REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
FASHION BY CAMPANA
R$ 14.00 Nº 38
Nº 38
2004
2004
(R)EVOLUÇÃO NO DESIGN (R)EVOLUTION IN DESIGN
INTERIORES POR JANETE COSTA INTERIORS BY JANETE COSTA
O FUTURO NO OLHAR DE KOOLHAAS
QUADRIFOGLIO EDITORA
ARC DESIGN
THE FUTURE THROUGH KOOLHAAS’ EYES
OBJETOS, OBJETOS, OBJETOS OBJECTS, OBJECTS, OBJECTS
TIPOGRAFIAS LATINAS LATIN TYPOGRAPHY
Foto Nelson Aguilar
Sabor bem brasileiro, tempero tropical. Foi a nossa inspiração para a capa desta edição de ARC DE SIGN e para o ensaio sobre esses novos, alegres e coloridos produtos. Artesanato e tecnologia, opostos que se unem, quase instintiva magia nesse novo fazer de Fernando e Humberto Campana. Acima, imagem da capa: a tradicional sandália Melissa ganha status com design dos irmãos Fernando e Humber to, que souberam preservar o “espírito Campana” em um ar tigo popular a ser produzido em larga escala
No início era o ponto, do ponto nasceu o traço – a corda, o fio, o arame, a fibra. Desses materiais, ma-
Foto Nelson Aguilar
nuseados, tramados em uma ordem aparentemente caótica, nasceram os objetos. Sempre gestuais, sempre criando novas formas a partir da natureza dos materiais, os irmãos Campana tam bém de se nham um novo vo ca bu lá rio para o Acima, a bolsa, par te da coleção Melissa + Campana, também evidencia a sobreposição de linhas, técnica recorrente no trabalho assinado pela dupla. Abaixo, o modelo rasteiro, cuja sola, além de facilitar a lavagem, permite que a usuária caminhe com firmeza por terrenos incer tos
de sign bra si lei ro.
Esta edição recaptura sete anos de ARC DE SIGN e sete anos do projeto brasileiro. Vistos em conjunto, esses produtos, desenhados e produzidos no Brasil, mostram sua força e coerência. Já se pode dizer que algumas linhas mestras guiam nossos caminhos. E não apenas nesse artigo, ARC DE SIGN tem também muito prazer em apresentar outra pro e za: a pos sí vel trans po si ção do ar te sa na to para a pro du ção em lar ga es ca la. São nos sos de sig ners Cam pa na tra du zi dos para a ló gi ca in dus tri al. Depois espantem-se! Leiam o texto! Rem Koolhaas nos guia em um salto para o futuro na Biblioteca de Seattle. É a arquitetura pensada de dentro para fora, é a tecnologia à flor da pele. Voltando ao Brasil, a arquiteta Janete Costa nos mostra a feliz harmonia que pode resultar quando a arquitetura impessoal dos grandes hotéis é transformada pela presença de símbolos, de objetos de nossa própria cultura. E ainda, uma resenha das diversas feiras da primavera, dedicadas aos objetos, em São Paulo; a mostra de Jacqueline Terpins no Museu da Casa Brasileira; o pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza; e, no design gráfico – neste caso tipográfico –, dois eventos sobre a tipografia latino-americana (Bienal Letras Latinas e International Type Design Contest). Aproveitem, e boa leitura! Ma ria He le na Es tra da Edi to ra
ARC DESIGN é testemunha da evolução do design nacional, registrando o presente e antecipando tendências. De referên cias eu ropéias à cultu ra material da re gião, sai ba como o design brasi lei ro tornou-se imprescindível ao país
32
Fios entrelaçados, antes trabalhados ar tesanalmente, agora são produzidos por maquinário de injeção e ex trusão em plástico. É o design Campana atingindo a produção em larga escala com a nova coleção da Grendene
40
Aproveitando a riqueza do ar tesanato e da arte contemporâ nea brasi lei ra, a ar qui te ta per nam buca na Ja ne te Cos ta deixa sua marca em projetos de interiores e contri bui para a di vulgação de ar tistas populares
PAVILHÃO BRASILEIRO EM VENEZA
Winnie Bastian
TEMPERO BRASILEIRO
Ana Paula Orlandi
RADIOGRAFIA DE UM PROJETO
DO ARTESANATO À INDÚSTRIA
Vanessa Domingues
SETE ANOS DE TRANSFORMAÇÕES
Maria Helena Estrada
16
46
Projetos assinados por profissionais brasileiros e expostos na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza apontam as soluçõ es en contradas para ven cer problemas como o inchaço populacional e o crescimento desordenado das cidades
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
NEWS
10
nº 38, setembro/outubro 2004
CAMPANA NO DESIGN MUSEUM
36
O LATIN FLAVOUR NA TIPOGRAFIA
Claudio Rocha
Maria Helena Estrada
O MELHOR AMIGO DO HOMEM
DIÁLOGO COM A MATÉRIA
Vanessa Domingues
REM KOOLHAAS / OMA
Winnie Bastian
MESTRES DA ARQUITETURA
SUPLEMENTO ESPECIAL
50
56
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Com obras na Europa, América e Ásia, Rem Koolhaas en cabe ça a equipe do Of fice for Metropolitan Architectu re (OMA). Conhe ça alguns proje tos des se ar quite to holandês, com destaque para a Seattle Public Li brary, e sai ba por que ele é considerado um dos mais impor tantes mes tres da ar quite tu ra contemporâ nea
Du rante ex po si ção no Museu da Casa Brasi lei ra, em São Pau lo, Jacqueli ne Ter pins com pro va sua in ti mi da de com o material ao exi bir mobi li á rio inteligente em vidro pla no, além de belas escultu ras em cristal soprado ou ma ni pu lado
Ampla mente vi sitadas por profissionais do setor, as feiras de objetos, como House wa res & Gift Fair, ABUP Show e Circuito Craft, trazem produtos importados e divulgam o produto brasileiro no país e no exterior
No passado, a boa tipografia nascia na Europa e circulava pelos Estados Unidos, mas hoje a realidade tem outro sabor. Felizmente, os latino-america nos ti veram a ousadia de mudar, criando ou tros ru mos para o mercado
PUBLI SOLIDOR
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EXPEDIENTE
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ENGLISH VERSION
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S.C.A. Ambientes Planejados. Mรณveis que combinam com o seu estilo
Fรกbrica: [54] 453 2200 | RST 470 Km 220 | Bento Gonรงalves | RS | www.sca.com.br
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S500
QUALIDADE E PRATICIDADE Chegam ao mercado moveleiro três lançamentos da Masisa: a Melamina Postformada, o MDF Ranhurado e o OSB Lixado. Produzida no Chile nos padrões branco, maple e arce, a Melamina Postformada tem bordas cur vas, sendo utilizada principalmente na confecção de portas. O MDF Ranhurado, desenvolvido na Argentina, é próprio para a montagem de displays em ambientes comerciais, e está disponível em MDF cru ou revestido em melamina branca ou arce. Finalmente, o OSB Lixado, feito no Brasil, na fábrica de Ponta Grossa, PR, é indicado
MOTI VOS BEM TROPICAIS
especialmente para aplicação de laminados plásticos e lâminas de
Tecido de puro algodão, estampado com imagens de flores,
madeira natural ou pré-composta.
frutas, plantas ou animais, sempre em cores alegres e
Masisa: (42) 219-1500.
vibrantes. Assim é a chita, de origem indiana, mas com
www.masisa.com.br
características tipicamente brasileiras. O livro “Que Chita Bacana”, publicado sob a coordenação de Renata Mellão e Renato Imbroisi, resgata a trajetória do tecido, desde o Oriente até sua chegada ao Brasil no final do século
DOCE LAR DE PARANAENSES E PAULISTAS
19, trazido de Portugal. Baseada em pesquisas feitas por Liana
Durante o período cafeeiro, povos
Bloisi e entrevistas conduzidas pela repórter Maria Emilia Ku-
vindos principalmente de São
brusly, a obra revela também as amplas utilizações da chita
Paulo e Minais Gerais, além de
no país ao longo dos anos: biquínis, almofadões, tapetes,
imigrantes, em sua maioria japone-
máscaras e vestimentas para rituais religiosos ou festas po-
ses e alemães, foram responsá-
pulares, cortinas, toalhas de mesa ou ainda objetos de design.
veis pela formação de uma cultura
O livro está em fase de finalização e deve ser lançado em
arquitetônica no Estado do Paraná.
breve. Mais informações no site www.acasa.org.br ou
No livro “Arquitetura em Madeira”,
pelo telefone (11) 3814-9711.
Editora da Universidade Estadual de Londrina (EDUEL), em co-edição com a Imprensa Oficial, o arquiteto Antonio Carlos Zani traça uma retrospectiva da obra criada por esses trabalhadores, que construíam suas casas com a madeira disponível na floresta – um patrimônio hoje ameaçado pela expansão desordenada do mercado imobiliário. Já a história das construções residenciais na cidade de São Paulo é apresentada no livro “A Casa”, de Jorge Marão Carnielo Miguel, outro lançamento da EDUEL. São analisados 17 projetos de Rino Levi e 26 de Vilanova Artigas; a visão intimista de Levi, somada à praticidade de Artigas, oferece ao leitor um panorama bastante abrangente sobre a arquitetura das casas paulistanas. As publicações podem ser adquiridas pelo site www.uel.br/editora ou pelo telefone (43) 3371-4691.
TUPIGRAFIA Nº 5 A nova edição da revista brasileira de tipografia e caligrafia já pode ser adquirida. A matéria de capa aborda a tipografia como elemento pictórico nas ar tes plásticas. O mesmo acontece em camisetas, baralhos e até rolhas! O leitor conhecerá fontes de texto criadas por brasileiros e ainda uma nova tecnologia para a produção de fontes de tela. Além disso, um artigo revela o processo criativo de mestres tipográficos, trazendo esboços de seus alfabetos. Um caderno da publicação foi produzido no tradicional sistema de impressão da Oficina Tipográfica São Paulo.
3º PRÊMIO CAUÊ DE ARQUITE TURA
Editora Bookmakers: (11) 3341-5505.
Incentivar a busca por soluções criativas e inovadoras,
www.tupigrafia.com.br
explorando as possibilidades estéticas do cimento branco Cauê. Esse é o principal objetivo do Prêmio Cauê de Arquitetura, promovido pela Camargo Corrêa Cimentos (fabricante dos produtos Cauê), em parceria com o Instituto de
INVESTINDO NO DE SIGN BRA SILEIRO
Arquitetos do Brasil (IAB).
Proposta clássica, linguagem contemporânea. Esse é o conceito da
A terceira edição do concurso contou com mais de 150
poltrona M, primeira criação conjunta do arquiteto Kiko Salomão e
profissionais inscritos e 64 projetos entregues à comissão
do engenheiro Ary Perez, viabilizada pela parceria entre Firma
julgadora, dentre os quais quatro foram premiados.
Casa e Teperman.
Na categoria Obra Realizada, as vencedoras foram Adriana
Inspirado em uma peça anônima dos anos de 1950, o produto tem
Belleza e Elizabete Azevedo, com uma casa de veraneio
assento em forma de concha, com estrutura de fibra de vidro e aca-
(acima). Na categoria Projetos, subcategoria Edifícios Resi-
bamento em couro costurado à mão. Sua base conta com sistema de
denciais, Álvaro Puntoni e Ângelo Bucci receberam o prêmio,
rolamento de alta precisão em aço cromado.
com uma residência em Carapicuíba, SP. Na subcategoria
Disponível em cores sóbrias – preta, caramelo e marrom –, a poltrona
Espaços Urbanos, o Portal de Ibiúna, SP, garantiu o primeiro
pode ser utilizada tanto em casa como no escritório.
lugar a Alessandra Gizella da Silva, Apoena Amaral e Almeida,
Em breve, serão lançados outros três modelos para completar a sé-
Gabrielly Alice da Silva e José Luiz Brenna. Finalmente, na
rie S,M,L,XL, uma homena-
subcategoria Edifícios Não-Residenciais, o Museu Parque Villa
gem ao livro publicado por
Lobos, em São Paulo, de Anselmo Oliveira, com a colaboração
Rem Koolhaas e Bruce Mau.
de Rodrigo Bocchinni, Alekssandro de Almeida, Carolina Au-
Firma Casa: (11) 3068-0377.
gusto, Magno Moreira, Marcos de Sanctis e Raphael Godoy,
www.firmacasa.com.br
foi considerado o melhor projeto.
Teperman: (11) 3371-1966.
Cauê: 0800-703-9003. www.caue.com.br
www.teperman.com.br
DE SIGN ECOLÓGICO Para a coleção 2004, a Habitart investe no desenvolvimento de mobiliário com design assinado por profissionais como Albert Wainer, Alessandro Alvarenga e Suka Braga, Beto Salvi e Tuti Giorgi, Heloísa Crocco, Myriam Cirne Lima e Rafael Patalano. Além disso, a empresa incentiva a utilização de materiais reciclados e madeira procedente de reflorestamento, certificada e autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O destaque da nova coleção é a mesa de centro Textura, de Heloísa Crocco. Feita em pinus natural com jatos de areia, a peça traz efeito texturizado – por isso, o nome –, com nuances de desenhos e tonalidades.
QUALIDADE RECONHECIDA INTERNACIONALMENTE
show-room em Por to
Destaque para a Takano Editora Gráfica no Premier Print
Alegre, RS, na Rua
Awards 2004, considerado um dos mais importantes prêmios
Furriel Luiz Antonio Var-
de qualidade do mundo na indústria gráfica. A edição especial
gas, 374, e agora tam-
São Paulo 450 Anos de A Revista (na foto), editada pela própria
bém em São Paulo, na
Takano, recebeu o Benny, conferido à melhor peça de cada
Rua Normandia, 102.
categoria. O segundo lugar no Prêmio de Reconhecimento
www.habitart-br.com
A Habitart conta com
foi concedido ao Relatório Anual 2003 CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias). As publicações ganhadoras do Certificado de Mérito, graças ao nível elevado de qualidade na
A EVOLUÇÃO POR STARCK
impressão e no design, foram Catálogo Natan, Livros “Sabores
Sofisticação sem exibicionismo. Em plena era tecnológica, a inte-
e Saberes do Ceará” e “Trilogia João Câmara”, Encarte Audi,
ligência perdura e a moda desaparece. Foi com esse pensamen-
A Revista – edição CUT, Lâmina Convite Fox e Catálogo Natal
to em mente que o designer francês Philippe Starck criou a cole-
Amsterdam Sauer.
ção de calçados Puma.
Takano: (11) 5694-9999.
Os três modelos projetados utilizam, externamente, sola de borracha
www.takano.com.br
moldada por compressão; as linhas suaves em forma de ziguezague melhoram a tração até mesmo em condições úmidas. Para proporcio-
DECORAÇÃO POR COMPLE TO
nar maior leveza e amortecimento ao usuário, essa sola é usada em
Inaugurada recentemente, a Etna Home Store tem 20 mil
conjunto com uma capa em T.P.U. injetada, que protege o salto, além
metros quadrados de área construída. O projeto de interiores
de uma sola interna intermediária em EVA. Já as partes superiores são
assinado por Maurício Queiroz dividiu o espaço em 150
produzidas com tecido respirável e forro tramado em fibras X-Static,
ambientes, disponibilizando mais de 130 mil itens à venda:
que oferecem adequação térmica e propriedades antibactericidas.
mobiliário, objetos e ar tigos de decoração, além de eletro-
Outro diferencial é a possibilidade de ajuste,
domésticos e por táteis.
garantindo conforto máximo ao pé.
A loja conta também com quiosque para café, restaurante,
www.philippe-starck.net/habille-
centro de recreação infantil, livraria, entre outros ser viços.
ment/puma
Etna: Av. Eng. Luís Carlos Berrini, 2.001, São Paulo. Tel.: (11) 2161-7600. www.etnahomestore.com.br
DPot_ArcDesign
30.08.04
18:08
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REFLE XÃO SOBRE A PRÁTICA DO DE SIGN
O DE SIGN DE PERNAMBUCO
No livro “Señal de Diseño: Me-
Com o objetivo de va-
moria de la Práctica” (“Sinal
lorizar a produção dos
de Design: Memória da Práti-
designers da região e
ca”), publicado pela editora
contribuir para a cons-
argentina Infinito, Ronald
cientização do mercado local e regional sobre a impor tância do
Shakespear discute o uso de
design, está sendo organizado um evento especial que promete
sistemas de sinalização no
movimentar toda a capital do Estado: o Pernambuco Design 2004,
cenário urbano e como eles
com o tema “Design + Negócios = Resultados”.
interferem no comportamento
Promovido pela Associação Profissional dos Designers de Pernambuco
das pessoas. Shakespear,
(APD-PE), pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernam-
que acumula 45 anos de experiência em design, acredita
buco (AD/Diper), pela Prefeitura do Recife e pelo Sebrae-PE, o evento
que os profissionais (arquitetos, urbanistas, designers)
contará com salão, exposições oficiais e paralelas, palestras profis-
devem sempre considerar os sinais na elaboração de seus
sionais e acadêmicas, além de shows e outros ser viços.
projetos, pois eles são instrumentos que expressam – ou
As atividades estarão espalhadas por diversos locais, com grande con-
mesmo definem – a identidade do povo, estabelecem diálo-
centração no Bairro do Recife, onde se encontra o marco zero da cidade.
gos com a audiência, permitindo que a complexidade dos
De 5 a 21 de novembro, no Recife.
espaços públicos seja, de fato, compreendida.
APD-PE: (81) 3424-4666.
Para adquirir um exemplar, acesse www.shakespearweb.com
www.pedesign.com.br/2004
ou envie um e-mail para ronald@shakespearweb.com
RESISTÊNCIA COM MÍNIMO VOLUME
DO PROTÓTIPO À VENDA
A linha R, mais recente criação assinada pelo arquiteto e
Certa de que apenas a ação
designer Pedro Useche, destaca-se pela utilização econômica
coordenada entre designer e
da madeira, explorando ao máximo a resistência do material.
indústria é capaz de inserir o
O encosto e o assento são feitos com ripas – a inicial da pala-
profissional no mercado, a Ar-
vra justifica o nome da coleção – independentes, em formato
tefacto realiza, em parceria
de cunha, com espessura que varia de 3 centímetros a 3 milí-
com a União Brasileira de Vi-
metros, alinhadas e fixadas nas laterais de aço.
dros (UBV), o I Concurso Artefacto/UBV de Design, com curadoria do
A linha R é composta por cadeira,
arquiteto e jornalista Marcelo Lima.
poltrona e chaise-longue com e
Aberto a profissionais, estudantes e demais interessados (indepen-
sem braços, além de mesa la-
dente de idade ou área de atuação), o concurso premiará novos
teral, mesa-bar e banqueta.
talentos, produzindo, editando e divulgando projetos inéditos, nas
Useche Móveis:
seguintes categorias: Móveis, Acessórios para Decoração, Acessórios
(11) 5182-3999.
para Cama, Acessórios para Banho, Luminárias para Áreas Internas e
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Externas, Tapetes e Produtos Têxteis, além da premiação especial para o melhor projeto na categoria Vidro Impresso. As inscrições podem ser feitas até 31 de outubro. Informações nos sites www.artefacto.com.br e www.ubvidro.com.br ou pelo telefone (11) 5044-2412.
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Page 1 RET_01 server:LAGE & MAGY-89153:Arquivos:Lito:
Coleção Urbano Contemporâneo: você acha que está levando um clássico mas leva um moderno. Ou vice-versa.
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SETE ANOS DE TRANSFORMAÇÕES Design, artesanato, indústria, mercado “A modernidade não está no estilo, do qual é apenas um efeito, mas na observação do homem e de suas necessidades.” Achille Castiglioni
Maria Helena Estrada Mudou o olhar, a percepção, a intenção – mudou o mercado. Pelo menos no que diz respeito ao produto para a casa. Há sete anos o Brasil encontrava-se inundado pelo design italiano, pelo produto importado em geral – os tempos permitiam. E era prova de modernidade e cultura. ARC DESIGN, como até hoje, espelhava o momento e o futuro próximo, ou seja, os sinais ainda fracos do que se tornaria tendência. Hoje a situação se inverteu. Mas o que mudou? Quais as transformações mais radicais e evidentes? Podemos dizer que a mais clara evolução é o estrelato alcançado pelo design, no Brasil e no mundo. De ingrediente estético-formal transformou-se em ferramenta para a competitividade, alavanca da produtividade, condição inapelável para a inclusão do produto brasileiro no mercado internacional. E são vastos os campos desta não tão nova disciplina! Comecemos a encarar a questão por sua interface mais próxima: o “gosto” ou “bom gosto”, a nova estética, os hábitos, o mercado... e os objetos que nos circundam. A estética-Bauhaus, por exemplo, que já foi sinônimo de cultura e vanguarda no Brasil nas décadas de 1960 até, digamos, 1980: hoje Mies, Breuer, Le Corbusier e até Saarinen e Bertoia tornaram-se “prato popular”, usado e abusado por artimanhas da moda “vintage” que, na maioria das vezes, e falando em bom português, é sinônimo de cópia – com ofertas que vão do luxo ao brechó. Os italianos, ah! Quanto glamour! E que belos objetos dominaram nosso cenário a partir dos anos de 1980. Mas as taxas de câmbio determinam nossa realidade e hoje as peças icônicas do design internacional, embora ainda fantásticas, amedrontam distribuidores e consumidores. Resultado? A sôfrega procura – finalmente – por designers brasileiros, pelo produto “projetado e produzido no Brasil”. Foto Divulgação
Hoje quando se pergunta “quem investe no design?” (título da rubrica dedicada aos publi-editoriais das primeiras edições de ARC DESIGN), não se pensa em qualquer design, mas naquele brasileiro. 16 ARC DESIGN
Na pá gi na ao lado, em ci ma, ob je tos para es cri tó rio em pe dra-sa bão, Pro je to Ouro Pre to, desig ner He loí sa Croc co (RS). Em bai xo, lu mi ná ria Bóia Fria, design José Macha do na co le ção No Tech (SP) Nes ta pá gi na, abai xo, lu mi ná ria Euca, design Fran cis co Lobo (MA), em fi bra de carnaú ba e cha pa de aço fu ra da, des car te da Casa da Mo e da. No pé da pá gi na, banque ta/mesa Tange ri ne, design Mar cos Jun ker (SP), em mó du los de MDF Ma si sa. À di rei ta, ves ti do de fu xi co, Car los Mi e le, co le ção M. Of fi cer (SP)
17 ARC DESIGN
Foto Paulo Brandt
Aci ma, co lar de se mentes e favas, design Su za na Ro drigues, exe cu ta do pelas de ten tas da Pe ni ten ci á ria de Bra sí lia, e vaso em pa pi er ma ché e grave tos, cria ção Cho Dor ne les (RS). Abaixo, ga me la em ter ra co ta com re le vo em re den dê, design Ca ro li ne Ha ra ri (SP)
18 ARC DESIGN
Foto Divulgação Foto Fernando Perelmutter Foto Divulgação
Aci ma, bol sa de la cres de la ti nha e cro chê, exe cu ta da pe las ar tesãs de Ria cho Fun do, Bra sí lia, ori enta das por Re na to Im broi si, e ban que ta Tra po, cria ção ori gi nal de Ro dri go Lyra (BA), com assen to em PVC tra ma do e man ta de re ta lhos. Abai xo, blu sa de Wal ter Ro drigues (SP) em ren da do Piauí com mo di fi ca çõ es intro du zidas pelo desig ner, e Ca nu ti lhos, te cido em pa pel de re vistas, design Nido Cam po lon go (SP)
19 ARC DESIGN
Foto Luiz Clementino
Foto Fernando Perelmutter
Foto Rodrigo Montenegro
Nes ta pá gi na, lu mi ná ria em lâ mi nas de ma dei ra co la das, Pro je to Design So li dá rio (Design Aca demy Eind hoven / A Casa), exe cu ta da na Fave la de Mor ro Azul (SP); te ci do de flo res do cer ra do es que le ti za das, cri a ção R. Im broi si com a As so ci a ção das Ar te sãs de Sa mam baia, Bra sí lia; bol sa em cou ro com fura çõ es que re me tem à tra di ção dos va quei ros nor des ti nos, Pro je to De sign So li dá rio, exe cu ta da em Ser ri ta (PE); pra tos pinta dos, design Sil via Me coz zi, de Tran co so (BA); cai xa em capim dou ra do e bro che em fi ligra na, Pro je to Ar tesa na to Bra sil com Arte (TO), ori en ta do por Ângela Car va lho (RJ) e Lars Di e de rich sen (SP)
20 ARC DESIGN
Aci ma, vaso ce râ mi co sem ver niz ou tin ta, design Sven ja Kal teich (SP), e jogo ame ri ca no em pe ci nhas de ce râ mi ca, de Re na to Co e lho (MG). No pé da página, vaso em ja ca ran dá de Pe dro Emi lio Petry (SC)
BRASIL, PAÍS DO PRESENTE Criação e produção, um binômio que deve caminhar em sintonia. No caso do Brasil, é bom salientar – mesmo com o pensamento na exportação – que a produção não é necessariamente industrial. O design brasileiro contemporâneo encontra sua base, seu ponto de partida e de expansão em duas vertentes opostas – indústria e artesanato –, as quais tendem a se encontrar criando o que, genericamente, se convencionou chamar de “a cara Brasil”. Exemplo emblemático é o dos acessórios produzidos pela Grendene com design de Fernando e Humberto Campana, (veja matéria na página 32) que resgatam o fazer artesanal em uma produção de larga escala. É a primeira vez que um fazer puramente manual – o do entrelaçamento de fios – é transposto para a indústria endereçada ao consumo de massa; fios que se tornaram “marca registrada Campana”, tantas as versões criadas, da corda de algodão ao fio de nylon, do metal à piaçava – agora vêm injetados e extrudados em plástico! ARC DESIGN tem acompanhado a desafiadora procura, por parte dos designers, de uma estética brasileira, de um fazer possível, da luta pelo envolvimento e comprometimento da indústria, por esse encontro necessário. Na edição 18 (fevereiro/março 2001), perguntávamos o que caracterizaria, qual seria a identidade do design brasileiro? Universal ou regional? Industrial ou artesanal? Com o uso de materiais sintéticos ou naturais? A madeira? Qual o caminho? “Viajante não há caminho, a estrada se faz caminhando”. Foto Divulgação
E essa estrada tem nos levado a algumas certezas, que podem ser definidas por uma frase de Lina Bo Bardi: “A arquitetura e o design de um país baseados no nada, são nada”. Graças a organismos como o Sebrae, que tem “mapeado” todo o país, estimulando a revitalização e a atualização do artesanato brasileiro, começa a ocorrer a contaminação entre essas duas áreas – design e artesanato. Nossos olhos estão hoje voltados para a cultura material brasileira, para o artesanato, para as expressões de liberdade e diversidade, para a exuberância, a ingenuidade, o colorido, o bom barroco de nossa tradição. Surge assim um 21
ARC DESIGN
Foto Andrés Otero
novo repertório para os sentidos, objetos que, uma vez expressos em um vocabulário contemporâneo, estão constituindo-se na base desse design “de cara brasileira”, que já tem influenciado alguns – ou muitos – designers internacionais. “A forma segue a fusão”, afirma a Design Academy de Eindhoven, Holanda. Pesquisar, aceitar e enfatizar essa “cara brasileira” não é negar a fusão dos múltiplos elementos culturais que já nos influenciaram, que já incorporamos ao nosso imaginário. Como afirma Fernando Gabeira (Folha de S. Paulo, 28/08/2004), um dos ingredientes dessa “base” brasileira, que irá compor nossa cultura, é “a mestiçagem criativa”. “A mestiçagem absorve coisas de fora e vai, com isso, transformando também o conjunto que recebe essas aquisições. (...) Nesse momento de globalização, a mestiçagem brasileira é a resposta mais complexa e bem-sucedida de resistência ao domínio cultural de um só país ou região do planeta.” Transpondo essa afirmação para o universo do design, temos o pensamento de Antonio Risério, em seu livro “Avant Garde na Bahia”: “A contaminação recíproca entre o artesanato e o design provoca uma reação – ‘transfaz-se’. O olhar que olhava o outro retorna transfigurado para incidir em cheio sobre o mesmo [...] e é nessa contaminação que vamos flagrar toda a riqueza – diálogo e dialética – de um encontro.” “Referências locais, projeto global.” Essa é a máxima hoje almejada por todas as comunidades do design, das escolas aos profissionais, para definir o novo produto, aquele que permitirá sacudir o mercado, sair da mesmice do puro e simples produto globalizado. Uma verdade que já contaminou a indústria, ao menos aquela mais próxima ao univer so cotidiano das pessoas, em diversas partes do mundo. Um exemplo que é sucesso absoluto no Brasil e fora dele? As sandálias Havaianas – que pena, deveriam ser as Brasileirinhas! –, hoje o mais popular produto brasileiro. É, o Brasil está na moda. Também no Brasil! 22 ARC DESIGN
Fotos Cristiano Sérgio
Nes ta pá gi na, design Cam pa na (SP): aci ma, pol tro na Mul ti dão, “es to fa da” com bo ne qui nhas de pano, e sofá Sus hi, fei to com roli nhos de EVA, fel tro, car pe te, tela em bor ra cha da e PVC; abai xo, ban que tas e fru tei ra Vitó ria Ré gia, nos mes mos ma te riais
Na pá gi na ao lado, no alto, li nha Ban ku ku, mó du los de pa pe lão on du la do re ves ti dos com PVC ex pan di do, design Sergio Ca bral e Thia go Ro drigues (SP); no centro, mesi nhas em pi lhá veis Tri bo, design Ilse Lang (RS); em bai xo, chai se-lon gue Ane lí de os, em EVA com es tru tu ra em alu mí nio, de sign Eu lá lia An sel mo (RS)
23 ARC DESIGN
Foto Andrés Otero
Aci ma, lu mi ná ria da série Entrelinhas, em acrí li co, design Mar ton (SP), e prendedores de roupa Multiuso, em polipropileno, de Taciana Sil va e Marcela Albuquer que (RJ); design premiado na Macef, Milão. Abaixo, lamparina em vidro soprado e ma ni pu la do, de Jac que li ne Ter pins (SP)
24 ARC DESIGN
Foto Andrés Otero
Foto Andrés Otero
No alto da pá gi na, ta pe te Pi ru li to, design Car la Ten nen baum (SP), em argo li nhas des car ta das de EVA, e mos tra do Pro je to No Tech, no MuBE. Aci ma, mesi nha e ban que ta Pron to So cor ro, design Ger son de Oli vei ra e Lu cia na Mar tins (SP), em MDF com pin tu ra em po li u re ta no. Ao lado, car ri nho em acrí li co, design Luiz Pe draz zi (SP)
25 ARC DESIGN
Foto Tiago Moraes e Gilson Domingues
Aci ma, ca bi des Mos qui to, design Ed son Ba ro ne (SP) em po li es ti re no in je ta do, e pro t贸 ti po de mi cro on das ven ce dor de pro je to in ter na ci o nal, design da equi pe bra si lei ra Mul ti br谩s. Abai xo, ven ti la dor Spi rit, em po li car bo na to, design In dio da Cos ta (RJ)
26 ARC DESIGN
O mobiliário brasileiro começa a “criar corpo”, a ser exportado. Quase não se vê mais, como ainda na década passada, um comprador chegar a uma indústria (principalmente àquelas do sul do Brasil), com um desenho na mão, cotando preços. Exportava-se, sim, mas apenas matéria-prima e mão-de-obra. O famoso valor agregado, o produto sendo exportado com a própria marca é o resultado, entre outros fatores, do investimento no design, no produto com características peculiares. Empresas como Dpot, Firma Casa, La Lampe, Tok & Stok e Artefacto, por exemplo, em São Paulo; grandes indústrias do Sul como S.C.A. e outras; empresas produtoras de móveis para escritórios, como Giroflex, Escriba, Flexiv e Securit, já estão cientes da nova realidade e investem nos caminhos do design brasileiro. Em quase todas as regiões do Brasil é também o mobiliário que tem se destacado na criação de um design brasileiro, no aparecimento do “profissional que trabalha com a indústria, não contra ela”, como observa a francesa Matali Crasset. O que é necessário para se investir no design? Quais as empresas que aceitam o risco (e onde, como, fugir?), em nome de uma real valorização de seu produto? Quais os materiais e as tecnologias que propiciam e permitem a inovação? Sabe-se que os aspectos formais do design, hoje, obedecem mais às exigências e propriedades dos materiais do que ao sonho do criador. Assim, por exemplo, tentar criar uma nova forma, um objeto inovador com a madeira maciça, é tarefa praticamente impossível. Tudo já foi dito nestes últimos 500 anos, no Brasil e no mundo. E de nada serve a invenção gratuita. O ar qui te to e de sig ner Mar co Ro ma nel li, a res pei to do úl ti mo Sa lão do Móvel, em Mi lão, iro ni za o ex ces so de au to pro mo ção de mu i tos de sig ners (Abi ta re 440). “Sa ber di ri gir uma or ques tra (que é o que o designer contemporâneo faz, envolvido em problemas de organização
Foto Pierre Yves Refalo
Foto Andrés Otero
Aci ma, te sou ra Pon to Ver me lho, de sign José Car los Bor nan ci ni e Nel son Ivan Pet zold (RS), e ca dei ra Mimo, de sign Tho maz Bon di o li (SP), com as sen to/en cos to em EVA e es tru tu ra em aço. À es quer da, ca dei ra Giro, de sign Lars Di e de rich sen (SP), em cha pa de po li car bo na to re cor ta da e dobra da. Abai xo, ca dei ra Cé lia, de sign Cam pa na (SP), em OSB Ma si sa re cri a do pela du pla
no ci a To sc a Fo to Le tí
Aci ma, ca dei ra Co rin ga, design Flavia Pa got ti Sil va (SP), per mi te du pla po si ção, e ta pe te em PVC fle xí vel in je ta do, design Wal ter Bah ci vanj (SP). No pé da pá gi na, ca dei ra Fle xa, de sign Car los Mot ta (SP), com es tru tu ra em Lyptus e as sen to/en cos to em tran ça do de cou ro
pro dutiva, de mar ke ting e de co mu ni ca ção) se de mons tra com as pe ças que se de se nham.” É o mun do da pro du ção. Nesse momento o discurso desloca-se para o papel da indústria e o uso dos materiais. Essa grande força em que está se transformando o design brasileiro também começa a encontrar respaldo na indústria. Por desejo ou necessidade, as empresas capacitam seus parques industriais e abrem as portas (ainda cautelosas, é verdade) ao profissional brasileiro. Os produtores de matérias-primas já investem em tecnologias mais sofisticadas – como é o caso dos derivados da madeira (MDF, OSB), dos vidros, dos metais (aços e alumínio) e de alguns materiais sintéticos, como o PVC e o Corian – e esses se tornam mais acessíveis ao designer. A vontade de agregar valor à matéria-prima tem sido responsável por inúmeros concursos de design e também de arquitetura: o importante Prêmio Cauê de Arquitetura; o Prêmio Alcoa de Inovação em Alumínio; no mobiliário, o Concurso de Design Masisa para Estudantes. Também as associações de classe elegem o design como portador de valor para a produção nacional: a ABILUX, com seu prêmio anual de iluminação; no setor moveleiro, a Movelsul, a ABIMÓVEL e diversas feiras estaduais premiam designers e indústrias. Há ainda prêmios já tradicionais, importantes, como o do Museu da Casa Brasileira, que reúne diversas tipologias em um mesmo certame. Mas o Brasil já exporta design? Parece que sim. Exportamos projetos (irmãos Campana na Edra e na Alessi, Itália), exportamos produtos (de jóias a calçados) e nossas marcas, muitas das quais começam a inaugurar filiais no exterior, como a Artefacto e a Escriba. Mas o mais importante talvez seja o Brasil, com incentivo do governo, sendo selecionado e se apresentando ao almejadíssimo Prêmio IF, em Hannover, Alemanha. Histórias interessantes, que estão sendo agora plantadas e que desenvolveremos na próxima edição. ❉ 28 ARC DESIGN
R em iã o
la z a n F o to C o
s
Foto Jorge Solan
Aci ma, à es quer da, spot da li nha Kro no, design Iva na Rosa (SP) para a La Lam pe e, à di rei ta, lu mi ná ria Uauá, de Fa bio Fa lang he e Giorgio Giorgi (SP), com meia cú pu la se ri gra fa da. Abai xo, lu mi ná ria Viva, de An dré Wag ner (SP), para luz di re ta ou in di re ta, con for me a po si ção das pé ta las
29 ARC DESIGN
SETE ANOS DE TRANSFORMAÇÕES: design, artesanato, indústria, mercado ONDE ENCONTRAR
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Chaise-longue Anelídeos Eulália Anselmo Cel: (53) 9107-2969 www.eulaliaanselmo.com.br Colar de sementes e favas Suzana Rodrigues Tel.: (61) 344-5810 artebrasilsementes@hotmail.com Fruteira Sushi Sofá Sushi Campana Design Tel.: (11) 3825-3408 campanad@uol.com.br Gamela em terracota Luminária Entrelinhas Benedixt Tel.: (11) 3088-1045 benedixt@uol.com.br Jogo americano em cerâmica Princípio do Infinito Tel.: (11) 3817-5645 lking@principiodoinfinito.com.br Lamparina em vidro soprado Jacqueline Terpins Tel.: (11) 3872-4497 www.terpins.com Linha Krono La Lampe Tel.: (11) 3043-9191 www.lalampe.com.br
Mesinha Pronto Socorro Ovo Tel.: (11) 3045-0309 www.ovo.art.br Projeto Design Solidário A Casa Tel.: (11) 3813-5499 www.acasa.org.br Pratos pintados em porcelana Marcenaria Trancoso Tel.: (11) 3816-1298 www.marcenariatrancoso.com.br Prendedores Multiuso Tapetes em PVC flexível Coza Tel.: (54) 211-2699 www.coza.com.br Projeto Artesanato Brasil com Arte NCS Design (Ângela Carvalho) Tel.: (21) 2541-4083 angela@ncsdesign.com.br Terra Design (Lars Diederichsen) Tel.: (11) 3813-6286 www.terradesign.com.br Protótipo de microondas Multibrás SAC 0800 474-444 www.multibras.com.br Tapete Pirulito Carla Tennembaum Tel.: (11) 3758-3236 caobaum@yahoo.com
Luminária Bóia Fria José Machado Tel.: (11) 3872-9581
Tecido Canutilhos Nido Campolongo Tel.: (11) 3826-7901 www.nidocampolongo.com.br
Cadeira Coringa Flávia Pagotti Silva Tel.: (11) 3758-5553 flaviapsilva@hotmail.com
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Luminária Viva Etna SAC: 0800 702-8012 www.etna.com.br
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Cadeira Mimo Dpot Tel.: (11) 3082-9513 www.dpot.com.br
Mesas Tribo Benedixt Tel.: (11) 3088-1045 benedixt@uol.com.br Faro Design Tel.: (51) 3333-1715 www.farodesign.com.br
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DO ARTESANATO À INDÚSTRIA De pois de con quis ta rem re co nhe ci men to e fama com pe ças semi-ar te sa nais, Fer nan do e Hum ber to Cam pa na atin gem a pro du ção em gran des sé ri es. O ar ti go? Um aces só rio fe mi ni no bá si co e bem po pu lar: a san dá lia Me lis sa! Vanessa Domingues / Fotos Nelson Aguilar
Rústicas, fora de escala, sem revesti-
“Existe neles, já há muitos anos, uma
mento nem mesmo pintura. Em 1989,
incoercível e pura propensão, que
o design brasileiro é surpreendido
passa pelo amor ao material, ou
com as Desconfortáveis. Contrariando
antes, aos materiais. Em um inces-
tendências, as cadeiras eram origi-
sante conúbio do antigo com o novo,
nais, ou seja, não reproduziam a esté-
do artesanal com o altamente indus-
tica italiana ou outro objeto de sucesso. Os nomes Fernando e Humberto Campana despontavam no cenário nacional e começavam a
trializado. Com uma abordagem, portanto, incrivelmente brasileira”, afirmou o arquiteto italiano Marco Romanelli, crítico de
atrair os olhos dos críticos de design...
design, na revista Domus, em fevereiro de 1994.
Mais tarde, em 1991, surge a cadeira Favela, executada
Romanelli, que sempre desejou ver o espírito Campana
com pedaços de madeira justapostos, remetendo à mo-
em industrializados – conforme revelou Fernando em
radia da população pobre das cidades brasileiras. Em
entrevista à ARC DESIGN –, deve estar satisfeito, pois
1993, a cadeira Vermelha, com trançado manual de
o tal “conúbio” acaba de ser formalmente oficializado...
cordas de algodão, impulsiona a carreira dos irmãos in-
“Os produtos editados pela Edra ainda exigem a execu-
ternacionalmente, já que, cinco anos depois, a fábrica
ção artesanal, o toque da mão humana. Com a Grendene,
italiana Edra inicia a produção da peça.
a história é diferente”, diz Humberto.
Os desafios diversificam-se e as criações continuam a
Após o êxito de parcerias com estilistas famosos
aparecer, belas e funcionais. Em 2001, os Campana as-
(Thierry Mugler, Jean-Paul Gaultier, Patrick Cox, Ale-
sinam uma coleção de jóias para a H. Stern. No ano se-
xandre Herchcovitch e Marcelo Sommer), a empresa
guinte, aparecem as cadeiras Sushi, feitas com pedaços
gaúcha convidou Fernando e Humberto para realiza-
de tecido e de carpete. Em 2003, eles criam para a em-
rem a releitura da tradicional sandália Melissa. Pela
presa austríaca Swarovski o lustre/instalação Prived Oca,
primeira vez na história do calçado, dois designers de
apresentado no Salão do Móvel de Milão, daquele ano.
mobiliário assinam modelos exclusivos (um de salto e
Abai xo, ex pe ri ên cias com moldes e mo de los pré-existentes da san dá lia Me lissa. No alto, pro tó ti po da bol sa cria da pe los Cam pa na para com ple tar a nova co le ção da Gren de ne. Na pá gi na ao lado, o pro du to fi nal, ca rac te ri za do pela so bre po si ção de li nhas, téc ni ca re cor rente no tra ba lho dos ir mãos
32 ARC DESIGN
Foto Divulgação
Acima e no pé da página, modelo com salto, disponível nas cores laranja, preta, azul-clara, azul-carbono, rosa-choque, verde, vermelha, branca e amarela. Na página ao lado, Melissa rasteira: versátil e com forte aceitação por parte do público jovem. A numeração dos calçados vai de 33 a 40
34 ARC DESIGN
outro rasteiro), além de uma belíssima bolsa – itens
da dos designers. “Conseguimos um resultado com a
lançados na última São Paulo Fashion Week.
mesma qualidade formal que a do trançado manual”,
“O grande desafio era transpor técnicas utilizadas em
diz Humberto.
móveis para artigos de vestuário, que seriam produzi-
Em atividade profissional há quase 20 anos, eles se or-
dos em série por meio de maquinário de injeção e ex-
gulham de poder acrescentar no currículo projetos di-
trusão. Tudo sem perder a alma do nosso trabalho,
ferenciados. “Não nos limitamos, sob hipótese alguma.
sem deixar a poesia escapar”, declara Fernando.
Aceitamos a proposta desde que ela nos interesse, des-
A transposição foi feita e a alma, resguardada.
de que mexa com nosso espírito criativo. Isso pode
Antes de definirem as modelagens, os irmãos viajaram
acontecer no campo do mobiliário, da joalheria ou
para Farroupilha, no Rio Grande do Sul, e acompanha-
moda. A única restrição que nos impomos é escolher
ram, de perto, a fabricação da Melissa. Da visita, veio a
parceiros que sonhem tão alto quanto Humberto e eu.”
inspiração. “Percebemos que uma das máquinas expe-
“Amor ao material.” Marco Romanelli parece ter desven-
lia o plástico em formato comprido e fino, como uma
dado toda a essência da obra criada pelos Campana. O
minhoca”, conta Fernando.
material dita a função, a forma; ele define o conceito, acre-
A “minhoca de plástico” permitiu a trama, a sobreposi-
ditam os designers. Com a Melissa, foi a vez do plástico. ❉
ção de linhas, a desordem organizada – marca registra-
Melissa: 0800-99-8898
www.melissa.com.br
Foto Divulgação
35 ARC DESIGN
CAMPANA NO DESIGN MUSEUM Capazes de transformar materiais ordinários, como cordas, pedaços de madeira e tiras de tecido, em belíssimos objetos de design, Fernando e Humberto projetam o nome do Brasil mundo afora. Recentemente, algumas de suas peças desembarcaram em território inglês. Na mostra “Zest for Life”, os irmãos comprovaram que a paixão pela vida tem origem no amor... pelo trabalho!
36 ARC DESIGN
À di rei ta, Fer nan do Cam pa na e equi pe fa zem a mon ta gem dos bi om bos em va re tas de alu mí nio na es ca da do mu seu; a dis po si ção es tra té gi ca das pe ças fa vo re ce sua per cep ção jun to ao pú bli co vi si tan te. No pé da pá gi na ao lado, o “tan que” po si ci o na do na cal ça da do mu seu exi be pro du tos com design Cam pa na, atrain do os pe des tres para co nhe cer mais pro fun da men te o tra ba lho dos ir mãos. No alto, a Pe te ca in di ca da ao Prê mio Com passo D’Oro
Vanessa Domingues Depois de apresentarem seus produtos no Museu de
Praça da Sé, em São Paulo, nossas fontes de inspira-
Arte Moderna de N. York, ao lado de Ingo Maurer,
ção: camelôs, moradores de rua, prédios, pichação”,
em 1998, os irmãos Campana tiveram a retrospecti-
conta Fernando.
va de suas carreiras traçada com destaque no De-
Um “tanque”, construído especialmente para a oca-
sign Museum, em Londres, onde profissionais reno-
sião, foi colocado na frente do museu, funcionando
mados, como Jasper Morrison, Tom Dixon, Ronan e
como vitrine para o trabalho dos Campana. Na parte
Erwan Bouroullec, Hella Jongerius e Tord Boontje,
interna, a cenografia em palha lembrava uma grande
também já exibiram suas obras.
oca, tornando a mostra mais sedutora. “A escada foi
A exposição intitulada “Zest for Life” (“Paixão pela
decorada com os lustres Prived Oca (produção Swa-
Vida”) – em cartaz de 19 de junho a 12 de setembro
rovski) e com os biombos feitos em varetas de alumí-
de 2004 – revelou a evolução dos projetos assinados
nio”, complementa o designer.
pela dupla, partindo das Desconfortáveis e chegando
Ao unir artesanato e tecnologia, Fernando e Hum-
aos mais recentes trabalhos editados pela empresa
berto conferem novo sentido às matérias seleciona-
italiana Edra.
das e conquistam espaço também no exterior. Outro
Os visitantes puderam conhecer também alguns
exemplo do seu reconhecimento internacional é a in-
processos construtivos e assistir a depoimentos dos
dicação da Peteca (edição Magis) para o Prêmio Com-
criadores. “Produzimos um vídeo evidenciando, no
passo D’Oro, destinado às melhores criações da in-
percurso entre o estúdio no bairro Santa Cecília e a
dústria italiana do design. ❉
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firmacasa. O design que evoluiu.
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RADIOGRAFIA DE UM PROJETO
TEMPERO BRASILEIRO Ousada que só ela, a arquiteta pernambucana Janete Costa reafirma sua convicção no poder do artesanato e da arte contemporânea brasileira para inserir personalidade a seus projetos, dando destaque aos ob je tos da cul tu ra bra si lei ra, como nos in te ri o res da du pla de ho téis lo ca li za da na ca pi tal pau lis ta na Ana Paula Orlandi / Fotos Nelson Kon
Quem en tra no lobby do Caesar Park vis lum bra no me za ni no as po de ro sas es cul tu ras do ar tis ta plás ti co per nam bu ca no José Pau lo, com es tru tu ra em fer ro que con tém vo lu mes como pe dras tor ne a das em ce râ mi ca. De ima gem ar que tí pi ca, os ban cos de ma dei ra ma ci ça são dese nha dos por Ja ne te Cos ta e exe cu ta dos pelo mar ce nei ro Flá vio Sil vei ra, de Grava tá (PE)
40 ARC DESIGN
41 ARC DESIGN
Dono de linhas contemporâneas, projeto do escritório
garimpa com olhos atentos tesouros escondidos nos
Aflalo e Gasperini, o novo Caesar Park São Paulo –
grotões do Brasil. “Procuro estar sempre bem informa-
Faria Lima –, bem como seu anexo, o Caesar Business,
da: no carnaval fui para Minas ver a produção dos ar-
abrigam em seu interior uma riqueza de sotaques genui-
tesãos das cidades históricas como Ouro Preto e Tira-
namente nacionais. Em vez de peças importadas ou
dentes e, recentemente, voltei do Rio Grande do Norte”,
então adeptas da estética divulgada pelas feiras interna-
conta a incansável pernambucana.
cionais, o que se destaca nos sofisticados ambientes da
Responsável pela arquitetura de interiores dos dois
dupla de hotéis é uma primorosa seleção de trabalhos
hotéis, a profissional trouxe para a área social e tam-
de artesãos e artistas plásticos contemporâneos brasi-
bém para a ala íntima das construções obras assinadas
leiros, a maioria procedente dos Estados do Nordeste
por nomes como o artista plástico pernambucano José
do país. O mérito é da arquiteta Janete Costa, consa-
Paulo, autor de esculturas de forte expressividade, com o
grada profissional que, além de dividir seu tempo entre
uso de cerâmica e ferro. Outra presença é do também ar-
os escritórios no Rio de Janeiro, em São Paulo e Recife,
tista plástico pernambucano Eudes Mota, com trabalhos
Na re cep ção do Caesar Bu si ness, des ta que para a más ca ra in dí ge na sus ten ta da por uma ar ma ção de fer ro. Na pa re de, tra ma com con tas de madei ra da ar tis ta plás ti ca e desig ner He loí sa Croc co
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expostos no Brasil e exterior, famoso pelo uso da madeira de demolição em suas criações. No cenário montado com maestria pela arquiteta Janete Costa, surgem ainda a artesã alagoana Irinéia Rosa da Silva (que concorreu ao Prêmio Unesco de Artesanato para América Latina e Caribe) e a artista plástica e designer gaúcha Heloísa Crocco, com suas delicadas peças de madeira. “O objetivo não foi rejeitar peças de design, mas sim mostrar que é possível inserir a arte contemporânea e o artesanato brasileiros em um espaço sofisticado”, explica a arquiteta, autora do projeto de interiores do Pergamon (2000), em São Paulo, apontado como o primeiro hotel de design do país. “Como tudo, o segredo é
No res tau ran te do Caesar Bu si ness, aci ma, pai nel de ce râ mi ca do ar tis ta plás ti co Mau rí cio Sil va. Abai xo, a lu mi ná ria tem es tru tu ra de cipó fei ta pelo arte são Nil, de Ria cho das Al mas (PE), mes mo au tor das ban de jas na pa re de
43 ARC DESIGN
saber dosar, fugir do excesso para não virar alegoria.”
por em um espaço aberto e, de certa forma, cosmopo-
Artesanato é um tema caro à arquiteta nascida em
lita representa um grande passo no sentido de atingir o
Garanhuns, criada em Olinda e formada pela Faculdade
mundo. “Hotel é uma espécie de agente cultural. Nele,
Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (atual
os trabalhos são absorvidos por grande quantidade
FAU/UFRJ) em 1961. “Há ‘apenas’ 50 anos pesquiso a
de pessoas e de vários cantos do mundo”, diz.
cultura popular”, conta. “Meu interesse surgiu na infância, quando brincava com bonecas de barro.” Não à toa,
CADA QUAL COM UM TEM PE RA MEN TO
uma característica marcante na trajetória da profis-
Localizados no complexo de negócios Continental
sional é inserir em seus projetos de linguagem funda-
Square, no bairro paulistano da Vila Olímpia, os dois
mentalmente contemporânea criações de artistas do
hotéis irmãos possuem perfis distintos. De acordo
povo ou então em início de carreira. “Há muita gente
com a arquiteta, enquanto o Caesar Park com suas 131
com um potencial artístico tremendo, sem chance de
suítes e apartamentos aposta no luxo e requinte, o
ser descoberta. Gostaria de contribuir mais para que
Caesar Business apresenta uma proposta mais prática
eles pudessem ter melhor qualidade de vida”, diz. E ex-
e despojada, na qual as instalações são uma espécie de
Ao reu nir uma sé rie de pra tos bran cos so bre base de ferro cromado, Janete Costa criou as luminárias do restaurante do Caesar Park (à esquerda). Na página ao lado, em sentido horário: suíte presidencial com manta de Renato Imbroisi; vasos de cerâmica do programa Ar tesanato Solidário e cestas indígenas ornamentam o mezanino; recepção do Caesar Business; a escultura de Eudes Mota, feita com madeira de demolição, remete às cadeiras de confessionário; no nicho, cabeças de pedra da ar tesã Cida, de Satuba (AL)
FICHA TÉCNICA Projeto: Caesar Park e Caesar Business Arquitetura: Aflalo & Gasperini (Arq. resp.: Felipe Aflalo) Arquitetura de interiores: Janete Costa (Borsoi Arquitetura) Colaboração: Gina Galvão e Kátia Guedes (GK & Arquitetas Associadas) Projeto de iluminação: Guinter Parschalk Arquitetura de hotéis e coordenação da implantação hoteleira: Paulo Lúcio de Brito Construção: Alfredo Muñoz (eng. resp.)
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FORNECEDORES Carpetes: Tabacow Ferragens de portas: Lafonte Louças e metais: Deca Luminárias: Lumini, Shama Luzz, Omega, Triage, Dario Cúpulas e StudioLuce Mobiliário: Fertríade, Pavlon, Itálica Design e Divano´s Portas e divisórias: Pormad Revestimento cerâmico: Eliane
extensão do escritório do executivo, incluindo-se os
Ohtake, entre outros nomes das artes plásticas brasi-
213 apartamentos.
leiras, herdadas do antigo Caesar Park Augusta, desa-
A elegante simplicidade almejada pela profissional,
tivado recentemente para ser substituído pelos dois
cujo resultado impressiona pela sofisticação, ganha
novos e modernos hotéis.
destaque nas suítes e nos apartamentos (incluindo os
A ambientação funcional proposta pela arquiteta para os
dois quartos para deficientes físicos no Caesar Park e
apartamentos do Caesar Business agradou em cheio aos
um deles no Caesar Business). Lá o sotaque brasileiro
empreendedores da rede hoteleira. Tanto é que o modelo
também dá o tom, seja em peças de cerâmica, seja nas
se transformou em padrão internacional dos quartos
mantas tecidas por artesãs mineiras em cooperativas
dos hotéis do conceito business, espalhados pelas cida-
coordenadas pelo designer Renato Imbroisi ou nas col-
des de negócios da América do Sul. A profissional não
chas com estampas reproduzindo desenhos de Roberto
esconde a satisfação pelo resultado total do trabalho.
Burle Marx (1909-1994). Nas paredes, ao lado de gravu-
“Neste projeto, busquei fazer o mínimo de decoração e o
ras de Cabral (SP) e Malu Fatorelli (RJ) – dois artistas
máximo de interiores, respeitando o traçado arquitetô-
convidados pela arquiteta –, há também telas de Tomie
nico, que é forte, verdadeiro e sem firulas”, resume ela. ❉
45 ARC DESIGN
PAVILHÃO BRASILEIRO EM VENEZA Com projeto de instalação de Roberto Loeb e curadoria de Pedro Cury e Jacopo Crivelli Visconti, o pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza apresenta exemplos da “metamorfose arquitetônica” em nosso país
Winnie Bastian “Metamorfose” é o tema da 9ª Bienal Internacional de
o escritório ainda está em plena produção”, afirma Cury.
Arquitetura de Veneza, inaugurada em 12 de setembro.
E complementa: “possui enorme acervo nos vários cam-
Em sintonia com o tema, pavilhão brasileiro expõe as
pos da arquitetura, podendo com isso dar uma amostra da
transformações da arquitetura em nosso país, ocasiona-
evolução arquitetônica brasileira em todos os aspectos”.
das pelo inchaço populacional e pelo crescimento desor-
O segundo enfoque trata da diversidade da arquitetura
denado das cidades.
em um país com tantas diferenças geográficas, climáti-
Três enfoques nortearam a escolha dos projetos a serem
cas, econômicas, sociais e culturais como o Brasil. Como
apresentados. O primeiro deles, histórico, utiliza o escri-
amostra dessas diferenças, figuram a Ópera de Arame
tório Aflalo e Gasperini, de São Paulo, para representar a
(arq. Domingos Bongestabs), o Jardim Botânico e a Rua
evolução arquitetônica brasileira nos últimos 50 anos.
24 Horas (ambos arq. Abrão Assad), em Curitiba, o Cen-
Segundo Pedro Cury, a escolha de um único escritório
tro de Cultura Judaica (arq. Roberto Loeb), em São Paulo,
para ilustrar esse panorama foi decorrente do pouco es-
e o projeto Amnésias Topográficas (arq. Carlos Teixeira),
paço disponível no Pavilhão do Brasil. “O início das ativi-
de Belo Horizonte. Os projetos de Curitiba empregam es-
dades de Aflalo & Gasperini coincide com este período, e
truturas em aço tubular, enquanto o centro cultural em
Abaixo, corte longitudinal da sala que expõe projetos relacionados à cidade de São Paulo, em instalação idealizada pelo arquiteto Roberto Loeb e equipe
46 ARC DESIGN
Fotomontagens Roberto Loeb Arquitetura
No alto da pá gi na ao lado, o pavi lhão bra si lei ro, pro je ta do por Hen ri que Min dlin na dé ca da de 1950. Nesta pá gi na, aci ma, as duas sa las ex po siti vas, com pro je tos de São Pau lo (à es quer da), Cu ri ti ba e Belo Ho ri zon te (à di rei ta)
São Paulo utiliza o concreto, complementado com vidro e
de São Paulo, parcialmente destruído em 1968, durante a
aço. O projeto mineiro, por sua vez, traz uma forma pe-
ditadura militar, e que será restaurado e transformado
culiar de produzir arquitetura: construções efêmeras são
em um núcleo de arte contemporânea pelo escritório
implantadas em vazios urbanos ou espaços residuais.
Una Arquitetos.
O terceiro e último enfoque trata da “recuperação ou reci-
A montagem tem projeto de Roberto Loeb e ocupa o pavi-
clagem de obras deterioradas pelo tempo e pela inade-
lhão de 280 metros quadrados, projetado por Henrique
quação do programa original para o atendimento das
Mindlin, organizada segundo a localização das obras. A
necessidades atuais”, tendência crescente sobretudo nos
sala menor, com pé-direito de 3 metros, expõe os projetos
centros das grandes cidades. Nesta seção, dois importan-
de Curitiba e Belo Horizonte. A porção maior do edifício,
tes projetos realizados em São Paulo: a recuperação do
com pé-direito de 6 metros, abriga as obras localizadas em
edifício residencial São Vito (arq. Roberto Loeb), inserido
São Paulo e conta com painéis de tecido translúcido im-
em uma importante área central e hoje considerado um
presso, instalados de modo a proporcionar ao visitante a
marco decadente, e a reciclagem do antigo edifício da
sensação de tridimensionalidade, representando de forma
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade
realista a paisagem urbana das cidades brasileiras. ❉
A 9ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza continua em cartaz até 7 de novembro de 2004.
47 ARC DESIGN
SU PLE M E NTO ESPEC IAL ARC DESIG N Nยบ38
MESTRES DA ARQUITETURA
Rem Koolhaas / OMA
Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Vanessa Domingues (Redatora) Tatiana Palezi (Produtora) Jô A. Santucci (Revisora) Tradução / Translations: Paula Vieira de Almeida Arte / Art Department: Designers – Betina Hakim Cibele Cipola Milena Codato Estagiária – Ana Beatriz Avolio Gerente de Publicidade / Advertising Manager: Ivanise Calil Foto da Capa / Cover Picture: Philippe Ruault
English version available on the last pages of ARC DESIGN 38
www.arc de sign.com.br
REM KOOLHAAS / OMA
DE IDÉIAS E FORMAS “Ele não é um formalista, embora crie formas; não é um funcionalista, embora o programa seja o gerador de suas soluções; não é um teórico, embora as idéias dominem o seu trabalho.” Assim Jorge Silvetti, jurado do Prêmio Pritzker 2000, se refere ao arquiteto holandês Rem Koolhaas, laureado naquele ano. Foi justamente o impacto de suas idéias que despertou o interesse da mídia internacional – e dos profissionais e estudantes de arquitetura – em Koolhaas, já no início de sua carreira. Após formar-se pela Architecture Association School, de Londres, em 1972, Koolhaas recebeu uma Harkness Fellowship para pesquisa nos Estados Unidos. Em 1978, publicou seu primeiro livro, “Delirious New York: um Manifesto Retroativo por Manhattan” (relançado em 1994), que o tornou famoso antes mesmo ter seus projetos construídos. Seguiram-se, em 1994, “S,M,L,XL” (1.300 páginas, em colaboração com o designer gráfico canadense Bruce Mau) e “Content”, lançado em abril de 2004. Atento observador da realidade e, ao mesmo tempo, visionário, o arquiteto é autor de declarações polêmicas, que no entanto se confirmam em seus projetos, como: “o elevador – com seu potencial para estabelecer conexões mais mecânicas do que arquitetônicas – e sua família de invenções relacionadas tornaram nulo e vazio o repertório clássico da arquitetura”. Hoje, seu escritório, o Office for Metropolitan Architecture (OMA), tem obras de grande porte executadas na Europa, na América e na Ásia e coloca em prática as teorias desenvolvidas por Koolhaas e seus três sócios: Ole Scheeren, Ellen van Loon e Joshua Ramus. Com sedes em Rotterdam (Holanda) e N. York (Estados Unidos), o OMA emprega cerca de cem pessoas, entre arquitetos, designers, pesquisadores, desenhistas, modelistas e designers gráficos. Entre as obras mais recentes estão a Seattle Public Library, a loja Prada de Beverly Hills (Estados Unidos), a Embaixada da Holanda, em Berlim (Alemanha), o Illinois Institute of Technology, em Chicago (Estados Unidos), e a Casa da Música, na cidade do Porto (Portugal).
“Arquitetura é a combinação arriscada de onipotência e impotência.” Rem Koolhaas
No projeto da Seattle Public Library, Rem Koolhaas e o Office for Metropolitan Architecture (OMA) reinventam o funcionamento da biblioteca e trazem nova dinâmica a este ambiente, subvertendo as relações entre informação e espaço público e fazendo surgir novos paradigmas Winnie Bastian
Foto Seattle Public Library
A silhueta agressiva, com ângulos díspares, captura a atenção de quem passa. A “pele” em vidro, estruturada por uma trama em aço, é o invólucro de soluções espaciais insólitas – e inteligentes –, hábito cultivado por Koolhaas em sua prática projetual. O projeto do OMA para a nova Seattle Public Library (SPL) foi o vencedor de um concurso que envolveu 29 escritórios de todo o mundo. O motivo do êxito? O grupo liderado por Koolhaas e Joshua Ramus foi o que apresentou o melhor processo de pesquisa. “Nosso impulso inicial é considerar como tornar fresco um programa específico, verificar o que é redundante e o que merece ser reinventado”, explica Koolhaas. E, nesse caso, o que vemos é mesmo a reinvenção da biblioteca, agora transformada em espaço público, com grandes áreas de convívio e de lazer. Após um atento estudo do complexo programa que a nova SPL exigia, Koolhaas e
Nas duas pá gi nas, vis tas ex ter nas da Se at tle Pu blic Li brary. A for ma an gu lo sa não é gra tu i ta: os pla nos in cli na dos en vi dra ça dos pro por ci o nam en tra da ge ne ro sa de luz na tu ral e per mi tem no vas vi sõ es do en tor no
Foto Philippe Ruault
REM KOOLHAAS / OMA - SEATTLE PUBLIC LIBRARY
UMA VIAGEM AO FUTURO
falta imagem
Fotos Philippe Ruault
Ramus estabeleceram nove conjuntos programáticos: cinco de estabilidade e quatro de instabilidade. “Cada conjunto é definido para um fim específico e equipado para performance máxima”, explica Joshua Ramus. Os conjuntos de “estabilidade” são organizados em cinco plataformas (administração, livros, reuniões, informação e estacionamento), intercaladas com quatro pavimentos grandes e abertos (uma área para crianças, a Sala de Estar, a Sala da Interação e a Sala de Leitura). Os pisos intermediários são deslocados até 15 metros em relação às plataformas, conforme a necessidade e a intenção dos arquitetos. Ramus esclarece: “modificando geneticamente a superposição dos pavimentos do típico arranha-céu norte-americano, surge um edifício que é ao mesmo tempo sensível (a geometria proporciona sombra ou grandes quantidades de luz natural quando desejável), contextual (cada lado reage de forma diferente a condições urbanas específicas ou vistas desejadas), icônico”. A existência desses nove compartimentos espaciais com áreas e funções bem-definidas também atende a outro problema observado pelos arquitetos. “Nas bibliotecas contemporâneas, a flexibilidade é concebida criando-se pisos genéricos, nos quais quase qualquer atividade pode acontecer. Mas a implacável expansão da coleção inevitavelmente diminui o espaço público”, afirma Ramus. Com essa nova proposta, a “flexibilidade pode existir dentro de cada compartimento, mas não às custas de outro”, diz Koolhaas. O sistema de exposição dos livros é outra inovação expressiva do projeto.
Na pá gi na ao lado, vis ta ge ral da Sala de Es tar: am plo pé-di rei to, luz na tu ral abun dan te e ta pe tes fo to grá fi cos que re me tem à na tu re za. Aci ma, ou tra vis ta da Sala de Es tar ten do, ao fun do, as Sa las de Reu ni õ es e a Sala de In te ra ção. Abai xo, es que mas ilus tram a re la ção en tre os con jun tos pro gra má ti cos: à es quer da, as pla ta for mas (ou a “es ta bi li da de”) e, à di rei ta, os pi sos in ter me di á ri os (ou a “ins ta bi li da de”); a al ter nân cia en tre es pa ço como luxo e es pa ço como ne cessi da de traz di na mis mo ao pro je to de Ko o lhaas e Ra mus
Na pá gi na ao lado, vis tas in ter nas da bi bli o te ca. Em sen ti do ho rá rio: es ca da rias que con du zem das Sa las de Reu ni ão à Sala de Inte ra ção; piso em ma dei ra com bai xo-re le vo cria do pela ar tista Ann Ha mil ton (ao fun do, a Es pi ral dos Li vros); as es ca das vis tas a par tir da Es pi ral; a área para cri an ças. No pé des ta pá gi na, es que ma ilus tra o fun ci o na men to da Es pi ral: o cir cu i to con tí nuo de SPL per mi te que cer tos assun tos se jam ex pan di dos ou con traí dos sem que brar a classi fi ca ção de ci mal de De wey
Na biblioteca tradicional, a coleção é organizada conforme os andares e/ou corredores; contudo, à medida que as coleções aumentam, os materiais são dissociados de suas categorias (material em excesso é colocado no porão ou em outros departamentos quaisquer). Na SPL, a coleção está disposta em uma fita contínua espiralada, na qual “os assuntos formam uma coexistência que se aproxima do orgânico; cada um se relaciona com o próximo, ocupando mais ou menos espaço na fita, mas nunca forçando uma ruptura. Em Seattle, as 6.233 estantes da espiral armazenam 780 mil livros na abertura da biblioteca, com flexibilidade para crescer até 1.450.000 no futuro, sem a necessidade de acrescentar nenhuma estante”, revelam os arquitetos. O cuidado com a funcionalidade, contudo, não torna o edifício uma “máquina de pesquisar”. A generosidade dos espaços públicos (os pisos intermediários) e a forma como estes se articulam trazem vitalidade ao projeto. O edifício reconstitui o ambiente de uma cidade, com suas vistas, seu relevo, e até mesmo sua natureza (representada nos tapetes fotográficos que se espalham pelos vários pavimentos). Logo na entrada, o visitante se depara com o maior e mais convidativo espaço público da biblioteca: a Sala de Estar (Living Room), uma espécie de praça com pé-direito triplo, na qual coleções de ficção, área para adolescentes, café, loja e áreas de atendimento dividem espaço com estações de computadores e modernos sofás de borracha. Escadas rolantes amarelas conduzem os usuários da Sala de Estar diretamente ao centro do mezanino do 5º andar, onde funciona a Sala de Interação (Mixing Chamber), “uma área de máximo contato usuário-bibliotecário, um andar de troca para preencher uma necessidade essencial (quase sempre negligenciada) de ajuda especializada interdisciplinar”, define Ramus. Partindo desse ponto, uma escada rolante expressa leva ao centro da Espiral dos Livros (Book Spiral), a grande rampa contínua que se desenvolve por quatro andares. Além do caminho natural pelas rampas (as quais, amplas e bem-iluminadas, convidam à pesquisa), escadas e elevadores criam “ata-
Fotos Seattle Public Library
lhos” entre as estantes, facilitando a procura por exemplares específicos.
0
5
10m
Escritórios
Sala de Leitura
Espiral dos Livros
Sala de Interação
Salas de Reuniões
FICHA TÉCNICA – SEATTLE PUBLIC LIBRARY Arquitetura: OMA (Rem Koolhaas e Joshua Ramus); LMN (John Nesholm) Engenharia estrutural: Arup; Magnusson Klemencic Associates Engenharia mecânica, sistemas antiincêndios, informática e sistemas audiovisuais: Arup Acústica: Michael Yantis Associates (Michael Yantis e Basel Jurdy) Iluminação: Kugler Tillotson Associates (Suzan Tillotson e Wai Mun Chui) Interiores: OMA; LMN; Inside/Outside (Petra Blaisse); Maarten van Severen Paisagismo: Inside/Outside (Petra Blaisse); Jones & Jones (Ilze Jones, Jim Brighton e Shaney Clemmons); Greenlee Nursery (John Greenlee) Sala de Estar
Auditório Área para crianças Estacionamento
Salas de Reuniões
Sala de Interação
Sala de Estar
Sala de Leitura 0
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Foto Seattle Public Library
Aci ma, o edi fí cio à noite: nos an da res inter me di á ri os, ilu mi na dos, se lo ca li za a Es pi ral dos Li vros
A Espiral dos Livros culmina em uma sala de leitura iluminada sob um plano inclinado de aço e vidro com 12 metros de altura. Embora o tamanho da biblioteca tenha dobrado (possui hoje quase 40 mil metros quadrados), o mesmo não aconteceu com a equipe de funcionários, graças a novas tecnologias que auxiliam na automatização da busca e do checkout, entre outras funções. Uma das maiores mudanças é um “selecionador de livros”, no qual uma esteira rolante transporta automaticamente os livros desde a boca da cesta de devolução até o departamento correto, graças à utilização de chips de rádio implantados em cada exemplar. A estrutura da SPL também foge ao convencional. No centro da construção, uma coluna monumental de concreto funciona como “âncora” para a estrutura de aço distribuída pelo restante do edifício. O fechamento envidraçado da biblioteca é suportado por uma grelha em aço azul-celeste, que transpõe com grandes planos inclinados a distância entre as plataformas deslocadas, minimizando o número e o tamanho das colunas no interior do edifício. Formada por vigas “I”, essa grelha foi projetada para resistir a cargas de vento e sísmicas. Para eliminar o desperdício de material e facilitar a instalação, os painéis de vidro foram dimensionados com 1,22 x 2,13 metros cada. Uma fina trama metálica, prensada entre as camadas de vidro, atua na redução do ganho de calor. Maior projeto já executado pelo OMA, a Seattle Public Library é um marco no trabalho de Koolhaas e do escritório e estabelece novos padrões para os projetos desse equipamento. A biblioteca passa a ser vista como “uma ‘loja’ de informação onde todos os tipos de mídia – novas e velhas – são apresentadas igualmente e de modo legível”, como pretendiam os arquitetos. ❉
CHARLES AND DEE WYLY THEATRE – DALLAS, ESTADOS UNIDOS Neste projeto, Rem Koolhaas e Joshua Ramus recriam a tipologia do teatro e propõem uma construção ver ticalizada, com 11 andares e um subsolo. Nos teatros tradicionais, os espaços de apoio – salas de ensaio, escritórios, salas de maquiagem, camarins e outras áreas – envol vem a área do palco. No Wyly Theatre, esses espaços estarão locali zados acima ou abaixo da sala de espetáculo (esta ao nível da rua), permitindo máxima interação e flexibilidade. Com custo aproximado de 45 milhões de dólares e quase 7 mil metros quadrados de área construída, o Wyly Theatre será um teatro multiformato, no qual sistemas mecanizados permitirão rápidas mudanças no layout da sala de espetáculo (proscênio realçado, teatro-estúdio e piso plano, entre outras).
A independência entre os componentes da sala (piso, assentos, controle de luz, separação acústica) proporciona flexibilidade total a cada um dos itens: a super fície do piso pode ser furada, pintada ou receber pregos; os assentos, incluindo os balcões, podem mudar ou desaparecer completamente; as paredes que permitem controle de luz podem ser manipuladas de modo indi vidual ou em conjunto; a barreira acústica pode ser desmateriali zada em um perímetro de vidro, que torna o espetáculo visível a quem está na rua. A idéia é ampliar a acessibilidade do público, “desmistificando as ati vida des do te a tro e afir man do-o como um lo cal po pu lista no Arts District”, informam os ar quitetos. A construção deverá estar concluída em 2007.
© Office for Metropolitan Architecture (OMA)
CENTRAL CHINESE TELEVISION (CCTV) – PEQUIM, CHINA Duas tor res in cli na das, que se do bram a 90 graus no topo e na base para se en con tra rem, for man do um “tubo” con tí nuo e es ta be le cen do um lu gar ur ba no, ao in vés de apon tar para o céu. Assim será a nova sede da te le vi são chi nesa, pro je to de Rem Ko o lhaas e Ole Sche e ren. Com cus to es ti ma do em 600 mi lhõ es de eu ros e área to tal cons tru í da de 540 mil me tros qua dra dos, o com ple xo en vol ve dois edi fí ci os e um par que, ins ta la dos em uma área de 10 hec ta res no novo Cen tral Bu si ness Dis trict (CBD), o dis tri to cen tral de ne gó ci os de Pe quim. O edifício da CCTV reúne, em 405 mil metros quadrados, todas as funções da produção televisiva, da administração aos estúdios, passando pela transmissão e produção, em uma sequência de atividades interconectadas. “A gre lha ir re gu lar na fa cha da do edi fí cio é uma ex pressão das for ças via jan do através de sua es tru tu ra”, ex pli ca o OMA. Por sua al tu ra de
230 me tros e sua for ma in co mum, este edi fí cio “se ria um desa fio estru tu ral sig ni fi ca ti vo em qual quer par te do mun do, mas o é es pe cial mente em Pe quim, uma zona al ta mente sís mi ca”, de cla ram os enge nhei ros do Arup, es critó rio mul ti na ci o nal res pon sá vel pe lo desen vol vi mento das estru tu ras do com ple xo. O se gun do edi fí cio, com cer ca de 116 mil me tros qua dra dos, abri ga rá um cen tro cul tu ral (Te le vi si on Cul tu ral Cen ter – TVCC), um ho tel, um cen tro de vi si tan tes, um gran de te a tro pú bli co e es pa ços ex po si ti vos. O Me dia Park for ma uma pai sa gem de en tre te ni men to pú bli co, áre as ex ter nas de fil ma gem e es tú di os de pro du ção como uma ex ten são do eixo ver de do Cen tral Bu si ness Dis trict. O edi fí cio de ve rá es tar con clu í do para os Jo gos Olím pi cos de Pe quim, em 2008.
Š Office for Metropolitan Architecture (OMA)
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futura
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O CIMENTO BRANCO CAUÊ ABRE NOVOS CAMINHOS PARA SEUS PROJETOS. PARA ALCANÇÁ-LOS, SIGA A SUA IMAGINAÇÃO. A ponte Irineu Bornhausen, localizada na cidade de Brusque, Santa Catarina, é um novo marco na arquitetura brasileira. Toda construída em concreto branco, a ponte é o resultado de mais de 2 anos de pesquisas realizadas pela Cauê, líder no mercado nacional de cimento branco, para produzir o Concreto Branco Cauê, que abre novos caminhos para o uso do concreto na sua forma aparente. Estaiada, com 100 metros de extensão, a ponte de Brusque utilizou em sua construção cimento branco Cauê e sílica ativa Silmix. A primeira ponte de concreto branco do Brasil é uma homenagem do Cauê Branco à sua imaginação e uma defesa apaixonada da liberdade de criação. www.caue.com.br. Central de Atendimento Cauê 0800 703 9003
FUTURA
REVISTA
84903
394X280
10/05/2004
340
CYAN
MAGENTA
YELLOW
BLACK
Embalagens com 50 e 25kg. Cimento Portland Branco de Alta Resistência.
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O CIMENTO BRANCO CAUÊ ABRE NOVOS CAMINHOS PARA SEUS PROJETOS. PARA ALCANÇÁ-LOS, SIGA A SUA IMAGINAÇÃO. A ponte Irineu Bornhausen, localizada na cidade de Brusque, Santa Catarina, é um novo marco na arquitetura brasileira. Toda construída em concreto branco, a ponte é o resultado de mais de 2 anos de pesquisas realizadas pela Cauê, líder no mercado nacional de cimento branco, para produzir o Concreto Branco Cauê, que abre novos caminhos para o uso do concreto na sua forma aparente. Estaiada, com 100 metros de extensão, a ponte de Brusque utilizou em sua construção cimento branco Cauê e sílica ativa Silmix. A primeira ponte de concreto branco do Brasil é uma homenagem do Cauê Branco à sua imaginação e uma defesa apaixonada da liberdade de criação. www.caue.com.br. Central de Atendimento Cauê 0800 703 9003
FUTURA
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Embalagens com 50 e 25kg. Cimento Portland Branco de Alta Resistência.
À direita, mesa Junina, recém-lançada pela designer, em vidro plano laminado. No pé da página, a escultura Ar, criada com a técnica de cristal soprado “free form”
DIÁLOGO COM A MATÉRIA Ela simplesmente deixa a matéria-prima falar. “Respeito o vidro, acatando as formas que ele sugere no momento em que está livre pelo calor”, afirma. Em seu trabalho, o vidro pode até escolher o assunto da conversa, mas é a criadora, Jacqueline Terpins, quem dá a palavra final
Vanessa Domingues / Fotos Andrés Otero Design com arte, arte com design. Na obra de Jacque-
lava de um vulcão: manifesta vida própria. Brinco
line Terpins, os conceitos coexistem, interagem, com-
que sou viciada nesse trabalho, mas há um fundo de
pletam-se. Formada em comunicação visual e atuante
verdade, admito.”
no campo das artes plásticas, Terpins é, hoje, figura im-
Em atividade profissional desde 1988, Terpins aproveita
portante no design contemporâneo brasileiro. “Sempre
as peças decorativas para ousar e fascinar. O vaso
me coloquei como artista plástica, mas, por um movi-
Pólen, por exemplo, surpreende ao exibir cores vindas
mento de vida, acabei sendo levada ao design”, conta.
de seu interior. “Com as esculturas, realizo grandes
Na exposição “In Vitrum Veritas” (“no vidro, a verda-
descobertas, porque não existe compromisso com a
de”), em cartaz no Museu da Casa Brasileira, São Pau-
função. Minha única meta é ser livre”, esclarece.
lo, de 21 de julho a 22 de agosto, o público pôde confe-
Para impedir qualquer marca indesejada, são utilizadas
rir uma coletânea da trajetória dessa artista-designer.
ferramentas de madeira e blocos de jornal molhado. No
Com a mesma plasticidade formal, esculturas, vasos,
ato da execução, além de toda a técnica, é necessário
louças e mobiliário mostram sua ap-
cautela, pois a temperatura do forno de aquecimento é
tidão em criar o belo, o funcional,
de 700ºC a 1.200ºC (!). “Uso avental de amianto e más-
e sua intimidade com uma ma-
cara especial, mas parte do pescoço fica descoberta.
téria específica: o vidro.
Não tem problema, se acontecer alguma coisa, basta
Terpins foi apresentada ao
colher uma folha de babosa”, assegura, irreverente.
material por Ivan Serpa, em
A natureza é sua grande fonte de inspiração. “Meu pro-
1971, durante um curso no
cesso criativo alimenta-se do universo: a raiz da árvore,
Centro de Pesquisa e Arte, Rio de
a pedra imensa, o caminho de areia, a fauna marinha”,
Janeiro. “Fiquei fascinada. A massa
conta (o Pólen surgiu após a observação de orquídeas
vítrea incandescente assemelha-se à 50 ARC DESIGN
no jardim de sua casa).
Acima, a brincadeira da presença/ausência nos módulos da linha Leve: a parte traseira é construída com duas peças de vidro laminado negro postas em paralelo, deixando espaço livre entre elas para a passagem dos fios. Ao lado, vaso Pólen, em cristal soprado e manipulado
No entanto, quando o assunto é mobiliário, o binômio forma/função é a máxima a ser adotada. A leveza das linhas Pixels e Pi é mantida na nova coleção, considerando sempre cálculos geométricos para garantir segurança e confiabilidade. Transitando entre transparência e opacidade, a série Leve, lançamento de módulos para escritórios e home-theaters, propõe uma alternativa simples e eficiente para organizar e esconder a fiação dos equipamentos tecnológicos. Dentre os destaques de 2004 estão ainda o Biombo, que pode ser fixo ou giratório, e a mesa Junina, na qual a designer começa a trabalhar com perfurações. Descrente de tendências e seguidora de um estilo próprio, Jacqueline Terpins faz peças também em alumínio, cerâmica e madeira. “O movimento e a tensão de cada material revelam sua singularidade, instigando a procura e a descoberta”, afirma. Enquanto a artista que se transforma em designer continua procurando e descobrindo, espectadores se esforçam para responder como alguém é capaz de ouvir – e compreender – o que a matéria-prima diz... ❉ 51 ARC DESIGN
PUBLI EDITORIAL
SOLIDOR
INTEGRAÇÃO PERFEITA Líder no mercado de divisórias piso-teto, a Solidor aposta no desenvolvimento de uma linha própria de mobiliário. Com excelente relação custo/benefício, a empresa oferece soluções inteligentes para condicionar a fiação dos equipamentos e garantir a unidade visual em todo o escritório
52 ARC DESIGN
Tudo começou em 1951, com a produção de portas espe-
está ampliando seu raio de ação. Trata-se do Sistema
ciais para a construção civil. A tecnologia alemã possibi-
de Mobiliário Integrado S10, composto por biombos e
litou a fabricação das “solid doors” e fez surgir a indústria
superfícies acopladas. Os componentes – projetados
brasileira Solidor, líder no setor de divisórias piso-teto.
por uma equipe especializada após cuidadosa sonda-
Fechamento total ou mágica da translucidez: qualquer
gem junto a clientes/usuários – permitem diversas con-
que seja a intenção para o universo do trabalho, a So-
figurações, desde a recepção até as salas de reunião.
lidor resolve.
Com tecnologia sofisticada, o sistema vem preparado
Hoje, sob a direção de Romeu Chagas, Ricardo de
para o transporte das redes de fiação, o que, sem dúvida,
Abreu e Lorival Campanaro, a empresa orgulha-se da
oferece maior segurança na utilização dos equipamentos,
posição privilegiada, resultado de três “valores-chave”:
além de otimizar a organização e limpeza do ambiente.
qualidade, confiabilidade e comprometimento.
O ótimo acabamento em alumínio com pintura eletros-
Apresentando como diferencial a forte preocupação em
tática em cores lisas ou metálicas, somado a diversas
todo o processo pós-venda – montagem, desmontagem,
opções para revestimentos de superfícies e biombos,
alterações –, a empresa consolida sua atuação no mer-
integra-se também às divisórias. Tudo para propiciar
cado ao desenvolver projetos para clientes de peso,
harmonia ao espaço; afinal, esse é o fermento da cria-
como Alcoa, Citibank, Petrobrás, Pfizer, Bosch e, mais
tividade e da qualidade do trabalho!
recentemente, Instituto Fernando Henrique Cardoso.
O mobiliário está exposto no show-room da Solidor, lo-
O que é bom promete ficar melhor, porque a Solidor
calizado na Rua Funchal, 551, 1º andar, em São Paulo.
SOLIDOR – SISTEMAS PARA ESCRITÓRIOS LTDA. Rua Paulo Afonso, 184 – Diadema, SP Tel.: (11) 4067-5000 www.solidor.com.br
A modulação uni versal do Sistema S10 Solidor possibilita grande variedade de layouts, formando nichos mais ou menos pri vati vos. O design do mobiliário considera o volume de fios nos escritórios; a coluna estrutural com por ta basculante (no detalhe à direita) permite a acomodação segura das redes de tele fonia, energia e lógica. As su per fí ci es das esta çõ es de tra ba lho são apoia das em pés tu bu la res ova la dos de alu mí nio ex tru da do, com al tu ra ajustá vel para aco mo dar even tuais des ní veis de piso. O aca ba men to dos per fis pode ser nas co res bran ca, pre ta ou cin za, ou ain da em tons me tá li cos: azul, ver de, bege e pra ta
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Foto
Már
cio
Mas
kovi
ch
O MELHOR AMIGO DO HOMEM Qual o melhor amigo do homem? Sem dúvida aquele objeto, quase uma prótese de nossas mãos, que nos permite interagir com o mundo. Lápis, colher, copo e todo um universo de extensões de nosso corpo ou de auxiliares de nossas atividades cotidianas
Maria Helena Estrada A cada ano acontecem duas edições da Gift, feira de presentes – que poderia ser chamada de feira de objetos –, além de mostras paralelas e diversos desdobramentos, que se espalham pela cidade. Movimentos que demonstram a nova força de um segmento bastante especializado: o dos objetos e, no caso que nos interessa, o dos objetos utilitários para os diversos hábitats. Housewares & Gift Fair, ABUP Show,
Foto Miguel Aun
Circuito Craft são eventos de proporções diversas e que também reúnem objetos de níveis diferentes de industrialização. O Circuito Craft, como o próprio nome indica, tem se especializado em objetos de raiz artesanal, enquanto as duas outras feiras reúnem (entre a fartura de “bric-à-bracs”) empresas de maior porte. O movimento é extremamente salutar: são, todas elas, feiras de grande sucesso comercial, que têm ajudado na 56 ARC DESIGN
Na pá gi na ao lado, no alto, acessó ri os para ba nhei ro em bam bu gigante, ma te rial de uso ain da in ci pi en te e que se en con tra em abun dân cia no Bra sil; cria ção de Fer nan da Vil las Boas para a Eth nia (Craft). Embai xo, pra tos em resí duo de pa pel e “mi né rio das Ge raes”, tra ba lha dos à mão, no pro je to Ca bo ré, de Mau ro Drum mond (Craft). Nes ta pá gi na, ob je tos do su des te asi á ti co im por ta dos pela Na muh Arte e De co ra ção: ma nei ra ori gi nal de apro vei tar e tra ba lhar a fi bra “wa ter hya cinth”, que nas ce na água com a plan ta ção de ar roz (Gift)
divulgação do produto brasileiro, em nosso país e no exterior. Mas o que salta aos olhos ao examinarmos a produção brasileira? Enquanto o artesanato se caracteriza por uma linguagem própria, por uma criação original, a indústria ainda insiste em copiar modelos já produzidos no exterior. Sabemos que não faltam designers, não falta tecnologia – apesar de não-originais, os produtos estão a cada dia com melhor qualidade física –, não falta mercado. Falta a coragem de investir, de arriscar? Vamos continuar reAcervo ARC DESIGN
petindo eternamente os mesmos talheres, as mesmas travessas e tigelas, sejam plásticas ou metálicas, o mesmo tudo? Procuramos selecionar para esta resenha, como sempre fazemos, apenas produtos com algum grau de originalidade; com apenas duas exceções, são todos produtos brasileiros. Procuramos também equilibrar produtos artesanais e industriais – o que não foi muito fácil. Para as próximas feiras, que novamente reunirão “os melhores amigos do homem”, esperamos maior contribuição da indústria para que esses amigos possam servir com qualidade e originalidade a um número cada vez maior de usuários. ❉ 57
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Aci ma, ta lhe res in fan tis em aço inox e po li pro pi le no Tre bim bi Click, design San dro Ri va dossi para a Scan Cook, im por ta dos pela Tri ple C (ABUP). Abai xo, jogo ame ri ca no La dri lho, de Clau dia e Mô ni ca Arau jo, em EVA e fios de al go dão te ci dos em te a r ma nu al (ABUP); a pro du to ra, Clau dia Arau jo, tem ca pa ci da de para 150 metros quadrados/mês
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Foto Fabio Bustamante
Aci ma, à es quer da, travessa Oval Hot, me tá li ca, com pra to re moví vel em por ce la na, o qual pode ir ao for no e ao mi cro on das; pro du ção Coza (Gift). À di rei ta, fru tei ra Flip Flap em com pen sa do fle xí vel, design Reno Bon zon e Li gia Mi guez, pro du ção Zona Zero (ABUP). Abai xo, Es cor re dor Seco, cria ção da Ber tussi Design para a Mar ti plast: em po li pro pi le no, possui base re moví vel, útil como ban de ja co le to ra de água (Gift)
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Claudia Araujo Tel.: (11) 5539-7429 www.claudiaaraujo.com.br Coza Tel.: (54) 211-2699 www.coza.com.br Ethnia Tel.: (11) 3078-2843 www.ethnia.com.br Flavia Pagotti Silva Tel.: (11) 3758-5553 flaviapsilva@homail.com Namuh Tel.: (11) 4617-5384 www.namuh.com.br
Martiplast Tel.: (54) 211-0657 www.martiplast.com.br Mauro Drummond Tel.: (31) 3227-6400 www.hexagon.com.br Triple C Tel.: (13) 3319-2007 trebimbi@scancook.com.br Zona Zero Tel.: (11) 3088-0399 www.zonad@zonad.com.br
Acervo ARC DESIGN
ONDE ENCONTRAR
Aci ma, bol sa em lona crua se rigra fa da com alรงa em ma dei ra tor ne a da, sim pรก ti co pro du to ar tesa nal en contra do na Fei ra de Ar tesa na to de Per nam bu co e revista na Craft. Abaixo, pufe-revisteiro estruturado, com re vesti mento em te cido, design Flavia Pa got ti Sil va (Craft)
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A Suzano Papel e Celulose e a Arc Design acabam de selar mais uma parceria para garantir a qualidade gráfica que a revista apresenta, dando sequência ao
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gráfico
sólido relacionamento da empresa com o design gráfico brasileiro. Agora, a Suzano Papel e Celulose é a patrocinadora do caderno Design Gráfico, que a cada edição de Arc Design apresenta os trabalhos mais inovadores nesse campo. Essa é mais uma iniciativa da Suzano Papel e Celulose para a disseminação da cultura do design gráfico no Brasil e que contribui para a formação dos profissionais da área. A atuação da fabricante de papel é um exemplo de como o design gráfico faz a diferença. O design tem participação significativa em diversos processos da empresa, desde o lançamento de novos papéis – no desenvolvimento de produtos específicos para o setor, na realização de parcerias com escritórios de design gráfico para a elaboração da melhor solução para o usuário final – até uma premiação nacional voltada para esses profissionais. Esta edição de Arc Design utiliza somente papéis Suzano. Capa em Supremo Duo Design 250 g/m2 Miolo em Couché Suzano Matte com três diferentes gramaturas: Suplemento Mestres da Arquitetura – 150 g/m2 Versão em inglês – 115 g/m2 Demais cadernos – 130 g/m2
PAPEL E CELULOSE
O LATIN FLAVOUR NA TIPOGRAFIA Mais depressa do que se imagina, o mercado reconhece a qualidade e a inovação dos trabalhos desenvolvidos por tipógrafos latino-americanos. A Bienal Letras Latinas 2004 e a premiação do concurso promovido pela Linotype Library provam que, embora ainda haja muito para aprender, a produção apresentada por profissionais brasileiros, argentinos, mexicanos e chilenos tem nível internacional Claudio Rocha
Na tipografia, ciência e arte se misturam... A riqueza de detalhes, a técnica e a maestria das soluções de design de um alfabeto refletem adequação e funcionalidade, sem desconsiderar aspectos estéticos. Chegamos aqui graças a uma tradição secular, um progresso histórico apaixonante, durante o qual personagens nos presentearam com um legado valioso e diverso ao extremo – herança que serve de matéria-prima para o desenvolvimento de fontes digitais contemporâneas e ponto de partida até mesmo para experimentos mais iconoclastas. O conhecimento dos segredos da boa tipografia tem circulado pelo continente europeu e, desde o início do século 20, passa necessariamente pelos Estados Unidos. Esse eixo, no entanto, está balançando com o ingresso de países com pouca experiência na área, mas com patrimônios simbólicos bastante particulares.
Na página ao lado, Samba, dos brasileiros Tony e Caio de Mar co, ba se a da no tí tu lo da re vis ta Para To dos (à direita), cujas letras foram criadas por J. Carlos (1884-1950), ilus tra dor e ar tis ta grá fi co ca ri o ca. Autor de inúmeras capas em estilo Art Deco, J. Carlos utili zava geometria precisa na composição de títulos e informações complementares. A Samba possui di versos carac teres alter nati vos, além das versões bold e expert. A fonte recebeu o terceiro prêmio no concurso da Li noty pe Li brary (tony@mac ma nia.com.br)
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Aci ma, à es quer da, Co lo nia, do bra si lei ro Fa bio Lo pez, para tex tos lon gos. As le tras têm de ta lhes ins pi ra dos em ti pos gó ti cos, tor nan do o de se nho bas tan te pe cu li ar. Lo pez pre o cu pou-se em de sen vol ver con jun tos com ple tos de ca rac te res para cada va ri a ção de peso e pos tu ra, in clu in do uma ver são bit map para web de sign (fltype de sig ner@hot mail.com). Na sequência, Aus tra lis, do chi le no Fran cis co Pi zar ro, bus ca tra du zir vi su al men te o rit mo da lín gua es pa nho la. As ver sõ es itá li ca e small caps estão em fase de cri a ção, mas não exis te a bold. Em 2002, a fon te Aus tra lis
ob te ve o Gold Pri ze no con cur so da em pre sa ja po ne sa Mo ri sa wa. No pé da página, Cal lis, do ti pó gra fo ar gen ti no Ru bén Fon ta na, pro je ta da ex clu si va men te para apli ca ção em pla cas vi á ri as, de pois de o au tor iden ti fi car de fi ci ên ci as nas con di çõ es de le gi bi li da de e com po si ção das pla cas de ruas e de es tra das em di ver sos paí ses da Amé ri ca do Sul. Ca rac te res, nú me ros e sig nos res pon dem à ne ces si da de de lei tu ra e ao re co nhe ci men to rá pi do em con di çõ es crí ti cas (rf@fon ta na-d.com)
A frieza conceitual e tecnológica das culturas dominantes não resiste ao vigor e à liberdade “irresponsável” dos novos tipógrafos, principalmente daqueles de origem latina. Apesar dos esforços em contrário, a globalização – impulsionada pela internet – é uma via de duas mãos: o exótico, no sentido estrito do termo (aquilo que está distante dos olhos), atropela a mesmice e o tédio recorrentes no Hemisfério Norte. Hoje em dia, vários latino-americanos possuem suas fontes distribuídas pelas principais “typefoundries” internacionais. A Bienal Letras Latinas 2004 registrou parte dessa criação. O evento, organizado pela revista argentina Tipográfica e realizado simultaneamente em Buenos Aires (Argentina), São Paulo (Brasil), Santiago (Chile) e Veracruz (México), contou com 235 inscrições, de oito países, nas categorias Texto, Títulos, Experimentais, Miscelânea e Tela. 64 ARC DESIGN
Acima, à esquerda, Muta, do argentino Matias Badino, chama a atenção pela duplicação de traços dos caracteres. De maneira original, o autor procurou carregar as letras de significados, como se as mutações internas ocorressem de forma espontânea. O resultado é curioso e, apesar de ser potencialmente ruidoso, o aspecto final não compromete a decodificação das palavras. Muta foi baseada na fonte Gill Sans (matias_badino@hotmail.com.ar). Na sequência, Nova, da brasileira Priscila Farias: fonte ligeiramente condensada, com serifas angulares – característica predominante, aparecendo também nas serifas ver ticais e em traços
como a barra do “f” e a orelha do “g”. A família conta apenas com a versão bold, mas a autora planeja uma sem serifa (priscilafarias@uol.com.br). Abai xo, Pau lis tha nia, de Lu cia no Car di na li, fon te de tex to com for tes tra ços ca li grá fi cos. Preser va ca rac te rís ti cas cons tru ti vas dos ti pos hu ma nis tas dos sé cu los 15 e 16, mas in cor po ra novi da des nos de ta lhes de di ver sos ca rac te res, como a com bi na ção de se ri fas re tas e in cli na das nas le tras “A” “ V” e “ Y” e as ter mi na çõ es alon ga das das le tras “K” e “R” . Ou tro tra ço par ti cu lar é a has te cur va da das le tras “b”, “d”, “h”, “k” e “l” (lu cia no car di na li@uol.com.br)
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Aci ma, Bo he mia, do ar gen ti no Edu ar do Man so: fon te se ri fa da para uso em tex tos e tí tu los. Foi a pri mei ra co lo ca da no con cur so da Li noty pe Li brary, em 2003, re ce beu o Cer ti fi ca do de Ex ce lên cia do Type Di rec tors Club de Nova York, em 2004, e par ti ci pou da Bi e nal Le tras La ti nas, com o nome Ar got Dis play. O au tor ba se ou-se no de se nho de ti pos norte-ame ri ca nos para jor nais do sé cu lo 19, mas pro cu rou acres cen tar uma pers pec ti va atual com atri bu tos de ele gân cia e re fi na men to (eduar do@emty pe.net)
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Outra mostra da qualidade das peças criadas na América Latina é o resultado da última edição do “International Type Design Contest”, promovido pela Linotype Library: em primeiro lugar, um argentino e, em terceiro, um brasileiro. Outro brasileiro recebeu uma das dez menções honrosas. Bom sinal. No Brasil, resta estabelecer uma relação mais sólida com o mercado. A pirataria começa a ser encarada como erro de postura profissional, desmerecendo o próprio designer. Afinal, uma fonte digital é fruto de trabalho árduo – envolve o estabelecimento de um um programa com desenho de no mínimo 90 signos, os quais devem se relacionar formalmente na composição de palavras. Fica a certeza de que com o surgimento de uma produção tipográfica latino-americana consistente, nossas fontes desempenharão papel-chave para expressar a identidade cultural desses países no cenário globalizado. ❉ Cláudio Rocha é designer gráfico e tipógrafo. Editor da revista Tupigrafia e sócio da Oficina Tipográfica São Paulo. Tem fontes digitais no catálogo da ITC - Interna ti o nal Type fa ce Cor po ra ti on. É o de le ga do bra si lei ro da ATy pI - As so ci a ção Tipográfica Internacional.
Aci ma, An ta go mé tri ca, do argen ti no Ma xi mi lian Giun gi, para tex to, po den do ser uti li za da como fon te dis play em cor pos mai o res. Não apresenta va ria ção de contraste entre as hastes e suas pro por çõ es são li gei ra men te con den sa das. Com bi na ele men tos for mais dos ti pos “gro tes co”, do fi nal do sé cu lo 19, e dos ti pos ge o mé tri cos, surgidos no iní cio do sé cu lo 20. A par tir deste ano, deve fa zer par te do ca tá lo go da Bits tre am (ma xi giun gi@hot mail.com)
O júri da Bienal Letras Latinas que selecionou as 40 fontes mais relevantes foi composto por Rubén Fontana (Argentina), Francisco Calles Trejo (México), Francisco Galvez Pizarro (Chile), Luciano Cardinali (Brasil) e Pablo Cosgaya (Argentina). MAIS INFORMAÇÕES Sites: www.letraslatinas.com e www.linotype.com E-mail: nowtype@nowdesign.com.br (representante da Linotype Library no Brasil) Livro: “Fontes Digitais Brasileiras: de 1989 a 2001”, co-edição ADG Brasil e Rosari
Acima, Cri sá li da, do argen ti no Mau ro Oli ver: fon te ca li grá fi ca pro du zi da a par tir de um lo go ti po com ca rac te res ba se a dos na es cri ta do au tor. Os ca rac te res cla ros e com cur vas ge ne ro sas em pres tam le ve za e rit mo agra dá vel às pa lavras. Está em pro cesso de desen vol vi men to com a adi ção de li ga tu ras e ter mi na çõ es alon ga das. Tem duas va ria çõ es, uma com mo du la ção de es pessu ra dos tra ços e ou tra sem (mau ro li ver@ar net.com.ar) À es quer da, Amor, da bra si lei ra Cla rissa Tossin, tem mo du la ção rigo ro sa que re lem bra pro je tos téc ni cos: co tas e tra ços feitos com com passo e nor mó gra fo. Ao mes mo tem po, sur pre en de pe las so lu çõ es inova do ras, como nas va ria çõ es de es pessu ra dos ca rac te res e nas for mas ti po grá fi cas pou co or to do xas, por exem plo, o “h” , o “k” , o “n” e o “r” . Fon te tam bém em de sen vol vi men to (www.a-li nha.org)
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À di reita, Es cu e la, de Ru bén Fonta na, cria da es pe cial mente para com po si ção de no mes de es co las pú bli cas. Ba se a da na fonte Fru tiger Bold, apresenta apenas carac teres em caixa alta, números e sinais. O recor te a la ser das le tras de ter mi nou seu es ti lo sten cil (rf@fon ta na-d.com)
Na pá gi na ao lado, à esquerda, Ops, de Le o pol do Leal, tem as pec to bit map, com que bras an gu la res nas has tes e bar ras. Na re a li da de, as in ter rup çõ es nos tra ços fun ci o nam como re cur so de es ti lo, su ge rin do o efei to de fonte de tela. Os carac teres estão disponíveis em caixa baixa, na versão itá li ca (le o pol doal@uol.com.br). Na se quên cia, Plas ma, do me xi ca no David Ki mu ra, pri vi le gia a le gi bi lida de. É uma fonte sem se ri fa, com pou ca va ria ção de es pessu ra entre as hastes e com as áreas inter nas dos ca rac te res am plas e aber tas. Os tes tes de le gi bi li da de fo ram fei tos em tex tos fora de foco, resul tan do na eli mi na ção da bar ra do “t”, do “f” e do nú me ro “4”. Fo ram cria das tam bém as ver sõ es bold e small caps. A itá li ca está em de sen vol vi men to (david@besa me mu cho.com.mx)
Na página ao lado, Persplexiti va, de Claudio Rocha, desenvol vida a par tir dos dese nhos de le tra cria dos por Mil lôr Fer nan des. O nome da fon te mis tu ra as pa lavras “pers pec ti va” e “per ple xa”. Mil lôr usa essas le tras com pers pec ti va “er ra da” para assi nar seu nome nas pá gi nas que pu bli ca em jor nais e re vis tas bra si lei ras (ro cha@ne o box.com.br) À di rei ta, Ro dan, do bra si lei ro Crystian Cruz, cria da para tí tu los, como par te da re for ma grá fi ca da re vis ta Qua tro Ro das. A in ten ção era desen vol ver uma fonte com atri bu tos de tec no lo gia, so bri e da de e mas cu li nida de. O peso black foi es co lhido para dar mai or con sistên cia aos tí tu los e à al tu ra das as cen den tes e des cen den tes. A po si ção dos acen tos foi ajus ta da para ga ran tir boa com pac ta ção das li nhas do tí tu lo (crystian cruz@pro mo design.com.br). Abai xo, Wa ya na, do bra si lei ro Di e go Cre dí dio, fon te ex pe ri men tal ins pi ra da em pe ças bra si lei ras de ar te sa na to in dí ge na. Seu de se nho re pro duz a tex tu ra ca rac te rís ti ca da pa lha tran ça da. Possui ape nas le tras mai ús cu las e nú me ros (di e go cre di dio@hot mail.com)
Abaixo, Paulista, da brasileira Fer nanda Mar tins, projetada para títulos. As cur vas discretamente angulares foram inspiradas nas formas das letras esculpidas em pedra com cinzel (forminform@terra.com.br)
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Ta k a n o , s í m b o l o d e Excelência Gráfica!
A Takano acaba de ganhar mais 1 Prêmio Benny, certificado pela PIA, entre as melhores gráficas do mundo. Agora, são 6 prêmios ao total. Isto só vem reafirmar a qualidade da Takano, reconhecida a muitos anos no mercado. Agradecemos nossos clientes e fornecedores por mais essa vitória. É um resultado de nosso entrosamento profissional.
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São Paulo Av. Dr. Silva Melo, 45 - Jd. Marajoara São Paulo - SP - Cep. 04675-010 Tel. 11 5694-9999 - Fax. 11 5694-9967 marketing@takano.com.br Rio de Janeiro Rua Lauro Miller, 116 - sala 808 - Botafogo Rio de Janeiro - RJ - Cep. 22290-160 Tel./Fax. 21 2542-6221
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Nas próximas páginas, você vai ver quem anda aparecendo na arquitetura brasileira.
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III Prêmio Cauê de Arquitetura. Cada vez mais, a melhor vitrine do mercado. C AT E G O R I A O B R A S R E A L I Z A D A S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E D I F Í C I O S N Ã O R E S I D E N C I A I S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E D I F Í C I O S R E S I D E N C I A I S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E S PA Ç O S U R B A N O S P Ú B L I C O S
Menção Honrosa – Projeto nº 05
Prêmio – Projeto nº 64
Prêmio – Projeto nº 35
Prêmio - Projeto nº 22
Prêmio – Projeto nº 18
Arquiteta Simone Mantovani
Autoras: Arqs. Adriana Belleza e Elizabete Azevedo C o l a b o r a d o r a s : P a t r í c i a A g u i a r, Va l e r i a G u i m a r ã e s e Ludmila Grammont
Arq. Arq. Arq. Arq. Arq. Arq. Arq.
Arq. Álvaro Puntoni Arq. Ângelo Bucci
Arq. Arq. Arq. Arq.
Menção Honrosa – Projeto nº 24
Rodrigo Bocchini Alekssandro de Almeida Anselmo Oliveira Carolina Augusto Magno Moreira Marcos de Sanctis Raphael Godoy
Colaboradores: Juliana Braga, Ciro Miguel, Fernando Bizarri
Alessandra Gizella da Silva Apoena Amaral e Almeida Gabrielly Alice da Silva José Luiz Brenna
Arq. Arthur de Mattos Casas A r q . F a b i a n a Te i x e i r a R o c h a Arq. Luis Henrique de Lima
Menção Honrosa – Projeto nº 16 Arq. Ricardo Laredo Diniz
Menção Honrosa - Projeto nº 60 Arq. Daniela Coppede Pacheco Arq. César Coppola
Menção Honrosa – Projeto nº 47 Arq. Maurício Bastos Mendes Rosa
Menção Honrosa – Projeto nº 36 A r q . A l e x a n d r e B a i o n i Tr e n t o A r q . Ti a g o R o c h a L o p e s Arq. Mariana Romanowski Alvim de Oliveira
Menção Honrosa – Projeto nº 55 Arq. Mamoru Aso Arq. André Giannoni Arq. Gustavo Fazioli Pereira
Menção Honrosa – Projeto nº 58 Arq. José Magalhães Júnior Arq. José Francisco Xavier Magalhães
Menção Honrosa – Projeto nº 10 Arq. Manoela Muniz Machado Cavalcanti Arq. Pedro Paes
Em sua terceira edição, o Prêmio Cauê de Arquitetura já se tornou referência entre arquitetos de todo o Brasil. E o resultado não poderia ser diferente: foram 158 projetos à base de cimento branco inscritos, todos com uma qualidade indiscutível. Um grande sucesso. Confira os vencedores e veja quem apareceu no III Prêmio Cauê de Arquitetura.
www.caue.com.br
III Prêmio Cauê de Arquitetura.
Central de Atendimento Cauê 0800 703 9003
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III Prêmio Cauê de Arquitetura. Cada vez mais, a melhor vitrine do mercado. C AT E G O R I A O B R A S R E A L I Z A D A S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E D I F Í C I O S N Ã O R E S I D E N C I A I S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E D I F Í C I O S R E S I D E N C I A I S
C AT E G O R I A P R O J E T O : E S PA Ç O S U R B A N O S P Ú B L I C O S
Menção Honrosa – Projeto nº 05
Prêmio – Projeto nº 64
Prêmio – Projeto nº 35
Prêmio - Projeto nº 22
Prêmio – Projeto nº 18
Arquiteta Simone Mantovani
Autoras: Arqs. Adriana Belleza e Elizabete Azevedo C o l a b o r a d o r a s : P a t r í c i a A g u i a r, Va l e r i a G u i m a r ã e s e Ludmila Grammont
Arq. Arq. Arq. Arq. Arq. Arq. Arq.
Arq. Álvaro Puntoni Arq. Ângelo Bucci
Arq. Arq. Arq. Arq.
Menção Honrosa – Projeto nº 24
Rodrigo Bocchini Alekssandro de Almeida Anselmo Oliveira Carolina Augusto Magno Moreira Marcos de Sanctis Raphael Godoy
Colaboradores: Juliana Braga, Ciro Miguel, Fernando Bizarri
Alessandra Gizella da Silva Apoena Amaral e Almeida Gabrielly Alice da Silva José Luiz Brenna
Arq. Arthur de Mattos Casas A r q . F a b i a n a Te i x e i r a R o c h a Arq. Luis Henrique de Lima
Menção Honrosa – Projeto nº 16 Arq. Ricardo Laredo Diniz
Menção Honrosa - Projeto nº 60 Arq. Daniela Coppede Pacheco Arq. César Coppola
Menção Honrosa – Projeto nº 47 Arq. Maurício Bastos Mendes Rosa
Menção Honrosa – Projeto nº 36 A r q . A l e x a n d r e B a i o n i Tr e n t o A r q . Ti a g o R o c h a L o p e s Arq. Mariana Romanowski Alvim de Oliveira
Menção Honrosa – Projeto nº 55 Arq. Mamoru Aso Arq. André Giannoni Arq. Gustavo Fazioli Pereira
Menção Honrosa – Projeto nº 58 Arq. José Magalhães Júnior Arq. José Francisco Xavier Magalhães
Menção Honrosa – Projeto nº 10 Arq. Manoela Muniz Machado Cavalcanti Arq. Pedro Paes
Em sua terceira edição, o Prêmio Cauê de Arquitetura já se tornou referência entre arquitetos de todo o Brasil. E o resultado não poderia ser diferente: foram 158 projetos à base de cimento branco inscritos, todos com uma qualidade indiscutível. Um grande sucesso. Confira os vencedores e veja quem apareceu no III Prêmio Cauê de Arquitetura.
www.caue.com.br
III Prêmio Cauê de Arquitetura.
Central de Atendimento Cauê 0800 703 9003
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1º Concurso Artefacto/UBV de design O melhor do design brasileiro A A R T E FA C T O A C R E D I TA N O TA L E N T O D O D E S I G N E R B R A S I L E I R O Numa iniciativa pioneira no Brasil, a Artefacto lança o 1° Concurso Artefacto/UBV de Design. Mais do que distribuir prêmios, o projeto pretende oferecer aos participantes a oportunidade de vivenciar todas as etapas de desenvolvimento de um produto: da criação do protótipo à sua comercialização. Aberto a todos os interessados, o 1° Concurso Artefacto/UBV de Design pretende premiar não categorias, mas idéias. Ao todo, 24 projetos serão selecionados para produção sob a supervisão de seus autores, dos quais três receberão a premiação final. Dessa forma, ao propor ao designer o envolvimento em todos os elos da cadeia produtiva, a Artefacto sente-se honrada em oferecer a sua parcela de contribuição para a consolidação do talento nacional. APOIO CULTURAL:
MAIORES INFORMAÇÕES:
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Artefacto:
Esfera:
R. Haddock Lobo, 1.405 - Tel.:11 3061 5855 Shopping D&D - Av. Nações Unidas, 12.555 Tel.: 11 3043 9277
Rua Teodoro Sampaio, 1510 Tel.: 11 3032 6955
REALIZAÇÃO:
PATROCÍNIO MASTER:
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1º Concurso Artefacto/UBV de design O melhor do design brasileiro A A R T E FA C T O A C R E D I TA N O TA L E N T O D O D E S I G N E R B R A S I L E I R O Numa iniciativa pioneira no Brasil, a Artefacto lança o 1° Concurso Artefacto/UBV de Design. Mais do que distribuir prêmios, o projeto pretende oferecer aos participantes a oportunidade de vivenciar todas as etapas de desenvolvimento de um produto: da criação do protótipo à sua comercialização. Aberto a todos os interessados, o 1° Concurso Artefacto/UBV de Design pretende premiar não categorias, mas idéias. Ao todo, 24 projetos serão selecionados para produção sob a supervisão de seus autores, dos quais três receberão a premiação final. Dessa forma, ao propor ao designer o envolvimento em todos os elos da cadeia produtiva, a Artefacto sente-se honrada em oferecer a sua parcela de contribuição para a consolidação do talento nacional. APOIO CULTURAL:
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Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication ARC DESIGN n° 38, Setembro/Outubro 2004 / September/October 2004
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Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Vanessa Domingues (Redatora) Tatiana Palezi (Produtora) Jô A. Santucci (Revisora) Traduções / Translations – Paula Vieira de Almeida
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Arte / Art Department: Designers – Betina Hakim Cibele Cipola Milena Codato Estagiária – Ana Beatriz Avolio Participaram desta edição / Contributors in this issue: Ana Paula Orlandi Claudio Rocha Nelson Aguilar Nelson Kon Philippe Ruault Departamento Administrativo / Administrative Department: Silvia Regina Rosa Silva Departamento de Publicidade / Advertising Department: Ivanise Calil Departamento de Projetos Especiais / Special Projects Department: Ana Paula Wey Perez Departamento de Circulação e Assinaturas / Subscriptions Department: Cristiane Aparecida Barboza Conselho Consultivo / Advisory Council: Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta (Fundação Padre Anchieta’s director); arquiteto (architect) Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia (designer, expert on ergonomy); Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Design para assuntos internacionais (expert on European culture and design, Arc Design consultant for international subjects) Pré-impressão / Pre-press: Cantadori Artes Gráficas Ltda. Impressão / Printing: Takano Editora Gráfica Ltda. Papel / Paper: capa: Suzano Papel – Supremo Duo Design 250g miolo: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt 130g e 115g (caderno final) suplemento mestres da arq.: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt 150g Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito. The rights to photographs and articles signed by ARC DESIGN contributors are property of the authors. Photographs for publicity were provided by the companies, institutions or professionals referred to in the articles. Total or partial reproduction of any part of the magazine is only permitted with prior, written consent by the publishers. Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação prévia de ARC DESIGN, não serão devolvidos. Chromes and other materials received for publication, but unsolicited by ARC DESIGN, will not be returned.
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Anuncio News Final
16/09/2004
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15 de setembro 2004
Informativo Digital da Revista Arc Design
A G E N D A
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D E S I G N
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F O C O
A R Q U I V O
ARC DESIGN e-news
FOCO
Ágil. Instigante. Informativo. Opinativo.
JUM NAKAO É DESTAQUE NO SÃO PAULO FASHION WEEK
O que acontece no Brasil e no mundo
Na passarela, a cor branca sobressaia nos corpos cobertos por um colante preto. As “paper dolls” – produzidas com maquiagem carregada e peruca estilo Playmobil – exibiam
sobre design, arquitetura, cultura dos
peças elaboradas, inspiradas em trajes do fim do século 19: vestidos perfeccionistas, saias de construção volumétrica e blusas com mangas bufantes – modelagens confeccionadas
objetos e dos materiais, tendências,
com quase uma tonelada de papel vegetal e “costuradas” com fita crepe. Para o efeito admirável da estamparia, das rendas e dos babados, utilizou-se a tecnologia dos cortes a
tecnologia, artesanato, fashion design.
laser. Um trabalho de excelência, aniquilado ferozmente pelas 15 modelos no término do desfile. Valendo-se da arte conceitual, a
Quem são os grandes criadores, quais
pretensão do autor foi atingida. A coleção “Desejos” ignorou o aspecto comercial e provocou reflexões
os produtos e as empresas que anunciam
importantes acerca do universo da moda. “O que eu queria era exatamente isto: levar emoção, fazer as
as vanguardas na arquitetura e no design
pessoas pensarem, entenderem que a moda é transitória. Quis abordar ainda a questão do inatingível; as roupas rasgadas representam a inevitabilidade da perda, geram a falta, criam o vazio”, argumenta o criador, Jum Nakao.
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LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
LOUCOS POR DESIGN
Arc Design completa 7 anos
Exposição comemorativa dos 7 anos de ARC DESIGN Curadoria: Maria Helena Estrada
Em exibição esse período de grandes
Cenografia: Fernando e Humberto Campana
transformações no design brasileiro
Local: MuBE, Av. Europa 218 – São Paulo Data: 4 de novembro de 2004 Reserve seu convite: www.arcdesign.com.br
EDITORIAL
1980 (nowadays Mies, Breuer, Le Corbusier and even Saarinen and Bertoia),
This issue recaptures seven years of ARC DESIGN and seven years of
has become a “popular dish”, used and abused by artifices of the “vintage”
Brazilian projects. Analyzed in combination, the products designed and
fashion, which, most of the times, and speaking clearly, is synonymous to
produced in Brazil show their strength and coherence. It can be already
copy – with offers from luxury to second-hand articles.
said that some master lines guide our directions.
The Italians, oh! So much glamour! And how beautiful are the objects that
And, not only in this article, ARC DESIGN has a lot of pleasure in presenting
dominated our scenery from the ‘80s on. But currency exchange rates deter-
another prowess: the possible transposition of handicraft into large scale
mine our reality and today the iconic pieces of international design, although
production. It is performed by our designers Campana translated into the
being still fantastic, scare distributors and consumers.
industrial logic.
The result? The voracious aspect searches – finally – for Brazilian design-
Afterwards, get astonished! Read the text! Rem Koolhaas guides us in a jour-
ers, for the product “designed and produced in Brazil”.
ney to the future in the Seattle Library. It is architecture thought inside out;
Nowadays, when the question is “who invests in design?” (heading of the
pure technology.
publi-editorials of the first issues of Arc Design), the thought is not of any
Returning to Brazil, architect Janete Costa shows us the fortunate harmony that
design, but of Brazilian design.
can be produced when the impersonal architecture of big hotels is transformed
BRAZIL, COUNTRY OF THE PRESENT
through the presence of symbols, objects from our own culture. Further on, a review on various spring fairs devoted to objects in São Paulo;
Creation and production, a twosome that should be performed in reciprocity.
Jacqueline Terpins’ exhibition at the Museu da Casa Brasileira; the Brazilian
In the case of Brazil, it is good to emphasize that – even considering expor-
pavilion at the 9th International Architecture Exhibition in Venice and, in graphic
tation – production is not necessarily industrial.
design (in this case, typographic), two events on Latin American typography
Brazilian contemporary design finds its foundation, its starting and
(Biennial Exhibition Letras Latinas and International Type Design Contest).
expansion point in two opposite ways – industry and handicraft – which tend to meet each other by the creation of what is, generically, so-called
Enjoy it and have a pleasurable reading! Maria Helena Estrada Publisher
“the face of Brazil”. Emblematic examples of it are the accessories produced by Grendene and designed by Fernando and Humberto Campana, which refer to the handcrafting deed in a large-scale production. It is the first time a purely manual
SEVEN YEARS OF TRANSFORMATIONS DESIGN, HANDICRAFT, INDUSTRY, MARKET – page 16
deed – the one of intertwining threads – has been transposed to the industry directed to the mass consumption; threads that have become the “Campana registered mark” (for the so many versions created from cotton ropes to nylon threads, from metal to piaçava (which is a type of fiber most-
“Modernity is not in style, of which it is only a result, but in the
ly used to make brooms), are now injected and extruded in plastic!
observation of man and his needs.”
ARC DESIGN has been following the designers’ challenging search of a
Achille Castiglioni
Brazilian type of aesthetics, of a possible deed, of the struggle for the involve-
Maria Helena Estrada
In the 18th issue (February/March 2001) we asked what would character-
The look, the perception, the intention have changed – the market has
ize and what would the identity of Brazilian design be. Universal or region-
changed. At least referring to what concerns home products.
al? Industrial or handcrafted? With the use of synthetic or natural materials?
Seven years ago Brazil was overflowing with Italian design, with imported
Wood, maybe? What would be the direction? “Traveler, there is no path.
products in general – those times allowed it to happen. And it used to be a
Paths are made by walking.” And this road has led us to some certainties,
proof of modernity and culture. As it continues to do today, ARC DESIGN then
which can be defined by a sentence of Lina Bo Bardi: “The architecture and
reflected the moment and the upcoming future, that is, the still weak signs of
the design of a country based on nothing are nothing”.
what would become a tendency.
Thanks to organizations like Sebrae, which has “mapped” the whole country,
Nowadays the situation has inverted.
stimulating the revitalization and updating of Brazilian handicraft, the conta-
But what has changed? What are the most radical and evident transformations?
mination between these two areas – design and handicraft – starts to occur.
We may say the clearest evolution is the stardom reached by design, both in
Our eyes are today turned to the Brazilian material culture, to handicraft, to
Brazil and worldwide. It has been transformed, from an aesthetic-formal
expressions of freedom and diversity, to exuberance, innocence, colorfulness,
ingredient, into a tool for competitiveness, a productivity lever, an unappeal-
the good baroque of our tradition. In that way, a new repertory is originated
able condition for the inclusion of the Brazilian product in the international
for the meanings, objects that, once expressed in a contemporary vocabulary,
market. And the fields of such new subject are broad!
are being constituted in the foundation of this “Brazilian-faced” design, which
Let us start facing the issue through its closest interface: the “taste” or “good
has already influenced some – or many – international designers. “Form fol-
taste”, the new aesthetics, the habits, the market... and the objects that sur-
lows fusion,” affirms the Design Academy of Eindhoven, in the Netherlands.
round us. The Bauhaus-aesthetics, for instance, which has already been syn-
To research, accept and emphasize this “Brazilian face” does not mean to
onymous to culture and avant-garde in Brazil from the ‘60s until, let us say,
deny the fusion of the multiple cultural elements that have already influ-
English Version
ment and commitment of the industry, for this necessary encounter.
enced us and been incorporated into our imaginary. As journalist Fernando
tion, marketing and communication) is demonstrated with the pieces that
Gabeira (Folha de São Paulo, August 28, 2004) states, one of the ingredients
are designed.” It is the world of production.
of this Brazilian “foundation” that will compose our culture is “the creative
At this moment the speech is transferred to the role of industry and the
crossbreed”. “Crossbreed absorbs things from outside and, with that, it trans-
use of materials.
forms also the entirety that received these acquisitions. (...) At this moment
This great force in which Brazilian design is being transformed into starts to
of globalization, Brazilian crossbreed is the most complex and well-suc-
find support in the industry. By desire or necessity, the companies capacitate
ceeded answer of resistance to the cultural power of one single country or
their industrial parks and open their doors (still cautious, indeed) to Brazilian
region in the planet.”
professionals.
By transposing such statement to the design universe, we have the thought
The producers of raw materials already invest in more sophisticated tech-
of Antonio Risério, in his book “Avant Garde in Bahia”: “The reciprocal con-
nologies – which is the case of the ones derived from wood (MDF, OSB), of
tamination between handicraft and design provokes a reaction – transfor-
glass, metals (steel and aluminum) and of some synthetic materials, like PVC
mation. The eyes that glared at the other one returns in a transfigured way
and Corian – and these become more accessible to designers.
to fall upon the same one […] and it is exactly in such contamination that we
The willingness to combine value with raw material has been responsible for
will find all the wealth – dialogue and dialectics – of a meeting”.
countless design and architecture competitions: the important Cauê
“Local references, global project.” Such concept is nowadays desired by every
Architecture Prize; the Alcoa Award of Innovation in Aluminum; and in the
community of design, from schools to professionals, to define the new prod-
furniture field, the Masisa Design Contest for Students.
uct, the one that will allow the market to be affected by disregarding the lack
Also class associations elect design as holder of value for the national
of variety of the pure and simple globalized product. It is a truth that has
production: Abilux, with its annual lighting prize and, in the furniture field,
already contaminated the industry, at least the one whose products are clos-
Movelsul, Abimóvel and several state fairs award designers and industries.
er to the daily universe of people, in several parts of the world.
There are still traditional important prizes like the Museu da Casa Bra-
An example of total success in Brazil and abroad? The Havaianas slippers
sileira Award, which comprises various typologies in a single competition.
(“Hawaiian” flip-flops) – what a pity, they should be called the Brasileirinhas
But does Brazil already export design? It seems it does. We export projects
(“the little Brazilian ones”)! – currently the most popular Brazilian products.
(Campana brothers in Edra and Alessi, Italy), products (from jewelry to
Yes, Brazil is fashionable. Also in Brazil!
footwear) and our brands, of which many are starting to open branches
Brazilian furniture starts to “gain shape”, to be exported. We barely see, like
abroad, like Artefacto and Escriba, for instance.
in the previous decade, a purchaser arrive at an industry (especially the
But the most important is perhaps Brazil, with the incentive from the gov-
industries in the south of Brazil), with a project in hands, quoting the prices.
ernment, exhibiting and being selected at the extremely desired IF Award,
There was exportation indeed, but only of raw materials and labor. The
in Hannover, Germany.
famous aggregate value, the product being exported with its own brand, is
Interesting stories, which are being now settled and will be developed in
the result, among other aspects, of the investment in design, in the product
the next issue of ARC DESIGN.
with peculiar features. Companies such as Dpot, Firma Casa, La Lampe, Tok & Stok and Artefacto, for instance, in São Paulo; big industries in the south like S.C.A. and others;
FROM HANDICRAFT TO INDUSTRY – page 32
companies producers of office furniture like Giroflex, Escriba, Flexiv and Securit are already aware of the new reality and invest in the directions of
After achieving recognition and fame with semi-handcrafted pieces,
Brazilian design.
Fernando and Humberto Campana reach the large series produc-
In almost every region in Brazil it is also furniture that has been outstand-
tion. The article? A basic and very popular feminine accessory: the
ing in the creation of a Brazilian design, in the creation of the “professional
Melissa pair of sandals!
who works with the industry, not against it,” as French Matali Crasset notes.
English Version
What is necessary for investing in design? Which are the companies that
Vanessa Domingues
accept the risk (and where, how, to flee?), for the sake of a real recognition
Rustic, out of scale, without coating or paint. In 1989, Brazilian design was
and appreciation of their products? Which are the materials and technologies
surprised by the Desconfortáveis chairs. Contrary to tendencies, they were
that provide and allow innovation?
original, that is, they did not reproduce the Italian aesthetics nor any other
It is known that the formal aspects of design, today, obey more the demands and
successful object. The names Fernando and Humberto Campana were merg-
proprieties of the materials than the creator’s dream. Therefore, to try to create
ing in the national scene and starting to attract the eyes of design critics…
a new form, an innovative object with massive wood, for example, is practically
Later on, in 1991, the Favela chair came up, executed with pieces of super-
an impossible task. Everything has already been said in these last five hundred
posed wood pieces, referring to the dwelling places of the poor population of
years, in Brazil and in the world. And the gratuitous invention is worthless.
Brazilian cities. In 1993, the Vermelha chair, with manually intertwined cot-
Architect and designer Marco Romanelli, referring to the latest Furniture
ton ropes, boasted the two brothers’ international career, once, five years later,
Fair, in Milan, ironizes the excess of self-promotion of many designers
the Italian factory Edra started to produce the piece.
(Abitare # 440). “To know how to conduct an orchestra (which is what the
The challenges were growing more and more diverse and the creations
contemporary designer does, involved in problems of productive organiza-
continued to appear, beautiful and functional. In 2001, the Campana
brothers signed a H. Stern jewelry collection. One year later, the Sushi
CAMPANAS AT THE DESIGN MUSEUM – page 36
chairs came up, made of pieces of cloth and carpet. In 2003, they created, for the Austrian company Swarovski, the chandelier/lighting fixture
Capable of transforming ordinary materials such as ropes, wood
Prived Oca, exhibited at the Milan Furniture Fair in that year.
pieces and fabric leftovers into beautiful design objects, Fernando
“In them, there has been, for a long time, a pure and faultless propensity,
and Humberto project Brazil’s name abroad. Recently, some of
which goes from love through the material, or better, materials. In a contin-
their pieces have disembarked on British territory. In the exhi-
uous connection of what is old with what is new, of what is handcrafted with
bition “Zest for life”, the brothers proved that the passion for life
what is industrialized. Therefore, with an incredibly Brazilian approach,” stat-
has its origin in love… for work!
ed Italian architect Marco Romanelli in a design review for Domus magazine in February 1994.
Vanessa Domingues
Romanelli, who had always wished to see the Campana spirit in industri-
After exhibiting their products at the New York Museum of Modern Art along
alized products – as Fernando revealed in an interview for ARC DESIGN
with Ingo Maurer, in 1998, the Campana brothers had the retrospective of
– must be pleased, once the so-called connection has just been formally
their careers highlighted at the Design Museum, in London, where renowned
officialized…
professionals like Jasper Morrison, Tom Dixon, Ronan and Erwan Bouroullec,
“The products edited by Edra still demand the handcrafting execution, the
Hella Jongerius and Tord Boontje have also presented their projects.
touch of the human hand. With Grendene, the case is different,” says
The exhibition entitled “Zest for Life” – carried out from June 19 to
Humberto.
September 12, 2004 – revealed the evolvement of projects signed by the
After the accomplishment of partnerships with famous designers (Thierry
pair, from the Desconfortáveis chairs to the most recent pieces edited by the
Mugler, Jean-Paul Gaultier, Patrick Cox, Alexandre Herchcovitch and Marcelo
Italian company Edra.
Sommer), the company from Rio Grande do Sul invited Fernando and Humberto
The visitors could also get to know some constructive processes and watch
to perform the reinterpretation of the traditional Melissa sandals. For the first
statements of the creators. “We produced a video, which evidences, in the tra-
time in the history of this footwear, two furniture designers signed exclusive
jectory from the studio in the Santa Cecília district to Praça da Sé, in São
models (one high-heeled and another flat), besides a very beautiful purse –
Paulo, our sources of inspiration: street peddlers and dwellers, buildings,
items released at the latest São Paulo Fashion Week.
graffiti,” says Fernando.
“The greatest challenge was to transpose techniques used in furniture to
A “tank”, built especially for the occasion, was placed in front of the muse-
clothing articles, which would be produced in series through injection and
um, working as a display window of the Campanas’ work. On the inside, the
extrusion machineries. Everything was performed without losing the soul of
scenography produced in straw resembled a big hut, making the exhibition
our work, without letting the poetry slip away,” asserts Fernando.
more seductive. “The stairs were decorated with the Prived Oca lighting fix-
The transposition was accomplished and the soul was protected.
tures (produced by Swarovski) and with partition walls made of aluminum
Before defining the modeling, the brothers traveled to Farroupilha, in Rio
sticks,” complements the designer.
Grande do Sul, and watched closely the manufacturing of Melissa. From the
By joining handicraft with technology, Fernando and Humberto add a new
visit came the inspiration. “We noticed that one of the machines expelled
meaning to the materials selected and achieve space also abroad. Another
plastic in a long and thin shape, as if it were a worm,” explains Fernando.
example of their international recognition is the indication of Peteca (Magis
The “plastic worm” conceived the weft, the superposition of threads, the
edition) for the Compasso D’Oro Award, devoted to the best creations of the
organized disorder – the registered mark of the designers. “We reached
Italian design industry.
a result with the same formal quality of the manual intertwinement,” says Humberto. Professionally active for almost twenty years, they are proud of adding dif-
BRAZILIAN SEASONING – page 40
whatsoever. We accept a proposal once it interests us, once it touches our
Uniquely daring, architect Janete Costa, from Pernambuco (located
creative spirit. That can happen in the furniture, jewelry or fashion field.
in the northeast region of Brazil), reaffirms her conviction in the
The only restriction we impose is to choose partners who dream as high
power of Brazilian handicraft and contemporary art to insert per-
as Humberto and I.”
sonality into her projects, highlighting Brazilian cultural objects, as
“Love for the material.” Marco Romanelli seems to have uncovered the
in the interiors of the pair of hotels in the capital of São Paulo
whole essence of the Campanas’ creation. The material imposes the function, the form; it defines the concept, so believe the designers. With Melissa,
Ana Paula Orlandi
it was the plastic’s turn.
Designed by the office Aflalo and Gasperini with contemporary lines, the new
Melissa: 0800 99 88 98
well as its annex Caesar Business, possesses in its interior a great deal of gen-
Caesar Park São Paulo hotel (located on the famous Faria Lima avenue), as www.melissa.com.br
uinely national accents. Instead of imported pieces, or pieces adept to the aesthetics divulged by international fairs, what stands out in the sophisticated environments of the pair of hotels is a beautiful selection of works designed
English Version
ferent projects to their records. “We are not limited, in no circumstance
by Brazilian contemporary plastic artisans, mostly coming from the northeast
in the pieces of ceramic, be it in the blankets weaved by artisans from Minas
states of Brazil. The merit belongs to architect Janete Costa, a renowned pro-
Gerais in co-operative societies coordinated by designer Renato Imbroisi, or
fessional who, besides devoting her time to offices in Rio de Janeiro, São Paulo
in the bedspreads with printed images reproducing landscapes designed by
and Recife, searches with attentive eyes for treasures hidden in the huge grot-
Roberto Burle Marx (1909-1994). On the walls, next to gravures by Cabral
tos of Brazil. “I try to be always very well informed; during carnival I went to
(SP) and Malu Fatorelli (RJ) – two artists invited by the architect – there are
Minas Gerais to see the production of artisans from historical cities like Ouro
also pictures by Tomie Ohtake, among other works of Brazilian plastic artists,
Preto and Tiradentes and, recently, I have returned from Rio Grande do Norte,”
brought from the old Caesar Park Augusta (which was recently closed down
the restless architect tells.
to be substituted by these two new modern hotels).
Responsible for the interior design of both hotels, Janete brought to the social
The functional environmental structure proposed by the architect for the
and private areas of the buildings works designed by professionals such as
apartments at Caesar Business pleased the entrepreneurs of the hotel chain
the plastic artists from Pernambuco José Paulo and Eudes Mota. The former
very much. The model even became an international standard of business
is author of strongly expressive sculptures built with ceramic and iron, and
hotel rooms, spread through out the business cities of South America.
the latter is famous for the use of demolished wood in his creations, exhibit-
Costa does not hide the satisfaction for the thorough result of the project. “In
ed in Brazil and abroad.
this project, I attempted to do as little decoration and as many interior design
The scenery designed with perfection by the architect also counts on works
as possible, respecting the architectonical trace, which is strong, true and
designed by artisan Irinéia Rosa da Silva, from Alagoas (she competed in the
direct,” she summarizes.
Unesco Handicraft Award contest for Latin America and the Caribbean) and by plastic artisan and designer Heloísa Crocco, from Rio Grande do Sul, cre-
TECHNICAL INDEX
ator of delicate wooden pieces.
Architectonical project: Aflalo & Gasperini
“The intention was not to reject design pieces, but to show that it is possible
Responsible architect: Felipe Aflalo
to insert Brazilian contemporary art and handicraft into a sophisticated
Interior design: Janete Costa – Borsoi Arquitetura
space,” explains the architect, author of the interior design of the Pergamon
Collaboration: Gina Galvão and Kátia Guedes – GK & Arquitetas Associadas
Hotel (2000), in São Paulo, indicated as the first design hotel in the country.
Lighting project: Guinter Parschalk
“Like everything, the secret is to know how to balance, avoid excess, in order
Hotel architecture and coordination of hotel implementation: Paulo Lúcio de Brito
not to generate allegory.”
Construction: Alfredo Muñoz –responsible engineer
Handicraft is an important theme to the architect, who was born in Garanhuns, raised in Olinda and graduated from the National Architecture College of the
SUPPLIERS:
University of Brazil (current FAU/UFRJ, Rio de Janeiro) in 1961. “For ‘only’
Carpets: Tabacow
fifty years I have been researching popular culture,” she says. “My interest
Granite: Verona
came up during my childhood, when I was playing with dolls made of clay.”
Lighting fixtures: Lumini, Shama Luzz, Omega, Triage, Dario Cúpulas and StudioLuce
Not by chance, a remarkable characteristic in the trajectory of Costa is to
Furniture: Fertríade, Pavlon, Itálica Design e Divano’s
insert, into her projects of fundamentally contemporary language, creations
Glass windows and Mirrors: Beth Salloum
designed by folk artists or artists who are just starting their careers. “There are many people with a tremendous artistic potential, without a chance of being discovered. I would like to contribute more for them to be able to have a better quality of life,” she affirms.
BRAZILIAN PAVILION AT THE BIENNIAL EXHIBITION OF VENICE – page 46
And to exhibit works in an open space, which is partly cosmopolitan, represents a great step to reach the world. “A hotel is a type of cultural agent. In
Curated by Pedro Cury and Jacopo Crivelli Visconti, with instal-
it, works are absorbed by a great amount of people from several parts of the
lations designed by Roberto Loeb, the Brazilian pavilion of the
world,” she says.
Biennial Exhibition of Venice presents examples of “architectonic metamorphosis” in our country
TO EACH ITS OWN MOOD
English Version
Located in the Continental Square business area, in the district Vila Mariana,
Winnie Bastian
São Paulo, the two hotel-brothers have different profiles. According to the
“Metamorphosis” is the theme of the ninth International Architecture Exhibition
architect, while Caesar Park – with its 131 suites and apartments – adheres
of Venice, inaugurated on September 12. In accordance with the theme, the
luxury and refinement, Caesar Business meets the requirements of a more
Brazilian pavilion exhibits the transformations of architecture in our country,
practical and simple proposal, in which the facilities are a kind of extension
caused by populational excess and disordered growing of cities.
of the executive office, including the 213 apartments.
Three focal points conducted the choice of the projects to be presented. The
Janete Costa desired an elegant simplicity, which resulted into impressive
first one is historical and uses the Aflalo & Gasperini studio in São Paulo to
sophistication and is outstanding in the suites and apartments (including the
represent the Brazilian architectonic evolvement in the last fifty years.
three rooms for handicapped guests, two at Caesar Park and another at
According to Pedro Cury, the choice of a single studio to illustrate such panora-
Caesar Business). Also there, the Brazilian accent gives a special touch, be it
ma was due to the lack of space available in the Brazilian Pavilion.
“The beginning of Aflalo & Gasperini’s activities corresponds to this period,
tic artist but, due to a flow of life I got to be led towards design,” she tells.
and the studio is still totally active,” Cury states. And he completes: “It holds a
At the exhibition “In Vitrum Veritas” (“In Glass, the Truth”) presented at the
huge collection in several fields of architecture and is therefore able to por-
Museu da Casa Brasileira, in São Paulo, from July 21 to August 22, the pub-
tray the Brazilian architectonic evolvement in every aspect”.
lic could see a collection of the trajectory taken by this artist-designer.
The second focal point approaches the diversity of architecture in a country
With the same formal plasticity, sculptures, vases, dishware and furniture
with so many geographic, climatic, economic, social and cultural differences
show her ability to create what is beautiful and functional, and her intimacy
such as Brazil. Examples of these differences are: Ópera de Arame
with a specific material: the glass.
(designed by architect Domingos Bongestabs), Jardim Botânico and Rua 24
Terpins was introduced to the material by Ivan Serpa, in 1971, during a
Horas (both designed by Domingos Abrão Assad), from Curitiba; the Center
study course at the Center of Research and Arts, in Rio de Janeiro. “I was
of Jewish Culture (by architect Roberto Loeb), from São Paulo; and the
fascinated. The incandescent glassy mass is similar to the lava of a volcano:
Amnésias Topográficas project (by architect Carlos Teixeira), from Belo
it manifests its own life. I say, jokingly, that I am addicted to this work, but
Horizonte. The projects from Curitiba utilize structures in tubular steel, while
there is a bit of truth in it, I admit.”
the cultural center in São Paulo makes use of concrete complemented with
Professionally active since 1988, Terpins takes advantage of decorative
glass and steel. The project from Minas Gerais presents a peculiar way of
pieces to dare and fascinate. The Pólen vase, for instance, is surprising for
producing architecture: ephemeral constructions introduced in urban empti-
exhibiting colors from its interior. “With sculptures, I perform great discover-
ness or residual spaces.
ies, because there is no commitment with the function. My only goal is to be
The third and last focal point approaches the “recovery or recycling of con-
free,” she explains.
structions degenerated by the weather or inadequacy of the original program
In order to prevent any undesired spot, wooden tools and blocks of wet
to meet current needs,” which is a tendency that has been growing especial-
newspaper are utilized. In the execution, it is necessary to have, besides the
ly in the centers of big cities. In this section, two important projects were car-
whole technique, carefulness, because the temperature of the heating oven
ried out in São Paulo: the recovery of the residential building São Vito (by
is from 700 to 1,200ºC (!). “I use an asbestos apron and a special mask, but
architect Roberto Loeb), inserted in an important central area and nowadays
part of my neck stays uncovered. No problems with that; if something hap-
considered a decaying milestone, and the recycling of the old building of the
pens, I just have to get a leaf of aloe vera,” she asserts irreverently.
Faculty of Philosophy, Sciences and Languages of the University of São Paulo,
Nature is her greatest source of inspiration. “My creative process is nour-
partially destroyed in 1968 during the military despotism but to be restored
ished by the universe: the root of a tree, a huge rock, a sand path, the marine
and transformed in a center of contemporary art by the Una Arquitetos office.
fauna,” she says (in fact, the Pólen project was created after observing
The assembly project was conceived by Roberto Loeb and occupies 280
orchids in her home’s garden).
squared meters of the pavilion, designed by Henrique Mindlin, organized in
However, when it comes to furniture, the form/function pair is the concept to
conformity to the localization of the constructions. The smallest room, with a
be adopted. The lightness of the lines Pixels and Pi is kept in the new collec-
3-meter ceiling-height, exhibits the projects from Curitiba and Belo Horizonte.
tion, always considering geometric calculations to assure safety and reliability.
The largest part of the building (6-meter-high) places the projects situated in
Between transparency and opacity, the Leve series of modules for offices and
São Paulo, with panels made of imprinted translucent fabric, assembled to
home-theaters proposes a simple and efficient alternative to organize and
provide the visitors with a three-dimensional feeling, representing in a realis-
hide the wires of technologic equipment.
tic way the urban landscape of the Brazilian cities.
Among the 2004 highlights are also Biombo, which can be fixed or rotatable, and the Junina table, in which the designer started to work with perforations.
The Ninth International Architecture Exhibition of Venice will be held until
Non-follower of tendencies, but of her own style, Jacqueline Terpins produces
November 7, 2004.
pieces also in aluminum, ceramics and wood. “The movement and tension of each material reveal its singularity, instigating search and discovery,” she affirms. While the artist-who-becomes-designer continues to search and discover,
DIALOGUING WITH THE MATERIAL – page 50
spectators strive to answer how someone is able to listen – and understand – what the raw material says...
She simply lets the raw material speak. “I respect the glass, folheat,” she affirms. In her work, the glass may even choose the
PERFECT INTEGRATION – page 52
subject of the talk, but it is the creator, Jacqueline Terpins, who has the final saying
Leader on the market of floor-ceiling partitions, Solidor adheres to the development of a unique furniture collection. With an
Vanessa Domingues
excellent cost/benefit relation, the company offers intelligent
Design with art, art with design. In Jacqueline Terpins’s work, the concepts
solutions to protect the wiring of equipment and assure the visu-
coexist, interact and complement each other. Majored in visual communication
al unity in the entirety of offices
and working in the field of plastic arts, Terpins is, nowadays, an important figure in Brazilian contemporary design. “I have always judged myself as a plas-
Everything started in 1951 with the production of special doors for civil con-
English Version
lowing the shapes it suggests at the moment it is freed by the
struction. German technology enabled the manufacture of “solid doors” and
“bric-à-bracs”) bigger companies.
originated the Brazilian industry Solidor, the leader in the sector of floor-
The movement is extremely salutary: all of them are fairs of great commer-
ceiling partitions.
cial success, which have helped in divulging the Brazilian product, in our
Total closure or translucency magic: whatever the intention for the universe
country and abroad.
of work may be, Solidor resolves it.
But what calls most attention in the observation of the Brazilian production?
Nowadays, directed by Romeu Chagas, Ricardo de Abreu and Lorival
While handicraft is characterized by a unique language, by an original cre-
Campanaro, the company is proud of its privileged position, which is a result
ation, the industry still insists on copying models already produced abroad.
of three key-assets: quality, reliability and commitment.
We know there are enough designers, there is no lack of technology (though
Introducing the strong concern in every post-sale process – assembly, dis-
not very original, products are constantly receiving better physical quality),
assembly, alterations – as a differential aspect, the company consolidates its
and neither is there lack of market.
performance on the market by developing projects for important clients, such
What is missing is the courage to invest, to risk? Are we going to continue
as Alcoa, Citibank, Petrobrás, Pfizer, Bosch and, most recently, Instituto
to repeat eternally the same cutlery, the same serving dishes and bowls
Fernando Henrique Cardoso.
(whether they are plastic or metallic), the same everything?
What is already good promises to get better, because Solidor is enlarging its
We tried to select for this review, as we always do, only products with some
range of performance. It is the System of Integrated Furniture S10, composed
degree of originality; with only two exceptions, they are all Brazilian products.
by partition walls and connected surfaces. The components – designed by a
We also attempted to balance handcrafted and industrial products – and it was
specialized team after careful sounding along with clients/users – allow sev-
not very easy.
eral configurations, from reception up to meeting rooms.
For the next fairs, which will again encompass “man’s best friends”, we hope
With sophisticated technology, the system comes ready for the transportation
for a bigger contribution of the industry for those friends to be able to serve
of the wiring, which, undoubtedly, offers higher safety in the use of equip-
with quality and originality to a higher and higher number of users.
ment, besides optimizing the organization and cleanness of the environment. The excellent finish in aluminum with electrostatic paint in plain or metallic colors, added to several options for coverings of surfaces and partition walls,
LATIN FLAVOUR IN TYPOGRAPHY – page 62
is adhered also to the partitions. Everything to provide harmony to the space; after all, that is the impulse of creativity and quality of work.
Faster than what is expected, the market recognizes the quality
The furniture is exhibited at Solidor’s show room, located at: Rua Funchal,
and innovation of projects developed by Latin-American typogra-
551, 1st floor, São Paulo-SP.
phers. The biennial exhibition Letras Latinas 2004 and the award of the contest promoted by Linotype Library prove that, although
SOLIDOR – SISTEMAS PARA ESCRITÓRIOS LTDA.
there is still much to learn, the production presented by
Rua Paulo Afonso, 184
Brazilian, Argentinean, Mexican and Chilean professionals has
Diadema, São Paulo, SP
international level
Tel.: (11) 4067-5000 www.solidor.com.br
Claudio Rocha In typography, science and art are mixed together… The high productivity of details, the technique and the perfection of the design solutions of an alpha-
MAN’S BEST FRIEND – page 56
bet reflect suitability and functionality, without disconsidering aesthetic aspects. This point has been reached thanks to a secular tradition, an enthu-
Who is man’s best friend? Undoubtedly it is that object, almost
siastic historical progress, whose characters have delighted us with a valu-
a prosthesis of our hands, which enables us to interact with the
able and extremely diverse legacy – an inheritance that works as a raw
world. Pencil, spoon, glass and a whole universe of extensions of
material for the development of contemporary digital fonts and as a starting
our body or auxiliaries to our daily activities
point for even more iconoclastic experiments.
English Version
The knowledge of the secrets of good typography has been diffused through Maria Helena Estrada
the European continent and, since the beginning of the twentieth century, has
Every year two editions of Gift – a fair of gifts that might be called fair of
been passing through the USA. This central point, however, is oscillating with
objects – are carried out, besides parallel exhibitions spread throughout the
the ingression of countries with little experience in the area, though with pret-
city. Movements that demonstrate the new strength of a very specialized field:
ty specific symbolic patrimonies.
the one of objects and, in the case that interests us, the one of utilitarian
The conceptual and technologic indifference of dominant cultures is not resistant
objects for various habitats.
to the “irresponsible” freedom of new typographers, especially Latin ones.
Housewares & Gift Fair, ABUP and Circuito Craft are events of diverse pro-
Despite the efforts against it, globalization – stimulated by the Internet – is a
portions that also exhibit objects of different industrialization levels. Circuito
two-way road: what is exotic (in the very strict meaning of the term, that is,
Craft, as the name itself indicates, has been specializing in objects of hand-
what is distant from the eyes) overruns the lack of variety and the boredom
crafted origin, while the other two fairs encompass (among the abundance of
from the northern hemisphere.
Nowadays, several Latin-Americans have their fonts distributed by the main
Joshua Ramus. With offices in Rotterdam (the Netherlands) and New York
international “typefoundries”. The biennial exhibition Letras Latinas 2004
(USA), OMA employs around one hundred people, among architects, design-
registered part of such creation. The event, organized by the Argentinean
ers, researchers, designers, stylists and graphic designers.
magazine Tipográfica and carried out simultaneously in Buenos Aires
The most recent constructions are the Seattle Public Library, the Prada store
(Argentina), São Paulo (Brazil), Santiago (Chile) and Veracruz (Mexico), had
from Beverly Hills (USA), the Dutch Embassy, in Berlin (Germany), the Illinois
235 entries from eight different countries, under the following categories:
Institute of Technology, in Chicago (USA), and the Casa da Música (Music
Text, Titles, Experimental, Miscellany and Screen.
House), in Porto (Portugal).
Another evidence of the quality of the pieces created in Latin America is the outcome of the latest edition of the “International Type Design Contest”, pro-
“Architecture is a hazardous mixture of omnipotence and impotence.”
moted by Linotype Library: an Argentinean took the first place and a
Rem Koolhaas
Brazilian, the third. Another Brazilian received one of the ten honorable mentions. That is a good sign. In Brazil, a more solid relation with the market is missing to be established.
REM KOOLHAAS / OMA – SEATTLE PUBLIC LIBRARY A JOURNEY TO THE FUTURE
Piracy starts being seen as an error of professional attitude, lowering the designer’s work. After all, a digital font is the product of an arduous work –
In the project of the Seattle Public Library, Rem Koolhaas and the
it involves the establishment of a program with the design of at least ninety
Office for Metropolitan Architecture (OMA) reinvent the functionali-
representations, which must be related formally in the composition of words.
ty of the library and add new dynamics to the environment, sub-
What remains is the certainty that, with the creation of a consistent Latin-
verting the relations between information and public space and mak-
American production, our fonts are going to play a key-role to express the
ing new paradigms come up
cultural identity of these countries in the globalized scene. Winnie Bastian FURTHER INFORMATION:
The aggressive silhouette, with odd angles, captures the attention of whoever
Web Sites: www.letraslatinas.com and www.linotype.com
passes by. The glass “skin”, structured by a steel mesh, is the enclosure of
E-mail: nowtype@nowdesign.com.br (Brazilian Linotype Library’s representative)
unusual and intelligent spatial solutions, which are habits developed by
Book: “Fontes Digitais Brasileiras: de 1989 to 2001”, ADG Brasil and Rosari co-edition
Koolhaas in his project practice. The OMA project for the new Seattle Public Library (SPL) was the winner of a competition that comprised 29 offices from the whole world. The reason of
MASTERS OF ARCHITECTURE: REM KOOLHAAS / OMA
the success? The group led by Koolhaas and Joshua Ramus was the one that exhibited the best research process. “Our initial impulse is to consider how to make a particular program fresh, to consider what is redundant and what deserves to be reinvented,” explains Koolhaas.
“He is not a formalist, yet he creates forms; he is not a functionalist, yet pro-
And, in this case, what we see is indeed the library’s reinvention, now trans-
grams are the generators of his solutions; he is not a theoretician, yet ideas
formed in a public space, with big social and leisure areas. After a diligent
dominate his work.” That is how Jorge Silvetti, juror of the Pritzker Prize 2000,
study of the complex program required by the new SPL, Koolhaas and Ramus
refers to Dutch architect Rem Koolhaas, awarded in that year.
established nine programmatic clusters: five of stability and four of instability.
It was exactly the impact of his ideas that incited the interest of international
“Each cluster is architecturally defined and equipped for maximum, dedicated
media – and of architecture professionals and students – in Koolhaas, already
performance,” explains Joshua Ramus.
in the beginning of his career. After graduating from the Architecture
The “stability” clusters are organized in five platforms (administration, books,
Association School, in London, 1972, Koolhaas received a Harkness Fellowship
meetings, information and parking lot), interspersed with four big open floors (a
to research in the USA. In 1978, he published his first book, “Delirious New
children’s area, the Living Room, the Mixing Chamber and the Reading Room).
York: a Retroactive Manifest for Manhattan” (re-released in 1994), which made
The intermediary floors are displaced up to fifteen meters in relation to the
him famous even before having his projects constructed. After that, he also
platforms, according to the architect’s needs and intentions. Ramus clarifies:
published, in 1994, “S,M,L,XL” (1,300 pages, in contribution with Canadian
“By genetically modifying the superposition of the floors in the typical
graphic designer Bruce Mau) and “Content”, released in April 2004.
American high rise, a building emerges that is at the same time sensitive
Attentive observer of reality and, at the same time, visionary, the architect is
(the geometry provides shade or unusual quantities of daylight where desir-
the author of polemic statements, which are still confirmed in his projects,
able), contextual (each side reacts differently to specific urban conditions or
such as: “The elevator — with its potential to establish mechanical rather than
desired views), iconic”.
architectural connections — and its family of related inventions render null and
The existence of those nice spatial compartments with well-defined areas and
void the classical repertoire of architecture”.
functions also meets another problem observed by the architects. “Flexibility
Nowadays, his Office for Metropolitan Architecture (OMA) has big projects
in contemporary libraries is conceived as the creation of generic floors on
executed in Europe, America and Asia, and puts in practice the theories devel-
which almost any activity can happen. But the relentless expansion of the col-
oped by Koolhaas and his three partners: Ole Scheeren, Ellen van Loon and
lection inevitably encroaches the public space,” affirms Ramus. With this new
English Version
FROM IDEAS AND FORMS
proposal by OMA, “flexibility can exist within each compartment, but not at the
for the projects of the equipment. The library becomes “an information ‘store’
expense of the others” says Koolhaas.
where all media types – new and old – are presented equally and legibly”,
The display system for books is another expressive innovation of the pro-
according to the architects’ intention.
ject. In the traditional library, the collection is organized according to the floors and/or corridors; however, as the collections grow, the materials are dissociated from their categories (excessive material is placed in the base-
OTHER PROJECTS: CHARLES AND DEE WYLY THEATRE – DALLAS, USA
ment or in some other departments). At SPL, the collection is arranged in a
In this project, Rem Koolhaas and Joshua Ramus recreate the typology of the the-
continuous spiral ramp, along which “the subjects form a coexistence that
ater and propose a vertical construction, with eleven floors and one sublevel.
approaches the organic; each one evolves relative to the others, occupying
In traditional theaters, the support spaces – rehearsal rooms, staff offices,
more or less space on the ribbon, but never forcing a rupture. For Seattle,
costume and makeup rooms and other areas – wrap around the stage. In the
the Spiral’s 6,233 stacks house 780 thousand books upon opening, with
Wyly Theatre, such spaces will be located either above or below the street
flexibility to grow to 1,450,000 in the future, without adding another book-
level, enabling maximum interaction and flexibility.
case,” the architects reveal.
With an estimated cost of 45 million dollars and almost 7 thousand squared
The care with functionality, however, does not make the building a “research
meters of constructed area, the Wyly Theatre will be a multi-format venue in
machine”. The generosity of the public spaces (the intermediary floors) and the
which mechanized systems will enable rapid changes in its layout (enhanced
way they are articulated add liveliness to the project. The building reconsti-
proscenium, thrust stage and flat floor, among others).
tutes the environment of a city, with its views, its relief, and even its nature
The independence between the components of the room (floor, seats, light
(represented in the photographic carpets spread out through the floors).
control, acoustic separation) provides total flexibility to each one of the items:
Right at the entrance, the visitor faces the biggest and most inviting public
the floor surface can be perforated, painted or nailed; the seats, including the
space of the library: the Living Room, a type of plaza with triple ceiling-
balconies, can move or disappear completely; the walls providing light con-
height, where fiction collections, a teen center, a café, a shop and service
trol can be uniformly or individually manipulated; the acoustic barrier is
areas share space with computer stations and modern rubber couches.
dematerialized into a perimeter of glass, which makes the shows visible to
Chartreuse escalators lead the users from the Living Room directly to the cen-
outsiders. The idea is to amplify the accessibility to the public, “demystifying
ter of the fifth floor’s mezzanine, where the Mixing Chamber is located, “an
the theater’s activities and asserting it as a populist venue within the Arts
area of maximum librarian-patron interaction, a trading floor for information
District,” the architects inform.
orchestrated to fulfill an essential (now neglected) need for expert interdisci-
The construction is to be concluded in 2007.
plinary help,” defines Ramus.From this point on, an express escalator leads to
English Version
the center of the Book Spiral, the big continuous ramp that extends along four
CENTRAL CHINESE TELEVISION (CCTV) – BEIJING, CHINA
floors. Besides the natural path through the ramps (which are wide, well illu-
Two inclined towers, bent 90 degrees on the top and on the base to meet each
minated and inviting to research), staircases and elevators create “shortcuts”
other, forming a continuous “tube” and establishing an urban place, instead of
among the bookcases, facilitating the search for specific books.
pointing to the sky. That is how the new headquarters for the Chinese televi-
The Book Spiral culminates in an illuminated reading room under a 12-
sion will be, designed by Rem Koolhaas and Ole Scheeren.
meter-high inclined plan made of steel and glass.
With an estimation of a 600-million-euro cost and a 540 thousand-squared-
Although the library’s size has doubled (it has nowadays almost forty thou-
meters total constructed area, the complex involves two buildings and one
sand squared meters), the same did not happen with the group of employees,
park, constructed in a 10-hecatare area in the new Central Business District
thanks to the new technologies that assist in the automation of search and
(CBD), the central business district of Beijing.
checkout, among other functions. One of the greatest changes is a “book
CCTV’s building encompasses, along 405 thousand-squared meters, all the
sorter”, in which a conveyor belt transports automatically the books from the
functions of television production, from administration to studios, from broad-
return basket until the correct basket or department, thanks to the utilization
cast to network, in a sequence of interconnected activities.
of radio chips implemented in each book.
“The irregular grid on the building’s façade is an expression of the forces trav-
SPL’s structure is also unconventional. At the center of the construction, a
eling through its structure,” explain OMA. For being 230 meters high and hav-
monumental concrete shaft works as an “anchor” for the steel structure dis-
ing an uncommon shape, this building “would be a significant structural chal-
tributed along the rest of the building.
lenge in any part of the world, but it is so especially in Beijing, a highly seis-
The library’s curtain wall is supported by a bluish steel grid, which trans-
mic region,” state the engineers of Arup, multinational office responsible for
poses with great inclined plans the distance between the displaced platforms,
the complex’s structural development.
reducing the number and size of the pillars on the inside of the building.
The second building, with around 116 thousand squared meters, will house a
Made of I-beams, this grid was designed to resist wind and seismic loads. In
cultural center (Television Cultural Center – TVCC), a hotel, a visitors center,
order to eliminate the waste of material and make the assembly easier, the
a big public theater and expositive spaces.
glass panels were dimensioned with 1.22 X 2.13 meters each. A thin metal-
The Media Park forms a landscape of public entertainment, external filming
lic mesh, pressed between the glass layers, reduces the glare and heat gain.
areas and production studios as an extension of the green axis of the
The biggest project performed by OMA, the Seattle Public Library is a mile-
CentralBusiness District.
stone in the work of Koolhaas and the office, and establishes new standards
The building will be concluded for the Olympic Games of Beijing, in 2008.
9/17/04
1:31 PM
Page 1
Decoração: no caso do aço inox colorido, Decoração: no caso em especial a aplicação do aço inox colorido, éemampla, como em especial a aplicação revestimentos internos é ampla, como em erevestimentos externos; elementos internos arquitetônicos; e externos; elementos esculturas; luminárias; arquitetônicos; peças e acessórios esculturas; luminárias; de banheiros e cozinhas; peças e acessórios eletrodomésticos; de banheiros e cozinhas; cutelaria; e muito mais; eletrodomésticos; cutelaria; e muito mais;
Corrimãos: oferece longa vida, é segurooferece e resistente Corrimãos: longa vida, éPortas seguro ee entradas resistente (fachadas) de lojas: Portas e entradas é atrativo do ponto vista (fachadas) dedelojas: estético, resistente ao é atrativo do ponto de vista fogo e à corrosão estético, resistente ao fogo e à corrosão
Mobiliário urbano: requer poucaurbano: manutenção, Mobiliário facilidade de limpeza requer pouca manutenção, principalmente na facilidade de limpeza remoção de pichações principalmente na remoção de pichações
CampoCampo Visual Comunicação Visual Comunicação
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