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fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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Foto do mês
4_ Editorial 7_ Stars 8_ Moments 14_ Casino Estoril 16_ Jézebel 21_ Preto & Branco 22_ Kapital 24_ Entrevista MastikSoul 32_ Art - Festa da Aviação 34_ Lollipop 36_ Twins Porto 38_ Twins Lisboa 40_ Eskada 42_ Kiss 44_ Party People 46_ Capítulo V 48_ Entrevista - Zé Black 54_ Crisfal + Lx Factory 56_ In Seven Seas 58_ Opart 60_ Automoveis 62_ Breves djs 64_ Guia Portugal 5 estrelas
editorial
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Falar de Barak Hussein Obama é-me nesta altura de todo obrigatório. Embora nada tenha de novo para acrescentar ao muito daquilo que todos os experts na matéria têm vindo a proferir, sinto o dever para comigo mesmo de o fazer. Primeiro, pelo somatório da história americana que tanta influência tem neste mundo, por outro, pela forma inequívoca que lhe conferiu o carisma de um predestinado e por fim, pela esperança de mudança que creio deveria servir de exemplo mundo fora. Ao contrário de mais do mesmo, surgiram novas ideias, novas pessoas, e garantidamente história. Em vez da tradicional batalha pelo podre, a ideia de ser possível prosseguir pelo positivo, pelo crescimento, pelo assumir a capacidade de fazer mudar, mexeu com um país e rapidamente alastrou ao mundo. A pergunta que deveria surgir, principalmente na Europa, é se tal alguma vez poderá acontecer por cá… rapidamente concluímos que não. A América, goste-se ou não dela, conseguiu agora através da sua política rejuvenescer-se voltando a ser exemplo, ao invés desta Europa, que se revela senhora da história mas que é de dia para dia de um cinzentismo verdadeiramente atroz. É claro, que Barak Hussein Obama não é Deus e nunca será, irá cair como qualquer homem e por certo levantar-se, terá que ser bem protegido se quiser uma vida longa e feliz, mas já mostrou que sim, que basta crer e conseguimos mudar. Previsivelmente, não faltam escribas a denegrir, não se sentir a ausência de grupos de Judas junto a si, mas isso, são as características daquela democracia, que também terá que moderar a influência dos seus lobbies para se conseguir impor. Com os noticiários a encharcarem do princípio ao fim a medula dos terráqueos nacionais com calamidades, crimes, desgraças e anormalidades, Barak Obama, será garantidamente a luz para todos aqueles que daqui a quinhentos anos estudarem o que se passava em 2009 e para isso, recorrerem aos eruditos telejornais desta nação. Dos comentários que os convidados em estúdio vão proferindo, não vale a pena fazer comentários. Ao melhor estilo dos mais afamados comentadores de futebol do burgo, conseguem afirmar peremptoriamente tudo aquilo que ninguém vê, lá está, é o tal sistema do mais do mesmo a funcionar, em que um qualquer comentador assalariado, ou afamado “paineleiro” como já foram apelidados, nos tenta diariamente fazer crer que o mundo é quadrado. Pessoalmente, gosto de Obama, é certo que foi um amor à primeira vista, mas como nunca acreditei que os interesses instalados o
Editorial_
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deixassem ali chegar, essencialmente por os USA não serem o sonho que muitos julgam estando até minados de problemas como pobreza e desrespeitos, optei por ser um espectador atento e expectante, mas desde logo feliz pelo facto dos jornais deste mundo e do outro trazerem um pouco de alma e novidade às suas tradicionais desgraças mundanas. Obana, é um original. É uma força, que repito, sem ser Deus, possui indiscutivelmente alma para mudar o seu mundo e isso, não só lhe confere a distinção de ser um caso à parte, como pela força que possui, irá obrigar a que muitos dos boys cinzentos se reformem, abstenham, desapareçam, evaporem-se. Por cá, continuamos a nada aprender. O diário de bordo da nação continua a viver de momentos mundanos, criminologia e disparates numa altura em que sermos pequenos, poderia, se não mesmo deveria, aligeirar-nos o fardo das missões impossíveis em que em vez de deixarem um Ministro em paz, para no melhor que sabe fazer aquilo para que foi nomeado, governar, querem fazer dele um Zandinga ou pior ainda, quando se propõe o óbvio, mas que por vir da oposição é para chumbar. Será isto normal? Portugal – já não falo da Europa, pois Bruxelas, cada vez mais gorda e anafada é também cada vez mais burocrática, lenta e até irracional – será obrigada a mudar! a começar pelas pequenas coisas e garantidamente, que num único mandato o povo sentirá toda a diferença, como o regresso dos cereais nacionais. Sendo certo que hoje, amanhã e depois haverá mais do mesmo, sinto orgulho em afirmar que o mercado nocturno nacional, embora ciente da crise e dos problemas conjunturais foi quem primeiro se soube mudar, adaptar-se, investir e acreditar e é hoje um exemplo que só não é devidamente destacado, por a noite, essa noite que todos amam e todos temem, possuir a carga negativa que meio mundo lhe quer sistematicamente reconhecer. Por fim, dois apartes, que nada têm a ver com nada e tudo têm a ver com tudo; 1- Adorei ver Obama a bailar noite fora de festa em festa. 2- Dedico esta nossa capa a todos os meus amigos que ao longo dos anos me têm dito terem sido vítimas de racismo, mesmo que encoberto. Lei e ordem são uma coisa, racismo é outra.
Miguel Barreto Miguelbarreto@portugalnight.com
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magem
Dj John Revox Janeiro 2009
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Moments
Rumo ao Art
Rumo à missa
Rumo à festa
Rumo ao luxo
Rumo ao Algarve
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Rumo à vida
Rumo ao Olimpo
Rumo ao ratata
Rumo às estrelas
Moments_
Rumo ao Sol
Rumo às flores
Rumo ao barril de pólvora
Rumo ao surf
Rumo à história
Rumo ao Monopólio
Rumo ao Brasil
Rumo ao céu
Rumo ao gig
O Mundo Azul Todas as imagens e palavras que aqui leu, são uma pura miragem, baseada na útopia de um monstro verde inexistente. Todos os comentários a esta inexistêntcia, devem ser remetidos para a lua, via CTT, com a frase, “faça-me uma chamada de valor acrescentado a pagar no destino”, seguido do seu número de telemóvel.Em caso de aflição, sorria, está a ser fotografado(a) pela câmara de um marciano felpudo, que disto nada sabe, que daquilo nada diz e daqueloutros nada viu
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RealShaker
J
oão Magalhães entrou como seria de esperar numa guerra interior verdadeiramente complexa.Tendo como obrigação defender e preservar os interesses do empresário João Menezes, Magalhães, tem para com a equipa de trabalho que liderou até começar a exercer as suas novas funções, ligações, que nem sempre serão coincidentes com os objectivos traçados pelo “boss” e que garantidamente o estão a fazer viver entre dois amores.Pêndulo que sempre solucionou as mais variadas situações nos bastidores, João Magalhães, terá agora que abertamente começar a tomar o partido de Menezes para poder liderar e essa, é uma situação que lhe vai garantidamente tirar o sono.Para já, o BBC Lisboa superou o impacto da reviravolta no mercado, agora quer-se trabalho.
J
oão Figueiredo, Zé Paulo do Carmo e Duarte Ribeiro são os nomes que agitaram o final do ano passado através da sua passagem do BBC para a Kapital e que a esta hora não haverá ninguém que não afirme serem muito melhores do que o esperado. Possuidores de conceito e lideres de opinião de uma massa de gente bonita que todos querem nas suas festas, o trio Kitsch funcionou para João e Gonçalo Rocha, como a razão de continuar a fazer coisas.Para já a Kapital está imparável, o ritmo imposto vai para próximo dos seus melhores tempos e tendo em conta que o tempo passa e as pessoas mudam, estão a fazer história.
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M
ituxa Jardim, sempre de agenda cheia, continua a fazer a diferença quando passa. Mantendo a sua posição no projecto Nikki Beach, que este Verão promete ir um pouco mais além, Mituxa, é agora na companhia de Pedro José e dos irmãos Estanas Barahona cabeça de cartaz do último piso da discoteca Kapital Lisboa. Com uma capacidade de trabalho notável, Mituxa Jardim promete desta forma assinar mais uma temporada na linha da frente, até por ser Senhora de um curriculum de que muito poucos se podem orgulhar.
M
ário Lopes é o nome que está na ordem do dia na capital. Depois de uma saída intempestiva do Art Lisboa e de uma passagem relâmpago pela The Loft, Mário Lopes criou com Olivier as Glamorouse Parties que têm lugar uma vez por mês no restaurante Olivier Avenida do Hotel Tivoli e surge agora com igual conceito nalgumas das quintas-feiras do requintado Silk Lisboa.Embora a ideia seja a de não produzir semanalmente este evento, o mesmo está a abanar os alicerces do mercado fruto do seu conceito que perfilha essencialmente ideias como sejam sofisticação, selecção e classe. A conseguir manter a pressão face às solicitações naturais do mercado, Mário Lopes tem na mão o ovo de Colombo.
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é Gouveia assumiu finalmente sozinho o W Lisboa e verdade seja dita, alguma coisa está a mudar, a começar pela vontade e paixão com que se nota a aplicação deste W Lisboa. A ideia que fica, é a de que o W Lisboa, deixou de ser a cadeia de montagem de uma boa marca, para se dedicar à confecção de forma requintada e pessoal.Mantendo as suas quartas-feiras de sempre como bandeira única da cidade, este W de última geração tem agora às sextas a sua Oldfriends que através dos ritmos das décadas de 70, 80 e 90 está muito giro e os seus sábados, estão finalmente a mexer.Quanto aos domingos, uma noite histórica da casa, Zé Gouveia, há muito que deveria ter aceite mesmo que temporalmente encerrar a porta para agitar.Sozinho, mas pela sua cabeça Zé Gouveia está a crescer. É a forma dura de o fazer, mas mais vale entre amigos que perante um bando de lacaios bajuladores.
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elga Barroso e Luís Magone lançaram e bem as suas sextasfeiras no Lollipop Lisboa, tendo inclusive sido quem assumiu desde a primeira hora o risco da novidade. Apostando tudo no minimalismo que parece agora começar a inundar Lisboa, encontraram na produção uma forma de fazer diferente, situação que lhes está a conferir o mérito de dentro do mesmo serem realmente diferentes. Como o saber não ocupa espaço e a utilização do mesmo faz parte do ser humano, Helga Barroso e Luís Magone conseguiram agora tirar Arcanjo Ratibo da sua vidinha o que lhes confere a capacidade de mudar inovando. Será que alguém se irá espantar, se muito em breve esta dupla também conseguir convencer José Manuel Trindade a regressar nem que seja por uma noite?
RealShaker_
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uarte Félix da Costa e Bernardo Mexia aceitaram o repto de fazer crescer a moda das quintas-feiras em Cascais, mais concretamente no VanGogo. A ideia, gira de forma empírica rapidamente se tornou numa dor de cabeça. Para o fazerem, Duarte Félix da Costa e Bernardo Mexia teriam que cortar com algumas rédeas sendo obrigados a pensar pela sua própria cabeça e tendo por companhia, apenas os amigos de sempre.O risco elevado, rapidamente se tornou moda e os dois amigos, apenas podem hoje encontrar razões para sorrir já que a diferença tem vindo a acontecer quinta-feira após quinta-feira.
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onçalo Antunes, foi o nome eleito pelos magos para encabeçar as quintas-feiras do Lollipop.Tendo por companhia Carolina Ceia, Madalena Mexia, Maria Kadic e Vera Aranha, Gonçalo Antunes está a conseguir caminhar como bar, sentindo depois sérias dificuldades em manter os seus convidados após as três da manhã,situação que sendo benéfica para a Kapital,BBC e Paradise Garage, não será certamente o pensado. Curiosamente, os “patrões” da casa, por conveniência ou não, optaram por deixar andar ao invés de dar a Gonçalo Antunes a possibilidade de reforçar a sua equipa o que não deixa de ser curioso, já que este promotor tem vindo a produzir muito mais ideias que todo o patronato junto.
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nthony Pereira está de novo a mexer. Embora o estilo tenha mudado, passando a ser mais comedido e ponderado, mantém o salutar vício raramente visto entre nós de ter a agenda para os dois meses seguintes bem trancada.Não faltando quem questione a duração deste sucesso no tempo, o mesmo acaba por chocar com o facto de Anthony Pereira ter crescido debaixo da asa de um empresário que nunca gastou aquilo que não tinha e que conhece o mercado algarvio como poucos. O tempo passou, as crises vão e vêem. Com as enchentes de cada Verão, cada um perde a cabeça com aquilo que quer, Anthony Pereira, aprendeu com aquilo que o rodeia e é desta forma que hoje se preocupa mais em dividir a receita por doze meses do ano como Liberto Mealha sempre fez, do que com mandar vir um qualquer topo de gama.Eis a razão de fundo, que leva quase sempre a uns terem e outros não.
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atrício Vairinhos e Leonel Caetano, dois dos homens fortes da discoteca Black Jack festejaram no passado mês vivamente o décimo quarto aniversário da discoteca Black Jack, tendo contado com a presença do dj Pete Tha Zouk. Projecto que nasceu da união de seis amigos, a Black jack foi o projecto a quem muitos diagnosticaram um fim bastante rápido, mas que ao longo dos anos tem sabido impor-se no Algarve como uma das suas referências. Na hora de apagar as velas, dois dos patrões apenas podem ter encontrado razões para sorrir. Quinze anos é uma vida e para uma casa em Vilamoura serão certamente duas.
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érgio Nobrega, elemento até há pouco ligado ao projecto LOVE de João Magalhães e Bé de Melo Laranjo para além de quadro da empresa de audiovisuais Ligações, foi o nome eleito pela Hipereventos e Hype Live Events para liderar a produção executiva da Sensation White Lisboa 2009.Com um vasto curriculum em termos de produções, Sérgio Nobrega optou e bem por aceitar este convite que apenas acontece uma vez na vida e terá agora nas mãos um papel primordial em tudo aquilo que vier a acontecer na maior festa Lisboa já viu.Como seria de prever, há algum azedume no ar, coisa que acreditamos passar depois dos envolvidos pensarem bem nas coisas.
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osé Matos mantém-se como o caso à parte da capital. Depois de acreditar em tudo aquilo que a maioria julgava impossível, tem tido a arte de manter os investimentos e consequentemente os resultados não param de surgir. Curiosamente, toda a agitação que se vive hoje no In Seven Seas Lisboa está a provocar uma crise de crescimento a José Matos, que encontrando-se a trabalhar no limite do possível, ou seja do início de noite, até de manhã, sente uma necessidade crescente de evoluir para um espaço de maiores dimensões, coisa difícil de obter presentemente na capital.Como o Portugalnight vai registando conversas privadas em locais públicos, ninguém deve estranhar, se este Verão José Matos aparecer na companhia de Tito Elbling numa grande esplanada perto de si.
RealShaker
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ustavo Galhardo, gerente do Art Lisboa tem vindo a revelarse um verdadeiro guerreiro. Ciente de que não possui nem condições, nem verbas para montar semanalmente a diferença, Galhardo tem optado por agitar através do seu leque de amigos e da vontade de fazer coisas. Como resultado, o Art Lisboa entrou no circuito dos espaços de passagem obrigatórios da capital, conseguindo mesmo nas noites em que não tem programa agregar sempre grupos animados e interessantes.
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na Paula, Carlinhos Canto Moniz e Gonçalo Barreto terão já que ser considerados feras do mercado, pois até ao momento e já lá vão alguns anos, apenas jogam para ganhar e sempre no c a m p e o n a t o p r i n c i p a l . S e quanto a Ana Paula, esta senhora há muito que domina as voltas e reviravoltas do mercado com elevada mestria, já Gonçalo Barreto e Carlinhos Canto Moniz fizeram-se num ápice pois de senhores de um conceito, a profissionais que não aceitam o lapso como desculpa, foi tudo uma questão de abrir a porta pela primeira vez.O projecto It`s a Hit é um hino a tudo aquilo que a noite nacional poderia fazer e não faz. Acarretando o risco de custos muitíssimo elevados em prol do momento, este trio ficará já certamente na história da Linha do Estoril por muitos e longos anos. É mágico!
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runo Lorena e Filipe Campina dividem entre as suas produtoras Lust Prod e Elite Night respectivamente as sextas-feiras desta discoteca de Lisboa e juntos, estão a conseguir manter a hegemonia na liderança.Perfilhando ideias e conceitos diferentes, estes dois cabeças de cartaz merecem todo e mais algum destaque, já que em vez de se guerrearem ou picarem na tradicional feira de vaidades do mercado, são os primeiros a estar presentes como suporte na noite do parceiro. Embora esta postura não seja nova, pois Pedro Lorena foi desde sempre adepto da conjugação de esforços em torno do mesmo objectivo, vê-lo neste mercado e em gente tão nova é sempre de elogiar.
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oão Graça e Paulo Ferreira estão na ordem do dia,sendo actualmente senhores de um dos sábados mais bonitos da capital.A assinarem presentemente as sextas-feiras do BBC e os sábados do Lollipop, estão a encontrar dificuldades à sexta-feira em acompanhar o ritmo de uma cidade de aproveita esta noite para se deitar cedo, mas a conseguir uma das melhores noites do país ao sábado.Gente nova, gira, cuidada e predisposta à festa, está a fazer com que sábado após sábado, os dois amigos se vejam obrigados a não deixar ninguém entrar depois das duas e meia, o mais tardar três horas. É obra. João Graça e Paulo Ferreira estão na ordem do dia, sendo actualmente senhores de um dos sábados mais bonitos da capital.A assinarem presentemente as sextas-feiras do BBC e os sábados do Lollipop, estão a encontrar dificuldades à sexta-feira em acompanhar o ritmo de uma cidade de aproveita esta noite para se deitar cedo, mas a conseguir uma das melhores noites do país ao sábado.Gente nova, gira, cuidada e predisposta à festa, está a fazer com que sábado após sábado, os dois amigos se vejam obrigados a não deixar ninguém entrar depois das duas e meia, o mais tardar três horas. É obra.
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ugo Antunes, sem fazer grandes ondas, sequer sem badalação parece finalmente ter estabilizado a sua produtora. Depois de ter assistido de poltrona à dança das cadeiras que levou às mais variadas entradas e saídas de promotores dos espaços nocturnos da capital, Hugo Antunes lançou o seu projecto “Be Alive” nas sextas-feiras do Buddha Lisboa e está a dar que falar. À sua maneira, tem feito o mercado girar. Assume a presença de novos e velhos valores na cabine, sabe exactamente o que quer e como quer e tudo isso, apenas lhe tem dado razões para sorrir.Como trabalhar um dia por semana é coisa que já não funciona, tem visto o seu Alive Bar de Santos receber grandes noites nas mais variadas vertentes e isto, não é para quem quer, é apenas para quem sabe.
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fotografia Nuno Ribeiro
Aniversรกrio Helga Barroso_
TIGA Abriu as Portas do imaginário no Estoril
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Casino do Estoril arrancou no passado mês com a tendência que impera um pouco por todo o mundo das mega produções em casinos. Para a estreia, Dj Tiga foi o eleito e será justo afirmar que nenhum dos presentes alguma vez acreditou que ao comprar o acesso a este evento, estivesse a adquirir o passaporte para uma produção com animação a um nível raramente visto entre nós. Com o salão Preto & Prata lotado, o que por si só resultou numa imagem fantástica esta festa viveu de constantes performances onde a cor, o movimento e a luz pareciam desenhados por encomenda para a actuação brilhante de Tiga. Caras bonitas, conhecidas ou nem tanto permitiram ao Estoril marcar mais uns pontos no domínio do inesquecível. No próximo mês, prossegue a festa do fantástico Casino do Estoril agora com Dimitri from Paris.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
Casino Estoril_
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It´s a Hit... Grande Momento
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á momentos na vida, que só se vivem uma vez. São impossíveis de repetir, possuem a magia que o momento lhes confere e com isso, banalizam tudo aquilo que antes havíamos pensado. Foi exactamente tudo isto que aconteceu na primeira noite “It`s a Hit” da discoteca Jézebel. Com Miguel Soares como cicerone do privado, Ana Paula, Carlinhos Canto Moniz e Gonçalo Barreto ofereceram uma noite para a história, sendo hoje certo que José Cid foi meia festa, Mário Alberto Assis Ferreira outra meia e tudo o resto foi excesso. Gente gira, alegre, bem-disposta e principalmente sem qualquer complexo, atiraram esta festa para um dos momentos de 2009, tal o grau de requinte que por aqui se viveu. Findo o repasto musical dos Deuses de outrora, subiu ao palanque Nebur, quem mais se não ele, para através de uma viagem pelas décadas de 70, 80 e 90 fazer de Marcão o relações públicas por excelência desta festa. A Jézebel dá gozo, surpreende-nos, resguarda-nos da mistura impossível do azeite com água e esse é o pormenor que continua a fazer a diferença. Uns têm, outros não!
Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
JĂŠzebel_
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O problema da córnea na noite
A questão da lingua vaidosa
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or terras de Vera Cruz, Pete Tha Zouk e Diego Miranda agora baptizados de gringo`s parecem ter descoberto o caminho aéreo para a boa vida. Senhores de hábitos requintados, primeiro Pete Tha Zouk e depois Diego Miranda descobriram na época morta da noite nacional um nicho de mercado que apenas lhes tem dado alegrias.Se Pete Tha Zouk já se sente em casa, até pelo facto de a WDB Management ter sido pioneira a mudar de rumo, já Diego descobriu agora o filão e não se está a dar nada mal. Eis dois djs nacionais que depois de Portugal partiram à conquista do Brasil.
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lberto Boss e Nuno Oliveira, não necessitaram de ir contratar gente ao circo para darem ao Eskada Club de Vizela uma daquelas noites que com os anos ficam nos anais dos grandes momentos. Possuidores de currículos impressionantes, são dois dos profissionais que ao longo dos anos têm conseguido fazer sempre a diferença. Esta última noite de ambos, impressionou não só pelos resultados obtidos, como pela lotação e ambiente.
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ário Lopes e Miguel Fernandes são dois dos nomes que estão a pautar-se pela diferença pela qualidade. Desde sempre senhores de critérios bem definidos, esta dupla de ouro aproximou-se agora em termos profissionais nas quintasfeiras do Silk Lisboa sendo de prever nova procissão em Lisboa. Qualidade, requinte e alta selecção continuam a fazer do Silk Clube de Lisboa um caso à parte, situação que agora com a colaboração de Mário Lopes vai por certo refinar ainda mais nos conceitos de festa.A entrada, só por guest list. Um mimo!
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onçalo Barreto e Carlinhos Canto Moniz prosseguem como caso à parte e dupla imbatível. Se quanto a Carlinhos Canto Moniz há que respeitar o facto de estar na noite apenas pelo facto de ainda achar piada ao projecto aproveitando para ser sempre um anfitrião que faz a diferença, já Gonçalo Barreto, tornou-se em poucos anos um dos gigantes do mercado, sendo a sua necessidade de perfeccionismo avassaladora. Sem que ninguém perceba – e é fácil constatar isso nos mais ínfimos pormenores – nem na Jézebel nem no Tamariz se vê qualquer coisa acontecer ao acaso. É festival!
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ernardo Macambira divide agora o seu tempo entre o Porto e Lisboa e embora seja peremptório em afirmar que o seu futuro irá passar por outras actividades, quando chega à noite, os olhos reviram-se. Lentamente tem estado a marcar o território como fazem a maioria dos profissionais antes de regressar. Passa pelas festas, vê o que lhe agrada e não agrada e uma destas noites, já trocava novas juras de “amor”, agora com King Bizz, um dos seus eleitos de sempre. Quando Bernardo macambira aparece, é sinal de que tudo se vai agitar, pelo que o aviso à navegação fica feito. Vem aí terramoto pela certa.
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arcão é a nova estrela da Linha de Cascais. Possuidor do chamado “bicho carpinteiro” Marcão aproveitou a passagem de José Cid pela discoteca Jézebel para deixar os treinos e revelar-se, tendo confirmado todo o seu potencial com Dina.Senhor do mel por entre o sector feminino, Marcão é a boa disposição em potência, conseguindo com o seu fulgor atirar tudo e todos para a festança e boa disposição. Como a época é de crise, as meninas da Linha já só pensam em leiloar os trajes de Marcão, pelo que, se um destes dias, alguém receber uma chamada a informar que o mesmo se encontra na esquadra por passear de madrugada em trajes menores pelo Estoril não é caso de Júlio de Matos mas sim de um ataque de amor. Marcão a presidente, Já!
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ebur encontrou agora em Miguel Espírito Santo mais um amigo, que anda incrédulo.Senhores de muita da melhor música que passa actualmente em Portugal, Nebur e Espírito Santo são o oito e oitenta, não faltando vezes, em que o segundo passa horas no estado de incrédulo tal o ritmo que Nebur aplica nas suas noites. Como a maioria apenas tem acesso às horas de dança, convidamos tudo e todos a visitar estas duas almas infernais a horas mortas pois garantidamente que vão registar um mar de histórias para mais tarde recordar. São mágicos!
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uarte Félix da Costa e Pedro Lamy aproveitaram um dos bons momentos da noite de Lisboa para meterem a conversa em dia.A base,foi como sempre a do “Ainda sou muito novo mas…”e daí em diante,foi sempre com prego a fundo. Como o álcool e o balão não se dão nada bem, Duarte Félix da Costa e Pedro Lamy ficam desde já nomeados pela Portugalnight os príncipes dos amigos 100% cool, os tais, que apenas bebem água e sumos e que neste caso possuem a vantagem de nos meter em casa bem depressa.
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hilippe Dewerbe, Patrícia Lopes, José Paulo Mousaco e Carlos Filipe Teixeira, homens fortes da Hiper Eventos e da Hype Live Events meteram na cabeça que era possível trazer a Portugal a Sensation White e assim foi. Depois de muita gente ter tentado e muita outra ter dado esta missão como impossível, os quatro amigos assinaram preto no branco a confirmação da festa para 9 de Maio no Pavilhão Atlântico em Lisboa. Mais do que apresentar um line-up de Djs de luxo, esta é a festa que está marcar o compasso da diferença mundo fora pelo espectáculo que é. Impossível perder!
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iguel Soares reapareceu na noite nacional pelas mãos da discoteca Jézebel Estoril dando para perceber aquilo que vale e aquilo que realmente é. Como seria de esperar, mesmo com a sua filha começou a ver as propostas de outros espaços chegaremlhe à mão, como se isto fosse tudo um mar de falta de valores.Directo, sucinto e sempre bastante mordaz, Miguel Soares lá foi dizendo que há coisas que se vendem, outras que se dão e outras que não têm preço. Notável!
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preto branco O tempo passa e o Silk Lisboa não altera uma vírgula da estratégia delineada. Assumidamente clube privado, o Silk Lisboa é um caso à parte no país, sendo de facto fantástico ver um espaço que não hipoteca nenhum dos valores com que nasceu. Para entrar, só mesmo pela mão de alguém ou com nome na guest list o que num espaço destes é de facto um conceito superior.
Como seria de esperar, a Jézebel volta a marcar o compasso das noites da Linha do Estoril, resistindo e até impondo-se à avalanche que despertou em Lisboa. Tendo contra si o facto de Linha não possuir actualmente concorrência, a Jézebel não adormeceu, tem investido em ser protagonista da diferença e continua a ser um caso à parte. No que diz respeito ao seu sistema de funcionamento, já dá aulas à maioria dos espaços do país. Por aqui, tudo o que acontece é religiosamente pensado antes de ser executado. Os resultados estão à vista.
O T Clube Quinta do Lago aproveitou a época baixa para fazer grandes obras tendo José Manuel Trigo apostado forte na zona exterior do seu clube. Para além de ter agora uma capacidade muito superior e se de encontrar bastante mais resguardado, o T da Quinta do Lago está apetrechado com tecnologia que vai mudar muitos dos momentos do Verão no sul.
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Daniel Mantinhas, gerente do Twin`s Lisboa será certamente o eleito para o próximo anúncio em que a determinada altura sobressai um; “Aquela máquina”. Sempre atento aos mais ínfimos pormenores, está a fazer com que o Twin`s seja um relógio, possua uma equipa de trabalho onde a estrela é a casa e tudo, mantendo diariamente uma moldura humana fantástica. É top. John Magalhães é o nome de que se fala na cidade. Ainda a dar os primeiros passos como produtor, John Magalhães tem vindo a revelar-se como promotor numa das grandes estrelas da capital. Certinho, correcto e sempre educado, conseguiu resistir a dois gigantescos abanões sem vacilar. A perda de Diogo Xerife e o desaparecimento de Bruno Pinto. Promete! Maia viu mais um mês pautar-se por um soma e segue. Conhecedora dos meandros como poucos, continua a somar vitórias atrás de vitórias, sejam elas de dia ou de noite. Enquanto a maioria dorme, Maia, marca pontos na TV nacional. Quando esses acordam, Maia, lá está para lhes salvar o pêlo. De se lhe tirar o chapéu, é uma máquina de trabalho! Rui Covas, depois de anos de It e de Hit viu-se arrolado na confusão e abriu fogo antes da hora. Reconvertido pelo seu irmão Paulo regressou ao projecto Hit Club na Póvoa do Varzim e continua a ser o mais aguerrido dos irmãos Covas. Sendo de registar a forma como se aplica à causa, é bom que lhe tenha ficado a lição de que o tempo é sempre um excelente conselheiro.
O projecto Twin`s está a revelar-se como um relógio impossível de travar. Tanto no Porto como em Lisboa, os dois espaços nocturnos revelam-se de uma eficácia única, situação que lhes está a permitir tentar ganhar novos dias na semana através de opções diferentes. Sendo que a época graça ainda não foi ultrapassada pólo Twin`s Lisboa, não deixa de ser notável a forma como se está a impor a todos os ataques do mercado. É alvo e mesmo assim reina.
A Kapital Lisboa reabriu as suas portas e rapidamente se viu ao que vinha. O tempo que mediou o encerramento do Kubo e aniversário da casa, serviu para fazer ajustes, refinar a oferta e assentar equipas. Uma vez mais, a Kapital aí está, não deixa ninguém indiferente, oferece grandes noites e já é referência novamente seja em termos de imagem, seja pela sua pista do piso térreo, equipada para passar a figurar nos compêndios.
Miguel Galão acabou por ser o elo mais fraco da equipe de trabalho dos sábados do BBC Lisboa e seja por ter outros interesses, seja por vaidade, cometeu o pecado mortal de morder a quem lhe quis bem.Como parar é morrer, Galão prossegue com as suas R&B Sessions a serem a referência histórica do mercado e tem ainda as quintas-feiras do Paradise Garage Lisboa em parceria com André Cunha. Quanto aos sábados do BBC, encontra-se em fase de meditação. Incompreensível! Cláudio Varela, um dos promotores que se encontrava a percorrer um caminho bastante interessante e promissor, quis carregar mais areia do que aquela que aguenta e começou a meter os pés pelas mãos, vendo o seu nome ser atirado para a Praça Pública. O mercado não é fácil e com brincadeiras destas, Varela parece estar a querer comprovar que tudo aquilo que sobe desce! Nunca é tarde para emendar a mão, cair na mesma muitas vezes é que se pode revelar complicado.
Super Mário caiu na tentação de misturar a sua vida privada com a profissional e complicou o seu posicionamento. Se quanto à parte privada a mesma nada nos interessa e apenas ajuda a definir o carácter, já na parte profissional, Super Mário deverá é concentrar-se naquilo que sabe e quer fazer. De outra forma, será sempre a derrapar escorrega abaixo.
Aos 16,
Só de uma vez
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ois é, aos dezasseis anos de vida, a discoteca Kapital percebeu que garantidamente pode chegar aos trinta e três desde que para isso, João Rocha esteja ciclicamente para fazer Lisboa mudar. Década e meia depois, com a mesma impetuosidade e igual sucesso, os dois irmãos da Lapa que mudaram Lisboa ditaram ser a hora dos smokings ficarem no armário, da festa passar a ser de dois dias, mas de a selecção continuar a ser rigorosa. Com João Figueiredo (que é quase tudo), Zé Paulo do Carmo (um cérebro) e Duarte Ribeiro (o bombeiro) a Kapital reapareceu requintada como sempre, surpreendente até, voltando a dar mostras de que quando existe cérebro, o pleno é simples de atingir. Para os de sempre, a Kapital está diferente mas,dificilmente poderia continuar a ser a mesma.Continua sofisticada, diríamos que mais terrena, sabendo utilizar como ninguém os meios tecnológicos hoje à disposição no mercado. Com o minimalismo a tomar conta de Lisboa, a Kapital segue a tendência, embora quase como sempre, possuindo três pistas e três ofertas distintas.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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MASTIKSOUL
UM DOS MELHORES PRODUTORES DO MUNDO
Fernando Figueira é Mastiksoul. Português, natural de Angola este Dj Produtor possui uma lista de temas produzidos que o catapultaram mundo fora. “Jacobino” foi hit mundial, tendo agora sido nomeado para melhor produtor house do mundo pelo Beatport. Mastiksoul recebeu-nos em sua casa na Ericeira. De uma frontalidade tenaz, foi igual a si mesmo, chamando sempre os burros pelos nomes. Eis finalmente Mastiksoul! De onde e que vem o nome MastikSoul? Foi em 2000, um nome dado num estúdio em Londres. Trabalhava com uns colegas israelitas em Londres, na SAI, uma escola de produção onde estudei e quando fazíamos alguns projectos em conjunto, eles tinham por hábito fazer sons rectos, sem groove, eu alterava, eles achavam aquilo esquisito e começaram a chamar-me nomes que se relacionassem com funky. Um dia, chamaram-me Funky Chewing Gum e como em Israel a pastilha mais conhecida dá pelo nome de Mastik, acharam que MastikSoul era um bom nome para mim. Escrevi o nome num papel e achei de imediato ser um nome com impacto.
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Quando é que começaste a passar música e a produzir? A passar música, foi talvez em 93 ou 94, já o meu primeiro disco, foi produzido com o A.Paul e saiu em 1996, na altura já produzia, mas o meu equipamento não era bom. O A.Paul tem um coração imenso, ouviu um trabalho meu, adorou e convidou-me para produzir em parceria no seu estúdio. Depois disso é que fui para Londres, com o intuito de me aplicar de maneira a fazer as coisas de forma a justificar a uma editora a compra dos meus trabalhos.
Acho que África é a minha inspiração, vou lá muitas vezes. É impressionante como as pessoas podem passar fome, não ter dinheiro, viverem em barracas no meio da rua, dormirem no chão e quando ouvem música, dançam alegremente. Aquelas pessoas, têm uma paixão pela música e pelo ritmo inacreditável. Está-lhes no sangue. Como defines o teu estilo musical? Parece-me que tenho uma sonoridade muito própria. De início foi difícil singrar, foi difícil convencer as pessoas de que na pista iria resultar. Gosto de dizer que é um som Mastik. Para vencermos temos que ter o nosso próprio estilo.
aquilo tocava tudo ao mesmo tempo, do que propriamente tocar guitarra. O que e que e para ti a música? Um estado de espírito, sem dúvida alguma. A música faz parte do nosso quotidiano e uma pessoa que não a tenha na vida, é certamente uma pessoa muito infeliz. Sou uma pessoa super alegre, dou-me bem com toda a gente e gosto muito de estar sempre a rir nem que seja em prol do vinho tinto.
Tens um estúdio teu. Como defines que equipamento comprar? É simples, compro o melhor que o dinheiro me pode dar. Actualmente muita gente diz que faz música no laptop com Reason, um laptop de quinhentos euros. É óbvio que aquilo que essa pessoa faz é uma brincadeira. És uma pessoa preguiçosa? Tenho dias em que sou muito preguiçoso. Por exemplo, dizem que há uns anos o álbum Depois de um almoço acompanhado de um dos Prodigy foi totalmente feito no Reason, bom vinho, venho para o estúdio e dá-me tenho as minhas dúvidas. a lazeira. Não é uma coisa muito saúdavel e A base instrumental até pode lá ter sido feita, exactamente por isso criei os meus horários. mas depois os masters tenho muitas dúvidas pois aquilo tem um som que o Reason não Lembras-te da primeira vez que foste transmite. Actualmente para se ter um estúdio não são para estúdio? Essa pergunta é complicada, nunca ma necessárias muitas máquinas, mas é muito fizeram e não sei responder. Desde muito importante investir num computador muito miúdo que por laços familiares acompanhei poderoso, numa boa munição, ter uma boa um músico angolano de renome que é o acústica e um bom microfone. A partir daí, Eduardo Paim. Na altura, eram só máquinas uma pessoa não pode ter razões de queixa. nos quartos e era necessário andar com Muita gente diz que precisa de uma mesa cuidado para não tropeçar nos fios. Passava de mistura para produzir, mas isso e um erro, pois só e necessária para uma banda. horas a vê-los produzir. Depois disso como é compreensível já estive No nosso caso, apenas e necessário um em estúdio com muita, mesmo muita gente. microfone.
O que e que fazias antes de conseguires viver da música? Fui taxista em Londres. Nessa altura, só a tocar não me era possível pagar a renda. Nunca passei fome, mas como tinha cachets muito baixos, mesmo tocando muitas vezes era difícil. Decidi acumular com o trabalho de taxista em Londres para puder montar o Anseias ser músico desde criança? meu estúdio. Foi um processo muito lento o Músico não, isso nunca foi a minha cena, de ir comprando material e produzindo. produtor sim. Sempre gostei mais de mexer nas máquinas e de programação. Em que te inspiras para fazer música? Deslumbrava-me mais perceber como é que
Quais as principais componentes do teu estúdio? Tenho um MAC G5, um par de colunas Genelec, que já não se fazem nem se conseguem encontrar em qualquer parte do
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mundo e quem as tem não as vende. Podem até procurar no Ebay, toda a gente as tem mas ninguém as vende, porque a Genelec nunca mais conseguiu fazer nada parecido. Dou graças a Deus de ter tido a sorte de as comprar. Na altura não forma baratas, mas hoje em dia não me arrependo nada. Tenho um compressor a válvulas onde gravo vozes, que não precisa de ser muito forte, mas é sempre bom ter um, tenho um bom microfone, um Rode de válvulas duplas que tem uma excelente captação, a melhor placa da Motu, a HD, compressores SSL, um finalizador TC Finalizer, um controlador Midi, uma Norm Lead e a minha imaginação. Quantas horas diárias ou semanais passa em estúdio? Já passei mais tempo, agora faço-o menos. Cheguei à conclusão de que quanto mais tempo passo no estúdio, menos criativo fico. Perde-se a noção da realidade, perdese criatividade e a produção torna-se uma coisa muito mecânica. Tudo isto se nota hoje em dia, ouve-se música cheia de efeitos, recheada de coisas que não existiam, mas depois, ao escutar música de há uns anos, sente-se que tinha mais alma. Quando começo a sentir que estou cansado, desligo e vou-me embora. Hoje, passo menos horas a produzir e com resultados muito superiores.
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Actualmente, muitos produtores fazem os chamados “Bootlegs”. O que tens a dizer sobre isso? Fiz alguns, mas acabei por achar que são um desperdício. Perder um dia inteiro no estúdio a fazer música com as vozes de alguém que não posso vender, não faz sentido. Que ganho eu com isso? Só quero fazer música que possa vender e que me traga algum mérito e não fazer música que ponha a polícia atrás de mim. Muitas das pessoas que o fazem, fazem-no a pensar que vão ganhar nome com isso, que uma major vai ver o trabalho e contratalos. É um pensamento lógico, mas raro de acontecer. Só conheço um caso. Sei que actualmente estas a fazer um contest com uma das suas músicas, a “Jacobino”. O que te levou a isso? Confesso que nem o queria fazer, pois acho injusto e vou explicar porquê. O original é tão forte, tão forte, que é uma remix impossível. É uma música que desde a instrumentalização, à construção e forma como foram compostas as coisas que é impossível fazer melhor, é impossível ultrapassar o original. Tenho amigos que são grandes produtores internacionais, que ao saberem deste contest nacional optaram por participar e ao fim de quinze dias, estavam-me a mandar emails a dizer que esta era uma remix injusta, com um original muito forte e sons muito característicos. É uma daquelas músicas imortais. Também já tive remixes que me deram para fazer, que ao fim de algum tempo, mandei de volta a dizer, esquece. O que posso dizer é que desejo-vos sorte, penso que a única solução para remisturar esta música era fazer uma coisa completamente diferente do original e aí pega pela diferença. Não se pode ir pelo caminho do tribal, quem foi,
Ali, tocas das quatro às oito e não te queres vir embora e prossegue assim até à meia Qual a diferenças encontras entre os noite do dia seguinte. É a loucura e é por isso, que não existindo nada de parecido em produtores nacionais e os estrangeiros? A principal, reside no facto de vivermos num Portugal, dificilmente me pode marcar. país pequenino e a música é um pouco o nosso modo de vida, sem competição e com E o Comfort Zone? pouca criatividade. Londres tem dez milhões É um after que começa às seis da manhã de habitantes, é número um em cultura e acaba à meia-noite. É das coisas mais musical, é ali que ouvimos de tudo e é o local, impressionantes que vi na minha vida. Entras onde para singrares necessitas de ser um ao meio dia para tocar e aquilo é um bafo super dotado. Em Portugal, existe um estilo de som tão grande, que é uma coisa fora do muito próprio e um bom exemplo disso, normal. Largas o primeiro disco e dizes para é que entre nós, encontramos melhores ti mesmo que nunca mais queres sair dali, produções de há dez anos atrás do que de tem um calor humano brutal. agora. Podem não ter a mesma qualidade Esta tudo ali durante todas essas horas e e aquele som refinado, mas em termos de ninguém arreda pé, e tocas o que quiseres, alma e de groove são muito superiores pois desde o “ratata” do Rap das Armas a um Techno, e eles estão ali contigo. Desde que por cá nada mudou. a musica tenha pumpy e power, tocas o que quiseres, não têm complexos e acho que É um problema nacional? Não, é como disse uma questão da nossa isso é lindo. dimensão e forma de estar. Em Londres, de seis em seis meses há um novo estilo e Tudo isto ainda mexe contigo? quando isso acontece, as pessoas abraçam- Claro, o D-Edge em S. Paulo, é algo que não é no, enquanto que por cá, as pessoas nada fácil. Sei de alguns artistas conhecidos desconhecem mas dizem logo; Não quero - não vou citar nomes - que andam a fazer isso, ou não apreciam de imediato e ficam a tudo para arranjar maneira de lá ir tocar e não torcer o nariz. Quando por fim começam a sabem como o vão fazer. O The Government, apreciar esse novo som, lá fora já passaram a Kapital que é o oitavo melhor club do mais três. A nossa mentalidade não é tão mundo, e no qual toquei numa das pistas aberta. Há quinze anos éramos um país de tudo um mar de momentos. Na Kapital, camponeses, onde era muito difícil mostrar aquilo era suposto fechar às 5 da manha, a alguém um tema de dance music, pois eram 6 da manhã, fecharam as portas e os tomavam-nos de imediato por loucos ou seguranças não estavam a deixar ninguém drogados. As coisas melhoraram, podia já sair, não é entrar, é sair, mas também ninguém ser um pouco melhor, mas havemos de lá queria sair. Aquilo virou tipo uma private party. As pessoas lá dentro já se serviam a chegar. elas próprias, os barman’s andavam em festa Existe qualidade nos produtores lá para o meio, o fim do mundo. Isto é que é o verdadeiro sentimento de festa. Tinha nacionais? Tem melhorado bastante. Antigamente, para aí cinquenta portugueses à minha só certas pessoas é que o sabiam fazer e frente que só me diziam: “Dá-lhe Gás”, isto foi só uma parte ínfima dessas é que tinha das coisas mais bonitas que vivi em toda a qualidade. Hoje, já oiço coisas de pessoas minha carreira de disk jockey. Lindo. desconhecidas com grande qualidade e Mais uma noite que tenha sido muito acho que isso é muito bom. especial para ti? Podes-me referir o nome de algum Uma vez entrei num clube na Bulgária, um clube a que vou muitas vezes e já não lá ia produtor Português que vejas ter valor? Gostei de ouvir algumas coisas de um puto há algum tempo. Aquilo é uma casa que leva novo que costuma vir aqui a casa com o mais ou menos umas 3000 e tal pessoas, e Diego Miranda, o Jackspot. Já lhe ensinei surpreendentemente há uma da manhã, algumas coisas que estava a fazer mal e estava completamente lotado. Quando tenho conversado com ele. Como o Jackspot entrei para a cabine, pararam a música e existe aí mais gente nova que apenas precisa tiveram cinco minutos a gritar o meu nome, do apoio das pessoas em vez de apenas toda a gente de braços no ar, cinco minutos só a gritar o meu nome. Quase que chorei, aceitarem o que vem de fora. nunca tive uma recepção assim em toda a Que clubes o marcaram tanto em Portugal minha vida, pareciam miúdos a minha volta. Foi dos momentos mais fortes que tive. Já como no estrangeiro? Em Portugal, nenhum. No estrangeiro, o tive aquelas recepções boas de tudo a bater Confort Zone que é difícil de descrever, o palmas, mas como esta, nunca. Roman 17 em Tel Aviv que começa sextafeira ao meio dia e termina à meia noite de Qual é a tua cabine ideal? Simples, 3 cdj´s 1000, uma Djm 800 e uma domingo. boa munição. Permite histórias curiosas, não? São clubes que marcam. Um dia, bateu-me à Tens alguma munição de eleição? porta do hotel às duas da tarde um individuo Desde que tenha bafo, não me interessam a dizer que era o motorista, disse-lhe que as marcas. Um bom grave, definido, uma não queria passear, queria dormir. Disse-me qualidade de som estrondosa, isso sim. que não, que era para ir tocar, perguntei-lhe; Falam muito bem do Lux, nunca lá fui, não Estás maluco meu? Respondeu, não, não o posso afirmar. clube está à pinha desde ontem com quatro Possui o sistema Funktion-one. mil pessoas. Eram três da tarde. estará a cometer um grande erro, penso eu.
27 Já toquei várias vezes com Funktion-one em Chicago, no Smart Bar, que é considerado o melhor clube underground dos Estados Unidos e talvez estivesse mal estruturado, pois não gostei, achei o som limpo de mais. Já toquei em clubes com som que nada tem a ver com Funktion-one e saí altamente impressionado. Quais são os discos que traz sempre na sua mala? Posso até dar ares de arrogante o que não sou com a afirmação que vou fazer, mas os discos que marcam os meus sets, são sempre os meus e isso até é normal. As pessoas conhecem-me pela minha música, se quisessem que fosse lá tocar Daft Punk ou Plastikman contratavam-nos a eles, pois ninguém toca aquilo melhor que eles. Tenho músicas minhas que se não tenho na mala fico maluco, pois vá onde for, pedem-me
sempre esta e aquela. Quais são os temas que te pedem sempre? O “Fix This” versão de 2008 que é muito ecléctico e “Calanga”. O “Jacobino” já não pedem tanto, porque desde o residente até ao último dj que toca, passam todos. O “Jacobino” é aquela música que bateu de tal maneira, que já nem ma pedem para tocar, todos tocam. Quando saiu o Rap das Armas, tocava aquilo e era o fim do mundo, a casa vinha a baixo tornando-se difícil conseguir voltar a colocar a pista com aquele grau de euforia. É difícil escolheres a tua música? Tenho um estilo muito próprio e é complicado encontrar músicas que encaixem e exactamente por isso, muitas vezes sou obrigado a tocar coisas minhas. Não é preciso ser um carola para perceber
que a minha música não é para inteligentes musicais, é música para as pessoas dançarem e se divertirem. É só isto que quero e é exactamente por isso que estou onde estou com os meus temas a baterem a sério mundo fora. Aliás, o Roger Sanchez entre muitos outros pediu-me para fazer um podcast para a sua rádio e não é certamente por acaso, o Bo Sinclar diz que cada vez que toca uma música minha, que toda a agente se agita. É exactamente isto que pretendo.
a dançarem bem-dispostas. E qual é o clube perfeito? Há e vão continuar a existir sempre grandes clubes,mas tal como o mundo,nada é perfeito, logo, é difícil. Por exemplo, o Alcântara-Mar de há uns anos, era único, era um clube que como aquele nunca vi nenhum. O Alcântara Mar foi o clube de uma época, numa terra em que as pessoas não tinham a mente aberta e a casa já estava trinta anos à frente. Temos outro exemplo, o Estúdio 54 em NY, numa época em que reinava a xenofobia, havia separatismo e racismo e no entanto o que se passava lá dentro era outro mundo. É isto que acho magnífico. A noite serve exactamente para fugir da rotina do dia-a-dia.
Preparas os seus sets antes de qualquer actuação? Nem um pouco, isso só acontece quando vou tocar a casas que já conheço aí, levo as coisas mais ou menos pensadas e organizadas. Passo a vida a ser convidado para ir tocar mundo fora como se pode ver pela minha agenda, são locais onde nunca meti os pés Gostas de noites completamente e acho que nem eles sabem o que toco, liberais?
convidam-me pelo meu nome, pelas minhas Se saio para ter o comportamento que tenho músicas e por saberem que lhes encho as durante a semana no meu emprego, então prefiro ficar em casa. Não me drogo, não casas. meto qualquer aditivo, mas também não condeno quem o faça. Cada um é livre de Já tiveste surpresas? Faz parte. Já me aconteceu ir tocar a sítios, fazer aquilo que bem entender desde que onde quando chego, a música que está a não prejudique o parceiro e que seja feliz. tocar antes é merengue. Digo para mim mesmo; estes gajos estão malucos e agora És apologista das drogas? vou tocar o quê? É por isso, que sempre que Não sou nem deixo de ser, acho que cada um vou tocar a locais que desconheço tenho deve fazer aquilo que bem entende desde que levar muitas opções. Se saio daqui na que isso o deixe feliz. Quem sou eu, para quinta e vou tocar em três países diferentes, dizer a alguém não fumes um charro? Quer tenho que estar preparado para impor o fumar, fuma. É claro, que não sou a favor dos excessos, da desordem e dos desacatos meu som na diversidade do mundo. que não são bons em lado nenhum, mas não é necessário ser drogado para armar Como e que define a pista perfeita? É a pista em que passe a música que passe, desacatos. Anda aí muito boa gente que não o público está sempre com um enorme se droga e só faz porcaria. sorriso para ti. Estar repleta de homens ou de mulheres, para mim é-me indiferente, gosto Pode-se afirmar que o Mastiksoul é o dj/ é de ter alegria, boa disposição e as pessoas produtor português mais internacional.
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29 Como foi o percurso até chegar aqui? Não foi fácil, nem difícil, foi longo. Quando estamos no universo português é fácil chegar ao top, não há muito que saber. Quando nos lançamos no mercado internacional onde existem milhões de Djs e de produtores, mesmo que sejas um dotado, são sempre necessários muitos anos e é preciso fazeres música que o mercado sinta a diferença. Lembro-me que o Bob Sinclar antes de ser o que é, fazia discos underground como o Africanism e esteve assim muitos anos, isto não é do dia para a noite. O problema de muita gente é meter a carroça à frente dos bois e depois é uma calamidade que até mete dó. O que é fundamental possuir para ter uma grande interacção com o público? É importante fazermos o que gostamos e isso o público sente, percebe se estamos ali ou não para elas. O que se passa com muitos Djs, é que vão, recebem chorudos cachets, tocam e vão-se embora. Também tocas e vais-te embora. Claro que toco e vou-me embora, mas enquanto estou a trabalhar estou com o meu público, entrego-me completamente, convivo com tudo e todos, interajo com a pista e com todos aqueles que me abordam. As pessoas pagaram para me ir ver, tenho que lhes mostrar quem sou, a minha música, fazer a diferença. Actualmente o acesso às ferramentas de produção de música está muito facilitado pela internet para os artistas emergentes. Como vez a situação? É um tiro no escuro. Sentes-te prejudicado? De maneira nenhuma, bem pelo contrário, até acho benéfico. Já passei por isso e sei que é preciso ter uma paciência do outro mundo, mas a abertura de todas essas portas trouxe infelizmente muito lixo atrás e está a colocar uma nuvem negra sobre a ideia inicial que era a de promover novos artistas e novos talentos. Actualmente esses meios são aproveitados para tudo e mais alguma coisa estando a aumentar a quantidade e a perder-se o rasto à qualidade. Antigamente um hit durava um ano, hoje em dia um mês e isso está mal. Com toda esta revolução actualmente qualquer Dj consegue ter acesso a um vasto leque de músicas e fazer uma actuação. O que pensas disso? Está muito mal, porque as pessoas perdem o valor. Por? Actualmente, um produtor vê a sua música ser desvalorizada como um saco de pipocas. Actualmente, vais a um Emule ou Dreamule e sacas músicas com pésima qualidade, mas a verdade é que passam no clube e isso só prejudica o bom produtor e o seu nome. Isto dá origem a que as músicas sejam pisadas e repisadas, mal tratadas e quem perde o mérito é o produtor. Exactamente por isso acho que está mal e não se faz. O que e que falta ao mercado Português?
Conheço pouco do mercado Português, mas do pouco que conheço, acho que acima de tudo existe uma falta de cultura muito grande e deveriam ser os promotores das festas, os donos das casas e até os próprios Djs a tentar mudar a situação pois são quem tem a faca e o queijo na mão. Por este caminho não vamos longe.
Tens uma editora, a 4Kenzo. Como defines o seu estilo? MastikSoul. Mastiksoul e mais nada.
O que e que achas que vai ser o futuro da musica electrónica em Portugal? Espero que continue. Espero que a música electrónica dê um pulo em Portugal e não A música de dança em Portugal teve o seu acabe. O mais importante é exactamente boom na década de 90. No princípio era não acabar. apenas uma pequena minoria que seguia esse movimento musical, mas depressa A música electrónica tem vindo a evoluir se foi alargando, e começaram então a ter ao longo dos tempos. De que forma lugar grandes festas. Como e que define sentiste ou como é que transmitiste essa transformação na tua própria música? as sonoridades da altura? Impecáveis, do melhor. Lembro-me do A.Paul Tenho o meu próprio estilo e a minha música fazer grandes trabalhos e mesmo antes é o resultado das minhas vivências. A minha do disco sair já andava tudo doido para o música por si já é sempre diferente e tem o comprar, de ir à loja ouvir a música, de sentir sue estilo. o cheiro do disco. Actualmente, as músicas não têm valor algum nem são minimamente O que ouve o Mastiksoul quando quer valorizadas. O A. Paul foi um individuo que relaxar em casa? impulsionou fortemente a cena da dance Quando estou a relaxar gosto de ouvir music e que merece ser comentado pois pôs Sambas, música africana, pop, sei lá, um muita música lá fora. Faltam uns quantos pouco de tudo. Não tenho qualquer preconceito musical, a não ser que não A.Paul`s a Portugal. tenha mesmo nada a ver comigo como O que pensas da mudança do vinil para o por exemplo a música Russa. Música é para se ouvir e embora não oiça por exemplo digital? É bom. É mais acessível, pode e deve ter kuduro, por vezes até oiço. sempre mais qualidade que o vinil. O cd como é digital tem mais qualidade e power, Se não fosses músico o que gostarias de o vinil, por ser analógico tem mais pumpy e fazer? Gostaria de não fazer nada. mais calor. Na tua opinião, o que é essencial possuir para ser um bom Produtor? Para além do dom natural, é importante teres um ambiente de trabalho saúdavel, onde acima de tudo te sintas bem. Se não o tiveres, a tua música será bastante afectada. O Dj actual tem que passar pela produção para se tornar num artista de renome? Para ganhar nome, sim, se não, como é que as pessoas o conheciam? Por exemplo, sou um Produtor da Roménia, como é que sei que o Dj Zé Manel existe em Portugal? Se existirem músicas do Zé Manel à venda, oiço e posso decidir chama-lo à minha festa ou ao meu clube. O melhor marketing que existe é a boa música. O que e que tens a dizer sobre os downloads ilegais? É uma chafurdice e uma falta de respeito. As pessoas justificam este roubo por falta de dinheiro, mas se não têm um euro para comprar uma música, então, não podem nem devem ser Djs. Um euro, é o que custa um café, se tens dinheiro para um café, tens dinheiro para comprar uma música que é aquilo que te mete o pão na mesa.
O que achas que seria importante dizer para o “movimento” da música de dança nacional e como sente actualmente o mercado? Em Portugal, existe uma grande falta de humildade, as pessoas julgam-se deuses. Eu tenho uma boa posição em termos internacionais e sou amigo de todos, cumprimento toda a gente, ajudo e ensino o que sei ao ponto de por vezes a minha mulher dizer que esta casa parece uma igreja tal o corrupio de entra e sai. Os portugueses deviam tentar aprender com o que se passa lá fora, mas cada um olha apenas para o seu umbigo. Por exemplo, actualmente quem lidera o mercado são os holandeses através de uma produção fantástica. Chegas à Holanda, tens um cartaz com vinte Djs, nalguns casos até com o apoio do Governo holandês onde dezanove desses Djs são holandeses e um é estrangeiro. Já viram isto em mais algum lado? Chegaram a um ponto que são tão bons que são os líderes. É a tal coisa de que a união faz a força. Em Portugal, a maioria das pessoas não me conhece de lado nenhum e julga-me. Já ouvi barbaridades da minha pessoa que me deixam completamente perplexo. Assim não vamos a lado algum.
Como classificas o ambiente nocturno português? Em Lisboa, muito mau, pior que Lisboa só Achas que existe racismo neste panorama mesmo Beirute. O Porto está melhor, gosto em Portugal? Esse é um tema complicado e eu falo apenas mais. por mim. Sou negro, sou mulato e sou bem O que achas das novas tendências da recebido em toda a parte do mundo. Como sabem, fui agora nomeado para música electrónica? Acho giro. Sou uma pessoa do futuro, melhor produtor house do mundo e tenho tudo o que seja futuro e tudo o que sejam recebido os mais variados elogios, tendo sempre, em tudo o que é continente sido novidades é para abraçar.
O que sentes, ao veres que em Portugal não te reconhecem o valor que agora o mundo te dá? Fico triste. Aliás, nem faço questão que me reconheçam valor, já me satisfazia que me respeitassem e isso não acontece, pois parece que realmente não existo. Um dia fui aos Açores a uma festa de uma Associação de Estudantes e até parecia que nem estava em Portugal. Nessa festa, havia bandas, djs etc e a determinada altura, bebia eu o meu copo sossegado num bar e sou invadido por quatro câmaras a perguntaremme como era possível um artista com o meu portfólio e com tanta força internacional não ser reconhecido em Portugal. Também não sei explicar. Achas então que os portugueses nem tão pouco fazem por conhecer os nossos artistas? Exactamente. Vamos por exemplo a Angola, que é um país que não possui a força musical de Portugal em termos globais e é lindo ver como tratam os artistas, até com o apoio do Governo. Quando o Pedro Lamy foi para a Fórmula 1, toda a gente fez questão de o ver, nem que estivesse no último lugar, não interessava, era Português, era nosso, estava lá, vamos todos apoiar.
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Isso é mágoa? Não é mágoa, é estranho. A nível internacional sou o que sou e tenho a posição que tenho e aqui, as pessoas parece que fingem que não existo. Por exemplo, agora fui nomeado pelo Beatport, sou o único português a ser nomeado para alguma coisa e isto para já não falar de outras nomeações e por cá pareço um ser invisível. Não é normal. Segundo sei, é o único português nomeado em todo o historial do Beatport. É verdade, em todo o historial do Beatport que é a maior loja de música do mundo, sou o único português nomeado e não entendo os portugueses. Neste momento deveria ter Portugal a votar em mim, como a Argentina vota em massa no Messi ou como se fosse brasileiro tinha o Brasil inteiro a votar em mim. É tudo uma questão de mentalidade. Não sou do Porto, mas se ele jogar contra o Manchester, visto a camisola e apoio, é brother. Atingi patamares que até hoje ninguém atingiu em Portugal e ninguém vê, é no mínimo estranho. O Tó Pereira teve o “So Get Up” e há ainda o Rui da Silva, não? É verdade, o Tó fez o “So get Up” que foi um hit mundial, mas desculpem lá e sem retirar o mérito que é todo, na época existiam cinco produtores no mundo e é uma época, em que o Danny Tenaglia veio tocar a Lisboa por mil
dólares e os Deep dish tocavam no Algarve por cinquenta contos. Era o início, existiam poucos artistas e não existia a competição que há actualmente. Actualmente, se formos ao Beatport existem mais de 6000 editoras e só esse número, supera a totalidade dos artistas que existiam na altura. Se pensarmos, que cada uma dessas editoras tem pelo menos cinco artistas, é fácil perceber a dimensão daquilo que falamos.
e também vou à roulote. A questão de fundo por cá, tem a ver com o facto do mercado ser muito pequeno e apenas aceitar existirem três ou quatro to Djs, quando em Londres existem vinte. Há muitos djs que têm medo de ir para o desemprego e para a Segurança Social e ainda vão acabar barman`s ou light jockeys. Ainda ontem recebi um telefonema do Peter Gelderbloom a questionar-me se ia a Miami à Conferência, disse-lhe que não, respondeuO Rui da Silva também foi número um. me, se um dos melhores Djs house do mundo O Rui da Silva atingiu o que atingiu porque diz isso, também não vou. fez um hit que foi número um e tudo bem, ninguém lhe pode retirar o mérito. No meu Existe em Portugal uma associação de caso, não estou onde estou por ter feito um Djs, a APDJS, que dizem eles, tendem a hit, tenho todos os meses músicas no top pretender legalizar a profissão de Dj em tem mundial, não é uma vez, são todos os Portugal, o que acha disso? meses. Ontem saiu no Beatport um tema Legalizar é fácil, basta ir às Finanças buscar meu, já está no top 100 e cuidado, estamos os recibos verdes. Não estou a perceber, essa a falar da melhor loja de música do mundo, gente deve estar louca, só pode.A qualquer onde há muita gente que apenas compra parte onde vá, perguntam-me o que faço, trabalhos de quem chega ao top 10. respondo que sou Dj. Perguntam-me se Aliás, não fui nomeado melhor produtor por passo recibos, respondo que sim, que estou favor, a quinta música mais vendida no meio completamente legalizado. Desde que de milhares e milhares foi minha, à frente passes sempre o teu recibo, ninguém te vai de músicas do Eric Pryds e muitos outros, e dizer que isto não é profissão. tudo sem qualquer apoio. Não sentes portanto qualquer Sentes-te uma lança em Portugal é isso? necessidade do estilo? É exactamente por tudo isto, que em Claro que não, isso é até ridículo e xenófobo. Portugal estou a trabalhar com a Vidisco é É a tentativa da criação de mais um lobby quem luta por mim, sabe o valor que tenho para separar uns dos outros e como tal, e vai à luta. O Carlos Nazir é em Portugal o discordo por completo. Quer dizer, se não único que está a puxar, que exporta música estiver nessa associação não presto? Isso é electrónica e que por incrível que pareça, um gozo e uma palhaçada do mais alto nível, quando vai às conferências só lhe pedem essa gente devia era ir trabalhar coisas minhas altura em que ele aproveita para meter outros artistas nacionais. Isso não iria criar uma qualquer ordem? Não, seria a desordem. Os que gostam de E como sentes essa situação? música, que vão para o estúdio trabalhar, os Bem, é benéfico para todos, embora saiba que são Djs, que vão praticando. Deveriam que as mentalidades por cá vêem tudo era criar uma associação de protecção contra de outra maneira. É triste, funcionam pelo o roubo do nosso material, ou seguros, isso bairrismo, não têm grandes expectativas sim. que não o fundo da rua e como o mercado é As pessoas focalizam as energias para coisas pequenino, aceitam viver do lobby. ridículas. Isso são lobbies, quem paga esta Andam por aí dois ou três indivíduos a fazer no top, quem não paga não é dj e ninguém força no sentido de manter as coisas como deveria aprovar uma coisa dessas que só estão, é um sistema. goza com os miúdos, que querem fazer parte de uma coisa qualquer e pagam. É como as Há nomes? escolas de Djs. Essa gente das associações, Não me cabe a mim personalizar, talvez a devia era ir trabalhar, se fosse ridicularizada vocês descobrir. Tudo isto tem contornos nas revistas, nem teriam passado a ideia para estranhos. Numa festa no Porto, há uma o papel. Mas eles arranjam gigs a alguém? figura conhecida que chega com um amigo, Sesim, também lhe dou cinquenta euros, cumprimenta toda a gente que estava à tem é que me pagar o meu cachet. minha volta e nem me fala. Não me viu? Porquê, se não faço mal a ninguém? Depois És contra as escolas de Djs? de se ir embora, o outro veio-me falar e como Confesso que não conheço nenhum país é normal, quem ali estava ficou espantado. com tantas escolas de Djs como Portugal. Tenho alguns amigos que têm escolas e não Há algum narcisismo nas tuas palavras? os critico, tenho é dificuldade em percebeNada, sou é um caso aparte do sistema. Sou los. Ok, querem ganhar dinheiro e até hoje um dos melhores produtores do mundo, ajudam os putos a praticar, mas realmente tenho músicas minhas todas as semanas no não concordo. Há mais escolas que clubes. top, toco nos melhores clubes do mundo e por isso, convém que a maioria continue a Já vi que não és dado ao associativismo. pensar que sou inglês, pois assim poderei Não tem nada a ver com isso, isto parececontinuar a andar por cá no anonimato me ser senso comum. Há tantas coisas a como não sendo ninguém pois é coisa que fazer, que não percebo o que pretende essa interessa a muita gente. gente. Trabalho de manhã à noite, acordo com cinquenta pessoas a chamarem-me, à Digeres bem estas situações? noite tenho outras cinquenta com projectos, Claro, não sou “camon”, sou português. enfim chego a pensar que estou a ficar louco, Também como bifanas, gosto de entremeada não tenho tempo.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
recebido de forma altamente calorosa e onde me têm sido escancaradas tudo o que são portas. Em Portugal já não noto nem sinto isso, há frieza ao receberem-me, logo aqui, perante um povo sempre tão caloroso. Como é normal, acho isso muito estranho. Tenho colegas de renome, que ficam espantadíssimos quando lhes digo que não toco muito em Portugal. A razão? Não sei, desconheço-a de todo.
31 Sentes esse discurso peculiar? Naturalmente, aquilo que faço é trabalhar. Lá fora, as pessoas trabalham de manhã à noite aqui, perguntamos o que andam a fazer e respondem que a fumar uns “charros” com os amigos, não há vontade e queixam-se de que o país é pequeno. Vão mas é trabalhar, que a Holanda é um país mais pequeno que Portugal e trabalham de manhã à noite com grandes resultados. Os estrangeiros vêem para cá trabalhar? É claro, esses é que se esforçam, trabalham de manhã à noite. Isso não é uma forma um pouco simplicista de ver as coisas? Claro que não. Por exemplo, uma coisa que respeito muito no Dj Chus é ser uma pessoa que está ali de manhã à noite. É gente de uma dedicação total e é aí que se vê o alcance das pessoas. Tudo isto leva a que Portugal seja visto lá fora como um país de tagarelas, com muitos dos Djs a não aceitarem meter cá os pés sem receber antes a totalidade do cachet, já foram vigarizados. Vais à Roménia, aquilo parece um país de ciganos, mas chegas, tens algém à tua espera num bom carro, deixam-te num hotel de luxo, metem-te logo o dinheiro na mão e vais tocar a um bom clube. Tens um tratamento cinco estrelas e corre sempre tudo como acordado, não há que garantir pagamento antecipados, pos eles fazem questão de pagar antes. Em Portugal, já me “bokinaram” datas e quinze dias antes desmarcam. Compreendo que para quem não tem mais datas sirva, para mim que tenho agenda no mundo inteiro é muito grave. Acreditas então que lá fora não há lobbies? Lobbies existem em todo o lado. Mas isto por cá tem que levar um abanão, anda tudo encostado a alguém, é só cunhas e contra cunhas e o problema não é existirem, pois como disse existem em todo o lado, o problema, é o facto de por cá apenas se viver disso. Tenho amigos que já cá vieram tocar e que ao perguntarem aos promotores por nomes de Djs nacionais nunca surge o meu, são eles os primeiros a dizerem-me que isto aqui é de facto estranho. É o mesmo que ir aos Estados Unidos tocar e não saber quem é o Tenaglia. Já te sentes com um lugar na história da música de dança? Naturalmente. Por exemplo fiz regressar o tribal. Até o próprio Chus me diz que se não tivesse feito o que fiz o ano passado, o tribal tinha morrido. Em 2007 o tribal morreu, em 2008 o Mastiksoul revolucionou tudo. “Jacobino” foi o tema que mais tocou no mundo em 2008, é pouco? Quando comecei a largar temas uns atrás dos outros o tribal renasceu, mexeu com o mercado e a música começou a tocar de novo. Qualquer um pode fazer o tribal que quiser, ma quando lá meto a minha mão, nota-se logo, tenho um estilo próprio. Não e todos os dias que um artista consegue revitalizar um estilo de música que já tinha morrido, e consegui fazê-lo sozinho coisa que hoje em dia não é nada fácil. Ate o Steve Lawler está a aparecer com temas tribais novamente.
Noites
da Aviação
nas Quartas do Art
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ustavo Galhardo, gerente do Art Lisboa convidou e Catarina Palma da TAP, Rita Pedrulho da White e Patrícia Sousa da Euroatlantic aceitaram o repto de tentar dar às quartas-feiras de Lisboa um espírito diferente com as gentes da aviação.A ideia há muito tentada e raramente conseguida, ganhou nesta quarta-feira asas para voar, essencialmente pela selecção que não sendo totalmente rigorosa, permitiu ao Art da 24 de Julho ter um ambiente bonito e com festa. Pelo que nos foi dado a ver, as meninas e meninos do ar, mesmo em terra, primam pela simpatia e atenção podendo o Art até pelas suas dimensões vir a conseguir uma noite diferente.
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“Top of The World” nos sabados do
Lollipop 34
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asceram “Belvedere just for friends”, rapidamente se viram “Top of the world” e são os sábados do momento na capital, mais concretamente no Lollipop Lisboa. Depois da explosão das “Love Generation”, “Friends Love Disco”, “Baby Loves Disco” e “Space Mood” os “Amici” João Graça e Paulo Ferreira das sextas-feiras de Lisboa juntaram-se a Francisco Lavradio e fizeram nascer estes sábados “Top of the world”. Por aqui, o “hábito” fez o frade e tal como na sua primeira vez, estas noites estão a conseguir aplicar a tabuleta de lotação esgotada ainda o relógio não bateu nas três da manhã. Maioritariamente constituída pela geração Sub 30 mas do segmento que não abdica do sucesso e requinte e que outrora seria chamada de Yuppie, estes são os sábados onde tudo acontece, onde a cidade explode sem a obsessão da moda, já que são elas mesmo são a moda. Feita de originais que possuem o livre transito em qualquer espaço do país, as “Top of the world” são sempre uma festa. Se conseguir, não hesite, valem sempre a pena.
fot. - Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
Lollipop_
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TWIN´S
COM CHUCK LOVE
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Twin`s Porto optou e bem por dar um novo sentido às suas sextas-feiras, através de um projecto que vai certamente marcar um tempo na cidade do Porto. Desta feita, Tiago Pinto Leite optou por dar início a esta nova opção para os sábados da Invicta através do Dj Chuck Love, numa noite em que a moda marcou presença através de um desfile com nomes de primeiro plano nacional, tais como Merche Romero, Carla Matadinho, Valter Carvalho, Joana Cardona, Laura Mestre, Marta Cadilha, João Alves, Miguel Ruão, Maurício e Rahim. Sendo certo que foi beneficiado pelo novo circuito nocturno da Invicta, não deixa de ser verdade que o Twin`s Porto está a saber gerir com mestria as leis do mercado. Para já, em vez de usufruir tem investido, arriscado e procurado ir mais além através da sua sempre apelativa e requintada oferta.
fot. Ferri 1300 - Direitos reservados Portugalnight
Twins_
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NOITES SEM
MARRADAS
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ue existia espaço em Lisboa para um Twin`s Lisboa, disso poucos teriam dúvidas, que o Twin`s se iria instalar principescamente na capital, disso já muita gente duvidava, ma é exactamente desta forma que as coisas estão a acontecer para os lados de Alcântara. Depois de estabilizar às sextas-feiras – mais fraco – e aos sábados – sem lugar para mais um – o Twin`s cumpre agora as suas obrigações sociais como seja o exemplo das suas quartasfeiras, onde através das noites “Desarranjos Musicais” proporciona excelentes momentos numa casa cada vez com mais gente. A diferença deste Twin`s está no trato, na delicadeza com que trata os seus clientes, na forma como em pouco tempo consegue fazer de um ilustre desconhecido, um amigo de sempre. Embora de porta aberta, não é realmente uma casa para todos. O pessoal da peúga branca até pode entrar, mas rapidamente se sente mal, o tipo da pulseira de talhante até lá passa, mas sente-se desenquadrado e sai. Tudo isto, tem vindo a agregar novamente um nicho de mercado à muito desavinda das noitadas e está a acontecer de forma bastante bonita. É sempre um prazer.
Fot. Nuno Vasconcelos - Direitos reservados Portugalnight
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ALBERTO BOSS implodiu Eskada Club
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lberto Boss, comemorou o seu trigésimo aniversário na discoteca Eskada em Vizela. Noite que já possui tradição na região, o aniversário do pirotécnico de Portugal foi também aproveitado por Nuno Oliveira, cérebro deste surpreendente Eskada Club para uma mostra, daquilo que foram os seus vinte e três anos no mercado nocturno. Na cabine, Dj Emanuel voltou a dar mostras de ser um dos grandes residentes nacionais, situação que embalou a totalidade dos presentes para uma noite memorável. Como seria de esperar no aniversário de um dos profissionais mais afamados do país,animação foi arte que não faltou numa noite recheada de amigos e que no próximo ano terá por certo que mandar montar uma tenda.Desta feita, o Eskada Club deixou-se ir muito para lá da hora, foi uma daquelas noites em que a maioria desejou que não tivesse fim.
Fot. Ferri 1300 - Direitos reservados Portugalnight
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KISS vale sempre a pena
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epois de um final de ano no limite, e de um Janeiro para retemperar forças, a discoteca Kiss voltou a impor o ritmo, como sempre o tem feito ao longo dos anos, ciente da realidade do mercado invernoso algarvio. Dançando conforme a música, a Kiss, rebaptizada no último ano para Kiss Club será dos espaços nacionais fora de um grande centro populacional que melhor pensa antes de fazer,situação que lhe continua a conferir o direito de marcar o ritmo das danças no sul. Com o Carnaval, tocarão os primeiros sinos a rebate que vão fazer aglomerar as primeiras tropas, seguindo-se a sempre badalada Páscoa para a explosão da época que quer sempre alta. Sem contratações milagrosas, é por estes lados que se continua a encontrar casa cheia, música até de manhã e tudo, com um staff que sabe ao que anda. Continua a valer sempre a pena!
Fot. SĂŠrgio Coelho - Direitos reservados Portugalnight
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Party People
JOANA FONSECA
Joana Isabel Fonseca é estudante universitária mas também barmaid do W Lisboa. Gosta de cinema, internet e estar com os amigos. No Verão, traça o rumo direito ao sol e será numa das boas praias da Costa de Caparica que a podemos encontrar. Eis mais uma menina que trás a boa disposição à noite da capital. Quantas vezes por semana, frequenta o ginásio? Três vezes por semana.
Qual é o melhor whisky? Não sou muito apreciadora de whisky, mas penso que seja o Black Label.
O final de uma noite é… O final de mais um dia de trabalho, sinal que vou para casa descansar.
Cuidar do visual é essencial? É essencial uma pessoa ter sempre prazer em cuidar de si própria.
E vodka? Eristoff.
Um jantar tem que ter vinho? Para mim não pois não sou apreciadora de vinho.
Quais são os argumentos para estar no top? Boa disposição, personalidade e confiança
O que faz nas horas livres? Vou visitar os meus pais, vou ao cinema, no Verão vou até à praia, estou com os amigos e confesso que sou viciada na internet.
Como está a noite? Tanto no que diz respeito a sair como a trabalhar, não sou uma pessoa que tenha muitos anos de noite mas, acho que esta boa e recomenda-se.
Qual o Dj, que nos garante sempre grandes noites? Pete Tha Zouk, DJ Geninho e XL Garcia.
Tem noites em que apanhe grandes “secas”? Raramente, mas peso que isso vai muito a ver com o estado de espírito de cada pessoa.
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Qual a bebida, que garantidamente nos coloca bem-dispostos? A Vodka Black que actualmente é a bebida da moda. Se de repente lhe oferecerem flores, no que pensa? Que alguém esta alcoolicamente bem-disposto. E o que diz? Agradeço, mas confesso que não sou grande apreciadora de flores. O Champagne, é a bebida certa para quê? Comemorar algo.
As mulheres, perdem-se com quê? Com compras. E os homens? Com o futebol. E refilam quando? As mulheres refilam com tudo, acho que somos insatisfeitas por natureza. Os homens refilam quando são contrariados. Uma “ladies night” é uma noite… É uma noite dedicada à mulher, uma noite, em que é dado à mulher um lugar de destaque. Em que pensas nas de enchente? Nessas noites não tenho tempo para pensar a não ser naquilo que estou a fazer.
Propostas indecentes aparecem? Raramente, as pessoas respeitam bastante o nosso trabalho. Piropos ouvimos alguns, mas nada por ai além. Para tirar as olheiras de uma grande noite, o melhor é… Muitas horinhas de sonho e se não resultar, um bom antiolheiras. No Verão, em que praia o podem encontrar? Na Praia da Rainha ou Cabana do Pescador na costa da Caparica Qual é a personagem, que sempre que aparece altera as tuas noites? Não digo personagem, porque não sinto que haja alguém a quem se possa chamar isso na noite em Lisboa, mas sempre que vejo um amigo especial ou mais chegado fico bastante contente. O que lhe falta fazer? Acabar o meu curso de faculdade, arranjar um trabalho relacionado com ele e tirar a carta de condução. Ganhar ou perder é igual?
Não, ninguém gosta de perder. A noite é? Diversão, alegria e animação. De dia, adora… Dormir, estar com os meus amigos mais chegados e ir até à praia se estiver tempo para apanhar sol. Nas férias, não perde… Tirar uma semana só com amigos e ir viajar. Onde se janta bem em Portugal? A região do Alentejo é capaz de ser a região com melhores pratos gastronómicos, pelo menos é a minha preferida. Qual o sonho que tem por realizar? Tenho muitos sonhos por realizar, um deles ir a Las Vegas. Qual foi o filme da sua vida? The notebook (Diário da nossa paixão). É a favor ou contra o casamento entre homossexuais? Eu sou a favor, não vejo mal nenhum num casamento entre duas pessoas que se gostam independentemente de serem do mesmo sexo ou não. Se todos temos os mesmos direitos logo, temos o direito de querer partilhar a vida ao lado de quem quer que seja. E agora que acabou, como se sente? Como no início, tranquila.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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D. Pedro
parou BBC Lisboa
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ste ano, por ocasião da BTL os Hóteis D. Pedro voltaram a assinar a sua tradicional festa, que com a crise a fazer-se sentir nos expositores presentes, a mesma acabou por não se reflectir nesta festa. Quem optou pelo BBC, optou muito bem. Cheio, bonito e surpreendente, este BBC tinha ainda reservado para esta noite impar, um conjunto de surpresas que ajudaram a que os presentes jamais esqueçam esta noite. João Menezes, optou por surpreender. Não se fez rogado e mesmo que decidindo que não pretendia mais do mesmo, ofereceu aos presentes para além do sempre único Nebur, a dj brasileira Milena Scheide que foi uma notória surpresa e Dj Simon, que actuou com a cantora Verónica Larrene tornando o “momento” como único. Lisboa teve assim mais uma festa dos Hotéis D. Pedro, só que este ano, conseguiram atingir o patamar de destaque que nunca antes lhe viramos até pela moldura humana que raiou a excelência.
Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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Zé Black 48
Uma alegre consciência
Zé Black é vida. Personagem ímpar que onde chega descarrega alegria, é Dj, relações públicas, gerente e empresário. Ao longo dos anos, muito do seu tempo foi dedicado em prol dos mais carenciados, jamais tendo permitido que alguém tocasse no assunto. Amigo do seu amigo, é um dos últimos dinossauros a manter as qualidades intactas e por isso, mantém-se como um ser muitíssimo especial.
fotografia de Nuno Ribeiro
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Que tal está a correr o projecto Le Club? Este é um espaço a quem não se pedem pressas, até por ser um espaço que pela sua imponência e requinte intimida de certa forma quem não o conhece e exactamente por isso, não há nada melhor que vir conhece-lo. Independentemente da fama, do requinte, da decoração e do serviço que prestamos, procuramos diariamente proporcionar sempre mais e melhor e é isso que faz do Le Club um caso à parte. Tendo em conta tudo o que atrás referi e os resultados que temos conseguido obter, é-me possível afirmar que o Le Club é um espaço em crescendo.
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Acreditas que esta passagem do oito para o oitenta em Santa Eulália, levou a que muita gente se inibisse? Não tenho dúvidas, até pelo facto de a passagem não ter sido como referes do oito para o oitenta, mas sim, do oito para o oitocentos. Actualmente, Santa Eulália possui um hotel de luxo e exactamente por essa razão toda a nossa oferta, seja ela de praia ou de noite teve que sofrer uma viragem tremenda. Se é verdade que houve tempos em que a discoteca era a razão de ser, hoje a discoteca é um requintado clube, desenhado para quem gosta de usufruir do melhor. Santa Eulália possui hoje uma oferta ao nível daquilo que de melhor existe no mundo, até por ser uma zona de qualidade ímpar.
encontrar uma nova forma de viver? Ao longo de todo o meu trajecto, sempre soube estar e jamais aceitei algumas coisas que muita gente vê como normais. Os meus princípios nunca estiveram à venda, sequer, jamais aceitei hipotecar qualquer um deles e embora nem sempre tenha sido fácil conjugar os interesses, sempre soube quais as linhas que seria de todo incapaz de atravessar. Ao longo da minha vida, nunca dei nada como certo e sempre fiz tudo para ser sempre melhor. Continuo o mesmo, exactamente com a mesma postura e os mesmos ideais.
e isso é o mais importante. Tudo o que fiz ou deixei de fazer foi de forma consciênte, humilde e jamais a pensar em qualquer retorno. São coisas que ficam para mim e de que não gosto de falar.
Teres ficado sem o teu Pai há relativamente pouco tempo, alterou de alguma maneira a alegria de viver com que brindas sempre tudo e todos? Tenho alguns amigos ligados ao circo e sei que o palhaço quando entra para o palco é para pôr tudo e todos a rir, e só depois chora o que tiver que chorar. Não é o meu caso, vivo com a alegria estampada no rosto e vou continuar a faze-lo, o que acontece, é que de repente há um vazio que nos vem a memória, que é triste, mas não podemos de maneira alguma deixar-nos ir a baixo, seria uma catástrofe pois temos sempre alguém de quem tratar.
És um solitário? Não, não me considero um solitário, na medida em que sou uma pessoa que sempre soube quando devia entrar e quando devia sair. Toda a minha vida foi assim e é uma coisa que continuo a fazer questão de praticar. Não estar nos locais quando nos sentimos inconvenientes, não falarmos quando não nos querem ouvir e por aí fora, são as minhas regras. Quando há momento estou, quando não há, não estou.
És uma pessoa que dá tudo de ti em prol dos outros. A pergunta que te faço, é se sentes que o mercado nocturno te retribui? Nunca pensei nisso. De qualquer maneira a noite mudou muito, partiu-se e os mais novos, olham essencialmente para os seus umbigos. Tenho a noção exacta daqueles que gostam de mim, dos que me acarinham e daqueles que ainda me respeitam. Nunca vivi e jamais irei viver em função dos outros mas o que posso afirmar, é que tenho de facto a felicidade de ter feito amigos de grande calibre e isso é uma coisa que nos dias de hoje não está ao alcance de qualquer um. Mas satisfaz-me não andar enganado.
É possível afirmar que o Le Club é hoje essencialmente o clube do hotel Real Santa Eulália? Não. O Le Club, é um clube que se encontra instalado num local privilegiado que é Santa Eulália e faz parte do projecto em termos de conceito e oferta, mas é autónomo. É natural que as pessoas se sintam ainda um pouco intimidadas já que em Portugal, não conseguimos encontrar clubes que possuam restaurante, bar e discoteca de luxo. Como é normal, os clientes do hotel usufruem do seu clube, mas não são a razão Mas para quem sempre deu tanto e se da sua existência. dedicou a ajudar o próximo sem disso fazer publicidade alguma, terás que te A programação do Le Club tem que ter em sentir bem a receber, não? conta os clientes do Real Santa Eulália? Não, nunca estive à espera disso. Ao longo Não, a programação do Le Club é sempre de todos estes anos tudo o que fiz e a feita tendo em conta os clientes da casa forma como levei as coisas foi sempre com que não são naturalmente na sua maioria a maior satisfação. Desde que me conheço os do hotel. Agora, também jamais iria optar como gente, sempre pensei e afirmei que se por uma programação que colidisse de tivesse um milhão, meio milhão era para os alguma forma com os princípios e conceito que nada têm e o outro meio, para ir dando. desenhados pelo António Pereira e que Nada espero em troca por relação aquilo que têm por base a oferta de um clube de alta dei pois sempre o fiz com enorme satisfação. qualidade. Se foi na hora certa, se foi no momento ideal, se foi muito ou pouco, confesso que não sei, A tua entrada no Le Club obrigou-te a mas hoje, sinto-me bem comigo mesmo
Mas como ser humano tens que ter sentimentos e esses o que te dizem? Sem dúvida. Há uns tempos, uma grande actriz Portuguesa dizia-me que é triste estarmos a viver num país em que as pessoas não são vistas pelo que são, mas sim pelo que têm. Eis uma excelente abordagem para ajudar quem me ler a pensar.
Pouca gente sabe, que para além de Dj e de toda este carrossel dos relações públicas, que sempre dedicaste muito do teu tempo em prol dos outros. Porque e que o fizeste sempre em silêncio? É verdade, ao longo dos anos fi-lo em silêncio, mas agora gostaria de fazê-lo com mais barulho, quem sabe não conseguisse ter tido mais gente a fazer o mesmo. De qualquer maneira, neste ponto já vou atrasado pois actualmente é mais complicado. Nunca é tarde para ajudar o próximo, mas de certa forma, acho que na altura fazer estas coisas de uma maneira silenciosa era fazêlas da melhor maneira, e como eu dizia à pouco, tu não sabes muitas vezes que tens que sair quando deves sair e que deves estar quando deves estar, mas o importante, é estar quando se deve estar e o principal, sair quando se deve sair. Para responder à tua pergunta, é assim; as coisas que fiz, fiz nos momentos em que era necessário fazer. Se alguém me quisesse acompanhar só tinha que o dizer, portanto, não tinha que fazer como não fiz qualquer alarido só para me apontarem o dedo. Se querem fazer o bem que o façam, mas não há necessidade de nos estarmos aqui a evidenciar pelo bem que fazemos a quem necessita. Tens um código de valores muito rígido. Foi-te te transmitido por quem? Pelos meus pais, melhor, por toda a minha família. Somos onze irmãos e temos uma conduta de comportamento muito importante.Somos uma família na verdadeira ascensão da palavra, com os nossos valores,
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a nossa educação, os nossos princípios. Fruto de termos vindo de Angola em condições difíceis, fui educado a acreditar que tudo era possível. Que hoje podemos ser ricos, amanhã pobres ou vice-versa, mas que os valores terão que ser sempre os mesmos, no caso, aqueles que nos foram incutidos pelos mês pais.
Há descriminação? Há e vou dar um exemplo. Quando o IRS passou a oferecer música africana, ia ao café e ouvia as pessoas dizerem que era uma discoteca de pretos. Havia a situação do fruto proibido que é sempre o mais apetecido, e o IRS, era de facto o fruto proibido para muitos dos brancos. Vê bem, não diziam é uma discoteca de música africana, que era aquilo que realmente era, diziam é uma discoteca de pretos, consegues captar o sentido da agressão verbal? Diziam; “É uma discoteca de pretos, facadas e agressões” como se isso fosse a definição da casa e posso afirmar que era frequentada por gente de todas as raças. De repente, abre-se uma janela e a música africana com a invasão dos mercados, as discotecas africanas começam a ser vistas como uma passadeira vermelha, os brancos, começam a falar como os negros dentro das discotecas africanas, nos carros dos brancos houve-se se música africana para a frente e para trás, nos centros comerciais, em tudo quanto são lojas, as miúdas, só ouvem musica africana. Foi uma coisa surpreendente, ver miúdas brancas a dançar música africana como nunca, agora, quando saímos daí e encaramos a realidade para termos um diálogo ou para chegarmos a uma conclusão, aí a parte do racismo vem sempre ao de cima com; “vai-te embora negro ou sai daqui ó preto...” Acredito que o Valter tenha encontrado na profissão dele, esse lado do racismo. Se tivermos em conta aos anos em que ele é manequim e se tivermos também em conta, que sempre houve poucos negros ainda para mais com a fisionomia do Valter na moda, é normal que chegue um negro, oriundo sabem lá eles de onde - para eles
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Há uns anos, o Valter Carvalho abordou o facto de já ter sentido racismo na nossa sociedade e particularmente na sua profissão. Alguma vez o sentiste em Portugal? Para ser sincero, se tivermos em conta o que é realmente racismo, nunca o tive. Talvez por tudo aquilo que acabámos de falar ou seja, pela minha determinação, maneira de ser, de estar e de encarar as pessoas. Por tudo isto, nunca conseguiam olhar para mim independentemente de ter vindo de África como um negro.
53 Pensas na tua vida? É evidente que penso, tenho uma vida rigorosa e sou muito exigente comigo ao ponto de em determinadas alturas deixar de fazer esta ou aquela coisa. Conforme a minha idade vai avançando, vou-me deixando de fazer umas coisas e começando a fazer outras. Ou melhor, não deixo de fazer na totalidade tudo aquilo que fazia, mas voume adaptando ao passar dos anos de forma Gostava de saber o que sentes. Como a que me sinta bem, a que faça com quem sentes, as palavras “negro” versus está ao meu lado se sinta bem e que possa “preto”? olhar para o horizonte sem tremedeiras. O meu avô que era branco, costumava dizer; “Ser branco é comum, ser negro é privilégio Se fosse possível voltar atrás, mudarias de alguns”. A palavra preto, só se aplica a alguma coisa? uma coisa que e preta, a palavra negra é o Mudava muita coisa e se a tua pergunta substantivo que se arranjou para diferenciar tiver em conta a minha relação com a noite, uma raça, os orientais são os chineses. Se mudava mesmo muita coisa, mas a principal formos consultar os livros de história, não seria não deixar as pessoas viverem tão esta lá a palavra preto, esta lá, os negros foram depressa. escravizados, os negros isto, os negros aquilo. A palavra preto, é pura e simplesmente para Sorris para quê? O que é que te dar nome à cor das tintas. entristece? As minhas tristezas dão-me para sorrir e as Tens países, como os Estados Unidos, minhas alegrias são para rir infinitamente onde a palavra “negro” é ofensiva, certo? porque até as minhas tristezas, à excepção Tudo vai do tom. Nos Estados Unidos o negro, das dos últimos tempos (falecimento do é black e estamos a falar de uma palavra que Pai), foram sempre tristezas que me levaram eu utilizo no meu nome artístico que é Zé a sorrir. Black, e que é a mesma coisa que é Zé Preto, As minhas tristezas, por incrível que pareça, na língua de Camões. Agora, se tu te virares deixaram sempre alguém bem. Não posso para alguém e disseres fuck a black aí temos dizer que estivesse muito mal, mas também um problema. não estava muito bem, mas não tive tristezas que me levassem a pensar; “Agora vou ficar Para encerrar este capítulo. Aceitas que o em casa, fechado a quatro chaves pelo que racismo actual advém essencialmente do me aconteceu”. Não, se hoje estive triste, medo? amanhã tinha que sair a rir, nem que me Vamos lá ver uma coisa, até pode ser medo. tivessem a cair as moedas todas do bolso Se olharmos para o continente africano, uns que se calhar, estava furado sem eu me dar têm grandes riquezas e outros têm uma conta. Os meus pais sempre me disseram; miséria acentuadíssima. “Para a frente, vamos embora, esta é a vida Não vamos falar da África do Sul que depois que temos e com ela temos que viver com da libertação do Mandela é um caso à parte, satisfação. Por isso, raramente tenho em mas por exemplo Angola hoje é hoje gerida mente as minhas tristezas. pelos negros e esses, estão a tentar viver o mais rapidamente possível pois no mundo Aceitas, ser um exemplo? actual ninguém sabe o dia de amanhã. Sinceramente, quem poderá responder a isso A esperança e a riqueza do mundo está hoje são todos aqueles que me rodearam e me no continente africano sem que ninguém acompanharam durante todos estes anos. antes se tivesse apercebido disso, o que pela Posso afirmar, que sempre que fui solicitado, história obriga a que os negros, sejam eles tentei lá estar e cumprir e isso, acho que ministros ou outra coisa qualquer estejam ficou bem patente em toda a minha vida. sempre em alerta, pois não sabem o que Independentemente de me ter qualificado pode vir aí. Seja na Rússia ou noutro país como melhor disto ou daquilo, sempre achei qualquer podem ser sempre confundidos que era pura e simplesmente o Zé Black, Dj. com qualquer coisa e esse é o problema Éra igual a tantos outros, podia usufruir de diário do negro. Tu vais a passar num sítio e uma certa e determinada diferença, podia assaltam uma loja, e mesmo que vás de fato até aparentar que estaria um pouco mais porreiro da vida, eles abordam-te sempre. lançado para uns e menos para outros, agora, Isto é uma coisa, que por muito que o mundo em termos de exemplo, sempre tentei dar o gire, este povo dificilmente se conseguirá exemplo de comportamento e maneira de libertar. estar. vem de África, de cima de uma árvore, porque pensam que a maior parte dos negros vieram todos do mato, percebes? - e chegam, ocupam o espaço deles e isso é complicado. As pessoas nunca vão dizer o Valter chegou aqui e venceu, optam por dizem é o preto que chegou aqui e venceu. É sempre assim quer queiramos quer não, está enraizado é difícil.
As apreciações cabem sempre aos outros, por mim, sinto-me bem pois como já disse, sempre soube quando estava bem e quando estava menos bem, mas principalmente soube quando devia sair porque não estava nem bem nem menos bem. Quando te vestes para mais uma noite, quando te perfumas, te metes assim, impecável, sentes prazer? Sinto, estaria a mentir se dissesse que não. Não posso, sendo quem sou e fazendo o que faço entrar neste espectáculo generalizado sem aprumo. É um espectáculo em que à entrada vimos sempre tudo da melhor maneira, que tem muitas oscilações e que nunca sabemos como acaba. Aquilo que chamas espectáculo está melhor ou pior com os anos? De certa forma tornou-se muito mais instável. Durante muitas épocas foi um espectáculo bonito e limpo, salutar até. Era tudo muito direito e limpo, apenas queríamos descansar umas horas, dormir o menos possível para prosseguir com nova festa. Hoje já não é bem assim, perderamse muitos valores e o principal, é a razão de fazer as coisas. Actualmente, não raras vezes quando termina um espectáculo, saímos com vontade de nunca mais ali voltar e é triste. Fica a questão; como é possível, existirem hoje menos espectadores e o espectáculo ser muito mais complicado. És Cristão? Em relação a essa questão, apenas posso dizer que não sei se sou ou não cristão. No desespero agarras-te a quê? Tento ter a cabeça fria para que consiga pensar pois essa, é uma das melhores capacidades que o seu humano de possui. Acredito que no saber lidar da melhor forma com esses momentos reside o sucesso ou insucesso de uma vida, é geralmente aí que tudo se decide em verdadeiros jogos de tudo ou nada. Vim para o Algarve sozinho há vinte anos, tive que me fazer à vida. Tive muitas situações em que me vi completamente sozinho. Como sempre enfrentei as situações, também sempre as ultrapassei com a consciência tranquila pois nunca entrei ou fui para lá daquilo que me era permitido, por isso cá estou. O que se pode ainda esperar de ti e dos teus sonhos? Tudo, mas serei sempre igual a mim mesmo, mesmo que isso, não sejam os valores da maioria.
CAPÍTULO
sem mexer na virgula
E
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Sem mudar uma vírgula, o Capítulo V mantém-se exactamente no trilho que o tem vindo a manter como referência da nação. Assumidamente clube, onde as sonoridades assam pelo requinte da aprovação de Rui Caralinda, a casa da Oura tem tido arte na forma de fazer as coisas e sorte na forma como tudo acontece. Sem baixar uma linha no patamar da qualidade que definiu para si mesma, tem num leque limitado de Djs que aceita fazer subir à cabine e isso, tem-lhe vindo a garantir um lugar sem direito a invenções. Tendo contra si os sábados de temporal, tem sido a música, o conceito e o espírito a manter bem viva uma chama que continua a ser hoje o último bastião. Este mês, manteve os Djs Diego Miranda, China, King Bizz, Pedro Tabuada, foi buscar Zé Lito e lançou definitivamente Miguel Amaral e tudo, mesmo tudo sem turistas.
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IN SEVEN
no top
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S
Surpreendentemente para muitos, mas natural para todos aqueles que fazem diariamente esta história de sucesso em Lisboa, o In Seven Seas não descola da liderança. Com José Matos a querer sempre mais tem cabido a Tito Elbling delinear a estratégia que tem resultado em pleno, embora este In Seven tenha entrado num patamar complicado já que ao dar sempre mais, irá mais tarde ou mais cedo deparar-se com a realidade de que é impossível subir ainda mais. Depois de se impor como bar, o In Seven acrescentou a si mesmo versão clube e presentemente consegue começar a noite em versão bar lotado e termina-la como clube da mesma forma e não raras vezes, com djs de primeira linha presentes. Sendo provavelmente a única casa que prefere investir sempre forte para andar na frente, está a marcar uma época e essa é verdade que ninguém consegue ultrapassar. Nesta noite Portugalnight, coube aos djs Pedro Cazanova Ricardo Mello fazerem a diferença onde Andrea ofereceu a voz ao “Selfish Love do produtor de Lisboa. Carregado de animação, tem em Flávia Moreira, uma carta gigante. Parabéns!
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In Seven Club_
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8 ANOS de Opart
Lisboa 58
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Opart Lisboa comemorou oito anos de vida. Caso à parte nas chamadas “Docas” desde a sua primeira hora, soube sempre lutar sozinho até por ter sempre assumido a diferença de quem quer ser um caso à parte. Nesta noite em que comemorou oito anos de vida, o Opart Lisboa apresentou um cartaz onde sobressaiam os nomes dos Djs Nelson Flip, Kaesar, Paul Sergy Far e Miss Sally, profissionais enquadrados e dentro do espírito desde sempre pretendido. Pouco dado ao cor-de-rosa, esta casa vive da e para a música, acabando por ser uma ilha de estilo no oceano nocturno que é Lisboa. Com muita gente que tem na sua rota de sempre o Bairro Alto e Lux Lisboa, o Opart é hoje um dos gigantes do movimento. Quando se mexe, oferece noites inesquecíveis. O seu oitavo aniversário foi uma delas. Parabéns!
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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MINI CLUBMAN JOHN COOPER WORKS Um Clubman com raça
Quem disse que os desportivos são só para gente egoísta e auto-suficiente? Porque não servir também aqueles que não gostam de rolar sós, ou até mesmo os que já se adiantaram na vida, constituindo família. É, a Mini também pensou neles. É por isso que lançou no mercado um Clubman, pequena carrinha Mini, mas com vitamina que chegue para “dar gás” com todo o clã.
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Para uma marca ambiciosa como a Mini, com uma tradição construída e uma imagem solidamente defendida após a revitalização conseguida pela BMW, não há obstáculos intransponíveis. Não se pode dizer que a variedade seja a nota dominante, quando se fala de gama de modelos, neste “pequeno” construtor. Prova disso é que, na essência, a Mini apenas tem um modelo dividido em diversas variantes. Não se pense no entanto que este é um defeito, muito pelo contrário. Poucas marcas se podem gabar de ter tanta qualidade na generalidade das suas versões de um modelo. É com estes parâmetros que poucos são os que não olham para um Mini com admiração, respeito e porque não dizê-lo, com desejo. Daí que sempre que a marca lança um novo produto, este seja aguardado com expectativa. Especialmente quando a sua génese antevê adrenalina, fruto da “casta” de onde é retirado o Cooper S. Por isso sem mais delongas, apresento-vos o Mini Clubman John Cooper Works.
Ampliar a oferta
Dentro da gama Mini, apenas o Cooper S, ou numa análise ainda mais radical, o John Cooper Works, servem os interesses da clientela mais irreverente da casa britânica. É a estes fieis seguidores que a marca tenta agora com uma nova versão John Cooper, esta tendo como base o Clubman, proposta da Mini para uma maior versatilidade interior. Com o Clubman John Cooper Works, a gama fica realmente completa, mais rica e com resposta a qualquer solicitação de um cliente Mini, seja ele qual for. A ideia de propor uma “carrinha” tão diferente não é original, já que outros construtores o têm solicitado, no entanto, o Clubman é talvez a proposta mais interessante de analisar para uma faixa de mercado em que o cliente é tendencialmente jovem, não só de espírito, como em termos efectivos, na sua faixa etária (entre os 25 e os 40 anos). O John Cooper Works provém de uma competição monomarca da Mini com o mesmo nome (John Cooper Works Challenge) e esta versão de estrada mais não é que uma proposta para o cliente adquirir um automóvel desportivo com uma identificação estética muito própria em que o detalhe assume “roupagem” de competição. Claro que o este Clubman não é só roupagem, visto que técnica e dinamicamente também conta com argumentos, digamos que convincentes.
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Um desafio com 211 cv
Para motorizar o Clubman John Cooper Works está presente um motor de 4 cilindros, de injecção directa a gasolina, Twin-Scroll Turbo, com 1,598 lt. Trata-se um bloco capaz de debitar 211 cv às 6000 rpm com um binário de 260 Nm,. Constantes entre as 2000 e as 5300 rpm, com overboost. Estes dados dizem-nos bem das excelentes capacidades motrizes desta proposta Mini, realçando-se as mais valias de, com o binário disponível entre a faixa de rotações mais utilizada se poder concluir tratar-se de um veículo de puro e completo prazer de condução. As suas prestações anunciadas não desmentem o que anteriormente vos referi, já que esta “carrinha” consegue ir dos 0 aos 100 km/h em 6,8 segundos (três décimos de segundo mais lento que o John Cooper Works convencional) e atingir uma velocidade máxima de 238 km/h. Em tempo de crise há que poupar e nesse critério, este Mini Clubman não nos encanta, já que consome em média, por cada 100 km percorridos, 7 lt (comparativamente com os 6,9 lt do John Cooper Works convencional). Claro que este consumo diz respeito a uma utilização comedida, com uma velocidade limitada entre os 60 e os 120 km/h, limites que convenhamos, são pouco respeitados por quem quer uma carrinha com alma de desportivo.
Personalidade interior
De referir que, assim como detalhadamente trabalhado no exterior, este Clubman tem detalhes personalizados no seu interior, para que quem nele viaja sinta o que é um ambiente próximo da competição. Assim, podem-se contemplar um volante desportivo (de três raios) forrado em pele, para alem de alguns detalhes específicos desta irreverente versão, não só no painel de instrumentos, como na manete da caixa de velocidades e na parte inferior das portas. Texto: Jorge Cabrita Fotos: Sérgio coelho
breves djs
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breves djs Dj Vibe
Zé Lito
Dj Vibe já confirmou a sua presença em mais uma WMC, repetindo antes da conferência mais uma passagem pela Evolve de Victor Calderone no Pacha de NY. Para Tó Pereira, seguem-se três actuações em Miami, respectivamente a 26 de Março na Surfcomber Hotel Pool Party, seguindo de nova actuação nessa noite no Kult. A 28 Dj Vibe voltará a impor-se em Miami, agora na Evolved que terá lugar no Parkwest Night Club.
Zé Lito parece regressado aos primeiros palcos do djing nacional. Após uma longa temporada afastado das cabines, Zé Lito começou por regressar ao Art Lisboa, seguindo-se o Capítulo V, casa em que ajudou a definir o conceito. Com este regresso, é de esperar muita agitação, já que a única coisa que este deejay desde sempre garantiu foi que nada tinha a ver com a indiferença. Promete!
Pedro Cazanova
Pedro Casanova está definitivamente num patamar que nunca antes havia atingido, com a vantagem, de também em termos de produção se estar a revelar como peça no movimento. Com uma sonoridade muito própria, Cazanova, tem vindo a impor a diferença nas pistas de dança onde finalmente começa a ter a sua falange, sem com isso abdicar de tudo aquilo em que sempre acreditou. Senhor de uma história recheada de momentos que muito poucos djs se podem gabar, emancipou-se agora e bem por conta própria.
King Bizz
Geninho
King Bizz apostou forte no “quarenta” e com isso não conseguiu encabeçar os cartazes das tours Bacardi que varreram país fora há dois anos atrás mas, constata-se agora que com esta postura conquistou um lugar que é hoje um caso à parte no panorama nacional. Nos últimos tempos, tem vindo a assinar com Pedro Tabuada a dupla Soulmates que não deixa nada nem ninguém indiferente. Ainda a custo relativamente baixo para o que vale e já movimenta, este é um dos nomes que já não cai.
Geninho, nome que nos últimos anos se tornou tradição no W Lisboa, é hoje provavelmente um dos símbolos de uma sonoridade particular. Sempre cheio de vontade de “carregar” um pouco mais, Geninho, tem assumido como poucos o fariam a sua posição de residente, situação que embora lhe retire estatuto pela impossibilidade de fazer algumas datas, confere-lhe o direito de ser um dos grandes djs da capital. Como grande mais valia, Geninho, continua a saber como poucos agradar ao nocho de mercado feminino e esse é realmente um dom que poucos possuem.
Eddie Ferrer
Eddie Ferrer parece finalmente ter explodido no circuito nacional, sendo dos poucos nomes que se estão a evidenciar através da apresentação de datas um pouco por todo o país. Dando ideia de ter perdido muito tempo com a “onda”, Eddie Ferrer está a agradar em tudo o que é casa por onde passa, não sendo de estranhar, que a manter este ritmo, muito em breve salte para o escalão tão ambicionado dos djs desejados. Dividido entre o djing, a produção e a promoção, será certamente dos nomes que mais trabalham ao longo da semana para chegar onde quer. A subir!
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C32
DOCTOR 46
Oficina d´ Artes
DOCTOR 46
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Serviço
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C. Segurança
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MANHATTAN
SUSHI BAR
WIND CLUB
MANHATTAN
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Humbarto
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Serviço
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Guia Portugal 5 Estrelas_
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DNA CAFÉ
BARRIO LATINO
INSIDE
DNA CAFÉ
BARRIO LATINO
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MORADA_ Rua Marques de Pombal,132
MORADA_ Rua da Pimenta, 31
2830-336Barreiro
Parque das Nações 1990 Lisboa
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CONTACTOS_218922201
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FUMADORES_ Sim
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Espaço
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ESPAÇO 10
BAR DA LATA
PLANO B
ESPAÇO 10
BAR DA LATA
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Espaço
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Serviço
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Música
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Porta
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Estacionamento
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Ambiente
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Preço
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Geral
Geral
Geral
Breves Marcas
O Casino do Estoril entrou na senda das grandes produções, perfilhando um pouco o trilho que está a fazer furor mundo fora. Festas, onde os nomes de primeira linha são meticulosamente escolhidos começou por abanar este Casino, embora seja justo afirmar que esta foi uma tendência imposta em Portugal por Miguel Ângelo no Casino de Lisboa, mas de forma bem mais recatada. A abertura das festas deu-se com Dj Tiga no salão Preto & Prata tendo a totalidade dos presentes ficado surpreendidos já que poucos esperariam uma festa com produção de semelhante calibre. Lentamente, o gigante dos Casinos começa a despertar para uma realidade que só ele pode produzir mas que são a diferença e uma necessidade para Portugal.
A marca nacional Salsa, um dos sucessos que se parece felizmente manter imune à crise que rasga os telejornais do país, apresentou em Lisboa e sua colecção Primavera-Verão com uma vitalidade que merece registo. Perante muita imprensa e um sem número de caras que fazem sempre o cartaz dos grandes eventos da nação, a Salsa deu a conhecer as suas tendências para o desfolhar da próxima época de sol, revitalizando o slogan “o que é nacional é bom”. Do que vimos, gostámos e esta foi uma apresentação que bem merecia ter sido repetida à noite num dos excelentes espaços nocturnos da capital tal a forma cuidada como foi projectado. Passar pela Salsa é por tudo isto e muito mais obrigatório. Há sempre aquela peça que faz a diferença.
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Lisboa irá mesmo receber a sua primeira Sensation White, situação que por certo vai receber o carinho de um país inteiro, ao balanceá-lo para a linha da frente dos maiores espectáculos do mundo. Depois de um sem número de ameaços eis que coube através de uma parceria às empresas Hipereventos e Hype Live Events fazerem vir a Portugal uma festa que há muito corre mundo e nos irá certamente colocar na linha da frente. O conceito deste evento é único no género, foi concebido no ano 2000 pela ID&T, a maior organizadora de eventos da Holanda e está a ser particularmente acarinhado por Duncan Stutterheim, o CEO da casa mãe. 9 de Maio foi a data escolhida, os bilhetes serão colocados em breve à venda por um preço que oscila entre os €65 e os €125 existindo ainda um VIP Deck com mesas de dez pessoas, que em Portugal será servido pelo restaurante Olivier. O Sensation – Ocean of White é na sua globalidade uma festa inesquecível e mágica, onde quem não está completamente de branco é convidado a deslocar-se à loja ou a ficar na rua. Será a 9 de Maio no Pavilhão Atlântico em Lisboa sendo obrigatório memso sem conhecer os Djs presentes dar os parabéns a Patrícia Lopes, José Paulo Mousaco, Philippe Dewerbe e Carlos Filipe Teixeira, os portugueses que apostaram forte em trazer a Lisboa esta super produção mundial.
Heart-Core é o tema da próxima ModaLisboa Estoril, a realizar na Cidadela de Cascais nos dias 12, 13, 14 e 15 de Março. De que fibra é feito o seu coração? De vitalidade, de criação, de energia. Por quem bate o nosso? Pelos que, assim como nós, acreditam, insistem, aperfeiçoam e naturalmente se afeiçoam. São estas as principais coordenadas para a próxima edição da ModaLisboa Estoril. Uma edição que promete ser voluntariosa, frontal, virtuosa. Capaz de mexer com os programas e os pragmatismos, de desafiar os tempos com um espírito de intervenção, criatividade e solidez. Esta Primavera, serão apresentadas as colecções de Inverno 2010 dos nossos criadores, uma oportunidade para reunir a ModaLisboa Estoril em torno daquilo que nos distingue - a capacidade de fazer das fraquezas força, das dificuldades imaginação. HeartCore terá novidade e a tradição da casa, terá a pulsão arterial dos atrevidos e o sopro dos inspirados. Para cada Inverno de descontentamento lutaremos com o brilho, a vontade e o encantamento. Olhando o futuro, estamos preparados, sabemos com que contar. Contamos connosco - e convosco - para o Heart-Core da ModaLisboa Estoril.
Ficha Técnica - Director: Miguel Barreto (miguelbarreto@portugalnight.com) Redacção: Pedro Pessoa, Nuno Ribeiro, Sérgio Coelho, João Miranda, Paulo Araújo, Ricardo Escada, João Paulo Henriques » info@portugalnight.com Colaboradores: Nuno Elmano, João Poncciano, Zé Mário, Helder Alves, Ivo Lopes, Luís Gonçalves, Gustavo Ramos, Paulo Araújo » Editor fotográfico: Nuno Ribeiro » nunoribeiro@portugalnight.com Revisão: Tiago Lopes » Publicidade: Sérgio Coelho » sergiocoelho@ portugalnight.com, Paulo Ferrão: pauloferrao@portugalnight.com » Design gráfico: Jorge Silva » Contabilidade: José Ortigueira Editora: Dança da Lua, Lda » NIF: 508472113 Morada postal: Rua Júlio Dantas, Lt 2 – 2750-680 Cascais » Periodicidade: Mensal Registo DGCS sob nº: 124993 Depósito legal: 215886/04 Marca/ Propriedade: Filipa Barbosa » adm@portugalnight.com Web Master: Widescope, Lda. Url: http://www.portugalnight.com Agenda: agenda@portugalnight.com Todos os artigos e imagens estão sob protecção do código de direitos de autor, não podendo ser total ou parcialmente reproduzidos, sem autorização escrita da empresa editora. Portugalnight é uma marca registada.
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