Anais do XX Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do V Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 22 e 23 de setembro de 2015
A QUESTÃO URBANA DO PONTAL DO PARANAPANEMA NO CONTEXTO DO MERCOSUL: O CASO DA HIDROVIA TIETÊPARANÁ EM PRESIDENTE EPITÁCIO Priscilla Franco Guadaguini
Luiz Augusto Maia Costa
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo CEATEC – PUC Campinas priscilla.fg@puccamp.edu.br
Cultura Urbanística na Tradição Clássica História do Pensamento Urbano luiz.augusto@puc-campinas.edu.br
Resumo: Perante a lógica capitalista de mercado na qual a atual sociedade brasileira convive, alimentase, cada vez com mais intensidade, o discurso do domínio do tempo e do espaço em função do lucro. Neste sentido, a infraestrutura dos meios de transportes desempenha uma função estratégica na conquista de novos mercados e também, em parte, no desenvolvimento regional. Propulsora do progresso, as ferrovias desempenharam um papel de suma importância no cenário histórico paulista, desbravou frentes pioneiras e fundou cidades, graças à economia do café. Assim, o estabelecimento de novos processos de organização do território se deu a partir de uma urbanização dispersa que, por sua vez, foi capaz de criar, longe da capital, uma nova história e uma nova complexidade espacial, datada de bases de um típico modo de vida. Base esta que está na essência do significado do que realmente venha a ser cidade: uma conotação política e econômica. Cabe a esta discussão, portando, a questão do urbano e da cidade dentro do contexto do que representa o Pontal do Paranapanema para o estado de São Paulo, já que uma das cidades que compõe este complexo regional mostra-se estratégica para a propulsão do desenvolvimento e integração, não apenas regional, mas do país como um todo. À medida que o porto em Presidente Epitácio ganha visibilidade e investimento na ótica capitalista, assume-se uma nova realidade econômica e, porque não, tecnológica para o estado, capaz de fortalecer os laços deste bloco econômico a partir de uma, simples, infraestrutura de transportes: a hidrovia (do MERCOSUL). Palavras-chave: Dialéticas espaciais, intermodalidade de transportes, integração regional. Área do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas – Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo – CNPq. 1. INTRODUÇÃO Com base nas já estabelecidas questões urbanas, a discussão de novos modelos urbanísticos não deve
buscar pela simples abreviação da realidade complexa do mundo, mas, pelo contrário, devem oferecer respostas originais e multifuncionais que, por sua vez, sejam capazes de revolucionar seus meios. Assumir, portanto, esta complexidade é o que enriquece o meio urbano: a partir do momento em que se compreende uma evolução, a partir de um processo histórico marcado e determinado por uma série de variantes e condicionantes, que foram sendo escritas e reescritas paulatinamente com o passar do tempo, é possível contar a imagem de um determinado tempo. Esta imagem desempenha direto, senão total, reflexo nas magnitudes ideológicas do presente, ou seja, a leitura da paisagem urbana que se faz hoje não passa de um montante histórico e temporal. Por isso é dada à importância dessa introdução uma breve, porém, necessária reverência ao estudo histórico: assumir a maneira de como as relações com a história interfere no modo de organização do pensamento nas diferentes esferas do conhecimento da sociedade de hoje, da economia à política. Tempo e complexidade não tratam de fatores antagônicos, mas de uma relação de fatos complementares, principalmente quando dizem respeito ao cenário urbano. As concepções urbanísticas devem aceitar e incorporar as particularidades que a sociedade apresenta para que, deste modo, possa haver um crescimento em conjunto do social com o material. Em suma, os espaços respondem e incorporam a heterogeneidade do mundo e sua leitura histórica é capaz de revelar uma rica complexidade de detalhes. A questão da heterogeneidade, por sua vez, necessita de uma análise um pouco mais complexa, fazendo jus a sua essência. Aplicando o assunto no âmbito nacional, a heterogeneidade estrutural presente no Brasil é fruto do seu processo de colonização, marca de sua formação histórica. O modo com que se deu a transição de uma economia agrária para outra industrializada é margem para a identificação de um desenvolvimento urbano. Se esta se deu de forma abrupta, caracteriza muitos aspectos da urbanização