& ARQUITETURA AÇO
ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 18 junho de 2009
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Envelope
SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING
A Flasan acaba de trazer para o Brasil o mais moderno conceito mundial para o sistema Light Steel Framing. Esta nova geração de construção a seco integra perfeitamente as etapas de projeto, detalhamento, cálculo estrutural, produção de perfis e montagem. O sistema utiliza perfis com encaixes pré-elaborados além de rebaixos para parafusos, resultando em painéis, treliças, tesouras e demais elementos com muito mais precisão e qualidade. Entre em contato com a FLASAN para conhecer todas as vantagens.
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Liberdade de expressão
"ENVELOPE" É O ENVOLTÓRIO do edifício, a pele que abriga e separa o interior do exterior. Neste caso, o uso do aço permite a continuidade entre cobertura e fachada e é uma das boas inovações que os revestimentos metálicos trouxeram para a arquitetura. Esta é uma solução que proporciona mais arrojo e criatividade aos projetos, pois propicia a eliminação de arestas e ângulos retos. Isso possibilita abandonar os formatos convencionais e apostar em uma grande liberdade de formas, permitindo que o "envelope", além de envolver e proteger contra intempéries climáticas, sirva também para destacar o edifício no ambiente em que está inserido. Nesta edição, Arquitetura&Aço traz alguns bons exemplos de "envelopes" de aço encontrados no Brasil. Em Guarulhos, a fábrica da Valeo aproveita ao máximo a experimentação que a solução permite. Com formas curvas e volumetria inusitada, o projeto foge do "caixotão" habitual em edifícios fabris. Os prédios da Vivo em São Paulo e no Rio de Janeiro também são bons exemplos dessa tendência – as chapas de aço inox que os envolvem protegem e criam um belo caleidoscópio urbano. No interior de São Paulo, o Paulínia Rodoviária Shopping apóia-se no farto uso do aço para transformar antigos galpões fabris em um moderno complexo de compras e serviços. No complexo de hangares da TAM, em Jundiaí, as telhas em aço dão mais movimento à fachada. Já em uma escola de ensino fundamental, em Campinas, o envoltório em aço ajuda a criar um edifício que não destoa na heterogênea paisagem urbana local. Uma reportagem especial, que inclui projetos em diferentes estados do Brasil, mostra as vantagens que as chapas de aço podem ter na composição das fachadas – desde agilizar a obra até o menor gasto de energia. E, por fim, na seção Memória, a revista recupera a história da Estação Bananal, no interior de São Paulo. Inaugurada em 1889, totalmente industrializada e importada da Bélgica, ela é um destaque na história da arquitetura metálica brasileira.
Marcelo Scandaroli
Boa leitura!
ARQUITETURA&AÇO
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Nelson Kon
Arquitetura & Aรงo nยบ 18 junho 2009
sumรกrio Foto de capa: fechamento curvo da fรกbrica da Valeo, em Guarulhos
04.
08.
10.
14.
18.
20.
22.
28.
ENDEREÇOS
04.
Em Campinas,
fechamentos em aço de uma escola pública favorecem estilo arquitetônico próprio.
31
08.
Paulínia Rodoviária Shopping constrói complexo de compras e serviços aproveitando estruturas metálicas da década de 1970.
10. Envolvidos em aço inox, prédios da Vivo em SP e no RJ colorem e modificam a paisagem
14. Na fábrica da Valeo, em Guarulhos, fechamento em aço permite fugir do tradicional "caixotão" e apostar em volumetria curva. 18. Envelope em aço reforça identidade do complexo de hangares da TAM, em Jundiaí. 20. Estação Bananal, no interior de SP, é um dos marcos da arquitetura metálica no Brasil. 22. Em obras de grande porte, fachadas de aço conferem agilidade e versatilidade a projetos em diferentes cidades 28. Prédio-sede da Brasilata, em São Paulo, reflete importância que a empresa atribui ao aço.
urbana.
Neutralidade e introspecção FECHAMENTOS
EM AÇO VIABILIZAM A CRIAÇÃO DE LINGUAGEM ARQUITETÔNICA MINIMALISTA PARA ESCOLA
PÚBLICA EM CAMPINAS
Fotos Nelson Kon
As telhas de aço que compõem o fechamento da escola configuram um volume único e aparentemente fechado, criado em função de um partido arquitetônico que buscava a introspecção e neutralidade
ARQUITETURA&AÇO
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O projeto privilegia a luz e a ventilação naturais por meio das vedações de aço, fixadas numa subestrutura metálica
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À PRIMEIRA VISTA, a Escola de Ensino Fundamental da Fundação
O Edificio dispõe de estrutura mista,
para o Desenvolvimento da Educação (FDE), de Campinas (SP),
sendo a estrutura pré-fabricada em con-
poderia ser descrita como uma construção fechada e compacta.
creto – no caso, os pilares, vigas e lajes
O partido arquitetônico “introspectivo”, criado pelos arquitetos
– e os demais elementos fabricados em
Vinicius de Andrade e Marcelo Morettin, faz de um envoltório
aço em função da leveza e da capaci-
industrializado – composto por telhas de aço galvanizado e vene-
dade de vencer grandes vãos, como o
zianas de PVC – um abrigo para espaços fluidos e integrados. A
da cobertura. O aço está presente em
aparente solidez transmitida pelo envelope do edifício se desfaz,
elementos importantes da obra, como
principalmente, no interior da edificação, onde a permeabilidade
nos fechamentos, cobertura, escadas,
visual é percebida com intensidade.
passarelas, caixilhos e elevador.
O fechamento da escola é composto por telhas de aço pré-pintado
A estrutura da cobertura é composta
e de seção trapezoidal, com 0,65 mm de espessura, e por venezianas
por treliças em aço com 1,50 m de altu-
de PVC rígido, que permitem a entrada de luz e ventilação naturais
ra, dispostas a cada 7,20 m, que vencem
ao edifício. Ambos os componentes de vedação estão fixados numa
um vão de 21,60 m. Para garantir um
subestrutura composta por perfis "U" de aço (de 60 mm x 120 mm),
bom isolamento térmico da construção,
dispostos verticalmente a cada 1,80 m.
foram utilizadas telhas de aço pré-pin-
ARQUITETURA&AÇO
Fotos Nelson Kon
Fechamento em telhas pré-pintadas de aço assegura o bom isolamento térmico da escola. Por sua leveza e capacidade de vencer grandes vãos, o aço foi o material escolhido para compor outros elementos da escola, como estrutura da cobertura, escadas e passarelas
tadas do tipo sanduíche, com miolo de
rarquias, queríamos um edifício introspectivo, que atuasse como
poliuretano expandido com 30 mm de
‘território neutro’ para acolher a comunidade local. Daí surgiu a
espessura. Os autores do projeto expli-
ideia de criar uma grande envoltória que configurasse um volume
cam que foi feita uma análise dos pos-
único”, finaliza a dupla. (V.F.) M
síveis elementos de fechamento e a escolha de telhas de aço e venezianas
> Projeto
arquitetônico: Vinicius Andrade e Marcelo Morettin (Andrade Morettin Arquitetos Associados)
> Projeto
> Colaboradores:
> Fornecimento
> Área
> Fornecimento
de PVC foi feita em função do desempenho técnico e da adequação dos custos destes componentes em relação aos
Thiago Natal Duarte, Renata Azevedo e Marina Mermelstein
tradicionalmente adotados pela FDE. O maior desafio do projeto foi criar um conceito arquitetônico apropriado para o contexto da obra, implantada na periferia de Campinas. “Além de referência e marco urbano para uma paisagem tão heterogênea e sem hie-
>
construída: 3.660 m²
Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão e aço ASTM A572 (estrutura), aço pré-pintado (fechamento lateral e cobertura)
estrutural: Kurkdjian Fruchtengarten Engenheiros Associados e Haddad & Cunha Engenharia de Projeto das telhas pré-pintadas e telhas sanduíche: Perfilor da estrutura metálica: Duaço
> Execução >
da obra: Duaço
Local: Campinas, SP
> Data
do projeto: 2003
> Conclusão
da obra: 2004
ARQUITETURA&AÇO
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(re)Construção em aço NO INTERIOR DE SÃO PAULO, ANTIGOS GALPÕES FABRIS SÃO REABILITADOS E TRANSFORMADOS NO PAULÍNIA RODOVIÁRIA SHOPPING. LEVES E ISOTÉRMICAS, FACHADA E COBERTURA EM AÇO COLABORARAM PARA O APROVEITAMENTO DAS ESTRUTURAS EXISTENTES
REVITALIZAR A REGIÃO CENTRAL de Paulínia (SP) com a construção
estruturas e as adaptou aos novos usos,
de uma rodoviária, um shopping center e outros estabelecimentos
e propôs novas edificações. “Nosso
comerciais, aproveitando antigos edifícios industriais desativados.
maior desafio foi dimensionar a carga
Era esta a missão do escritório Primi & Appoloni Arquitetos ao
admissível na estrutura existente, que
iniciar o projeto do Paulínia Rodoviária Shopping. O complexo,
receberia um novo prédio com uso
composto por cinco grandes edifícios, devia preservar ao máxi-
completamente diferente, que previa
mo as estruturas metálicas originais das antigas unidades fabris,
inclusive a construção de mezaninos”,
construídas nos anos 1970 pela Chicago Bridge.
afirma o arquiteto Laudenir Appoloni,
Partindo deste princípio, o escritório incorporou todas as antigas
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ARQUITETURA&AÇO
autor do projeto.
Fotos Divulgação
Na página ao lado, a entrada do shopping center. Envoltório em aço facilitou o aproveitamento de antigas estruturas existentes no local. Nesta página, no sentido horário: imagem da frente do edifício do supermercado, da construção do shopping e da fachada. Obra consumiu 371 toneladas de aço
Após uma avaliação sobre qual tipo de carga tais estruturas poderiam suportar, optou-se pelo revestimento com painéis termoisolantes em aço nos quatro principais edifícios – dentre os
> Projeto
arquitetônico: Laudenir Appoloni (Primi & Appoloni Arquitetura)
quais o shopping e o supermercado – pois são soluções feitas de
> Área
materiais leves e isotérmicos, que não implicam grandes impactos
> Aço
sobre as estruturas antigas. Para a fixação dos painéis termoisolantes, foi executada uma malha modular em perfis “U” sobre a estrutura metálica existente, destinada à fixação dos painéis de aço. Com núcleo em EPS, os painéis em aço pré-pintado diminuíram a carga térmica do sistema de ar-condicionado. “Vários fatores nos levaram a optar pelos painéis de aço: rapidez na execução, alívio do sistema de ar-condicionado, baixo peso por metro linear, compatível com a carga admissível na estrutura, e o bom resultado estético”, afirma Appoloni. A utilização do revestimento em painéis de aço, no entanto, não se restringiu às fachadas – os edifícios também têm a cobertura feita nesse material. O aço, aliás, foi um material onipresente no projeto. Além das estruturas de sustentação dos edifícios, o complexo tem passarelas de acesso e guaritas de controle em perfil tubular, no mesmo conceito das edificações principais. Ao todo, foram utilizadas 371 toneladas de aço, entre perfis e revestimentos. (J.G.) M
construída: 25.593,08 m²
empregado: ASTM A36 (estrutura) e aço pré-pintado (cobertura e fachada)
> Projeto
estrutural: Irineu Felippe (shopping, rodoviária, foyer e cúpula central); SoluTec Engenharia de Estruturas (passarela, pórtico de acesso, marquise do supermercado), Daniel Kosivoski
> Fabricação
e montagem da estrutura metálica: Jocar Estruturas Metálicas e Símbolo Engenharia
> Fornecimento
do revestimento metálico (cobertura e fachada): Danica
> Execução > Local: > Data
da obra: Queiroz Galvão
Paulínia, SP
do projeto: 2003
> Conclusão
da obra: 2005
ARQUITETURA&AÇO
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10 ARQUITETURA&AÇO
Divulgação Edo Rocha
ArcelorMittal Inox Brasil
Caleidoscópio urbano COMPOSIÇÃO
DE CHAPAS DE AÇO INOX ENVOLVENDO A FACHADA DE EDIFÍCIOS DA
VIVO
NAS CAPITAIS
PAULISTA E FLUMINENSE CRIA INUSITADOS VISUAIS AOS PASSANTES AO LONGO DO DIA
VIVA E DINÂMICA – afinal, tais adje-
trução civil, ele contou com a versatilidade do aço inox polido. A par-
tivos cabem à arquitetura? Edo Rocha
tir desse material, Rocha pôde concretizar a ideia de criar um grande
prova que sim ao elaborar a sede corpo-
caleidoscópio urbano, ou seja, um prédio “vivo”, que acompanhasse
rativa de uma grande empresa de tele-
os movimentos do dia e do espectador e explicitasse as premissas
fonia celular, na cidade de São Paulo,
de modernidade, qualidade e alta tecnologia da empresa.
em um projeto que posteriormente foi
Assim, a fachada foi elaborada com painéis de aço inox planos
replicado no Rio de Janeiro. Para trans-
e curvos fixados à alvenaria com diferentes inclinações para que,
por tais conceitos à realidade da cons-
com a variação da incidência de luz ao longo das horas do dia e da
Para transmitir conceitos de modernidade, tecnologia e flexibilidade, as fachadas dos edifícios-sede da empresa de telefonia celular Vivo em São Paulo (foto ao lado) e no Rio de Janeiro (foto acima) foram revestidas com aço inox polido – material que permitiu não apenas uma plasticidade inovadora como também um inusitado jogo óptico de reflexão luminosa. As diferenças essenciais entre as duas obras são as dimensões (36.000 m² de área construída em São Paulo e 14.500 m², no Rio) e o tipo de aço – na capital carioca, utilizou-se uma especificação de aço inox mais resistente às intempéries litorâneas
ARQUITETURA&AÇO
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noite, criasse justamente o efeito pretendido de um caleidoscópio gigante. Outro detalhe interessante para alcançar tal resultado é que houve uma combinação de inox fosco e plano nas faixas horizontais e chapas curvas e polidas nas verticais. O cuidado com este mosaico metálico de 7 mil m2 na fachada, que consumiu 100 toneladas de aço inox, vai muito além da estética e do conceitual: se reflete também na praticidade. Um exemplo é a questão da manutenção das chapas de aço, que foi projetada de modo que as microrranhuras naturais dessa estrutura ficassem na posição vertical para que a água da chuva escorresse livremente levando junto a poeira. ArcelorMittal Inox Brasil
Uma torre de 105 m de altura, que dá suporte a equipamentos de telefonia celular, aumenta o impacto visual do edifício, reforçado com a utilização do aço. Seus 40 m iniciais foram feitos de concreto e revestidos com aço Mosaico em aço aumenta o impacto visual e a praticidade do edifício. A colocação das chapas foi planejada de modo que as microrranhuras naturais dessa estrutura ficassem na posição vertical, para permitir que a água da chuva escoasse facilmente, levando a poeira junto
inoxidável. Já os 65 m restantes, foram executados com aço COR pintado, formando anéis que simbolizam as ondas da telefonia celular.
> Projeto
arquitetônico: Edo Rocha – Espaços Corporativos
> Colaboradores:
Caciporé Torres, Cristiane Amaral, Daniela de Oliveira, Graziela Arruda, Helena Machado, Lilian Kawaguti, Marcio Bariane, Mário Gouveia V. Jr., Paula Di Núbila, Priscila Rocha Vieira, Sandra Carreiro, Valéria Vecchi, Vinícius Lacerda
>
Área construída: 36.131,26 m²
> Aço
utilizado: aços inoxidáveis AISI 304, 316 e 344
> Fornecedores:
ArcelorMittal Inox Brasil (aço inox), Algrad
12 ARQUITETURA&AÇO
(detalhamento da fachada de aço inox), Qualitinox (execução e instalação dos painéis de aço inox) > Projeto
estrutural: Vendramim Engenharia
> Projeto
de estrutura metálica: Kelly Pitelko
> Execução
da obra: Construtora WTorre S.A. e CME Brasil
> Local:
São Paulo, SP, e Rio de Janeiro, RJ
> Data
do projeto: 2001 (São Paulo) e 2005 (Rio de Janeiro)
> Conclusão
da obra: 2003 (São Paulo) e 2006 (Rio de Janeiro)
Com mais de 36 mil m2 de área construída, o edifício com seis pavimentos, heliponto e subsolo, é dividido em dois blocos que se interligam pela caixa dos elevadores. O projeto empregou o sistema tilt-up, sistema construtivo de pré-moldados in loco, em que o piso de concreto é executado no início da obra para servir de base às paredes moldadas, içadas e estruturadas por meio de lajes ou estruturas em aço. Este método permitiu a execução da obra em 14 meses, mas em contrapartida, não ofereceu muita liberdade
Divulgação Edo Rocha
A sede corporativa da Vivo está em uma das regiões mais valorizadas do novo centro empresarial paulistano, na esquina das avenidas Roque Petroni Júnior e Chucri Zaidan. A torre externa, além de agregar a função de substituir 50 antenas de transmissão, surge como um novo marco escultural urbano
de desenho ao projetista. Mas graças
também composta de dois blocos unidos pela caixa de elevado-
à versatilidade do aço e, claro, à cria-
res, se utilizou do mesmo conceito de fachada. Mas, neste caso,
tividade de Edo Rocha, o prédio da
a fachada de 6 mil m2 demandou 70 toneladas de aço. Além das
Vivo fugiu dos padrões impostos pelo
dimensões reduzidas, o diferencial dessa obra fica por conta do
sistema construtivo e se tornou mais
tipo de aço utilizado. Em São Paulo, foi usado o aço inox 304 (para
um ícone arquitetônico na metrópole.
as placas lisas e curvas) e no Rio, o inox 344 e 316 (escovado plano) e
Prova disso, é que passados dois anos, a
316 (aço curvo polido). Isto porque, apesar de ser um material inoxi-
empresa de telefonia aprovou projeto
dável, os aços 344 e 316, por possuírem molibdênio na sua composi-
semelhante para sua sede carioca.
ção, são ainda mais resistentes à corrosão por cloretos e, portanto,
Este edifício, também assinado por
mais indicados às áreas litorâneas. À parte esta pequena diferença
Edo Rocha, seguiu exatamente a pro-
técnica, os dois projetos são um exemplo de como o uso do aço na
gramação espacial e arquitetônica da
arquitetura pode não apenas determinar a rapidez e a precisão
sede paulistana, mas em escala redu-
dos projetos, mas promover e reiterar a identidade das empresas
zida. A obra de 14.500 m2 de área útil,
contratantes. (I.G.) M ARQUITETURA&AÇO
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Curvas
para inovar
ESTRUTURA E FECHAMENTOS EM AÇO FAVORECEM O ABANDONO DO CLÁSSICO CAIXOTE FABRIL E CRIAM VOLUMETRIA INUSITADA NA FÁBRICA DA
14 ARQUITETURA&AÇO
VALEO,
EM
GUARULHOS
Uso de telhas zipadas unificou cobertura e fachada e viabilizou o envoltório curvo do edifício industrial, além de facilitar o escoamento da água da chuva
“CONSTRUIR UM PARQUE FABRIL DE LARGA EXTENSÃO, com forte expressão formal, sem abdicar de um sistema estrutural racionalizado.” Para a arquiteta Anna Dietzsch, sócia-diretora do escritório nova-iorquino DBB Aedas no Brasil, este era um dos principais desafios do projeto arquitetônico da nova fábrica da Valeo. Situado às margens da rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos (SP), o edifício industrial se destaca pela volumetria curva inusitada. O fechamento de telhas de aço, com revestimento alumínio-zinco, viabilizou o envoltório curvo da construção, caracterizado pela continuidade entre cobertura e fachada. Segundo a arquiteta, a topografia acidentada contribuiu para a forma “anticonvencional” da edificação, implantada em dois grandes platôs de maneira a minimizar as operações de corte e aterro. “A solução adotada foi a de ‘fatiar’ o tradicional caixote fabril, manipulando-o formalmente com curvas, de forma a facilitar o assentamento no terreno”, diz Dietzsch. Ela acrescenta que o partido estrutural adotado minimizou ainda mais a necessidade de movimentações de terra. A estrutura é formada por colunas mistas de aço de 80 cm de diâmetro, preenchidas com concreto, que suportam vigas metálicas de diferentes alturas. Além de facilitar a implantação, o sistema estrutural viabilizou a criação de vãos generosos (27 m x 30 m) que favorecem a flexibilidade dos espaços fabris. “Esta era uma das principais necessidades da Valeo, já que a fábrica está sujeita a rearranjos da linha e processos construtivos conforme a demanda”, afirma a arquiteta. A fábrica é composta por um único edifício, segmentado em volumes de alturas e dimensões variadas. O envelope é composto por telhas de aço com revestimento 55% Al-Zn, natural de aspecto Nelson Kon
fosco, perfiladas na própria obra, cuja espessura varia em função da aplicação (0,65 mm para a cobertura e 0,95 mm para as laterais). Com 405 mm de largura e 110 m de comprimento, as telhas trapezoidais, do tipo sanduíche, estão fixadas numa estrutura composta
ARQUITETURA&AÇO
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Nelson Kon
por perfis de aço galvanizado, por meio de parafusos autobrocantes e clipes. “Além de rapidez na obra, exigida pela Valeo, este sistema metálico de vedação garante um nível de estanqueidade elevado”, afirma a arquiteta Anna Dietzsch. Para a arquiteta, o emprego de perfis e elementos construtivos em aço leve na fábrica foi fundamental para atender às exigências de qualidade estipuladas pela multinacional francesa, num custo compatível com o mercado brasileiro. Transparência, fluidez e flexibilidade espaciais devem caracterizar os edifícios da Valeo, sempre projetados para causar impacto visual. “Neste caso, a arquitetura inovadora e bem feita faz com que o próprio prédio funcione como outdoor da empresa”, conclui a arquiteta. (V.F.) M A estrutura da fábrica é composta por colunas mistas de aço de 80 cm de diâmetro, preenchidas com concreto, que suportam vigas metálicas de diferentes alturas. Este sistema estrutural viabilizou a criação de vãos generosos (27 m x 30 m) que favorecem a flexibilidade dos espaços fabris
> Projeto
arquitetônico: Davis Brody Bond Aedas (DBBA) e GCP
> Colaboradores:
Steven Davis, Anna Dietzsch, Maria Augusta Bueno, Naji Moujaes, Domenico Lio, Tobias Armborst (DBBA), Sergio Coelho, Alessandra Araujo, Maurício Reverendo, Adriana Oliveira, Daniel Mariano, Dante Honda, Faride Elia, Stella
Tomiyoshi, Veridiana Magalhães, Izabella M.da Cruz, Agnaldo Amaral e Renata Bernardino (GCP) > Área
construída: 19.200 m²
> Aço
empregado: ASTM A36 e ASTM A572 (estrutura); aço galvanizado com revestimento 55% Al-Zn (cobertura e fechamento)
> Projeto
estrutural: eng. Wilson Kikuti (Ponto de Apoio)
> Fornecimento
da estrutura metálica: Projecta
> Fornecimento
do revestimento metálico: Bemo (cobertura) e Panisol (fechamento)
> Execução > Local: > Data
da obra: CSS
Guarulhos, SP
do projeto: 2004
> Conclusão
da obra: 2006
Corte lateral 16 ARQUITETURA&AÇO
Inove na arquitetura, decoração e comunicação visual. CSN Steelcolors: a mais moderna tecnologia em aços pré-pintados.
Arquitetura (Projetos Pequeno/Médio Porte) • fachadas • revestimento de vigas, colunas e pilares • recobrimento de estruturas metálicas e espaciais • composição com fachadas em vidro e caixilhos entre vãos Comunicação Visual / Imagem Corporativa • frentes e interiores de lojas • testeiras e marquises • totens e luminosos • displays de ponto-de-venda • sinalização arquitetônica, de segurança e de tráfego Decoração • revestimento de paredes, colunas e forros • portas, divisórias e balcões • móveis e acessórios
O CSN Steelcolors é fornecido através da rede de Distribuidores da CSN, no formato de chapa de 1200x3000mm e na espessura de 0,65mm. Fabricado no excepcional processo de pintura Coil-Coating à base de resina Poliéster e com o substrato em Galvalume, que garante qualidade e dupla proteção contra corrosão.
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Plasticidade e versatilidade TELHAS EM AÇO ZINCADO DÃO MOVIMENTO E DINAMISMO ÀS FACHADAS DOS HANGARES DA TAM EM JUNDIAÍ
NO ENTORNO DA RODOVIA Marechal Rondon, em Jundiaí, os arquitetos Renato e Lilian Dal Pian projetaram um megacomplexo composto por três hangares que abrigam os aviões Cessna comercializados pela TAM Linhas Aéreas. Dentre as dificuldades enfrentadas estava o curto prazo para projetar e construir o complexo. De acordo com Renato Dal Pian, a agilidade exigida para a execução da obra levou à escolha da estrutura de aço e do sistema construtivo tilt-up, nas paredes de concreto. “O travamento destas paredes se faz pela estrutura em aço que suporta a cobertura”, diz o arquiteto. Estes sistemas construtivos foram escolhidos devido à rapidez na montagem, facilidade de limpeza no canteiro e a capacidade do aço de vencer grandes vãos. “Além disso, o revestimento externo em telhas de aço galvanizado, permeadas pela transparência das aberturas em vidro antirruído, enfatiza a horizontalidade do conjunto e reforça a identidade do edifício com as atividades contidas”, destaca Renato. Os trechos de concreto que receberam os vidros e caixilhos foram pintados de vermelho e iluminados internamente para garantir maior destaque à noite.
As telhas galvanizadas tipo multidobra permitiram eliminar os ângulos retos, dando maior flexibilidade e movimento ao fechamento, além de conferir um efeito de continuidade ao projeto arquitetônico entre cobertura e revestimento
18 ARQUITETURA&AÇO
Dal Pian Arquitetos
Acima, a guarita da fábrica também utiliza telhas galvanizadas e, à direita, o acesso principal ao conjunto de edificações, que ocorre pelo prédio administrativo, identificado pela transparência e pela marquise em aço instalada na altura da laje entre os dois pavimentos,cada um com cerca de 6 m de pé-direito
O envelope em aço do megacom-
mente identificável pela transparência desse trecho da fachada,
plexo utiliza telha galvanizada, tanto
também marcado pela marquise em aço instalada na altura da laje
na cobertura como no revestimento
entre os dois pavimentos, cada um com cerca de 6 m de pé-direito.
externo dos painéis tilt-up. As telhas de
No térreo foram dispostas todas as áreas de apoio e manutenção
aço utilizadas na fachada e na cobertu-
dos aviões, como docas, salas de elétrica e tapeçaria, áreas de apoio
ra são zincadas por imersão a quente e
de hidráulica, suprimentos, balanceamento e reparos e espaços
coloridas em processos de pré-pintura
para reuniões. O térreo possui, também, salas extras para futuras
em linha contínua, sistema conhecido
ampliações e uma grande área central aberta para circulação e des-
como coil-coating, dando maior plas-
canso de funcionários, com jardins e espelho d’água. E, por fim, as
ticidade e versatilidade ao projeto. É
portas das garagens dos aviões, com cerca de 30 m de vão, empre-
possível compor curvas em coberturas
gam um sistema de recolhimento das folhas em aço que permite
ou fachadas, criando movimento, dina-
total abertura sem ocupar muito espaço interno. (D.P.) M
mismo e linhas orgânicas. Padrão para o revestimento de chapas de aço em todo o mundo, a pré-pintura, ou coil-coating, usa resinas extremamente flexíveis de forma que o aço pré-pintado seja conformado sem que ocorram trincas. Além disso, mantém a tonalidade da cor uniforme por toda a extensão da superfície e assegura grande resistência à corrosão e ao ataque de raios UV.
Fotos Marcelo Scandaroli
O acesso principal ao conjunto se
> Projeto
arquitetônico: Renato e Lilian Dal Pian (Dal Pian Arquitetos Associados)
> Projeto
> Colaboradores:
>
Fornecimento da estrutura metálica: Medabil
>
Fornecimento do revestimento metálico da fachada: Perfilor
Pablo Chakur, Cristina Pereira, Paula Di Nubila e Filomena Piscoletta
> Área
construída: 18.938,66 m² (1ª fase) e 8.628 m² (2ª fase)
> Aço
empregado: perfis soldados e dobrados em aço ASTM A 242 e ASTM A 606; aço galvanizado pré-pintado (fechamento)
estrutural: Vendramini Engenharia (concreto e metálica)
> Execução > Local: > Data
da obra: WTorre S.A.
Jundiaí, SP
do projeto: 2003
> Conclusão
da obra: 2004
dá pelo prédio administrativo e é facil-
ARQUITETURA&AÇO
19
História resgatada CONSTRUÍDA
NO SÉCULO
XIX,
METÁLICA NO
PAÍS. POR
MUITO TEMPO FECHADO E SEM MANUTENÇÃO , O PRÉDIO FOI TOTALMENTE
RESTAURADO PELO ESCRITÓRIO
A
ESTAÇÃO BANANAL
É UM MARCO IMPORTANTE DA CONSTRUÇÃO
KRUCHIN ARQUITETURA
NOS ANOS
1980
A ESTAÇÃO BANANAL, localizada na fronteira dos estados do Rio e de São Paulo, é um símbolo da época áurea do café. Inaugurado em 1889 e construíFotos Kruchin Arquitetura
do inteiramente em placas e perfis em ferro fundido, o prédio era um enorme avanço técnico em termos de pré-fabricação da construção e destoava das casas com paredes de taipa ou adobe que predominavam na época. A Estação surgiu para facilitar o escoamento do café cultivado no alto do Vale do Paraíba – Bananal era o segundo 20 ARQUITETURA&AÇO
No alto da página, a Estação Bananal antes de ser restaurada. Iniciado em 1985, o trabalho de restauração incluiu a desmontagem e restauração dos diferentes componentes da edificação, com a recuperação da maioria das placas e perfis em ferro fundido deteriorados
memória maior produtor da província de São
deterioração, desde corrosão superficial à corrosão profunda.
Paulo e abrigava grande parte dos
Em um processo que durou mais de dois anos, o arquiteto
fazendeiros prósperos da região. O edi-
Samuel Kruchin e sua equipe, com o apoio de estudos realizados
fício foi todo importado da Bélgica e
pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), levaram a termo o
executado no sistema danly, um sis-
desafio de devolver a Bananal uma de suas principais construções
tema construtivo integralmente pré-
históricas. O escritório recuperou totalmente a Estação, em um
fabricado, desenvolvido pela Forges
processo que, para a preservação do sistema construtivo, envolveu
D’Aiseau. Especialmente fabricado
a desmontagem, o restauro de suas peças e sua remontagem. Hoje,
para regiões de clima mais quente, o
plenamente restaurado, o prédio da Estação Bananal aguarda defi-
sistema atendia a programas diversi-
nição para seu uso. (J.G.) M M
ficados e teve sucesso ao ser exportado para países tropicais. No estado do Pará e no Chile há outras obras no sistema danly, contemporâneas da Estação Bananal, que ainda estão em uso. O projeto da Estação é engenhoso e, por meio de paredes duplas e de perfis vazados nas partes inferior e superior das paredes, confere ao edifício um sistema natural de ventilação permanente. Dividido em dois pavimentos, o edifício da Estação Bananal tem paredes autoportantes, em que as placas de ferro estampadas e enrijecidas, liga-
Construída em 1889, a Estação Bananal, prédio no sistema construtivo danly, foi toda importada da Bélgica
das aos perfis por parafusos, formam um conjunto estrutural de tal forma que não há pilares propriamente ditos. Após o declínio da economia cafeeira e acompanhando o enfraquecimento econômico da região, a Estação acabou por ser desativada na década de 1960. O prédio destinado a diversos usos – a agência dos Correios da cidade chegou a funcionar ali, mas acabou por ser abandonada. Após anos desocupado, o edifício sofreu intensa deterioração, até ser 1984, o escritório Kruchin Arquitetura foi incumbido de restaurar o prédio, encontrou os elementos construtivos de ferro em diversos estágios de
Fotos Paulo Lellis
tombado pelo Condephaat. Quando, em
ARQUITETURA&AÇO
21
Embalagem sob medida
Fotos Sidnei Palatnik
No deck parking do shopping Flamboyant, em Goiânia, fachadas em painéis de aço pré-fabricados com núcleo em EPS agilizaram a conclusão da obra
COM
FÁCIL E RÁPIDA INSTALAÇÃO , PAINÉIS E TELHAS DE AÇO AGILIZAM A CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
COMERCIAIS E INDUSTRIAIS DE GRANDE PORTE E CONFEREM ESTILO ESPECIAL AOS PROJETOS ARQUITETURA&AÇO
23
Divulgacão
No Condor Super Center Torres, em Curitiba, fachada revestida com painéis metálicos foge do estilo “caixotão” e permite melhor desempenho térmico
UTILIZADOS DESDE O INÍCIO da industrialização da construção,
difíceis de executar caso usássemos
ainda no final do século XIX, em sistemas construtivos exportados da
materiais mais pesados”, afirma Fiúza.
Europa para as colônias, os painéis de aço se sofisticaram e amplia-
Além disso, por serem isotérmicos, os
ram suas possibilidades de uso. São, hoje, uma ótima opção para os
painéis permitem economizar energia
vedos de edifícios comerciais ou industriais. Características como
e minimizar o uso de ar-condicionado,
resistência, leveza, boa durabilidade, fácil manutenção e versatilida-
em sintonia com os princípios ambien-
de fazem com que este tipo de solução seja cada vez mais utilizada.
talmente corretos.
Como bem demonstra a recém-inaugurada loja do Condor Super
Construída em apenas quatro
Center, na Avenida Comendador Franco – a “Avenida das Torres” –,
meses, a fábrica da MTE Thomson, em
em Curitiba (PR). Com formas geométricas diferenciadas e fachada
Jaguariúna (SP), também aproveita os
revestida em painéis de aço pré-pintado, a mais nova e moderna loja
benefícios que um revestimento em
da rede marca indelevelmente a esquina em que está localizada.
aço pode trazer. Composto por quatro
Sair do estilo “caixotão” e se diferenciar das propostas já apre-
áreas – produção, suporte, montagem
sentadas pela concorrência eram os objetivos do arquiteto Waldeny
final, administração e área para fun-
Fiúza, autor do projeto do Condor Torres. E para isso a escolha foram
cionários – o projeto tem acabamen-
os volumes geométricos. Utilizando-se de materiais como aço, vidro
tos e características adequados a cada
e plástico, Fiúza projetou volumes e planos inclinados em várias
uma delas. A área de produção rece-
direções e em uma única aresta que percorre todo o perímetro da
beu revestimento em aço, e as telhas
loja. Os painéis de aço com núcleo de poliuretano facilitaram sobre-
utilizadas no fechamento externo são
maneira a execução do projeto. “As formas inclinadas seriam muito
do tipo perfil multidobra ZAR 275, com
24 ARQUITETURA&AÇO
Fotos Dante Della Manna
Na fábrica da MTE Thomson em Jaguariúna, o revestimento metálico no galpão de produção assegura “sutileza e refinamento” ao projeto
espessura de 0,50 mm, e acabamen-
metálicas na estrutura de concreto, com vãos autoportantes. A
to pós-pintado. “Queríamos sutileza e
modulação foi estudada respeitando as características do partido
refinamento de solução no acabamen-
arquitetônico e do próprio painel. Neste projeto, optou-se pelos
to de todos os blocos”, diz o arquiteto
painéis de aço por seu bom desempenho térmico, qualidade indus-
Dante Della Manna, autor do projeto
trial, estanqueidade e durabilidade, além da facilidade de limpeza e
premiado em 2006 pela AsBEA.
rapidez na execução.
No
Convenções
Em Recife (PE), o edifício-garagem do shopping Paço Alfândega,
SulAmérica do Centro Empresarial
com seu fechamento de chapa de aço perfurada, se tornou um dos
RioCidadeNova, na capital fluminen-
novos marcos arquitetônicos da cidade. O edifício é divido em dois
se, o “envelopamento” em aço ajudou
blocos, com quatro pavimentos cada, que têm pé-direito de 2,3 m
a criar um edifício que se destaca na
e vão de 15,5 x 11,6 m. O arquiteto Paulo Mendes da Rocha, com a
paisagem e ostenta uma imponente
colaboração do escritório MMBB Arquitetos, criou um fechamento
fachada curvilínea. Na obra, o maior
metálico que contrasta de forma impactante com os prédios histó-
desafio foi adaptar as curvas do par-
ricos vizinhos. A fachada é feita com cortinas de chapas perfuradas
tido arquitetônico a uma modulação
de aço patinável, com 25% de vazios e com acabamento em pintura
e segmentação de peças planas. Para
branca. As cortinas metálicas criam um belo efeito “translúcido”,
tanto, o edifício foi envolvido em 5,2
permitindo a ventilação e a iluminação interna natural, numa ver-
mil m2 de chapas com núcleo isolante
são moderna dos antigos muxarabis orientais.
Centro
de
de poliestireno expandido (EPS). Estas
A adoção, no shopping Flamboyant, em Goiânia (GO), de um
foram fixadas na vertical, por colunas
sistema construtivo totalmente industrializado baseado em estruARQUITETURA&AÇO
25
26 ARQUITETURA&AÇO
Leonardo Finotti
Com capacidade para 6 mil pessoas, o Centro de Convenções SulAmérica (acima) tem fachada curvilínea feita de painéis em aço com núcleo em EPS. Abaixo, fachada metálica transformou o edifício-garagem do shopping Paço Alfândega, no Recife, em um dos marcos arquitetônicos da cidade, e promove belo contraste entre o moderno e o antigo
tura de aço, permitiu que a construção
Condor Super Center
de uma nova área do estacionamento
> Projeto
transcorresse sem prejudicar o fun-
> Área
cionamento das lojas e a segurança
>
do estabelecimento. Em pouco tempo, foi possível erguer o edifício de quatro
arquitetônico: Waldeny Fiúza (Dória Lopes Fiúza Arquitetos)
construída: 22.953 m²
Aço empregado: aço pré-pintado
> Projeto
estrutural: Tecmetal
> Fornecimento
do revestimento metálico: Isoeste Construtivos Isotérmicos
pavimentos e quase 27 mil m2, que tem
> Execução
pilares e vigas de aço laminado e lajes
>
em concreto. Para complementar o sis-
> Data
tema construtivo foram adotados painéis de aço pré-pintado com núcleo em EPS, nas cores características do estabelecimento comercial, para os fechamentos laterais. “Precisávamos de algo que fosse de montagem rápida e não gerasse entulho”, afirma o engenheiro
da obra: Nichele Engenharia
Local: Curitiba, PR do projeto: 2005
> Conclusão
da obra: 2009
MTE-Thomson > Projeto
arquitetônico: Dante Della Manna Junior (Dante Della Manna Arquitetura)
> Colaborador: > Área
construída: 5.500 m²
> Projeto > Aço
Antonio Mantovani Neto
estrutural: Construtora Tulipa
empregado: aço galvanizado ZAR 275, pós-pintado
Bruno de Alvarenga Menezes, diretor
> Fornecimento
de produção da Toctao Engenharia, res-
> Execução
ponsável pela execução da obra. Para
> Local:
fixar os painéis na estrutura, bastava
> Data
aparafusá-los. “A agilidade foi a grande
do aço: Soufer Industrial
da obra: Construtora Tulipa (galpão de produção)
Jaguariúna, SP
do projeto: 2005
> Conclusão
da obra: 2005
vantagem acrescentada ao processo de
Centro de Convenções SulAmérica
construção”, afirma. (J.G.) M
> Projeto
arquitetônico: Luiz Carlos de Menezes Toledo e Marcos Araújo (Mayerhofer & Toledo Arquitetura, Planejamento e Consultoria)
> Colaboradores: > Área
> Projeto
estrutural: Escritório Técnico César Pereira Lopes
> Fornecimento
Deck Parking Shopping Flamboyant
> Aço
> Projeto
> Execução
arquitetônico: Bernardo Figueiredo (Arquitetura Espacial)
> Área
construída: 26.976 m²
> Aço
empregado: ASTM A36 (estrutura), aço pré-pintado (fachada)
> Projeto
estrutural: Ângelus Catapodes Júnior (Ferenge Engenharia)
> Fornecimento
do revestimento metálico: Isoeste Construtivos Isotérmicos
> Execução
da obra: Toctao Engenharia
> Local: > Data
Goiânia, GO
do projeto: 2005
> Conclusão
da obra: 2006
Isabel Baleste, Emerson Mendes e Raquel Ferreira
construída: 21.809 m² do revestimento metálico: Danica
empregado: aço pré-pintado
> Local: > Data
da obra: Racional Engenharia Ltda.
Rio de Janeiro, RJ
do projeto: 2004
> Conclusão
da obra: 2007
Garagem do Paço Alfândega > Projeto
arquitetônico: Paulo Mendes da Rocha
> Colaboradores:
Ângelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga (MMBB Arquitetos)
> Área
construída: 18.326,34 m²
> Projeto > Aço
estrutural: Engedata Engenharia Estrutural
empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão
> Execução > Local: > Data
da obra: Construtora Sam
Recife, PE
do projeto: 2000
> Conclusão
da obra: 2006
ARQUITETURA&AÇO
27
Identidade reforçada DA
LINHA DE PRODUÇÃO À FACHADA , A EMBALAGEM DE AÇO REFLETE NÃO APENAS
PRODUTOS DE EMPRESA DO RAMO COMO TAMBÉM SUA CONFIANÇA NO MATERIAL
QUANDO O ESCRITÓRIO FERRAZ & SANTA CRUZ ARQUITETOS foi
da empresa e explicita a confiança que
contratado para elaborar o projeto de ampliação da fábrica Brasilata,
ela tem no material.”
em São Paulo (SP), teve a oportunidade de conhecer de perto a linha
Mas o aço não ficou restrito às facha-
de produção de uma indústria de embalagens metálicas de ponta.
das – as estruturas feitas com o mate-
“Neste contexto, não foi difícil sugerir o envelopamento em aço do
rial foram a solução para a ampliação
novo edifício de escritórios”, diz Marcos Santa Cruz, um dos arquite-
propriamente dita. À construção exis-
tos responsáveis pelo projeto. “Afinal, embalar com aço é o dia a dia
tente de 13.500 m2 foi acrescentada
28 ARQUITETURA&AÇO
uma área de 7.280 m2 – sendo 4.600 m2 no piso industrial, 2.400 m2 no edifício de escritório e 280 m2 no edifício de ligação (passarela). “Um dos motivos pelos quais optamos pela estrutura metálica foi o ganho de tempo e a limpeza, pois a unidade fabril não poderia interromper sua produção durante as obras”, conta Santa Cruz. Assim, o edifício de escritórios antigo foi demolido e reconstruído anexo à fábrica, interligado à mesma por uma passarela. Isso permitiu manter afastada a área administrativa do microclima da fábrica e aproximar as diferentes unidades de trabalho. Construída também em aço, a passarela é envidraçada nas duas faces, de altura e 28 m de comprimento sem apoio intermediário. Esta estrutura – que não serve apenas de passagem, já que abriga nove salas – parte do
Fotos Sidnei Palatnik
expondo uma viga Vierendel com 3,9 m
primeiro andar do edifício de escritórios e chega ao mezanino da fábrica. “Não apoiamos a passarela em pilares. Preferimos lançar fundações novas de aço, mais leves, devido à baixa resis-
Com um pavimento térreo, três andares iguais de planta livre e um grande terraço, onde localiza-se a ala presidencial, o edifício administrativo com revestimento em aço é o novo cartão de visitas da empresa de embalagem. Mas o aço não está presente apenas nas paredes também faz parte da estrutura e da cobertura da edificação. Para este último caso, foram utilizadas telhas de aço preenchidas com poliuretano para melhor conforto térmico e acústico
tência do solo.” Já o edifício de escritórios, com um pavimento térreo, três andares iguais de planta livre de 500 m2 e uma cobertura de 400 m2, foi todo “envelopado” com chapas lisas de aço pintadas de branco. O arquiteto conta que esta solução para a fachada da sede administrativa foi desenvolvida em conjunto com o fornecedor da chapa de aço. “Procurávamos a espessura adequada; trabalhável, leve e com bom resultado estético e planicidade. Neste sentido, ARQUITETURA&AÇO
29
Sidnei Palatnik
A passarela comunica o primeiro andar do edifício de escritórios com o mezanino da fábrica. Esta estrutura, também em aço, além de melhorar a dinâmica de trabalho entre o setor administrativo e a área de produção, passou a comportar sete salas de reunião, uma sala de projeção e uma sala de treinamento
> Projeto
arquitetônico: Marcos Santa Cruz e Marlene Ferraz (Ferraz & Santa Cruz Arquitetos)
> Área
construída: 7.280 m2
> Aço
empregado: ASTM A36, ASTM A572 GR50, perfis chapa dobrada ASTM A570 GR 36 (estrutura); chapa de aço prépintado (revestimento metálico)
foi feita a avaliação de amostras de diversas espessuras de chapas pré-pintadas para a preparação de protótipos. Depois de escolhermos a mais adequada, compramos as bobinas pré-pintadas, dimen-
> Projeto
estrutural: Roney M. M. Cordeiro (aço); Antonio Carlos Lentini (concreto)
sionamos e encomendamos as chapas”, detalha Santa Cruz. “As chapas foram, então, cortadas e dobradas conforme a paginação. Depois, aparafusadas em uma estrutura adicional, preservando
> Fornecimento
e execução da estrutura metálica: Sinovo Engenharia e Construções Metálicas
um espaço entre as superfícies. O colchão de ar entre as chapas de revestimento e os vedos do edifício – aproximadamente 7 cm – funciona como uma barreira térmica, uma vez que o ar é um bom isolante”, completa o arquiteto.
> Fornecimento
do revestimento metálico da fachada: CSN - INAL
> Execução
da obra: Adágio Construções e Engenharia
Além de refletir e reforçar a identidade da fábrica, Santa Cruz enfatiza outras razões para a escolha do aço, como o fato de ser um
>
material reciclável e de fácil manutenção, produzido em larga esca-
> Data
la no País. “Sem contar o resultado estético, que também é muito
> Conclusão
bom”, finaliza. (I.G.) 30 ARQUITETURA&AÇO
M
Local: São Paulo, SP do projeto: 2004 da obra: 2006
Endereços Andrade Morettin Arquitetos Rua Major Sertório, nº 463 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3257-3293 www.andrademorettin.com.br
Paulo Mendes da Rocha Arquitetos Associados Rua Bento Freitas, nº 306, cj. 52 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3231-5628 E-mail: pmr@sti.com.br
Arquitetura Espacial Rua Araguaia, nº 551, cj. 95 – Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 3268-4828 E-mail: espacial@ arquiteturaespacial.com.br
Primi & Appoloni Arquitetura Rua Dr. José Inocêncio de Campos, nº 153, sala 54 – Campinas (SP) Tel.: (19) 3252-1288 www.primiappoloni.com.br
> ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA
Dal Pian Arquitetos Associados Av. Higienópolis, nº 529, cj. 11 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3822-1218 E-mail: dalpian@dalpian.arq.br Dante Della Manna Arquitetura Rua Des. Joaquim Celidônio, nº 30 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3035-4110 www.dmanna.com.br DBB Aedas Rua Tenente Negrão, nº 90, 8º andar – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3074-6668 Dória Lopes Fiúza Arquitetura Rua Estado de Israel, nº 131 – Curitiba (PR) Tel.: (41) 3014-8681 www.dorialopesfiuza.com.br Edo Rocha – Espaços Corporativos Av. das Nações Unidas, nº 11.857, 8º andar – Brooklin Paulista – São Paulo (SP) Tel.: (11) 5505-1255 www.edorocha.com.br Ferraz & Santa Cruz Arquitetos Alameda dos Araés, nº 955 – Planalto Paulista – São Paulo (SP) Tel.: (11) 5055-0487 GCP Arquitetos Rua Joaquim Antunes, nº 177, sobreloja – Jd. Paulistano – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3085-0655 www.gcp.arq.br Kruchin Arquitetura Rua Capote Valente, nº 830 – Jd. América – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3085-9090 www.kruchin.com.br Mayerhofer & Toledo Arquitetura, Planejamento e Consultoria Rua da Glória, nº 18A – Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2509-7121 www.mtarquitetura.com.br MMBB Arquitetos Rua General Jardim, nº 482 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3237-2311 www.mmbb.com.br
> PROJETO ESTRUTURAL
Engedata Engenharia Estrutural Rua Caio Pereira, nº 331 – Recife (PE) Tel.: (81) 3241-8200 Escritório Técnico César Pereira Lopes Al. Joaquim Eugênio de Lima, no 696 – cj. 82 – São Paulo (SP) Tel.: (11) 3283-5295 Ferenge Engenharia Av. T-13 com R. S-3, nº 759, Q S-9, lote 14, sala 2, Setor Bela Vista – Goiânia (GO) Tel.: (62) 3255-2777 E-mail: ferenge@terra.com.br Haddad & Cunha Engenharia de Projetos Rua 7 de setembro, nº 58 – Marília (SP) Tel.: (14) 3454-7753 E-mail: hddcunha@flash.tv.br
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31
expediente
Apoio:
NÚMEROS ANTERIORES: Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-ibs.org.br PRÓXIMAS EDIÇÕES: Residências II e Indústrias II
MATERIAL PARA PUBLICAÇÃO: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. O material enviado deverá ser acompanhado de uma autorização para a sua publicação nesta revista ou no site do CBCA, em versão eletrônica. Todo o material recebido será arquivado e não será devolvido. Caso seja possível publicá-lo, o autor será comunicado. É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).
ERRATAS: Na edição 17, março 2008, na página 32 o endereço correto da empresa Kurkdjian Fruchtengarten é Rua George Eastman nº 160, 6º andar, São Paulo, SP. Na reportagem “Flexibilidade total”, na ficha técnica da página 17, é preciso acrescentar o nome da empresa Sidertec Estruturas Metálicas Ltda como responsável pelo projeto estrutural e fornecimento e montagem da estrutura metálica. E na reportagem”Grandiosidade metálica”, na ficha técnica da página 11, é necessário acrescentar o nome do engenheiro Sebastião Andrade ao item “Projeto Estrutural”.
& 32 ARQUITETURA AÇO
Revista Arquitetura & Aço Uma publicação trimestral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2141-0001 cbca@ibs.org.br www.cbca-ibs.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – CBCA/IBS Marcelo Micali – CSN Paulo César Arcoverde Lellis – Grupo Usiminas Roberto Inaba – Grupo Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@ibs.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Julia Garcez Redação Deborah Peleias, Ísis Gabriel, Valentina Figuerola Revisão Deborah Peleias Editoração Cibele Cipola e Luciane Stocco Pré-impressão e Impressão Cantadori / Ibep Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.
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