Revista Arquitetura & Aço nº 53

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& ARQUITETURA AÇO

AÇO

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 53 junho de 2019

NORTE UM MERCADO EM CRESCIMENTO, COM GRANDES OPORTUNIDADES PARA A CONSTRUÇÃO EM AÇO


O Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA, entidade sem fins lucrativos gerida pelo Instituto Aço Brasil, procura ampliar e promover a participação da construção em aço no mercado nacional por meio de ações de incentivo ao conhecimento, divulgação, normalização e apoio tecnológico. Conheça o CBCA!

Principais ações do CBCA

Cursos online e presenciais

Desenvolvimento de material técnico e didático, como as videoaulas e os manuais de construção em aço, disponibilizados gratuitamente em seu site

Pesquisas anuais junto aos fabricantes do setor, traçando um panorama da evolução e expectativas para o futuro desse sistema no País

Promoção de palestras e Road Shows por diversas cidades brasileiras

Realização dos Concursos CBCA para Estudantes de Arquitetura e de Engenharia, que anualmente incentiva a investigação das possibilidades da construção em aço e a manifestação criativa de alunos de arquitetura e engenharia de todo o Brasil

Acesse o site

www.cbca-acobrasil.org.br e descubra tudo que o CBCA tem a oferecer!


EDITORIAL

ENORME POTENCIAL UMA ÁREA MAIOR DO QUE A ÍNDIA, só um pouco menor do que a da União Europeia. Direcionamos nosso foco, nesta edição, para a região Norte, que ocupa quase a metade do Brasil, 45% do nosso território! O impressionante ecossistema da floresta amazônica cobre cerca de 80% da região, onde encontramos imensas riquezas naturais, como a maior floresta tropical, a maior bacia hidrográfica e a maior biodiversidade do planeta. De sua população de 18,2 milhões de habitantes, cerca de 70% vive nos estados do Pará e Amazonas, fortemente concentrados nas capitais. Assim, a densidade demográfica é a menor entre todas as regiões do país, com apenas 4,7 habitantes/m2, o que equivale a 20% da média nacional. Na economia, destacam-se as atividades ligadas ao extrativismo vegetal e mineral. A produção agropecuária extensiva tem avançado bastante nos últimos anos e há, ainda, um polo industrial importante na Zona Franca de Manaus. Neste cenário, é interessante notar a presença da construção em aço em todos os estados do Norte, em diversas tipologias, com importantes obras realizadas. Apresentamos uma ampla resenha de bons projetos executados em aço na região, viabilizando a construção de hospitais, escolas, centros comerciais, aeroportos, prédios públicos, entre outros, que contribuem para prover a infraestrutura necessária ao desenvolvimento socioeconômico da região. Em entrevista, o arquiteto Lorenzo Max Gvozdanovic Villar, responsável pelo projeto da passarela Espaço de Todos, construída em Porto Velho, Rondônia, nos mostra que o aço oferece boas respostas às demandas do mercado da construção no Norte brasileiro, superando os significativos desafios logísticos que marcam a região e garantindo qualidade, rapidez e maior sustentabilidade às obras. Um grande mercado a ser desenvolvido, com muitas oportunidades. Confira! Boa leitura!

ARQUITETURA&AÇO

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04.

07.

10.

22.

26.

28.

sumário Paulo Bass

Arquitetura & Aço nº 53 junho 2019 ENTREVISTA

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Lorenzo Max Gvozdanovic Villar, arquiteto do Estúdio Amazônia, fala sobre os avanços do aço e como o sistema tem colaborado com obras na região Norte MEMÓRIA

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Ponte Benjamin Constant, em Manus (AM), resiste ao tempo e segue servindo a cidade ACONTECE

41

Prédio concebido em aço irá centralizar as operações do Poder Judiciário REFERÊNCIAS

Foto da capa: passarela Espaço de Todos, Porto Velho, RO

44

Quatro projetos com estruturas em aço localizados na região Norte e já publicados em Arquitetura & Aço CONTATOS

48


14.

17.

30.

36.

20.

38.

04. Espaço de Todos, Porto Velho, RO: passarela em aço torna-se atração e marco arquitetônico da cidade 07. Cacoal Shopping, Cacoal, RO: estruturas e fechamentos em aço conferem arrojo e modernidade a centro comercial 10. Hospital de Amor Amazônia, Porto Velho, RO: aço viabiliza expansão modular de unidades hospitalares 14. Aeroporto Internacional Plácido de Castro, Rio Branco, AC: uma floresta de pilares de aço 17. Rodoviária Internacional de Rio Branco, Rio Branco, AC: cobertura inspirada em ocas indígenas é marco de terminal rodoviário 20. OCA Rio Branco, Rio Branco, AC: cúpula em aço confere identidade a espaço de serviços públicos 22. Faculdade Católica do Tocantins – Facto, Palmas, TO: estruturas metálicas facilitam ampliação de centro universitário 26. Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, Palmas, TO: projeto da cobertura garante leveza e integração à paisagem 28. Feira da Cidade, Ananindeua, PA: tensoestrutura dá forma e confere conforto térmico ao pavilhão da feira 30. Hospital Sarah Kubitschek, Macapá, AP: aço tem papel de destaque em projeto clássico da rede de hospitais 32. Pátio Roraima Shopping, Boa Vista, RR: sistemas industrializados viabilizam construção do primeiro shopping center da cidade 36. Bumbódromo, Parintins, AM: o maior arco metálico parafusado da América do Sul 38. Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes, AM: reforma com elementos em aço traz economia à obra e atende a um cronograma enxuto


BANZEIRO DE AÇO Com formas orgânicas, que lembram as ondas dos rios da região, passarela metálica em Rondônia promove o lazer e se destaca como um importante marco arquitetônico local

INAUGURADA EM ABRIL DE 2018, a passa-

rela Espaço de Todos, na capital Porto Velho, em Rondônia, já é reconhecida como um dos principais pontos de lazer e atração turística na região. Construída em aço, a “escultura urbana”, com 184 m de extensão, foi projetada pelo arquiteto Lorenzo Max Gvozdanovic Villar, que buscou na paisagem local referências que lhe servissem de inspiração. “Pensei na sinuosidade dos rios, plantas, cobras e lagartos da região amazônica e então cheguei a essa forma, com vãos alternados, de tamanhos variados, que dão ritmo e colaboram para a harmoniosa composição”, explica o profissional. A solução em aço foi adotada após um projeto inicial ter sido cancelado devido a problemas na contratação. “Aproveitamos as funFotos Paulo Bass

dações preexistentes de um projeto anterior, concebido em concreto, para erguer a passarela atual. Para evitar o excesso de pilares na composição, tiramos partidos das sapatas já construídas para projetar os arcos metálicos que compõem a estrutura, vencendo vãos de até 48,3 m e conferindo apelo estético ao con-

especificado o uso do aço de maior resistência

junto”, diz Villar.

à corrosão.

Ao longo do seu percurso, a passarela é

4

O tabuleiro da passarela Espaço de Todos,

sustentada por sete grandes arcos em cada

localizada no chamado Novo Espaço Alterna-

lateral, compostos por elementos em aço, retos

tivo, foi executado com lajes do tipo steel deck.

e curvos, parafusados e apoiados em sapatas

Para a segurança dos usuários, um guarda-

posicionadas no solo. Outro conjunto de arcos,

-corpo feito em aço e com corrimão em inox

de menor dimensão, chamados de auxiliares

também foi instalado. O local é um dos princi-

e fixados apenas nas laterais da passarela,

pais pontos de lazer da cidade, com frequência

contribuem para a estabilidade da estrutura

estimada de até 50 mil pessoas nos fins de

conectando-se aos arcos maiores por meio de

semana para não somente atividades esporti-

estais tubulares em aço de 75 mm de diâme-

vas como inicialmente previsto, mas também

tro. Para aumentar a proteção da estrutura, foi

para encontros, passeios e comemorações.

ARQUITETURA&AÇO

Idealizada em aço e com 184 m de extensão, passarela vence vãos e até 48,3 m


ARQUITETURA&AÇO

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>

Projeto arquitetônico:

Acil moloribus dest untis

Lorenzo Max Gvozdanovic

dolum harchitam in nis sumquos apicil es apideni

Villar e Estúdio Amazônia

mendis eum facienectet et

>

Comprimento total: 184 m

et qui doluptaest, eum et

>

Aço empregado: aço de

autatur, optaspe ribuscium re et reictas peratur?

maior resistência à corrosão

Volum nimo et aut eli

ABNT NBR 7007 AR350 COR e perfis ASTM A588 >

Volume de aço: 280 t

>

Projeto estrutural: Vetor Engenharia

>

Fornecimento da estrutura de aço: Benafer e Fortaleza e Ferro

>

Execução da obra: Equipe Local: Porto Velho, RO

>

Conclusão da obra: 2018

Paulo Bass

Técnica Engenharia >

Com a utilização das estruturas em aço, a obra ganhou rapidez e praticidade para a exe-

como um importante ponto turístico local.

cução, bem como redução na utilização de mão

Em 2018, a passarela Espaço de Todos, con-

de obra no local. Entre projeto e construção

correu ao prêmio de melhor projeto de arqui-

foram gastos menos de um ano.

tetura, na categoria projeto de Design Urbano e Arquitetura Paisagística, na XXI Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito, no Equa-

empresa responsável pela execução da obra,

dor. “Embora não tenhamos sido contempla-

o projeto conseguiu não apenas atender às

dos com a premiação, a aprovação popular foi

necessidades de lazer, mas entregar um valor

muito importante”, conclui Villar. (L.P.) M

ARQUITETURA&AÇO

Divulgação

Para Franchel Pereira Fantinatti Neto, gerente de engenharia da Equipe Técnica,

Paulo Bass

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inestimável à região ao se configurar, também,

A obra foi executada em menos de um ano e hoje recebe um público estimado em até 50 mil pessoas nos fins de semana


MERCADO EM EXPANSÃO Inédito em Cacoal, projeto de shopping center atrelado a supermercado tira partido de estruturas em aço para expressar arrojo e modernidade

NA CIDADE DE CACOAL, em Rondônia, o

Conforme conta o arquiteto Attilio Ron-

projeto de um supermercado atrelado a

dinelli, do escritório Total Varejo, de Cuiabá

uma galeria de compras acabou se tornando

(MT), um empreendedor de Rondônia o procu-

um moderno shopping center com espaço

rou inicialmente com a ideia de construir um

para mais de 60 lojas, três salas de cinema,

supermercado em Cacoal, cidade de 90 mil

praça de alimentação, boliche, academia e

habitantes a cerca de 480 km de Porto Velho.

estacionamento com 700 vagas. Estrutura

“Conhecíamos a região de Cacoal e sabíamos

e fechamentos em aço imprimiram liberda-

que se tratava de uma cidade com grande pre-

de construtiva ao projeto, que pôde atender

sença de escolas, inclusive várias faculdades.

às necessidades locais e, ao mesmo tempo,

Entendemos que valeria a pena sugerir que

expressar arrojo e modernidade.

a galeria que seria ligada ao mercado fosse

Cobertura apoiada por pilares de aço em V forma marquise na entrada do centro comercial e serve de cobertura para o estacionamento

>

Projeto arquitetônico: Total Varejo (Cuiabá/MT)

>

Área construída: 19.094,08 m²

>

Aço empregado: ASTM A36 e A572 GR50

>

Volume de aço: 630 t

>

Projeto estrutural: Castilho Estruturas Metálicas

>

Fornecimento da estrutura de aço: Castilho Estruturas Metálicas

Divulgação

>

Execução da obra: Castilho Estruturas Metálicas

>

Local: Cacoal, RO

>

Conclusão da obra: 2017 ARQUITETURA&AÇO

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expandida e se tornasse um shopping”, expli-

exigindo desenho mais típico de shopping

ca. O terreno localizava-se em uma região da

center. Mas algumas características funda-

cidade sem atratividade comercial, de forma

mentais, requeridas desde o início pelo con-

que um shopping seria, possivelmente, um

tratante, deveriam ser mantidas mesmo com

empreendimento com mais apelo – capaz de

a mudança. A principal delas era que o esta-

atrair frequentadores de outras regiões.

cionamento ficasse no mesmo nível do supermercado, conforme os clientes de Cacoal

salas de cinema e uma praça de alimentação,

estão acostumados. “Como é comum que as

Fotos divulgação

O projeto passou a prever a instalação de

Abaixo, área de estacionamento com cobertura semelhante a "tendas invertidas" que possibilita a captação de água de chuva pelo pilar central em tubo de aço

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ARQUITETURA&AÇO


vagas sejam cobertas – dado o sol forte da

mente pela utilização do aço. A dificuldade

região –, instalamos uma cobertura em balan-

de contar com mão de obra especializada no

ço sobre o estacionamento, engastadas em

local, por exemplo, foi equacionada pela pre-

pilares em V. Esta solução forma uma marqui-

cisão e facilidade que a construção metálica

se que cumpre a função e, ao mesmo tempo,

possibilita. “A obra em aço, além disso, acar-

mantém relação com o design de um shop-

reta manutenção menos custosa e mais fácil,

ping”, explica Rondinelli.

o que não se deve desprezar, considerando as

Diante dessas condicionantes, o aço foi a

características locais”, argumenta Rondinelli.

escolha natural não apenas para a cobertura

Os projetistas tomaram cuidado para

do estacionamento, mas para a quase tota-

que o desenho arrojado não representasse

lidade da edificação. O shopping center tem

um rompimento brusco com o conceito ini-

estrutura inteiramente em aço, com linhas

cial de uma galeria de compras, manten-

retas bem marcadas e volumetria significati-

do um visual leve e facilidade de acesso. “A

vamente sólida.

geometria precisava demonstrar ousadia e

“A estrutura metálica foi considerada,

contemporaneidade, mas sem gerar inibição

desde o início, a mais adequada para vencer

no consumidor. O shopping center une sim-

os vãos do shopping. A adoção de fechamen-

plicidade e modernidade – e a ideia é que

tos em painéis termoisolantes também foi

ele continue moderno por muito tempo”,

uma opção natural”, explica Bruno Castilho,

define Rondinelli.

da Castilho Estruturas Metálicas, responsável

O empreendimento atraiu diversos comer-

pelo cálculo estrutural e pelo fornecimento da

ciantes interessados em se instalar lá, desde

estrutura metálica. O projeto também incluiu

a fase de obras, o que exigiu mudanças no

lajes do tipo steel deck. As dificuldades usuais

projeto inicial – parte do estacionamento foi

de conceber um projeto dessa natureza em

transformada em mais espaço para lojas. “Em

uma região ainda pouco habituada a obras

abril, começamos a segunda ampliação do

dessa tipologia foram contornadas principal-

empreendimento”, informa Castilho. (E.C.L.) M

Acima, cobertura em balanço estruturada em aço marca o acesso principal ao supermercado

ARQUITETURA&AÇO

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Divulgação

SOLUÇÃO MODULAR Sistema construtivo em aço traz celeridade e ótimo custo-benefício a projeto hospitalar em Porto Velho (RO)

O HOSPITAL DO CÂNCER de Barretos, agora

Amor Amazônia – foi concebido em módu-

chamado Hospital de Amor, optou por uma

los. Cada bloco do complexo corresponde a

metodologia construtiva industrializada para

um setor hospitalar e pode ser executado de

impulsionar o processo de expansão e des-

forma autônoma, de acordo com a captação

centralização pelo Brasil. O sucesso da com-

de recursos. “Para a união dos blocos, executa-

binação de estruturas em aço e fechamento

mos grandes jardins centrais por onde passam

em painéis termoisolantes na obra da primei-

os corredores de ligação de um bloco a outro.

ra unidade desta etapa, em Porto Velho (RO),

Assim, aproveitamos a iluminação e a ventila-

abriu caminho para a aplicação em cinco

ção naturais”, explica a arquiteta Carla Vilhena.

outras unidades.

Por ser um hospital voltado ao tratamento

As novas construções têm sido inteiramen-

de câncer, o projeto precisava prever, segun-

te custeadas por doadores, e por isso o hospital

do Vilhena, que a maioria dos pacientes per-

de Porto Velho – batizado como Hospital de

maneceria no local por longos períodos para

10 ARQUITETURA&AÇO

Estruturas metálicas trouxeram flexibilidade e economia aos projetos de expansão do hospital, viabilizando obras sustentáveis e rápidas


tratamento, garantindo conforto térmico,

no projeto arquitetônico. A mudança do

acústico e visual aos usuários. Em função de

fechamento em alvenaria para painéis ter-

tal necessidade, a integração espacial com a

moisolantes exigiu algumas modificações no

natureza passou a ser considerada um dos

desenho, mas trouxe ganhos adicionais. “A

elementos centrais do partido arquitetônico.

adoção do painel termoisolante gerou grande

Inicialmente, a equipe de projetos havia

economia em ar-condicionado, em torno de

planejado uma construção convencional.

20%. A conta de luz também diminuiu signifi-

Contudo, após conhecerem uma obra em aço

cativamente”, aponta Castilho.

em Porto Velho, os projetistas se reuniram

O modelo de execução industrializada

com o engenheiro Bruno Castilho, da Castilho

também acarretou vantagens gerenciais. Com

Estruturas Metálicas, e decidiram adotar uma

um único engenheiro responsável pelo anda-

estrutura em aço, com lajes em steel deck e

mento da obra, o Hospital de Amor Amazônia

fechamentos em painéis termoisolantes.

precisava apenas administrar a relação com

“Tornou-se uma obra totalmente industriali-

a Castilho Estruturas Metálicas, que executa-

zada e econômica, com custo por metro qua-

va toda a parte seca, e com uma empresa de

drado em Porto Velho semelhante ao de São

instalações. Uma equipe do hospital também

Paulo”, aponta Castilho.

foi destacada para executar o contrapiso, a

A arquiteta Carla Vilhena lembra a reação

cerâmica e a pintura. “Com um contingen-

inicial que teve ao saber da proposta. “Ficamos

te muito reduzido, o hospital pôde construir

um pouco apreensivos no início, pois tivemos

simultaneamente outras obras similares em

>

Área construída: 25 mil m²

de mudar alguns pontos na modulação para

Macapá (AP), Rio Branco (AC), Campinas (SP),

>

Aço empregado: ASTM A572

nos adequarmos a essa nova estrutura”, expli-

Piracicaba (SP) e Barretos (SP)”, conta Castilho.

ca. Mas, por fim, o balanço foi positivo. “O uso

Nos últimos quatro anos, a partir da obra ini-

do aço nos proporcionou maior flexibilidade e a possibilidade de trabalhar com grandes

cial em Porto Velho, foram construídos 50 mil m2 de hospitais e centros de prevenção.

vãos. Além disso, atendeu à questão da sus-

O primeiro módulo do Hospital de Amor

tentabilidade, com redução do desperdício e

Amazônia entrou em operação em 2017, com uma área de 25 mil m2 e capacidade de aten-

maior agilidade na obra”, diz Carla.

>

Projeto arquitetônico: Carla Vilhena

GR50 >

Volume de aço: 880 t

>

Projeto estrutural: Pedro Bergamasco

>

Fornecimento da estrutura de aço: Castilho Estruturas Metálicas

>

Execução da obra: Castilho

Castilho explica que o novo projeto estru-

der a 9 mil pacientes por mês. Outros blocos

tural procurou manter a disposição das colu-

estão previstos, mas ainda não foram orça-

>

Local: Porto Velho, RO

nas, de forma que não houvesse interferência

dos. (E.C.L.) M

>

Conclusão da obra: 2019

Daiane Mendonça

Estruturas Metálicas

ARQUITETURA&AÇO

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AÇO: OPORTUNIDADE PARA A QUALIFICAÇÃO

Arquitetura&Aço – A partir da sua atuação profissional e

acadêmica, como avalia o desenvolvimento do mercado da construção em aço na região Norte do Brasil?

Lorenzo Max Gvozdanovic Villar – Apesar dos avanços e das diversas obras já realizadas com sucesso, observamos em gran-

de parte da região um certo lapso no desenvolvimento desse mercado, comparativamente a outras regiões do país. O aço é reconhecido e valorizado por suas qualidades mecânicas e nos últimos anos houve um notório crescimento na busca de soluções com esse sistema construtivo. Contudo, a distância para a aquisição de insumos e a carência de especialistas, tanto para projetar estruturas em aço como para sua execução, são fatores que contribuíram para retardar uma maior utilização desse em nossas construções. AA – Quais os principais benefícios que as estruturas em aço podem oferecer às demandas do mercado da construção no Acervo pessoal

Norte, inclusive para enfrentar suas particularidades, como o período marcado por altas temperaturas, fortes chuvas e cheias?

LMGV – De modo geral, esbelteza, resistência, pré-fabricação, facilidade de montagem e leveza estrutural, com possibilida-

des diversas de fechamentos, são algumas das características que o aço confere às construções. Um fator determinante para

Lorenzo Max Gvozdanovic Villar é arquiteto e fundador do Estúdio Amazônia, escritório de projetos que busca identificar expressões culturais relacionadas ao meio ambiente, ao conflito da civilização com a natureza e em relação à modernidade com a cultura tradicional. É graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e tem mestrado em geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Atualmente, leciona engenharia civil e arquitetura e urbanismo na Faculdade de Educação de Porto Velho. Villar responde pela autoria da Passarela Espaço de Todos, obra executada em aço em Porto Velho (RO). Em entrevista à Arquitetura & Aço, Villar fala sobre os avanços da construção em aço no Norte do país e como o sistema pode contribuir para o enfrentamento dos desafios da construção civil na região. 12 ARQUITETURA&AÇO

a utilização do material tem sido o atendimento ao mercado quanto à necessidade de agilidade nas construções, aspecto em que o aço se destaca muito. No período do “inverno amazônico”, marcado por chuvas, é essencial contarmos com a proteção de coberturas eficientes ou beirais que possibilitem a abertura de janelas para a troca de calor. Há um ditado na Amazônia, lembrado pelo arquiteto paraense João Castro Filho, que diz: “menino, fecha a janela que vai chover”. Mas o certo a dizer seria: “menino, abre a janela que vai chover”. Nessa época, os poucos ventos são alterados com um pé-d'água, fazendo com que haja troca de calor na edificação. O aço oferece ótimas possibilidades para lidar com essa situação devido à sua capacidade estrutural. AA – Neste sentido, em quais tipos de obras as estruturas em aço estão sendo mais demandadas?

LMGV – A concentração da população nas cidades criou novas

demandas na arquitetura, como aeroportos, rodoviárias, escolas e hipermercados, gerando mudanças, principalmente, quanto à escala dos projetos. Algumas construções do passado, e que apresentavam grandes dimensões para a época, hoje são consideradas pequenas frente às novas arquiteturas. Sabemos que o


Paulo Bass

“O aço é reconhecido e valorizado por suas qualidades mecânicas e nos últimos anos houve um notório crescimento na busca de soluções com esse sistema construtivo.

Profissional é autor do projeto passarela Espaço de Todos, na capital Porto Velho, em Rondônia, com estruturas inteiramente em aço

aço é adequado para atender a essa nova demanda, com obras

arquitetos. O mercado tem exigido essa formação e as boas

em que é frequente a presença de grandes vãos. Em galpões

universidades têm se orientado a atender à demanda técnica

industriais e comerciais o sistema já tem participação destaca-

por meio de cursos de pós-graduação voltados para o uso de

da no mercado. Mas temos novas obras que introduziram um

outros sistemas construtivos, além do concreto armado.

novo paradigma para a construção metálica local. Em paralelo, observamos também um uso mais disseminado do aço em pequenas construções, como edifícios comerciais e residências, assim como nas estruturas de coberturas.

AA – Com relação à cadeia de fornecedores de produtos e ser-

viços para a construção em aço, o senhor acredita que ela está preparada para atender adequadamente à demanda por obras em aço no Norte do país?

AA – Como o senhor avalia a formação de profissionais na

LMGV – O mercado tem se adequado rapidamente ao aten-

iniciativas nas universidades para que a formação dos jovens

perceptível. Os insumos do aço são adquiridos com facilidade,

profissionais passe a ser mais ampla no sentido de prepará-los

a não ser em casos que demandam o uso de ligas especiais,

para valorizar a adoção de diferentes sistemas construtivos,

quando há uma maior dependência de fornecedores de outras

como o do aço, por exemplo?

regiões. Embora tenhamos o obstáculo da distância entre as

LMGV – A necessidade tem sido a mãe de todas as virtudes

usinas siderúrgicas e a nossa região, podemos produzir as

região Norte para projetar em aço? Na sua percepção, existem

e as acima mencionadas, das novas tecnologias e escalas nos

dimento das demandas. O avanço nessa área, aliás, tem sido

peças das estruturas metálicas aqui mesmo.

projetos, são exigências que se fazem já necessárias para a formação de profissionais que atendam a esse mercado. As escolas, por formação dos próprios professores vindos de insti-

AA – Quais as principais barreiras ainda existentes para que

possa haver uma maior utilização das soluções estruturadas em

tuições tradicionalmente modernistas, têm se dedicado muito

aço nas construções do Norte brasileiro?

ao ensino do concreto armado, que dominou o cenário da

LMGV – Acredito que a nossa maior carência, nesse momento,

construção durante os últimos 60 anos no Brasil. Mas com o

seja em relação à pequena quantidade de empresas do ramo

crescimento das novas tecnologias construtivas, vemos que

com conhecimento sobre a solução e à pouca disponibilidade de

essa hegemonia começa a ser quebrada, partindo para um

mão de obra especializada, seja ela técnica ou de profissionais

equilíbrio que oferece mais opções e liberdade criativa aos

com formação universitária. (E.Q.) M ARQUITETURA&AÇO

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FLORESTA DE AÇO Reforma amplia e moderniza aeroporto em Rio Branco, com presença marcante de estruturas em aço

REINAUGURADO EM ABRIL DE 2018 após uma

ampla reforma que praticamente triplicou sua área, o Aeroporto Internacional Plácido de Castro, em Rio Branco (AC), transformou-se em um dos mais modernos do país, com capacidade para atender 2,4 milhões de passageiros anualmente, o dobro da sua capacidade anterior. A reforma teve como base o projeto elabora-

do e doado pela arquiteta Marlúcia Cândida, na época primeira-dama do estado. Segundo conta a profissional, a premissa foi valorizar a identidade regional, incorporando ao projeto elementos que remetem à paisagem e à cultura local. “Queríamos que, ao chegar ao aeroporto, o viajante realmente percebesse que havia acabado de desembarcar na Amazônia.” Logo na entrada do edifício do terminal, surge a grande estrutura que sustenta a cobertura frontal, com pilares em formato de galhada. “A estrutura da cobertura foi projetada com pilares de aço em forma de árvores; tem extensão de aproximadamente 93 m e 24 m de largura e está apoiada por 18 pilares, com vão entre eles de aproximadamente 10 m e pé-direito de 5 m. Os pilares em forma de árvores ou galhadas, como alguns costumam dizer, fazem uma clara referência à Floresta Amazônica”, detalha Marlúcia Cândida. O aço contribuiu de forma relevante para viabilizar diversas das soluções adotadas no projeto. “Buscamos tirar partido da sua versatilidade e possibilidades de aplicação, de um lado atuando para a estabilidade e solidez das estruturas, de outro, conferindo maior plasticidade ao conjunto”, afirma a arquiteta Cristiana Monteiro da Tecon – Tecnologia em Construção, responsável pela execução da obra. Além das árvores de aço, o material aparece nas vigas e pilares que formam a superestrutura do edifício, na cobertura do prédio principal e nas estruturas que sustentam o forro e painéis internos. 14 ARQUITETURA&AÇO


Sergio Vale

Cobertura na face externa do aeroporto tem vãos livres de 10 m e conta com esbeltos pilares metálicos que se assemelham a árvores

ARQUITETURA&AÇO

15


Diante da diversidade de situações, foram

forros acústicos são em MDF revestidos com

utilizados perfis em aço de variados tipos

madeira natural, formando três grandes ondas

Marlúcia Cândida de

para compor os pilares, vigas, treliças e outras

que embelezam o espaço e remetem aos “ban-

Oliveira Neves (participação

peças, de modo a oferecer a melhor resposta a

zeiros”, ondas provocadas pelo deslocamento das

de Carolina Sgorla, Simone

cada necessidade específica.

>

Projeto arquitetônico:

embarcações nos rios e igarapés da Amazônia. A

Pesth, Washington Luiz,

As peças estruturais em aço foram fabri-

preferência foi, sempre que possível, por maté-

Alan Pinho, Lucas Blazute)

cadas no estado do Amazonas e transportadas

rias-primas com certificação FSC ou de origem

por vias fluviais e terrestres até o local da obra.

de projetos de manejo florestal, como os ador-

>

Área construída: 7.500 m²

“Mais uma vez, a escolha do material demons-

nos com pássaros feitos em madeira cedro apli-

>

Aço empregado: perfis

trou-se determinante ao possibilitar o parti-

cados nas paredes laterais do saguão.

e equipe Infraero

do tipo H, I, L, U e W;

cionamento de grandes peças em módulos,

A opção pela construção em aço também

cabendo fazer na obra somente a montagem

está associada a este compromisso. A tecno-

SAE 1045; ASTM A325

das estruturas”, acrescenta Cristiana.

logia do sistema resulta em uma obra limpa,

e A307 nos parafusos e

que quase não produz resíduo. “O aço é um

porcas; perfis laminados e

Compromisso com a sustentabilidade

chumbadores e SAE 1020/

material 100% reciclável, e pode, esgotada a

chapas em aço ASTM A36

Seguindo a proposta de identificação com a

vida útil da edificação, retornar aos fornos sob

>

Volume de aço: 225 t

região amazônica, todo o projeto de reforma

forma de sucata e se tornar um novo aço, sem

>

Projeto estrutural: Kleber

do Aeroporto Internacional Plácido de Castro

perda de qualidade”, destaca Cristiana. “Este

Fernandes Braga e Nestor

foi pensado com apelo à sustentabilidade e ao

foi um ponto essencial em nossa decisão de

Marques de Carvalho Júnior

regionalismo, buscando valorizar a floresta e a

escolher o aço para essa obra”, conclui a arqui-

fauna locais. Assim, no interior do saguão os

teta. (D.S.P.) M

>

Execução da obra: Tecon – Tecnologia em

Sergio Vale

Construção Ltda. >

Local: Rio Branco, AC

>

Conclusão da obra: 2018

Sinuosos, forros em madeira natural no interior do saguão lembram banzeiros dos rios e remetem à paisagem local

16 ARQUITETURA&AÇO


IDENTIDADE E CONFORTO Rodoviária Internacional de Rio Branco adota estruturas em aço para oferecer modernidade e comodidade aos usuários

MODERNA E AREJADA, a Rodoviária Internacional de Rio Branco, localizada na capital

do Acre, chama a atenção pelas características do seu projeto. Com estruturas em aço, o terminal urbano foi projetado pelo arquiteto Álvaro Luque a pedido da Prefeitura para

atender à crescente demanda de passageiros na região. E para criar uma obra diferenciada e com forte expressão, Luque buscou referências na cultura local. Tal como uma maloca indígena, que faz uso de poucos pilares para a sustentação da cobertura, o projeto da Rodoviária Internacional de Rio Branco segue o mesmo padrão. No edifício, inaugurado em 2012, poucos pilares foram necessários para suportar o conjunto que forma a cobertura, inteiramente estruturado em aço. Os pilares em aço partem de uma base em concreto e, para permitir uma maior aproximação dos ônibus em relação ao beiral, foram instalados inclinados, conectando-se às vigas da cobertura. Esta, por sua vez, é estruturada por meio de pórticos independentes formados por vigas em aço, destacando-se na paisagem com sua grande

Ricardo Torres

superfície aparente revestida por telhas metálicas do tipo sanduíche pintadas em

Com inspiração nas malocas indígenas, cobertura em aço é destaque em rodoviária local

ARQUITETURA&AÇO

17


Fotos Ricardo Torres

Para assegurar conforto térmico aos usuários, o projeto contou com grandes vãos que favorecem a troca de calor e arejam o ambiente

>

Projeto arquitetônico: Álvaro Luque e AC Arquitetos

>

Área construída: 7.642,80 m²

>

Aço empregado: ASTM A36, A572 e SAE 1010/20

>

Volume de aço: 85 t

>

Projeto estrutural: Andrade Rezende Engenharia de Projetos e Warner Barros Engenharia Estrutural e Geotécnica

>

Fornecimento da estrutura de aço: Multimetal Engenharia de Estruturas Metálicas

>

Execução da obra: Albuquerque Engenharia

18 ARQUITETURA&AÇO

>

Local: Rio Branco, Acre

>

Conclusão da obra: 2012


branco. O arquiteto explica que no projeto da cobertura era essencial garantir a presença de grandes vãos, favorecendo a troca de calor e arejando o terminal, de modo a oferecer maior conforto térmico em um local onde predominam as altas temperaturas durante quase todo o ano. “O uso do aço foi imprescindível para conseguirmos grandes vãos e, ao mesmo tempo, conferindo uma aparência mais leve à construção.” A opção pelas estruturas em aço garantiu, ainda, o cumprimento do cronograma de obra, como destaca o engenheiro Warner Bar-

Pórtico principal

ros, da Warner Barros Engenharia Estrutural e Geotécnica, um dos responsáveis pelo projeto solução muito interessante para lidar com as características climáticas da região. “O inverno amazônico é marcado por altas temperaturas e chuvas torrenciais, algo que precisou ser con-

Fotos divulgação

estrutural. Barros também avalia que foi uma

siderado na especificação dos materiais usados no projeto.” A Rodoviária é distribuída em dois pavimentos no edifício que ocupa uma área de 7.642,80 m2. O encontro dos dois planos de cobertura é marcado por brises metálicos lineares horizontais, que conferem um diferencial extra à composição. O espaço conta com 14 baias de ônibus com galeria para embarque e desembarque, estacionamento, lojas de serviços, área administrativa, guaritas de segurança, entre outros estabelecimentos. Localizado na chamada Via Verde, o maior corredor verde da capital acreana, o terminal rodoviário foi pensado para valorizar e fortalecer o turismo na região. “A monumentalidade da obra é muito significante para a região tornando a rodoviária um marco para a cidade”, comenta o arquiteto e urbanista da Prefeitura de Rio Branco, Carlos Alberto Coelho Bianco, que acompanhou o desenvolvimento do projeto. (L.P.) M

Pilares inclinados em aço permitem a aproximação de ônibus em relação ao beiral e suportam a estrutura da cobertura do terminal ARQUITETURA&AÇO

19


Divulgação Acrópole

>

Projeto arquitetônico, compatibilização e acompanhamento: Acrópole Arquitetura (Autor: Arq. Raul Vasconcellos. Coordenação: Arq. Marina Mesquita de Castro)

>

Projeto legal: Arquitetos Jozilda Paiva, Hebert Costa e Erick Mendonça (equipe do Governo do Acre)

>

Área construída: 8.828,39 m²

>

Aço empregado: perfis soldados ABNT NBR 7007 AR350 COR e ASTM A36

>

Volume de aço: 60 t

>

Projeto estrutural: Andrade e Rezende Engenharia de Projetos

>

Fornecimento da estrutura em aço: SGE Estruturas Metálicas

>

Execução da obra: Etenge Engenharia

OCA METÁLICA Marcante, estrutura em aço projetada para OCA Rio Branco remete à cultura indígena local e organiza o acesso ao espaço de serviços para a população EM FUNCIONAMENTO DESDE 2010, a OCA

profissionais do escritório Acrópole, do Rio

Rio Branco é um espaço criado para abri-

de Janeiro, precisava assegurar fluidez e pra-

gar diferentes centrais de atendimento ao

ticidade. Para a área pública, privilegiou-se

público. São mais de 900 serviços oferecidos

a ocupação open space, com o máximo de

à população por 27 instituições das esferas

integração visual entre os setores. “Os usuá-

municipal, estadual e federal. Diariamente,

rios circulam livremente na área central,

são quase 5 mil atendimentos realizados por

enquanto os balcões de atendimento se dis-

órgãos como a Secretaria de Fazenda, Detran,

tribuem ao longo do perímetro do prédio”,

Procon, bancos públicos, Justiça Eleitoral,

conta o arquiteto Raul Vasconcellos. Cores e a

entre outras repartições.

programação visual em rodatetos contínuos

Para atender a um programa tão complexo, o projeto de arquitetura realizado pelos 20 ARQUITETURA&AÇO

ajudam a identificar os setores e tornam o tráfego mais intuitivo.

>

Local: Rio Branco, AC

>

Conclusão da obra: 2010


Com quatro pavimentos, dos quais dois

os brises formados por tubos circulares. “Não

são semienterrados, a OCA foi erguida com

existe contraventamento. O sistema estrutural

estrutura de concreto e uma volumetria pre-

funciona como pórtico espacial”, explica Andra-

dominantemente horizontal, implantada em

de. Segundo ele, na obra realizada na capital

um terreno em desnível. O projeto teve como

acreana, todas as ligações foram soldadas, uma

princípio reduzir os custos de construção e operação do edifício de quase 9 mil m2 de

vez que o projeto de arquitetura exigia juntas

área. Daí todas as instalações elétricas, de

chapas e parafusos que pudessem poluir a esté-

incêndio, rede lógica, sistema de vídeo, segu-

tica desejada.

entre perfis o mais pura e limpa possível, sem

rança e telefonia serem mantidas aparentes

Reforçando a amplitude do pé-direito e a

com malhas quadriculares de eletrocalhas.

leveza, sob a cúpula foi instalada uma obra do

Para os revestimentos, preferiu-se soluções

artista plástico Lucas Isawa, com pássaros cons-

duráveis, como o piso monolítico em granilite

truídos em MDF e tiras de compensado suspen-

usado nas áreas de atendimento e circulação.

sas em cabos de aço. (J.N.) M

Fotos divulgação Acrópole

Esférica e marcante

Com 28 m de diâmetro e 16 m de altura, cúpula formada por arcos em aço confere amplitude e transparência ao interior do edifício

O elemento mais marcante do projeto é uma cúpula esférica de vidro, estruturada em aço, que evidencia a esplanada de acesso à OCA. São 28 m de diâmetro e 16 m de altura com vidros laminados de 10 mm, caixilhos metálicos e brises que remetem às construções indígenas. Vasconcellos conta que a cúpula agregou uma identidade bem objetiva para o projeto, estabelecendo uma relação clara com a cultura local. Mas o principal motivo que levou à concepção dessa cúpula foi a necessidade de criar um elemento vertical com pé-direito alto, que permitisse aos usuários enxergar, ao mesmo tempo, os dois níveis do edifício, além de possibilitar a entrada de luz natural. O grande vão livre a ser vencido induziu a escolha pela estrutura metálica, conta o arquiteto. Foram utilizados perfis de aço com pintura eletrostática e perfuração feita a laser para dar suporte ao vidro laminado de alta reflexão solar. “Para atender à forma arquitetônica, o projeto previu a estrutura principal em arcos formados por perfis soldados e seção I de altura variável”, detalha o engenheiro Jeferson Andrade, diretor técnico comercial da Andrade Rezende foram distribuídos radialmente e se juntam no centro em um anel circular. Transversalmente aos arcos, foram instaladas longarinas em tubos retangulares para receberem as esquadrias e

Gleilson Miranda

Engenharia de Projetos. Ele conta que os arcos

ARQUITETURA&AÇO

21


Fotos Mitt

Com o aço foi possível manter a uniformidade da edificação sem deixar evidente onde os acréscimos foram feitos. Estrutura utilizou perfis laminados e soldados na forma de vigas I, pilares em perfil H e lajes em steel deck

AMPLIAÇÃO FACILITADA Em Palmas, estrutura em aço viabiliza ampliações consecutivas em universidade

A FACULDADE CATÓLICA do Tocantins

pública. Já no lado sul, estão alocadas as salas

(Facto) é um centro universitário criado em

de aula, protegidas pela circulação, com ram-

1999 que quer se consolidar como referência

pas e escadas, e pelo grande painel perfurado

de excelência em ensino na região. Em seu

descolado da estrutura.

principal campus, localizado no Plano Diretor

O campus da Facto foi projetado em 2004

Sul, o Edifício de Classes se destaca por sua

pelos arquitetos Manoel Balbino, Monica Tor-

volumetria e pela fachada branca com 150 m

minn e Jalma Lamounier. Em 2009, a edifica-

de extensão.

ção passou por uma reforma para acomodar

O prédio tem quatro pavimentos erguidos

mais quatro salas de aula em cada pavimen-

com estrutura em aço, vidros e muita trans-

to, intervenção conduzida pelos mesmos pro-

parência. O volume principal é interrompido

fissionais. Segundo eles, devido à opção pela

no trecho central para abrigar um bloco não

estrutura em aço, a ampliação foi realizada

ortogonal, onde foram instalados os labora-

com muita facilidade. “Ao contrário de uma

tórios e as áreas administrativas e sob o qual

estrutura em concreto, na qual as ligações

formou-se um pátio coberto. Na face norte, um

são marcantes, na estrutura metálica é difícil

conjunto mais compacto abriga a biblioteca

apontar onde a mesma sofreu acréscimos”,

e uma capela, ambas abertas para visitação

diz Balbino.

22 ARQUITETURA&AÇO


ARQUITETURA&AÇO

23


Além da facilidade para modificações

>

e ampliações, o prazo de execução reduzido

Projeto arquitetônico: Manoel Balbino, Monica

também teve um peso importante na opção

Torminn e Jalma Lamounier

pela estrutura em aço na universidade de Pal-

>

Área construída: 6.089 m²

mas. Balbino conta que o contratante já tinha

>

Aço empregado: ABNT NBR

uma experiência anterior bem-sucedida com

7007 AR350 COR e A572 GR50

a construção de um colégio na Capital Federal, com 22 mil m2 executados em apenas um ano.

>

Volume de aço: 300 t

>

Projeto estrutural: Lenildo

Na estrutura da Facto, foram utilizados per-

Santos da Silva

fis laminados e soldados na forma de vigas I

>

e pilares em perfil H, além de lajes em steel deck. As ligações foram todas soldadas. Uma viga de aço com 35 m foi instalada para vencer o vão sobre os blocos menores e a rampa. Também foi realizado um apoio intermediário com

Fornecimento da estrutura de aço: Codeme

>

Viga em aço de 35 m vence vão sobre blocos menores e rampa. Apoio intermediário com pilares também cria dois vãos de 20 m e 15 m cada

Execução da obra: Arcel Engenharia

>

Local: Palmas, TO

>

Conclusão da obra: 2006

pilares bastante esbeltos, criando dois vãos com 20 m e 15 m cada. “Quase imperceptível, altura reduzida sensivelmente, gerando economia para a obra”, revela Manoel Balbino.

Interligação estrutural

No Edifício de Classes em Palmas, a parede perfurada afastada da estrutura é um elemento de arrojo e identidade na fachada. Para sua construção, foram executados blocos de fundação com pilaretes que, por sua vez, receberam um esqueleto de concreto com vigas e pilares largos. Durante a realização do projeto, estudos de carga de vento mostraram que essa estrutura de concreto com os pilares em linha não resistiria aos esforços. “Isso levou à instalação de grampos metálicos, que estabilizam a parede e a conectam com a estrutura metálica, evitando um possível tombamento”, conta Balbino. Os fechamentos foram executados com alvenaria previamente planejada para evitar patologias construtivas na interligação com a estrutura em aço. Os blocos cerâmicos formam paredes duplas, uma em cada face da viga de 30 cm. A solução permitiu liberar espaço interno para um colchão de ar, melhorando o desempenho térmico do edifício. “As paredes foram retiradas da estrutura em aço e apoiadas sobre um sistema de funda-

24 ARQUITETURA&AÇO

Fotos Mitt

esse apoio permitiu que a viga I tivesse sua


ampliação

No desenho, a área indicada em vermelho corresponde à expansão realizada em 2009

ção independente, tangenciando o perímetro

projeto de vedações. Ele conta que as paredes

externo da estrutura. A ligação entre parede-

internas e divisórias foram todas projetadas

-estrutura se deu com a inserção de conectores

desvinculadas da estrutura, com pequenos

de cisalhamento no nível das lajes e possibili-

perfis metálicos. “Os marcos das portas foram

tou o cálculo preciso das paredes com faixas

projetados em perfis em aço de chapa dobrada,

verticais apoiadas horizontalmente nas lajes”,

de forma a participarem da estabilização des-

conta o engenheiro Roberto Coelho, diretor

tas paredes, assim como os marcos das jane-

da Racional Sistemas Construtivos e autor do

las”, conta o engenheiro. (J.N.) M

ARQUITETURA&AÇO

25


INTEGRAÇÃO TOTAL Para se conectar ao entorno com harmonia, espaço cultural em Palmas explora a leveza das estruturas metálicas em cobertura que abriga eventos

CONSTRUÍDO EM 1996, o Espaço Cultural

mas um centro para a prática de atividades

José Gomes Sobrinho representou, na época,

artísticas e a realização de grandes eventos,

uma novidade relevante para a rede de equi-

mas também ocupar o espaço em conexão

pamentos culturais da cidade de Palmas (TO),

com o ambiente, que é marcado por reservas

e passou a funcionar como um dos principais

que dariam origem, pouco depois, ao parque

centros de eventos da capital tocantinense. A

Cesamar. “Ele deveria funcionar como eixo de

grande praça que domina sua área central é

preservação daquela área verde na cidade”,

protegida por uma extensa cobertura estru-

aponta Paranhos.

turada em aço, que a um só tempo demarca

A proposta, por isso, definiu-se estetica-

visualmente o espaço cultural e o integra à

mente em função da sua relação com o entor-

área verde circundante.

no. “Quem passa por ali de carro, por exemplo,

“O aço foi a solução ideal para a cobertura

percebe que o espaço cultural não é o protago-

da praça de eventos, com vistas muito libe-

nista, mas, sim, a paisagem.” Do ponto de vista

radas e grandes vãos, favorecendo sua inte-

prático, a praça de eventos reuniria milhares

gração com a paisagem”, explica o arquiteto

de pessoas, que não poderiam ficar expostas

Paulo Henrique Paranhos.

ao sol de Palmas. A cobertura deveria prote-

Desde a fase de concepção do projeto,

ger os frequentadores e vencer grandes vãos,

Paranhos defendeu a ideia de que o equipa-

ao mesmo tempo mantendo a leveza visual

mento deveria não apenas oferecer a Pal-

que Paranhos desejava no projeto. Assim, para

26 ARQUITETURA&AÇO

O posicionamento das estruturas de sustentação da cobertura foi cuidadosamente definido, avaliando o equilíbrio dos esforços exigidos entre os vãos e balanços que chegam a atingir 20 m


O resultado foi uma estrutura delgada,

>

que sofreu apenas uma pequena elevação em relação ao projeto inicial devido a um pedido

>

Área construída: 9.440 m²

da construtora na fase da execução. A cober-

>

Aço empregado: ABNT NBR

tura foi realizada com telhas em aço com alta

7007 AR350 COR

resistência à corrosão atmosférica e resis-

>

Volume de aço: 450 t

tência mecânica de 300 MPa, na época um

>

Projeto estrutural: Ferenge

dos mais resistentes disponíveis no mercado. “Outra solução possível seria o alumínio, mas

Soluções em Estruturas Metálicas >

o custo seria maior. Sem dúvida, o aço tinha mais viabilidade e foi a melhor escolha,” pon-

Fornecimento da estrutura de aço: Alusud

>

tua Ribeiro. Divulgação

Projeto arquitetônico: Paulo Henrique Paranhos

Execução da obra: Ecen Enganheria Ltda.

O conforto térmico foi garantido pelo

>

Local: Palmas, TO

isolamento aplicado às telhas metálicas e

>

Conclusão da obra: 1996

pelo planejamento climático da edificação. “O espaço cultural tem elementos vazados, como cobogós e esquadrias ventiladas, exceto no teatro e no auditório. Os equipamentos

atender a essas questões, a solução em aço

também contam com espelhos d’água. Dessa

revelou-se como a melhor resposta.

forma, buscamos promover a dinâmica de

As cargas foram divididas entre quatro

ventilação”, diz Paranhos.

colunas de concreto, encimadas por capitéis

O Espaço Cultural José Gomes Sobrinho

incomuns, em formato de pirâmide invertida,

abrange, além da praça central de eventos, um

sobre os quais se abrem mais duas pirâmides

grande teatro para 530 pessoas, uma pequena

invertidas. “Com essa solução, pudemos dis-

sala de cinema e auditório, um centro de ofi-

tribuir melhor as cargas da cobertura, já que

cinas culturais e uma biblioteca. A praça conta

estávamos trabalhando com poucas colunas”,

também com lanchonete e sanitários. (E.C.L.) M

lembra Paulo Sérgio Ribeiro, engenheiro estrutural da Ferenge. Ribeiro conta que foi necessário estudar a melhor posição das colunas na estrutura espacial, de modo a encontrar o equilíbrio ideal entre os esforços exigidos pelos vãos e os balanços, que os diminuem. “Atingimos o posicionamento desejado com o uso de balanços significativos que chegam a 20 m.” à concepção arquitetônica de Paranhos, contribuiu para diminuir as pressões sobre a estrutura causadas pelo vento, o que acabou reduzindo os esforços gerais. “De qualquer forma,

Fotos divulgação

A ausência de fechamentos laterais, devido

foi necessário estudar as frequências naturais da cobertura para garantir que os ventos não entrariam em ressonância com a mesma, fazendo-a vibrar”, explica o engenheiro Ribeiro. ARQUITETURA&AÇO

27


Divulgação

José Maria Coelho Bassalo

LEVEZA ESTRUTURAL Tensoestrutura garante fluidez, beleza e funcionalidade a tradicional feira em Ananindeua, no Pará

A FEIRA DO QUATRO sempre foi um impor-

total coberta de quase 3.200 m2. Translúcida, a

tante polo comercial de Ananindeua, município

membrana permite o funcionamento do pavi-

na região metropolitana de Belém. Inicialmente

lhão durante o dia sem iluminação artificial.

sinônimo de comércio informal e de instalações

Em Ananindeua, esta solução foi especi-

precárias, o mercado de frutas, peixes e artesana-

ficada principalmente para atender ao curto

to foi transferido para um novo local na Avenida

prazo de execução e à limitação de recursos.

Arterial 18 para a abrigar, de modo organizado,

Na Feira da Cidade, a cobertura foi montada

os 354 pontos de venda, além de espaços para

em apenas 80 dias de trabalho.

administração e utilidades. O equipamento urbano, agora batizado de Feira da Cidade, foi projetado por José Maria

Efêmero e permanente

“A concepção da tensoestrutura que cobre a

Coelho Bassalo e Flávio Campos do Nascimen-

feira foi determinada por razões geométricas,

to, do escritório Meia Dois Nove Arquitetura.

construtivas e conceituais”, explicam Bassalo e

O trabalho teve como diretriz garantir fluidez

Nascimento. A cobertura se baseia na justapo-

à circulação das pessoas e acesso igualitário a

sição de módulos hexagonais, estruturalmen-

todos os boxes e bancas.

te independentes. Essa composição ajustou-

Erguida com estrutura em aço e membrana

-se à geometria triangular do lote e permitiu

de fibra de poliéster com PVC, uma grande ten-

cobrir uma grande área sem que houvesse

soestrutura dá forma a um pavilhão com área

pontos muito elevados na membrana.

28 ARQUITETURA&AÇO

Tubos de aço e chapas metálicas com acabamento galvanizado a fogo suportam coberturas que abrigam 354 pontos de venda da feira


“Do ponto de vista conceitual, a escolha da membrana fundamentou-se no fato de que a

são um elemento diferencial na composição

>

arquitetônica da feira.

Projeto arquitetônico: Meia Dois Nove Arquitetura e

história consagrou o uso de coberturas têxteis

O conforto térmico, aspecto crítico em uma

em abrigos temporários e em estabelecimen-

região tão quente, foi resolvido com uma com-

tos provisórios”, dizem os arquitetos. “Ainda

binação de soluções. Além do uso da mem-

que o pavilhão seja uma estrutura permanen-

brana, que por si só possui bom desempenho

te, por princípio, é um evento circunstancial, a

térmico, o pavilhão é totalmente aberto em

>

Área construída: 3.127 m²

tensoestrutura pode expressar essa efemeri-

suas laterais, o que favorece a circulação do

>

Aço empregado: tubos

dade do seu caráter”, complementam Bassalo

vento. Outra estratégia relevante foi a instala-

redondos e vergalhões de

e Nascimento.

ção de 36 exaustores eólicos nos pontos mais

aço SAE e chapas de aço

“A cobertura foi concebida com a interligação de 48 elementos hexagonais de três tipologias: cálices, umbrella e tenda cônica”, explica a engenheira Rita de Cássia Antunes Bose, da Tecno Staff, empresa responsável

Consultoria >

Bassalo e Flávio Campos do Nascimento

elevados da tensoestrutura, potencializando a renovação do ar no interior da Feira.

ABNT NBR 7007 AR350 COR >

Volume de aço: 75 t

>

Projeto de estruturas:

Sustentação em aço

Composta por tubos de aço e chapas metá-

Autores: José Maria Coelho

Reinaldo Jansen Silva >

Projeto de tensoestrutura:

pela execução da cobertura. Ela conta que,

licas com acabamento galvanizado a fogo, a

ao todo, foram utilizadas 42 unidades do tipo

estrutura metálica que suporta a cobertura

cálice com 9,60 m de diâmetro e 5,5 m de altu-

foi dimensionada considerando-se carrega-

ra, com geometria semelhante à de bumerangues. Desse total, 32 são do tipo 1, com

mentos de vento de 108 km/h, peso próprio de 20 kgf/m2 e sobrecarga de 25 kgf/m2.

configuração em estrutura metálica comple-

Em vez de cabos, o sistema de tensiona-

ta, e dez do tipo 2, com pilares de concreto e

mento da membrana nas bordas conta com

conformação superior em metal.

barras de ferro redondas rosqueadas nas pon-

>

Local: Ananindeua, PA

tas, uma solução mais simples e econômica.

>

Conclusão da obra: 2007

dos cálices foram cobertos com estruturas do

As membranas, dimensionadas para

tipo claraboias revestidas com membrana com

suportar uma carga de ruptura com tração

blackout. Já os demais espaços, com membra-

de 60 kN/m, foram reforçadas com as chapas

na translúcida, que proporciona um jogo de luz

metálicas parafusadas nas bordas, garantindo

e transparência na cobertura com a luz do dia”,

sua integridade após o tensionamento.

explica Cássia.

Cássia conta que, para a instalação das

A cobertura da Feira da Cidade empregou,

membranas, foram empregados vergalhões

também, quatro unidades de membranas do

de aço, parafusados nos troncos dos cones de

tipo umbrella e duas unidades do tipo tenda

interligação das peças. Na parte inferior da

cônica, todas elas com 16 m de diâmetro.

cobertura, as membranas dos cálices foram

Elementos de destaque na composição

fixadas nos funis de captação de água pluvial.

arquitetônica do projeto, as tendas têm estru-

Na parte superior, os vergalhões passantes

tura de sustentação compostas por dez mas-

nas bolsas das membranas foram parafusados

tros monumentais em aço externos à cober-

nos troncos dos cones de interligação, entre as

tura. Além da função de proteção, as tendas

fôrmas. (J.N.) M

>

Membrana: Mehler Texnologies, Serge Ferrari e Formatto

>

Execução da cobertura: Tecno Staff Engenharia e Estruturas

José Maria Coelho Bassalo

“Os espaços curvos entre as coberturas

Paulo André Brasil Barroso

ARQUITETURA&AÇO

29


Fotos divulgação

MODELO CONSAGRADO Clássico de Lelé, unidade da Rede Sarah em Macapá conta com espaços modulares e cobertura em sheds metálicos que ajudam a regular a temperatura na edificação

O SARAH MACAPÁ foi inaugurado em 2005

A construção do posto de Macapá foi, a

na capital amapaense com o objetivo de ofere-

exemplo das outras unidades, inteiramen-

cer tratamento local não hospitalar a crianças

te industrializada. O partido do projeto era

e adolescentes com paralisia cerebral, lesão

garantir dois conceitos centrais, flexibilidade

cerebral adquirida ou atraso de neurodesen-

e extensibilidade. “Dessa maneira, tornava-se

volvimento. Até sua inauguração, os pacientes

possível implantar novos setores e ampliar

tinham de viajar ao hospital de São Luís, no

setores já existentes sem prejudicar o fun-

Maranhão. Projetado por João Filgueiras Lima,

cionamento do hospital”, completa Adriana.

o Lelé, e construído pelo Centro de Tecnologia

Outro elemento fundamental para Lelé era

da Rede Sarah (CTRS), o posto avançado carre-

assegurar o conforto ambiental na edificação.

ga os traços típicos dos projetos da rede, com

O controle da ventilação e da temperatura

cobertura em sheds metálicos e organização

no prédio tem como elemento fundamental a

modular dos espaços.

cobertura em shed, executada em aço e com

Conforme explica a arquiteta Adriana Fil-

curvatura acentuada para receber o vento

gueiras Lima, filha de Lelé e parte da antiga

predominante na região. “Os fechamentos

equipe responsável pela construção da rede, a

laterais também são executados em painéis

unidade de Macapá foi produzida com elemen-

metálicos vazados, que permitem a entrada

tos industrializados produzidos pelo próprio

de ar”, acrescenta Adriana. A circulação do ar é

CTRS. “O CTRS era uma verdadeira indústria

estimulada pela altura dos sheds, que chegam

montada por Lelé para construir esses hospi-

a alcançar 3 m e, por diferença de pressão,

tais e postos avançados. Contava com serralhe-

favorecem a saída do ar interno.

ria para a fabricação de elementos estruturais,

No que se refere à flexibilidade espacial,

produzia esquadrias e elementos mais leves

Lelé aplicou em Macapá o mesmo conceito de

para fechamentos, como brises, e também pré-

outras obras da Rede Sarah – desenhou uma

-moldados de argamassa armada”, conta.

circulação central que se estende por toda

30 ARQUITETURA&AÇO

Projeto marcado por leveza estrutural foi estruturado em aço de maneira modular para que pudesse receber futuras ampliações


a unidade, funcionando como uma coluna

Lelé trabalhou intensivamente com aço

vertebral com a qual se comunicam todos os

em alguns projetos, sobretudo na Rede Sarah.

de Tecnologia da Rede Sarah/

espaços do posto. “Essa coluna vertebral per-

“Ele adotou o metal em seus projetos finais,

CTRS (extinto) – Arq. João

mite que os diversos setores estejam ligados à

para a estrutura e a cobertura. Acho que o aço

Filgueiras Lima, o Lelé

totalidade, mas ao mesmo tempo funcionem

limita menos, no que se refere à industrializa-

>

Área construída: 5.000 m²

de forma autônoma.”

ção. O aço calandrado, quando se conhece bem

>

Aço empregado: ASTM A-242

suas possibilidades, permite soluções muito

>

Volume de aço: 225 t

interessantes”, explica Adriana.

>

Projeto estrutural: Centro de

O programa segue critérios de funcionalidade. O primeiro setor é uma área administra-

>

Projeto arquitetônico: Centro

tiva, que inclui os vestiários. A seguir, abrem-se

A construção da unidade de Macapá exi-

dois grandes espaços de atendimento, uma

giu, também, a instalação de uma passare-

área de avaliação e uma área de fisioterapia.

la, que une o posto avançado a um campus

Ao lado, situam-se uma entrada principal, com

universitário situado do lado oposto de uma

área de recepção e espera, e um setor de diag-

via de trânsito rápido. Conforme recorda o

de aço: Centro de Tecnologia

nóstico, com equipamentos de raios X. Por fim,

engenheiro estrutural Roberto Vitorino, a

da Rede Sarah/CTRS (extinto)

surgem os setores de coleta de material para

passarela teve um projeto diferenciado, com

análise laboratorial, radiologia, oficina orto-

rampa helicoidal. “É um caracol, com cober-

Tecnologia da Rede Sarah/

pédica, piscina e quadra coberta. “Tem ainda o

tura em espiral”, explica. Executada em aço

CTRS (extinto)

bloco de serviço, ao longo dessa coluna central,

e concreto, a passarela tem um único pilar

>

Local: Macapá, AP

que sedia o setor de manutenção, uma peque-

central, no canteiro da avenida, em formato

>

Conclusão da obra: 2004

na lavanderia, farmácia, central de limpeza,

de leque, com quatro braços, para absorver as

pequeno almoxarifado, cozinha e refeitório.”

treliças. (E.C.L.) M

Tecnologia da Rede Sarah/ CTRS (extinto) – Engenheiro Roberto Vitorino >

Execução da obra: Centro de

Divulgação

>

Fornecimento da estrutura

ARQUITETURA&AÇO

31


SHOPPING PARA BOA VISTA

Interbuild

Centro comercial na capital de Roraima estruturado em aço fica pronto em menos de um ano ao adotar soluções construtivas industrializadas

INAUGURADO EM NOVEMBRO DE 2014, o

Pátio Roraima Shopping – primeiro shopping center de Roraima – foi concebido com 180

obra, na forma de pilares, vigas, estrutura da

>

cobertura, lajes steel deck e escadas.

Projeto arquitetônico: AD Arquitetura

>

Área construída: 39.786 m²

Estrutura da cobertura

>

Aço empregado: pilares e

veículos. O conceito inicial do empreendimen-

do edifício são formados por perfis em aço

>

to foi criado pela Designcorp, uma empresa

laminado e perfis do tipo I soldados. As vigas,

>

canadense, e o desenvolvimento e compatibi-

por sua vez, foram dimensionadas conside-

lização do projeto ficou a cargo do escritório

rando a colaboração da estrutura mista das

A. Dell'Agnese Arquitetos Associados – AD

lajes em steel deck, ligada a elas por meio de

de aço: Medabil Sistemas

Arquitetura.

conectores do tipo stud bolt e atuando para

Construtivos

lojas, cinco salas de cinema, dois elevadores e um estacionamento com 1.300 vagas para

Devido à distância e à dificuldade de

Os pilares e vigas que compõem a estrutura

reforçar a estabilidade do conjunto.

vigas ASTM A572 GR50 Volume de aço: 1.120,84 t Projeto estrutural: Medabil Sistemas Construtivos >

>

Fornecimento da estrutura

Execução da obra: Interbuild

encontrar mão de obra qualificada, a obra

Na cobertura, a estrutura principal apoia-

priorizou o uso de sistemas construtivos

-se nos pilares e foi executada com chapas de

>

Local: Boa Vista, RR

industrializados com estrutura em aço, fecha-

aço de seção variável. Já a estrutura secundá-

>

Conclusão da obra: 2014

mento em painéis termoisolantes e cobertura

ria é formada por treliças em aço semiespa-

com telhas de aço.

ciais parafusadas. Na cobertura dos domus,

A opção pela estrutura em aço, além de

foram usadas estruturas secundárias compos-

facilidade e rapidez na montagem, assegurou

tas por terças em perfis de chapas dobradas

outros benefícios ao empreendimento. A fle-

com contraventos e amarrações.

xibilidade e maior leveza do material possibi-

Os pilares e vigas receberam proteção pas-

litaram a concepção de um projeto estrutural

siva contra incêndio e corrosão, com aplicação

com número reduzido de pilares, liberando

de argamassa projetada, enquanto a estrutu-

mais espaço para lojas e usuários. Ao todo,

ra de cobertura recebeu pintura em pó com

1.120,84 toneladas de aço foram usadas na

camada de 60 micras.

32 ARQUITETURA&AÇO

Engenharia e Construções

No canto inferior, à direita, os pilares de sustentação da marquise são formados por perfis em aço do tipo I, com revestimento em placas cimentícias. Logo acima, visão interna do domus com cobertura estruturada em aço.


Fotos Interbuild

Cuidado com o calor

Para garantir conforto aos usuários em uma região quente como a de Boa Vista, era essencial a preocupação com os materiais escolhidos para o fechamento da estrutura. Assim, placas cimentícias com núcleo isolante em poliestireno expandido foram especificadas para compor as paredes externas, as quais receberam, ainda, revestimento cerâmico. Telhas em aço com proteção termoisolante aparecem na cobertura do shopping e na fachada relativa à praça de alimentação – executada em sistema de pele de vidro – foram utilizados brises, amenizando a sensação térmica. Além de um sistema de ar-condicionado inteligente, que se ajusta de acordo com a demanda local. “As soluções adotadas permitiram superar o desafio da escassez de mão de obra qualificada, viabilizando a execução da obra com rapidez em uma região distante. As peças industrializadas chegavam prontas para serem apenas montadas no local, eliminando a necessidade de um grande canteiro e resultando em uma obra limpa e sem desperdícios. Além de garantir maior segurança, produtividade e qualidade à construção”, comenta Alan Gonçalves, gerente de projetos da AD Arquitetura. (G.C.) M ARQUITETURA&AÇO

33


Fotos Acervo Instituto Durango Duarte Jornal do Commercio

ALÉM DO TEMPO Marco histórico de Manaus, a Ponte Benjamin Constant teve suas estruturas renovadas para atender às exigências atuais e seguir servindo a cidade

SÍMBOLO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

de metais nas grandes obras era uma tendên-

e de uma “europeização” muito valorizada

cia mundial”, explica a superintendente do

àquela época, a Ponte Benjamin Constant

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

representa bem a transformação urbanística e

Nacional (Iphan) no Amazonas, Karla Bitar.

arquitetônica que Manaus experimentava no

A construção de influência inglesa e con-

final do século XIX. Sua construção começou

cepção bastante arrojada para a época, com a

em 1892 e terminou em 1895, período áureo da

presença de grandes vãos, foi executada com

borracha no Amazonas e que levou Manaus a

peças metálicas importadas, o que se mostrou

ser um importante centro comercial exporta-

um desafio e tanto, dadas as condições e recur-

dor e importador no país.

sos então existentes. Isso porque além de uma

Acompanhando o espírito da época, Manaus

superestrutura metálica com comprimento

– assim como outras cidades brasileiras – passou

total de 161 m e largura de 10,5 m, a Ponte conta

por um processo de transformação para aten-

ainda com dois vãos de 20 m, dois vãos de 30 m

der às expectativas econômicas e sociais de uma

e um vão central de 60 m, além de duas passa-

sociedade que emergia e se sofisticava. Foi nesse

relas laterais.

período que o governo de Eduardo Ribeiro optou

O sistema estrutural em treliça com infra e

pela construção da ponte, que liga o centro da

mesoestrutura composta de encontros, pilares

cidade ao bairro da Cachoeirinha, viabilizando a

e fundações reforçam a importância da ponte

chegada da linha de bonde até lá.

do ponto de vista histórico e construtivo.

Construída em aço e ferro sob a supervisão do engenheiro inglês Frank Hirst Hebblethwaite, a Ponte Metálica – como passou a ser

Atualização constante

Por questões de segurança e também para

conhecida – se destaca por seu desenho ele-

manter intacta a histórica obra, a Ponte

gante, assemelhado ao padrão de uma ponte

Benjamin Constant passou por uma série de

pênsil. “Vivia-se a Revolução Industrial e o uso

manutenções e melhorias desde a sua cons-

34 ARQUITETURA&AÇO

Inaugurada em 1895, ponte recebeu diversas intervenções de manutenção e reforma, sempre preservando suas características. Em 1988 foi reconhecida como Monumento Histórico do Estado


MEMÓRIA

trução. A primeira grande reforma aconteceu

nária, uma série de intervenções foram fei-

entre 1936 e 1939. Depois, três restaurações

tas para reforçar sua estrutura e permitir que

foram executadas na década de 1960 e em

suportasse o tráfego dos veículos. As passa-

1975 e 1987.

relas também foram substituídas. Segundo a

Mas foi somente em 1988 que a Ponte Ben-

RMG Engenharia, que participou das interven-

jamin Constant foi tombada e passou a ser

ções, foi utilizado aço ASTM A36 nas estrutu-

reconhecida como Monumento Histórico do

ras, que receberam uma nova pintura, com

Estado. Em 2005, teve o seu tráfego limitado

seis camadas de tinta, e iluminação compu-

a veículos leves para evitar possíveis desaba-

tadorizada com 1.300 luminárias, em projeto

mentos. Dois anos depois, entretanto, o Gover-

assinado por Peter Gasper, mestre da ilumi-

no do Estado deu início a uma nova restaura-

nação arquitetônica. Reinaugurada em 25 de

ção como parte das obras do Programa Social e

setembro de 2008, a Ponte Benjamin Cons-

Ambiental dos Igarapés de Manaus.

tant continua exibindo uma inigualável beleza

Na última restauração, que preservou as

arquitetônica e se mantém como um símbolo da presença inglesa na região. (N.L.) M

Engenharia Departamento de Patrimônio Histórico

características originais da construção cente-

Última restauração trouxe melhorias estruturais, nova iluminação e passarelas renovadas

ARQUITETURA&AÇO

35


Divulgação

ARCO MONUMENTAL Engenheiros vencem desafio logístico e instalam o maior arco metálico parafusado da América do Sul, no Bumbódromo de Parintins

EM 2013, 25 ANOS após sua inauguração,

havia infraestrutura suficiente no local. Então,

>

Projeto arquitetônico: Equipe

o Centro Cultural e Esportivo Amazonino

teve de ser totalmente parafusado”, explica

de projetos da Secretaria de

Mendes, em Parintins (AM), mais conhecido

Flávio D’Alambert, engenheiro responsável

Estado de Infraestrutura do

como Bumbódromo – onde ocorre anualmen-

pelo projeto estrutural.

Governo do Amazonas

te o festival folclórico da cidade, com apre-

Conforme esclarece o engenheiro Benedi-

sentações dos bois Caprichoso e Garantido

to Baldon, da Engemetal, empresa responsável

– sofreu uma série de intervenções moderni-

pela fabricação do arco, seria muito difícil iso-

>

Volume de aço: 280 t

zantes. A principal delas foi a instalação de

lar os pontos de soldagem entre as peças para

>

Projeto estrutural: Flávio

um arco em aço sobre a arena, que susten-

evitar o contato deles com as chuvas frequen-

ta passarelas aéreas e abriga equipamentos

tes da Região Amazônica. “É uma estrutura

cenotécnicos.

>

Aço empregado: ASTM A 572 GR50

D’Alambert/Projeto Alpha >

Fornecimento da estrutura

alta e que exige total confiança nas ligações.

de aço: Engemetal Estruturas

Dificuldades logísticas e técnicas exigiram

As intempéries levariam à necessidade fre-

Metálicas

ousadia redobrada de projetistas e montado-

quente de refazer a soldagem, o que consegui-

res, afinal, o arco tem 114 m de comprimento

mos evitar com o parafusamento.”

>

Montagem: Castilho Estruturas Metálicas

e 30 m de altura – dimensões consideráveis e

Do ponto de vista estrutural, o projeto pre-

que, devido às condições locais, amplificaram

cisou prever a grande sobrecarga a que o arco

o desafio construtivo. “O grande problema é

seria submetido, já que ele deveria susten-

>

Local: Parintins, AM

que o arco não poderia ser soldado porque não

tar as duas passarelas laterais e os volumo-

>

Conclusão da obra: 2013

36 ARQUITETURA&AÇO

>

Execução da obra: SH Engenharia


Fotos Castilho Estruturas Metálicas

feitas com uma bifurcação, de modo a produ-

a significativa sobrecarga, tivemos cuidado

zir estabilidade espacial. Ele ficaria instável se

especial em relação à tolerância construtiva”,

fosse um arco normal, de um ponto a outro,

aponta D’Alambert.

sem travamento intermediário”, descreve

O arco foi projetado considerando-se a

D’Alambert. À altura de um quarto da base,

necessidade de transportá-lo da região do ABC

aproximadamente, o arco se bifurca em duas

Paulista para Parintins, localizada em uma

pernas, formando uma espécie de Y.

ilha no Rio Amazonas. Por isso, planejou-se

O “Arco Monumental” – denominação

sua modulação em peças de 6 m, que pude-

dada pela Secretaria de Infraestrutura do

ram ser transportadas em caminhões que

Governo do Amazonas no projeto arquite-

seguiam até Porto Velho (RO). De lá, tomavam

tônico – compõe, em conjunto com as pas-

uma balsa até Manaus e outra de Manaus a

sarelas laterais, uma forma que lembra uma

Parintins. “Os trechos de balsa eram demora-

cabeça de boi. “Devido ao grande vão a ser

dos: de Porto Velho a Manaus chegava a levar

vencido na arena, a solução necessariamen-

quatro dias, pela ausência de balsas diárias.

te devia ser em aço. Se fosse um arco de

De Manaus a Parintins, a viagem tomava de 18

concreto, ele ficaria mais alto e mais largo,

a 24 horas”, conta Bruno Castilho, da Castilho

descaracterizando o projeto arquitetônico”,

Estruturas Metálicas, empresa responsável

explica Baldon.

pela montagem da estrutura metálica.

Suspensas no grande arco com 114 m de comprimento e 30 m de altura, passarelas em aço foram fabricadas em módulos de 6 m e transportadas por caminhões e balsas até Parintins. Montagem e fixação foram realizadas com parafusos. Sem travamento lateral, o arco foi montado a partir de uma base de bifurcação Y para garantir a estabilidade da estrutura Castilho Estruturas Metálicas

sos equipamentos de som e iluminação. “Com

O escopo do projeto incluiu ainda a cons-

Vencida a questão logística, a equipe deu

trução de dois módulos de arquibancadas, tam-

início à montagem utilizando guindastes com

bém executados inteiramente em aço. Toda

capacidade de até 200 toneladas, que içavam

estrutura metálica do Bumbódromo, executada

grupos de três módulos por vez. “Como o arco

em perfis de aço ASTM A 572, recebeu tratamen-

não tem travamento lateral, as bases foram

to com pintura anticorrosão. (E.C.L.) M ARQUITETURA&AÇO

37


Infraero

CONEXÃO NA AMAZÔNIA Para dobrar sua capacidade de atendimento, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, recebe melhorias com uso intensivo de aço

LOCALIZADO NO CORAÇÃO do Amazonas, o

área do terminal para 97.258 m2, o aeroporto

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes tem

manauara foi submetido a uma grande refor-

passado, desde sua inauguração, em 1976, por

ma entre 2011 e 2015, na qual o aço teve um

uma série de reformas para atender ao cres-

importante papel.

cente fluxo de viajantes. Não à toa, foi reco-

“Tínhamos cerca de 30 meses para criar

nhecido pela pesquisa Aeroportos + Brasil, do

um novo nível inferior destinado ao desem-

Ministério da Infraestrutura, como o melhor

barque, ampliar os lados leste e oeste, cons-

terminal aeroportuário do Brasil na sua cate-

truir um estacionamento, uma passarela de

goria. Na mais recente renovação, realizada

acesso ao terraço e para adequar o terminal

em 2017, passou a contar com seis novas pon-

com novos elevadores e escadas. As inter-

tes de embarque em estrutura metálica com

venções deveriam ser feitas com o aeroporto

acabamento em vidro. Mas foi na reforma e

mantendo-se em perfeita operação e obede-

ampliação feita para atender à demanda da

cendo um cronograma bastante enxuto, e por

Copa do Mundo de 2014 que o local recebeu

isso optamos pela solução em aço para aten-

as intervenções mais significativas. Para ele-

der a várias destas demandas”, diz o enge-

var sua capacidade de 6,4 milhões para 13,5

nheiro Ronaldo Lazzarini, projetista estrutural

milhões de passageiros por ano, e ampliar a

e de fundações do Aeroporto Internacional de

38 ARQUITETURA&AÇO

A opção pelo uso de estruturas em aço permitiu realizar todas as intervenções mantendo o aeroporto em plena operação e dentro dos prazos do cronograma proposto


Fotos Infraero

Manaus. Nas obras, cerca de 2,2 mil toneladas do material foram usadas em pilares, vigas, coberturas e outros elementos, atendendo ao extenso programa.

Detalhes da obra

Para que a nova área de desembarque de passageiros fosse construída no nível inferior do terminal de embarque, sem atrapalhar o fluxo de passageiros do terminal em operação, foi preciso escavar o local. O projeto inicial previa o uso de uma solução em laje alveolar protendida para preencher as aberturas originadas pela escavação, mas, considerando a disponibilidade de materiais na região e o menor prazo de execução, a opção se deu pelo aço. “Tínhamos uma reserva de capacidade de solo, então foi possível o acréscimo de cargas nos pilares. Assim, apoiamos as vigas em aço nos robustos pilares já existentes, espaçados entre 12 m e 13 m no pavimento inferior, e preenchemos as lacunas que ficaram após a escavação com outros elementos em aço”, detalha o engenheiro. E para facilitar o acesso de passageiros à nova área de desembarque, o estacionamento do aeroporto também ganhou um ARQUITETURA&AÇO

39


Projeto arquitetônico: Consórcio

Fotos Infraero

>

ATP-Laghi Engenharia >

Área construída: 197 mil m²

>

Aço empregado: perfis metálicos tipo U laminados, tubulares, treliças ASTM A-307, ASM A325, ASTM A36, ASTM A572 e ASTM A570

>

Volume de aço: 2,2 mil t

>

Projeto estrutural: Consórcio ATP e Laghi Engenharia

>

Fornecimento da estrutura de aço: Empresa Carboquímica

>

Execução da obra: Consórcio Encalso-Engevix-Kallas

>

Local: Manaus, AM

>

Conclusão da obra: 2015

nível inferior, porém, este foi construído em concreto. No trecho central do terminal de passageiros, onde estão localizados os elevadores e escadas rolantes que dão acesso aos pavimentos superiores do aeroporto, também foi utilizada uma estrutura em aço. “Ao sair do elevador no pavimento do terraço, o passageiro encontra uma passarela de acesso feita em perfis soldados de aço, que vence um vão de 22 m”, explica Lazzarini. Já no pavimento térreo, os esforços se concentraram na ampliação do terminal a leste e a oeste, visando aumentar sua capacidade de atendimento nas áreas que seriam destinadas exclusivamente ao embarque após a reforma. E para a cobertura do terminal, as estruturas em aço foram também a solução escolhida. Devido aos grandes vãos a ser vencidos – o maior deles com 63 m –, foram adotadas coberturas metálicas autoportantes em todas as novas áreas do aeroporto. O aço aparece, ainda, em escadas, rampas de emergência e nas guaritas de controle de acesso ao estacionamento. Segundo Ronaldo Lazzarini, “as estratégias adotadas permitiram, além da redução no tempo de execução das obras, uma economia de cerca de 7% no custo da parte estrutural”. (E.Q.) M 40 ARQUITETURA&AÇO

Para a estrutura da cobertura do terminal, devido aos grandes vãos a serem vencidos, foram utilizadas treliças em aço, com fechamento em telhas também de aço


ACONTECE

CONSTRUÇÃO SOB MEDIDA

Imagens divulgação

Edifício com dez pavimentos e inteiramente estruturado em aço será inaugurado em dezembro para abrigar novo fórum

“As estruturas metálicas são melhores de serem trabalhadas em obra, pois entregam eficiência, rapidez e qualidade.

Os moradores de Porto Velho, em Rondônia, não precisarão mais se deslocar por toda a cidade para ter acesso a diferentes esferas do sistema judiciário. Até dezembro deste ano, a população do município, de 520 mil habitantes, encontrará o que precisa para resolver suas questões jurídicas em um único local. A poucas quadras do Rio Madeira, onde no passado havia um clube, um novo edifício será inaugurado para centralizar as operações do Poder Judiciário e oferecer atendimento qualificado ao cidadão. Com dez pavimentos, o novo Fórum Cível e Criminal de Porto Velho, como vem sendo chamado o empreendimento, tem formato retangular semelhante ao observado em prédios públicos convencionais e foi idealizado pela arquiteta Andréia de Sousa Martins inteiramente em aço para atender a importantes exigências do projeto, especialmente no que diz respeito ao tempo de execução. Tudo para que ficasse pronto em menos de um ano. “As estruturas metálicas são melhores de serem trabalhadas em obra, pois entregam eficiência, rapidez e qualidade. Optamos pelo aço pelo rápido desempenho que o mesmo confere ao levante da obra e por outras vantagens, como o não desperdício, limpeza e segurança”, explica Andréia.

ARQUITETURA&AÇO

41


Fotos Bruno Castilho >

Projeto arquitetônico:

Fornecimento da estrutura

Andréia de Sousa Martins

de aço: Castilho Estruturas

>

Área construída: 31.149,26 m²

Metálicas

>

Aço empregado: perfis

>

Montagem das estruturas

laminados ASTM A572 GR50;

de aço: Castilho Estruturas

perfis soldados e chapas

Metálicas

ASTM A36

>

Execução da obra: Mauí

>

Volume de aço: 1,4 mil t

Construções e Incorporações

>

Projeto estrutural: Leandro

Ltda.

Lorensi dos Santos

42 ARQUITETURA&AÇO

>

>

Local: Porto Velho, RO

>

Conclusão da obra: 2019


O edifício, que ocupa 31.149 m² de área construída, incluindo os dois pavimentos de garagem com 650 vagas de estacionamento, é todo estruturado em aço, que aparece em pilares, vigas, caixa de elevadores e escadas, além das lajes em steel deck. Ao todo, cerca de 1,4 mil toneladas de aço foram empregadas na obra. Segundo o engenheiro Leandro Lorensi dos Santos, da Lorensi Engenharia, empresa responsável pelo projeto estrutural do fórum, com exceção dos pilares dos pavimentos iniciais, com perfis de seção CS soldados, todo o restante do projeto recebeu perfis W e HP laminados ASTM A572 GR50. Os pilares mais carregados, que chegam a 900 toneladas de carga axial de compressão, entretanto, utilizam perfis soldados CS 450 x 280. Outro ponto importante diz respeito à dimensão das vigas. “Temos, nesse projeto, vigas que vencem 14 m de vão. Para elas, adotamos perfis W610 x 155 utilizando a laje como mesa de compressão para combater deformações”, explica o engenheiro. Para cumprir as metas de execução e conferir ainda mais agilidade à obra, que previa a concretagem de três lajes por mês, a adoção da estrutura em aço foi essencial. O Fórum Cível e Criminal de Porto Velho recebeu, ainda, fechamentos internos em drywall e externos em painéis térmicos e acústicos. Além de conferir celeridade à execução, os sistemas industrializados possibilitaram realizar uma obra mais sustentável, em uma área muito quente e sujeita a fortes chuvas. “Optamos por um sistema de captação e reaproveitamento de água das chuvas, que no nosso inverno amazônico é intensa. Também apostamos em uma cobertura em aço com proteção termoacústica que, além de reduzir a temperatura no interior do edifício, também reduz o ruído da chuva oferecendo maior conforto ao trabalho, audiências e julgamentos realizados no interior do edifício”, diz Andréia. MONTAGEM FACILITADA A montagem das estruturas transcorreu sem entraves. As peças de aço chegaram prontas da fábrica, diretamente no canteiro, já nas dimensões e furações adequadas para o parafusamento, obedecendo exatamente às especificações do projeto estrutural. Na montagem, uma grua com 40 m de altura e guindastes de apoio foram usados, em um processo simples e eficiente. O Fórum Cível e Criminal de Porto Velho é um empreendimento realizado pela iniciativa privada no conceito Built to Suit (BTS), erguido sob medida para o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, que alugará a construção por prazo indeterminado. (E.Q.) M

O edifício, com 31.149 m2 de área construída e inteiramente estruturado em aço, terá as obras concluídas em menos de um ano

ARQUITETURA&AÇO

43


ESPECIAL: REFERÊNCIAS CRIATIVAS

VENCENDO DESAFIOS A região Norte do Brasil apresenta nítidas especificidades no seu processo de ocupação e desenvolvimento econômico, influenciadas por sua localização geográfica, sua dimensão, seu clima, cultura e a incomparável força e riquezas da floresta e dos rios que dominam seu território. Em paralelo, há também grandes polos urbanos nas capitais dos estados. Todos esses aspectos se refletem nas condições que marcam o desenvolvimento da construção em aço na região. Os avanços são evidentes e o potencial para crescimento é muito grande! Para reforçar este amplo panorama de bons projetos executados em aço no Norte do país, confira mais alguns exemplos significativos, com casos já publicados em edições anteriores de Arquitetura & Aço.

Shopping Ponta Negra, AM

O aço foi um importante aliado na construção do Shopping Ponta Negra, em Manaus (AM). Para a execução da obra, em uma área de expansão urbana com vista para o Rio Negro, o escritório André Sá e Francisco Mota Arquitetos optou pela adoção de uma estrutura mista composta por pilares pré-moldados em concreto e inserts metálicos, além de vigas de aço e lajes do tipo steel deck. Ao todo, 3.850 toneladas de aço foram usadas na construção. A opção por elementos pré-fabricados e, em especial, pelo aço, colaborou para a redução do peso estrutural da obra, viabilizando equipamentos de montagem de menor porte no canteiro. "Tivemos uma redução significativa de seções de pilares e de fundações decorrente do uso de vigas metálicas e formas em steel deck", explicam os arquitetos.

44 ARQUITETURA&AÇO

Fotos divulgação

EDIÇÃO 34

> Projeto arquitetônico: André Sá e Francisco Mota Arquitetos Área construída: 91.292 m² • Conclusão da obra: 2013


Fotos divulgação

AMAZONAS

Arena da Amazônia, AM

EDIÇÃO 37

> Projeto arquitetônico: GMP Architekten; Grupo Stadia (desenvolvimento) • Área construída: 170 mil m² Conclusão da obra: 2014

Lembrando o formato de um grande cesto indígena, a Arena da Amazônia, inaugurada em 2014, em Manaus, foi projetada pelo escritório alemão Von Gerkan, Marg und Partners (GMP), que concebeu também os principais estádios da Alemanha, China e África do Sul. A estrutura em aço responde pela sustentação da fachada e cobertura do estádio, que recebe uma membrana branca em politetrafluoretileno em seu exterior. São 72 módulos em X, compostos por 756 peças de aço, pesando cerca de 6,8 mil toneladas. Os módulos foram montados diretamente no canteiro, seguindo um detalhado plano logístico. Durante a montagem, foi necessário executar um criterioso cimbramento (estruturas provisórias) para sustentar os 41 m de vão livre, em balanço, da cobertura. No total, foram utilizadas 36 peças para o travamento horizontal e 32 torres de apoio com 20 m de altura para o travamento vertical.

ARQUITETURA&AÇO

45


ESPECIAL: REFERÊNCIAS CRIATIVAS

Docas de Belém, PA

Para valorizar o entorno e permitir que os visitantes pudessem contemplar as águas do grande rio, panos de vidro substituíram as telhas metálicas nas fachadas. Túneis também ganharam transparência ao receberem coberturas em policarbonato e vidro. Desde então, no lugar dos três armazéns, a área da Estação das Docas passou a contar com um espaço de artes, que ganhou um museu, lojas e serviços em geral; uma área voltada à gastronomia, com cinco restaurantes e um espaço cultural, com auditórios, teatros e local para abrigar feiras e exposições. A revitalização também conferiu cara nova ao terminal de passageiros, que hoje recebe milhares de turistas interessados em conhecer a região.

46 ARQUITETURA&AÇO

Sidnei Palatnik

A recuperação e transformação dos antigos galpões portuários de Belém (PA) deu origem a um importante complexo turístico e cultural, a Estação das Docas, idealizada pelos arquitetos Paulo Chaves Fernandes e Rosário Lima. Com a intervenção, três armazéns do início do século XX, construídos originalmente em estrutura metálica inglesa, bem como um terminal de passageiros, também metálico, foram completamente revitalizados em aço, recebendo novos elementos como mezaninos, túneis, escadas e marquises.

Octávio Cardoso

EDIÇÃO 11

Octávio Cardoso

> Projeto arquitetônico: Paulo Chaves Fernandes e Rosário Lima • Área construída: 9.000 m² • Conclusão da obra: 2000


REGIÃO NORTE

Proinfância, RR, AM, PA e AP

EDIÇÃO 47

Fotos divulgação

> Projeto arquitetônico: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Área construída: 1.211,82 m² • Conclusão da obra: 2016

Para enfrentar a crônica falta de creches e escolas públicas para educação infantil, o FNDE investiu em unidades construídas no sistema light steel framing na região Norte, visando a celeridade e economia na execução. Foram contratadas 150 unidades padronizadas com cerca de 1.200 m² cada, implantadas em municípios de Roraima, Amazonas, Pará e Amapá. Neste sistema, perfis leves de aço galvanizados compõem a estrutura, recebendo fechamento em placas cimentícias pintadas ou revestidas com pastilhas cerâmicas. As divisões internas são em drywall e a cobertura é feita com telhas em aço apoiadas sobre os perfis metálicos. “Estruturalmente, é um projeto bastante simples. As construções são térreas e com vãos pequenos”, diz o engenheiro Frederico Chiattone Alves, da Kofar, empresa que forneceu as estruturas em aço. Para assegurar a mão de obra especializada para a montagem dos painéis modulares, o consórcio responsável pela obra capacitou profissionais locais, gerando trabalho e renda na região – apenas na cidade de Manaus (AM), foram criados 150 empregos diretos e indiretos.

ARQUITETURA&AÇO

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CONTATOS > ESCRITÓRIOS

M2P Arquitetura e Engenharia www.m2p.com.br

Flávio D’Alambert/Projeto Alpha www.projetoalpha.com.br

AC Arquitetos boris.cunha@casacin.co

Meia Dois Nove Arquitetura e Consultoria www.meiadoisnove.com.br

Kleber Fernandes Braga tecongerencia@terra.com.br

DE ARQUITETURA

Acrópole Arquitetura www.acropoleprojetos.com.br AD Arquitetura www.adarquitetura.com.br

Paulo Henrique Paranhos www.paulohenriqueparanhos.com

Álvaro Luque www.lvurbanismo.com.br

Secretaria de Estado de Infraestrutura do Governo do Amazonas www.seinfra.am.gov.br

Andréia de Sousa Martins andreiamartinsarquiteta@gmail.com

Total Varejo www.totalvarejo.com.br

Carla Vilhena cavilhena.arq@gmail.com

> PROJETO ESTRUTURAL

Consórcio ATP-Laghi Engenharia www.laghi.com.br e www.atp.eng.br

Andrade e Rezende Engenharia de Projetos www.andraderezende.com.br

Lorenzo Max Gvozdanovic Villar lorenzovillar@gmail.com

Castilho Estruturas Metálicas www.castilhoestruturas.com.br

Manoel Balbino e Monica Torminn www.balbinoecrosara.com.br

Consórcio ATP-Laghi Engenharia www.laghi.com.br e www.atp.eng.br

Marlúcia Cândida de Oliveira Neves marluciacandida@hotmail.com

Ferenge Soluções em Estruturas Metálicas www.ferenge.com.br

Lenildo Santos da Silva www.lattes.cnpq. br/5440879965299939 Lorensi Engenharia LTDA www.lorensi.eng.br Medabil Sistemas Construtivos www.medabil.com.br

> ESTRUTURAS EM AÇO

> EXECUÇÃO DA OBRA

Benafer www.benafer.com.br

Albuquerque Engenharia www.albuquerqueengenharia.com.br

Cassio e Cassio do Brasil Comércio de Ferro e Aço Ltda. www.cassioecassio.com.br

Arcel Engenharia (62) 3251-4500

Castilho Estruturas www.castilhoestruturas.com.br Codeme www.codeme.com.br

Castilho Estruturas Metálicas www.castilhoestruturas.com.br Consórcio Encalso-Engevix-Kallas www.encalso.com.br Ecen Engenharia Ltda.

Nestor Marques de Carvalho Júnior nestor@nestorcarvalho.com

DN AÇO – Distribuidora Nacional de Aços Ltda. www.dnaco.com.br

Pedro Bergamasco www.castilhoestruturas.com.br

Empresa Carboquímica www.carboquimica.com.br

Etenge Engenharia etenge@uol.com.br

Reinaldo Jansen Silva www.meiadoisnove.com.br

Engemetal Estruturas Metálicas www.engemetal.com.br

Interbuild Engenharia e Construções www.interbuild.com.br

Roberto Vitorino www.robertovitorino.com

Fortaleza e Ferro www.fortalezaferroeaco.com.br

SH Engenharia www.shengenharia.com.br

Vetor Engenharia contato@vetorengenharia.com

Multimetal Engenharia de Estruturas Metálicas www.multimetal.com.br

Tecno Staff Engenharia e Estruturas www.tecnostaff.com.br

SGE – Serviços Gerais de Estruturas Metálicas Ltda www.sgeem.com.br

Equipe Técnica Engenharia eqpacre@gmail.com

Tecon – Tecnologia em Construção Ltda. tecongerencia@terra.com.br

EXPEDIENTE Revista Arquitetura & Aço é uma publicação semestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora CBCA: Rua do Mercado, 11 – 18º andar, Centro 20010-120 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br

Roma Editora Rua Barão de Capanema, 343, 6º andar CEP 01411-011 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3061-5778 cbca@arcdesign.com.br

GESTOR: INSTITUTO AÇO BRASIL

Coordenação Editorial Eliane Quinalia

Conselho Editorial Carolina Fonseca – CBCA Janaina Maria da Silva – Gerdau Humberto Bellei – Usiminas Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

Redação Deborah Peleias, Eduardo Campos Lima, Eliane Quinalia, Gisele Cichinelli, Juliana Nakamura e Nicole Lallée

Revisão Geral Rosane Bevilaqua Publicidade Ricardo Werneck: (21) 3445-6332

Edição de Arte Cibele Cipola

Direção Cristiano S. Barata

Revisão Ortográfica Deborah Peleias

Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Rua do Mercado, 11 – 18º andar, Centro 20010-120 – Rio de Janeiro/RJ Tiragem: 5.000 exemplares Distribuídos para os principais escritórios de engenharia e arquitetura do país, construtoras, bibliotecas de universidades, professores de engenharia e arquitetura, prefeituras, associações ligadas ao segmento da construção e associados do CBCA. É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

Agradecemos a todos aqueles que contribuiram para a produção desta edição, fornecendo imagens, informações e comentários sobre as obras publicadas e os processos construtivos.

NÚMEROS ANTERIORES Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br A&A nº 01 - Edifícios Educacionais A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 03 - Terminais de Passageiros A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais A&A nº 05 - Pontes e Passarelas A&A nº 06 - Residências A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas A&A nº 08 - Indústrias A&A nº 09 - Edificações para o Esporte A&A nº 10 - Instalações Comerciais A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções A&A nº 12 - Lazer e Cultura A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos A&A nº 15 - Marquises e Escadas A&A nº 16 - Coberturas A&A nº 17 - Instituições de Ensino II A&A nº 18 - Envelope A&A nº 19 - Residências II

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A&A nº 20 - Indústrias II A&A Especial - Copa do Mundo 2014 A&A nº 21 - Aeroportos A&A nº 22 - Copa 2010 A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social A&A nº 24 - Metrô A&A nº 25 - Instituições de Ensino III A&A nº 26 - Mobilidade Urbana A&A nº 27 - Soluções Rápidas A&A nº 28 - Edifícios Corporativos A&A Especial - E stação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros A&A nº 29 - Lazer e Cultura A&A nº 30 - Construção Sustentável A&A nº 31 - Construções para Olimpíadas A&A nº 32 - Instalações Comerciais II A&A nº 33 - Hotéis A&A nº 34 - Shopping Centers A&A nº 35 - Hospitais e Edificações para a Saúde

A&A nº 36 - Pontes e passarelas A&A nº 37 - Estádios da Copa 2014 A&A nº 38 - Mobilidade Urbana A&A nº 39 - Varandas, Mezaninos e Escadas A&A nº 40 - Residências A&A nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia A&A nº 42 - Especial 10 anos A&A nº 43 - Edifícios Multiandares A&A nº 44 - Centros de Distribuição e Logística A&A nº 45 - Aeroportos A&A nº 46 - Jogos Olímpicos Rio 2016 A&A nº 47 - Light Steel Framing A&A nº 48 - Porto Maravilha A&A nº 49 - Região Nordeste A&A nº 50 - Região Centro-Oeste A&A nº 51 - Região Sudeste A&A nº 52 - Região Sul


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