Fotos Fernando Perelmutter
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
EXPOSIÇÃO LOUCOS POR DESIGN
R$ 14.00 Nº 39 QUADRIFOGLIO EDITORA
ARC DESIGN
Nº 39
2004
2004
CRAZY FOR DESIGN EXHIBITION
A LUZ EM DOIS MOMENTOS
NOVOS MATERIAIS NO DESIGN
LIGHT IN TWO MOMENTS
NEW MATERIALS IN DESIGN
DESIGN DO LUXO: JÓIAS E PERFUMES
PAULO MENDES DA ROCHA, ARQUITETO
LUXURY DESIGN: JEWELRY AND PERFUMES
PAULO MENDES DA ROCHA, ARCHITECT
Nesta página, vista parcial da exposição “Loucos por Design”, com as “gotas” criadas por Fernando e Humberto Campana. Ilustrando a capa, cesto Blow Up, design Campana para a Alessi, Itália, selecionado por Miucha
Fotos Fernando Perelmutter
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
EXPOSIÇÃO LOUCOS POR DESIGN
R$ 14.00 Nº 39 QUADRIFOGLIO EDITORA
ARC DESIGN
Nº 39
2004
2004
CRAZY FOR DESIGN EXHIBITION
A LUZ EM DOIS MOMENTOS
NOVOS MATERIAIS NO DESIGN
LIGHT IN TWO MOMENTS
NEW MATERIALS IN DESIGN
DESIGN DO LUXO: JÓIAS E PERFUMES
PAULO MENDES DA ROCHA, ARQUITETO
LUXURY DESIGN: JEWELRY AND PERFUMES
PAULO MENDES DA ROCHA, ARCHITECT
Nesta página, vista parcial da exposição “Loucos por Design”, com as “gotas” criadas por Fernando e Humberto Campana. Ilustrando a capa, cesto Blow Up, design Campana para a Alessi, Itália, selecionado por Miucha
7 "RASIL ) 2V LUPmRV [ =
30
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“Loucos por Design” – no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), São Paulo. Uma grande festa e, na verdade, três mostras reunidas em um mesmo espaço. ARC DE SIGN tem conseguido manter o delicado equilíbrio entre imagem e conteúdo – em nossas páginas, um não vive sem o outro. E a exposição, claro, espelhava esse cuidado: pesquisar e informar, transformar a informação em uma leitura agradável, com a imagem remetendo ao texto e dando ao todo uma alta qualidade gráfica e de conteúdo. Ao lado da má gi ca (emo ci o nan te, era co men tá rio ge ral na inau gu ra ção) ce no gra fia dos ir mãos Cam pa na e da ilu mi na ção de Guin ter Pars chalk, ha via a ga le ria dos no vos ma te ri ais e os ví de os. Aqui publicamos uma reportagem sobre a exposição. Esta edição está variadíssima! Da tecnologia dos materiais aos frascos de perfume, da luminotécnica às jóias. E, como sempre, um mestre da arquitetura. Hoje, Paulo Mendes da Rocha. Designer da luz, Guinter Parschalk comparece duplamente: com sua mostra, Tecnokitsch, e com o primeiro artigo de uma série sobre luminotécnica. Mana Bernardes, jovem designer carioca, desloca o conceito de jóia, trazendo-o para a estética contemporânea. E os frascos de perfume? Um luxo muito moderno! “A sim pli ci da de exi ge co ra gem e es for ço para ser al can ça da”, diz Shin Mat su na ga, pre mi a dís si mo de sig ner grá fi co ja po nês que pu bli ca mos nes ta edi ção. Boa visão e boa leitura! Ma ria He le na Es tra da Edi to ra
ARC DESIGN
Os sete anos de ARC DE SIGN foram comemorados em novembro com uma exposição –
Veja a mostra comemorativa dos 7 anos de ARC DESIGN: objetos escolhidos por 22 personagens de São Paulo, cenografia dos irmãos Campana, iluminação de Guinter Parschalk. Emocionante!
A convite de ARC DESIGN, o designer discute alternativas para transpor as fronteiras entre “barrados” e “incluídos” no universo do desenho industrial
23 00
Con fi ra, na pri mei ra de duas reportagens, alguns dos no vos materiais que já es tão à dispo si ção dos de sig ners no Brasil. Uma pes qui sa rea li zada por ARC DE SIGN
Maria Helena Estrada
DESIGN: O LUXO DO NOVO TEMPO
MATERIAIS E TECNOLOGIA
22
Winnie Bastian e Vanessa Domingues
BRECHAS E BRUXARIAS
Giorgio Giorgi
Maria Helena Estrada
LOUCOS POR DESIGN
18
40
Frascos de per fu me: do luxo arcaico aos tempos do nomadis mo, do ouro e cristal ao design e ao plástico
NEWS
10
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
PUBLI SCA
58
nº 39, novembro/dezembro 2004
PUBLI TOK & STOK
60
Con fi ra três proje tos recentes e três obras em blemá ticas de um dos mais impor tantes ar quite tos brasi lei ros
A ex posi ção Tec nokitsch, com obras de Guinter Parschalk, aproxima pólos opostos na criação e traz grandes inovações tecnológicas
LUMINOTÉCNICA
62
O BRASIL E A MADEIRA
64
EXPEDIENTE
74
52
A designer Mana Bernardes e o frescor de um vocabulário próprio no desenho de jóias. Muito modernas
*
ENGLISH VERSION
Francisco Homem de Melo
DESIGN PICTÓRICO
QUE LUXO!
50
Maria Helena Estrada
ALÉM DA VISIBILIDADE
Vanessa Domingues
PAULO MENDES DA ROCHA
Winnie Bastian
MESTRES DA ARQUITETURA
SUPLEMENTO ESPECIAL
66
Herdeiro direto dos mestres japoneses, Shin Matsunaga é pintor e designer gráfico, sendo autor, entre outros, da nova embalagem dos célebres cigarros Gitanes
81
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CRÍTICA PELO DE SIGN O assaltante bate no vidro do carro com um revólver em mãos; o motorista, sem hesitar – ou mesmo se assustar –, entrega o Kit Assalto (abaixo), uma maleta estilo 007, com celular, dólares, relógio e outros itens desejados pelos ladrões. Para garantir maior segurança na residência, o proprietário instala um muro que aumenta de altura automaticamente, de acordo com os índices de violência. Rendido por sequestradores e trancado no porta-malas de seu veículo, o homem, sem alternativa, simplesmente relaxa: ouve música, assiste à TV, lê livros de auto-ajuda. Lançando mão do humor, os arquitetos Isay Weinfeld e Marcio Kogan criticam a violência urbana e o clima de insegurança que aflige os moradores de metrópoles.
CONSTRUÇÃO OU DESTRUIÇÃO
Realizada no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, de 20 de outu-
Está à venda em livrarias de todo o país a reedição do livro
bro a 14 de novembro, a exposição “Happyland Vol. II” contou com 12
“São Paulo: Três Cidades em um Século”, Editora Cosac Naify,
peças grandes e um objetivo único: mostrar a que ponto chegamos.
co-edição Editora Duas Cidades. O arquiteto Benedito Lima de
“Tragicômico”, resumem os visitantes.
Toledo utiliza basicamente imagens de seu acer vo para provocar reflexão sobre as mudanças urbanas. Segundo o autor, “obser var passivamente a destruição da cidade é ser cúmplice do processo, mas nunca é tarde para recomeçar”. A novidade, além de texto e projeto gráfico reformulados, é um encarte que traz o mapa atual da capital paulista com referências dos locais onde as fotos publicadas foram feitas – um convite para que o leitor perceba as transformações ocorridas em cada ponto. Cosac Naify: (11) 3218-1444. www.cosacnaify.com.br
A NOVA ARQUITE TURA
MAIS INTERATI VIDADE
Lançado recentemente pela editora carioca Viana & Mosley, o
Está no ar o novo site da Associação Brasileira do Cimento Portland
livro “Brasil: Jovens Arquitetos”, autoria de Roberto Segre, traz
(ABCP). Dentre outras novidades, o internauta pode obter informa-
48 obras assinadas por mais de 100 arquitetos formados nos
ções sobre ser viços (laboratórios, cursos, biblioteca e atendimento
anos de 1990. A publicação, com 232 páginas e texto em por-
ao consumidor), o uso adequado do cimento em diversas aplicações
tuguês e inglês, é dividida em
e sua produção – por meio da animação didática de um fluxograma,
obras públicas, residenciais e
é possível visualizar desde a extração do calcário e da argila até o en-
variadas, revelando o panora-
sacamento do produto. Além disso, o site traz agenda de cursos e
ma da arquitetura em diversas
eventos, tira-dúvidas e relação dos ser viços técnicos com visita vir-
regiões brasileiras. Viana &
tual aos laboratórios. A pesquisa também ficou mais fácil; agora, é
Mosley Editora: (21) 2540-8571.
segmentada por área de interesse: arquitetura, projeto e obra, adminis-
vmeditora@globo.com
tração pública e universidades. ABCP: 0800-555776. www.abcp.org.br
DE SIGN.RS Conscientizar micro e pequenas empresas sobre a importância do design como diferencial competitivo é o intuito da revista Design.rs, lançada recentemente pela Rede Gaúcha de Design (RGD), em parceria com o Sebrae-RS. O primeiro número traz projetos e ser viços de entidades parceiras, como a Associação dos Profissionais em Design do RS (APDESIGN), a Cooperativa dos Artesãos do RS (COOPARIGS) e o Programa Gaúcho de Design (PGD), entre outras, evidenciando os benefícios do design nas organizações. Dentre os destaques, a edição conta ainda com o ar tigo “Identidade Cultural e Design”, escrito pela jornalista e diretora do Museu da Casa Brasileira, Adélia Borges, além de matéria sobre a influência
SACCARO NA ALAMEDA GABRIEL
do design no cotidiano das pessoas
Com projeto de arquitetura e ambientação de Ana Revello
e cases de sucesso em design
Vasquez, foi inaugurada a 17ª loja exclusiva da Saccaro, a se-
grá fico, ar te sa nato, ves tu á rio,
gunda na capital paulista. O show-room, com 400 metros
jóias, calçados e móveis.
quadrados, oferece cerca de 700 peças para ambientes inter-
Com periodicidade semestral e tira-
nos e externos, com mais de 20 opções de acabamento e am-
gem de 7 mil exemplares, a revista
pla variedade de tecidos.
é distribuída gratuitamente nas
O mobiliário é produzido em fibras naturais (junco, rattan e má-
instituições parceiras da RGD. A se-
laca) ou sintéticas, madeira, alumínio, vidro, couro, entre outros.
gunda edição está prevista para o
Saccaro: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.868, São Paulo.
início de 2005.
Tel. (11) 3083-0199. www.saccaro.com.br
RGD: (51) 3029-8298, www.rgd.org.br
PEÇAS GRÁFICAS PER SONALIZADAS O designer gráfico Tide Hellmeister e a indústria gráfica In-
CADERNO DE ARQUITE TURA E URBANISMO
dusplan firmaram parceria para o desenvolvimento de pe-
Com 60 anos de história e 240 edições concluídas, a revista Qua-
ças exclusivas, como agendas, calendários, blocos de ano-
derns d’Arquitectura i Urbanisme, publicada pelo Collegi d’Arquitectes
tação, organizers, etc., inclusive com aplicação de logotipo.
de Catalunya (COAC), na Espanha, acaba de passar por reformulação
Todos os trabalhos são executados em técnica mista: cola-
gráfica e editorial.
gens, fotos, pintura e objetos
Na versão impressa, serão feitos quatro números por ano, com
tridimensionais sobre car tão
projetos e ar tigos relacionados à arquitetura, e uma edição dupla,
especial, entre outras. O aca-
que trará iniciativas da revista em parceria com o COAC – em
bamento pode ser em capa
2004, a edição dupla abordou o concurso internacional de habita-
dura com empastamento,
ção na Catalunha.
costura, espiral ou wire-o.
O site funcionará como ponte de comunicação entre profissionais en-
Indusplan: (11) 227-0711.
volvidos na prática da arquitetura e a equipe editorial, além de ser es-
indusplan@terra.com.br
paço para a publicação de trabalhos que não puderam ser incluídos na versão impressa. http://quaderns.coac.net
BRA SIL EM SAINT ÉTIENNE Jóias criadas em ouro, prata, aço inoxidável, titânio, tântalo, nióbio, quartzo rutilado ou, ainda, em resíduos vegetais, como cascas de ár vores, jarina e pau-brasil. Luminárias feitas em materiais isolantes térmicos, em madeiras brasileiras ou que utilizam objetos do cotidiano como elemento de construção. Trabalhos de Mana Bernardes (veja matéria nesta edição), Sandra Frias, Sérgio Pires e Antônio Bernardo, entre outros nomes, cruzaram o oceano e chegaram à França.
CANTOS DA AMAZÔNIA
Com curadoria de Ethel Leon, a exposição “Metais e Luzes” participou
Design de interiores com mobiliário produzido em fibras na-
da quar ta edição da Bienal Internacional de Design Saint Étienne,
turais e sintéticas. Essa é a proposta da primeira edição da
realizada de 6 a 14 de novembro. Veja algumas peças: no alto, tiras
Mostra Canto da Amazonia, realizada pela Amazonia Fibras
de corpo, de Sérgio Pires, vestem como véus ou grandes écharpes –
Naturais. Em um galpão de 1.500 metros quadrados, 25
nelas foram escritos poemas em Braille de Helena Kolody; abaixo,
arquitetos e decoradores, entre eles Leo Shehtman, Marcelo
luminária Desconstrutiva, design e fabricação Daniel Lafer.
Faisal, Nelson Walter Lojo e Neza César, compuseram os mais
www.artschool-st-etienne.com
diversos ambientes. André Leite e Bruna Ximenes, por exemplo, montaram a Sala do Jovem Executivo. Acima, peças da linha Krenaki – estrutura em rottin e amarrações em couro pergaminho –, produzidas pela Amazonia, aliadas a equipamentos de última geração, tornaram o espaço sofisticado sem abrir mão de referências naturais. A mostra acontece até 30 de dezembro. Amazonia: Rua Luis Seraphico Jr., 1.089, São Paulo. Tel.: (11) 5641-6880.
DE SIGN COM ESTRATÉGIA A seleção dos melhores projetos desenvolvidos nos últimos 20 anos deu origem ao livro “Claudio Novaes: Design com Pensamento Estra-
PRESTÍGIO INTERNACIONAL
tégico”. Segundo o autor, esse portfó-
Além de terem sido indicados ao Prêmio Compasso D’Oro com a Peteca
lio “registra sua visão de mundo e
(edição Magis), conforme publicado em ARC DESIGN 38, Fernando e
marca uma nova fase profissional de
Humberto Campana receberão o prêmio de criadores do ano no pró-
sua empresa, especializada em de-
ximo Salão do Móvel de Paris, a ser realizado entre 13 e 17 de janeiro
sign estratégico”. Claudio Novaes
de 2005. A gratificação destaca também a parceria exemplar entre os
Design: (11) 3083-2770.
designers e a empresa italiana Edra.
www.claudionovaes.com.br
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STZ
A 13 de Abril de 2005 abre o Salone Internazionale del Mobile
SULTAN IN THE STUDIO Esse é o nome da exposição de Sergio Rodrigues na galeria R 20th Century, em N. York, realizada entre 29 de setembro e 17 de novembro. Organizada por Mario Gandelsonas e Diana Agrest, e co-organizada por Nessia Pope, a mostra trouxe mais de 20 peças – produzidas da década de 1950 até os dias de hoje –, além de desenhos e projetos, traçando uma retrospectiva do trabalho desenvolvido por Rodrigues, que, desde criança, alimenta sua paixão pela marcenaria, pelo artesanato e
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pela madeira. R 20th Century:
Para concluir seu projeto de graduação em Design Industrial
+ 1 (212) 343-7979.
pela Universidade do Vale do Itajaí – Univali (SC), Ronaldo
www.r20thcentury.com
Glufke foi à praia da Joaquina, em Florianópolis, pesquisar e testar pranchas de sandboard – esporte radical praticado nas
DESTAQUES DO DE SIGN GRÁFICO
dunas com características de skate, surfe e snowboard (na
Promovido pela Suzano Papel e Celulose, o Prêmio Max Feffer teve re-
neve). O resultado foi a Snake, uma prancha ecológica e ergo-
corde de inscrições. Em sua terceira edição, foram recebidas 630 pe-
nomicamente correta, que garante velocidade, agilidade e
ças de mais de 15 Estados brasileiros, contra 450 da segunda e 600
controle nas manobras.
da primeira. O próximo número de ARC DESIGN trará uma matéria ex-
O corpo, em polietileno de alta densidade (PEAD) reciclado, é
clusiva com os trabalhos premiados. www.suzano.com.br
sustentado por uma base lisa, diminuindo o atrito com a areia; a presilha para aperto do pé é produzida em lona biodegradável com velcro aplicado; e os batentes de suporte para a presilha, em PVC reciclado com acabamento fosco. Atualmente, o projeto está em fase de aprimoramento e o designer procura por parceiros que viabilizem a produção industrial da Snake. Ronaldo Glufke: (48) 9915-4683. rglufker@portobello.com.br
SA LÃO DO MÓVEL EM NOVA SEDE Projetada por Massimiliano Fuksas, a nova sede da Fiera Milano – centro expositivo que abriga anualmente o Salão do Móvel de Milão – é uma das maiores obras em execução na Europa. Com investimento estimado em 750 milhões de euros, o novo conjunto terá 345 mil metros quadrados de área expositiva e será formado por oito pavilhões,
S.C.A. EM RE VISTA
dos quais seis são térreos (com pé-direito variando entre 8 e 12 me-
Disponível nas mais de 130 lojas da empresa gaúcha de mo-
tros) e os outros possuem dois pavimentos (com pé-direito em torno
biliário, a segunda edição da revista aparece renovada. Com
de 9 metros no térreo e 6,5 no segundo pavimento) – espaços gene-
outro nome – Ambiente S.C.A. – e
rosos e planejados de acordo com as atuais necessidades do Salão
novo projeto gráfico e editorial, a
do Móvel, a maior feira do gênero no mundo. Segundo Fuksas, trata-
publicação, agora editada pela
se de uma instalação futurista capaz de “transformar uma experiên-
Quadrifoglio Editora, traz os di-
cia concreta como a visita à feira em uma aventura”.
versos lançamentos da S.C.A.,
O Salão do Móvel será transferido para a nova sede somente a partir
além de conteúdo editorial liga-
de 2006. As datas para as próximas quatro edições da feira já estão
do à arquitetura e decoração.
marcadas: 13 a 18 de abril de 2005; 5 a 10 de abril de 2006; 18 a 23
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As estudantes da Escola Superior de
Instalada no Brasil há três anos, a Futon Company, empresa
Desenho Industrial da Universidade
especializada em futon – conhecido como colchão japonês –,
do Estado do Rio de Janeiro (ESDI-
traz uma linha exclusiva de móveis e objetos assinados por de-
UERJ) Isabel Adler, Joana Koiller e Yael
signers, além de atender projetos especiais. Dentre as novida-
Dikstein desenvolveram um projeto ino-
des, está o Mil Folhas: dobrado, funciona como um pufe; aberto,
vador, destinado principalmente a turistas. O
é um colchonete. Produzido em lona ou shantung de seda, está
aparelho, batizado Xperience, gera mensagens multimídia, as
disponível em uma única cor ou dupla-face.
“mummes”, compostas por diferentes camadas de informa-
Chega também a nova versão da Paulistano, design Paulo Men-
ção: vídeo, fotos, texto, desenhos e efeitos gráficos do som,
des da Rocha. Com estrutura em inox, capa de couro sola e am-
registrando o momento com mais emoção e espontaneidade.
pla variedade de cores, a poltrona foi lançada recentemente na
O Xperience é semelhante a um PDA, mas incorpora câmera e
Maison & Objet de Paris e escolhida pelo decorador François
filmadora – conectadas com a base por bluetooth – que po-
Bernard como peça tendência do design contemporâneo.
dem ser desprendidas. A tela pode ser visualizada tanto na
Futon Company: Rua Mateus Grou, 370, São Paulo.
horizontal como na vertical.
Tel.: (11) 3081-4447.
O aparelho recebeu o “Most Oustanding Creative Design
www.futon-company.com.br
Award”, prêmio concedido às melhores criações de design, durante a Microsoft Design Expo 2004. ikadler@esdi.uerj.br, joanakoiller@esdi.uerj.br, yael@esdi.uerj.br
LOUCO POR DE SIGN... GRÁFICO! O logotipo da exposição que comemorou os sete anos de ARC DESIGN tem autoria de Gentil Andrade. Nascido no Brasil, o designer gráfico vive em Madri (Espanha) e dirige o escritório Graviola Design, responsável por projetos também em Milão (Itália), Estocolmo (Suécia), Londres (Inglaterra) e Lisboa (Portugal). Andrade realiza trabalhos gráficos para web, mídia, identidade visual e arquitetura de interiores. Atua ainda no segmento editorial, com diferentes editoras espanholas. Entre seus principais clientes estão grandes bancos europeus, como o Grupo BBVA (no Brasil, BBV) – projeto feito em parceria com Bettina Ilhe – e o Banco Português do Atlântico (Grupo
MODA, GASTRONOMIA E DE SIGN Lançamentos da estação na Vitrine Temática; pratos exóticos no Espaço Gourmet; sanduíches, tortas, saladas, drinks na Cafeteria e Restaurante; artigos de decoração, acessórios, esculturas no Lounge e Loja de Design. A partir de 1º de dezembro, a capital paulista tem uma nova opção de lazer: a Estação SP Design, idealizada por Nildo Hardman e George Maia. Estação SP Design: Rua Haddock Lobo, 1.012, São Paulo. Tel. (11) 3898-2335. www.estacaospdesign.com.br
BCP). Hoje, está finalizando, junto com a Postutility Productions, a criação do conceito de lojas para telefonia na Índia. graviola@telefonica.net
CORREÇÃO O fotógrafo da imagem ao lado, publicada na edição 38 de ARC DESIGN, é Jorge Solari, e não Jorge Solan, como creditado.
F45814
19.11.04
14:35
Page 1
“O melhor do Brasil é o brasileiro” provém de obra de Câmara Cascudo.
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Com Couché Suzano os detalhes saltam.
Tenha impressões com cores puras, uniformes e de grande impacto, possíveis devido à dupla camada de revestimento que só o Couché Suzano tem. Sua imagem vai ganhar em nitidez e saltar aos olhos de quem vê. Dupla camada, uma tecnologia que só a Suzano produz no Brasil.
LOUCOS POR DESIGN Acima, vista parcial mostra as “gotas” em papel Kraft criadas por Fernando e Humberto Campana para abrigar os objetos selecionados
18 ARC DESIGN
FICHA TÉCNICA Exposição “Loucos por Design” Local: Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo Data: 5 a 12 de novembro de 2004 Cenografia: Fernando e Humberto Campana Coordenação cenográfica: Thereza Medicis Iluminação: Guinter Parschalk Logotipo: Gentil de Andrade Vídeos: Angelo Palumbo e Izo Levin
“No design, forma e função são atributos implícitos; o que não é implícito, porque muda constantemente, é a carga afetiva e semântica do objeto.” Li Edelkoort, designer e teórica, é diretora da Design Academy Eindhoven
Maria Helena Estrada / Fotos Fernando Perelmutter Por que esse tí tu lo para a mos tra? Na ver da de, a ex pressão surgiu antes de a idéia estar formatada. Ser louco por design sugere quanto os objetos “de design” são admirados, desejados, e ao mesmo tempo que os dessacraliza, brinca e aproxima esses objetos que são parte de nosso cotidiano. A cenografia e a iluminação, pura sobriedade, os envolveu em uma aura de magia. Na se le ção dos ob je tos ex pos tos não hou ve cu ra do ria – a idéia era dei xar to tal li ber da de para a ex pres são in di vi du al. E a sur pre sa foi gran de: o con cei to de design foi alargado em todas as suas possibilidades, daquele anônimo ao dos famosos criadores contemporâneos, da peça produzida este ano à lâmpada de Thomas Edison, de 1879. Quem são os loucos por design, personagens escolhidos no universo cultural de São Paulo?
19 ARC DESIGN
Aci ma, vista ge ral da ex po si ção: o misté rio que en vol via os obje tos e a ilu mi na ção pontual de Guinter Pars chalk pro du ziam o im pac to da che ga da. No alto da pá gi na ao lado, à di rei ta, sala de ví de os com os pu fes Bag Maxi, da Tok & Stok, e, ao fun do, to das as 38 ca pas de ARC DE SIGN. Na se quên cia, pai néis com o resul ta do da pes qui sa re a li za da pela re da ção de ARC DE SIGN so bre os novos ma te riais
Adélia Borges, Adriana Adam, Antonio Maschio, Brunete Fraccaroli, Carla Caffé, Cesar Giobbi, Cristina Mutarelli, Gabriel Zellmeister, Guto Lacaz, Helga Miethke, Isay Weinfeld, Janete Costa, Jô Soares, Jorge Konigsberger, José Roberto Aguilar, José Zaragoza, Jum Nakao, Marcelo Rosenbaum, Marília Gabriela, Miucha, Nico Faria e Renato Imbroisi. Na exposição estavam, quase lado a lado, um espelho de Gaudí, cadeiras de Paulo Mendes da Rocha, Harry Bertoia, Mies van der Rohe e Jacqueline Terpins, peças de Arne Jacobsen e objetos de design anônimo, como o zíper e a rede, e cinzeirinhos de lata de refrigerante comprados num cruzamento de ruas em São Paulo. À mostra dos objetos seguiam-se painéis resultantes da pesquisa realizada pela redação de ARC DESIGN sobre os novos materiais disponíveis no mercado e cuja primeira parte publicamos nesta edição. Dois vídeos, um sobre design gráfico e outro sobre design de produtos, e a coleção completa da revista, completavam a exposição. ❉ 20 ARC DESIGN
No pé das duas páginas, detalhes da mostra, vendo-se, no interior das “gotas”: uma balança inglesa de pesar batatas (início do séc. XX) e 30 lápis (déc. 1950) com propagandas foram escolhas de Antonio Maschio; a roda (modelo Mavic 729 disc, França), escolha de José Roberto Aguilar; e a luminária escolhida por José Zaragoza, design do publicitário
21 ARC DESIGN
NOVOS MATERIAIS E TECNOLOGIAS
BRECHAS & BRUXARIAS A fase eletroeletrônica da Revolução Industrial é tão sedutora quanto impiedosa. Enfeitiçados pelo horizonte que a tecnologia descortina, mal percebemos que a distância entre barrados e incluídos parece, cada vez mais, intransponível. Excluídos. Para sempre?
Giorgio Giorgi Desesperados reagem com o terror. Entre os submissos e conformados, uns poucos, espertinhos, metem a mão nas migalhas do banquete dos hegemônicos. Julgam-se bruxos. São só outra coisa, semelhante no som, mas muito diferente no significado... Na contramão, uns poucos atrevidos e inconformados de toda a ordem (e desordem…) rastreiam brechas, que las hay, las hay… Enclaves onde o processo hegemônico admite reversões. Onde a tecnologia, preponderantemente distanciadora, oferece um atalho para o avanço possível. Efetiva possibilidade, e não mero consolo. Basta, a título de exemplo, pensar no telefone celular. Passada a curta fase inicial de ridículo exibicionismo, e apesar da neblina que envolve o processo de privatização da telefonia entre nós, resta o fato: uma camada expressiva da população conseguiu, finalmente, um telefone! Ou seja, pela primeira vez, muitos conseguiram estabelecer um vínculo pessoal, de referência, com um dos meios de comunicação caracterizadores da modernidade. As consequências, de todo o tipo, são incalculáveis (alô-alô, cientistas sociais!…), particularmente num país ainda semi-alfabetizado e, portanto, de forte tradição oral. Pelo caminho da telefonia convencional (postes, cabos “et caterva”), nem por milagre... Pois bem, toda essa encrenca vem à tona na hora de projetar um novo produto. Como propor algo em sintonia com a sensibilidade contemporânea, quando não se pode recorrer a materiais e processos produtivos preponderantes na construção da sintaxe da contemporaneidade? Rastrear brechas…
CASO 1. O policarbonato é considerado a mais nobre das chamadas poliolefinas. Algumas de suas propriedades (transparência, resistência ao impacto e à temperatura, entre outras) são tão destacadas que permitem utilizá-lo em aplicações díspares, de mamadeira a escudo policial. Capítulo à parte, a produção de filmes em policarbonato resulta tão melindrosa que só três empresas, no mundo, se habilitam a fazê-lo. Quando Paolo Rizzatto utilizou, com sucesso, o filme de policarbonato serigrafado para o difusor da luminária Costanza (Luceplan,
Nas duas pá gi nas, lu mi ná rias cria das por Fa bio Fa lang he e Giorgio Giorgi, pro du zi das pela E27. Aci ma, à es quer da, lu mi ná ria Flap (1999). Na se quên cia, Hot Hat sus pen sa (1994): a pri mei ra lu mi ná ria bra si lei ra a uti li zar o fil me de po li car bo na to. Abai xo, de ta lhe do di fu sor da Hot Hat: a se quên cia de fu ros que per mi te as duas con fi gu ra çõ es da cú pu la foi ob ti da com o uso de uma faca for ja da, se me lhan te às em pre ga das para o cor te do cou ro na fa bri ca ção de cal ça dos; design grá fi co: Ivald Gra na to. No pé da página ao lado, luminárias Pixel, modelos de mesa (2001)
1986), abriu uma picada que, nos anos seguintes, foi trilhada por muitas das principais empresas de ponta do setor. Contudo, aquilo que poderia virar apenas mais um modismo, no contexto de um país periférico transformou-se em oportunidade: a possibilidade concreta de resgatar, a partir de um material de sofisticada tecnologia, processos clássicos e baratos de produção serializada (serigrafia e corte-e-vinco), viabilizando a produção de lotes proporcionais às modestas dimensões do mercado local.
CASO 2. O universo do corte de folhas e chapas metálicas foi sacudido, nos últimos tempos, pelo apri mo ra men to e pela di fu são de pro ces sos como o pun ci o na men to, cor te a la ser e a água. Gerenciados através do computador, esses processos aliam rapidez, precisão e acabamento e, principalmente, oferecem uma invejável flexibilidade, na medida em que admitem variações projetuais que são materializadas, se e quando necessário, a uma simples troca de arquivo eletrônico. Graças à agilidade alcançada na operação de corte e à dispensa de investimentos com estampos, tais processos têm-se revelado crescentemente competitivos, tanto para peças únicas, quanto para séries de pequeno e médio portes. A expansão da oferta de prestadores de serviços de qualidade no setor poupa as empresas menores de investirem na aquisição do equipamento necessário, viabilizando-lhes o acesso. Paralelamente, a incorporação de controles numéricos computadorizados (CNCs) ao universo das clássicas dobradeiras de folhas e chapas metálicas permite recuperar e reposicionar este procedimento, transformando-o em complemento ideal para os novos processos de corte. Aqui, mais uma vez, a informação nova resgata e potencializa a informação antiga. De quebra, complexidade, flexibilidade, rapidez, precisão e acabamento colocam lado a lado, em igualdade de condições, projetistas do centro e da periferia. Será que dá para encarar? Giorgio Giorgi é designer e professor junto ao Departamento de Projeto da FAU/USP. 23 ARC DESIGN
EXISTEM LUZES NO FIM DO TÚNEL?
É verdade, a situação é ainda crítica para os designers e desenhistas industriais brasileiros. O mercado é pequeno, os investimentos são raros e parcos. Não apostam em nosso potencial as multinacionais da matéria-prima; as indústrias não investem na pesquisa para a produção em larga escala de móveis, de luminárias ou de objetos. É o terceiro mundo descrito por Giorgio Giorgi. ARC DESIGN, angustiada com essa eterna equação derrotista, com esse “status quo”, desejando contribuir para que a realidade comece rapidamente a se transformar, pensou em fornecer aos profissionais e empresas um primeiro “caminho das pedras”, um repertório dos novos materiais disponíveis no mercado brasileiro. Pesquisamos junto aos fornecedores de matéria-prima, garimpamos, no verdadeiro sentido da palavra, até descobrirmos com que materiais os designers já podem contar. Colaborações preciosas: o Centro São Paulo Design, que nos deu acesso a pesquisas e projetos já realizados; as empresas que forneceram amostras e descritivos dos materiais; e os designers, que forneceram informações sobre materiais em desenvolvimento. Este é um estudo em andamento. Outras novidades logo virão. E na próxima edição teremos a continuação desta matéria. Pesquisa: Winnie Bastian e Vanessa Domingues
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Abai xo, duas amos tras da Fo lha Semi-Ar te fa to, a “bor ra cha ver de”, fei ta a par tir do lá tex com um mé to do que, além de não uti li zar energia elé tri ca, re quer me nos água do que os pro cessos con ven ci o nais
PLÁSTICOS Acima, ventilador Spirit, design Índio da Costa (RJ), em policarbo nato com efeito Light Diffusion – transparência que revela componentes internos
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Acima, mesa Sid em metacrilato, Jhovini Móveis
VI SU AL EFX
ME TA CRILATO®
Ma te rial: policar bonato (PC), PC/ABS e ABS com efeitos especiais Des cri ção: po dem ser ob tidos vá rios ti pos de efeito: me tá lico, ace ti nado, perolado, trans lú cido em tons pastéis, de granito e pedra, de vidro, de alumínio escovado, transparente, cores fluorescentes, super fí cie com par tí cu las bri lhantes, mudança de cor con for me o ângu lo de vi são e for te bri lho em ex tremidades, entre ou tros Apli ca ção: ele tro do més ti cos, itens de cu tela ria, mó veis, obje tos uti li tá ri os e de co ra ti vos Fa bri can te: GE Ad van ced Materials Plas tics In for ma çõ es: 0800-7722864 geplas tics.br@ge.com www.geplas tics.com.br
Ma te rial: Poli me til Me tacri lato de Me ti la (PMMA) Des cri ção: ma nu fatu rado a par tir de maté ria-pri ma 100% virgem, pos sui tex tu ra de toque aveludado que pode ser aplicada em um ou nos dois lados da chapa. O re sultado é um material trans lú cido de boa di fusão e uni for midade da luz. Ató xico, não-in fla má vel e não-reati vo, esse ter moplás tico é facil mente moldado ou dobrado, po dendo ser usi nado, fu rado, receber colagem, etc. Está disponí vel em di ver sas cores e pos sui pro te ção UV Apli ca çõ es: pai néis, lu mi ná rias, mó veis, por tas, pratelei ras, obje tos uti litá rios e decorati vos Dis tri bu i dor: Componenti Per Mobi li Informações: (54) 453-5929, componenti@componenti.com.br www.compo nenti.com.br
Foto: Márica Xavier
Obras da ar tis ta plás ti ca Már cia Xa vi er em acrí li co: aci ma, cur va fran ce sa com ima gem aé rea do cen tro de São Pau lo; abai xo, à esquerda, ré gua de for mas ge o mé tri cas, com ima gem do cen tro an ti go de Belo Ho ri zon te (MG)
VER TON®
Ma te rial: acrí lico com imagem Des cri ção: a imagem é fundida em uma das faces do acrí lico du rante a fabricação da chapa. O pro du to, disponí vel em placas de 2 x 1 me tro, com espes su ras que va riam de 4 a 20 mi lí me tros, pode ser dobrado, cor tado, colado, per fu rado e mol da do a quen te. Per mi te a re pro du ção de ima gens com plexas com alta fidelidade Apli ca çõ es: mó veis, obje tos decorati vos, lu mi ná rias, por tas, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Tergoprint In for ma çõ es: (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br www.tergoprint.com.br
Material: família de produtos fabricados em diferentes resinas bases, como poliamida, polipropileno, PBT (poli-butil-tereftalato) e ABS, caracterizada pela inserção de fibras estruturais longas de vidro Des cri ção: bas tante rí gido, o pro du to oferece boa per for man ce mecâ nica, além de ser re sis tente ao desgas te Aplicações: peças estruturais (reforços, estruturas), móveis, objetos utilitários e decorativos Fa bri can te: GE Ad van ced Materials Plas tics In for ma çõ es: 0800-7722864 geplas tics.br@ge.com www.geplas tics.com.br
Foto: Márica Xavier
ACRILI UM
Ca dei ra Ste el Case, pro du zi da em Ver ton
PLÁSTICOS PLASTICOS Acima, cadeira Giro, design Lars Diederichsen: assento e encosto são formados por uma única chapa de Spectar curvada a frio
Produtos em Noryl: acima cortador de grama; abaixo, recipiente para alimentos
SPEC TAR
NORYL® C-GTX
Ma te rial: copoli és ter Descrição: produzida em plástico especial, com boa resistência química e a impactos (15 a 20 vezes superior ao acrílico), a chapa pode ser dobrada a frio, termoformada (sem necessidade de ser pré-secada antes do processo), serrada, rebitada, furada com broca, perfurada, cisalhada e usinada. Totalmente reciclável e atóxico, o produto apresenta excelente transparência e permite a aplicação de silk-screen. Há dois tipos de chapa: uma com proteção a raios ultravioleta, adequada para uso ex terno, e outra sem, ideal para ser utilizada em ambientes internos Apli ca çõ es: displays, le trei ros, pe ças téc ni cas, mó veis, sis temas de pratelei ras, racks, obje tos decorati vos Fa bri can te: Eas tman In for ma çõ es: (11) 5506-9989, jef fer son@eas tman.com www.eas tman.com.br
Ma te rial: blenda poli mé rica de polia mida 6,6 e PPO (poli ó xido de feni leno) Des cri ção: apre sen ta ní vel de con du ti vi da de ade qua do à ade são do pó no pro ces so de pin tu ra ele tros tá ti ca. Ofe re ce re sis tên cia quí mi ca, tér mi ca e à cor ro são, além de es ta bi li da de di men si o nal, te na ci da de e bai xo peso. Não ne ces si ta de pri mer, o que pode re du zir con si de ra vel men te o cus to de pin tu ra Apli ca çõ es: mobi li á rio, obje tos decorati vos, pu xadores Fa bri can te: GE Ad van ced Materials Plas tics In for ma çõ es: 0800-7722864 ge plas tics.br@ge.com www.ge plas tics.com.br
DERIVADOS DA MADEIRA Acima, placas de OSB Lixado com revestimento parcial; abaixo, detalhe mostra a textura do material
Acima, painéis de Melamina Postformada; abaixo, detalhe do perfil arredondado
OSB LI XA DO
ME LA MINA POS TFOR MA DA
Ma te rial: placa de tiras de madei ra Des cri ção: chapa feita com ti ras de madei ra orientadas em três ca madas per pendicu la res, unidas com re si na e prensadas. A placa já vem li xada e pode ser reves tida com lâ mi nas de madei ra natu ral, pré-compos tas ou la mi nados plás ticos de alta pres são. Disponí vel em chapas de 1,6 x 2,50 me tros, com 9, 12, 15 ou 18 mi lí me tros de espes su ra Apli ca çõ es: mó veis, pai néis, por tas, di vi só rias, em ba lagens e obje tos decorati vos Fa bri can te: Masi sa do Brasil In for ma çõ es: (42) 219-1505 masi sa responde@masi sa.com.br www.masi sa.com.br
Ma te rial: pai néis reves tidos com pelí cu la mela mí nica Des cri ção: pai néis de aglo merado ou MDF re ves tidos com pelí cu las de co rati vas impreg nadas de re si nas mela mí ni cas, re sultando em uma super fí cie fe chada, li vre de po ros, dura e re sis tente ao desgas te super fi cial; o pro ces so de pos tfor magem pro duz bordas cur vas, eli mi nando a ne ces sidade de uso de fi tas de bordo. Apre senta alta re sis tên cia ao ca lor e ao uso de lí quidos abrasi vos. Dispo ní vel nos padrõ es bran co, maple e arce, em chapas de 18 mi lí me tros de espes su ra e 2,48 me tros de compri mento, com largu ras de 29,5, 39,5, 44,5 e 49,5 centí me tros Apli ca çõ es: mó veis, pai néis, por tas, di vi só rias Fa bri can te: Masi sa do Brasil Informações: (42) 219-1505, masisaresponde@masisa.com.br www.masi sa.com.br
Foto Andrés Otero
VIDROS Acima, detalhe do vidro Artista, com textura em uma das faces
Acima, mesa Junina, em vidro plano colorido, design Jacqueline Terpins
AR TIS TA TM
IME RA TM
Ma te rial: vidro pla no colorido Des cri ção: transpa rente, pos sui tex tu ra em uma das faces. Disponí vel em 28 cores, per mite a fusão em for no de placas com cores di ferentes, po dendo for mar amplos pai néis. Espes su ras: 2,75, 3, 4, 6, 8 e 10 mi lí me tros Apli ca çõ es: mó veis, di vi só rias, pai néis, lu mi ná rias Fa bri can te: Schott In for ma çõ es: (11) 5693-5569 va leria.salto@schott.com www.schott.com
Ma te rial: vidro pla no colorido Des cri ção: liso dos dois lados, pode ser traba lhado com di ver sas téc nicas: cor te, tritu ração, bro cagem, jato de areia, reves ti mento espelhado ou mo delagem, faci litando sua uti lização no de sign de obje tos Apli ca çõ es: mó veis, obje tos uti litá rios e decorati vos, di vi só rias, lu mi ná rias Fa bri can te: Schott In for ma çõ es: (11) 5693-5569 va leria.salto@schott.com www.schott.com
Acima, destaque para o vidro espelhado e impresso (padrão antílope) da UBV no móvel projetado pelas arquitetas Ana Claudia Kracoviak e Ana Cristina Tavares para a Adega da Casa Cor SP 2004
VIDRO IM PRES SO
VE TRINO RE FLE TI VO
Ma te rial: vidro pla no impres so Des cri ção: vidro in color com relevo impres so em uma das faces; pode ser colorido por meio de la mi nação Apli ca çõ es: mó veis, lu mi ná rias, por tas, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Uni ão Brasi lei ra de Vidros (UBV) In for ma çõ es: Arq. Claudia Fer rer: (11) 5923-2027 claudia.fer rer@ubvidro.com.br www.ubvidro.com.br
Ma te rial: vidro la mi nado com imagem Des cri ção: la mi nado de vidro float, sendo um deles refle ti vo e o ou tro nor mal. Entre as placas, insere-se uma pelí cu la com imagem e pro te ção UV. Material ideal para interagir com a luz natu ral ou ar ti ficial, pois a imagem pode “apa recer ou su mir” do lado refle ti vo con for me a di re ção e a intensidade da luz in cidente. No lado não-refle ti vo, a imagem é sempre vi sí vel. A espes su ra do con junto pode va riar entre 7 mi lí me tros e 2 centí me tros Apli ca çõ es: lu mi ná rias, di vi só rias, pai néis, mó veis Fa bri can te: Tergoprint Informações: (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br www.tergoprint.com.br
Ao lado, painel em Vetrino Refletivo: de um lado, a imagem com transparência; de outro, reflexo espelhado. Projeto da arquiteta Rossana Velletri
NATURAIS Acima, a Folha Semi-Ar tefato durante o processo de secagem; abaixo, bolsa executada com o mesmo material, criação da designer Flavia Amadeu
32 ARC DESIGN
Acima, caixa de sapatos Stok, design Érika Cezarini Cardoso; em isopor de mandioca, recebeu o Prêmio Ecodesign 2004 na categoria emba lagem. Abaixo, peça exemplifica a capacidade do material em reproduzir formas complexas
FOLHA SEMI-AR TEFATO (FSA)
ISO POR DE MAN DI O CA
Ma te rial: bor racha vulca nizada Des cri ção: bor racha natu ral re sultante de pesqui sa rea lizada pelo Laborató rio de Tec nologia Quí mica (LATEQ/IQ), da Uni ver sidade de Brasí lia, coordenada pelo pro fes sor Floria no Pas tore, a qual muda a for ma de pro ces sa mento do lá tex. O pro ces so conven cional, além de consu mir mu ita água e energia, cor ta as ligaçõ es da bor racha, di mi nu indo sua qua lidade. Esse mé to do não requer energia elé trica e consome pouca água. Além dis so, o pro ces so é de senvol vido do iní cio ao fim pelo seringuei ro, que as sim não depende de usi nas ou atraves sadores. Disponí vel em folhas de 30 x 40 centí me tros, com cerca de 3 mi lí me tros de espes su ra. A pro du ção va ria, em mé dia, entre 60 e 80 kg por mês, por pro du tor Apli ca çõ es: mobi li á rio, obje tos uti litá rios e decorati vos, em ba lagens, lu mi ná rias Fa bri can te: se rin guei ros do Acre, do Ama zonas, do Pará e de Rondô nia Distribuidor: (61) 9970-1081 (Neotec) In for ma çõ es: http://www.unb.br/iq/ labpesq/lateq/In for me_tec bor.htm
Ma te rial: isopor de fé cu la de mandio ca Des cri ção: ter mo ex pandido bio degradá vel fabricado a par tir de fé cu la de mandio ca, com aspec to vi sual e plás ti co semelhante ao do iso por conven cio nal. O pro ces so de fabri cação, mu i to mais simples que o do iso por, é 100% limpo e uti li za moldes de alu mí nio. A maté ria-pri ma, além de ba rata, é renová vel (ao contrá rio do pe tró leo, maté ria-pri ma do isopor tradicional). É pos sí vel acrescentar re sí duos da casca e pol pa da mandio ca à for mu lação, em até 50%, con ferindo um aspecto rús tico ao material, melhorando sua resistên cia e reduzindo seu custo. Per mite coloração, relevos, for mas orgâ nicas e estampagem Apli ca çõ es: em ba lagens e obje tos uti litá rios e decorati vos Fa bri can te: a empre sa De síg nio está em busca de parcei ros para viabi lizar a pro du ção indus trial. In for ma çõ es: (14) 3813-7630, de sig nio@de sig nio eco de sign.com.br, www.desig nio eco design.com.br
Acima, pellets de Biocycle para injeção; abaixo, protótipo de caneta executado com o mesmo material
Acima, granulado de casca de dendê; abaixo, granulado de casca de arroz
GRA NU LA DO DE CAS CA DE AR ROZ / GRA NU LA DO DE CAS CA DE DEN DÊ
BI OCY CLE
Ma te rial: gra nu lado de casca de ar roz ou dendê Des cri ção: compó sito de alta per for man ce, re sis tente à cha ma e umidade. Disponí vel em placas com 16 mi lí me tros de espes su ra, com di mensõ es que va riam de 10 x 10 centí me tros a 1 x 1 me tro, além da chapa de 1,60 x 0,60 me tro Apli ca çõ es: mó veis, obje tos, lu mi ná rias, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Ecom In for ma çõ es: São Pau lo: (11) 8174-5867, ou tras lo ca li da des (82) 355-1128, eduardo@acom brasil.com.br www.ecom brasil.com.br
Ma te rial: PHB (poli hidroxi bu ti rato) Des cri ção: polí mero para in je ção ob tido a par tir da saca ro se pre sente no açú car da cana. Pas sí vel de rá pida decompo si ção por microrga nis mos quando descar tado em ater ros sa nitá rios, li xõ es ou ex pos to a am bientes com bacté rias ati vas. Ob tido a par tir do bagaço de cana hidroli sado, um re sí duo da indús tria de álcool e açú car. Será dis tri bu í do no mercado a partir de 2007 Aplicações: embalagens, móveis, objetos utilitários e decorativos Fa bri can te: PHB Indus trial S/A In for ma çõ es: (16) 3987-9130, biocycle@biocycle.com.br www.biocycle.com.br 33 ARC DESIGN
NATURAIS Acima, o pastilhado de coco em duas versões: lisa (à esquerda) e rústica (à direita). Abaixo, mesa revestida com pastilhado de coco, design Eduardo Queiroz
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PAS TILHA DO DE COCO
AMIDO PLAST
Ma te rial: pas ti lhado de coco Des cri ção: pas ti lhas de 2 x 2 centí me tros são agrupadas em placas de 20 x 20 centí me tros, com 4,5 mi lí me tros de espes su ra. Disponí vel em três padrõ es: natu ral (uti liza a par te inter na da casca), rús tico (uti liza a par te ex ter na da casca) e liso (feito das pas ti lhas natu rais e rús ticas, com poli mento). Além des ses, há o pas ti lhado “al bi no”, que emprega as pas ti lhas bran cas (que não escu recem ao secar). Pode ser aplicado sobre super fí cies pla nas ou cur vas. A casca de coco tem 46% de lig ni na (polí mero natu ral pre sente nas madei ras de alta densidade). Lavá vel, re sis te à água e à umidade Apli ca çõ es: mó veis, obje tos, lu mi ná rias, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Ecom In for ma çõ es: São Pau lo: (11) 8174-5867, ou tras lo ca lidades (82) 355-1128 eduardo@ecombrasil.com.br www.ecom brasil.com.br
Ma te rial: bioplás tico Des cri ção: plás tico bio degradá vel à base de amido de mi lho e gelati na, re sultado de pesqui sas de senvol vidas por Leonard Sebio, pesqui sador da Uni ver sidade Es tadual de Campi nas (UNI CAMP). Pode ser ma nu fatu rado em equi pa mentos tradicionais de pro ces sa mento de plás tico sinté tico, como in je ção, ter mo for magem e ca landragem. Com cerca de 50% de água em sua compo si ção, pos sui cus to de fabricação reduzido. O pro du to já está regis trado no Ins titu to Nacional de Propriedade Indus trial (INPI) Aplicações: embalagens, móveis, objetos utilitários e decorativos Fa bri can te: ainda não é pro duzido indus trial mente In for ma çõ es: (19) 3788-3834, le o seb@fea.uni camp.br
HÍBRIDOS Acima, grânulos de Plast-wood para injeção; no pé da página, à direita, base para calçado executada com o mesmo material
THER MO COMP® HSG
PLAST-WOOD®
Ma te rial: família de produtos com inserção de compostos metálicos, podendo ser fabricada em diferentes resinas-base: ABS, polipropileno, PBT, poliamida, poliacetal, entre outras Des cri ção: com alto peso especí fico e elevada condu ti vidade tér mica, o pro du to promove a sensação do me tal ao toque e pode re tardar cha mas. Disponí vel em di ver sas cores, oferece boa re sis tên cia tér mica, mecâ nica e à cor ro são Aplicações: puxadores de móvel, objetos utilitários e decorativos Fa bri can te: GE Ad van ced Materials Plas tics In for ma çõ es: 0800-7722864 geplas tics.br@ge.com www.geplas tics.com.br
Ma te rial: poli propi leno e madei ra Des cri ção: material para pro du ção de pe ças in je tadas. A madei ra, além de tor nar o cus to do pro du to mais aces sí vel, con fere re sis tên cia. O plás ti co ga rante du rabi lidade em condi çõ es úmidas. O plast-wood apre senta boa es tabi lidade di mensio nal Aplicações: calçados, móveis, objetos utilitários e decorativos Fa bri can te: Ar tegor In for ma çõ es: (11) 5051-3855 fpa lace@uol.com.br
35 ARC DESIGN
HÍBRIDOS Acima, bancada com tampo em Surell
36 ARC DESIGN
Acima, estante Puzzle em Wood-stock, design Ricardo Dias
SU RELL
WOOD-STOCK
Ma te rial: compos to quí mico e mi neral Des cri ção: disponí vel em placas de 0,76 x 3,68 me tros, com 13 mi lí me tros de espes su ra, é ató xico, imper me á vel e não-poro so, o que faci lita a limpeza e evita conta mi nação. Apre senta flexi bi lidade e re sis tên cia à maioria dos pro du tos quí micos nor mal mente uti lizados em re sidên cias. Ter momoldá vel a altas temperatu ras, per mite a com bi nação de cores com emendas imperceptí veis Apli ca çõ es: mó veis, tampos, ban cadas Fa bri can te: Per tech In for ma çõ es: (11) 4341-9765 car los.lima@per tech.com.br www.per tech.com.br
Ma te rial: placa de poli propi leno e fa ri nha de madei ra Des cri ção: os componentes (poli propi leno, re sí duos da indús tria madei rei ra e sobras do pró prio pro du to) são fundidos por ex trusão e trans for mados em placa por sis tema de ca landragem. Quando aquecido, o Wood-stock pode oferecer grande variedade de formatos, dependendo do molde usado. Totalmente reciclável, permite a aplicação de materiais de reves ti mento, como car pe te e vi nil, por meio de aqueci mento e pres são, evitando o uso de ade si vos. Du rante a prensagem, é pos sí vel inserir elementos de refor ço, pi nos, pi vôs, pa rafusos, dobradi ças, etc. A pla ca pode ser uti li za da em li nha de pro du ção ma nu al, semi-au to má ti ca ou au to má ti ca Apli ca çõ es: mó veis, pe ças para indús tria au tomobi lís tica, obje tos decorati vos Va ria ção: há tam bém o Wood-stock flexí vel, com um polí mero especial que con fere flexi bi lidade e re sis tên cia ao pro du to. É uti lizado prin ci pal mente na indús tria cal çadis ta (contra-for te) e au tomobi lís ti ca (as soa lho, reves ti mento do por ta-ma las) Fa bri can te: Ar tegor In for ma çõ es: (11) 5051-3855 fpa lace@uol.com.br
Acima, pellets de Flexwood para injeção; abaixo, peça técnica executada com o mesmo material
Acima, bancada com tampo em Hi-Macs
FLEX WO OD
HI-MACS®
Material: compósito de termoplásticos e serragem de madeira Des cri ção: compó sito refor çado com polí meros natu rais, de senvol vido para subs titu ir to dos os materiais 100% poliolefí nicos nos mé to dos de ex trusão ou in je ção. Uti liza re si nas com ponto de fusão abai xo de 200 graus; con for me a fi na lidade, di ferentes re si nas são empregadas: PEBD, PEAD, PS, ABS, PP, PVC. Pode ser reaproveitado em novas in je çõ es (o mes mo material já foi rein je tado 10 vezes!). Per mite uso de pig mentos Apli ca çõ es: mó veis, obje tos uti litá rios e decorati vos, pe ças para indústria au tomobi lística, brinquedos, ele tro ele trô nicos (monitores, TVs), esquadrias Fa bri can te: Plas titech In for ma çõ es: (14) 3814-5200 vendas@plas titech.com.br www.plas titech.com.br
Ma te rial: mescla de acrí lico e mi nerais natu rais Des cri ção: disponí vel em di ver sas cores e es ti los, a super fí cie só lida de 6 ou 12 mi lí me tros de espes su ra oferece re sis tên cia quí mica, tér mica e mecâ nica, po dendo ser ter momoldada. Com emendas imperceptí veis, o pro du to não apre senta poro sidade, o que faci lita sua limpeza e higienização Apli ca çõ es: mó veis, tampos, ban cadas Fa bri can te: Interior LG In for ma çõ es: (11) 3313-2787 sa mar@interiorlg.com.br www.interiorlg.com.br
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DESIGN: O LUXO DO NOVO TEMPO
Do Baccarat ao plástico, do déco ao design, do artesanato à indústria – é o novo luxo a guardar as raras essências Maria Helena Estrada O primeiro objeto em vidro jamais criado foi um frasco de perfume. Aconteceu no Egito, por volta de 1400 a.C. Muito caros e guardados como tesouros, esses vidros de perfume eram colocados nas tumbas para uso na outra vida! Mas antes ainda, no momento em que o homem foi capaz de produzir o fogo, ele percebeu que certas madeiras e resinas davam sabor à comida e exalavam um bom aroma. Inventava-se o perfume. Palavra derivada de fumo, ou fumaça, sua primeira função foi a de glorificar os deuses: antes de se tornar profano, o perfume foi sagrado. E até hoje faz parte de diversos rituais litúrgicos, como na missa católica com os riquíssimos turíbulos em prata. Luxo em dose dupla, união perfeita, à sofisticação do perfume uniu-se, desde sempre, aquela de sua embalagem ou repositório. Traduzindo a evolução no tempo, os frascos que acolhiam as essências preciosas também foram mudando sua natureza e seu uso: de dádiva para a outra vida, as essências perfumadas passaram a ter, no Oriente Médio, o valor de jóias e, como tal, eram guardadas. Terracota, vidro, porcelanas, cristais decorados com ouro e brilhantes. Um luxo! E para pouquíssimos. No século XX, no entanto, com essências sintetizadas pela química, expandia-se o mercado, mas permanecia a idéia de preciosidade – e preciosismo – nos novos frascos em cristal Baccarat, desenhados por Gallet, ou por Lalique, como o famoso Shalimar, de Jacques Guerlain, lançado em 1925. Igualmente antológicos, fazendo parte da história da perfumaria, são Arpège, de Jeanne Lanvin, de 1927, e L’Air du Temps, de Nina Ricci, de 1951, também com seu
Fotos Acervo Espaço Perfume
frasco em Lalique. Verdadeiras obras de arte, objetos de coleção, os frascos de perfume conservaram um prestígio maior e mais duradouro do que o dos perfumes, fugazes, que acondicionavam. Tradição, palavra de ordem na perfumaria francesa, aliada a um grande refinamento, foi com certeza um dos fatores que fizeram de perfumes e embalagens criados no início
Acima, Issey Mi ya ke Sum mer Fra gran ce, design Ka rim Ras hid, 2001, com in vó lu cro em plásti co in je ta do. O per fu me é acon di ci o na do em fras co de vidro (o plástico modifica o aroma), com design semelhante ao frasco anterior, de Fabien Baron. Na página ao lado, da esquerda para a direita: Miss Dior, edição especial em cristal Baccarat, final dos anos de 1940; Eau Impériale, de Guerlain, criado em 1853 para a Imperatriz Eugénie, casada com Napoleão Bonapar te III – o frasco, fabricado até hoje, contém o símbolo dos Bonapar te pintado à mão, com as abelhas em ouro; Poi vre, de Caron, criado em 1954.
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do século XX um repertório inesquecível. O frasco de Arpège – uma bola em cristal preto desenhada por Armand Rateau, com ilustração art déco de Paul Iribe, em ouro, representando mãe e filha – é até hoje a grife da Maison Lanvin. Mas, sinal dos tempos, esse luxo é hoje apenas parte da história, bem como a clássica, antiga noção que definia o luxo como sinônimo de valor material. Em entrevista à revista Época de 25 de outubro deste ano, o consultor inglês de moda e tendências David Shah, professor no Royal College of Arts de Londres, afirma que “o gosto pela ostentação está em baixa. O luxo mudou muito, e acredito que estamos voltando à idéia de inteligência como um luxo. (...) Estamos rumando para uma idéia mais intelectual de luxo, relacionado ao prazer e à cultura”. Qual seria a resposta contemporânea ao grande e ultrapassado luxo? A cultura, o design, os novos materiais e a tecnologia a serviço dos novos hábitos de vida. Como afirma
Acima, à esquerda, Paloma Picasso, de Paloma Picasso, 1984; à direita, Cheap and Chic, de Moschino, 1995. Abaixo, miniaturas de perfumes antigos. Da esquerda para a direita: dois exemplares Maison Lalique 1998 e 1999, cujos frascos, ricos em detalhes, remetem às produções da década de 1910; L’Air du Temps, de Nina Ricci, criado por Marc Lalique em 1947
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Aci ma, à es quer da, Panthè re, de Car ti er, 1987; e, à di reita, Ar pè ge, de Jean ne Lan vin, 1927. Abaixo, Shalimar de Guerlain, 1925, per fume eterno, que representa até hoje 16% das vendas totais da grife. Ao lado, de Elsa Schiaparelli, Le Roi Soleil, inspirado na obra de Sal vador Dali, e Shoking, de 1938, que faz re ferência, di zem, à figura cur vilínea de Mae West
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o velho Starck, sempre em dia com as tendências do consumo, “os produtos do futuro serão 20% matéria, 80% serviço”. Issey Miyake talvez tenha sido o primeiro a acordar para a nova realidade, vislumbrando em sinais ainda fracos uma tendência futura, ou seja, o valor do design substituindo a preciosidade da matéria. O primeiro frasco de seu perfume Eau d’Issey, design Fabien Baron, causou surpresa e “frisson” e transformou-se de imediato em ambicionado ícone – mais do que a própria colônia. Mas como deveriam ser as embalagens de perfume para os novos nômades do planeta? Inquebráveis, herméticas, pequenas, portáteis. É este o partido dos designers que se dedicam à criação dos novos frascos. De nada serviria um belo Lalique com tampa em cristal... no bolso, na bolsa ou valise! ❉
Acima, 5S Metasense, design Karim Rashid para Shiseido, 2001, produ zido em polipropileno soprado. À direita, Issey in Your Poc ket, fras co de bol so, ou bol sa, com em ba la gem pro te to ra, design Ka rim Ras hid, 2001. Abai xo, à es quer da, Classi que Eau de Par fum, design Jean Paul Gaul ti er, 2004, cujo frasco é ins pi ra do no Sho king, de Schia pa rel li. À di reita, Eau d’Issey Sum mer Frangan ce em em ba la gem para via gem, design Ka rim Ras hid, 1999
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Abaixo, à esquerda, Eau d’Issey Pour Hommes, design Karim Rashid, 1999, com frasco para colônia e para desodorante acoplados
Abaixo, Une Nuit Etoilée au Bengale, a velha extravagância, na edição limitada da Baccarat, criada por Thierry Lecoule em 1997
Foto Acervo Espaço Perfume
Acima, Perfume 09, design Yves Béhar, 2002: em vidro vermelho, tem invólucro em borracha transparente, resistente a choques
Acima, releitura do antigo vaporizador, em frasco da Prada, design Fabien Baron, 2004. Abaixo, colônia da Adidas, design do jovem finlandês Ora Ïto, 2004, que iniciou sua carreira criando produtos imaginários, não encomendados, para as mais impor tantes marcas inter nacionais, colocando-os em seu site. Fez sucesso!
Acima, perfume masculino Biscotto, de Jean Paul Gaultier, 2002: com design do estúdio japonês Curiosity, sua forma remete a um aparelho para musculação. Abai xo, Nemo, per fu me mas cu li no da Ca cha rel, design Jean-Ma rie Massaud, 2000, sim bo li za o cro mosso mo Y.
Agradecimentos: Renata Ashcar, especialista em perfumes, autora do livro “Brasilessencia, a Cultura do Perfume” e curadora do Espaço Perfume, em Curitiba (PR). Os frascos publicados nas páginas 42 e 43 pertencem à coleção da jornalista Marta Rovella Schultz, exceto os perfumes Shalimar e Arpège
ARTISTA e IMERA Vidros Coloridos Com a tecnologia e a diversidade de cores dos vidros ARTISTA e IMERA podem ser criadas novas perspectivas para a construção e concedem a ambientes e edifícios um carater singular. Os vidros coloridos-transparentes destacam-se por sua espessura uniforme e uma brilhante coloração. Os vidros coloridos da SCHOTT resultam numa iluminação suave e excitante e são destinados para aplicações em fachadas, paredes divisórias, janelas, portas,móveis, estantes, objetos de arte e muito além da imaginação. O ARTISTA é atualmente o único vidro apropriado para realizar o processo de fusing (fusão de cores). A Schott trabalha em parceria com duas empresas brasileiras, a PENHA Vidros Ltda e a GLASSEC Vidros de Segurança .
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SU PLE M E NTO ESPEC IAL ARC DESIG N Nยบ39
MESTRES DA ARQUITETURA
Paulo Mendes da Rocha
Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Vanessa Domingues (Redatora) Tatiana Palezi (Produtora) Jô A. Santucci (Revisora) Tradução / Translations: Paula Vieira de Almeida Arte / Art Department: Designer – Betina Hakim Estagiárias – Ana Beatriz Avolio Marianne Carvalho Gerente de Publicidade / Advertising Manager: Ivanise Calil Foto da Capa / Cover Picture: Nelson Kon
English version available on the last pages of ARC DESIGN 39
www.arc de sign.com.br
No fundo da página, fachada do Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), projeto de 1998: implantado no sub-solo, o edifício se anuncia por uma grande viga de 12 metros de largura, que vence um vão livre de 60 metros e constitui simultaneamente um abrigo e o portal de entrada do museu
PAULO MENDES DA ROCHA
PEDRAS COMO PALAVRAS “As palavras estão para a poesia como as pedras para uma catedral. Porque o sentido de construção, e portanto de estruturação do pensamento, é a essência da comunicação. E, desse ponto de vista, a arquitetura surge também na sua dimensão de linguagem. No fundo, a arquitetura descreve a consciência do homem no planeta, construindo o seu hábitat.” Assim Paulo Mendes da Rocha evoca a importância da arquitetura como meio de expressão. E arremata: “A arquitetura, no fundo, é um discurso estruturado, construído”. Nascido em Vitória, Espírito Santo, o arquiteto formou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, em São Paulo, em 1954. Recém-formado, com uma proposta na qual aliava a estrutura em concreto a tirantes em aço, vence o concurso nacional para o projeto do Ginásio de Esportes do Clube Atlético Paulistano (1957), premiado também na Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Em 1959, a convite de Vilanova Artigas, passa a lecionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), aposentando-se como professor em 1998. Dentre as obras executadas, destacam-se o Pavilhão do Brasil na Exposição Mundial de Osaka, Japão (1969), a Loja Forma (1987) e o Museu Brasileiro da Escultura (1988), ambos em São Paulo, além da Pinacoteca do Estado – projeto que lhe rendeu o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-americana em 2000 –, do Centro Cultural FIESP e da revitalização da Praça do Patriarca, aqui publicados.
“O que nos anima é sempre o tempo em que não vamos viver (...), a nossa contribuição à sustentação do homem no Universo. O que estamos vivendo é a não-existência, ou a não-presença, da arquitetura como força capaz de transformar, e de realizar, portanto, a efetiva cidade dos homens, um lugar possível de morar, de viver. O objetivo da arquitetura hoje seria tentar demonstrar, na prática, que é possível inverter a rota do desastre.”
Foto Nelson Kon e Andrés Otero
Paulo Mendes da Rocha
Renderings Roberto Klein
PAULO MENDES DA ROCHA / PRAÇA DOS MUSEUS DA USP E GARAGEM NO RECIFE
ESPAÇO E ESTRATÉGIA
Nesta edição, ARC DESIGN publica três projetos recentes – dois em andamento e um já construído – e três obras marcantes do arquiteto brasileiro. Em criações próprias e também em projetos de restauro ou remodelação, destaca-se a genialidade inventiva de Paulo Mendes da Rocha Winnie Bastian Reconhecida no Brasil e no exterior por sua excelência, a Universidade de São Paulo (USP) planeja a instalação de um conjunto cultural, a Praça dos Museus. Trata-se de um equipamento público voltado à produção, reflexão e divulgação do conhecimento gerado pela universidade. O projeto, desenvolvido por Mendes da Rocha em conjunto com o escritório Piratininga Arquitetos Associados, concentra três museus verticais em um único terreno, associados por uma grande galeria suspensa de acolhimento, “uma espécie de saguão linear”, nas palavras de Mendes da Rocha. Os museus em questão abrangem temas diferentes e complementares. No caso do Museu de Biologia e daquele de Arqueologia e Etnologia, os edifícios serão construídos para abrigar acervos já existentes – e de importância internacional. O Museu de Ciências, por sua vez, não terá acervo próprio: sua função será a articulação e a potencialização museológica dos acervos das diversas unidades da USP.
Praça
Praça
Rua Aérea Exposição Exposição Apoio Acesso à Rua Aérea
Apoio
Praça Apoio
Apoio MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA
MUSEU DE CIÊNCIAS
No alto da página ao lado, vista geral do conjunto. Acima, vista do conjunto a partir do auditório, tendo, em segundo plano, o Museu de Ciências, e ao fundo, os Museus de Zoologia e de Arqueologia e Etnologia. Abaixo, corte transversal secciona o Museu de Zoologia. No pé da página ao lado, corte longitudinal secciona o Museu de Arqueologia e Etnologia (à esquerda) e o Museu de Ciências (à direita)
Rua Aérea Praça Exposição
Apoio Praça Apoio MUSEU DE ZOOLOGIA
Abai xo, vista no tur na: em pri mei ro pla no, o Mu seu de Zo o lo gia; desta que para o di á lo go entre as trans pa rên cias da rua aé rea e da ram pa que con duz o vi sitante à pra ça na co ber tu ra. No pé da pá gi na, vista par cial dos dois pri mei ros pavi mentos de di ca dos a ex po si çõ es no Mu seu de Ci ên cias. Os meza ni nos, além de inte gra rem os di versos pavi mentos e per miti rem a com pre en são do to tal do es pa ço, criam di fe rentes al tu ras entre piso e teto, pro por ci o nan do fle xi bi lida de para aco lher mostras de na tu rezas – e es ca las – di versas
Renderings Roberto Klein
Uma peculiaridade destes museus é o fato de seus acervos serem constantemente estudados e manipulados – para um animal se tornar peça do Museu de Zoologia, por exemplo, seu cadáver tem de passar por diversos processos realizados pelos cientistas da instituição. Assim, a atividade de pesquisa tem tanta importância quanto o próprio acervo. Por essa razão, o projeto prevê uma grande estrutura de laboratórios e espaços de pesquisa, da qual os arquitetos tiraram partido graças ao uso do elevador. “O elevador é algo muito intrigante para ser considerado como máquina e recurso”, afirma Mendes da Rocha. Assim, a partir da “rua aérea” – a grande galeria que interliga os edifícios – , os visitantes têm acesso a grandes elevadores. Estes atravessam de forma “blindada” – mas com permeabilidade visual – recintos exclusivos dos cientistas e pesquisadores, conduzindo ao térreo, onde estão previstos jardins e cafeterias, ou à cobertura, que também é uma área museológica. O tratamento dado ao acervo e às áreas de pesquisa merece destaque: tanto em planta quanto em corte, “a área do acervo é um núcleo protegido, capaz de criar qualquer condição necessária para o correto acondicionamento das peças” e facilitar os controles de umidade, iluminação e temperatura, explica o arquiteto José Armênio de Brito Cruz, do Piratininga. O acervo está “encapsulado” no centro do edifício, com laboratórios e áreas de pesquisa ao seu redor, áreas de exposição acima e biblioteca abaixo. A rua aérea ainda articulará outras instalações, como res tau ran te, li vra ri as, lo jas e in for ma çõ es, ins ta la Aci ma e na pá gi na ao lado, vis tas par ci ais da área ex po si ti va do Mu seu de Ci ên ci as (plan ta re don da) e do Mu seu de Zo o lo gia (plan ta qua dra da): des ta que para a pe ne tra ção da luz na tu ral através das cla ra bói as ge ne ro sas
çõ es de apoio. Ao final de seu percurso haverá um auditório comum aos três museus, com capacidade para 800 lugares.
GARAGEM NO RECIFE
Fotos Renata Victor
À es quer da, de cima para bai xo: vis ta aé rea do con jun to; vis ta da es qui na de um dos blo cos (desta que para a com bi na ção entre con cre to e cha pa de aço per fu ra da); plan ta de im plan ta ção (à es quer da, o shop ping Paço Al fân de ga e, à di rei ta, os dois blo cos de ga ra gem, im plan ta dos em dia go nal). Na pá gi na ao lado, no alto, o shopping (à es quer da) e a ga ra gem (à di reita) vistos a par tir do Rio Capibaribe; embaixo, a garagem e a passarela de conexão com o shopping
Outro projeto recente é a recém-concluída garagem do shopping center Paço Alfândega, edifício situado no centro histórico do Recife e cujo restauro e adaptação é projeto do escritório Pontual Arquitetos. Devido às dificuldades de exploração do subsolo (o prédio está implantado em área limítrofe ao mar), a garagem de Paulo Mendes da Rocha ocupa duas quadras adjacentes ao shopping e liga-se a este por uma passarela no piso intermediário. Para solucionar a fragmentação das quadras sem simplesmente uni-las – o que provocaria a interrupção do tecido urbano –, Mendes da Rocha e o arquiteto Milton Braga, do escritório MMBB Arquitetos, de São Paulo, propuseram um circuito que interliga os dois blocos. “Se fizéssemos entrada e saída em cada um dos prédios, o tráfego seria tumultuado. Então fizemos a entrada sempre em um dos blocos e a saída sempre no outro, ligando os andares por pontes, as quais atravessam a rua que separa os dois lotes. Como Recife é uma cidade de pontes, aquela espacialidade ficou muito interessante. Além disso, o aparentemente inexorável conflito de tráfego foi atenuado ao máximo”, avalia Mendes da Rocha. O nível térreo abriga, além do sistema de rampas da garagem, uma livraria, um auditório, sanitários e cafés. Na cobertura, um grande salão de festas permite vista privilegiada para o centro histórico e o Rio Capibaribe. A diversidade de usos traz nova dinâmica aos blocos que, de simples garagens, apêndices de um edifício já existente, passam a integrar-se de forma definitiva à cidade. Nada mais natural, especialmente quando o projeto nasce na prancheta de Paulo Mendes da Rocha. ❉
SESC 24 DE MAIO – SÃO PAULO Pro je to para uma nova uni da de do Ser vi ço So cial do Co mér cio (SESC) no cen tro de São Pau lo. Tra ta-se da re mo de la ção do an ti go pré dio da loja Mes bla, si tua do na es qui na das Ruas Dom José de Bar ros e 24 de Maio, a me nos de 100 me tros do Te a tro Mu ni ci pal. (No pé da página, à es quer da, plan ta in di ca a ocu pa ção do tér reo: o tri ân gu lo em cin za cor res pon de à área de uso pri va do, en quan to a área em pre to re presen ta os es pa ços de uso pú bli co e li vre acesso.) “Um pro je to mu i to pe cu liar, e que não surge como for ma; é jus ta men te a trans for ma ção de uma es pa cia li da de pre e xis ten te. A gran de vir tu de é o en de re ço”, afir ma Men des da Ro cha. Desen vol vi do em par ce ria com o es cri tó rio MMBB Ar qui te tos, o pro je to des ta ca-se pe las ini cia ti vas ar ro ja das e in te li gen tes, como a im plan ta ção de uma pis ci na de 25 x 25 me tros na co ber tu ra do pré dio – o que exi giu a ins ta la ção de uma nova es tru tu ra ad ja cen te à ori gi nal – e a cria ção de um sis te ma de ram pas que per cor re o pré dio in tei ro. Este úl ti mo per mi te que os ele va do res pa rem ape nas em de ter mi na dos an da res, in du zin do os vi si tan tes a uti li zar as ram pas para des cer ou su bir um an dar, de modo a oti mi zar o sis te ma de cir cu la ção ver ti cal e ain da per mi tir a fru i ção das vis tas a par tir das ram pas, ex pli ca a ar qui te ta Mar ta Mo rei ra, do MMBB. Um aspec to curioso é a ocupação estratégica do prédio vi zinho, que estava à venda na época do início do projeto. “Percebi que o edifício do SESC iria precisar de máquinas pesadas para condicionamento de ar em alguns recintos. Também haveria reser vatórios de água, oficina de manutenção, almoxarifados, vestiários e acomodação de funcionários, uma série de ser viços que iriam ocupar áreas que pretendíamos limpas e desimpedidas. E essas máquinas são contraditórias, pois a mesma máquina que ser ve para re frigerar o ar emite calor, além de ruídos. Pensei em usar esse prédio menor como uma espécie de ‘navio-tare fa’”, esclarece Mendes da Rocha. Dessa forma, o prédio vi zinho abriga 3.500 metros quadrados de ser viço e apoio, uma par te significati va do programa. O iní cio das obras está pre vis to para o segundo se mes tre de 2006.
Fotos Nelson Kon
CENTRO CULTURAL FIESP – SÃO PAULO Concluída em 1998, a inter venção nos níveis inferiores de acesso do edifíciosede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na Avenida Paulista, foi realizada em conjunto com o escritório MMBB Arquitetos. Os ar qui te tos eli mi na ram tre chos da laje do tér reo su pe ri or e in tro du zi ram le víssi mas es tru tu ras me tá li cas que, en gas ta das à ro bus ta es tru tu ra exis ten te, dão a im pressão de flu tuar. A in ter ven ção for ta le ceu o ca rá ter pú bli co do pré dio em dois sen ti dos: au men tou as áre as de uso pú bli co e deu mai or vi si bi li da de para essas áre as a par tir da rua. Par te da re cep ção foi des lo ca da para o sub so lo, e o sis te ma de con tro le de en tra da foi vin cu la do aos ele va do res, au men tan do as áre as da bi bli o te ca, no tér reo in fe ri or, e da ga le ria de ex po si çõ es, no tér reo su pe ri or. Além disso, a re mo ção da laje de en tra da au men tou a cal ça da da Ave ni da Pau lis ta de 7 para 20 me tros, crian do am plo es pa ço de tran si ção en tre a ave ni da e o edi fí cio. Em um tre cho de pé-di rei to du plo no tér reo su pe ri or, foi in tro du zi da uma pon te me tá li ca (des ti na da a abri gar co que téis e even tos), que se ini cia no Jar dim Bur le Marx (um painel inclinado de mosaico por tuguês) e segue em direção à Avenida Paulista, ultrapassando, em balanço, os limites do edifício, e criando uma espécie de mirante.
Fotos Nelson Kon
PRAÇA DO PATRIARCA – SÃO PAULO Uma gran de mar qui se sus pen sa, com 138 to ne la das de aço. As sim é a co ber tu ra cri a da por Pau lo Men des da Ro cha para a Pra ça do Pa tri ar ca, lo ca li za da em área li mí tro fe en tre os cen tros ve lho e novo da ca pi tal pau lis ta. O pro je to foi en co men da do a Men des da Ro cha em 1992 pela As so ci a ção Viva o Cen tro – e no mes mo ano o ar qui te to ela bo rou sua pro pos ta –, mas a exe cu ção acon te ceu so men te em 2002. A co ber tu ra cur va “em cas ca” e com ner vu ras inter nas pren de-se por ape nas qua tro pontos centrais a uma ar quitrave me tá li ca com per fil triangu lar e 40 me tros de vão. A insta bi lida de que po de ria existir de vido à for ma as si mé tri ca da co ber tu ra é eli mi na da pelo uso de ten so res que atu am travan do a mes ma na po si ção de se ja da pelo ar qui te to. Além dis so, co ber tu ra e ar qui trave fo ram cu i da do sa men te es tu da das para re sis tir aos es for ços ge ra dos pe los ven tos que atin gem cons tan te men te o lo cal. A “cla ri vi dên cia ur ba na” de Men des da Ro cha fica ex plí ci ta em uma de cla ra ção do ar qui te to à re vis ta Urbs, pu bli ca da pela Viva o Cen tro, na qual es cla re ce seu par ti do: a nova es tru tu ra cons ti tui “um por tal para aque la par te da ci da de, na qual se vai en trar. E, no sen ti do con trá rio, uma mol du ra de avi so para pas sar aos es pa ços aber tos, para os vi su ais so bre o ou tro lado da ci da de”.
PINACOTECA DO ESTADO – SÃO PAULO A inter venção tinha como objetivo principal adaptar o edifício, projetado por Ramos de Azevedo no final do século XIX para abrigar o Liceu de Ar tes e Ofícios de São Paulo, às solicitações técnicas e funcionais de um museu. O projeto de Mendes da Rocha com os arquitetos Eduardo Colonelli e Weliton Torres propôs a inversão da entrada do edifício e do eixo central de circulação: o acesso, antes estrangulado e muito próximo à movimentada Avenida Tiradentes, foi deslocado para a rua lateral, defronte à estação da Luz. Os va zi os inter nos ao pré dio (pá ti os central e la te rais) fo ram co ber tos por cla ra bóias pla nas, com vidros la mi na dos estru tu ra dos por per fis de aço, dan do origem a sa lõ es de pé-di reito tri plo que ar ti cu lam to das as fun çõ es. O pá tio central passou a abrigar, no tér reo, um au ditó rio para 150 luga res, cuja co ber tu ra se trans for ma no piso de um sa guão mo nu mental, no pri mei ro pavi mento; os pá ti os la te rais re ce be ram, nos pi sos su pe ri o res, passa re las me tá li cas que ven cem os va zi os – ao mes mo tem po que per mitem vistas até então im possí veis – e dão conti nu ida de ao per curso do novo eixo. Junto a uma das passa re las, um novo ele va dor ser ve ao trans por te do pú bli co e de obras de arte. A ca rac te ri za ção dos antigos va zi os como par te inte grante do edi fí cio é re for ça da pela re ti ra da das es qua drias das ja ne las vol ta das para os pá ti os. As estruturas propostas, todas metálicas, integram-se visualmente à construção e permitem, simultaneamente, a identificação entre novo e antigo.
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Casa Cor 2004 São Paulo - Espaço “Jardim da Entrada” Arquitetas: Adriana Madeira e Silvia Camargo
Embalagens com 50 e 25Kg
Com o cimento Cauê Branco, a liberdade de criação está garantida. Você valoriza o seu projeto com o padrão de qualidade internacional, a resistência similar a do cimento cinza e o grande apelo arquitetônico. E conta ainda com um cimento que apresenta alto nível de brancura e oferece maior fidelidade às cores quando pigmentado, o que permite novos caminhos à sua imaginação. É por isso que o cimento Cauê Branco é uma ótima escolha para tornar o seu projeto único. www.caue.com.br Central de Atendimento Cauê 0800 703 9003
FUTURA
REVISTA
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MAGENTA
YELLOW
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Anuncio_Revista_Arc_Design_17-11_af.ps os 14946\Final\Anuncio_Revista_Arc_Design_17-11_af.cdr Thursday, November 18, 2004 10:17:19 AM
ALÉM DA VISIBILIDADE “Tecnologia” refere-se à ciência aplicada em produtos que, em geral, servem a uma elite; “kitsch” caracteriza-se basicamente pelo barato, de gosto duvidoso, mas com forte apelo popular. Contrariando leis físicas, o lighting designer Guinter Parschalk aproxima pólos opostos na exposição “Tecnokitsch”
Vanessa Domingues / Fotos Andrés Otero Feixes de luz atraem
cri a çõ es na ci o nais em nos so pró prio re per tó rio
para o interior da sala
kitsch”, argumenta o criador. “Ao mesmo tempo, a
preta. Sons quebram o
mostra traz grandes inovações tecnológicas – conse-
silêncio, reforçando o con-
quência do intenso processo de globalização vivido
vite para penetrar a fundo
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hoje”, complementa.
nesse universo instigante. Logo
A preocupação com a dita “brasilidade” vem permean-
na entrada, um “buraco” na parede
do o trabalho de Parschalk há anos, sendo ela o gatilho
chama a atenção do visitante e, admirado,
para seu ingresso no campo da luminotécnica. “No fim
ele enxerga a parte de trás de sua cabeça: resul-
da década de 1980, a fim de fomentar debate em torno
tado da chamada “reflexão secundária”, descobriria
desse tema, organizei uma exposição com objetos que
mais tarde. Enquanto percorre o espaço, esse visitante
juntavam duas idéias distintas: o índio, representante
observa a união de dois extremos: o barato e o caro, o
fiel da cultura brasileira, e a luz elétrica, ícone da con-
popular e o sofisticado, o kitsch e o tecnológico.
temporaneidade. A partir daí, comecei a lidar efetiva-
A dicotomia ganha força com a percepção de latas da
mente com iluminação”, conta. E não parou mais...
manteiga Aviação, embalagens do Queijo Tipo Reino
Eterno insatisfeito e contestador nato – características
Palmira, flores artificiais, copos de pinga e até pentes de
confessas –, Guinter Parschalk briga com a monotonia
plástico. Na exposição “Tecnokitsch”, realizada no Mu-
em cada um de seus projetos. Inovar é o mote para
seu da Casa Brasileira, em São Paulo, de 8 de setembro
esse profissional que tem as artes plásticas como for-
a 3 de outubro, objetos comuns do dia-a-dia recebem tra-
mação e inspiração. “Luto pelo direito de marcar minha
tamento especial em avançados sistemas de iluminação.
diferença e zelar para que ela seja respeitada.”
Idealizadas e executadas pelo arquiteto e designer da
Planos para o futuro? Continuar iluminando, mas ago-
luz Guinter Parschalk, as 12 obras catalisam importan-
ra considerando também outro público: os deficientes
te reflexão acerca de nossa identidade cultural. “Não
visuais. “Meu foco é a percepção visual e isso é muito
quis construir uma alegoria sobre a materialidade bra-
mais intenso e abrangente do que o simples olhar. É
sileira; minha pretensão era fazer as pessoas pensa-
possível perceber aspectos variados, infinitos na verda-
rem a respeito desses objetos tão presentes no cotidia-
de, quando se vive no escuro; é um espaço livre a ser
no e que têm autoria desconhecida. Existe até precon-
preenchido”, diz. Afinal, como ele recorda, a luz só
ceito, pois, muitas vezes, deixamos de acrescentar
existe por causa da sombra. ❉
Sistemas de iluminação de alta tecnologia agregados a objetos do cotidiano brasileiro. Em sentido horário: Brilhantina, luminária pendente em alumínio e aço com duas lâmpadas fluorescentes compactas 26W e três halógenas de foco fechado; Roselândia, luminária plafonier em alumínio, aço, vidro e policar bonato com duas lâmpadas fluorescentes T5 14W e quatro halógenas par 16-50W; Re fogado, luminária pendente em alumínio e aço inox com uma lâmpada halógena par 16-50W e uma lâmpada bolinha 15W na cor laranja; Fiat Lux, luminária pendente em alumínio, aço, vidro e policar bonato com duas lâmpadas halógenas par 16-50W e iluminação linear em LED de tricromia (RGB) com sistema de automação programável. Na página ao lado, No Ar, luminária up e down light em alumínio, aço, vidro jateado e filtro dicróico verde com uma lâmpada halógena tensão de rede 60W
51 ARC DESIGN
À es quer da, co lar Gram po (2003): fio de cou ro e gram pos de ca be lo orga ni za dos se gun do uma com bi na ção ma te má ti ca, para que não haja uma peça igual à outra. Na página ao lado, colherinhas plásticas para café dão forma ao colar Me xe dor (2003), cujo com pri men to pode ser re gu la do por uma con ta de cris tal
QUE LUXO! “Luxo é acres cen tar in te li gên cia ao nos so am bi en te de vida. Luxo é a ca pa ci da de de jul gar. Luxo é aco lher o ines pe ra do. Luxo por um mun do me lhor.” Chris Der con, di re tor do Mu seu Haus der Kunst, Mu ni que, por oca si ão da pri mei ra gran de re tros pec ti va de Dro og De sign (in: Do mus 872)
Maria Helena Estrada / Fotos Mauro Kury Na mesma edição da revista Domus, sempre no artigo sobre os 10 anos do grupo holandês Droog, Aaron Betsky, designer de Rotterdam, declara que o papel da Droog foi o de “nos tornar conscientes de que o design é um modo de observar, entender, interpretar, reorganizar e reusar o nosso ambiente, dando-lhe assim, em modo deformado, satírico, divertido – ou ao contrário muito sério –, um novo aspecto”. Esse comentário faz parte de uma brincadeira – ou uma nova idéia –, a “White Noise secretária eletrônica”, apresentada com uma carta de Konstantin Grcic endereçada a 45 especialistas em design, convidando-os a telefonar para um determinado número em Munique dando uma resposta não mais longa que 2 minutos, sobre o que pensavam do futuro da Droog Design. Lançando novas idéias no ar, propondo uma nova forma de vida nesses últimos 10 anos, Droog Design “tocou” a Europa, assim como também fizeram os Campana, desde suas primeiras peças, criadas no final da década de 1980. Jovens designers que traçaram caminhos, abriram novas perspectivas, desmistificaram o significado da palavra “design” – e impregnaram outros jovens designers em todo o mundo, como a carioca Mana Bernardes, joalheira. 52 ARC DESIGN
À es quer da, de cima para bai xo: bra ce le te Noi te (2004), em rede de nái lon com pedras de strass dispostas “como uma constelação”, explica a designer; co lar da sé rie Índio Ur ba no (2004), com pla cas de ace ta to la ran ja e azul trans pa ren te; co lar Você É Algo em Mim (2004), em fio de nái lon, es pe lho e pla ca de acrí li co com fe cho mag né ti co. Na pá gi na ao lado, no alto, co lar Gude (2003), em rede de nái lon e bo li nhas de gude com fe cho mag né ti co es fé ri co; em bai xo, co lar Sou ti en (2003), em cou ri nho cru e con tas plás ti cas (argo las de su tiã)
Jóia é sinônimo de luxo? E o luxo é apenas ouro, diamante ou qualquer material de alto preço? Mana Bernardes, assim como jovens criadores de nosso tempo, chegou para declarar que luxo é design, luxo é cultura. A evolução – ou melhor, a inovação – processa-se por meio da contestação, por uma interna convicção que não permite acreditar em verdades consagradas, ou considerar que o futuro esteja inexoravelmente previsto. Esse é o ponto zero da criação. “Cada nova geração sente a necessidade de colocar em discussão o ‘establishment’, não importando o quanto esse seja bom”, afirma Joris Laarman, jovem designer holandês. O trabalho de Mana Bernardes é emblemático em relação a algumas das modernas abordagens do design, a começar pelo novo significado do luxo, que hoje se aplica a uma atitude mental e comportamental e exclui a exibição do raro e caro. A ironia, que Mana tão bem exerce, também pode ser vista como um dos componentes do jovem design contemporâneo. Uma nova fronteira que a futura designer (Mana é ainda estudante) transpõe é a do preconceito em relação aos materiais aplicáveis ao design: seu repertório é infindável, realizando transposições de uso nunca imaginadas. E, principalmente, liberdade e inovação, ingredientes fundamentais do design, são a linha mestra da criação em Mana Bernardes. ❉
MANA BERNARDES POR ELA MESMA Aos 12 anos eu criava bijuterias para personagens de novela e lojas. Fazia colares compulsivamente. Aos 14, comecei a dar aulas para adolescentes de bai xa ren da no pro je to “Edu ca ção e Tra ba lho”, no Mu seu da Re pú bli ca. Fo ram 16 turmas, em 8 anos de trabalho. Agora, aos 22, estou focada no meu trabalho de criação. Jóia é aquilo que a gente descobre, valoriza e cuida. Descobri, por exemplo, que juntando um grampo de cabelo atrás do outro num fio se tem uma jóia. Escrever é um ato que pratico diariamente, seja descrevendo o dia ou em forma de poemas, às vezes em papéis grandes e milimetrados. A caligrafia é a partitura da emoção. Ah, e to dos os dias tomo suco de luz (fei to com ma çãs, fo lhas e bro tos) e me di to para co me çar o dia. 54 ARC DESIGN
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PUBLI EDITORIAL
S.C.A. S.C.A. RST 470 Km 220 Bento Gonçalves, RS Tel.: (54) 2102-2200 www.sca.com.br
NO BRASIL E NO MUNDO Há 37 anos de di ca da à pro du ção de mó veis, a S.C.A. tor nou-se re fe rên cia em qua li da de e ino va ção. Atu al men te, a em pre sa vem ga nhan do es pa ço
Foto Alain Brugier
tam bém no ex te ri or
58 ARC DESIGN
Fundada em 1967, em Bento Gonçalves
“Neste ano, abrimos um centro de distri-
(RS), a S.C.A. é hoje um dos maiores forne-
buição em Miami, Flórida, com 9 mil me-
cedores de mobiliário planejado no Brasil.
tros quadrados, para dar suporte técnico e
Até 1998, seus principais clientes eram lojas
operacional às futuras lojas S.C.A. no
multimarcas e redes de magazines; no exte-
país”, informa o diretor-superintendente,
rior, sua atuação crescia de forma gradativa.
Sérgio Manfroi. “Os potenciais parceiros
Um novo posicionamento estratégico fez a
internacionais visitam lojas no Brasil para
empresa mudar seu foco comercial: aban-
entender nosso modelo de trabalho. Eles
donou o tradicional modelo de distribuição e
ficam surpresos com o avançado nível de
implementou lojas exclusivas a fim de ofere-
tecnologia, design e atendimento, e bus-
cer a seus clientes soluções completas e
cam replicar esse modelo em seus países.”
personalizadas. Assim, graças à versatilida-
As lojas no exterior são implementadas com
de na execução de projetos, tanto residen-
o mesmo conceito utilizado no Brasil, porém
ciais quanto corporativos, conquista clien-
algumas modificações em show-rooms e
tes no Brasil e no mundo.
produtos se fazem necessárias. “Apenas
Hoje, a S.C.A. conta com cerca de 140 pontos-
adaptamos as modulações de acordo com
de-venda localizados nas principais cidades
as exigências/preferências locais, como
brasileiras e pretende inaugurar mais 470 em
profundidade, altura, cor”, explica Manfroi.
10 anos. Os móveis da marca são comerciali-
Além da excelência na produção, a empre-
zados também em outros 35 países.
sa prima pela qualidade no atendimento.
Com forte presença na América do Sul e
Ao viabilizar projetos personalizados, em-
Central – Uruguai, Paraguai, Argentina,
pregando matéria-prima de qualidade em
México, Porto Rico, El Salvador, Guatema-
módulos com medidas flexíveis e cores di-
la, Nicarágua e Caribe –, além de Portugal
versas, a S.C.A. oferece soluções diferencia-
e Espanha, agora a fábrica prepara-se para
das para cozinhas, áreas de serviço, dormi-
o mercado norte-americano.
tórios, banheiros, salas e escritórios. ❉
Foto Roali Majola
Foto Roali Majola Foto Alain Brugier
Aci ma e abai xo, co zi nhas com mo bi li á rio S.C.A.: a re la ção esté ti ca/fun ci o na lida de ins pi ra e favo re ce a cu li ná ria, além de trans for mar o am bi ente em “centro de con vi vên cia”. A com bi na ção de co res dei xa o es pa ço ain da mais char mo so e so fis ti ca do. Na pá gi na ao lado, fa cha da do show-room na Av. Pa caem bu, em São Pau lo, inau gu ra do em fe ve rei ro de 2004
59 ARC DESIGN
PUBLI EDITORIAL
No alto da pá gi na ao lado, al gu mas re fe rên cias das co le çõ es Re gio nal Bra si lei ro (à es quer da) e Ur ba no Fu si on (à di rei ta). Nes ta pá gi na, pro du tos da co le ção Ur ba no Fu si on. Abai xo, à es quer da, jogo ame ri ca no Ver ti go em po li pro pi le no se ri gra fa do. Na se quên cia, pote Es fe ra em alu mí nio com aca ba mento em ver niz epo xi-pó. No pé da pá gi na, mou se pad Cir cu i to com su per fí cie em PVC se ri gra fa da e al mo fa da ergo nô mi ca em po li u re ta no, re ves ti da com te ci do 100% po li és ter
TOK & STOK Tok & Stok Av. Tucunaré, 500 Barueri, SP Tel.: (11) 4196-8462 www.tokstok.com.br
DO PRODUTO FINAL À PESQUISA DE TENDÊNCIA “Seguir tendência não é ‘copiar’ cores e formas ditadas pelos centros de moda, mas traduzir manifestações e sentimentos que se instalam na coletividade.” Inspirada na idéia transmitida pela citação do designer Jorge Montana, a Tok & Stok
pesquisa o Brasil e o mundo atrás de informações comportamentais. Objetivo: entender os desejos dos clientes para, então, transformá-los em produtos...
60 ARC DESIGN
A estante de madeira com estruturas em metal que
tenta suas coleções (há, em média,
agrada ao executivo; o sousplat verde vibrante que
cinco lançamentos por dia). E é o tra-
chama a atenção da mulher contemporânea; o cabide
balho conduzido pelo Departamento de Design, Apoio
de bambu que atrai a jovem naturalista. Um passeio
Técnico e Tendências o embrião para o desenvolvi-
pela Tok & Stok e diversos estilos detectados. Doze,
mento de todas as peças comercializadas.
exatamente. Mas como surgiu a idéia para
“Esse trabalho acontece há pelo menos dez
o design do objeto? Quais as referências
anos. Ele impulsiona nossas ações, desde a
utilizadas? De onde vem a inspiração?
escolha de materiais e acabamentos até o
Façamos o caminho inverso. Dessa vez, o
layout da loja com a sequência de cores”,
foco está na pesquisa, no estudo, na fun-
esclarece o coordenador de tendências da
damentação teórica, e não no produto
Tok & Stok, Edson Coutinho.
final, consumido e aprovado pelos clientes.
Missão fundamental e contínua... Leitura
Renovação, transformação, inovação: tripé
de revistas e sites do mundo inteiro; visi-
que resume a filosofia da empresa e sus-
tas a regiões e comunidades brasileiras;
À esquerda, cama Patente em cedro rosa e angelim-pedra. Acima, almofada Fuxico, design Valéria Nugoli. Abaixo, poltrona Pe li ca no, design Mi chel Ar noult, em eu ca lipto de re flo restamento tingido (assento e encosto em algodão resinado). As três pe ças inte gram a co le ção Re gio nal Bra si lei ro
viagens às principais feiras do setor, realizadas, princi-
minada tendência”, comenta Coutinho.
palmente, no continente europeu; sentidos aguçados.
Urbano Fusion, Urbano Hype, Urbano Cênico,
“Ficamos atentos às mudanças relacionadas ao com-
Urbano Vintage, Urbano Contemporâneo,
portamento humano. Elas são o ponto-chave para a
Urbano Puro, Neutro Zen, Regional Bra-
criação de uma linha exclusiva e personalizada”, afirma.
sileiro, Regional Arts & Crafts, Re-
Originalidade sob ameaça? Não. A chamada “pesqui-
gional Étnico, Regional
sa de tendência” indica caminhos. As percepções e
Provence e Regional Puro:
informações são colhidas, estudadas e devidamente
coleções, ou tendências,
agrupadas para que os designers – internos ou cola-
criadas para atender cada
boradores – possam renovar, transformar ou inovar
estilo, cada jeito de ser –
(novamente, o tripé). “Importamos algumas peças
tudo para que a casa do
com design assinado, mas temos a preocupação de
cliente reflita não apenas
que nosso produto não seja cópia ou versão. Quere-
seu jeito de morar, mas tam-
mos que o artigo adquira linguagem e integre deter-
bém o de viver. ❉ 61 ARC DESIGN
LUMINOTÉCNICA
LUZ É TAMBÉM COMUNICAÇÃO A partir desta edição, ARC DESIGN publica matérias exclusivas com o arquiteto Guinter Parschalk, especialista em luminotécnica, que relata algumas situações e mostra como enriquecer projetos de interiores lançando mão da luz. Um trabalho que une criatividade, poesia e conhecimento técnico Guinter Parschalk Redação de Vanessa Domingues
Primeiro caso: apesar dos esforços em contrário, a
comprovada por estudos científicos rigorosos.
empresa enfrenta problemas como fadiga física e psi-
Como, afinal, resolver a má iluminação? O iluminador
cológica por parte dos funcionários, produtividade
deve fazer uma transferência entre o que foi pensado e
baixa com índices preocupantes de erros, rotatividade
o que pode ser materializado, ou seja, é preciso definir
elevada nos postos de trabalho.
a imagem desejada e, a partir daí, selecionar os recur-
Segundo caso: banheira espaçosa, água na temperatura
sos técnicos.
ideal. O cenário parece favorável ao relaxamento, mas,
No primeiro caso (comentado no início), o especialista
por algum motivo, a tensão não se desfaz.
deve atentar para três fatores: acabamento (talvez seja
Terceiro caso: a cadeira de design inusitado foi escolhi-
necessário modificar revestimentos ou pinturas para
da como peça destaque da exposição; os visitantes,
reduzir o contraste); quantidade de luz gerada pela
porém, passam indiferentes por ela.
luminária (a medição é feita por um aparelho chamado
Desculpas aos ávidos por discussões calorosas, pois a
luxímetro); e qualidade da luminária (a parabólica e a
solução para os três casos é, relativamente, simples:
duplo-parabólica, por exemplo, distribuem a luz no
refere-se à luz, natural ou artificial.
ambiente, impedindo o reflexo no monitor).
A iluminação adequada atua como complemento, ou
Quanto ao banheiro, se o intuito for relaxar, a sugestão
ainda, suporte da percepção visual e, por isso, influencia
é o uso da luz indireta, dimerizável se possível, reba-
de maneira significativa o comportamento humano. A luz
tendo no teto, logo acima da banheira. Acrescentar
é a primeira impressão em qualquer arte visual: fotografia,
cores suaves, como azul, contribui para o relaxamento.
moda, design, arquitetura. Ela é responsável pela leitura de
No último caso, a dica é provocar uma leitura poética
determinado objeto, revelando-o em seu meio.
da peça em seu meio. Se a cadeira for vermelha, um
Hoje em dia – em parte, graças à exigência dos
fundo esverdeado (cor complementar), com uma luz
próprios clientes –, arquitetos de interiores têm
vermelha focada sobre o objeto, valorizará, por con-
concebido a etapa luminotécnica de um projeto de
traste, o produto, sem ofuscá-lo.
forma mais meticulosa. A comunicação impulsionada
São infinitas as maneiras de iluminar, de se fazer ver.
pela aldeia global – internet, TV a cabo, revistas –
O profissional deve encontrar a melhor forma de comu-
permite que as pessoas pratiquem e ampliem sua
nicar a imagem, de modo mais ou menos pragmático,
cultura visual. Além disso, a influência psicológica
mais ou menos poético. Como dizem, uma imagem
e fisiológica da luz sobre o ser humano vem sendo
pode valer mais do que mil palavras. ❉
Na pá gi na ao lado, dois pro je tos de iluminação de Guin ter Pars chalk em São Pau lo: no alto, loja Es fe ra, na Al. Ga bri el Mon tei ro da Sil va, obra con clu í da em abril de 2004; em bai xo, Ho tel Uni que, tra ba lho de sen vol vi do en tre os anos 2000 e 2001
62 ARC DESIGN
O BRASIL E A MADEIRA Madeira? De novo e sempre? A coleção Brasil, recém-lançada pela empresa paulistana Casa 21, procura dar ao velho material uma nova roupagem
Da Redação / Fotos Theo Egami Aci ma, apa ra dor Aba ré, de sign Ar thur de Mat tos Ca sas. No alto da página, cadeira de jantar Olívia, de sign Clau dia Mo rei ra Sal les: es tru tu ra em teca com re ves ti mento em va que ta ou ca mur ça. Abai xo, mesa de jantar da li nha Jas mim, design Dé lia Beru: desta que para o en cai xe entre per nas e tam po (de ta lhe no pé da pá gi na)
Ao convidar designers de renome e assinar uma das linhas da coleção, a designer Délia Beru, diretora de arte da Casa 21, assumiu o desafio de produzir mobiliário leve, com formas originais e racionalidade no uso da matéria-prima. Até aí nada de muito novo, não fossem esses móveis executados em madeira. A madeira em questão é a teca de reflorestamento, fornecida pela Cáceres Florestal, localizada na região de mesmo nome, em Mato Grosso, e que está em processo de certificação junto ao FSC (Forest Stewardship Council). As peças desenvolvidas pelo arquiteto Arthur de Mattos Casas e pelos designers Cláudia Moreira Salles, Álvaro Wolmer e Délia Beru destacam-se do mobiliário convencional em madeira pela leveza e economia de meios – afinal, o fato de ser reflorestada não transforma a madeira em matéria-prima abundante. O aparador Abaré e a estante Yapira, por exemplo, criados por Arthur de Mattos Casas, são produzidos em MDF revestido com teca laminada, utilizando a madeira maciça somente nas testadas. Além disso, incorporam o Alucobond, reforçando a contemporaneidade da peça e reduzindo ainda mais a quantidade de madeira empregada. A mesa Jasmim, de Délia Beru, por sua vez, possui tampo em MDF revestido com teca laminada e encabeçado em teca maciça, com pés também maciços. Uma ferragem estrutural em aço 1020 com pintura automotiva aumenta a rigidez construtiva da mesa. Completam a coleção: cadeiras de jantar Quase Mínima e Olívia, poltrona Pouso Alegre, mesas +x, -x, design Claudia Moreira Salles; mesa de centro Para Fulvio Nanni e banco Para Olavo Setúbal, design Álvaro Wolmer. ❉
suzano 39 Final
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caderno
A Suzano Papel e Celulose é patrocinadora
dg
do caderno Design Gráfico, contribuindo para que Arc Design possa apresentar, a cada edição, os mais inovadores trabalhos nessa àrea. Por meio de iniciativas como essa, a Suzano Papel e Celulose reforça seu compromisso com a disseminação da cultura do design gráfico no Brasil.
design
gráfico
Esta edição de Arc Design utiliza somente papéis Suzano Capa em Supremo Duo Design 250 g/m 2 Miolo em Couché Suzano Matte com três diferentes gramaturas: Suplemento Mestres da Arquitetura – 150 g/m2 Versão em inglês – 115 g/m2 Demais cadernos – 130 g/m2
PAPEL E CELULOSE
o designer Yusaku Kamekura. Nos anos 1970, despontaram Ikko Tanaka e Shigeo Fukuda. Shin Matsunaga integra a terceira geração dos grandes mestres do design japonês, que está agora na faixa dos 60 anos. Tendo iniciado a atividade profissional dentro da gigante dos cosméticos Shiseido, criou seu próprio estúdio em 1971. A partir daí, ampliou a abrangência de suas atividades, passando a militar em todas as áreas do design, da embalagem à identidade corporativa. Seu interesse pelas artes visuais vem desde a infância. Filho de calígrafo, a partir dos 6 ou 7 anos Shin Matsunaga venceu todos os concursos de pintura dos quais participou. Os vestígios dos pincéis são nítidos nas peças gráficas de caráter mais afirmadamente autoral, como os pôsteres em defesa da paz e do meio ambiente, ou os car ta zes des ti na dos à di vul ga ção de ex po si çõ es de sua própria obra. Essas peças estão impregnadas pelo olhar do artista, o desenho e o gesto cumprindo papel decisivo na tarefa de emocionar o espectador. Francisco Homem de Melo
No alto, à di reita, dese nho cria do para car taz de ex po si ção in di vi du al de Shin Matsu na ga na Eslovênia (1994). À esquerda, retrato do designer. À di rei ta, design para o li vro “Art Pop” (1980). Na pá gi na ao lado, car taz pela paz “Love, Pe a ce and Hap pi ness” (1986)
Imagens Shin Matsunaga Design Inc.
DESIGN PICTÓRICO
SHIN MATSUNAGA
Nas Olimpíadas de 1964, o Japão apresentou ao mundo
67 ARC DESIGN
Ao contrário do que poderíamos esperar se examinássemos apenas os cartazes marcados pela gestualidade do pintor, a linguagem visual de sua produção como designer é eclética. Dependendo da situação, Shin pode Acima, em ba la gens para ali men tos en la ta dos Ki bun (1978). Abaixo, à es quer da, de sign de em ba la gem para o saquê Fukumasamune (1988); na sequência, em ba la gens para a li nha de cos mé ti cos mas cu li nos Uno, da Shi sei do (1997)
lançar mão de uma geometria rigorosa, de uma ilustração hiper-realista ou de uma foto manipulada digitalmente; em alguns casos, restringe seu campo de investigação ao código tipográfico; em outros, como no pôster do cigarro Gitanes, explora a rearticulação de ícones preexistentes. Para ele, o que importa não é deixar registrado um estilo pessoal, e sim produzir a imagem justa, independente de meios e técnicas adotados. No trabalho cotidiano, exibe particular preocupação em colocar-se a serviço do usuário. Para sintetizar essa postura, Shin diz guiar-se pelo “conceito do raio de 3 metros”. Segundo ele, é dentro desse espaço vital de alcance imediato do corpo humano que estão localizadas todas as questões que devem ser satisfeitas por um projeto de design. Relevando-se a fragilidade inerente a formulações sintéticas, esse princípio traduz bem uma dimensão cada vez mais esquecida pelos designers, em particular neste momento de explosão da cultura virtual: o compromisso
68 ARC DESIGN
com o usuário e com o cotidiano vivido pelo seu corpo e percebido por seus sentidos imediatos. A família de enlatados Kibun é um bom exemplo dessa busca: qualquer criança identifica clara e inequivocamente o conteúdo de cada produto. Trata-se de um projeto de embalagens que vai na contracorrente da tendência atual, cada vez mais comandada pela lógica da publicidade, que tira a ênfase do produto e a desloca para o suposto benefício que ele traz. Para Shin, em uma embalagem, conteúdo e continente devem fundir-se em um objeto único. Complemento necessário: os produtos que tiveram suas embalagens projetadas ou reprojetadas por ele resultaram em grandes êxitos comerciais. O símbolo do Bank of Tokyo-Mitsubishi é emblemático em sua trajetória como designer; nele, fundem-se a gestualidade e o raciocínio que vai sempre ao âmago da questão. Japonesa e internacional, a obra de Shin Matsunaga encontra paralelo com a de Milton Glaser, para tomarmos uma referência da cultura norte-americana que ele diz tanto apreciar: cada um a seu modo, o design de ambos está alicerçado na força pictórica das imagens.
No alto, à es quer da, lo go ti po para o Centro Infantil Toyama (1993); na sequência, logotipo para a mar ca de ali men tos es por ti vos Savas (1979). À es quer da, “The Vi sual Cons ti tu ti on of Ja pan”, design para o li vro da Constitu i ção do Ja pão (1982), no qual Matsunaga ex plo ra inten samente o uso de imagens
No alto, car taz “Gi ta nes Blon des” (1996) mos tra a em ba la gem ven ce do ra do con curso inter na ci o nal que ele geu o novo dese nho para a cai xa da mar ca fran cesa de cigarros. Acima, car taz “COP3”, criado para o governo da cida de de Kyo to (1997)
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ARC DESIGN
SHIN MATSUNAGA FALA DE DESIGN áreas de atuação As diferentes áreas de atuação dentro do design são espécies diferentes de um mesmo gênero. Eu tenho interesse por todas elas. INForMação Acumular muita informação sobre determinado as sunto pode acabar travando a vi são do de sig ner. Eu pro cu ro sem pre des vi ar-me de tudo o que é aces só rio e ir di re to ao cer ne da ques tão. IdeNtIdade CorPoratIVa Pensar que “belas penas fazem belos pássaros” é um engano frequente em projetos de identidade corporativa. Se uma corporação não estiver disposta a se reavaliar integralmente, o projeto de design já estará comprometido de antemão. INIMIGos Fa zer de sign é en fren tar vá ri os ini mi gos si mul ta ne a men te: o pra zo, a ver ba, o gosto de consumidores ávidos por modismos... INFLuÊNCIas Sempre fui tremendamente interessado em tudo que dissesse respeito à cultura norte-americana. euroPa e es tados uNIdos Quando eu era um garoto e vivia na frugalidade do Japão pós-Segunda Guerra, as embalagens dos cigarros Gitanes e Lucky Strike eram para mim os emblemas das culturas européia e norte-americana. CurIosIdade A curiosidade em observar as pessoas e as coisas que me cercam é minha verdadeira fonte de energia para fazer arte e design. sIMPLICIdade A simplicidade exige coragem e esforço para ser alcançada. es tILo Eu não te nho es ti lo. Para um de sig ner, ter es ti lo mais atra pa lha do que aju da. ❉ Agradecimento: Fundação Japão
No alto, car taz “Burn up, Ja pan? Burn out, Ja pan?” (2001). Aci ma, car taz “Sun Oil” (1971), cri a do para cam pa nha do uso de pro te tor so lar da mar ca Shi sei do. À di rei ta, lo go ti po cri a do para o Ban co de Tok yoMit su bis hi (1996)
70 ARC DESIGN
Na pá gi na ao lado, em sen ti do ho rá rio: car taz para ex po si ção “Leaf ” (1994); car taz “Lady’s Face” (2003); car taz para ex po si ção “Spring has come 2001” – nº 9 (2001); car taz “Visualogue” para o con gres so de de sign do Ico gra da em Na go ya (2003)
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15 de setembro 2004
Informativo Digital da Revista Arc Design
A G E N D A
N
D E S I G N
E M
F O C O
A R Q U I V O
ARC DESIGN e-news
FOCO
Ágil. Instigante. Informativo. Opinativo.
JUM NAKAO É DESTAQUE NO SÃO PAULO FASHION WEEK
O que acontece no Brasil e no mundo
Na passarela, a cor branca sobressaia nos corpos cobertos por um colante preto. As “paper dolls” – produzidas com maquiagem carregada e peruca estilo Playmobil – exibiam
sobre design, arquitetura, cultura dos
peças elaboradas, inspiradas em trajes do fim do século 19: vestidos perfeccionistas, saias de construção volumétrica e blusas com mangas bufantes – modelagens confeccionadas
objetos e dos materiais, tendências,
com quase uma tonelada de papel vegetal e “costuradas” com fita crepe. Para o efeito admirável da estamparia, das rendas e dos babados, utilizou-se a tecnologia dos cortes a
tecnologia, artesanato, fashion design.
laser. Um trabalho de excelência, aniquilado ferozmente pelas 15 modelos no término do desfile. Valendo-se da arte conceitual, a
Quem são os grandes criadores, quais
pretensão do autor foi atingida. A coleção “Desejos” ignorou o aspecto comercial e provocou reflexões
os produtos e as empresas que anunciam
importantes acerca do universo da moda. “O que eu queria era exatamente isto: levar emoção, fazer as
as vanguardas na arquitetura e no design
pessoas pensarem, entenderem que a moda é transitória. Quis abordar ainda a questão do inatingível; as roupas rasgadas representam a inevitabilidade da perda, geram a falta, criam o vazio”, argumenta o criador, Jum Nakao.
A cada quinzena, você pode receber
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arqdesign2
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9:25 AM
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PROJ. E AMBIENTAÇÃO ARQ. EDGAR CASAGRANDA - FOTO ROALI MAJOLA
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S. C. A . A M B I E N T E S P L A N E J A D O S. O E S T I L O Q U E M A I S C O M B I N A C O M O S E U.
Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication ARC DESIGN n° 39, Novembro/Dezembro 2004 / November/December 2004
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Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Vanessa Domingues (Redatora) Tatiana Palezi (Produtora) Jô A. Santucci (Revisora) Traduções / Translations – Paula Vieira de Almeida Arte / Art Department: Designer – Betina Hakim Estagiárias – Ana Beatriz Avolio Marianne Carvalho
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Participaram desta edição / Contributors in this issue: Fernando Perelmutter Francisco Homem de Melo Giorgio Giorgi Guinter Parschalk Nelson Kon Departamento Administrativo / Administrative Department: Silvia Regina Rosa Silva Departamento de Publicidade / Advertising Department: Ivanise Calil Departamento de Projetos Especiais / Special Projects Department: Ana Paula Wey Perez Departamento de Circulação e Assinaturas / Subscriptions Department: Cristiane Aparecida Barboza Conselho Consultivo / Advisory Council: Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta (Fundação Padre Anchieta’s director); arquiteto (architect) Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia (designer, expert on ergonomy); Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Design para assuntos internacionais (expert on European culture and design, Arc Design consultant for international subjects) Pré-impressão / Pre-press: Cantadori Artes Gráficas Ltda. Impressão / Printing: Takano Editora Gráfica Ltda. Papel / Paper: capa: Suzano Papel – Supremo Duo Design 250g miolo: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt 130g e 115g (caderno final) suplemento mestres da arq.: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt 150g Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito. The rights to photographs and articles signed by ARC DESIGN contributors are property of the authors. Photographs for publicity were provided by the companies, institutions or professionals referred to in the articles. Total or partial reproduction of any part of the magazine is only permitted with prior, written consent by the publishers. Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação prévia de ARC DESIGN, não serão devolvidos. Chromes and other materials received for publication, but unsolicited by ARC DESIGN, will not be returned.
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Istambul Design em futons, sofás-camas, luminárias, almofadas Projetos especiais
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Projetos personalizados, com design e tecnologia: hotéis, restaurantes, Resin Floor recebe prêmio Material Excellence 2003 por desenvolvimento de materiais e tecnologia conferido pela Material Connexion N. York
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10 anos de influências, de encontros, de paixão e de moda casa 28 de Janeiro -1 de Fevereiro de 2005 / 2 - 6 de Setembro de 2004 Paris-Nord Villepinte Salão internacional da moda-casa : decoração, presentes, artes de mesa. SAFI. 4, passage Roux 75850 Paris Cedex 17. França. Tel. +33 (0)1 44 29 02 00. Fax: +33 (0)1 44 29 02 01. info@maison-objet.com - www.maison-objet.com Salão reservado a profissionais. Visitantes : PROMOSALONS - Marie-Ange Joarlette - Rua Tabapua, 821 - Cj. 74 - Sao Paulo SP 04533-013 - Tel. +55/11 3168 1868 Fax: +55/11 3168 448. e-mail: brazil@promosalons.com. Organisé par SAFI, Filiale de la chambre syndicale des Ateliers d'Art de France et de Reed Exhibitions.
preview, photo : Frédéric Leveugle
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ans
years
ARC DESIGN celebrated its seventh anniversary in November with an exhibition – “Loucos por Design” (Crazy for Design) – at the Brazilian Sculpture Museum (MuBE), in São Paulo. Its was a great party and, in fact, three exhibitions were comprised in a single space. ARC DESIGN has been keeping a delicate balance between image and content – on our pages, one does not live without the other. The exhibition, of course, reflected this concern: to research and inform, to transform the information in a pleasant reading, with images related to texts, high graphical attributes and strong quality of contents. Next to the magical scenography (impressing, as commented at the inauguration) developed by the Campana brothers, and the lighting design by Guinter Parschalk, there was a gallery of videos and new materials. An article on the exhibition is published here. This issue is extremely assorted! From technology of materials to perfume bottles, from lighting design to jewelry. And, as always, an architecture master. This time, Paulo Mendes da Rocha. Lighting designer Guinter Parschalk appears twice: with his exhibition, “Tecnokitsch” and in the first article from a series on lighting design. Mana Bernardes, young designer from Rio de Janeiro, transfers the meaning of jewelry to contemporary aesthetics. How about perfume bottles? A quite modern luxury! “Simplicity demands courage and effort to be reached,” says Shin Matsunaga, pretty much awarded Japanese graphic designer published in this issue. Have a good (in)sight and a nice reading! Maria Helena Estrada Publisher
CRAZY FOR DESIGN – page 18 “In design, form and function are implicit attributes; what is not implicit, once it changes constantly, is the effective and semantic charge of objects.” Li Edelkoort, designer and theoric, director of the Design AcademyEindhoven
Maria Helena Estrada Why has this title been chosen for the exhibition? In fact, the expression was originated before the idea arose. Being crazy for design suggests how much design objects are admired, desired and, at the same time, deconsecrates objects, approaches and plays with our quotidian life. Scenography and lighting, pure sobriety, involved them in a magic aura. There were no curators in the selection of the exhibited objects – the idea was to let total freedom for individual expression. And the surprise was big: the concept of design was widened in its possibilities, from the anonymous design to the one by famous contemporary creators, from pieces recently produced to Thomas Edison's lamp (1879). Who are the crazy ones for design, characters chosen in the cultural universe of São Paulo? Adélia Borges, Adriana Adam, Antonio Maschio, Brunete Fraccaroli, Carla Caffé, Cesar Giobbi, Cristina Mutarelli, Gabriel Zellmeister, Guto Lacaz, Helga Miethke, Isay Weinfeld, Janete Costa, Jô Soares, Jorge Konigsberger, José Roberto Aguilar, José Zaragoza, Jum Nakao, Marcelo Rosenbaum, Marília Gabriela, Miucha, Nico Faria and Renato Imbroisi. At the exhibition there were, next to each other, a mirror by Gaudí, chairs by Paulo Mendes da Rocha, Harry Bertoia, Mies van der Rohe and Jacqueline Terpins; pieces by Arne Jacobsen and objects anonimously designed, like the zipper and the hammock, and ashtrays made of soda cans purchased in a street-crossing in São Paulo. In addition to this, there were panels resulted from the research on new materials available on the market, carried out by ARC DESIGN's editorial staff and published in this issue. Two videos, one about graphic design and another about design products, and the complete collection of the magazine completed the exhibition.
TECHNICAL INFO “Loucos por Design” Exhibition Location: Brazilian Sculpture Museum Dates: November 5 to 12, 2004 Scenography: Fernando and Humberto Campana Scenographic Coordination: Thereza Medicis Lighting: Guinter Parschalk Videos: Angelo Palumbo and Izo Levin Logotype: Gentil Andrade
BREACHES AND SORCERIES – page 22 The electro-electronic phase of the Industrial Revolution is as much seductive as cruel. Wondered by the horizon disclosed by technology, we barely notice that the distance between barred and included seems insurmountable, more and more. Excluded. For ever? Giorgio Giorgi Desperate individuals react against terror. Among submissive and resigned people, a few clever ones slap leftovers from the dominants' feast. They call themselves sorcerers. However, they are also something very different, though pronounced so much alike… On the other hand, a few daring and inpatient groups of all kinds search for breaches, que las hay, las hay… which are territories where the dominant process admits reversions; where technology (a commanding distance creator) offers a shortcut to a possible progress. An effective possibility, and not just consolation. It is a matter of thinking, for example, of the mobile phone. After the short initial phase of ridiculous exhibitionism, notwithstanding the mist that involves the privatization process of telephony among us in Brazil, one fact is left: an expressive population layer finally got a telephone! That means, for the first time, many got to establish a personal link, of reference, with the means of communication that characterize modernity. The consequences, of all types, were unpredictable (hello, social scientists!), particularly in a country still half-illiterate and, therefore, with a strong oral tradition. Through conventional telephony (electricity posts, cables et caterva), that would not be possible; not even by a miracle… Well, all this trouble emerges when a new product starts being designed. How to propose something in accordance with the contemporary sensitivity, when it is not possible to use materials and processes that are predominant in the construction of contemporaneity's syntax? By searching for breaches… First Case. Polycarbonate is considered the noblest polyolefin. Some of its properties (transparency, shock and temperature resistance and others) are so outstanding that they allow utilization in disparate applications, from baby bottles to police shields. Subject apart, the production of films in polycarbonate is so delicate that only three companies in the whole world are able to perform it. When Paolo Rizzatto utilized, successfully, serigraph polycarbonate film for the diffuser of the Costanza lamp (Luceplan, 1986), he opened a narrow path that, in the coming years, was followed by many of the main state-ofthe-art companies in the field. However, what could become only a trend, in the context of a peripherical country was transformed into an opportunity: the concrete possibility of redeeming, through the use of a sophisticated material, traditional and cheap processes of serial production (serigraphy and die cutting), making it feasible to develop production in a scale that fits the modest dimensions of the local market. Second Case. The universe of metallic plates and foils has been developed, in the latest years, through the improvement and diffusion of processes like punching, water and laser cut. Such computer-controlled processes combine quickness, precision and finish and, especially, offer a highly desirable flexibility, once they provide design variations that are materialized, if and when necessary, for a simple change of electronic archive. Thanks to the agility reached by cut operations and investments in stamps, such processes have been growing competitively, for both single pieces
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EDITORIAL
and big or medium-sized series production. The extension of offers from good service renderers in the field spares small companies from investing in necessary equipment, making it feasible for them to access it. At the same time, the incorporation of computerized numeric controls (CNCs) into the universe of the traditional metallic foils and plates bending machines allows the recovery and repositioning of this procedure, transforming it into an ideal complement for new cutting processes. Herewith, once again, the new information redeems and potentializes the old information. Besides, complexity, flexibility, quickness, precision and finish equalize the conditions of designers from the center and from the peripheric regions. Can this possibility be faced?
IS THERE LIGHT AT THE END OF THE TUNNEL? – page 24 Indeed, the situation is still critical for Brazilian architects and industrial designers. The market is small, investments are rare and frugal Indeed, the situation is still critical for Brazilian designers. The market is small, investments are rare and frugal. Raw-material multinationals do not believe in our potential; industries do not invest in research for large-scale production of furniture, lamps or objects. That is the third world's profile described by Giorgio Giorgi. ARC DESIGN, afflicted with this eternal defeatist equation and this “status quo,” wishing to contribute for reality to start transforming itself rapidly, thought of providing to professionals and companies a first path, a repertory of the new materials available on Brazilian market. We have consulted raw material suppliers and searched, as real gold seekers, until we found out the materials designers can already use. Precious collaborations: São Paulo Design Center, which gave us access to researches and projects already carried out; companies that supplied samples and descriptions of materials; and designers, who provided information on materials in development. This is a study in progress. Other novelties will come soon, we hope. Research: Winnie Bastian and Vanessa Domingues
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PLASTICS
2 x 1 meters, with thickness that ranges from 4 to 20 millimeters, can be folded, cut, glued, perforated and heat-molded. Allows reproduction of complex images with high fidelity Applications: furniture, decorative objects, lamps, doors, partitions, panels Manufacturer: Tergoprint Information: +55 (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br, www.tergoprint.com.br Product: Verton® Material: group of products characterized by insertion of long structural
fibers of glass, manufactured in different base-resins, like polyamide, polypropylene, PBT (poly-buta terephtalate) and ABS Description: very rigid, the product offers good mechanic performance, besides being wearing-resistant Applications: structural pieces (reinforcement, structures), furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: GE Advanced Materials Plastics Information: +55 0800-7722864, geplastics.br@ge.com, www.geplastics.com.br Product: Spectar Material: copolyester Description: produced in special plastic, with good chemical and shock resis-
tance (15 to 20 times higher than acrylic), the sheet can be folded without heat, thermoshaped (with no need for being pre-dried before the process), sawed, riveted, drilled, perforated and machine-worked. Totally recyclable and non-toxic, the product presents excellent transparency and allows silkscreen application. There are two types of sheets: one with protection against ultraviolet rays, suitable for external use, and another without it, ideal for use in internal environments Applications: displays, lettering, technical parts, furniture, shelving, racks, decorative objects Manufacturer: Eastman Information: + 55 (11) 5506-9989, jefferson@eastman.com, www.eastman.com.br Product: Noryl® c-GTX Material: polymeric sphalerite of 6.6 polyamide and PPO (phenylene polyoxide). Description: presents conductivity level suitable to powder adhesion in the
Product: Visual Efx Material: special effects produced in polycarbonate (PC), PC/ABS and ABS Description: various types of effect can be obtained: metallic, silky, pearly, translucent in pastel tones, of granite and stone, of glass, of brushed aluminum, transparent, fluorescent colours, surfaces with brilliant particles, colour shift according to the vision angle and strong brightness in extremities, among others Applications: home appliances, cutlery items, furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: GE Advanced Materials Plastics Information: geplastics.br@ge.com, www.geplastics.com.br
process of electrostatic painting. Offers chemical, thermic and corrosion resistance, besides dimensional stability, tenacity and low weight. Does not need primer, which may reduce considerably painting cost Applications: furniture, decorative objects, handles Manufacturer: GE Advanced Materials Plastics Information: geplastics.br@ge.com, www.geplastics.com.br
Product: Metacrilato® Material: Polymethyl Methacrylate (PMMA) Description: manufactured with 100% pure raw material, methacrylate has
ers joined with resin and pressed. The plate already comes sandpapered and can be covered by laminates of natural wood, pre-composed, or highpressure plastic laminates. Available in plates measuring 1.6 x 2.5 meters; 9, 12, 15 or 18 millimeters thick Applications: furniture, panels, doors, partitions, packaging and decorative objects Manufacturer: Masisa do Brasil Information: +55 (42) 219-1505, masisaresponde@masisa.com.br, www.masisa.com.br
velvet-touch texture that may be applied on one or two sides of the plate. The outcome is a translucent material of good light diffusion and uniformity. Non-toxic, non-flammable and non-reactive, this thermoplastic is easily molded or folded and can receive gluing, be machine-worked, perforated etc. It is available in several colours and offers UV protection Applications: panels, lamps, furniture, doors, shelves, utilitarian and decorative objects Distributor: Componenti Per Mobili Information: +55 (54) 453-5929, componenti@componenti.com.br, www.componenti.com.br Product: Acrilium Material: acrylic with image Description: the image is cast in one of the faces of acrylic during the manu-
facturing process of the plate. The product, available in plates measuring
DERIVED FROM WOOD Product: OSB Lixado Material: plate of wood laminates Description: plate made of wood slats disposed in three perpendicular lay-
Product: Melamina Postformada Material: panels covered by melamine pellicles Description: panels of agglomerated sets or MDF covered by decorative pelli-
cles impregnated of melamine resins, resulting in a closed surface, free of pores, hard and resistant to superficial weariness; the postforming process produces curved borders, eliminating the need for border tapes. Presents heat-resistance and enables use of abrasive liquids. Available in the following patterns: white, maple and arce, in plates 18 millimeters thick and 2.48 meters long; with thickness options of 29.5, 39.5, 44.5 and 49.5 centimeters
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GLASS Product: ArtistaTM Material: coloured float glass Description: transparent, with texture on one of its surfaces. Available in 28
colours, it allows, with the use of a fusing kiln, fusion of plates with different colours, forming large panels. Thickness options: 2.75, 3, 4, 6, 8 and 10 mm Applications: furniture, partitions, panels, lamps Manufacturer: Schott Information: +55 (11) 5693-5569, valeria.salto@schott.com, www.schott.com
rofoam, is 100% clean and utilizes aluminum molds. The raw-material, besides cheap, is renewable (unlike petroleum, which is the raw-material of traditional styrofoam). It is possible to add, in up to 50%, residues of cassava skin and pulp to the formulation, providing a rustic aspect to the material, improving its resistance and reducing its cost. It allows colouring, embossed works, organic forms and printing Applications: packaging, furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: the company Desígnio is in search of partners to realize industrial production Information: +55 (14) 3813-7630, designio@designioecodesign.com.br, www.designioecodesign.com.br Product: Biocycle Material: PHB (polyhydroxybutyrate) Description: injection polymer obtained from sugar cane. Easily decompos-
cutting, grinding, drilling, sandblasting, mirrored covering or modeling, facilitating its use in design of objects Applications: furniture, utilitarian and decorative objects, partitions, lamps Manufacturer: Schott Information: +55 (11) 5693-5569, valeria.salto@schott.com, www.schott.com
able by microorganisms when thrown away in sanitary landfill, local garbage or exposed to environments with active bacteria. Obtained from hydrolyzed bagasse of cane, a residue of the alcohol and sugar industry. To be distributed on the Brazilian market in the beginning of 2007 Applications: packaging, furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: PHB Industrial S/A Information: +55 (16) 3987-9130, biocycle@biocycle.com.br, www.biocycle.com.br
Product: Vidro Impresso Material: printed float glass Description: colourless glass with embossing printed on one of its surfaces;
Product: Granulado de Casca de Arroz / Granulado de Casca de Dendê Material: granulated skins of rice or dendê (African oil fruit) Description: High performance composites, resistant to flame and humidity.
Product: ImeraTM Material: coloured float glass Description: flat on both sides, it can be handled with various techniques:
it can be coloured through lamination Applications: furniture, lamps, doors, partitions, panels Manufacturer: União Brasileira de Vidros (UBV) Information: Architect Claudia Ferrer: +55 (11) 5923-2027,
claudia.ferrer@ubvidro.com.br, www.ubvidro.com.br Product: Vetrino Refletivo Material: laminated glass with image Description: laminated float-glass, of which one plate is reflective and the
other is normal. Between the plates, a pellicle with image and UV protection is inserted. Ideal for interaction with natural or artificial light, once the image can “appear or disappear” on the reflective side according to the direction and intensity of incident light. On the non-reflective side, the image is always visible. The set's thickness can range from 7 millimeters to 2 centimeters Applications: furniture, partitions, panels, furniture Manufacturer: Tergoprint Information: +55 (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br, www.tergoprint.com.br
NATURAL Product: Folha Semi-Artefato (FSA) Material: vulcanized rubber Description: natural rubber resultant from research carried out by the Chemic
Technology Laboratory (LATEQ/IQ) of the University of Brasília, coordinated by professor Floriano Pastore. Such research changes the processing form of latex. The conventional process, besides consuming much water and energy, cuts the ligatures of rubber, decreasing its quality. Such method does not require electric energy and consumes little water. Besides, the process is entirely developed by rubber latex extractors, so there is no need for factories or intermediaries. Available in sheets measuring 30 x 40 centimeters, around 3 millimeters thick. The production ranges, in average, between 60 and 80 kg a month, per manufacturer Applications: furniture, utilitarian and decorative objects, packaging, lamps Manufacturers: rubber latex extractors from Acre, Amazonas, Pará and Rondônia Distributor: +55 (61) 9970-1081 (Neotec) Information: http://www.unb.br/iq/labpesq/lateq/Informe_tecbor.htm Product: Isopor de Mandioca Material: styrofoam of cassava starch Description: biodegradable thermoexpanded produced from cassava starch,
with visual and plastic aspect similar to conventional styrofoam. The manufacturing process, much simpler than the conventional production of sty-
Available in plates 16 millimeters thick, with dimensions ranging from 10 x 10 centimeters to 1 x 1 meter, besides the 1.60 x 0.60 meter plate Applications: furniture, objects, lamps, partitions, panels Manufacturer: Ecom Information: São Paulo: +55 (11) 8174-5867, other locations: +55 (82) 355-1128, eduardo@acombrasil.com.br, www.ecombrasil.com.br Product: Pastilhado de Coco Material: coconut pastilles Description: pastilles measuring 2 x 2 centimeters are grouped in 20 x 20
cm plates 4.5 millimeters thick. Available in three patterns: natural (utilizes the internal part of the shell), rustic (uses the external part of the shell) and flat (made of the natural and rustic pastilles, with polish). There are also the “albino” pastilles, which make use of the white pastilles (which do not get dark when dried). They can be applied on plain or curved surfaces. Coconut shells contain 49% lignin (natural polymer present in high density woods). Washable, water and moist resistant Applications: furniture, objects, partitions, panels Manufacturer: Ecom Information: São Paulo: +55 (11) 8174-5867, other locations: (82) 355-1128, eduardo@acombrasil.com.br, www.ecombrasil.com.br Product: Amidoplast Material: bioplastic Description: biodegradable plastic made of corn starch and gelatin, resulted from
researches carried out by Leonard Sebio, researcher at the University of Campinas (UNICAMP). It can be manufactured in traditional equipment of synthetic plastic processing, such as injection, thermoshaping and hot-pressing. With about 50% of water in its composition, manufacturing costs are low. The product is already registered at the National Institute of Industrial Property (INPI) Applications: packaging, furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: not yet produced industrially Information: +55 (19) 3788-3834, leoseb@fea.unicamp.br
HYBRID Product: Thermocomp® HSG Material: group of products with insertion of metallic compounds, able to be
manufactured in different basic resins: ABS, polypropylene, PBT, polyamide, polycetal, among others Description: with high specific weight and strong thermic conduciveness, the product provides the feeling of metal by touch and can delay flames. Available in several colours, it offers good thermo, corrosion and mechanical resistance
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Applications: furniture, panels, doors, partitions Manufacturer: Masisa do Brasil Information: + 55 (42) 219-1505, masisaresponde@masisa.com.br,
Applications: furniture handles, utilitarian and decorative objects Manufacturer: GE Advanced Materials Plastics Information: +55 0800-7722864 geplastics.br@ge.com,
www.geplastics.com.br Product: Plast-wood® Material: polypropylene and wood Description: material for production of injected pieces. Wood, besides mak-
ing the product's cost lower, provides resistance. Plastic assures durability in humid conditions. Plast-wood presents good dimensional stability Applications: footwear, furniture, utilitarian and decorative objects Manufacturer: Artegor Information: +55 (11) 5051-3855, fpalace@uol.com.br Product: Surell Material: chemical and mineral composite Description: available in plates measuring 0.76 x 3.68 meters, 13 millimeters
thick, it is non-toxic, impermeable and non-poreable, which facilitates its cleaning and prevents contamination. Presents flexibility and resistance to the majority of chemical products generally used in homes. Thermo-molded in high temperatures, it allows combination of colours with imperceptible splices Applications: furniture, tops, countertops Manufacturer: Pertech Information: +55 (11) 4341-9765, carlos.lima@pertech.com.br, www.pertech.com.br Product: Wood-stock Material: plate of polypropylene and wood flour Description: the components (polypropylene, residues from wood industries
and leftovers of the product itself) are melted by extrusion and transformed in plates by a hot-pressing system. When heated, Wood-stock can offer great variety of forms, depending on the mold used. Totally recyclable, it allows application of coating materials, like carpet and vinyl, through heating and pressure, avoiding the use of adhesives. During pressing, it is possible to insert reinforcement elements, bolts, pins, screws, hinges etc. The plates can be used for manual, semi-automatic or automatic production Applications: furniture, pieces for car industries, decorative objects Variation: there is also flexible Wood-stock, with a special polymer that provides flexibility and resistance to the product. It is mainly used in footwear industries (heel pads) and car industries (flooring, luggage-compartment coating etc) Manufacturer: Artegor Information: +55 (11) 5051-3855, fpalace@uol.com.br Product: Flexwood Material: composites of thermoplastics and wood sawdust Description: composite reinforced with natural polymers, developed to sub-
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stitute all the materials made of 100% polyolefin in extrusion or injection methods. Utilizes resins with melting point under 200 degrees Celsius; according to specific purposes, different resins are applied: PEBD, PEAD, PS, ABS, PP, PVC. It can be reused for new injections (the same material has already been reinjected 10 times!) Allows use of pigments Applications: furniture, utilitarian and decorative objects, pieces for car industries, toys, electronics (monitors, TVs), frames Manufacturer: Plastitech Information: +55 (14) 3814-5200, vendas@plastitech.combr, www.plastitech.com.br Product: Hi-Macs® Material: mixture of acrylic with natural minerals Description: available in various colours and styles, the solid surface 6 or
12 millimeters thick offers chemical, thermic and mechanical resistance and allows thermo-molding. With imperceptible splices, the product does not present porosity, which facilitates its cleaning and hygiene Applications: furniture, tops, countertops Manufacturer: Interior LG Information: +55 (11) 3313-2787, samar@interiorlg.com.br, www.interiorlg.com.br
DESIGN: LUXURY OF THE NEW TIME – page 40 From Baccarat to plastic, from decor to design, from handicraft to industry – it is up to the new luxury to keep rare essences Maria Helena Estrada The first object in glass ever created was a bottle of perfume. It happened in Egypt, around 1400 b.C. Expensive and kept as treasure, such perfume glass bottles were placed in tombs to be used in the next life! But even before that, at the moment man was able to produce fire, he noticed that certain types of wood and resin added flavour to food and exhaled a good smell. Then perfume was invented. It is a word coming from fume, and its first function was to glorify gods: before becoming profane, perfume was sacred. And until now it is part of several liturgical rituals, like in catholic Masses, with their extremely wealthy silver thuribles. Doubled luxury, perfect union, perfume bottles or recipients have been, since always, combined to its sophistication. Translating the evolution in time, the bottles that enclosed precious essences also changed their nature and use: from holy gift for the next life, the scented essences gained value of jewelry in the Middle East, and were kept as such. Terracotta, glass, porcelain, crystal decorated with gold and brilliants. A luxury! And for very few people. In the twentieth century, however, with essences synthesized by chemistry, the market was expanded, but the idea of preciosity endured in the new Baccarat crystal bottles, designed by Gallet, or by Lalique, such as the famous Shalimar, by Jacques Guerlain, released in 1925. Equally anthological, parts of perfume history are Arpège, by Jeanne Lanvin, from 1926, and L’Air du Temps, by Nina Ricci, from 1951, also with bottle in Lalique. True works of art, collection objects, perfume bottles kept a bigger and more lasting reputation than the fugacious perfumes they enclosed. Tradition, word of order in French perfumer’s shops, allied to great refinement, was certainly one of the elements that made perfumes and bottles created in the beginning of the twentieth century unforgettable. The Arpège bottle – a ball in black crystal designed by Armand Rateau, with art déco illustrated by Paul Iribe, in gold, representing mother and daughter – is until nowadays Maison Lanvin’s signature label. But, as a sign of times, such luxury is today only part of history, just like the traditional old notion of luxury as synonym of material asset. On an interview for the Brazilian magazine Época, in October 25, English fashion and trend consultant David Shah, professor at the Royal College in London, says: “the taste for ostentation is disappearing. Luxury has changed a lot, and I believe we are going back to the idea of intelligence as a luxury. (...) We are heading for a more intellectual idea of luxury, related to pleasure and culture.” Which would the contemporary answer to the great and old-fashioned luxury be? Culture, design, new materials and technology at the service of new life habits. As old Starck affirms, always updated with consumption trends, “products in the future will be 20% material, 80% service.” Issey Miyake has perhaps been the first one to wake up towards the new reality, discerning in still weak signs a future trend, that is, the value of design replacing the material’s valuableness. The first bottle of his Eau d’Issey perfume, designed by Fabien Baron, caused surprise and “frission”, and was immediately transformed in a desired icon – more than the perfume itself. But how should the perfume bottles for the new nomads of this planet be? Unbreakable, hermetic, small, portable. That is the concept adopted by designers devoted to the creation of new bottles. A beautiful Lalique with a crystal label would be useless… in the pocket, in the bag or valise!
BEYOND VISIBILITY – page 50 “Technology” refers to the science applied to products that, in general, serve an elite; “kitsch” is basically characterized by what is cheap and has a doubtful taste, though with strong popular appeal. Contradicting physical laws, lighting designer Guinter Parschalk approaches opposite poles in the “Tecnokitsch” exhibition
WHAT A LUXURY! – page 52 “Luxury means to add intelligence to our life environment. Luxury is the capability to judge. Luxury means to welcome the unexpected. Luxury is a better world.” Chris Dercon, director of the Haus der Kunst Museum, in Munich, on the occasion of the first great retrospective of Droog Design (in Domus 872)
Maria Helena Estrada In the same issue of Domus magazine, always in the article on the ten years of the Dutch group Droog, Aaron Betsky, designer from Rotterdam, states that Droog's role was to “make us conscious that design is a way of observing, understanding, interpreting, reorganizing and reusing our environment, giving it, therefore, in a distorted, satiric and fun way – or, the opposite, very serious – a new aspect.” Such comment makes part of a game, or a new idea: the White Noise answering machine, presented along with a letter from Konstantin Grcic addressed to 45 design specialists, inviting them to dial a number in Munich and give an answer not longer than two minutes, telling their thoughts on the future of Droog Design. Spreading new ideas, proposing a new way of life in these latest ten years, Droog Design “touched” Europe, just like the Campana brothers, since their first pieces, created in the latest 80's. Young designers that created paths, opened new perspectives, demystified the meaning of the word “design” – and impregnated other young designers all around the world, like Mana Bernardes, jeweler from Rio de Janeiro. Is jewelry a luxury? Is luxury gold, diamond or any highly expensive material?
Mana Bernardes, just like other young creators of our era, came to assert that luxury is design, luxury is culture. Evolution, or better, innovation is processed through contestation, through an internal conviction that does not allow the belief in consecrated truths, or the consideration that the future is inexorably predicted. That is creation's ground zero. “Each new generation feels the need for discussing the establishment, it doesn't matter how good it is,” says Joris Laarman, young Dutch designer. The work of Mana Bernardes is an example for some of the modern approaches to design, starting with the new meaning of luxury, which is more related to a mental and behavioural attitude than to the exhibition of “precious” pieces. Another boundary the future designer (Mana is still a student) transposes is the prejudice relating to the materials applicable to design. The irony, which is so well performed by her, can also be seen as one of the components of young contemporary design. Last but not least, freedom and innovation, such important ingredients of design, are Mana's guidelines of creation.
IN BRAZIL AND ALL OVER THE WORLD – page 58 Dedicated to the production of furniture for 37 years, S.C.A. has become a reference for quality and innovation. Recently, the company has also been expanding abroad By the Editorial Staff Founded in 1967 in Bento Gonçalves (located in the Brazilian State of Rio Grande do Sul), S.C.A. is, nowadays, one of the biggest suppliers of planned furniture in Brazil. By 1998 its main clients were multibrand shops and department stores; abroad, its activities grew gradually. A new strategical location changed the company's commercial focus: it abandoned the traditional distribution model and implemented exclusive stores in order to offer complete and customized solutions to its clients. Therefore, thanks to the versatility in executing projects, both residential and corporative, S.C.A. has gained clients in Brazil and all over the world. Nowadays, it holds 140 retailers in the main Brazilian cities and intends to open 470 more in 10 years. Its furniture are also commercialized in 35 other countries, especially in South and Central America – Uruguay, Paraguay, Argentina, Mexico, Puerto Rico, El Salvador, Guatemala, Nicaragua and the Caribbean – besides Portugal and Spain. Now the company is preparing to reach the North American market. “This year, we opened a distribution center in Miami, Florida, with nine thousand squared meters, to provide technical and operational support to the future S.C.A. stores in the country,” informs director-superintendent Sérgio Manfroi. “Potential international partners visit stores in Brazil to understand our work pattern. They get surprised with the high level of technology, design and assistance, and attempt to reproduce such pattern in their country.” The stores established abroad are implemented with the same concept utilized in Brazil, although some modifications in show-rooms and products are necessary. “We just adapt modulations according to local demands/preferences, such as depth, height, colour,” explains Manfroi. Besides holding production excellence, the company stands out for the quality in assistance. By making customized projects, using raw material of high quality in modules with flexible measures and diverse colours, S.C.A. offers different solutions for kitchens, laundry areas, bedrooms, bathrooms, living rooms and offices. S.C.A. RST 470 Km, 220 Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, Brasil Tel.: +55 (54) 2102-2200 www.sca.com.br
FROM THE FINAL PRODUCT TO TRENDS RESEARCH – pag 60 “To follow trends is not to 'copy' colours and shapes imposed by fashion centers, but to translate manifestations and feelings that are settled in collectivity.”
English Version
Vanessa Domingues Streams attract visitors to the inside of the black room. Sounds break the silence, emphasizing the invitation to penetrate deeply into this instigating universe. Right at the entrance, a “hole” on the wall calls attention and, admired, the visitor sees the back of his head: a result of the so-called “secondary reflection,” which he would find out later. While walking through the space, such visitor observes the union of two extremities: cheap and expensive, popular and sophisticated, kitsch and technologic. The dichotomy is strengthened with the perception of Aviação butter cans, packages of Queijo Tipo Reino Palmira (a type of Brazilian cheese), artificial flowers, glasses of pinga (or cachaça, Brazilian white rum) and even plastic hair combs. In the “Tecnokitsch” exhibition, held at the Museu da Casa Brasileira, in São Paulo, from September to October 3, common daily objects receive special treatments in advanced lighting systems. Idealized and performed by lighting architect and designer Guinter Parschalk, the 12 projects inspire thinking on our cultural identity. “I didn't want to build an allegory of Brazilian materiality; my intention was to make people think about such objects that are so present in quotidian and have been designed by unknown artists. There is even prejudice, because, many times, we do not add national creations into our own kitsch repertory,” argues the creator. “At the same time, the exhibition shows great technologic innovations – which are a consequence of the intense globalization process experienced nowadays,” he adds. The concern with the so-called “brazilianness” has been influencing Parschalk's work for years, and it is the trigger for his entrance in the lighting design field. “At the end of the 80's, in order to stimulate debate on this subject, I organized an exhibition with objects that combined two different ideas: the native indian, loyal representative of the Brazilian culture, and electric light, an icon of contemporary times. From that point on, I started to deal effectively with lighting,” he says. And he has not stopped yet... Eternally unsatisfied and a born contester – features confessed by himself –, Guinter Parschalk fights against monotony in each of his projects. Innovation is a motto for this professional, who is majored in and inspired by plastic arts. “I fight for the right of marking my difference and manage for it to be respected.” Plans for the future? To continue to enlighten, but now also considering another public: visually disabled individuals. “My focus is the visual perception and this is much more intense and complex than a simple look. It is possible to percept varied aspects, countless, in fact, when one lives in the dark; it is a free space to be fulfilled,” he explains. After all, as he recalls, light only exists because of shadow.
Inspired by the idea transmitted through the citation of designer José Montana, Tok & Stok researches Brazil and the world seeking for behavioural information. Objective: to understand clients' desires to transform them into products... By the Editorial Staff The wooden bookcase with metal structures that pleases executives; the green vibrating underplate that calls the attention of contemporary women, the bamboo hanger that attracts naturalistic young people. A promenade through Tok & Stok and several styles can be detected. Twelve, precisely. But how did the idea for object design come up? Which references were used? Where did the inspiration come from? Let us start backwards. This time, the focus is on research, on study, on theoretical basis, and not on the final product, consumed and approved by clients. Renovation, transformation, innovation: a three-legged support that summarizes the company's philosophy and sustains its collections (there are, in average, five releases per day). The work performed by the Department of Design, Technical Support and Trends is the seed for the development of all commercialized pieces. “This work has been in practice for at least ten years. It stimulates our actions, from the choice of materials and finishes to the store's layout with colour sequence,” explains Tok & Stok's trends coordinator Edson Coutinho. An essential and continuous mission... Magazines and websites from all over the world; visits to Brazilian regions and communities; trips to the main fairs of the sector (carried out, mainly, in Europe); and sharp senses. “We are attentive towards the changes related to human behaviour. They are the keys for the creation of an exclusive and customized collection,” he says. Originality under threat? No. The so-called “trends research” indicates roads. The perceptions and information are chosen, studied and suitably grouped for internal or colaborative designers to renew, transform or innovate (again, the three-legged support). “We import some pieces with signed design, but we are concerned about our products not being a copy or variant. We want the article to acquire language and integrate a specific trend,” comments Coutinho. Fusion Urban, Hype Urban, Scenic Urban, Contemporary Urban, Pure Urban, Zen Neutral, Brazilian Regional, Arts & Crafts Regional, Ethnic Regional, Provence Regional and Pure Regional: collections, or trends, created to support each style, each manner – everything for the client's home to reflect not only his or her way of living, but also life itself. Tok & Stok Av. Tucunaré, 500 Barueri, São Paulo, Brasil Tel.: +55 (11) 4196-8462 www.tokstok.com.br
LIGHT ALSO COMMUNICATES – page 62
English Version
From this issue on, ARC DESIGN will publish exclusive articles on lighting design. Architect Guinter Parschalk, expert in this subject, shows how to enrich interior design projects by making use of light. A project that combines creativity, poetry and technical knowledge Guinter Parschalk Written by Vanessa Domingues First case: although the company fights against problems, it does face physical and psychological weariness of employees, low productivity with high indications of mistakes and increasing shift changes in work positions. Second case: a large bathtub with water in the perfect temperature. The scenery seems to be in favour of relaxation, but, for some reason, the tension is not broken. Third case: a chair with an unusual design chosen as the outstanding piece of an exhibition; the visitors, however, pass by it showing indifference. Apologies are here offered to the eager ones for brainstorming discussions, because the solution for the three cases is relatively simple: it refers to light, natural or artificial. A suitable lighting works as an addition, or even as a support, to the visual perception and, therefore, it influences in a meaningful way human behaviour. Light is the first impression in any visual art: photography, fash-
ion, design, architecture. It is responsible for the interpretation of a certain object, revealing it in its environment. Nowadays, in part, thanks to clients' demands, interior designers have been conceiving the lighting design phase of a project in a more thorough way. The communication stimulated by the global chain – Internet, cable TV, magazines – allows people to practice and enlarge their visual culture. Furthermore, the psychological and physiological influence of light over the human being has been proved by strict scientific studies. After all, how to resolve bad lighting? Lighting designers must transfer what was thought to what can be materialized, that is, the desired image needs to be defined and, from that moment on, the technical resources need to be selected. In the first case (mentioned in the beginning of this text), the expert must pay attention to three elements: finish (it might be necessary to modify covers or paints in order to reduce contrast); quantity of light originated by the lamp (the measurement is performed by a device called light or exposure meter); and quality of the lamp (the parabolic and the double-parabolic ones, for instance, distribute light through the environment, preventing reflex to fall upon the monitor). As for the bathroom, if the intention is to relax, the suggestion is to use indirect light, dimeric if possible, reflecting on the ceiling, right above the bathtub. To add soft colours, like light blue, helps relaxation. For the third case, the hint is to provoke a poetical interpretation of the piece to be highlighted in its environment. If the chair is red, a green background (supplementary colour), with red light focused on the object, will highlight, through contrast, the product without obfuscating it. There are a thousand ways to light, to make something visible. Professionals must find the best way to communicate the image, partly pragmatically, partly poetically. As it is said, an image is worth a thousand words.
BRAZIL AND WOOD – page 64 Wood? Again and always? The Brasil collection, just released by Casa 21, located in São Paulo, aims at giving a new look to the old material By the Editorial Staff When she invited famous designers and signed one line of the collection, designer Délia Beru, art director of Casa 21, took over the challenge of producing light furniture, with original shapes and rational use of raw material. Nothing new... if only such furniture weren't made of wood. The material used is reforestation teka wood, suplied by Cáceres Florestal, located in a region with the same name, in Mato Grosso, and currently in process of certification along with FSC (Forest Stewardship Council). The pieces developed by architect Arthur de Mattos Casas and designers Cláudia Moreira Salles, Álvaro Wolmer and Délia Beru stand out from conventional wooden furniture for the lightness and economy properties of the wood – after all, the fact that it is reforested does not transform wood into an abundant raw material. The Abaré buffet and the Yapira bookcase, for instance, created by Arthur de Mattos Casas, are manufactured in MDF covered by laminated teka wood, with the use of massive wood only on the front. Besides, they also incorporate Alucobond, reinforcing their contemporaneity and reducing even more the use of wood. The Jasmim table, by Délia Beru, has an MDF top covered by laminated teka wood and framed in massive teka wood, with also massive feet. A framework in 1020 steel with automotive painting strengthens the constructive rigidity of the table. Also parts of the collection are: Quase Mínima e Olívia dining chairs, Pouso Alegre armchair, +x, -x tables, designed by Claudia Moreira Salles; Para Fulvio Nanni coffee table and Para Olavo Setúbal stool, designed by Álvaro Wolmer.
SHIN MATSUNAGA – PICTORIAL DESIGN – page 66 In the 1964 Olympics, Japan introduced Yusaku Kamekura to the world. In the 1970's, Ikko Tanaka and Shigeo Fukuda became famous. Shin Matsunaga, who is now around 60 years old, makes part of the third generation of great masters of Japanese design.
Having started his professional activities in the huge cosmetics company Shiseido, he created his own studio in 1971. From that moment on, he increased his range of activities, working in all possible fields of design, from packaging to corporate identity. His interest in visual arts comes from his childhood. Son of a calligrapher, from 6 or 7 years old on, Matsunaga has won all painting competitions in which he has participated. The traces of brushes are clear in the graphic pieces of a more assertively authorial character, such as the posters in defense of peace and environment, or the signs devoted to the advertisement of exhibitions of his own work. Such pieces are impregnated by the artist's look, design and gesture performing a decisive role in the task of touching spectators Francisco Homem de Melo Unlike what we could expect if we would observe only the posters marked by the painter's expressivity, the visual language of his production as a designer is eclectic. Depending on the situation, Matsunaga can use strict geometry, a hyper-realistic illustration or a digital photograph; in some cases, he restricts his investigation field to the typographic code; in others, such as in the poster of the Gitanes cigarettes, he explores the rearticulation of preexistent icons. To him, what matters is not to leave a personal style registered, but to produce the right image, regardless the means and techniques adopted. In his daily work, he shows particular concern about being at the user's service. In order to synthesize this attitude, Matsunaga says he is guided by “the 3-meter-range concept.” According to him, it is inside such vital space of immediate reach by the human body where all those issues that must be satisfied by a design project are located. Forgiving the fragility inherent to synthetic formulations allowed, this principle translates very well a dimension more and more forgotten by designers, specifically in this moment of explosion of virtual culture: the commitment with users and the quotidian experienced by their bodies and percepted by their immediate senses. The group of canned products Kibun is a good example of this search: any child identifies clear and unmistakably the contents of each article. It is a project of packages that contradicts the current trend, more and more controlled by the publicity logic, which excludes the product's importance and dislocates it to the presumed benefit it brings. For Matsunaga, in a package, contents and continent must be combined into a single object. A necessary complement: the products that had their packages designed or redesigned by him resulted into great commercial achievements. The symbol of the Bank of Tokyo-Mitsubishi is a symbol of his trajectory as a designer; in it, gesticulation and crucial thinking are combined. Japanese and international, Shin Matsunaga's work is parallel to Milton Glaser's, referring to the North-American culture, which he appreciates so much: to each his own way, the design of both is based on the pictorial strength of images.
MASTERS OF ARCHITECTURE
PAULO MENDES DA ROCHA STONES AS WORDS “Words are in poetry as stones in a cathedral, because the meaning of construction, and, therefore, of the thinking structure, is the essence of communication. And, from that point of view, architecture emerges also in its language dimension. In fact, architecture describes man's conscience on the planet, constructing his habitat.” With those words, Paulo Mendes da Rocha evokes the importance of architecture as a means of expression. And he concludes: “Architecture, deep inside, is a structured, constructed, discourse.” Born in Vitória, in the Brazilian State of Espírito Santo, the architect graduated from the Architecture and Urbanism College of the Mackenzie University, in São Paulo, 1954. When he had just graduated, with a proposal of combining concrete structures with steel braces, he won the national competition for the project of the Sports Gym of Clube Atlético Paulistano (1957), and was also awarded at the International Biennial Exhibition of Art in São Paulo. In 1959, on an invitation by Vilanova Artigas, he started teaching at the Architecture and Urbanism College of the University of São Paulo (FAU/USP), and retired as a professor in 1998. Among his executed works, the ones which stand out are the Brazilian Pavilion at the Worldwide Exhibition in Osaka, Japan (1969), the Forma store (1987) and the Brazilian Sculpture Museum (1988), both located in São Paulo, besides the Pinacoteca do Estado – a project which awarded him the Mies van der Rohe Prize of Latin-American Architecture in 2000 –, the FIESP Cultural Center and the revitalization of the Patriarca Square, published here. “What cheers us up is always the time in which we will not live (...), our contribution to man's sustentation in Universe. What we are currently experiencing is man's non-existence, or non-presence, architecture as a force able to transform and accomplish; therefore, the effective city place where it is possible to dwell, to live. Today, the objective of architecture would be to try to demonstrate, in practice, that it is possible to invert the route of disaster.” Paulo Mendes da Rocha
PLAZA OF MUSEUMS AT THE UNIVERSITY OF SÃO PAULO AND PARKING LOT IN RECIFE
SPACE AND STRATEGY In this issue, ARC DESIGN publishes three recent projects – two in progress and one already concluded – and three remarkable works designed by a famous Brazilian architect. In self creations and also in restoration or remodeling projects, the inventive geniality of Paulo Mendes da Rocha is outstanding
AREAS OF PERFORMANCE: The different performance areas in design are dif-
ferent species of the same genre. I am interested in all of them. INFORMATION: The accumulation of too much information on a specific subject may eventually block the designer's view. I always attempt to ignore everything that is accessory and aim straight at the core of the matter. CORPORATE IDENTITY: The thought that “beautiful feathers make new birds” is a frequent mistake in corporate identify projects. If a corporation is not willing to revaluate itself completely, the design project will already be committed beforehand. ENEMIES: To make design means to face various enemies simultaneously: the deadlines, the budget, the preferences of consumers eager for trends... INFLUENCES: I have always been tremendously interested in everything regarding the North-American culture. EUROPE AND USA: When I was a boy and lived in Japan's frugality post World War II, the packages of the Gitanes and Lucky Strike cigarettes were, to me, the symbols of the European and North-American culture. CURIOSITY: The curiosity about observing people and things that surround me is my only true source of energy to make art and design. SIMPLICITY: Simplicity demands courage and effort to be reached. STYLE: I do not have style. For a designer, to have style is more an obstacle than help.
Winnie Bastian Known in Brazil and abroad for its excellence, the University of São Paulo (USP) plans the construction of a cultural project, the Plaza of Museums (Praça dos Museus). It is a public facility developed for production, reflection and divulging of knowledge originated by the university. The project, designed by Mendes da Rocha along with the Piratininga Arquitetos Associados office, concentrates three vertical museums in a single lot, associated by a large raised reception gallery, “a type of linear lobby,” in Mendes da Rocha's words. The museums approach different and complementary themes. In the case of the Biology Museum and the Archeology and Ethnology one, the buildings will be constructed to shelter collections already existent – and internationally important. The Museum of Sciences, however, will not have its own collection: it will work as the museological articulation and potentiation of the collections from the various unities of USP. A peculiarity in these museums is the fact that their collections are constantly studied and manipulated. For an animal to become a piece in the Zoology Museum, for instance, its cadaver has to go through several processes performed by the institution's scientists. Consequently, the research activity has as much importance as the collection itself. Therefore, the project foresees a large structure of laboratories and research areas, of which the architects took advantage thanks to the use of
English Version
SHIN MATSUNAGA TALKS ABOUT DESIGN
elevators. “Elevators are something very intriguing to be considered machines and resources,” affirms Mendes da Rocha. For that reason, from the “aerial street” – the large gallery that links the buildings – visitors have access to big elevators. They pass through, in an encased way – but with visual permeability –, exclusive rooms for scientists and researchers, leading to the ground level, where there will be gardens and cafés, or to the top floor, which is also a museological area. The treatment given to the collection and to the research areas deserves highlight: both in plan and section, “the collection area is a protected center, capable to create any condition necessary for the correct storage of the pieces” and facilitate the control of humidity, lighting and temperature, as architect José Armênio de Brito Cruz, from the Piratininga office, explains. The collection is contained in the center of the building, with research laboratories and areas around it, exhibition rooms above and a library below. The aerial street will also articulate other support facilities, like a restaurant, bookshops, stores and an information center. At the end of the course, there will be an auditorium with 800 seats, which will serve the three museums. RECIFE PARKING BUILDINGS Another recent project are the just-concluded parking buildings of the Paço Alfândega shopping center, located in the historical center of Recife and restored and adapted by the Pontual Arquitetos office. Due to difficulties of subsoil exploration (the building is established in an area nearby the sea), the parking buildings designed by Paulo Mendes da Rocha occupy two squares adjacent to the shopping center and are linked to it by a pedestrian bridge on the intermediary floor. In order to solve the fragmentation of the squares without simply linking them – which would provoke interruption of the urban tissue – Mendes da Rocha and architect Milton Braga, from MMBB Arquitetos office, in São Paulo, proposed a circuit that interconnects both blocks. “If we had built an entrance and an exit in each building, the traffic would be tumultuous. So we built the entrance always in one of the blocks and the exit always on the other one, connecting the floors through bridges, which cross the street that separates both lots. Since Recife is a city of bridges, such spatiality became very interesting. Besides, the apparent inexorable traffic conflict was diminished at most,” considers Mendes da Rocha. Besides the system of ramps in the parking buildings, the ground level shelters a bookshop, an auditorium, restrooms and cafés. On the top floor, a great party room provides a privileged view facing the historical center and River Capibaribe. The diversity of uses provides new dynamics to the blocks; simple parking places, appendixes of a building already existant, become integrated in a significant way to the city. Nothing more natural, especially when the project arises from Paulo Mendes da Rocha's drawing board.
clarifies Mendes da Rocha. In that manner, the contiguous building shelters 3,500 squared meters of service and support, a meaningful part of the program. The construction will start on the second semester of 2006.
CENTRO CULTURAL FIESP – SÃO PAULO Concluded in 1998, the intervention of the lower access levels to the headquarters of the Federation of Industries in the State of São Paulo (FIESP), on Paulista Avenue, was performed in association with the MMBB Arquitetos office. The architects excluded parts of the slab on the top ground floor and introduced extremely light metallic structures that, set in the vigorous existent structure, provide the feeling of floating. The intervention strengthened the public character of the building in two meanings: it enlarged the public areas and added better visibility from the street. Part of the reception was dislocated to the underground level, and the entrance control system was connected to elevators, increasing the library area, on the lower level, and the exhibition gallery room area, on the upper ground floor. Furthermore, the removal of the entrance slab enlarged the sidewalk of Paulista Avenue from 7 to 20 meters, creating a wide space of transition between the avenue and the building. In an area with double ceiling height on the upper ground floor, a metallic bridge was introduced (to house cocktail parties and events), which starts on Jardim Burle Marx (an inclinated panel made of Portuguese mosaic) and continues towards Paulista Avenue, surpassing, in balance, the limits of the building, and creating a type of belvedere.
PRAÇA DO PATRIARCA – SÃO PAULO A great raised marquee weighing 130 tons of steel. That is how the shelter created by Paulo Mendes da Rocha for the Praça do Patriarca square looks like, located in an area between the old and new centers of the capital of São Paulo. The Viva o Centro Association ordered the project to Mendes da Rocha in 1992 – and in the same year the architect elaborated his proposal – though the execution was performed in 2002. The curved top with internal ribs is fastened, in only four points, to a metallic porch with a triangular profile and 40 meters of interspace. The instability that could exist due to the top's asymmetric form was eliminated by the use of tensors that break it in the position desired by the architect. Besides, both the top and the porch were carefully studied to resist exertion caused by winds that reach the place constantly. The urban “clear-sightedness” of Mendes Rocha becomes explicit in a statement to the Urbs magazine, published by Viva o Centro, in which he explains the project concept: the new structure constitutes “a portal for that part of the city, in which one is to enter. And, in a contrary direction, a frame warning to pass to the open spaces, to the sight on the other side of the city.”
English Version
SESC 24 DE MAIO – SÃO PAULO A project for a new facility of the Commerce Social Service (SESC) in the center of São Paulo. It is the remodeling of the old building of the Mesbla department store, situated on the corner of streets Dom José de Barros and 24 de Maio, not even 100 meters from the Municipal Theater. “A very peculiar project, which does not appear as a form; it is exactly the transformation of a preexistent spatiality. The greatest virtue is the location,” says Mendes da Rocha. Developed in partnership with MMBB Arquitetos office, the project stands out for the modern and intelligent initiatives, like the insertion of a 25 X 25 meters swimming pool on the top of the building – which demanded the construction of a new structure adjacent to the original one – and the creation of a system of ramps that goes through the whole building. Such system allows the elevators to stop only on specific floors, inducing visitors to use the ramps to go one floor up or down, in a way the system of vertical circulation is optimized and the enjoyment of views from ramps is provided, explains architect Marta Moreira, from MMBB. A curious aspect is the strategic occupation of the neighbouring building, which was for sale in the beginning of the project. “I realized the SESC building would need more heavy machinery for air conditioning in some areas. There would also exist water reservoirs, a maintenance workshop, warehouses, dressing rooms and employee accommodations, a series of services that would occupy areas that we wanted to be clean and free. And these machineries are contradictory, because the same machine that works for air conditioning emits heat, apart from noise. I thought of using this smaller building as a type of 'task-ship',”
PINACOTECA DO ESTADO – SÃO PAULO The intervention's main objective was to adapt the building, designed by Ramos de Azevedo at the end of the nineteenth century to house the Liceu de Artes and Ofícios de São Paulo (Lyceum of Arts and Crafts of São Paulo), to the technical and functional demands of a museum. Mendes da Rocha's project performed together with architects Eduardo Colonelli and Weliton Torres proposed the inversion of the building's entrance and of the central axis of circulation: the access, which used to be constricted and very close to the busy Tiradentes Avenue was moved to the lateral street, in front of the Luz railway station. The internal voids (central and lateral yards) were covered by flat skylights, with laminated glass structured by steel profiles, originating great halls with triple ceiling-height, which articulate all functions. The central yard now shelters, on the ground level, a 150-seat auditorium, with a roof that is transformed into the ground of a monumental lobby, on the first floor; the lateral yards received, on the upper levels, metallic pedestrian bridges that fulfill the empty spaces – at the same time they provide views that were once unreachable – and gave continuity to the trajectory of the new axis. Next to one of the pedestrian bridges, a new elevator transports visitors and works of art. The characterization of the old voids as integrating parts to the building is reinforced by the exclusion of the windows frames turned to the yards. The proposed structures, all metallic, are visually integrated to the construction and allow, simultaneously, the identification between old and new.
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