Curves in the City - Flora Madison

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APRESENTA



Nota da autora Olá, amigas! Eu vivi em NYC (Manhattan, Brooklyn e Queens) nos últimos dezenove anos. Me mudei para cá logo após o 11 de setembro, e tive todos os trabalhos estranhos debaixo do sol entre os meus vários espetáculos de atuação/desempenho. É um lugar bonito, cansativo e ridiculamente caro onde os sonhos prosperam. A cidade é tanto um personagem em Curves in the City como os meus heróis e heroínas são. Minha esperança é que você seja capaz de se sentar, escapar e desfrutar das melhores partes de Nova York sem ter que deixar o conforto de seu próprio pijama! Então pegue um lanche ou bebida favorita, e comece a conhecer a cidade. Como sempre, obrigada por ler. Sem os teus olhos não sou nada!

Xoxo, Flora Madison


Sinopse Tori: Eu nunca imaginei que encontrar um emprego em Nova York seria tão difícil. Quando Zaid, o irmão da minha melhor amiga, me convida para jantar, aproveito a chance. Eu esperava uma refeição grátis, transformação total de Zaid Zarin.

mas

não

esperava

a

Ele passou de nerd à deslumbrante, e CEO da própria empresa. Nunca pensei nele assim antes. Quando ele me ofereceu um emprego, tive que aceitar. Mesmo se prometesse à sua irmã que nada aconteceria entre nós.

Zaid: Quando vi Tori anos atrás, foi amor à primeira vista. Mas ela nem olhava para mim. Quando insisto em contratá-la ela enquanto está em busca de emprego, meus sentimentos por ela só ficam mais fortes. Depois de todo esse tempo, finalmente tenho a chance de provar a ela que pertence apenas a mim.


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Equipe Pégasus Lançamentos


1 Tori Q

uando as pessoas dizem que as ruas de Nova York são ruins, elas não estão brincando. É certo que não é o playground do

passado, cheios de crimes à espreita. Mas também não é uma caminhada. Eu não esperava que fosse. O que eu esperava era ter um emprego agora. Hoje marca o 13º dia da busca de emprego, minhas finanças estão diminuindo e minha autoestima já viu dias mais ensolarados. Mas Nova York é a cidade dos sonhos, é o que dizem. Então por que está começando a parecer o pior pesadelo? — Você está sendo dramática Tori. — A voz da minha melhor amiga, Viv, soa em meu ouvido enquanto navego pelas ruas sinuosas de West Village. — Encontrará um emprego logo. Você é a pessoa mais inteligente que conheço. Deixo escapar um suspiro. — Não quero servir mesas Viv. Preciso encontrar um emprego na área de marketing de mídia social. — Gotas de suor permeiam meu lábio superior por causa da umidade sufocante do verão de Manhattan. Sério, parece que estou andando por uma sauna. — Ou o que? Voltará para casa? Isso é ainda mais louco do que ter que servir algumas mesas para sobreviver.


— Não voltarei para casa. — O alívio toma conta de mim quando olho o sinal verde à frente. Jane Street, finalmente. — Nunca. O silêncio por parte de Viv me faz acrescentar um adendo. — Sem ofensa. — Nenhuma ofensa. Não sou uma garota da cidade grande. — Com este calor, nem eu. — Respire bebê. Você ficará bem. A que horas encontrará meu irmão? — Um zing mexe nas minhas entranhas. Eu deveria ter recusado a oferta para me encontrar com ele, mas eu poderia ter uma refeição grátis. Algo que não seja pizza de noventa e nove centavos ou um burrito congelado. — Cinco minutos atrás — respondo. — E não consigo lembrar o endereço exato do lugar, então tenho que desligar. — Ok, só... me ligue quando terminar. A tela escorrega contra minha bochecha úmida enquanto estreito os olhos, procurando na Oitava Avenida um restaurante chamado Anfora. — Sério? Acabamos de conversar por uma hora. — Bem, é só que... — Viv suspira e sua respiração sussurra no meu fone de ouvido. — Quero saber como o Zaid vai. Vejo a luz e atravesso a rua correndo. — Viv, você está sendo estranha. Por quê? — Ele não é mais como você se lembra. — Uma imagem de um Zaid em idade escolar aparece na minha cabeça: cabelo escuro, pele avermelhada, óculos de lentes grossas e zero censo de estilo. Ele sempre me lembrava um Harry Potter mais nerd. — Ele está diferente. — Corte a porcaria enigmática, Viv. Por que você está me contando isso?


— Lembra da minha colega de quarto da faculdade, Alicia? — Boca grande, bunda pequena? — Sim. Ela e Zaid namoraram no ano passado. Meus pés desaceleram quando chego ao meio-fio. — Sua melhor amiga da faculdade namorou seu irmão? — Minha boca torce pensando nos dois juntos, altos e magros como um número onze andando. — Isso é estranho. — Nem me diga. Quando terminou, ela parou de falar comigo. — Espere, vocês foram inseparáveis por dois anos. — Uma pontada de ciúme rosna nos meus lábios, olhos rolando tanto que vão parar na parte de trás da minha cabeça. — E agora ela não passa de uma lembrança distante. — Fora do Anfora, a calçada está cheia de uma meia dúzia de pessoas. Giro o pescoço para ver se Zaid está aqui, mas não há sinal dele. — Então, o que está dizendo? — Me afasto da entrada do restaurante e coloco a mão sobre o bocal do celular. — Está nervosa por eu estar perto de Zaid? — Não consigo deixar de rir. — Isso é loucura. — Viv não ri comigo. — É uma loucura, Viv! — Repito. — Ok. — Diz ela. — Eu só tinha que te falar. Não querendo ser rude, mas o irmão dela é a última pessoa que eu pensaria em namorar. Viv e eu íamos direto para a casa dela, no ensino médio, e Zaid sempre estava em casa. Juro que o cara não teve muita vida social. Os fins de semana da faculdade devem estar cheios de festas e promiscuidade – talvez eu esteja projetando? – Não com livros e provas práticas. Eu meio que sentia pena dele. Parecia do tipo que nunca transa. Caramba, ele ainda pode ser um...


— Só me mande uma mensagem depois, ok? — Viv interrompe meus pensamentos. — Pode deixar chefe. — Amo você. — Amo você também. — E Tori? Você encontrará um emprego logo. — O calor na voz da minha melhor amiga envia uma onda de desejo através de mim. Não estive aqui tempo suficiente para fazer amigos. Não conto minhas quatro colegas de quarto que mal vejo, passando a noite como doces em uma esteira transportadora. — Obrigada — agradeço e desligo. Depois de uma respiração profunda e um rápido golpe no cabelo preso no meu rosto, me viro para encarar a porta. Considerando que estou quase dez minutos atrasada, provavelmente devo procurá-lo lá dentro, mas algo está me puxando, um olhar vindo do meu lado direito. Meus olhos se esticam para o lado, o queixo seguindo em uma série de movimentos irregulares. Embora fosse discreta, parece como

se

meu pescoço

fosse mecânico. O pensamento

é

interrompido pelos olhos verdes mais claros que já vi em toda a minha vida. Meu coração fica preso na garganta quando minha visão absorve o resto dele. Sua camisa branca de botão, aberta o suficiente para mostrar seu peito enorme, destaca seu bronzeado de verão. Sua cintura cônica acentua seus ombros largos. Ele usa o cabelo, preto como ônix, maior em cima e raspado curto nos lados. De pé, com as mãos nos bolsos, ele me lembra uma estrela de cinema, casual e legal, como se todo dia fosse uma foto. Ele não pode estar olhando para mim, né? Estou suando como um porco no espeto.


Meus olhos se arregalam quando ele dá um passo em minha direção. Por instinto, desvio o olhar. Meus pés se arrastam na direção da porta, mas paro quando ouço meu nome. — Tori. — A voz baixa e rouca é familiar, mas estranha. A pressão quente de uma das mãos no meu pulso balança minha cabeça em sua direção. O homem lindo sorri para mim, e minha cabeça quase rola para fora do meu corpo. — Zaid? — Minha voz, um sussurro fraco. A menos que esse seja um caso da vida real de Vampiros de Almas 1 , Zaid Zarin cresceu e se tornou um homem fumegante e gostoso. Um homem que prometi a minha melhor amiga no mundo que não me apaixonaria. Deus me ajude.

1 É um filme estadunidense de 1956, dos gêneros horror e ficção científica, dirigido por Don Siegel. Os habitantes da pacata cidade (fictícia) de Santa Mira, na Califórnia, são pouco a pouco substituídos por duplicatas alienígenas (nascidos de enormes vagens) desprovidas de qualquer sentimento. Quando um homem percebe o comportamento estranho das pessoas e descobre a substituição, ele passa a ser perseguido pelos clones e precisa encontrar um meio de derrotar os alienígenas


2 Zaid

T

ori não mudou nada, além de ser ainda mais bonita do que eu lembrava. Fico sem ar quando ela se vira para mim,

lábios cheios como se fossem picados por uma abelha, pintados de vermelho e ligeiramente separados. Até o jeito que ela diz meu nome me deixa louco. Não mudou muito. Sempre quis Tori Stephenson e vê-la aqui assim? Quero ela agora ainda mais do que antes. — É ótimo ver você. — Digo e me inclino para um abraço. Ela pressiona seu corpo macio contra o meu, ligeiramente pegajosa de suor. Bebo o cheiro dela, limpo com uma pitada de almíscar. É o mesmo perfume que ela usa desde que a conheço e ainda me deixa louco. — Você parece bem. — Você também. — Diz ela. Sua respiração faz cócegas no meu pescoço. Quando se afasta, seus olhos cor de âmbar estão arregalados, da mesma cor que o suave toque de sardas na ponte do nariz arrebitado. — Na verdade, nem reconheci você. — Obrigado? — Digo, cerrando os olhos.


— Não foi isso que eu quis dizer. — As costas da mão pressionam contra a testa. Você parece tão... — Seus olhos dançam para cima e para baixo no meu corpo. — Diferente. — Sinto que é outra forma de dizer que não me reconheceu. — E acho que você está certo. — Tori limpa a garganta. — O que eu quis dizer foi que você está surpreendente, Zaid. Não posso deixar de sorrir. Ela não é a primeira pessoa que ficou impressionada com a minha transformação na cidade de Nova York. Horas na academia, um estilo de vida saudável, e a renda de um CEO para apoiar esses hábitos me transformaram em um novo homem, pelo menos do lado de fora. — Vamos entrar. Coloco a mão nas costas de Tori e a conduzo ao restaurante. O zumbido baixo do happy hour nos rodeia. Escuro e aconchegante, o ar condicionado oferece um alívio bem-vindo do inferno do verão da cidade. Quando entramos, Tori joga o cabelo brilhante por cima do ombro. O vestido preto e os saltos altos fazem parecer que ela está na cidade há anos, não dias. Uma mulher nos cumprimenta e nos mostra nosso assento, uma banqueta de couro com uma mesa baixa no meio da multidão. Estendo meu braço e Tori se senta, cruzando uma perna lisa. O espaço limitado nos faz sentar perto o suficiente para nos tocar. Meu subconsciente escolheu esse local de propósito? Tori se senta ereta, se inclinando para frente apenas o suficiente para mostrar uma dica de seu lindo decote. Desvio os olhos o mais rápido que posso e pego o cardápio fino. Tori segue o exemplo, dentes rangendo em seu lábio inferior. — São pequenos pratos. — Digo lendo sua mente. — O que significa que temos que pedir um monte deles. — Seu sorriso


sensual ilumina a sala, e me pergunto como seria pressionar meus próprios lábios contra eles. Quão doce sua boca deve ser, o gosto como morangos e creme. — Bom. Não mentirei. Estou faminta. — E estou pagando. Então por favor, coma até não poder mais. — Não Zaid. Nós vamos dividir. Minha mão cai no joelho dela. Seus olhos disparam para os meus. Correntes elétricas inflamam contra a minha palma. Eu me inclino para mais perto, para que ela possa ouvir cada palavra. Seu cabelo macio roça no meu rosto. — Não seja teimosa Tori. Me deixe te tratar bem. Um jantar de “Bem-vinda a cidade”. — Tori assente em concordância. Conversamos um pouco até nossas bebidas chegarem, um Prosecco para ela e um Manhattan2 perfeito direto para mim. Como vai a vida? Onde você está morando? Você gosta de Nova York? Etc. Normalmente sou do tipo de conversas fiadas, mas poderia ouvir Tori a noite toda. Inferno, ela poderia até me ler o menu de bebidas e eu ficaria encantado com a beleza suave de seu rosto redondo, um anjo único em um mar de clones esportivos. As duas primeiras rodadas são tranquilas e a conversa flui um pouco mais fácil. Lábios soltos. — O que você faz Zaid? — Ela aperta os olhos, fingindo interesse, colocando o melhor chapéu de Barbara Walters3. — Eu tenho uma empresa de publicidade. Ela quase cospe sua bebida.

2 Manhattan é um coquetel feito com uísque, vermute doce e bitters. Uísques comumente usados incluem o de centeio, whisky canadense, bourbon, o blended whisky e Tennessee. Tradicionalmente, é utilizado Angostura para conferir um leve toque amargo ao drinque. Já o Prosecco é um vinho branco italiano, produzido nas variantes spumante, frizzante e tranquillo, dependendo no grau de perlage. É produzido a partir da uva glera, uma casta de videira, anteriormente conhecida por prosecco, originária da região do Veneto, Itália. A mudança do nome foi uma tentativa de acabar com a confusão entre o vinho e a uva. 3 É uma apresentadora de notícias da televisão estadunidense, conhecida por ser a primeira mulher a apresentar um telejornal na rede ABCNews, em 1976. É famosa por suas entrevistas intimistas, por isso o comentário dele, como se tivesse fingindo um forte interesse até intimo no que ele tem a dizer.


— Própria? Tipo sendo o chefe, compota de maçã4? — Sim, eu sou. — Isso é incrível! — A mão dela repousa no meu bíceps. Flexiono ele em resposta. — Então você está tipo... indo bem? — Sua cabeça se move como em uma figura de oito. — Você quer dizer que estou indo bem emocionalmente? Fisicamente? Financeiramente? — Sim. — Sim. — Uau! Bom para você, Zaid. — Seus dedos se movem para o meu ombro, ela me dá um aperto amigável. — Todo esse estudo valeu a pena! — Estudo? — Sim, você era como um recluso na faculdade. Jurava que você nunca saía de casa. O Prosecco deixou seus movimentos exagerados, deixando-a mais animada, as bochechas coradas. Eu sei que devo concordar, mas estou congelado. Você diz à mulher por quem se é apaixonado há anos que a razão pela qual ficou em casa na faculdade foi porque sabia que ela estava em sua casa? Que você prefere ficar no seu quarto e estudar na esperança de vê-la toda vez que faz um lanche? A resposta: não. — Acho que sim. Finalmente concordo com a afirmação dela. — E aqui estou sem sorte, sem emprego, quatro colegas de quartos estúpidos. — Você não tem um emprego? Ela levanta a taça aos lábios e balança a cabeça. 4 Aqui ela usa uma expressão muito comum para algo tipo: comandando tudo.


— Por que você acha que estou vestida assim? Estive batendo perna durante todo o dia indo para entrevistas. — Conseguiu alguma coisa? — Me remexo no lugar, pensando na ereção inchada nas calças que tem me incomodado o tempo todo em que estive sentado aqui. Felizmente, ela não percebeu. Tori termina sua bebida e a coloca na mesa. — Infelizmente não. Zip. Zilch. Zero. — Ela pressiona o dedo contra o polegar, levanta aos olhos e espia pelo espaço. — E sendo honesta, Zaid. — Deus eu amo quando ela diz meu nome. — Estou feliz que você está pagando a conta, grande gastador. Estou quase secando e ainda preciso... — Tori soluçou no meio da frase — ...pagar o aluguel deste mês. Seus dedos com as unhas pintadas de vermelho voam para a boca, suprimindo uma risada envergonhada. Não posso deixar de me preocupar sobre o dinheiro, especialmente quando tenho tanto dele. Mas sei que essa mulher não é o tipo de pessoa que aceitaria uma esmola descaradamente. — Então farei melhor. — Digo, sem pensar em nada especificamente. — Eu te oferecerei um emprego no meu escritório até você encontrar algo mais permanente. — Seus olhos se arregalam, lábios inchados se abrindo em um formato perfeito. Eu posso imaginar como eles ficariam envoltos do meu... — Você está falando sério? — A nossa recepcionista saiu no mês passado. Estamos usando uma temporária, mas eu poderia usar você em seu lugar. — Oh Zaid, eu não sei. — Um olhar de preocupação atravessa seu rosto, e eu morreria para saber o que está impedindo-a de saltar para esta oportunidade.


— Basta experimentar. Se dê uma semana, e você pode ir e vir para as entrevistas que for chamada. — Cutuco seu ombro para que eu possa ter contato com ela de novo. Tori respira fundo e deixo meu ombro pressionado contra o dela. A curva do pescoço implora por uma mordida. Após um longo silêncio, ela se vira para mim. O rosto dela, perto o suficiente para se inclinar. Eu poderia acabar com tudo aqui, a beijando longa e fortemente. Mas e se ela ainda me vê como o irmão nerd e mais velho de sua melhor amiga? — Obrigada. — Diz ela. — Aceitarei a oferta. — Ela estende a mão, e na hora que a seguro, envolvendo-a totalmente, fico excitado de novo. — Mas você ainda pagará o jantar. A gargalhada escapa da minha boca. — Nesse caso, acho que devemos pedir mais comida. — Os olhos de Tori acendem, e aquele sorriso megawatt me tira a razão. Levanto a mão e a garçonete se aproxima. Ter a mulher dos meus sonhos trabalhando para mim cinco dias por semana, enquanto tento me controlar para não jogá-la contra a mesa de reuniões e ter meu momento pouco impertinente com ela, é uma situação perigosa. Mas não posso cancelar agora. Espero saber no que estou me metendo.


3 Tori É

difícil esconder o horror no meu rosto quando entro no escritório elegante de Zaid no distrito Meatpacking5. O trajeto

do Queens é um saco, pois os zumbis 6 da hora do rush se aglomeram de parede a parede, bebendo café e fingindo que não estão em um inferno. Pensei que chegar me daria um pouco de alívio, mas estou pior do que antes. Minhas mãos molhadas pressionam contra a saia preta, o cabelo longe de estar bem amarrado. A blusa de seda esmeralda, destaca os tons dos meus olhos dourados. O salto alto parece um espartilho moderno, mas faço jus ao meu papel: recepcionista de uma empresa de publicidade de Nova York. Ou assim eu pensei. Todo mundo está vestindo jeans e tênis. Estou vestida como se estivesse trabalhando atrás do balcão de concierge de um hotel, não em um escritório criativo com cubículos abertos. Um cara com cabelos grossos e óculos ainda mais grossos passa por mim em

5 É uma área comercial moderna no extremo oeste da cidade. É onde fica o Whitney Museum of American Art, lojas de grife sofisticadas e um trecho do High Line, que é um parque elevado construído sobre trilhos de trem antigos. 6 Aqui ela se refere a ação automática das pessoas de caminhar aglomerados agindo como se tudo tivesse bem enquanto fazem ações automáticas. Por isso chamou eles de Zumbi.


uma scooter. Dou um passo para trás fora do caminho e tropeço em algo. Mais como em alguém. Zaid me estabiliza, meus tornozelos oscilando nos saltos de cinco centímetros. No minuto em que sua pele roça a minha, formigamentos surgem por toda parte. Meu centro inflama e a umidade encharca minha calcinha. Como um gesto tão simples e inocente pode me levar a uma sobrecarga de desejo? Meu cérebro é um Rolodex7 de todas as maneiras impertinentes com que Zaid pode arranhar essa coceira crescente que tenho por ele. — Devo estar na zona de perigo. — Digo, seu duplo sentido não está perdido para mim. — Não quero ser muito exigente. — Diz ele naquela sua voz incrivelmente profunda e rouca. — Mas está parada no caminho da scooter. — Hã? — Digo e Zaid aponta para baixo. Ele está certo, estou parada sobre o que parece ser uma estrada falsa emendada no meio do tapete. — Ficarei de olho nisso. — De novo puxo a saia. Os olhos de Zaid vão direto para os meus quadris. Ignoro o calor subindo em minhas bochechas. Nunca fui magra na escola, mas não era tão grande. Não que isso importe. Quando enviei uma mensagem para Viv na noite passada, disse que ela não tinha com o que se preocupar. Mas isso era uma mentira descarada. Só de estar perto de Zaid, meu corpo entra no modo me foda. Em todo o trajeto para casa, meu cérebro nadou com imagens de Zaid, quente, nu e pronto para mim. Tive que trancar minha porta e aliviar a minha dor, correndo os dedos em minha calcinha. Me acariciei em círculos suaves, imaginando que era a boca quente 7 Um Rolodex é um dispositivo de arquivo rotativo usado para armazenar informações de contato comercial.


e faminta de Zaid. Trinta segundos mais tarde, gozei mais forte do que em um longo tempo. Tanto que tive que mudar os lençóis. Depois disso, mandei uma mensagem para Viv quando a culpa passou por mim. Tive que me lembrar de que isso não importa. Não sou o tipo de mulher que Zaid um dia procuraria. Olhe para ele, um homem de negócios bem-sucedido, sexy, em Manhattan. Quem sou eu? A melhor amiga gordinha de sua irmãzinha. Só em meus sonhos… — Acho que me arrumei demais. — Digo. Zaid se inclina mais perto. — Você está ótima. — Seus lábios próximos à minha orelha, enviam outra onda de calor se expandindo através do meu núcleo. Balanço meus quadris por um momento de contração, para aliviar o aumento do pulsar entre minhas pernas. Zaid se afasta, limpando a garganta. — Te darei uma turnê. Ele não pega a minha mão ou coloca a palma da mão na parte inferior das minhas costas. Não esperava que ele fizesse isso, ele é meu

chefe,

mas

não

fingirei

que

não

fiquei

um

pouco

decepcionada. Dizer que a empresa de Zaid está na moda seria um eufemismo selvagem. Os lanches gratuitos e a máquina Nespresso por si só já são algo para se escrever. Adicione a sala de jogos, sala de mídia e a estação de meditação, e The Zarin Group parece mais um retiro do que um local de trabalho. — É importante que os criadores tenham espaços que limpem suas mentes. — Ele me diz, enquanto pego um pacote de M&Ms para a caminhada.


— Entendo totalmente. — Rasgo o pacote de doces. — É como se afastar de um quebra-cabeça para que a solução possa se apresentar a você. — Exatamente. — Diz ele, em seguida, com a testa franzida. — Você está em um campo criativo? — Eu fui para a escola de gerenciamento de mídia social. — Oh. — Diz ele. — Isso é tão Millenium de você. — Estou no limite. — Não, você não está. Eu sim. Adquiri o cérebro empreendedor da geração Millenium e atitude “tanto faz” da Geração X 8 . Ele levanta os dedos em forma de “W” como no filme As Patricinhas de Beverly Hills9. Essa parte idiota dele nunca foi embora. Porra, se isso não deixa ele ainda mais sexy! Sugo o ar entre os dentes. — Tudo bem, você está certo. Sou totalmente millenium. Não use isso contra mim. — Sua geração tem uma má reputação. — Largo alguns M&Ms na palma da mão de Zaid. — Se não fossem os gerentes de mídia social, a publicidade estaria quase morta. — Isso é verdade. — Coloco um doce na boca e sorrio enquanto mastigo a casca. — Então você tem um departamento digital, obviamente. — Tenho. — E talvez eu pudesse conseguir uma entrevista nesse departamento em vez de recepção? — Um movimento ousado, eu 8 Geração X é nascida entre meados dos anos 60 e início dos anos 80. Cercada por grandes construções, trata da geração que ligou o motor do desenvolvimento, da globalização e tecnologia. Esse grupo tem muito mais intimidade com a tecnologia do que a geração anterior. Millenium são nascidos entre o início dos anos 80 e meados dos anos 90. Profissionalmente indecisos, buscam um propósito maior em suas atividades no ambiente de trabalho. A geração que vivenciou a revolução da internet também deu início à grande onda de empreendedorismo e startups. Por isso, mais importante do que ter dinheiro é estar feliz. 9 Clueless, um filme de comédia romântica que foi lançado nos EUA em 1995 e ainda é bem popular no Brasil. A forma que ele faz o W é com o dedão e o dedo indicador de cada mão, como um V cujo um lado é maior, unindo as duas mãos dá o W.


sei. Minha confiança está subindo. Pelo menos estava antes de notar o olhar no rosto de Zaid. —

Na

verdade

não

estamos

contratando

agora.

Mas

definitivamente poderia te considerar no futuro. — Entendo. — Digo um pouco rápido demais. — Além disso, eu provavelmente encontrarei algo em breve. Zaid pressiona os lábios depois de uma inspiração rápida. — Tenho certeza que sim. Quando voltamos para a recepção, Zaid me mostra o fichário que a temporária estava usando para navegar na recepção. Sento na minha cadeira e sorrio para Zaid. Meu chefe é o irmão da minha melhor amiga. Ainda não acredito que esse é o mesmo cara. Provavelmente é disso que trata essa pequena paixão, ele é familiar. Em uma cidade de oito milhões de estranhos, encontrei um rosto familiar – bem, “familiar”. — Acha que ficará bem? Tenho uma reunião em 15 minutos. Eu concordo. — Não pode ser tão difícil. Assim espero. — Acrescento. — Sei que você será ótima, Tori. Talvez a melhor que já tive? — O que disse? — Minha respiração fica presa na garganta. Isso foi um duplo sentido? — Na recepção — ele gagueja um pouco. — Você é uma mulher inteligente e bonita. Tenho certeza que tem habilidades. — Seus olhos vão direto para meus seios e quase encharco a cadeira. — Serei a melhor que você já teve Zaid — garanto. Dois podem jogar esse jogo. — Prometo. Seus olhos verdes brilham, franzindo os cantos quando sorri. Meu coração está batendo o triplo quando ele se afasta.


Solto um longo suspiro, alcanço o estúpido fichário de recepcionista e tento de novo reprimir a culpa de flertar com Zaid, que não é apenas o irmão da minha melhor amiga, mas agora ele também é meu chefe. Além disso, não vim para Nova York para me apaixonar. Vim aqui para encontrar sucesso e se houver um departamento digital aqui no The Zarin Group, tenho certeza de que farei parte dele! E não deixarei ninguém me parar.


4 Zaid

T

alvez isso fosse uma péssima ideia, afinal. Não consigo tirar os olhos de Tori. É uma coisa boa que ela esteja atrás da

mesa porque a figura dela está enviando sangue para o meu pau em excesso. Não parece bom para o chefe andar por aí, com uma ereção violenta. Droga, não posso evitar. Essas curvas dela deveriam vir com um aviso. Seu corpo macio e cheio implora para ser tocado. Tori faz coisas comigo que nenhuma mulher jamais fez. Separar o trabalho do prazer não será fácil. É uma coisa boa que ela é só temporária. Acho que não conseguiria me controlar se tivéssemos de cumprir minha política estrita de não namoro. Desde a turnê, tenho evitado passar por ela, me ocupando com reuniões e tarefas. Minha lista de tarefas nunca foi finalizada tão rapidamente. Me surpreendo quando termino apenas uma hora depois do horário, em vez das minhas três ou quatro normais. É o melhor, Tori provavelmente já foi. É um inferno passar por ela sem poder agir de acordo com meus sentimentos. Se eu ao menos tivesse convidado ela pra sair na sexta passada quando nos encontramos para beber, em vez de oferecer um emprego.


Que merda eu estava pensando? Recolho minhas coisas, tranco a porta e caminho para a entrada. O escritório está quase silencioso, então me surpreendo quando viro a esquina e encontro Tori ainda sentada em sua mesa, seu rosto uma máscara de concentração. Com o nariz tão perto da tela, ela parece estar estudando algo sob uma lupa. Tão profundamente concentrada que nem ouve minha aproximação. — O que você ainda está fazendo aqui? — Oh, Deus! — Ela engasga e se atrapalha com o mouse. Sua tela fica preta. — Jesus Zaid, você me assustou. — Olho para ela suspendendo a tela do iMac. Que droga ela estava olhando? — Pensei que você já estaria longe daqui, agora. — Fiquei presa em algo. — Seu tom defensivo é forte. — Bem, você terminou? Eu pensei que talvez pudéssemos tomar um drink? Não Zaid. Isso não é uma boa ideia… A maneira que me sinto sobre Tori com um pouco de coragem líquida no sistema, sem chance de manter minhas mãos fora de seu corpo incrível. — Oh, hum... — Tori lambe seus lábios carnudos. — Realmente preciso ir para casa. — Oh. — Eu ainda tenho muito trabalho a fazer. — O trabalho de recepcionista? — Não, encontrar um emprego permanente. Meu peito aperta. — Faz sentido — respondo, mas parte do meu ego cai nos meus pés, talvez ela não queira tomar uma bebida comigo.


— Então te vejo amanhã? — O seu cabelo de cobre fica preso ao lado, como se ela estivesse passando os dedos por ele e se esquecesse de escovar de novo. Resisto ao desejo de ajeitar para ela. Até tocar seus cabelos sedosos posso estar cruzando a linha. — Estarei aqui. — Forço um sorriso. — Meio que tenho que estar. — Estranhamente, eu também. — O sorriso forçado de Tori combina com o meu. — Bem. — Olho para os meus sapatos antes de levantar os olhos para encontrar os dela. — Boa noite, Tori. — Boa noite Zaid. — Sua voz rouca me acalma. Com um breve aceno de cabeça, me afasto e vou em direção ao elevador. Sei que não devo levar para o lado pessoal, e estou realmente tentando, mas esta situação se torna mais dolorosa a cada minuto. Cada respiração que dou sem perseguir Tori parece difícil. Tudo o que quero é reivindica-la, deixá-la saber que cuidarei dela pelo resto da vida e a farei feliz. Ela nunca terá que trabalhar se não quiser, e se quiser, ajudo ela a encontrar o melhor emprego que a cidade tem para oferecer. Se ao menos pudesse convencê-la de que deveria ser minha. Saio para as ruas da cidade. O sol se põe a oeste do rio Hudson. Cerro os punhos ao lado do corpo, a tensão sexual correndo pelas minhas veias. É uma curta caminhada até o meu condomínio em West Village. No minuto em que chego na porta, abro o zíper da calça que me torturava junto com minha ereção, que pressionava com força a minha cueca boxer de algodão. Visto as roupas de ginástica e vou até a academia do prédio. Com meus fones de ouvido tocando heavy metal, adiciono mais


peso à barra do que nunca. Um longo rosnado explode da minha boca com cada repetição. Pensamentos de Tori escorrem dos meus ouvidos cada vez que a barra de metal se aproxima do meu peito. Quando estou bem e empolgado, substituo a barra e me vislumbro no espelho. As veias em meus braços incham. Meu rosto, vermelho. Lábios em desgosto. Não deixarei esta mulher escapar de mim. Esperei muito tempo para fazer um movimento com Tori. Ela é parte da razão de eu ter feito tanto de mim mesmo. Ela é tudo o que sempre quis e não a deixarei ir de jeito nenhum. Tori Stephenson nasceu para ser minha. Minha para tomar, reivindicar e amar... para sempre.


5 Tori C

írculos escuros cobrem meus olhos, penetrando através das três camadas de corretivo que passei sob os olhos nessa

manhã. Mal dormi. Em vez disso, fiquei a noite toda trabalhando numa simulação de apresentação para Zaid. Depois que me deparei com um artigo sobre uma grande empresa de pijama em ascensão no Brooklyn, Bed Me – aparentemente, na primavera passada eles rejeitaram o argumento de venda do The Zarin Group e ainda estão procurando uma agência de marketing para representá-los – eu sabia exatamente o que tinha que fazer. Meus dedos esfregam contra o portfólio de couro falso de rosa puro e um rosa dourado – é da Target 10 , mas parece caro – segurando várias anotações e impressões para apresentação improvisada. Estou no escritório antes de Zaid, uma coisa boa também. Meu estômago se agita com nervosismo só de pensar em correr esse risco. Mas algo me diz que Zaid verá o que realmente é, estou tomando a iniciativa mais do que ultrapassando os limites. Eu espero?

10 A Target Corporation Inc é uma rede de lojas de varejo dos EUA, fundada em 1902 por George Draper Dayton sediada em Minneapolis no estado de Minnesota. É a segunda maior rede de lojas de departamento nos Estados Unidos, atrás do Walmart.


Sento na minha mesa e dou um longo gole na garrafa de água. Assim que Zaid entra, cheirando fortemente a um homem com banho recém-tomado, saio da cadeira. Com ombros erguidos, embalo meu portfólio. — Tem um minuto? — Pergunto. Zaid balança a cabeça, estreitando os olhos. Ele me olha um pouco, estou acostumada a seu sorriso. Este é um Zaid mais sério. Ele continua andando pelo corredor e o sigo para seu escritório. — Feche a porta. — Ele diz enquanto me arrasto atrás dele. Hesito no começo, mas faço o que ele diz. Fiz algo errado? Ele está sendo tão rude comigo. Concentro minha energia e caminho direto para sua mesa. Antes que ele tenha a chance de se sentar, empurro meu portfólio em sua direção. — O que é isso? — Ele pega e abre. — Uma estratégia de marketing de mídia social para Bed Me — Tori, não representamos a Bed me. — Eu sei Zaid, e me perdoe por ser tão direta. Mas se eu estivesse na sua equipe e apresentasse isso, as coisas poderiam ter sido diferentes. — Meu coração dispara como se estivesse preso em um túnel. Se fingir até chegar ao sucesso é o lema do sucesso, certamente estou no caminho certo. Quando Zaid abre o portfólio, o sulco grosso entre as sobrancelhas se suaviza. Ele folheia as páginas em que trabalhei tanto, seus lábios carnudos abrindo e fechando sem uma palavra escapar. Depois de um curto tempo de vida, Zaid fecha o portfólio e devolve para mim. — Eu adoraria seu feedback. — Digo. — Tori...


— Só me trate como qualquer outra pessoa e seja direto. Zaid parece especialmente forte hoje. Cru e um pouco polido, com o cabelo despenteado e uma sombra de barba. — Você quer que eu seja direto? — Ele dá a volta na mesa. Eu resisto à vontade de me esconder sob seu corpo grosso e pesado. Em vez disso, permaneço de pé. Sou uma menina grande. Posso aguentar. — Tori — sua voz é baixa, sensual. — Está além de impressionante. Finalmente soltei o fôlego. — Obrigada. — Mas não posso te contratar. — Agora sou eu que não consigo encontrar as palavras. — Não com o que sinto por você. — Como se sente por mim? — Minhas palavras são sussurros. Ele passa meu cabelo por cima do ombro, depois passa as mãos pela minha cintura e me puxa para perto dele. Meu suspiro é abafado por seus lábios colidindo com os meus. A umidade encharca minha calcinha quando Zaid pressiona seu comprimento duro e grosso contra o meu corpo. Sua língua separa meus lábios e deixo ele provar enquanto meus dedos apertam seus bíceps impossivelmente inflados. Quando finalmente paramos para respirar, me olha nos olhos. — O que está fazendo? — Pergunto, sem saber mais o que dizer. — Tomando o que é meu. — Seus lábios tocam contra o meu enquanto ele fala. — Eu queria te provar desde o momento em que eu coloquei os olhos em você. Meu cérebro estava igual a ovos mexidos. Quando ele pôs os olhos em mim? No restaurante? Certamente ele não pode estar falando da casa de Viv todos aqueles anos atrás?


Oh meu Deus, Viv. Prometi a ela. Me afasto dele, pressionando a palma da minha mão na boca. — Zaid. — Nada que diga pode me fazer mudar de ideia Tori. — Seus dedos trilham o comprimento do meu braço até que está segurando minhas duas mãos. Seu pênis aperta com força contra suas calças, um contorno perfeito. Estou morrendo para ver como que ele é pelado, como seria enterrado profundamente dentro de mim. — Tenho te desejado desde que você passou todo aquele tempo na minha casa. Por que acha que eu ficava em casa o tempo todo? Pisco duas vezes. — Por mim? Sacrificou sua vida social na faculdade por mim? — Valeu a pena. — Ele se move atrás de mim, pressiona sua boca quente contra a curva do meu pescoço. Uma das mãos percorre minha cintura, e a outra palma o meu peito. Ele está tão duro, aninhado firmemente contra a minha bunda. — Você é minha Tori. Você pertence a mim. — Quando ele rosna em meu ouvido, um pequeno suspiro escapa da minha boca. — Eu te quero tanto. Você é a mulher mais sexy que já vi, e me recuso a deixar você sair da minha vida agora que voltou para ela. Suas palavras ressoam na minha mente. Sei que ceder a Zaid – por mais que esteja morrendo por isso – arriscaria meu potencial de trabalhar aqui em tempo integral. E pior, sem dúvida, afetará meu relacionamento com minha melhor amiga. Mas não consigo pensar nisso agora. Meu corpo tem uma mente própria. Me viro para encarar Zaid e devoro sua boca faminta. Meus mamilos endurecem sob minha blusa de seda.


Suas mãos amassam minha bunda, me pressionando tão perto que giro meu calcanhar ao redor das pernas de Zaid para que eu possa esfregar contra ele para ter algum alívio. — Isso é errado. — Digo. Ele aperta meus seios, sua boca os encontra através do tecido. — Tem razão. — Diz. — Não devemos fazer isso no escritório. Não foi isso que eu quis dizer, mas agora que comecei, não posso parar. Meu corpo está emitindo uma luz verde por uma estrada escura, implorando a Zaid para me explorar. — Onde nós podemos ir? — Pergunto. — Moro perto. — Ele diz e me pega pela mão. Ajeito meu cabelo com a mão livre e, pouco antes de batermos na porta, Zaid se vira para mim. Seus lábios pressionam suavemente os meus, macios e sensuais. — Mas tenho que te avisar, Tori. Se você se der para mim, não, quando se der para mim, não deixarei você ir, nunca. Minha boceta aperta. Concordo e Zaid abre a porta. No elevador vazio, ele me pressiona contra a parede dos fundos, suas mãos explorando meu corpo. Nunca quis alguém assim antes. Meu corpo está desejando isso. Se Zaid Zarin me quer tanto quanto eu, qual é o mal em nos dar um pouco de prazer? Oh, apenas... tudo. Mas antes que eu possa pensar em mudar de ideia, estamos fora do escritório e a caminho do apartamento de Zaid.


6 Zaid

N

ão consigo tirar as mãos da Tori. Sabia que seria bom, mas sentir suas curvas suaves sob as pontas dos meus dedos

é indescritível. Não conseguimos chegar ao apartamento rápido o suficiente. A cada semáforo puxo ela para mim, roubando beijos sempre que posso. Ela deixa seu corpo derreter em mim, e só posso imaginar como será bom quando estiver enterrado dentro dela. Três blocos mais tarde, chegamos à minha cobertura. Se não houvesse pessoas no elevador, eu rasgaria sua doce saia. Mal posso esperar para ver seu bonito centro rosado. Molhada e pronta para eu provar. No corredor, ela se joga contra mim. Minhas mãos exploram sua bunda firme em forma de maçã. É preciso talento, mas minha chave escorrega para dentro da porta enquanto ainda acaricio ela. — Você é um beijador fantástico. — Diz ela entre beliscar e sugar meu lábio inferior. — Você não é tão ruim assim. Finalmente o bloqueio aparece e a porta se abre. Jogo ela contra a parede e aperto seus seios entre meus dedos.


— Seu corpo é lindo. Quero ver mais dele. — Tori me olha com olhos de corça, uma menina perdida, vulnerável e incrivelmente sexy. Sua língua sabor de chiclete passa sobre o lábio inferior quando puxo a blusa da cintura da saia. Puxo o material sedoso sobre a cabeça dela. O decote pega seus cabelos, enviando eles em cascata ao redor de seu sutiã de renda rosa. As mechas de cobre caem sobre os seios, destacando o decote almofadado com o qual estou sonhando. — Porra. — Digo apertando seus seios gloriosos. Seus mamilos endurecem em pequenos picos quando belisco eles através do tecido. Tori respira fundo, colocando as mãos em cima das minhas. — Seus dedos são incríveis. Ela diz e fico ainda mais duro. Estendo a mão e tiro o sutiã dela. Seus seios caem contra as costelas, mamilos grandes e cor de pêssego endurecem com a exposição repentina. Não aguento mais um minuto. Tomo um dos seios dela na boca, agarrando e chupando enquanto ela segura a parte de trás do meu cabelo. Sua respiração vem em jorros irregulares, enquanto minha outra mão desce pelo lado de sua coxa. O tecido de sua saia suspende tão facilmente contra a minha palma. — Oh Zaid — Ela geme, e estou quase perdido. Ela poderia me ler a lista telefônica com aquela voz sexy dela. Toda vez que ela diz meu nome, sei que quero ouvir dela pelo resto de nossas vidas. — Diga que quer isso. — Exijo, gravando meu polegar na barra da saia, fazendo cócegas em sua nua coxa. — Oh Deus, eu quero. Eu quero você, Zaid. Suas palavras são como mágica. Levanto a saia até que sua calcinha apareça, depois coloco meus polegares ao longo dos lados,


puxando lentamente sobre seus quadris cheios. Ela sai dela para mim, e sua respiração fica presa quando seguro seu monte nu, deixando ela fumegante em seus próprios sucos. — Você está molhada para mim Tori? — Percorro o dedo de cima a baixo ao longo de sua fenda lisa e pingando. — Oh sim, você está. — Afirmo e puxo o dedo para fora, levando aos meus lábios, depois chupo seu delicioso néctar limpo da minha mão. — Você tem um gosto incrível Tori. Assim como eu sabia que teria. Agora que provei uma fruta tão doce, me recuso a comer qualquer outra coisa. Levanto ela por debaixo dos braços. Tori solta um gritinho, depois explode uma risada envergonhada enquanto a carrego para a minha mesa da sala de jantar. — Me coloque no chão, Zaid. — Nunca. — Você não pode, sou muito pesada. — Movo a cadeira mais próxima e a coloco na mesa de jantar. Me mexo entre as pernas dela. Ela olha como se alguém tivesse matado seu gato. Seu queixo macio derrete contra o meu toque. — Você não é muito pesada Tori. Você é perfeita. Sempre foi perfeita. Estive sonhando com o momento em que finalmente poderia agradar a sua boceta doce a noite toda. — Desabotoo a camisa e a jogo no sofá atrás de mim. Os dedos de Tori alcançam meu peito, um imã de aço. Coloco minhas mãos nas dela. — Você é a mulher mais inteligente, sexy e bonita que já conheci. Suas mãos frias pressionam contra os meus mamilos. Ela aperta, depois arrasta as pontas dos dedos pelo meu estômago, sobre a mecha de cabelo que leva ao meu cinto. Seus olhos castanhos prendem nos


meus enquanto ela mexe na fivela. Seus lábios encontram os meus e imediatamente, minha mente pinta uma imagem: Tori comigo todos os dias, acordando com ela, adormecendo com ela, se entregando completamente a mim. Ela se afasta, os olhos mirando o meu zíper. A ponta do meu pau cutuca a parte superior da minha boxer, já brilhando em antecipação. Tori lambe os lábios e quase me perco, pronto para liberar meu esperma por ela toda, aqui e agora. Ela arrasta a cintura da minha boxer por cima da ereção e lentamente abaixa a cabeça. Sua boca está prestes a entrar em contato quando... A campainha toca. Tori levanta a cabeça. — Você está esperando alguém? Balanço a cabeça, tentando não ficar furioso com a interrupção. — Provavelmente apertaram o botão errado. — Os ombros de Tori relaxam. Ela lambe os lábios vermelhos e abaixa a boca para mim de novo, mas a campainha toca uma segunda vez. — Porra! — Digo puxando para cima as calças e indo para o monitor de vídeo. Aperto o botão e a tela ilumina. — Quem é? — Pergunto pelo alto-falante. — Zaid? — A mulher se levanta em linha reta, de frente para a câmera. — Você está em casa! — Você não tem uma chave? — Eu não consigo encontrar. — Abrindo. — Aperto o botão e pego a blusa de Tori do chão. — Quem é? — Tori sussurra, saindo da mesa, reajustando a saia sobre os quadris cheios. Passo mão pelo cabelo.


— É só a Viv. — Sua irmã? — A voz dela levanta uma oitava. — A primeira e única. — Seu rosto fica vermelho quando eu entrego a blusa para ela e então pego minha própria camisa. — Por que não me disse que ela estava vindo? — Porque eu não tinha ideia. Estou tão surpreso quanto você. — Eu não posso deixá-la me ver aqui. — Freneticamente Tori enfia a blusa, pega a bolsa no chão onde ela deixou cair e se dirige para a porta. Assim que ela abre, ela bate com força em Viv. — Oh meu Deus! Tori, você está aqui. — Viv envolve Tori em um abraço de urso. — Pensei que teria que ir até o Queens para... — Seu rosto cai assim que avista meus dedos desajeitados, abotoando frenético a camisa. — Que merda tá acontecendo? Um milhão de desculpas passam pela minha mente, mas antes de eu pousar em uma, minha irmãzinha estreita os olhos em uma pequena pilha de tecido. Eles aumentam quando ela percebe o que são: a calcinha de Tori, ainda deixada ao lado da porta da frente, onde arranquei dela.


7 Tori

O

olhar de horror no rosto de Viv se transforma em pura raiva. Quero dizer a ela que não significou nada, que nós dois

ficamos presos na tensão sexual entre nós e que não tenho sentimentos por seu irmão. Mas isso seria uma mentira. — Seu batom está manchado. — Ela estreita os olhos para mim. Esfrego a bochecha, esperando limpar. Ela joga a bolsa no apartamento de Zaid, gira sobre os calcanhares, e marcha em direção ao elevador. — Viv, espere! — Corro atrás dela, quase torcendo o tornozelo. Ela aperta o botão de chamada do elevador. — Viv? — Ela nem sequer olhará para mim. — Vivian? — Pego o pulso dela. Viv se afasta com o meu toque e empurra o dedo na minha cara. — Você prometeu Tori. E pior do que isso, você mentiu. Meu coração cai em meus sapatos. — Eu sei, eu fiz. E eu sinto muito, é só... — Oh, não pode resistir ao meu irmão de repente quente, depois de anos ignorando ele completamente? — O elevador apita, portas duplas se abrem. — Pensei que fosse mais esperta do que isso.


Sigo ela para o carro no momento em que as portas se fecham, nos prendendo juntas por dez andares. Minhas mãos apontam para meus quadris. — Mais esperta que o quê? Sua risada sem humor vira meu estômago. — Ele é um jogador Tori. Desde que se reinventou. — Ela usa aspas no ar. — Está com uma mulher diferente constantemente. Tento ficar quieta. A verdade é que ele é definitivamente quente o suficiente para se encaixar no perfil, mas não parece o tipo de jogador idiota. — Como você sabe disso? — Porque ele me diz. Inferno Tori, ele diz a todos. É como se estivesse recuperando o tempo perdido. Eu realmente pensei que você seria inteligente o suficiente para não cair nessa. — O elevador chega ao térreo. Quando as portas se abrem Viv é um morcego fora do inferno, mas estou quente em seus calcanhares11. — O que você está fazendo aqui afinal? — Vim te surpreender para que pudéssemos sair nesse fim de semana. Você estava falando sobre quão solitária estava, então pensei em vir e ser sua companhia. — Mais uma vez ela dá de ombros e tira minha mão do ombro dela. — Dificilmente parece que você precisa. — Por que só não foi na minha casa? Por que na de Zaid? — Eu não sei onde você mora imbecil. E eu não queria estragar a surpresa. — Ela balança a longo cabelo loiro. — Não, não vire isso para mim. Fui eu quem te pegou com meu irmão.

11 É a maneira dela de dizer que a amiga sai rápido, mas está acompanhando. Não foi adaptado porque é uma peculiaridade da personagem em usar essas frases ao invés de só dizer o que é.


Vivian empurra a porta da frente do edifício. O calor do verão assalta nós duas, irradiando do asfalto úmido. Viv acelera o passo. — Você pode esperar um segundo para eu explicar? — Chamo ela, e para minha surpresa ela realmente para, se vira para mim, e cruza os braços sobre o peito. — Você tem sessenta segundos. Meu

cérebro

dispara,

tentando

desesperadamente

compartimentar o que posso dizer em menos de um minuto para corrigir essa situação. Viv pressiona os lábios em uma linha fina e levanta as sobrancelhas. O que posso dizer? Que acho que me apaixonei pelo irmão dela? Que ele é meu chefe e que pode ter aumentado a emoção de uma situação já tabu? Ou que eu tenho sentimentos genuínos por ele, e que estar com ele realmente me faz sentir bem comigo mesma? Essa última parte agita meu coração, e sei que é a resposta certa. Mas posso dizer isso? Especialmente sabendo que o que estou sentindo pode nem ser real. Em vez disso, poderia ser um ato de jogador recém-descoberto, compensando o tempo perdido. — Então? — Viv pede. Solto os braços para os lados do meu corpo; estou mais confusa do que nunca. — Eu não sei. — Deveria ser minha amiga. E amigas não quebram promessas. — Viv... — Não. — Ela diz sobre seu ombro, já na rua. — Pare de falar e não me siga. — O ar úmido pega seus cabelos enquanto ela corre pela Oitava Avenida. Instantaneamente, ela se mistura com o


tráfego da rua, mas assisto ela até que esteja completamente fora de vista. Me sinto doente, instável e fraca. Olho para baixo e minha camisa ainda está desabotoada. Com um suspiro, enfio a bainha de volta na saia. Tenho toda a intenção de voltar para a casa de Zaid, mas meus pés não se mexem. E se Viv estiver certa? E se ele é apenas esse idiota reformado que virou jogador que está acumulando tantos entalhes em sua cabeceira quanto ele pode? Isso não parece ser Zaid, mas um segundo pensamento me dá um soco no estômago. Nem conheço Zaid. Na verdade, não agora não. Suas intenções parecem sinceras, mas e se não forem? E se Viv me fez prometer isso para me proteger? Limpo a lágrima escorrendo pelo rosto, me sentindo como uma idiota por chorar na rua. Então levanto a alça da bolsa por cima do ombro, tentando lembrar onde fica o metrô a partir daqui. Graças a Deus tenho o meu celular. É uma caminhada de dez minutos, e pelo tempo que leve para chegar ao trem, minha mente ficou um pouco menos nebulosa. Eu nunca desistiria da minha melhor amiga por Zaid. Não importa quão rápido estou me apaixonando por ele, ou quão incrível e confiante ele me faz sentir. Eu fiz uma promessa a Viv, e cabe a mim fazer tudo que posso para fazer as coisas direito.


8 Zaid Q

uando o sol se põe abaixo do Hudson, perco oficialmente a esperança de Tori voltar para o apartamento. Viv retorna logo

após o pôr do sol para me encontrar no terraço, bebendo uma cerveja gelada. Ela abre a porta e caminha para se juntar a mim. — Tem mais um desses? — Ela pergunta, e inclino a cabeça para o interior da geladeira dentro do apartamento. Quando ela retorna, desta vez com cerveja na mão, ela se estatela na espreguiçadeira ao lado da minha. Por um tempo, nós dois olhamos para as luzes cintilantes que brilham na água. — Para onde você foi? — Pergunto. — Andei por aí. — Ela diz levando a garrafa aos lábios. Você não presta para isso, Zaid. Por que Tori? Sério cara. Esta é a minha segunda amiga que você pegou debaixo do meu nariz. — Vivian, eu não peguei ninguém. — Então como você chamaria isso? — Eu mal sai com Alicia. — Exatamente! Segundo ela, você acabou de comê-la e deu um fora nela. — Um longo suspiro preenche o silêncio entre nós. —


Não posso perder outra amiga por causa de alguma revoluçãosexual-estúpida que você esteja tendo. — Ela fica quieta para enfatizar o argumento. Vivian e eu nunca fomos exatamente perto. A diferença de idade de cinco anos contribuiu para isso, mas ela ainda é minha irmã. E mentir afeta todo mundo, eventualmente. — Eu não sai com tantas pessoas. Viv ri e leva um longo gole de sua cerveja. — Como se eu acreditasse em você. E tudo o que você fala. Torço o rosto, espelhando o aperto no meu estômago. — Viv, eu menti para você. Não fiquei com ninguém desde Alicia. E só fiquei com duas pessoas antes dela. Suas pernas voam para fora da espreguiçadeira, pés plantados no deck. — Você está falando sério? — Aceno com a cabeça e tomo um gole da minha cerveja. — Por que diabos você mentiu sobre isso? É como se você quisesse parecer um idiota. — Eu queria parecer que tinha mudado. Que me tornei alguém com quem contar. O cara que tem tudo. — Olho no rosto da minha irmãzinha que cresceu. — Mas não tenho tudo, Viv. Não sem Tori. — O que disse? — Ela ergue a cabeça loira, mexendo o pescoço em minha direção. — Tori não é Alicia, Viv. Sou apaixonado por ela desde... — Os olhos de Viv se estreitam, pendurados em cada palavra minha. — Bem, por um longo tempo. Alicia e eu estivemos em três encontros. Não senti nada, então terminei. — E ela ainda não fala comigo por causa disso. — Vivian. — Faço a mesma pose dela, firmando os pés firmemente no chão. — Você acha que Tori pararia de falar com


você? Vocês duas são como irmãs. — Vivian bebe a cerveja, limpa a boca com as costas da mão e olha o rio. — Não, acho que não. Mas eu morreria se ela não estivesse mais na minha vida. — Irmãzinha, me sinto exatamente da mesma maneira. — Os olhos de Viv brilham e ela torce os lábios da mesma maneira que faz desde que éramos pequenos. — E prometo a você... — Pssht, promessas... — Que se chegasse a isso, Tori escolheria você em vez de mim em qualquer dia da semana. — Essa constatação me atinge como um tiro no peito. Amo tanto a Tori, que eu a deixaria ir para salvar a amizade delas. — Mas espero que nunca chegue a esse ponto. — Espera... você ama Tori? — A mandíbula de Viv torce. — Você está falando sério? — Nunca falei tão sério sobre qualquer coisa. Mas para isso funcionar, precisaremos de sua bênção. O silêncio de Viv me assusta. Depois do que parece uma eternidade, ela joga a mão na minha direção. — Você tem a minha bênção. — Não posso esconder meu sorriso quando pego a mão dela, mas ela afasta no último minuto, me deixando segurando o ar. — Se prometer ser bom para ela, e se as coisas não derem certo, a deixará ir facilmente. — Vivian, não consigo imaginar as coisas não dando certo. — Oh meu Deus, se casará com minha melhor amiga? Vivian torce o rosto e me parece tão engraçada que eu caio na gargalhada. — Um passo de cada vez. — Coloco minha cerveja no chão e me levanto, calculando para onde ir daqui. Um passo de cada vez.


9 Tori

N

unca me senti tão sozinha em toda a minha vida. Enfio outro punhado de lascas de chocolate amargo, direto da

embalagem, na boca. Meus colegas de quarto sumiram, meu trabalho provavelmente está em risco agora, e minha melhor amiga odeia minhas entranhas. As coisas não podem ficar muito piores, e o maior problema é que eu poderia evitar isso indo até Viv no segundo em que comecei a desenvolver sentimentos por Zaid. O episódio que estou assistindo no Netflix termina e clico imediatamente em “próximo episódio” no laptop. A única coisa que me mantém sã agora é sair com os amigos no Central Park. O celular descansa na minha barriga, subindo e descendo enquanto relaxo na cama. É tão ruim querer tudo isso? Um bom emprego, um namorado quente e uma melhor amiga que entende? Acho que para mim é. Pego o copo de Pinot Grigio que estava na cabeceira só para descobrir que ele está vazio. — E estou sem vinho. — Reclamo e me arrasto para fora da cama. Sem ninguém em casa e meu ar-condicionado – um modelo antigo deixado pelo ex-inquilino – em condições menos que estáveis, acho que é seguro usar uma camiseta grande e calcinha.


Ainda assim, espio só com a cabeça para fora do quarto e olho para os dois lados, só por precaução. Quando sei que a área está limpa, vou para a geladeira. O ar frio da porta aberta é tão bom que descanso a testa no braço, pendurada contra porta do congelador. Tudo isso acabará. Pedirei desculpas a Viv até que ela não aguente mais e me perdoe. Então encontrarei um emprego em outro lugar, e esquecerei tudo sobre Zaid. Em uma cidade de quase nove milhões de pessoas, as chances de encontrá-lo por capricho será reduzido a zero. O vinho branco transborda do meu copo. Encho um pouquinho demais, minimizando o tempo necessário para outra recarga. Enfio a rolha de volta, fecho a geladeira e prossigo pela sala, mas sou interrompida pelo som da campainha. — Quem será, porra? — Imediatamente me sinto mais nua do que realmente estou. Coloco o copo na mesa improvisada e pressiono o botão de falar na campainha. — Olá? — Ninguém responde. Em vez disso, encontro o zumbido inconfundível da porta sendo destrancada. Deve ter sido um erro. Eles tocaram a campainha errada, isso acontece o tempo todo. Dou um passo para trás da porta e pego o copo. Não dou dois passos antes de baterem na porta da frente. Bato a mão na boca para suprimir um suspiro. Mantendo meu corpo perfeitamente imóvel, rezo para que se eu não me mexer, eles simplesmente desapareçam. Toc, Toc, Toc! Merda. Dou um passo cauteloso em direção à porta, na ponta dos pés descalços contra a madeira. A palma da mão repousa sobre a porta, e pressiono a boca contra o espaço entre a porta e o batente.


— Quem é? — Tori, abra. — No começo fico surpresa como ele sabe meu nome. Até eu perceber a quem a voz pertence. — Zaid? — Quem mais poderia ser? — O ciúme que reveste seu tom é palpável. — Abra a porta. Olho em volta da sala procurando algo para me cobrir, decidido rapidamente pelo cobertor pendurado nas costas do sofá. Abaixo o vinho, envolvo o cobertor em volta da minha cintura como um sarongue12, aliso os cabelos e abro a porta. Zaid parece mais gostoso do que nunca. Ele está de camiseta cinza com decote em V e calça jeans destruída. Seu cabelo está solto, despenteado e escorrendo sobre seus olhos verdes. Meu centro explode em chamas. — O que você está fazendo no caminho do Queens? — Posso entrar? — Pergunta, mas não espera por resposta. — Claro. — Digo enquanto ele passa por mim. Sua estreita proximidade envia arrepios por todo meu corpo. Meu cérebro tem flashes de volta para onde estávamos há poucas horas, e cruzo as pernas para um pouco de fricção para aliviar essa dor constante que aparece quando Zaid está ao redor. — Mas não sei se pode ficar. Viv está muito chateada comigo, e honestamente é tudo culpa minha. — Não é culpa sua Tori. — Ele pega a minha mão, mas me afasto antes que ele faz contato.

12 É uma espécie de saiote usado pelos malaios dos dois sexos, constituído por um pedaço de pano que envolve a parte inferior do tronco.


— Não Zaid, é sim. Prometi a ela que não me envolveria com você e quebrei essa promessa. Além disso, ela me contou sobre todas as suas... mulheres. — Não é a única que estava mentindo Tori. Não houve outras mulheres. Nunca houve nenhuma outra além de você. — Seus olhos verdes brilham na luz baixa do meu apartamento. — Nunca. — É fácil ver que ele está dizendo a verdade. Meu peito solta. — E o mais importante, Viv está bem com a gente. — O quê? — De repente eu gostaria de ter um sutiã. Não há dúvida de que meus mamilos estão cutucando minha camiseta fina e branca. — Como? Zaid dá um passo em minha direção e dessa vez, deixo pegar minha mão. Os olhos, baixos e graves, me penetram com seu calor. — Porque eu disse a ela o quanto eu te amo. Disse o quê? — Você disse o quê? — Minha voz falha de puro choque. — E você quis dizer isso? Zaid envolve seus braços em volta da minha cintura e me puxa para perto. Ele pressiona sua boca contra a minha, suave, mas urgente. Amoleço contra ele, me entregando completamente. — Tori, te amei por anos. E é hora de todo mundo saber. Especialmente você. — Ele traça uma linha no meu rosto. — Eu acho... — Não posso acreditar nas palavras que saem da minha boca. — Se realmente está tudo bem com Viv, eu também posso estar apaixonada por você. Ele sorri para mim e levanta uma sobrancelha espessa. — Você acha?


— Sim. — Repito. Faz só algumas semanas, e eu sei em meu coração que ele é o único. Que ele é o homem que eu quero estar para o resto da vida. Chame de palpite, ou intuição, mas não há ninguém para mim além de Zaid Zarin, mas isso não significa que ele não terá que trabalhar para isso. — Acho que sim. Seus lábios batem nos meus. Sua língua quente e macia entra na minha boca e uma explosão de umidade escorre pela minha calcinha. As vibrações no meu núcleo aumentam quando ele lentamente puxa o cobertor para longe dos meus quadris, me deixando ali de pé em camiseta fina e calcinha. Sua ereção dura como pedra pressiona contra o algodão fino da minha calcinha, esfregando contra o meu nó inchado e dolorido. — Seus colegas de quarto estão em casa? — Ele rosna em minha boca. Mordo meu lábio inferior, pressionando a testa contra a dele. — Não. — Um outro ruído animalesco escapa de sua boca. Dessa vez, quando me levanta, não há um pingo de preocupação no meu corpo. Em vez disso, envolvo minhas pernas em volta de sua cintura, moendo nele enquanto ele me beija de novo. — É a segunda porta no final do corredor. — Digo. Zaid não perde tempo, me carregando para o quarto e me colocando na cama. Ele fecha meu laptop e o coloca no chão. — Friends, hein? — É como comida de conforto. Ele rasteja em cima de mim, minha camisa subindo sob a pressão de seu corpo. — Eu gosto do som disso. — Seus dentes mordiscam meu pescoço, e uma pequena risadinha escapa da minha boca.


— Desculpe. — Digo tentando suprimir meu riso. Cócegas. — Eu gosto disso. — Diz ele tocando meu corpo. Ele puxa minha camiseta por cima do meu estômago, plantando beijos gentis perto do umbigo. Por um momento meu corpo aperta. Tenho estrias, celulite e outras imperfeições com as quais ele está literalmente cara a cara. Suas mãos continuam puxando minha camiseta até que expõe meus seios. Zaid olha para mim com os olhos encobertos. — Você não tem ideia de como seu corpo é lindo, não é? Perfeita. Como uma pintura. — Ele diz entre beijos. — Um trabalho de arte. Meus mamilos endurecem com as suas palavras. Assim que tiro minha camiseta, a boca de Zaid se dirige para o sul, beijando meu monte inchado e dolorido sobre minha calcinha. Ele dá uma inspiração longa e firme. — Seu cheiro é tão bom. Molhada e pronta para mim. — Ele agarra entre minhas pernas e aperta. — Isso é meu agora Tori. Pertence a mim. — Seu polegar esfrega círculos contra o meu clitóris e minha respiração aumenta. — Diga! — Minha boceta te pertence. — Digo, sentindo o poder da palavra. — Mas não se preocupe meu amor. Minha única intenção é fazer você se sentir bem, para fazer você gozar até que seu corpo se esgote. Sua respiração quente faz arrepios subirem e descerem pelas minhas pernas enquanto me beija sobre o tecido. Levanto os quadris quando ele os puxa completamente. Seus suaves lábios flexíveis, pressionam contra o vinco entre minha boceta e coxa. Meus dedos encontram o seu cabelo. Quero puxá-lo mais perto de


mim, enfiar o rosto mais profundamente, mas a expectativa é tudo parte da diversão. Quando ele me prova, meu corpo balança para cima. Meus seios caem nas axilas, mas não me importo. O prazer pela língua treinada de Zaid remove todas as minhas preocupações, e monto seu rosto quando ele insere os dedos, e os torce para cima, mais alto do que eu pensava possível, e bate no meu ponto erótico. Em poucos segundos ondas quebram atrás dos meus olhos. As vibrações começam suaves, mas vão crescendo rapidamente enquanto pulso e contraio contra sua língua grossa. Com o meu braço sobre meus olhos, meus joelhos tremem em ambos os lados da cabeça de Zaid. Ele me beija suavemente, limpando meus sucos fora em minha coxa. — Você tem um gosto tão bom Tori. Ele geme e se levanta. Planejo me deliciar com seu corpo todas as noites. Ele puxa sua camiseta sobre a cabeça e descompacta seus jeans. Sua ponta está mais uma vez aparecendo do cós da boxer. — Eu poderia me acostumar com isso. — Levanto apoiando nos cotovelos, mais uma vez impressionada com as ranhuras e músculos que revestem o corpo perfeito de Zaid. Aponto para a gaveta de cabeceira. Zaid saca a dica e pega a camisinha de dentro. Ele tira a boxer, coloca o preservativo, e sobe em cima de mim. — Prometo que levarei meu tempo com você. — Ele geme, beliscando e sugando os meus seios. Lá embaixo, seu grosso prégozo adere à minha trilha do tesouro. — Mas não nessa noite. Eu preciso te foder Tori. Rápido e forte. Aperto sua nuca, para que ele possa encontrar meu olhar.


— Então o que está esperando? — Suas narinas se alargam, os lábios se curvando em um rosnado. Com a boca na minha, ele se esfrega para cima e para baixo ao longo da minha fenda molhada. Quando ele entra em mim, eu grito de prazer. Minha mão dá um tapa em suas costas enquanto ele pressiona ainda mais em mim, esticando minhas paredes para abrir espaço para sua cintura. Não demorou muito para que nossos quadris encontrassem seu ritmo, dançando em conjunto. Nossos peitos fazem barulhos de sucção quando se encontram, o ar condicionado fazendo pouco para esfriar o calor do corpo. — Amo você, porra. — Ele declara. Nosso ritmo aumenta, e de novo ele encontra o meu ponto erótico. Não demorou muito para que minhas unhas arranhassem para baixo em suas costas, um guincho rangendo dos meus lábios. — Vou gozar. — Ele sussurra. — Eu também. — Digo quase sem forças para murmurar as palavras. Meu corpo libera agressão reprimida, desejo e alívio. Quando termina, Zaid tenta sair de cima de mim, mas eu o puxo para perto e beijo sua testa. — Foi ainda melhor do que eu esperava. — Diz ele. — Sei. — Minha respiração irregular sopra fios de seu cabelo. — Você é uma mulher incrível Tori Stephenson, e estou honrado de namorar você. Mas tenho algumas más notícias. Olho para ele, preocupada com o que ele pode dizer. — Minha empresa tem uma rígida política de não namoro. Então… — Não diga. — Digo e gentilmente beijo seus lábios. — Porquê de qualquer maneira, eu me demito.


— Bem. — Ele diz sorrindo, aquele sorriso torto dele. — E como fica isso? — Assim, meu novo namorado tem dinheiro suficiente para me ajudar até que eu encontre o meu emprego dos sonhos. — Me abaixo e aperto seu pênis um pouco. É tudo o que precisa para ele endurecer novamente. — Inferno, você nunca precisará trabalhar de novo. — Calma parceiro — peço, levantando os quadris para encontrar os dele, deixando ele saber que estou pronta para a segunda rodada. — Não vim a essa cidade para ser dona de casa de ninguém. Você pode cobrir minhas costas por agora, porque um dia eu serei a única a trazer o bacon para casa. Seus lábios encontram os meus de novo e pela primeira vez desde que me mudei para a cidade, sei que tudo dará certo. Muito bem, de fato.


Oito anos mais tarde Tori S

e você não desacelerar ficará doente. — A voz de Viv ecoa através dos meus fones de ouvido azuis. Reviro os olhos

para minha melhor amiga. Mal sabe ela que dobrei as vitaminas desde que o Zarin Group adquiriu 7 novas contas no início do mês. — Prometo a você, ficarei bem. — O carro para em frente à nossa casa no West Village e saio do banco de trás. Eu podia andar, mas ultimamente tenho estado um pouco cansada para isso. — Ainda virá à cidade no sábado? — Não perderia o quinto aniversário do meu sobrinho por nada no mundo — ela diz. — Bom, porque providenciei que Zaid levasse as crianças para fora no domingo e teremos a casa inteira para nós. Junk food, refrigerante sem ser diet e muitas pizzas. — Parece maravilhoso. Sorrio, pressionando o código no nosso teclado. Meu estômago estremece e ofego. Minha mão voa para ele, esperando por outro sinal, mas nada vem. Droga! — Viv, cheguei em casa. Amanhã falo com você.


— Ok — ela responde, e grita para o próprio filho que deve ter feito algo que não deveria ter feito – de novo. —

E falo sério

querida. Se acalme. — Eu vou — minto. Não há como parar de trabalhar agora. De jeito nenhum eu gostaria de interromper toda a emoção que está acontecendo em nossa empresa, um bebê a caminho ou não. Entro seguindo no cheiro de molho. Zaid está de costas para mim, com um avental. A colher de pau nos lábios enquanto prova. — Mamãe! — Jack grita e corre da mesa para mim. Ele quase me derruba. — Calma Jack. Lembra do que dissemos sobre ser gentil com a mamãe. — Sim — ele responde passando o dedo pegajoso contra o meu vestido. — Ela tem um bebê lá dentro. — É isso mesmo — Zaid confirma vindo até mim com a colher. Ele segura para mim, me dando um gosto, em seguida coloca os seus lábios nos meus. — Delicioso baby! — Qualquer coisa para minha mulher trabalhadora. Ele me beija de novo e volta para o fogão. Jack me leva para a mesa. Ele fez um peru de mão no jardim de infância hoje. Fico aliviada ao ver algo tão infantil. Na semana passada, ele cantou uma música inteira para mim em francês. Ouvi dizer que as escolas de Nova York eram avançadas, mas às vezes acho simplesmente ridículo. — Como está a mamãe? — pergunta Zaid. — Um pouco cansada, mas marcaremos a reunião com o pessoal do Grow-a-Unicorn hoje.


— Como se eu tivesse duvidado. — Zaid se aproxima e coloca uma tigela de macarrão fumegante com almôndegas caseiras na minha frente. Minha boca saliva com o aroma de alho. Quando engravidei de novo, insisti em trabalhar o maior tempo possível. Zaid decidiu participar de um período parcial nos dias em que Jack estuda. Eu não tinha ideia de que ele seria um pai tão maravilhoso em casa. A casa está limpa, o jantar está pronto e Jack (geralmente) está na cama na hora certa. Zaid se move atrás de mim, coloca suas mãos gigantescas nos meus ombros e esfrega. Sempre imaginei me mudar para Nova York e ser como Carrie Bradshaw 13 ou Hannah Horvath 14 , independente e amável. Como eu poderia esperar que o amor da minha vida estivesse me esperando aqui, junto com a carreira dos meus sonhos e com minha própria família? Coloco a mão sobre a de Zaid e levo um momento para respirar, grata além das palavras. — Você está bem? — Zaid pergunta, tirando meu cabelo do pescoço e plantando um beijo quente que me arrepia a espinha. Olho para o meu marido, os olhos verdes brilhando. Uma mancha do molho na frente do avental. Um sorriso brilha no meu rosto. — Querido — digo lutando contra a vontade de chorar. — Eu nunca estive melhor.

Fim 13 É uma das protagonistas do único livro e também famosa série Sex and the City exibida por 6 anos pela HBO. A franquia também ganhou 2 filmes e em 2013 a série The Carrie Diaries mostrou a vida da Carrie na adolescência, durando 2 temporadas. 14 A principal protagonista de Girls da HBO que retrata por um olhar cômico às humilhações sortidas e triunfos raros de um grupo de garotas em seus 20 anos vivendo na cidade de Nova Iorque.


Curvy Librarian A bibliotecária BBW15 e o Alpha OTT16

Curvy Librarian é o segundo livro da série de contos de romance autônomo CURVES IN THE CITY de FLORA MADISON! É um romance urbano doce e quente com um herói alfa OTT e uma heroína forte BBW.

Aguardem... 15 Acrônimo para o termo em inglês "Big Beautiful Woman", traduzindo Mulher Grande e Bonita. 16 Para designar qualquer coisa absurda, excessiva, principalmente referindo-se ao comportamento ultrajante ou à roupa exagerada de alguém.


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Equipe Pégasus


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