Shay Savage - Unexpected Circunstances

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Unexpected

CIRCUMSTANCES LIVRO UM: THE HANDMAID

SHAY SAVAGE 2


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SINOPSE Em uma movimentação política corajosa, Sir Branford reivindica uma serva como sua noiva, em vez da princesa esperada, numa tentativa de desencadear uma guerra. A pobre Alexandra não sabe muito bem como comportar-se sendo a esposa de um futuro Rei, e nada sabe do homem que de repente é seu marido. Ela sabe que está sendo usada como um peão e deve fazer o seu melhor para evitar intrigas entre nobres e a princesa desprezada, aceitar sua posição quando seu marido ascender ao trono, e superar seus medos do homem com quem ela agora compartilha uma cama. Sir Branford está determinado a ter tudo – o Reino, uma esposa de sua escolha, e a vingança que ele procura pela morte de seu pai. Ele não esperava que a serva ingênua se tornasse mais importante do que jamais teria previsto.

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CAPÍTULO 01 ATACAR SECRETAMENTE ― Alexandra! Entre aqui agora! Eu estava envolta em meias, que estava remendando, por cima do meu ombro e me apressei para o outro lado. Uma brisa fria de outono explodiu pela janela aberta no topo da torre do castelo, onde eu tinha servido como uma serva por tanto tempo quanto podia me lembrar. A princesa Whitney tinha estado no limite toda manhã, apesar de eu não entender o porquê. Hoje o Reino de Hadebrand sediaria o Grande torneio, mas nós assistimos muitos torneios e justas1 antes, apresentados pelo pai de Whitney, o Rei Edgar. Reconheço que este era um pouco mais significativo do que os outros, e desde o amanhecer chegavam numerosos cavaleiros dos Reinos vizinhos, mas houve outros torneios importantes. Whitney não fora tão criteriosa sobre seu guarda-roupa naquela época. Whitney inclinou a cabeça para um lado quando terminei de ajudá-la com o cabelo dela. A pele pálida e perfeita de seu elegante pescoço e sua atitude altiva eram manifestações de sua realeza somadas às armadilhas elaboradas ao redor de seu corpo. Com um movimento¸ rápido e praticado prendi fitas pretas e douradas no topo de sua cabeça. Acabei vestindo-a com a ajuda de Hadley, Edith e Shelly – outras servas da princesa Whitney. Quando terminamos, a princesa parecia tão deslumbrante como sempre. Edith beliscou as bochechas da princesa para avermelhá-las e passou suco de framboesas esmagadas em seus lábios, para dar-lhes um tom profundo. Todas nós recuamos, e Hadley e eu sorrimos uma para a outra. Tínhamos tanto orgulho e prazer em preparar princesa Whitney 1 Duelo entre dois cavaleiros com armaduras, montados em cavalos.

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para sua aparição pública. Com um rápido aceno da princesa, nós obedientemente entramos na fila atrás da princesa e sua exercitada fluidez. ― Temos vários príncipes competindo hoje ― Hadley sussurrou para mim. ― Você acha que ela está tentando chamar atenção de algum? Dei de ombros, não querendo ser pega fofocando. Para ser completamente honesta, não estava muito interessada em quem estava competindo nos jogos de hoje. Estava acostumada com minha vida simples. Toda a agitação dos nobres parecia muito desnecessária para mim. Quando chegamos à arena, muitos dos cavaleiros, em altos e decorados garanhões, já estavam entrando pelos portões. A maioria deles eu reconheci, pois eram campeões conhecidos do Reino, e as histórias de suas lendárias batalhas foram contadas diversas vezes. Havia sempre alguns novos, e em particular notei a coloração de sua bandeira – preto e dourado. O brasão era o de Silverhelm, o Reino do Rei Camden. O jovem cavaleiro deveria ser o senhor Branford, seu sobrinho. Olhei de relance para as fitas no cabelo de Whitney e percebi a atenção de quem a princesa tentava capturar. Eu não podia ver o rosto do cavaleiro devido ao elmo, mas presumi que a princesa já tinha estado em sua presença. Instalando-me no banco atrás da princesa, retirei algumas peças da costura que estava trabalhado antes de preparar a princesa Whitney. Eu não estava interessada no torneio em si. Tinha visto muitos antes e os achava brutais e assustadores. Mantive meus olhos fixos no trabalho em minhas mãos enquanto os cavaleiros galopavam, em seus cavalos, um contra o outro, quebravam lanças e lutavam com espadas. Eu sabia que isto era apenas um jogo, como a maioria dos torneios, mas havia sempre o perigo de um dos competidores ser ferido ou mesmo morto. Pelo menos não era um dos torneios onde a morte seria bastante provável,

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onde os riscos eram mais altos. Eu me perguntava qual seria o prêmio para o cavaleiro que vencesse esse torneio. ― Oh não! ― Princesa Whitney engasgou. Olhei pela primeira vez em uma hora e vi o cavaleiro de ouro e preto de costas no chão, jogado de seu cavalo, com Sir Remy cavalgando ao lado dele, com a espada desembainhada. A lâmina se conectou ao Elmo do cavaleiro e enviou-o em um salto mortal sobre a areia. O elmo voou e rolou para o lado, descobrindo mechas negras suadas pelo esforço. Enquanto Sir Remy cavalgava em um grande círculo, virando-se no final da arena e voltando para outra passagem, o cavaleiro pegou seu elmo e colocou de volta na cabeça. Quando o cavaleiro se endireitou, um pajem jogou uma espada longa para sua mão direita e um escudo à sua esquerda. Quando Sir Remy passou novamente, o cavaleiro negro e ouro levantou seu escudo na cabeça de Sir Remy. Sir Remy tombou de seu cavalo, e os cavaleiros estavam um contra o outro ao mesmo tempo. Eu virei minha cabeça, não sendo mais capaz de assistir. Quando a princesa Whitney começou a aplaudir, eu só podia supor que o cavaleiro preto e ouro derrotara Sir Remy – tarefa difícil – e foi vitorioso. Finalmente olhei para cima e vi o cavaleiro de volta em seu garanhão, andando em um grande círculo ao redor da arena, com sua bandeira erguida, tanto para os aplausos quanto para os gritos de indignação. Trompetes soaram e todos os olhos se voltaram para o Rei Edgar, o nobre pai da princesa Whitney. Ele ficou na beira da plataforma e ergueu os braços, até a arena se acalmar o suficiente para ser ouvido. ― Senhor Branford, bom cavaleiro do Reino vizinho de Silverhelm, sentimo-nos honrados hoje pela sua presença e sua bravura! Venha aqui e nomeie seu prêmio!

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Assisti Sir Branford enquanto ele passava, removendo o elmo e largandoo no chão para um de seus pajens recuperasse. Seus cabelos escuros estavam cobertos de suor em torno da testa, mas, apesar do estado atual, era fácil ver por que a princesa Whitney estava tão preocupada com sua própria aparência neste dia; Sir Branford era extraordinariamente bonito. Quando ele passou pela princesa e sua comitiva, olhou para cima, meus olhos encontraram os dele por um breve momento. Rapidamente desviei o olhar, envergonhada por ter feito contato visual com um senhor do Reino vizinho. Esperava que não fosse considerado um insulto a Sir Branford ou ao Rei Camden. Olhei para cima novamente enquanto mantinha minha cabeça inclinada e o vi se aproximar do pódio, onde o Rei Edgar estava parado, de frente para a arena. Ele curvou-se na cintura para o Rei Edgar e a rainha Margaret, e o Rei repetiu seu pedido para que Sir Branford nomeasse seu prêmio. ― Confio no seu julgamento, Rei Edgar. ― O cavaleiro finalmente falou e sua voz era clara e melódica. ― Luto apenas por sua diversão e não preciso de prêmio. ― Eu insisto, senhor Branford ― disse o Rei Edgar. ― Galhardia2 como a sua deve ser recompensada. Caso contrário, posso ser considerado um vizinho sem benevolência. ― Então aceitarei qualquer prêmio que considerar digno, Rei Edgar ― respondeu o senhor Branford. O intercâmbio não passava de um ardil. Já ouvi muitos discursos semelhantes em outros torneios. O cavaleiro vencedor nega a necessidade de um prêmio; o Rei insiste, e o cavaleiro aceita humildemente no final.

2 Coragem.

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O Rei Edgar olhou para a rainha e falou com ela em voz baixa. Ela assentiu com a cabeça e eu a notei encontrando o olhar da princesa Whitney antes de olhar para o marido. O Rei Edgar virou-se para Sir Branford e sorriu. ― Então ofereço como seu prêmio ― ele disse ― a mão de qualquer donzela disponível no meu Reino. Agora eu entendia. A princesa devia saber desse acordo e planejava casar com Sir Branford, sobrinho do Rei Camden e herdeiro de seu trono. Uniria os dois Reinos perfeitamente. ― Isso é muito generoso da sua parte. ― Sir Branford riu. Ele olhou em nossa direção. ― Qualquer mulher disponível? Qualquer uma? ― Claro, senhor Branford ― afirmou o Rei. Todos os olhos estavam no cavalheiro, enquanto ele examinava as damas e princesas sentadas lindamente em uma fileira. Eu observei os olhos da princesa Whitney enquanto elas observavam o cavaleiro se aproximar dela. Seu cavalo parou a menos de três metros do assento da princesa Whitney e ele olhou de volta para o Rei. ― Qualquer mulher disponível, senhor? ― Já respondi sua pergunta, senhor Branford. ― O Rei franziu o cenho. ― Escolha seu prêmio. ― Muito bem. ― O cavalo de Sir Branford deu um passo para a esquerda e o cavaleiro estendeu o braço. ― Eu a escolho. Meu olhar ainda estava preso no rosto da princesa Whitney, antecipando sua reação alegre quando ela fosse escolhida, mas não aconteceu. Em vez disso, ouvi os suspiros surpresos de todos na arena. Os olhos da princesa Whitney giraram para os meus, sua expressão zangada. Eu me perguntei se eu estava enganada, e ela realmente não queria estar com o cavaleiro, afinal. ― A serva? ― O Rei gritou. ― Isso é uma piada?

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A princesa Whitney voltou a cabeça para o cavaleiro e depois de novo para mim, seus olhos se estreitaram. Enquanto processava lentamente as palavras do Rei, eu me virei para olhar para Sir Branford. Ele sentou no cavalo, olhando diretamente para mim, mantendo a mão estendida na minha direção. Eu olhei para Hadley, e seus olhos estavam em mim também. ― Ela já está prometida? ― Sir Branford perguntou, virando-se para enfrentar o Rei Edgar. ― Ela não está, mas... ― Então, está disponível. ― Supôs Branford, enquanto sorria amplamente. ― E ela é mulher, então ela é a minha escolha de prêmio. Ele olhou para mim novamente, e eu rapidamente olhei para meus pés, tentando entender o que estava acontecendo. ― Ele quer dizer você, Alexandra ― Hadley sussurrou ao meu lado. ― Ele está pedindo sua mão como prêmio! ― Eu-eu? ― gaguejei. Não havia como um senhor – herdeiro do trono também – sugerir que uma criada fosse levada como noiva. Se ele estivesse pedindo uma noite comigo, eu teria entendido. Tal pedido não seria inédito para um senhor exigir. Talvez ele tenha entendido mal a oferta do Rei. Talvez todos nós tivéssemos. ― Deve haver algum engano… ― Se você quiser pegá-la e usá-la como quiser, não hesite ― disse o Rei Edgar, com a voz baixa e que não podia ser ouvida por toda arena. — Embora eu ache que um pouco de discrição... ― Rei Edgar — a voz de Sir Branford era profunda e carregada, fazendo meus ouvidos zumbirem — você ofereceu a noiva de minha escolha. Você está alterando as condições da sua oferta? ― Claro que não ― Rei Edgar zombou. —Bom. ― Sir Branford virou-se e estendeu a mão para mim novamente.

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Eu não tinha ideia do que deveria fazer. Esse cavaleiro estava pensando seriamente em me levar como noiva dele? Por que ele consideraria uma coisa dessas? Eu não era de sangue nobre, e minha posição estava completamente abaixo dele. ― Vai, garota estúpida — princesa Whitney rosnou suas palavras, e eu pulei fora do meu transe — antes que você seja mais uma vergonha! Olhei de volta para o rosto do cavaleiro montado diante de mim. Com dois dedos enrolados em seu peito, ele acenou para mim. Fiquei com as pernas bambas e caminhei em torno dos espectadores, até ficar na frente do cavaleiro, a altura dos assentos, deixando-nos nivelados um com o outro. De cima de sua sela, estendeu a mão enluvada e tocou minhas pontas dos dedos, puxando-me para mais perto até que pudesse alcançar minha cintura. Com as duas mãos, ele me levantou facilmente das arquibancadas e me colocou na frente dele em seu garanhão. Circulando minha cintura com o braço, puxou-me contra seu peito. Eu podia sentir o aço frio de seu peitoral blindado contra minhas costas. Estremeci, embora não de frio. Eu nunca fui tocada por um homem dessa maneira e não sabia o que fazer ou mesmo onde deveria me segurar. A outra mão de Sir Branford agarrou as rédeas e o garanhão saltou para a frente. Eu gritei, agarrando o braço do cavaleiro e segurando firme enquanto ele circulava a arena duas vezes. Na segunda vez, senti-o inclinar-se perto da minha orelha, e seu nariz roçou na pele do meu pescoço. Eu o ouvi respirar fundo antes de correr para fora do portão do outro lado. Ele não diminuiu a velocidade até chegar aos estábulos. Sir Branford desmontou rapidamente, depois estendeu a mão para agarrar minha cintura e me tirar do seu cavalo. Depois que meus pés tocaram o chão, continuou me segurando por um momento para me impedir de cair. Minhas mãos agarraram seus antebraços em busca de equilíbrio.

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― Olhe para mim, serva. ― Sua voz melódica cantou suavemente para mim. Olhei para seus olhos e notei o quão alto ele realmente era. Eu mal alcançava seus ombros. Seus olhos eram do verde mais brilhante e, apesar da barba por fazer que cobria suas bochechas, pescoço e cabelos grudados em todo o lugar pelo elmo que havia descartado, ele era muito bonito. Eu não conseguia parar de olhar para ele. Seus olhos não eram apenas brilhantes, mas intensos, e senti como se ele pudesse ler meus pensamentos. Minhas mãos começaram a tremer, e percebi que estava segurando seus antebraços com muita força, embora ele não parecesse notar. Eu podia sentir a armadura encadeada em seu braço e músculos rígidos por baixo. ― Qual é seu nome? ― Ele perguntou. ― Alexandra, meu senhor ― respondi com a voz mal o suficiente para ser ouvido. ― Você está de acordo? ― Ele perguntou, inclinando a cabeça para um lado. ― Meu senhor? ― Perguntei. Eu não entendera sua pergunta. ― Você está de acordo, Alexandra? ― Ele repetiu e depois explicitou. ― Você concorda em se casar comigo? Meus pensamentos confusos começaram a pular na minha cabeça. Não sabia o que dizer. Um nobre estava diante de mim, propondo casamento. Não era qualquer nobre, mas o herdeiro do trono de outro Reino. Eu nunca tinha posto os olhos no sobrinho do Rei Camden antes desse dia, e certamente não acordei esta manhã pensando em me casar com ele. O homem diante de mim era um futuro Rei, e eu era apenas marginalmente de classe superior a um servo. Recusá-lo provavelmente seria considerado o mais grave dos insultos, tanto para o seu Rei quanto para o meu. Poderia até significar minha morte. Mas o que o casamento com esse homem

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significaria para mim? Eu não passaria de uma criada para ele? Eu não era de sangue nobre e não saberia como agir com essas pessoas. A princesa Whitney podia ser dura, mas eu conhecia os caminhos dela e minha posição com ela. Ela também era conhecida por ser ciumenta e vingativa. Como reagiria se eu recusasse o homem que ela obviamente queria? Estremeci com o pensamento. Não sabia quem era este homem. Não sabia seus gostos ou temperamento. Ele seria gentil e generoso? Distante e ausente? Ele era um cavaleiro que usava a violência. Seria cruel? Teria prazer em me machucar? ― Alexandra? ― Sir Branford chamou. Ele tocou-me suavemente sob meu queixo, inclinando meu rosto em sua direção. ― Eu preferiria ouvir sua resposta sem uma audiência, e teremos uma em breve. Se sua resposta for não, que assim seja. Não será indevidamente considerada uma afronta. Farei uma outra escolha, mas você deve responder agora. Pensamentos de uma proposta com um anel e o amor da minha vida sobre um joelho nos jardins flutuaram pela minha cabeça por um momento. Eu nunca tivera um pretendente antes, muito menos havia me apaixonado. Era mais provável que eu fosse prometida a um homem mais velho como segunda esposa ou continuasse sendo uma empregada para sempre, do que realmente encontrar um casamento de amor. As possibilidades de se casar com um nobre eram desconhecidas por pessoas como eu. Com toda a honestidade, eu temia a reação da princesa Whitney e seu pai, independentemente da minha resposta. Dizer não, significava com certeza que seu humor seria dirigido a mim. Dizer sim, significava potencialmente em ser removida completamente deste lugar. ― Sim, meu senhor ― respondi. ― Sim, Alexandra? ― Eu me casarei, meu senhor ― respondi um pouco mais alto. ― Você dará sua inabalável lealdade a mim, meu Reino e meu Deus?

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― Sim, meu senhor. — Fico feliz em ouvir você dizer sim, Alexandra — disse Sir Branford. O lado esquerdo da boca dele se curvou em um meio sorriso, e seu rosto já bonito se transformou em algo verdadeiramente impressionante. O som de passos de se aproximou. — Agora fique em silêncio por alguns momentos. Você entendeu? ― Sim, meu senhor. ― Você é louco? ― Um cavaleiro numa armadura, decorada com a cabeça de um dragão vermelho no peitoral, caminhou direto para Sir Branford, seu cabelo loiro fluindo para fora atrás dele. ― Você perdeu completamente o juízo? ― Claro que não. Porque diz isso? ― Você está tentando começar uma guerra, então? ― Não seja ridículo. Rei Edgar não tem nem exército nem bolas para declarar guerra. ― Então o que foi isto? ― O cavaleiro loiro acenou para mim. ― Sua ideia de uma piada? Você não é nenhum bobo, Branford. ― E isto não é nenhuma brincadeira ― Sir Branford respondeu. ― Eu casarei com ela amanhã. ― Amanhã? Você perdeu sua mente. ― Aquele imbecil pensou que me prenderia num casamento com Whitney, e estava errado. Mesmo se ele tivesse oferecido a mão de sua filha, eu teria escolhido a irmã dela. ― Hedda é uma criança. ― Eu ainda casaria com ela primeiro ― Sir Branford disse enfaticamente. ― Oferecendo-me qualquer donzela disponível só fez a seleção mais interessante. Agora o Rei Edgar entenderá que nossa aliança não pode ser comprada oferecendo aquela cadela de princesa em troca de armas.

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Ofeguei, pois nunca ouvi alguém falar essas palavras e certamente não dirigidas à realeza. Sir Branford virou-se para mim e pegou minha mão na dele, levou-a aos lábios e deu um leve beijo nas juntas dos meus dedos. Minha pele formigou onde seus lábios a tocaram. ― Perdoe-me ― disse ele baixinho, então voltou para o outro cavaleiro. Antes que as palavras saíssem completamente de sua boca, ouviam-se gritos nas portas do estábulo. Sir Branford amarrou as rédeas de seu cavalo ao redor da maçaneta de uma porta do box antes de voltar para mim e oferecer seu braço. Envolvi meus dedos logo abaixo do cotovelo dele, e ele me levou em direção à confusão, o cavaleiro loiro de pé ao seu lado direito e eu à sua esquerda. O rei Edgar foi o primeiro a entrar. Seguido rapidamente pela rainha Margaret, a princesa Whitney, as outras três criadas e dois dos cavaleiros do rei. ― Com minha própria filha bem na sua frente, e você seleciona uma... uma... serva! — Desculpe-me, Rei Edgar. ― Sir Branford falou em sua voz fluida. Toda a raiva que estava projetando apenas momentos atrás desapareceu completamente. ― Você ofereceu a mão de qualquer mulher elegível. Se você pretendia me casar com a princesa, talvez devesse ter me oferecido a mão dela. Receio que agora que Alexandra aceitou minha proposta, não seria cavalheiresco da minha parte renegar. ― Não ouvi a resposta ― rosnou Rei Edgar, olhando direto para mim. Rapidamente, deixei cair o meu olhar. ― Está duvidando de minha palavra? ― O Tom de Sir Branford estava de repente bastante frio.

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― Estou duvidando de sua sanidade ― princesa Whitney esganiçou. ― Você veio até aqui para o torneio e retorna para suas próprias terras com a...a... serva? — Vou lhe dar outra chance, sir Branford — disse o rei Edgar, silenciando efetivamente a filha. — Deixemos a sua proeza no campo exatamente como isso - uma proeza. Pegue a mão da minha filha, e consertemos isso. — Desculpe-me, Rei Edgar — disse Sir Branford ― mas não me casarei com sua filha. Eu já disse o motivo. ― Não é bom o suficiente ― Rei Edgar rosnou com todos os dentes. ― Você definirá isso corretamente e fará isso agora. Branford levantou-se a toda a sua altura e olhou para o rei. ― Não me casarei com a princesa Whitney ― afirmou. ― E por que não? ― gritou o Rei enfurecido. Por um longo momento, houve silêncio no estábulo. Senti meu estômago revirar dentro do meu corpo quando olhei para o rosto atordoado da princesa. ― Como se atreve! ― o Rei Edgar deu um passo à frente, a mão segurando o punho da espada. — Que ela seja testada, então! — Sir Branford deu um passo à frente, enfrentando o desafio do rei. Eu fiz o meu melhor para ficar atrás dele, mas ele não soltou minha mão de seu braço e continuou me puxando para o lado dele. — Se ela se mostrar inocente, eu me casarei com ela imediatamente! ― Imbecil. ― A voz da princesa Whitney estava baixa e cheia de veneno. — Você se atreve a me insultar na frente da minha família! — Princesa Whitney — respondeu Sir Branford ― eu apenas falei a verdade. Você está preparada para que as freiras da abadia testem sua pureza? — Chega! — ela gritou com ele. ― Deixe que ele tenha a moça! Eu não consentiria em casar com ele de qualquer maneira!

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A princesa Whitney se afastou do pai com as outras criadas seguindo rapidamente atrás dela. Comecei a segui-la, reflexivamente e porque não tinha certeza do que mais fazer, quando Branford pegou meu braço e me segurou ao seu lado. — Você não a serve mais — ele disse no meu ouvido. Ele então voltou para o rei. ― Alexandra precisará de dois criados para prepará-la. Nós nos casaremos na abadia amanhã. ― Ela não tem família ― declarou o Rei Edgar. ― Não há ninguém para fornecer o dote. Deixei cair o meu olhar para o chão. Eu estava começando a ver claramente que Rei Edgar encontraria uma maneira de sair fora dessa posição, e eu retornaria para uma irritada e humilhada princesa Whitney. Ela poderia ser viciosa e cruel – tinha visto muitas vezes, embora nunca fora direcionado a mim. Eu deveria ter pensado no que estava dizendo, quando concordei em casar com Sir Branford. Eu devia ter tido um lapso de sanidade. Como eu poderia pensar que algo tão implausível aconteceria comigo? ― Dote não é necessário ― declarou Sir Branford. ― Ela é o meu prêmio. Agora, se você já terminou com as tentativas para escapar da recompensa que prometeu na frente de seu reino, tenho alguns planos de casamento a fazer. Branford se afastou do Rei Edgar sem uma despedida apropriada e puxou-me pela mão atrás dele. O outro cavaleiro, que havia permanecido em silêncio durante todo o encontro com o Rei, seguindo de perto por trás de nós. ― Não quero perder tempo ― Sir Branford disse ao cavaleiro. ― Não deixarei o rei Edgar dar outra dúzia de razões pelas quais isso não possa ser feito. Cavalgaremos imediatamente para a abadia e confiaremos minha noiva às freiras até amanhã. Nós teremos o casamento ao pôr do sol. ― Ida matará você ― o outro cavaleiro disse calmamente e sem emoção.

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― Isso é totalmente possível ― Sir Branford disse com um aceno de cabeça ― mas a ira da minha irmã não é suficiente para desencorajar-me de meu casamento. Ele olhou para mim e ofereceu o mesmo meio sorriso torto. Mais uma vez, estendeu a mão e capturou meus dedos, trazendo-os lentamente para a boca. Quando seus lábios tocaram a pele dos meus dedos, senti minhas bochechas queimarem. ― Adorável ― ele murmurou suavemente. E isso é como eu me vi envolvida.

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CAPÍTULO 02 Comemorar com cautela ― Se cavalgarmos rápido, poderemos chegar a Abadia em duas horas. ― Não temos um cavalo extra. Ela terá que vir comigo. ― Isso nos atrasará. ― Sem dúvida. Sir Branford olhou para mim pela primeira vez em vários minutos. Ele mal reconheceu a minha existência, desde que o Rei Edgar e sua comitiva nos deixaram aqui nos estábulos. Seu companheiro – o cavaleiro com o dragão vermelho no peitoral – olhou-me muitas vezes, mas seu olhar não era o mesmo que Sir Branford concedia a mim. Eu tinha certeza de que o cavaleiro não apreciava minha presença, embora ele não dissesse nada desse tipo desde seu confronto inicial com Sir Branford. Meu noivo. As palavras não soavam bem na minha cabeça. Embora eu certamente tivesse idade para casar, em minha vida não havia pensado na ideia. Não de verdade. Talvez eu tenha me divertido um pouco quando um atraente vendedor de pajens no mercado chamou minha atenção, mas mesmo isso era raro. Eu estava muito ocupada com meus deveres para considerar tal tolice. Quando Sir Branford olhou para mim, senti uma estranha sensação de formigamento na barriga. A sensação me fez esquecer tudo e qualquer coisa que estava acontecendo ao meu redor. ― Você deve ficar para trás ― Branford disse ao cavaleiro. ― Temos de andar muito devagar, e preciso saber que não estamos sendo seguidos.

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― Claro ― o cavaleiro respondeu. ― Embora eu não ache que ele seria tão ousado. ― Eu não arriscarei ― Sir Branford disse ― Não com a minha noiva. ― Como quiser. ― O cavaleiro inclinou a cabeça levemente, dando-me um último olhar superficial antes de sair dos estábulos, deixando-me sozinha com Sir Branford. ― Venha, Alexandra ― ele disse, gesticulando para seu cavalo. ― Você já esteve na Abadia de Saint Anthony antes? ― Sim, meu senhor. ― Bom! ― Ele sorriu, o que fez seus olhos brilharem por um momento. Com um puxão rápido de Sir Branford, as rédeas caíram da maçaneta da porta da cabine. Um momento depois, fui levada para a sela, minhas pernas pendendo para o lado. Ele montou o cavalo atrás de mim e novamente passou o braço em volta da minha cintura, segurando-me firmemente contra seu corpo. ― Vamos cavalgar rapidamente. ― Sim, meu senhor. ― Já montou muitas vezes? Eu podia sentir o calor da respiração dele contra o meu pescoço e, novamente, pensei poder ouvi-lo inalar profundamente. ― Não, meu senhor. ― Se você cansar, por favor me diga. Se possível, nós pararemos brevemente. Entendido? ― Sim, meu senhor. Embora os cavalos saíssem dos estábulos e seguissem o caminho curto até os portões do castelo, Sir Branford rapidamente levou seu corcel a galope assim que deixamos a residência do rei Edgar para trás. Eu pulei na sela desconfortavelmente, mesmo que seu braço me segurasse firme. Depois de

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alguns minutos, ele diminuiu a velocidade e se moveu para frente na sela, levantando-me um pouco e me colocando sobre as pernas dele. ― Ponha seus braços em volta do meu pescoço ― ele disse baixinho. Senti meu corpo tenso levemente e o sangue subir pelo meu rosto. ― Sim, meu senhor. ― Respondi tão baixinho que não tinha certeza se ele me ouviu. Tive que virar meu corpo em direção ao dele para obedecer, e uma vez que estava mais ou menos de frente para ele, ainda que de sela lateral, estendi a mão e coloquei minhas mãos em volta da nuca dele. Assim que eu o fiz, ele chamou seu cavalo e nós corremos adiante. Sentada no colo dele, meu corpo se movia com o dele, para cima e para baixo no mesmo ritmo do cavalo. Era decididamente mais confortável e, dessa maneira, chegamos à abadia sem outra palavra entre nós. O padre na porta cumprimentou Sir Branford calorosamente e sorriu em minha direção quando ele o informou de nossas núpcias apressadas. Sir Branford o apresentou como padre Charles e, enquanto ele falava com o padre, tentei lembrar minhas pernas de como andar novamente. Eu não tinha ideia de que simplesmente sentar em um cavalo poderia deixar as pernas de alguém quase incapazes de ficar em pé! Cuidadosamente mudei para frente e para trás, tentando alongar músculos cansados e doloridos. Talvez eu devesse ter pedido a Sir Branford uma pausa, afinal. ― As freiras cuidarão de você até amanhã ― Sir Branford informou-me. ― A essa altura, os criados já deverão ter chegado com o seu vestido de noiva e ajudarão a prepará-la. ― Sim, meu senhor. ― Vejo você amanhã, na capela, Alexandra ― Sir Branford disse calmamente. Ele estendeu a mão e segurou minhas duas mãos nas dele, produziu um meio sorriso que aqueceu minhas bochechas e riu suavemente pelo nariz. ― Tão adorável.

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Assisti por alguns momentos enquanto ele voltava pela estrada na direção de onde viemos. O crepúsculo estava chegando e, embora eu não tivesse certeza, achava que ele se encontraria com outro cavaleiro perto do horizonte escuro. ― Venha, Alexandra ― Padre Charles chamou. ― Você precisará descansar para amanhã. ― Sim, Padre ― respondi. Eu o segui para dentro e ouvi o portão fechar atrás de mim. Durante o resto da noite, apesar da refeição e cama que recebi tudo em que pude pensar foi na sensação do braço de Sir Branford me segurando com força e meus braços envolvendo seu pescoço forte. Supunha que eu estivesse em estado de choque com tudo o que havia acontecido desde o final do torneio, e foram os pensamentos de seu toque que me levaram a um sono surpreendentemente tranquilo. Quando acordei para a luz ofuscante da aurora, as freiras me informaram que eu tinha visitantes. Hadley e Edith tiveram permissão para deixar a princesa Whitney por tempo suficiente para serem levadas à abadia para ajudar a me banhar e a adornar-me com o vestido branco mais bonito que eu já vi. Não era muito chique como o que uma dama ou princesa de verdade usariam no casamento delas, mas achei lindo. Foi de longe a coisa mais extravagante que já vesti. Era macio e coberto de rendas finas com uma cauda saindo pelas costas. Havia um véu puro, que Hadley afixou no meu cabelo e puxou sobre o meu rosto. Quando Hadley puxou um espelho, eu mal podia acreditar que era eu olhando para o espelho. Edith também ajudou Hadley a vestir um vestido dourado com detalhes pretos como minha dama de honra, as cores sendo um tributo à bandeira de Sir Branford. Tudo aconteceu tão rápido que minha cabeça ainda estava girando quando me vi no final de um longo corredor, andando por um tapete azul em

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direção ao altar dentro da capela na Abadia de Saint Anthony. O Rei Edgar estava lá ao lado da Rainha Margaret. Também reconheci Lordes Maxton, Clifford e espiei as outras criadas da princesa Whitney. A princesa Whitney também estava presente, seus olhos escuros olhando para mim. Ela sentou-se entre sua irmã mais nova, Hedda, e seu irmão mais velho, Gage. Também havia talvez seis dúzias de senhores e damas do reino presentes, e todos estavam me observando enquanto minhas bochechas ardiam e eu olhava para os meus pés. Quando finalmente reuni coragem suficiente para olhar de novo, pude ver Sir Branford Sterling, meu futuro marido, no final do corredor, ao lado do cavaleiro que discutira com ele no estábulo. Como eu não tinha família viva, o padre Charles me segurou pelo braço e me acompanhou até o altar, onde colocou minha mão na de Sir Branford antes de iniciar a cerimônia. Minha cabeça estava tão confusa que nem ouvi as palavras iniciais do padre Charles, nem ouvi a resposta de Sir Branford. O padre Charles assentiu para mim e eu abaixei meus olhos para meus sapatos de cetim. Eu nunca tinha estado tão elegante antes deste dia, e estar vestida dessa forma, no meio de tanta gente nobre era assustador. Fiquei esperando alguém perceber quem eu era e me dissesse para sair da sala. Eu podia sentir as palmas das minhas mãos umedecerem com o meu nervosismo, e tinha certeza de que Sir Branford sentiria isso também. Permanecendo imóvel, eu estava ciente de que Sir Branford repetia os votos de casamento como ditados pelas escrituras de seu Deus. As palavras não eram familiares para mim, embora eu repetisse as palavras do padre, como ele me disse para fazer, quase incapaz de ouvir minha própria voz. ― Alexandra Fay... — a voz do padre Charles cresceu, tirando-me do transe perto estava desde ontem à tarde — ...aceita senhor Branford Sterling, filho de Branford, Campeão do Dragão Dourado, Campeão da Flecha Pintada, Campeão da Arena de Sant Antony, Campeão do Grande Torneio, Duque de

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Peaks, Senhor de Sterling, sobrinho do Rei Camden de Silverhelm, e herdeiro do trono de Silverhelm, por seu marido? Minha garganta apertou e achei que não conseguiria engolir, nem encontrar folego suficiente para dizer as palavras que deveria recitar. Todos esses títulos! Eu nem sabia o que a maioria deles significava. Eu não tinha títulos e me perguntei como seria anunciado. Serva da princesa Whitney? Único sobrevivente da família Fay? Ouvi o zombador silencio do rei Edgar em minha direção e forcei um pouco de som da minha garganta, questionando as palavras enquanto as pronunciava. ― Eu aceito. ― E você, senhor Branford Sterling, filho de Branford, campeão do dragão dourado, campeão da flecha pintada, campeão da arena de Sant Antony, campeão do grande torneio, duque de picos, senhor de Sterling, sobrinho do rei Camden de Silverhelm e herdeiro do trono de Silverhelm, aceita Alexandra Fay como sua esposa? Alexandra Fay. É claro que era assim que eu seria apresentada, pois não tinha título para anunciar. ― Eu aceito ― ele disse simplesmente. Senti sua mão agarrar a minha levemente, seu polegar esfregando levemente a parte de trás dos meus dedos antes que pegasse minha mão esquerda e a levantasse. Ele pegou uma simples pulseira de ouro do homem ao seu lado e colocou-a sobre o terceiro dedo da minha mão esquerda. ― Diante de Deus e destas testemunhas, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. Beijar? Branford virou-me para ele e alcançou a frente do véu que cobria meu rosto. Puxou o véu para cima e o colocou sobre o topo da minha cabeça, cascateando as rendas pelas minhas costas. Seu olhar encontrou o meu, e

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segurou minha bochecha com a mão. Eu podia sentir meu coração disparado no peito e me perguntei se seria a primeira noiva a desmaiar na frente do altar. Só percebi que meus dentes estavam mordendo meu lábio inferior quando o polegar passou pelo meu queixo e puxou até meu lábio inferior ser liberado. Ele me deu outro meio sorriso e se inclinou lentamente, parando apenas um centímetro de distância da minha boca, bloqueando meu olhar de seus penetrantes olhos verdes por um momento. Seus olhos se fecharam e o calor de sua boca cobriu meus lábios. Foi breve. Foi casto. E me tirou completamente o fôlego. Seus dedos acariciaram minha bochecha, e percebi que eu estava olhando para ele, mas não conseguia me fazer parar. ― Não se esqueça de respirar, Alexandra ― ele disse tão suavemente para que somente eu pudesse ouvir. Ele pegou minha mão novamente e nos virou para encarar o grupo de testemunhas por um momento, antes de prender meu braço ao redor dele e me levar de volta pelo corredor, para fora da capela e para a luz do sol que desaparecia. Foi então que notei o brilho do sol em seus sedosos cabelos de ébano, e o pânico tomou conta de mim novamente. Acabei de casar com esse homem e nem sabia a cor do cabelo dele. ― Alexandra ― eu o ouvi sussurrar perto de minha orelha. ― Tudo bem? ― Estou bem, meu senhor ― respondi automaticamente. Não queria que ele soubesse o quanto eu estava com medo. ― Você está tremendo ― ele respondeu, obviamente vendo através da minha fachada fina. ― Eu posso estar um pouco nervosa ― disse. Sua risada suave encheu meus ouvidos.

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― Eu acredito que é habitual para noivas. ― Ele alcançou meu rosto novamente e passou o polegar sobre minha bochecha. Ele falou comigo suave e atentamente. ― Não tema, minha esposa. Você sempre estará segura comigo. Hadley apareceu atrás de nós, segurando o braço do padrinho de Sir Branford. ― Alexandra ― Sir Branford disse, virando-me para encarar o outro casal. ― Peço desculpas por negligenciar isso antes, mas posso apresentar meu primo distante, Sir Parnell, filho de Lord Sawyer, campeão do Torneio de Cavalos de Ferro e noivo de minha irmã, a senhora Ida de Sterling, duquesa de Peaks? Sir Parnell se curvou e senti o calor cobrir meu rosto, por um homem assim se curvar para mim. ― Sir Parnell, apresento-lhe minha esposa, Alexandra. ― Estou honrado. ― Sir Parnell falou, e então olhou para Sir Branford com um olhar estranho antes de se endireitar. Antes que pudessem trocar outras palavras, os senhores e as damas de Hadebrand saíram da capela e parabenizaram a nós dois. Muitas das mulheres que nunca se preocuparam em fazer contato visual comigo antes, deram-me abraços rápidos e palavras de encorajamento, embora, no meu nervosismo, eu não conseguisse lembrar uma palavra que elas disseram. Sir Branford nunca soltou minha mão e me manteve ao seu lado enquanto todos desfilavam. Ele me puxou ainda mais para perto quando o Rei Edgar e a Rainha Margaret se aproximaram e pararam diante de nós. ― Parabéns, senhor Branford ― Rei Edgar disse rispidamente. Ele não olhou para mim. ― Tenho certeza de que sua nova esposa será capaz de atender adequadamente às suas necessidades. A maneira como ele zombou da palavra esposa me fez estremecer, e eu me aproximei um pouco mais de Sir Branford. Embora eu tenha assumido que o rei estava zangado com a rejeição de Sir Branford à princesa Whitney, não fazia

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ideia do que pensar do comentário dele. Seu tom deixou claro que ele estava insinuando alguma coisa, mas eu não sabia o que era. ― Se eu não soubesse melhor ― disse Sir Branford, com a voz fria e dura, ― acharia que você pretendia que seu comentário fosse um insulto. ― Claro que não ― Rei Edgar disse rapidamente. ― Estou feliz em ouvir isso ― Sir Branford respondeu com um sorriso que não tocou seus olhos. ― Porque se você insultasse minha esposa, eu seria obrigado pelas leis da cavalaria a retaliar. ― Tenho certeza de que entendeu mal ― o Rei respondeu e foi embora rapidamente. ― Branford! ― Exclamou o senhor Parnell. ― O que você fez...? ― Silêncio! ― O tom de Branford foi duro, mas ele rapidamente se virou para mim com um sorriso. ― Acredito que estamos numa festa, não é? Havia uma grande carruagem nos esperando, e rapidamente se encheu com pessoas da festa de casamento, da família do Rei Edgar e outro casal que eu não reconheci, mas Branford os apresentou como Duque William de Wynton e sua irmã, Lady Susan. Perguntei-me se eu precisaria lembrar de todos os nomes deles e percebi que estava entorpecida demais para ouvir todas as apresentações desde o casamento. Enquanto tentava não demonstrar meu desconforto,

todos

conversavam

amigavelmente.

Eu

me

remexia

nervosamente, completamente inconsciente para onde iríamos. Assumi que haveria uma recepção, mas não fazia ideia de onde seria realizada e fiquei com vergonha de perguntar. Depois de uma curta viagem, chegamos a outro castelo, um que eu nunca vi antes, embora não pudesse estar muito longe de Hadebrand. ― Bem-vindo à Sterling ― disse Sir Branford. ― Esta era minha casa de infância, apesar de eu morar em Silverhelm agora. Pareceu conveniente o suficiente para a nossa celebração.

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O castelo não era tão grande quanto Hadebrand, mas os muros altos pareciam ser o suficiente. Quando nos aproximamos, tochas foram acesas para nos mostrar o caminho através da guarita e para a torre de vigia. Sir Branford pegou minha mão e me ajudou na carruagem com Sir Parnell e Hadley seguindo logo atrás. Quando olhei para trás, pude ver todas as outras carruagens descarregando seus passageiros também. Sir Branford me levou pelas portas e por um longo corredor, as paredes cobertas de faixas de preto e dourado. O salão de recepção estava decorado com flores amarelas e brancas e muitas representações da faixa dourada e preta de Sir Branford, muito parecidas com as do grande corredor. Um banquete foi montado em um lado da sala, e Sir Branford me levou até a mesa no centro da sala, sentando-me ao lado dele. Hadley e Sir Parnell sentaram ao nosso lado. ― Você sabe que Ida lhe causará graves lesões corporais quando souber disto — Sir Parnell disse, segurando o copo para brindar com Sir Branford. ― Falarei com ela neste momento e afirmarei que a comida foi pouco adequada e que as decorações eram atrozes. Ela teria feito muito melhor. ― Minha irmã seria pressionada a pensar em muita coisa, com o tempo de somente um dia, que eu permiti. ― Ela ainda teria feito — respondeu o senhor Parnell. ― Sem dúvida ― disse Sir Branford, concordando com o primo. Por estar completamente desacostumada a esse tipo de conversa, eu tinha pavor de fazer algo errado e me resignara a não fazer nada, a menos que Sir Branford me ordenasse. O jantar foi o exemplo perfeito, pois achava que a comida “pouco adequada” era incrivelmente extravagante, embora quase impossível de comer sem derrubar algo no meu vestido branco. Também achei as decorações lindas. Sir Branford não pareceu se importar e direcionava

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pequenos e rápidos olhares em minha direção a cada minuto. Depois de um tempo, ele deixou a faca na mesa e se virou para mim. ― Venha, minha esposa. — Sir Branford levantou-se e pegou a minha mão. ― Dance comigo. ― Meu senhor, por favor ― eu pedi quando ele me puxou para o centro do corredor e colocou a mão direita no meu quadril, pegando minha mão direita na dele ― Nunca dancei antes. ― É simples. ― Sir Branford sorriu para mim. ― Coloque sua mão no meu ombro e confie em mim. Se confiar em mim e me permitir liderá-la, fluiremos juntos perfeitamente. Se você não relaxar, provavelmente, tropeçaremos e cairemos. Tive a sensação de que ele não estava apenas se referindo à dança. Quando os menestréis começaram a tocar uma nova música, tentei fazer o que ele disse e descobri, quando relaxei e permiti que ele me movesse como desejava, que as coisas foram notavelmente tranquilas. Quando a música diminuiu e a multidão começou a aplaudir, Sir Branford me segurou mais perto do peito e levou as costas da minha mão aos lábios. Depois da nossa dança, Sir Parnell tomou o lugar de Sir Branford, e Sir Branford dançou com Hadley. Sir Parnell não fez contato visual comigo enquanto dançávamos, e eu não tinha tanta facilidade quanto com Sir Branford. ― Foi rápido — Sir Parnell disse, sua voz tão baixa que eu não acreditava que ele pretendesse que eu o ouvisse. Quando olhei na direção de seu olhar, vi o rei Edgar e sua família saindo da sala de recepção. O olhar de Sir Parnell, finalmente encontrou o meu, e eu gostaria de entender sua expressão. ― Obrigado pela dança, Alexandra. ― Claro, meu senhor. Sir Branford veio para o meu lado novamente, levando-me do Sir Parnell.

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―Você viu? ― Sir Branford perguntou, acenando com a cabeça em direção à saída de onde o rei Edgar partira recentemente. ― Eu vi ― respondeu o cavaleiro. ― Você checou os guardas? ― Eles são leais ao Rei Camden — disse o senhor Parnell. ― Bom. Sir Branford me levou de volta à mesa, onde ele rapidamente terminou um copo de vinho antes de me puxar de volta para a pista de dança com ele. Ficamos na pista de dança por algum tempo, ocasionalmente trocando de parceiro. Quando outro homem dançava comigo, eu me sentia instável e quase tropecei uma vez. Consegui passar a noite sem cair no chão com meu vestido branco e fiquei aliviada quando Sir Branford pegou minha mão novamente e me informou que era hora da última dança. ― Você aguentou bem, minha esposa ― ele disse suavemente antes de me rodar uma última vez em um círculo lento debaixo do braço. Os menestréis pararam de tocar e a multidão nos aplaudiu novamente. Branford sorriu e acenou, perfeitamente à vontade como centro das atenções, enquanto eu corava e esperava não estar fazendo nada de errado. Muitos dos convidados do casamento vieram até nós novamente, oferecendo seus parabéns e nos desejando felicidades. Branford parecia conhecer cada um pelo nome e falou eloquentemente com todos enquanto eu tentava não me esconder atrás dele. ― A recepção foi linda ― outro senhor comentou ao senhor Branford. ― Acho que foi esplêndida ― Sir Branford respondeu ― especialmente se você considerar a minha ânsia para casar. O senhor riu e foi embora. ― Por mais esplêndido que tenha sido ― senhor Branford disse, virando para mim ― Estou cansado de comemorar com a população. Acho que prefiro levá-la de volta aos meus aposentos para que possamos consumar nossa união.

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Ele inclinou a cabeça levemente e seu olhar ardeu intensamente no meu. Ele ergueu as sobrancelhas e seu meio sorriso retornou, embora eu não tenha achado tão alegre e despreocupado como antes. Agora exibia algo mais primitivo, algo... faminto. Meu coração disparou e achei difícil respirar fundo. Fiquei tão impressionada com o casamento em si e com a ideia de me casar com alguém que não conhecia, que nem sequer considerei as expectativas de ter uma noite de núpcias. Ao contrário da princesa Whitney, eu era virgem. Meu primeiro beijo ocorreu há quatro horas, logo após Sir Branford colocar o anel no meu dedo. Eu sabia o que deveria fazer. Pelo menos, eu pensava que sim. Os relatos do ato de relações conjugais variavam dependendo de quem contava a história, embora a maioria parecesse concordar que era para o benefício do marido e para a criação de seus herdeiros, não para o prazer da esposa. Se ela tivesse sorte, ele não a machucaria muito e acabaria rapidamente. Um novo pânico permeou minha cabeça. E foi assim que acabou minha festa de casamento.

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CAPÍTULO 03 Esforçar-se timidamente Sir Branford me levou pela longa escada curva até uma área do castelo isolada do resto dos convidados por dois guardas corpulentos no pé da escada. Os guardas curvaram-se um pouco para Sir Branford, que assentiu apressadamente de volta para eles antes de me levar junto. Não sei se teria subido os degraus se Sir Branford não tivesse colocado minha mão sobre seu braço, pois minhas pernas estavam bambas e meus passos incertos. Além da exaustão que eu estava sentindo depois de dançar e de todo o caos do último dia e meio, minha mente estava absolutamente acelerada. Meu marido, que eu mal conhecia, estava prestes a reivindicar meu corpo como o ato final que solidificaria nossa união. Eu tinha apenas o entendimento muito básico do que estava por vir. Eu estava absolutamente aterrorizada, mas tentando desesperadamente não demonstrar. Palavras sobre dor e sangue correram pela minha cabeça quando nos aproximamos das grandes duplas portas de madeira. Sir Branford estendeu a mão e puxou a maçaneta da porta que levava à última câmara. Seus olhos viajaram para cima e para baixo no meu corpo antes dele colocar a mão nas minhas costas, e a atravessarmos. Ouvi o barulho da trava quando a porta se fechou atrás de nós, trancando-nos para a noite. Sem aviso, minhas costas bateram contra a porta. As mãos de Sir Branford estavam na minha cabeça, removendo rapidamente o véu e jogando-o para o lado. Ele passou os dedos pelos meus cabelos, deixando fluir livremente em volta dos meus ombros. Mais uma vez, seus olhos percorreram do meu rosto até meus pés, e retornaram. Olhei em seus olhos encapuzados e me assustei com o jeito que ele me encarou antes que sua boca colidisse com a minha.

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Não foi como o primeiro beijo, quando fomos declarados marido e mulher. Não era como os toques suaves de sua boca na minha mão, lábios ou pescoço enquanto dançávamos. Esse beijo foi duro, rápido e cheio de necessidade urgente. Ele agarrou os lados do meu rosto com as mãos e inclinou minha cabeça para o lado. Senti sua língua quando ele traçou a ligeira separação dos meus lábios antes de empurrá-la para dentro da minha boca. No começo, fiquei chocada. Senti meu corpo ficar rígido com a súbita intrusão. A sensação de sua língua na minha boca não era desagradável, mas estranha e inesperada. Eu podia sentir o gosto do vinho que ele havia consumido após o banquete, combinado com um sabor simplesmente indescritível que devia ser exclusivamente dele. Eu podia ouvir e sentir suas respirações rápidas contra a minha boca. Meu coração acelerou, e minha respiração poderia ter seguido se eu pudesse recuperar o fôlego. Coloquei minhas mãos em seus ombros largos, sem saber onde mais eu deveria colocá-las, e segurei enquanto ele passava a língua pela minha, tocando e me provando. Ele deixou cair uma das mãos no meu ombro e depois no meu braço até chegar ao meu quadril. Lentamente, ele moveu a mão e agarrou minhas costas, levantando-me um pouco do chão enquanto me puxava contra seu corpo. Eu podia sentir a ponta de algo longo e duro pressionando contra o meu umbigo. Não tinha jeito... só não era possível... ele não caberia... que... Eu ofeguei em sua boca, e ele soltou meus lábios apenas para ir ao meu pescoço, cobrindo minha garganta com beijos quentes e úmidos. Minha pele ficou quente e formigando. Ele me colocou de volta aos meus pés e moveu as mãos pelos meus lados, seus polegares roçando os lados dos meus seios, fazendo-me ofegar alto. Sir Branford continuou seus movimentos para cima e ao redor das minhas costas e dos meus ombros, depois rapidamente para cima e para baixo nas minhas costas enquanto seus lábios cobriam todas as áreas da

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pele que podiam alcançar. Ele continuou seu esforço com os olhos quando suas mãos me deixaram. Eu o observei abaixar e tirar o cinto e a faixa, jogando-os com pressa no chão. Com as calças soltas, Sir Branford puxou as pontas da camisa antes de pegar minha mão e me puxar para mais perto dele. Suas mãos subiram e desceram pelas minhas costas novamente, procurando. ― Maldito vestido! ― ele amaldiçoou. ― Como é que a maldita coisa sai? ― Está amarrado nas costas, meu senhor ― respondi, com minha voz trêmula. As mãos frenéticas de Sir Branford nas minhas costas pararam e ele deu um passo para longe de mim. Fechei os olhos e esperei que ele me virasse e arrancasse meu vestido quando meu pânico anterior ressurgiu. Quanto isso machucaria? Ele era um homem tão grande em estatura e eu era pequena ... e se me achasse ausente? Ele poderia anular o casamento, se quisesse. Se isso acontecesse, o que seria de mim? Haveria alguma chance de eu ser bem-vinda de volta ao emprego da princesa Whitney, considerando as circunstâncias? Eu tinha de relaxar. Lembreime da voz de Edith na minha cabeça, alegando que doeria mais se a mulher não relaxasse. ― Oh, Alexandra — disse o senhor Branford. Senti sua respiração na minha boca. ― Abra os olhos, minha esposa. Fiz o que ele pediu e tentei encontrar seu olhar, mas a intensidade de seu olhar era demais. Mordi meu lábio quando desviei o olhar. Com os dedos, ele traçou levemente sobre minha bochecha, fazendo-me tremer. ― Você é pura, Alexandra? ― S-s-sim! ― Respondi, finalmente conseguindo encontrar minha voz. Por que ele questionaria uma coisa dessas agora, depois que já estávamos casados? Se ele tinha alguma dúvida, deveria ter exigido que eu fosse testada como fez com a princesa Whitney. Se Sir Branford decidisse que eu não estava falando a verdade, não sabia o que ele faria. — Juro, meu senhor!

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Ele deu outro meio passo para trás, soltou-me e estendeu a mão até os cabelos, passando os dedos por ele e fazendo com que seus cachos se destacassem ao redor de sua cabeça. ― Quantos anos você tem, Alexandra? ― Eu nasci no Outono ― disse. ― Esta é a minha 17ª Primavera. Sir Branford fechou os olhos por um momento e soltou um suspiro longo e lento. Sua mão correu novamente pelos cabelos antes que ele lentamente abrisse as pálpebras e olhasse para mim mais uma vez. Seus olhos deixaram de ser escuros e ardentes, e foram esfriando lentamente em brilhantes esmeraldas. Não entendi a expressão dele, mas estava claro que ele não estava feliz. Eu devo tê-lo desagradado. Mas como? Eu disse a ele que era pura — o que mais eu poderia ter dito? Havia algo que eu deveria estar fazendo? Não tinha ideia. ― Alexandra, minha linda esposa — disse ele baixinho, alcançando-me novamente e acariciando minha bochecha. ― Observar você a noite toda me seduziu, esqueci minhas maneiras. Ele deu outro passo para longe de mim, suas mãos caindo de volta para os lados. Seu peito subiu quando ele respirou fundo e soltou um suspiro. Ele passou a mão pelos cabelos novamente, e eu me perguntava se fazia isso com frequência. Mais uma vez, percebi o pouco que sabia sobre meu marido e enfiei furtivamente minhas unhas nas palmas das minhas mãos, a apreensão me dominando. ― Devo um pedido de desculpas — Sir Branford disse calmamente. ― Isto é demais para você, não é? Talvez precisemos conversar por um momento. ― Um pedido de desculpas? ― O que ele quis dizer? Ele me dispensaria agora, percebendo que eu era um erro? Para onde eu iria? Eu o chateei? Irritei? Eu tinha que fazer algo para corrigir isso. Pensamentos horríveis sobre o que poderia acontecer comigo se ele me afastasse agora corriam pela minha cabeça.

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― Há uma chaleira perto do fogo — senhor Branford disse abruptamente antes que eu pudesse falar. ― Faça um chá enquanto eu... enquanto eu me recomponho. Um pouco de alívio me cercou por seu pedido simples. Pelo menos chá era uma coisa que eu sabia como fazer. ― Como você desejar, meu senhor. Inclinei a cabeça levemente e tentei decidir se realmente me senti aliviada com essa mudança de acontecimentos ou se isso apenas prolongaria minha ansiedade. Fui ao fogo, onde encontrei a chaleira, uma jarra de água e chá a granel em uma bolsa. Coloquei a chaleira sobre o fogo e me sentei em um banquinho, esperando a água ferver. As brasas do fogo estavam bastante quentes e a água ferveu rapidamente. Coloquei a bolsa de molho na água para deixar acentuar o sabor. Fiquei de olho no meu trabalho e, depois de alguns minutos, Sir Branford puxou outro banquinho para perto de mim e sentou-se. Eu segurei uma xícara de chá para ele, ele a pegou e bebeu um gole antes de colocá-lo para baixo. ― Alexandra — Sir Branford disse, inclinando a cabeça. ― Como minha esposa, tenho certas expectativas de você. Compreende o que estou dizendo? ― Sim, meu senhor — eu sussurrei. Simplesmente não conseguia elevar a voz, ainda sem saber exatamente o quão bravo ele estava comigo. Eu não queria chateá-lo. Realmente não queria. ― A primeira expectativa que tenho é que você sempre me trate com respeito. ― Claro, meu senhor. — Eu fui desrespeitosa? Ele achou que eu pretendia recusá-lo? Engoli em seco. ― Espero que mantenha meu quarto em ordem e se conduza de modo a não me envergonhar. ― Sim, meu senhor.

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― Espero que você cuide de mim como uma esposa. Você cozinhará, limpará e cuidará das minhas necessidades. Algum dia, espero que você tenha meus filhos. Baixei os olhos, incapaz de olhar para ele por mais tempo. Eu sabia o que deveria acontecer. Sabia o que era esperado de uma esposa na noite de núpcias. Não pretendia que ele parasse. Cumpriria minhas tarefas da melhor maneira possível, embora não soubesse os detalhes do que ele queria de mim. Sabia o básico, como qualquer mulher com orelhas saberia. ― Alexandra. ― Branford bateu o dedo embaixo do meu queixo, e eu respirei fundo antes de tentar encontrar seus olhos novamente. ― Eu entendo o que é exigido de mim, meu senhor — afirmei. Senti o pânico e o medo borbulharem nas minhas palavras. Não sabia exatamente o que significaria se ele me deixasse de lado agora, mas tinha certeza de que não seria bom. ― Serei uma esposa adequada para você. Prometo. Eu juro! Não quis que você parasse... Senhor Branford levantou uma sobrancelha para mim. ― Alexandra ― ele repetiu ― as expectativas que tenho de você não incluem a permissão de seguir meu caminho antes que você esteja pronta. Tenho certeza que meus olhos se arregalaram em choque enquanto tentava compreender suas palavras ― Disse que eras inocente, uma virgem, correto? ― Sim, meu senhor. — Eu mal podia ouvir minha própria voz. ― Você já teve alguma experiência? Alguma vez teve a boca em um homem? ― Minha boca, meu senhor? ― Eu perguntei, confusa novamente. ― Quando você... me beijou no altar... foi a primeira vez...

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― Não importa, minha esposa — senhor Branford disse suavemente, seus dedos acariciando minha bochecha novamente. ― Você deve permanecer como está até que esteja pronta para mim. ― Mas é nossa noite de núpcias ― sussurrei. ― Você está dizendo que deseja consumar nosso casamento agora? ― perguntou, e aquele meio sorriso apareceu em seu rosto novamente. ― Estou mais do que disposto, minha esposa, mas, francamente, você parece bastante petrificada. Não quero que se sinta desconfortável comigo, e certamente não quero que tenha medo de mim. Quando estiver pronta, você vem a mim e eu a levarei para minha cama. Até lá, posso ser paciente. Seu riso suave encheu a sala. ― Na verdade, acho que você pode querer dormir na minha cama esta noite — disse Branford com uma risada. ― Caso contrário, você ficaria com o chão, e está ficando frio. ― Posso dormir no chão, meu senhor — disse-lhe. ― Já dormi antes. ― Alexandra! ― A voz de Sir Branford ficou rouca, fazendo-me recuar um pouco. ― Meus cães não dormem no chão. Você é minha esposa, e cuidarei de você do jeito que merece. ― Desculpe-me, meu senhor. — Era evidente que a ideia não era de seu agrado. ― Alexandra ― ele disse novamente ― Nós nos casamos. Por quanto tempo planeja dirigir a mim pelo meu título? ― Mas você é um senhor, meu senhor e herdeiro do trono. Como devo me dirigir a você? ― Quando estivermos sozinhos, você pode me tratar pelo meu nome, disse ele. ― Em público, eu normalmente prefiro Sir Branford sobre Deus, mas... na verdade ― ele fez uma pausa, alisando minha maçã do rosto com o polegar. —

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Acho que gosto de ouvir você me chamar de Senhor. ― Seu riso silencioso encheu meus ouvidos. ― O que você desejar, meu... Branford. — Eu quase parei, mas ele sorriu e pareceu feliz. ― Hmm... — Sir Branford riu novamente e balançou a cabeça, ainda me contemplando. ― Eu me pergunto o porquê. ― Posso fazer uma pergunta, hum... Branford? ― É claro. ― Por que você prefere Sir Branford? ― Perguntei. ― Esse título foi conquistado, não dado pelo nascimento ― ele explicou. Concordei, porque o seu raciocínio fazia sentido. Ele se virou para mim e colocou a mão sobre a minha, descansando no meu colo. ― Você dormirá na minha cama comigo, Alexandra? Olhei para o canto do quarto e vi a cama. Era grande e parecia bastante confortável, embora eu não estivesse acostumada a tanta extravagância e nem precisava de muito conforto. No entanto, não havia outro lugar ali para dormir, exceto o chão, e os pensamentos de Branford sobre isso foram bastante claros. ― Há muito espaço para dois ― disse meu marido de novo. ― Não me aproveitarei. Eu assenti com a cabeça. Era como se minha voz simplesmente não funcionasse na frente desse homem. Aproveitar-se? Eu era dele agora, e por direito, ele poderia fazer comigo o que quisesse. Por que ele faria tal afirmação quando poderia facilmente mudar de ideia no meio da noite e fazer comigo o que quisesse. Perguntei-me se ele era o tipo de homem que tentaria me moldar à complacência apenas para pressionar sua vantagem mais tarde, embora não parecesse realmente haver uma razão para ele agir dessa maneira, a menos que Branford fosse simplesmente um homem cruel.

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E se ele fosse? ― Há um biombo perto da bacia e do penico ― disse Branford. ― Você pode trocar de roupa lá. As roupas de dormir para você foram trazidas mais cedo. Sua voz era baixa e ele não parecia estar com raiva de mim. Mais uma vez, assenti sem som e fiz como ele instruiu. Tentei me concentrar na tranquilidade de sua voz e não nos meus próprios medos internos. Na pressa de me esconder atrás do biombo para trocar para a roupa de dormir, trazida por Hadley, esqueci completamente o laço na parte de trás do meu vestido de noiva. Quando voltei para trás da divisória, não havia como remover o vestido sozinha. Eu podia sentir o pânico brotando dentro de mim novamente, e tive que lutar contra lágrimas quentes que queriam escapar dos meus olhos. Eu não estava fazendo nada certo. Cruel ou gentil, o que meu marido pensaria de mim? ― Alexandra. ― Eu não o ouvi se aproximar e pulei ao som de sua voz. ― O que há de errado, minha esposa? ― Não consigo remover o vestido. ― Soltei as palavras, fechando meus olhos com força para manter as lágrimas dentro. ― Venha aqui ― disse Branford. Eu podia ouvi-lo rindo de mim. Eu limpei meus olhos – apenas no caso de alguma lágrima ter escapado – e lentamente passei pelo biombo. Branford fez um sinal para eu me virar. Senti suas mãos nas minhas costas, puxando lentamente os cadarços pelos buracos. Quando ele chegou ao fundo, senti a parte de trás de seus dedos traçar lentamente sobre a pele exposta da minha cintura, todo o caminho até a parte de trás do meu pescoço e depois para baixo novamente. Eu tremi. Ele colocou os lábios perto da minha orelha, e sua respiração cobriu meu pescoço.

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― Acho que eu deveria fazer isso, minha esposa. Por favor, não hesite em me dizer se você precisar de mais ajuda. ― Sim, meu... Sim, Branford. — Recuei atrás do biombo antes que meu rubor pudesse me cobrir completamente. Tentei não me concentrar na sensação de formigamento na pele perto da minha coluna quando tirei o vestido rapidamente, pendurei-o sobre o biombo e puxei a camisola sobre minha cabeça. A camisola pendia até os meus pés e meus braços, mas o material era de seda e seria transparente se houvesse apenas uma camada em vez de duas. Ainda assim, eu nunca havia me vestido dessa maneira na frente de um homem e, embora estivesse vestida adequadamente para dormir, não conseguia sair de trás da barreira. Apertei minhas mãos, tentando impedi-las de tremer. Eu disse a mim mesma para parar, mas meu corpo não estava ouvindo meus comandos. Branford era meu marido e, em algum momento, ele me veria em um estado de vestuário muito mais comprometedor do que este que eu atualmente vestia. Se ele escolhesse arrancá-lo de mim, eu não poderia fazer nada a respeito. Eu não poderia competir com Branford fisicamente, mesmo que estivesse inclinada a fazer algo tão ridículo. Enquanto minha mente divagava, Branford perdeu a paciência. ― Você pretende dormir aí atrás? ― Ele perguntou. ― Não, meu senhor. — Respirei fundo e me forcei a voltar para área principal. Eu o ouvi recuperar o fôlego e senti o calor cobrir minhas bochechas. Olhei para o chão e embaralhei meus pés, sem saber o que deveria fazer a seguir. ― Você está deslumbrante, Alexandra — ele disse. ― Venha sentar-se comigo. Voltei para o banquinho perto do fogo e sentei-me diante dele, ainda completamente insegura do meu lugar, minha posição, do modo como me

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vestia e de mim mesma. Mantive meus olhos baixos, pois não tinha certeza se era permitido olhá-lo nos olhos ou não. Eu já o ofendi? Ele ficou em silêncio por alguns minutos, o que apenas aumentou minha ansiedade. ― Eu te disse o que espero de minha esposa — Branford finalmente disse ― Mas há coisas que você deve esperar de mim também. Alexandra, como seu marido, há certas coisas que eu garanto sempre proporcionar para você. Sempre vou mantê-la segura – protegê-la. Suas necessidades serão constantemente satisfeitas, e você viverá no luxo relativo. Nossos filhos também serão protegidos e educados. Você nunca terá que se preocupar com cuidados ou a segurança deles. Cuidarei dessas coisas para você. Compreende o que estou dizendo? ― Sim, Branford — concordei. Ainda bem que me lembrei de tratá-lo corretamente desta vez. ― Há alguma coisa que você espera de mim, Alexandra? Como não respondi imediatamente, ele solicitou novamente. ― Honestamente não sei, Branford — Eu disse. ― Nunca tinha pensado em casamento antes do dia de ontem. Nunca pensei o suficiente sobre isso para formar expectativas. ― Então você pode deixar a questão em aberto e responder a ela quando pensar no que deseja dizer. Isso é aceitável para você? ― Sim, Branford — Eu disse suavemente. Olhei para ele através de meus cílios e então desviei o olhar novamente. Não sabia o que pedir a ele e me senti bastante tola. Eu me perguntava o que a princesa Whitney faria naquele momento se ele a escolhesse. Então percebi exatamente o que ela estaria fazendo com ele e fiquei pasma com uma mistura de emoções: desgosto por minha própria inadequação em relação a assuntos íntimos; vergonha por não parecer capaz de dar ao meu marido o que ele precisava e, estranhamente,

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raiva ao pensar em Whitney se casando com Branford. — Posso fazer uma pergunta diferente, senhor? ― É claro. ― Como soube? ― Perguntei e então lembrei que ele não tinha ouvido minhas divagações internas. ― Quero dizer, como sabia sobre a princesa? ― Porque eu tirei a virgindade dela quase há um ano — ele disse de forma simples e sem hesitação. Deixando-me boquiaberta. ― Então, por que... — Parei, sem saber se queria saber a resposta para minha pergunta. ― Por que? ― Ele perguntou, pressionando-me a responder claramente. ― Por que você me escolheu? Se você foi o único... Quero dizer... você ainda poderia ter se casado com ela. Branford olhou para o lado e encontrou meus olhos apenas brevemente antes de desviar o olhar novamente. ― Você chamou minha atenção ― ele finalmente disse. ― Mas você poderia ter escolhido ela ou outra princesa ― continuei ― Ou uma dama, pelo menos. Alguém digna do posto. ― Diga-me uma coisa, Alexandra. — Branford interrompeu e olhou para mim. ― Você obviamente sabe fazer um excelente chá. Você sabe cozinhar? ― Sim, meu senhor. ― Você pode consertar roupas? ― Sim, meu senhor. ― Você sabe polir prata? Cortar cabelo? Dar a um homem um barbear adequado? ― Sim, meu senhor. ― Princesa Whitney consegue fazer essas coisas? ― Não acredito que saiba, meu senhor — Eu disse depois de um momento de reflexão.

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― Por que eu escolheria uma mulher inútil? ― Ele se sentou na beira do banquinho e olhou para mim com a cabeça inclinada para o lado. ― Eu tive minha parte de princesas e coisas do gênero. Se eu quisesse uma delas como esposa, teria escolhido uma delas. Tentar me forçar a escolher a filha dele como recompensa era a maneira do Rei Edgar tentar entrar na minha pele e, por sua vez, na pele do meu tio. Escolher você perturbou os planos dele e deixou claro que a união entre nossos reinos não terá um preço tão baixo. ― Então, eu sou um peão político, meu senhor? Ele riu-me em voz alta. ― Sim, suponho que sim — ele disse, ainda rindo. ― Um peão político muito bonito. Agora pare de dirigir a mim como meu senhor. Não há mais ninguém aqui. ― Desculpe-me, Branford — desculpei-me. ― Você está desculpada, Alexandra — ele disse com um sorriso. Com um bocejo, ele se levantou e esticou os braços sobre a cabeça antes de caminhar em direção à bacia para se lavar. Levantei e rapidamente o segui. Branford observou, confuso, enquanto eu pegava a jarra de água e enchia a bacia, adicionando a água aquecida que restava na chaleira. Testei a água para ter certeza de que estava na temperatura adequada, peguei um pano de uma cesta próxima, molhei, torci e depois segurei para Branford. ― Acha que a princesa Whitney teria se incomodado em aquecer a água do banho para mim? ― ele perguntou com um sorriso. ― Não, meu... Branford. — Sorri de volta para ele, finalmente sentindo como se tivesse feito algo certo. Antes que pudesse me sentir muito satisfeita comigo mesma, tive que me virar rapidamente quando Branford afrouxou a camisa e a puxou por cima da cabeça, mostrando seu peito para mim.

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― Você também pode se acostumar com isso ― disse Branford. Descobri que podia ouvir o sorriso dele em sua voz. ― Eu durmo sem camisa. É muito mais confortável. Eu permaneci onde estava, meus olhos focados no fogo. Eu podia ouvir o riso suave do Branford atrás de mim. ― Você prefere que eu entre na cama primeiro e me cubra? ― Sim, por favor — pedi. Ouvi mais do farfalhar de suas roupas perto do biombo e então o senti passar por mim em direção à cama. Depois de mais um minuto, ele chamou. ― Você está pronta para dormir? ― ele perguntou, o riso ainda evidente em sua voz. ― Ou planeja ficar aí a noite toda? É seguro para você olhar agora. Olhei rapidamente, perguntando-me se ele estava me provocando ou não. Ele estava do outro lado da cama com um dos cobertores puxados para debaixo das axilas. Seus braços nus e ombros largos ainda estavam claramente expostos, e ele estava apoiado em um cotovelo, olhando para mim com aquele meio sorriso. Aproximei-me lentamente e depois parei ao lado mais distante dele da cama. Respirando fundo para preparar meus nervos, fui para baixo do cobertor e rapidamente o levantei até o queixo. Assim que minha cabeça descansou no travesseiro macio e cheio de plumas, pude sentir tensos todos os músculos do meu corpo. Embora ele estivesse do outro lado da cama, ainda podia ouvir sua respiração e sentir sua presença. Na transparente camisola, eu me sentia completamente exposta, mesmo com os cobertores sobre mim, e meus pensamentos novamente mudaram para o quão pouco eu sabia desse homem. ― Boa noite, minha esposa. ― Boa noite, Branford — respondi. Tentei forçar meus músculos a relaxar, dizendo repetidamente a mim mesma que a cama era grande e que ele realmente não estava tão perto. Engoli o nó na garganta e depois fechei os olhos

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quando os eventos do dia e as emoções que eles geraram tomaram conta de mim. Enquanto eu estava completamente imóvel do meu lado da cama, olhando para longe do meu marido, tentei não chorar. O que aconteceu comigo? Como eu passara de uma criada feliz, embora sem um tostão, para uma princesa, esposa do próximo herdeiro da coroa do reino, em um único dia? Casei-me com um homem que não conhecia e agora não sabia o que deveria fazer da minha vida. Eu nem permiti que meu marido consumasse nosso casamento. Que tipo de esposa eu seria para ele, com ou sem água quente do banho? Fechei os olhos e implorei que o sono viesse. Talvez a luz do dia tivesse uma visão favorável da minha situação. Então percebi que nem sabia se ainda estaríamos aqui no dia seguinte ou se iríamos para Silverhelm. Talvez meu marido tivesse outro torneio em algum outro reino próximo. O que aconteceria comigo se ele fosse ferido em um torneio? E se ele fosse morto? Eu tive que lutar contra o pânico novamente quando toda a tensão, o medo, a ansiedade e a preocupação do dia anterior desabaram sobre mim, e as lágrimas que eu tinha contido ao longo do dia irromperam. ― Alexandra. Ouvi sua voz suave atrás de mim e senti sua mão no meu ombro. ― Por que está chorando? ― Sinto muito... meu senhor... quero dizer, Branford. ― Mal conseguindo falar. Senti ele me virar e me pegar em seus braços, segurando-me contra seu corpo com as palmas das mãos estendidas sobre o peito. ― Eu... eu não sei... o que... eu devo... supor... fazer agora! ― Shh, Alexandra... Incapaz de fazer qualquer outra coisa, eu me inclinei para ele e chorei contra seu calor enquanto seus sussurros me diziam que tudo ficaria bem, e sua mão acariciava meu cabelo. Todos os meus músculos tensos lentamente

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começaram a relaxar sob seu toque, e encontrei respiração suficiente para acalmar meus soluços. Seus braços me seguraram firmemente contra seu peito nu, e seu calor me confortou como nunca o fogo conseguiu. Não sei quanto tempo ele me segurou assim antes de eu cair no sono. E foi assim que eu passei minha noite de núpcias.

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CAPÍTULO 04 Ouvir secretamente Quando acordei, estava claramente quente, e não pelo fogo ardendo do outro lado da sala. Eu estava deitada no peito nu de Branford, com a cabeça em seu ombro e a mão em seu estômago. Podia sentir um de seus braços em volta das minhas costas, segurando ambos os meus ombros, mantendo-me perto dele. Sua outra mão estava no meu braço, que estava em cima dele. O cobertor havia mudado para baixo durante a noite e agora só chegava às nossas cinturas. À luz fraca do fogo, pude ver a forma distinta dos músculos que cobriam seu torso. Fechando os olhos, respirei fundo e tentei conter meus nervos. Abri meus olhos novamente lentamente, absorvendo o corpo parcialmente despido e absolutamente deslumbrante do meu marido. Seus ombros eram largos e os músculos flexionaram um pouco quando ele se mexeu em seu sono e me segurou mais apertado. Havia um pelo macio sobre o esterno, que seguia pelo centro do corpo até atingir o estômago, afinando-se em uma linha distinta e desaparecendo sob o cobertor. Os músculos do estômago estavam perfeitamente delineados, exibindo sulcos sob a pele, que gritavam poder físico. Fisicamente, ele era tão perfeito quanto seu título de príncipe indicava. O que eu estava fazendo aqui com este homem? Meus olhos estavam doloridos e lembrei-me exatamente de como havia adormecido – em meio a lágrimas e soluços nos braços de meu marido. Ele deve me achar incrivelmente fraca, ou, pelo menos, ingrata por tudo que ele havia feito tomando-me como esposa. Deitada em seus braços, eu me senti indigna, pequena e assustada. Supunha que deveria ter me consolado por ele

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não ter me machucado, como certamente poderia ter feito e como era de seu direito. Mas, embora me sentisse confortada por Branford, deitada em seus braços enquanto dormia, não consegui encontrar conforto nele, porque ainda não tinha certeza de sua verdadeira natureza e seus motivos. Movendo-me cautelosamente, saí do braço dele, rastejei para o outro lado da cama e caí pela beirada para o chão frio. Tomei cuidado para não o acordar quando seu braço escorregou pelas minhas costas e pousou nos lençóis. Estremeci com o frio e fui para o penico, depois para o fogo, que ardia com um brilho laranja. Escolhendo duas toras, com base em seu peso e densidade, as coloquei sobre as brasas e soprei suavemente até que as chamas irromperam, aquecendo o ar ao meu redor. Elas eram pesadas e deveriam durar algum tempo. Olhei para a janela e não vi sinais do amanhecer, então voltei lentamente para a cama. Depois de me arrastar para debaixo do cobertor, deitei de costas no lado oposto da cama, que era frio ao toque. Estremeci um pouco e olhei para o teto do quarto. Minha mente estava vazia – atordoada, suspeitei. Sentia-me grata pela aparente bondade de Branford, mas ainda bastante preocupada dele reconsiderar sua decisão devido à minha aparente incapacidade de dar a ele uma noite de núpcias adequada. Ainda estávamos casados de verdade? Embora meu bem-estar sempre estivesse no controle dos outros, nunca me senti tão insegura de mim mesma. Estremeci novamente. ― Você está com frio — ouvi a voz macia do Branford, do outro lado da cama. ― Volte para cá. Fechei meus olhos com força por um momento antes de virar cautelosamente para encará-lo. Branford estendeu a mão e agarrou meus braços, puxando-me de volta para uma posição semelhante a que me encontrava ao acordar. Ele passou a mão nas minhas costas e acariciou do topo da minha cabeça até as pontas do meu cabelo.

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― Isso é melhor ― ele afirmou, depois suspirou. Virei minha cabeça para olhá-lo, apenas para encontrá-lo já dormindo novamente. Descansando a cabeça no ombro dele, fechei os olhos pelo que pareceu apenas um momento, mas quando os abri novamente, a luz do dia brilhava pela janela. A mão de Branford estava subindo e descendo pelas minhas costas novamente, passando suavemente sobre meus cabelos e ombros. Minha mão estava apoiada contra seu peito, e eu podia sentir seu batimento cardíaco firme sob a palma da minha mão. Inclinei meu olhar para encontrar o do meu marido. ― Tenho de admitir — Branford murmurou ― essa foi uma maneira agradável de despertar. Acho que me acostumarei rapidamente a ter você na minha cama. O calor subiu para meu rosto, e desviei o olhar rapidamente. ― Você reconstruiu o fogo durante a noite — afirmou Branford. Eu respondi com um aceno de cabeça. ― Não costumo acordar de noite e geralmente me encontro num quarto frio pela manhã. Obrigado. ― De nada, meu... Branford. Ele riu. ― Seria ótimo ficar aqui por um dia — ele falou ― mas, receio que tenhamos de nos preparar. ― Para quê? ― perguntei. ― A viagem de volta para casa — ele disse. ― Uma carruagem está esperando para nos levar ao Silverhelm. Quero estar lá antes do anoitecer. Branford se vestiu enquanto eu fazia o chá da manhã e preparava água para ele. Ele estava perto da cama, segurando uma bainha e uma espada em volta da cintura. Ele ficou lá por algum tempo antes de chegar ao lavatório.

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Quando começou a lavar as mãos, notei uma nova ferida na palma da mão esquerda. ― Meu senhor, o que aconteceu? ― perguntei. Cheguei na água e olhei para o pequeno corte. Peguei um dos panos e lavei-o com cuidado. ― Não é nada — ele disse. ― Não se preocupe. ― Eu posso preparar um curativo ― ofereci. ― Cicatrizará mais rápido se for mantido coberto. ― Faria isso agora? ― Sim, meu senhor. — Branford levantou a mão molhada e bateu o dedo sob o meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos carrancudos. ― Digo, Branford. Ele sorriu e me permitiu limpar o corte em sua mão, embora recusasse o curativo, alegando que era um corte muito pequeno para incomodar. Quando fui para o biombo, encontrei roupas deixadas para mim. Um belo vestido e capa de viagem, embora relativamente simples, estavam pendurados em um grande gancho de metal na parede. Não eram excessivamente extravagantes, pelo que fiquei feliz. Não tinha certeza se poderia vestir uma roupa extravagante sem ajuda e estava acostumada a vestir outras pessoas com essas roupas, não eu. O que eu faria se acabasse precisando usar essas roupas e não tivesse ninguém para me ajudar? Como esposa de Branford, eu seria obrigada a usar essas coisas? Haveria outros para me ajudar a me vestir? Felizmente, esse vestido foi fácil de colocar e ia até meus pés, onde coloquei em um par de sapatos de couro macio. Branford sorriu para mim novamente quando saí do biombo, pegou-me pela mão e me levou para fora da porta. ― Enviarei alguém para recuperar suas coisas do castelo do Rei Edgar — disse Branford. ― Não me agrada a ideia de voltar lá tão cedo. ― Há muito pouco para recuperar ― admiti. ― Precisarei de minhas roupas, eu suponho.

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― Eu lhe fornecerei tudo o que você precisar, minha esposa ― Branford me informou, suas palavras quase como um castigo. ― Se houver coisas suas que você queira, mandarei buscar. Eu considerei minha pequena área de estar e as coisas contidas nela. Havia poucas coisas pertencentes a minha mãe, que vieram comigo quando fiquei órfã, e nenhuma delas era valiosa. Havia uma tigela de madeira esculpida que eu gostava um pouco mais. ― Acho que não há nada que valha a pena, meu... Branford. — Senti meu rosto esquentar novamente. ― Alexandra ― chamou Branford. Ele parou e me virou para olhá-lo. ― Se houver alguma que coisa de lá que você queira, diga-me. Conseguirei para você. ― Parece bo...bobo — Eu disse com um encolher de ombros. ― Não se você quiser. ― Não é nada. ― Diga-me! ― Branford exigiu. Assustei-me e olhei para o chão. ― Há uma.... uma tigela — murmurei. ― Acho que era da minha mãe. Não me lembro dela, mas foi dado a mim, e disseram-me que era dela. ― O que aconteceu com seus pais? ― perguntou Branford. Sua voz estava calma e sossegada novamente. ― Parece que ninguém sabe exatamente ― falei para ele. ― Havia uma doença na época e muitas pessoas estavam morrendo. Supõe-se que meus pais morreram da doença. Fui levada para a Abadia de Sant Antony quando jovem. ― Você veio daquela aldeia nos arredores de Wynton, não foi? ― Sim ― confirmei com um aceno de cabeça. ― A vila da águia. ― Quase toda a população foi dizimada num verão — Branford assentiu com a cabeça. ― Eu era apenas uma criança – talvez oito anos na época, mas me lembro que tiveram que queimar toda a vila. Embora as terras fossem de

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Hadebrand, Edgar não ofereceu ajuda. Se a vila ainda estivesse nas mãos de Sterling... A voz de Branford parou. ― Quantos anos você tinha? ― ele perguntou depois de um momento. ― Disseram que eu tinha cerca de dois anos ― disse. ― Não sei com certeza. ― Estou surpreso que você não foi criada pelas freiras do convento. Isso seria mais comum para uma órfã. ― A Princesa Whitney precisava de uma companheira de brincadeiras — explicou. ― Estávamos com a mesma idade. ― E você passou toda sua vida aos cuidados do Rei Edgar? ― Sim. A princesa Whitney me escolheu da abadia, então me tornei sua companheira de brincadeira quando ela era jovem, e sua criada quando ela se tornou maior de idade. ― Estou surpreso por não a ter encontrado antes, se você estava com ela há tanto tempo. ― Nunca viajei com a princesa ― expliquei, balançando a cabeça. ― Esta foi minha primeira viagem à Hadebrand em muitos, muitos anos — Branford disse-me. ― Suponho que isso explica tudo. Entramos no pátio e vimos Sir Parnell parado ao lado de uma carruagem, falando com o cocheiro. Vi o garanhão cinza de Sir Branford amarrado na parte de trás da carruagem junto com outro que provavelmente era o corcel de Sir Parnell. Branford pegou minha mão e me ajudou a subir a bordo. Em questão de minutos, estávamos saltando pela estrada para o norte em direção ao próximo reino. Cavalgamos por algum tempo em relativo silêncio, Branford e Sir Parnell falando de coisas mundanas, como cuidar de seus cavalos e torneios anteriores. Sir Parnell mencionou novamente a ira iminente de sua noiva, Lady Ida de Sterling, em relação ao casamento.

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― Ela nunca te perdoará, Branford — ele disse. ― Mesmo que você permita que ela faça outra recepção, ela nunca esquecerá disso. ― Ela sobreviverá, Parnell — respondeu Branford. ― Uma vez que ela tenha um ataque inicial, provavelmente ficará aliviada por eu não voltar para casa com Whitney. ― Elas nunca foram amigáveis. ― Para dizer o mínimo. ― Independentemente disso, planejarei manter uma posição que não coloque meu corpo entre você e sua irmã — disse o senhor Parnell. ― Talvez você deva me deixar em Wynton, que deve estar a uma distância segura. Branford riu e pediu ao cocheiro para parar um pouco. Trouxe uma cesta de carnes, queijos e pães da parte de trás da carruagem, que eu preparei enquanto Branford e Sir Parnell esticavam as pernas e regavam os cavalos. O céu escureceu e, antes de voltarmos a andar, a chuva começou a cair. Em um minuto, estávamos de volta à carruagem, um pouco úmidos, e descendo a estrada esburacada novamente. Fiquei surpresa com o cansaço de ficar sentada na carruagem o dia todo e não pude evitar quando um bocejo me escapou. Talvez fosse o tempo me arrastando para o sono. ― Você está cansada, minha esposa? ― Perguntou Branford. Considerei insistir que não, mas o olhar dele me disse que ele já sabia a verdade. ― Um pouco, meu senhor ― admiti. ― Porque você não descansa, então? Levará muitas horas até chegarmos a Silverhelm. Você desejará estar descansada quando conhecer minha família. A ideia de conhecer sua família não era algo que eu desejasse me concentrar. Era inevitável, e eu estava mais nervosa do que gostaria de admitir. Talvez dormir me impedisse de me preocupar com algo que eu não poderia

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mudar. Olhei para o pequeno banco onde estávamos sentados e me perguntei como eu conseguiria descansar na carruagem. ― Coloque sua cabeça aqui ― disse Branford, puxando uma das almofadas da parte de trás do banco e colocando-a sobre o colo. ― Será mais confortável para você. Corando levemente, balancei a cabeça e deitei minha cabeça timidamente em sua perna com a almofada do banco da carruagem entre minha bochecha e sua coxa. Senti a mão dele no meu ombro, fechei os olhos e me vi caindo rapidamente, mas não completamente. O som da chuva no telhado era reconfortante, até hipnótico, mas também apenas perturbador o suficiente para me impedir de dormir completamente. Fiquei quieta, sem querer causar nenhum desconforto a Branford, e ele e Sir Parnell devem ter assumido que eu adormecera. ― Então, como foi sua noite de núpcias? ― Riu Parnell. ― Sua noiva virgem correspondeu às suas expectativas? ― Essa dificilmente é uma conversa adequada ― Branford respondeu um modo quase malcriado. ― Adequada? ― Desta vez, Parnell riu alto, embora não houvesse humor no som, e Branford o calou. Eu o senti seus dedos por cima da minha cabeça pelos cabelos. ― Nada sobre seu plano aqui é apropriado, Branford. ― Era necessário. A adequação não importa. ― Você está fugindo da pergunta. Ouvi Branford suspirar, e ele continuou a passar os dedos pelas mechas do meu cabelo. Quase prendi a respiração, imaginando o que ele diria a seu primo. Ele me declararia inadequada ou talvez não falasse a verdade? A conversa parou um momento antes dele responder. ― Eu não toquei nela — ele disse sem rodeios. ― Você está brincando? ― Perguntou Parnell.

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― Nem um pouco. ― Senhor Branford Sterling, que deflorou uma dúzia de princesas, não deflora a noiva na noite de núpcias? Não sei se as pessoas acreditariam em mim se eu contasse. Você bebeu vinho demais, ou ela simplesmente não queria? Se ela se negou, você pode anular o casamento. Volte e peça desculpas. Escolha Whitney como sua noiva e acabe com toda essa bobagem. Engoli em seco para deter o pânico dentro de mim. ― Não ― respondeu Branford. ― Não é bobagem, e eu não me casaria com Whitney, a menos que minha única outra opção fosse você como esposa. E realmente, Parnell, não foi uma dúzia. ― O quê? Foram só dez? ― Dificilmente, e não continuarei essa conversa com você. ― Bem, por que não a tomou? Ela é sua esposa, por mais ridícula que seja. ― Parnell, só lhe direi uma vez. — A voz de Branford ficou fria. ― Independentemente de seus sentimentos em relação ao meu casamento, Alexandra é minha esposa agora e você não falará dela com desrespeito. Não quero que você se refira ao meu casamento como ridículo. Eu fui claro? ― Sim, senhor ― Sir Parnell respondeu, o tom em sua voz mudando rapidamente de amigo e primo jovial para servo devidamente castigado. ― Perdoe-me. Senti a mão de Branford pelo meu cabelo novamente, quase me embalando em meu sono. A carruagem saltou através de uma seção áspera da estrada e continuou enquanto o condutor gritava com os cavalos. A chuva diminuiu e o som de tamborilar no topo da carruagem ficou mais suave. ― Algo mudou, não? ― Parnell disse calmamente. ― Talvez. ― O que foi, Branford? Houve uma pausa significativa antes Branford responder.

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― Parnell — ele disse ― Quando elaborei esse plano, pensei que estava pensando em tudo. Edgar ficaria irritado, mas impotente para reagir, já que ele provocou. Whitney seria insultada e, entre as duas reações, um dos próximos golpes levaria à guerra. Ao mesmo tempo, Camden sai das minhas costas sobre encontrar uma esposa. Sunniva pára de falar sobre querer netos, e eu atendo a tudo: A expansão do reino quando invadirmos; a coroa; um herdeiro e nada mais necessita mudar. Em casa, tenho alguém que pode cuidar de mim e de minhas necessidades. Eu não tinha nenhuma intenção de ser fiel, então não é como se minha vida fora de casa fosse mudar com a introdução de uma esposa. Pensei que tivesse pensado em todas as possibilidades ― disse Branford, continuando. ― A mulher que seria o catalisador sempre foi sem nome e sem rosto. Não importava quem ela seria, desde que não fosse Whitney. Decidi por uma de suas criadas enquanto estava no campo, porque elas estavam sentadas perto de Whitney, e seria mais... visualmente dramático. Eu poderia cavalgar na direção dela e me virar no último segundo. Também a irritaria intensamente, que é exatamente o que eu queria. Devia haver meia dúzia delas, e eu não me importei. Todas elas seriam hábeis em assuntos do lar, o que me manteria de ter que empregar serviçais cujas lealdades seriam questionáveis. Só escolhi Alexandra porque ela olhou para mim desde o início, quando fui declarado vitorioso, e ela corou quando seus olhos encontraram os meus. A cor em suas bochechas era simplesmente adorável, e ela tem olhos lindos. ― Agora sua noiva não é sem nome e sem rosto — Parnell disse. ― Não, ela não é — Branford respondeu. ― Quando a levei até o meu quarto, tinha toda a intenção de levá-la para cama. Fiquei olhando para ela, naquele vestido, durante toda a noite, e estava pronto para descobrir o que estaria por baixo. ― E ela se recusou? ― Perguntou Parnell. ― Você ainda pode anular, desde que você ainda não se consumou a União.

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―Ela é uma plebeia, Parnell. ― Sua voz ficou dura e insensível. — Eu poderia abrir as portas dessa carruagem no meio de um mercado movimentado, possuí-la na frente de uma dúzia de testemunhas, declará-la uma péssima foda e ainda assim anular o casamento. Não pretendo fazer isso. ― Então, o que mudou seu curso? ― Não me lembro exatamente o que ela disse ― respondeu Branford. ― Foi o tom dela, não as palavras, que me fizeram olhar para ela – e realmente vêla. Ela estava com os olhos fechados, mas era evidente que ela estava... estava... ― Branford fez uma pausa e soltou um longo suspiro. ― Parnell, Alexandra estava aterrorizada. Eu pensei que ela estivesse tremendo de antecipação, mas estava com medo de mim, não apenas nervosa; eu teria esperado isso. Honestamente, Alexandra parecia assustada o suficiente para que eu precisasse perguntar se era virgem. Não seria inédito que uma criada fosse estuprada, e ela claramente pensava que eu a machucaria. ― Então o que você fez? ― Eu parei, obviamente ― Branford disse, seu tom escuro de repente. ― Não sou um estuprador, e isso é o que seria se eu continuasse. ― Você não pode violar a sua mulher. Ela é sua por direito. ― Sim ― a voz de Branford era um rosnado ― Mas, mesmo tornando-se admissível aos olhos da Igreja não muda a violência do ato, não é? Independentemente disso, disse-lhe que esperaríamos até que ela estivesse pronta, e ela ainda chorou por metade da noite. ― Chorou? Por que? ― Eu realmente não sei ― admitiu Branford. ― Como eu disse, esta foi a parte do plano que eu não tinha considerado. Esta mulher... ― Branford soltou uma risada baixa — Mulher. Olhe para ela, Parnell. Quantos anos ela aparenta?

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Era tentador abrir meus olhos para ver sua expressão, mas continuei minha fachada de sono. Depois de alguns momentos, quando Parnell não respondeu, Branford falou novamente. ― Apenas dezesseis anos, dificilmente uma mulher. Ela é uma jovem garota que nada sabe da vida além de cuidar daquela princesa arrogante. ― E agora que a mulher tem um nome e um rosto, o que você pretende fazer? ― Não sei ― disse Branford. ― Não sei como isso muda as coisas. Eu só sei que muda. Não quero que ela tenha medo, principalmente de mim. Presumi que a deixaria em casa com Sunniva, mas agora estou reconsiderando. Quero que ela viaje comigo quando tiver que deixar o reino. ― Levá-la para os torneios? ― Parnell engasgou. ― Com sua reputação? Por que em nome de Deus você faria uma coisa dessas? ― Ela pode ser vista como uma inimiga de Hadebrand agora ― disse Branford. ― Não confio que ela esteja segura, se não puder ver onde ela está, principalmente depois do que aconteceu com Lily. Eu me sinto muito... protetor dela. Parnell riu baixo. ― Eu acho que sei qual é o problema — ele disse. ― E o que seria, oh sábio? ― Você gosta dela, Branford ― Parnell disse. ― Isso não fazia parte do plano, não é? Branford zombou. ― Como você acha que poderá se comportar com uma esposa ao seu lado depois de vencer um torneio? ― disse seu primo, pressionando a questão. ― Você acha que ela ignoraria suas atividades fora de casa? ― Ela estaria lá. ― Disse Branford. A mão dele no meu braço mudou, e me perguntei se ele havia dado de ombros. ― Por que precisaria procurar outra?

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― Porque ela pode não estar pronta ainda? ― Inquiriu Parnell. Houve outro longo silêncio enquanto os cavalos nos puxavam pela estrada de pedra. ― Não a pressionarei ― Branford finalmente disse. ― Ela provavelmente só ouviu histórias de como isso pode doer, e pretendo mostrar a ela que há outra maneira, mas provavelmente não acreditará em mim. ― Você gosta dela. ― Talvez. ― Você terá que ganhar a confiança dela de alguma forma. ― Sim ― murmurou Branford. ― De alguma forma. A chuva voltou a cair, as grandes gotas fazendo um barulho terrível contra o teto da carruagem. Por vários minutos, continuamos no caminho, Sir Parnell e Branford em silêncio, e eu contemplando suas palavras e tentando entender o significado delas. Eu estava sendo usada como um peão político – ele admitiu isso – mas meus ouvidos me enganaram? A intenção do meu marido era começar uma guerra com Hadebrand? E eu era um ... como ele me chamou? Um catalisador? O que isso significava? Eu poderia realmente ser considerada um inimigo de Hadebrand, o único lar que já conheci? A carruagem deve ter atingido uma rotina durante os meus pensamentos, pois de repente estava quicando loucamente, e teria sido jogada do banco, não fosse pelos braços fortes de Branford agarrando meus ombros. Não pude evitar gritar de surpresa. Branford ajudou-me a sentar ereta, as mãos dele continuavam a pressionar-me firme. ― Você está bem? ― ele perguntou. ― Sim, meu senhor ― Respondi. ― Apenas assustada. ― Não foi a maneira mais agradável de acordar, foi? ― Ele olhou diretamente nos meus olhos, e eu lembrei do seu comentário dessa manhã e da

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sensação de sua pele nua na minha bochecha. Senti o calor subir ao meu rosto e Branford passou a ponta do polegar sobre meu queixo. Seus olhos assumiram aquela tonalidade verde escura e pareceram brilhar para mim. Ele sorriu e sussurrou uma única palavra. ― Adorável. Sentei-me no banco da carruagem e tentei não parecer tão estranha quanto me sentia. Branford e Sir Parnell continuaram a olhar um para o outro, mas não falavam. Parecia haver uma tensão entre eles, que eu sabia ser pela minha presença. Eles falaram livremente enquanto eu descansava, e tinha que admitir que me sentia culpada pela minha mentira. Eles acreditaram claramente que a conversa fora privada, mas eu a ouvi. Eu me perguntava se deveria confessar minha mentira para Branford, e como ele reagiria a isso. Seria pior para mim se eu não lhe dissesse, e ele descobrisse por conta própria? ― Estamos quase chegando — Branford disse, dando-me um meio sorriso. ― Olhe pela janela. Vê a linha das árvores? Esse é o fim de Hadebrand e o começo do Reino de Silverhelm. Chegaremos ao castelo do Rei Camden a tempo para o jantar. ― Enviou um mensageiro? ― Perguntou Parnell. ― Não. ― Não fazem ideia? ― Não. ― Acho que me absterei de jantar, então. ― Parnell recostou-se e seu rosto estava com uma carranca. Ele olhou pela janela em silêncio. ― Covarde. ― Idiota. Branford riu quando eu ofeguei. Não conseguia entender como Sir Parnell poderia considerar insultar Branford. Ele não o chamou de "senhor" hoje cedo? Obviamente, meu marido não se ofendeu.

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― Vocês são primos? ― Perguntei baixinho, tentando entender o relacionamento deles. ― Distantes, sim ― Branford disse com um aceno de cabeça. ― A esposa de meu pai era prima em segundo grau da mãe de Branford ― Sir Parnell me informou. ― Depois que os pais de Branford se foram... ele viveu conosco pouco tempo antes de vir para Silverhelm. Olhei para Branford e o vi olhando a chuva pela janela, sua expressão vazia. Embora estivesse curiosa sobre os pais dele, não parecia a melhor hora para discutir o assunto. Talvez no momento em que me sentisse mais à vontade com ele, eu perguntasse mais. Só gostaria de saber quanto tempo levaria. Algum dia encontraria conforto com ele? Lembrei-me de como acordei hoje de manhã e no meio da noite. Branford foi gentil e amável, mas ao ouvir suas palavras para Sir Parnell na carruagem, eu não tinha certeza o que deveria pensar. Sim, ele fora gentil comigo até agora, mas também parecia estar planejando uma guerra contra Hadebrand. Eu me encolhi com o pensamento. Hadebrand era minha casa, e eu não podia deixar de sentir uma certa lealdade ao Rei Edgar. “Você dará sua lealdade inabalável a mim, meu Reino e meu Deus?” As palavras de Sir Branford ecoaram na minha cabeça, assim como minha resposta a ele, e eu me senti corar. Os olhos de Branford se voltaram para mim, olhando interrogativamente, o que apenas aumentou o calor nas minhas bochechas. Seu olhar, tão intenso com seus brilhantes olhos verdes, dava a impressão de que ele podia ouvir o que eu estava pensando, e percebi que meus pensamentos haviam se aproximado da deslealdade. Se ele pudesse ouvi-los, teria todo o direito de ficar com raiva. A chuva finalmente terminou, interrompendo os sons tamborilares no telhado. Olhei para o meu colo e torci as mãos quando passamos pela linha das árvores e entramos no reino onde meu marido era príncipe. Um arrepio se

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espalhou pelos meus braços e senti um calafrio percorrer minhas costas. O que esse novo lugar reservaria para mim? Branford estendeu a mão e colocou a mão sobre a minha. ― Você está nervosa, esposa? ― ele me perguntou baixinho. Embora a carruagem fosse pequena demais para Sir Parnell não ouvir, Branford parecia estar tentando uma conversa particular. Sir Parnell olhou firmemente pela janela, ignorando-nos. ― Um pouco, meu senhor. Seu dedo traçou minha bochecha e, por um momento, fechei meus olhos para a sensação. ― Acho que eles a acharão cativante ― ele disse ― exatamente como eu. Uma vez que eles se acostumem com a ideia, é claro. ― A ideia, meu senhor? Branford riu suavemente. ― A ideia de que o príncipe está voltando para casa com uma esposa plebeia — afirmou sucintamente. ― Levará algum tempo para que eles a aceitem, alguns mais que outros. ― Eu entendo ― respondi calmamente. E entendia – muito mais do que queria. Se os nobres de Silverhelm fossem parecidos com os de Hadebrand, e sem dúvida seriam, eles não apreciariam a minha presença no meio deles. Virei minha cabeça para longe dele, a sensação de seus dedos contra minha bochecha era bastante perturbadora. Aparentemente, ele não queria isso e pegou meu queixo na mão, virando-me para encará-lo. ― Você é minha esposa, Alexandra ― afirmou simplesmente. ― Defenderei sua posição. ― Sim, meu senhor. ― Não tinha escolha senão acreditar nele. Seus olhos tinham tanta intensidade que eu era incapaz de desviar o olhar. Ele moveu o polegar para o meu lábio inferior e traçou uma linha fina através

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dele. Ele se inclinou para frente lentamente, seus olhos permanecendo firmes nos meus até que sua boca chegou aos meus lábios, e ele deu um beijo suave lá. ― Minha esposa ― ele disse suavemente quando se afastou. Eu só consegui concordar. Seus lábios encontraram os meus mais uma vez antes que ele se sentasse e sorrisse para mim. ― Estamos quase em casa. Não demorou mais de alguns minutos para a carruagem parar abruptamente em frente ao castelo do rei Camden. Branford abriu a porta da carruagem e pulou para a terra molhada abaixo. Comecei a segui-lo, mas quando estava prestes a pisar no chão, um dos cavalos deu um passo à frente, puxando a carruagem levemente e me fazendo perder o equilíbrio. Embora eu pudesse ver o olhar chocado de Branford e sua tentativa de me agarrar, era tarde demais. Caí na lama abaixo. E foi assim que cheguei na minha nova casa.

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CAPÍTULO 05 Receber calorosamente Gritei enquanto observava a poça de lama se aproximando cada vez mais de mim. Com os pés emaranhados nas saias, não pude fazer nada para me impedir, exceto estender as mãos e esperar o pior. Claro, eu caí de cara no chão. Por um momento, eu não conseguia falar e nem respirar quando a água espirrou ao meu redor, voando no ar e voltando para pousar nas minhas costas. Empurrei as mãos e tossi quando a água escorreu do meu rosto e cabelo e depois voltei para a poça onde tudo começou. Milhares de pensamentos passaram pela minha cabeça de uma só vez, começando com o vestido que eu estava usando e como eu faria para deixá-lo limpo, pensando se Branford poderia decidir me deixar, com base na minha propensão a acidentes. Fiquei tão atordoada e mortificada que nem pude responder a Branford quando ele me chamou. ― Alexandra! ― Branford chamou. ― Você está ferida? Só tossi em resposta. ― Alexandra! ― ele chamou novamente. ― Você se machucou? ― Não, meu senhor ― finalmente consegui murmurar. Ferida, não. Horrivelmente envergonhada e me sentindo tão pequena quanto poderia ser, sim. Levantei-me em minhas mãos e joelhos, e Branford me agarrou pelos dois braços, levantando-me facilmente. Eu estava encharcada de lama, e certamente levaria horas para limpar o vestido que usava. Arrisquei um olhar para os olhos de Branford. Eles estavam brilhando num verde quente, e eu só podia imaginar que era assim que os olhos de alguém ficavam quando estavam com raiva. Pensei que podia sentir suas mãos tremendo um pouco quando elas agarraram meus braços.

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Branford se inclinou perto de mim e passou o polegar sobre minha bochecha, o que ele já havia feito várias vezes. Eu não estava acostumada a ter um homem me tocando dessa maneira. Na verdade, não acho que alguém tivesse me tocado da mesma maneira, e raramente fui tocada por um homem. Foi uma ação estranhamente delicada, e não sabia exatamente o que pensar, especialmente quando ele estava obviamente com tanta raiva. Eu só sabia que isso provocava formigamentos estranhos e desconhecidos na minha pele, onde ele tocava. Branford agarrou meu braço com força com a outra mão, provavelmente com medo de eu perder o equilíbrio e envergonhá-lo ainda mais. Lembrei-me de nossa conversa da noite de núpcias, de suas expectativas sobre mim e de como deveria me comportar, de maneira a não o envergonhar. Eu só estava no reino dele por alguns minutos antes de falhar. ― Desculpe-me, meu senhor, eu não queria. ― Silêncio ― ele disse com um rosnado, e eu obedeci. ― Tem certeza que está tudo bem? ― Sim, Branford ― respondi suavemente, olhando em seus olhos verdes quando eles olharam para mim. Ele usou os dedos para limpar a água do meu rosto e alisar meu cabelo. ― Estou bem, obrigada. ― Nós entraremos pelos fundos. ― Ele deu um passo para trás e me deu um pequeno sorriso, seus olhos suavizando um pouco. ― Parnell poderá encontrar minha irmã e ela arranjará outra coisa para você vestir antes de conhecer Camden e Sunniva. ― Eu gostaria disso ― falei e suspirei suavemente em alívio. Não conseguia imaginar o que o rei e a rainha de Silverhelm pensariam de mim se os encontrasse pela primeira vez em um vestido lamacento, como se já não tivesse feito o suficiente para humilhar Branford. Branford passou os dedos pelos meus cabelos mais uma vez e os endireitou antes de se inclinar para tocar os lábios contra a minha testa. Então

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se virou rapidamente, seus olhos escurecendo instantaneamente novamente. Caminhou com propósito até a frente da carruagem, estendeu a mão e puxou o condutor do banco. Segurando o homem pelo colarinho, Branford o empurrou contra a frente da carruagem e sacou a espada. ― Não tem nenhuma habilidade com os cavalos? ― Sua voz era um rosnado baixo no peito. Ele colocou a ponta da espada na garganta do condutor. ― Você não pode controlá-los? Viu o que você fez com minha esposa? Fique de joelhos! O pobre homem caiu de joelhos na frente de Branford, implorando perdão e misericórdia. Branford gritou para ele ficar calado, e o homem caiu para a frente, as palmas das mãos no chão. Branford deu um passo para trás e levantou a espada. De repente, percebi sua intenção. Ele mataria o homem por minha falta de jeito. ― Branford, não! ― clamei. ― Alexandra, pare! ― Ouvi a voz de Sir Parnell, mas não lhe dei atenção. Corri para o lado de Branford e passei minhas mãos em volta do braço da espada. ― Por favor, Branford! ― Implorei. ― Foi um acidente! Por favor! Senti o músculo de seus bíceps duro e tenso sob as pontas de meus dedos quando o agarrei o mais forte que pude. Podia sentir o braço dele tremendo sob meus dedos pelo esforço de ficar com a mão parada. Eu sabia que se ele decidisse balançar, não haveria maneira de pará-lo, mas mantive meu aperto mesmo assim. ― Você poderia ter se machucado ― Branford disse, sua voz fria e dura. Eu podia ver que seus dentes cerravam quando ele falava, não tirando os olhos do homem prostrado a seus pés. ― Mas não me machuquei ― Eu o lembrei.

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― Isso não muda o fato de que o descuido dele poderia ter ferido você ― disse Branford. ― Não quero que ninguém lhe cause dano! ― Estou bem, Branford, por favor ― pedi novamente. ― Por favor, não faça isso. Por vários segundos silenciosos, o olhar de Branford passava do condutor para mim. Ele não se mexia, salvo o movimento do peito enquanto respirava pesadamente. Eu queria implorar a ele, como o homem a seus pés estava fazendo, silenciosamente com meus olhos, embora eu não soubesse se ele poderia ler o apelo na minha expressão. Finalmente, Branford deu um passo para trás e seu braço caiu. ― Agradeça à senhora ― Branford ordenou ao condutor. ― Ela salvou sua vida. Branford puxou o braço facilmente das minhas mãos e caminhou de volta para Parnell, embainhando a espada enquanto seus passos decididos o levavam para perto do portão do castelo. O condutor me agarrou pelos tornozelos, agradecendo-me repetidamente, jurando sua vida a mim, se eu precisasse. Dei um passo para trás, separando-me de suas mãos. Ele inclinou a cabeça para mim, com lágrimas nos olhos. Dei outro passo para trás, mas o condutor me agarrou novamente. Eu não queria isso... isso... eu não sabia o que era isso. Este homem era como eu – um servo que viveu e potencialmente morreria aos caprichos daqueles nobres acima dele – e foi minha falta de jeito que colocou em risco sua vida. Ele não deveria estar me agradecendo; deveria estar furioso comigo. ― Alexandra! ― Branford chamou sem se virar para olhar para mim. ― Sim, meu senhor ― respondi automaticamente. Era difícil respirar enquanto dava outro passo para trás e me virava para caminhar o mais rápido possível para alcançar Branford e Sir Parnell. Branford imediatamente me alcançou e agarrou firmemente no meu braço, puxando-me para perto.

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― Nós falaremos disto mais tarde ― Branford disse no meu ouvido. ― Meu senhor, eu só... ― Mais tarde! ― Ele rosnou. Tentei acalmar meus nervos, enquanto caminhávamos rapidamente sob a enorme ponte levadiça, que servia como o portão principal, a mão de Branford ainda no meu braço. Ele virou para a esquerda, em direção a um corredor de pedra e uma escada, mas antes de chegarmos lá, fomos abordados por um garoto vestido de mensageiro. Ele correu até nós e Branford olhou por cima do ombro para falar rapidamente com ele. ― Diga ao meu tio que nos encontraremos com ele em breve. ― O Rei Camden disse que quer vê-lo imediatamente após sua chegada, senhor ― o mensageiro argumentou. ― Ele foi bem claro sobre isso. Branford parou e rosnou baixinho. ― Você terá que ir como está ― ele disse, olhando rapidamente por cima do meu vestido manchado de lama. ― Não importa, de qualquer forma. Eles entenderão que caiu. Eu não tinha certeza se acreditava em suas palavras, especialmente considerando que meu marido esteve prestes a executar o homem que considerou responsável por minha falta de jeito. E se Branford dissesse que o condutor era o responsável e o rei Camden exigisse sua vida? Uma olhada no rosto de Branford me disse que eu já havia me arriscado demais hoje, então fiquei em silêncio. Claro, ele nem sabia das minhas divagações internas e quase desleais. Mais uma vez, pensei em confessar o que ouvi, embora agora certamente não fosse a hora certa. Olhei para a minha roupa encharcada e me encolhi. Se eu tinha que conhecer o tio dele no meu estado atual de vestimenta... bem, não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. Viramos de novo e Branford soltou meu braço enquanto seguia o mensageiro por um grande corredor, iluminado com tochas ao longo das

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paredes de pedra cinza. Bandeiras como as da recepção do casamento estavam penduradas uniformemente nos dois lados do corredor. Muito antes de chegarmos ao fim, pude ver duas enormes portas de madeira à nossa frente, estendendo-se do chão ao teto alto. Quando nos aproximamos, os guardas de ambos os lados se encontraram no meio das portas e as abriram. ― Eles estão atualmente no tribunal ― um dos guardas disse a Branford depois de se curvar. ― Todos estão no salão principal. Branford assentiu em reconhecimento e olhou por cima do ombro para mim. ― Ande atrás de mim à minha esquerda ― ele disse calmamente. Seus lábios levantaram em um sorriso quando ele olhou para os céus. ― Que Deus esteja comigo. Movi-me para dar um passo atrás de seu ombro esquerdo, imaginando que isso era algo que, pelo menos, eu poderia fazer corretamente. Sir Parnell se moveu para ficar à sua direita, e Branford nos levou através das portas gigantescas até um grande corredor com tetos incrivelmente altos. Os dois lados do salão estavam cheios de pessoas – todas com roupas espetaculares demais para alguém que não fosse um nobre. Continuei a seguir obedientemente atrás de meu marido quando entramos no grande salão e atravessamos os tapetes preto e dourado. Mantive meus olhos no chão, parcialmente porque Branford não havia me dito que olhasse para cima, mas também porque eu podia sentir os olhos de todos na corte me encarando. E não queria ver a aparência deles também. Só podia imaginar o que eles deviam pensar, pois meu vestido manchado de lama me fazia parecer exatamente como eu era – uma plebeia suja que não tinha porque estar aqui. Este era um lugar destinados a pessoas como eu, apenas se houvesse necessidade de limpeza. Inclinei minha cabeça e meus cabelos caíram sobre meus ombros, escondendo efetivamente pelo menos parte do meu rosto dos espectadores.

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Infelizmente, isso não impediu meus ouvidos de ouvir algumas de suas palavras abafadas. “Quem é aquela?” “O que ela faz aqui?” “O que aconteceu com as roupas dela?” Embora fosse mais da minha natureza corar, senti toda a cor sumir das minhas bochechas e meu estômago estava bastante inquieto. Olhei um pouco para cima – olhando para um lado quando nos aproximamos do rei e da rainha de Silverhelm. Havia um pequeno lance de escadas no final do corredor que levava ao local onde o Rei e a Rainha estavam sentados em seus tronos. Além dos muitos nobres em pé de um lado ou do outro do corredor, uma mulher pequena e de cabelos escuros estava ao lado da rainha, seus olhos olhando rapidamente de Sir Parnell, para Branford e depois para mim. Havia duas outras mulheres em pé no final da escada com a boca aberta, os olhos fixos em mim descaradamente. Uma tinha cabelo loiro platinado bonito, enquanto o cabelo da outra tinha um tom mais dourado. Ambas tinham características impressionantes e roupas bonitas. Branford alcançou o espaço na parte inferior da escada, puxou a espada da bainha e caiu sobre um joelho. Ele segurou a espada na frente do corpo, usando as duas mãos. Eu hesitei, não tendo absolutamente nenhuma ideia de como eu deveria me apresentar aos meus novos Rei e Rainha. Eu também deveria estar de joelhos? Reverenciá-los? Sem saber o costume correto, fiquei perplexa. Decidindo que seria melhor mostrar minha lealdade, nesse assunto, semelhante à de meu marido, também caí de joelhos, ainda um pouco atrás dele. Imediatamente ouvi suspiros, seguidos rapidamente por risadinhas. Branford olhou para mim, seus olhos se estreitaram, depois se virou. Eu podia ouvir um estrondo distinto em seu peito. Notei Sir Parnell ainda parado à

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direita de Branford e um pouco atrás, exatamente como eu estava à esquerda de Branford. Tentei reprimir o pânico que crescia dentro de mim, além de conter as lágrimas que pude sentir começando nos meus olhos. Obviamente, não estava fazendo nada certo e congelei. Talvez se me mantivesse completamente imóvel, ninguém me notasse. Pelo menos, esperava me convencer disso. ― Meu Rei ― Branford disse fluidamente ― volto ao seu serviço. Minha espada e minha vida são suas. ― Bem-vindo, Sir Branford ― Rei Camden disse. Seu olhar azul brilhante viajou sobre todos nós. Ele usava mantos de ouro e preto sobre as roupas, e uma simples coroa de ouro estava em sua cabeça. ― Suba. Acho que você deve ter algumas... notícias. ― Sim, senhor — disse de Branford. Ele se levantou e ofereceu sua mão para me ajudar a ficar de pé também. Respirou fundo e balançou a cabeça lentamente de um lado para o outro, obviamente envergonhado por mim, mais uma vez. Eu mantive meus olhos no chão. ― Gostaria de apresentar a Alexandra — ele fez uma pausa por muito tempo, enquanto o resto do salão permaneceu em completo silêncio, olhando para mim enquanto mantinha meus olhos no chão, embora não tivesse dificuldade em sentir o olhar deles sobre mim. ― Minha esposa. Suspiros sonoros ecoaram pelo corredor. ― Isto é algum tipo de piada, Sir Branford? ― Rei Camden perguntou. ― Quero que saiba que não estou de bom humor. ― Não, senhor — disse de Branford. ― Ofereceram a mim escolher uma noiva, após vencer o Grande torneio. Alexandra foi a minha escolha. ― A Alexandra foi sua escolha? ― Rei Camden repetiu. A Rainha Sunniva se aproximou e colocou sua mão suavemente no antebraço do marido.

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― Alexandra de...? ― Rainha Sunniva perguntou. Senti drenar todo sangue que restava no meu rosto. ― Alexandra de Silverhelm, esposa de Sir Branford — Branford respondeu com sobrancelhas levantadas. ― Ela é minha esposa, e tem direitos sobre meus títulos. Os olhos do Rei Camden estreitaram em seu sobrinho. ― Esvaziem o salão. ― A voz do Rei Camden foi baixa e enquanto seus olhos encaravam o sobrinho e herdeiro, que eram muito parecidos com o olhar abrasador que Branford deu ao motorista do lado de fora, eu me virei um pouco, perguntando-me para onde deveria ir quando estivesse do lado de fora. ― Fique onde está — Branford disse baixinho. Parei e me virei, meu olhar ainda no chão e meu lábio inferior aninhado ordenadamente entre os dentes. Segurei minhas mãos firmemente na minha barriga para impedi-las de tremer. Eu podia sentir todo mundo olhando para mim enquanto eles lentamente saíam pelas enormes portas atrás de nós. Em alguns minutos, os guardas escoltaram todos do salão, exceto o Rei, a Rainha, Sir Parnell, e a mulher de cabelos escuros que estava em pé com os braços cruzados ao lado da cadeira da rainha Sunniva. Assim que o resto se foi, o rei Camden se levantou. ― Branford, o que em nome de Deus você fez? ― Casei ― Branford respondeu simplesmente. ― Ontem. Infelizmente eu estava um pouco impaciente. Ele olhou mais para mim e sorriu levemente. ― Isto deve ser uma brincadeira. ― Não, senhor. — Branford ergueu os ombros e ficou um pouco mais alto. ― Tomei Alexandra como minha esposa. Nós nos casamos ontem à tarde. A mulher de cabelos escuros que estava ao lado da Rainha Sunniva respirou repentinamente, e desceu as escadas para ficar na frente de Branford. Pude ver pelo canto do olho que Sir Parnell estava dando passos laterais,

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afastando-se do ombro de Branford. Ela esticou o pescoço, pois não era mais alta que eu, e seus olhos brilharam para ele. Ela puxou o braço para trás, e o estalo retumbante da palma da mão dela no rosto de Branford ecoou pelo corredor. ― Como se atreve, Branford? ― ela gritou para ele. Depois, virou-se rapidamente para a direita de Branford e capturou Sir Parnell em sua visão. ― E você estava lá com ele? Estou com tanta raiva de vocês agora, que nem consigo ver direito. A mulher deu meia-volta e saiu da sala. ― Eu te disse — ouvi Sir Parnell murmurar baixinho. ― Se eu acabar do lado de fora, no frio, esta noite, será inteiramente culpa sua. Branford bufou pelo nariz e depois olhou de volta para o Rei Camden. ― Você deveria garantir a junção de Silverhelm com Hadebrand! ― Rei Camden de repente gritou, e não pude deixar de estremecer com o som de sua voz. ― Você deveria tomar a mão da princesa Whitney! Em nome de Deus o que estava pensando? ― Estava pensando que não serei usado dessa maneira! ― Branford gritou de volta. ― Não quero que você dite quem será minha esposa, especialmente se você esperava que eu casasse com a prole do homem que matou seu irmão! ― Branford! ― A Rainha Sunniva ofegou, com a mão contra o peito. ― Todos sabemos disso ― afirmou Branford. ― Todos nós sabemos que Edgar o matou em terras de Sterling. Terras! E você realmente esperava que eu continuasse casando com Whitney? Você realmente, realmente esperava que eu fizesse isso? ― Eu certamente esperava por isso! ― Camden gritou de volta. Eu me encolhi e achei mais difícil respirar. Meu marido estava gritando com um Rei, e fui a causa disso. Minha cabeça ficou tonta com o pensamento, e minhas mãos ficaram frias e úmidas.

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― Eu esperava que você fizesse o que eu queria ― disse O Rei Camden, continuando. ― Desejava que você cumprisse o seu dever e parasse a ameaça de guerra contra seu povo. Almejava que você fizesse a coisa certa, para não... colocar em perigo Silverhelm baseado em algo que não pode provar! ― Se eu tivesse a prova, eu mesmo mataria o filho da mãe — Branford disse, com a voz rouca e baixa. ― Ainda aguardo o dia em que ele decida participar de um torneio, para que eu tenha a chance de estripar aquele filho da puta. ― Branford! ― Rainha Sunniva ofegou novamente. ― Não use esse tipo de linguagem na minha presença! ― Devido a tudo isso — continuou Branford, com a mão apoiada no punho da espada ― Então certamente você não podia esperar que eu estivesse disposto a casar com a filha dele! Houve uma longa pausa antes que o Rei falasse novamente. ― Você tem que consertar isso, Branford. — Voz do Camden caiu em uma calma estranha. ― Você precisa encontrar uma maneira de consertar isso. Eles podem estar se preparando para a guerra agora. ― Não há nada para consertar ― afirmou Branford. ― O que está feito está feito. Alexandra e eu somos casados. Isso não pode ser alterado. ― Existe prova de sua União? ― Rei Camden perguntou abruptamente. Minha cabeça girava e meu peito estava tão apertado que descobri que não conseguia mais respirar. O Rei Camden sabia. Não tinha ideia de como sabia, mas ele sabia. Ele sabia que eu ainda era virgem. Sabia que Branford não tinha me tomado. Eu tinha certeza disso. Minha cabeça começou a latejar e meu estômago parecia ter caído em meus pés. Um momento depois, tudo ficou escuro. A próxima coisa que eu soube, foi que eu estava olhando para o teto alto, minha cabeça no colo do Branford.

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― Alexandra, pode me ouvir? Você está doente? ― Sim, meu... Branford... — Minha visão estava turva, e não consegui descobrir exatamente onde estava por um momento. ― Quero dizer... não, estou bem. ― Tudo bem! — ele repetiu exasperado. Ele se inclinou sobre mim, passando a mão na minha bochecha. ― Respire fundo, minha esposa. Você consegue? ― Branford, querido. — A voz da Rainha Sunniva ecoou em minha cabeça batendo. ― Ela só desmaiou. Desmaiou? Eu poderia fazer algo para piorar a primeira impressão de mim? Branford me ajudou a ficar de pé e me segurou por um momento, até que ficou satisfeito de que eu não cairia no chão mais uma vez. Pedi desculpas e ele me disse para me silenciar. Eu tinha quase certeza de que este também era um tópico que abordaríamos mais tarde, como ele indicara do lado de fora após o incidente com o motorista da carruagem. ― Você não respondeu minha pergunta — Rei Camden disse calmamente. Branford virou a cabeça para o lado para olhar seu tio. ― Há provas na minha cama no Castelo de Sterling, se você sente que realmente deve perguntar — Branford murmurou baixinho. Eu o vi fechar a mão esquerda em punho, mas apenas por um momento. Ele não olhou na minha direção. ― O que você está tentando fazer comigo, filho? ― O Rei de Silverhelm respirou profundamente e então expirou pelo nariz. Ele colocou a mão sobre os olhos, esfregando os cantos com o polegar e os dedos. Branford soltou meu braço e deu um passo na direção de seu tio.

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― Pai — disse Branford, seu tom finalmente recuperando a compostura. ― Casei-me com Alexandra. Eu não desejo mudar isso. Se você... se achar que devo, respeitarei, mas não me casarei com a princesa Whitney. Por um momento, pensei que poderia cair de novo. Ele desistiria de mim. O Rei Camden obviamente não me queria aqui, e Branford me expulsaria com a ordem de seu rei. Meu peito apertou novamente, a respiração me deixou, e senti como se meu coração tivesse parado completamente de bater no meu peito. Para onde eu iria? Eles me entregariam de volta a Hadebrand? O que a princesa e o Rei Edgar diriam se eu fosse devolvida a eles? Eles me permitiriam voltar ao castelo? Lembrei-me das palavras de Branford na carruagem — eu poderia ser considerada um inimigo de Hadebrand. Minhas mãos começaram a tremer novamente e minha cabeça zumbiu com todas as possibilidades. No meu estado de ansiedade, quase não ouvi a resposta do rei Camden. ― Que assim seja, Branford — Rei Camden disse com um suspiro. ― Se você já a reivindicou, não posso mandá-la de volta para Hadebrand agora. Ela seria um pária mendigando nas ruas, dentro de um dia, e não terei isso em minha consciência. Meu coração começou a se acalmar. ― Obrigado, senhor — Branford disse suavemente. O Rei Camden caiu no trono e balançou a cabeça lentamente. Branford estendeu a mão para mim e me puxou para perto dele. Ele segurou meus braços para me firmar por um momento antes de me soltar e voltar para o rei ― Perdoe-me por ir contra seus desejos. Eu simplesmente... não consegui. ― Eu entendo ― disse a rainha Sunniva. Seus cabelos castanhos escuros caíam pelas costas em uma longa trança enquanto ela se levantava lentamente e escorregava graciosamente pelos pequenos lances de escadas até que ficou bem na minha frente. Ela também usava uma coroa de ouro discreta, apenas uma fração menor que a do rei.

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― Ela é simplesmente adorável, Branford — ela disse. Sua voz era suave e gentil, e quando ela me olhou de cima a baixo, não havia desdém em sua expressão. ― Embora pareça que ela teve um acidente. ― O maldito motorista de carruagem. — A voz de Branford era quase um rosnado. ― Ele não conseguiu controlar seus cavalos quando ela estava saindo da carruagem. Havia lama do lado de fora ... ― Pensei o mesmo — disse a Rainha Sunniva, interrompendo. ― E pare de xingar. Não te avisarei novamente. ― Sim, mãe. ― Alexandra, querida? ― A Rainha Sunniva estendeu a mão e tocou a minha. Meus olhos dispararam para os dela rapidamente, ainda sem saber se eu tinha permissão para olhá-la nos olhos. Quando nossos olhares se encontraram, ela sorriu e eu tentei sorrir em retorno. ― Temos de colocar você em algo mais apropriado, concorda? ― Sim, Rainha Sunniva. ― Não seja ridícula ― ela respondeu. ― Agora sou praticamente sua mãe também. Apenas me chame Sunniva. ― Como desejar, Sunniva. E foi assim que fui recebida na família.

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CAPÍTULO 06 Compreender lentamente Olhando de lado para Branford, tentei encontrar seu olhar e julgar se ele queria que eu acompanhasse a rainha de Silverhelm, mas ele não estava olhando para mim. Ele mantinha o foco no Rei Camden, cujos olhos azuis de aço encaravam o sobrinho. ― Meu senhor? ― Eu perguntei suavemente, tentando chamar a atenção dele. Seu olhar duro encontrou o meu brevemente e suavizou. Então ele olhou de volta para o rei. ― Vá em frente ― ele respondeu. ― Vou buscá-la em breve. ― Sim, meu senhor — Respondi e então olhei de volta para a rainha, que continuava sorrindo para mim. ― Siga-me, querida. — Sua voz amável ecoava suavemente pelo corredor. Ela começou a me levar de volta para as portas principais e parou de repente. Ela falou baixinho para si mesma enquanto se virava. ― Talvez uma rota diferente seja preferível. Vamos por aqui, certo? Fiquei confusa apenas por um momento. Quando percebi que teríamos atravessado o que era sem dúvida um salão cheio de nobres do lado de fora das portas, fiquei muito feliz com a previsão da rainha Sunniva, já que definitivamente não queria passar por todas aquelas pessoas em meu estado atual. Ela retornou comigo para trás dos tronos gêmeos onde ela e o Rei Camden estavam sentados e descemos um pequeno corredor até uma escada que levava para cima. Era estreita e um pouco íngreme, por isso passamos com cuidado para não tropeçar. Sunniva ergueu um pouco suas lindas saias em camadas enquanto subia as escadas, e eu tentei acompanhar seus passos.

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No topo, ela abriu uma porta de madeira e entrou em um amplo corredor. O corredor estava aberto para o exterior ao longo de uma parede com parapeito com vista para um pátio abaixo. A luz do sol que descia no céu brilhava, cascatas de prismas de cor sobre as paredes e o chão. ― Os aposentos de Branford estão lá — disse Sunniva, estendendo a mão à direita. Ela balançou a cabeça e riu. ― Suponho que deveria dizer aposentos de Branford e seus, não deveria? Iremos lá em breve para que você possa se sentir confortável. Camden e eu estamos por aqui. Ida está aqui, nos quartos centrais. Embora não tivéssemos sido apresentadas adequadamente, presumi que a mulher de cabelos escuros que deu um tapa em Branford deveria ser sua irmã, Ida. Sir Parnell estava certo – obviamente, ela estava muito zangada com o casamento, e eu não podia deixar de pensar: aos olhos dela, quanto disso seria minha culpa? Eu sabia como as mentes dos nobres tendiam a funcionar, e quando era possível culpar aqueles que serviam, eles culpavam. Branford já havia demonstrado tal ato. Continuando pelo corredor à esquerda, olhei brevemente por cima do parapeito e fiquei surpresa ao ver vegetação no interior do castelo. Aproximando-me para ver melhor, vi um belo jardim, cercado pelos altos muros do castelo, mas completamente aberto ao céu. Era um oásis glorioso no meio das paredes frias de pedra. ― Bonito, não é? ― Sunniva disse. ― Muito ― respondi. ― Nunca havia visto um jardim no interior de um castelo! ― Não é comum ― disse a rainha Sunniva. ― O avô de Camden, que seria o bisavô de Branford, o construiu dessa maneira, para que sua rainha estivesse sempre cercada por tanta beleza. Camden manteve essa tradição. Além das

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poucas sempre-vivas, decoramos a área no inverno, para que ainda haja cor no jardim. ― O pai de Branford era irmão do Rei Cadin? ― Eu tinha quase certeza de que era esse o caso, mas não me disseram a relação exata. Branford havia se referido a Sunniva como sua mãe, e eu fiquei um pouco confusa. ― Sim — Rainha Sunniva disse calmamente. ― Embora eles estejam conosco há tanto tempo, tanto Ida quanto Branford me chamam de mãe há anos. Ele tinha apenas seis anos e Ida tinha cinco quando perderam os pais. Ela não ofereceu mais informações, e rapidamente continuamos nossa jornada por outro par de portas enormes e para um conjunto de quartos com muitas camas de solteiro na grande câmara. Sunniva explicou que este era o Quarto das Mulheres – um lugar onde as mulheres nobres podiam se encontrar e também buscar a privacidade de seus maridos durante "certos momentos". Fiquei vermelha quando entendi seu significado maior – as esposas vinham para este lugar quando estavam menstruando. Como plebeia, sempre era esperado que me mantivesse sozinha e cumprisse meus deveres rapidamente, sem interagir com nenhum homem durante meu período do mês. Sunniva me levou através da sala de estar e para a câmara principal, onde muitas superfícies continham grandes exibições de flores, imaginei se tínhamos entrado em outro jardim. Assim que estávamos no quarto, Sunniva parou e se virou, colocando as mãos nos meus ombros. ― Coitadinha ― Sunniva disse suavemente. ― Os últimos dias foram difíceis para você, não é? Olhei para o chão, sem saber se deveria ou como deveria responder, se eu respondesse. A rainha Sunniva parecia muito gentil, mas Branford às vezes também era, mas fora bastante severo com o condutor da carruagem. Claro que tudo isso era difícil – eu não tinha a menor ideia do que era esperado de mim.

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Obviamente, não sabia como me comportar, como evidenciado quando estive diante do Rei e da Rainha pela primeira vez. ― O que eu fiz de errado? ― Perguntei a Sunniva em voz baixa. ― O quê, querida? ― Pensei que deveria me ajoelhar ― respondi ― como Branford. Mas percebi, pela reação de todos, que eu estava errada ao fazê-lo. Não quis faltar ao respeito, sinceramente – eu não sabia... ― Branford não pensou em lhe contar, não é? ― Sunniva balançou a cabeça e pegou minhas mãos. ― Como um homem, supõe-se que conhece todos os costumes de uma terra estrangeira. Podemos estar próximos de Hadebrand, mas nossos costumes são diferentes aqui. Quando Branford se ajoelhou para oferecer-se a Camden e a Silverhelm, todos aqueles considerados ligados a ele também são oferecidos por ele. É por isso que Parnell permaneceu em pé atrás dele. Como adjunto de Branford, seu marido oferece Parnell a Silverhelm. Se Parnell se ajoelhasse separadamente, ele efetivamente se demitiria do serviço de Branford. Ajoelhando-se sozinha, você se distanciou dele. Você falou por si mesma, em vez de permitir que seu marido falasse por você. Não é uma transgressão grave, mas ele provavelmente achou um pouco embaraçoso. ― Não era minha intenção ― disse calmamente. ― Tenho certeza de que ele sabe disso ― disse Sunniva, tranquilizandome, mas eu não estava completamente convencida. ― Ele vai... ele me devolverá para Hadebrand? ― Por que você pergunta isso? ― As mãos do Sunniva apertaram mais as minhas. ― O que ele disse ao Rei. Ele disse que faria... ele faria... se Rei Camden pedisse... Eu não conseguia nem terminar o pensamento. Tudo o que eu o ouvi dizer na carruagem para Sir Parnell e na sala do trono para o Rei - anulação do

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casamento, assassinatos por terras e guerra - tinha me assustado. Sabendo o que sabia agora, não tinha dúvida de que não veria muitos pores do sol se voltasse ao reino de Edgar. ― Shiiii! ― Sunniva exclamou. ― Branford apenas disse isso para fazê-lo concordar em mantê-la aqui sem perder completamente a razão, depois de ir contra a vontade de seu pai. Ele sabia que Camden nunca faria você voltar, dadas as circunstâncias. Você seria colocada numa posição muito ruim. Camden nunca faria isso, e Branford sabe disso. Olhei para o chão, tentando compreender suas palavras. Ele não estava se oferecendo para desistir de mim? Eu tinha tanta certeza de que Branford estava prestes a me renunciar. ― Ele assustou você, não foi? ― perguntou Sunniva. ― Sim, minha Rainha — respondi calmamente. ― Eu pensei que... achei que teria que ir embora. ― Você teve um dia difícil ― repetiu Sunniva. ― Tantas mudanças para você. Vamos encontrar algo para você vestir e depois conversaremos. Liberando as minhas mãos, a rainha de Silverhelm abriu um grande guarda-roupa de madeira – um dos muitos alinhados contra a parede. Ela pegou um vestido extravagante após o outro, olhava-o e depois o colocava de volta. Eventualmente, ela puxou um vestido longo de amarelo e azul. ― Acho que esse te servirá muito bem ― disse Sunniva com um aceno de cabeça. ― A cor ficará perfeita com a sua pele. Não tenho certeza do comprimento. Acho que você poderia tropeçar nas saias, e nós não queremos isso. Diga-me, querida, você costura? ― Sim, claro, minha rainha ― respondi, percebendo quase imediatamente que tinha errado de novo. ― Quero dizer, Sunniva. ― Maravilhoso! ― Sunniva sorriu para mim. ― Vamos colocá-lo em você e ver quanto precisaremos fazer de bainha.

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Sunniva me ajudou a vestir o lindo vestido e depois mediu o quanto de bainha com os dedos. Depois que soubemos o quanto encurtar das saias, fui recolocar o vestido enlameado, mas Sunniva me parou. Ela puxou um vestido simples para eu usar, que ainda era muito longo, então o enrolei em volta das minhas pernas e me sentei num banquinho para começar a costurar. Sunniva puxou outro banquinho e agarrou a outra extremidade da saia. Franzi minha testa, confusa. Sunniva olhou para mim e riu. ― Faremos muito mais rápido se ambas trabalharmos nisso ― ela disse. ― Você sabe costurar. ― Sim, claro ― Sunniva respondeu. ― Eu gosto, na verdade. Eu que fiz o vestido que você está vestindo agora. ― Você quem fez? ― Não podia acreditar no que estava ouvindo. Sunniva era uma Rainha, e o vestido que eu usava não era fácil de se fazer. Por que no mundo teria uma rainha que precisar aprender costura? ― Não sou completamente inútil ― Sunniva disse enquanto tentava esconder um sorriso. ― Acho que é relaxante, e quando o alfaiate não faz vestes do Camden da maneira correta, eu posso consertá-las para ele. ― Peço desculpas — eu disse rapidamente. ― Não quis insinuar... ― Não seja boba ― Sunniva disse com um aceno de sua mão. ― Sei que é um pouco incomum, dada a minha posição. Minha mãe me ensinou quando eu era jovem. Sentamos nos bancos, cada uma de nós costurando em silêncio em torno da beirada da saia luxuosa. Foi bom participar dessa atividade, pois eu a conhecia e me sentia à vontade com minhas habilidades. Pelo menos não tive medo de fazer algo errado com esta tarefa. O vestido era feito de materiais muito finos e as agulhas da Sunniva eram afiadas e fáceis de usar. Eu me encontrei relaxando pela primeira vez desde que o Grande Torneio terminou.

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― Branford é um bom homem ― disse Sunniva após vários minutos de costura. ― É impulsivo e tem um pouco de temperamento, mas é um bom homem. ― Sim, Sunniva ― respondi, incerta de exatamente como deveria responder a tal comentário. Ela estava tentando me convencer de sua bondade ou me avisar de seu temperamento? Eu já tinha visto isso. ― Você não precisa concordar comigo ― disse Sunniva. Ela parou seus movimentos com a agulha. Eu olhei para cima e encontrei seu sorriso gentil. ― Sei que isso é assustador para você. Quando estava noiva de Camden, tinha apenas quatorze anos e nunca o conhecera antes. Era uma união política e fiquei aterrorizada quando fui trazida para Silverhelm, sem saber o que estava por vir. Eu não sabia nada de Camden e ouvira muitas histórias de homens que não eram gentis com suas esposas. Eu só queria que você soubesse que Branford não é cruel ou mau. Não acredito que ele teria sugerido anular o casamento se pensasse que Camden realmente o exigisse. ― Vi o seu... temperamento ― falei baixinho, imaginando se seria uma boa ideia revelar meus medos em relação ao filho adotivo, mas ela parecia tão gentil que me senti à vontade. Eu não estava completamente pronta para baixar minha guarda totalmente, como poderia ter feito com Hadley ou alguém próximo à minha posição, mas certamente podia me ver gostando da rainha de Silverhelm. ― Ele foi gentil com você? ― Sunniva perguntou, a voz dela muito suave. ― Ele tem sido muito gentil comigo — respondi. Eu sabia exatamente o que Sunniva estava realmente perguntando, e não conseguiria mentir para ela. Também não podia contar-lhe sobre a nossa falta de uma noite de núpcias, mas evitaria mentir. Quando entramos em seu quarto pela primeira vez após a recepção do casamento, ele estava longe de ser gentil, e ouvi dizer que a luxúria

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de um homem podia ficar fora de controle, e ele poderia se tornar um animal, mesmo que normalmente fosse uma alma amável. Sunniva olhou para mim através dos cílios, mas não se intrometeu mais. Eu escolhi esse momento para desviar o assunto. ― Ele estava muito zangado com o condutor da carruagem. ― Branford sempre foi um homem muito apaixonado — Sunniva disse com um suspiro. ― Quando ele sente algo, sente profundamente. Ele é ferozmente leal à sua família e espera o mesmo daqueles que o rodeiam. Quando sente que foi prejudicado de alguma forma, geralmente deixa seu temperamento tirar o pior dele. Suponho que teremos que encontrar outro condutor. ― Ele perderá o emprego? ― Eu assumi que ele perdeu a vida — disse Sunniva enquanto olhava novamente para a costura. ― Branford não tende a perdoar as transgressões. Você está me dizendo que ele ainda vive? ― Pedi a Branford para não machucar o homem ― falei baixinho. Ela me olhou por um longo instante. ― E ele fez o que pediu? Concordei, e Sunniva sorriu. ― Estou feliz em ouvir você dizer isso. ― O sorriso de Sunniva não vacilou quando inclinou a cabeça para trás na bainha do vestido. Fiz o mesmo, percebendo que estava ficando para trás, pois ela estava chegando ao meio do caminho em torno da primeira das saias. Não apenas a rainha podia costurar, mas também era muito boa na tarefa. Trabalhando juntas, terminaríamos rapidamente. Sem aviso prévio, a porta se abriu e a mulher de cabelos escuros do grande salão entrou e se aproximou rapidamente, as saias reunidas nas mãos para não impedir sua marcha. Seu olhar dançou de mim para Sunniva, e notei que seus olhos brilhavam como pedras verdes, iguais aos de Branford. ― Ida, eu gostaria que você batesse.

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― Desculpe, mãe — ela respondeu. E andou direto para mim. ― Queria que você soubesse que eu não estou zangada com você. Somente com Branford por ser um completo idiota, mas isso não é culpa sua. Ele sempre foi assim. ― Ida, não xingue. ― Sim, mãe. — Ida pareceu arrependida, mas apenas por um momento. ― Mas ele me prometeu quando tínhamos dez anos! Dez! Durante doze anos, planejo o casamento dele! ― Eu me lembro das conversas. ― Ele não cumpriu com a sua palavra! — Ida exclamou. ― E não há uma lei de cavalheirismo que lhe diz que não pode fazer isso? Ele não fez algum tipo de juramento? ― Claro que sim ― Sunniva respondeu, sua voz calma em contraste com o tom frenético da Ida. ― Embora, não me lembre de nenhum deles abordar especificamente o planejamento de um casamento. ―Bem, tem de haver alguma coisa sobre como manter sua palavra para sua irmã! ― Ida deu um passo à frente e abruptamente se inclinou sobre mim, passando os braços em volta dos meus ombros e me abraçando com força. ― Estou feliz que você não é Whitney. A calma que senti pelo simples ato de costurar desapareceu completamente. Eu me encolhi um pouco no meu lugar, mas a irmã de Branford não pareceu notar quando me abraçou mais forte, antes de finalmente me soltar e dar um passo para trás. Ela me olhou de cima a baixo, observando a costura no meu colo e no de Sunniva. A rainha não parecia nem um pouco surpresa com o comportamento de Ida e voltou à costura. ― Você é muito bonita — Ida disse abruptamente, e senti o calor subir na minha cara. ― Você tem habilidades também, o que significa que você não pode ser um membro da corte na Hadebrand. ― Ida, não a insulte.

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― Não estou insultando-a ― falou Ida, se defendendo. ― Estou elogiandoa. É Alexandra, correto? ― Sim, hum... Lady Ida ― respondi. ― Não seja boba ― ela disse. ― Mesmo que eu não tenha conseguido estar lá, Branford ainda é meu irmão, então isso faz de você minha irmã. Não é, mãe? ― Claro que sim — disse Sunniva com um aceno de cabeça. Ida sorriu e se abaixou para me abraçar novamente. Não pude deixar de me encolher um pouco, e desta vez ela pareceu notar. ― Eu sempre quis uma irmã ― Ida disse e sorriu para mim. Ela estreitou os olhos por um momento, estudando-me atentamente. ― Você também não é da corte de outro reino, é? ― Não... hum... Ida ― gaguejei e tentei segurar minhas mãos trêmulas. Embora soubesse que ela tentava ser gentil, essa mulher, ainda menor que eu, era bastante intimidadora. ― Sou uma criada. Quero dizer, eu era uma criada. Era uma das criadas da princesa Whitney. Os olhos de Ida se arregalaram quando a realidade chegou até ela. ― Oh, Branford ― ela disse suavemente. ― O que você está fazendo? Eu olhei para a bainha da saia, mas não conseguia trabalhar a agulha por causa das minhas mãos trêmulas. Refleti se ela continuaria a me chamar de irmã e achei estranho que estivesse preocupada que ela o fizesse. ― Ida, não falaremos dessas coisas, por favor? Alexandra teve emoção suficiente para um dia. ― Sim, mãe. — Ida juntou as saias novamente e sentou no chão perto dos meus pés. Fiquei tensa, sem saber o que fazer quando uma nobre e, neste caso, uma princesa, abaixou-se mais do que eu. Deveria ficar no chão também? Oferecerlhe o meu lugar?

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― Se você desejar sentar aqui... — Eu disse quando comecei a ficar de pé, mas ela rejeitou minha oferta com um aceno de sua mão e me disse para me sentar novamente. Inclinou-se para mim e olhou nos meus olhos. ― Como ele saiu disso? ― Do quê? ― De casar com aquela garota horrível? ― Ele disse... — Hesitei, sem muita certeza se deveria repetir o motivo que Branford deu ao Rei Edgar. No entanto, Ida me encarava atentamente, e fez sua pergunta tão diretamente que eu não tinha certeza se poderia me recusar a responder. ― Ele disse que ela não era p... hum... ele disse que ela não era pura. Ida começou a rir. ― Bem, ele certamente sabia disso! ― Ida! ― Sunniva repreendeu. ― Ela quase implorou, Sunniva! ― Isso não significa que você precise falar disso. ― Sunniva repreendeu sua filha adotiva. ― A culpa é dela por não proteger o que deveria ser reservado para a noite de núpcias ― Ida bufou. ―É por isso que eu só deixei Parnell usar o dele... ― Basta! ― A voz da rainha Sunniva foi nada menos que um comando. O olhar dela ficou escuro e efetivamente silenciou sua filha. ― Ida, vá. Diga a Camden e Branford que Alexandra e eu jantaremos aqui. ― Ótimo ― murmurou Ida, novamente de pé. Ela olhou para mim e sorriu. ― Não se preocupe, Alexandra. Tudo dará certo. Ela caminhou até a porta, fechando-a rapidamente por trás dela. ― Ida pode ser um pouco enérgica ― Sunniva disse com uma inclinação da cabeça em direção a porta. ― Especialmente quando Branford faz alguma coisa que a irrite. Ela realmente estava planejando seu casamento há anos.

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Quem me dera que ele a houvesse trazido aqui para a cerimônia. Desculpe-me por eu não estar lá para vê-la. ― Branford estava preocupado ― disse, depois parei. Eu não sabia se Branford gostaria que eu falasse de algo que ele me disse, mesmo para sua mãe adotiva. ― Tenho a sensação de que ele queria garantir que tudo fosse feito antes que Edgar pudesse inventar uma razão legítima para não permitir isso ― disse Sunniva. Respirei aliviada. Ela adivinhar o motivo, não era o mesmo que eu divulgar informações. Por um tempo, costuramos em silêncio. Quando terminamos a primeira camada, viramos o tecido e começamos a próxima. Quando estávamos quase terminando, vários criados entraram na sala, trazendo o jantar completo com vinho tinto, que tentei saborear, mas achei o sabor estranho e não do meu gosto. ― Obrigado ― eu finalmente disse. ― Pelo quê, querida? ― Hum... a refeição, o vestido... tudo. ― De nada. ― Sunniva olhou para mim por um longo momento e depois respirou fundo. ― Eu não acho que você precise ser apresentada a toda a Corte ainda. Faremos amanhã, quando tivermos tempo de sobra para prepará-la. Branford realmente deveria ter pensado nisso tudo, e terei que falar com ele sobre isso. ― Não, por favor. — Eu olhei nos olhos dela... e esperava que ela me ouvisse. ― Não quero que ele se preocupe comigo. Se eu não tivesse caído, tudo ficaria bem, tenho certeza. Eu o envergonhei na frente da Corte de várias maneiras hoje. Não gostaria de irritá-lo ainda mais.

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― Alexandra — disse Sunniva, colocando a taça de vinho ao lado e pegando a última camada das saias. ― Eu sei que tudo foi muito rápido para você. De deixar de ser uma criada e de repente se casar com um homem desconhecido de outro reino... bem, nem consigo imaginar como você deve estar se sentindo agora. Quando me casei com Camden, pelo menos entendia minha posição social. Ela completou uma linha de costura e fez uma pausa, olhando para mim. ― Você está assustada, e isso é compreensível ― Sunniva disse-me. Eu balancei a cabeça um pouco, não tendo certeza se deveria responder ou não. ― Mas você terá que entender que não é mais uma criada e começar a agir como a esposa de um futuro rei. Quanto mais você se considerar inferior à Corte, mais tempo eles levarão para aceitá-la. Olhei em seus olhos, tentando determinar se ela realmente quis dizer o que disse. Seus olhos estavam sérios e sombrios, e tentei refletir sobre suas palavras. Eu era a esposa de um futuro rei. Não me permitia nem pensar tão longe no futuro, e até considerar isso era muito mais estranho do que a ideia do casamento em si. Eu não tinha ideia de por onde começar. ― Não sei se sei o que fazer ― admiti. ― Sempre fui serva de nobres, e não uma delas. Eu... realmente não sei como fazer isso. ― Diga-me uma coisa, Alexandra. — Sunniva sentou-se ereta no banquinho e inclinou a cabeça para olhar para mim. ― Que tipo de mulher que você deseja ser? ― Eu.... Eu... Eu não entendo ― Gaguejei, mais uma vez insegura de quais eram suas intenções para lhe dar uma resposta adequada. ― Você quer ser uma boa esposa para Branford? ― Sim, minha rainha! ― Eu disse rapidamente. ― Fiz o juramento de casamento com ele. Quero ser uma boa esposa.

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― Para ser esposa do Branford, você tem que ser nobre — disse Sunniva secamente. ― Não quero dizer que você precise ser um nobre ou de sangue nobre, mas terá que ser nobre de coração. Você terá que aprender a ser assertiva e exigir o que acredita ser certo e correto. Felizmente, parece que você já tem parte disso dentro de você, ou eu ficaria mais preocupada. ― Você acha que eu tenho coração nobre? ― Sim, Alexandra. — Sunniva sorriu novamente. ― Diga-me, porque pediste a Branford para poupar a vida do condutor da carruagem? ― Não foi culpa dele — expliquei. ― Eu sempre fui um pouco desajeitada. Ele não deveria ter de pagar tanto pela minha falta de jeito. ― Viu? Você pode ser assertiva quando achar necessário. Acho que muitas pessoas teriam se virado para o outro lado e esquecido disso, mas você viu algo que considerou errado e enfrentou Branford por causa disso. Branford não é o homem mais fácil de enfrentar, mas você conseguiu e ele ouviu. ― Eu não havia pensado dessa maneira ― eu disse. Lembrei-me de Branford dizendo que gostaria de falar da situação mais tarde e senti-me ficar gelada. Não é de admirar que ele estivesse com raiva. ― Ele ficou bravo comigo por causa disso. Eu não pretendia ultrapassar... ― Não se atreva a se desculpar por isso! ― Sunniva retrucou. ― Esse tipo de coisa é exatamente o que você deve fazer para sobreviver neste mundo, Alexandra. Ela respirou fundo e completou os pontos finais do seu lado. Mais uma vez, ela estava muito à minha frente e comecei a trabalhar rapidamente para igualar. O sorriso gentil de Sunniva reapareceu e ela mudou o tecido para aparar alguns fios soltos. ― Um dia, será a rainha de Silverhelm. Você percebe isso? Haverá todo um Reino de homens, mulheres e crianças “nobres e servos” que dependerão de seu julgamento. A responsabilidade não é de se menosprezar.

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Meu olhar encontrou o dela, e tenho certeza que ela soube pela minha expressão que o pensamento não me ocorreu. Havia muitas coisas a considerar, e não tinha pensado em nenhuma delas. Eu mal tinha compreendido a ideia de casamento antes de me casar, e não havia percebido as intenções de meu marido em nossa noite de núpcias até que chegou a hora. Eu estava tão mal preparada, mas não poderia estar mal preparada para isso. Todas essas pessoas dependendo de mim? ― Como saberei o que fazer? ― Minhas palavras saíram num sussurro rouco. ― Eu te ensinarei ― Sunniva disse simplesmente. Antes que ela pudesse elaborar, houve uma batida e a porta se abriu lentamente. Branford entrou, embora não muito longe, contemplando Sunniva e eu concluindo nosso trabalho. ― Mãe — disse ele, seu meio sorriso aparecendo proeminentemente em seu rosto. ― Recuperarei minha esposa esta noite? Eu gostaria de mostrar a ela nossos quartos, a menos que você já tenha feito. ― Eu não fiz ― Sunniva disse a ele. ― Estamos quase terminando aqui. Depois que ela tiver um vestido que se encaixe corretamente, você poderá têla de volta. Você pensou em comprar roupas adequadas para ela? ― Não houve tempo ― Branford disse com um encolher de ombros. Sunniva virou e olhou para ele. Branford olhou para ela e desviou o olhar, respirando fundo antes de olhar para nós. ― Minhas desculpas, Alexandra. Eu deveria ter pensado em comprar coisas para você antes de sairmos. Olhando nos olhos dele, não conseguia discernir se ele estava sinceramente se desculpando ou simplesmente dizendo o que sabia que Sunniva queria ouvir. Eu sempre pensei que eram apenas os da minha classe

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que eram forçados a falar palavras que outros queriam que eles dissessem e que os nobres podiam dizer o que quer que estivesse em suas mentes. Obviamente, não era esse o caso. ― Se eu não tivesse enlameado meu vestido, isso não teria importância ― falei baixinho, mas Branford rosnou e imediatamente desejei não ter dito nada que pudesse fazê-lo lembrar. ― Volte em meia hora, Branford ― disse Sunniva com um aceno de mão. ― Devemos estar prontas até lá. Seu olhar encontrou o meu brevemente antes que ele reconhecesse o pedido de Sunniva e fechasse a porta atrás dele. Sunniva e eu terminamos a última costura e nos levantamos. Ela segurou o vestido nos meus ombros e visualmente conferiu o comprimento. ― Vamos tentar isso em você, sim? ― disse Sunniva, entregando-me o lindo vestido. Fui para o biombo e tirei o vestido que estava e depois coloquei o vestido encurtado sobre a cabeça. Fiquei muito agradecida por não ter sido complicado e consegui entrar e sair sem ajuda. Voltei para a sala principal e Sunniva mexeu na gola até que ela estivesse satisfeita. ―Você parece maravilhosa. ― Sunniva sorriu e pegou minhas mãos novamente. ― Seu marido estará aqui em breve, e você está de tirar o fôlego. Você é uma jovem bonita, Alexandra. Olhei para o chão e corei, é claro. Antes que eu pudesse responder, houve outra batida e Branford entrou, perguntando se eu estava pronta para ver os aposentos que compartilharíamos. Enquanto eu caminhava em direção a ele, podia vê-lo olhando por cima do vestido em que eu estava, e aquele sorriso cruzou seu rosto novamente. Se eu ainda não tivesse corado com o comentário da Sunniva, teria corado novamente. Dissemos boa noite para Sunniva, e Branford me levou pela porta.

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― Espero que goste de nossos quartos ― disse Branford, pegando minha mão e colocando-a sobre o braço. Descemos o corredor a curta distância até o último conjunto de portas. —As que Sunniva havia apontado para mim antes. Branford abriu as portas e colocou a mão nas minhas costas para me guiar na frente dele. ― Este é o quarto da manhã ― Branford disse calmamente. Ele manteve a mão nas minhas costas e deu alguns passos à frente. Havia um par de sofás compridos e ornamentados, colocados paralelos um ao outro e criando um caminho para a sala maior a frente. Atrás de um dos sofás havia uma grande janela aberta de frente para o leste. Um fogo ardia intensamente em um canto, aquecendo a sala no início da noite de primavera. Branford me levou ainda mais para o conjunto de quartos, apontando os guarda-roupas e uma área apenas para banho, que incluía uma banheira de couro do tamanho de uma pessoa esticada sobre uma moldura de madeira. Havia uma pequena lareira perto daquela área e outra maior, do outro lado da sala. Havia uma grande almofada levantada em um lado da lareira, mas eu não conseguia entender qual teria sido seu propósito. Era grande demais para ser um banquinho normal e almofadado e não tinha encosto como uma cadeira normal. Branford continuou parado logo atrás de mim enquanto me mostrava. Eu podia ouvir cada movimento que ele fazia, mas não ousava me virar para olhálo. A conversa com Sunniva certamente me deu algumas dicas sobre esse homem que agora era meu marido, mas ainda não tinha certeza do que ele pretendia fazer comigo. Senti sua mão passar da minha parte inferior das costas, ao redor do meu braço e até o meu ombro. Ele me virou um pouco até que eu estava enfrentando uma enorme cama grande. ― E esta é a nossa cama ― ele disse suavemente, inclinando-se para tocar os lábios sobre a minha orelha. Senti um arrepio percorrer minhas costas com o toque dele e fechei os olhos por um momento, tentando controlar a

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respiração. Abrindo os olhos novamente, olhei por cima da bela cobertura de seda dourada com cascatas de seda correspondentes dos quatro postes nos cantos. Elas foram amarradas para trás para permitir a entrada de ambos os lados, mas suficientemente nítidos para ver através deles de qualquer ângulo. Eu podia sentir o hálito quente de Branford no meu pescoço quando se inclinou e me beijou logo abaixo da minha orelha. Ele passou as mãos pelos meus braços, pelos meus quadris, pelos meus lados e pelos meus quadris novamente. Branford os descansou lá de leve e beijou meu pescoço mais uma vez. ― É linda, meu... Branford. ― Você é linda ― disse Branford. Ele riu baixinho e puxou meu cabelo para longe do meu pescoço com uma mão. Sua boca fez uma linha através da minha pele. ― Não me lembro de ter visto esse vestido antes, mas combina com você perfeitamente. Suas palavras rodaram na minha cabeça. Eu sabia que meu medo o impedira de me tomar na noite anterior e sabia que mentir para o homem que ele considerava Rei e Pai em relação à consumação de nosso casamento foi muito difícil para ele, como seria para qualquer um. Sem dúvida, Branford reconsiderou esperar até eu chegar até ele, o que provavelmente levaria muito tempo para o seu gosto. Sunniva disse que eu precisava aprender a ser... qual era a palavra dela? Assertiva? Eu não tinha muita certeza do que isso significava, mas tinha uma ideia decente que significava dizer o que eu quisesse dizer, e quando e quisesse. Eu não sabia se Branford apreciaria uma coisa dessas em sua esposa, então eu teria que ser assertiva em silêncio. Se estivesse tudo bem para ele. ― Branford? ― Sim, Alexandra?

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―Você me tomará hoje? ― Tentei evitar que minha voz tremesse, mas não consegui esconder toda a minha ansiedade. Os movimentos de sua boca contra a minha garganta pararam e ele se inclinou para trás. ― De acordo com minha mãe, você teve um dia difícil ― disse Branford com um suspiro. Ele deu um passo para trás e me soltou. ― Acho que ela provavelmente está certa, e embora eu não queira nada melhor do que puni-la por me fazer parecer fraco na frente do condutor da carruagem e praticamente me renunciar na frente de Camden, acho que tirar sua virgindade, enquanto ainda estou bastante zangado com você não é aconselhável. Senti meu corpo inteiro enrijecer e meus dentes quase perfuraram meu lábio. Não me virei para olhá-lo, aterrorizada com o que poderia ver em seus olhos. Ele queria me punir, ele dissera. O que ele faria comigo? Ele tem um mau temperamento... ― Peço desculpa ― consegui colocar para fora. ― Não era minha intenção... ― Shh — disse ele, sua voz calma novamente. Como ele ia de um extremo ao outro tão rapidamente? Soltei minha respiração. ― Eu sei que você não quis fazer isso. Ainda estou bravo, mas sei que você não quis fazer o que pareceu. Se eu achasse que você pretendia me humilhar ... bem, estaríamos conversando de uma maneira muito diferente. ― Sim, meu senhor ― falei automaticamente. Branford se aproximou de mim e seu braço voltou a me envolver. Senti seus dedos sob meu queixo, inclinando minha cabeça na direção dele. Eu olhei para ele, vi suas sobrancelhas levantadas e me corrigi rapidamente. ― Branford. ― Eu deveria ter falado com você sobre como eu a apresentaria ― ele disse. Ele descansou as mãos nos meus ombros novamente. ― Eu considerava que essa exibição fosse universal. Aparentemente, não é. ― Eu não tinha ouvido falar disso, meu... Branford. ― Eu acharia isso certo? Dirigir-se a ele de uma maneira longe dos outros e voltar ao seu título

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quando estávamos na companhia era difícil. Eu não tinha certeza se algum dia conseguiria manter os dois separados. ― Sunniva me explicou. Não pretendia falar por mim mesma – sei que estou vinculada a você. ― Quieta. ― Branford inclinou-se sobre mim, e me senti sua curva de lábios em um sorriso que eles tocaram meu pescoço novamente. ― Você entende agora. ― Rei Camden me aceitou como sua esposa? ― perguntei timidamente. ― Ele já aceitou ― Branford, disse simplesmente. ― Ele não estava feliz com isso ― afirmei, esperando não pressionar demais. Branford suspirou contra a minha pele e ficou de pé novamente. Ele me virou para encará-lo e olhou para baixo, com as mãos no topo dos meus braços. ― Sunniva parece gostar muito de você ― Branford disse e riu suavemente. ― Desde que ela tenha aceitado você, Camden também. Não pense nisso. ― Tentarei ― respondi, não convencida que seria tão fácil. ― Preciso cuidar de algumas coisas ― disse Branford de repente. Ele largou as mãos e começou a se afastar de mim. ― É claro ― respondi. ― Sinta-se em casa ― ele disse por cima do ombro. Sorriu suavemente antes de se virar e voltar para a porta. Depois que Branford saiu, comecei a olhar ao redor do quarto, familiarizando-me um pouco com seu conteúdo e a ordem das coisas. Partes da sala estavam bastante empoeiradas, então usei um dos panos perto da bacia para limpar algumas das superfícies. Lembrei-me do que Branford disse na carruagem sobre não confiar nos criados e me perguntei quanto tempo haveria passado desde que alguém havia limpado os quartos. Eles não estavam muito sujos, mas precisavam de atenção. Depois de limpar tudo o que pude, adicionei

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mais toras ao fogo, coloquei a chaleira no gancho próximo, sentei-me no banquinho perto da lareira e esperei Branford voltar. Tentei clarear a mente e não insistir em tudo, como Branford havia instruído. Lembrei-me de minha conversa anterior com Sunniva quando costuramos juntas. Embora algumas de suas palavras tenham aliviado meus medos, outras despertaram ansiedades completamente novas. Em algum momento, todas as pessoas do reino dependeriam de mim. Eu não tinha a menor ideia de como governar pessoas e não tinha tanta certeza se queria dizer aos outros o que fazer. Eu nem sabia o que fazer comigo mesma. Sentei-me e contemplei o fogo, que lentamente se transformava em carvão. Já fazia algum tempo desde que Branford deixara nossos aposentos, e estava começando a me perguntar se deveria ir em frente e me vestir para dormir. Estava completamente escuro lá fora agora, então fechei as persianas para impedir a brisa fresca da noite. Eu havia reconstruído o fogo em ambas as lareiras dentro da sala principal, embora a da sala de estar tivesse ficado em brasa. A água da chaleira estava fria, então esquentei novamente, deixei esfriar novamente esquentei novamente. Eu estava pensando em fazê-lo pela quarta vez, mas depois me perguntei se deveria esperar Branford voltar para aquecer a água. Estava ficando tarde, e não queria que ele tivesse que esperar muito tempo se quisesse tomar chá ou banho antes de dormir, então coloquei a chaleira novamente. Suspirei e olhei em direção à porta do corredor. Entrei na sala da manhã e coloquei minhas mãos na superfície fria de madeira da porta que voltava para o resto do castelo. Eu me perguntei como seria o jardim à noite e decidi que daria uma espiada, esperando que caminhar pelos corredores à noite não fosse uma preocupação. Abri a porta devagar e espiei antes de entrar. Não havia sinal de ninguém no corredor, tudo estava muito quieto. Eu mal podia ouvir o som do vento através das folhas das árvores e dei alguns

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passos para espiar acima da beirada, por cima do jardim. A lua estava mais do que meio visível, e um punhado de tochas acesas também iluminava o caminho ao jardim, através do centro, de uma porta em arco para outra. A maioria das flores tinha fechado suas pétalas durante a noite, mas ainda era muito bonito. Quando olhei para o jardim, observando as árvores brotando e as ervas ornamentadas, meus olhos avistaram alguém, em um canto perto de um arco que levava de volta para dentro das muralhas do castelo. Dei outro passo mais perto da beirada e inclinei minha cabeça para ter uma visão melhor. Vi a mulher loira-dourada da sala do trono – aquela que estava de pé perto da família real quando entramos pela primeira vez. Eu tinha certeza de que ela não era membro da família, pois toda a família ficou para trás quando o rei Camden mandou o restante da corte sair. Ela inclinou a cabeça para um lado e seus olhos brilhavam. Ela estava conversando com alguém que permaneceu nas sombras, mas cuja forma eu ainda reconheci imediatamente —Tudo foi tão repentino —disse Branford. —Estou começando a ter dúvidas. —Eu entendo — disse a mulher de loiro-dourado. — É uma grande mudança para você. Ela estendeu a mão e acariciou sua bochecha. Prendi a respiração com o toque terno que ela lhe deu. Ela estava tão à vontade na presença dele, em completa oposição a como eu era com ele – tímida e aterrorizada. —Não sei se posso substituí-la tão rapidamente — disse Branford, afastando-se da mulher. Suspirei novamente, silenciosamente agradecida por ele não parecer interessado em seu toque. Pelo menos, não em público. Suas palavras na carruagem retornaram na minha cabeça, como um palhaço malabarista. Não tinha qualquer intenção de ser fiel.

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— Você terá que, eventualmente — ela disse. — Eu sei, mas parece... — Branford pausou e passou a mão pelo seu cabelo. —Duro, eu acho. Nem sequer faz uma semana. — Você não pode pensar dessa maneira — disse a mulher. Ela estendeu a mão e segurou as dele, e desta vez ele não se afastou. Mais uma vez, minha respiração parou quando o sorriso da mulher se iluminou ao luar. —Você precisa disso. Você não ficou sem, durante todos os anos em que te conheço. — Eu tive sorte. — O sorriso de Branford se dissolveu rapidamente, e um olhar de tristeza o substituiu. —Até agora. — Acho que posso ajudar a mudar sua sorte — respondeu ela. Assisti como a língua dela disparou sobre seus lábios, deixando-os brilhando na luz suave. —Você pode agora? — ele murmurou, e seus olhos se estreitaram ligeiramente. — Eu tenho algo para você — ela disse maliciosamente. — Eu acho que talvez até ajude você a se decidir. A mulher soltou as mãos de Branford e deu alguns passos para trás, acenando para ele com os dedos. Ele riu baixinho e balançou a cabeça antes de segui-la para fora do jardim e fora da minha vista. Dei um passo para trás, minha mão indo para o meu peito quando senti um arrepio percorrer meu corpo. Substitui-la, ele dissera. Substituir-me, ele quis dizer. Ele já me encontrou em falta e estava procurando por outra. O que ela tinha para lhe dar que o convencesse a fazer isso? O pânico surgiu dentro de mim, pois eu tinha uma boa ideia do que poderia ser. Era o que eu ainda tinha, e deveria ter lhe dado na primeira noite. Ele achou que eu não estava pronta, mas, se não estar significava que eu seria substituída, então me prepararia. Apesar da dor, eu teria que estar pronta para ele agora. E foi assim que tomei minha decisão.

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CAPÍTULO 07 Conseguir ligeiramente Meus olhos ardiam pela fumaça e proximidade do fogo ou pelas lágrimas que há muito secaram em minhas bochechas. Meu rosto estava sem dúvida inchado e vermelho. Eu perdera completamente a noção do tempo, embora soubesse que era muito tarde agora. Mais quatro toras de bom tamanho foram devoradas pela lareira principal do quarto desde que voltei do corredor com vista para o jardim. Fiquei surpresa quando ouvi a porta se abrir e me virei na cadeira perto do fogo para ver Branford passar pela porta e fechá-la atrás dele. Ele caminhou pela sala da manhã em silêncio, olhou para a cama e depois olhou ao redor da sala até nossos olhos se encontrarem. Franziu a testa e pareceu confuso por um momento. — Alexandra, pensei que você já estivesse dormindo. Abaixei minha cabeça e olhei para meus pés, percebendo que não tinha me trocado para a roupa de dormir. Toda a minha energia se concentrou no que eu poderia lhe dizer quando ele voltasse, e em pensamentos sobre o que ele poderia estar fazendo até tão tarde da noite, fora de seus próprios aposentos. Mudei esse foco rapidamente, porque a resposta potencial era muito humilhante. Agora que Branford estava diante de mim, não consegui encontrar as palavras que havia praticado na minha cabeça. — Estava esperando por você —disse a ele. — Não sabia se você ia querer, hum... chá... ou alguma coisa. Branford levantou as mãos e passou-as pelo cabelo enquanto atravessava a sala.

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—Alexandra, você parece exausta —Branford disse enquanto caminhava até mim e pegava minhas mãos. —Desculpe-me. Não sabia que você estaria esperando por mim. Branford me puxou para ficar ao lado dele. Virei minha cabeça, mas senti sua mão no meu queixo, forçando-me a olhar para ele. — Está tudo bem, Alexandra? — Estou bem, meu... Branford. — Suspirei internamente, frustrada com minha inépcia para me lembrar de como me referir ao meu marido. — Bem. — Ele bufou. —Você não parece bem. Tentei desviar minha cabeça dele, mas seu aperto estava firme no meu queixo e não me permitia me mover. Eu só consegui desviar o olhar do dele, e foquei no fogo. — Diga-me o que está errado, Alexandra ― ele exigiu, e eu senti lágrimas arderem em meus olhos novamente. Todas as palavras que eu tinha considerado, nas horas enquanto esperava por ele, sumiram da minha cabeça, e eu não sabia o que dizer. — Diga-me! — Ele disse novamente, sua voz mais urgente. E virou a cabeça para me olhar nos olhos novamente. — Eu só... — Minha respiração ficou presa na garganta e, por um momento, não conseguia falar. Finalmente, consegui expressar as palavras através das minhas lágrimas crescentes. — Ainda não sei... o que o que é esperado de mim. Branford, fechou os olhos por um momento e respirou fundo. — Eu sei, Alexandra —Branford finalmente disse. Ele abriu os olhos, e eu pude ver sua preocupação neles. —Receio não ter sido um bom marido para você até agora. Não sei exatamente o que significa ser bom para você, mas sei que o que fiz não é suficiente. Não preparei você e mal conversamos, mas agora

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é tarde e você parece tão cansada. Eu deveria pensar em sua saúde primeiro, e agora não é o momento certo para discutir tudo isso. Ele acenou com a mão entre nós antes de colocá-las nos cabelos novamente. Quando ele retraiu os dedos, seu cabelo se destacou por toda a cabeça e até caiu na testa. Eu tomei um momento para conter minhas lágrimas antes de falar novamente. ― Está zangado comigo? ― Perguntei baixinho, um pouco temerosa de sua resposta. Branford tomou um grande fôlego antes de balançar a cabeça. —Você ainda está com raiva de mim? —Eu perguntei suavemente, com um pouco e medo quanto a sua resposta. Branford soltou um grande suspiro antes de balançar a cabeça. — Não, não estou zangado com você, Alexandra. — Você gostaria de ir... para a cama agora? Ou você gostaria de algo para beber primeiro? Ou... — Acho que a cama seria ótima ― disse Branford, interrompendo minhas palavras. — Fico feliz que não haja nada urgente para fazermos pela manhã, ou você estaria muito cansada. Eu deveria ter dito para você não me esperar, Alexandra. Eu devo cuidar de você e falhei no primeiro dia. Por favor, perdoeme. — Claro, Branford — respondi, sem saber o que deveria dizer. Branford me disse para me preparar para dormir, então fui me trocar atrás do biombo. Embora não pudesse vê-lo, ouvi Branford tirando a roupa do outro lado, perto da bacia. Ouvi o respingo da água quando ele mergulhou as mãos e percebi que não tinha esquentado a água da chaleira e sabia que devia estar bem fria. Puxei minha camisola rapidamente e corri para a chaleira perto da lareira. Levei-a para a bacia e derramei quando Branford olhou para mim de lado com seu meio sorriso.

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— A água não está mais quente — informei já me desculpando — mas ainda está morna. Sinto muito por não ter pensado nisso antes de você começar a se lavar. — Está tudo bem — Branford falou suavemente. Sua camisa fora descartada nas costas de uma cadeira próxima e ele estava vestido apenas com as calças de linho que usara na cama na noite anterior. Pelo menos, elas pareciam ser as mesmas. Desviei os olhos e pensei que podia ouvi-lo rir baixinho para si mesmo e depois suspirar. — Alexandra? — ele perguntou calmamente. — Sim, Branford? — atendi, sem olhar para ele. — Você me ajudaria? — ele perguntou. — Ajudá-lo, meu senhor? — Fechei os olhos com força, sabendo que tinha dito a coisa errada novamente. Durante toda a minha vida, fui ensinada a abordar os nobres como tais, e tentar abordar de maneira diferente esse nobre quando estávamos a sós parecia impossível. Minha frustração em me dirigir a ele me distraiu de maneira incorreta, para que eu não pudesse pensar muito no que ele poderia precisar de mim. —Sim, por favor —Branford respondeu. — Venha cá. Dei alguns passos em direção a ele, mas mantive meus olhos no chão. Eu podia ver seus pés descalços no chão de madeira, saindo pelas pontas de suas calças de cor clara. — Aqui — disse ele, e tive que olhar para cima para ver o que ele estava oferecendo. Na mão estava o pano molhado na água morna. — Você me lavará? —Lavar você? — Minha voz guinchou. —Se você puder, sim — disse ele. Fui recebida com seu meio sorriso torto quando olhei para ele. Tentei não me concentrar na pele exposta mais do que

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precisava, mas rapidamente percebi que não teria escolha a não ser olhar para Branford se quisesse limpá-lo adequadamente. —Claro meu... Branford. Branford deu um passo atrás para me dar melhor acesso à água. E virouse para me encarar diretamente, os braços pendurados casualmente ao lado do corpo enquanto olhava para o meu rosto. Percebi que ainda estava olhando para os olhos dele e rapidamente desviei o olhar, sentindo o rubor, sempre persistente, cobrindo meu rosto. Eu não entendi por que ele me pedia para fazer isso agora, logo depois que acabou de dizer que era tarde. Minha mente tentava encontrar a resposta enquanto me preparava para a tarefa à minha frente, mas não encontrei. Mergulhei o pano na água, tirei e torci para parar o gotejamento. Minha mão tremia um pouco quando estendi a mão e passei o pano para um lado do rosto dele. Ele se inclinou para o meu toque enquanto eu arrastava o pano sobre sua pele, de volta ao redor da orelha e no pescoço. Repeti o movimento do outro lado antes de me mover para seus ombros, esperando desesperadamente que Branford não notasse o tremor em minhas mãos e pensasse que eu era completamente incompetente. Seus músculos flexionaram sob a minha mão, e me lembrei de seu aperto firme em volta da minha cintura enquanto cavalgamos para a Abadia de Santo Antônio, e a sensação de seu corpo quente pressionado contra o meu enquanto viajávamos a cavalo. Eu estava achando a respiração um pouco mais difícil e não entendia por que meu coração estava batendo muito mais forte do que antes. Meu batimento cardíaco acelerado lembrava estranhamente o medo que senti quando entramos no Grand Hall para encontrar o Rei Camden, mas não sentia medo agora. Mais uma vez, considerei seus motivos para me pedir para tocá-lo dessa maneira e cheguei à conclusão mais óbvia – se ele quis que eu o tocasse assim fora da cama, ele quereria que eu o tocasse mais quando estivéssemos na cama. Meus dentes afundaram no meu lábio inferior enquanto

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passava o pano para cima e para baixo em cada um de seus braços antes de enxaguá-lo novamente. Limpei seu peito e estômago e me vi novamente fascinada pelos músculos enrugados da parte superior de seu corpo. As pontas dos meus dedos podiam sentir o contorno de seus músculos do estômago sob o tecido, que ficaram tensos quando os toquei. Depois que terminei com seu estômago e peito, lavei seus lados rapidamente antes de me atrever a olhá-lo no rosto novamente. Seus olhos estavam escuros, a luz do fogo dançando sobre eles em estranhos padrões fantasmagóricos. Eu já tinha aprendido sobre aquele olhar especial em seus olhos e senti meu batimento cardíaco aumentar mais uma vez quando um calafrio percorreu minha espinha. Respirei fundo, tentando me acalmar. Já tinha decidido dizer-lhe que estava pronta, e isso só significava que ele concordaria com a minha oferta. — Você lavará minhas costas também? — perguntou Branford, e sua voz soava tão escura quanto seus olhos. Ele se virou sem esperar pela minha resposta, e rapidamente refresquei o pano antes de lavar dos ombros até a cintura. Depois que a lavagem terminou, peguei um pano seco e enxuguei as costas e os lados. Então ele se virou para me encarar de novo e, com minhas mãos trêmulas, eu sequei o resto de sua pele. — Obrigada, Alexandra — Branford disse suavemente. — Acho que estou pronto para ir para a cama. — De nada, Branford — respondi. Pendurei os dois panos em uma estante de secagem perto da bacia da água enquanto tentava impedir meu coração de bater tão alto. Eu tinha certeza que ele seria capaz de ouvi-lo se o som ficasse mais alto. Ele sorriu para mim novamente antes de ir para a cama. Respirei fundo antes de segui-lo obedientemente, esperei que ele se posicionasse embaixo do cobertor e depois subi do outro lado, apenas vagamente consciente da

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suavidade dos lençóis e travesseiros enquanto me acomodava ao lado de meu marido... Por um momento, fiquei deitada de costas e tentei determinar a melhor abordagem possível. Devia sair e pedir que ele se juntasse a mim, ou devia estender a mão e tocá-lo de alguma maneira? Eu entendi o absurdo dos meus pensamentos assim que percebi que não tinha ideia de como tocá-lo para lhe dar essa impressão. Teria que ser com palavras, então. Palavras claras e concisas. Assertivas. — Eu quero que você... — hesitei. Uma vez que as palavras saíssem da minha boca, eu não seria capaz de voltar atrás. No entanto, se ele tivesse passado a primeira parte da noite com uma das damas da corte porque ainda não havia me tomado, ele poderia ser descoberto. Se Branford fosse descoberto, minha virgindade também poderia ser descoberta. Ele poderia ser forçado a me enviar de volta, e estava muito claro o que aconteceria comigo se o fizesse. Respirei fundo e olhei nos olhos dele. —Eu quero que você consuma o nosso casamento. —Iremos, minha esposa — ele disse com um sorriso. Estendeu a mão, e colocou os dedos sob meu queixo. —Quando estiver pronta. — Esta noite? —Minha voz não saiu tão forte como pretendia. Branford olhava para mim com cautela. — Não acho que você esteja pronta para isso ainda — ele disse simplesmente. — Estou — contestei, tentando insistir, mas tive que desviar o meu olhar do seu olhar intenso. — Eu quero. Por favor. — É tarde e você está cansada — ele disse. — Eu quero, Branford— repeti. Desta vez, minha voz conseguiu não tremer.

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Senti seus dedos no meu queixo, inclinando a cabeça para olhá-lo novamente. Seus olhos iam para frente e para trás, como se ele estivesse procurando por algo. — Tem certeza? — Sim ― confirmei quando o alívio tomou conta de mim. Uma vez concluído, nós realmente estaríamos casados, e não precisaria mais me preocupar que ele me substituiria. Seus olhos dançaram sobre o meu rosto, olharam para o meu corpo, depois focaram nos meus lábios. A mão de Branford pegou minha bochecha e ele me beijou lentamente, seus lábios pressionando com firmeza, mas não com muita força. Eu deitei minha cabeça contra os travesseiros quando ele se moveu sobre mim. Minha mente disparou. Eu o convenci. Ele me tomaria! Consumaria o nosso casamento. O alívio foi rapidamente substituído pelo mesmo medo que me dominou na noite de núpcias. Tentei tirar isso da minha mente, mas quando ele rolou, e pude sentir seu desejo contra mim, a ansiedade da noite passada tentou ressurgir. Eu podia sentir sua perna enquanto se aninhava entre as minhas, e ele afastou minhas pernas com o joelho. Eu ficava dizendo a mim mesma que tinha que ser feito, e que muitas, muitas mulheres haviam sobrevivido a isso, mas o fato era que eu temia dor e sangue. Eu sabia que os dois viriam, mas não queria que Branford parasse, e arriscar que ele me expulsasse. Eu tinha que tentar fazer o que era certo nessa situação, então quando sua boca cobriu a minha, lembrei de sua língua na minha boca da noite anterior e abri meus lábios. Ele gemeu na minha boca quando sua língua tocou a minha, e suas mãos agarraram minha cintura com força. Seu hálito estava quente e sufocante. Eu podia sentir uma das mãos dele correndo pelo meu quadril, descendo pela parte externa da minha coxa e abaixando até que ele chegou ao final da minha camisola e começou a puxá-la

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para cima. Ele passou a língua nos meus lábios e depois me beijou bruscamente antes de sua boca se mover para o meu queixo e depois para a minha garganta. Fechei meus olhos com força e senti os músculos das minhas pernas apertarem. O peito nu de Branford subiu e desceu com sua respiração rápida, pressionando meu corpo no colchão a cada inspiração. Sua boca deixando uma trilha quente e úmida sobre a minha pele. Eu tinha que fazer isso, eu dizia a mim mesma. Se eu não o deixasse fazer isso, eu poderia ser mandada embora. Ele já estava procurando por outra. Na verdade, já parecia ter outra. Ele esteve com ela há pouco tempo? Meu coração se apertou com o pensamento, e eu não conseguia parar de esticar os músculos do meu corpo. Não importava o quanto isso machucasse. Isso tinha que ser feito, ou eu seria levada à loucura por me preocupar onde ele poderia estar e o que poderia estar fazendo. ― Alexandra. — Os movimentos de Branford pararam e, quando abri os olhos, eu o vi me olhando. Seus olhos tinham aquele olhar sombrio e faminto, mas foi rapidamente substituído por raiva. —Tenho vontade de colocá-la sobre meu joelho por mentir para mim. Você não quer isso. Não está pronta. — Branford, por favor — pedi enquanto ele voltava para o lado dele. Sua mão empurrou a barra da minha camisola para trás, alisando-a de volta para minha perna. — Eu estou. Eu quero... por favor. — Não, você não está — Branford contradisse. Seus olhos ardentes se suavizaram em algo que eu não tinha visto em suas expressões antes. Foi decepção? Doeu? Eu não sabia — Quando olho nos seus olhos, não há desejo, não mesmo. Eu só vejo medo. Ele segurou minha bochecha e passou o polegar debaixo do meu olho. — E lágrimas — acrescentou. Senti a umidade se espalhar pela minha pele. Não sabia que tinha sido traída pelos meus próprios olhos. — Não quero que chore, Alexandra. Você não está pronta.

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— Eu estou, Branford, por favor! Eu quero consumar o nosso casamento! Por favor! Olhei nos olhos dele e o alcancei, meus dedos timidamente tocando a pele de seu peito. Se ele parasse agora, quando eu o convenceria a começar de novo? Eu estava tão pronta para a dor como jamais estaria, e se fosse agora, amanhã ou daqui a dez anos, eu nunca estaria tão pronta para isso. — Por favor, Branford —eu repeti em um sussurro rouco. — Por favor. Por favor, Branford. Ele puxou meu rosto para o dele e me beijou de novo, lentamente. Ele puxou de volta depois de apenas um momento, e novamente repeti minha súplica. — Ah, Alexandra — ele disse, sua voz suave. Sua respiração estava pesada, e seus olhos me encararam enquanto ele traçava rapidamente sobre meu lábio inferior com a língua. — Como posso resistir a isso? Mais uma vez, sua boca capturou a minha, e sua mão agarrou cada lado da minha cabeça, segurando-me perto e me beijando profundamente, mas ainda suavemente. Ele beijou a curva do meu queixo e em volta da minha garganta enquanto uma mão torcia no meu cabelo. Senti sua outra mão contra o meu quadril novamente, seus dedos esticados contra o tecido de seda, segurando minha pele com força. Eu ignorei o tremor nos meus dedos quando peguei os laços na minha garganta e comecei a puxar os cadarços para que Branford tivesse melhor acesso a mim. Sabia que ele queria me ver nua, e encontrei uma preocupação totalmente nova de que ele não gostasse do que visse. Ele consideraria meus seios muito pequenos ou muito grandes? Eu os achava médios, mas não tinha ideia do que um homem poderia preferir. Eu estava pálida demais? Decidi que realmente não importava, dada a escuridão da sala, e continuei meus esforços. Puxei um dos cadarços e senti o ar frio atingir a pele do meu peito.

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— Alexandra — resmungou Branford — poderia por favor, parar de tentar desatar sua camisola? — Você quer fazer isso sozinho? —perguntei, envergonhada mais uma vez com a minha falta de conhecimento. —Sim, eu quero — disse Branford, com voz firme. —Mas não hoje à noite, Alexandra. A realidade me atingiu. Ele não faria isso. Branford já poderia ter se realizado essa noite e não tinha motivos para querer deitar comigo. O pensamento fez meu peito apertar novamente, e eu me vi praticamente rastejando. — Por favor, Branford! Não quero esperar! — soei desesperada, e eu sabia disso. — Quero que... me tome... por favor. — Porquê, Alexandra? — ele perguntou. —Você não está pronta, então por que você está implorando para que eu faça isso? Por que de fato? Fechei os olhos e tentei me afastar dele, mas ele não permitiu, e sua mão agarrou meu queixo firmemente. Talvez não faça diferença se ele tirar a minha virgindade. Se depois me achar desinteressante, e suas preferências estiverem mais em sintonia com outra pessoa – alguém com cabelos da cor de um pôr-do-sol, um corpo mais voluptuoso e com a compreensão de como se comportar com nobres – então, por que eu fiz isso? Simplesmente porque eu não tinha mais ideia do que deveria fazer. ― Eu não sei nada sobre ser sua esposa ― finalmente disse. ― A única coisa que sei é que devo deixar você fazer isso comigo e não consigo. Eu sei que você quer, e eu não... eu não... sou capaz de... ― Deixar-me fazer isso com você? ― Branford repetiu minhas palavras. Ele sentou na cama com as mãos cobrindo seu rosto. Eu podia ouvi-lo resmungando baixo em sua garganta, embora se ele estava falando comigo ou

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consigo mesmo não era claro. ― Você sabe tão pouco, e eu não tenho ideia de por onde começar. Eu sou um tolo! Senti lágrimas arderem em meus olhos novamente. Eu não sabia de nada, e isso era tão óbvio que nem valia a pena o esforço necessário para ensinar. Ele devia estar tão frustrado comigo. ― Por favor... apenas me diga o que devo fazer ― implorei, estendendo a mão e envolvendo meus dedos em torno de seu braço – o braço da espada. Minha mente teve um flash com o condutor da carruagem e, quando Branford olhou para minhas mãos em volta de seu braço, imaginei que estivesse se lembrando da mesma coisa. Rapidamente o soltei e murmurei minhas desculpas. ― Farei qualquer coisa que me mande fazer! ― Então me diga por que ― disse Branford. ― Por que você está se oferecendo para mim agora? ― Eu deveria fazer isso ― disse de novo. ― Essa é a única razão? ― ele perguntou. ― Você não deveria mentir sobre mim ― eu disse suavemente. ― Você teve que mentir para o Rei Camden. Não quero que você tenha que mentir apenas para me proteger. ― Faria muito mais do que mentir se precisasse proteger você ― disse Branford com convicção. ― E nunca menti para Camden. Apenas... o enganei um pouco. ― Você disse que havia provas ― sussurrei. ― Não havia qualquer prova porque nós não... hum... fizemos nada. ― Não quero que ninguém nos questione ― disse Branford. ― Deixei... evidências. Franzi minha sobrancelha, tentando entender o que isso poderia significar. Então me lembrei dele lavando as mãos na bacia, na manhã seguinte ao casamento.

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― Você cortou sua mão ― eu disse. Branford, inclinou a cabeça para o lado e ergueu as sobrancelhas. ― Protegerei você ― ele repetiu. ― Você pode... — Parei, não tendo exatamente certeza do que eu diria. ― Pode o quê? ― Branford perguntou. ― Você pode...você não... Sei que você não quer esperar. ― Eu não sou o único na cama, Alexandra ― disse Branford, estendendo a mão e segurando meu rosto na palma de sua mão. ― Devemos ambos estar dispostos, minha esposa – não apenas eu. Branford suspirou e escorregou de volta para deitar de lado, apoiando-se em um braço e olhando para mim. ― Alexandra ― disse Branford ― eu certamente poderia segurá-la e ouvila chorar, tendo prazer com seu corpo sem pensar em você. Seria fisicamente capaz de fazer isso todas as noites enquanto vivermos. Ele respirou profundamente e inclinou-se um pouco mais perto de mim. ― Poderia fazer isso ― repetiu ― mas se fizesse isso, toda vez que me deitasse aqui com você, você teria a mesma aparência que tem agora – de ansiedade e medo. Não quero que você tenha medo de mim, Alexandra. Não quero vir para esta cama todas as noites, sabendo que você não me quer aqui. ― Eu... eu quero você aqui... ― gaguejei e depois parei. Não tinha ideia do que eu poderia dizer e, finalmente, soltei o que estava na minha cabeça. ― Não quero que você vá para outro lugar! ― Não é a mesma coisa ― disse Branford, balançando a cabeça. ― Você pode considerar minha presença preferível à minha ausência, mas isso não significa que você me quer aqui. Você está acostumada a servir os que estão acima de você, e tenho certeza de que conseguiria encontrar uma maneira de esconder sua aversão a mim, mas nunca me olharia da maneira que quero – com desejo em seus olhos. É isso que quero ver, Alexandra. Quando eu chegar

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a esta cama e me deitar ao seu lado, quero olhar nos seus olhos e saber que você me quer. Ele usou os dedos para percorrer a pele da minha bochecha, depois meu queixo e meu pescoço. Descansou a mão no topo do meu ombro, onde o tecido ligeiramente aberto da minha camisola encontrava minha pele. ― Como você pode? ― ele finalmente disse baixinho, e novamente me perguntei se ele estava falando comigo ou consigo mesmo. ― Você não sabe nada do que está por vir, exceto os pequenos rumores de horror que ouviu, então como pode me querer? Uma luz surgiu em seus olhos, quase como se a luz do fogo saísse das brasas e entrasse neles, apenas para ser direcionada a mim. Suas costas arquearam um pouco, e ele focou nos meus olhos. ― Alexandra, eu gostaria de tentar uma coisa ― disse Branford. Ele chegou mais perto de mim novamente. ― Você permitiria? ― Eu sou tua ― sussurrei baixinho, tentando não demonstrar meu pânico crescente. O que ele queria tentar? Por que estava me fazendo essa pergunta? ― Sim, você é. ― Branford soltou um suspiro curto e afiado e esfregou os olhos com as pontas dos dedos por um momento. Quando voltou a falar, sua voz era sincera e estava um pouco acima de um sussurro. ― Não te conheço Alexandra. Escolhi você por um capricho, nada mais. Tenho certeza que se você já pensou em casamento, essa não foi a imagem que sua mente pintou. Para ser sincero, não pensei muito além do casamento e da ideia do casamento em si, e... bem... não sei o que devo fazer agora. Suas palavras sinceras me surpreenderam. ― Você não me conhece também ― continuou Branford. ― De qualquer maneira, eu lhe pedirei para fazer algo que poderá ser difícil no começo. ― O que precisa de mim? ― Perguntei calmamente. Não tinha ideia do que ele queria e temia suas palavras.

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― Pedirei que confie em mim, Alexandra. Quero que me escute e acredite que o que digo a você é a verdade. Você não me conhece bem o suficiente para saber se pode confiar ou não, mas estou pedindo para fazer isso de qualquer maneira, ou pelo menos tentar. Alexandra? Tentará confiar em mim? ― Sim, meu senhor ― Respondi. ― Alexandra... ― Desculpe-me. Branford ― eu me corrigi. ― Muito melhor. ― Branford se posicionou em um braço novamente e olhou para mim. ― Não te machucarei. Você entende? ― Sim... Branford ― Eu disse. ― Há mais uma coisa que você deve fazer. ― O tom de Branford era sério. ― Se eu fizer uma pergunta, deve me responder com sinceridade. Você entende o que estou dizendo, Alexandra? ― Sim, meu... Branford. ― Não diga o que acha que quero ouvir – quero apenas a verdade de você. ― Sim, Branford. Eu farei. ― Bom. ― Branford respirou fundo, e moveu as mãos para segurar minhas bochechas. Seu polegar traçou minha bochecha, e ele olhou nos meus olhos. ― Posso beijar você? ― Sim, claro ― minha resposta foi automática, direta. Quando um nobre pergunta algo a um plebeu, este responde sem duvidar, mesmo que o que o nobre exija seja agradável, ou não. Ele se moveu lentamente, seu olhar ainda no meu, e seus lábios roçaram os meus, assim como fizeram durante a cerimônia de casamento. Ele se afastou e sorriu para mim. ― Você gosta assim, Alexandra? ― ele perguntou. ― Gosta de ser beijada desse jeito?

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― Sim, Branford. ― Essa resposta direta, também foi surpreendentemente sincera. Ele me beijou suave e cuidadosamente – quase como se temesse que eu quebraria se pressionasse demais – e eu gostei. ― Posso te beijar outra vez? ― Sim, por favor. Mais uma vez, sua boca tocou a minha, por um pouco mais de tempo desta vez. Seus lábios pairaram sobre os meus antes de descer, movendo-se lentamente contra mim. Ele se virou um pouco, mudando de ângulo e me beijando novamente, mas seu toque permanecia leve. Eu podia sentir meu batimento cardíaco e minha respiração aumentando junto com seus movimentos. Ele se afastou novamente. ― Gostou disso também? Quer que eu faça de novo? Só pude concordar dessa vez, e ele me beijou de novo e de novo. Sua mão se moveu da minha bochecha para o meu cabelo, torcendo-o e me puxando para mais perto dele enquanto seus lábios dançavam sobre a minha boca, deixando-me sem fôlego, e então ele finalmente parou. ― Alexandra, você me tocaria? ― O quê? ― Toque-me enquanto eu te beijo. ― Onde? Branford riu levemente. ― Em qualquer lugar que você queira — ele disse. ― Não sei onde eu devo ― disse a ele. Ele passou a mão pela parte de fora do meu braço até encontrar meus dedos. E puxou gentilmente, liberando meu aperto nos lençóis e puxando minha mão para colocá-la sobre seu ombro nu. Eu não tinha percebido que segurava os lençóis com tanta força.

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― Que tal aqui? ― ele disse com um sorriso. Concordei novamente, e desta vez quando a boca dele encontrou a minha, agarrei o ombro dele um pouco e senti os duros músculos, tensos, sob a pele quente. Ele moveu a mão para a parte de trás do meu pescoço, segurando-me firme enquanto continuava a beijar suavemente meus lábios. Afastou-se um pouco, e então senti a ponta da língua contra a minha boca. ― Você gosta disso? ― Não sei ― respondi, tentando dizer a verdade. Achava que quando ele tocasse sua língua na minha, seus beijos se tornariam muito mais urgentes e necessitados do que foram até agora. Branford olhou em meus olhos. ― Estaria tudo bem se eu tentasse isso novamente? ― perguntou. ― Você não precisa concordar, se isso a deixar desconfortável. ― Tudo bem ― disse, concordando. A mão de Branford voltou para o meu rosto e ele passou os dedos pelo meu queixo. ― Ainda serei gentil ― disse ele com sinceridade. Olhei em seus olhos verdes brilhantes e assenti com a cabeça. Ele tocou meus lábios com a língua novamente, e abri minha boca um pouco. Ele usou a língua para alcançar o interior, e a ponta correu ao longo da beirada da minha. Eu fiquei um pouco tensa, mas Branford manteve seus movimentos lentos, e isso só durou um momento. ― Tudo bem? ― ele perguntou. Eu balancei a cabeça novamente porque estava tudo bem. Olhei em seus olhos escuros e famintos novamente. ― Você quer que eu faça isso de novo? Eu concordei de novo e fechei os olhos quando a língua dele entrou na minha boca, acariciando-me antes de puxar minha língua na boca e sugar um pouco. Parecia estranho, mas achei o gosto dele intrigante. Ele se afastou e me

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beijou suavemente nos meus lábios novamente antes de se inclinar para trás e olhar atentamente para mim. ― Quero tocar em você ― disse Branford. ― Mas tocarei em você lenta e suavemente. Eu não te machucarei, minha esposa. Está tudo certo? ― Sim. ― Minha voz saiu quase um sussurro. Branford passou os dedos pela minha bochecha e depois pelo meu queixo. Seu toque era suave e deixava minha pele formigando quando passava. Ele passou as costas dos dedos pelo meu pescoço e depois a mão para que as pontas dos dedos escorregassem lentamente por cima do meu ombro. Parte da minha pele estava exposta lá, onde eu havia desatado o laço da minha camisola. Meu olhar se moveu para a mão dele enquanto ele lentamente – oh, tão lentamente – traçou a ponta de um dedo na minha clavícula. O cobertor foi puxado logo abaixo dos meus seios, e eu podia ver meu peito subindo e descendo quando a ponta dos dedos de Branford se movia para frente e para trás. Sua boca ligeiramente aberta pressionou contra minha bochecha, depois se aproximou da minha orelha. ― Você gosta disso, Alexandra? ― ele sussurrou no meu ouvido. ― Faz sua pele quente onde eu te toquei? Você gosta disso? ― Sim ― respondi em outro, quase sem fôlego, sussurro. ― Quero tocar mais em você ― disse Branford. Ele chupou o lóbulo da minha orelha em sua boca e depois beijou meu pescoço enquanto eu estava lá, imóvel, mas estranhamente sem medo agora. Ele disse que não me machucaria e até agora não machucou. ― Apenas sinta Alexandra. Fechei os olhos e fiz o que ele disse – concentrando-me no movimento dos lábios dele no meu queixo e pescoço. Eles seguiram a mesma trilha sobre minhas clavículas onde seus dedos estiveram recentemente. Senti a umidade quente quando a língua dele dançou levemente sobre a minha pele, depois tremi quando ele soprou o ar fresco no mesmo local.

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― Você gosta disso? ― Eu podia sentir o movimento de seus lábios enquanto ele falava com a boca ainda tocando minha pele. Nem consegui responder através das minhas respirações trêmulas. ― Você está tremendo, Alexandra. Você está com medo? Inclinei minha cabeça e olhei para baixo para vê-lo olhando para mim. Balancei minha cabeça lentamente, porque não estava assustada, estava? Não tinha ideia do que estava sentindo, mas se tivesse com medo, desejaria que ele parasse e eu não queria que ele parasse. Ele beijou minha clavícula enquanto mantinha os olhos fixos nos meus e depois se afastou, deixando minha pele fria onde sua boca costumava estar. Acariciou por cima do meu ombro novamente, até a borda do pano que formava o topo da minha camisola. Muito, muito devagar, ele deixou o dedo traçar a borda do tecido, ao redor do decote aberto. Quando Branford moveu o dedo, empurrou a ponta da minha camisola aberta um pouco mais até que seu dedo estava correndo por cima do meu peito. Eu ofeguei, e seu olhar voou para o meu novamente. ― Você pode imaginar como seria isso ― ele sussurrou, sua voz rouca e profunda ― se eu te tocasse assim por baixo de suas roupas? Branford inclinou a mão até que três dedos estavam agora se movendo sobre o inchaço dos meus seios, movendo-se lenta e suavemente por cima dos dois. Eu podia sentir uma sensação incomum de formigamento em seus centros, e os senti enrijecer como quando o vento do inverno era particularmente forte. Não era desagradável, no entanto. Não era nada desagradável. ― Eu quero te tocar ainda mais — Branford disse, sua voz ainda tranquila ― mas como eu disse antes, está muito tarde, e preciso pensar em sua saúde. Antes que eu pudesse responder, ele estava me beijando novamente de forma lenta, quase casta. Quando terminou, olhou para mim e sorriu. ― Obrigado, Alexandra.

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― Pelo quê, Branford? ― Eu perguntei. ― Por confiar em mim ― ele disse com um encolher de ombros. ― Você finalmente parou de olhar para mim como se pensasse que eu estava prestes a algemá-la. Virando-me, empalideci com o pensamento. A ideia dele me atacar realmente não me ocorreu ― nem mesmo com palavras. A mão de Branford segurou meu queixo e ele me virou para olhá-lo. ― Você não me deu motivos para fazer isso ― disse ele. Meu alívio foi misturado com preocupação quando percebi que ele poderia encontrar um motivo para me bater mais tarde. ― Não olhe assim Respirei fundo para tentar me relaxar, e os olhos de Branford se estreitaram. ― Não serei violento com você, Alexandra ― disse ele. ― Você teria que fazer algo verdadeiramente... teria de ser verdadeiramente uma traição para provocar tal ira em mim. Eu tentei distrair minha mente do ocorrido com o pobre condutor da carruagem, que quase perdeu a vida por um acidente e, ao invés de pensar nisso, perguntava-me o que Branford consideraria uma traição. ― Por favor ― eu o ouvi dizer, e quando me concentrei nele novamente, seus olhos tinham um traço de tristeza. ― Por favor, não fique assim. Não quero que você tenha medo de mim, Alexandra. Não pude responder, porque sua boca reivindicou a minha novamente, renovando seu ataque lento e gentil. Não durou muito, mas novamente me deixou sem fôlego e meu corpo clamando por mais. Mais do que exatamente, eu não sabia dizer, só sabia que não queria que ele parasse. ― Você precisa dormir agora, Alexandra ― afirmou Branford, em tom de comando. ― Você ainda não vai... hum... — não consegui terminar a frase.

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― Hoje não, Alexandra ― Branford disse com firmeza ― mas será em breve. ― Quando? ― Eu não poderia deixar de fazer a pergunta. Ele estreitou os olhos em contemplação. ― Três noites ― ele disse com convicção. Seu olhar encontrou o meu, e ele olhava para mim atentamente enquanto acariciava minha bochecha. Ele agarrou minha cabeça em suas mãos, com sua voz caindo para um sussurro baixo e gutural. ― Eu te mostrarei como realmente é estar comigo. Nas duas primeiras noites, aprenderemos mais, um sobre o outro – e do que nós dois gostamos. E na terceira noite, Alexandra ... eu irei bem devagar. Serei muito gentil com você; eu juro que serei ... exatamente como fui hoje à noite. Isso seria aceitável para você, minha esposa? ― Sim, meu Branford ― falei e mordi o lábio de vergonha, percebendo que acabara de combinar a designação com nome dele. Branford sorriu e riu baixinho. ― Gosto disso ― disse. Ele inclinou e beijou meus lábios o mais suavemente possível, sua boca mal tocando a minha. ― Três noites? ― Perguntei baixinho, questionando-me o que poderia acontecer durante esse período de tempo. Tanto quanto eu podia saber, ele parecia ser honesto comigo. Disse que não me machucaria, e não o fez, mas isso não mudava a realidade do que aconteceria em três noites. ― Daqui a três noites ― ele assentiu. Inclinou-se sobre mim, sua respiração quente rolando em ondas sobre a minha orelha enquanto seus dedos passavam suavemente sobre meu queixo. ― E na terceira noite, quando você estiver realmente pronta, eu prometo que você tremerá sob o meu toque. Prometo que você se sentirá em êxtase como nunca imaginou. Juro que chamará meu nome quando eu estiver em cima de você, preenchendo-a repetidamente até que você simplesmente não consiga imaginar um prazer maior.

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Meus olhos se arregalaram e meu coração lentamente se acalmava em meu peito enquanto tentava processar o significado de suas palavras. Meu medo ainda estava lá, e eu não podia negá-lo, mas parecia estar acompanhado por algo completamente diferente, e não era um sentimento que eu pudesse nomear. E foi assim que planejamos consumar o nosso casamento.

~ Termina aqui o livro um ~

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ALEXANDRA NÃO TERÁ QUE ESPERAR MUITO TEMPO PARA INICIAR SUA PROMETIDA NOITE DE NÚPCIAS, MAS VOCÊ TERÁ QUE ESPERAR O PRÓXIMO LIVRO:

Unexpected

CIRCUMSTANCES 02

THE SEDUCTION Enquanto Alexandra tenta se adaptar à sua nova vida, descobre que a traição está dentro das muralhas do castelo. Quando as nobres conspiram contra ela, Alexandra acaba recebendo a ira de Branford. Ganhar a confiança de seu cauteloso marido não será tarefa fácil para a jovem serva. Branford pode compreender o caminho nupcial, mas se sente despreparado para conciliar os deveres de príncipe e marido. Seus passos em falso provocam a ira da rainha e ele terá que fazer tudo ao seu alcance para expiar seus pecados. Branford deverá encontrar uma maneira de abrir seu coração para sua esposa, para ambos terem a chance de superar a traição que vem pela frente.

AGUARDE...

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