Órgão Oficial da Associação Beneficente Nhá Chica - Baependi - MG / Ano VII- Nº 74 - fevereiro de 2014
“Luz para iluminar as nações e glória de teu povo” (Lc 2, 32)
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - fevereiro de 2014
Expediente Nhá Chica Informativo
Notícias do Santuário e da ABNC
fevereiro de 2014 - Ano VII - Nº 74 Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor Província Brasil / Bolívia Provincial Madre Cristina Alves Ribeiro Diretora da ABNC Irmã Claudine Ribeiro Vice-Diretora da ABNC Irmã Gertrudes das Candeias Conselho de Comunicação da ABNC Irmã Sandra Aparecida Gontijo Francisco Joaquim de Siqueira Flávia Maria Maciel Neves Yolanda Aparecida Fernandes Eduardo Luiz Magalhães Brochado Programação Visual Nádia Ferreira Vilas Boas Editor / Jornalista Responsável Sérgio Monteiro Mtb 7697/02 CTP e Impressão Gráfica e Editora Novo Mundo São Lourenço - MG Tiragem 10.000 mil exemplares Associação Beneficente Nhá Chica - ABNC Rua da Conceição, 165 - Centro Baependi - MG / CEP: 37.443-000 Tel. (35) 3343-1077 Fax. (35) 3343-1661 E-mail: contato@nhachica.org.br Website: www.nhachica.org.br
Irmãs Franciscanas do Senhor 128 anos promovendo a Paz e o Bem
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Opinião Neste mês de fevereiro, fazemos memória da festa da Apresentação do Senhor. Ao reviver este mistério na fé, a Igreja dá novamente as boas-vindas a Cristo. Este é o verdadeiro sentido da festa. É a “Festa do Encontro”, o encontro de Cristo e sua Igreja. Isto vale para qualquer celebração litúrgica, mas, especialmente, para esta festa. A liturgia nos convida a dar as boas-vindas a Cristo e a sua mãe, Maria. Simeão, de fato, proclama Jesus como “salvação” da humanidade, como “luz” de todos os povos e “sinal de contradição”, porque revelará o pensamento dos corações (cf. Lc 2, 29-35). Além da festa litúrgica da Apresentação do Senhor, o Venerável João Paulo II, a partir de 1997, quis que fosse celebrado em toda a Igreja um dia especial da Vida Consagrada: “De fato, a oblação do Filho de Deus – simbolizada pela sua apresentação no Templo – é modelo para todo homem e mulher que consagra toda a sua vida ao Senhor. Tríplice é o objetivo deste dia: sobretudo louvar e agradecer ao Senhor pelo dom da vida consagrada; em segundo lugar, promover o conhecimento e a estima pela Vida Consagrada por parte de todo o Povo de Deus; enfim, convidar os que dedicaram plenamente a própria vida à causa do Evangelho a celebrar as maravilhas que o Senhor realizou neles”, disse o Santo Papa.
Momentos especiais celebrados em um ano também marcante para a Associação Beneficente Nhá Chica, quando são comemorados os 60 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas do Senhor ao Brasil e de fundação da ABNC – Associação Beneficente Nhá Chica. No exemplo de vida da Bem-Aventurada Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, seguiremos unidos a Maria, Mãe de Jesus, colocando-a sempre à frente de nossas ações e pensamentos, buscando, através de um modo de vida santo, ser exemplo para todos os que buscam alcançar o Reino de Deus. Cabem perfeitamente em nossos dias, como possibilidades de salvação e redenção da humanidade, as proféticas palavras de Simeão, ao receber no templo o pequeno menino Jesus: “Luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo” (Lc 2, 32). E nas palavras finais do Bem-Aventurado João Paulo II, assim como também fazia a Bem-Aventurada Nhá Chica, Maria vem à frente para nos abrir o caminho até Seu Filho: “Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: neste dia volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do seu agrado”.
Espaço dos Leitores Estimados Irmãos em Cristo, Sou Phellip, tenho 17 anos e minha história com Nhá Chica começou há quase 10 anos. Sendo eu muito curioso, estava mexendo nuns papéis de minha mãe e encontrei a oração para pedir a Beatificação da Serva de Deus Nhá Chica. Achei a figura interessante: uma senhora sentada numa cadeira com um guarda chuva e logo acima a imagem da Imaculada Conceição. Pedi a santinha e minha mãe me deu. Desde esse dia, tenho rezado a Nhá Chica todos os dias, pedindo graças e recebendo. Sou devoto dela e tenho fé que um dia irei pessoalmente na cidade de Baependi visitar o túmulo dela e agradecer tantas graças recebidas.
Phellip Fernandez Nunes da Silva Cajazeiras - PB
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Apresentação do Senhor o encontro do Ungido de Deus com seu povo A primeira pessoa que se une a Cristo no caminho da obediência, da fé provada e do sofrimento partilhado é a sua mãe, Maria. É com ela, na companhia de seu pai adotivo, José, que o pequeno Jesus é apresentado no templo. A festa da Apresentação do Senhor nos mostra Maria e José indo ao templo de Jerusalém para apresentar o menino ao Senhor e oferecer o sacrifício, em obediência à Lei de Moisés, por Jesus ser primogênito (cf. Lc 2,22-24). Como toda oferta implica renúncia, a Apresentação do Senhor é o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino Filho, estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da Redenção. Na adoração dos Reis Magos tudo tinha acontecido na intimidade da Sagrada Família, ao passo que agora se festeja o primeiro encontro público, no Templo de Jerusalém, do Verbo de Deus com o seu povo, bem representado pelo justo Simeão e pela profetisa Ana. O significado deste gesto adquire uma perspectiva mais ampla no trecho da Carta aos Hebreus. Nele, o Cristo é apresentado como o mediador que une Deus e o homem, abolindo as distâncias, eliminando qualquer divisão e abatendo todos os muros de separação. Cristo vem como o novo “sumo sacerdote misericordioso e fiel no serviço de Deus, para expiar os pecados do povo” (Hb 2, 17). “O texto evangélico nos mostra isto no gesto de oferecer o Filho: uma oferenda incondicional que a envolve em primeira pessoa: Maria é a Mãe d’Aquele que é «glória do seu povo, Israel» e «luz que ilumina as nações» (cf. Lc 2, 32). E ela mesma, na sua alma imaculada, deverá ser trespassada pela espada do sofrimento, mostrando assim que o seu papel na história da salvação não termina no mistério da Encarnação, mas se completa na amorosa e dolorosa participação na morte e na ressurreição do seu Filho. Levando o Filho a Jerusalém, a Virgem Mãe oferece-o a Deus como verdadeiro Cordeiro que tira os pecados do mundo: apresenta-o a Simeão e a Ana como anúncio de redenção; apresenta-o a todos como luz para um caminho seguro pela via da verdade e do amor” – explica o Papa Emérito Bento XVI, numa homilia recente, falando sobre a festa da Apresentação do Senhor. Embora esta festa de 02 de fevereiro caia fora do tempo de Natal, é parte integrante do relato de Natal. É, na verdade, uma “epifania” do quadragésimo dia. Natal, epifania, apresentação do Senhor são três painéis de um tríptico litúrgico. Entre as igrejas orientais esta festa era conhecida como “A festa do Encontro” (em grego, Hypapante), nome muito significativo e expressivo, que destaca um aspecto fundamental da festa: o encontro do Ungido de Deus com seu povo. São Lucas narra o fato no capítulo 2 de seu Evangelho. Obedecendo à lei mosaica, os pais de Jesus o levaram ao templo, quarenta dias depois de seu nascimento, para apresentá-lo ao Senhor e fazer uma oferenda por ele. Disse ainda o Papa Emérito Bento XVI: “A “salvação” que Jesus traz para o seu povo, e que encarna em si mesmo, passa através da cruz, através da morte violenta que Ele vencerá e se tornará o sacrifício da vida por amor. Esta oblação já foi toda anunciada no gesto de apresentação no Templo, um gesto certamente movido pelas tradições da Antiga Aliança, mas intimamente animado pela plenitude da fé e do amor, que corresponde à plenitude dos tempos, à presença de Deus e do Seu Santo Espírito em Jesus”.
O gesto ritual dos pais de Jesus, que ocorre no estilo de obscuridade humilde que caracteriza a Encarnação do Filho de Deus, encontra uma particular acolhida por parte do ancião Simeão e da profetiza Ana. Pela divina inspiração, eles reconhecem naquele menino o Messias anunciado pelos profetas. No encontro entre o velho Simeão e Maria, jovem mãe, Antigo e Novo Testamento se unem de modo maravilhoso ao render graças pelo dom da Luz, que brilhou nas trevas e impediu-as de prevalecer: Cristo Senhor, luz para iluminar as nações e glória do povo de Israel (cf. Lc 2,32).
Tradição A Festa da Apresentação é uma das mais antigas festas da Igreja. Há sermões obre ela compostos pelos bispos Metódio de Patara († 312), Cirilo de Jerusalém († 360), Gregório, o Teólogo († 389), Anfilóquio de Icônio († 394), Gregório de Nissa († 400) e João Crisóstomo († 407). Originalmente, a festa era uma celebração menor. Mas, então, em 541, uma terrível praga irrompeu em Constantinopla, matando milhares de pessoas. O imperador bizantino, Justiniano I, em consulta com o patriarca de Constantinopla, ordenou um período de jejum e oração por todo o Império Bizantino. E, na festa do “Encontro do Senhor”, organizou grandes procissões por todas as cidades e vilas, além de um serviço solene de orações, para pedir a libertação de todos os males e o fim da praga. Em agradecimento, em 542, a festa foi elevada para uma celebração mais solene e passou a ser celebrada por todo o império.
Vida Consagrada Nessa mesma data, 02 de fevereiro, comemora-se ainda o Dia da Vida Consagrada. O Papa Emérito Bento XVI disse numa homilia sobre a importância desta outra celebração na mesma data: “No dia em que a Igreja faz memória da apresentação de Jesus ao templo, se celebra o Dia da Vida Consagrada. De fato, o episódio evangélico ao qual nos referimos constitui um ícone significativo na doação da própria vida por parte daqueles que foram chamados a representar na Igreja e no mundo, mediante os conselhos evangélicos, os traços característicos de Jesus, virgem, pobre e obediente, o Consagrado do Pai. Na festa de hoje celebramos, portanto, o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria, consagração de todos aqueles que se colocam sob os passos de Jesus por amor ao Reino de Deus”.
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ABNC 60 anos - Madre Crescência Girlando: uma vida de desafios, lealdade e amor ao próximo É impossível contar a história da Associação Beneficente Nhá Chica sem falar de sua fundadora e primeira diretora, Madre Crescência Girlando. Nascida em Gela, na Itália, em 18 de dezembro de 1915, entrou para a Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor em Caltanissetta, cidade onde Frei Angélico Lipani fundou a ordem religiosa. Corria o ano de 1939, dia dois de fevereiro, quando a jovem Concettina, seu nome de Batismo, ingressou para a Congregação e fez a primeira profissão de fé. Desempenhou ali funções de grandes responsabilidades, sempre com muito zelo e dedicação. Mas sua vida mudou mesmo quando, em 1954, foi enviada ao Brasil em missão. Veio acompanhada das Irmãs Liliana, Margarida, Miquelina, Pierina e Virgínia, lideradas por Madre Annina Ragusa. As religiosas zarparam do porto de Nápoles, em 22 de maio, e viajaram por dez dias, desembarcando no Brasil em 02 de junho. Divididas em duas frentes de trabalho, inicialmente no Rio de Janeiro, onde Madre Crescência ficou como responsável pela missão, e em Mantena (MG). Mas logo um convite da Mitra Diocesana de Campanha (MG) fez com que Madre Crescência se mudasse para Baependi (MG), onde fez história. Enfrentou grandes dificuldades para cumprir o trabalho ao qual foi designada: cuidar do legado espiritual de Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, e ainda construir na cidade uma obra social para atender crianças necessitadas. Chegou à nova localidade no final do ano de 1954 onde, inicialmente, trabalhou no hospital local, mas já com o novo desafio de cuidar da pequena casa e da igrejinha deixadas por Nhá Chica e ali construir também uma obra social. Assumiu a responsabilidade de coordenar o Governo Regional da Congregação, que acabou tendo como sede inicial a cidade de Baependi (MG), para onde Madre Crescência tinha se mudado. Foi quando a religiosa, imbuída de um espírito desbravador, começou, nos anos seguintes, a organizar tudo para que naquele local florescesse uma obra exemplar. Um dos primeiros funcionários dessa nova empreitada lembra-se bem de Madre Crescência: “Eu tenho orgulho de dizer que guardei as malas dela no quarto no dia em que ela chegou a Baependi” – conta o Sr. Aníbal Pereira da Silva, hoje com 86 anos.
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“Pedreiro de mão cheia”, como se costuma dizer dos bons profissionais dessa área, Sr. Aníbal lembra-se de quando a Madre chegou e de que nos primeiros dias, mesmo com a dificuldade da língua, ela fazia muitas perguntas a ele, que trabalhava naquela época na obra de construção do hospital. “Logo ela
Madre Crescência e as primeiras noviças, em Baependi me chamou para trabalhar com as Irmãs. Uma das primeiras obras que ela mandou fazer foi dar uma arrumada na casa de Nhá Chica. Ela coordenava o trabalho, ficava de olho, dava ideia de construção, trabalhava. Tinha também uma casinha no terreno onde hoje é a Associação. Ali ela dava cesta básica para os mais pobres. Ela resolveu melhorar essa casinha e até tijolo ela carregava e colocava no andaime pra ajudar na obra” – afirma o Sr. Aníbal, que trabalhou durante 49 anos na Associação Beneficente Nhá Chica.
Sr. Aníbal, o primeiro colaborador da ABNC
Ele relembra com muito carinho o jeito de atuar da Madre Crescência: “Em muitos domingos ela vinha na minha casa conversar sobre o que fazer na obra, planejava o trabalho; tinha sempre uma ideia nova. Nessa época, no terreno tinha a casinha da Nhá Chica, a igreja velha (mais na parte de cima do terreno) e mais duas casas (mais pra baixo do terreno). Aí, ela vendo a necessidade de aumentar a obra, começou a comprar estes terrenos em volta para abrir espaço. Como já estava tudo escrito que tinha que fazer um lugar para atender crianças, ela começou a organizar tudo para construir o primeiro prédio” – conta ele. O ex-funcionário e, porque não, o amigo fiel das Irmãs, relembra os tempos de dificuldades e de como faziam para conseguir apoio para a obra a ser edificada:
“Ela foi bastante rígida com a condução de tudo, porque era responsabilidade dela comandar tudo. Tinha que fazer o prédio, tinha que ajudar as pessoas, tinha a capela de Nhá Chica; era muito trabalho. Ninguém teve coragem de fazer as coisas do jeito que ela fez e transformar um terreno vazio numa obra como esta de hoje. Não tinha dinheiro... Então a gente conversava muito e eu tinha umas pessoas da cidade que já me conheciam, alguns eram compadres, e a gente foi apresentando a Madre Crescência, o povo foi vendo que o trabalho era sério e o pessoal ajudava, fazia doação para a construção. A gente corria atrás das pessoas da cidade, e ela começou a pedir ajuda de pessoas de outras cidades, e a obra foi indo. Todo mundo era muito devoto de Nhá Chica e queria ajudar”- explica o Sr. Aníbal. A seriedade com que Madre Crescência comandava a implantação da Associação Beneficente Nhá Chica motivava os diversos benfeitores. Relata-se que, iniciada a construção, muitos colaboraram, seja com material ou mão-de-obra, sempre de forma espontânea e acreditando no exemplo de fé e coragem da Madre que liderava o trabalho. A obra levou cerca de dois anos para ser concluída em sua primeira etapa. Outra pessoa que lembra com muito carinho de Madre Crescência é Francisca Isabel da Silva Moreira, carinhosamente chamada de Chiquinha. Hoje com 57 anos, casada, mãe de dois filhos, ela viveu na Associação Beneficente Nhá Chica dos dois anos e meio até os dezoito anos. Foi uma das primeiras crianças atendidas na ABNC: “Perdi meu pai com seis meses de vida. Ele trabalhava no hospital de Baependi, cuidando da chácara que era anexa ao prédio. Ali morava toda a minha família: eu, minha mãe e meu irmão. Na época, a Associação Beneficente Nhá Chica já estava funcionando e a Madre Crescência, vendo a necessidade que a minha mãe tinha de ajuda para nos criar e sabendo que ela havia ficado doente, me levou para a Associação. Na época eu já estava com dois anos e meio” – conta a ex-aluna.
Primeira parte do préido da ABNC sendo construido
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - fevereiro de 2014 Foram momentos marcantes e, segundo Chiquinha, de muita felicidade, apesar das dificuldades: “Nunca faltou nada pra gente aqui. As Irmãs faziam de tudo pelas crianças. Mesmo a gente sendo criança e não tendo noção de como era a situação, nem que fosse o mínimo, mas não faltava nada. Nunca passamos falta de alguma coisa, muito menos fome; nunca andamos de pé no chão, nunca passamos frio” – relembra.
Francisca Isabel da Silva Moreira, Chiquinha, quando interna na ABNC (foto acima) e atualmente, em visita à Associação
Ao contar detalhes da vida com a Madre Crescência, Chiquinha se emociona mais ainda, e fala com amor: “Ela era enérgica, mas muito carinhosa. Dava muita atenção para todas as crianças que aqui moravam e estava sempre presente na vida da gente. Nos educava com o melhor, ela e todas as Irmãs, mas ela tinha algo diferente. Dava muita atenção pra gente. Tanto é que, quando ela foi embora, eu estava no quarto ano primário e eu senti tanto a ida dela que eu repeti o ano” – afirma Chiquinha. “Ela viajava para o Rio de Janeiro e me levava. Sempre que podia me levava para todo lado. Eu era muito agarrada com ela; gostava demais dela” – relata. A presença e a amizade de Madre Crescência marcaram a vida de Dona Francisca. Tanto que seu filho mais velho chamava a religiosa de avó: “Meu filho, Júnior, hoje com 29 anos, conheceu a Madre Crescência e a chamava de avó e ela fazia questão de ser assim chamada por ele. Eu vinha à missa e ele ficava já procurando por ela na igreja. Quando acabava a missa, ela dava a mão pro Juninho, o levava para a parte de cima do prédio e enchia ele de bala... Ele tinha loucura por dela” – relembra com alegria. Hoje Francisca cuida da mãe já idosa, que ainda é grata pelo apoio que recebeu da Madre: “Minha mãe nunca deixou de vir me visitar. Ela continuou trabalhando no hospital, ficou lá a vida inteira, mas sempre vinha me visitar e acompanhar o que acontecia. Minha mãe (Dona Maria) fala que foi um grande apoio o fato da Madre Crescência ter me colocado aqui na ABNC” – afirma Chiquinha. A ex-aluna garante que são muito boas as lembranças daquele tempo: “Não tenho lembranças ruins e minha vida foi aqui, é a
lembrança que eu carrego comigo. Os passeios, a convivência, era tudo muito bom. Natal, Páscoa, sempre tinha algo diferente. Eu falava, quando era pequena, que eu ia ser superiora. Depois me formei professora, trabalhei no colégio das Irmãs no Rio, voltei para casar e construí minha vida aqui mesmo em Baependi. Mas ter estado aqui na Associação, ter vivido minha infância aqui foi uma bênção” – afirma. Após ter deixado a Associação Beneficente Nhá Chica, Madre Crescência voltou à Itália em 1966, retornando ao Brasil apenas em 1973, quando assumiu mais uma vez o Governo Regional da Congregação. No ano seguinte, voltou à Itália, onde foi Ecônoma Geral e Superiora da Fraternidade de Assoro, Catanzaro e Montesoro. “E ela era uma Irmã muito religiosa mesmo, tinha muita fé, rezava muito e confiava que Deus ia ajudar! Ela foi uma pessoa muito importante para tudo o que existe hoje! O que mais marcou foi que ela era uma pessoa muito fácil de lidar, aceitava nossa opinião e decidia o que ia fazer” - afirma Sr. Aníbal. “Pra mim ela foi uma segunda mãe” afirma Dona Francisca, a Chiquinha. Madre Crescência foi ainda pioneira nas Filipinas, onde, em 1984, esteve para avaliar os primeiros passos que a Congregação dava naquele país. De volta ao Brasil, assumiu nos anos seguintes, mais uma vez, o Governo Regional até 1986. Passou os últimos anos de sua vida em Sommatino, na Itália, e faleceu em 18 de dezembro de 1993, deixando um exemplo de vida, fé e coragem tanto para suas Irmãs de Congregação quanto para todos aqueles que colaboram e acreditam na missão de resgatar e promover a vida!
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Relatos de Graças Alcançadas Nhá Chica há muitos anos agraciando os devotos Estou relatando um fato ocorrido com minha tia, Mariana Ribeiro Pereira, em 1943. Acometida de pleurisia (doença muito grave naquela época), passou muito mal, tendo sido desenganada. Minha avó, Carmelina, disse ao seu marido, Manuel, natural de Baependi, muito devoto de Nhá Chica e que tinha sempre em sua cabeceira um pequeno quadro dela: ‘Peçamos a Nhá Chica que interceda a Deus pela vida de nossa filha. Ela precisa viver para seus cinco filhos’. Naquela noite, minha avó não conseguiu dormir. Estava muito nervosa e angustiada, como toda mãe. Lembrouse de seu primo, Dr. Paiva, médico no hospital de Itanhandu (MG). Telefonoulhe, pedindo que viesse buscar sua filha. Chegando em Itanhandu, verificou-se que o caso era gravíssimo e que ela não suportaria uma anestesia geral, mas resolveu operá-la com sedativos mais leves. Ela ficou hospitalizada durante três meses. Regressando, continuou um longo tratamento até ficar boa. Para a famí-
lia, foi um milagre alcançado por intermédio de Nhá Chica. Depois de todo esse sofrimento, minha tia ainda teve mais dois filhos fortes e sadios. Ela veio a falecer em 1987, aos setenta e nove anos. Meus avós sempre agradeciam por essa graça alcançada. Hoje estou com oitenta e cinco anos e não me esqueço desse milagre. Mesmo depois de tanto tempo, venho agradecer.
Nhá Chica, fiel intercessora!
Nhá Chica estava lá, junto com os médicos
Maria Aparecida Junqueira Dias Carmo de Minas - MG
Maria Aparecida, sobrinha da agraciada Mariana Ribeiro Pereira
Em agosto do ano passado, 2012, surgiu uma ferida na perna do meu pai, Apurinã de Moraes Santos, que ficou aberta até janeiro de 2013, apesar de todos os procedimentos realizados. Em janeiro, fiz uma viagem a São Thomé das Letras (MG) e, quando voltamos, fomos a Baependi visitar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição (Igreja de Nhá Chica) e lá entreguei, com toda a devoção, a perna de meu pai aos cuidados de Nhá Chica, pedindo sua intercessão. Retornamos ao Rio de Janeiro e, aproximadamente quinze dias depois, a ferida já estava começando a fechar. Agradeço a Nhá Chica por sua intercessão. PAZ E BEM!
Conheci Nhá Chica neste ano de 2013. Nunca havia escutado falar nela. O sogro da minha irmã precisou fazer uma cirurgia de emergência, para desobstruir uma veia da perna e trocar uma válvula. Minha irmã ficou arrasada, porque já tinham passado por isso antes e acharam que ele não iria aguentar uma segunda vez. Falei para ela não se preocupar, pois pedi para Nhá Chica interceder a Deus para Ele operar junto com os médicos. Hoje, dia 25 de abril, ele está em casa muito bem. Muito obrigada, Nhá Chica. Em breve irei visitá-la.
Valéria Santos Cugler Rio de Janeiro - RJ
Lisiane Porto Alegre - RS
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Nhá Chica intercedeu por mim e fui salvo! No dia 09/08/2012, após um dia de trabalho árduo, voltava para minha casa pilotando minha moto pela Rodovia dos Bandeirantes. Próximo ao quilômetro 49, um caminhão fechou o carro que estava na minha frente. Eu estava aproximadamente a 140 km/h. Ao tentar desviar do carro, acabei batendo na mureta de proteção da rodovia e fui lançado para frente, vindo a cair na traseira do carro da frente, que era uma caminhonete Amarok, com placa de Minas Gerais. Apesar da forte pancada e da alta velocidade em que eu estava, não sofri nenhuma fratura grave. Ao conversar com os ocupantes do veículo, me disseram que estavam a caminho da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, levando documentos sobre Nhá Chica. Acredito que só estou vivo hoje porque Nhá Chica ‘colocou sua mão sobre mim’, intercedendo a Deus que impediu que eu caísse na rodovia, o que certamente seria fatal. Everton Serafim São Paulo – SP Minha tia está curada! Minha tia Iza, há 4 meses, descobriu dois tumores no abdome do tamanho de uma laranja. O médico disse que era grave e que poderia somente abrir e fechar a cirurgia. Acendi várias velas virtuais para Nhá Chica, pedindo sua intercessão, e os tumores foram operados com sucesso. Hoje fomos saber o resultado da biópsia e ela está curada, tendo somente que fazer umas sessões de quimioterapia para prevenção. Obrigada, Santa Nhá Chica! Josilene arruda Junqueira Santos Cristina - MG
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Relatos de Graças Alcançadas Nhá Chica está comigo! Em 04 de abril de 2013 fui internado. Eu vomitava muito e me encaminharam para o CTI e, em seguida, fizeram uma cirurgia para a retirada da vesícula. Cinco dias após a cirurgia, tive pancreatite e fiquei com a pele toda amarela. A bilirrubina foi a 16, sendo que o referencial é 50. Foi realizada nova cirurgia por laparoscopia, para desentupir as vias biliares. Não obtendo resultado, foi feita outra cirurgia na barriga. Fizeram uma intervenção para que a bile saísse pelo intestino. Por meio de uma biópsia, foi constatado um câncer de pâncreas, isto foi no dia 04 de maio, dia da beatificação de Nhá Chica, e, nesse dia, fui operado pela terceira vez. Naquela madrugada, sonhei com uma mulher e depois vim a descobrir que se tratava de Nhá Chica, afinal eu nunca tinha ouvido falar nela. No sonho, ela conversou comigo e me disse que eu sairia vivo daquela situação. Diariamente fazemos a oração da Vela Virtual de Nhá Chica e de Nossa Senhora da Conceição, que estão no site oficial de Nhá Chica.
Relate, você também, a graça que alcançou Visite o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, reze com fé. Conte ao mundo como sua fé em Deus está trazendo santidade para sua vida e transformando o seu caminhar. Nos procure para que sua história seja registrada no livro de graças.
Hoje venho agradecer pela graça que recebi através da intercessão de Nhá Chica e pagar uma promessa que fiz a ela. Temos que agradecer pelas bênçãos recebidas de Nhá Chica, por ter conseguido vencer esta etapa tão difícil. Hoje faço quimioterapia, vou fazer radioterapia e continuo pedindo a proteção de Nhá Chica.
Oração Deus nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso Reino aos pobres e simples. Assim agraciastes a Bem-Aventurada Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: Fé profunda, Amor ao próximo e grande Sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma filial devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (pedir a graça). Por Cristo, Nosso Senhor. Amém. (+ Dom fr. Diamantino Prata de Carvalho, OFM. Bispo Diocesano de Campanha-MG)
Luiz Carlos de Andrade Pinto Taquara – RJ
Comunicar as graças alcançadas por intercessão de Nhá Chica: Associação Beneficente Nhá Chica Rua da Conceição 165, Cx. Postal 15 CEP: 37443-000 - Baependi-MG - Tel: (35) 3343-1077 www.nhachica.org.br - contato@nhachica.org.br
Rosário de Nossa Senhora da Conceição Reza-se nas contas do Pai Nosso Aflita vos vistes Senhora, Aflita aos pés da Cruz, Aflita estou eu agora, Valei-me ó mãe de Jesus! Reza-se nas contas da Ave Maria Ó Virgem da Conceição, Valei-me nesta ocasião! Oração a Nossa Senhora da Conceição Ó Maria Imaculada, Senhora da Conceição, Filha predileta do Eterno e Divino Pai, Mãe Santíssima do Eterno Divino Filho, Esposa Imaculada do Espírito Santo, Nossa Senhora pela devoção e amor terníssimo que para convosco teve a serva de Deus, Francisca de Paula de Jesus, erguendo em vossa honra uma capela, intercedei junto à Santíssima Trindade e alcançai-nos as graças que com viva fé vos pedimos.Ó nossa boa mãe do Céu, não nos abandoneis. Protegei-nos, defendei-nos, salvai-nos. Assim seja.
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Equipe da ABNC participa de processo de desenvolvimento profissional Voltadas a oferecer o melhor para a equipe multidisciplinar que atua na Associação Beneficente Nhá Chica, as Irmãs Franciscanas do Senhor promoveram, no início de janeiro, mais um processo de treinamento da equipe, incluindo todos os funcionários da instituição. O objetivo principal foi promover o desenvolvimento das competências da equipe de educadores e lideranças, visando conscientizá-las das responsabilidades e atribuições, para que possam agir cooperativamente e com maior autonomia, próatividade e foco nos resultados. Além disso, o encontro resgatou a importância de se produzir com amor e alegria, valorizando as doações recebidas dos benfeitores. Cada dia, antes do início das atividades, foi realizado um momento de espiritualidade, fazendo com que o grupo rezasse junto e refletisse sobre o lugar onde trabalha e a importância do exemplo de vida de Nhá Chica para o desenvolvimento de suas funções e atribuições. Um dos consultores que coordenou os trabalhos foi Robson Santarém, Administrador especializado em Recursos Humanos: “Toda organização existe para servir à sociedade e para isso é preciso produzir resultados e atingir objetivos, além de prestar contas de alguma maneira. O trabalho realizado visa promover maior integração entre as pessoas, desenvolver competências comportamentais que possibilitem a estas pessoas serem mais eficientes e mais eficazes nos resultados que a organização espera delas. À medida que desenvolvemos estes comportamentos, interagimos melhor e nos relacionamos melhor” - afirma o consultor. Em um dia e meio de atividades, todos participaram de palestras, jogos cooperati-
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vos, debates e discussões em grupos sobre as atividades realizadas. A consultora Lúcia Santarém, Pedagoga, pós-graduada em Jogos Cooperativos, também atuou com a equipe em diversas etapas
do curso: “Este tipo de trabalho fortalece os laços e, uma vez fortalecendo os laços que unem uma equipe, desenvolve este espírito cooperativo e, assim, os resultados serão mais satisfatórios” - disse a especialista.
Novo site valoriza acessos do internauta O endereço eletrônico na Internet www.nhachica.org.br está com novo visual. O site é mais um canal de comunicação utilizado pela Associação Beneficente Nhá Chica, que possibilita o contato do benfeitor com o trabalho realizado na ABNC, e dos devotos com orações e notícias relacionadas à Bem-Aventurada Nhá Chica. No portal, são oferecidas diversas informações e serviços e, buscando sempre a facilidade para o internauta, o novo site está ganhando uma “cara nova”, que fará com que a navegação fique mais clara, objetiva e atrativa. Acesse agora e confira!