Revista ARC DESIGN Edição 53

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Nยบ 53 ARC DESIGN

R$ 16.50 QUADRIFOGLIO EDITORA

Nยบ 53

2007

2007

REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

OS MELHORES DO DESIGN PRร MIO MERCADO DESIGN TOP XXI




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February 16, 2007

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INSCRIÇÕES PARA O PROCESSO SELETIVO de 2 a 28 de maio de 2007

Para quem pensa design.

Qual é a relevância do design para a cultura contemporânea? Através de quais estratégias o design gera comunicação e conhecimento? Quais as relações entre arte, design e tecnologia? Qual o impacto social dos videogames? Visando ao enriquecimento destas e outras reflexões e à produção do conhecimento, o Mestrado em Design do Centro Universitário Senac é formado por pesquisadores de renome internacional, e contempla, na área de concentração Design: comunicação e cognição, duas linhas de pesquisa: Design: Dinâmicas estético e sócio-cognitivas Design: Informação e interfaces Coordenação: Prof a. Dr a. Priscila Lena Farias

0800 883 2000

www.sp.senac.br/mestrado/design


Uma revista que se destaca por seu conteúdo – gráfico e editorial – tem o compromisso de co me mo rar seu dé ci mo ano res sal tan do o que o sé cu lo XXI traz como trans for ma ção na ar qui te tu ra, no de sign de pro du tos, no de sign grá fi co, na que le de in te ri o res; e de seus ar qui te tos e de sig ners. E ho me na ge ar es ses pro fis si o nais. Esta é uma edi ção es pe ci al, por tra zer o me lhor da cul tu ra ma te ri al do Bra sil. E es pe ci a lís si ma para to dos nós, pro du to res, lei to res e apoi a do res, ao ver mos uma idéia, que pri vi le gia a qua li da de, o sig ni fi ca do e a ino va ção, con se guir se fir mar nes tes dez anos. Cre di bi li da de al can ça da, tal vez esta seja a nos sa gran de vi tó ria e pra zer. ARC DE SIGN acom pa nha e anun cia cada mu dan ça de ce ná rio, na ci o nal ou in ter na ci o nal, traz os no vos con cei tos, am pli a dos, do de sign. Nes te nú me ro, abre es pa ço para um con fron to en tre as idéi as e a re a li da de ita li a na e a bra si lei ra, em ar ti go de Gior gio Gior gi. E mos tra a per so na li da de do pro du to bra si lei ro na nova co le ção da em pre sa Dpot. Te mos tam bém o De se nho Anô ni mo na tra di ção dos imi gran tes ita li a nos e ale mães: um sen sí vel re la to tra ça do por es ses ob je tos sim ples e es sen ci ais, um re cor te pre ci o so de uma co le ção de mais de 3.500 pe ças; a ar qui te tu ra do es cri tó rio Kö nigs ber ger e Van nuc chi; um la bo ra tó rio de pes qui sas que am plia os sig ni fi ca dos a se rem ex plo ra dos na re la ção en tre os ob je tos e o mer ca do; a se ção Lou cos por De sign, com o de poi men to de Luiz Lei te, CEO da Ogilvy Brasil. Abrindo a edição, o resultado, completo e comentado, do Prêmio Mercado Design Top XXI. Nosso presente àqueles que giram neste fascinante universo da arquitetura e do design. Ma ria He le na Es tra da Edi to ra Na capa: sím bo lo da co mu ni da de de Es pe ran ça, na Pa raí ba, as bo ne qui nhas de te ci do inspiraram os ir mãos Cam pa na na cria ção do tro féu do Prê mio Mer ca do Design Top XXI (em pri mei ro pla no). Com 29 cm de al tu ra, elas receberam um banho de prata


Maria Helena Estrada e Redação

PRÊMIO MER CA DO DE SIGN TOP XXI

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Des tacar o de sign e sua aceitação pelo pú blico. Este é o obje ti vo de ARC DE SIGN ao ins titu ir um prê mio para pro du tos e proje tos brasi lei ros do sé cu lo XXI. É tam bém a for ma que escolhemos para que pro fis sionais e consu midores apontas sem a nova vita lidade do de sign no Brasil, em 17 cate go rias de atuação – do proje to à pro du ção e ao mer cado. Fer nando e Hum ber to Campa na cria ram o tro féu para os ven ce do res, Luiz Pe draz zi é o au tor do prê mio aos sele cio nados. Ava lie o re sultado você tam bém

REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

nº 53, abril/maio 2007

NEWS

12

SIGNIFICADOS DO DESIGN

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Um recor te da coleção Azevedo Moura de objetos, fotos, brinquedos e ferramentas de trabalho, de 1849 até o início do século XX, retrata a vida dos imigrantes italianos e alemães que se estabeleceram no sul do Brasil. É a mostra Design Anônimo, em exposição no Museu da Casa Brasileira

80

Keila Bis

UMA CADEIRA...

EN TRE VIS TA: GIAN FRAN CO VAN NUC CHI

Mariana Lacerda

Mariana Lacerda

A CASA DO IMI GRAN TE

77

84

Reflexõ es do ar quite to Gian fran co Van nucchi, do escritório Königsberger & Vannucchi, sobre o mercado imobi li á rio, os “es ti los” na ar quite tu ra, a qua lidade de vida nas cidades e a ar quite tu ra sus tentá vel

Raridades, como a reedição da cadeira criada em 1948 pelo arquiteto Oswaldo Ar thur Bratke, e peças contemporâneas, como a cadeira São Luís, de Flávia Pagotti, com estampa que remete aos azulejos da cidade histórica. Uma coleção de mobiliário que demonstra a coerência da direção de arte da designer Baba Vacaro. Lançamento Dpot

OPINIÃO: GIORGIO GIORGI

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COMO ENCONTRAR (ENDEREÇOS)

LOUCOS POR DESIGN: LUIZ LEITE

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ENGLISH VERSION

96 www.arcdesign.com.br




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Se a sua empresa está precisando crescer, faça um Crédito Pessoa Jurídica da CAIXA. Você sabe como é importante ter uma base segura para poder ampliar uma empresa. A CAIXA oferece isso com soluções sob medida para você. Mesmo que você ainda nem seja nosso cliente. Fale com os nossos gerentes e agende uma visita para saber tudo sobre o nosso Crédito Pessoa Jurídica, Investimento ou Giro. E vem pra CAIXA você também. CAIXA. O banco do crescimento das empresas brasileiras.


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CRÉDITO PESSOA JURÍDICA DA CAIXA. CONSTRUÍMOS CONDIÇÕES SOB MEDIDA PARA SUA EMPRESA CRESCER.

s a .

w w w. c a i x a . g o v. b r


Foto meramente ilustrativa.

Cheiro de cigarro? Ele tira. Cheiro de churrasco? Ele tira. VocĂŞ de casa? Ele tira tambĂŠm.


DM9 É DDB

Brastemp Prêt-à-Porter. Dá um refresh nas suas roupas. Sabe aquele cheiro de balada que volta com você pra casa? Brastemp Prêt-à-Porter acaba com ele rapidinho, sem precisar de lavanderia. Em 40 minutos ele elimina o bodum e ainda dá um tapa nos amassados.


NOKIA BRA SILEIRA Um grupo de estudantes cariocas do curso de Desenho Industrial da UniverCidade venceu o concurso mundial Only Planet promovido pela Nokia junto a universidades de diversos países. Os alunos redesenharam um dos modelos de celular da empresa, baseados em valores familiares, estéticos e comerciais do Brasil. A intenção foi provocar o deslizamento da tela em vez do teclado, o que permitiu ao celular ganhar novas funções. "De um lado, pode ser usado como telefone e, do outro, podese ouvir MP3, assistir a vídeos e inserir dados”, explica Afranio Antunes, um dos projetistas. O sucesso foi tanto que a empresa deve criar um centro de desenvolvimento de design dentro da UniverCidade.

TUDO PELO BEM-ESTAR Único projeto brasileiro selecionado para participar do Salão Satélite de Milão 2007, o “Rio Casa Anti-Stress”, criação de Patrícia Davis, Rafael Roldão e Tiago Bouças, que se conhece-

ACESSÍVEL A TODOS

ram no curso de Desenho Industrial da UniverCidade, RJ, pro-

Ações como abrir uma porta ou uma torneira po-

picia o relaxamento por meio de diversos elementos. Os teci-

dem ser simples para alguns. Para outros, nem

dos sugeridos para o revestimento do chão e das paredes

tanto. Por isso, o Instituto Brasil Acessível, que promove a adapta-

têm texturas que remetem à areia da praia, enquanto um pro-

ção do ambiente construído aos por tadores de deficiências, criou

jetor exibe imagens da paisagem carioca. A intensidade da luz

um catálogo com produtos inclusivos no setor da construção. São

é controlada e o ambiente é protegido por isolamento acús-

componentes como uma maçaneta de alavanca ou um corrimão

tico e térmico. Mas o destaque é o sofá (acima) que foi ins-

iluminado (abaixo). Os produtos são avaliados segundo caracterís-

pirado nos bares do Rio de Janeiro. Pode ser dividido em sete

ticas como confor to e fácil percepção.

partes – seis bancos e uma mesa de centro – e, dessa ma-

As empresas interessadas podem solicitar a análise de suas peças

neira, estimular o convívio e a conversa entre as pessoas.

pelo telefone (11) 5044-1054. O material está disponível para download no site www.brasilacessivel.org.br

PU X A DO RES DI FE REN TES O designer Cleber Luís – primeiro lugar na categoria Utensílios Domésticos do Prêmio Museu da Casa Brasileira 2006 – criou para a Zen Design puxadores com materiais nada convencionais. A linha Étnica tem puxadores em zamack cromado e chifre de boi; a linha Junco, em zamack cromado com detalhes em junco. “Nessa época de estresse contínuo, temos que buscar formas de converter nossas casas em pequenos refúgios espirituais – ou naturais –, e os materiais ajudam a criar essa at mos fera”, ex plica. www.zendesign.com.br



BANQUE TA X A pedido de Ethel Leon, o designer Nido Campolongo criou a cadeira X para a exposição ''Brazil Design, The Intimacy of Extremes'' , realizada na semana do design em Berlim, Designmai, em 2006. Com estrutura em compensado, revestida com papelãocouro – puro papel craft –, ela é totalmente desmontável. “Imagi-

encontrada na loja do designer e suas medidas

Már

var”, diz Campolongo. A banqueta pode ser

io D alo

ia

nei algo transportável, fácil de guardar e le-

podem ser modificadas, por encomenda. À venda no Estúdio Nido Campolongo: Rua Tupi, 843, São Paulo. Tel.: (11) 3826-7901. www.nidocampolongo.com.br

ARQUITE TURA SUSTENTÁVEL A preocupação com a sustentabilidade no ambiente construído levou a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) a criar um ciclo anual de seminários e palestras focados nesse que é o grande tema da atualidade na construção civil. Para a arquiteta Eloíse Amado, diretora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da AsBEA, o objetivo é “instrumentalizar os escritórios para que o conceito de sustentabilidade seja incorporado à concepção dos projetos”. Próximos eventos: • 4 de junho, no Centro Brasileiro Britânico (CBB), SP: seminário “A

Sustentabilidade nos Ambientes Corporativos – cases e ferramentas”. • 13 de agosto no CBB, SP: debate “Ações para o Desenvolvimento de

Espaços Sustentáveis na Cidade”. • 15 de outubro no Museu Brasileiro da Escultura, SP: debate “A Certi-

ficação da Arquitetura Verde – Leeds e outros”. Inscrições pelo telefone (11) 3168-4982

CAMPER TOGE THER WITH CAMPANA O grande volume de material gráfico nas ruas de Berlim impressiona. Foi também a fonte de inspiração dos irmãos Campana para criar a cenografia da loja Camper na capital alemã. “O conceito deveria ser forte, de baixo custo e rápido de

CADEIRA NINA

construir”, explicam Fernando e Humberto. Eles utilizaram

Assinada pelo escritório italiano Decoma Design, reaparece em novas

outdoors – levados do Brasil – com erros de impressão que

cores. Com formato que lembra uma pequena pol-

seriam descartados e colaram nas paredes em várias cama-

trona, a Nina é produzida em polipropile-

das. Os clientes podem interagir com a cenografia rasgando

no e tem os pés em aço. Prática, foi pro-

os papéis, descobrindo diferentes texturas, cores e estampas.

jetada para ser facilmente empilhada. Da

Os expositores foram feitos com pilhas de material publicitário

CHForm, à venda na Rimadesio.

presos por cintos e blocos reciclados. A cenografia faz parte

www.rimadesio.com.br

de um projeto da empresa chamado “Camper together with...”. Ar tistas, arquitetos e designers são convidados a criarem cenografias nas lojas da marca. www.camper.es; www.campanas.com.br



RELEITURA DO PAS SADO Para comemorar meio século de vida, a Ber tolucci convidou profissionais da arquitetura e do design de interiores para fazerem uma releitura de dez clássicas luminárias. O projeto resultou na Coleção 50 Anos. “Mais que um resgate, ela proporciona um ar contemporâneo às peças que nos fazem recordar os bons momentos do passado”, explica Cristiana Bertolucci, que comanda a empresa com a irmã Eneida. A luminária da foto, da década de 1970, foi reelaborada por Gil Cioni e Olegário de Sá, com mudanças na cor e nas linhas que ficaram mais contemporâneas. O pendente é em estrutura de latão cromado, cúpula em acrílico preto e globo de vidro leitoso-fosco. www.bertolucci.com.br

CONCUR SO MA SISA PARA ESTUDANTES A Masisa, fabricante de painéis de madeira, abriu inscrições para o Concurso de Design para Estudantes. O tema deste ano é o projeto de móveis para famílias de baixa renda. Estudantes do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, México, Peru e Venezuela podem participar. Na primeira etapa, serão selecionados 12 finalistas de cada país, que deverão criar um protótipo com painéis de Masisa MDF, Masisa OSB ou Masisa Melamina, combinados ou não a outros materiais. O estudante vencedor da fase nacional ganhará uma viagem para Buenos

NOVA FUNÇÃO O nome não poderia ser mais apropriado: cadeira Cintura. Sua estrutura tubular tem 15 cintos afivelados e parafusados, formando o assento e o encosto da cadeira. “Em meu trabalho, tento recodificar o mundo dos objetos que nos cercam”, explica o designer Rodrigo Almeida. A cadeira, um protótipo, ainda não é comercializada. Revendedores e lojistas, antenem-se! rodrigoalmeidadesign@hotmail.com

Aires, onde será escolhido o primeiro lugar. O vencedor final receberá como prêmio passagem e estadia para o Salão do Móvel de Milão 2008, além de uma medalha. As inscrições podem ser feitas por universitários de terceiro grau do curso de Design e áreas afins, além de profissionais com até um ano de formados. O prazo encerra-se dia 29 de junho. Uma dica de ARC DESIGN aos concorrentes: apresentem projetos que sejam realmente indicados para o uso dos painéis em MDF, OSB ou melamina, e não versões adaptadas de projetos criados para outros materiais. Outra dica? Um olho na forma e função e outro atento no mercado. Informações nos sites www.masisa.com.br e www.por talosb.com.br.



LU XURY PRIN TING

O DE SIGN E SUAS BA SES CONCEITUAIS

Uma revista cuja pauta é ex-

O livro “Design do Objeto”, de João Gomes Filho, completa a tríade de

clusivamente o exercício da

publicações (“Gestalt do Objeto” e “Ergonomia do Objeto”) do mesmo

criação e da impressão gráfi-

autor, que abordam a metodologia projetual do objeto. O livro define as

ca. Assim surge a Luxury

especialidades e áreas de atuação do design,

Printting. O título remete ao

e explica suas bases conceituais ampara-

conceito que, segundo seu

das por estudos sobre diferentes produtos

idealizador e editor, o desig-

industriais. No final, os leitores conhecem

ner Gil Vicente, é de caráter

alguns objetos tidos como padrão de exce-

propositadamente contraditório: um mix entre o nobre e o po-

lência devido a características como funcio-

bre, o artificial e o natural – deixando de lado o uso indiscri-

nalidade e ergonomia. À venda nas principais

minado do ornamento. A intenção é que a publicação, semes-

livrarias do país. www.escrituras.com.br

tral, esteja aberta às novas idéias na área de design gráfico, desafiando as tecnologias de produção e impressão da Gráfica Aquarela – que apóia o projeto. www.luxuryprinting.com.br

SÉTIMA EDIÇÃO DA TUPIGRAFIA A edição número 7 da revista Tupigrafia, dos editores Claudio Rocha e Tony de Marco, mostra um rico acer vo de tipos de madeira

A Schuster lança sua nova coleção e revela preocupação com o

da Universidade de Reading, na Inglaterra, e

meio ambiente. As peças são em madeira de reflorestamento –

os tipos Fat Face que fizeram história no sé-

MDF –, como a mesa Símbolos (abaixo, à esquerda), dos

culo XIX. O alfabeto vitoriano grafitado nas

designers Mariana Betting Ferrarezi e Roberto Hercowitz. Com

portas de lojas de Londres, assim como as

acabamento em laca e reforços metálicos embutidos no tam-

letras gigantes de ferro do artista turco Hus-

po, tem desenho inspirado em símbolos de nosso cotidiano. As

seyin Arda, em Berlim, também podem ser conhecidos. Entre outros

designers Tina e Lui assinam a mesa lateral Agatha (abaixo, à

destaques, as tatuagens tipográficas garimpadas pela norte-ameri-

direita), em MDF, com detalhes produzidos com a pedra. “É

cana Ina Saltz. A edição possui duas capas diferentes: uma com pin-

uma referência à Região Sul, e quisemos valorizá-la inserindo-

tura da artista canadense Marian Bantjes (acima) e outra com foto de

a no mobiliário contemporâneo”, revelam.

uma rua paulista onde foi grafitado o nome da revista pelos Pigmeus.

www.moveis-schuster.com.br

www.tupigrafia.com.br

Pierre Refalo

EM SINTONIA COM O MEIO AMBIENTE



Foto: Roali Majola Proj. Arq. Edgar Casagranda

Fábrica: Tel.[54] 2102 2200 | Vale dos Vinhedos | Bento Gonçalves | RS | www.sca.com.br

dormitório contemporâneo em MDF wengé | cabeceira estofada em camurça marrom | portas de vidro argentato bronze e perfil de alumínio neropaco | gavetas com trilhos telescópicos



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Régua e compasso. Objetos de forte significado: rumo e abrangência. Definem o momento atual, a nova semente – e os frutos – do design brasileiro hoje. É o que mostra o resultado do Prêmio Mercado Design Top XXI. Produtos, projetos e profissionais selecionados por um qualificado júri. Esta primeira edição do prêmio instituído por ARC DESIGN contemplou 17 categorias de atividades que pertencem ao universo do design, e a edição 2008 incluirá ainda outras vertentes, do industrial ao manufaturado. Três de nossos mais consagrados designers – Sergio Rodrigues e Fernando e Humberto Campana – foram considerados “hors-concours”. Razões óbvias. Produtos brasileiros criados no século XXI e presentes no mercado, este foi o critério de seleção. “O projeto não é bom se não é vendável”, repetem muitos, em todo o mundo. Uma perspectiva que alarga o significado do design e o faz colocar os pés na realidade do mercado, sem esquecer a fantasia, a beleza, os signos menos fortes e mais preciosos


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PROCESSO DE SELEÇÃO A concepção do Prêmio Mercado Design Top XXI buscou garantir a credibilidade, abrangência e independência do processo de seleção dos premiados. Para tanto, ARC DESIGN formou parcerias com entidades representativas das várias áreas contempladas pela premiação. Essas instituições, por sua vez, indicaram representantes para integrar as Comissões de Seleção do Prêmio, que foram complementadas por especialistas convidados. Todos votaram livremente, em suas respectivas categorias, observando unicamente os critérios de elegibilidade: design nacional, presente no mercado a partir do século XXI. Assim, foram definidos os finalistas: três produtos ou projetos para cada uma das categorias. Na etapa seguinte, os selecionados foram avaliados pelo Júri Final, que indicou os vencedores. Às entidades parceiras e a todos os profissionais envolvidos nesta iniciativa, os nossos agradecimentos

PARCEIROS DO PRÊMIO MERCADO DESIGN Associação de Designers de Produto (ADP), Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), Centro de Design Paraná, Centro São Paulo Design (CSPD), Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) – Núcleo de Estudos da Embalagem, SENAC e profissionais convidados

JÚRI FINAL Adriana Adam, Ary Perez, Betty Birger, Carla Caffé, Cyntia Malaguti, Erika Palomino, Fábio Mestriner, Fernando Campana, Geraldo Pougy, Gianfranco Vannucchi, Gilberto Belleza, Guto Lacaz, Helena Montanarini, Humberto Campana, Janete Costa, João Bezerra, Luís Antônio Jorge, Julio Katinsky, Jum Nakao, Kiko Farkas, Lincoln Seragini, Marcelo Lima, Maria Helena Estrada, Maureen Bisilliat, Ricardo Ohtake, Roberto Dimbério, Rodrigo Rodriquez, Sergio Rodrigues

Realização

Patrocínio


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CATEGORIAS MOBILIÁRIO ILUMINAÇÃO EQUIPAMENTO DE COZINHA EQUIPAMENTO DE BANHEIRO UTENSÍLIO DOMÉSTICO DESIGN SUSTENTÁVEL ACESSÓRIO DE MODA EMBALAGEM DESIGN DE INTERIORES: LOJA DESIGN DE INTERIORES: CORPORATIVO DESIGN DE INTERIORES: BAR/RESTAURANTE LUMINOTÉCNICA INOVAÇÃO DESTAQUE: PROFISSIONAL DESTAQUE: NOVOS TALENTOS DESTAQUE: EMPRESA APOIO AO DESIGN BRASILEIRO

Apoio

Apoio Institucional


ol a St ud io M aj

vencedor

MOBILIÁRIO CA DEIRA LE VI TA De sign Ma nuel Bandei ra, Ba hia Aço e tecido são os materiais da cadei ra Levita. Ar quite to com mestrado em design na Domus Academy, Mi lão, onde traba lhou no es tú dio Marc Sadler, Bandei ra já recebeu di ver sos prê mios nacionais e internacionais. A Levita (2002) segue uma tradi ção brasi lei ra criada por Pau lo Mendes da Ro cha nos anos 1950, com o uso do aço mola e do tecido removível, a lona cordura impermeá vel. A grande referên cia é a cadei ra de ba lanço, graças à “memó ria” do aço. À venda na loja do au tor, em Sal vador


finalista

POLTRO NA PE LI CA NO

finalista

CHAI SE JO A QUIM

Andrés Otero

De sign Michel Ar noult, São Pau lo A Poltrona Pelica no (2003) teve a simplicidade como li nha mes tra do proje to. Sínte se do traba lho de Ar noult (19222005), ali nha o de sign à fun ciona lidade e ao bai xo cus to de pro du ção. Apenas quatro sar rafos prendem a lona de algo dão, removí vel, à es tru tu ra em euca lipto maci ço. Facil mente des montá vel, é vendida em em ba lagem compacta. Há ver sõ es com ou sem braços, e fixa ou de ba lanço. Pro duzida pela KPK e comercia lizada na Casa 21

De sign Por fí rio Val lada res, Mi nas Gerais Daniel Mansur

O nome é uma homenagem de Val lada res a Joaquim Ten rei ro (1906-1992) que, em bora nascido em Por tugal, vi veu no Brasil e representou a gê nese do design do mobi li á rio brasi lei ro. Inspirada, segundo o designer, na cadeira Três Pés, de Tenreiro, a Chai se Joaquim (2001) é, tam bém, uma citação à téc nica constru ti va adotada pelo mestre: blo cos de madei ra mi li me trica mente recor tados e colados. Nesse projeto, no entanto, foram escolhidos pedaços de compensado que, juntos e recober tos com laminado, dão forma ao pro du to. Comercia li zada pelas lojas Dpot

Pi e r

re R efal o


Andrés Otero

vencedor

ILUMINAÇÃO

LUMINÁRIA LUNA De sign Fer nando Prado, São Pau lo A total integração das lâmpadas ao corpo da lu mi ná ria dispensa o uso de elementos que inter fi ram nas li nhas mí ni mas de seu desenho. Possui um sistema de rebati mento por antepa ro orientá vel, com a função de dim mer mecâ nico. O antepa ro possui uma face bran ca e a ou tra pre ta e, quando a luz é rebatida sobre a face pre ta, sua intensidade di mi nui em 50%. Em duas ver sõ es – piso e teto –, disponí vel nos acaba mentos bran co fosco, titâ nio ou pre to. Entre ou tras premiaçõ es, Prado recebe agora o Prê mio Golden IF De sign Awards 2006, Han no ver, Alema nha. Pro duzida e comercia lizada pela Lu mi ni


finalista

LUMINÁRIA DIS CO

finalista

LUMINÁRIA GLOS

De sign André Wag ner, São Pau lo

Luis Calazans Luz

Andrés Otero

Lu mi ná ria pendente for mada por um disco de alu mí nio com três vi sores em vidro temperado trans lú cido (fun ciona com três lâmpadas ha lopin de 60 w). Per mite duas for mas de ilu mi nação: somente luz indi re ta ou luz indi re ta e di re ta com bi nadas. A emis são de luz indi re ta é cons tante e a intensidade da luz di re ta pode ser controlada por meio de um diafrag ma mecâ nico – ati vado à medida que se gira o pino central. Com 50 cm de di â me tro, está disponí vel nos acaba mentos bran co e pre to tex tu rizados ou titâ nio. Comercia lizada pela Lu mi ni

De sign Baba Vaca ro, São Pau lo O proje to priorizou o con for to vi sual aliado ao bom rendi mento do uso de energia. Des ti nada à ilu mi nação geral indi re ta, a lu mi ná ria Glos (2004) é for mada por uma arandela de quadro ex ter no em acrí li co jateado e acaba mento in ferior em chapa de aço inox espelhado. Uti liza quatro lâmpadas ha lopin TR e uma ha ló gena pa lito 100 w. A economia se dá pelo alto rendimento das lâmpadas usadas, que podem ser de po tên cias va riadas (ha lopin de 25, 40 ou 60 w). Circu itos independentes tam bém são pos sí veis e alter nam as quatro lâmpadas em um circu ito e a lâmpada pa lito em ou tro, con for me a lu mi nosidade desejada. Comercia lizada pela Dominic


vencedor

EQUIPAMENTO DE COZINHA

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RE FRI GE RA DOR BRAS TEMP YOU De sign Equi pe Multi brás, São Pau lo Bras temp You é um sis tema que per mite to tal cus tomização de refrigeradores, desde a cor (nove op çõ es po dem ser com bi nadas nas duas por tas) até a sua orga nização inter na e ex ter na. É pos sí vel optar pela inser ção de elementos como gave ta de legu mes, pratelei ra ex tra, gave ta ex tra multi uso, por ta-latas e por ta-laticí nios. Pode-se escolher tam bém o lado de aber tu ra da por ta, a inser ção de dispenser de água do lado ex ter no e uso da tec nologia Sex to Sentido, que ajus ta au tomatica mente a temperatu ra con for me a quantidade de ali mentos, a temperatu ra ex ter na e o abree-fecha da por ta


Criação D4C De sign, São Paulo Quebrar o pa radig ma das tornei ras plásticas, oferecendo um pro du to com pre ço aces sí vel, bom de senho e de sempenho superior às usuais tornei ras em me tal. O obje ti vo foi alcançado graças a duas op çõ es proje tuais: um pro ces so pro du ti vo que com bi na a habitual in je ção de plás tico à in je ção as sis tida a gás, o que tor na pos sí vel a li su ra da super fí cie interna da bica, evitando o acú mu lo de re sí duos; o uso de polí meros aditi vados de últi ma geração, que ga rantem alto de sempenho ao pro du to, além de dispensa rem qualquer trata mento da super fí cie após re ti rar a peça do molde. A geome tria simples do ma ní pu lo, com o for mato de alavan ca, foi elaborada para refor çar o con ceito da bica, além de induzir ao uso cor re to do meca nis mo para a aber tu ra da água

g

FO GÃO GE PRO FILE DI GI TAL Criação Indio da Cos ta De sign, Rio de Ja nei ro Pri mei ro fogão a gás fabricado no Brasil com um ti mer digital cor ta-gás. Proje to do es tú dio Indio da Cos ta, merecedor de inú meros prê mios com pro du tos de de senho indus trial com alta tec nologia. Em sua con figu ração for mal, algu mas inovaçõ es se des tacam: mesa com quei mador centralizado de alta potência e tripla chama, quatro tamanhos diferentes de queimadores, super fície única for mada pelas grades de apoio do fogão, e uso de ma ní pu los sem anel, ga rantindo fá cil limpeza

elli

Du Ri be ir o

Dzi

in Gol ual

finalista

Du Ribeiro

Dzigual Golinelli

finalista

TOR NEIRA BLANC

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vencedor

EQUIPAMENTO DE BANHEIRO

VÁLVULA DUO FLUX De sign Regis Romera e Laér cio Figuei redo, São Pau lo O uso racional e econô mico da água é o di feren cial des te pro du to. A Duo Flux pos sui dois bo tõ es de descarga, que li beram apenas o volu me de água neces sá rio: 3 litros ou 6 litros. Acaba mento cromado e pos si bi lidade de ins ta lação na po si ção horizontal ou ver tical. Pode fun cionar com bai xa (2 a 12 mca) ou alta pres são (10 a 14 mca)


Criação Indio da Cos ta De sign, Rio de Ja nei ro De sign inovador em seus aspectos fí sicos e for mais, com bi na tec nologia ao uso de materiais nobres. Ní vel de água, temperatu ra, quantidade de es sên cia, intensidade da ilu mi nação e uma va riedade de progra mas po dem ser comandados a dis tân cia por telefone fixo, celu lar, Pocket PC ou pela inter net. Ao fi nal da prepa ração, um telefonema avi sa ao usu á rio que seu ba nho está pronto. Cor po em acrí lico e laterais em vidro per mitem vi sua lizar o fun ciona mento da ba nhei ra. O sis tema de ilu mi nação inter na por LEDs e o uso de al mo fadas com ajus tes per feitos para cabe ça e braços dão o toque fi nal de so fis ticação ao pro du to

finalista

BA NHEIRA SMARTHY DRO

CUBA COM VÁLVULA OCULTA L 87 Proje to Deca, São Pau lo Cuba com rasgo para escoa mento da água e vál vu la inter na não apa rente, colo cada abai xo do deck de me tais. Criação e desenvol vi mento por Edi son Anholon, desig ner da Deca. Com 550 mm de largu ra e 460 mm de pro fundidade, pode ser ins ta lada sobre tampo (como cuba de apoio) ou di re ta mente na pa rede. Pro du to premiado pelo IF De sign Awards 2005, Han nover Alema nha

Paulinho Silva

Tiago Moraes

finalista

Tiago Moraes


PREN DE DOR DE ROU PAS MULTI U SO De sign Mar cela Al bu quer que e Tacia na Sil va, Rio de Ja nei ro Plástico reciclá vel e pro du ção em uma só operação mo di fica ram o con ceito, a for ma e a uti lização de um pro du to tradicional. Em poli propi leno in je tado, sua for ma per mite duplo uso: prender, por pressão, a roupa no va ral, e ser vir como gan cho para pendu rar pe ças pequenas ou com al ças. Resultado econô mico, prá tico e mi ni ma lista dispensa vá rias operaçõ es industriais ou ma nuais, como o uso de molas me tá licas e chan fros que en ca recem a pro du ção. O proje to foi rea lizado pelas desig ners enquanto ainda estudantes e receberam, entre inú meras premiaçõ es, o pri mei ro lugar na fei ra Macef, Mi lão. Pro du ção Coza

Fernando Perelmutter

vencedor

UTENSÍLIO DOMÉSTICO


De sign Mar celo Kiokawa, São Pau lo Peça pro duzida em aço inox cor tado a laser que, fi xada a um copo, o trans for ma em pequeno vaso, per mitindo o supor te adequado à flor. Simples, prá tico, ba rato e inusitado, Clipcopo é um apêndice que trans for ma a função de um obje to co tidia no, adaptá vel a di ver sos ti pos e ta ma nhos de copo. Comercia lizado em di ver sas lojas

finalista

finalista

CLIP CO PO

GUAR DA-SOL RE VO LU TI ON De sign Cel so M. Santos e Chris tian Al ba ne se (Rio 21 De sign), Rio de Ja nei ro Proje to pensado para pro duzir bai xo impacto am biental e ciclo de vida longo, esta bar raca de praia foi con cebida de for ma inver tida, impedindo-a de voar com as ra jadas de vento. Uma pontei ra helicoidal (for ma de saca-rolhas) per mite maior fi xação à areia. Tem, em sua par te superior, um compar ti mento por ta-obje tos com dois aces sos fechados por zí per, o que for ma um colchão de ar que reduz a temperatu ra sob a bar raca. Tecido em nylon com pro te ção contra os raios UVA e UVB e trata mento imper meabi lizante. Ar mação com has tes pro duzidas em fi bra de vidro, pe -

ças in je tadas em poli pro pi le no e tu bos da es tru tu ra em alu mí nio ano dizado


Lena Trindade

Lena Trindade

36 ARC DESIGN

MU LHER-PEI XE Renato Im broi si, Lia na Bloi si e Ma ria Cris ti na Mou ra, Mato Gros so do Sul A comu nidade vive da pesca. A carne dos pei xes era aproveitada e as peles, descar tadas. O proje to Ta lentos do Brasil – desenvol vido pelo Mi nisté rio do Desenvol vi mento Agrá rio em parceria com o Sebrae e o CEP28 – in centi vou as mu lheres das comu nidades ri bei ri nhas a usar esse material de descar te no desenvol vi mento de acessó rios para o corpo, esti mu lando o pro cesso de criação. Lavar, cur tir, secar, tingir e costu rar as peles são as ta refas bá sicas para trans for mar o cou ro, as esca mas e as vér tebras dos pei xes em bol sas, cola res, pul sei ras e brin cos. Distri bu i ção por Ângela Klein, Rio de Ja nei ro

Lena Trindade

vencedor

DESIGN SUSTENTÁVEL


mençÃo honrosa

POLTRO NA ASTÚRIAS

finalista

MESA EXTENSÍVEL DE JAN TAR

De sign Car los Mot ta, São Paulo

Fiald ulo Rom Andrés Otero

De sign Claudia Morei ra Sal les, São Pau lo

ini

Causar o menor impacto am biental pos sí vel foi a intenção do de sig ner ao de senvol ver a li nha As tú rias, em 2001. O material escolhido é o ponto for te da peça: madei ra de redescobri mento, ou seja, já usada na cons tru ção ci vil. Ver nizes, colas e li xas tam bém foram evitados, uma vez que são, em seu pro ces so pro du ti vo e de des car te, po ten ciais polu idores. A téc nica constru ti va adotada foi a marcena ria tradicional, com en cai xes de madei ra cor tadas em 45 graus, 60 graus ou 90 graus que demandam o uso de poucos equi pa mentos e energia elé trica. Além da poltrona, a li nha As tú rias in clui so fás, espre gui çadei ras e aces só rios. Co mer cia li zada no Atelier Car los Motta, ganha menção honrosa por ter alcançado votação muito próxima à do vencedor

Utiliza madei ra cer ti ficada: frei jó lavado (tampo) e ipê (base). Sob as duas ex tremidades do tampo lo ca lizam-se abas de 400 mm, fi xas a duas traves sas que, por sua vez, são conectadas a guias. Ao serem pu xadas, as abas des lizam pelas guias e, no fi nal do cur so, ni velam-se ao tampo da mesa. Uma cava na par te in ferior das abas faci lita o ma nuseio no momento em que a mesa se es tende. “A po si ção aber ta foi pensada para que os pés da mesa não inter fi ram no con for to ao sentar”, ex plica a de sig ner. Pro du ção e comercia lização por Etel Interiores

37 ARC DESIGN


MELIS SA GLAM + ALE XANDRE HERCHCOVITCH De sign Alexandre Herchcovitch, São Pau lo Trans lú cida, nos tons preto ou ver melho, é for rada com uma delicada renda, in je tada junto com o plástico em um único pro cesso. Criada pelo es ti lis ta Alexandre Herchcovitch, a Melis sa Glam, cole ção 2007, leva aos pés um vi sual que reme te ao uni ver so femi ni no das pe ças ínti mas. A tec nologia de senvol vida pela Melis sa e seu pro ces so pro du ti vo per mitem bai xo cus to fi nal. Também em versão não translúcida, sem renda

Luciana Prézia

vencedor

ACESSÓRIO DE MODA

38 ARC DESIGN


Oscar Metsavaht, Os klen, Rio de Ja nei ro A bor racha volta à vida graças a pesqui sas de di ver sos estudiosos, que torna ram possí vel o uso do lá tex sem necessidade de supor tes em tecido: é a bor racha natu ral da Ama zô nia, desenvol vida pela Uni ver sidade de Brasí lia em parceria com o Iba ma. O colar Pae té, da cole ção Os klen, desenvol vido em colaboração com a Coopa-Roca, Rio de Ja nei ro, é montado com “chapi nhas” obtidas de apa ras de lá tex nas cores pre ta, verde, ver melha e natu ral. À venda na Os klen

CO LE ÇÃO SA QUINHO DE LIMÃO De sign Mana Ber nardes, Rio de Ja nei ro Materiais co tidia nos, não-precio sos, ga nham nova leitu ra. Esta cole ção remonta a uma aula de Fí sica, quando Mana teve a idéia de adaptar o ter mo “es feras flu tuando na rede” a aces só rios de moda. Recor reu à rede usada pelos fei rantes para vender li mão que, em uma das pe ças, envol ve di ver sas boli nhas de gude, uma a uma, sepa radas por elás ticos de si licone transpa rente. O fecho em plástico in je tado e imã (criado e patenteado pela de sig ner) é for te o su ficiente para que o colar tam bém pos sa ser usado como mó bi le. Ou tro item que faz par te da mes ma cole ção é a “bracedei ra” (em saqui nho de li mão e ace tato fur ta-cor), que pode ser usada como bracele te ou tam bém para decorar gar rafas. À venda em lojas de moda e de sign Mauro Kury

finalista finalista

CO LAR PAE TÉ LATEX

39 ARC DESIGN


vencedor

EMBALAGEM PER FU ME DO BRA SIL, NATU RA Design Filomena Padron e Renato Camargo, São Paulo Co erên cia com o pro du to em ba lado é a marca regis trada des se proje to. A casca dura e rús tica da semente pro tege o conteú do delicado. O frasco do per fu me é acomo dado em uma cai xa de cerâ mica for mada por duas tampas convexas – pro du ção ar te sa nal do Centro de Cerâ mica Cores da Ter ra, Ba hia. O interior da em ba lagem é pro tegido por fi bras natu rais de coco e a cai xa que envol ve a em ba lagem tem em sua pro du ção 78% de papel reciclado


GAD’Branding & De sign, Por to Alegre

Mar

cos

Fr e i

re

Proje tado para acomo dar 13 lá pis de cor, o Flip Box de senvol vido para a Faber Cas tell foi além: chegou a uma em ba lagem que é tam bém por ta-lá pis ergonô mico, ao ser po sicionado ver tical mente sobre a mesa. De plás tico, tem a for ma cur va e duas ja nelas, para que as cores sejam facil mente identi ficadas. A tampa des liza e fica ar mada na par te pos terior. Cus to de pro du ção reduzido, ma nuseio simples graças a en cai xes di ver sos, pro te ção no uso devido aos cantos ar redondados são tam bém pontos po siti vos do Flip Box

finalista

finalista

ES TO JO FLIP BOX

BAL DE NINHO Pande De sign, São Paulo

Em edi ção li mitada para colecionadores, a em ba lagem Leite Ni nho Integral ga nhou o for mato de uma leitei ra tí pica de fa zenda. Pesando 1,1 kg e ilustrado com moti vos alegres ligados ao uni ver so in fantil, o “baldi nho” em aço pode ser usado como item para crianças brin ca rem. Possui fecha mento em lacre de alu mí nio e tampa plástica, que conser vam a integridade do pro du to


vencedor

INOVAÇÃO

42 ARC DESIGN

LAVA DO RA SU PER POP De sign Chel les & Hayas hi, São Pau lo Criado para atingir consu midores de bai xa renda, com cus to aces sí vel, o pro du to agrega vantagens tanto para o consu midor fi nal como para o dis tri bu idor va rejis ta. Além de pe sar apenas 6,8 kg, pode ser des montado. Des sa for ma, ocupa menos espaço para ar ma zena mento em lojas e dis tri bu idoras, o que tam bém reduz os cus tos com transpor te e logís tica. Foi de senvol vida uma borda que ser ve como pega para transpor te e que proporciona es tabi lidade mecâ nica à cuba. Para que a lavadora ocupas se menos espaço, o es fregador é ver tical frontal e em bu tido. O gabi ne te do pro du to foi di vidido em dois, sendo que a par te in ferior vem, na em ba lagem, acomo dada dentro da cuba. Pro duzida pela Muel ler Ele tro domés ticos


Nó De sign, São Pau lo Apa relho celu lar proje tado para crianças e ido sos, tem inter face de ex trema simplicidade. Três bo tõ es com nú meros pré-progra mados conectam o usu á rio com sua casa, traba lho ou ou tros des ti nos es co lhidos; uma quar ta tecla aciona uma central, que di reciona as cha madas para ou tros nú meros ou ser vi ços de emergên cia. O apa relho fun ciona tam bém como lo ca lizador pes soal e pos sui “babá ele trô nica”. Pro duzido pela Easy Track e comercia lizado em lojas especia lizadas

finalista

finalista

CE LU LAR BLOB

CAR DI O LIGHT Proje to Di De sign, São Pau lo O Cardio Light é um “holter” de últi ma geração, usado em exa mes cardioló gicos, para monitorar o paciente em suas funçõ es co tidia nas du rante 24 horas. Inova no ta ma nho, no peso e no uso da tec nologia digital. Re sultado: maior preci são de leitu ra no “ti ming” dos regis tros graças ao uso de pequeno car tão de memó ria (nas di mensõ es de um selo), que subs titui a fita cas se te da tec nologia ana ló gica e confere leveza ao apa relho, o qual pesa apenas 47 gra mas

43 ARC DESIGN


VENCEDOR

Valentino Fialdini

DESIGN DE INTERIORES: LOJA

44 ARC DESIGN

GA LE RIA ME LIS SA, São Pau lo Proje to de Muti Randolph A cultu ra pop e jovem está pre sente na con cep ção geral e em cada elemento da loja. O acrí lico e os plás ticos são a maté ria-pri ma domi nante, dos mos tru á rios ao jardim de cáctus. Ex po sitores biomor fos suspensos – “vidas de plás tico”, nas pa lavras do de sig ner – ex põ em os pro du tos da marca. Os grafis mos aplicados nas pa redes da loja e nos mu ros da praça ex ter na, com mudança a cada nova es tação, cata li sam a atenção e acompa nham o mu tante di na mis mo da moda

O plás ti co, ma te rial sím bo lo da Me lissa, foi a ma té ria-pri ma es co lhi da para com por o jardim interno (na página ao lado), e no seu in te ri or (fotos aci ma)


ARC DESIGN

45

R么mulo Fialdini

Valentino Fialdini

Marina Malheiros


Alvaro Povoa

Alvaro Povoa

DESIGN DE INTERIORES: LOJA

Alvaro Povoa

FINALISTA

Acima, na primeira foto, o corredor que conduz o visitante ao interior da loja, no qual vãos li vres (acima) pri vilegiam a iluminação natural. À esquerda, a escada é a ligação entre os pavimentos e um jardim, no subsolo

CLU BE CHO COLATE, São Pau lo Proje to Isay Wein feld, São Pau lo O ter reno es treito orientou esse proje to: um va zio proporcionado por vãos genero sos atraves sa os espaços, di fundindo a ilu mi nação natu ral. Da rua, após percor rer um longo cor redor onde se situa a vitri ne, chega-se a uma pas sa rela de aço inox que leva ao pri mei ro ní vel da loja. Uma escada reves tida em aço polido contras ta com a tona lidade fosca dos reves ti mentos e de ta lhes em madei ra. Oni pre sente, em for ma de espi ral, ela conduz aos anda res superiores ou ao sub solo – onde um bar/res tau rante se abre para um jardim de areia cla ra e pal mei ras, va lorizadas pela ilu mi nação zenital


Rubens Mano

LI VRA RIA CULTU RA MAR KET PLA CE, São Pau lo Projeto Fernando Brandão Arquitetura + Design A intenção foi criar um espaço di nâ mico, que sugeris se a movi mentação dos clientes. Um meza ni no si nuo so conduz o usu á rio até as áreas ex ter nas e in fantil. No centro da loja, uma escada as su me, ocasional mente, o papel de um teatro de arena e per mite o aces so ao segundo andar, área de CDs, DVDs; no fundo, um pequeno auditó rio refor ça o con ceito da marca como lo cal de en contro e reflexão. O uso intenso de madei ra nos reves ti mentos e outros de ta lhes seguem a linguagem das lojas da rede em todo o país

Rubens Mano

FINALISTA

Aci ma, o de se nho si nu o so do me za ni no re pe te-se no piso e no for ro. Na foto abai xo, o dra gão de ma dei ra de fi ne as pra te lei ras e o espaço re ser va dos aos li vros in fan tis e con quis ta a cri an ça da com sua lon ga cau da


VENCEDOR

Fotos Nelson Kon

DESIGN DE INTERIORES: CORPORATIVO

AGÊNCIA NE O GA MA BBH, São Pau lo Projeto de André Vainer e Guilherme Paoliello Pre ser var recur sos e fomentar o di á logo eram as premis sas do proje to da nova sede Neoga ma BBH, ins ta lada, em 2004, em um gal pão indus trial na zona oes te de São Pau lo. Vai ner e Paoliel lo eram os au tores da antiga sede da agên cia, cu jas es tru tu ras já haviam sido criadas. Para o reaproveita mento bas tava despa rafusá-las, trans feri-las e remontá-las na nova sede, onde a li vre comu nicação é favorecida pela flu idez dos espaços inter nos: áreas de traba lho aber tas interca lam-se entre pas sa relas me tá licas e sa las re ser vadas deli mitadas por vidros, per mitindo conti nu idade vi sual. A ilu mi nação zenital dos sheds criados refor ça a sensação de amplitude. A tubu lação e as es tru tu ras me tá licas apa rentes integram-se ao interior, como “uma má qui na que dei xa tudo à vis ta, como referên cia à ar quite tu ra indus trial”, ex plica Paoliel lo

Sol tos na am pli dão: os ar qui te tos ti ra ram par ti do do ta ma nho de um gal pão em favor de es pa ços que se co mu ni cam – possi bi litan do o di á lo go entre fun ci o ná ri os



FINALISTA

Fotos Carlos Gueller

DESIGN DE INTERIORES: CORPORATIVO

FRIBOI, São Pau lo Proje to Edo Ro cha Espaços Cor porati vos Na implantação da nova sede do Frigorí fico Fri boi, em São Pau lo, era impor tante criar um am biente agradá vel para os fun cioná rios e, ao mes mo tempo, sur preender os vi sitantes com um de sign ar rojado. A equi pe de interiores do escritó rio Edo Ro cha optou por uti lizar acaba mentos nobres em lo cais es traté gicos, como os pi la res inter nos em aço escovado, as di vi só rias indus triais em alu mí nio, vidro e pai néis de madei ra. As pa redes foram pintadas em tons pas téis e as per sia nas são em tom pa lha. O for ro, em placas acús ticas, pos sui san cas peri me trais em ges so acar tonado bran co, que contri bu í ram para criar um am biente cla ro

Le veza e mo der nida de de fi nem os inte ri o res da sede do Frigo rí fi co Fri boi. Todo o mo bi li á rio foi dese nha do pela Edo Ro cha Es pa ços Cor po ra ti vos ex clu si va men te para este pro je to


Fotos Nelson Kon

FINALISTA

ING BANK, São Paulo Projeto Dante Della Manna Em contras te com o cor redor bran co, a recep ção tem revestimento pre to, va lorizando o telão com imagens – proje çõ es de ví deos institucionais –, que se refle tem sobre um espelho d´água. O piso de pedras de mo saico por tuguês conduz à ga leria com pôs teres em cons tante alteração. O espaço reduzido do segundo andar, des ti nado à área operacional, aliado ao ca rá ter flu tuante da equi pe, levou à escolha do sis tema aber to de ocupação, sem es taçõ es de traba lho fi xas. As platafor mas de traba lho, tam bém de senvol vidas por Dante, têm ca lha elé trica e pai néis regu lá veis que abrigam kits de aces só rios e monitores flat slim

Aci ma, cir cu la ção do ING Bank. Pa re des pretas, assim como as da re cep ção (foto ao lado), eviden ciam a pro je ção de ví de os institu ci o nais e va lo ri zam o piso de pe dras por tuguesas


VENCEDOR

Fotos Leonardo Finotti

DESIGN DE INTERIORES: BAR/RESTAURANTE

FOR NE RIA, Rio de Ja nei ro Proje to Isay Wein feld O con cei to é o mes mo da For neria San Pao lo, na ca pi tal pau lis ta, mas com uma di feren ça: para a ver são ca ri o ca des sa casa do gru po Fa sa no, Isay Wein feld cri ou um es pa ço de por tas aber tas para as cal ça das de Ipa nema. A For neria Rio tem uma área de 610 me tros quadrados e pos sui co zi nha in te gra da ao sa lão, além de uma con tras tan te – e aco lhe do ra – mis tu ra de ma teriais e tex tu ras, como a ma dei ra bru ta, cerâ mi ca es mal ta da, ci men to e fulget


Nas duas páginas, a escolha por materiais como madeira bruta e cerâmica esmaltada faz da For neria Rio um ambiente envol vente, apesar de suas por tas sempre aber tas ao convívio público


FINALISTA

Fotos Gal Oppido

DESIGN DE INTERIORES: BAR/RESTAURANTE

NO YOI, São Pau lo José Ricardo Basiches e Ronaldo Shi noha ra Seguir a mes ma linguagem do antigo Noyoi, em São Pau lo, foi o briefing para o de senho do novo espaço des te res tau rante japonês, com 515 metros quadrados. Uma das premis sas era o reapro vei ta mento de materiais, como os cai xi lhos, re ti rados da antiga cons tru ção. A ilu mi na ção na tu ral é o des ta que, gra ças ao blo co envidra çado – um dos pontos de par tida da am bientação. Ex ten sas pa re des, o uso do con cre to e da ma dei ra, e re ves ti men tos em pre to e ver melho, acom pa nham o des poja men to dos es pa ços

O blo co en vi dra ça do pri vi le gia a en tra da de luz na tu ral. Pon to cen tral na am bi en te, é o equi lí brio en tre de ta lhes em ma dei ra e os re ves ti men tos es cu ros das pa re des


Fotos Nelson Kon

FINALISTA

CAFÉ DE LA MU SI QUE, São Pau lo Proje to Rocco As so ciados Um lugar para se pas sar a noite. O con ceito origi nou a idéia de criação de lounges que se integram ao sa lão central – área de bar e res tau rante. Efeitos lu mi no téc nicos per mitem que a cor da luz seja cons tantemente mo di fi cada, alterando suces si va mente a linguagem dos am bientes. O pé-di reito genero so, em seus 464 metros quadrados, refor ça a idéia de cenografia que, a cada es tação do ano, é refor mu lada por es ti lis tas

Os re ves ti men tos fo ram es co lhi dos de modo a evi den ciar as co res da luz. A idéia de ce no gra fia foi uma das li nhas mes tras des ta am bi en ta ção. E per mi te, por tan to, que ce ná ri os e lu zes se jam sem pre re for mu la dos


VENCEDOR

LUMINOTÉCNICA

PRAÇA DOS TRÊS PODERES, Brasília Projeto Peter Gasper Associados A proposta teve como foco central a va lorização das for mas pu ras dos edi fí cios e a repro du ção fiel da cor – a bran ca – que ca racterizam as obras de Oscar Niemeyer. A Praça dos Três Po deres reú ne os edi fí cios do Pa lá cio do Pla nalto, do Congresso Nacional, do Supremo Tri bu nal Federal, do Museu JK. E, agora, a bandei ra em seu novo mas tro. Proje to lu mi no téc nico do “ar tis ta da luz” Pe ter Gasper, que dra matiza e cria leitu ras iné ditas para a ar quite tu ra. “Buscar as lâmpadas e os filtros que repro duzam o ‘bran co Niemeyer’ é mi nha maior conquis ta tec noló gica”, revela Gasper

Ricardo Stuckert


Ricardo Stuckert

Pra ça dos Três Po de res ilu mi na da: a in ten ção foi a de re criar, em bo ra à noi te, o “bran co Ni e me yer”. Bus car as lâm pa das e os fil tros que reproduzissem esse tom foi, para Pe ter Gas per, sua mai or con quis ta tec no ló gi ca na ilu mi na ção de obras

Peter Gasper

Peter Gasper

Peter Gasper


Fotos Jomar Bragança

LUMINOTÉCNICA

FINALISTA

O pai nel de Can di do Por ti na ri, na face pos te ri or da Igre ja de São Fran cis co de Assis, teve seus tons de azul e bran co va lo ri za dos por uma li nha sem pre con tí nua de lâm pa das flu o res cen tes T5 de 28 watts

58 ARC DESIGN

IGREJA DE S. FRAN CIS CO DE AS SIS, Belo Horizonte LD Studio O proje to lu mi no téc nico ti nha que des tacar – sem se sobrepor – as áreas ex ter nas e inter nas da Igreja de São Fran cisco de As sis, no Con junto da Pampu lha. Para subli nhar as cur vas de senhadas por Niemeyer, a ar quite ta Mô nica Lobo uti lizou proje tores de facho as si mé trico. O pai nel de Por ti na ri foi va lorizado com lâmpadas fluorescentes T5 de 28 watts (3 mil

kel vins) pró xi mas ao pai nel e por luz pontual vinda de proje tores de facho circu lar, lo ca lizados em pos tes. Fachada frontal, bri se, mar qui se e campa ná rio receberam luz indi re ta. Interna mente, foram em bu tidas fluorescentes T5. O coro tam bém tem ilu mi nação indi re ta, além de proje tores para lâmpadas refle toras que ilu mi nam a par te fi nal da cober tu ra da nave


Fotos Guinter Parschalk

FINALISTA

O Restaurante East foi dividido em áreas distintas, que receberam iluminação específica. A in ten ção foi trans mi tir as sen sa çõ es que cada am bi en te pro põe re pro du zir em seus usu á ri os

RESTAURANTE EAST, São Paulo Projeto Guinter Parschalk Especia lizado em cu li ná ria de origem pan-asi á tica, o res tau rante East se di vide em quatro áreas dis tintas. Na entrada, o bar recebeu ilu mi nação indi re ta, enquanto a área de espera alguns spots de foco fechado e obje tos lu mi no sos. No res tau rante central, as me sas são des tacadas por spots de luz ha ló gena de foco fechado e di merizado. O res tau rante anexo tem cober tu ra de vidro que per mite a entrada de luz natu ral

du rante o dia; à noite, a ilu mi nação é azul, proveniente de uma pa rede ilu mi nada com lâmpadas tubu la res e reves tida com vidro ace ti nado. No ter raço, as me sas são ilu mi nadas por micro-spots em tri lhos ele tri ficados aplicados na es tru tu ra do toldo que cobre a área; a vege tação foi des tacada com lu mi ná rias uplight tipo espe to; e a fonte de água, com uma luz bran ca azu lada


GUTO IN DIO DA COS TA, Rio de Ja nei ro Guto Indio da Cos ta, for mado em de senho indus trial no Brasil, especia lizou-se na Su í ça e nos Es tados Unidos, no Art Center Col lege of De sign. Seu escritó rio, Indio da Cos ta De sign, um dos mais impor tantes do Brasil, foi criado em 1995. Antes, fez es tá gios e traba lhou junto aos es tú dios de Jacob Jensen, Di na marca; Mar tin Birdel, Pa ris; Neu meis ter De sign, Alema nha; NCS De sign, Rio de Ja nei ro. Desde 1991 é ven cedor nos mais impor tantes con cur sos nacionais e inter nacionais, como o IF De sign Award, Mu nique, em anos suces si vos; o Red Dot Award; inú meras premiaçõ es no Con cur so De sign Museu da Casa Brasi lei ra; o Eco design e o Top de Mar ke ting, em São Pau lo. Proje ta para as empre sas GE-Dako, Arno, Pial Legrand, Itau tec, Spi rit, 3M e Springer, entre ou tras

Tiago Moraes

Tiago Moraes

vencedor

DESTAQUE PROFISSIONAL


Dedicando-se a proje tos de lu mi ná rias desde 2003, Fernando Prado tem se destacado no mercado e merecido premiaçõ es brasi lei ras e internacionais. Seu pri mei ro proje to, a lu mi ná ria Giro, conquistou o Prê mio Museu da Casa Brasi lei ra 2003 e o IF Design Award 2004. A lu mi ná ria Bossa – Prê mio Museu da Casa Brasi lei ra 2005 e Golden Award IF, em Han nover –, permite, pelo movi mento do refle tor, optar entre luz di re ta e indi re ta. A lu mi ná ria Luna, seu grande sucesso, recebeu os prê mios Museu da Casa Brasi lei ra 2004, IF 2005, Good Design Award 2005, Red Dot De sign Award 2006, Ran king De sign Award 2005/2006 – Top Ten, Designpreis Award 2007

RE NATO IM BROI SI, São Pau lo Renato Im broi si é de sig ner e consultor, prin ci pal mente junto ao Sebrae, para o de senvol vi mento do ar te sa nato junto a comu nidades ca rentes. Seu traba lho se insere no uni ver so do de sign de raiz ar te sa nal, na medida em que sugere e apri mora o fa zer de ar te sãos em grupos e comu nidades em todo o Brasil. Ofí cio que hoje se es tende até a África, graças a um convite da Fundação Lu mum ba. Da li nha para o cro chê à releitu ra do bordado da bom bacha gaú cha, à criação com materiais como folhas de sidratadas, a fi bra do tu ru ri, a pele de pei xes, surge um novo vo cabu lá rio no de sign brasi lei ro, com materiais e téc nicas disponí veis e tradicionais em cada região. Rea liza pa les tras e ex po si çõ es no Brasil e no ex terior – como a Ter ra do Pau Brasil, em 2000, na em bai xada brasi lei ra em Tó quio

Fabio del Re

FER NAN DO PRA DO, São Pau lo

finalista

finalista

Otávio Veiga


vencedor

Ioram Finguerman

NOVOS TALENTOS

NÓ DE SIGN, São Pau lo Mar cio Gian nel li, Flavio Ba rão Di Sar no e Leonardo Mas sa rel li Os de sig ners do Nó De sign pro cu ram criar ob je tos que “acompa nhem o modo de agir do usu á rio, em vez de impor uma única e es tá tica ma nei ra de serem uti lizados”. Fundado em 2001, o es tú dio tem se des tacado pela criação de proje tos multi fun cionais e/ou interati vos em di ver sas áreas do de sign: mobi li á rio, obje tos, em ba lagem, ilu mi nação, ele trô nicos, interiores e de sign grá fico. Para viabi lizá-los, recor rem à raciona lização dos pro ces sos pro du ti vos (como no caso da cadei ra Iracema, que aproveita ao má xi mo a chapa de OSB) e ao uso de materiais de descar te. A preo cupação ecoló gica apa rece em di ver sas criaçõ es, como a li nha de aces só rios de senvol vida para a Natu ra, que uti liza cou ro vege tal Tree tap, e o por ta-obje tos Homem Elás tico, em lá tex

Arnaldo Pa ppalardo


O desenvol vi mento de proje tos que relacionam design, ar tesa nato, so ciedade e natu reza é a tô nica de seu traba lho. Desde 2002 atua junto a comu nidades ca rentes de áreas ru rais em todo o Brasil, mu itas vezes como consultora do Sebrae. Em São José (BA), cria obje tos decorati vos com cascas de euca lipto, re sí duos provenientes das grandes indústrias de papel; em Hel vé cia (BA), desenvol ve, com os ar tesãos, fru tei ras e cestas com sementes e “cavaqui nhos” de euca lipto. Seu traba lho in clui uma ex peri ên cia de orientação de crianças e adolescentes da peri feria de São Pau lo. Sua empre sa, Trans.for ma, traba lha prin ci pal men te com con sul to ria de de sign sustentá vel. Em 2005 foi premiada em Londres com o “International Young Desig ner Entrepreneur of the Year”

Norberto Isnenghi

finalista

Cia de Foto

finalista

PAU LA DIB, Rio de Ja nei ro

THO MAZ BON DI O LI, São Pau lo Ti rar proveito da po ten cia lidade dos materiais e dos recur sos da bai xa tec nologia, para criar mó veis que aliam design, leveza e praticidade, é o ca mi nho escolhido pelo desig ner. Poltrona Trio, em aço inox e chapas usi nadas; mesa Otto, des montá vel, em poli u re ta no; mesa Los Angu los, com moti vos geomé tricos em MDF (feita em parceria com o escritó rio LOTA! e o de sig ner Sérgio Cabral); cadei ra Mimo, em aço inox e EVA. For mado em 2001, traba lhou no Studio Campa na. Tem se destacado no cená rio nacional, recebendo em 2003 o Prê mio De sign Mu seu da Casa Bra si lei ra, com a cadei ra Mimo

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O de sign como base da fi lo so fia empre sa rial é par te integrante da ges tão da empre sa. Com esse pres supos to, a Coza pas sou de uma pequena empre sa fa mi liar a uma pro du ção anual de 14 mi lhõ es de pe ças/ano em poli propi leno puro ou com lig ni na – material sus tentá vel. Fundada há mais de 20 anos, come ça a crescer ao optar pelo de sign brasi lei ro, lançando uma nova cole ção a cada seis me ses. Seu time de proje tis tas in clui nomes de des taque, como o escritó rio Bor nan ci ni, Pet zold & Mul ler, Valter Bahci van ji e vá rios ou tros, já premiados em di ver sos con cur sos. Par tindo sempre de um bom proje to, de senvol ve e fabrica uti litá rios com pre ços aces sí veis, dis tri bu í dos em lojas e super mercados. A empre sa é conduzida pelas ir mãs Cris ti na, Ma nuela e Da niela Zatti

Letícia Remião

COZA, Ca xias do Sul, RS

Letícia Remião

vencedor

DESTAQUE EMPRESA

64 ARC DESIGN


finalista

TOK & STOK, São Pau lo

Referên cia em mobi li á rio criado por de sig ners brasi lei ros, seja a reedi ção de clás sicos como Sergio Ro drigues, Geraldo de Bar ros e Lina Bo Bardi, ou lança mentos iné ditos, refle te a casa brasi lei ra contemporâ nea. Inaugu rada há sete anos, tem a de sig ner Baba Vaca ro como sua di re tora de criação e apos ta na parceria com ar quite tos e de sig ners brasi lei ros como es traté gia. Ir mãos Campa na, Por fí rio Val lada res, Ivan Rezende, Pedro Useche, Lucia na Mar tins e Ger son de Oli vei ra são alguns dos nomes consagrados que par tici pam da cole ção da empre sa

Pie rr e R e fa lo

finalista

DPOT, São Pau lo

A neces sidade latente que havia no país de mó veis e obje tos bem de senhados e pro duzidos, com pre ços aces sí veis e entrega rá pida. Foi este o ponto de par tida de Ré gis e Ghis lai ne Dubru le quando idea liza ram, em 1978, a pri mei ra loja Tok&Stok. Hoje são 25 pontos-de-venda em todo o Brasil. A empre sa tem um depar ta mento inter no de criação e de senvol vi mento de pro du tos e tam bém comercia liza pe ças criadas por de sig ners brasi lei ros e inter nacionais. Heloí sa Crocco, Du í lio Fer ronato, Cláudio Li bes kind, Valter Bahci van ji e Gui lher me Bender são no mes sem pre pre sen tes em suas co le çõ es. É crescente a atenção ao de sign brasi lei ro, seja em parcerias ou, agora, por meio do con cur so anual Prê mio Tok&Stok de De sign Uni ver sitá rio, lançado em 2006. Um es tí mu lo ao de senvol vi mento de pro du tos adequados à rea lidade so cial, cultu ral, tec noló gica e mercadoló gica do país

65 ARC DESIGN


SE BRAE, Bra sí lia Um inovador vo cabu lá rio brasi lei ro, aquele origi nado pelo ar te sa nato com qua lidade fí sica e for mal, e o de sign de raiz ar te sa nal, ga nha ram impul so e se de senvol veram de for ma ampla a par tir de açõ es do Sebrae. Com atuação di rigida à pequena e mé dia empre sa, suas mais impor tantes contri bu i çõ es à cultu ra brasi lei ra têm sido o mapea mento e a suces si va capacitação das comu nidades ca rentes em todo o Brasil. O pla no es traté gico para esse proje to de capacitação tem por base o ar te sa nato em to das as suas ma ni fes taçõ es e se pro ces sa por meio da atuação de um de sig ner junto a cada comu nidade ou nú cleo de ar te sãos, bem como a ou tras com po ten cial para uma ati vidade ar te sa nal. Com a consequente agregação de va lor à pro du ção e a aceitação do mercado, iniciou-se a segunda etapa do proje to, agora em implantação: o de ges tão das comu nidades e da pro du ção gerada, voltando seu foco para os requi sitos da comercia lização. Com essa fi na lidade, em 2006 foi rea lizada a pri mei ra edi ção do Prê mio Sebrae TOP 100 de Ar te sa nato, uma das fer ra mentas para aferir o grau de efici ên cia e promover a compe titi vidade das unidades pro du ti vas. Ou tra ver tente de atuação do Sebrae, em relação ao de sign, é a de apoio a di ver sos Centros de De sign em todo o Brasil

Fabio del Re

vencedor

APOIO AO DESIGN BRASILEIRO


finalista

Criado em 1972 como um museu acer vo do mobi li á rio brasi lei ro dos sé cu los XVII ao XIX, sua vo cação é o de sign brasi lei ro contemporâ neo. Hoje abre espaço para impor tantes mos tras de ar quite tu ra, ar te sa nato e de sign. Um dos 16 museus da rede do Es tado de São Pau lo, o Museu da Casa Brasi lei ra rea liza cur sos, pa les tras e en contros que refor çam sua atuação como espaço especu lati vo e provo cati vo. Desde 1986, promove um dos mais impor tantes es tí mu los à criação e inovação: o Prê mio De sign Museu da Casa Brasi lei ra. Adé lia Borges, sua atual di re tora, impri me di na mis mo e qua lidade às ati vidades da institu i ção, que se tornou a sede pri vi legiada de eventos e discussõ es sobre a cultu ra material brasi lei ra. Ganha menção honrosa por ter alcançado votação muito próxima à do vencedor

Gal Oppido

MenÇÃo Honrosa

MU SEU DA CASA BRA SILEIRA, São Paulo

MDIC/PROGRAMA BRA SILEIRO DE DE SIGN, Bra sí lia O PBD, órgão do Mi nis té rio do De senvol vi mento, Indús tria e Co mér cio Ex terior (MDIC), tem rea li zado di ver sas açõ es para a va lo ri zação do de sign brasi lei ro, no país e no ex terior. Uma das ini ciati vas, o proje to De sign Ex cel len ce Bra zil, criado em 2003, sele cio na e apóia pro du tos para con cor rerem ao Prê mio IF De sign Award, Alema nha. O DE Bra zil faz par te da “es traté gia de for ta le ci mento da imagem de ex celên cia do Brasil no ex terior, dis semi nando a cultu ra da pro du ção e ex por tação de pro du tos de maior va lor agre gado”, in for ma o MDIC. Rea lizado pela pri mei ra vez em 2005, o Con cur so Design de Ca rá ter So cial, com duas categorias – veí cu los para cole ta de materiais reciclá veis e mobi li á rio ur ba no para sí tios histó ricos –, recebeu proje tos de 12 Estados brasi lei ros. “Uma prova de que o es for ço para popu la rizar o design no Brasil está dando cer to”, afir ma a coordenadora do PBD, Fernanda Bo corny Messias


HOMENAGEM

SERGIO RODRIGUES Desenha desde que nasceu. Já assustou muita gente com os mons tros pin ta dos nas pa re des de seu quar to de ado les cen te. Ar qui te to, quan do es tre ou no de sign cri ou a pol tro na Mole – ca deira emblemática do Brasil. E foi imediatamente premiado na Itália. Desenhou os móveis do Palácio da Alvorada e de outras obras de Brasília, como o auditório da Universidade. São mais de 50 anos de puro talento, no design e na arquitetura. Como não destacá-lo em uma premiação para o design brasileiro de sucesso?

À es quer da, ban co Mo cho (1954). Ins pi ra ção nos ban qui nhos de apoio para or de nha da vaca. À di rei ta, ca dei ra Lú cio (1956), em ma dei ra taua rí com man ta de pa lhi nha na tu ral. Aci ma, auto-re tra to de Sergio Ro dri gues, re fes te la do em sua pol tro na Mole: cria ção de 1957 com o sta tus de ser a pre cur so ra do desig n na ci o nal

68 ARC DESIGN


Erik de Barros Pinto

Aci ma, pol tro na Diz (2003). Con for to sem um úni co es to fa do gra ças às cur va tu ras da ma dei ra (taua rí). Abai xo, pol tro ni nha Ki lin (1973). En vol ven te assen to e en cos to de cou ro lem bram uma rede, item da casa bra si lei ra por ex ce lên cia

Paulo Afonso Veiga

Ca dei ra com es tru tu ra de ma dei ra (taua rí), en cos to e assen to em pa lhi nha: ma te riais cuja tra di ção re mon ta ao mó vel co lo nial bra si lei ro. Os car Ni e me yer gos tou e com prou. Por isso, a pol tro na, de 1956, ga nhou o nome de Os car

69 ARC DESIGN


HOMENAGEM

IRMÃOS CAMPANA Quem não os conhece? No Brasil, na Europa, em Israel, em N. York, eles colocam uma semente de Brasil, uma irreverência muito nossa, um desafio às convenções. E foi assim que criaram novas e inusitadas tendências internacionais. Nada lhes escapa ao olhar, nada faz cessar o gesto que torce, cruza, empilha, reinventa materiais. Seus projetos nascem no ar – não no papel ou na tela. Os trabalhos mais recentes? A loja Camper de Berlim, o troféu entregue aos vencedores do Prê mio Mer ca do De sign Top XXI. São “hors con cours” nes sa pre mi a ção, para dar es pa ço a nos sos no vos ta len tos

Aci ma, a fru tei ra Blow Up (2003): pe ças de alu mí nio numa re fe rên cia às an te nas de TV, aos ca bos e aos fios de ruas de São Pau lo. Abai xo, Hum ber to e Fer nan do no sofá Sus hi. De 2002-2004, mes cla de ma te riais e es tam pas. “Pen sa mos em sus his. Di fe ren tes tex tu ras en ro la das, to das jun tas”


Emilio Tremolada

Andrés Otero

Acima, à esquerda, o sofá Papel: criação de 1993 com papelão cor rugado e aço. Acima, à direita, cadeira Janette (1999), de madeira pintada e encosto de varetas de PVC

Aci ma, mesa Bra sí lia (2005) com tam po de es pe lhos cor ta dos em for mas ir re gu la res. Ao lado, a pol tro na Ver me lha, res pon sá vel pelo lan ça men to dos Ir mãos Cam pa na na Eu ro pa




SIGNIFICADOS DO DESIGN

Mulher gosta de novela, homem, de futebol, e criança, de sorvete. Correto? Sim, se os critérios de avaliação para entender o que as pessoas pensam forem superficiais. Não, se o estudo for mais complexo

Keila Bis Qual a relação entre os objetos projetados pelo design e as pessoas? Toda. Pois todos nós vivemos a "experiência do design", basicamente sensorial e muito ligada aos significados que atribuímos aos objetos. Para entender esses símbolos e como eles são construídos, a Sutil Design Research Lab, a nova empresa de Pesquisa de Design da Seragini Farne Guardado, foi criada, em São Paulo. Os seus objetos de estudo compreendem design gráfico, de produto e arquitetura comercial. E, como não poderia deixar de ser: as pessoas. Por meio de estímulos subjetivos – como o olhar e o sentir –, a Sutil explora a relação entre usuários e seus objetos de convívio. À luz de disciplinas como a etnografia e a semiótica, os dados são estudados e resultam em um mapa do nosso imaginário. Com ele, tem-se um ponto de partida para criar, desenhar e se ter, até mesmo, idéias de inovação. Os projetos passam, então, pelo processo de validação, usando procedimentos como avaliação de protótipos, testes de uso e simulação de duração. “Hoje, o que se faz quase sempre é um concurso de beleza com o público-alvo. Pergunta-se: você gosta ou não, e pronto”, explica Sérgio Guardado, sóciodiretor da empresa e que está à frente do laboratório. Como a pesquisa de design ainda é nova no Brasil, muitos métodos e ferramentas de estudo estão em processo de criação, pois essa metodologia está muito ligada a centros de excelência em inovação industrial. A Finlândia é um bom exemplo onde esse trabalho está avançado, pelo direcionamento da educação no país, que é sede de indústrias significativas, como a Nokia. “Aqui, nós ainda começamos a discutir se inovação é pertinente ou não, mas o importante é saber que a pesquisa de design já foi inaugurada e está embasada em metodologias sérias”, afirma Guardado. i

74 ARC DESIGN


fit Sistema modular para iluminação direta e/ou indireta. Utiliza lâmpadas fluorescentes ou halógenas e proporciona uma grande variedade de efeitos e combinações Para mais informações www.lumini.com.br/fit Design Studio Lumini

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Perfil de cores: Perfil genØrico de impressora CMYK Composi ªo Tela padrªo

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88050_BIOS.prn H:\88050 BRAIND\88050_BIOS.cdr quinta-feira, 12 de abril de 2007 17:59:36


Me tal, ma dei ra e bar bante: materiais do brin que do (abaixo) da criança descendente de pomeranos da região de São Lourenço, RS. Década de 1920. No início do texto, quadrinho alemão onde se lê: “acredite sempre no amor”. No pé da página, à esquerda, cava li nho de ma dei ra po li cro ma da data de 1916. Com 1,17 m na ex ten são dos ba lan ços, lem bran ça in fan til da presen ça po me ra na na re gião de São Fran cis co, RS

A CASA DO IMIGRANTE Ao se lançarem em terras novas, os imigrantes do sul do Brasil nos legaram a beleza de seus objetos. Em mostra no Museu da Casa Brasileira, utensílios domésticos, brinquedos, adornos e cartões-postais traçam uma narrativa singela e revelam a memória material de parte da história do país

Divulgação

Mariana Lacerda / Fotos Fabio Del Re

“O ser abrigado sensibiliza os limites de seu abrigo.” Vive a casa em sua realidade: a materialidade que possibilita a vida, e a sucessão dela. A referência de bem-estar tem um passado, que passa a viver na casa nova: uma tentativa de base sólida para construção do futuro incerto. Idéias assim podem se aproximar de quem percorre a casa do imigrante do sul do Brasil, na mostra Desenho Anônimo – que põe em destaque os objetos da imigração italiana e alemã, de 1824 até o início do século XX. 77 ARC DESIGN


Ao lado, can til usa do pe los ita lia nos para trans por te de água du ran te tra ba lho na lavou ra

Acima, símbolo for te do desenho anônino, o oratório, em ma dei ra pinta da, é teste mu nho do en rai za mento no Bra sil da imi gra ção ita lia na na dé ca da de 1920

Os objetos foram trazidos, primeiramente, pelos alemães vindos de áreas próximas à Áustria. Também por aqueles de origens prussiana e bávara, que chegaram de regiões rurais para ocupar entornos dos rios dos Sinos, Caí e ribanceiras das Serras Gaúchas. Juntou-se a esse cenário, ainda, a bagagem dos imigrantes italianos, que ocuparam os cantos úmidos das mesmas regiões. Os imigrantes saíram de uma Europa faminta e, convencidos pela propaganda brasileira, vieram para cá, na esperança de dias melhores. Para alcançá-los, trouxeram à casa nova seus guias domésticos: panelas, lamparinas, utensílios. E as lembranças: em fotografias,

Dos imi gran tes ale mães, esta pa ne la de pressão de fer ro (aci ma) data do fi nal do sé cu lo XIX. Abai xo, a ca dei ra-ban co em ma dei ra ma ci ça, exem plar da casa do imi gran te ita lia no

em singelos avisos em quadrinhos – a crença na parede da morada. Fazendo com que o novo lar, ao retornar às lembranças, mire o futuro e passe a contar, no diaa-dia, a narrativa de outra história. Que fez surgir, claro, outros objetos que os ajudassem a se apropriar do lugar de então: os brinquedos de suas crianças, as ferramentas de trabalho, os adornos para festas. De madeira, ferro, cerâmica, porcelana, constituem testemunhos generosos, consagrados pelo uso, de um passado do Brasil. São, ainda, símbolos fortes do desenho anônimo, aquele que não leva assinatura. Ela está, aliás, na propriedade da serventia, no desgaste pelo uso, tempo. Preservados, formam o acervo de 3.500 peças colecionadas pelo casal Carlos e Maria Cristina de Azevedo Moura. Da coleção, foram selecionadas 500 peças expostas na mostra Desenho Anônimo – Legado da Imigração no Sul do Brasil. Carlos, arquiteto, assina a curadoria da exposição com o artista plástico Alfredo Aquino. Enquanto Cristina, a Tina, arquiteta e designer, projetou a montagem da mostra com sua parceira Ana Luisa Cuervo Lo Pumo, a Lui. i

78 ARC DESIGN


Opta_Masisa_21x28.ai

05.04.07

13:36:06


ENTREVISTA:

GIANFRANCO VANNUCCHI Ele nasceu em Florença, mas cresceu andando pelo centro

Vem daí a lembrança de ruas tranqüilas, boas calçadas. Hoje, é essa a cidade que Vannucchi vislumbra: “mais generosa e menos hostil”. Com o sócio Jorge Königsberger, Vannucchi está à frente de um dos maiores escritórios de arquitetura do Brasil Mariana Lacerda

Nelson Kon

80 ARC DESIGN

Gianfranco Vannucchi e Huang Kuo Che

de São Paulo, atrás de compras para o restaurante do pai.


Nelson Kon

Ergui do em 2003 no encontro de duas ruas do bair ro pau lis ta no Itaim Bibi, o Bras can Cen tury Pla za (nas duas páginas) con vi da pe des tres a cir cu lar no vão li vre for ma do en tre os três pré di os do con jun to – que abri ga lo jas, ci ne mas, res tau ran tes, ca fés, e hos pe da gem. No alto da página ao lado, proposta de intervenção do prédio do Sesc da Avenida Paulista: praça na mais emblemática via da cidade

ARC DESIGN – Quais se ri am os de sa fi os da pro fis são para cri ar

por algum tempo do mercado de edifícios residenciais pelo

melhores espaços nas cidades? Como pensar a arquitetura face

fato de não fazermos os projetos ditos neoclássicos ou “neo-

uma sociedade com transformações tão rápidas?

qualquer-coisa” que aconteceram por aí. Neste momento, es-

GIANfRANCo VANNuCChI - A arquitetura contemporânea é a

tamos vivendo uma reviravolta: as grandes empresas incorpo-

resposta a um momento. Hoje, não se tem mais um estilo vi-

radoras abrem o capital e precisam de um volume grande de

gente, como tivemos o modernismo. Temos várias arquiteturas

projetos. E o mercado começa a olhar para empreendimen-

contemporâneas, ditadas seja por conceitos, uso dos materiais

tos de moradia popular. Esse é o desafio: que respostas dare-

ou tecnologias disponíveis. No caso do nosso escritório, traba-

mos que não sejam predinhos enfileirados e janelas pequeni-

lhamos com dados atuais, que são as tecnologias existentes e

ninhas? Quem oferecer algo diferente, vai se destacar. Mas,

as linguagens que acreditamos serem contemporâneas.

em nosso escritório, não gostamos de atender somente o mercado imobiliário, pois não nos interessa ficarmos estigmatiza-

AD – Mas essa lin gua gem se ria uma res pos ta a que tipo de de -

dos dessa maneira.

man da? GV - Trabalhamos cada vez mais com o mercado imobiliário,

AD – E o que in te res sa re al men te?

que é algo particular dentro da arquitetura. Não trabalhamos,

GV - Quando se trabalha para o mercado imobiliário, pratica-

no entanto, com modismos ou estilismos. Ficamos afastados

mente você tem um cliente anônimo. Interessa-nos o oposto 81 ARC DESIGN


Nelson Sadala

No bair ro de Mo e ma, em São Pau lo, o Ti mes Squa re (acima) foi er gui do em 2000. O pro je to si tu ou as duas tor res de flats e uma de es cri tó ri os jun to às li nhas li mi tes dos lo tes, e fez sur gir uma pra ça pública. Para uso de to dos, o novo es pa ço de in te gra ção tam bém re du ziu o im pac to vi su al do con jun to

disso. Um tra ba lho mu i to in te res san te que fi ze mos, por

AD – E que ti pos de es pa ço pre ci sa mos para uma boa ci da de?

exem plo, foi o projeto de intervenção e am bi en ta ção do Sesc

GV – Pen sar em edi fí ci os que, além de se rem me nos

da Ave ni da Pau lis ta. Propusemos uma praça e, internamente,

agres si vos vi su al men te, pos sam ter uma re la ção en tre o

ten ta mos im pri mir a iden ti da de do lu gar apro pri an do-nos do

pú bli co e o pri va do de for ma mais ge ne ro sa. Os bons es -

design de móveis e objetos brasileiros. A busca por elementos

pa ços são aque les que con vi dam as pes so as a entrar, cir -

nacionais também guiou o projeto de instalação de uma oca

cu lar, ficar. Além dis so, toda ci da de me re ce ruas bo ni tas

na área de entorno do Sesc Belenzinho.

e arborizadas, boas cal ça das, pra ças con for tá veis. A ar qui te tu ra tem o de ver de, no que lhe com pe te, cri ar todas

AD – Como ga ran tir a qua li da de na ci da de quan do se pro je ta um

es sas gen ti le zas ur ba nas.

novo empreendimento?

82 ARC DESIGN

GV – Trata-se de uma equação difícil de resolver, com dois

AD - Como a ar qui te tu ra sus ten tá vel pode ser en ten di da num

grandes problemas: violência e transporte público. Precisamos

contexto de cidades mais confortáveis?

de edifícios, mas só podemos alcançá-los de carro. Ou seja, é

GV - Nes se mo men to, pen sar em uma ar qui te tu ra sus ten tá -

preciso construir para cima e para baixo. Hoje, São Paulo tem

vel é ine vi tá vel e ir re ver sí vel. A reu ti li za ção de água e o

problemas de congestionamento até nas garagens de seus

uso da ener gia so lar de vem fa zer par te do vo ca bu lá rio da

prédios, pois os carros não conseguem sair porque não exis-

ar qui te tu ra de agora em diante. Acon te ce que ain da es ta -

te espaço nas ruas. Quanto à violência, as pessoas acham que

mos in ven tan do o pro ces so sus ten tá vel de cons tru ir e

se isolando em condomínios residenciais podem resolver o

apren den do com ele. O mer ca do imo bi li á rio terá que in ves -

problema. Desejam não fazer parte da cidade. Mas não tem

tir nes sa nova re a li da de, mes mo que o va lor dos em pre en -

jeito, nós somos a cidade.

di men tos au men te.


Gal Oppido

AD – A arquitetura sustentável vai mudar a fisionomia das cidades? GV - Pouco, e depende da cidade. Fundamentalmente, o gran-

Gal Oppido

Acima, a oca ins ta la da no Sesc Be len zi nho, em São Pau lo, que abri gou um en con tro de povos in dí ge nas em 2004. O dese nho (cir cu lar, com aber tu ra ze ni tal) e ma te riais (cha pa me tá li ca e ma dei ra) ins pi ram-se na sim bo lo gia in dí ge na, sem re pro du zir suas ti po lo gias. Na foto abai xo, ri pa do de pi nho lem bram as tra mas das cons tru çõ es in dí ge nas

de vilão da sustentabilidade é o ar-condicionado. Nos prédios das avenidas Paulista e Luís Carlos Berrini, que concentram grandes empreendimentos comerciais, seria impossível abrir janelas, pois o ruído não permitiria. De toda a forma, ainda te mos mu i to para apren der quan do a ques tão é sus ten ta bi li da de. A ar qui te tu ra é uma pro fis são len ta. É pre ci so es pe rar de dois a três anos para se ter um pro je to cons tru í do e, as sim, apren der com os pró pri os er ros. AD – Já apren deu com os pró pri os er ros? GV - Cla ro! E sigo apren den do, sem pre. Às ve zes pen so que

al gumas proporções que projetamos poderiam ser um pouco mais largas, às vezes mais estreitas. Por mais que a tecnologia de hoje permita que você simule tudo antes de construir, só mesmo com a obra pronta é possível perceber a luz que incide, a circulação do vento, além das pessoas que, no final, habitando um projeto, o modificam completamente. É mágico e sempre uma surpresa. i 83 ARC DESIGN


UMA CADEIRA... ... acomoda o corpo e sustenta conversas e reflexões. Na coleção 2007 da Dpot ela é a protagonista, em novas criações ou reedições de grandes nomes do design

Keila Bis “Buscar produtos que traduzem a linguagem, a alma e o modo de viver à brasileira”, explica Baba Vacaro, designer e diretora criativa da Dpot, sobre o conceito que norteou seu trabalho na escolha das peças que fazem parte da nova coleção da marca. Entre os lançamentos há uma estrela rara: a primeira edição industrial da cadeira criada em 1948 pelo arquiteto Oswaldo Arthur Bratke. Feita em Acima, poltrona Fenda, de Ilse Lange, em PVC expandido com proteção UV. No alto, à direita, banco Flor de Chita, design Isabela Vecci, com im pressão digital em fór mi ca e cor te com pu ta do ri za do

chapa de compensado – uma das primeiras experiências nacionais com esse material para uso em mobiliário –, tem apenas quatro peças e um parafuso central de travamento. Há também produtos criados com materiais inovadores. A designer Flavia Pagotti Silva, por exemplo, assina a “cadeira São Luís” em Corian, estampado, com processo de corte computadorizado. Algumas peças são reedições, “para abrir o olhar, refletir e analisar o repertório e criações originais e os reler à luz da modernidade”, explica Baba Vacaro. Bons exemplos são a “cadeira Rio”, de Bernardo Figueiredo, da década de 1960, em peroba do campo e palha natural indiana; e, também, a “poltrona Voltaire”, de Sergio Rodrigues, interpretação do designer sobre a clássica bergère desenhada em 1965. A coleção apresenta 40 produtos criados por 30 designers,

Aci ma, ban co Lú cio, de Por fí rio Val la da res, ins pi ra do no tam bo re te do brá vel; abai xo, chai se Truck de Baba Va ca ro, em ma te ri al mol dá vel re ves ti do com col cho ne te vis co e lás ti co, per mi te di ver sas po si çõ es para sen tar

todos eles impregnados por valores da memória e novas interpretações culturais. Afinal, não é essa a maneira que a relação emocional entre produto e usuário se estabelece? i

Ao lado, banco Oli vatto, de Pedro de Castro, em madeira e aço Cor ten; acima, à di rei ta, ca dei ra Qua dri, design Za ni ni de Zanine, em madeira com os veios aparentes



RECARGA DE BATERIAS Giorgio Giorgi Beira a leviandade escrever sobre algo que não vi. Pres-

das à reconstrução do estrago causado pela Segunda

to-me ao risco, apenas por ter flagrado nos “entrepi-

Grande Guerra.

xels” de textos e imagens coletados graças às (traiçoei-

Menos evidente é o substrato tecnológico do fenômeno.

ras) facilidades contemporâneas, brechas convidativas

A título de exemplo (deixando de lado o sinistro tensio-

a meter o portentoso e adunco bedelho que herdei de

namento tecnológico produzido por qualquer guerra), a

meus antepassados mediterrâneos. Andiamo al dunque.

inequívoca contribuição de projetistas italianos no de-

Parece razoável admitir que o fenômeno do design itali-

senvolvimento da “linguagem” de objetos produzidos

ano é fruto da conjunção de distintos fatores que per-

com materiais plásticos não deveria, a meu ver, ser des-

mitiram a sua erupção. Tais fatores vão desde uma só-

colada do singelo fato de o pioneiro pesquisador/sinte-

lida tradição cultural voltada ao projeto, que remonta,

tizador das poliolefinas (polietileno, polipropileno e po-

no mínimo, à Renascença (não à toa, palco dos primei-

libutileno) ter sido um conterrâneo (Giulio Natta/Monte-

ros lampejos que desembocaram na fase essencialmen-

catini). É toda uma cadeia de informações (científicas,

te mecânica da modernidade industrial), passam pela

tecnológicas, projetuais e produtivas) que converge

inequívoca excelência artesanal e desembocam na con-

para determinado êxito.

vergência de objetivos entre um pequeno grupo de ta-

Desde então, uma centena de profissionais amparada

lentosos arquitetos e empreendedores de visão, con-

por uma dezena de empreendedores manteve a peteca

vergência cimentada pela mútua oposição política ao

no ar por cerca de 30 anos. A peteca continua no ar em

regime fascista. Tudo regado a linhas de crédito volta-

setores nos quais a indústria italiana ainda é relevante

86 ARC DESIGN

Reprodução do livro “ADI Design Index 2006”

Reprodução do livro “Enzo Mari, il lavoro al centro” (Electa)

Abai xo, à es quer da, Enzo Mari e o car taz da ex po si ção re a li za da em 1970, em Pa ris, cujo tí tu lo sin te ti za as fun çõ es dis se ca das por Mari nos ob je tos da co le ção Da ne se. Na sequência, Et to re Sottsass em irô ni ca lei tu ra, cria a Tro no, em in je ção de tec no po lí me ro, pro du ção Se gis


(como no de máquinas e equipamentos voltados à pro-

seis imagens de produtos relacionados a designers/em-

dução moveleira), embora já sem a presença de proje-

presas italianas, todos claramente relacionados a face-

tistas propriamente italianos (mais empenhados em en-

tas pouco eletrônicas do universo do trabalho. E para

sinar design do que a praticá-lo). Pouco importa: a ha-

complicar, Designboom, conhecido sítio inglês, acaba

bilidade na criação de um habitat altamente propício ao

de chamar os italianos de “latecomers to the brave new

desenvolvimento de produtos permite que, pelo menos

world of digital design”.

nesse setor, a Itália catalise a presença de alguns dos

Assim, quando até mesmo o grande Enzo Mari se con-

mais destacados projetistas contemporâneos.

fessa “disperato”, só posso me lembrar da expressão

Pois é, vivemos tempos eletroeletrônicos e o texto de

de horror de Gloria Swanson ao afastar o microfone do

Andrea Branzi (veja ARC DESIGN 52) mapeia, com

rosto em “O Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder.

perspicácia e competência habituais algumas das ca-

Forma nova, capaz de gerar uma nova sensibilidade,

racterísticas dessa nova encrenca.

exige suporte físico novo para a estruturação do corre-

Ouso sussurrar um resmungo quanto à associação en-

lato raciocínio projetual. Basta atentar para os primei-

tre os termos massa e design. Cabe, a meu ver, pelo

ros sinais da onda nanotecnológica. Aliás, nós brasilei-

menos distinguir: a) formação massiva de profissio-

ros conhecemos muito bem o enredo dessa tragédia:

nais; b) design voltado ao consumo de massa; c) surgi-

informação de segunda mão só pode levar a resultados

mento exponencial de “minorias de massa” perfeita-

de segunda ou terceira mãos.

mente passíveis de serem atendidas por empresas mi-

No meio desse legítimo “imbróglio”, o que esperar de

nimamente sintonizadas com a tecnologia produtiva

“jovens” (de até 45 anos, em recorrente perversão itali-

atual. Da mesma forma, o fato de não mais haver

ana) designers, muitos dos quais utilizando meios pre-

“maestri” no âmbito do design italiano não impede que

ponderantemente artesanais ou mecânicos de expres-

eles existam alhures. Por último, cabe distinguir design

são? Pouco além do imprescindível mapeamento da en-

italiano de design do móvel (ou do automóvel) italiano.

crenca: flagrar rascunhos de sensibilidades e estraté-

Talvez o ponto central da questão resida no fato de a

gias, filtrar promissores talentos, refletir sobre inevitá-

Itália ainda não ter conseguido entrar em sintonia fina

veis correções de rota.

com a revolução eletroeletrônica. Como se já não bas-

A todos os que nos deliciamos com os filhotes da ge-

tasse, a esse respeito, o célebre caso Olivetti, mesmo

ração de ouro do design italiano resta o papel de ti-

em setores supostamente hegemônicos, as coisas têm

fosi pelo desfecho desta importante etapa que ape-

se complicado. Não à toa, o ilustradíssimo catálogo da

nas se inicia. i

mostra Workspheres (MoMA, 2001, curadoria da italia-

Giorgio Giorgi é designer, professor de projeto na FAU-USP e coordenador do curso de pós-graduação de mobiliário do SENAC

na Paola Antonelli – veja ARC DESIGN 19) exibe apenas

87 ARC DESIGN


Anuncio e-news 52 Final

2/15/07

1:54 PM

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ARC DESIGN

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Ágil. Instigante. Informativo. Opinativo.

SALÃO DO MÓVEL DE MILÃO Novo local para o Salão do Móvel de Milão, que acontece de 5 a 10 de abril de 2006: a exposição passa ocupar o pólo de Rho-

Cadastre-se e receba periodicamente ARC DESIGN E-News, informativo eletrônico com

Pero, projetado pelo arquiteto Massimiliano Fuksas. O novo complexo é composto por oito edifícios organizados a partir de

notícias indispensáveis de todo o mundo

um eixo linear, que é coberto por uma estrutura ondulada em metal e vidro. Fuksas sintetiza: “a idéia é tornar a ligação entre os diversos pavilhões, o eixo cen-

sobre design, arquitetura, moda, cultura

tral e os acessos um percurso rico de arquitetura. A grande cobertura mo-

material, exposições e matérias especiais.

difica, varia e define os espaços”. É nesta “paisagem construída” que acontecerão, além da feira principal, o Salão Complemento (acessórios de decoração) e três exibições bienais: a 16ª Eurocucina (móveis de cozinha), a 13ª Eimu (móveis de escritório) e o novo Salão Internacional do Banho.

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DN4696-IED-210x280.pdf

4/10/07

11:57:30 AM


Uma Publicação Quadrifoglio Editora ARC DESIGN nº 53, abril/maio 2007

Apoio:

Diretora Editora Maria Helena Estrada Diretor de Marketing Cristiano S. Barata Diretora de Arte Fernanda Sarmento

Apoio Institucional:

REDAÇÃO Editora Geral Maria Helena Estrada Redatoras Keila Bis Mariana Lacerda Estagiária Ignez Melo do Prado Revisora Jô A. Santucci ARTE Chefe de Arte Betina Hakim Designer Ana Beatriz Avolio Designer Assistente Renata Lauletta Participaram desta edição Giorgio Giorgi Winnie Bastian Du Borsatto e Milla Puoli Marketing Ana Thereza Gil, Guilherme Vilela Circulação e Assinaturas Lúcia Martins Pereira, Silvia Rosa Silva Conselho Consultivo Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta; arquiteto Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia; Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de ARC DE SIGN para assuntos internacionais Pré-impressão e Impressão Eskenazi Indústria Gráfica

ARC DESIGN – endereço para correspondência Rua Lisboa, 493 – CEP 05413-000 São Paulo – SP Telefones Tronco-chave: + 55 (11) 6808-6000 Fax: + 55 (11) 6808-6026 E-mails Administração administracao@arcdesign.com.br Assinaturas assinatura@arcdesign.com.br Direção de Arte arte@arcdesign.com.br Editora editora@arcdesign.com.br Marketing mkt@arcdesign.com.br Publicidade comercial@arcdesign.com.br Redação redacao@arcdesign.com.br

Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito.

Papel: Suzano Papel capa: Supremo Duo Design 250g/m2 miolo: Couché Suzano Silk L2 130g/m2

Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação prévia de ARC DESIGN, não serão devolvidos.

Distribuição nacional Fernando Chinaglia Distribuidora S/A

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LOUCOS POR DESIGN

Apaixonado por design de carros, Luiz Leite, presidente da Ogilvy Brasil é categórico ao afirmar que beleza só existe quando aliada ao conforto e ao mercado. As peças por ele escolhidas ilustram bem seu modo de pensar Da Redação / Fotos Du Borsatto e Milla Puoli 94 ARC DESIGN


Aci ma, Mer ce des 350 SL, 1980, coleção particular. Ele gan te, pro por ci o na se gu ran ça, con for to e tem ex ce len te aca ba men to. Ao lado, es cul tu ra de ori gem asi á ti ca em re si na

ARC DESIGN – Quan do e com qual ob je to a sua aten ção foi voltada para o design? LUIZ LEITE – Quando? Desde garoto, mas meu único objeto de paixão era o automóvel. Em meados dos anos 1960, eu devia ter 7 ou 8 anos, meu pai – que era muito ligado a carros e corria com o Wilson Fittipaldi – me impregnou dessa mesma paixão. Mas, especificamente com relação à questão do design, devo dizer que, naquela ocasião, os carros que circulavam não eram bonitos. Eram quadrados, sem estilo, muito grandes. Começando a olhar revistas internacionais, no entanto, vi que a realidade era outra. Alguns projetistas, principalmente os europeus, tinham um traço completamente inovador. Adorei. Só não sabia que esse traço peculiar se chamava “design”. O primeiro objeto? Um Mustang.

AD – A que você dá mais atenção: à forma, à utilidade ou ao

material de que o objeto é feito? LL – Bom, em primeiro lugar à forma. O carro, na minha opinião, tem que oferecer elegância, beleza, provocar o “amor à primeira vista”. Respeito muito o trabalho do designer de automóvel, porque, além do aspecto formal, existem todos os quesitos tecnológicos fundamentais: segurança, conforto, potência

e acabamento, com atenção aos materiais e respeito ao meio ambiente. AD – O que motivou a escolha das peças aqui publicadas? LL – A beleza. Mas é necessário citar uma frase de David Ogilvy, hoje encontrada na maioria das agências da Ogilvy no mundo: “fazemos a propaganda que faz a caixa registradora do cliente tilintar”. Assim, a meu ver, a beleza só importa se tiver algum resultado prático, se for rentável e vendável. E, pelo que você está me contando agora, o moderno conceito do design inclui esse aspecto mercadológico.

AD – Qual de sig ner bra si lei ro você ci ta ria como des ta que? Por quê? LL – No Brasil já temos alguns bons designers de carro, e destacaria Raul Pires Júnior, responsável pelo desenho do novo Bentley GT, criado para a montadora inglesa Bentley. Esse trabalho é incrível, porque consegue manter todas as características tradicionais do Bentley, com um toque moderno e mais esportivo. Agora, falando dos tradicionais, eu destacaria: Battista Pininfarina, da Itália; e, no Brasil, Rino Malzoni, que na contramão de nossa história conseguiu fazer projetos como o Puma. i

Abai xo, Mus tang GT, 1968, coleção particular: um dos mai o res su ces sos da in dús tria au to mo bi lís ti ca e pre cur sor dos car ros com pac tos. Faz par te da pri mei ra ge ra ção de Mus tang e foi o pri mei ro mo de lo que so freu al te ra çõ es de es ti lo, tor nan do-se mai s espaçoso e con for tá vel

95 ARC DESIGN


COMO ENCONTRAR

SIGNIFICA DOS DO DE SIGN Sérgio Guardado www.seragini.com.br

Edo Rocha Espaços Corporati vos www.edorocha.com.br

Michel Arnoult annickarnoult@gmail.com

Fernando Brandão Ar quitetura e Design www.arqfebra.com.br

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex terior

CASA DO IMIGRAN TE

www.desenvolvimento.org.br

Museu da Casa Brasileira www.mcb.sp.gov.br

Fernando Prado www.lumini.com.br

RE CAR GA DE BATE RI AS

Filomena Padron www.natura.com.br

Giorgio Giorgi g.giorgi@uol.com.br

GAD´Branding & Design www.gad.com.br

EN TRE VIS TA: GIAN FRANCO VAN NUC CHI Gianfranco Vannucchi www.kvarch.com.br

Guinter Parschalk studioix@studioix.com.br

MER CA DO DE SIGN TOP 21

Guto Indio da Costa www.indiodacosta.com

Alexandre Herchcovitch www.alexandreherchcovitch.com.br André Vainer e Guilherme Paoliello Ar quitetos

Heitor Éckeli heitor@d4c.com.br

Muti Randolph www.muti.cx Nó Design www.nodesign.com.br Oskar Metsavath www.osklen.com Pande Design www.pande.com.br Paula Dib pauladib@gmail.com Peter Gasper Associados www.petergasper.com.br

www.vainerepaoliello.com.br André Wagner aw54@uol.com.br

Isay Weinfeld www.isayweinfeld.com

Por fírio Valadares porfiriovalladares@br.inter.net

José Ricardo Basiches, Ronaldo Shinohara www.josericardobasiches.com.br

Regis Romera www.deca.com.br

Kiokawa Design Ltda www.kiokawa.com.br

Renato Camargo www.natura.com.br

Laercio Figueiredo www.deca.com.br

Renato Imbroisi www.renatoimbroisi.com.br

LD Studio ldstudio@ldstudio.com.br

Rio 21 Design www.rio21design.com.br

Liana Bloisi, Maria Cristina Moura tinaelui@terra.com.br

Rocco Associados www.roccoassociados.com.br

Dante Della Manna www.dmanna.com.br

Mana Bernardes www.manabernardes.com.br

Sebrae www.sebrae.com.br

Di Design Industrial www.designindustrial.com.br

Manuel Bandeira www.manuelbandeira.art.br

Taciana Sil va tacianaabreu@hotmail.com

Dpot www.dpot.com.br

Marcela Albuquer que marcela.albuquerque@terra.com.br

Thomaz Bondioli thomazbondioli@gmail.com

Edison Anholon www.deca.com.br

Mario Fioretti www.whirlpool.com

Tok & Stok www.tokstok.com.br

Baba Vacaro www.babavacaro.com.br Carlos Motta www.carlosmotta.com.br Chelles & Hayashi www.design.ind.br Claudia Moreira Salles cms_design@uol.com.br Coza www.coza.com.br




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