. Apesar do escasso número de fregueses há algo que esta típica aldeia alentejana não deixou esmorecer: o saber receber. Da sua identidade faz parte o lema bragantino ‘Depois de Vós, Nós’, por isso do seu povo só pode esperar o melhor. Candidata a uma das Sete Maravilhas de Portugal, na categoria de ‘Aldeia Monumento’, Evoramonte é detentora de um castelo pouco conhecido, com características ímpares que foi em tempos palco da Convenção de Evoramonte- acordo que pôs fim à única guerra civil que Portugal viveu. Reconhecendo a importância do património histórico da freguesia, Ana Serrano, no seu primeiro mandato à frente da autarquia apostou na requalificação dos edifícios que se encontravam desgastados pelo tempo. “Tem havido uma forte aposta na recuperação do património. Hoje as igrejas que há três anos estavam em ruínas estão requalificadas e em breve abertas ao público que nos visita. A primeira intenção foi recuperar, agora o próximo passo é dinamizar o território”,

adianta a presidente. Questionada sobre os motivos que a levaram a candidatar-se, a número um do executivo, responde que encarou a presidência como um desafio e uma paixão. “O que me moveu foi o amor à minha terra. Estes últimos anos foram uma descoberta pessoal e um desafio apaixonante pela verdadeira essência de Evoramonte: a sua história, o seu património, as suas gentes. Para mim cada pedra da calçada conta!”. O balanço que faz é positivo, apesar de “não ter concretizado tantos projetos quantos queria. Sempre olhei para Evoramonte como uma potência em bruto, em termos de crescimento territorial e populacional. Agora o essencial é focarmo-nos no centro histórico e agir em cooperação com outras entidades públicas e privadas, de modo, a dinamizarmos esta freguesia. Evoramonte será sempre a minha pérola alentejana”.

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HISTÓRIA QUE ATRAVESSA GERAÇÕES A União das Freguesias de Estremoz é a junção administrativa das freguesias de Santa Maria e Santo André. Com 63,9 km² de área e cerca de 9 mil habitantes, a União das Freguesias de Estremoz destaca-se pela sua forte componente histórica, com diversos pontos turísticos que atraem milhares de visitantes todos os anos. UNIÃO DAS FREGUESIAS DE ESTREMOZ (SANTA MARIA E SANTO ANDRÉ)

JOSÉ GINJA Sendo que a área geográfica desta união das freguesias abrange a área urbana da cidade de Estremoz e, ainda grande parte da área rural do concelho, o destaque turístico é, de forma clara, o Castelo de Estremoz e as suas muralhas. Erigido em 1261, segundo inscrição na lápide medieval visível na Porta de Santarém, foi mandado construir por D. Afonso III e continuamente reestruturado pelos seus sucessores. De características medievais, típicas das construções do século XIII, possui duas portas principais de acesso: a Porta do Sol ou da Frandina, virada para nascente, e a Porta de Santarém, que dá acesso ao Bairro de Santiago. Teria ainda, como é habitual em construções deste tipo, portas secundárias e postigos. Possuía ainda várias cisternas no seu interior e uma couraça para acesso protegido à água extramuros. Destaca-se, ainda, neste sentido, a Torre de Menagem. Situada no meio da alcáçova medieval, é uma das mais bem conservadas de todo o país, com cerca de 27 metros de altura. Construção típica da arquitectura militar de finais do século XIII/inícios do século XIV, é o que resta da primitiva alcáçova medieval da vila. É também chamada de Torre das 3 Coroas, devido ao facto de possuir no terraço três coroas sobrepostas. De elevada importância artística é a sala do 2º piso, um dos mais interessantes exemplares

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góticos existentes no concelho de Estremoz. Outros dos pontos arquitetónicos de maior interesse é a Capela Nossa Senhora dos Mártires. Esta ermida foi iniciada em 1371, durante o reinado de D. Fernando e concluída por D. Nuno Álvares Pereira em memória dos soldados que combateram contra os Castelhanos. Do período gótico apenas subsiste a cabeceira, classificada como Monumento Nacional, pois o edifício sofreu remodelações no período manuelino, barroco e rococó. No exterior são de assinalar os arcobotantes e as originais gárgulas antropomórficas. No interior, destacam-se a cabeceira gótica e os magníficos painéis de azulejos setecentistas que retratam episódios da vida da Virgem Maria e de Jesus. Esta importância histórica e cultural reflete-se nas medidas promovidas pelo Executivo de José Ginja. Exemplo disso é o sucesso que se revelou a exposição/ concurso de fotografia que tem como tema as fontes da União das Freguesias de Estremoz. Manter e difundir os elos históricos de ligação de passado, presente e futuro desta região, bem como promover a fotografia e os novos talentos emergentes desta arte na União das Freguesias foram os objetivos principais desta iniciativa. De salientar ainda, nesta região, a divina gastronomia local. Com diversos restaurantes de elite, com públicos-alvo bem distintos, podemos facilmente encontrar a restauração típica alentejana, casas dedicadas a diversas iguarias e petiscos, nomeadamente bifanas e caracóis, e restaurantes de classe média-alta, de forma a responder a todos os desejos de locais e turistas, ao qual se pode comprovar em novembro com o evento ‘Cozinha dos Ganhões’ e, em abril e maio, com a FIAPE. Se desejar visitar Estremoz numa data festiva, fique a saber que existem diversas romarias que poderá desfrutar ao longo do ano. No que concerne a festas de cariz religioso decorrem na primeira semana de julho as festas de Santa Maria; no primeiro fim de semana de setembro as Festas da Exaltação da Santa Cruz, ‘Cidade de Estremoz’; no segundo fim de semana de setembro festeja-se a Nossa Senhora dos Mártires e a 8 de dezembro celebram-se as Festas de Nossa Senhora da Conceição. No último fim de semana de julho decorre a feira de Julho e em novembro a Feira de Santo André. Por isso, motivos para visitar Estremoz não faltam. Venha visitar.


UM OÁSIS NO ALENTEJO No concelho de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, encontra-se uma das mais emblemáticas e aprazível freguesia da região. A União das Freguesias de Campo e Campinho, presidida por Gabriela Ramalho Furão, é uma mescla de área rural, lazer e gastronomia de excelência. Constituída por três aldeias – Campinho, Cumeada e São Marcos do Campo – tem uma área geográfica de 176.52 km² e 1.396 habitantes, de acordo do último recenseamento da população (2011). UNIÃO DAS FREGUESIAS DE CAMPO E CAMPINHO social marca-as como embaixadores desta freguesia. Com um garante de boa gastronomia, paisagens idílicas e pessoas acolhedoras, dentro de um ambiente tipicamente alentejano, deixe-se seduzir por um paraíso único do nosso país, e venha conhecer a União de Freguesias de Campo e Campinho.

GABRIELA FURÃO Uma freguesia rica em montado, com terreno propício ao turismo cinegético e com uma posição geográfica privilegiada em relação ao plano de água da Barragem de Alqueva é um local bastante tranquilo e agradável, abarca diversos elementos de interesse paisagístico que não pode deixar de visitar. É, precisamente, a sua confluência com a Barragem de Alqueva que dá mote às apostas deste Executivo para os próximos anos. A aposta nos desportos náuticos procura valorizar a União das Freguesias de Campo e Campinho, potenciar as condições naturais da Freguesia e atrair um maior número de visitantes. As coletividades presentes na União das Freguesias de Campo e Campinho têm um importante papel, a sua forte participação

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ARTE TRADICIONAL A EMBELEZAR O MUNDO A meio caminho entre Reguengos de Monsaraz e a Vila Medieval de Monsaraz encontramos São Pedro do Corval, um oásis da arte da olaria alentejana. Numa miragem quase utópica, a maior concentração de olarias de Portugal resiste de forma vincada à evolução. Em pleno Alentejo, esta arte genuinamente tradicional, preserva memórias de gerações passadas e enobrece sabores, vivências e paisagens alentejanas. E é neste quadro de envolvência e valorização territorial que encontramos na Olaria Carrilho Lopes, grande inovação e saber sendo neste setor grande destaque em relação aos demais. OLARIA CARRILHO LOPES

ANTÓNIO CARRILHO LOPES Numa pegada geracional, fruto de quem trabalha nesta arte desde os 11 anos de idade, António Carrilho Lopes assumiu o legado do seu pai, fundador do projeto que hoje é, sem margem de dúvida, pioneiro neste nicho de mercado. Com uma forte estratégia comercial, que lhe permitiu, por exemplo, em 1998 ser presença pela primeira vez numa área de serviço em Portugal, toda a produção tem um escoamento garantido. Fruto desta aposta, a Olaria Carrilho Lopes encontra-se hoje dispersa, através de pontos de venda, por

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todo o país, nomeadamente nos principais aeroportos do nosso país, fazendo das suas obras de arte embaixadores de Corval por todo mundo. O processo de manufaturação mantém-se fiel à tradição. São pessoas qualificadas e com amor a esta arte que garantem, em todas as fases do processo, desde a roda de oleiro à pintura manual, a qualidade e beleza que é marca de todos os produtos desta casa. A juntar a este conhecimento de décadas de experiência, a Olaria Carrilho Lopes conta com os melhores equipamentos, nomeadamente fornos de precisão e formas únicas, de forma a garantir um produto de excelência, que perdure em beleza durante gerações. E é neste amor à arte, que António Carrilho Lopes se debate com a falta de novos elementos qualificados, quer na pintura e também na olaria de roda. Com uma produção frutífera e um stock constantemente escoado, o único receio que encobre o espírito deste empresário é a ausência de jovens oleiros que possam garantir um saudável continuar da arte. É fulcral que as entidades competentes, nomeadamente o município e os polos de formação regionais procurem investir nesta arte, de forma a preservar uma das mais genuínas e belas tradições alentejanas. Visite a Olaria Carrilho Lopes na sua oficina, em São Pedro do Corval, ou na sua loja de exposição e venda, no Castelo de Monsaraz.


QUALIDADE E INOVAÇÃO COM RAÍZES EM ESTREMOZ Bem no centro de Estremoz, dentro das muralhas do castelo, ponto emblemático da cidade, encontramos, nos dias de hoje, uma das melhores clínicas de saúde do Alentejo. Com uma localização geográfica adequada para facilmente responder às necessidades da população local, a Clínica do Doutor Marcelo Freitas é já uma referência nos cuidados de saúde locais, não só pela área da saúde dentária mas por toda a abrangência de especialidades que se encontram disponíveis aos seus pacientes. Mas a realidade que hoje encontramos em Estremoz é apenas um reflexo da história que a família Freitas construiu nesta belíssima cidade alentejana. MARCELO FREITAS CLÍNICA DENTÁRIA

MARCELO FREITAS Marcelo Freitas, alma e cara desta clínica, atravessou o Atlântico com a sua família, vindo do Brasil e rapidamente se deixou conquistar pelo nosso Alentejo. Inicialmente, exerceu funções em duas outras clínicas da região, o que lhe permitiu adaptar-se a uma nova realidade e criar uma relação de confiança e empatia com os locais. Fruto do seu desejo de conquistar novos patamares dentro da sua especialidade e uma motivação tremenda para providenciar todos os cuidados de saúde a esta população decidiu embarcar numa aventura a solo, criando o seu próprio consultório. E numa mescla de acaso e reputação brilhante, surgiu a oportunidade de adquirir uma antiga clínica dentária, local onde hoje se encontra a Clínica Marcelo Freitas. Mas as condições que encontrou neste seu novo posto de trabalho não correspondiam aos seus desejos e ambições enquanto profissional da saúde. Assim, capacitou este espaço com tecnologia de ponta, remodelando o paradigma de dentista nesta região. Um dos focos principais de mudança foi a presença de um ortopantomografo, que permite ao paciente ver, em tempo real, os procedimentos e necessidades dos seus dentes. Este facto, juntamente com o atendimento personalizado e a capacidade de ensinar os seus utentes, criou um serviço de excelência e uma reputação impar em Estremoz.

Um trabalho sempre em sintonia com a sua esposa, Luciana, advogada e responsável por todas as questões burocráticas e logísticas da clínica. Sendo este o primeiro passo, a evolução da clínica prosseguiu em crescendo. Atualmente, além de Marcelo Freitas, médico dentista e diretor clínico desta casa, labutam na clínica Diana Brandão (médica dentista – endodontista), Rita Fernandes (higienista oral), Mónica Caixa (médica – otorrinolaringologia), Cláudia Vareia (terapeuta da fala), Ana Teresa Sobrinho (psicóloga), Ana Cristina Carvalho (psicóloga), Carlos Rosado (médico – Medicina Geral e Familiar) e Rui Cancela (acupunctura – Medicina Tradicional Chinesa), além das assistentes dentárias Dora Janota, Paula Henriques e Joaquina Simões. Uma equipa de luxo, que permite dar uma resposta cabal a todas as necessidades dos pacientes face aos problemas ligados direta e indiretamente com a boca, bem como responder às necessidades de toda uma população, que dentro da mesma clínica pode aceder aos mais diversos tratamentos de uma forma cómoda e eficaz.

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“O QUE NOS DIFERENCIOU VERDADEIRAMENTE FOI A CAÇA” Situado em pleno Alentejo, no concelho de Elvas, o Restaurante Pompílio é uma referência na zona, não só entre os locais, mas também entre os turistas portugueses e estrangeiros. A funcionar desde 1975, desde sempre se destacou pela qualidade das refeições servidas, acabando por crescer naturalmente com o tempo, quer em termos de espaço, quer em termos de distinção, tendo sido um dos primeiros na região a ser certificado. RESTAURANTE POMPÍLIO

RUI RODRIGUES, PEDRO MIGUEL E JOÃO RODRIGUES Atualmente sob a gerência de Rui e João Rodrigues, o Restaurante Pompílio é um ponto de referência na região de Elvas. Aberto ao público em 1975, pela mão dos seus pais, Pompílio e Sofia, foi um dos primeiros restaurantes alentejanos a ser certificado, o que veio atestar a qualidade dos produtos confecionados e servidos. “Começou com uma casa pequenina, com um balcão e uma sala, só com duas pessoas a trabalhar, os nossos pais. A minha mãe sempre teve muito jeito para a cozinha, o que foi um fator determinante para que as coisas começassem a evoluir muito bem, levando a que tivéssemos que aumentar o espaço. Quando isto cresceu, o meu pai propôs-nos vir para cá trabalhar, com uma sociedade, a Pompílio e Filhos. Neste momento acolhemos cerca de 160 pessoas, no espaço interior e em esplanada, e há alturas em que temos mais de 80

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em espera”, afirma Rui Rodrigues. Situado numa região com vários produtos típicos, o Restaurante Pompílio é conhecido pela aposta em pratos regionais, fazendo a diferença com pratos ligados à caça. “Os nossos pratos são regionais e chamaram muitos clientes, sobretudo devido à qualidade da nossa mãe na cozinha, mas o que nos diferenciou verdadeiramente foi a caça, foi esse o nosso grande destaque. Na nossa carta temos sempre uma sopa de pão fixa e os pratos típicos estão também sempre presentes, mantemos essa linha há 40 anos. Depois temos sempre os pratos de caça, como o veado, a perdiz ou a lebre. No entanto, temos ainda alguns pratos pensados para os espanhóis, uma vez que estamos muito próximos da fronteira, como o arroz de marisco, as lulas e o bacalhau”, explica João Rodrigues. Indo de encontro à tendência que se ve-

rifica a nível nacional, também Elvas tem visto aumentar a visita de turistas estrangeiros, o que, para Rui e João, é uma mais-valia para o negócio. “Desde que Elvas se tornou património mundial, temos por cá mais turistas. Nota-se esse crescimento e isso ajuda na divulgação boca a boca. Divulga a cidade e o restaurante! Fomos dos primeiros 10 restaurantes do Alentejo a ser certificados. Isto trouxe-nos vantagens, temos muitos produtos certificados, como o cabrito e as ameixas, e isso dá-nos garantias, a nós e a quem nos visita”, esclarecem. De referir que também a carne de porco preo bolota e a carne de vaca alentejana aqui servidas são certificadas. Com um passado e um presente marcados pelo sucesso e crescimento, o Restaurante Pompílio é, em termos de comércio, o maior empregador da freguesia. Com vontade de manter o ritmo e continuar a inovar, Rui e João avançaram com um projeto ligado ao catering, algo que ainda está numa fase inicial, mas que pretendem que seja sólido no futuro. “O catering surgiu de uma paixão. Começámos com a Universidade Sénior e tudo correu logo muito bem. Não dedicamos muito tempo a isso ainda, porque o restaurante absorve-nos muito, mas é algo que já está a ter um papel bem importante na empresa. É um projeto que esperamos consolidar, embora tenhamos noção que tem que ser devagar, com uma estrutura forte. As pessoas já começam a associar o nosso nome ao catering e as coisas têm corrido bem”, conclui João Rodrigues.


TRADICIONALMENTE BOM! Nascida no Alentejo há mais de 50 anos, a Queijaria Cachopas é um nome incontornável na indústria alimentar, fruto de décadas a produzir os melhores queijos em todo o país. Com um processo idêntico e cem por cento tradicional, os queijos produzidos por Joaquim Cachopas respeitam os ensinamentos de sua mãe e as décadas de experiência adquiridas ao longo do tempo. Atualmente na terceira geração, a Queijaria Cachopas utiliza sempre a melhor matéria-prima, controlada rigorosamente em todo o processo de transformação, feito sempre na unidade de produção própria, segundo as normas comunitárias. QUEIJARIA CACHOPAS

‘AVÓ’ MARIA CACHOPA A Queijaria Cachopas produz uma variada gama de produtos desde os queijos frescos, queijo branco, queijo de vaca (mistura), queijo puro de ovelha, e o apre-

ciado almece e requeijão. Todos estes maravilhosos queijos são fabricados sob a orientação da avó Maria, a matriarca e mentora de todo este projeto. Parte do sucesso destas iguarias únicas provém da matéria-prima. Beneficiando de excelentes condições climáticas e de leites produzidos na região, selecionados segundo as especificidades de cada queijo, a Queijaria Cachopas mantém o selo de qualidade dos produtos alentejanos, conquistando todos os dias novos clientes. Reconhecimento de um trabalho constante e de um esforço impar em acompanhar as necessidades do mercado, providenciando uma resposta imediata aos desejos dos seus clientes. De salientar que a Queijaria Cachopas, apesar do seu processo tradicional de manufaturação dos seus queijos, está dotada da mais sofisticada tecnologia no setor, com equipamento moderno e 34 colaboradores, sendo os seus produtos reconhecidos, quer pelo requinte, qualidade, quer ainda pela tradição no seu fabrico. E o legado da Dª. Maria e seu filho Joa-

quim Cachopas está deste já garantido. As filhas Ana e Maria Cachopas são já dois pilares desta empresa de sucesso, assumindo cargos de destaque e um empenho imenso em manter e melhorar a herança de família. Atualmente, todos estes queijos de eleição podem ser encontrados em distribuidores em toda a região de Lisboa e zona sul do país, nas instalações em Évora e adquiridos via online pela loja da Queijaria Cachopas, no seu sítio na internet. Venha visitar, delicie-se com os maravilhosos queijos e faça uma visita guiada as instalações. Um paraíso apetitoso no coração do Alentejo.

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UM SABOR DIVINAL COM UM SORRISO NO ROSTO! No centro de Estremoz, dentro das muralhas do castelo, existe um segredo gastronómico deveras saboroso. Bem-vindos à Casa das Bifanas. CASA DAS BIFANAS

CRISTINA E AMÍLCAR PRATES Fundada em plena crise financeira, mais concretamente no ano de 2012, fruto de uma necessidade tácita de os seus mentores criarem o seu próprio meio de subsistência, a Casa das Bifanas é, sem margem de dúvida, a referência na região para se degustar esta iguaria. Amílcar e Cristina Prates, mentores de todo este projeto, arriscaram todas as suas economias de forma a fazer face ao sonho de uma vida. Amílcar, que labutava em Évora na área da hotelaria, e Cristina que era funcionária do snack-bar existente anteriormente no número 62 da Praça Marques do Pombal, decidiram arriscar. Apesar de todos os maus agouros de amigos e conhecidos, este casal abriu portas com um menu extremamente simples: sopa e bifanas. Amílcar, que ajudava a sua senhora na abertura e fecho do restaurante, continuou a trabalhar em Évora durante os primeiros tempos. Cristina assumia os encargos do estabelecimento, contando com a ajuda de familiares. Mas o sucesso da melhor bifana da região foi tal, que rapidamente assumiu a proporção de negócio familiar, de forma efetiva. Mas o sucesso não se deve

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apenas às boas iguarias. Não existe ninguém que não destaque a amabilidade e hospitalidade de todos quanto trabalham na Casa das Bifanas. Juntando a esta inata capacidade de comunicar, uma bela esplanada e estacionamento à porta, criaram-se as condições necessárias para um enorme sucesso. Atualmente, nem só de bifanas vive esta casa. Caracóis, pezinhos de coentrada, omelete de espargos, diversos tipos de sopas (nomeadamente coentros, poejos e beldroegas), bochechas de porco ou frango frito fazem as delícias dos inúmeros locais e turistas que todos os dias visitam esta humilde mas atenciosa casa. E o resultado é sempre o mesmo… Clientes satisfeitos, ambiente muito familiar e promessas de regressar rapidamente. E as histórias com os turistas começam-se a acumular. Prova disso é o cachecol dos All-Blacks – seleção de rugby da Nova Zelândiaenviado por um cliente do outro lado do mundo e exposto na vitrina central, com todo o orgulho. E as boas notícias não terminam por aqui. Com todo este sucesso, a equipa da Casa das Bifanas já está a projetar o futuro. Com planos de alargamento, que envolve a criação de uma zona ampla de lugares sentados no interior do estabelecimento, estarão criadas todas as condições para que os invernos sejam, também, ao sabor das melhores bifanas do Alentejo.


INOVAÇÃO E BONS PETISCOS EM MONTEMOR-O-NOVO Em frente à Praça de Touros, referência icónica do centro da cidade de Montemor-o-Novo, estabeleceu-se à sensivelmente ano e meio um dos mais diferenciados e únicos restaurantes da região. Com um conceito inovador, baseado sobretudo em petiscos, tapas e mariscos, para acompanhar com um bom copo de vinho, e uma decoração moderna, com influências das tradicionais casas de petiscos, o Wine Bar Tapas e Mariscos é, sem margem de dúvida, um dos pontos de referência da gastronomia em todo o Alentejo. WINE BAR TAPAS E MARISCO E o sucesso, merecido, não se fez esperar. Seja num final de dia ou numa ocasião especial, são diversos os locais e os turistas que todos os dias frequentam este espaço de excelência. Deixe-se conquistar pelos sabores e vinhos e venha visitar este magnífico espaço de restauração no centro de Montemor-o-Novo.

ADRIANA ISABEL (AO CENTRO) Após 19 anos no setor da restauração, com a Pizaria Santa Loucura, Adriana Isabel decidiu dar resposta a um nicho de mercado por explorar na sua cidade. Apesar de existirem diversos restaurantes ao longo da cidade, Adriana Isabel sentiu a necessidade de criar um espaço de referência, que fosse plausível de obter sucesso em qualquer cidade do nosso país. Assim, encontramos na Rua do Matadouro, um espaço de conforto, prodigo em boa comida. Apesar de a ideia ser apresentar apenas petiscos diversos, que oferecesse aos clientes a oportunidade de provar diversas iguarias numa só refeição, atualmente, e devido ao desejo dos seus clientes locais, existem também pratos completos no menu. De todas as maravilhas gastronómicas, destacam-se o pica-pau de vitela e salmão, o naco de vitela, as espetadas de vitela com ananás, as costeletas de borrego, os lagartos de vitela, secretos e plumas de porco preto, choco frito, tortilha de espargos, gambas à guilho, amêijoas à bulhão pato, camarão de espinho, codornizes com toucinho, além de diversos tipos de marisco. Mérito da Dona São, cozinheira de excelência da casa.

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COZINHA ALENTEJANA NO SEU MELHOR Com portas abertas há menos de dois anos, o Restaurante Alecrim, no Rossio do Marquês de Pombal, em Estremoz, pratica a fusão entre o tradicional e o moderno, sem destronar a riqueza da gastronomia alentejana. Rui Vieira é o responsável por este projeto que tem conquistado os locais e visitantes. RESTAURANTE ALECRIM

CHEF HELENA E CHEF RUI VIEIRA

“Este espaço, que pertence à Santa Casa da Misericórdia, estava fechado há muitos anos e surgiu a oportunidade de criar aqui um restaurante”, começa por dizer Rui Vieira, recordando o trabalho de requalificação que culminou no espaço que enche logo o olhar, mal se entra no Restaurante Alecrim. No chão, o amarelo torrado, o preto e o marfim cumpliciam a geometria singular do mosaico proveniente da Fábrica de Mosaicos de Estremoz. Nos tampos das mesas, encontra-se o mármore desta região alentejana. Tudo foi pensado ao pormenor pelo arquiteto catalão Jordi Fornells. Os detalhes con36 | PORTUGAL EM DESTAQUE

tinuam na mesa, com o pão alentejano, o azeite de Estremoz e as flores campestres. No Restaurante Alecrim, os almoços e os jantares percorrem o que de bom há no Alentejo, com um toque de requinte e modernidade. A carta é mudada a cada quatro meses, de forma a ser adequada à época do ano e a possibilitar que os muitos clientes fidelizados possam degustar diferentes pratos. No entanto, há iguarias que constam obrigatoriamente do menu, não fosse este um restaurante que procura elevar a gastronomia alentejana: “Os nossos clientes procuram-nos pela nossa carne maturada, desde a vazia ao lombo. Fazemos uns excelentes pregos e hambúrgueres de lombo maturado. Depois temos o borrego, com o nosso assado de borrego, feito à moda antiga, e as costeletas”, enumera Rui Vieira. O bacalhau dourado é também presença obrigatória, tal como as famosas carnes de porco preto. Sendo o Alentejo conhecido também pelo muito calor que se faz sentir nesta época, o Restaurante Alecrim prepara especialmente para esta estação um conjunto de pratos mais frescos, como os pastéis de bacalhau, o carpaccio de novilho, a salada de polvo, o escabeche de coelho, as gambas e o gaspacho. Nas épocas festivas há pratos tradicionais como o borrego e as asas de frango picantes. No que toca aos vinhos, o principal destaque vai para os vinhos de Estremoz e do Alentejo, ou não estivesse o Alecrim numa região vinícola de excelência. Estes estão dispostos no móvel que percorre duas paredes do restaurante que é também um bar de tapas. Durante a tarde, há lugar para tapas, sandes, tostas de porco preto e queijos. Para terminar a refeição ou o lanche, nada como uma sobremesa da variada montra de bolos que preenche a vitrine do balcão. “Não pode ir embora do Alecrim sem provar a nossa tarte de lima merengada”, avisa Rui Vieira.


Com tudo isto, o balanço destes quase dois anos de Alecrim só pode ser positivo: “Neste restaurante primamos pela qualidade do serviço e dos produtos. Temos uma equipa jovem e profissional que aguarda por recebe-lo com toda a simpatia e atenção”, promete o responsável. Rui Vieira aproveita para partilhar que, brevemente haverá ainda lugar no Alecrim para uma garrafeira climatizada, assim como um espaço de produtos tradicionais, tão procurados pelos muitos clientes que visitam o local: “Temos clientes de todos os pontos do país e muitos espanhóis que nos perguntam onde adquirir certos produtos da região. Assim, pensamos em criar este espaço, de modo a que encontrem tudo o necessitam no Alecrim”, confessa Rui Vieira. O Restaurante Alecrim está à sua espera todos os dias, exceto às quartas-feiras.

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SINES E SANTIAGO DO CACÉM Sines e Santiago do Cacém são duas cidades portuguesas do distrito de Setúbal, região do Alentejo. Num “dois em um” apresentamos-lhe dois destinos turísticos de excelência, onde pode disfrutar das belas praias e conhecer o património histórico e arquitetónico que estes dois concelhos lhe reservam. Sob o mote “Terra única”, Santiago do Cacém junta a serra, a planície e o mar. Inicie o seu percurso no centro histórico e deixe-se transportar para o século XIII. Vislumbre o Pelourinho de Santiago, os Antigos Paços do Concelho, a Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém e o Hospital do Espírito Santo. Não deixe de visitar o Palácio e a Tapada dos Condes de Avillez, jardim botânico com um parque poético. O melhor da costa alentejana e os traços cosmopolita, despertam o olhar para Sines. A cidade enche-se memórias de Vasco da Gama, o célebre navegador português, natural desta terra. O seu centro histórico, museu, centro de artes e os 30 quilómetros de praia fazem de Sines um destino imperdível. Siga as próximas páginas e venha descobrir dois pontos estratégicos do Alentejo!

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UMA FREGUESIA COM QUALIDADE DE VIDA Cercal do Alentejo é a terceira freguesia do concelho de Santiago do Cacém com maior peso populacional. Com uma localização privilegiada – a 15 quilómetros das praias do litoral alentejano – possui um clima temperado que lhe permite ter uma das mais diversificadas faunas e floras da região.. FREGUESIA DE CERCAL DO ALENTEJO

MEMBROS DO EXECUTIVO

Elevada a vila em 1991, Cercal do Alentejo é uma freguesia com características muito especificas, explica-nos em entrevista António Albino, presidente da Junta de Freguesia. “Com quase 136 quilómetros quadrados de área, somos uma freguesia muito dispersa, o que exige de nós um esforço muito grande em dar assistência a toda a população e a permitir que haja igualdade de acesso a bens e serviços”, explica. Com mais de 3.500 habitantes, sendo uma grande percentagem deles idosos, a maioria do trabalho levado a cabo por António Albino e o seu executivo centra-se no apoio a esta faixa etária: “temos dois centros de dia, da Casa do Povo de Cercal do Alentejo e da Sonega, que dão apoio a mais de uma centena de idosos. Em curso encontra-se o projeto de construção de uma estrutura residencial para idosos, uma das principais carências da freguesia. Já existe o terreno, cedido pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém e esperamos que, em breve, este projeto seja uma realidade”, confessa. A agricultura, pecuária e construção civil são as principais atividades dos habitantes de Cercal do Alentejo, aliadas aos serviços. Na década de 50 do século passado a vila chegou a ter 9.000 habitantes. Atualmente, devido à escassez de trabalho, os mais novos acabam por estudar nas grandes cidades e por lá ficam, o que contribui para a redução da população ao longo dos anos. No entanto, há casais novos que continuam a optar por Cercal do Alentejo devido à proximidade com Sines (muitos são os que trabalham no Porto de Sines). “No Parque Empresarial do Cercal do Alentejo as notas de destaque vão para os novos investimentos que, em breve, irão surgir neste espaço. Já foram cedidos lotes por parte da Câmara Municipal. A fábrica, já existente, de pelletes tem perspetivado, para este ano, a sua ampliação, num investimento de cerca de cinco milhões de euros, que irá proporcionar, por um lado, a triplicação da sua faturação e, por outro, a oferta de mais postos de trabalho para quem vive na freguesia e no município”, acrescenta António Albino.

A nossa freguesia beneficia pela sua localização da Rota Vicentina, onde se cruzam três percursos ,em que os turismos rurais e similares são uma mais valia para quem nos visita. No que às crianças diz respeito, Cercal do Alentejo conta com um jardim de infância, ensino básico de primeiro, segundo e terceiro ciclos. Existindo prolongamento no período não letivo (apoio à família) atividades promovidas pelas autarquias como férias jovens e desporto em ferias Há ainda o chamado ‘Espaço Jovem’, onde as crianças podem ficar no período não letivo, com atividades e acompanhamento. “Tentamos dar apoio a todas as faixas etárias”, refere o presidente. Há três mandatos (não consecutivos) à frente dos destinos da freguesia, António Albino revela que se trata de um trabalho muito intenso, feito a tempo inteiro, mas compensador. O presidente acrescenta que a relação da Junta da Freguesia com a Câmara Municipal e com os movimentos associativos é excelente, o que contribui para que seja novamente candidato nas próximas eleições: “ainda há muito a fazer por Cercal do Alentejo e os cercalenses sabem que podem contar comigo para fazer tudo em prol da nossa freguesia”, conclui.

Bairro Zeca Afonso 7555-105 Cercal do Alentejo 269 904 277 269 949 325 j.f.cercal@sapo.pt

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DINAMISMO MARCA A DIFERENÇA Eternizada pela música de Rui Veloso, a aldeia de Porto Covo (Sines) é uma das candidatas às 7 Maravilhas Aldeias de Portugal. Numa entrevista concedida pelo presidente da Junta de Freguesia, damos aos nossos leitores a oportunidade de conhecerem esta terra onde “as águas brilham como prata e a brisa vai contando velhas lendas”. FREGUESIA DE PORTO COVO

Cláudio Rosa, de 37 anos, cumpre desde 2013 o seu primeiro mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo. Segundo o mesmo, “ser presidente passa por ter mais uma ferramenta para fazer algo de bom pela sua terra”. Tem outro emprego, não se considera um político por natureza, mas tem trabalhado de forma dinâmica e responsável, tentando fazer da freguesia um lugar melhor para se viver e visitar. Maravilha de Portugal Candidata na categoria de ‘aldeia de mar’, a freguesia de Porto Covo foi fundada no século XVIII, após o terramoto de 1755. No seu território salta à vista a ordenada disposição das casas em quarteirões retilíneos e os dois fortes da Ilha do Pessegueiro e da Praia do Pessegueiro. As praias de águas cristalinas e a lendária ilha ocupada em tempos por romanos e cartagineses são cenários que atraem todos os verões milhares de turistas à pequena aldeia. Independentemente ser ou não distinguida no concurso, as suas paisagens, monumentos, lendas e tradições são a imagem de marca deste paraíso à beira mar plantado, expoente paisagístico do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa 40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Vicentina. Refere o número um do Executivo da Junta de Freguesia que durante a época balnear a população na aldeia aumenta dez vezes mais, “subida vantajosa para o alojamento e comércio local que vivem essencialmente do turismo”. Foi durante a década de 80, que Porto Covo se “transformou num polo turístico”, inspirando também, nessa época, um dos temas mais conhecidos de Rui Veloso. Hoje Cláudio Rosa espera que o concurso nacional traga notoriedade a Porto Covo, lugar que tem preparado para se tornar num destino turístico de excelência. Apesar das suas potencialidades naturais, a pequena aldeia tem, segundo o presidente, oferta inferior à procura. Explica dizendo que ao nível de infraestruturas e organização, não estão ainda devidamente preparados para receber os visitantes da melhor forma, mas que estão a ser desenvolvidos projetos que vão eliminar alguns transtornos causados pela forte afluência de turistas. O mais recente projeto em fase terminal é o parque para autocaravanas, situado no clube desportivo local, que abriu ao público no dia 1 de julho. “Não é uma solução, mas minimiza os danos e confusão causada pela falta de um local de estacio-

namento para estes veículos. O ideal seria aparecer um empresário que investisse num parque para autocaravanas”, acrescenta o presidente. Outros projetos de destaque levados a cabo pelo atual Executivo foram a Casa da Juventude, a biblioteca, um espaço sénior, uma sala para a Associação de Caçadores, um parque de estacionamento na Praia Grande, um miradouro e a casa do velório, “uma promessa que já existia há 30 anos e que faltava cumprir”. É o forte dinamismo do jovem presidente que tem marcado a diferença e impulsionado o desenvolvimento de Porto Covo. A recandidatura está apresentada e o convite fica feito aos portugueses para irem conhecer as belas praias e a misteriosa ilha desta “aldeia de mar”. Como plano turístico sugere-se uma viagem de barco à ilha, uma ida ao Festival de Músicas do Mundo (21, 22 e 23 de julho), sem deixar de provar a riquíssima gastronomia de um lugar com forte tradição piscatória.

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A REPOSTA FORMATIVA ÀS NOVAS EXIGÊNCIAS EMPRESARIAIS O CENFIM surgiu em 1985, sendo instituído por um protocolo celebrado entre a AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, a ANEME – Associação das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas e o IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, tendo como espaço de abrangência o território o nacional. A formação técnica altamente especializada é a centralidade da ação deste Centro de Formação, com projecção nacional e internacional, o qual oferece aos seus formandos uma realidade formativa adaptada ao mundo profissional. CENFIM SINES Atentos ao forte pendor industrial da região de Sines e as necessidades de resposta ao seu tecido empresarial, designadamente no âmbito da indústria metalomecânica, numa primeira fase com particular destaque nos domínios da formação em soldadura e construções metálicas em tubo, o designado pyping, surgiu a oportunidade, com o apoio do Município de Sines, o qual cedeu as primeiras instalações, de o CENFIM vir a implementar, durante o ano de 2008, o seu núcleo de Sines. Esta unidade foi crescendo, em termos de atividade formativa e prestação de serviços à indústria, sendo que no ano de 2013 passou a utilizar um novo espaço oficinal, que é reconhecidamente o mais bem equipado espaço oficinal de formação da região. Atualmente, José Frias Gomes é o diretor do núcleo do CENFIM de Sines. Oferta Formativa O Núcleo de Sines, ao fim destes quase nove anos de atividade continua muito focado nas áreas tecnológicas mais necessárias às industrias da região, “as áreas em que formamos é o que interessa à indústria”, enunciou o diretor. Quanto à natureza da oferta formativa, ela diversificada, abarcando jovens e adultos, em cursos tecnológicos, de qualificação profissional, e ou de dupla certificação, qualificação profissional e obtenção simultânea de nível de escolaridade. Possibilita-se assim a consecução de qualificações profissionais desde o nível 2 de qualificação, a que poderá estar associada a conclusão do ensino básico, passando pelas qualificações de nível 4, associadas à consecução do ensino secundário, designadamente através do sistema de aprendizagem, oferta destinada a jovens até aos 25 anos, ou ainda por via de cursos de Educação Formação de Adultos, culminando com as formações de nível pós-secundário, os designados Cursos de Especialização Tecnológica, de nível 5 de

qualificação. As principais áreas técnicas de atuação são as construções metálicas, soldadura, maquinação convencional, automatismos industriais, eletrónica, a eletricidade, bem como o desenho assistido por computador e mais recentemente a criação de resposta na área do AVAC. A formação do CENFIM é caracterizada pela forte componente prática oficinal associada a formação em contexto de trabalho, estágios curriculares, ao longo dos cursos ou no final destes. Este modo de intervenção formativa possibilita uma adaptação imediata dos formandos ao mundo profissional, “os formandos habituam-se ao ritmo, ao contexto, ao ambiente e à disciplina do trabalho das empresas. Por outro lado, as empresas vão conhecendo-os, propiciando em muitas situações propostas de trabalho concretas apos o período de formação”, explicou José Frias Gomes. “ Na formação procuramos uma maior interligação das pessoas, os formandos dos nossos cursos, com as empresas, facilitando a formação técnica e humana, bem como a inserção destes, estimulando que as entidades empregadoras aprofundem a sua dimensão em termos de responsabilidade formativa dos seus ativos”. Todavia é ainda de realçar que o CENFIM ao for-

mar profissionais não tem apenas como meta a respetiva qualificação técnica, essa seguramente de elevada qualidade, mas “também procuramos a capacitação dos homens e mulheres que passam por esta casa, o CENFIM, no domínio dos valores que pensamos fundamentais, designadamente o valor do compromisso, consigo mesmo, facilitando o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal, mas também com os outros, facilitando a interacção e o trabalho de equipa”, afirma José de Frias Gomes. Em relação ao futuro, José Frias Gomes concluiu: “vamos acompanhando de muito perto as necessidades do tecido empresarial e com toda a naturalidade lá estaremos para apoiar, é a nossa missão”.

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OS DETALHES SÃO O COMPROMISSO COM AS NECESSIDADES DO CLIENTE A EmiÁtomo surgiu em Sines, durante a ascensão da crise de 2008. Iniciou a atividade no âmbito do comissionamento industrial nas disciplinas de eletricidade e instrumentação com o objetivo de preencher um lugar vazio e corresponder a um mercado cada vez mais exigente. António Relvas juntamente com Fábio Costa, são atualmente os gerentes da empresa e co-responsáveis pela sua criação. EMIÁTOMO

ANTÓNIO RELVAS A empresa “começou com uma oportunidade que surgiu na central térmica de Sines quando esta começou a fazer a dessulfuração. Apareceu-nos essa oportunidade, conhecíamos pessoas capazes e demos o passo”. Na prática o objetivo central do uso do comissionamento é a sua utilização como ferramenta 42 | PORTUGAL EM DESTAQUE

de apoio na construção de unidades industriais assegurando a transferência da instalação industrial para a operação e a manutenção de forma ordenada e segura, certificando a sua operabilidade em termos de segurança, desempenho, confiabilidade e rastreabilidade de informação. Após a criação da EmiÁtomo, começaram-se a desenvolver serviços com alguns contactos anteriormente adquiridos nas experiências profissionais dos fundadores. A qualidade dos serviços foram fazendo-se ecoar no mercado e assim foram crescendo. “As empresas para quem fomos trabalhando foram gostando da nossa capacidade e do nosso trabalho e fomos crescendo” destacou o gerente. A empresa começou sem nenhum apoio financeiro, um fator que inicialmente foi limitativo para o seu desenvolvimento, principalmente porque do outro lado da fronteira, Espanha ia reforçando a oferta para as termosolares e a concorrência acabava por ganhar muita preponderância. Apesar destas dificuldades, a empresa foi consolidando o seu posicionamento no mercado acabando também por expandir os seus serviços para a manutenção industrial. Com a oportunidade de analisar as necessidades das várias empresas onde desenvolveu o seu trabalho, acabou-se por conhecer o mercado e impulsionar o âmbito do leque de intervenções também para a operação e supervisão. Atualmente a empresa é constituída por um grupo de técnicos especializados nas áreas de eletricidade, instrumentação, automação e controlo, mecânica, segurança e qualidade, capazes de responder com o máximo de eficiência e profissionalismo às necessidades dos projetos em fase de comissionamento e manutenção. Os serviços da empresa destacam-se pela total confiança e dedicação que proporciona aos clientes. António Relvas desta-


cou que “é a nossa capacidade, a qualidade dos nossos técnicos, a nossa adaptabilidade e disponibilidade o que nos consegue distinguir em relação aos nossos concorrentes. Temos seriedade, quando propomos sabemos exatamente o que estamos a propor e não fugimos aos nossos compromissos”. Uma aposta no mercado externo No panorama nacional são uma empresa com serviços únicos e por essa razão têm dificuldades em trabalharem no mercado nacional. A dificuldade burocrática e a dificuldade em receber pagamentos são as principais dificuldades na atuação do mercado interno. “O mercado português é um mercado que não nos interessa. Em Portugal as coisas passam por prossupostos errados. Aqui tenho de pagar o IVA de um dinheiro que eu não recebi e no fim do ano vou ter que pagar o IRC desse dinheiro”, explicou António Relvas. Nessa perspetiva, o principal enfoque é quase unicamente o mercado externo, onde têm vindo a trabalhar ao longo dos nove anos de existência da empresa. Trabalham essencialmente com o mercado espanhol, mas já juntaram ao seu portefólio trabalho por toda a parte do globo. “Começámos aqui na central de Sines, passámos para um ciclo combinado que a EDP fez em Lares. Trabalhamos no Chile para uma central de leito flutuante que tem um conceito um pouco diferente. Tivemos também na Argentina num ciclo aberto, num projeto de gás em Valência, na Arábia Saudita, no Uzbequistão, Irlanda, Bangladesh ... Agora o último bom contrato que tivemos foi num armazenamento de gás na Bélgica”. É, portanto, uma empresa que leva os valores da qualidade nacional em trabalhos realizados um pouco por todo o mundo. São destacados com certificações de qualidade ISO 9001; ambiente ISO 14001 e OHSAS 18001 que acabam por ser fundamentais para realizar projetos fora de fronteiras, como o gerente referiu. “Uma certificação não nos abre portas, mas fecha-nos muitas. Se não formos certificado, há determinados projetos em que nem podemos concorrer”. A EmiÁtomo conta também com a distinção de PME Líder e de PME Excelência, prémios que para o gerente foram “um reconhecimento do trabalho que temos vindo a fazer. Na banca passamos a ser vistos de outra maneira principalmente na parte financeira”. Os principais desafios… A empresa implantou-se em ano de crescimento súbito da crise. Talvez fosse um presságio de algumas dificuldades para

as quais a gerência iria ter de contornar com a mestria que tem desempenhado até ao momento. De facto, 2008 foi um ano que movimentou o mercado espanhol que atualmente também não atravessa um bom momento. Esse fator reduz também o trabalho da EmiÁtomo que para responder a essa crise tem vindo a explorar novos mercados. A concorrência no mercado espanhol é também um desafio, principalmente devido aos elevados custos fiscais da mão de obra. “Temos 30 por cento de custos a mais em relação a uma empresa espanhola. Estamos a concorrer num mercado extremamente competitivo e em que os nossos concorrentes têm muito melhores condições que nós. Em termos fiscais não se compara as condições que eles têm”. A qualidade do serviço depende também muito da excelência e da dinâmica da equipa. Há a dificuldade em recrutar mão de obra especializada que tem de ser gerida de forma a formar equipas que realizem um trabalho que corresponda com os valores de qualidade e responsabilidade da empresa. Este factor aliado a uma necessidade de grande liquidez de tesou-

raria têm sido um impedimento de estar em simultâneo em diferentes projetos. Futuro Com uma presença consolidada no mercado internacional, o futuro passa por uma abordagem cautelosa. A aposta é a continuação na abordagem e na exploração do mercado externo. António Relvas indicou também algumas das dificuldades que terá de administrar: “o futuro está muito complicado porque aquilo que era verdade há uns anos hoje deixou de ser. Os mercados estão muito protecionistas. Hoje para se concorrer a determinados mercados tem que se ter delegações nesse país. Isso implica riscos porque se têm de meter lá pessoas com culturas e maneiras de pensar completamente diferentes ou temos de meter lá alguma pessoa nossa, caso contrário, burocraticamente há sempre muitas dificuldades”. A visão prudente da empresa passa atualmente por consolidar o presente para sustentar o futuro, mantendo sempre a qualidade dos seus serviços como principal primazia da sua imagem.

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AMIGOS DO AMBIENTE PROMOVEM O ÚNICO COMBUSTÍVEL DE RAIZ NACIONAL João Baetas desdobra-nos a Glowood, um projeto que nasceu com a ambição de ser pioneiro na área das biomassas. A cooperação e o espírito de entreajuda assumem-se aqui como as verdadeiras âncoras de negócio. GLOWOOD

JOÃO BAETAS Logo no início da conversa, o entrevistado resume a atividade: “Nós partimos do aproveitamento de resíduos florestais (as ramas das árvores, as podas agrícolas), ou seja, todos os resíduos resultantes que vão desde a limpeza até às operações de desbaste para posteriormente fabricarmos o biocombustível”. Durante esta clássica operação vários cuidados e regras têm de ser respeitados, não fosse esta afinal uma atividade que procura a constante harmonia com o meio ambiente. Fundada em 2011, a Glowood acaba por integrar um grupo implantado em África, vinculado à área dos plásticos. A sua exportação tem uma real preponderância, penetrando em mercados tão diversos como a Escandinávia, o Reino Unido e Benelux. A análise de cenários futuros para o sistema energético português não deixa porém de ser ponderada pelo empresário: “Atualmente exportamos mais de 95% da nossa produção, mas eu tenho esperança de que nos anos vindouros possamos vir a crescer a nossa quota de mercado português”. O benefício do desperdício Todos têm consciência dos efeitos nefastos do dióxido de car44 | PORTUGAL EM DESTAQUE

bono e os pellets, sendo uma fonte de energia renovável pertencente à classe da biomassa, assumem os seus benefícios. Produzidos a partir da limpeza das florestas, “o pellet acaba por ser a indústria que vai buscar tudo o que as outras não querem a nível de resíduos”. Em Portugal, o recurso é abundante e o país situa-se entre os cinco maiores produtores a nível europeu, mas é nas outras nações que as grandes indústrias obtêm maiores maiores incentivos para construirem a sua pegada ecológica. Outra abordagem que pode ser feita deste produto conecta-se ao setor residencial e à pequena e média indústria. “Em Portugal ainda não o valorizamos, e por isso a decisão do consumidor tem apenas como fundamento a componente económica”, clarifica. O resíduo como oportunidade nacional Embora sofra a escassez de várias matérias primas, Portugal possui características únicas e poderá ser um produtor de referência a nível florestal. João Baetas apela a essa maior consciencialização, pois estando todos nós de olhos postos para o maior incêndio que se conheceu até hoje dentro das nossas fronteiras,


é preciso sublinhar que “estamos num lugar com nove meses de sol por ano, e a solução integrada para um país ao sul da Europa poderá passar pela colocação de painéis solares, com um sistema de ‘backup’ de uma caldeira, idealmente, de biomassa porque é esse o combustível de que dispomos. O futuro poderá passar por aí, onde o que temos é 100% nacional, amigo do ambiente e com zero emissões de CO2.” O empresário aponta que uma das principais razões, que levam a que esta ainda não seja uma realidade, está no desconhecimento, pois a grande maioria parece ainda não saber o que é o pellet e os que já se encontram familiarizados observam-no apenas como “uma alternativa barata, quando ele é muito mais do que uma alternativa barata. Faltarão provavelmente apoios e incentivos por parte das entidades governativas para promover o único biocombustível de raiz nacional - desde a origem, passando pela mão de obra, a transformação, até à distribuição”. O interior, ficando um pouco à margem do que muitas vezes se faz no litoral, poderia gerar maior riqueza através deste recurso. O seu aproveitamento fomentaria benefícios não só ligados ao ambiente, mas também criaria novos postos de trabalho, fixaria as camadas mais jovens, combatendo assim a consequente desertificação. Importa realçar que estas são regiões “deprimidas, com baixa oferta de emprego e onde o mercado tem um impacto enorme na economia local”. O empresário transporta para a Glowood este espírito de cooperação e a proximidade prevalece nesta ruralidade que nunca é esquecida. Como investir não é um verbo que apenas alberga números, os 42 colaboradores que aqui laboram recebem formação contínua e a sua evolução é feita em aliança com os valores da empresa. Floresta sustentável, futuro saudável Considerando que as florestas nacionais possuem um grande poder de regeneração, devido à sua abundante quantidade de água e sol, João Baetas não poderia deixar de deixar um aviso: “Os incêndios que ocorreram nestes últimos anos têm queimado árvores sem capacidade de regeneração. Quando as árvores não têm essa capacidade, o terreno sofre erosão e consequentemente fica estéril. Portanto há uma oferta de madeira que havia e deixou de existir e não sabemos bem o que os próximos anos nos reservam”. Relativamente ao futuro da empresa, as ambições constroem-se numa perspetiva mais otimista. Recentemente redimensionaram a abordagem industrial e trouxeram uma abertura maior no setor dos pellets residenciais. A história memoriza os sucessos, mas não esquece os desafios, e as autarquias de Santiago do Cacém e do Cercal têm proporcionado apoios para que a Glowood preserve este crescimento sustentável. Neste momento já começa a desenhar-se um novo projeto no Parque Industrial do Cercal, pois aqui a inovação caminha lado a lado com a população.

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A ARTE DE TRABALHAR NA FLORESTA A Transgrândola – Transportes Rodoviários e Exploração Florestal dedica-se à comercialização de madeiras e transporte das mesmas para fornecer grandes players no mercado. A própria empresa também tem a sua posição bem sedimentada ao longo destes vários anos de trabalho intenso. A Portugal em Destaque viajou até Foros do Locário, em Santiago do Cacém, onde foi recebida por José Cordeiro, que nos narrou como se iniciou esta peripécia. TRANSGRÂNDOLA

JOSÉ CORDEIRO José Cordeiro tinha experiência profissional que em nada se enquadrava no setor onde hoje se insere. Questionado de como se decidiu dedicar a esta área, responde que o trabalho nunca o assustou e assim que se viu com algum dinheiro no bolso utilizou-o na compra de uma motosserra. Estava dado o passo inicial que viria a fundar a Transgrândola. Na altura, corriam os anos 90, onde criar uma empresa do nada exigia maior burocracia do que nos dias de hoje, José Cordeiro e um tio, António Maria, geraram, em sociedade, a Transgrândola - Transportes Rodoviários e Exploração Florestal. Desde então que este empreendimento tem o corebusiness de comercializar, transportar, cortar e rechegar madeira de eucalipto e de pinho. Também realizam alguns serviços dentro da área, conforme requerimentos do cliente e efetuam algumas plantações, em menor quantidade. Com a sociedade entretanto dissolvida, a empresa deu seguimento a anos de trabalho rigoroso e dedicação, que lhe valeram a confiança de clientes-parceiros com nomes sonantes no mercado: o eucalipto é 46 | PORTUGAL EM DESTAQUE

fornecido à Navigator, que o transforma no seu reconhecido papel, e à Altri Florestal também para papel. Por sua vez, a Glowood utiliza a madeira do pinho para pellets (fonte de energia renovável, pertencente à classe da biomassa); enquanto a Cercalserra transforma esta matéria-prima em paletes de madeira. Portugal é, por excelência, país onde o setor florestal reúne todas as condições necessárias para se erguer em quantidade e qualidade. Facto que é aproveitado pela Transgrândola, mas que todos os anos sofre com as adversidades dos incêndios que, para além de todos os outros efeitos nocivos que causam, destroem a matéria-prima tão necessária ao bom funcionamento desta indústria e deixam fábricas sem produto com o qual trabalhar. José Cordeiro chama a atenção a esse facto. Quanto à concorrência que existe, o administrador não está preocupado. “Há mercado para todos”, garante, “desde que o jogo seja justo”. De facto, a Trangrândola foi garantindo, ao longo dos vários anos

de funcionamento, reputação de empresa credível, cuja posição no mercado já está bem sedimentada. É das maiores entidades empregadoras da freguesia, com 14 trabalhadores, muitos dos quais com carreira de casa de muitos anos. A Transgrândola garante formação interna a todos os funcionários que emprega, com quem se orgulha de cumprir escrupulosamente as obrigações, e vice-versa. José Cordeiro só lamenta já não se observar interesse nesta área de trabalho árduo por parte das gerações mais jovens. Distinguida com o prémio PME Líder desde há vários anos e, mais recentemente, como PME Excelência, o administrador da Transgrândola admite que esta distinção em nada altera a dinâmica de trabalho, porém o reconhecimento é positivo. De futuro, podemos esperar a continuação do bom trabalho desenvolvido, tal como até agora.

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“PARA NÓS, O UTENTE ESTÁ ACIMA DE TUDO” Em 1983, Vila Nova de Santo André carecia de uma farmácia. Os habitantes tinham de se deslocar ao concelho mais próximo (Sines ou Santiago do Cacém) para encontrarem os medicamentos de que necessitavam. Assim, para colmatar essa necessidade, nasceu a Farmácia Fontes, pelas mãos de José e Maria Cecília Fontes. FARMÁCIA FONTES com anos de carreira na casa. Construir a equipa não foi fácil, porém hoje orgulham-se dos funcionários que têm. O caminho de tantos anos não foi isento de obstáculos, todavia é honesto afirmar que estes foram ultrapassados, ou não fossem distinguidos como PME Excelência desde há alguns anos: “é uma boa forma de valorização pessoal, que foi fruto de trabalhar 12 ou 14 horas por dia”, asseguraram. O futuro, alvitraram, “passa por trabalhar”. Rita Fontes admitiu ter pretensões de dar continuidade a esta empresa familiar, que “é uma grande responsabilidade”, mas esta “cá para isso”, concluiu.

JOSÉ E RITA FONTES

Três anos volvidos e a mesma lacuna encontraram na aldeia de ‘Deixa-o-Resto’, onde não existiam “nem transportes, nem facilidade de acesso do público às farmácias”. Uma vez mais, a família Fontes veio contribuir nesse sentido ao fundar um posto de medicamentos na aldeia. Posteriormente, esse estabelecimento também viria a ser transformado em farmácia e “lá continua a funcionar”, sob o nome de Farmácia do Posto. Assim tem sido, já lá vão quase 35 anos que a família Fontes se dedica a “ir de encontro às necessidades da população, servindo-a o melhor possível em todos os aspetos, particularmente na saúde”. No seguimento desta política social e comercial adquirem um terceiro estabelecimento em Porto Côvo, denominado Farmácia Monteiro Telhada. Estes empreendimentos aprovisionam a população com a medicação que esta possa precisar. As parafarmácias que José e Maria Cecília Santos também detém, a rede Saúde e Bem Estar (SBE), fornecem os produtos de ortopedia, que complementam a área farmacêutica. Entre os serviços que oferecem, para além da comercialização de medicação, encontram-se podologia, nutrição, medição de

tensão arterial, peso, IMC, parâmetros bioquímicos, realização de testes de gravidez e análises de urina, rastreios auditivos, vacinas e até furos nas orelhas. De referir, ainda, que fazem distribuição ao domicílio em vários casos. Rita Fontes, filha do casal e uma das diretoras técnicas, cresceu “envolvida em receitas”. Revelou-nos que os pais tiveram (e ainda têm) uma disponibilidade absoluta para com os seus utentes e uma “posição sempre presente da necessidade real” dos mesmos, “não só no que se refere à saúde”. Sendo a farmácia “um dos cuidados primários de saúde em Portugal”, muitos são os que a ela se dirigem antes de recorrerem a uma consulta médica. Nestes estabelecimentos encontram atrás do balcão colaboradores qualificados e informados, que lhe darão uma opinião sincera acerca das opções que pode tomar, seja entre optar entre a compra de um medicamento, ou se deve efetivamente consultar um médico. “Considero de extrema importância o contacto direto com a pessoa, é connosco que as pessoas desabafam”, confidenciou-nos José Fontes. São 12 os colaboradores que as três farmácias empregam, muitos dos quais

FARMÁCIA PORTO CÔVO

Bairro 678 Fogos, Banda 5, Edificio 1, r/c Dtº 7500-170 - V.N. Stº André Telefone: 269708140 Fax: 269708146 Email: farmaciafontes@hotmail.com www.farmaciafontes.com

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PROSPERAR EM PROL DO CONSUMIDOR A Portugal em Destaque reuniu-se com o administrador da Farmavai - Laboratório de Produtos Farmacêuticos para conhecer os empreendimentos desenvolvidos por esta empresa, inserida no grupo Trade Medic. À conversa com António Serra Nunes, abordamos um pouco dos vários temas da saúde. FARMAVAI

ANTÓNIO SERRA NUNES A Trade Medic é um grupo de empresas portuguesas vocacionadas para o desenvolvimento, produção, importação, exportação, armazenamento e distribuição de medicamentos, produtos farmacêuticos, dispositivos médicos e de saúde. Um verdadeiro ‘player’ no mercado farmacêutico”, que engloba as várias partes que compõem o negócio. Uma dessas empresas é a Farmavai, Laboratório de Produtos Farmacêuticos. António Serra Nunes é “farmacêutico sem farmácia”, como o próprio afirma. Inserido no mercado há cerca de 30 anos, já fez “um pouco de tudo”. Desafiado por João Mendonça, administrador da Trade Medic, de se juntar à equipa na verten48 | PORTUGAL EM DESTAQUE

te industrial (que na altura fazia falta ao grupo) aceitou o desafio. Em conjunto com outros colaboradores, formaram “uma unidade industrial, que está operacional desde há cerca de dois anos”. “A nossa fábrica”, explica-nos o administrador, “produz suplementos alimentares e produtos cosméticos , os quais fornecemos para as empresas pertencentes ao grupo e a entidades externas que nos procurem, nomeadamente empresas que tenham, por sua vez, estabelecimentos próprios ou que procedam à distribuição para outras lojas, como por exemplo, cadeias de supermercados”. A Farmavai “só fabrica e desenvolve fórmulas”. No nicho de mercado onde se inserem


encontram pouca concorrência que, apesar de tudo, não deixa de existir. “Portugal é um país que tem espaço para este tipo de negócio se desenvolver”, assegura, “e este é o setor que está em pleno crescimento” dentro do mercado da saúde . “Há uma série de empresas tradicionais que estão atualmente a desenvolver linhas de suplementação”. Esta é uma questão de cultura, o português tradicional não dispõe com frequência dos seus rendimentos para gastos relacionados com suplementos. Todavia, a publicidade e o marketing que envolvem estes produtos são cada vez mais agressivas, principalmente na altura de verão, considerando que muitos se relacionam com dietas e perdas de peso. Também a tornarem-se populares são os produtos relacionados com o cansaço e a fadiga. O nosso entrevistado expôs que em países como os Estados Unidos da América a toma de suplementos é uma prática comum. Deste lado do Atlântico o hábito começa a enraizar-se , o nosso corpo “precisa de determinados tipos de suplementos e se as pessoas os tomam”, faz denotar “é porque se sentem bem a fazê-lo”. Questionado acerca de quantos postos de trabalho o laboratório providenciava, António Serra Nunes acredita serem cerca de 17, o que representa uma parte considerável dentro do grupo Trade Medic, que emprega um total de 30 colaboradores. Formar a equipa com trabalhadores qualificados não foi fácil, uma vez que localmente não encontravam quem se enquadrasse no perfil, porém “as pessoas nos dias de hoje estão mais disponíveis para se deslocar”, o que facilitou as contratações. Quisemos saber, então, o porquê de terem escolhido Santiago do Cacém para localização das suas instalações. O administrador

esclareceu tratar-se de dois motivos: por um lado, João Mendonça tem ligação ao local, por outro o apoio dado pela Câmara Municipal, que tem sido imprescindível. Uma vez que a presença do grupo Trade Medic e do Laboratório Farmavai contribui para o desenvolvimento da economia local, ambas as partes beneficiam da presença deste grupo de empresas. António Serra Nunes não deixou de referir que tem “tudo de bom a dizer” acerca do Presidente da Câmara. Uma vez que a nossa função também é de informar o público leitor, abordamos o tema da crise, que “passou por todos, inclusive pela saúde”. A “ Farmavai” nascida “no meio da crise”, sente o clima que a circula, mas mantém o seu caminho e o bom desempenho reflete-se nos negócios. Sendo uma empresa portuguesa, quisemos saber a opinião do nosso interlocutor acerca do papel estatal neste setor: “Sinceramente, considero que o Infarmed tem tipo uma performance satisfatória e equilibrada, ou seja, tem feito um bom trabalho. Têm sabido gerir esta crise, a qual não é fácil de dar a volta. Somos um país com 10 milhões de habitantes, enquadramo-nos na nossa realidade. Julgo que a legislação é adequada, nada a apontar”. Em jeito de conclusão de tão agradável conversa, António Serra Nunes assegura que o balanço que faz destes curtos dois anos de atividade “é positivo”, porém “ainda há muito caminho a percorrer”. “Pretendemos continuar a desenvolver o negócio e todos os dias temos que melhorar a nossa performance, há sempre algo que pode ser aperfeiçoado. Estamos a pensar fazer mais investimentos, o nosso objetivo é satisfazer o consumidor com melhores produtos”, remata.

Zona industrial Zil 1, Lt 3 7565-258 Ermidas do Sado-Portugal Tel: 269 502 072 E-mail: geral@farmavai.pt www.farmavai.pt PORTUGAL EM DESTAQUE | 49


OEIRAS Eis que chegamos ao quinto município mais densamente povoado de Portugal. Oeiras tem a prestigiada localização na zona mais atlântica do Estuário do Tejo, o que lhe confere umas vistas para o mar de deixar qualquer um sem fôlego. Rodeado por Sintra, Amadora, Lisboa e Almada, este concelho é uma das divisões administrativas da Grande Lisboa, onde beneficia de um agradável clima temperado marítimo, o que pode ser apreciado em qualquer um dos seus muitos atrativos jardins, parques e praias. Apesar de estar tão próximo da capital portuguesa e de ser densamente povoado, Oeiras é considerado um município que goza de uma grande qualidade de vida. Só estes argumentos já invocados seriam razão suficiente para estabelecer qualidades atrativas à região, porém, se isso não o faz, sentimo-nos compelidos a referir que este é um dos concelhos mais desenvolvidos e ricos não só de Portugal, mas da Península Ibérica, arriscamos mesmo afirmar da Europa. O tecido empresarial que aqui se encontra registado é vasto e poderoso, composto por multinacionais e perto de 30 por cento da capacidade científica do país. Inclusive, alberga empresas como o Taguspark, maior parque de Ciência e Tecnologia de Portugal, e o Lagoas Park. Desta forma, o território já foi apelidado como o Silicon Valley da Europa e tem um dinamismo que o justifica, ou não fosse um dos principais núcleos de I& do velho continente. Este é um destino de excelência para se trabalhar e, acima de tudo, para se viver.

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: CATARINA FERREIRA, NEUZA GOMES, JOANA GONÇALVES, JOANA GRADÍSSIMO, JOSÉ ARAÚJO, JORGE TEIXEIRA, TERESA MATA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: FILIPA JÚLIO, JOANA CAPINHA, JOANA QUINTAS, MELANIE ALVES, TERESA TEIXEIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES, VANESSA MARTINS | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DIREÇÃO COMERCIAL: JOSÉ MOREIRA | DEP. COMERCIAL: EDUARDO NUNES, ISABEL BRANDÃO, JAIME PEREIRA, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, MANUELA NOGUEIRA, MARIA JOSÉ MOREIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | NÚMERO DE REGISTO NA ERC: 126615 | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE JUlHO ‘17 ESTATUTO EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.

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UM ESPAÇO DE TODOS E PARA TODOS “Oeiras é um concelho inserido numa grande área metropolitana, rico em património histórico, cultural e arquitetónico, e com uma forte presença das áreas da tecnologia e inovação”. É desta forma que Paulo Vistas, presidente da Câmara Municipal de Oeiras caracteriza o município. Em entrevista dá a conhecer os projetos que a autarquia tem levado a cabo, os locais a visitar e as perspetivas que reserva para o desenvolvimento da cidade. MUNICÍPIO DE OEIRAS Na cidade são muitos os eventos relacionados com o rio, nomeadamente o NOS Alive ou a Corrida do Tejo, além da importância do Porto de Recreio para a economia do concelho. Assim, qual a verdadeira importância do rio para Oeiras? Estamos a desenvolver um projeto de reordenamento da frente ribeirinha, exatamente com o objetivo de reforçar a relação com o rio e o mar que fazem parte da identidade dos oeirenses. Inauguramos um novo troço do Passeio Marítimo, com ciclovia e faixa dedicada à circulação pedonal. Construímos também a via ‘pedo-ciclável’ de Algés, empenhamo-nos na limpeza das nossas praias e iniciámos a aproximação do interior ao litoral, através da criação de corredores verdes junto às principais linhas de água de Oeiras. Focando agora esta entrevista no papel do executivo em prol da população, questiono-o sobre os programas e apoios que têm para quem vive em Oeiras. Gostaria de destacar que Oeiras é dos municípios com maior sentimento de segurança da área metropolitana de Lisboa, reforçada por um investimento em políticas sociais, como o da comparticipação social de medicamentos, uma iniciativa pioneira, destinada aos idosos com menos rendimentos. Por outro lado, construímos dois novos Centros de Saúde (Carnaxide e Algés) e já estamos a construir o de Barcarena, concessionámos duas unidades de cuidados continuados (Porto Salvo e Caxias), apoiamos financeiramente a construção de três novas igrejas (Miraflores, Outurela e Porto Salvo) e construímos o Centro Comunitário Senhora da Barra (Oeiras). Também criamos a tarifa social da água para famílias carenciadas e numerosas, desenvolvemos o Fórum Oeiras Sénior, para discussão e definição de políticas adequadas a idosos, e reforçamos o Fundo de Emergência Social. Diria que as nossas políticas colocam Oeiras na liderança dos concelhos com melhor índice de coesão social.

E para quem está de passagem, quais os pontos de visita obrigatória? Sugeriria, por exemplo, uma visita matinal ao ‘Oeiras Valley’ ou seja, ao Tagus Park, ao ITQB (Instituto de Tecnologia Química e Biológica) e ao INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) locais centrados e totalmente apostados nas novas tecnologias e na ciência. Depois, um almoço no Porto de Recreio e uma caminhada pelo Passeio Marítimo. A visita terminaria no Centro de Arte Manuel de Brito que acolhe um valioso acervo de arte contemporânea portuguesa.

E no que concerne à economia do concelho? Existem incentivos à fixação de novas empresas? Oeiras tem vindo a assumir-se como uma localização privilegiada para sedes regionais ou europeias de empresas multinacionais, sendo um espaço muito competitivo para a instalação de centros de investigação e de competência. As empresas procuram-nos, porque pretendem boas condições do ponto de vista do local de trabalho, o que exige ao município a criação de organização urbanística. Conscientes disto apostamos num rigoroso e ambicioso planeamento estratégico, sobretudo no que diz respeito à construção de cidade, ao desenvolvimento económico, à criação de infraestruturas e ao investimento na elevação do índice de sustentabilidade ambiental em meio urbano.

Por onde passa o futuro de Oeiras? Gostaria de destacar a mobilidade e a melhoria das acessibilidades. Mas reconheço que é preciso haver maior articulação entre os diferentes sistemas de transporte que operam numa dimensão metropolitana. Queremos ainda proporcionar a todos os oeirenses um envelhecimento ativo dentro dos padrões que garantam dignidade aos mais idosos, desenvolver uma gestão da autarquia ainda mais transparente e participada e mais próxima do cidadão. Em relação aos jovens, pretendemos atrair, reter e fazer crescer talento através dos polos universitários atuais e dos que vierem a instalar-se em Oeiras, como é exemplo a Universidade Nova e a escola de tecnologias da NATO. No final, queremos continuar a construir em Oeiras um espaço de todos e para todos, uma comunidade mais próspera e feliz.

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PAULO VISTAS



90 ANOS A VIVER CONSIGO!

Entrevista concedida por: Nuno Campilho, diretor delegado dos SIMAS

SIMAS Água!’, com o objetivo de alertar os mais jovens para a importância e a preservação do recurso água. Com estes projetos dinâmicos procura-se passar a mensagem, com o intuito de promover o consumo racional da água e a preservação deste recurso tão importante no planeta. O retorno é muito positivo, pois chegamos a abarcar uma média de 7.500 crianças por ano letivo e no âmbito do ‘Clube da Água’ temos cerca de 6.000 sócios e 70 parceiros, já para não falar no número de famílias que nos procuram quando dinamizamos eventos comemorativos. Para além de atividades lúdico pedagógicas conseguimos ainda passar um pouco dos 90 anos que fazem a nossa história. Sendo que agora o nosso lema é SIMAS, 90 anos a viver consigo!

São responsáveis pelo fornecimento de água a cerca de 345.250 habitantes. Como é que se gere uma rede de abastecimento e saneamento tão extensa? Com muita empenho, competência e profissionalismo. Temos uma equipa operacional notável, em todos os aspetos decorrentes da habilitação para intervenção na rede, secundada por uma equipa dirigente com um know-how específico no que concerne às novas tecnologias associadas à gestão remota de redes e dos equipamentos associados. Fazem avultados investimentos em infraestruturas para o abastecimento, podendo assegurar o abastecimento em situações extremas. Basta dizer que temos reservas de água suficientes para garantir o abastecimento de água, aos dois municípios, em caso de interrupção, durante quase três dias. O consumidor é, efetivamente, a nossa maior prioridade e isso verifica-se na política de gestão de proximidade que implementámos e que é gerida, no dia a dia, com grande responsabilidade, quer ao nível da equipa comercial, da equipa de serviços domiciliários, da equipa de suporte ao cliente e ao nível da equipa de comunicação e sustentabilidade (campanhas de sensibilização, gestão integral da comunicação e imagem, Clube da Água, boas práticas e gestão sustentável). A preocupação com a educação para a importância e o valor da água é também uma característica da empresa? Os SIMAS desenvolvem múltiplos projetos e atividades dedicadas às crianças e jovens. Um desses projetos é o desafio que anualmente fazemos às comunidades escolares a participarem no Projeto de Educação Ambiental que tem sempre um tema diferente, tendo sido o deste ano letivo dedicado à ‘A Aventura da

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Falemos agora da água propriamente dita. A água é barata em Portugal? Sempre o disse, pelo que não me custa repetir, que a água é, efetivamente, barata, tendo em consideração todos os custos estruturais (desde a captação, o tratamento, até à logística do transporte e adução) e corresponde à fatura das chamadas utilities, mais baixa que cada um de nós recebe em suas casas. Neste aspeto, a responsabilidade política/governamental, assume papel de especial relevo e, para quem tem memória, basta recordar as sucessivas intervenções, de sucessivos responsáveis ministeriais, a este respeito, todos eles defendendo o aumento do preço da água. Na sua opinião, qual seria o modelo de gestão mais adequado? Defendo uma gestão pública, delegada, como é o caso destes serviços, numa lógica empresarial de cariz municipal, com possibilidade de participação de capital privado, na gestão, de um parceiro correlacionado com o setor, para aportar mais-valia e, não, enriquecer à custa do erário público. Por isso reforço que a participação deve ser, tão somente, ao nível da gestão e, não, ao nível patrimonial, dado que esse deve ser, sempre, salvaguardo para a(s) autarquia(s) O que reserva o futuro aos SIMAS de Oeiras e Amadora? Um futuro de respeito ao passado, com bases sólidas num presente que antevê grandes evoluções, no setor, em geral, e que nós procuraremos acompanhar. Acima de tudo, continuar a prestar o mesmo serviço de qualidade, de sempre, como enorme eficiência, sem interrupções de abastecimento e variações de pressão e com a prestação de informações claras, objetivas e de verdadeiro interesse para a comunidade que servem e abastecem. Queremos que os nossos consumidores sintam a nossa presença e a nossa valia para uma comunidade justa e coesa, sem incómodos e intrusões. Uma espécie de ‘amigo invisível’ ... podemos não ser vistos, mas quando somos precisos, estamos lá!



“QUEREMOS CONTRIBUIR PARA UM MELHOR ESTADO DE SAÚDE DAS POPULAÇÕES” A Jaba Recordati está presente na vida dos portugueses desde 1927 e tem como missão proporcionar mais e melhor vida. Nelson Ferreira Pires, diretor geral, dá-nos conta dos desafios que esta empresa farmacêutica enfrenta e do seu posicionamento no mercado português. JABA RECORDATI

NELSON PIRES (AO CENTRO) E EQUIPA Dizem que o mundo é o vosso laboratório. Que apostas em I&D estão a desenvolver em Portugal? O mundo e os cidadãos são o motivo pelo qual trabalhamos todos os dias e pelo qual a companhia investe milhões de euros anualmente em I&D. A filosofia da Recordati Group é muito clara e simples, pois tudo o que fazemos, fazemos em prol dos nossos stakeholders. Em Portugal, para além de garantirmos parcerias de fabrico dos nossos medicamentos nas fábricas nacionais. temos vários projetos de I&D, nomeadamente ao nível de ensaios clínicos a decorrer no nosso país. Estamos também a estudar um projeto de I&D nacional, temos vários estudos “non profitable” e de autor conduzidos por investigadores nacionais que apoiamos, bem como o apoio a várias associações e sociedades médicas que promovam a investigação. O core da nossa atividade em Portugal está relacionado com o desenvolvimento clínico e informação médica. 56 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Quais foram os últimos avanços e em que áreas terapêuticas? Qual a calendarização para a sua entrada no mercado? As principais áreas terapêuticas e produtos são das áreas cardiovascular, urologia, dor, gastroentereologia, pediatria, OTCs e genéricos, sendo os principais produtos os seguintes: Hipertensão (Zanipress®), Dislipidémia (Livazo®), Urologia (Urorec®), Transact Lat® (Dor), Vitaros® (disfunção eréctil) e Citrafleet® (preparado para a colonoscopia). No entanto os produtos que mais associam à nossa empresa são os de venda livre, como Guronsan® e Microlax®. Os últimos avanços foram precisamente na área da dislipidémia, disfunção eréctil e urologia, No próximo ano iremos ter um novo produto para a área da urologia (ejaculação precoce) e um novo produto para a área da psiquiatria (esquizofrenia).


“A descoberta de novos medicamentos é regida por princípios rigorosos de organização e planeamento da metodologia de investigação”. De que forma fazem esta monitorização rígida? A inovação e I&D na área farmacêutica é das mais complicadas no mundo e assim deve ser. Em relação ao processo de investigação é regido por princípios e processos muito bem definidos e controlados que podem levar cerca de 10 anos desde que um conceito terapêutico é descoberto até ao lançamento no mercado, com custos que podem chegar aos mil milhões de dólares. Sendo que as fases de investigação por que um medicamento passa até ser comercializado garantem a eficácia e qualidade do mesmo. A aposta na gestão de recursos humanos altamente qualificados é uma ferramenta de trabalho imprescindível e uma das vossas estratégias para o sucesso da empresa? Em Portugal empregamos 132 pessoas, fundamentais para o nosso sucesso. Aliás, o nosso sucesso, alinhado com o posicionamento internacional do Recordati Group, assenta em 3 pressupostos: Pessoas, Produtos e Processos. Estes são os “Critical Success Factor” para a obtenção dos nossos resultados e prossecução dos nossos objectivos em realização da nossa missão de “acrescentar mais e melhor vida”! Como descreve e classifica o atual panorama nacional no setor farmacêutico? O atual do panorama do setor farmacêutico tem sido de alguma estabilidade, com o mercado ambulatório a não crescer e o mercado hospitalar a crescer +7%, resultado da inovação terapêutica que verificamos. No entanto não é um mercado fácil pois as várias entidades não entendem a Industria farmacêutica e o medicamento como estratégicos para a economia nacional. O aumento de 1 ano de esperança de vida resulta em +6% do PIB e redução dos custos em saúde, bem como mais e melhor vida para os Portugueses. No entanto as autoridades insistem em retardar a entrada de medicamentos novos, emitem recomendações terapêuticas sem fundamento científico e apenas com o objetivo de sugerir tratamentos desadequados mais baratos aos cidadãos, promover um mercado de genéricos sem racionalidade, não pagar as dívidas hospitalares, o que torna este mercado dificílimo de operar, e totalmente imprevisível. No entanto e fruto da resiliência das empresas, fazemos um balanço positivo do ano que resultou de alguma estabilidade legislativa em resultado do acordo entre Apifarma e o Governo do qual somos signatários. Quais são os maiores desafios que enfrentam? Penso que o desafio mais relevante que enfrentamos tem a ver com o peso reduzido do nosso país no mercado farmacêutico global, que pode levar a que medidas economicamente desastrosas tomadas em Portugal façam com que as companhias deixem de operar em Portugal ou, em relação a produtos inovadores, decidam não lançar em Portugal. Sair do mercado Português já aconteceu com algumas empresas e a integração em Espanha é bastante comum nas multinacionais atualmente, com o centro de decisão a ficar dependente de Madrid. Tudo isto acontece por falta de credibilidade do mercado, pelo baixo valor do mesmo comparado com outros países da Europa e do mundo e finalmente pela falta de gestão estratégica da saúde que resulta num subfinanciamento crónico do Serviço Nacional de Saúde.

Temos no mercado medicamentos com um custo baixíssimo. Existe um esmagamento de preços? Temos os medicamentos mais baratos da Europa mas por outro lado temos dos mais elevados co-pagamentos pelo doente em despesas de saúde. Ou seja a poupança está apenas num stakeholder, o Estado. E não só pela via dos medicamentos genéricos mas também pelas reduções anuais de preço que todos os medicamentos inovadores sofrem. Acrescido pelo facto de como forma de garantir a sustentabilidade do SNS, desde 2011 que a APIFARMA e as empresas associadas têm concretizado protocolos anuais com os diferentes governos, que permitam ao SNS manter a sua capacidade de fornecer medicamentos, apesar das políticas públicas de redução de despesa do Estado. Nos últimos anos, o valor solicitado às empresas farmacêuticas que aderem aos protocolos é superior a 1% do Orçamento inicial do SNS e corresponde, em média, a cerca de 5% da despesa pública com medicamentos. Este esmagamento de preços leva ao desinteresse comercial das companhias por alguns medicamentos, ao desabastecimento do mercado nacional pois os operadores logísticos preferem exportar os mesmos medicamentos para países com preços mais elevados, bem como à redução de stocks por parte das farmácias; e por ultimo à inacessibilidade das novas terapêuticas que existem no mundo, pois com preços muito baixos as companhias não os lançam em Portugal. A Jaba Recordati apoia financeiramente várias associações de doentes. Quantas contam atualmente com o vosso apoio? Apoiamos associações de doentes, associações médicas e associações de responsabilidade social. Ao nível de associações médicas apoiamos várias na organização dos seus eventos científicos. Ao nível de associações de doentes estamos presentes também com apoios financeiros e muitas vezes administrativo. Anualmente investimos mais de 20% do nosso orçamento anual para este tipo de apoios, sem as quais as organizações não poderiam realizar a sua missão! Quais são as expectativas de crescimento para 2018 no mercado nacional e internacional? Em Portugal atuamos em quatro áreas de negócio: produtos inovadores sujeitos a prescrição médica, genéricos, produtos de venda livre e “orphan drugs”. A subsidiária portuguesa foi responsável em 2016 por um volume de negócios de 40 milhões de euros, correspondente a cerca de 3.7% da faturação global do grupo Recordati. 2018 será para nós um ano de crescimento esperado de +5% a nível nacional e o grupo Recordati apresentou já as suas estimativas de crescimento entre 5% a 10%, crescimento esse que assenta não apenas do desenvolvimento orgânico, mas também pela aquisição e lançamento de novos produtos e entradas em novos mercados.

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“O ITQB NOVA FORMA CIENTISTAS PARA O MUNDO” Oeiras é um concelho de ciência e o Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), da Universidade Nova de Lisboa, é um dos seus exemplos máximos. Tendo como missão assegurar investigação e formação avançada nas áreas da Biologia, Química e Tecnologias associadas, o ITQB NOVA é um dos maiores centros de investigação portugueses dedicado às ciências da vida. ITQB NOVA

EQUIPA ITQB NOVA “Somos uma instituição dedicada à investigação”, começa por dizer Cláudio M. Soares, diretor do ITQB NOVA. Com programas de Mestrado e Doutoramento, todos lecionados em inglês, e pós-doutoramentos, o ITQB NOVA forma ainda líderes de grupo que desenvolvem investigação nos mais de 60 laboratórios que o constituem. “Os nossos valores são o trabalho de equipa, a ética, o rigor, o conhecimento e a curiosidade. São, no fundo, os valores da ciência. O nosso foco de investigação é nas biociências moleculares, ou seja, tentamos compreender a vida a partir dos seus mais pequenos componentes. Queremos perceber como é que os organismos vivos funcionam, e com isso contribuir para a resolução de problemas que nos afetam a todos, nomeadamente na saúde e na sustentabilidade das nossas sociedades. Fazemos investigação para contribuir para a melhoria da saúde da humanidade e do planeta”, explica Cláudio M. Soares. O ITQB NOVA tem fortes parcerias com outras instituições de referência. Em 2001 com o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), o ITQB NOVA constituiu um dos primeiros laboratórios associados, tendo mais tarde integrado também o Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC). Em 2016, com o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e o iBET, foi criado

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o ‘AgroTech Campus de Oeiras’, o maior consórcio do país para a investigação e inovação nos setores agroalimentar, veterinário e florestal, com mais de mil investigadores. Sendo o principal enfoque do ITQB NOVA nos programas de Doutoramento, Cláudio M. Soares destaca o sucesso do Doutoramento em Biociências Moleculares e do programa ‘Plants for Life’, ou Plantas para a Vida, um programa internacional que conta com a colaboração de instituições do Reino Unido e Alemanha. “Estes são os programas que coordenamos, mas participamos em muitos outros: Bioengenharia, Microssistemas, Microbiologia Aplicada e outros. Diria que o ITQB NOVA é uma das instituições com maior número de programas de Doutoramento por metro quadrado”, congratula-se. Os Mestrados são, em geral, desenvolvidos com outras unidades orgânicas da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente com a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) e a Faculdade de Ciências Médicas (FCM). “O mais antigo é o Mestrado em Microbiologia Médica, com muito sucesso junto dos alunos e com boa inserção no mercado laboral. Mais recentemente abrimos o Mestrado em Bioquímica para a Saúde e, este ano, o Mestrado em Biotecnologia para a Sustentabilidade. Além disso, temos o Mestrado em Comunicação de Ciência, em parceria com a FCSH”, explana. Formar profissionais altamente qualificados é o que move o ITQB NOVA: “se os alunos querem ter impacto nas ciências biológicas e químicas viradas para a saúde e para a sustentabilidade, o ITQB NOVA é o sítio para onde devem vir”, conclui Cláudio M. Soares.


ÁGUEDA Nas páginas seguintes é possível contemplar a diversa conjuntura empresarial e municipal da região de Águeda. Situada no distrito de Aveiro, Águeda presencia-se com a maior lagoa natural da Península Ibérica – Pateira de Fermentelos – juntamente com caminhos pedestais e outros pontos de referência da cidade, como o teatro, igrejas e museus. O concelho de Águeda está dividido em 11 freguesias, com uma área agrícola que abrange produção de milho, fruta, vinho e madeira. É uma cidade histórica onde é possível complementar abundantes vestígios da presença romana, nomeadamente na Estação Arqueológica do Cabeço do Vouga. A cidade presenteia várias zonas verdes e com diversas locais de comércio tradicional, onde é possível saborear a gastronomia regional- o conhecido Leitão da Bairrada. No verão os turistas são presenciados com programas culturais recheado de espetáculos, arte urbana, animação de ruas e com o famoso projeto ‘The Umbrella Sky’, que resguarda as ruas de Águeda com centenas de chapéus de chuva.

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200 ANOS DE BICICLETA No ano em que o Eurostat (dados de 2016) coloca Portugal na linha da frente no que toca a exportação, o setor das duas rodas tem-se multiplicado em eventos de promoção e presença nos principais fora internacionais relacionados com o setor. ABIMOTA No âmbito da Estratégia de Internacionalização que a ABIMOTA vem prosseguindo, estão em curso os projetos Portugal Bike Value (PBV), PBV Conjunto e ONS Mobilidade Suave e Ferragens, 3 projetos cofinanciados pelo COMPETE 2020. Os resultados começam a provar a validade da estratégia delineada. Os últimos dados tornados públicos sobre o crescimento potencial do mercado mundial das bicicletas apresentados por uma empresa americana, de estudos de mercado (Persistence), revelam que esse mercado deverá crescer 38% até 2024. Ou seja, as vendas de ciclismo ascenderão a 56 mil milhões de euros, acima do máximo dos 40 mil milhões de 2015. O estudo de mercado conclui que as e-bikes terão uma impressionante taxa de crescimento anual até 2024. Estes dados surgem logo após a realização, em Portugal, do World Cycling Forum um congresso de 2 dias que aconteceu no Porto nos dias 7 e 8 de Junho. Tratou-se do 1º Congresso Internacional realizado especificamente para a indústria das bicicletas. O evento acolheu 170 gestores de topo, provenientes de uma grande variedade de empresas e dos 4 continentes (Europa, América, Ásia e Oceânia). Os principais objetivos eram o de avaliar as consequências da tendência de centralização no consumidor e a rapidez de chegada aos principais mercados de destino (Europa), pelo que a realização em Portugal desta 1ª edição dos World Forum diz muito acerca do papel de relevo do nosso país no setor. Foi uma organização conjunta da WFSGI (World Federation Sporting Goods Industry), BIKE EUROPE - publicação europeia de maior tiragem – e ABIMOTA, enquanto parceiro nacional, através do projeto e

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marca Portugal Bike Value. A Associação participou na definição do programa e montou uma mostra das principais competências nacionais.

Como principais oradores, tivémos: • Franck Denglos, Adidas AG, Germany • Ronald van Klooster, Maxlead, The Netherlands • Christian Decker, DESMA, Germany • Steve Evans, University Cambridge, UK • Bob Margevicius, Specialized Bicycle Components, USA • Peter Ernsting, Carlsberg AG (2011-2016) Accell Group, The Netherlands • Michael Tribus, Porsche Consulting, Germany • Sérgio Ribeiro, Portugal Bike Value, Portugal • Janice Wang, Alvanon, Hong Kong/USA Ainda em Junho, a ABIMOTA acolheu o Comité Técnico ISO/TC 149 Cycles entre 19 e 23 de Junho, para debater as regras de normalização do setor. A ABIMOTA, enquanto Organismo de Normalização Setorial (ONS) para o setor das duas rodas recebeu, pela 1ª vez em Portugal, uma reunião mundial desta dimensão. Neste Comité Técnico ISO/TC 149 marcam presença as mais influentes empresas mundiais no fabrico de componentes

e montagem de bicicletas, tendo estado presentes delegações da Europa (Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suíça e Suécia), Estados Unidos da América, Japão e China e, enquanto observador, o Irão, num total de cerca de seis dezenas de participantes. O objetivo final das diferentes iniciativas da ABIMOTA, posicionando-se ao lado dos industriais do setor, é o de tornar Portugal num centro de produção de bicicletas e componentes na Europa. O “Portugal Bike Value” pretende aproveitar a capacidade nacional e a tendência de crescimento da procura do setor de bicicletas europeu, pela flexibilidade da cadeia de fornecimentos e pela velocidade de resposta ao mercado. O potencial de montagem de bicicletas em Portugal pode atingir uma capacidade total de 3,5 milhões de bicicletas e bicicletas elétricas, ou seja 50 por cento de crescimento face ao volume de vendas atual. A iniciativa Portugal Bike Value tem, de uma forma coordenada com o AICEP, vindo a fazer esforços, em diversos fora internacionais, para a captação de investimento direto estrangeiro, apresentando em diversos mercados a “Proposta de Valor”: apoios financeiros do Portugal 2020 + know how existente + estrutura de cadeia de fornecimentos já estruturada.


QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE! A Fundação Nossa Senhora da Conceição da Freguesia de Valongo do Vouga, Instituição Particular de Solidariedade Social e de Utilidade Pública, reconhecida por despacho de 29 de novembro de 2000, tem como objetivo estatutário a construção de um lar para a terceira idade, para pessoas de ambos os sexos, naturais da freguesia de Valongo do Vouga, ou ali residentes. FUNDAÇÃO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA FREGUESIA DE VALONGO DO VOUGA

O seu projeto social visa a resposta imediata a carências existentes na terceira idade, através da disponibilização de várias infraestruturas, com o fim de satisfazer as necessidades básicas da pessoa idosa, na freguesia de Valongo do Vouga e regiões limítrofes. Fruto de um envelhecimento constante da população, a necessidade de acompanhar a evolução da medicina e dos cuidados continuados de saúde e o desejo de providenciar às gerações mais idosas a qualidade de vida que merecem, o objetivo será sempre oferecer uma resposta imediata as necessidades da população, criando condições de qualidade de vida e um futuro mais próspero. Este projeto, de dimensão única na freguesia, foi fundado com base no legado de Manuel Bastos Xavier, um mecenas da freguesia de Valongo do Vouga. Esta instituição iniciou a sua atividade a 4 de novembro de 2002 em instalações ainda provisórias com as respostas sociais de Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário. Com o lançamento do Programa PARES em 2006, foi possível encontrar uma solução para o problema que diaria-

mente, frustravam e tolhiam a vontade dos responsáveis da instituição em prestar auxílio que inúmeros idosos necessitavam e mereciam. Assim, foram desenvolvidos vários esforços e contactos, culminando com a doação de uma parcela de terreno com 26 766m2, por parte da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga e a construção das atuais instalações da Fundação Nossa Senhora da Conceição da Freguesia de Valongo do Vouga, o equipamento social “Ualle Longum” que foi inaugurado a 31 de julho de 2010. A criação desta instituição de solidariedade social visou criar uma infraestrutura de resposta social, permitindo o desenvolvimento de um lar de idosos, com capacidade para 34 utentes, um centro de dia, para 20 utentes e um serviço de apoio domiciliário, destinado a 45 utentes. Atualmente, as instalações da Fundação Nossa Senhora da Conceição da Freguesia de Valongo do Vouga albergam as valências anteriores e uma nova resposta social: o lar de idosos. A implementação desta resposta surge após se ter verificado a

necessidade de criação de um equipamento de alojamento coletivo de utilização temporária ou permanente para idosos em situação de maior risco ou perda de independência e/ou autonomia. Assim, esta valência veio colmatar uma grande necessidade da freguesia de Valongo do Vouga. As Instalações do equipamento social “Ualle Longum”, são constituídas pelo piso -1, 0, 1. O piso-1 recebe um ginásio, arrumos, instalações sanitárias, balneários, quarto fúnebre, lavandaria, engomadoria, rouparia e espaço técnico. Já no piso 0 encontramos a receção, secretaria, sala de reuniões, gabinete do diretor, consultório médico, alojamento temporário, enfermaria, gabinetes técnicos, cabeleireiro, a sala de atividades, vestiários masculinos e femininos, instalações sanitárias, sala de refeições, cozinha com duas copas, dispensa do dia, quarto de frio, vasilhame, área de apoio domiciliário e área de descanso. Tem lugar no piso 1, três salas de estar com copa, 10 quartos individuais e 12 quartos duplos com instalações sanitárias e varandas privadas, quarto dos sujos, banho assistido, zona de vigilância e copa. Aqui encontram todas as condições reunidas para que exista um trabalho de qualidade, agraciando a comunidade e criando um reflexo fiel do enorme esforço privado e generosidade de alguns mecenas que muito têm contribuído para este projeto!

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AMOR À CAUSA E TRABALHO EM PROL DOS FREGUESES Nas margens do rio Vouga e banhada pelo rio Marnel e suas ribeiras situadas no Pedrozelo e Aguieira, a norte do concelho de Águeda, encontramos a dinâmica e histórica freguesia de Valongo do Vouga. Com 43,20 km² de área e cerca de cinco mil habitantes, Valongo do Vouga destaca-se por se uma das maiores freguesias de todo o concelho, fazendo fronteira com Préstimo, Águeda, Trofa e Macinhata do Vouga. Uma dimensão verdadeiramente notável. JUNTA DE FREGUESIA DE VALONGO DO VOUGA

Com um nome nobre, outrora ‘Vallum Longum’, a sua linhagem histórica de nobres, notáveis intelectuais e bons investigadores prostra-se mediante a riqueza do passado histórico desta freguesia. Fruto desta importância intemporal, o vasto espólio de património que podemos, nos dias de hoje, encontrar. Na vertente de turismo religioso, esta freguesia oferece aos seus visitantes inúmeros pontos de interesse. Com as capelas de São Miguel, de Nossa Senhora da Conceição, de Santo António, de Santo Estêvão, de São Marcos, do Espírito Santo, de Nossa Senhora das Preces e de Nossa Senhora das Necessidades dispersas por toda a região, o destaque é sem dúvida a igreja paroquial, construída no século XVII, em homenagem a São Pedro, seu patrono. Sofreu uma grande reforma entre 1930 e 1935, subsidiada pela família Sousa Batista. No seu interior, há esculturas datadas do século XUIII e uma custódia do século

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XVII. A pia baptismal, de estilo Manuelino, data do século XVI. A nível arquitectónico e paisagístico, o grande destaque são os cruzeiros de Aguieira e de Arrancada do Vouga, datados do século XVII, e Quinta da Aguieira, datada do século XIX. Deverá ter sido criada pelos Viscondes de Aguiar em 1872. Tem uma capela que, embora apresente uma fachada moderna, conserva a antiguidade no seu interior. Mas não só do passado vive esta freguesia. É, atualmente, um polo de empreendedorismo e progresso e, em muito graças, à obra de Carlos Alberto. Em funções na freguesia de Valongo do Vouga desde 1993, o atual secretário, e ex-presidente de Junta, é o mentor de inúmeros projetos que criaram as condições essenciais para catapultar esta freguesia para o topo do concelho. Idealizou e concretizou um edifício para sede de freguesia, com as condições e espaço condigno para o ser-

viço a todos os fregueses. Dotou ainda, no que se refere à Junta de Valongo do Vouga, com uma psicóloga, correios, apoio aos mais carenciados, serviços de deslocação para idosos, biblioteca e um atendimento e capacidade de resposta imediata às necessidades da população. Também foi por sua iniciativa, que a freguesia de Valongo do Vouga detém duas viaturas de intervenção rápida em combate a incêndios e paralelamente uma equipa de Proteção Civil composta por 15 voluntários. É ainda, um dos fundadores da Fundação Nossa Senhora da Conceição, e mentor na construção da Unidade de Saúde local, que proporcionam todos os cuidados de saúde e bem estar necessários à população da freguesia evitando deslocações. É de salientar ainda que foi pela mão de Carlos Alberto que a freguesia de Valongo do Vouga, no ano de 2009, foi elevada a Vila. E com toda esta obra, Carlos Alberto, imiscuído no atual executivo presidido por João Xavier, continua com a mesma humildade, dinamismo e vontade de contribuir em prol da comunidade. Prova desta realidade, o projeto de criação de um Pavilhão Gimnodesportivo, com piscinas. Um objetivo a concluir brevemente, que visa dotar a freguesia com todas as condições desportivas, promover o desporto como prática saudável, promover atividades recreativo-culturais e fomentar o convívio e o intercâmbio entre outros grupos congéneres. Valongo do Vouga, a pérola de Águeda.


POLÍTICA DE SOLIDARIEDADE Em entrevista à Portugal em Destaque, o presidente da Junta de Freguesia de Préstimo e Macieira de Alcôba fala sobre o seu principal imperativo ao longo de quatro anos: apoiar a população. JUNTA DE FREGUESIA DE PRÉSTIMO E MACIEIRA DE ALCÔBA

PEDRO VIDAL Constituída por dois territórios relativamente distintos no que à sua essência diz respeito, a Freguesia de Préstimo e Macieira de Alcôba corresponde a uma das maiores divisões administrativas integradas no concelho de Águeda. Caracterizado por uma população predominantemente envelhecida, este corresponde a um território composto por 26 localidades, que encontra no parque fluvial do Alfusqueiro, nas aldeias do xisto e de granito, ou na beleza dos seus percursos pedestres, inegáveis pontos de interesse turístico para todos os que apreciem os benefícios da tranquilidade e da qualidade de vida. Mais do que apostar, todavia, nos argumentos turísticos que Préstimo e Macieira de Alcôba têm para oferecer, o atual presidente da União de Freguesias não se tem poupado a esforços, na tentativa de melhorar as condições de vida da população aqui fixada. Nesse âmbito, “acredito que a nossa seja a freguesia mais solidária do país”, afirma Pedro Vidal, antes de sublinhar a forma como o executivo se tem dedicado, desde a primeira hora, a prestar variados tipos de apoio à população de um território onde “falta saneamento básico, há ainda populações sem acesso a água tratada, não há nenhum centro de saúde e onde os transportes públicos são escassos”. Numa conjuntura como esta, tornou-se imperativo dedicar “uma parte importante do nosso orçamento ao apoio dos nossos

idosos e crianças”, prossegue o nosso entrevistado. Destaca-se, nesse contexto, o serviço de transporte que – duas vezes por semana e de forma gratuita – permite a uma importante fatia da população deslocar-se até Águeda de forma a visitar o centro de saúde, fazer compras ou ter acesso à farmácia. “Os idosos inscrevem-se na Junta de Freguesia, nós vamos buscá-los às suas casas de manhã e, por volta da hora do almoço, já se encontram novamente na sua casa”. Ao dispor dos habitantes existem também serviços de enfermagem e psicologia gratuitos, desempenhados numa lógica de apoio domiciliário, que visa não apenas o bem estar geral da população, mas também a sua cuidada monitorização à medida que se combate o isolamento. “A nossa prioridade não são as obras de betão, mas sim as obras sociais, pessoais e que dizem diretamente respeito à população”, sentencia Pedro Vidal. Mais, na freguesia há também a disposição de todos um consultório montado na sede da Junta com um dentista à disposição e cujo valor cobrado é o mais baixo do concelho. Na Junta de Freguesia importa ressalvar ainda o funcionamento de um ATL que opera em período não letivo, proporcionado às crianças e jovens um importante leque de atividades desportivas e culturais. Acreditando estar ao leme de “uma freguesia diferenciada” no que ao trabalho social diz respeito, Pedro Vidal tem procurado também atrair novos visitantes para o território, o que se evidencia através do dinamismo atribuído a iniciativas como o Fim de Semana Radical que, no início de agosto, garante a oportunidade de praticar uma série de modalidades desde o slide à canoagem ou ao down-hill. Não escondendo, de resto, a intenção de se recandidatar a um novo mandato enquanto presidente da União de Freguesias, o nosso interlocutor garante que os próximos tempos serão caracterizados “pela continuidade do trabalho começado” e que, desde então, tem proporcionado ajuda a quem mais precisa.

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SANTO TIRSO E FAMALICÃO A 15 minutos da cidade do Porto, o município de Santo Tirso tem um dos maiores museus de escultura contemporânea a céu aberto da Europa: 54 obras de arte de escultores mundiais. É um município em que a cultura gastronómica se destaca. É uma cidade conhecida pelos seus deliciosos pastéis jesuítas. A cidade de Santo Tirso foi o berço da industrialização do têxtil em Portugal. A fábrica Fiação e Tecidos Rio Vizela, fundada em 1845, nas freguesias de Vila das Aves e São Tomé de Negrelos, foi a primeira unidade do ramo no país, chegando também a ser maior fábrica portuguesa. Com uma localização privilegiada, é uma cidade de portas abertas, com um património e tradições seculares inesquecíveis. O Mosteiro de São Bento, património Nacional, o Museu Municipal Abade Pedrosa, com a sua magnífica coleção de arqueologia, ou o Santuário de Nossa Senhora de Assunção, exemplo de arte de inspiração romano-gótica, são locais de paragem obrigatória. Santo Tirso é uma cidade para descobrir e sentir. Com o Foral de D. Sancho I em 1 de julho de 1205, Vila Nova de Famalicão nasceu para a história. Hoje, é uma cidade assumidamente declarada como um dos principais centros culturais, industriais e comerciais do país. Estrategicamente situada entre as cidades de Braga, Guimarães e Porto, Vila Nova de Famalicão tem-se tornado numa referência incontestável no Baixo Minho e no Vale do Ave. A comunidade famalicense tem-se afirmado ao longo dos anos com uma personalidade própria e bem definida devido à sua variada tradição cultural que remonta aos tempos pré-históricos e ao seu desenvolvimento como polo gerador de emprego. Terra do escritor Camilo Castelo Branco, Vila Nova de Famalicão acolhe a sede das maiores e melhores empresas do país em vários setores da indústria, no têxtil, no vestuário, na construção, no setor alimentar, são alguns dos exemplos.

Bebidas Petiscos Snacks

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Refúgio de charme 64 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Verão ‘17


ESPAÇO ECLÉTICO E INOVADOR A Casa do Alto é um espaço acolhedor, onde todos podem sentir-se em casa. Desde o pequeno-almoço ao petisco de fim de dia, passando pelas refeições completas de almoço e jantar, promete tornar-se um local de encontro privilegiado numa cidade cada vez mais apreciada pelo público jovem. CASA DO ALTO

DIOGO AZEVEDO Na casa do Alto, sinta-se em casa Com apenas um mês e meio de vida, a Casa do Alto distingue-se como um espaço inovador e eclético no centro de Santo Tirso, cidade que tem vindo a modernizar e, por conseguinte, a cativar a permanência dos jovens estudantes para momentos de diversão. Diogo Azevedo e Bruno Oliveira, também eles jovens, são os sócios-criadores deste conceito de uma casa de família de carácter público, onde estudantes, trabalhadores ou idosos podem usufruir de ofertas variadas e à sua medida. “A Casa do Alto pretende ser uma petisqueira-bar. Funcionar como uma casa. Em casa, acordo de manhã e tomo o pequeno-almoço, almoço, posso comer uma fatia de bolo ou uma tosta mista à tarde… À noite temos sempre um petisco, podemos só beber um copinho de vinho ou um café”, explica o gerente Diogo Azevedo, ao mesmo tempo que salienta “o sabor adocicado da sangria do Alto”. Um segredo que não se revela, experimenta-se. Numa cozinha liderada pela mestria da Dona Tomásia, as refeições da Casa do Alto destacam-se pela criteriosa escolha dos produtos: sempre frescos e adquiridos no próprio dia em que serão confecionados. “Fazemos os menus executivos, diariamente, que inclui sopa, prato, bebida e café por 6,5 euros. Funcionamos muito por encomenda e temos abertura para propostas, pois a nossa cozinheira é excelente, pelo que faz qualquer prato,

desde os tradicionais rojões ao prato mais inovador. Organizámos também festas de anos por marcação, ao fim de semana e de acordo com um plafon definido pelo cliente e ajustado às suas necessidades. Tudo é comprado fresco, no próprio dia e todas as sobremesas são feitas por nós”, explica Diogo Azevedo. Abertos de segunda a quarta-feira, entre as 8 horas e as 24 horas, e de quinta a sábado entre as 8 e as 2 horas, a Casa do Alto tem realizado festas de anos para 30 pessoas, numa sala reservada para o efeito. O espaço está ainda dotado de uma esplanada e uma sala comum, estando prevista a colocação de uma esplanada na praça frontal, por altura das Festas de São Bento contarão com o bar de apoio. Apresentando já regularmente ofertas promocionais associadas a eventos, Diogo Azevedo garante propostas culturais para breve, a acontecer, no entanto, como uma surpresa, sem data nem hora marcadas. A título de exemplo, referimos as promoções do dia em que Portugal defrontou o Chile em jogo das meias-finais da Taça das Confederações, com promessa da oferta de um fino em caso de vitória lusa. Nesse dia, uma Francesinha à Casa do Alto com dois finos (ou dois refrigerantes), um pires de tremoços e café ficaria por 10 euros. Recuperada uma casa antiga, toda em pedra - com muito requinte, simplicidade e modernidade -, a Casa do Alto prepara-se para se tornar um local de excelência para beber um bom vinho e saborear um bom petisco. Ao longo das Festas de São Bento, a

Casa do Alto apresenta diariamente um menu especial, havendo sempre dois pratos de carne e um de peixe à escolha.

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QUATRO PROJETOS, UM SÓ PRINCÍPIO Numa altura em que se comemoram os 10 anos do Café do Rio, no Parque Urbano da Rabada, em Santo Tirso, foi inaugurado mais uma casa que faz as delícias dos mais gulosos. Aproveitando a chegada do verão, Pedro Costa e Angélica Gonçalves criaram a Gelataria All´amore, colmatando a necessidade de um espaço diferenciador na região. Se está a pensar visitar Entre Douro e Minho, pode ainda ficar hospedado no Solar São Bento e descobrir o turismo de aventura através da Proxima Nature Adventures. GELATARIA ALL´AMORE

ANGÉLICA GONÇALVES E PEDRO COSTA

O empreendedorismo e a área da hotelaria está no seio da família Costa há vários anos e tem vindo a atravessar gerações. Depois de alguns projetos na região centro do país, “temos lutado para que os projetos tenham êxito, com alguma persistência e dedicação ao cliente, porque é esta a base do sucesso”, apresenta Pedro Costa. Chegou a Santo Tirso muito jovem e aos 19 anos partiu à aventura e fez nascer o Solar São Bento. Um alojamento local composto por 12 quartos e com serviço de restauração, através de marcações para grupos e eventos. Em funcionamento há 17 anos, está localizado numa zona tranquila, junto ao Rio Ave e do passeio pedonal que liga ao parque Urbano da Rabada sendo uma unidade de alojamento com ambiente familiar e fazem parte da oferta de alojamento de referencia da cidade. Neste sentido, o objetivo tem sido apenas um: receber bem as pessoas e promover a região. “Trabalhamos muito com parceiros locais para que todas as pessoas que venham a Santo Tirso se sintam bem e fiquem por cá. Queremos atrair pessoas à região para que o comércio local também funcione e sejam visitados os principais monumentos e pontos atrativos. Fazemos questão de ajudar na divulgação turística e estar envolvidos em projetos que tragam pessoas a Santo Tirso”, completa o proprietário. Mais tarde, em 2007, um novo desafio foi lançado e Pedro Cos66 | PORTUGAL EM DESTAQUE

ta agarrou a oportunidade, contrariando as evidências e o risco. Na altura, o Parque Urbano da Rabada, em Burgães tinha sido inaugurado em outubro de 2005 e não tendo nenhuma unidade de apoio ao parque e estando sem dinâmica nenhuma o nosso entrevistado não desistiu. “Quando decidi avançar falei com as entidades responsáveis para garantir a segurança e melhores condições no espaço. Pedi opiniões e o contributo de todos para corrigir o que estava mal e trabalhamos em conjunto para a mesma causa. Nasce assim o Café do Rio, um bar e esplanada, localizado em pleno parque urbano sobranceiro ao Rio Ave, que constitui atualmente um local de eleição. Seja para passar momentos de lazer e convívio de forma relaxante ou para a prática de exercício físico, sempre em contacto com a natureza. Doces ambições Combatendo uma lacuna existente em Santo Tirso e sempre com a perspetiva de fazer mais e melhor pela cidade, Pedro Costa quis ir mais além. Sendo um cliente de referência da marca de gelados Olá, rodeou-se das pessoas e apoios necessários, entre eles a Carte D´Or e criou mais um negócio de sucesso. “A ideia de abrir a Gelataria All´amore vem já desde o ano passado porque senti que era uma necessidade, uma vez que Santo Tirso não tinha uma gelataria.Não quis fazer concorrência direta com outros negócios em zonas centrais da cidade, por isso aproveitei uma fase de remodelações que fizemos no Café do Rio e decidi que estava na hora de abrir a gelataria”, explica o gerente. Assim, juntamente com a esposa, que é o seu braço direito e sua cúmplice, viram nascer este ano um conceito diferente e mais doce. Criaram a sua própria concorrência e levam sabores bem doces em forma de taças de gelado, crepes e waffles até aos clientes mais gulosos para o centro da cidade. Dos mais velhos aos mais novos, seja durante o dia de passeio em família ou numa noite mais animada de convívio entre amigos, a Gelataria All´amore já se tornou um espaço de referência. A promoção da região “Uma vez que estamos no Parque da Cidade, aproveitamos o espaço e temos uma forte parceria com a Câmara Municipal e outras entidades na promoção e coordenação de visitas. Todos ficam a ganhar, quer as pessoas que nos visitam e têm a oportunidade de conhecer Santo Tirso de forma segura e organizada, como os locais e município”, começa por adiantar Pedro Costa. Assumindo-se como um dinamizador e apoiante de várias causas, o


A importância da Humanidade Seguindo os ideais de defesa dos pais, relativamente a fazer o que se gosta, Pedro Costa entrega-se ao trabalho e às pessoas de corpo e alma. Envolvido nos negócios familiares desde muito jovem, cedo sentiu a importância da responsabilidade, autonomia e solidariedade. Desta forma, ajuda várias causas e só no ano passado apoiou 64 iniciativas desportivas, culturais e na educação. Com o auxílio dos parceiros, seja na oferta de gelados a alunos de algumas escolas ou no trabalho em parceria com instituições, para o interlocutor, “o bem não ocupa lugar e a vertente social deve fazer parte de qualquer negócio”. A dedicação é um princípio que pauta todo

proprietário do Café do Rio tem tido um papel extremamente ativo na promoção da região. “Somos uma unidade de apoio e segurança. Temos a maior esplanada coberta da região Norte e temos três espaços distintos: o espaço coberto, aberto e uma sala para não fumadores. Conseguimos criar ambientes confortáveis durante todo o ano e realizamos aqui alguns eventos como noites de comédia, música ao vivo e palestras. Criamos uma dinâmica lúdica e cultural para toda a família”, acrescenta. Os eventos constituem um fator diferenciador do parque e do bar e têm atraído cada vez mais visitantes, seja pelos momentos mais tradicionais como o folclore e festas com música popular ou pelos conceitos inovadores como a Silence Party.

Parque Urbano da Rabada Burgães - Santo Tirso Tel. 918126784 | Fax. 252861324 geral@cafedorio.com www.cafedorio.com

Rua Alberto Pimentel nº8 4780-386 Santo Tirso email: geral@solarsbento.net Tel. 252862165 | Fax. 252861324 www.solarbento.net

o trabalho exercido e o reconhecimento e respeito das pessoas é gratificante. Aproveitando as sinergias existentes entre as várias empresas para promover a região e o parque, Pedro Costa criou mais um mecanismo. “Através da Proxima Nature Adventures, proporcionamos um turismo de aventura, nomeadamente caiaques, barcos insufláveis e gaivotas que temos aqui no rio. Estamos a modernizar infraestruturas para que as pessoas possam usufruir das atividades com as melhores condições. Temos ainda passeios de BTT, caminhadas,aulas de ginásticas gratuitas,concertos entre outras atividades que se realizam durante o ano quer seja no parque ou mesmo no concelho. A Próxima surgiu há cerca de dois anos e atualmente faz a gestão e manutenção de complexos desportivos, difunde eventos e animação turística. Brevemente chegarão a Santo Tirso alguns Tuk Tuk para que os visitantes possam fazer um circuito e conhecer os pontos atrativos da cidade. “Acredito que Santo Tirso tem muito potencial e há aqui muita coisa que pode ser feito. Temos uma localização excelente, estamos próximos dos grandes centros e podemos aproveitar o turismo”, recorda. Questionado sobre o futuro, Pedro Costa garante que pretendem continuar a ser uma empresa empregadora na região e com a proximidade que gostam de ter com os clientes e a persistência,dedicação,empenho e simpatia vão continuar a proporcionar momentos relaxantes e divertidos a cada cliente. Brevemente irão abrir o bar da Praia Urbana que está a ser construída e no início do próximo ano teremos mais novidades, uma vez que existe um novo projeto inovador em vista, a ser cozinhado há algum tempo. Sempre por Santo Tirso.

Rua do Bombeiro Voluntário nº6 R/C -B 4780 - Santo Tirso Telefone - 252179400 email: allamoregelataria@gmail.com

Parque Urbano da Rabada Burgães - Santo Tirso Tel.918126784 www.proximadventures.pt

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DEGUSTAÇÃO AO SABOR DA NATUREZA De portas abertas há três meses, o Restaurante Club House Vale Pisão é uma proposta que une o melhor da cozinha tradicional mediterrânica com um ambiente idílico, familiar e descontraído. RESTAURANTE CLUB HOUSE VALE PISÃO e rainha. Nesse sentido, entre as grandes propostas gastronómicas que aqui se apresentam, poderemos elencar a coxa de pato confitada, a bochecha de porco estufada com vinho, o bife de atum com sementes de sésamo, ou o risoto de frutos secos e cogumelos, entre outras iguarias que prometem ficar na memória. É, posto isto, com grande satisfação que Ana Assunção se pode orgulhar de ter “uma excelente cozinha”, graças ao especial contributo do chef Miguel Cizeron. Descrito como “fora de série” e dono de um currículo onde se incluem passagens por vários hotéis de referência, o atual líder da cozinha do Restaurante Club House Vale Pisão tem reunido um feedback extraordinariamente positivo. “Desde que aqui estamos, não tivemos um cliente que não tivesse gostado imenso do que provou”, explica a nossa entrevistada, salientando ainda que é “uma pessoa em quem confio muito”. Situado no interior de um resort em Água Longa (Santo Tirso) onde o verde do campo e o azul do lago se unem para proporcionar o melhor sossego que a natureza pode dar, o Restaurante Club House Vale Pisão é um espaço de portas abertas para todos os que procurem uma experiência verdadeiramente única. Caracterizado por um ambiente de especial tranquilidade, conforto e descontração, este corresponde ao mais recente projeto concretizado pelos sócios Ana Assunção e Marco Viana. “Sou natural daqui, conhecia este lugar desde que abriu e sempre tive um carinho especial”, contextualiza a nossa entrevistada, antes de acrescentar a sua surpresa ao constatar que, certo dia, encontrou o restaurante fechado. A paixão que a sócia nutria quer pela arte da cozinha, quer pela beleza única do Nature Resort Vale Pisão acabaria, no entanto, por falar mais alto, encorajando a empresária a assumir a administração do restaurante, proporcionando deste modo uma importante solução para as cerca de 400 pessoas que habitam na estância turística. Inaugurado há três meses, o balanço do empreendimento não poderia ser mais positivo. De facto, “há moradores que vêm cá várias vezes por semana, pelo que já sentimos a necessidade de alterar várias vezes a ementa”, argumenta Ana Assunção. Importa, contudo, referir que aos habitantes do resort se soma um público-alvo bem mais amplo, no qual se incluem não apenas os sócios do clube de golfe integrado na estância, como também os respetivos amigos e familiares. Paladares de excelência Ciente de estar perante um público especialmente exigente, o Restaurante Club House Vale Pisão faz questão de apostar num serviço que se caracteriza pela mais elevada qualidade e onde a cozinha tradicional mediterrânica se assume como senhora 68 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Saborear a natureza Localizado no interior de um resort idílico, o Restaurante Club House Vale Pisão é muito mais do que um mero espaço onde se servem e consomem refeições. Acima de tudo, o que aqui se proporciona é uma verdadeira experiência para a qual são convocados os cinco sentidos. A comprová-lo, constate-se a maravilhosa paisagem natural através da qual melhor se podem contemplar os sabores, bem como o conforto da lareira suspensa, mas também o ambiente descontraído que pontua todo o espaço e respetivo atendimento. “As pessoas sentem-se bem aqui dentro e esse é o nosso principal objetivo”, constata a sócia-gerente que se orgulha de aqui poder proporcionar “um ponto de encontro entre amigos”. Para tal, é também importante o contributo da equipa de colaboradores que, diariamente, torna tudo possível. “O atendimento é ótimo, porque temos pessoas formadas, não só em termos profissionais, mas também pessoais”,


sustenta a empresária, numa alusão à relação de grande proximidade que existe entre clientes e funcionários. Por outro lado, o espaço conta ainda com um serviço de bar, através do qual os visitantes são convidados a provar um agradável refresco enquanto contemplam a calma do ambiente circundante, à medida que a gerência faz também questão de disponibilizar um serviço de “bar de campo” com o objetivo de auxiliar e atender, em pleno relvado, às centenas de praticantes de golfe que aqui se reúnem. E, consoante as solicitações assim o exijam, o Restaurante Club House Vale Pisão cede também o seu espaço para “diferentes atividades e eventos”, desde batizados a reuniões empresariais. Um projeto a consolidar Agora que o verão se inicia, Ana Assunção não esconde que a “expectativa é muito grande”, atendendo ao facto de esta ser uma estação do ano que atrai outro tipo de públicos. Posto isto, a gerente acredita que a realização de pequenos eventos, como sunset parties, poderá ser uma constante ao longo dos próximos meses. Por outro lado, questionada sobre o futuro, a nossa interlocutora é perentória: “espero encontrar este espaço consolidado”, atendendo ao facto de, neste momento, ainda estarmos numa “fase de aprendizagem, a descobrir quais as nossas necessidades e a formar uma equipa”. Já a todos os curiosos, fica o convite: que venham, pois, conhecer o espaço e experimentar uma degustação tranquila, descontraída e – acima de tudo – recheada de qualidade.

Rua Laranjeiras nº1, Agua Longa | 4825-102 Santo Tirso Tel. 967 824 147 PORTUGAL EM DESTAQUE | 69


AO SERVIÇO DA EDUCAÇÃO O Instituto Nun’Alvres (INA) é um colégio com uma identidade muito própria, detentor de um modelo educativo católico inspirado na vida e obra de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Localizado em Santo Tirso, integra o Complexo Educativo do Colégio das Caldinhas, uma referência que vai para além das linhas limítrofes do concelho. A Portugal em Destaque conversou com a direção do INA para dar a conhecer aos nossos leitores uma visão de ensino diferenciadora. INSTITUTO NUN’ÁLVARES

PADRE JOSÉ MANUEL MARTINS LOPES O Instituto Nun’Alvres, cuja origem remonta ao antigo Colégio de Campolide (1858-1910), que viu as suas portas encerradas aquando da implantação da República e expulsão dos jesuítas, está instalado nas Caldas da Saúde – Santo Tirso, desde o ano de 1932. A história estava a ser narrada pelo Padre José Manuel Martins Lopes, diretor do Instituto Educativo Padre Afonso Luisier, SJ (IEPAL) e, à medida que íamos recuando no tempo, apercebemo-nos que a narrativa era marcada por fortes conturbações sociopolíticas. Conta o nosso interlocutor que, em 1910, após ter sido decretada a expulsão dos Jesuítas em território nacional, o colégio é obrigado a encerrar portas. Dois anos mais tarde, renasce na Bélgica como Instituto Nun’Alvres, muda-se para Es-

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panha em 1914, país onde permanece até se vir instalar definitivamente em Portugal (1932). Note-se que em todos estes anos de mudança, esta instituição teve como objetivo receber e educar alunos portugueses, que se deslocavam para as suas instalações na Bélgica e em Espanha. Sediados de novo em Portugal, o INA, em 1973, por necessidade do Estado português, é convidado pelo mesmo, a integrar o serviço público de educação, através daquilo que na altura se denominava de contrato-programa. “Não somos nem nunca fomos um colégio de elites. No INA nunca selecionámos alunos. Sempre acolhemos todos da mesma forma. Nunca fomos um projeto económico, mas sim um projeto educativo de referência”, refere o Padre José Manuel M. Lopes. Hoje, o INA atravessa de novo um período conturbado após o término dos contratos de associação. “As turmas sofreram uma redução abismal e tivemos que dispensar muitos Educadores. Tudo isto como consequência da decisão de o Governo romper unilateralmente com os contratos de associação sem olhar caso a caso, como disse que iria fazer”, aprofunda a diretora pedagógica, Francisca Moreira Dias, arquiteta. “A prova de que não éramos um colégio para alunos de famílias abastadas reside precisamente no facto de os alunos e famílias terem de sair deste projeto educativo, não por sua opção”, acrescenta, o diretor. “Educar nunca é um ato neutro” Questionado sobre a possibilidade de uma família optar por um colégio católico e a neutralidade da educação, o Padre José Manuel M. Lopes afirma sem hesitações: “Não há ensino neutro! Educar nunca é um ato neutro. Se uma escola disser que o seu modelo é neutro, que propõe afinal como ideia de pessoa às famílias que querem apostar num projeto educativo? Nós assumimos que somos um colégio cristão, católico e jesuíta, com um projeto aberto a todos, sem exceção e em compromisso com a família.” Um colégio dos jesuítas assume a sua identidade e os valores cristãos que o movem. Os jesuítas, ao longo da história, têm sido uma referência para a educação. “No INA valorizamos a pessoa


não só ao nível académico-intelectual, mas também no que respeita ao coração, às múltiplas formas de estar e ser de cada um dos nossos alunos.” Valores são a pedra de toque O INA dá resposta a quem procura uma educação e aponta para o magis (excelência). Segundo o nosso interlocutor, o que “resume” os pilares do projeto educativo dos jesuítas na História da Pedagogia assenta na frase “virtus et litterae”, virtude e ciência, ser e saber, como duas faces da mesma moeda. Em linguagem dos nossos dias, podemos dizer que num mundo em permanente mudança, o INA ajuda os seus alunos a serem pessoas competentes, conscientes, compassivas e comprometidas. O Padre José Manuel M. Lopes lança a questão: “Tirar boas notas significa que o aluno tem êxito?” À própria questão responde: “Não necessariamente! Não basta o sucesso académico. É preciso unir a parte científica com a aquisição e vivência de valores. Para que possamos falar em sucesso educativo, é preciso que um Aluno, ao fim do seu percurso escolar, seja uma pessoa competente a nível científico e humano, isto é, há que unir incindivelmente a razão com o coração!”, conclui. No INA, o centro do processo ensino-aprendizagem é o aluno, acrescenta a diretora pedagógica: “Não existem alunos iguais, já que cada pessoa é única e irrepetível, e, por isso, o importante é que se consiga tirar o melhor de cada um, quer na parte académica quer na parte humana (‘cura personalis’ para a pedagogia dos jesuítas). Neste sentido, apresentamos um corpo docente altamente preparado, qualificado e experiente.”

Oferta educativa multidisciplinar e diferenciada O plano de atividades do Instituto Nun’Alvres diferencia-se na capacidade de provocar diariamente nos seus alunos uma inquietação e curiosidade para aprenderem algo novo, de potenciar as suas qualidades e talentos inatos e ensiná-los a refletir e avaliar a sua circunstância, para assim poderem recriar um mundo mais solidário, justo e verdadeiro. Neste sentido, o INA propicia a todos os alunos um conjunto de atividades que permitem ao aluno um autoconhecimento como caminho para um exercício responsável da sua liberdade com os outros. Aqui têm um papel fundamental as experiências de voluntariado que os nossos alunos desenvolvem em parceria com outras entidades de carácter social e solidário, por exemplo. Visitas de estudo, dias dedicados à literatura e incentivos à solidariedade são uma constante. Mas existem outras atividades pioneiras em Portugal, como aprofunda o Padre José Manuel M. Lopes: “Os CAMPINÁCIOS – Campos de férias dos Colégios dos jesuítas em Portugal propiciam, du-

rante mais de uma semana fora de casa, atividades onde os alunos aprofundam a sua relação com Deus, eles próprios, com os outros e a natureza.” O INA também faz um acompanhamento contínuo ao nível psicopedagógico com o aluno e a sua família. “Com a ajuda de profissionais, o aluno é orientado para que escolha, em liberdade, o rumo que quer dar à sua vida, tendo para tal, todas as ferramentas possíveis”, refere Francisca Dias. Focada no ano letivo que se aproxima, a direção do INA acaba de ver concluído mais um ano de sucesso. “Quando saem das nossas instalações, a maior satisfação que temos é testemunharmos o êxito dos nossos alunos na sua vida. Isto prova que receberam nesta casa critérios de vida que os podem fazer felizes no compromisso para a construção de um mundo mais humano”, finaliza o padre José Manuel M. Lopes.

Apartado 1 Caldas da Saúde Areias Santo Tirso 4784-907 Portugal E-mail: info@institutonunalvres.pt Telefone: +351 252 830 900

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UMA INSTITUIÇÃO AO SERVIÇO DA COMUNIDADE! O Centro Social de Bairro (CS Bairro) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, de Utilidade Pública sem fins lucrativos. Foi constituída como associação em 13 de dezembro de 1983, tendo vindo a aumentar a prestação de serviços gradualmente, procurando corresponder às necessidades sentidas pela comunidade. Atende atualmente cerca de 600 utentes. CENTRO SOCIAL DO BAIRRO O âmbito da sua ação é regional, privilegiando o concelho de Vila Nova de Famalicão. A presidente da direção, Ana Maria Sousa, enalteceu o trabalho desenvolvido pela instituição reiterando a importância daqueles que são os valores que sustentam toda a dinâmica institucional. No decorrer da nossa entrevista focou a solidariedade, a humanização, afetividade e a cooperação como palavras de ordem para o quotidiano. Planeamento, organização e motivação são, para esta instituição, fatores essenciais para o crescimento contínuo, numa lógica permanente de concertação com as necessidades e expectativas da comunidade. Reiterou a presidente da direção que “fiéis à nossa missão, visão, princípios e valores, políticas e orientações dos organismos que nos são soberanos, definimos metas e estratégias que sejam conducentes de boas práticas, que nos permitam alcançar diariamente o bem estar dos nossos clientes”. O CS Bairro tem como objetivo o desenvolvimento, a promoção social e cultural e a criação de respostas conducentes à minimização das carências da comunidade local e circunvizinhas; desenvolve atividades de relativa polivalência no domínio da solidariedade e ação social – infância, juventude, deficiência, terceira idade – e outras de caráter sociocultural. Neste sentido, dispõe de 11 respostas sociais: creche, jardim de infância, atividades tempos livres, centro de atividades ocupacionais, centro de dia, centro de convívio, estrutura residencial para pessoas idosas, centro de formação profissional, serviço de apoio domici-

liário, serviço de atendimento e acompanhamento social, centro de aconselhamento e apoio familiar. Refere a presidente da direção que “os desafios diários são grandes, mas os sonhos são ainda maiores, sendo a coesão entre direção, órgãos sociais, colaboradores, clientes, parceiros, entidades financiadoras e comunidade, fundamentais para alavancar to72 | PORTUGAL EM DESTAQUE

ANA MARIA SOUSA das as iniciativas institucionais”. Quinta Pedagógica – um desafio permanente No dia 6 de junho de 2014 a instituição abraçou um enorme desafio adquirindo uma Quinta Pedagógica. Esta é contígua à instituição dispondo de 3.5 hectares que contemplam uma variedade de espaços físicos, destacando-se um bosque, prado, horta, pomar, viveiros, plantas aromáticas e medicinais, pasto, pocilga, corte de bovinos e ovinos, capoeiras, lago, laboratório de atividades experimentais no âmbito da alimentação, oficina de produção de pellets, viveiro de pássaros, salas de formação, sala de convívio e campo de futebol. Estes recursos revelam-se de enorme valor para a instituição permitindo a dinamização de uma panóplia de atividades educativas que contribuem grandemente para o enriquecimento das aprendizagens curriculares e para o bem estar em geral de todos os clientes. Através deste recurso que a instituição tem, dinamiza também respostas formativas para públicos vulneráveis, nomeadamente cursos de jardinagem e agricultura, sendo o propósito fundamental dotar esta população de recursos práticos que os permitam engrandecer as suas potencialidades, contribuindo o mais possível para que se opere a inclusão social. Uma equipa a construir o futuro O CS Bairro é uma referência na região de Famalicão e uma das impulsionadoras da solidariedade e do apoio social do município.


A direção assegura uma dinâmica, que essencialmente pretende valorizar todos os clientes com que trabalham, bem como a comunidade envolvente. Implementaram um sistema de gestão da qualidade institucional, e têm atualmente o projeto de construir um lar residencial para pessoas com necessidades especiais. Reconhecem que é um projeto ambicioso e dispendioso e que está a ser realizado de forma cautelosa. A instituição está sempre alerta para toda e qualquer oportunidade que permita engrandecer o seu propósito de ação. O intuito é não se restringir aos apoios governamentais que lhe são devidos, mas ir mais além, procurando inclusivamente a sua autossustentabilidade. Decorrente de candidaturas efetuadas a diferentes fontes de financiamento, é com enorme orgulho que o CS Bairro tem sido premiado com projetos nacionais e internacionais. Ana Maria Silva destacou ainda o trabalho fundamental que os colaboradores empreendem na dinâmica institucional: “uma casa para ter sucesso, requer o trabalho com o coração, de uma grande equipa”. Caminhando a passos largos para o futuro, a instituição tem consolidado uma base forte para garantir o sucesso e a resposta às necessidades sociais da região.

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A SOLUÇÃO ESTÁ NO PROBLEMA O Agrupamento de Escolas de Pedome fez das fragilidades a força motriz da transformação, cumprindo “a missão da escola pública de devolver ao mundo cidadãos mais integrados e mais capacitados”. A declaração é de Fernando Lopes, que desde há oito anos assume o leme de um projeto público de sucesso, com práticas educativas diferenciadas e de envolvimento comunitário. Graças à inclusão no TEIP. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PEDOME

FERNANDO LOPES Assinalada como uma Escola marcada pelo insucesso escolar, nomeadamente ao nível do português, matemática e do inglês, o Agrupamento de Pedome integrou o programa do governo Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), o que, conforme nos explica o diretor Fernando Lopes, permitiu dotar a Escola de “recursos humanos adicionais” e práticas educativas diferenciadas. “O que conseguimos foi fazer daquilo que poderia ser uma característica negativamente estigmatizante para a Escola e para a comunidade educativa numa janela de oportunidade para transformar as dinâmicas da Escola. Fazemos parte do segundo conjunto de escolas integradas nesses territórios. A ideia trazia um estigma negativo, por ser sinónimo de problemas disciplinares, de abandono escolar ou de um percurso dos alunos marcado por um forte insucesso escolar. O nosso TEIP foi criado em 2009/10 devido à existência de taxas de insucesso escolar significati74 | PORTUGAL EM DESTAQUE

vas na área do português, matemática e inglês. Com muito trabalho e várias equipas educativas envolvidas, conseguimos sempre cumprir as metas contratualizadas, ou seja, alcançar os resultados estipulados”, explica. Hoje, já é uma Escola de referência na localidade, com potencial para se tornar um exemplo a nível nacional, face à implementação de práticas educativas inovadoras no âmbito do Ensino Público, mas baseadas em modelos de sucesso já testados. “Primeiro ganhamos a estrutura e organização da Escola, reabilitando-a, tornando-a potenciadora de bons resultados e fazendo a comunidade começasse olhar a escola com outros olhos, mais positivos. Só teremos alunos, se tivermos bons resultados e um bom projeto educativo. Os pais hoje em dia deixam cá os alunos porque a escola lhes dá garantias de resultados”, assevera. Os resultados estão à vista e todos os progressos registados ao pormenor. De-

pois da implementação de Tutorias Aluno-Aluno e Professor-Aluno, da criação de um Gabinete de Apoio à Família com especialistas de três áreas diversificadas, e da integração no Programa de Educação Parental Municipal, o Agrupamento de Escolas de Pedome prepara-se para novos desafios, valorizando os processos de ensino aprendizagem em que os alunos são co-construtores de uma metodologia construtivista, em parceria com vários colaboradores da comunidade educativa e escolar. “Não é possível importar totalmente um projeto educativo de uma outra escola ou outro país, mas podemos adaptá-los à realidade local. Agora. Depois de ganharmos a Escola e a comunidade, precisámos de olhar para a sala de aula e alterar metodologias e processos, por isso abraçámos a flexibilização curricular, que pode vir a ser algo mais sustentável para o futuro”, prevê. Como único conjunto escolar de Famalicão a aderir à flexibilização curricular, a aposta vai para a experimentação da Metodologia de Projeto e novas dinâmicas de educação para a cidadania dentro do contexto escolar. “Reconheço que os alunos têm pouca voz e queremos aumentar a sua participação na vida da Escola. Temos a Assembleia de Delegados e Sub-Delegados, mas não é suficiente. Por isso, vamos fazer assembleias trimestrais de alunos, no nosso agrupamento, através das aulas da educação para a cidadania, onde serão propostos temas em que eles possam dar a sua opinião. Os alunos têm ideias e opiniões muito construtivas, como verificámos no âmbito do Orçamento Participativo da Escola, uma iniciativa muito positiva lançada pelo Ministério da Educação”, garante. É então, desde há oito anos, que Fernando Lopes tem paulatinamente traçado um caminho educativo diferenciado, com “intervenção muito activa dos encarregados de educação” em práticas que visam a preparação dos alunos para a vida e não apenas para os resultados dos exames: “A


avaliação sumativa é muito redutora, pois só trabalhamos as crianças e jovens para determinados tipos de resposta e não para a vida. Por isso, temos de questionar o que queremos que a escola seja. Em Pedome, queremos uma escola integrada, onde as várias disciplinas se interliguem e em que os alunos compreendam o todo”. Superada “a fase caracterizada por maus resultados e problemas de insucesso”, o Agrupamento de Escolas de Pedome está hoje “acima das médias nacionais”, sendo “uma opção válida para as famílias”. Na sua ação educativa, o Agrupamento de Pedome dá prevalência e destaque ao currículo não formal dos alunos, valorizando a aquisição e consolidação de saberes nas áreas do currículo formal. A Escola oferece, gratuitamente, e de forma apoiada no horário letivo dos professores um serviço de apoio ao estudo para todas as turmas do ensino básico e um programa consistente de apoio ao ensino especial. A entidade escolar dispõe ainda de estratégias estruturadas para a mediação de conflitos em contexto educativo realizadas por técnicos especializados

(Gabinete de Mediação Educativa GAME) e garante o apoio constante ao aluno e à sua família, mediante o acompanhamento em diversos planos: intervenção precoce, sinalização de casos para a educação especial, orientação vocacional, educação parental, programas de férias para crianças e alunos do 1.º/2.º e 3.º ciclos, animações socioeducativas em contextos educativos e outras atividades envolvendo a relação escola-família. “A maior dificuldade é motivar, mobilizar e interessar os docentes para a aplicação de projetos diferenciados. Todas as novas práticas serão apoiados em formação. Temos tido a sorte de ter colegas sempre muito disponíveis, com elevado espírito profissional e devoção à Escola. Sem eles não seria possível. Na escola pública temos de acolher todos em igualdade de oportunidades e equidade de tratamento. Tudo tem solução. Precisamos é de técnicos humanos. E espírito de missão. A gente tem de estar aqui porque gosta”, remata Fernando Lopes.

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PONTE DE LIMA

Caracterizada pela sua arquitetura medieval e pela área banhada pelo Rio Lima, Ponte de Lima é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Viana do Castelo. Esta localidade não precisa de muitos pretextos para ser visitada, uma vez que se trata da vila mais antiga de Portugal, por recusar o estatuto de cidade. Encontra-se repleta de festas, romarias, festivais de jardins, pontos históricos e uma gastronomia muito própria. Ponte de Lima é a vila portuguesa mais antiga, com foral concebido em 1125 por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. As ruas que desenham a vila respiram história, com o seu estilo tipicamente minhoto. Ao viajar pelas mesmas, serão recebidos por um grande número de solares, que a levaram a ser considerada a capital de Turismo de Habitação do País. Relativamente ao património arquitetónico e cultura, destacam-se monumentos do período medieval e renascentista. Tratando-se de um leque riquíssimo, destacam-se a Igreja Matriz, do século XV, a Torre da Cadeia Velha ou da Porta Nova, do século XIV e a Torre de São Paulo, que integra nas muralhas. Outros pontos de interesse poderão ser o Convento de Santo António, do século XV, a Igreja da Misericórdia e a Capela da Nossa Senhora da Penha de França, do século XVII. Por outro lado, Ponte de Lima é, ainda, o berço do Turismo de Habitação e a vila mais florida do país. A área de paisagem protegida, o Festival Internacional de Jardins e a Feira do Cavalo são polos de atração turística que deliciam não só um público português como internacional. Em termos gastronómicos, o prato limiano está repleto de sabores intensos e aromas condimentadas. Diferentes especiarias, louro, cravinho, noz-moscada e cominhos são características que tornam iguarias como arroz de sarrabulho à moda de Ponte de Lima, um ex-libris da vila. Esta delícia é normalmente acompanhada de rojões de porco e belouras, farinhotas ou outro tipo de enchidos. Para acompanhar estes pratos típicos, o Vinho Verde é reconhecido como único. Todas estas características tornam Ponte de Lima uma localidade única a visitar.

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POLO INDUSTRIAL DO GRANITO COM LUZ VERDE PARA AVANÇAR A Câmara Municipal de Ponte de Lima apresentou, no passado dia 21 de junho, o Polo Industrial do Granito de Arcozelo, um projeto aguardado há 10 anos, e que recentemente recebeu luz verde para avançar. O polo industrial representa um investimento de 4,8 milhões de euros e vem dar satisfação às necessidades e exigências de todos os empresários que gravitam em torno deste setor estratégico, que contribuem de sobremaneira para a dinamização da economia local e regional. ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DE GRANITO DE PONTE DE LIMA

JOÃO BARRETO

JOÃO MANUEL FERNANDES A criação e instalação do Polo Industrial do Granito surge naturalmente da necessidade premente de reorganizar a indústria transformadora de granito existente no concelho de Ponte de Lima e, mais concretamente, na freguesia de Arcozelo. Esta iniciativa enquadra-se, no planeamento estratégico, da indústria dos granitos na região, e que vai desde a componente extrativa – pedreiras – até à comercialização e expedição do produto acabado. À margem da apresentação, a Portugal em Destaque esteve à conversa com João Barreto, presidente da Junta de Freguesia de Arcozelo, e João Manuel Fernandes, presidente da Associação dos Industriais de Granito de Ponte de Lima, mostraram o seu regozijo com a aprovação deste projeto emblemático. Para o autarca, Arcozelo vive assim “um momento histórico” com a aprovação deste projeto, sublinhando que tem o compromisso do Município de Ponte de Lima de que a obra será colocada a concurso até ao mês de setembro. João Barreto realçou ainda 78 | PORTUGAL EM DESTAQUE

que este investimento na freguesia “é mais um marco, um emblema da responsabilidade municipal na estratégia da indústria do granito”, disse, sustentando que foi este objetivo que o fez candidatar-se à Junta de Freguesia de Arcozelo, por isso mesmo também sente uma enorme satisfação com este primeiro passo que foi dado. O Polo Industrial do Granito, que pretende contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento sustentado da freguesia de Arcozelo e do concelho de Ponte de Lima, incorpora uma nova abordagem na exploração do granito e terá uma área de 192 mil metros quadrados, num total de 27 lotes com funções distintas. Uns lotes serão para a transformação do granito, ocupando uma área de 84 mil metros quadrados, havendo ainda lotes para infraestruturas e lotes de menor dimensão. O polo industrial compreenderá ainda um posto de ar comprimido, estação de tratamento de águas industriais, bem como um lote para comércio


e serviços de apoio a toda a atividade no polo. “O polo industrial pretende ainda capacitar os agentes, que ali se instalem, ao nível de potenciais alianças estratégicas/parcerias, no pressuposto de que esta será uma importante mais-valia para que as empresas possam ganhar dimensão e escala para adquirirem vantagens competitivas”, revela, salientando o contributo decisivo do projeto para eliminar a concorrência desleal que ainda subsiste. Por sua vez, João Manuel Fernandes, presidente da Associação dos Industriais de Granito de Ponte de Lima, assinalou que “este projeto é muito importante para todos os empresários” e mostrou a satisfação por ter sido dado este primeiro passo que vai permitir delinear uma estratégia em termos de futuro para este setor tão estratégico e vital para a socioeconomia. “Está feito, pelo menos esta parte, a obra espero que seja o mais rapidamente possível”, disse, agradecendo, quer à Câmara Municipal de Ponte de Lima, quer à Junta de Freguesia de Arcozelo, o esforço e dedicação. “Estamos agora com um polo industrial prestes a ser licenciado”, avança o representante dos industriais do granito, ressalvando a coragem, a ousadia e o empreendedorismo dos empresários que durante anos aguentaram, de forma firme, as contrariedades decorrentes da inexistência deste projeto emblemático,

não escondendo que, num dado momento, chegou a pensar que este projeto não iria avançar. João Manuel Fernandes lembra ainda que o Polo Industrial do Granito era uma necessidade premente, bem como a regularização do setor, isto porque representa “cerca de 600 postos de trabalho diretos” e assume um peso bastante significativo na balança das exportações. Estratégia de futuro O Polo Industrial do Granito de Arcozelo vai permitir avançar com a restante estratégia para o granito, nomeadamente na exploração, transformação, requalificação ambiental e paisagística e na cons-

trução do futuro parque temático. Neste âmbito, pela via do licenciamento têm que ser aprovados dois planos, o de lavra e de recuperação ambiental e paisagística. Contudo, este projeto de recuperação ambiental e paisagística está sujeito à estratégia do sector e da Câmara Municipal de Ponte de Lima, por isso mesmo o autarca defende um plano integrado que proporcione vantagens para a freguesia e para o próprio concelho de Ponte de Lima. A terminar, João Barreto e João Manuel Fernandes defendem uma estratégia de desenvolvimento para o sector do granito, de forma a tornar a fileira cada vez mais sustentável e um motor de desenvolvimento económico.

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A PAIXÃO PELO VINHO: UMA HERANÇA FAMILIAR Situada no Largo da Freiria, a Quinta da Freiria nasce de um sonho de tradição e da paixão pela terra, onde as memórias se entrecruzam com as emoções das histórias contadas pelos antepassados. Em entrevista à Portugal em Destaque, os irmãos Maria Vieira Lisboa e João Vieira Lisboa falam-nos dos vinhos desta terra de grande beleza paisagística que enobrece e caracteriza Ponte de Lima. QUINTA DA FREIRIA e de valores como o sentido familiar, o amor, carinho e afeto, valores que Maria Vieira Lisboa continua a transmitir aos seus filhos e netos. A produção de vinhos faz parte da memória da família, subsistindo ainda as latadas altas do tempo do avô dos irmãos Maria e João Vieira Lisboa, que na altura produzia vinho a granel para as tabernas. “A Quinta da Freiria sempre produziu bons vinhos”, avança Maria Vieira Lisboa, sublinhando que a ideia de apostar novamente na produção de vinho e na plantação de vinhas foi do seu filho, mas foi um projeto que abraçou com grande ternura e nostalgia. Assumindo-se como uma verdadeira apaixonada pela terra e pelos valores que lhe foram transmitidos pelas anteriores gerações, Maria Vieira Lisboa lembra que fez nascer o Quinta da Freiria, como forma de homenagear as suas raízes. “Para nós o vinho é sinónimo de alegria, união e felicidade. Tentamos colocar no que fazemos o que foi vivido, o que nos foi transmitido”, salienta. Com cerca de dois hectares de vinhas, a Quinta da Freiria produz única e exclusivamente vinho verde, a partir da casta Loureiro.

MARIA VIEIRA LISBOA E JOÃO VIEIRA LISBOA

Aqui respira-se uma história e uma simples visita tornar-se-á inesquecível. Situada no Vale do Lima, na vila de Arcozelo, a Quinta Freiria é considerada uma das casas senhoriais mais bonitas da região minhota, onde a ancestralidade convive com a modernidade, dando lugar a um espaço de incontornável beleza. A quinta constitui um legado familiar que passou de geração em geração até chegar às mãos da família Vieira Lisboa. “A Quinta da Freiria é um espaço que em termos históricos e arquitetónicos se destaca, para além disso é a casa onde crescemos, sendo por isso um lugar pelo qual temos uma grande afinidade, plena em emoções e recordações”, revelam os irmãos Maria Vieira Lisboa e João Vieira Lisboa. Esta casa sempre acolheu grandes reuniões familiares, por isso encerra um conjunto de memórias afetivas 80 | PORTUGAL EM DESTAQUE


A localização no Vale do Lima é ímpar, pois aqui reúnem-se as melhores condições para a produção de vinho verde. Este vinho é caracterizado pela sua frescura e juventude, com especial realce para o seu perfume frutado e floral. De acordo com a família Vieira Lisboa, a filosofia da Quinta da Freiria passa por apostar num segmento de qualidade e não na quantidade, numa lógica de diferenciação, exclusividade e excelência. Maria Vieira Lisboa recorda que este projeto pretende criar valor, marcar a posição da Quinta da Freiria e, acima de tudo,

Não obstante a presença no mercado nacional, a Quinta da Freiria também exporta uma parte da sua produção para França, Espanha e África, fruto da sua dinâmica e pró-atividade. “Fazemos vinhos para quem aprecia vinho, e é isso que nos dá prazer”, sublinha a nossa anfitriã, evidenciando a sua ligação emocional a este projeto.

marcar a posição como uma região de vinhos de excelente qualidade. “Ainda estamos a vender o Quinta da Freiria 2015, um vinho que ainda está excelente em termos de paladar e aroma. Este ano prevê-se uma produção maior, de resto, de ano para ano estamos a produzir mais, principalmente pela localização e pela excelente exposição solar”, realça a nossa anfitriã. “A excelente localização e o seu ‘terroir’ confere aos vinhos Quinta da Freiria um carácter diferenciador”, reitera.

Espaço de turismo rural Maria Vieira Lisboa deu a conhecer ainda o projeto de um espaço de turismo rural para receber visitantes e turistas, permitindo transmitir todo o espírito de magia da Quinta da Freiria a todos quantos a visitem. “Neste espaço, os hóspedes serão convidados a fruir de distintas experiências e estímulos sensoriais, desfrutando de uma estadia ímpar, onde as noites são abraçadas pela natureza”, salienta Maria Vieira Lisboa.

Casa da Freiria - Arcozelo 4990-157 Ponte de Lima Tlf. 258 941 262 Tlm. 914 750 336 vieiralisboam@gmail.com PORTUGAL EM DESTAQUE | 81


UM PROJETO FAMILIAR QUE PROMOVE A SUSTENTABILIDADE Situada na freguesia de Arcozelo, concelho de Ponte de Lima, região de clima ameno, sol e água potável abundante, a Hidroflora alia tecnologia de ponta, experiência e know-how e o resultado final passa por produtos frescos, naturais e de excelente qualidade que satisfazem os clientes mais exigentes. HIDROFLORA

VASCO BARBOSA E FLORA VIEIRA A Hidroflora é uma empresa de produção e comercialização de produtos em hidroponia, que nasceu há dois anos pelas mãos de Vasco Barbosa e Flora Vieira, um casal empreendedor, que com esforço e dedicação, sonhou e concretizou um projeto inovador que tem granjeado bastante sucesso. Em entrevista à Portugal em Destaque, Vasco Barbosa sublinhou que esta ideia surgiu há mais de cinco anos, e desde então, dedicou-se a estudar, pesquisar e investigar toda a informação disponível sobre hidroponia para se lançar de corpo e alma num projeto de jovem agricultor apoiado pelo programa Proder. “Este apoio foi indispensável para alavancar este projeto, porque sem incentivos financeiros seria impensável encetar este investimento extremamente avultado”, avança o nosso entrevistado, que se assume como um apaixonado pela agricultura que busca incessantemente sabedoria e conhecimento que lhe permitam estar na linha da frente. A Hidroflora assenta na cultura hidropónica de hortícolas folhosas, assumindo-se como um projeto familiar que utiliza tecnologia de ponta amiga do ambiente e do consumidor. Mas afinal o que é a hidroponia? É a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva equilibrada que contém água e todos os nutrientes e micronutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Numa visita à estufa hidropónica, Vasco Barbosa explica-nos que “as plantas são colocadas em espuma fenólica, em caneletes por onde circula uma solução nutritiva em espaços de tempo pré-determinados, composta de água potável e nutrientes dissolvidos em quantidades que satisfazem integralmente as necessidades de cada espécie vegetal cultivada”, esclarece o agricultor, realçando que os nutrientes que a planta precisa para o seu desenvolvimento e produção são fornecidos somente por água enriquecida (solução nutritiva) com os elementos necessários: azoto, potássio, fósforo, magnésio, entre outros. Por outro lado, a solução nutritiva é alvo de um controlo rigoroso, que inclui a monitorização do pH e da concentração das soluções nutritivas de sais minerais, permitindo que a planta se desenvolva mais forte e saudável, sem deficiências nutricionais e com uma qualidade e sabor “melhor que os produtos produzidos através das práticas tradicionais”. 82 | PORTUGAL EM DESTAQUE


Vasco Barbosa e Flora Vieira realçam ainda que, em comparação com outras formas de cultivo tradicionais, a produtividade é maior e mais rápida, as plantas estão protegidas contra doenças, pragas, insetos e variações climáticas e ainda, e talvez a maior vantagem, a economia de água. Evita-se igualmente a rotação de culturas e o pousio tradicionalmente associados à agricultura tradicional. A cultura hidropónica permite também semear fora da época, para além de dispensar a

utilização de químicos, o que é benéfico para os solos, para o ambiente em geral, permitindo ainda a redução dos custos de produção. A Hidroflora começou com o cultivo de nabiças, mas atualmente também produz alface (frisada, roxa e multi-folhas), agrião e alho francês. O escoamento do produto é feito através da venda direta à restauração e a pequenas superfícies comerciais que privilegiam a qualidade, a frescura e a durabilidade dos produtos, levando ao

consumidor um produto de excelência. Em relação ao futuro, Vasco Barbosa e Flora Vieira pretendem continuar a fazer crescer a empresa, cativando cada vez clientes, que se rendem à qualidade e ao sabor excecional dos produtos cultivados em hidroponia. Prémio Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural Lançado em 2011 pelo Município de Ponte de Lima, o “Prémio Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural”, destina-se aos empresários, com o objetivo de desafiar o meio empresarial e todos aqueles que se sintam capazes de apresentar um projeto estruturante e que garanta a sustentabilidade ambiental, económica e social do concelho. Em 2016, o primeiro lugar coube à Hidroflora, que foi agraciada com um prémio monetário e a oferta de um espaço a título gratuito durante um ano em eventos do sector promovidos pelo Município de Ponte de Lima. Vasco Barbosa e Flora Vieira aproveitaram para deixar o seu agradecimento ao Município de Ponte de Lima, por terem sido agraciados com este prémio, que constitui um grande orgulho.

HIDROFLORA Armada - Arcozelo 4990-233 Ponte de Lima Tlf. 258 941 466 Tlm. 965 109 051 E-mail. geral@hidroflora.pt

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TERRAS DOS RIOS HOMEM E CÁVADO

Situado na parte Norte de Portugal Continental, e a cerca de 50 km do litoral, o concelho de Amares insere-se no distrito de Braga, com uma área aproximada de 82 km2. O Minho ocidental e caracterizado, grosso modo, por uma serie de elevações montanhosas (Serra Amarela, Serra do Gerês e Serra da Cabreira) com sentido Sudoeste – Nordeste fortemente entalhadas pelos principais rios ali existentes, nomeadamente os rios Lima e Cavado. O ponto mais alto do concelho situa-se no alto de Santa Isabel, com 90 metros de altitude, na freguesia de Santa Marta do Bouro. Aqui nasceu o ilustre Grão-Mestre da ordem dos Templários, Dom Gualdim Pais, fundador das cidades de Tomar e Pombal, assim como o cantor e compositor António Variações na freguesia de Fiscal. Aqui viveu e morreu Sá de Miranda. O concelho de Vila Verde, pela antiguidade e riqueza cultural, é detentor de um vasto património, traduzido nos vestígios arqueológicos, na arquitetura civil e religiosa, nos conjuntos rurais típicos, nos aspetos etnográficos da cultura popular, no artesanato, na gastronomia tradicional, na paisagem verdejante e nos rios que o atravessam. As festas e romarias constituem uma das múltiplas expressões da religiosidade dos seus habitantes. Caracterizam-nas as manifestações religiosas e pagãs, que convivem em comunhão e se complementam. Cerca de centena e meia desses eventos festivos e religiosos ocorrem ao longo de todo o ano nas Capelas e Igrejas do concelho e revelam, por si só, a dinâmica e a religiosidade de um povo empenhado em preservar a sua herança cultural e transmitir às novas gerações formas de viver e sentir. Considerada “um privilégio da natureza”, Esposende condensa em si a fusão entre o rio e o mar, a planície e o Monte de Faro. A natureza brindou Esposende com areais de perder de vista, dunas, montes, arribas, florestas o rio e o oceano Atlântico.

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SERVIÇOS DE CONFIANÇA António Martinho é o responsável por erguer a seu pulso a Martinho Contabilidade e a Martinho Seguros. As agências estão sediadas em Amares, e oferecem um serviço primordial na relação de proximidade e qualidade com todos os seus clientes. MARTINHO CONTABILIDADE MARTINHO SEGUROS empresas, quer mensais quer trimestrais, e esta relação de proximidade e de confiança reforçam o profissionalismo com que a empresa trata cada cliente. António Martinho salientou: “destacamo-nos pelo serviço total de forma a que o nosso cliente não perca tempo absolutamente nenhum com a área fiscal e contabilista. O objetivo é tirar-lhe o peso burocrático. O cliente não precisa de se deslocar a qualquer Repartição Pública para tratar dos assuntos da sua empresa”. A carteira de clientes abrange particulares, médias e pequenas empresas dos concelhos de Amares, Vila Verde, Póvoa do Lanhoso e Braga. Uma das vertentes que oferece é o apoio que dá a empresas que trabalham fora das fronteiras nacionais, como França, Suíça, Bélgica e Alemanha, coordenando toda a área burocratica necessária para que as empresas se insiram e operem nesses mercados. A Martinho Contabilidade cresce de forma sustentada sendo que o futuro passa por continuar a melhorar a qualidade dos seus serviços. Um dos objetivos é desenvolver novos relatórios periódicos de contas e resultados dos seus clientes, para que eles possam acompanhar em tempo real a evolução da sua sua empresa.

ANTÓNIO MARTINHO Martinho Contabilidade A palavra contabilidade é uma palavra comumente ouvida no senso da área de negócios ou até mesmo na simples gestão das contas particulares. É necessária para toda e qualquer empresa como instrumento que auxilia a administração e a tomada de decisões. António Martinho tinha já alguns anos de experiência no ramo da contabilidade quando em janeiro de 1997 decidiu apostar num mercado pouco explorado da região criando em Amares a Martinho Contabilidade. Uma empresa dedicada ao ramo da contabilidade, auditoria e consultoria fiscal. A empresa tenta oferecer um serviço total, desde o tratamento contabilístico e fiscal, processamento de salários e Segurança Social até à liquidação dos impostos. Existe sempre um acompanhamento em tempo real da necessidade de análises dos resultados das

Av. Santo António, 67 4720-343 Amares T. 253 994 156 Email: martinhoconta@gmail.com

Martinho Seguros Como forma de complementar os serviços de contabilidade, a Martinho Seguros surgiu em fevereiro de 2008, com a oferta de seguros nos mais diversos ramos. Apesar de ter surgido no conceito empresarial, o principal público é o retalho, ou seja, os clientes particulares. Trabalha com várias empresas de seguros de referência, entre as quais, a Allianz, a Generali, a Zurich e a Tranquilidade. Os seguros oferecidos satisfazem toda a procura, com a função de identificar, avaliar os riscos e delinear as soluções mais adequadas para cada caso. Um dos serviços de destaque, de entre todos os serviços mais comuns, é os seguros de aplicações financeiras. O trabalho e a proximidade que a Martinho Seguros desenvolve com os clientes, é reconhecida com uma taxa de fidelização superior a 90 por cento. Atualmente a funcionar apenas numa agência, em Amares, as ambições de futuro passam por abrir uma nova agência em Braga.

R. da Cintura nº 22 4720-342 Ferreiros - Amares – Braga T. 253 991 295 | M. 967 375 728 Email: geral@martinhoseguros.pt www.martinhoseguros.pt


CENTRO SOCIAL DO VALE DO HOMEM INAUGURA LAR O Lar das Termas é o mais recente projeto do Centro Social do Vale do Homem (CSVH), que visa combater as necessidades emergentes dos idosos do concelho de Amares. Mas existem já outras respostas criadas por esta IPSS, nomeadamente em Vila Verde e Terras de Bouro. A Portugal em Destaque conversou com Jorge Pereira, o presidente desta instituição que apoia milhares de idosos no distrito de Braga. CENTRO SOCIAL DO VALE DO HOMEM

O Lar das Termas abriu ao público no passado dia 26 de junho e é a mais recente obra concluída pelo CSVH, em parceria com as Câmaras Municipais de Amares, de Vila Verde e Terras de Bouro. Este projeto foi implementado no edifício da antiga Escola Básica de Sequeiros, na União de Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, com uma oferta delineada para 31 utentes em regime de residência permanente e para 30 utentes em regime de serviço de apoio domiciliário. Refere o presidente da IPSS que a criação desta infraestrutura vai de encontro à missão e objetivos assumidos pelo CSVH, na implementação de respostas sociais de apoio e proteção aos seniores, através de uma intervenção adequada à vulnerabilidade desta franja da sociedade. Acrescenta o mesmo, que “o Lar das Termas veio potenciar a melhoria da qualidade de vida da população, incentivando à fixação de pessoas, através da criação de postos de trabalho”. Onze anos de atividade O CSVH foi constituído em 2006, tendo conquistado o estatuto de IPSS em 2008. Esta associação nasceu da vontade de um grupo de cidadãos atentos às necessidades da população envelhecida da região. Acrescenta o presidente que a consciência de que existiam graves lacunas nos serviços de apoio social e que a região enfrentava o grave problema da desertificação foram os motivos necessários para se lançarem num projeto de elevada responsabilidade social. A primeira infraestrutura foi edificada na freguesia de Lanhas

Rua Francisco Sá Carneiro | 4730-263 Lanhas – Vila Verde Tlf: 253 070 259/260 Tlm: 910 217 189 Email: geral@csvh.pt www.csvh.pt (Vila Verde). Com uma área de 1.900 m2, tem 40 lugares para utentes de lar, todos eles ocupados desde a abertura e presta apoio domiciliário a mais quatro dezenas de idosos. “Estamos a caminho do quarto ano de aniversário deste edifício, sempre com taxa de ocupação lotada, fator que revela não só a qualidade dos nossos serviços, como a necessidade de existir esta resposta”, diz o entrevistado. Refere ainda, que este centro tem um vasto conjunto de serviços: planos de cuidados personalizados, cabeleireiro, enfermagem 24 horas, acompanhamento médico (medicina interna e psiquiatria) e de reabilitação (fisioterapia e terapia ocupacional), apoio psicológico (psicologia) e espiritual; atividades lúdicas, recreativas e culturais. O CSVH tem ainda grandes espaços verdes com jardins sensoriais, horta social e bio ginásio. Para além da área social existe uma vertente cultural, com um grupo folclórico, um grupo de teatro e um grupo coral. Também realizam mensalmente rastreios de saúde em mais de 28 freguesias, alcançando cerca de três mil utentes. Estão a ser desenvolvidos novos projetos, de entre os quais destacamos a futura Casa

da Citânia e o FelizMENTE Lar, em Gualtar, Braga, que a direção quer ver concluídos em 2018. “O presente e o futuro passam pela aposta contínua em respostas sociais de excelência e pela melhoria da qualidade de vida na região. Somos o despertar da felicidade dos nossos utentes”, remata Jorge Pereira.

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“QUALIDADE E RIGOR

NA CONSTRUÇÃO”


26 ANOS EM PROL DO DESENVOLVIMENTO A ATAHCA – Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave é uma entidade privada sem fins lucrativos, fundada em 1991, que surge como tentativa de colmatar as necessidades inerentes na zona do Alto Cávado. A Portugal em Destaque conversou com José da Mota Alves, presidente da associação, que alavanca há mais de duas décadas no desenvolvimento rural integrado, na promoção e divulgação do território e na formação e qualificação da população. ATAHCA

JOSÉ DA MOTA ALVES Face ao despovoamento fugaz que devastava a região do Alto Cávado e Ave, em 1991, um conjunto de cidadãos procurou encontrar uma solução para o problema, criando uma associação que incrementasse o desenvolvimento socioeconómico e incentivasse à fixação da população. Explica o presidente da ATAHCA, que deparados com este problema sentiram a necessidade de criar uma associação de desenvolvimento local empenhada em alterar o panorama da região. “Foram identificados os problemas e de imediato começamos a agir, tentando buscar incessantemente soluções que pudessem acordar a população e incentivá-la a investir em projetos económicos e de formação contínua, para assim poderem potenciar os seus negócios ou criar novas empresas sustentáveis”, acrescente Mota Alves. Atualmente são seis, os concelhos que integram a ATAHCA: Amares, Barcelos, Braga, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde. Tratam-se na sua maioria de territórios rurais, com baixa densidade populacional, com jovens a deslocarem-se, cada vez mais, para os grandes centros urbanos e económicos”, diz 88 | PORTUGAL EM DESTAQUE

o presidente. Quadro que demonstra que apesar dos esforços e conquistas da ATAHCA, a tendência continua a ser os jovens deixarem a sua terra mãe e partirem em busca de oportunidades em meios mais desenvolvidos. É precisamente esta a realidade que a associação quer contrariar, desenvolvendo um leque de iniciativas e programas continuados para o desenvolvimento, valorização e geração de riqueza na região. Missão para o desenvolvimento A ATAHCA desenvolve um nobre trabalho voltado para o aumento da qualidade de vida dos seus associados e população do Alto Cávado, tendo como principais objetivos: desenvolver capacidades inovadoras e dinamizadoras do tecido socioeconómico rural, preservar e valorizar os recursos naturais, patrimoniais e culturais, estabelecer relações de proximidade entre entidades públicas e privadas, e gerar mecanismos de formação e qualificação. Em prol do desenvolvimento “a sua política consiste em criar


condições para que as pessoas se mantenham no território, condições a nível de serviço de qualidade de vida e do nível de vida, pois para haver esse nível é preciso haver receita financeira. Apoiamos na geração de riqueza aos mais diversos níveis são disso exemplo o Turismo em Espaço Rural, o pequeno comércio, iniciativas empresariais de micro empresas, restauração, artesanato, agricultura e pecuária. Estas duas últimas com introdução de novas técnicas de cultivo mais rentáveis, valorização e preservação de raças autóctones”, fundamenta o interlocutor. O património etnológico e cultural teve um investimento significativo, que tem uma marca indelével no território que vai permanecer nas gerações futuras. A ATAHCA já trabalha em prol do desenvolvimento rural do território do Cávado desde a sua criação, aproveitando o surgimento nessa época do programa de iniciativa comunitária LEADER (Ligação Entre Ações de Desenvolvimento da Economia Rural). Para Mota Alves, “hoje a agricultura deve ser entendida como uma atividade económica como qualquer outra, com uma essência em termos tecnológicos, que permita mais qualidade e produção. Deve para isso investir-se em formações”. No âmbito formativo também oferecem uma panóplia de respostas, desde 1996, enquanto entidade formadora acreditada / certificada em diversas áreas de educação e formação, tais como: Audiovisuais e produção dos media, artesanato, comércio, contabilidade e fiscalidade, gestão e administração, ciências informáticas, indústrias alimentares, engenharia civil, produção agrícola e animal, entre outras. Esta medida tem para o presidente importância extrema, pois como refere “só se consegue desenvolver o território se a população atualizar permanentemente os seus conhecimentos”. Desde 2006 que a ATAHCA tem contribuído, de forma decisiva, para o aumento das qualificações do território pela promoção de projetos de educação de adultos, através do desenvolvimento de Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de competências ao nível do 4º, 6º, 9º e 12 ano. Paralelamente desenvolveu e certificou profissionalmente jovens e adultos do território. Equipa com desafios e conquistas permanentes O problema existia há 26 anos e continua a fazer frente à longa batalha da ATAHCA. Apesar dos desafios serem uma constante, com a criação desta entidade foi possível nascer uma dinâmica de desenvolvimento para a região, alavancada por uma equipa altamente qualificada, em áreas diversificadas, de modo a conseguir dar resposta aos diferentes problemas e necessidades económicas, ambientais, culturais e sociais. O trabalho de prospeção, análise e diagnóstico ao terreno, por parte da equipa foram fatores fundamentais para a perceção das lacunas existentes. Parceiros ativos Fazem parte desta entidade, as autarquias locais dos concelhos da região, cooperativas agrícolas, cooperativas de artesãos, instituições de turismo, asscociações de defesa de raças autóctones, Caixas de Crédito Agrícola, associações locais e entidades e pessoas singulares. Acrescenta o Mota Alves, que “os associados foram e são sempre os mesmos: o individual e o coletivo, o público e o privado, que integram a região e que estão com o objetivo primeiro de a desenvolver o território do Cávado”. Mais acrescenta que “não é apenas a associação a trabalhar para os seus associados, são também eles, que por iniciativa própria querem ter uma participação e uma parceria ativa”. Para Mota Alves os associados são as peças mais valiosas da associação que preside, pois “são eles que ajudam a identificar problemas e a procurar soluções”. Motivo que levou a ATAHCA a adotar uma política interventiva, que visa estabelecer coope-

ração entre as diversas entidades associativas, sejam elas singulares ou coletivas, públicas ou privadas. O interlocutor passa a mensagem de que “se não existir transversalidade, se não houver uma ligação entre o público e o privado, nada avança, é por isso imperativo que se pratique uma política e cooperação para a motivação e criação de uma massa crítica interventiva. O desenvolvimento integrado só é possível com estratégias transversais onde as pessoas estejam sempre em primeiro lugar”. Projetos concretizados Solicitamos ao presidente que desse a conhecer aos nossos leitores alguns dos projetos levados a cabo pela ATAHCA. Mota Alves atribuiu destaque à requalificação do Museu de Arte Sacra de Nossa Senhora do Porto de Ave e Igreja do Porto de Ave, o Museu do Ouro da Póvoa de Lanhoso, o Museu do Ouro de Santa Marta, o Museu das Terras de Regalados e o Museu do Brinquedo. Apoiaram ainda dezenas de casas para Turismo em Espaço Rural, o Complexo Termal de Moimenta, a Unidade de Produção de Cerveja Artesanal (Letra), a ampliação e requalificação de Lares para os mais idosos; Creches e Serviços de Apoio Domiciliário, entre ouros. No seu todo, a ATAHCA zela pela identidade do seu território e sua diferenciação, são exemplo as centenas de intervenções no património etnológico, que é uma marca forte do território. E a nossa identidade são as pessoas, elas são o nosso recurso mais importante que não pode jamais ser esquecido. O entrevistado termina dizendo que no futuro “gostava de ver estes concelhos com um crescimento mais acentuado, pela centralidade do Cávado na região norte e do norte de Portugal e Galiza de maneira a ser uma referência a nível nacional. E isso é possível, pois temos no Alto Cávado um conjunto de ofertas que lhe permite ser um território diferenciador, temos o único Parque Nacional – Parque Nacional Peneda Gerês – uma Reserva Transfronteiriça da Biosfera e temos no Cávado um território com condições impares para ser um território de sucesso, onde o rural e o urbano devem caminhar sempre de mão dadas”. A ATAHCA está a implementar o DLBC “Cávado Com... Vida!”, com comparticipações do PDR 2020 e do SI 2E (FEDER e FSE), tem o Centro Qualifica, tem Cursos de Aprendizagem, tem um CLDS 3G “OPEN B”, é responsável pelo EMER N para a NUT III Cávado, tem a Formação Ação, tem Ações Modulares Certificadas. No passado teve um papel importante, no presente tem um intervenção marcante e no futuro concretizará políticas de desenvolvimento rural integrado onde o rural e o urbano sejam complementares para garantir menos despovoamento e menor desertificação.

Formação Profissional: - Centro Qualifica Profissional - Cursos de Aprendizagem - Ações Modulares Certificadas. A ATAHCA tem também um CLDS 3G - Contrato Local de Desenvolvimento Social terceira Geração, denominado OPEN B a funcionar em Barcelos, em parceira com o GASC, ACIB e Câmara Municipal de Bracelos

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SENTIDO DE SERVIÇO PÚBLICO Situada no concelho de Esposende, Forjães é uma freguesia que se localiza nas margens do rio Neiva, com 8,86 km² e cerca de 2.800 eleitores. Com um património desportivo, cultural e religioso que marca a vivência das gentes de Forjães, esta freguesia é povoada por inúmeros monumentos e pontos de interesse para quem a visita. No seu primeiro mandato à frente dos destinos da freguesia, Manuel Ribeiro assume que cumpriu o seu papel de serviço público, em prol dos fregueses de Forjães. JUNTA DE FREGUESIA DE FORJÃES

tem a extensão da unidade de saúde de Forjães-Esposende. Quanto às infraestruturas básicas, Forjães está completamente coberta a nível de abastecimento de água e o saneamento básico chega a 80 por cento da população. Do ponto de vista económico, esta freguesia apresenta uma realidade rural, embora não subsista da ruralidade, vivendo essencialmente do comércio e serviços, em paralelo com alguma indústria.

MANUEL RIBEIRO “Desde o início da minha candidatura, que o meu principal objetivo foi servir a comunidade, ajudando a população e estando a par das preocupações das pessoas, estar presente. Penso que ao longo destes quatro anos cumpri plenamente esse propósito, embora sinta que era necessário um apoio mais afincado na vertente social. No entanto, quando tomamos posse deparámo-nos com uma situação financeira bastante delicada, que tivemos de resolver”, revela o presidente de junta, Manuel Ribeiro. O apoio à terceira idade é, deste modo, amplamente focado pelo autarca, devido a um cada vez maior envelhecimento da população e ao aumento dos valores de emigração. “Nós sentimos que a população mais envelhecida tem dificuldades económicas, que nós gostaríamos de combater. Essencialmente, o meu principal objetivo era conseguir um meio de transporte, que pudesse colmatar essas necessidades e combater o isolamento, pois temos vários lugares distantes da sede da freguesia”, completa o autarca. “Está sediado na nossa freguesia a Fundação Lar de Santo António com lar de 3ª 90 | PORTUGAL EM DESTAQUE

idade, apoio ao domicílio e com unidade de cuidados paliativos; a Acarf-Associação Cultural Artística e Recreativa de Forjães com centro de dia, creche, ATL, e o centro social que presta auxílio à terceira idade e aos mais carenciados. Mas a junta também gostaria de poder contribuir com outras infraestruturas inexistentes, que no fundo complementassem este apoio. Iremos continuar a procurar novas soluções, uma vez que a situação financeira da junta está atualmente estabilizada”, sublinha Manuel Ribeiro. Ao nível da assistência de proximidade de cuidados de saúde, a freguesia de Forjães

Potencialidade turística A freguesia de Forjães situa-se nas margens do rio Neiva, fazendo fronteira a norte com Alvarães (Viana do Castelo), a nascente e sudeste com Fragoso, Palme e Aldreu (Barcelos), a sul com Vila Chã e a poente com S.Paio de Antas. Esta vista privilegiada sobre o rio é um dos pontos de interesse da freguesia, estando a ser equacionado pelo município a construção de um parque de lazer. Para além disso, Forjães possui património edificado histórico composto pelo Menir de Infia; Igreja Paroquial; Capela de S. Roque; Capela da Senhora da Graça; Capela da Nossa Senhora da Boa Morte; Solar de Pregais; Quinta de Curvos; Quinta da Calça; Escolas Rodrigues Faria/Centro Cultural de Forjães (que se distinguem pelos painéis de azulejo de Jorge Colaço); Alminhas; Cruzeiros; Azenhas do Neiva; e Fontes. Relativamente, às festividades religiosas, as festas em honra de Santa Marinha são o evento maior da freguesia. Nesta terra


de longa história relembram-se as tradições e mantém-se vivos os costumes de outros tempos. Paralelamente, surge em destaque a cultura desportiva, com o clube Forjães Sport Clube, que completou recentemente 50 anos. Esta associação movimenta mais de 400 crianças e jovens, nas diversas camadas etárias. Já no Centro Escolar Rodrigues de Faria existe a equipa de orientação, um desporto em crescimento e que tem ganho cada vez mais participantes na região. A aposta no património cultural da região também é fomentada pelo autarca, que pretende unir esforços junto das instituições da freguesia, de modo a promover mais iniciativas e atividades no Centro Cultural de Forjães. De salientar ainda o Grupo Coral de Forjães, que completou o seu quadragésimo aniversário, assim como o grupo de teatro ‘Forjães em Cena’, que é um dos ex-libris deste território, e ainda, o folclore pelo Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães. Balanço autárquico A caminhar para o final do seu mandato, Manuel Ribeiro revela que o seu principal propósito de fomentar a proximidade e estar perto dos habitantes de Forjães foi conseguido. “A componente económica foi a adversi-

dade mais complicada durante este mandato, mas penso que é francamente positivo o facto da freguesia estar liberta dessa questão. No que aos investimentos públicos dizem respeito, a autarquia estabeleceu alguns investimentos destinados ao melhoramento da freguesia, no entanto, gostaria claramente de melhorar ligação rodoviária à sede do concelho, sentimos que estamos longe e também, o acesso, de residentes de Forjães e dos nossos vizinhos de Fragoso à estrada nacional 103”, destaca o autarca. Quanto ao futuro, Manuel Ribeiro deixa uma mensagem simples, “que a população faça a melhor escolha, votando em quem

acham que os vai servir melhor no futuro. Seja quem for, que façam a melhor escolha para a freguesia”, termina.

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GUIMARÃES Guimarães sabe a importância da educação para o desenvolvimento industrial, sendo também conhecido por ser um concelho ativo e desde o início da industrialização em Portugal e, em meados do século XIX, foi um dos mais importantes centros industriais do país. Estamos perante um concelho que possui raízes profundas no que diz respeito à atividade empresarial, com especial ênfase para o setor industrial que, marcou todo o seu desenvolvimento, nomeadamente através das indústrias de curtumes, têxteis e vestuário, cutelarias, calçado, ourivesaria, equipamento de frio e metalomecânica. A iniciativa ‘Guimarães Marca’ é uma estratégia que visa a promoção industrial, cultural e turística de um território. O que se pretende é demonstrar que Guimarães contém em si mesmo uma marca que a distingue no património industrial e empresarial do concelho. Este projeto teve início em 2012, ano em que Guimarães foi Capital Europeia da Cultura. Em 2014, depois da criação da unidade orgânica divisão de desenvolvimento económico, o projeto foi alvo de uma nova visão, com o intuito de melhorar o seu plano de ação no que concerne à promoção do tecido económico do Concelho, no panorama nacional e internacional, aglomerando, o prestígio da história da cidade à atividade industrial, que sempre caracterizou esta região. A mensagem a passar é a de Guimarães, enquanto território histórico, dinâmico, com infraestruturas de qualidade, competitivo, de confiança e ousadia, de inovação e contemporaneidade, capaz de, através do símbolo, ser percecionado por cada um, em qualquer lugar como verdadeiro capital de excelência. Sendo por isso um território que acolhe bem o investidor, numa perspectiva de intensificar sinergias a nível global.

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MOINHO COM MAIS DE 200 ANOS REQUALIFICADO E PRONTO A ATRAIR TURISTAS Em Moreira de Cónegos, Guimarães, o último moinho em funcionamento está prestes a ganhar vida. Comunidade local e visitantes estão convidados a revisitar as tradições e a conhecer de perto o processo de elaboração do pão, desde a moagem à cozedura, num espaço que pretende primar pela genuinidade e pela preservação da memória moreirense. JUNTA DE FREGUESIA DE MOREIRA DE CÓNEGOS

PAULO RENATO FARIA Situado em pleno Lugar dos Moinhos, nas margens do rio Madalena, afluente do rio Vizela, o ‘Último Moinho’, como carinhosamente é apelidado, está a ganhar nova vida, largos anos depois de ter moído a farinha pela última vez. Aliás, este foi mesmo o mais resistente moinho em funcionamento dos mais de 20 que povoaram as margens dos dois rios desta vila minhota. Antiga propriedade do moleiro Joaquim Ferreira – que já o herdara de pais e avós – foi adquirido pela Junta de Freguesia de Moreira de Cónegos em 2012, após falecimento do último moleiro. “Já há cerca de 20 anos que frequento este moinho e o fascínio foi crescendo. A minha sogra fazia pão, tal como a maioria dos habitantes de Moreira de Cónegos daquela geração, e eu vinha buscar a farinha ao moinho do Sr. Joaquim”, recorda Paulo Renato Faria, presidente da Junta de Freguesia. À frente dos destinos da freguesia há 12 anos, sempre foi desejo do presidente adquirir o ‘Ultimo Moinho’ e fazer dele um espaço de memória e convívio quer para todos quantos o conheceram, como para aqueles que procuram autenticidade e contacto com os métodos originais de produção do tradicional pão. 94 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Estando já na parte final da requalificação, feita com o apoio de muitos voluntários da freguesia, Paulo Renato Faria prevê inaugurar o moinho durante o próximo mês de julho. Para além do espaço do moinho propriamente dito, onde se poderá fazer a moagem da farinha, a requalificação contemplou um edifício anexo, onde se localiza o forno, um espaço para preparar petiscos e uma sala de convívio. No exterior, áreas relvadas preenchidas com mesas convidam à degustação da broa ou do típico bolo com carne ou sardinha, tão típico nesta região minhota, que será produzido na hora. “Queremos que as pessoas venham cá e vivenciem todos os processos, desde a moagem à degustação. Queremos que sintam a massa nas suas mãos, a amassem, a coloquem no forno e aguardem, enquanto provam os nossos petiscos, pelo pão que produziram. Será uma experiência muito enriquecedora para os mais jovens, que só ouvem dos seus avós as histórias dos moinhos e moleiros e nunca tiveram contacto com esta vivência, e também para os


mais velhos, que poderão recordar e até ensinar aos mais jovens”, explica Paulo Renato Faria. Primando pela autenticidade, a requalificação tentou manter-se fiel aos materiais e processos que existiam há centenas de anos, o que se revelou um trabalho exigente, mas recompensador. O objetivo passa por colocar Moreira de Cónegos na rota do turismo de Guimarães, cujo centro histórico é considerado Património Mundial pela UNESCO. Moreira de Cónegos: uma vila com qualidade de vida O ‘Último Moinho’ não é a única atração desta freguesia vimaranense. A sua área circundante tem sofrido avultados investimentos por parte da Junta de Freguesia, que a dotou de um parque de lazer, propício a atividade desportivas e de confraternização. Ao seu lado encontram-se as piscinas municipais, que atraem muitos moreirenses e habitantes das freguesias vizinhas. “Em Moreira de Cónegos temos tudo o que se pode encontrar nas grandes cidades, mas com a paz e a tranquilidade que caracterizam os meios mais pequenos”, refere Paulo Renato Faria. O presidente destaca a imponente igreja paroquial, a ponte romana onde se deu a Batalha da Ponte de Negrellos, em 1809, o conjunto de restaurantes de extrema qualidade e, como não poderia deixar de ser, o Moreirense FC, na primeira liga de futebol. Existem ainda uma série de infraestruturas em prol da população, como a farmácia, o posto médico, lar de idosos, agências bancárias, banda filarmónica, escuteiros, ranchos folclóricos e diversos auditórios. Na sede da Junta de Freguesia de Moreira de Cónegos, aberta todos os dias, existe o posto de correios, o Gabinete de Apoio Social, a biblioteca e o Espaço do Cidadão, criados durante o mandato de Paulo Renato Faria. “A preocupação do autarca é a de estar o mais próximo possível das pessoas”, afirma o presidente, que termina convidando todos os portugueses a visitar Moreira de Cónegos e o ‘Último Moinho’, com a certeza de que não se arrependerão.

Rua Dª Laurinda Ferreira Magalhães, 14 4815-353 Moreira De Cónegos - Guimarães Tlf: 253 563 028 Tlm: 917 789 708 jf-moreira@sapo.pt PORTUGAL EM DESTAQUE | 95



CALÇADO ‘SALOMÉ ALMEIDA’ CHEGA A PORTUGAL Depois do sucesso alcançado em vários países da Europa e mesmo na Nova Zelândia, Salomé Almeida prepara-se para lançar a sua marca de calçado feminino em terras lusas. Em entrevista à Portugal em Destaque, a empresária e criadora vimaranense fala dos desafios de ser líder num negócio tipicamente masculino e do processo criativo que engloba a sua marca em nome próprio. TAKE A WALK

SALOMÉ ALMEIDA Criada em 2015, a marca de calçado feminino Salomé Almeida é concebida exatamente à imagem da sua criadora. Moderna, ‘casual’ e feminina são as palavras que melhor a definem, aliadas a profissionalismo e muito, muito trabalho. A indústria do calçado corre nas veias de Salomé Almeida há 16 anos. Desde nova à frente de um projeto arrojado – que muitos consideravam fracassado pelo simples facto de ser mulher –, a empresária nunca baixou os braços e construiu uma empresa de fabrico de calçado em Guimarães, a ‘Take a Walk’ onde diariamente produz cerca de 750 pares de sapatos e na qual é desenvolvida a marca com o seu nome e imagem. Se até ao momento se tratava de uma empresa 100 por cento exportadora, com principal incidência no mercado europeu e, surpreendentemente, neozelandês, chegou agora a vez das mulheres portuguesas se renderam ao calçado de Salomé Almeida. “É uma marca que se distingue pelo empenho e pela forma como os sapatos são criados. Diferencia-se pelo encontro do ‘casual’ com o glamour. A particularidade de cada modelo está na sua versatilidade, podendo ser calçado em diferentes ocasiões, quer num estilo ‘urban’ quer em momentos de requinte, onde sapato

dita o seu próprio estilo. Além disso, o acabamento que damos é especial. Gostamos de mimar e personalizar o look de cada sapato”, explica a responsável. Os materiais utilizados são selecionados cuidadosamente por Salomé Almeida, presente em todas as etapas da criação e desenvolvimento do produto. O processo criativo é simples, diznos: “começa por uma análise cuidada e atenta às tendências da moda, às sensibilidades do mercado, no que concerne ao vestuário e outros acessórios, de modo que os sapatos sejam apelativos e estejam em harmonia. O calçado é mais que um acessório, diferencia-te!”, afirma. A sensibilidade e inspiração da criadora enriquece todo o processo criativo, facilitando a escolha dos detalhes, aplicações e cores a utilizar em cada coleção. As pelarias utilizadas são naturais e de proveniência portuguesa e italiana, tal como acontece com as solas, os saltos e demais acessórios. Tudo é selecionado ao máximo pormenor. Duas vezes por ano, a marca Salomé Almeida está presente na Feira Internacional de Calçado de Milão, a Micam. Num futuro próximo, a criadora pretende marcar presença em feiras fora do continente europeu, de forma a conquistar novos mercados. “Já aconteceu várias vezes estar em feiras e ver passar mulheres nas carpetes encarnadas com sapatos meus. É uma satisfação tremenda ver calçado aquilo que criamos. É uma explosão de alegria!”, reconhece Salomé Almeida. Assim, depois de vários anos a ser abordada no sentido de colocar à venda as suas coleções em Portugal, Salomé Almeida considera que chegou o momento certo de lançar a marca no nosso país: “Tenho muito orgulho em ser portuguesa. Por que não deixar que Portugal calce Salomé Almeida? As mulheres portuguesas merecem. Será um orgulho muito grande estar presente no nosso país”. Ainda abordada, para definir em três palavras a marca Salomé Almeida, a criadora responde: ”poderia dizer fashion, casual, glamour… mas em Portugal uma só palavra diz tudo: PAIXÃO”.

salome.takeawalk@mail.telepac.pt | 253 470 260 PORTUGAL EM DESTAQUE | 97





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