Vladmir Brichta Viajantes do mundo.
Termina a jornada de Leonardo e Rachel
encontra seu personagem em Rocky Story
Papo surreal com Jared
00073 9 772237 558005
ISSN 2237-5589
R$ 10,00 ano 12 no 73
Leto
Azul ĂŠ a cor
mais quente
Editorial hype
Não misture as coisas Todo novo ano que se inicia vem carregado de expectativas positivas, esperanças e desejos de renovação. Mas 2016 não foi, exatamente, um ano que deixou recordações dignas de guardar-se na memória. E, para completar, 2017, segundo os especialistas de plantão, também não será um ano fácil. Mas se formos por este caminho – de só lamber feridas e lamentar as perdas (maiores do que os ganhos, para grande parte da população), ficaremos paralisados diante do que virá pela frente. E esta, decididamente, não é a melhor alternativa. Por isso, recomendo que você não misture as coisas, e faça como o ator Vladimir Britcha, entrevistado desta edição. Para que sua relação com a mulher, também atriz, Adriana Esteves, não acabe se desgastando, como é comum a quem trabalha e mora junto, o casal, sempre que pode, assiste a um filme, sai para jantar, encontrar amigos e namorar.Porque, para tudo, tem a hora de parar, garante ele. É o caso de Leonardo Spencer e Raquel Paganotto. Ambos trocaram o emprego por uma vida de aventura, viajando pelo mundo. A saga do casal, que Hype registra nesta edição, em matéria especial, está virando livro, e serve de inspiração para você que cansou- se do papel de espectador e quer ser protagonista da própria história. Eu acredito que protagonismo, coragem, fé e determinação, não exatamente nesta ordem, podem nos ajudar a encontrar a cobiçada luz no fim do túnel. Acenda sua lanterna! Boa leitura! Betty Feliz
Editora Betty Feliz
Colaboradores Ana Laura Nahas Antônio Carlos Félix Cláudia Feliz Eduarda Santos Luis Taylor Marcelo Netto Mariana Reis Sylvia Lis
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A voz do leitor Por e-mail
Vocês acertaram na mosca ao entrevistar, na última edição, o ator Russel Crowe! Adoro este australiano, e não sabia de sua separação da mulher, a atriz Danielle Spencer. O bom é que o casal se reconciliou. Quero mais entrevistas com artistas.
Vitor Pasqualino
Achei um luxo a matéria sobre a transmulher Laysa Machado, publicada na edição número 72. Luto pela causa LGBTT e parabenizo a revista pela publicação da entrevista, coisa que a maioria dos veículos do Estado não tem coragem de fazer, por tratar de um tema, para muitos, tabu, mas para nós, que defendemos a causa, ignorância e atraso.
Carmem Verônica
Adoro as entrevistas que a revista publica na seção Zoom, e curti, especialmente, a da secretária de Comunicação do Estado, Andréia Lopes. Gostei de saber que, além de competente, ela é praticante e, como eu, apaixonada por esporte.
João Victor Vieira
Tenho paixão por moda e sustentabilidade. Sou fã da designer Jacqueline Chiabay, e achei linda a capa da última edição, com um de seus vestidos, feito em parceria com o projeto As Novas Marias. Parabéns também ao fotógrafo Faelo Ribeiro, pela qualidade das fotos.
Mônica Ferreira Neto
Pelo face
Sempre antenada!! Sempre curti muito ler a revista Hype. Parabéns a toda equipe.
Rowena Tovar
Melhor revista capixaba, informação, moda, inovação! Imperdível!!
Gilson Mansur Filho Hype é beleza!!!
Jose Antonio Neffa Adoro esta revista. É a melhor do Espírito Santo!
Veronica Meira
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Sumário hype
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22 Turismo
» Hélia Magnago adora viajar e coleciona boas recordações de suas andanças. Para ela, no entanto, não há pior parceiro de viagem do que bagagens e espera nos aeroportos.
Papo Surreal
Entrevista
» Quem viu Jared Leto como
» Vladmir Brichta está feliz,
Coringa, ou na pele de uma vivendo o personagem Guilherme, transexual, em Clube de na novela Rocky Story. O ator Compras Dallas, sabe que o trocou o violão “fajuto” da vida real ator, líder de uma banda de pelo famoso guitarrista da ficção. rock, é surpreendente.
Narciso » Ele seduz, atrai, provoca sensações. Sim, há um cheiro de perfume no ar, mas o verão exige que se tenha cuidado: calor e suor não combinam com aromas fortes.
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Casa
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» Imagine um ambiente colorido,
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alegre e convidativo. A arquiteta Eduarda Santos ensina como fazer de sua mesa de verão um convite aos encontros e à celebração.
Especial
Zoom
» Em busca de cultura,
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» À frente do Prêmio Ecoera, a
aventura e emoção, o casal de brasileiros Leonardo Spencer e Rachel Paganotto visitou 78 países e, de volta, ao Brasil, trouxe muitas histórias.
ex-modelo Chiara Gadaleta vem construindo uma ponte entre os mercados de moda, beleza, design e as atitudes sustentáveis que tão bem defende.
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E mais
Entrevista Entrevistahype hype
VLADMIR BRICHTA
“Gosto de cantar quando estou feliz” O ator, famoso por encarar papéis divertidos na TV, diz que seu personagem, Guilherme, em Rocky Story, trama das sete, na Rede Globo, é uma mistura de Johnny Deep com o guitarrista Chris Cornell - com quem, aliás, ele se acha mais parecido. Nesta entrevista à jornalista Ester Jacopetti, Brichta fala da carreira, de seu retorno às novelas, diz que toca violão “fajuto” e que não canta quando está triste. Confessa que conversar sobre trabalho, em casa, com a mulher, a atriz Adriana Esteves, não atrapalha a relação do casal, mas que“ tem a hora de parar.” Por Ester Jacopetti/ Fotos: Globo/ César Alves / João Cotta
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Sua última atuação em novela foi em Belíssima (2005). Como está sendo esse retorno?
ca. A novela fala um pouco da mudança de geração, o que é bacana. Esse assunto está sendo muito bem abordado. O Guilherme é um roqueiro meio decadente. É no meio de um conflito que ele descobre que tem um filho, que também é talentoso, e cria uma “boy band” pra voltar às paradas e competir com o arquirrival, que é o personagem do Rafael Vitti. É legal dizer que eu sou o coroa da novela, tenho 40 anos e dois filhos. Tem um encontro de gerações que é muito bom. Cada um alimenta-se do outro.
» Pois é, já se passaram 11 anos. Desse tempo pra cá, muita coisa mudou. Estou me achando melhor. Talvez por causa da minha maturidade profissional e a experiência que acumulei. Tem a ver com o próprio desenvolvimento da televisão, em si. Hoje em dia, trabalhamos com o mesmo equipamento que usamos no cinema. Nos alimentamos com referências de seriados. E experimentamos os folhetins clássicos, que são características das novelas. Evoluímos muito, em termos de linguagem, e estamos num lugar bem interessante. Isso me agrada muito. Sinto-me bem à vontade, voltando às novelas nesse momento da TV.
Como você descreveria seu personagem?
» Ele tem um temperamento mais explosi-
Nesse período, você ficou bastante focado no humor. Poderia afirmar que esse é o tipo de gênero que mais lhe agrada?
» Curiosamente, desde quando eu comecei,
em 2001, fiz bastante humor na televisão. Mesmo nas novelas, eu estava envolvido com o núcleo cômico. Passei 11 anos longe, mas estava fazendo séries de humor. Foi bom, porque é um universo que me agrada. Eu gosto e sei fazer. Mas está sendo bacana voltar, numa trama na qual eu não sou responsável pela parte do humor. É legal até para o público de televisão, que me acompanha há bastante tempo. Eles irão me ver de outro jeito, em outro gênero. É uma troca muito boa, saudável.
Como tem sido interpretar um roqueiro? Você comentou que as pessoas vão vê-de outro jeito...
» Essa trama tem muito de novela das sete, além de ter muita música. Isso traz um frescor muito bom. Temos uma juventude muito talentosa, envolvida com músi-
Pra fazer o Gui eu me inspirei no Johnny Depp
vo, brinca um pouco com o estereótipo do roqueiro. É muito rico para o personagem, porque é impulsivo. Isso o torna mais interessante. Os erros que ele acaba cometendo decorrem mais da impulsividade. É a falta de tranquilidade. É bacana fazer, porque consigo ver a curva do personagem. Ele vai mudar um pouco, porque se torna pai de um filho adolescente. O temperamento será afetado. Pra fazer o Gui eu me inspirei no Johnny Depp, porque ele também tem uma banda. Peguei um pouco dele. Comentam que eu estou parecido com o Chris Cornell (guitarrista do Audioslave). Achei parecido mesmo, e cheguei até ler algumas biografias e tudo mais. Tomo todo o cuidado para não deixá-lo caricato, e saberia se isso acontecesse.
Já que você falou em música, o que ela representa para você?
» Sempre gostei de música, já fiz alguns musicais no teatro, cantei no cinema e na televisão também. A música é muito presente, e ouço sempre que possível. Gosto de cantar quando estou feliz, mas quando estou triste não. Esse personagem me provocou uma grande pesquisa, porque o que é rock nos dias de hoje?! Eu tive que buscar minhas referências, e ao invés de só tentar buscar, também procurei escutar coisas antigas.
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Entrevista hype fajuto, e achei que poderia ajudar, mas é muito pouco, porque tem um jeito especifico de tirar o som da guitarra, que não é parecida com o violão. Infelizmente, não fui capaz de tocar ao vivo também.
O público desse horário é bem diversificado... Inclusive, tem muitos adolescentes acompanhando a trama. Você está preparado para esse público?
» Eu estava gravando com o Nicolas (Prattes)
e uma menina pediu pra tirar uma foto com ele. Ela disse: “Tio, posso tirar uma foto com você?”. O Nicolas me olhou, sem entender. Eu disse: “Dessa menina você já é tio”. Já crescemos tio de alguém. Não sei se estou preparado para o público adolescente. Não sei o que vai ser. Eu tinha um público dessa idade, na época de “Tapas & Beijos”. Eu não faço ideia, do que eles irão achar de mim. Remete também ao meu início na televisão. Eu não sabia como ia bater o meu trabalho. Fiz o meu melhor e deu certo. Se eu virar o tiozão roqueiro, vou ficar bem feliz.
As mudanças não foram apenas na questão de praticar aulas de guitarra e voz, mas também no visual, que está super radical...
Bandas como Legião Urbana, Titãs, Ira, Paralamas do Sucesso, Lobão, e muitas estrangeiras também. Esse personagem não deixa de ser um presente, porque me aproxima muito desse elemento, chamado música. O Gui é guitarrista e cantor. Na parte de canto, já foi mais fácil, mas voltei a fazer aulas porque é preciso exercitar-me. A música de abertura da novela, sou eu quem estou cantando. O nome é “Nossa Hora”. Eu gravei numa boa. Na verdade, eu queria cantar e tocar ao vivo, mas seria muito complicado. Agora, para tocar foi um pouco mais complicado. Eu toco violão bem
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As duas tatuagens são do personagem. Demoro vinte minutos pra colocá-las. Elas são feitas de silicone, e duram em média uma semana. Estou usando brinco também. Em casa, o pessoal estranhou um pouco. Eu já tinha a orelha furada. O menor olhou o brinco e falou que gostou. O cabelo, dei uma mudada. O comprimento é todo meu, mas coloquei um volume, tipo um aplique. Não sei como se chama isso (risos). Mas em breve, a gente tira também. Quando eu fiz “Justiça” eu estava com o cabelo que lembrou minha adolescência (risos). Eu me surpreendia quando olhava no espelho, mas não achava estranho. Eu tive cabelos assim, dos doze aos vinte anos, cumpridos e loiros. É engraçado porque eu trabalhei na praia,
em um quiosque, com a minha mãe. Nós vendíamos coco, e esse universo praiano, era muito familiar pra mim, não é distante.
Você já comentou que fazer seriados e deixar as novelas de lado não foi um caso pensado, mas, de alguma forma, foi uma decisão sua?
»
Foi uma opção minha sim. Quando terminei “Belíssima”, entrei em uma crise pessoal, de trabalho em si. Percebi que não estava feliz. Foi quando negociei com a televisão. Era uma época, que eu queria me dedicar mais ao teatro, que é de onde venho. O meu rendimento estava ruim. Fiz duas peças. Não demorou muito, e surgiram vários convites para fazer séries. Em cinco anos, havia feito cinco novelas. Surgiu uma, mas não fiz. Fiz “Tapas e Beijos”, e segui o meu caminho. Fiz “Justiça”, e agora essa novela. E ainda tem “Zózimo”, que é uma série do Mauro Wilson, sobre um detetive, que se passará nos anos 50. É isso. Aceitei participar dessa trama porque amei o enredo. Gosto de me desafiar. Não consigo tocar ao vivo a guitarra, e fiquei puto da vida.
Mas você sentia uma cobrança por parte do público?
» Cobravam muito, mas enquanto eu estava
em “Tapas e Beijos” pararam um pouco. As pessoas ficam intimas, né?! Hoje em dia, me cobram a volta do seriado (risos).
“Justiça” fez muito sucesso, e você comentou sobre a importância dos seriados. Acredita que seu personagem foi um divisor de águas na carreira?
» Pode ser. Muitos falaram que eu estava
num tom diferente, mas alguns não acompanharam o meu trabalho no cinema, ou no teatro. Mas, tudo bem também. São públicos diferentes. Eu estava realizando um tipo de linguagem, que frequento desde o início da minha trajetória. Para o público de televisão, de fato aquilo é novo, é surpreendente. Eu me beneficiei disso. Fiquei muito feliz com
Aceitei participar dessa trama (Zózimo) porque amei o enredo
o retorno do público e da crítica. O elenco era realmente o ponto alto desse projeto, e também, de eu sair um pouco da chave do humor na televisão. O grande público assiste televisão e vai pouco ao cinema e teatro. Se um filme fizer um milhão, é de fato um dia de uma televisão ligada. Eles conhecem o meu trabalho, pelo humor. Não deixou de ser, para mim, um exercício e uma oportunidade de poder trocar, e o público me ver num gênero diferente. Isso é bacana e me anima bastante. “Justiça” foi uma série inovadora e ousada. Quando recebi o convite, aceitei na hora. A trama foi muito bem elaborada. As histórias eram pesadas, e o público teve a oportunidade de ver a mesma cena, mas de um ponto de vista diferente. É o exercício de julgar. Pra mim, é justo e correto, mas pra outra não. Então, na verdade, reverbera um pouco esse estilo que cada um de nós tem, uma opinião diferente sobre o que é correto. Você pode exercitar-se, na linguagem. Esse projeto foi um triunfo.
Foi nessa série que você e a Adriana, depois alguns anos, voltaram a atuar juntos...
» Pois é. Depois de tanto tempo, né? Mais
de dez anos. Nosso último trabalho na televisão, juntos, foi na novela “Kubanacan” (2003). Sempre vibrei com as coisas dela. E, sem esperarmos que fosse acontecer, virou realidade.
Falar sobre o trabalho em casa é bom para a relação de vocês?
» Ah, é bom, mas também tem a hora de
parar, de colocar um filme, sair pra jantar, encontrar os amigos, namorar. Antes de eu ser marido dela, era um grande admirador do trabalho da Adriana. Fã, admirador mesmo! Não tem como eu ignorar o fato, de que ela realiza um grande trabalho. A recíproca, modéstia parte, é a mesma. Gostamos do que o outro faz. Eventualmente, se fala que um casal compete, mas não existe isso entre nós. Nos estimulamos, nos provocamos no melhor sentido.
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Narciso hype
Um sussurro
perfumado
Quando o assunto é aroma, nem sempre se consegue unanimidade. Claro! Afinal, cada pessoa e cada olfato têm sua sensibilidade e gosto particulares. Mas uma coisa é inegável: um bom perfume deixa marcas no ar. Impressiona, seduz, atrai... Com a chegada do calor, no entanto, há que se ter cuidado para não exagerar na dose, porque opções deliciosas não faltam.
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» Para ela, Eau de Parfum Intense, da
Quatre, à base de frutas. Para ele, Eau de Toilette Quatre Intense pour Homme , que mistura bergamota e pimenta preta.
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» A deo colônia Prélude
» Animale Instinct Femme EDP exala
aromas de flores, bergamotas e gardênias. Animale Instinct Homme EDT promete acender “os instintos mais primordiais”
Blanche,da Eudora, é a aposta da. Vem com a promessa de sofisticadação e fragrância envolvente
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» Liderando o mercado de luxo
há 100 anos, a italiana Acqua di Parma aposta em Magnolia Nobile, em cuja linda caixa estão Eau de Parfum, Sublime Body Cream e Sublime Bath Ge
publieditorial
Um novo rosto, depois da bichectomia Popular entre as celebridades Angelina Jolie, Jennifer Aniston, Natália Cassola e Adriana Bombom aderiram - a bichectomia, procedimento cirúrgico que deixa o rosto mais fininho na região das bochechas, tem ganho cada vez mais adeptos e despertado a curiosidade do público. Mas, “afinal, o que é mesmo bichectomia?”, continua sendo a pergunta recorrente.
C
onvidamos a cirurgiã dentista Mariana Laranja Roeder para elucidar a questão. Ela tem atendido,em seu consultório, no edificio Empire Center (Praia do Suá), muitas pacientes em busca do procedimento. “A principal indicação da bichectomia era para quem mordia a bochecha. Muitas pessoas sofrem com este problema, e a cirurgia, ao remover a bola de bichar –um tecido adiposo localizado nesta área – evita a mordida traumática”, explica Mariana. Percebeu-se, então, que este procedimento também promovia um “afinamento” no rosto, logo abaixo das maçãs. A partir de então, a bichectomia tornou-se um recurso estético muito desejado e praticado. Mariana explica que a bola de bichar está presente ao nascer, e é importante para a sucção, no ato de mamar.”Depois que você cresce, removê-la não traz qualquer consequência”, assegura a dentista. Mas ela aleta que é preciso avaliar cada caso, e só quem pode fazê-lo é o dentista e o cirurgião plástico, os únicos profissionais autorizados a realizar este procedimento cirúrgico. O tamanho da bola de bichar varia de pessoa para pessoa. E, para retirá-la, é utilizada uma anestesia local, igual àquela usada na extração de dente. A incisão é de apenas um centímetro, e basta um simples ponto para fechá-la. A cirurgia dura, em média, 30 minutos. O pós-operatório requer os mesmos cuidados de uma extração de dente. O paciente é medicado
» Mariana: procedimento melhora o contorno da face e orientado para aplicar gelo no local nas primeiras 48 horas, evitar esforço físico e não expor-se ao sol durante uma semana. “Também peço que ele dê preferência a alimentos gelados, evitando os muitos duros”, completa Mariana. Para quem imagina que a retirada da bola de bichar possa provocar flacidez nos tecidos da face, a ortodontista esclarece: “O que sustenta a nossa face são os músculos, que, com o tempo, vão ficando flácidos. A bichectomia em nada influencia no envelhecimento da pessoa. Ela, realmente, torna o rosto mais afinado e harmônico”, diz Mariana, que também é especialista em aplicação de lentes de contato, botox, e preenchimento facial.
@dra_mariana_laranja dra_mariana_laranja
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Vida hype
É preciso
Mariana Reis Educadora física, personal e posing fitness coach
muito talento O
para envelhecer
envelhecimento da população é um fenômeno mundial, e, claro, se repete aqui no Brasil também. Segundo o IBGE, no ano de 2030 o Brasil terá a sexta população em número absoluto de idosos. Oh, céus! Muitas pessoas, como eu, desejam chegar à velhice. Mas muitas também negam que tenham chegado. Acho triste... É bem assim – Algumas condições físicas ocorrem com mais frequência com o passar dos anos. O nosso corpo passa por várias mudanças: de crianças passamos para a adolescência – e quantas alterações hormonais ali acontecem –... De adolescente a adulto e de adulto, idoso. Mas essas transformações podem ser amenizadas com cuidado com o organismo. A alimentação e a prática de exercícios podem diminuir os impactos e tornar ativa e mais prazerosa essa nova fase. Começar desde cedo – É o ideal! Numa dessas viagens ao exterior que fiz com a ginástica artística, o que me chamou mais atenção foi ver os idosos circulando e vivendo plenamente sua velhice. Tinham autonomia e disposição para suas atividades do cotidiano. E a resposta para isso? Fazem gi-
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nástica desde criança. Ao contrário de nós, brasileiros, que não temos a cultura dos exercícios físicos. É triste, mas é real – O Centro Nacional de Estatística para a Saúde estima que cerca de 84% das pessoas com idade igual ou superior a 65 anos sejam dependentes para realizar as suas diárias, constituindo-se no maior risco de institucionalização. Estima-se que em 2020 ocorrerá aumento de 84 a 167% no número de idosos com moderada ou grave incapacidade. Qualidade de vida ruim e dependência – Fuja! O envelhecimento induz a perda da capacidade funcional, ou seja, o idoso diminui sua massa muscular que, consequentemente, diminui a capacidade de gerar força, equilíbrio e, claro as chances para as temidas quedas e fraturas, tornam-se ainda mais reais. Que qualidade é essa? – É claro que, estamos falando de uma maneira bem mais simples e não cabe aqui detalhar sobre qualidade de vida, até porque é muito multidimensional esse entendimento e cada um encara de forma bem diferente. Mas tem muitos fatores envolvidos – De um modo geral,
envelhecer significa estar feliz e satisfeito com a vida atual e ter expectativas positivas sobre o futuro. Bem-estar físico e psicológico, autonomia, vínculos sociais, trabalho, diversão etc., devem ser considerados para uma boa qualidade de vida. E os exercícios? Já que é inevitável vamos reverter! – Hoje é muito comum ver idosos frequentando academias, especialmente as salas de musculação. E uma coisa posso dizer: ninguém obtém mais benefícios com a atividade física do que os idosos. A melhoria na qualidade de vida não aparece somente no combate direto às doenças, mas, também, na área psicológica. A atividade física regular desencadeia muitas alterações hormonais, como a serotonina, que regula o humor e a memoria (xô depressão!), a acetilcolina (xô alzhaimer) e a endorfina, que reduz o estresse. Finalmente, “só o ferro salva”! Brincadeiras à parte – A musculação é uma poderosa aliada para diminuir as transformações do corpo ocasionadas pela passagem do tempo e ainda, a musculação age de forma direta no cérebro, deixando-o mais ativo, sem danos. Partiu treinar!
Divã hype
Antônio Carlos Félix das Neves Psicólogo, psicanalista e membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitoria neves@gmail.com
Os acasos H
á quem não dê bola para o Acaso. Mas eu, não! Sempre achei que o Acaso fosse algo sério, beirando ao destino. O Acaso fala, mesmo que seja mudo. Se ele, às vezes, se repete, deveríamos desconfiar: do mesmo tipo de namorado (a), do retorno de certos fatos da vida, das doenças que se deslocam, desafiando diagnósticos médicos, dos fracassos acumulados e das queixas que não se desfazem. O Acaso nos convida a perder um pouco do controle, mostrando que a vida não deve ser tão previsível, embora tenha sua lógica. O Acaso é como enigma, se fizermos dele uma questão: o que este Acaso quer de mim? Ora, todo mundo tem seu A (caso). Isso! O Acaso é seu caso mais íntimo, estranhamente familiar. Ele se faz presente, insiste, mas você o ignora como se fosse obra do acaso. Perde-se, então, a oportunidade de aprender com ele. O Acaso anda pelo mundo à espera de uma interpretação. Ele é só seu, de mais ninguém! Não perca tempo vitimizando-se diante das coisas que lhe acontecem por Acaso, pois você, de alguma forma, contribuiu para que ele existisse. Por um acaso você se esquece dos nomes próprios ou dos nomes das coisas, regularmente, produz lapsos de linguagem e de escrita, promove atos descuidados, ou se machuca com frequência, faz rir as pessoas de forma espirituosa? Bem, não se preocupe, pois essas psicopatologias
da vida cotidiana falam, a despeito de você querer ou não. Elas nos surpreendem veiculando outros sentidos, inconsciente, nas entrelinhas de cada Acaso. Acaso você acredita nisso?
Ilustração: Fernando Augusto
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Papo surreal hype
Jared Leto
Talentoso e
provocador
Ator, diretor, cantor e compositor americano. Vocalista da banda 30 Seconds to Mars, ganhador de diversos prêmios musicais. No cinema, um Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante por interpretar uma transexual em Clube de Compras Dallas. Em 2015, viveu um assustador Coringa no filme Esquadrão Suicida. Uau! Jared Leto não é qualquer coisa, não!
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E
le teve uma infância conturbada. Sua mãe, Constance Leto, divorciou-se de seu pai quando Jared tinha apenas dois anos. Ela voltou a se casar, desta vez com um italiano, do qual Jared e seu irmão, Shannon, adquiriram o sobrenome Leto. Jared teve seu primeiro emprego aos 12 anos, como lavador de pratos. Foi também aos 12 anos que comprou sua primeira guitarra. O primeiro instrumento que aprendeu a tocar foi um velho piano quebrado, quando ainda era criança. Constance Leto sempre incentivou a arte em família. Jared cresceu tocando e cantando rock clássico, de Pink Floyd a Led Zeppelin. Estudou Artes e queria ser pintor, mas acabou na New York School of Visual Arts, onde se formou em cinema. Em uma entrevista, disse que estava em dúvida se seria pintor ou traficante. Isso já dá uma ideia de quem é este provocativo, lindo e talentoso personagem. Neste nosso bate-papo ficccional, onde nem tudo é ilusão, divirta-se tentando descobrir o lado verdadeiro da história.
Você disse em uma entrevista que cresceu em “ um ambiente de atores, músicos, fotógrafos, artistas e pessoas diferentes e teatrais”. Foi isso que o levou à música e ao cinema?
»
Certamente! Mas também uma dose extra de inquietude e uma necessidade muito grande de me expressar de forma pouco convencional.
Em qual destes papeis você acha que deixou sua marca mais profunda: como o Coringa, de Esquadrão Suicida, ou como Rayon, personagem de Clube de Compras Dallas, com o qual você ganhou o Oscar de ator coadjuvante?
»Difícil responder... O Coringa foi um desafio
pesado, depois do desempenho magistral de Heath Ledger, (morto, precocemente, aos 28 anos, em 2008 ). Mas a coisa toda, no final, me divertiu. Já Rayon exigiu mais intensidade, além do fato de eu ter tido que emagrecer bastante para encarná-lo.
Você acaba de participar de uma campanha promocional do perfume Gucci, Guilty for Him. Nela, contracena com duas modelos, em um vídeo bem erótico, sugerindo um triângulo amoroso...
Em sua adolescência, segundo suas próprias declarações, você se sentia meio marginal. Esta sensação ainda permanece?
» Isso passou... Já faz tanto tempo,que eu
nem me lembro mais porque me sentia assim. Acho que era para fazer gênero. (risos)
Em qual dos papéis você se sente mais confortável: no de músico ou no de ator?
» Os dois me completam. Mas nem sempre
é fácil. Eu me arrisco a dizer que é como ter duas amantes.
Quando você gravará o próximo álbum de sua banda (30 Seconds to Mars)?
» Estamos trabalhando neste projeto, escolhendo as músicas...
Já pensou em uma carreira solo?
»Já tenho uma! No cinema. Você é envolvido com questões ambientais... O que o levou a assumir este lado solidário?
» Sinto que devo retribuir ao mundo alguma
coisa e isso, para mim, é um privilégio. O nosso planeta vive em estado de risco permanente e necessita de ajuda.
»Ah, eu adorei interpretar este triângulo com duas mulheres lindas, como Julia Hafstrom e Vera Van Erp...
Você se acha sexy?
»Jamais! Sou apenas um cara magricela de olhos azuis, um tanto provocador.
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zinsk.jeans
zinskoďŹ cial
Consumo hype
Irresistíveis objetos de desejo Admita: você não resiste a um novo acessório, não é mesmo? Hype também! Por isso, garimpamos novidades o tempo todo e,nesta edição, a última do ano, fomos ainda mais longe na busca de bijoux e outros itens que têm tudo para conferir aquele up em seu visual. Confira!
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»Q ue tal os óculos
Iódice para C&A?
» E stes brincos e o bracelete da Bo.Bo são irresistíveis
3
» Delicada e
feminina: clutch rosa de Patrícia Bonaldi
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»D a Ceres, estes
brincos esbanjam cor e estilo
» O tamanco
laranja Djean levanta o visual
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»A s bolsas
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» C omo resistir ao chapéu e ao colar de Lenny?
estampadas da Enfim fazem a diferença no look
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»U m charme, o modelo de sandália Dress to Go
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» São mesmo tentadoras: carteira e chutch floral Pat.Bo
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Turismo hype
Viajando.com
Hélia Magnago Fotos: arquivo pessoal
Formada em Belas Artes, empresária por mais de mais de 30 anos, quando ela não está viajando, circula entre Vitória e Iriri, onde seu marido e seu “filho do coração” moram. Costuma brincar ao dizer: “Agora sou do lar”.
A
pesar de discreta e low profile, Hélia Marques Magnago não abre mão de viajar pelo mundo, porque adora conhecer outras culturas e ampliar seus horizontes. É com ela e suas dicas que seguiremos nesta trip. Aproveite a viagem!
Depois da primeira viagem...
» ...ficamos sonhando e contando as horas para a próxima. Especialmente se a primeira foi ótima.
Um cenário de sonhos
»A chegada ao Seydisfjordur, no nordeste
da Islândia. A vista do fiorde lá do alto é algo maravilhoso e não se pode captar em fotos ou filmes.
Um perfeito cartão postal
»Os glaciares da Patagônia chilena. Melhor companhia para viajar
»Imutável. Meu marido e companheiro. Pior parceiro de viagem
»Bagagens e esperas em aeroportos. São eternos parceiros.
Um mico em trânsito
»No aeroporto do Cairo, peguei, por engano, a
mala de outra pessoa. Já estava com a bagagem no carrinho quando um egípcio que não falava inglês me parou e a cena durou, para mim, uma eternidade. Foi o maior mico.
Tropeçou na língua
»Quando acontece, a mímica resolve. Mesmo na Sérvia.
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País que ainda não conhece e gostaria de visitar
»India.
Voltaria mil vezes a...
»...todos os lugares por onde viajei. Absolutamente todos!
Jamais retornaria...
»Não há nenhum lugar que visitei ao qual não retornaria.
Um prato de comer de joelhos
»Ostras fine de claire frescas, com acom-
panhamento de um Chablis, no mercado, à beira mar, em Cancale, na França.
Uma comida que detestou
»Goulash, em Varsóvia. Devo ter pedido errado.
A mala perfeita contém...
»...o
mínimo, para se sentir confortável durante toda a viagem. Se tiver dúvida, não leve.
Um souvenir que não vende, aluga ou empresta
»Um pequeno busto, em bronze, de Lenin, comprado em 2002, no metrô de Moscou.
Uma descoberta
»A maravilha que é um pais chamado Chile. Dicas de viagem
»Apenas uma: o lugar é somente um cenário. A
viagem, como bem dizia Fernando Pessoa, é feita pelas pessoas de quem você se cerca ou com as quais vai interagir. Quanto melhor o relacionamento, melhor a viagem.
» Com o marido, Pedro, e o “filho do coração”, Magayver, ou sozinha, Hélia adora conhecer outras culturas
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Comer bem hype
Sylvia Lis | Chef sylvialisc@gmail.com
Pratos do
C
coração
onfesso que não entendo, algumas vezes, como certos escritores têm tanto assunto, tanta imaginação para criar e recriar histórias. Parecem trazer dentro de si uma fonte inesgotável de idéias e de palavras... Comigo não acontece assim. Algumas vezes, como agora, me foge a inspiração. Ficam ocos a cabeça e o coração. Voam as palavras para um ponto tão distante, que já não consigo alcançá-las. É nesses momentos que descubro, mais do que tudo, que o que sou mesmo é uma cozinheira. Porque, para cozinhar, nunca me falta tesão! Nunca me faltam idéias. Nunca me faltam palavras para revelar o meu desejo. Não importa se estou morta ou só cansada, se estou alegre ou triste, tenho sempre a cabeça cheia de passarinhos cantando. O que pode mudar isso são as pessoas para quem cozinho, porque, de verdade, cozinhar para ninguém é absolutamente nada! Então, se cozinho para pessoas que curtem comer, é uma coisa. Se para pessoas que adoram comer coisas boas, criativas e leves, é outra coisa - até já penso nessa pessoa quando me vem à cabeça a idéia de um prato (ou será que já crio o prato para tal pessoa? Não sei dizer).
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Mas se tiver que cozinhar para pessoas para quem tanto faz como tanto fez, que comem qualquer coisa “pra encher a pança”, que comem carne bem passada e macarrão cozido demais, risoto cheio de queijo, e ainda pedem mais queijo à mesa, que acham que comer bem é o mesmo que comer um pratarrão, que preferem pagar pouco em detrimento da qualidade, do amor com que foi preparado aquele prato, apesar de todo calor da cozinha, de tantas horas em pé, declaro em alto e bom som: para esses indivíduos , não cozinho! Não senhor! Feliz estou agora porque faço o que gosto, para quem gosta e de quem eu gosto. Porque posso expressar , através de minhas mãos , os meus sentimentos, que são bons e puros. Que são de cuidado e alegria. E que sei que são acolhidos, nos corações, de boa vontade, em um momento incomparável de afeto, de troca e regozijo. Faço agora pratos do coração. Que agregam a família e os amigos. Nos reunimos em torno deles para cantar, beber, conversar e sermos felizes. O que mais posso querer nessa vida?
Mais gastronomia www. revistahype. com.br
Metal Nobre Acessรณrios
@metalnobreacessorios
Casa hype Eduarda Santos é advogada, arquiteta e está à frente do site Casa Casada www.casacasada.com.br
Tempo de sol e calor Ah, o verão...Praia, sol, amigos e encontros…, muitos encontros! A época mais gostosa do ano esta ai
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É
uma delícia reunir a turma num fim de tarde, ou almoço pós praia, para aproveitar esse clima que só a estação oferece. E o clima pede uma mesa especial, colorida e cheia de vida. Pensando nisso, separei duas produções minhas, com dicas simples e ideias práticas, mas que vão deixar seus encontros ainda mais alto astral!
1
» S e sua mesa é
pequena (ou os convidados são muitos), uma dica é inverter os jogos americanos. Assim, todo mundo ficará acomodado com folga e bem confortável!
2
» É hora de fazer aquele mix de flores.
Misture sem medo cores e flores - vale colocar cada arranjinho numa peça, distribuir pela mesa ou reunir todas em um único arranjo central. E não se esqueça que bules, jarras d´água e garrafinhas são perfeitos para acomodar suas criações!
3
» S e a intenção for mimar os convidados e fazê-los sentir-se especiais, vale apostar em arranjos individuais. Para isso, use aqueles copinhos de cachaça ou licor, que podem ser colocados sobre o prato ou na lateral do jogo americano - o que é uma ótima opção para quem não tem espaço na mesa!
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Ensaio hype » Maiô Paula Hermanny, quimono Bebel Gama, acessórios Metal Nobre e sandália Clube Melissa
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O mar, o azul, o sábado » Saída e Maiô Paula Hermanny, acessórios Metal Nobre e sandália Clube Melissa
O
poeta Paulo Lemisnki (1944 – 1989 ) há de perdoar-nos pela apropriação. É dele a frase que dá título a este ensaio, fotografado em um dia de quarta-feira – mas que bem poderia ter sido sábado – em uma magnífica casa situada em ponto estratégico da Ilha do Frade. O dia estava azul e a temperatura, ora fresca ora úmida, sugeria um verão descontraído e divertido, alternando sol luminoso nas manhãs, com lua cheia e estrelas reluzindo na imensidão noturna. As fotos foram embaladas por esta sugestiva visão, que o poeta Leminski tão bem traduziu em seu haikai: “O mar o azul o sábado, liguei pro céu, mas dava sempre ocupado”.
Ficha técnica Fotografia: Faelo Ribeiro Assistente de fotografia: Wil Ribeiro Produção de Moda: Jessica Neves Beleza: Henrique Kiefer (Ginelli Beauty) Modelos: Luana Vieira e Marina Mendes (allmodelsmgmt.com) Concepção: All Studio Agradecimentos: Eulália e Décio Chieppe
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Ensaio hype
» Biquini Lenny Niemeyer, acessórios Metal Nobre e sandália Clube Melissa
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» Acessórios Metal Nobre, saída Paula Hermanny e biquini Lenny Niemeyer
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Ensaio hype
» Maiô Lenny Niemeyer e acessórios Metal Nobre
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» Maiô Paula Hermanny e acessórios Metal Nobre
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Ensaio hype
» Quimono Bebel Gama, maiô Paula Hermanny, brinco Metal Nobre e sandália Clube Melissa
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» Saída Paula Hermanny, sandália Clube Melissa e colar Metal Nobre
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Som hype
Luis Taylor taylor@superig.com.br
Paradoxal e relevante Hoje em dia é difícil escrever sobre um lançamento. O que mais há é opinião por aí. Ou seja, resenhar é sempre uma batalha por evitar revisitar o que já foi lido e debatido e tentar trazer algo novo para a mesa. Muitas vezes, não é possível. Mas desta vez, admito, estou animado para encarar o desafio Faz algumas semanas o Metallica, a maior banda de rock pesado do planeta, lançou seu décimo álbum de estúdio (só considero os álbuns autorais): Hardwired… To Self-Destruct. O disquinho foi celebrado como um retorno às origens, um sopro de renovação para a banda. Um paradoxo interessante, ter que voltar às origens para se renovar. O ponto é que o Metallica se tornou relevante uma vez mais. Com uma estratégia de divulgação absurdamente bem feita (não esqueçam, o Metallica é uma máquina bem azeitada de fazer dinheiro e marketing), o disco foi o centro das discussões dos círculos musicais durante pelo menos, uma semana. Uma eternidade neste mundinho efêmero de hoje. Alguns aplaudiram. Outros cornetaram. Mas todos falaram deles. Bom, escrevi até aqui e não falei do disco. E aí, o disco é bom? Em minha humilde opinião, o disco é bom, sim. Não é um
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clássico, mas é bem feito. E para comparar, andei escutando os lançamentos anteriores deles (Death Magnetic – 2008 - e St. Anger – 2003). Não resisti e dei uma gargalhada ao ouvir os primeiros minutos do disco de 2003. Esqueçam-no! Hardwired é um disco do Metallica. Riffs, peso, melodia e até uns refrões. O grande defeito é que a edição deluxe traz um disco a mais, com versões de músicas do Rainbow retiradas do tributo ao DIO, do Iron Maiden, uma música lançada apenas em single (a melhor de todo o álbum – Lords of Summer) e umas gravações ao vivo bem dispensáveis. Como já disse, não é um lançamento que irá mudar a vida de ninguém. Mas ainda assim, vamos bater os pezinhos, tocar air guitars, chacoalhar a cabeça e colocar uns milhões a mais na conta do Metallica.
Livros hype
Moda tem propósito?
» Ele vivenciou um tempo em que a moda
conquistou espaço na vida das pessoas. Nos últimos anos, porém, André Carvalhal também percebeu que a ansiedade gerada pelo consumismo tem deixado a sociedade e o meio ambiente esgotados, e a promessa de que compras trazem felicidade claramente não vale mais. Todo esse processo o levou ao livro Moda com propósito – a grande virada, onde ele convida o leitor a refletir sobre o porquê daquilo que procuramos e sugere o fazer com propósito.
Mistério, perdas e obsessões Alice Salmon tinha 25 anos, era estudante da Universidade de Southampton e trabalhava como jornalista em um jornal local. Seu corpo é encontrado por policiais às margens de um rio com sinais de afogamento. A morte misteriosa da jovem surpreende todos que a conheciam e repercute nas redes sociais. Até que a notícia chega a Jeremy Cooke, um antigo professor de Alice. Em O que ela deixou (Bertrand Brasil), T.R. Richmond desenvolve a trama por meio de mensagens, e-mails, páginas de diário e posts na internet. Trata-se de um triler psicológico e uma história surpreendente sobre perdas e obsessões.
O homem ideal está logo ali...
» Por que escolhemos homens errados? Esta
pergunta que dá título ao livro, norteia a nova obra da neuropsicóloga Isabel Spíndola. Especialista em Psicologia Clínica e Organizacional, Isabel traça um paralelo entre as escolhas femininas no mundo corporativo e na vida pessoal. E então, faz uma nova pergunta: existem homens errados? Segundo ela, a questão se baseia na expectativa de que existe um par perfeito, o homem do sonho de cada mulher, ali, na próxima esquina. No entanto, como isso não é um fato real e sim uma expectativa, as mulheres vão acumulando frustrações, o que impactam na realização de seus sonhos e, por vezes, em outras áreas de sua vida. Mas nem tudo está perdido...
Procure a criança em você »
Psicoterapeuta argentina, Laura Gutman é conhecida internacionalmente por seus estudos sobre mães e filhos e costuma ser chamada de guru da maternidade. É de sua autoria o best-seller “A maternidade e o encontro com a própria sombra”, que foi lançado no Brasil pela Editora BestSeller. Em A biografia humana, Gutman apresenta uma metodologia terapêutica que tenta alcançar a verdade mais ampla de cada indivíduo, levando em conta suas experiências pessoais, sobretudo aquelas relacionadas com a primeira infância. No livro, a autora propõe que uma terapia em que os consultantes, como ela prefere chamar os pacientes, se confrontem com a criança que foram e tentem observar a distância entre seu eu interior e aquilo que foi transmitido pelos pais ou por outros adultos com quem conviveram.
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ZoOm hype
Chiara Gadaleta
Ecoera é ponte para a sustentabilidade Por Betty Feliz | Foto: Divulgação
A musa da sustentabilidade, como ela é conhecida, está à frente do Prêmio Ecoera, que funciona, como a própria Chiara diz, nesta entrevista à Hype, como uma ponte entre os mercados de moda, beleza e design, e,claro, as atitudes sustentáveis
E
x-modelo, Chiara, que esteve em Vitória em julho de 2016, a convite do Vitória Moda, diz que não é consumista mas,apaixonada por artesanato brasileiro, tem que refrear seus impetos de sair comprando o que encontra pela frente. Conheça mais um pouco sobre esta bela italiana, que adora comer tapioca com tucumã e queijo coalho.
Mesmo com a beleza que a natureza lhe concedeu, você trocou as passarelas para dedicar-se especialmente ao tema sustentabilidade, e acabou virando referência no assunto. A que você atribui esta escolha?
»
Tudo começou no início dos anos 2000, quando eu senti que a moda, que sempre representou seu tempo e sempre foi uma fotografia de uma época, tinha entrado em descompasso com os nossos tempos. O planeta estava precisando de cuidados, a sociedade estava com problemas seríssimos e as indústrias de moda e beleza não se conectavam com todas essas questões. Foi aí que comecei a me perguntar qual moda poderia representar o nosso tempo, e ainda voltar a me inspirar. E, depois de
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muita pesquisa e trabalho de campo, criamos o Movimento Ecoera, que tem como missão central ser uma ponte entre os mercados de moda, beleza e design, e a sustentabilidade. Acreditamos que esses mercados podem ser agentes de transformação social e ambiental.
Como se formou o Ecoera?
» O movimento foi criado, especifica-
mente, em 2008, quando comecei a usar minha voz para disseminar informações sobre as questões sociais e ambientais nos mercados de moda e beleza. Em pouco tempo, criamos grupos em várias cidades, onde começamos a desenvolver ações para que práticas mais justas e de menor impacto ambiental pudessem chegar perto de muita gente.
A questão da sustentabilidade é levada a sério no Brasil?
» A boa notícia é que, atualmente, as
questões sociais e ambientais nas indústrias de moda, beleza e design já fazem parte da agenda das empresas. Algumas já possuem departamentos específicos com foco no desenvolvimento de projetos e análises para que toda a cadeia de valor possa ter menor impacto negativo no meio ambiente, além de potencializar projetos sociais e apoiar comunidades locais.
Você é consumista?
Aprendi com minha avó materna, na Itália, onde nasci, a fazer trabalhos manuais como costura, crochê etc, e desde criança faço minhas próprias bijus e roupas. Na adolescência, não encontrava roupas que me agradassem, e sempre me divertia muito garimpando em brechós e vintage houses. Atualmente, me controlo para não consumir artesanato nacional em excesso, pois sou apaixonada!
Se tivesse que definir-se com uma frase, qual seria?
» Em constante transformação.
Fale um pouco sobre o upcycling, que você tanto defende.
» É uma técnica que utiliza materiais em desuso e,
por meio da criatividade do design, oferece um valor estético bem maior e superior ao original, além de provocar uma reflexão sobre o consumo excessivo.
A maioria de nós é constantemente bombardeada pelo “compre”,"use"... Como combater essa ideia e atitude consumistas diante de tanto assédio?
» No Ecoera acreditamos que, antes de consumir, todos devemos nos fazer as seguintes perguntas: quem fez, como e onde? Provocando essa auto-reflexão, é possível resistir às tentações consumistas.
O Prêmio Ecoera acaba de realizar sua segunda edição. Qual é o seu maior desafio?
» Desde sua criação, o principal desafio do Ecoera
foi integrar o mercado de moda, beleza e design às questões sociais e ambientais por meio de um conjunto de atividades, práticas e ações que aproximassem toda a cadeia produtiva de moda à sustentabilidade ambiental, social, econômica e cultural. Baseado em quatro pilares, as empresas inscritas são analisadas no que diz respeito à sua atuação e impacto no meio ambiente, na comunidade, nos trabalhadores e na governança. Esse esforço ajudou esses mercados a quebrar paradigmas e a inaugurar um novo capítulo em sua história, onde toda a cadeia, indústria, marcas, estilistas, arquitetos e público final, se unem para criar uma indústria mais consciente, em que ética e estética possam andar lado a lado.
Mais de perto Prato preferido
tapioca com tucumã e queijo coalho
Livro de cabeceira Linha M – Patti Smith
País
Brasil
Cantoras
Fafá de Belem e Elis Regina
Peça coringa
camisola vintage da minha avó
Música
Menino Deus , com Clara Nunes
Banda
Legião Urbana
Lugar dos sonhos floresta amazônica
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Sandra Matias
conversando com Betty Ela nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, e orgulha-se de suas origens e de sua família
Feliz
F
ilha de Conceição Castelar de Souza e do empreendedor Severino Matias, fundador da Calçados Itapuã, Sandra veio para Vitória, ainda adolescente, para cursar Artes Plásticas na Ufes. Casou-se com o então professor de Escultura, o conhecido artista plástico, Vilar, com quem teve dois filhos – Luisa, 22 e Vicente, 17 – e, hoje, ao lado de Lara Brotas, sua sócia, está à frente da Matias Brotas Arte Contemporânea, que acaba de comemorar 10 anos em atividade. Atualmente, Sandra divide seu tempo entre o trabalho, a familia e a fisioterapia, à qual se submete desde que, há 13 anos, foi vítima de um acidente.
O que você estava fazendo aos 13 anos de idade?
» Estudava no Cristo Rei, frequentava a casa de amigos
e os clubes, nos finais de semana. Também fazia aulas de pintura.
Fotos: Mônica Zorzanelli
O que preserva daqueles tempos de inocência?
»
Ah, um pouco de doçura...
A arte pode nos salvar da loucura
e da selvageria do mundo?
» Salvar-nos não sei, mas pode deixar o mundo mais
leve e belo.
Uma obra ou artista que não pode faltar no seu acervo.
» Humm... sou colecionadora, dificil resposta. Acho que José Bechara e Raphael Bianco.
O que jamais enfeitaria as paredes da galeria Matias Brotas?
» O que não condiz com a nossa visão de arte contemporânea.
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De médicos, artistas e loucos, todos temos um pouco?
Hypidinhas
eu acho ótimo!
»
nquanto muita gente despeE dia-se de 2016 computando mais perdas do que ganhos,os empresários Márcia e Selbe Meireles comemoravam o término de um ano de uma bem sucedida gestão da Dell Anno Vila Velha. Parabéns ao casal empreendedor!
»
e você aprecia trabalhos arS tesanais e curte acessórios e roupas tramadas à mão, vai adorar a coleção que Margô Siqueira e Marlene Coser assinam para o Atelier du Crochet. São peças modernas, coloridas e funcionais, de extremo bom gosto e acabamento. Contato pelo telefone 999822320.
»
lávia Peçanha não é apenas F uma talentosa designer gráfica. Seus doces (e salgados)- como este naked de brownie com recheio de ganache de caramelo e brigadeiro branco- feitos sob encomenda, têm tornado ainda mais saborosas as festas da cidade. (Tel.:998651864).
»
linhada com o novo cenário A da mídia impressa, e acompanhando a tendência mundial dos veículos de comunicação da era digital, a revista Hype tornou-se um portal de noticias, com várias, curiosas e atualizadas sessões, além de maior número de colaboradores. Para conferir, basta digitar www.revistahype.com.br
» Sim. Faz parte de nossa cultura….e O que separa o bom do mau artista?
» O bom artista é aquele que está com-
prometido, diariamente, com o fazer
Se sua vida rendesse um filme, seria aventura, comédia ou drama?
» Seria uma comédia.
Quem convidaria para dirigi-lo?
» Spielberg… (risos)
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Fotos a rquivo pessoa l
Especial
A longa jornada de
Leonardo e Rachel
Em busca de cultura, aventura e emoção, o casal de brasileiros Leonardo Spencer e Rachel Paganotto visitou 78 países, viajando pela Asia e Oceania. Esta fantástica jornada, que durou quatro anos, chegou ao fim. Por Cláudia Feliz
N
ão são poucas as histórias de pessoas que, um belo dia, decidem romper com tudo e todos e partir em busca de mudanças, especialmente as interiores. Muitas, movidas por uma grande insatisfação - com o trabalho, com o casamento, com a vida... Outras tantas vão atrás do novo, porque carregam em si um espírito de aventura e uma vontade enorme de agregar às suas vidas conhecimento de outras culturas, além de muita emoção. Desse grupo, certamente, faz parte o casal Leonardo Spencer e Rachel Paganotto, acaba de voltar ao Brasil depois de uma longa viagem, com 1.655 dias de duração. Praticamente quatro anos de descobertas maravilhosas pelas cidades
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dos 78 países que ambos conheceram, após terem se demitido do emprego em um banco internacional. O trajeto final dessa fantástica aventura, que teve início em março de 2013, com o projeto Viajo Logo Existo, e conquistou milhares de seguidores nas redes sociais, deu-se na Ásia e na Oceania. Leonardo e Rachel retrataram sua longa viagem em mídias diferentes, entre as quais livros com fotos belíssimas, feitas por ele. O último será lançado ainda neste ano. Hype conversou com Leonardo Spencer, às vésperas do retorno do casal ao Brasil.
Vocês atuavam há anos no mercado financeiro. O que buscaram preencher em suas vidas lançandose nesse projeto tão ambicioso?
» Uma coisa que, mesmo depois de toda a viagem,
ainda temos claro em nossas cabeças, é que não saímos do banco porque não gostávamos do que fazíamos. Na verdade, adorávamos. Leio tudo sobre economia diariamente, ainda. Mas, de qualquer forma, o Viajo Logo Existo surgiu como uma oportunidade de conhecer muitas culturas, novos países e de nos testar em um grande desafio.
Vocês se casaram formalmente, antes da viagem. Mas a gente sabe que casamento é muito mais do que "papel passado". Como o convívio, por tanto tempo longe do país e de uma casa convencional, fortaleceu a relação de vocês?
» Nós já estávamos juntos há alguns anos, antes da
viagem e da formalização da nossa união. Claro que ao longo desses quatro anos de estrada, o convívio foi muito intenso. Mas logo nas primeiras semanas de viagem você percebe que não existe espaço para ficar aumentando problemas pequenos. Percebe que um precisa muito do outro nessa dinâmica de vida. E com alguma maturidade passa a ser muito mais cuidadoso com o relacionamento. Contudo, eu sempre digo: se você já tem uma relação complicada em casa, não faça uma viagem dessas. Tudo se potencializa e a chance de o casamento ir por água abaixo só aumenta! Por fim, nossa relação tem pequenos problemas, como todas, mas temos uma cumplicidade e parceria muito bacanas, fruto da estrada!
o carro para o Brasil de navio, caso tudo desse errado. Lembro também de falar para a Rachel: “Se nada der certo aqui, no pior dos mundos largamos o carro e voamos para a casa de amigos em Dubai. Sempre penso: “Tenho chance de morrer? Não? Então calma, que dá para resolver…”.
O que foi mais difícil no longo percurso que fizeram?
» Sem dúvida foi ficar longe das pessoas que gostamos. Principalmente os afilhados, que estão crescendo e não entendem bem onde os “tios” foram por tanto tempo. Fora o lado sentimental. O mais duro foi conseguir viajar e empreender o Viajo Logo Existo remotamente. Publicar os livros, alimentar as redes sociais diariamente, isso exigiu uma organização e disciplina muito grandes!
E o que mais os deslumbrou e animou?
» O que mais nos tocou nesse caminho todo foi ver que existe muita gente com bom coração pelo mundo, pessoas que querem te ajudar, querem fazer o mundo melhor. Algo que você não vê tanto no noticiário. Falamos que 99,9% do mundo são feitos de boas pessoas.
Em algum momento um de vocês pensou em desistir? Quando? E o que motivou essa ideia, que acabou superada?
»
Nesses 43 meses de estrada, passando por mais de 78 países, nós nunca discutimos desistir. O que houve foram mudanças de planos. No Centro da Índia, no meio do nada, tivemos um problema mecânico com o carro, e foram semanas para conseguir as peças. Estávamos com problema de saúde, visto vencendo e mais uma série de agravantes. Ali, pela primeira vez, consideramos despachar
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Especial Quanto custou essa “volta ao mundo”, e como o projeto foi financiado?
» No total, foram 1.317 dias
de viagem, 78 países diferentes e 140 mil dólares de investimento. Em relação ao financiamento do projeto, a maioria veio de receita do próprio projeto, como venda de livros, venda de fotografia para banco de imagens, publicidade, Youtube, venda de palestras e assim vai! O restante veio de um aluguel nosso e investimentos.
Vocês vão lançar mais um livro. Haverá mais publicações?
» Sim, estamos publicando o quarto livro, onde con-
tamos sobre o um ano que vivemos na Ásia e Oceania. Será agora, no começo de 2017. Esse volume fecha a coleção de quatro exemplares de capa dura, com muitas fotografias que lançamos ao longo da viagem. Todos eles feitos 100% por nós, uma produção independente.
Já pensam em outro projeto?
» Já estamos trabalhando em uma série de palestras para o começo de 2017 pelo Brasil e Portugal. Vamos entregar o livro novo e promover esses eventos para falar da viagem, planejamento, fotografia. Serão vários temas. Será uma oportunidade legal de dividir o que vimos e também conhecer os milhares de seguidores do projeto. Conheça um pouco mais sobre o casal aventureiro que, literalmente, caiu no mundo para colocar em prática o projeto Viajo Logo Existo (www.viajologoexisto.com.br). Leonardo Spencer Brasileiro, nascido em São Paulo em 1984, Leonardo Spencer é um administrador de empresas cuja paixão é viajar. Aos 21 anos, morou na Austrália para aprimorar o inglês, surfar e viajar pelo arredores. Nesse período, cursou, por dois anos, naquele país, um Master Business Administration (MBA). Ao retornar da Austrália, conquistou um emprego na tesouraria do Citibank , no Brasil Rachel Paganotto Economista, Rachel admite que sempre desejou ter dinheiro para poder viajar e conhecer todos os lugares possíveis. “Desde pequena, sempre adorei a ideia de viajar e, principalmente, conhecer e entender como as pessoas vivem em outros lugares. Em casa sempre viajávamos de carro. Pelo menos duas vezes por ano íamos do Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul visitar nossa família, que é de lá”, conta ela.
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Studio hype
“Estar à deriva é estimulante”
O capixaba Raphael Bianco é artista plástico autodidata, e um dos “meninos de ouro” da galeria Marias Brotas.
Por Betty Feliz Foto: Divulgação
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iscreto e modesto, ele busca surpreender-se. “Na arte, percebo que sou interessado pelo fazer. Fazendo, entendo o que me importa”, resume Bianco neste bate-papo com Hype.
Você acha que seu estilo atingiu aquele estágio em que a obra identifica o artista?
» “Na verdade, quero mesmo é me surpreen-
der. As questões que me interessam vão surgindo a partir do que o próprio trabalho vai me mostrando. Nesse processo, alguns trabalhos acabam se revelando bastante distintos uns dos outros, sobretudo formalmente. Imagino que isso possa tornar mais difícil que uma obra seja imediatamente identificada como sendo de minha autoria. Aceito isso sem problemas”, diz o artista. Quando olha para trás, para o início de sua carreira, Bianco percebe que continua
» Acrílica e óxido de ferro sobre tela (série Jardim Suspenso/2016)
» O artista diante da obra: acrílica e óxido de ferro sobre tela, série Jardim Suspenso (2013)
estimulado a trabalhar. “Acho que a carreira artística tem sempre uma série de desafios e está sujeita a toda sorte de oscilações, isso está em sua essência. Acho importante ter essa consciência. E, no mais, gosto das amizades que fiz ao longo dos anos em torno das afinidades artísticas e dos diálogos que surgiram a partir dessas afinidades”. Bianco desenha desde criança. “Fui percebendo que o cinema, as distorções da lente da câmera, bem como o papel da imaginação na construção da memória pessoal, estão no cerne de meu interesse”, explica. Seus trabalhos em pintura transitam livremente entre o figurativo e o abstrato. “Alguns trabalhos são mais nítidos, outros mais distorcidos. Dessa forma, alguns podem aproximar-se, formalmente, da abordagem de pintores expressionistas, outros de imagens luminosas que me remetem ao cinema”. É um artista que gosta de descobrir possibilidades. “Não costumo pensar em algo para depois fazer. Faço, e isso me faz refletir se aquilo me interessa”. No entanto, admite que já se sentiu paralisado, muitas vezes, e “não somente diante de uma tela em branco”... Bianco diz que não sabe o que faria se não fosse artista plástico. “Trabalhei no ramo do Direito e acabei me afastando do meio. Dizem que a arte me chamou de volta. Acho que poderia trabalhar em outras atividades, como tantos artistas fazem, mas suspeito que continuaria a ser o que sou”, confessa. Sobre como se vê daqui a cinco anos, ele é enfático: “Não faço a menor ideia. Estar à deriva é estimulante”.
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publieditorial
Com profissionais capacitados e incentivadores da beleza natural, a clínica multidisciplinar conta com procedimentos de última geração
Foto: Samarony Santos
Dermatologista Alessandra de Melo inaugura nova clínica no Shopping Jardins
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Foto: Julio Costa
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ermatologista há 15 anos, a médica Alessandra de Melo inaugurou, recentemente, a Inova Clinic, no Shopping Jardins, em Jardim da Penha. Seguindo uma tendência mundial de clínicas médicas multidisciplinares, une em um só espaço Dermatologia Clínica e Cirúrgica, Estética, Nutrição, Massoterapia e Endocrinologia. Com aparelhos de última geração, tecnologia de ponta e corpo clínico qualificado, o espaço conta com diversos tratamentos para rejuvenescimento, cicatrizes, flacidez, estrias, gordura localizada e pequenas incisões cirúrgicas (como correção de lóbulo de orelha, remoção de lesões de pele para biópsia, retirada de lipomas, cistos sebáceos e câncer de pele). Além da dermatologista Alessandra de Melo, a Inova Clinic também conta com profissionais que tratam obesidade, diabetes, prescrevem dieta e promovem qualidade de vida e alimentação saudável.
A Inova Clinic foi pensada para ser confortável e funcional. Um lugar que transmita tranquilidade, serenidade e segurança, sendo bonito e agradável. O espaço tem 470m², com 22 salas. A decoradora Renata de Castro Vianna é a responsável pela ambientação da clínica e, para decoração, se baseou na identidade visual desenvolvida pela designer Nara Dall´Orto, que usou como inspiração quatro elementos da natureza – ar, fogo, terra e água. Sendo assim, as cores neutras e os tons terra foram destacados buscando elegância, sobriedade e unidade. A madeira sintética e sustentável também foi valorizada, assim como as fibras naturais e o aço corten. A iluminação em LED e os espelhos complementam a decoração.
Foto: Julio Costa
A Clínica
Foto: Julio Costa
publieditorial
Localização
Dermatologia Avançada
Na Inova Clinic os pacientes contam com técnicas modernas, eficientes e alta tecnologia. São lasers, ultrassons, aparelhos de radiofrequência, sistemas de imagem e procedimentos individualizados, prescritos de acordo com as necessidades de cada paciente, em programas de tratamento personalizados, com associação de tecnologias, em busca de resultados efetivos.
Foto: Julio Costa
A Inova Clinic está localizada no Shopping Jardins, em Jardim da Penha. Um local de fácil acesso, com estacionamento, segurança, conforto e a facilidade de contar com outros serviços bem próximos.
Dra Alessandra de Melo
A dermatologista Alessandra de Melo, responsável técnica pela Inova Clinic, alia conhecimento, tecnologia e bom senso em prol da beleza natural. É sócia efetiva titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, membro da Academia Americana de Dermatologia e do Grupo Brasileiro de Melanoma e membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia.
Rua Carlos Eduardo Monteiro de Lemos, 262, Shopping Jardins, Jardim da Penha, 4º andar, sls 401 a 405, Vitória, ES 27
3317-0506.
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Especial
#ProjetoVerãoHype
Falta pouco para a blogueira Lorraine Stoodley completar sua jornada em busca da forma perdida
Fotos Cloves Louzada
Na reta final A
o aceitar o desafio de Hype, de participar deste projeto que envolve três competentes profissionais, ela mudou sua rotina, sua alimentação e sua visão sobre qualidade de vida. Convidada pela revista, há quatro meses, Lorraine Stoodley assumiu o compromisso de adotar uma nova rotina de vida, que incluía atividade física intensa, sessões de fisioterapia e uma dieta nutricional. Também envolvidos no projeto, o treinador físico e personal Roberto Jacob, a fisioterapeuta Rayane Garcia e a nutricionista Paula Peterle mergulharam de cabeça na missão que lhes foi entregue, para atender aos objetivos da blogueira, garantindo a ela não apenas mais saúde, mas, também, a performance (leia-se shape) desejada. “Depois que Lorraine obteve os primeiros resultados, definimos, em equipe, que os treinos seriam otimizados, mantendo a dieta low carb que ela já vinha adotando. Introduzimos, também, o jejum intermitente três vezes por semana, e Lorraine já exibe perda de gordura significativa”, comemora Paula. Roberto Jacob diz que os primeiros meses foram intensos. “Não é
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» Rayane Garcia, Paula Peterle, Lorraine Stoodley e Roberto Jacob: projeto de saúde e qualidade de vida bem sucedido
nada fácil trabalhar com variáveis, como bebê recém-nascido, mas vimos superando os desafios a cada semana. Nessa primeira fase, tratamos de dar um nível de condicionamento essencial para o emagrecimento e, também, a melhoria do tônus muscular de Lorraine. Nesta segunda fase, os treinos visam aumentar intensamente o metabolismo, para reduzir medidas e
queimar gordura. Com certeza, chegaremos ao melhor resultado”. Para Rayane, as sessões de drenagem linfática redutora têm atingindo ótimos resultados, já visíveis no corpo da blogueira. “ A drenagem é um importante coadjuvante da dieta e da atividade física”, assegura a fisioterapeuta. A musa do projeto só lamenta o conflito de agendas. “Às vezes, fica
Paula Peterle Falquetto
Nutricionista, formada pelo Centro Universitário São Camilo, com especialização em Estética Clínica, com ênfase em terapias aplicadas e em Saúde Pública, trabalha com reeducação alimentar, planejando perda de peso e ganho de massa muscular, assim como no combate a acne, celulite, envelhecimento e flacidez. Atualmente, também cursa Nutrição Esportiva.
difícil conciliar os compromissos da blogueira com as da Lorraine do #ProjetoVerãoHype, mas tenho me esforçado. Enfrentei as restrições alimentares com dificuldade, confesso, mas já me acostumei, e estou feliz com os resultados”, diz ela. Próximo de terminar a maratona, Lorraine garante já ter atingido sua meta, e diz que as mudanças são “para toda a vida”.
Roberto Jacob Rayane G. Loureiro
Fisioterapeuta, dermatofuncional, especialista em Drenagem Linfática Manual pela École de Drainage Lymphatique Bruxelles – Bélgica, é representante da pioneira técnica de drenagem, o Método Renata França (também chamada de “drenagem das tops”).
Professor de Educação Física, formado pela Ufes, atua como personal trainner há 18 anos. É expert em emagrecimento e hipertrofia para mulheres. Com sua expertise, criou o Programa Foco90, que oferece consultoria online e permite planejar e alcançar melhores resultados em 90 dias, usando o aplicativo para guiar seu treinamento.
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Dois pontos Ana Laura Nahas Jornalista e escritora ana.laura.nahas@gmail.com
Efeito Borboleta
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ode um minuto que seja mudar o rumo das coisas todas? Os desfechos estão escritos ou a vida vai sendo tecida conforme correm os anos em seus meses, e os meses em seus dias e respectivas noites? Somos marcados para protagonizar esta ou aquela experiência, ou as cenas se constroem conforme instrução divina? Pensávamos nisso diante da tragédia anunciada pela emissora de televisão: 71 dos 77 passageiros do Avro Regional Jet 85 colombiano estavam mortos, um time inteiro de futebol dizimado a uma hora de seu destino, às vésperas da final do campeonato. Perguntávamos de nós para nós mesmos o que teria havido se o chute defendido pelo pé direito do goleiro, no último minuto do último jogo, tivesse desfecho oposto. O que teria havido se aquele gol fosse consumado? A resposta, evidente, mexia mais com o nosso fígado do que as doses de Jim Bean sem gelo que acompanhavam a conversa. Outro time jogaria a final, outro time estaria no avião, outro time que não aquele, inteiro dizimado a uma hora de seu destino, às vésperas de vocês sabem. A teoria do matemático Edward Lorenz voltava, oficialmente, a nos assombrar. Em 1963, nenhum de nós havia ainda nascido. O pesquisador norte-americano, por sua vez, já trabalhava com previsões meteorológicas nos laboratórios do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A certa altura, Lorenz concluiu que o bater de asas de uma borboleta seria capaz de influenciar o curso natural das coisas e provocar um tufão do outro lado do mundo. O termo passou a explicar a dependência sensível que existe entre qualquer acontecimento e as condições iniciais em que ele se dá.
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Quatro décadas mais tarde, fizeram um filme ligeiramente ruim, mas muitíssimo inquietante a respeito do Efeito Borboleta descoberto por Edward Lorenz, enquanto trabalhava com previsões meteorológicas no MIT. O personagem principal, um menino de infância conturbada, descobre ser capaz de alterar o passado e percebe, de maneira pouco ortodoxa, que pode salvar os que ama de problemas e tragédias. Acontece que, conforme altera o passado e conserta antigos desvios, novos desfechos surgem, e nem todos têm resultados melhores que os anteriores. Sabíamos, desde então, e ainda hoje, que escolhas têm causa e consequência, estômago, amores, caminhos, espíritos e encontros condicionados um pouco ao acaso e outro à matemática, um pouco à prudência e outro à permanência, um pouco ao improviso e outro ao ensaio, num sistema mais ou menos descontrolado de impulso e produto. Sabemos, ainda hoje, e desde então, que escolhas têm causa e consequência, verdade, comédia, miopia, diálogos e madrugadas condicionados um pouco ao momento e outro à história, um pouco à solidez e outro ao movimento, um pouco à intimidade e outro ao desconhecido, num sistema mais ou menos descontrolado de realização e resultado. Sabíamos, desde então, ainda hoje e cada vez mais, que somos só um pouco donos de nós mesmos, e nem sempre é o bastante.
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Bristol Hotels inaugura empreendimento nas montanhas capixabas Complexo turístico é um dos principais investimentos de 2016 da rede hoteleira, que recebeu investimento da ordem de R$ 100 milhões
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m outubro, a Bristol Hotels iniciou uma nova fase com a inauguração do Bristol Vista Azul, Eco Resort 4 estrelas que teve investimento da ordem de R$100 milhões, com foco no turismo de lazer e eventos. Localizado na charmosa região de Pedra Azul, no município capixaba de Domingos Martins (ES), região montanhosa do estado, o hotel possui 113 suítes no segmento de hotelaria e 116 apartamentos residenciais. Para os futuros hóspedes, o hotel dispõe de nove suítes Master, com vista panorâmica e jacuzzi, nove suítes com estrutura para receber famílias de até quatro pessoas, 27 suítes luxo de frente para o monolítico da Pedra Azul e 68 suítes superior. O projeto, iniciado em 2013 e concluído no mês de outubro, deve impulsionar ainda mais o turismo na região. Cercado por belezas naturais, o município possui a segunda maior cobertura de Mata Atlântica do país e, com esse empreendimento, a rede lança uma nova proposta no mercado. “Temos uma ampla rede de serviços e roteiros de charme na região, como gastronomia, enologia,
esportes de aventura, turismo rural e passeios que atraem, aproximadamente, 50 mil visitantes, anualmente. A temperatura da região também é outro atrativo para os turistas que vêm das demais regiões do ES e de fora do Estado. No inverno, a temperatura pode cair para abaixo de 10 graus e, no resto do ano, pode variar entre 11 (mínima) e 30 (máxima) graus. O novo empreendimento irá complementar este cenário, oferecendo um novo conceito que traz a possibilidade tanto de moradia quanto estadia”, diz o diretor de Marketing da Bristol Hotels, Luiz Fantin. A área de lazer do empreendimento conta com piscina interna aquecida e piscina externa com quiosque bar, saunas seca e úmida, espaço para massagem e descanso, jacuzzis, área fitness, quadra de tênis, espaço kids e sala de cinema. O hotel ainda oferece serviços como restaurante, adega, loja de conveniência, lavanderia, auditórios e salas para eventos, além de um aconchegante mirante, com vista privilegiada para a famosa Pedra Azul e entornos. Com arquitetura inspirada nas construções dos alpes europeus, o hotel irá agregar o portfólio de destinos turísticos da rede. “É um novo conceito para nós, e uma boa oportunidade de expandir os nossos negócios, que mantêm o foco no público executivo, mas também avalia novas possibilidades, como empreendimentos maiores que oferecem serviços diferenciados”, assegura Fantin.
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Ponto Final Marcelo dos Santos Netto Jornalista e escritor www.msnetto.com.br msanetto@gmail.com
A Hipótese
dos Círculos
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cho que somente eu posso explicar quem derrubou o presidente, destruiu o governo e acabou com o país. Foi a Hipótese dos Círculos. Não fui eu quem a criou. Seu criador foi meu amigo Rafael Batista, que apelidei de Rafael, o Filósofo. Testemunhei o dia em que Rafael criou a Hipótese. Naquela manhã nublada, ele havia me acordado ao telefone para contar dela. É simplesmente a alma do mundo, disse empolgado. Um só evento que cria milhões de possibilidades, entendeu? Claro que não entendi. Rafael, o Filósofo fez uma demonstração. Lançou uma pedra numa poça d’água. Vê os círculos que se expandem? São as possibilidades. A pedra é o evento que gerou essas possibilidades. Tudo funciona como nesse modelo. É o que provam as revoluções. Vamos fazer um experimento. O experimento foi em sala de aula. Alunos e professores discutiam as notas do semestre. Uma discussão tensa, acalorada. O professor é um imbecil!, gritou Rafael, disfarçado pelo tumulto das vozes. Imaginou que dali sairia um quebra-quebra nacional. Nada aconteceu. Mas, calma, disse Rafael, o próximo teste vai dar certo. Tomava o carro do pai todo dia para buscarmos engarrafamentos. Anda!, anda!, protestava Rafael buzinando. Levados pelo Filósofo, os motoristas explodiam em buzinaços. Foram muitas tentativas. E nada da revolução. Mas a Teoria dos Círculos fez mais sentido. Enquanto não vinham resultados, Rafael, o Filósofo esmerava sua hipótese. O
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evento certo poderia até mesmo destruir o universo. Acontecia o tempo todo. Ligue a tevê, leia o jornal. Escândalos, acusações, radicalismo. Marchas, conflitos, protestos. O país estava maduro o bastante para eventos cada vez mais fortes. Sim, com certeza, Rafael, o Filósofo concordava consigo. A revolução estava a caminho. Os efeitos dos eventos cresciam. Se ao menos pudesse ver um deles acontecer. Seria a chance de entender como funcionam. Pelo visto, somente veria o evento o que ele mesmo criasse. Mas como criar um evento, se não sabia como funcionam? Era tarde da noite quando um blecaute interrompeu os pensamentos de Rafael. A vizinhança lançou uma vaia, quase caçando alguém para culpar. Pois a culpa é do presidente!, Rafael decidiu gritar. Para minha surpresa, repetiram o grito, mais e mais. De repente, barulho de vidros sendo quebrados. Ao longe, carros em chamas. Pessoas viravam mesas, cadeiras, latas de lixo. Gente lançava móveis pelas janelas dos prédios. Morte ao presidente!, gritavam pelas ruas. Chegaram a polícia, o bombeiro, a defesa civil, o exército. Helicópteros no céu. Fazem quatro dias que as autoridades recomendam ficar em casa. Até que não houve mais autoridade. Tevê, rádio e telefone ficaram mudos. Talvez não mais houvesse um presidente ou um país. Fiquei me perguntando de Rafael, o Filósofo. Imagino que devia estar satisfeito. Não havia mais Hipóteses dos Círculos. Agora, era Teoria.
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BEBIDA E SUA FAMÍLIA E DIREÇÃO
SE VOCÊ PENSAR NAS CONSEQUÊNCIAS NÃO FAZ ESSA MISTURA. Sabe aquela frase que diz que a vida é feita de escolhas? Com álcool e direção não é diferente. Isso significa que você não escolhe beber e dirigir acidentalmente: quando você faz essa mistura, ela é intencional. Seja consciente. A responsabilidade da vida está nas suas mãos. Envie esta campanha para quem é importante para você. Acesse: facebook.com/DetranEspiritoSanto #eunaofaçoessamistura