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MER C ADO
FALSIFICAÇÃO
Setor de autopeças é o segundo mais afetado com perdas estimadas em R$ 3 bilhões.
JORNAL
30 CO M PA R AT I V O
DESAFIO DE SEDÃS
n o129
A avaliação e os custos de peças e serviços do Nissan Sentra SL versus Honda Civic G10.
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ANO XI
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JUNHO DE 2017
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R $ 6 ,00
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/ B A LC Ã O A U T O M O T I V O
MERCADO ESTÁVEL FUTURO INCERTO
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E MA I S
TENDÊNCIAS DA REPOSIÇÃO AUTOMOTIVA Sérgio Duque analisa o cenário pós-divulgação da retomada do crescimento do PIB.
Recentes escândalos que envolvem o presidente da República, Michel Temer, paralisaram as reformas previstas. No entanto, o Brasil caminha para a retomada da economia. Prova disso foi o crescimento do PIB em 1% no primeiro trimestre deste ano. Na reposição, o cenário também é animador, segundo distribuidores e varejistas. PÁG. 12
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ESPECIAL
GESTÃO MINEIRA
Empresário de autopeças de Uberlândia adota ferramenta parametrizada e o resultado já pode ser visto em vendas
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45MIL
LARES EXEMP
3 | EDITORIAL EM COMPASSO DE ESPERA O Brasil continua a passos lentos para a retomada da economia. Neste ano, a economia do País está reagindo, mesmo que em ritmo lento. O PIB cresceu 1% no primeiro trimestre, o mercado financeiro trabalha com uma inflação de 4,1% em 2017 e, recentemente, houve um novo corte na taxa Selic, agora em 10,25% ao ano.
Assim como o setor está em constante evolução, os profissionais de vendas precisam estar atentos às novas exigências dos clientes e atualizados com as tendências do mercado. Para isto, especialista destaca na seção De balcão Para balcão a importância do aprimoramento para atingir os melhores resultados e crescer na carreira.
Contudo, mesmo que no primeiro trimestre o PIB tenha crescido em muitos setores produtivos, ainda não houve reflexos positivos. E os recentes escândalos envolvendo o presidente da República, Michel Temer, paralisaram as reformas previstas, que eram vistas como uma luz no fim do túnel. Já na reposição, o cenário é mais animador, segundo contam distribuidores e varejistas.
Também nesta edição o caminho para o combate à ilegalidade, conforme dados da ABCF, Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Somando as perdas no faturamento para as indústrias com produção local e na arrecadação de impostos, o volume ilegal movimenta cifras assustadoras no País e o setor de autopeças é o segundo mais afetado com perdas bilionárias.
Na análise do cenário pós-divulgação de retomada do crescimento do PIB, o colunista e economista Sérgio Duque também destaca as tendências da demanda no segmento de reposição automotiva em 2017, apontando três cenários possíveis para o próximo trimestre. E ainda, Anfavea, Fenabrave, Abeifa e Abraciclo divulgam os resultados do setor no mês de maio e no acumulado do ano.
Por fim, em Comparativo: Nissan Sentra SL e Novo Civic Geração 10, do segmento de sedãs médios; e a cobertura do Dia da Mobilidade Elétrica. Para celebrar a data, foi realizada uma carreata com veículos elétricos e híbridos de grandes fabricantes, dos mais variados mercados, na cidade de São Paulo, organizada pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e pela MES Eventos, em 27 de maio. Boa leitura!
Editor-chefe Silvio Rocha (silvio.rocha@balcaoautomotivo.com.br) Redação Simone Kühl (simone.kuhl@balcaoautomotivo.com.br)
O EDITOR
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33 ................. Vetor Automotivos
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4 ........ De Balcão para Balcão
DA EDIÇÃO
Departamento Comercial ANO XI - Nº 129 - JUNHO DE 2017 www.balcaoautomotivo.com.br
ÍNDICE
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Balcão Automotivo é uma publicação mensal da Premiatta Editora Ltda. com distribuição nacional dirigida aos profissionais automotivos e tem o objetivo de trazer referências ao mercado, para melhor conhecimento de seus profissionais e representantes. Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação a preço e qualidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.
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DE BALCÃO PARA BALCÃO
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Você tem o que é preciso
para vender mais? | P O R: S I M O N E K Ü H L | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
Especialista ressalta a importância do coaching para o aumento das competências em vendas e alcance dos objetivos
A
ssim como o setor está em constante evolução, os profissionais de vendas precisam estar atentos com as novas exigências dos clientes e atualizados com as tendências do mercado. Para isto, os vendedores ou gestores devem buscar o aprimoramento para conseguir atingir os melhores resultados e crescer em sua profissão. José Aquino, consultor e treinador do Instituto Brasileiro de Vendas, destaca que hoje as pessoas estão dedicadas a aprender técnicas e metodologias e não investem o tempo adequado para o desenvolvimento de suas próprias competências. “Isso acontece por vários motivos, mas principalmente por conta da dificuldade em perceber eventuais comportamentos inadequados e modificá-los. Como consequência, muitos até compreendem as ferramentas, mas não conseguem utilizálas no processo comercial por não terem desenvolvido as competências necessárias, não atingem a alta performance e, consequentemente, ficam frustrados com os resultados”, comenta. Diante deste contexto, a figura do coaching se torna essencial para obter as competências necessárias de um excelente profissional de vendas. “Passar por um bom processo de coaching permite que o profissional desenvolva sua capacidade de ser um verdadeiro consultor, compreendendo o que cada pessoa necessita e valoriza. É isso que os profissionais de alta performance fazem. E é por isso que são tão bem remunerados”, salienta.
necessidades e de como imaginam resolvê-las. Ou seja, estamos na fase do relacionamento, e o que pesa é a atenção”, pontua. Além das várias opções de produtos e serviços, cada vez mais, temos alternativas de autoatendimento e compra pela internet, cenários em que a presença de um especialista acaba sendo dispensável. “Porém, embora gostem dessa liberdade de escolha, os clientes ainda precisam – e muito – em inúmeras situações de profissionais que os auxiliem no processo de compra. Dominar o conhecimento sobre os produtos e serviços antes era um diferencial e hoje é o mínimo exigido do vendedor, o diferencial está em entender o que o cliente pensa. É preciso ser um consultor para influenciar sua tomada de decisão e orientá-lo da melhor forma. O profissional deve começar a enxergar o mundo pela visão do cliente”, explica. Neste sentido, o principal desafio hoje é a mudança do foco devido às evoluções dos processos de compra e venda. “O profissional deve escutar mais e fazer boas perguntas para o cliente, de forma que o mesmo passe a refletir sobre elas e comece a mudar seu ponto de vista”, completa. Competências
José Aquino, consultor e treinador do Instituto Brasileiro de Vendas
Processos De acordo com Aquino, os primeiros processos de compra e venda surgiram logo que os seres humanos começaram a socializar. Desde então, com a evolução da sociedade, as técnicas também se modificaram, e vender hoje é bastante diferente do que era nos primórdios da civilização. “Passamos por tempos em que o foco estava no produto, evoluímos para quando os esforços se concentravam em buscar novos mercados e, agora, vivemos um momento em que o cliente tem muitas opções de escolhas. Assim, a grande preocupação dos profissionais de vendas está conectada ao entendimento de como os clientes percebem suas próprias
Os profissionais de vendas devem trabalhar alguns pilares para obter a tão desejada alta performance: uma boa definição dos resultados esperados, das metas e métricas que trarão sustentabilidade para o negócio: um ferramental adequado para realizar o processo, as técnicas de venda e negociação que permitem atingir os resultados planejados; as competências específicas para trabalhar essas técnicas; e, por fim, a motivação para persistir em cenários de maior dificuldade. Entre a série de competências necessárias, Aquino lista oito principais para atingir a alta performance no desempenho, sendo: disciplina, comunicação, criatividade, capacidade investigativa, adaptabilidade, empatia, networking e tenacidade comercial. “Cada pessoa tem, por característica, algumas dessas competências mais desenvolvidas que outras, no entanto, é importante que cada uma conheça os próprios pontos fortes e os fracos para atingir os melhores resultados”.
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DE BALCÃO PARA BALCÃO
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Coaching
para que o profissional alcance seus resultados através de um plano de desenvolvimento em vendas”.
O trabalho do coaching é de extrema importância, pois às vezes não temos a percepção das competências que temos mais desenvolvidas e daquelas que ainda precisamos aprimorar, é preciso que alguém de fora ajude a enxergar. Aquino explica que ao passar pelo processo de coaching o profissional será questionado sobre seus objetivos, como: Aonde pretende chegar? Em quanto tempo? Por qual motivo? E fazendo o que para conseguir? “Ao responder essas questões, o coaching irá trabalhar
No entanto, ele alerta que o trabalho em coaching não tem como base a consultoria ou treinamento, onde o profissional contrata alguém para ensinar o que e como fazer algo. “O coaching não irá te dar esse tipo de resposta, pelo contrário, ele irá te fazer perguntas durante o processo, de maneira que aumenta a percepção do profissional em enxergar alternativas que ele antes não encontrava, incentivando o desenvolvimento do autoconhecimento e da inteligência emocional para o alcance dos seus objetivos”, finaliza.
VOCÊ SABE O QUE É PRECISO FAZER PARA SE MANTER ATUALIZADO E COMPETITIVO NO MERCADO?
Anderson Florentino S. de Souza, da Oriental Auto Peças
Anderson Florentino S. de Souza, da Oriental Auto Peças, que trabalha como balconista de autopeças há 14 anos, conta que participa de cursos e treinamentos oferecidos pelas distribuidoras e fabricantes. “O profissional precisa sempre se atualizar e buscar motivação através de novas fórmulas para lidar com cada cliente”, enfatiza. “Comecei cedo em autopeças, trabalhando em estoque e acompanhando os balconistas mais antigos para aprender mais, além disto, o dia a dia ajudou muito meu desenvolvimento”, emenda.
Carlos Eduardo Marques de Almeida, da Gainer Auto Peças, também destaca a importância do dia a dia para o aprendizado. “Estou há 10 anos na autopeça e a cada dia o mercado se renova, a cada seis meses praticamente temos um lançamento de carro, com isto, o balconista deve estar sempre buscando por atualização”, afirma. Para aqueles que querem entrar nessa área, Almeida ressalta que o conhecimento e bom atendimento são essenciais. O profissional precisa estar atento às necessidades dos clientes, aprimorar suas técnicas de vendas e ter persistência para buscar o melhor.
Carlos Eduardo Marques de Almeida, da Gainer Auto Peças
INDICATIVOS
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TENDÊNCIAS DA DEMANDA NO SEGMENTO
da reposição automotiva em 2017 Análise com base no cenário pós-divulgação de retomada do crescimento do PIB | P O R: S É R G I O D U Q U E* * Economista, pós-graduado em Marketing e professor universitário. Há 30 anos atua no mercado de reposição de autopeças
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ma máxima citada no campo acadêmico: o mercado nunca age, o mercado sempre reage.
De acordo com números constantes no relatório de desempenho do setor de autopeças em 2017, publicado pelo Sindipeças, confrontados com as recentes divulgações da equipe econômica do governo, estima-se uma reação do mercado de forma positiva, mas nem tanto. O quadro inicial, e também os que se seguem, tem por objetivo convidar o leitor à interpretação do cenário atual e prever, com ajuda de opiniões de especialistas, as possibilidades do mercado futuro, especialmente para os próximos meses.
A crise que se sobrepôs à economia nacional nos dois últimos anos, desde 2014, além das questões políticas que provocaram a maior recessão da história do País, orientou as decisões das empresas fabricantes a desviar para a reposição, maior parte do faturamento. Não porque desejavam que isso ocorresse, mas porque as montadoras tiveram sua produção reduzida quase que pela metade. Sem demanda para atender o mercado das montadoras, a alternativa foi desviar parte maior do faturamento para a reposição. Não significou que a movimentação melhorou a conta para o lado do segmento do aftermarket. Parte da produção desviada ficou parada nos estoques da rede atacadista. Para 2017 espera-se um cenário mais equilibrado por conta das reações oriundas das ações e ajustes convenientemente praticados pela equipe econômica capitaneada pelo ministro Meirelles. E os resultados já começaram a aparecer.
Nos últimos 20 anos, o maior índice de participação da reposição no faturamento do setor foi de 19,5%, e isso ocorreu exatamente em 1996. Em 2015 foi 20,4% e em 2016 foi de 23,7%, recorde para o segmento. Em outros tempos, haveria uma comemoração por parte dos empresários da reposição. Atualmente não.
A economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre de 2017 na comparação com o trimestre anterior, interrompendo oito períodos seguidos de queda, informou o IBGE. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado houve queda de 0,4%. A alta no crescimento do PIB foi puxada pelo desempenho do setor agropecuário que cresceu 13,4% em relação ao trimestre anterior. O governo comemorou
a notícia e o presidente chegou a divulgar uma nota em seu Twitter com a frase: “Acabou a recessão! O Brasil retomou o crescimento”. Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mais cauteloso, recomendou calma, garantiu que estamos no caminho certo, mas há ainda há um longo caminho antes da plena recuperação. O COPOM reduziu em mais 1,0% a taxa de juros básicos, o que fixou a Selic em 10,25% a.a., menor valor desde janeiro de 2014. A alegação do comitê foi de que o recrudescimento da crise política e seus inevitáveis efeitos sobre a atividade econômica não sustentam uma ação menos conservadora e mais audaciosa no momento, com corte superior ao que ora foi decidido. Analistas, no entanto, creem que a tendência de queda será mantida, embora estimem que, à medida que a taxa se aproxima de 1 dígito, menores serão os valores dos cortes, a cada decisão do comitê. Por outro lado, cabe registrar que o setor de serviços, onde há maior interesse para analisar o desempenho do varejo automotivo, encerrou o ano de 2016 com índices negativos, sem ainda haver apresentado sinais de evolução mais significativos.
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• O congresso vota as reformas e retoma negociações para amenizar a crise política.
• O congresso insiste em não votar as reformas e entra em recesso no período de férias.
• Nova mediação do ICF (Índice de Intenção das Famílias), que mede a confiança do consumidor, registra novo crescimento e estimula a expectativa do mercado de varejo.
• As montadoras de veículos continuam a trabalhar com capacidade de produção ociosa e o emplacamento de novos veículos fica abaixo das previsões.
• As montadoras de veículos recuperam parte das vendas com redução dos estoques na rede. • No varejo automotivo os resultados são satisfatórios, pela natural sazonalidade de demanda alta nas manutenções preventivas e corretivas por conta das férias de meio de ano. •
Com base na conjuntura atual, especialistas apontam para 3 cenários possíveis para o próximo trimestre.
O dólar se mantém estável em R$ 3,25.
2. CENÁRIO PROVÁVEL
1. CENÁRIO OTIMISTA
• O confiança no governo do presidente Temer mantém-se abalada pelos efeitos das delações e dos julgamentos. A crise política continua freando a recuperação econômica.
• A crise econômica é amenizada com a manutenção da atual equipe econômica e o PIB continua reagindo de forma positiva, caminhando para atingir a meta do governo para o ano que será um crescimento de 1,0% em 2017.
• As previsões para crescimento do PIB em 2017 voltam a ficar próximas de 0,5% e o segundo trimestre do ano mostra que o crescimento de 1% observado no primeiro não passou de efeito direto e isolado do setor agropecuário.
• O varejo automotivo observa resultados apenas medianos e a demanda de férias e meio de ano não acontece como esperado. Os estoques da rede varejista permanecem altos.
3. CENÁRIO PESSIMISTA • Instabilidade e desconfiança no futuro do governo causam novas retrações de investimentos e a indústria anuncia a necessidade de novas demissões, agravando a crise social. • Novas previsões apontam crescimento estagnado do PIB em 0% para o ano. • A equipe econômica comandada pelo ministro Meirelles é questionada e pressionada a promover rápidas mudanças. Como se pode perceber, em qualquer cenário, estamos ainda longe de sair da crise. E, o que é pior, temos que nos manter em regime de obediência passiva e aguardar a solução de um problema que começou e só pode terminar em Brasília.
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O MOMENTO DO BRASIL ECONOMIA REAGE, MESMO QUE LENTAMENTE, E NOVOS ESCÂNDALOS POLÍTICOS ABALAM O PAÍS. E O SETOR DE REPOSIÇÃO CONTINUA BEM MELHOR QUE OUTROS...
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Brasil continua em passos lentos para a retomada da economia. Mesmo que no primeiro trimestre o PIB tenha crescido 1%, em muitos setores produtivos ainda não houve reflexos positivos. E os recentes escândalos envolvendo o presidente da República, Michel Temer, paralisaram as reformas previstas, que eram vistas como uma luz no fim do túnel. Na reposição o cenário é mais animador, segundo os distribuidores e varejistas.
primeira necessidade, sendo que acessórios e materiais de acabamento não acompanharam esse crescimento. Notamos que as principais substituições são em peças de desgaste e segurança”, menciona.
Em um período mais amplo, Roberto da Silva Telmo, gerente de Vendas RS da Meridional, analisa o primeiro quadrimestre do ano. “Ele foi levemente superior ao mesmo período de 2016, sinalizando que o crescimento deverá ser tímido até o final do ano”, diz. “O mercado se comportou bem. Nós tivemos oscilações de produção/ faturamento devido à grande quantidade de feriados nos meses de fevereiro e abril”, comenta Alcides Acerbi Neto, diretor Comercial da Jahu. “Até o final de março, nós percebemos uma tímida retomada dos negócios, o que já animador. Porém, há uma incerteza unânime de como a economia vai se comportar diante da implosão do sistema político. Adotamos uma diminuição de investimentos, aguardando as decisões que estão por vir”, revela Carlos Eduardo Monteiro de Almeida (Cacai), diretor da distribuidora Auto Norte. E na G&B, o sócio e diretor, Antonio Carlos Beiram, destaca que “nós tivemos um crescimento de cerca de 15% em relação ao primeiro quadrimestre de 2016”.
“nós tiVemos nesse perÍodo um no nosso praZo mÉdio de recebimento”
aumento
Alcides Acerbi Neto, diretor Comercial da Jahu
Na Meridional, Telmo destaca o setor agrícola como o impulsionador para o mercado de reposição nessa área. “Este segmento obteve desempenho muito bom em relação às safras anteriores, o que alavanca o setor de reposição nessa área. Além disso, a queda na venda de veículos novos tem contribuído para a melhora no desempenho do segmento”, analisa. Ainda de acordo com ele, “em tempos difíceis, o controle dos custos e redução das despesas são fundamentais para o equilíbrio de qualquer empresa. Por outro lado, as indústrias que atendem ao setor de reposição estão atentas aos novos lançamentos de produtos; o que representa novas oportunidades em alguns nichos de mercado”, afirma. Manutenção
Movimentos Neto, da Jahu, comenta que no primeiro quadrimestre do ano, a principal demanda foi no prazo de pagamento. “Nós tivemos nesse período um aumento no nosso prazo médio de recebimento”, especifica, acrescentando que os desafios continuam na área tributária. “As diversas modalidades de tributação, regimes especiais e benefícios fiscais fazem com que a guerra fiscal continue sendo um fator de distorção no mercado de reposição”, defende.
E as oportunidades, segundo ele, “continuam presentes com o complemento de linha e lançamentos de produtos, atendendo os clientes atuais e abrindo novos mercados”. Para Beiram, as oportunidades estão em “criar ações diferenciadas para aproximar a empresa do cliente e utilizar-se da internet como ferramenta de venda”. Sobre o primeiro quadrimestre, Beiram diz que “nós notamos um crescimento de vendas nas peças de
No primeiro quadrimestre do ano, as vendas de veículos novos registraram queda de 2,4%. No segmento de automóveis, a retração foi de 2%. Cacai fala que “o nosso setor tem uma característica peculiar e diferente de outros mercados que percebem imediatamente a diminuição de negócios. Devido aos juros altos no financiamento de novos veículos, desemprego e queda de renda, consertar o carro velho manteve nosso segmento menos vulnerável”.
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“É evidente que o mercado de reposição está atrelado à venda de veículos novos e vice-versa. Porém, as oscilações em um segmento nem sempre têm reflexo imediato no outro. Nesse momento, outros indicadores como a taxa de juros ou mesmo o elevado índice de desemprego estão freando o desempenho nos negócios tanto de automóveis novos quanto de usados”, diz Telmo. Na visão de Neto, “eu não acho que esse resultado tenha uma influência tão imediata. A demanda vem crescendo pelos resultados dos últimos anos”, observa. Já Beiram, da G&B, faz outro diagnóstico. “Acreditamos que a queda nas vendas de veículos novos faz com que os usados sofram manutenção mais frequentemente, pois passam a rodar mais em função da não atualização da frota”. Cenário econômico Neste ano, a economia do País está reagindo, mesmo que em ritmo lento. O PIB cresceu 1,9% no primeiro quadrimestre, o mercado financeiro trabalha com uma inflação de 4,1% em 2017 e, recentemente, houve um novo corte na taxa Selic, agora em 10,25% ao ano. Segundo Beiram, “nós acreditamos que os indicadores sejam positivos para o nosso negócio, uma vez que com taxas menores de remuneração financeira e juros mais baixos, o consumidor tende a se sentir estimulado em fazer a manutenção do seu carro ou até mesmo trocálo”, expressa. “Nesse momento em que participo desta entrevista, o que se percebe é o retrocesso da tímida retomada de crescimento e os impactos já são sentidos”, revela Cacai.
E Neto avalia que os indicadores impactam positivamente. “O aumento do PIB indica uma maior circulação de dinheiro, gerando consumo não só no nosso setor, mas também em todos os segmentos. A inflação baixa junto à queda da taxa Selic igualmente estimulam o consumo, pois facilitam o crédito, aumentam os prazos para pagamento além de desestimular a aplicação de recursos no mercado financeiro”.
“o nosso setor tem
característica peculiar e diferente
uma
de outros mercados que percebem imediatamente a diminuição de negócios”
Carlos Eduardo Monteiro de Almeida (Cacai), diretor da distribuidora Auto Norte
Cenário político Em meio às turbulências envolvendo o atual presidente da República, Michel Temer, o gerente de Vendas RS da Meridional, ressalta que “não há dúvida que escândalos políticos, sobretudo ligados à corrupção, afetam a credibilidade no País no cenário mundial. Além disso, toda essa instabilidade aumenta a incerteza e confiança dos empresários em novos projetos e investimentos.
Roberto da Silva Telmo,
gerente de Vendas RS da Meridional
“Indicadores macroeconômicos refletem diariamente nas nossas vidas e, portanto, nos negócios. Embora a inflação se mantenha controlada, o PIB em 2017 não deverá ser superior a 1%, o que remete a um baixo volume de novos investimentos e crescimento moderado. Acreditamos que a partir de 2018 o crescimento do mercado de reposição terá um desempenho melhor”, prevê Telmo.
moderada, conservadora”. Opinião similar tem Beiram: “os recentes escândalos contribuem negativamente com toda a economia do País e isso inclui também o nosso segmento”, diz, acrescentando que “não acredito em grandes crescimentos, mas que este ano apresentará melhores índices comparado a 2016”. Para finalizar, Cacai também faz uma análise sobre o cenário político. “Com toda certeza, o varejo já percebe um adiamento por parte do usuário de prorrogar a manutenção do seu veículo. Certamente o momento é de espera por atitudes do judiciário”, avalia. Segundo ele, “o nosso momento é igual ao de toda a nação brasileira. Nós estamos repensando o planejamento de crescimento e, no caso de expansão, paralisamos temporariamente até uma definição do cenário político e econômico”, finaliza. No comércio Confira a seguir os mesmos temas que foram abordados com os executivos da distribuição, na visão de quem está à frente do varejo de autopeças. A começar pelo desempenho no primeiro quadrimestre do ano. “Parou de piorar e apresentamos um crescimento de 2%. Mesmo sobre uma base fraca é importante comemorar”, diz Alexandre Lima, diretor do Grupo Apul, em Santa Maria (RS). “O mercado mudou muito, ele deu uma retraída, e percebemos que o próprio consumidor se reeducou. Ele está gastando somente com o necessário. O segmento está oscilando muito, tem dias de ótimo movimento e dias que são péssimos”, especifica José Dionísio Gobbi, empresário do Grupo Motocap, de Colatina (ES). Em Goiânia (GO), João Marcelo Aquino, gerente Comercial da Jaicar Auto Peças, comenta que “nós redirecionamos nossos esforços para manter nossa estrutura e modelo de negócios. Com efeito, nossos resultados em vendas no primeiro quadrimestre de 2017, se comparado ao de 2016, apresentou um resultado positivo e satisfatório e que superou nossas expectativas ante os investimentos aplicados para o período”, revela.
E ele deixa uma mensagem: “acreditamos no crescimento lento e constante. Mesmo em situações adversas, precisamos manter o foco, trabalhar com otimismo e criatividade em busca de soluções e oportunidades”, sugere Telmo. Já Neto diz que “nós estamos trabalhando muito para o crescimento e expansão dos nossos negócios. Mesmo com as ‘surpresas’ constantes do cenário político nacional, nossas perspectivas são positivas”, revela. Segundo ele, “esses escândalos desestabilizam os mercados, geram dúvidas e incertezas. Com isso, as decisões de compras, investimentos e projetos são adiadas, fazendo o setor trabalhar de maneira
Antonio Carlos Beiram, sócio e diretor da G&B
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agilidade e de se adaptar às oscilações do mercado. “Precisamos ficar muito antenados em relação a isso, hoje não dá mais para fazer um estoque em excesso, pois compromete seu fluxo de caixa. A loja tem que ter a mercadoria de giro e oferecer ao seu cliente algum tipo de diferencial”, defende. “Inovar sempre é um desafio muito importante”, acrescenta Gandra, da Mercadocar. “E agregar cada vez mais serviços novos e, aos já prestados, melhorá-los”, afirma Lima, do Grupo Apul.
Para o empresário da Mercadocar, Roberto Gandra, “o primeiro quadrimestre foi muito bom. Nós crescemos 20% se comparado a 2016”, aponta. Moisés Sirvente, diretor Executivo da Jocar, também localizada em São Paulo-SP, fala que “no primeiro quadrimestre as nossas vendas aumentaram 4% em comparação a igual período do ano passado, porém, descontando a inflação do período, o resultado é similar. Já o começo de maio foi um pouco melhor”. Demandas e oportunidades Na Jaicar, Aquino conta que também nos primeiros quatro meses do ano a principal demanda foi identificar as necessidades dos clientes. “A fim de nos posicionarmos de forma assertiva para oferecer as melhores soluções em peças para reposição e manutenção automotiva para nossos clientes”, diz. Segundo ele, “com os consumidores cada vez mais exigentes, para fidelizá-los é preciso pensar não só em produtos, mas um ambiente de loja que proporcione conforto, soluções práticas, respeito e um ambiente agradável. Também não devemos nos esquecer de manter uma equipe treinada com colaboradores bem
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“a LoJa tem que ter a mercadoria de giro e oferecer ao seu
algum tipo de diferencial”
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José Dionísio Gobbi, empresário do Grupo Motocap
humorados capazes de agregar valores e entregar soluções que resolvam o problema do cliente”. Para Gobbi, do Grupo Motocap, o momento é de ter
Novos x usados Na opinião de Aquino, a reposição automotiva é um dos setores que com a retração da venda de veículos novos apresenta uma reação, com indícios de crescimento. “As oportunidades vêm com a desaceleração das vendas de automóveis novos, fazendo com que nossos clientes, não optando por fazerem as trocas de seus veículos, tenham que realizar as manutenções preventivas”, diz. Ainda de acordo com ele, “devido à falta de inserção de novos veículos no aumento da frota circulante, invertese a ordem de a cada carro emplacado, dois usados serão negociados, pois como serão feitas trocas de veículos usados por seminovos, aumenta-se a demanda da reposição”, prevê.
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novos as pessoas fazem a manutenção dos seus usados. Porém, em 2016 as vendas já não foram tão boas e neste ano está a mesma coisa, por enquanto. Mas pelo que ouvimos dos outros setores, não podemos reclamar, mas gostaria que estivesse melhor”, comenta. Reação da economia
Alexandre Lima, diretor do Grupo Apul
Para Gandra, “o mercado de reposição vai bem quando há giro de veículos. Tanto novos quanto usados. Quando o consumidor compra um novo, o usado vai para o setor e, em sendo revendido, será reparado pelo novo comprador. Quando as vendas dos novos não vão bem, os usados têm que ser mantidos”, compara. Sirvente comenta que o reflexo direto no segmento de reposição é muito relativo. “São muitas variáveis que definem o que irá acontecer. Pela lógica, quando diminuem as vendas de carros
Sobre o atual momento da economia, o empresário José Dionísio Gobbi acredita que algum tipo de mudança irá acontecer. “O crédito está muito restrito e a taxa de juros continua alta. Boa parte dos consumidores está endividada e alguns estão buscando a troca com troco, vendendo seu carro mais novo para adquirir um mais usado”, afirma. Para Roberto Gandra, o crescimento do PIB no primeiro quadrimestre, os indicativos para a inflação e a queda da taxa de juro (Selic) neste ano são sinais positivos. “Principalmente pela boa expectativa que se cria”, valida. “Eles alentam para uma realidade melhor do que à de 2016”, complementa Alexandre Lima. E João Marcelo Aquino, da Jaicar – varejo que completou recentemente 25 anos de atuação–,
“quando se ViVe em um perÍodo de crise HÁ tambÉm o Lado bom,
quem não é muito eficiente
pois
sai do mercado” Moisés Sirvente,
diretor Executivo da Jocar
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C A PA
O MOMENTO DO BRASIL
“Eu estava um pouco esperançoso que o Temer conseguisse fazer as reformas necessárias, mas ele não fugiu à regra. A conduta não é recente, notamos que a classe política, infelizmente, não cumpriu o compromisso de trabalhar para o coletivo. Ela está interessada somente em defender seus próprios interesses”, lamenta Gobbi.
comenta que os melhores momentos foram vivenciados em anos anteriores, mas que não foram devidamente aproveitados. “Infelizmente, nossos gestores públicos não souberam aproveitá-los para investir em setores importantes para a economia do Brasil e fortalecer os negócios que impactam diretamente no nosso setor, como portos, estradas, rodovias e novos polos industriais e comerciais”. Momento político Em comum eles afirmam que o recente escândalo envolvendo Michel Temer também pode impactar o setor de reposição. “Em um primeiro momento é possível, pois o mercado não sabe o que deverá ocorrer e como se posicionar de imediato, isso afeta em um primeiro momento na manutenção preventiva, deixando para isso o segmento mais voltado para a manutenção corretiva”, analisa Aquino. “A expectativa negativa influencia em todas as atividades, principalmente quando não se tem a mínima ideia do que vai acontecer”, comenta Gandra.
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“os meLHores
momentos foram ViVenciados em anos anteriores...
nossos gestores públicos infeLiZmente,
não souberam aproVeitÁ-Los” João Marcelo Aquino, gerente Comercial da Jaicar Auto Peças
Na opinião de Lima, haverá uma reversão lenta da recessão no campo econômico. “Porém, há muitas dúvidas no cenário politico. O problema é que os políticos agora deram para complicar tudo. Antes, eles resolviam os problemas deles e quando sobrava tempo resolviam os nossos. Agora, nem os deles. Não sabemos o que vai acontecer”, lastima. E para Sirvente, o momento é de enxergar oportunidades onde há dificuldades. “Há uma regra que serve tanto para a pessoa física como para a jurídica: você quer ser feliz, gaste menos do que ganha, e na empresa é a mesma coisa. O importante é acertar os seus custos e não ter prejuízo. E quando se vive em um período de crise há também o lado bom, pois quem não é muito eficiente sai do mercado”, conclui.
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MERCADO
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CAMINHO PARA O COMBATE à
ilegalidade
Setor de autopeças é o segundo mais afetado com perdas bilionárias. União é o que fará a diferença P O R: K A R I N F U C H S | F OTO S: E S T Ú D I O P R E M I AT TA/D I V U LG AÇ ÃO
O
mercado ilegal movimenta cifras assustadoras no Brasil. Segundo dados da ABCF, Associação Brasileira de Combate à Falsificação, somando as perdas no faturamento para as indústrias com produção local e na arrecadação de impostos, o volume chega anualmente a cerca de R$ 130 bilhões. Conforme o diretor da ABCF, Rodolpho Ramazzini, depois de cigarros, autopeças são os itens mais contrabandeados e falsificados no País. “Enquanto para cigarros as perdas estimadas são de R$ 5 bilhões, para autopeças é de aproximadamente R$ 3 bilhões”, especifica. Para os demais setores, como brinquedos e perfumes, as perdas ficam abaixo de R$ 2 bilhões. Ele conta que os números da ABCF são divulgados a partir de avaliações feitas de cada setor e dos dados que eles recebem de consultorias renomadas. “Nós compilamos todas as informações para chegarmos a este resultado de cerca de R$ 130 bilhões. São números fidedignos”. Ramazzini estima que entre 30% a 35% do mercado de autopeças seja composto por itens falsificados e contrabandeados. “A maior parte, de 60% a 65%, são peças vindas de outros países, principalmente do Paraguai e da China, e o percentual restante são de peças finalizadas no Brasil” acrescenta. Rodolpho Ramazzini, diretor da ABCF
Entre os itens mais falsificados e contrabandeados, ele cita os rolamentos, lâmpadas automotivas, anéis de pistão, velas, cabos de ignição e para-brisas. “Em minha opinião, é no aftermarket que está o problema, por ele ser o mais importante do setor de autopeças e quem sustenta as indústrias”. Segundo ele, “se sairmos agora para fiscalizarmos dez lojas de autopeças, em sete delas nós encontraremos problemas. E o mecânico sabe quando o produto não é original. São peças que chegam ao mercado com um preço de 20% a 30% inferior. O consumidor final pode não saber, mas o mecânico sabe”, diz. Origem As peças falsificadas e contrabandeadas chegam ao País via portos e fronteiras. “O Brasil abriu suas fronteiras, o que aumentou o volume de contrabando. No caso de autopeças, por ser um produto que requer uma sofisticação, mais tecnologia,
muita coisa já vem pronta de fora, principalmente da China ou é finalizada no Paraguai”, explica o diretor. Para ilustrar o quanto a situação se agravou, ele menciona que antes do governo de Dilma Rousseff havia 32 postos de fiscalização e que com os cortes de orçamento, hoje são apenas 24. “Do Pará até o Rio Grande do Sul, nós não temos nem três mil agentes da Receita Federal para fazerem desembaraço de contêineres. Só no porto de Roterdã, na Holanda, são 3.800 agentes e no porto de Hamburgo, na Alemanha, são 3.200 agentes para executarem a mesma função” compara. Ele especifica que o Brasil tem 16 mil km de fronteira com os países vizinhos, e que existem dois mil portos clandestinos na represa de Itaipu. “Além disso, do norte do Paraná, em Guaíra, até Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, são 400 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai, por onde passam carretas de cigarros, de autopeças, etc., sem nenhuma fiscalização”, lamenta. Ramazzini defende que é impossível resolver o problema com esta situação. “Os agentes da Receita Federal no Brasil são heróis, inclusive os que atuam nas fronteiras, pois eles trabalham sem condições, sem equipamentos e sem gente, e eles ainda conseguem apreender muitas coisas, sozinhos ou conosco. É preciso aumentar também as equipes das delegacias especializadas”. Outra rota para a entrada de produtos ilegais no País é via o Canal do Panamá. “Antes de ser privatizado, as alfândegas de países vizinhos eram avisadas quando havia alguma regularidade. Mas o Canal foi privatizado para uma empresa chinesa. Você acha que agora alguém recebe informações?”, questiona. E há ainda um polo de falsificação no Brasil. “Londrina e Maringá, cidades do Paraná, concentram o maior polo de falsificação de peças do País. É lá que as peças são gravadas (marca) e as embalagens são feitas para serem distribuídas para o resto do País ou, quando elas vêm gravadas, eles lixam a marca e gravam a nacional. São peças que entram no País em contêineres com guias subfaturadas nos portos”, especifica. Mea culpa Para Ramazzini, as próprias fabricantes são culpadas por estimularem a falsificação no mercado chinês. “Quando uma indústria se instala na China para ter acesso ao mercado local, ela é obrigada a fazer uma joint-venture com o governo chinês, se
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MERCADO associa a ele, monta uma filial, leva toda a sua tecnologia e a sua equipe técnica para treinar a mão de obra local”, explica. Posteriormente, diz ele, “o seu sócio, indicado pela PC chinês, monta um galpão e leva metade dos trabalhadores que foram treinados nessa indústria. É assim que é feita a falsificação dos produtos”, elucida, ressaltando que “foi um erro das indústrias instalarem fábricas na China”. Na opinião do executivo, o setor de autopeças regrediu dez anos, nos últimos dois. “Tanto em faturamento como em produção, pois as alíquotas de impostos só sobem. Aliado a isso, o Brasil entrou numa crise econômica e as montadoras e o segmento de reposição encolheram, o que impulsionou o mercado ilegal, incluindo os fatores já mencionados, como a decisão das indústrias de se instalarem na China e o descontrole das fronteiras”, sinaliza. Combate Ramazzini explica que combater o mercado ilegal apenas com ações institucionais ou isoladamente não resolve o problema. “Em alguns casos a situação já chegou à tamanha proporção que requer uma força mais enérgica. E no setor de autopeças, apenas algumas empresas se deram conta do tamanho do problema e atuam de forma correta em conjunto com a ABCF e a Ramazzini ou outro escritório especializado”. Por outro lado, “outras empresas, apesar de saberem dos prejuízos milionários e que os consumidores que compram produtos falsificados colocam em risco a sua segurança, não atuam de forma adequada. É um trabalho muito específico, tem que ter know how e saber para qual autoridade você irá direcionar uma denúncia para que a coisa seja resolvida”, revela.
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E, ainda, os bandidos sabem quais são as empresas que atuam no combate à ilegalidade, pois no caso de uma denúncia e quando uma ação é feita no local apenas os produtos de firmas representadas podem ser apreendidos. “Mesmo que notavelmente existam outros produtos falsificados ou contrabandeados no local. E isso é um recado para os bandidos que eles podem continuar falsificando/contrabandeando a sua peça”, destaca. A ABCF congrega cerca de 80 indústrias nacionais e multinacionais visando combater a falsificação, o contrabando, a fraude e a concorrência desleal. Conta com uma equipe de investigadores internos, “nós não subcontratamos, nós temos a nossa equipe que faz os testes, compras de amostra, verifica os locais. Quando chegamos às autoridades, a coisa já está mastigada”, pontua. Com atuação em toda a América do Sul e escritórios no Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e, em breve na República Dominicana, na prática, o trabalho consiste em encaminhar as representações para as autoridades policiais ou alfandegárias, responsáveis pela apreensão e o indiciamento. “Nós recebemos as denúncias por três canais: pelo SAC da própria indústria, pelo disque denúncia da ABCF e pelas autoridades que já trabalham conosco”, cita. E a ABCF realiza treinamentos de agentes públicos, seminários, eventos, doações de equipamentos ao poder público, entre outras ações. “É uma parceria pública e privada”, destaca Ramazzini. O objetivo da entidade, criada por seu pai em 1992, teve como finalidade unir forças no combate ao mercado ilegal. “Uma coisa é uma empresa junto a um advogado pedir providências, outra é chegar às autoridades representando várias indústrias”, conclui.
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BMW Group anuncia parceria com a Delphi O BMW Group, juntamente com seus Parceiros Colaborativos Intel e Mobileye, anunciaram a empresa norte-americana Delphi como seu novo parceiro de desenvolvimento para sua plataforma de condução autônoma em Estado de Arte. As quatro empresas pretendem implementar conjuntamente um modelo de cooperação com o objetivo de desenvolver e fornecer soluções para a indústria automobilística em geral e potencialmente para outros setores.
DIVERSAS TECNOLOGIAS MAGNETI MARELLI EQUIPAM O FIAT ARGO Para o Fiat Argo, a Magneti Marelli aplicou toda a sua experiência no desenvolvimento de soluções tecnológicas que visam contribuir e melhorar a vida a bordo. Um dos destaques fica por conta do recém-lançado câmbio automatizado GSR (Gear Smart Ride) COMFORT, desenvolvido pela unidade Powertrain, além do sistema de partida a frio, batizado de ECS® (Ethanol Cold System). O novo câmbio GSR utiliza um software renovado e recebeu nova calibração. Conjugado ao novo motor Firefly, proporciona a troca de marchas muito mais suaves e, consequentemente, mais conforto ao dirigir.
C U R TA S Juntas Illinois segue investindo em seus produtos Com a finalidade de trazer o que há de mais moderno em tecnologia de vedação, a Juntas Illinois continuará investindo na divulgação e consolidação da marca no Brasil, além do acelerado desenvolvimento de novos itens com know-how MetalGraf®, cujo projeto único resolveu definitivamente a vedação dos motores nos veículos das linhas leve, comercial, pesada, agrícola e importados.
BZM destaca linha de buzinas
Valeo recebe Prêmio Everest pela Distribuidora Automotiva
A BZM está no mercado de impulsores de partida há mais de 15 anos e sua linha de produtos está em constante expansão, além das polias de roda livre. A empresa agora está lançando no mercado a nova linha de buzinas, produzidas com a mais alta tecnologia e com qualidade assegurada. Para saber mais informações, acesse seu site (www.bzm.com.br).
ZF lança nova transmissão de 6 marchas para veículos comerciais leves Sergio Comolatti, presidente do Grupo Comolatti, e Fernando Ribeiro, diretor geral da Valeo Service na América do Sul
A Valeo Service foi eleita pela Distribuidora Automotiva, empresa do Grupo Comolatti e membro do Groupauto International, como a melhor fabricante de autopeças na 7ª edição do Prêmio Everest. O reconhecimento ocorreu na categoria “Índices Econômicos”, que avalia critérios como prazo de pagamento, lucro bruto e participação percentual na venda total da empresa.
A ZF lançou globalmente a nova transmissão 6S-480 para o segmento de veículos comerciais leves, que irá integrar a família de transmissões de seis velocidades da marca. Trata-se de uma transmissão mais leve com um pacote de sincronização e sistema de trambulação otimizado que permite maior precisão nas trocas de marchas e um novo escalonamento. Com isso, é possível que o motor trabalhe em uma faixa mais baixa de rotação, em sexta marcha, otimizando o consumo de combustível.
Ford apresenta nova página da Motorcraft A Ford lançou uma nova página na internet (www.reparadormotorcraft.com.br), dentro do site de peças originais Motorcraft, com informações técnicas de seus veículos para os reparadores independentes. A página foi desenvolvida especialmente para oferecer conteúdo técnico relevante de modelos da marca que já estão fora do período de garantia, de ano-modelo 2009 a 2013. O objetivo da ação é capacitar os reparadores independentes a realizar serviços de manutenção nesses veículos. Todo o acervo do site pode ser acessado tanto pelo computador como por smartphones e tablets.
Wix Filters lança novos elementos filtrantes do ar para Ford, GM e Kia
A Wix Filters Brasil, uma das marcas do Grupo Mann+Hummel, a maior fabricante do mundo em soluções de filtragem, lança neste mês novos elementos filtrantes do ar destinados a veículos das montadoras GM, Ford e Kia. Os novos filtros atenderão os modelos Escort, Del Rey, Corcel, Belina, Pampa, S10, Cerato, Sorento e Cadenza.
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Hengst apresenta lançamentos
Nakata oferece amortecedores HG para várias versões da Hilux
Acompanhando as tendências do setor e comprovando sua qualidade no segmento automotivo, a Hengst apresenta para o mercado seus últimos lançamentos. Em destaque divulga o filtro de combustível separador de água H7160WK30 para Mercedes-Benz Actros modelos 1831 / 1835 / 1840 / 1843 / 1846 / 1848 / 1850 / 185.
Os itens, com códigos HG 30924 e 30923, atendem o modelo Hilux 4X4 (janeiro de 1996 a dezembro de 2004), esquerda/direita, exceto SW, traseiro e dianteiro, respectivamente. Já os códigos HG 31145 e 31144 devem ser aplicados na Hilux 4X4/4X2 (janeiro de 2005 a dezembro de 2014), esquerda/ direita, exceto SW4, traseiro e dianteiro, respectivamente. Os códigos HG 41105 e 41106 são indicados para o modelo Hilux SR5 (janeiro de 1997 a dezembro de 2004), direita/esquerda, dianteiro e traseiro, respectivamente.
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C U R TA S Mann-Filter lança filtros do óleo para Honda, Nissan e Renault A Mann-Filter lançou este mês o novo Filtro Blindado do Óleo W 67/3 para atender seis modelos das montadoras Renault e Nissan. Os veículos Livina, novo March, Sentra, Versa, Fluence e Clio contam agora com mais um elemento para reparos. A multinacional informa também a mudança do Filtro Blindado do Óleo W 610/6, destinado para alguns veículos Honda, que será substituído pelo modelo W 610/10.
Max Gear amplia portfólio A Max Gear, marca com maior cobertura de produtos no eixo diferencial dos veículos, está ampliando ainda mais seu portfólio lançando neste mês a Coroa e Pinhão aplicado na Mitsubishi L200 de 1996 em diante. O produto só era encontrado no Brasil em importadoras ou nas concessionárias da montadora. Este novo item é entregue na relação 37X8 e é mais um dos itens exclusivos da empresa no País.
Moto Honda premia NGK por excelência em qualidade e entrega A qualidade dos componentes da NGK do Brasil levou a fabricante ao primeiro lugar na categoria Excelência em Qualidade e Entrega do Prêmio da Moto Honda da Amazônia. A marca especialista em sistema de ignição também foi reconhecida na categoria Destaque em Ações Ambientais, em que foi a única empresa a ser premiada e se destacou por um projeto de redução de dióxido de carbono (CO2) em seus processos industriais.
Diretor de Vendas OEM da NGK, Célio Takata, recebe o prêmio da Moto Honda Amazônia
VP apresenta novos catálogos Monroe Axios é destaque no Prêmio Everest da Distribuidora Automotiva
A Monroe Axios foi eleita a segunda melhor empresa do setor na classificação geral do Prêmio Everest, idealizado pela Distribuidora Automotiva do Grupo Comolatti. A empresa analisou a performance dos seus 20 maiores fornecedores em cinco categorias: comercial, nível de serviço, adequação aos processos, índices econômicos e responsabilidade social e ambiental. A marca também foi a segunda colocada na categoria “Comercial”, que avalia políticas de desconto, verbas para ações com a Rede PitStop, verbas de Marketing para ações com equipe de vendas ou clientes e fidelidade.
Mais segurança e economia no Fiat Argo garantidas com tecnologias Bosch O Fiat Argo chega ao mercado equipado com tecnologias Bosch que priorizam a segurança no trânsito e garantem a redução no consumo de combustível e menor desgaste dos pneus. Além do Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®), o novo hatch conta também com o sistema de saída em rampa (Hill Holder) e o Sistema de Monitoramento de Pressão de Pneu (iTPMS), que visa verificar a pressão dos pneus de forma constante. Por meio de suas tecnologias, sistemas, produtos e serviços, a Bosch busca viabilizar a conectividade, a automação e a eletrificação dos veículos.
Com mais de 2.000 itens, os catálogos podem ser consultados através do tipo de peça, aplicação, número original ou número da fabricante, para veículos nacionais e importados. Os catálogos são separados por linhas, de injeção e acessórios, para que os consumidores tenham mais facilidade na hora de encontrar o produto desejado. Os catálogos estão disponíveis para download em www.vp.ind.br/catalogos.html
FIQUEPOR DENTRO
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POR: REDAÇÃO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Volkswagen do Brasil começa a exportar o novo up! A Volkswagen do Brasil acaba de iniciar a exportação do recém-lançado novo up!. O modelo, que chega mais conectado, tecnológico e esportivo, teve mais de 3 mil unidades enviadas a alguns dos principais mercados da América Latina: Argentina, Peru e Uruguai. O novo up! é fruto de um investimento superior a R$ 21,5 milhões, aplicados na modernização da fábrica de Taubaté (SP).
Peugeot 308 e 408 ganham edição Roland Garros A vitoriosa história da Peugeot com o tênis ganhou um novo capítulo em maio. A marca começou a comercializar sua nova série especial Roland Garros para os carros 308 e 408. Serão 300 unidades produzidas, sendo 200 delas para o modelo hatch e 100 para o sedã, todas na cor Branco Nacré e baseadas nas versões Griffe. Entre os itens estão bancos de couro e rodas de 17” com detalhes alusivos à mais famosa prova de tênis da França. A parceria entre Peugeot e Roland Garros completa 33 anos em 2017.
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C U R TA S Mercedes-Benz amplia portfólio de serviços para aprimorar atendimento ao cliente A Mercedes-Benz apresenta um novo pacote de serviços de pós-venda para a rede de concessionários de automóveis, proporcionando mais conforto e praticidade aos consumidores. Este ano a montadora ampliou seu portfólio de serviços que agora conta com novas ferramentas que otimizam o tempo do cliente no concessionário, oferecendo mais transparência e diagnósticos ainda mais precisos em cada manutenção.
Ford Ka+ é apontado em pesquisa como o sedã compacto com menor custo de uso do mercado
Chery New QQ Flex: Eficiente na Reparabilidade, Econômico na Manutenção A Chery Brasil segue investindo na satisfação de seus clientes, em especial com o New QQ Flex. Segundo o ranking Car Group, do Cesvi Brasil, o modelo alcançou a segunda colocação na categoria hatch compacto. A montadora ainda lançou uma campanha de preços de peças, com redução média de 25%, além de contar com a distribuição com entrega no prazo de até 48 horas em qualquer concessionária do Brasil.
O Ford Ka+ SE 1.0, além de ser um dos sedãs compactos com melhor preço de compra, também é o carro mais econômico da categoria no custo de posse, incluindo despesas com seguro, combustível e manutenção. Esta foi a conclusão de uma pesquisa que avaliou 14 diferentes modelos e versões de motorização disponíveis na categoria, feita pela revista Quatro Rodas. O Ka+ se destacou também na versão SE 1.5, classificada em terceiro lugar no ranking dos sedãs compactos mais baratos de manter.
Nissan Kicks produzido no Brasil começa a chegar às concessionárias GM atinge marco de 400 mil motores produzidos em Joinville A fábrica da GM em Joinville (SC) comemora a marca de 400 mil motores produzidos em apenas quatro anos. Da planta saem os novos motores SPE/4 1.0L e 1.4L destinados à fábrica da GM em Gravataí (RS) para equipar o carro mais vendido do mercado brasileiro, o Chevrolet Onix e o sedan esportivo Prisma. No total são aproximadamente 645 unidades por dia ou 13 mil por mês (motores e transmissões). Por ano, a produção supera 150 mil unidades.
BMW Série 8 Concept: Dinâmica autêntica e modernidade luxuosa O modelo conceitual é uma amostra do próximo cupê esportivo da BMW – o BMW Série 8 Coupé, com previsão de lançamento para 2018. O exterior do modelo reúne o passado e o futuro. O BMW Série 8 Concept é imediatamente reconhecido como um BMW, mas também exibe novas ideias de design e técnicas de construção.
As primeiras unidades do Nissan Kicks fabricados no Complexo Industrial de Resende (RJ) começam a chegar às concessionárias. O crossover compacto terá uma linha completa, que trará diversas novidades de equipamentos e também cores. O preço do modelo brasileiro começa em R$ 70.500, na versão S com câmbio manual de cinco marchas. O Nissan Kicks produzido ainda apresenta novos equipamentos, como o alerta de colisão com assistente inteligente de frenagem, itens opcionais para a versão topo de linha SL.
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SEDÃS MÉDIOS
POR: SILVIO ROCHA | COLABORARAM: SIMONE KÜHL E WANDERLEI CASTRO | FOTOS: ESTÚDIO PREMIATTA /DIVULGAÇÃO
Em Comparativo: Nissan Sentra SL e Novo Civic Geração 10, lançado no ano passado e que promete incomodar o segmento
NISSAN SENTRA SL
Nissan Sentra SL 2.0 Motor: 2.0L, 16 válvulas, CVVTCS*, bicombustível (etanol/gasolina), 4 cilindros, acelerador eletrônico Potência: 140 cv @5.100 rpm (etanol/gasolina) Torque: 20 kgfm @ 4.800 rpm (etanol / gasolina) Dimensões Comprimento: 4635,9 mm Largura: 1761,4 mm Altura: 1504,2 mm Distância entre eixos: 2700 mm Capacidades Porta-malas: 503L Tanque de combustível: 52L
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e um lado, um dos sedãs médios mais vendidos no Brasil, o Nissan Sentra 2017 conta novidades significativas de design e com tecnologias inovadoras para o setor. O modelo oferece aos consumidores a sensação de estar em um veículo com qualidade ainda mais alta e de design de segmento superior. Desde o final de 2013 o desenho revitalizado da sétima geração do Nissan Sentra vem conquistando novos consumidores, que ajudaram a colocar o exemplar entre os três mais vendidos do mercado no Brasil. Aliás, esse novo design dá um toque de esportividade, além de ressaltar a forte conexão com as famílias de sedãs e crossovers da marca vendidos nos principais mercados globais. Os elementos de estilo que caracterizam o Nissan Sentra 2017 são os renovados parachoques e a assinatura da grade “V-Motion”, além da tomada de ar inferior com novo formato e faróis e lanternas redesenhados para todas as versões. O capô de vincos pronunciados ressalta a esportividade, assim como os para-lamas dianteiros mais encorpados. Do outro, a Honda apresenta no Brasil o Novo Civic Geração 10. Trata-se da maior e mais extensa renovação do modelo em toda sua história, que resultou na criação de um automóvel mais sofisticado, espaçoso, seguro e tecnológico, com eficiência e desempenho. Completo de série, o exemplar inova na estrutura de versões, adotando características e equipamentos distintos, que foram pensados de acordo com os diferentes perfis de clientes. Para se ter uma ideia, o Novo Civic Geração 10 representa um dos mais complexos e ambiciosos projetos da Honda, exigindo um comprometimento sem precedentes dos recursos de pesquisa e desenvolvimento e da engenharia da marca. Com o objetivo de realizar um “rejuvenescimento dinâmico” do modelo e criar uma nova interpretação de um carro que redefine o segmento, o time teve como missão, desde o esboço, criar o melhor não só entre seus competidores tradicionais, como também em relação aos sedãs sofisticados.
Equipamentos A Nissan reforçou o nível de equipamentos de série em todas as versões. O modelo de entrada S troca o câmbio manual pela transmissão continuamente variável CVT e também passa a ser equipado com sistemas de controle de estabilidade e tração (VDC), equiparando-se às versões: intermediária SV e topo de linha SL. Passam a fazer parte do pacote de itens de série ainda o retrovisor foto cromático, o novo rádio com display de 5 polegadas, o sensor de estacionamento e os faróis com acendimento automático. Entre os outros equipamentos que se destacam na linha do Nissan Sentra 2017 estão chaveinteligente i-Key, acionamento elétrico para os quatro vidros com um toque para motorista, botão para ignição do motor, sensor de estacionamento traseiro e controle de tração e estabilidade para todas as versões. E além disto, ar-condicionado bi-zona com controle automático de temperatura e câmera de ré já a partir da versão SV. O conceito das versões do novo Civic acompanhou sua renovação completa. Em linhas gerais, sua estrutura de grades deixa de seguir simplesmente uma hierarquia vertical para se adequar aos diferentes perfis de consumidores com a adoção de personalidades e equipamentos distintos para cada versão. São três propostas: EX e EXL, com um perfil mais elegante e focado no conforto e na tecnologia; as inéditas Sport, com personalidade esportiva e jovial; e Touring, com apelo superior para competir com os sedãs sofisticados. Serão duas opções de transmissão, sendo uma manual de seis velocidades (Sport), e uma continuamente variável: (Sport, EX, EXL e Touring). O novo Civic também terá duas opções de motorização – 2.0 FlexOne, para as versões Sport, EX e EXL e 1.5 Turbo para a Touring. Cada versão traz equipamentos condizentes com o perfil de seu consumidor, adequando o veículo à sua proposta de uso.
Motor Como exclusividade para o consumidor brasileiro, o Nissan Sentra traz o motor MR20DE, de 2 litros, quatro cilindros e 16 válvulas. A 10ª geração chega ao mercado com dois novos conjuntos motrizes: 2.0 i-VTEC FlexOne, com 155 cv a 6.300 rpm – disponível nas versões EX, EXL e Sport – e 1.5 de quatro cilindros, que equipa a versão Touring e gera 173 cv a 5.500 rpm
HONDA CIVIC 2017
Civic Geração 10 Motor: 2.0L i-VTEC SOHC, Etanol / Gasolina – FlexOne Potência: (E) 155/6300 - (G) 150/6300 Torque: (E) 19,5/4800 - (G) 19,3/4700
Filtro de óleo
Os elementos filtrantes de óleo são do tipo convencional e não oferecem dificuldade para a substituição
Dimensões Comprimento: 4637 mm Largura: 2076 mm Altura: 1433 mm Distância entre eixos: 2700 mm Capacidades Porta-malas: 525L Tanque de combustível: 56L
Motor e Transmissão Como exclusividade para o consumidor brasileiro, o Nissan Sentra traz o motor MR20DE, de 2 litros, quatro cilindros e 16 válvulas, que é o único com essa cilindrada a ser flexfuel para o modelo em todo o mundo. Com controle de abertura das válvulas continuamente variável (CVVTCS), o bloco desenvolve 140 cavalos de potência a 5.100 rpm e entrega torque de 20 kgfm a 4.800 rpm. O câmbio XTRONIC CVT® utilizado no Nissan Sentra é de última geração e 13% mais leve, e produz 30% menos atritos na comparação com a geração anterior. A redução veio também da diminuição do diâmetro das polias, da adoção de uma bomba de óleo mais compacta, que necessita de baixa viscosidade para lubrificação, e da redução das perdas de lubrificante e de pressão. Além disso, conta com um controle lógico do sistema e o acoplamento antecipado do conversor de torque. A 10ª geração chega ao mercado com dois novos conjuntos motrizes: A motorização 2.0 i-VTEC FlexOne, com 155 cv a 6.300 rpm e 19.5 kgfm a 4.800 rpm no etanol – disponível nas versões EX, EXL e Sport – é acoplada pela primeira vez à transmissão continuamente variável (CVT). A transmissão traz a opção de sete marchas simuladas que
Interior O interior aconchegante e espaçoso do Nissan também foi revisto na linha 2017. Um dos destaques é o novo volante inspirado no do cupê esportivo Nissan 370Z e os renovados cluster central no painel de instrumentos e console central. O interior do Civic Geração 10 é completamente novo e foi desenhado para combinar com a modernidade e a sofisticação do exterior, e proporcionar conforto ampliado, aliado ao uso de tecnologias e materiais de alto padrão.
Portamalas O Nissan Sentra tem compartimento de bagagens de 503 litros, enquanto que o do Novo Civic é de 525
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podem ser trocadas por borboletas atrás do volante. A versão Sport tem também uma caixa manual de seis velocidades como opção. O novo motor 1.5 de quatro cilindros, que equipa a versão Touring, traz turbo de baixa inércia, injeção direta, variação de tempo de abertura de válvulas (VTC) e válvula wastegate eletrônica, gerando 173 cv a 5.500 rpm, com o torque linear de 22.4 kgfm entre 1.700 rpm a 5.500 rpm. Este propulsor é acoplado a uma nova transmissão continuamente variável que entrega ampla potência ao longo de toda a faixa de trabalho do motor.
CUSTOS DE PEÇAS E SERVIÇOS
Nissan Sentra 2.0 SL
Honda Civic G10
Estabilidade, Carroceria e Suspensão Os controles de tração e estabilidade (VDC), introduzidos na linha 2016 do Nissan Sentra para as versões SV e SL, agora também estão disponíveis na opção de entrada S. O VDC tem como principal objetivo auxiliar o motorista em situações de condução que levam à perda de estabilidade, colaborando para evitar acidentes. O sistema eletrônico trabalha diretamente nos freios antitravamento ABS e no pedal do acelerador para controlar o torque em situações de sobresterço e subesterço. A engenharia da Nissan adicionou um reforço à barra estabilizadora da suspensão traseira e melhorou o embuchamento de rolamentos e dos amortecedores, intervenções pontuais que acrescentaram mais conforto,
Peças
Serviços
Peças
Serviços
Amortecedor dianteiro: R$ 499,00 - cada ..................................R$ 285,00 - cada
Amortecedor dianteiro: R$ 624,60 - cada .................................R$ 341,00 - cada
Amortecedor traseiro: R$ 355,00 - cada......................................R$ 142,50 - cada
Amortecedor traseiro: R$ 473,25 - cada ....................................R$ 170,50 - cada
Disco de freio dianteiro: R$ 355,00 - cada ................................R$ 142,50 - cada
Disco de freio dianteiro: R$ 399,06 - cada ..................................R$*
Jogo de pastilhas dianteiras: R$ 336,00 ......................................R$ 142,50
Jogo de pastilhas dianteiras: R$ 356,97 – o jogo ...................R$*
Pastilhas de freios traseiras: R$ 239,00 .........................................R$ 142,50
Pastilhas de freios traseiras: R$ 517,86 – o jogo .....................R$ 341,00 - kit
Óleo/ litro: R$ 39,57................................................................................R$ 30,00
Óleo/ litro: R$ 49,27.................................................................................R$ 51,15
Filtro de óleo: R$ 39,90 ..........................................................................R$ 20,00
Filtro de óleo: R$ 43,90 ..........................................................................R$ 34,10
Filtro de ar: R$ 73,34................................................................................R$ 20,00
Filtro de ar: R$ 95,70...............................................................................R$ 17,00
Filtro de combustível: R$ 29,90 ........................................................R$ 30,00
Filtro de combustível: R$ 42,02 – o litro .....................................R$ 51,15
Filtro anti-pólen: R$ 75,00....................................................................R$ 20,00
Filtro anti-pólen: R$ 79,57....................................................................R$ 34,10
Velas: R$ 109,00 - cada ..........................................................................R$ 285,00
Velas: R$ 134,48 - cada..........................................................................R$ 170,50 *O valor do serviço de troca de freio dianteiro e troca do jogo de pastilhas é cobrado em conjunto pelo preço de R$ 341,00
estabilidade e robustez ao sistema independente do tipo McPherson com barra estabilizadora na dianteira e eixo de torção, com barra estabilizadora e molas helicoidais. Toda a calibração de suspensão foi desenvolvida exclusivamente para o País. O novo Civic adota uma avançada estrutura de carroceria – incluindo a nova geração da Advanced Compatibility Engineering (ACE), nova tecnologia de estrutura de impacto, piso de aço de alta resistência, e colunas B e estrutura traseira de alta resistência – para proporcionar um alto grau de proteção aos ocupantes, sem comprometer o peso e aumentando a eficiência de combustível. Buchas de suspensão hidráulicas foram adotadas pela primeira vez no Civic, melhorando o conforto de rodagem e reduzindo as vibrações sem comprometimento da dirigibilidade esportiva. O carro também adotou buchas conectadas nas barras estabilizadoras na dianteira e traseira para um comportamento de suspensão suave e progressivo.
Confira a análise destes veículos em nosso portal: www.ctra.com.br/videos Colaboraram: Nissan do Brasil, Honda Automóveis, Nissan Sinal Japan Radial e Concessionária Honda Daitan Pompéia. A nova caixa de direção elétrica com duplo pinhão e relação variável, inédita no Civic, permite maior precisão de direção e senso de controle.
Versões e Valores Os preços da linha do Nissan Sentra são: R$ 81.900 (2.0 versão S); R$ 89.900 (2.0 SV) e R$ 102,900 (2.0 - versão SL). Toda a linha pode ser adquirida também com as novas cores vermelha e cinza metálicas, que se juntam ao branco perolizado, preto sólido e prata metálico. Já os valores do Novo Civic Geração 10 são: R$ 87,900 (versão Sport Manual), R$ 94,900 (Sport CVT), R$ 98,400 (EX CVT), R$ 105,900 (EXL CVT) e R$ 124.900 (versão Touring). O sedã está disponível nas cores: pintura especial branco estelar (perolizada), branco tafetá (sólida), cinza barium (metálica), prata platinum (metálica) e preto cristal (perolizada).
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INDÚSTRIA
| BALCÃO AUTOMOTIVO | JUNHO DE 2017 | P O R: R E DAÇ ÃO | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
CASA E PORTFÓLIO NOVOS! Em moderno espaço, ABR aumenta sua capacidade produtiva e amplia sua linha de produtos
N
o início deste ano a ABR deu um importante passo para se tornar ainda mais competitiva no mercado. Em um novo endereço, na cidade de Hortolândia (SP), a fábrica, juntamente com seu Centro de Distribuição, conta com uma área de três mil e oitocentos metros quadrados e 190 funcionários. A mudança de vir para um local mais adequado possibilita a expansão e aumento da capacidade produtiva, de acordo com Belchior O. Santiago Jr., diretor da empresa. “Trabalhamos em três turnos e temos capacidade de produção para atender o crescimento do mercado de reposição”. Mudança Belchior conta que o desenvolvimento da nova fábrica começou do zero. “O prédio era novo e nunca havia sido usado, iniciamos o projeto em junho e em novembro terminamos. A partir de outubro os equipamentos começaram a ser transferidos e em janeiro a fábrica entrou em operação”. Em relação à equipe de colaboradores, o diretor revela que 25% das pessoas permaneceram. “Procuramos manter a mesma equipe, pois sabemos da importância dos profissionais capacitados que temos, contudo, não foram todos que decidiram vir conosco, por isso oferecemos a oportunidade de trabalho para os profissionais da região”. Participação Na área de juntas, a empresa é hoje uma das únicas no mercado que consegue realizar todas as etapas do desenvolvimento do produto, desde o protótipo até a concepção e entrega para o segmento. “Atendemos o Brasil inteiro através de
representantes e distribuidores, além da venda para as montadoras”, diz. Segundo Belchior, o segmento de pesados representa mais que o setor de leves, sendo 65% contra 35%, respectivamente. A participação da ABR no mercado está dividida em 55% nas montadoras, 39% na reposição e 6% na exportação. “A presença nas montadoras sempre representou um percentual maior, pois começamos nessa área, mas a reposição tem crescido muito, o mesmo produto que vai para a montadora também vai para a reposição, oferecemos o mesmo padrão de qualidade. Prova disto foi a conquista da certificação ISO/TS para os nossos processos”, ressalta. “Procuramos atuar numa determinada faixa de preço em nossos produtos, e os clientes, principalmente os frotistas, dão valor, eles sabem que a qualidade é importante e o custo acaba sendo insignificante ao comparar a ter o seu caminhão parado por dias”, emenda. Expectativas Para o diretor, é possível enxergar o crescimento na reposição ao analisar os primeiros meses do ano e os resultados da Automec. “Prefiro continuar otimista, mas muitos ainda reclamam da inadimplência, estamos em meio a uma ‘montanha-russa’ e os problemas políticos continuam a afetar a economia. A linha pesada deve retomar quando a economia aquecer e a linha leve deve apresentar melhora nesse segundo semestre”, destaca. Como novidades, Belchior adianta que a ABR irá completar a linha de reposição, com novos itens na linha diesel. “Estamos trabalhando em novos projetos e o mercado pode aguardar por muitos lançamentos nossos”, completa.
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CAPA
| JUNHO DE 2017 |
KNORR-BREMSE CELEBRA 40 ANOS DE ATIVIDADES NO BRASIL T E X TO: R E DAÇ ÃO | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
Desde sua entrada no País, companhia continua a investir na modernização e expansão contínua de seu portfólio
H
á mais de 110 anos no mundo, o Grupo KnorrBremse atua no desenvolvimento, produção, comercialização e serviço de modernos sistemas de travagem. Em 2016, o Grupo alcançou um volume de negócios de 5,49 bilhões de euros e deu emprego a mais de 24 mil pessoas em todo o mundo. A história da companhia no Brasil nestas quatro décadas foi marcada por superações, contínuo crescimento e inovação. Para celebrar o marco de 40 anos, a Knorr-Bremse convidou seus clientes e parceiros de negócios para uma visita às suas instalações. Ao longo de uma semana, de 23 a 28 de abril, recebeu mais de 320 visitantes em sua unidade na cidade de Itupeva (São Paulo). Na mesma semana acontecia em São Paulo a 13ª da Automec. Destes, 70% eram brasileiros e os demais 30% do mercado sul-americano. Na ocasião, os participantes conheceram um pouco mais sobre a história, engenharia reversa e remanufatura da Knorr-Bremse no País e no mundo. Também foram abordadas as iniciativas relacionadas à expansão de portfólio, além de aquisições da companhia no mercado global. Chegada Em 1977, a líder mundial na fabricação de sistemas de
freios e controles para veículos comerciais rodoviários e ferroviários iniciou suas operações na cidade de São Paulo com a fabricação de freios ferroviários, compressores e válvulas para veículos automotivos. Na época, o aumento extraordinário da demanda aliado à conquista de novos projetos fez com que a multinacional alemã apostasse na ampliação de sua instalação fabril na capital paulista, em 1983, onde estruturou equipes qualificadas de vendas, desenvolvimento, produção e aftermarket, visando o atendimento de clientes do Brasil e de países sulamericanos. O presidente da companhia para o Brasil e América Latina, Sr. Oliver Erxleben, relembra os principais destaques dessa trajetória. “Crescemos imersos no aprendizado sobre as particularidades do mercado brasileiro, desenvolvendo, fabricando e comercializando sistemas de segurança complexos com tecnologia avançada para atender às necessidades dos nossos clientes. Investimos fortemente para estruturar áreas de laboratório e testes no País, e ‘tropicalizamos’ nosso conhecimento aplicando o mesmo padrão de qualidade global da Knorr-Bremse na manufatura local”, conta. “Ao longo dos últimos anos, ultrapassamos com sucesso barreiras de adequação do portfólio às normas do Contran (Conselho Nacional de Trânsito); às especificações
de redução de emissão de gases de efeito estufa; e, recentemente, à política de freios ABS (Anti-lock Breaking System). Hoje, a Knorr-Bremse está estabelecida no Brasil, atendendo às empresas líderes dos setores rodoviário e ferroviário”, pontua. Desde a entrada da multinacional alemã ao País, a companhia tem realizado fortes investimentos na modernização e expansão de suas instalações, linhas de produção, desenvolvimento e testes de produtos. A empresa estabeleceu-se no mercado superando desafios da legislação brasileira, sempre antecipandose às exigências ambientais e ainda segue firme com a estratégia de ocupar a primeira posição nos setores em que atua. Investimentos Há cinco anos, quando já despontava na liderança do setor, comprometida com o crescimento da demanda de clientes e a preservação do meio ambiente, a KnorrBremse deu um novo passo rumo à expansão de suas operações. Em 2013, investiu R$ 100 milhões na construção de uma nova planta na cidade de Itupeva (interior do Estado de São Paulo). A instalação inovadora
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BALCÃO DOS PESADOS
| TEXTO: REDAÇÃO
minimizando impactos ambientais.
e sustentável fabrica sistemas de freios comerciais e ferroviários, e oferece operações de serviços pós-venda para ambos os segmentos. Com certificação ISO 14.001 e conceito eco-friendly, a planta industrial da companhia em Itupeva logo tornou-se referência entre as demais unidades fabris do grupo ao redor do mundo. A preocupação da Knorr-Bremse vai além do processo de fabricação. A companhia considera questões relacionadas a todo o ciclo de vida do produto, desde a extração da matéria prima e meios sustentáveis de fabricação até a reconstrução de peças usadas e devolvidas à fábrica, com o intuito de reinseri-las no mercado através da remanufatura. Neste contexto, a multinacional alemã prioriza a otimização de recursos em todas as fases de produção e o descarte correto de itens não mais utilizados,
FIQUE DE OLHO
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| FOTOS: DIVULGAÇÃO
Antiga Fábrica da Knorr-Bremse em São Paulo
“O Grupo Knorr-Bremse se transformou numa empresa global, com presença em todos os continentes e fornecedora de produtos para as principais montadoras, além de líder no segmento. Mesmo com as incertezas econômicas, o Brasil é um de nossos mercados-chave para o qual continuaremos antecipando soluções em prol à satisfação de clientes e da sustentabilidade global. A Knorr-Bremse deverá ter um papel ativo na onda de automação que está transformando a indústria automotiva, impulsionando a conectividade, a integração de nossos sistemas e a expansão contínua de nosso portfólio por meio de novas aquisições de empresas com players já consolidados globalmente”, finaliza.
| FOTOS: DIVULGAÇÃO
Cummins anuncia novo Centro de Integração de Tecnologia em Aplicações em Columbus (EUA) Esta ação faz parte de uma iniciativa maior da companhia em integrar e otimizar as instalações do centro técnico para garantir eficiência operacional e ambiental de classe mundial. De acordo com o Adriano Rishi, diretor de Engenharia da Cummins para América Latina, “para o mercado brasileiro, devemos em longo prazo desenvolver uma réplica do Centro de Integração de Tecnologia em Aplicações na fábrica da Cummins, em Guarulhos (SP), que seja adequada para o nosso setor, permitindo com que os nossos clientes tenham o mesmo tipo de experiência”.
Fábrica da Meritor em Resende completa quatro anos com 100 mil eixos produzidos
A Meritor comemora quatro anos da sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro. Neste período foram produzidos 100 mil eixos. Com investimento de R$ 90 milhões, a unidade fabril, que funciona dentro do parque de fornecedores da MAN Latin America, consolidou a cooperação entre as empresas para produzir localmente componentes para a montadora. Além de Resende, a Meritor possui fábricas de eixos em Osasco (SP) e mantém, desde 1986, uma joint venture com a Randon para a produção de sistemas de freios da marca Master, em Caxias do Sul (RS).
| BALCÃO DOS PESADOS | JUNHO DE 2017 |
Mann-Filter lança novo filtro do combustível para linha pesada da VW A Mann-Filter, uma das marcas do Grupo Mann+Hummel, apresenta ao mercado o novo filtro do combustível separador d’água WK 10 002/1 x para veículos de linha pesada da Volkswagen. Entre eles: 10.160 Delivery (01/13-) Cummins ISF; 13.190, 15.190, 17.190 Constellation/Worker (11/11-) MAN D08 34 190; 15.180 Constellation (10/06-) MWM4.12 TCE; 17.230 Worker (11/13-) D08 34 230; 17.250 E, 24250 Worker/ Constellation (07/03-) Cummins Int. 6 ISBE; 17.320, 24.320, 25.320 Constellation (01/09-) Cummins ISC Turbo Intercooler.
Oficina Modelo da ZF Aftermarket expande serviços para o segmento de pesados A ZF Aftermarket, unidade de negócios voltada ao mercado de reposição do Grupo ZF, ampliou a oferta de serviços com a nova oficina modelo, localizada no Centro de Distribuição da empresa, em Itu, São Paulo. Equipamentos para diagnóstico, banco de testes, ferramentas para desmontagem e montagem de produtos, cabines de pintura e lavagem, além de equipe técnica treinada na Alemanha, compõem o novo espaço. Atualmente a ZF Aftermarket tem uma rede de 63 concessionárias ZF estrategicamente instaladas em todo o Brasil.
MWM celebra a produção de 100.000 motores MAN D08 fornecidos à Man Latin America A MWM conta com uma linha de produção de 2.500 metros quadrados, dedicada e exclusiva à MAN Latin America dentro da companhia, na planta de Santo Amaro, para a produção do motor MAN D08 de 4 e 6 cilindros, destinados aos caminhões e ônibus da montadora para o mercado local e para a exportação. A MWM Motores está classificada como fornecedor A, atingindo 100% de satisfação do cliente com eficiência logística e com diferenciado patamar de qualidade. As empresas são parceiras há mais de 30 anos.
Wix Filters lança novos filtros para linha pesada A Wix Filters Brasil, uma das marcas do Grupo Mann+Hummel, a maior fabricante do mundo em soluções de filtragem, lança neste mês novos filtros destinados a veículos de linha pesada das montadoras MBB, Ford e Volkswagen. Os novos produtos são o Filtro Blindado do Óleo Lubrificante 51748 e o Elemento Filtrante do Óleo Lubrificante WL51142. São eles: FORD: Ford Cargo Cummins 6 CT 8.3 (>92) / VW: motor Cummins 6 CT 8.3 (>92); 6 C 8.3 (>92); 6 CT AA 8.3.
2017 Março
Lançamentos Tipo / Linha
Principais Aplicações
003/2017 Referência Cruzada
LINHA PESADA CÓDIGO
TIPO
APLICAÇÃO
51748
Filtro Blindado do Óleo Lubrificante
FORD: Ford Cargo Cummins 6 CT 8.3 (>92) / VW: motor Cummins 6 CT 8.3 (>92); 6 C 8.3 (>92); 6 CT AA 8.3
WIX Antigo: W51748 MANN-FILTER: WP12300 Tecfil: PSL300 Mahle: OC304
REF. CRUZADA
WL51142
Elemento Filtrante do Óleo Lubrificante
MBB: Motor OM 366 e 366A ( 366 184 01 25, 000 180 08 09 )
WIX Antigo: W51142 Purolator: L1071 MANN-FILTER: H947/1 Tecfil: PL366 Mahle: OX95 / OX95D
FIQUE DE OLHO Vendas da Gates são impulsionadas por safra recorde A contribuição do agronegócio para o crescimento de 1% do PIB no primeiro trimestre deste ano também refletiu no volume de negócios da Gates, fabricante de correias, tensionadores, mangueiras e kits no Brasil. Nos primeiros cinco meses de 2017 houve aumento de 27% na comercialização de correias para máquinas e equipamentos na reposição e 24% no mercado original. Os resultados foram puxados principalmente pela safra recorde de soja e milho, sendo o Brasil responsável por 80% das vendas da Gates do Brasil, seguido pela Argentina, Paraguai, Bolívia e Colômbia.
| BALCÃO DOS PESADOS | JUNHO DE 2017 | 39
Ford Caminhões reduz o preço de mais de 200 peças originais de reposição da sua linha A Ford Caminhões vem realizando um amplo trabalho de realinhamento de preço na sua linha de peças originais, que já trouxe uma redução média de 50% em mais de 200 itens. Essa diminuição representa uma economia significativa para os clientes na manutenção dos veículos e é mais um resultado do novo posicionamento da marca voltado para o pós-venda, traduzido na assinatura “Seu mundo não pode parar”. O programa foi desenvolvido pela Ford Caminhões junto com a Associação Brasileira dos Distribuidores Ford Caminhões (Abrafor) e fornecedores, com foco nos itens mais procurados pelos clientes. Esse trabalho é feito a partir do monitoramento constante dos preços de peças no mercado de reposição e estratégias para identificar oportunidades de melhoria e oferecer as ofertas mais competitivas.
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INDÚSTRIA
| BALCÃO AUTOMOTIVO | JUNHO DE 2017 |
ATTOW AUTOMOTIVE
P O R: S I LV I O R O C H A | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
Empresa pretende intensificar atendimento no mercado regional, crescer na exportação e aumentar sua participação no aftermarket em 2017
F
undada em 2002, a empresa começou suas atividades comercializando aço como matéria prima para vários clientes, entre eles sistemistas automotivos. As oportunidades foram sendo criadas e através da experiência, expertise em projetos utilizando aço e atendendo distribuidores de produtos siderúrgicos a empresa incorporou em seus planos usinagens seriadas de alta precisão e, em seguida, a fabricação de autopeças para o segmento de pesados. E, em 2006, consolidou-se uma nova operação: uma fábrica que passou a se chamar Attow Automotive.
A
o longo de seu crescimento no setor, a Attow Automotive se tornou referência nos quesitos qualidade e segurança. A empresa trabalha com duas divisões, uma área dedicada ao segmento de aftermarket e outra voltada ao mercado de sistemistas, que atende às montadoras. Produtos Com 250 peças em seu portfólio e projetos de aumentar sua linha de produtos, a Attow Automotive segue as normas ABNT, certificação ISO 9001:2008 e o credenciamento junto às portarias, N° 16, 238 e 301, do INMETRO. “Nossa linha de produtos, tais como terminais e barras de direção, tem como base a qualidade nas condições de fabricação, bem como a metodologia de monitoramento”, destaca Aldo Luiz Ferreira, da área Comercial. Para atender as devidas exigências em relação ao mercado do segmento de pesados, os produtos são monitorados através das realizações de testes funcionais, tais como: teste de verificação de torque rotacional, análise de ângulo de articulação, folgas axial e radial e controles dimensionais através de equipamentos devidamente calibrados, por exemplo, tridimensional, por empresa credenciada pela “RBC” Rede Brasileira de calibração (ISO17025). “Nossos produtos são inspecionados pelo menos uma vez ao ano pelo INMETRO, o qual valida a nossa capacitação técnica diante da norma ABNT NBR 16130, o que nos confere alta performance de desempenho e qualidade dos itens”, afirma. Desafios Com experiência no segmento de leves, o executivo compara as diferenças no setor de pesados, entre elas, as particularidades da cadeia de distribuição, que conta com uma menor quantidade de elos e é mais eficiente. “Outro ponto importante é o aumento de trabalhos em homologação. É comum vermos empresas de ônibus fazendo mais manutenção preventiva para não colocar em risco a vida dos usuários, no entanto a manutenção dos caminhões ainda é um problema, não são todos que fazem a revisão regularmente e esse número aumenta quando se trata de autônomos”, lamenta. Além disto, atender a todas as regiões ainda é um desafio para a Attow, que tem presença mais forte no estado de São Paulo. Porém, com o objetivo de fomentar mais os negócios e crescer a participação em todas as regiões brasileiras, Aldo comenta que a empresa tem preparado pessoas para visitar outras regiões. “Nossa ideia é fazer um acompanhamento técnico e homologação nas empresas”, emenda. Automec Para Aldo, a união dos segmentos leve e pesado na Automec representou um novo momento no setor. “Não existe um formato certo e errado, o que existe são momentos e modelos diferentes, quando a separação dos mercados foi feita pela primeira vez o setor pedia isso pelo período que vivenciava, e agora devido a outra fase que estamos
passando o segmento pediu o retorno dessa união, o que também será muito benéfico ao setor, acreditamos que essa união foi positiva”, pontua. A Attow participou da Automec no estande do Sindipeças onde pôde apresentar seu catálogo 2017, que conta com os lançamentos de 2016 e com os lançamentos que irão acontecer neste ano. “Destacamos ainda as mudanças estruturais que estão acontecendo na empresa, nos aproximamos mais de nossos clientes e fizemos contatos para futuras parcerias no exterior”, ressalta. Expectativas De acordo com Aldo, os objetivos para este ano são agressivos comparados aos de 2016. “Tivemos uma queda no ano passado, por isso, em 2017 estamos trabalhando para buscar a fatia de mercado Aldo Luiz Ferreira, da área Comercial perdida e ter um crescimento real acima de dois dígitos percentuais. Para isto, a Attow Automotive tem como foco ampliar sua atuação no mercado nacional fortalecendo as parcerias com os clientes atuais, recuperar e aproximar-se dos clientes em que houve distanciamento nos negócios e, claro, buscar novos clientes em todo o mercado nacional. Atualmente vendemos para alguns países na América Latina, com isso vamos promover mais ações que permitam o aumento das exportações, vamos contar muito com as entidades de classe que apoiam esta iniciativa”. Com alguns projetos diferenciados, o executivo revela que a empresa pretende complementar sua linha de produtos para o segmento de pesados e aumentar significativamente a sua participação no mercado de reposição, que atualmente representa 30% dos negócios da Attow Automotive, os outros 70% vão para o fornecimento aos Sistemistas (OEM) e Exportação. A empresa tem hoje 2.000 m2 de área construída e um total de 60 funcionários, entre indiretos e contratados. “Estamos trabalhando muito, e juntamente com todos os colaboradores e profissionais iremos promover reduções de custos expressivos e otimizar processos, aumentando assim de forma eficiente nossa produtividade. Com estas ações, equalizamos nosso estoque para 30 dias, uma nova realidade de mercado, bem como os estoques de matéria prima e componentes utilizados. É importante salientar que 95% destas matérias primas são nacionais, o que aumenta o índice de nacionalização para nossos clientes locais. Nós estamos em processo de retomada, e mudanças importantes ainda vão acontecer para atender ainda melhor nossos clientes”, completa Aldo.
ARTIGO
| BALCÃO AUTOMOTIVO | JUNHO DE 2017 |
TODOS ALINHADOS PARA A INSPEÇÃO AMBIENTAL
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POR: INGO PELIKAN*
É
hora de ampla mobilização entre poder público, indústria e sociedade. Todos precisam estar alinhados para a inspeção ambiental no Estado de São Paulo, onde o governo anunciou intenção de implantar em 2018 a medida para todos os veículos movidos a diesel. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a frota é composta por cerca de 1,7 milhão de veículos deste ciclo. Cada integrante dessa tríade tem papel fundamental para o sucesso do programa: o poder público, de regulamentar o sistema e fiscalizar todos os processos; a indústria de reparação, de oferecer produtos e serviços de manutenção adequados; e a população, de valorizar iniciativas como esta, afinal é enorme o ganho na qualidade do ar e, consequentemente, na saúde pública. Estudos científicos comprovam que programas de inspeção ambiental contribuem para a diminuição do índice de mortalidade nos municípios. Ao reduzirem a incidência de problemas respiratórios, que são agravados pela poluição, esses programas ajudam a encolher também o número de internações, o que gera economia aos cofres públicos. Já pensou quantas vidas poderão ser salvas se todos cumprirem as regulamentações? O IQA está aliado com a posição do Sindirepa-SP e Sindirepa Nacional sobre a importância da inspeção veicular. Durante o período de inspeção na cidade de São Paulo, um levantamento mostrou que houve redução na emissão de poluentes tóxicos pela melhoria da manutenção
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Teste Novo Honda Civic 2017 Geração 10 Sedã oferece tecnologias inovadoras de segurança e de prevenção de acidentes www.youtube.com/watch?v=y1pOamGdSF4
Dica Técnica Attow Automotive Troca do terminal de direção www.youtube.com/watch?v=U7XTTUOXH20&t=6s
www.youtube.com/ctra-videos
da frota que equivaleria à retirada de circulação de 1,4 milhão de automóveis e motos para monóxido de carbono, 850 mil automóveis e motos para hidrocarbonetos e 36 mil veículos diesel (caminhões, ônibus, vans, picapes, etc.) para material particulado (base ano 2012). Infelizmente a inspeção em São Paulo foi interrompida em 2013. Regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a inspeção visa promover a prática da manutenção periódica para manter os veículos sob condições controladas de emissão. Se os resultados de medição não estiverem de acordo com os padrões recomendados, o veículo precisa ser submetido aos reparos necessários para voltar à inspeção. Por isso, os centros de reparação devem estar preparados para oferecer o melhor atendimento possível. O Sindirepa-SP, que congrega uma considerável parcela desses centros, trabalha em prol desta preparação e conta com o apoio técnico do IQA, entidade especializada na melhoria da qualidade do setor automotivo nacional. O meio ambiente e a sociedade tendem a ganhar bastante com o programa estadual. Os ganhos seriam ainda maiores se houvesse um programa unificado como política nacional, que permitisse a expansão da inspeção para todo o mercado, a exemplo do que ocorre em alguns países europeus. Já imaginou quantas vidas mais poderiam ser salvas? *Presidente do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva
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TENDÊNCIA | P O R: R E DAÇ ÃO | F OTO S: D I V U LG AÇ ÃO
DIA DA MOBILIDADE
ELÉTRICA
Para celebrar a data, foi realizada uma carreata com veículos elétricos e híbridos de grandes fabricantes, dos mais variados segmentos, na cidade de São Paulo
O
rganizado pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e pela MES Eventos, o Dia da Mobilidade Elétrica aconteceu em 27 de maio na cidade de São Paulo. No evento, foi organizada uma carreata que levou as bandeiras verdes e sustentáveis ao trânsito da capital paulista. Como empresas apoiadoras estavam as gigantes Toyota, Mercedes-Benz, Tesla, Lexus, Porsche, Ford, Nissan, Renault, Eletra, Volvo, BYD, entre outras, que levaram para as ruas seus principais modelos e novidades. O trajeto estipulado cobriu as praças Amadeu Amaral (R. Treze de Maio) e Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, onde foi entregue o primeiro posto elétrico de abastecimento de veículos, doado pela BYD do Brasil. De acordo com Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), responsável pela organização do evento, o objetivo foi mostrar a ingressão e importância desse mercado no Brasil. Conforme o executivo, em setembro também ocorrerá o Salão de Elétricos e o público terá mais tempo para participar e conhecer as tecnologias. Desafios Embora possuam vantagens evidentes, os veículos elétricos ainda enfrentam alguns desafios para se consolidarem no Brasil. Segundo Guggisberg, o principal deles é a falta de uma política pública com incentivos específicos, como redução de impostos, o que pode baratear o custo do veículo com essa tecnologia, e assim, democratizar o seu acesso, liberação do uso da faixa exclusiva de ônibus, isenção do rodízio, bolsões exclusivos de estacionamento, acesso a algumas áreas da cidade restritas a veículos sustentáveis, entre outras. “Outras barreiras são a criação de uma malha de infraestrutura de recarga, a falta de regulação da cobrança da energia e procedimentos claros para a instalação de eletro postos”, ressalta. Apesar disso, o número de emplacamentos vem subindo e as perspectivas são de mais crescimento, tanto de mercado quanto em desenvolvimento tecnológico. Em 2016, foram 1.091 licenciamentos, ultrapassando as vendas de todo o exercício anterior, que atingiu 864 unidades. Para o executivo, os números são bastante favoráveis, porém estão aquém do potencial do País, que tem a necessidade de migrar para uma plataforma de transportes limpa e, assim, cumprir suas metas de redução de gases de efeito estufa. “Temos acompanhado aqui no Brasil uma movimentação muito grande das universidades e dos institutos de pesquisa no sentido de preparar os alunos de engenharia para atuarem neste novo mercado, com projetos que têm se destacado no cenário internacional. A proposta do Dia da Mobilidade Elétrica é fortalecer essas mensagens positivas e encorajar esse movimento de grande importância”, conclui.
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ENTIDADES
| BALCÃO AUTOMOTIVO | JUNHO DE 2017 |
P O R: R E DAÇ ÃO | F OTO: D I V U LG AÇ ÃO
NÚMEROS
do setor
Entidades divulgam resultados do mês de maio e do acumulado do ano
S
egundo os resultados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, nos cinco primeiros meses de 2017, 1,04 milhão de veículos foram fabricados, alta de 23,4% ante as 840,4 mil de 2016. Somente em maio, 237,1 mil unidades deixaram as linhas de montagem, expansão de 25,1% contra as 189,5 mil de abril e de 33,8% ante as 177,2 mil de igual período do ano passado.
apurado a média diária de vendas, para Automóveis e Comerciais Leves, cresceu 2,1% entre abril e maio deste ano, passando de 8.465 unidades para 8.642 em maio. “Se mantivermos este volume de crescimento nas vendas diárias, encerraremos 2017 com o crescimento de 2,04% nas vendas destes segmentos”, complementa.
No licenciamento de autoveículos novos, maio registrou 195,6 mil unidades, o que significa crescimento de 24,6% na análise com as 156,9 mil de abril e de 16,8% se defrontado com as 167,5 mil de maio do ano passado. No acumulado do ano, as vendas chegaram em 824,5 mil unidades, aumento de 1,6% ante as 811,7 mil de 2016.
As dezessete marcas filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, Abeifa, com licenciamento de 2.558 unidades, anotaram em maio alta de 25,1% ante o mês anterior, quando foram vendidas 2.044 unidades. No entanto, em relação ao mês de maio de 2016, a queda representou 5,1% e no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, retração de 30,7%. “O comportamento dos dados de licenciamentos de automóveis e comerciais leves, no mercado interno, em maio, mostra crescimento em maio ante o mês anterior, também na comparação com maio de 2016 e no acumulado, enquanto o nosso setor só registrou alta em maio comparada a abril deste ano. Isso se deve exclusivamente ao fato de nossos produtos estarem sob-regime de exceção, com 30 pontos percentuais adicionais do IPI, até o limite de 4.800 unidades por ano”, esclarece José Luiz Gandini, presidente da Abeifa.
Antonio Megale, presidente da Anfavea, destaca o resultado positivo dos primeiros cinco meses e reitera a importância da aprovação das reformas para a retomada: “É a primeira vez, desde o primeiro bimestre de 2014, que o acumulado do ano fica positivo sobre o ano anterior. Ainda precisamos aguardar o desempenho dos próximos meses, mas a sinalização é de que estamos de fato consolidando a estabilidade. Se as reformas propostas pelo Governo forem aprovadas, o próximo passo é voltar a crescer”. As exportações de veículos também cresceram: as 73,4 mil unidades enviadas para outros países em maio representam elevação de 21% no comparativo com as 60,7 mil de abril e de 51,1% contra as 48,6 mil de maio de 2016. Nos cinco meses já transcorridos do ano, 307,6 mil unidades foram exportadas, uma alta de 61,8% quando analisado com as 190,1 mil do ano passado. O resultado acumulado de 2017 é o melhor da série histórica. Fenabrave Foram emplacadas 285.766 unidades no quinto mês do ano contra 230.837 no mês anterior, conforme anunciado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Fenabrave. Na comparação entre os meses de maio 2017 e o mesmo mês de 2016 (264.653 unidades), o setor automotivo registrou avanço de 7,98% no período. Segundo o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior, a tendência de recuperação da economia vem se confirmando, mesmo em meio a um ambiente político incerto. De acordo com o que foi
Abeifa
Abraciclo Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, Abraciclo, mostram que em maio foram produzidas 77.730 motocicletas, o que representa alta de 20,7% em relação a abril (64.380 unidades). Contudo, na comparação mensal, a retração foi de 15,8% ante as 92.308 unidades produzidas em maio do ano passado. Já no acumulado de janeiro a maio foram produzidas 373.491 motocicletas, o que representa recuo de 2,5% na comparação com o mesmo período de 2016, quando foram fabricadas 382.970 unidades. As vendas em maio no atacado – para as redes de concessionárias – também reagiram em relação a abril. No período foram vendidas 67.859 motocicletas, alta de 10,6% sobre o mês anterior (61.342 unidades). Na comparação mensal houve recuo de 22,2%: 67.859 em maio deste ano contra 87.252 unidades no mesmo mês de 2016.
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NOTÍCIAS SINCOPEÇASSP Sincopeças-SP inicia negociações da Convenção Coletiva da Capital
Fale com o Presidente O empresário varejista tem linha direta com a Presidência do Sincopeças-SP no Portal da Autopeça. A íntegra das notícias e legislações citadas abaixo pode ser encontrada em www.portaldaautopeca.com.br
(da esq. para dir.) Antenor Braido, Marcos Francisco Wagner de La Tôrre, presidente do Sincopeças-SP Oliveira, Ricardo Patah, Francisco De La Tôrre, Álvaro Pereira e Paulo Ribeiro Em início às negociações da Convenção Coletiva para o varejo O Sincopeças-SP, juntamente com a Federação do Comércio do Estado de São Paulo e elas: manutenção da homologação de demissões no sindicato laboral ou no Ministério de autopeças de São Paulo, o presidente do Sincopeças-SP, a Confederação Nacional do Comércio, vem trabalhando diuturnamente para aprovar do Trabalho; eleição para representante trabalhista em empresas com mais de 200 Francisco De La Tôrre, recebeu na sede da entidade o presidente esse projeto de lei, trazendo equilíbrio entre as partes e confiança para o empresariado colaboradores organizada pelo sindicato; negociação direta entre patrões e empregados; do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah contratar sempre que perceber necessidade. “O grande ganho dessa reforma, sem e pagamento de horário intermitente. dúvida, será a abertura de mais vagas de emprego no longo e médio prazos”, garante O presidente do Sincopeças-SP, Francisco De La Tôrre, recebeu na sede da entidade Francisco De La Tôrre apoia os pleitos dos comerciários porque entende que tem de De La Tôrre. o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, também haver segurança jurídica nas relações de trabalho. “A reforma trabalhista vai tirar as presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores. O encontro teve como objetivo O encontro também contou com as presenças de Álvaro Pereira, 1° Tesoureiro do relações entre capital e trabalho da década de 40 do século passado e trazê-las para o dar início às negociações para a Convenção Coletiva da Capital, além de apresentar Sincopeças-SP; Paulo Ribeiro, Assessor Jurídico do Sincopeças-SP; Marcos Afonso de século XXI e vão aliviar, e muito, a insegurança jurídica que hoje norteia essas relações expectativas com relação à reforma trabalhista. Oliveira, Secretário de Imprensa da UGT; e Antenor Braido, Consultor de Comunicação e dará oportunidade às partes para se ajustarem de acordo com as suas necessidades e da Presidência da UGT. especificidades”, assegura. “De início, pleiteamos quatro reivindicações para a reforma trabalhista”, disse Patah. São
Os direitos dos empresários em caso de greve Independentemente de a greve ser declarada abusiva ou não, o risco de não recebimento dos salários nos dias em que não houve a prestação dos serviços é inerente ao próprio movimento, devendo, portanto, ser assumido, em regra, por seus participantes A análise da FecomercioSP, em atenção a consultas realizadas pelos sindicatos filiados acerca das proteções legais ofertadas ao setor empresarial em decorrência de supostas paralisações gerais, ocasionadas em razão do ambiente político-econômico que o Brasil atravessa atualmente, tem por escopo definir o instituto denominado “greve”, suas respectivas modalidades, bem como pontuar os efeitos práticos ocasionados aos grevistas, mais precisamente no que tange sua efetiva contraprestação salarial no teor do movimento. Em síntese, o direito à greve constitui garantia social aos trabalhadores, consagrada por intermédio da Constituição Federal de 1988, mais precisamente em seu artigo 9º, onde preconiza que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Segue o legislador constituinte a pontuar que a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, bem como justificará condutas capazes de caracterizar o movimento como abusivo. Partindo-se desse pressuposto, ressalta-se que o dispositivo legal em questão veio a ser regulamentado em razão da promulgação da Lei n.º 7.783, de 28 de junho de 1989, que dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras providências. Tal diploma legal traz em seu artigo 1º que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Já o artigo 2º dispõe que, “para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador”. Após trazidos os objetivos específicos da norma regulamentadora do direito de greve, observa-se que o artigo 3º da lei em estudo define as situações fáticas as quais, dada sua ocorrência, haverá o direito a proclamar a greve. Eis os termos: Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho. Nesse contexto, definiu o legislador de forma taxativa que o direito à greve poderá ser utilizado tão apenas nos casos em que se encontre frustrado o processo negocial coletivo da respectiva categoria econômico/profissional. Porém, conforme visto anteriormente, a greve constitui garantia social aos trabalhadores, razão pela qual alguns estudiosos do direito interpretam sua extensão de maneira mais abrangente do que tão somente à frustração da negociação coletiva, propriamente dita. Sendo assim, tal contexto aplicar-se-ia também a fatos político-econômicos, os quais interferem efetivamente no cotidiano dos trabalhadores, como, a exemplo, os recentes escândalos de
corrupção que assolam o País, bem como as reformas atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Tal controvérsia passou a existir a partir da revogação da Lei n.º 4.330, de 1º de junho de 1964, que regulava o direito de greve no ordenamento jurídico nacional. Nesse diploma, havia, de forma expressa, no bojo do inciso III, do artigo 22, que a greve seria reputada ilegal quando deflagrada por motivos políticos, partidários, religiosos, sociais, de apoio ou solidariedade, sem quaisquer reinvindicações que interessem, direta ou legitimamente, à categoria profissional. Contudo, com a promulgação da Lei n.º 7.783/89, a qual revogou a Lei n.º 4.330/64, em sua totalidade, deixou de vigorar tal dispositivo que reputa como ilegal a paralisação quando deflagrada por motivos outros que não seja a frustrada negociação coletiva. Nessa seara, existem dois posicionamentos doutrinários amplamente contrapostos, os quais serão trazidos para conhecimento. O primeiro deles apega-se à literalidade da norma, isto é, o legislador reputou constitucional o direito à greve tão apenas caso materializada a frustração da negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral. Por outro lado, corrente diversa utiliza-se das disposições constitucionais atualmente vigentes no sentido de que o direito de greve, por constituir garantia social aos trabalhadores, legitimou a revogação, por parte da Lei n.º 7.783/89, a dispositivos que restringiam a greve às relações laborais, conforme dispunha o inciso III, do artigo 22 da Lei n.º 4.330/64, anteriormente trazido. Logo, teria então o direito à greve uma maior amplitude, passando a abranger também tais condições fáticas, que não só a negociação coletiva, efetivamente. Todavia, mesmo para aqueles que se filiam à tese apontada no parágrafo anterior, a lei atual prevê uma liturgia específica para que o movimento grevista possa ser considerado legítimo. Nessa esteira, eis o que dispõe o artigo 4º da lei em comento, e seus respectivos parágrafos, como segue: Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços. 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quórum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve. 2º Na falta de entidade sindical, a assembleia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os fins previstos no “caput”, constituindo comissão de negociação. Nesse teor, caberá ao sindicato laboral convocar, nos termos de seu estatuto social, a categoria representada para tratar das reinvindicações em questão, bem como definir sobre a necessidade da paralisação coletiva da prestação de serviços.
Sequencialmente, preconiza o artigo 14 que constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na lei em questão, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho, respondendo civil e criminalmente aqueles que se dispuserem em contrário. Sobre os efeitos práticos da greve nas relações laborais, disciplina o artigo 7º que, “observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, serem regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho”. Por oportuno, destaca-se que a participação na greve, por força legal, suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, serem regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Para ilustrar em termos práticos a abrangência do dispositivo em apreço, mais precisamente no que tange à remuneração dos trabalhadores em decorrência do movimento grevista, traz-se abaixo decisão do Tribunal Regional do Trabalho – TRT, 2ª Região, o qual, em sede de Recurso Ordinário, Processo n.º 0001443-32.2015.5.02.0049 - 13º Turma, Relator Desembargador Paulo José Ribeiro Mota, decidiu a questão, nos termos a seguir: EMENTA. DESCONTO SALARIAL. PERÍODO DE SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO O entendimento consolidado da SDC do C. TST é no sentido de que, independentemente de a greve ser declarada abusiva, ou não, o risco de não recebimento dos salários nos dias em que não houve a prestação dos serviços, é inerente ao próprio movimento, devendo, portanto, ser assumido, em regra, por seus participantes. O art. 7º da Lei 7.783/89 prevê que a participação em greve suspende o contrato de trabalho. Logo, contrato suspenso, não é devida contraprestação nos dias não trabalhados. O acordo homologado em sede de Dissídio Coletivo (Processo nº 1001167-68.2014.5.02.0000) nada dispôs sobre o pagamento de qualquer tipo de reparação moral em relação aos descontos realizados, até porque, a ré já havia providenciado o pagamento dos meses em que houve desconto. Logo, não existindo norma coletiva, laudo arbitral ou decisão judicial dispondo em sentido diverso, os descontos salariais realizados no período de suspensão do contrato de trabalho não configuram ato ilícito da reclamada, uma vez que a hipótese encontra-se prevista em lei. Sem a comprovação da prática de ato ilícito, não há que se falar em dano moral. Recurso do autor a que se nega provimento. Sendo assim, decidiu a corte que, consoante jurisprudência dominante sobre a matéria, independentemente de a greve ser declarada abusiva, ou não, o risco de não recebimento dos salários nos dias em que não houve a prestação dos serviços, é inerente ao próprio movimento, devendo, portanto, ser assumido, em regra, por seus participantes. Para justificar tal entendimento, elencou no
acórdão, recente posicionamento do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, 3ª Turma, Processo n.º 0012790-18.2015.5.15.0076, Relatora Desembargadora Ana Paula Pellegrina Lockmann, julgado em 01/06/2016, no qual frisa, entre outros termos que (...) “na presente hipótese, não existindo norma coletiva, laudo arbitral ou decisão judicial dispondo em sentido diverso, os descontos salariais efetuados no período de suspensão do contrato de trabalho não configuram ato ilícito do reclamado, pois, na hipótese, encontrase suspensa a obrigação de o empregado prestar serviços e, em contrapartida, a obrigação de o empregador pagar os salários (...)”. Pelas razões acima, conclui-se que, mesmo respeitando todas as condições aqui postas para validação do movimento grevista, havendo ausência de norma coletiva, laudo arbitral ou decisão judicial dispondo em sentido diverso, encontra-se dispensado o empregador de realizar o pagamento do período grevista, em razão da ausência de contrapartida efetiva da prestação de serviços por parte do empregado. Todavia, há de se destacar também que, em paralisações que atinjam serviços essenciais como aqueles voltados à área dos transportes públicos, a exemplo, essas dificultam ou até mesmo impedem a realização do trajeto do trabalhador à empresa, razão pela qual não se deve, em hipótese alguma, confundir tal fato à sua adesão ao movimento deflagrado. Ademais, deverá sempre o empresário atentar-se às disposições contidas na norma coletiva de sua respectiva categoria, as quais tutelam situações fáticas passíveis de abonar sua ausência no trabalho, a exemplo de caos social, falecimento familiar, realização de exames, procedimentos médicos, dentre outros. Por todo o exposto, conclui-se que o movimento grevista, para que seja caracterizado sua efetiva validade, deverá respeitar os ditames previstos na Lei n.º 7.783/89, quer seja em relação à convocação da categoria nos termos do estatuto social da entidade sindical laboral, a elaboração precisa da pauta de reinvindicações em questão, bem como à justificativa expressa acerca da necessidade de paralisação coletiva da prestação de serviços. Por outro lado, caso não sejam observadas tais ações, deverá o movimento ser declarado abusivo, respondendo os responsáveis nos exatos termos da lei, além de restar legitimado desconto no que tange à remuneração daqueles que integraram a ação. Ademais, conforme decisões judiciais elencadas no estudo em questão e que balizam a abrangência da lei em estudo, em havendo ausência de norma coletiva, laudo arbitral ou decisão judicial dispondo em sentido diverso, encontra-se dispensado o empregador de realizar o pagamento do período grevista, em razão da falta de contrapartida efetiva da prestação de serviços por parte do empregado. Fonte: FecomercioSP
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