POSTAL 1300 3FEV2023

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Interdita venda na distribuição quinzenal com o jornal

3 de fevereiro de 2023

1300< • €1,5

Em destaque

Maternidade de Portimão passa a funcionar condicionada

Aos fins de semana a maternidade do hospital de Portimão vai funcionar com condicionamentos até finais de março. P3

Albufeira Race Nature bate record

Um dos pontos altos do evento foi a participação do piloto de Moto GP, Miguel Oliveira, que fez dupla com Miguel Praia. P5

Algarve quer reduzir abandono precoce da educação

O Algarve tem uma taxa de abandono precoce de educação e formação de mais de 20%, enquanto a média nacional está nos 5,9% P7

Open Internacional de Ténis atrai centenas de adeptos da modalidade

Todos os campos onde vão decorrer os jogos foram alvo de renovação do piso e da melhoria das infraestruturas. P4

Diocese do Algarve estima levar apenas

1.000 peregrinos à Jornada Mundial da Juventude

O responsável do Comité Organizador Diocesano algarvio reconhece que o número de participantes da diocese algarvia “pode ser pouco representativo da juventude que existe no Algarve”, porque os 1.000 peregrinos previstos representam “01% a 02% dos “cerca de 80.000 jovens dos 14 aos 30 anos” que há na região. P3

RANKING: ACIDENTES RODOVIÁRIOS

Algarve é região onde há maior probabilidade de ser uma vítima

No distrito de Faro, o número de vítimas provocadas por acidentes rodoviários a cada 100 mil habitantes é o mais alto do país e fica em 434, de

acordo com um estudo apresentado recentemente pela HelloSafe Portugal, que analisou os dados da ANSR de sinistralidade rodoviária em Portugal.

No distrito algarvio, por exemplo, uma pessoa tem 40% mais chances de ser uma vítima de um acidente rodoviário do que no distrito da Guarda. P12 a 13

Vem aí a 7ª Mostra Silves Capital da Laranja

GESTÃO DOCUMENTAL PARA EMPRESAS

www.hpz.pt

E ainda a Opinião

JORGE QUEIROZ

PAULO LARCHER O ALGARVE DE COSTA-A-COSTA: Ouro sobre Azul na Igreja de São Lourenço de Almancil CS18

PAULO SERRA Portugal, uma retrospectiva: 2022-1910 com direcção de Rui Tavares CS20 e 21

SAÚL NEVES DE JESUS Como tem evoluído a abordagem da figura humana nas artes visuais? CS16

MAURO RODRIGUES

O Segundo Coração de Bruno Vieira Amaral

O simulacro de uma nova divisão administrativa (NUTS): Interesse Nacional ou do Partido Socialista?

➡ Por Luís Gomes P2

TRIBUNA PARLAMENTAR Um

➡ Por Luís Graça P2

Percepções… e realidades ➡ Ética e Política

➡ Taxas e taxinhas chegam ao turismo algarvio Por Mendes Bota P11

ANÁLISE e Perspectivas Turísticas A Vinha, o Vinho e o Turismo

“O vinho torna a vida mais fácil e suportável, com menos tensões e mais tolerância”

– Benjamin Franklin

➡ Por Elidérico Viegas P11

Língua Portuguesa, antigos e novos caminhos? CS23

MARIA JOÃO NEVES A

A inteligência artificial promete destabilizar o mundo da fotografia e da arter? CS19

LUÍS
DE MENEZES Fábrica Júdice Fialho de Ferragudo, Lagoa CS22 e 23
ano de
Governo
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Tiragem desta edição

8.834 exemplares

TRIBUNA PARLAMENTAR Luís Graça

Deputado do PS pelo Algarve | OPINIÃO

Um ano de Bom Governo

OGoverno cumpriu por estes dias o seu primeiro ano de funções. Importa por isso fazer algum balanço sobre algumas das metas e perceber de que forma foram alcançadas. O primeiro aspeto diz respeito à política de rendimentos. Para além do aumento progressivo do Salário Mínimo Nacional que atingirá este ano 760 euros e da valorização do salário médio em 20% desde 2016 este primeiro ano do Governo fica também marcado por um importante acordo de concertação social alcançado em diálogo com patrões e sindicatos, algo que merece registo maior por tratar-se de um Governo com maioria parlamentar.

com energia das famílias e das empresas.

Uma terceira dimensão começa agora também a ganhar corpo com o início da execução dos investimentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, onde se insere uma das mais importantes reformas que o país e o Algarve carece para que exista uma oferta pública de habitação que seja acessível aos trabalhadores e aos jovens. Melhorar os rendimentos, apoiar as famílias face às consequências da guerra e lançar um ciclo de investimento, público e privado, com recurso aos fundos europeus isto num ciclo em que o emprego cresce, as exportações atingem os 50% do PIB, o peso da dívida pública no produto interno bruto (PIB) ficou abaixo dos 115% e

TRIBUNA PARLAMENTAR

Luís Gomes

Deputado do PSD pelo Algarve | OPINIÃO

Aliás, a maioria parlamentar não impediu o Governo de avançar em diálogo com os municípios portugueses com a reforma da descentralização de competências numa perspetiva de reforço dos poderes das autarquias em linha com a democratização das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. Uma segunda área relativa aos apoios sociais e o aumento do rendimento disponível das famílias, designadamente com o aumento extraordinário das pensões, a redução do IRS e a gratuitidade das creches, mas também com as medidas de apoio direto no âmbito do combate à inflação em virtude da injusta invasão Russa da Ucrânia e dos mecanismos que permitem limitar os custos

a confiança dos investidores e dos empresários surge de novo em alta.

Nota: A recente visita do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, ao Algarve assinala uma nova dinâmica sobre um dos mais importantes investimentos de índole social para a região.

O PSD depois de pedir para voltarmos a discutir a localização do novo hospital central do Algarve veio agora defender que o mesmo seja totalmente privado. Isto na região onde o Serviço Nacional de Saúde já tem a maior concorrência da oferta privada. Não resta agora qualquer dúvida de que só um Governo do PS construirá o Hospital Central e Universitário do Algarve.

luis.graca@ps.parlamento.pt

Na última semana parlamentar de 2022, o Governo quis que fosse aprovada à pressa, a Proposta de Lei n.º 42/XV/1, pela Assembleia da República. Proposta que visava proceder à alteração da configuração administrativa do território português, através de alterações às NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos). Para além de se ter forçado uma aprovação “express” deste diploma, violando o regimento e todos os procedimentos parlamentares, esta proposta não apresentava nenhum estudo técnico que a sustentasse. Mais grave: esta imposição do Governo, alicerçado no rolo compressor da sua maioria, passou por cima do preceito de audição dos interessados e intervenientes

pais, sem se ter a anuência daqueles que foram eleitos para representar as suas populações? Perguntar-se-á por que razão o PSD não votou contra esta proposta de Lei? Muito simples: não quisemos prejudicar a população, nem os autarcas da península de Setúbal, que não têm de ser vítimas da incompetência e da cegueira democrática deste Governo.

neste processo. Ou seja, modificou-se a configuração da organização das comunidades intermunicipais do nosso país sem se ouvir os principais interessados: os presidentes das Câmaras respetivas, os presidentes das comunidades intermunicipais, nem se ouviu a Associação Nacional de Freguesias, nem a Associação Nacional de Municípios Portugueses, como obriga o artigo 141.º do regimento da Assembleia da República. Assistimos, ainda, à insólita circunstância de a Câmara Municipal de Vila de Rei ter enviado um protesto à respetiva comissão parlamentar, por não ter sido ouvida neste processo. Esta circunstância não só denota uma total arrogância democrática, de quem não sabe utilizar a sua maioria, como também é reveladora de uma manifesta violação do princípio da autonomia das autarquias locais. Passa pela cabeça de alguém ter-se alterado a configuração administrativa de um território, sem se ouvir os órgãos munici-

Mas, não podemos deixar de registar que o Governo tratou de forma diferente o mesmo país. Permitiu que um território tivesse tratamento preferencial no acesso diferenciado aos fundos comunitários, em detrimento de outros territórios do mesmo país. E porquê? A resposta é simples, o Governo quer consolidar as Câmaras socialistas que conquistou nas últimas eleições autárquicas, na península de Setúbal. Chama-se a isto partidarizar a ação governativa!

Entendemos que a Assembleia da República ainda tem uma palavra a dizer na organização administrativa que o rolo compressor do PS quer impor ao país. Por essa circunstância, o PSD apresentou um requerimento para iniciar uma sequência de audições com os verdadeiros interessados, com aqueles que, incompreensivelmente, não foram ouvidos e deviam-no ter sido. Queremos aliás, estudar a possibilidade de o interior do Algarve poder entrar numa nova reorganização que possibilite dotar mais fundos comunitários. Queremos que aquilo que é igual possa ter tratamento igualitário.

E este é o papel do parlamento. Na sua ação fiscalizadora da atuação do governo, o parlamento deve ouvir todos e dar oportunidade a todos, por forma a garantir a equidade, a justiça e igualdade no tratamento de todas as partes do país. lfgomes@psd.parlamento.pt

2 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
OPINIÃO
O simulacro de uma nova divisão administrativa (NUTS): Interesse Nacional ou do Partido Socialista?
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A confiança dos investidores e dos empresários surge de novo em alta
O Governo quer consolidar as Câmaras socialistas que conquistou nas últimas eleições autárquicas (...). Chama-se a isto partidarizar a ação governativa

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Diocese do Algarve estima levar apenas 1.000 peregrinos a Lisboa

A Diocese do Algarve estima levar 1.000 peregrinos à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza ente 01 e 06 e agosto, em Lisboa, disse à Lusa o responsável do Comité Organizador Diocesano (COD) algarvio

“A nossa previsão, para já, ronda os 1.000 peregrinos. É certamente a nossa maior participação, tivemos uma grande expressão na Jornada Mundial de Madrid - já não me lembro bem dos valores e não vou dizer, porque se calhar posso estar a enganar-me -, mas é a nossa maior expressão na JMJ”, afirmou João Costa, que coordena o COD do Algarve para a JMJ. João Costa reconheceu que o número de participantes da diocese algarvia “pode ser pouco represen-

tativo da juventude que existe no Algarve”, porque os 1.000 peregrinos previstos representam “01% a 02% dos “cerca de 80.000 jovens dos 14 aos 30 anos” que há na região, segundo os dados estatísticos da Pordata, assinalou.

Cerca de 600 a 700 são jovens

A mesma fonte precisou que, “dos 1.000 [participantes oriundos do Algarve], 600 a 700 são jovens”, esclarecendo que estes têm, “muitas vezes”, de ser “acompanhados por animadores” e que as inscrições podem também ser feitas por qualquer pessoa.

“É importante referir que a JMJ, apesar de ser dedicada, organizada e pensada para jovens dos 14 aos 30, o dicastério não fecha a possibilidade de participação de todas as pessoas”, salientou João Costa,

salientando que “a inscrição está aberta a todos” os que queiram participar no evento, que contará com a presença do Papa Francisco.

João Costa explicou que o COD do Algarve tem por missão “organizar tudo o que está relacionado com a Jornada Mundial dentro da diocese” da região, que abrange as paróquias dos 16 municípios do distrito de Faro.

“Isto implica não só participação dos jovens e peregrinos diocesanos na JMJ, como as inscrições, uma pastoral, os autocarros, as catequeses, as preparações e as atividades Rumo 23 e outras”, acrescentou, frisando que o trabalho implica pôr de pé uma “grande logística” e assegurar “a organização da peregrinação para Lisboa”.

Questionado sobre os custos que os participantes têm para poder participar na JMJ, João Costa respondeu que, “dentro da inscrição da

Jornada, há diversos pacotes e modalidades, porque há possibilidade de participar na semana da Jornada, no fim de semana ou nos eventos centrais finais”.

“Dentro das três modalidades, ainda há diferentes pacotes. Posso escolher um pacote que inclui tudo, que tem o alojamento, a alimentação, os transportes dentro da Área Metropolitana de Lisboa, incluindo Setúbal e Santarém, o ‘kit’ peregrino e o seguro”, elencou, referindo-se aos benefícios do pacote com o custo mais elevado, de cerca de 250 euros. Mas há também alternativas mais baratas, contrapôs, dando como exemplo o caso de “um grupo que tem casa em Lisboa”, que “não precisa de alojamento” e pode “escolher um pacote sem alojamento”. Há diferentes possibilidades e “o preço sobe ou desce consoante o que for escolhido”, referiu, garan-

tindo, no entanto, que “participar na Jornada Mundial da Juventude é grátis” e, “se uma família quiser participar na última missa, na missa de envio, pode fazê-lo sem, ter de pagar. “Ver o Papa não custa nada, o que se paga é o alojamento, a alimentação, são custos da logística”, justificou. A Jornada Mundial da Juventude, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures. As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

Adireção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) liderada por Fernando Araújo divulgou esta semana o plano de funcionamento das maternidades para o primeiro trimestre deste ano para todas as regiões de Portugal continental, mantendo sem alterações o que já tinha sido anunciado para Lisboa e Vale do Tejo e para o Norte. Na prática, segundo o documento da DE-SNS, todos os 13 blocos de partos da região Norte vão funcionar de forma ininterrupta até ao final deste trimestre, assim como os sete do Centro e os três do Alentejo.

Quanto ao Algarve, o plano prevê que o bloco de partos de Faro funcione em pleno em fevereiro e março, enquanto aos fins de semana a maternidade do hospital de Portimão vai funcionar com condicionamentos nesse período.

Já para Lisboa e Vale do Tejo, continua previsto que quatro blocos de partos funcionem

de forma ininterrupta –Hospital de Santa Maria, Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Cascais e Hospital Garcia de Orta - e nove com aberturas al-

ternadas aos fins de semana. Com o funcionamento condicionado nesta região estarão, assim, as maternidades dos hospitais do Oeste (Caldas da Rainha), Médio Tejo (Abran-

tes), Santarém, Vila Franca de Xira, São Francisco Xavier, Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), Beatriz Ângelo (Loures), São Bernardo (Setúbal) e Barreiro-Montijo.

As quatro instituições de Lisboa - centros hospitalares de Lisboa Norte, de Lisboa Central e de Lisboa Ocidental e o Hospital Fernando Fonseca - "vão cooperar e partilhar

recursos", no sentido de garantir o funcionamento dos respetivos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia e das unidades de neonatologia durante o primeiro trimestre.

“Os resultados deste plano estratégico serão avaliados pela DE-SNS durante o primeiro trimestre, e informarão as decisões para os trimestres seguintes, nomeadamente para o verão”, adiantou ainda a direção executiva.

No início do ano, o diretor executivo do SNS adiantou à Lusa que o plano para o primeiro trimestre pretendia manter uma abordagem de rotatividade das maternidades, de forma a criar “previsibilidade” e ser possível “coordenar uma operação estável”.

“O objetivo é termos, numa área geográfica, uma resposta consistente e evitar que as grávidas estejam, até à última hora, a tentar perceber se aquele local vai estar aberto ou não”, referiu Fernando Araújo na altura.

REGIÃO 3 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
FOTO D.R.
Maternidade de Portimão passa a funcionar condicionada aos fins de semana

breves

Open Internacional de Ténis atrai centenas de adeptos da modalidade

Omunicípio de Vila

Real de Santo António e o Clube de Ténis de VRSA apresentaram, esta terça-feira, o Open Internacional de Ténis de Vila Real de Santo António, torneio que irá realizar-se entre os dias 5 e 19 de fevereiro e irá reunir centenas de adeptos da modalidade.

Marcaram presença na sessão de apresentação o presidente da Câmara Municipal de VRSA, Álvaro Araújo, o vice-presidente da Câmara Municipal de VRSA, Ricardo Cipriano, o vereador com o pelouro do Desporto e Juventude, Álvaro Leal, o presidente do Clube de Ténis de VRSA, Joaquim Ribeiro, e o técnico do Clube de Ténis de VRSA, Vítor Palma.

Para o presidente da autarquia, Álvaro Araújo, este torneio representa o regresso dos grandes eventos desportivos a Vila Real de Santo António, embora a sua escolha tenha sido criteriosa, dado o volume de investimento envolvido.

“Sabemos que o município passa por dificuldades financeiras e, por isso, temos que ser muito rigorosos nos critérios de seleção. Este é, contudo, um evento que – em época baixa – irá trazer prestígio ao Clube de Ténis, ao Complexo Desportivo e ao concelho, pelo que será apoiado pela taxa turística”, frisou.

Álvaro Leal, vereador com o pelouro do Desporto e Juventude, considerou que “o Open está in-

serido na estratégia de turismo e desporto do concelho e irá trazer notoriedade à cidade através do regresso de grandes profissionais e da prática da modalidade ao mais alto nível em dois torneiossimultâneos”, inseridos no calendário da Federação Internacional de Ténis – ITF World Tennis Tour.

Ricardo Cipriano, vice-presidente da Câmara Municipal de VRSA, reforça a ideia de que “esta prova é um bom exemplo da aplicação da taxa turística” e afirma que “este mecanismo de financiamento irá apoiar, este ano, outras iniciativas de natureza cultural e lúdica”.

Já o presidente do Clube de Ténis de VRSA, Joaquim Ribeiro, agradeceu ao executivo da autarquia pelo apoio prestado ao

evento que recebeu centenas de inscrições e já tem atletas em lista de espera.

“Neste início de temporada, vamos receber cerca de 100 jogadores profissionais, de 35 nacionalidades diferentes, em busca de pontos que lhes permitam subir no ranking e vir a integrar provas cada vez mais importantes”, afirmou, por seu turno, Vítor Palma, técnico e treinador do Clube de Ténis de VRSA.

Em destaque estão as presenças de grandes desportistas da modalidade como o português Gonçalo Oliveira, o francês Valentin Vacherot, cabeça de série na sua categoria, e o checo Dominik Kellovsky, uma das grandes promessas do ténis.

Tendo em consideração o alto ní-

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vel competitivo, são esperadas centenas de pessoas nos courts de ténis para assistir aos dois torneios. Entre atletas, staffe comitiva são esperadas mais de 700 pessoas, contribuindo para as boas taxas de ocupação hoteleira e para a dinamização da economia local.

Todos os campos onde irão decorrer os jogos foram alvo de renovação do piso e da melhoria das infraestruturas, medidas necessárias para se poder desfrutar do ténis ao mais alto nível.

O Open Internacional de VRSA é uma coorganização do Clube de Ténis de VRSA, da Câmara Municipal de VRSA e da Federação Portuguesa de Ténis, contando com um vasto leque de patrocinadores. Todos os jogos têm entrada livre.

Autarquia de Faro abre candidaturas para apoios ao associativismo

A Câmara de Faro abriu as candidaturas para apoio ao associativismo no concelho, podendo candidatar-se, nas respetivas áreas, todas as associações sem fins lucrativos. Poderão apresentar candidaturas até ao final do mês de fevereiro “coletividades das áreas desportivas, cultural, juvenil, social ou de defesa da causa animal”.O regulamento de apoio ao associativismo estipula que cada associação poderá apresentar candidatura apenas a um tipo de apoio.

Alcoutim distinguido com o selo “Autarquia + Familiarmente Responsável”

O Observatório de Autarquias Familiarmente Responsáveis (OAFR) distinguiu a Câmara de Alcoutim como sendo, pelo sétimo ano consecutivo, “uma das autarquias mais familiarmente responsáveis”, revelou o município. “Esta é uma distinção que assume grande relevância, uma vez que atesta o bom trabalho desempenhado pela autarquia ao nível da coesão social, através de um acompanhamento diário e personalizado no terreno, de apoio a todos os munícipes, especialmente os agregados familiares mais vulneráveis”, congratula-se o município algarvio em comunicado.

Nova plataforma permite agendamento ‘online’ em Loulé Uma nova plataforma que permite o agendamento ‘online’ de alguns serviços da Câmara de Loulé entrou em funcionamento na quarta-feira. “Os cidadãos que queiram marcar o atendimento no serviço de Execuções Fiscais (localizado na Loja do Munícipe) ou nas áreas do Urbanismo relativamente a projetos e alvarás, alojamento local e atendimento geral (Centro Autárquico) poderão fazê-lo agora de forma mais rápida, através desta plataforma, em https://booking.inlinexperience.com/municipio_de_loule/new-booking”. Esta iniciativa da Câmara de Loulé pretende desburocratizar e desmaterializar os serviços municipais, tornando os processos mais céleres, “numa maior aproximação à população, através do recurso às novas tecnologias”.

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Albufeira Race Nature bate record com mais de 600 atletas

destaque

Incêndios: Governo assinou contratos-programa de 16 ME com 21 municípios que inclui Loulé

Asegunda edição da Albufeira Race Nature disputou-se este fim de semana e contou com a participação de mais de seis centenas de ciclistas, ciclodesportistas e cicloturistas federados e não federados, naquela que é a etapa inaugural do Troféu Nacional Race Nature.

A iniciativa contou com a organização do Município de Albufeira, com a parceria dos movimentos associativos locais ligados à modalidade, nomeadamente o Clube BTT Amigos de Albufeira e o BTT Clube Desportivo de Areias de São João, e a organização técnica da Cabreira Solutions, cujo diretor técnico e diretor de prova é o bicampeão nacional e vencedor da Volta ao Algarve (2006) João Cabreira.

O Albufeira Race Nature é uma prova de bicicletas de montanha, considerada a prova de arranque para uma nova época desportiva do BTT e que serve, simultaneamente, de preparação para provas internacionais como “Cape Epic”, na África do Sul, segundo a dupla vencedora da classificação geral, os campeões belgas Jurgen Roelants e Frans Claes (Pure/encapsulations-ktm), que teceram excelentes comentários à organização e aos adversários portugueses que “ajudaram a proporcionar um belo espetáculo, num traçado muito interessante e com paisagens verdadeiramente deslumbrantes”.

Destaque também para a vitória da geral nos escalões

individuais do bracarense

Luís Ferreira (BTT Seia) e da embaixadora algarvia, Celina Carpinteiro (BTT Loulé/ Elevis).

“Sinto-me verdadeiramente feliz a correr em casa e entre amigos e ao ver o meu Algarve sempre ativo nas organizações com bicicleta”, acrescentou a atual número um do ranking nacional, vencedora da Taça de Portugal e vice-campeã nacional na categoria de elites. Na prova de Gravel (nova vertente do ciclismo associada ao evento) a vitória sorriu ao portuense Carlos Aguiar (Supergrupetta Polymarkbike Team).

Miguel Oliveira fez dupla com Miguel Praia

Um dos pontos altos do evento foi a participação do piloto de Moto GP, Miguel Oliveira, que fez dupla com Miguel Praia, piloto de Superbikes e diretor do Autódromo Internacional do Algarve, que iniciaram esta Race Nature de “roda no ar” com o prólogo de sexta-feira e terminaram de igual modo as duas etapas em linha, a fazer lembrar a grande vitória no GP de Portimão, em 2020.

Miguel Oliveira mostrou-se bastante agradado com os três dias de puro BTT, que considerou ser “um excelente convívio com os amigos que tem na região e, simultaneamente, uma excelente forma de preparação física para os compromissos da nova época no motociclismo, que terá já nos próximos dias 23, 24 e 25 de março, novo episódio em solo algarvio, tendo

aproveitado o momento para convidar o público a encher as bancadas do Autódromo Internacional do Algarve. Desejo que foi reiterado pelo seu colega de equipa, nesta prova de BTT, Miguel Praia. Cristiano Cabrita, vice-presidente do Município com o pelouro do Desporto e Juventude, destaca que “se trata de um evento muito importante a nível desportivo, situação plenamente confirmada pela enorme adesão de atletas nacionais e internacionais “Este ano o número de atletas, quase duplicou, tendo-se verificado a participação dos melhores desportistas da modalidade a nível nacional e internacional, com destaque para a presença do bicampeão belga, uma centena de atletas espanhóis e representantes de doze nacionalidades”. A participação da dupla Miguel Oliveira e Miguel Praia foram “a cereja no topo do bolo” sublinha o autarca, que aproveitou para realçar, igualmente, o contributo do evento para a dinamização da economia local, durante a chamada época baixa do turismo. Outro fator a destacar passa pelo envolvimento dos clubes do concelho, o que contribui de forma bastante positiva para o desenvolvimento da modalidade.

A organização, por sua vez, revelou estar bastante satisfeita pela “duplicação de participantes no MTB e pela triplicação na vertente de Gravel em relação ao ano anterior. Sinónimo que o trabalho está a ser feito de acordo com os interesses dos

praticantes e em sentido ascendente, uma vez que nos endossaram mensagens de enorme satisfação pela participação no Race Nature de Albufeira 2023,” assegurou o diretor de corrida, João Cabreira.

O secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas disse quarta-feira que já foram assinados contratos-programa que rondam os 16 milhões de euros, maioritariamente com municípios, para ações de mitigação dos danos dos incêndios de 2022. “Da responsabilidade do Ministério do Ambiente estão já contratualizados com as entidades locais, esmagadoramente autarquias, à volta de 16 milhões de euros”, afirmou João Paulo Catarino, que especificou que a verba inclui ações de estabilização de emergência por parte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O governante falava em Murça, distrito de Vila Real, após a cerimónia de assinatura de contratos-programa no valor de 6,9 milhões de euros, entre o ICNF e municípios de norte a sul do país. A verba será repartida por 21 concelhos, embora hoje nem todos tenham estado presentes na cerimónia, que são: Murça, Vila Real, Carrazeda de Ansiães, Mesão Frio, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Peso da Régua, Guarda, Fundão, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Oliveira de Azeméis, Ansião, Alvaiázere, Leiria, Pombal, Ourém, Ferreira do Zêzere, Tomar, Palmela e Loulé. O apoio é financiado a 100% pelo Fundo Ambiental e o prazo de execução das intervenções é de um ano.

REGIÃO 5 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
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FOTO RUI GREGÓRIO | D.R.

breves

Homem de 45 anos morre após colisão entre carro e camião em Silves

Uma colisão entre uma viatura ligeira e um camião, no IC1, em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves, provocou a morte a um homem de 45 anos na madrugada desta quarta-feira. O alerta para o acidente foi dado às 02:40. Segundo avançou o Correio da Manhã, “a vítima é de nacionalidade alemã e seguia sozinha no carro. Ainda foi socorrida por elementos dos Bombeiros e INEM, mas devido aos ferimentos graves sofridos o óbito acabou por ser declarado no local. O motorista do camião foi assistido no local mas não chegou a ser transportado para o hospital”.

Corpo de mulher encontrado a boiar no Rio Guadiana

O corpo de uma mulher, com cerca de 60 anos, foi encontrado a boiar no Rio Guadiana, junto à Docapesca, em Vila Real de Santo António. A Arenilha TV avançou esta quarta-feira que “a delegada de saúde declarou o óbito no local, descartando a possibilidade de qualquer tipo de violência relacionada com a morte”. Segundo a mesma fonte, a mulher residia em Monte Gordo. As causas da morte ainda são desconhecidas.

Aumentou o número de embarcações de alta velocidade na costa algarvia, confirma PJ

Odiretor da Polícia Judiciária (PJ) de Faro confirmou este sábado que tem sido detetado “um grande aumento” de embarcações de alta velocidade na costa sul de Portugal, admitindo a possibilidade de aguardarem por uma oportunidade para descarregarem estupefacientes.

“Temos notado um grande aumento deste tipo de lanchas [semirrígidas] a determinadas milhas aqui da costa [no Algarve], funcionando quase como que um entreposto à espera da oportunidade para os descarregamentos [de droga]”, disse aos jornalistas Fernando Jordão. A revelação foi feita pelo diretor da PJ de Faro durante uma conferência de imprensa no Cais Comercial de Faro, na sequência da operação que permitiu apreender 4,5 toneladas de haxixe a bordo

MUNICÍPIO DE CASTRO MARIM UNIDADE ORGÂNICA DE ADMINISTRAÇÃO URBANISTICA

AVISO

Loteamento Urbano com Obras de Urbanização ADITAMENTO Nº.2

Nos termos do nº.2 do artigo 78º do Decreto-Lei nº.555/99 de 16 de Dezembro, alterado e republicado pelo decreto-lei nº. 136/2014, de 9 de setembro, torna-se público que a Câmara Municipal de Castro Marim emitiu em 26 de dezembro de 2022, o 2º aditamento ao alvará de loteamento nº. 4/1992, de que é titular Citug – Companhia Investimentos do Guadiana, Ldª

A referida alteração foi solicitada por J.P.Duarte – Comércio e Serviços, Ldª, refere-se ao lote 3 e consta do seguinte:

Alteração do uso do lote nº. 3 de “grande comércio” para “estabelecimento de comércio, serviços, hotelaria e/ou restauração”, mantendo-se inalterados todos os restantes parâmetros urbanísticos previstos no alvará de loteamento, i.e. a área do lote, a área de implantação, a área de construção, o nº. de pisos e o nº de fogos.

Em tudo o mais mantém-se o alvará inicial e seu aditamento.

Paços do Município, 10 de janeiro de 2023

O Presidente da Câmara, Dr. Francisco Amaral

(POSTAL do ALGARVE, nº 1300, 03 de Fevereiro de 2023)

de duas embarcações de alta velocidade e deter cinco homens em água internacionais.

A operação conjunta da Marinha, PJ e Autoridade Marítima Nacional foi desencadeada por uma missão aérea de rotina de patrulhamento marítimo da Força

Aérea, depois de os militares “monitorizarem movimentos suspeitos” de duas embarcações a cerca de 60 milhas náuticas [cerca de 111 quilómetros] a sul de Portugal. As embarcações semirrígidas e equipadas com motores de elevada potência, com 127 fardos de haxixe a bordo, foram intercetadas por fuzileiros da Marinha Portuguesa. Segundo Fernando Jordão, os detidos com idades entre os 36 e 49 anos, têm nacionalidade marroquina (três), espanhola (um) e portuguesa (um), “e estarão certamente envolvidos ao nível do transporte da droga para

BRUNO FILIPE TORRES MARCOS Notário CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 12.01.2023, exarada a folhas 49 e seguinte do competente Livro n.º 221-A, que:

- Dilar Maria Fernandes Martins e marido Amândio Custódio Piloto Martins, ambos naturais de Cachopo, Tavira, residentes em Tavira; e

- Maria Hortênsia Fernandes Martins, e marido Martinho Joaquim Guerreiro da Palma, também naturais de Cachopo, residentes na em São Brás de Alportel;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, compostos por terra de pastagem e sitos no Corgo dos Carvalhos, Garrôbo, freguesia de Cachopo, concelho de Tavira:

I) prédio rústico, com a área de 2.310,00 m2, que confronta a norte com Manuel F. Matias, a sul com José Francisco, a nascente com José Martins e a poente com Joaquim António, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 27141, com o valor patrimonial tributário de 7,20 €;

II) prédio rústico, com a área de 870,00 m2, que confronta a norte com Custódio Estevêns, a sul com José Joaquim, a nascente com João Ramos e a poente com Manuel Joaquim, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 27149, com o valor patrimonial tributário de 2,83 €;

- tendo alegado para o efeito que:

- os prédios com as indicadas composições e áreas, chegaram à sua posse em comum e partes iguais, em data imprecisa do ano dois mil, já no estado de casados, por doação meramente verbal nunca reduzida a escritura pública, feita pelos pais das justificantes mulheres, Manuel Sebastião Martins e mulher Maria José Fernandes Martins, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram no sítio do Garrobo, em Cachopo, Tavira; - desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre os identificados prédios, agindo com a convicção de serem comproprietários dos mesmos, na respetiva proporção, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – limpando a terra, nela pastando os animais, dela retirando os respetivos rendimentos – dentro de um espírito de compropriedade, participando nas vantagens e nos encargos dos mesmos, na proporção da quota que lhes corresponde e respeitando reciprocamente o uso a que os consortes têm direito, verificando-se assim uma situação de composse, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, na proporção de metade para cada um dos casais.

Tavira e Cartório, em 12 de janeiro de 2023.

O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/174.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1300, 03 de Fevereiro de 2023)

Portugal ou Espanha, conforme a oportunidade”.

“A oportunidade é que indica os locais onde fazem os descarregamentos e o indício que temos é que é bem possível que a droga tivesse como destino Portugal”, apontou. O responsável adiantou que a polícia vai continuar a desenvolver diligências ao nível da cooperação internacional para verificar se os detidos “estão referenciados” por outras entidades e fazer o cruzamento com outras investigações da PJ de grupos que se dedicam ao transporte de droga oriunda do norte de África.

Por seu turno, o Comandante da Zona Marítima do Sul, Rui Santos Pereira, precisou aos jornalistas que as duas embarcações foram intercetadas pelos fuzileiros por volta das 15:00, sem que os tripulantes tivessem oferecido resistência.

“Detetámos as duas embarcações paradas, mas uma ainda tentou pôr-se em fuga, mas acabou por não o conseguir”, notou aquele capitão-de-mar-e-guerra. Já o porta-voz da Força Aérea Portuguesa, coronel Bernardo da Costa, realçou o sucesso da operação, escudando-se, contudo, “no sigilo das operações militares” para adiantar pormenores acerca da atuação daquela força militar. “As nossas tripulações, bem preparadas, muito experientes, merecem claramente que reconheçam o trabalho que fazem, mas eles percebem melhor do que ninguém que o sigilo da operação permite-nos continuar a fazer este tipo de missões com este resultado”, referiu.

TORRES MARCOS Notário CARTÓRIO NOTARIAL EM TAVIRA EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

BRUNO FILIPE

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 19.12.2022, exarada a folhas 78 e seguinte do competente Livro n.º 219-A, que:

- Fernando Pedro Querido Martins, natural de Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da Rainha, e mulher Birgit Querido Martins, natural de Pinneberg, Alemanha, de nacionalidade alemã, casados sob o regime da comunhão de adquiridos regulado pela lei alemã, residentes na República Federal da Alemanha;

- Declararam ser donos e legítimos possuidores do prédio rústico composto por terra de cultura com árvores, com a área de 1640,00 m2, sito em Igreja, Santo Estêvão, a confrontar do norte com Ventura Fernandes Marques e José Maria Viegas, a sul com caminho público, a nascente com José Maria Viegas e caminho, e poente com José Domingos Inácio, na freguesia de Luz de Tavira e Santo Estêvão, concelho de Tavira, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número oitenta e nove, da freguesia de Santo Estêvão, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 2552, com origem no artigo 704 da extinta freguesia de Santo Estêvão, com o valor patrimonial tributário de 57,47 €, sendo que este prédio se encontra registado na citada Conservatória a favor de Klaus Gunter Kebler, já falecido, no estado de solteiro, maior, residente que foi em Oweinstrasse Muller-Thurgau-Weg 42, 67435 Neustadt Na Der, República Federal da Alemanha, pela apresentação oito do dia vinte e dois de julho de mil novecentos e oitenta e cinco; tendo alegado para o efeito que:

- o mencionado prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e cinco, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita pelo referido titular inscrito;

- desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o referido prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – cultivando-o, amanhando a terra, tratando das árvores, colhendo os respetivos frutos, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira e Cartório, em 19 de dezembro de 2022. O Notário, Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/5109.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1300, 03 de Fevereiro de 2023)

6 POSTAL 3 de fevereiro de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO
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Algarve quer reduzir abandono precoce da educação de 20% para 5% até 2030

Opresidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, disse esta quarta-feira querer “mobilizar todas as vontades” para reduzir a taxa de abandono precoce da educação na região dos atuais 20% para 5%, até 2030.

“É um enorme desafio, mas é um desafio para o qual temos de mobilizar todas as vontades”, disse o responsável, à margem da reunião técnica de trabalho “Algarve: Desafios da Educação no Horizonte 2030”, que teve lugar em Albufeira e juntou dirigentes políticos locais e técnicos ligados à educação.

Durante o encontro, foi apresentado um retrato e diagnóstico dos principais indicadores dos resultados escolares no Algarve, região que apresenta níveis elevados e superiores à média nacional de abandono precoce da educação e formação e inferiores ao nível de escolarização com ensino superior.

Segundo números apresentados na reunião, o Algarve tem

uma taxa de abandono precoce de educação e formação de mais de 20%, enquanto a média nacional está nos 5,9%.

A taxa representa a percentagem de pessoas, entre os 18 e os 24 anos, que deixou de estudar sem completar o ensino secundário.

“Nós queremos reduzir para menos de 5% a taxa de abandono precoce da educação e também reforçar a oferta em termos de cursos de técnicos de ensino superiores”, resumiu o presidente da CCDR do Algarve aos jornalistas.

Indicadores mostram uma recuperação nos últimos três anos

O diretor-geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Nuno Rodrigues, também presente na reunião, disse que todos os indicadores mostram uma recuperação nos últimos três anos.

“Há uma melhoria progressiva dos indicadores de sucesso.

A região está a recuperar, mas precisa ainda que algum trabalho seja feito”, declarou.

José Apolinário recordou que “o financiamento da política

de coesão [ajudas das regiões mais ricas às mais pobres] é sempre medido em função dos indicadores e dos objetivos atingidos” e que “todos os anos, daqui até 2029” o país e a região algarvia vão ser avaliados sobre como é que os fundos dessa política contribuem para a redução do insucesso escolar.

A região sul de Portugal tem, em termos globais, 780 milhões de euros de apoios comunitários previstos até 2030, que na área do Fundo Social Europeu serão cerca de 78 milhões para diferentes medidas, que incluem os programas do insucesso escolar e de formação do ensino superior.

Segundo o presidente da CCDR do Algarve, o objetivo da região também é aumentar o número de alunos do ensino superior da atual taxa de 24,5% para 40% no final daquele período.

A taxa de escolaridade do ensino superior da população residente em Portugal, entre os 30 e os 34 anos, atingiu 44,5% no segundo trimestre de 2022, de acordo com números oficiais.

Novo maestro da Orquestra Clássica do Sul quer um espírito "todo o terreno"

O novo maestro titular da Orquestra Clássica do Sul (OCS), Martim Sousa Tavares, disse querer que a formação tenha um espírito “todo o terreno” para alcançar todas as camadas da população e não apenas um nicho. “Aquilo a que eu estou habituado e aquilo em que eu me revejo são as orquestras tidas como bens para usufruto de uma população em sentido lato, não apenas um nicho de uma sociedade, não apenas uma zona de uma cidade, mas uma população, e para isso é preciso que as orquestras tenham este espírito 'quatro por quatro', um bocadinho mais todo o terreno”, defendeu.

O novo maestro da OCS, que sucede a Rui Pinheiro, falava durante uma conferência de imprensa da Associação Musical do Algarve e do Teatro das Figuras, no Museu Municipal de Faro, que antecedeu o seu primeiro concerto à frente da orquestra, no dia 05 de fevereiro.

Na ocasião, Martim Sousa Tavares revelou querer conquistar novos públicos e que a orquestra se assuma “enquanto marca daquilo que é a identidade cultural do Algarve”, o que passa por levar a formação a tocar em territórios com menor densidade populacional, espaços menos convencionais e com novos repertórios.

“A orquestra também tem que se conseguir relacionar com o mundo à sua volta, e isto quer dizer que fazemos música clássica, é certo, mas não em sentido anacrónico. Não pensem que vamos ser previsíveis, ou que isto vai ser sempre o Mozart e o Beethoven”, referiu.

REGIÃO 7 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
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Em destaque

Silves volta a ser capital da laranja entre 10 e 12 de fevereiro

Evento dá um grande ênfase não só à citricultura, mas também aos vinhos, agricultura, produtos regionais, doçaria, artesanato e gastronomia

A 7.ª Mostra Silves Capital da Laranja decorrerá nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro, numa iniciativa promovida pela Câmara de Silves, destacando a citricultura que se faz no concelho e os diversos agentes económicos ligados ao sector.

Sara Correia, José Cid e Mimo’s Orchestral Experience com Banda da Sociedade Filarmónica Silvense são os cabeças de cartaz desta edição, que decorrerá no espaço da zona ribeirinha junto à FISSUL.

O certame terá a sua inauguração oficial pelas 10:30. Para além da área da citricultura, estarão presentes dezenas de expositores ligados aos vinhos, agricultura, produtos regionais, doçaria, artesanato, gastronomia, associativismo e instituições locais e regionais. A Conferência Laranja XXI (onde especialistas debaterão temas centrais para a produção e produtores de citrinos), o “Festival Internacional de Cocktails Silves da Laranja 2023”, nas modalidades de After Dinner e Flairbartending, a animação musical infantil do João Violão e a conhecida Marcha dos Namorados, atividade desportiva que integra o calendário de marcha-corrida do Algarve, são outros dos pontos altos do evento.

Gastronomia em destaque

Serão, igualmente, três dias inteiramente dedicados à gastronomia feita

com recurso à rainha do pomar, permitindo realçar as características de qualidade únicas e reconhecidas, há longos anos, à laranja e demais citrinos produzidos no concelho de Silves, nomeadamente no que à doçura, quantidade de sumo e delicadeza de aromas excecionais dizem respeito.

O Fim de Semana com Sabor a Laranja contribuirá, ainda, para

a valorização deste fruto e, simultaneamente, para a promoção turística de todos os elementos significativos da economia deste território; iniciativa que, associada à realização da Mostra Silves Capital da Laranja, se tornou um evento de referência na promoção da Laranja de Silves.

Este evento é maioritamente apoiado pela Câmara Municipal de Silves,

sendo um dos eventos de destaque do município procurando maximizar as mais valias do cluster da laranja e restantes citrinos.

A autarquia de Silves lembra que destacar “a citricultura, os seus produtores e os assuntos que interessam para a melhoria deste sector é o grande objetivo da Mostra Silves Capital da Laranja, que teve a sua primeira edição em fevereiro de 2017”.

Programa da Mostra Silves

Sexta-feira, 10 de fevereiro

• Sara Correia Sábado, 11 de fevereiro

• José Cid Domingo, 12 de fevereiro

• Mimo's Orchestral Experience, c/ Banda da Sociedade Filarmónica Silvense

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Laranja do Algarve, uma história de séculos e de futuro

Em Portugal, são colhidas dezenas de toneladas de laranjas por dia. É no sul do país que se cultiva a esmagadora maioria deste fruto que é o mais consumido no mundo. Chegou pela mão dos descobridores no século XVI e os dados apontam para um futuro promissor

Segundo um extrato do programa Faça Chuva ou Faça Sol da RTP, o sector dos citrinos é dos que mais tem evoluído na agricultura nacional. A laranja é o segundo fruto mais produzido em Portugal, depois da maçã. Pensar em laranjas e associá-las ao Algarve é uma imagem que nos surge com a maior naturalidade. Por excelência, as solarengas terras do sul são as mais nobres para o cultivo. Devido às características do solo, à quase ausência de geadas e à longa exposição solar.

Apesar de as laranjas também serem plantadas no Ribatejo e na zona da Vidigueira, no Alentejo, 83% da produção nacional concentra-se na região algarvia, onde o fruto é caracterizado por uma cor intensa, forte doçura e por ser muito sumarento.

Apesar do incremento da produção nos últimos anos, é ainda insuficiente para alimentar o mercado nacional e os pedidos de exportação.

Em Portugal, a comercialização de laranja ocorre durante todo o ano, devido à utilização de variedades de meia estação e as chamadas variedades tardias. As “Dalmau” e as “Newhall” são colhidas entre novembro e março, as “Baía” e as “Jaffa” de fevereiro a abril e as “Valencia late “ e “Lane late” entre março a agosto (estas, só mesmo no Algarve).

Crê-se que os portugueses terão introduzido o fruto na Europa a partir da China, no século XVI, e que depois o levaram para o continente americano, onde hoje se encontram as maiores plantações de laranjas do mundo.

Por este motivo, hoje em dia as laranjas são denominadas portuguesas em alguns países. Tome nota: em romeno laranja diz-se “portocálâ”, os búlgaros e os turcos chamam-lhes “portukal” e os gregos “portukáli”. Seguindo no mapa, em língua persa, falada no Irão, no Afeganistão e em países como a Arménia, a Geórgia ou o Iraque, mas também em árabe, a palavra “Portugal” significa “laranja”!

Já descarregou a APP Rota da Laranja?

A“Rota da Laranja” promove o concelho e a marca criada para esse efeito – “Silves Capital da Laranja –, dando a conhecer o território, da serra ao mar.

Património histórico, adegas, gastronomia, experiências de apanha de laranja e visita a pomares e a instalações de embalamento são os grandes atrativos desta proposta, que apresenta uma importante inovação: uma aplicação (APP) que permite descobrir o que esta rota tem para oferecer, criando percursos adaptados a cada utilizador, à sua disponibilidade de tempo e vontade de conhecer.

A aplicação vai permitir, com o seu futuro desenvolvimento, conversas com personagens históricos, fotografias 360º e total customização dos itinerários. Atualmente, esta APP já tem em funcionamento algumas destas funcionalidades que dão uma singularidade a esta iniciativa, que possibilita levar os interessados numa viagem de descoberta única e especial. Descobrir o património e a história, de uma forma criativa, atual e recorrendo a ferramentas tenológicas inovadoras! Conhecer um monumento ou visitar um pomar e apanhar laranjas ou provar produtos feitos com laranja são grandes atrativos desta iniciativa,

anos a servir o melhor frango do Algarve years serving the best chicken in the Algarve A Churrasqueira Valdemar agradece a Todos(as) que nos permitiram trilhar o percurso que nos orgulha e aos nossos Pais Desejando que continuemos no mesmo trilho por muitos anos Bem Hajam!

que pretende envolver os visitantes, permitir-lhes o contacto com a Património, com as gentes e com as atividades do concelho de Silves!

Promover a citricultura

Segundo a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, "a Rota da Laranja é um roteiro pela região que pretende valorizar a citricultura, desde a produção, à transformação e ao consumo. Um roteiro que envolve as atividades paralelas – como a hotelaria e a restauração, contribuindo para o desenvolvimento do município, através da proposta de usufruto de uma oferta turística sustentável e diversificada. A laranja é o chapéu que vai levar a conhecer, não só os nossos produtores de citrinos, mas também vai albergar as tradições de cada uma destas localidades. Vai permitir conhecer pessoas, vivenciar situações particulares como: a apanha da laranja, a confeção da

torta da laranja, ou apenas saborear determinadas refeições com a particularidade do fruto. Associado a isso outros produtos locais bastante tradicionais, como os bolos regionais de amêndoa, os de alfarroba, os nossos vinhos; todas essas tradições vão estar envolvidas no roteiro – cujo centro é a laranja. Queremos envolver um leque vasto para que haja opções diferenciadas para todos os visitantes. A Rota da Laranja será apresentada no dia 8 de fevereiro. Haverá uma aplicação onde o utilizador poderá criar um roteiro flexível, personalizando-o através de filtros e adequando-o aos seus interesses. O que se pretende com esta rota é que as pessoas saibam o que pode ser visitado e que, por sua vez, os monumentos (através de personagens) contem a história dos locais".

Para aceder, basta descarregar a aplicação "Silves RA - Rota da Laranja" no seu telemóvel e partir para a aventura!

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www.facebook.com/Churrasqueira-Valdemar-1492182851000501/ The Valdemar Barbecue thanks everyone who allowed us to walk the route that is proud of us and our Parents. Wishing we'd stay on the same trail for many years Grateful! PUB.
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ANÁLISE e Perspectivas Turísticas (18)

Elidérico Viegas

A Vinha, o Vinho e o Turismo

Existe hoje uma economia da vinha e do vinho intimamente ligada à economia do turismo, razão mais que suficiente para que o Enoturismo passe a ser entendido como uma valorização do posicionamento competitivo do nosso País, face a outros destinos turísticos concorrentes, incluindo o Algarve. As actividades de nicho vêm ganhando uma importância crescente na construção e diferenciação dos produtos turísticos à escala mundial, obrigando os destinos turísticos a repensar conceitos e mentalidades sobre os diversos parâmetros que envolvem a economia do turismo.

A actividade turística da modernidade e as novas técnicas de comercialização e distribuição de férias, uma consequência natural dos avanços tecnológicos, vêm suscitando novas apetências de consumo, contribuindo para gerar fluxos turísticos importantes e representando um ponto de viragem e de progresso económico que não podem ser menosprezadas e ignoradas no futuro.

Um destino turístico de futuro e com futuro, como é o caso do Algarve, precisa aliar aos seus atractivos turísticos tradicionais, um sistema que permita alargar os horizontes de consumo e aumentar os graus de satisfação daqueles que nos visitam, de forma a preencher as suas carências emocionais.

Trata-se, no fundo, de sermos capazes de criar um produto integrado, planeado e devidamente gerido, designadamente em matéria de articulação e envolvimento com os canais de comercialização e distribuição apropriados, sem os quais os mercados não funcionam, ou seja, a criação de uma lógica de produto interligada e articulada com uma lógica de marketing, promoção e vendas, tendo em vista melhorar o desempenho empresarial.

O que está em causa, é sermos capazes de valorizar o posicionamento competitivo do Algarve enquanto destino turístico europeu e mundial, potenciando os factores de atracção da região, incluindo a vinha e o vinho, enquanto valores regionais de qualidade, garantindo um desenvolvimento sustentado e, por essa via, a rendibilidade dos investimentos turísticos públicos e privados.

As actividades turísticas tradicionais, habituadas a um longo período de abundância económica no passado, negligenciaram outros nichos de mercado capazes de gerar negócios consentâneos com as necessidades de consumo dos turistas do presente, como é o caso das oportunidades abertas pelo Enoturismo.

A relação entre o vinho e o turismo assume-se, portanto, como uma nova forma de abordar a actividade turística, ou seja, um produto complementar capaz de assegurar a diversificação imposta pelas novas tendências das procuras internacionais.

A procura turística por produtos diferenciados está a obrigar os destinos turísticos a desenvolver novas competências, reposicionando os destinos turísticos, como o Algarve, de forma a melhorar a competitividade das suas ofertas, através da criação de mais soluções para satisfazer os turistas.

O facto da vinha e do vinho estarem intimamente ligados aos valores gastronómicos, históricos e artesanais dos locais onde se inserem, contribui, por um lado, para reforçar a nossa identidade cultural enquanto povo e, por outro, potencia uma diferenciação qualitativa face à concorrência e, por essa via, o desenvolvimento sustentável de muitas outras actividades económicas a montante, com um forte estímulo positivo no emprego e nas economias locais.

É verdade que as tendências do turista de hoje se traduzem numa espécie de regresso

ÉTICA E POLÍTICA

Mendes Bota | OPINIÃO

Antigo parlamentar e diplomata da União Europeia

às origens, ou seja, as pessoas querem ver e participar nos processos de fabrico e transformação dos produtos regionais e artesanais dos locais que visitam.

Historicamente, o vinho sempre desempenhou um papel importante nas trocas comerciais do Algarve desde a antiguidade até aos nossos dias, tendo ganho um reconhecimento progressivo de qualidade inegável nos últimos tempos.

Trata-se, no fundo, de construir uma visão esclarecida da posição do turismo na economia e na sociedade portuguesa, designadamente no que se refere à capacidade, presente e futura, do turismo do Algarve para gerar bens transaccionáveis, o grande sustento da economia nacional.

Fenícios, Gregos, Romanos e Árabes encontraram no vinho do Algarve uma das razões para a sua longa permanência nestas paragens. Hoje, tal como ontem, o nosso vinho pode continuar a aproximar os homens dos deuses, tal como invocavam os nossos antepassados na antiguidade. Vá-se lá saber porquê!

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

Sendo o ser humano a obra imperfeita de Deus, o gene corruptivo está lá desde o momento da criação, do início dos tempos que outros tempos a seguir virão. A corrupção, tal como hoje a percebemos, o tirar vantagem indevida de um lugar na sociedade por métodos fraudulentos, violentos em certa medida, por meio de extorsão, chantagem, mercantilagem, troca de favores, sempre existiu, dificilmente deixará de existir, seja no meio social, comercial, político, militar ou religioso. Está no sangue, corre pelas veias do poder, qualquer poder, grande ou poderzinho. São células que se reproduzem imortalmente, entre a ganância de ter mais e mais e mais, e o desespero de fugir da pobreza. Claro que há princípios, há regras, há códigos e leis, e existe a Ética e a Moral, antibióticos que se administram para controlar o vírus, tipo vacina que funciona em mais ou menos indivíduos, mas nunca em todos. Há povos, Nações, Estados e países que controlam a doença de forma mais ou menos eficaz, nunca a cem por cento. Ela está lá, tem altos e baixos, estados febris, mas torna-se mais notada quando atinge pessoas com notoriedade, heróis com pés de barro na política, no desporto, nos negócios. E também é larvar, rasteira, comezinha, caminha entre o cidadão comum e anónimo desde a porta de uma discoteca à triagem da burocracia das repartições públicas, desde o economato de um hotel à cantina de um quartel. Ela prolifera em toda a água. Raramente um corrupto assume os actos que pratica. Existe um sentimento de legitimidade autodesculpabilizante. A injustiça maior da corrupção é o efeito de contágio em pessoas inocentes, a generalização. Cada vez que um corrupto é apanhado em flagrante, a suspeição cai sobre gente que não o merece, que está ali ao lado, no mesmo grupo ou profissão, mas para quem honestidade e probidade são valores de uma vida inteira. São as vítimas colaterais de uma guerra tão suja, quanto necessária. Em Portugal, os interesses instalados sempre neutralizaram o efeito prático de um mecanismo de combate à corrupção a sério. Temos um sistema judicial híper protector do direito ao recurso de quem tem dinheiro para pagar a advogados durante anos, durante décadas, até à prescrição ou sentença de efeito nulo. Por isso chegámos onde chegámos. À pandemia de casos envolvendo políticos, à inusitada avalanche de demissões de governantes, de incompatibilidades envolvendo parlamentares, de prisão e condenação de autarcas por prevaricações sortidas. Existe uma onda de indignação e desaprovação que varre a sociedade, até por parte de quem não tem moral para levantar o dedo acusatório. Há um lugar cativo nas primeiras páginas da imprensa, nas notícias de partir o caco (agora diz-se “breaking news”) dos telejornais. Sim, a democracia está em crise, sempre esteve, mas as ditaduras nunca foram modelos de virtude. Ao menos que se fale, que se leia, que se discuta com liberdade. Ninguém vai para a política de forma forçada. Ao fazê-lo, existem incómodos e exposições dolorosas da vida privada, e deve aceitá-las. Implica renúncias, à carreira profissional, ao descanso, à família, ao rendimento até.

O grau de escrutínio público sobre quem exerce cargos políticos ou de alta responsabilidade no Estado é hoje muito maior do que era há vinte anos. É difícil de perceber por que razão um ministro ou um presidente de Câmara Municipal têm de exercer o seu mandato em dedicação exclusiva, e um deputado pode acumular actividades públicas e privadas, sujeito a ser apanhado na malha do conflito de interesses. A revista Sábado publicou uma lista com os políticos mais ricos de Portugal, entre património e rendimentos declarados. Há lá gente do Algarve. O que é que isso prova? Nada! Tão importante como saber o que têm, é a forma como o obtiveram. Mas aí, a casa das leis, sempre se recusou a legislar sobre o enriquecimento ilícito. Para que se possa separar o trigo do joio. Quem não deve não teme, não é verdade?

TAXAS E TAXINHAS CHEGAM AO TURISMO ALGARVIO

Em 2021, apenas seis milhões num total de 14,5 milhões de hóspedes registados pelo turismo português eram estrangeiros. Ou seja, 59% das pessoas que pernoitaram nos alojamentos em Portugal, o chamado Turismo Interno, já são contribuintes encartados e escaldados pelo Fisco nativo. A introdução da agora tão falada Taxa Turística por cada noitada fora de casa, vem acrescentar-se à longa lista de 4.300 taxas e taxinhas que povoam o pesadelo fiscal dos portugueses. Curiosa Taxa, aliás, que serve

dois propósitos de sentidos opostos. Há países que estão a introduzi-la para impedir a chegada massiva de turistas, o Sobreturismo, e há outros que olham para ela como mais uma forma de engordar os orçamentos públicos locais. E há também quem a não tenha. Cá pelo Algarve, afadiga-se a AMAL a discutir a sua introdução, qual o seu destino, e a repartição do bodo. Parece que as autarquias querem a parte de leão (90%). Os restantes 10% iriam para um fundo regional para a promoção (ligações aéreas em época baixa) e animação (grandes eventos internacionais). Parecem sensatos os propósitos do sector turístico. Parece miserável a fatia financeira. Numa expectativa global de arrecadar 41 milhões de euros, 10% são 4 milhões. Dá para fazer o quê? Que grandes eventos internacionais podem atrair-se com esse orçamento? Já agora, uma sugestão. A receita que vai para as autarquias deveria ter uma parte consignada à protecção e regeneração das áreas naturais (terra ardida não faz grande cartaz turístico…). É verdade, como dizem vozes de Silves, que se trata de mais um imposto em forma de taxa. Então, façam lá a maldade, mas com bom fim.

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

11 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
PERCEPÇÕES… E REALIDADES (13)
Ninguém vai para a política de forma forçada. Ao fazê-lo, existem incómodos e exposições dolorosas da vida privada, e deve aceitá-las
“O vinho torna a vida mais fácil e suportável, com menos tensões e mais tolerância”
– Benjamin Franklin
Fenícios, Gregos, Romanos e Árabes encontraram no vinho do Algarve uma das razões para a sua longa permanência nestas paragens

Faro é o distrito com maior probabilidade de ser uma vítima de acidente rodoviário

AHelloSafe Portugal analisou os dados da ANSR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) de sinistralidade rodoviária e o resultado é um ranking dos distritos e regiões autónomas onde as probabilidades de ser uma vítima de um acidente de viação são maiores. No distrito de Faro, por exemplo, uma pessoa tem 40% mais chances do que no distrito da Guarda. No mapa aqui publicado, é possível verificar quais as regiões mais críticas. Os números indicados representam a taxa média de vítimas de acidentes rodoviários (feridos ligeiros, graves e mortes) a cada 100 mil habitantes.

Faro, Coimbra e Madeira são as regiões com a maior probalidade de ser uma vítima de acidente rodoviário

Apesar de não serem as maiores regiões em números absolutos, a proporção de acidentes com vítimas em relação à população faz com que, em algumas zonas de Portugal, a chance de uma pessoa estar entre as estatísticas seja muito maior. É o que acontece no distrito de Faro. A proporção de vítimas provocadas por acidentes viários a cada 100 mil habitantes é a mais alta do país e fica em 434. Na sequência, Coimbra com uma média de 428 casos a cada 100 mil habitantes e na terceira posição, a região da Madeira,

com 426. Veja a classificação completa e o número de vítimas de acidentes em cada região no respetivo gráfico. Publicamos igualmente, a classificação das regiões de acordo com a proporção de vítimas a cada 100 mil habitantes. Nesta sequência, também se publica o gráfico que mostra a quantidade de vítimas em decorrência de

acidentes rodoviários entre janeiro e setembro de 2022.

Distrito de Lisboa registou o maior número de acidentes com vítimas dos país

Em números absolutos, o distrito de Lisboa, que é também o mais po-

Número de vítimas de acidentes rodoviários em 2022

Durante os nove primeiros meses do ano

puloso, registou o maior número de acidentes com vítimas. Registaram-se 4.996 casos nos primeiros nove meses de 2022 e 20.181 entre 2019 e 2021. Mas nem por isso, é um dos mais perigosos. No cálculo de probabilidade a cada 100 mil habitantes, Lisboa é o penúltimo da lista. Veja também a classificação dos distri-

tos e regiões em relação aos números absolutos de casos.

A cada hora, quatro acidentes com vítimas são registados em Portugal

Somente nos primeiros nove meses de 2022, Portugal registou uma média de 92 acidentes com vítimas diariamente. Isso quer dizer, cerca de 4 por hora. Segundo dados da ANSR, de janeiro de 2019 até setembro de 2022, os 121.039 acidentes resultaram em 153.085 vítimas (incluindo feridos leves, graves e mortes).

Regiões com piores resultados pagam mais nos prémios de seguros automóvel

Infelizmente, quando se trata de contratar um seguro automóvel, tudo é tido em conta e um dos pontos mais importantes, são os riscos que o condutor terá na região onde mais circula. Um actuário calcula exactamente isto, os riscos de um roubo ou acidente em cada região.

Além desta questão, há vários fatores que podem influenciar o preço do seguro automóvel em Portugal, incluindo:

1. Tipo de veículo: veículos mais caros geralmente têm prémios de seguro mais elevados, pois custam mais para reparar ou substituir em caso de acidente.

12 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
RANKINK

Estrada Nacional 125 (EN125) no TOP das estradas mais perigosas

A EN125 atravessa longitudinalmente o litoral sul do Algarve e faz a ligação de Vila do Bispo a Vila Real de Santo António. Trata-se de uma das estradas mais perigosas de Portugal. É uma via com uma taxa elevada de sinistralidade rodoviária, realidade que é agravada pela existência de vários pontos negros.

2. Idade do condutor: os condutores mais jovens geralmente pagam prémios de seguro mais elevados, pois têm menos experiência de condução e são considerados mais propensos a ter acidentes.

3. Histórico de condução: condutores com um histórico de condução limpo (sem acidentes ou multas) geralmente pagam prémios de seguro mais baixos do que aqueles com um histórico de condução menos bom.

4. Localização: os prémios de seguro podem variar dependendo da localização, pois algumas áreas têm uma taxa de acidentes mais elevada do que outras.

5. Cobertura desejada: quanto mais cobertura a pessoa desejar, mais caro será o prémio de seguro. Por exemplo, se ela optar por uma cobertura ampla que inclua danos próprios, colisão e incêndio, o prémio será mais elevado do que se ela optar apenas por uma cobertura básica de responsabilidade civil.

Metodologia Este estudo foi feito baseado nos relatórios nacionais da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. A partir dos dados disponíveis, os analistas da HelloSafe calcularam a média de casos a cada 100 mil habitantes para cada região. Para este cálculo, foram utilizados os registos do ano de 2021, que são as últimas informações disponíveis de um ano completo. Os dados informados sobre 2022, foram contabilizados até setembro, como disponibilizado no último relatório da ANSR.

Número de acidentes com vítimas

As 10 regiões com mais registos

Esta estrada passou a ser mais concorrida após a introdução de portagens na A22, porque a EN125 serve como uma alternativa gratuita a esta autoestrada. Ora, devido ao aumento do tráfego o aumento na sinistralidade surgiu, naturalmente, sendo que a passagem da EN125 por zonas residenciais torna a estrada particularmente perigosa.

Número de acidentes com vítimas registados em Portugal

13 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023
FOTO D.R.

Rui Januário Notário

CERTIFICO

Para efeitos de publicação, que por escritura lavrada hoje, neste Cartório Notarial, a folhas 127 e seguintes, do livro número 550-A, de escrituras diversas, que:

RODRIGO MANUEL PONTES MARTINS, e mulher MARIA MANUELA DOS

SANTOS SEMIÃO MARTINS, casados na comunhão de adquiridos, naturais da freguesia e concelho de Albufeira, e residentes em Cerros Altos, Mosqueira, caixa postal 52 Z, em Ferreiras, Albufeira, NIF´s 143. 290.444 e 143.290.436, portadores, ele do bilhete de identidade número 5117475, emitido em 09/08/2001, pelos SIC de Lisboa, vitalício, ela do cartão de cidadão número 04763806 OZY 1, válido até 03/08/2031, emitido pela República Portuguesa, DECLARARAM, que são com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores de: Que são, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores da nua propriedade dos seguintes bens:

a) Prédio rústico sito em Vale Verde - Horta dos Cadoiços, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de cultura arvense, alfarrobeiras, oliveiras, pomar de citrinos e amendoeiras e ainda um poço de água, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número MIL QUINHENTOS E QUARENTA E SEIS da referida freguesia de Guia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 61, seccão E, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 4.008,86€;

b) Prédio rústico sito em Valverde ou Paco Valverde, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de cultura arvense, figueiral, alfarrobeiras, oliveiras e alfarrobal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número MIL QUINHENTOS E QUARENTA E SETE da referida freguesia de Guia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 64, secção E, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 6.310,98€;

c) Prédio rústico denominado "As Adegas", sito em Ataboeira ou Alamos, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de figueiral, alfarrobeiras, amendoeiras e amendoal descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número MIL QUINHENTOS E QUARENTA E NOVE da referida freguesia de Guia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 15, secção L, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 9.765,94€ ;

d) Prédio rústico denominado "Matos'', sito em Vale Verde ou Poço das Canas, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de cultura arvense, alfarrobeiras, amendoeiras, figueiras, amendoal, figueiral e oliveiras, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número MIL QUINENTOS E QUARENTA E CINCO da referida freguesia de Guia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 50, secção D, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 8.424,55€;

e) Prédio rústico sito em Vale Verde, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de alfarrobal, olival, cultura arvense, alfarrobeiras, oliveiras e figueiral, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número MIL QUINHENTOS E QUARENTA E OITO da referida freguesia de Guia, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 24, secção E, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 14.462,39€

f) Prédio urbano sito em vale Verde, na freguesia de Guia, concelho de Albufeira, composto de edifício destinado a ·habitação, do tipo T-3, com logradouro, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número QUATRO MIL DUZENTOS E DOZE da referida freguesia de Guia inscrito na respetiva matriz sob o artigo 5347, da freguesia de Guia, com o valor patrimonial correspondente de 196.928,12€;

g) Prédio urbano sito em Albufeira, na Rua Cinco de Outubro na freguesia de Albufeira e Olhos de Agua, concelho de Albufeira, composto por um compartimento no rés-do-chão e três compartimentos no primeiro andar, descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o número DEZASSETE MIL NOVECENTOS

E QUARENTA E SEIS da freguesia de Albufeira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 598 da freguesia de Albufeira e Olhos de Agua, o qual proveio do artigo 845, da freguesia de Albufeira (extinta), com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 10.254,03€;

h) a fração autónoma designada pela letra "H'' que corresponde ao terceiro andar direito, composta por hall, sala comum, cozinha, dois quartos, casa de banho e varanda, do prédio urbano sito na Avenida da República números 164, 166 e 168, Faro, na união de freguesias de Faro (Sé e São Pedro), concelho de Faro, descrito na Conservatória do Registo Predial de Faro sob o número DOIS MIL QUATROCENTOS E TRINTA, da freguesia de Faro (S. Pedro), submetido ao regime da propriedade horizontal pela apresentação catorze, de vinte e cinco de julho de mil novecentos e setenta e três, inscrito na matriz predial da união de freguesias de Faro (Sé e São Pedro) sob o artigo 4225, com o valor patrimonial ao referido direito de 33.304,69€;

i) a fração autónoma designada pela letra ''E", que corresponde ao primeiro andar direito, destinada a habitação, com dois quartos, casa de banho, sala comum, hall de entrada, cozinha e duas varandas, com a área de setenta e oito virgula seis metros quadrados, do prédio urbano sito em Boliqueime, na Rua Cardeal Neto, na freguesia de Boliqueime, concelho de Loulé, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o número MIL OITOCENTOS E CINQUENTA E SETE, da referida freguesia de Boliqueime, submetido ao regime da propriedade horizontal pela apresentação treze, de onze de agosto de mil novecentos e oitenta e nove, inscrito na matriz predial da freguesia de Boliqueime sob o artigo 2948, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 31.888,76€;

j) a fração autónoma designada pela letra "F", que corresponde ao terceiro andar direito, com três divisões, cozinha, casa de banho, hall, despensa e terraço, com a área de oitenta e cinco metros quadrados, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 40.894,35€, do prédio urbano sito em Portimão, na Rua Direita, números 34 e 36, e Rua João Anes, número 6, na freguesia e concelho de Portimão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sob o número QUATRO MIL DUZENTOS E SETENTA, da referida freguesia de Portimão, submetido ao regime da propriedade horizontal pela apresentação três, de doze de dezembro de mil novecentos e setenta e três, inscrito na matriz predial da freguesia de Portimão sob o artigo 5365;

k) a fração autónoma designada pela letra ''G", que corresponde ao terceiro andar esquerdo, com três divisões, cozinha, casa de banho, hall, despensa e varanda, com a área de oitenta e cinco metros quadrados, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 41.975,32€, do prédio urbano melhor identificado na alínea antecedente;

l) Prédio urbano sito na Travessa Cinco de Outubro, na freguesia de Albufeira e Olhos de Água, concelho de Albufeira, confrontando a norte e poente com o próprio, a sul com Travessa, a nascente com Joaquim Sequeira de Paiva, composto por prédio térreo com quatro compartimentos e três vãos exteriores e quintal, com a área total de cinquenta e cinco metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira, inscrito na respetiva matriz da freguesia de Albufeira e Olhos de Água sob o artigo 590, como valor patrimonial correspondente ao referido direito de 13.809,07€ ;

m) Prédio urbano sito na Travessa Cinco de Outubro, na freguesia de Albufeira e Olhos de Água, concelho de Albufeira, confrontando a norte e poente com João Vieira Xufre, a sul com Travessa Cinco de Outubro e a nascente com Marcos Helhazar, composto por prédio térreo com três compartimentos e dois vãos exteriores, com a área total de quarenta e cinco metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira, inscrito na respetiva matriz da freguesia de Albufeira e Olhos de Água sob o artigo 591, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 15.704,59€ ;

n) Prédio urbano sito na Travessa Cinco de Outubro, na freguesia de Albufeira e Olhos de Água, concelho de Albufeira, confrontando a norte com o próprio, a sul com Travessa, a nascente e a poente com João Vieira Xufre, composto por prédio com um compartimento no rés-do-chão, e três no primeiro andar, uma dependência, cinco vãos e quintal, com a área total de noventa metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira, inscrito na respetiva matriz da freguesia de Albufeira e Olhos de Água sob o artigo 593, como valor patrimonial correspondente ao referido direito de 20.637,49€ ;

o) Prédio urbano sito na Rua Cinco de Outubro, na freguesia de Albufeira e Olhos de Água, concelho de Albufeira, confrontando a norte com o próprio, a sul com Travessa, a nascente com Rua e a ponte com herdeiros de Moisés Café, composto por prédio térreo com quatro compartimentos e quatro vãos exteriores, com a área total de sessenta e quatro metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira inscrito na respetiva matriz da freguesia de Albufeira e Olhos de Água sob artigo 592, com o valor patrimonial correspondente ao referido direito de 21.885,94€;

p) veículo automóvel com a matrícula 06-86-NG, da marca Seat, modelo lbiza (6K3- Y-2), a que atribuem o valor de 300€; e

q) veículo automóvel / AGRÍCLOA com a matricula QX-94-93, da marca Massey- Ferguson, modelo MF 240, a que atribuem o valor de 500€

MAIS CERTIFICO SEGUNDO ALEGAM:

Que no decorrer do ano de mil novecentos e noventa e nove, em dia e mês que não conseguem precisar, eles primeiros outorgantes adquiriram por doação verbal efetuada por MARIA IVETE PEREIRA XUFRE, acima já identificada, a nua propriedade dos citados bens móveis e imóveis, tendo passado, desde então, a ocupa-los, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, suportando os encargos que lhe são inerentes, na sua qualidade de titulares da nua propriedade, praticando todos os atos normais atinentes à qualidade de titulares da nua propriedade, como, designadamente, os da sua conservação, manutenção e fruição, posse que foi, sempre exercida sem interrupção, e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua, pública, e de total boa fé.

Que, na verdade, o certo é que eles possuem a nua propriedade daqueles bens móveis e imóveis há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, pelo que tal comportamento conduziu à aquisição da nua propriedade dos identificados bens, por usucapião

Que assim são titulares da nua propriedade, por serem dela possuidores com exclusão de outrem, dos mencionados bens.

Lisboa e Cartório Notarial do Notário Lic. Rui Manuel Justino Januário, aos 18 de janeiro de dois mil e vinte e três.

A Colaboradora, autorizada pelo Notário Rui Manuel Justina Januário, publicado em 07/01/2022 inscrito sob o n°. 51/12

Carla Rafaela da Silva Abreu

Registada sob o nº PA 189/2023 (POSTAL do ALGARVE, nº 1300, 03 de Fevereiro de 2023)

Chegue mais longe com

Contacto: 281 405 028 anabelag.postal@gmail.com

ANTÓNIO DOMINGOS DE MONTES 16-07-1941 Ÿ 12-01-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTIAGO - TAVIRA SANTA LUZIA - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

14 POSTAL 3 de fevereiro de 2023 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO REGIÃO ANÚNCIOS

MARIA NATÁLIA MARTINS DO LIVRAMENTO

03-02-1943 Ÿ 14-01-2023

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Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA MARIA - TAVIRA VENTEIRA - AMADORA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

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Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que se dignaram a acompanhar a sua ente querida à sua última morada ou que de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

RAULAND - NORUEGA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

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COVA DA PIEDADE - ALMADA SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

CESALTINA MARIA PALMA

01-11-1931 Ÿ 15-01-2023

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SALVADOR - SERPA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

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OLHÃO - OLHÃO

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

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SANTA MARIA - TAVIRA

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

RITA CUSTÓDIA ANASTÁCIO DA SILVA

01-09-1941 Ÿ 24-01-2023

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CASTRO MARIM - CASTRO MARIM

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Agradecimento

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VAQUEIROS - ALCOUTIM

SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

10-05-1940 Ÿ 29-01-2023

Agradecimento

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos os que o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias, ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

15 CADERNO ALGARVE com o EXPRESSO POSTAL 3 de fevereiro de 2023 ANÚNCIOS
Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda. MANUEL JOÃO PACHECO CERCAL - SANTIAGO DO CACÉM SANTA LUZIA - TAVIRA JOÃO RODRIGUES MARTA INOCÊNCIO MANUEL GANGAS
SIGRID GARDSJORD MARIA ARMÉNIA
ANTUNES CORREIRA 14-12-1931 Ÿ 27-01-2023 08-12-1942 Ÿ 17-01-2023 29-07-1947 Ÿ 18-01-2023 14-01-1946 Ÿ 14-01-2023 01-05-1942 Ÿ 14-01-2023
MARIA ROSA PIRES LEAL
MARTINS

Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o

FEVEREIRO 2023 Ÿ n.º 171

8.834 EXEMPLARES

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ARTES VISUAIS

Como tem evoluído a abordagem da figura humana nas artes visuais?

SAÚL NEVES DE JESUS Professor Catedrático da Universidade do Algarve; Pós-doutorado em Artes Visuais; http://saul2017.wixsite.com/artes

No dia 31 de dezembro de 2022 tive oportunidade de visitar a exposição

“Dos pés à cabeça” no Museu Coleção Berardo.

Este foi o último dia desta exposição e foi também o último dia em que o museu teve esta designação, pois no dia 1 de janeiro de 2023 passou a designar-se Museu de Arte Contemporânea-CCB.

Independentemente deste pormenor, a representação da figura humana tem sido abordada por inúmeros artistas ao longo da história de arte. É também objeto de grande curiosidade por parte das crianças, sendo um dos principais temas dos desenhos feitos nos primeiros anos de vida. Por exemplo, ao ser solicitado o desenho da família, as crianças explicitam as figuras que para elas são mais significativas.

Tendo isto em conta, a curadora desta exposição, Cristina Gameiro, colocou como ponto de partida a obra “Retrato de uma criança com desenho”, do artista italiano Giovanni Caroto (século XVI), e a obra “Esperando o sucesso”, do artista português Henrique Pousão (século XIX). Em ambas as pinturas estão representados jovens sorridentes que mostram os seus desenhos da figura humana.

Mas, na história de arte, as primeiras figuras humanas remontam várias dezenas de milhares de anos antes de Cristo, no período Paleolítico, nomeadamente a Vénus de Galgenberg (cerca de 34.000 aC), por ter sido encontrada nesta cidade austríaca, com apenas 7,2 cm de altura, e a Vénus de Willendorf

(aproximadamente 28.000 aC), encontrada na cidade com este nome, também na Aústria, com 11,1 cm de altura. Com os Romanos, destacamos a Vénus do Milo (150ac), escultura em mármore, descoberta em 1820, na ilha de Milo, e pertencente ao acervo do Museu do Louvre (Paris).

Mas é no Renascimento que a expressividade artística prolifera, variando os materiais e as técnicas utilizadas (sobretudo escultura, desenho e pintura), focando-se várias vezes as obras em partes do corpo, em vez de ser sobre o corpo como um todo.

No século XIX aumenta a diversidade de temas em que é integrada a figura humana, sendo exemplo “O grito”, de Edvard Munch (1893). Esta diversidade na representação aumenta ainda mais no século XX, mas a mulher contínua a ser a principal fonte de inspiração artística, com obras a ela dedicadas pelos principais artistas dessa época, como sejam Amadeo Madigliani, Pablo Picasso, Henri Matisse e Yves Klein.

No século XXI, aumentou ainda mais a diversidade de forma de abordar o corpo humano. Uma das exposições mais conhecidas intitulava-se “Real Bodies – Descubra o corpo humano”, com uma mostra de dezenas de corpos em ação, mas em que são visíveis os músculos e os órgãos por baixo da pele. Esta exposição percorreu várias cidades do mundo, tendo contado com vários milhões de espetadores.

A abordagem de partes do corpo e a expressão emocional têm vindo também a ser aprofundadas, como ilustra a obra de Joaquim Ferro (2010), em que a posição das pernas e dos pés da figura pintada expressa a inibição e o medo sentido pela mesma.

Nos últimos anos têm sido aprofundadas novas formas de representação,

nomeadamente através da performance e da instalação, em que o vídeo também surge como técnica artística privilegiada.

Retomando a exposição “Dos pés à cabeça”, esta foi uma mostra onde também o corpo de cada espetador é chamado a participar na concretização da obra de arte, nomeadamente através da obra “Blue” (“Azul”) de James Turrell (1967), através de uma projeção de luz azul sobre a parede. Ao colocar-se entre o projetor e a parede, o espetador adquire um papel ativo e vê a sombra do seu corpo imensa em azul.

Assim, tal como ao nível do desenho infantil, a figura humana tem sido um dos principais temas da história de arte, sendo marcada pelo aumento da diversidade de formas de representação ao longo dos tempos.

Ficha

técnica

Direção GORDA, Associação Sócio-Cultural

Editor Henrique Dias Freire

Responsáveis pelas secções:

• Artes Visuais Saúl Neves de Jesus

• Café Filosófico Maria João Neves

• Espaço ALFA Raúl Coelho

• Império Júdice Fialho Luís de Menezes

• Letras e Literatura Paulo Serra

• Mas afinal o que é isso da cultura?

Paulo Larcher

• Os Dias Claros Jorge Queiroz Colaborador desta edição

Mauro Rodrigues

e-mail redação: geralcultura.sul@gmail.com

publicidade: anabelag.postal@gmail.com online em www.postal.pt

e-paper em: www.issuu.com/postaldoalgarve

FB https://www.facebook.com/ Cultura.Sulpostaldoalgarve

Obra
Desenho
de família, de Luís Afonso, com 6 anos (2008) “Sem título”, de Joaquim Ferro (2010) Obra “Azul”, de James Turrell (1967) Obra “Retrato de uma criança com desenho”, de Giovanni Caroto (1515-1520) Obra “O grito”, de Edvard Munch (1893) Vénus de Galgenberg (34.000 aC) Vénus de Willendorf (28.000 aC) | FOTOS D.R.

A Purga

Hoje em dia chamamos-lhe “detox” , com a mania portuguesa de utilizar estrangeirismos, que tem vindo a erosionar o nosso idioma tão rico. Estes processos de desintoxicação vêm publicitados nas revistas da moda, sobretudo no verão, pois a limpeza intestinal é propícia à perda de alguns quilos.

A mais antiga purga de que tenho conhecimento é o Panchakarma da medicina Ayurvédica. Trata-se de cinco diversos tratamentos (pancha = cinco) com óleos específicos, incluindo diferentes tipos de massagem de corpo inteiro, que têm como objectivo dirigir todas as toxinas para o intestino. O processo completo desenvolve-se ao longo de vinte e um dias e culmina num defecar sucessivo até toda a matéria fecal ser expulsa do organismo.

O amável leitor estará neste momento a interrogar-se sobre o que tem esta conversa escatológica que ver com a filosofia... Tem muito mais do que, à partida, poderíamos supor... Garanto!

Na antiguidade clássica, o filósofo Sócrates recorria frequentemente a metáforas da medicina para falar sobre processos psíquicos. Aliás, considerava-se um médico da alma, afirmando que esta não pode beneficiar do ensino sem antes rejeitar as opiniões que a impedem de aprender. Primeiro é preciso averiguar o que em verdade se sabe. Isto consegue-se quando outros refutam as opiniões e os pseudo-saberes defendidos. Por conseguinte, caro leitor, o método de conhecimento socrático começa, precisamente, com uma purga das pseudo-compreensões.

Na prática, como é que esta purga mental funciona?

É frequente, quando insisto numa pergunta, deparar-me com a seguinte resposta: “Eu sei, mas não sei explicar...” Porém, a incapacidade de fornecer uma explicação aponta, justamente, para o contrário: pensava-se que se sabia e, afinal, não se sabia. Está-se perante uma pseudo-compreensão. Os gregos da Antiguidade

Clássica chamavam-lhe doxa: falar num registo de meras opiniões, sem esforço de verificação ou fundamento. A doxa é a mera conversa de café. No Café Filosófico, pelo contrário, tentamos extirpar a doxa, combatemos as pseudo-compreensões, essas ignorâncias disfarçadas de conhecimento.

Contudo, descobrir que não se sabe é, para a maioria das pessoas, muito desagradável. (As purgas não são propriamente prazenteiras). Quando não conseguimos explicar, mas continuamos a achar que sabemos, resistimos a aceitar a nossa ignorância porque ela nos faz sentir mal. Não saber é humilhante.

Sócrates ao conversar com os seus concidadãos não se coibia de os interrogar. Por exemplo, no seu entender, não se poderia falar de uma conduta justa, sábia ou boa, sem primeiro averiguar em que consistiam a justiça, a sabedoria ou o bem. Ora, encontrando-se o interlocutor sempre a jusante da problematização destes conceitos, utilizando-os sem nunca ter parado a pensar sobre eles, era apanhado desprevenido e o chão fugia-lhe debaixo dos pés. O desgraçado já não tinha a que se agarrar. Era preciso encontrar outro chão. Tinha a ilusão de pisar terra firme e, afinal, estava a cair. É com esta sensação de urgência que se inicia o segundo momento do método socrático: a pesquisa. Sócrates exibia a sua douta ignorância: “Só sei que nada sei”. Considerava-se estéril em sabedoria, portanto, não podia fornecer ao seu interlocutor algum chão firme porque não o possuía. Regozijava-se em que procurassem juntos: através da dúvida metódica iam-se peneirando os supostos saberes, e detectando as pseudo-compreensões tácitas que se defendiam como se fossem verdades. Sócrates acreditava veementemente na possibilidade do conhecimento.

Contudo, fazia-a depender da autenticidade da purga: os restos de ideias incompletas e/ou erróneas que enchem a cabeça da maioria de nós, tinham de ser excretados antes de se iniciar a busca do verdadeiro saber.

O terceiro e último momento do método socrático consistia no exercício da arte da maiêutica. A palavra provém de mãe. A mãe de Sócrates era parteira e o filho seguiu-lhe as pisadas, embora de forma distinta: a maiêutica cuida das almas e não dos corpos. O progresso daqueles que se submetiam ao método socrático advinha de que este lhes permitia recordar os conhecimentos que possuíam mas tinham esquecido.

Para Sócrates, conhecer consistia em recordar, assim dita a Teoria da reminiscência, sobre a qual falaremos noutro momento.

Muito poucos foram aqueles que permaneceram junto de Sócrates tempo suficiente para chegar ao segundo ou terceiro patamar do seu método. A purga afugentava. Sócrates ganhou a alcunha de “moscardo”, por esta capacidade de

ferrar um aguilhão que expunha a ignorância do interlocutor.

Que dizer dos que ficaram junto de Sócrates, à mercê da sua ferroada? Seriam masoquistas?

Era no ginásio, onde se dedicavam ao cultivo do corpo, que os atenienses também se encontravam para conversar. “Sócrates é um cidadão simples, a quem todos conhecem. A sua acção passa quase despercebida; a conversa com ele agarra-se quase espontaneamente, e como sem querer, a qualquer tema de ocasião.”

(Werner Jaeger, Paideia) A sua agudeza intelectual, ao qual nenhuma incongruência escapava, exercia um fascínio enorme sobre a juventude.

O próprio Sócrates o reconhece: “os jovens que me seguem espontaneamente (...) têm prazer ao ouvir-me submeter a exame os homens, e muitas vezes imitam-me, submetendo eles próprios os outros a exame e, por conseguinte, encontram, creio eu, grande número de homens que julgam saber algo, mas que sabem pouco ou nada. A partir deste momento, aqueles que eles examinam, irritam-se não contra eles, mas contra mim, e dizem que existe um certo Sócrates que é um miserável e que corrompe os jovens.” (Platão,

Apologia de Sócrates) Para a grande maioria o desconforto que causavam os seus aguilhões era de tal modo grande que Sócrates acabou, como se sabe, condenado à morte pelos seus concidadãos, acusado de corromper essa mesma juventude ática que se reunia em seu torno. Em tribunal, tendo-lhe sido dada a oportunidade de pedir desculpa pelo seu comportamento e rogar absolvição, Sócrates respondeu deste modo:

“(...) enquanto tiver um sopro de vida e for capaz, não deixarei de filosofar e de vos exortar e de vos interpelar (...)”. Passaram vinte e cinco séculos desde a histórica morte de Sócrates. Com a devida autorização, permito-me publicar a reacção que teve um dos participantes do Café Filosófico a um dos meus aguilhões: “A pergunta que me fizeste é pertinente. Depois de uma inesperada perplexidade, dou-me conta da minha tremenda ignorância e sinto-me feliz (quem diz isto não deve estar muito bem da cabeça!). Para mim, ter consciência da minha ignorância é humanamente maravilhoso! Estimula-me ter a oportunidade, e o desejo, de poder, e querer, saber mais! Conhecer é mesmo isso: desvelar, trazer à luz, clarificar.”

Existe, portanto, uma outra direc-

ção possível de reacção quando nos ferram o aguilhão que purga. Excretar ignorância parece, pelo menos para alguns de nós, incrementar felicidade. Ficamos mais próximos do conhecimento, mesmo quando este não aumenta em verdade, mas diminui em erros. O sentir-se obrigado a procurar, que a descoberta da ignorância induz, pode ser vivido de forma muito positiva. A ferroada é estimulante! Faz-nos mover montanhas porque queremos mesmo saber. E essa vontade é uma energização do ânimo e um enorme prazer. Atrevo-me a pensar, quando Sócrates afirmava que uma vida bem vivida implica reflexão, que esta frase pode ser entendida em pelo menos dois sentidos: primeiro, o ético de vida boa, virtuosa; segundo, o de prazer inerente à reflexão. Deste segundo, não sei por que razão, mal se ouve falar! É aqui, no Café Filosófico, que ele se cultiva

Café Filosófico | 16 Fev 2023 | 18.30 AP Maria Nova Lounge Hotel, Tavira Inscrições: filosofiamjn@gmail.com Contribuição: 5€

*A autora não escreve segundo o acordo ortográfico

17 CULTURA.SUL POSTAL 3 de fevereiro de 2023 CAFÉ FILOSÓFICO
Doutorada em Filosofia Contemporânea Investigadora da Universidade Nova de Lisboa Sócrates FOTO PETER HEER | D.R.

O Algarve de Costa-a-Costa: Ouro sobre Azul na Igreja de São Lourenço de Almancil

Com exceção de Tavira, que guarda tesouros únicos nas suas variadíssimas igrejas, o Sotavento Algarvio não possui uma obra de arte que obrigue os viajantes a adiarem a satisfação do seu apetite irreprimível pelo Sol e areia e mar e golfe, produtos turísticos em que, quase exclusivamente se tem baseado a oferta estival algarvia nos últimos decénios.

E é pena, porque incrustada na freguesia de Almancil, existe uma pérola, antiga e intocada, toda ela uma jóia perfeita e intemporal. Refiro-me à Igreja de São Lourenço de Almancil citada do seguinte modo por Raúl Proença no velhinho Guia de Portugal: “A igreja de S. Lourenço de Matos de Almancil é notável

pelos belos azulejos que lhe forram as paredes, a abóbada, o zimbório, os altares, historiando a vida do padroeiro em quadros de boa cor e composição […) Na sacristia (arcazes com ferros em bronze) o revestimento cerâmico é formado por grandes albarradas floridas.”(1)

É efetivamente notável a igrejinha que é o objeto desta crónica. Não atrai pelo tamanho ou pela riqueza dos seus ornatos mas pela completude e perfeição. Um dos mentores desta nossa viagem (2) - precisamente o Nobel José Saramago - foi muito naturalmente por ela seduzido. E é curioso que não entra em pormenores, talvez por ter tido que apreciar uma obra de arte no meio de um funeral (o que foi o caso, segundo o próprio descreve) o que não é uma circunstância favorável, Saramago, como nós, fala em pedras preciosas “a preciosa jóia que toda a igreja é”, e não

se mete em detalhes(3) mas deixa duas dicas: o nome Policarpo de Oliveira Bernardes e a expressão (muito dele, aliás), “obras da vida” Pois então, com a implícita autorização de Saramago, falemos um pouco desse nome “Policarpo” e dessas “obras da vida”.

Policarpo de Oliveira Bernardes é um nome incontornável da azulejaria barroca portuguesa da primeira metade do século XVIII. Foi um dos discípulos de seu pai, António, e, em conjunto, assinaram a mais impressionante coleção de azulejos decorativos representadas de Norte a Sul de Portugal, nas ilhas atlânticas e no Brasil. Não vou massacrar os meus leitores com a lista de monumentos em que estes mestres deixaram a sua marca artística, pois qualquer digressão rápida pela internet os informará melhor do que eu poderia. Prefiro reservar o tempo para

vos falar de algumas curiosidades relacionadas com este monumento.

Primeira curiosidade: a igreja de São Lourenço dos Matos, ao contrário de tantas outras no Algarve, não foi tocada pela tragédia do terramoto de 1755 (apenas caíram cinco azulejos da abóbada!…) o que permite que hoje em dia seja possível admirar a mesmíssima decoração azulejar que os fiéis oitocentistas podiam contemplar.

Segunda curiosidade: o contrato notarial para o revestimento azulejar da igreja foi firmado no dia 16 de novembro de 1729 e determinava que os azulejos estivessem todos assentes na primavera seguinte, ou seja, no ano de 1730, o que de facto aconteceu. Extraordinário desempenho! Ou, talvez, e em minha opinião o mais provável, é que tivesse havido contactos prévios com as fábricas de Lisboa e

o trabalho artístico tivesse começado muito antes do respetivo contrato ter sido ajustado. Terceira curiosidade: a construção e decoração do edifício foi paga pelas esmolas dos fiéis e não por dinheiros públicos. Na verdade, desde 1772, ano em que São Lourenço ofereceu à região uma chuva milagrosa que pôs termo a uma desesperante e longa seca, as populações através das suas oferendas decidiram substituir a decrépita Ermida de São Lourenço dos Matos por uma igreja mais consentânea com um Santo Milagreiro de tamanho gabarito. Oito anos depois do milagre surgia assim no interior algarvio a “jóia” que Saramago refere na sua Viagem a Portugal Sim. Na verdade não são só as decorações azulejares que maravilham o viajante, mas também a elegantíssima talha dourada que de uma forma exemplar enquadra as cenas da vida do Santo. Mas já lá iremos. Quarta curiosidade: Policarpo de Oliveira Bernardes não se deslocou nem a Almancil nem, aliás, ao Algarve o que, de acordo com o parecer do grande historiador de azulejaria barroca portuguesa - o Prof. José Meco - era costume pois, na verdade, os mestres azulejadores eram simultaneamente mestres e promotores da obra. Competia-lhes fazer o desenho da construção e respetiva decoração (o que incluía tirar medidas milimetricamente exatas da área a decorar), eram também os responsáveis pela escolha dos artistas, pelo transporte até ao local e, finalmente, pela sua colocação. Como era possível que tudo batesse certo?! Queridos leitores, se nunca visitarem esta igreja façam-no agora e analisem-no (também) do ponto de vista da eficiência e da eficácia demonstrada pelos nossos antepassados. Que lição extraordinária para os dias de hoje. Podemos até concluir que um português é capaz de tudo, até de criar e oferecer, por mera gratidão, uma jóia imperecível a um Santo Protetor.

Quinta curiosidade: embora

raramente este tipo de trabalho surja assinado pelo autor, neste caso a assinatura do artista, “Policarpo Oliveira Bernardes”, aparece no rodapé de uma das colunas decorativas. Qualquer dúvida sobre a autoria do trabalho fica assim desfeita e esclarecida. Temos falado do “azul”, mas falta falar do “ouro”, ou seja, do magnífico retábulo e da talha que decora os lintéis e o embasamento da grande abóboda onde o Santo é coroado em glória pelas autoridades divinas.

Na verdade, pensa-se que a talha da igreja foi concebida e executada por volta de 1735 pelo mestre entalhador Manuel Martins, natural de Faro, e que o douramento da madeira terá sido contratado meia dúzia de anos depois a dois reputados pintores algarvios. Seja como for, o trabalho final aí está, disponível para o nosso olhar.

Last but not the least, convém falar ainda da sacristia com uma decoração azulejar de motivos vegetalistas e, principalmente, de um precioso arcaz barroco, também ele saído da mão do mesmo Manuel Martins.

A admirável obra sobreviveu aos séculos, mas é justo referir a grande campanha de requalificação levada a cabo nos anos sessenta, que nos permite nos dias de hoje encantarmo-nos com a “preciosa jóia” que tanto maravilhou José Saramago na sua viagem ao nosso Portugal

(1) Guia de Portugal, Estremadura, Alentejo, Algarve, edição da Biblioteca Nacional, Lisboa, 1927, p. 230.

(2) Na crónica de 5 de Novembro de 2021 está muito bem explicada esta questão dos guias espirituais que nós - eu e o António Homem Cardososeguimos de perto nesta longa digressão algarvia.

(3) José Saramago, Viagem a Portugal, Editorial Caminho, 2ª ed., Lisboa, 1985, p. 227: “E tão bem quanto permitia o melindre da situação, olhar os famosos azulejos do Policarpo de Oliveira Bernardes, a cúpula magnífica, a preciosa jóia que toda a igreja é […]. O viajante pôde maravilhar-se diante destas obras da vida.”

18 CULTURA.SUL POSTAL 3 de fevereiro de 2023
Texto: PAULO LARCHER Jurista e escritor
MAS AFINAL O QUE É ISSO DA CULTURA? FOTOS ANT ÓNIO HOMEM CARDOSO | D.R. FOTOS MUSEU MUNICIPAL DE LOULÉ | HÉLIO RAMOS | D.R.

A inteligência artificial promete destabilizar o mundo da fotografia e da arte

MAURO RODRIGUES

Membro da ALFA - Associação Livre Fotógrafos do Algarve

Aloucura mais recente que explodiu o ano passado, é a ameaça crescente dos geradores de arte automáticos (AI Art Generators) como por exemplo o DALL-E, o Midjourney ou o Stable Diffusion, que prometem destabilizar o mundo da fotografia e da arte em geral, uma vez que conseguem “imaginar” através da introdução de um texto, que depois resulta numa “imagem” totalmente única como por exemplo: “imagem de um elefante a pedalar numa bicicleta em Paris no estilo de Van Gogh”. Ora esta possibilidade aparentemente mágica tem muita tecnologia e particularidades por detrás e não é assim tão simples como parece.

sistemas não têm nada de inteligente ou consciente, por mais que isso assim se pareça.

Todas estas novas ferramentas ou modelos, incluindo o ChatGPT (modelo de inteligência artificial criado para conversar com pessoas de modo natural) são sistemas que fazem milhões de cálculos matemáticos de comparação que vão essencialmente chegar a um resultado, que pode ser absolutamente correto ou incorreto, o sistema pode dizer-vos algo que demonstre confiança e segurança, mas que poderá não ser verdade, temos sempre que verificar se esse resultado corresponde exatamente à realidade.

ou Stable Diffusion

O sistema de “inteligência artificial” funciona com base em redes neurais artificiais, que são sistemas especializados de computação com nós interconectados que funcionam como os neurónios do cérebro humano. Usando algoritmos, estas redes podem reconhecer padrões escondidos e correlações por comparação em dados brutos, que depois são agrupados, classificados e com o tempo – aprendem e melhoram continuamente, por isso atenção… estes

NOTA DE REDAÇÃO:

Na edição de dezembro, n.º 169, do Cultura. Sul, o título “A fotografia de mãos dadas com a fotografia”, do artigo do Espaço Alfa, da autoria de Mauro Rodrigues, deveria ler-se “O corpo nu da mulher sempre será sempre um campo de batalha”. Pelo lapso, pedimos desculpa ao autor e aos leitores.

E isso terá de ser regulado no futuro com indicações ou avisos, uma vez que estes sistemas de redes de inteligência artificial vão dominar e integrar-se a 100% na nossa vida social, exemplos disso são a criação automática de notícias, assistentes virtuais de atendimento no âmbito médico ou de serviços, sistemas operativos dos computadores como por exemplo o Windows e o Office, redes sociais, marketing, carros autónomos e a própria indústria. Os artistas no campo da arte e da fotografia ficaram particularmente alarmados recentemente porque além de estes modelos gerarem imagens fantásticas em pouco mais de um minuto com apenas a introdução de um texto ou “prompt” como é geralmente conhecido, baseiam-se em milhões e milhões de imagens da internet para “aprender” a gerar o resultado final. Ora isto é atualmente um bocado o oeste selvagem dos cowboys, as empresas dizem

que se baseiam em bibliotecas de imagens gratuitas de direitos livres, mas os artistas tradicionais dizem que não, além de que o modelo trabalha com muito mais eficácia se for introduzida uma imagem “como base” ou pedir para usar o nome e um estilo de um artista em particular, mas as empresas argumentam que são trabalhos transformativos, coisas que os artistas estão constantemente a fazer, basear-se em trabalhos de outros artistas por isso não existe violação de direitos autorais. A potencialidade é claramente enorme, mas as verdadeiras consequências são ainda desconhecidas, irão as pessoas comuns deixar de precisar dos serviços dos artistas? A meu ver haverá sempre um período de adaptabilidade das pessoas e dos serviços à tecnologia. De momento confesso que experimentei durante um mês e não fiquei muito impressionado com os resultados. Existem algumas razões para isso. O modelo consegue falhar ainda muito e a percentagem de imperfeições ainda é muito elevada, o suficiente para que uma impressão de alta qualidade seja uma desilusão, basta aumentarmos para os 100% e olharmos com olhos de ver que começamos a identificar essas imperfeições. É muito difícil aperfeiçoar o que realmente queremos, o truque está na escolha e articulação das palavras certas ou “prompt” que informa o modelo onde se basear e o que procurar, ora isto é quase uma arte em si e requer perder bastantes horas a refinar essas mesmas palavras e basicamente temos que perceber muitos termos, conceitos e história usados na arte para os resultados saírem melhor. Os modelos têm particular dificuldade em criar membros, os dedos das mãos, olhos e basicamente muito do detalhe fino e complexo que um ser humano facilmente consegue identificar como podem nestes exemplos abaixo, onde o sistema claramente

não percebe nada do que está a criar. Quanto mais complexidade e detalhe personalizável tiver a peça de arte, mais difícil será para o sistema gerar algo com sentido. Na minha opinião só mesmo pessoas com muita paciência (ou seja, artistas) é que realmente vão explorar devidamente esta nova ferramenta, que é como vejo este novo paradigma, uma nova ferramenta que irá infiltrar-se nas mais diversas formas em muitos programas dedicados ao design, arte e fotografia que irão ajudar no suporte de uma nova geração de criação de nova arte e de novos artistas. Aliás, existem já artistas que aproveitam as imagens geradas pelo modelo de inteligência artificial para depois as melhorar ou integrar em trabalhos já existentes. O potencial humano para criar obras de arte absolutamente irreais, personalizáveis e únicas com detalhe impressionante é ainda uma especialidade meramente humana, a criatividade humana é praticamente infinita. Duvido que a “inteligência artificial” consiga superar este nível de

Exemplos dos artistas, Willard Zinyama (esquerda) em que o texto introduzido claramente fez o modelo falhar, este tipo de imperfeições é muito comum e só perdendo algumas horas, refinando esse mesmo texto se chega a algo que se possa considerar arte, (centro) Wrap Dine, (direita) Henry Chi FOTOS D.R.

detalhe fino e personalização única, esta tecnologia servirá sempre de suporte ao artista e as pessoas comuns de uma forma ou outra precisarão sempre de alguém especializado para oferecer verdadeiras obras de arte ou serviços mesmo que tenham precisado de ajuda computacional. A mim o que mais me preocupa é o facto de o ser humano e a nossa sociedade ter uma tendência crescente para descartar a “importância da qualidade inerente das coisas e da cultura, em todas as vertentes” em substituição pelo “consumo fácil, rápido, de menor qualidade e mais barato obviamente”, mas que se assume “simplesmente suficiente”. A qualidade e a excelência têm de ter na minha opinião um peso mais importante na sociedade e as decisões terão de ser feitas com mais consciência, como exemplo simples e prático, mais vale criar um produto orgânico e biodegradável do que taxar outros produtos que não o são, ou então produzir algo que dure e se assegure por muitos e muitos mais anos.

Jason Allen criou esta imagem de título: Théâtre D'opéra Spatial — que significa "Teatro Operático Espacial" — usando o Midjourney, um programa de inteligência artificial que consegue gerar imagens baseadas na introdução de texto ou “prompts”. Allen venceu na categoria de “artes digitais” com um prémio monetário de 300 dólares à frente de outros artistas tradicionais. Será ele o artista que nada fez além de criar o texto, ou será a inteligência artificial o artista, que criou a imagem baseada em código e algoritmos automáticos

19 CULTURA.SUL POSTAL 3 de fevereiro de 2023 ESPAÇO ALFA
Exemplo da arquitetura de várias redes neurais artificiais usadas no treino de diversos modelos de inteligência artificial incluindo o DALL-E, OPEN-AI, ChatGPD, Midjourney

Portugal, uma retrospectiva: 2022-1910, com direcção de Rui Tavares

o que sabemos e ignoramos de nós num passado cada vez mais distante.» Esta ideia inovadora e irreverente de contar a história às avessas pode ainda implicar um interesse acrescido para os leitores de gerações mais jovens que melhor se identificam com os tempos aqui retratados, e que podem depois querer perceber o que subjaz no substrato do presente histórico para melhor compreender as bases do devir destes últimos tempos.

Todos somos produto do passado

Como se pode ler a certa altura nesta magnífica e incontornável obra, “O passado é forte. Todos somos inescapavelmente produto dele. Tentar entender de que forma o somos é talvez a melhor maneira de ele não sobredeterminar o nosso futuro – e talvez uma obra coletiva como esta possa dar alguma ajuda.” (p. 120) Esta passagem permite relembrar, especialmente aos mais jovens, que não somos folhas em branco, que não nascemos de geração espontânea, mas sim com uma herança cultural e histórica. É também nesta perspectiva que uma história de Portugal em retrospectiva, onde, mesmo falando do presente, se consegue tecer ligações ao passado aqui e ali, encontrando afinidades e antecedentes, ganha ainda maior importância e relevo científico.

No último dia do ano de 2019, a Comissão Municipal de Saúde da cidade de Wuhan, na China, comunica oficialmente a ocorrência de um surto de uma pneumonia de causas desconhecidas nessa cidade. Os primeiros casos conhecidos dessa nova doença reportar-se-iam aos primeiros dias do mês de dezembro de 2019, razão pela qual, quando declarada como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde, a designação que lhe foi atribuída foi a de COVID 19.

O ano que virou o mundo do avesso

Afirma Rui Tavares no seu Prólogo, em que faz um balanço de 2020 (e em parte do final de 2019) até 2022, que logo no primeiro trimestre de 2020, se percebeu que aquele não iria ser um ano igual aos outros. Podemos ler, mais à frente, que se diria mesmo que aquele viria “a ser unanimemente considerado como «o nosso último ano normal»” (p. 14). Isto naturalmente por causa da COVID 19, que em pouco tempo começou a suscitar comparações com algumas das pandemias mais conhecidas do passado. A Gripe Pneumónica de 1917-1919, a Peste Negra medieval (por acaso com origem na mesma província de Hubei onde foram detectados os primeiros casos de COVID 19).

foi o Ano da Expo, em que Portugal se autocelebrou, antes da introdução, e vivia uma globalização feliz. Em 1974, aborda-se o ano da Revolução Democrática e o Fim do Ciclo Imperial. Os anos de 1974 e 1975 são narrados e analisados na sua profusão de acontecimentos e de sentidos.

Ainda que não se soubesse o desfecho da história, os sujeitos históricos do Portugal de 1974 (e 1975) sabiam que se estavam a encerrar um ciclo ditatorial que tinha durado mais de 40 anos e um ciclo imperial que durara mais de 400.

Os quatro volumes são assinados por meia centena de historiadores e outros especialistas, portugueses e não só

PAULO SERRA

Doutorado em Literatura na Universidade do Algarve; Investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC)

Portugal, uma retrospectiva: 2022-1910 , com direcção de Rui Tavares, surge agora publicado pela Tinta da China em 4 volumes. Originalmente editados em 2019 pela Tinta da China e pelo Público, com apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenação de Rui Tavares, os 25 fascículos assinados por meia centena de historiadores e outros especialistas, portugueses e não só, cobrem cerca de 2500 anos da história de Portugal nas suas relações com o mundo. Agora reunidos em quatro volumes independentes, cada volume reúne vários anos cruciais da história

portuguesa, e cada ano responde a um núcleo central de questões.

O leitor pode assim optar entre adquirir um destes quatro volumes (ou o conjunto) que abrange um século de história, contado em retrospectiva, através dos anos cruciais que ditam esse período, ou pode escolher adquirir apenas um dos vários fascículos que compreende um único ano, o que significa uma publicação de cerca de 100 páginas.

«As histórias de Portugal têm sido todas contadas da mesma maneira: de trás para a frente, a partir de uma ideia de nacionalidade que se supõe mais ou menos fixa desde o século XII, e com o esforço e a imaginação do historiador completando as lacunas. Portugal, Uma Retrospectiva vira estes pressupostos às avessas. Em vez de tentar encontrar um início para a história, começamos a partir de onde estamos — no presente — e vamos procurar

O primeiro volume desta série – que aqui abordamos no seu conjunto, ao longo dos meses seguintes – compreende um Prólogo, inédito, de 2020 a 2022, assinado por Rui Tavares, que é também autor do primeiro capítulo dedicado ao ano de 2019. Seguem-se depois os capítulos dedicados a alguns anos cruciais do século XX: 1998 — José Neves; 1974 — Ricardo Noronha, Luís Trindade; 1961 — Pedro Aires Oliveira, António Tomás; 1936 — Luís Nuno Rodrigues; 1910 — Maria Alice Samara.

O primeiro problema começa com o ano de 2019, ano escolhido para se iniciar esta História. Ainda o segundo trimestre não terminara, quando a obra foi lançada ao público – de modo a que até dezembro todos os fascículos fossem publicados, recuando assim até ao ano de 500 a.C. – e logo no primeiro dia do terceiro trimestre, morre o mestre de muitos dos autores que assinam este trabalho: o historiador António M. Hespanha. Comparado com o referendo do Brexit ou a eleição de Trump em 2016, e a eleição de Bolsonaro em 2018, 2019 pareceu um ano pacífico; não fosse aquilo que discretamente começou a fervilhar nos confins do continente asiático.

“Por essas razões, há um antes e um depois do ano de 2020, aquele em que a pandemia virou o mundo do avesso. Mas não ficámos por aí. Uma criança que tenha nascido no ano de 2019 já passou, em meros três anos de vida, por uma das maiores pandemias da história da humanidade, uma crise energética global e uma guerra de grande escala no continente europeu.” (p. 13)

É também através da perspectiva histórica colectiva que aqui se intenta, de olhar a partir do presente para trás, que se compreende como certos eventos históricos podem ser esperados, cumprindo uma regularidade histórica, como é o caso da atual guerra: “Afinal, em todos os séculos anteriores, por esta altura, a Europa já se encontrava numa guerra de grande escala: em 1914 com a Grande Guerra, até 1815 com as guerras napoleónicas, até 1713 com a Guerra da Sucessão Espanhola, a partir de 1618 com a Guerra dos 30 anos, e por aí afora, avançando pelo passado atrás” (p. 36).

Avançar recuando

Nos anos seguintes, a que correspondem, portanto, capítulos autónomos, avançamos, recuando, até 1998 – esse

No ano de 1961, compreende-se a Guerra Colonial, as Revoltas Estudantis e a Ditadura, para só assim se poder compreender de onde nasceu o Portugal da Revolução dos Cravos. No capítulo referente a 1936, explora-se o Estado Novo, com a subida ao poder de Salazar, em 1932, e o nascimento oficial do Estado Novo com a Constituição de 1933. O ano de 1936 demarcado pela tomada de uma série de medidas importantes por parte do regime, como o reforço da polícia política e da censura, a criação da Mocidade Portuguesa e da Legião Portuguesa, e o estreitamento dos laços com o fascismo italiano e o nazismo alemão. A Guerra Civil de Espanha seria igualmente decisiva para o Estado Novo português. Mas, em 1936, ela estava apenas a começar. Em 1910, extingue-se uma monarquia com quase 8 séculos e nasce a República Portuguesa, um dos raros regimes deste género na Europa da altura, que, aliás, não o sabendo ainda, se aproximava rapidamente da Primeira Guerra Mundial.

Rui Tavares (Lisboa, 1972) é licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, com mestrado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e doutoramento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Autor de vários livros, entre os quais o Pequeno Livro do Grande Terramoto — prémio RTP/Público de melhor ensaio de 2005 — e O Censor Iluminado — premiado pela Academia da História Portuguesa como melhor livro de história de Portugal em 2019. Actualmente é professor associado convidado na Universidade Nova de Lisboa, foi investigador visitante na Universidade de Nova Iorque (2016) e no Instituto Universitário Europeu de Florença (2018), bem como professor visitante na Brown University (2018) e na Universidade de Massachusetts (2020). É autor do programa televisivo de divulgação histórica Memória Fotográfica (RTP, 2018) e do podcast de história Agora, agora e mais agora (Público, 2020).

20 CULTURA.SUL POSTAL 3 de fevereiro de 2023

OSegundo Coração, de Bruno Vieira Amaral

arte que lhe toca – como os livros e os filme aqui evocados –, mas também pelos indícios da sua primeira relação com as palavras ouvidas aos adultos, da forma como escrevinhava cadernos por casa, ou quando nos fala do jovem de dezassete anos “que mergulhava a medo nas ondas bravias e passava os dias ao sol e entrava nos livros e revirava as palavras que o reviravam a ele”: “onde é que ficou? Em que ponto do caminho nos separámos? Será que ainda luta com as palavras e sofre e é perturbado por elas? Será que ainda lhes sente o sabor virgem?” (p. 190) Nestas crónicas nostálgicas há ainda lugar para reflexões ora sagazes ora divertidas, como, por exemplo, a que nos fala dos telefones fixos e do atrevimento que era telefonar para a casa de uma jovem, quase “como se entrássemos no quarto da rapariga a meio da noite por uma janela e nos preparássemos para a raptar” (p. 165). Muitas destas crónicas corajosamente assumidas na primeira pessoa parecem fazer eco de aspetos pessoais da vida do autor, além de estarem imbuídas de grande autenticidade, da mesma forma que fazem eco de algumas das suas grandes paixões, que não se subsumem à literatura; é o caso do futebol.

sempre correspondem verdadeiramente a microficções isoladas e autónomas; algumas entradas não são narrativas, outras acarretam notas de rodapé maiores do que o próprio texto e, ora atestam o seu carácter documental, ora contradizem o texto principal.

pertença” (p. 117), da mesma forma que aprimora a sua “técnica de revisitar memórias” (p. 39). Algumas delas aliás reencontradas, pois já lemos sobre elas antes, como quando o autor nos diz que a mãe lhe lia histórias da Bíblia… Bruno Vieira Amaral estudou História

OSegundo Coração, de Bruno Vieira Amaral, publicado pela Quetzal, em novembro de 2022, reúne crónicas publicadas na edição online do semanário Expresso e na revista GQ «O passado bate em mim como um segundo coração.»

É à frase de John Banville, que surge em epígrafe, no original, que o autor se vai inspirar para o título deste novo livro.

São pouco mais de uma centena de breves textos, cada um com cerca de três páginas, não explicitamente agrupados em torno de diversos temas específicos. Já perto do final do livro, por exemplo, podemos ler algumas crónicas sobre a pandemia da covid-19. Mas as temáticas que aqui sobressaem são, a fazer jus à epígrafe, o passado, as memórias de infância, os hábitos familiares, as férias grandes, os primeiros amigos de que nos afastamos mas nunca esquecemos, e cujo reencontro significa resgatar ou suspender o tempo devoluto. Divagações sobre os professores que mais marcaram, as tardes roubadas no cinema e a arte como refúgio, e o poder indelével

das leituras que se citam aqui e ali. Crónicas que se tecem como páginas do diário do crescimento inevitável de um rapaz que entra aos solavancos na idade adulta, de um jovem que se descobre pai e educa os seus próprios filhos naquele que foi o seu berço, num bairro onde crianças e velhos se misturavam nas mesas do café, pelo que as gerações eram cúmplices e as idades facilmente intermutáveis:

“Entretanto, os meus velhos morreram ou são apenas monumentos arruinados, memórias insepultas que visitamos nos seus cadeirões fúnebres feitos de silêncio e olhares perdidos, e eu tornei-me adulto, de todas a pior idade, um purgatório de muitas responsabilidades e poucos encantamentos, e os que existem são aqueles que nos devolvem, por instantes, ao tempo em que éramos velhos.” (p. 301) Perpassa sobretudo, em muitos destes textos, uma nostalgia dos tempos idos, em que havia apenas dois canais de televisão, que marcavam um recolher obrigatório para as crianças, com o Vitinho, e para os adultos, com o hino. Mais subtilmente estas crónicas dizem-nos ainda algo sobre a relação do escritor com o mundo, não só pela

A certa altura, escreve-nos o cronista que não é fácil medir o tempo de uma memória (p. 28). De certa forma, da mesma forma que nestas crónicas se suspende o tempo, e se consegue recuar décadas, também a prosa do autor, num par de páginas apenas, consegue conduzir o nosso pensamento em circunvoluções, que entrelaça temas aparentemente díspares, sem sabermos muito bem como. Não é por acaso que uma das obras de W.G. Sebald, autor aqui mencionado mais que uma vez, seja Os Anéis de Saturno, uma narrativa engenhosamente sinuosa.

O Bairro

Quase metade do livro é generosamente dedicada ao Bairro – um bairro nos subúrbios da margem sul, perto da Baixa da Banheira. As primeiras crónicas são-lhe dedicadas, assim como a ele regressamos mais perto do final do livro.

E, por isso mesmo, se a sinopse não no-lo dissesse, sentiríamos que estávamos de volta à ficção com que o autor nos introduziu, em As primeiras coisas (Quetzal, 2013). O seu romance de estreia, nunca é demais lembrar, configurou uma obra singular e inovadora que se demarcou na novíssima ficção portuguesa, assinalando a estreia literária de um autor com um percurso peculiar. Esse romance, concebido em jeito de dicionário, constitui-se por 86 entradas, que nem

Apresentado como um (projeto de) romance ambiguamente autobiográfico, o narrador, Bruno, desempregado e separado, derrotado na vida, revisita o bairro onde cresceu. Este périplo configura-se como uma viagem simbólica de descensão ao Inferno dos subúrbios, que permite a reconstrução da memória pessoal e redescobrir uma profusão de personagens que compõem um retrato de um país miserável.

Dezenas de crónicas deste O Segundo Coração reconduzem-nos assim de regresso ao Bairro – de onde, como nos escreve o autor, nunca se sai verdadeiramente, um pouco como os nove círculos do Inferno…

Não é por acaso, como alguém lhe diz, que o autor terá aliás continuado a viver por perto do Bairro, o seu “lugar de

Contemporânea. Um autor discreto a ter em grande conta, é crítico literário, ensaísta e romancista. Atualmente colabora com a Ler, o Expresso e a Rádio Observador. O seu primeiro romance, As Primeiras Coisas, foi distinguido com variadíssimos prémios (entre eles, o José Saramago e o Fernando Namora) e mereceu, em 2016, a nomeação para Uma das Dez Novas Vozes da Europa

O seu segundo romance, Hoje Estarás Comigo no Paraíso (Quetzal, 2017), recebeu o prémio de ficção Tabula Rasa 2016-2017 e obteve o segundo lugar do Prémio Oceanos 2018, ano em que foram reunidos os melhores textos dispersos no volume Manobras de Guerrilha. Em 2020, publicou Uma Ida ao Motel e outras histórias. Os seus livros estão traduzidos em várias línguas.

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& LEITURAS
Livro reúne crónicas publicadas na edição online do semanário Expresso e na revista GQ
LETRAS
Bruno Vieira Amaral é crítico literário, ensaísta e romancista FOTO EDUARDO MARTINS | D.R.

IMPÉRIO JÚDICE FIALHO

Fachada e corte transversal da fábrica de conservas da Júdice Fialho em Ferragudo, Lagoa (colecção do Museu de Portimão)

Fábrica da Júdice Fialho da Júdice Fialho em Lagoa, designada por Frito Velho, in http://mmoriasdopassado. blogspot.com/2011/03/ edificios-e-outros.html

Bairro operário junto à fábrica e sala de enlatamento da fábrica de Ferragudo de Júdice Fialho, in Edite Tavares - Na sombra dos rostos: Indústrias ConserveirasFerragudo, Lagoa: Câmara Municipal, 1999, pp. 93-95 e Paulo Jorge Silva - Edifícios e outros - Memórias do Passado de 28-3-2011

Fábrica Júdice Fialho de Ferragudo, Lagoa

LUÍS DE MENEZES Investigador e Documentalista

Afábrica de conservas de sardinha de Ferragudo, situava-se no sítio da Passagem (estrada que ligava a Ferragudo), Rua Infante D. Henrique, freguesia e concelho da Lagoa , distrito de Faro, tendo concessão de alvará n.º 11.289 de 21-10-1927. Pertencera a António Joaquim Júdice e irmãs e começara a funcionar em 1883, sob a firma de Patrício Eugénio Júdice. Depois foi comprada por João António Júdice Fialho e após algumas obras de modernização, começou a ser explorada a partir de 31-3-1904

De referir ainda, que o número de operários e máquinas nesta fábrica, era superior à das outras duas fábricas de Portimão e a proporção da produção de conservas de sardinha nesta fábrica atingia 800.000 kl e de 820.000 kl para as outras duas unidades fabris.(1)

Esta unidade fabril, destinava-se à exploração da indústria de conserva

de sardinha, como se constata num requerimento de Júdice Fialho à 5ª Circunscrição em 22-3-1922. Nesse ano (1922), verifica-se que a fábrica possuía: 1 motor a vapor, 6 máquinas cravadeiras, 3 geradores de vapor, 1 fabricante e 150 operários, 20 serventuários, embora os números para estes dois grupos de operários sejam variáveis, conforme o trabalho derivado da captura ou não de peixe.(2) Em 1956, a fábrica de conservas de peixe de Ferragudo,

estava apetrechada com: 5 cofres para coser peixe com 12.500 m3, 2 autoclaves de esterilização com 8.356 m3, 1 cravadeira Sudry, 6 cravadeiras Matador, 1 cravadeira J.F., 1 máquina de lavar latas e 2 máquinas de azeitar.(3)

Na vistoria realizada à fábrica de Ferragudo pela Inspeção Geral de Fiscalização do Consórcio Português de Conservas de Sardinha a 16-2-1933, constavam 4 caldeiras a vapor (2 tipo C-F da João Perez, 1

tipo D da Babcok e 1 João Perez para montar), 2 cozedores (1 de 1m,29 de comprimento, 1m,24 de largura e 1m,48 de altura e outro de 1m,29 de comprimento, 1m,20 de largura e 1m,52 de altura), 1 esterilizador (de 3m,70 de comprimento, 1m,20 de largura e 1m,78 de altura), 1 tanque para Banho-Maria (de 2m,50 x 1m,18 x 0,99) e 8 cravadeiras (6 Matador, 1 Sudry e 1 Kargas Hemmer para lata redonda). As áreas calculadas nessa vistoria para esta fábrica eram em

solo coberto de 3.300m2, alpendre 1.050m2 e terreno livre 2.505m2. Produzia 15.028 caixas com o peso líquido de 360.672 kl em 1929, 22.582 caixas com o peso líquido de 521.968 kl em 1930, 35.825 caixas com o peso líquido de 859.800 kl em 1931, 19.829 caixas com o peso líquido de 475.896 kl em 1932, no total de 93.264 caixas e peso líquido de 2.238.336 kl entre 1929-1934.(4)

Por despachos ministeriais do Subsecretário de Estado ou do Ministro do Comércio e Indústria era esta fábrica autorizada: a 15-3-1935, a instalar uma máquina de azeitar; a 29-10-1938, a instalar uma máquina de limpar latas, sendo publicada no Diário do Governo n.º 276 de 2811-1938; a 8-5-1939, a instalar um cozedor simples igual ao aí existente e uma cravadeira Sudry B.C. 15, sendo publicado no Boletim da DGI n.º 120 de 25-5-1939; a 3-101939, a instalar uma máquina Rose Brothers para embalar as latas de conservas de caixa em cartolina ilustradas; a 1-4-1940, a instalar 2 filtros para azeitar; a 4-6-1941, a instalar 2 autoclaves de esterilização

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Enlatamento da sardinha na fábrica de conservas da Júdice Fialho em Ferragudo, Lagoa, 1984 - 25x33 cmAutor J. Palma e secagem de peixe na fábrica de conservas de peixe da Júdice Fialho em Ferragudo, Lagoa, 1985 - 16x24 cm - Autor Júlio Bernardo (colecção do Museu de Portimão)

Nas comunidades humanas a língua é o elemento cultural mais influente, permite a comunicação e o entendimento entre as pessoas, tem implicações políticas, culturais e económicas. Historicamente a introdução e imposição de uma língua à comunidade com idioma próprio representou colonização económica e cultural. As línguas de aculturação e comércio como Pierre Bordieu demonstrou são instrumentos de poder e hierarquia, constituem o “mercado da língua”, em Portugal hoje escolas superiores obrigam o uso do inglês. Sobre o português os linguistas coincidem que a origem está no latim introduzido na Península Ibérica pelos exércitos romanos durante a “2ª Guerra Púnica” (218 a.C.) contra Cartago, pelo domínio do Mediterrâneo Ocidental. Roma foi a maior potência política, militar,

marítima, comercial e cultural da Antiguidade, colonizou territórios da Ásia às Ilhas Britânicas.

As tribos ibéricas falavam dialectos, adoptaram o latim. Para além da utilidade prática o idioma foi elemento de civilização e prestígio social, impôs-se com implantação político-administrativa, mas com a derrota de Roma (séc. V) as províncias autonomizaram-se e também as línguas.

Como a etimologia, o estudo das palavras, o demonstra, o português tem influências das remotas línguas semitas, do latim, árabe, castelhano… Os moçárabes falavam um dialecto “hispano-romano”.

Nos séculos XIX-XX o estudo científico-comparativo das línguas, palavras e literaturas avançou, a linguística autonomizou-se, surgiu uma nova disciplina, a semiótica, o estudo dos signos.

Paul Teyssier da Sorbonne, autor da “História da Língua Portuguesa”, afirma que no período entre as invasões bárbaras e a chegada dos muçulmanos em 711 d.C começaram a formar-se três idiomas

na península: galaico-português a oeste, castelhano na área central e catalão a leste.

De acordo com o mesmo autor, as dez vogais do latim clássico passaram a sete. No galaico-português surgiu o LH (ex: oculum - olho) e no castelhano o J (ex: ojo). Também no galaico-português se deu a queda do L intervocálico (ex.: salire – sair, dolore-dor…) e do N intervocálico (ex: corona-coroa), mas no sul do País manteve-se (Ex: granito, franganito…).

O primeiro texto conhecido escrito em português terá sido o testamento de D. Afonso II de 14 de Junho de 1214, contudo a língua não nasce num determinado dia, é um processo evolutivo.

Fernando Venâncio, linguista, escreveu numa obra recente que a língua portuguesa terá surgido 600 anos antes de Portugal, por volta dos séculos VI -VII d.C. O processo da autonomização do idioma fez-se através do “romance”, semelhante ao galego.

A análise da língua está marcada pelas tentativas de periodização. Entre

OS DIAS CLAROS

1200 e 1350 registou-se influência da poesia lírica dos trovadores provençais em galaico-português, inscritos nos “Cancioneiro da Vaticana” (compilação italiana do séc. XII), nos da “Biblioteca Nacional” (no séc. XIII com Afonso III, D. Dinis…) nas “Cantigas de Santa Maria” atribuídas a Afonso X “O Sábio”. Até ao séc. XVI o castelhano era usado pelas classes letradas bilingues. Considera-se que o português moderno se consolidou no século XVI, surgiram nesse período estudos linguísticos pioneiros, a “Grammatica da Linguagem Portuguesa” (1536) de Fernão de Oliveira, “Gramática da Língua Portuguesa” (1539-40) de João de Barros, “Ortografia da Língua Portuguesa” (1576), obra fundadora dos estudos ortográficos e a “Origem da Língua Portuguesa” (1606) de Duarte Nunes de Leão. O “Cancioneiro Geral” (1516) de Garcia de Resende, é uma compilação de poemas palacianos dos séculos XV -XVI, são cerca de mil poemas na sua maioria em português com textos de Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, entre outros e 150 poemas

em castelhano. Nesta obra surgiram tentativas de desenvolvimento da poesia épica, que revela maturidade com “Os Lusíadas” de Luís de Camões. ibra editada em 1572.

A “História da Literatura Portuguesa”, de Óscar Lopes e António José Saraiva, publicada em 1953 com 17 edições, continua hoje a ser obra de referência sobre a língua e literatura portuguesa.

O português consolidou-se e expandiu-se, saiu de Portugal para outras regiões do mundo, estima-se existirem hoje cerca de 300 milhões de falantes. A língua agregou novas palavras, recriou-se, um investigador moçambicano recentemente revelou que no português do seu País haverá cerca de 40 mil palavras de origem dialectal e a literatura vai inventando outras. São dinâmicas que não podem ser regulamentadas com exercícios de “unificação”. A evolução do idioma é imprevisível, como aconteceu com o latim, poderão surgir outros “português”.

*O autor não escreve segundo o acordo ortográfico

com as dimensões de 1m,40 x 1m,27 x 3m,60 e o outro de 1m,40 x 1m,27 x 1m,20, sendo publicado no Diário do Governo, IIª Série n.º 139 de 186-1941; a 19-12-1942, a instalar uma máquina de embalar latas; a 24-51949, a substituir 1 cofre tríplice de 3m,70 x 1m,27 x 1m,82 por 3 cozedores simples com as dimensões de 1m,25 x 1m,25 x 1m,60, sendo publicado no Diário do Governo n.º 147 de 28-6-1949; a 25-6-1955, a instalar 1 cravadeira automática em substituição de 1 cravadeira de lata redonda e publicada no Boletim DGSI n.º 342 de 20-7-1955; a 12-6-1956, a instalar um cozedor-secador de ar quente com 3m40 m x 1m,85 x 1m,36; a 202-1964, a instalar uma cravadeira automática, tipo V3, marca Vulcano, de 2 cabeças e 2 lunetas, sendo publicado no Boletim da DGSI n.º 793 de 11-3-1964.(5)

Esta unidade fabril produzia 8.903 caixas em 1933, 22.690 caixas em 1934 e 40.000 caixas em 1935 (produzindo neste ano 35 caixas por hora).

Segundo Ana Rita Silva de Serra Faria, esta unidade fabril produzia

para conservas de peixe 337.692

kl em 1929, 535.555 kl em 1930,

842.384 kl em 1931, 528.182 kl em

1932, 233.665 kl em 1933, 541.096

kl em 1934, 616.052 kl em 1935,

413.840 kl em 1936, 446.663 kl em

1937, 521.829 kl em 1938, 476.258

kl em 1939, 537.588 kl em 1940,

144.341 kl em 1941, 214.277 kl em 1942, 389.412 kl em 1943.(6) Depreende-se ainda pelo seguro

desta unidade fabril, feito a 18-11935, que a soldagem das latas era feita de forma mecânica. A fábrica de Ferragudo, possuía 1 dínamo gerador de 10 kw, que fornecia energia eléctrica para iluminação em 1938 de 1705 kw.(7)

Segundo a planta da fábrica de Ferragudo, também designada ou conhecida por “Frito Velho”, esta era constituída em 1936: 1 - a) porta

Planta da fábrica de conservas da Júdice Fialho de Ferragudo em Lagoa, também designada ou conhecida por “Frito Velho” em 1936 (colecção do Museu de Portimão)

de entrada e b) pátio, 2 - prensas e balancé, 3 - escritório, 4 - depósito e folhas em obras, 5 - depósito e folhas em flandres 6 - casa do mestre da fábrica, 7 e 8 - arrecadação, 9 - adega do azeite, 10 - casa de depósito de lata vazia, 11 - armazém da estiva, 12 - casa das caldeiras e estufas e casa de ebulição: a) estufas, b) caldeiras de vapor, 13 - cocheira, 14 e 15 - armazém depósito de lata cheia, 16 - chaminé, 17 - casa do carvão vegetal, 18 - armazém arrecadação, 19 - a) pátio, b) prensas de guano, 20 - armazém depósito de carvão, 21 - casa de descabeçar, 22 - telheiro para enxugador, 23 - casa de cozedor de peixe, 24 - armazém depósito de grelhas, 25 - casa de enlatar, 26 - casa de azeitar, 27 - casa de soldadores e máquinas, 28 - enxugador, 29 - casa da balança, 30 - a) depósito e b) forja, 31 - gasómetro, 32 - tanque para tomada de água por uma bomba, 33 - casas de operários, 34 - ventoinha.

A 15-4-1981, já com a nova administração, constituída por Adolfo Jorge Pinheiro de Castro e Brito, Jorge Manuel Barbosa da Cunha e José

Óscar Barroso Magalhães, era esta fábrica encerrada temporariamente por motivos de ordem económica, sendo desmontada por informação do Instituto Português de Conservas de Peixe - Delegação de Portimão e Lagos a 20-5-1983.(8)

1cf. Para a fábrica de conservas de sardinha de Ferragudo, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes - João António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 42-45; e Boletim do Trabalho Industrial, n.º 108, 1917, p. 22.

2cf. Museu Municipal de Portimão (MMP), Arquivo Histórico, 5ª Circunscrição Industrial, Processo n.º 189: Fábrica de Ferragudo (Júdice Fialho), Alvará n.º 11289 de 21-10-1927 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra - O Nascimento de um império

conserveiro: “A Casa Fialho” (1892-1939) [Texto Policopiado], tese de Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade do Porto, 2007, pp. 59-60.

3cf. Ministério do Mar, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (Ferragudo).

4.701.108, 1934.

4.702.108, 1935 e Portimão (S. Francisco). Fab.

Fab.

4cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Portimão (S. José).

4.701.109, 1934.

Fab.

5cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (1936-1986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (Ferragudo). Fab. 4.702.108, 1935 e Portimão (S. Francisco).

4.701.108, 1934.

Fab.

6cf. Ana Rita Silva de Serra Faria - A organização contabilística numa empresa da indústria de conservas de peixe entre o final do século XIX e a primeira metade do séc. XX: o caso Júdice Fialho”, Tese de Mestrado, Universidade do Algarve / Universidade Técnica de Lisboa, Faro, 2001, Anexos, quadro II. 6, p. 14.

7cf. MMP, Arquivo Júdice Fialho, caixa 484, documento 7442 e caixa 432, documento 5950 e MMP, Arquivo Histórico, «5ª Circunscrição Industrial», Processo n.º

189: Ferragudo (Júdice Fialho), Alvará 11289 de 21-10-1927 e Jorge Miguel Robalo Duarte Serra, op. cit., pp. 94 e 96.

8cf. Ministério do Mar, DGRM, Arquivo do Instituto de Conservas de Peixe (19361986), Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL, Júdice Fialho, Conservas de Peixe, SARL. Portimão (Ferragudo). Fab.

4.702.108, 1935 e Informação da administração da Júdice Fialho para o Instituto Português de Conservas de Peixe a 15-4-1981 e carta do Instituto Português de Conservas de Peixe - Delegação de Portimão e Lagos, para a sua congénere em Lisboa de 20-5-1983.

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Língua Portuguesa, antigos e novos caminhos >

Kronos Homes vai gerir e operar carteira de 14 projetos, a maioria no Algarve

A gestora imobiliária Kronos Homes anunciou esta quarta-feira que vai “gerir e operar” 10 'resorts' e quatro projetos residenciais, a sua maioria situada no Algarve.

São sete os novos empreendimentos como complemento da carteira existente, que inclui, entre outros, quatro projetos imobiliários / residenciais, explica a Kronos Real Estate Group, em comunicado.

Além disso, esclarece que os novos ativos do portfólio incluem cerca de 750 propriedades já edificadas, 425 unidades a serem desenvolvidas em mais de 102.000 metros quadrados de área.

O negócio representa um potencial de mais de 1.000 milhões de euros em vendas de propriedades, localizadas maioritariamente na região do Algarve, adianta a marca.

A Ryanair anunciou esta quarta-feira 8 novas rotas no aeroporto de Faro e 11 no Porto, para o verão, passando para um total de 164 rotas em Portugal, bem como mais dois novos aviões em cada um daqueles aeroportos.

“Estamos a lançar a nossa maior programação de sempre para o verão em Portugal, que inclui quatro novos aviões, dois no Porto e dois em Faro”, anunciou o presidente executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O’Leary, em conferência de imprensa, em Lisboa.

aviões

tem a intenção de usar”. “Não temos novas rotas em Lisboa, não é possível, não temos espaço para continuar a crescer e, por isso, continuamos a pedir um segundo aeroporto, o Montijo, que, para nós, é a melhor opção”, realçou a responsável da transportadora para Portugal e Espanha, Elena Cabrera.

A Ryanair referiu, porém, que “continua a investir fortemente em Portugal”, tratando-se de um crescimento de 13% no verão, face ao mesmo período de 2022, com o objetivo de chegar aos 13 milhões de passageiros transportados no ano fiscal de 2024.

Agravado acesso à habitação

Preço das casas para arrendar ou venda continuam a aumentar

O valor da renda média de imóveis fixou-se em 1.445 euros, em janeiro, aumentando 38,1% em termos homólogos, enquanto o de venda subiu em média 7,8% em relação a janeiro de 2022, segundo dados do Imovirtual. Em relação a dezembro de 2022, o valor médio de renda desceu 8,8%, enquanto o de venda recuou 2,8%. Lisboa manteve uma renda média acima dos 2.000 euros, enquanto Porto, Setúbal, Faro, Madeira e Évora também mantiveram renda acima dos 1.000 mensais. Já nas vendas, Guarda (109.534 euros) e Portalegre (115.435 euros) mantiveram-se os distritos mais baratos para comprar casa em janeiro, enquanto os mais caros foram Lisboa (635.441 euros), Faro (581.112 euros) e Região Autónoma da Madeira (470.755 euros).

Idealista regista subida de 21,1% em 12 meses no arrendamento

Já segundo o Idealista, os preços das casas para arrendar em Portugal subiram 1,6% em janeiro, para 13,1 euros o metro quadrado (m2), face ao mês anterior e registaram um aumento homólogo de 21,1%.

O preço de arrendamento em janeiro subiu em nove capitais de distrito, com Leiria (7,4%) a liderar a lista, refere a plataforma imobiliária idealista em comunicado.

Seguem-se Faro (4,1%), Viana do Castelo (4%), Braga (3,9%), Coimbra (2,9%), Funchal (2,1%), Aveiro (1,9%), Lisboa (1,7%) e Porto (1,2%).

Já em Santarém, o preço das casas para arrendar manteve-se estável entre dezembro e janeiro, lê-se na nota divulgada.

A programação prevê 11 novas rotas no Porto e oito novas em Faro, num investimento de 400 milhões de euros, mas, segundo o responsável, não vai haver crescimento em Lisboa, “porque a TAP continua a bloquear ‘slots’ [faixas horárias] que não usa e não

Michael O’Leary disse ainda que o Governo deve combater a extensão das taxas ambientais às zonas periféricas da União Europeia, defendendo que são “injustas” para regiões como a Madeira e os Açores, que, acredita, acabarão por perder visitantes, para outras zonas fora da UE,

como Marrocos, ou Turquia. Relativamente à reprivatização da TAP, o líder da Ryanair manifestou-se convicto de que a companhia aérea portuguesa será vendida este ano, “provavelmente” ao grupo IAG, e não à Air France, ou à Lufthansa. Questionado sobre os impactos da inflação, O’Leary adiantou que os preços dos bilhetes na Ryanair deverão sofrer um aumento de 5% a 10%, este verão, face ao último, “desde que não ocorram mais eventos adversos”, depois de uma pandemia e uma guerra na Europa. Questionado sobre a localização do novo centro de treinos na Península Ibérica, cuja decisão devia ter sido conhecida em janeiro, o presidente da Ryanair remeteu uma decisão para meados de fevereiro. “Neste momento parece que será no Porto, mas Madrid fez uma oferta final”, que está a ser analisada, explicou Michael O’Leary.

ENCONTROS COMUNITÁRIOS DO PROJETO GATILHO

Área de Gestão da Paisagem da Área Piloto de Monchique

A Câmara de Monchique organiza esta sexta-feira, no Auditório da Escola Manuel do Nascimento, a primeira reunião de divulgação da Área Integrada de Gestão da Paisagem (AIGP) da Área Piloto de Monchique. Pretende-se ter “uma abordagem territorial integrada para dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural”. Com um financiamento total previsto de 6,4 milhões de euros, para os anos 2020 a 2039, esta AIGP abrange o núcleo urbano da vila de Monchique, a área das Caldas de Monchique. Estão ainda incluídas algumas povoações, como a povoação de Alcaria do Peso, Peso, Cabeça de Águia, Mata Porcas, Pomar Velho, Vale, Ceiceira, Meia Viana, Ginjeira e Barranco do Banho, ocupando uma mancha contínua de cerca de 1.217,95 hectares.

Quinta do Lago quer recrutar novos talentos

FREGUESIAS DE LAGOS No âmbito do Projeto para a inclusão social Gatilho, um projeto PARTIS & Arts for change, promovido pela Questão Repetida e NECI, estão a decorrer uma série de encontros comunitários (dias 2, 3, 7, 11, 17, 24, 25, 28 de fevereiro).

“O objetivo destes encontros é reforçar o espírito comunitário através da partilha de histórias do passado, sonhos do futuro, tradições, desejos de mudança e muito mais. A ideia é conhecer quem nos rodeia e voltar a sentir o tão necessário sentido de comunidade”, explica a Questão Repetida.

Os encontros irão decorrer nas freguesias de Barão de São João, Almadena, Luz, Espiche, Lagos, Chinicato, Odeáxere e Bensafrim do Município de Lagos.

A Associação Questão Repetida, a NECI e a Câmara Municipal de Lagos convidam “todas as instituições locais, sociais, culturais e económicas, assim como a população, para marcarem presença nestes

encontros e partilharem as suas histórias”. O projeto tem como principal objetivo criar um espaço cultural e artístico diverso no território de atuação, viabilizando a presença de artistas com deficiência. Pretende criar e alicerçar uma rede de parceiros que ajude na implementação territorial, na qualificação, na promoção da autodeterminação das pessoas com deficiência, bem como na sensibilização para a problemática da sua inclusão na vida ativa.

As linguagens artísticas do Teatro, Dança, Performance, Música, Plástica, Fotografia, serão algumas das “ferramentas” a experienciar durante os diferentes momentos do projeto, através das quais se pretende influenciar e promover processos de mudança e criar espaços de fruição conjunta.

O Projeto de inclusão social Gatilho é desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal de Lagos e conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação “La Caixa”.

A 9.ª edição do ‘open day’ da Quinta do Lago para recrutamento de novos profissionais decorre em 08 de fevereiro, anunciou o ‘resort’ de luxo do Algarve. Em comunicado, a Quinta do Lago refere que o objetivo é “cativar novos profissionais para integrar a sua equipa”, estando todos os que participam no ‘open day’ “convidados a assistir à apresentação dos serviços e produtos da Quinta do Lago e a conhecer as ofertas de emprego e estágios disponíveis”. O programa do evento conta com duas sessões de apresentação do grupo Quinta do Lago, agendadas para as 10:30 e 16:00, e entrevistas de recrutamento às 11:30 e às 17:00.

Investimentos em Estoi e Paderne da Iberdola

A Iberdrola prevê investir mais três mil milhões de euros em energia eólica e solar em Portugal nos próximos anos. Neste ‘pacote’ incluiu a construção dos projetos Montechoro I e II, de 37 MW, em Paderne (Albufeira), e do projeto Carregado, de 64 MW, em Alenquer (Lisboa), no início deste ano, enquanto a central solar de Estoi (83 MW), no Algarve, que também inclui armazenamento em bateria, ficará operacional em 2024.

Tiragem desta edição 8.834 exemplares POSTAL regressa a 17 de fevereiro
Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve
E ainda
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Ryanair abre oito novas rotas em Faro no verão que inclui mais dois

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1cf. Para a fábrica de conservas de sardinha de Ferragudo, consulte-se a monografia de Luís Miguel Pulido Garcia Cardoso de Menezes - João António Júdice Fialho (1859-1934) e o Império Fialho (1892-1981), Lisboa: Academia dos Ignotos, 2022, pp. 42-45; e Boletim do Trabalho Industrial, n.º 108, 1917, p. 22.

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