JESUÍTAS
Boletim . nº 349 agosto/dezembro 2013
Informação aos amigos
“A Colaboração no Centro da Missão” Leigos para o Desenvolvimento
JESUÍTAS Informação aos amigos
LISBOA Boletim trimestral | nº 349 Agosto/Dezembro 2013
SANTO E FELIZ NATAL A Província Portuguesa da Companhia de Jesus deseja a todos os jesuítas, familiares, amigos, benfeitores e colaboradores, os maiores votos de um Santo e Feliz Natal na Paz e na Alegria do Deus-Menino e um Novo Ano de 2014 pleno de bênçãos e graças divinas.
BREVES DA PROVÍNCIA ..........................................3 DA COMPANHIA DE JESUS EM RESUMO...........11 FUNDAÇÃO GONÇALO DA SILVEIRA ..............13 O EMBARQUE DE S. FRANCISCO XAVIER ........14 COM JESUS, NA SUA TERRA ................................15
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Agosto/Dezembro 2013
LEIGOS PARA O DESENVOLVIMENTO ...............16
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MEIOS QUE UNEM O INSTRUMENTO COM DEUS ..................................18
Pormenor do mosaico dos Reis Magos, de Mark Rupnik, SJ, que se encontra na Capela do Sagrado Coração, Connecticut, EUA.
Ficha Técnica Jesuítas – Informação aos Amigos – Boletim; Nº 349; Agosto/Dezembro 2013 Diretor: Domingos de Freitas, SJ • Coordenação: Ana Guimarães • Redação: Ana Guimarães; António Amaral, SJ; Avelino Ribeiro, SJ • Propriedade: Província Portuguesa da Companhia de Jesus • Sede, Redação e Administração: Estrada da Torre, 26, 1750-296 LISBOA (Portugal) • Telef.: 217 543 060; Fax: 217 543 071 • Impressão: Grafilinha – Trabalhos Gráficos e Publicitários; Rua Abel Santos, 83 Caparide - 2775-031 PAREDE • Depósito Legal: Nº 7378/84 • Endereço Internet: www.jesuitas.pt • E-mail: ppcj@jesuitas.pt • Foto: Madalena Fabrício Santos - Cuamba
Destinos e nomeações
Ordenação Presbiteral
O P. Hermínio Vitorino reside temporariamente na Comunidade do Centro Inaciano do Lumiar, ajudando na Paróquia de São João Baptista do Lumiar e o P. Francisco Correia na Comunidade da Covilhã, ajudando na Paróquia de São Tiago. O P. Paulo Teia fará um ano sabático.
Fui ordenado no dia 28 de julho do ano em curso, pelo Bispo Emérito da Diocese de Lichinga, Dom Luís Gonzaga Ferreira da Silva, na Paróquia de S. Francisco Xavier, de Lifidzi. A cerimónia correu bem, graças Deus, com a participação de dois grupos corais que cantaram na ordenação: um da Paróquia de S. Francisco Xavier de Lifidzi; o outro da Paróquia de S. Pedro Claver de Domué, o “coro Pe. Cirilo”, fundado por mim nos anos 2006 -2007. A Igreja estava repleta de gente e estavam presentes os jesuítas da Região, assim como as irmãs doroteias e um padre diocesano. O P. Tipeliua foi o mestre de cerimónias e as irmãs de S. José de Cluny deram o máximo de si para que a ordenação corresse da melhor forma. Foi o dia mais lindo da minha vida… Valeu a pena, tudo correu como Deus quis; simplesmente eu escutava a sua voz e fazia aquilo que Ele me mandava fazer. Aceitei moldar-me de uma forma simples e humilde e estou feliz com a minha vocação. Com a ajuda de Deus, espero continuar a ser o mesmo Carlos, sem sobressalto. Agradeço imenso as vossas orações e estou certo que continuais a rezar por mim. Amén. Aleluia. Carlos Sivano, SJ
Novo consultor do Provincial O Vigário ad tempus P. Marcos Recolons nomeou Consultor da Província o P. José Carlos Belchior.
Conselheiro do JRS-Europa O Dr. André Costa Jorge, diretor do JRSProtugal, foi nomeado Conselheiro do JRS-Europa por quatro anos, com início a 1 de novembro de 2013.
Últimos votos Fizeram a profissão solene os PP. Filipe Martins e Francisco Rodrigues, em Soutelo, no dia 29 de Agosto, durante o encontro anual dos jesuítas da Província Portuguesa e os PP. José Eduardo Lima e Lourenço Eiró, no dia 3 de novembro, em Coimbra, na Sé Nova.
Orações Pedem-se orações: - pelo Sr. Dom Luís Gonzaga Ferreira da Silva, Bispo Emérito de Lichinga (Comunidade de Lifidzi, Região de Moçambique); - pelo P. Alfredo Dinis (Comunidade Pedro Arrupe - Braga); - pelo I. Albano Agulha (Comunidade da FacFil/AO -Braga); - por duas Irmãs do P. Roque Cabral (Comunidade da FacFil/AO-Braga); - por um Irmão do P. António Reis (Comunidade do CIL, Lisboa), recentemente falecidos.
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Breves da PROVÍNCIA
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Breves da PROVÍNCIA continuação
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Memória - P. José Fernando Pereira Borges, SJ (1928-2013)
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No dia 24 de Julho último, pelas 13.00h, quis o Senhor levar do meio de nós para junto de Si o nosso querido P. Pereira Borges. Partiu, praticamente um ano depois da celebração das suas Bodas de Ouro sacerdotais (15.07.2012) em que, pela última vez, já em cadeira de rodas, presidiu à Eucaristia festiva, regalando--nos, então, com uma homilia comovida e comovente; Bodas de Ouro Sacerdotais que o Senhor agraciara uma semana antes (8.07.2012) com o “presente” da ordenação sacerdotal do seu sobrinho P. Luís, da diocese do Porto. A partir de então, fiquei com a impressão que entrara na fase do seu Nunc dimitis à boa maneira de Simeão. Mais do que partir, foi partindo à medida que os rins o iam atraiçoando e as forças lhe iam minando a coragem com que sempre enfrentou os achaques dos diabetes, do estômago quase reduzido a nada e dos inconvenientes da vista perdida. Deixou-nos aos 84 anos de idade e 68 de Companhia, ficando a saudade e o eco do seu “Oh valha-me Deus!” sempre que o contrariávamos. Foi um longo percurso de serviço à Igreja e ao Reino, na sua quase totalidade no campo académico, a começar no Instituto Superior de Economia e Sociologia de Évora onde o 25 de Abril o apanhou, desterrando-o para a Universidade Católica de Pernambuco (Recife/Brasil) até chegar à Faculdade de Filosofia de Braga, no ano de 1977 onde viveu e conviveu connosco até ao momento em que o Senhor o chama a uma vida melhor porque definitiva. Nos últimos dias, a forma acalorada como nos ia apertando a mão quando o visitávamos no seu quarto da enfermaria era já gesto com sabor a despedida. Nas duas horas antes de partir para a Casa do Pai recebe um telefonema do sobrinho P. Luís que termina com um “até depois”; aperta com as duas mãos a mão da D. Tereza nossa empregada, mão essa que carinhosamente dele cuidou durante 8 anos; esta beija-lhe a mão e ele abençoa-a, depositando nela de forma agradecida o seu último gesto sacerdotal; pede-lhe depois para chamar o Ir. César Francisco, nosso enfermeiro que sobe do seu quarto, afinal e apenas, para com o selo de “missão cumprida” lhe fechar fraternalmente os olhos. O coração deixara de dar conta de si. E assim se foi despedindo serenamente para serenamente passar desta vida para a Vida. Lúcido até ao fim, foi adormecendo e mergulhando no sono da morte para acordar na aurora dum novo dia. Este sem ocaso. Bem o merecia. Deus sabe porquê e nós também. A Missa Exequial foi presidida por Dom Manuel Linda, bispo auxiliar de Braga e ex-aluno da nossa Faculdade de Filosofia, na Igreja de S. Vicente, sendo
depois os seus restos mortais levados para S. Paio da Portela (Penafiel), sua terra natal. Foi o momento de despedida, agora da nossa parte, agradecidos pelo dom da sua presença no meio de nós. Com este sentimento o entregámos ao Pai por Seu Filho Jesus a Quem andou a amar e servir a partir do momento em que se fez Seu e nosso “companheiro” na Companhia de Jesus. A. da Costa Silva, SJ
CUMN em nova morada Depois de 38 anos de existência, o Centro Universitário Manuel da Nóbrega (CUMN) deixou a conhecida Alta de Coimbra para se instalar bem no centro da cidade, na Rua Almeida Garrett, nº 4. A inauguração da nova casa decorreu na sexta-feira, dia 27 de Setembro, no mesmo dia em que, em 1540, o Papa Paulo III assinou a bula de aprovação da Companhia de Jesus. Na Eucaristia, presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes fez notar que esta mudança traz «um novo fôlego, um novo recomeço, muito entusiasmante, de serviço de evangelização» para a Igreja local. Ao mesmo tempo, o padre Alberto Brito, Provincial da Companhia de Jesus em Portugal e um dos fundadores do CUMN, também expressou a sua alegria por esta mudança, desejando que a nova casa represente «uma nova era» da vida do Centro, marcada pela abertura e pelo acolhimento de quem ali passe, ainda que sejam pessoas de outras religiões, tradições e culturas. Emocionado, o padre Alberto Brito referiu ainda que o CUMN é «uma porta aberta» para os jovens universitários «que trabalham em busca de um mundo melhor». No final da celebração foram abençoadas as instalações e seguiu-se um jantar onde se puderam ouvir fados de Coimbra. A festa terminou com a largada de três pombas (animal que simboliza o CUMN) como forma de marcar os céus da cidade com este «novo fôlego» que agora nasce para a vida universitária coimbrã. A importância que o CUMN tem tido na vida de muitos jovens universitários espelhou-se nas cerca de 400 pessoas que estavam presentes, das diversas gerações que têm acompanhado a vida do CUMN ao longo das quase quatro décadas da sua existência. Como diretor do
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CUMN, o padre Gonçalo Castro Fonseca recordou as muitas pessoas que ajudaram a concretizar este sonho com «muita força de braços e dedicação». Agradecido por todo o apoio dado ao longo dos dois anos de remodelação da nova casa, o CUMN espera agora reinventar a sua presença com maior qualidade, oferecendo aos universitários e aos diferentes grupos que ali se reúnem propostas de crescimento na fé na linha da espiritualidade inaciana. António Santana, SJ
D. Luís Gonzaga Ferreira da Silva – Bispo Emérito de Lichinga, faleceu dia 7 de agosto, em Lifidzi, Moçambique, aos 90 anos de idade, com 74 de Companhia de Jesus e 60 de sacerdote. Nasceu a 2 de abril de 1923, em Rebordões, Santo Tirso, no seio de uma família numerosa e generosa que deu à Igreja cinco jesuítas e quatro religiosas. Ingressou no Noviciado da Companhia de Jesus, na Costa, em Guimarães, em 1939. Foi ordenado sacerdote em 1953, fez os últimos votos na Companhia de Jesus em 1957, ano em que partiu como missionário para Moçambique. Esteve na Beira durante quatro anos, na Paróquia Nª Srª de Fátima. De 1961 a 1963, foi Vice-superior na missão de Boroma. A 3 de dezembro desse ano, tornou-se Superior da missão de Lifidzi, onde permaneceu até 1968. No final de setembro, foi nomeado Reitor do Seminário do Zobwé, função que assumiu até ser Bispo de Lichinga, tendo sido sagrado a 17 de dezembro de 1972. D. Luís foi Bispo de Lichinga durante 30 anos, tendo pedido a resignação aos 75 anos, mas esta só lhe foi concedida aos 80 anos de idade. Ao longo do seu episcopado, teve sempre a presença de um outro jesuíta e sempre agiu como jesuíta e como missionário. Fazia as suas visitas episcopais com grande simplicidade e, muitas vezes, sozinho, sendo tão missionário como o era antes de ser Bispo. D. Luís era um homem de oração, com uma íntima e profunda relação com Deus. Nas suas inúmeras viagens nunca faltava a oração do terço. Afável, caridoso e acolhedor, estava sempre disposto a atender às necessidades dos pobres e necessitados. Promoveu muito a educação e as escolas e frequentes vezes apoiou estudantes em dificuldades para que pudessem fazer os seus estudos, angariando fundos para lhes disponibilizar bolsas. D. Luís era também um homem de grande abertura ao diálogo inter-religioso, sendo particularmente apreciado pelos muçulmanos. Quando, em 2003, se tornou Bispo Emérito, voltou a integrar uma comunidade jesuíta, de novo em Lifidzi, e aí manteve uma intensa atividade pastoral, visitando as comunidades da Paróquia do Domwe e tendo
sido Administrador Paroquial durante três anos. D. Luís tinha também uma particular atenção aos doentes do hospital a quem visitava regularmente. Recebia com frequência, de Portugal, encomendas de material pastoral que gostava particularmente de distribuir pelas pessoas. Devido à sua saúde algo fragilizada, foi nomeado Pároco um jesuíta mais novo ficando o Sr. D. Luís como coadjutor do Pároco, com uma enorme simplicidade e dedicação. Desde o início deste ano, devido ao regresso ao seu país de um padre americano, D. Luís assumia ainda a responsabilidade da Paróquia de Chabwalo. Sendo português, o seu coração estava em Moçambique, onde quis ser sepultado após a sua morte, para que o seu corpo fique próximo daqueles e daquelas a quem sempre serviu e se dedicou por amor a Jesus Cristo e ao seu Reino.
Interioridade da criança No Sábado, dia 5 de Outubro, realizou-se na Casa de Exercícios de Santo Inácio uma atividade conduzida pela Ir. Maria Emília Nabuco, rsd, sobre a “Educação da Interioridade das Crianças dos 0 aos 6 anos”. Foi um dia comprido mas que passou num instante. Juntou cerca de 30 pessoas entre pais, mães, avós, educadoras de infância, catequistas e outros cuidadores. As perspectivas dos participantes eram distintas mas complementavam-se: “Como é que se explica Deus?” ; “Como é que se fala da morte?”; “Que actividades práticas podemos fazer com as crianças na creche?”; “Os meus filhos fazem muito barulho na missa. Devo deixar de leválos?”; “Pode-se educar a espiritualidade em contextos não católicos?”; “Enquanto avó, que papel posso ter que seja diferenciador do dos pais?”… E muitas mais. Todos os participantes tiveram oportunidade de falar sobre o que os movia para aquela ação e não saíram sem resposta. A oradora começou por fazer uma contextualização do tema: o que é a interioridade e como se traduz o conceito de espiritualidade, para depois ir afunilando a temática de acordo com cada idade. Primeiro dos zero aos três anos (etapa do despertar pela transparência) e depois
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Memória - D. Luís Gonzaga Ferreira da Silva 1923-2013
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dos três aos seis anos (etapa da relação). Na segunda parte foi proposto aos participantes que, a pares, conhecessem alguns livros que a Ir. Emília Nabuco tinha trazido e posteriormente apresentassem ao grupo as ideias principais. Para além de todas as ideias, a Ir. Emília Nabuco deixou uma extensa lista de referências bibliográficas. Inês Poeiras
tir deste ano letivo de 2013-14, um sistema de identificação e controlo de acessos através da biometria (neste caso, através da impressão digital). Este é o sistema utilizado por alunos e educadores para acesso. A obra tem a assinatura do Arq. Francisco Azeredo. Samuel Beirão, SJ.
Remodelações no Colégio das Caldinhas
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Durante os meses de Verão (Julho e Agosto), o Colégio das Caldinhas continuou, como sempre, em intensa atividade, mesmo sem alunos. Os refeitórios sofreram obras de remodelação e melhoramento, permitindo aumentar a fluidez do processo de serviço de refeições, diminuir o tempo de espera nas filas, melhorar o sistema de acústica e acondicionamento dos ruídos, aumentar a segurança, reduzir os custos globais de funcionamento, adequando toda a estrutura dos refeitórios a um serviço moderno, eficaz e eficiente. Existem quatro espaços para almoços, onde são servidas diariamente cerca de 1800 refeições: dois refeitórios grandes (INA/OFICINA/CCM/ARTAVE/Termas), um refeitório para a Creche e o Pré-Escolar e um espaço mais reservado. Procurando estar na vanguarda da segurança e controlo de acesso, o Colégio das Caldinhas adotou, a par-
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Deixaram de pertencer à Companhia de Jesus os EE. Carlos Mairoce (Comunid. Juniorado - Maputo), Domingos José Tito (Comunid. Noviciado - Beira), Eliseu Cosme Tito e Eurico Magagula (Comunid. Matacuane Beira) e João Delicado (Comunidade do Gesù - Roma).
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Alfredo de Oliveira Dinis nasceu a 16 de Abril de 1952, em Tramagal, Abrantes (Santarém). Faleceu no dia 22 de Setembro de 2013, na enfermaria da Comunidade da Faculdade de Filosofia, em Braga. No verão de 1968, estando a decorrer missões populares em Abrantes, teve o seu primeiro contacto com a Companhia de Jesus, por intermédio de um jesuíta que o visitou por estar doente. A forte experiência de Deus, ainda durante a sua adolescência, «muito real», tal como se lhe referia, haveria de determinar a sua vocação. As dificuldades em obter consentimento dos pais para abraçar a vida religiosa fazem-no esperar pela maioridade. Fazendo estudos no Instituto Comercial de Lisboa e no ISCEF, acabou por entrar no Noviciado da Companhia de Jesus, em Soutelo, no dia 22 de Outubro de 1973. Tinha, então, 21 anos. Foi seu Mestre o P. Francisco Sales Baptista. Ainda do tempo de Noviciado vem a sua forte ligação aos Focolares. Concluído o Noviciado, fez o curso de filosofia na Faculdade de Filosofia, em Braga. Durante estes anos, foi professor no, então, Curso Noturno. Fez o seu tempo de Magistério no Colégio das Caldinhas (Caldas da Saúde, S. Tirso), como professor de Religião, Filosofia e Sociologia, sendo, também, responsável pelo acompanhamento dos alunos internos (Vice-Prefeito). De 1980 a 1985, estudou Teologia, na Universidade Gregoriana, Roma, residindo no Colégio do Gesù. Foi ordenado Presbítero no dia 02 de Julho de 1983, ano em que passa a viver no Colégio Bellarmino. Por essa altura, toma a decisão que definirá o rumo dos seus estudos e da sua obra, orientando os seus interesses e curiosidade intelectual para o diálogo entre fé e razão, religião e ciência. Já com esta perspetiva, de 1985-1989, fez Doutoramento em Filosofia, em Cambridge (Reino Unido), dedicando-se ao estudo da obra do astrónomo jesuíta italiano, do séc. XVII, contemporâneo de Galileu, Giovanni Battista Riccioli. Na continuação destes estudos, a área das Ciências Cognitivas e as temáticas relacionadas com ciência e ética, bioética e religião, viriam a merecer uma atenção especial. Com João Paiva, publicou, em 2010, Educação, ciência e religião, pelas edições Gradiva. Regressado a Portugal, foi destinado à Faculdade de Filosofia. Viveu as últimas duas décadas em Braga, entre a Comunidade da Faculdade de Filosofia (1989-1994 e 2000-2003) e a Comunidade Pedro Arrupe (1994-2000 e 2003-2013), sendo um colaborador ativo na formação dos jovens jesuítas. Desempenhou funções de Ministro e Prefeito de estudos. Na Faculdade de Filosofia, dedicou-se ao ensino, investigação e divulgação filosófica, colaborando, também, com entidades governativas nas reformulações do plano de estudos de filosofia em Portugal. Foi diretor da Revista Portuguesa de Filosofia e da Revista Portuguesa de Humanidades. Mas foi à direção da própria Faculdade que, por missão, dedicou grande parte das suas energias e trabalho, de 1994 a 2000 e de 2005 a 2011, procurando, de forma
incansável e criativa, atravessar as muitas dificuldades encontradas. No ano letivo de 2011-2012, fez um Ano Sabático em Oxford (Reino Unido), de onde regressou com o grande desejo de levar por diante o seu projeto de diálogo entre crentes e não crentes. A necessidade de internamento hospitalar, pela doença grave que lhe foi diagnosticada, forçou-o a servir o Senhor de modo mais passivo. Ainda assim, durante os longos períodos passados no Hospital de S. João, no Porto, intercalados por breves estadias de repouso, na Comunidade Pedro Arrupe, em Braga, não deixou de se dedicar ao estudo e à escrita, também nos fóruns de diálogo com aqueles a quem, carinhosamente, chamava «os meus amigos ateus». Viveu as suas últimas semanas no amor à vida e na entrega confiada ao Senhor. A grande devoção a Maria fortaleceu-lhe os passos, particularmente quando se tornaram mais vacilantes. De um amigo, fica este testemunho. «A par da sua intelectualidade filosófica e da forma como emprestou radical racionalidade ao entendimento e à vivência da sua fé cristã, era um homem simples, sabedor de que é nas pequenas coisas da vida que a existência - amorosa - ganha sentido». Assim foi, de forma muito especial, também para nós, companheiros de comunidade. «Na reta final, inventava sorrisos fazendo florir amor das suas sementes de dor. Principalmente no fim, não se cansava de agradecer, a tudo e a todos». De si, disse assim, numa viagem de visita – a última – aos seus pais. «A minha vocação sempre foi sólida e a minha fidelidade “fácil”. Vi e sofri com muitas idiossincrasias na Igreja e nas organizações, mas Cristo, em quem me radiquei, nunca me dececionou». «Procurei como filósofo compreender o mundo. Estranhamente, sinto que o mundo
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P. Alfredo Dinis - 1952-2013
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tem um lado incompreensível. O mundo talvez exista não para ser compreendido mas para ser amado!». No amor de Deus e no afecto da nossa memória, descanse em paz. José Frazão Correia, sj (agradecido ao E. Nelson Faria, sj, e ao I. Avelino Ribeiro, sj, pelas informações recolhidas)
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Ir. Albano Agulha
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O Irmão Albano Marques Agulha nasceu em 17 de Novembro de 1914, em Besteiros, Freixianda, Vila Nova de Ourém (Santarém). Entrou na Companhia de Jesus em Alpendurada, no dia 12 de Maio de 1936. Dois anos depois fez os Votos de biénio no Seminário da Costa, em Guimarães, para onde entretanto tinha mudado o Noviciado. Feitos os votos, parte pouco depois para o Colégio das Caldinhas, a fim de ali dar a sua colaboração como ajudante de enfermeiro. Um ano depois mudou para Braga, prestando ajuda no Filosofado e praticando enfermagem no Hospital de S. Marcos. O seu destino, porém, não seria ficar confinado à estreiteza dessas terras do Minho. O Senhor reservava-lhe a vastidão sem limites das Terras de África. Moçambique esperava-o. A Companhia ia abrir a Missão da Zambézia, donde os nossos Missionários haviam sido expulsos com a implementação da República. O que tinha constituído, em muitos aspetos, uma das mais gloriosas Missões da Companhia nos tempos modernos, passados 30 anos de abandono estava reduzido a escombros. O Irmão Albano foi escolhido para fazer parte do primeiro grupo de seis Missionários. Assim, em 1941, deixa Braga e embarca com os demais companheiros rumo a Moçambique. Após as mais variadas peripécias, chega por fim com o grupo a Lifidzi, em Agosto desse ano. Vão seguir-se 45 anos de atividade missionária, em que o Irmão Albano irá desempenhando múltiplas tarefas. Sobretudo os primeiros anos vão ser sumamente duros para arrancar a Missão do estado de ruína, quer material, quer espiritual, em que se encontrava. A sua entrega foi total e a sua dedicação sem limites, contribuindo com a sua preciosa colaboração para o erguer de novo e o alargar, primeiro, da Missão da Zambézia e depois da Vice-Província.
Boletim “Jesuítas” O boletim “Jesuítas” é enviado gratuitamente a familiares, amigos e colaboradores. Se desejar contribuir para as despesas de publicação e envio, pode fazê-lo por transferência bancária para o NIB 0033 0000 000000 700 41 84, Millennium BCP, ou mediante envio de cheque em nome de Província Portuguesa da Companhia de Jesus, para Estrada da Torre, nº 26 - 1750-296 LISBOA. Em ambos os casos, solicita-se referência ao Boletim Jesuítas.
Ao longo de todos estes anos, ainda que tenha estendido a sua atividade a todas as nossas casas de Moçambique, a sua acção foi desenvolvida sobretudo na Angónia, a partir de Lifidzi e, mais tarde, também de Vila Ulóngwe. Todos recordam o cuidado e verdadeiro carinho que sempre pôs em contribuir para criar e manter um ambiente de aconchego e bem-estar em nossas casas. Com as acrescidas dificuldades do momento presente, mais custoso se torna realizar tão importante e vital objetivo. O seu testemunho de trabalho missionário sempre revelou uma vida religiosa vivida intensamente em doação total ao Senhor e ao povo de Moçambique. Em 2007, regressou a Portugal e integrou a comunidade da Faculdade de Filosofia e AO para cuidar da saúde. Foi aí que o Senhor o chamou, a 5 de Setembro de 2013, com 98 anos de idade e 77 de Companhia. Bem-haja por tudo, Irmão Albano! Que o Senhor Jesus o recompense abundantemente por tanto bem feito ao serviço dos outros. Manuel Vaz Pato, SJ
Centro Social da Musgueira No passado dia 9 de Setembro de 2013 foram solenemente inauguradas as novas instalações a ser utilizadas pelo Centro Social da Musgueira, precisamente no ano em que esta instituição comemora 50 anos. Tudo começou pelo ano de 1963, quando o saudoso P. José Manuel Rocha e Melo, SJ, então Reitor do Colégio S. João de Brito, ajudado por muitos voluntários em que devemos destacar a benemérita Dª. Cecília Queirós Pereira Bacelar Carrelhas, muitos pais e alunos da Conferência de S. Vicente de Paulo, que existia no Colégio, começaram a ajudar, em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a população que foi deslocada para a Quinta da Musgueira. Esta ajuda, na construção de barracas e primeiros serviços aos idosos e ATL Porta Aberta, foi crescendo ao longo dos tempos. Tínhamos o uso a título precário (foram 50 anos) do terreno; nele se foram construindo os edifícios para responder às necessidades que iam aparecendo. Desde 2001, altura em que foram demolidas as últimas barracas, começámos as negociações com a CML com vista ao nosso realojamento. Nesse ano de 2001, foi inaugurado o edifício que atualmente dá apoio ao Centro de Dia e ao Serviço de Apoio Domiciliário. Este novo edifício, agora inaugurado, é pertença também da própria Câmara Municipal de Lisboa e com ela fizemos um contrato/protocolo de utilização. Atualmente temos cerca de 510 utentes diários, repartidos do seguinte modo: 100 crianças no Jardim de Infância, 20 crianças nas Atividades de Tempos Livres (ATL), 200 jovens na Mediateca, 80 jovens nas Salas de Estudo acompanhado, 60 idosos no Centro de Dia e 50 acamados que usufruem do Serviço de Apoio Domiciliário. Estamos também a desenvolver cursos intensivos para adultos no âmbito do programa POPH - programa operacional potencial humano.
Estas novas instalações irão não só permitir a continuação do nosso trabalho como potenciar novas atividades na área da formação dos jovens e adultos assim como poder desenvolver melhor a atividade desportiva. Estiveram presentes no ato o Sr. Presidente da CML, Dr António Costa, o Sr. Vice-Presidente da CML, Arquiteto Manuel Salgado, assim como muitas individualidades convidadas para o efeito. Afonso Herédia, SJ
Encontro da Província Nos passados dias 28 a 31 de agosto, na Casa da Torre (Soutelo), teve lugar mais um encontro anual da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, no qual estiveram presentes cerca de 100 jesuítas. O encontro começou com a leitura do Sermão do bom ladrão, do P. António Vieira, ao qual Luís Miguel Cintra deu voz. Este momento cultural foi o último de uma série de quatro atuações artísticas - as “Noites no Claustro” - que se organizaram nos meses de Verão no claustro da casa. Este ano, no encontro propriamente dito, contámos com uma presença especial, a do P. Joaquín Barrero, que, além de ser conselheiro do Padre Geral, Adolfo Nicolás, é quem faz a ligação entre ele e as províncias de Portugal, Espanha, Itália e Malta. O P. Barrero fez um discurso no início dos trabalhos e também falou no fim, a modo de conclusão. Durante estes dias esteve sempre presente, tanto nos momentos de trabalho como nos momentos de oração e de descontração. Todos os anos, este encontro dos jesuítas tem um tema para reflexão e/ou aprofundamento, mas este ano o objectivo do encontro foi discutir e preparar o Projeto Apostólico da Província (PAP) para os próximos seis anos, ou seja, as linhas de fundo e critérios para as tomadas de decisão a fazer neste período. Dada a dimensão deste trabalho, não se poderia fazer tudo em três dias, por isso houve uma longa preparação, desde o final de 2012, na qual foram envolvidas todas as comunidades e jesuítas
residentes no estrangeiro. A primeira fase foi de avaliação do Projeto Apostólico de 2007-2012, aquilo que foi posto em prática e o que não passou do papel. A essa fase seguiu-se uma fase de sugestões para próximo projeto apostólico. Todas as contribuições foram recolhidas e a partir delas se elaborou um esboço, que foi a base de trabalho destes dias em que estivemos reunidos. Durante os dias do encontro não estivemos todos a trabalhar na mesma coisa. Em cada dia, os trabalhos começavam com uma pequena oração em comum ao início da manhã e terminavam com a celebração da eucaristia. Tivemos reuniões por temas em pequenos grupos, ao fim das quais se recolheram observações e sugestões, que posteriormente serão reunidas para a elaboração da versão final do Projeto Apostólico da Província, que o P. Provincial apresentará ao P. Geral para ser aprovado. Um outro acontecimento importante destes dias teve lugar no dia 29 de agosto. Os padres Francisco Rodrigues e Filipe Martins fizeram os seus últimos votos na Companhia de Jesus. Ou seja, foram plenamente incorporados na Companhia de Jesus. Os últimos votos foram feitos durante a eucaristia, em ambiente de grande simplicidade e o facto de serem feitos durante um encontro de jesuítas reforçou o sentido de pertença a um corpo apostólico. Para além do trabalho e do convívio, houve também oportunidade para a partilha de algumas experiências pessoais e informações à Província: o P. Luís Ferreira do Amaral falou sobre a sua missão com o JRS no Quénia e Tailândia, o P. Vítor Lamosa apresentou a evolução da construção de uma escola em Moçambique (Fonte Boa), alguns escolásticos apresentaram brevemente as suas experiências de Verão. Estes encontros anuais têm sido muito importantes para reforçar os laços entre nós e para tomar consciência de como estamos tanto individual como coletivamente. Este é talvez o seu fruto mais importante. Depois, aproveitando o facto de estarmos juntos, também se trata de coisas mais concretas, como foi este ano com o PAP. No próximo ano lá nos encontraremos, se Deus quiser, em ano do bicentenário da Restauração da Companhia, efeméride que com certeza não passará despercebida. Frederico Cardoso Lemos, SJ
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JRS Europa reúne em Lisboa
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As várias delegações do JRS na Europa reuniram-se em Lisboa nos dias 10 a 13 de outubro. O Annual General Meeting do Serviço Jesuíta aos Refugiados na Europa aconteceu sob o tema da Inclusão Social e Refugiados Urbanos, com o formato de workshops, conferências e debates. O grupo de cerca de 60 participantes de 14 países europeus refletiu e partilhou sobre questões essenciais que se colocam hoje face ao aumento crescente dos fluxos migratórios na Europa. O que dizer hoje – e fazer - sobre proteção e inclusão em contexto urbano; como ter acesso a proteção ou como acompanhar os migrantes, deslocados à força e refugiados nas sociedades urbanas? Como estar presente com a missão do JRS junto dos que são excluídos, dos que vivem anonimamente na cidade, dos que ninguém quer ver nem acolher? Os oradores convidados, Rui Marques - Presidente do IPAV -, Michael Schöpf, sj - Diretor do JRS Europa -, Hermínio Rico, sj e Rui Tavares - Deputado Europeu, partilharam experiências e posicionamentos, abrindo caminhos para futuros possíveis. Vencer a indiferença e o anonimato, denunciar a insegurança e a vulnerabilidade em que tantos refugiados vivem, dar novo sentido à palavra solidariedade, é possível. A experiência da Igreja é uma realidade, e a recente tomada de posição do Papa Francisco é uma oportunidade para divulgar estas questões, para romper com a indiferença dos media e conseguir ter uma voz que se faz ouvir. Aprender com a nova realidade é urgente. Hoje trabalhamos com os “refugiados urbanos”, oriundos de campos de refugiados, a quem se coloca a questão: "e agora?". Como integrar, como apoiar e acompanhar em meio vasto, adverso, anónimo? Como ter tempo para vencer a indiferença e o isolamento? Mais do que um conjunto de respostas ou de declarações, este encontro foi a possibilidade de debater um conjunto de questões essenciais e, em conjunto, desenhar uma nova resposta a esta problemática crescente e fundamental da inclusão social e dos refugiados urbanos: hospitalidade. Este encontro contou com a presença do P. Alberto Teixeira de Brito, SJ, Provincial da Companhia de Jesus. Rosário Perez Seara
Mais um passo em frente na educação Foi dado um passo importante no projeto Instituto de Educação Jesuíta, em Timor Leste, com a aquisição de um terreno de 6,7 hectares, contíguo ao terreno do Instituto e que pertencia a uma escola indonésia. A 13 de agosto passado, o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, anunciou, na presença do Conselho de Ministros, a adjudicação deste terreno. Ali surgirá o instituto para formação de professores e uma escola secundária integrada, orientada para a formação técnica e profissional. “É uma grande notícia” diz o P. Mark Raper, SJ, Superior da Região Independente de Timor Leste, “relativamente
àquilo que poderemos oferecer às crianças e ao país. Ajuda-nos a ir ao encontro do que se considera a maior necessidade de Timor Leste: a educação. O plano de estudos, assim como a construção do edifício, estão agora em fase de preparação, e no próximo ano já estarão integrados no plano global do Instituto”. O P. Raper está confiante quanto ao projeto mas reconhece que “necessitará de muita planificação, e depende de serem reunidos os recursos necessários”.
Rezar com a Dança “Louvai ao Senhor com tambores e danças.” Sl 150,4 Este versículo deu o mote ao “Rezar com a dança”. Rezar com a dança, com o corpo, foi a proposta que Maria Luísa Carles e eu apresentámos na Casa da Torre, em Soutelo. É difícil resumir o que ali se viveu, em conjunto com os 13 participantes. Um grupo muito diversificado, basta pensar nas idades, dos 20 e algo aos mais de 80 anos, que se foi abrindo e confiando ao que é novo nos dias de hoje, sendo, afinal, antigo. Por um lado, desde a criação que somos corpo dinâmico; por outro, a relação com Deus através da dança surge já no livro do Êxodo, onde a profetisa Maria e as outras mulheres cantam e dançam em louvor a Deus, depois da passagem do povo hebreu pelo Mar Vermelho (Cf. Ex 15,20). Desde sexta à noite até domingo de manhã, fomos descobrindo como o corpo e a dança têm toda a potencialidade de encontro com Deus na oração. A proposta foi alternando entre a teoria, com pequenas explicações filosóficas e teológicas sobre o corpo e a dança, e a prática, com movimentos e combinações de gestos, de modo individual e em grupo, que conduziam a oração. Nos momentos em que se foca e escuta o corpo em movimento, percebe-se a tensão e a alegria, os bloqueios e as possibilidades, despertando os sentidos. Quando o corpo está livre, está mais disponível para servir. Este fim-de-semana foi para todos uma boa surpresa: para nós, que orientámos, um dos aspetos foi ver como um grupo tão diverso se encontra no gesto e no movimento dirigido a Deus; para cada participante, foi a descoberta de um novo caminho de relação com o Senhor de todas as coisas. Paulo Duarte, SJ
Nomeações do Padre Geral:
Refugiados concluem licenciatura
O Padre Geral nomeou: - o P. Cristian Del Campo Simonetti, Provincial do Chile (CHL); - P. José Minaku Lukoli, Provincial da África Central (ACE). - P. Scott R. Santarosa, Provincial de Oregon (ORE). Por decisão do P. Geral, o P. Benoît Malvaux (BML) será o novo Procurador Geral da Companhia de Jesus. Reside em Roma desde setembro e tomará posse em data a anunciar.
Depois de anos de programação e trabalho árduo em condições adversas, o primeiro grupo de 48 refugiados patrocinados pelo JRS, concluiu a sua formação universitária. Estes licenciados refugiados participaram num programa inovador online Diploma in Liberal Studies, gerido pelo JRS e pelo JC:HEM-Jesuit Commons Higher Education in the Margins. A primeira cerimónia de graduação teve lugar no campo de refugiados de Kakuma, no Quénia, onde 25 refugiados receberam os seus diplomas, credenciados pela Regis University de Denver, no Colorado, EUA. A segunda cerimónia desenrolou-se no campo Dzaleka, no Malawi, onde 23 outros estudantes se formaram. “É um momento incrível para estes refugiados, as suas famílias e comunidades. Depois de serem forçados a fugir em busca de segurança, abrigo, comida e emprego, a ideia da universidade parecia inatingível. Há uma grande distância entre a sobrevivência e o renascimento e a transformação nas vidas dos refugiados e das comunidades. No meio de conflitos e instabilidade, a educação oferece aos refugiados alimento intelectual para reconstruirem as suas vidas. Este programa não só prepara os participantes profissionalmente como tem um impacto em toda a comunidade. A educação superior cria líderes imbuídos dos valores da responsabilidade social e da justiça. Este dias de entrega dos diplomas são eventos históricos” diz o P. Peter Balleis, SJ, Diretor Internacional do JRS. A iniciativa jesuíta, Educação Superior nas Fronteiras, oferece aos refugiados oportunidades para abrir as suas mentes e ajudar as suas comunidades. Isto combina o melhor da nova tecnologia com a filosofia jesuíta e a pedagogia inaciana que dão enfâse à aprendizagem pela experiência, reflexão, avaliação, ação e serviço.
Emergência para as Filipinas Um dos maiores tufões de sempre atingiu as Filipinas no passado dia 8 de novembro. As piores estimativas apontam já para 10.000 vítimas mortais. A gravidade da devastação deixou extensas zonas sem eletricidade, comunicações, água ou comida, numa tragédia que as Nações Unidas comparam já ao tsunami de 2004. O auxílio às populações é dificultado pelos acessos. Em resposta ao apelo da Província Jesuíta das Filipinas, a Companhia de Jesus lançou uma ampla campanha de recolha de fundos. Em Portugal, esta campanha é coordenada pela FGS-Fundação Gonçalo da Silveira para apoiar as cerca de 3 milhões de famílias afetadas. Os donativos podem ser efetuados por transferência bancária para o NIB 0036 0000 9910 5889828 65, criado especificamente para esta campanha, ou ainda por cheque à ordem da Fundação Gonçalo da Silveira e enviado para Estrada da Torre, nº 26, 1750-296 Lisboa. Para transferências internacionais: IBAN: PT50 0036 0000 9910 5889828 65 BIC/SWIFT: MPIOPTPL Se pretender recibo para acesso a benefícios fiscais (previstos nos termos do artigo 63º do EBF), envie o comprovativo do depósito ou da transferência junto com os seus dados (nome, morada e número de contribuinte) para a nossa morada ou por email para comunicacao@fgs.org.pt Esta é uma iniciativa internacional da Rede Xavier - Rede Europeia de ONGD Jesuítas, da qual a FGS é membro.
Reestruturação de Províncias A restruturação das Províncias era um dos temas da Reunião dos Presidentes das Conferências de Provinciais, que teve lugar em Roma de 13 a 16 de setembro. Das alterações previstas, duas já estão implementadas. Confirma-se que a Província única de Espanha será criada no dia 21 de julho de 2014. A nova Província do Centro e do Sul dos EUA (UCS) será composta pelas Províncias de Nova Orleães e Missuri. O P. Ronald Mercier, da Província de Nova Inglaterra, será o primeiro Provincial desta nova Província.
Papa celebra com os Irmãos No dia 30 de outubro, véspera da festa de Santo Afonso Rodrigues, patrono dos Irmãos Jesuítas, 18 irmãos de várias casas de Roma, juntamente com o Padre Geral, tiveram o raro privilégio de participar e servir na missa que o Papa Francisco celebrou na capela da Casa de Santa Marta, no Vaticano. O Ir. Affonso Wobeto, secretário pessoal do P. Geral, organizou este encontro especial com o Papa, tendo em vista a festa dos Irmãos Jesuítas a 31 de outubro. Trata-se provavelmente do primeiro evento deste tipo e os Irmãos foram honrados e inspirados por este gesto de amor e carinho do Papa Francisco. A sua homilia centrou-se sobre a importância de ter a porta da Igreja aberta aos pobres e necessitados, segundo o exemplo de Santo Afonso Rodrigues, o irmão jesuíta que trabalhou durante quarenta e seis anos como porteiro num colégio dos jesuítas, dando as boas-vindas a cada pessoa como se fosse o próprio Cristo.
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Agosto/Dezembro 2013
Da Companhia EM RESUMO
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Da Companhia EM RESUMO continuação
Depois da missa, o Santo Padre cumprimentou pessoalmente cada irmão e agradeceu a cada um pelo seu serviço à Igreja, recomendando que fossem “porta”, ou seja, mediadores que unem as pessoas na Igreja.
P. Geral: a Síria e a paz
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Agosto/Dezembro 2013
O Santo Padre quebrou o protocolo habitual e falou sobre a Paz na Síria. O que pensa a este respeito? Não tenho por hábito comentar situações internacionais ou de caráter político. No caso presente, estamos face a uma situação humanitária que ultrapassa os limites normais que o silêncio pode apoiar. E tenho de dizer que confesso que não entendo quem deu autorização aos Estados Unidos ou à França para atuar contra um país de tal modo que sem dúvida aumentará o sofrimento de uma população que já sofreu mais do que a conta. A violência ou ações violentas, como a que estão a preparar, só são justificáveis como último recurso e de tal maneira que só os culpados sejam atingidos. No caso de um país, isto torna-se totalmente impossível e, portanto, a mim pareceme totalmente inaceitável. Nós, Jesuítas, apoiamos a ação do Santo Padre a 100% e desejamos do fundo do nosso coração que a anunciada ação punitiva não tenha lugar.
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Mas, o mundo não terá a responsabilidade de fazer algo contra os que abusam do poder contra o seu próprio povo, como no caso de um governo que usa armas químicas num conflito? Nesta pergunta há três questões que convém separar claramente. A primeira tem a ver com o facto de que todo o abuso de poder deve ser condenado e rejeitado. E, com todo o respeito pelo povo norte-americano, creio que este uso de poder concreto que se está a preparar constitui em si mesmo um abuso de poder. Os Estados Unidos da América têm de deixar de atuar e reagir como a criança grande do bairro. Isto leva inevitavelmente ao abuso e à intimidação sobre os membros mais fracos da Comunidade. A segunda é que, se houve uso de armas químicas, ainda assim temos de mostrar ao mundo de uma maneira clara que um lado do conflito, e não o outro, as usou. Não basta que algum membro do governo do país que quer atacar diga que está convencido. Há que provar ao mundo que é assim, sem lugar para dúvidas, para que o mundo possa confiar nesse país. Esta confiança não existe atualmente, e começaram já as especulações sobre segundas intenções que os EUA possam ter na intervenção prevista. A terceira questão é que os meios considerados adequados para castigar o abuso não atinjam as mesmas vítimas do primeiro abuso, uma vez que se demonstrou que isto foi o que sucedeu. Experiências passadas dizemnos que isto é impossível (ainda que nos refiramos às vítimas com o eufemismo de “dano colateral”) e os resulta-
dos são o aumento do sofrimento dos cidadãos comuns, inocentes e alheios ao conflito. Todos sabemos que a grande preocupação dos sábios e fundadores religiosos de todas as tradições e culturas era “como reduzir o sofrimento humano?”. É muito preocupante que, em nome da justiça, se planeiem ataques que vão aumentar o sofrimento das vítimas. O Senhor não é particularmente duro para com os EUA? Não creio. Nunca tive preconceitos sobre este grande país e trabalho atualmente com alguns jesuítas de lá cuja opinião e serviços valorizo muito. Nunca tive sentimentos negativos para com os EUA, um país que admiro muito por diversas razões, incluindo a sua dedicação, espiritualidade e forma de pensar. O que mais me preocupa é que, precisamente, este país, que eu admiro sinceramente, está à beira de cometer um grande erro. E poderia dizer algo parecido sobre a França: um país que foi um verdadeiro líder em espírito, inteligência e que contribuiu de grande forma para a civilização e a cultura e que está agora tentado a conduzir a humanidade para trás, para a barbárie, em contradição aberta com tudo o que simbolizou ao longo de gerações. Que estes dois países se unam agora para uma medida tão odiosa é a razão da ira de tantos países do mundo. Não temos medo do ataque; assusta-nos a barbárie a que somos conduzidos. E porquê falar assim agora? Porque o problema existe agora. O Santo Padre está a tomar medidas extraordinárias para nos tornar conscientes da urgência do momento. Ao ter declarado o dia 7 de setembro como dia de jejum pela paz na Síria é uma medida extraordinária e nós queremos unir-nos a ela. Podemos recordar que num momento do Evangelho, os discípulos não puderam libertar o jovem do mau espírito e Jesus disse-lhes:” Este tipo de espíritos não pode ser limpo senão com oração e jejum”. Para mim é muito difícil aceitar que um país que se considera, pelo menos de nome, cristão não possa conceber outra coisa para além da ação militar numa situação de conflito e com isto arrastar de novo o mundo para a lei da selva.
A Pietá síria - Anthony Homsy, SJ
Sentir e SABOREAR Fundação Gonçalo da Silveira Missão e pertinência enquanto ONGD jesuíta
Furo construído em Tchissunguwe, Planalto da Angónia, Moçambique
problemas e questões concretas e valorizando uma ação criativa e colaborativa. Assentes nos princípios fundamentais da Justiça Social, da Fraternidade, da Igualdade de Oportunidades e da Sustentabilidade, intervimos num mundo que reconhecemos estar estruturalmente desequilibrado e onde prevalecem injustiças inaceitáveis. A nossa missão tem sido concretizada, ao longo de uma década, na cooperação com as missões jesuítas além-fronteiras e no acompanhamento a projetos de Cooperação para o Desenvolvimento e de Educação para a Cidadania Global. Através da participação na Rede Xavier – Rede Europeia de ONGD Jesuítas – e na Plataforma Portuguesa das ONGD – cuja Direção integra, a FGS garante que o seu trabalho prático é entrecruzado com a permanente reflexão crítica sobre o mundo. Neste contexto de crise, a FGS assume-se, por isso, também, como impulsora desta reflexão crítica – alertando para a necessidade de mudança de um enfoque estrito na redução da pobreza e na ajuda disponibilizada pelos mais ricos, para uma visão mais abrangente, global, interligada e inclusiva com abordagens diferenciadas e adaptadas a cada realidade concreta; para além de facilitadora, junto de todos aqueles com quem trabalha, de uma ação criativa que conduza à efetiva transformação do mundo em que vivemos. Saiba mais sobre a FGS em www.fgs.org.pt
P. Vítor Lamosa com os órfãos da casa Emílio, em Kayia, uma das seis casas de acolhimento do projeto “Sementes do Amanhã”
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A cerca de 800 dias de terminar o prazo estabelecido para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) muito se tem debatido sobre a futura agenda do desenvolvimento. Questões importantes como a paz, os direitos humanos, a complexidade e multidimensionalidade da pobreza e do bem-estar terão que ser, desta vez, indiscutivelmente incluídas. A nova agenda terá que refletir as mudanças ocorridas no mundo, o contexto de crise de muitos países, os desequilíbrios e alterações da geografia de poder e da pobreza e passar a assumir a centralidade das pessoas neste processo. Esta é uma visão ambiciosa que implica difíceis acordos globais, mas para a qual a sociedade civil organizada, particularmente as ONGD, têm vindo a unir esforços. O que está em causa é a possibilidade ou impossibilidade de um Desenvolvimento Humano Integral, o que faz desta preocupação com o estado do mundo uma questão tão urgente quanto transversal a toda a sociedade. Através dos seus discursos, o Papa Francisco tem sido uma das vozes com maior expressão e potencial de sensibilização e mobilização para a Cidadania Global e para o despertar de “boas-vontades”, mostrando particular inquietação em relação aos que menos têm e podem. Desde a escolha simbólica da ilha de Lampedusa para a sua primeira viagem apostólica, rezando em particular pelos “mortos que ninguém chora”, vítimas de naufrágio quando tentam a travessia do Mar Mediterrâneo para escapar a situações de pobreza, guerra, perseguições e injustiças políticas e sociais; passando pela vigília de oração pela Paz no mundo, com um enfoque e preocupação especial na situação vivida na Síria; e pela denúncia direta dos interesses da indústria de armamento na manutenção de situações de conflito no mundo - este é, sem dúvida, um Papa que se preocupa com o estado do mundo. A FGS, enquanto Obra jesuíta, revê-se nesta inquietação, atuando no contexto das ONGD como parte ativa deste processo de Desenvolvimento: respondendo a
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O Embarque de São Francisco Xavier
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No calor de um fim de tarde de verão, pelas 18h30 do dia 19 de setembro, começaram a chegar à Capela de São Jerónimo os participantes n“O Embarque de São Francisco Xavier para a Índia”. Pouco a pouco as tonalidades do entardecer foram-se atenuando, tornando aquela luminosidade cada vez mais acolhedora. Da capelinha, a vista sobre o Tejo era pacificadora. No amplo relvado fronteiro à Capela, a encenação de conversas entre D. Helena de Mascarenhas, D. Pedro de Mascarenhas, D. António de Ataíde, o P. Francisco Xavier e o P. Simão Rodrigues revelaram o seu apreço por Francisco Xavier assim como a pena sentida pela sua partida para a Índia. Perante a impossibilidade de demover o padre navarro da sua intenção missionária, multiplicaram-se as tentativas de, pelo menos, lhe proporcionar uma viagem com o mínimo de conforto. Um criado, oferecer ao P. Francisco um criado que lhe lavasse a roupa e lhe cozinhasse refeições motivou muitas démarches. Mas a resposta de Francisco é clara: “Senhor Conde, adquirir autoridade e prestígio por esse meio é o que levou a Igreja ao estado em que agora está; o meio pelo qual devem ser adquiridos é a lavar roupa e a cozinhar refeições e assim procurar consagrar-nos ao serviço das almas e do próximo”. Com grande liberdade interior, Francisco Xavier embarcou sem saber o que o esperava, mas sabendo como ia, com uma atitude cristã de desprendimento, de simplicidade e de humildade, desejando viver com sentido de missão. Com a proposta concreta de deitar um olhar ao “modo como vou”, de caminhar com Jesus ao lado e ir vendo como viver o ano com outra simplicidade e com outro sentido de missão, pouco a pouco deixámos para trás o verde adro da capela e fomos descendo pelo jardim e pela larga avenida com vista para a Torre de Belém. Silêncio. À passagem daquela coluna de 350 pessoas só se ouviam os seus passos no alcatrão. Absorvia-nos a reflexão sobre o modo cristão de viver, em simplicidade (“lavar roupa e cozinhar refeições”) e com sentido de missão (“o serviço das almas e do próximo”) e sobre os ajustes necessários para viver deste modo. No contexto atual de crise e de dificuldade, a criatividade tem demonstrado ser capaz de dar solução àquilo que parece incontornável ou intransponível e esta foi uma pista de reflexão de par-
ticular atualidade: olhar estes tempos de crise e maior dificuldade como oportunidade de mudança, de simplificação, de inovação de estilo. Tocou-me de modo particular o aparato de segurança considerado necessário para um grupo grande rezar a andar e ir celebrar missa num barco, com particular relevo para o contraste que fazia com a tranquilidade daquelas centenas de pessoas que pareciam uma longa e única silhueta no ocaso do dia, e que se deixava guiar para onde lhe indicavam. Agentes da polícia - muito respeitadores do nosso silêncio - carros da polícia, trânsito parado para ceder passagem; automobilistas parados, alguns impacientes outros incrédulos; umas religiosas na soleira da porta perguntaram-nos: “É uma manifestação?” “Não, é a celebração do embarque de São Francisco para a Índia e o percurso até ao barco é um tempo de oração em silêncio. No barco, celebramos missa e lembramo-las”. Percorremos a Rua de São Francisco Xavier, passámos frente aos Jerónimos, atravessámos a ponte pedonal e chegámos ao Cais fluvial de Belém. No barco, a subir o Tejo, desfrutámos de Lisboa iluminada e de uma magnífica noite de verão e de um snack que neste caso equivalia ao jantar num modelo simplificado. O cenário facilitava a “composição do lugar” da partida de São Francisco Xavier para a Índia. Senti-me a entrar na realidade vivida séculos atrás e a sentir os medos e inseguranças do desconhecido, da distância, da solidão mas também a sentir que a confiança, a entrega e a disponibilidade preencheram o espaço deixado livre por aquele despojamento. A missa foi concelebrada pelos PP. Nuno Tovar de Lemos, Carlos Azevedo Mendes, Nuno Branco e António Júlio Trigueiros. Sentada no chão do cacilheiro, ao ouvir falar da vida de Francisco Xavier e da missão da Comunidade Francisco Xavier, que celebra o seu décimo aniversário, percebi a sua profunda inspiração no Padre Francisco para ir ao encontro das populações descristianizadas e para desenvolver um trabalho continuado de serviço às pessoas e à Igreja. Invade-me ainda esta gratidão que senti ao inscrever-me e ao participar no “Embarque”. Sinto que embarcou em mim um sentido de missão renovado que quero alimentar. Ana Guimarães Nota: O Embarque de São Francisco Xavier foi organizado pela Comunidade Francisco Xavier e o Círculo Vieira
sentir e SABOREAR
No Verão passado propus ao P. António Júlio Trigueiros e ao P. Miguel Almeida fazermos uma peregrinação à Terra Santa, palco dos acontecimentos mais centrais da nossa fé. Cinquenta e duas outras pessoas aceitaram o nosso convite e partiram connosco para Israel. Desconhecidos, com idades, histórias e sonhos diferentes, todos tínhamos um Amigo comum que nos chamava a esta experiência simples de fé e de oração, preparada pelos nossos padres Miguel e António Júlio com base nos Exercícios Espirituais. E partimos, então, em direcção a um país desconhecido, cheio de tensões políticas e religiosas, rumo ao calor e à aridez do deserto, ao encontro não tanto das magníficas basílicas construídas em memória de cada acontecimento bíblico, mas antes daquilo que todos estes lugares revelam: a pessoa de Jesus Cristo e o mistério da Sua Vida, Morte e Ressurreição. A paisagem é cor-de-areia, calma e silenciosa. Jerusalém, uma cidade de contrastes religiosos, onde judeus, muçulmanos e cristãos convivem diariamente, de forma serena e respeitadora, mas sempre sem se misturarem. Extremos tão opostos na forma de vestir, nos rituais e em tantas outras coisas, que puseram verdadeiramente à prova a nossa tolerância cristã. Ao entrar na cidade, apetece que seja tudo como no tempo de Jesus. Mas não é. Se não fôssemos em peregrinação, ficaria alojada num moderno hostel e tomaria o pequeno-almoço num rooftop de decoração hippie. Movidos pela abordagem direta e informal e pela simplicidade e profundidade das palavras do Padre António Júlio e do Padre Miguel, conseguimos entrar nesta terra santa com humildade, focados na nossa motivação e abertos ao toque de Deus. O grupo de 55 pessoas, como alguém notou, foi-se tornando mais pequeno a cada dia. O ambiente era simultaneamente de oração e de alegria, de solenidade e informalidade, e muitas novas amizades se foram criando. O nosso fim era só um: o “ conhecimento interno do Senhor que, por mim, se fez homem, para que mais O ame e o Siga” (EE 104) Todos os “episódios” relatados no Evangelho passam a ter um outro sentido, mais íntimo, mais profundo, mais “para mim”. Senti-me escolhida e amada por Ele, mais do que nunca. Estive com Ele no Monte Tabor, no Monte das Bem-Aventuranças, na Barca de Pedro! Estivemos todos lá com Ele! A sentir o mesmo vento, os mesmos medos e a mesma paz dos discípulos, naquele mesmo Mar da Galileia, em que estivemos uma hora em silêncio, ao som das ondas a bater no barco, a tomar consciência de que Ele estava connosco. Estive no deserto, a rever com Ele os meus critérios de felicidade, com a ajuda da meditação das Duas Bandeiras, de Santo Inácio. Estive a rezar com Ele no Monte das Oliveiras, a tentar compreender a Sua entrega por mim e a comover-me com a Sua humanidade na Igreja da Agonia.
A Cidade Velha de Jerusalém parece Alfama, mas menos colorida e com cenas dignas do filme do Aladino: “Tâmaras! Tâmaras e figos! Tâmaras e pistácios!” – gritariam os comerciantes árabes em brasileiro. Aqui encontra-se também a Via Crucis, que na manhã de Sábado percorremos em oração, cantando cânticos simples, de estação em estação, por entre as ruelas cheias de confusão e barulho. Foi por ali que Jesus passou com a cruz, a caminho da Sua morte. Pelo meio da cidade, onde todos O viam. Onde muitos, como nós, nem compreendiam o que se estava realmente a passar. Pelo meio da cidade, agitada e distraída, também nós nos íamos distraindo, com o artesanato exótico que nos iam impingindo. Tapeçarias, brincos e colares. Pequenos presépios em madeira e cruzes de todos os formatos e tamanhos. Chegados ao Santo Sepulcro, diferentes emoções se misturaram. A enorme Igreja estava recheada de turistas e curiosos, mais do que de peregrinos. Por sorte tínhamos uma pequena capela reservada para nós, onde pudemos com toda a calma e alegria celebrar a missa da Páscoa! A peregrinação estava a chegar ao fim e todos nos sentíamos mais identificados com Jesus e mais esmagados pela força do Seu Amor, revelado ali, na cruz. Revi a minha caminhada interior daqueles oito dias e a forma como tudo aquilo me tocou. A alegria do Natal em Belém, o Terço rezado na Casa de Maria, a oração à noite no Monte das Oliveiras, sobre uma Jerusalém iluminada e adormecida, os fortíssimos e desinstaladores pontos de oração dados pela Irmã Irene Guia, aci, no deserto, as missas campais nos lugares mais bonitos e, finalmente, o momento da Ressurreição do Senhor, nesta missa em que se cantava “Só Deus basta, Aleluia”. Antes de partirmos para as nossas vidas em Portugal, tivemos uma missa de despedida e de envio em Emaús, que nos deixou com o coração a arder! Se no início a ideia de vir ver e tocar a Terra Santa podia parecer um capricho, regresso a casa na certeza de que na minha vida de fé há um antes e um depois de Jerusalém. Leninha Trigueiros
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Com Jesus, na Sua terra
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Servidores DA MISSÃO DE CRISTO Leigos para o Desenvolvimento, uma obra de Espiritualidade Inaciana Se há parcerias, colaborações e amizades que de tão profundas podem inclusive suscitar dúvidas nas suas fronteiras, diria que os Leigos para o Desenvolvimento vivem essa graça com a Companhia de Jesus. A associação “Leigos para o Desenvolvimento” é uma obra de leigos, nascida da intuição e da resposta ao chamamento de um grupo de jovens recém-licenciados que, em 1986 e com o apoio do P. António Vaz Pinto sj, encontrou uma forma própria de ser contemplativo na ação em países com índices de desenvolvimento muito baixos. Sendo um projeto que contou com um jesuíta como fundador, desde o início os Leigos para o Desenvolvimento se constituíram como obra autónoma da Companhia de Jesus mas profundamente enraizados na espiritualidade inaciana. São os princípios, os valores e a forma de viver Deus nas nossas vidas, que fazem com que, até hoje, os jesuítas sejam os nossos principais companheiros e são quem nos ajuda a ver Deus em todas as coisas e a procurar sempre o mais.
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A nossa Missão
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Os Leigos para o Desenvolvimento (LD) trabalham em prol do desenvolvimento integral e integrado de pessoas e de comunidades em países de expressão portuguesa, com vista à sua capacitação e autonomização. Acreditamos que a faísca do desenvolvimento decorre da esperança e da confiança que o ser humano tem em si próprio, daí a nossa missão concretizar-se de forma preferencial no envio de voluntários, que partem para África disponíveis para se entregarem a relações de proximidade com os mais pobres e para as capitalizarem com as suas competências técnicas e humanas. Deste encontro entre voluntários LD e comunidades distantes, com a mediação do Espírito Santo, o Desenvolvimento acontece. “Viver em missão revela-se um caminho de Amor que me tem levado a descobrir que «ser… para o desenvolvimento é [simplesmente] dispor-se a ser companheiro de caminho» da Mamã Emeliana, da Mamã Valéria, da Mamã Elisa, da Mamã Cecília…” | Madalena Fabrício Santos (Cuamba, 2012/13)
Os nossos Valores Os Leigos para o Desenvolvimento assumem a sua identidade católica. Somos uma organização que fundamenta a intervenção nos valores cristãos e promove a dignidade humana. Os nossos principais agentes de desenvolvimento são enviados como leigos missionários à luz de um discernimento e um acompanhamento assente na Espiritualidade Inaciana.
Formação de monitores de alfabetização - Benguela
Mamãs - Moçambique
Assumimos a missão de combater a desigualdade, a pobreza e a exclusão social, colocando-nos ao serviço do desenvolvimento de comunidades e povos mais fragilizados. O nosso conceito de serviço enquadra-se num modelo de desenvolvimento que procura autonomização, capacitação e empowerment das pessoas, grupos e organizações locais, por acreditar genuinamente nas suas capacidades, talentos e criatividade. Com o objetivo de nos tornarmos mais próximos das pessoas e comunidades onde temos intervenção, os recursos são disponibilizados num espírito de simplicidade e pobreza cristã, tendo em conta os vários contextos socioeconómicos em que vivemos. Por essa razão, os nossos principais agentes são voluntários que se disponibilizam a tempo inteiro numa atitude de gratuidade. A partir do estilo de vida próprio LD em que a partilha e a vida comunitária assumem um carácter essencial, promovemos um modelo de desenvolvimento em que a solidariedade se fundamenta no princípio da co-responsabilização e a coesão social assenta na capacidade de construir ‘comunidade’ valorizando a diferença entre indivíduos, culturas e religiões. “Estar em missão é estar disponível para aprender, para conhecer, para nos fazermos próximos de quem nos acolhe, é deixarmo-nos tocar por cada uma das pessoas que vive e trabalha connosco. Estar em missão é confiar, mesmo nos dias mais difíceis, porque não estamos a fazer este caminho sozinhos, nem por nós. É perceber que
Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação
Os nossos voluntários Os Voluntários LD são cristãos, com idade compreendida entre os 21 e os 40 anos de idade, licenciados e disponíveis para uma experiência de serviço e voluntariado por um período mínimo de um ano. Durante o tempo de Missão vivem com simplicidade, em comunidade e espírito de partilha. Antes de partir frequentam a formação LD durante 10 meses. Já partiram em missão 380 voluntários. Para os voluntários, os Leigos para o Desenvolvimento são uma ‘escola’ de vivência intercultural, de respeito e valorização das diferentes culturas e de participação cívica. Usando as palavras das investigadoras da Universidade Católica Portuguesa a propósito de um estudo (1) que fizeram sobre o impacto da experiência LD nos voluntários, a missão nos Leigos para o Desenvolvimento é definida como uma “experiência consistente, totalizante e aprendente: consistente porque é preparada, discernida e inscreve-se num plano de ação geral para a cooperação; totalizante porque remete para todas as esferas da vida do voluntário, para aquilo que é enquanto pessoa e enquanto cristão no antes, no durante e no pósmissão; e aprendente, porque se trata de uma experiência, por todos reconhecida, como de intensa aprendizagem e aprofundamento de conhecimentos”. “24 de setembro de 1991… E parece que foi ontem… virámos o século e as memórias continuam tão vivas como há 22 anos! (…) O estar e o ser passaram a ter mais significado que o ter.” | Lúcia Azevedo (S. Tomé e Príncipe, 1991/93, 2001/08)
Oração comunitária - Cuamba
O nosso trabalho Os Leigos para o Desenvolvimento têm atualmente missões em Angola (Benguela e Uíge), Moçambique (Cuamba) e S. Tomé e Príncipe (Porto Alegre e S. Tomé). Em Portugal temos a funcionar o Centro S. Pedro Claver que completa 20 anos este ano letivo. A forma como promovemos o nosso trabalho é-nos muito cara. Se queremos ser promotores de desenvolvimento temos de ter uma sensibilidade apurada para não criar dependências e ser facilitadores das aprendizagens dos processos junto dos nossos parceiros locais. Por isso, permanecemos muito tempo. Usando uma linguagem mais técnica, a atuação dos LD baseia-se em princípios metodológicos de investigação-ação associados ao desenvolvimento local e participativo, fundamenta-se numa base territorial, no trabalho em parceria e numa intervenção de longo prazo, com vista à sustentabilidade e à capacitação das pessoas e organizações.
CAEB - São Tomé Trabalhamos enraizados nas comunidades locais com vista à mobilização das pessoas e das associações para a promoção de desenvolvimento comunitário, da identidade e da coesão social. Procuramos fomentar a capacidade de auto-organização, de trabalho integrado e partilhado, valorizando a cultura, o desporto, o património local e a saúde comunitária. Estimulamos a dinamização de Grupos Comunitários e de grupos de trabalho interdisciplinares, envolvendo os vários atores locais, inclusive agentes económicos. Promovemos a criação e a qualificação de infraestruturas de apoio à educação, nomeadamente escolas, bibliotecas, infotecas, centros de formação, espaços de atividades de tempos livres e centros de explicações. Desenvolvemos projetos para os vários níveis de ensino, desde o pré-escolar até ao universitário, e trabalhamos em contexto de educação formal, não formal e informal. Os Leigos para o Desenvolvimento promovem ainda projetos com vista ao aumento de rendimentos da população, através da formação na área do empreendedorismo e do acompanhamento à implementação ou requalificação de micro-negócios. Trabalhamos com empregadores locais com vista a formar recursos humanos com competências ajustadas a perfis profissionais específicos.
boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Agosto/Dezembro 2013
em Missão tudo o que nos transforma é definitivamente mais intenso, do que aquilo que vamos transformando e é precisamente por isso que ela faz tanto sentido, porque não muda só o aqui e o agora, muda-nos para sempre. Hoje eu “estou cá” e em cada nova pergunta que me colocam, que eu coloco, em cada nova possibilidade que encontramos, por cada desafio que superamos sinto-me cada vez mais convicta de que um caminho sem Deus e sem entrega aos outros não faz sentido. Nem aqui. Nem aí.” | Elisabete Oliveira (Cuamba, 2010/12)
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Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação
Para garantir a autonomização dos nossos parceiros, estruturas e agentes locais, investimos muito na formação de recurso humanos locais e na capacitação contínua, em contexto, nomeadamente ao nível das competências de gestão, coordenação, contabilidade, angariação de fundos e ainda ao nível pedagógico. Esta capacitação é transversal a todas as áreas, envolvendo escolas, estruturas de educação não formal, associações, paróquias, postos de saúde, entre outros. Finalmente, enquanto missionários que somos, colaboramos nas atividades pastorais das estruturas locais da Igreja, nomeadamente, em catequese, grupos de jovens, retiros, celebrações da palavra e grupos da diocese. “Sentávamo-nos debaixo do telheiro do morro da Graça e falávamos durante horas. Sem preocupações, sem horários a cumprir. Por estarmos assim, entrosávamo-nos, descobríamos a nossa identidade e como sermos força de mudança naquele bairro periférico de Benguela. Nós, Leigos, agradecidos pela sua resposta, reforçados na vontade de ser suporte para que fossem mais além. Eles motivados, sempre conscientes da sua realidade e do seu futuro, descobrindo fulcros de mudança pessoal e da sua vizinhança. O começo de um projeto como o do bairro da Graça, onde tantas necessidades foram autodiagnosticadas pelos habitantes, não podia ser mais simples e ao mesmo tempo tão forte.” | Pedro silva (Benguela, 2002/05)
Mas para tudo funcionar, são necessários vários recursos e por isso contamos com benfeitores, empresas, instituições, grupos que através dos seus donativos, financiamentos e apoios contribuem para que tudo aconteça. Neste grupo enorme de amigos, a Companhia de Jesus destaca-se por estar connosco em todas as horas. Os jesuítas presentes nas equipas de formação dos voluntários e na direção da associação ajudam a centrar-nos na vontade de Deus e a ler com os critérios d’Ele os desafios, as alegrias, as dificuldades e as conquistas. Sto. Inácio aconselhava a que agíssemos como se tudo dependesse de nós e confiássemos como se tudo dependesse de Deus. Os jesuítas ajudam-nos a construir este caminho de confiança, a sermos fieis à nossa identidade. E isso é precioso, insubstituível! Obrigada! “Os LD, com trabalho árduo e uma abnegada generosidade, caminhando pela lama e poeira do nosso Bairro da Graça, mas sobretudo com uma grande capacidade de saber estar com e fazer com, têm sabido transmitir experiências que capacitam as pessoas não só para o hoje que passa, mas para o amanhã que chega. | P. Domingos Cambila (Pároco N. Sra. da Graça, Benguela) Carmo Fernandes, Diretora Executiva (1)‘Vidas em Missão – 25 anos de voluntariado dos Leigos para o Desenvolvimento’, Maria Inês Amaro e Catarina Batista, Universidade Católica Editora
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Os nossos amigos
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Como acreditamos que as mudanças só acontecem em companhia, a nossa missão é possível graças a tantos que se juntam a nós. Em primeiro lugar as dioceses que nos convidam a partir e que nos acolhem durante todos os anos em que permanecemos. Depois todas as paróquias, associações, congregações, grupos que fazem caminho diário connosco e que vão crescendo a cada ano, até ficarem completamente autónomos na implementação das respostas criadas connosco. Ainda os parceiros que representam as entidades públicas africanas e que cada vez mais vão assumindo o seu papel de responsáveis em áreas centrais do desenvolvimento do seu país, como a educação, a ação social, a cultura e a saúde.
Centro juvenil da Graça - Benguela
Diagnóstico em Porto Alegre - São Tomé
Meios que unem O INSTRUMENTO COM DEUS
Dezembro
Janeiro
Exercícios Espirituais
Exercícios Espirituais
3 DIAS
3 DIAS
05 a 08 | em Soutelo, com o P. Carlos Carneiro 05 a 08 | pé descalço, com os PP. Nuno Tovar de Lemos e Nuno Branco 12 a 15 | no Rodízio, com o P. Dário Pedroso 12 a 15 | no Rodízio, com o P. Francisco Rodrigues
09 a 12 | no Rodízio, com o P. António Vaz Pinto 16 a 19 | em Soutelo, com o P. José Frazão 16 a 19 | 3 dias, no Rodízio, com o P. Gonçalo Castro Fonseca 16 a 19 | em Soutelo, com o P. Miguel Almeida 16 a 19 | no Rodízio, com o P. Hermínio Rico 16 a 19 | Conhecer, no Rodízio, com o P. Sérgio Diz Nunes 23 a 26 | em Soutelo, com o P. José Carlos Belchior 30 a 02 | em Soutelo, com o P. João Carlos Onofre Pinto
6 DIAS 26 a 01 | no Rodízio, com o P. Hermínio Rico 8 DIAS 03 a 11 | em Soutelo, com o P. Luís Maria da Providência
Dezembro Atividades 06 a 08 | Eneagrama, no CUMN com Clara e João Pedro Tavares 13 a 15 | CaFé, no CUPAV, com os PP. Carlos Azevedo Mendes e Nuno Tovar de Lemos 28 a 01 | Passagem de ano em Soutelo, com o P. António Valério e Filósofos SJ
8 DIAS 06 a 14 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia 30 DIAS 06 a 06 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia
Janeiro Atividades 10 a 12 | Curso de Eneagrama, no CUPAV, com Clara e João Pedro Tavares 17 a 19 | Fim de semana no campo, com o P. Nuno Tovar de Lemos 17 a 19 | Curso de preparação para o matrimónio, no CUPAV, com o P. Carlos Azevedo Mendes e grupo de casais 24 a 26 | CaFé, no CUPAV, com os PP. Carlos Azevedo Mendes e Nuno Branco 26 | Primeiros passos na espiritualidade inaciana "Pai, eu também sei rezar", em Soutelo, com Anabela Pereira, ssd e membros da CVX 31 a 02 | Fim de semana monástico, em Soutelo, com o Círculo Xavier
Consulte o programa anual em www.jesuitas.pt
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19 a 22 | pé descalço, em Soutelo, com o P. Filipe Martins 19 a 22 | pé descalço, no Loreto, com o P. António Santana e Margarida Alvim 20 a 23 | pé descalço, em Soutelo, com o P. António Valério • 4 DIAS 18 a 22 | em Soutelo, com o P. Vasco Pinto de Magalhães
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