Revista Arquitetura e Aço Edição Especial Concurso CBCA / Alacero

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Concurso CBCA|Alacero

& ARQUITETURA AÇO Uma publicação especial do Centro Brasileiro da Construção em Aço Janeiro de 2012


Expediente

Editorial Com o tema “Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiro”, o resultado do 4º Concurso CBCA de Arquitetura para Estudantes 2011 é apresentado nesta

Edição Especial da Revista Arquitetura & Aço, uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora. CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Catia Mac Cord Simões Coelho – Aço Brasil Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Açominas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Sidnei Palatnik Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 2808-6000 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Edição / Redação Nádia Fischer Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques (design) Pré-impres­são e Impres­são www.graficamundo.com.br

É per­mi­ti­da a repro­du­ção total dos tex­tos, desde que men­cio­na­da a fonte. É proi­bi­da a repro­du­ção das fotos e dese­nhos, exce­to median­te auto­ri­za­ção ex­pres­­sa do autor.

edição especial de Arquitetura & Aço. O objetivo é estreitar parcerias com as universidades e incentivar o conhecimento e as múltiplas aplicações do aço em estruturas, fundações, pavimentos, fechamentos e coberturas. Em seu quarto ano, o concurso teve a participação de estudantes de todo o país. Ao todo, foram 25 faculdades públicas e privadas, que formaram 33 equipes. O projeto vencedor foi o representante do Brasil no 4º Concurso Alacero de Diseño en Acero para Estudiantes de Arquitectura que, após consagração no Chile estendeu-se por toda a América Latina. Avaliando-se os projetos apresentados, é possível concluir que a cada ano estes ganham mais qualidade, atendendo às expectativas da proposta do concurso. Na etapa nacional, as três equipes classificadas vieram das faculdades Escola da Cidade (projeto vencedor) e Universidade Federal do Paraná (2º e 3º lugares). Para o júri nacional, elas conseguiram propor rearranjos urbanos em áreas complexas, comprovando o potencial das estruturas de aço. Quanto ao Concurso Alacero, a comissão julgadora considerou que as equipes vencedoras responderam plenamente aos desafios colocados. Com criatividade, souberam propor soluções construtivas que utilizam com qualidade as potencialidades do aço. Ainda há muito que se plantar, mas alguns frutos já estão sendo colhidos e o papel das entidades e instituições que apoiam o concurso está sendo cumprido: a divulgação e a ampliação do conhecimento técnico do uso do aço para as novas gerações de profissionais de arquitetura, além da descoberta e incentivo aos novos talentos. Parabéns aos alunos e docentes participantes e, em especial, às equipes vencedoras!

04. Brasil

12. Chile

14. Colômbia e Equador

10. Argentina

13. México

15. Peru e Venezuela


4º Concurso CBCA para estudantes de Arquitetura “O concurso estimula gradativamente os estudantes a exercitarem o uso correto da tecnologia do aço”,

Critérios de avaliação Aspectos como conceito arquitetônico, contemporaneidade, criatividade, coerência estrutural, inserção urbana, integração entre os modais de transporte e seu impacto no edifício, além da sustentabi-

Arquiteto Prof. Dr. Siegbert Zanettini, diretor da comissão

lidade, foram avaliados. Também foram valorizados os projetos que

julgadora do Concurso CBCA de Estudantes de Arquitetura.

conseguiram explorar contextos urbanos complexos, como aqueles localizados em centros históricos ou em regiões de difícil acesso.

Processo de seleção

“Os projetos da edição 2011 me surpreenderam quanto à qualidade técnica ao resolverem um problema urbanístico complexo com

criatividade. Além disso, a interface com estudantes do exterior, com formação

diferenciada, geografias e culturas distintas,

traz, sem dúvida, perspectivas diferentes e um novo repertório arquitetônico”, Engenheira Profa. da

Escola da Cidade Heloisa Maringoni, orientadora da equipe brasileira.

Dos 33 trabalhos recebidos de 11 estados, 13 participaram da etapa final, sendo três os escolhidos. A equipe vencedora, formada por cinco alunas do 4º ano da Associação de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São Paulo – Escola da Cidade – representou o Brasil no 4º Concurso Alacero de Diseño en Acero para Estudiantes de Arquitectura 2011. Os 2º e 3º lugares ficaram com a Universidade Federal do Paraná e uma menção honrosa foi dada à equipe da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Jurados do Concurso CBCA Profº Drº Siegbert Zanettini – ABCEM – Diretor da Comissão Julgadora; Engenheiro Ivan Lippi – ABECE; Arquiteta Convidada Licia Maria de Campos; Engenheira Catia Mac Cord – Gerente Executiva do CBCA; Arquiteta Silvia Scalzo – CBCA (ArcelorMittal); Arquiteto Marcio Sequeira – CBCA (Usiminas); Carlos Gaspar – CBCA (Gerdau)

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Corte Transversal e Perspectiva Externa

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Perspectiva

da

Plataforma


Concurso CBCA – 1º colocado Universidade: Associação de Arquitetura e

Projeto

Urbanismo da Cidade de São Paulo – Escola da Cidade Equipe: Izabel Barboni Rosa, Andrea Medeiros Helou, Natalia Isabelle Vidigal Coachman, Julieta Fialho e Renata Azevedo Lovro Docentes: Engenheira Heloisa Maringoni e Arquiteto Victor Paixão

A equipe escolheu a cidade de Santos, no litoral paulista, e analisou sua relação com os municípios vizinhos, visto que a cidade é a principal porta de entrada às importações e exportações do país. Considerando que a orla encontra-se saturada, o centro velho decaído e o porto subutilizado, a intenção foi estabelecer uma nova centralidade, a fim de requalificar áreas próximas com a criação de uma estação-parque. Nela será implantada a estação intermodal que conectará os diversos tipos de transportes: VLT, ônibus, automóveis e bicicletas. O objetivo maior é gerar espaços públicos de qualidade e com logística funcional. Com base nessas condicionantes, os fluxos que passam pela edificação foram organizados em níveis. O subsolo abriga o estacionamento de automóveis, enquanto o VLT vem pelo térreo da cidade e sobe a 5 metros no terreno do projeto para liberar o térreo aos ciclistas e pedestres. As laterais do edifício, ainda no térreo, concentram os terminais de ônibus. Estes níveis são conectados por uma estrutura em aço, com desenho inspirado nas ondas do mar, que serve ao mesmo tempo como cobertura e piso. Para gerar essas ondas, a estrutura consiste em arcos e contra-arcos executados com perfis de aço do mesmo raio. A ligação entre os arcos e contra-arcos foi realizada por um pilar que transmite e absorve os esforços decorrentes da tipologia estrutural. Os arcos estão dispostos a cada 10 m e têm travamento feito pela própria plataforma ou, se necessário, por cabos de aço. Também foram utilizados tubos conectores para a ligação dos diferentes programas abrigados sob as arcadas. Estes tubos, por sua vez, construídos com treliças paralelas, atravessam a casca dos arcos e criam um efeito de permeabilidade à estrutura. As questões ambientais também foram quesitos importantes no projeto: ventilação e iluminação naturais percorrem toda a edificação, evitando-se, principalmente, gastos excessivos com ar-condicionado. Já a luz natural é garantida pelas aberturas zenitais da casca. O projeto incorpora conceitos como as coberturas verdes, o que melhora o desempenho térmico da área de passeio.


Concurso CBCA – 2º colocado

Projeto Universidade: Universidade Federal do Paraná Equipe: Andrea Terumy Koga, Gabriela Paula Doria Alarcon, Hermínio Antonio Pagnoncelli, Humberto Carta, Isabela Maria Fiori e Thiago Gonçalves Roberto Docente: Arquiteto Paulo Marcos Mottos Barnabé

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Apesar do pioneirismo da cidade de Curitiba, Paraná, no desenvolvimento de um transporte público reconhecido internacionalmente, o sistema encontra-se saturado devido ao crescimento da cidade e deve ser ampliado com o modal metroviário. Localizado no bairro do Rebouças, antiga região industrial, em um pátio de manobras ferroviário, e próximo a áreas de grande desenvolvimento, que incluem o Shopping Estação,

universidades, órgãos públicos e o mercado municipal, a proposta constitui-se de um complexo intermodal composto por rodoviária e ferroviária (nacional e internacional), duas estações de metrô e um terminal de ônibus urbano. O programa inclui a revitalização da praça existente e a criação de um centro cultural ou museu ferroviário, além de um pequeno parque urbano. Pretende-se que o projeto seja um núcleo ao mesmo tempo concentrador e distribuidor de fluxos de massa, em níveis local, regional, nacional e internacional, de forma a absorver e ordenar a demanda crescente por transporte público. O terminal de ônibus, a linha de trem e o estacionamento se situam no subsolo, deixando livre a circulação no térreo. Nos andares superiores situam-se o centro de comércio e demais serviços, áreas de alimentação, bilheterias, espaços para exposições, auditório e área administrativa. A estrutura proposta tem a forma de uma helicoidal, composta por treliças espaciais que em sua evolução ora envolvem o edifício, ora estão sob o edifício, criando ao mesmo tempo aberturas por onde ar e luz naturais podem entrar. O interior do edifício é protegido por chapas metálicas perfuradas, colocadas nas laterais do volume principal, cujo objetivo é filtrar a incidência solar, auxiliando no conforto térmico dos usuários. A sustentabilidade se faz presente tanto pelo uso do aço quanto pela iluminação natural e uso de placas fotovoltaicas utilizadas na cobertura para a geração de parte da energia consumida na estação.


Concurso CBCA – 3º colocado Universidade: Universidade Federal do Paraná Equipe: Luiz Gustavo G. Singeski, Martin Kaufer Golc, Moacir Zancope Junior, Pedro Lanna de Castro, Rafael Santos Fischer e Rodrigo Pinheiro Nitto Docente: Arquiteto Emerson José Vidigal

Projeto Localizado na região central de Curitiba, Paraná, o projeto propõe a ligação entre o terminal de ônibus e o metrô. Além disso, sem interferir no patrimônio edificado, são sugeridos outros usos que incrementem a ocupação da região. Por isso, a necessidade de uma intervenção leve, com lógica estrutural de grande flexibilidade, capaz de permitir o fluxo dos ônibus, sem interferir no uso do solo, utilizado como prolongamento da praça. Diante desse cenário, desenvolveu-se uma barra horizontal que se alonga entre uma quadra e outra, formando o espaço que abriga grande parte do programa. O destaque é a caixa translúcida do átrio

principal do conjunto, que concentra as circulações verticais entre todos os níveis e oferece iluminação natural. O espaço também abriga os guichês, sanitários e salas técnicas. A estrutura proposta é constituída por uma malha de treliças planas e vigas vierendeel. Duas grandes treliças atuam no sentido longitudinal da barra, sendo que uma delas assume as cargas de solicitação e as transfere aos pilares. As vigas vierendeel se repetem a cada 16 metros, sendo dispostas, entre elas, vigas vagão a cada 5 metros. Por fim, o piso de steel deck é apoiado nestas vigas. Os apoios principais estão no átrio e nas plataformas de embarque e desembarque.


Concurso CBCA – menção honrosa

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Universidade: Faculdade de

Projeto

Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie Equipe: Adriano Martins Franchini, Edson Hideki Harada Takiihi, André Suk Hwan Ko, Karin Cangela Grabner, Tahis Gutto, Homã Santana Alvico e Thoma Yulki Takeuchi Docente: Arquiteto Daniel Corsi da Silva

Implantada em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, a estação intermodal busca uma nova inserção da área com a região e com a cidade. A distribuição física do programa, com a criação de áreas de lazer, trabalho, comércio e transportes, serve como embasamento para a cobertura, elemento integrador do conjunto na forma de uma membrana fluida, que interliga os espaços com diferentes usos. Considerando a alta resistência à tração do aço, a estrutura privilegia este material. Os pilares principais se constituem como extensões da cobertura, de tal forma a fortalecer ainda mais a unidade visual do projeto. Pilares secundários, que se abrem em árvore, foram utilizados principalmente para absorver os efeitos do vento. A estação também conta com uma série de sistemas que enfatizam seu caráter ecológico. A sustentabilidade da edificação é acentuada por meio dos pilares e cobertura, utilizados como rede de captação de águas pluviais. É sugerida ainda a alternância de painéis de vidro e de elementos fotovoltaicos nos módulos da cobertura, permitindo a geração de energia elétrica.


4º Concurso ALACERO

de Diseño en Acero

para Estudiantes de Arquitectura

“Os projetos tiveram grande avanço em

relação aos anos anteriores. Em geral, as

equipes demonstraram alto poder de síntese na apresentação, além de destacarem o uso

correto do aço, com soluções eficientes e clara compreensão do material”,

Arquiteto Alvaro Donoso,

diretor do Concurso Alacero de Arquitetura em Aço.

Critérios de avaliação Aspectos como conceito arquitetônico, inserção urbana, integração entre os modais de transporte e seu impacto sobre o entorno, além da sustentabilidade foram avaliados. Também foram valorizados os projetos que conseguiram assegurar a boa acessibilidade no uso do modal, sobretudo por pessoas com dificuldades de locomoção. A proposta é contemplar também a recuperação de áreas localizadas em centros históricos degradados, além do desenvolvimento de polos de expansão urbana.

Processo de seleção Oito países participaram da edição do concurso em 2011: Argentina,

“De fato, foi uma escolha difícil. Os níveis

técnico e criativo das propostas realmente

surpreendeu os jurados. E tem sido assim a

cada ano, comprovando que ações desse tipo

Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela, cada qual com um trabalho vencedor de um concurso local. Para a etapa final, apenas três foram selecionados. O 1º lugar coube à equipe argentina da Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Diseño Nacional de Cordoba. Já a equipe da Facultad de Arquitectura y Urbanismo Universidad de Chile conquistou o 2º lugar, enquanto uma menção honrosa foi dada

aumentam o conhecimento e o interesse em

aos participantes da Facultad de Arquitectura, Universidad Nacional

supervisor técnico da revista Arquitetura & Aço.

Jurados do Concurso Alacero

relação às estruturas de aço.” Arquiteto Sidnei Palatnik,

Autónoma de México.

Arquiteto Sebastián Colle (Argentina); Arquiteto Sidnei Palatnik (Brasil); Arquiteto Álvaro Donoso (Chile) / Diretor do Concurso; Arquiteta Maritza Andrade Tamariz (Equador); Arquiteto José Luis Cortés Delgado (México); Arquiteto Frederick Cooper (Peru); Arquiteto Joel Sanz (Venezuela) 9


Corte Longitudinal

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Argentina – 1º colocado Universidade: Facultad de Arquitectura, Urbanismo y Diseño Nacional de Cordoba

Equipe: Juan Manuel Balsa, Jael Bengualid, David Coffio e Facundo Ferreyra

Docentes: Arquiteto Manuel Alasraki, Arquiteto Adolfo Mondejar e Engenheira Cecília Nicasio

Projeto A zona central da cidade de Córdoba, antigo centro histórico, passa atualmente por um problema comum às grandes metrópoles: expansão urbana descontrolada e falta de infraestrutura de serviços básicos, entre os quais, transporte coletivo eficiente e, consequentemente, excesso de veículos particulares nas ruas. O projeto propõe alternativas para organizar os diversos meios de transporte, entre os quais ônibus urbanos e interurbanos, trólebus, metrô, trem e automóveis, além da construção de faixas exclusivas para motos, bicicletas e pedestres, de forma a integrá-los. De modo geral, a proposta busca obter uma simplicidade estrutural devido ao contexto do projeto: a revitalização do centro histórico de uma cidade em funcionamento, com a implantação da estação

intermodal. Para a equipe, o aço se mostrou apropriado frente à economia de recursos, uma vez que não há desperdício de materiais. Somam-se a essas vantagens rapidez e facilidade de montagem. Sua versatilidade permite desenvolver uma estrutura de módulos repetitivos que admite a flexibilidade e adaptabilidade em tamanho e capacidade, remetendo a uma imagem “ferroviária”, de expressão contemporânea, de coberturas suspensas sobre a plataforma. Outra preocupação foi incorporar ao projeto a geração de energia limpa em substituição às fontes não renováveis. O sistema adotado é o de placas solares, que terão capacidade para atender às demandas referentes à estação de trem e metrô, além de alimentar o sistema de iluminação dos espaços públicos.

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Chile – 2º colocado

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Universidade: Facultad de Arquitectura

Projeto

y Urbanismo Universidad de Chile Equipe: Emanuel Astete e Carlos Fernadez Docentes: Arquiteto Leopoldo Prat e Arquiteta Mariana Rojas

A partir da revitalização de uma estação de trens abandonada que margeia o rio Calle Calle, na cidade de Valdivia, e buscando redirecionar parte do fluxo de transporte para uma área mais periférica, descongestionando, assim, o centro da cidade, o projeto se desenvolve em volta de uma grande praça aquática. O local, que será utilizado como um mercado fluvial tradicional e para festividades da cidade, revela a forte ligação da cidade com o rio. Desta forma, o espaço será divido em uma área terrestre, onde se encontram as plataformas de trem e de ônibus, uma ilha artificial para as funções de transporte aquático e uma área intermediária com um canal para a passagem do rio. A interligação entre a parte terrestre e a fluvial será feita por meio de uma ponte que unifica

visualmente as duas estruturas, ao mesmo tempo que libera a passagem para barcos de lazer e de transporte de passageiros. O desenho da estrutura se dá a partir de um módulo estrutural tubular leve, na forma de árvore, que se repete e se interliga a outros módulos, definindo a estrutura e a cobertura, sendo ao mesmo tempo resistente às cargas de trabalho, de vento e sísmicas. Devido ao alto índice pluviométrico da região, as áreas são quase todas cobertas. O projeto busca ainda utilizar a luz natural através de painéis transparentes na cobertura, o reuso da água captada da chuva e a inclusão de plantas nativas, tanto para o tratamento da água quanto para impedir a erosão das margens.


México – menção honrosa

Universidade: Facultad de Arquitectura, Universidad Nacional Autonoma de Mexico Equipe: Christian Beyer Galindo, Ricardo García Bernardo, César Emmanuel Irabién Casales e César Josafath Ojeda Torices Docentes: Arquitetos Luis Solís Ávila e Efraín López Ortega Projeto O projeto da Estação Intermodal Indios Verdes está localizado em Zacatenco, ao norte da Cidade do México, onde existe um terminal de ônibus que já não atende à demanda, que cresceu ao longo dos anos. A confluência desordenada tanto dos transportes públicos como de vários outros meios de transporte, além de comércio informal e ambulante em grande escala, provoca congestionamento e insegurança para usuários, trabalhadores e comerciantes. O projeto propõe solucionar o desarranjo urbano causado pelo excesso de veículos, por meio da reordenação, hierarquização e ampliação do terminal de ônibus e sua integração com o metrô. O comércio também passa por uma reordenação dentro da estrutura principal, na forma de um shopping popular. Passarelas garantem aos usuários o acesso seguro ao shopping e às plataformas de embarque. Conta ainda com ciclovia e estacionamento para bicicletas.

A estrutura do projeto é a essência de sua arquitetura e remete às cascas estruturais de Félix Candela. O desenho da estrutura se dá a partir de uma superfície de dupla curvatura, que retoma formalmente a ideia dos paraboloides hiperbólicos, criando um reticulado cujos elementos estruturais são perfis comerciais de aço padronizados, de seção I. A cobertura se origina do mesmo reticulado de aço e é revestida com placas de aço inox, pigmentadas em tonalidades verdes, e com aberturas que permitem a entrada de luz e ventilação naturais, reforçando a intenção de explorar não apenas a funcionalidade do aço como também a sua plasticidade. A cobertura também inclui elementos fotovoltaicos que armazenam energia para uso à noite. A captação de águas pluviais também é outro recurso importante, visto que posteriormente podem ser reutilizadas ou canalizadas para o subsolo, que possui alta permeabilidade.

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Colômbia Universidade: Pontificia Universidad Javeriana Equipe: Felipe Vejarano Calderón, Camilo Cortes Villota, Daniel Gómez Ayala e Javier Valderrama Casasbuenas

Docentes: Arquiteto Alfonso Gómez Gómez e Arquiteto Fernando Rubio

Projeto A área de intervenção é delimitada por quatro vias principais da cidade de Bogotá, para onde convergem sistemas de transporte importantes e um futuro projeto de metrô. O conjunto que abriga a estação intermodal tem formas orgânicas, inspiradas nas colinas localizadas a leste, entre o aeroporto internacional da cidade e o rio Bogotá. Os acessos aos ônibus, metrô, automóveis e estacionamento se situam nos níveis subterrâneos. O estudo dos fluxos existentes permitiu definir as áreas edificáveis no térreo, na forma de torres que sustentam a cobertura em treliça espacial de aço, liberando grande espaço peatonal no térreo, que é integrado por jardins, formando pequenas praças. A curvatura da cobertura também busca reproduzir a morfologia orgânica das colinas, dando riqueza e movimento ao objeto construído.

Equador

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Universidade: Universidad

Projeto

Central del Ecuador Equipe: Daniela Patricia Cifuentes Catillo, Andrés Alfonso Defaz Freire, Patricio Ernesto Salazar Jaramillo e Diego Alejandro Zuñiga Loor Docentes: Arquiteto Jaime Andrade Heymann e Arquiteto Eduardo Torres Cunalata

O crescimento da cidade de Quito e de suas cidades periféricas, e sua atual unificação espacial, faz com que o sistema de transporte local, baseado em ônibus articulados e ônibus comuns, e restrito a cidade de Quito, não atenda às necessidades da população regional. Localizado em um anel periférico a Quito e no acesso ao novo aeroporto, o Terminal PIFO faz ainda ligação com a via Interoceânica e a linha de trens, e aos acessos para os vales próximos. A localização proposta permite ampliar o atendimento à

demanda e ao mesmo tempo integrar diversos modais, tais como trens, ônibus e carros, reduzindo o tempo de acesso aos mesmos e interconectando as cidades da região. A estrutura de cobertura do complexo, e que dá forma ao conjunto, composta de grandes arcos treliçados de aço, de alturas variáveis, revestidos com telhas metálicas. Diversas outras estruturas auxiliares, como as coberturas das plataformas, pontes e escadas, também utilizam estruturas de aço.


Peru Universidade: Pontificia Universidad Católica de Peru Equipe: Henry Daisuke Izumi Noda, Carlos Enrique Chauca Galicia e Giuliana Paola Pelaez Rodriguez;

Docente: Arquiteto Luis Elias Rodriguez Rivero

Projeto A estação intermodal está implantada ao norte de Lima, sobre a Autopista Panamericana Norte, via de tráfego intenso que acabou por dividir o tecido urbano, como uma barreira. O projeto busca, a partir da criação de uma megaestrutura composta por oito módulos hexagonais estruturados em aço, interligar a cidade, a fim de reordenar os diversos fluxos, com a integração dos sistemas de transporte, criando ainda uma estrutura de uso misto – comercial e residencial. O nível superior, uma espécie de passarela, serve de passagem do público para acesso aos trens elétricos. Os níveis inferiores contemplam estações de ônibus, estacionamento de veículos particulares e metrô. O piso térreo permanece em grande parte peatonal e os andares superiores têm uso residencial.

Venezuela Universidade: Universidad Simón Bolívar Equipe: Alejandro Salgado, Cesar Fragachán e María Corina Jiménez Docente: Arquiteto Alfredo Sanabria

Projeto Implantado em Puerto Cabello, cidade no norte da Venezuela, o projeto pretende reordenar o espaço público, que se encontra pressionado pelo crescimento do comércio e a desorganização dos diversos sistemas de transporte. Busca-se concentrar os transportes em uma nova estação terminal para trens, que se articula com o Mercado Municipal por meio de uma praça, onde se localiza o mirante do farol da região, e vias para ônibus, táxis e estacionamentos no subsolo. Esta requalificação urbana visa tanto a melhoria da infraestrutura quanto a recuperação do turismo da região. Os grandes vãos necessários para a cobertura tanto da gare quanto do mercado são vencidos por estruturas treliçadas de aço, bem como a torre proposta para o farol. 15


Obtenha mais informações no edital do concurso através do site:

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R E A LIZA Ç Ã O

ANOS

www.cbca-acobrasil.org.br

TEMA

www.cbca-acobrasil.org.br/concursos-cbca

2012

Unidade Educativa de uso comunitário


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