Impresso Especial 9912282533/2011 - DR/MG
Associação Beneficente Nhá Chica CORREIOS
Órgão Oficial da Associação Beneficente Nhá Chica - Baependi - MG / Ano V - Nº 54 - junho de 2012
“Eu estou convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28,20)
“Na festa do Teu corpo e sangue Dá-nos Senhor a Certeza da Tua presença Nos dons Eucarísticos! Na festa da vida, Que deve ser cada Eucaristia, Ensina-nos Senhor A Comunhão com os irmãos, Radicada na unidade sacramental. Ensina-nos que nunca é compreensível Celebrar o gesto que significa Sacrifício e dom da vida, União com Cristo e com os irmãos E fomentar divisões, Cultivar discórdias e manter desigualdades! Impele-nos a viver cada Eucaristia Como atores comprometidos Convictos da Tua presença E não como simples espectadores!”
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
Expediente Nhá Chica Informativo
Notícias do Santuário e da ABNC
junho de 2012 - Ano V - Nº 54 Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor Província Brasil / Bolívia Provincial Madre Cristina Alves Ribeiro Diretora da ABNC Irmã Claudine Ribeiro Vice-Diretora da ABNC Irmã Gertrudes das Candeias Conselho de Comunicação da ABNC Irmã Sandra Aparecida Gontijo Francisco Joaquim de Siqueira Flávia Maria Maciel Neves Yolanda Aparecida Fernandes Eduardo Luiz Magalhães Brochado Programação Visual Nádia Ferreira Vilas Boas Editor / Jornalista Responsável Sérgio Monteiro Mtb 7697/02 CTP e Impressão Gráfica e Editora Novo Mundo São Lourenço - MG Tiragem 5 mil exemplares Associação Beneficente Nhá Chica - ABNC Rua da Conceição, 165 - Centro Baependi - MG / CEP: 37.443-000 Tel. (35) 3343-1077 Fax. (35) 3343-1661 E-mail: contato@nhachica.org.br Website: www.nhachica.org.br
Irmãs Franciscanas do Senhor 126 anos promovendo a Paz e o Bem
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Opinião O mês de junho é marcado por datas muito importantes, que nos levam cada vez mais a revitalizarmos nossa fé no caminho da salvação, através de Nosso Senhor Jesus Cristo. Numa graça plena, a Santíssima Trindade - relembrada sempre, em cada momento de nossas vidas, e cerne de nossa vida de fé - tem em três de junho o dia de fazermos memória da certeza de que Deus Pai, Filho e Espírito Santo atuam em benefício da salvação da humanidade. Ao proclamar o Reino de Deus, Jesus sabia que Ele foi enviado a anunciar a Boa Nova aos pobres: “E enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor” (Lc 4,18-19). Por palavras e pelos Seus atos, Jesus constituiu uma comunidade messiânica de discípulos, que testemunhou a vinda desse Reino de Deus pelo próprio Jesus. Os membros dessa comunidade estavam unidos entre si de uma maneira inovadora, por laços marcados pelo amor e pela liberdade, verdade, igualdade e reciprocidade. Aqueles que tinham sido chamados a liderar os outros deveriam exercer esta responsabilidade servindo-os. Neste contexto, também neste mês de junho, temos a solene e especial celebração do Corpus Christi, tempo de nos aproximarmos ainda mais de Deus através da comunhão do Corpo e Sangue de Cristo, que morreu por nossa redenção. É também em junho, entre os dias 10 e 17, que acontece o 50º Congresso Eucarístico Internacional em Dublin, na Irlanda, sob o tema “A Eucaristia - comunhão com Cristo e entre nós”, que retoma a noção de
comunhão e nos oferece uma ocasião providencial de nos perguntarmos até que ponto permitimos que esta reforma, proposta pelo Concílio Vaticano II - que neste ano completa 50 anos - fez crescer a nossa comunhão, tanto no nível da vida de comunhão no interior da própria Igreja, assim como nas nossas relações com todos os outros que caminham conosco pelos caminhos da história. A noção de comunhão é, de fato, muito importante para a evangelização, isto é, para comunicar a Boa Nova de Jesus Cristo: Boa Nova de uma presença de amor, trazendo paz, felicidade e liberdade. Entre tantos momentos importantes que temos neste mês de junho, não podemos deixar de fazer memória do dia 14, quando Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, após sua vida de virtudes e santidade, seguiu ao encontro do Pai. A data representa o encontro definitivo de Nhá Chica com o Senhor - momento único, singular e cheio de significado para os devotos daquela mulher pobre, analfabeta, filha de escrava, mas cheia de fé e com uma vida exemplar de virtudes, que pode elevá-la, em breve, à honra dos altares; celebrações que nos levam, cada vez mais, ao encontro de Deus, na busca pela santidade. Nesta comunhão com Cristo, por sua carne e seu sangue derramado por nós, nos exemplos dos santos, como Nhá Chica, que rezava sempre com fé, devemos cada vez mais nos aproximar de Deus em busca das boas obras, de cumprirmos fielmente Seu desejo para conosco. “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).
Espaço dos Leitores Ontem, no final da tarde, recebi um dos maiores presentes: a Nhá Chica em minha casa! Fico imensamente agradecida e, assim que eu puder, quero mandar um agradecimento pelo carinho, atenção e o respeito que vocês tiveram comigo. Eu estou muito feliz e senti algo que nem sei explicar. Até o meu filho de 10 anos chorou muito. Muito obrigada! Não esquecerei jamais o que vocês, Irmãs Franciscanas do Senhor, fizeram por mim e minha família também. Que Deus Pai todo-poderoso proteja todas vocês. Mais uma vez, muito obrigada! Gracilene Nabes Neto de Araujo Valparaíso - GO
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Associação Beneficente
Nhá Chica
Rua da Conceição, 165 - Centro - Caixa Postal 15 - CEP:37443-000 Baependi - MG - Brasil - Fone: (35) 3343-1077 - Fax: 3343-1661 www.nhachica.org.br / e-mail: contato@nhachica.org.br
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
Crianças da ABNC participam do Aniversário de Baependi O dia do encontro com Nosso Senhor
Os meninos e meninas atendidos na Associação Beneficente Nhá Chica participaram do desfile de comemoração dos 156 anos da cidade de Baependi – MG. As estórias e contos infantis tomaram as ruas da cidade no dia 02 de maio. O tema geral deste ano, escolhido pela Secretaria Municipal de Educação, possibilitou que cada uma das escolas e instituições infantis sediadas no município se apresentasse abordando uma estória ou conto. A Associação Beneficente Nhá Chica trabalhou com o tema “João e Maria”. Acompanhando a apresentação das crianças em frente ao palanque, a leitura de um texto focou não só a estória infantil, mas as histórias da cidade e da ABNC, as ações e atividades desenvolvidas na instituição. Ao final, as crianças distribuíram doces a todos os presentes. Uma frase definiu a apresentação da Associação Beneficente Nhá Chica neste ano: “Não há gaiolas na ABNC, a não ser para aprisionar a bruxa do desamor, da indiferença, da falta de compromisso com a causa da criança”.
Era o dia 14 de junho de 1895, quando Francisca de Paula de Jesus foi ao encontro do Pai, aos 85 anos de idade. Segundo relatos divulgados na época e depois narrados em diversas publicações, uma multidão compareceu ao velório. A população seguiu para a modesta casa, para, ainda uma vez, contemplá-la em amor. Muitas lágrimas foram derramadas, muitas orações subiram ao trono de Deus naquele dia. É que todo o povo já a venerava, enquanto Nhá Chica ainda em vida, pois suas virtudes eram admiradas, como sua humildade profunda, sua modéstia, sua candura, sua caridade, seu grande amor a Nossa Senhora. Nhá Chica não foi sepultada, segundo o costume, no dia seguinte ao de sua morte. O médico local à época, Dr. Manuel Joaquim Pereira de Magalhães, não deixou efetuar-se o sepultamento, pois Nhá Chica não tinha as características de morte. Ordenou que ficasse em observação por mais algumas horas. No entanto, um chamado urgente de um município vizinho afastou o médico da cidade por alguns dias. Ficou, então, o corpo de Nhá Chica insepulto por mais de três dias, sem se decompor, esperando o médico. Grandes romarias vieram de todas as partes a fim de, pela última vez, prestar homenagem àquela grande benfeitora. Dizem que os parentes de Nhá Chica, cansados já de tantas noites de vigília, ao amanhecer, sepultaram-na sem que ninguém visse. Era o dia 18 de junho de 1895, quarto ou quinto dia após o falecimento. Hoje seus restos mortais repousam no interior da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em uma urna especialmente colocada ao lado do local onde foi sepultada, após ter sido exumada (como parte do processo de beatificação). E no livro de óbitos da Paróquia, este registro: “Aos quatorze de junho de mil oitocentos e noventa e cinco, pelas 5 horas da tarde, com todos os sacramentos, faleceu nesta, Da. Francisca de Paula de Jesus, solteira, oitenta e dois anos (são oitenta e cinco) de idade; no dia dezesseis do mesmo mês foi solenemente encomendada, acompanhada da Matriz à Capela de Nossa Senhora da Conceição pelas Irmandades do Ssmº. Sacramento, Nossa Senhora da Boa Morte, das Mercês e do Rosário; e no dia dezoito do mesmo mês foi paroquialmente encomendada e sepultada no recinto da nave da mesma Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Para constar faço este assento que assino. O Vigário Marcos Pereira Gomes Nogueira.”
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Bispos visitam o Santuário m momento especial marcou as celebrações dos 202 anos do Batismo de Nhá Chica em 26 de abril passado: a visita de Dom Célio de Oliveira Goulart, Bispo da Diocese de São João del-Rei (MG), e de Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Juiz de Fora (MG). Ambos chegaram na hora em que se iniciaria a reza do Terço Mariano e participaram da celebração. Para Dom Célio, a visita foi uma providência divina: “Deus faz as coisas conforme sua vontade. Sempre é bom visitarmos este Santuário, rever as Irmãs Franciscanas do Senhor”. Com muita fé em que Francisca de Paula de Jesus, em breve, seja elevada à honra dos altares, Dom Célio pede que todos rezem pela Venerável: “Temos que louvar e agradecer a Deus pelo momento atual do processo de beatificação de Nhá Chica, já bastante adiantado. Tudo se encaminha para que, nos próximos meses, tenhamos a declaração desta Venerável como Beata” – lembra o Bispo. Dom Célio falou também sobre a importância das orações de todo o povo de Deus neste momento: “Nós também queremos pedir, pela intercessão de Nhá Chica, que todos possamos crescer na fé e no seguimento a Jesus”. E concluiu: “Que, pelo exemplo dos santos, nós possamos ser assim inspirados também e iluminados pela Palavra de Deus e pelo aprofundamento do nosso seguimento a Jesus”. Também conhecedor da fama de santidade de Nhá Chica e acompanhando de perto todo o processo de beatificação, Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Juiz de Fora (MG), não visitava o Santuário há mais de trinta anos: “Nós estávamos de viagem e, passando aqui perto, sentimos o desejo de visitar o local onde viveu Nhá Chica. Chegando aqui, encontramos o Santíssimo exposto, a Eucaristia. Tudo isso é uma providência divina. Nós temos que saber os sinais de Deus. E quando a gente vê essas coisas, sabemos que Deus está presente”. Feliz em conhecer o local, Dom Gil lembrou ainda a fé de Francisca de Paula de Jesus: “Nhá Chica tinha essa sensibilidade
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Irmã Sandra, Dom Célio, Dom Gil e Irmã Claudine no Santuário da Imaculada Conceição de descobrir esses sinais de Deus, pelos quais ela ajudava muita gente com seus conselhos” - disse ele. Dom Gil falou também sobre o momento de busca pela santidade e da possibilidade do Brasil ter novos santos: “Os Bispos do Brasil estão muito abertos agora, sintonizados nos vários processos de beatificação. O país não tinha, até recentemente, nenhum santo. Mas agora temos Frei Galvão, Madre Paulina e vários outros em processo, como Nhá Chica, e um grande número de santos brasileiros que estão na fila para serem beatificados e canonizados, o que nos permite dizer que vivemos um momento importante de grande graça de Deus” – afirma. Neste contexto, Dom Gil lembra que esta santidade também está ao alcance de todos os cristãos: “Nós também somos chamados a ser santos e devemos sempre ser animados a ser santos. Não podemos deixar que o pecado domine a nossa vida, que o mal domine nossa estrada, mas nós somos criados pra sermos santos. Deus nos quer santos, e ser santo é a felicidade da pessoa humana” – conclui o Arcebispo. No fim do dia, os Bispos visitaram a obra social da ABNC - que atende mais de 170 crianças - e lancharam com as Irmãs Franciscanas do Senhor.
“Ide por todo o Mundo e pregai o Evangelho a toda Criatura” (Mc 16,15) uito mais do que um evento para debater e apresentar formas de ampliar o trabalho de evangelização da Igreja no Brasil, o 17º Encontro de Marketing Católico, realizado em Foz do Iguaçu (PR), foi um momento único de grandes reflexões sobre o papel de cada cristão católico batizado e sua responsabilidade pessoal de ajudar, cada vez mais, o próximo a alcançar a salvação. O encontro contou com a participação do Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, Dom Dirceu Vegini, Bispo da Diocese de Foz do Iguaçu e do Cardeal e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, além de presbíteros de diversas paróquias do país, religiosas, religiosos e funcionários de paróquias, dioceses, escolas católicas e veículos de comunicação ligados à Igreja. A presença de muitos leigos
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que se dedicam à missão de evangelizar também marcou o evento. A Associação Beneficente Nhá Chica se fez presente nas pessoas da Irmã Sandra Gontijo, coordenadora de Comunicação, do jornalista e assessor de Comunicação da entidade, Sérgio Monteiro, e da advogada e membro do conselho de Comunicação, Yolanda Fernandes. Foram quatro dias - com dezesseis conferências, quatro palestras plenárias e diversos grupos de discussão - organizados pelo IBMC, Instituto Brasileiro de Marketing Católico, que tem como fundador e consultor o comunicador Antônio Miguel Kater Filho. Os momentos de espiritualidade se fizeram presentes ao longo de todo o evento, mas especialmente pela manhã com as Celebrações Eucarísticas, que abriam cada dia de trabalho.
O 17º Encontro de Marketing Católico conseguiu mostrar como os meios de comunicação, quando voltados à divulgação da boa nova de Cristo, podem cumprir com a ordem que Jesus deixou a seu povo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
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“A Fé deve transparecer na Vida de todo Cristão” O atual Cardeal Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno Assis, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB - e Membro do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e da Pontifícia Comissão para a América Latina, na Santa Sé, esteve presente ao 17° Encontro de Marketing Católico, promovido em Foz do Iguaçu (PR). Conversando com a reportagem do Informativo Nhá Chica, Dom Damasceno Assis conclamou o povo de Deus a ser firme na evangelização: “É fundamental que nós sejamos como nos recomenda a 5ª Conferência de Aparecida e como nos recomenda o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude, ou seja, devemos ser Missionários no Mundo de Hoje” – lembra o Cardeal. Para o Presidente da CNBB, ser missionário e evangelizador no mundo de hoje começa pelo testemunho de vida: “O nosso anúncio, a nossa palavra é fortalecida pelo testemunho e, neste contexto, é fundamental que usemos os meios e os recursos que a tecnologia hoje nos permite para que o Evangelho de Jesus Cristo seja anunciado”. Apesar de apoiar e participar de eventos
que buscam ampliar e melhorar as ações de evangelização como um todo, o Cardeal faz um alerta: “Jamais vamos anunciar o Evangelho como um produto, mas, sim, como uma mensagem de vida, de luz, de salvação para o homem e a mulher de hoje. Com a Palavra de Deus e com nosso exemplo, nossas atitudes e nossa fé vivida de forma coerente em nosso ambiente social - a começar pela família, no trabalho e nos momentos de lazer, enfim, em toda nossa vida, onde atuamos vamos ser cristãos 24 horas por dia. Ou seja, não podemos separar a nossa fé celebrada, proclamada, a comunidade eclesial, de nossa vida cotidiana” – afirma. Segundo o Cardeal, a fé em Jesus Cristo e a vivência no Evangelho devem estar presentes em todos os momentos e em todas as decisões de nossa vida de modo geral. Dom Raymundo presidirá, em breve, uma das Celebrações Eucarísticas na Novena Preparatória em memória dos 117 anos da morte da Venerável Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica. Segundo ele, cada vez que um santo é elevado oficialmente à honra dos altares, é um motivo de alegria para todos: “Vivemos
um momento de grande incentivo à fé ao vermos a possibilidade de beatificação de uma mulher leiga, humilde, simples, mas de grande fervor em Deus como foi Nhá Chica. É a santidade ao alcance de todos. Os santos não foram super seres humanos, mas, sim, pessoas que viveram no nosso meio, na vida cotidiana, segundo o estado de vida que abraçaram, procurando, nestas circunstâncias próprias, viver de fato o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” – afirma o Presidente da CNBB, concluindo: “E nós, hoje, através da evangelização temos o dever de proclamar estes santos e santas da Igreja e esta vida no Evangelho como forma de salvação para a humanidade”.
“A Igreja tem a Missão de Evangelizar”
“A evangelização é uma grande responsabilidade e os cristãos católicos têm feito isto através dos séculos.” A afirmação é de Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro. Especialista em Comunicação, presidente pela segunda vez consecutiva da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação da CNBB, é também Presidente do Instituto Brasileiro de Marketing Católico. “Cada época tem suas exigências, e em cada época encontramos facilidades para ajudarem a nós, católicos, a cumprir com esta missão evangelizadora” – disse Dom Orani, referindo-se às novas mídias e também ao 17° Encontro de Marketing Católico, realizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, em maio, quando se debateu a importância de ampliar a ordem de Jesus de fazer discípulos. “Neste evento nós procuramos ajudar a pensar em como organizar, cada vez me-
lhor e com mais intensidade, esta nova evangelização pelos diversos meios de comunicação” – diz Dom Orani. Em sua participação no evento, o Arcebispo chama a atenção para que os católicos fiquem atentos para todas as novas oportunidades de fazer esta evangelização: “Cada um de nós tem uma experiência de Deus. E, com as novas ferramentas, as novas possibilidades de comunicação, somos ajudados a ter novas oportunidades de cumprir nossa missão evangelizadora. E num encontro de marketing católico repensamos métodos, pois não dependemos destas ferramentas, mas da ação do Espírito Santo, que nos ajuda a utilizar um bom planejamento, as programações em geral, para podermos fazer melhor nossa tarefa de evangelizar como nos ordenou Jesus”. Entre tantas possibilidades para ampliar a evangelização, a Jornada Mundial da Juventude-Rio 2013, no próximo ano, atinge uma faixa etária aberta a estes novos processos de evangelização: “A Jornada é um trabalho da Igreja, iniciado pelo Papa João Paulo II. É um investimento na juventude e, ao mesmo tempo, uma confiança para que, através dos jovens, possamos mudar o mundo. Um momento muito profético do Bem-Aventurado João Paulo II, continuado pelo Papa Bento XVI e que o Rio de Janeiro
vai hospedar no próximo ano, de 23 a 28 de julho. E nós, no Brasil, esperamos fazer o melhor possível, para que caminhemos na fé e possamos possibilitar ao nosso povo fazer esta experiência de Deus”. Conversando em exclusividade com a reportagem do Informativo Nhá Chica, Dom Orani lembrou também da importância dos novos santos para a Igreja. Entre estes, Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica: “A vida de um santo é um grande sinal de evangelização. A experiência, o exemplo da vida de alguém que é beatificado e depois canonizado é um grande evangelizar. E aqui no Brasil nós precisamos de muitos santos e santas. Há pouco tempo nós descobrimos essa possibilidade de beatificação. E ainda mais uma santa popular, uma mulher como Nhá Chica, leiga, simples, do meio do povo, demonstra que a santidade é para todos e que Deus está presente em todo lugar e que, desta maneira, nós evangelizamos melhor” – disse Dom Orani, que completou: “Temos certeza de que, nesta época de grandes modificações, o exemplo dos Santos e das Santas que viveram a fé em grau heroico nos ajuda a ser firmes na fé e, ao mesmo tempo, nos convoca para sermos evangelizadores neste mundo, ajudando a transformá-lo em um lugar melhor para todos os homens e mulheres” – conclui o Arcebispo.
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Povo de Deus unido sob as Bênçãos da Venerável Nhá Chica
urante as comemorações dos 202 anos do Batismo de Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, duas comunidades estiveram unidas, demonstrando grande respeito pelo legado espiritual da Venerável. O povo de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, distrito de São João delRei (MG), terra onde Nhá Chica nasceu, esteve em total harmonia com as Irmãs Franciscanas do Senhor, devotos e fiéis de Baependi (MG), lugar onde Nhá Chica escolheu para viver sua santidade. Foi uma semana de estudos e celebrações em ambas as localidades, com participação integrada entre as comunidades, num grande exemplo de amor pelo próximo e devoção. A equipe de comunicação da Associação Beneficente Nhá Chica - ABNC - participou de uma apresentação especial, realizada na noite da terça-feira, dia 24 de abril, no distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes. O evento fez parte das comemorações do aniversário de 202 anos do Batismo da Venerável Francisca de Paula de Jesus, organizado por aquela comunidade. Na apresentação, além de uma palestra sobre as Virtudes de Nhá Chica, apresentada pela Sra. Ana Cintra, de São João del-Rei, Irmã Sandra Aparecida Gontijo, coordenadora de Comunicação da ABNC, falou sobre o trabalho da entidade, parabenizou a comunidade pelo evento e lembrou a importância da data a ser celebrada no dia 26, o primeiro passo para a santidade de Nhá Chica
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- o seu Batismo. Em seguida, a advogada e membro do Conselho de Comunicação da ABNC, Dra. Yolanda Aparecida Fernandes, também falou aos presentes, relembrando Nhá Chica, contando passagens importantes da vida da Venerável, o que muito emocionou os presentes. Na mesma semana, em Baependi, precisamente em 26 de abril, as Irmãs Franciscanas do Senhor e o Pároco de Baependi, Padre Douglas Baroni, promoveram um dia especial para celebrar os 202 anos do Batismo de Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica. Pela manhã, uma procissão saiu da Igreja Matriz de Baependi em direção ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição. Fiéis de toda a região acompanharam a missa celebrada pela manhã. Uma equipe de reportagem da EPTV/TV Globo produziu uma matéria, veiculada em todo o Sul de Minas, divulgando ainda mais o legado de Nhá Chica. No mesmo dia, em visita ao Santuário, Dom Célio de Oliveira Goulart, Bispo da Diocese de São João del-Rei (MG), participou do Terço Mariano. Acompanhando Dom Célio estava o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, que também participou da reza do Terço. À noite, uma Missa Solene também reu-
niu devotos e fiéis na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Padre Douglas Baroni, Pároco de Baependi, presidiu a celebração, que contou com o Coral da ABNC e a presença de Ana Lúcia Meirelles Leite, a miraculada de Nhá Chica, que rezou com os demais fiéis presentes na Missa Solene e depois, junto à urna que guarda os restos mortais da Venerável, agradeceu, mais uma vez, pelo grande milagre recebido. No sábado, dia 28 de abril, um grupo com mais de 30 motociclistas visitou em romaria o Santuário da Imaculada Conceição, onde foi recebido pelas Irmãs Franciscanas do Senhor. O objetivo da visita foi entregar uma relíquia às religiosas que cuidam do legado espiritual deixado por Nhá Chica. A relíquia consiste numa pedra retirada das ruínas da igreja onde a Venerável foi batizada. Esta iniciativa do Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Avaliação do Município de São João del-Rei, José Egídio de Carvalho, visa estreitar e fortalecer a amizade, cada vez mais, do povo de São João del-Rei e de Baependi. Na ocasião, foi também entregue às Irmãs o processo detalhado do Registro Civil tardio de Nhá Chica, oficializado em 2011. Fechando a semana, uma Missa Solene foi celebrada no domingo, dia 29 de abril,
A comunidade de Santo Antônio do Rio das Mortes ouviu atentamente a representante da ABNC, Dra. Yolanda Aparecida Fernandes, que falou sobre a vida de santidade de Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012 na igreja do distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, próximo a São João del-Rei. O lugar, muito simples, mas de forte religiosidade e fé, é onde Francisca de Paula de Jesus nasceu, foi batizada e viveu até os 8 anos de idade. Na igreja local a missa reuniu centenas de devotos e fiéis do distrito e também da região, além de crianças e educadores da Associação Beneficente Nhá Chica de Baependi, Irmãs Franciscanas do Senhor e a miraculada de Nhá Chica, Ana Lúcia Meirelles Leite. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Padre Saulo José Alves. Ao final da missa, uma cópia do Registro Civil tardio de Nhá Chica foi entregue à comunidade. A Irmã Claudine Ribeiro, da ABNC, recebeu um estandarte com a estampa de Nhá Chica, confirmando a união das duas comunidades em torno do exemplo de fé da Venerável. Em torno da Pia Batismal onde Nhá Chica foi batizada, uma reza do terço emocionou os presentes logo após a missa. ”No momento em que celebramos os 202 anos do Batismo de Nhá Chica, cada um de nós pode dar um exemplo de despojamento, inspirado em Francisca de Paula de Jesus. Quando nos perguntarem se Nhá Chica é de Baependi, de Santo Antônio do Rio das Mortes ou de São João del-Rei, possamos responder com o coração aberto, como verdadeiros cristãos: Nhá Chica é santa. E é do mundo inteiro” – afirma Irmã Claudine Ribeiro, diretora da ABNC.
Irmã Claudine reza o terço junto à Pia Batismal onde Nhá Chica foi batizada
A miraculada, Ana Lúcia, esteve presente em Santo Antônio do Rio das Mortes celebrando os 202 anos de Batismo de Nhá Chica
Padre Saulo José Alves presidiu a Celebração Eucarística em Santo Antonio do Rio das Mortes que comemorou os 202 anos do Batismo de Nhá Chica
No dia 26 de abril, dia do Batismo de Nhá Chica, Dom Gil e Dom Célio estiveram presentes na oração do terço, às 15 horas
Irmãs Franciscanas do Senhor recebem Título Honorário de Cidadãs de Baependi As Irmãs Claudine Ribeiro e Sandra Aparecida Gontijo, da Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor, foram homenageadas pelo Legislativo de Baependi (MG) e por toda a população da cidade ao receberem o Título de Cidadãs Honorárias, no dia 2 de maio último. A homenagem é fruto do trabalho ao qual as Irmãs Franciscanas do Senhor deram início em 1954, com Madre Crescência Girlando, fundadora da Associação Beneficente Nhá Chica. A Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor está em Baependi há 57 anos, a serviço da vida de crianças e adolescentes, dando fiel cumprimento à determinação de Nhá Chica na sua preferência pelos menos favorecidos. Outro trabalho ao qual as religiosas se dedicam é a divulgação do nome de Francisca de Paula de Jesus. Uma missão
singular de noticiar ao mundo que em Baependi viveu uma mulher santa, que passou a vida fazendo o bem e que por todos hoje intercede sem cessar. Na noite da homenagem, realizada na Câmara Municipal, as Irmãs afirmaram que o título representa sua acolhida no seio de uma terra pela qual as religiosas farão jus à homenagem, que recebem com alegria e gratidão, dando continuidade à obra e à guarda do legado espiritual deixado pela Venerável Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica. Também no mês de maio a Irmã Claudine Ribeiro foi homenageada pela Câmara de Vereadores de Três Corações com o título de cidadã honorária daquela cidade, também um reconhecimento pelo trabalho que a Congregação promove na ABNC.
Irmã Sandra recebe o carinho de seus familiares
Vereador Ricardo entrega o título para Irmã Claudine
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SANTÍSSIMA TRINDADE: o Mistério Central de Nossa Fé
om o fim do Tempo Pascal na solenidade de Pentecostes, a Igreja entoa um grande e solene louvor à Santíssima Trindade, celebrando a plenitude do Mistério do Deus- Amor. Proclama que, desde a Criação do universo até os fins dos tempos, a história é dirigida pelo Deus Uno e Trino, comunhão perfeita do Pai com o Filho e o Espírito Santo. Celebrada no dia 3 de junho, a solenidade da Santíssima Trindade é a expressão da experiência de um Deus que se mostra como Pai, Filho e Espírito Santo, e que, na comunhão perfeita de três Pessoas distintas, constrói a esperança de uma sociedade que também anseia pela comunhão perfeita entre homens e mulheres. Recentemente o Santo Papa Bento XVI afirmou: “Quando se pensa na Trindade, vem em mente o aspecto do mistério: são Três e são Um, um só Deus em três Pessoas. Na realidade, Deus não pode ser outro que um mistério para nós na sua grandeza e, todavia, Ele se revelou. Podemos conhecê-Lo no Seu Filho e, assim também, conhecer o Pai e o Espírito Santo. Nossa atenção não deve tanto ser sobre o mistério, mas sobre a realidade de amor que é contida neste primeiro e supremo mistério da nossa fé. O Pai, o Filho e o Espírito Santo como Um, porque é amor e o amor é a força vivificante absoluta, a unidade criada do amor é reconhecimento; e o Espírito Santo é como o fruto deste amor recíproco entre o Pai e o Filho”. Assim, no mistério da cruz estão presentes as três Pessoas divinas: o Pai, que
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doa seu Filho unigênito para a salvação do mundo; o Filho, que cumpre até o fim o desígnio do Pai; o Espírito Santo – efuso de Jesus no momento da morte – que vem tornar a humanidade participante da vida divina, para transformar a existência terrena, porque é animado do amor divino. A manifestação do mistério da Santíssima Trindade exprime a plenitude da revelação de Deus, tornada possível pela encarnação do próprio Filho de Deus. Aos crentes do Antigo Testamento foi revelada a origem divina da Palavra e o poder criador e luminoso da Sabedoria. Mas só em Jesus Cristo é revelado que a Palavra é uma Pessoa divina, o Filho, e que a Sabedoria é o Amor de Deus, a Pessoa do Espírito Santo. Encarnação do Verbo, Jesus Cristo não é apenas revelação da mensagem divina, mas encarnação do amor divino. Nele, sentimonos amados por Deus e, por isso, O escutamos com solicitude amorosa. Na sua Carta Encíclica, o Santo Padre Bento XVI afirma: “Em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da ovelha perdida, a humanidade sofredora e transviada” (n.12). Em Jesus Cristo tocamos o amor de Deus pela humanidade, manifestado na densidade de um drama em que Deus parece voltar-Se
contra Si mesmo, para salvar os homens. Aliás, a dimensão dramática do amor só se capta em Jesus Cristo. Todo o universo é obra de Deus, criado com Sabedoria, que se manifesta à criatura humana como fonte de alegria e de condições de sobrevivência e de vida. Com isto, o universo revela a Sabedoria e o querer de Deus para com as pessoas. Tudo o que de fato é humano manifesta o projeto de amor do Pai, que deseja a vida e a felicidade para toda a humanidade. O homem torna-se sempre criatura nova pela fé, capaz para viver a paz e a esperança, enfrentando as dificuldades e as tribulações. O momento e a oportunidade são de experimentar um Deus de amor e comunhão com um projeto de libertação, de ternura, para ir ao encontro do outro e lhe prestar ajuda nas horas mais difíceis; uma fé com obras, para a elevação do nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo em cada momento da existência humana. O Salmista convida-nos a contemplar a beleza da criação, com os céus, obra das mãos de Deus, a lua e as estrelas que Ele lá colocou! Para quem tem fé, todo o universo fala deste Deus, que é relação e comunhão, unidade na diversidade. “Ó Senhor, nosso Deus, como é admirável o vosso nome em toda a terra!” (Sl 8,1)
Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
CORPUS CHRISTI: Celebrando o Pão que alimenta a Fé e a Esperança A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. A Eucaristia é o memorial de todo o mistério Pascal: paixão, morte, descida aos infernos, ressurreição e ascensão ao Céu. A solenidade de Corpus Christi acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-Feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Foi quando, durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança, comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue. “O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,54-58). Na Eucaristia, o Senhor se dá a cada um de seus filhos com seu corpo, seu sangue, sua alma e sua divindade, e a humanidade pecadora se converte em busca da redenção. A resposta ao seu amor tem de ser, portanto, concreta e deve exprimir-se numa autêntica conversão ao amor, no perdão, na recíproca acolhida e na atenção pelas necessidades de todos. A Eucaristia torna-se, assim, a fonte da energia espiritual, que renova o mundo no amor de Cristo. É através da Eucaristia que Jesus mostra que está presente ao lado da humanidade e se faz alimento para dar força para que cada cristão continue em seu caminhar. É também oportuno que cada cristão se lembre daqueles que, por seu exemplo de vida, atingiram a força da imitação de Cristo na intimidade quotidiana com Ele, na celebração e na adoração eucarísticas. São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla no fim do século IV, é um destes exemplos. Ele foi cognominado de “boca de ouro” pela sua extraordinária eloquência; mas é chamado também de “doutor eucarístico” pela vastidão e profundidade da sua doutrina sobre o Santíssimo Sacramento. Já São Pio de Pietrelcina, ao celebrar a Santa Missa, revivia com tanto fervor o mistério do Calvário, que fortalecia a fé e a devoção de todos. Até os estigmas da Paixão, que Deus lhe deu, eram expressão de íntima conformação com Jesus crucificado. São João Maria Vianney, humilde pároco da cidade de Ars no tempo da Revolução Francesa, também exemplifica a fé na Eucaristia. Com sua santidade de vida e seu
zelo pastoral, conseguiu fazer daquela pequena cidade um modelo de comunidade cristã, animada pela Palavra de Deus e pelos sacramentos. A Eucaristia apresenta-se como fonte e, simultaneamente, vértice de toda a evangelização, porque o seu fim é a comunhão dos homens com Cristo e, n ‘Ele, com o Pai e com o Espírito Santo. O Bem-Aventurado Papa João Paulo II, com seu perfil apostólico, teve sempre a preocupação com o pós-eucarístico, ou seja, o que fazer e como viver após alimentar-se do Corpo de Cristo. Disse o Santo Papa: “O dom de Cristo e do seu Espírito, que recebemos na comunhão eucarística, realiza plena e sobreabundantemente os anseios de unidade fraterna que vivem no coração humano e, ao mesmo tempo, eleva esta experiência de fraternidade, que é a participação comum na mesma mesa eucarística, a níveis que estão muito acima da mera experiência de um banquete humano. Pela comunhão do Corpo de Cristo, a Igreja consegue cada vez mais profundamente ser, «em Cristo, como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano»”. A celebração do Corpus Christi teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a religiosa Juliana de Cornion teria tido visões do Cristo a lhe demonstrar o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Em 1264, o Papa Urbano IV, através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos, que até hoje são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes. A procissão com a Hóstia Consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais. A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a Missa, o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra é apresentada aos fiéis, para adoração. Esta hóstia permanece no meio da comunidade como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja. Mas fazer memória da Eucaristia é também celebrar a vida e a Santa Igreja. “Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus, é quem intercede por nós” (Rm 8,34) e está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja: em sua Palavra, na oração de sua Igreja, lá “onde dois ou três estão reunidos em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus sacramentos - dos quais Ele é o autor - no sacrifício da missa e na pessoa do ministro, mas, “sobretudo está presente sob as espécies eucarísticas”. Por ser memorial da páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrifical da Eucaristia é manifestado nas próprias palavras da instituição: “Isto é o meu Corpo que será entregue por vós” e “Este cálice é a Nova Aliança em meu Sangue, que vai ser derramado por vós” (Lc 22,19-20). Na Eucaristia, Cristo nos dá este mesmo corpo, que entregou por nós na cruz, e o próprio sangue, que “derramou por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28).
Dia 07 de junho Celebração Eucarística no Santuário da Imaculada Conceição Horário: 15 horas Em seguida procissão em direção à Igreja Matriz
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Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
Relatos de Graças Alcançadas Hoje, depois de 12 anos, venho agradecer a Nhá Chica Meu filho, Afonso Braz Pereira de Carvalho, quando tinha 1 ano e 3 meses teve uma febre de 40 graus. Os médicos não conseguiram diagnosticar a causa. A febre era tão alta que chegou a sair toda a pele das suas nádegas. Eu já não sabia o que fazer, vendo-o sofrer daquela maneira. Estava já há dois dias no hospital com ele e me sentia muito só. Resolvi então ler um livro sobre Nhá Chica que havia levado para o hospital. Pedi então à “Santa” Nhá Chica que me ajudasse naquele momento, que intercedesse a Deus para cessar a febre e mostrar a causa daquela enfermidade. Cochilei um pouquinho e vi Nhá Chica entrar e me dizer: “Cheguei e estou aqui para ficar com você”. Este fato me fortaleceu bastante. No dia seguinte, a médica entrou no quarto e me disse que a febre havia baixado e que eu poderia voltar para casa. Assim foi feito e ele foi melhorando progressivamente. Em poucos dias estava curado também da ferida cutânea, pois, como eu disse, a pele havia se soltado do seu corpinho.
Consegui um emprego
Hoje Afonso tem 13 anos. E aqui estou junto dele para agradecer por esta graça que Nhá Chica me alcançou com sua intercessão e prestar o meu depoimento.
Eu estava um pouco afastada de Deus. Eu sempre vou a Baependi, mas à Igreja da Nhá Chica foram poucas as vezes que fui. Desta última vez, eu fui e alguma coisa me disse para eu fazer uma novena a Nhá Chica. Eu estava desempregada e com o mundo desabando na minha cabeça. Mas, durante a novena, Deus me tocou e não deixou que eu desanimasse, e fiz a novena com muita fé. Conclusão: no dia 20 de março vou levar meus documentos para um supermercado que me chamou e tenho certeza de que Nhá Chica intercedeu por mim junto a Deus, pois eu já estava perto de completar 1 ano sem trabalho. E agora falo a todos que precisam de um milagre: acreditem, tenham fé, pois Deus tudo pode!
Silvana Braz de Carvalho Lavras - MG
Bênçãos para meu bebê No mês de janeiro pedi a intercessão de Nhá Chica para ficar grávida. Parei de tomar remédio em novembro de 2011 e estou grávida de 10 semanas, e feliz! Agora só peço a Deus e a Nhá Chica saúde para o baby! Bárbara Martins Rio de Janeiro - RJ
Bendita seja Nhá Chica! Após uma cirurgia, meu irmão, que já tem mais de 70 anos, teve uma infecção. Começou a piorar dia após dia e os médicos não descobriam qual bactéria causava a infecção. Assim que fiquei sabendo que a situação estava complicada, comecei a rezar e a pedir fervorosamente a intercessão da querida Nhá Chica. Aos poucos, fui ficando mais calma e tive certeza de que os médicos teriam uma “luz” para este caso. E assim foi... Descobriram qual bactéria causava a infecção e iniciaram o tratamento correto. Aos poucos ele foi se recuperando. Ainda permanece no hospital, porque ficou muito debilitado com a doença que teve. Porém, está tendo uma ótima recuperação. Deve voltar pra casa ainda nesta semana. Agradeço pela graça alcançada e estou cumprindo minha promessa de divulgar a ajuda recebida. Bendita seja Nhá Chica! Aire Maria Baldo Videira – SC
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Danielli Cuglovici Jacareí - SP
a d a ç ê c n o v lca , a e t a a ç l ra Re g da a a u r s o h , m é a Sen u n d o b s s o m N ta m rio de te ao
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Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
Relatos de Graças Alcançadas Nhá Chica não me nega nada Minha fé em Nhá Chica começou com os relatos de minha mãe, que me contou que, quando criança, moradora na cidade de Seritinga (MG), teve nefrite, uma doença que na época matava. Ficou na cama durante um ano, de repouso absoluto, desenganada pela medicina. Mas, ainda assim, levantava-se para rezar para Nhá Chica. Um dia, viu Nhá Chica sentada à beira de sua cama e ela lhe falou o nome de uma erva para que ela ingerisse. Minha mãe se esqueceu da erva, mas daquele dia em diante foi curada. Depois, a graça aconteceu comigo mesma: nasci alérgica a leite e várias tentativas de tratamento foram em vão. Várias infecções de intestino, até uma delas causar minha ida, muito mal, para o hospital e ser desenganada pelo médico, pois eu já não tinha mais flora intestinal. Minha mãe, muito devota de Nhá Chica, pediu a ela que intercedesse a Deus por um milagre e aí, na mesma hora, já comecei a vomitar uma água clara e o próprio médico relatou aos meus pais que tinha sido um milagre. O outro episódio foi quando meu filho nasceu prematu-
ro, aos 6 meses de gestação, com apenas 700 gramas. Eu pedi, implorei para Nhá Chica e, mais uma vez, ela intercedeu a Deus e fui atendida. Ela não me nega nada. Sempre está ao meu lado. Só não entrei em contato com essa instituição antes, pois não sabia como fazê-lo. Ficam aqui registrados os meus relatos, para comprovarem o valor dessa “MILAGROSA SANTA”.
Bianca Helena Moreira e Silva Arcos – MG
Nhá Chica me abençoou Quando fui à Igreja de Nhá Chica, eu nunca tinha visto foto dela, mas fui participar da missa e fiquei ao lado de seu túmulo. Eu fiquei curiosa para saber como ela era, pois, naquele tempo, há aproximadamente 13 anos, não havia foto dela no túmulo. Bom, acabou a missa. Então, fiquei diante do túmulo e pedi a bênção a ela e disse: Não te conheço nem por foto, mas peço sua bênção, pois eu, meu marido e meus pais vamos fazer uma longa viagem até o Paraná na semana que vem. Então me abençoe, para que tenhamos boa viagem. Sabe, eu fiz o sinal da cruz, mas minha mão não conseguia fazer o sinal da cruz corretamente, colocando a mão na testa e no peito. Minha mão agarrou e parecia que alguém o fazia por mim e com as
minhas mãos. Eu forcei a mão e não consegui mudar, e não entendia nada. Então, o sinal foi feito apenas na testa, fazendo uma cruz, como se alguém me benzesse. Fiquei sem entender e cheguei até a pensar que Nhá Chica não tinha gostado de mim. E senti até vergonha, pensando que alguém pudesse ter visto que eu não conseguia fazer o sinal da cruz. Saí e depois que comprei o livro da vida dela fui entender que ela benzia as pessoas e que, naquela hora, me abençoou da maneira dela, fazendo uma cruz na minha testa. A partir daí me senti amada por ela e até hoje eu clamo por ela, agradeço pelos pedidos atendidos por sua intercessão e faço outros. Selma Resende Silva São João del-Rei - MG
Agradeço pela grande graça Agradeço por uma grande graça alcançada. Minha mãe está curada de uma paralisia facial. Agradeço pela intercessão da Imaculada Conceição e de Nhá Chica. Eliana de Freitas Nascimento São Lourenço - MG
ORAÇÃO PELA BEATIFICAÇÃO DE
NHÁ CHICA Ó Pai, que mostrais a Bondade e a Sabedoria do Vosso Filho Jesus, naquelas pessoas que O procuram seguir, e que “ocultais as novidades do Reino aos sábios e inteligentes, e as revelais aos pequeninos”, nós Vos pedimos que a Igreja possa reconhecer oficialmente as virtudes de amor ao próximo, de fé profunda e de grande sabedoria de vida que concedestes à Vossa filha e servidora Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica. Por ter sido de uma vida exemplar, fiel seguidora de Jesus Cristo, devota de Maria Santíssima, e de grande amor à Igreja, nós Vos pedimos que, pela sua valiosa intercessão, Vós nos concedais a graça de que mais temos necessidade. Concedei-nos também, ó Pai, que a seu exemplo, o nosso coração esteja cheio de ardente amor a Vós e ao nosso semelhante. Tudo isso Vos pedimos por intermédio de Jesus Cristo, Vosso Filho, em união com o Espírito Santo. Amém.
+ Dom fr. Diamantino Prata de Carvalho, ofm. Bispo Diocesano de Campanha MG, 04/10/1998 Lembre-se das palavras de Nhá Chica: ”Isto acontece porque rezo com fé”.
Rosário de Nossa Senhora da Conceição Reza-se nas contas do Pai Nosso Aflita vos vistes Senhora, Aflita aos pés da Cruz, Aflita estou eu agora, Valei-me ó mãe de Jesus! Reza-se nas contas da Ave Maria Ó Virgem da Conceição, Valei-me nesta ocasião! Oração a Nossa Senhora da Conceição Ó Maria Imaculada, Senhora da Conceição, Filha predileta do Eterno e Divino Pai, Mãe Santíssima do Eterno Divino Filho, Esposa Imaculada do Espírito Santo, Nossa Senhora pela devoção e amor terníssimo que para convosco teve a serva de Deus, Francisca de Paula de Jesus, erguendo em vossa honra uma capela, intercedei junto à Santíssima Trindade e alcançai-nos as graças que com viva fé vos pedimos.Ó nossa boa mãe do Céu, não nos abandoneis. Protegei-nos, defendei-nos, salvai-nos. Assim seja.
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Informativo Nhá Chica - Notícias do Santuário e da ABNC - junho de 2012
Dia de São Pedro e São Paulo Apóstolos Celebrar a santidade de vida de São Pedro e São Paulo Apóstolos é fundamental para o fortalecimento da fé de todos os cristãos. Estes santos são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários. Os Santos Patronos de Roma, São Pedro e São Paulo, “embora tendo recebido de Deus carismas diversos e missões distintas a cumprir, são, ambos, fundamentos da Igreja una, santa, católica e apostólica”, destacou recentemente o Papa Bento XVI. Também neste dia, na Solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho), celebramos o Dia do Papa. No Brasil a data é transferida para o domingo seguinte, como foi determinado na VII Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e neste ano cairá em 1º de julho. São Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida e irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu o Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade cristã. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perse-
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guições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo por seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho. No Novo Testamento fica tão claro que Jesus é o fundamento e fundador da sua Igreja - querida pelo Pai e invisivelmente chefiada pelo Espírito Santo - e quanto à realidade de como surgiu o primeiro Papa, elemento essencial da Unidade da Igreja e chefe visível do Rebanho do Bom Pastor: ”Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18) e ainda: ”Sê o pastor de minhas ovelhas” (Jo 21,17). Assim quis e disse Jesus. Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles. São Paulo foi, sem dúvida, o grande propagador do Evangelho dentre as nações escolhidas para a vivência do Reino de Deus. Contudo, este fecundo apostolado só foi possível por sua fidelidade a sua missão. Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e se preparou para o ministério. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perse-
guidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação. Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica diferentes, mas complementares. As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje aqueles que receberam a Missão dada por Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Esta complementaridade dos carismas de Pedro e Paulo continua atual na Igreja de Cristo hoje: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária são responsabilidades de todos nós! Que São Pedro e São Paulo intercedam sempre pela Igreja, que lhes custou o sangue, pela proteção do Santo Padre Bento XVI e alcancem para todos nós a graça de sermos discípulos missionários de Jesus Cristo na aurora do século XXI!