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BOOK GSK
DISPNEIA
Uma abordagem prรกtica
SUMÁRIO
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Introdução
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1. Definição de dispneia
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2. Mecanismos da dispneia 7-11
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3. Ferramentas para quantificar a dispneia
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3.1. Unidimensionais
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3.1.1. Escala Medical Research Council (MRC) ou MRC modificada (mMRC)
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3.1.2. New York Heart Association (NYHA) e versão modificada para HP pela Organização Mundial de Saúde (NYHA/OMS)
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3.1.3. Escala Visual Analógica (EVA)
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3.2. Multidimensionais
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3.2.1. BDI e TDI
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3.2.2. CRQ
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4. Mensagens finais
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Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO
O presente material tem como objetivo facilitar a compreensão de um sintoma muito comum: a dispneia. A tradução mais comum no dia a dia é falta de ar ou fôlego curto. Tendo o foco total no paciente, acreditamos que a educação em dispneia traz inúmeras vantagens:
1 - Aprender a identificar as causas de um sintoma comum e que tem impacto direto nas atividades de vida diária de nossos pacientes; 2 - Incentivar que as equipes de saúde, desde os agentes comunitários até os médicos super especialistas, se engajem ativamente na procura das causas da dispneia;
3 - Criar oportunidades para que uma integração multidisciplinar nos consultórios, clínicas e hospitais propicie um ambiente favorável para que os pacientes sejam acolhidos e adequadamente tratados.
Pretendemos atingir nossos objetivos baseados no respeito pelos pelos pacientes e profissionais de saúde, de maneira transparente e honesta, almejando oferecer uma visão completa e prática sobre o que podemos fazer para pacientes que sofrem com falta de ar.
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1. DEFINIÇÃO DE DISPNEIA
O consenso da American Thoracic Society define dispneia como: "A dispneia é um termo usado para caracterizar uma experiência subjetiva de desconforto para respirar que é composto de sensações qualitativamente distintas que variam em intensidade”.1,2 A dispneia pode ter diversas variações de denominação como desconforto para respirar, falta de ar e fome de ar. Essa experiência é resultante de interações entre múltiplos fatores: fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais. É um sintoma debilitante, cujo impacto perde apenas para a dor e estima-se que até um quarto da população em
geral e metade dos pacientes gravemente doentes são afetados pela dispneia. 3,4 Dispneia também é um importante preditor de qualidade de vida, tolerância ao exercício e mortalidade em várias doenças. Em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), foi demonstrado ser um melhor preditor de mortalidade do que o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) 5 Em pacientes com doença cardíaca encaminhados para teste de exercício, a dispneia foi um melhor preditor de mortalidade do que angina. 6
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A dispneia pode ser classificada em aguda e crônica. É considerada aguda quando aparece em poucas horas ou dias e as causas mais comuns são broncoespasmo, embolia pulmonar, síndrome de hiperventilação,discinesia de laringe e laringoespasmo. 7 A dispneia crônica é definida quando o sintoma persiste por mais de 30 dias. Alguns pacientes podem apresentar uma doença crônica que cursam com piora aguda da dispneia crônica que pode ser resultado de um novo problema ou um agravamento da doença de base (por exemplo, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca). 7
A dispneia pode ser a principal manifestação de diversas condições, sejam elas cardíacas, pulmonares, além de anemia, obesidade ou simplesmente falta de condicionamento físico. Se prestarmos atenção na queixa principal dos pacientes, a maneira como esses expressam seus sintomas tem relação com o mecanismo fisiopatológico subjacente.
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PONTUAÇÃO
INTENSIDADE DO ESFORÇO
MRC
mMRC
1
0
Tenho falta de ar somente ao realizar exercício intenso
2
1
Tenho falta de ar ao subir escadas ou ladeira apressadamente no plano
3
2
Ando mais devagar que pessoas da minha idade no plano por causa da falta de ar ou preciso para para recuperar o fôlego
4
3
Tenho falta de ar quando ando menos de 100m no plano, ou após alguns minutos
5
4
Tenho falta de ar para sair de casa ou para me vestir/despir
Quimiorreceptores cerebral e vascular, mecanorreceptores dos pulmões, diafragma e parede torácica e os receptores vagais pulmonares podem também enviar estímulos diretamente para centros cerebrais superiores para fornecer a avaliação direta do meio químico e do estado mecânico do aparelho respiratório e regular a respiração. Portanto, qualquer dissociação entre estes comandos e a parte sensorial do cérebro pode gerar a sensação de desconforto respiratório ou dispneia. A maioria dos pacientes com queixa de dispneia tem como origem do problema uma causa pulmonar ou cardíaca. Na figura 1 está demonstrada a interligação entre os quimiorreceptores, mecanorreceptores pulmonares e de caixa torácica, sistema nervoso central e PaO2 e PaCO2. Figura 1: Integração entre os músculos respiratórios, PaO2 e PaCO2 e os mecanorreceptres quimiorrecetores e sistema nervoso central.8