Revista ARC DESIGN Edição 30

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R$ 12.50 2003 Nยบ 30 QUADRIFOGLIO EDITORA

ARC DESIGN

Nยบ 30

2003

REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

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Foto Saverio Femia

Cada vez melhor. Assim é Ron Arad, autor das duas peças da capa desta edição. Arad começou a se destacar no final da década de 1980, quando produzia, em seu estúdio, peças em aço (maciço ou em chapas), todas em séries limitadas. O inusitado, a estranheza que causaram suas primeiras peças fez com que se situassem no limite da arte e, Na capa desta edição, montagem com dois projetos de Ron Arad, produzidos pela Magis, Itália: a estante S.O.S. (Sort of Storage), em PVC extrudado (acima) e a cadeira Swan (na página ao lado), em polipropileno injetado. A flexibilidade de uso é comum aos dois produtos: enquanto S.O.S. pode ser montada conforme a intenção do usuário, Swan pode ser empilhada e permite agrupamento lateral

também, que atraíssem a atenção de importantes indústrias italianas,

Nascido em Tel Aviv (Israel) em 1951, Ron Arad (no alto, à direita) estudou na Jerusalem Academy of Art e, no final da década de 1970, na Architectural Association, em Londres. Em 1989 funda, em sociedade com Caroline Thorman, a Ron Arad Associates, em Londres. É professor da cadeira de projeto no Royal College of Arts, Londres

anos depois, Bookworm já era produzida pela Kartell em PVC extrudado

como Kartell, Magis, Fiam, Cappellini. Em 1993, Arad cria a estante Bookworm, em chapa de aço temperado e com 15 (!) metros de comprimento – edição limitada a 20 peças. Quatro

e, claro, com medidas adequadas ao mercado. Arad concilia o trabalho artesanal e o industrial: ao mesmo tempo que desenvolve produtos experimentais em seu estúdio, dedica-se, junto à

Abaixo, poltrona de balanço Oh Void, em aço carbono, uma das peças apresentadas por Arad este ano em Milão. Na sequência, poltrona em aço inox escovado, produzida em estúdio no final da década de 1980. No pé da página, à direita, Big Easy feita a mão pelo próprio Arad

indústria, a perseguir novos materiais e tecnologias que lhe permitam criar projetos capazes de expressar sua força criativa. Muitos dos produtos desenvolvidos em estúdio alcançam a produção em grandes séries. É o caso da poltrona Big Easy, criada em 1988 a partir de chapas de aço escuro patinado ou aço inox: o volume era oco e as soldas desapareciam após o polimento. A partir de 1997, a Big Easy ganhou uma versão industrial estofada, produzida pela Moroso, Itália; neste último Salão, novamente a Big Easy foi reeditada, sendo agora produzida (também pela Moroso) em polipropileno rotomoldado. Antes disso, em 1999, Arad havia “reconstruído” a Big Easy em seu estúdio, em fibra de vidro e poliéster, em uma série de 18 peças feitas à mão pelo próprio designer. Os produtos mostrados na capa, editados pela empresa italiana Magis, impressionam pela leveza material e formal. E comprovam o novo caminho seguido por Arad, seja industrialmente, seja em estúdio: o da extrema leveza, sempre com a força expressiva que lhe é característica.

“Divirto-me descobrindo os procedimentos, o que se pode fazer com o material, que tipo de forma é possível obter. A função, nesse caso, é puramente um álibi.” Ron Arad


A cha ma da de capa des te nú me ro con vi da a co nhe cer o Sa lão do Mó vel de Mi lão “com quem o co nhe ce”. O que tal vez pos sa pa re cer pre ten são vai do sa é ape nas o resul ta do da pro pos ta de ARC DE SIGN, des de sua pri mei ra edi ção: pes qui sar e in for mar, com pro fun di da de e em de ta lhe; or de nar o que em si é caó ti co (uma fei ra, por exem plo), con du zin do o lei tor, por meio da ima gem, da pa gi na ção cri te ri o sa; ser útil ao pro fis si o nal e ao lei tor lei go... sem esquecer que uma boa dose de massa crítica, para nós, faz parte da informação. Se o Sa lão do Mó vel e a Eu ro lu ce ti ve ram este ano sua tô ni ca na tec no lo gia, tam bém foi esta nos sa ên fa se – com o cu i da do de ja mais me nos pre zar o va lor de uma le gen da, ou de um pro du to que é, ape nas, belo. Mas, ao chegarmos ao número 30, acho que os leitores já perceberam esses “detalhes”. Nesta edição iniciamos duas novas seções: o “mundo tech” e os “cases” em ARC DE SIGN, ca sos que fa lam do su ces so de em pre sas e pro du tos que ven ce ram bar rei ras uti li zan do a fer ra men ta de sign. Novo ar te sa na to bra si lei ro: nes ta edi ção, mais uma con tri bu i ção do Se brae, des ta vez o do Cen tro de De sign do Dis tri to Fe de ral. In crí vel como a cada dia au men ta a cons ci ên cia, em todo o Bra sil, da ne ces si da de da re-vi são do fa zer ar cai co, tra zen do-o para o pre sen te! Tam bém nes ta edi ção o de sign bra si lei ro que fal ta va, ba se a do em con cei tos co e ren tes com nos sa re a li da de, com re fe rên ci as lo cais em uma lin gua gem de al can ce in ter na ci o nal: a Ba raú na, em São Pau lo, e a Ha bi tart, em Por to Ale gre. E mu i to mais... não per ca ne nhu ma in for ma ção. Boa lei tu ra!

Maria Helena Estrada Editora


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Novidades, sim. Procuradas com a lupa de ARC DESIGN, capaz de encontrar o produto inovador e inusitado por trás do aparentemente banal

Luz “básica” x luz “performática”: acompanhe conosco os principais lançamentos da Euroluce, todos incorporando alta tecnologia

NEWS

Daniele Rissi

DESIGN PARA A COMPETITIVIDADE UM CARRO SOB MEDIDA

Winnie Bastian

LUZ: ENTRE A TECNOLOGIA E A EMOÇÃO

Maria Helena Estrada

UM SALÃO LUMINOSO DA TEATRALIDADE À TECNOLOGIA

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38

A Ford aposta no design como ferramenta e lança o Ecosport, concebido para atender os mercados brasileiro e sul-americano e desenvolvido pela equipe de design da montadora no Brasil

4

REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

ABITARE ITALIA

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nº 30, maio/junho 2003

CONCEITO: FIRMA CASA

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Uma nova seção que traz as novidades em produtos com tecnologia incorporada, de roupas a eletroeletrônicos

Conheça a linha Naval, lançada pela Baraúna Escritórios. Uma estética em sintonia com a realidade brasileira

PUBLI GIROFLEX

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PUBLI HABITART

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EXPEDIENTE

86

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Os bons resultados do programa Via Brasil, promovido pelo Sebrae, nos mostram que um dos caminhos futuros do design é o “novo artesanato”

*

ENGLISH VERSION

Da Redação

Baseado em textos de Laetitia Wolff

ROBERT MASSIN: AÇÃO NA PÁGINA IMPRESSA

O DESIGN FAZ A DIFERENÇA

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Maria Helena Estrada

Daniele Rissi

VOCABULÁRIO INOVADOR: BRASILEIRO, COM CERTEZA

Da Redação

MUNDO TECH

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62

Conheça o trabalho do artista gráfico capaz de desenhar um livro como se dirigisse um filme, utilizando a tipografia como peça essencial nesse processo

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NOVO SHOW-ROOM CINEX Com sede em Bento Gonçalves (RS), a Cinex, indústria de portas para móveis e divisórias em alumínio e vidro, inaugurou seu novo show-room em São Paulo – um espaço de 250 m2 no edifício World Trade Center. Dentre os produtos há prateleiras iluminadas, portas deslizantes para closets e armários, divisórias e estantes para cozinhas e banheiros. César Cini, diretor da Cinex, explica que o espaço ser virá como uma vitrine para arquitetos, decoradores e empresas, “para apresentar as principais tendências mundiais em design e novas tecnologias aplicadas ao alumínio e ao vidro”. A Cinex possui licença exclusiva para comercializar em toda a América

CASA COR SÃO PAULO

Latina, portas, painéis móveis e soluções modulares da

Novos materiais, novas idéias e diferentes estilos de decoração

marca italiana Rimadesio (foto). Também traz para o Brasil

em ambientes temáticos. A edição 2003 da Casa Cor São Paulo

os produtos Acidato (vidro com aparência translúcida avelu-

acontece de 27 de maio a 9 de julho, ocupando 14.500 m2 do antigo

dada) e Argentato (vidro com pintura especial em tom prata).

Hospital Matarazzo, no bairro da Bela Vista. São 111 ambientes

Outro destaque é o metacrilato, hoje com ótima qualidade,

decorados por mais de cem profissionais renomados do cenário

que possui resistência e diversas opções de cor.

paulista, entre arquitetos, paisagistas e decoradores. As novida-

O show-room da Cinex em São Paulo fica na Avenida das

des desta edição incluem a Cocheira, a Galeria de Moda e um heli-

Nações Unidas, 12.551, 16º andar, conjunto 1606. Mais infor-

ponto com sala de embarque.

maçõ es po dem ser obtidas no telefone (11) 3043-7244.

Casa Cor São Paulo: Alameda Rio Claro, 190 (estação Trianon/Masp do Metrô). Mais informações no site www.casacor.com.br

2º CONCURSO MASISA DE DESIGN A Masisa, empresa líder latino-americana na fabricação de painéis OSB, MDF e aglomerados, convida estudantes e recém-formados de todo o Brasil a participar do 2º Concurso Masisa de Design. O objetivo é potencializar a gestão do futuro profissional e o desenvolvimento da indústria moveleira por meio do incentivo à criatividade e à inovação tecnológica. Podem ser inscritos projetos de móveis inéditos que tenham como matéria-prima principal os produtos Masisa. O concurso possui etapas nacionais no Brasil, na Argentina, no Chile, no México e no Peru. Os vencedores de cada país irão a Milão defender seus projetos perante um júri internacional. O ganhador desta etapa receberá como prêmio uma bolsa para realizar estágio em um estúdio de design na Itália. Os interessados têm até o dia 27 de junho de 2003 para entregar seus projetos. O regulamento completo pode ser consultado no site www.masisa.com.br. Mais informações: (42) 219-1500. 4 ARC DESIGN


LINHA ALUMINIUM

MARELLI COMPLETA 20 ANOS

O alumínio, eleito um dos principais materiais da cozinha

Desde que iniciou suas atividades em 1983, na cidade de Caxias do

atual – pela sua leveza, textura e praticidade –, é o elemento

Sul (RS), a Marelli já vendeu algo em torno de 7.200.000 peças,

principal da nova linha da Continental: a Aluminium, com-

entre cadeiras, mesas e divisórias. Especializada em móveis para

posta de fogões, refrigeradores, depurador, coifa e freezer. O

escritório, a empresa possui os direitos de produção e distribuição

refrigerador Frost Free, de 430 litros, possui

do sistema Reasons de painéis divisórios da norte-americana

painel digital com termostato e siste-

Kimball. Presente em todo o Brasil e no Mercosul, a Marelli está

mas que mantêm a temperatura ho-

comemorando seus 20 anos com uma série de ações: uma nova

mogênea em todo o interior do apare-

identidade visual, a adoção de um selo comemorativo, a reinaugu-

lho. Para os que precisam de mais es-

ração da loja de São Paulo e a abertura de três novas lojas em

paço para armazenar os alimentos, a

Brasília, Porto Alegre e Curitiba.

sugestão é combinar o refrigerador de

www.marelli.com.br

300 litros ao freezer de 260 litros e montar um “par perfeito”, já que os dois aparelhos são semelhantes por fora. Continental: www.continental.com.br

LÂMPADAS MINIATURIZADAS A Philips traz uma boa notícia para quem tem aversão às lâmpadas fluorescentes – pelo seu tamanho exagerado.

TENDENCE LIFESTYLE FEIRA INTERNACIONAL DE FRANKFURT

são compactas e delicadas, possuem duração de até cinco

Designers, arquitetos e empresários de todo o Brasil já

anos e representam uma economia de até 80% no consumo

podem se preparar para visitar a feira Tendence Lifestyle,

As novas linhas Ambiance (à esquerda) e Genie (abaixo)

de energia. A Ambiance, ideal para ambientes

que acontece de 22 a 26 de agosto de 2003 em Frankfurt, na

como salas e quartos, proporciona uma iluminação

Alemanha. Mais de 4 mil expositores ocuparão uma área de

“quente” pelo seu efeito amarelado. Já a linha

290 mil m2, dividida em “mundos” que refletem cada estilo de

Genie, ideal para cozinhas e áreas de trabalho, pro-

vida: Modern Living, Joy, Emotion e Function. A feira apre-

duz uma luz mais “fria”, e está disponível no mo-

senta novidades em móveis, luminárias, objetos para a casa,

delo de 11w, além dos de 5w e 8w, comum às

cozinha e produtos têx teis. Eventos sobre tendências e

duas linhas. A miniaturização das lâmpadas é

estilos e novas tecnologias acontecem em paralelo. A expecta-

forte tendência mundial, visando dar ao designer

tiva da Messe Frankfurt, organizadora do evento, é receber

mais liberdade de criação. As lâmpadas estão dis-

cerca de 160 mil visitantes profissionais. Expositores

poníveis em pontos-de-venda de todo o Brasil.

brasileiros já estão confirmados, como as empresas Decor

Philips: 0800-99-1925

Glass, Oxford e Saint Gobain. Os interessados podem adqui-

www.luz.philips.com

rir ingressos antecipados (45 euros) no escritório da Messe Frankfurt do Brasil. Mais informações pelo e-mail: info@brazil.messefrankfurt.com ou pelo telefone (11) 3839-7257. www.messefrankfurt.com.br 5 ARC DESIGN


BUDDEMEYER LANÇA NOVA COLEÇÃO

CONCURSO SALÃO DESIGN MOVELSUL BRASIL 2004

A decoração de interiores não se restringe apenas à esco-

Já estão abertas as inscrições para o IX Salão Design Movelsul Brasil

lha dos revestimentos e do mobiliário. A nova coleção de

2004, concurso que integra a Movelsul Brasil, feira internacional que

roupas de cama e banho da Buddemeyer complementa

acontecerá de 8 a 12 de março de 2004 em Bento Gonçalves (RS).

qualquer estilo de decoração, proporcionando qualidade

Serão 40 mil reais em premiações, distribuídos entre os vencedores

na maciez dos fios usados. São dez linhas com propostas

de três categorias: Prêmio Nacional de Design do Mobiliário, aberto a

diferentes: cores, estampas e tex turas em lençóis, fro-

profissionais e estudantes brasileiros; Prêmio Internacional de Design

nhas, colchas, toalhas de banho e roupões. Clássica, a

do Mobiliário, extensivo a profissionais da América Latina e Caribe; e

linha Damask (foto), 100% algodão egípcio, é confeccio-

Prêmio Vanguarda, escolhido dentre todos os projetos inscritos.

nada com tecido percal 300 fios. Para conhecer a coleção

Além destes, o Prêmio IBAMA/Movelsul de Madeiras Alternativas con-

completa, visite o site: www.buddemeyer.com.br

templa o vencedor com visitas ao Laboratório de Produtos Florestais

Buddemeyer: (47) 631-7000

(LDF), em Brasília, e à Região Amazônica, onde conhecerá técnicas de manejo sustentável da floresta tropical. Quanto ao Prêmio Indústria – exclusivo para as indústrias moveleiras do Brasil –, o produto vencedor receberá ampla divulgação. O critério de julgamento dos prêmios envolve duas etapas, com exceção do Prêmio Indústria, este em um único julgamento. Na primeira etapa, os trabalhos serão avaliados por meio da análise dos documentos enviados (fotografias, rendering, desenho técnico e memorial descritivo). Posteriormente, os pré-selecionados serão convocados para enviar os protótipos dos projetos e/ou produtos em escala natural. Os trabalhos premiados serão expostos durante a Movelsul Brasil 2004. As inscrições podem ser feitas nos sites www.movelsul.com.br e www.salaodesign.com.br

GUIA DO PRESENTE SOLIDÁRIO Para alavancar os negócios de comunidades

5º PURUNGO

que produzem ar tesanato de qualidade, o

Entre os dias 7 e 12 de abril de 2003 aconteceu a 5ª edição

Sebrae-SP lançou o Guia do Presente Solidá-

do Purungo – Encontro de Estudantes de Design de Curitiba.

rio, em parceria com a Amankay Instituto de

O evento é organizado por alunos das universidades UFPR,

Estudos e Pesquisas. Nas 214 páginas do

PUC-PR, Cefet, Unicenp e Tuiuti. Oficinas e palestras, como a

livro, é possível saber um pouco mais sobre

oficina-debate "Um Outro Design é Possível" e a conferência

a cultu ra popu lar brasi lei ra, por meio de

ministrada pelo designer gráfico Elifas Andreato, aconte-

fotos e da história de 56 projetos em 14 Estados, selecionados

ceram em meio a várias atividades recreativas. A próxima

de acordo com a relevância do trabalho social desenvolvido e a

edição está marcada para abril de 2004. Os interessados po-

capacidade de comercialização. O Sebrae-SP quer ajudar a inserir

dem entrar em contato pelo e-mail purungo@purungo.com.br

esses grupos no mercado de brindes empresariais e no mercado atacadista de presentes e decoração. Interessados no Guia podem obter mais informações pelo telefone (11) 3177-4500 ou no site www.sebraesp.com.br

6 ARC DESIGN


EMBALAGENS: O ANTES E O DEPOIS Nos últimos cinco anos, o setor de embalagens vem mantendo um ritmo de crescimento de 10% ao ano. Segundo a Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), só em 2002 a indústria nacional registrou um faturamento de 20 bilhões de reais. Novas tecnologias surgem para a produção de embalagens, como é o caso dos plásticos semi-rígidos (foto acima), importados pela Rigesa, que combinam transparência, grafismos de alta definição, resistência e eficientes sistemas de corte, vinco e colagem; ou da lata de aço expandido (foto no pé da página), um novo modelo de embalagem desenvolvido pela CSN em parceria com a fábrica Bertol, uma tentativa de reconquistar o espaço do aço no mercado. Enquanto isso, surgem também novas maneiras de reutilizar as

O VALOR DO DESIGN

embalagens descartáveis, a fim de minimizar seu impacto no am-

Um mercado em constante mutação precisa de um guia de

biente. A Tetra Pak está investindo em novos processos, desenvol-

referência para nortear seus profissionais. Por isso a ADG

vidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que permiti-

Brasil (Associação dos Designers Gráficos) e a editora Senac

rão separar o plástico e o alumínio de suas “caixinhas longa vida”,

São Paulo apresentam "O Valor do Design" – Guia ADG Brasil

o que significa estimular a reciclagem do produto, atualmente com

de Prática Profissional do Designer Gráfico. Uma reedição

índice de recuperação de apenas 15%. Até 2005 espera-se atingir a

atualizada e ampliada do cobiçado (e esgotado) "Kit Prática

marca de 25%, índice atual das garrafas PET. Por enquanto, o plás-

Profissional", de 1998. Questões éticas, direitos autorais,

tico e o alumínio das caixinhas formam um composto, que, trans-

mudanças no ambiente de trabalho, proliferação das escolas

formado em placas, é utilizado para fabricar de telhas a móveis,

especializadas, novas mídias e tecnologias são alguns dos

dentre outras aplicações. Um exemplo é o projeto Forro Vida Lon-

temas abordados, assim como o que significa ser designer

ga, da Unicamp, que utiliza o alumínio presente nessas embala-

gráfico hoje, seus campos de trabalho e a nova face do

gens para fazer o forro de edifícios. O reflexo do calor aumenta o

design como business. Os textos são assinados por 20

confor to térmico.

profissionais respeitados e atuantes no meio, que discorrem

Como podemos obser var, os profissionais que trabalham com

acerca dos temas de maneira didática. O guia também traz

embalagens têm pela frente muitos desafios, igualmente criativos!

considerações para quem acaba de ingressar na profissão e

Mais informações nos sites:

discute as concorrências especulativas – a escolha de um

Rigesa: www.rigesa.com.br;

profissional ou escritório para trabalhar no desenvolvimento

CSN: www.csn.com.br;

de um projeto sem qualquer remuneração. Para complemen-

IPT: www.ipt.br e

tar a sua utilidade prática, o guia traz informações sobre o

Unicamp: www.unicamp.br

preço do design, dicas de como se relacionar com o cliente e apresentar o portfólio. O livro custa 35 reais para associados da ADG e 45 reais para não-sócios. Editora Senac SP: www.editorasenacsp.com.br ADG: (11) 3082-9688. www.adg.org.br 7 ARC DESIGN




Perfil de cores: Perfil genØrico de impressora CMYK Composi ªo Tela padrªo

08081_anu5k2002dg.ps F:\Trabalho\08081_FORMA\08081_anu5k2002dg.cdr Sexta-feira, 23 de Agosto de 2002 12:23:28


Perfil de cores: Perfil genØrico de impressora CMYK Composi ªo Tela padrªo

08081_anu5k2002dg.ps F:\Trabalho\08081_FORMA\08081_anu5k2002dg.cdr Sexta-feira, 23 de Agosto de 2002 12:23:28


UM SalãO­lUMInOSO da­teatRalIdade­à tecnOlOgIa Uni­ão­da­atu­a­li­da­de­cul­tu­ral­com­a­re­a­li­da­de­co­mer­ci­al,­os­Sa­lõ­es­de­Mi­lão­são,­cada vez­mais,­por­ta­do­res­de­um­gran­de­e­in­dis­pen­sá­vel­va­lor­agre­ga­do­ao­de­sign. Pode-se­afir­mar­que­é­em­Mi­lão,­du­ran­te­a­Fei­ra­– ­nos­es­tan­des,­nas­mos­tras­e­nos se­mi­ná­ri­os­– ,­que­se­dis­cu­tem­as­ques­tõ­es­re­le­van­tes­ao­de­sign,­que­se­des­lo­cam­as te­má­ti­cas­ e­ se­ de­ci­dem­ seus­ ru­mos.­ “O­ ho­mem­ con­ti­nua­ no­ cen­tro­ do­ pro­je­to,­ na Itália,­como­nos­tem­pos­do­Re­nas­ci­men­to”,­como­afir­mou­San­ti­a­go­Mi­ran­da­em­recen­te con­fe­rên­cia­re­a­li­za­da­no­Bra­sil.­ O­Sa­lão­apre­sen­ta­va,­este­ano,­como­con­du­tor­de­idéi­as,­a­tec­no­lo­gia;­como­su­por­te, a­te­a­tra­li­da­de;­como­evi­den­ci­a­dor­de­ten­dên­ci­as,­um­re­tra­to­da­nor­ma­li­da­de­e­a­cons­ci­ên­cia­dos­tem­pos­de­cri­se,­su­pe­ra­da­nas­duas­gran­des­mos­tras­ins­ti­tu­ci­o­nais­de­di­ca­das­à­luz.

12 ARC DESIGN


O Sol vis to do es pa ço, em ima gens fei tas pela NASA, as sim se anun ci ava a mos tra Im ma gi nan do Pro me teo. “O so nho é o de con du zir o vi si tan te em uma vi a gem em di re ção àque le es pa ço in ter me di á rio no qual a luz vive en tre as raí zes do mito e os pro du tos da mais avan ça da tec no lo gia, en tre a luz na tu ral do sol e as inu me rá veis for mas do fogo in dus tri al”, afirma Fran co Lae ra, di re tor ar tís ti co da mos tra Im ma gi nan do Pro me teo. Ao lado, Ttéia, da bra si lei ra Lygia Pape, fios de li nho e me tal que des cem do teto, ten si o na dos; e ao fun do, Lua de Sa tur no em vi dro Mu ra no, cri a ção de Pe ter Bot taz zi e Ritsue Mis hi ma. Na página ao lado, fa cha da do Pa laz zo del la Ra gio ne (1228-1233) e os 16 es tan dar tes com ima gens do Sol, em foto pro ve ni en te de ob ser va çõ es as tro nô mi cas. Nesta página, abaixo, es ca da e aces so com ins ta la ção Il Nome Dis se Luce, de Moni Ova dia e Gian ni Car luc cio; na sequência, Os Deu ses Ain da Es tão En co le ri za dos, de Hen ri Dono e Su kas man, ba se a do no teatro das som bras ba li nês Fotos Luciano Pascali

“Qual quer coi sa que eu faça, em um mu seu ou em um te a tro, co me ço sem pre a par tir da luz. Sem luz, não há es pa ço.” Robert Wilson

13 ARC DESIGN


Maria Helena Estrada O­en­con­tro­mi­la­nês­co­me­ça­a­fer­vi­lhar­cada­vez­mais­cedo,­com­a­inau­gu­ra­ção­da­mos­tra­ofi­ci­al­do­Sa­lão,­além­da­pre­sen­ça­de­ou­tras­em­pre­sas que­tam­bém­an­te­ci­pam­suas­fes­tas.­este­ano­a­mos­tra­pro­mo­vi­da pela pre­fei­tu­ra­de­Mi­lão­e­pelo­cos­mit,­Im­ma­gi­nan­do­Pro­me­teo­– ­ins­ta­la­ção de­pura­ma­gia,­com­Fran­co­lae­ra­como­di­re­tor­ar­tí s­ti­co­e­Bob­Wil­son no­ con­cei­to­ e­ ar­qui­te­tu­ra­ da­ ins­ta­la­ção­ – ,­ além­ de­ be­light­ – ­ mos­tra ins­ti­tu­ci­o­nal­ no­ re­cin­to­ da­ Fei­ra,­ com­ cu­ra­do­ria­ do­ ar­qui­te­to­ en­ri­co Mor­teo­– ,­fez­an­te­ver­que­a­gran­de­es­tre­la­do­ano­se­ria­a­luz. Foto Saverio Femia

14 ARC DESIGN


Fotos Luciano Pascali e Alessandro Russotti

Nas duas pá gi nas, be Light, mos tra com cu ra do ria de En ri co Mor teo e ce no gra fia de Pi er lu i gi Cer ri e Alessandro Colombo. No alto, a par tir da es quer da, as Sa las, com qua tro te mas, da emo ção ao ser vi ço: Sala da Con cen tra ção (Lu mi ná ria Dia bo li, Achil le Cas ti gli o ni / Flos, 1998), Sala da Cor, Sala da Di fu são e vi tri ne das di ver sas lu mi ná rias uti li za das; abai xo, na pá gi na ao lado, Sala Bri lhan te (lus tre Gio ga li, An ge lo Man gia rot ti / Vis to si, 1967), um só lus tre e mu i tos re fle xos; abai xo, vi são frag men ta da de uma mul ti dão de lâm pa das em fun do es pe lha do: uma pin tu ra im pressi o nis ta?

15 ARC DESIGN


Foto Luciano Pascali

Mu dar a es ca la de um ob je to co mum, esta é a idéia cen tral das mesi nhas/ti ge las 01 02 e 03 (abaixo, à esquerda), os cu ri o sos “ovos po ché” da is rae len se Ta mar Ben David, pro du zidos pela Alias em tec no po lí me ro com posto, nos quais a su per fí cie inter na do tam po cria re fle xos cro má ti cos den tro da “ti ge la” No alto da pá gi na ao lado, o Sa lão Sa té li te, que este ano teve as am bi en ta çõ es das áre as co le ti vas cria das pe los pró pri os desig ners; embaixo, vis ta da mos tra Cap pel li ni com as cadei ras Nino Rota e None Rota, design Ron Arad, em novas ver sõ es co lo ri das

MUItO­cHantIllY­PaRa­POUcO­BOlO? esta­ foi­ a­ pri­mei­ra­ im­pres­são­ que­ nos­ deu­ o­ Sa­lão­ do­ Mó­vel­ – ­ não­ a euro­lu­ce.­aos­pou­cos,­apro­fun­dan­do,­anu­lan­do­ce­no­gra­fi­as,­ora­dra­má­ti­cas, ora­fe­é­ri­cas­nos­es­tan­des,­os­pro­du­tos­fo­ram­sur­gin­do.­Ron­arad,­Ross lo­ve­gro­ve,­ Kons­tan­tin­ grcic,­ tom­ di­xon,­ cam­pa­na,­ Ha­ber­li­ eram­ as expres­sõ­es­mais­for­tes,­além­da­is­rae­len­se­Ben­da­vid­e­do­su­perpro­lí ­­fico­enzo­Mari,­a­sin­ge­le­za­da­Muji,­o­novo­mun­do­an­ti­go­da­dro­og­de­sign, se­gui­dos­pe­los­fran­ce­ses,­por­jo­vens­in­gle­ses­e­por­no­vos­no­mes,­como Mon­key­Boys,­Mat­ti­Kle­nell,­os­de­sig­ners­da­ex­tre­mis.­­ as­ cin­co­ em­pre­sas­ que,­ em­ nos­sa­ opi­ni­ão,­ se­ des­ta­ca­ram?­ Mo­ro­so, Ma­gis,­dri­a­de,­ales­si,­edra. Os­ma­te­ri­ais?­Rei­na­do­ab­so­lu­to­de­to­dos­os­ar­ti­fi­ci­ais,­os­plás­ti­cos,­em­sua enor­me­va­ri­e­da­de­e­di­fe­ren­tes­graus­de­so­fis­ti­ca­ção­tec­no­ló­gi­ca.­O­plás­ti­co tudo­ faz,­ obe­de­ce­ a­ qual­quer­ de­se­jo­ e,­ con­di­ção­ fun­da­men­tal,­ es­ti­mu­la­ e per­mi­te­ a­ ino­va­ção.­ da­ ca­dei­ra­ mais­ ba­nal­ e­ ba­ra­ta­ aos­ be­los­ to­tens contem­po­râ­ne­os,­a­gran­de­fa­ça­nha­per­ten­ce­à­tec­no­lo­gia­dos­plás­ti­cos.­ Ha­via­ bri­lhos­ me­tá­li­cos,­ ver­da­dei­ros,­ como­ na­ lu­xu­o­sa­ co­le­ção­ tea­ and

como­ na­ nova­ ver­são­ dos­ Pae­sag­gi­ Ita­li­a­ni,­ de­ Mas­si­mo­ Mo­roz­zi­ para­ a edra,­em­acrí ­li­co­es­pe­lha­do.­aca­ba­men­tos,­tex­tu­ras­e­pa­lhe­ta­de­co­res, ini­gua­lá­veis,­tra­zi­am­“pe­les”­com­qua­li­da­de­sem­pre­mai­or,­seja­no­cou­ro dos­es­to­fa­dos,­seja­no­ace­ti­na­do­das­ra­ras­pe­ças­em­ma­dei­ra. em­aRc­de­SIgn­vo­cês­ve­rão­des­fi­lar­o­me­lhor­da­van­guar­da.­Quan­to­às ten­dên­ci­as,­ bem...­ pre­fe­ri­mos­ os­ si­nais­ le­ves,­ ape­nas­ e­ su­til­men­te anun­ci­a­dos.­ Mas­ va­mos­ a­ elas:­ os­ mó­veis­ des­ti­na­dos­ ao­ lar­go­ con­su­mo con­ti­nu­am­com­suas­di­men­sõ­es­re­du­zi­das,­do­eter­no­off-whi­te­ao­co­lo­ri­do pop,­en­xu­tos,­po­li­fun­ci­o­nais,­uni­for­mes,­ho­mo­gê­ne­os,­le­ve­men­te­insí pidos Fotos Saverio Femia

Acima, Osorom, protótipo de grande impac to da Moroso, design Konstantin Grcic, é uma concha contínua em fibra de vi dro, re cor ta da se gun do a ló gi ca da decomposição frac tal. À direita, uma série de banquetas que To ku jin Yos hio ka cri ou para a Dria de, em conti nua ção à sé rie Tok yo Pop, no mes mo es pí rito de plas ti ci da de ob ser va do em sua ca dei ra de 2002

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– ­mas­por­ta­do­res­de­al­gum­hu­mor­e­de­mu­i­ta­tec­no­lo­gia.

Foto Saverio Femia

cof­fe­ to­wers­ da­ ales­si­ (a­ ser­ pu­bli­ca­da­ na­ pró­xi­ma­ edi­ção),­ ou­ fal­sos,


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Acima, mesa e cadeira Klenell, design Matti Klen nel para a Mo o oi. À esquerda, Swan, em plás ti co injeta do, de sign Ron Arad para a Ma gis. Abai xo, o to que de mes tre de Ross Love grove para a Zanotta: chaiselongue e banqueta Brasilia, em po li u re ta no rí gi do es tru tu ral Fotos Saverio Femia

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No pé da pá gi na, uma bela idéia (à es quer da) e uma fan tás ti ca tec no lo gia (à di rei ta), res pec ti va men te, Fran çois Azam bourg com a ca dei ra Very Nice, com duas es tru tu ras possí veis: sar ra fos de bal sa, co la dos, ou com pen sa do cor ta do a ja tos d’água, am bas en ri je ci das por fo lha de po li és ter ter mo-re trá til; Ron Arad com a ca dei ra No mex, es tru tu ra em ni nho de abe lha in te gra do com fi bra de car bo no, ou “pro du tos de peso mí ni mo para tec no lo gias de peso máxi mo” nas pa lavras de Arad para a nova co le ção

Aci ma, Bel la Ri fat ta, design Wil liam Sa wa ya: o ma te rial é for ne ci do por um con sór cio na ci o nal para a co le ta, a re ci cla gem e a re cu pe ra ção dos des car tes das em ba la gens em plás ti co (Co re pla), com 2.200 em presas asso cia das. À esquerda, o sim pá ti co Pik nic, da Ex tre mis, em cha pa metálica do bra da, que mo bi liava as áreas ex ter nas do Su perstu dio

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Foto Saverio Femia

Aci ma, La Va li se, por ta-do cu men tos em ABS es tam pa do, de Ro nan e Er wan Bou roul lec para a Magis. À esquerda, estante Mog dul, de Troitz ki e Ha bay, em po li es ti re no à prova de cho que, no es tan de VIA. No pé da página, à esquerda, S.O.S. (Sort of Sto ra ge), de Ron Arad para a Ma gis, siste ma mo du lar com posto de dois per fis em PVC ex tru da do... “como um Lego”. Abai xo, Ma gis Wa gon, design Mi chael Young, com es tru tu ra em alumínio, corpo em ABS, rodízios (no detalhe) em poliuretano

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Acima e ao lado, Flare, de Marcel Wanders para a Magis, com pernas em ABS transparente, injetado, e opções de folhas de papel brancas a serem desenhadas pelo cli ente, ou com dese nhos de Wan ders ou de Javier Ma ris cal

dentRO­e­FORa:­gaRIMPageM­VeRtIgInOSa­e­O­MaPa­da­MIna Se­nos­tempos­de­exacerbada­valorização­do­experimentalismo­as­mostras­paralelas competiam,­ às­ vezes­ com­ vantagem,­ com­ o­ que­ era­ apresentado­ na­ própria­ Feira,­ hoje­a­situação­não­é­mais­a­mesma.­a­qualidade­do­fora-Salão­está­principalmente em­ locais­ institucionais,­ como­ este­ ano­ o­ Palazzo­ della­ Ragione­ (Immaginando Prometeo),­a­trienal­de­Milão­(uma­retrospectiva­de­giò­Ponti,­outra­de­nanni­Strada e­ a­ apresentação­ da­ arquitetônica­ coleção­ alessi).­ algumas­ galerias­ também­ se destacam,­ como­ a­ giò­ Marconi,­ que­ a­ cada­ ano­ é­ dedicada­ a­ Ron­ arad;­ o­ Spazio Krizia­a­Ingo­Maurer;­além­de­outras,­atualmente­com­menor­expressão.­Um destaque­para­a­“região­tortona”,­que­está­se­tornando­o­“hot­point”, com­ a­ maior­ concentração­ de­ mostras­ fora-Salão,­ nos­ espaços­ do Superstudio­e­arredores. além­destes,­vale­uma­visita­à­sede­da­associação­J.­Vodoz­et­B.­danese, à­ Segheria­ de­ Via­ Meda,­ à­ design­ gallery,­ à­ Post­ design­ gallery­ e­ à Modernariato,­à­dovetusai,­ao­Spazio­consolo.­São­endereços­certos,­o­“mapa da­mina”­para­qualquer­visitante­de­primeira­viagem. “competindo”­com­o­fora-Salão­o­cosmit­organiza,­desde­2002,­uma­grande­mostra institucional.­este­ano,­confirmando­ter­sido­o­ano­da­luz­tivemos,­com­curadoria­do arquiteto­enrico­Morteo,­e­cenografia­do­arquiteto­cerri,­a­mostra­belight.

À direita, es tan te Three-One, de sign Ja kob e Marc Far la ne para a Sa wa ya & Mo ro ni; em fo lhas de me ta cri la to trans pa ren te em di ver sas co res, “pode cres cer como uma ár vo re”, atin gin do a altu ra de 3 me tros! Nos exem plos dessas duas pá gi nas per ce be-se que a es tan te dei xou de ser o pos to para li vros (li vros? Quem os lê?) para se trans for mar em mi ra bo lan tes tó tens

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Fran ces co Bin fa rè, “abu san do” de sua exu be rân cia ex pressi va e maestria tec no ló gi ca, “planta” uma gran de pe dra ver me lha, li xa da como se desgastada pelo tempo, em resina vítrea de alto brilho, so bre base me tá li ca: é o sofá Masso (ao lado), na co le ção Edra Abai xo, “um sis te ma mí ni mo que ten ta fa zer o má xi mo de truques”, co menta Tom Di xon, so bre seu Ser penti ne, apresentado pela Mo ro so. Siste ma com po ní vel, em três par tes, de vi sual bastante leve, apesar de suas me didas; estru tu ra em ma dei ra revestida em po li u re ta no ex pan dido, com den sida des di fe ren cia das e pés em lâ mi na de aço

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Acima, Se ges ta, pol tro ni nha em pi lhá vel de Al fre do Ha ber li para a Alias, “um belo gesto grá fi co” pro du zi do em tec no po lí me ro com pos to. Ao lado, o pop co lour no estande da Kar tell, sempre com projeto de Ferrucio Laviani

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Aci ma, Paesag gi Ita lia ni, de Massi mo Mo roz zi para a Edra, em nova e es ton te an te ver são es pe lha da. À esquerda, Take a Line For a Walk, design Alfredo Haberli para a Moroso. “Le var uma li nha es tru tu ral para passe ar”, co men ta Ha ber li, “por que ad mi ro os car tu nis tas e Cal der”; exem plo da ca pa ci da de co mu ni ca ti va dos ob je tos, a pol tro na tem es tru tu ra em aço e re ves ti men to em po li u re ta no. Abai xo, à esquerda, es tan de da Edra e, na sequência, mesa de Al ber to Meda, em alu mí nio, para a Alias, e o belo de ta lhe, quan do fe cha da

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Ci ne ma Mudo ou qual quer se me lhan ça não é mera coin ci dên cia. Sem pre de com pon do a for ma ini ci al de seus ob je tos em ele men tos de ge o me tri as aber tas e va ri á veis, Kons tan tin Grcic é o au tor da Chair One (pro tó ti po apre sen ta do em 2002), para a Ma gis, e da ca dei ra Mars, fei ta de re cor tes e do bra du ras em uma es tru tu ra con tí nua em plás ti co es tam pa do, para a Clas si con; na se quên cia aci ma, da esquer da para a di rei ta: Chair One, mo de lo em pa pe lão da Mars e sua ver são fi nal re ves ti da em te ci do. Ao lado, Gr cic “ves ti do” com o mol de da Mars e ver são da Chair One

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À di reita, a ve lha pa lhi nha re vi sita da na ca dei ra de Mar cel Wan ders para a Mo o oi, em ti ras de po li e ti le no com três dese nhos di versos, sen do o do meio uma cria ção de Ross Love grove para a ca dei ra (ver ARC DE SIGN N. 28) No pé da página ao lado, banquetas históricas da Thonet, empresa que agora per tence à empresa Poltrona Frau. Abaixo, o primeiro projeto da nova Gebrueder Thonet Viena, que coube a Enzo Mari: madeira cur vada para o assento/encosto, ex trusão de alumínio cur vado para a estrutura. Além da cadeira, duas mesas compõem essa primeira coleção, todas conser vando “o código genético Thonet”

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À direita, o exa ge ro for mal de Gae ta no Pes ce na pol tro na King of No body, para a Ze ro di seg no, com pos to de três pai néis de resi na elas to mé ri ca, como “uma gran de mão aber ta cu jos de dos con vi dam a sen tar-se”, con tras ta com o ri gor das miniar qui te tu ras de Sottsass (abai xo), na co le ção Oak Design. No pé da pá gi na, à esquerda, cadei ras Fave la, de sign Fer nan do e Hum ber to Cam pa na – du ran te o lan ça mento de ARC DE SIGN; a Fave la é pro du zida no Bra sil pela Schuster e ex por ta da para a Edra. Na sequência, Prototype for a Tea Room, sala criada por Chris Ruhs, na Galleria Carla Sozzani

O­nOVO­aRteSanatO­Pede­PaSSageM es­ti­mu­lar­o­de­sign­ar­te­sa­nal­ou­de­sen­vol­ver­o­pro­je­to­in­dus­tri­al,­no­que­se­re­fe­re­aos­pro­du­tos para­a­casa­e­o­es­cri­tó­rio?­O­plás­ti­co­ou­a­pa­lha?­Qual­o­nos­so­ca­mi­nho,­ou­qual­aque­le­pri­o­ri­tá­rio?­dis­cus­são­que­se­vem­apro­fun­dan­do,­não­ape­nas­no­Bra­sil,­en­con­tra­res­pos­ta­no­Sa­lão do­Mó­vel­de­Mi­lão­mos­tran­do­que­a­di­co­to­mia­in­dus­tri­al/ar­te­sa­nal­co­e­xis­te,­cada­vez­mais,­na di­ver­si­da­de­das­ver­ten­tes,­tan­to­de­for­ma­pa­ra­le­la­como­di­ver­gen­te­ou­de­con­ta­mi­na­ção­recí ­pro­ca.­Uma­coi­sa­é­cer­ta:­sem­o­con­cur­so­da­in­dús­tria,­sem­o­de­sen­vol­vi­men­to­dos­ma­te­ri­ais ar­ti­fi­ci­ais­não­se­al­can­çam­nú­me­ros­de­se­já­veis­para­o­mer­ca­do­(ex­ce­tu­an­do-se,­é­cla­ro,­ar­má­ri­os e­ es­tan­tes,­ ou­ seja,­ a­ pro­du­ção­ em­ MdF);­ sem­ o­ fa­zer­ ar­te­sa­nal,­ pres­cin­din­do­ dos­ ma­te­ri­ais­ natu­rais,­ o­ de­sign­ vem­ per­den­do­ sua­ for­ça­ como­ por­ta­dor­ de­ um­ va­lor­ sub­je­ti­vo,­ di­fe­ren­ci­a­do,­ im­preg­na­do­de­men­sa­gens­de­cul­tu­ras­di­ver­sas. Fato­im­por­tan­te,­re­ve­la­dor­do­en­ri­que­ci­men­to­pela­con­ta­mi­na­ção­re­cí ­pro­ca­en­tre­dois­mun­dos:­a­Mo­ro­so­apre­sen­tou­este­ano­uma­pol­tro­na­re­ves­ti­da­em­lá­tex­na­tu­ral­fa­bri­ca­do­na­ama­zô­nia­bra­si­lei­ra! a­dro­og­de­sign,­em­sua­nova­e­di­ver­ti­da­loja­mi­la­ne­sa,­faz­uso­da­bai­xa­tec­no­lo­gia­e­do­ar­te­sa­na­to, pro­mo­ven­do­e­es­ti­mu­lan­do­um­novo­modo­de­vida.­Os­jo­vens­do­Sa­lão­Sa­té­li­te,­com­seus­pro­tó­ti­pos­mu­i­tas­ve­zes­ru­di­men­ta­res,­são­por­ta­do­res­de­idéi­as­ori­gi­nais­e­de­uma­ver­da­dei­ra­li­ber­da­de pro­je­tu­al,­as­si­mi­la­das­pos­te­ri­or­men­te­pela­in­dús­tria.­Já­é­gran­de­a­ga­le­ria­de­pro­du­tos­in­dus­tri­a­li­za­dos,­ex­pos­tos­a­cada­ano­no­Sa­té­li­te,­cuja­ori­gem­é­um­pro­tó­ti­po­ou­idéia­de­anos­an­te­ri­o­res. Por­ou­tro­lado,­gae­ta­no­Pes­ce­in­sis­te­em­seu­dis­cur­so­do­fa­zer­ar­te­sa­nal,­do­bai­xo­in­ves­ti­men­to­ em­ mol­des,­ da­ sé­rie­ di­ver­si­fi­ca­da,­ mas­ sem­pre­ pes­qui­san­do­ ma­te­ri­ais­ de­ alta­ tec­no­lo­gia; et­to­re­Sott­sass­ex­plo­ra­a­cada­ano­o­po­ten­ci­al­ex­pres­si­vo­de­um­novo­ma­te­ri­al­– ­ma­dei­ra,­vi­dro,

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ce­râ­mi­ca,­laca,­me­la­mi­nas­– ­na­cons­tru­ção­de­seus­ob­je­tos,­um­uni­ver­so­de­miniar­qui­te­tu­ras. en­fim,­co­e­xis­tem­pa­ci­fi­ca­men­te,­sem­gran­des­re­vo­lu­çõ­es­ou­mes­mo­es­pe­ran­ça de­evo­lu­çõ­es­ra­di­cais,­as­di­ver­sas­cor­ren­tes­do­de­sign­con­tem­po­râ­neo­eu­ro­peu. nes­te­gran­de­e­pou­co­di­re­ci­o­na­do­mix,­des­pon­ta­a­in­flu­ên­cia­dos­paí ­ses­pe­ri­fé­ricos­– ­tal­vez­o­Bra­sil­na­fren­te,­com­o­in­dis­cu­tí ­vel­pres­tí ­gio­dos­ir­mãos­cam­pa­na­– ­e­de­no­mes­como­o­hin­du­Sat­y­en­dra­Pa­kha­lé,­na­li­nha­do­re­gio­na­lis­mo­de­sa­bor­uni­ver­sal.­ O­fa­zer­ar­te­sa­nal­con­tem­po­râ­neo­é­aque­le­que­sabe­se­des­pren­der­de­sua­raiz,­sem­aban­do­ná-la, mas­sa­bi­a­men­te­des­co­lan­do-se­da­ma­triz,­tra­zen­do­o­pas­sa­do­para­o­pre­sen­te.­ e­o­Bra­sil­nos­Sa­lõ­es?­Já­não­so­mos­mais­sim­ples­es­pec­ta­do­res,­mar­gi­nais­ao­even­to.­de­sig­ners e­in­dús­tri­as­mar­cam­pre­sen­ça.­este­ano,­além­dos­cam­pa­na­– ­com­a­ca­dei­ra­Fa­ve­la,­made­in Bra­zil­e­ex­por­ta­da­– ,­dois­bons­de­sig­ners­lan­ça­ram­seus­pro­du­tos­no­Sa­té­li­te:­Jor­ge­Mon­ta­na com­uma­li­nha­de­ca­dei­ras­de­ins­pi­ra­ção­nor­des­ti­na,­a­Jan­ga­da,­apre­sen­ta­da­por­uma­em­pre­sa do­Re­ci­fe,­a­Ka­ka­kis;­car­los­al­can­ta­ri­no­com­uma­co­le­ção­de­ob­je­tos­em­re­si­na,­acrí ­li­co,­la­tão e­cris­tais­de­quart­zo.­e,­no­pa­vi­lhão­20,­no­es­tan­de­da­em­pre­sa­ita­li­a­na­ar­ca­de­e­em­seu­novo show-room,­es­ta­va­pre­sen­te­o­ar­te­sa­na­to­gaú­cho,­a­te­ce­la­gem­ma­nu­al­em­lã,­como­re­ves­ti­men­to em­pu­fes­e­em­uma­chai­se-lon­gue:­qua­li­da­de­sur­gi­da­das­mãos­dos­te­ce­lãos­da­co­o­pe­ra­ti­va­dos ar­te­sãos­do­Rio­gran­de­do­Sul,­com­as­sis­tên­cia­de­um­de­sig­ner­ita­li­a­no. Sem­es­q ue­c er,­é­cla­r o,­da­Fjord,­de­Pa­t rí ­c ia­Ur­q uio­la­para­a­Moroso,­re­v es­t i­d a­com­lá­t ex na­t u­r al,­da­ama­z ô­n ia­brasileira!­ ❉ Foto Lucio Magri e Luciano Pascali

Guar dem esse nome: Sat yen dra Pa kha lé. Hin du, hoje vive em Ams ter dã. Mui to jovem, já me re ceu mos tra in di vi dual no Ste de lijk Mu seum, Ams ter dã. For mas ar cai cas, re ple tas de sim bo lis mos, “para mim novo ou ve lho, tra di ci o nal ou mo der no, não são ca te go rias se pa ra das”. Pa kha lé passa de um ma te rial a ou tro du ran te o desen vol vi men to de um pro je to, re a li za o mes mo pro je to em ma te riais di ver sos (veja dois exemplos no alto da página) e pode usar a ce râ mi ca, o fio me tá li co en ce ra do, a ma dei ra ou o plás ti co in je ta do. À di rei ta, chai se-lon gue, pufe, al mo fa da e uma re a li da de im por tan te: a Co o pe ra ti va dos Ar tesãos do Rio Gran de do Sul, que exis te há 20 anos, e o en con tro, em 2000, com o desig ner ita lia no Ivan Baj, do Gru po Ar ca de, Itá lia, resul tan do na presen ça no Sa lão do Mó vel e nas fei ras de Frank furt, Pa ris, Co lô nia, além do Bra sil. Hoje Baj e Pau lo Hau bert criam e desen vol vem pro du tos jun to à Co o pe ra ti va, com fios de lã, seda, pa lha de mi lho, rami e al go dão, em tear ma nual, e ex por tam, com a mar ca Avec, 16 mil dólares por mês!

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LUZ ENTRE A TECNOLOGIA E A EMOÇÃO Lu mi nári as e ob je tos lu mi no sos tec no lógi cos con quis ta ram o públi co na úl ti ma Eu ro lu ce, en quan to as mos tras Be Light e Im ma gi nan do Pro me teo ex plo ra ram os as pec tos sub je ti vos da luz, des per tan do emo ções di ver sas... Winnie Bastian


Fotos Saverio Femia

Nes ta pá gi na, ins ta la ção cria da por Mar co Fer re ri com as novas lu mi ná rias Pu ra lu ce, cria das para a Ma gis. A ins ta la ção, de for te im pac to, com bi na duas for mas ele men tares (o cír cu lo e o qua dra do), que dia lo gam com a ar qui te tu ra da ca pe la de S. Aqui li no, na Ba si li ca de San Lo ren zo Mag gio re. Foram uti li za das 528 Pu ra lu ce, 132 de cada lado do qua dra do


Uma feliz surpresa na última Euroluce: a tendência é não seguir tendências. Luminárias e objetos luminosos dividem espaço, cada qual com seu propósito. Enquanto a iluminação eficiente – e necessária – fica a serviço das luminárias, os objetos luminosos incorporam outras funções, como som, despertador, purificador de ar, mesa, exaustor. Em comum entre estes dois universos, claro, a tecnologia. Visí vel nos lúdicos objetos luminosos, praticamente imperceptí vel – escondida, camuflada – nas luminárias produzidas em grandes séries pelas empresas lí deres (o que dificulta as cópias), a tecnologia ultrapassou os limites da funcionalidade e da eficiência. Bom exemplo é o abajur Miss K, design Philippe Starck para a empresa italiana Flos: quando desligado aparenta ser de metal cromado, mas ao ser aceso torna-se completamente transparente, evidenciando seu verdadeiro material: o polimetacrilato. A “mágica” deve-se à finí ssima camada de alumí nio – apenas alguns microns de espessura – que reveste a cúpula do abajur. Francesco Rodriquez, gerente de produto da Flos, nos explica com detalhes a aluminização a vácuo, técnica utilizada para a formação dessa camada. A cúpula é colocada em uma câmara, na qual também é colocada uma pequena peça de alumí nio puro. Todo o ar da câmara é retirado e, então, uma alta carga de energia elétrica é transmitida para o alumí nio, que sublima. Na sequência, um equipamento gira a cúpula sobre dois eixos, para que o alumí nio, agora no estado gasoso, se deposite Foto Saverio Femia

Nes ta pá gi na, pro du tos lan ça dos pelo “mago” Ingo Mau rer. Aci ma, lu mi ná ria de mesa Strup pler, desen vol vi da em con jun to com o es cri tó rio Strup pler Asso cia tes. A al tu ra é ajus ta da en ro lan do-se a has te, em fita de fi bra de vi dro, na base de alu mí nio (pro cesso seme lhan te ao de uma tre na). Uti li za uma lâm pa da ha ló ge na de 50w. Abai xo, di ver sas po si çõ es da Strup pler. À es quer da, To po li no, lâm pa da para lei tu ra com pin ça, em aço inox, plás ti co e si li co ne. Uti li za uma lâm pa da ha ló ge na de 20w. Design Bernhard Dessec ker

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Foto Saverio Femia

Aci ma, duas lu mi ná ri as que uti li zam LEDs co lo ca dos en tre pla cas de vi dro, sem qual quer fi a ção apa ren te; à es quer da, Star dust, que com bi na luz di re ta (con cen tra da) com a luz ema na da dos LEDs; na se quên cia, Lüs ter, peça bem-hu mo ra da: um cas ti çal im pres so no vi dro “brin ca” com os LEDs. Abai xo, à es quer da, o ban co Led Bench uti li za a mes ma lin gua gem dos LEDs, um pro je to que teve a par ti ci pa ção dos de sig ners Jo han nes Schmid e Se bas ti an Uter ni öh len, am bos in te gran tes da equi pe de Mau rer

Abaixo, lu mi ná ria Schlitz, em plás ti co e alu mí nio, com bi na luz di re ta (duas lâm pa das ha ló ge nas de 60 w e uma de 150w) e di fu sa: a luz pas sa por um “ras go” na peça, re me ten do à obra de Fon ta na. A par te su pe ri or com por ta dois tu bos flu o res cen tes G5, cuja luz será re fle ti da no teto

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de modo uniforme por toda a peça. Em seguida, a pressão normal da câmara é restabelecida, concluindo o processo. Outro destaque da Euroluce deste ano foi o uso do LED (diodo emissor de luz). Se na edição anterior da feira esta fonte de luz já era vista em protótipos, agora é uma realidade, e promete revolucionar a indústria da iluminação devido à sua duração (um LED garante 100 mil horas de luz) e à qualidade da luz que proporciona, a despeito de seu tamanho diminuto. O LED é o máximo de miniaturização possí vel para um emissor de luz. E isto, sim, é uma tendência. Além disso, possibilita a criação de produtos com alto teor Nas duas pá gi nas, lan ça mentos da em presa ita lia na Flos. À es quer da, lu mi ná ria de mesa Kel vin, design Anto nio Cit te rio. Em alu mí nio e po li car bo na to, per mite a es co lha da fonte de luz (versõ es di fe rentes): flu o res cente, in can des cente ou LED. Con quista pe los de ta lhes: o inter ruptor está lo ca li za do na pró pria cú pu la, evitan do qual quer inter fe rên cia no dese nho lim po da peça; além disso, ao ser liga da, a luz acen de-se de for ma gra da ti va até atingir a ca pa cida de to tal, evitan do ofus ca mento. Três op çõ es de haste: duas fi xas e uma ar ti cu lá vel

Ao lado e abai xo, dois pro du tos des ti na dos ao pú bli co in fan til: lu mi ná ria Good Night e ta pe tes Baby Zoo. Good Night é uma “lâm pa da de com pa nhia” que pro por ci o na luz suave e foi cria da para ser usa da di re ta men te no piso, so bre o ta pe te Baby Zoo. A luz é emitida em to das as di re çõ es (360 graus) por meio de LEDs nas co res azul ou âm bar (a cor é se le ci o nada em uma chave na base da lu mi ná ria). Good Night acen de após o usu á rio “pi sar” so bre ela, o que re quer uma peça resis ten te (seu cor po é fei to em po li car bo na to in je ta do e os ele men tos es tru tu rais, em po lia mi da). Design Lau re ne Boym


poético, como a mesa e o “lustre” apresentados pelo “guru” da iluminação Ingo Maurer, nos quais os LEDs são distribuí dos entre lâminas de vidro, e acesos sem a necessidade de fios. O segredo? O designer não revela, mas ARC DESIGN supõe que a corrente elétrica seja transmitida por um gel transparente alojado entre as placas de vidro. Os produtos decididamente “comerciais” (grande parte) incorporam a tecnologia “touch”, na qual a luminária é ligada – e tem o dimmer controlado – pelo simples toque do usuário. Essa interface propõe uma nova maneira de nos relacionarmos com o objeto, exigindo um consumidor mais “antenado”, com vivência tecnológica, já que muitas vezes o local a ser tocado não é tão óbvio. Contudo, mesmo dotadas de alto teor tecnológico, as luminárias não são apenas uma resposta a uma necessidade imediata – iluminar. É o que nos revelam as duas mostras paralelas realizadas pelo Cosmit: BeLight e Immaginando Prometeo. Nos dois eventos, a luz é explorada como um elemento gerador de

Nes ta pá gi na, duas pe ças com design Phi lip pe Starck. Aci ma, Ro meo Hot Hot, mis to de lu mi ná ria e exaus tor. Den tro do di fu sor ce râ mi co (com 50 cm de di â me tro), há uma tur bi na com fil tros para pu ri fi car o ar. O aci o na men to e a re gu la gem da po tên cia são fei tos por con tro le re mo to. Abai xo, Miss K, o tra di ci o nal aba jur pro du zi do com alta tec no lo gia: quan do des li ga do, pa re ce fei to de ma té ria me tá li ca, mas ao ser aceso tor na-se to tal men te trans pa ren te

33 ARC DESIGN


No alto da pá gi na, à es quer da, pen dente Starglass, design Pao lo Riz zat to para a Lu ce plan. A cú pu la em vidro estam pa do é for ma da pela com po si ção ge o mé tri ca de lentes qua drangu la res, que acentuam a pro pa ga ção da luz. Uti li za uma lâm pa da ha ló ge na 250w. Aci ma, lu mi ná ria Lamppu: o di fu sor, que emite luz por meio de um LED, pode ser desta ca do da haste e uti li za do como lanter na, com au to no mia de cin co ho ras. Design Har ri Kos ki nen para a Olu ce. À es quer da, lu mi ná ria de piso Angel, design Ross Love grove para a Lu ce plan. Pode ter um ou dois di fu so res, cada um com posto de duas conchas elípticas em PVC injetado transparente ou semitransparente; haste em alumínio com pintura na cor branca. Possui a tecnologia “touch”, ou seja, dimmer sensorial, ati vado pelo toque


Aci ma, vis ta par ci al do es tan de da Ar te mi de na Eu ro lu ce; em pri mei ro pla no, lu mi ná ri as Sig no ria, de sign Ara ta Iso za ki. Pro je ta da para es pa ços pú bli cos, Sig no ria é pro du zi da em dois ta ma nhos (25 e 50 cm de di â me tro), em alu mí nio e/ou aço inox. A mai or, além de si na li za dora, fun ci o na como pára-car ros e pos sui duas ver sõ es de fon te de luz: LED ou lâm pa da flu o res cen te com pac ta

Acima, luminárias Zio (à esquerda) e Nipotino, design Sebastian Bergne para a Luceplan. Ao lado de Zia (tampo redondo, diâmetro 52 cm), formam uma família de objetos luminosos – todos em policarbonato branco com proteção UV. Enquanto Zio e Zia devem ser utilizadas sobre o piso, Nipotino é uma luminária de mesa, podendo também apoiar outros objetos Abaixo, Biodomestic, design Willem van der Sluis e Hugo Timmermans. Luminária modular com corpo em poliuretano injetado semitransparente e difusor em policarbonato opalino; com plugue de alimentação integrado, pode compor uma cadeia ou ser utilizada isoladamente como extensão para conectar aparelhos elétricos de até 150w de potência. Vencedora do concurso “Lights of the Future 2002” (realizado na Comunidade Européia para incentivar o uso de lâmpadas fluorescentes compactas), é produzida pela Luceplan

35 ARC DESIGN


emoções e sensações, mais do que um instrumento para iluminar espaços. Com curadoria do arquiteto Enrico Morteo e montagem do designer Pierluigi Cerri e equipe, BeLight (veja imagens nas páginas 12 e 13) tinha como ponto alto os Quartos das Emoções. Desenvolvidos em torno de temas distintos – Cor, Brilho, Concentração e Difusão – , cada ambiente era dedicado a uma qualidade diversa da luz, gerando diferentes estí mulos nos visitantes. Enrico Morteo esclarece o objetivo da exposição: “Uma vez que o problema puro e simples de iluminar está de fato resolvido pela versatilidade de tantas luminárias, pedimos mais da luz. À luz confiamos a ‘ temperatura’ dos ambientes em que vivemos, à luz pedimos que estruture o espaço e desenhe a ‘ atmosfera’ , com as luzes acentuamos o ‘ estilo de vida’ com o qual nos identificamos”. “Uma viagem entre sensações e emoções sem limites

Nes ta pá gi na, dois pro du tos que in te gram a li nha A.L.S.O (Air Light Sound Other Ob jects), pro du zi da pela Ar te mi de. Aci ma, Be tel geu se, “ob je to per for má ti co” com cin co lâm pa das ha ló ge nas di re ci o ná veis (duas são bran cas e as de mais possu em fil tros di crói cos co lo ri dos), to das di me ri zá veis. In te gra, na base, um fil tro ele tros tá ti co que pu ri fi ca o ar e, no topo, um di fu sor acús ti co que re pro duz o som da fon te so no ra a ele liga da. Design Mi che le de Luc chi e Ge rhard Rei chert À di rei ta, Ri e gel, design Car lot ta de Be vi lac qua. Luminária de piso que emi te fron tal men te uma luz co lo ri da (que acen de auto ma ti ca men te na presen ça de pessoas) e apresen ta no alto uma fon te ha ló ge na in di re ta. O cor po da lâm pa da é um espe lho per fei to que, quan do está aceso, dei xa passar a luz co lo ri da das lâm pa das flu o res cen tes in ter nas. Na par te de trás há dois fil tros ele trostá ti cos que pu ri fi cam o ar e, na par te fron tal, uma aber tu ra que di fun de o som. No pé da pá gi na ao lado, Go To The Mir ror, design Car lot ta de Be vi lac qua para a Ar te mi de; di fu sor em acrí li co com aca ba men to es pe lha do. O es pe lho, uma vez aceso, se trans for ma em um di fu sor lu mi no so. For ma do por três se to res ver ti cais do mes mo ta ma nho (cada um com uma fon te lu mi no sa pró pria e um re fle tor au tô no mo), pode apresen tar seis con fi gu ra çõ es di fe ren tes con for me os se to res acesos. A pro pos ta é le var, por meio das co res, bem-es tar para os lu ga res de re lax

36 ARC DESIGN


❉ geográficos ou culturais”. Assim o Cosmit define a mostra Immaginando Prometeo, realizada em parceria com a Prefeitura de Milão, e que teve como cenário o Palazzo della Ragione, edifí cio construí do entre 1228 e 1233 no coração da cidade (veja imagens nas páginas 10 e 11). A exposição reunia artistas de diversas partes do mundo – inclusive do Brasil – , todos utilizando a luz como instrumento expressivo. A incrí vel “paisagem” que interliga todas as obras – e dialoga com elas – foi criada pelo renomado diretor teatral, cenógrafo e designer norteamericano Bob Wilson; o “clima” é completado pela música – criada especialmente por Giovanni Solima – que se difunde por todo o espaço, envolvendo o visitante em uma espécie de anel hipnótico que se repete infinitamente. Após percorrer todo o caminho proposto por Wilson, impossí vel não ser contagiado com a presença do titã que presenteou a humanidade com o fogo do sol.

Aci ma, lu mi ná rias Cas to re, em liga de alu mí nio, resi na ter mo plás ti ca e vi dro so pra do, design Mi che le de Luc chi e Huub Ub bens para a Ar te mi de. A sim pli ci da de do dese nho é va lo ri za da pela presen ça da has te lu mi nosa, de cur vas flu i das e afu ni la da, que per mi te a passa gem gra dual da luz in ten sa do di fu sor à zona de som bra da estru tu ra da lâm pa da. Dis po ní vel em três ver sõ es: piso, mesa e pen den te; nas duas pri mei ras, uti liza a tec no lo gia Touch (não há in ter rup tor; a lâm pa da é li ga da e desligada com um toque do usuário)


Design para a competitividade

UM CARRO SOB MEDIDA

Qual o atual papel do design na indústria automobilística? Qual a sua importância para o sucesso das vendas? Saiba por que empresas multinacionais como a Ford estão investindo no design para serem mais competitivas

Nas duas pá gi nas, fo tos ex ter nas do EcoS port. Com com pri men to de 4,23 metros, largu ra de 2,49 metros, al tu ra de 1,62 metros e dis tân cia en tre ei xos de 2,49 metros, o veí cu lo pos sui 20 cm de altura li vre do solo e supor ta áreas alagadas de até 45 cm. As ro das de 15 po le ga das, em aço ou liga leve, re ce bem pneus desen vol vi dos es pe cial men te para o car ro

38 ARC DESIGN


Daniele Rissi O departamento de design de uma indústria automobilística não pára de criar: pesquisa materiais, realiza testes, redesenha formas e encontra desafios de superação a cada novo lançamento que surge no mercado – seja da sua indústria, seja da concorrente. Enquanto isso, o departamento de marketing não pára de pesquisar: quer detectar o perfil de seus consumidores, seus hábitos e anseios, suas preferências e condições econômicas. Foi assim que a Ford chegou à definição dos conceitos do EcoSport, primeiro veículo compacto da categoria “sport utility” produzido no Brasil, com o intuito de atender os mercados brasileiro e sul-americano. Foram 20 pesquisas, realizadas com mais de 2.500 pessoas, entre brasileiros, argentinos, chilenos e venezuelanos, englobando itens como a aceitação do conceito, do design, conteúdo do veículo, nome e dinâmica/dirigibilidade. Como tudo começou? Know-how para produzi-lo a montadora já tinha. Carros como Escape, Expedition, Excursion e Explorer – comercializados no Brasil desde 1993 – pertencem à mesma família dos SUVs (sports utility vehicles). Com proporções mais avantajadas, nenhum desses veículos possuía, entretanto, perfil para concorrer com utilitários compactos, mais esportivos e apropriados para circular nos centros urbanos, como os SUVs das montadoras Kia, Mitsubishi, Suzuki e Toyota. Apesar do sucesso, os “jipes sofisticados” não atendiam a uma parcela significativa do mercado: os consumidores que não podem desembolsar, em média, de 65 mil a 120 mil reais para usufruir os benefícios de um “sport utility”. De olho nesse nicho, a Ford lançou o EcoSport, veículo nacional que possui três versões, custando de 31 mil a 49 mil reais – valores que deixam as montadoras estrangeiras, a partir de agora, com fôlego mais curto na competição. Definido o target, ou seja, o público-alvo e a categoria do veículo, o briefing determinava a produção de um carro acessível, confortável, potente e com desempenho satisfatório tanto no asfalto como na terra. Para atingir esses objetivos, foi necessário integrar equipes e tecnologias: da nova unidade baiana, em Camaçari (onde o carro é produzido), e das unidades dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Alemanha e do Japão. Segundo fruto do Projeto Amazon, um investimento total de 1,9 bilhão de reais no Complexo Industrial Ford Nordeste – que conta com uma fábrica de montagem modular e a integração de 27 fornecedores –, o EcoSport possui valor acessível principalmente pela sua engenharia: foi montado sobre um chassi monobloco compacto, utilizando a mesma plataforma do novo Fiesta. Além disso, possui tração dianteira (4x2) – a versão 4x4 deve estar disponível no mercado brasileiro em 2004. 39 ARC DESIGN


E o design? O design precisava, em primeiro lugar,

boa dirigibilidade e aproveitamento máximo do espaço

atender a uma característica básica: possuir a forma de

de convívio – de acordo com a ocasião e/ou com o

um “sport utility”, ou seja, demonstrar força e potência,

desejo da “turma” que irá habitá-lo. O resultado incluiu

uma certa masculinidade, com a predominância de linhas

algumas soluções, como o versátil porta-objetos abaixo

retas e um estilo versátil, que acompanhasse o ritmo de

do banco do passageiro e o porta-malas com abertura

quem transita tanto na cidade como junto à natureza.

de 90 graus da direita para a esquerda (que facilita e tor-

Essa foi a missão do “FSAO Design Center”, Departa-

na mais seguro o acesso à calçada ou ao acostamento).

mento de Design da Ford, em Camaçari. Uma equipe

Ou seja, temos um carro “designed by Brazilians, made

de 30 designers, sob o comando de João Marcos de

in Brazil”, que responde às nossas peculiaridades

Oliveira Ramos, desenvolveu o carro com base nos

graças à tônica dada ao design – uma vitória.

estudos realizados durante as visitas ao Departamento de

Esse modelo de trabalho confirma a tendência atual do

Estilo da Ford, em Dearborn, nos Estados Unidos –

mercado automobilístico, de “regionalizar” seus lança-

onde foram projetados os primeiros SUVs.

mentos, ou seja, realizar um design para um perfil de

O interior do veículo foi concebido para oferecer conforto,

consumidor determinado. Importar fórmulas de sucesso

Nes ta pá gi na, par ti cu la ri da des do in te ri or do EcoS port: abai xo, à es quer da, o pára-bri sa 45% mai or que o de uma pickup mé dia; o ban co do moto rista oferece regulagem de altura e a coluna de direção pode ser ajustada em 5 graus, proporcionando confor to ao condutor do veículo. Na sequência, o por ta-ma las com ca pa ci da de para 296 li tros (ou até 712 li tros com os ban cos tra sei ros re ba ti dos); o pára-cho que ser ve como degrau para fa ci li tar o acesso ao rack, que per mi te trans por tar cer ca de 40 kg de carga

40 ARC DESIGN


de países com fortes diferenças socioeconômicas,

Modelo T, único carro que produziu durante 19 anos.

culturais e até climáticas, sem critérios ou sem que os

Quando em 1927 resolveu inovar, com o lançamento

veículos passem por adaptações, é um negócio muito

do Modelo A, já era tarde: a liderança seria perdida

mais arriscado e caro. Natan Vieira, gerente de Marke-

quatro anos mais tarde.

ting, complementa: “Um design malfeito elimina o carro

Nos dias de hoje, ficar para trás é o que a Ford Brasil

da competição. Pesquisas indicam que design e preço

menos deseja. A montadora iniciou em 1997 o “turn

são os dois principais fatores que determinam a decisão

around” da marca, ou seja, um processo de rejuvenes-

de compra de um automóvel. O design só não fica em

cimento, que pode ser percebido no design de seus

primeiro lugar quando o poder aquisitivo do consu-

produtos: do Ford Ka ao EcoSport. Rogelio Golfarb,

midor não permite”.

diretor de Assuntos Corporativos da Ford, salienta:

Que o diga Henry Ford, o homem que inventou a linha

“Investir em design é criar uma personalidade para a

de montagem e a indústria automobilística no início do

marca. São vários produtos, cada um com sua identidade.

século XX, nos Estados Unidos. Sua célebre frase “de

No entanto, é fundamental que o design possibilite iden-

qualquer cor desde que seja preto” é uma referência ao

tificar a marca Ford em nossos automóveis”. ❉

No pé da pá gi na ao lado, ni chos para ob je tos: à es quer da, o com par ti men to que com por ta até seis la tas de re fri ge ran te e fun ci o na como ge la deira nos mo de los equi pa dos com ar-con di ci o na do; à di rei ta, a rede que pode ser aco pla da ao por ta-ma las, possi bi li tan do aco mo dar ob je tos que cos tu mam fi car sol tos. Nes ta pá gi na, a op ção mais fun ci o nal e in te li gen te do in te ri or do veí cu lo: o por ta-ob je tos sob o as sen to do ban co do passa gei ro, que per mi te guar dar itens de va lor, como bol sas e apa re lhos ele trô ni cos, e possui fun do re moví vel para lim pe za

41 ARC DESIGN


Um “start” em nos so ima gi ná rio é aci o nado por produtos impensáveis, perfeitos no de sign e com atri bu tos que nos en can tam. Em pou cos se gun dos eles nos pa re cem in dis pen sá veis, ao mes mo tem po que – oo ops! – seus mo de los já esta rão ul tra pas sa dos! É nes ta cor ri da tec no ló gi ca que nos encon tra mos e, como ARC DE SIGN não po de ria fi car de fora, inau gu ramos esta se ção re ple ta de no vi da des tec no ló gi cas. Seja bem-vin do ao Mun do Tech!

PORTÉGÉ 3500 Notebook com sistema operacional diferenciado (Windows XP Tablet PC Edition), o Portégé 3500 da Semp Toshiba apresenta recursos de reconhecimento de voz (em inglês) e de escrita. A tela gira em 360º e possibilita ao usuário segurar o aparelho como um caderno (tanto em formato retrato como paisagem) para escrever ou acionar outras funções utilizando uma caneta especial. Inclui o programa Windows Journal, que abre publicações eletrônicas e seleciona trechos para serem enviados por e-mail ou arquivados. Possui portas USB, entrada para cartões Compact Flash, SD e PCMCIA (que permite conexão em rede ou acesso à Internet) Semp Toshiba: 0800-702- 5566 www.semptoshiba.com.br

42 ARC DESIGN


RELÓGIO SUUNTO X6HR Um relógio que pode ser conectado ao computador para avaliar, por meio de gráfi-

GRAVADOR SV-AV30 Versátil, este gravador da Panasonic cabe na palma da mão e pesa menos de 100 gramas.

cos, o rendimento do atleta, e que possibilita

Possibilita gravar arquivos de voz digitais, ouvir músicas

compartilhar informações com esportistas de todo o mundo

gravadas em MP3 (86 min), capturar imagens em JPEG

pelo site www.suuntosports.com. O X6HR possui bússola,

(640 x 480 pixels) e vídeo digital (35 min). Também permite

barômetro (que mostra a intensidade da pressão atmosfé-

gravar e reproduzir programas de TV. Possui flash embutido,

rica e as possíveis mudanças do tempo), clinômetro (para

zoom digital de 2X e visor LCD de 2” em cores. Acompanha

medir as inclinações do terreno e seu impacto na condição

SD Card de 64MB, fone de ouvido e

física do atleta), altímetro e monitoramento das batidas do

bateria recarregável.

coração por meio de faixa transmissora.

Disponível a partir de julho.

Gzero Store: (11) 3704-7600

Panasonic: 0800-11-1033

www.gzero.com.br

www.panasonic.com.br

NIKE AIR KUKINI

POWERBOOK G4

Desenvolvido a partir de pesquisas, especialmente para

Qual profissional de artes gráficas não precisou

praticantes de Triatlon (que ao sair da água precisam calçar

trabalhar depois do expediente para cumprir um prazo? Com

o tênis para realizar as etapas de bicicleta e corrida), o Air

o notebook G4 da Apple em liga de alumínio, o usuário ganha

Kukini possui fechamento em velcro e cabedal de malha

mobilidade e flexibilidade. Esse modelo de 17" possui drive de

com tramas abertas (material que garante o respiro do pé e

DVD-R e CD-RW, teclado luminoso (que acende automatica-

não retém o suor e a água que escorrem pelas pernas do

mente sob pouca luz), portas FireWire para transferência de

atleta). A sola e a entressola em uma única peça (phylite)

dados, processador de 1GHz e capacidade de memória RAM

são recortadas em forma de esqueleto para permitir que a

de até 1GB. Com ele é possível ficar on-line sem a necessi-

água do cabedal escorra. Possui placa de estabilidade no

dade de fios. Outro diferencial é sua arquitetura de memória

arco do pé e palmilha com Zoom Air® no calcanhar, além de

ultra-avançada, que agiliza a realização de trabalhos em 3D.

solado com tiras finas de borracha de carbono BRS 1000,

Apple: www.apple.com/br

para proporcionar tração e durabilidade nas regiões de maior atrito. Nike: 0800-703-6453 www.nikerunning.com.br

43 ARC DESIGN


IMPRESSORA PORTÁTIL SV-P20

ÓCULOS DOLCE & GABANNA

Pesando menos de 300

nato espelhado e armação em aço cirúrgico, que além de

gramas e com 11 cm de comprimento, a impressora portátil

atribuir leveza confere resistência ao acessório. Seu dife-

Os óculos de sol modelo 409 possuem lentes em policarbo-

“materializa” fotos digitais logo após serem clicadas. Impri-

rencial consiste no sistema de encaixe, sem o uso de para-

me uma imagem no tamanho 5,4 x 8,6 cm (resolução de

fusos e com o contato entre armação e lentes apenas em

290 x 290 dpi) ou até oito imagens na mesma folha. Possui

quatro pequenos pontos, evitando rachaduras.

entrada para cartão de memória, conexão USB, monitor LCD

Marcolin: 0800-771-5557

1,5” em cores e bateria recarregável. Acompanham o produto

www.marcolin.com

cartucho colorido e bloco de papéis fotográficos. Disponível a partir de julho. Panasonic: 0800-11-1033 www.panasonic.com.br

TECIDO REDTECH A coleção outono-inverno da Track & Field apre-

Um aparador ou uma TV? Os dois. A Cappellini incorporou a

senta roupas feitas de Redtech, tecido

tecnologia holandesa Philips ao design italiano, revelando

elaborado com biocerâmica Invel®. O te-

síntese, sofisticação e contemporaneidade na linha

cido tecnológico retém o calor do corpo

“Paesaggi Fluidi” (Paisagens Fluidas), lançada no último Salão

(infravermelho) e mantém a tempera-

do Móvel de Milão. O móvel Sideboard faz parte da coleção.

tura, proporcionando equilíbrio térmico

Feito de painéis laqueados, nas cores branca ou car vão,

e confor to com roupas leves e de

possui pés em aço-inox. Integra uma TV de tela plana 32”

espessura fina. O tecido também con-

(que se incorpora ao móvel quando a tela é abaixada), um apa-

tribui para a liberação de ácido láctico

relho de DVD, alto-falantes e módulos para guardar CDs e DVDs.

na circulação (o calor acelera o processo),

Cappellini: www.cappellini.it

produzido quando se pratica atividades físicas. Testes realizados com a bermuda Redtech comprovaram um aumento de 5% na performance física do atleta. Track & Field: (11) 3224-0445 Foto Serapião

SIDEBOARD CAPPELLINI-PHILIPS

www.tf.com.br


PALM TUNGSTEN W Um computador de mão integrado à tecnolo-

HP DESIGNJET 100

gia sem fio GSM/GPRS (Global System for

Uma impressora indicada para profissionais que utilizam

Mobile Communication/General Packet

sistemas CAD, GIS (sistemas de informação geográfica) ou

Radio System), que oferece plataforma

que precisam imprimir em tamanhos grandes, até A1 (62,5

para o desenvolvimento de soluções em-

x 162,5 cm). Fornece ampla gama de cores, tons contínuos

presariais móveis, como envio de e-mails,

e transições de cor com o uso de quatro cartuchos. Possui

SMS (mensagens curtas), realização de ligações

entradas diferentes para cada tamanho de papel, evitando a

telefônicas e acesso a intranets corporativos.

troca contínua dos formatos na bandeja. Imprime em papéis

Com tela colorida de alta resolução (320 x 320 pi-

vegetais, fotográficos, com acabamento brilhante e com

xels), teclado embutido e bateria que oferece

espessura de até 4 mm.

mais de dez horas de conversação, o Tungsten W

HP: www.hp.com.br

possibilita ao usuário realizar teleconferência com até cinco pessoas, ver apresentações, planilhas, fotos e conteúdo de Internet. Permite que o usuário faça backup, acrescente memória, rode aplicativos nos cartões de expansão e anexe acessórios, como MP3 player ou uma câmera. Disponível a partir de julho. Palm: www.palm.com

TÊNIS A3 DOUBLE IMPACT A3

LINHA NIKE-PHILIPS

Double Impact minimiza o

O design Nike aliado à tecnologia Philips resultou em uma

atrito e impacto do pé em seus três estágios de movimento:

linha completa de áudio própria para esportistas. Os apare-

aterrissagem (quando a força se concentra no calcanhar,

lhos são compactos, portáteis e à prova de suor e de cho-

quase três vezes o peso do corpo), transição (após o impac-

ques, com controles em borracha. Tocam MP3 (1), CDR ou

to, com a sola do pé totalmente no chão) e impulsão (quan-

CD-RW (2), CDs compactos contendo arquivos de MP3 (3) e

do a parte dianteira do pé empurra o solo para obter impul-

rádio digital FM (4). Acessórios como fones de ouvido,

so para a próxima passada). A entressola possui sistema de

controle remoto, tiras para braço e alças de cinto acompa-

amortecimento em poliuretano, placas de transição em TPU

nham os produtos.

(poliuretano termo-moldado), elemento de impulsão feito

Philips: 0800-701-0203

com material elástico (adiPRENE Plus®) e parte interna con-

www.philips.com.br

Indicado para corrida, o tênis

vexa (para aumentar a estabilidade). Adidas: 0800-55-6277

2

www.adidas.com/br 3 1 4

45 ARC DESIGN


ABITARE ITALIA: O DISCURSO ITALIANO

Abitare Italia, evento máximo do setor moveleiro e da

iluminação, reuniu em São Paulo, para uma

exposição e um seminário realizado de 18

a 20 de fevereiro, os designers Gaetano

Pesce, Santiago Miranda e Ricardo Bello

Dias, além do empresário Rodrigo Rodriquez,

representando a Federlegno-Arredo que, com

o Instituto do Comércio Exterior da Itália,

promoveu o seminário e a mostra Da Redação

46 ARC DESIGN


GAETANO PESCE “Quando você tem curiosidade, você tem progresso”, afirmou Gaetano Pesce em uma entrevista em São Paulo. Arquiteto, designer, artista plástico, ele expressa a vanguarda, o que pressente ser “o futuro” desde os anos de 1960. “Na escola só ensinam o passado”, comenta, “é preciso familiarizar o estudante com a noção de futuro.” Em sua conferência, Pesce ressaltou alguns aspectos fundamentais do projeto contemporâneo.

CRIATIVIDADE & FORMA “Hoje o design se preocupa menos com a forma do que com uma criatividade profunda, que inventa novos métodos. Diria que o desenvolvimento do design não é mais o standard, mas o não-standard. A criatividade, hoje, desloca todos seus valores tradicionais e inicia um novo período histórico, inovando na própria base do projeto. Quem sabe no futuro possamos ter automóveis sob medida, ou que mudam de cor ao longo do dia... Produtos de série que sigam o desejo do consumidor. A criatividade poderá ajudar o mundo globalizado a se tornar novamente a expressão do individual.”

CULTURA & CONSUMO

“A cultura do século XXI está intimamente ligada ao mundo do produto.

Uma constatação, feita ao longo de minhas viagens: os países que não consomem são mais retrógrados. Isso me faz pensar que os produtos veiculam a essência, a natureza de nossa época e, quando consumimos, a cultura do produto, de certa forma, penetra em nós.”

UMA NOVA BELEZA

“Não é mais necessário que o produto seja belo. A perfeição exclui quem não

Nas duas páginas, design Gaetano Pesce. Acima e na página ao lado, mesas que formam estantes e poltrona em resina de poliuretano na coleção Nobody’s Perfect, de 2002, para a empresa italiana Zerodisegno. Abaixo, cadeira dobrável Ombrello, Zerodisegno, 1995

tem a maestria dos artesãos da Idade Média. Devemos transformar o ‘malfeito’ em uma nova beleza. Economicamente, isso fará uma diferença enorme. Assim, devemos projetar de um modo que permita a inclusão... do imperfeito. Não haverá mais peças rejeitadas, não se jogará mais nada fora. Visto que a beleza não é mais fator fundamental, vocês designers devem se interessar pelos processos do design, profundos, novos, pela descoberta de novos materiais, pelas aplicações novas, pelos conceitos de produção nunca experimentados. A produção do diverso, por exemplo, dando ao consumidor o objeto único. Trata-se de outro conceito de beleza: a deformação, o diverso.”

DIMENSÃO DO DESIGN “O design hoje não é mais a expressão de um objeto abstrato, asséptico, mas um produto que se permite comentar a realidade. Muitas vezes o design faz comentários de tipo existencial, outras vezes religioso, ou mesmo político. Essa é a nova dimensão do design. Ele não é apenas aquele objetozinho um pouco castrado, mas expressa uma cultura potente, que nos permite externar nossa opinião sobre determinada realidade.”

NOSSO TEMPO

“Estamos passando de um tempo masculino, público, rígido, para um tempo

feminino, privado (a casa), emotivo, instável, sensual, colorido, elástico. Se as torres gêmeas de N. York fossem elásticas, talvez tivessem resistido.”

O ARQUITETO

Gaetano Pesce não mencionou em sua conferência que já construiu, em

Salvador, Bahia, a primeira de oito casas, em um mesmo terreno, na beira do mar. É um projeto generoso. Cada casa terá um modo construtivo inovador e usará materiais nunca experimentados na arquitetura. Pesce pretende doar todas as casas ao Brasil, por meio de uma fundação que gerenciará um programa de visitas de estudo para arquitetos de todo o mundo. Uma experiência pioneira realizada no Brasil, que despertará a curiosidade de todo o mundo. Falta apenas um interesse governamental. 47 ARC DESIGN


RODRIGO RODRIQUEZ Rodrigo Rodriquez par ticipou do seminário representando a Federlegno-Arredo, federação da qual foi presidente de 1998 a 2002. Seu discurso, com o foco direcionado aos empresários brasileiros, abordou o momento atual do sistema design na Itália, seus sucessos e fracassos, suas estratégias. “O design é o ponto de força da economia italiana”, enfatizou, e os números apresentados retrataram a impor tância desse mercado. Um detalhe chamou a atenção da platéia: o interesse no desenvolvimento da indústria e do design, no Brasil, e a visão do país como por tador de excelente potencial de desenvolvimento. “O que está faltando é a coragem de inovar e arriscar. Parece-me que a indústria brasileira não tem coragem de dar espaço aos jovens designers, de dar espaço à inovação.” E, é bom que se esclareça, de acordo com Rodriquez, a inovação hoje não se restringe à proposição de formas diferentes, mas diz respeito à criação de sistemas. Falando aos designers, salientou que “já passou a fase heróica, na qual era possível propor produtos que eram simplesmente a expressão de uma poética pessoal. Cada vez mais o designer deve ter contato com a realidade e deve estar atento aos aspectos da economia mundial”. Comentários vindos da platéia mostram a surpresa de profissionais do setor quanto ao interesse e o conhecimento do empresário italiano em relação à realidade brasileira. Mônica Barbosa, consultora de marketing, traduz a sensação que ficou na platéia: a de ter sido a conferência uma injeção de otimismo quanto ao futuro do design brasileiro. O olhar estrangeiro, que muitas vezes vê melhor, soube perceber o potencial do Brasil que, nas palavras de Rodriquez, “tem matéria-prima, bons profissionais e um imenso mercado. É possível desenvolver esse mercado interno e, ‘fazendo bem feita a lição de casa’, alcançar o mercado ex terno”. Podemos lamentar, no entanto, que não seja maior o número de empresários e dirigentes setoriais que se dispõem a comparecer a seminários como esse, do mais absoluto interesse. “Considerações sobre o mercado futuro, as tendências atuais, os números da indústria e do comércio internacionais contribuem para uma clara compreensão de onde se quer chegar”, obser va Mônica Barbosa. Abordando o tema do associativismo, Rodriquez definiu o papel da Federlegno-Arredo como fundamental no desenvolvimento do setor moveleiro na Itália, o qual se concretiza par ticularmente na definição das estratégias setoriais, com base na verificação contínua das exigências das empresas e na afirmação das instâncias do sistema. Sempre atenta às rápidas mudanças do sistema industrial, a federação opera com o objetivo de consolidar a liderança internacional do setor e responder, de modo cada vez mais rápido e preciso, às necessidades reais das empresas. O modelo italiano tem ser vido de exemplo ao governo brasileiro, um modelo que temos procurado conhecer e seguir, no âmbito do desenvolvimento industrial.

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Aci ma, um dos íco nes do design ita lia no: o ban co Mez za dro; cria do por Achil le e Pier Gia co mo Cas ti gli o ni em 1957, in cor po ra um assen to de tra tor. Abai xo, ca dei ra Sil ver, es tru tu ra em alu mí nio com assen to e en cos to em po li pro pi le no; de Vico Ma gis tret ti para a De Pa dova, dé ca da de 1990


SANTIAGO MIRANDA “Escolhi o tema “Perseverando no Presente” porque o presente é a única coi sa que temos. Eu sou espanhol, meu sócio é inglês e trabalhamos na Itália, o que nos permite ‘navegar’ sempre por culturas diversas. E esta situação nos fez perceber com clareza que a Itália tem um método de trabalhar o design no qual o ser humano está no centro. É um modelo renascentista. O homem é o centro, e todos os outros elementos, tudo o mais está em volta, mesmo a tecnologia.” “O futuro é muito fascinante, mas não nos per tence. Há cer tas profissões, como a do jardineiro, nas quais esse conceito é muito claro: ele cultiva e planta, mas dificilmente verá sua obra finalizada. O designer não é assim tão altruísta, ele quer ver as coisas no presente. Por tanto, ele tem de estar consciente que o hoje Foto Andrea Zani

tem muitos problemas, mas também muitas opor tunidades.” E, aconselha Miranda, “a última coisa em que um designer deve pensar é em ter um estilo. Preocupem-se com a literatura, não com a caligrafia. Na diversidade está o valor real das coisas”. Aci ma, lu mi ná ria Jill, design King & Mi ran da para a Ar te lu ce/Flos (1977). Abai xo, ins ta la ção cria da pelo ar qui te to bra si lei ro Ri car do Bel lo Dias para o Sa lão Sa té li te de 2002

RICARDO BELLO DIAS Ricardo Bello Dias realizou a cenografia da mostra Abitare Italia. Arquiteto brasileiro, vive em Milão há mais de 10 anos, tendo trabalhado no estúdio Citterio. Hoje tem seu estúdio e, entre seus projetos, podemos citar um belo e moderno Hotel na Suíça, e a cenografia do Salão Satélite de 2001 e 2002, no Salão do Móvel de Milão. Em sua palestra, salientou a impor tância do Salão Satélite como propiciador de um contato direto entre o designer e o industrial. Foram impor tantes as obser vações sobre o modo de trabalho na Itália, no que diz respeito às indústrias do setor. Os escritórios técnicos das empresas italianas, por exemplo, são capazes de transformar um simples desenho no mais bem resolvido produto.

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Espaço de múltiplos estilos Da Redação A Europa inventou, o mundo aplaudiu a idéia: o con-

Dividida em ambientes temáticos, a Conceito apresenta

ceito de uma loja multichique. Da cadeira ao colar, da

os temas Romântico, Gráfico, Neo-Folk e Estância;

moda à decoração, passando por mil preciosidades

respectivamente, clássico, moderno, étnico e rústico.

garimpadas com sabor. Esta é a Conceito: Firma

Sua proposta é a de disponibilizar produtos de alto

Casa, nova loja que surge como complemento da

valor agregado e semi-exclusivos a preços variados.

Firma Casa. O endereço? Claro, a Al. Gabriel Monteiro

Entre os objetos há almofadas, cinzeiros, centros-de-

da Silva (nº 1522), em São Paulo.

mesa, taças, chapéus, túnicas, jóias e bolsas, com

Fotos Rômulo Fialdini

Abaixo, obje tos que com põ em o am bi ente Ro mânti co – um res ga te de esti los do co me ço do sé cu lo XX

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A loja Conceito: Firma Casa, recém-inaugurada em São Paulo, apresenta objetos com referência em temas da moda, vindos de diversas partes do mundo

destaque para as peças vindas da Rússia, do Marrocos,

apresentará novos temas e coleções a cada seis meses.

da Itália e para o artesanato do Vale do Paraíba, SP,

Sonia Diniz, proprietária das lojas, comenta: “a Concei-

produzido pela ONG Orienta Vida.

to: Firma Casa surge em um momento em que as gran-

Projeto de René Fernandes Filho, a loja tira partido do

des metrópoles do mundo já possuem lojas com a pro-

branco e da transparência do vidro. O concreto e a ma-

posta de reunir em um mesmo espaço design, moda e

deira enriquecem os detalhes e compõem uma atmosfera

decoração. A Conceito, no entanto, possui uma vanta-

neutra, imprescindível à loja, pois a Conceito: Firma Casa

gem: oferece produtos 50% nacionais e 50% importados”.

Abai xo, pe ças que re me tem ao esti lo rústi co, pro posta do tema Neo-Folk; no pé da pá gi na, am bi entes de co ra dos sob a in flu ên cia do tema Grá fi co – a pre do mi nân cia de listras, ins pi ra das no con ceito ge o mé tri co do ar tista fran cês Da ni el Bu ren

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Vocabulário inovador: brasileiro, com certeza Uma proposta brasileira para o mobiliário corporativo. A Baraúna Escritórios inova no conceito e na for ma ao uti li zar o com pen sa do na val para ex pres sar sim pli ci da de e ri que za cul tu ral

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Daniele Rissi / Fotos João Liberato

contemporâneos. A particularidade do compensado,

Projetar uma coleção de móveis para escritórios com o

visível nas laterais das peças, fortalece o partido, que

intuito de desafiar os padrões atuais e alcançar o resul-

pode ser comparado à nova estética alemã, resumida

tado desejado: praticidade e preço. O caminho? Uma

na frase: “Think simple, live simple” (Pense simples,

estética seca, despojada e inteligente: de alta qualidade.

viva simples), na expressão de Nils Moormann.

Um legado das impressões e expressões de Lina Bo

Segundo o arquiteto Paulo Alves, a proposta do mobi-

Bardi, que traduziu a cultura brasileira, principalmente

liário é “proporcionar um ambiente mais arejado,

a nordestina, em suas obras; não a cultura folclórica,

contrariando aquele padrão de escritório geralmente

mas aquela possuidora de “uma riqueza antropológica

decorado com muito tecido, que não propicia a liber-

única”, como a própria arquiteta definiu.

dade para constantes mudanças de layout”.

As soluções apresentadas pela Baraúna em mesas,

A linha Naval é consequência de um processo que teve

módulos para escritórios e divisórias têm inspiração

início em 1986, quando a Marcenaria Baraúna surgiu

lúdica nos jogos de montar, característica que permite

como extensão do escritório Brasil Arquitetura. A em-

às peças serem encaixadas facilmente, formando esta-

presa paulistana desenvolveu durante todo esse tempo

ções de trabalho ilimitadas, com a combinação de

apenas projetos especiais, feitos sob encomenda para

bancadas, nichos, prateleiras, estantes e armários.

diversas instituições (incluindo o recente mobiliário do

Desenvolvida pelos arquitetos Francisco Fanucci, Paulo

NovoMuseu de Curitiba). Agora, reformulada, apresen-

Alves e Márton Gyuricza, a nova linha é produzida em

ta-se como Baraúna Escritórios e acaba de lançar sua

compensado naval e possui detalhes como pés e encai-

primeira linha de móveis produzidos em série. Móveis

xes, em madeira maciça brasileira – uma reunião de

acessíveis, práticos, emblemáticos, que inauguram um

leveza, ergonomia e durabilidade com critérios estéticos

novo vocabulário para os móveis de escritório. ❉


Ao lado, de ta lhe de en cai xe re gu lá vel em es ta ção de tra ba lho ex ten sí vel; abai xo, dese nhos de mons tram a pra ti ci da de e a liber da de de la yout uti li zan do a li nha Naval; no pé da pá gi na, es ta ção de tra ba lho com dois tam pos apoia dos em mó du lo cen tral

No alto da pá gi na ao lado, à es quer da, de ta lhe de mesa da li nha Naval – o com pen sa do vi sí vel nas la te rais tem bor das fresa das e o tam po é de um belo ver me lho vivo; na se quên cia, ca dei ras da coleção Filó, design Francisco Fanucci


Fotos Luiz Clementino

e dá vi si bi li da de ao “novo ar te são”

am para a cri a ção de Cen tros de De sign em todo o Bra sil. Um tra ba lho que faz sur gir

O Se brae co me ça a mos trar os re sul ta dos do pro gra ma VIA BRA SIL, que es ti mu la e

O D E S I G N FA Z A D I F E R E N Ç A

No alto e à es quer da, va sos em pe dra-sa bão pico ta da – sem bri lho! –, da re gião de Goi ás, mos tram a po ten cia li da de desse ma te rial brasi lei ro; os desig ners Por fí rio Va la da res e An ge la Lo pes atua ram na ci da de de Cei lân dia, DF, com Te re zi nha e Joa quim Co trim. Abai xo e na página ao lado, a de li ca de za do “te ci do” de flo res for ma das com fo lhas do cer ra do, esque le ti za das qui mi ca men te; desig n Re na to Im broi si jun to à Asso cia ção dos Artesãos de Sa mam baia



À esquerda, jóias de Su za na Ro drigues uti li zan do se mentes de Pa xu bão, de Ja ri na, de Gua pu ru vu e de Um be la, além de favas, co cos, olho de ca bra, olho de boi e ou tros mate riais da flo ra re gio nal. Um pro du to lo cal com aceita ção glo bal: é este um dos obje ti vos do design in ter na ci o nal, hoje. As jóias são produzidas pelas detentas na Penitenciária de Brasília. Na página ao lado, detalhes de bolsa em semente de Gua pu ru vu e colar de favas do sul do país, também da designer Su za na Ro drigues

Maria Helena Estrada Como parte do programa VIA BRASIL, o Distrito Federal inaugurou em 25 de março um dos primeiros Centros de Design, com uma exposição, “O Design Faz a Diferença”, apresentando trabalhos nessa nova vertente, que poderíamos chamar de novo artesanato, ou seja, o trabalho realizado por artesãos com a interferência de um designer. Quem é o novo artesão? É aquele que recebe do designer a informação e a orientação necessárias para dar a seu trabalho tradicional um valor agregado. Esse novo valor consiste algumas vezes em melhoria da qualidade física, outras em pequenas modificações formais ou mesmo na sugestão de um novo produto que se desenvolverá em uma criação conjunta. O Sebrae, que iniciou esse trabalho sistemático de apoio à pequena e média empresas, tem dado uma contribuição importante para o desenvolvimento do novo artesanato. Na inauguração do Centro de Design do Distrito Federal, encontramos algumas peças – ótimas – que traduzem a cultura da região, uma das muitas que compõem a tão pesquisada e procurada “cara Brasil”. As jóias e bolsas da designer Suzana Rodrigues se destacavam pelo uso de grandes sementes de plantas brasileiras, monocromáticas. Além do valor da peça, há uma componente social importante. A execução é toda realizada por detentas da Penitenciária de Brasília. Para cada três dias de trabalho há a redução de um dia da pena, e muitas ex-detentas continuam a realizar o trabalho em suas casas. Suzana Rodrigues expôs suas obras pela primeira vez, este ano, em uma feira em São Paulo: vendeu para compradores de oito países da Europa e América. Outro trabalho de grande plasticidade é o biombo, ou o “tecido” de flores, um projeto orientado por Renato Imbroisi e executado pela Associação dos Artesãos de Samambaia, Brasília, que utiliza folhas secas do cerrado, esqueletizadas quimicamente, formando flores quase incolores, em tonalidades uniformes. As flores do cerrado têm inspirado trabalhos decorativos do mais absoluto mau gosto, kitsch no pior sentido da palavra. O olho do designer soube inspirar uma nova solução formal, criando um objeto coerente com os padrões estéticos contemporâneos, sem descaraterizar Fotos Paulo Brandt

o fazer tradicional. O futuro do design, não apenas no Brasil, parece estar nas mãos – literalmente – dos novos artesãos. ❉



PUBLI EDITORIAL

GIROFLEX Um sistema completo para escritórios desenvolvido de acordo com uma proposta que poderíamos chamar de “client oriented”, ou seja, a partir de dados recolhidos junto aos próprios consumidores, em resposta às necessidades do mercado. Assim é o Sistema DA, da Giroflex, com superfícies acopláveis, gaveteiros móveis, prateleiras, divisórias e armários. Tecnologia, conforto e elegância são algumas das características do Sistema, que pode ser usado de forma isolada ou como parte de um conjunto. As soluções encontradas pela Giroflex incluem alguns diferenciais nos componentes, como as divisórias com quatro opções de altura e revestimentos em painéis melamínicos, tecidos e vidro (utilizados isoladamente ou combinados). Além de delimitar áreas de trabalho e departamentos, as divisórias são úteis para esconder os indispensáveis – e indesejáveis – fios e cabos de redes e equipamentos. Com estrutura em perfis de aço e espessura de apenas 6,6 cm, as divisórias do Sistema DA possuem suportes para tomadas e plugues, acessórios que contribuem para “manter a ordem” do ambiente. Outro destaque são os desenhos das superfícies de trabalho, que misturam linhas retas e curvas, otimizando ergonomia, flexibilidade e aproveitamento do espaço. O Sistema DA apresenta tamanhos específicos de tampos de mesa para colaboradores em cargos de gerência e funcionários em geral. A montagem é simplificada pela possibilidade de acoplar superfícies de trabalho e armários diretamente à cremalheira de engate, enquanto placas revestidas em tecido ou melamina são fixadas em furos predeterminados. As divisórias podem constituir montantes, formando ângulos retos ou de 120 graus, conforme a intenção do usuário. Escritórios bem planejados e adequados ao perfil das empresas são determinantes na formação da imagem corporativa junto a seus colaboradores internos, externos e clientes. O Sistema DA atende a todas as exigências corporativas e às necessidades de organização, funcionalidade e bem-estar.

GIROFLEX Rua Dr. Rubens Gomes Bueno, 691 Santo Amaro – São Paulo, SP Tel.: 0800-112580 www.giroflex.com.br


Nes ta pá gi na, duas vis tas das es ta çõ es do Sis te ma DA, com pos to de su per fí ci es de tra ba lho, ar má ri os sus pen sos, gave tei ro mó vel, pra te lei ra, bal cão e di vi só rias (pai néis me la mí ni cos e/ou vi dro). As ca dei ras Gi ro flex com ple men tam o sis te ma. Na pá gi na ao lado, à di rei ta, dese nhos su ge rem ou tras com po si çõ es para as es ta çõ es de tra ba lho; no pé da pá gi na, de ta lhe da di vi só ria do Siste ma DA, com su por te in ter no para plu gues e to ma das

3 ARC DESIGN


PUBLI EDITORIAL

H A B I TA R T Apresentamos ao mercado a Habitart, uma empresa editora de mobiliário, fundada em 1984 por Marilene Bittencourt, que atua como ponto de convergência entre o designer, o produtor, o mercado e, como não poderia deixar de ser, partindo da seleção da matéria-prima. Móveis Schuster, marca já conhecida no mercado, e Habitart, são hoje empresas com uma história e uma relação estreita. Em 1986, a Schuster era uma empresa familiar de segunda geração que produzia móveis sob medida em Santo Cristo, na região noroeste do Rio Grande do Sul, na época com 12 funcionários ao todo, incluindo os irmãos Schuster – o que, em si, já é um fato atípico, visto ser a região da serra gaúcha a sede das grandes empresas de mobiliário. Também em 1986 teve início a relação entre as duas empresas, quando Marilene Bittencourt, que já se posicionava como editora de mobiliário, começa a atuar também na então Marcenaria Schuster. Em dois anos a Habitart, que em 1996 inaugurou seu show-room em Porto Alegre, se tornou responsável por 70% da produção da marcenaria, que foi gradativamente crescendo. MariAci ma, ca dei ra Fle xa, design Car los Mot ta (São Pau lo), produ zi da pela Schus ter e dis tri bu í da pela Ha bi tar t. Abai xo, ar má rio Co bo gó, design Beto Sal vi e Tuti Giorgi (Por to Ale gre). No pé das duas pá gi nas, duas peças da li nha Na ti va: ban co e mesa ebanizada, ambos em madeira tauari com motivo indígena marchetado. Design Tina e Lui (Por to Ale gre)

lene Bittencourt torna-se sócia da empresa – junto com os irmãos Wilson, Wilmar e Sérgio Schuster – onde continua a ocupar o cargo de diretora comercial, relação e desenvolvolvimento de mercado, “garimpagem” e contratação dos designers. Wilson Schuster é o diretor técnico, atuando no desenvolvimento de produtos e na produção. Hoje a Habitart é uma empresa especializada no desenvolvimento de produtos e de mercados. Tornou os móveis produzidos pela Schuster conhecidos e reconhecidos, em todo o Brasil, como portadores de valor agregado graças ao design. Lançando novos designers ou convidando nomes já conhecidos, a Habitart tem em sua coleção projetos de Carlos Motta, Maria Cristina Moura e Ana

HABITART Rua Frurriel Luís Antônio Vargas, 374 Porto Alegre, RS – Tel.: (51) 3328-0623 www.habitart-br.com


Luísa Lo Pumo (Tina & Lui), Fernando e Humberto Campana, Heloisa Crocco, José Wilson Coronel e Wagner Brasil, Kay Thoss, Beto Salvi e Tuti Giorgi, Regina Carvalho Leite e Leonardo Bua, Isabella Vecci, Rafael Patalano, Pedro de Castro, Francisco Pinto. A Habitart demorou a mostrar seu nome ao mercado. Percorreu o caminho inverso: primeiro consolidou o prestígio de seus produtos e de seus designers utilizando apenas a marca Schuster. Apresentou novos e desconhecidos talentos no campo do design, realizou lançamentos em parceria com designers reconhecidos, preocupando-se em oferecer ao mercado produtos de qualidade superior e alto valor agregado. Com toda essa experiência, que marca fortemente sua atuação no campo do design, a Habitart finalmente “mostra a sua cara”, mostra em que nicho específico se posiciona no mercado: o da valorização da criação no design, orientada pelo profundo respeito à natureza e aos princípios ecológicos. Os resultados têm sido bastante positivos: premiações, reconhecimento e sucesso mercadológico. Com o lançamento da linha Célia, de Fernando e Humberto Campana, a Habitart consolida sua posição como uma das empresas de maior prestígio do mercado nacional. A Schuster, por outro lado, graças ao trabalho de Marilene Bittencourt, inicia uma nova etapa, com a exportação da cadeira Favela – apresentada no último Salão do Móvel de Milão – para o mercado internacional. Assinando agora sua marca nos móveis produzidos na Schuster, a Habitart continuará a oferecer ao mercado novos produtos industrializados por empresas que trabalham com outros materiais, além da madeira, e com domínio de outras tecnologias.

No alto da pá gi na, ban que tas Cut, em ma dei ra lami na da, design Kay Thoss, desig ner que vive em Mu ni que, Ale ma nha. Aci ma, ca dei ra da li nha Ce lia, design Fer nan do e Hum ber to Cam pa na, em OSB Ma si sa com in ter venção dos designers, “o novo mármore brasileiro”, brin ca Hum ber to. Um lan ça men to da Ha bi tart


ROBERT MASSIN: ação na página impressa

Da Redação Baseado em textos de Laetitia Wolff

Robert Massin começa sua carreira como poeta amador, trabalhando também como jornalista antes de se dedicar às artes gráficas. Em 1949 desenha seu primeiro livro, “Oeuvres de Rimbaud”, para o Club Français du Livre. Três anos mais tarde, atua como diretor de arte do Club du Meil leur Li vre. Em 1957, a edi to ra fran ce sa Gal li mard con tra ta Mas sin como free-lan cer para desenhar a coleção “Soleil”, uma série cuja sutileza formal salientava a natureza clássica dos textos. O resultado foi tão satisfatório que, no ano seguinte, Massin ingressa oficialmente na editora. Apesar de seu grande porte, a Gallimard não possuía departamento de design gráfico, diretor de arte ou artistas gráficos contratados: Massin foi o primeiro diretor de arte da editora e nos 20 anos seguintes definiu com sucesso a aparência de diversas séries por ela publicadas. Em 1964 desenha sua obra máxima, “La Cantatrice Chauve”, que recebeu o Leipzig International Book Prize. Dois anos depois, inicia “Les Maries de la Tour Eiffel”, livro que só seria concluído em 1994. Em 1970 escreve “La Lettre et L’Image”, estudo que se tornou referência para mu i tos de sig ners grá fi cos, tendo recebido o Prix des Gra phis tes. Em 1972 de se nha a co le ção “Fo lio”, para a Gallimard. Em 1979, após deixar a Gallimard, Massin torna-se editor de coleções na Hachette – outra grande editora francesa –, onde concebe, edita, desenha, faz a pesquisa fotográfica e seleciona a iconografia para uma série de títulos impressos sobre cultura popular. Em 1984 passa a atuar como designer free-lancer de livros e capas para diversas editoras: Fixot, Hoëbeke, Albin Michel, Robert Laffont. Quatro anos depois, escreve “L’ABC du Métier”, uma autobiografia de sua carreira como designer. Em 1997 recebe o International Book Award da Unesco e, em 2001, torna-se membro da Alliance Graphique Internationale (AGI).

No alto da página, miniatura do livro “La Cantatrice Chauve”, feita a partir do pôster (cortado e dobra´ para a exposição “Massin In do) de Mirko Ilic Continuo: A Dictionary”, realizada na Cooper Union School of Art, N. York, em janeiro de 2002. Ao lado, Robert Massin e Laetitia Wolff na abertura da mesma exposição em Montreal, Canadá, em novembro de 2002. Na página ao lado, uma das páginas do livro “La Cantatrice Chauve”, projeto gráfico de Massin para a obra de Eugène Ionesco

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Um célebre anônimo: este é Robert Massin, tipógrafo,

design gráfico e introduziu o que poderíamos chamar

diretor de arte e editor. Personagem pouco familiar a

“tipografia expressiva”. O livro “La Cantatrice Chauve”,

muitos designers, mas cuja forte influência se faz

de Eugène Ionesco, em 1964, é considerado a obra

sentir sobre um grande número de profissionais.

mais expressiva de sua carreira. É uma interpretação

Massin trabalhou na produção de livros como diretor

tipográfica e fotográfica de “A Cantora Careca”, de

de arte mesmo antes que essa profissão fosse reco-

Ionesco, obra fundamental do “teatro do absurdo”.

nhecida na França.

A habilidade para interpretar graficamente uma peça

Laetitia Wolff, chefe de redação da revista norte-ameri-

dramática de literatura ou música, trazendo noções (sen-

cana Graphis, organizou recentemente uma exposição

sações) de espaço, tempo, som e ritmo para as páginas

resgatando a obra completa de Robert Massin.

do livro, foi a grande “sacada” no trabalho de Massin.

Criando relações entre escrita e design, entre letra e

Sua iniciação nas artes gráficas aconteceu no final da

imagem, Massin contribuiu de forma valiosa para o

década de 1940, no Club Français du Livre (CFL),


onde atuou como designer gráfico e, depois, como di-

aguardavam ansiosos por cada novo título. A produção

retor de arte no Club du Meilleur Livre (CML).

era sofisticadíssima, com a utilização de materiais ino-

Logo após a Segunda Guerra Mundial, os “clubes do

vadores – seda, veludo, juta, mylar, acetato, madeira,

livro” eram instrumentos de difusão da literatura entre

celofane e até mesmo papel de açougueiro –, tanto

a classe média francesa. Enquanto as editoras esta-

nas capas como nas páginas internas.

vam prontas para produzir novos livros, não havia

Entre 1960 e 1979, Massin atuou como diretor de arte

ainda uma rede estabelecida de livrarias. A lacuna foi

na editora francesa Gallimard e, ao mesmo tempo,

preenchida pelo novo conceito de “clube do livro”, no

desenvolveu sua obra mais importante: o livro “La

qual uma assinatura anual dava direito a quatro livros.

Cantatrice Chauve”, que marca o início da utilização

Essa época foi o apogeu do design de livros, quando os

da tipografia expressiva. Era o dinamismo do teatro

mesmos eram concebidos como objetos de arte em edi-

exercido no interior das fronteiras estáticas do livro,

ções limitadas de 4 a 5 mil exemplares. Os assinantes

reproduzindo para o leitor a experiência de presenciar

Nas duas páginas, fragmentos do livro “La Cantatrice Chauve”, considerada a obra máxima de Massin devido à utilização expressiva da tipografia. No alto, páginas da versão original, publicada pela editora francesa Gallimard em 1964. À esquerda e à direita, páginas das versões em língua inglesa: “The Bald Soprano” (E.U.A., editora Grove Press, 1965) e “The Bald Prima Donna” (Inglaterra, editora Calders and Boyars, 1966). Abaixo, capa e contracapa da edição original


a encenação. Para poder reproduzir com perfeição não

Stephane Mallarmé, com o poema “Un Coup de Des

apenas as palavras, mas as inflexões, entonações e

Jamais n’Abolira le Hasard”, de 1897. Experiências

pausas dos diálogos, o designer assistiu à peça mais

significativas também foram feitas pelos futuristas

de 20 vezes.

italianos. Em 1913, Marinetti escreve em seu manifesto

Massin atribui a cada personagem famílias específicas

“L’Immagini Senza Fili e le Parole in Liberta”, raiz do

de letras que representam determinada voz; combina

movimento futurista nas artes gráficas: “(...) A minha

também o texto com fotos em alto-contraste dos atores,

revolução é dirigida contra a assim dita harmonia

as quais são literalmente transformadas em símbolos

tipográfica da página, que é contrária ao fluxo e re-

em preto-e-branco que substituem os nomes habitual-

fluxo, aos saltos e às crepitações de estilo que escor-

mente sinalizados no script.

rem na própria página, três ou quatro cores de tinta,

Em “La Cantatrice Chauve”, Massin traduz grafica-

e também 20 caracteres tipográficos diferentes, se for

mente o intervalo entre diálogos, gritos, a repetição

necessário. Por exemplo, itálico para uma série de

obsessiva de palavras e os movimentos inesperados

sensações similares e velozes, bold para as onomato-

dos atores no palco. Inacreditável!

péias violentas etc. (...)”.

A origem da tipografia expressiva pode ser atribuída a

O alto-contraste aplicado nas fotos das personagens,

À es quer da, “Exer ci ces de style”, de Ray mond Que ne au (edi to ra Gal li mard, 1963), edi ção de luxo re e di ta da em 1981; à di rei ta, pa pel de emba la gem do Club du Meil leur Li vre (1956) com bi na di ver sas fa mí lias ti po grá fi cas

66 ARC DESIGN


Da es quer da para a di rei ta, ca pas cria das para os li vros do Club du Meil leur Li vre: “Le mi roir de la ma gie”, de Kurt Se lig mann (1956), in cor po ra um es pe lho tridimensional que re ve la um ros to prégrava do; “La Vou i vre”, de Mar cel Aymé (1953), em pa pel ce lo fa ne ver de; “Vé ri ta ble Vie Pri vée”, de Ma ré chal de Ri che li eu (1954), com um la cre em cera; “Les co pains”, de Ju les Ro main (1953). Abai xo, “L’ho no ra ble Par tie de Cam pag ne”, de Tho mas Rau cat (1954), com capa em ma dei ra

como faz Massin, abriu

dúzias de camisinhas), as quais Massin puxava e

ca mi nho para uma lin -

retorcia para curvar e deformar e, então, fotografar

guagem gráfica que seria

os resultados! A valorização da qualidade cinemática

lar ga men te

do design de livros é outro aspecto recorrente na

tanto pela sua facilidade

obra de Massin. Ele revela a estrutura narrativa do

de reprodução como pelo

livro enquanto muda a escala e o ritmo, alternando

seu impacto – no final dos

planos focais e perspectiva.

anos de 1960 e início dos

Em 1970, já consagrado, Massin lança “La Lettre et

anos de 1970, pela imprensa de

L’Image” (editora Gallimard e Van Nostrand Reinhold

contestação. Basta lembrar da foto clássica

na versão em inglês, “Letter and Image”). Um estudo

uti li za da

de Che Guevara, espalhada por todo o mundo.

profundo sobre a vida subjetiva da tipografia nas

Outro recurso usado em “La Cantatrice Chauve”,

culturas ocidentais através dos séculos, esta foi a

para distinguir diálogos em tons de voz altos ou bai-

primeira sistematização da história do que poderia

xos, foi a distorção das letras, decalcando-as em uma

ser rotulado “pictorialismo tipográfico”: uma antolo-

borracha fina e flexível (foram utilizadas, para isso,

gia enciclopédica de mais de mil fontes e símbolos


Abai xo, lo go ti po fei to em 1994 para o Te a tro Na ci o nal de Stras bourg, França, inspirado na fonte Cassandre Bifur. No pé da página, ca pas dos li vros da edi to ra Gal li mard: co le ção Fo lio (1972), com "Za zie dans le me tro", de Ray mond Queneau e “Le Pro cès”, de Franz Kaf ka; na se quên cia, co le ção L’Ima gi nai re (1977), com “Le vice-con sul”, de Margue ri te Du ras e “L’aleph”, de Jorge Luis Borges. Esta úl ti ma co le ção é a cria ção mais ex pe ri mental de Mas sin na Gal li mard, e está en tre seus tra balhos pre feridos

pictóricos compilados e editados ao longo de 15 anos, incluindo caligramas de Apollinaire, iluminuras de manuscritos medievais, grandes painéis publicitários de Times Square e grafite de rua, e até mesmo alfabetos românicos e grotescos, anúncios e signos populares. “La Lettre et L’Image” mostra quatro abordagens possíveis na aplicação de tipos – a letra e o ambiente, a letra como um símbolo, estrofes figurativas (caligramas) e a letra na pintura –, tornando-se um dos livros de referência preferidos dos designers gráficos e proporcionando uma alternativa à história racionalista da tipografia propagada pelos modernistas seguidores da Bauhaus. O livro “Les Maries de la Tour Eiffel”, com textos de Jean Cocteau, é publicado em 1994. Nele, Massin

68 ARC DESIGN


À esquerda, página dupla do li vro “Délire à Deux”, de Eugène Ionesco (editora Gallimard, 1966), Massin leva o caráter experimental do trabalho de Ionesco ao ex tremo, tradu zindo visualmente o espírito do tex to, utili zando-se de borrões de tinta e explosões de palavras para expressar a dificuldade de comunicação entre os seres humanos. Acima, páginas duplas do li vro “Les Maries de la Tour Eiffel”, de Jean Coc teau (editora Hoëbeke, 1994). Esta obra de interpretação tipográfica teve início em 1966 (manualmente) e só terminou em 1994, já incorporando o uso do computador

descreve a evolução do fazer livros no século XX, abrangendo desde a tipografia manual até a editoração eletrônica. As primeiras 30 páginas foram totalmente diagramadas à mão, cada letra tendo sido recortada e colada, extraídas uma a uma de antigos anúncios publicitários. É uma homenagem tipográfica ao Dada e aos anúncios de rua populares e multicoloridos. ❉

A mostra sobre a obra de Robert Massin foi inaugurada no Herb Lubalin Study Center, Cooper Union School of Art, N. York, em dezembro de 2001. Já foi exibida nas cidades norte-americanas de Los Angeles, Boston, Baltimore e Minneapolis e pela canadense Montreal. Entre junho e agosto de 2003, a exposi ção acon te ce rá no Cen ter for Book Arts, em San Fran cis co

Aci ma, pro je to que in ter pre ta vi sual men te o li vro “A tem pes ta de”, de Wil liam Sha kes pe a re; desen vol vi do por Ta tia na Spe rhac ke’s, alu na da Scho ol of Vi sual Arts (N. York), em works hop mi nis tra do por Massin (ja nei ro 2002). À es quer da, có di go de bar ras que apa re ce na con tra ca pa do li vro “La Let tre et L’Ima ge” (edi to ra Gal li mard, 1970); abai xo, pá gi nas in ter nas da mesma pu bli ca ção; na se quên cia, li vros es cri tos e dese nha dos por Massin


Estilos de vida diferentes em vez de grupos de produto: este conceito inovador da Tendence Lifestyle estabelece uma ponte única entre o comércio e o cliente. A orientação em função do comportamento do consumidor evidencia as tendências, facilita a constituição de um atrativo diversificado e dá novas idéias para um posicionamento bem sucedido. Encontre os impulsos de hoje e de amanhã na maior feira do Outono de artigos de decoração e para o lar, que conta com a participação de cerca de 4.000 expositores internacionais. Para maiores informações: Messe Frankfurt do Brasil Ltda., tel. (11) 3839 7257 / 7258 ou fax (11) 3839 7259 www.tendence-lifestyle.messefrankfurt.com, info@brazil.messefrankfurt.com, www.messefrankfurt.com.br. Para profissionais do setor.

Frankfurt am Main 22 a 26 de Agosto de 2003



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Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication ARC DESIGN n° 30, Maio/Junho 2003 / May/June 2003

Apoio / Support:

Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor Comercial / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Daniele Rissi (Redatora) Jô A. Santucci (Revisora) Tatiana Palezi (Produtora)

Apoio Institucional / Institutional Support:

Traduções / Translation – Christopher Betenson Arte / Art Department: Designer – Cibele Cipola Estagiária / Trainee – Helena Salgado Participaram desta edição / Contributors in this issue: Jairo da Rocha Laetitia Wolff Saverio Femia Departamento Administrativo / Administrative Department: Fabiana Ferreira da Costa Departamento de Circulação e Assinaturas / Subscriptions and Circulation Department: Denise Toth Gasparotti Conselho Consultivo / Advisory Council: Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta (Fundação Padre Anchieta’s director); arquiteto (architect) Julio Katinsky; Emanuel Araujo, diretor (director of the) da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Maureen Bisilliat, curadora do Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina (curator of the Memorial da América Latina’s Pavilhão da Criatividade); João Bezerra, designer, especialista em ergonomia (designer, specialist in ergonomics); Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Design para assuntos internacionais (specialist in European culture and design, Arc Design consultant for international subjects) CTP: Takano Editora Gráfica Ltda. Impressão / Printing: Takano Editora Gráfica Ltda. Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito. The rights to photographs and articles signed by ARC DESIGN contributors are property of the authors. Photographs for publicity were provided by the companies, institutions or professionals referred to in the articles. Total or partial reproduction of any part of the magazine is only permitted with prior, written consent by the publishers. Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação prévia de ARC DESIGN, não serão devolvidos. Chromes and other materials received for publication, but unsolicited by ARC DESIGN, will not be returned.

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EDITORIAL The headline on the cover of this issue invites you to see the Milan Furniture Fair “with someone who

A LUMINOUS SALON FROM THEATRICALITY TO TECHNOLOGY page 12

knows it”. What might appear to be pretentiousness is merely the result of ARC DESIGN’s purpose, since its first issue: to research and inform in depth and in detail; to organize something inherently chaotic (a fair, for example), guiding the reader, by means of images and well-chosen layout; be useful to both the professional and amateur reader... without losing sight of the fact that, for us, a critical attitude is part of the information. If technology was the mainstream at the Furniture

A mix of contemporary culture with commercial reality, the

Fair and Euroluce this year, we have also empha-

Milan Saloni are, more and more, vehicles for adding large

sized it – taking care never to denigrate the value of

and indispensable value to design. One may say that it is in Milan, during the Fair – on the

a caption or of a product which is merely beautiful.

stands, in presentations and seminars –, that relevant

But, as we arrive at issue number 30, I believe our

design questions are discussed, ideas are launched and

readers have already become aware of these “details”.

their future courses decided. “Man continues at the centre

In this issue we begin two new sections: the “tech

of the project in Italy, as in Renaissance times!” as Santiago Miranda stated recently at a conference held in Brazil.

world” and “case studies” in ARC DESIGN, cases

This year, acting as a conductor for ideas, the Fair pre-

which relate the success of companies and products

sented technology; as a support, theatricality; as a sign for

which overcame barriers through design.

trends, a vision of normality and a consciousness of times

New Brazilian crafts: in this issue, there is a contri-

of crisis, overcome in the two major international institu-

bution from Sebrae, this time from the Design

tional exhibitions dedicated to light

Centre in the Federal District. It is amazing how each day, throughout Brazil, there is increased aware-

“ANYTHING I DO, IN A MUSEUM OR A THEATRE,

ness of the need to review the archaic way of hand-

ALWAYS BEGINS WITH LIGHT. WITHOUT LIGHT, THERE

icrafts, bringing it into our present time.

IS NO SPACE.”

In this issue, there is also the Brazilian design that

Robert Wilson

was missing, based on concepts in tune with our reality, with local references in a language that has an international reach: Baraúna, in São Paulo, and Habitart, in Porto Alegre. And a great deal more... don’t miss out on any information. Enjoy your reading! Maria Helena Estrada 80 ARC DESIGN

Maria Helena Estrada The Milan meeting begins to bubble earlier and earlier, with the inauguration of the Fair’s official show, apart from the presence of other companies which also advance their festivities. This year the exhibition, promoted by the Milan Municipal Authority and by Cosmit, Immaginando Prometeo – a thoroughly magical installation in which Franco Laera was the artistic director and Bob Wilson created the concept and installation architecture –, apart from beLight – an institutional presentation on the Fair’s grounds, under the curatorship of the architect Enrico Morteo –, made it possible to foresee that this year’s great star would be Light.


THE NEW CRAFTSMAN REQUESTS PASSAGE

This was the first impression the Furniture Fair gave us – but not the Euroluce. Little by little, digging deeper, discounting the stands’ scenography, now dramatic, now fairy-like, products began to appear. Ron Arad, Ross Lovegrove, Konstantin Grcic, Enzo Mari, Tom Dixon, Campana, Haberli were the strongest expressions, apart from the Israeli Ben David and the very prolific Enzo Mari, the singularity of Muji, the new antique world of Droog Design, followed by the Frenchmen, by young Englishmen and by new names such as Monkey Boys, Matti Klenell, the Extremis designers. The five companies which, in our opinion, stood out? Moroso, Magis, Driade, Alessi, Edra. The materials? Absolute dominance by the artificial materials, the plastics, in their enormous variety and different degrees of technological sophistication. Plastic does everything, obeys any desire and, a fundamental condition – stimulates and allows innovation. From the most commonplace and cheapest chair to the beautiful contemporary icons, the great accomplishment belongs to plastics technology. There were shining metals, authentic, as in Alessi’s luxurious Tea and Coffee Towers collection (to be published in our next issue), or the false, as in Massimo Morozzi’s new version of the Paesaggi Italiana for Edra, in mirrored acrylic. Finishes, textures and a palette of colors, unequalled, brought furniture “skins” of an ever-greater quality, whether in the upholstery leather or in the wood finishings. In ARC DESIGN you will see the best of the vanguard. As regards trends, well, we prefer the lighter signs, only subtly announced. But let’s face them: furniture aimed at mass consumption continues to have reduced dimensions, from the eternal off-white to the pop colored, spare, multifunctional, uniform, homogeneous, slightly insipid – but imbued with a great deal of fun and technology.

As regards products for home and office, should one stimulate craftsmen’s designs or develop an industrial project? In plastic or straw? Which is our priority for Brazil? A debate that has deepened, not only in Brazil, found a reply at the Milan Furniture Fair, showing that the industrial/crafts dichotomy more and more coexists in the diversity of possible ways, both in a parallel and divergent form or in a reciprocal contamination. One thing is certain: without an industrial approach, without the development of artificial materials, the desired market figures will not be achieved (with the exception obviously of closets and racks or production in Medium Density Fiberboard – MDF); without craftsmanship, relinquishing of natural materials, design will continue to lose strength as the vehicle for a subjective value, differentiated, impregnated with messages from various cultures. An important fact, revealing the enrichment from cross-contamination between two worlds: this year Moroso presented a chair upholstered in natural latex from the Brazilian Amazon region! Droog Design, in its new and entertaining Milan store, uses “low” technology and craftsmanship, to promote and to stimulate a new way of life. Young people in the Satellite Salon, with their frequently rudimentary prototypes, always have original ideas and true freedom in design, which are often subsequently absorbed industrially. There is already a huge gallery of manufactured products, shown each year at Satellite, that were originally prototypes or ideas, presented in previous years. On the other hand, Gaetano Pesce insists on his argument of making things by hand, with low investments for molds, diversified series, but always researching high-tech material; each year, Ettore Sottsass explores the expressive potential of a new material – wood, glass, ceramic, lacquer, melamines – in building his objects or mini-architectural designs. In the end, the various currents in contemporary European design coexist peacefully, without major evolutions or even the hope of radical revolutions. In this large and somewhat undirected mix, the influence of peripheral countries stands out – perhaps Brazil in the forefront, with the Campana brothers undisputed prestige – and names such as the Indian Satyendra Pakhalè, in the line of regionalism with an universal flavor. New contemporary craftwork is the one that knows how to dissociate itself from its own roots without abandoning them, but wisely unwinds from the core, bringing the past into the present. And what of Brazil in the Fairs? We are no longer simple spectators, on the fringes of the event. Designers and manufacturers are present. This year, apart from the Campana brothers, with the Favela chair made in Brazil, for export –, two good designers launched their products at Salone Satellite: Jorge Montana with a collection of Northeastern-inspired chairs, the Jangada, presented by a Recife company, Kakakis; Carlos Alcantarino with objects in resin, acrylic, brass and quartz crystals. And in Pavilion 20, on the Italian company Arcade’s stand, and in their new showroom, there was craft work from Rio Grande do Sul , hand-woven wool for covering poufs and on a chaise-longue: quality which had come into being in the hands of weavers from the Rio Grande do Sul Craftsmen’s Co-operative, with assistance from an Italian designer. Without forgetting, obviously, Fjord, by Patricia Urquiola, covered in natural latex from the Brazilian Amazon region.

INSIDE AND OUT: GIDDY PROSPECTING AND THE TREASURE MAP If parallel exhibitions competed, sometimes advantageously, with what was presented at the Fair itself, during the times when excessive value was given to experimentalism, this is no longer the situation today. The quality of those exhibitions liesmainly at institutional locations, such as this year at the Palazzo della Ragione (Immaginando Prometeo), the Triennale di Milano (a retrospective of Giò Ponti, another of Nanni Strada and a presentation of the Alessi architectural collection Tea and Coffee Towers). Some galleries were also prominent, such as the Giò Marconi, which each year was dedicated to Ron Arad; the Spazio Krizia to Ingo Maurer; as well as other less significant, such as the Facsimile and the Inter Nos. Prominence for the “Tortona region”, which is becoming the “hot point”, with the greatest concentration of informal exhibitions, on the premises of the Superstudio and its surroundings. Apart from these, it is worth visiting the headquarters of the Association J. Vodoz et B. Danese, the Via Meda’s Segheria, the Design Gallery, the Post Design Gallery, the Modernariato and the Dovetusai and Spazio Consolo show-rooms. These are worthwhile addresses, the “treasure map” for any first-time visitor. “Competing” with this “open-air market”, since 2002, Cosmit has organized a large institutional showing. This year, confirming that it has been a year of light, we had beLight.

English Version

TOO MUCH “WHIPPED CREAM” FOR TOO LITTLE CAKE?


LIGHT: BETWEEN TECHNOLOGY AND EMOTION – page 28 Lamps

and

technological

lighting objects conquered the

public

at

the

last

Euroluce, while the BeLight and Immaginando Prometeo exhibitions

explored

the

subjective aspects of light, causing various emotions...

Winnie Bastian A happy surprise at the last Euroluce: the trend is not to follow trends. Lamps and lighting objects share space, each with its own purpose. While efficient – and necessary – lighting remains at the lamps’ service, the lighting objects include other functions, such as sounds, alarms, air purifiers, exhausters. The link between these two universes, of course, is technology. Visible in the ludic lighting objects, almost imperceptible – hidden, camouflaged – in the lamps mass-produced by leading companies (which makes them difficult to copy), technology has surpassed the limits of functionality and efficiency. A good example is the Miss K table lamp, a Philippe Starck design for the Italian company Flos: when the light is off it appears to be made of chromed metal, but when turned on becomes completely transparent, revealing its true material: polymethacrylate. This “magic” is due to a fine layer of aluminum – only a few microns thick – covering the lamp’s shade. Francesco Rodriquez, product manager at Flos, explained the details of the technique used in forming this layer. The shade is placed in a chamber into which a small quantity of pure aluminum is also introduced. All the air is withdrawn from the chamber and then a high electric current is passed through the aluminum which sublimes. Subsequently, a device rotates the shade around two axes, so that the aluminum, now in a gaseous state, is uniformly deposited over the whole piece. Then, the chamber’s normal pressure is restored, bringing the process to an end. Another highlight at Euroluce this year was the use of LED (light emitting diodes). While at the previous fair this light source was presented in prototypes and in a few lamps, now it has become a reality and promises to revolutionize the lighting industry because of its durability (a LED gives 100,000 hours of light) and its quality of light, in spite of its tiny size. The LED is the height of miniaturization for a light source. And this is certainly a trend. Apart from this, it enables creation of highly whimsical products, such as the table and the “ceiling lamp” presented by the “guru” of lighting, Ingo Maurer, in which LEDs are distributed between layers of glass, and turned on without the need for wiring. The secret? The designer does not reveal it, but ARC DESIGN suspects that an electric current is transmitted by a transparent gel placed between the glass layers. The really “commercial” products (the majority) included “touch” technology, in which the lamp is turned on – and the dimmer is controlled – through a simple touch by the user. This interface proposes a new way for us to relate to the object, requiring a more “technically 82 ARC DESIGN

aware” and experienced consumer, as frequently the place to be touched is not so obvious. Nevertheless, although containing a high degree of technology, the lamps are not merely a response to an immediate necessity – to illuminate. This is what was shown in the two parallel exhibitions held by Cosmit: BeLight and Immaginando Prometeo. In both events, light is exploited as an element for generating emotions and sensations, rather than as an instrument for illuminating spaces. Under the curatorship of the architect Enrico Morteo and with project by the designer Pierluigi Cerri and his team, the high point of BeLight was the Rooms of Emotions; developed around specific topics – Color, Brilliance, Concentration and Diffusion –, each environment was dedicated to a different quality of light, creating different stimuli in the visitors. Enrico Morteo explained the aims of the exhibition: “once the pure and simple problem of illumination is solved in fact by the versatility of so many lamps, we ask more of the light. We entrust it with the ‘temperature’ of the environmentsin which we live, we ask light to structure the space and design the ‘atmosphere’, with light we accentuate the ‘lifestyle’ with which we identify”. “A voyage between sensations and emotions without geographical or cultural limits”. This is how Cosmit defines the Immaginando Prometeo exhibition, held in association with the Milan Municipal Authority, which was held at Palazzo della Ragione, built between 1228 and 1233, in the heart of the city. The exhibition brought artists together from various parts of the world – including Brazil –, all of whom using light as an artistic instrument. The incredible “landscape” which interconnects all the works – and holds a dialogue with them – was created by the wellknown North American theatrical director, scenographer and designer Bob Wilson; the atmosphere is completed by music – specially created by Giovanni Solima – which wafts through the whole space, involving the visitor in a kind of hypnotic ring which is infinitely repeated. After following the whole route proposed by Wilson, it is impossible not to be affected by the presence of the titan who gave humanity the gift of sun fire.

A MADE-TO-MEASURE CAR page 38 What role does design currently play in the automobile industry? How important is it for commercial success? Get to know why multinational companies such as Ford are giving more emphasis to investments in design to be more competitive

Daniele Rissi The design department of an automobile company never stops creating: it researches materials, carries out tests, redesigns shapes and faces challenges to be overcome with each new launching that appears on the market – either from its own or a competitor’s factory. Meanwhile, the marketing department is incessantly researching: to discover its consumers’ profile, their habits and economic possibilities, their concerns and preferences. This was the way Ford arrived at the definition of the concepts for the EcoSport, the first compact


sport utility vehicle produced in Brazil, with the aim of supplying the Brazilian and South American markets. There were 20 market surveys, involving over 2,500 people, including Brazilians, Argentines, Chileans and Venezuelans covering items such as acceptance of the concept, of the design, contents of the vehicle, dynamics/driveability and name. How did this all begin? The car manufacturer already had the knowhow to produce it. Cars such as the Escape, Expedition, Excursion and Explorer – sold in Brazil since 1993 – belonged to the same SUV (Sport Utility Vehicle) family. However, with their roomier designs, none of these vehicles has the profile to compete with the compact utilitarian vehicles, which are more sporty and appropriate to drive in urban centers, such as the SUVs produced by the manufacturers Kia, Mitsubishi, Suzuki and Toyota. In spite of their success, the “sophisticated jeeps” do not meet the needs of a significant segment of the market: those consumers who are unable to pay, on average, from R$ 65,000 to R$ 120,000 to make use of the benefits of a “sport utility”. With an eye on this niche, Ford launched the EcoSport, a domestic vehicle in three versions, costing from US$ 10,690 to US$ 16,900 – price tickets which, as of now, leave the foreign assemblers with less competitive leeway. After defining the targeted consumer and the category of vehicle, the briefing determined the production of an accessible, comfortable, powerful car with satisfactory performance on both paved and unpaved roads. To reach these objectives it was necessary to integrate teams and technology: from the new unit in the state of Bahia, in Camaçari (where the car is produced), and from units in the United States, England, Germany and Japan. The second result of the Amazon Project, an investment amounting to US$ 655 million in the Ford Northeastern Industrial Complex – which includes a modular assembly plant and integration of 27 suppliers –, the EcoSport’s value derives mainly from its engineering: it is built on a compact mono-block chassis, using the same platform as the new Fiesta. Apart from this, it is a front-wheel (4x2) drive – the four-wheel (4x4) drive model will be available on the Brazilian market in 2004. And its design? The design needed, firstly, a basic characteristic: have the shape of a “sport utility” or, that is, demonstrate strength and power, a certain masculinity, with predominance of straight lines and a versatile style, which keeps up with the rhythm of someone who drives both in the city as well as off-road. This was the mission given to the FSAO Design Center, in Camaçari. A team of 30 designers, headed by João Marcos de Oliveira Ramos, developed the car based on studies carried out during visits to Ford’s Styling Department in Dearborn, United States – where the first SUVs were designed. The vehicle’s interior was planned for comfort, good driveability and to make maximum use of the space – according to the occasion and/or the desires of the “gang” who would occupy it. The result includes some solutions such as the versatile hold all beneath the passengers’ seat and the trunk which opens at 90 degrees from right to left (facilitating access from the sidewalk or highway shoulder and making it safer). So, we have a car, designed by Brazilians, made in Brazil, which meets our specific requirements, thanks to the emphasis given to design – a victory. This work method confirms a current trend in the motor vehicle market, of “regionalizing” its launches or, that is, carrying out a project aimed at a specific consumer profile. Importing success formulas from countries with notable socio-economic, cultural and climatic difference, without criteria or without the vehicles undergoing adaptation, is a very much riskier

and more expensive business. Natan Vieira, the Marketing Manager, adds: “A badly executed design takes the car out of the competition. Research shows that design and price are the two main factors determining the decision to purchase a motor vehicle. Design only gives up first place when the consumer’s purchasing power can no longer sustain it”. As Henry Ford , the man who invented the assembly line and the automobile industry at the beginning of the 20th century in the United States, would have said. His famous phrase “People can have the Model T in any color – so long as it’s black” is a reference to the only car which he produced for 19 years. When he decided to innovate by launching the Model A, it was too late: he lost the leading position four years later. Today, falling behind is what Ford Brasil least desires. In 1997, the auto manufacturer began a brand turnaround, a rejuvenation process which can be discerned in the design of its new products: from the Ford Ka to the EcoSport. Rogelio Golfarb, Ford’s director for Corporate Affair’s, stresses: “Investing in design creates a personality for the brand. There are various products, each of which has its identity. Nevertheless, it is fundamental that the design makes it possible to identify the Ford brand in our automobiles”.

ABITARE ITALIA: THE ITALIAN DISCOURSE page 46 Abitare Italia, the major event in the Italian lighting and furniture industry held in São Paulo, between February 18 and 20, brought together in a seminar the designers Gaetano Pesce, Santiago Miranda and Ricardo Bello Dias, as well as the businessman Rodrigo Rodriquez, representing Federlegno-Arredo which, together with the Italian Foreign Trade Institute, promoted the seminar and the exhibition

GAETANO PESCE “When you are curious, there is progress”, Gaetano Pesce asserted in an interview in São Paulo. An architect, designer, artist, since the Sixties he has expressed the vanguard, what he anticipates as being “the future”. “At school they only teach about the past”, was his comment, “students must become familiar with the notion of the future”. In his conference, Pesce stressed some fundamental aspects of the contemporary project. CREATIVITY & FORM “Today design is less concerned with form than with a deep creativity which invents new methods. I would say that design development is no longer the standard but the non-standard. Creativity, today, moves aside all its traditional values and starts a new historical period, innovating on the project’s own base. Who knows, in the future, we may have motorcars made-to-measure, or which change color during the day... mass-produced products which meets consumer's wishes. Creativity could help the globalized world once again to become the expression of the individual.” 83 ARC DESIGN


CULTURE & CONSUMPTION “Culture in the XXI century is intimately connected to the product world. An observation made during the course of my travels: countries which do not consume are more behind hand. This makes me think products are vehicles of the essence, the nature of our times and, when we consume, the culture of the product, in a certain way, penetrates us.” A NEW BEAUTY “It is no longer necessary for a product to be beautiful. Perfection excludes those who do not have the mastery of craftsmen from the Middle Ages. We should transform the ‘badly made’ into a new beauty. Economically, this would make an enormous difference. Thus, we should design in such a way as to allow the inclusion... of the imperfect. No longer will pieces be rejected; nothing further will be discarded. Seeing that beauty is no longer a fundamental factor, you designers should become interested in the design processes, deep, new, in the discovery of new materials, in new applications, in untried production concepts. The production of the varied, for example, giving the consumer a unique object. This refers to another concept of beauty: the deformed, the varied.” DIMENSION OF DESIGN “Today design is no longer the expression of an abstract object, aseptic, but a product which enables comments on reality. Frequently, design makes comments of an existential nature, at other times religious or even political. This is the new dimension of design. It is not merely that little, slightly castrated object but expresses a potent culture, which allows us to exteriorize our opinion on specific reality.” OUR TIME “We are going from a masculine, public, rigid time, to a feminine, private (the home), emotional, unstable, sensual, colored, elastic time. If the Twin Towers in New York were elastic, perhaps they might have survived.” THE ARCHITECT Gaetano Pesce did not mention in his conference that he had already built the first of 8 houses in Salvador, Bahia, on the same piece of land, on the seafront. It is a generous project. Each house will be built in an innovative way, using materials never-before tried architecturally. Pesce intends donating all the houses to Brazil, through a foundation which will manage visiting study programs for architects from all over the world. A pioneering experiment carried out in Brazil that will awaken everyone's curiosity. Only governmental interest is lacking.

RODRIGO RODRIQUEZ Rodrigo Rodriquez participated in the seminar representing Federlegno-Arredo, a federation of which he was chairman from 1998 to 2002. His speech, the focus of which was directed at Brazilian businessmen, addressed the current moment of the design system in Italy, its successes and failures, its strategies. “Design is the Italian economy’s strong point”, he stressed, and the numbers presented depicted the importance of this market. One detail caught the audiences’ attention: the interest in industrial and design development in Brazil, and the perception that the country has excellent potential for the development. “What is missing is the courage to innovate and to take risks. It appears that Brazilian industry does not have the courage to give space to the young designers, to give space to innovation”. 84 ARC DESIGN

And, it is worth clarifying, that according to Rodriquez, innovation today is not restricted to proposing different forms, but refers to creating systems. Speaking to the designers, he pointed out that “the heroic phase has passed, in which it was possible to propose products which were simply an expression of personal poetry. More and more, designers need to have contact with reality and should be aware of world economic aspects”. Comments from the audience demonstrated the surprise that professionals in the area had regarding the Italian businessman's interest and knowledge of the Brazilian reality. Mônica Barbosa, a marketing consultant, conveys the sensation which was present in the audience: that the conference had been an injection of optimism regarding the future of Brazilian design. The foreigner's scrutiny, which frequently sees better, could detect Brazil’s potential that, in the words of Rodriquez, “has raw material, good professionals and a huge market. It is possible to develop this internal market and, ‘doing the homework properly’, reach the external market”. Designers commented that they only regret that a greater number of businessmen and managers from the area are not willing to be present at seminars such as this, which are of the highest interest. “Considerations on the future market, present trends, the numbers for international industry and commerce, contribute to a clear understanding of where we want to arrive ”, was Mônica Barbosa’s observation. Addressing the topic of associations, Rodriquez defined the role of Federlegno-Arredo as being fundamental to the development of the furniture industry in Italy. This role is particularly evident in the definition of strategies for the area, based on the continuous verification of companies' demands and on examples arising in the system. Always aware of the rapid changes in the industrial system, the federation operates with the aim of consolidating the industry’s international leadership and of responding, ever more rapidly and precisely, to the companies' real necessities. The Italian model is being used by Brazilian government as an example, a model which we have endeavored to get to know and to follow, in the sphere of industrial development.

SANTIAGO MIRANDA “I chose the topic ‘Persevering in the Present’ because the present is the only thing we have. I am Spanish, my partner is English and we work in Italy, which allows us always to ‘navigate’ through various cultures. And this situation has facilitated our clearly recognition that Italy has a method of working with design in which the human being is the centre. It is a renaissance model. Man is the centre, and all the other elements, everything else surrounds it, even technology.” “The future is very fascinating, but it does not belong to us. There are certain occupations, such as that of a gardener, in which this concept is very clear: he cultivates and plants, but only rarely will see his finished work. The designer is not quite as altruistic, he wants to see things in the present. Therefore, he must be aware that today there are many problems, but there are also many opportunities.” And, Miranda advises, “The last thing that a designer should think about is of having a style. Be concerned with the literature, not with the calligraphy. The real value of things is in diversity”.


RICARDO BELLO DIAS Ricardo Bello Dias prepared the scenery for the Abitare Italia exhibition. A Brazilian architect, he has lived in Milan for more than 10 years, where he began working in the Citterio studio. Today he has his own studio and, among his projects, we can mention a hotel in Switzerland, and the scenery for the Salone Satellite at Milan’s International Furniture Fair, in 2001 and 2002. In his lecture, he stressed the importance of the Salone Satellite as the facilitator for direct contact between the designer and the manufacturer. The observations on the way of working in Italy were important as regards individual enterprises in the industry. The technical offices of Italian companies, for example, are able to transform a simple drawing into a well-defined product.

MULTIPLE STYLES SPACE – page 50 The

Conceito:

Firma

Casa

store, recently inaugurated in São Paulo, presents objects from various parts of the world that are a reference to fashion topics

Europe invented it, the world applauded the idea: the concept of the “multi-chic” store. From the chair to the necklace, from fashion to decoration, passing thousands of carefully and tastefully selected precious items. This is the Conceito: Firma Casa, the new store which comes into being to complement Firma Casa, a renowned furniture store in São Paulo. The address? Of course, on Gabriel Monteiro da Silva Avenue. Divided into the theme ambiences, Conceito presents the Romantic, Graphic, Neo-Folk and Ranch themes; respectively, classic, modern, ethnic and rustic. Its purpose is to make high added-value, semi-exclusive products available at various prices. Among the objects are cushions, ashtrays, tables centerpieces, bowls, hats, tunics, jewelry and handbags, with prominence given to products from Russia, from Morocco, from Italy and craftwork from the Vale do Paraíba, in the state of São Paulo made by the Orienta Vida NGO. The project by René Fernandes Filho is based on a background of white and glass transparency. Concrete and wood enhance the details and create a neutral atmosphere, which is indispensable for the store, because Conceito: Firma Casa will present new themes and collections every six months. Sonia Diniz, the stores' proprietor, comments: “Conceito: Firma Casa comes into being at a time in which the large metropolises in the world already have stores which propose bringing together design, fashion and decoration in the same space. The Conceito, however, has an advantage: it offers products that are 50% domestic and 50% imported”.

INNOVATIVE VOCABULARY: BRAZILIAN, FOR SURE – page 52 A Brazilian proposal for corporate furniture. The company, Baraúna Offices, innovates in the concept and way in which marine plywood is used, to express simplicity and cultural richness

Daniele Rissi Planning a furniture collection for offices with the aim of challenging current standards and achieving the desired result: practicality and price. The way? Dry aesthetics, simple and intelligent: high quality. A legacy of the impressions and expressions of Lina Bo Bardi, the Italian who translated Brazilian culture, mainly that from the Northeast, in her work; not folkloric culture, but that which has “a unique, anthropological richness”, as the architect herself defined. The solutions presented by Baraúna in tables, modules for offices and panels were inspired by playing with assembly games, which have the characteristics of allowing pieces to be fitted together easily, forming unlimited workstations, with the combination of desks, niches, shelves, bookcases and cabinets. Developed by the architects Francisco Fanucci, Paulo Alves and Márton Gyuricza, the new line is produced in marine plywood and has details in solid Brazilian wood – a blend of lightness, ergonomics and durability with contemporary aesthetics. The details of apparent plywood on the sides of the pieces strengthens the argument, which may be compared to the new German aesthetics, summarized in the phrase: “Think simple, live simple”, in Nils Moormann expression. According to the architect Paulo Alves, this furniture is designed to “give a more airy environment, contradicting that office standard generally decorated with a great deal of fabric which does not allow freedom for constant changes in layout”. The Naval line is the consequence of a process which began in 1986, when Marcenaria Baraúna began as an extension of the Brasil Arquitetura office. The São Paulo company during all this time only undertook special projects, commissioned by various institutions (including the recent one for furnishing the NovoMuseu in Curitiba). Now, restructured, its styles itself as Baraúna Offices and has just launched its first collection of mass-produced furniture. Accessible furniture, practical, emblematic and which ushers in a new vocabulary for office furniture.

85 ARC DESIGN


DESIGN MAKES THE DIFFERENCE page 54 Sebrae begins showing the results of the VIA BRASIL program, which stimulates and supports the creation of Design Centres throughout Brazil. A work which makes the "new craftsman" appear and makes him visible Maria Helena Estrada As part of the VIA BRASIL program , on March 25, was inaugurated in Brasília one of the first Design Centers, with an exhibition, “Design Makes the Difference”, presenting works from this new source , which we could call new craftsmanship or, that is, work done by craftsman with input from a designer. Who is the new craftsman? He is one who receives information and guidance from a designer which is needed to add value to his traditional work. This new value sometimes consists of an improvement in physical quality, at other times of small formal modifications or even the suggestion for a new product to be developed as a joint creation. Sebrae, which began this systematic work of providing support to small and medium-sized companies has made an important contribution to the development of the new craft. At the inauguration of the Brasília’s Design Center, we encountered some pieces – outstanding – which communicate the region's culture, one of the many which make up the much-researched and soughtafter our “Brazilian face”. The jewelry and handbags by the designer Suzana Rodrigues stood out with the inclusion of large seeds from Brazilian plants, monochromatic. Apart from the piece's value, there is an important social component. The work is completely executed by detainees in the Brasília Penitentiary. For each three days worked, there is a reduction of one day of the sentence and many ex-detainees continue this work at home. Suzana Rodrigues exhibited her work for the first time this year at a fair in São Paulo: she sold to buyers from eight European and American countries. Another work showing great plasticity was the screen, or the “fabric” of flowers, a project under the guidance of Renato Imbroisi and carried out by the Samambaia Craftsmen's Association of Brasília (Associação dos Artesãos de Samambaia, Brasília), which uses dried leaves from the savannah region, chemically reduced to skeletons, forming almost colorless flowers in uniform shades. Flowers from the savannah region have been the inspiration for decorative work of absolutely the poorest taste, kitsch in the worst sense of the word. The designer's eye knew how to inspire a new formal solution, creating an object which was coherent with contemporary aesthetic standards, without detracting from the traditional activity's character. The future of design, not merely in Brazil, appears to be in the hands – literally – of the new craftsmen. 86 ARC DESIGN

PUBLI EDITORIAL: GIROFLEX page 58 A complete system for offices, developed in line with what we could call “client orientation” or, in other words, starting from data collected from consumers themselves, and responding to market needs. This is the Giroflex DA System, with interlocking surfaces, movable nests of drawers, shelves, dividing panels and cabinets. Technology, comfort and elegance are some of the features of the System, which can be used in an isolated form or as part of a set. The solutions which Giroflex has developed include some differences in the components, such as dividing panels in four alternatives heights, with surface finished in melamine, fabric and glass (used separately or in combinations). Apart from delineating work areas and departments, the dividing panels are useful for hiding the indispensable and undesirable wires and cables for networks and equipment. Constructed in steel cross-sections with widths of a mere 6.6 cm, the DA System dividing panels are fitted with supports for power outlets and plugs, fittings which contribute to “neatness” in the work environment. Another highlight is the design of the work surfaces, which blends straight lines and curves, optimizing ergonomics, flexibility and space usage. The DA System has specific desk-top sizes for staff in management positions and in general office functions. Installation is simplified by the possibility of directly fastening working surfaces and cabinets to the snap-in rack, while fabric or melamine-covered panels are fastened by means of predetermined holes. The dividing panels can constitute modules, forming angles of 90o or 120º, in accordance with the user's intention. Offices which are well planned and suitable to the company’s profile are instrumental in forming a corporate image for internal and external staff and customers. The DA System meets all corporate organizational and functional requirements as well as provides a pleasant and functional working environment.


PUBLI EDITORIAL: HABITART page 60

ROBERT MASSIN: action on the printed page – page 62

We present Habitart, a furniture company, founded in 1984 by Marilene Bittencourt, as an editor of contemporary design and a point of convergence between the designer, the manufacturer, the market and, of course, the selection of the materials to be used. Móveis Schuster, a well-known brand on the market, and Habitart are companies with a close history and relationship. In 1986, Schuster was a second-generation family company, producing made-to-order furniture in the North Eastern region of Rio Grande do Sul, and at the time had a total of 12 employees, including the three Schuster brothers – a fact which on its own is less than typical, given that the Rio Grande do Sul mountain region is the home of large furniture companies. The relationship between the two companies began in that year, when Marilene Bittencourt, who was already beginning to make a name for herself as an editor in the furniture field, also began activities at Marcenaria Schuster, as it was then known. Within two years Habitart, which in 1997 inaugurated its show-room in Porto Alegre, became responsible for 70% of the furniture manufacturer’s production, which had slowly been growing. Marilene Bittencourt became a partner in the company – together with the brothers Wilson, Wilmar and Sérgio Schuster – where she continued to hold the position of commercial director and to be responsible for market relations and development, “prospecting for” and hiring designers. Wilson Schuster, the technical director, is active in developing products and in production. Today Habitart is a company specialized in the development of products and markets. The furniture produced by Schuster has become well-known and recognized, throughout Brazil, as having added value thanks to its design. Habitart was slow in showing its name to the market. It took the opposite route: firstly, it consolidated its products and designers prestige simply using the Schuster brand. It presented new and unknown talent in the design field, launched products in partnership with recognized designers, concentrating on offering high quality, value-added products to the market. With all this experience, which strongly marked its activities in the design field, Habitart finally “showed its face”, showing in which specific niche it is positioned in the market: that of giving value to creative design, guided by a deep respect for nature and ecological principles. The results have been extremely positive: awards, recognition and success in the market. With the launch of the Célia collection, designed by Fernando and Humberto Campana, Habitart becomes one of the most prestigious companies on the domestic market. Schuster, on the other hand, thanks to Marilene Bittencourt’s work, is beginning a new phase, exporting the Favela chair – presented at the last Milan Furniture Fair – to the international market. Now giving its brand to furniture produced by Schuster, Habitart continues to offer the market new products manufactured by companies which work with materials, other than wood, and which have mastered other technologies.

Robert Massin began his career as an amateur poet, and also worked as a journalist before becoming involved full-time with graphic arts. In 1949 he designed his first book, “Oeuvres de Rimbaud”, for the Club Français du Livre. Three years la ter, he worked as art director for Club du Meilleur Livre. In 1957, the French publisher Gallimard hired Massin as a free-lancer to design the collection “Soleil”, a series in which formal subtlety highlighted the classical nature of the texts. The result was so satisfactory that in the following year, Massin officially joined the publisher. In spite of its large size, Gallimard did not have a graphic design department, art director or employ graphic artists: Massin was the publisher’s first art director and in the following 20 years successfully defined the appearance of several series published by Gallimard. In 1964 he designed his master work, “La Cantatrice

Chauve”,

which

received

the

Leipzig

International Book Prize. Two years later, he began to work on “Les Maries de la Tour Eiffel”, a book which would only be finished in 1994. In 1970 he wrote “La Lettre et L’Image”, a study which became a reference for graphic designers and which received the Prix des Graphistes. In 1972 he designed the “Folio” collection, for Gallimard. In 1979, after leaving Gallimard, Massin became the collection’s editor at Hachette – another major French publisher –, where he conceived, edited, designed, undertook the photographic research and selected the images for a series of printed titles on popular culture. In 1984 he began acting as a free-lance designer for books and covers for various publishers: Fixot, Hoëbeke, Albin Michel, Robert Laffont. Four years later, he wrote “L’ABC du Métier”, an autobiography of his career as a designer. In 1997 he was given the Unesco International Book Award and in 2001 Massin became

a

member

of

the

Alliance

Graphique

Internationale (AGI) 87 ARC DESIGN


Based on texts by Laetitia Wolff An anonymous celebrity: this is Robert Massin, graphic designer, art director and editor. An almost unknown personality to many designers who exercises strong influence over a large number of professionals. Massin worked on the production of books as an art director even before this profession was officially recognized in France. Laetitia Wolff, editor-in-chief at the North American magazine Graphis, recently organized an exhibition covering Robert Massin’s complete work. By creating relationships between writing and design, between letter and image, Massin made a valuable contribution to graphic design and introduced what we may call “expressive typography”. The book “La Cantatrice Chauve”, by Eugène Ionesco, published in 1964, is considered the most expressive work of his career. It is a typographic and photographic interpretation of “The Bald Soprano”, by Ionesco, a fundamental work in the “theatre of the absurd”. The skill in graphically interpreting a dramatic piece of literature or music, bringing notions (sensations) of space, time, sound and rhythm to the pages of a book was the great “appeal” in Massin’s work. His initiation into graphic arts took place at the end of the Forties, at the Club Français du Livre (CFL), where he worked as a graphic designer and, later, art director at the Club du Meilleur Livre (CML). Soon after the Second World War, “book clubs” were the instruments for spreading literature into French middle-class households. While publishers were ready to produce new books, there was no longer an established network of bookstores. This gap was filled by the new concept of “book clubs”, in which an annual subscription gave the right to four books. This period was the peak of book design, when the books were conceived as art objects in limited editions of 4,000 to 5,000 copies. The subscribers anxiously awaited for each new title. Production was highly sophisticated, using innovative materials – silk, velvet, burlap, Mylar, acetate, wood, foil, cellophane and even butcher paper – both as covers as well as internal pages. Between 1960 and 1979, Massin worked as the art director at the French publisher Gallimard and, at the same time, developed his most important work: the book “La Cantatrice Chauve”, which marks the beginning of the utilization of expressive typography. It was the dynamism of the theatre exercises with in the interior of the static boundaries of a book, reproducing for the reader the experience of witnessing a staging. To be able to reproduce perfectly not only the words, but the inflections, the intonations and pauses in the dialogue, the designer saw the play over 20 times. Massin assigned a different typeface for each character representing a specific voice; he also combined text with high-contrast photographs of the actors, which literally were transformed into black and white symbols that substituted the names normally indicated in the script. In “La Cantatrice Chauve”, Massin graphically translates the interval between dialogue, screams, the obsessive repetition of words and unexpected movements by the actors on the stage. Incredible! The origin of expressive typography can be attributed to Stephane Mallarmé, with the poem “Un Coup de Des Jamais n’Abolira le Hasard”, of 1897. Significant experiments were also made by the futuristic Italians. In 1913, Marinetti wrote in his manifesto, “L’Immagini Senza Fili e le Parole in Liberta”, the root of the futuristic movement in graphic arts: “(...) My revolution is directed against the so-called typographic harmony of the page, which is against the ebb and flow, the leaps and crackles of style which run down the page itself, three or four colors of ink and also 20 different typographic 88 ARC DESIGN

characteristics, if necessary . For example, italics for a series of similar and quick sensations, bold for the violent onomatopoeias etc. (...)”. High contrast applied to photographs of personages, as Massin does, opened the way for a graphic language which would be widely used – both because of its ease of reproduction as well as for its impact – at the end of the Sixties and beginning of the Seventies, by the revolutionary press. It is enough to remember the classic photo of Che Guevara, which has spread all over the world. Another resource used in “The Bald Soprano”, to distinguish speeches in tones of loud and soft voices, was the distortion of the letters, transferring them by decalcomania to a thin fine rubber (dozens of condoms were used for this purpose), and these were pulled and twisted by Massin to bend and deform and then the result was photographed! The value given to cinematic quality of book design is another recurring aspect in Massin’s work. He reveals the book’s narrative structure while changing the scale and rhythm, alternating with local planes and perspective. In 1970, already widely honored, Massin launched “La Lettre et L’Image” (published by Gallimard and by Van Nostrand Reinhold in the English version, “Letter and Image”). A profound study on the subjective life of typography in western cultures through the centuries, this was the first systematization of the history of what could be labeled “typographic pictoriality”: an encyclopedic anthology of over one thousand fonts and pictorial symbols compiled and edited during the course of 15 years, including Apollinaire’s calligrams, medieval manuscripts illuminations, Times Square billboards, street graffiti and even the Romantic grotesque alphabets, advertisements and popular signage . “La Lettre et L’Image” shows four possible approaches to the application of typefaces – the letter and the environment, the letter as a symbol, figurative strophes (calligramas) and the letter in painting – making it one of the preferred reference books for graphic designers, providing an alternative to the rational history of typography spread by the modernist followers of Bauhaus. The book “Les Maries de la Tour Eiffel”, with text by Jean Cocteau, was published in 1994. In it, Massin describes the development of making books in the XX century, from using manual typesetting to electronic editing. The first 30 pages were entirely laid out by hand, each letter being cut out and pasted, extracted one by one from old advertisements. It is a typographic homage to Dada and to popular and multicolored roadside advertisements. The exhibition of Robert Massin work was inaugurated at the Herb Lubalin Study Center, Cooper Union School of Art, N. York, in December 2001. It has already been shown in the US cities of Los Angeles, Boston, Baltimore and Minneapolis and in Montreal, Canada. Between June and August 2003, the exhibition will be held in the Center for Book Arts, in San Francisco.



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