PORTUGALNIGHT MAG DEZEMBRO 2009

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fot. Paulo Araujo - Direitos reservados Portugalnight

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Foto do mês 4_ Editorial 6_ Boas Festas 10_ Jameson Speed of Light 12_ Hit Club Guimarães 14_ Alcantara Café 16_ Breves Profissionais 21_ Preto & Branco 22_ Rs Dreams 24_ On Line 26_ Entrevista Nuno Costa 32_ Jézebel 34_ 9elle 36_ Urban Beach 38_ The Loft 40_ Plateau 42_ Kiss 44_ Party People 46_ BBC 48_ Dj Miguel Amaral 53_ Breves Djs 54_ Golegã 56_ Act 58_ Companhia Club 60_ S Club 62_ Gossip 64_ Vespas 66_ Breves Marcas


editorial

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Chegados ao final de mais um ano, no caso de crise acentuada, mas encoberta como manda a boa tradição lusa, as águas agigantam-se essencialmente fruto da consciencialização absoluta e generalizada, de que os subsídios de Natal andam novamente por aí, mesmo que uma grande parcela deles já seja apenas fruto de uma fuga contra o esperado desemprego. A noite, desde sempre barómetro arcaico das melhores teorias económicas vigentes, acaba por ser um meio enganador mas limpo do sistema, não deixando porém de ser interessante constatar que continua a existir sangue novo a chegar ao mercado que de forma sempre voraz, vai encontrando novos meios e outras soluções para os mesmos objectivos. É por todos sabido e conhecido que as grandes facturações derrearam, maioritariamente, os números de hoje, eram há pouco mais de dois ou três anos tidos como insatisfatórios, mas lá está o velho ditado se geralmente os burros se albardam à vontade do dono, actualmente, albardam-se à vontade dos clientes e diga-se, já não é nada mau. Após um período em que através das habituais habilidades, neste caso generalizadas pelas camisas, calças e cintos de marca, para já não falar nas potentes máquinas a maioria dos empresários ao falar de facturações triplicava publicamente as razões de forma a dar mostras do seu sucesso através de um novo riquísmo imperante, neste momento, a maioria já foge das marcas, apenas pretende paz e sossego e nas suas rezas privadas, opta apenas por desejar em forma de suplicio que a crise passe o mais rapidamente possível e tudo, para que a festa não se agudize de maneira a que não se lhes venha a conhecer muito mais que as cuecas. De forma algo enganadora Lisboa está ao rubro, quem veja de fora, julga que a festança impera, já aqueles que são obrigados no final de cada mês a fazer contas…há muito que se vêm na contingência de à segunda-feira de manhã se meter à estrada a caminho do banco mais próximo. Há que trabalhar as médias bancárias, os mais astutos sabem que a seguir a Dezembro, vem Janeiro e com ele regra geral, o verdadeiro tormento.


Editorial_

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Sendo certo que no meio de tudo isto, ninguém percebe bem a razão da maioria das obras que vão acontecendo país fora, já que a coisa não parece estar para grandes festanças, será justo afirmar que a noite no seu geral é um negócio limpo. Vive cada vez menos créditos, sabe-se cada vez melhor quem é bom, mau e de fugir e como a maioria dos artistas deu o seu golpe ou pura e simplesmente debandou para países de calor, o mercado bateu no fundo mas irá certamente elevar-se de forma bastante mais consistente e interessante. A maioria das marcas de bebidas, responsáveis sérias, por muito do descalabro vivido nos anos de bonança viram-se obrigadas a fechar as torneiras por vontade alheira. Ou era assim, ou rolariam cabeças e para sermos justos, depois de alguns dos cérebros do descalabro serem colocados na rua ou na prateleira, o mercado ganhou uma nova formula, mais séria, mais limpa e profundamente mais eficaz. Será tudo mau? Claro que não. Por muito que os arautos da desgraça teimem em criar códigos apocalípticos para tudo, o mercado, aberto e transparente está a ceifar e peneirar tudo e todos e podendo até existirem erros de forma, no final e de forma maioritária, só sobreviverão os melhores. Acredito que 2010 não será ainda o ponto de viragem, é a impressão com que fico por aquilo que oiço, mas como andamos numa era, em que os gurus da economia deixam passar ao lado verdadeiras touradas financeiras de proporções megalómanas, é de acreditar, que pode até aparecer alguém detentor do conceito do milagre das rosas e aí, certamente que tudo se inverterá de forma muito mais rápida e acutilante para gáudio do mundo. Desejamos a todos um bom Natal e uma excelente entrada em 2010, os votos, sempre para todos positivos valem o que valem, já que estamos certos que se todos nós não nos mexermos, não dermos mais, não formos melhores, tudo isto não passará de um imenso pasto cada vez mais cimentado, onde o importante irá ser bezerrar sem pensar para conseguir sobreviver.

Miguel Tinoco Barreto Migueltinocobarreto@portugalnight.com


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Feliz Natal

Boas entradas em 2010 Portugalnight


Sven Vath em

Speed of Light Jameson Party

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ão haverá certamente melhor forma de uma marca fechar um ano, como aquela que a Jameson conseguiu assinar no passado mês através de uma “Speed of light Jameson Party”. Depois de alguns aperitivos ao longo do ano, que põe esta ou aquela razão falharam o alvo da plenitude, a Jameson conseguiu no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa o pleno e diga-se, com uma daquelas festas que ficam para sempre na retina de qualquer um. Esta “Speed of light Jameson Party” teve é certo um cartaz de respeito, mas esta festa, foi um evento que foi muito para lá das tradicionais festas Jameson, onde apenas Maya, Helga Barroso e o Dj Henri Josh foram o denominador comum de sempre. A festa, como todas as Jameson Parties começou cedo, na cabine, Henri Josh assinou o warm-up e foi grande da primeira à última música e como a locação já se encontrava esgota de há dois dias a esta parte, não foi necessário muito para a explosão de sucesso acontecer. Preparado para impressionar, o piso inferior do Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa vivia já uma das melhores festas do ano, quando ainda o consagrado Dj Sven Vath não tinha subido ao palanque, coisa que aconteceu de forma fácil e simples, permitindo uma noite de puro Olimpo. O Jameson jorrava como é tradição, a moldura humana presente, maioritariamente conhecedora ajudou, é certo, mas com uma produção deste calibre seria sempre impossível falhar. Nota máxima!


fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

Jameson Speed of Light_

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HIT CLUB ABRE TAMBÉM EM GUIMARÃES

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Mais de uma década depois de meio mundo sonhar com um Hit Club em Braga ou Guimarães, eis que o conceito surgiu finalmente, garantidamente que já pela mão de uma nova geração mas, certamente com a mesma força e esplendor. Tendo como convidado o Dj Filipe Matos, residente da esplanada do Tamariz e discoteca Jezebel do Estoril, o Hit Club Guimarães abriu portas sob a batuta de Rui Covas, o miúdo que se tornou uma máquina de fazer noite e que seguindo o trilho do irmão Paulo Covas, explanou o conceito da casa de lés a lés e diga-se, a coisa não é nem será fácil, já que este Hit Club de Guimarães é mesmo grande. Inserida numa realidade complexa, pois tem como vizinhos de festa, o Park Club e Eskada, o Hit Club Guimarães traz como mais-valia um conceito que Portugal conhece, respeita e admira, onde é dada primazia à festa, onde a luz, cor, música e pessoas se fundem noite após noite na ânsia de viverem o pleno. Esta foi como era previsível uma noite de enchente, até pela novidade, vencer em tempo de Pai Natal será tido para a família Covas como uma obrigação natural e logo, de todo esperada. Caberá agora a Rui Covas ter a arte para ver Portugal como um todo, coisa em que o seu irmão Paulo é mestre e ultrapassar o nacional porreirismo será a incógnita que o mais novo dos Covas terá que saber suplantar. Guimarães ganhou assim uma casa com pés e cabeça. Se terá ou não capacidade para se digladiar com a concorrência instalada, esse será um assunto a ver, até por Rui Covas não gostar de ser saco de encher como o mercado já constatou, mas agora falta o principal; o trabalho diário. Entrou com o pé direito, tem e bem em Filipe Matos o seu herói, restarlhe-á saber ir mais além, mas isso, só o tempo nos dirá. Parabéns!


fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight

Hit Club - GuimarĂŁes_

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“Friday I`m in love” às Sextas no

Alcantara-Café

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Friday I`m in love”! O espaço eleito, o magnifico Alcântara-Café de Lisboa, a equipa, nada mais, nada menos que os “Amici”. E alguém tinha dúvidas? Se sim, seriam muito poucos, pois o mercado com tudo aquilo que tem visto já se habituou a saber que o vem pelas mãos de João Graça e Paulo Ferreira é mágico, especial e sempre profundamente trabalhado no conceito. A amizade tem coisas destas, não raras vezes, aquele que é em determinado momento é visto como o elo mais fraco torna-se o último bastão e por aí, imperam as pessoas, o requinte e o esplendor que uma das melhores noites pode proporcionar. A acompanhar João Graça e Paulo Ferreira estão agora Nuno Antunes, Hugo Variz e João Costa, naquelas que prometem ser vinte e três noites diferentes, uma vez mais apenas para gente seleccionada o que tora tudo mais simples e bonito de se ver e viver. “Friday I`m in love”! Muito dificilmente alguém poderia ter encontrado melhor slogan, até pelo espaço, o Alcântara-Café Lisboa, tudo ter a ver com um amor perfeito. A música, foi esta e foi boa, poderia ter sido outra ou não. O local, é o ideal, a selecção, a perfeita; “Friday I`m in love”, apenas há que pedir a João Graça e Paulo Ferreira para não caírem na tentação de abrir a porta a mais nada e mais ninguém. “Friday I`m in love”! Mais do que amor, são realmente noites de paixão!


Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

Alcantara CafĂŠ_

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RealShaker

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uarte Ribeiro, um dos sócios da nova discoteca Gossip Lisboa e figura de há muitos anos a esta parte líder da mobilização universitária da capital, será das figuras que ao longo dos próximos meses mais terá que dar de si para que os resultados surjam. Não sendo na essência um mobilizador de elites, é quem domina muitas das massas apetecíveis, como são os estudantes universitários, logo um das estrelas da companhia. Habituado a trabalhar sem pressão e stresses de qualquer ordem, tem na obrigação de vencer muito provavelmente o jogo da sua vida. Eis o tudo ou nada de Duarte Ribeiro.

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iniz Rodrigues, mesmo afastado das lides de que durante quase trinta anos foi rei e senhor e a viver presentemente nos Estados Unidos da América, continua a possuir a tradição da amizade, para além da arte de bem receber e daí a ter oferecido um jantar de aniversário no Alcântara-Café, foi apenas uma questão de cortesia. Como é normal, não faltou quem abrisse as bocas de espanto, quem não percebesse que esta é a essência de Dinis Rodrigues e principalmente, quem sonhasse repetir a dose mas sem argumentos para isso. Dinis Rodrigues, antigo proprietário da Estalagem do Farol e da discoteca Coconuts, será provavelmente dos raros terrenos que viveu tudo aquilo a que tinha direito na hora certa. Não é de facto para todos, é a excepção à regra!

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ui Covas, irmão de Paulo Covas e uma das figuras que ao longo de quase quinze anos agitou a noite nacional aí está de novo e diz-se que carregado de força para agitar. Depois de ter que viver o atrito Hit Póvoa de Varzim de forma controversa, já que não se contentou com uma festa e partiu a loiça toda, Rui Covas aí está a encabeçar o novíssimo Hit Club Guimarães, espaço que logo de entrada fez estremecer os alicerces anteriormente válidos da zona. Com esta entrada de Rui Covas e a natural expansão da marca Hit Club, muito dificilmente o norte voltará a ser como dantes, já que a vencer durante seis meses, a família Covas vai certamente ganhar ânimo para prosseguir a velha contenda. Verdade mesmo, é que muito poucos resistiriam a tão grande número de cascas de banana e golpes baixos. Um Hit Club forte será bom para Portugal.

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onçalo Barreto, voltou a espantar a Linha. Com a descrição de sempre, já que não é homem de salamaleques, Barreto, naturalmente que sempre acompanhado de Ana Paula e Carlinhos Canto Moniz provocou a convulsão, da rebentação recolheu apenas o que julgou ainda ser essencial e ao melhor estilo do presidente do seu SLB partiu para as “compras” decidido a ser campeão já este Inverno. A abertura da Jézebel foi como seria de prever de loucos, sem espaço sequer para mais um, Gonçalo Barreto apresentou uma casa novamente bem tratada, na cabine Nuno Lisboa Castella e Filipe Matos e tudo, com a descrição que se quer. Como não sabe viver sem definir antes o conceito, a Jézebel foi, é e certamente continuará a ser dos produtos mais bem definidos do mercado nacional. Não é para todos, é certo, mas a ideia parece ser mesmo essa.

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rederico Guerra, depois de algumas passagens pela noite da cidade do Porto e de Lisboa, reapareceu agora à leão no mercado decidido a adquirir a discoteca Twin`s Lisboa, situação que apenas com as movimentações revirou o mercado e a casa de pernas para o ar. Depois de alguns encontros imediatos de terceiro grau,o último dos quais com Frederico Rocha e que deu falatório na capital, Frederico Guerra viu batata Cerqueira Gomes recusar a sua pretensão a um dos tronos da capital, vendo-se na contingência de ter que se limitar à exploração da casa e tudo,provavelmente por ter chegado seis meses atrasado. Perante o novo quadro, Frederico Guerra viu-se obrigado a deixar de ter uma posição predominante, já que terá que responder perante Batata Cerqueira Gomes, situação que naturalmente o irá também colocar numa perspectiva diferente para com Nuno Eça e Bernardo Macambira, nomes dados como certos junto de Frederico Guerra. Com aplicação, este grupo pode vir a fazer estragos na capital, já que por detrás está o cérebro de Batata Cerqueira Gomes, nome de luxo, que pertence à elite e que nunca joga para perder.

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ustódio Guerreiro, director da discoteca Kadoc e uma das figuras que Portugal aprendeu a respeitar, para além de senhor de um trajecto de luxo que teve início com o empresário José Manuel Trigo e que está de há uns anos a esta parte como todo-poderoso da discoteca KadocVilamoura,é um dos exemplos que Portugal devia seguir. Depois de ter trabalhado desde sempre em casas e com empresários de primeira linha, Custódio Guerreiro aproveitou para dedicar as noites dos últimos anos a estudar e mantendo o profissionalismo de sempre, tudo aponta para que termine o seu curso este ano. Em breve, Dr Custódio Guerreiro aí estará, desejando nós apenas que não abdique da noite é que é dos nomes que ainda tem muito para nos dar.


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edro Garcia, é um dos nomes que tem vindo a ganhar preponderância na noite da cidade do Porto. Gerente da discoteca Bela Cruz, Pedro Garcia tem bem definido o caminho a seguir e depois da revolução vivida na casa, teve arte para separar a sua posição de sempre de gerente do novo passo que resolveu seguir. Bem mais ponderado, começou ao melhor estilo de Gonçalo Barreto por definir o conceito e palmilhar o target, seguiu-se a estratégia para chegar aquele fim e o certo, é que através da estabilidade tem vindo a ser sempre para positivos. Nem sempre é fácil dizer não, Pedro Garcia já o disse a muita coisa, falta-lhe apenas elevar agora um pouco mais a bitola para fazer o pleno. No caminho certo já está!

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esário Pinto, depois do tirocínio dourado no Café In Lisboa, foi o nome eleito pelo empresário Nuno Pedroso para liderar a nova era do Blues Café Lisboa. Sendo certo que a tarefa se afigura favorável, já que lhe estão a ser entregues meios para mudar, para além do facto de a Gossip se revelar uma ajuda fantástica, nada é garantido e Cesário pinto terá obrigatoriamente que começar pelo osso, que neste caso será o de escolher uma equipa de trabalho de ouro, onde por exemplo o despejador de copos de lugar ao barman. Pouco dado a perder, já que por onde tem passado, tem conseguido elevar a fasquia, Cesário Pinto, tem apenas contra si alguns anticorpos que fez questão de coleccionar ao longo dos últimos anos por teimosia e vaidade, situação naturalmente pouco compatível com quem quer ter uma casa que recebe sempre da melhor forma. Indiscutivelmente um profissional de primeira, tem agora pela frente um desafio brutal, a vencer, pode vir a liderar o campeonato.

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aulo Ferreira e João Graça, promotores que assinam há dois anos com selo “Amici” continuam a dar que falar, até por terem nas suas mãos o mercado que todos querem e com que todos sonham. De uma lealdade atroz a Frederico Rocha, até por serem de há muito a esta parte amigos pessoais, Paulo Ferreira e João Graça foram quem cumpriu coma palavra quando da debandada do Grupo do BBC, situação que sendo truculenta, acabou por mostrar internamente que não eram verbo-de-encher, mas sim líderes de uma das mais bonitas e poderosas falanges que o grupo de Frederico Rocha movimenta. Com o tempo a passar e tendo tomado a opção de não avançarem para a Gossip, surgiu o Alcântara-Café, situação que começa a ser já dada no mercado como ultrapassada, pois o objectivo é mesmo o dos sábados que deixaram saudades ou seja os do Lollipop Lisboa. Até lá, mesmo que a grande distância, quando carregam no “enter” é para reunir muito do que existe de melhor em Lisboa.

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é Gouveia, será hoje das figuras que mais cresceu neste ano de 2009. Habituado a ser senhor todo poderoso de um dos maiores grupos de noite do país, abanou quando há pouco mais de um ano o empresário Pedro Luz lhe retirou o tapete, mas ganhou humildade e com ela uma profunda vontade de vencer. Sendo discutíveis a formula aberta como se expôs no mercado, já que esta pode não ter sido a melhor forma de atingir os seus objectivos, a verdade é que arregaçou as mangas, ofereceu-se para trabalhar e da redoma de vidro passou para o trabalho braçal. De um mercado de ofertas, apenas José Matos lhe deu a mão. Arrancou com as quartas-feiras pop-rock do In Club nas Docas e diga-se, só pela sua atitude e esforço merece todo o sucesso do mundo.

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iago Pinto Leite, sócio minoritário e gerente do Grupo Twin`s, foi mais um dos nomes que viu neste final de ano de 2009 a vida virar-se-lhe de pernas para o ar. Dedicado de alma e coração a Lisboa para onde havia sido enviado por Batata Cerqueira Gomes, acabou por tropeçar nos atilhos de Frederico Guerra, já que a proposta de compra que este fez acabou por mexer profundamente com os valores instituídos. Perante a volta e reviravolta, foi chamado ao Porto, resultando daí a saída do Grupo Twin`s, situação que sendo natural, no caso não deixa de ser explosiva, até pelo facto, de Pinto Leite ser perfilhado de Batata Cerqueira Gomes. No momento em que s efalava já do regresso de Pinto leite ao Porto e muito provavelmente ao novo Indústria, eis que surge de novo Lisboa no horizonte. Está ao rubro!

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hiago Silva, até há pouco homem forte da produtora Made do Porto, depois de brincar às produções com enorme sucesso, parece ter decidido dar o passo em frente segundo a máxima, de que é preferível ter dez de mil a mil de dez. Se assim pensou, melhor o fez e foi dessa forma, que através de um gigantesco silêncio de inocentes, Tiago Silva, que possui um brutal poder de mobilização na zona norte do país abriu o capital a António Manuel Pereira, homem forte da Heart&Soul. Desta união relâmpago, nasceu pelo que se viu uma poderosa Made, que logo de entrada, assinou a segunda edição do denominado “Maior Fim de Aulas de Sempre” no Pavilhão Rosa Mota no Porto. Eis um nome que promete entrar no figurino da agitação nacional.


RealShaker

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edro Lorena, gerente da discoteca The Loft Lisboa é como se esperava dos nomes que está a conseguir passar ao lado da badalada crise, sem qualquer beliscadura. Embora algumas fontes garantam que Manuel Faria está numa fase em que quer sempre mais, é por demais evidente, que neste jogo da lerpa que parece instituído pois o mercado actual não dá para todos, Pedro Lorena é dos raros que tem conseguido com arte, engenho e sabedoria passar ao lado do acto de lerpar. Uma estratégia que passa pela estabilidade, um grupo reduzido mas fiel de produtoras e arte de saber receber têmse vindo a revelar valores mais do que essenciais para a manutenção da The Loft no primeiro campeonato.

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icardo e Tiago Mira, os famosos gémeos de que Lisboa há muito tanto fala, acabaram por ser dois fantásticos coelhos a saírem das cartolas de Fátima Lopes, João Magalhães, Bé de Melo Laranjo, Pedro Paiva e Hugo Tabaco para as sextas-feiras da capital. Ponderados, sérios e altamente profissionais, são dois nomes que de cada vez que se movimentam provocam a diferença, deixando agora no ar a ideia de que andava meio mundo o dormir. De um trato raro de encontrar na noite nacional, Ricardo e Tiago Mira estão a conseguir somar mais alguns pontos ao seu reportório e fruto de não pertencerem à chamada geração dos camisolas amarelas estão a colher bons frutos. Esta foi uma das cartas que Lisboa ou desconhecia ou julgou ser improvável…os resultados estão à vista.

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ndré Cunha, eleito por Tiago Pinto Leite para o Twin`s Lisboa, perante a saída deste e como mandam as regras, já que a sua posição era essencialmente de confiança abandonou também ele o projecto, coisa rara de encontrar nos dias de hoje. Balizando-se por princípios, André Cunha não demorou muito a ver o sue nome correr nas agendas dos telemóveis mais importantes da capital, pelo que a sua entrada no universo Gossip acabou por se revelar natural. Embora raramente o universo noite se dê ao trabalho de somar, a entrada há muito desejada de André Cunha no universo de Frederico Rocha irá revelar-se um casamento de ouro, já que com André Cunha entra indirectamente a Mega Finalistas e consequentemente Rodrigo Herédia, ex sócio de Gonçalo Barreto, Carlinhos Canto Moniz, Bernardo Macambira, Bruno Cazal Ribeiro e Eduardo Carvalho da Silva no saudoso Spicy. Promete!

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ui Caralinda, nome que Portugal aprendeu a respeitar e aplaudir continua a somar pontos mesmo que a usufruir da baixa algarvia.Mantendo-se irredutível quanto aos critérios que o acompanham desde sempre, Rui Caralinda aproveitou a baixa para reforçar e fazer ajustes no seu Capítulo V, manteve ainda inalterável o trajecto a seguir e com isso, parece ter fortalecido a sua posição a sul, já que mesmo em época de crise, o Capítulo V é cada vez mais a opção. Como a vida é para a frente, o guru do sul, senhor da arte do requinte de bem receber parece ser um dos nomes falados para vir a dar um contributo essencial a um novo projecto que vai certamente abanar Portugal. Para já, a hora é de manter o rumo e diga-se, com o Algarve à mingua o capítulo V termina o ano estável.

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iguel Galão, agora de armas e bagagens, estabelecido com o sócio Kamala na discoteca Sweet, ex W Lisboa, é desde já um dos grandes vencedores do ano de 2009. Depois de assinar Sasha e BBC, este promotor que lutou duro pela mudança de mentalidades do R`nB e Hip-Hop em Portugal, naturalmente, que em parceria com Kamala, arriscou forte no W Lisboa através de um projecto diferente e alternativo como nunca antes se havia visto entre nós. Sendo certo que dificilmente poderia explodir para o êxito total à primeira, já que se fala de mudar mentalidades e comportamentos, a verdade é que nunca mais as coisas serão como antes e embora ainda não tenham conquistado uma parcela de mercado suficientemente ampla, há que dizer que são selectivos e com isso, as dificuldades aumentam e muito. De trato fácil e educação fantástica, Miguel galão é já uma marca, diferente, coerente e sempre fiável.

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amuel Lopes, a caminho do primeiro ano de alta rotação no RS Dreams de Sta Marta de Corroios, conseguiu para já, encerrar o HK, situação há um ano atrás vista pelo mercado como de todo impossível. Depois de mais de um ano a agonizar pela falta de licenças, Samuel Lopes, o rosto mais mediático da sociedade detentora do RS Dreams optou por abdicar do período de graça e entrou a investir, situação que naturalmente virou o mercado da margem sul de pernas para o ar. Pouco dado a deixar passar ao lado, até por afirmar à boca cheia, que ter estado mais de um ano parado por obrigação foi para além de uma imensa tortura, a sua maior lição de vida, Samuel Lopes, define agenda a três meses de distância e sem se baixar, tenta ser sempre quem impõe o ritmo e a moda, situação que naturalmente lhe conferiu a liderança. 2009 foi a fundo, para 2010 as previsões são idênticas…até dói!


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preto branco A Kapital Lisboa abriu agora como 9Elle Kapital. Num quase regresso às origens, o Grupo Faces parece ter encontrado nesta casa a magia das grandes noites e embora se note que há muitas correcções a fazerem, foi realmente quem entrou melhor. Pelo meio já derrapou e como é normal,assustouse.Dia adia,enche a noite o papo ou não será assim?

A Gossip entrou gorda e anafada, convencida de que bastava abrir a porta, assobiar e a casa rebentaria com gente pendurada pelas paredes. Depois do susto, que no caso foi não terem sido trinta enchentes como é tradição, os cérebros da operação fecharam-se a sete chaves a trabalhar. Conclusão, já deixaram alguns vizinhos de calças na mão.

Lollipop! Abre, não abre! Outubro, Novembro, Dezembro e agora Janeiro! Sendo verdade que está a ser feito um esforço em termos de comunicação para manter a festa em aberto, não deixa de começar a ser irritante, o Lollipop Lisboa continuar fechado. Certa é a presença de Batalha no Lollipop da Praia Verde no fim de Ano. Caso para dizer há festão a sul garantido.

O Hit Guimarães abriu portas em Guimarães e seja na apresentação como na abertura, já deu mostras de ter capacidade para dar um bigode a muito boa gente. Como sempre, os irmãos Covas não se contentam com a meia medida, pelo que a luta pela liderança da zona promete ser feroz. Depois da tempestade vem a bonança, a hora parece ser de ir para positivos. Toca a trabalhar!

O Sardinha Biba de Braga, é um caso à parte em Portugal. Explicar as razões, obrigar-nosia certamente a escrever um compêndio, pelo que uma visita a este espaço de Braga fará sempre bem a qualquer pessoa. As regras são rígidas, provavelmente até aqui e ali a pedirem uma pequena excepção, mas como geralmente quem dá um dedo fica sem a mão… regras são regras e é para aplaudir.

A sul, com o mercado à mingua, a Black Jack do Casino de Vilamoura prossegue a sua caminhada, sendo até interessante verificar, que para quem era visto ao princípio como páraquedista, acaba por ser quem veio para ficar. Pouco dados a servir de verbo-de-encher, a festança prossegue nestas paragens de quintafeira a sábado. É certo que não está sempre ao barrote, mas a pergunta que fica é quem está?

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João Magalhães, encabeça o Grupo Faces. Começou em Vilamoura por apostar tudo, ganhou. Veio para Lisboa, esperou conseguir ultrapassar a fasquia e de entrada tornou-se moda. O sucesso é sempre efémero, as enquanto dura sabe muito bem e há que trabalhar para o manter. As horas da malapata já lá vão, está na hora de sorrir!

Frederico Rocha, criou uma estratégia, depois de meia dúzia de sobressaltos começa a ver a luz ao fundo do túnel. Homem sério, negociante hábil, sabe de onde vem e para onde vai e principalmente quem quer por companhia. Enquanto uns refilam, vociferam e o vêem como monopolista desmedido, Frederico Rocha continua a ter à sua volta muitas das pessoas mais bonitas da capital. É um exemplo…de sucesso é claro!

Muitos pensaram que caberia a João Meneses e ao seu BBC a fava deste Natal. Uma vez mais este empresário tirou da cartola uns coelhos e como até tem dos espaços mais bem localizados do país, viu sair-lhe o brinde como sempre. Há vozes que afirmam a pés juntos que quer sair do mercado pelo preço certo, a pergunta é; será capaz?

Filipe Campina, continua a ser um dos relógios de sucesso ao serviço da discoteca The Loft e como tem uma postura correcta, é dos poucos que não se incompatibiliza com nada nem ninguém. Veio este mês parar ao amarelo, pois está na hora de mostrar mais, de avançar, de deixar os já fáceis pesos médios para virar um peso pesado. Toca a pensar!

João Figueiredo, acreditou que lhe bastaria mandar meia dúzia de mensagens e que reinaria pelas ruas da capital. Sem nunca estar vazio – isso nem sequer seria concebível – tem por tradição dar dez de avanço a tudo o que é festa e casa, pelo que depois da distracção, há que meter a mudança abaixo e nos continuar a mostrar quem manda.

Pedro Paiva, é dos nomes de quem mais se esperava na nova Kapital e que tem tido uma postura apagada, quando deveria ser um dos rostos da casa. Sendo certo que tem muitos afazeres e que a sua vida vai muito para lá das noites e noitadas, possui alma e capacidade como já demonstrou para ser líder, toca a trabalhar e a deixar de andar encostado.

António Melara Dias, depois de uma entrada fulgurante no primeiro piso da discoteca Kapital, acreditou que as favas estavam contadas e que era sem mãos, sem pés e… catrapau! Começou bem, facilitou, ainda não perdeu tudo, mas a dar o flanco desta maneira, é de acreditar que João Figueiredo, Duarte Ribeiro e Zé Paulo do Carmo o vão acabar por “comer” de cebolada.


Samuel Lopes Apagou mais uma vela... Sempre a somar

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oi num quadro de espiral ascendente verdadeira louca que Samuel Lopes comemorou mais um aniversário na sua discoteca RS Dreams de Sta Marta de Corroios. A noite, começou cedo com um jantar apenas para amigos no privado da casa, onde naturalmente despontavam muitas das figuras que dia após dia, contribuem para o social nacional. A idade, trouxe a Samuel Lopes serenidade e sabedoria e tem sido exactamente com esta que um dos magos da noite nacional conseguiu, depois de um período de celibato forçado, mandar para canto a casa rainha da zona, pois ao invés de optar no primeiro ano por arrecadar a receita do período de graça, entrou a matar e apenas se contenta com casa completamente cheia. Noite após noite, a RS DReams tem vindo a somar recordes, alguns até diga-se que inesperados, mas sempre com a postura da consciência de quem tem que seleccionar com conta peso e medida. Foi com os convidados pessoais já em quinta a fundo que a dupla residente Rozz&Passos lançou os primeiros temas, seguiu-se a convidada Abigail Bailey, excelente nos sues live acts, evitável como Dj e culminou novamente com Rozz&Passos a mostrarem que não é por acaso que são das duplas de residentes que há mais tempo trabalham juntos o sucesso. A noite é efémera, esta é uma verdade insofismável, mas a manter-se assim não conseguimos vislumbrar, de que forma alguém conseguirá destronar a RS Dreams. Reina a seu belo prazer e tem de facto em Samuel Lopes uma das peças que ocupa o lugar certo na hora certa. Grande noite!


fot. Nuno Lopes - Direitos reservados Portugalnight

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Life is Life

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epois de quase um ano a trabalharem juntos, Gonçalo Rocha

e

João

Figueiredo

mantiveram

naturalmente

a

amizade que deixou a porta aberta a futuros projectos.

Com cada vez mais projectos com Frederico Rocha, de quem aliás é sócio, fica no ar que o verdadeiro amor de perdição de Figueiredo será mesmo o selo “Rocha”, restando saber de futuro para que lado penderá a balança. Há fotografias que dizem muito e outras que dizem tudo!

E

stabelecida a base de confiança, Ezequiel Sequeira veio a revelarse a porta ideal para o novo posicionamento de Frederico Rocha no mercado. O cada vez mais senhor da cidade de Lisboa, parece motivado

pela aliança que pode em breve vir a provocar nova reviravolta na cidade e tudo, por existir quem acredite que Ezequiel Sequeira, sábio como é, poderá estar inclinado para ficar um dos senhores do condado. Eis a engenharia financeira a trabalhar e diga-se…bem.

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oão Miguel, rosto da WDB Management em Portugal optou por neste final de 2009 apostar forte em Abigail Bailey, seja em termos de voz, seja no formato Dj Set. Se a situação para a maioria será de somenos importância, há que esclarecer a importância da mesma no contexto actual, já que este é o regresso dos pesos pesados da WDB ao mercado nacional. Mais do que ser senhora de uma voz do outro mundo, Abigail Bailey assina com Pete Tha Zouk e Mastercris a música, com que Tha Zouk promete regressar aos palcos principais. No entretanto, Abigail cumpre com o sue Dj Set. Promete!

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aulo Ferreira e João Graça, mais do que o sucesso que hoje patenteiam, acabam por ser o exemplo de que nem sempre o ouro está debaixo da primeira pedra. Tendo já dado provas do cepo de que são feitos, conseguiram agregar à volta das suas pessoas e do seu conceito um mar de gente bonita na idade ideal. Depois de cumprirem no BBC, transferiram-se para o Lollipop Lisboa onde maravilharam Lisboa e estão no Alcântara-Café, mas de malas aviadas para casa. Sem dúvida, dos motores mais bonitos e fiáveis do mercado.

B

é de Melo Laranjo parece finalmente encantado da sua vida. Depois de noutros tempos e noutras paragens ter visto no saudoso Diogo Xerife a formula de agitar o líder reinante, conseguiu tirar da cartola Tiago e Ricardo Mira, os gémeos que sem que ninguém desse por eles estão a agitar Lisboa. De trato cuidado e ideias bem tolhidas, a nova dupla das sextas-feiras da Kapital Lisboa é muito mais que um dupla de gémeos, são de facto verdadeiras máquinas que vieram naturalmente potencializar a forma de pensar de Bé de Melo Laranjo. Para já, a hora parece ser a de trabalhar, os foguetes a virem, que venham no final de 2010…notável!


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NUNO COSTA 26

UM SENHOR NA FOZ

Tem 30 anos e é um dos mais requisitados relações Públicas da cidade do Porto da nova geração. Do seu curriculum fazem parte Vogue, Bela Cruz e Twin`s, sendo que tudo cumprido sem tempos mortos pois tem o seu curso terminado. Como bom Relações Públicas, Nuno Costa revelou-se de dialogo simples, naturalmente que a evitar controvérsias e a evitar emitir opiniões sobre assuntos alheios. Eis um nome que Portugal deve ter em atenção.


Fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight

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De que forma entras-te no mercado nocturno? Foi tudo muito por culpa de três pessoas; o Daniel Poças, o Francisco Praia e o Carlos Toga. Foi há sensivelmente oito anos, estava a começar o meu curso de Educação Física e Desporto, quando dois amigos de infância, o Daniel Poças e o Francisco Praia, que estavam ligados à discoteca Vogue me desafiaram a levar para lá pessoas. Confesso que nem gostava muito de noite, mas o Daniel para além de subgerente, era o meu melhor amigo e tanto me desafiou para ir para lá como relações públicas que acabei por aceitar. E? Antes de mais acho que tive muita sorte por ter entrado pela mão do Daniel e do Carlos Toga, são duas pessoas que marcam a minha presença neste mercado de uma forma muitíssimo positiva e talvez a eles se deva ainda hoje por aqui andar. Como é que tudo se processou? Comecei por fazer um dia, depois outro e ao fim de quinze dias já vivia com aquilo ao ponto de nunca mais o ter deixado até hoje. Naquela altura éramos uma equipa fantástica, aquele núcleo duro de cinco relações públicas era fantástico e muito forte. A título de exemplo posso dizer que um deles, era o João Mota, actualmente sócio do Pedro Almeida na sua empresa de relações públicas e organização de eventos. Os outros já abandonaram. Qual era a característica principal desse grupo de trabalho? Éramos uma equipa, onde todos já tinham tirado ou estavam a tirar um curso superior e embora isso possa não parecer nada, falávamos a mesma linguagem e creio que esse foi o principal factor de distinção da Vogue na época. Remávamos todos para o mesmo lado, os atritos eram mínimos e resolviam-se facilmente, todos sabíamos o que pretendíamos e com isso, éramos realmente diferentes.

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Onde reside a importância do Carlos Toga nesse processo? Era um excelente gerente, uma pessoa que puxava muitíssimo por nós, que queria sempre mais e que ensinava tudo a todos. Estive lá quatro anos, os melhores quatro anos da Vogue. O que e que te levou a sair? Saí no dia em que o Carlos Toga teve um atrito com o Hugo Pinto, nosso patrão na altura e pessoa de quem também contínuo a ser amigo e gosto imenso, mas o meu gerente era o Toga, foi ele que me tinha levado para lá e exactamente por isso nesse dia saí eu e mais três pessoas. Na altura, o Daniel Poças já tinha abandonado para formar os FunkYou2. Foste com o Carlos Toga?

Não, entretanto ele acabou por voltar para lá e eu tive uma proposta do Miguel Trulli que estava ligado à nova equipa do Bela Cruz e que me pediu para liderar a equipa de relações públicas. Ouvi a proposta, gostei, achei que tinha pernas para avançar e formei a minha equipa de relações públicas. Como correu? Bem, muito bem. Fui subindo e passei a director geral de programação. Nesse percurso o que e que ficou da Vogue? A Vogue foi uma escola, principalmente no respeito pelas hierarquias e pelo amor à camisola, era fantástico. Nisso, tenho que agradecer ao Carlos Toga, que mesmo sendo uma pessoa bastante jovem incutia plenamente o amor à camisola. A partir daí, tive sempre muito tempo ligado às casas por onde passei, exactamente por que visto a camisola. O início no Bela Cruz, como foi? Foi diferente, vinha de uma discoteca de massas e passei para um clube não de elites, mas diferente, selecto, cuidado, no fundo, outro segmento que achei diferente, mas que correu bastante bem. Mas na altura o Bela Cruz não atingiu logo o pleno, certo? Sim, de facto naquela altura não começou bem, pois houveram uma série de mudanças. De um, passou para dois gerentes, entretanto, voltou a um gerente, demorou um bocado a acertar, os primeiros quinze dias, mas daí para a frente foi sempre em crescendo até uma determinada altura. Em que altura sentiste que deixaste de ser um promotor para passares a ser relações públicas? No Bela Cruz, inicialmente era o chefe de promotores, que hoje em dia são relações públicas. Acho por exemplo, que até há três anos atrás era um promotor, só a partir daí me tornei um verdadeiro relações públicas. Modéstia aparte, um promotor é um angariador de pessoas e um relações públicas é uma coisa completamente diferente. Enquanto promotor, a coisa correu-me sempre muito bem, angariei sempre muitas pessoas e acho que o patrão da altura embora sendo contra teve uma agradável surpresa. O que e que te levou há um ano a sair do Bela Cruz para ir para o Twins do Porto, até por ter sido uma experiência relativamente curta? Estava há dois anos no Bela Cruz, a casa encontrava-se no auge, necessitei de um novo desafio. Na altura, cheguei a acordo com a gerência do Bela Cruz e saí para abrir uma empresa de gestão de eventos e agenciamento de artistas. E? Numa dessas reuniões em que estava a negociar a colocação de um artista no Twin`s do Porto com Tiago Pinto Leite, surgiu o

convite para ingressar no projecto Twin`s Porto, o que para mim foi sempre uma prestigiante proposta, já que o Twin`s é uma marca de cariz nacional, com grande qualidade e em qualquer perspectiva, uma enorme mais-valia. Certo mesmo, é que nem aqueceste o lugar. Não te adaptaste ao Twin`s ou o Twin`s não se adaptou a ti? Na altura foi-me pedido para entrar como relações públicas/promotor e correspondi mas, a verdade é que me senti limitado até por vir de uma posição no Bela Cruz em que tinha algum poder de decisão. Ali, com o Tiago Pinto Leite e embora em pouco tempo aprendi bastante, pois aquela casa estava direccionada para pessoas de outro patamar. Algumas das coisas que te acusam nessa passagem pelo Twins, é de tu valeres menos do que aquilo que aparentas. O que tens a dizer sobre isso? Não sei de onde vem essa opinião, continuo é a dizer que fui bem tratado, que acho que tratei bem as pessoas e que correspondi a tudo o que me pediram. Se pudia ter dado mais? Puder, podia, mas saí no dia em que o Tiago Pinto Leite foi para Lisboa pois tinha sido uma aposta pessoal dele. Quanto tempo estiveste no Twins Porto como relações públicas? Sensivelmente dois meses. Ainda me estava a ambientar à casa quando se soube que o Tiago ia para Lisboa. O Tiago fez-me a pergunta, de como me sentia ali a trabalhar e respondi-lhe; Imagina que és um Dj de renome e que de um momento para o outro voltas a ser posto a carregar malas de CDs. Entretanto, já me tinha sido feita uma abordagem superficial por parte do Bela Cruz e foi rápido. Numa questão de um mês se tanto regressei ao Bela Cruz. Como foi o teu regresso? Foi uma altura em que o Bela Cruz cortou radicalmente com a gerência, staff e estratégia anterior. Foi feita uma nova gerência, agora encabeçada pelo Pedro Garcia. O que e que marca no Bela Cruz a saída do Paulo Leonardo? Só entrei no Bela Cruz depois do Paulo Leonardo sair, fui convidado pelo Pedro Garcia. Foi a história dos desacatos à porta? Não sei se a culpa foi do gerente, staff ou outra qualquer aliás, são todos meus amigos, trabalhei com todos. O certo, é que ao longo dos anos o Bela Cruz foi sempre uma casa top e na altura estava com um ambiente muito fraco, é a realidade. Trabalhava para massas ao invés de trabalhar para a qualidade e como quem desenha a casa que quer é o patrão, quando os objectivos não


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se cumprem rolam cabeças, acho que é assim em todo o lado. Quando entras, o Pedro Garcia sobe a gerente. Parece um golpe de estado, não? Fui convidado pelo Pedro Garcia já com ele gerente. Na altura, fizeram limpeza de balneário, obras na casa fui convidado para o ajudar a constituir a equipa de relações públicas, staff etc. De há quatro ou cinco meses atrás que estou à frente do departamento de relações públicas e a fazer a programação da casa em parceria com o Pedro Garcia e posso adiantar que neste momento entrou também o Miguel Mesquita para ajudar na parte de comunicação e branding do Bela Cruz. Dirias então que foi apenas um ajuste da casa ao mercado pretendido? Sim, houve uma mudança absoluta de estratégia que não tem que ser negativa, mas uma equipa ganha vícios de trabalho, começa a facilitar e o produto deteriorase. A mudança é oxigénio puro e trás sempre novos clientes, o posicionamento pretendido e novas regras de trabalho ajustadas aos novos objectivos. É justo afirmar que no Porto, o Bela Cruz está no encalço da classe A? Totalmente.

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Isto não significa que está a “morder os calcanhares” ao Twin`s? Sessenta por cento dos clientes do Bela Cruz e Twin`s são comuns, tanto vão a um espaço como a outro assiduamente. Os restantes quarenta, vão mais a um ou a outro, mas movem-se pelas mesmas razões. Presentemente na cidade do Porto há duas grandes casas a trabalhar bem e são respectivamente estas duas. De qualquer maneira e mesmo entre aspas, acho que a expressão “morder os calcanhares” não é a mais correcta, são nossos concorrentes e vice-versa, sempre foram e tirando um período de tempo há uns meses a situação sempre foi esta, mas essa é situação completamente ultrapassada como comprovam as nossas noites. Essa situação também se viveu na Foz há dois anos com a zona das Caipirinhas, certo? É verdade, as pessoas ficavam até às 3 da manhã na rua e nós não tínhamos como as pôr dentro das discotecas e clubes o que resultava em menos duas horas de facturação pois só entravam nas discotecas por volta das três e meia, quatro da manhã o que naturalmente não permitia rentabilizar e muito menos investir em cartazes de qualidade. Se há uns dois anos era a zona da Foz, agora é a zona da Baixa, mas numa proporção bastante superior à da Foz, até porque tanto o Bela Cruz como o Twins estão na Foz e se alguém quiser ir beber um copo a seguir onde é que vai? De que forma e que se verifica a concorrência dos arredores do Porto para o centro do Porto?

Isso verificou-se mais pela Zona Industrial que tem um estilo de noite mais para massas. O Bela Cruz ou o Twins acho que não sentiram tanto isso, são mercados distintos. Habituaste-te a trabalhar em casas que trabalham para um público mais seleccionado. Pergunto; da mais prazer, menos prazer, é mais ou menos trabalhoso? Dá muito mais prazer. De qualquer maneira, acredito que estamos numa fase de mudança, no início de um novo ciclo onde a marca de qualquer casa terá que ser prestigiada, trabalhada, cuidada. Independentemente da oferta que nessa noite resolvermos fazer aos nossos clientes, seja com um bom Dj, seja com uma excelente produção, o nosso cliente tem que preferir vir à nossa casa exactamente por aquilo que a nossa casa é. Até há uns anos atrás, a força estava no Dj internacional ou na produção, nós estamos a trabalhar para passar a força para a casa e a atracão ser apenas um presente da casa aos nossos clientes. Fidelizar é a palavra de ordem no Bela Cruz. Não será essa uma mudança radical difícil de acompanhar nos tempos actuais pelo mercado? Não creio. No Bela Cruz estamos completamente decididos a investir de forma prioritária na casa, no espaço e no mercado interno. Por que razão vamos gastar o triplo ou quadruplo a trazer um Dj internacional ao bela Cruz, quando há nomes nacionais que enchem, fazem a festa, as pessoas adoram e são muito mais baratos? No Bela Cruz iremos acompanhar os tempos, mas a primazia será a de mimar e dar atenção aos nossos clientes. Não te parece que tudo isso irá depender sempre dos resultados financeiros obtidos? Qualquer estratégia dessa natureza vai depender sempre de resultados financeiros. Se os números não baterem onde o patrão quer estamos mal. Por trás da parte divertida há um negócio e o patrão olha para os números, agora, nós achamos ser possível impor o Bela Cruz no mercado de qualidade com esta estratégia de distinção. As pessoas são educadas, informadas e criam laços. Se temos um staff cuidadoso, educado e dedicado é natural que o cliente se sinta bem e se fidelize a um produto selecto, que lhe oferece o que há de melhor sem ter que pagar mais por isso. O que procura qualquer cliente? Diversão acima de tudo. O que temos nós que gerir? Sentimentos. Para ti o que é hoje a noite? A noite é muita coisa;é festa,magia e muita diversão, e nós vendemos sentimentos e emoções. O cliente quando vai a uma casa quer se sentir bem, quer se sentir especial, e nós só temos que os tornar especiais pois são eles que nos pagam o ordenado. É a parte mais importante do trabalho nocturno, o cliente. Posso

até ter a melhor casa do mundo, mas sem clientes... O cliente quando quiser sair quer ir a um sítio onde seja bem tratado. Os clientes que saem e a noite regularmente o que querem é conhecer o porteiro para nunca estar à espera, chegam lá dentro querem conhecer o RP para beberem um ou outro copo e fazer as honras da casa, e o Dj ou gerente para estarem na cabine de braços no ar. Isto é o que uma pessoa que sai à noite regularmente quer. E nos temos que saber jogar com e gerir isto. De que maneira sentiste a passagem de promotor para relações públicas? Embora saiba que era um promotor, a Vogue permitiu-me ser Relações Publicas desde cedo. Tudo o que se passava na Vogue era discutido entre nós até à exaustão e a seguir o Carlos Toga decidia em função do que tinha ouvido e achava acertado. Fui desde cedo imbuído do acto de tratar os convidados, da arte de receber, do cuidado no convite e até, na despedida do cliente. Enquanto como promotor o importante são os números, como relações públicas, a arte de receber pode fazer ou não um cliente regressar. Qual é o teu posicionamento perante a casa e os clientes, até pelo facto de este ser um mercado a que te dedicas, mas não foi para o que estudaste? Acima de tudo, adoro aquilo que faço. Sempre fui um excelente cliente, se calhar é por isso que tenho um a maior facilidade em lidar com as pessoas pois sei aquilo que eles querem e o que não querem, do que gostam e do que não gostam. Represento o Zé Povinho, ou seja, as massas, o grosso que tenho ali diariamente, sou o interlocutor entre a gerência e o público e o facto de ter um curso superior ajuda-me em muitas situações. Um curso superior não é uma ciência exacta, há sempre um ou outro problema, mas ajuda a manter o diálogo e a elevar a fasquia. De que maneira e que hoje em dia o Bela Cruz não pode ou não deve ser encarado como um grupo de amigos? Também o somos. Independentemente de trabalharmos juntos, todos sabemos onde estamos e para onde queremos ir. Sabemos das nossas responsabilidades e objectivos e tendo liberdade para opinar sobre as áreas alheias, sabemos exactamente quem é o responsável de cada uma delas. Actualmente, o Pedro Garcia, o Miguel Mesquita, o Sampaio e eu somos a máquina que está a tentar implantar um novo conceito e um novo estilo que tem como objectivo cimentar a marca Bela Cruz através do factor qualidade, seja ela de infra-estruturas, clientes, serviço, eventos, djs ou outra. O nosso trabalho, não é abrir a porta e ter a casa a funcionar, diariamente debatemos e decidimos sobre tudo e posso até afirmar que o grosso do trabalho é feito de dia, é exactamente aí que semeamos para colher os frutos à noite. Qual e o ciclo médio de uma casa na tua perspectiva? O Bela Cruz está no mercado há vinte e tal anos naturalmente que com os seus altos e


31 baixas e com gerências diferentes, o Twin`s igualmente. De que forma é que a Industria com Dj Vibe irá mudar todo o circuito da noite do Porto? Não posso falar sobre aquilo que não sei, ou seja, nessa altura poderei sim falar sobre aquilo que mexer connosco, mas a Industria de Dj Vibe acho que vai trabalhar para outro tipo de clientes, outro target, na essência maioritariamente diferente daquele com que trabalhamos presentemente no Bela Cruz e que temos pretensões de continuar a trabalhar no futuro. Como é natural, há sempre franjas e essas sim, podem estar aqui e ali, mas tirando casos pontuais vãose manter como estão. Agora, o que irá mexer com a noite do Porto? Não sei, nem sei se irá ter sucesso, não sei, mas posso ter a minha opinião.

Que é? Que vai correr bem, que vai continuar na onda característica do Indústria, ou seja, direccionado para aquele mercado. É uma casa que tem muitos anos, que é das casas mais antigas e carismáticas do Porto, que funciona muito bem para determinado segmento, tal como o Act funciona se calhar para um segmento muito parecido. Mas o Act está apenas a abrir para eventos. Mas quando abre, funciona quase sempre bem naquele segmento, ou seja, moda e djs internacionais. Pessoalmente acho que a Indústria irá funcionar muito bem e que esse será essencialmente um problema para a Act, mas esta é a minha opinião. Será caso para dizer que o Cristiano Barros arranjou um concorrente? Se o Act continuasse aberto o Cristiano

Barros teria arranjado um concorrente. Se o Chic de há uns anos atrás estivesse aberto, teria agora outro concorrente. Ou seja, música electrónica e moda, comparativamente ao nosso mercado é outro tipo de público embora ache que é de louvar e agradeça irem abrir naquela zona do Porto. De louvar e agradeças? Claro. Irá ajudar a arrastar mais gente da Baixa para a Foz e com isso o Bela Cruz irá arranjar mais alguém que esteja ao seu lado e ajude a puxar pela sua zona, saindo naturalmente a lucrar. Pessoalmente desejo-lhes as maiores felicidades e espero mesmo que corra muito bem pois quanto mais gente for para ali, mais dia, menos dia vai acabar por vir também ao Bela Cruz. Vibe pode ajudara tornar a Foz novamente um spot

obrigatório do Porto em detrimento da Baixa e nós só temos a ganhar. Quais e que são as maiores diferenças que encontras desde que começaste a uns anos para agora? Além do poder económico? Sim... Presentemente as casas tentam credibilizar os activos que têm, ou seja, o Dj residente, mas tem tudo a ver com a crise, ou seja, a noite fez um ciclo e o facto dos djs nacionais terem melhorado bastante, existindo até nomes de primeiro plano, pode permitir que deixemos de ser apenas importadores para passar também a exportar e isso, será muito importante para toda a noite de Portugal. Onde e que esperas estar daqui a 8 anos?

Não sei. Posso continuar neste mercado, talvez até de outra forma ou ter deixado isto de vez. É algo sobre o que me irei dedicar mais dia, menos dia. Quais e que são as tuas ambições pessoais? Estou como disse numa fase de ponderação, se vou continuar na noite de corpo e alma, se a vou deixar, se vou aliar a noite e dar aulas ao mesmo tempo, ainda não me decidi. Acho que se deixasse agora a noite me iria arrepender. Quero no entanto enriquecer a minha área de professor, mas estar ligado à noite, a um negócio, a uma casa onde me sinta bem e onde me seja sempre possível levar os amigos para matar o gostinho de noite que tenho no corpo. Acho que não vou conseguir deixar a noite, vamos ver.

Tens noção que essencialmente a tua perseverança te deu lugar a conquistar um lugar já ímpar no mercado nocturno nacional? Acho que mais que a minha perseverança foi ter tido a sorte - vou voltar ao mesmo - de trabalhar em excelentes casas, em excelentes alturas e com excelentes profissionais. Estar na no melhor período da Vogue, ter a sorte de estar no Bela Cruz, se não no seu melhor tempo, num dos melhores tempos e conseguir ser escolhido por um Twin`s com este bem lá em cima é motivo de regozijo pessoal. Entrei pela noite pela mão de gente profissional e de bem, cumpri sempre com o que me foi pedido e é assim que pretendo continuar a estar ou seja, sempre com amor à camisola que visto e ao grupo de trabalho que me acompanha.


Jézebel

reabre no limiar da perfeição

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Depois de mais um Verão no Tamariz, deu-se início na Linha do Estoril a mais uma temporada Jézebel e diga-se, que por estes lados da Linha, no permeio, passou um vendaval, senão mesmo um ciclone, quem sabe, se o ciclone Barreto. Um espaço nocturno que tem sucesso durante largos anos, vive e singra, pela capacidade de se reinventar e foi exactamente isso que aconteceu a esta Jézebel, que se apresentou nova, diferente e plena de oxigénio. A festa começou cedo, um após outro, os ilustres, que por aqui são amigos e amigos de amigos foram chegando desde cedo até tornar esta Jézebel Estoril de todo intransitável e apenas movimentada, por as massas se dançarem em festa. Os eleitos foram recebidos com um cocktail de boas vindas, no ar, charme, glamour, trato, magia a fazer transpirar a pureza que tantas vezes se procura noite fora e muito raramente se encontra. É certo, que as pessoas fazem a noite, que esta, nem sempre retribui da forma desejável e é por aqui, por uma equipa fantástica que a Jézebel se mantém diferente, seja no trato, seja no decor, música ou serviço. Na cabine, está agora Nuno Lisboa Castella e Filipe Matos, o primeiro indispensável, o segundo com autorização para volta e meia puder voar e sem loucuras ou excessos, esta é a dupla que veio para agradar. Esta foi uma abertura com lotação esgotada, trabalhar isolada, sozinha e sem concorrência nem sempre é fácil, pode até tornar-se monótono não houvesse por aqui um Carlinhos Canto Moniz e um Gonçalo Barreto. Eis um caso cada vez mais à parte!


Fot. LuĂ­s Lopes - Direitos reservados Portugalnight

JĂŠzebel_

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9elle KAPITAL

Abanou Lisboa

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átima Lopes, João Magalhães, Bé de Melo Laranjo, Pedro Paiva e Hugo Tabaco,cabeças do projecto Faces que abriu portas no passado Verão no epicentro de Vilamoura regressaram agora ao convívio da capital e diga-se,regressaram como saíram,pela porta grande. Embora a estratégia da abertura de duas noites antes da inauguração tenha retirado alguma da pressão com que este projecto poderia ter nascido, será também justo afirmar, que se assim não fosse a Kapital, agora rebaptizada de 9Elle Kapital teria garantida e inesperadamente, cilindrado por completo a noite de Lisboa. Divididos ao longo de três pistas, os Djs André Prata no piso térreo, Nuno Garcia no primeiro piso e André Alves no topo do prédio impuseram os ritmos que Lisboa procurava, tendo ainda cabido ao convidado Diego Miranda encerrar a noite o que naturalmente permitiu obter uma reabertura no seu melhor. De forma anormal para tudo e todos, o Grupo Faces fez com que esta Kapital ressurgisse inesperadamente no seu melhor, passou de fechada novamente a casa da moda e embora como dissemos as cabeças do Grupo não tenham tido mão para o pleno por excitação prematura, esta Kapital chegou, viu e venceu. Sendo Dezembro, exactamente Dezembro e logo um mês atípico, será de importância vital que principalmente João Magalhães, Bé de Melo Laranjo, Pedro Paiva e Hugo Tabaco consigam manter o ritmo de trabalho, de outra forma podem apanhar um susto é que é por demais evidente que Lisboa foi completamente apanhada em contra pé com este sucesso.


Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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GALA DO ISCTE FOI NO

K URBAN BEACH

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K Urban Beach Lisboa recebeu no passado mês mais uma Gala do ISCTE e como seria de prever, foi desde bem cedo que a fila ao melhor estilo do algodão não enganou. Com casa completamente cheia e recheada de caras bonitas e bem produzidas, o Urban Beach do “K” teve direito a mais uma noite de ouro que sendo esperada, já que o selo AEISCTE é por si só garantia do melhor, nos tempos que correm não deixa de ser de registar. Gala que é Gala, pauta-se pela diferença na produção que cada convidado coloca ou não em prática e perante a bandalheira quase que institucionalizada a que um sem número de Universidades se deram na ânsia de facturar seja de que forma for, dando pouca atenção ao conceito, há que afirmar que a Gala do ISCTE pautou-se pela diferença pelo estilo, pela forma e como dissemos pela produção,que faz do ISCTE até ao momento,casa rainha das festas do ano. Vital na pista comercial, faz o que bem sabe, revirando a pista de pernas para o ar as vezes que bem entendeu, já na pista dois, onde reina o escurinho e os leds, coube a Pedrinho impor as sonoridades mais fortes, nesta noite aceite essencialmente pelos mais resistentes. Grande noite esta do ISCTE na Urban Beach e começa a ser caso para dizer; quer uma boa noite? Vá ao ISCTE!


fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

K Urban Beach_

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Hello Kitty Space

na The Loft Recebeu PSP

fot. Ivo Bacelar - Direitos reservados Portugalnight

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produtora Elite Night de Filipe prossegue de forma quase que notável o seu trajecto pelas sextas-feiras da capital, tendo naturalmente uma consistência invulgar que se revela essencialmente na forma periódica e harmoniosa como seja semanalmente, seja quinzenalmente acontece. Desta feita, o motivo do festim desta noite para os mais novos deu pelo nome de “Hello Kitty Space” e com isso, Filipe Campina repetiu a dose que deixa muita da concorrência desesperada, mesmo que seja dos mais inflamados a afirmar que a concorrência é excelente, ajuda a seleccionar o bom ambiente de uma qualquer noite. Uma vez mais a festa começou cedo, em noite de aniversário de Joana Reis e Maria Pacheco, duas das globetrotters deste mercado, coube aos Djs residentes Daveed e Baratta receberem o convidado Enrage, nome que acabou por ver a festa passar, já que próximo das duas da manhã a PSP de Lisboa fez mais uma das suas visitas periódicas, o que naturalmente acabou com a festa e levou muitos dos clientes a sentirem-se espoliados, já que depois de pagarem a entrada para a festa, viram-se na contingência de entrar na famosa dança dos bilhetes de identidade. Se é certo que tanto para a The Loft como para a produtora Elite Night esta é uma noite para esquecer é por demais evidente que pelo número e principalmente estilo de caras presente, Filipe Campina está no melhor caminho.


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Plateau

é aula para o país

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fot. Ivo Bacelar - Direitos reservados Portugalnight

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uarta-feira que é quarta-feira na noite de Lisboa, tem que passar obrigatoriamente pela discoteca Plateau, a tal localizada nas Escadinhas da Praia e que o tempo se tem felizmente encarregado de preservar de forma bem harmoniosa. Esta é como que uma tradição, diríamos mais que uma super tradição e prova disso é que com ou sem Kapital, Kremlin, Konvento ou Art abertos ou fechados, o Plateau não vacila, não erra e proporciona o melhor pop rock da cidade com a vantagem de a casa ser a mesma, o espaço também e os clientes misturam-se de forma fantástica entre os novos e os de sempre. A porta, é garantidamente das melhores do país, segurança também existe e como o staff é um relógio, cabe a seguir ao Dj de serviço não inventar e fazer cumprir o desfiar das malhas que apaixonam gente dos 16 aos 66, das duas até às seis em ponto. Por estes lados, vale a música, com ela os copos, a diversão e as conversas fluem. É certo, que o Plateau há muito que já não fecha a sua pista com o fado do bandido que dava pelo nome de “What a wonderful world” de Louis Armstrong, mas não é por isso que deixou alguma vez de ser a rainha das quartas-feiras de Lisboa. Para além de fantástico continua a ser obrigatório já que por aqui a noite acontece, tem um estilo e é sempre intemporal.


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KISS EM VERSÃO CHOQUE

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Este mês voltámos a passar pela discoteca Kiss em Albufeira e é hoje por demais evidente, que nos últimos meses a Kiss mudou por completo, seja de objectivos, seja de conceito e com isso, os seus clietes de sempre passaram a estranhar. Se o início desta casa foi para todos, tendo-se seguido um período desenhado para estrangeiros e os últimos anos, novamente inserida no mercado nacional com abertura obvia a gentes de todo o mundo o que fazia de si, a discoteca cosmopolita do Algarve, a Kiss atravessa agora um choque de culturas, já que a mudança para espaço para estrangeiros com aceitação do mercado luso, correu por completo com a massa critica que fazia da Kiss, o espaço de eleição algarvio ao longo dos doze meses do ano. Para quem se habituou a viver as noites desta casa ao longo da última década e vá à espera de mais, irá certamente apanhar um choque. Da música aos presentes, apenas o staff se manteve e esse diga-se, nada tem a ver com o conceito que pretendem implantar. Sendo certo que quaquer um necessita de tempo para se habituar a novas modas e novas fórmulas, confessamos ter alguma dificuldade em perceber o que é hoje esta casa de Albufeira, situação que apenas se pode e deve alterar com a vinda da Primavera já que desta forma, é para nós no mínimo incompreensível.


Fot. Ivo Bacelar - Direitos reservados Portugalnight

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JOANA ELIAS

Party People

É assistente de bordo, bailarina, dançarina e animadora. Vai cinco vezes por semana ao ginásio, dançar, ouvir música, ir ao cinema ou simplesmente ver televisão são momentos caros da sua vida. De uma boa disposição contagiante, sempre de sorriso estampado e pronta para a brincadeira, Joana é das pessoas que altera a vida de qualquer um. Quantas vezes por semana, frequenta o ginásio? Cinco vezes por semana. Cuidar do visual é essencial? Claro!! Tem noites em que apanhe grandes “secas”? Tenho …quando a musica não é boa! Qual a bebida, que garantidamente nos coloca bem-dispostos? Vodka maracujá ou com sumo de laranja e groselha. Se de repente lhe oferecerem flores, no que pensa? Ai!! que é um qué frô! Oferecem flores…mas não é de repente…. E o que diz? Não, obrigada no primeiro caso. Já no segundo sorrio e agradeço.

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O Champagne, é a bebida certa para quê? Para jogadores da bola com a mania. Qual é o melhor whisky? Não gosto de whisky, mas meu querido Luís Soares, ouvi dizer que é GRANT´S. O que faz nas horas livres? Passeio, vou ao ginásio, estou com a família e os amigos, pratico dança, ouço música, tomo conta da minha sobrinha linda, brinco com os meus gatos, vou as compras, durmo,

etc. Qual o Dj, que nos garante sempre grandes noites? Nacional, Nelassassin e Vibe, internacional Cut Killer e Carl Cox. As mulheres, perdem-se com quê? Com as compras e uma boa noite de sexo!

Se por motivos maiores tenho de lá ficar, arranjo maneira de me divertir. E nas de enchente? Dependendo do Dj. Ou me vou embora porque não gosto de espaços cheios, ou fico em lugares mais reservados.

E os homens? Com as mulheres e muitos deles, infelizmente, com a bebida.

O final de uma noite é…? Chegar a casa com um sorriso nos lábios, dor nos maxilares de tanto rir ,ter estado com aqueles amigos ou amigas, fazer amor e dormir agarrada, se for o caso, ao namorado.

E refilam quando? … Quando estão a ver a bola, quando têm fome e quando acham que têm razão mesmo não tendo.

Um jantar tem que ter vinho? Não necessariamente, mas em momentos especiais um bom vinho vem sempre a calhar.

Uma “ladiesnight” é uma noite…? Que inicialmente foi feita para atrair clientes numa noite menos boa, actualmente, trata-se um pouco do mesmo mas mais uma noite em que as mulheres se embebedam e os homens vão atrás delas e muitas vezes das bebidas delas. Nas noites mortas, em que pensa? São raras, pois actualmente só me encontro na noite, quando sei que vai estar boa ou em ocasiões pontuais, rodeada de gente amiga, que para mim é o suficiente para me fazerem a noite, mas quando acontecem essas noites, penso que deveria era ter ficado em casa.

Branco ou tinto? Tinto definitivamente, de preferência, Esporão de reserva.

sempre que aparece altera as tuas noites? O grande Nuno, fotografo da Portugal night. O que lhe falta fazer? Uiiiiii tanta coisa, mas ir conhecer a Tailândia é neste momento, a minha prioridade! Ganhar ou perder é igual? Hã?! A noite é? Sinistra. De dia, adora…? Passear. Nas férias, não perde… ? Um jogo do Benfica. Onde se janta bem em Portugal? Via Graça, no Miradouro Nossa Senhora do Monte. Qual o sonho que tem por realizar? Ser mãe.

Propostas indecentes aparecem? Naaaaaaoooooo…alguma vez?!!?

Qual foi o filme da sua vida? 7 Pecados mortais.

No Verão, em que praia a podem encontrar? Na minha zona, Bafureira, Carcavelos, e Avencas. Fora disso, Costa alentejana e Algarve.

You can? I know i can!

É a favor ou contra o casamento entre homossexuais? Para tirar as olheiras de uma A favor. Cada um sabe de si. grande noite, o melhor é? Felicidade e diversão acima de Felizmente não tenho olheiras. tudo.

Qual é a personagem, que

E agora que acabou, como se sente? Sinto-me igual, bem, partilhei convosco um pouco da minha vidinha.


fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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BBC Com Sábados Loucos

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BBC ganhou ao longo da sua existência o estatuto de casa rainha, fê-lo de forma primorosa, por aqui passaram alguns dos melhores momentos de noite que Portugal já viu e sendo o seu cérebro João Meneses, é sempre de esperar a surpresa, mesmo que em época de cortes orçamentais. È hoje senso comum que o BBC é espaço ímpar, com isso, tudo aquilo que é de esperar desta casa ganhou outra dimensão. Existe selecção na porta, trato com os clientes, música com assinatura e claro, espaço para arrumar a viatura com segurança no local e por tudo isto, o BBC ganhou o estatuto de puder acolher um privado Moet&Chandon, onde só brilha quem possui luz. Os sábados do BBC estão agora entregues a Mituxa Jardim, Estanas Barahona, Pedro José, Francisco Bernardes e Janica Roquete, profissionais crescidinhos, com provas dadas e que sabem o que pretendem, estão a conseguir com as suas noites “Sinners in Heaven” sábado após sábado obterem a diferença. São muitos, aqueles que querem, mais ainda aqueles que desejam, certo mesmo, é que depois de passar a porta de Paulo Drumond, respirar as sonoridades de Miguel Espírito Santo e Nebur e ainda ser a colhido por Mituxa Jardim, Estanas Barahone, Pedro José, Francisco Bernardes e Janica Roquete não quem não se sinta detentor do luxo e da diferença. Se podíamos viver sem uma Sinners in Heaven nas noites de Lisboa? Poder, podíamos, mas não seria certamente a mesma coisa.


Fot. LuĂ­s Lopes - Direitos reservados Portugalnight

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MIGUEL AMARAL

Miguel Amaral é madeirense, da Ponta do Sal, mas pela vida e musicalidade, considerado já algarvio de gema. Eleito pelo dedo de Rui Caralinda, o que por si só representa uma garantia de qualidade inquestionável, tem vindo a cumprir o percurso obrigatório das capelinhas a quem tem grandes sonhos, tendo já garantido a abertura da porta do primeiro Olimpo; o Capítulo V. Simpático, directo e de um trato cativante, Miguel Amaral é um dos nomes que vai certamente impor-se pela diferença. De que forma se fez a tua aproximação à música? Comecei a estudar música e instrumentos aos doze anos de idade. Que instrumentos tocas? Alguns, sei lá por exemplo guitarra, viola baixo e bateria. Sei que tiveste duas bandas. Queres-me falar um pouco desse espaço da tua vida? Ná talvez quinze anos atrás, naquela que foi a boa onda do punk rock na Linha de Sintra fiz parte de duas bandas.

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E que tal correu essa primeira experiência na música? Muito bem. Ainda fizemos uns valentes concertos, chegando até a abrir para os Ena Pá 200. De que forma se deu a tua transição do rock para o house? Deu-se com enorme naturalidade e como essa transição foi natural acabei por me adaptar à própria mudança. Foi um processo sem qualquer sobressalto. Fisicamente de que forma se deu essa mudança? Há já alguns anos que também fazia festas como Dj, naturalmente que na onda rock e com a evolução do próprio mercado surgem

coisas novas de que gostamos. Vamos conhecendo, ouvindo, passando e acabamos por gosto musical a fazer correcções naturais de trajecto.

outra profissão que exerci durante oito anos, mas nunca deixei de tocar. Em determinada altura apercebi-me de algumas incompatibilidades e que por muito boa vontade que tivesse, teria obrigatoriamente Actualmente de que forma defines as tuas que escolher sob pena de uma delas nunca sonoridades? ser tão bem-feita como gostaria. Sendo abrangente, diria que é house music em todas as suas vertentes. Desde o house, Falou o coração? deep house, house vocal, até ao mais Exactamente. Ao longo desses anos nunca ecléctico e tech house. me faltou trabalho como Dj, pelo que sendo De qualquer forma, nunca gostei de me essa a minha paixão, o coração falou mais definir como Dj rock, pop, house ou seja o alto. que for, trabalho para a pista e é assim que me sinto confortável. Já estás a produzir? Já. Onde actuas actualmente? Sou Dj residente do Capítulo V em Albufeira, Fala-nos um pouco do teu estilo na mas também trabalho como freelancer em produção? vários espaços. Já passei entre outros pela Como para qualquer outro produtor varia Casa do Cerro, All Joy, Mitto, etc. do meu estado de espírito do momento, mas regra geral, anda dentro do house e O Capítulo V foi a tua primeira residência muito dentro do deep house. no mercado nocturno? Não. Anteriormente estive na Casa do Cerro Já tens algum trabalho editado? em Albufeira, espaço a que continuo ligado Já editei dois trabalhos. Um EP com cinco sendo responsável pelo seu booking e onde temas pela LAD Records que passou a estar mantenho uma residência mensal. disponível no passado dia 27 de Novembro Entretanto, sei que ao longo do teu e outro, em parceria com outro Dj Produtor percurso chegaste a fazer uma interrupção algarvio que dá pelo nome de Algarve Music Moviment. Este, é um trabalho mais chill out algo longa, é assim? Mais ou menos. De facto optei por seguir e que irá sair pela mesma editora.


fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight

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Actualmente para um Dj a produção tornou-se obrigatória? Obrigatória, não creio, mas importante, certamente essencial. Podes fazer um set com músicas que te dizem muito, mas não é e nunca poderá ser a tua música. Quando passamos um tema nosso, estamos a dar a conhecer o nosso intimo e a deitar abaixo barreiras que existem entre ti e o público atingindo assim um novo limite. Fazer um tema de raiz, é como fazer uma música à nossa imagem. Repito, não é que não se consiga fazer um set à nossa imagem com a música de outros, mas quando passamos um tema nosso as coisas tornam-se ainda mais perfeitas. Damo-nos a conhecer realmente.

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Fala-nos um pouco do panorama musical deste momento no Algarve. É bom. A nível de Djs não temos muitos, pois é uma zona pequena, não tem a dimensão de uma metrópole como Lisboa, mas também graças ao Capítulo V o panorama musical actual é bom e mantém também de Inverno o Algarve num patamar bastante elevado. Deixando a vertente clubbing, tens também um sem número de outros espaços, na vertente bar, que também tentam ir por aí e contribuem de forma significativa para que o movimento exista, respire, viva. Aí nesses bares, podes tocar música para as pessoas, fazer uma linhagem de pista, pois por vezes as linhagens fazem-te fugir um

pouco daquilo que tu queres pois tens que segurar a pista. Que diferenças encontras em termos de clubes entre o Verão e inverno algarvio? Tirando naturalmente o número de espaços, que isso é por demais evidente, no Verão os clubes algarvios funcionam mais para as massas, voltamos à tal história, de teres que tentar agradar a gregos e troianos, pois tens pessoas de várias zonas do país, com uma cultura musical completamente diferente. No Inverno, tens aquele público Algarvio que está habituado àquele estilo de onda mais alternativa e que faz com que muita gente que nos visita nesse período chegue a julgar inacreditável. Pode parecer um pouco tendencioso da minha parte falar do Capítulo V, mas é a casa de referência do Algarve neste momento, é aquela que possui a cultura mais clubbing de pista. No Verão, é também única, pois tem uma moldura de clientes que ao longo do ano inteiro apenas aceita o melhor. Costumas ter actuações mais para o centro e norte do país? Sim, também, mas actualmente tenho-me mantido mais por terras do Algarve. Aderiste aos meios tecnológicos postos à disposição dos Djs? Naturalmente. Actualmente estou a trabalhar com o Traktor Scratch Pro e já antes da aparição deste último, tocava com o Serato.

Concordas com esta evolução? Plenamente. Dá-te uma margem enorme de criatividade. Se são tecnologias que estão a nossa disposição, por que não usa-las? Não achas que qualquer pessoa com o mínimo de noções consegue hoje fazer o trabalho de um Dj? Sim e não. Se deres um Traktor Scratch Pró a alguém sem grande experiência, com a tecnologia que tens ligada aquilo, qualquer pessoa te faz um set, é verdade, agora se me perguntares se a pessoa te faz um set cativante, isso aí, não é o Traktor que garantidamente conseguirá fazer. A selecção, caso não tenhas bom gosto e conhecimentos até para ler uma pista não a irás conseguir fazer. A interacção com a pista, o Traktor também não faz por ti. Brincadeiras, subidas, descidas, efeitos, etc, também não. Isto é um mundo. É um facto que facilita e simplifica meia dúzia de coisas, o que é bom, pois permitenos dar largas à imaginação noutras. O que é actualmente essencial para seres um bom Dj? Acima de tudo é a empatia que crias com o público que está à tua frente. Se não conseguires comunicar com eles, nem que eles comuniquem contigo, tudo e em vão. Sabemos que actuaste recentemente na Rússia, como e que isso surgiu? Foi através de um daqueles dinossauros da


51 música de dança nacional, o Bruno Marciano, que é uma pessoa que admiro bastante e com quem mantenho uma relação de amizade há já muito tempo. O Bruno esteve lá e achou que se havia um português a recomendar seria eu. Tens certamente noção, que no país temos sofrido bastantes alterações em termos artísticos. Temos evoluído de um House muito ecléctico e melódico, para um House, digamos que mais electrónico. De que forma tens acompanhado essa evolução? O nosso país tem evoluído como qualquer outro país da Europa. O que é certo, é que o nosso país se manteve muito tempo ligado ao chamado Iberican Sound, àquele house mais cantado, mais clubbing, etc, mas a evolução é inevitável pois no resto da Europa tudo funciona muito assim, na vertente electrónica. Daí eu ser convidado para ir a Rússia, pois presentemente estão a adoptar uma cultura mais clubbing e dizse, que os Djs Portugueses são dos Djs com cultura mais clubbing da Europa. Consideras então que o nosso país tem algum requinte em termos musicais? Considero que o nosso país tem imenso requinte musical. Pela experiência que tenho que ainda é curta, acho que somos dos países que têm maior requinte musical, sem dúvida. Compara-nos neste momento em termos musicais ao resto da Europa? Vejo Portugal como aquele país com aquele house cantado e refinado, enquanto o resto da Europa anda numa onda mais pesada e electrónica. Fala-me um pouco de clubes por onde gostasses de passar. Há vários, mas aqueles por onde qualquer Dj gostaria de actuar, o Lux é aquela casa espectacular onde podes tocar aqueles discos que não tocas em mais lado nenhum, depois há o Capítulo V, mas já lá actuo frequentemente e também é uma casa de que gosto muito e a seguir há outras tantas, como o BBC, Hit Club e se calhar o Act.

de que aquilo que é comercial é mau. Não e necessariamente isso. Agora, quando é ouvido e tocado em excesso deixas de permitir que certas músicas de qualidade sejam ouvidas.

pessoas são receptivas. O Capítulo é uma casa um bocadinho diferente e embora seja residente e represente a casa, é uma residência mensal, o que me dá uma margem de manobra um pouco diferente.

Um tema passar numa rádio líder de audiências torna-o comercial? Actualmente qualquer pessoa ouve muita rádio e aceitando eu que há temas que passam em excesso, isso acontece certamente por que as audiências assim o ditam. Embora essa seja uma área que nem me diga muito respeito, é verdade que os Djs criam aquela ideia de que este e aquele tema são comerciais por passarem nas rádios. Acho que é tudo uma questão de educação, pois é possível ouvir comercial com um pouco mais de qualidade.

Como é que achas que vai estar o nosso panorama daqui a 5 anos? Não creio que vá existir grande diferença perante o actual. Continuo a ver a música comercial para ficar de armas e bagagens. Há cinco anos atrás tu tinhas uma geração que eram as pessoas que ouviam música de dança, etc, mas vinham com um background muito diferente. Actualmente tens miúdos de 18 e 19 anos que quando começaram a ouvir musica, foi a ouvir o “Bob Sinclar” e para eles, a música generalizou-se nisso. Eu levo uma bagagem completamente diferente, pois desde miúdo que oiço os discos que eram do meu pai, tais como Dire Straits, Led Zeppelin, Deep Purple, etc...

Não raras vezes a culpa do panorama actual é entregue aos Djs residentes. O que pensas disso? Antes de mais, um residente trabalha para uma casa e o proprietário desta quer ver o seu negócio vingar até por as coisas não estarem fáceis e não que se procedam a experiencias, há uma linha a seguir. Como o residente está ali todos os fins-de-semana é fácil culpa-los disto e daquilo, mas é um trabalho ingrato, pois o cliente habitual de uma casa sabe ao que vai e sabe o que espera do residente semana após semana. Como freelancer, és convidado, o público vai lá para te ouvir e se tiver uma abertura mínima, se tu fugires daquilo que o residente toca, o público diz o gajo tocou uma onda muito boa, foi muito fixe. Se o residente o fizer, as pessoas na sua maioria dizem; o gajo está maluco! Viram costas e saem porta fora. O trabalho de um residente é uma arte de difícil gestão, até por ser quem está mais à mão para levar com as criticas do sucesso ou insucesso. De norte a sul os temas que batem, são os que se ouvem nas pistas. O que tens a dizer disso? O trabalho do Dj não é chegar e descarregar musica,é também tentar educar um pouco as pessoas. Agora se chegares a uma casa com a mania que és intelectual e passares apenas aquilo que achas ser bom, candidataste a ficar com a pista vazia e esse não é o objectivo de nenhuma noite, nenhuma casa e nenhum Dj. Há que ir educando as pessoas, sendo com Djs residentes ou não, mas tudo o que são excessos geralmente acabam mal.

E quais são os teus artistas de eleição? O Diego Miranda, que deu agora um passo gigantesco, mas pronto, para me tornar repetitivo, como qualquer um te vai dizer, o Vibe, que já tem um estatuto completamente diferente devido aos seus anos de carreira e sucesso e depois, os meus amigos King Bizz e Tabuada. São os meus djs de eleição, mas não necessariamente os melhores e isto não Como Dj residente do Capítulo V tens o ferindo susceptibilidades a ninguém. trabalho facilitado, pois pode-se afirmar O que e que tens a dizer sobre a musica que ali podes tocar aquilo de que gostas. Como vês a aderência das pessoas à tua comercial em si? Tem a sua qualidade e não ponho em causa música? quem a ouve, em tão pouco faço como Até ao presente, a adesão tem sido muito muita gente faz, que é criar aquele rótulo boa, pois eu toco as coisas que sinto e as

Como Dj apanhaste as míticas noites tanto da Kadoc, como da Locomía? Apanhei, mas como cliente. A Kadoc já apanhei numa altura descendente, mas a Locomía, apanhei-a mesmo no auge. Foram momentos únicos onde passaram por lá todos os mais importantes nomes da dance scene mundial. Aquelas festas carismáticas ate às 4, 5 da tarde, Vibe a tocar as 11 da manha à beira da piscina, com o Oceano Atlântico ao lado, momentos inesquecíveis. Consideras que o Algarve nos últimos anos tem sofrido algumas alterações, ou seja, para alem de todas as discotecas que existiam, apareceram os chamados clubes de Verão. De que forma se alterou o panorama? Tudo tem as suas coisas boas e coisas más. Tem coisas boas para o turismo no Algarve, que e óptimo e movimenta muito mais pessoas, mas passaram realmente aquela rasteira aos clubes que trabalham o ano inteiro e o resultado está à vista. O Algarve não e só Verão, mas felizmente há mercado para todos, apesar de não ser uma concorrência muito justa. Chegam ali de armas e bagagens, montam a tenda menos de um mês, enchem-se de pessoas, muitas presenças, etc. A seguir fecham e vão-se embora e nós continuamos o ano inteiro a funcionar, a pagar as contas, mas isso é uma área muito polémica para me pronunciar. Mas concordas com esses clubes? Com conta, peso e medida concordo, já que dinamizam muitas zonas que não têm dinamismo e trazem mais gente até ao Algarve. O Sasha por exemplo, dinamizou muito Portimão que era uma zona onde o mercado não estava virado para a noite. O Faces dinamizou muito Vilamoura, pois apenas ali funcionava a Black Jack. Agora, é claro que as casas saem prejudicadas, pois são produções grandes que trazem nomes grandes e que só trabalham por um


mês. Possuem margens de manobra muito diferentes de uma discoteca que trabalha o ano inteiro, até em termos de patrocínios. Comenta-se que os Djs algarvios possuem uma magia diferente. Perfilhas dessa opinião? Se acham isso fico orgulhoso. Sou madeirense, mas morei só até aos três anos na Madeira e considero-me um pouco algarvio. Eu, o China, Pete Tha Zouk e o King Bizz, somos pessoas que criaram uma tradição num género musical que se sente ser realmente diferente. Não é melhor, nem pior, é realmente diferente. É quase regra, que os Djs do Algarve são bem recebidos nas pistas de todo o país, o que raramente acontece com Djs do norte. Tem a ver com com as sonoridades ou algo mais? Pode parecer um pouco tendencioso, mas no Algarve as pessoas estão muito habituadas a música de qualidade, não necessariamente ao barulho ou ao comercial. Um bom exemplo é o King Bizz que esteve muito tempo ligado ao Capítulo V, com aquele seu requinte, o Zelito, que nos primórdios ajudou a fazer o Capitulo também ele com um estilo muito requintado. Ali, o patamar é mesmo o da qualidade. Consideras-te versátil? Isso é um dos elogios, que por onde passo tenho granjeado. Até ver, considero-me um Dj bastante versátil, com uma boa leitura de pista e principalmente realista. O que estas a pensar para o futuro? Ando a trabalhar em mais coisas e tenho esse projecto de que falei que é o Algarve Music Movement, com outro produtor, o Carlos Mantilhas, pessoa que também andou por Espanha uns anos e agora retornou ao Algarve. Temos esse projecto e queremos torna-lo numa onda mais Deep House, Chill Out e ate mesmo para novos produtores do Algarve, pois queremos fazer uma Record Label.

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O que é uma noite para ti? Tem que passar por um bom Deep House e clássicos, mas para isso tem que ser numa uma pista que perceba o nosso trabalho, com uma faixa etária um pouco mais elevada. Tens Djs com quem gostes especialmente de partilhar a cabine? O King Bizz, o Tabuada e o Diego Miranda, cada um no teu estilo. Não achas que esta na altura de dares o salto? Hoje em dia para dares o salto tens cada vez mais que ser produtor e esse é um caminho que ainda comecei agora. O simples Dj esta um pouco banalizado. O que fazes nos teus tempos livres? Música e muito desporto.


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breves djs

breves djs Pedro Cazanova

Miguel Rendeiro

Pete Tha Zouk

Carlos Fauvrelle

Diego Miranda

Pedro Cazanova, é um dos nomes que irá terminar 2009 com razões para sorrir. Depois de abrir a porta grande às produções nacionais através do hit “Selfish Love” que mudou definitivamente Portugal, Cazanova tem já no mercado o seu segundo tema, desta feita baptizado de “My first luv”. Dj clubbing de sempre, até por possuir uma formação baseada em after hours, Pedro Cazanova estranhou as massas mas tem vindo a adaptar-se. Se a aceitação do tema “My first luv” for idêntica ao sue primeiro hit, pode e deve acreditar que nasceu para voar.

Miguel Rendeiro será dos nomes nacionais aquele que tem vindo a crescer de forma mais gradual e sustentada. Tendo contra si a paixão pelo alternativo, nem sempre do agrado das massas, Miguel Rendeiro, conseguiu para já estender o seu universo de influência musical um pouco mais a sul, situação que não lhe conferindo ainda o direito de se considerar Dj de influência nacional lhe confere obviamente fortes razões para sorrir. À parte das suas prestações e conquistas, Miguel Rendeiro é hoje ainda um nome que representa um alinhamento e exactamente por isso, já possui um séquito de seguidores que jamais o largarão.

Pete Tha Zouk, é dos nomes que neste ano de 2009 mais força perdeu em Portugal, em compensação, está a cumprir o sonho de rolar fora de portas, situação que naturalmente será de regozijo para o próprio, já que em prol deste sonho abdicou de algumas das coisas mais importantes da sua vida. Um pouco na linha da tentativa do ressurgimento, Tha Zouk, irá lançar brevemente no mercado em parceria com MasterCris e Abigail Bailey o seu tema “I am back again” que não sendo feliz no baptismo, conta com a prestação de Abigail Bailey e só isso, é um passo de gigante. No Brasil já mexe e esse é realmente o sonho de todos, com esta força apenas alcançado por Tha Zouk.

Carlos Fauvrelle, é um dos nomes que optou por entrar no mercado nacional via lógica internacional e o certo, é que a sua agenda já impõe respeito e mete em sentido o burgo. Depois de um ano em que viajou mundo fora a cumprir calendário nalguns dos melhores clubes do mundo, Fauvrelle encerra 2009 e entra em 2010 a actuar respectivamente em Miami, Sto Domingo, Puerta Vallarta, Las Vegas, Rio de Janeiro, Salvador da Bahia, Rio Grande do Sul e Seoul o que naturalmente lhe confere o direito e estatuto ímpar. Sendo certo que a entrada no mercado nacional levará os seus anos, é por demais evidente que quando tal acontecer será de forma avassaladora, é que com uma agenda destas, Portugal tem que ficar em sentido.

Diego Miranda, foi indiscutivelmente o nome que mais trepou neste ano de 2009. Tendo tido a arte e engenho para apanhar com o tema “Ibiza for Dreams” a explosão, tem a seu favor o facto de como Dj, onde chega, Diego vence e vira as pistas de pernas para o ar essa tem sido a maior razão para o seu sucesso; tem o público consigo. Numa altura em que também se prepara para lançar dois novos temas para o mercado mainstream, Diego Miranda, continua a não abdicar de trabalhar para o mercado alternativo – ou não fosse o resistente do X-Club - situação que lhe está naturalmente a conferir fortes apoios fora de portas. Se os seus novos temas cumprirem, será imparável.

Dj Vibe

Contra tudo e todos, Dj Vibe encerra 2009 a reinar e quase nos atreveríamos a afirmar que é de todo intocável, não pela carreira, pela música, pela presença ou qualquer outra situação. No somatório, Vibe é Vibe e exactamente por isso, sem agências e apenas com o seu fierl escudeiro Miguel Marangas, Dj Vibe, continua a ser o mais internacional dos Dj portugueses, não sendo por acaso, que é o único a figurar ano após ano nos tops mais afamados de Djs mundiais. Sempre igual a si mesmo, Dj Vibe onde chega faz a diferença. Sendo certo que as suas exigências são difíceis de cumprir – isso não é o normal no melhor? – meio Portugal continua a afirmar que este é o Dj que dá mais lucro e quando assim é, os arautos apenas têm que enfiar a viola no saco. 2010? Bem, será sempre igual ou melhor que 2009.


Pátio Cidade FM

Reinou

nas noites da

GOLEGÃ

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m sexta-feira gorda passámos pela Golegã, onde no Pátio Cidade FM actuou o Dj Diego Miranda, uma das novidades desta famosa Feira do Cavalo que mexe com a grande Lisboa ao levar dia após dia até si verdadeiras multidões, que por entre cavalos, compras, jantaradas e festas passou a não perder uma. Até à data, pela Golegã, Doce, Quim Barreiros e companhia foram quem desde sempre imperou, pelo que o risco assumido pela DotGlobal de António Melara Dias, Jorge Mendonça Carrão e Diogo Marques em fazer levar à Golegã um dos melhores Djs nacionais, foi no mínimo, o elevar a bitola a um patamar nunca antes visto, ao mesmo tempo que representou um risco para Diego Miranda, já que mudar hábitos e tradições é uma arte só permitida a alguns. Na senda daquilo que aconteceu ao longo de uma semana nesta Pátio Cidade FM da Golegã, a DotGlobal, teve direito a mais uma lotação esgotada, o que para além de ser uma alegria para as hostes, terá sido também um excelente sinal para Melara Dias, que viu assim a sua mola esticar para a reentrada prevista nas noites da capital pela mão de João Magalhães e em confronto directo com a sua tribo de sempre. Sem preconceitos de qualquer estilo, que não o de fazer a festa, miúdos e graúdos fizeram desta noite um hino com Diego Miranda, a cortar a fita e a sair pela porta grande, mostrando que por estes lados é possível vir a fazer muito mais que o brejeiro. Prato forte deste Pátio, foi a presença de José Cid que ao melhor estilo do vinho do Porto imperou, mostrando a quem quis ver que mercado existe, paixão também, basta querer que as grandes noites aconteçam.


Fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight

GolegĂŁ_

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VI

ANIVERSÁRIO

DA ACT

COM ASSINATURA DA BEST MODELS

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discoteca Act no Porto comemorou seis anos de vida. Casa grande da cidade, até por ser encabeçada por Cristiano Barros, um dos gurus nortenhos, esta noite teve início com um cocktail de sushi assinado pelo sushi men do XIS que naturalmente foi do agrado dos presentes. Em noite de velinhas, a Act contou com a festa de Natal da agência Best Models que se traduziu desde logo na presença de setenta manequins, situação que não deixou ninguém indiferente, já que são desde logo bem visíveis à vista desarmada. A noite teve início com o residente da Act, seguindo-se a cantora e dj Abigail Bailey que para gáudio de Cristiano Barros, ao invés de tocar as tradicionais duas horas e trinta minutos, assinou quatro horas de música. Segundo Cristiano Barros, “passaram pela Act Porto mil e quinhentos convivas, que para quem conhece a casa e sabe que é uma das maiores do Porto esteve muito bem composta ou por outras palavras bem cheia como as fotos podem comprovar”. Eis a Act cheia de força no seu sétimo ano de vida.


fot. Paulo Araujo - Direitos reservados Portugalnight

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COMPANHIA COVILHÃ EM SEXTA DE OURO

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isitamos a discoteca Companhia na Covilhã, espaço que depois de ter mudado de gerência, foi reconstruído e como resultado, não só tem feito desfilar o que existe de melhor mundo fora em termos de nomes, como em termos nacionais, a festa repete-se, ou não estivesse o Booking da casa, nas mãos da Mellow Management de Miguel Marangas. Desta feita, o convidado deu pelo nome de Diego Miranda e para não variar e mesmo sabendo-se que as sextas-feiras da cidade andam em baixa, a Covilhã, repetiu aquilo que Diego Miranda tem vindo a provocar em tudo o que é espaço por onde passa; casa lotada, grande ambiente e festa até de manhã. A noite teve início com um warm-up de Eddy Ferrer, que diga-se, roçou o genial já que soube colocar a casa no ponto sem necessidade de qualquer vaidade bacoca, seguiu-se Diego Miranda, com o set característico embora nesta noite um pouco mais forte e por fim, River Deck que veio com ordem para matar fazendo o que restava da casa vir abaixo. Pelo meio, Liliana, senhora de uma portentosa voz, deixou meia casa de boca aberta ao acompanhar alguns temas de todos que fazem sempre a diferença ou não andassem diariamente de boca em boca. Dos grandes nomes que já passaram pela Companhia Covilhã, Diego Miranda entrou indiscutivelmente na galeria dos notáveis não se limitando a ter uma casa cheia para o receber, fez a festa.


fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

Companhia Club_

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MORCEGO DEU

FESTA NA

S. CLUB

DE CASTRO VERDE

fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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última noite de Novembro foi vivida no S Club em festa, tratou-se de mais uma fantástica visita do morcego, desta feita, acompanhado pelos Djs Miguel Rendeiro e Jackspot. Uma vez mais de forma espampanante o morcego da Bacardi Martini Portugal fez-se anunciar e como é sabido, quando isso acontece, os sinos têm por norma seja onde for, tocar a rebate, aglomerando-se a party people na ânsia da magia da festa. Desta feita, o S Club de Castro Verde esteve algo atípico, começou cedo e baixou de ritmo antes da hora coisa que para quem segue estas festas não deixou de causar estranheza, sendo no entanto de registar que enquanto durou, mexeu. A noite teve início com o Dj Jackspot, valor que há muito deixou de ser uma promessa para ser uma certeza com data de explosão próxima, sendo até justo afirmar, que esta Bacardi Clubbing Tour 2009 tem-lhe dado algum do calo e mediatização necessária necessário ao sucesso. Seguiu-se Miguel Rendeiro, um dos nomes grandes do panorama nacional que manteve o ritmo, aplicou a sua fórmula e com isso proporcionou a festa ao morcego da S Club de Castro Verde. Por entre morcegos, óculos de noite, boa música e a movida da zona, a Bacardi voltou a carimbar a sua passagem e se esta não foi de facto uma das melhores festas da marca, foi essencialmente fruto de ter conseguido nesta sua tour um conjunto de noites que muito dificilmente o mercado irá esquecer. Conseguir magia numa noite é aquilo que todos procuram e coisa rara de acontecer, faze-lo um sem número de vezes seguidas é uma arte apenas disponível a poucos, muito poucos.


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GOSSIP

Lisboa dá segunda enchente com Hi-Tech2 e Solid Grooves

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epois de ter aberto as suas portas com a Universidade Nova na noite quinta-feira, a Gossip fechou na noite de sexta-feira, 4 de Dezembro para ajustes, reabrindo novamente na noite de sábado - espera-sequepor muito tempo - com osDjHi-Tech2eSolid Grooves. Liderada por Daniel Mantinhas, uma das figuras menos mediáticas mas de maior retorno absoluto do grupo, a Gossip, localizada na antiga discoteca Queen`s Lisboa trouxe uma lufada de ar fresco à cidade, que só não foi maior, fruto dos suas cabeças se terem encolhido no que diz respeito a obras na fachada. Casa cheia e gente muito bonita, no fundo, aquilo a que Frederico Rocha nos habituou ao longo dos anos, fazem desde já antever que Lisboa reformulou pomposamente a sua maior pista e está completamente empenhada em fazer dela o epicentro dos grandes acontecimentos. Para esta segunda noite de Gossip Lisboa, Daniel Mantinhas, Eduardo Carvalho da Silva, Frederico Rocha, João Figueiredo, Zé Paulo do Carmo e Duarte Ribeiro apostaram essencialmente em deixar o cunho daquilo que pretendem vir a fazer, dando mostras que mesmo com uma gigantesca pista,a ideia é seleccionar. Um privado apenas para quem pode adquirir uma garrafa ou é motivo de verdadeira distinção pública é naturalmente um passo em frente na oferta da noite nacional, até por a ideia assentar conceitos bem definidos. Temos casa e uma equipa de ouro, agora falta apenas trabalho e assiduidade!


Fot. Ivo Bacelar - Direitos reservados Portugalnight

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VESPAS

Funchal

Assinam pleno com

PORTUGALNIGHT

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discoteca Vespas no Funchal, optou por encerrar o sue mês de Novembro com chave de ouro, fazendo voar até à ilha da Madeira a Portugalnight para mais uma festa de promoção ao CD Portugalnight “Lodestar” que desta feita teve como Dj convidado um dos nomes mais esperados na ilha; Diego Miranda. Como seria de esperar, até pelo facto do reforço emprestado ao Portugalnight por uma noite ser muito provavelmente o nome que mais cresceu neste ano de 2009, a enchente foi completa e deu-se desde bem cedo, permitindo à Vespas mais uma de tantas noites de ouro. Recebidos de forma fantástica por Emanuel e Jota Rebelo, as Vespas fervilharam através de um público balanceado para a festa e curiosamente, conhecedor como poucos de música de dança. Embora esta fosse uma noite Portugalnight, será justo afirmar que coube ao tema Ibiza for Dreams de Diego Miranda lugar de destaque, tendo este Dj produtor aproveitado para apresentar publicamente os seus dois novos temas que não estando ainda editados, estão completamente enquadrados nas pistas pelo estrondo que provocaram. A Madeira é desde há muito um caso à parte, lentamente tem-se vindo a transformar num planalto da música de dança, não espantando pois que de forma inesperada as Vespas acabassem por receber ainda nesta noite um live act tão fantástico como inesperado por parte do MC Virgul dos Da Weasel. Casa super lotada, tudo em festa e uma alegria contagiante no ar, criaram um clima de festa efervescente verdadeiramente mágico. Eis as Vespas Funchal a fundo, magnifico!


fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight

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Breves Marcas A WDB Management, agência que dominou o mercado nacional até há poucos anos atrás, revelou algum crescimento ao longo deste ano no mercado nacional, ao mesmo tempo que conseguiu posicionar-se de forma bastante interessante na sua filial brasileira. Em termos de gestão de carreiras, a WDB parece ter ficado alguns furos abaixo do esperado, já que com Pedro Cazanova a reinar ao longo da maioria dos meses de 2009, seria de esperar um crescimento bem mais eficaz. Para 2010, até pelo facto de Pete Tha Zouk parecer estar interessando num regresso de rompante, a WDB Management pode vir a escalar mais alguns degraus no mercado.

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A Connect de Miguel Rendeiro, tendo começado a correr por fora e principalmente posicionando-se num mercado de nomes e música mais alternativo, conseguiu conquistar uma posição interessante, já que, acabou por encontra a Ofir Prod às cordas quando nada o fazia prever. Tendo naturalmente Miguel Rendeiro a cabeça da agência, a Connect conta ainda nas suas fileiras com os Buraka Djs, Frank Maurel, Freshkitos, Magazino, Nuno Di Rosso, Overule, Pedro Tabuada e Rita Zukt, nomes que por si dispensam de qualquer apresentação. Para 2010 é de acreditar num crescimento desta agência, que está a revelar uma forma bastante interessante de gerir carreiras pois nem sempre é fácil colocar muitos tigres no memso saco.

A Heart&Soul,líder do agenciamento de Dj em Portugal, irá terminar mais um ano de forma francamente positiva, já que para além de ter trazido até nós alguns dos nomes mais importantes do circuito mundial, viu ainda a sua dominância crescer fruto da aposta no mercado da animação e da produção. Estrategicamente bem posicionada, a Heart&Soul a manter o ritmo com sustentabilidade irá certamente ter um ano de 2010 dentro da mesma linha, situação que pode vir a torna-la num dos gigantes da animação em Portugal.

A marca de whiskey Jameson, em termos de imagem e eventos de marca, termina 2009 numa posição bastante confortável. Depois de alguns eventos em que por uma ou outra razão ficou sempre a sensação de não ter sido conseguido o pleno, a última festa do ano desta marca andou muito próximo daquilo com que todos sonham. De conceito bem tolhido e produção agradável, a Jameson trouxe até Portugal alguns nomes que dificilmente poderiam ser apresentados de forma tão intimista e embora como dissemos, a sensação do “aquém” tenha existido, Sven Vath atirou a Jameson para a galeria dos imrtais.

Uma vez mais, Bacardi Martini Portugal conseguiu através da sua já famosa tour agitar Portugal de lés a lés e embora em termos de comunicação a mesma tenha sido profundamente alterada, os resultados acabaram a falar por si. Na memória de todos ficarão meia dúzia de festas do morcego, onde a task-force da marca conseguiu obter magia no ar, situação que todos procuram e só muito raramente acontece. Numa altura em que se começa a desenhar o ano seguinte, é por demais evidente que as apostas feitas por Pedro Santos se revelaram maioritariamente ideais, o que em ano de crise é de reconhecer e aplaudir.

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