Boletim Jesuítas - Informação aos Amigos Jul/Dez 2012

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JESUÍTAS

Boletim . nº 346 julho/dezembro 2012

Informação aos amigos

“A Colaboração no Centro da Missão” Missões Grão Missão País


JESUÍTAS Informação aos amigos

LISBOA Boletim trimestral | nº 346 Julho/Dezembro 2012

BREVES DA PROVÍNCIA ........................................ 3

SANTO E FELIZ NATAL

A Província Portuguesa da Companhia de Jesus deseja a todos os jesuítas, familiares, amigos, benfeitores e colaboradores, os maiores votos de um Santo e Feliz Natal na Paz e na Alegria do Deus-Menino e um Novo Ano de 2013 pleno de bênçãos e graças divinas.

DA COMPANHIA DE JESUS EM RESUMO ........... 13 MISSÕES GRÃO ....................................................... 14 MISSÃO PAÍS............................................................. 16

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MEIOS QUE UNEM O INSTRUMENTO COM DEUS................................... 18

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Mosaico da Natividade, de Mark Rupnik, SJ, que se encontra na capela da Sagrada Família, New Haven, Connecticut, EUA.

Ficha Técnica Jesuítas – Informação aos Amigos – Boletim; Nº 346; Julho/Dezembro 2012 Diretor: Domingos de Freitas, SJ • Coordenação: Ana Guimarães • Redação: Ana Guimarães; António Amaral, SJ; Avelino Ribeiro, SJ • Propriedade: Província Portuguesa da Companhia de Jesus • Sede, Redação e Administração: Estrada da Torre, 26, 1750-296 LISBOA (Portugal) • Telef.: 217 543 060; Fax: 217 543 071 • Impressão: Grafilinha – Trabalhos Gráficos e Publicitários; Rua Abel Santos, 83 Caparide - 2775-031 PAREDE • Depósito Legal: Nº 7378/84 • Endereço Internet: www.jesuitas.pt • E-mail: ppcj@jesuitas.pt • Foto: Missões Grão - Campo de Férias em São Tomé


Breves da PROVÍNCIA

O Padre Geral, Adolfo Nicolàs, normeou o Ir. José Silva Almeida adjunto do Ministro da Comunidade da Cúria Geral.

Nomeação O P. Provincial nomeou - o P. Francisco Rodrigues Administrador Provincial; - o P. Filipe Martins Assistente Nacional dos Leigos para o Desenvolvimento e Presidente da Direção dos Centro Comunitário São Cirilo; - o P. Domingos de Freitas Diretor e Administrador da Casa de Exercícios de Santo Inácio, no Rodízio, e Assistente Regional da CVXSul; - o P. José Eduardo Lima Diretor-adjunto do CUMN, Assistente Regional da CVX-Beira Litoral e Assistente Local dos Leigos para o Desenvolvimento em Coimbra; - o P. Jorge Sena responsável pela igreja do Colégio de São João de Brito; - o Dr. António Valente Diretor Pedagógico do Colégio de São João de Brito, para o triénio 2012/2015.

Tomada de posse do novo Administrador Provincial No dia 3 de Dezembro, o P. Francisco Rodrigues tomou posse como novo Administrador Provincial, sucedendo ao P. Sérgio Diz Nunes.

CEP em Soutelo Realizou-se em Soutelo, de 21 a 24 de Outubro, a reunião anual da Conferência Europeia dos Provinciais. O ambiente da casa e o seu enquadramento foram muito apreciados pelos 29 Provinciais presentes e pelos vários jesuítas chamados a participar em algumas reuniões. O clima foi de trabalho e oração, sendo os seguintes os principais temas: a Evangelização num ambiente secularizado; a renovação das estruturas das províncias; o Magis 2013; os centros de formação; África; casas romanas e novos secretariados da Cúria; obras comuns da Conferência em Bruxelas e em Dublin; Eurogrupos.

Destinos - O Ir. José Silva Almeida foi destinado à Comunidade da Cúria Geral, em Roma, onde será sotoministro. Esta designação significa ser o colaborador do Ministro, cuidar da ordem da casa, atender às solicitações das muitas reuniões internacionais que ali se realizam, etc. Era necessário que atual sotoministro, um jovem irmão polaco regressasse à Província, para continuar a formação. O Ir. José Silva disponibilizou-se prontamente para assumir este serviço, em resposta ao pedido dirigido pelo P. Geral aos Provinciais da Europa. - O P. Sérgio Diz Nunes fará um semestre sabático em Roma, de fevereiro a junho, estudando espiritualidade na Pontificia Universidade Gregoriana.

P. Nuno da Silva Gonçalves nomeado Decano

Orações Pedem-se orações: - pelo P. José dos Reis (Comunidade das Caldinhas, Santo Tirso) e pelo I. Joaquim Roriz (Comunidade de Soutelo); - pelo pai do P. Rafael Forjaz Mourão (Comunidade da Brotéria - Lisboa), - pela mãe do P. José Rui Costa Pinto (Comunidade da FacFil/AO-Braga); pela mãe do P. José Pires Nunes (Comunidade da Charneca/Pragal), por uma irmã do Ir. Rogério Leal (Comunidade do Colégio da Imaculada Conceição, Ceranche), recentemente falecidos.

Depois da auscultação dos órgãos académicos previstos e da aprovação do P. Geral, o P. François-Xavier Dumortier, Reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana, nomeou o P. Nuno da Silva Gonçalves para o cargo de Decano da Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja da mesma Universidade. O P. Nuno Gonçalves faz parte do corpo docente da Pontifícia Universidade Gregoriana desde Outubro de 2011 e tinha sido nomeado pelo P. Geral, a 20 Agosto de 2012, Professor Extraordinário da Faculdade de História e Bens Culturais da Igreja.

Novos Noviços Entraram no Noviciado de Coimbra o E. João Moreira e o Ind. Miguel Bacalhau; e no Noviciado da Beira, na Região de Moçambique, os EE. Nelson Bonés, Bernardo Jilmo, Ermano Lucas, Guidone Macamo, Leonardo Simão, Domingos Tito, Matias Tomás e Micas Zandamela.

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Nomeação do Padre Geral

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António Maria Cabral Ferreira Memória

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Cruzei-me com o Pe. António Maria em Lisboa, lá pelos anos 60, era eu um estudantezito de engenharia, muito longe de imaginar que um dia estaríamos juntos na mesma comunidade e partilhando a mesma vocação. Aconteceu numa fase da vida em que me atravessavam fortes questionamentos. A sua presença, porém, apesar de passageira, foi tão próxima e descomplicativa que me fez sentir algo que se tivesse sido traduzido em palavras teriam sido estas: “assim podia ser…”. Depois o Pe. António Maria tornou-se amigo da minha família. E comigo, estando já eu na Companhia, tinha o cuidado de me escrever, uma ou duas vezes por ano, em datas certas. Eram sempre textos breves e directos, mas que caíam como aquela peça do puzzle que eu nem sabia que procurava, mas que me encaixavam e restabeleciam. Nos últimos tempos, com a minha vinda para o Porto, a relação manteve esse modo seu de uma proximidade distanciada. Sobretudo na primeira vinda, porque na segunda, em 2006, a doença já rondava por perto. Acho que o Pe. António Maria geria muito bem a sua capacidade de acolhimento e seleção. Por vezes furava os seus silêncios, revelava estar bem a par dos acontecimentos e sabia rir. Tinha uma capacidade muito especial de tocar o coração das pessoas e ir ao seu encontro. Comigo era certeiro. Dou dois exemplos, entre muitos sinais dessa atenção, sempre personalizada. Como quem não quer a coisa, a despropósito, disse-me: “deixei lá à sua porta um livro. É para ficar com ele!” Era um conjunto de reproduções dos Cristos de Rouault. Como é que adivinhava? Outra vez, com um olhar muito irónico: “Li, agora, um livro que toda gente devia ler; chama-se Complexo de Palco. E não há quem o não tenha, até quando anda na rua! Vou-lho passar.” Parecem “pequenos nadas”, só relevantes na intimidade. Mas quem o conheceu percebe bem, aqui, esse seu modo próprio de agir e se relacionar. Que este breve testemunho seja um agradecimento pela sua vida e por toda a amizade recebida. P. Vasco Pinto de Magalhães, SJ

Apontamento biográfico (15. 8. 1927 a 10.2. 2012) O Padre António Maria Cabral Ferreira nasceu a 15 de Agosto de 1927 no Porto, na freguesia de Miragaia. Entrou na Companhia de Jesus, depois de estudar Agronomia, a 1 de Fevereiro de 1947, no Noviciado da Costa, em Guimarães. Depois do Juniorado fez a Filosofia em Braga; e em 1954-55 teve o seu tempo de Magistério a trabalhar na revista “Magnificat”, no Porto, onde estava, então, a editorial AI. Seguiu, depois, para o Canadá (Montréal) onde fez a Teologia e se ordenou a 19 de Junho de 1958. Depois da Terceira Provação regressou à Província e começou a ensinar no Instituto Nun’Alvres onde foi espiritual dos alunos e professor de literatura. Também como professor foi mandado para Cernache

(Escola Apostólica) no ano 62-63 e regressou às Caldinhas até que em 1966 foi enviado para a Residência do Porto. Nesta casa e a partir dela, dedicou o resto da sua vida aos ministérios apostólicos próprios das nossas residências, em particular à pastoral matrimonial e à direção espiritual. Foi nesta casa o Ecónomo, durante 22 anos e, também, o Ministro, durante 8 anos. Homem espiritual, de grande cultura e sensibilidade artística, era procurado por muita gente. Em Julho de 2009, a sua fraca saúde começou a dar sinais de grande debilidade. Numa queda fraturou a cabeça do fémur. Foi operado, mas e a partir daí, não tendo recuperado completamente, manifestou-se uma fraqueza cada vez mais generalizada. Ficou acamado, por longos períodos, em casa, até que em 25 de Janeiro de 2012 foi mais uma vez hospitalizado com grandes dificuldades respiratórias. A 10 de Fevereiro o P. Alberto Brito, Provincial, estando no Porto, visitou-o no Hospital de S. António e administrou-lhe a Santa Unção. Veio a falecer nessa mesma tarde, pelas 15 horas.

O meu irmão António Maria …foi o primeiro e o mais velho de seis irmãos… Entre ele e eu – o quarto – intermediaram duas irmãs, que vieram dividir, certeiramente, o rancho em dois: - os três mais velhos, com o António Maria à cabeça, acompanhando os Pais. À mesa, como nas múltiplas circunstâncias e representações familiares - e os três miúdos, de que eu era o chefe de fila, com inerentes iniciativas e responsabilidades, mas esperando - pelas grandes festas, e até aos dez anos, - para alcançar o desejado direito de assento à mesa dos grandes. O António Maria representou sempre o irmão que eu desejava e sonhava ter, como capitão, amigo e companheiro… … porém as diferenças de idade e sobretudo de construção da pessoa, acabaram por nos definir e levar por astros e caminhos tão diversos, o que ficou bem patente nas vidas e obras de cada um. Nele era marcante a discrição em tudo o que dizia e fazia, nas escolhas de vida e dos caminhos a empreender, e sobretudo na inviolável reserva dos afectos e sua celebração…Mas os amigos souberam sempre que o eram e também a verdade e a fidelidade dessa escolha. Essa atitude estendeu-se de modo ainda mais marcado e inviolável à sua forma de viver, e quanto posso lembrar e julgar, á sua forma de viver, ao seu modo de amar e falar de Deus - que sempre o fez discretamente, como alguém que se situa aquém da Palavra de que era portador e responsável: aquele que responde perante Nosso Senhor e perante os homens, pelo encargo de O dizer e anunciar…. …O que ele fez, anos e anos a fio, tão discretamente, numa prégação quotidiana da missa do meio-diae-um-quarto, onde na discreta doação da Palavra, foi, segundo tantas testemunhas, surpreendente revelação de


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Encontro da Província com Cristo, hoje O encontro anual da Província Portuguesa em Soutelo é um “ritual de família” que ano após ano procura tornar concreto na nossa vida aquela união que forma “um só corpo com mútuo amor e conhecimento uns dos outros para maior fruto das almas”. Foi por isso que nos juntámos de 29 a 31 de Agosto em Soutelo para conversar sobre “Cristologia para hoje”. Coube à Comunidade do Porto a organização do encontro, que começou com uma apresentação do panorama religioso em Portugal, a partir do recente estudo patrocinado pela Conferência Episcopal. A noite terminou com um “Porto” de chegada e um brinde à casa que sempre nos acolhe e que foi “berço” de tantas gerações de Jesuítas. O convidado principal daqueles dias foi o P. Gabino Uríbarri sj, decano da Faculdade de Teologia da Universidade de Comillas, que nos ajudou, em três momentos distintos, a cair na conta das grandes questões da Cristologia hoje, dos desafios no anúncio de Cristo às novas gerações e da Igreja que em Cristo somos.

A profundidade sistemática das reflexões do P. Gabino foi temperada com o relato da experiência de encontrar a Jesus Cristo na prisão, nos sem-abrigo e no mundo do desemprego. Este momento foi-nos proporcionado pela presença de três voluntárias amigas e colaboradoras da comunidade do Porto: Cláudia Assis Teixeira, Teresa Olazabal e Joana Morais e Castro. Exercitámos a nossa condição de membros do corpo místico de Cristo na celebração Eucarística onde foram instituídos vários jesuítas em formação nos ministérios de Leitor e de Acólito. Na missa do último dia - celebrada pelo recém-ordenado P. Nuno Branco - lembrámos os nossos irmãos falecidos no último ano. Tivemos também oportunidade para um tempo de adoração eucarística. Assim procurámos fortalecer o Corpo de Cristo que somos.

O Encontro da Província teve também a habitual noite de convívio animada pela comunidade Pedro Arrupe, que também se encarregou de guiar as orações da manhã. Na última tarde ouvimos o P. Hermínio Rico fazer-nos uma apresentação sobre a recente Congregação de Procuradores. O Encontro terminou com as costumadas palavras do P. Provincial e o anúncio do tema da edição 2013: o plano apostólico da Província. Miguel Gonçalves Ferreira, SJ

Presidente da CEP visita o Centro de Formação de Braga No passado dia 27 de Outubro, o P. John Dardis e o P. Dermot O’Connor, Presidente e Sócio da Conferência Europeia de Provinciais, visitaram a Comunidade Pedro Arrupe, após a Assembleia da Conferência dos Provinciais da Europa, que teve lugar em Soutelo. Esta visita, de carácter informal, iniciou-se com a missa presidida pelo P. John Dardis na qual expressou o seu agradecimento pela nossa colaboração no Encontro de Provinciais. Na homilia, falou-nos da importância da abertura ao Espírito Santo, na qual todos precisamos de crescer, ouvindo o seu apelo à missão e ao trabalho em equipa. Após a missa, tivemos jantar em comunidade, uma boa oportunidade para confraternizarmos. No serão, em ambiente bastante descontraído – e como é costume nestas ocasiões – os nossos convidados falaram-nos sobre as suas vidas, as suas experiências mais marcantes, bem como os grandes desafios com que a Europa se depara. Para além disso, tivemos também oportunidade de conhecermos um pouco melhor a Comunidade de São Bento, em Bruxelas, onde vivem. No final, o P. John Dardis desafiou cada um dos escolásticos a partilhar quais as suas expetativas e sonhos sobre a Europa, bem como os seus projetos de trabalho como jesuíta. Como manda a boa tradição, o encontro terminou com um Porto de honra, acompanhado de deliciosos doces tradicionais minhotos, oferecidos pelos visitantes. João Manuel Silva, SJ

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Deus e seu Amor, para todos aqueles que são, porventura, os que humildemente recolhem, aqui e acolá, migalhas de coisas velhas e coisas novas. José Maria Cabral Ferreira, SJ

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P. Evaristo Vasconcelos - Memória Família No dia 2 de Junho de 2008, o Padre Evaristo Vasconcelos, apesar de andar já de cadeira de rodas ou com canadianas, manifestou o desejo de presidir à Eucaristia da Comunidade, no Centro Inaciano do Lumiar. E, logo a iniciar, perguntou: “Alguém verificou, na lista dos jesuítas falecidos, quem está assinalado no dia de hoje?” Um de nós foi ver e lá estava: “Evaristo de Jesus Macedo Vasconcellos – 1898 – Colégio de São Fiel”… Ficámos surpreendidos: era exactamente o seu próprio nome! Ele explicou-nos então que, naquele dia, fazia 110 anos que falecera um seu irmão, jesuíta, com este nome… Entrara na Companhia de Jesus no Noviciado do Barro, a 17 de Outubro de 1890 e viria a falecer com 23 anos de idade, a 2 de Junho de 1898, no Colégio de S. Fiel, no fim do terceiro ano de filosofia. O Pai, enviuvando, casou de novo, decidindo dar ao novo rebento, o mesmo nome, em memória do mano falecido. Esse novo Evaristo, que agora nos deixou a 4 de Junho de 2012, nasceu no Porto, na freguesia de Santo Ildefonso, a 27 de Janeiro de 1914.

Vida na Companhia de Jesus

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A 7 de Setembro de 1934, deixando o Seminário Maior do Porto, com três anos de Teologia, dá entrada no

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Noviciado da Companhia de Jesus em Alpendurada, nas margens do rio Douro. Ali faz um ano de Juniorado, altura em que foi colaborador do Vice-Postulador da Causa de Canonização de São João de Brito, Padre Tobias Ferraz, escrevendo o livro “João de Brito da Companhia de Jesus” (A. I., Porto, 1937). Em 1937, seguiu para Entre-os-Rios, a fim de terminar os estudos de Teologia no Teologado que ali instalara a Província da Andaluzia, então no exílio. Estudou, depois, três anos de Filosofia em Braga. Ordenado sacerdote a 21 de Setembro de 1940, no Seminário Conciliar de Braga, é destinado, no ano seguinte, ao Instituto Nun’Alvres, onde permanecerá quatro anos como professor e prefeito da 1ª divisão. Em 1945, parte para Granada, para mais dois anos de Teologia, em ordem ao exame ad gradum. Regressa ao Instituto Nun’Alvres como subdiretor e professor. No ano seguinte, dirige-se a Salamanca para a “Terceira Provação”. Terminada esta etapa de formação, é destinado ao Porto, onde se dedica a diversos trabalhos de carácter pastoral. Em 1951, funda e dirige durante sete anos a Revista “Magnificat” (que substitui o “Mensageiro de Maria”, órgão das Congregações Marianas). Em 1958, é nomeado Reitor do Colégio São João de Brito, em Lisboa. A ele se devem, sobretudo, a primeira grande organização administrativa do Colégio, o incremento da participação das famílias na acção pedagó-


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A personalidade Era um homem calmo, sensível e delicado. Tinha temperamento de artista, que transparecia nos versos que elaborava com agilidade e bom gosto, nas sínteses psicológicas e intuitivas, admiráveis e profundas, que fazia com toda a naturalidade e também na facilidade com que dominava o teclado, quer do piano e do órgão quer do acordeão.

Demonstrou sempre grande capacidade de resistência nas adversidades, fossem de carácter pessoal, comunitário ou social. Tinha o dom de saber transformar os problemas em novos desafios, que sabia confrontar e superar, sempre com paz e alegria, encontrando ou sugerindo para tudo novas pistas. Eram notáveis e consoladoras as ideias certas e límpidas, que conhecia por intuição, adivinhando os desejos dos outros, mesmo sem lhes perguntar. E sem distinção de pessoas. Um autêntico cavalheiro. Homem delicado e dedicado, sábio conselheiro psicológico, manifestou em toda a sua vida uma procura constante do “mais e melhor”, sempre em benefício dos outros, das boas relações entre todos e da maior glória de Deus.

Obras publicadas Para além dos artigos escritos para a revista “Magnificat” (1951 a 1958) e, mais tarde, para a revista “Brotéria” (1967 a 1973), publicou as obras seguintes: João de Brito da Companhia de Jesus (1937); Pedro Jorge Frassati (1943); Religiosas (1958); Religiosos (1958); Psicologia do Dia a Dia (1983); Arte de Bem Viver (1986); Deus Comigo (1992) – Reflexões sobre o Evangelho para o Retiro Anual e para a oração de cada dia; e Histórias da Vida Real (2008). João Caniço, S.J

Homenagem ao P. Augusto Vila-Chã No dia 6 de novembro, no antigo Hospital São Marcos, em Braga, o Padre Augusto Vila-Chã foi homenageado pelos 30 anos de dedicação e atenção ao próximo, no desempenho das funções de Capelão naquela unidade de saúde, numa iniciativa do Rotary Clube de Braga.

Nonagésimo Aniversário do Ir. José de Lima Casimiro. No passado dia 26 de Setembro, o Ir. Lima fez a bonita idade de 90 anos. Diz que não sabe como é que tal coisa aconteceu: um dia de cada vez e, quando foi a dar por ela, eis que tem esta idade de 90 anos! Uma vida cheia de histórias, que gosta de partilhar, de onde se destaca o tempo passado em Moçambique. Agradece a Deus a vida que lhe deu, e tenta em cada dia ser-Lhe fiel. Na discrição vai cumprindo a missão que agora lhe é confiada: Sacristão da comunidade, responsável pelas águas do colégio, rezar pela Companhia, entre outras. Agradeçamos a Deus pela sua vida que também já conta com 64 anos de vida religiosa. José Luís Artur, SJ

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gica do Colégio (jantar gratuito seguido de conferência mensal, festa anual das famílias…) e várias actividades culturais (Círculo Escolar de Cinema, garraiadas…). Também foi pioneiro na oferta do Colégio aos novos sacerdotes jesuítas, para que pudessem ser ordenados em Portugal, a partir de 1961. Em 1962, muda para a residência da Lapa, onde o vamos encontrar como Ministro, Assistente da J.U.C. e noutras actividades pastorais. Em 1965, é chamado a Coimbra, onde assume o cargo de Vice-Superior e Director da Residência universitária. Em 1967, é novamente nomeado Reitor do Colégio S. João de Brito, mas, por problemas de saúde, deixa esse cargo, no ano seguinte, e assume responsabilidades no CEP (Centro de Estudos Psicotécnicos), na Procuradoria das Missões. A insistência em pedir, aos 53 anos, para deixar o cargo de reitor do Colégio correspondia a um anseio de servir, de forma mais directa a sociedade em geral. A experiência, adquirida no Colégio, de inúmeros cinefóruns e cursos de relações humanas, em Lisboa e noutras cidades, leva-o cada vez mais a interessar-se pelo auxílio psicológico a quem o procurava. Entretanto, colabora como redactor da “Brotéria”, sobre psicologia e cinema, seus temas predilectos. A partir dessa altura, deixa crescer a barba e o cabelo, não destoando dos usos e costumes dos intelectuais da altura. Em 1973, desejando aprofundar os conhecimentos, segue para Boston, onde se dedica a estudos de psicoterapia. Frequenta o Boston College (Universidade), durante dois anos, obtendo o grau de Master em Psicologia (Clinical Counselor). Regressado a Lisboa, é integrado nas comunidades, da Cúria Provincial (1985 a 2001), e do Colégio S. João de Brito (a partir de 2001), começando a actividade de psicoterapeuta e conferencista, orientando dezenas de cursos de Relações Humanas e de Análise Psicossomática, campos em que se torna muito apreciado em todo o País. Nos últimos dez anos de vida, foi afectado por dificuldades de locomoção, sujeitando-se a algumas intervenções cirúrgicas. Conseguiu manter o atendimento a algumas pessoas, mesmo na sua cadeira de rodas, até ao último dia de vida. Veio a falecer, durante o sono, na madrugada de 4 de Junho de 2012, na enfermaria do Colégio São João de Brito, com 98 anos de idade e 77 de Companhia. Foi sepultado no Cemitério do Lumiar.

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Academia de Verão

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Acreditaria em mim se eu lhe dissesse que há, em Portugal, um colégio interno com sete séculos de história, fundado por Frei Bartolomeu Leroy d’Almeida (personagem que nunca morreu; apenas se volatilizou, ou melhor, “evaporated”)? Não? Então e se eu lhe contar que cerca de 60 estudantes, ligados aos Centros Universitários da Companhia de Jesus, estiveram por lá a desenvolver os seus estudos em Teologia? Parece surreal, mas aconteceu: de 02 a 09 de Setembro, a Casa da Torre, em Soutelo, recebeu mais uma Academia de Verão. Durante uma semana, as seis Irmandades deram voz ao hino; os 12 professores formaram teólogos do mais alto gabarito e o Magnífico Reitor desdobrou-se em discursos de abertura e cerimónias solenes de encerramento. O dia começava na capela, pontualmente às 9h15 do parafuso (fuso horário da comunidade académica). Só depois da oração rebentava, corredor fora, o burburinho das conversas entre os estudantes. Pouco depois, soava o badalo – tão desejado quanto temido – enviando cada aluno para a respectiva sala de aula. Introdução à Bíblia, Justiça Social ou Razões para Não Acreditar são apenas alguns exemplos das cadeiras leccionadas. Antes do almoço, a manhã dividia-se em três aulas, separadas por intervalos de 15 minutos que raramente correspondiam a algum “descanso mental”. Nos claustros ecoavam comentários como «Começo a detestar menos a expressão “pobreza franciscana”!» (disciplina de Mestres de Espiritualidade) ou «Ah! Mas uma lei estatal não é necessariamente boa! Pode ser legal e não ser moral…» (Ética Pessoal). A argumentação ganhava força e forma ao fim da tarde, nas Olimpíadas Teológicas: o frente-a-frente das Irmandades tinha por base uma tese que devia ser defendida ou criticada, ganhando aqueles que mais sabiamente expusessem o seu ponto de vista. Os conhecimentos adquiridos eram ainda apreciados durante os tempos de estudo, nos quais cada aluno respondia às fichas de avaliação deixadas pelos regentes das várias disciplinas. Depois de entregues na secretaria (onde se podiam ler avisos sobre a Época de Recurso de 2014), os trabalhos eram corrigidos pelo corpo docente. A tarde terminava na Eucaristia, uma missa com tempo de oração pessoal: sendo o momento por excelência para agradecer a Deus a oportunidade de O conhecer melhor, ao rezar os pontos, fomos várias vezes convidados

a entrar na vida do Mestre e a falar-Lhe (simplesmente estando; sem pensar na “teologia implícita ou explícita”, ou qualquer outro “termo técnico” de Cristologia). Mas nem sempre os dias se desenrolaram dentro de casa! Na Academia também se fazem visitas de estudo interdisciplinares e simples passeios recreativos. Fomos a Guimarães inaugurar a lápide comemorativa do VII Centenário da “evaporation” do nosso Fundador e passámos por Braga, incluindo nos conteúdos programáticos de História da Igreja e de Criação na Bíblia os edifícios da Sé e do Seminário Conciliar S. Pedro e S. Paulo (com destaque para uma das suas capelas, a Árvore da Vida). A meio da semana houve um “dia feriado”, em que rumámos à barragem de Vilarinho das Furnas. No rio Homem, revitalizámos a humanidade que somos: convívio fraterno e relação com Deus; mergulhos profundos e sede de horizonte. O anoitecer chegava envolto em surpresa e, para cada serão, surgia uma proposta diferente: apresentação de sketchs, tempo para ir beber um copo ou um concerto intimista da Maeve (professora irlandesa). Na noite de encerramento, a do Baile de Finalistas, o hino ouviu-se pela última vez enquanto nos dirigíamos, por pares, para o salão de baile; aí dançámos graciosamente a antiquíssima, mas sempre nova Valsa da Anca . Não posso terminar sem prestar uma homenagem especial. Como em qualquer famoso colégio “de estilo inglês” que se preze, também na Academia de Verão existe um grupo secreto de alunos – a Irmandade dos Panteras - que, revolucionariamente, se expôs a riscos e punições sérias para conquistar critérios de correcção mais justos e melhores horários de estudo. Talvez o estimado leitor não confie na veracidade de tudo o que lhe contei. Ou talvez pense que sou louca (e, comigo, meia centena de universitários e alguns padres jesuítas). Deixe-me dizer-lhe que o compreendo: quando vesti pela primeira vez a camisa branca de secular simbolismo e as calças de ganga sem simbolismo nenhum, olheime ao espelho e ri com gosto. Mas hoje sei que “não basta sentir, é preciso saber” - a Academia de Verão é uma dessas experiências que devem ser re-lidas e re-conhecidas à luz do seu (apenas aparente) culminar; só regressando a casa se descobre a oportunidade de "anúncio". E se falarmos da morte e Ressurreição de Jesus Cristo? Não me diga que também lhe parece loucura! Débora Duarte


Centro Juvenil e Comunitário Padre Amadeu Pinto O Centro Juvenil é uma obra da Companhia de Jesus ao serviço das crianças, jovens e famílias dos bairros sociais do Monte de Caparica. Depende juridicamente da Paróquia de São Francisco Xavier de Caparica (também confiada à Companhia de Jesus), mas tem total autonomia de Direção. O Centro, instalado no rés-do-chão de um prédio de habitação social e numa garagem anexa, foi inaugurado em 2010 e, nesta primeira fase da sua existência, dá apoio a cerca de 95 crianças entre os 5 e os 14 anos. O lema “Fazer o bem, bem feito” - uma frase tão querida do Padre Amadeu - norteia a nossa ação e as nossas relações no Centro. Queremos conhecer e inspirar-nos no bem como Jesus o anunciou, e aprender e exercitar a forma como Ele o realizou. Esta obra assenta em pilares fundamentais: Educar para a sabedoria: através do apoio escolar (trabalhos de casa e explicações), queremos que as crianças descubram a sabedoria que está por detrás dos ensinamentos, o seu sabor, e que vão lentamente compreendendo as implicações reais dos conteúdos que aprendem na construção da sua identidade e do seu futuro, assim como na construção do bem comum da nossa sociedade. Educar para a sensibilidade: através de uma série de ateliers artísticos, queremos que as crianças descubram o valor da Beleza na sua infindável riqueza. Queremos ainda ajudar a que cada criança descubra e exercite a linguagem que lhe for mais pessoal na vivencia dessa mesma beleza. Educar para a expressividade: o nosso corpo, palco de tantos desafios, é hoje, cada vez mais, o ponto de partida das nossas decisões. Queremos educar as crianças para uma sã e verdadeira relação com o seu corpo e com o corpo dos outros, que elas possam descobrir, sobretudo através do desporto, a imensa criatividade do nosso corpo, a sua facilidade de comunicação, e a continua disposição a adaptar-se harmoniosamente ao mundo que nos rodeia. Queremos também ajudá-las a viver o verdadeiro espírito de equipa, a descobrirem o seu lugar e a sua quota parte de responsabilidade no desafio colocado à equipa, a apreciarem relações de fraterna equidade. Em tudo, queremos educar para um cuidado compassivo: queremos que as crianças descubram a importância do cuidado por tudo o que existe e nos foi confiado. Um cuidado compassivo, na medida em que cada criança se responsabiliza pelo que existe, através de um conhecimento interno dessa realidade, e assumindo-a como sua. A equipa de trabalho do Centro Juvenil é constituída por dois jesuítas e por cerca de 25 voluntários que garantem o desenrolar das atividades, a saber, o apoio

escolar e os ateliês artísticos (música, dança, culinária, aulas de viola, etc.). Estes voluntários são na sua maior parte adultos e trabalhadores. Contamos ainda com uma parceria muito próxima com o Movimento Gambozinos, na animação dos domingos radicais, campos de férias e apoio nos estudos. O Centro Juvenil P. Amadeu Pinto não tem nenhum protocolo com o Estado nem com qualquer outra Fundação ou Associação e vive da generosidade dos que para ele querem contribuir. As famílias contribuem com uma pequena mensalidade (4€/criança/mês) por cada criança inscrita. As bolsas desportivas, no valor de 250 euros por mês, permitem que 10 crianças possam frequentar, fora do bairro, um desporto por elas desejado. Esta iniciativa tem sido a mais importante e premente na inserção destas crianças e jovens na sociedade. Neste momento, só temos ainda uma bolsa mensal, paga pelo Colégio Campo de Flores; gostaríamos que outras instituições ou particulares nos pudessem ajudar, de maneira a tornar acessível a todas as crianças do Centro tão grande bem. O Centro é recetivo a ajudas de outros tipos: - em géneros, alimentares ou outros (material escolar, desportivo, artístico, etc.) - apadrinhamento desportivo ou artístico de uma criança durante um ano (30€/mês) O pagamento pode se feito: - por transferência bancária: Nib: 0033 0000 4520 7284 2700 5 (conta em nome de Maria Luísa Gaivão). Passamos recibos em nome do Centro Social Paroquial do Cristo Rei. - por cheque, em nome de Paulo Teia ou Centro Paroquial do Cristo Rei (para o caso de querer recibo). Nota importante: independentemente da ajuda dos benfeitores, cada criança paga sempre 5 euros pela modalidade desportiva ou artística em que se inscreveu. Sem mais, o Centro Juvenil vai aparecendo lentamente no horizonte apostólico da Companhia de Jesus e do bem que sustém este mundo, possamos nós senti-lo como obra de todos e onde todos podem colaborar segundo as suas possibilidades e riqueza pessoal. Paulo Teia, SJ

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Paróquia da Mexilhoeira Grande sente o norte mais perto

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Foi com disponibilidade e cheios de vontade para acarinhar, cuidar e prestar todos os serviços necessários na aldeia de S. José de Alcalar que, desde o norte, o Grupo de Ação Social (GAS) do Centro Académico de Baga (CAB) rumou ao Algarve, este verão, para uma experiência de voluntariado diferente. Seis jovens, os jesuítas Samuel Beirão e Ricardo Dias e quatro estudantes universitários, estiveram duas semanas ao serviço da Paróquia da Mexilhoeira Grande, Portimão. É a primeira vez que um grupo de universitários presta serviço social nesta aldeia, fundada em 1989, com o intuito de acolher pessoas que, sobretudo pela idade avançada, se tornaram dependentes. Trata-se de um lar feito aldeia, com casinhas, quintais particulares, famílias inteiras, e todas as vantagens de um lar de idosos: cuidados de higiene, serviço de lavandaria, refeições na sala comum, uma capela com missa todas as semanas, ginástica e várias atividades de animação. Chegámos para trabalhar no que fosse necessário, dar e receber o que de melhor há no coração de cada um, sem preferências, não havendo trabalhos de primeira ou de segunda, entrando num espírito de serviço. Tínhamos como plano espiritual as Bem-aventuranças, mote dado pelos vitrais da capela da aldeia, para nos ajudar a viver melhor. Na aldeia, o nosso dia-a-dia era passado com os idosos: conversar com eles, conhecê-los, viver o seu quotidiano, aprender a bordar, jogar dominó no café, provar medronho (bebida tipicamente algarvia). Todas as manhãs, uma rapariga acordava mais cedo para ajudar na higiene diária dos idosos e fazer as camas ou ir ajudar na lavandaria. Para as refeições, ajudávamos os idosos com mais limitações a deslocarem-se para o refeitório principal (‘restaurante’, como alguns chamavam) ou levávamos o almoço, juntamente com as funcionárias, às casas dos acamados e das pessoas que não podiam deslocar-se. Dispor de tempo para os ouvir foi certamente um dos pontos mais importantes para os idosos, pois contaram as suas histórias, as tristezas, as alegrias, as preocupações e o seu quotidiano, fosse em suas casas, no café ou nos passeios. O uso do salão de cabeleireiro de que o lar dispõe fez a alegria de muitos, que decidiram lá ir fazer a barba, lavar e secar o cabelo, cortar ou pintar unhas. Esta foi uma das ideias que ousámos – e acertámos em cheio para acabar com o estigma de que as pessoas mais velhas já não precisam de se embelezar. Os rostos da velhice ganharam jovialidade com o novo cabelo e o sorriso de quem os mimou mais um pouco. Também as idas à praia trouxeram uma onda de amizade e companheirismo enrolados de histórias do Algarve de hoje e do antigamente.

Esta aldeia é uma das obras mais importantes do P. Domingos Monteiro da Costa sj; contudo, também pudemos conhecer outros projetos deste jesuíta, como é o caso do lar de idosos na Mexilhoeira assim como dos grupos de jovens, e do grupo de casais ‘A Rotunda’. O P. Domingos também nos levou a fazer um passeio pelas redondezas da paróquia, conhecendo de perto a realidade das aldeias mais isoladas do Algarve. Ao contrário do norte do país, essas aldeias estão a vários quilómetros umas das outras, fazendo com que haja mais solidão e isolamento. Vimos algumas celebrações da palavra e muita alegria! A nossa despedida ficou marcada pela comemoração dos 40 anos de sacerdócio do P. Domingos, no dia 15 de Agosto, com uma missa campal e almoço, na Quinta da Rocha. Estiveram presentes cerca de 300 pessoas, entre as quais o Provincial da Companhia de Jesus, P. Alberto Brito sj, o seu Sócio, P. Domingos Freitas sj, o P. P. Paulo Teia, a Geral das Missionárias Reparadoras da Santa Face, Ir. Fernanda, e um Diácono da Diocese do Algarve, Vítor Sabino. Citando o P. Domingos, “uma das lições da Bíblia e da nossa experiência é que todo o começo é praticamente insignificante. Nascemos todos por fazer. Fazemo-nos dia-a-dia, fazendo coisas pequenas e aparentemente insignificantes, como dizia a Madre Teresa de Calcutá – a grandeza está em fazer coisas pequenas com grande amor. Só há milagres com Deus e na obediência à Sua Vontade! Nunca contra Ele e à margem da Sua Vontade! É a nossa acomodação ao mundo que torna Deus e os seus milagres impossíveis! Na Mexilhoeira Grande e em toda a parte!” Pela alegria, pela partilha, pela gratidão, pelo crescimento, pelos ensinamentos e por umas tantas coisas, por vezes difíceis de transcrever, partimos rumo ao norte com a certeza de que estes dias foram muito mais do que esperávamos. Partimos na certeza de que fizemos toda a diferença, que cada quilómetro, cada hora percorrida, valeu cada segundo desta experiência como se acertasse o norte numa bússola. Com as Bem-aventuranças presentes no coração de cada um, este voluntariado transformou-nos e deixou a semente para continuarmos a servir como Jesus e para a Sua maior glória. Andreia Gomes e Carolina Basto, voluntárias do GAS


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“De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?” Este ano realizou-se mais uma vez a Caravana, uma peregrinação a Loiola e Xavier, que reúne alunos dos três colégios jesuítas de Portugal. Mais que uma visita aos lugares onde nasceram Santo Inácio de Loiola e São Francisco Xavier, foi uma grande oportunidade para conhecer melhor a vida do fundador da Companhia de Jesus e do maior missionário da Igreja do Oriente, e para descobrir como dois amigos tão diferentes se deixaram transformar por Deus de uma maneira que os mudou para sempre. Em Loiola passámos pela Basílica e pela casa onde nasceu Santo Inácio. Tomando como ponto de partida a sua autobiografia, os momentos de oração neste lugar foram fortemente marcados pela conversão de Inácio durante a sua recuperação depois de ter sido ferido na Batalha de Pamplona. Tivemos tempo para refletir sobre o que nos impede de nos entregarmos a Deus por completo, e, tal como Inácio, procurámos discernir o que na nossa vida não são senão alegrias passageiras e o que nos traz a verdadeira consolação. Percebemos que a conversão vai acontecendo continuamente ao longo da vida, à medida que a vontade de Deus se vai tornando a nossa.

Chegando a Xavier, pudemos conhecer mais de perto São Francisco, colega de Santo Inácio no Colégio de Santa Bárbara, em Paris, e que, desafiado por este, abandonou os seus projetos ambiciosos de um futuro cheio de sucesso para dedicar a vida a Deus. Junto às muralhas do Castelo de Xavier e na capela do Cristo do Sorriso refletimos sobre o crescimento e a evolução das amizades que mais nos têm marcado, e rezámos sobre os sonhos que temos para a nossa vida e que nos aproximarão de Deus, tornando-nos realmente felizes. De volta a casa, e relembrando tudo o que vivemos ao longo desta semana, posso afirmar que a Caravana foi sem dúvida uma experiência espetacular. Santo Inácio costumava dizer que “Poucas pessoas sabem o que Deus faria com elas, se tivessem a coragem de se entregarem a Ele completamente.” Deixando para trás o que nos impe-

de de confiar na vontade de Deus, temos agora o desafio de Lhe entregarmos o nosso futuro, repetindo a pergunta que Santo Inácio e São Francisco arriscaram um dia: “Senhor, que queres que eu faça?” Madalena Vasconcelos Machete

“Ainda te falta uma coisa” “Ainda te falta uma coisa”. Foi assim que 427 animados e 160 animadores distribuídos por 10 campos dos diferentes escalões foram desafiados a agarrar mais um campo de CAMTIL neste verão. Encarando o tema como missão e no espírito do “somos todos nós”, entregámo-nos a mais um campo alicerçados nos pilares que já levamos connosco para além do verão, tornando-se um desafio muito maior, muito mais exigente, mas que nos propomos a cumprir. Mas faria sentido tudo isto sem Deus? Não seria esta “a coisa” que nos faltava? Generalizar o tema, levando-o para o dia-a-dia de cada um? Foi com isto que confrontámos os Camaleões da geração de 95! Convidámo-los a viver 10 dias reduzindo as comodidades ao essencial, aceitando desafios diários de uma grande ousadia, fazendo-os sentir que estão no final do seu percurso de campos de férias enquanto participantes. Lembrando-os que são responsáveis e autónomos e que podemos e devemos exigir deles, tanto quanto nos for possível para que os elevemos ao seu potencial máximo enquanto camaleões! Mas faria sentido tudo isto sem Deus? O CAMTIL propõe-nos ainda que “o” sejamos ao longo do ano. Temos núcleos como o Tripa, o Alface e o Cabra e ainda dois campos “fora de horas” que nos formam e nos preparam para melhor sabermos ser no verão. O CIFA – Curso Intensivo de Formação de Animadores, que prepara animadores para os campos de verão e o campo de "Trolhas" – um campo de formação de animadores que convida os "camtílicos", na sua maioria universitários, a porem “mãos à obra” num projeto de construção onde são salientados e aprendemos a solidificar os quatro pilares que já tão bem conhecemos mostrando que nos preocupamos em crescer espiritualmente,

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Caravana 2012 Do Medo à Confiança

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como animadores, e que sabemos servir também com tijolos e argamassa. Não nos podemos esquecer também do campo de "Cegonhas" em que convidamos os mais velhos – ou os não tão novos – a fazer ou a recordar a experiência de um campo de CAMTIL em quatro dias. Mas faria sentido tudo isto sem Deus? É muito mais do que aplausos que se inventam e caras novas que se conhecem. É muito mais do que animadores e animados os que disto podem usufruir todos os anos. São, na verdade, muitos BDS’s e muitas horas de oração, se contarmos o tempo que cada um reza e depois somarmos o total de todos em cada campo. São muitos passos os que são dados e que nos fazem querer e crer o CAMTIL enquanto projeto, enquanto “escola de vida” que tanto discutimos. E isto, só faz sentido com Deus. Madalena Boissel

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Comunidades de Solidariedade

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Nos dias 23, 24 e 25 de Novembro decorreu, em Madrid, o primeiro encontro sobre “Comunidades de solidariedade: um novo estilo de vida de comunidades jesuítas”. Vinte e um jesuítas (entre os quais o P. Paulo Teia, SJ e eu) e um leigo, vindos de doze províncias diferentes da Europa, refletimos e aprofundámos a temática das comunidades de solidariedade, com o objectivo de partilhar novos estilos de vida comunitária e elaborar um documento que pudesse ajudar as províncias nos seus discernimentos sobre a formação de comunidades deste tipo. Aquilo a que chamamos comunidades de solidariedade engloba tanto as comunidades de inserção como as comunidades de inclusão. Foi sobre as últimas que nos detivemos mais tempo. Aqui valeu-nos, sobretudo, a experiência da província de Loiola. As comunidades de inclusão são comunidades onde, para além dos jesuítas, vivem pessoas que, de alguma forma, estão à margem da vida da sociedade tal como ex-presidiários (Loyolaetxea) e imigrantes (Durango). Não se trata apenas de albergues, asilos ou residências; estas comunidades querem ser uma família que dêem a possibilidade de uma autonomização e integração plenas das pessoas que lá partilham a vida com os jesuítas. http://www.durangojesuitak.org/images/stories/ jesuitenetxeavidanueva.pdf Duarte Rosado, SJ

Projeto “Sou como Tu” - JRS-Portugal Foi no dia 22 de Outubro que pela primeira vez o projeto “Sou como Tu” visitou uma das 30 escolas do concelho de Lisboa, a que se propõe ir durante este ano letivo. O objetivo é falar da diferença que não é sinónimo de distância, promovendo atitudes de abertura a outras culturas. Não queremos apenas educar para a multiculturalidade, em que num mesmo espaço habitam diferentes culturas e pessoas sem que se toquem, com a educação para a interculturalidade pretendemos educar para a partilha entre culturas e pessoas diferentes. Como? Através de duas sessões de formação: uma que conta com a presença de uma atriz imigrante que faz teatro de infiltração e partilha a sua experiência como imigrante e a outra que é um jogo em que diferentes grupos de alunos assumem diferentes personagens relacionadas com a realidade da imigração em Portugal, tendo que tomar várias decisões para atingir os seus objetivos. No final da primeira sessão é entregue a cada aluno uma máquina fotográfica descartável e, nas duas ou três semanas que separam as duas sessões, os alunos são convidados a tirar fotografias sobre aquilo de que se falou na sessão. Depois, são selecionadas as melhores fotografias para que em cada escola se monte uma exposição. Finalmente, já durante as férias, realizar-se-á um campo de férias intercultural com alguns dos alunos das escolas participantes. A recetividade das escolas e dos alunos tem sido muito boa, talvez porque o assunto é pertinente e trata de uma problemática muito presente nas escolas. E não só nas escolas, o mundo é cada vez mais um espaço intercultural. Mais informações no facebook (projeto sou como tu) Duarte Rosado, SJ

Boletim “Jesuítas” O boletim “Jesuítas” é enviado gratuitamente a familiares, amigos e colaboradores. Se desejar contribuir para as despesas de publicação e envio, pode fazê-lo por transferência bancária para o NIB 0033 0000 000000 700 41 84, Millennium BCP, ou mediante envio de cheque em nome de Província Portuguesa da Companhia de Jesus, para Estrada da Torre, nº 26 - 1750-296 LISBOA. Em ambos os casos, solicita-se referência ao Boletim Jesuítas.

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Deixaram de pertencer à Companhia de Jesus o P. Mário Almeida (Comunid. CIL-Lisboa), os EE. Vasco Themudo (Comunid. Colégio das Caldinhas), Ricardo Barroso (Comunid. Colégio Cernache), Adelino Roia (Noviciado da Beira-Reg. Moç.), Inácio Cipriano (Comunid. Ulongwè-Reg. Moç.) e I. António Rodrigues (Comunid. CIL-Lisboa).


Da Companhia EM RESUMO

O Papa Bento XVI nomeou o Senhor Arcebispo de Huancaio, no Peru, Mgr Pedro Ricardo Barreto Jimeno, membro do Conselho Pontifíco para a Justiça e a Paz.

Nomeações do Padre Geral: O Padre Geral fez as seguintes nomeações: - P. Joseph Stuchlý, Provincial da Boémia; - P. José Cecilio Magadia (PHI), Conselheiro Geral para a Formação. .- P. Chukwuyenum Afiawari (ANW): Reitor do Arrupe College em Harare (Zimbabué); - P. John K. Ghansah (ANW): Reitor do Hekima College em Nairobi (Quénia); - P. Ambrose Vedam (GUJ): Sócio do Delegado das Casas Romanas Internacionais (DIR) ; - P. Mario Talos: Superior Regional da Roménia, na sequência da decisão de transformar a Província da Roménia na Região Independente da Roménia (ROM). - P. Alejandro Tilve: Provincial da Província Argentina-Uruguaya (ARU).

“O que significa ser um bom diretor espiritual?” Esta foi a principal questão debatida no 32º Curso de Espiritualidade Inaciana, realizado em Czestochowa, em meados de novembro. Participaram cerca de 90 pessoas, muitas delas já envolvidas na orientação de Exercícios Espirituais e outras em processo de preparação, na sua maior parte leigos, mas também religiosas, padres jesuítas e diocesanos e os escolásticos de Cracóvia. Na primeira conferência, o P. Tomasz Kot, Provincial da Polónia do Norte, sublinhou que o aspeto mais importante no acompanhamento espiritual é a kenosis, uma palavra bíblica que descreve a atitude de humildade e liberdade interior do diretor espiritual. Esta afirmação tornou-se o leitmotif de todas as conferências seguintes, que responderam a questões como “a Bíblia apresenta um modelo de direção espiritual?” “que tipo de modelo é apresentado por Santo Inácio na sua Autobiografia e nas suas cartas?”, “o que se pode encontrar no livro dos Exercícios Espirituais?” A avaliação foi muito positiva, relevando o carater prático e de grande utilidade do conteúdo das conferências, com algumas dicas e sugestões acerca das semanas dos Exercícios Espirituais, dirigidas às pessoas que se estão a preparar para a missão do acompanhamento espiritual.

Jesuit Commons: Higher Education at the Margins Em 2010, um esforço de colaboração entre as redes jesuítas de educação e de serviço social com o JRS deu origem ao Jesuit Commons: Higher Education at the Margins (JC:HEM), um programa piloto através do qual mais de 1000 estudantes refugiados no Quénia, Malawi e Síria acederam a ensino superior online. O apoio prático é oferecido pelo pessoal de campo do JRS, mediante conferências e material online partilhado por professores de instituições da Companhia de Jesus nos EUA. No início de novembro, realizou-se a reunião anual em Roma com o objetivo de avaliar as atividades de 2012, criar um conselho académico, elaborar um plano de ação para 2013 e examinar propostas para a expansão do JC: HEM ao Afeganistão e ao Sri Lanka, em colaboração com universidade da Companhia de Jesus na Índia, e ao Chade, com a ajuda da Agência de Refugiados da ONU (ACNUR). Esta reunião centrou-se também na forma de motivar mais universidades jesuítas a responder às necessidades de educação superior de muitas pessoas deslocadas que vivem à margem da sociedade.

Micro-crédito para mulheres deslocadas As mulheres do Haiti são criativas e, graças ao seu trabalho, asseguram a subsistência de 43% das famílias mono-parentais de que são líderes. O sismo que atingiu o Haiti a 12 de janeiro de 2010 teve particulares consequências para as mulheres, consideradas como as principais vítimas da exclusão, juntamente com os agricultores e as crianças. Centenas de milhares de mulheres eram vendedoras ambulantes, domésticas ou operárias e encontraram-se sem modo de sobrevivência. De um dia para o outro, viram-se obrigadas a encontrar refúgio para elas e os filhos nos campos de refugiados e a enfrentar um grande desafio: inventar uma maneira de prover às necessidades da família. Sensível à situação difícil destas mulheres, o JRS lançou, em outubro de 2011, um projeto que visa melhorar as condições de vida e a dignidade de 2040 mulheres evacuadas de Port-au-Prince, através de estratégias de auto-subsistência económica e de promoção sociocultural. Um ano depois do lançamento do projeto em quatro campos, 108 mulheres chefes de família foram formadas para a gestão de um pequeno negócio e estão integradas em grupos de corporativismo económico, tendo cada uma recebido um pequeno montante em dinheiro por parte do JRS. O projeto é um pequeno exemplo do caminho de esperança que percorrem atualmente as mulheres haitianas, evacuadas depois do sismo, graças à sua criatividade e à sua tenacidade silenciosa mas eficaz.

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Nomeação do Papa Bento XVI

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Servidores DA MISSÃO DE CRISTO

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Missões Grão

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O Grão nasceu em 2005, no Centro de Reflexão e Encontro Universitário – Inácio de Loyola (CREU-IL), no Porto, como resultado da forte vontade de criar, no seio da Companhia de Jesus, um grupo de voluntariado internacional, em países em vias de desenvolvimento, formado por estudantes universitários e jovens profissionais. Desde então que este pequeno grupo portuense tem crescido e tem vindo a realizar Missões em África, durante os meses de Verão (agosto e setembro), atuando em cooperação com organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD) e outras organizações locais, numa lógica de inserção e inculturação, e focando a sua intervenção no desenvolvimento comunitário, formação/educação, promoção da integridade individual e autonomia das populações através da capacitação de pessoas locais. Para além da presença consistente no terreno durante o período de Missão, que é o objetivo primordial deste projecto, o Grão promove um plano de formação anual com o intuito de dotar os seus voluntários das competências necessárias à concretização, no terreno, da essência deste projecto, nomeadamente, fazendo trabalho voluntário junto de outras organizações em Portugal, a sua maioria situadas no Porto. Paralelamente, são desenvolvidas diversas atividades e eventos que promovam a divulgação e garantam a sustentabilidade financeira para a continuidade do projeto ao longo dos anos. Nestes sete anos de existência, este projecto tem lançado “grãos” em: • São Tomé e Príncipe, mais precisamente em Guadalupe (de 2008 a 2012), em colaboração com as Irmãs Franciscanas Missionárias; • Angola, no Uíge e em Benguela, em 2007, cooperando com os Leigos para o Desenvolvimento e no Cubal (de 2010 a 2012), apoiando a Missão das Irmãs Teresianas; • Moçambique, concretamente na Missão Católica de Fonte Boa (em 2006 e em 2012), em colaboração com a Companhia de Jesus. De facto, o Grão foi criado com o intuito de apoiar, durante dois meses, as Missões a cargo da Companhia de Jesus em países em vias de desenvolvimento, como se verifica através da escolha do primeiro local de Missão, em 2006, que foi a Missão Católica de Fonte Boa. Contudo, devido a diversos condicionalismos, no seu segundo ano, o Grão sentiu necessidade de alterar a sua rota, tendo partido em missão para Angola com vista à cooperação com os Leigos para o Desenvolvimento. Mais tarde, surgiu a oportunidade de apoiar Missões em São Tomé e Príncipe e permanecer em Angola. Este ano, e com o firme objectivo de regressar ao seu desígnio original, o Grão, sustentado numa colabora-

ção muito próxima com a Fundação Gonçalo da Silveira, voltou a deixar a sua marca na Missão Católica de Fonte Boa. Esta parceria do Grão com a Fundação Gonçalo da Silveira, concretizada ao longo do ano de 2011, revelou-se de grande importância para ambas as entidades. Pelo apoio da Fundação no regresso do Grão a uma Missão da Companhia de Jesus e, também, pelo trabalho de diagnóstico local realizado pelo Grão acerca do estado das infra-estruturas e das condições de vida das populações em Fonte Boa.

Atividades desenvolvidas no terreno O Grão pretende sempre colaborar com organizações locais com presença continuada no terreno, tendo como lema “apoiar em tudo o que se revelar necessário”. Deste modo, ao longo dos anos, o Grão tem levado a cabo variados projectos e actividades, de acordo com as necessidades locais, focando, essencialmente, a sua intervenção no apoio às populações e na cooperação com as organizações locais que o acolhem. Assim, em São Tomé e Príncipe, o Grão tem intervindo no posto de saúde de Guadalupe dando apoio médico e psicológico, visitando doentes e dando formações nas áreas de saúde e vacinação. Paralelamente às atividades no ATL e no Orfanato da Cáritas, tem realizado um campo de férias de 10 dias com crianças necessitadas


no qual são desenvolvidas as suas capacidades cognitivas e de aprendizagem, proporcionando também atividades lúdico-didáticas e jogos em grupo. Colabora ainda na atividade pastoral junto de grupos de jovens, através de explicações de Português e de Matemática, de aulas de guitarra e no combate à exclusão social através de visitas a idosos, visitas a prisões e da dinamização de diversas actividades com crianças e adultos nas roças. Por último, o Grão tem apoiado a Missão das Irmãs Franciscanas Missionárias na organização da biblioteca e da garagem, na limpeza e pintura da cozinha e na instalação de material informático. No Cubal, a ação desenvolvida pelo Grão caracteriza-se por inúmeros cursos e ações de formação, designadamente de línguas, informática, contabilidade, arquitetura e costura. Na área da saúde, pelo apoio no Hospital Nossa Senhora da Paz, a cargo das Irmãs Teresianas, e no centro de doenças infecto-contagiosas. Pela actividade pastoral, através da catequese e pelo combate à exclusão social, através da forte intervenção no Bairro S. José, destinado a idosos, pessoas incapacitadas e crianças órfãs “apadrinhadas” pela comunidade. O Grão também apoia a Missão das Irmãs Teresianas na organização da farmácia do hospital, no cultivo da horta e na implementação de sistemas de rega mais eficientes e na organização e inventariação da biblioteca. Já em Fonte Boa, a Missão do Grão destaca-se pela realização de atividades didáticas regulares com as crianças integradas no Projeto de Acolhimento a Órfãos, criado pela Missão. Pelas formações no âmbito do HIV/SIDA e pela participação em consultas no centro de saúde. Pela colaboração com a Escola Secundária de Fonte Boa, dando explicações e ações de formação aos alunos e pela organização e etiquetagem da biblioteca. Pela realização de cursos de primeiros socorros e pela participação na pastoral que tem lugar nas comunidades próximas. Concomitantemente, os grãos apoiaram a Missão Católica de Fonte Boa através da distribuição de roupa e material escolar pelas Casas dos Órfãos, pela distribuição de livros escolares e de material médico e de saúde pelas escolas e hospitais mais próximos e pela organização e arrumação de armazéns.

Para além de todas estas atividades e com o propósito de deixar a sua marca no terreno lançando à terra verdadeiros Grãos que germinam e são, a cada ano, continuamente alimentados, o Grão tem vindo a desenvolver, em cada um dos locais de Missão, alguns projetos de maior envergadura: • ATL Florinhas de São Francisco, em São Tomé: em diferentes anos, o Grão procedeu à elaboração do projeto, à escolha do local e ao apoio na sua construção, encontrando-se neste momento o ATL pronto a abrir as suas portas para acolher crianças desfavorecidas, promover a sua educação complementar e incentivar o estudo; • Forno comunitário no Bairro de S. José, no Cubal: em 2010, o Grão elaborou o projeto e a planificação do forno e em 2011 este veio a ser construído tendo ainda o Grão desenvolvido ações de formação com vista a dotar as populações locais das competências necessárias para a sua utilização. Este forno foi construído com o fim de ser resistente, evitar fumos e permitir à comunidade confecionar alimentos para toda a comunidade; • Escola Secundária Inácio de Loyola, em Fonte Boa: tendo-se iniciado a construção da escola em Maio de 2012, aquando da sua chegada, o Grão empenhou-se no apoio àquela construção e instituiu uma parceria de financiamento por forma a possibilitar o acesso ao ensino de qualidade, a combater o analfabetismo e a difundir a língua portuguesa. Para além dos grandes projetos empreendidos, a lógica de continuidade da acção do Grão é ainda visível pela intenção de, a cada ano, deixar “grãozinhos” no terreno, isto é, pessoas locais que, ao longo da presença do Grão, se destacam pelo apoio que dão aos voluntários, pela dedicação ao projecto e pela vontade de continuar a servir, mais e melhor, as suas comunidades. Neste ano de 2012, o Grão encerra o ciclo de missões em São Tomé e Príncipe após uma presença continuada no terreno ao longo de cinco anos, tendo plantado diversos grãozinhos que continuarão a desenvolver atividades de apoio social, sempre com base sólida nos valores em que o Grão se funda e que lhes foram transmitidos. www.ograo.com

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Servidores da MISSÃO DE CRISTO continuação

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Servidores DA MISSÃO DE CRISTO

Missão País - há 10 anos a colaborar com os outros O que é a Missão País? A Missão País é um projecto de universitários que pretende levar Cristo a Portugal inteiro, especialmente ao mundo académico português. Para esse objectivo, a Missão País convida os universitários a participarem em semanas de Missão em terras portuguesas onde estes são levados a ser testemunhas de Jesus Cristo e a Evangelizar, respondendo à sua vocação cristã. Cada jovem tem a oportunidade de ser Missionário nas populações locais graças à presença nas paróquias, em instituições sociais, em escolas secundárias. Cada um é chamado a descobrir o Amor de Deus e a partilhá-lo através da caridade cristã e do serviço ao próximo. Uma Missão realiza-se sempre durante as férias entre o 1º e o 2º semestre do ano académico com um grupo de jovens da mesma Faculdade permitindo assim a criação de verdadeiros laços de amizade entre os mesmos, laços esses que são essenciais para a introdução e permanência de Cristo nas Faculdades após a Missão. Como o seu nome indica, a Missão País aspira Evangelizar (Missão) em Portugal (País). Sendo assim, a Missão País é a organização que reune em si as Missões das diversas Faculdades e que as coordena para a coerência do projecto e da mensagem de Cristo.

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Como e porque surgiu?

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Em 2003, um grupo de estudantes da Faculdade de Economia da UNL junta-se para realizar a primeira Missão graças ao incentivo do Padre Diogo Barata do Movimento Apostólico de Schoenstatt. Esta decisão de largar tudo e partir durante uma semana com amigos da Faculdade nasce da vontade de levar Deus para a universidade pois o silêncio sobre a fé sentido no mundo universitário incomodava e fazia crescer o desejo de realizar algo de diferente que permitisse uma aproximação dos jovens à Igreja. Aí foi lançada a Missão País e logo no ano seguinte, duas outras Missões foram criadas em Faculdades diferentes e o projecto ficou enraízado. Desde então o a Missão País tem tido a graça de crescer de ano para ano juntando

cada vez mais pessoas e Faculdades. Nos últimos dois anos o projecto teve a sua afirmação com um crescimento exponencial: as 13 Missões de 2011 passaram para 17 em 2012 e para 26 para o ano 2013!

O que é a Missão País hoje em dia? Hoje em dia, a Missão País está numa fase de expansão muito forte e a aposta está a ser feita na maior divulgação da mesma para aumentar a sua visibilidade no mundo académico português e na Igreja em Portugal onde o projecto pretende ser referência. De facto, para a Missão País 2013 contamos já com uma Missão em Braga, quatro no Porto, uma em Coimbra e vinte e uma em Lisboa! A estimativa do número de Missionários a partirem em Missão em 2013 é de 1000! Isto significa 1000 universitários a partirem em Missão para 26 localidades de Portugal durante o mês de Fevereiro de 2013. A Missão País tem a particularidade muito interessante de não ter espiritualidade própria pois bebe da comunhão de movimentos e da sensibilidades de cada um que nela toma parte. Um Jesuíta leva a espiritualidade de Santo Inácio, um Schoenstattiano leva uma espiritualidade Mariana inspirada pelo Padre José Kentenich, um membro da Opus Deis leva a Santidade de cada dia de São José Maria Escrivá, uma pessoa de uma paróquia leva a Comunhão dos Santos, etc. Esta diversidade faz a força: a Missão País é o exemplo português onde se vê mais claramente como a convivência e a união de todas as forças da Igreja é possível e permite sonhar tanto através dos laços criados entre os Missionários. Esta é uma grande bênção de Deus para a Missão País.

“A colaboração com os outros” Durante a semana de Missão, os universitários são chamados a uma forma total de colaboração com os outros. Essa totalidade, que só se dá no encontro com Jesus, pela graça do Espírito Santo e da Santíssima Virgem, leva cada Missionário a querer servir e a amar cada pessoa que encontra. A vontade de ajudar é grande. O objectivo em cada Missão é estar o mais próximo possível das comunidades e de cada pessoa, poder dar testemunho de fé, incendiar corações, levar as pessoas a Deus. Nas instituições procura-se alegrar as pessoas e animá-las com canto, música, dança; confortá-las na doença e no sofrimento; partilhar as alegrias; conversar para desabafar. Nas escolas, para além das brincadeiras, tenta-se incentivar as crianças aos estudos, à responsabilidade, explicando o valor da família e do amor. Nas paróquias a proximidade e o entusiasmo daqueles que se querem comprometer é prioridade. Ao fim de uma semana de Missão, de sair à rua todos os dias, de mostrar alegria, disponibilidade, amizade, os frutos são


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projecto a Norte para ainda mais pessoas poderem ser tocados por Jesus.

Os 10 anos da Missão País

bem visíveis nas pessoas alvo da Missão. Os Missionários são sempre maravilhosamente bem recebidos, as eventuais carências são resolvidas, as portas abrem-se, a generosidade por parte daqueles que têm talvez menos é grande. Missionar é pôr-se ao serviço de uma comunidade, falar em nome de Alguém maior e ver a transformação nessas pessoas. “Quando é que cá voltam? Só para o ano?!”. “Não querem levar aqui um queijinho?”. “Então mas vocês deixaram de ter férias para vir para cá?”. “Esta semana, a minha filha que nunca quer ir à escolha saia de casa a correr para não chegar atrasada ao vosso encontro!”

Neste ano de 2013, a Missão País festeja os seus 10 anos de existência. O desejo para este marco é de dar a conhecer a Missão País e juntamente com Missionários, ex-Missionários, família, amigo, jovens, universitários e todos os interessados e curiosos, dar graças a Deus pelo projecto e reviver a sua história de modo a poder lançar os próximos anos com ainda mais força, ainda mais determinação e ainda mais amor. Convidamos por isso toda a Igreja Portuguesa a juntar-se a nós no Sábado dia 16 de Março de 2013 para Missa de Acção de Graças presidida por D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, e a participar no mesmo dia no encontro da Missão País onde serão festejados os 10 anos. Nesta altura do ano não estão ainda definidos os detalhes do acontecimento, mas a data essa está marcada e deve ser apontada na agenda! É uma óptima oportunidade para conhecer a Missão País. Afonso Corte Real www.missaopais.pt; www.facebook.com/missaopais; missaopais@gmail.com

A colaboração dos Jesuítas na Missão País

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Ao longo dos anos, a colaboração dos Jesuítas na Missão País tem sido cada vez maior. Através de estudantes universitários (pertencentes a centros universitários Jesuítas) que participam nas Missões das suas Faculdades, através da chefia destes nas mesmas, através da presença de Padres Jesuítas na Missão País, os Jesuítas têm contribuido com entusiasmo e competência para o desenvolvimento do projecto estando assim cada vez mais ao serviço dos outros. Essa paixão pelo projecto e pela colaboração com os outros levou também a que este ano a formação do Conselho Regional da Missão País no Porto se fizesse em ligação com o Creu. Assim, os Jesuítas estão a ter uma ajuda muito preciosa e muito agradecida na expansão do

Miguel Duarte Ferreira

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Sentir e SABOREAR

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7 dias e Deus foi de férias

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As férias não são mais que a arte de recomeçar, dão-nos boleia do desânimo à esperança. A arte do recomeço implica querer ser feliz aqui e agora, não um dia. Perco-me tantas vezes no que devo levar na mala das férias e esqueço o que é mesmo importante trazer, o tempo abranda e dilata de tal maneira que consigo fazer muita coisa que durante o ano escapou. Algumas ideias boas ficam mais intermitentes e se não forem alimentadas, vão como o bronze de verão, que sai com água e sabão. Este ano escolhi ter Deus nas Férias. E assim Ele foi, de férias comigo. O desafio foi lançado pela CFX (Comunidade São Francisco Xavier), que propôs a 20 jovens orientados pelo Pe. Nuno Tovar de Lemos, uma semana em comunidade para mergulhar no Alqueva. O cenário é o alentejo de agosto, na aldeia de Outeiro perto de Monsaraz, que nos acolhe uma vez por mês desde 2008. A proposta foi lançada a todos os que tivessem entre 25 e 35 anos, numa descoberta alegre e agradecida, com silêncio, oração, missão, partilha, momentos de convívio, com tempo para compreender o que se passa, servir e encontrar a alegria nas missões que Deus dá a cada um. O Outeiro é daqueles sítios que ganhou um lugar muito especial na minha história, como tem para qualquer um de nós a casa materna, a nossa terra, os lugares que nos viram crescer, que nos recordam quem somos, como nos fizemos o que somos hoje. Esta imagem comove-me desde que cheguei à CFX em 2009; ainda me esmaga o facto de que Jesus, o que venceu a morte para me salvar da miséria do pecado, aquele que me abre as portas para uma vida nova, vem ao meu encontro e me convida para passar férias com Ele, na borda de um lago. Quer-me perto. Quer que conheça a intimidade da Sua casa e da Sua família. Quer sobretudo lembrar-me como sou amada por Ele. Surpreendente é ter este trabalho todo para que eu O veja e Lhe abra a porta para essa intimidade para a qual fui feita, a única que me pode fazer feliz. A vida é difícil, mas ali naquele sitio adormecido pelo calor e pelo tempo, encontro explicação e sentido para alguns problemas que me derrubam, que chega a ser desconcertante. Tive tempo de delinear estratégias, identificar o que quero construir e por onde andam os perigos de que me devo afastar. A aventura agora é viver e conquistar esta liberdade no barulho dos dias. As azinheiras do Alqueva deram-me a sombra para a pausa e silêncio maior do que aquele que se faz conta, no meu caderno registei o que não podia passar ao lado, tentei mapear o futuro, muitas vezes inquieta por a mão não acompanhar a velocidade do coração. Ele é Mestre até a trocar-me o passo, pouco a pouco fui dando conta que aqueles dias estavam a chegar cá dentro a um lugar imenso que senti ser Dele. Longos foram os dias mas incrivelmente curtos para tudo o vivido, as horas iam passando e a lembrança das

preocupações que deixei tomaram um sitio mais discreto no meu interior. Olhares tímidos e verdadeiros para as caras novas. Bailes à volta da mesa de jantar com a aldeia em peso a acompanhar as voltas da dança com as suas concertinas e bandolins. Abraços que não acabam, flores de papel para a festa final que saem das mãos sábias das senhoras, cheias de tudo o que podem dar, orações muitas, na rua, no lago, no menir. E todos os momentos de silêncio que me tornaram mais capaz de senti-Lo mais humano. Nesta aldeia tudo se deseja até estarmos saciados, conversas cúmplices com aqueles já há muito conhecidos e com os que nunca vi, na mesma rapidez com que a roupa secava depois da guerra de balões de água com os miúdos. Deixei entrelaçar a minha vida na de outros e criei sonhos para o que há de vir. Ali, somos autênticos e desejamos que isso fique e perdure. O alegre contraste entre as portas das casas brancas e silenciosas com as senhoras vestidas de um negro que nunca deixa esconder a enorme alegria de receber, quem de tão longe veio para estar. Só estar. Os miúdos que dormem a correr para se juntar a nós, exímios jogadores de futebol, elas ótimas majorettes. Não ficou uma casa por visitar, a procissão da Senhora da Orada assim o confirmou quando rompeu o silêncio da tarde quente. O que é bom acaba em festa, o que é muito bom deve acabar com foguetes, assim foi. É tudo demasiado grande para um coração pequenino como o meu. Não cabe. Não consigo apreciá-lo para além da imensidão do seu significado, mas entrego, porque é só o que tenho, amorosamente, é só isso que Ele me pede. Ele fará depois o resto. Se for a Sua vontade, um dia entenderei, isso tem que me bastar. Durante 7 dias, Jesus sentou-me à sombra do Alqueva mesmo ao Seu lado, calçou as havaianas e os calções de banho, e mergulhamos juntos. Calmamente mostrou-me como amassa o barro e o molda com doçura, para que ele venha a ser aquilo que há de ser. Esta foi a minha descoberta neste Verão, a minha vida com Ele é o 5º Evangelho. As memórias confortam-me mas não me alimentam, nem a saudade de sentimentos que vivi me move, só a presença real de Deus Pai, que me chama mesmo quando está calado. Desafia-me a cada dia novo e só me pede que adira a Ele de coração inteiro, ainda que Lhe devolva quase sempre mãos cheias de nada. Quando me perguntam como foi o "Deus nas Férias" não hesito em dizer que saborear foi a palavra de ordem, sentir como tudo é bom, único e irrepetível. Tomei consciência da presença de Deus que por ali se passeou à descarada. Revisito aquele lugar vezes sem conta, em pensamento e em espírito. No fim ficou a gratidão de tanto bem recebido. Nas férias do próximo ano, iremos juntos novamente. Maria Leonor Botelho


Meios que unem O INSTRUMENTO COM DEUS

Janeiro

Fevereiro

Exercícios Espirituais

Exercícios Espirituais

3 DIAS

3 DIAS 07 a 10 | no Rodízio, com o P. José Carlos Belchior 07 a 10 | no Rodízio, com o P. Domingos de Freitas 08 a 11 | em Fátima, com o P. Hermínio Vitorino 21 a 24 | em Soutelo, com o P. Filipe Martins pé descalço 28 a 03 Mar | em Soutelo, com o P. Vasco Pinto de Magalhães

09 a 12 | em Soutelo, com o P. Carlos Carneiro 10 a 13 | em Palmela, com o P. António Vaz Pinto 17 a 20 | no Rodízio, com o P. Hermínio Rico 17 a 20 | no Rodízio, com o P. Hermínio Vitorino 17 a 20 | no Rodízio, com o P. António Júlio Trigueiros 17 a 20 | em Soutelo, com o P. José Frazão 24 a 27 | em Soutelo, com o P. José Carlos Belchior 31 a 03 Fev | em Soutelo, com o P. António Valério pé descalço

8 DIAS 11 a 19 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia

4 DIAS 08 a 12 | em Palmela, com o P. Nuno Tovar de Lemos e Ir. Maria Vaz Pinto, aci 08 a 12 | em Soutelo, com a Dra. Alzira Fernandes 6 DIAS 07 a 13 | em Soutelo, com o P. António Vaz Pinto 7 DIAS 5 a 12 | em Palmela, com o P. Carlos Azevedo Mendes 8 DIAS

Março Exercícios Espirituais 3 DIAS 07 a 10 | em Soutelo, com o P. Carlos Carneiro 14 a 17 | em Soutelo, com o P. Dário Pedroso 21 a 24 | no Rodízio, com o P. António Vaz Pinto 21 a 24 | no Rodízio, com o P. Carlos Carneiro 22 a 25 | em Soutelo, com o P. João Carlos Onofre Pinto 7 DIAS 20 a 27 | no Rodízio, com o P. Dário Pedroso 8 DIAS 22 a 30 | em Soutelo, com o P. Mário Garcia

Consulte o programa anual em www.jesuitas.pt

boletim da PROVÍNCIA PORTUGUESA Julho/Dezembro 2012

02 a 10 | em Soutelo, com o P. Dário Pedroso

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