PORTUGAL NIGHTMAG SETEMBRO 2009

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fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

i BOB SINCLAR @ RS DREAMS

Ficha Técnica - Director: Miguel Barreto (miguelbarreto@portugalnight.com) Redacção: Pedro Pessoa, Nuno Ribeiro, Sérgio Coelho, João Miranda, Paulo Araújo, Ricardo Escada, João Paulo Henriques » info@ portugalnight.com Colaboradores: Nuno Elmano, Zé Mário, Helder Alves, Ivo Lopes, Luís Gonçalves, Paulo Araújo, Miguel Ferreira, Nuno Vasconcelos » Editor fotográfico: Nuno Ribeiro » nunoribeiro@portugalnight. com Revisão: Tiago Lopes » Publicidade: Sérgio Coelho » sergiocoelho@portugalnight.com, Paulo Ferrão: pauloferrao@portugalnight.com » Design gráfico: Jorge Silva » Contabilidade: José Ortigueira Editora: Dança da Lua, Lda » NIF: 508472113 Morada postal: Rua Júlio Dantas, Lt 2 – 2750-680 Cascais » Periodicidade: Mensal Registo DGCS sob nº: 124993 Depósito legal: 215886/04 Marca/Propriedade: Filipa Barbosa » adm@portugalnight.com Web Master: Widescope, Lda. Url: http://www.portugalnight.com Agenda: agenda@portugalnight.com Todos os artigos e imagens estão sob protecção do código de direitos de autor, não podendo ser total ou parcialmente reproduzidos, sem autorização escrita da empresa editora. Portugalnight é uma marca registada.

4_ Editorial 7_ Stars 8_ Moments 10_ Sasha Beach 12_ Faces Beach Club 14_ Cruzeiro Kiss 16_ Capítulo V 18_ Breves Profissionais 20_ Splash Summer Party 21_ Preto & Branco 22_ Kiss 24_ Breves 26_ Kadoc 28_ Entrevista 36_ Fatboy Slim 40_ Energie Azurara 42_ RS Dreams 44_ Party People 46_ In Club Lx 48_ Entrevista Dj 53_ Breves djs 54_ In Seven Club 56_ Waikiki Summer Chic 58_ Faraó 60_ Tamariz 62_ Bela Cruz 63_ Black Jack 65_ The Loft + HK 66_ Trigonometria


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E mais um Verão se passou ou pelo menos está prestes a passar. De forma quase que surpreendente e generalizada, a maioria dos espaços nocturnos esteve muito acima daquilo que eles mesmos esperariam e tirando os campeões de bilheteira de sempre, a maioria, apenas sentiu diferenças no fluxo de pessoas, já que em termos financeiros, a queda é de há muito a esta parte notória. Este ano, repeti a dose de sempre; a compra de um livro leve, que me permitisse na ressaca de mais uma noite e entre dois bons banhos de mar limpar a cabeça da agitação, do assunto de sempre, dos telefonemas da praxe. Ao longo dos anos, tenho vindo a guardar livros que pelos autores, temática ou assunto vão sendo religiosamente “arquivados”. São na sua grande maioria pesados, mas que me garantem desde logo horas, dias, meses e se calhar até mesmo anos no estilo que pretendo vir a viver. Diria que é o meu vício privado para um dia me dar muitas horas de gozo público. De férias, o Expresso, Sol, Visão, Sábado e por aí fora são de todo obrigatórios para a maioria, para mim não o são, entro de férias, dou-me ao luxo de prescindir das verdades temporárias, das zangas cíclicas e tudo pela saturação dos bons e maus estarem desde há muito rotulados e não haver espaço editorial nas “velhas nomenclaturas” editoriais para novas ideias. Na obrigação, consumo como todos e sorrio, no prazer, dispenso completamente tudo e todos. De facto de banho, t-shirt, havaiana e graças a Deus por enquanto sem boné, mas naturalmente que com carteira, dei por mim numa daquelas Feiras do Livro de refugo, onde por vezes aparece um ou outro livro interessante, mas que na sua grande maioria, até pela quebra que apresentam no preço, mais parecem a Feira dos Livros a Quilo, a feira do Livro Escolhido e Remexido. Não sei se do sol ou calor, certo mesmo, é que acabei por comprar três livros e nenhum deles, queimado pelo sol, de páginas lambidas ou com dedicatórias hilariantes. O


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primeiro, de capa tenebrosa, dá pelo nome “Holocausto em Angola” e partiu religiosamente para o meu arquivo do “um dia”, o segundo, composto pelo terceiro volume de “A Rainha no palácio das correntes de ar” de Stieg Larson, fazia-me falta, tenho-o como essencial e é para terminar o mais brevemente possível e por fim, coube-me ao Verão de 2009 “O Vigarista” de Rodrigo Moita de Deus, autor português contemporâneo, que apenas conhecia de nome e a quem me rendi na leveza das ondas pelo gozo que me deu ver explicito, em regime de conto de fadas e sem qualquer ataque, no entanto mordaz, tudo aquilo que diariamente os intelectuais lêem nos semanários do burgo e chamam de política, economia e negócios. A manter o estilo, Rodrigo Moita de Deus ganhou um fã, acreditando eu até, existir a possibilidade de deixar de necessitar de comprar jornais e revistas pois o “O Vigarista” de forma abrangente, múltipla e como disse descontraída, pode ser aplicado a toda e qualquer situação da vida. Delicioso! Por cinco euros apenas, tive o privilégio de obter horas de satisfação, não há quem não imagine um qualquer daqueles personagens ou pelo menos, há que imagina-lo dentro do nosso universo e a seguir…desfrutar. De escrita simples, leve e feliz Rodrigo expõe ao ridículo os caciques da nomenclatura lusa e consegue não terminar esta sua fantástica e descontraída viagem com a tradicional lição de moral lusa, bem pelo contrário, termina com a alma do Genial, onde o importante não é fazer bem à primeira, mas sim ser perfeito à segunda. Este foi um Verão em que a maioria saiu satisfeita, pelo meu lado, satisfiz-me e muito e com as eleições à porta este livro deveria ser distribuído gratuitamente pelas caixas de correio. Genial!

Miguel Barreto Miguelbarreto@portugalnight.com


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DJ MOTIV8 FROM THE BLACK EYED PEAS

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Não é para quem quer, é para quem acredita e para quem trabalha

Servir Zurrapa mesmo até as 6 da manha é duro!

Pões-te com piadas de limitadores e depois aparam-te o bico

Yellow Smile

Não olhes agora que o Felpudo está a inventar

Lacoste Boy

A necessidade de ter coiso para pegar a besta

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Conan the Barbarian

Felpudo vê bem, saí de dentro dele


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Aula nº 7 - Amor numa noite quente de Verão

Alien no Space diz o Chuva

Corte, cortem, que para o ano levam mais dez a zero

Felpudo, olha para aqui. Com papas e bolos aviámos os tolos

Ratata on tour

Felpudo, é a Estratégia Militar de Sun Tzu, eles é que não sabem que já vem do sec IV

Dj Blinds & I

The Spider Man

Felpudo, deixa-te de piadas, estou a mandar o sms ao camarada Jerónimo ou julgas que isto é terra de Sousas


SASHA

Encerrou “Last Edition” Com mais um Festival

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mais um Verão se passou e com ele, o Sasha Beach e as suas Sasha Summer Sessions mantiveram um estatuto sem paralelo entre nós, já que este Sasha Beach de Portimão, terá hoje que ser visto como provavelmente o maior responsável pela excelente imagem que hoje o município de Portimão patenteia. Naquela que Luís Evaristo resolveu baptizar de “last edition” – vá-se lá saber porquê – o Sasha Beach voltou a dar um “bigode” aos paladinos da desgraça e desta feita, não foi pelo cartaz, mas sim pela estratégia e mediatização do projecto. Este ano, mais do que nunca Frederico Rocha foi chave. Sendo certo que a sua task-force é um verdadeiro batalhão de panzers de última geração num mercado de pequena infantaria, onde Helga Barroso, Luís Evaristo, Eduardo Carvalho da Silva, Frederico Rocha e Perry este ano reforçados com Paulo Drummod são a tecnologia e João Graça, Paulo Ferreira, Daniel Mantinhas, João Figueiredo, etc, etc a munição. A última noite, também chamada de “noite dos pobres” é aquela que mais valor tem no Sasha Beach, recebe o ano após ano Dj China e nessa noite, para além da festa que quem trabalhou e venceu,o Algarve tem por“tradição”juntar-se a alguém que tornou um presente envenenado no real prestígio de Luís Evaristo na sua terra. Casa cheia, explosões de alegria por todo o lado que nalguns caos até levaram a delírios colectivos, com uma vez mais Luís Evaristo a chamar como é tradição toda equipa que durante o Verão de 2009 andou a entregar os famosos“mustaches”Algarve fora. Saborear a vitória é sempre bom e reconfortante, mais ainda quando na cabine está o senhor que dá pelo nome de Dj China.


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Sasha Summer Sessions_

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FACES BEACH CLUB

pôs Vilamoura a arder

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á pelo nome de Faces Beach Club e embora não tenha faltado quem lhe vaticinasse um futuro turbulento, sai do Verão 2009 como um dos grandes vencedores, já que do primeiro ao último dia desta sua temporada terá apenas tido uma única noite aquém da enchente que se deseja e tudo, por não ter seguido os conselhos de Portimão ou seja, encerrar na última semana de Julho. Fátima Lopes, João Magalhães, Bé de Melo Laranjo, Hugo Tabaco, Fátima Lopes e Pedro Paiva vieram a revelar-se a surpresa do Verão algarvio 2009, sendo portanto de esperar, que no próximo ano, com as águas mais calmas e parte importante do investimento liquidado que a casa venha mesmo abaixo.O Faces Beach Club de Vilamoura acabou no entanto por trazer algo de novo a Vilamoura, uma zona que sem “K” é o que é e que encontrou aqui um excelente porto de abrigo, para as milhares de caras bonitas que não fazem Golf ou Pesca e para quem o Algarve com noite tem outro encanto. Sem entrar em Loucuras, o Faces Beach Club trouxe como grande novidade a possibilidade de fazer noite de uma forma diferente, cuidada e selecta, tendo a aposta em Viriato de Sousa sido de nível e em consonância com as pretensões do projecto. O faces está lançado, trouxe algumas grandes festas e boa música. Merecem tudo!


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Faces Beach club_ 13


KISS

Encerrou Verão Com o tradicional

CRUZEIRO

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ste ano, a discoteca Kiss voltou a abrir e fechar a temporada com um Cruzeiro como manda a tradição de anos. Depois de mais uma grande noite deVerão,os convidados rumam agora à Marina de Albufeira e partem para um dia recheado de música, surpresas e copos, onde não falta o sempre requintado almoço servido numa das magníficas praias do sul que apenas tem acesso por mar. A algum do staff do Grupo Liberto Mealha juntam-se sempre os convidados eleitos entre os bons clientes, amigos e até staffs de outros espaços e a festa acontece naturalmente, sendo sempre um dos momentos que fica na retina de tudo e todos. Ao contrário dos cruzeiros organizados no Verão por algumas casas da capital,estes são cruzeiros onde o acesso a um dia de praia é um dos pontos altos da festa e com isso, a possível monotonia de uma festa a bordo onde a ida a água ficaria como uma qualquer miragem acaba por dar direito a uma festa, onde até dentro de água se pode dançar. As caras bonitas e esculturais são sempre mais do que muitas, diríamos que é sempre um despertar de mais uma noite edílico. Eis uma ideia que faz sempre a diferença, ser convidado é que é a arte.


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Capítulo com “Me my self and I”

cumpriu tradição

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aniversário de António Manuel Pereira no Capítulo V da Oura começou por ser uma noite como tantas outras, em regime de festa privada e com o melhor de cada um. Com o tempo, o local manteve-se ou não fosse o Capítulo V o caso à parte e com isso, o tempo transformou este aniversário num dos momentos altos do fim do Verão algarvio, já que, a maior agência de Djs nacional acaba por ter amigos que poucos têm. Este ano, António Manuel Pereira repetiu o convite para o “Me, my self and I” que contou na cabine, para além do anfitrião, com Ladeback Luke, Diego Miranda e Pedro Tabuada algo bastante difícil de se conseguir ter numa festa privada. Como seria previsível, num aniversário de alguém que lida com este mundo e o outro (o dos Top Djs mundiais) facilmente acabaria por receber um mar de caras conhecidas, onde inclusive até Dinis Rodrigues o ex boss do Coconuts Cascais marcou presença dando mostras de que há coisas que não é para quem quer, mas apenas para quem pode. António pereira, o anfitrião, que em tempos foi Dj Blinds mostrou que não perdeu o jeito, tendo apenas perdido o estatuto de Top Dj, da actuação de Laidback Luke pouco haverá a dizer que não se saiba; entrou e saiu em ombros possuindo uma legião cada vez maior de fãs, Diego Miranda e Pedro Tabuada obrigaram o Capítulo a terminar em apoteose. Na vida, há coisas simples que dão origem à diferença. A “Me, my self and I” como egoisticamente António pereira a chama por ser a noite em que apenas faz o que bem entende começa a tornar-se um ícone e como Capítulo só há um…Houve festa a sul, parabéns!


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CapĂ­tulo V_

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ONLINE

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m pleno Tamariz, três das figuras da noite nacional bebiam o seu copo serenamente, mas como há fotos que valem mais que mil palavras, qualquer antevisão ou leitura maldosa é tida como má-língua, mas cá vai. Não custará a pensar, que para Frederico Rocha, o estratega Sérgio Nobrega se começa a tornar elementar, podendo até ser, um verdadeiro três ou quatro em um, situação que nem um champô de última geração consegue obter. Já com Bé de Melo Laranjo, há que primeiro domesticar o leão, mas que um bombardeiro dá sempre jeito, disso ninguém tem dúvidas.

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aulo Drumond e Bebé foram duas das figuras de proa do sucesso do Sasha Beach 2009 e embora na foto falte Perry,o homem relâmpago,na hora de fazer contas parte importante do sucesso acaba por se escrever com estes nomes. Embora Paulo Drumond tenha sido repescado, já que esta porta era de Alex que este ano por compromissos profissionais não pôde repetir a dose, há que dizer que Drummond beneficiou do desastre Salt Beach Club e que Luís Evaristo e Frederico Rocha andam muito mais atentos do que as pessoas julgam. Eis parte importante de um sucesso chamado Sasha.

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oão Figueiredo, António Melara Dias e Zé Paulo do Carmo foram provavelmente um dos melhores grupos de relações públicas que o país já viu. Sendo certo que a sua actividade profissional juntos foi relativamente curta, já que há feitios mais complicados que outro, não deixou de ser um prazer ver os três da vida airada em amena cavaqueira por terras de Portimão. Figueiredo, fez questão de nos dizer que parecia uma tourada mas não era, Melara Dias, diz que há coisas que o tempo não consegue apagar e que no gene esteve também ele e José Paulo do Carmo limitou-se a dizer que o problema esteve no pulôver. Nem mais!

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ristiano Barros voltou a tirar o Verão para ir ver como param as modas a sul e seleccionado para fazer parte da bateria de relações Públicas do Sasha Beach nem olhou para o lado e rumou a sul. No meio da agitação, encontrámos Cristiano Barros em amena cavaqueira com o sempre surpreendente e alegre Zé Black. Conversa para cá, conversa para lá e ficámos a saber de um super RP, que também é gerente, que farto de andar a distribuir passes pelos convidados, contratou um secretário, entregou-lhe o seu telefone, meteu os calções e foi para a praia. Eis a sofisticação de métodos. Será que não necessitam de mais um RP?

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uarte Ribeiro, sempre bem acompanhado, optou este ano por abraçar de alma e coração o projecto Allgarve Dance, existindo até quem afirmasse que Duarte Ribeiro dormia fardado, estilo bombeiro, pronto para qualquer socorro da Dance. Verdadeira máquina mobilizadora da capital, Duarte Ribeiro parece ter este Verão descoberto finalmente a sua vocação, sem dizer nada a ninguém, que isto de empregos há poucos, Duarte trabalha agora para ser nomeado assessor da Kitsch no Ministério da Economia.


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ipsy, o verdadeiro cordeiro da fé, acaba por ser a alma de um sem número de situações que se passam no mercado principal sem que ninguém dê por isso. Pêndulo de Gonçalo barreto e Frederico Rocha, Gipsy funciona desde sempre pela sua cabeça e com isso, não raras vezes surpreende meio mundo. Este Verão, pensou, pesou e rapidamente resolveu avançar para uma UMC que baptizou de Ultimate Music Championship, algo parecido com wrestling para Djs. O ringue, a pista principal do Tamariz recebeu na sua primeira edição de um lado, as Heartbreakerz e do outro, os Stereo Addiction. Conclusão da noite, as meninas mandaram John-E e Gustavo para casa lavar os tachos. Mais nada!

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o recanto da festa, José Manso, o homem forte da WDB Management, responsável por nomes como Cazanova , Pete Tha Zouk e Henri Josh apenas encontrava razões para sorrir. Este ano, José manso voltou a ser o responsável pelo alinhamento de Dj apresentado pelo Sasha Beach de Portimão e mesmo tendo baixado a fasquia, cumpriu com tudo aquilo que lhe foi pedido. Erick Morillo, acabou por ser o grande bombom e com mais esta temporada, José manso lá vai dizendo qu velhos são os trapos e que com engenho tudo é possível desde que seja bem feito.

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á momentos assim. No meio de uma grande festa, Dinis Rodrigues, cara que poucos conhecem reapareceu e fez a diferença atirando tudo e todos para um frenesim de loucos. Mais calmo, mas senhor do destino como poucos, por entre alguns brindes e um sem número de piadas o senhor dos anéis lá deixou escapar, que ele é que era o mau gestor, mas que o Coconuts sem ele não durou seis meses. Perante factos, não há argumentos, mas pelo que se viu Dinis Rodrigues parece decidido a deixar o pó assentar para voltar a fazer estragos. É que Cascais precisa de agitação e glamour.

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ntónio Manuel Pereira a rezar? Não, parece ainda não ser desta. No meio da profunda agitação que reinou este ano por terras do sul, António Manuel pereira saiu como grande vencedor e hoje, haverá certamente muito boa gente a fazer de cabeçudo já que o homem resistiu ao estoiro do Salt Beach Club, às morteiradas dadas em FatBoy Slim e ainda teve tempo para ir à discoteca Kadoc mostrar como se faz o que realmente não está ao alcance de todos.Embora o local para onde foi atirado FatBoy Slim seja a evitar, este foi sem dúvida o momento deste Verão 2009 no Algarve pois muito dificilmente se voltará a ver entre nós, um dos reis da corte mundial.

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imone Bertoncini, cabeça de cartaz do bar Capicua em Portimão e um dos rostos de sempre do Grupo NoSolo Água voltou a fazer toda a diferença neste Verão de 2009. A lutar com armas diferentes da maioria, Simone, que foi o verdadeiro responsável pela evolução verificada há uns anos em Portimão tem sabido estar no seu posto resistindo a um mar de tentações. Numa altura em que o Grupo NoSolo Água já se estabeleceu em Lisboa, parece chegada a hora de Simone Bertoncini reconsiderar dar mais um passo em frente é que por onde passa, espalha classe, nível e glamour.


SPLASH COM HARDWELL NA “ULTIMA” DO

COCONUTS CASCAIS

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e uma tacada só, a festa “Splash” no Coconuts Cascais encerrou a mítica discoteca da Linha de vez e apresentou a Splash, produtora que agrega nomes como André Cunha, Bernardo Mexia, Bruno Lorena, Filipe Campina, Nuno Almeida, Pedro Portugal e Tomás Andrade à volta de um conceito simples; juntos, viramos isto de pernas para o ar.Se foi assim que a “Splash” pensou, melhor o conseguiu e de forma simples nasceu esta “Spalsh Summer Party” que nos trouxe a cascais um dos Djs que este ano mais estragos fez nas redondezas, Dj Hardwell, que num cartaz que contemplava ainda os Djs nacionais, Gilvaia, Daveed, Baratta, Enrage, Nebur e No Dj. Acabou pois por não espantar que desde cedo (2AM) o Coconuts apresentasse uma moldura humana de fazer inveja a qualquer casa do país e tudo sem borlas. Os alinhamentos previam e cumpriram-se da seguinte forma; Pista principal, Djs Gilvaia, Daveed, Baratta, e Hardwell que entrou às três da manhã, cabendo ao Dj Enrage encerrar já se sentia a luz do novo dia, Na pista secundária o fantástico Dj Nebur e No Dj fizeram os ritmos que conquistaram uma casa. Sai de cena o Coconuts, entra a Spalsh. Portugal aguarda por mais, muito mais!


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preto branco A discoteca Plateau Lisboa, continua a ser o relógio Suíço da capital e se não mesmo do país. Noite após noite, o Plateau Lisboa continua a merecer a preferência do público, sendo curioso contactar a forma como o mesmo se vai reciclando permitindo a mistura dos de sempre com todos aqueles que o vão descobrindo. Sem nada para inventar, o Plateau é na essência a noite com qualidade e embora poucos reparem, possui aquele que é sem dúvida um dos novos valores das portas do país.

O Bela Cruz da Foz, continua a resistir ferozmente à abertura de novos espaços, descoberta de novas zonas e até novas sonoridades. Depois da opção pela saída da gerência de Paulo Leonardo e entrada de Pedro Garcia , não faltou quem metesse as mãos na cabeça, no entanto, tal mudança veio a verificar-se perspicaz, já que com ela o Bela Cruz engalanou-se tornando-se mais selecto e requintado.Eis um espaço a não perder de vista,só grandes noites!

A discoteca Estação da Luz, soma e segue. Com um estilo muito seu, a casa de Américo Pessoa não dá margem ao erro e através da selecção de Jêpê, continua a aglomerar caras bonitas na sua pista e é um autêntico caso à parte nesta região do país. Como os anos pesam em todos, até nas casas, a Estação da Luz tem tido a arte de ciclicamente renovarse inovando e ao surpreender mantém-se intocável.

Foi há um ano que o Lollipop apareceu e daí para cá, tem vindo a marcar o compasso das noites da cidade, seja através do minimalismo imposto nas sextas-feiras de Helga Barroso e Luís Magone, seja aos sábados, com o génio de João Graça e a força de Paulo Ferreira. Como para a frente é que é a vida, Lollipop Praia Verde foi uma agradável surpresa, já que as três “mosqueteiras”, respectivamente Maria João Sena, Mafalda Mendonça e Ana Soares têm dado para contar. O estratega, “the boss”, de seu nome Frederico Rocha prepara agora a abertura em Évora – vamos ver como resiste o mercado – e a seguir, Porto.

O Grupo No Solo Água somou mais um Verão em grande, cimentou o que tinha que cimentar e ainda se deu ao luxo de crescer. Dos poucos que joga em casa e a quem o destino lhe pertence, Franco Lourenzi tem vindo a revelar-se dos empresários mais sérios e perspicazes do mercado e mesmo o facto de não “estrilhar” perante as injustiças, tiram-lhe algum da carteira, mas garantem-lhe o posicionamento e liderança no futuro. A procissão ainda vai no adro e o NoSolo Água é sempre a crescer com os pés no chão. Notável!

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José Matos, revela-se este mês o campeão de audiências. Com o In Seven Club ao rubro, partiu para o mercado com o objectivo de conquistar novo targuet com nova equipa e nova casa. In Club Lisboa entrou a medo, mas já lá chegou. Dois – zero.

Ezequiel Sequeira, teve arte para aguentar e superou as tentações. Com muita gente à procura de licenças, o seu Queen`s Lisboa começou a ganhar procura, só que no entretanto, a casa começou a crescer. Lá está, tudo o que sobe, desce e vice-versa.

Gonçalo Rocha está nas bocas do mundo e ainda sem se ter mexido, já meteu meia Lisboa de cócoras a temer o estrondo. Vem aí o Kubo e como da cabeça do seu irmão sai sempre o impossível, Lisboa parou, toda a gente sabe que a abrir em Dezembro, o Kubo dará coça a tudo o que é casa. Está tudo a ganir!

Tiago Pinto Leite, forçado a reentrar fora de época, abanou mas não caiu. Enquanto muita gente esperaria que vacilasse, enfiouse no escritório e desatou a trabalhar. Os resultados preparase para surgir com o 14ª Aniversário da revista “Caras” à cabeça.

João Meneses, fruto de alguma inconstância deixou o barco ao sabor das marés e terá agora obrigatoriamente que se colocar ele ao lema. A ideia, simples e que até devia ter colhido o carinho de um sem número de almas penadas era a de criar um director para a casa, mas fruto disto ou daquilo, é sempre a girar. Não há treinador que resista!

Alberto Cabral, homem forte da discoteca Andromeda, depois de uns anos sempre a crescer e a jogar para ganhar, parece ter abanado e abrandou o ritmo. Da guerra pelo campeonato onde andou metido já só restam resquícios, coisa difícil de compreender para quem é quase detentor do monopólio da zona. Diz quem sabe, que o ano passado investiu forte de mais e que agora paga o seu preço…é possível!

Juan Pereira e Benito Malvar, homens fortes dos Buddhas e La Movidas não esquecendo o Art Lisboa, abriram e bem o Set no norte do país. A situação, que deveria ser de agrado, acaba por não passar de um penso tendo em conta que estes dois empresários já foram detentores, de parte essencial da noite nacional. Do Buddha Lisboa, já pouco resta, do Art fala-se, fala-se, mas precisa de investimento. Toca a acordar!


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DA KISS FOI COMO

SEMPRE COM BANHO DE

MOET&CHANDON

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á quem não resista 28 dias no mercado nocturno, a discoteca Kiss comemorou 28 anos e se tivermos em conta, ter ajudado a mudar profundamente as mentalidades de um país muito contribuindo para que a noite do Algarve seja o que hoje é, ostenta naturalmente o estatuto de histórica. Depois de mais um Verão em que foi a primeira a encher, a Kiss cumpriu a tradição de proporcionar um aniversário a um nível muito elevado já que, não sou trouxe um cabeça de cartaz nacional, coisa que raramente acontece independentemente de estar sempre cheia, como Liberto Mealha não abdicou de servir Moet&Chandon a uma casa super lotada, notável! Há boa maneira desta casa do sul, a festa começou cedo, encheu como sempre repentinamente e para mais tarde recordar, voltou a apresentar-se engalanada por uma decoração que fazia desde logo perceber que algo de diferente se ia passar. No privado, Liberto Mealha recebeu um sem número de amigos, o homem que mudou a noite de Albufeira deu ares de querer passar o testemunho ao seu filho, embora ainda com vícios do antigamente, onde não abdica por exemplo, de dar uma palavra a cada um dos seus clientes e embora se fale nos bastidores em grandes mudanças, este empresário fez a noite e por isso, muito dificilmente algum dia aceitará retirar-se. A noite teve início com o Dj Matts, seguiu-se o tradicional corte de bolo com respectivo discurso e por fim, o convidado da noite, Dj Diego Miranda.Como sempre, recheada de um público cosmopolita, este ano com a predominância de portugueses e holandeses, a Kiss brilhou, fez a festa, obrigou à diversão.


fot. Helder Pereira - Direitos reservados Portugalnight

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RealShaker

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rancisco Rafael, um dos rostos da Praxis Évora e do bar Spazio, nem olhou para trás perante a possibilidade de ingressar este Verão na task-force do Sasha Beach e de todos os promotores, foi de longe o mais esperto, já que não querendo ser Rei Midas, acabou por ter um Verão em Grande, juntar um bom pecúlio e nem telemóveis atender.Findas as festividades e na hora do reencontro com o sue sócio Queiroga, Francisco Rafael já apresentou a boa nova ao seu sócio, vamos deixar de ser duques, para ser a triques entrando Frederico Rocha no mercado de Évora com mais um Lollipop. Eis Francisco Rafael a fundo, que ninguém se admire se a seguir na carta sair Beja.

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aulo Covas, o rosto mais mediático do Hit Club cumpriu mais um Verão e digase, em excelente nível.Com a concorrência a apertar e o mercado a não permitir grandes loucuras, Paulo Covas arriscou tudo num cartaz pensado e terreno e foi com ele que acabou por mandar para canto muito boa gente, Do lado do Pacha Ofir, entradas de borla fizeram temer o pior, um pouco mais próximo, Buddha da Póvoa atacou forte entre outros, com Dj Vibe e Pete Tha Zouk mas lá no meio, sentado na cadeirinha de luxo Covas encontrou razões para sorrir; Eles julgavam que iam comer tudo e não deixavam nada…julgavam.

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edro Lorena, como é tradição fazer ano após ano, deixou novamente o povo sair em festividade rumo ao sul, dando desta feita até aos seus Djs tempo para estrelar nos burgos alheios. Descontraidamente, manteve a The Loft aberta, ainda teve tempo para uma ou outra festividade, mas voltou a preocupar-se consigo, com a sua casa, com o seu futuro. Com meia Lisboa a bater à porta do vizinho na ânsia de encontrar um lugar no céu, Lorena, de cartaz fechado, deu início às festividades e seja a que dia for já vai na frente. Não sai na capa das revistas? Não possui uma televisão privada a empurra-lo? Claro que não, Lorena sozinho supera isto tudo e com nova época à porta, o “team” de Manuel Faria prepara-se para mais uma volta, mais uma viagem.

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é Gouveia bate-se como um leão no seu W e embora até seja caricato assistir ao número de pessoas que andou no beijamão durante anos e que agora é incapaz de dar um passo para ajudar, não deixa de ser interessante perceber de que forma aquele que já foi o cabeça de cartaz do maior Grupo de noite do país (Pedro Luz) inverte ciclos.Numa altura em que nada nem ninguém se move para novos investimentos, é de acreditar que o W Lisboa faça um forcing no sentido de ganhar posição e embora tenha do outro lado da Linha Tito Elbling a defender as suas quartas-feiras e domingos, Gouveia sabe o suficiente para tirar um coelho da cartola. Mais do que esperar qualquer ajuda, Zé Gouveia, terá que continuar a lutar e a puxar por si, é exactamente aí que está a solução.

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uís Evaristo, goste-se ou não, é a máquina. Um pouco ao jeito de o “Exterminador”, aguentou pancada após pancada e é quem nos últimos anos mudou a forma de fazer noite no Algarve. Condenado por uns pelo cor-de-rosa, julgado por outros por aproveitar as parcerias com os municípios mas, adorado por todos aqueles que levitam à sua volta, Evaristo, que nasceu Vilarinho e que já produziu coisas como o Clube Casa do Castelo e Sasha Beach só não reina onde não quer. Este ano, assinou mais um pleno e não andasse tão vaidoso e diríamos que servia de exemplo.

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ito Elbling. Todos o conhecem ou dele já ouviram falar e não sendo homem de meter os pés na noite, que não umas passagens pelo In Club e In Seven Lisboa, é responsável por José Matos apresentar um sorriso de orelha a orelha. Estratega, pouco dado a fazer de urso e sempre certo de onde vem e para onde vai, o relações públicas dos domingos da capital é hoje quem mais ordena já que, sozinho, montou a estratégia que levou a que hoje se encontre numa posição cimeira. Como parar é morrer, Tito Elbling lá vai dizendo que este ano, será para estabilizar o In Club, mas que a seguir já há novos projectos e novas ideias. Ajeitem-se!


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oão Magalhães, é daqueles empresários que um dia, apanhou um pouco de sol a mais (gosta do Guincho) e disse é desta. Arriscou tudo onde um Senhor que dá pelo nome de Michael Penrod tinha conseguido encontrar um buraco e montou aquilo a que se chama agora em Vilamoura Faces Beach Club. Com muita gente à espera de uma monumental espeta, que certamente o obrigaria a ter que pedir emprego por aí, Magalhães, arriscou e diga-se ganhou um espaço que fez furor e que promete nos próximos anos deixar a cabeça em água a muito boa gente. Para quem tinha dúvidas, nada melhor que ter visitado o Faces Vilamoura e como o Inverno é longo, barbitas de molho não fazem mal a ninguém. O Magalhães anda aí!

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rederico Rocha, sai do Verão de 2009 como grande vencedor, já que jogando num sem número de tabuleiros, conseguiu vencer em todos eles, feito dificílimo de alcançar. Sasha Beach Club, Lollipop e Algarve Dance, foram três jogos de mestre, sendo mais do que certo que a breve prazo virá dali novo xeque-mate, já que a ideia começa agora a revelar-se e passa naturalmente por fazer do Grupo B.O. algo de auto-sustentável, onde para produzir para si ou terceiros, a mão-de-obra e materiais necessários se encontre no Grupo.Perante este quadro, Frederico Rocha ganhou naturalmente a amplitude que o irá tornar um dos senhores do jogo, restando agora saber como vai lidar com a fama e proveito. Está ao rubro!

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aulo Pescada, foi mais um dos empresários que arriscou tudo num Salt Beach Club, certo de que sabia jogar um jogo que Luís Vilarinho tornou sério, esqueceu-se, foi que nestes jogos, não se podem deitar foguetes para o ar antes da hora e muito menos, trilhar caminhos da arrogância. Ainda a festa não tinha começado e já Paulo Pescada explodia de vaidade e foi exactamente aí, que este empresário se esqueceu de fazer somatórios sendo quase incrível, como um ex-político não conhece as regras que de um jogo, em que a queimar, será sempre o mais fraco. Com meio mundo a dançar castanholas, Paulo Pescada, acabou por ficar com a castanha e ou tira um coelho da cartola ou vai entrar a jogar para negativos.

F

ranco Lorenzi é o cérebro do Grupo No Solo Água que um pouco por todo o Algarve garante hoje um conjunto de serviços de alta qualidade. Tendo por base do sue negócio a venda de gelados, este italiano e a sua família demoraram a perceber as regras de um mercado nacional complicado e depois de anos a fazer as coisas por paixão, onde se deram ao luxo de por duas vezes abanar os alicerces dos estabelecidos, regressaram com firmeza e detêm hoje alguns dos locais espectáculo do sul. Dos espaços à equipa passando pelos projectos e ideias, o Grupo No Solo Água está hoje à frente de tudo e todos e como a sua área de intervenção vai muito para lá da noite, o próximo ano promete ser o de passarmos a conhecer as garras do leão italiano.

A

nthony Pereira, optou pela primeira vez pelo silêncio e com ele está quase que garantida uma grande mexida, essencialmente por não ser habitual. Embora algumas vozes dêem como certo o afastamento de Anthony Pereira da discoteca Kiss e do Liberto`s Bar, há quem garanta a pés juntos que o futuro deste profissional irá passar por outra zona do Algarve, o que a confirmar-se irá mudar muito daquilo que na última década esteve instituído a sul. Para já, a época é de banhos por terras do Dubai, a seguir, esperam-se novidades.

G

onçalo Barreto encerrará este mês mais uma temporada do seu Tamariz e com ela, a certeza de que conseguiu não só criar na Linha um grupo giro e bonito, como dentro de muito poucos anos, quando se fartar de andar de auricular a tomar conta dos erros dos outros, será um dos mais fortes candidatos à Câmara Municipal de Cascais. Senhor de um estilo irreverente, mas uma personalidade fantástica, de Gonçalo Barreto nasceu nos últimos anos um estilo e forma de fazer noite verdadeiramente brilhante. Não entra em compadrios, sabe exactamente aquilo que quer e tem apenas uma palavra e é exactamente com tudo isto que veio a diferença. Seguir-se-ão agora as tradicionais férias para um regresso da Jézebel.


DAVID GUETTA

VIROU KADOC

DE PERNAS PARA O AR

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A

lutar por mudar a linha que durante anos seguiu, a discoteca Kadoc prossegue um trajecto que não é fácil,mudar em andamento é coisa geralmente só admitida a predestinados e a Kadoc está na luta.Verdadeiramente fantástica quando super lotada, fazendo até lembrar alguns dos grandes espaços do mundo, esta discoteca contou ente ano com aquela que foi certamente a sua melhor noite deste Verão e provavelmente, uma das melhores do ano ao ter David Guetta em noite de todos os santos. O cartaz não enganava e aquele que é um dos nomes que mais subiu nos últimos anos fez questão de mostrar a razão de ser, de ter conseguido monopolizado as atenções de meio mundo – literalmente – quando há ainda cinco anos atrás, não passava de um bom Dj e nada mais. A Kadoc aqueceu bem, o trabalho dos residentes foi bem feito, não pretenderam obter o sempre irritante e desesperante protagonismo que rebenta com as pistas e paciência dos clientes e com isso, a Kadoc conseguiu raiar a perfeição com uma noite que muito dificilmente qualquer um dos presentes irá conseguir esquecer.


Fot. Bruno Pires Moura - Direitos reservados Portugalnight

Faces Beach Club_

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BÉ DE MELLO LARANJO 28

Bé de Melo Laranjo tem 37 anos e uma vida recheada de acasos. Verdadeiro vulcão de emergia positiva, é sempre o primeiro a arregaçar as mangas da camisa para começar a trabalhar. Com umahistóriadevida fantástica,este lutador aceitou abrir a porta dos meandros, sempre com o coração na boca, mas já consciente das obrigações que possui no mercado nocturno da capital. Eis a distribuição de “bolos” do Outono/Inverno 2009.


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Vens do negócio dos brindes. De que forma vens parar ao mercado nocturno? Fiz muita coisa na vida, se olhar para traz, foi tudo um bocado por acaso. Já fui vocalista, por acaso, não sou um músico de arte, foi uma brincadeira para que me desafiaram. Fui durante sete anos de uma organização de uma claque de futebol, a Juventude Leonina, por acaso, fui a um jogo para aí com 14 anos e entrei na claque por acaso, fui comissário de pista no Autódromo do Estoril por acaso e a noite, também foi por acaso. E o negócio dos brindes publicitários? Os meus pais eram publicitários, toda a vida o foram, portanto, optei por seguir essa linha. Embora tenha andado três anos no Técnico em Engenharia, achei que aquilo não era para mim, acabei por me formar em Marketing & Publicidade e depois, segui como disse aquilo que os meus pais faziam. No final da faculdade, lá esta, mais uma vez por acaso um colega de turma a propor-me abrir uma empresa, que à partida seria de Consultoria e Marketing. Eis um jovem empreendedor, por acaso? Exactamente. Abrimos a empresa com 500 contos emprestados e passados seis anos facturava dois milhões e meio. Foi o resultado de empreendedorismo dos dois miúdos que doze anos depois tinham vinte e tal empregados.

Ganhaste dinheiro com a primeira festa? Na primeira festa nem havia dinheiro para ganhar, fi-lo apenas para ajudar e portanto, não havia dinheiro envolvido. O Jimmy-E de 2008 foi uma sociedade com 5 ou 6 pessoas e aquilo acabou tudo mal entre vocês, não foi? Embora a negociação viesse de traz e não tivesse assistido a nada, sei que houve pessoas que deixaram o João Magalhães na mão, portanto, pessoas que lhe disseram que iam com ele e acabaram por não ir, sendo o maior exemplo disso, a situação trágica do irmão que estava hospitalizado fruto do grave acidente de viação. O João acabou por ver-se ali um bocado sozinho, eu fui ajudar durante um mês no Algarve, mas aí, já existindo uma questão financeira envolvida pois obviamente que não ia perder o meu mês de férias com os meus filhos para ir brincar.

É também aqui que o Miguel Galão e o malogrado Diogo Xerife entram no campeonato da primeira divisão, certo? Sim, o João convidou o Miguel Galão e com ele veio o Diogo Xerife. Portanto, sou eu, o João , o Galão, o Diogo Xerife e o Ângelo Costa que era amigo do João e quando vamos para baixo, o João disse-nos que E foste para o fundo de desemprego? havia mais pessoas envolvidas do Alentejo. Não, mantive-me no meio. Fiz uma joint E assim foi. venture com a maior empresa de brindes do país, com quem ainda hoje colaboro e cá Era quase uma cooperativa... prossigo no mercado. Quase, era uma sociedade de rp`s a sete, mais não sei quantos miúdos a ajudar. E a noite? Como disse, foi por acaso. Através do meu E como foi? melhor amigo, o Gonçalo Dinis, houve a ideia Como nunca tinha trabalhado à noite, não de fazer juntar meia dúzia de pessoas de fazia a mínima ideia se, se ganhava muito Cascais, portanto da Linha, que conhecessem ou pouco. Realmente, se me perguntares como nós muita gente, pois sempre fui um se naquele mês ganhei dinheiro, o ganhei, noctívago, daqueles que saiam, estavam gastei, mas valeu a experiência pois o com os amigos e bebiam copos no sentido Jimmy-E correu muito bem. de ajudar á promoção de um espaço que ia abrir no Algarve, o Jimmy-E. Não fazia sequer Com base em que pressupostos? ideia de quem estava à frente, aceitei por Disseram-me que durante a sua existência brincadeira. Era uma festa na Bafureira, em S. aquele espaço metia em média duzentas Pedro do Estoril. pessoas por noite e connosco foi para as novecentas e assim sendo, parece-me muito Já tinhas feito algum trabalho à noite? bom, foi um sucesso. Era uma discoteca para Só a beber copos, na altura aceitei pelo gozo, um público muito específico, basicamente pela brincadeira e foi aí que conheci o João para pessoal mais jovem, entre os 17 e 22 Magalhães. anos. Era também uma casa complicada de trabalhar devido ao historial da Kadoc e Foi amor a primeira vista... devido a ser uma casa com 18 anos e que na Não se foi amor a primeira vista, mas há uma minha opinião estava um pouco gasta. coisa que é um facto, tive um sócio durante Não faltou quem nos chamasse de malucos 12 anos e julgo que por não ter irmãos existe quando fomos para baixo, mas de facto a apetência ou necessidade se o quiseres aquilo correu bem e todos ganhamos para encontrar amigos. dinheiro. Quando conheci o João Magalhães ele estava a passar uma situação muito complicada e É realmente no fim do Verão de 2008 que foi exactamente na data dessa promoção começa a vossa sociedade? e aquela festa ficou um pouco nas mãos Sim, falei com o João para sabermos se daquelas pessoas que ele convidou. Na íamos seguir em frente juntos ou não. O que altura senti que faltava ali alguma liderança gosto no João é que somos completamente e como na vida sempre tive esse espírito diferentes, pensamos de maneira diferente, decidi agarrar a festa. Portanto, eu que caí ali ele se calhar, uma pessoa muito mais O que fez abanar a empresa dos jovens de sucesso? A partir de 2003 instalou-se a chamada crise e a nossa empresa primeiro e depois a sociedade foram de tal forma afectadas que as coisas acabaram por rebentar.

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um pouco de para quedas, já dizia quem ia para os bares, quem estava na porta, quem eram os Djs, a que hora tocavam e tudo, sem nunca ter feito nada na noite. Depois de tudo isto passar, o João reconheceu que o papel e espírito que eu tive na altura e mesmo sem saber nada de noite, levou-o a convidar-me para ir para o Algarve para o Jimmy-E com mais outras pessoas.


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ponderada, mais calmo, eu tenho outro tipo de personalidade, sou muito mais explosivo, muito mais emotivo, mas lá esta, tenho aquela capacidade de liderança e de decisão que também é necessária, complementamo-nos. Qual foi o pressuposto da vossa ligação? Decidimos que tudo o que fizesse-mos à noite a partir daquele momento, seria feito pelos dois. Como o João tem mais experiência era normal que os projectos aparecessem mais pela mão dele. Quando viemos para cima fomos para o BBC, o convite foi-lhe feito directamente pelo João Menezes, mas a partir desse momento, o que entrou foi a sociedade a que demos o nome de L.O.V.E. (Living On Vibrations Event). E? Ficámos com os Sábados. Começou por ai. Tínhamos uma equipe com o André Cunha, António Melara Dias e o Francisco Bernardes e nasceram as Good Moon Prime Nights, que penso ter sido um projecto muito bem desenhado e acima da média. Era de facto muito bom, mas raramente esteve lotado, concordas? As pessoas por vezes esquecem-se de que o BBC nessa altura tinha a concorrência do Kubo, com o Twin`s a abrir, o João Figueiredo acabado de sair para a Kapital e a seguir o Lollipop. Quantos resistiriam e conseguiriam algumas noites em pleno? Nós saímos em Outubro e o João Meneses quando vê os mapas conhece a realidade, para além de constatar que na altura o público bonito regressou ao BBC, trouxemos de novo a Linha para Lisboa. E o projecto das quintas-feiras do BBC? Começo por dizer que enfrentar a saída do João Figueiredo não é para todos e a seguir, quem ia liderar essas noites como se sabe era o Diogo Xerife, que quinze dias antes da nossa primeira quinta-feira faleceu como se sabe e é aí que passo a liderar mais o grupo pois como é normal todo aquele grupo desvaneceu por completo, foi realmente uma pancada gigantesca no nosso ânimo, era nosso amigo e líder do grupo.

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A partir daí o projecto passou a estar hipotecado? Havia duas hipóteses. O Xerife deixou praticamente a equipa toda constituída e nos dias seguintes, fiz questão de colocar a questão; ou o sonho acaba aqui ou prosseguimos, e a decisão foi prosseguir com tudo como o Xerife havia delineado e embora existisse motivação até por ele, a moral de todos nós estava de rastos. Não te parece que a equipa ficou desgovernada, estilo a 200Kmh de olhos vendados? O Bruno Pinto, recentemente falecido exactamente da mesma forma que o Diogo Xerife e o John Magalhães passaram a liderar a equipa que tinha vinte elementos, a seguir o Bruno desapareceu sem dar satisfações e fiquei eu e o John com o ónus das quintasfeiras. Perante os factos, acabei por assumir um pouco o papel aglutinador, mas não tenhamos dúvidas, o Diogo Xerife tinha 23 ou 24 anos, portanto aquele público precisa de uma cara daquela idade, eu tinha 36, portanto, penso que não seria a cara ideal para o projecto mas sim uma alternativa de recurso.


33 E o John Magalhães? Com o desaparecimento do Bruno Pinto ficou ali um bocado sozinho, mas é de uma lealdade e capacidade de trabalho no mínimo notáveis. Não achas que o John acusou a pressão? O John tem duas qualidades muito grandes para mim. É de extrema confiança e muito trabalhador. Sempre achei que o mundo da publicidade era um mundo cão, quando conheci o da noite, passei a achar que na publicidade somos todos meninos. Com isto, não estou a conotar a noite com uma coisa negativa, mas que realmente é necessário estar com os olhos bem abertos porque não e fácil, é. Se calhar são muitos galos para os poleiros que existem. É um mercado bastante atractivo, mas onde ser apenas bom, por vezes não chega. Há que ser esperto e eu sempre fui mais inteligente do que esperto e no início senti alguma dificuldade em me manobrar neste circuito, aliás, aconteceume exactamente o mesmo no futebol, e como também já sabes, fui vice-presidente de um clube de futebol, também por acaso e durante 3 anos. Vacilo um bocado naquele jogo de cintura, sempre andei mais pela competência do que por ser Xico Esperto. O John , mais do que ser ambicioso, é muito trabalhador. Se acredita num projecto e nas pessoas nele incluídas luta ate ao fim. É assim que aparece o Adolfo? É, achei que o John estava muito sozinho e a aguentar com um sem número de vicissitudes num mercado em que a concorrência é feroz, daí ter convidado o Adolfo que já tinha estado connosco esporadicamente nos Sábados, mas lá está, se calhar para os Sábados era novo demais. A partir do momento em que desapareceu o Diogo Xerife parece houve um erro de casting na estratégia que seguiram, não? Teria considerado um erro se alguma coisa tivesse corrido mal. As quintas-feiras no BBC correram muito bem. Mas a bitola estava elevada... A anterior equipa do BBC estava ali há 3 anos e parte para uma casa mítica que se encontrava fechada há não sei quantos anos, era uma casa que os mais novos não conheciam e de que apenas tinham ouvido falar, principalmente o público universitário. Perante estes factos, para ser honesto e modéstia à parte acho que aquela equipa do BBC, que nunca tinha liderado uma noite, era completamente nova e nunca tinha mostrado nada, bater-se taco a taco com o líder do campeonato foi para a história. Acho portanto que têm que estar muito orgulhosos, e aí incluo-me a mim e ao João Magalhães pois foi de campeonato. No momento em que o João Magalhães aceitou a gestão do BBC criaram-se incompatibilidades ou conflitos de interesses? Penso que não, exactamente porque eu acho que o mais importante é as pessoas entenderem-se e falarem umas com as outras. Para mim, o mais importante na vida é a clareza com que se faz as coisas e tal como te disse há um bocado que tive um sócio doze anos que nunca enganei, possote dizer que a primeira coisa que o João fez depois de receber o convite foi falar comigo

e com outra pessoa que estava para ser nosso sócio na altura. Dissemos ao João que não haveria problema algum, é uma pessoa que possui capacidade para ser equidistante, não é para todos, mas o João Magalhães é capaz de o ser. Uma das ideias com que fiquei desde essa altura, foi que o BBC muda de gerente como quem muda de camisa. Queres-me explicar? Não te posso explicar isso, a pergunta terá que ser feita ao João Menezes. É verdade que desde que entro no BBC e isso e público, apanho primeiro o João Menezes a encabeçar a casa, a seguir o Lourenço Tamagnini, depois num curto período de tempo o Frederico Rocha, a seguir o João Magalhães e por fim a Ana Soares e o João Menezes. É como te digo, cada um puxa pela sua cabeça e terás que perguntar ao João Menezes qual era a estratégia

relação com a Ligações. Presumo que estejas a falar do Sérgio Nobrega, certo? De facto. Na altura em que estávamos em negociações, ele recebeu um convite pessoal por parte da organização da White Sensation e tinha duas escolhas, ou era uma parceria connosco a nível global ou então que não estaria interessado. Tomou então a opção de aceitar um emprego e saiu sem mais nem menos de tudo aquilo que estava projectado há dois meses. Zangaram-se as comadres... Como deves imaginar, acredito muito em provérbios. Se a tua avó e a minha os diziam, alguma razão deve haver e lembro-me de um em particular; “quem não sente....” Surge então o “East Fest” em Castelo Branco. Foi uma proposta que nos foi feita pelo Hugo Tabaco, que é uma espécie de braço direito da Fátima Lopes e que havíamos conhecido no Verão anterior na Kadoc. O Hugo Tabaco é de Alcains, perto de Castelo Branco e já há muito que tinha a ideia de fazer naquela região, um festival do melhor, ao nível dos que se realizam no litoral. Lança-nos o desafio e questionámonos; porque não? As entidades da região concordaram, nesta altura, o Sérgio Nobrega ainda estava connosco e resolvemos avançar. O Município apoiou dentro dos limites possíveis a uma Câmara do interior ou seja, com budgets completamente diferentes daquilo que se verifica no litoral.

Por que razão saíram do BBC, primeiro o João da gerência, e depois vocês da produtora? Foi um levantar de acampamento ou mais um golpe palaciano? Acontece com todas as produtoras, há ciclos e esses só são bons quando o são para as duas partes. Quando deixa de resultar, amigos como antes. Tanto eu como João Magalhães, saímos com uma relação óptima com o João Menezes, agora o que acontece que este último ano do João Magalhães foi tenebroso; primeiro o acidente do irmão e depois o falecimento da Mãe. É dose! Relativamente à saída da Blue Moon era uma coisa que já estava prevista, portanto, nós começamos em Outubro e a previsão era acabar por volta de Abril, Maio, acabou De quem foi a ideia de fazer Tiesto em Alcains? no final de Março. A ideia inicial era fazer Bob Sinclar, Ives Entraram no desemprego ou foram viver LaRock e Diego Miranda, Djs que segundo o Hugo tabaco tinham força na zona, dos lucros? Mal encerrámos a temporada no BBC, lamentavelmente o Bob Sinclar não pode estávamos prestes a embarcar numa estar presente e daí a questão; por que aventura que uma vez mais toda a gente nos não aquele que é tido como o melhor do chamou de malucos. Consistiu em produzir mundo? um festival num local do país onde não é O East Festival, foi segundo o que me dizem propriamente comum existirem grandes o maior evento em número de pessoas da festivais, muito menos com o Dj número um Beira Baixa. Metemos 6500 pessoas, foi um sucesso, deu muito gozo fazer e em mundial, Tiesto. Portanto, foi um desafio. que trabalhamos imenso para que aquilo Antes de irmos a Castelo Branco, tiveste acontecesse. com um pé dentro outro fora do Sensation. Foi também um risco gigantesco, não? É assim? Não há muitos comentários a fazer, foi apenas Os recursos e patrocínios foram poucos, foi um risco muito grande. Havia muita um episódio para mim e para o João. vontade de fazer e às tantas, havia mais vontade de fazer do que vontade de Um episódio! Da Sensation White, a única boa recordação ganhar dinheiro. Correu muito bem, foi que tenho foi a festa em si, foi uma festa um sucesso e é assim. Por aquilo que nos fantástica e aproveito para dar desde já disseram foi um sucesso e toda a gente os parabéns à organização, foi um grande nos deu os parabéns e será para repetir, evento. É bom para a noite, é bom para o mas desta vez esperamos com outro tipo de investimento. Se calhar não voltaremos país e é bom a nível geral. Quanto ao resto, tenho um amigo de a correr os riscos que corremos. infância, que é um dos sócios da empresa organizadora que na fase inicial do projecto Não ganharam então nada com o East me convidou a mim e ao João para de Festival? alguma forma estarmos ligados ao projecto. Não, mas correu muito bem. É curriculum Entretanto a LOVE estava para deixar de puro. ter dois, para passar a ter três sócios e esse terceiro sócio seria o elo de ligação da LOVE Faces Beach Club... com a Sensation. Essa terceira pessoa, que O report que nos deram de há dois anos trabalhava na Ligações acabou por ir parar foi de que não tinha funcionado como à organização do Sensations e a Love, que queriam, daí o ano passado ter estado ia fazer uma joint venture com a Ligações, fechado. acabou apenas por manter uma excelente Quando começámos a ter uma relação


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mais próxima com o Hugo Tabaco e porque também o Tivoli tinha uma relação bastante próxima com a Fátima Lopes, tentámos fazer ali qualquer coisa. As conversações duraram alguns meses, entretanto chegamos a bom porto e começamos a preparar o Verão pensando fazer um espaço com produção elevada para organização de festas. E que tal se revelou a experiência? A equipa era boa, forte e o local fantástico. Havia tudo para fazer, tudo para montar e o negócio envolvia risco que foi totalmente suportado por nós. Reunimos alguns apoios e também alguns capitais próprios da sociedade e lá foi o Sr. João Magalhães para baixo construir o Faces Beach Club e se existe, a ele se deve e claro, à Fátima Lopes que em termos de decoração fez a diferença. Que conclusões tiraste? Era impossível esta sociedade ter corrido melhor. Cada um assumiu o seu papel e cumpriu. Tenho apenas que realçar o trabalho da Fátima Lopes, que confesso me surpreendeu pela dinâmica, capacidade de trabalho e força para lutar. Toda a gente julgou que apareceria duas ou três vezes e nada mais e a verdade é que esteve presente

Sou incapaz de dizer bem ou mal de alguém mais de metade das noites. Cada um na sua área deu tudo, pelo que o se não o sentir e aquilo que posso afirmar, é sucesso do faces não surpreende ninguém. que há coisas, a que há um ano responderia de primeira mas que hoje penso duas vezes Entraram então numa fase em que antes de o fazer. trabalham um mês e vivem onze de papo Quanto ao Frederico, para mim tem sido um excelente professor. para o ar. É assim? Não, isso é que era bom. Não só as pessoas envolvidas neste projecto têm perfil para Como e que viste a manutenção do Sasha viver dessa forma, como o investimento feito Beach em 2009 em termos de caudal de foi muito elevado e tem que ser pago. Se noite? estamos satisfeitos? Claro que sim, mas há Há uma situação que me espanta e reside muito trabalho pela frente, isto ainda agora no facto de o Sasha Beach manter o mesmo caudal de números e pessoas. Aliás, não começou. tenho provas, mas pelo que me chega e Eras um rebelde que foi domesticado ou à noite chega tudo, o Sasha foi o espaço nocturno deste Verão no Algarve que mais amansado. É assim? É verdade que numa primeira fase fui muito pessoas recebeu, mobilizou e facturou. mordaz e as vezes demasiado directo, mas Agora, uma coisa e certa, a nós Face Beach Club ninguém nos conhecia, foi o ano zero e continuo a ser um puro-sangue. foi como foi. Se nos compararmos em termos de patrocinadores, mesmo o Manta Beach, O Frederico rocha educou-te... Deu-me vários conselhos, não é mentira ficámos a anos Luz, e porquê? O Sasha dá nenhuma, aliás, comecei esta entrevista por todos os dias na televisão, existe um canal de dizer que no final de um ano, obviamente televisão a promover diariamente o Sasha e sei muito mais do que sabia há um ano atrás, isso no primeiro ano não acontecia. da mesma maneira que estou certo, de que A cobertura mediática que o Sasha tem daqui a outro ano, vou saber muito mais do comparado com o Faces é brutal, embora pelos números possa afirmar que para um que sei.


35 primeiro ano surpreendemos, tivemos muita esta cidade tem para proporcionar e não, cobertura mediática e isso muito se deve à pensar apenas numa Lisboa de parque de Fátima Lopes. contentores. Lisboa, para além de melhores transportes públicos, mais clubes, melhor Follow the leader? limpeza, segurança, excelentes hotéis e Espero que para o ano estejamos mais grandes exposições têm que ter melhores equiparados. Agora, o Sasha continuar a espaços nocturnos, perceber isso é perceber ser a melhor casa do Algarve em termos a capital. de números e não me espanta nada, pois o historial e a própria equipa que está presente O Porto conseguiu fazer da baixa um no Sasha, são pesos pesados. exemplo de renovação e vida durante a noite. Isso é possível em Lisboa? Não achas que se abriu uma caixa de O Porto não inventou nada. Se chegares a Pandora com o surgimento de todos Madrid, que é a capital Europeia da noite, estes novos espaços, que fará com que a é igual, a Barcelona é igual. O que não é partir de agora surjam dezenas de novos normal, é chegarmos à baixa de Lisboa, espaços em Agosto no sul? capital de Portugal e a partir das oito da noite A região do Algarve tem tendência a evoluir, equacionarmos seriamente se devemos não só em espaços nocturnos, em tudo. fazer a Rua Augusta a pé. Agora, imagina Se dermos uma vista de olhos ao parque às duas da manhã ou se fosses turista. É de hoteleiro algarvio confirmamos que existiu elevado risco passear do Hotel Tivoli na Avª uma revolução fantástica de há uns anos da Liberdade até ao rio às duas da manhã e a esta parte. Quem fala de hotéis, fala de isso tem a ver com imensos factores como a campos de golfe e de todo um mar de infra- completa desertificação. Mais tarde ou mais estruturas e a minha linha de pensamento cedo a Câmara de Lisboa terá que repensar vai para um Algarve excelência turística na baixa de Lisboa. nacional que quanto maior qualidade tiver, Chegamos a Madrid e há discotecas melhor será para o país. em antigos teatros, museus, estações de comboio e palácios aproveitando as E esse turismo é compatível com o respectivas arquitecturas. Mas se calhar eles mercado nocturno? é que estão errados e nós certos. Todos sabemos que a noite em Portugal é o parente pobre do turismo. É aí que acho que Não há uma certa falta de ideias e espaços que acompanhem a evolução vão de investimento presentemente no obrigar a que tudo e todos sejam obrigados mercado? a olhar para este mercado como parceiros Não. Agitar, melhorar, investir e inovar em estratégicos. épocas de crise é muito complicado. O país de há uns anos a esta parte atravessa uma Não te parece que em termos de situação complexa e não há quem arrisque licenciamentos, deveriam realmente para lá do essencial. existir regras comuns a todos até para evitar problemas escusados entre a Dirias então, que já se foram os anéis e só totalidade dos intervenientes? há os dedos? Penso que realmente há situações que no Por enquanto! Imaginemos o investimento mínimo são pouco transparentes e pouco que foi feito no BBC, actualmente, seria leais no mercado, diria que o poder político uma completa loucura alguém investir se imiscui no negócio ao invés de ser isento. de raiz num projecto como aquele pois Não é o caso do Faces Beach Club e por garantidamente que não teria o retorno do uma razão simples, não só não tivemos capital investido em cinco ou seis anos. Aliás, nenhum apoio financeiro ou outro por parte o novo Kubo por aquilo que me chegou do estado ou entidades públicas, como tem uma concessão de vinte e cinco anos cumprimos a totalidade dos requisitos e mesmo assim o Grupo possui outras caça previstos na lei. O espaço é privado, pagamos para jogar. devidamente os nossos impostos, não temos licenças em regime de excepção e os sócios são cidadãos normais. O Faces Beach Club Não é curioso ser o K quase vinte anos não teve nem mais, nem menos, do que depois a continuar a ter que fazer as uma qualquer empresa que queira investir, despesas da casa? embora como disse, admita que se verificam Actualmente são quem mais espaços têm no Algarve situações anómalas graves e bem. Havia o Pedro luz, mas dá a ideia de que eventualmente podem dar origem a que já está numa fase de deixar andar. concorrência desleal, nalguns casos até, com entidades publicas ou semi-publicas a O Pedro Luz tombou, perdeu a sua noite? interferirem em negócios privados. É ser-se O Pedro Luz e os Rocha dominavam, juiz em causa própria, coisa que em termos tinham um sem número de casas e faziam pessoais não me parece justo de todo. as despesas da noite da cidade através de cinco ou seis casas de primeiro plano, de tal Regressando a Lisboa, de que forma e que forma, que catapultaram a noite de Lisboa vez actualmente o mercado? para o mundo. Estou com uma enorme expectativa quando Foram investimentos megalómanos, é ao que irá ser o novo Kubo do “K”. Acho que o certo que em tempo de vacas gordas, mas projecto que fizeram em Lisboa foi um bom investiram, inovaram, fizeram a diferença. projecto, bem pensado e bem executado, Hoje, pondo-me na pele deles também e agora, tal como a maioria aguardo na não sei se o faria. Mas para responder à tua expectativa para ver o que vem de novo, pergunta, direi que me parece que o pedro de melhor, de surpreendente. No fundo, à Luz se fartou. Rochas. Embora exista quem não o perceba, se Lisboa quer ser uma capital Europeia E novas ideias? moderna, tem que modernizar tudo o que Grandes ideias acarretam quase sempre

grandes investimentos. Ainda há pouco falávamos de um, o White Sensation. O White Sensation foi uma inovação para Lisboa, é uma aposta que fala de modernidade e se calhar o povo português e principalmente os sponsors nacionais ainda são muito conservador. Tem vindo a melhorar, mas há coisas que já se fazem lá fora que aqui seriam um mega problema e já nem falo das burocracias. Sendo tu uma pessoa da Linha como a vês actualmente? A Linha sofre de um problema grave de há uns anos a esta parte, só existe uma casa digna desse nome, não há concorrência. No Inverno, tens o Jézebel, de Verão o Tamariz que era onde eu ia beber os meus copos antes de estar a trabalhar no mercado pois até mantenho relações de amizade com os proprietários. Agora sem concorrência, falta oxigénio, como não há dinheiro no mercado, não há investidores. É o problema da pescadinha de rabo na boca. Quem é actualmente o líder da noite em Portugal? O carimbo, acho que vem do Lorena, Rochas e Manuel Reis, mas o grande impulsionador nos últimos anos tem sido o Frederico Rocha, o grande impulsionador do formato dos promotores, é um mestre. Agora se me perguntares se daqui a cinco anos as regras do jogo serão as mesmas, é evidente que não. Há cinco anos atrás também não era. As casas por si só actualmente já valem muito pouco. Amanhã posso montar a maior discoteca de Lisboa, a mais bonita, com o melhor dj, melhor sistema de som, melhor sistema de luzes, decoração de um nome internacional, mas se não tiver uma boa equipa de promotores, não tenho lá ninguém. O que e que e de esperar de ti e do João Magalhães? Tanto eu como o João Magalhães já estamos pouco virados para o trabalho de promotores, ou seja, vamos produzir eventos nossos, mas dificilmente voltaremos a trabalhar para uma casa em regime de temporada. No próximo ano vai haver East Festival? Provavelmente. Já sentes a vontade de não deixar este mercado? Claro, isto dá-me gozo, sinto uma adrenalina tremenda. Conseguir mudar hábitos, criar momentos e chegar ao fim de uma noite com toda a gente satisfeita é um prazer difícil de obter, mas reconfortante. Para o ano haverá Faces Beach Club em Vilamoura? Claro, se tudo correu melhor do que seria de esperar, principalmente num primeiro ano, se conseguimos ter casa cheia de gente gira ao longo de todas as noites, se nos damos bem e se cumprimos todos os requisitos legais, apenas existem razões para continuarmos a trabalhar forte.


Fatboy Slim

Passou finalmente

Por Portugal

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atBoy Slim passou finalmente por Portugal e hoje, há que afirmar pelo que se constatou, que a existir apoio do Ministério da Economia a eventos, o apoio a este teria sido de todo elementar já que foi até ao momento aquele que realmente trouxe uns milhares valentes de espanhóis, italianos e ingleses a Portugal para uma festa. Será até justo afirmar, que este foi o primeiro evento em terras lusas que contou com mais estrangeiros que portugueses e se assim não foi, andou lá próximo. O local eleito, do nosso ponto de vista, aconselha a que qualquer produtora de eventos fuja dali como o diabo da cruz, mas à falta de licenças e suporte institucional… organização não diz mas pensa; “foi o que se conseguiu arranjar”. O que teria sido FatBoy Slim em Albufeira? Garantidamente que o fim do mundo. Com uma organização a raiar o exemplar, já que para qualquer situação, existiu sempre um elemento da organização presente a dar a cara e resolver, é hoje por demais evidente que houve muito boa gente a tentar “empancar” FatBoy Slim em Portugal e isso apenas foi ultrapassado e superado por o sistema português vigente não conseguir controlar os milhares que vieram de fora. Na pista principal, a noite começou com Dj Noisiv, seguiu-se Sexy Sound System, cinco minutos de Tommy Guitar e Carlos Fauvrelle, naquele que foi o início da luta pelas audiências da Antena3 já que foi a partir daqui que o evento passou a ser transmitido em directo. Seguiu-se Miguel Quintão, Rui Estêvão, o primeiro a mexer realmente com o público e Christian Sims com John Revox em actuação partilhada (Christian Sims a subir em flecha nas suas actuações entre nós) e finalmente, finalmente a casa veio mesmo abaixo FatBoy Slim, não pelo espectáculo fantástico que é esta sua actuação, mas pela música, onde sem peneiras levou o público ao êxtase total tornando os 10€ do bilhete ridículos. Como pormenor, o rei, ao terminar baixou a fasquia com uma última música mais soft para não deixar em apuros o Dj seguinte, no caso Diego Miranda. Já sem a parafernália de luz, cor e imagem, Diego Miranda começou por se ver Grego para manter o ritmo, coisa que conseguiu, mantendo a política de FatBoy Slim para o Dj Pedro Tabuada encerrar com chave de ouro Parabéns à Heart&Soul e Niu pela festa e pelo risco. Com meio Portugal a inventar esquemas, este foi realmente um senhor espectáculo e quem não foi só perdeu. Repetir FatBoy Slim é obrigatório por tudo aquilo que se viu, quem sabe se no sul do Espanha para que esta gentinha meta a viola no saco.


fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

Fatboy Slim_

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Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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ENERGIE AZURARA BEACH PARTY

REPETIU EXPLOSÃO

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m 2008, a quinta edição do Azurara Beach Party despediu-se do Verão de Vila do Conde, com um “Obrigado, vemo-nos em 2009”, e como “o prometido é devido”, um ano depois, regressámos, aquela que já se autodenomina de maior beach party da Europa, mas desta feita, descobrimos muitas novidades! A Azurara Beach Party começou às 16 horas do dia 29 de Agosto, terminando na manhã de Domingo por volta das 11 horas. Uma vez mais, a prestigiada marca de roupa Energie associou-se a esta beach party, abraçando a causa do Banco Alimentar Contra a Fome, através da recolha de alimentos nas dez festas promocionais que antecederam o evento. A sexta edição da Azurara contou com um cartaz irrepreensível, com direcção artística de Miguel Rendeiro e nomes como LoveFoxx, Buraka djs, Rui Vargas, Magazino, Super Mayer, Josh Wink, Nuno Lopes, Kumpania Algazarra, Pedro Tabuada, Mariana Couto, Zé Black, entre outros, foi o desfilar de mais de quarenta deejays, divididos pelos quatro palcos disponíveis durante 16 horas a “daram música” às mais de 50 mil pessoas esperados pela organização. A Energie Azurara Beach Party 2009 teve este ano como Relações Públicas e responsável da zona VIP Claudia Jacques e contou como é tradição com a presença do mar de figuras mediáticas tão procuradas para estas ocasiões. A Azurara Beach Party tem vindo a surpreender ano após ano e está de parabéns, uma vez mais já que é realmente um evento que exige uma produção apurada. Vemo-nos em 2010?


Fot. Gustavo Ramos - Direitos reservados Portugalnight

Azurara Beach Party_

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ROGER SANCHEZ PASSOU FINALMENTE

PELO RS E HOUVE

DIREITO A FESTVAL

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A

RS Dreams demorou a chegar, diríamos mesmo que enquanto aguardou pelas suas licenças desesperou, mas ultrapassados os obstáculos, tem vindo a superar as melhores previsões de tudo o que é gente. Não só entrou a fundo e com casa sempre cheia, como ainda se dá ao luxo de ter começado as festividades com alguns dos melhores nomes nacionais e internacionais a passarem pela sua cabine, situação não raras vezes apenas utilizada pelos empresários do sector apenas em situações de desespero, o que naturalmente se revela quase sempre um erro. É dentro de um patamar de quase perfeição que este RS Dream surge e em noite de Roger Sanchez, não houve naturalmente margem ao erro, com o RS a cumprir um sonho antigo e com ele, a surgir o despertar das sonoridades deste old scholl que por onde passa, deixa sempre o crivo do requinte com sonoridades bem quentes. Sanchez é o requinte e numa noite em que um público fantástico enchia por completo uma casa apenas para o ver, o monstro sagrado sentiu-o e retribuiu da melhor forma,com a sua música. O RS Dreams é hoje uma bandeira, não só pelo sucesso que é desde a primeira hora ou pelos nomes e festas que tem produzido, mas essencialmente pelas condições de última geração que possui, pela forma como está a gerir a casa, já que seria bem mais fácil abrir a porta e nem que fosse às cavalitas limitar-se a facturar e com isso, vai garantidamente perdurar no tempo. Não raras vezes o sucesso consegue destruir projectos, saibam os sócios desta casa manter-se iguais a si mesmos, e Santa Marta de Corroios ganhou um baluarte nacional.Roger Sanchez no RS Dreams foi o exemplo da simbiose entre um grande Dj e o público, certamente que Mr S jamais se irá esquecer desta noite, foi amado.


Fot. Paulo Araujo - Direitos reservados Portugalnight

Rs Dreams_

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PartyPeople

Margarida Neuparth Estudante de gestão hoteleira e barmaid da discoteca The Loft em Lisboa. Gosta de dançar, viajar e praticar desporto e com estes últimos raios de sol não perde a passagem pela Praia da Arrifana. Simpática, sempre pronta para proporcionar a diferença faz parte da forma de estar que possui o selo “Lorena” e essa é sempre a diferença de uma qualquer noite.

Quantas vezes por semana,

O que faz nas horas livres?

E nas de enchente?

Ganhar ou perder é igual?

frequenta o ginásio?

Passeio a minha cadela, estou

Nem tenho tempo para pensar.

Ganhar é melhor. A noite é?

Presentemente, nenhuma.

com os meus amigos e com

Melhor que o dia.

o meu namorado, vou as

O final de uma noite é…?

Cuidar do visual é essencial?

compras enfim, não consigo

Sempre bem passada!

Para mim é, e acho que devia

estar parada!

Passear. Um jantar tem que ter vinho?

ser para todos!

Alguns jantares sim.

Nas férias, não perde… ? Saídas à noite.

Tem noites em que apanhe

Qual o Dj, que nos garante

grandes “secas”?

sempre grandes noites?

Branco ou tinto?

Não, nunca! Basta estar com

Pete tha Zouk.

Tinto.

Onde se janta bem em

a companhia certa e não há

Propostas indecentes

Portugal?

“secas”.

As mulheres, perdem-se com

aparecem?

Nos restaurantes das praias da

quê?

As vezes.

Costa Alentejana.

Para tirar as olheiras de uma

Qual o sonho que tem por

Qual a bebida, que

Compras

garantidamente nos coloca bem-dispostos?

E os homens?

grande noite, o melhor é?

realizar?

A Vodka.

Mulheres.

Um bom corrector de olheiras.

Ser dona do meu próprio hotel.

Se de repente lhe oferecerem

E refilam quando?

No Verão, em que praia o

Qual foi o filme da sua vida?

flores, no que pensa?

As mulheres quando não

podem encontrar?

Ocean’s eleven.

Que me estão a dar “graxa”.

lhes dão atenção, os homens,

Na Meia Praia, em Lagos. É a favor ou contra o

quando não têm o que

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De dia, adora… ?

E o que diz?

querem.

Obrigada.

Qual é a personagem, que

casamento entre homossexuais?

sempre que aparece altera as

A favor

Uma “ladiesnight” é uma

tuas noites?

O Champagne, é a bebida

noite…?

O meu “chefinho”, o Pedro

You can?

certa para quê?

Boa para solteiros.

Lorena.

We all can!

Nas noites mortas, em que

O que lhe falta fazer?

E agora que acabou, como se

pensa?

Entre muita coisa, viajar pelo

sente?

Na minha cama.

Mundo.

Pronta para outra!

Celebrar. Qual é o melhor whisky? Jack Daniels.


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IN CLUB SURPREENDE LISBOA COM

BACARDI CLUBBING TOUR

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Á

gua mole em pedra dura, tanto bate até que fura! Nem mais, o In Club Lisboa entrou com tudo, José Matos aceitou a ideia que dificilmente entendia e contratou o que de melhor existia na cidade de Lisboa para colocar o seu In Club Lisboa onde pretendia, mas o Verão e alguns engodos profissionais obrigaram-no a acertar o passo a muito boa gente e um mês depois, segurem-se, aí está a avalanche. Possuindo a vantagem de trabalhar em espaços que são seus, amando portanto o investimento e esperando o retorno sem falhas, o In Club já afinadinho está no mercado e para já, conseguiu conquistar a posição que sempre ambicionou. Quase que em formula de reentrada, o In Club Lisboa recebeu a passagem de mais uma festa Bacardi Clubbing Tour, brilhando de forma esfusiante ao conseguir mais uma grande noite. Como cabeça de cartaz da noite, a dupla Pedro Tabuada e King Bizz proporcionaram uma noite recheada de alegria e boa música, onde não faltou a animação que acompanha a marca e um sem número de caras que faz sempre a diferença. Todos aqueles que questionaram a capacidade de José Matos e Tito Elbling em construir nas Docas um espaço de plano superior vêm-se agora obrigados a engolir as suas palavras. Maya, Mário Marques, Valter Carvalho e Ari estão a revelar-se trunfos que não olham para o esforço na hora trabalhar é que, para o proprietário desta casa, os objectivos criam-se para serem alcançados e quem não é capaz de defender o nome que tem com trabalho, recebe a merecida guia de marcha. Notável! Quanto à Bacardi Martini, assinou mais um pleno e esse é sempre o objectivo.


Fot. Helder Pereira - Direitos reservados Portugalnight

In Club Lx_

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DJ AGUY

É um dos históricos do djing nacional, a sua pessoa e principalmente a sua música, fazem parte da história da noite em geral e da movida nortenha em particular. Para si, a idade não é importante, tão pouco é um posto, Aguy, limita-se a dizer ser muito antigo. Angolano de nascença, português do coração e músico do mundo por excelência, proporciona noites mágicas e só mesmos a ambição de querer assentar lhe provocou alguns amargos no trajecto recente. Esta foi uma tarde bem passada, recheada de vivências, naturalmente que com música e principalmente sem tabus. Da sua história, à música, passando pelo mercado e sem fugir às drogas, eis Aguy, que reina pelas pistas desde 1984. De forma descontraída e simples abriu o livro, basta ler, com olhos de querer aprender.

De que forma defines as tuas sonoridades? Comercial ou Underground? Nem uma coisa nem outra. A música tem a ver com o meu estado de espírito, com o estado de alma. Gosto essencialmente de música com qualidade, seja ela comercial ou não, aliás, a música só se torna comercial por ser boa pois é difícil de acreditar que milhares de milhões de pessoas gostem de uma coisa que não presta.

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Diz-se que o teu trabalho prosseguiu de acordo com as tuas raízes. Comenta-me esta afirmação. Como sou angolano e naturalmente africano, as minhas influências de África têm a ver com coisas orgânicas, percussões, sons quentes e por ai fora, obviamente que adaptados aos tempos.

por exemplo dois exemplos da geração mais velha que mereciam ser vistos com olhos de ver por toda essa gente; o Vibe e o Zé Black. Muitos dos que por aí andam armados em arrogantes, quando se virem corridos pelo mercado, vão ver estes dois exemplos entre outros a prosseguir as suas carreiras. Durante muito tempo foste um dos Djs mais solicitados pelos clubes da zona norte do pais e apesar da qualidade do teu trabalho ser reconhecida, não tens ultimamente marcado presença nas cabines do nosso país. O que sucedeu? Afastei-me devido a um episódio muito negativo e que teve a ver com um clube localizado no Edifício Transparente e actualmente encerrado, o “Shu”. O Shu foi o meu sonho de vida, comecei a construi-lo e foi-me literalmente roubado por uma pessoa a quem me associei, mais um espertalhão da Praça, que pura e simplesmente me roubou uma vida inteira e essa situação como devem calcular criou-me uma serie de problemas a todos os níveis. Fui apenas o primeiro de muitos a ser burlado, é uma situação de todo inqualificável.

Fala-nos um pouco do teu estilo e das tuas produções. Predominantemente faço Soulfull, house, com uma vertente tribal, pois gosto de vozes, emoção e calor. Como já tive a felicidade de trabalhar com grandes vozes, como Michelle Weeks a coisa flui de forma mais fácil. Costumo dizer que faço música com alma e essa alma tem a ver com a essência Já tiveste algumas residências teu das pessoas. percurso como dj. Fala-nos um pouco dessas experiências. Fala-nos um pouco da produção e do Duvido que no panorama nacional exista djing em Portugal. algum outro Dj com currículo mais brilhante A produção e o djing estão no bom caminho, que o meu. Se calhar também tive sorte, mas as regras é que não são as adequadas. aceito, mas até pela forma cronológica foi Acho que quanto mais melhor, mas como especial. Fui Dj residente do Indústria de 93 tudo na vida, não é por sermos muitos que a 96, de 96 a 98 fui dj da Twins Porto que na somos todos bons, há por aí muita coisa época foi um estrondoso sucesso. A seguir, má como em qualquer outra actividade. recebi o convite de uns amigos e abri o Acho bem que as novas gerações de djs mítico Voice, que também foi uma coisa do apareçam, mas sinto faltar-lhes algum outro mundo e a seguir o Mau Mau, a minha respeito e educação, são maioritariamente última residência. Não posso deixar de prepotentes e falta-lhes humildade. Temos referir ainda, que antes do Industria, estive

no Rock`s Club, outros dos baluartes da noite nacional. Qual é actualmente o panorama musical nacional? Não está muito risonho, principalmente por tudo ter sido feito de forma massiva, passou a dar-se mais importância à quantidade em detrimento da qualidade.Em Portugal,seguese a linha de copiar quem está a trabalhar bem e nada mais, daí a que actualmente as coisas se encontrem divididas entre o hard e o comercial banal o que origina a impressão de estar tudo muito igual. É então difícil singrar dentro de outras opções, vence o caminho mais fácil? Estar no meio é difícil. A nova geração não aprendeu, não sabe o que é ir a um local de eleição e encontrar um Dj a tocar música que eles nunca ouviram mas que deixa toda a gente de braços no ar. Como convives com essa situação? Não posso naturalmente ser tão selectivo como pretenderia, sou um profissional, mas tenho conseguido seleccionar e felizmente tenho a possibilidade de fazer algumas coisas a título privado e até particular, onde a loucura existe a todos os níveis e a qualidade está lá toda, portanto, é um campeonato diferente. A minha geração de djs consegue fazer isso, mesmo em clubes, fazemos festas aos dias de semana, com pessoas e música de altíssima qualidade independentemente do estilo ou da vertente. São músicas escolhidas a dedo, para gente especial, bonita, alegre e bemdisposta, que só ali vai para se divertir. O facto de os espaços terem ganho dimensões consideráveis não foi a evolução natural? Claro que sim, não estou contra isso,


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também gosto. Agora só existir isso é que é preocupante pois passaram a existir espaços gigantes a mais, público a menos e daí ao vale tudo foi um pulo e é curioso que nem os proprietários dos espaços percebem que há opções na ânsia de soluções imediatas que nem sempre resultam e que quase sempre hipotecam os espaços a médio e longo prazo. É matar a galinha e depois ficar à espera dos ovos. O panorama do mercado é esse? É, as casas estão quase todas vazias, houvese em todas a mesma música e isso é quase a estupidificação das massas. Um determinado espaço arranca com um qualquer projecto, de imediato todos o copiam, só que o fazem mal feito, são piores que o original, é um pouco o Armani Chinês onde não há quem não meta a sua vida e o seu negócio dependente da exactidão horária de uma cópia de um Rolex da China, é tudo uma falsificação. E no mercado Djs como é que as coisas se processam? Há meia dúzia de originais e milhares de cópias e aqui, até já os penteados e adornos servem para mostrar que são a cópia fiel de um qualquer Dj de renome. Sem passado não há futuro e apenas desejo que pelo menos o passado sirva para que não se cometam os mesmos erros de futuro. Tirando uma ou outra excepção, a malta nova não percebe o que é o disco sound, rock, pop rock, hard rock e por aí fora. Anda quase tudo sem saber de onde vem e para onde vai.

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Já editaste vários trabalhos, entre eles o que mais saliento é o “Ye Mamma”, que para além de ser editado por duas editoras no Reino Unido, abriu uma compilação, a “Portuguese House Flavours”. Onde foste buscar a inspiração? É uma coisa tão simples quanto isto. O “Ye Mama” é uma homenagem que faço aos meus pais, porque as minhas influências e a minha cultura musical, a eles a devo. Em Angola, ouvia desde miúdo Jazz, Mozart, Salsa, música latino-americana e por aí fora. Peguei em tudo isso que faz parte das minhas memórias e lembrei-me entre outros, de um tema que ouvia nessa altura e assim nasceu o “Ye Mamma”, que de facto possui a alegria contagiante que procurava para além de me ter dado um prazer imenso fazer. Durante as tuas residências foste sempre responsável pelas manifestações artísticas desses espaços O que te levou a isso? Uma casa é um todo e as coisas têm que estar interligadas para fazer sentido. Só dessa forma se consegue criar um projecto líder e ganhador. Uma casa é um todo e hoje nota-se que existe muita coisa que não tem a ver com nada. Para um Dj seja ele quem for, estar desenquadrado é meio caminho para que nada funcione, mas explicar isso a muitos dos empresários é complicado e como não há milagres…os resultados vão-se vendo. Sei que também estiveste no gene de algumas grandes festas que se fizeram e nalgumas raves. Foi chão que já deu uvas? É verdade, foram grandes momentos. Eram festas que traziam gente de todo o país e que alimentavam a alma do circuito. Se foi chão que deu uvas, não sei, sei que hoje os promotores querem é dinheiro, lucro, muito lucro e com isso os pormenores que faziam

a diferença e proporcionavam a qualidade a assinar contrato, não para discutir números, mas para discutir projectos e foi isso que eles perderam-se. desde o início não perceberam. Estás indirectamente a “taxar” os grandes Não percebiam nada daquilo que lhes estava a oferecer, aquilo era ouro e eles viam-no Djs internacionais? Claro que não, sempre segui uma linha mais como lata. Na altura, coloquei o Mau Mau alternativa, mas essa mesma linha como é num patamar único, onde a critica nacional normal é suficientemente abrangente para e internacional fez questão de frisar por agregar tudo o que tem qualidade, seja para o inúmeras vezes. mainstream, seja para os nichos alternativos, Saí em litígio do Mau Mau, fomos para Tribunal, ganhei a causa, mas como o país não tenho nem nunca tive palas. Nos dois anos de Voice por exemplo, é Portugal continuo sem ver um tostão. passaram por lá nomes como Erick Morillo, Quanto ao Mau Mau, fechou. Roger Sanchez, Peter G e Dj Vibe que já na época eram o luxo. No Mau Mau, elevei a O teu talento já foi reconhecido no fasquia, levei o responsável por grandes Hits estrangeiro em revistas como a Musik da editora Africanism, nada mais, nada menos ou Mixmag. Que impacto teve isso na tua que Bob Sinclar que na altura teve mais de carreira? mil pessoas. Pelo Mau Mau passaram entre Na minha não teve grande impacto, outros Bob Sinclar como disse, Gregory, Joe provavelmente até, por não ter sabido tirar Claussel, Keny Dope Gonzallez, Little Loie partido disso pois tenho um feitio muito Vega, Vibe, Vargas e o meu grande amigo especial. Serei sempre igual a mim mesmo, Tony Humphries e isto, para não falar dos mas isso não significa, que se hoje a situação jovens valores de qualidade. Acho que mais, se repetisse, não fosse tirar partido disso desde que me desse gozo. na época, era de todo impossível. Também criaste no Twins as famosas “Jam Sessions”, onde misturavas housemusic com muitas das melhores vozes nacionais como Paulo Gonzo, Rui Reininho, Olavo Bilac, entre outros. Por que razão deixaste de fazer essas sessões? Já o expliquei, mas posso falar disso de novo. Deixei de as fazer por uma simples razão, em Portugal tudo se copia do copiado. As pessoas não sabiam, mas aquilo exigia de mim e dos músicos que convidava, um trabalho árduo e por isso é que aquilo era mesmo mágico. Era muito bom, os músicos eram excelentes e escolhidos a dedo, e depois, como havia essa grande selecção havia lugar ao improviso, pois se me aparecesse nessa noite o Rui Reininho bemdisposto, já que o seu concerto lhe tinha corrido bem, o Bilac ou outros iam à cabine e envolviam-se naquele ambiente. Limitavame a fazer o favor de os deixar entrar e darlhes o microfone para a mão, o resto eram eles, excelentes músicos a tornar a noite fabulosa. E? E de repente o país inteiro começou a fazer o mesmo, já sem os grandes monstros sagrados e com músicos maus, banalizou as jam-sessions. As pessoas deixaram de comparar com o espectáculo único que eram as originais para compararem com a porcaria que lhes metiam noite após noite à frente e como tudo, rebentou, até pelo facto de os bons músicos com isso se terem distanciado imediatamente do mercado. A vulgaridade é realmente uma coisa muito má. É então passado? É passado e até pode vir a ser futuro, mas à minha maneira, apenas com grandes músicos e para marcar. De outra forma, estarei sempre fora e não é por presunção, é por não ter tempo, paciência e espírito para fazer porcarias. Mais tarde no Mau Mau, criaste as “Kings of harmony”, onde actuaste com variados nomes da dance scene mundial, todos eles com sonoridades limpas e alegres, o que te levou a criar uma noite como esta num clube que estava redireccionado para sonoridades mais pesadas? Se calhar é o contrario. Quando fui para o Mau Mau, aquela era uma casa em baixa. Punha cinquenta pessoas por noite a um Sábado, e quando fui para lá, demorei 15 dias

O teu trabalho o “Floating” teve uma aceitação enorme, tendo também o carimbo do Roger Sanchez no seu show no Release Yourself e numa das mais conceituadas editoras de deep house do mundo, a Hed Kandi, esse foi também um patamar que poucos conseguem atingir. Como o conseguiste? Qualidade apenas. A história do Floating cujos remixes vão ainda sair este ano foi curiosa porque fui convidado para ir a Itália a uma feira e convenção de djs e levava o “Floating” comigo. Estávamos no carro a ouvir com uns amigos que posteriormente me disseram ser de umas editoras de Londres. Levei a música em cd e quando cheguei a Portugal tinha a caixa de emails cheia, todos queriam a música. Em parceria com Luca Jr. Tiveste o privilégio de fazer uma remix do mega hit do Bob Sinclar “Kiss my Eyes”. Esse remix impulsionou a tua carreira? Não, isso foi uma situação gira, pois ao contrario do que na altura nos tinha sido pedido pela Defected e pela Vidisco a ideia era fazer uma coisa main stream, bati o pé, disse que não o fazia pois main stream já era a música, achava que podia dar um corpo diferente e uma imagem diferente à música, mas não por aquele lado. Então, transformei uma versão comercial numa versão que foi tocada nos melhores chill outs de Ibiza por exemplo, uma versão deep house, muito orgânica e com guitarras muito suaves. No fundo, acabaram por me dar razão por ter conseguido ser diferente. Em 2005 produziste um tema com influências jazz, intitulado “The drum is a woman” para a Universal, e tanto quanto sabemos, para este ano estão previstas também novas remixes desse tema. O que te levou a isso? Tal como disse no início, não consigo fugir das minhas tendências Jazz, e tive o privilégio de por música no último set daquele que eu considero o melhor House jazzman do Mundo, Ludovic Navarre Aka St. Germain. Na altura, disse-me que ia deixar de fazer dj sets e passar a actuar só com banda, imaginem, estávamos em 1993, achei estanho, mas foi o que realmente fez. Sempre tinha tido curiosidade em fazer uma sonoridade do género e um dia surgiu a oportunidade de estar com um baterista, um contrabaixista e com um grande amigo que tenho como um dos maiores executantes


51 de órgão que já alguma vez ouvi e a quem chamo professor, que é o José Azevedo. Estávamos todos juntos na brincadeira e decidimos fazer o tema. Já aderiste aos novos meios digitais actualmente postos a disposição dos djs? A resposta é muito simples; que remédio. Não há outra forma, isto está sem rei nem rock. Os djs vão presos e os ladrões andam à solta. Com toda esta evolução não tem existido alguma perca de interacção com o público para além da banalização do repertório musical? Acho que sim. Actualmente o que sobra mesmo, é a qualidade. Para mim é fácil, toco os estilos que der na cabeça num qualquer set, posso começar com rock, ou pop, ou jazz, ou mesmo pimba, desde que sinta que o posso fazer. Arrisco tocar qualquer tema em qualquer lugar, não tenho problemas

nem preconceitos e costumo dizer, sou um Dj e não como esta geração tem que dizer, de house, techno ou drum & Bass. Sou um Dj e um Dj toca música independentemente de ser house, drum & bass, hip hop. Para aqueles que só agora estão a ouvir falar de mim, sou daquelas pessoas que participava naquilo que antigamente havia e que se chamava Campeonato do Mundo e Campeonato da Europa de Djs, onde derretiam os cross fader a fazer scratch, sou dessa geração, portanto, uso essas técnicas nos meus sets e nas minhas actuações e como é obvio gosto de todos os estilos de música. Se me apetecer tocar hip hop, porque não? Se me apetecer tocar esses remixes latinos que estão na moda, toco.

prejudicados? Pessoalmente, julgo que a revolução digital tem vindo a prejudicar os Djs. Deixou de haver regras e como tudo na vida, quem dita as regras são as pessoas que têm poder e esse, está nas mãos daqueles que têm dinheiro e normalmente, quem tem dinheiro são os donos das casas, que por razões óbvias só vêm o lado comercial da coisa, o tal lado do make money. Não sabem bem como, mas desde que façam, está tudo bem portanto, vale tudo. Hoje em dia, ser Dj começa a ser melhor do que ir para a faculdade, é uma moda, é uma coisa louca mas a malta esquece-se que para ser Dj e andar lá em cima, é preciso ser-se muito bom e depois ainda há muitos outros factores.

Dj, tinha uma playlist pré estabelecida em função do target que imaginava e isso hoje em dia foi ultrapassado, está tudo muito mecanizado e é matemático. Hoje em dia toda a gente leva com o xarope do costume, muda-se de estação e leva-se com mais do mesmo, nada e diferente. A primeira noite da mulher, lembro-me que foi um Senhor que a fez, o saudoso Betuxo e a verdade, é que aquele original era bom para os clientes, casas, Djs e mercado fornecedor. As cópias são o que são e principalmente dão no que dão. As ladies nights do Chinês conspurcaram uma ideia fabulosa que se não houvesse tanta cópia, continuariam hoje como um achado. Isto começou num bar chamado Bufallu`s em Matosinhos, hoje está de segunda a segunda no país inteiro em formato Chinês. Era uma noite que agradava O que achas que e necessário neste e deixou de agradar, aliás, é de fugir. momento para se ser bom? Acima de tudo amar a música, dedicarmo- Compara-me Portugal ao resto da Europa nos muito à causa, ter muita coragem para em termos artísticos?

sofrer e acreditarmos que não somos apenas mais um, que somos aquele. Vejo um bocado pela minha linha de produção, não escolhi produzir os temas que produzi, produzi-os, porque achei que eram aquilo que sentia, daí o reconhecimento.

O que falta ao nosso mercado e quais os entraves que encontras para os djs que queiram conquistar um trabalho de qualidade? A impaciência e os projectos serem todos muito parecidos. Em todas as áreas assim o é mas na área da música em particular é muito difícil chegarem a um sítio e imporem-se. O que nos podia transmitir alguma cultura e informação musical, não transmite. As rádios tocam todas a mesma coisa, os hits Não achas que com toda esta evolução são todos os mesmos, portanto, deixou de digital os Djs que trabalham diariamente haver a playlist radiofónica, ou seja, o locutor e arduamente possam vir a ser de rádio que antigamente era o verdadeiro

Nós, somos muito bons. Já tive o privilégio de tocar com alguns nomes sonantes e quase todos eles ficam surpreendidos pois tecnicamente somos realmente muito bons, já em termos de escolha musical nem sempre é assim. É complexo. Por exemplo, antigamente queríamos comprar música tínhamos que ir a Espanha ou Londres, em determinada altura abriram um sem número de lojas e eles vinham cá comprar e todas elas fecharam, é certo que o digital alterou muita coisa, mas não assim tanto. Em vez da cópia da cópia, deveríamos evoluir aquilo que é bom e infelizmente na maioria dos casos isso não acontece. É assim tão negativo? Repara, antigamente, quando queríamos noite à séria íamos todos para o Algarve que era onde estava o coração da nossa noite, as


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grandes discotecas, e só para terem a ideia, miúdos de 15 anos, a questão é; alguém actualmente em Albufeira há apenas a Kiss vai ter que parar, vamos ver quem! e Capítulo V a funcionarem o ano inteiro.

Nós somos muito bons, não somos é Para além da música o que é que organizados. tem o Dj Aguy andado a fazer nos últimos tempos? Que projectos tem na Em que tipo de espaços preferes manga? actuar? Tenho coisas muito interessantes. Eu Acima de tudo intimistas, em que se estou associado a um projecto do qual consiga sentir a alma das pessoas. É obvio, muito me orgulho e de que vou falar hoje que também gosto de tocar em situações primeira vez. Fui convidado pelo Mário mainstream onde está toda a gente ébria de Carvalho, proprietário da Industria e e para loucura, também gosto, mas um do Café Lusitano, pessoa pela qual tenho espaço mais intimista com tipo 1000 uma admiração imensa ou não fosse dos pessoas no máximo, bem vestidas, bem- maiores criadores de noite do Porto e se dispostas, bem bebidas, para quem gosta calhar, do país, para me associar ao Zoom de estímulos, bem estimuladas, mas e que se está a revelar fantástico sendo sempre intimista. Sentir que existe quase como os outros projectos do Mário, algo uma relação de irmandade, onde estamos que irá perdurar no tempo. todos ali com o mesmo objectivo que é O outro projecto é uma parceria que divertirmo-nos e irmos para casa todos tenho com José Wilson, pessoa que felizes e contentes. quase toda a gente do mercado conhece e respeita, que é ainda proprietário da Fala-nos um pouco de clubes de eleição cadeia Black Coffee. De há três anos a esta por onde tenhas passado ao longo da parte temos um projecto que dá pelo tua carreira. nome de Downtown Lounge, está situado Em vinte e muitos anos disto já percorri na baixa do Porto e é uma explanada de o país todo e se calhar vou preferir não grande requinte e onde tem acontecido mencionar nenhum clube em especial. muita coisa bonita. Fui e privilegiado por ter tocado com Já lá fiz uma session com um rapaz que públicos de eleição e ao longo dos anos lancei nestas andanças, o Manu Idhra. nos espaços que ficaram na história. A primeira Jam Session que ele fez foi comigo só para terem ideia da qualidade Como vês as novas tendências dos músicos com que eu trabalhei. Para electrónicas e minimais que se tem além disso, ainda este ano eu e o Wilson vindo a destacar nos últimos tempos estamos a pensar abrir um novo espaço no nosso pais? na Invicta, não descurando de todo a São exactamente iguais a todas as possibilidade da vinda também para novas tendências que tem aparecido e Lisboa. desaparecido até hoje. Sou do tempo de uma coisa chamada Em termos de agenciamento como está “smile”. Muita gente conhece o símbolo do a tua carreira? “smile”mas não sabe que estava associado A nível internacional sou agenciado a um tipo de música dos anos 80. Quando pelo Maurizio Clemente, agente do Tony o house estava predominantemente Humphries entre outros grandes nomes forte, os ingleses lançaram um estilo de da dance scene americana música que era o acid, onde todas as Espero até ao final do ano cumprir o músicas gritavam aciiiiiiddddddd. Foi objectivo que é ter pelo menos dez uma música que tão depressa chegou originais e outras quantas remixes cá como desapareceu. fora, portanto estou mesmo afogado em Não condiciono estilos, em cada estilo trabalho. há música boa e má e essa, é a grande Há também um projecto que ficou na diferença. É claro, que há música para calha e que é uma grande mágoa que vários estados de espírito e essa é outra tenho, que era uma música que esteve diferença importante que se tenta sempre para ser editada pela Masters at Work e encobrir. que possivelmente irá ser editada ainda este ano. O tema tem nome, está registado Estás a falar de drogas? e posso dizer que se chama “Angola”. Exactamente, é um assunto tabu, mas é a realidade. Também aqui, a minha visão O que gostas de fazer nos teus tempos é diferente da maioria é preciso termos livres? atenção para onde estamos, a caminhar e Acima de tudo de estar com os meus filhos, o que estamos a fazer de nós próprios. pois tenho pouco tempo livre e quando Embora eu não consuma drogas, vejo posso, gosto que eles usem e abusem como grande e preocupante diferença de mim. Gosto de descansar, olhar para o facto de antigamente as pessoas que mar e escrever, adoro estar com os meus o faziam, faziam-no com uma certa amigos e dá-me uma satisfação máxima descrição e eram adultos com mais de produzir música. 20 anos, actualmente, tenho medo dos pais, tenho receio por eles, pois vejo Para terminar, uma mensagem que coisas que se o meu avô ressuscitasse queres que fique para as pessoas que no caixão, olhava para o mundo e morria posteriormente irão ler este entrevista. logo de seguida com um ataque cardíaco, A mensagem da tua imagem. porque as coisas não estão nada fáceis. A mensagem da minha imagem é a do Eles apenas e só ainda não sabem, mas costume, sempre com um sorriso nos o caminho por onde eles estão a entrar lábios, sou uma pessoa muito sóbria e não tem volta e isso, mais uma vez, vai ser acima de tudo muito divertida. muito mau para o negócio. Costumo dizer Se tudo for feito, não só com imaginação, aos meus amigos que “Ninguém se droga mas com sentido de lógica, e possível a vida inteira, ou paras a tempo, ou então acontecer e a verdade é que o chamado a droga pára-te a ti”. sonho americano existe, é por as pessoas acreditarem em si mesmas. Aceitas que este é um assunto de que Acreditamos em nós, sem arrogâncias ninguém gosta de falar? nem prepotências é o suficiente para nos Claro, mas para o que vou vendo em impormos.


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breves djs

breves djs DJ Vibe

DJ China

Dj Vibe soma e segue e a sua grandeza continua a passear-se por tudo o que é canto do mundo. Com uma leitura atenta do mundo em que se encontra inserido, Dj Vibe, possui a alma dos predestinados e é exactamente dessa forma que todos aqueles que o escutaram este Verão não deixaram de ficar de boca aberta. Jamais renegando o passado e diríamos até proporcionando uma sequencia lógica, Dj Vibe reinventouse, coisa apenas disponível a Tops mundiais. Para o próximo mês está programado o lançamento do Portugalnight Summer 2009, baptizado de “Loadstar” e que possui uma sessão mágica do melhor Dj nacional.

Dj China, um dos mais recatados Djs algarvios assinou mais um Verão de grande relevo e embora seja um dos nomes que não se percebe a razão de não ter explodido, continua a fazer toda a diferença. Se o Chiringuito é o sue espaço e o Capítulo V a sua casa, o encerramento do Sasha Beach tornou-se numa das noites de maior significado, já que, sendo a noite em que o Norte e Lisboa já debandaram, cumpre a China selar a festa.

Diego Miranda

Miguel Rendeiro

Diego Miranda, parece depois da sua prestação no Sensation White Lisboa ter virado mais uma página na sua vida, sendo o nome nacional, que perante multidões melhor se tem adaptado. Numa altura em que se prepara para ver o seu tema “Ibiza 4 Dreams” atingir o estatuto que bem merece, Diego Miranda optou por abrir o jogo e mostrar o muito mais que lá vem. Seguese o tema “Fly”, desenhado para as pistas e que embora só vá ser apresentado com voz, já começa a ter grande procura.

Miguel Rendeiro, o homem dos sete ofícios é hoje indiscutivelmente um dos grandes nomes nacionais e só não se percebe, a razão de ainda não ter aberto as portas do país inteiro. Com o norte a seus pés, onde vai, Rendeiro faz a diferença, pelo que, fazer um esforço para tocar de Vila Real de Santo António a Valença é o trajecto que se impõe, até por Rendeiro no último ano ter aberto o livro e aceite a fórmula de adaptação à realidade de cada espaço.

Pete Tha Zouk

Pete Tha Zouk, depois de mais um Verão em que cumpriu o trajecto que para si delineou, tem vindo gradualmente a regressar aos palcos nacionais. Tha Zouk, mestre a gerir a sua carreira, conseguiu o feito de mesmo encontrando-se numa encruzilhada musical de que o público já se apercebeu, não retrocedeu, aguentou o impacto e vai garantidamente atingir o estatuto pretendido. Com este compasso, Pete Tha Zouk percorre agora um trilho que antes, só Dj Vibe havia atingido e embora a diferença entre ambos seja colossal, a estratégia de Pete Tha Zouk é magnânima e como pode aguentar, chegará lá até por para breve, estar a sua proxima produção com voz de Abigail Bailey

Kourosh Tazmini

Kourosh Tazmini prepara-se para colocar no mercado mais um tema, situação que pelo seu trajecto começa a revelar-se difícil, já que levantou a bitola para uma zona que muito poucos conseguem atingir e com isso, o seu público espera sempre mais e melhor. Segundo o portugalnight conseguiu apurar, Kourosh Tazmini irá manter a melodia mas lançará os seus temas com algumas remixes de áreas díspares de forma a tornar-se ainda mais abrangente.


IN SEVEN CLUB REENTROU CHEIO E EM FESTA

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S

em surpresas, as noites, épocas, temporadas e até anos passam e o In Seven Club estabilizou lá mesmo em cima, fazendo o favor de ser um dos casos que começa a merecer um estudo atento, já que devem actualmente existir muito poucos projectos que consigam manter a bitola ao longo de anos sem vacilar e se a isso, juntarmos o facto de Lisboa, a big city, provocar um desgaste constrangedor nos espaços nocturnos, temos história. Sendo certo que José Matos e Tito Elbling são as almas deste projecto, não deixará de ser interessante constatar que ao contrário da maioria dos projectos, José Matos, proprietário da casa ser quem acompanha noite após noite o projecto, apertando e desapertando a afinação como bem entende e Tito Elbling, o cérebro que coloca o In Seven no tempo e no espaço ou seja, quem prevê aquilo que resultará nos meses seguintes. Quem não entra bem, raramente se safa e como essa regra é para levar a peito para evitar grandes dissabores, o In Seven Club reentrou com alma,tendo uma vez mais na agitação dos Alcântara Dancer`s a força da diferença, ao funcionarem como oxigénio puro dentro da casa. Numa altura em que uns pensam, outros evitam e outros até equacionam, o In Seven Club Lisboa repetiu a dose com crença. Fogo-de-artifício, primazia aos Alcântara Dancer`s e selecção de porta (durinha) foram as armas para a reentrada de uma casa que tem vindo a mostrar ser capaz de fazer e ter tudo aquilo que tem desejado.


Fot. LuĂ­s Lopes - Direitos reservados Portugalnight

In Seven Club_

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DJ VIBE MANTEVE HISTORIA NO WAIKIKI CHIC DA COSTA

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passagem de Dj Vibe pelo Waikiki Chic da Praia da Sereira, é uma das residências anuais daquele que é o mestre do movimento da música de dança nacional, ou não figurasse o seu nome nas tabelas internacionais como um dos cinquenta melhores Dj do mundo. A passagem anula de Dj Vibe por alguns espaços é histórica, sempre diferente, sempre empolgante e acutilante, Vibe, continua a ser a garantia de casa cheia, boa música e curiosamente cada vez melhor ambiente. Como é tradição, a fila fez-se, entrar exigiu arte e ainda às primeiras horas da noite já a casa se apresentava a rebentar na ânsia de ouvir e ver mais uma noite de campeonato e diga-se, a vantagem de Dj Vibe em relação a muitos dos fogachos e novos valores que vão despontando continua a ser a sua capacidade de se reinventar, de reinventar a música e de proporcionar momentos que nos levam a julgar estar perante o impossível. Dando ideia de ter descoberto a fonte da juventude, Dj Vibe proporcionou no Waikiki mais um momento nobre que irá certamente ficar na cabeça de todos os presentes. Quanto ao Waikiki Chic, embora num ano em que esteve menos mediatizado, continua a ser o spot da diferença, o espaço onde todos se sentem bem e que não raras vezes nos surpreende com algumas noites maravilhas, esta foi a sua noite do ano indiscutivelmente.


Fot. LuĂ­s Lopes - Direitos reservados Portugalnight

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“IBIZA DREAMS”

PASSOU PELA FARAÓ DE

SANTA CRUZ COM

KOUROSH TAZMINI

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fot. fot.Nuno NunoVasconcelos Vasconcelos- -Direitos Direitosreservados reservadosPortugalnight Portugalnight

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ste mês, viajámos para Santa Cruz de forma a acompanhar mais uma festa de promoção ao Cruzeiro Ibiza Dreams, desta feita, na discoteca Faraó. Casa com história que ao longo dos últimos anos se manteve afastada das lides, essencialmente por erros de gestão e de cartaz, já que sempre funcionou a seu belo prazer,impunha-se não só acompanhar o Ibiza Dreams, como ver o que trouxe de novo a gigante do Oeste. Quanto à noite, coube a Kourosh Tazmini, um dos nomes nacionais que maior margem de progressão possui fazer a diferença. Com um set comercial para começar, aplicou a fórmula dos tempos áureos do Coconuts Cascais e pelos vistos, continua a não falhar, agitou. Esta, foi apenas mais uma “Faraó Summer Highlights”, nome de baptismo com que André Pinto, Francisco Chaves Gomes e Lino Esteves apadrinharam este seu Verão em Santa Cruz. Gente de vida profissional preenchida mas que gosta de receber os amigos, está para já a apresentar uma Faraó diferente, que selecciona, que aceita pagar o preço da quantidade em prol da qualidade e isso, nos tempos que correm nem sempre é fácil de encontrar, mas é fórmula que continua a resultar em pleno restando apenas saber se não irá despertar as vontades de outros tubarões.Por estes lados, a zona Oeste, os clientes vão a fundo, não se guiam pela chapa do consumo mínimo e isso, permite ao fim de pouco tempo encontrar uma abertura e espírito brincalhão que provoca bem-estar na totalidade dos presentes.


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CASCAIS SUMMER

EXPERIENCE PASSOU PELO

TAMARIZ

C

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ascais, recebeu a sua primeira Noite Branca e com ela, surgiu naturalmente a festa oficial que recaiu e bem na Esplanada do Tamariz, ou não fosse este o espaço qu ao longo dos últimos verões tem feito toda a diferença na Linha de Cascais. Com casa cheia, situação que no Tamariz Estoril mais não é do que o normal, esta “Cascais Summer Experience” acabou por ficar aquém do esperado, essencialmente pelo número de pessoas que se fizeram vestir de branco, objectivo da noite. Depois de um mar de actividades espalhadas pela vila de Cascais, onde aí sim, se viu muita gente vestida de branco, a festa prosseguiu no Tamariz e embora não se perceba como puderam surgir um sem número de festas num evento que se quer homogéneo para perdurar, é por demais evidente ter a Câmara Municipal de Cascais ter metido os pés pelas mãos ao atribuir licenças desconexas. Quem sabe, se uma passagem no próximo Verão por Loulé não ajuda esta Câmara a perceber o sentido da “coisa”. Com casa cheia, Gonçalo Barreto inspirado e Carlinhos Canto Moniz como sempre, um primor no trato, a primeira “Cascais Summer Experience” deixou no ar a ideia de ser possível conseguir algo de mágico numa zona naturalmente bonita e com margem para brilhar um pouco mais. A Noite Branca terminou já de manhã, quem escolheu o Tamariz escolheu muito bem, amanhecer como o desta casa existem poucos até pelo facto de estarmos rodeados maioritariamente por gente bonita e educada.


Fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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BELA CRUZ DA FOZ

É LIDER

Fot. Paulo Araujo - Direitos reservados Portugalnight

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Portugalnight passou pela discoteca bar Bela Cruz na Foz. Recebidos de forma fenomenal, desta feita voltámos a deparar-nos com um Bela Cruz como há muitos anos não se via. Casa aprumadíssima, um staff a raiar o luxo e principalmente, uma moldura humana que faria a diferença em qualquer espaço do país. Na cabine, Ricardo Mello, uma das novas coqueluches do djing nacional voltou a mostrar a razão de ser o benjamim de tantas festas, já que, tendo David Guetta como farol, aplica noite após noite, o conceito que lhe invade a alma e isso numa casa recheada de gente bonita, não tem forma de não resultar em espectáculo. Do princípio ao fim da noite, o Bela Cruz proporcionou-nos a festa, foi mágico e encheu-nos a alma sendo actualmente e de forma indiscutível, um dos melhores espaços do país. Pedro Garcia é uma surpresa, Nuno Costa mantém-se um relações públicas de mão cheia. Uma casa com tanta gente gira é coisa que raramente se encontra em Portugal. Fantástico, que Bela Cruz!


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BLACK JACK RECEBEU MORCEGO EM FESTA

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fot. Bruno Moura - Direitos reservados Portugalnight

Bacardi Clubbing Tour aproveitou o Agosto infernal de 2009 para passar pela histórica Black Jack, espaço que este ano voltou a tudo fazer para proporcionar a diferença. Localizada no Casino de Vilamoura, a Black Jack é mais um dos espaços que ao longo dos doze meses do ano tudo faz para agitar as águas a sul, tendo esta festa Bacardi Clubbing Tour sido, uma das noites que marcou o Verão da casa. Por entre um sem número de caras conhecidas, que naturalmente arrastam consigo neste mês de Agosto outro batalhão de figuras sempre muito procuradas, despontou Pedro Tabuada, o Dj Bacardi eleito para fazer a diferença. Casa bem cheia, óculos de noite nos rostos - vermelhos naturalmente - e a animação de marca que tudo faz para que ninguém fique indiferente fizeram com que desde cedo a Black Jack atingisse o seu pico, assim se mantendo até de manhã. Tabuada, foi igual a si mesmo, está numa fase de crescendo e musicalmente mais refinado o que naturalmente já lhe permite brincar de outra forma com a casa, bem como ter ganho o respeito de tudo o que é Dj. Como é tradição, o Bacardi reina e mesmo que utilizando uma postura ponderada, não há quem não vire morcego com a hora e daí a viajar…é tudo uma questão de Bacardi…s.


“SPACE”

NAS SEXTAS-FEIRAS

DA THE LOFT

Filipe Campina apresentou o conceito com que pretende brindar na nova temporada as suas sextas-feiras quinzenais na discoteca Te Loft em Lisboa. Baptizadas de “Space”, nome que por si só, promete muito daquilo que existe de melhor mundo da noitye, as noites “Space”, para já, começaram com o pé bem direito ou não estivesse a casa recheada de caras bonitas, alegres e prontas para a festa. Foi no “Privado” que o dress code “Fato” deu mostras de que Campina parece decidido a não contemporizar, tudo fazendo para acompanhar todos aqueles que convida e que através de uma enorme estabilidade começam a tornar-se a família da falange. Com Daveed novamente acutilante, onde se viu como há muito não se via a The Loft balançou-se através da “Space” para a festa. Seguiu-se Enrage, o regresso de um bom Dj à casa de Lorena, enquanto Gilvaia, no piso superior, está decidido a entrar com mais um pleno.

D´Jay Rich

ELEVOU A FASQUIA

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E LINE UP FEZ A FESTA A Bacardi Clubing Tour passou este mês pela discoteca Hacienda Klube em Corroios, um dos espaços referência da margem sul. Numa altura em que o tempo parece convidar a que a festa se dê mais para o lado das esplanadas junto à praia, a famosa Clubbing Bacardi arriscou uma ida ao campo, levando consigo o cada vez mais reconhecido Dj Diego Miranda e a revelação Jackspot e diga-se, a Bacardi superou mais um objectivo fazendo a festa. Com o HK a atravessar uma fase de relançamento, onde por exemplo, se nota um esforço no sentido de ali levar novos nomes e antigos conceitos de festa, a noite ajudou a que este novo HK somasse mais uns pontos à nova estratégia definida para a casa. Por entre brindes e morcegos, D`Jay Rich abriu as hostilidades como sempre a fundo, deixando a “botija” para quem tiver a arte para a segurar. Jackspot, é cada vez mais uma certeza e por fim, Diego Miranda, assume cada vez mais o papel de Top Dj que o público lhe quer dar.


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TRIGONOMETRIA

COM

OPTIMUS FOI A FUNDO

fot. Nuno Ribeiro - Direitos reservados Portugalnight

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J

osé Manuel Trigo, depois de ajudar a pegar fogo ao Algarve na defesa dos seus interesses e de ter meio mundo a aquecer-lhe as orelhas já que foi o rosto visível da intentona, mostrou a quem quis ver, que antes dessas “festividades” tinha todas as outras, as obrigatórias, muito preparadas. Se no “T”, a nova decoração espantou e atirou a casa para mais um Verão onde reinou o requinte e a diferença, na Trigonometria, Dj Baratta foi a razão de muito do melhor que por lá passou, cabendo os domingos ao Dj Diego Miranda, contratado para residente dos domingos da casa. Como não há bela sem senão, José Manuel Trigo, numa altura em que estava a obter o pleno viu-se confrontado com a sua política de não querer segurança privados, situação que acreditamos irá repensar para o próximo ano já que plenos, é coisa que raramente se consegue obter.


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