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Foto do mês 4_ Editorial 7_ Stars 8_ Moments 14_ Inauguração Twins 16_ Fox Bloody Halloween 22_ BBC 24_ Campo Pequeno 26_ Jameson 27_ Crisfal 28_ Vogue 30_ Amoreiras Night Fever 32_ Entrevista Pass Musica 40_ ISCTE 42_ Loft - Pete Tha Zouk 44_ Party People 47_ Paradise Garage 48_ Destaque Kiss 50_ Entrevista Dj Pedro Tabuada 53_ Breves Dj’s 54_ In Seven Seas 56_ Andromeda 58_ Sky Club 59_ Restaurante 60_ Automoveis 62_ Plateau 64_ Guia Portugal 5 estrelas
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editorial
Nos últimos tempos, tenho recebido alguns reparos, por não “perfilhar” das ideias de algumas Associações ligadas ao mercado nocturno. De facto, assim é. Lamento, mas não consigo fazer parte da “procissão” e passo a explicar porquê. Longe de mim não acreditar que o Associativismo possa ajudar a pensar, primeiro, e a resolver algumas situações pertinentes depois. Uma vez ultrapassados estes problemas, as Associações poderiam ajudar a que os bons sobrevivessem e os maus saíssem. Mas é exactamente aqui que está o problema: ou seja, os bons e os maus, ou os melhores e piores, enfim, dêem-lhes o nome que quiserem, vão sistematicamente variando conforme as suas necessidades e não, conforme as necessidades do mercado. Começando pela ADN (Associação de Discotecas Nacional), sou o primeiro a reconhecer o valor dos conhecimentos de Francisco Tadeu no assunto, mas a questão que se levanta é — qual a sua representatividade real? Será justo, perante todos, defender apenas os interesses de alguns? Quando foi a última assembleia-geral da ADN? Que percentagem real do mercado representa? Já a ABZHP (Associação de Bares da Zona Histórica do Porto), representada por António Fonseca, me parece bastante mais coerente e naturalmente fiel à sua representação. No entanto, apesar de tal lhe conferir, obviamente, uma posição, o seu peso é pouco significativo. Mais recentemente, surgiu a ADL (Associação de Discotecas de Lisboa) e a APDJs (Associação Portuguesa de Djs). A ADL, encabeçada por João Rocha (e reconhecendo-lhe eu o valor e mérito para presidir com a necessária equidistância), acaba por esbarrar num conjunto de vontades dispersas. Como um dia escrevi, flutuam ao sabor do estado em que cada associado se encontra a um dado momento perante o mercado, o que, naturalmente, lhe retira a força e coerência que poderia e até mereceria deter. Já a APDjs, que poderia ter um papel essencial num sector mundialmente reconhecido, mas que em Portugal tem sido incrivelmente secundarizado, carece de qualquer representatividade aceitável que não a de direito e de escritura, caindo até no ridículo de se outorgar competente para definir se um Dj é de classe A, B, ou C, sendo as definições por si atribuídas a cada uma das “suas” categorias impossíveis de descrever e para mim, no mínimo, hilariantes. Já imagino o Presidente da APDjs, com o seu brilhante curriculum, a submeter os grandes nomes nacionais ao seu teste! Notável, até por já lhe ter sido facultada a entrega ao Dj Tiesto de um dos seus certificados com direito a foto e tudo (grande mundo, este!), só nos faltando ver, por exemplo, Pete Tha Zouk, a receber o seu cartão e certificado, que ninguém de bom senso tornou (ainda) felizmente obrigatório, sabe-se lá de que classe! Não questionando de todo aquilo que cada uma destas entidades vai exigindo, já que, no fundo, procuram defender os seus interesses e as suas teorias, acredito, no entanto, que tudo isto apenas serve para descredibilizar ainda mais um mercado que, em Portugal, continua a ser visto como de segunda, terceira ou quarta categoria, até pelo peso real que a ARESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) tem vindo ao longo dos anos a conferir à noite portuguesa na sua estrutura. Eis a volatilização das forças deste mercado. É claro que aqueles que estão de fora – fazem lembrar os pára-quedistas nocturnos que alguém definiu, e muito bem, como “aparecem e desaparecem sem que se perceba lá muito bem como e para onde” – vêem a noite como um negócio de galinhas de ovos de ouro. Daí vem a cobiça em relação a esses tais ovos, que passou a ser uma corrida de sonhos. Direi eu que é exactamente por proporcionar tantos milhões, que cada vez são mais os profissionais que batem com a porta ou se vêem obrigados a debandar para fora do país. Por muito que berrem, a noite terá naturalmente que fazer valer os seus direitos, mas de outra forma, com outra representatividade. E hoje admito, sob a chancela da ARESP, para ser reconhecida mas através de um departamento autónomo e definido.
Editorial_
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Ou será que para um restaurante, ter ou não música, é o mesmo que para um bar, uma discoteca, um club de strip ou até uma casa de alterne? Há que começar por tipificar, e o resto é a conversa de sempre. Seria justo afirmar que é de todo premente à noite nacional reunir com o Ministro da Administração Interna e com o Ministro da Cultura. Mas quem a representará? Com quem devem reunir estes Ministros? Quem credibiliza o que pode até não ser credível, esbarra nos princípios básicos. É por tudo isto, que a noite portuguesa continua a ser “a brincar” e a ser vista como submundo. Como sempre, continuo a defender o valor de um alvará para cada espaço, seja ele bar, discoteca, etc., tal como defendo, que esses alvarás sejam limitados (se quiserem, para melhor compreensão, estilo táxi, e podendo ser trespassados), colocando as Câmaras Municipais, anualmente e conforme as necessidades do mercado, mais um, cinco ou vinte e cinco à disposição dos munícipes e obrigando o mesmo a uma taxa anual (como acontece em algumas zonas dos EUA). Defendo ainda, que os Djs são artistas ao nível dos músicos e, quando produtores (profissionais que fazem música electrónica — computadores — sendo Bob Sinclar um bom exemplo, para mais fácil compreensão dos leigos) devem possuir as mesmas regalias e direitos que os músicos, pois é aquilo que realmente são. Por fim, que a SPA, PASSMUSICA e outras entidades que podem vir entretanto legitimamente a surgir, sejam tuteladas rispidamente pelo Ministério da Cultura, de forma a obrigar a que se entendam, para que correctamente se cobrem todos os direitos que devem ser cobrados. Mas estes direitos, deverão ser pagos de uma só vez, da forma que bem estabelecerem, podendo os mesmos ser detidos por bares, discotecas, piscinas, casas de strip, de chá e por aí fora, ou (e isto é muito importante), por um determinado Dj em nome pessoal (estilo seguro de carta de condução). Tentar definir horários, quando a maioria dos espaços não está tipificado (se é bar, discoteca, ou o que quer que seja), mais, quando não possui sequer licenças, pois as mesmas, para serem obtidas, são uma verdadeira aventura cósmica, é continuar a tentar construir as casas pelo telhado. Quanto aos Djs, devem também eles ter de pagar a sua licença anual ao Ministério da Cultura, distribuindo este como tutela o que for devido em direitos da forma que bem e melhor entender. Assim, não só os Djs deixarão de passar a vida a fugir de qualquer ilegalidade que não raras vezes desconhecem, como o mercado terá necessariamente de pagar um mínimo aos seus Djs e produtores, pois ninguém tira licenças para tocar no bar do amigo ou como entrou na moda, a fundo perdido. Esta será uma altura de ouro para Portugal legislar, procurando ser exemplo e tendo como objectivo ser a vanguarda. A ideia que possuo, é a de que a maioria desconhece que hoje, através do mercado cibernético, existem mais Djs produtores nacionais com temas a fazer furor mundo fora do que se pensa. Isso é trabalho e são direitos a que hoje muitos se tentam “abutrar”, sem o necessário direito aos mesmos. Ou será que ninguém percebeu que as labels nacionais, responsáveis por milhares de temas que estão no mercado, são vistas com desdém, quando de facto são quem representa e manda realmente nas pistas de dança? Está na hora, toca a acordar! Por mim, estou a pensar montar a APBCPP (Associação Portuguesa de Barmen’s, Porteiros e Copeiros de Portugal) em que, por cada euro que passe pelas mãos dos meus associados, terão que pagar uma percentagem por desgaste físico e psicológico. É claro que os valores apurados serão distribuídos pelos meus associados. Descansem, estou a brincar!... Foram muitos os que me questionaram se seriamos capazes de apresentar soluções; Como está na moda e puderam ler; “Yes, we can”.
Miguel Tinoco Barreto Migueltinocobarreto@portugalnight.com
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fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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magem
Dj Martin Solveig Outubro 2008
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Moments
Marinho & a arte sacra
Eh toiro, a praia e mais ao lado
Mas afinal quem e o espantalho?
Digam la que eu não sei linguagem gestual
Kitsch ou Krash. a valsa dos Lillipops
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“Aqui vou eu cheio de pica, aqui vou eu de Lisboa para a Caparica
Este sucesso que me persegue... consome-me
Nuno, apresento-te o meu amigo diabrete, desculpa, Cunha
Xano + Xico é igual a X2 e nunca Xaxi, Homens que nao se medem aos palmos
Moments_
Nada como ser patrocinada pela Vodafone
A nova valsa da condessa
Qual dos três foi de mota?
Desculpa, será possivel passar “Eu tenho dois amores”?
O feeling do pai na dança da noite
Em época de chapeladas, nada como vir ensinar a Lisboa
O príncipe e o Prefeito ou será o Prefeito e o Príncipe?
Naturalmente e sempre.... Sporting
Sete dias a rimar, não e para quem quer, apenas para quem sabe
O Mundo Azul Todas as imagens e palavras que aqui leu, são uma pura miragem, baseada na útopia de um monstro verde inexistente. Todos os comentários a esta inexistêntcia, devem ser remetidos para a lua, via CTT, com a frase, “faça-me uma chamada de valor acrescentado a pagar no destino”, seguido do seu número de telemóvel.Em caso de aflição, sorria, está a ser fotografado(a) pela câmara de um marciano felpudo, que disto nada sabe, que daquilo nada diz e daqueloutros nada viu
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RealShaker
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oão Magalhães, depois de um ano 2007 e início de 2008 para esquecer, encontrou no projecto Jimmy-E do Verão da discoteca Kadoc, a mola que deu origem aquela que é hoje a L.O.V.E. – Living On Vibrations Events – detida em parceria por Magalhães e Bé de Mello Laranjo. Embora ainda se denote algum nervoso miudinho, essencialmente na forma de execução de cada projecto, João Magalhães é cada vez mais o outsider com que ninguém contou e que pode muito bem vir a desequilibrar algumas das forças existentes, essencialmente pelo facto do mercado em que se move, viver essencialmente de equipas de trabalho mais e menos perfeitas. A dispersão, pode dar origem a um preço a pagar bastante elevado, pelo que o trajecto da LOVE, ou cumpre sistematicamente o plano de trabalho que traça do princípio ao fim, aceitando as perdas e ganhos inerentes ou nunca conseguirá passar de um grupo de bons e prestáveis rapazes.
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ernando Alves, que durante largos anos liderou o grupo Remédio Santo que detinha o seu epicentro na Costa de Caparica encontra-se prontinho a dar início a mais uma época, não se recebendo de facto o que tem vindo a adiar a abertura do novo espaço RS localizado em Corroios. Segundo quem já viu, o novo RS é de facto um monumento, possuindo a totalidade dos requisitos para surpreender e brilhar, para além de estar primorosamente desenhada. Com vários espaços autónomos, que vão permitir a estes empresários trabalhar conforme as molduras humanas, o novo RS vai certamente provocar uma grande revolução na noite da margem sul. Certo mesmo, é que com o Fórmula 1 parado nas boxes, os encargos têm por certo tendência a asfixiar o lançamento deste espaço o que a acontecer será de lamentar, já que qualidade tem.
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nthony Pereira possuiu a arte de saber alterar sem mudar e isso permitiu-lhe para já, conseguir manter o Liberto`s Bar como espaço de passagem obrigatório no sul do país. Embora haja que tentar antecipar o comportamento das massas no mês de Dezembro, para já, as medidas tomadas vão de encontro ao mercado e estão a permitir ao Algarve voltar a ter o seu ponto de encontro de forma bastante menos formal. Dando ares de ter sete vidas, e embora não raras vezes assumindo riscos consideráveis perante a estrutura, o certo é que uns sobem, outros descem e Anthony Pereira adapta-se sem vacilar.
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onçalo Barreto e Carlinhos Canto Moniz são o “Ás” que falta jogar na noite da capital e de que curiosamente a maioria se parece ter esquecido. Tendo sofrido até ao momento dois ataques através de boatos colocados delicadamente a circular, Gonçalo Barreto e Carlinhos Canto Moniz ao mexerem-se, vão garantidamente alterar um sem número de agendas da Linha de Cascais, que naturalmente se farão sentir nalguns espaços da moda de Lisboa. Seguros e com uma linha de pensamento idêntica Barreto e Canto Moniz possuem a seu favor um quadro de valores que não contempla o mínimo erro ou traição, sendo portanto que será no mínimo curioso, perceber o que acontecerá nos próximos seis meses por parte do Grupo Tamariz. Para já, este é o “Ás” que se encontra fora do baralho e pelo que dá para perceber, são poucos aqueles que contaram com ele. Lá diz o ditado, o primeiro milho é sempre dos pardais.
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ugo Pinto, o cabeça de cartaz da discoteca Vogue Porto, será dos poucos empresários do mercado nocturno da cidade Porto que está a conseguir manter o caudal perante a crise que parece instalada na cidade. Através de uma linha musical bastante definida, Hugo Pinto tem vindo a conseguir manter a sua Vogue à tona ultrapassando as agruras do mercado, o que é um mérito que lhe terá que ser reconhecido por tudo e todos. Enquanto a maioria sonhou com a expansão, este empresário preocupou-se em pagar o investimento e será certamente hoje, um dos nomes que mais facilmente superará o mau momento da cidade.
E
zequiel Sequeira, proprietário da discoteca Queen’s Lisboa, depois de andar mais de um ano a ser cortejado pela quase totalidade dos condes da nação, que viam num possível casamento a forma de passarem a deter o dote, que consiste numa das maiores pistas de dança da capital, optou por ser aquilo que é ou seja, assumindo um certo cansaço, mas não o letreiro de tolo. O projecto relâmpago Void em que lhe transformaram a casa temporalmente, acabou por ser a gota de água necessária ao despertar do leão e aí está o Queen’s Lisboa de novo com casas cheias, bons line-ups e a nadar num mar de grandes opções. Embora ainda numa fase embrionária para as capacidades que possui, o certo é que o Queen`s Lisboa arrancou finalmente sem recurso ao facilitismo, diríamos que finalmente ao estilo que caracteriza Ezequiel Sequeira.
RealShaker_
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ilipe Campina, é o homem forte da Elite Nigh, uma das raras produtoras que o empresário Manuel Faria e Pedro Lorena da The Loft deram como sérias, e detentora de garantia para não virem a sofrer o revés da estabelecida dança das cadeiras. Com uma quinta-feira de quinze em quinze dias na The Loft, a Elite Night, não caiou na tentação de apenas olhar para o mealheiro e está lentamente a tornar-se a par da Lust de Bruno Lorena, num dos grandes pólos mobilizadores da capital. Com meia Lisboa a digladiar-se, por este lados o prestígio mantém-se totalmente imaculado.
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ui Caralinda está de novo na sua melhor forma, encontrandose a congeminar uma nova estratégia que vai por certo, permitir-lhe continuar a imprimir o ritmo da inovação. Leitor atento dos pormenores que podem ir ao encontro do seu conceito, já que dos outros… dificilmente alguém verá um dia Rui Caralinda a assinar um bailarico, percebeu que o sue nicho algarvio é inquestionável, e que Lisboa é de facto o epicentro do seu conceito. Sem subir para as costas de ninguém, escolheu a dedo os parceiros, encontra-se numa fase de assinar acordos e ninguém se deverá espantar se no próximo aniversário do Capítulo V, a festa do primeiro se repita. O guru, parece agora um miúdo, a quem deram uma pista de automóveis nova. Nem dorme!
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osé Matos, goste-se ou não do estilo arrojado com que dá a cara, é quem mudou radicalmente uma zona importante da noite da capital. Numa altura em que se prepara para apagar a terceira vela do In Seven Seas Lisboa, José Matos já conseguiu meter em sentido muito boa gente, ao mostrar como é possível sem lobbies, esquemas e artimanhas, apresentar casa cheia, mesmo que numa zona em que todos têm como difícil. Embora tendo entrado em força nos domingos, colocando de imediato o Café da Ponte arredado da competição, não se contentou com o baú das migalhas e investindo, passou ao ataque ao longo dos sete dias da semana, não se coibindo de ir buscar Flávia Moreira e Xico, no momento que achou essencial refrescar.Aos que perguntam como é possível, parece-nos mais importante perceberem como soube ir ao encontro da vontade dos seus clientes pois, estar cheio, cinco ou seis dias por semana em Portugal, apenas está ao alcance de meia dúzia.
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A
lberto Cabral, homem forte da discoteca Andromeda em Vila Real, é um caso que merecia ser estudado com atenção por parte da maioria dos interlocutores do mercado.Tendo construído a pulso o império que hoje detém, possui a arte de inovar sem colocar em risco o conquistado e essa tem sido uma das características que o têm levado a ganhar o respeito dos seus clientes, das marcas e claro dos artistas. Numa altura em que algumas grandes casas do norte começam a cortar em tudo o que é despesa, chegando até a introduzir nalguns casos os bailaricos e matinés, Cabral, lá vai dizendo que o seu estilo é mais o da formiga. Numa feira de vaidades, ver este “miúdo” dar cartas sem vacilar é no mínimo notável.
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silda Azevedo, com uma gigante chamada Lagar`s para cuidar e habituada a ser senhora do ritmo, parece decidida a não passar pelo calvário por que muitas das discotecas da região norte já estão a passar. O facto de nunca ter caído na tentação de elevar a bitola para patamares impossíveis, mas jamais abdicando de proporcionar ao seu público tudo aquilo que há de melhor mundo fora, permitiu que esta empresária consiga continuar na galeria dos notáveis. Com meio mundo a gemer e a questionar como é possível, Isilda Azevedo lá vai explicando, que se em vez de Ferraris, Poches e afins toda esta gente tivesse metido o dinheiro no banco para fazer frente a possíveis agruras da vida, hoje estariam como a Lagar`s, a trabalhar.
S
imone Bertoncini, o homem forte do Capicua localizado na Marina de Vilamoura e uma das figuras de proa do Grupo NoSolo Água anda de sorriso estampado no rosto. Consciente de que Portimão não é Lisboa, mas também certo de que não abdica de ter qualidade, é um dos empresários que ao longo dos doze meses do ano ajuda a que Portimão não seja Agosto e o resto do ano, paisagem. Desde sempre adepto de movimentos estáveis, Simone tem por regra manter djs, relações públicas e staff longas temporadas, sendo curioso verificar, que todos eles quando partem, vão sempre para melhor. Como o Inverno a sul ajuda a meditar, no Inverno passado, coube a este senhor reinventar em Lisboa Patricia Henrique, agora imaginem o potencial.
RealShaker
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onçalo Rocha, voltou a impor inesperadamente o ritmo na cidade de Lisboa. Depois do revés sentido pelo “K” no Verão deste ano no Algarve e em Cascais, começaram a aparecer sinais e era por demais evidente, que o mercado se iria agitar já que estes, não são homens de levar o desaforo para casa. Primeiro, com a garantia da manutenção e ampliação do projecto Kubo e a seguir, com o avanço do projecto Kapital pelas mãos de Zé Paulo do Carmo, João Figueiredo e Duarte Ribeiro, parece chegada a hora da desforra e de novo ataque ao monopólio da capital. De mestre!ara já, todas estas movimentações tiveram o condão de fazer regressar a cabeça e consequentes projectos de João Rocha ao mercado, situação que desde logo garante a monumentalidade e qualidade únicas de execução.
J
João Menezes, proprietário do BBC Lisboa, acabou por ser quem inesperadamente se viu envolvido numa competição para a qual por certo não estaria preparado, ou pelo menos que jamais aguardaria, sendo no entanto dos empresários nacionais dos possui a capacidade para fazer frente a qualquer vicissitude, tanto em termos financeiros como principalmente de projecto.Garantidamente que incrédulo perante semelhante caudal de reboliço, João Menezes começou por uma vez mais se movimentar em silêncio, está em fase de ponderação e nada nem ninguém se deve espantar se muito em breve provocar uma avalanche. Não é homem de perder.
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F
rederico Rocha, que depois do afastamento programado de Eduardo Carvalho da Silva assumiu a liderança do amplo movimento de promotores capaz de encher ou vazar qualquer evento da capital, acabou por se ver envolvido no reboliço, sendo garantidamente dos que maior prestígio tem em jogo, como resultado das recentes movimentações verificadas na capital. Negociador exímio, ousou afrontar democraticamente as leis desde sempre impostas por Eduardo Carvalho da Silva e foi exactamente a partir desta quebra, que nasceu o livre transito dado a Zé Paulo do Carmo para negociar com o Grupo K.Detentor de uma forte posição no BBC Lisboa, Frederico Rocha abriu provavelmente de forma inesperada ou distraída a caixa de Pandora que mudará para sempre relações, amizades e claro, negócios.
Z
é Paulo do Carmo, pedra chave no negócio que transferiu o Grupo Kitsch composto por si, João Figueiredo e Duarte Ribeiro para o Grupo K, será certamente a esta hora dos produtores da capital, aquele que sentirá as orelhas mais quentes. Sendo certo que até ao Verão de 2008, “a corte” estava definida, a partir desse momento, Zé Paulo do Carmo foi o verdadeiro lobo mascarado de ovelha, conseguindo numa operação relâmpago, não só virar a noite de Lisboa de pernas para o ar, como ferir de morte algumas amizades dos últimos anos.Revelando-se verdadeiramente imbatíveis na aglomeração da geração maravilha, os três homens fortes da Kitsch, possuem a consciência de que nada nem ninguém nos próximos tempos lhes conseguirá fazer frente na Kapital, pelo que, a hora é de charutos à beira mar na Praia de de S. Pedro do Estoril.Afinal, o baralho tinha um quinto “As” e giro, é que ninguém sabia.
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abendo que depois da bonança vem a tempestade e jamais esquecendo que após o Carnaval vem a Páscoa, o empresário Manuel Faria, proprietário da discoteca The Loft foi um dos grandes mobilizadores da classe de promotores entre nós. Depois de fazer agitar Lisboa de forma única, Faria, teve a arte de perceber a saída relâmpago por parte da sua equipe de trabalho da The Loft era apenas o início de uma onda, que mais tarde ou mais cedo rebentaria na casa de qualquer um.Seguro de que a nau The Loft se tem que manter a navegar, manteve o sorriso, meteu trancas à porta e não deixou o barco resvalar, profundo sinal de que os tempos da gerência do Alcantara-Mar Lisboa, foram realmente as melhores aulas do seu ensino superior.Com Lisboa em pé de vento, a The Loft mantém o rumo, os clientes e até as produtoras. Quem diria que foi por aqui que tudo começou!
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duardo Carvalho da Silva, apenas encontrará no seu dicionário a palavra perplexidade para definir o seu estado de espírito, tendo no entanto conseguido ser o único a antever a “bolha” que veio a rebentar e talvez por isso, é aquele que hoje apresenta um Twin`s Lisboa lotado, sereno e banhado de um mundo impar. Depois de lançar Frederico Rocha como seu sucessor ainda no Clube Casa do Castelo, Carvalho da Silva acreditou que o grupo a que deu corpo, se fosse alimentar ao longo dos anos pelos melhores valores dos escuteiros, falhando nessa sua equação, naquilo que diz respeito à velocidade da informação. Com Carvalho da Silva semi-aposentado, Luís Evaristo, dado a outras actividades e Frederico Rocha certo de que era o “Negociador” da coesão, os mais novos descobriram o caminho para o mealheiro, levando a que hoje os alunos mais badalados de cada universidade se encontrem na folha de pagamentos de qualquer produtora ou discoteca do país. Sendo garantido que Eduardo Carvalho da Silva não abdica de valores, é de acreditar que mais tarde ou mais cedo alguém falhe a um casamento pois a paz podre não vai durar para sempre.
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fotografia Nuno Ribeiro
Aniversรกrio Helga Barroso_
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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Twins Lx_
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Twin´s Lisboa
é luxo para Lisboa Usofruir
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atata Cerqueira Gomes, Manuel Guedes e Eduardo Carvalho da Silva acreditaram, e quando menos se esperava, o Twin`s Clube abriu portas em Lisboa.Sendo certo, que esta obra veio devolver à capital a essência do mito, não é menos verdade que o Twin`s arriscou forte e é já uma aposta ganha. Conseguiu tirar de casa gente desavinda com as horas mais escuras do dia, trouxe sofisticação, gente bonita, como se constata produzida e principalmente,não abdicou dos critérios por que se regem os seus proprietários. Se uma abertura vale sempre aquilo que vale, será justo dizer que este novo clube de Lisboa trouxe essência, qualidade, requinte e estas são desde logo mais-valias de proporções consideráveis para qualquer capital que se preze. Na cabine, o dj Nuno Castella que tantos e tão bons verões proporcionou a Portugal no Clube Casa do Castelo é o garante de que a tradição será para manter, não tendo o Twin`s olhado a meios na hora de escolher o seu staff, exemplo disso mesmo, é a sua porta. Com os dados lançados e a paixão no ar, este Twin`s Lisboa possui ainda o selo Daniel Mantinhas para o dia-a-dia, situação que naturalmente acarreta manter a desejada selecção. Temos clube em Lisboa.
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Fox Bloody Halloween_ 17
Na cordoaria Nacional
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fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservádos Portugalnight
FOX International Channels (FIC) resolveu este ano assinalar a tradicional noite de Halloween, com uma festa na Cordoaria Nacional em Lisboa sob o lema “FOX Bloody Halloween”. Num país em que a maioria das “festas” já têm por tradição não ir além da designação e do convite em papel, encontrar esta “FOX Bloody Halloween” foi no mínimo surpreendente para os milhares de convidados presentes, já que através de uma produção muito substancial o objectivo foi amplamente conseguido. A música, entregue aos deejays Stikup e The Fox, tendo ainda contado com a actuação dos Makongo foi ao encontro dos gostos da totalidade dos presentes, que perante semelhante produção, desenvolvimento e presenças obrigou a que tudo e todos se sentissem rendidos a este passo da FOX. Num mercado em que o gato por lebre é uma constante, esta produção da FOX ficou para mais tarde recordar, não existindo quem não tenha ficado com a sensação; “queremos mais”.
O problema da córnea na noite
A questão da lingua vaidosa
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ove anos depois, coube a Miguel Marceliano, gerente do bar Hawaii localizado nas chamadas “Docas” de Alcântara abrir a garrafa e promover o nono brinde. Com ideias muito próprias, Marceliano está a conseguir passar também ele ao lado do desespero que começa a afectar muito boa gente. Assinar nove anos de vida no mercado nocturno apenas é permitido a alguns e Miguel Marceliano conseguiu-o. De se lhe tirar o chapéu.
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uem olhe para a foto, até pode pensar que Patricía Henrique convida Maya para uma sessão do mais refinado corte e costura, mas a verdade, é que nada disso se passou. Se quanto a Maya, está quase tudo dito pois seja no Porto, Algarve, Coimbra ou Lisboa é sempre a somar, Patrícia Henrique é o diamante bruto, que durante anos optou por andar escondida e que no Verão passado explodiu para o sucesso e fama com o Grupo NoSolo Água. Embora em versões diferentes, tanto Maya como Patrícia Henrique conhecem os meandros, o sucesso e as histórias. Promete!
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mbora esta possa parecer a sessão de apresentação do Dj Pedro Cazanova e de M.Dusa para a WDB Management, nada disso é por enquanto verdade.Numa das melhores festas da Jameson, Manso era o senhor da batuta, Henri Josh cumpria e suportava Yass, enquanto Pedro Cazanova e M.Dusa prosseguiam o ritual de dar a conhecer as últimas produções do Dj da capital. Perante tantos sorrisos, e com Portugal a bater palmas fica a pergunta; Não poderia José Manso dar um empurrão? Só contra forças não se rendem ao Selfish Love de Casanova. Vá lá!
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rederico Rocha e João Miguel, encontraram-se não numa reunião, sequer num convento, mas em mais um momento de ouro da The Loft. Ao som de The Zouk, João Miguel teve por certo oportunidade de informar “O Negociador” que no mercado, amigos, amigos, badanetes à parte. Como esta não era uma noite de “enganadores”, o homem de Boticas lá foi dizendo a Frederico Rocha que meias, só as dos pés e que confiar, só no cão. Perante este quadro, há que dizer que de facto, quem avisa amigo é.
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zequiel Sequeira, foi pela sua cabeça e pegou o touro de cernelha. Numa altura em que uns agudizam e outros se encontram na maior efervescência, o patrão do Queen`s Lisboa acertou em cheio ao ir buscar António Cunha para seu general manager, já que o diabrete sem pedir sociedade está a agitar as águas de Alcântara. Escusado será dizer, que o próximo de tantos que já bateram aquela porta, quando resolverem apresentar novas e milagrosas propostas, vão receber de Ezequiel Sequeira um skate para melhor andarem pelas ruas da capital.
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edro Miranda, não necessitou de muito tempo para herdar e herdou um verdadeiro bombom,que não fosse aparecer novo dinheiro vivo e a esta hora teria por certo perdido sem culpa alguma mais de metade dos seus amigos. Embora ainda não tenha definido o trajecto que pretende seguir,sequer delineado o passo seguinte,já conseguiu informar o mercado que a época das“Bombocas”está de todo ultrapassada,até por as mesmas já não se encontrarem à venda no mercado. Enrage, um dos jovens valores do Djing foi um dos fustigados.
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saxofonista Otis gravou o seu novo teledisco na discoteca Paradise Garage e diga-se em abono da verdade, que este é mais um dos valores que o mercado apenas reconhecerá na sua plenitude quando o perder. Acompanhado de Paulo de Carvalho, Otis cumpriu o ensejo e fez a diferença, sendo apenas de lamentar que o mercado nocturno da capital não tenha acarinhado um pouco mais um músico que é sempre a diferença.
B
runo Pedro e Farinha, sócios dos últimos anos no bar Mitto de Albufeira, com a hecatombe verificada na casa no último Verão acabaram por ficar de costas voltadas, fazendo jus ao ditado, sem dinheiro…não há palhaços. Com outro ditado a fazer-se sentir, o tal dos “amigos, amigos, negócios à parte”, Farinha empenhou-se no comércio automóvel e Bruno Pedro, voltou a ir buscar o Dj Gonzalez conseguindo obter um regresso em força. Numa destas noites, os tais amigos dos negócios à parte voltaram a cruzar-se. Um com sorriso Pepsodent, o outro amarelo, mas como uma mão lava a outra. O Mitto prossegue.
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uem olhar para esta foto, até pode pensar que tio e sobrinho jantam faustosamente num dos melhores restaurantes da capital, mas não são tio e sobrinho e no caso, o “sobrinho” lá foi dizendo ao “tio”, que «a linha entre a amizade e os negócios é muito ténue e que perante o mercado ninguém pode ficar chateado”.O “tio” concordou, sorriu e desejou ao “sobrinho” o êxito de sempre. Eis um jantar em grande estilo, desta feita sob o lema do “goodbye my love”, mas quando o mercado da televisão nacional já fala no regresso do “Perdoa-me”.
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aniel Mantinhas, low profile como sempre, apareceu de alma e coração à cabeça nocturna do Twin`s Lisboa, dando um verdadeiro recital não só pelo volume, mas principalmente pelos clientes que está a conseguir satisfazer.Alma parda de Luís Vilarinho e Eduardo Carvalho da Silva, Daniel Mantinhas sempre deu e atingiu o pleno, sendo o passo agora dado natural, se tivermos em conta o passado de cada um dos intervenientes. Sereno, já mostrou que o Twin`s não é um fogacho de abertura, que não veio para passar e que pretende pautar-se por um nível elevado. De se lhe tirar o chapéu.
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preto branco Abriu em Lisboa o Kube Room, espaço localizado ao lado do já famoso Kubo do Grupo “K”. Não tendo olhado a meios para atingir fins, este Kube Room traz ainda mais qualidade,a um projecto já de si de sonho,o Kubo. Dispondo dos mais avançados meios tecnológicos em termos de luz, aproxima-se da linha de pensamento de João Rocha e vai garantidamente abanar. Para os que apregoavam a queda de um anjo, toca a meter a viola no saco, este projecto está como tudo aquilo que o“K”fez na capital até hoje,colossal.
Depois de andar à deriva, fruto até de algum cansaço, Ezequiel Sequeira resolveu pegar ele mesmo no seu Queen`s de frente e os resultados começam a aparecer. Farto de teorias, projectos impossíveis e contadores de histórias, o homem pegou na batuta e está a fazer do Queen`s Lisboa, uma das melhores pistas de dança do país. Faltará ver se possui vontade suficiente para produzir alguns nomes internacionais, já que Vibe e Pete Tha Zouk lhe estão vedados. Enquanto o homem manda, o povo sonha.
Está na ordem do dia. Começou como um pequeno bar que se iria tentar impor aos Domingos e é hoje o fiel da balança, já que consegue estar cheio sete dias por semana. Contra todos os prognósticos, José Matos e Tito Elbling entram no mês de Dezembro a fundo, sendo de questionar onde é que podem meter mais gente, pois o In Seven, seja ele Sea, Bar ou Club é realmente impressionante. Como o trivial é pouco, e só para agitar, tem vindo a oferecer no fim de noite alguns nomes do djing mundial só para contrarias e também aí…não está a perdoar.
Quando todos esperavam que fosse para deixar andar, eis que o Grupo Liberto Mealha fez uma leitura atenta do mercado e transformou o seu Liberto`s Bar num conceito mais soft, que está a conseguir não só acolher gente mais velha, como a proporcionar um espaço que sabe receber logo após o jantar. A tradicional mesa de snooker avançou, o mobiliário seguiu uma linha de comodidade e o Liberto`s Bar, reapareceu assim com alma para um Inverno sofisticado. É quase certo que com o próximo Verão tudo terá que mudar, mas que se adaptou e bem, disso não há dúvidas.
A discoteca Coconut`s em Cascais encerrou as suas portas. Embora já existissem rumores, seriam poucos, aqueles que acreditariam nesta possibilidade,o certo, é que foi exactamente isso que aconteceu. Com Cascais mais pobre, fica uma história de duas décadas fantástica existindo quem jure a pés juntos que o futuro deste espaço irá passar por um luxuoso SPA. Embora exista quem tenha tentado assinar uma última noite do Coconut´s com gala, o certo é que um dos maiores defeitos da casa prevaleceu e com isso…
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Gonçalo Rocha soube através do silêncio dos inocentes operar uma das maiores e mais rápidas reviravoltas que Lisboa já viu e ainda nem o aniversário do Grupo K foi apresentado. Kubo, Kube Room, Kapital e Kais prometem assombrar os próximos tempos da quase totalidade dos empresários da capital. Brutal!
João Figueiredo, de cordeiro a leão, parece ter sido apenas uma questão de momento. Do cordeiro João já pouco resta, o leão Figueiredo aí está e de um momento para o outro conseguiu afrontar meia Lisboa. Tido por mercenário por uns e por profissional por outros, limitasse a dar-se como negociador ao melhor estilo do seu mago,Frederico Rocha.Agora quem o segura? Manuel Faria depois de lançar os dados possuiu a rate de antever a bomba que acabaria por ter que rebentar mais tarde ou mais cedo. Enquanto a maioria se dedicava ao folclore, faria fechou-se no bunker com Lorena e Pedro Chuva, meteu trancas à porta e será dos que irá ver a guerra através da varanda do Palácio dos Industriais. João Meneses, é hoje indiscutivelmente o empresário que mais confiou e aquele que maior revés sofreu. Tido por forreta mas honesto, deu todas as condições e deparou-se com um golpe de estado quando em negócios no estrangeiro. Sendo que a única certeza que hoje tem, é a de que tem Frederico Rocha e João Magalhães do seu lado, vai ter que se empenhar a mostrar tudo aquilo que realmente sabe para não vacilar. Competia a Luís Vilarinho ter tido mão na sangria. Por descuido, distracção ou até incredibilidade deixou a sua falange em roda livre e vai ter garantidamente um problema para resolver no próximo Verão. Carvalho da Silva ou João Figueiredo? Sendo certo que esta é uma altura de sorrisos amarelos, cabe a Luís Evaristo emergir e estancar a sangria ou ninguém sabe onde irá tudo parar.
Frederico Rocha, consegue por natureza estar bem com Deus e o Diabo, mas perante o quadro em que deixou a sua estrutura cair, terá que ser muito mais que um hábil negociador para manter o poder. Embora afirme que também se irá aposentar, tem responsabilidades e vai ter que se esmerar para não morder na mão que o lançou; Eduardo carvalho da Silva
Fernando Alves tem uma discoteca de luxo preparada para abrir e não consegue dar a volta ao “problema”. Unanimemente reconhecido por quem já viu que este é um projecto desenhado e produzido para fazer a diferença, tem no entanto vindo a esbarrar num mar de adiamentos. Por aquilo que sabe e já deu à noite, Fernando Alves tem que obrigatoriamente abrir, ou a margem sul desespera.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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Festa Hello Kitty BBC_
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“Amici” de João Graça e Paulo Ferreira entram com
Hello Kitty
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BBC apresentou no passado mês, aquela que designou ser a equipa que irá dar sequência a um trajecto que possui um passado bonito, diferente e até em muitos momentos mágico; as suas sextas-feiras. Depois de Eduardo Carvalho da Silva apresentar uma equipe de ouro nas famosas Space Mood e de Frederico Rocha, prosseguir nova temporada com as Good Mood, eis que João Graça e Paulo Ferreira arriscam um corte com o passado sem contudo renegarem o estilo fazendo nascer as “Amici”. A acompanhar João Graça e Paulo Ferreira estão agora Cristina Amaral, Hugo Variz, João Costa, Luís Coelho Dias, Nuno Dias, Rodrigo Arrobas e José Vilarinho que entraram nas sextas-feiras “Amici” do BBC pela porta grande, ao assinarem nesta noite a apresentação do novo Optimus Hello Kitty perante uma lotação bonita e lotada.Sendo certo que para funcionarem em pleno, João Graça e Paulo Ferreira vão ter que criar o motivo semanal, há que afirmar que para já, foi em pleno.
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Recepção ao Caloiro_
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. Garraiada do Caloiro
foi noite para recordar
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DotGlobal de António Melara Dias, Jorge Carrão e Diogo Marques, produziu no passado mês na Praça de Toiros do Campo Pequeno a 1ª Garraiada do Caloiro, isto depois de a 30 de Abril do ano passado, mais de quatro mil finalistas terem festejado os cento e trinta e três anos de história das Garraiadas Académicas de Lisboa. Desta feita, foi a vez dos caloiros e seus doutores lotarem o Campo Pequeno, primeiro, para aplaudirem os cavaleiros e forcados universitários que se fizeram com pompa e circunstância à Praça e depois, para festejarem ao som do cantor popular Leonel Nunes e do Dj Cenoura. Com a Sagres a impor o ritmo, este foi um momento verdadeiramente sublime da “movida” universitária, que imbuída do espírito, deu asas a uma produção que tem a assinatura de gente que sabe o que é um toiro. Um registo bastante importante, foi o estilo de público presente;Maioritariamente bonito,alegre e pronto para a festança. Lisboa quer mais, muito mais noites destas.
Jameson Hot Party... Foi festa
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
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Com o aproximar de mais um Inverno, a marca de whisky Jameson apostou forte numa noite “Hot” e como era temperatura que se pedia, nada melhor que o Museu do Regimento de Sapadores dos Bombeiros de Lisboa, não fosse algum excesso necessita de acalmia. Para esta Hot Party, a Jameson elegeu os deejays Yass e Henri Josh, cabendo a Maya uma vez mais, assinar com a merecida pompa a zona VIP da festa. Todos aqueles que se começavam a habituar às “Jameson para enchentes”, desde logo perceberam que a marca optou por mudar, regressando ao conceito selecção que neste caso, contou com uma produção que já permite dar falta a todos aqueles que por esta ou aquela razão não compareceram à festa. Pensada,com pormenores absolutamente mágicos,há que registar o calor que se fez sentir,como dissemos a animação de um rigor fantástico e claro,o Jameson do contentamento de todos os convidados. De grande nível!
Crisfal_
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FESTIVAL DE DIEGO Na Crisfal E
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
stivemos na Crisfal em Portalegre, numa noite que ofereceu Diego Miranda a cabeça de cartaz. Discoteca localizada num antigo cinema, a Crisfal não só oferece condições consideráveis, como tem vindo a realizar um trabalho em termos de música de dança que terá obrigatoriamente que ser considerado de grande relevo. A aguardar Diego Miranda, estava uma Crisfal que sem ter uma lotação esgotada, oferecia uma moldura humana invejável, sendo interessante conferir que a maioria do público presente é conhecedor. Diego Miranda entrou para marcar pontos e depois das tradicionais apalpadelas, entrou para um set já pouco comum nas suas actuações, tendo-se visto obrigado a ir buscar temas mais crispados, de forma a conquistar por completo a noite como aliás veio a acontecer. Em termos de casa, a Crisfal Portalegre possui condições, dá prazer e está a ser uma bandeira, mesmo que a poucos quilómetros de Espanha.
LUXO
para poucos
Na Invicta fot. Ferri1300 - Direitos reservados Portugalnight
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uma operação relâmpago, a Heart&Soul trouxe até à discoteca Vogue no Porto o cada vez mais aclamado Dj David Guetta. Embora fique no ar a questão, do porquê de David Guetta na cidade do Porto a uma sexta-feira, o certo é que foi isso que aconteceu. A discoteca Vogue, voltou a ser igual a si própria, apresentando-se impecável e embora não tenha conseguido a lotação que Guetta obteria presentemente em qualquer outra cidade do país, há que referir estar completamente isenta de culpas, até por ter conseguido em termos de público oferecer uma noite bonita, brilhante e animada do princípio ao fim. Embora como dissemos, sem a lotação que merecia, há que dizer que quem se guardou para o tradicional sábado da cidade só perdeu. Acarinhado pela moldura presente, o Dj francês optou como já é tradição por dar um recital de música, sempre imbuído da sua alegria contagiante, que leva tudo e todos a não se conseguirem ficar pela satisfação. Um luxo!
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Amoreiras Night Fever
Foi mar de qualidade
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ste ano, o Amoreiras Shopping Centre optou por brindar Lisboa com uma noite denominada de Amoreiras Night Fever, aproveitando com ela para homenagear locutores de rádio e deejays da década de oitenta. Com assinatura da FUN, a noite teve início com um espectáculo fantástico baptizado de “Eighties”, onde há a registar a qualidade do mesmo, situação pouco habitual neste género de eventos. Com o desfile de moda que contou com a participação de Cláudia Vieira, Rita Pereira, Isabel Figueira, Nayma, Liliana Campos, Andreia Rodrigues, Telma Santos, Raquel, Jani, Vanessa Garcia, Pedro Guedes, Rubim, Bruno Rosendo, Rodrigo Soares e Cláudio inserido nesta noite, a totalidade dos presentes apenas pode aplaudir. Para o fim, a FUN reservou a actuação de uma bateria de djs de indiscutível valor e principalmente com grandes histórias da década de oitenta, figurando no cartaz para mais tarde recordar Luís Loureiro, Luís Oom, Elvis Veiguinha, Pedro Mourinho, Teresa Fernandes, Luís Montez, Jorge Alexandre Lopes, Pedro Rolo Duarte, Luís Filipe Barros, João Chaves, Mário Fernando, José Candeias, António Sérgio, Jorginho, Zé Black e Augusto Seabra. Excelente noite, poderia e merecia ter sido embalada até de manhã.
fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight
Amoreiras_
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entrevista
PassMúsica “Cobrar Direitos Conexos é um direito que está previsto na lei” Miguel Lourenço Carretas, é advogado e o responsável da PassMúsica por parte da Augiogest. Com o mercado nacional envolto na problemática dos chamados Direitos Conexos, procurámos obter respostas às perguntas que todos fazem, tentando dessa forma dar a conhecer esta obrigação que existe desde 1991, mas que só agora começa a ganhar grande dinâmica. Situação muito mais abrangente do que se possa pensar, os Direitos Conexos têm nesta entrevista de Miguel Carretas, respostas e informação pertinente para a noite e dia, para profissionais e simples clientes. A PassMúsica veio para ficar e promete cobrar tudo aquilo a que tem direito, mesmo que hoje, ainda ninguém garanta a impossibilidade de em breve surgir nova Associação à procura de iguais direitos.
De que forma um detentor de direitos conexos se pode associar à PassMúsica? A Pass Musica é uma marca que representa uma joint-venture entre a Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas (CGDA) e a AudioGest, que é a Associação de Gestão Colectiva dos Direitos dos Produtores. Sou o representante dos produtores na PassMúsica e tenho o total conhecimento das condições necessárias para aderirem à Audiogest, mas não consigo indicar-lhe em pormenor, quais são as condições que permitem aderir à CGDA, embora lhe possa fornecer os contactos para depois falar com a pessoa competente. O que entende a lei como Produtor? O produtor é, nos termos da lei, a pessoa que fixa pela primeira vez os sons provenientes de uma prestação, ou seja, é a entidade por conta da qual se faz uma gravação musical destinada a ser explorada comercialmente pelas mais variadas vias. Este é o produtor original, tal como nós o imaginamos, ou seja, o chamado Produtor Executivo e que, aparentemente, seria o detentor dos direitos. Mas, na realidade, não é assim.
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Porquê? Normalmente essas gravações são feitas por uma entidade que contrata o artista, que interpreta obras dele ou de outrem, paga os direitos de autor, contrata o produtor e por aí fora. Estamos a falar do mercado comercial normal, esse é o detentor dos direitos. Tem a noção de que no mercado da música de dança, maioritariamente, nada disto se aplica? A produção de música de dança é cada vez maior, é um facto, e é possível criar música de dança a uma velocidade inimaginável, se comparada com a restante música, é uma velocidade realmente assustadora. Mas a questão é esta: Para que é que vai servir a gravação? Se essa gravação servir apenas para eu guardar, para ser eu próprio a usar, em boa verdade a gestão colectiva não faz sentido, porque não vou cobrar nada ao titular original que está a usar a sua música. Isso é de facto aquilo que acontece algumas vezes com a música de dança. Mas, como sabe, a música de que estamos a falar, a house music, não está maioritariamente representada em nenhuma associação. Estava eu a dizer-lhe que, de facto, se essa gravação não se destinar a circular no mercado, e quando digo a circular, não é necessariamente a ser vendida e comercializada pelos circuitos comerciais. Se ela não se destinar a ser tocada por mais ninguém, em boa verdade não faz sentido
e aqui a gestão não intervém. A partir do momento em que a mesma se destina a circular, ou porque é vendida ou porque é colocada à disposição, gratuitamente ou não, para ser utilizada por terceiros, faz todo o sentido que esses DJs produtores se associem à Audiogest. No caso concreto da Audiogest, devo dizer-lhe que, apesar de estar previsto estatutariamente, até hoje não há qualquer deliberação no sentido sequer de onerar a inscrição dos associados; portanto, até hoje, continua a ser gratuito. Quem quiser associar-se, associa-se e participa o seu repertório e posso até adiantar, que vai começar a poder fazê-lo muito brevemente on-line, o que será uma tremenda facilidade. Portanto, digamos que, a partir daí, será possível detectar a utilização da sua música e estamos a evoluir cada vez mais nesse sentido. Esse Dj Produtor, terá direito a receber os seus direitos e quanto maior for a circulação das suas músicas, quanto maior for a utilização de terceiros, mais terá a receber. E qual é a sua posição perante as remisturas? A produção da música de dança é, nem sempre, mas muitas vezes, feita a partir de outras músicas (remix/edits). Esta questão é muito mais complicada do ponto de vista dos direitos de autor. Aí, sim, levantam-se questões muito complexas de direitos morais, como a de saber até que ponto determinada obra pode ou não ser utilizada. Existem algumas doutrinas contraditórias acerca do assunto. Mas até que ponto tenho ou não de pedir autorização para pegar numa obra que já existe e transformá-la? É a questão. Qual a doutrina que defende? A meu ver, tem de ter autorização. Isso às vezes cria uma série de problemas. Porquê? Não raras vezes, essas obras foram criadas por autores que nem sequer são da área da música de dança, que não se reconhecem nesse discurso musical e que, portanto, levantam problemas pela utilização da obra. Não está em causa se tenho direitos de autor sobre a obra transformada, pois é evidente que tenho, na medida em que também tenho de proteger esse trabalho criativo, mas, antes de mais, devo preocupar-me em pedir autorização ao titular original. Claro que isto às vezes é complicado. Aliás, se quer que lhe diga, essa questão só não é ainda mais complicada por nossa causa. Nessa sua linha de pensamento, o Rui Veloso ir ao palco e tocar uma música dos Delfins também é incorrecto, pois é exactamente a mesma situação, não? É, se não tiver autorização prévia dos autores, que neste caso seria emitida pela Sociedade Portuguesa de Autores.
33 Ou seja, qualquer pessoa que toque Frank Sinatra, está a incorrer no ilícito de estar a usurpar a música de alguém. É muito interessante o que me disse agora e é essa a importância dos artistas. O Frank Sinatra, ou a Madonna, não são autores das músicas que cantam. Apesar de, tradicionalmente, ser o direito daquele que criou a obra o mais importante, não raras vezes, diria até que muitas vezes, a capacidade interpretativa, de produção e execução dos detentores dos direitos conexos é de tal ordem, que acabam por se tornar socialmente, até mais importantes que a própria obra. Se o Rui Veloso quiser interpretar uma música dos Delfins e não tiver autorização dos próprios, dos autores das suas músicas ou da sociedade que os representa, que para estes efeitos é a S.P.A., não tem o direito de o fazer, é um ilícito. Vamos imaginar que os U2 dão um concerto em Portugal e tocam um tema que não lhes pertence. Também terão que pagar direitos conexos? Não, porque o concerto dos U2 em Portugal é devedor, não me pergunte a mim se pagou ou não pagou, mas parto do princípio de que o fez. Teoricamente, o produtor que trouxe a Portugal os U2 pediu autorização e pagou à SPA os respectivos direitos, inclusive, pelas músicas da banda. Aliás, aquilo que se discute nos cachets dos artistas, não são os direitos de autor, são apenas os cachets de interpretação. Num concerto ao vivo, a PassMúsica, ou seja, a Audiogest e a GDA, apenas têm de cobrar pela música ambiente anterior ao concerto, a do intervalo, e, se a houver, depois do espectáculo. Nos só interferimos, e esta é uma questão muito importante, quando se usa música gravada e editada. Como cidadão, não lhe parece que começam a existir demasiadas licenças e demasiada burocracia, para ter um negócio que deveria ser simples? Uma coisa é o livre acesso do cidadão a direitos privados, aos direitos culturais, outra coisa é a utilização dos meios culturais, sejam eles obras ou gravações de fonogramas, como diz a lei, para promover uma actividade comercial ou não comercial subjacente, enfim, uma actividade em que, directa ou indirectamente, haja uma actividade económica. Por-
tanto, há que perceber que estas são duas situações completamente distintas. A lei, e a meu ver, bem, reserva aos autores, produtores e artistas, uma compensação que deve ser paga por quem usa a música como matéria-prima, mesmo que num grau inferior da sua actividade comercial. Matéria-prima? Vou assumir que não há dúvidas de que a música é a matéria-prima de qualquer discoteca ou mesmo de qualquer bar. É uma matéria-prima tão importante como o whisky que lá é vendido. Não há discotecas ou bares sem música e embora a importância da música não seja a mesma em todos os bares, e isso nós reconhecemos, o certo é que é matériaprima. Agora, esta questão é importantíssima, porque a criação musical é um acto, obviamente nobre, mas também um acto a partir do qual muita gente vive — autores, artistas, produtores, etc. A venda da música não é suficiente? Não, não é. Em primeiro lugar, por uma razão de facto. Nunca se ouviu tanta música como hoje e também nunca se vendeu legalmente tão pouca música como actualmente. O que está a acontecer, é que existem cada vez mais utilizações ditas secundárias, como é o caso de execução pública em bares, cafés, lojas, etc. Atrever-me-ia até a dizer que hoje, se ouve música por todo o lado. Como cidadão, até acho que, em alguns casos, de forma exagerada. Outra questão, é saber se gosto ou não de estar num restaurante que tenha a música demasiado alta ou baixa. Mas esse é um problema meu, pois em função disso, posso ou não lá ir. Esta cobrança, antes de ser feita, não deveria passar por um entendimento entre a totalidade dos cobradores de direitos? As sociedades de gestão são simplificadoras, não complicadoras. Mas antes de falarmos disso, gostaria de o informar de que estes direitos são comuns em toda a União Europeia e até em quase todos os países do mundo e que a legislação portuguesa até é das que coloca mais meios à disposição dos titulares dos direitos para actuar contra os incumpridores. Somos dos países que possuem mais opções para perseguir o ilícito. De qualquer maneira, imagine um mundo em que não existíamos e em
que alguém, para tocar e cantar num bar uma música do Rui Veloso, tivesse de ir pedir uma autorização, por exemplo, ao Rui Veloso e ao Carlos T. A pergunta que lhe faço é: se todas estas entidades não se entendem, poderemos acreditar que um dia passarão a cobrar o que de direito a uma só entidade? Estas entidades entendem-se. Antes de mais, a Audiogest e a CGDA deram um exemplo que, deixe que lhe diga, foi importantíssimo nos países do sul da Europa, tendo servido já de modelo de inspiração para Espanha, onde os direitos conexos são também cobrados em conjunto, o que para além de ser um direito social, é um direito legal. Esta parceria com os artistas resulta de algo que nos pareceu óbvio. Portanto, entre produtores e artistas, demos o primeiro grande passo. Sim, e os direitos de autor? Tradicionalmente, os direitos de autor continuam à parte, aqui e no resto da Europa. Por mim, e respondendo directamente à sua pergunta, diria o seguinte: tem toda a razão neste sentido, as actividades económicas funcionam na óptica do utilizador e aquele que tem uma discoteca quer pagar, e com toda a razão, o direito dessa música. Quer dizer, ele não quer pagar, mas quer ter uma autorização para passar música, e por isso tem de pagar, não estando particularmente preocupado em saber se esse direito é de autor, conexo ou outro qualquer. Ele quer ter uma licença, um papel, que diga que pode passar música. Acho que isso faz todo o sentido. E porque razão não acontece? Essa questão é levantada de tempos a tempos, e é objecto de discussão a vários níveis e nas várias entidades de gestão que estão aqui envolvidas. Porque é que, até hoje, não foi possível? Por uma razão muito simples. Isso era impossível até os direitos conexos terem começado a afirmar-se. É uma questão de peso das instituições? Não, não é só o peso das próprias instituições. É que o próprio utilizador não iria perceber por que é que, de repente, tinha de passar a pagar mais por direitos, a confusão seria maior. Ultrapassando as questões institucionais que se colocam, há que afirmar que, tradicionalmente, e falo pelas experiências de outros países que acompanhei, os autores não aceitam que as remunerações dos direitos conexos sejam sequer parecidas com as deles.
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O certo, é que de um dia para o outro, o mercado nocturno deixou de ter a SPA, para ter três ou quatro cobradores de direitos. Não, têm a SPA e a PassMúsica que representa a AudioGest e a CGDA. Sim, mas entretanto apareceu também a DAICOOP, e todos se limitam a informar que “tem de pagar”. O Estado não está a falhar no meio disto tudo? Ou seja, se agora batêssemos à porta e lhe disséssemos: Agora, para além da electricidade, tem de pagar uma taxa referente à utilização dos cabos de electricidade. Seria legítimo? Ao Estado competem duas coisas: primeiro, verificar a prática de ilícitos e, depois, tutelar as entidades de direito colectivo. Entendemos, e é o que tem vindo a vingar nos tribunais, particularmente na área da execução pública, que a utilização não autorizada, seja por autores, seja por produtores, é crime; portanto, compete ao Estado, antes de mais, verificar a actividade, ou seja, se as pessoas estão ou não autorizadas a usar essa música. Não se trata de ser o Estado a cobrar as nossas licenças, sempre quisemos separar a actividade e a cobrança das nossas licenças, pois temos de ser nós a tratar delas. Agora, há objectivamente um ilícito que o Estado pode e deve verificar. Por outro lado, o Estado, através da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), tem o dever de controlar, ou melhor, de tutelar, através da tutela inspectiva que possui, as entidades de gestão que se encontram no mercado. Portanto, todas as entidades de gestão colectiva devem ser tuteladas pelo Estado, que deve exercer os seus poderes de tutela e que, inclu-
35 sive, já exerceu sobre nós, quando nos impôs a obrigatoriedade de não poder utilizar a marca PassMúsica de forma isolada, o que por vezes até nos dificulta o discurso informativo. Mas regressando à questão em concreto da DAICOOP… Para a PassMúsica, a AudioGest e a CGDA, a questão da DAICOOP coloca-se da seguinte forma: nós representamos o nosso repertório e fazemos um esforço tremendo no sentido de o dar a conhecer. Não se tem a ideia, mas temos uma base de dados que, embora ainda bastante incompleta, possui três milhões de faixas de música, tem uma listagem de artistas também ainda incompleta, com os intervenientes nas nossas músicas e fazemos um esforço diário enorme, no sentido de nos mantermos actualizados e de ter participações de repertório on-line. O nosso problema reside no conhecimento do nosso repertório passado e não do actual e futuro, pois esse reportório já vem de há muitos anos. Descobrir e reunir todo o nosso repertório passado e que é titularidade dos nossos associados e representados, na mesma base de dados, é uma missão titânica. Logo, o nosso repertório é sempre objectivamente muito maior do que aquele que conseguimos demonstrar. Há pessoas que nos escrevem a dizer «mandem-nos a lista do vosso repertório». Isso, pelo que expliquei, é um absurdo. Essa espécie de retroactividade da lei não o choca? A lei não é retroactiva. Objectivamente, são devidos direitos conexos desde 1991. Mas o art.º 194 fala em retroactividade. Isso é outra questão. Essa retroactividade tem a ver com outra norma. O 194 é uma norma complicada e houve uma série de alterações legislativas que foram feitas tarde, nomeadamente quando foi feita a lei 50/2004, onde estava em causa o direito de colocar à disposição, porque há uma norma directiva que estava a ser transposta com atraso para a legislação nacional e o legislador resolveu prever, alistando nessa película utilizações pretéritas. Afinal, há retroactividade! Não, não tem a ver com este caso de que estamos a falar. É apenas uma questão técnico-jurídica e é evidente que, em termos gerais, a retroactividade viola a segurança. Posso afirmar que nunca a Audiogest ou a CGDA exigiram direitos conexos retroactivamente, quer anteriores a 1991, quer sequer desde que demos início à PassMúsica, como se disséssemos: «o senhor está a usar essa música há 15 anos, portanto pague-nos!». É evidente que não fazemos isso e que começámos a cobrar a partir do momento em que passámos a ter um serviço em que era possível pagar estes direitos de uma forma fácil, o tal simplificador. Portanto, nenhuma das nossas acções sobre execução pública em bares, discotecas e restaurantes, se reporta ou exigiu valores anteriores ao dia 1 de Janeiro de 2007. Nunca o fizemos. Quanto ao art.º 82, que diz que, sempre que quaisquer equipamentos ou suportes materiais relacionados com a afixação e reprodução de obras sejam vendidos ao público, têm incluída no seu preço a quantia dividida pelos intervenientes directos (autores, intérpretes, executantes, etc….), a questão que coloco é a seguinte: Este art.º 82, juntamente com o 141, não significam que uma discoteca já é detentora dos direitos e pode passar CDs? Não, de forma nenhuma. O art.º 81 exclui expressamente da cópia privada uma cópia que seja utilizada para quaisquer fins de comercialização ou comunicação pública. Há incongruências é no regime dos direitos de autor, que não nos afectam directamente. Esse art.º não diz que, no preço de venda ao público de todos e quaisquer aparelhos… Reprodução é a cópia. Eu estou a perceber, normalmente nós dizemos que o bar está a reproduzir música, mas o bar não está a reproduzir, está a executá-la, a passá-la.
Nos suportes virgens, tais como CDRs e DVDs, também está incluído no valor de venda ao público o valor de cópia privada, tem de ler com mais atenção o art.º 81. A Audiogest recebe dinheiro dessa forma. Esse mecanismo é gerido em Portugal através de uma associação que se chama AGECOP, que é a associação que congrega todas as associações. É uma associação de associações de autores, produtores, artistas e editores livreiros. Veja bem, que somos dos pouquíssimos casos na Europa em que a reprodução e cópia de livros está também misturada e mal, visto que a parte do audiovisual possui problemas radicalmente diferentes. A questão da cópia não tem nada a ver com a questão da reprodução pública porque, antes de mais, a cópia privada não pode ser usada para efeitos de execução pública ou de comercialização. É então, apenas, uma remuneração para compensar a cópia privada? Exactamente. O que é que acontece com a reprodução? Antes de mais, a execução pública. Os direitos que nós cobramos, são cobrados independentemente de estar a ser utilizado o original ou uma cópia. Partimos até do princípio de que essa cópia é legal e autorizada. A missão da PassMúsica não é primariamente andar a perseguir cópias piratas, estejam elas onde estiverem. Com isto, não estou a dizer que, quando essas cópias são detectadas, não interferimos no processo; digo é que não é esse o nosso objectivo, pois o caso da pirataria pertence à Associação Fonográfica Portuguesa. Há ainda a questão de existirem muitas cópias que passam nas discotecas. Podia-se levantar a questão de essas cópias serem privadas, admitindo até, que alguém tem o original. Infelizmente, ou felizmente, o que é um facto é que, de acordo com a lei nacional, essa cópia não é considerada cópia privada. Costumo dar um exemplo, quando falo sobre isto em acções de formação sobre direitos de autor e direitos conexos. Imagine que sou dono de um bar e compro o CD para minha casa, resolvendo fazer uma cópia para ouvir no carro: é uma cópia puramente privada. Suponha agora, que chego à porta do meu bar e penso: «esta música é boa para passar aqui», deixou de ser privada. Imagine que faz uma cópia e a sua filha faz anos. Convida 30 ou 40 colegas da sua filha para a festa de anos e coloca o seu conjunto de CDs a tocar. Já é, neste caso, uma cópia pública? Não, porque considero que uma festa desse tipo é outra excepção, quando feita num ambiente estritamente familiar e sem qualquer fim lucrativo directo ou indirecto. Não é que o fim lucrativo directo seja requisito, mas o facto de não ter qualquer fim lucrativo nem direitos indirectos e ser feito num ambiente estritamente familiar, faz com que não seja uma execução pública, portanto ainda estamos a falar de um ambiente privado. Uma festa para a qual convido 10 amigos, 20 amigos, para minha casa, (dependendo do tamanho da casa), pois é evidente que, se tiver um palácio, posso convidar mil amigos. A festa não deixa de ser privada por causa disso, mas já não é a mesma coisa. É importante que se perceba que, quando para essa festa contrato um Dj, pago. Do ponto de vista do dono da festa, é uma festa privada, do ponto de vista da utilização que aquele Dj está a fazer, há uma actividade económica logo, é uma execução pública. Como encara o mercado do Karaoke? Há três grandes empresas e, depois, alguns fenómenos mais ou menos isolados. E, entre elas, há uma grande empresa que já é nossa associada e foi admitida na passada sexta feira, embora ainda nem tenhamos a listagem actualizada. A publicidade massiva que estão a fazer, está a obter resultados? O facto de termos começado a andar nas bocas do mundo começa a trazer mais gente que se quer associar à Audiogest. Como deve imaginar, temos todo o interesse nisso. O Karaoke é uma questão extremamente importante. Eu tenho direitos de autor pela música que é usada
e pela letra que é inserida. Existe actualmente uma discussão com a SPA bastante interessante, mas sobre isso, que não é o meu pelouro, não me irei pronunciar. E nos conexos? Também. Não sei se tem ideia, mas os karaokes feitos originalmente pelas empresas que são titulares do master usam, como é óbvio, as faixas musicais, portanto, as pistas musicais, retirando as pistas da voz. Geralmente, o que acontece é que essas músicas são regravadas num estúdio. Curiosamente, muitas delas são regravadas no Oriente, onde as pessoas nunca ouviram aquela música, mas reproduzem-na. O que acontece, é que aquele produtor assegura os direitos de autor, pagando-os. Ao fazer uma nova gravação, ele é o titular dos direitos desse trabalho e, portanto, ele próprio também é titular de direitos conexos. Como, se não possui os direitos dessa música? Se alguém quiser regravar uma música, desde que peça autorização aos respectivos autores, pode fazê-lo; o que depois se pode discutir é a qualidade relativa que o Karaoke tem, mas esse é um problema de direitos de autor. Para a parte que nos interessa, a partir do momento em que aquele senhor é autorizado a fazer a regravação e a partir do momento em que o autor o autorizou, ele é um produtor tão legitimo como qualquer outro. Não lhe parece que a legislação é demasiado complexa para os leigos? Esta técnica de redacção legislativa complica objectivamente a percepção de um leigo daquilo que são as suas obrigações. Não irá empanturrar muitos dos tribunais com discussões académicas? Há muitas coisas que se discutem academicamente, em matéria de direitos de autor. Agora, de uma coisa ninguém tem dúvidas: é que é devida uma remuneração a artistas e autores.
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Este Código não é demasiado complexo, confuso e até contraditório em alguns casos? De facto, em termos gerais, este código foi, infelizmente, transformado. Repare, vai na sétima transformação, se não estou em erro, e isso também não facilita. Este código vai-se pois transformando sucessivamente numa manta de retalhos. A cada alteração que é feita, o legislador olha tipicamente para dois ou três artigos, altera aquela meia dúzia e nem sequer está a pensar no impacto que esses artigos têm sobre os restantes. Sempre que existem alterações aos diplomas em discussão, participamos activamente na mesma, voluntariamente ou a pedido, e geralmente, como é óbvio, fazemo-lo voluntariamente. Devo dizer-lhe que, quer pessoalmente, quer enquanto representante da Audiogest, nas duas últimas alterações que existiram, quer à lei 50/2004 quer à Lei 16/2008, (que parece mentira, pois saiu no dia 1 de Abril, mas não é…), fiz um grande esforço no sentido de chamar a atenção do legislador para aquilo que eram as incongruências que ele estaria a criar. Não que estivesse propriamente mal a norma do legislador, mas porque iria colidir com uma série de outras normas. Nem todos os deputados, que estão de facto a tratar disto, têm um conhecimento profundo de todo o Código de Direitos de Autor. Competenos fazer determinados alertas ao legislador. Tem exemplos concretos? Por exemplo, nas alterações da lei 50/2004, há duas normas sucessivas, em que uma diz:“isto é crime” e em que na outra se vem dizer que não é crime. Este é um exemplo que nada tem a ver com a nossa área, mas, de facto, este código tem-se transformado numa manta de retalhos, o que não facilita. Mas também lhe digo que os códigos equivalentes aos códigos de direitos de autor e direitos conexos que conheço noutros países como Inglaterra, França e Espanha, não são muito mais simples. Não lhe parece que estamos a ir um bocado a reboque da linha Alemanha? Estamos a ir, gostemos ou não, a reboque daquilo que se passa na U.E., pois somos obrigados a fazê-lo.
Aceita que há uma certa preponderância neste campo da linha Alemã? Essa é uma questão que transcende, e muito, a questão dos direitos conexos. Devo dizer-lhe que não tenho a ideia de que a influência alemã em matéria de normas comunitárias sobre a propriedade intelectual seja assim tão preponderante. Temos outras influências contra balanço, desde logo a inglesa e sobretudo a francesa, mas devo dizer-lhe que, bem ou mal, essa é uma discussão que está a montante. Aquilo com que a legislação nacional muitas vezes se vê confrontada é com a necessidade de transpor uma directiva que, independentemente dos juízos de valor, tem de ser feita. A questão que me levantou é muito interessante, não vou discuti-la, porque me transcende bastante. É uma questão mais política do que propriamente referente às minhas funções de director geral da Audiogest. Não lhe vou dizer se concordo ou não com a preponderância desta forma do direito comunitário sobre os direitos nacionais. Mas essa é uma decorrência de fazermos parte da UE. Em que ponto está a utilização das chamadas “Black Boxes”? Para explicar para que servem as “Black Boxes” é importante perceber o que faz a PassMúsica. A PassMúsica representa um repertório imenso e cada utilizador irá utilizar uma parte ínfima do mesmo; mas, todos somados, são o nosso repertório e as “Black Boxes” vão acabar por definir quem tocou o quê e, consequentemente, quem irá receber quanto. Antes, porém, gostava de esclarecer que já uma vez prestei algumas declarações sobre este tema e as pessoas não perceberam, tendo as minhas palavras sido deliberadamente mal interpretadas. Quero deixar claro que, do lado da Audiogest, todo o dinheiro que é cobrado pela PassMúsica e que corresponde à parte dos produtores (e que é precisamente metade do dinheiro que é cobrado), é literalmente entregue aos produtores. Todos os nossos associados e beneficiários recebem a sua parte, à excepção de duas parcelas. Que são… Uma tem a ver com o fundo cultural, que é um fundo que as entidades de gestão devem reservar para actividades de investigação, promoção de direitos etc., e que está contemplada num orçamento próprio que temos de utilizar, e outra, a que chamamos uma “reserva para reivindicação de terceiros”, uma situação que (independentemente de até hoje essa reserva nunca ter sido accionada), permite ressarcir algum utilizador que nos pagou, a confiar que toda a música que utilizava era representada por nós e um dia, alguém lhe aparece e diz: “o senhor está a utilizar isto e eu não sou representado pela Audiogest”. A reserva serve para pagar imediatamente à pessoa, para além de a convidarmos a mesma a associar-se à Audiogest, para seu interesse. E como subsiste a Audiogest? Nós cobramos uma comissão de gestão sobre aquilo que distribuímos, da seguinte forma: depois de cobrarmos e entregarmos o dinheiro aos produtores, cobramos-lhes uma percentagem sobre esse montante, e repare que este não é o método em vigor em todas as identidades de gestão colectiva. Há entidades que retêm as suas comissões na fonte e apenas distribuem o resto. As nossas contas de gestão e de direitos estão desde o início completamente separadas, como mandam as boas práticas das entidades de gestão. Qual é a comissão de gestão? É deliberada em assembleia-geral, até hoje sempre com unanimidade, referindo-me agora à Audiogest. O que acontece muitas vezes é que essa comissão de gestão se destina a assegurar um determinado orçamento de custos que é também ele aprovado em assembleia-geral. O que acontece algumas vezes é que, ou porque cobrei mais direitos do que estava à espera, ou porque acabei por incorrer em menos custos do que previra, concluo que tenho dinheiro suficiente para constituir as reservas que estão previstas no orçamento, pagar o orçamento e poder distribuir aquilo sem qualquer custo. O objectivo das entidades de gestão não é ganharem dinheiro, o dinheiro que gerimos é de terceiros. Aliás, são até contabilisticamente tratadas em contas de terceiros. O dinheiro dos direitos não é resultado do ponto de
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vista estritamente financeiro e fiscal, não é resultado nosso, são contas de terceiros que nós movimentamos para entregar aos nossos associados. Aceita que é injusto que determinadas casas que existem no nosso país que não passam rigorosamente nenhuma música vossa tenham que pagar direitos inexistentes? Aceitaria se isso acontecesse... Mas acontece. Devo dizer-lhe que nunca agimos judicialmente contra quem quer que fosse sem ter a certeza absoluta de que usa temas do nosso repertório. Tem a noção de que existem casas em Portugal que apenas passam música apenas produzida por DJs em casa? Tem essa noção? Nunca as encontrei. Como lhe digo, todas as vezes que um colaborador nosso entrou em discotecas, foi sempre capaz de identificar músicas que fazem parte do nosso repertório. Repito: sempre, sem excepção. Se amanhã for convidado a ir a um desses espaços de que lhe falo, passa então a admitir? Sim, admito essa hipótese de forma académica. Se me está a dizer se admito a hipótese teórica de que possam existir espaços que não ouvem de todo a nossa música porque têm um DJ residente que constrói todas as suas bases, claro que sim. Se as pessoas nos demonstrarem isso, nós nunca mais incomodamos ninguém. Já aconteceu que espaços que não têm nada a ver com música de dança demonstraram por A mais B que usavam a chamada música que não é representada por produtores, a chamada música ambiente. Nós até lhes devolvemos o dinheiro por causa disso, não temos qualquer problema em fazê-lo, mas em espaços que não eram discotecas. Agora, quero voltar a frisar que, até hoje, temos sempre muito cuidado quando mandamos alguém a uma casa e nunca nos aconteceu não reconhecer música nossa. Tem a noção de quantos produtores de música de dança existem em Portugal? Não, mas produtores em que sentido? Por exemplo DJs que passam dias seguidos em casa a fazer música e que vendem muito no Beatport por exemplo. Pergunto-lhe ainda, se possui a noção de quantas labels nacionais existem de música de dança, ou seja, produção nacional que é colocada à venda on-line, conseguindo até obter números muito apetecíveis? Tenho noção das labels de música de dança que são representadas em Portugal pelos nossos associados.
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Não o preocupa, não irem buscar esse mercado, que no fundo, é o real mercado das pistas de dança? Gostava muito, por isso é que a Audiogest se esforça. Sempre que recebe algum pedido de informação de alguém que nós percebemos que pode ser objectivamente produtor, tem sempre o cuidado de lhe mandar a informação necessária para a inscrição comercial, ou seja, sempre que detectamos um produtor no mercado que não é nosso associado e cujas musicas — este aspecto é muito importante — estejam efectivamente a ser utilizadas por terceiros porque, como lhe disse no início, o produtor que se limita a produzir para ele próprio e a passar à noite na discoteca os seus temas não faz sentido. Só faz sentido ser associado da Audiogest, alguém cujas suas músicas sejam objectivamente utilizadas por terceiros. Acha que o volume de vendas obtido com a música de dança nos portais de venda de música não é objectivamente considerável para constatar que não é para passar em casa? Atenção, que muita dessa música que está à venda no Beatport faz parte da PassMúsica e, ao contrário do que o senhor pensa, é representada, seja por associadas nossas em Portugal, seja por entidades estrangeiras com as quais nós já temos acordos de reciprocidade. Existe, por parte da PassMúsica, a preocupação de conhecer esse mercado? Existe e até lhe devo dizer mais: na última reunião de direcção, levei uma
lista com alguns produtores, que detectei estarem de facto em actividade, no sentido de actividade comercial e tudo vamos tentar fazer para que se associem à Audiogest. Isso até será feito através de convites formais. Por exemplo, Dj Vibe, Pete Tha Zouk, Diego Miranda e Mastiksoul estão a vender no mundo inteiro por entre centenas de outros… Atenção, falou-me numa série de nomes que são objectivamente grandes produtores protegidos pela PassMúsica, quer directamente, quer através de acordos que detêm, nomeadamente com editoras portuguesas e estrangeiras. Posso fornecer-lhe uma lista de labels inglesas, que identificará até melhor do que eu, que são nossas associadas através de acordos de reciprocidade. A minha questão era se existia de facto a preocupação, pois Cytric vende e pode ser confundido com um inglês. Não sou um grande conhecedor de música de dança, mas posso dizer-lhe que, relativamente a todos os grandes nomes que referiu, nós temos apresentado grandes reivindicações em tribunal em nome deles e temos demonstrado o que é nosso. Não lhe parece que os valores a cobrar que apresentam no vosso site se situam além do que é comportável para um espaço, pois há que somar a SPA, sabendo nós que a maioria deles está vazio na maior parte dos dias? Sobre isso, vou dizer-lhe o seguinte: os valores são irrisórios, se comparados com a importância económica que a música efectivamente tem, enquanto produto com capacidade para gerar receitas nesses mesmos estabelecimentos. Normalmente, o valor que cobramos por noite é equivalente a um ou dois consumos mínimos, não acho isto muito. Imagine uma discoteca que tenha consumo mínimo de 10 euros. Depois de consultar o mercado, também achei os valores algo exorbitantes mas, pelo que vejo, não concorda…? O que lhe estou a dizer é que esses valores parecem muito altos mas, quando começamos a fazer o respectivo break down, deparamo-nos com outra realidade. Tem noção de que uma casa que abre cinco dias por semana em Lisboa, funciona apenas um ou dois? Sim, e resta saber qual é a clientela que tem dessa vez... A questão é que, na medida em que utiliza a nossa matéria-prima, tem de nos pagar e continuo a dizer-lho, dê as voltas que der, até pelo facto de a tarifa ser regressiva, como em qualquer parte do mundo - os valores não são altos. Quase todo o mundo tem o mesmo critério que nós e precisamente, as tarifas portuguesas são as mais baixas da Europa. A música é a matéria-prima mais importante que a discoteca tem. As nossas tarifas são tarifas que foram acordadas por associações do sector; portanto, a partir daí, não tenho mais nada a discutir. Não há ninguém que represente mais as discotecas e bares do que a AHRESP. Acha então que a AHRESP representa a realidade nocturna? Se não têm ninguém que os represente, o que é que quer que eu faça? É claro que tenho de ter uma tarifa e não discuto isso, não posso negociar com cada um aquilo que me apetece, isso seria de uma injustiça total. Perguntei apenas se tinha contacto com a realidade do que é hoje a noite Portuguesa…? Independentemente do que dizem os donos das casas de diversão nocturna, o que é um facto (e que é até um dado objectivo), é que a AHRESP é a entidade que mais representa bares e discotecas de todo o país. Outra coisa é saber se os senhores querem ou não aceitar os valores, isso é outra história. Agora, que os representa, representa. Não há nenhuma entidade que represente mais. Mas nós temos também acordos com entidades, como é o caso da Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto, que representa especificamente bares e discotecas e, aliás, os acordos não são assim tão diferentes, em termos de valor.
39 Dentro desta panóplia de direitos, quem é que pode garantir que amanhã não irá chegar o senhor da Pioneer a uma discoteca a pedir os direitos de estarem a passar música com CDs Pionner? Isso não faz sentido por uma razão: ele não tem norma legal habilitante para o fazer. Aliás, ele tem uma norma precisamente em sentido contrário. O facto de ele ser dono da marca sob a qual são fabricados equipamentos não de reprodução, mas de difusão de som, não lhe permite de forma alguma cobrar seja que direitos forem sobre isso. Uma das questões que lhe quero colocar e que suscitaram especulação foi o facto de o Rui Barradas, que é um fiscal da PassMúsica, ter efectuado festas em espaços que não pagam direitos conexos? Pode comentar? Para já, esse senhor colaborou connosco, mas hoje em dia já não tem essas funções na PassMúsica, daí a confusão. O Rui Barradas é alguém que vem da área da produção de eventos, foi contratado por nós, deixou de colaborar connosco de forma regular e voltou à actividade dele; portanto, é alguém que fez este trabalho e deixou de o fazer. Outro ponto, independentemente disso (até porque ele ainda hoje é testemunha da PassMúsica em vários processos judiciais que estão a decorrer) é que, e tanto quanto me lembre, não há nenhuma festa organizada pelo Rui Barradas em que ele não nos pague direitos e paga exactamente o mesmo valor que pagam os outros. Mas de que festa estamos a falar? No caso em concreto, o comentário foi sobre a festa de uma rádio numa discoteca de Lisboa. Quem foi que lhe disse que a festa não pagou direitos? Se a discoteca não pagou direitos é uma coisa, o produtor da mesma é outra, são coisas diferentes. Quando essa festa foi feita, o Rui Barradas já não era nosso colaborador e teria todo o direito de fazer todos os eventos que quisesse. Imagine que estamos aqui os três agora e que pretendemos organizar uma festa numa discoteca. De quem é a responsabilidade de pagar os direitos conexos dessa festa? A responsabilidade do pagamento é de quem promove, do promotor efectivo do evento, da discoteca, da festa, seja lá do que for. O que é que eu quero dizer com isto? Que, no fundo, a responsabilidade do pagamento é de quem tem a exploração económica directa desse evento. Como exemplo, vou dar-lhe o de um concerto no estádio de Alvalade. O pagamento
dos direitos não compete à Sporting SAD, partindo do princípio de que ela é dona do estádio, mas sim ao produtor do evento. O Sporting está apenas a alugar o espaço. Agora, pergunta-me se é isto que acontece todo o ano? Não. Normalmente, as discotecas são exploradas pelos seus próprios titulares e o que acontece é que nós nunca cobramos duas vezes. Se o senhor tiver a sorte de ir fazer o evento numa discoteca que esteja licenciada e se a licença cobrir o ano todo, particularmente aquele dia, não lhe vou cobrar a si outra vez, não faria sentido, pois estaria a fazer uma dupla cobrança. Naquele dia alugou aquilo, mas quando aluga o espaço, aluga com aquela licença. Agora, se o senhor for a um sítio que não está licenciado, não tem música, e vai fazer uma “rave” num local que habitualmente não tem música ou, como no caso de que há pouco falávamos, em que a festa é produzida por um terceiro, isso não quer dizer que o produtor do evento, para não ter problemas, não possa e não deva ele mesmo pagar a licença. E nós aí somos sérios, ou seja, não vou perseguir alguém por estar a fazer a festa num espaço de outro agente económico. Sei que há muitos espaços e muitas festas que são feitas em sítios que de facto não nos pagam direitos, eu sei disso. Nunca utilizei os promotores dessas festas, que nos pedem licenças sabendo que o espaço não as possui, como arma de arremesso para tentar cobrar o ano todo a esses estabelecimentos. O que faço é emitir uma licença para aquele evento, o que faz todo o sentido, pois naquele dia a exploração económica é de outra pessoa. Não acha que sistematicamente aparecem taxas e licenças com que a maioria, quando montou o seu negócio, não sabia que se iria ter de deparar? Não pensou, mas devia ter pensado, até porque até há meia dúzia de anos não só era previsível, como até já deveria ser real. Diria o seguinte: por exemplo, acho natural que o mercado reaja contra uma nova cobrança ou licença que tenha de pedir, na prática, um custo económico. A questão é esta: nós, bem ou mal, temos estes direitos; portanto, não tenho culpa de existirem mais direitos, mais licenças, etc. Respondo pela licença PassMusica e, portanto, temos o direito de autorizar, cobrar e impedir, pois já nos foi reconhecido judicialmente várias vezes. É exactamente isto que vamos continuar a fazer. Miguel Barreto/08
Pedimos à PassMúsica para nos fornecer os valores a pagar em duas situações; Eis os resultados. Hipótese A – Bar Com Pista de Dança (efectiva) e lotação até 200 pessoas (101 a 200), utilização de fonogramas: - Hipótese de licenciamento atempado e pagamento pontual (licenciamento voluntário): Eur: 4.161,42 / ano - Hipótese do utilizador não ter procedido ao licenciamento atempado e pagamento pontual: Eur.: 6.402,18 / ano Nota: Estes cálculos foram efectuados para o funcionamento com pista de dança, todo o ano e em todos os dias da semana, se assim não for devem ser considerados os seguintes valores: Outras situações: - Pista de dança apenas 3 dias por semana: o valor devido será de 60% dos valores referidos supra (4.161,42 Eur x 0,6 = 2.496,85 Eur ou 6.402,18 Eur x 0,6 = 3.841,31 Eur). - Pista de dança apenas 1 ou 2 dias por semana: o valor devido será de 50% dos valores referidos supra (4.161,42 Eur x 0,5 = 2.080,71 Eur ou 6.402,18 Eur x 0,5 = 3.201,09 Eur).
Hipótese B – Discoteca com lotação até 500 pessoas (401 a 500): - Hipótese de licenciamento atempado e pagamento pontual (licenciamento voluntário): Eur: 5.842,63 / ano - Hipótese do utilizador não ter procedido ao licenciamento atempado e pagamento pontual: Eur.: 8.988,66 / ano Nota: Os cálculos foram efectuados para o funcionamento todo o ano, 5 a 7 dias por semana, se assim não for, devem ser considerados os seguintes valores: - Se a discoteca abrir apenas 4 dias por semana, a tarifa será de 80% dos valores anteriores; - Se a discoteca abrir apenas 3 dias por semana, a tarifa será de 70% dos valores anteriores; - Se a discoteca abrir apenas 2 dias por semana, a tarifa será de 60% dos valores anteriores; Os cálculos são feitos de acordo com os valores acima indicados.
Os valores apresentados são calculados de acordo com os tarifários e regras constantes do acordo celebrado entre a AUDIOGEST e GDA e a CTP, ARESP AHP e AHETA. Na prática, mesmo uma discoteca com 500 pessoas de lotação, a funcionar 5 dias por semana, pagará, em caso de licenciamento voluntário, o seguinte valor/dia, se funcionar o ano todo: 5.842,63 / 52 / 5 = 22,47 Eur./ p dia de abertura.
AEISCTE
mantém-se Na liderança
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S
ábado, 25 de Outubro foi a data eleita pela Associação de Estudantes do ISCTE para abrir portas à sua sempre tão badalada Festa do Caloiro. Uma vez mais com a lotação do recinto esgotada antes das postas se abrirem, esta festa já assumiu a tradição de ser Festa, não só pelo line-up anualmente eleito, como por tudo aquilo a que geralmente dá origem. Depois de em 2007 Pete Tha Zouk ter reinado a seu belo prazer, levando mesmo à histeria, prosseguiu este ano a tradição com os djs Martin Solveig, Stereo Addiction, Rui da Silva e Frank Maurel, que repetiram a dose, permitindo assim à AEISCTE assinar mais um pleno, que deixou um sentimento de inveja a muitas outras Associações do Ensino Superior. Uma organização impecável, uma festa no limite mas, sempre de forma ordeira e regulada, deram novo máximo ao evento. Coube ao performance Stress fazer a diferença, conseguiu-o uma vez mais.
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Recepção ao Caloiro ISCTE_
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Os deuses Estão Loucos
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uando duas das produtoras mais estáveis do país – Lust e Elite Night – se juntam, para com a bênção de uma casa como a The Loft trazerem Pete Tha Zouk à cidade…a casa vem sempre a baixo. Sendo certo, que o risco aconteceu na primeira passagem do Dj Algarvio pela casa, é para todos hoje evidente, que perante a loucura e até histerismo que as massas evidenciam à passagem de The Zouk por estes lados, que o problema reside em saber seleccionar, já que acabam por ficar sempre do lado de fora da porta, não por serem feios, por estarem mal vestidos ou não terem tomado banho, mas tão só por falta de espaço, uma imensa maioria. Ciente daquilo a que ía, até por garantidamente ter ficado incrédulo desde a sua primeira passagem por estes lados com a capacidade de mobilização de Bruno Lorena e Filipe Campina, Tha Zouk tem que se ter sentido estrela. Foi desejado, amado e proporcionou mais uma noite para a história à The Loft, ao permitir ultrapassar a loucura generalizada. De loucos!
The Loft_
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Party People
Patricia Henrique Patrícia Isabel da Palma Henrique, Patrícia Henrique. Trabalhadora, é de há muito a esta parte uma das meninas da moda, que não do croquete. Possui uma presença apaixonante pelo ritmo, simpatia e sorriso estampado no rosto, mesmo quando o caudal de trabalho levaria qualquer um ao desânimo. Gosta de estar com os amigos, no Verão não perde o seu lugar na Praia da Marina de Portimão e embora já descoberta pela TV, foi como relações públicas do NoSolo Água que se revelou uma verdadeira paixão.
Quantas vezes por semana, frequenta o ginásio? Às vezes uma. Cuidar do visual é essencial? É. Quais são os argumentos para estar no top? Boa disposição, boa Educação e muito trabalho.
As mulheres, perdem-se com quê? Com as compras. E os homens? Com as mulheres.
Como está a noite? Confusa.
E refilam quando? Não gostam de ser ver ao espelho.
Tem noites em que apanhe grandes “secas”? Não porque o que interessa são as pessoas com quem se sai, independentemente do local.
Uma “ladies night” é uma noite… De homens.
Qual a bebida, que garantidamente nos coloca bem-dispostos? Mojitos.
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sempre grandes noites? O que ponha um bom deep house e dançe ao mesmo tempo na cabine.
Nas noites mortas, em que pensa? Que bom estar viva. E nas de enchente? Não penso, divirto-me.
Se de repente lhe oferecerem flores, no que pensa? Impulse.
O final de uma noite é… Com os amigos em casa.
E o que diz? Obrigado.
Um jantar tem que ter vinho? Claro.
O Champagne, é a bebida certa para quê? Para a sangria.
Branco ou tinto? Tinto.
Qual é o melhor whisky? O que se bebe com Coca-Cola. E vodka? Com sumo de ananás. O que faz nas horas livres? Durmo. Qual o Dj, que nos garante
Propostas aparecem? Sim.
indecentes
Para tirar as olheiras de uma grande noite, o melhor é… Dormir. No Verão, em que praia a podem encontrar? Praia da Marina de Portimão ou
Praia da Falésia em Vilamoura. Qual é a personagem, que sempre que aparece altera as tuas noites? Um amigo divertido. O que lhe falta fazer? Escrever um livro e ter um filho. A árvore já plantei. Ganhar ou perder é igual? Definitivamente NÃO. A noite é? Mágica. De dia, adora… O sol. Nas férias, não perde… Uma boa viagem. Onde se janta bem Portugal? De sul a norte do país.
em
Qual o sonho que tem por realizar? Organizar uma festa na Casa Branca. Qual foi o filme da sua vida? Vários, mas posso destacar City of Angels. É a favor ou contra o casamento entre homossexuais? A favor. You can? Do it. E agora que acabou, como se sente? Com vontade de ler tudo outra vez.
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Paradise Garage Promete mudar A
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A discoteca Paradise Garage Lisboa, depois de um período conturbado regressou agora ao mercado com sangue novo e ao que se diz, pronta para manter a tradição de grandes noites. Raros são os espaços que conseguem cobrir os erros dos seus proprietários e em abono da verdade, o Paradise Garage fê-lo nos últimos tempos. Como a época parece ser de viragem, já que se sente que passou a sentir algum respeito pelo mercado, o Garage poderá vir a funcionar como mais-valia para a zona, se fugir do facilitismo. Embora ainda não tenha dado a conhecer conceito que pretende abraçar, já existem mudanças, embora em termos de promotores, não possua cabeças de cartaz o que no mercado da noite de Lisboa actual, torna a missão difícil. Como os tempos são de vida nova, há que estar atento aos passos desta histórica, mas mudar já foi muito bom.
Capítulo_
Capítulo
prepara revolução
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ábado após sábado, o Capítulo V na Oura mantém o caudal, o conceito, o espírito. Caso à parte no panorama nocturno nacional, este clube do sul, habituou tudo e todos a um conceito muito seu, que lhe permite nos bons e maus momentos ser sempre respeitada por todos. Como o Inverno permite pensar, e como Rui Caralinda é como as crianças, não pode ser deixado sozinho, eis que o Capítulo, mantendo o caudal habitual, decidiu agitar um pouco mais, desta forma através de um intervalo seguro, forma a dar início a um novo ciclo que pretende não ser mais do mesmo, sequer com os mesmos de sempre, mas o rejuvenescer do conceito. Certo de que muito do espírito do seu conceito reside em Lisboa, Caralinda optou agora por alimentá-lo abertamente e para isso, tem hoje uma máquina que promete mais do que agitar o Capítulo, agitar o Albufeira em 2009. A música, continuará a ser “aquela selecção”, a qualidade é a que hoje patenteia, as facilidades para desfrutar do sul é que vão ser uma imensidão.
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KISS Sempre a somar
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m mais uma viagem ao sul, a passagem pela discoteca Kiss torna-se obrigatória para todos aqueles que depois do jantar necessitam de uma digestão animada. Sem inventar, a Kiss é muito provavelmente uma das discotecas mais cosmopolitas do país. Questionará se estaremos loucos, a escrever bebidos, a fazer algum frete. Nada disso, senão vejamos; Não é a Kiss, o espaço que ao longo dos doze meses do ano nos permite estar e dançar com gente oriunda dos quatro cantos do mundo? Em Portugal, até por defeito de muitos daqueles que nos visitam, o chamado “camone” é personagem a evitar, dizem trazer confusões! Não será esse um problema de selecção? É que por aqui, confusões são coisa que não vejo a não ser à porta. Em mais uma noite Kiss, demos connosco em poucos metros quadrados, ao lado de umas nórdicas, um grupo de ingleses, os tradicionais brasileiros e claro, portugueses. Limpamos a vista, metemos o vocabulário em dia, pudemos ver gente que bebe como não somos capazes e tivemos um novo grupo de amigos. A música, é comercial como tem que ser, sejam portugueses ou chineses dançam até de manhã, a casa, está sempre com gente e os bares funcionam.A pergunta que fica, é se não é isto que se deveria querer da noite? Ou será que em Ibiza são só espanhóis, em Miami, só americanos, etc, etc, etc?
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Pedro Tabuada É aos vinte e oito anos uma das estrelas da constelação lusitana. Nome que não carece de grandes apresentações, vingou pelo seu estilo e é hoje um dos incontornáveis do djing nacional. Depois de mais uma grande noite na Linha do Estoril, encontrou-se connosco tendo a praia e o sol por companhia. Eis pedro Tabuada em efervescência. Vives no Porto? Sim, em Vila Nova de Gaia, na margem sul. Na margem sul? Se a Caparica é a margem sul de Lisboa, Gaia, Espinho e por aí fora são a margem sul do Porto. Mas o desnível aqui em Lisboa é pior. Como assim? O desnível em Lisboa é pior. De um lado é o vinho tinto, aqui é o Moet Chandon e no entanto, é só atravessar a ponte. Ao fim de sete anos por estes lados já vi de tudo. Lembras-te da tua primeira noite? Completamente, foi a tremer. Onde foi? No Maré Alta com o Dj Mário Roque. Toquei a seguir a ele, a minha mão tremia. Nessa altura, há 8 anos atrás, o Mário Roque era o número dois indiscutível do mercado nacional. O que e que te moveu? O ter tocado nuns pratos uns meses antes. Senti o bichinho e como tinha o gosto da música de dança, não mais consegui parar. Na altura, saía todos os fins-de-semana para ouvir Vibe ou Mário Roque, seguia o mercado com prazer. Como é que se deu a tua evolução para o mercado profissional? Em Agosto desse ano comprei uns pratos, e em Janeiro do ano seguinte tive essa minha primeira actuação no Maré Alta que foi como se compreende um verdadeiro flash. Quatro meses depois de começar, ali estava eu no melhor after hours do Porto a submeter-me a uma verdadeira prova de fogo. Um vai ou racha. E rachou? Não, foi.
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A partir daí como é que a tua carreira evoluiu? Tive duas pessoas que já eram meus amigos que se revelaram essenciais para o meu percurso. A Paula Matos e o Beto Perino. Podes-me especificar? A Paula aconselhou-me o agenciamento por parte do Beto Perino, a seguir, ainda nesse ano, o Beto meteu-me a residente do after hours do Montinho em Albufeira onde estive durante o mês de Agosto de 2001 e correu tão “mal”, que passados dois ou três meses já tocava em Viseu, Porto, Lisboa e regularmente no Capítulo V, casa onde toco há sete anos. A partir daí foi sempre a somar. O Capítulo V também é uma prova de fogo?
Para mim, hoje é o mais fácil, foi das primeiras casas onde toquei, e é onde me sinto em casa. Se é uma prova de fogo? Claro que sim, é ali que vais para cima ou vais parar lá baixo. Posso afirmar que embora desde sempre, hoje ali sinto-me completamente à-vontade e é sempre especial. Dou-me bem com a casa, com o gerente e o público tem sempre uma atitude fantástica para com a minha música e a minha pessoa. Alias, quem quiser pode ir ao Youtube fazer a busca “Páscoa Capítulo V” e têm lá um tópico com o meu nome que sem querer parecer vaidoso, é realmente histórico. Achas que o facto de a luz da madrugada entrar pista dentro, ajuda a tornar o Capítulo V num local especial? Existem poucas casas como o Capítulo em Portugal. Ao nível, existiu a Locomía de Santa Eulália e o antigo Hit Club. São espaços maravilhosos, mágicos. Atraem as meninas para as discotecas, são sítios bonitos. Como definirias o teu trajecto ao longo dos anos? Foi sempre ascendente ou sentiste quebras? Foi ascendente durante os primeiros quatro ou cinco anos e depois estabilizou, julgo que pautando-se pela regularidade. Tenho residências normais de dois em dois ou três em três meses nas mesmas casas e isso parece-me um elemento muito positivo para mim e para esses espaços. Para mim, por a minha música continuar a despertar apetência, para as casas, pois mantêm o sucesso. Os cachets possuem influência na careira? Naturalmente que sim. Quando o cachet começa a subir, há casas que não querem ou não podem investir e é também por esse lado, que o mercado oscila com espaços a subir e a descer. Se um dj é melhor ou arrasta mais gente, é natural que seja mais caro. Isso passa-se em qualquer profissão e esta não foge à regra. Não te parece que estás a sobreviver num certo limbo, ao não te assumires nem como dj de massas, nem de minorias? De facto, não sou um dj de massas, mas a verdade é que me dou sempre bem perante elas. Mas para ser franco, presentemente encontrome numa fase que sinto e defino como a do início da época em que me irei dedicar a sério à produção de música.
tenha uma casa com duzentas, quinhentas ou mil pessoas, estou ali para as agarrar. Sei que a minha música não é comercial, mas é acessível a quase toda a gente. Não sou minimalista ou demasiado tribal, procuro constantemente um equilíbrio para chegar a toda a gente e isso tem sido bem aceite. A música do Pedro Tabuada, não é oito nem oitenta, não é muito forte, nem extremamente calma e isso tem agradado às pistas ao longo da minha carreira. Tudo isto é algo que ocupe os teus pensamentos? Para ser verdadeiro, posso dizer que passo a música que sinto, é um prazer, e acho que isso se sente quando estou na cabine. E em termos de imagem? Sei que nos tempos de hoje é um elemento de grande importância para um Dj, mas também nesse aspecto tenho a imagem daquilo que realmente sou pelo que, não encontro razões para mudar em nada. Pedro Tabuada é o Pedro Tabuada, a minha imagem está criada. Até que ponto é que a tua vida particular influenciou a tua vida profissional e viceversa? Julgo que sempre separei bem uma coisa da outra. São fáceis de conjugar? Para mim sempre foi. Não misturo as coisas e trabalho é trabalho, é coisa com que não se brinca. Sete anos depois continuas a sentir tensão ao subir para a cabine? Presentemente estou numa fase em que me encontro com uma vontade incrível de tocar. Toda a gente ao longo da vida tem fases psicologicamente melhores e piores. Existiram alturas, em que chegava à cabine e dizia para mim mesmo; Vou trabalhar. Neste momento, quando entro numa cabine penso; Vou partir isto tudo. É algo que se sente. Para além disso, neste momento estou com uma mala de música fora do normal e quem me for ouvir, confirma Tocas da mesma forma em todo o país? Os públicos são diferentes, mas o certo é que consigo vencer no país inteiro. É preciso possuir um sentido excepcional para agarrar as pistas de Bragança ao Algarve passando por Lisboa e eu felizmente tenho-o.
Procurando extremos questiono-te; estás mais próximo do Del Costa agora Magazino que foi teu colega da Dubdelight ou de Pete Onde e que sentes as maiores diferenças em Tha Zouk? termos de música? Quem me conhece, sabe que desde sempre, Vou te ser sincero. Leiria e Coimbra são zonas
fotografia de Nuno Ribeiro
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do país onde ao contrário daquilo que a maioria pensa, existe qualidade e um conhecimento musical fora do normal, não sendo raros os djs que depois de passarem por lá o comentam. As cidades de Porto e Lisboa, parecem-me um pouco saturadas e a necessitar de inovação para que as coisas recomecem a correr, passando uma ideia, de estarem dois ou três anos atrasadas mas ao mesmo tempo dando a ideia de estarem no momento certo para que lá se vá tocar. Mas o Porto é que está mesmo esquisito.
Não achas que Lisboa, exige sempre que as casas estejam bonitas e cheias, coisa que não acontece noutros pontos do país? A ideia que tenho é de que em Lisboa se liga mais ao facto de a casa estar cheia e menos ao Dj.
ano, já foi diferente, não gostei muito. Acho que ele sabe muito mais, mas também sei, que um dj tem noites e este ano ele não estaria psicologicamente no seu melhor dia.
Estavas-me a falar de Portugal. E o Algarve? O Algarve para mim é Capítulo V, embora registe que o NoSolo Água em Portimão tem muita qualidade e conceito. Aqueles senhores quando Que aparte te merece Lisboa? fazem alguma coisa, é sempre muito bem feito. Lisboa é a capital, tem muito mais gente, a As aberturas e fechos de época, com milhares maioria das casas mais bonitas do país só que, de pessoas a saírem dali completamente possui menos cultura musical que o Porto ou fascinadas pelas condições e espectáculo é Coimbra. É claro, que tocar em Lisboa é sempre um momento único. Julgo que este ano já diferente, mais vivo, mais contagiante. existiu finalmente o reconhecimento público do NoSolo Água em termos nacionais como Sei que gostas particularmente de tocar na conceito de elevada qualidade. Linha de Cascais e que a “Linha” adora Pedro Tabuada. Existe alguma explicação para De que maneira viste a presença de Dj Vibe isso? no Capitulo V? De facto há uma grande afinidade e prazer da No Verão passado, devo dizer que gostei muito minha parte, mas confesso que não possuo da onda e do estilo musical, confesso até ater uma explicação para isso. Na “Linha” sou sempre ficado surpreendido, não só por adorar Vibe, muito bem acolhido e obtenho sempre grandes como pela linha musical escolhida e o público noites. Apenas posso afirmar que é sempre presente. Surpreendeu-me mesmo. Agora este fantástico.
Presentemente apresentas-te com King Bizz através da dupla Soulmates. Que tal? Temos de facto juntos um projecto que está a correr muito bem.
Como assim? Há muitas casas comerciais e muito poucas alternativas. Embora actualmente esteja a surgir uma nova geração dentro da linha de bares como o Pitch entre outros, que possui o tal freak bonito, que usa chapéu top, calças rasgadas e blusão fashion, mas é uma tendência que ainda se encontra nos seus primórdios. Pessoalmente julgo que é uma geração que vai vingar, tem estilo.
Um Dj é equiparável a um jogador de futebol? Estar bem na vida é o primeiro grande passo Tens actualmente algum sonho por para chegar a uma cabine e correr tudo como cumprir? desejamos. Se estamos bem e estamos bem com Tenho. Quero produzir e lançar músicas com a vida, chegamos a uma casa e a noite é nossa. o meu nome no mercado e vê-las depois a Quanto ao resto, salvaguardando as devidas agradar nas pistas do país. Tenho trabalhado proporções em termos financeiros, pelo menos com alguns amigos e até já lancei uma música, no que diz respeito ao mercado português, é talvez não tivesse sido muito bom fazê-lo, pois claro que jogar num relvado ou num pelado é gostava de er enrádo com um tema a sério, mas diferente, como tocar numa casa com todas ou esta boa e vendeu. A próxima é que terá que ser poucas condições é diferente. Estar em melhor aquela, verdadeira, para dar o abanão nas pistas ou pior forma também é importante, tal como de dança. Acho que o sonho do dj é realmente se o público presente é bom ou mau, bonito ou a produção. feio e por aí fora.
É uma aproximação ao estilo ou uma amizade? O Bizz... E fácil falar do Bizz. Quando comecei a trabalhar no Capítulo, o Bizz era sempre aquele rapaz que estava ao meu lado a ouvir-me e que gostava bastante da minha linha por ser diferente. Na altura, ele tocava mais forte. Actualmente, é como um irmão, não só na dance music como na vida pessoal. Tive uma semana em casa dele antes de vir para aqui, temos um gosto muito parecido e entendemo-nos muito bem. Estamos a juntar o útil ao agradável. A união faz a força? Somos dois, isso fortalece-nos. Estamos a tentar fazer um projecto não igual ao somatório do Pedro Tabuada com o King Bizz, mas um projecto que proporciona, a música que gostávamos de tocar em exclusivo. Preferimos tocar em clubes mais pequenas, estilo Industria, onde as pessoas vão para ouvir A e B. É nisso que estamos a apostar e a evoluir. Temos tido convites para boas festas e tem corrido muito bem.
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Em que muda o estilo? Abdicamos da parte mais acessível e mais comercial, procurando aprofundar mais os nossos estilos musicais. Enquanto num set normal do Pedro Tabuada, passo aquelas três ou quatro musiquinhas que pertencem ao trabalhinho que faço para agradar a todos, nos Soulmates o Pe,dro Tabuada e o King Bizz são cem por cento fieis a si mesmos. Como e que explicas, que a maioria das músicas que vocês chamam de bolos, em Ibiza, passam e são grandes malhas? O meu significado de bolo é exactamente o que estas a dizer, ou seja, música que toda a gente gosta. Também tenho os bolos e gosto, mas prefiro tocar outro estilo musical. Como já referi, já meti na cabeça que não sou um dj de massas e o King bizz sabe perfeitamente disso. Queremos que a nossa linha cresça para outro campo.
Não sonhas portanto tocar para cem mil pessoas? Claro que sonho. Se esse dia chegar, podem estar certos de que vou ter música para todos.
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breves djs
breves djs Dj Pedro Cazanova
O Dj Pedro Casanova parece finalmente ter visto o mercado reconhecer-lhe mais de uma década de grande dedicação à música de dança. Embora o seu tema Selfish Love possa um dia vir a definir o início de uma nova era, o certo é que este é um dos djs nacionais que possui um curriculum maravilha, já que foi um dos reis e senhores dos famosos after hours do Paradise Garage. Numa altura em que a maioria abre a boca de espanto, dizer que poucos viram o que Casanova é capaz de fazer pode até parecer lugarcomum, mas é a verdade.
Dj China
Dj Britt
Dj China, é mais um dos nomes que entrou definitivamente no caudal de preferências. Senhor de uma versatilidade ímpar, que terá que ser vista como característica fruto de não abdicar do estilo, Dj China consegue colocar tudo e todos a viajar, seja em casa através dos seus trabalhos de Chill Out, seja nas pistas, onde o seu selo já é reconhecido por uma imensa maioria. Este é mais um dos cachets que estão a subir, é a hora certa de o apanhar.
Dj Britt, é um daqueles nomes que fruto da necessidade de correr, acaba por não ver o sue valor a maioria das vezes reconhecido. Verdadeiramente possuído nas suas actuações, Britt não deixa ninguém indiferente à sua passagem, sendo mesmo o motivo para que a boa disposição se manifeste. Em temos técnicos, Britt não está de facto ao nível do Top Ten, mas compensa fortemente com a sua selecção e prestação. Ninguém sai defraudado.
Dj Henri Josh
Henri Josh foi dos nomes que mais demorou a perceber que jamais poderia ser estrela montado às costas do Dj Pete Tha Zouk. Embora conseguir pertencer à mesma agencia – no caso a WDB – seja uma grande ajuda, Henri Josh segue finalmente pelo seu trilho, não espantando ninguém se muito em breve der o pulo. Qualidade tem, e como finalmente se assumiu na primeira pessoa, pode lá chegar.
Miguel Mesquita & Peter G
Miguel Mesquita e Peter G estão finalmente a conseguir galvanizar o mercado, dando sinais de que finalmente podem vir a fazer a diferença. De qualidade técnica inquestionável, Miguel Mesquita possui como principal característica apenas fazer aquilo que muito bem entende, enquanto Peter G, depois de não conseguir na sua passagem pelas mãos de três dos gurus nacionais explodir, parece finalmente ter entendido que para passar música, é necessário ter a cabeça limpa. As suas actuações estão a resultar logo, a valer dinheiro.
Stereo Addition
Frenéticos, contagiantes e não raras vezes avassaladores. Numa forma verdadeiramente notável, situação que lhes está a permitir somar gigs para a história, a dupla Stereo Addition formada pelos portugueses Gustavo e John-E só não explodiu ainda para as primeiras páginas do mundo, fruto de perfilhar uma linha muito British que nem sempre é muito bem entendida pelo mercado. Ao nível do que existe actualmente de melhor, merecem o slogan “não morra sem os ver em 2008”.
Aos Domingos
Lisboa nunca dorme T
Fot. Nuno Ribeiro e Nuno Vasconcelos - Direitos reservados Portugalnight
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ito Elbling, comemorou este mês catorze anos a liderar os domingos da noite do país. É certo, que esporadicamente vão aparecendo novas ideias, conceitos e espaços, mas a verdade, é que ao longo de catorze anos, que não catorze dias, sequer catorze meses,Tito Elbling tem tido a arte de liderar a evoluir. Como um relógio, mantém a tradição. Aqui e ali evolui, refina na oferta, surpreende com a ideia. No fundo, vai mantendo bem viva a rate de fazer domingos. Desta feita, assinar catorze anos foi colocado a Titto como um desafio, olhou de lado para a ideia, evitava certamente a exposição, mas como até está a trabalhar sete dias por semana no In Seven Seas com o sucesso diário que todos reconhecem, aceitou o desafio. Um mar de amigos, uns de sempre, outros de agora, recheado de clientes que fizeram história e de colegas de trabalho que o tempo não apagou, permitiram à noite da capital ter uma grande noite, num momento que raramente acontece, que é a hora de dizer “obrigado” e por favor “Continua”.
In Seven seas_
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15º Aniversario da
Andromeda foi com
Festa
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C
om o mercado nocturno do norte em gigantesca agonia, traduzida até nalguns casos, pela opção de soluções pouco ortodoxas, encontrar quem mantenha o ritmo, através do aumento e requinte da oferta, é arte. Embora com uma população flutuante muito inferior a Porto, Lisboa, Coimbra entre muitas outras cidades, o certo, é que Alberto Cabral e a sua discoteca Andromeda em Vila Real estão a conseguir manter o caudal que os coloca numa situação de relevo. Consciente das oscilações do mercado, a Andromeda, partiu para uma oferta maior e mais diversificada,continuando a não abdicar de levar até si os nomes que provocam a diferença. Com as quintas-feiras e sábados bem seguros, nalguns casos em regime de tradição, o pormenor desta bela forma de vida passa de ano para ano de veteranos para caloiros, fazendo com que por estes lados a diversão exista e resista. Embora poucos reparem em pormenores, não deixa de ser curioso que mudem os djs, barmans ou porteiros, por aqui a coisa é sempre feita com suavidade e sem erupções. As pessoas passam, o sucesso mantém-se.Na noite em que assinou o seu décimo quinto aniversário, a Andromeda voltou a brilhar. Quinze anos depois, continua a ser de quem se fala.
fot. Ruben Valadas - Direitos reservados Portugalnight
Andromeda_
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SKY CLUB Regressou D
a Lisboa
fot. Nuno Vasconcelos - Direitos reservados Portugalnight
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Com o mercado da capital em perfeita erupção, Cláudio Varela, um dos relações públicas da capital deu o passo de assinar pela reabertura do ex SlyLab, agora convertido em Sky, dando desta forma agitação a um novo pólo na capital. Embora este vá ser um trabalho árduo, já que a noite da capital se encontra completamente balançada para a zona ribeirinha, não deixa de ser interessante, ver como Cláudio Varela conseguiu mobilizar um nicho de mercado novo, mas bonito para a Artilharia I, bem próximo das Amoreiras. Para esta reentrada, o dj eleito foi Kourosh Tazmini, que através de um set fantástico soube dar a todos os presentes a noite como bem conseguida. Este é um projecto que pode vir a revelar-se uma surpresa, pela forma, pela obra, pelo conceito e pelos envolvidos. Contra si, tem o facto de necessitar de investimento e perseverança. Estar à espera de um remendo sucesso logo de entrada, pode vir a hipotecar o sonho. Para já, entrou bem.
Restaurantes_
Gengibre Morada: Edificio Diaton - Stº Antonio dos Olivais (Coimbra ) Horário - Seg a Sabado até ás 24H Contactos: Tlf e Fax .: 239.71.62.25 Fumadores: Sim Actividade: Restaurante/Bar
L
O restaurante Gengibre, é um espaço acolhedor localizado bem no epicentro da cidade de Coimbra. Detentor de predicados que qualquer espaço gastronómico gostaria de ter, consegue passar da descoberta ao obrigatório logo a partir da primeira visita. Num visual contemporâneo, onde se misturam as cores quentes com o mobiliário minimalista, transmitindo uma mancha de cor e de sabores, no Gengibre Coimbra pode-se ainda desfrutar de uma magnífica vista sobre os verdes do Vale de Sº Romão. No que diz respeito às iguarias que neste espaço se podem degustar, a essência de qualquer bom restaurante, destacamos o Bacalhau com Broa, o Peito de Frango recheado com Alheira, a Posta à Mirandesa e o Carpáccio do Chefe, bem como alguns pratos oriundos da cozinha francesa e italiana que aqui são realmente confeccionados com mestria.
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Outra das mais-valias que o poderá levar a preferir o Gengibre, é a sua cuidada e requintada selecção de vinhos que nos permite escolher pelo prato, pelo gosto ou tão só pelo prazer. O serviço é efectuado por profissionais com formação, tornando cada visita num momento descontraído, simpático e até social. Sugestão dos Deuses – Não deixe para último um dos mais apreciados pecados mortais.
MINI CLUBMAN JOHN COOPER WORKS Um Clubman com raça
Quem disse que os desportivos são só para gente egoísta e auto-suficiente? Porque não servir também aqueles que não gostam de rolar sós, ou até mesmo os que já se adiantaram na vida, constituindo família. É, a Mini também pensou neles. É por isso que lançou no mercado um Clubman, pequena carrinha Mini, mas com vitamina que chegue para “dar gás” com todo o clã.
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Para uma marca ambiciosa como a Mini, com uma tradição construída e uma imagem solidamente defendida após a revitalização conseguida pela BMW, não há obstáculos intransponíveis. Não se pode dizer que a variedade seja a nota dominante, quando se fala de gama de modelos, neste “pequeno” construtor. Prova disso é que, na essência, a Mini apenas tem um modelo dividido em diversas variantes. Não se pense no entanto que este é um defeito, muito pelo contrário. Poucas marcas se podem gabar de ter tanta qualidade na generalidade das suas versões de um modelo. É com estes parâmetros que poucos são os que não olham para um Mini com admiração, respeito e porque não dizê-lo, com desejo. Daí que sempre que a marca lança um novo produto, este seja aguardado com expectativa. Especialmente quando a sua génese antevê adrenalina, fruto da “casta” de onde é retirado o Cooper S. Por isso sem mais delongas, apresento-vos o Mini Clubman John Cooper Works.
Ampliar a oferta
Dentro da gama Mini, apenas o Cooper S, ou numa análise ainda mais radical, o John Cooper Works, servem os interesses da clientela mais irreverente da casa britânica. É a estes fieis seguidores que a marca tenta agora com uma nova versão John Cooper, esta tendo como base o Clubman, proposta da Mini para uma maior versatilidade interior. Com o Clubman John Cooper Works, a gama fica realmente completa, mais rica e com resposta a qualquer solicitação de um cliente Mini, seja ele qual for. A ideia de propor uma “carrinha” tão diferente não é original, já que outros construtores o têm solicitado, no entanto, o Clubman é talvez a proposta mais interessante de analisar para uma faixa de mercado em que o cliente é tendencialmente jovem, não só de espírito, como em termos efectivos, na sua faixa etária (entre os 25 e os 40 anos). O John Cooper Works provém de uma competição monomarca da Mini com o mesmo nome (John Cooper Works Challenge) e esta versão de estrada mais não é que uma proposta para o cliente adquirir um automóvel desportivo com uma identificação estética muito própria em que o detalhe assume “roupagem” de competição. Claro que o este Clubman não é só roupagem, visto que técnica e dinamicamente também conta com argumentos, digamos que convincentes.
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Um desafio com 211 cv
Para motorizar o Clubman John Cooper Works está presente um motor de 4 cilindros, de injecção directa a gasolina, Twin-Scroll Turbo, com 1,598 lt. Trata-se um bloco capaz de debitar 211 cv às 6000 rpm com um binário de 260 Nm,. Constantes entre as 2000 e as 5300 rpm, com overboost. Estes dados dizem-nos bem das excelentes capacidades motrizes desta proposta Mini, realçando-se as mais valias de, com o binário disponível entre a faixa de rotações mais utilizada se poder concluir tratar-se de um veículo de puro e completo prazer de condução. As suas prestações anunciadas não desmentem o que anteriormente vos referi, já que esta “carrinha” consegue ir dos 0 aos 100 km/h em 6,8 segundos (três décimos de segundo mais lento que o John Cooper Works convencional) e atingir uma velocidade máxima de 238 km/h. Em tempo de crise há que poupar e nesse critério, este Mini Clubman não nos encanta, já que consome em média, por cada 100 km percorridos, 7 lt (comparativamente com os 6,9 lt do John Cooper Works convencional). Claro que este consumo diz respeito a uma utilização comedida, com uma velocidade limitada entre os 60 e os 120 km/h, limites que convenhamos, são pouco respeitados por quem quer uma carrinha com alma de desportivo.
Personalidade interior
De referir que, assim como detalhadamente trabalhado no exterior, este Clubman tem detalhes personalizados no seu interior, para que quem nele viaja sinta o que é um ambiente próximo da competição. Assim, podem-se contemplar um volante desportivo (de três raios) forrado em pele, para alem de alguns detalhes específicos desta irreverente versão, não só no painel de instrumentos, como na manete da caixa de velocidades e na parte inferior das portas. Texto: Jorge Cabrita Fotos: Sérgio coelho
Plateau A historia que se Repete
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uma altura em que as Escadinhas da Praia prometem voltar a entrar em erupção, o Plateau mantém-se imune às subidas e descidas. Noite após noite, a tradição cumpre-se. Por estes lados, qualquer um sabe tudo aquilo a que terá direito, pelo que a percentagem de satisfação é sempre muito elevada. As noites do Plateau continuam a ter início às quartas-feiras, através da sua sempre concorrida ladies night, não necessitando de muito mais para obter plenos. Victor Melo, continua a ser o gerente que possui a arte de não deixar descambar, o que permite encontrar sempre um staff bem-disposto e solicito a ajudar à festa. A entrada, mantém a tradição dos anos. Quem não está em condições fica a bater palminhas do lado de fora, situação que por muito que custe a alguns, acaba por ser para o bem de todos nós. A repetir!
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Breves Marcas Vinhos Fiuza e Chefe Chakall ensinam a refinar Terra de Sonhos oferece a exclusividade de Ferran ADrià A Associação Terra dos Sonhos, organização fundada dia 1 de Junho 2007 – Dia Mundial da Criança – que tem como fim principal, a realização dos sonhos de crianças e adolescentes diagnosticados com doenças crónicas ou em fase terminal, promete trazer dia 24 um sonho a Portugal. Acreditando na força inspiradora e transformadora dos pequenos momentos únicos como motor de melhoria da qualidade de vida dessas famílias, a Terra dos Sonhos tem como lema,“Um sorriso vele tudo!”. Tendo como objectivo a angariação de fundos, a Terra de Sonhos promove na noite do próximo dia 24 de Novembro no salão Nobre do Hotel Ritz em Lisboa um jantar,fantástico para todos aqueles que acreditam que quase todos os sonhos podem ser realizados. Como resultado da parceria entre a For the Future e da Hipereventos, o restaurante El Bulli de Barcelona, considerado pelo terceiro ano consecutivo o melhor restaurante do mundo, e tendo o seu proprietário e Chef Ferran Adrià, conhecido pelo «alquimista da cozinha» ganho também o galardão de melhor Chef do mundo associam-se a esta causa, assumindo a concepção do jantar. Esta noite, permitirá ter a oportunidade única de degustar de forma exclusiva o menu desenhado por Ferran Adrià, ao memso tempo que apoia a Associação Terra dos Sonhos.
The Balvenie PortWood 21 Anos – O presente
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Com o Natal à porta, seleccionar um presente inesquecível é sempre obrigatório e depois de muito “apreciar”, damos como um dos presentes impossíveis de evitar, o The Balvenie PortWood 21 Anos, caracterizado como um excepcional single malt. Para criar o raro The Balvenie PortWood 21 Anos, procedese primeiro ao seu envelhecimento em cascos de carvalho tradicionais e em seguida, é transferido para cascos onde estiveram a amadurecer previamente Vinhos do Porto refinados. Mensalmente é retirada uma amostra pelo Malt Master para garantir que apenas a quantidade certa de carácter é transmitida pelos cascos de Vinho do Porto, reforçando e desenvolvendo este single malt, enquanto as suas características originais são preservadas. Com um preço que exige algum esforço, proporciona garantidamente um prazer muito máximo ao felizardo eleito. Eis um presente distinto e muito elaborado, que pode ser desejado através do site www.momentosprime.com.
A combinação dos aromas dos vinhos Fiúza, com os exóticos sabores culinários do Chef argentino Chakall, vão uma vez mais adoçar o paladar de todos os visitantes do Oeiras Parque e C.C. Amoreiras através de workshops de culinária, que ali vão decorrer até 17 de Dezembro. Realizados pelo terceiro ano consecutivo, os workshops são gratuitos e juntam uma vez mais à mesa dois exímios mestres do gosto em verdadeiras sessões que evocam os cinco sentidos. E porque a época é festiva, todos os participantes poderão ainda ficar a conhecer as deliciosas criações gastronómicas do chefe argentino para o Natal e Ano Novo. No final de cada aula, os alunos terão a oportunidade de degustar as iguarias confeccionados - uma entrada, um prato principal e uma sobremesa – e levar para casa as receitas das mesmas. Os vinhos Fiúza, parceiro ideal do Chef Chakall neste Natal de 2008, são produzidos a partir de uvas criteriosamente seleccionadas em vinhas próprias, na região demarcada do Ribatejo. Posteriormente são vinificados em Almeirim, na adega da Fiuza&Bright, dotada da tecnologia mais moderna e das condições ideais para o seu envelhecimento.
Sony com auscultadores para impressionar Os novos modelos adicionados à gama de auscultadores Sony aí estão, incrivelmente belos para uma performance brilhante e conforto extra, independentemente daquilo que estiver a fazer. Existe uma selecção de auscultadores acessíveis, com excelente som e um visual fantástico a condizer com o teu estilo de vida. A esta nova gama de auscultadores, juntam-se uns auscultadores Bluetooth™ estéreo, indicados para a prática de desporto, de forma a acompanharem o ritmo sem fios. Todos os amantes da música, podem agora exprimir-se através de uma selecção de auscultadores jovens e coloridos a condizer com o estilo de cada um. Com cores de acabamento metálico e pérola, os divertidos MDR-EX33LP estão disponíveis em 3 cores com muito estilo, proporcionando um som claro e cristalino. À semelhança dos outros modelos da nova gama de auscultadores EX, um novo adaptador de ouvido híbrido de silicone especialmente concebido assegura um maior conforto de utilização. Agora, pode ainda desfrutar de um som fantástico a partir do seu telemóvel com Bluetooth™, WALKMAN®com Bluetooth™, ou outro leitor MP3 compatível com Bluetooth™, sem ter que enfrentar uma confusão de cabos enquanto se movimenta de um lado para o outro, pratica o seu jogging ou está a trabalhar.
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