EDUCAÇÃO E SAÚDE COM USUÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA VIVIDA
Autoria: Adriana Maria Macêdo de Almeida¹, Amanda Amaiy Pessoa Salerno². Pedro José Santos Carneiro Cruz³. ¹Estudante de graduação do Curso de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba. ²Nutricionista, Mestrando do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba. Instituição: Universidade Federal da Paraíba - UFPB. O Projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica à Saúde (PINAB), atua nas Comunidades Boa Esperança, Pedra Branca e Jardim Itabaiana, no bairro do Cristo Redentor, João Pessoa-PB, desenvolvendo suas atividades em três frentes, que são: atividades coletivas, realizadas por grupos operativos (GO), visitas domiciliares e gestão compartilhada do projeto. Atividades estas pautadas no método freiriano de educação popular. No início de sua atuação o PINAB desenvolveu atividades educativas com os profissionais da unidade de saúde, Vila Saúde. Com a intenção de promover educação em saúde e estreitar a relação entre a unidade e seus usuários, e ainda de incentivar a população no sentido de se tornarem parceira nas ações e protagonista da sua própria história, através de suas associações e movimentos sociais. Porém só foi possível entrar efetivamente na comunidade, transpondo os muros da unidade de saúde, a partir da atuação de um dos outros grupos operacionais, mobilização popular, que através de sua participação no projeto de criação do Conselho Comunitário em Saúde conseguiu estreitar os laços com as lideranças comunitárias, facilitando assim a nossa inserção na comunidade. Após esse primeiro momento buscou-se contato com as lideranças comunitárias para juntos articularem a criação de um espaço de diálogos onde as mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família pudessem dialogar sobre sua realidade, saúde, ou outros assuntos de interesse comum. As reuniões passaram a se realizar quinzenalmente no prédio pertencente a Pastoral da Criança, dentro da Comunidade Boa Esperança, sendo abordados assuntos de acordo com a demanda das próprias participantes. Entre os temas abordados podemos citar hipertensão arterial (este tema foi um dos mais discutidos, pois a maior parte das participantes apresentavam ou conviviam com alguém que tinha o problema) e alimentação saudável. Os temas foram explorados através de esquetes, colagens, culinária e desenhos. As dificuldades encontradas até a concretização do grupo foram muitas, a exemplo da falta de credibilidade por parte de algumas lideranças que acreditavam “que pobre não precisa de nutricionista, porque só come cuzcuz”, o tímido apoio de importantes lideranças comunitárias o que acarretou na ausência de vários moradores, a evasão do grupo também foi uma dificuldade pois algumas participantes relataram falta de tempo e ainda a descrença de que possa mudar a sua própria realidade julgando assim o grupo desnecessário, houve ainda a dificuldade em relação ao recurso financeiro e a infra estrutura precária do local onde as rodas de conversa se realizavam. Mas, mesmo diante de tais dificuldades o grupo obteve êxito, apesar de contar com um número reduzido de participantes. Esse sucesso se deu após a efetivação do vínculo pessoal entre os integrantes do projeto e a comunidade, proporcionando assim grande interação entre todos o que permitiu fluir tranquilamente todos os assuntos abordados, constatando assim a função educativa do projeto. Nos fazendo acreditar que através da educação
popular, no exercício de ouvir o outro e ser ouvido, é possível sensibilizar as pessoas dentro de sua própria realidade, colaborando assim para a formação de um ser crítico e pensante. Palavras-chaves: Educação popular, saúde e extensão universitária.