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ARTIGOS INÉDITOS
RIO GANGES E SANTUÁRIO DE ELEFANTES NA TAILÂNDIA
água Especial
PARQUE ESTADUAL CAMINHOS DAS GERAIS (MG) - FOTO DE EVANDRO RODNEY/ IEF- MG
ano sete | nº 40 | março / abril 2014 | R$ 10,00
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Editorial
ÁGUA no centro das atenções: Guimarães Rosa, sertões e veredas, Rio Ganges, Tailândia, artigos inéditos e muito mais. Por Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista e Plurale em site
O
escritor mineiro Guimarães Rosa era um curioso por natureza. Por tão bem saber ouvir, aprendeu a riqueza de poder contar. Por suas andanças em sertões e veredas, Guimarães viu de tudo um pouco. Soube, desde cedo, valorizar a relevância da água, abundante em algumas regiões e tão escassa em outras. “A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba”, advertiu o escritor. Já vivemos dias de escassez em várias áreas como no Nordeste, mas também em outras localidades que chegaram a viver dias de abundância de água, afetando reservatórios e o abastecimento não só de água, mas também de energia. Este foi um dos debates na Semana das Águas 2014, evento realizado em Belo Horizonte, coordenado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Cobrimos o relevante evento e contamos aqui um resumo do que foi apresentado. Seca de um lado, excesso de outro. A cheia do Rio Madeira, na região Norte, deixou o Estado do Acre completamente isolado por terra. É sobre esta verdadeira “convulsão” que falamos nesta edição especial sobre Água. Trazemos artigos inéditos de Jetro Menezes e Rafaela Brito, assim como apresentamos case de sucesso de privatização do fornecimento de serviços de saneamento. Nícia Ribas visitou a Chapada dos Veadeiros (GO) e fala sobre a riqueza natural do Rio Tocantins e sua gente. Esta edição desbrava ainda duas experiências encantadoras e místicas em países asiáticos próximos: o místico banho nas sagradas águas do Rio Ganges, pela jovem Carolina Araripe, editora do Blog Garota de Projetos e ainda a recuperação de elefantes maltratados na Tailândia, pela jornalista Paula Scheidt. Geise Assis Mascarenhas esteve na França e relata a incrível história do vinho orgânico francês com sotaque brasileiro. Não é só. Vivian Simonato e Elisabeth Reuter trazem causos interessantes também da Europa. Do Rio de Janeiro, Fernando Gonçalves apresenta o lirismo de paisagens incríveis e a entrevista é com o professor Wilson Jardim, da Unicamp, pelos parceiros da IHU On-Line, sobre os contaminantes emergentes na água. Tudo isso e muito mais, como as colunas Ecoturismo, de Isabella Araripe e Cinema verde, por Isabel Capaverde. Boa leitura!
CIEDS/DIVULGAÇÃO
Conte xto
VINHO FRANCÊS COM FRANC PERSONALIDADE PER ERSONA BRASILEIRA, BRA POR GEISE ASSIS MASCARENHAS M
48.
BAZAR ÉTICO
18.
.50 ÇÃO DIVULGA
MINAS REALIZA EVENTO SEMANA DAS ÁGUAS E INAUGURA SALA DE SITUAÇÃO DE EVENTOS CRÍTICOS E GEOLÓGICOS POR SÔNIA ARARIPE ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
58. EU ME BANHEI NO RIO GANGES
CHAPADA DOS VEADEIROS POR NÍCIA RIBAS
DIVULGAÇÃO
POR CAROLINA ARARIPE
30 ECOTURISMO POR ISABELLA ARARIPE
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42.
ESTUDO DE CASO O
38 e 39 CINEMA SUSTENTÁVEL POR ISABEL CAPAVERDE
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12.
ARTIGOS INÉDITOS
SANTUÁRIO RECUPERA ELEFANTES MALTRATADOS NA TAILÂNDIA, POR PAULA SCHEIDT
Cartas
Quem faz
c a r t a s @ p l u r a l e . c o m . b r
Plurale em revista, Diretores etores Sônia Araripe soniaararipe@plurale.com.br Carlos Franco carlosfranco@plurale.com.br
O Boticário acredita que a beleza transforma, cria relações, encanta, conquista e também pode ser conquistada. Hoje, é a maior rede de franquias do Brasil, com 3.600 lojas em todo o país e um portfólio de mais de 1.100 produtos.
Plurale em site: www.plurale.com.br Plurale em site no twitter: http://twitter.com/pluraleemsite Comercial comercial@plurale.com.br
Edição 28
Arte SeeDesign Marcelo Tristão e Marcos Gomes Fotografia Luciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação
Empreender, realizar, transformar. Essas são algumas das belezas que a gente faz.
Colaboradores nacionais Ana Cecília Vidaurre, Geraldo Samor, Isabel Capaverde, Nícia Ribas, Paulo Lima e Sérgio Lutz
Colaboradores internacionais Aline Gatto Boueri (Buenos Aires), Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston) Colaboraram nesta edição Carolina Araripe (Blog Garota de Projetos), Cristina Curti (Envolverde), Fabiano Ávila (Carbono Brasil), Fernando Frazão (Agência Brasil), Fundação Grupo Boticário, Geise Assis Mascarenhas, Jean Pierre Verdaguer, João Felipe Toledo (Ascom do Cieds), Márcia Vaz e Luiza Genari (Fetranspor), Marcus Quintella, Paulo Lima (Balaio de Notícias), Raquel Ribeiro; Raphael Lima, Tata Barreto, Tatiane Amorim (Fotos/ Cieds), Roberto Saturnino Braga e Tom Correia.
“Agradeço o envio de
Impressa com tinta a ` base de soja Plurale é a uma publicação da SA Comunicação Ltda (CNPJ 04980792/0001-69) Impressão: WalPrint
“Adorei a matéria sobre água com status gourmet,
Plurale em Revista é impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais. quem disse, berenice? leva em seus produtos Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202 aCEP ideia 21940-500 de que cada|mulher deve ser livre para Tel.: 0xx21-3904 0932 encontrar a sua própria beleza. Os artigos só poderão ser reproduzidos com autorização dos editores © Copyright Plurale em Revista
de Letícia Koeler, publicada na Edição 28 de Plurale
The Beauty Box veio para trazer mais calor e proximidade ao mundo da beleza e dos cosméticos. A loja reúne marcas nacionais e internacionais, além da sua própria marca de cosméticos e acessórios, a Produtinhos da Beauty.
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A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma das principais instituições financiadoras de projetos de conservação da natureza ligados à iniciativa privada do Brasil. Além disso, desenvolve constantemente estratégias de conservação inovadoras para o contexto nacional e protege mais de 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país.
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Quem faz
Cartas c a r t a s @ p l u r a l e . c o m . b r Diretores Sônia Araripe soniaararipe@plurale.com.br Carlos Franco carlosfranco@plurale.com.br Plurale em site: www.plurale.com.br Plurale em site no Twitter e no Facebook: http://twitter.com/pluraleemsite https://www.facebook.com/plurale Comercial comercial@plurale.com.br Arte SeeDesign Marcelo Tristão e Marcos Gomes Fotografia Luciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); Agência Brasil e Divulgação Colaboradores nacionais Ana Cecília Vidaurre, Isabella Araripe, Isabel Capaverde, Nícia Ribas, Paulo Lima e Sérgio Lutz Colaboradores internacionais Aline Gatto Boueri (Buenos Aires), Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston) Colaboraram nesta edição Colaboraram nesta edição: Alessandro Carvalho (Fotos Fiemg), Carolina Araripe (Blog Garota de Projetos), Carolina Velloso (fotos França), Comunicação da CI Brasil, Elisabeth Reuter (de Hamburgo, Alemanha), Fabiano Ávila (Instituto Carbono Brasil), Fernando Gonçalves, Gabriele Bittelbrun (Instituto Ideal), Geise Assis Mascarenhas, Helena Rocha (Pipa Social), Jéssica Lipinski (Instituto CarbonoBrasil), Jetro Menezes, Lenina Mariano (Ipema), Marie Chauffray, Paula Scheidt, Portal Ciclovivo, Portal PetroNotícias, Rafaela Brito e Silvia Godoy.
Impressa com tinta a ` base de soja Plurale é a uma publicação da SA Comunicação Ltda (CNPJ 04980792/0001-69) Impressão: WalPrint
Plurale em Revista é impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais. Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202 CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932 Os artigos só poderão ser reproduzidos com autorização dos editores © Copyright Plurale em Revista
Plurale em revista, Edição 39
Plurale em revista. Recomendamos” Be Neviani, pelo twitter
“Acuso e agradeço recebimento da Plurale em revista, Edição de janeiro/ fevereiro de 2014, endereçada ao Vice-Presidente da República, Michel Temer. Atenciosamente,” Nara de Deus Vieira, Chefe de Gabinete da Vice-Presidência da República, Brasília, DF
“Belíssima reportagem de Nícia Ribas sobre a maranhense guerreira que fugiu da violência e pobreza na página 18 da Edição 39 de Plurale em revista” Rosana Amin, pelo site
“Linda como sempre! Que vontade de ir a Granada (matéria de Raquel Ribeiro e Jean Pierre Verdaguer), Camboja (por Carolina Araripe), conhecer melhor alguns projetos. Enfim, a revista cumpre seu papel de provocar a mente e o olhar. Parabéns!” Lenina Mariano, Coordenação de Comunicação do IPEMA, Ubatuba (SP) “Muito bom o trabalho da equipe na matéria sobre Alhambra, em Granada. Gostei especialmente da forma das fotos, porque não são do tipo cartão postal, mas registram o movimento de visitantes. Parabéns á Raquel Ribeiro e Jean Pirre Verdaguer” Pedro A. R. Oliveira, sociólogo, Juiz de Fora (MG) “Querida Carolina Parabéns pela ótima matéria sobre Camboja na Edição 39 de Plurale em revista” Inês Freitas, pelo facebook “Mobilidade urbana é assunto de todos e para todos que vivem na cidade. Parabéns à Plurale em revista pelo Case “Diálogo Jovem sobre Mobilidade”, assinado por Márcia Vaz e Luiza Genari, que fala sobre o exemplo da Fetranspor no projeto Diálogo Jovem. É direito de todos o transporte publico de qualidade, e por isso o debate deve caminhar para o engajamento e responsabilidade de todas as partes para melhoria do serviço na cidade.” Tatiana Antunes, Instituto IJCA, Niterói (RJ) “Cara Sônia, Gostaria de parabenizar a você e toda equipe pela matéria de qualidade com Carlos Tufvesson e o conteúdo ótimo de Plurale em revista. Abraço,” João Felipe Toledo, Assessor de Comunicação Social da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), Rio de Janeiro (RJ) “Muito relevante a entrevista com Carlos Tufvesson, por Sônia Araripe, na Edição 39 de
Gastronomia Sustentável em Paraty Querida Geise, “Que matéria bonita, bem escrita, interessante e que fotografias! Parabéns!” Gleyde Selma da Hora, Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (RJ) “Caríssima Geise, Amei tua reportagem, posso escutar tua voz enquanto eu lia, amei a interpretação dos valores culturais e gastronômicos, e através das cores pude viajar em Paraty. Precisamos de pessoas “vivas” que possam interpretar o território e seus valores. Beijo” Adriana de Souza, Bolonha, Itália, por email “Cara Geise, Adorei a matéria e as fotos, você realmente é uma estrela! Gostei muito do jeito que escreveu, tem um lirismo, uma coisa poética e a leitura fica macia, gostosa. Parabéns!” Sylvia Campos Bello de Andrade, por email “Geise, Parabéns pela matéria sobre a Gastronomia Sustentável em Paraty. Abraço,” Eli de Fátima Napoleão de LIma, professora, Rio de Janeiro (RJ) Plurale em site “Agradecemos imensamente a parceria de Plurale em site, apoiando, voluntariamente a divulgação do Programa Prêmio Criança 2014 que tanto contribuiu de forma positiva.” Renata Cabral, Marketing Fundação Abrinq, São Paulo (SP) “Prezada Carla, Fico feliz em ter mais uma parceira na luta pela proteção, preservação e defesa do meio ambiente, agora ESPACIAL. Tema novo, ainda desconhecido do cidadão comum. Já venho alguns anos tentando com meu produto evitar o desperdício de água potável no planeta. Tarefa árdua, mas não impossível. Desejos de sucesso, conte comigo. Abraço,” Armando Fantini, comentário no site sobre artigo da Dra. Carla Martins sobre Meio Ambiente Espacial
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Entrevista
WILSON JARDIM,
Portal Unicamp
professor da Unicamp
Contaminantes emergentes na água: “A cada ano temos mais de mil novas substâncias sendo introduzidas no nosso dia a dia”, alerta o pesquisador. Por Patrícia Fachin, da IHU On-Line.
A
nálise recente da água de 20 capitais brasileiras demonstra que há altos índices de contaminantes emergentes, substâncias “não legisladas”, presentes na água utilizada para consumo. Entre os contaminantes, foram encontrados fármacos, produtos de higiene pessoal, hormônios naturais e sintéticos, agentes antichamas, protetores solares, nanomateriais e pesticidas. O coordenador da pesquisa, Wilson Jardim, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, explica que existem mais de mil substâncias que se encaixam nessa categoria e que, “nas últimas décadas, por uma série de fatores, como padrão de consumo, falta de saneamento e adensamento populacional, entre outros, aumentaram sua concentração no ambiente e podem fazer com que a exposição humana a elas seja preocupante”. Jardim assinala que ainda não é posVtYHO LGHQWLÀFDU FRPR RV FRQWDPLQDQWHV
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emergentes afetam o equilíbrio do sistema hormonal dos seres vivos e essa falta de informação é“preocupante”, porque já foram LGHQWLÀFDGRV FDVRV GH PXGDQoDV KRUPRQDLV em algumas espécies. “Há inúmeras evidências relatando a feminização de peixes e répteis em rios que recebem cargas elevadas de esgoto sanitário. Por outro lado, em seres humanos, há um número crescente de casos de câncer em testículo, na tireoide, na mama em mulheres jovens, diminuição do número de esperma em homens férteis, má formação genital, e isso tem chamado a atenção da Organização Mundial de Saúde - OMS. O fato é que este crescimento não pode ser explicado apenas pela genética e, portanto, deve haver outro fator”, aponta, na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail. Na avaliação do pesquisador, os dados da pesquisa revelam que grande parte dos mananciais brasileiros está “critica-
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mente impactada com o lançamento de esgoto sanitário”. E acrescenta: “O Brasil tem um saneamento deplorável, totalmente incompatível com uma economia que se situa entre as dez maiores do planeta. Isso exige muito das estações de tratamento de água, que ainda usam um processo secular e que não estão preparadas para tratar uma água de péssima qualidade, muito embora o preço das tarifas seja elevado”. Wilson Jardim é graduado em Química pela Universidade Federal de São Carlos e doutor em Ciências Ambientais pela University of Liverpool, Inglaterra. Atualmente é professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas, onde desenvolve pesquisas na área de química ambiental, processos oxidativos avançados, remediação de áreas contaminadas, contaminantes emergentes em águas, fotocatálise, desinfecção de atmosferas internas e externas e ciclo do mercúrio na Amazônia.
CONFIRA A ENTREVISTA. IHU On-Line - O que sĂŁo os contaminantes emergentes encontrados na ĂĄgua de 20 capitais brasileiras? Pode nos contar como ocorreu o processo GH LGHQWLĂ€FDomR GRV FRQWDPLQDQWHV QD ĂĄgua? Quais foram os contaminantes encontrados nas ĂĄguas brasileiras? Wilson Jardim - Contaminantes Emergentes - CE sĂŁo substâncias nĂŁo legisladas e que nas Ăşltimas dĂŠcadas, por uma sĂŠrie de fatores, como padrĂŁo de consumo, falta de saneamento e adensamento populacional, entre outros, aumentaram sua concentração no ambiente e podem fazer com que a exposição humana a elas seja preocupante. Dentre os CE podemos citar os fĂĄrmacos, produtos de higiene pessoal, hormĂ´nios naturais e sintĂŠticos, agentes antichamas, protetores solares, nanomateriais, pesticidas e inĂşmeros outros. Dentre as mais de mil VXEVWkQFLDV TXH VH HQFDL[DP QD GHĂ€QLomR de CE, nĂłs trabalhamos com os hormĂ´nios naturais e sintĂŠticos (como o da pĂlula anticoncepcional), alguns fenĂłis, ftalatos, atrazina, bisfenol-A, triclosan e cafeĂna. Nosso banco de dados mostrou que a cafeĂna ĂŠ um excelente indicador da atividade estrogĂŞnica nas ĂĄguas naturais e de abastecimento. Assim, muito embora a cafeĂna nĂŁo seja um problema nas concentraçþes em que ocorre tanto na ĂĄgua de abastecimento como em mananciais, ela ĂŠ um indicador da qualidade dessas ĂĄguas. Desse modo, focamos R WUDEDOKR HP TXDQWLĂ€FDU D FDIHtQD PXLWR embora tenhamos encontrado atrazina, bisfenol-A e triclosan. “Apenas no inĂcio dos anos 1990, quando o MinistĂŠrio PĂşblico começou a exigir que as FRQFHVVLRQiULDV Ă€]HVVHP VHX GHYHU HP WUDtar esgoto, ĂŠ que o cenĂĄrio mudouâ€? IHU On-Line - Porto Alegre ĂŠ a capital em que o Ăndice de contaminantes ĂŠ mais elevado. Em contraposição, Fortaleza ĂŠ a que possui o percentual mais EDL[R e SRVVtYHO LGHQWLĂ€FDU DV UD]}HV H diferenças desses resultados? Wilson Jardim - 9HULĂ€FDPRV TXH DV FDpitais costeiras apresentaram uma ĂĄgua de abastecimento de melhor qualidade quando confrontadas com ĂĄguas de capitais localizadas no interior do paĂs. Uma das explicaçþes para este fato seria que as capitais costeiras lançam seu esgoto no mar, impactando bem menos os mananciais. IHU On-Line - Como e em que medida o equilĂbrio do sistema hormonal dos seres vivos tem sido alterado pelos contaminantes presentes na ĂĄgua?
Wilson Jardim - NĂŁo sabemos, e isso ĂŠ preocupante. HĂĄ inĂşmeras evidĂŞncias relatando a feminização de peixes e rĂŠpteis em rios que recebem cargas elevadas de esgoto sanitĂĄrio. Por outro lado, em seres humanos, hĂĄ um nĂşmero crescente de casos de câncer em testĂculo, na tireoide, na mama em mulheres jovens, diminuição do nĂşmero de esperma em homens fĂŠrteis, mĂĄ formação genital, e isso tem chamado a atenção da Organização Mundial de SaĂşde - OMS. O fato ĂŠ que este crescimento nĂŁo pode ser explicado apenas pela genĂŠtica e, portanto, deve haver outro fator. IHU On-Line - Internacionalmente, como a questĂŁo da contaminação da ĂĄgua por contaminantes tem sido discutida? Wilson Jardim - HĂĄ uma preocupação PXQGLDO D TXDO IRL RĂ€FLDOPHQWH UHFRQKHFLGD pela OMS e pelo Programa das Naçþes Unidas para o Ambiente - UNEP. A Comunidade Europeia, os Estados Unidos, o CanadĂĄ e o JapĂŁo tĂŞm buscado aprimorar as legislaçþes, mas ainda nĂŁo hĂĄ padrĂľes para estas substâncias. Mesmo porque sĂŁo tantas que seria impossĂvel legislĂĄ-las individualmente. “HĂĄ vĂĄrias tecnologias disponĂveis, as quais chamamos de tecnologias de polimento. NĂŁo sĂŁo usadas porque as concessionĂĄrias nĂŁo queremâ€? IHU On-Line - O que essa pesquisa revela sobre o tratamento da ĂĄgua no Brasil? Wilson Jardim - Revela que grande parte dos nossos mananciais estĂĄ criticamente impactada com o lançamento de esgoto sanitĂĄrio. O Brasil tem um saneamento deplorĂĄvel, totalmente incompa-
tĂvel com uma economia que se situa entre as dez maiores do planeta. Isso exige muito das estaçþes de tratamento de ĂĄgua, que ainda usam um processo secular e que nĂŁo estĂŁo preparadas para tratar uma ĂĄgua de pĂŠssima qualidade, muito embora o preço das tarifas seja elevado. IHU On-Line - Os contaminantes emergentes deveriam ser controlados por alguma legislação? Wilson Jardim - Certamente serĂŁo, num futuro breve. Talvez nĂŁo em termos individuais, mas, por exemplo, pode-se estipular que uma determinada amostra de ĂĄgua nĂŁo possa apresentar atividade estrogĂŞnica acima de um valor estabelecido. Este ensaio nĂŁo mede compostos individuais, mas sim a somatĂłria de todos eles atuando no sistema endĂłcrino. Acho que caminhamos para este tipo de abordagem, a qual ĂŠ bem mais realista e adequada para atacar o problema. IHU On-Line - A que o senhor atribui o deterioramento da qualidade da ĂĄgua nos mananciais brasileiros? Wilson Jardim - Ă€s concessionĂĄrias (ou produtoras) de ĂĄgua que nunca se preocuparam com a coleta e o tratamento de esgoto. Apenas no inĂcio dos anos 1990, quando o MinistĂŠrio PĂşblico começou a exigir que as FRQFHVVLRQiULDV Ă€]HVVHP VHX GHYHU HP WUDWDU esgoto, ĂŠ que o cenĂĄrio mudou. E ainda hoje elas sĂŁo relutantes em investir nesta ĂĄrea, muito embora esteja provado que ĂŠ mais barato tratar esgoto do que tratar ĂĄgua de mĂĄ qualidade. E parte desta culpa ĂŠ nossa, que nĂŁo sabemos escolher nossos governantes, que seriam os grandes disseminadores e executores destas mudanças. IHU On-Line - Quais sĂŁo as tecnologias existentes para tratar a ĂĄgua? Por que elas nĂŁo sĂŁo adotadas no Brasil? Wilson Jardim - HĂĄ vĂĄrias tecnologias disponĂveis, as quais chamamos de tecnologias de polimento. NĂŁo sĂŁo usadas porque as concessionĂĄrias nĂŁo querem, ou nĂŁo se sentem pressionadas a fazer isso. IHU On-Line - Recentemente o senhor declarou que a Portaria 2.914, do MinistĂŠrio da SaĂşde, que normatiza a qualidade da ĂĄgua potĂĄvel, ĂŠ muito estĂĄtica. A portaria precisa de uma revisĂŁo? Em que sentido? Wilson Jardim - O mundo anda mais rĂĄpido do que a burocracia. A cada ano temos mais de mil novas substâncias sendo introduzidas no nosso dia a dia. Recentemente a portaria foi revisada, mas este processo precisa ser mais dinâmico.
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Colunista AgĂŞncia Brasil
Jetro Menezes
A natureza chora
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uando decidi escrever este DUWLJR Ă€] XPD EUHYH SHVTXLVD na Internet e encontrei mais de 835 mil resultados para a frase: “as chuvas castigamâ€?. Castiga quem, cara pĂĄlida? Vivemos numa cidade onde um chuvisco jĂĄ ĂŠ motivo de enchente, provocando inundaçþes, problemas na rede elĂŠtrica, portanto, nos semĂĄforos, e gerando trânsito intenso. A imprensa “noticiaâ€? todos os anos, a cada perĂodo chuvoso (normalmente, no
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verĂŁo), que as chuvas “castigamâ€? os moradores de uma determinada regiĂŁo.â€? E olha que neste ano nem tivemos tanta chuva, assim como em algumas cidades brasileiras. Esta informação nĂŁo ĂŠ verdadeira. As chuvas nĂŁo castigam ninguĂŠm. As pessoas ocupam as ĂĄreas de risco nas cidades, os topos de morro, as ĂĄreas de vĂĄrzea, tudo VHP R PHQRU FULWpULR ULJRU H Ă€VFDOL]DomR dos ĂłrgĂŁos competentes. Depois de invadidas, jĂĄ se torna mais difĂcil tirar (desfazer, nome tĂŠcnico) moradias irregulares desses
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locais de risco. As pessoas, na maioria das vezes, sĂŁo motivadas por um “lĂderâ€? com pretensĂŁo eleitoreira. As promessas sĂŁo do tipo: “A gente ocupa e resiste! Depois eles (o governo) tĂŞm que levar ĂĄgua e luz. Depois asfalta a nossa rua e pronto, jĂĄ somos mais um bairro. Tem que ocupar e resistir.â€? Honestamente, nĂŁo sou contra. Desde que essas ocupaçþes se deem em locais adequados. A atitude mais comum para com as famĂlias ĂŠ levĂĄ-las (como boiadas) a ocupar ĂĄreas de risco de vida. EntĂŁo, as-
sim que cair a primeira chuva, as famĂlias e as suas casas começam a ter as experiĂŞncias de risco e perda de bens. Nessa hora, onde estĂĄ o suposto lĂder que ofereceu o local para aquelas pessoas? JĂĄ vi isso com os meus prĂłprios olhos. Mas vamos tocando o texto porque pretendo falar sobre o teor deste artigo: a natureza chora. E quando ela chora (ou chove), pra onde vai toda a ĂĄgua? As ruas HVWmR WRWDOPHQWH FLPHQWDGDV 'LĂ€FLOPHQte vamos encontrar ruas com calçadas ou ruas permeĂĄveis. A maioria das cidades estĂĄ optando,obsessivamente, por asfalto. Tirando os velhos e fortes paralelepĂpedos das ruas, como se mantĂŞ-los representasse um atraso. Os rios, lagos e cĂłrregos estĂŁo cobertos! Estamos vivendo um momento de seca nos reservatĂłrios jamais visto em SĂŁo Paulo. Por outro lado, no norte do paĂs, famĂlias estĂŁo perdendo suas casas devido Ă s inundaçþes nos rios e reservatĂłrios. Temos um bom exemplo na cidade de Osasco, onde a Secretaria de Meio Ambiente tem o Programa Municipal de Preservação e Conservação das Nascentes. LĂĄ, quando uma nascente ĂŠ encontrada, sĂŁo tomadas iniciativas para ser preservada rapidamente. Esses bons exemplos podem ser usados pelo Brasil
afora. NĂŁo sĂŁo caros. Basta cercar a nascente, colocar uma placa e manter acesa a chama da esperança. Mas vivemos num paĂs onde a mentalidade de quem administra o PaĂs, os estados e municĂpios estĂĄ atrasada demais. O pensamento de quem governa estĂĄ mais para as questĂľes econĂ´micas e sociais. O aspecto ambiental se traduz ainGD FRPR IRQWH LQĂ€QLWD GH XVR H ULTXH]D assim como um tema para ser acrescido nos discursos eleitorais. Enquanto isso, a natureza vai continuar chorando. Seja com chuva ou mesmo com aquela plantinha que nasce entre os cimentos. Mas vamos pedir a Deus que cuide daqueles que habitam em ĂĄreas de risco ou em ĂĄreas de inundaçþes e enchentes. E a natureza chora as dores de parto por haver governantes que sequer tĂŞm os cuidados bĂĄsicos com as nossas riquezas naturais, como a ĂĄgua, o assunto “da modaâ€?. Desviar o curso de rios ou mesmo enterrĂĄ-los ĂŠ uma agressĂŁo e, por consequĂŞncia, estamos pagando caro nas grandes cidades urbanizadas. Se quem governa nĂŁo tiver coragem de HQIUHQWDU HVVHV GHVDĂ€RV H PXGDU R UXPR da gestĂŁo ambiental nas cidades, todos nĂłs vamos chorar.
Jetro Menezes, ĂŠ professor e gestor ambiental, especialista em saneamento ambiental. ResponsĂĄvel pela JetroAmbiental Consultoria http://www.jetroambiental.eco.br GestĂŁo Ambiental para Empresas e MunicĂpios.
„
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Colunista Rafaela Brito
‘Slow food’, sustentabilidade e a proteção ao uso da água
A
correria, que assola as nossas vidas cotidianas, faz com que não pensemos na qualidade e proveniência dos alimentos que ingerimos. Muitas vezes, a solução mais rápida para o consumo de alimentos, para quem trabalha longe de casa, é a de produtos de redes ´fast food’. O termo designa ‘comida rápida’, ou seja, o preparo é de maneira rápida e atende a um público que não dispõe de muito tempo para se alimentar bem. Em contrapartida a este estilo estressante de se alimentar, surgiu o movimento ‘slow food’ (‘comida lenta’), fundado pelo italiano Carlo Petrini, na década de 1980. Sugere um novo tipo de gastronomia, em que a consciência ambiental faz-se presente, desde a forma de produção até a hora de comer, defendendo, assim, um sistema alimentar “bom, limpo e justo”. De acordo com o Relatório Brundtland, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas... e é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas Visando atender ao conceito de sustentabilidade, o movimento ‘slow food’ também opta pela prática da ecogastronomia. Isto quer dizer que o equilíbrio entre ecologia e gastronomia resulta em um novo estilo, permitindo que a qualidade da comida seja boa, a produção respeite a biodiversidade e o ambiente em
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que é produzida, isto é, limpa, e que seja justa, na hora de pagar o que é de direito aos produtores. É a alternativa para se valorizar as cozinhas regionais de todos os lugares, visando respeitar a cultura culinária, ligada às tradições alimentares, de cada comunidade. A associação internacional do ´slow food´ está presente em mais de 150 países e abrange mais de 100.000 associados, que procuram viver e difundir a ÀORVRÀD GD TXDOLGDGH GH XPD ERD FRPLda, nos mais de 1.500 convívios. Esses convívios são grupos locais que fazem a articulação com os produtores e defen-
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dem as campanhas de proteção aos alimentos tradicionais. Buscam, também, a conscientização de ‘chefs’ para o uso de alimentos regionais na culinária. Os benefícios do ´slow food´, presentes desde a escolha dos ingredientes, passando pelo preparo das refeições e chegando até a degustação das comidas, reforçam o convívio e o prazer de se apreciar, lentamente, o que se vai ingerir. São benefícios positivos tanto para a própria saúde quanto para a harmonização do prazer de se comer bem diariamente, não somente em ocasiões de festas ou DRV ÀQDLV GH VHPDQD
A filosofia do ‘slow food’ consiste em ir na contramão do conceito de produção em série, ou seja, onde se come, por exemplo, o mesmo ‘hambúrguer’ no Brasil, na Alemanha ou na Coreia. Procura-se, com isso, valorizar o regionalismo cultura gastronômico, a produção e a cozinha locais e o prazer de apreciar uma boa comida. Consiste, ainda, em agregar valor social, evitando que os produtores rurais sejam marginalizados.”
A produção em série, na filosofia do ´fast food´, nos continentes menos desenvolvidos, como na África, causa a marginalização dos atores envolvidos na cadeia de produção, porque trabalham com águas contaminadas pelos agrotóxicos, pelos insumos químicos em exagero, quando a prática é a agricultura intensiva. Para evitar que haja o desperdício e o uso ineficiente da água, além da superexploração das reservas subterrâneas, o ‘slow food’ objetiva a conscientização de centenas de milhares de pessoas para o consumo racional e crítico dos alimentos derivados de locais que estejam valorizando a proteção ao ambiente e que $ ÀORVRÀD GR VORZ IRRG FRQVLVWH HP utilizem somente o necessários dos ir na contramão do conceito de produ- recursos hídricos. Em 2010, a Declaração da ‘ONU ção em série, ou seja, onde se come, por exemplo, o mesmo ‘hambúrguer’ no Bra- Água’ para o Dia Mundial da Água disil, na Alemanha ou na Coreia. Procura- zia que “a água potável limpa, segura e -se, com isso, valorizar o regionalismo adequada é vital para a sobrevivência cultura gastronômico, a produção e a co- de todos os organismos vivos e para zinha locais e o prazer de apreciar uma o funcionamento dos ecossistemas, boa comida. Consiste, ainda, em agregar comunidades e economias. Mas a valor social, evitando que os produtores qualidade da água em todo o mundo rurais sejam marginalizados. Procura-se é cada vez mais ameaçada à medida trabalhar, desta forma, evitando os des- que as populações humanas crescem, perdícios alimentícios, os exageros dos atividades agrícolas e industriais se insumos químicos, que contaminam, expandem e as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo hidrológiprincipalmente, o solo e a água.
co global. (…)”. Foi um chamado de atenção para que, mais uma vez, o movimento do ´slow food´ respondesse com a sua filosofia, para que se evite o consumo de alimentos provenientes de agricultura intensiva, que provoque danos ao ambiente, em particular, danos à água. Nesta dinâmica e nova proposta oferecidas pelo movimento, é necessário que todos os atores envolvidos no circuito alimentar façam sua parte. Logo, nós, consumidores, temos de assumir uma postura mais ativa e menos passiva, quando formos nos alimentar, empreendendo o esforço de sermos co-produtores. É importante que o esforço de mudança comportamental seja comunitário para que, enfim, alcancemos a justiça social e para que o progresso mundial seja sustentável.
Rafaela Brito é Bacharela em Direito com Habilitação em Direito Agrário e Direito Ambiental pela Universidade da Amazônia Belém. Advogada, em Fortaleza e em Brasília, atuante no direiWR H QDV UHODo}HV LQWHUQDFLRQDLV Membro da comissão de Direito Ambiental da OAB-DF.
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Divulgação
VIDA Saud ĂĄvel Baru, riqueza do Cerrado
Boas dicas para as olheiras
JĂĄ ouviu falar do baru? O fruto do Cerrado tem feito sucesso entre consumidores e gerado transformação social em pequenas cidades. A castanha ĂŠ comestĂvel e de alto valor nutricional. Projeto no povoado de Caxambu, em PirenĂłpolis (GO), tem transformado a vida de alguns habitantes, reunidos na Associação de Desenvolvimento ComunitĂĄrio de Caxambu. O interesse pelo fruto surgiu no ano de 1997: hoje a mĂŠdia de produção dos baruzeiros na regiĂŁo ĂŠ entre 250 kg e 300 kg/safra. A extração da amĂŞndoa do baru requer cuidado especial, que se inicia com a seleção dos frutos. Em seguida vem a quebra da casca e depois a seleção das amĂŞndoas. Dele, tudo se aproveita – as castanhas sĂŁo vendidas torradas ou em forma de doce, pesto, paçoca salgada e doce, pĂŠ-de-moleque. A casca tambĂŠm pode ser usada para a produção de carvĂŁo ou mesmo utilizada em substituição Ă brita em calçamento, devido Ă sua resistĂŞncia. Saiba mais sobre o baru e este projeto no link: www.cerratinga.org.br
Quem nĂŁo sofre com olheiras? Especialmente nos dias atuais, de muito trabalho, pouco sono e estresse constante. Os especialistas dĂŁo algumas dicas Ăşteis para combater as olheiras. Importante notar que nem sempre sĂŁo hĂĄbitos poucos saudĂĄveis de vida que provocam esta aparĂŞncia de cansado ao redor dos olhos. Saiba que alergias a certos alimentos tambĂŠm podem provocar o problema. Assim, uma Ăłtima dica ĂŠ procurar sempre variar cardĂĄpio. A nutricionista FlĂĄvia Morais, da equipe do Mundo Verde, explica que de acordo com a medicina chiQHVD DV ROKHLUDV VmR VLQDLV GD GHĂ€FLrQFLDV GH GHWR[ $VVLP HOD sugere que se “inclua no cardĂĄpio suco de fruta orgânico com FORURĂ€OD DOKR EUyFROLV FRXYH Ă RU SUySROLV H RV FKiV YHUGH GH boldo e de camomila que auxiliam no processo de eliminação de toxinas pelo fĂgadoâ€? A nutricionista recomenda que se evite os DOLPHQWRV LQGXVWULDOL]DGRV FKHLRV GH Do~FDU JRUGXUD H UHĂ€QDGRV preferindo os cereais integrais e inclua no cardĂĄpio uma variedade de frutas e verduras, de preferĂŞncia orgânicas.â€? Compressas no local com infusĂŁo de chĂĄ de camomila tambĂŠm ajuda.
Grandes empresas de alimentos melhoram suas polĂticas de compras A mobilização de milhares de pessoas fez com que nove das dez maiores empresas de alimentos e bebidas em todo o mundo melhorassem polĂticas de compras com impactos sociais e ambientais em suas cadeias de fornecimento ao longo dos Ăşltimos doze meses, declara a Oxfam, organização nĂŁo governamental internacional que combate a pobreza. A avaliação do primeiro ano do ranking de polĂticas empresariais da campanha Por trĂĄs das Marcas, lançado pela organização em 26 de fevereiro de 2013, mostrou que algumas empresas lĂderes do seWRU DOLPHQWtFLR Ă€]HUDP JUDQGHV DYDQoRV SDUD D PHOKRULD GH SROtWLFDV de compras de matĂŠrias primas envolvendo toda a cadeia de fornecimento, com impacto nos direitos Ă terra, direitos das mulheres e na redução das emissĂľes de carbono. Um ano depois do lançamento da campanha, de maneira geral, as “Dez Grandesâ€? evoluĂram pouco como grupo, desmotivadas sobretudo por empresas que nĂŁo demonstram interesse ou vontade de mudar. Veja ranking completo em: www.behindthebrands.org
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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014
Embrapa lançou hotsite com tecnologias para a agroindĂşstria de alimentos A Embrapa AgroindĂşstria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ) lançou um espaço privilegiado na internet para divulgação de tecnologias e produtos agroindustriais. O hotsite “Tecnologia ao alcance das suas mĂŁosâ€? reĂşne tecnologias simples e aplicĂĄveis aos pequenos e mĂŠdios empresĂĄrios, agroindĂşstrias familiares e cooperativas. O ambiente virtual apresenta 23 soluçþes tecnolĂłgicas, desenvolvidas por pesquisadores da Embrapa. O texto de apresentação aborda os principais benefĂcios da tecnologia. O interessado pode acessar ainda publicaçþes e notĂcias relacionadas ao tema. Para saber mais sobre o novo site acesse: http://www.ctaa.embrapa.br/tecnologia/
Realização
Organização
Ĺƒ'HVDÄ&#x;RV GD $QĂ€OLVH ,QWHJUDGD QD $PĂ’ULFD /DWLQDĹ„ Incorporando os Fatores Ambientais, Sociais e de Governança na AnĂĄlise de Investimentos 1ÂŞ ConferĂŞncia Internacional EFFAS - Taking ESG into Account - TESGIA, a ser realizada na AmĂŠrica Latina, estabelecendo um passo importante no caminho de aproximação com a UniĂŁo Europeia na discussĂŁo sobre a adoção dos fatores ESGs aos FUNDAMENTOS ECONĸMICOS E lNANCEIROS NA ANĆLISE DE INVESTIMENTOS 0ARTICIPARĈO IMPORTANTES PALESTRANTES E ANALISTAS INTERNACIONAIS REPRESENTANTES DAS PRINCIPAIS INSTITUIÄ’ÄšES RELACIONADAS AO ASSUNTO PĂşblico-Alvo: $QDOLVWDV H 3URĹľVVLRQDLV GH ,QYHVWLPHQWRV ,QVFULŠ¡HV SHOR VLWH ZZZ HVJ DSLPHFVS HIIDV FRP EU 3DUD PDLV LQIRUPDŠ¡HV DSLPHFVS HIIDV#VEHYHQWRV FRP
29 GH $EULO GH 2014 Local: Praça Antonio Prado - 48, Centro, São Paulo - SP
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Apoios de divulgação
Semana das Ă guas 2014: DiĂĄlogo relevante
PARQUE ESTADUAL CAMINHOS DAS GERAIS (MG) - FOTO DE EVANDRO RODNEY/ IEF- MG
Evento, realizado em Belo Horizonte, reĂşne especialistas em torno do tema, realiza minicursos e mostra cientĂďŹ ca.
POR SÔNIA ARARIPE E ISABELLA ARARIPE, de Plurale em revista De Belo Horizonte. Fotos de Divulgação / Copasa, Alessandro Carvalho (Fiemg) e IGAM
A
Semana das à guas 2014 tratou do tema da ågua e de sua escassez entre os dias 25 e 27 de março em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento, que contou com seminårios, minicursos e palestras, foi organizado pelo Instituto Mineiro das à guas (IGAM). Em foco, como a ciência e a inovação podem promover um salto de qualidade na gestão das åguas.
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Com o apoio da Anglo American, da ArcelorMittal, da Cemig, da Cibapar, da Copasa, do CREA Minas, da Federação das IndĂşstrias de Minas Gerais (FIEMG), da Ferrous, do Hidroex, da UFMG e Plurale, a Semana das Ă guas contou com pĂşblico atento e participativo em todas as atividades. “Investir em ciĂŞncia ĂŠ essencial, pois sem inovação e pesquisa nĂŁo hĂĄ polĂtica DPELHQWDO FRQVLVWHQWHÂľ DĂ€UPRX D GLUHWRra-geral do Instituto Mineiro de GestĂŁo das Ă guas (Igam), MarĂlia Carvalho Melo.
PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014
A solenidade de abertura contou com as presenças dos SecretĂĄrios de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentĂĄvel de Minas Gerais, Adriano MagalhĂŁes; de CiĂŞncia, Tecnologia e Ensino, Narcio Rodrigues; secretĂĄrio-adjunto de Agricultura, PecuĂĄria e Abastecimento de Minas Gerais, Paulo Afonso Romano e o Reitor da UFMG, Jaime Arturo RamĂrez, alĂŠm de vĂĄrios empresĂĄrios, acadĂŞmicos, consultores e representantes dos ComitĂŞs de Bacias.
Um reservatório bom é um reservatório cheio. Precisamos utilizar mais energia renovável para liberar a pressão sobre o uso de energia das hidrelétricas” Sergio Abranches, sociólogo, cientista político e jornalista SERGIO ABRANCHES FEZ A PALESTRA DE ABERTURA O sociólogo, cientista político e jornalista Sergio Abranches , editor do Portal Ecopolítica e comentarista da Rádio CBN, fez a abertura do evento. Ele defendeu a preservação de nascentes, a participação da sociedade civil na gestão
das águas e advertiu que o Brasil precisa urgentemente incentivar ainda mais o uso de energias renováveis para evitar o racionamento quando os reservatórios estiverem em níveis muito baixos, como está acontecendo atualmente. “Um reservatório bom é um reservatório cheio. Precisamos utilizar mais
Autoridades prestigiaram o evento de abertura
energia renovável para liberar a pressão sobre o uso de energia das hidrelétricas”, DÀUPRX $EUDQFKHV SDUD D SODWHLD DWHQWD no auditório da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao mostrar dados sobre o total das emissões de CO2 no Brasil ele destacou a redução acentuada do desmatamento, mas advertiu para a forte pressão da agropecuária e de transportes rodoviários que representam 67% do total de emissões. Abranches criticou os recentes incentivos para compra de carros e advertiu que o Brasil não pode perder a oportunidade de sair na frente e migrar para a economia de baixo carbono. “O Brasil tem que parar de pensar o futuro olhando pelo retrovisor. É preciso focar no novo”, diz. Na visão do sociólogo, a ciência e a tecnologia já estão fazendo a diferença neste cenário citando exemplos bem sucedidos na nanociência e nanotecnologia, mudança climática, etc. Ao lembrar que o estado de Minas é considerado a verdadeira caixa d’água do Brasil, Abranches destacou que não é justo um Estado querer interferir na gestão das águas de outros estados vizinhos, dando um recado para São Paulo.
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“Alguns estados nĂŁo cuidaram de seus rios e agora querem os rios de ouWURV HVWDGRVÂľ DĂ€UPRX Mineiro de Curvelo, o sociĂłlogo foi aplaudido ao defender a proteção das “veredasâ€? de GuimarĂŁes Rosa e dos rios PLQHLURV 2 SDOHVWUDQWH OHPEURX TXH p muito importante a participação da sociedade civil na proteção de nascentes e QD FREUDQoD GH WUDQVSDUrQFLD H UHVXOWDGRV GR SRGHU S~EOLFR H GRV &RPLWrV GH %DFLDV +LGURJUiĂ€FDV 6HJXQGR $EUDQFKHV GLIHUHQWHV DXWRUHV WrP DPRVWUDGR TXH R SODQHWD YLYH um dilema, colapso ou mudança de paUDGLJPD FLYLOL]DWyULR
Investir em ciĂŞncia ĂŠ essencial, pois sem inovação e pesquisa nĂŁo hĂĄ polĂtica ambiental consistenteâ€? MarĂlia Melo, Diretora-Geral do IGAM
Ă GUA E ENERGIA 1R GLD R &LFOR GH 'HEDWHV &LrQcia, Tecnologia e Inovação em Recursos +tGULFRV DEULX D SURJUDPDomR GD 6HPDQD GDV ÉJXDV &RRUGHQDGR SHOR +LGURH[ R HQFRQWUR UHXQLX SURĂ€VVLRQDLV UHQRPDGRV GD iUHD SDUD GHEDWHU XPD TXHVWmR GH JUDQGH UHOHYkQFLD HVWUDWpJLD para o Brasil e para o Estado de Minas: a UHODomR iJXD H HQHUJLD Entre os palestrantes, o gerente de Energia da S/A Usina Coruripe Açúcar H ÉOFRRO 9DOGHPDU 9DUJDV GH 2OLYHLUD DSUHVHQWRX R SDLQHO Âś3URGXomR GH ELRHOHWULFLGDGH QR VHWRU VXFURHQpJHWLFR¡ (OH REVHUYD TXH R WUDEDOKR GH JHUDomR GH HQHUJLD D SDUWLU GR EDJDoR H SDOKD GD cana começou em 2002, com o racionaPHQWR GH HQHUJLD RFRUULGR QDTXHOH DQR “A Coruripe foi a primeira usina de Minas D VH FRQHFWDU DR VLVWHPD &HPLJÂľ DĂ€UPD -i 1DWDFKD 6REDQVNL GD )XQGDomR Grupo BoticĂĄrio de Proteção Ă Nature]D DSUHVHQWRX D H[SHULrQFLDV GH SDJDPHQWR SRU VHUYLoRV DPELHQWDLV HP %UXPDGLQKR 0* FRP R 3URMHWR 2iVLV ´2 WUDEDOKR YLVD HVWLPXODU D FRQVHUYDção de ĂĄreas naturais para conservação
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GH UHFXUVRV KtGULFRV¾ DÀUPD ´$ LQLFLDWLva foi inspirada no modelo adotado nos (VWDGRV 8QLGRV QD EDFLD GR 5LR &DWVNLOO TXH DEDVWHFH D FLGDGH GH 1RYD ,RUTXH onde foi adotado o pagamento aos proSULHWiULRV UXUDLV¾ DÀUPD $WXDOPHQWH R SURMHWR WDPEpP p GHVHQYROYLGR QD Região Metropolitana de São Paulo, em 6DQWD &DWDULQD H QR 3DUDQi
nidades AquĂĄticas em Minas Geraisâ€? e ´&RQĂ LWRV HP %DFLDV +LGURJUiĂ€FDV XPD TXHVWmR GH SHUVSHFWLYDÂľ $ $JrQFLD 1DFLRQDO GH ÉJXDV $1$ PLQLVWURX R FXUVR 3DJDPHQWR SRU 6HUYLoRV $PELHQWDLV e o gerente do Centro Internacional de HidroinformĂĄtica da Unesco coordenou o curso “GestĂŁo Territorial Aplicada à ÉJXD H (QHUJLDÂľ
MINICURSOS LOTAM Na parte da tarde, durante todos os WUrV GLDV GR HYHQWR IRUDP UHDOL]DGRV PLnicursos com foco em ĂĄgua e meio amELHQWH TXH ORWDUDP 2 HVWXGDQWH GH 7pFQLFD GH 0HLR $PELHQWH 2WiYLR $XJXVWR Antunes, fez o minicurso de Panorama da Conservação de Comunidades AquĂĄWLFDV HP 0LQDV *HUDLV FRP D 'UD 6RSKLD %ULWR GD +LGURH[ ´2 FXUVR p PXLWR ERP H DMXGD QmR Vy DPSOLDU R FRQKHFLPHQto como a fazer rede, aprendendo com HVSHFLDOLVWDV GD iUHDÂľ GLVVH (OH FRQWRX que estĂĄ se capacitando ainda mais para SRGHU WUDEDOKDU FRP FRQVHUYDomR H UHFXUVRV KtGULFRV $ 2UJDQL]DomR LQWHUQDFLRQDO 7KH 1DWXUH &RQVHUYDQF\ 71& PLQLVWURX FXUVRV VREUH ´3HJDGD +tGULFDÂľ $ $VVRFLDomR %UDVLOHLUD GH (QJHQKDULD 6DQLWiULD H $PELHQWDO $%(6 GHX R FXUVR ´$ ÉJXD QD FLGDGH GR IXWXUR GHVDĂ€RV H SHUVSHFWLYDVÂľ 2 +LGURH[ RIHUHFHX RV FXUVRV “Panorama da Conservação de Comu-
SEGURANÇA H�DRICA No último dia do evento, 27 de PDUoR R XVR GRV UHFXUVRV KtGULFRV IRL GLVFXWLGR QD )LHPJ SDUD DXGLWyULR ORWDGR FRP FHUFD GH SHVVRDV 2 ZRUNVKRS ´6HJXUDQoD +tGULFD DSUHVHQWRX RV SUREOHPDV GH HVFDVVH] GH ågua atuais e futuros, que deverão ser enfrentados pelo Estado, não mais restritos apenas às regiþes Norte, NorGHVWH H 9DOH GR -HTXLWLQKRQKD 6HJXQGR R JHUHQWH GH PHLR DPELHQWH GD )LHPJ :DJQHU 6RDUHV DV GLVFXVsþes vão nortear novos procedimentos e algumas correçþes em diretrizes DWXDLV GR (VWDGR ´&RP DV PXGDQoDV climåticas temos que lidar com as maQLIHVWDo}HV H[WUHPDV H HVWDEHOHFHU XP programa de gestão voltado para as HPHUJrQFLDV FRPR VHFDV SURORQJDGDV RX SHUtRGRV PXLWR FKXYRVRV¾ GLVVH Para o professor do departamento GH HQJHQKDULD KLGUiXOLFD H DPELHQWDO GD 8QLYHUVLGDGH )HGHUDO GR &HDUi H GL-
PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014
SeminĂĄrio na FIEMG reuniu especialistas sobre Segurança HĂdrica
retor para o Brasil do Columbia Water Center, Francisco Assis, nĂŁo hĂĄ como prever a demanda por ĂĄgua para os prĂłximos 10 ou 20 anos, porque os protocolos de intençþes nem sempre se concretizam. Mas, ĂŠ certo que a demanda estĂĄ crescendo mais rĂĄpido, assim como as incertezas da oferta, com as variaçþes climĂĄticas. “O cenĂĄrio a ser gerenciado ĂŠ de complexidade e de incertezasâ€?, diz. Assis tambĂŠm aponta a necessidade de aproveitar as oportunidades. “SĂł nos lembramos da seca ou das enchentes quando elas ocorrem. Romper isso ĂŠ XP GHVDĂ€R DVVLP FRPR DYDQoDU QD JHVtĂŁo das secas, com planejamento de escala global e a longo prazoâ€?, avalia. O professor adjunto da Escola de Engenharia da UFMG MĂĄrio Cicareli Pinheiro falou sobre o cenĂĄrio estadual e ressaltou a crise de abastecimento e a disputa pelas ĂĄguas da Bacia do Rio ParaĂba do Sul e o ano hidrolĂłgico em Minas. Entre os exemplos do desequilĂbrio estĂŁo os recordes de chuva no Vale do Rio Doce e a falta dela no Sul de Minas. Na cidade de AimorĂŠs no Vale do Rio Doce, em seis dias do mĂŞs de dezembro do Ăşltimo ano, o total precipitado foi equivalente a metade da chuva anual, enquanto em algumas regiĂľes do Sul de Minas, o total precipitado em janeiro de 2014 passou de 35 mm, o equivalente a 10% do esperado para o mĂŞs. O evento, mediado por Wagner Soares, ainda contou com a palestra do consultor Gilberto Valente Canali, que falou sobre os instrumentos normativos e segurança hĂdrica e com a presença da diretora geral do Instituto Mineiro de GestĂŁo das Ă guas (Igam), MarĂlia de Carvalho Mello, e do deputado estadual
e presidente da ComissĂŁo Especial das Ă guas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Almir Paraca. Neste dia tambĂŠm foi lançado o Mapa da Qualidade das Ă guas de Minas Gerais. Segundo o mapa das nove bacias do estado, cinco tiveram melhoras e quatro tiveram uma piora. Entre as que tiveram piora na qualidade das ĂĄguas na comparação de 2012 com 2013 estĂŁo as Bacias do ParanaĂba, Doce, Jequitinhonha e Pardo. “O monitoramento da qualidade da ĂĄgua ĂŠ um importante indicaGRU SDUD D Ă€VFDOL]DomRÂľ explica MarĂlia Melo, do IGAM.
Instituto Mineiro de GestĂŁo das Ă guas (IGAM) na estruturação do Sistema Estadual de Informaçþes sobre Recursos HĂdricos (InfoHidro), um dos instrumentos de gestĂŁo das ĂĄguas estabelecido pela PolĂtica Estadual de Recursos HĂdricos. O objetivo principal do Portal ĂŠ disponibilizar dados e informaçþes sobre gestĂŁo das ĂĄguas que sĂŁo produzidas pelo IGAM e por seus parceiros, tais como ComitĂŞs de Bacia, AgĂŞncias de Bacias, Universidades, entre outros. Nele, ĂŠ possĂvel encontrar dados sobre outorgas, informaçþes sobre a cobrança pelo uso de recursos hĂdricos, sĂŠries histĂłricas de monitoramento da qualidade da ĂĄgua, mapas e relatĂłrios de qualidade da ĂĄgua, alĂŠm de bases FDUWRJUiĂ€FDV GRV UHFXUVRV KtGULFRV GR estado de Minas Gerais.
PORTAL INFOHIDRO E RELATĂ“RIO DE SITUAĂ‡ĂƒO DOS RECURSOS HĂ?DRICOS Durante a abertura foi lançado pela diretora geral do IGAM o Portal InfoHidro e o relatĂłrio de situação dos recursos hĂdricos. “A metodologia ĂŠ baseada no trabalho da AgĂŞncia Nacional de Ă guas (ANA) e busca dar total transparĂŞncia dos dados Ă sociedadeâ€?, explicou MarĂlia. JĂĄ o portal InfoHidro ĂŠ parte do trabalho do
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INAUGURAĂ‡ĂƒO DA SALA DE SITUAĂ‡ĂƒO DE EVENTOS CRĂ?TICOS E HIDROLĂ“GICOS DE MINAS GERAIS Ainda ao longo da Semana das ĂĄguas tambĂŠm foi inaugurada a Sala de Situação de Eventos CrĂticos e HidrolĂłgicos de Minas Gerais, situada na Cidade Administrativa. O espaço tem como objetivo monitorar e gerar informaçþes mais rĂĄpidas e detalhadas sobre eventos hidrometeorolĂłgicos crĂticos, como tempestades, FKHLDV H VHFDV D Ă€P GH VXEVLGLDU RV yUJmRV de Defesa Civil municipais e estadual na tomada de decisĂŁo. Tendo em vista o desenvolvimento das atividades de monitoramento hidrometeorolĂłgico, o intercâmbio de dados, a gestĂŁo de riscos ambientais, bem como o aperfeiçoamento do conhecimento relativo Ă s informaçþes ambientais, hidrolĂłgicas e meteorolĂłgicas, a Sala de Situação permitirĂĄ a adoção de medidas preventivas e mitigadoras dos efeitos de secas e inundaçþes. De acordo com a diretora geral do Igam, MarĂlia Melo, por meio da Sala serĂĄ possĂvel compilar dados, potencializĂĄ-los e antecipar a informação para as defesas civis. “Ao conseguir antecipar esses dados estaremos ajudando as autoridades na tomada de decisĂŁo de retirar ou nĂŁo as populaçþes das ĂĄreas atingidas por tem-
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pestades e enchentes minimizando, assim, perdas materiais e humanasâ€?, destacou. Segundo MarĂlia, a regiĂŁo da Bacia do 5LR 'RFH p XP ERP H[HPSOR GD HĂ€FLrQcia do sistema. “Nessa regiĂŁo conseguimos uma previsĂŁo com 12 horas de antecedĂŞnFLD FRP GH FRQĂ€DELOLGDGHÂľ UHVVDOWD Os investimentos na Sala de Situação foram feitos pela AgĂŞncia Nacional das Ă guas (ANA) que incentiva os estados a criarem seus prĂłprios espaços para monitoramento de eventos crĂticos. AtĂŠ agora, a AgĂŞncia jĂĄ inaugurou ou estruturou Salas de Situação em 25 estados, exceto no EspĂrito Santo e no Distrito Federal. Em Minas, serĂĄ investido cerca de R$ 1,1 milhĂŁo em equipamentos, programas de computador e treinamento tĂŠcnico. ToGRV RV UHFXUVRV Ă€FDUmR GLVSRVWRV QD 6DOD de Situação, anexa Ă sala do Sistema de Meteorologia e Recursos HĂdricos de Minas Gerais (Simge), que jĂĄ recebe informaçþes geradas pelo radar meteorolĂłgico localizado em Mateus Leme, na RegiĂŁo Metropolitana de Belo Horizonte, e por imagens de satĂŠlite. 0DUtOLD 0HOR GR ,*$0 Ă€FRX VDWLVIHLWD com os resultados do amplo diĂĄlogo de trĂŞs dias intensos de trabalho. “Na nossa avaliação o balanço do evento foi muito positivo. Cumprimos o objetivo de integrar a sociedade em uma discussĂŁo de temas relevantes sobre a agenda de recur-
PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2014
sos hĂdricos. Por meio do guarda-chuva da Semana: Pesquisa e Inovação na gestĂŁo de recursos hĂdricos tivemos a oportunidade de entender a importância da ĂĄgua para a geração de energia considerando diferentes matrizes e nĂŁo sĂł a hidrĂĄulica. Debater o tema de segurança hĂdrica e o posicionamento de Minas e oportunidades neste tema. Que nos mostrou que temos que fazer uma avaliação da infraestrutura hĂdrica GR HVWDGR SDUD QmR Ă€FDUPRV YXOQHUiYHLV Ă s questĂľes climĂĄticas e garantir a demanda hĂdrica para os diversos usos, inclusive o ambientalâ€?, avaliou. MarĂia Melo lembrou ainda que a 0RVWUD FLHQWtĂ€FD DSUHVHQWRX j VRFLHGDde e Ă academia os projetos de pesquisa que a CEMIG tem desenvolvido no tema ĂĄgua e energia, buscando aprimoramento tecnolĂłgico e metodolĂłgico. “AlĂŠm disso entregamos produtos Ă sociedade. O portal Infohidro, garantindo aprimoramento da gestĂŁo da informação e maior transparĂŞncia aos nossos dados. A Sala de situação de eventos crĂticos hidrolĂłgicos uma inovação para a gestĂŁo de eventos crĂticos hidrolĂłgicos de enFKHQWH H VHFD ( SRU Ă€P R PDSD GH TXDlidade da ĂĄgua que apresenta nossas melhorias do ponto de vista de qualidade e RV GHVDĂ€RV TXH QyV H WRGD D VRFLHGDGH temos em algumas regiĂľes no controle ambientalâ€?, concluiu.
O Governo de Minas, através da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, juntamente com os parceiros e organizadores, agradece a todos os participantes da Semana das Águas 2014. Esperamos que as questões discutidas, com a presença de cerca de 900 participantes durante todo o evento, possam trazer novas soluções para a conservação e preservação dos recursos hídricos de Minas Gerais. Palestrantes, convidados, imprensa e demais participantes: graças a vocês, a Semana das Águas foi um grande sucesso! Contamos com a presença de todos no ano que vem!
SEMANA DAS ÁGUAS 201 4. CIÊNCIA E INOVAÇÃO NA GESTÃO DAS ÁGUAS.
Parceiros: Realização: Organização:
Frases GUIMARÃES ROSA “A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.” MACHADO DE ASSIS A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal. VIRGINIA WOOLF “Uma paixão tão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas.”
FIDEL CASTRO “Jesus Cristo foi o primeiro comunista. Repartiu o pão, repartiu os peixes e transformou a água em vinho.”
WILLIAM SHAKESPEARE “As falhas dos homens eternizam-se no bronze, as suas virtudes escrevemos na água.” 24
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ARTHUR SCHOPENHAUER “A riqueza influencia-nos como a água do mar. Quanto mais bebemos, mais sede temos.”
FRANZ KAFKA Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE “O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.”
600
Participantes
200
Empresas
12
Atrações internacionais
60
Palestrantes Workshops com especialistas Competição de start-ups Sessões vivenciais em projetos Programação pós-evento
2 dias
De grande aprendizado
Sustainable Brands é uma comunidade internacional de aprendizagem, focada em compreender e alavancar o papel das marcas na construção de um futuro próspero. Tem como base a crença de que, estimulando o melhor da engenhosidade e da inovação, podemos mudar a forma como se faz negócios e, com isso, o mundo.
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P e lo B rasi l
Enrico Marone
Em Ă?ndice de SaĂşde do Oceano exclusivo, Brasil recebe nota 6
Produtos Naturais, Turismo e Recreação e Provisão de Alimentos receberam as menores pontuaçþes H VXJHUHP DWHQomR jV WRPDGDV GH GHFLV}HV H GHÀQLo}HV GDV SROtWLFDV S~EOLFDV QDFLRQDLV Da CI Brasil
Essa primeira tentativa de levantamento da saĂşde do oceano no Brasil fornece ela primeira vez, o Brasil dispĂľe de uma linha de base relevante a partir da um Ăndice que reĂşne aspectos am- qual mudanças futuras podem ser mensubientais, sociais e econĂ´micos pro- radas. TambĂŠm destaca onde sĂŁo vidos pelo mar. Trata-se do Ă?ndice necessĂĄrias melhores informaçþes de SaĂşde do Oceano do Brasil (em inglĂŞs, que podem ajudar a guiar açþes de polĂtiOHI-Brasil), publicado na noite da Ăşltima cas e gerenciamento em escalas nacionais TXDUWD IHLUD GH DEULO QD UHYLVWD FLHQWtĂ€FD e sub-nacionais. PLOS ONE, que avaliou todos os 17 estaPara Cristiane Elfes, a relevância desse dos da costa brasileira, usando as melho- indicador se dĂĄ por seu ineditismo. “Sares bases de dados disponĂveis referentes bemos que ainda hĂĄ pontos a aprimorar, a 2012. Cada estado recebeu sua prĂłpria mas o primeiro passo foi dado. Esperapontuação. Na mĂŠdia geral, o Brasil atinmos tornar o OHI-Brasil um programa giu a nota 60, em uma escala de 100. Sob conduzido por instituiçþes brasileiras, coordenação da pesquisadora Cristiane para monitorar a situação dos mares em Elfes, do Departamento de Ecologia, Evolongo prazo. Essa ĂŠ uma ferramenta funlução e Biologia Marinha, da Universidade da CalifĂłrnia Santa BĂĄrbara, EUA, o estudo damental para a tomada de decisĂľes no contou com a colaboração de especialistas ambiente marinhoâ€?, garante. O OHI-Brasil ĂŠ uma variação regiode universidades americanas e da ONG nal do estudo global lançado em 2012, ambientalista Conservação Internacional. em um trabalho colaborativo de vĂĄrias O Brasil foi escolhido para esse levanuniversidades e ONGs, liderado por Ben tamento regional porque possui uma das Halpern, do Centro Nacional para AnĂĄlise mais longas linhas de costa do mundo, e SĂntese EcolĂłgica dos EUA, e reavaliado uma alta diversidade biolĂłgica marinha e costeira e uma das maiores economias anualmente para incluir dados mais remundiais. A Zona EconĂ´mica Exclusiva FHQWHV GLVSRQtYHLV (OH FRPSDUD FLHQWLĂ€FDdo Brasil totaliza 3.660.995 km2 no Oce- mente e combina os elementos chaves de todas as dimensĂľes da saĂşde do oceano ano Atlântico Sul.
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– biolĂłgica, fĂsica, econĂ´mica e social – para mensurar o quĂŁo sustentĂĄvel ĂŠ o uso que as pessoas fazem dos recursos e serviços oferecidos pelo oceano e ambientes costeiros. 8PD GDV JUDQGHV GLĂ€FXOGDGHV GRV pesquisadores na elaboração do OHI-Brasil se concentrou na reuniĂŁo de dados para alguns setores importantes, como a pesca, por exemplo, “porque eles simplesmente nĂŁo existem para todos os estadosâ€?, contou Guilherme Dutra, diretor do Programa Marinho da Conservação Internacional (CI-Brasil) e coautor do estudo. “O governo federal parou o monitoramento pesqueiro nacional em 2011 e mesmo antes disso os dados eram descontĂnuos no tempo e na distribuição espacial. É imprescindĂvel que o governo gere informaçþes bĂĄsicas como estas, pois sem monitoramento nĂŁo hĂĄ gestĂŁo sustentĂĄvelâ€?, enfatizou Dutra.
Um resumo do OHI Brasil, dados e mĂŠtodos detalhados podem ser encontrados em: KWWS ZZZ RFHDQKHDOWKLQGH[ RUJ Regionals/Brazil_Assessment_Portuguese
Dia da Ă gua ĂŠ celebrado com lançamento de projeto na Bacia HidrogrĂĄďŹ ca do Rio Itamambuca Fotos de Divulgação
termÊdio do Comitê de Bacias HidroJUiÀFDV GR /LWRUDO 1RUWH &%+ /1 R projeto tem como entidade responsåvel a Associação Amigos de Itamambuca – SAI, e conta com a parceria da Fundação Florestal, por meio da à rea de Proteção Marinha do Litoral Norte (APAMLN) e Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, alÊm das Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Assistência Social, da Prefeitura Municipal de Ubatuba, Associação Ubatuba de Surf – AUS, Associação dos Amigos e Moradores de Itamambuca – SAMITA, Associação de Remanescentes da Comunidade Sertão de Itamambuca. PRÓXIMAS ETAPAS:
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conteceu no dia 21 de março o lançamento do projeto “DiagnĂłstico Ambiental da Bacia +LGURJUiĂ€FD GR 5LR ,WDPDPEXca – Ubatuba/SPâ€?, na sede da Sociedade Amigos da Itamambuca – SAI. Estavam presentes 53 pessoas, dentre autoridades locais, presidentes das associaçþes que compĂľem a bacia, membros do Instituto de Terras do Estado de SĂŁo Paulo – ITESP, Fundação Florestal, Secretaria Executiva do CBH-LN, alunos do Curso TĂŠcnico em Meio Ambiente da Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves, dentre outros. O evento homenageou o Dia Mundial da Ă gua, celebrado em 22 de março. Inicialmente houve a apresentação do Plano de GestĂŁo Ambiental da Bacia +LGURJUiĂ€FD GH ,WDPDPEXFD ² 3*$ UHDlizada por seu coordenador, Marcio JosĂŠ dos Santos. Logo apĂłs, o coordenador do projeto, Luis Gustavo Dall Fabro, fez uma apresentação sobre os objetivos do projeWR TXH WHP FRPR Ă€QDOLGDGH D PHOKRULD das condiçþes ambientais da comunidade, com foco na despoluição do Rio Itamambuca. Falou sobre as cinco ĂĄreas que serĂŁo alvos de estudo: uso e ocupação do solo; geodinâmica e clima; recursos hĂdricos; vegetação; e gestĂŁo participativa. Com o
desenvolvimento dos trabalhos de campo, um banco de dados serĂĄ alimentado constantemente, de modo a oferecer um diagnĂłstico que permitirĂĄ maior agilidade na anĂĄlise de dados dos ĂłrgĂŁos gestores atuantes na bacia. AlĂŠm de realizar um diagnĂłstico participativo, serĂĄ lançado um concurso para a criação da identidade visual do projeto, com o tema “Itamambuca, o Rio que caminha ao marâ€?. TambĂŠm serĂŁo selecionados os agentes multiplicadores de todas as açþes que fazem parte do projeto. Promovido pelo Fundo Estadual de Recursos HĂdricos (FEHIDRO), por in-
EstĂŁo previstas para o inĂcio de abril as atividades de campo, com realizaomR GDV RĂ€FLQDV SDUWLFLSDWLYDV MXQWR jV comunidades para levantamento das demandas, parte integrante do processo de gestĂŁo participativa, que objetiva a aquisição de dados primĂĄrios juntamente com o pĂşblico alvo da bacia a ser EHQHĂ€FLDGR 0DUFLR HQIDWL]RX D QHFHVVLdade de participação das comunidades e gestores locais nas prĂłximas etapas, jĂĄ TXH DV RĂ€FLQDV UHVXOWDUmR HP XP SODQR de ação para a localidade, levando em consideração o eixo tĂŠcnico e empĂrico integrantes do processo. Renata Costa/ECOTV
Por Lenina Mariano, de Ubatuba Especial para Plurale em revista
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P e lo B rasi l WikiParques Ê lançado Da Fundação Grupo Boticårio de Proteção à Natureza
A visitação turĂstica em unidades de conservação (UCs), especialmente nos parques nacionais, tem crescido a cada ano. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em 2012 5,6 milhĂľes de visitantes passaram pelas UCs brasileiras e esse nĂşmero pode ser ainda maior neste ano. A partir desta semana, internautas do mundo inteiro terĂŁo mais facilidade para conhecer e visitar os parques nacionais brasileiros, com o lançamento o WikiParques, idealizado pela Associação O Eco e pela Fundação Grupo BoticĂĄrio de Proteção Ă Natureza. A partir da mesma tecnologia utilizada pela conhecida WikipĂŠdia, essa nova plataforma colaborativa (www.wiki parques.org) disponibiliza, inicial-
mente, informaçþes gratuitas sobre os 69 parques nacionais do paĂs: principais atraçþes, contatos, mapas de acesso, histĂłrico, alĂŠm de informaçþes sobre a biodiversidade protegida no local. Todas essas informaçþes podem ser editadas e complementadas por qualquer internauta, alĂŠm de poderem ser compartilhadas nas principais redes sociais. TambĂŠm serĂĄ possĂvel adicionar novas unidades de conservação Ă plataforma (com a inclusĂŁo de verbetes e fotos), como par-
ques estaduais, estaduais Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), estaçþes ecológicas, monumentos naturais entre outras. Os usuårios tambÊm poderão debater nos fóruns da plataforma.
A edição deste mês da Revista RI - Relaçþ çþes com Investidore res, celebra 16 anos d de ediçþes mensais iininterruptas e se consolida como a mais longeva e importa importante publicação do mercado de capitais no Brasil. Desde seu lançamento, em março de 1998, a RI tem como objetivo difundir as melhores pråticas nas Relaçþes com Investidores, levando ao conhecimento dos leitores temas relevantes ao desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro, tais como: Governança Corporativa, Comunicação Corporativa, Sustentabilidade, Branding, Criação de Valor, Legislação Societåria, Mercado Global, Ativismo, assim como experiências de empresas brasileiras e estrangeiras que possam servir de exemplos ou modelos no campo das relaçþes com investidores. A edição comemorativa dos 16 anos da RI trås, como destaque de capa, uma ampla reportagem sobre a crise no mercado de
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capitais brasileiro, que segundo especialistas o principal motivo estĂĄ na polĂtica econĂ´mica do governo Dilma Rousseff - que vem resultando em fraco desempenho do PIB, cujo crescimento foi de apenas 2,3% em 2013, alĂŠm de mudanças em marcos regulatĂłrios, como o de concessĂľes do setor elĂŠtrico e de exploração do petrĂłleo, que jogaram o principal Ăndice de preço de açþes no paĂs, o Ibovespa, para a lanterna dos ganhos em bolsas de valores. Os dados apresentados na edição, sĂŁo alarmantes: em 2013, o Ibovespa caiu 15,5%, o pior resultado entre bolsas de 48 paĂses. A matĂŠria de capa da RI deste mĂŞs teve DPSOD UHSHUFXVVmR QD PtGLD Ă€QDQFHLUD sendo pauta em diversos veĂculos, como Exame.com, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, etc - com destaque para a honrosa homenagem feita pelo jornalista
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Reprodução do Manhattan Conection
Revista RI celebra 16 anos e se consolida como a mais longeva revista do mercado de capitais no Brasil
Lucas Mendes, pelo aniversĂĄrio da publicação, no programa semanal Manhattan Connection da Globo News. AlĂŠm da edição impressa, distribuĂda para assinantes, mailing dirigido e principais bancas - a RI pode tambĂŠm ser integralmente acessada, a qualquer momento e em qualquer lugar do mundo, atravĂŠs da edição “digitalâ€?, podendo ao download ser feito a partir de link disponĂvel no site: ZZZ UHYLVWD5, FRP EU.
Da Fetranspor
No dia 26 de março, a Fetranspor – Federação das empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, e o Instituto Ethos assinaram um termo de parceria para marcar a adesão da entidade aos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis. Os Indicadores Ethos são uma ferramenta de gestão que visa apoiar as empresas de qualquer segmento na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio. Ao longo dos anos a Fetranspor vem articulando parcerias e capacitando as 211 empresas do sistema com o objetivo de incorporar a seus modelos de negócios as melhores práticas de RSE/Sustentabilidade.
– Queremos estimular as empresas do setor a aplicar os indicadores Ethos para que façam um autodiagnóstico de suas gestões e assim aprimorem e aprofundem suas ações de RSE e sustentabilidade com foco no negócio – explicou a gerente de Responsabilidade Social da Fetranspor, Márcia Vaz. A cerimônia contou com as presenças do presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, e do diretor de Operações, Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, Caio Magri. Antes da assinatura, a gerente de Responsabilidade Social da Fetranspor, Márcia
Divulgação
Fetranspor e Instituto Ethos firmam parceria pela sustentabilidade nos transportes públicos
Vaz, apresentou o plano de trabalho para mobilizar e apoiar as empresas e sindicatos do segmento na aplicação dos indicadores.
Chapada dos Veadeiros
Textos e Fotos: NĂcia Ribas, De Plurale em revista
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entenas de nascentes e cursos d`ĂĄgua, incluindo a nascente do Rio Tocantins, integram o cenĂĄrio paradisĂaco do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, no estado de GoiĂĄs.. O Tocantins nasce ali, passando logo apĂłs pelos estados do Tocantins, MaranhĂŁo e ParĂĄ, atĂŠ a sua foz no GolfĂŁo AmazĂ´nico - prĂłximo a BelĂŠm, onde se localiza a ilha de MarajĂł. NavegĂĄvel em muitos dos seus 2.640 quilĂ´metros de comprimento, o Tocantins recebe em seu percurso, na regiĂŁo do Bico de Papagaio, outro importante rio brasileiro, o Araguaia, que se divide, IRUPDQGR D PDLRU LOKD Ă XYLDO GR PXQGR a Ilha do Bananal. AlĂŠm disso, possui importante potencial elĂŠtrico, aproveitado pela Usina de TucuruĂ. Segundo maior rio totalmente brasileiro, atrĂĄs apenas do SĂŁo Francisco, em alguns trechos, como no sudeste do ParĂĄ, em ĂŠpocas de cheias, o Tocantins atinge nĂveis acima de 10 metros, ultrapassando a cota de segurança e assustando a população ribeirinha.
Todo brasileiro, o Rio Tocantins dĂĄ vida Ă Chapada dos Veadeiros
CHAPADA DOS VEADEIROS COM GUIA, É MAIS BONITA $à XHQWHV GRV 5LRV 0DUDQKmR H 3Dranã, formadores do Rio Tocantins que drenam a Chapada dos Veadeiros, formada por planaltos levemente inclinados, entalhados por veredas e morros. Um enorme platô com årea de 4.492km quadrados, e altitude mÊdia de 1.200m, estå situado no ponto mais alto do Planalto Central do Brasil. Suas nascentes são os principais formadores da bacia do
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Rio Tocantins, um dos Ăşltimos mananciais de ĂĄguas nĂŁo poluĂdas do planeta Por sua vez, os visitantes do Parque festejam a iniciativa do Instituto Chico Mendes - ICMbio de desobrigar, no ano passado, a contratação de guias para conhecer as trilhas do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros. De outro, os guias (ou condutores, como eles se auto intitulam), queixam-se de desemprego e de maus tratos DR 3DUTXH FRPR OL[R H UHWLUDGD GH HVSpFLHV GD Ă RUD H GH cristais, que brotam no solo. Desde 1961, quando foi criado, o Parque protege uma ĂĄrea de 65.514 ha do Cerrado de altitude. AlĂŠm das inĂşmeras nascentes e cursos d ĂĄgua; rochas com mais de um bilhĂŁo de anos; e um visual de tirar o fĂ´lego. Ali tambĂŠm estĂŁo preservadas ĂĄreas de antigos garimpos. O
Parque foi declarado PatrimĂ´nio Mundial Natural em 2001 pela UNESCO. E desde 1991 era proibido entrar sem um condutor, que cobra R$100,00 por grupo.
O GUIA MAIS AN TIGO Wilson JosĂŠ Dourado, 59 anos, condutor do Parque desde os 16, ainda estĂĄ lĂĄ, guiando os visitantes que prefe rem entrar acompanha dos. Ele segue pelas tri lhas, reparando nas esp ĂŠcies que desaparecem de um dia para o outro . “O pior animal ĂŠ o ser humano, que destrĂłi sua prĂłpria casaâ€?. Ao longo da caminhada, Wilson vai mostrando HVSpFLH GD Ă RUD H FRQWDQ cada GR D KLVWyULD GR 3DUTXH ´&DQGRPEi p LQĂ DPi vel, tivemos um incĂŞn dio hĂĄ trĂŞs anos; canela da ema, um chĂĄ bom pa dor na coluna; a cong ra onha ĂŠ diurĂŠtica; a co paĂba, seu Ăłleo ĂŠ bom o rim, a prĂłstata; e o ba para rbatimĂŁo recupera a vir gindade da mulher.â€? Wilson lembra-se da ĂŠpoca em que havia garimpo na regiĂŁo e encontravam cristais puros de atĂŠ 20 quilo s. “Orgulhoso do lug onde nasceu e da ca ar misa que veste, com a logo da Associação Condutores, ele sab dos e tudo: “Aqui nĂłs tem os um cerradĂŁo com campo rupestre, camp o limpo e campo sujo. Desde a Rio 92, serve sĂł para turismo, acab aram com a agricultur a e o garimpo,â€? festej A decisĂŁo de acabar a. com a obrigatorieda de de contratação de guias, que na ĂŠpoca eram 130 para uma po pulação de 600 pesso (mais de 20%) foi dis as cutida com a comunid ade, que considerou Vila de SĂŁo Jorge, po a rta de entrada do Pa rque, capaz de absorve a mĂŁo de obra para r serviços em bares, re staurantes e pousad Mesmo nĂŁo sendo ob as. rigatĂłrio, o ICMBio continua incentivando a contratação dos co ndutores de visitantes porque eles tornam visita muito mais int a eressante, ajudando a melhor compreende histĂłria humana e na ra tural do Parque.
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Lagoa Rodrigo de Freitas
E n s a i o
A gaivota parece emoldurar a Praia de Ipanema
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RIO: Ă GUA DE TODAS AS FONTES
Stand-up na Praia de Ipanema
O publicitĂĄrio Fernando Gonçalves ĂŠ um carioca apaixonado pela cidade que nasceu e sempre o acolheu. Neste ensaio, especial para os leitores de Plurale, ele buscou no seu arquivo de centenas de fotos ângulos e olhares apaixonados por uma cidade que ĂŠ “aquĂĄticaâ€? por natureza. “A ĂĄgua no nosso Rio de Janeiro brota em todos os cantos, recantos e encantos, nos presenteando com formas TXH HVFXOSHP DV PDLV EHODV SDLVDJHQVÂľ DĂ€UPD &ULD HVSHOKRV TXH UHĂ HWHP DV EHOH]DV GH XPD FLGDGH que insiste em ser maravilhosa, circulando livre por praias, rios, lagoas, cachoeiras, nascentes. Seja no veleiro que singra a BaĂa de Guanabara, na gaivota que parece emoldurar a Praia de Ipanema, onde carioca pratica o esporte do momento, o stand-up. Acostumado a cruzar a BaĂa, Fernando fotografou o Rio da Praia de Piratininga, em NiterĂłi e esteve ainda na Ilha Fiscal, cenĂĄrio histĂłrico. Salgada ou doce, azul ou verde, quente ou fria, cintila ao sol de dia e se tinge de prata ao luar, promovendo espetĂĄculos de onda e espuma. Ă gua de todas as fontes, que irriga os campos, produz energia, gera vida e lava a alma!
Fotos:
FERNANDO GONÇALVES
O Rio visto de Piratininga (em NiterĂłi)
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Veleiro na Enseada de Botafogo
Ilha Fiscal
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Economia
Jeffrey Sachs defende a migração para a economia de baixo carbono e lança, no Rio, a Rede de soluçþes para cidades sustentåveis Por Sônia Araripe, Editora de Plurale Foto de Giselle Paulino
O
professor da Universidade de Columbia (EUA), Jeffrey Sachs, considerado um dos principais interlocutores sobre Economia e Sustentabilidade deixou um duro recado ao visitar o Rio – em março - para o lançamento da Rede Brasileira de Soluçþes para o Desenvolvimento SustentĂĄvel (RSDS Brasil). Ele criticou o uso desenfreado de combustĂveis fĂłsseis, alertou para os problemas causados pelo clima nas hidrelĂŠtricas, defendeu que o Brasil reforce a busca por energias renovĂĄveis e frisou a urgĂŞncia da migração para a chamada economia de baixo carbono. “Temos que descarbonizar a sociedade, procurar soluçþes baseadas em tecnologia de ponta. Vivemos uma crise acentuada e WRGRV VHUmR FKDPDGRV D FRQWULEXLUÂľ DĂ€Umou Sachs para uma plateia atenta no auditĂłrio do novo Museu de Arte Moderna do Rio, na ĂĄrea revitalizada do Porto. SimpĂĄtico, cordial, o professor americano falou durante cerca de 40 minutos para marcar o lançamento da RSDS Brasil, que serĂĄ uma espĂŠcie de think thank para discutir soluçþes para cidades mais sustentĂĄveis. Na avaliação de Sachs, os governos sĂŁo parte, ĂŠ claro, neste cenĂĄrio, mas nĂŁo irĂŁo liderar estas mudanças tĂŁo relevantes. “Acredito que empresas e centros de pesquisa possam impulsionar esta migração por deterem tecnologia de ponta. Mas os governos tambĂŠm sĂŁo importantesâ€?, disse, destacando que as mudanças levam uma a duas geraçþes para acontecerem. Frisou tambĂŠm que a questĂŁo da governança tambĂŠm ĂŠ essencial neste diĂĄlogo em curso. Mais tarde, em entrevista para imprensa, o professor da Universidade de Columbia - autor de vĂĄrios best-sellers e autor de arWLJRV HP FHUFD GH SDtVHV FKHJRX D DĂ€Umar que nĂŁo vĂŞ esta visĂŁo macro no gover-
no americano. “No governo americano nĂŁo vejo white paper (estudos estratĂŠgico para solução de problema), nem verdes, nem de cor algumaâ€?, ironizou. Perguntado pelos repĂłrteres sobre o Brasil, ele reforçou a importância das fontes de energia renovĂĄvel. “No Brasil, a energia tem uma emissĂŁo relativamente baixa de carbono se comparado a paĂses como os Estados Unidos. As hidrelĂŠtricas e o biocombustĂvel feito de cana-deaçúcar sĂŁo contribuiçþes positivas, mas R %UDVLO WHP GHVDĂ€RV DLQGD PDLRUHV j IUHQWHÂľ DĂ€UPRX 6DFKV Parte da RSDS Mundial, a Rede Brasileira ĂŠ uma iniciativa de organizaçþes do terceiro setor, academia, governo e empresas. Seu objetivo ĂŠ aproximar diferentes esferas da sociedade para disseminar soluçþes concretas para que os objetivos de desenvolvimento sustentĂĄvel sejam alcançados. AtĂŠ o momento, a RSDS Brasil ĂŠ formada por organizaçþes como o Instituto de Economia e a COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); o Programa de Graduação em PrĂĄticas de Desenvolvimento SustentĂĄvel (MDP Brasil) e o Centro Internacional de Estudos para o Desenvolvimento SustentĂĄvel da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; o Programa Multidisciplinar Ambiental da Universidade CatĂłlica do Rio de Janeiro; o Instituto Pereira Passos (IPP); a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento SustentĂĄvel (FBDS); a Fundação Roberto Marinho; o Centro Rio +; o CEBDS, Pacto Global do Brasil; o ObservatĂłrio de Favelas e a Conservação Internacional (CI). A nova rede global foi lançada pelo secretĂĄrio-geral da Organização das Naçþes Unidas, Ban Ki-moon, em agosto de 2012, e tem como objetivo mobilizar especialistas da sociedade civil e dos setores cien-
WLĂ€FR DFDGrPLFR H SULYDGR QD EXVFD SRU soluçþes sustentĂĄveis para problemas de escala global, nacional e local. Jeffrey Sachs ĂŠ conselheiro especial do secretĂĄrio-geral da ONU nas Metas de Sustentabilidade do MilĂŞnio e foi considerado pela revista The Economist como um dos trĂŞs economisWDV PDLV LQĂ XHQWHV GD ~OWLPD GpFDGD No Brasil, a nova Rede selecionou o Rio como primeiro estudo de caso e outro foco serĂĄ na AmazĂ´nia. O lançamento da RSDS para a AmazĂ´nia serĂĄ nesta terça, dia 18 de março, com apoio da Fundação Amazonas SustentĂĄvel (FAS). A ideia, no caso das cidades, ĂŠ pensar soluçþes sustentĂĄveis para cidades e o Rio de Janeiro foi escolhido entre vĂĄrias outras megalĂłpoles globais. “QuerĂamos que essa rede global ajudasse a pensar o desenvolvimento sustentĂĄvel em algumas importantes cidades no mundo. Pensaremos soluçþes para o Rio. No caso da AmazĂ´nia, as soluçþes serĂŁo outras, ĂŠ claroâ€?, explicou. Se alguĂŠm imaginava um acadĂŞmico GLVWDQWH GR PXQGR VXVWHQWiYHO Ă€FDULD VXUpreso ao ouvir as declaraçþes ontem de Jeffrey Sachs. Ele advertiu que “as emissĂľes GH GLy[LGR GH FDUERQR HVWmR DVĂ€[LDQGR R planetaâ€? e criticou o consumo excessivo, por exemplo, de carne vermelha. “Gasta-se muita terra e ĂĄgua para produzir esta carne. Defendo o maior consumo de vegetaisâ€?, disse. Autor de recente best-seller sobre soluçþes para combater a pobreza no planeta, ele defendeu a educação como transformadora e lembrou que os milionĂĄrios deveriam mesmo ser convocados a ajudar a quitar esta conta. “O novo prefeito de Nova York defendeu mais impostos para TXH RV PXLWR ULFRV SRVVDP DMXGDU D Ă€QDQciar a educação prĂŠ-escolar universal. As pessoas acharam que ele ĂŠ louco, atacaram a sugestĂŁo. Mas a ideia ĂŠ corretaâ€?, citou.
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Ecoturismo
Nacional do Iguaçu tem recorde arque Nacional PParque de visitantes
FlorianĂłpolis ganha nova trilha ecolĂłgica A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) inaugurou no dia 2 de abril a Trilha EcolĂłgica do Rio Vermelho, em FlorianĂłpolis. Com um quilĂ´meWUR GH SHUFXUVR D WULOKD Ă€FD GHQWUR GR 3DUTXH (VWDGXDO do Rio Vermelho e ĂŠ totalmente acessĂvel para cadeirantes, atravĂŠs de decks de madeira. No entorno do caminho, hĂĄ 16 viveiros com mais de 150 animais silvestres de 35 espĂŠcies da fauna catarinense, entre elas macacos, jabutis, araras, papagaios, pumas. A trilha, totalmente gratuita, terĂĄ uma estrutura de monitores bilĂngues e estarĂĄ aberta a agendamento de escolas.
Zaira Matheus
O Parque Nacional do Iguaçu recebeu a maior visitação de sua histĂłria. Foram 431,3 mil visitantes apenas de janeiro a março deste ano - e a expectativa ĂŠ ainda melhor para o segundo trimestre, o que inclui o perĂodo da Copa do Mundo. SĂŁo aguardados 163 mil turistas no estado do ParanĂĄ apenas durante o evento, de acordo com estimativa do MinistĂŠrio do Turismo. No ano passado, mais de 1,5 milhĂŁo de pessoas visitaram as Cataratas do Iguaçu.
ISABELLA ARARIPE
SSocorro ocorro ganh ganha ha prĂŞmio prĂŞĂŞmiio iinternacional ntternaciionall por turismo acessĂvel Considerado um polo de turismo de aventura no Brasil, a cidade de Socorro, a 132 quilĂ´metros de SĂŁo Paulo, recebeu QR GLD ƒ GH DEULO R 3UrPLR 5DLQKD 6RĂ€D GH $FHVVLELOLGDGH RXWRUJDGR SHOR &RQVHOKR 5HDO SDUD 'HĂ€FLrQFLD GR JRYHUQR espanhol, que visa a promoção e o desenvolvimento de atividades culturais e artĂsticas. A cidade paulista foi a vencedora na categoria para atĂŠ 100 mil habitantes. A cerimĂ´nia foi realizada no PalĂĄcio Zarzuela, residĂŞncia dos reis da Espanha, e FRQWRX FRP D SUHVHQoD GD UDLQKD 6RĂ€D
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B ĂĂa do Sancho, em Fernando de Ba Noronha, ĂŠ eleita a melhor praia do planeta A BaĂa do Sancho, praia do arquipĂŠlago de Fernando de Noronha, foi escolhida como a mais bela do mundo no prĂŞmio Traveller’s Choice do Trip Advisor. A pesquisa ĂŠ divulgada anualmente pelo site de viagens e leva em conta as praias mais bem avaliadas por seus usuĂĄrios nos Ăşltimos 12 meses. AlĂŠm da ilha, outras duas praias brasileiras aparecem na lista mundial de 25 destinos: sĂŁo a Praia dos Carneiros, em TamandarĂŠ (PE) e a praia de Lopes Mendes, em Ilha Grande (RJ).
22.MAIO
9h - 18h | SÃO PAULO
seminário
CAMINHOS PARA CONQUISTAR A ACEITAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA. GARANTA A SUA VAGA! Local: Espaço Aberje Sumaré Rua Amália de Noronha, 151 Próximo à estação Sumaré do metrô São Paulo - SP
Informações: Carolina Modesto carolina.modesto@aberje.com.br (11) 3662-3990 - Ramal 281
Acompanhe a programação: www.aberje.com.br/controversias
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ESTUDO DE CASO
Zona Oeste em transformação
POR MILENA MORAES - GERENTE DE SUSTENTABILIDADE, RELAÇÕES SOCIAIS E COMUNICAĂ‡ĂƒO DA FOZ Ă GUAS 5 E ALINE BRANDĂƒO ESPECIALISTA EM COMUNICAĂ‡ĂƒO E SUSTENTABILIDADE DA FOZ Ă GUAS 5
U
m processo de profunda transformação começa a acontecer na Zona Oeste do Rio de Janeiro, regiĂŁo conhecida como Ă rea de Planejamento 5 que abrange 21 bairros, de Deodoro a Santa Cruz. Para ampliar os Ăndices de coleta e tratamento de esgoto neste territĂłrio que representa 48% do municĂpio e reĂşne uma população de cerca de 2 milhĂľes de habitantes, concentradas na faixa de renda mensal mĂŠdia de R$ 1.400, a Prefeitura do Rio de Janeiro concedeu Ă iniciativa privada o esgotamento sanitĂĄrio. Desde 2012, a Foz Ă guas 5, formada pelos grupos Odebrecht Ambiental e Ă guas do Brasil, tem trabalhado para contribuir com o desenvolvimento de um territĂłrio sustentĂĄvel.
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Em um breve balanço de dois anos de operação, os nĂşmeros sĂŁo notĂĄveis. O atendimento funciona 24 horas todos os dias da semana. SĂŁo realizadas cerca de 1.800 desobstruçþes por mĂŞs, sendo que 90% dos chamados sĂŁo resolvidos em atĂŠ 24 horas e 80% em atĂŠ 12 horas. NĂŁo ter esgoto com vazamento na porta ĂŠ um ganho imediato para a população. AlĂŠm disso, reformas e reativaçþes de Estaçþes de Tratamento de Esgoto (ETEs) elevaram, em apenas um ano, sete pontos percentuais os Ăndices de tratamento. Ainda hĂĄ muito trabalho a ser feito. O modelo de concessĂŁo prevĂŞ metas claras para expansĂŁo das redes de coleta e tratamento. AtĂŠ 2017, a Zona Oeste terĂĄ 40% de cobertura. Esse nĂşmero serĂĄ 70%
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em 2022. Para atingir os 40%, a Foz Ă guas 5 investe R$ 640 milhĂľes na construção de novas redes e estaçþes de tratamento em Deodoro e Bangu. Em 30 anos de concessĂŁo serĂŁo R$ 2.8 bilhĂľes. As obras iniciaram em outubro do ano passado em 'HRGRUR SULPHLUR EHQHĂ€FLDGR $V LQWHUvençþes serĂŁo concluĂdas a tempo de garantir o esgotamento sanitĂĄrio nas unidades que receberĂŁo os Jogos OlĂmpicos de 2016 e vĂŁo contribuir com a despoluição da Baia de Guanabara. A obra de saneamento, de um modo em geral, consiste no seguinte processo: abre-se a vala, assenta-se o tubo, fecha-se o buraco e inicia-se a recomposição do pavimento. Metro a metro as redes vĂŁo sendo construĂdas e conectadas para comporem
Divulgação
A desinformação ainda ĂŠ um dos principais entraves no que diz respeito aos avanços do saneamento bĂĄsico. Programas de despoluição de rios e baĂas, por exemplo, sĂł darĂŁo certo se caminharem juntamente com a expansĂŁo dos serviços e conscientização da população sobre a participação de cada um no saneamento bĂĄsico. Para apoiar a atuação da Rede de DiĂĄlogo, a Foz Ă guas 5 e a UNESCO terĂŁo ainda outras ferramentas de suporte. Um carro, que circularĂĄ pelos bairros, funcionarĂĄ como uma exposição itinerante levando educação ambiental, informaçþes e entretenimento para os moradores. De forma lĂşdica, crianças e adultos poderĂŁo perceber o quanto pode ser interessante, divertido e ambientalmente responsĂĄvel pensar saneamento bĂĄsico. AlĂŠm disso, serĂŁo fomentaRede de DiĂĄlogos - Composta por 20 jovens moradores da Zona Oeste, na faixa dos ainda grupos de discussĂŁo coletiva com entre 18 e 25 anos, tem como uma das funçþes apoiar na divulgação de o objetivo de se buscar soluçþes comparinformaçþes sobre os benefĂcios das intervençþes. tilhadas para o desenvolvimento da regiĂŁo. No que tange aos projetos socioamum grande sistema. A complexidade desNesse sentido, a Foz Ă guas 5, para bientais, a Foz Ă guas 5 e a UNESCO cosas intervençþes estĂĄ diretamente relacio- alĂŠm dos esforços na construção de novas meçarĂŁo, tambĂŠm em 2014, o projeto de nada ao impacto na vida dos moradores e redes de coleta, desenvolveu programa Sustentabilidade nas escolas da rede muĂ percepção do benefĂcio para melhoria da de Sustentabilidade ancorado no conceito nicipal de ensino em parceria com a Escola qualidade de vida. de DiĂĄlogo. Realizado em parceria com a de Formação do Professor Carioca - Paulo +RMH XP GRV JUDQGHV GHVDĂ€RV GD )R] UNESCO e tendo como premissa a constru- Freire. A proposta ĂŠ capacitar professores Ă guas 5 ĂŠ contribuir para que a população ção conjunta com a população, a concessio- na temĂĄtica do saneamento. Cada ciclo reconheça a efetiva prestação do serviço e nĂĄria implementarĂĄ projetos socioambien- terĂĄ 160 educadores de 40 escolas da revalorize os novos ativos como um direito Ă tais sustentados por Plataforma de DiĂĄlogo. giĂŁo. Esses educadores, posteriormente, FLGDGDQLD (VVD QmR p XPD WDUHID IiFLO $Ă€- A primeira iniciativa ĂŠ a Rede de DiĂĄlogo. replicarĂŁo os conteĂşdos aprendidos para nal, depois de enfrentar eventuais trans- Composta por 20 jovens moradores da seus alunos em sala de aula. A inovação tornos como poeira, barulho e interdiçþes Zona Oeste, na faixa entre 18 e 25 anos, esta consiste na proposta pedagĂłgica adotada, no trânsito, o que foi feito estĂĄ fora do al- Rede tem como uma das funçþes apoiar na que utilizarĂĄ os jogos desenvolvidos pelos cance dos olhos. divulgação de informaçþes sobre os benefĂ- professores a partir da realidade dos seus discentes. Essa metodologia de pesquisaOs tubos estĂŁo enterrados e, na maio- cios das intervençþes. ria das vezes, o usuĂĄrio nĂŁo tem a percepSĂŁo novas vozes que reverberarĂŁo no -ação propĂľe a transformação participativa ção de mudança para a sua vida e para o territĂłrio a partir de seus capitais sociais. com o objetivo de que os sujeitos atuem meio ambiente. Isso porque o esgoto, na SĂŁo jovens que entendem a dinâmica local na produção de novos conhecimentos a maioria das vezes, sempre sai da casa do e estĂŁo preocupados com a melhoria do partir da junção entre pesquisa e prĂĄtica. As iniciativas da Foz Ă guas 5 estĂŁo funusuĂĄrio. A diferença ĂŠ que antes os dejetos bairro onde vivem. Antes de irem a campo, seguiam in natura para valĂľes e rios e, ago- esses jovens passam por um treinamento damentadas na crença de que investir em ra, passam a ter o destino correto: a Esta- intensivo que inclui desde alinhamentos açþes de educação e de difusĂŁo de inforção de Tratamento de Esgoto. Em geral, as discursivos atĂŠ tĂŠcnicas de pesquisa e de maçþes ĂŠ acreditar na mudança de mentapessoas nĂŁo pensam muito a respeito do DiĂĄlogo Social. Como para muitos, a parti- lidade das geraçþes de agora e do futuro. destino de seus esgotos. O que acontece cipação na Rede representa o ingresso no Conquistamos o apoio da UNESCO nesta apĂłs dar descarga? Qual o destino da ĂĄgua PHUFDGR GH WUDEDOKR D TXDOLĂ€FDomR p XP empreitada porque o nosso programa de apĂłs lavar a louça do jantar? NinguĂŠm ĂŠ fa- diferencial que os acompanharĂĄ para o res- VXVWHQWDELOLGDGH HVWi DOLQKDGR DRV GHVDĂ€RV vorĂĄvel Ă poluição de rios e mares, mas, de WDQWH GD FDUUHLUD 6HUmR SURĂ€VVLRQDLV PDLV globais da entidade em prol do desenvolvium modo geral, a discussĂŁo ainda ĂŠ inci- preocupados em ouvir o outro e atentos Ă s mento local e Ă s metas do milĂŞnio que depiente quando se fala sobre a participação demandas de sustentabilidade social e am- vem ser cumpridas. Mais do que fomentar a valorização da Zona Oeste, a Foz Ă guas 5 de cada um no destino da ĂĄgua quando biental que urgem na nossa sociedade. se fecha a torneira. Pensar no destino dos A expectativa ĂŠ que os moradores ao quer construir em conjunto com a populaseus esgotos ĂŠ uma questĂŁo que deve en- entenderem a importância do benefĂcio ção um horizonte de boas possibilidades e trar na pauta da sociedade. percebam seus papĂŠis enquanto cidadĂŁos. de sonhos.
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P e lo Mundo Hamburgo e suas ĂĄguas Texto e foto por Elisabeth Cattapan Reuter, Especial para Plurale De Hamburgo, Alemanha
Situada nas margens do Rio Elba, Hamburgo ĂŠ cortada por muitos canais e braços de rios. A cidade gaba-se de deter o recorde europeu de pontes (2.479) mais do que Veneza ou AmsterdĂŁ, mas a superfĂcie da cidade ĂŠ tambĂŠm bem mais vasta do que suas concorrentes. Ă gua sempre foi um fator econĂ´mico muito importante para a cidade-estado. JĂĄ HP R DĂ XHQWH GR (OED $OVWHU IRL UHpresado. Nas suas margens, hoje em dia um lindo parque, instalaram-se moinhos que abasteciam a cidade em farinhas e cereais. Essa barragem teve tambĂŠm a vantagem de proteger a cidade de invasores e foi reforçada no correr dos sĂŠculos por muralhas e fortalezas. No entanto, a cidade devido a VXD VLWXDomR JHRJUiĂ€FD GHSHQGLD GD iJXD SDUD YHU VHX FRPpUFLR Ă XLU H SDGHFLD FRP a ĂĄgua sofrendo inundaçþes, ataques de piratas ou exĂŠrcitos inimigos. A ĂĄgua nĂŁo tratada, a pestilĂŞncia e a falta de higiene eram os principais responsĂĄveis pelas epidemias de peste e cĂłlera que atacavam a cidade com regularidade. Apesar de tanta ĂĄgua em volta, a cidade foi assolada vĂĄrias YH]HV SHOR Ă DJHOR GR IRJR O terrĂvel incĂŞndio de 5 a 8 de maio de 1842 destruiu quase completamente o centro histĂłrico e um terço da cidade. Justamente essa tragĂŠdia serve de marco
histórico em Hamburgo para uma mudança no comportamento dos responsåveis pela cidade, tornando a ågua, sua distribuição e tratamento um bem público. Tudo começou com o plano gigantesco de reconstruir o centro da cidade de modo moderno, seguindo planos de um arquiteto inglês, refazendo monumentos e fazendo esgotos. A construção de esgo-
tos, de reservatĂłrios de ĂĄgua, a obrigação dos donos de imĂłveis de se servirem dos esgotos pĂşblicos, a proibição de venda de ĂĄgua em fontes precĂĄrias, a construção do primeiro reservatĂłrio de ĂĄgua limpa em 1859 sĂŁo etapas desse processo. Hoje, 5.500 quilĂ´metros de tubulação garantem o abastecimento em ĂĄgua limpa para mais de 2,8 milhĂľes de usuĂĄrios, transportando todos os dias um volume de entre 250.000 e 400.000 metros cĂşbicos de ĂĄgua. A ĂĄgua para Hamburgo vem do estado limĂtrofe Baixa-SaxĂ´nia. Quem se encarre-
ga de nossa ĂĄgua ĂŠ uma empresa estadual, Hamburg Wasser, responsĂĄvel pela qualidaGH HĂ€FLrQFLD H FRPSHWrQFLD QR WUDWDPHQWR distribuição, reuso de nossas ĂĄguas. O aproveitamento das ĂĄguas pluviais e de esgoto dĂĄ-se em vĂĄrias etapas na central de tratamento instalada numa ilha da zona portuĂĄria. Essas ĂĄguas sĂŁo bombeadas numa estação de tratamento situada a 80 metros debaixo da terra onde elas sĂŁo “lavadas“ liberando-as de micro-organismos e substâncias tĂłxicas. Depois disso a lama ou lodo sofrem um tratamento especial visando seu aproveitamento mĂĄximo. Seca-se lama e lodo, elas viram cinzas ou gesso reusados na construção civil. Dos 450.000 metros cĂşbicos diĂĄrios de esgoto quase tudo se aproveita. No entanto tudo isso tem um preço: PHWURV F~ELFRV FXVWD 7RGRV RV usuĂĄrios tem um relĂłgio marcador do uso da ĂĄgua e um metro cĂşbico de ĂĄgua corresponde a 1.000 litros ou seja lavar as mĂŁos 400 vezes beber 5.000 copos de ĂĄgua ou tomar 20 banhos de chuveiro. Hoje, as ĂĄguas do Rio Elba e do Lago Alster ainda nĂŁo foram liberadas pelos serviços de higiene pĂşblica para banhos. O Rio Elba chega em Hamburgo ainda bem poluĂdo pelas inĂşmeras cidades e complexos industriais que se instalaram em suas margens. Um grande esforço continua sendo feito para limpĂĄ-lo: este ĂŠ um dos grandes GHVDĂ€RV HFRORJLVWDV HXURSHXV 0HVPR DVsim iatismo, canoagem nas ĂĄguas do Alster e do Elba, jardinagem nas margens dos canais marcam o paisagismo de nossa cidade.
Dicas de torneira Por Vivian Simonato, De Dublin Correspondente de Plurale na UniĂŁo Europeia
Estima-se que cada um dos 1,5 milhĂŁo de habitantes da grande Dublin usa, em mĂŠdia, OLWURV GH iJXD SRU GLD ,VVR VLJQLĂ€FD FHUFD de 54,750 litros de ĂĄgua por ano, que na maioria das vezes ĂŠ descartada sem cerimĂ´nia. Os dados sĂŁo da pesquisa realizada pela com-
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panhia semi-estatal Irish Water com mais de 2 mil habitantes. Um dos problemas, de acordo com 81% dos entrevistados, Ê, ainda, a falta de noção exata do tanto de ågua gasta em atividades diårias como banho, descarga, molhar as plantas e atÊ a ågua do cafezinho. Por exemplo, um banho de sete minutos num chuveiro normal gasta em mÊdia 49 litros de ågua, enquanto que um chuveiro de alta potência (presente em 65% das casas dos entrevistados) pode gastar atÊ 125 litros de ågua, o que representa 63,800 li-
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tros por ano. A simples redução do tempo de banho em 1 minuto pode economizar cerca de 9 mil litros de ĂĄgua. A ideia de chamar a atenção para pequenas atitudes que economizem ĂĄgua inspirou o governo irlandĂŞs a criar o www.taptips.ie. No site, que em ERP 3RUWXJXrV VLJQLĂ€FD ´GLFDV GH WRUQHLUDÂľ os cidadĂŁos podem checar sua pegada hĂdrica e ter ideias simples de como economizar esse bem precioso em casa, no trabalho e tambĂŠm orientar crianças como usar a ĂĄgua de maneira sustentĂĄvel e responsĂĄvel.
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E n s a i o SANTUÁRIO RESGATA ELEFANTES VÍTIMAS DE ABUSO NA TAILÂNDIA Refúgio nas montanhas permite aos visitantes conviver de maneira única com os gigantes que são símbolo do país.
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Texto e Fotos:
PAULA SCHEIDT
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endo o movimento certeiro de Jokia, esticando sua longa tromba em direção ao alimento que lhe ĂŠ oferecido, ĂŠ difĂcil acreditar que se trata de uma elefanta cego. Ela sofreu mais do que qualquer animal deveria, mas agora estĂĄ tendo o descanso que merece. Por anos, Jokia foi forçada a carregar pesadas toras de madeira SHODV Ă RUHVWDV GD 7DLOkQGLD &HUWD YH] VHP VDEHU TXH HVWDYD JUiYLGD seu dono a obrigou a subir uma colina Ăngreme. No meio do caminho, deu a luz e viu seu bebĂŞ rolar morro abaixo. Desesperada, tentou correr para resgatĂĄ-lo, mas foi forçada a prosseguir o caminho, DEDQGRQDQGR R Ă€OKRWH 2 DEDOR HPRFLRQDO IRL WmR JUDQGH TXH HOD passou a se recusar a trabalhar. Revoltado, seu proprietĂĄrio a apunhalou nos olhos. Esses dias de sofrimento fazem parte do passado de Jokia, que desde 2001 mora no Elephant Nature Park, um refĂşgio para elefantes aposentados ou resgatados por problemas de saĂşde resultantes do trabalho forçado, situado hĂĄ 60 km de Chiang Mai, nas montanhas do norte da Tailândia. O parque foi criado nos anos 1990 por Sangduen “Lekâ€? Chailert que cresceu convivendo com esses gigantes em uma vila da regiĂŁo. Ainda jovem, Lek testemunhou como os animais usados na indĂşstria madeireira eram maltratados, uma imagem que, segundo ela, a perseguiu como uma sombra. Foi entĂŁo que decidiu dedicar sua vida a protegĂŞ-los. Hoje, alĂŠm de ser uma referĂŞncia como santuĂĄrio e centro de resgate, ĂŠ uma atração imperdĂvel para turistas que visitam a regiĂŁo. No parque, Jokia agora ĂŠ inseparĂĄvel de Mae Perm, que se transfor-
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mou em seus olhos nas andanças pelos 250 acres. Junto delas, estão outros 34 elefantes tirados de seus antigos donos para viverem em uma årea verde, com rio, alimentação balanceada e cuidados diårios para preparå-los para, quem sabe um dia, serem libertados para a vida selvagem. Parte desses cuidados Ê feita pelos visitantes, como o cafÊ da manhã que Jokia espera ansiosa todos os dias. Ao lado dela estå Lucky, tambÊm cega e a quem iremos alimentar. Antes de vir para o Elephant Nature Park, hå pouco mais de um ano, ela morou em um circo de elefantes durante os seus 30 anos de vida. AlÊm da depressão - sim, elefantes têm depressão -, pelo temSR GH FRQÀQDPHQWR H WUDEDOKR HVFUDYR Oi HOD JDQKRX VXD FHJXHLUD GHYLGR jV FHQWHQDV GH à DVKHV TXH UHFHELD GH XP S~EOLFR TXH QHP LPDJLQDYD DV consequências perversas do seu desejo de levar uma lembrança para casa. UM DIA COM ELEFANTES Eu e outros turistas da Coreia do Sul, Austrålia, Inglaterra e Alemanha não vemos a hora de acariciå-la e dar os quilos de frutas na sua cesta de cafÊ da manhã. Um elefante come entre 150 a 300 quilos por dia. O dia no parque segue com uma caminhada por entre os animais, aprendendo sobre seu comportamento e conhecendo suas histórias. Enquanto escutamos nosso guia Ruby contar o que cada um passou antes de chegar ali, podemos observå-los de perto e atÊ abraçå-los. Cada um possui um tratador, mas que ao invÊs de punição, utiliza recompensas para conduzir os animais, tais como dar bananas, a fruta predileta da maioria.
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Elefantes andam em grupo e adoram brincar na ĂĄgua. Uma famĂlia formada ali mesmo chega descontraidamente atĂŠ o rio, molham uns aos outros, relaxam e se divertem. E ĂŠ por isso que o banho ĂŠ um dos momentos mais esperados pelos turistas, principalmente pelas crianças. Na tranquilidade do rio que cruza o parque, recebemos baldinhos para banhĂĄ-los, enquanto eles fazem mais um lanchinho pegando as frutas diretamente de um cesto. AlĂŠm dos grandalhĂľes, quem visita o parque agora tem a FKDQFH GH YHU WUrV Ă€OKRWHV TXH QDVFHUDP DOL GH IrPHDV TXH Mi chegaram prenhas. HĂĄ apenas um macho no parque, pois as fĂŞmeas sĂŁo as preferidas para trabalhos forçados, jĂĄ que tĂŞm um temperamento menos agressivo. O mascote, com apenas trĂŞs PHVHV p Ă€OKR GH 'RN 1JHUQ TXH DQGD VHPSUH DFRPSDQKDGD GH outras duas elefantas que atuam como babĂĄs do pequeno. HISTĂ“RIA, DOMESTICAĂ‡ĂƒO E TURISMO 0HVPR REVHUYDQGR RV UHOD[DGRV H SDFtĂ€FRV DR QRVVR ODGR QmR ĂŠ possĂvel esquecer o sofrimento e abusos que viveram em anos de trabalho forçado na indĂşstria madeireira ou em atraçþes turĂsticas. Apesar de serem animais sagrados na Tailândia, nĂŁo existe nenhuma lei que os proteja e, atĂŠ os anos 1980, os elefantes eram XVDGRV OHJDOPHQWH SDUD D GHUUXEDGD GH Ă RUHVWDV 2 GHVPDWDPHQWR IRL SURLELGR HP R TXH IH] FRP TXH RV DQLPDLV Ă€FDVVHP sem “utilidadeâ€? para muitos de seus donos. A saĂda encontrada foi empregĂĄ-los em passeios turĂsticos, como os que permitem que as pessoas montem sobre os animais, algo muito comum nessa regiĂŁo do paĂs, ou ainda para mendigar em grandes cidades. Outros ainda seguem em atividades de desmatamento ilegal na fronteira com a Burma. Os maus tratos, contudo, seguem nesses locais, com treinamentos abusivos, uso da força para punição, de drogas para maior desempenho e de uma mĂĄ alimentação.
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HĂĄ 100 anos, haviam mais de cem mil elefantes no SiĂŁo (atual Tailândia); hoje a estimativa ĂŠ de existam menos de 3000. Desde 1986, os elefantes asiĂĄticos estĂŁo na lista da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN) de espĂŠcies ameaçadas de extinção. No paĂs, elefantes podem ser mantidos como animais domĂŠsticos. Mas diferente de gatos e cachorros, sĂŁo selvagens e domesticĂĄ-los pode envolver rituais dramĂĄticos. Em 2011, o fotĂłgrafo Brent Lewin ganhou o PrĂŞmio “Science/ Natural History Award of Excellenceâ€? por uma imagem de treinamento de um bebĂŞ elefante na vila Karen, na Burma, na fronteira com a Tailândia. O animal ĂŠ mantido amarrado, sem alimentos e sob pancadas por trĂŞs dias. Assim, acredita-se que seu “espĂrito selvagemâ€? seja quebrado e ele passe a entender que deve obedecer ao seu proprietĂĄrio. Os criadores fazem parte de uma rede de comĂŠrcio ilegal e clandestino de captura e venda de elefantes para atraçþes turĂsticas na Tailândia. Elefantes nunca esquecem o que viveram e, por isso, podem ser extremamente perigosos. NĂŁo sĂŁo raros os casos de criadores machucados ou atĂŠ mortos por eles. Mas ao mesmo tempo, sĂŁo inteligentes e sensĂveis. Por isso, mesmo depois de anos sofrendo maus tratos, os animais que vivem no Elephant Nature Park compreendem que seus novos criadores e os visitantes que chegam todos os dias nĂŁo estĂŁo ali para machucĂĄ-los e nos recompensam permitindo esse contato tĂŁo prĂłximo. 1R Ă€P GR GLD D LPDJHP GDV FHQWHQDV GH WXULVWDV caminhando lado a lado de elefantes livres, e nĂŁo sentados assistindo as suas proezas como dançarinos ou pintores, nos faz ir embora com a esperança de que esse seja o modelo de turismo futuro, nĂŁo sĂł para a Tailândia, mas para todos os cantos do mundo. Animais sendo tratado com respeito e nos ensinando muito mais do que nĂłs somos capazes de ensinar a eles.
SERVIÇO
HOSPEDAGEM HĂĄ opçþes para todos os bolsos. Em mĂŠdia, um bom hotel sai por cerca de US$ 40,00. O site Agoda (www.agoda.com) ĂŠ o melhor para reservas online nos paĂses asiĂĄticos TRANSPORTE Viajar de Ă´nibus pelo paĂs ĂŠ o modo mais barato e prĂĄtico. Alguns trechos mais distantes, como de Chiang Mai, no Norte, para Puket, Krabi ou Koh Samui, no Sul, faça de aviĂŁo com companhias “low fareâ€?, como Air Asia (www. airasia.com) e Bangkok Airways (www.bangkokairways. com). NĂłs voamos com as duas, e recomendo principalmente a segunda, que em alguns aeroportos, possui sala especial com cafĂŠ da manhĂŁ e internet wiďŹ gratuitos. MALA A Tailândia ĂŠ um paĂs tropical e Ăşnido, portanto, espere muito calor. Leve roupas leves, confortĂĄveis e que, eventualmente, possam sujar, para passeios mais aventureiros como o Par-
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Texto e Fotos:
PAULA SCHEIDT que de Elefantes ou Erawan Falls. Não esqueça de muitas roupas de banho, protetor solar e um bom repelente!
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QUANDO IR A melhor ĂŠpoca para conhecer o paĂs ĂŠ de novembro a março, evitando assim o perĂodo das monçþes. No Sul, os meses de setembro a dezembro sĂŁo os mais chuvosos (mas viajamos em dezembro e nĂŁo vimos muita chuva por lĂĄ) SEGURO NĂłs optamos pelo World Nomads (http://www.worldnomads. com/), que tem o melhor custo-benefĂcio para quem vai praticar esportes radicais, como mergulho. VOO NĂłs voamos pela Qatar Airways (www.qatarairways.com) e gostamos. Se vocĂŞ tiver tempo, considere fazer uma parada no oriente mĂŠdio ou na Ă frica do sul de um ou dois dias para amenizar o efeito do jet lag.
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Bazar ético
POR ISABELLA ARARIPE
Pipa Social lança nova coleção que remete a vento, sol, céu, liberdade e cores A Pipa Social , polo de criação coletiva, de produção e de informação voltado para pessoas talentosas que moram em comunidades de baixa renda, acaba de lançar nova coleção. As peças remetem ao conceito da pipa, como vento, sol, céu, liberdade, cores. As fotos desta página ilustram variedade de materiais, produtos, cores e estampas. A coleção Pipa é criada com o aproveitamento de fios e retalhos e para isso contamos com a doação de materiais das melhores marcas. Os tecidos finos são leves e confortáveis, doados pela La Estampa, nossa maior parceira. As peças apresentam bordados, crochês, misturas de tecidos, fios, cordas e aplicações. Produtos exclusivos e peças limitadas fazem o diferencial da coleção. Entre os destaques, estão as cangas feitas com retalhos da La Estampa que estão sendo vendidas na loja Novo Desenho dos museus MAR e do MAM. São cangas exclusivas, criativas, alegres como o Rio. Na parte de bijuterias, as artesãs criaram colares, brincos e pulseiras em mandalas multicoloridas. A Pipa Social investe em um Banco de Talentos de empreendedores sociais que trabalham com arte, artesanato e moda, para promover a qualificação profissional com geração de trabalho e renda, acesso à informação com consultoria exclusiva, e formalização nos negócios. “Queremos ser referência como projeto de inclusão que ousou dar um passo a mais na transformação social de pessoas que vivem em comunidades de baixa renda para diminuir o abismo entre morro e asfalto”, explica Helena Rocha, Diretora da Pipa Social Com hora marcara é possível conferir a nova coleção na sede, na Rua das Palmeiras, Botafogo. Também são aceitas encomendas para brindes corporativos, objetos de decoração, produtos para casa, lojas multimarcas, vitrines etc.. Contato:
Helena Rocha – Diretora da Pipa Social Telefones: 21. 2527.7720 e 21.99369.7878 Rua das Palmeiras, 54 – Botafogo - Rio helena@pipasocial.org.br
Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.
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Os principais temas que impactam as Relações com Investidores, você encontra em uma só revista: na RI
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Gastronomia
Vinho francês com personalidade brasileira Por Geise Assis Mascarenhas, Especial para Plurale Fotos: Geise Assis Mascarenhas, Marie Chauffray, Carolina Velloso e Divulgação
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U
ma mulher produzindo vinho. Isso soa estranho mesmo na França, ainda mais quando esta mulher ĂŠ uma brasileira que teima em produzir vinho da maneira mais natural possĂvel, desaĂ€DQGR XPD HVWUXWXUD WUDGLFLRQDOPHQWH masculina, defendendo o savoir faire (saber fazer) e o terroir (caracterĂsticas que D ORFDOL]DomR JHRJUiĂ€FD FRQIHUH D XP determinado produto) em um mercado globalizado que prioriza produtos mais uniformes e menos diferenciados. Independentemente das discussĂľes e legislaçþes que tratam o vinho nĂŁo apenas como bebida, mas tambĂŠm como alimento, dos benefĂcios que faz tanto para o corpo como para a alma, o vinho ĂŠ, antes de tudo, uma referĂŞncia econĂ´mica e de status na França. A regiĂŁo de Languedoc-Roussillon, no sul, ĂŠ a maior produtora de vinho do paĂs e ĂŠ ali que encontramos Marie, o seu vinhedo e os seus vinhos. Marie Chauffray nasceu em SĂŁo Paulo, se formou em agronomia na França, mas foi no Brasil que conheceu a biodinâmica que utiliza hoje nos seus vinhedos. Marie e seu marido FrĂŠdĂŠric, que tambĂŠm ĂŠ mĂşsico, tinham uma empresa de comercialização de vinho em Paris e viajaram por toda França para conhecer a produção, os vinhedos e as pessoas que faziam os vinhos que vendiam. Viajaram e provaram muito vinho atĂŠ chegarem Ă conclusĂŁo de que tinham que produzir o prĂłprio vinho. Mas levou dez anos entre decidir fazer vinho e encontrar o lugar certo. Em 0DULH Ă€QDOPHQWH HQFRQWURX XP vinhedo,â€?Ăşnico e originalâ€?, em Arboras, nos Terraços do Larzac. Foi amor Ă primeira vista. E foi assim que ela e Fred criaram o Domaine La RĂŠserve D’O. Domaine ĂŠ lugar onde se planta a uva, produz o vinho e se faz a comercialização da produção.
TERRAÇOS DO LARZAC: WOODSTOCK FRANCĂŠS E TERROIR Os Terraços do Larzac tĂŞm uma longa histĂłria de luta pela terra. O movimento que ficou conhecido como o Woodstock francĂŞs, na dĂŠcada de 70, foi registrado por Christian Rouad em um documentĂĄrio lançado no final de 2011 (ÂŤTous au LarzacÂť). A comovente histĂłria sobre a resistĂŞncia e luta dos agricultores pela terra, que seria desapropriada para ser transformar em ĂĄrea militar, teve como um dos principais lĂderes JosĂŠ BovĂŠ, sindicalista francĂŞs, militante do movimento antiglobalização e porta-voz da Via Campesina. Para Marie, o vinho produzido nos Terraços do Larzac tem um significado muito especial “quer dizer que estamos produzindo vinhos numa ĂĄrea que tem especificidade. O clima, a terra, a regiĂŁo contribuem para a certificação de Appellation d’Origine ContrĂ´lĂŠe
“
Este vinho que estamos tomando agora ĂŠ vendido aqui por 12 euros, no Brasil custaria 40 euros. Fica difĂcil competir com os vinhos chilenos e argentinos beneďŹ ciados pelos acordos do Mercosul.
do norte. A terra seca (300 dias de sol por ano) contribui para o terroir, mas tambĂŠm para uma baixa produtividade. Para Marie, o seu vinhedo oferece uvas que expressam plenamente o terURLU FRQWLGR QRV YLQKRV Ă€QRV HOHJDQWHV e sem padronização. E o trabalho com a agricultura orgânica e a biodinâmica permite o desenvolvimento da biodiversidade e um equilĂbrio real entre a planta e seu ambiente. “As pessoas no Brasil estĂŁo muito interessadas em vinhos orgânicosâ€? Esta foi a nona vindima (colheita da uva e produção do vinho) de Marie. Cerca de 60% da produção ĂŠ exportada para os Estados Unidos, SuĂça, BĂŠlgica, Inglaterra e JapĂŁo. “Os importadores estĂŁo interessados em vinhos ‘bio’ (natural, biolĂłgico, biodinâmico)â€?, ela comenta e, ao mesmo tempo, confessa o grande desejo de vender seu vinho no Brasil. Ela che $2& LVVR VLJQLĂ€FD TXH R QRVVR YLQKR gou a participar da Expovinis Brasil, em vem deste lugar, que ĂŠ Ăşnico. NĂŁo ĂŠ o SĂŁo Paulo, com mais quatro vitivinicultomerlot que vocĂŞ encontra em todo canto. res ‘bio’. “Os brasileiros gostaram muito Mas o que realmente importa ĂŠ o terroir dos nossos vinhos, queriam comprar, (conjunto de fatores naturais que caracte- mas ainda nĂŁo tĂnhamos um importador, rizam um vinhedo) e nĂŁo a cĂŠpage (varie- mas foi bom ver que as pessoas no Brasil dade da uva). Isso ĂŠ o que faz a diferença. estĂŁo realmente muito interessadas em e LVVR TXH Gi D HVSHFLĂ€FLGDGH DR YLQKRÂľ vinhos orgânicosâ€?. Mas o problema, seOs 10 hectares do Domain La RĂŠserve gundo ela, sĂŁo os impostos altos – “este D’O tĂŞm o solo de pedra calcĂĄria muito vinho que estamos tomando agora ĂŠ venpobre varrido diariamente pelos ventos dido aqui por 12 euros, no Brasil custaria
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Para Marie, o vinho produzido nos Terraços GR /DU]DF WHP XP VLJQLĂ€FDGR PXLWR HVSHFLDO “quer dizer que estamos produzindo vinhos QXPD iUHD TXH WHP HVSHFLĂ€FLGDGH.
40 euros. Fica difĂcil competir com os viQKRV FKLOHQRV H DUJHQWLQRV EHQHĂ€FLDGRV pelos acordos do Mercosulâ€?. NĂƒO É SIMPLES SER VIGNERONNE Marie tem um riso fĂĄcil e fala portuguĂŞs fluente com um delicado sotaque francĂŞs. Ela confessa que “nĂŁo ĂŠ simples ser vigneronne (mulher que produz uva e vinho). Tem que ter muita energia. Tem que ter muita paixĂŁo. É bem complicado. É difĂcil trabalhar no inverno, quando tem muito vento e muito frio. E ĂŠ horrĂvel trabalhar no verĂŁo, quando estĂĄ muito quente. Mas tambĂŠm tem coisas boas: gostamos deste lugar, do vinho que produzimos e das pessoas com as quais trabalhamos e vivemos. Tem coisas complicadas, mas tambĂŠm tem coisas que fazem com que a vida seja boa, mesmo que Ă s vezes seja fisicamente e economicamente difĂcilâ€?. Sobre o trabalho no Domaine, Marie diz que no inĂcio fazia quase tudo sozinha - da plantação Ă vinificação. FrĂŠdĂŠric, seu marido, nunca tinha tra-
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Gastronomia
balhado com a terra. Foi aprendendo aos poucos e hoje cuida do vinhedo. Marie faz o vinho, é responsável pela administração, comercialização e pela comunicação. Ajuda Fred na época da poda e da colheita quando contratam trabalhadores temporários. Frédéric passa pela sala e comenta: “se a gente quer qualquer coisa bem feita tem que ter muito trabalho todos os dias. O trabalho ainda é maior quando é ‘bio’. Se você trabalha com química é mais fácil. Por isso a nossa idéia sempre foi ter um Domaine pequeno, onde pudéssemos trabalhar de forma integrada e intervir de forma precisa”. Marie concorda: “nós estamos muito envolvidos e sabemos tudo que acontece, temos o domínio do processo”.
dia. Esse é outro nicho a ser explorado num lugar de grande beleza natural. “Acho importante investir no turismo, pois estamos numa rota turística”, diz Marie, que já pensa na construção de um gîte (pousada rural), com piscina, no terreno do Domaine, uma forma de integrar os turistas à produção de uvas e vinho. Enquanto fala, Marie gesticula. Suas pequenas mãos têm marcas profundas da lida diária com o vi-
NO CAMINHO DE SÃO THIAGO DE COMPOSTELA E NOS PIRINEUS La Réserve D’O fica no caminho de São Thiago de Compostela (o caminho dos peregrinos que vão da França para Espanha). Entre a páscoa (abril) e o fim de setembro (verão europeu), passam por ali de 10 a 40 pessoas por
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nhedo, marcadas por calos e rachaduras, entranhadas pelo sumo das uvas recĂŠm-colhidas e com terra sob as unhas - resultado do trabalho pesado com a plantação, da exposição ao vento e frio intensos. As mĂŁos de FrĂŠdĂŠric sĂŁo tĂŁo machucadas quanto Ă s de Marie. Ele reclama. Diz que com as mĂŁos Ă€FD PDLV GLItFLO WRFDU D JXLWDUUD Marie conta como ĂŠ o trabalho com a biodinâmica: “o que utilizamos na produção das uvas nĂłs mesmos preparamos. Usamos chifres e esterco. Em 28 de setembro botamos o esterco nos chifres e os chifres na terra. Vamos buscar nas montanhas, nos Pirineus, as plantas que utilizamos no combate Ă s pragas. 1RVVR JDVWR Ă€WRVVDQLWiULR p PXLWR SHqueno, e com duas grandes vantagens: o clima mais fresco de altitude proporciona um amadurecimento mais lento das uvas e, alĂŠm disso, temos muito vento. SĂŁo quase 300 dias de vento por ano. E isso ĂŠ muito importante, pois afasta os fungosâ€?. As roseiras espalhadas pelo vinhedo nĂŁo sĂŁo apenas capricho feminino. As rosas falam. SĂŁo as primeiras a serem atacadas pelas pragas, permitindo um rĂĄpido controle. “Temos pouca doença em comparação com outras regiĂľes. Produzir uvas com as tĂŠcnicas da biodinâmica aqui ĂŠ muito fĂĄcilâ€?, explica ela, que defende ainda que tudo deveria ser ‘bio’, natural. “Isso ĂŠ que deveria ser R QRUPDO e SRVVtYHO Âľ DĂ€UPD Marie acha importante que as pessoas saibam e vejam como o trabalho ĂŠ feito: “mexemos com a terra, isso ĂŠ bonito, tem um lado verdadeiro. NĂŁo ĂŠ apenas uma imagem de marketing. NĂŁo ĂŠ uma moda. É a realidade e conta muito quando vocĂŞ bebe o vinho produzido aqui nos Terraços do Larzac com as minhas pequenas mĂŁos. Eu coloco toda a minha energia e a planta coloca a energia dela. E isso faz diferença.â€? AS GAROTAS DO VINHO Marie diz que um dos problemas que enfrenta â€œĂŠ que as pessoas nĂŁo me consideram daquiâ€?. Ela faz parte dos 25% de ‘estrangeiros’ que produzem vinho na regiĂŁo. Ser ‘estrangeira’ e ‘vigneronne’ sĂŁo abordagens de um livro lançado recentemente pela jornalista Catherine Bernard que, como Marie, abandonou o trabalho e a vida em Paris para se dedicar Ă produção de uvas e vinho ‘bio’ na regiĂŁo. (“Dans les vignes – chroniques d’une reconversionâ€?/Nos vinhedos - crĂ´nicas de uma reconversĂŁo).
Marie Chauffray nasceu em São Paulo, se formou em agronomia na França
Apesar das mulheres terem uma importante contribuição na construção da histĂłria da França, ainda se observa uma situação de desigualdade de gĂŞnero e invisibilidade do trabalho feminino. Uma reportagem da revista do Le Figaro, de 23 de dezembro de 2011, “Ces femmes qui ont fait l’histoire de Franceâ€?, destaca que Joana D’Arc, um exemplo emblemĂĄtico de mulher que liderava homens, mas segundo a revista, “ao contrĂĄrio do que se pensa, ela nĂŁo ĂŠ um exemplo isolado: bem antes do feminismo e da luta pela igualdade de direitos, inĂşmeras mulheres ocuparam papel de destaque na histĂłria da Françaâ€?. Mas tanto Marie quanto Catherine reclamam do machismo existente no universo da vitivinicultura. Marie conta que quando estĂĄ sozinha nas feiras as pessoas se dirigem a ela, perguntam sobre o vinho, conversam, “mas se estou com o Fred, nunca, mas nunca mesmo, as pessoas se dirigem a mim para perguntar como eu faço o vinho. VĂŁo direto perguntar para o meu marido... Isso ĂŠ incrĂvel!â€? Talvez por isso Marie dĂŞ tanta imporWkQFLD DR WUDEDOKR TXH ID] FRP DV 9LQLĂ€Oles (garotas do vinho), um grupo de 18 mulheres que produzem vinho na re-
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Temos pouca doença em comparação com outras regiĂľes. Produzir uvas com as tĂŠcnicas da biodinâmica aqui ĂŠ muito fĂĄcil, explica ela, que defende ainda que tudo deveria ser ‘bio’, natural. “Isso ĂŠ que deveria ser o normal. É possĂvel!
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giĂŁo. “Queremos mostrar aos jovens que a mulher pode ser vigneronne e que esse nĂŁo ĂŠ um trabalho sĂł de homem. Fazemos a promoção do vinho, das tradiçþes culinĂĄrias francesas e tambĂŠm intercambiamos as nossas competĂŞncias. Fazemos um trabalho bem interessante. É uma organização que funciona muito bemâ€?, diz
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Gastronomia
ela. Marie também acha que o trabalho com as mulheres ‘rola’ melhor, “com os rapazes não é tão simples, há sempre uma espécie de competição”. 0DV QHP VHPSUH DV 9LQLÀOOHV FRQFRUdam em tudo. Ela comenta que as meniQDV GR YLQKR FULDUDP XP ÁDVK PRE XPD ação inusitada, previamente combinada, para ser realizada em um local público uma dança que Marie, por ser brasileira, deveria fazer. “E sabe com que música?” ela me pergunta. “Ai se eu te pego, do Michel Teló. Elas gostam muito e eu não gosto de jeito nenhum e não sei o que fazer. É um hit chiclete e elas querem que eu dance isso. Imagina!”. 2 WUDEDOKR UHDOL]DGR SHODV 9LQLÀOOHV foi reconhecido em dezembro de 2011, quando receberam o Prêmio de igualdade no trabalho de homens e mulheres (“Prix de l’Égalité au Travail Homme/ Femme”), cujo objetivo é valorizar os tomadores de decisão do mundo econômico, político e cultural que contribuem para o dinamismo da região de Languedoc.
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O trabalho realizado pelas Vinifilles foi reconhecido em dezembro de 2011, quando receberam o Prêmio de igualdade no trabalho de homens e mulheres, cujo objetivo é valorizar os tomadores de decisão do mundo econômico, político e cultura que contribuem para o dinamismo da região de Languedoc.
“MEU CORAÇÃO ESTÁ NO BRASIL” O vinho ocupa integralmente a vida de Marie. “As únicas coisas que não estão ligadas ao vinho são os meus filhos: Camille, que estuda veterinária em Liege (Bélgica), e Angel, que está entre os melhores jogadores de golfe
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da França”, diz ela. Suas preocupações estão relacionadas aos filhos e ao mundo em crise: “Eu não gosto destas crises mundiais. Fico angustiada quando vejo pessoas sem trabalho. O mundo podia ser melhor. Eu dou o melhor de mim, e Fred também. Procuramos sempre enxergar o lado positivo da vida”. O que lhe tira o sono hoje é um problema relacionado às mudanças climáticas: “Temos um problema importante para resolver. O inverno está muito quente, os brotos estão saindo meses antes do previsto, isso não é bom de jeito nenhum. Se podamos agora e nevar não vamos ter uva este ano”. Mas apesar da paixão pelo que faz, Marie confessa: “eu vivo aqui e gosto do que faço, mas o meu coração está no Brasil. O meu sonho era ter uma fazenda de cacau com um terroir maravilhoso no sul da Bahia. O cacau é especial. Você não vende o produto bruto, é preciso transformar, secar... Encanta-me porque você não tem que desmatar para produzir, pode trabalhar com um sistema de agroecologia. É interessante esse jeito de trabalhar com a natureza e, além disso, eu gosto muito de chocolate. Tanto o vinho como o cacau dão muito prazer, tanto no fazer quanto no degustar. Mas tem que gostar. Senão não é a mesma coisa”.
Marie colocou o Brasil em garrafas Por Olivier Consuegra
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nossa histĂłria com La RĂŠserve D’O ĂŠ um pouco particular. Na Trinque-Fougasse (caves e restaurantes) nĂłs associamos o vinho Ă mĂşsica - duas coisas que combinam muito bem. Em 2010, convidamos Fred e outros produtores de vinho, que tambĂŠm sĂŁo mĂşsicos, para a ÂŤNoite de Beaujolais sem BeaujolaisÂť. QuerĂamos colocar em cena um grupo de mĂşsicos produtores de vinho do Languedoc e, tambĂŠm, apresentar os vinhos da regiĂŁo que se aproximam do ‘estilo’ dos vinhos beaujolais: leves, frescos e fĂĄceis de beber. Vinhos festivos. E La Reserve D’O nos oferecia os dois elementos: Fred, o vigneron mĂşsico, e o ÂŤSanssooÂť, seu vinho especial, natural, frutado e muito delicado: fĂĄcil e agradĂĄvel de degustar. Foi assim que começamos a vender os vinhos do La Reserve D’O e conhecemos Marie. Os vinhos produzidos por Marie e Fred representam bem o terroir dos Terraços do Larzac onde hĂĄ vinhos frescos, com uma boa acidez e frutados. Respeitam a tradição, com variedades de uvas da regiĂŁo de Languedoc, a terra e a natureza, pois sĂŁo vinhos ‘bio’ (naturais). E isso ĂŠ muito apreciado. Quase 90% de toda nossa seleção sĂŁo de vinhos ‘bio’. Ao meu ver podemos encontrar nas garrafas a personalidade GH 0DULH 2V YLQKRV VmR VREUHWXGR Ă€QRV H GHOLFDGRV (X SRGHULD mesmo dizer que sĂŁo vinhos gentĂs, agradĂĄveis, fĂĄceis de beber, QDWXUDLV H QDGD DUWLĂ€FLDLV 9LQKRV IUHVFRV H GLJHVWLYRV 9RFr SHUcebe muito bem a feminilidade nos vinhos produzidos por ela. 3DUD PLP XP YLQKR IHPLQLQR p XP YLQKR Ă€QR HOHJDQWH H IUHVFR
Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e conseiller de vinhos
AlĂŠm disso, acho que Marie colocou o Brasil em garrafas... Para nĂłs franceses o Brasil ĂŠ festa, alegria, prazer de viver... Pessoas cheias de vida e com o espĂrito aberto. Os vinhos de Marie refletem isso maravilhosamente! SĂŁo vinhos vivos e cheios de energia... revigorantes. NĂŁo sĂŁo vinhos feitos para um concurso de degustação, mas vinhos realmente feitos para se beber entre amigos. Vinhos que alegram. Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e conseiller de vinhos das caves e restaurantes de Trinque-Fougasse, em Montpellier, sul da França.
Olivier Consuegra, 32 anos, sommelier e conseiller de vinhos das caves e restaurantes de Trinque-Fougasse, em Montpellier, sul da França.
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CINEMA
Verde
ISABEL CAPAVERDE
i s a b e l c a p a v e r d e @ p l u r a l e . c o m . b r
Garimpando na internet
Incentivando o turismo atravĂŠs das borboletas Instituiçþes e o governo mexicano resolveram inovar incentivando o turismo no seu paĂs atravĂŠs de um documentĂĄrio sobre a migração das borboletas Monarca. Segundo especialistas, a migração dessa espĂŠcie GH ERUEROHWDV p XP GRV PDLV VLJQLĂ€FDWLYRV HYHQWRV TXH DFRQWHFH em nosso planeta, começando no CanadĂĄ e parte do norte dos (VWDGRV 8QLGRV FRP GHVWLQR D UHJLmR FHQWUDO GR 0p[LFR QDV Ă RUHVWDV GH R\DPHO $ELHV PH[LFDQD 2 Ă€OPH O Voo das Borboletas Monarcas terĂĄ versĂŁo em 3D.
Um pouco de histĂłria do Brasil EstĂĄ disponĂvel na internet, no YouTube, com legendas em portuguĂŞs e vale assistir o documentĂĄrio Ouro Azul: A Guerra Mundial pela Ă gua - no original Blue Gold: World Water Wars - realizado por Sam Bozzo e produzido pela Purple Turtle Films, baseado no livro “Ouro Azulâ€?, de Maude Barlow e 7RQ\ &ODUNH 2 Ă€OPH TXH QmR p UHFHQWH JDQKRX XPD VpULH de prĂŞmios em festivais internacionais. Para assistir acesse: KWWSV ZZZ \RXWXEH FRP ZDWFK"Y [ 2,9Ă€ -;
O Deserto Verde Personagem controverso da nossa histĂłria polĂtica, o presidenWH *HW~OLR 9DUJDV VHUi YLYLGR SHOR DWRU 7RQ\ 5DPRV HP Ă€OPH GLULJLdo por Joâo Jardim e produzido por Carla Camuratti. O thriller polĂtico GetĂşlio UHWUDWD RV PRPHQWRV Ă€QDLV GD FULVH TXH OHYRX j PRUWH do entĂŁo presidente, nos 19 dias que antecedem o 24 de agosto de 1954. Do primeiro tiro, o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Tonelero, na madrugada de 5 de agosto; ao segundo, o tiro no peito que matou o presidente na manhĂŁ do dia 24. Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939) instituiu o salĂĄrio mĂnimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, tambĂŠm conhecida por CLT. Os direitos WUDEDOKLVWDV WDPEpP VmR IUXWRV GH VHX JRYHUQR FDUWHLUD SURĂ€VVLRnal, semana de trabalho de 48 horas e as fĂŠrias remuneradas.
Filme argentino vencedor da 3ÂŞ Mostra Ecofalante de Cinema, em SĂŁo Paulo, Deserto Verde - co-produzido pela Universidade Nacional de Tres de Febrero - ĂŠ resultado de uma extensa pesquisa do diretor Ulises de La Orden, sobre os efeitos do uso dos agrotĂłxicos no mundo. Utilizados na produção agrĂcola hĂĄ mais de um sĂŠculo, eles chegaram a uma situação de abuso prejudicando a saĂşde de milhĂľes. Segundo o diretor, existem propostas muito concretas sobre a forma de produzir alimentos sem contaminação. O que nĂŁo ĂŠ PRVWUDGR VmR SURSRVWDV SROtWLFDV TXH YLVDP PRGLĂ€FDU HVWH PRGHOR de produção. Portanto, ĂŠ necessĂĄrio aumentar a conscientização e discussĂŁo em torno do tema.
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InclusĂŁo pelo cinema O Cinema Nosso – organização localizada na Lapa, Centro do Rio de Janeiro, com 10 anos de experiĂŞncia em educação audiovisual para adolescentes e jovens oriundos das classes populares – tem projetos que contemplam a inclusĂŁo e uso da sua sala de cinema atravĂŠs de agendamento. Como o Projeto Cinema Inclusivo, que propĂľe a utilização de recursos de acessibilidade, possibilitando que pessoas com GHĂ€FLrQFLD LQFDSDFLGDGH WHPSRUiULD RX SHUPDQHQWH SDUWLFLSHP OLvremente das sessĂľes. O pĂşblico mĂnimo para agendamento ĂŠ de 20 pessoas. Mais informaçþes acesse www.cinemanosso.org.br.
22 e 23 de julho de 2014 Local de realização: Fecomercio – São Paulo/SP REALIZAÇÃO:
Estão abertas as inscrições para o maior evento da área de RI e Mercado de Capitais da América Latina. As vagas são limitadas, faça já sua inscrição. O maior encontro do mercado de capitais brasileiro e da América Latina, em Relações com Investidores, já tem data marcada: dias 22 e 23 de julho próximos. Uma vez mais a capital de São Paulo sediará o Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, promovido conjuntamente entre a ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas e o IBRI – Instituto Brasileiro de Relações com Investidores. O 16º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais é parte do calendário de eventos das principais companhias abertas, agentes reguladores, dirigentes de entidades, analistas e profissionais de investimentos, bem como advogados, auditores e especialistas em relações com investidores de todo o Continente. Como acontece todos os anos, representantes de companhias abertas, bolsas de valores estrangeiras, consultorias internacionais e companhias listadas no exterior deverão passar pelo evento, que reúne público superior a 700 pessoas em seus dois dias de realização. Paralelamente aos painéis da programação oficial, haverá uma exposição de serviços composta de estandes onde as empresas e Págseus 57Anúncio SPcustomizado, tornando-se também um oportuno ponto de encontro de todo instituições expõem produtos e serviçosEvento pra um público o mercado. / aqui é o de RI que é só em
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P e lo Mundo Rio Ganges: o ciclo da pureza que ameaça a sua própria sustentabilidade
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Ă?ndia ĂŠ um paĂs que chama atenção de todo o globo por sua grande extensĂŁo e diversidade, seja ela cultural, gastronĂ´mica ou religiosa. E nesses 3.287.590 Km² de extensĂŁo, a religiĂŁo que possui o maior nĂşmero de seguidores ĂŠ o hinduĂsmo, uma religiĂŁo de muitas crenças e devoção e que possui mais de 330 milhĂľes de deuses e deusas. Uma das crenças desta religiĂŁo diz que a ĂĄgua possui poGHUHV GH SXULĂ€FDomR OLYUDQGR corpo e alma de suas impurezas. Por isso, o primeiro ritual de cada manhĂŁ deve ser uma limpeza matinal com ĂĄgua, para somente entĂŁo poder dar inĂcio Ă s oraçþes. NĂŁo Ă toa, a presença da ĂĄgua na natureza ĂŠ tida como sagrada. Junto a outros seis rios tambĂŠm sagrados, o rio Ganges ĂŠ reverenciado como o rio da criação e da abundância. FiĂŠis acreditam que apenas uma gota de sua ĂĄgua possa ser capaz de aliviar todos os tipos de doenças e de livrar o corpo de todos os seus pecados. Um mergulho nas ĂĄguas do rio, por sua vez, seria capaz de carregar qualquer impureza para bem ORQJH DWUDYpV GR VHX Ă X[R Para ver e sentir o rio bem de perto, todos os anos milhĂľes de peregrinos encaram as longas e precĂĄrias estradas indianas rumo Ă s suas margens. Os peregrinos mais devotos, como os sadhus, tambĂŠm conhecidos como os homens santos da Ă?ndia, preferem fazer o caminho atĂŠ o rio a pĂŠ, demorando muitos meses para percorrer todo o trajeto. Entre sua nascente nos himalayas, ao norte da Ă?ndia, e seu delta somente em Bangladesh, os principais pontos
Texto e Fotos: Carolina Araripe, Especial para Plurale em revista Do Blog Garota de Projetos http://garotadeprojetos.wordpress.com/
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de peregrinação para o contato com o Ganges no país são Gangotre, Haridwar e Varanasi. Segundo a mitologia hindu, foi em Gangotre, a 3000 metros de altitude que o rio deixou de correr nos céus e veio à Terra com a missão de limpar as impurezas mundanas. Ainda de acordo com a lenda, para amortecer a queda e poupar a população desse grande impacto, o deus Shiva teria recebido o rio em seus cabelos. Apesar de seu difícil acesso, a cidade é muito popular entre os hindus, pois ali o rio é mais puro devido à proximidade com sua nascente e, consequentemente, maior seria o seu potencial de puriÀFDomR QR ORFDO $FRPSDQKDQGR R ÁX[R GR ULR SRU TXLO{PHtros, é possível chegar a Haridwar, cidade onde ele deixa as montanhas e adentra as planícies. Lá, o rio possui forte correnteza por ser recém-chegado das montanhas e sua água possui alto teor de oxigênio HP IXQomR GD VXD WXUEXOrQFLD $R ÀQDO GH WRGRV RV dias, uma cerimônia de oferenda chamada Ganga Aarti é conduzida em adoração à deusa Ganga, que deu origem ao nome do rio. Para diminuir o risco de acidentes com os visitantes, autoridades locais construíram degraus e instalaram correntes às margens do rio. Posso dizer com experiência que elas são extremamente úteis e importantes, pois não pude largá-las durante o meu rápido mergulho no rio, em setembro de 2013. O único local onde o rio corre no sentido da sua nascente é Varanasi, lar espiritual de todas as 330 milhões de deidades hindus. Por conta disso, acredita-se que os corpos que forem cremados na cidade e tiverem suas cinzas jogadas no rio terão a salvação
P e lo Mundo
eterna. Muitos doentes terminais PXGDP VH SDUD Oi D Ă€P GH PRUUHU o mais prĂłximo possĂvel ao rio. Em muitos destes casos, essas pessoas partem para a cidade sozinhas, deixando suas famĂlias e todos os seus bens materiais para trĂĄs. Como resultado da devoção e dos poderes que sĂŁo creditados ao rio, o desenvolvimento urbano vem dominando seus maiores centros de peregrinação e as vilas ao seu redor. A poluição proveniente das indĂşstrias locais, como a de couro, e os resĂduos das ĂĄguas das prĂłprias cidades por onde passa vem fazendo com que as ĂĄguas do rio Ganges sejam classiĂ€FDGDV FRPR XPD GDV PDLV SROXtGDV do mundo. A necessidade ĂŠ clara: o ULR SUHFLVD VHU SXULĂ€FDGR 0DV FRPR convencer e engajar a população em um plano de despoluição, se para eles o rio jĂĄ ĂŠ naturalmente puro? Governantes e população preciVDP SDUDU SDUD UHĂ HWLU VREUH DV FRQdiçþes atuais do rio e desenhar um plano de despoluição do mesmo. Pode ser que demore alguns anos para que seus resultados sejam evidenciados e, por isso mesmo, esse SODQR GHYH VHU HVWXGDGR H GHĂ€QLGR o quanto antes. As condiçþes das milhĂľes de vida que dependem do rio, precisam ser melhoradas. Para garantir a sustentabilidade do rio, ĂŠ fundamental para que suas ĂĄguas sejam encaradas nĂŁo apenas como SXULĂ€FDGRUDV PDV WDPEpP FRPR SXULĂ€FDGDV
SERVIÇO: Para aqueles que tĂŞm vontade de conhecer a Ă?ndia, mas se assustam com os altos preços dos bilhetes aĂŠreos, Carolina diz que essa ĂŠ a despesa de maior valor dessa viagem. Uma vez na Ă?ndia, o gasto diĂĄrio de um viajante ĂŠ reduzido em função do baixo custo de alimentação, hospedagem e transporte no paĂs. Eles podem ser ainda drasticamente reduzidos para aqueles que toparem explorar a Ă?ndia como ela o fez, no melhor estilo mochilĂŁo. Como conselho mais valioso que pode dar, ela indica que a pesquisa prĂŠ-viagem seja a mais bĂĄsica, deixando a viagem o mais surpreendente possĂvel. VĂĄ com a com a cabeça totalmente aberta, livre de preconceitos e padrĂľes ocidentais, aproveitando toda a intensidade que lhe serĂĄ apresentada. Evite ir Ă Ă?ndia agarrado Ă ideia de que essa serĂĄ uma jornada de elevação espiritual. Entregue-se a todas as experiĂŞncias e o seu processo de transformação serĂĄ natural, com muitos paradigmas quebrados ao retornar. 3RU Ă€P DQWHV GH UXPDU j WHUUD GH *DQGKL WHQKD HP GLD DV YDFLQDV GH IHEUH DPDUHOD H a antitetânica alĂŠm, ĂŠ claro, de contratar um seguro de saĂşde para viajantes. E nĂŁo deixe GH OHYDU HP VXD PDOD UHPpGLRV SDUD FRPEDWHU HYHQWXDLV GHVDUUDQMRV LQWHVWLQDLV UHĂ H[R GD culinĂĄria local, que ĂŠ apimentada com muita masala.
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TEXTO E FOTOS POR
CAROLINA ARARIPE
SOBRE CAROLINA ARARIPE: Carolina Araripe se autoentitula Garota de Projetos em seu blog, que leva o mesmo nome. Formada em administração de empresas, tinha um emprego estĂĄvel em uma grande multinacional, quando decidiu que queria viver novas e diferentes experiĂŞncias. Tinha acabado de completar 24 anos quando, em janeiro de 2013, entrou em um aviĂŁo que seguia para a Ă sia, continente no qual passou o Ăşltimo ano de sua vida. Começou sua jornada na Ă?ndia, no estado natal de Gandhi, onde implementou a atividade de marketing digital em uma start-up de tecnologia da informação. ApĂłs sete meses de trabalho, entendeu que era hora de partir dali e explorar um pouco mais a Ă?ndia e a Ă sia. Jogou-se na estrada, no projeto chamado por ela de “MochilĂŁo Ă sia – 100 pros 25â€?, uma referĂŞncia aos cem dias que faltavam para que completasse seus vinte e cinco anos, e viajou por quase quatro meses pela Ă?ndia, Laos, Camboja e Tailândia. Viajou sozinha, mas nunca esteve sozinha; conheceu mochileiros dos quatro cantos do mundo. Dos lugares que visitou, gosta de destacar a incrĂvel vista dos Himalayas e a cultura budista no norte da Ă?ndia, a pequena cidade de Vang Vieng no Laos, a imensidĂŁo da arquitetura e riqueza cultural dos templos no Camboja e as paradisĂacas praias das ilhas no sul da Tailândia. Adorava passar horas e horas barganhando para conseguir descontos e trouxe na bagagem aventuras inesquecĂveis como pegar caURQD HP XPD Ă RUHVWD WDLODQGHVD VXELQdo em cima de carros do tipo 4x4, com bicicleta e tudo. Atualmente, jĂĄ de volta ao Brasil, divide seu tempo compartilhando suas experiĂŞncias com pessoas prĂłximas e se GHGLFDQGR DRV VHXV SURMHWRV SURĂ€VVLRnais, atravĂŠs dos quais presta consultoria de projetos, inovação e marketing, explorando o potencial de pequenos negĂłcios. Isso tudo sem deixar de sonhar e começar a planejar outros projetos futuros, ĂŠ claro. Para saber mais sobre a Carolina e seus projetos, basta visitar: www.garotadeprojetos.wordpress.com
P e las Em pr esas
ISABELLA ARARIPE
A Petrobras assinou no dia 18 de março, em BrasĂlia, o termo de compromisso da empresa Ă 5ÂŞ edição do Programa PrĂł-Equidade de GĂŞnero e Raça. A ação, coordenada pela Secretaria de PolĂticas para Mulheres da PresidĂŞncia da RepĂşblica (SPM-PR), propĂľe iniciativas para alcançar a equidade de gĂŞnero e raça no mercado de trabalho. A assinatura do termo teve a presença da ministra da Secretaria de PolĂticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, da ministra-chefe da Secretaria de PolĂticas de Promoção de Igualdade Racial da
Presidência da República, Luiza Barros, do representante da Petrobras, o gerente executivo de Responsabilidade Social, Armando Tripodi, da gerente de Relacionamento Institucional da Liquigås Distribuidora, dentre outros representantes de instituiçþes públicas e privadas. A Petrobras participa do programa desde a primeira edição, em 2005, e por quatro vezes consecutivas conquistou o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça por cumprir com êxito os planos de ação esSHFtÀFRV 3DUD D � HGLomR GR SURJUDPD
o plano da companhia prevĂŞ, entre outras açþes, a ampliação Ministra Eleonora Menicucci do nĂşmero de salas de apoio Ă amamentação; diagnĂłstico e adequação de instalaçþes fĂsicas e equipamentos para atender as especiĂ€FLGDGHV GD IRUoD GH WUDEDOKR IHPLQLQD alĂŠm de programas de sensibilização e capacitação de gestores sobre gĂŞnero, raça/ etnia, assĂŠdio moral e sexual.
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Tetra Pak desenvolve projeto de preservação de nascentes Para marcar o Dia da Ă gua, comemorado em 22 de março, a Tetra Pak reforçou o seu compromisso com a sustentabilidade e anunciou um balanço do Projeto Nascentes, realizado na regiĂŁo de Vargem, Socorro e Serra Negra, no interior paulista. Lançado no inĂcio de 2013, o projeto visa a preservação das nascentes e a geração de ĂĄgua de boa qualidade, por meio de diversas açþes. Neste primeiro ano, alĂŠm do plantio de mil mudas de ĂĄrvores nativas para a recuperação da mata ciliar do entorno de dez nascentes, o projeto jĂĄ instalou 20 estaçþes de tratamento de esgoto domĂŠstico nas propriedades rurais ribeirinhas para evitar a contaminação do lençol freĂĄtico. Entre as açþes realizadas ainda estĂĄ a instalação de 116 unidades coletoras de chuva (bar-
raginhas), contribuindo para a retenção de um maior volume de ĂĄgua . De acordo com Fernando von Zuben, Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, o projeto segue a premissa da empresa de proteger o meio ambiente e a biodiversidade e de buscar resultados em longo prazo. “Trata-se de um projeto piloto da Tetra Pak no mundo. Muito antes de sentirmos os efeitos da falta de ĂĄgua, que assola o estado de SĂŁo Paulo, iniciamos o plantio de ĂĄrvores, o tratamento de ĂĄgua e tambĂŠm investimos na capacitação da comunidade, para que saibam a importância da preservação dos recursos natuUDLVÂľ DĂ€UPD )HUQDQGR
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Natura supera meta de redução de CO2 na atmosfera
Denise Alves
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$ 1DWXUD ÀUPRX QR DQR GH R compromisso voluntårio de reduzir um terço das emissþes relativas de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. A meta foi superada e a Natura diminuiu em 33,2% as emissþes de CO2 na atmosfera. Para cumprir com o objetivo, a Natura contemplou o envolvimento de todos os processos de sua cadeia de valor, desde o fornecimento de matÊrias-primas atÊ a disSRVLomR ÀQDO GDV HPEDODJHQV $ FRPSDQKLD reforçou o olhar sobre toda essa cadeia pensando no compromisso de trabalhar
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em uma economia de baixa emissĂŁo de carbono e essa postura tem gerado um importante aprendizado sobre os impactos e investimentos em novas açþes da empresa. Atualmente, o tema do carbono jĂĄ estĂĄ incorporado na tomada de decisĂŁo de qualquer nova iniciativa. â€œĂ‰ muito graWLĂ€FDQWH SDUD D 1DWXUD DWLQJLU HVVD PHWD pois assumimos a responsabilidade, hĂĄ sete anos, de reduzir todas as emissĂľes causadas por nossa operaçãoâ€?, orgulha-se Denise Alves, diretora de Sustentabilidade da Natura.
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Petrobras reaďŹ rma em BrasĂlia compromisso em prol da igualdade de gĂŞnero e raça
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O recado foi dado durante o FĂłrum EconĂ´mico Mundial sobre a AmĂŠrica Latina, que reuniu lĂderes mundiais na cidade do PanamĂĄ, entre os dias 1Âş e 3 de abril. Durante o encontro, os discursos foram pontuados pela importância de paĂses como o Brasil, que muitas vezes sĂŁo estereotipados, mas que contam com empresas e marcas fortes para globalizar o continente e ajudar a AmĂŠrica Latina a enfrentar crises globais, alĂŠm de contribuir para o amplo desenvolvimento econĂ´mico da regiĂŁo. Ainda nesta linha, o FĂłrum reconheceu o Grupo BoticĂĄrio como “Empresa de Crescimento Globalâ€?, pelos investimentos e resultados nos Ăşltimos trĂŞs anos. Para o gerente de assuntos institucionais do Grupo BoticĂĄrio, Sandro Rego, a homenagem ĂŠ a indicação de que o Grupo acertou em manter o ritmo forte de investimentos. “Estar aqui ĂŠ um prĂŞmio ao traba-
lho de gestĂŁo corporativa e Ă construção de imagem e reputação de um dos principais grupos de beleza do mundoâ€?, destaca. O FĂłrum EconĂ´mico Mundial sobre a AmĂŠrica Latina aborda, entre outros temas, os esforços empreendidos na regiĂŁo para manter o positivo crescimento econĂ´mico, HQTXDQWR IRPHQWD D GLYHUVLĂ€FDomR GD HFRQRmia e fortalece o comĂŠrcio e o investimento em capital humano. O encontro deste ano, com tema “Abrindo Caminhos para um Progresso Compartilhadoâ€?, reuniu mais de 500 dos principais lĂderes regionais e globais. Durante o fĂłrum, duas empresas brasileiras foram homenageadas pela performance e investimentos apresentados nos Ăşltimos anos: o Grupo BoticĂĄrio que atua na fabricação e comercialização de cosmĂŠticos e perfumaria; e a Beraca, que atua no desenvolvimento de tecnologias, soluçþes e matĂŠrias-primas
Divulgação/ Fórum Econômico Mundial
“Empresas brasileiras ajudam a globalizar a AmĂŠrica Latinaâ€?
Sandro Rego, Gerente de Assuntos Institucionais do Grupo BoticĂĄrio (Ă esquerda), recebe o prĂŞmio de David Aikman, Diretor-Geral do FĂłrum (FRQ{PLFR 0XQGLDO
de alta performance para os mercados de tratamento de åguas, cosmÊticos, nutrição animal e indústria.
Estrada do Coco/Linha Verde
A Invepar - um dos maiores operadores privados de infraestrutura de transporte da AmĂŠrica Latina, com atuação nos segmentos de Rodovias, Aeroportos e Mobilidade Urbana - divulgou os reVXOWDGRV Ă€QDQFHLURV GH UHJLVWUDQdo receita lĂquida de serviços de R$ 2,5 bilhĂľes em 2013 (nĂŁo inclui receita de construção), um crescimento de 124% em relação a 2012. O lucro lĂquido da Companhia foi de R$ 96,2 milhĂľes no perĂodo, o que representa um aumento de 291% em relação ao ano anterior.
Os nĂşmeros positivos devem-se ao crescimento de todos os segmentos de atuação da Invepar, especialmente Aeroportos, que registrou R$ 1,3 bilhĂŁo de receita lĂquida de serviços, aumento de 847% em relação a 2012. Os resultados SRVLWLYRV WDPEpP IRUDP LQĂ XHQFLDGRV pelo segmento de Rodovias, que teve receita lĂquida de serviços de R$ 642,2 milhĂľes, 41% superior ao mesmo perĂodo de 2012. Comprometida com o desenvolvimento sustentĂĄvel, a Invepar ĂŠ signatĂĄria do Pacto Global da ONU desde 2010.
Coca-Cola Brasil lança embalagens com tecnologia verde em toda a linha Del Valle A Coca-Cola Brasil dĂĄ mais um passo rumo Ă sustentabilidade e torna-se pioneira mundial no uso de embalagens produzidas com polietileno verde pela Tetra Pak. A novidade chegou ao mercado em março, em todo o Brasil. Em breve, a tecnologia verde estarĂĄ disponĂvel no portfĂłlio completo de embalagens cartonadas da Coca-Cola Brasil. Na nova embalagem cartonada, as camadas de polietileno convencional, fabricadas a partir do petrĂłleo, sĂŁo substituĂdas pelo polie-
tileno à base de cana-de-açúcar, que se renova de forma natural, sem se esgotar. Dessa forma, a linha Del Valle utilizarå atÊ 78% de materiais provenientes de fontes renovåveis em suas embalagens. A utilização desses materiais contribui ainda para a redução em atÊ 22% das emissþes de gases de efeito estufa, por meio da absorção de CO2 da atmosfera durante o processo de crescimento das plantas.
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Invepar tem receita lĂquida de R$ 2,5 bilhĂľes em 2013
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ENERGIA & CARBONO UNFCCC: 75% DAS RESERVAS DE COMBUSTĂ?VEIS FĂ“SSEIS NĂƒO DEVERIAM SER UTILIZADAS Por JĂŠssica Lipinski , do Instituto CarbonoBrasil
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A secretĂĄria-executiva da Convenção Quadro das Naçþes Unidas sobre Mudanças ClimĂĄticas (UNFCCC), Christiana Figueres, DĂ€UPRX QR GLD GH DEULO TXH D LQG~VWULD GRV combustĂveis fĂłsseis deve buscar uma mudança drĂĄstica em direção a uma produção mais limpa, sustentĂĄvel e de baixo carbono, acrescentando que, para isso, boa parte das reservas do setor deve permanecer intocada.
“A hora para experimentação, para mudanças marginais e para respostas condicionais acabou. Os combustĂveis devem ser utilizados com moderação e responsabilidade. TrĂŞs quartos das reservas de combustĂveis IyVVHLV SUHFLVDP Ă€FDU QR VRORÂľ REVHUYRX D costarriquense em um discurso no encontro da Associação da IndĂşstria Global de PetrĂłleo e GĂĄs para QuestĂľes Ambientais e Sociais (IPIECA).
SISTEMA CANTAREIRA VAI ESVAZIAR ATÉ A COPA, AFIRMA COMITÊ Do Ciclovivo
O chamado “volume Ăştilâ€? do Sistema Cantareira poderĂĄ se esgotar completamente em julho, mĂŞs da Copa do Mundo, segundo as previsĂľes do comitĂŞ anticrise que monitora a situação do manancial. Com a estiagem mais severa jĂĄ registrada na histĂłria, o abastecimento GH iJXD Ă€FDUi FRPSURPHWLGR HP TXDVH PHWDGH da Grande SĂŁo Paulo e na regiĂŁo de Campinas. A previsĂŁo feita pelos especialistas desperta grande preocupação entre a população e pressiona a Sabesp, que deverĂĄ instalar equi-
pamentos para fazer a captação de ĂĄgua do “volume mortoâ€?, uma reserva estratĂŠgica de 400 bilhĂľes de litros situada no fundo dos reservatĂłrios. A Sabesp informou que vai dar inĂcio Ă operação em maio, dois meses antes do possĂvel esgotamento da ĂĄgua represada acima do nĂvel das bombas. O chamado “volume mortoâ€? ĂŠ uma TXDQWLD TXH Ă€FD JXDUGDGD SDUD HPHUgĂŞncias e que nunca foi utilizada anteriormente.
SETOR EĂ“LICO ALAVANCA VENDA DE COMPĂ“SITOS NO BRASIL Do Portal PetronotĂcias
O setor de compĂłsitos no Brasil faturou pouco mais de R$ 3,2 bilhĂľes no ano passado, valor 9% maior do que em 2012. De acordo com a Associação Latino-Americana de Materiais CompĂłsitos (Almaco), os mercados de energia eĂłlica, construção civil e agrĂcola contribuĂram fortemente no
resultado das vendas do produto. O setor de geração de energia eólica consumiu 89% das 56.000 toneladas de compósitos de epóxi processadas em 2013. O mercado de petróleo foi o segundo segmento que mais adquiriu o produto, com 6% de participação nas vendas do ano passado.
DIVULGADOS OS 10 SELECIONADOS NO CONCURSO DE MONOGRAFIAS ECOLĂ“GICAS Por Gabrielle Bittelbrun, do Instituto Ideal
$ OLVWD FRP RV Ă€QDOLVWDV GR FRQFXUVR Eco_lĂłgicas 2013/2014, promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na AmĂŠrica Latina (Ideal), foi divulgada no dia 4 de abril. Pesquisas de pĂłs-graduação de sete paĂses da AmĂŠrica Latina e Caribe receberĂŁo uma premiação inicial de US$ 2 mil cada uma, e serĂŁo reunidas em livro, distribuĂdo a bibliotecas. É a primeira vez
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que tantos paĂses sĂŁo contemplados nesta primeira etapa de seleção. No dia 22 de abril, serĂŁo divulgados os dois grandes vencedores do concurso: um da categoria energias renovĂĄveis e outro GD FDWHJRULD HĂ€FLrQFLD HQHUJpWLFD 2V YHQcedores receberĂŁo mais US$ 10 mil, alĂŠm de US$ 5 mil para o professor orientador, em premiação durante o SeminĂĄrio Energia + Limpa. O seminĂĄrio serĂĄ realizado pelo
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Ideal no mês de maio, em Florianópolis-SC. O Eco_lógicas Ê promovido pelo Instituto Ideal, Parlamento Del Mercosur, Centro de Formación para Integración Regional &HÀU $VRFLDFLyQ GH 8QLYHUVLGDGHV *UXSR 0RQWHYLGHR $8*0 2ÀFLQD 5HJLRQDO GH Ciencia de la Unesco para AmÊrica Latina y el Caribe e Organização Latino-americana de Energia (Olade). Para saber mais, acesse www.institutoideal.org/ecologicas.
Estante PANTANÁUTILUS De Ana Carolina Neves, Editora FTD, 96 páginas, R$ 37,00 Um boa dica de leitura para a criançada conhecer o Pantanal, uma das principais reservas de recursos hídricos do Brasil e do mundo, é o livro Pantanáutilus. A história é uma viagem às profundezas do Pantanal, onde a menina vai passar as férias com os avós. A época é de cheias e os rios estão transbordados e as estradas alagadas. O cenário é perfeito para o avô, uma figura curiosa, meio poeta, meio inventor, explorar sua criação, o Pantanáutilus. O equipamento é uma espécie de “submarino” de vidro, parecido com uma bolha de ar, com o qual ele imagina explorar a planície inundada. A obra integra a coleção Quero Mais. Tem autoria de Ana Carolina Neves e ilustração de Carlos Fonseca.
ABRE ALAS De Paulo Lima, Editora Penalux, 78 páginas, R$ 28,00, compras pelo site: http://www.editorapenalux. com.br/loja/product_info. php?products_id=170 O livro Abre Alas, do jornalista sergipano Paulo Lima, editor da revista virtual Balaio de Notícias e colaborador de Plurale, já está à venda no site da Editora Penalux. O livro traz 100 microcontos sobre o carnaval, essa folia tipicamente brasileira. São muitos carnavais dentro de um só carnaval. Há microcontos para todos os paladares. O humor é o ponto em comum entre todas elas. O livro custa R$ 28,00.
MICO-LEÃO-PRETO: A HISTÓRIA DE SUCESSO NA CONSERVAÇÃO DE UMA ESPÉCIE AMEAÇADA De Gabriela Cabral Rezende, Editora Matrix, 176 páginas, R$ 34,90 Em 1970, o mico-leão-preto era considerado um animal extinto. A descoberta de alguns espécimes levou um grupo de pessoas a lutar por sua conservação e a elaborar estratégias que podem hoje servir de exemplo para a manutenção da vida e do hábitat de diversas outras espécies. Este livro mostra como foi desenvolvido esse trabalho. Um exemplo de dedicação, planejamento e sucesso. Parte da venda do livro será destinada ao Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, realizado pelo Instituto IPÊ.
A HUMANIDADE CONTRA AS CORDAS Por Eduardo Felipe Matias, Editora Paz e Terra, 348 páginas, R$ 45,00 Como fazer a transição para a economia verde e engajar a sociedade na busca por um modelo compatível com o desenvolvimento sustentável? Para Eduardo Felipe Matias - doutor em Direito Internacional pela USP e vencedor do Prêmio Jabuti com A Humanidade e suas Fronteiras -, a mudança não ocorrerá sem o envolvimento do setor privado. Em seu novo livro, A humanidade contra as cordas, relaciona sustentabilidade à globalização e analisa duas grandes crises que têm afligido a humanidade: a ambiental e a financeira. Publicada pela Editora Paz e Terra, com apoio do Planeta Sustentável, a obra ainda avalia o papel do Estado e de uma governança global eficiente para deter as mudanças climáticas.
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I m a g e m
Foto: Josenir
Melo
Secom / Acre
A
cheia no Rio Madeira atingiu os estados de Rondônia e Acre. O Acre chegou a ficar 20 dias isolado do resto do País por conta do nível das águas do Rio Madeira. Em algumas cidades e até mesmo na capital, Rio Branco, houve dificuldades no abastecimento de combustível e alimentos. Carretas mais pesadas passaram com a ajuda de balsas e tratores pela BR 364. De acordo com a Defesa Civil, a rodovia federal alcançou o momento mais crítico da cheia histórica: o rio atingiu a cota 19,65 metros no dia 26 de março. Produtos e combustíveis vindos do Peru ajudaram a evitar o desabastecimento do estado.
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ALUSA ENGENHARIA: COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS E SISTEMA DE GESTÃO. Mais de 50 anos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável do Brasil, cuidando sempre da performance e do bem-estar dos colaboradores.
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