Plurale em Revista ed 34

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AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE

ÁGUA: REÚSO E ECONOMIA

www.plurale.com.br

ECOTURISMO: CHAPADA DOS VEADEIROS, SUL E AMAZÔNIA

ARTIGOS INÉDITOS

ESPECIAL

Água

FOTO DE ADRIANA BOSCOV COV - CACHOEIRA DOS ANJOS E ARCANJOS- CHAPADA DOS VEADEIROS (GO)

ano seis | nº 34 | março / abril 2013 | R$ 10,00



Editorial

Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista e Plurale em site e acordo com os últimos dados da ONU e da UNESCO, 1,7 bilhão de pessoas obtiveram acesso à água potável desde 1990, mas 884 milhões de pessoas continuam sem acesso. E ainda hoje, 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico. O impacto destes números é dramático na saúde: por dia, uma média de 5 mil crianças morrem de doenças que poderiam ser evitadas, todas relacionadas à qualidade e/ou falta d’água ou de saneamento básico. Por todos os lados encontramos mais argumentos para reafirmar a relevância do tema. Ainda mais agora: 2013 foi declarado pela ONU como o Ano Internacional de Cooperação da Água e está prevista uma reunião preparatória para o 7º Fórum Mundial da Água, a ser realizado em 2015, na Coreia do Sul. Sem este insumo básico não é possível imaginar a agricultura, a pecuária, a indústria ou qualquer outra atividade econômica. Mas o quê realmente tem sido feito para melhorar estes indicadores e garantir o acesso à água destas e das próximas gerações? De que forma a humanidade tem se empenhado em realmente repensar sua relação com este bem tão valioso? Muitas destas questões estão presentes nesta Edição Especial sobre Água de Plurale em revista. Nícia Ribas e Elizabeth Oliveira trazem da Amazônia exemplos que merecem toda a atenção. Do Sul, temos a emocionante história de dedicação de um velho guardião do mar e Lenina Mariano relata o esforço pela melhoria da qualidade do importante Rio Itamambuca, no Litoral Norte paulista. Apresentamos artigos inéditos de Malu Nunes, Edmilson Oliveira da Silva e Jetro Menezes. A entrevista é com o biólogo Mário Moscatelli, que não se cansa de denunciar o dramático estado dos mangues no Rio de Janeiro. Cases de reúso de água em indústrias também estão presentes nesta edição, como na coluna Pelas empresas e ainda na reportagem de Marisa Pereira e Andressa Brandalise. Do Nordeste, Flamínio Araripe conta que a seca e drama do semi-árido transformou-se em um problema do Primeiro Mundo. Como já tornou-se uma marca registrada de Plurale, esta também é uma edição repleta de belas fotos de diferentes regiões: Adriana Boscov e Leonardo Moraes de Souza descortinam a belíssima Chapada dos Veadeiros (GO); enquanto Luciana Tancredo mostra o contraste de praia e serra no Paraná e Santa Catarina e Jean Pierre Verdaguer colore as páginas com a água que pulsa em Visconde de Mauá (RJ). Tudo isso e muito mais para que você possa refletir sobre a sua relação com este insumo tão essencial em nossas vidas. Boa leitura!

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Foto: Mário Moscatelli

Conte xto

8.

ENTREVISTA COM O BIÓLOGO MÁRIO MOSCATELLI SOBRE A POLUIÇÃO EM MANGUES NO RIO DE JANEIRO

44.

Foto: Eunice Venturi

EXEMPLOS DA AMAZÔNIA

POR ELIZABETH OLIVEIRA E NÍCIA RIBAS

14. BAZAR A AR

16.

C CO ÉTICO

ARTIGOS INÉDITOS

CHAPADA DOS VEADEIROS

POR ADRIANA BOSCOV E LEONARDO MORAES DE SOUZA

Foto: Fundação Grupo Boticário

26. 30.

Foto: Leonardo Moraes de Souza

POR SÔNIA ARARIPE

PELO BRASIL

22 ECOTURISMO

POR ISABELLA ARARIPE

53 58 CINEMA VERDE

POR ISABEL CAPAVERDE

65 4

Foto: Thaís Rocha

ENERGIA & CARBONO

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013

34.

CISTERNAS CASEIRAS ARMAZENAM ÁGUA COLETADA DAS CHUVAS POR JANAÍNA SALES


Foto de Nícia Ribas

stórias relevantes hi as ri vá ou nt se re Plurale ap cial e ambiental de transformação so os... ao longo de cinco an

Foto: Divulgação

Foto de Luciana Tan

credo

Foto de Cristina David

Foto de Nícia Ribas

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Quem faz Plurale em revista, Edição 33

“Prezados SĂ´nia e Carlos, c aVenho r t a agradecer s @ p l au vocĂŞs r a l eeĂ .Nicia c o Ribas m . b r a grande consideração ao meu trabalho e “Parabenizamos a ao de LĂşcia Cherem veiculada na Edição equipe de Plurale 32 de Plurale em revista, na matĂŠria Um em revista pelos Arteducador a Serviço da Escola BĂĄsica, cinco anos de realizada durante o Projeto Letramento, na atuação com matĂŠrias UFPR de Curitiba. ParabĂŠns pela revista excelentes, atuais Plurale (fĂ­sica e digital) que continua, em e muito ilustrativas. sua singularidade, buscando e expondo É uma grande contribuição na difusĂŁo do um Brasil cada vez mais plural. Um grande conhecimento, principalmente abordando temas abraço, relevantes como a AmazĂ´nia, uma realidade Joba Tridente, educador, Curitiba (PR) ainda pouco conhecida e compreendida. Sucesso e prosperidade!â€? Plurale em site NĂĄdia Ferreira, SecretĂĄria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento SustentĂĄvel do “Christian Travassos, sua expressĂŁo nos envolve, nos toca, nos abraça e nos Amazonas, Manaus (AM) mergulha. O tema abordado no artigo “Para “Em cinco anos de existĂŞncia, Plurale em alĂŠm do improviso, a reaçãoâ€?, publicado em Revista contribuiu de maneira bastante especial Plurale em site, ĂŠ quente, cortante e suas para a divulgação de conhecimentos acerca de palavras escolhidas, sua pontuação, sua temas de grande relevância nos dias de hoje, narrativa nos viviďŹ ca a chama do sentido como meio ambiente e sustentabilidade. A do que estamos fazendo aqui. Enquanto Apimec parabeniza a publicação por seu quinto vivos e plenos, ponhamos essas palavras aniversĂĄrio e deseja ainda mais sucesso para os escritas, faladas, comunicadas no coração prĂłximos anosâ€?. de quem estĂĄ decidindo o sim e o nĂŁo do Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec fazer. Fraterno abraço, agradecida por essa Nacional (Associação dos Analistas e grata e bela leituraâ€?. ProďŹ ssionais de Investimento do Mercado de PatrĂ­cia Almeida Ashley, professora da Capitais) UFF, Rede EconsciĂŞncia e Ecocidades, Rio de Janeiro (RJ) “Relevante notar que o Brasil sediou, pela primeira vez, em fevereiro Ăşltimo, a ConferĂŞncia “Christian Travassos, estou maravilhada Internacional da Rede Mundial de Academias com sua exposição sobre o Rio de Janeiro de CiĂŞncias, cuja pauta, desta vez, abrangeu no recente artigo “Cidade Maravilha desenvolvimento sustentĂĄvel e erradicação mutanteâ€?. Maravilhada e orgulhosa por ser de pobreza. É auspicioso constatar que o carioca e ver onde minha cidade chegou Brasil jĂĄ começa a ďŹ gurar no contexto da e maravilhada por ver como alguĂŠm como sustentabilidade e, como uniĂŁo indissolĂşvel, vocĂŞ, conseguiu descrever e retratar tĂŁo na percepção do protagonismo da temĂĄtica linda e detalhadamente como a cidade meio ambiente no tocante a todos os aspectos do Rio de Janeiro alcançou esse status. econĂ´micos, sociais e demogrĂĄďŹ cos que ParabĂŠns pela sua belĂ­ssima reportagem. envolvem a atividade humana. NĂŁo posso, Pelo seu tĂŁo carinhoso jeito de escrever.â€? assim, deixar de registrar o meu testemunho Isabel Ferreira, ONG RessurgĂŞncia, pelo pioneirismo, clarividĂŞncia e audĂĄcia Rio de Janeiro, RJ da Plurale, indiscutivelmente, um dos agentes responsĂĄveis por este crescente “Fico imensamente feliz em saber reconhecimento. Acompanho Plurale desde a que o empoderamento feminino estĂĄ sua criação e, com imensa satisfação, formulo minhas congratulaçþes aos fundadores, editores sendo abraçado e promovido por empresas grandes como a Coca-Cola, responsĂĄveis que esteve presente recentemente no e toda equipeâ€? Ruy Flacks Schneider, consultor de negĂłcios, “5th Annual Women´s Empowerment Principles Eventâ€?, na ONU Mulheres, em Rio de Janeiro, RJ Nova Iorque. Testemunhei de perto, no interior do MaranhĂŁo, a importância do â€œĂ‰ um prazer poder entrar em contato com vocĂŞs de Plurale em revista, agradecer todas as empoderamento feminino nĂŁo somente para a prĂłpria mulher, mas tambĂŠm para oportunidades que a Revista e sua equipe me ofertaram. O artigo publicado na Edição 33 ďŹ cou toda a comunidade, em matĂŠria publicada lindo, todo trabalho, fotos, enďŹ m, vocĂŞs estĂŁo de na Edição 26 de Plurale em revista. ParabĂŠns!â€? parabĂŠns!â€?

Cartas

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Diretores SĂ´nia Araripe soniaararipe@plurale.com.br Carlos Franco carlosfranco@plurale.com.br

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Plurale em site: www.plurale.com.br Plurale em site no twitter e no facebook: http://twitter.com/pluraleemsite https://www.facebook.com/plurale Comercial comercial@plurale.com.br Arte SeeDesign Marcos Gomes e Marcelo TristĂŁo FotograďŹ a Luciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto); AgĂŞncia Brasil e Divulgação

Colaboradores nacionais Ana CecĂ­lia Vidaurre, Geraldo Samor, Isabel Capaverde, Isabella Araripe (estagiĂĄria), NĂ­cia Ribas, Paulo Lima

e SÊrgio Lutz Colaboradores internacionais Aline Gatto Boueri (Buenos Aires), Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston) Colaboraram nesta edição Adriana Boscov e Leonardo Moraes de Souza (Ensaio Chapada dos Veadeiros, GO), Bruno Bocchini (Agência Brasil), Christina Lima (Nós da Comunicação), Edmilson Oliveira da Silva, Elizabeth Oliveira, Equipe Nube, Equipe UNIC-Rio, Fabiano à vila (Carbono Brasil), Flamínio Araripe, Janaina Salles, Jetro Menezes, Lenina Mariano (Ubatuba, SP), Lília Gianotti (Da Gema Comunicação), Malu Nunes (Fundação Grupo Boticårio), Mårcia Vaz (Fetranspor), Marisa Pereira e Andressa Brandalise (Fundação Proamb, RS), Raquel Ribeiro e Jean Pierre Verdaguer (Visconde de Mauå, RJ). Plurale Ê a uma publicação da SA Comunicação Ltda (CNPJ 04980792/0001-69) Impressão: WalPrint

Plurale em Revista foi impressa em papel certiďŹ cado, proveniente de reorestamentos certiďŹ cados pelo FSC de acordo com rigorosos padrĂľes sociais e ambientais. Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202 CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932 SĂŁo Paulo | Alameda Barros, 122/152 CEP 01232-000 | Tel.: 0xx11-9231 0947 Os artigos sĂł poderĂŁo ser reproduzidos com autorização dos editores Š Copyright Plurale em Revista

Carla Martins, consultora jurĂ­dico-ambiental, SĂŁo Paulo (SP)

Vivian Simonato, jornalista, Dublin, Irlanda


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Entrevista

MÁRIO

MOSCATELLI, Biólogo O DEFENSOR DOS MANGUES

ão peçam calma ou palavras conciliatórias para o biólogo Mário Moscatelli quando o assunto for invasões e crimes ambientais contra manguezais. Nos últimos 25 anos ele se especializou em uma verdadeira tática de “guerrilheiro” em defesa da natureza. De barco, a pé ou do alto, de helicóptero,

Moscatelli denuncia o que vê de errado e tem incomodado autoridades e grupos econômicos. Não se intimida. Com o apoio da imprensa, o biólogo – responsável técnico pela Manglares Consultoria Ambiental - coloca mesmo o dedo na ferida. Mas não o chamem de ecologista. “Sou um profissional tecnicamente habilitado atuante e um cidadão que não gosta de ser feito de otário o tempo todo pelo poder público que de público não tem absolutamente nada.” Para quem o considera ácido e crítico demais, ele asseguro que é um apaixonado pelo Rio

e seus biomas, mas se desespera com o que vê todos os dias. “Não estou de mau humor. Apenas replico o que vejo onde eu trabalho tentando recuperar o que ainda é recuperável ambientalmente. Há dinheiro, há tecnologia, mas infelizmente falta vontade política e amor pelo planeta”, resume Moscatelli. A seguir, os melhores momentos da entrevista com este “guerrilheiro” da natureza, que critica os poderes públicos, grupos que fazem empreendimentos imobiliários e a sociedade pelo estado crítico das águas no Rio de Janeiro.

Plurale em revista - A sua formação foi em Biologia. Formou-se por onde? Trabalha há quanto tempo com a preservação de mangues? Mário Moscatelli - Me formei em Ciências Biológicas na Universidade Santa Úrsula (Rio) em 1987. Depois fiz Mestrado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1994. Trabalhei em vários órgãos ambientais e, desde 1997, sou

professor de Gerenciamento de Ecossistemas do Centro Universitário da cidade e responsável técnico pela empresa de recuperação ambiental Manglares Consultoria Ambiental. Plurale - Como começou este trabalho de ecologista em defesa de mangues do Rio? Moscatelli - Não me considero um ecologista. Sou apenas um profissional

tecnicamente habilitado atuante e um cidadão que não gosta de ser feito de otário o tempo todo pelo poder público que de público não tem absolutamente nada. Meu trabalho começou em defesa dos mangues em 1987 quando mesmo protegidos integralmente por inúmeras leis, os mangues eram transformados em loteamentos e marinas de luxo devidamente autorizados pelos órgãos ambientais da época. Essa

Por Sônia Araripe, Editora de Plurale em revista Do Rio de Janeiro Fotos: Mário Moscatelli e Divulgação

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013


Infelizmente, no Rio de Janeiro existe a indústria da degradação que consiste em fazer obras faraônicas que não geram o objetivo ambiental esperado pouca vergonha permitiu a supressão, por exemplo, de centenas de hectares de manguezais na Baía de Ilha Grande. Plurale - Você coordena uma ONG? Faz alguns projetos patrocinados também? Moscatelli - Não tenho ONG, visto que acredito que muitas são empresas disfarçadas de ONGs ou braços/tentáculos de políticos. O que tenho é uma empresa de consultoria que paga impostos, emite notas e compete no mercado de serviços ambientais. Sou contratado por empresas de construção civil, empreendimentos hoteleiros, empreiteiras que executam projetos de recuperação e gerenciamento ambiental. Plurale - Após tantos anos de trabalho acompanhando lagoas, mangues e a biodiversidade nestas regiões, que avaliação você faz da qualidade da água no Rio de Janeiro? Piorou muito? Moscatelli - Que água? Só trabalho no meio de despejo de esgoto, de dejetos e de lixo, seja na Baía de Guanabara ou no sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá. Infelizmente, no Rio de Janeiro existe a indústria da degradação que consiste em fazer obras faraônicas que não geram

Rios Iguaçu e Sarapuí

o objetivo ambiental esperado. Ninguém cobra nada dos administradores públicos e fica o dito pelo não dito. Passam-se anos, aí outro governo arruma outras centenas de milhões de dólares para terminar o que o outro projeto que já custou uma fábula não resolveu e assim todos ficam felizes, os políticos e os que excutam as obras e o ciclo continua assim indefinidamente. Passam-se mais alguns anos e mais dinheiro é tomado emprestado por outro governo e assim para todo o sempre. Plurale - Você sobrevoa e navega há anos alguns canais relevantes. Encontra sofás, geladeiras e muito lixo. Quais são as principais causas deste cenário? Moscatelli - Poder Público inoperante, sempre secando gelo e quase nunca agindo nas causas da degradação que são a ausência de políticas públicas nas áreas de habitação, saneamento e transporte, e consequentemente quem paga pelo crescimento populacional é o ambiente. A sociedade que parece achar graça de tudo. Vota mal, elegendo, em sua maioria, pessoas interessadas exclusivamente com seus objetivos pessoais, sem olhar para os verdadeiros problemas que atingem a cidade há décadas.

Plurale - Que espécies estão ameaçadas por conta desta poluição dramática em mangues e lagoas? Moscatelli - Ao carioca falta conhecer mais sua cidade do ponto de vista ambiental. A maioria conhece onde ficam os principais shoppings centers, mas poucos sabem onde é que fica a Lagoa do Camorim (em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio), ou o Rio Guaxindiba (dentro da APA de Guapimirim, região mais preservada da Baía de Guanabara). Há menos de 100 anos encontravam-se onças, tamanduás, jacarés às centenas na Baixada de Jacarepaguá (Zona Oeste). E hoje? Os que sobreviveram ao crescimento urbano descontrolado e sem infraestrutura (jacarés e capivaras) quando conseguem sobreviver em algum canto imundo por lixo e esgoto, são caçados e mortos a tiros por esporte. Infelizmente onde o homem colocou a mão na maior parte da cidade do Rio de Janeiro, ele literalmente suprimiu/extinguiu a biodiversidade seja pela supressão dos ecossistemas nativos de baixadas (mangues, lagunas, restingas, matas, brejos), pela caça, ou pela contaminação por lixo e principalmente esgoto sem tratamento que é cobrado religiosamente pela empresa estatal todo mês de todos que recebem água em casa, mas

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Entrevista que em grande percentual não tem tratamento de seu esgoto. Plurale - Além de empresas que poluem, esgotos clandestinos até mesmo de grandes condomínios, você não avalia que o morador do Rio tem também responsabilidade por este estado crítico de algumas áreas? Moscatelli - Claro! Visita as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon ou Barra no final da tarde de domingo. Parece que houve um ataque do “homo porcus”.

educação de boa qualidade que produza cidadãos e cidadãs ativos. E que também possa cobrar o papel das autoridades. Sem educação de qualidade e massa crítica na maior parte da sociedade, esqueça, vamos continuar perpetuando essa verdadeira casa da mãe Joana na saúde, no meio ambiente, nas obras superfaturadas e por aí vai. Plurale - Você é otimista, cético ou pessimista? Ainda é possível acreditar que há solução para o drama das águas no Rio?

O sistema lagunar de Jacarepaguá poderia se tornar uma hidroviapara ecoturismo e circulação pela Barra-Jacarepaguá e Recreio. Mas, infelizmente isso é impossível com o atual quadro deassoreamento e a poluição de suas águas Lixo na Baía da Guanabara Encontra-se de tudo nas areias. O fedor que emana da areia parece não incomodar mais ninguém. Aliás, as águas também podem estar contaminadas que quase ninguém mais parece se incomodar. É o paraíso da degradação. Basta lembrar também do que acontece no Carnaval ou no Ano Novo. Uma verdadeira horda de porcos que deixam pelas ruas e praias, além da urina, centenas de toneladas de todo tipo de resíduos. Sinceramente, é duro ver o paraíso afundando no inferno. Plurale - Educação ambiental poderia ajudar? As crianças serão os consumidores de amanhã. Mas seus pais já estão poluindo hoje. Qual a sua avaliação? Moscatelli - Educação ambiental só não resolve o grave problema. Defendo a

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Moscatelli - Solução tem. Mas, os gestores públicos e o lado sombrio da força que patrocina e elege a grande maioria deles não tem interesse em buscar soluções, pois com elas não se ganha dinheiro e o negócio por aqui é faturar mais, desde os tempos do Descobrimento. Plurale - Fala-se há anos no programa de Despoluição da Baía de Guanabara. Pouco ainda se avançou. O mesmo sobre as lagoas da Barra e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Por que não avançam? Moscatelli - É como digo, a indústria da degradação – quanto pior, melhor, principalmente se o pior for patrocinado por projetos de centenas de milhões de dólares sem uma eficiente fiscalização sobre os gestores públicos que gerenciam

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o dinheiro. Aí os anos passam, o dinheiro desaparece em obras que não resultam em quase nenhuma melhoria ambiental, e finalmente a má gestão é classificada como equívocos técnicos. No sistema lagunar em função das Olimpíadas, em abril de 2013, quem sabe, será iniciada a dragagem do sistema lagunar pelo Governo do Estado, onde serão investidos R$ 550 milhões. Associe-se a isso a instalação de mais quatro unidades de tratamento de rios nos principais valões de esgoto daquela bacia. Bom, nesse caso essa será parte da guerra, pois se conseguirmos que o poder público faça, de fato, seu dever de casa direito até 2016, teremos uma luta maior ainda que será a de obrigá-lo a manter todo o sistema de manutenção operando. Plurale - O Rio depende destes projetos para as Olimpíadas 2016. Vai dar tempo de concluir? Moscatelli - As Olimpíadas são em 2016 e a Copa em 2014. O tempo para concluir essas obras até 2016 já está mais do apertado, mas fazer o que? Brasileiro, e principalmente os governos, adoram empurrar com a barriga enquanto podem o que precisa ser feito, visto que muitas vezes, intencionalmente, isso gera contratos emergenciais e todas aquelas artimanhas mais do que manjadas que fazem obras pularem duas, três ou até 10 vezes o inicialmente estimado. Infelizmente, isso é o Brasil! Ame-o ou deixe-o. Plurale - O Rio é cercado de águas por todos os lados. Poderia aproveitar melhor o transporte por barcas? Em que áreas? Moscatelli - O Rio é cercado por esgoto e dejetos por todos os lados! Visto que por onde você procure, todos os corpos d’água estão contaminados por esgoto! Estou exagerando? Então acompanhe os relatórios de balneabilidade apenas das praias oceânicas. O sistema lagunar de Jacarepaguá poderia se tornar uma hidrovia para ecoturismo e circulação pela BarraJacarepaguá e Recreio. Mas, infelizmente isso é impossível com o atual quadro de assoreamento e a poluição de suas águas. Não estou de mau humor. Apenas replico o que vejo onde eu trabalho tentando recuperar o que ainda é recuperável ambientalmente. Há dinheiro, há tecnologia, mas infelizmente falta vontade política e amor pelo planeta.


Os principais temas que impactam as Relações com Investidores, você encontra em uma só revista: na RI

Também disponível no iPad! www.revistaRI.com.br 11


Frases Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama. SCHOPENHAUER Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita

A loucura é uma ilha perdida no oceano da razão.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

MACHADO DE ASSIS

Do mesmo modo que o metal enferruja com a ociosidade e a água parada perde sua pureza, assim a inércia esgota a energia da mente.

MADRE TERESA DE CALCUTA

Sou fuga para flauta de pedra doce. A poesia me desbrava. Com águas me alinhavo”

A água turva não mostra os peixes ou conchas em baixo; o mesmo faz a mente nublada.

Quem nunca altera a sua opinião é como a água parada e começa a criar répteis no espírito.

MANOEL DE BARROS

TEXTOS BUDISTAS

WILLIAM BLAKE

LEONARDO DA VINCI

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Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.

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Água

IOGRAFIA DE UMA D A R ANUNCIADA CRISE

1,7 bilhão de pessoas obtiveram acesso à água potável desde 1990, mas

884 milhões de pessoas continuam sem acesso.

Aproximadamente 70% de toda a água disponível é usada em irrigação.

2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico, tais como vasos sanitários ou latrinas. As eenchentes As tes respondem respo por 15% de todas das as mortes relacionadas nadas a desastres naturais.

Hidrelétrica é a fonte de energia renovável ma mais importante e mais aamplamente usada, rep representando 19% do tota total de energia produzida em todo o mundo.

Fonte: ONU Água, UNESCO Água.

PPor or dia, d uma média de 5m mil crianças morrem doenças que poderiam de doe ser evitadas, todas se relacionadas à qualidade/ relacio falta fa d’água ou de saneamento básico.

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ArteSol valoriza e preserva o artesanato brasileiro O Artesanato Arteesa Solidário – ArteSol – foi concebido como um prog gram social no âmbito do Conselho da Comunidaprograma de SSoli Solidária em 1998, presidido pela antropóloga Dra. RRuth uth Cardoso. Sua primeira ação foi o desenvolvimen m mento de um projeto piloto voltado para as regiões ccast castigadas pela seca, principalmente no Nordeste e noo Norte N de Minas Gerais. O trtrabalho raba que ao longo dos anos ampliou-se e consolidou-se e, eestá fundamentalmente voltado para a salvaguarlidou-se, da do ar rtes artesanato de tradição brasileiro como um patrimônio cultural e ssua interface com o mundo contemporâneo, na formaçã ão ccontinuada dos artesãos e o apoio à sustentabiliformação dade dos ggrupos produtivos. N “Nosso objetivo é, prioritariamente, a valorização dos artesã sãos e do artesanato de raiz, ligados diretamente à históriria de nosso país. Por meio do incentivo e da orientação cconstantes, conseguimos incrementar a renda de diversas fa famílias brasileiras, resgatando uma arte que faz parte da nnossa cultura”, afirma Carmo Sodré Mineiro, presidente do CConselho Diretor do ArteSol. H Hoje, o ArteSol soma mais de 100 projetos desenvolvidos eem 17 Estados brasileiros, envolvendo cerca de 5 mil artesã sãos e beneficiando indiretamente mais de 25 mil pessoas. CComo a comercialização representa hoje um dos maiore res desafios para a sustentabilidade da maioria dos peqquenos grupos produtivos, o ArteSol estabeleceu uma pparceria institucional estratégica com Ponto Solidário ppara maximizar forças e promover a sustentabilidade das aassociações de artesãos e fortalecer o movimento do ccomércio justo e solidário. O Ponto Solidário tem como missão gerar trabalho e rendda, através de divulgação e comercialização da produção artística e artesanal, atendendo aos critérios do comércio justo e solidário e promovendo a identidade cultural. As vendas acontecem na Casa Amarela, um espaço de venda direta da produção artesanal de inúmeras comunidades artesãs do Brasil.

http://www.artesol.org.br p g Rua Pamplona, 1005, 2º andar (Edifício (Ediifíc Ruth Cardoso) – Jardim Paulista, São Paulo PPau (SP) Espaço Cultural Casa Amarela: Rua José JJos Maria Lisboa, 838, São Paulo (SP) (SPP)

Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos t tnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituiçõess e ONGs. s

foto: fo ot Christina Rufatto/ Divulgação

Bazar ético

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VIDA Saud ável

Apoio:

Água pode fazer mal?

Melhor remédio para intestino preso

Ao contrário do que se pensa, água em excesso pode de fato fazer mal à saúde. Muitas pessoas com doenças cardíacas devem restringir o consumo de líquidos a fim de resolverem algumas complicações associadas às suas doenças. Outro problema que a água em excesso pode trazer ao organismo é um quadro parecido com a intoxicação alcoólica. O excesso de água pode levar a alterações da consciência nas quais a pessoa age como se estivesse embriagada. Esse quadro é chamado em medicina de intoxicação hídrica. Além de raro (é muito difícil alguém consumir voluntariamente uma quantidade tão grande de água), ele costuma acometer especialmente alguns pacientes com certos tipos de doenças psiquiátricas. Mas apenas deixe de consumir líquidos se essa indicação for feita explicitamente pelo seu médico, caso contrário, hidrate-se.

É cada vez mais comum encontrar quem sofra com intestino preso. Os médicos aconselham que além de comer adequadamente, alimentos saudáveis e com muita fibra, como frutas, castanhas, iogurte, grãos integrais, etc é urgente e preciso tomar muitos líquidos. Portanto, ingerir muita água é o melhor remédio para prisão de ventre. A água ajuda na formação de enzimas (substâncias que facilitam as reações químicas no organismo) e também da saliva e do suco gástrico, que atuam na digestão. Comece o dia tomando um copo grande ainda em jejum. E vá completando a ingestão de líquido ao longo do dia. No mínimo dois litros a cada dia. Uma boa dica para aprender a controlar se está bebendo a quantidade certa: separe duas garrafas grandes de água mineral vazias. Conforme for bebendo os copos, encha a garrafa com a quantidade correspondente do que bebeu. Assim, ao fim de cada dia você saberá se conseguiu atingir a meta. Se você trabalha na rua ou em lugar que não dá para fazer este método, tenha sempre um squeeze próximo. E encha toda vez que esvaziar.

Atenção na escolha

Se você faz exercícios físicos

Os nutricionistas advertem, no entanto, que alguns tipos de bebidas e alimentos que nos fazem desidratar. É o caso do café, do chá mate, de linguiças, salsichas e alimentos industrializados ricos em sódio, como massas prontas só para descongelar ou batatas-fritas congeladas. O ideal é buscar sempre uma alimentação mais saudável e natural.

Não está fazendo? Tome juízo, encontre tempo e volte a praticar – lembre-se sempre de levar a sua garrafinha para se hidratar. O melhor desempenho em atividades físicas ocorre porque as fibras musculares “ficam azeitadas”, deslizando com mais facilidade, o que reduz o risco de cãibras e de contusões. Se a água da garrafinha terminar ao longo da malhação, volte a enchê-la ao longo dos exercícios.

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Malu Nunes

Foto: Fundação Grupo Boticário

Colunista

ÁGUA E BIODIVERSIDADE: COMPROMISSO COM A VIDA

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epois do Ano Internacional da Biodiversidade Marinha (2012), a Secretaria da Convenção sobre Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas elegeu 2013 como o Ano da Água e da Biodiversidade, dentro da Década da Biodiversidade (2011-2020). O tema deste ano foi escolhido também para coincidir com o ano Internacional de Cooperação para a Água, estabelecido pela Unesco. O objetivo central da Década da Biodiversidade é incluir os conceitos e práticas da preservação do patrimônio natural na agenda política mundial e na sociedade, difundindo a percepção de que ela é fundamental para a manutenção da vida no planeta. Sendo assim, neste ano, será muito discutida a intrínseca ligação entre água e biodiversidade, bem como os desafios relacionados a esses temas. A disponibilidade é um serviço ambiental. A natureza promove a ciclagem da água e, para que esse ciclo seja mantido, mananciais de abastecimento e matas ciliares precisam ser conservados. Contudo, se as bacias dos rios que fornecem água às represas continuarem perdendo sua cobertura vegetal, esses mananciais correm o risco de se tornarem operacionalmente inviáveis. A crise de escassez e estresse hídrico é um problema que já afeta as populações. De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), até 2015 mais de 600 milhões de pessoas deverão ficar sem acesso à água potável. Mesmo sendo o detentor de 12% da água doce do planeta, o Brasil também sofre com a escassez, pois a distribuição dela é irregular pelo país. Além disso, grandes centros urbanos, como Belo Horizonte e São Paulo, já buscam água potável em reservatórios cada vez mais distantes, e isso ocorre em razão não apenas da intensa demanda, mas também da degradação dos mananciais. Diante desse cenário, uma importante estratégia para se garantir recursos hídricos com qualidade e em quantidade suficiente é proteger as áreas naturais por meio do estabelecimento de unidades de conservação. Atualmente, da água disponível para uso humano no Brasil, 9% é

captada dentro dessas unidades e 26% é captada em fontes a jusante a elas. Outra ação fundamental é incentivar a proteção de mananciais em propriedades particulares, e isso pode ser feito por meio de mecanismos de pagamento por serviços ambientais (PSA). Um exemplo é Projeto Oásis, que premia financeiramente proprietários particulares que mantêm as áreas naturais em suas terras e que adotam práticas conservacionistas de uso do solo. O Brasil tem esses e outros exemplos positivos, mas ainda pode e deve ir além. É necessário ampliar as unidades de conservação, que cumprem um papel importantíssimo para a preservação do patrimônio natural e, por consequência, dos recursos hídricos. Também pode evoluir no tema do PSA, a exemplo de países que o incluem no orçamento público, assumindo a responsabilidade sobre a garantia dos serviços ambientais e investindo na sua proteção. Em relação ao PSA, é preciso ainda aprovar a lei que estabelece a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, em tramitação na Câmara dos Deputados. É importante que essa política não seja desvirtuada de sua finalidade primordial. Ela não pode se transformar apenas em um programa de transferência direta de renda, devendo ser um incentivo àqueles que efetivamente contribuem para a proteção da natureza. É fato que o país necessita se desenvolver e diminuir a pobreza, mas isso deve ser feito em consonância com a conservação da biodiversidade, que é a base da sobrevivência humana e do crescimento econômico. Contudo, inúmeras vezes, a ideia de desenvolvimento econômico a qualquer custo tem se sobreposto à conservação. Se por um lado, o país diminuiu o desmatamento na Amazônia, por outro, muitas das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal – a exemplo de estradas e hidrelétricas – serão vetores de novos desmatamentos. Se perante outros países o Brasil se comprometeu a ampliar a percentagem de áreas protegidas, internamente aprovou no ano passado a lei que alterou o Código Florestal, desobrigando quem desmatou ilegalmente a recuperar as matas nativas em suas terras.

Para garantir a efetiva proteção do patrimônio natural e dos recursos hídricos, urge uma ação forte do governo brasileiro em defesa dessa causa, com definição e aplicação de regras e regulamentações, estabelecimento de taxações e adoção de punições em caso de descumprimento. Essa inconstância do compromisso com a conservação da natureza vem se repetindo há anos, mas não pode continuar. Para garantir a efetiva proteção do patrimônio natural e dos recursos hídricos, urge uma ação forte do governo brasileiro em defesa dessa causa, com definição e aplicação de regras e regulamentações, estabelecimento de taxações e adoção de punições em caso de descumprimento. É o governo quem deve delinear os caminhos que sociedade e empresas irão percorrer, disseminando os bons exemplos e restringindo os problemas. Até porque a passividade ainda é uma característica da população nacional, que pouco reclama e se mobiliza a favor da proteção ambiental, sendo que não podemos esperar que ela avance nessa causa com a agilidade necessária. É preciso agir e a ação forte do governo é fundamental para isso. Malu Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

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Colunista

Jetro Menezes

UMA RELAÇÃO DE RESPEITO COM A

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uando sentei para escrever sobre este tema, a água, fiquei pensando sobre o que abordar. Os dados mais significativos, os números e tudo o mais que caracteriza um artigo científico, como resultados mais quantitativos e menos qualitativos. Então resolvi trocar um texto acadêmico por um artigo sobre a nossa relação com a água que usamos todos os dias. Em vez de olhar para fora de casa, minha opção foi olhar, digamos, do registro de água para dentro. Como tem sido o meu consumo de água? Como me relaciono com ela? O que faço quando vejo um vazamento na rua ou na calçada? De onde vem a água que uso nas minhas atividades? Será que é só abrir a torneira que a água aparece? Será que um dia a água pode acabar? O Brasil tem a maior cobertura florestal do Planeta, o que favorece a maior reserva hídrica existente em nosso país. Aprendemos na escola sobre o ciclo hidrológico, mas continuamos poluindo rios, mares, córregos e lagos das nossas cidades (muitas vezes, testemunhamos pequenos e deploráveis gestos, como fazer da boca-de-lobo um alvo para jogar uma latinha ou uma garrafa plástica). A chuva,

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uma das formas de ocorrência de água na natureza, faz parte do processo de trocas do ciclo hidrológico, sendo fundamental para a recarga dos rios, dos aquíferos, para o desenvolvimento das espécies vegetais e também para carregar as partículas de poeira e poluição existentes na atmosfera. A qualidade das águas pluviais pode variar em relação ao grau de poluição do ambiente. As exigências para a qualidade e a segurança sanitária das águas pluviais estão diretamente relacionadas com o fim a que se destinam. Às vezes, pecamos em deixar alguns valores se perderem com o tempo. O aproveitamento da água de chuva, por exemplo, caracteriza-se por ser um processo milenar, adotado por civilizações como Astecas, Maias e Incas. Um dos registros mais antigos do aproveitamento da água de chuva data de 850 a.C., referindo-se as inscrições na Pedra Moabita, no Oriente Médio, onde o rei Mesha sugere a construção de reservatórios de água de chuva em cada residência. Há registros que apontam que há aproximadamente 2000 a.C., a água da chuva era aproveitada na descarga das bacias sanitárias. Aproveitar a água da chuva refere-se a um sistema relativamente simples e de baixo custo: captação, filtra-

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gem, armazenamento e distribuição da água que corre nas calhas dos telhados. As pesquisas divulgadas pelo governo e por pesquisadores sobre água, na maioria das vezes, tratam do abastecimento no país, mas não enfatizam outros fatores ligados ao seu uso, como o saneamento, o tratamento do esgoto e o controle da vazão das águas das chuvas. Mais da metade da população brasileira não tem tratamento de esgoto e a água de chuva se perde pelo caminho ou se torna a vilã das enchentes. Na esperança de ver o Brasil promover a “inclusão sanitária”, dois fatos chamam a atenção neste início de ano. A Presidenta Dilma Rousseff anunciou, durante um encontro com os mais de 5 mil prefeitos eleitos em todo o país, novos recursos para a área de saneamento, somando R$ 12 bilhões, sendo R$ 2 bilhões reservados para pequenos municípios. Mas, para fazer valer tais verbas, as prefeituras precisarão contar com técnicos capacitados para elaborar projetos que funcionem. Vamos aguardar o que vai acontecer nos próximos quatro anos. Outro fato é que 2013 também foi escolhido pela ONU como o Ano Internacional da Cooperação pela Água, e prevê uma reunião preparatória para o 7.º


Fórum Mundial da Água, a ser realizado em 2015 na Coreia do Sul, com chefes de Estado e representantes de países de todo o mundo discutindo as políticas globais para o uso e consumo da água. Todos nós sabemos da importância da água para as nossas vidas. Mas, o que temos feito de real, de prático, de objetivo? Qual a nossa atitude ao ver uma pessoa lavando a calçada com a mangueira? Os nossos carros, na maioria das vezes, são lavados com a mesma água que é utilizada para cozinhar, se banhar, fazer um café ou chá. A qualidade das águas dos nossos rios (pelo menos em São Paulo, os Rios Tietê e Pinheiros mais parecem um esgoto a céu aberto) está cada vez pior. O esgoto das casas e até de algumas empresas corre para dentro dos rios e em seguida é lançado nos mares. Todos os anos, quando nos preparamos para comemorar o Dia Mundial da Água, queremos, na verdade, despertar nas pessoas um momento de reflexão, análise, conscientização e mudança de atitudes práticas para minimizar os impactos sobre esse bem precioso e do qual dependemos para viver. Todos nós queremos água limpa e em quantidade e qualidade adequadas, sem nunca faltar nas nossas torneiras.

Nossa relação com a água, no entanto, não deve ser pautar apenas por uma data comemorativa. Nossas atitudes devem mudar. Aliás, você sabe quem é o responsável pela água na sua cidade? A situação exige posturas mais críticas dos cidadãos, como cobrar com mais ênfase as autoridades, os responsáveis pela água. Sem deixar de observar as nossas próprias torneiras. Referências. Bibliográficas: Água: origem, uso e preservação / Samuel Murgel Branco; Ilustrações de Takachi – São Paulo: Moderna, 1993 – (Coleção Polêmica). http://www.diamundialdaágua.net (*) Jetro Menezes é Colunista de Plurale, colaborando com artigos sobre Sustentabilidade. É Gestor e Auditor ambiental, especialista em Saneamento Ambiental. Responsável pela Jetro Ambiental consultoria (http://www.jetroambiental.eco.br). Foi coordenador do Programa de Coleta Seletiva da Prefeitura de São Paulo, ex-diretor de Meio Ambiente da Prefeitura de Franco da Rocha e atualmente chefe de gabinete da Secretaria de Meio Ambiente de Mairiporã.

Como tem sido o meu consumo de água? Como me relaciono com ela? O que faço quando vejo um vazamento na rua ou na calçada? De onde vem a água que uso nas minhas atividades?

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Colunista Edmilson Oliveira da Silva

Subaé, rio soturno Rio que sacia, rio que alimenta, rio que diverte, rio que transporta, rio que envolve e enamora, rio que religa o homem com os deuses da sua cosmovisão 20

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ão é preciso ser poeta para se sensibilizar com o definhar de um rio. Acidente geográfico geralmente associado às coisas boas, “os rios são caminhos que andam e que nos levam aonde queremos ir”, disse Pascal, por exemplo, e Caetano Veloso celebra em uma das canções mais conhecidas, “Onde eu nasci passa um rio”, composta e gravada no início da carreira, que mescla a vida dele com a do Subaé, que banha a cidade de Santo Amaro da Purificação. Em outra, “Purificar o Subaé”, o filho de Dona Canô transforma poesia em queixa para reclamar, nacionalmente, contra os que encheram o canto dele “de raiva e de pena”. Pobre Subaé, que, há várias décadas, pelo descaso das autoridades somado à ignorância ambiental, deixou de ser rio. Rio que sacia, rio que alimenta, rio

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que diverte, rio que transporta, rio que envolve e enamora, rio que religa o homem com os deuses da sua cosmovisão. Um rio sem embarcação é mais triste do que o cão sem pulgas do Mário Quintana. É apenas um rio moribundo, quase morto dentro da paisagem. E só não se pode dar-lhe o atestado de óbito, porque a mãe natureza, volta e meia, produz espasmos autoestruturantes, como as cheias provocadas pelas chuvas nas cabeceiras do rio, e o Subaé retoma, ainda que temporariamente, o vigor, e invade os olhares dos que moram às suas margens. Afora épocas como a das cheias, a situação dos 55 quilômetros da extensão do Subaé, desde a lagoa homônima em que nasce, em Feira de Santana, e a Ilha de Cajaíba, em São Francisco do Conde, na Baía de Todos os Santos, em que deságua, é de maltrato, de poluição. Ambos são fruto tanto da ação


dos cidadãos que habitam a região ribeirinha, quanto dos especialistas em transformar a natureza em bens de capitais, na utilização perversa das águas do seu leito. Isto foi o que aconteceu com a instalação da subsidiária de um conglomerado francês em Santo Amaro, a Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), a apenas 290 metros do leito do Subaé. A instalação da fábrica, há 53 anos, resultou na criação de centenas de empregos para beneficiamento do chumbo extraído da mina localizada no município de Boquira, também na Bahia, mas resultou em adoecimento e morte dos empregados e seus familiares, os mais atingidos diretamente pela poluição causada pela Cobrac. Ajudou a provocar, também, o desaparecimento de espécies da fauna e da flora nas cercanias da Fábrica de Chumbo – como ficou conhecido o empreendimento pelos santamarenses –, isso sem falar dos peixes e crustáceos que eram usados como alimento pelos pescadores. A Fábrica de Chumbo deixou de operar em 1993, após 33 anos de atividade, mas o passivo ambiental provocado pela empresa em associação com a incúria de alguns administradores locais fez com que Santo Amaro passasse a ter dois epítetos: “Leal e Benemérita”, o oficial, e “cidade mais poluída do mundo”, o triste, mas, infelizmente real. Não vem ao caso detalhar os prejuízos materiais e existenciais causados pelo desastre ambiental provocado pelos metais pesados na cidade de população mestiça e que tem a alegria como uma das suas mais marcantes características, mas cabe a pergunta: por que usar parte dos milhões de toneladas da escória do chumbo para “aterrar” o massapê do solo de jardins e pátios de escolas, além de ruas inteiras? Por que distribuir as mantas utilizadas como filtros dos particulados aos operários, tecidos que foram transformados em cobertores e tapetes? Mesmo com a miséria do lugar, não dá para explicar. Outra coisa que não dá para explicar é a instalação de duas fábricas de papel em duas extremidades da cidade, plantas industriais que passaram a lan-

çar os efluentes de produção e lavagem da celulose no Subaé e nos manguezais. O fim da forração dos manguezais indica o que aconteceu com a fauna local: simplesmente desapareceu, obrigando homens e mulheres que tinham na apanha de crustáceos a retirada do sustento da família a irem cada vez mais e mais longe, a fim de conseguirem uma coleta razoável. Há um pequeno vídeo no YouTube em que um pescador reclama da deposição das sobras do tratamento da celulose nas bordas dos manguezais da região de São Francisco do Conde e do consequente desaparecimento de várias espécies de peixes na Foz do Rio Subaé. As sobras formam uma trama nas margens do rio, impedindo robalos, carapebas, carapicuns e caramurus, entre outros peixes, de se alimentarem e se reproduzirem. Manguezais, como é sabido, funcionam como “berçários” das espécies que vivem nos mares. Uma terceira coisa que não se explica é o fato de Dona Canô não ter realizado um dos seus maiores sonhos: viver a despoluição do Rio Subaé, mesmo tendo sido tão docemente determinada e longeva, e reivindicado durante décadas aos diferentes governadores do estado da Bahia essa necessidade. O máximo que a mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia viu acontecer foram algumas das obras do projeto Baía Limpa, iniciativa que, a partir de 1995, começou a ser desenvolvida e prevê o esgotamento sanitário de 80% dos domicílios de Salvador. Orçado em US$ 650 milhões, o projeto também pretende cobrir a maioria dos municípios localizados no entorno da Baía de Todos os Santos, entre os quais inclui-se Santo Amaro. Entretanto, enquanto as obras do Baía Limpa não são concluídas e a originalidade de que fala Caetano e que caracteriza o povo brasileiro não se transforma em projetos viáveis para a consolidação da economia sustentável do país, ao forasteiro que chegar a Santo Amaro e olhar para a parcela urbana do Subaé restará se contentar com um rio agonizante, sem o côncavo e o convexo das velas dos saveiros como os do pai da Yalorixá Beata de Yemanjá. A

As sobras formam uma trama nas margens do rio, impedindo robalos, carapebas, carapicuns e caramurus, entre outros peixes, de se alimentarem e se reproduzirem vi são visão visã o dessas dess de ssas as embarcações emb mbar arca caçõ ções es característicar arac acte terí ríst stiicas da d B Baía í de d Todos T d os Santos S navega apenas nas águas da memória dos mais velhos. Rogo a Oxum – a deusa Yorubá das águas doces – para que eles vivam tanto quanto Dona Canô, para que possam afluir aos mais jovens as visões dos tempos em que a cultura canavieira, a agropecuária desordenada e “o horror de um progresso vazio”, como bem denunciou o mesmo Caetano, não tinham tisnado o Subaé, transformando-o em um rio plúmbeo, soturno, pesado. Um rio que precisa voltar a ser Rio. (*) Edmilson Oliveira da Silva (edm i lson.ol ivei radasi lva@g ma i l. com) é Colunista de Plurale, colaborando com artigos sobre Sustentabilidade. Nascido em Santo Amaro da Purificação, cresceu marcado pelo Rio Subaé. É jornalista especializado em Ciências, Saúde e Meio Ambiente.

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P e lo B rasi l Economia verde cria milhões de empregos no Brasil e no mundo, afirma estudo da OIT Da UNIC Brasil Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançado no dia 15 de fevereiro afirma que, em países com diferentes níveis de desenvolvimento, a transição para uma economia mais verde e sustentável criou milhões de postos de trabalho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o emprego em bens e serviços ambientais foi de 3,1 milhões em 2010. No Brasil, 2,9 milhões de postos de trabalho foram registrados em áreas dedicadas à redução dos danos ambientais, no mesmo período. Os números em diversos países mostram que o argumento de que a transição para uma economia mais verde impactará negativamente o nível de emprego tem sido geralmente exagerado. “De fato, são os países em desenvolvimento que podem se beneficiar da criação de empregos em áreas de tecnologias limpas e energias renováveis”,afirma o estudo, intitulado “O desafio da promoção de empresas sustentáveis na América Latina e no Caribe: Uma análise regional comparativa”. Países como México e Brasil estão liderando a adoção de medidas para li-

dar com as questões ambientais, especialmente em estratégias nacionais de crescimento com baixo carbono, indica o documento. Um estudo do Banco Mundial no Brasil citado pela publicação da OIT afirma que a redução, até 2030, das emissões de carbono em mais de um terço é compatível com o crescimento do PIB e da economia. O estudo afirma que “o País tem grande oportunidade de mitigar e reduzir suas emissões de carbono em setores como agricultura, energia, transporte e gestão de resíduos, sem afetar negativamente o crescimento econômico”. ‘Problemas endêmicos’ inibem desenvolvimento das empresas sustentáveis A Organização recomendou aos países da região que enfrentem os “problemas endêmicos” que inibem o desenvolvimento das empresas sustentáveis, como os relacionados com a alta informalidade e baixa produtividade, no âmbito dos esforços que são realizados para gerar mais e melhores empregos. “Sem empresas sustentáveis não haverá trabalho decente e sem trabalho de-

Organización Internacional del Trabajo

cente não haverá empresa sustentável”, advertiu a Diretora da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco, ao participar da apresentação do relatório na sede da União Industrial Argentina (UIA). Na apresentação, estiveram presentes Daniel Fuentes de Rioja, vicepresidente da Organização Internacional de Empregadores (OIE), e Brent Wilton, Secretário-geral da OIE. Acesse o relatório na íntegra, em espanhol no link: http://www.oit.org.br/sites/default/files/topic/ gender/doc/empresasustent%C3%A1veis_984.pdf

ABRASCA e CDP juntos no desafio pela redução de riscos e geração de valor De São Paulo Aprimorar a gestão de riscos, melhorar as práticas de governança das companhias abertas e fornecer mais informações ao investidor é o que pretendem a ABRASCA e o CDP, com a assinatura do Memorando de Entendimentos ocorrida no dia 21 de março, em São Paulo. ONG que reúne 722 investidores institucionais com ativos de US$ 87 trilhões, no mundo, o CDP agora tem como patronos a Abrapp (entidade representativa dos investidores institucionais) e a Associação Brasileira das Companhias Abertas. “Estamos buscando agregar valor às empresas, especialmente quando o item

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sustentabilidade entra na discussão”, comentou Antonio Castro, presidente da ABRASCA, acrescentando ainda que esta geração de valor será percebida na precificação das ações das companhias no longo prazo. Com isto concorda o colega Fernando Figueiredo, diretor do CDP Brasil e América Latina, ao destacar que a agregação de valor se dará para toda a cadeia, uma vez que a parceria entre as duas entidades – além da Abrapp, que já figura como patrona do CDP – contribui para a geração de valor: “Redução de custos, redução de riscos, perenidade, reputação e responsabilidade social são pilares essen-

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ciais às organizações neste novo tempo”, sublinhou. O CDP possui o maior banco de dados corporativos ambientais do mundo. Na América Latina são 68 grandes companhias que respondem, espontaneamente, ao questionário do CDP. Destas, 52 são brasileiras e dentro de um espaço de três anos a entidade pretende ter duplicado este número de respondentes. “É importante ver que o Brasil tem participação superior a 75% das companhias na América Latina, demonstrando claramente a nossa liderança”, comentou Castro, acreditando que novas empresas devam ser motivadas a ampliar o banco de dados local.


A crise de liderança A tônica da edição 2013 do Trust Barometer, estudo de confiança da Edelman, é a crise de liderança. A pesquisa realizada em 26 países, inclusive o Brasil, é um

Para brasileiro, felicidade está mais associada a bem-estar do que a posse de bens, indica pesquisa do Akatu Levantamento aponta também que entrevistados preferem as alternativas mais ligadas ao caminho da sustentabilidade do que ao do consumismo “Para você, o que é felicidade?” Essa foi uma das perguntas que o Instituto Akatu fez a 800 brasileiros de todas as regiões do país no final de 2012. O resultado da

Por Christina Lima, Editora do Nós da Comunicação

raio-X anual da credibilidade do público informado em quatro instituições: governo, mídia empresas e organizações não-governamentais. São observados nos resultados alguns pontos: os valores de antigamente não são mais suficientes no mercado atual, houve uma reorganização da autoridade, a lacuna deixada pela diferença entre expectativa e desempenho pode se tornar uma grande oportunidade de negócios e, mais importante, confiança é um bem frágil e a percepção dos comportamentos vale ouro. No Brasil, a mídia é a instituição que goza de maior credibilidade na opinião de 66% dos respondentes; seguida pelas empresas com 64%; ONGs com 59% e na lanterna, governo, cujo indicador de confiança não passou de 33% este ano. Essas estatísticas foram apresentadas em 7 de março na ESPM do Rio de Janeiro por Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa. Foram convidados para compartilhar análises so-

bre os números Henrique Rzezinski, vicepresidente da BG Brasil; Susane Worcman, diretora do escritório da Brazil Foundation no Rio de Janeiro; Julio Bueno, Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Energia, Indústria e Serviços do Rio e Carlos Messeder, diretor acadêmico da ESPM Rio. A intensa cobertura de escândalos, aponta os gráficos, é um dos motivos de a mídia estar no topo. Os números do empresariado ficaram estáveis em relação ao ano passado e as razões para a fraca performance do governo se explica principalmente com os casos de corrupção e fraude. Nesse rastro negativo, o índice de credibilidade das ONGs foi puxado de 79% para 40%, em 2012 e este ano voltou ao seu normal. Otimista, Julio Bueno nem se abalou com esses números, para ele a crise de confiança é episódica e exclusivamente decorrente da crise econômica.

pesquisa revela que os entrevistados – independentemente de fatores como classe social ou faixa etária – associam sua felicidade muito mais ao bem-estar físico e emocional e à convivência social do que aos aspectos financeiros e à posse de bens. A divulgação desses dados nesta semana marca o Dia Mundial do Consumidor e o aniversário de 12 anos do Akatu, ambos celebrados em 15 de março. Quando questionados sobre o que consideram ser felicidade, dois terços dos entrevistados indicaram que estar saudável e/ou ter sua família saudável é um fator essencial. Para 60% do público que respondeu à pesquisa, conviver bem com a família e os amigos também os aproxima mais da felicidade. Apenas três em cada 10 brasileiros indicaram a tranquilidade financeira em suas respostas. “Segundo a nossa pesquisa, para os brasileiros, ir ao encontro da felicidade hoje não é aumentar o consumo, mas trabalhar pela saúde e prover condições para o verdadeiro bem-viver, com suficiência

material e tempo para desfrutar a vida em companhia dos amigos e familiares, num ambiente seguro e acolhedor”, analisa Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. A tendência de valorizar o bem-estar se confirmou quando os entrevistados foram convidados a priorizar seus desejos. O resultado mostra que, coerentemente com sua visão sobre felicidade, os brasileiros são fortemente atraídos pelo caminho da sustentabilidade. Em cinco dos oito temas propostos (afetividade, alimentos, água, mobilidade, durabilidade, energia, resíduos e saúde), os entrevistados preferiram as alternativas mais ligadas ao caminho da sustentabilidade do que as ligadas ao do consumismo. Os dados sobre felicidade e desejos dos brasileiros fazem parte de uma pesquisa realizada periodicamente pelo Instituto Akatu sobre a percepção do brasileiro em relação ao seu consumo, à sustentabilidade e à responsabilidade social das empresas. O relatório completo da pesquisa será divulgado em maio.

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P e lo B rasi l Governo do Amazonas e Sindicato dos Jornalistas lançam Prêmio Onça-Pintada de Jornalismo De Manaus O Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) - Núcleo de Jornalismo Ambiental do Amazonas (Nejam) lançou, no dia 4 de março, o Prêmio Onça-Pintada de Jornalismo. A iniciativa faz parte da programação de comemoração dos 10 anos de criação da SDS, e visa premiar trabalhos jornalísticos nas categorias de Rádio, TV, Impresso, Internet, Acadêmicos de Jornalismo, Fotojornalismo e Reportagem Cinematográfica, desenvolvidos a partir do tema “Sustentabilidade”. O edital está disponível no site da SDS (www.sds.am.gov.br). O objetivo é premiar trabalhos jornalísticos desenvolvidos a partir do tema “Sustentabilidade”, que despertem para a importância da conservação e preser-

vação ambiental, como condição para uma melhor qualidade de vida. Além disso, estimular profissionais e acadêmicos da área a inserir cada vez mais em suas pautas o tema, ampliando, dessa forma, o debate junto à sociedade. A titular da SDS, Nádia Ferreira, ressalta a importância da simbologia do prêmio e do incentivo a participação de jornalistas no debate sobre o tema sustentabilidade. “A onça tem seu simbolismo associado à forca e poder, a exemplo do jornalismo, que tem a força de mobilizar as pessoas para lidar Nádia Ferreira com as noticias. Nosso objetivo é de que o tema sustentabilidade seja uma pauta sempre presente se encontra ameaçada de extinção, innos noticiários, seja para denunciar, inserida na categoria vulnerável, ou seja, formar ou esclarecer, além de chamar a em risco elevado de extinção”, explicou atenção para a espécie, que, atualmente, Nádia Ferreira.

Em assembleia, ex-trabalhadores aceitam acordo com Shell e Basf Bruno Bocchini Repórter da Agência Brasil São Paulo – Os ex-trabalhadores da planta industrial da Shell de Paulínia (SP) – posteriormente comprada pela Basf – aceitaram no dia 8 de março o acordo proposto pelas empresas na Justiça para a garantia de tratamento médico, danos morais e materiais decorrentes de contaminação com substâncias químicas. A antiga fábrica de Paulínia, produtora de agrotóxicos, ficou em atividade entre 1974 e 2002. A indústria contaminou

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o solo e as águas subterrâneas com produtos químicos como o Aldrin, Endrin e Dieldrin, compostos por substâncias cancerígenas. No total, 1.068 pessoas, entre ex-trabalhadores e seus dependentes, processam as empresas por terem ficado expostas aos componentes. “Nossos trabalhadores precisavam da garantia do tratamento médico vitalício o mais rápido possível. Essa luta é uma vitória nossa e se estende a toda a sociedade. Mostra que não devemos baixar a cabeça às multinacionais. Essa decisão vai se tornar precedente para

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a Justiça de todo o país”, disse Arlei Medeiros, diretor da Federação Nacional dos Químicos, Arley Medeiros, que participou da negociação como um dos representantes dos trabalhadores. No dia 5 de março, as empresas Basf e Shell e os trabalhadores afetados chegaram a uma proposta de acordo em audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ficou estabelecida prestação de saúde aos 1.068 trabalhadores envolvidos na ação.


ONU Mulheres, UNICEF e ONU-Habitat lançam aplicativo no Dia Internacional da Mulher A última sexta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, foi marcada pelo lançamento de três novas ferramentas de informação para acesso aos direitos das mulheres: um aplicativo para celular, tablet e computador, da ONU Mulheres, UNICEF e ONU-Habitat, que facilita o acesso de mulheres e meninas vitimas de violência aos serviços de apoio, o novo site da subsecretaria e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM-RJ) e a cartilha “Uma vida sem violência é um direito das mulheres: em briga de marido e mulher o poder público mete a colher”. O evento, realizado pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres (SPMulheres/ RJ), reuniu dezenas de representantes do movimento contou com a presença da ex-ministra Nilcea Freire, representante da Fundação Ford para o Brasil, Paula Walsh, Cônsul Geral da Embaixada Britânica no Brasil, Luciana Phebo, coordenadora do escritório do Unicef no Rio de Janeiro, e Daniela Pinto, da ONU Mulheres, que fez a apresentação do aplicativo. APLICATIVO: INFORMAÇÃO NA PALMA DA MÃO Lançado pelas agências ONU Mulheres, UNICEF e ONU-Habitat, com apoio da Embaixada Britânica, o aplicativo foi desenvolvido para facilitar o acesso de mulheres e meninas vítimas de violência às informações e aos serviços de apoio existentes no âmbito da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Qualquer pessoa que tenha um smartphone ou computador com acesso à internet poderá usar o aplicativo, que é gratuito, e saber mais sobre os locais de atendimentos, conhecendo cada um dos serviços, como e em que momento acessá-los. “A intenção é que essa ferramenta seja usada por mulheres e meninas que, apesar de conhecerem a Lei Maria da Penha, não sabem ao certo para onde se dirigir para receber atendimento, qual

serviço procurar ou ainda onde obter mais informações sobre seus direitos”, diz Daniela Pinto, representante da ONU Mulheres no Brasil. “Cada menina, cada mulher tem o direito de viver sem violência. Mas, quando a violência acontece, precisamos garantir que ela encontre o apoio e atendimento necessário para superar essa situação e se proteger para que ela não se repita”, destaca Luciana Phebo, coordenadora do escritório do Unicef no Rio de Janeiro. “A maioria das pessoas desconhece os serviços e quais os postos mais perto de suas casas. Essa falta de informação é comum a todas as comunidades que pesquisamos (10 favelas pacificadas do Rio de Janeiro) e por isso o aplicativo poderá ser de grande utilidade pública. A ferramenta é democrática e de fácil acesso e poderá ajudar a disseminar as informações sobre serviços e direitos, a fim de garantir o atendimento seguro às vítimas de violência”, diz Rayne Ferretti, Coordenadora de Programas do ONU-Habitat.

SITE DE CARA NOVA O novo site da SPMulheres e do Cedim vai reunir informações sobre a agenda de atividades dos 92 municípios e também as ações organizadas pela sociedade civil, representada pelo Cedim. Além de notícias e data de eventos, o site também terá artigos e publicações e uma seção de vídeos, com campanhas de combate à violência e Lei Maria da Penha, por exemplo. CARTILHA QUE METE A COLHER “Uma vida sem violência é um direito das mulheres: em briga de marido e mulher o poder público mete a colher” foi elaborada em parceria com diversas instituições, como o Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública e as secretarias de Saúde e Segurança, entre outras. A publicação traz informações como a rede de serviços de atendimento à mulher e as instituições que fazem parte da rede especializada de atendimento à mulher. Foto: Divulgação

Por Lília Gianotti, Especial para Plurale em revista

Para fazer o download, basta acessar o site da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres (www.cedim.rj.gov.br) e clicar no banner do aplicativo. Outra opção é fazer o download diretamente através do link: http://216.119.149.140 :8080/swomen.

Da esquerda para a direita — Angela Fontes, Subsecretária do Estado de Políticas para Mulheres, Daniela Pinto (Coordenadora da Área de Eliminação da Violência Contra Mulheres e Meninas da ONU-Mulheres no Brasil), Paula Walsh, (consul britânica) e Luciana Phebo, (coordenadora do escritório do UNICEF no Rio de Janeiro)

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Amazônia

Um Hotel Ariaú atrai turistas com proposta de apresentar a Amazônia como ela realmente é

Texto e fotos: Nícia Ribas, de Plurale em revista De Iranduba (AM)

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M

ais de 50 psitacídeos – papagaios, periquitos, jandaias e araras - e um gavião real estão temporariamente alojados em viveiros dentro da selva, sob os cuidados dos administradores do Hotel Ariaú, em Iranduba (AM). Trata-se de uma parceria com o ICM Bio e o IBAMA, que encaminham para lá aves apreendidas pelo Brasil afora. São apenas alguns dos 38 milhões de animais retirados anualmente da natureza, considerando-se apenas o tráfico de animais silvestres. “Periodicamente, técnicos especializados vêm até aqui para verificar se os ambientes estão adequados – metragem, bebedouros, comedouros”, informa o gerente geral do Hotel, Silfran Bello.

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As aves costumam chegar lá em péssimas condições físicas. Recebem alimentação orientada pelo IBAMA – frutas, sementes, grãos – até que se recuperem e possam voltar para seu habitat natural, a selva. A área de soltura está demarcada e pode ser frequentada pelos hóspedes que usufruem das caminhadas pelas passarelas erguidas sobre estacas à meia altura das copas das árvores. Já o gavião real é mantido isolado em seu viveiro todo encoberto para que não se acostume com aquele ambiente, onde recebe cuidados e alimentação. “Ele está aqui há quatro meses; no começo, era alimentado com iscas de peixe e carne, mas agora já recebe presas vivas, como coelhos, de acordo com sua dieta”, explica o gerente Bello. Recuperado, ele será transportado numa caixa para o seu ha-


bitat. Se permanecesse na área do Hotel, poderia comer, por exemplo, os macacos que circulam livremente por lá, e assustar os hóspedes. Segundo o gerente Bello, há mais dois projetos a serem iniciados em breve: répteis (cobras, jacarés, lagartos) e quelônios (tartarugas, cágados e jabutis). No fim do ano passado, o IBAMA lançou a publicação Esforços para o combate ao tráfico de animais silvestres no Brasil, um estudo de Guilherme Fernando Gomes Destro, Tatiana Lucena Pimentel, Raquel Monti Sabaini, Roberto Cabral Borges e Raquel Barreto. O tráfico de animais silvestres preocupa autoridades das instituições de preservação da natureza em todo o mundo. No Brasil, traz problemas de ordem social e econômica, uma vez que movimenta altos recursos financeiros. No estudo, foram analisados dados armazenados no Sistema de Cadastramento, Arrecadação e Fiscalização (Sicaf), gerenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre 2005 e 2010. ARIAÚ, ÚNICO HÁ 20 ANOS A pouco mais de uma hora (de lancha) de Manaus, o Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers já tem 20 anos, mas continua sendo único na sua concepção arquitetônica. Todo construído sobre estacas de madeira e concreto, em área alagada na margem direita do rio Negro, as torres com apartamentos e os chalés à altura da copa das árvores, estão bem integrados com a floresta e com toda a vida selvagem da Amazônia. Não se pode comer nada ao ar livre sem que macaquinhos tentem roubar os petiscos. As araras voam aos pares na sua janela e ao olhar para baixo, pode-se avistar um baita jacaré à espera de almoço. Os botos cor-de-rosa e muitos outros animais da nossa fauna também estão por lá para encantar turistas que chegam do asfalto. Tal paisagem tem servido de cenário para filmes, como Anaconda, e para realities shows, como Survivor, da TV americana e La Selva de los Famosos da TV espanhola. Estão incluídas na diária as excursões para visitar uma casa de ribeirinhos, caminhada na selva, pesca da piranha e observação de animais de hábitos noturnos, como o jacaré. Neste programa, um garoto ribeirinho captura um filhote de jacaré na beira do rio e o traz para dentro da embarcação, onde o animal é acariciado e fotogra-

O caminho até o hotel, que fica a um pouco mais de uma hora de Manaus, é feito de lancha.

Garoto ribeirinho captura um filhote de jacaré no Rio Negro. O animal é acariciado e fotografado e devolvido ao rio.

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Preservação

fado, para em seguida ser devolvido ao rio. A interação com botos cor-de-rosa, o ritual indígena, e o sobrevoo panorâmico são opcionais oferecidos pelo Hotel. “Toda feita sob orientação de biólogos, nossa interação com botos cor de rosa é a única ecologicamente correta”, garante o guia Miranda. Na área do Ariaú, o respeito ao meio ambiente é louvado e incentivado, seja no orquidário, no aquário ou no pequeno museu, que guarda objetos do cotidiano da vida dos ribeirinhos, incluindo uma choupana de palha e uma canoa. Está lá a prova de que o homem precisa de muito pouco para viver bem sobre sua Terra.

Todo construído sobre estacas de madeira e concreto, em área alagada na margem direita do Rio Negro, as torres com apartamentos e os chalés à altura da copa das árvores, estão bem integrados com a floresta e com toda a vida selvagem da Amazônia.

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O homem vivendo em harmonia com a natureza: o respeito ao meio ambiente ĂŠ louvado e incentivado no local.

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Tecnologia Social

Texto: Elizabeth Oliveira, Especial para Plurale em revista Da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (AM)

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ronicamente, água a perder de vista nos rios do Amazonas não é garantia de abastecimento com qualidade nas torneiras de 100% da população. A situação é mais crítica para quem vive em áreas de difícil acesso, onde a falta desse serviço essencial ao bem-estar humano está diretamente relacionada à exclusão elétrica, outra carência crônica que afeta grande parte das comunidades isoladas da Amazônia. Dependentes de geradores a óleo diesel, combustível que além de poluente chega bem mais caro à região, famílias ribeirinhas não têm como bombear água 24 horas por dia a partir desses equipamentos. Para fazer frente a essa realidade insustentável, moradores das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, a cerca de 600 Km de Manaus, estão experimentando sistemas de bombeamento movidos à energia solar, outro recurso natural abundante e subaproveitado. A tecnologia social que transforma energia solar em energia elétrica já garante o bombeamento de água para cerca de mil moradores de 13 comunidades ribeirinhas das duas Reservas. Os sistemas com base nessa fonte alternativa, viável praticamente o ano inteiro na região, funcionam a partir de painéis instalados em bases flutuantes de madeira. Depois

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de acionados, abastecem os reservatórios comunitários com água que passa por pré-tratamento, antes de ser distribuída às famílias. As iniciativas são parte do Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá, organização sediada no Amazonas, com forte atuação em pesquisas de proteção da natureza e implementação de projetos de desenvolvimento socioambiental. Segundo Helder Queiroz, diretor geral do Instituto Mamirauá, dos 13 sistemas implementados nas duas Reservas, dois têm apoio do Programa Energias Limpas, liderado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (Ider), com financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional no Brasil (USAID/Brasil). Outros três resultam de parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a maioria tem recurso financeiro advindo do contrato de gestão estabelecido com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Para 2013 estão previstas instalações de mais dois sistemas, além de ações de educação em saúde que têm papel fundamental na melhoria das condições de vida da população e na sustentabilidade da tecnologia”, adianta Queiroz. Em busca de solução para outro problema enfrentado pela população ribei-

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rinha, a falta de coleta e tratamento de esgoto doméstico, o que leva à contaminação da água dos rios e à transmissão de doenças de veiculação hídrica, Queiroz adiantou outra novidade: “Em 2014, pretendemos implementar, em duas comunidades que já possuem sistema de água, modelos de fossas para destinação adequada de dejetos humanos em ambiente de várzea. Esses modelos já estão sendo estudados e durante o ano de 2013 ficarão em fase de experimentação por duas famílias, acompanhadas pela equipe técnica do Programa Qualidade de Vida e por uma pesquisadora em Engenharia Ambiental”. Análises socioeconômicas e de desenvolvimento humano serão geradas por meio dessa iniciativa. SOLUÇÃO PARA VELHOS DILEMAS A Vila Alencar, no município de Uarini, médio Solimões, é uma das localidades da Reserva Mamirauá beneficiadas pelo sistema de bombeamento de água movido à energia solar. Lá moram 25 famílias (131 moradores) que comemoraram a novidade instalada no final de 2012 para a solução de um velho dilema. Embora haja grande oferta nos arredores das casas quando a região de várzea está inundada, em época de pico da seca


Fotos de Eunice Venturi e Elizabeth Oliveira

(entre setembro e outubro) são necessárias longas caminhadas em busca de água para beber, cozinhar e cuidar dos serviços domésticos. As várzeas são ecossistemas fortemente influenciados pela sazonalidade de chuvas na região amazônica que provocam desde a cheia de rios de até 12 metros acima de seus níveis normais, até as fases de forte estiagem, quando a oferta de água fica muito reduzida. A forte ligação das populações ribeirinhas com os rios que passam perto de suas casas é mencionada por Ednelza Martins da Silva, uma das moradoras da Vila Alencar que agora tem água encanada em casa diariamente e não precisa mais abastecer os toneis às custas de muito desgaste físico. Embora os moradores tenham se adaptado às dificuldades locais, ela ressalta que buscar água sob o sol a pino não é tarefa que qualquer pessoa suporte com facilidade, mesmo para quem cresceu enfrentando esse tipo de desafio diário que pode deixar sequelas: “Desde criança comecei a carregar água na cabeça e acho que esse é um dos motivos de ter chegado aos 40 anos com dificuldade para crescimento dos cabelos”, afirma. A cada período do ano nas várzeas amazônicas, há um tipo de dificuldade verificada na vida dos moradores. O pescador Arissônio Carvalho e sua mulher, Liziane Carvalho, contam que além do esforço físico para trazer água de longe, na época de seca, quando são reduzidas as melhores condições de navegabilidade nas comunidades, é preciso encostar as canoas e fazer o transporte de compras de alimentos, botijões de gás e galões de combustível a partir de longas caminhadas floresta adentro. “Mas nem tudo é perfeito quando a várzea está alagada. A gente se movimenta melhor, tem mais peixe por perto e outras vantagens, mas muitas vezes a água sobe tanto que a gente morre de medo de cobras, jacarés e outros bichos entrarem em casa”, diz o pescador. “A gente também tem medo das crianças se afogarem nos banhos de rio. É um estresse”, pondera a mulher dele. Ambos comemoram a inovação tecnológica (a custo zero para as famílias) que facilitou a chegada de água às torneiras da casa onde vivem com três filhos menores e esperam por melhoria da qualidade de vida a partir dessa mudança na localidade.

Bombeamento de água com energia solar

Crianças brincam com a água bombeada Caixa em casa da comunidade da Vila Alencar


Tecnologia Social

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasília - O ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, Presidenta Dilma Rousseff, o presidente da Finep, Glauco Arbix, e a premiada Dávila Suelen de Souza, do Instituto Mamirauá, durante cerimônia de entrega do Prêmio Finep de Inovação 2012

Por Elizabeth Oliveira TECNOLOGIA SOCIAL PREMIADA Com o Programa Qualidade de Vida, o Instituto Mamirauá venceu o Prêmio Finep de Inovação 2012 na categoria Tecnologias Sociais da Região Norte e, em seguida, ganhou em nível nacional. Além de representar um importante reconhecimento pelo alcance socioambiental da iniciativa, escolhida entre 88 projetos, a visibilidade garantida pelas premiações está potencializando novas parcerias, segundo informa a coordenadora do Programa, Dávila Corrêa, na entrevista a seguir. Plurale. Qual a maior importância socioambiental do projeto de bombeamento de água por energia solar? Dávila Corrêa. “O sistema em comunidades de várzea da Amazônia contribui para promover a melhoria das condições sociais com ênfase na saúde comunitária,

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a partir dos suportes de saneamento, além de garantir o acesso ao consumo seguro de água num ecossistema com grande variação anual do nível dos rios. O uso de energia solar no bombeamento também evita o consumo de óleo diesel que tem alto custo e é muito poluente”. Que fatores têm contribuído para o sucesso da iniciativa? “Em todo o processo de implementação da tecnologia foi, e continua sendo importante, a parceria e colaboração da população local em relação à sustentabilidade operacional e, sobretudo, ao conhecimento do ecossistema de várzea”. Qual a relevância da premiação para o Instituto Mamirauá? “O Instituto Mamirauá objetiva desenvolver pesquisas sobre o uso sustentável dos recursos naturais para a conservação e preservação das florestas inundadas, integradas com estudos e implementação de tecnologias de caráter social com enfoque em educação, saúde, energia

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e saneamento. Nesse sentido, o reconhecimento regional e a premiação nacional significam que estamos contribuindo para a promoção do desenvolvimento social em comunidades de várzea.” A visibilidade alcançada pela premiação pode atrair novas parcerias ou permitir ampliar a iniciativa? “Pretendemos ampliar nossas parcerias com as prefeituras dos municípios de Alvarães, Uarini, Fonte Boa e Maraã, envolvendo técnicos dos setores de infraestrutura e saneamento, garantindo assim a transmissão do conhecimento para outros órgãos locais. Após as eleições de 2012, alguns prefeitos eleitos fizeram contato conosco para trabalharmos juntos nos próximos anos. Com o recurso adquirido nas duas fases da premiação, vamos desdobrar nossos estudos para a construção de indicadores de acesso à água tratada, bem como de melhoria das condições de saúde e de desempenho do sistema.”


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Sustentabilidade

E L s R E U TI

Minicisternas como forma sustentável de reutilização da água da chuva Texto: Janaína Salles, Especial para Plurale em revista Fotos: Thaís Rocha

É

verão no Rio de Janeiro, os termômetros marcam em torno dos 38º. Mas a chegada de uma frente fria começa a mudar o cenário, trazendo nuvens carregadas: promessa de chuva rápida, típica da estação. Téo Cordeiro, no terraço de seu apartamento em Olaria, Zona Norte da cidade, observa o céu e registra a chegada da chuva com sua Nikon FM2. Permacultor, Cordeiro é um dos integrantes do Instituto PermaRio, criado para difundir conhecimentos sobre como aproveitar melhor os recursos naturais existentes e formas corretas de descartar resíduos, por exemplo. Ele conta que quando chove fica no terraço observando a chuva cair e se acumular nas duas bombonas, de 200 e de 120 litros, instaladas para captação da água. “Dá um certo desespero de ver a água indo pelo ralo e eu não conseguir usar”, diz

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o permacultor, explicando que o volume é tão grande que daria para encher uns cinco recipientes de 200 litros, mas que não tem como colocar mais peso no espaço de 30 m2, também repleto de vasos de hortaliças, frutas e flores. Segundo Téo Cordeiro, a água que consegue captar é utilizada em quase tudo no apartamento onde mora com a esposa Danielle Costa: na limpeza, no vaso sanitário, para lavar roupa, para irrigação e até para tomar banho. Para ele, uma alternativa ao mau uso que se faz habitualmente dos recursos hídricos disponíveis: “O consumo e o planejamento das cidades é, historicamente, pelo menos falando sobre o Brasil, de muito desperdício, ou seja, essa coisa que é a estrutura do apartamento, que é o símbolo da grande cidade, é uma estrutura que trata a água de uma maneira completamente irracional”. Com a proximidade da chegada de seu primeiro filho, Téo considera que a água é

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de fato o principal problema a ser resolvido nas grandes cidades, por esta e pelas próximas gerações, por causa do aumento da demanda e das poucas fontes de recurso. No mundo, “acho que até 2005 ou 2006 a gente tinha a maior concentração das pessoas ainda vivendo em área rural. No Brasil, já superamos esta porcentagem desde a década de 60, mas no mundo isso só inverteu recentemente. Vamos ter aí um padrão de crescimento para os grandes centros urbanos acelerado nos próximos anos, principalmente nos países que estão se industrializando de uma maneira muito rápida, como a China e a Índia”. Ele aponta um momento histórico da cidade do Rio de Janeiro como símbolo da necessidade de repensar o uso do recurso hídrico. A cidade enfrentou falta de água do início até meados do século XIX, pois as várias fontes oriundas da Floresta da Tijuca foram secando, devido ao desmatamento desordenado, que vinha dando espaço ao cafezal. Foi a necessidade de água que fez Dom Pedro II ordenar a saída dos produtores do local e o reflorestamento da região. Porém também é “desde esta época que a nossa grande fonte de água é o Rio Guandu. A gente está completamente dependente. Qualquer poluição ou estiagem, o fornecimento de água fica prejudicado”, alerta. Para o permacultor é preciso pensar em duas ações: economizar e achar novas fontes de recurso. Estudos apontam que cerca de 33% da água gasta em uma residência vai, literalmente, pelo ralo. Quer dizer que todo este volume vai parar no vaso sanitário. “E para a descarga você não precisa ter uma água que passa por todo o processo de filtração. Você poderia muito bem reaproveitar para fazer esse uso. É uma questão básica”. Téo destaca que outro grande consumo da água ocorre durante o banho, também em torno de 30%. Por isso é preciso economizar, diminuindo o tempo embaixo do chuveiro e fechando o registro quando estiver ensaboando e passando shampoo ou creme. Já a limpeza representa 20% do total do uso. Por isso, se a água da torneira fosse substituída pela água da chuva na descarga e na limpeza pelo menos, isso já representaria uma economia de 50% para o bolso. Como a instalação do sistema de captação de água de chuva também pode ser muito simples e barata, é para Cord-


eiro a alternativa mais viável de fonte de água, principalmente para quem mora em casa, cobertura ou tem acesso ao terraço de um prédio. “Tem gente que utiliza cisterna mesmo, de 15 mil litros, é um tipo de captação”. Em sua casa ele instalou a Minicisterna para residência urbana, criada por Edison Urbano, ex-técnico de eletrônica que, por necessidade de economizar, foi buscar soluções, criando diversos sistemas sustentáveis. Há três elementos do sistema criado por Edison que tornam o processo mais completo e que não têm em outras captações: filtro para separar a sujeira da água, um cano para separar a água limpa da água suja e outro cano que funciona como redutor de turbulência. A minicisterna funciona da seguinte maneira: são instaladas calhas no telhado para captação da chuva. A água então desce pelo cano ligado à calha e passa pelo primeiro processo de filtragem: um filtro produzido com tela de mosqueteiro, autolimpante e com espaço para saída de sujeiras grossas, como folhas, pedras. A água então entra em duas tubulações. A primeira, na vertical e instalada fora da bombona, armazena e possibilita a eliminação apenas dos primeiros 10 minutos de chuva, pois pesquisas mostraram que a água limpa a atmosfera, as impurezas do ar, fazendo com que esta chuva inicial seja mais suja. Quando este cano enche a água passa a entrar no recipiente pela outra tubulação, ligada à bombona (conforme gráfico). No fundo do recipiente é colocado um cano que funciona como redutor de turbu-

lência, para a água, ao entrar, não “remexer” a que já está armazenada, levantando alguma impureza ou detrito acumulado no fundo. Há ainda uma quarta tubulação para saída do líquido em excesso e um buraco pequeno feito para se verificar a quantidade e qualidade da água e para colocar cloro orgânico quando for necessário tratá-la. Urbano explica que para fazer tudo isso é necessário pouco material: calha, canos de PVC, cola de PVC, torneira, bombona e tela de mosqueteiro. Os gastos com tudo ficam em torno de uns R$ 300, preço de um dos filtros se for comprado em loja. “Eu tenho esse foco do faça você mesmo. Não uso nada sofisticado. Além disso, tudo o que eu faço, tem um lado de educação”, resume Edison, que disponibiliza gratuitamente tem todos os manuais de sistemas criados por ele em seu site www.sempresustentavel.com.br.

“Hoje eu sou uma pessoa completamente diferente de 15 anos atrás. Com muito respeito, com muita economia e o cuidado para não sujar a água. O problema do planeta não é a falta de água, é a sujeira. O que está se esgotando é a água limpa, potável. Muito mais importante que a economia é cuidar da água, dos mananciais. Isso que está se matando”, alerta. Essa e outras ideias ele faz questão de passar adiante. Por isso coloca todas as informações em seu site e promove cursos, workshops pelo país. “É só me chamarem. O importante é disseminar os projetos e criar multiplicadores, como o Téo, que fez o curso comigo, colocou o sistema em sua casa e hoje ensina outras pessoas”. Quem também quiser informações sobre os cursos oferecidos pelo PermaRio pode acessar o site: www.permario.org

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Desertificação

Seca agora é problema de Primeiro Mundo ONU discute em Genebra escassez hídrica nos EUA, Espanha, Austrália, México e Brasil Texto e fotos: Flamínio Araripe, Especial para Plurale em revista De Fortaleza (CE)

O

Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no Ceará em 2012 caiu de R$ 6,5 bilhões para R$ 600 milhões em consequência da seca que assolou o Nordeste, considerada a maior dos últimos 40 anos. A estação de chuvas nesta região em 2013, prevê a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), será 40% abaixo da média histórica. O prognóstico de continuidade da seca ampliará o número de carros-pipas nas estradas no interior dos sertões nordestinos e em algumas cidades onde as fontes hídricas se esgotaram. As invasões de agricultores famintos, cena comum até meados da década de 90 nas feiras e mercados de cidades nordestinas na seca, hoje é contida pelos programas de transferência de renda e bolsas de compensação pela estiagem e seguro por perda da safra. Mas o gado não escapa. A Federação da Agricultura do Ceará estima de 100 mil cabeças as perdas do rebanho bovino no estado. A agricultura de subsistência que depende de chuvas não teve colheita. A água, que já é um bem escasso na região, até para beber se tornou mais difícil.

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A seca, que era tradicionalmente um problema do semiárido nordestino ou da África, agora atinge os países desenvolvidos. Causou a quebra da safra do milho nos Estados Unidos. Ondas de calor com queimadas e escassez hídrica afligiram a Austrália. Prejuízos da seca impactaram a Espanha e México. Todos estes países – e inclusive o Ceará – são objeto de estudo comparativo do Banco Mundial. Agora é um problema do Primeiro Mundo. Por coincidência, este ano, nos dias 11 a 15 de março, em Genebra, a Organização Meteorológica Mundial, Convenção

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das Nações Unidas sobre Combate à Desertificação (UNCCD) e a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) realizaram Reunião de Alto Nível sobre Política Nacional de Secas. O encontro teve a participação de ministros e chefes de Estado com o objetivo de induzir as nações a adotar até 2020 uma agenda permanente para lidar com as secas, de modo diferente da atitude improvisada das medidas de emergência. O Plano Nacional de Segurança Hídrica, a ser elaborado até 2014 pelo Ministério da Integração Nacional e


Agência Nacional de Águas (ANA) é um passo no sentido da adoção de uma visão sistêmica do que fazer com relação ao convívio com as secas. O quadro de mudanças climáticas com redução das chuvas desafia a uma política de seca permanente, sem improvisos. A necessidade de obras que proporcionam segurança hídrica é um consenso no processo civilizatório, na manutenção do homem no espaço geográfico. A constatação é universal. Na maior região semiárida habitada do planeta, o Nordeste brasileiro, esta máxima é confirmada. A região precisa de barragens, adutoras e perímetros irrigados para garantir a sustentabilidade e permitir avanços no processo de desenvolvimento. Há muitos vazios hídricos a serem preenchidos e vulnerabilidades. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs - ao longo de 103 anos de atuação construiu 327 barragens nos estados nordestinos, 37 perímetros de irrigação e tornou perenes mais de 4 mil km de rios intermitentes, de modo a evitar o êxodo rural nestas regiões. A conclusão do primeiro trecho das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional (Pisf), que vai da captação em Cabrobró, em Pernambuco, a Jati, no Ceará, está prevista para o final de 2014, conforme anuncia o secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Francisco Teixeira. A conclusão dos dois eixos que vão levar água aos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, é anunciada para 2015 numa visão otimista - ou 2016. Moradores do sertão do Pernambuco, no interior de outros municípios do estado além dos que margeiam o Rio São Francisco, sem sair de casa, já bebem desta fonte

para matar a sede. Neste caso, a água do Velho Chico não chega através do carro-pipa. O abastecimento é assegurado em vazão regular com a tecnologia das adutoras, por meio bombas de captação, tubulações de aço, estações elevatórias, tanques de amortecimento e válvulas de descarga para estações de tratamento que entregam a água potável em sedes de municípios e distritos. A água das torneiras dos 80 mil habitantes de Serra Talhada, em Pernambuco, veio do rio São Francisco, transportada através da adutora do Pajeú no trecho de 112 Km concluído pelo Dnocs, que no dia 6 de fevereiro tirou o município do colapso no abastecimento. A água vence distâncias de até 724 Km da captação no rio São Francisco, é bombeada através de serras com até 850 metros de altitude acima do nível do mar, para hidratar o sertanejo. A obra, que faz parte da fase executada da I Etapa da adutora, foi festejada na cidade. A solenidade de entrega, que teria a presença da Presidenta Dilma Rousseff, foi anunciada para o dia 18 de fevereiro. Mas teve de ser adiada por motivos atribuídos aos humores políticos, com base na interpretação dos movimentos do Governador do Estado, Eduardo Campos, hoje aliado do governo, no tabuleiro da sucessão presidencial. A água do rio São Francisco é transportada numa vazão de mais de 100 metros cúbicos por segundo, desde a captação no lago Itaparica, no município de Floresta, onde abastece o distrito de Nazaré do Pico, até a estação de tratamento da Companhia Serra Talhada (PE)

de Água e Esgotos do estado, a Compesa, em Serra Talhada. A adutora opera com duas bombas que impulsionam a água através de tubulações de 600 mm de ferro fundido, numa extensão que inclui quatro elevatórias das seis previstas da I Etapa da obra, que chegará ao município de Afogados de Ingazeira, no total de 197 Km. O coordenador de Obras da diretoria de Infraestrutura Hídrica do Dnocs, Glauco Mendes, informou que a água do rio São Francisco chegou às torneiras da população de Serra Talhada no prazo dado ao Ministério da Integração Nacional. O engenheiro-chefe da Comissão Fiscal da obra pelo órgão, Roberto Sérgio Limeira, relata que primeiro foi providenciada a interligação de um açude pequeno por meio da adutora do Saco para abastecer Serra Talhada enquanto não chegava a água da adutora do Pajeú. Todavia, a qualidade da água do açude era barrenta e foi um alívio para a população quando chegou a do São Francisco, pois o manancial próximo está exaurido. “O quadro do abastecimento de água em Serra Talhada estava no limite do limite”, disse Limeira, ao comemorar a conclusão da fase da obra da adutora do Pajeú que classificou de “grande conquista”. Também é captada no Rio São Francisco, em Orocó, no Pernambuco, a água da Adutora do Oeste, que percorre 724 Km em tubulação com vazão de 483 litros por segundo e atende a 43 municípios pernambucanos e seis do Piauí, uma população de 724 mil habitantes. A infraestrutura foi construída pelo Dnocs, dotada de tubulações com diâmetro de 700 a 75 mm pelo qual a água é bombeada por seis estações elevatórias e duas subestações. Na Bahia, opera a adutora do Algodão, construída pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) que leva água do rio São Francisco através 279,5 km de tubulação para oito municípios do sertão baiano.

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Qualidade

Rio Itamambuca passa de qualidade ruim para regular

O

Rio Itamambuca melhorou seu status, de ruim em 2010 e 2011 para regular em 2012, conforme dados da CETESB. A balneabilidade própria ou imprópria leva em consideração diversos fatores. As Estações de Tratamento - ETE, quando instaladas, resolvem em larga escala a questão da balneabilidade, no entanto fontes difusas (descarga inadequada de resíduos, descarga inadequada de efluentes, animais defecando a beira dos cursos d’água, chuvas frequentes e intensas e etc.) também contribuem para a manutenção desta impropriedade. No Litoral Norte de São Paulo, a maioria das praias monitoradas tiveram status de melhora, principalmente entre 2011 e 2012, fato este diretamente ligado aos investimentos em coleta e tratamento de

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esgoto, realizado pelo Governo do Estado por meio do Programa Onda Limpa (SABESP), mas isto não ocorreu para Itamambuca, no entanto outras ações de combate à poluição difusa foram feitas. Vale lembrar as ações de controle da utilização irregular na foz do Rio Itamambuca como “banheiros” para turistas de um dia, fechamento por parte dos órgãos ambientais de um Haras que estava localizado próximo ao rio, adequação dos resíduos sólidos em contêineres no Recanto da Vila, controle dos animais na praia, gestão junto à comunidade do Sertão da Casanga para adequação de seus sistemas e/ou interrupção da descarga direta aos cursos d’água afluentes do Rio Itamambuca, enfim várias ações pontuais que, somadas, refletem esta melhora. Ainda, de acordo com os relatórios anuais da CETESB, a redução das semanas

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Por Lenina Mariano, Especial para Plurale em revista De Ubatuba (SP)

com bandeira vermelha vem sendo gradativa ao longo dos últimos quatro anos. “Não é o ideal, mas já é o começo e temos de continuar com os trabalhos”, afirma Marcio José dos Santos, coordenador do PGA – Programa de Gestão Ambiental de Itamambuca. GESTÃO AMBIENTAL Vale lembrar ainda dos projetos pontuais articulados pelo PGA, com o apoio integral das associações de bairro: SAI – Associação Amigos de Itamambuca, Samita – Associação de Amigos e Moradores de Itamambuca, Morro do Tiagão, Sertão de Itamambuca, Correias Mercúrio, Ranário e Asa Branca. Os projetos que foram e estão sendo realizados na bacia de Itamambuca, tais como: Projeto do Lixo Zero, Teatro na Areia, Educomunicação, Dia Mundial de


Imagem satélite Rio Itamambuca mostra a atual situação. “Não é o ideal, mas já é o começo e temos de continuar com os trabalhos”, afirma Márcio José dos Santos, coordenador do PGA – Programa de Gestão Ambiental de Itamambuca.

Limpeza de Rios e Praias, Dia do Meio Ambiente, Limpeza diária da areia da praia, Pente Fino mensal de coleta de resíduos sólidos e orgânicos nas ruas, avenida e áreas verdes do loteamento, implantação da Estação de Reciclados, dentre outros. De certa forma todas estas ações contribuem direta e indiretamente para a promoção da educação ambiental, tanto para os moradores fixos como para os visitantes, fato este que leva à redução de fontes difusas de poluição, que poderiam vir a impactar o Rio Itamambuca e seus afluentes. AÇÕES FUTURAS Além da continuidade dos projetos e ações mencionados acima, o PGA contando com o apoio das associações que o compõem, vai realizar já para o ano de 2013 um diagnóstico geral da bacia enfatizando cinco principais linhas de atuação: Uso e Ocupação do Solo, Vegetação, Recursos Hídricos, Sistema de Informações Geográficas e Gestão Participativa. Este projeto servirá de subsídio para tomada de decisão em nossas próximas ações e, com certeza propiciará a elaboração de

projetos pontuais com vistas à adequação ambiental, social e econômica da bacia como um todo. Além disso, o PGA articulará com a nova gestão municipal para implementar a regularização fundiária nos bairros da bacia de acordo com a Lei Federal 11.977 de 07 de julho de 2009, o que permitirá a implantação de infraes-

trutura de saneamento e demais serviços públicos. A prioridade do conselho PGA estará focada na implantação das medidas acordadas elencadas em seu Termo de Referência e Protocolo de Intenções. Para saber mais: http://pgaitamambuca. blogspot.com.br e www.itamambuca.org.br. (Fonte: arquivo PGA)

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E n s a i o

Berço de muitas águas eirro uel Ribbei Raqque Porr Ra Po go,, rio, corredeeiri a, cachova, córrreego Chuuva Ch u ta água! A g a, mui lagoo, naasccentes.... águ ra, la eira R ), encraRJ ( auá M Ma e d dee scoonde ão de Visc gião reegi guarda nas , ira, que qu tiqu ti d Man vaadaa na Seerrra da ior riqueza m ma a u su s a cristalina rass e cr pura u s pu á ua ág árdua elerefa a T ! a as zas aiorres bele suas mai – e su ta Clara o San a n a a: r eir elaa cacho ger a maiss bel ge cercada edra p e te n ente one ririoo esccoorre peelaa imp io, for-r mac a z liz s e de io Sanntuár a no Sa ata; de mat de sucai as n nt A as nas s; e inha hoeir mando caccho ma Prata na ral; natu a n in s pisc petão e enche uma pe cria e dad Sau na ; a goa go lago forma uma plácidaa fo o... i tóri Ora o c co i g gi mág oss como o má recantos re etto Pret Rioo Pr as o Ri águuas das ág ree o da se rein sse Nesss d de o iço iç c ac m no e sce sc a na : so: a estoso r a, maj ern vern govve go e e, d ud itud ltit lt a de s o ro etro et m 0 0 00 260 maiiss de 26 ia,, a ma ItItatiaia s las vila vi s a ta orta or c , a, b mba mb o rom Mar eiaa a vilaa de Ma rgei m rg ma a s ivis iv d a uos rtuo tort to a a ç a aça r tr e auáá gá e Mau ingá arin de Mar o nho i pinh imp im L s s. a na i M Min e o R Ri adooss do stad entrtree oss est en s t jeto je d de s los pelo pe o ado lad u a ac m ce escce m des riigeem, na orige se o do uan q , s, Rios ê ês T Tr m c re mbooca semb desse atéé de at ul,, indo d Sul araibunnaa e ao Paraíbba do unee aoo Par un vés do atra tico tlân A no Oceea desaguuar noo Oc io fluicíp mun no l Sul, Delta do Paraíba do ra. Bar da oao minense de São J

Cachoeira das Antas

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013


Fotos:

37> Jean Pierre Verdaguer

Orat贸rio

Cachoeira da Prata

Cachoeira Santa Clara

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Pesca

Se o tempo tá bom, não tem feriado”, diz o caiçara Manoel Zacarias da Silva Filho, o popular Leco, 60 anos, pescador de Porto Belo (SC) . No mar desde os 10 anos, quando acompanhava o pai na pesca de espinhel, pegando corvina e cação, Leco sentiu bem de perto a influência do progresso na pesca artesanal: “Já foi melhor; agora a claridade da luz elétrica nas praias atrapalha a pesca noturna”. Por outro lado, admite que o telefone celular veio contribuir muito para a segurança do pescador. De dezembro a fevereiro, o cotidiano do pescador portobelense é muito diferente do resto do ano por causa do intenso turismo. Além das hordas de argentinos, que chegam de carro e ônibus, transatlânticos do mundo todo valem-se das belezas do porto natural para encantar seus passageiros. Leco faz parte da Associação dos Pescadores do Trapiche de Porto Belo, que organiza pescarias e passeios de barco até a Ilha João Cunha e as praias próximas, como o Caixa d`Aço e o Estaleiro. “Antes era uma bagunça, um querendo passar na frente do outro; agora, chega no final do dia, todos recebem o pagamento igual”, diz ele, exibindo a carteira da Associação e a licença da Capitania dos Portos de Itajaí, válida para os três meses de temporada.

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Em Porto Belo, três gerações de pescadores Texto e fotos: Nícia Ribas, de Plurale em revista De Porto Belo (SC)

Seu dia começa às 2h30 da manhã, quando sai para o mar, com o barco de pesca para pegar camarão no arrastão. Quando volta à praia, já encontra à sua

PL PL PLURALE LUR URAL UR RALE ALE EM AL EM R RE REVISTA EVI VS ST TA | M Ma Março arç arç rço / Ab A Abril briril 2013 20 2 013 13

espera os pescadores amadores de badejo, robalo, peixe galo e garopeta, que usam como isca o camarão vivo, vendido a R$ 50,00 a porção com 80 a 100 camarões. Os clientes mais antigos já buscam suas porções diretamente no viveiro preso no barco do pescador. Em seguida, Leco troca de barco e parte para os passeios turísticos, a R$ 15,00 por pessoa, sob a coordenação da Associação. Pesca boa mesmo só no inverno. Em maio, já começam a chegar as tainhas e em seguida, as enchovas, até agosto. Esse período também é bom para pescar camarão sete barbas, muito valorizado no mercado. Seus clientes são as peixarias das redondezas, fora as vendas no varejo, que são poucas. Entre as lembranças do tempo em que trabalhava embarcado em alto mar, Leco destaca um toró que enfrentou perto de Torres, no Rio Grande do Sul: “No saragaço grande, a gente fecha a maloca e espera passar, rezando pra não virar”. Em Torres, o barco pesqueiro, com 12 pescadores, estava carregado de peixe, muito pesado, difícil virar. Mesmo assim, o pavor se instala: “A gente chora e a mãe não vê.” Reunidos diariamente na Praça dos Pescadores, que existe há 62 anos, profissionais como Leco, Ferrugem, Lelo, Nene, Éinho e Dandão


“ Se o tempo tá bom, não tem feriado ”, diz o caiçara Manoel Zacarias da Silva Filho, o popular Leco, 60 anos, pescador de Porto Belo (SC)

trocam experiências e contam suas famosas histórias de pescadores. Alguns tecem suas redes enquanto vão deixando rolar a conversa. Seu lazer preferido é o jogo de bocha e a sinuca. MUITA EMOÇÃO NO MAR Tudo o que aprendeu com o pai, Manoel Zacarias, Leco vem passando para o filho, Fabiano, que ainda cedo largou os estudos por amor ao mar. Nas temporadas de veraneio, os jovens da cidade se misturam com os “minhocas”, da terra, Muito admirado pela sua

coragem na pesca de siri goiá nos costões de Porto Belo, Fabiano se tornou conhecido desde menino. “Ele metia a mão debaixo da pedra, de noite, e trazia o siri, sem medo de perder os dedos nas garras fortes do goiá”, lembra Cíntia Cherem, 27 anos, de Curitiba, que veraneia em Porto Belo desde que nasceu. Aos 32 anos, Fabiano prefere a pesca de mergulho, em busca de lagostas, polvos e robalos. “Quando ele vai sozinho, a gente fica com pensão porque ele passa o dia todo no mar”, diz o pai, preocupado. Mas vida de pescador é

assim mesmo, com fortes emoções. Pelo mar, trabalhando, Leco já conheceu o Rio de Janeiro, Santos, Vitória, São Francisco e Rio Grande: “A gente descarregava nos portos e saia para conhecer a cidade”. “Hoje está mais tranquilo”, conclui Leco, quando lembra da vida passada no mar, em busca do sustento da família. Mas não pensa em parar. Com o rosto marcado pelo sol, ele sorri para a câmera, realizado e feliz. Está pronto para mais um dia de trabalho em seu escritório ao ar livre, em plena Costa Esmeralda.

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Cachoeira dos Anjos e Arcanjos

CHAPADA DOS VEADDEIROS: Paraíso das cachoeiras Por Addri Por rian ana Bo Bosc scov ov,, Espe Es peci cial al paraa Pl Plur ural alee em rev evis ista ta m ce cele lebr braç ação ão ao Di Diaa Mu Mund ndia iall da Á ua e ao An Ág Ano o In Inte tern rnac acio iona nall da d Coop Co oper eraç ação ão pel elaa Ág Água ua dec ecid idii fa fa-zeer mi zer m nha nha es estr trei e a em Pl ei Plu ural alee em reevi vist vist staa con onta tand ndo o mi minh nhaa av aven entu tura ra com me co m u ma mari ari rido id do o, Lé L o, o na Ch Chap apad adaa do doss Ve Vead deeiiro r s, s em Go G iiáás, s, no re rece cent ntee Ca Carn rnav aval al. Al Algu uns n de vo você você cêss d deeveem es esta tarr se per ergunttan ndo “M “M Mas ass o quêê a Cha h pa pada da dos Vea eade deir i os tem a veer co com om ág á ua ua?” ?”. So Some ment ntee qu quem em foi sab abe. e. Porq Po rqque ape p sa sarr de se en e co cont ntra rarr em m um do d s b ossi bi siist s emas em mas as mai ais seco os do o Brasi sil,l, o Cer e ra r d , na Cha do hapa pada dos Vea pa e deiros o águ gua br brot otaa d ch do hãão co como m gra mo r ma m e capim cresccem nos past pa sttos das as fazzendaas. A hi h ssttór ória do Parque Nacional da Cha hapada pa da é basstaan ntte intrigante. Po P r de d cret eto do entã en tão o prressid i ente Juscelino Kubitschek, em 11 de janeeirro de 1961, uma área de d mai ais de 625 2 mil hectares foi decretada Pa P rqque Nacion o al do Tocantins, atual Par a que Na Nacional da Ch hap pad da do doss Ve V adeiros. Durran a tee todo doss essssees an ano os, vá várioss povoa oado do os su urg rgiraam – Al Alto t Par to araí a so de Goiáás, Cavval a ca cant n e, nt e S o Jo Sã orge, rgge, e den entr t e ou utr tros oss -, re recl clam cl am man ndo o paart rtee da ter erra raa pro r te t gi g da da pel e o de deccret cret e o. o

Fotos: Adriana Boscov e, Leonardo Moraes de Souza

E n s a i o Cachoeira do Segredo

Rio São Miguel


Percevejo

Cachoeira dos Cânions

O que sobrou com as apropriações foram 65.514 hectares, ou um décimo do tamanho da área original. E é nesse paraíso e nas fazendas ao redor, que encontramos as mais lindas cachoeiras do Cerrado Goiano. Na edição 33 de Plurale, Isabella Araripe postou em sua coluna Ecoturismo a não mais obrigatoriedade de guias para a entrada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Goiás. Realmente o parque avançou muito na demarcação de trilhas para facilitar a vida dos trilheiros e milhares de visitantes que passam por lá todos os anos, mas devo dizer que um guia bem preparado, como tivemos a sorte e o prazer de ter, faz uma diferença no passeio. Os guias conhecem o Parque e outras trilhas como ninguém, além de contar histórias e discorrer sobre a fauna e flora local. Além disso, as trilhas podem ser confusas e levar turistas mais despreparados para locais não sinalizados. O guia pode não ser essencial, mas no nosso caso foi a cereja do bolo de nossos passeios pelas trilhas da Chapada. Nosso passeio começou em Alto Paraíso de Goiás, povoado com um pouco mais de 7 mil habitantes, muitos deles pessoas que vieram de outras cidades, estados e até países, em busca da energia mística emanada dos cristais e águas da região. Nossa primeira cachoeira foi a Cachoeira do Rio Cristal, também conhecida como Cachoeira Cristal, localizada a 5 km de Alto Paraíso

Corredeiras na trilha dos Cânions

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pela estrada GO-118. Com diversas piscinas e cachoeiras, uma convidativa atração para famílias por sua facilidade de acesso. No segundo dia rumamos ao Parque Nacional para a primeira trilha de nível médio, a trilha dos Saltos. A trilha corta o parque por um terreno árido com flora rasteira e seca. As trilhas, em sua maioria formadas por milhares de pequenos cristais, refletem o sol e fazem o calor parecer ainda maior do que realmente é. Depois de alguns quilômetros avistamos o Rio Preto, que é negro como o petróleo em decorrência de uma combinação da cor ferruginosa das águas e cor cinza escuro e preta das pedras, correndo ao longo do vale verde da flora do Cerrado. Alguns passos adiante e temos a linda vista do segundo salto de 120 metros. No terceiro dia, partimos em direção ao Vale da Lua, Cachoeira Raizama e águas termais, cachoeiras, cânions e piscinas localizados na serra da Bela Vista. O Vale da Lua, como o próprio nome já diz, parece um lugar fora do planeta Terra. Trata-se de um vale encrustado em uma fazenda, onde a força das águas do Rio São Miguel esculpiu as rochas acinzentadas por séculos, formando redemoinhos e pequenos cânions. Algumas pequenas piscinas permitem aos visitantes se refrescar do calor escaldante.

Periquito-rei

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Pôr do Sol - Parque Nacional

Pôr do Sol - Parque Nacional

Trilha Canions Trilha dos Cânions


A cachoeira da Raizama, também dentro de uma propriedade rural, tem um aspecto mais aventureiro. Sua trilha percorre um extenso e estreito cânion, onde os visitantes caminham por palafitas. Depois de alguns quilômetros de caminhada, chegamos ao cânion, onde podemos nadar. A água clara e transparente transporta-nos entre pedras arredondadas pela força das águas do Rio Raizama que desemboca no mesmo Rio São Miguel do Vale da Lua. E para fechar o dia e esquentar depois de uma tremenda tempestade que nos pegou de surpresa na trilha de volta da Raizama, fomos nos banhar nas águas termais. Essas pequeninas piscinas artificiais, construídas em propriedades particulares, chegam a uma temperatura que varia entre 32 e 38 graus centígrados. O quarto dia foi marcado por mais um trilha no Parque Nacional: a trilha dos Cânions e Cachoeira das Cariocas. A trilha dos cânions, assim como a dos Saltos do Rio Preto, é bem sinalizada, com cristais e água brotando na sola de nossos pés a todo o momento. Depois de algumas horas de caminhada e muitas fotos, chegamos na deslumbrante vista dos cânions com suas cachoeiras. As pedras negras revelam nas partes mais pisadas pelos visitantes, a cor

Trilha dos Saltos salto 120 m

Corredeiras Raizama

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Vale da Lua

Adriana e Leonardo no Vale da Lua

Araras cinza prateada das formações de quartzo. A água de cor ferruginosa esconde a escuridão de um poço sem fundo ao final do cânion. Mais uma vez, hora de se refrescar. Partimos então em direção ao nosso próximo destino: a Cachoeira das Cariocas, que leva este nome devido a duas cariocas que certa vez se perderam no parque e foram encontradas nessa cachoeira. A trilha para chegar a esse paraíso escondido em um vale do Rio Preto é na verdade uma escalada nas pedras que formam as cachoeiras. Nosso penúltimo dia foi reservado para o que muitos guias chamam de a pérola da Chapada: a Cachoeira do Segredo. Uma trilha de 16 km ida e volta, cortando o Rio São Miguel 14 vezes e a cada uma dessas travessias uma piscina mais linda e refrescante que a outra. Diferentemente do Rio Preto, o Rio São Miguel tem águas transparentes que, com a luminosidade do sol, se esverdeiam e mais parecem com as praias de Angra dos Reis. A visão da cachoeira surge como um sonho, com um barulhinho quase como um cochicho. Apesar de seus 100 metros de altura, essa cachoeira escondida nas

entranhas da Chapada sussurra convidando para um mergulho na piscina de águas frias e transparentes que se forma logo abaixo da queda e depois se transforma em um rio tranquilo que escorrega entre as pedras multicolores. Nossa última cachoeira foi a Anjos e Arcanjos, na verdade, duas quedas de tamanho médio, mas de uma beleza ímpar. Com trilhas um pouco mais desafiadoras entre as pedras, a frescura da água e o silêncio que encontramos foram perfeitos para encerrar nossa viagem ao paraíso. Visitar lugares como a Chapada dos Veadeiros nos faz lembrar quão pequenos somos quando nos comparamos com a natureza. Da mesma forma que estávamos lá, se não estivéssemos tudo continuaria da mesma forma: os pássaros voariam, as árvores cresceriam e dariam flores e frutos, e as águas dos rios continuariam correndo por entre pedras e desfiladeiros pintando esculpindo-as como um artista que não para de criar. Para nós que gostamos de descobrir o Brasil e o mundo, a Chapada se mostrou um tesouro escondido no meio do Brasil, onde a água é a gema mais preciosa.


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Cachoeira das Cariocas

FOTOS:

ADRIANA BOSCOV E LEONARDO MORAES DE SOUZA

DA CHAPADA DOS VEADEIROS

Cachoeira Raizama

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Praia do Rosa - SC Nossa Editora de Fotografia, LUCIANA TANCREDO, acaba de voltar de mais uma de suas viagens exploratória de belos cenários da natureza, passando pelo Paraná e Santa Catarina. No litoral de Santa Catarina ainda encontramos quilômetros de praias desertas, dunas que mudam de lugar, montanhas gigantes de sambaquis, casas de pescadores no meio do nada e barcos coloridos. Um verdadeiro paraíso para os pássaros. Além da região de litoral, ela também aproveitou para se embrenhar um pouco mais para dentro, em pequenas cidades do interior, onde encontrou a típica paisagem da região serrana do sul, cercada pela famosa Floresta de Araucárias, estas lindas e enormes árvores que dão um fruto chamado pinhão, parte importante da culinária local. Luciana conseguiu fotografar a famosa gralha azul, ave preta e azul, encontrada com frequência nessa região, que virou protagonista de lenda como

E n s a i o Morro da Cruz - Urubici - Serra Catarinense

Piru Piru - ave marítima de bico vermelho, típica da Patagônia e áreas frias - SC

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013

Casa de pescador - Itaprubá - SC


Farol de Santa Marta - SC

Formações rochosas - Imbituba - SC

Barcos de pesca Paranaguá - PR

FOTOS:

LUCIANA TANCREDO

Cachoeira da Barrinha em Bom Jardim da Serra - SC

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guardiã da floresta. Contam os nativos que a gralha teria sido responsável pelo surgimento da floresta e sua manutenção. Afinal, a ave se alimenta do fruto e guarda no solo alguns para comer depois, fazendo assim, um replantio natural. As. As coloridas hortências também fazem parte do cartão postal da região, na Estrada da Graciosa, antigo caminho de tropeiros, que levava os viajantes do interior até o litoral do Paraná. As florestas praticamente ocupam o todo o acostamento colorindo de azul a borda da estrada. Cachoeiras surgem inesperadamente, paisagens que não escaparam aos cliques de Luciana. Confira aqui algumas destas poesias expressas em forma de fotografia.

52> Estrada da Graciosa ( Hortências ) - antiga Rota dos Tropeiros - PR

Gralha Azul - Ave típica do Sul, diz a lenda que ela é guardiã da floresta de Araucarias , existente em toda a região

Pedra Furada Parque Nacional São Joaquim

Vista típica da serra catarinense, com plantações cercadas por araucarias

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Ecoturismo

ico Mééxico m o Méx ellezaam as embbelez tallinas isttalin cris guaass cri ÁÁgu Localizado no norte do Estado de Chiapas, no município de Tumbalá, no México, as Cachoeiras da Água Azul ( Cascadas de Água Azul) ficam a apenas 64 km da cidade de Palenque. As cachoeiras de Água Azul, como seu nome indica, tem águas de um tom azul intenso devido ao carbonato de sais dissolvidos na água e foram declaradas como Reserva especial da Biosfera em 1980. Com uma extensão de aproximadamente 2 mil e 500 hectares, a região é uma Zona de Proteção Florestal e Refúgio de Fauna Silvestre. As cascatas se formam com as águas de três rios, o Shumuljá, o Tulijá e o Otulún e é composta por uma série de pequenas cachoeiras, cuja maior tem 6 metros de altura. As Cachoeiras de Água Azul é um lugar genial para passar o dia e praticar qualquer atividade ao ar livre.

ISABELLA ARARIPE

Circ C ircuuito ito M Máágico giico das das Águ Águaass é atração em Lima O Circuito Mágico das Águas, localizado no Parque de la Reserva no Peru, é um conjunto de 13 fontes ornamentais, cibernéticas e interativas onde água, música, luz, imagens e efeitos de laser se mesclam transformando-se em um espetáculo. O circuito entrou no livro dos recordes como o maior complexo de fontes do mundo em um parque público. Desde que abriu em 26 de julho de 2007, o circuito tornouse um símbolo da recuperação de espaços públicos, incluindo a recuperação de mais de 7 mil árvores e a restauração de todos os monumentos do Parque de la Reserva. Para quem deseja visitá-lo, o circuito funciona apenas de quarta a domingo, das 16h às 23h, e a entrada custa cerca de R$ 4,00.

Foto: Divulgação / Fundação Florestal

Parque Estadual Serra do Mar conquista turistas O Núcleo Picinguaba, do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), em Ubatuba, é um dos únicos trechos do amplo corredor de preservação ambiental que atinge a cota 0, ou seja, chega ao nível do mar. A unidade de conservação administrada pela Fundação Florestal conta com cinco praias na região norte do município: Brava da Almada, Vila de Picinguaba, Fazenda, Cambury e Brava do Cambury. A visitação a estas praias é permitida, porém, é preciso tomar alguns cuidados para manter o ambiente preservado, sem prejudicar as espécies da fauna e da flora que nele habitam. Para as praias que só possuem acesso por trilha, a dica é entrar em contato com o parque e solicitar a presença de um monitor ambiental.

Marajó, recanto de beleza no P Paará ráá O Marajó está entre os mais importantes cenários ecológicos do Brasil. Com cerca de 3 mil ilhas e ilhotas, é o maior arquipélago flúvio-marítimo do Planeta e uma Área de Proteção Ambiental - APA. A ilha de Marajó possui exuberantes riquezas naturais espalhadas nos cerca de 50 mil quilômetros quadrados. Na ilha, o turista poderá conhecer uma diversidade de fauna e flora que a tornam um dos destinos turísticos mais cobiçados do Pará. Lagos, manguezais, igarapés, sítios arqueológicos, pântanos e praias de rio são algumas das riquezas naturais que a ilha oferece. A viagem é ideal para quem gosta de ecoturismo, prática que começa no próprio trajeto que leva até o Marajó. Em janeiro deste ano, a travessia de balsa entre Belém e o Arquipélago do Marajó, via porto de Camará, ganhou novos horário: às 16 horas, nas segundas, terças e quintas feiras, partindo do porto de Icoaraci.

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Foto: Tania Rrego/ABr

Saúde

Estudo do Instituto Trata Brasil confirma relação entre saneamento básico precário e diarreias Do Instituto Trata Brasil

A

tualização do estudo “Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População”, desenvolvido pela pesquisadora Denise Maria Penna Kronemberger, a pedido do Instituto Trata Brasil revela que, após dois anos, continua forte a associação entre saneamento básico precário, pobreza e índices de internação por diarreia. Ao analisar os índices de atendimento de coleta de esgoto em 2010 (com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS), o estudo apontou que em 60 das 100 cidades os baixos índices de coleta de esgoto resultaram em altas taxas de internação por diarreias. O dado mais preocupante, porém, diz respeito a participação das crianças menores de 5 anos nesse quadro de internações, que representaram 53% das internações por diarreia nas cidades avaliadas. “É um absurdo que o Brasil, que se quer incluir como uma sociedade em desenvolvimento, partícipe das grandes decisões mundiais, ainda apresente um índice tão alto de internações hospitalares por diar-

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reias, uma doença claramente relacionada ao saneamento ambiental inadequado. Esperamos que este estudo sirva de alerta e de incentivo para que as autoridades públicas de nosso País passem a olhar o saneamento básico como agenda prioritária; e que sirva também como incentivo para a sociedade civil, para que esta demande do poder público ações efetivas para uma mudança neste triste cenário”, disse o Dr. Artur Timerman, infectologista e Embaixador do Instituto Trata Brasil. METODOLOGIA DO ESTUDO O estudo contemplou os 100 maiores municípios brasileiros em população no período de 2008 a 2011. A pesquisa referese a dois aspectos importantes do impacto dos agravos relacionados ao esgotamento sanitário inadequado: perfil de morbimortalidade por diarreias e quadro de gastos hospitalares com internações por diarreias. As doenças diarreicas consideradas no estudo foram: ‘cólera’, ‘shiguelose’, ‘amebíase’, ‘infecções porsalmonella’, ‘infecções intestinais bacterianas’, ‘doenças intestinais por protozoários’, ‘infecções intestinais virais’, ‘diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível’.

PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013

OMS ALERTA PARA A AMEAÇA À SAÚDE A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza afetando principalmente a população de baixa renda; mais vulnerável devido à subnutrição e muitas vezes pela higiene inadequada. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e as deficiências com a higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda (PIB per capita inferior a US$825,00). 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas mortes, aproximadamente 84% são de crianças (Organização Mundial da Saúde, 2009), sendo, segundo a Unicef (2009), a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Estima-se que 1,5 milhões de crianças nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento. Leia o estudo completo no link: http://www.tratabrasil.org.br/ detalhe.php?secao=32


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P e las Em ppr esas

ISABELLA ARARIPE

Unimed-Rio participa do Recicla Gigoia A Unimed-Rio apoia o projeto Recicla Gigoia, para implantação de coleta seletiva na ilha, que fica nos fundos da sede da operadora de saúde. O projeto já existe desde setembro de 2012, sob o comando da ONG Instituto Terra Azul, e recolhe o lixo de empresas e moradores no entorno do complexo lagunar. No caso da Unimed-Rio, o apoio ao Recicla Gigoia acontece com a doação de papeis e outros materiais recicláveis que seriam descartados. De setembro a dezembro foram coletados mais de 14 toneladas de material reciclável (papel, vidro, metal e plástico). A operadora de saúde, com 1161 funcionários em sua sede na Barra da Tijuca, já forneceu mais de 3 toneladas. A meta principal do projeto é promover a geração de emprego e renda através de “Trabalhadores Comunitários” e o fortalecimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos reduzindo a disposição final de resíduos recicláveis em lixões e aterros, assim como, à promoção do trabalho das Cooperativas de Catadores. Calcula-se que com a coleta dos 14 toneladas de materiais, houve redução de 9,83 toneladas de CO2 emitidos.

Alusa Engenharia: reúso em canteiros de obras

Foto: Divulgação

A Alusa Engenharia, no Projeto CAFOR, possui em suas dependências duas estações de tratamento de efluentes locadas nos canteiros CAFOR I e CAFOR III. Elas são responsáveis pelo tratamento de aproximadamente 90 m³ por dia de efluentes provenientes dos canteiros. Todo efluente tratado e reutilizado para umectação das vias internas da Refinaria Abreu e Lima, localizada na região metropolitana de Recife (PE). Entre os benefícios estão a significativa economia de custo na compra de água potável utilizada anteriormente na umectação das vias e a redução dos custos de manutenção, por sucção de partículas abrasivas em motores de combustão. O reúso do efluente pós - tratamento, reduz a demanda sobre os mananciais de água devido à substituição da água potável por uma água de qualidade inferior. Essa prática, atualmente esta sendo muito discutida, é já é utilizada em alguns países. No caso do estado de Pernambuco, este reúso é muito importante, pois atualmente estamos enfrentando uma estiagem intensa.

Foz Águas 5 inicia o recadastramento dos usuários de água e esgoto A Foz Águas 5 vai recadastrar até novembro os usuários dos serviços de água e esgoto da Área de Planejamento 5 (AP-5), que reúne 21 bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro. A expectativa é atualizar os dados de 325 mil usuários. Conhecendo a realidade da região, a concessionária poderá prestar melhor atendimento e planejará com mais precisão e eficiência a expansão da rede coletora e de tratamento de esgoto. A ação vai durar cerca de um ano e será o ponto de partida para o início do relacionamento da concessionária com seus clientes.

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013

Todos os usuários dos serviços de água e esgoto - residenciais, comerciais, públicos e industriais – serão visitados para identificar a necessidade de atualização no cadastro. “O crescimento acentuado da Zona Oeste nos últimos anos torna necessária a atualização do sistema que será feita por meio do recadastramento. Esta ação é uma importante ferramenta para garantir que os clientes estejam classificados de forma correta, além de permitir a inclusão dos usuários que ainda não estão cadastrados no sistema”, explica o presidente da Foz Águas 5, Armando Góes.


Foto: Divulgação

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Coca-Cola Brasil fecha acordo com o Instituto Trata Brasil Na semana em que foi comemorado o Dia Mundial da Água, a CocaCola Brasil reafirmou seu compromisso em prol da sustentabilidade hídrica. Essa é uma preocupação antiga da Coca-Cola Brasil que nos últimos dez anos reduziu em 25% a quantidade de água por litro de bebida produzida, tendo o melhor índice da indústria de bebidas. A Coca-Cola Brasil assinou acordo de associação ao Instituto Trata Brasil, iniciativa de responsabilidade socioambiental que visa à mobilização dos diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento básico no País. A associação reafirma o compromisso da empresa com o debate a cerca do saneamento no país. “Para nós, o Instituto é a organização independente mais respeitada e com o maior conhecimento acumulado na área

Marco Simões (Coca-Cola Brasil) e Édison Carlos (Instituto Trata Brasil)

de saneamento do país. Acreditamos que o cenário brasileiro no campo do saneamento melhorará com a união da iniciativa privada aos esforços do governo e também com a participação da sociedade”, afirmou o vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Marco Simões.

Foto: Haroldo Paolo Jr/ Fundação Grupo Boticário

Projeto Oásis, da Fundação Grupo Boticário, é apresentado em Mato Grosso Iniciativa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o Projeto Oásis foi apresentado no dia 14 de março em “http://www.tangaradaserra.mt.gov.br/” Tangará da Serra (MT), em um evento promovido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sepotuba (MT). O encontro aconteceu na Câmara Municipal da cidade e reuniu prefeitos, vereadores e organizações civis de municípios da região. De acordo com André Ferretti, coordenador de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário, a apresentação contribui para a consolidação de possíveis parcerias para a implementação do Projeto Oásis no município e região. “Apresentamos a metodologia utilizada no Projeto, bem como detalhamos o arranjo institucional necessário para a implantação da iniciativa, que inclui financiadores, executores locais e o poder público, além da Fundação Grupo Boticário. Munidos dessas informações, as lideranças locais terão uma visão mais clara para articular a implantação do Projeto no município”, afirmou.

Foto: Divulgação

Usiminas reaproveita 96% de toda a água doce necessária ao processo de produção A Usiminas emprega tecnologias que permitem reutilizar a água de forma contínua no processo produtivo. O resultado é que as duas plantas siderúrgicas da empresa, localizadas em Ipatinga (MG) e Cubatão (SP), passaram a reaproveitar mais de 96% de toda a água doce necessária ao processo de produção – em 1997, por exemplo, o índice era de 88%. A água é utilizada em várias fases do processo de produção de aço, sendo uma de suas funções mais importantes o resfriamento de equipamentos e do aço fa-

bricado. Os investimentos da Usiminas para uso eficiente da água se concentraram nos últimos anos na construção de sistemas de recirculação de água e Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), utilizando técnicas como, por exemplo, decantação, floculação e filtragem. Essas ações permitem que a água captada por meio de outorgas legais no rio Piracicaba, para a Usina de Ipatinga, e no rio Mogi, para a Usina de Cubatão, seja reutilizada de forma contínua na linha de produção. Assim, apenas cerca de 5% da água doce de que as Usinas necessitam para produzir aço é captada. O objetivo é repor a quantidade que evapora ao entrar em contato com altas temperaturas.

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ENERGIA & CARBONO SÔNIA ARARIPE, EDITORA DE PLURALE EM REVISTA

BUNGE INAUGURA FÁBRICA DE BIODIESEL COM INVESTIMENTOS DE R$ 60 MILHÕES A Bunge Brasil inaugurou no dia 8 de março sua primeira fábrica para a produção de biodiesel no Brasil, em Nova Mutum/MT. Com investimentos da ordem de R$ 60 milhões, a nova unidade produzirá aproximadamente 150 mil m3 de biodiesel por ano e atenderá a demanda crescente por esse combustível, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil. Com foco no crescimento e na Excelência Operacional, a Bunge Brasil optou

CARTILHA ORIENTA COMO REDUZIR CONTA DE ENERGIA Por Jairo Pitolé Sant’Ana, da Agência Sebrae de Notícias — De Cuiabá

pelo início da atuação no setor de biodiesel. “Mundialmente, a empresa já atua na produção de biodiesel na Argentina e nos Estados Unidos, bem como na Europa, por meio de parcerias, e agora ingressamos no mercado nacional”, explica Pedro Parente, presidente e CEO da Bunge Brasil.

PNUMA LANÇA CENTRO PARA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS CLIMÁTICAS Por Fabiano Ávila, do Instituto CarbonoBrasil

Em um exemplo de como a transferência de tecnologias pode trazer benefícios para a saúde pública, assim como contribuir para a redução de emissões de gases do efeito estufa, lâmpadas de querosene estão sendo substituídas por alternativas solares em diversos países do continente africano com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Justamente para multiplicar este tipo de iniciativa foi que os representantes dos países reunidos em Nairóbi, no Quênia, para a 27ª sessão do Conselho Administrativo do PNUMA e do Fórum Global de Mi-

nistros do Meio Ambiente, decidiram pela criação do Centro e Rede de Tecnologias Climáticas (Climate Technology Centre and Network - CTCN). A entidade promete ajudar na transferência de tecnologias de baixo carbono, como energias alternativas e métodos agrícolas mais eficientes e resistentes à variação climática. O CTCN será um consórcio de 12 entidades, entre elas a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o Instituto Asiático de Tecnologia, a Fundação Bariloche e o Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos.

Um dos insumos básicos para a vida na Terra, a energia é fundamental para, basicamente, qualquer atividade econômica, seja ela renovável - originada do Sol, do vento, da água - ou não - petróleo, gás natural, carvão mineral. Já a energia elétrica é a principal fonte na maior parte das empresas e, em algumas, a única. Portanto, luzes acesas e aparelhos de climatização ligados sem que ninguém esteja no ambiente são os exemplos mais comuns, e evitáveis, de desperdício. Segundo a cartilha Eficiência Energética, da série Ideias de Negócios Sustentáveis do Sebrae, outro aliado para que se gaste menos insumo e dinheiro é a aquisição de equipamentos mais modernos, eficientes e com menor consumo de energia. Mais largamente utilizada no setor industrial, o consumo de energia elétrica pode ser reduzido substituindo-a por algum tipo renovável, como, por exemplo, a solar e a eólica, que estão disponíveis no mercado e correm risco de esgotamento. Para ter acesso à cartilha Eficiência Energética, basta entrar no site: www.sustentabilidade.sebrae.com.br.

NEOENERGIA E ODEBRECHT ENERGIA INICIAM IMPLANTAÇÃO DE USINA SOLAR NA ARENA PERNAMBUCO A Neoenergia e a Odebrecht Energia iniciaram em fevereiro a implantação da usina solar na Arena Pernambuco, projeto que faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) das três distribuidoras do grupo Neoenergia, Celpe (PE), Coelba (BA) e Cosern (RN). Com 1 MWp de potência instalada, o equivalente ao consumo médio de 6 mil brasileiros, a usina solar custará cerca de R$ 10 milhões, sendo R$ 9 milhões investidos pela Neoenergia,

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via P&D Estratégico da Aneel, e R$1,2 milhão investidos pela Odebrecht Energia, tendo previsão de conclusão para junho de 2013. Localizada em um terreno de 14,5 mil m², anexo à Arena da Copa, a instalação da usina solar faz parte do Projeto Estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento - “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração Solar Fotovoltaica na Matriz Energética Brasileira”, lançado em agosto de

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2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Além da usina, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento contempla outros investimentos que totalizam R$ 24,5 milhões.


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Garagens de ônibus no Rio tratam e reutilizam água

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ocê tem carro? E como faz para lavar seu automóvel? Imagine esta preocupação no caso das empresas operadoras de linhas de ônibus no Estado do Rio de Janeiro. É preciso, todos os dias estar com a frota higienizada e limpa para servir os usuários. Assim, muitas empresas praticam o tratamento e reutilização da água na lavagem dos ônibus. Através do seu Programa Ambiental a Fetranspor - PAF busca identificar todas as tendências de sustentabilidade ambiental adotadas pelo setor de transportes e o Centro de Serviços Ambientais vem incentivando a adequação ambiental das empresas e a implantação de sistemas de gestão ambiental, como por exemplo o reúso de água. A água de reúso é imprópria para o consumo humano, mas pode ser utili-

zada para diversos propósitos, como, por exemplo, geração de energia, refrigeração de equipamentos, lavagem de veículos etc. Para ser reutilizada a água proveniente do processo de lavagem dos veículos é enviada para uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), visando alcançar níveis de qualidade que permitam sua reutilização na lavagem dos ônibus. Este sistema se aproxima de um ciclo fechado, com mínima perda. Esta água também pode ser reutilizada em outras atividades da empresa, tais como: limpeza das dependências da propriedade, descargas dos banheiros, áreas de jardinagem e no combate a incêndio. A instalação de um sistema de reúso de água requer investimentos em equipamentos e adequações na garagem. Por outro lado há redução no valor da taxa

de esgoto, benefícios que tornam esta prática economicamente viável. Além de permitir que um volume maior de água permaneça disponível para outras finalidades, garantindo seu uso racional e reduzindo a demanda de água sobre os mananciais, uma vez que há substituição do uso de água potável por uma de qualidade inferior. No Estado do Rio de Janeiro a Lei no 6.034/ 2011 estabelece obrigatoriedade para reúso de água na lavagem de veículos., entretanto ela não regulamenta os parâmetros de qualidade para reutilização da água, por isso atualmente são utilizados os padrões de qualidade estabelecidos pela Norma ABNT 13.969/1997. A seleção do sistema que será adotado para reutilização da água requer um estudo das condições de qualidade e quantidade requeridas em cada caso. Existem várias tecnologias disponíveis e para o dimensionamento e especificação do sistema deve ser selecionada a alternativa com maior eficiência , tanto no aspecto técnico quanto econômico.

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AÇÃO DA

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Tecnologia e inovação na indústria Texto: Marisa Pereira e Andressa Brandalise, da Fundação Proamb Especial para Plurale em revista De Bento Gonçalves (RS)

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volume de água doce disponível no mundo é menos de 1% do total de água disponível no planeta. O cenário atual é de uma demanda crescente contra uma oferta cada vez mais limitada. O relatório Water for All, realizado pela Economist Intelligence Unit (agência inglesa de pesquisa e análise) e patrocinado pela Oracle Utilities, ouviu executivos de empresas públicas de abastecimento de água. Um percentual de 39% dos entrevistados acredita que o risco do consumo superar a oferta de água no Brasil em 2030 é altamente provável e, segundo 55%, o risco é moderadamente provável. A escassez de água pode significar desde a falta de insumos para processos produtivos, para agricultura e para uso doméstico, quanto desencadear uma crise energética para um país como o Brasil, cuja matriz é baseada em hidrelétricas. Apesar de o consumo industrial ser menor que o doméstico (19% contra 22% de toda água captada no Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas - ANA), a racio-

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nalização do uso, o tratamento das águas residuárias da produção antes da disposição no meio ambiente e o reúso da maior quantidade possível de água nos processos produtivos são questões que devem ser levadas muito a sério. Na região da Serra gaúcha, por exemplo, encontra-se um grande número de empresas do setor metalmecânico de vários segmentos. O setor é responsável por 19% do produto industrial do Rio Grande do Sul, o que tornou o Estado um dos principais polos do segmento no país. Caxias do Sul e algumas cidades ao redor, como Bento Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa, Antônio Prado, Veranópolis e Garibaldi, concentram o segundo mais importante polo nacional de autopeças e implementos rodoviários, na parte de caminhões e chassis de ônibus (2,2 mil empresas). A produção desses municípios corresponde a mais de 40% do montante nacional, conforme o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). Integrada a vigorosa economia da re-

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gião está a necessidade de utilização de água nos processos de fabricação. Uma grande quantidade do bem é retirada dos mananciais hídricos, passa pelo processo de tratamento para se tornar potável, é distribuída pela rede e utilizada para lavagem de peças, equipamentos, pisos industriais, composição de banhos galvânicos, entre outros usos. A demanda crescente por água tem feito do reúso planejado um tema atual e de grande importância na indústria e também entre os cidadãos. A reutilização minimiza a captação do recurso na fonte e permite, ao ser tratado, que se torne disponível para fins mais nobres, como o consumo humano e a fabricação de alimentos e bebidas na indústria. Assim, o reúso pode significar uma estratégia para uma melhor gestão dos recursos hídricos. Na indústria, o reúso da água traz grandes benefícios. Ele minimiza custos para adução, tratamento e uso da água dentro do processo produtivo, além de evitar o lançamento de efluentes nos corpos hídricos. Também diminui a possibilidade de sanções pelo descumprimento das legislações. A Lei Federal de Recursos Hídricos (9433/1997) introduziu a cobrança pelo uso da água no Brasil como um instrumento de gestão e econômico. A formulação da lei baseou-se nas experiências vividas por países como China, Itália, Portugal, Alemanha e Holanda, que já possuem a cobrança em operação objetivando regulamentar e disciplinar o uso, além, é claro, de tornar os sistemas de gestão de recursos hídricos sustentáveis. Com a entrada em vigor da lei, a indústria pagará pelo uso da água, como ocorre hoje, e também pela quantidade de efluente que lançará no corpo hídrico. A taxação será baseada tanto na quantidade como na qualidade do efluente, fazendo com que as empresas invistam mais em seus sistemas de tratamento. Assim, adotando técnicas de minimização no consumo, tornando seus processos mais eficientes e aplicando técnicas para reúso, as indústrias estarão minimizando custos e se tornando mais competitivas. Outra vantagem extra é a melhora na imagem da empresa perante a comunidade e os órgãos fiscalizadores. A minimização só é possível quando a empresa se propõe a analisar minuciosamente seu processo produtivo e as etapas nas quais a água é utilizada. A medição do consumo em cada fase é o primeiro passo.


Fotos: Divulgação

Um exemplo de desperdício são as operações de lavagem dentro de diversos processos industriais. Uma fábrica de alimentos, para citar um caso, necessita ter ciclos de limpeza entre turnos ou quando há troca de produção de itens. Caso não haja conscientização dos responsáveis pela operação de limpeza, é comum o consumo de água e de químicos, como tensoativos, soda e ácidos, além das quantidades realmente necessárias. Observar as lavagens é uma ação fundamental para avaliar o processo e redução do consumo. Isso não só diminui os custos com água tratada, como também a geração de efluentes, reduzindo-se custos e operações relativas ao tratamento controle de qualidade. No Rio Grande do Sul, a necessidade de atender à legislação está levando as empresas cada vez mais optarem por reúso em seus processos industriais. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul (Sema), através do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), publicou em novembro de 2006 a resolução 129. Essa deliberação fixa critérios e padrões de emissão relativos à toxicidade de efluentes líquidos para as fontes geradoras que os lancem em águas superficiais. São solicitados ensaios de toxicidade aguda, crônica e genotoxicidade para organismos testes de pelo menos três diferentes níveis tróficos. A toxicidade é a capacidade das substâncias presentes no efluente de causarem impacto ao ecossistema. A atenuação da toxicidade passa por ações preventivas e pelo controle na fonte geradora. O processo industrial deve ser minuciosamente estudado. Como o processo

de identificação das causas e minimização da toxicidade são complexos, onerosos e morosos, a melhor alternativa é deixar de lançar efluentes em corpos hídricos ou dispor na menor quantidade possível. Entra aí o estudo para a reutilização da água. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a Serra gaúcha e a região metropolitana, juntas, possuem mais de 23 mil indústrias de transformação. Dentro dessa realidade, 14.472 empresas já realizaram ensaios de toxicidade com o efluente gerado em seus processos de fabricação e posteriormente tratado. Porém, somente 40% das empresas estão conseguindo atingir os parâmetros parcialmente. Os outros 60% somente estão monitorando, mas não estão atendendo. Assim, nos deparamos com uma assustadora realidade: se as indústrias não levarem realmente a sério o assunto, não pensarem na economia de água e no tratamento adequado de seus efluentes, nossos corpos d’água estarão recebendo grandes cargas de contaminantes que podem colocar em risco a saúde da população e exterminar em curto espaço de tempo com nossa fauna e flora aquáticas. Ao mesmo tempo, é clara a importância dos polos industriais para geração de empregos e manutenção da economia. Deve-se encontrar o ponto de equilíbrio, que chamamos atualmente de desenvolvimento sustentável. Para auxiliar no grande desafio que é a implantação do reúso da água na indústria, a aplicação correta de certos equipamentos pode auxiliar muito. É o caso da adoção das resinas de troca iônica, que podem ser utilizadas, por exemplo, nas indústrias galvânicas, grandes consumidoras de água e geradoras de efluentes. Elas retêm os metais pesados devolvendo à linha de produção a água com qualidade suficiente para as lavagens. Periodicamente, as resinas devem ser lavadas para eliminar os metais retidos pela sua opera-

ção e deixá-las renovadas. Essa lavagem gera efluente contaminado com metais, porém, o volume é pequeno, podendo ser até 70% menor quando comparado a galvânicas que operam sem resinas. Com um volume menor fica mais fácil tratar e atender aos parâmetros de qualidade esperados. Se, por exemplo, a indústria galvânica necessitar reutilizar totalmente a água que consome, pode combinar a utilização de resinas de troca iônica e evaporadores, de maneira estratégica no processo fabril. Esse processo chamamos de circuito fechado, pois a única corrente de saída é o concentrado dos evaporadores que podem ser solidificados e dispostos em aterros de resíduos perigosos. O circuito fechado é muito comum em países como a Itália e Alemanha. Membranas de nano e ultrafiltração também são alternativas para polimento do efluente tratado que permite seu reúso no processo produtivo, já que são capazes de filtrar desde partículas sólidas com diminutas dimensões até moléculas e íons dos contaminantes. Implantar um projeto de reúso nem sempre é tarefa fácil. As organizações de-

vem reconhecer que é necessário mudar seus conceitos, quebrar paradigmas e se adequar a um novo cenário. A gestão eficiente da água passa a ser assunto estratégico. Não significa apenas minimizar custos, mas tornar o abastecimento autônomo, driblando a escassez e conservando a imagem da empresa, atendendo a legislação e aos interesses da comunidade. Assim, para as indústrias, buscar soluções para racionalização do consumo é uma forma não só de garantir competitividade e crescimento mais principalmente perpetuação do negócio.

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P e lo Mundo Uma advertência séria, feita de forma inusitada Por Wilberto Lima Jr. Correspondente de Plurale em revista nos EUA De Boston

O famoso ator Matt Damon é um dos co-fundadores da Water.org. A ONG foi fundada em 2009, a partir da fusão da H2O Africa, de Damon e da WaterPartners, de Gary White (atualmente, o Diretor Executivo da nova entidade). A ONG é uma organização sem fins lucrativos destinada a ajudar comunidades nos países em desenvolvimento a ter acesso a água potável e condições sanitárias decentes. Seu processo de implementação de projetos de água segue quatro passos principais: Criar associação com parceiros

1 locais (entidades, organizações, pessoas) nos países onde atua; Envolver a comunidade local em

2 cada etapa do projeto;

Selecionar a tecnologia apro-

3 priada para a comunidade e sua situação específica; Integrar todos esses projetos com

4 educação de saúde e higiene.

Várias Fundações dão suporte à Water.org, mas eles têm um extenso programa de arrecadação de doações, desde as institucionais até as individuais (pessoas simples) ou grupos de indivíduos. Seus programas existem em Honduras, Etiópia, Quênia, Uganda, Índia, Gana, Haiti e Bangladesh. Uma das suas característiMatt Damon cas de atuação ao financiar projetos é a de promover empréstimos, na linha de microcrédito rias no mundo. Em seguida, num estilo para que as próprias comunidades parti- de humor bem próprio dos americanos, cipem mais intensamente. Evidentemente, propõe o “Toilet Day” (desculpem, mas esta não é a única forma de financiamento. literalmente, o Dia da Privada) e declaAssociam-se as doações com esses emprés- ra-se em greve: diz que não vai mais usar timos. Muitas vezes, as comunidades não uma privada até que todas as pessoas no têm condições de assumir empréstimos mundo possam dispor de uma. E pede e aí, se aprovados os projetos, só mesmo apoio de todos. Outro vídeo postado depois mostra através das doações arrecadadas. Recentemente, num video postado artistas americanos declarando-se em no YouTube, Matt Damon, apresenta-se apoio a ele. Fato que, apesar da forma, numa pretensa entrevista com a impren- digamos humorística, a mensagem é sa, faz uma introdução verdadeira com transmitida. São cerca de 2 bilhões e 600 números que mostram a gravidade da mil pessoas afetadas. Soluções existem. situação da água e de condições sanitá- Confira o site: Water.org

Rio bem tratado é rio premiado Por Vivian Simonato, Correspondente de Plurale na Comunidade Europeia De Dublin (Irlanda)

No Ano Internacional de Cooperação pela Água, estabelecido pelas Nações Unidas, cujas ações estão sendo administradas mundialmente pela UNESCO, a International RiverFoundation (IRF), em parceria pela primeira vez em 2013 com a European Riverprize, reconhecerá abordagens bem sucedidas que superaram os desafios para a recuperação de rios, saúde do ecossistema, qualidade da água e as mudanças climáticas no contexto social e político do continente europeu. Cerca de 47 na-

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ções europeias podem inscrever-se no European Riverprize. As iniciativas de gestão, integração e conservação dos rios serão julgadas por um painel de peritos europeus e todo processo será administrado a partir do escritório da IRF localizado em Viena. Os candidatos serão avaliados com base em um quadro documentado de gerenciamento do rio, evidência de ganhos sociais e econômicos, onde uma abordagem de gestão integrada do rio foi privilegiada, também considerando uma perspectiva em longo prazo dessas iniciativas. O vencedor será anunciado em setembro de 2013, durante a conferência anual do Centro Europeu de Restauração do Rio, em Viena. O vencedor europeu

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será automaticamente qualificado como finalista para o Internacional Thiess Riverprize no ano seguinte. O Thiess Riverprize é o mais renomado prêmio que celebra iniciativas de destaque no gerenciamento e restauração de rios no mundo. Em 2010 o Rio Tâmisa, em Londres, foi vencedor do Thiess Riverprize e o Fundo Tâmisa de Restauração de Rios recebeu AU$ 350,000 (dólares australianos), que foi destinado em parte recuperação de rios nos países em desenvolvimento.de lã de vidro.


‘Tenemos Papa’ Texto e Foto: Aline Gatto Boueri, Correspondente de Plurale na Argentina

O novo Papa é argentino. O Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, é primeiro latino-americano a ser escolhido como pontífice da Igreja Católica, e também o primeiro a escolher o nome Francisco. Conhecido pelo estilo de vida simples, o jesuíta Jorge Bergoglio andava de metrô e é reconhecido pelos fiéis da Igreja Católica como um religioso humilde e acessível. Quando se dirigiu à multidão que o aguardava na Praça São Pedro, fez graça: “Parece que meus irmãos cardeais tiveram que ir quase ao fim do mundo para escolher um bispo para Roma. Estou aqui e agradeço a acolhida.” DITADURA MILITAR Apesar da aparência de bonachão, o novo papa, como boa parte das altas hierarquias católicas da Argentina, foi acusado de envolvimento em crimes de lesahumanidade durante a última ditadura militar do país (1976-1983). Ele foi citado em um processo judicial que investiga o desaparecimento de dois companheiros seus, os padres jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, que realizavam trabalhos pastorais em uma favela do bairro de Flores, onde o novo Papa cresceu. Em depoimento à Justiça argentina em 2010, Bergoglio negou seu envolvimento com a delação de seus companheiros, mas não contribuiu com informações significativas para o esclarecimento do caso. Ao ser perguntado se havia informações relevantes para o caso em um arquivo central da Igreja, disse que não tinha conhecimento, ainda que os arquivos estivessem sob seus cuidados. E coroou dizendo “é possível procurá-los, mas não sei se será possível encontrá-los.” Bergoglio também declarou como testemunha no processo conhecido como “Mega Causa ESMA”, que investiga, entre outros crimes contra a humanidade, o se-

Jovens católicos comemoram com missa na Catedral Metropolitana de Buenos Aires a escolha do Papa argentino

questro e apropriação de bebês nascidos na Escola de Mecânica da Armada, um dos maiores centros clandestinos de detenção da última ditadura argentina. Ele é acusado de ter informações sobre o paradeiro de uma recém-nascida que até hoje não foi encontrada pela família. CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO E MORTE DIGNA O Cardeal também comprou briga com a presidente Cristina Fernández de Kirchner em 2010, quando foi a aprovada a lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na ocasião, o Arcebispo de Buenos Aires condenou o projeto de lei e afirmou que não se tratava apenas de uma luta política, mas “uma ação do Pai da Mentira”, em alusão ao diabo. O religioso também disse que a família, “papai, mamãe e filhos”, estava em risco, assim como “a vida de tantas crianças que serão discriminadas de antemão e privadas do amadurecimento como Deus quis que fosse: com um pai e uma mãe.” Francisco I também se opôs à lei de morte digna, aprovada na Argentina em

2012, que permite a pacientes em estado terminal ou sem chances de sobrevivência recusar tratamentos que prolonguem suas vidas. A Comissão Executiva do Episcopado Argentino (CEA), presidida por Bergoglio, afirmou que não prolongar a vida de alguém que sofre nem sempre é moralmente obrigatório, mas fez uma ressalva quanto à rejeição do paciente à hidratação e alimentação, previstas pela lei. Sobre a lei de identidade de gênero, também aprovada em 2012, a CEA emitiu um comunicado no qual criticava a extensão do direito a retificação de gênero a menores de 18 anos. A CEA considerou “muito grave que a lei permita manipular a vontade sexual de crianças (…) contra a vontade de seus pais.” Apesar de uma biografia controversa, Jorge Bergoglio é considerado um religioso moderado. O primeiro Papa latinoamericano tem pela frente também o desafio doméstico de melhorar a imagem da Igreja na Argentina, muito manchada depois de sua atuação durante a última ditadura militar do país, que deixou um saldo de 30 mil desaparecidos.


Estante PANTANAL, NA LINHA D’ÁGUA Fotos de Luciano Candisiani e textos de José Eduardo Camargo, National Geographic Brasil, 208 págs, R$ 79,90. Acaba de ser lançado o livro Pantanal, na Linha D’água, do renomado fotógrafo Luciano Candisani, pela National Geographic Brasil. Resultado de dois anos de trabalho no bioma brasileiro, a obra reúne dezenas de fotos que retratam a importância da dinâmica das águas na planície do Pantanal. “O jacaré, por exemplo, é uma espécie da biodiversidade que evoluiu para acompanhar o sobe e desce da água no Pantanal”, conta Candisani, que é membro da Liga Internacional de Fotógrafos de Conservação (ILCP) e conselheiro do Planeta Sustentável, além de integrar a equipe de colaboradores da NG Brasil. O livro tem textos do jornalista José Eduardo Camargo, redator-chefe do Guia Quatro Rodas, do portal Viajequi e da revista Hotel Pro.

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE PROJETOS SOCIAIS, Autor: Vários/ Organização : Naercio Menezes Filho, Fundação Itaú Social Para disseminar a cultura de avaliação de impacto e retorno econômico junto aos mais diversos públicos, a Fundação Itaú Social lançou publicação que apresenta métodos básicos e sofisticados dessa metodologia, que vem se mostrando um útil instrumento para aprimorar e reorientar políticas públicas e investimentos sociais privados. A obra também aborda como calcular o retorno econômico para a sociedade de um projeto ou política pública e reúne artigos de especialistas renomados, como o subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Ricardo Paes de Barros. A organização do livro é do coordenador do Centro de Politicas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e PhD em Economia pela University College London, Naercio Menezes Filho. Os internautas interessados em acessar a publicação na íntegra podem visualizála no site da Fundação Itaú Social (http://www.fundacaoitausocial.org.br/biblioteca/artigos-e-publicacoes/ livro-avaliacao-economica-de-projetos-sociais.html).

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Carlos Franco - Editor de Plurale em revista

Á ÁGUA, REFLEXOS NA ARTE DA BAHIA Por Matilde Matos, Editora Caramurê, 160 págs, R$ 100,00 A Editora Caramurê lançou novo livro da crítica de arte Mattilde Matos, Água, Reflexos na Arte da Bahia. Com 160 páginas e acabamento de luxo, o livro que será vendido por R$ 100,00, tem como tema principal a água e faz abordagem histórica da participação do elemento nas artes plásticas da Bahia, com uma diversificação de linguagens e interpretações. Matilde Matos comenta a obra de 59 artistas – como Carybé, Dorival Caymmi e Pierre Verger - que mostram pinturas, fotografias, instalações e esculturas associadas à esta temática.

O LIVRO DAS GENTILEZAS Por Lou Fernandes, com ilustrações de Marcelo Pires, Editora Escrita Fina, 48 págs, R$ 14,00 O Livro das Gentilezas pode ser considerado uma poesia para o diaa-dia. Imitar um desenho animado ou dar passagem para as borboletas são ã algumas l dicas da autora para leitores de todas as idades. Lou Fernandes é jornalista e se especializou em Arteterapia e outras técnicas terapêuticas para dar conta da sua imensa vontade de ser útil e servir a vida. Mãe de três filhos, casada há 27 anos, para ela criatividade é o que não pode faltar em sua vida. Carioca de Vila Isabel, 52 anos, e pisciana até os pés, sonhar não custa nada ou quase nada, e devemos sonhar e apostar na gentileza. Sempre! Talvez por isso, uma de suas frases preferidas no Livro das Gentilezas é a que diz: “devemos guardar os sonhos debaixo do colchão para tê-los por perto todas as noites”. O livro, editado pela Escrita Fina, é ilustrado por Marcelo Pires, designer gráfico há 20 anos e que, atualmente, trabalha no escritório Insight Comunicação, onde cria as viagens visuais das revistas Carioquice e Bioma. Quando sobra tempo, é guitarrista das bandas Sex Noise, Supermoon e Oort Clouds.


CINEMA

Verde

ISABEL CAPAVERDE

i s a b e l c a p a v e r d e @ p l u r a l e . c o m . b r

Passeio pelo Museu da Água de Medellin

Projeto que merece nota Sempre procurando dar visibilidade a iniciativas ambientais e sociais ligadas ao audiovisual, chegamos ao projeto Cineminha na Escola e na Praça, realizado nas cidades de Aparecida, Guarulhos e São Sebastião, no estado de São Paulo. São mostras gratuitas de curtas-metragens brasileiros voltados para o público infantil de escolas públicas (05 a 12 anos), professores, familiares e comunidade em geral. Na verdade são duas mostras: uma especialmente para crianças de escolas públicas, seguida de oficina de desenhos de animação, onde as crianças podem desenhar, colorir e ver seus desenhos animados através de um fenaquistoscópio – brinquedo que dá ilusão de movimento. E a outra mostra feita para a comunidade, aberta ao público, possibilitando que outras crianças, pais, familiares, arte-educadores e demais públicos possam ter acesso gratuito a conteúdos audiovisuais. O projeto é realizado pela Papillon Produções Artísticas e pela Educom.Arte. As exibições serão entre os meses de abril e agosto de 2013.

Há muitos museus da água pelo mundo. Em países como Holanda, Portugal e no Brasil em cidades como Blumenau, em Santa Catarina e Piracicaba, no interior paulista. Em todos existe a preocupação em conscientizar da importância da água para nossa sobrevivência e da finitude de suas fontes, caso não preservemos. Um dos mais recentes é o Museu da Água colombiano, criado pela Medellin Empresas Públicas e que tem como proposta levar o público a ter experiências de recordação profunda - como eles dizem - indo às origens da vida no nosso planeta. Um passeio pelo seu interior, com explicações sobre o funcionamento interativo está disponível no You Tube. Basta acessar pela internet o link http://www.youtube.com/watch?v=n4VFg7Yn4CA. O vídeo está em espanhol.

Atenção documentaristas!

Cinecipó em terceira edição De 24 a 27 de julho acontece o Cinecipó – Festival de Cinema Socioambiental da Serra do Cipó, localizada no município de Santana do Riacho, em Minas Gerais. Aliando diversão e conhecimento, o festival oferece além de filmes vindos de todo país e do exterior, oficinas e shows, tudo gratuitamente. São bem-vindos desde filmes que falem do efeito de um papel de bala jogado na rua até a acidificação dos oceanos. Dos latifúndios às questões de urbanização. A edição de 2013 é uma realização da Funarte e do Ministério da Cultura.

Canal de vídeos contra o racismo ambiental Estão abertas as inscrições para o Cine’Eco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, o único dedicado a temática ambiental em Portugal, realizado anualmente no mês de outubro, no município de Seia. Há cada edição são mais de 600 documentários concorrendo, oriundos de 30 países. As inscrições vão até 15 de julho e mais informações podem ser obtidas no site www.cineecoseia.org. O festival será de 19 a 26 de outubro de 2013.

Existe um grupo ligado a Rede Brasileira de Justiça Ambiental que combate o que chamam de racismo ambiental que são as injustiças sociais e ambientais que recaem sobre grupos étnicos vulnerabilizados e sobre comunidades discriminadas por sua “raça”, origem ou cor da pele. Tendo como uma das ferramentas de luta as redes sociais, o grupo mantém um canal no You Tube reunindo vídeos sobre diferentes temas como direitos humanos, direito ao conhecimento, reforma agrária, mundo, racismo e cultura. Vale conferir acessando pela internet http://www.youtube.com/user/ RacismoAmbiental?feature=mhee

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I m a g e m Foto: Isabella

Araripe

do Cabo da Roca, Portugal

E

ste mar cristalino é a visão belíssima do Cabo da Roca, ponto mais extremo a oeste de Portugal. Situa-se próximo de Sintra e Cascais, não muito distante de Lisboa. Vale, sem hesitar, a visita: não deixe de conhecer também o Farol do Cabo da Roca. Em Lusíadas, Canto III. Luís Vaz de Camões descreveu-o como o local “Onde a terra se acaba e o mar começa”. A repórter Isabella Araripe lá esteve recentemente e nos brinda com esta imagem que nos rememora nossos antepassados e nossas raízes com Portugal.

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PLURALE EM REVISTA | Março / Abril 2013


ALUSA ENGENHARIA:

Gerando Energia Renovável

O GRUPO ALUSA ENGENHARIA, através da Greenluce Soluções Energéticas, está utilizando, pioneiramente, em alguns canteiros de obras, o novo sistema híbrido que produz energia solar e eólica ao mesmo tempo. Tecnologia de ponta a serviço da sustentabilidade. Saiba mais no site: www.greenluce.com.br.

Há 50 anos trabalhando em soluções em infraestrutura sustentável.

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TransparĂŞncia. Qualidade de vida. Respeito. ConsciĂŞncia. Responsabilidade. Mas pode chamar de

Sustentabilidade.

Rio

www.unimedrio.com.br/sustentabilidade nimedrio com br/sustentab


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