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JESUÍTAS

Boletim . nº 355 outubro/janeiro 2016

Jubileu da Misericórdia

JRS - 35 anos a servir!

FGS - 2015 em perspetiva

O Regresso dos jesuítas ao Algarve

Informação aos amigos


JESUÍTAS Informação aos amigos

LISBOA Boletim nº 355 outubro 2015/janeiro 2016

BREVES DA PROVÍNCIA........................................

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DA COMPANHIA DE JESUS EM RESUMO........... 11 JUBILEU DA MISERICÓRDIA................................ 12 JRS - 35 ANOS A SERVIR ........................................ 14

boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Outubro 2015/Janeiro 2016

FGS - 2015 EM PERSPETIVA .................................. 15

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O REGRESSO DOS JESUÍTAS AO ALGARVE...... 12 MEIOS QUE UNEM O INSTRUMENTO COM DEUS .................................. 19

Ficha Técnica Jesuítas – Informação aos Amigos – Boletim; Nº 355; outubro 2015/janeiro 2016 Diretor: Domingos de Freitas, SJ • Coordenação: Ana Guimarães • Redação: Ana Guimarães; António Amaral, SJ; Avelino Ribeiro, SJ • Propriedade: Província Portuguesa da Companhia de Jesus • Sede, Redação e Administração: Estrada da Torre, 26, 1750-296 LISBOA (Portugal) • Telef.: 217 543 060; Fax: 217 543 071 • Impressão: GRAFILINHA - Trabalhos Gráficos e Publicitários; Rua Abel Santos, 83 - Caparide - 2775-031 PAREDE (Portugal) • Depósito Legal: Nº 7378/84 • Endereço Internet: www.jesuitas.pt • E-mail: ppcj@jesuitas.pt • Foto: Em casa de Simão - pormenor do mosaico L’Incarnazione del Verbo, Palazzo Apostolico Vaticano 1996-1999, de Marko Rupnik, SJ .


Breves da PROVÍNCIA Novo Vice-Assistente Mundial da CVX

Nova comunidade

O Padre Geral, Adolfo Nicolàs, nomeou o P. Hermínio Rico Vice-Assistente Mundial da CVXComunidade de Vida Cristã. O P. Hermínio subsitituirá o P. Luke Rodrigues e assumirá o cargo depois do Verão 2016. Em final de março, o P. Hermínio participará na reunião do ExCoConselho Executivo Mundial, que se realizará em Roma.

Com data de 30 de dezembro de 2015, foi assinado pelo P. James Grummer, Vigário Ad tempus, o decreto que erige canonicamente a Residência Nossa Senhora da Estrada, em Portimão.

Este ano são três as ordenações diaconais. No dia 5 de março, em Madrid, será ordenado o E. João de Brito, pelas mãos de Mons. Carlos Osoro Sierra, Arcebispo de Madrid, na Paróquia de São Francisco Xavier e São Luis de Gonzaga, às 18h. No dia 29 de março, às 16h, em Roma, na Igreja do Gesù, será ordenado o E. Duarte Rosado, pelas mãos de Mons. Luis F. Ladaria Ferrer, SJ, Arcebispo Titular de Tibica. Em Paris, a 16 de abril, será ordenado o E. Manuel Cardoso, pelas mãos de Mons. Henri Coudray, SJ, Vigário Apostólico de Mongo (Chad), na Igreja de Santo Inácio, pelas 15h.

Ordenações Presbiterais Na Igreja de São Roque, em Lisboa, no dia 9 de julho, pelas 15h, serão ordenados presbíteros os diáconos Andreas Lind, António Ary, Bruno Nobre e Francisco Mota. As missas novas serão como segue: - P. António Ary, dia 10 de julho, na Igreja do Centro Inaciano do Lumiar, em Lisboa, às 16h; - P. Francisco Mota, dia 16 de julho, na Igreja de Santo António, no Estoril, às 16h; - P. Andreas Lind, dia 17 de julho, na Igreja de Nossa Senhora do Cabo, em Linda-a-Velha, às 11h30; - P. Bruno Nobre, dia 23 de julho, na Sé Catedral da Guarda, às 17h.

Orações Pedem-se orações: - pelos PP. Manuel Sequeira (Com. Centro Inaciano do Lumiar - Lisboa) e Abel Paulo Guerra (Com. FACFIL/AO - Braga); - por um irmão do P. César Cavaleiro (Com. Covilhã); - por uma irmã do P. José Alves Martins (Com. Díli - Região Independente de Timor Leste); - pelo pai do P. Pedro McDade (Coppleston House, Reino Unido), recentemente falecidos.

O P. Luís Ferreira do Amaral vai participar no JC:HEM - Jesuit Commons: Higher Education at the Margins, um projeto de ensino superior à distância para refugiados. Esta sua missão terá lugar no Sri Lanka, entre meados de fevereiro e final de maio.

Nada nem ninguém nos roube a Alegria Talvez tenha sido o tema que atraiu a Fátima as cerca de 600 pessoas que participaram este ano na XI SEEI - Sessão de Estudos de Espiritualidade Inaciana. De facto, experimentar a Alegria, viver a Alegria, neste momento, num mundo tão carregado de nuvens sombrias, significa, muitas vezes, um verdadeiro desafio. Mesmo nós, cristãos, que sabemos que o Amor de Deus é infinitamente mais forte do que o sofrimento e a morte – e que por isso nada verdadeiramente nos pode roubar a Alegria - enfrentamos muitas vezes fases de desalento, de dúvida, em que Deus nos parece muito distante, quase ausente. Nas diferentes sessões que compuseram a SEEI, o tema da Alegria foi sendo apresentado e discutido de muitas perspetivas: na perspetiva de Santo Inácio e na dos Padres da Igreja; numa perspetiva física, explorando as potencialidades da alegria e de uma atitude optimista para o bom funcionamento do nosso cérebro; procurando perceber o que é viver a Alegria no nosso quotidiano… Todas estas diferentes abordagens sublinharam, para mim, aquilo que vou confirmando todos os dias: que experimentamos a Alegria vivendo em agradecimento por tudo aquilo que Deus permanentemente nos dá e que a nossa Alegria – a verdadeira – não depende do facto de as coisas na vida nos correrem bem mas da certeza de que, em tudo o que nos acontece, Deus está connosco. No entanto, continuamos a cair na tentação de pensar que, já que acreditamos e confiamos Nele, Deus

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Ordenações Diaconais

Missão temporária

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Breves da PROVÍNCIA continuação

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devia afastar de nós o sofrimento e a dor. E que viver a alegria é evitarmos cuidadosamente tudo o que no mundo e na nossa vida é sombrio, nos perturba ou transtorna e instalarmo-nos num casulo simpático e sossegado de “coisas positivas”. Talvez por isso, uma das coisas que mais me perturbou e desafiou, de tudo o que foi dito na SEEI, foi a afirmação do P. José Frazão de que a alegria é viver a realidade tal como ela é. Não a realidade cor-de-rosa que gostaríamos que fosse, a realidade sem aqueles elementos perturbadores (pessoas ou circunstâncias) que impedem as coisas de correrem bem, nem a pintura negra com que colorimos às vezes tudo, num esforço de “realismo” que torna a vida tão pesada. Simplesmente, aceitar o que é. Porque tal como Deus nos ama exactamente como somos e é a partir do que somos que Ele nos transforma, assim também Ele nos chama a transformar o mundo a partir do mundo tal como é. E o primeiro passo para transformar o mundo é viver bem os desafios que a vida nos coloca. Isto foi o que P. José Frazão explicou, no Domingo. Curiosamente na manhã do dia anterior, a Mariana Abranches Pinto tinha-nos contado, com muita simplicidade e clareza, como é que isso se faz na prática. A Mariana vive há alguns anos com um cancro que exige tratamento continuado. Para além disso, há uns anos, a sua filhinha, na altura ainda muito pequena, enfrentou um problema semelhante, que felizmente foi debelado. O que partilhou connosco foi a vivência rezada desta sua realidade. Uma realidade que procura encarar de frente, aceitar… e transformar. A sua partilha não revelou bálsamos fáceis para a violência deste quotidiano nem escondeu os momentos de revolta ou de desânimo. Mas fez-nos perceber que, quando permitimos que Deus se faça presente numa realidade assim e Lhe damos espaço para Ele nos abraçar no nosso sofrimento, Ele guia-nos no caminho que vai da cruz à ressurreição. Percorremos assim uma fase de negação, de desnorteamento e de ausência de sentido, (que corresponde ao primeiro dia depois da morte de Jesus) depois uma fase de aceitação (que é já o segundo dia) até sermos capazes de encontrar a paz, de perceber sentido, de ressuscitar em alegria (ao terceiro dia). “Ao terceiro dia” é precisamente a designação do grupo de oração e entreajuda que a Mariana entretanto iniciou e que junta pessoas que, como ela, vivem com doenças crónicas. A partilha da Mariana foi para mim um formidável murro no estômago, uma profundíssima lição do que verdadeiramente é viver em Alegria. Assim, no final desta SEEI foram estas as duas propostas que deixei que Deus me fizesse: aceitar a realidade tal qual ela é e procurar viver cada acontecimento, cada circunstância nesta dinâmica de “terceiro dia”. Para que nada nem ninguém (nunca) me roube a Alegria! Teresa Sabido Costa Deixaram o Noviciado da Companhia de Jesus, em Cernache, o Pedro Menères e o Nuno Paiva.

40 anos do CUMN No dia 24 de outubro, o CUMN - Centro Universitário Manuel da Nóbrega, em Coimbra, celebrou os seus 40 anos juntamente com o Círculo Loyola que, nesse mesmo dia, celebrava o seu 15º aniversário. Este dia contou com a presença de mais de 450 pessoas que por amizade e generosidade se juntaram para celebrar e agradecer o tanto bem recebido, ao longo destes vários anos. Celebrámos esta data com um dia composto por quatro grandes partes. Primeira - acolhimento nas novas instalações do CUMN; cada pessoa foi convidada a conhecer ou a revisitar a casa e receber indicações práticas para o dia. Segunda - “conversas de café”; em três espaços públicos: Café Moçambique, Casa da Cultura e Centro Cultural D. Dinis, em simultâneo, estas “conversas” abordaram três desafios do Papa Francisco lançados à Igreja de hoje (pobre, criativa e que perdoa), ao mesmo tempo que eram pensadas e discutidas, por quatro convidados, as implicações pastorais que eles poderiam vir a ter em Coimbra, de um modo muito particular no CUMN: i) a “Igreja pobre” contou com a presença de P. Alberto Brito, Catarina Marcos, P. Filipe Martins e João Paiva; ii) a “Igreja criativa” com José Leandro, P. José Frazão Correia, P. Vasco Pinto de Magalhães e Arq. Nuno Valentim; e iii) a “Igreja que perdoa” com P. Carlos Carneiro, Joana Penetra, Marta Neves e P. António Vaz Pinto. Terceira – Eucaristia; foi o momento central, como gesto de uma enorme ação de graças e que juntou o maior número de pessoas. A Eucaristia - presidida pelo P. Provincial, José Frazão Correia - foi celebrada na Igreja N. Sra de Lurdes e veio lembrar-nos, a partir das leituras próprias do dia e dos desafios do Papa Francisco, que a salvação de Deus não descansa enquanto não chegar a todas as pessoas e a todas as realidades e circunstâncias da nossa vida. Quarta - jantar com serão na Quinta Nossa Senhora do Loreto. Temos, portanto, entre mãos esta abençoada missão de levar o CUMN a bom termo: uma comunidade que se coloque em caminho para aprofundar e levar a presença de Deus num mundo tão expectante de sentido e de entusiasmo. Nuno Branco, SJ

Boletim “Jesuítas” O boletim “Jesuítas” é enviado gratuitamente a familiares, amigos e colaboradores. Se desejar contribuir para as despesas de publicação e envio, pode fazê-lo por transferência bancária para o IBAN PT 50 0033 0000 000000 700 41 84, Millennium BCP, ou mediante envio de cheque em nome de Província Portuguesa da Companhia de Jesus, para Estrada da Torre, nº 26 - 1750-296 LISBOA. Em ambos os casos, solicita-se referência ao Boletim Jesuítas.


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No dia 8 de Outubro de 2015 celebrou-se o quarto aniversário da morte do Padre Luís Archer, S.J. Por ocasião desta efeméride, realizou-se, na sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a conferência «Da Genética à Bioética». Organizada por Francisco Malta Romeiras, Henrique Leitão, Graça Fialho, Padre António Júlio Trigueiros, S.J. e Padre António Vaz Pinto, S.J., esta conferência procurou salientar a importância do estudo da vida e obra do eminente cientista da Companhia de Jesus. Sobejamente conhecido pela introdução da investigação e do ensino da disciplina de genética molecular no nosso país, e pelos seus trabalhos pioneiros em torno da bioética, Luís Archer foi retratado, ao longo da conferência, como uma figura ímpar da ciência e da cultura portuguesas na segunda metade do século XX.

Nas duas primeiras sessões, as palestras apresentadas focaram-se, essencialmente, na sua biografia científica. Depois de uma breve nota biográfica, seguiram-se alguns testemunhos de cientistas que trabalharam de perto com o jesuíta, sobretudo no Laboratório de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência, fundado e dirigido por Luís Archer durante 20 anos. A última sessão da manhã foi encerrada com uma comunicação sobre o seu empenho no diálogo entre Fé e Ciência. À tarde, as palestras focaram-se nos diversos contributos do jesuíta enquanto bioeticista, e destacaram o seu papel de relevo nas diversas comissões nacionais e internacionais de bioética em que participou activamente, como o Conselho Nacional de Ética para as Ciência da Vida, ao qual presidiu entre 1996 e 2001. A conferência terminou com o lançamento do primeiro volume da Obra Selecta do Padre Luís Archer, S.J., dedicado à História e Filosofia das Ciências. Esta obra é constituída por quatro volumes (vol. I: História e Filosofia das Ciências; vol. II: Ciência e Religião; vol. III: Bioética I (1980-1997); vol. IV: Bioética II (1998-2007) e tem como coordenadores científicos Francisco Malta Romeiras e Henrique Leitão. Publicada pela Fundação

Calouste Gulbenkian em parceria com a revista Brotéria e com o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, esta obra foi apresentada pelos editores numa conversa informal com o Padre José Frazão. Francisco Malta Romeiras

Encontro de coordenadores da PAJUV Dos dias 9 a 12 de Novembro decorreu em Vilnius, na Lituânia, a primeira reunião europeia que juntou os Capelães Universitários e os Coordenadores da Pastoral Juvenil e Universitária das várias Províncias europeias da Companhia de Jesus. Estivemos presentes mais de 30 jesuítas e cerca de 10 leigos responsáveis pela pastoral nas obras onde colaboram. Esta reunião visava continuar e aprofundar a tradição da Companhia de partilhar experiências e poder ir formulando alguns projetos comuns no trabalho juvenil das diversas províncias europeias. Para além disto, ofereceu-nos a oportunidade de refletir sobre o tema: “Acompanhamento na tomada de decisão dos jovens de hoje em dia”. Esta reflexão foi proposta por um companheiro alemão – Clemens Blattert, SJ e ocupou-nos todo o primeiro dia, seja nas exposições que ele fez, seja no trabalho de grupos e plenários. Foi um dia de enorme riqueza e profundidade. O segundo dia foi dedicado à partilha de boas experiências em cada uma das nossas províncias e discussão de temas de fundo (luzes e sombras) nas mesmas. Da parte da tarde, fomos conhecer o centro de Vilnius, especialmente a vasta e rica história da Companhia de Jesus nesta bonita cidade. O último dia foi dedicado a três grandes temas: primeiro, perceber como está a correr a organização do MAGIS 2016, que decorrerá no próximo ano na Polónia. Estiveram presentes os dois jesuítas polacos responsáveis por esta grande iniciativa. Também concretizámos as várias propostas que foram nascendo ao longo destes dias e, finalmente, terminámos escolhendo a nova equipa que ficará encarregue de organizar o próximo encontro que terá lugar em Dublin, nesta mesma altura do próximo ano. A equipa de organização deste ano, da qual fiz parte, era constituída por três jesuítas (França, Espanha,

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Da Genética à Bioética - A vida e obra do P. Luís Archer, SJ

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Portugal) e por um leigo Lituano que foi uma grande ajuda e referência em todo este encontro. Como sempre, o trabalho que se faz em Portugal com a juventude, em especial com os jovens universitários, suscitou muito interesse e admiração por parte de todos. Muitos destes nossos companheiros, aliás, estiveram presentes no encontro do ano passado no Rodízio e recordam com saudade e admiração a visita e a conversa que tiveram com os jovens universitários do CUPAV. É tempo de agradecer esta bonita experiência e pedir força e entusiasmo para todos os jesuítas e leigos da nossa Província que trabalham, de forma tão generosa e frutuosa, com os jovens de Portugal, mas também por todos os outros companheiros que, pela Europa fora, fazem o mesmo trabalho e encontram dificuldades e desafios bem maiores do que os nossos. Pedro Rocha Mendes, SJ

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Memória P. Abel Paulo Guerra, SJ

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Quem não se recorda do seu rosto sorridente, que comunicava simplicidade e ternura? As saudações que dele recebíamos eram em sol maior. O seu trato era delicado, com a candura jubilosa das crianças que Jesus exalta no evangelho. Usar mal da nossa língua é das fraquezas mais frequentes da desumanidade dos humanos. Pois acho que nunca o ouvi falar mal de ninguém. Pelo contrário, tinha a arte de descobrir coisas boas para dizer deste e daquele, por vezes até com certa ingenuidade. Mas denota virtude exceder-se na bondade, qual pomba, rejeitando imitar a astúcia das serpentes venenosas. Era um homem afetivo e afetuoso, que comunicava a alegria de estar connosco. Pela bondade que nos oferecia, promovia-nos a importantes. Éramos importantes para ele. Não é preciso ser um génio para conquistar corações e atraí-los para Deus. Basta ser bom. Na raiz de tudo isto, encontrava-se a sua ligação a Deus. Era um homem de Deus: pio e devoto, no melhor dos sentidos. Nos seis anos que com ele convivi na Residência da Brotéria, em Lisboa (2008-2014) frequentemente o encontrava na Capela. Eu entrava e pouco depois saía. E ele ali ficava estacionado contemplativamente. Julgo que tinha ligação direta com a Santíssima Trindade, entrando e saindo sem bater à porta. O sobrenatural era-lhe natural. Tinha uma alma de apóstolo. Fazer o bem era o seu sonho e a sua prática. Exercitou o dom de acompanhar pessoas em direção espiritual, o dom da conversação espiritual. E agora alguns dados da sua vida. O Padre Abel Paulo Guerra nasceu numa família profundamente cristã no dia 25 de janeiro de 1927, em Lavacolhos, Fundão, Castelo Branco. Era sobrinho de dois padres jesuítas muito

conhecidos: o P. Abel Guerra e o P. Joaquim Guerra. Entrou na Companhia no Noviciado de Santa Marinha Costa, em Guimarães, no dia 7 de setembro de 1943. Acabado o Noviciado e Juniorado, passou para Braga, onde estudou Filosofia (1948-1951). Fez o seu tempo de Magistério no Colégio de S. João de Brito, em Lisboa, como Professor e Prefeito (1951-1954). Os seus estudos de Teologia tiveram lugar em Granada, Espanha (1954-1958), tendo sido Ordenado Sacerdote a 15 de julho de 1957. Deu início à sua atividade apostólica no ano de 1959 no Colégio de S. João de Brito, em Lisboa, como Professor e Prefeito (1959 1962). De 1962-1965, esteve na Residência de Évora, dedicando se a missões populares. De 1965 a 1974 foi missionário em Moçambique, tendo servido em paróquias e sido professor: Quelimane, Seminário do Zóbue, Tete, Manga (Beira). Em 1974, foi enviado para a Residência de Luanda, em Angola, onde foi Diretor Espiritual e Professor no Seminário Maior. Em 1975, fez um tempo de reciclagem em Teologia Pastoral em Roma, vivendo no Colégio Belarmino. De 1975-1985, esteve na Residência do Porto; de 1985-1988, na Residência do Mensageiro, em Braga. De 1988 a 2004, na Residência da Lapa, como Diretor Diocesano do Apostolado da Oração no Patriarcado de Lisboa e dedicando-se a diversos ministérios sacerdotais. Em 2004 recebeu nova missão, vivendo na Casa de Escritores da Brotéria, em Lisboa, onde continuou a ser Diretor Diocesano do A.O. até 2011. Dadas as suas limitações de saúde, em finais de 2014, foi enviado para a Enfermaria da Comunidade da Faculdade de Filosofia e do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, em Braga. As suas forças foram diminuindo e progredindo as limitações de saúde. Aqui veio a falecer no dia 22 de Janeiro de 2016, 3 dias antes de completar 89 anos. O seu corpo ficou sepultado no Cemitério de Braga. Não podemos deixar de recordar que foi colaborador habitual do Mensageiro do Coração de Jesus, durante muitos anos. Escreveu vários livros, como: “Ao Sol de Deus”, “A Sede e a Fonte”, “A Palavra e o Tempo”, “Cartas de Sinal Mais”, “Comunidade Nova”, “Celebrar a Festa”, “Eis a Tua Mãe”, “Caminho de Fogo”, “Liturgia das Minhas Horas”, “Missa em Sim Maior”, “Pão da Palavra – I e II”, e “Vinde Ver”, este último editado em março de 2014. Nas suas páginas revela uma alma contemplativa, fina sensibilidade com sabor a poesia. É fácil verificar que rezava o que escrevia. O P. Paulo Guerra deixou-nos o testemunho de um jesuíta de sólida espiritualidade, verdadeiro homem de oração. Tinha um particular afeto ao Coração de Jesus e a Nossa Senhora, vivendo a Eucaristia como o centro da sua vida. Tendo por nome «Guerra», cada dia nos deu lições de paz e alegria. Na fé confiamos que junto de Deus intercede por nós, especialmente pelos familiares, jesuítas e tantíssimas pessoas que ajudou a seguir pelo caminho da maior glória de Deus e do maior serviço do próximo. Manuel Morujão, SJ


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Identidade Inaciana na CAS

descontração e de encontro informal que muito contribuíram para que este encontro fomentasse o conhecimento mútuo e reforçasse os laços que unem as diferentes pessoas e obras do Setor Social da PPCJ. Para que esta atmosfera de proximidade e partilha fosse possível muito contribuiu o modo delicado e atento como o grupo foi acolhido na Casa de Retiros de Santo Inácio. A CAS sabe bem que este foi apenas mais um passo. Há muito caminho por fazer. O comboio continua em andamento. No entanto, o modo positivo como o encontro decorreu levaram a CAS a decidir repetir este módulo até ao final de Fevereiro e ainda antes da Assembleia Social que decorrerá no final de Abril em Almada. Iremos dando conta das peripécias do caminho… José Maria Brito, SJ

Memória - P. Manuel Sequeira (N. 30.06.1928 – F. 26.12.2015) O P. Manuel da Silva Rodrigues (Sequeira) nasceu a 30 de Junho de 1928, na Calheta, Funchal (Madeira). Estudou no Seminário Diocesano do Funchal e entrou na Companhia de Jesus no dia 28 de Setembro de 1947, em Guimarães. Após o Noviciado, fez os dois primeiros anos de Juniorado ainda em Guimarães e o terceiro ano já em Soutelo (Braga). Fez a Filosofia, em Braga (1951-54), a Teologia, em San Cugat (Barcelona-Espanha) (1958-1962 e recebeu a Ordenação Sacerdotal, em Lisboa, no dia 30 de Julho de 1961. Depois de terminada a Terceira Provação, em Salamanca, (Espanha) (1962-1963), deu início à sua actividade apostólica e missionária, sendo destinado à então Missão da Zambézia, em Moçambique, onde recebeu, da parte da Companhia de Jesus, diversas missões. Passou pela Missão da Fonte Boa, na Angónia, 1963-64, onde estudou a língua Chinhanja. Esteve na Missão de Boroma (em Tete), de 1965-1967. Na residência de Vila Ulóngwè (1967-1976), foi Superior, Pároco e Professor da Escola Secundária. Esteve também como Superior e Pároco da Igreja Catedral de Tete (1983-1986). De 1987-2000, foi Superior da casa do Noviciado na Beira Em 2001-2013, esteve ainda na Missão da Fonte Boa como colaborador da Paróquia e Director espiritual da Casa. De 2003-2004

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Há comboios que se constroem em andamento. À medida que se vai avançando – mais ou menos devagar –, compreende-se o tanto que há por fazer. O desafio é não deixar que “esse tanto por fazer” se transforme em obstáculo que paralisa e impede de arriscar. No desejo de crescer em sentido de corpo e missão comum, a Comissão do Apostolado Social (CAS) da Província Portuguesa da Companhia de Jesus (PPCJ) intensificou nos últimos dois anos a marcha da viagem. Depois de um ano marcado pela Avaliação Apostólica e pela Assembleia Social que decorreu em Fevereiro de 2015, o início do ano Pastoral 2015/2016 fica marcado pelo arranque do Plano de Formação do Setor Social da PPCJ. Deste plano fazem parte vários módulos que têm como destinatários os colaboradores e voluntários das obras sociais ligadas à Companhia de Jesus e os colaboradores de outras obras da Companhia que assumem como traço forte da sua identidade a sua dimensão social. O primeiro módulo subordinou-se à temática Identidade Inaciana e decorreu nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro na Casa de Retiros de Santo Inácio, na Praia Grande, em Sintra. Nele participaram 30 pessoas vindas de obras inacianas entre o Porto e o Algarve. O primeiro dia do encontro foi orientado pela Alzira Fernandes, que há muito tempo vive e estuda a espiritualidade inaciana. Partindo da vida de Santo Inácio, a Alzira Fernandes desafiou os participantes a tomarem consciência daquilo que nos move interiormente e a aprender a reconhecer o que maior secura e vitalidade traz à nossa vida. Este conhecimento da realidade interior de cada pessoa foi ainda enfocado sobre a perspetiva da sua influência na relação com os outros, nomeadamente no que respeita às relações de trabalho e no contexto dos serviços prestados por cada obra. Depois de terem refletido sobre o modo como a experiência vital de Santo Inácio deve moldar o modo como vivemos a nossa humanidade e como ajudamos os outros a viver a sua, os participantes deste encontro receberam a visita do Pe. Hermínio Rico. O futuro vice assistente mundial da CVX foi responsável pela orientação do segundo e último dia de formação. Partindo do Princípio e Fundamento dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, o Pe. Hermínio levou os colaboradores e voluntários das várias obras a tomar consciência de como é importante ter uma visão de mundo que sustente o agir social. Por outro lado, importa também que haja por parte de cada organização uma consciência clara da sua finalidade que permita discernir que meios são mais adequados em cada momento concreto. Assim se aprofunda o sentido de pertença a uma organização, a um corpo, sabendo também assinalar e celebrar os momentos marcantes da história de cada instituição. O desvelar de todas estas temáticas foi acontecendo num ambiente de diálogo e partilha com tempos de

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colaborou na Igreja Catedral de Tete. Em 2005 foi nomeado Vice-Superior da casa e, em 2014, o Padre Sequeira regressou a Portugal, tendo sido destinado à comunidade de CIL onde permaneceu, sempre prestável, mas limitado de saúde. Veio a falecer em 26 de Dezembro de 2015. Nunca estive com o Padre Manuel Sequeira em nenhuma das etapas da sua formação como Jesuíta, mas como Superior Vice - Provincial da Companhia de Jesus em Moçambique, tive ocasião de lidar muito de perto com ele e de partilharmos juntos as diversas missões que a Companhia lhe confiava, quer na Missão de Vila Ulóngue, como Superior, Pároco e Director da Escola Normal, quer em muitas outras ocasiões: em Tete, por exemplo, onde foi Superior da comunidade e Pároco da Catedral. Estive, muito de perto, junto dele, enquanto Superior do Noviciado e Mestre de Noviços, desde 1987200. Foi o primeiro Mestre do novo Noviciado, construído de raiz, na Manga Loforte, onde ainda agora está. Em toda vida do padre Manuel Sequeira e em todos os ministérios que a Companhia lhe confiou, aquilo que sempre me impressionou nele, era o seu espírito de

oração. Raro era o dia em que não o víssemos, na primeira hora da manhã, em oração pessoal e silenciosa, quer na capela da comunidade, quer na Igreja da Missão. Para mim, essa perseverança e intimidade do Padre Sequeira na oração, era um apelo para eu me ajoelhar com ele e partilharmos juntos, em silêncio, o encontro com o Senhor. Tenho muito viva esta experiência, sobretudo em Vila Ulóngue, onde o Padre Sequeira passou uma parte da sua vida missionária. Todos os dias, na Igreja da Paróquia, o Padre Sequeira não faltava à oração quotidiana e, nela, o vi, muitas vezes, acompanhado pelo irmão Adelino Rodrigues e pelo Irmão Albano Agulha, outros dois exemplos de oração. Este hábito de contemplação diante do Senhor, era o melhor testemunho oferecido aos cristãos da Angónia. Esta união com Deus na oração foi uma característica de toda a vida deste homem. Ultimamente no pouco tempo que passou no Colégio de S. João de Brito, em Lisboa, antes de estar acamado, tive ocasião de presenciar este espírito de oração que nele era familiar e espontâneo, nunca faltando a este colóquio matutino com o Senhor Jesus, na Capela da comunidade do Colégio de S. João de Brito. Esta assiduidade à oração lhe abria o acesso a Deus e era, por sua vez, uma janela para acolher a todos sem discriminar ninguém. Foi esta uma outra grande característica na missão do padre Sequeira. Daí que todos (irmãs Religiosas e leigos) que conviveram com ele, afirmarem: o Padre Sequeira foi um “senhor”, um “cavalheiro”, nunca se alterava, sempre atencioso para com todos, sempre serviçal, sempre sorridente e irradiando alegria e confiança em todas as pessoas que vinham ter com ele, expondo os seus problemas. O P. Manuel Ferreira que conviveu com ele em Boroma diz: “o que mais fundo me ficou, daqueles dois


anos de Boroma, foram os excelentes exemplos de homem e de religioso, que o nosso honrado madeirense nos dava, com a maior naturalidade e o mesmo Padre lembra a sua dedicação de super-jovem aos jovens escuteiros, que todos o recordam com a maior estima e saudade”. O mesmo Padre Ferreira recorda que em Matacuane (Beira), quando pelos anos 70 e 80, era proibido o Escutismo no Moçambique revolucionário, o P. Manuel fundou, em Matacuane, o grupo jovem dos Caminheiros de Santa Maria. Estes escuteiros de nome trocado prestaram excelente serviço, quando São João Paulo foi a Moçambique e celebrou a Eucaristia na Beira. Por tudo o que foi o Padre Sequeira, no momento da sua morte os cristãos não o esqueceram e vieram apresentar condolências, porque não só o conheciam mas tinham por ele uma enorme estima e ternura (P. Ferreira). Termino esta Memória do Padre Manuel Sequeira dizendo que nunca lhe faltou a alegria e paz na época difícil das nacionalizações das Missões em que tudo era confiscado e passava para as mãos do Estado: Escolas, Centros de Promoção, Centros Hospitalares, Residências… Sem as nossas Residências, nunca se ficou ao livre e o Padre Sequeira foi sempre homem optimista, uma solução para que os problemas das comunidades se mitigassem. P. José Augusto Alves de Sousa, SJ

Reunião anual do JECSE Nos dias 25 a 27 de Novembro de 2015, realizou-se na Casa de Exercícios de S. Inácio – Rodízio, a reunião anual do JECSE - Jesuit European Comission for Secondary Education. Esta reunião pretende juntar anualmente todos os Delegados para a Educação das várias Províncias da Companhia na Europa. Este ano o local escolhido foi Portugal, pelo seu clima mais ameno, assim como pela reconhecida hospitalidade praticada no nosso país. Para além dos 25 representantes das várias Províncias, liderados pela sua coordenadora, Marie Thérèse Michel (França), esta reunião contou ainda com a presença do Presidente da Conferência Europeia dos Provinciais, P. John Dardis, sj; com o Secretário da Companhia para a Educação Primária e Secundária, P. José Alberto Mesa, sj; e com o Delegado para a educação no Zimbabwe, P. Joe Arimoso, sj. Após a gestão complexa das chegadas dos Delegados ao Rodízio, deu-se início à reunião, com as boas-vindas por parte da coordenadora e um convívio no final do dia. A agenda de trabalhos constou sobretudo de três pontos: 1. Reflexão e debate sobre o “Novo JECSE” (proposta de renovação e ampliação deste grupo); 2. Exposição e partilha dos Relatórios sobre a Educação nas várias Províncias europeias; 3. Intervenção dos convidados, PP. John Dardis (Os desafios da Educação na Europa), José Mesa (A educação na Companhia

Universal) e Joe Arimoso (As relações de colaboração entre a Europa e África). O ponto principal da nossa reflexão e aquele que nos tomou mais tempo, foi certamente a reflexão sobre o “Novo JECSE”. Após cerca de dois anos de reflexão e discernimento, por parte de um grupo de 8 Delegados, foi elaborado um documento como proposta de alargar o âmbito de ação desta comissão, tornando-a mais relevante e interventiva na orientação das 158 Escolas Jesuítas e Inacianas na Europa. Este documento, intitulado “Educating Men and Women for and with others” (Educar homens e mulheres para e com os outros) aponta e desenvolve quatro prioridades para os Colégios SJ nos próximos 10 anos: 1. Fé e Espiritualidade Inaciana – O que nos une é Cristo e o desejo de O servir; não ser surdo ao seu chamamento, mas pronto e disponível para seguir a sua vontade (CG35 D2); 2. O compromisso com a Justiça Social – Estabelecer relações corretas convida-nos a ver o mundo da perspetiva dos pobres e marginalizados, aprendendo deles, agindo com e para eles (CG35 D3); 3. Reconciliação e paz numa Europa diversificada – Neste mundo globalizado, existem forças sociais, económicas e políticas que facilitaram a criação de novas relações entre as pessoas, mas há outras forças que quebraram os laços do amor e da solidariedade (CG35 D3); 4. Resposta às dinâmicas de mudança – A pessoa comprometida é capaz de criar, compreender e usar o conhecimento e as capacidades para viver no seu próprio contexto e transformá-lo. Estas prioridades são uma proposta de orientação das escolhas educativas para as escolas da Companhia, ou as escolas com inspiração inaciana, a médio/longo prazo. Pretendem levar a uma maior unidade na educação na europa, assim como criar sintonias com as grandes linhas prioritárias de ação apostólica propostas

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Breves da PROVÍNCIA continuação

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Breves da PROVÍNCIA continuação

pelas últimas Congregações Gerais. A exposição do documento e posterior debate foram bastante enriquecedores, levando cada delegado de regresso à sua Província e aos seus colégios este caminho de unidade. O Encontro contou ainda com um passeio turístico pela Vila de Sintra, concretamente o Palácio da Pena e um agradável jantar num restaurante típico da zona. No final do encontro, todos expressaram o seu agradecimento pelo exemplar acolhimento da Casa do Rodízio, por parte de todos os seus funcionários. Nos dias que se seguiram ao Encontro, o P. José Alberto Mesa, sj mostrou-se disponível para visitar os Colégios portugueses. Foi primeiro ao Colégio das Caldinhas, depois ao Caic e por fim ao Colégio S. João de Brito. Em todas as visitas recebeu pequenos grupos de alunos e de educadores, esteve com as Direções e Equipas da Pastoral, visitou as instalações e terminou com uma breve conferência a todos os Educadores. Nas suas palavras, passou-nos uma mensagem de esperança, de contínuo investimento no trabalho em Equipa e numa abertura à Rede mundial de Colégios da Companhia (Networking). Por fim, incentivou uma participação ativa na rede digital Educate Magis.org, que tem como objetivo conectar educadores de Escolas jesuítas de todo o mundo, formando uma comunidade virtual global. P. Lourenço Eiró, SJ

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Doutoramento em Comillas

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O P. João Carlos Onofre Pinto, Professor na Faculdade de Filosofia e Ciência Sociais, da Universidade Católica – Braga, defendeu publicamente a sua tese doutoral em Filosofia, no dia 22 de janeiro, na Universidade Pontifícia Comillas, Madrid. Numa exposição sintética, esquemática e clara, acompanhada de uma projecção em powerpoint. apresentou as linhas mestras da sua tese de mais de 600 páginas sobre o filósofo espanhol do século passado Xavier Zubiri (1898 1983): «Noergología. Actualidad y dinamismo en Javier Zubiri: Inteligencia, sentimento y volición». Seguiram-se duas horas de intervenções do júri, com observações e perguntas. O P. João Carlos foi aprovado com a nota máxima, por unanimidade, cum laude.

Rede escolas O INA foi selecionado para integrar a REDE de ESCOLAS do FUTURO, no ano letivo de 2015/2016, na modalidade de "Criação de um viveiro de plantas nativas". O FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto – é um esforço planeado e coordenado de várias organizações e cidadãos com o objetivo de criar e manter florestas urbanas nativas nesta região, que precisa de enriquecer a sua biodiversidade, sequestrar carbono, melhorar a qualidade do ar, proteger os seus solos e contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Este projeto é uma iniciativa do Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto - CRE_PORTO, do qual Santo Tirso é município parceiro. No presente ano letivo, os alunos dos cursos vocacionais, coordenados pelo professor José Eira e outros docentes, irão trabalhar na criação de um viveiro com o objetivo de fornecer plantas nativas de qualidade para usar em ações de plantação na região. Estão todos conscientes da enorme responsabilidade mas estão animados e vão "deitar mãos à obra". Francisca Moreira Dias

Colóquio Jesuítas no Vietname Em 2015, comemoraram-se os 500 anos de relação entre Portugal e o Vietname e os 400 anos do início da missão dos jesuítas na Cochinchina e Tun Kim, atual Vietname. A revista Brotéria e o CHAM (Centro de História d'Além Mar) da Universidade Nova de Lisboa organizaram o colóquio «A Companhia de Jesus nas missões da Cochinchina e do Tun Kim, em terras do Vietname: séculos XVII e XVIII», que se realizou no dia 14 de dezembro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. No dia 15, realizou-se uma visita aos lugares da memória da Companhia de Jesus em Lisboa. A partir de 1615, em Terras de Nguyên, e de 1630 na corte dos Trinh, os jesuítas portugueses passaram a ter um papel fundamental nas relações entre Portugal e aqueles territórios asiáticos. Em 1615, foram enviados os padres Diogo Carvalho e Francesco Buzomi, do Colégio de Macau, para fundarem a primeira missão na Cochinchina. Em 1616, juntou-se o P. Francisco Pina, o primeiro a aprender a língua local, que serviu depois de intérprete e iniciou um sistema de transcrição fonética que facilitou a aprendizagem da língua local aos missionários. O P. João de Loureiro foi o último padre jesuíta a sair do território vietnamita; não obedeceu à ordem do Marquês de Pombal para regressar, e permaneceu na Cochinchina mesmo depois da extinção da ordem pelo Papa. .


Da Companhia em RESUMO

No dia 31 de dezembro de 2015 a Região da África do Sul (SAF) deixou de ser uma Região Dependente da Provincia Británica (BRI), passando a ser uma Região Dependente da Província de ZimbabuéMoçambique (ZIM).

Oração pela Congregação Geral 36ª Como parte da preparação para a Congregação Geral 36ª, o Padre Geral constituiu diversas comissões na Cúria para tratar de diferentes assuntos. Uma delas é a Comissão Litúrgica, que foi inicialmente liderada pelo P. Severin Leitner. Antes de sua morte, o P. Leitner escreveu uma oração pela Congregação Geral. A Comissão Litúrgica decidiu que será usada pelos jesuítas e pelos seus amigos e colaboradores para rezar pelo sucesso da Congregação Geral. Deus, nosso Pai, omnipotente e misericordioso, Que enviaste Jesus, Teu Filho e Tua Palavra para salvar o género humano com a Sua vida, a Sua cruz e a Sua ressurreição. E enviaste o Teu Espírito Santo para iluminar e acompanhar a Igreja, peregrina sobre a terra. Cheios de confiança em Ti, confiamos-Te a nossa Companhia, Que tem o nome de Jesus. Faz com que a Congregação Geral 36ª esteja aberta à ação do Teu Espírito, para que possamos viver para a Tua maior glória em fidelidade à nossa história e aos nossos santos. Dá-nos um espírito de serviço à Igreja, sob a bandeira da cruz; Dá-nos amor profundo por este mundo, que é obra das Tuas mãos e que confiaste ao Teu povo; Dá-nos a graça de ver com os Teus olhos a beleza da criação e as alegrias e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs; Dá-nos um coração que esteja em plena sintonia com o Teu, Para Te amar e servir em todas as coisas. Isto Te pedimos por Jesus, nosso salvador. Amém. Maria, Mãe da Companhia, intercede por nós. Santos e beatos da Companhia de Jesus, rogai por nós.

Início dos trabalhos da CG 36ª Embora a primeira sessão plenária da Congregação Geral 36ª só tenha lugar a 2 de outubro de 2016, o trabalho inicial da Congregação começou com reuniões dos eleitores de cada uma das Conferências, em

que a Companhia de Jesus se organiza. A 8 de outubro de 2015, reuniram-se em Nairobi, no Quénia, os eleitores da Conferência da África-Madagáscar. As reuniões da Conferência do Canadá e dos Estados Unidos tiveram lugar de 15 a 17 de outubro, em St. Louis, Missouri; da Conferência Europeia, de 18 a 20 de Outubro, em Ariccia, Itália; da Conferência da Ásia-Pacífico, em Manila, Filipinas, de 19 a 22 outubro; da Conferência LatinoAmericana, em Santiago, Chile, de 2 a 5 de novembro, e da Conferência da Ásia Meridional, em Pune, Índia, de 3 a 9 de novembro.

Formação integral dos escolásticos No dia 1 de novembro, os 70 escolásticos que estudam no Centro Sèvres, em Paris, reuniram-se na Cúria Provincial para refletir sobre a formação integral dos jesuítas. O Delegado para a Formação, Xavier Nucci, e o Provincial, Jean-Yves Grenet, coordenaram o debate. O workshop foi iniciado pela sua declaração conjunta de abertura na qual diziam: "Nós, Superiores das comunidades francesas, desejamos refletir sobre a formação integral dos jesuítas. Mas não queremos fazê-lo sem vós, os escolásticos. É por isso que vos convidámos para hoje pensarmos em conjunto e iniciar o processo. Temos de ser claros: não se trata de uma revolução. Mas podemos encontrar juntos novas maneiras para melhor nos prepararmos para a missão de Cristo no nosso mundo. Com um olhar crítico sobre as questões da formação nos documentos das Congregações Gerais 31ª e 32ª, o workshop desenvolveu-se de uma forma aberta que permitiu uma troca livre sobre as alegrias e tristezas, as luzes e as sombras dos escolásticos nas diversas etapas da formação. A internacionalidade dos partipipantes contribuiu para a uma partilha muito rica.

"Para a maior glória de Deus" Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loiola foram adaptados e modernizados ao longo dos anos, mas um jesuíta deu-lhes um novo significado: através da dança. O padre jesuíta Robert Vereecke desempenha o papel de St. Inácio na peça "Para a maior glória de Deus", que criou em 1990 para a celebração do 450º aniversário da fundação da Companhia de Jesus e os 500 anos do nascimento de Santo Inácio. A peça combina dança, teatro e dança em diálogo com o texto dos Exercícios. Ao longo dos últimos 25 anos, "Para a maior glória de Deus" tem sido realizada em muitos teatros e igrejas associadas a paróquias jesuítas, faculdades e universidades nos EUA, no Canadá e na Jamaica. Veja o vídeo em http://goo.gl/oBKjwN

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Reestruturação de Províncias

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Servidores da MISSÃO DE CRISTO Jubileu da Misericórdia

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mudar a imagem de Deus projetada pela Igreja

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Que pretende o Papa Francisco com o Jubileu da Misericórdia? Numa entrevista recente* diz que é necessária uma “revolução da ternura”. Destemido, mais uma vez, no uso das palavras, deseja uma mudança radical da Igreja: no seu funcionamento e no modo como se apresenta ao mundo. Diz Francisco, na Bula de Proclamação do Jubileu, que “talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia” (n. 10). Outros caminhos têm sido predominantes na Igreja, em resposta a desafios fortes dos tempos mais recentes: reforço legalista para responder a receios de que os pluralismos esqueçam os limites fundamentais da unidade; proteção da verdade em resposta às derivas relativistas; promoção da justiça como forma de mostrar o compromisso com o mundo presente; defesa racional da fé face às contestações dos secularismos; prevalência das preocupações doutrinais num contexto de desafios teológicos que remontam a cinco séculos atrás… Tudo respostas urgentes, adequadas e pertinentes, mas deixando sempre a misericórdia sem a prioridade devida. Demasiado tempo com demasiado racionalismo. Sem questionar ou abandonar a importância da verdade, da ordem, da razão, da justiça, da doutrina, agora, na visão de Francisco, “é tempo de regresso ao essencial” (n. 10) e esse essencial é a misericórdia, “núcleo do Evangelho e da nossa fé, (…) a força que tudo vence, enche o coração de amor e consola com o perdão (…), a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco” (n. 9). É preciso mudar a face da Igreja para a tornar fiel ao rosto de Deus. Afirmar o primado da ternura misericordiosa sobre a racionalidade justa e a verdade legalista. Sonho de uma Igreja em que a justiça e a verdade estejam sempre permeadas e delimitadas pela ternura: “toda a sua ação pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo” (n. 10). Hoje, o desafio prioritário é outro. Como diz na referida entrevista, “é óbvio que o mundo de hoje tem necessidade da misericórdia, tem necessidade de compaixão (…) O mundo tem necessidade de descobrir que Deus é Pai, que é misericórdia, que a crueldade não é o caminho, que a condenação não é o caminho, porque a própria Igreja às vezes segue uma linha dura, cai na tentação de seguir uma linha dura, na tentação de sublinhar só as regras morais – mas quanta gente fica de fora.” O objetivo de Francisco é, então, mudar a face e os gestos da Igreja. Não se trata primariamente de questões doutrinais, mas da atitude, do semblante com que a

Igreja se apresenta diante de todos, especialmente dos que se sentem excluídos por qualquer forma que seja. O Papa desafia a Igreja a deixar de lado poses e posicionamentos moralistas ou legalistas que afastam, indicam desconfiança, expressam intenção de julgar e propensão para condenar. Quer libertá-la de tiques defensivos que se traduzem em gestos percebidos como exclusão. Na Evangelii Gaudium já apresentava esse programa. Pedia que acabassem “as caras de funeral” (EG 10) e propunha uma conversão generalizada de modos e meios, a todos os níveis: “transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à auto-preservação” (EG 27). Agora centra esse testemunho na misericórdia: “É deter-

Trindade misericordiosa - Ir. Caritas Müller


minante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia” (n. 12). Para Francisco, o tema da misericórdia é absolutamente central. É pela afirmação inequívoca, concreta e consequente, do primado da misericórdia que se faz a revelação do verdadeiro rosto de Deus, se compreende a pessoa de Jesus Cristo e a Igreja é fiel à sua missão. “Misericórdia: é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade” (Bula de Proclamação do Jubileu, Misericordiae Vultus, n. 2), “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai” (n. 1) e “o que movia Jesus era apenas a misericórdia” (n. 8) e “a arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia” (n. 10). A revolução da ternura não é um sentimentalismo, mas um movimento bem encarnado de serviço às pessoas: “a misericórdia de Deus não é uma ideia abstrata mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo seu filho até ao mais íntimo das suas vísceras” (n. 6). E, por isso, Francisco tem “o desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do Reino de Deus já presente no meio de nós” (n 5). Vai-se tornando cada vez mais claro qual é o programa que Francisco tem para a Igreja. E já não há

dúvida nenhuma que a misericórdia será o motivo chave do seu ministério papal. Ele próprio o lembra, na dita entrevista, recordando que no seu primeiro Angelus falou da misericórdia e também na sua primeira homilia. E todos recordamos os gestos inumeráveis em que Francisco tem procurado transmitir a imagem e testemunhar a misericórdia e a ternura. É o que sente que, como Papa, o Espírito lhe pede, é a grande necessidade que vê no mundo. Mas são também convicções pessoais e opções pastorais que o orientam há muito tempo. E que assentam, ultimamente na sua experiência de Deus, desde o evento marcante dos 17 anos que o direcionou para o sacerdócio. A opção pelo anúncio da misericórdia de Deus como o fulcro do seu ministério nasce duma experiência espiritual profunda de ele próprio se sentir objeto desse mesmo olhar de misericórdia e salvo por ela. É o que Francisco guarda no seu lema episcopal: miserando atque eligendo: a partir do evangelho da vocação de Mateus, sentir o chamamento por Cristo indissociável do olhar de misericórdia, num mesmo gesto, não uma coisa a seguir à outra. Por isso repete tantas vezes que é um pecador e se sente pecador. Porque é esta consciência sentida que lhe recorda o olhar de misericórdia de Jesus que o chamou. Francisco fala e testemunha a misericórdia de Deus porque a experimenta em si. Assim, o desafio que o Papa lança à Igreja é um apelo de conversão para mudar o semblante e a atitude em favor de um primado inequivocamente visível da misericórdia. Mas, para chegar a essa transformação, é necessário começar por descobrir, ou redescobrir, a experiência de receber a misericórdia. Como na sua própria experiência pessoal, Francisco chama cada cristão a experimentar o olhar misericordioso de Deus sobre si, para, depois, conseguir olhar os outros com o mesmo olhar. Hermínio Rico, SJ * (disponível no site do Vaticano, no Boletim da Sala de Imprensa de

Em casa de Simão - Marko Rupnik, SJ

02.12.2015),

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Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação

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Sentir e SABOREAR

O Serviço Jesuíta aos Refugiados comemorou no passado dia 14 de novembro o seu 35º aniversário. Em 1980, neste dia, o Padre Pedro Arrupe enviava uma carta à Companhia de Jesus a mobilizar a ajuda humanitária e espiritual necessária a milhares de refugiados que se encontravam em fuga da guerra no Vietname. Nascia o JRS, atualmente presente em 50 países no mundo, sob a égide da missão que manteve até hoje: acompanhar, servir e defender todos os refugiados, deslocados à força e migrantes em situação de particular vulnerabilidade. É um testemunho claro da nossa missão as palavras do Papa Francisco quando recebeu alguns membros do JRS Internacional, a propósito da celebração do 35º aniversário no passado dia 14 de novembro, quando referiu que todos os projetos do JRS têm “esta última finalidade: ajudar os refugiados a crescer na confiança em si mesmos, a realizar o máximo do potencial inato neles e a colocá-los em condição de defender os seus próprios direitos, sejam individuais ou comunitários”. E tem sido esse o objetivo de todos os projetos e desafios a que nos propomos: devolver a esperança a todos os que nos procuram e fazê-los acreditar que é possível retomar as suas vidas em segurança e com autonomia.

JRS Portugal

JRS - 35 anos a servir!

PAR Linha da Frente Ainda no âmbito da PAR, partilharemos com a Caritas os fundos recolhidos pela campanha PAR Linha da Frente cujo objetivo é apoiar as missões da Caritas e do JRS no Líbano. Foram já angariados 100 mil euros; a campanha decorre até março 2016 e o objetivo é atingir os 200 mil euros. O JRS Líbano pretende disponibilizar uma refeição diária durante um ano a 1720 crianças refugiadas sírias (5 a 17 anos) que estão ao abrigo de um projeto educativo que o JRS desenvolve em cinco escolas na região do Vale do Bekaa, no leste do Líbano. O projeto do JRS oferece, além da educação adequada, com um currículo criado pelo Colégio Jesuíta de Notre Dame de Jamhour, em colaboração com a Universidade Jesuíta de Saint Joseph, apoio ao transporte das crianças, ao acesso à alimentação e a produtos de higiene e ainda apoio psicossocial.

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JRS Internacional

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Reinstalação

Paralelamente a todo o trabalho que desenvolvemos junto da população refugiada e imigrante em Portugal desde 1992, que passa pelo ensino da língua portuguesa, hábitos e cultura, formação e apoio jurídico, entre outros, aderirmos recentemente como membro fundador à Plataforma de Apoio aos Refugiados, que surgiu como uma resposta da sociedade civil a esta crise e que tem sido uma clara demonstração da generosidade dos portugueses. Assumimos, desde a primeira hora, o papel de Secretariado Técnico desta plataforma, estando responsáveis pelo acompanhamento e apoio técnico e pela seleção de todas as instituições anfitriãs que se ofereceram para acolher refugiados e que, em larga escala, responderam ao apelo do Papa Francisco para que cada paróquia acolhesse uma família refugiada.

O JRS acolheu no início de novembro um grupo de 15 refugiados, provenientes da Síria e da Eritreia, no âmbito do programa anual de reinstalação de refugiados definido entre o Estado Português e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Quase dois meses depois da sua chegada, o balanço é bastante positivo, sendo que as oito crianças estão prestes a ser integradas em turmas regulares depois de terem estado incluídas em turmas especiais no Colégio São de Brito e os adultos têm tido aulas de Língua Portuguesa e têm sido acompanhados pelo JRS a vários serviços para que a sua integração ocorra da melhor maneira possível. O JRS aproveita para agradecer a todos os que têm tornado a nossa missão possível, em especial voluntários, doadores e parceiros e realça que não estará, ao longo deste ano, a “celebrar” 35 anos de serviço, porque o sofrimento de milhões de pessoas não é motivo de celebração. Queremos, em vez disso, que este 35º ano de missão sirva para reiterar e reafirmar o nosso compromisso em acompanhar, servir e defender todos aqueles que se viram forçados, por diversos motivos, a deixar para trás o seu país de origem em busca de retomar a normalidade nas suas vidas e encontrar um local seguro para viver. Esta será sempre a missão do JRS, tal como o Padre Pedro Arrupe nos confiou. Para contribuir para a campanha PAR Linha da Frente pode saber mais em www.refugiados.pt. Pode apoiar o trabalho do JRS em Portugal através do IBAN PT50 0036.0071.99100093831.32.


Sentir e SABOREAR Fundação Gonçalo da Silveira - 2015 em perspetiva

O apoio de amigos e de benfeitores permitiu-nos também manter a colaboração com a Missão da Fonte Boa e com as Comunidades Rurais de Nhangau, que recentemente receberam a visita da Embaixada de Portugal em Maputo - um reconhecimento dos projetos ali realizados nas áreas da Educação e do Desenvolvimento Rural. Em Portugal, continuamos as atividades de Educação e de Formação, apelando e motivando para o diálogo, para a

justiça social e para a promoção do bem comum. No último Encontro Nacional de Educadores, que anualmente se realiza em julho, estiveram presentes mais de 130 pessoas vindas de diferentes pontos do país e também de Espanha. E em setembro, quando coorganizámos a Conferência “Cuidar da Casa Comum” dedicada à Ecologia e à Encíclica Laudato Si, fomos mais de 150 participantes a escutar especialistas como o P. Michael Czerny, jesuíta membro do Conselho Pontifício Justiça e Paz que auxiliou o Papa na redação do documento, a teóloga e economista Elena Lasida ou o físico Filipe Duarte Santos. Estes são números, e sobretudo momentos, que nos dão a alegria e o estímulo necessários para continuarmos a trabalhar pelas tão necessárias mudanças sociais. Neste ano da Misericórdia, em que o Papa Francisco convida a ver com olhos sinceros o outro que encontramos no caminho da vida, e tendo presente a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adotada pelos líderes mundiais como manifesto da vontade de alcançar um progresso e prosperidade partilhadas com base num espírito de solidariedade global, esperamos continuar a merecer o vosso apoio. Bem hajam!

Donativos Por transferência bancária para o IBAN PT 50 0036 0000 9910 5887 9216.3 (Montepio) Por cheque à ordem de Fundação Gonçalo da Silveira, enviado para Estrada da Torre, nº 26, 1750-296 Lisboa IRS Para ajudar sem qualquer custo para si, consigne 0,5% do seu IRS à Fundação Gonçalo da Silveira. Para isso, basta que na sua declaração de IRS coloque um X e o nosso NIPC 507 002 130 no quadro 9 do anexo H. Para qualquer dúvida ou sugestão, estamos disponíveis pelo email: comunicacao@fgs.org.pt ou pelo telefone 217541625

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Nesta primeira edição de 2016 do Boletim Jesuítas, gostaríamos de começar por agradecer a todos os que generosamente contribuíram para a Campanha de Emergência pelo Nepal. No conjunto, conseguimos angariar 40.000 € para reforçar o trabalho dos Jesuítas no terreno após os dois violentos terramotos que afetaram o país em abril de 2015. Embora tenha perdido o destaque noticioso, o Nepal continua em reconstrução. Os Jesuítas estão a apoiar mais de 3.600 famílias e a ajudar na reedificação de escolas e de infraestruturas de apoio. De acordo com o Padre Bill Robins, “o desafio que os jesuítas melhor sabem concretizar prende-se com a educação, ajudando no possível para que as escolas funcionem eficazmente”. Apesar do desastre histórico, os nepaleses têm demonstrado uma determinação inabalável “lidando com dor e mágoa e continuando a lutar, tentando olhar para a frente”, refere ainda.

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Sentir e SABOREAR

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O regresso dos jesuítas ao Algarve

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A Comunidade jesuítica e as duas Comunidades cristãs da Mexilhoeira Grande e da S.ª do Amparo acabam de celebrar – 40 anos depois - o ‘Regresso da Companhia de Jesus ao Algarve’, passados 216 anos, após a sua expulsão dos colégios de Portimão e de Faro, pelo Marquês de Pombal, em 1759. Regressou no dia 21 de Setembro de 1975, nas pessoas do P. Arsénio Castro da Silva e Domingos Monteiro da Costa. Na Paróquia da Mexilhoeira Grande, esta efeméride começou a ser preparada com uma Exposição/Rectrospectiva “MEXILHOEIRA GRANDE: 40 ANOS DE VIRAGEM… 40 ANOS DE VIVÊNCIAS” (1975-2015). Esta exposição foi inaugurada em 28 de Junho e continua aberta até ao fim do ano. Até este momento já foi visitada por mais de cinco centenas de pessoas. No passado dia 21 de Setembro, nós – o P. Luís Amaral, o P. Frederico Lemos e eu - assinalámos o aniversário, com uma visita ao apartamento da Quinta do Amparo, Lote 30, 3.º Frente, onde tínhamos residido (eu, até ao verão de 1981 e o P. Arsénio até Dezembro de 1985). Depois da nossa saída, foi transformado em Centro Médico, que hoje se encontra encerrado. Os seus donos autorizaram-nos a servir-nos dele, na manhã do dia 21 de Setembro e na tarde do dia 7 de Outubro. Foi nele que, na manhã desse dia 21 de Setembro, fizemos a nossa oração comunitária semanal; os ‘Pontos’ para a meditação foram dados por mim (Lc. 10,1-9: envio dos 72 discípulos, dois a dois e sem nada). Após a oração e a partilha fraterna, tivemos um ‘almoço melhorado’ no Restaurante RESTINGA (Praia de Alvor), oferecido por um Paroquiano da Mexilhoeira Grande – o Filipe Esteves – por onde já passaram alguns Jesuítas, inclusive o Assistente, P. Joaquin Barrero. No dia 04 de Outubro, a Paróquia da

Mexilhoeira Grande celebrou os meus 40 anos de Pároco, na Quinta da Rocha, com Missa campal, presidida pelo Sr. Bispo do Algarve e concelebrada pelo P. Provincial, pelo P. Paulo Duarte, SJ (antigo aluno do Jardim Infantil do Centro Paroquial de Mexilhoeira Grande), pelo P. Frederico Lemos, SJ, pelo meu conterrâneo, P. João Baptista Alves da Mota, da diocese de Braga, e por mim; participou ainda o Diácono Vítor Sabino, que colaborou, durante vários anos, na Paróquia da S.ª do Amparo. Seguiu-se o almoço, oferecido pelo dono da Quinta, o Snr. Aprígio dos Santos, a cerca de 300 pessoas. No dia 07 de Outubro, dia de N.ª S.ª do Rosário, 40.º aniversário da nossa fixação em Portimão, voltámos ao apartamento, agora em maior número, para uma celebração da Palavra. Para além do P. Provincial, José Frazão Correia e da nossa (Padres Luís Amaral, Frederico Lemos e Domingos Monteiro da Costa), estiveram as três Irmãs da Comunidade das Reparadoras Missionárias do Coração de Jesus (Comunidade de Faro), por terem sido as Irmãs da mesma Congregação que, 40 anos antes, nos acolheram, na Casa de Retiros de S. Lourenço do Palmeiral (Alcantarilha), durante mais de uma semana, nos emprestaram as camas, as mesinhas de cabeceira e a roupa de cama, e nos trouxeram o jantar, que partilharam connosco, após a celebração da Missa e da Bênção do apartamen-


to; esteve também a S.ª D. Maria do Carmo Mascarenhas, com duas filhas – a Maria e a Inês – que conhecemos, há 40 anos, quando a sua Família, a pedido da Superiora da Comunidade das Irmãs de S. Lourenço do Palmeiral, nos acolheu, durante uma semana (de 1 a 7 de Outubro), na altura em que procurávamos casa em Portimão, para não termos que andar todos os dias a caminho de S. Lourenço do Palmeiral (veio de Lisboa, com a filha Maria, de propósito, para participar na celebração); há 40 anos a sua Família emprestou-nos duas secretárias, duas cadeiras, um pequeno fogão e os tréns de cozinha; esteve também a irmã do P. Arsénio (Tiza) e o marido. A celebração de memória foi às 17.00 Horas, servindo-nos dos seguintes textos: Dt. 8,2-3.14b-16a.; Sl 126; Lc. 10,1-9; a meio da celebração, apareceu-nos a S.ª D. Maria Antónia Aleixo Oliveira, Directora técnica e proprietária da Farmácia Amparo e do Centro Médico, perguntando-nos se podia participar; tinha tido conhecimento, pelo Sr. Jorge Reis, com quem eu tinha tratado a cedência do apartamento, para as duas celebrações: a do dia 21 de Setembro e a do dia 7 de Outubro… Ficou e recordou as inúmeras vezes que o P. Arsénio passou pela sua Farmácia para pagar as receitas de medicamentos que os Ciganos ali levantavam, autorizados e pagos por ele. Foi uma recordação emocionada. Mas o dia não estava terminado. Às 18.00 Horas, esperava-nos um outro momento, bem mais emocionante, que assinalaria um novo recomeço, agora, em casa própria: a celebração da Eucaristia na nova casa e a sua Bênção, presidida, desta vez, pelo Superior Provincial. Tratou-se de uma celebração muito íntima e familiar, após a qual foi partilhado um bolo trazido pelas Irmãs Reparadoras Missionárias do Coração de Jesus, de Faro… Todas as pessoas ficaram muito sensibilizadas e agradecidas, sobretudo a Irmã do P. Arsénio, que, no momento de acção de graças, me agradeceu, mais uma vez, agora em público, o ter acolhido o seu irmão, na Aldeia de S. José de Alcalar, onde, segundo ela, tinha sido cuidado com muita dignidade e carinho, durante cerca de mês e meio…Eram cerca das 20.00 Horas, quando o Provincial e a D. Maria do Carmo e filha regressaram a Lisboa, e as

Irmãs, a Faro… Esta onda de celebrações terminaria com a Festa da S.ª do Amparo, em Portimão, no dia 11 de Outubro, em que a Paróquia celebrou as Bodas de Prata da sua fundação e da sagração da sua igreja. A celebração começou, às 15.00 H., no salão do Centro Paroquial, com a apresentação do livro ‘Regresso dos Jesuítas ao Algarve’, em que participaram o Sr. Bispo do Algarve, a Presidente da Câmara, a Vereadora da cultura, o Presidente da Junta de freguesia de Portimão e algumas dezenas de pessoas. Aqui fica a transcrição do texto, com que apresentei o livro: “Conhecemos a nossa Redenção, como história de Salvação: uma história entre Deus e um Povo: no Antigo Testamento, o Povo Hebreu; no Novo Testamento, o Povo Cristão. A História é feita com pessoas concretas, que estão na origem de eventos e acontecimentos concretos, em lugares concretos… Na História da Salvação – História de Deus connosco – é a mesma coisa: Deus revela-se-nos, através de pessoas concretas, em eventos concretos e lugares concretos. Podemos verificá-lo e comprová-lo na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento… Tudo isso aconteceu, há muito tempo, muito longe de nós, com pessoas que não conhecemos, em eventos a que não assistimos, em terras, em que nunca estivemos. Tudo teria sido esquecido, se não houvesse quem o tivesse passado a outros, pela vida, e, sobretudo, quem o tivesse passado a escrito, para as gerações futuras. É o que acontece na Igreja e nas nossas Paróquias. Tudo se perde com o tempo, se quem viveu e vive a Fé não a passa a outros, em eventos concretos, semelhantes aos realizados por Jesus e pelos Apóstolos… A Fé é isto: uma História de Deus, no meio de nós, vivida e passada a outros por pessoas concretas, possuídas e apaixonadas pelo que Jesus viveu e fez, sem grande preocupação de o passar a outros. Vivem-no; e os que vêm depois deles continuam a prolongar e a fazer a mesma história, vivendo o que viram viver a outros. Depois há sempre alguém que julga que o melhor para essa história se não perder, é passá-la, por escrito, a papel.

boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Outubro 2015/Janeiro 2016

Sentir e SABOREAR continuação

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Sentir e SABOREAR continuação

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Quando, em 22 de Setembro de 2013, tomei conta da Paróquia da S.ª do Amparo, um dos meus primeiros propósitos foi passar a escrito a história destes 40 anos, para que quem a não conheceu nem viveu, nela se pudesse inserir e a pudesse continuar. O Livro trata do Regresso da Companhia de Jesus, há 40 anos, ao Algarve, concretamente a Portimão, nas pessoas do P. Arsénio e na minha, 216 anos depois da expulsão dos Jesuítas dos Colégios de Faro e de Portimão, em 1759, pelo Marquês de Pombal. Mas trata sobretudo da história destes 40 anos, em Portimão (S.ª do Amparo), porque a história da Mexilhoeira Grande já tinha sido feita. O P. Arsénio foi o seu iniciador e o seu principal actor; viveu-a, sem grande ou nenhuma preocupação de a passar a escrito; era sobretudo o presente – o dia-a-dia – que ele vivia e o interessava, como ele dizia. É preciso continuar esta história! É o que a Companhia de Jesus está a fazer, nas duas Paróquias, com os Padres Luís Ferreira do Amaral e Frederico Cardoso Lemos, recentemente enviados para o Algarve; eles não conheciam as ‘passas do Algarve’ passadas pelos seus dois colegas – o P. Arsénio e eu; estão a inculturar-se; o mesmo terão de fazer os dois Jesuítas, nossos colegas, que, daqui a um ano, se virão juntar a nós! Quanto melhor conhecerem as origens desta história, tanto melhor a poderão viver e continuar, não para ficarem agarrados ao passado – ao que sempre se fez e ao modo como sempre se fez - mas abrindo-se ao futuro, em novas iniciativas, próprias do espírito da Companhia de Jesus, porque a história é vida em movimento. Se assim não for, morreremos estagnados… É bonito ser cristão, desta maneira!... Eis o que me motivou a mim e a muitos de vós a pôr por escrito esta linda história, que não foi fácil nem de viver, por quem a viveu, nem de escrever por quem a escreveu. Obrigado a todos os que colaboraram! Permitam-me que destaque, de modo particular, a colaboração do Dr. Amadeu Carrilho,

da Ir. Fernanda e do P. Luís Amaral”. A seguir, a apresentação foi continuada pelos: Dr. Amadeu Carrilho, P. Luís Amaral e Sr. Bispo do Algarve. Às 16.00 H, foi a Missa na igreja, presidida pelo Sr. Bispo e concelebrada pelos três Jesuítas, pelos meus conterrâneos, P. João Baptista Alves da Mota, da Diocese de Braga, e Fr. Fernando Ferreira, Padre Dominicano. Participou também o Diácono Vítor Sabino. Entre os fiéis estavam: acompanhado pela esposa, o Sr. Arquitecto Martim Gracias, que, como Presidente da Câmara, ofereceu o terreno para a construção da igreja e passou para a propriedade da Paróquia a capela da S.ª do Amparo, ali existente; como arquitecto, ofereceu o Projecto da igreja. Estiveram ainda: a S.ª Presidente da Câmara, a Vereadora da Cultura, o Presidente da Junta de Freguesia; acompanhada pelo marido, esteve a Tiza, irmã do P. Arsénio; e duas Irmãs da Congregação das Irmãs Doroteias, que fizeram parte da antiga Comunidade, que tiveram em Portimão, de 1975 a 1990: a Ir. Fernanda e a Ir. Maria João Natércia. Após a Missa, foi a Procissão, a que se seguiu o arraial, no Centro Paroquial, em que participou muita gente: segundo um testemunho, o triplo do ano passado… P. Domingos Monteiro da Costa, SJ


Meios que unem O INSTRUMENTO COM DEUS

Fevereiro

Abril

Exercícios Espirituais

Exercícios Espirituais

3 DIAS 04 a 07 | no Rodízio, com o P. Gonçalo Eiró, SJ 18 a 21 | pé descalço, em Cernache, com o P. Pedro Rocha Mendes, SJ * 25 a 28 | pé descalço, em Soutelo, com o P. José Eduardo Lima, SJ 25 a 28 | pé descalço, local a definir, com o P. Miguel Gonçalves Ferreira, SJ 25 a 28| em Soutelo, com o P. Vasco Pinto de Magalhães, SJ

3 DIAS 01 a 03 | Mega EE, com os PP. Vasco Pinto de Magalhães, SJ, Carlos Carneiro, SJ e José Eduardo Lima, SJ 07 a 10 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia, SJ 14 a 17 | em Soutleo, com o P. Nuno Branco, SJ 22 a 25 | em Soutelo, com o P. Vasco Pinto de Magalhães, SJ 22 a 25 | no Rodízio, com o P. António Vaz Pinto, SJ 22 a 25 | no Rodízio, com o P. Alberto Brito, SJ 22 a 25 | em Soutelo, com o P. Manuel Morujão, SJ 22 a 25 | pé-descalço, em Cernache, com o P. Pedro Rocha Mendes, SJ

4 DIAS 05 a 09 | no Rodízio, com o P. José Carlos Belchior, SJ 6 DIAS 04 a 10 | em Soutelo, com o P. António Vaz Pinto, SJ 7 DIAS 02 a 09 | no Rodízio, com o P. Mário Garcia, SJ 8 DIAS 18 a 26 | em Soutelo, com o P. António Costa e Silva, SJ

* inscrições: acasa@jesuitas.pt; até 30 anos

4 DIAS 21 a 25 | em Soutelo, com a Drª Alzira Fernandes 21 a 25 | no Rodízio, com o P. Mário Garcia, SJ 28 a 01 | em Soutelo, com o P. Dário Pedroso, SJ 8 DIAS 14 a 22 Exercícios Espirituais 8 dias, em Soutelo, com o P. Francisco Correia, SJ

Março

Maio

Exercícios Espirituais

Exercícios Espirituais

3 DIAS 10 a 13 | pé descalço, em Soutelo, com o P. Marco Cunha, SJ 17 a 20 | em Soutelo, com o P. Carlos Carneiro, SJ 17 a 20 | no Rodízio, com o P. Domingos de Freitas, SJ 17 a 20 | pé descalço em Cernache, com o P. Pedro Rocha Mendes, SJ * 31 a 03 | Pré-Exercícios Espirituais - pé descalço, com o P. João Goulão, SJ

3 DIAS 05 a 08 | no Rodízio, com o P. António Júlio Trigueiros, SJ 05 a 08 | no Rodízio, com o P. Vasco Pinto de Magalhães, SJ 12 a 15 | em Soutelo, com o P. Carlos Carneiro, SJ 26 a 29 | em Soutelo, com Teresa Olazabal 26 a 29 | no Rodízio, com o P. Hermínio Rico,SJ 26 a 29 | no Rodízio, com o P. Manuel Morujão, SJ 26 a 29 | no Rodízio, com o P. António Vaz Pinto, SJ

* inscrições: acasa@jesuitas.pt; para universitários e animadores de campos de férias

7 DIAS 17 a 24 | no Rodízio, com o P. Francisco Correia, SJ 8 DIAS 15 a 23 | em Soutelo, com o P. Sérgio Diz Nunes, SJ

Consulte o programa anual em www.jesuitas.pt

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* inscrições: acasa@jesuitas.pt; para universitários e animadores de campos de férias

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