O uso do crowdfunding no financiamento de projetos sociais e culturais: Um estudo sobre a Catarse1 Caroline Dias MILANI2 Cristiane Maria RIFFEL3 Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, SC. RESUMO: O estudo buscou analisar o uso do crowdfunding como forma de financiamento para projetos sociais e culturais no Brasil, por meio da análise da plataforma Catarse, sendo ela a primeira plataforma do Brasil. O crowdfunding, também conhecido como financiamento coletivo, compreende em uma estratégia de captação de recursos para projetos que aliam o desenvolvimento tecnológico da internet com práticas relacionadas à cultura participativa. O estudo caracteriza-se como exploratório de abordagem qualitativa. Primeiro realizou-se a coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica. Em segundo momento realizou-se a pesquisa documental, análise de conteúdo do site e do blog e entrevista com o coordenador de comunicação da Catarse. Os resultados indicaram que o sucesso do financiamento coletivo só é possível graças às facilidades e às possibilidades que a internet proporciona, entre elas estão à visibilidade e o engajamento do público no ambiente virtual. O estudo mostrou ainda que a comunicação é um elemento essencial para a prática do crowdfunding e do sucesso no financiamento de projetos. PALAVRAS-CHAVE: Crowdfunding; financiamento coletivo; cultura participativa; Catarse. INTRODUÇÃO Este estudo investiga o crowdfunding, também conhecido como financiamento coletivo. Na prática, o crowdfunding consiste em doações feitas pela internet a fim de viabilizar financeiramente projetos de interesse comum. Seu principal objetivo é que várias pessoas contribuam com pequenas quantias de dinheiro até atingir o montante necessário para viabilizar um projeto em questão. Na concepção de Howe (2008) o financiamento coletivo mobiliza o bolso coletivo, por meio da internet, permitindo que as pessoas financiem projetos em que acreditam. O crowdfunding surgiu na Europa no ano de 2006 e desde então vem se expandindo ao redor do mundo. No Brasil, o crowdfunding chegou no ano de 2011, por meio da plataforma Catarse. De acordo com um estudo publicado no site crowdsourcin.org, em 2012, identificou-
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Artigo Científico – Trabalho apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina de Iniciação Científica do Curso de Relações Públicas da Univali. 2 Estudante de Graduação do 5º período do Curso de Comunicação Social - Relações Públicas da Univali, email: caroliinemilani@hotmail.com 3 Mestre em Extensão Rural (UFSM-RS), Bacharel em Comunicação Social – Hab. em Relações Públicas (UFSM-RS). Atua como docente nos cursos de Relações Públicas e Pós Graduação em Comunicação Empresarial da Univali.
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se que, na época, já haviam 452 plataformas de crowdfunding no mundo, sendo 21 delas brasileiras. O sucesso e a disseminação da prática do financiamento coletivo não se resume apenas na viabilização financeira dos projetos, mas também na visibilidade e no impacto que a prática proporciona para os projetos financiados. O financiamento coletivo é uma forma de captação de recursos inovadora que visa aliar a cultura participativa com o desenvolvimento tecnológico, por meio da internet. Isto por que os métodos de captação de recursos tradicionais4, na maioria das vezes, são muito burocráticos e não oferecem a visibilidade e a divulgação para os projetos na mesma proporção que o financiamento coletivo. Diferente das formas tradicionais de captação, o crowdfunding permite o engajamento do público, divulgação do projeto e impacto na mídia e na sociedade, por meio da internet. Neste contexto o estudo buscou analisar o uso do crowdfunding para o financiamento de projetos sociais e culturais, por meio da experiência da Catarse. Como objetivos específicos a pesquisa buscou mapear a trajetória do financiamento coletivo no Brasil, compreender o uso do financiamento coletivo e identificar as estratégias de comunicação que a Catarse utiliza para captar financiadores. A pesquisa realizada caracteriza-se como exploratória de abordagem qualitativa. Na primeira fase fez-se o levantamento de dados bibliográficos, por meio de artigos científicos, monografias, livros e pesquisas já realizadas na área. Na segunda fase realizou-se uma pesquisa documental por meio de reportagens jornalísticas, documentários disponíveis no Youtube e no canal Multishow. Posteriormente foi feita uma análise de conteúdo do site e do blog da Catarse, e por fim uma entrevista com o coordenador de comunicação da Catarse, Felipe Caruso. Internet e cultura participativa: Um olhar sobre os processos colaborativos Para entender os processos que permeiam a prática do crowdfunding é preciso compreender os impactos sociais e culturais que a internet vem ocasionando na sociedade contemporânea. A grande transformação da internet aconteceu por volta dos anos 2000, com o advento da chamada web 2.0. Na concepção de Ferrari (2008) aweb 2.0 permitiu a participação dos usuários, bem como a geração de conteúdo e a democratização do fluxo de informações, que antes ficavam apenas nas mãos das grandes mídias como rádio e televisão.
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Alguns dos tipos de captação de recursos tradicionais são: incentivo governamental, incentivo privado e editais públicos.
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Do ponto de vista de Gabriel (2010) a web 2.0 é considerada aweb da participação, em que as pessoas utilizam a web como plataforma para todo o tipo de interação: blogs, vídeos, fotos, redes sociais, etc. A interatividade, o rápido acesso e a facilidade na postagem de conteúdos que as mídias sociais proporcionaram, resultou em novas maneiras de se utilizar a internet. Telles (2011, p.19) propõe que as mídias sociais são sites na internet construídos para permitir a criação colaborativa de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações em diversos formatos. O fácil acesso à internet democratizou os meios de produção e distribuição dos recursos midiáticos. Jenkins (2009, p.28) afirma que os usuários estão criando aquilo que desejam consumir como mídia. Ele utiliza a expressão “cultura participativa” para contextualizar o processo de mudanças midiáticas entre os usuários na internet. A expressão cultura participativa contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos agora considerá-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras.
A mudança de comportamento dos usuários em relação ao uso da internet proposta por Jenkins (2009) só foi possível graças a interatividade promovida pelas mídias sociais. O autor afirma que a circulação de conteúdo nas mídias sociais depende fortemente da participação dos usuários. Shirky (2010, p.109) esclarece que a tecnologia possibilita essas mudanças de comportamento, mas não pode causá-los. O caráter humano é o expoente essencial do comportamento sociável, mesmo quando coordenado por ferramentas tecnológicas. Essas mudanças de comportamento deram origem a processos colaborativos desenvolvidos por meio da interação da internet. Trata-se de práticas relacionadas ao crowdsourcing e ao crowdfunding. Na concepção de Howe (2008, p.23) o crowdsourcing é o conjunto de contribuições (trabalho) voluntárias ou de baixo custo de diversos indivíduos e grupos, predominantemente conectados por meio da internet, a fim de compartilhar conhecimento, talento, tempo e recursos, para resolver problemas ou criar novos conteúdos, em funções anteriormente designadas a especialistas. Para os autores Tapscott e Williams (2007, p.23), a produção de conhecimento, conteúdo, bens e serviços estão se tornando uma atividade colaborativa na qual cada vez mais um maior número de pessoas pode participar. Embora o crowdsourcing esteja ligado à internet e as suas possibilidades, sua essência não é a tecnologia, mas sim o comportamento humano e as habilidades de compartilhar conhecimento (HOWE, 2008). O que torna o
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crowdsourcing um sucesso é a união de diferentes intelectos, com um objetivo em comum, mediado pelo uso da internet. Alguns especialistas da área como Howe (2008), Tapscott e Wiliians (2007), fazem referência a Pierre Lévy, quando se trata da união de diferentes intelectos. Lévy (1999), já abordava essa reflexão em seu livro Inteligência Coletiva. Antes mesmo do surgimento das mídias sociais e da interatividade na internet, o autor já propunha que a inteligência coletiva estava relacionada à capacidade das comunidades virtuais de alavancar expertise combinada de seus membros. A união de diferentes intelectos é uma prática antiga, mas que com o surgimento das mídias sociais ganhou força. O crowdsourcing é o resultado da mudança de comportamento dos usuários aliada ao desenvolvimento da internet. Sua essência não consiste na tecnologia em si, mas na cultura participativa que se fortalece no ambiente virtual. Dentro deste contexto surge assim o crowdfunding, que utiliza o capital excedente da multidão para o financiamento de projetos de interesse comum. Crowdfunding: uma alternativa inovadora para o financiamento de projetos O crowdfunding5é um desdobramento do crowdsourcing, na medida em que ele busca na multidão uma solução para um problema e tem a internet como seu grande agente facilitador. Sbeghen (2012, p.37) explica que, neste caso o problema é o financiamento de algum projeto, ideia, negócio ou outro tipo de necessidade, e o que a multidão oferece é a sua renda excedente. Na verdade o financiamento coletivo nada mais é do que a boa e velha “vaquinha”, em que um grupo de pessoas arrecada dinheiro a fim de viabilizar algo de interesse comum. Na concepção de Howe (2008, p.219) o crowdfunding mobiliza o bolso coletivo, por meio da internet, permitindo que as pessoas financiem projetos em que acreditam, com “pequenas doações aqui e ali”. Steinberg (2012, p.7) compreende o financiamento coletivo como um processo de pedir ao público em geral doações que forneçam capital inicial para novos empreendimentos. O autor também compreende que utilizando a internet como meio de comunicação, o projeto ou produto em questão ganha visibilidade a partir do sucesso ou insucesso do financiamento. O primeiro registro de uso do crowdfunding foi no ano de 2006, na Europa. O site “Sellaband” foi o primeiro da categoria a usar o espaço na web para promover o financiamento coletivo. Mas foi em 2008, após o financiamento da campanha do então 5
O termo crowdfundingvem do inglês, “crowd” significa multidão ou público e “funding” significa financiamento. Traduzido para o português: financiamento coletivo
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candidato a presidência dos EUA, Brack Obama, que o financiamento coletivoganhou força e visibilidade mundial. A campanha utilizou o site de rede social Facebook, como plataforma online para a realização do financiamento. No total a campanha arrecadou cerca $272 milhões de dólares de mais de dois milhões de pessoas (HOWE, 2008). Posteriormente diversos sites de financiamento coletivo foram surgindo ao redor mundo, mas o que se destacou na época foi o site norte americano “Kickstarter”.O site já movimentou cerca de $1bilhão de dólares até março de 2014.Atualmente o site é referência mundial na prática do crowdfunding. De acordo com Valiati (2012) a prática do financiamento coletivo consiste em criar um projeto, estipular o valor necessário para a viabilização, determinar prazos e se cadastrar em uma plataforma de crowdfunding. As plataformas de financiamento coletivo, neste caso os sites, funcionam como intermediários entre os produtores e os consumidores dos projetos em financiamento. Eles são responsáveis por divulgar os projetos na web, por meio do site, e captar financiadores para os mesmos. Zanotelli (2013) explica que a maioria das plataformas de financiamento coletivo costuma cobrar uma taxa de comissão. Essa taxa pode chegar até 15% do valor total arrecadado pelo projeto. Os grandes diferenciais do crowdfunding são as recompensas, a visibilidade do projeto e o engajamento do público. As recompensas, por exemplo, não são uma regra, mas a maioria dos projetos oferece recompensas aos seus doadores. Essas podem ser desde um CD até um ingresso para shows. Na maioria das vezes as recompensas estão ligadas ao projeto que está em processo de financiamento. Além das recompensas, o principal fator que promove o engajamento do público com os projetosé a interatividade proporcionada pela internet. O crowdfunding não possibilita apenas que projetos sejam viabilizados financeiramente, mas possibilita também que através do sucesso (ou insucesso) do financiamento, se mensure o impacto do mesmo. No caso de projetos sociais e culturais Howe (2008) defende que os artistas, por exemplo, podem atrair diretamente seus consumidores. O autor explica que quando pedem para as pessoas investirem pequenas quantias nas carreiras de músicos e cineastas, os artistas conseguem atrair diretamente o público que acabará consumindo suas produções. Ao mesmo tempo em que os financiadores são colaboradores do projeto eles são consumidores do mesmo. É o coletivo financiado o próprio coletivo. Valiati (2012) explica que a realização de projetos não está mais nas mãos do capital privado (ou estatal), está nas mãos daqueles que querem tirar ideais do papel e para isso utilizam a internet como ferramenta para promover o engajamento do público e captar recursos.
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Ainda sobre os diferenciais do crowdfunding, pode-se citar a visibilidade que os projetos ganham enquanto estão sendo financiados. O advento da web 2.0, permitiu que usuários do mundo inteiro compartilhassem ideias, informações e até mesmo utilizassem esse recurso midiático para divulgação de determinado produto ou projeto. Isso tudo sem custo algum, já que a falta de dinheiro é o que leva as pessoas a recorrerem ao financiamento coletivo. Entende-se que não há verba disponível para uma campanha de divulgação, por exemplo (COCATE, 2011). A fim de compreender a aplicação do crowdfunding no Brasil, o próximo item abordará a trajetória brasileira das plataformas de financiamento coletivo bem como sua aplicação para projetos sociais e culturais. O uso do crowdfundingno Brasil De acordo com o levantamento bibliográfico feito pela autora identificou-se que existem poucas referências disponíveis que abordem o uso do crowdfunding no cenário brasileiro. As práticas colaborativas no cenário brasileiro só foram possíveis devido ao forte crescimento de usuários na internet. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBOPE (Instituto de Pesquisa de Opinião Pública e Estatística), em 2013, já havia 102,3 milhões de pessoas com acesso a internet. O crowdfunding, especificamente, chegou ao Brasil no ano de 2011, com a Catarse, que foi a primeira plataforma de financiamento coletivo a utilizar o espaço online para financiar projetos culturais, sociais, ambientais, tecnológicos e etc. Posteriormente, outras plataformas foram sendo criadas, entre elas estão: Vakinha, Queremos, Juntos com você, Benfeitoria e etc (VALIATI, 2012).Dentro do cenário brasileiro, a Catarse é a plataforma de crowdfunding que mais se destaca. Com mais de 1.500 projetos financiados, a Catarse vem fomentando a prática do financiamento coletivo no Brasil. Embora o crowdfunding seja recente no país, alguns fatores como perfil dos financiadores brasileiros, bem como a abrangência do crowdfunding no país já foram identificados por meio de uma pesquisa realizada pela Catarse em parceria com a empresa de pesquisa Chorus.A fim de sintetizar os principais resultados da pesquisa “Retrato do financiamento coletivo no Brasil”6, elaborou-se um quadro.
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Pesquisa realizada pela Catarse em parceria com a empresa de pesquisa Chorus, realizada no período de 29 de agosto de 2013 a 17 de setembro de 2013. Sendo 3336 pessoas entrevistadas, com uma margem de erro de 1,7%. A pesquisa está disponível em: http://pesquisa.catarse.me/ .Acesso em 01 de jun de 2014.
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Quadro 1: Dados da pesquisa: Retrato do financiamento coletivo no Brasil – Catarse e Chorus
Perfil dos financiadores Área de atuação dos financiadores Perfil dos realizadores do financiamento coletivo no Brasil Área de atuação dos realizadores Caráter dos projetos que as pessoas têm mais interesse em apoiar Fatores importantes em um projeto
59% são homens e 41% são mulheres, considerando ambos os sexos 74% ganham acima de 6mil por mês. Comunicação Social, administração e negócios, web e tecnologia. Seguido por publicidade, marketing e produção cultural. 37% têm entre 25 e 30 anos; 28% têm entre 31 e 40 anos e 17% entre 18 e 24 anos. Artes 22%, Produção Cultural 11%, Comunicação e Jornalismo 9%, seguidos por web e tecnologia, publicidade e marketing. 52% têm interesse em apoiar projetos de fomento à produção artística e cultural. 41% têm interesse em apoiar projetos com viés social e/ou ambiental. Os três fatores mais importantes na hora de financiar um projeto são: Transparência, qualidade e recompensas.
Os dados da pesquisa realizada pela Catarse e a empresa de pesquisa Chorus mostram que 90% dos projetos financiados no Brasil são de caráter cultural ou de viés social e ambiental. É possível identificar também que os apoiadores dos projetos não são pessoas de baixa renda, considerando que 74% deles ganham acima de 6mil reais por mês. A pesquisa também identificou que o crowdfunding está presente em todas as regiões do país. Sendo as regiões Sul e Sudeste que mais apresentam atuação no financiamento coletivo no Brasil. De acordo com a pesquisa a cidade que mais apoia projetos no país é a cidade de Florianópolis, representando 79% dos apoiadores de crowdfunding no Brasil. Em contra partida as regiões Norte e Centro-Oeste são as que menos apresentam atuação na prática do financiamento coletivo. METODOLOGIA O estudo caracteriza-se como uma pesquisa de tipo exploratória, que busca maior domínio sobre o tema em questão. Aeker (2004), explica que o uso da pesquisa do tipo exploratória é empregado quando o pesquisador busca compreender um problema, levantar hipóteses e alternativas sobre ele. Neste caso, o problema levantado é a dificuldade da captação de recursos para projetos sociais e culturais no Brasil, aliado ao advento do financiamento coletivo. A abordagem da pesquisa é de caráter qualitativo, Aeker (2004) propõem que a pesquisa de tipo exploratória adote esta abordagem, pois o pesquisador busca compreender determinada problemática e não quantificá-la. Já a técnica de amostragem caracteriza-se como não probabilística intencional. A seleção da amostra se deu pelo fato de o objeto de estudo,
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neste caso a Catarse, ser a primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil, além de ser uma das mais atuantes no brasileiro. O levantamento de dados secundários aconteceu no período de 27 de março a 30 de abril de 2014. A coleta dos dados foi por meio de pesquisa bibliográfica, com a utilização de livros, artigos científicos e monografias. Tendo em vista que o tema trata-se de um assunto novo e pouco explorado na área acadêmica, fez-se necessário o levantamento de dados secundários também por meio de publicações em língua estrangeira, neste caso língua inglesa. Para analisar a plataforma de crowdfunding Catarse, realizou-se uma pesquisa documental por meio de reportagens jornalísticas, documentários disponíveis no Youtube e uma reportagem do programa Reclame do canal Multishow. Posteriormente realizou-se a análise de conteúdo do site e do blog da Catarse. Por último foi realizada uma entrevista com Felipe Caruso, coordenador de comunicação da Catarse. A entrevista foi realizada via email no dia 06 de maio de 2014, e permitiu uma análise mais profunda sobre o funcionamento da plataforma de crowdfunding. A análise das informações foi definida em três categorias são estas: A Entidade, Projetos e Comunicação, que serão abordadas no próximo item. ANÁLISE DOS RESULTADOS a) A Entidade Quadro 2: A entidade
Personalidadejurídica Data de fundação
Histórico
Equipe
A ENTIDADE Grupo Comum Consultoria e Intermediação de Negócios Ltda– Me. Denominada Catarse. 17, janeiro de 2011. A Catarse foi criada por um grupo de amigos que se conheceram pela internet. A história começou no final de 2010, quando os cinco amigos estavam criando plataformas de crowdfunding separadamente. Foi então que surgiu a ideia de unir os conhecimentos e criar uma única plataforma, mais forte e atuante para viabilizar projetos que ficavam engavetados. A Catarse dispõe de uma equipe formada por 16 pessoas.
A plataforma de crowdfunding Catarse foi a primeira da categoria a atuar no Brasil. De acordo com Felipe Caruso, coordenador de comunicação da plataforma, a Catarse iniciou suas atividades em janeiro de 2011. E desde então vem fomentando a prática do financiamento coletivo no país. A Catarse identifica-se como uma comunidade de financiamento coletivo. Entretanto, juridicamente a instituição caracteriza-se como uma microempresa de consultoria e intermediação de negócios. Efetivamente, a Catarse atua como uma plataforma de
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crowdfunding para viabilizar projetos de interesse comum. Embora a Catarse seja uma empresa privada, a proposta da plataforma não está vinculada a empréstimos financeiros para qualquer finalidade. O site possui diretrizes que regem o uso da plataforma para o financiamento dos projetos. Na prática, a Catarse é responsável por receber projetos, avaliá-los e se caso forem aprovados, eles serão disponibilizados na plataforma para captar os recursos necessários para sua viabilização. O custo do trabalho realizado pela Catarse consiste na cobrança de 13% em cima do valor total do projeto financiado. Caso o projeto não atinja a meta estabelecida, o dinheiro já arrecadado é devolvido aos doadores. De acordo com uma publicação feita no blog da Catarse esses 13% são divididos em duas partes, 4% está destinado ao pagamento de parceiros que processam as transações (Moip e Paypal), e 9% ficam com a Catarse. A aplicação desses 9% se divide em: Comunicação e Marketing, Caixa, Custos para manter a plataforma, Impostos e Salários. Identifica-se que a instituição preocupa-se com a comunicação, uma vez que parte do seu lucro é para investimentos no setor. De acordo com uma publicação no Blog da Catarse, a plataforma já movimentou cerca de R$ 13.363.842 na economia do país como financiamento de mais de 1.500 projetos criativos, culturais, sociais, etc. Estes dados indicam fortemente o crescimento e o fortalecimento da Catarse no Brasil. De acordo com Felipe Caruso, uma das consequências deste crescimento foi a triplicação da equipe, inicialmente composta por cinco sócios, e que hoje conta com 16 pessoas para gerenciar todos os processos da plataforma. Embora a Catarse esteja apenas a três anos no cenário do financiamento coletivo no Brasil, identificou-se que a organização está em constante crescimento e há uma preocupação com a transparência das informações, sendo este um fator muito importante para a credibilidade da plataforma, considerando que de acordo com a pesquisa 7 realizada pela Catarse, 72% dos financiadores de projetos levam em conta este fator na hora de financiar ou não um projeto. b) Projetos A fim de compreender como funcionam os processos dentro de uma plataforma de crowdfunding, buscou-se uma abordagem mais ampla sobre os projetos viabilizados pela Catarse.
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Retrato do financiamento coletivo no Brasil – Pesquisa realizada pela Catarse e pela empresa de pesquisa Chorus.
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Quadro 3: Projetos
Envio de projetos
Seleção de projetos Quem pode enviar projetos?
PROJETOS O envio do projeto deve ser feito no próprio site da Catarse. Existe um link disponível no cabeçalho do site que redireciona o idealizador para uma página específica de envio de projetos. A seleção de projetos é realizada pela própria Catarse, o idealizador envia seu projeto pelo site, se caso for aprovado ele entra em processo de financiamento por meio da plataforma. Pessoas físicas e jurídicas.
Após o envio do projeto a Catarse tem até quatro dias úteis para entrar em contato com o idealizador do projeto. Mesmo que não Tempo de aprovação tenho sido aprovado os responsáveis pela Catarse entram em dos projetos contato para justificar a decisão. Na Catarse, é de total responsabilidade do idealizador do projeto defini-las. As recompensas variam de acordo com o valor doado, quanto maior o valor, melhor será a recompensa. Na maioria das vezes as recompensas estão relacionadas ao projeto em Recompensas financiamento, por exemplo: Se o projeto tem como objetivo financiar um espetáculo de teatro, a recompensa pode ser desde uma camiseta exclusiva do espetáculo até um ingresso para o mesmo, isso varia de acordo com o valor doado pelo apoiador. 13% do valor total arrecadado pelos projetos financiados. Taxa de comissão As doações podem ser feitas via cartão de crédito ou boleto Sistema de pagamento bancário. Definido de acordo com o caráter do projeto e o valor necessário Tempo de para viabilizá-lo. financiamento O caráter dos projetos em financiamento apresentam-se em: Caráter dos projetos Literatura, Cinema e Vídeo, Música, Teatro, Eventos, Comunidade em andamento e Campanhas de conscientização. Até janeiro de 2014, 1.582 projetos foram financiados por meio da Número de projetos plataforma de crowdfunding Catarse. financiados De acordo com a análise da plataforma identificou-se que há um espaço reservado para o envio de projetos. Felipe Caruso, explicou que ao enviar um projeto para a plataforma o idealizador deve estabelecer começo, meio, fim, e alguns itens como: vídeo campanha, meta financeira realista, recompensas 8 para os apoiadores (definidas pelos idealizadores) e descrição transparente do projeto, são obrigatórios ao inscrever o mesmo. O projeto só será aceito e lançado para captação de recursos se o idealizador seguir as diretrizes9 propostas pela plataforma. Essas diretrizes consistem em um regulamento com os 8
Recompensas – O projeto que tiver como recompensas: armas de fogo, drogas ilícitas e remédios são automaticamente desclassificados. 9
Diretrizes para a criação de projetos – Catarse. Disponível em: http://suporte.catarse.me/hc/pt-br/articles/202387638Diretrizes-para-a-cria%C3%A7%C3%A3o-de-projetos Acesso em 3 de jun de2014.
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itens necessários para que o projeto vá para avaliação. Caso o projeto não cumpra com as diretrizes, ele é automaticamente desclassificado. Felipe Caruso explicou que não cabe à Catarse julgar a qualidade artística dos projetos, por exemplo. Ele enfatiza que a Catarse não é capacitada para isso e que sua proposta não é essa. Ainda de acordo com Felipe Caruso, apenas 30% dos projetos enviados a Catarse são aprovados. Diante da análise feita no site e da entrevista realizada com o coordenador de comunicação, identificou-se que os critérios para aceitação de um projeto por meio da Catarse não ficam claros. Embora as diretrizes norteiem o que um projeto deve, ou não, ter para ser aprovado, os critérios estabelecidos pela Catarse não ficam em evidencia. Isso deve justificar o baixo índice de aceitação dos projetos. A falta de clareza e exposição dos critérios de avaliação apresentam-se de forma confusa na plataforma. Segundo a análise feita no site, identificou-se que tanto pessoa física quanto jurídica pode enviar um projeto. Embora seja permitido que pessoas jurídicas inscrevam seus projetos, aqueles que forem de cunho político, venda de produtos, angariação de fundos para viagens, pagamentos de contas atrasadas e etc, não são aceitos pela Catarse. A organização tem como prioridade projetos que sejam de cunho social, cultural e que de alguma forma causem impacto na sociedade. Ao analisar o cárter dos projetos na plataforma identificou-se que eles estão divididos em: Arquitetura e Urbanismo, Arte, Artes Plásticas, Carnaval, Ciência e Tecnologia, Cinema e Vídeo, Circo, Comunidade, Dança, Design, Educação, Esporte, Eventos, Fotografia, Gastronomia, Humor, Jogos, Jornalismo, Literatura, Meio Ambiente, Mobilidade e Transporte, Moda, Música, Negócios Sociais, Quadrinhos, Teatro, e Web. Percebe-se que a prática do crowdfunding tem tirado ideias do papel das mais diversas áreas. Na plataforma de financiamento coletivo Catarse, existe um espaço reservado para os projetos em financiamento. Cada projeto ganha uma página exclusiva dentro da plataforma, em que é possível visualizar o vídeo campanha, a proposta do projeto, o número de pessoas que já apoiaram, o valor arrecadado até o momento e o tempo restante para finalizar o financiamento. De acordo com Felipe Caruso, essa página também está destinada a prestação de contas pós-financiamento. Ele explicou que é de responsabilidade do idealizador utilizar a página para declarar quanto do dinheiro arrecadado foi destinado para cada etapa do projeto. A dinâmica da plataforma de crowdfunding é de fácil acesso e permite que o usuário navegue sem ter muitas dificuldades, principalmente para aqueles que têm interesse em apoiar um projeto por meio do financiamento coletivo e escolhem a Catarse como intermediário.
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Além da facilidade de navegação, identificou-se que os sistemas de pagamento para as doações são ágeis e seguros. Foi possível verificar que a Catarse, uma plataforma de crowdfunding recente no Brasil, já possui forte atuação no cenário do financiamento coletivo. A plataforma em si é o meio de comunicação responsável por disponibilizar o espaço na web, para financiar os projetos, dando visibilidade a baixo custo e promovendo o engajamento entre o público. c) Comunicação Nesta categoria analisou-se as estratégias de comunicação que a Catarse utiliza para se relacionar com os idealizadores e apoiadores dos projetos. Também buscou-se analisar as estratégias de divulgação que a organização utiliza para captar financiadores. Quadro 4: Comunicação
Divulgação de Projetos Feedback dos projetos financiados
COMUNICAÇÃO A Catarse não se responsabiliza pela divulgação dos projetos em financiamento na plataforma. O site possui um espaço reservado para a realização do feedback dos projetos. Esse espaço é composto por um fórum que está separado por seções, entre elas estão: transparência, processos de pagamento, apoio a projetos, pós-projeto, etc.
Presença nas redes - Twitter; Facebook; Instagram; Github e Blog. sociais A Catarse possui um setor de Comunicação e Marketing que é Relacionamento com a responsável por atender toda a demanda da imprensa. imprensa De acordo com Felipe Caruso, a Catarse possui um setor de Comunicação e Marketing, que é responsável por atender todas as demandas da área. Felipe explicou que a plataforma de crowdfunding em si é a maior ferramenta de comunicação e divulgação da organização. Todos os processos que envolvem os projetos, a captação de recursos e o relacionamento com os apoiadores estão diretamente ligados à plataforma. De acordo com a entrevista, a estrutura da plataforma no ambiente virtual é o que torna possível a interação entre os idealizadores e apoiadores dos projetos. A pesquisa mostrou que a Catarse é responsável por disponibilizar o espaço online da plataforma para que o projeto seja financiado, mas ela não se responsabiliza pela divulgação do mesmo em outras mídias. Felipe Caruso explicou que a execução das campanhas de financiamento e a realização do projeto são de responsabilidade exclusiva do idealizador, tanto que para inscrever um projeto na plataforma o idealizador deve ter, no mínimo, um vídeo campanha. Compreende-se que, embora a Catarse não se responsabilize pela divulgação dos projetos, a organização faz exigências de comunicação para que os projetos sejam disponibilizados na plataforma.
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De acordo com Felipe Caruso, além da plataforma a Catarse possui outras estratégias de comunicação, entre elas estão: presença nas redes sociais, relacionamento com a imprensa, eventos e ações realizadas com a comunidade. De acordo com o entrevistado essas estratégias são utilizadas para produzir conteúdo que gere aprendizado sobre o modelo do financiamento coletivo e sirva de inspiração para futuros projetos. Atualmente a Catarse está presente nas seguintes redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram, Github e Blog. Essas ferramentas de comunicação são utilizadas para o fomento de conteúdo relacionado ao uso do crowdfunding no Brasil e no mundo. Ao consultar as redes sociais utilizadas pela Catarse, observou-se que são feitas postagens diárias sobre a organização e sobre práticas relacionadas ao financiamento coletivo e processos colaborativos online. Além dessas ferramentas a Catarse possui um fórum de feedback, que pode ser acessado por meio da plataforma. O fórum tem como objetivo promover o debate sobre questões que envolvam o financiamento coletivo em geral, ele está subdividido por seções, entre elas estão: transparência, processo de pagamento, apoio a projetos, pós-projeto, etc. Essa é uma das principais ferramentas de comunicação da Catarse, utilizada para promover o relacionamento, a interação e o engajamento entre idealizadores e apoiadores de projetos. De acordo com a pesquisa realizada identificou-se que o blog também é uma das ferramentas mais utilizadas pela Catarse. Da mesma maneira que o fórum, ele está subdividido por seções. Neste espaço o usuário pode encontrar informações sobre a Catarse, comentar postagens e interagir com os demais usuários que acessam o blog. O uso dessas ferramentas de comunicação complementam a abordagem feita por Howe (2008).O autor propõe que, no caso do crowdfunding, a internet é o meio de comunicação que permite promover o engajamento do público, atraindo diretamente aqueles que vão consumir o projeto em financiamento. Ao mesmo tempo em que os financiadores são colaboradores do projeto, eles são consumidores do mesmo. Diante da análisedos dados é possível perceber que a comunicação é uma das prioridades da organização, tanto que 4% do seu lucro é destinado a investimentos na área. Identificou-se também que embora algumas informações relacionadas à seleção de projetos não fiquem claras na plataforma, a Catarse utiliza o fórum e o blog como principais canais de comunicação e relacionamento com os idealizadores e apoiadores dos projetos. No que diz respeito ao relacionamento com a imprensa não foi possível identificar um espaço reservado para tal na plataforma. Felipe Caruso explicou que o setor de Comunicação e Marketing da Catarse é responsável por atender todas as demandas dessa área.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da pesquisa realizada identificou-se que o crowdfunding é um processo colaborativo que vem modificando o cenário de financiamento de projetos. O financiamento coletivo surgiu como uma alternativa inovadora e democrática para a captação de recursos de projetos, que antes dependiam de incentivos privados ou estatais. Os grandes diferenciais do financiamento coletivo são o engajamento do público e a visibilidade que os projetos ganham. Enquanto processo colaborativo no ambiente virtual, o financiamento coletivo tem como mecanismo facilitador a internet, que por sua vez permite conectar milhares de pessoas e mobilizá-las com uma determinada causa, neste caso o financiamento de projetos. É através dessa mobilização que os projetos ganham visibilidade a baixo custo, compreende-se que ao buscar uma plataforma de crowdfunding para financiar um projeto, não se tem dinheiro para investir em campanhas de divulgação, sendo a internet o grande facilitador e principal meio de comunicação e divulgação dos projetos em questão. No cenário brasileiro percebe-se que o financiamento coletivo está em expansão. De acordo com a pesquisa, foi possível identificar que cerca de 90% dos projetos financiados no país são de cunho social ou viés cultural. Embora seja uma prática recente, menos de quatro anos, o Brasil já possui um número expressivo de plataformas de crowdfunding. Isto porque os modelos de captação de recursos tradicionais não possuem a facilidade, a visibilidade e o engajamento que o financiamento coletivo possibilita aos projetos. A pesquisa também identificou que as regiões Sul e Sudeste do país são as regiões mais atuantes na prática do crowdfunding, sendo a cidade de Florianópolis (SC) a cidade com o maior índice de apoiadores. A Catarse foi a primeira plataforma de financiamento coletivo a atuar no Brasil, com apenas três anos de atuação a organização já mobilizou milhares de pessoas e movimentou cerca de R$13 milhões de reais com práticas colaborativas na internet. Compreende-se que a Catarse é um empreendimento social que busca viabilizar financeiramente projetos que, sem o crowdfunding, talvez levassem anos ou nem fossem realizados. Diante da análise da pesquisa, identificou-se que a Catarse, enquanto empresa, compreende a importância da comunicação para o gerenciamento dos processos na plataforma. A instituição possui um setor específico para a área e faz investimentos de cerca de 4% do seu lucro total para comunicação e marketing. A comunicação torna-se elemento essencial também na hora de enviar, apoiar e viabilizar os projetos na Catarse. Através da pesquisa identificou-se que 74% dos apoiadores de crowdfunding no Brasil consideram o fator “transparência” como um dos mais importantes
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na hora de apoiar, ou não, um projeto. Entende-se que para o sucesso do financiamento coletivo é preciso que haja clareza nas informações relacionadas ao projeto, bem como a prestação de contas do mesmo. As limitações do presente estudo compreendem na falta de bibliografias disponíveis em língua portuguesa que abordem o tema. Devido ao domínio da língua inglesa, foi possível consultar documentos publicados em outros países, principalmente nos EUA. Como sugestão para outros estudos, recomenda-se a escolha de outras plataformas de crowdfunding brasileiras que contribuam com o financiamento de projetos sociais e culturais no Brasil. REFERÊNCIAS AEKER, David. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2044 CATARSE. Pesquisa: Retrato do financiamento coletivo no Brasil, 2014. Disponível em: HTTP://pesquisa.catar.me/#/02 Acesso em 02 mar. 2014 COCATE, Flávia Medeiros, JÚNIOR, Carlos Pernisa. Crowdfunding: análise do fenômeno sob a ótica da cultura da convergência. In: Congresso Brasileiro De Ciências Da Comunicação, 34. 2011, Recife. Anais eletrônicos. Recife: Intercom, 2011. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/resumos/R6-1337-1.pdf>. Acesso em 02 mar. 2014. FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2003. GABRIEL, Martha. Marketing na era digital: Conceitos, plataformas e estratégias.São Paulo: Novatec, 2010. HOWE, Jeff. O poder das multidões: por que a força da coletividade está remodelando o futuro dos negócios. Tradução: Alessandra Mussi Araujo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. IBOPE. Acesso à internet no Brasil atinge 102,3 milhões de pessoas. Disponível em: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/paginas/numero-de-pessoas-com-acesso-a-internet-passa-de100-milhoes.aspx. Acesso em 10 jun, 2014. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009. KICKSTARTER/OMG Special edition: BILION, 2014. Disponível em https://www.kickstarter.com/1billion. Acesso em 02 de mar. 2014 LÉVY, Pierre. Inteligência Coletiva.São Paulo: Loyola, 1999. MULTISHOW, Reclame. Reclame mostra o que é e como funciona o crowdfunding. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=lQ1bpjpiZTo. Acesso em 25 de mai 2014. SHIRKY, Clay. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. STEINBERG, Scott. The crowdfunding bible: how to raise money for any startup, video game or project.2012 (Disponível como ebook) TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. TELLES, André. A Revolução das Mídias Sociais: cases, conceitos, dicas e ferramentas. São Paulo: M. Books do Brasil Ltda, 2010. THE CROWDFUNDING INDUSTRY REPORT: Market trends, composition and crowdfunding plataforms. 2012 Disponível em: http://www.crowdfunding.nl/wp-content/uploads/2012/05/92834651Massolution-abridged-Crowd-Funding-Industry-Report1.pdf Acesso em 20 mai, 2014 VALIATI, Leandro. Economia da Cultura e Cinema: notas empíricas sobre o Rio Grande do Sul. Terceiro Nome. São Paulo, 2010.
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