REVISTA DE DESIGN ARQUITETURA SUSTENTABILIDADE INOVAÇÃO
SALÃO DO MÓVEL, MILÃO VISITE COM QUEM CONHECE
ESCRITÓRIOS GUINTER PARSCHALK R$ 16.50
A LUZ NA ERA SUSTENTÁVEL
Nº 60
ARC DESIGN
2008
Nº 60
2008
NOVIDADES EM MILÃO E SÃO PAULO
SIMONE MICHELI INTERIORES ESPETACULARES
O grande momento de repensar o design nosso de cada dia! Salão do Móvel e Salão do Escritório 2008, Milão. Primeira observação? O mundo está ficando “over” – excesso de gente, de automóveis, de produtos. O que leva às questões da sustentabilidade – tema amplamente abordado em Milão, mas sempre com a tentação de transformá-lo em argumento de marketing. Mas, dizem todos, foi “uma feira brilhante, excepcional” – e nós acrescentamos: plena de nostalgia, no desejo de transmutar o passado em presente, ou futuro. Não percam o debate do Seminário Designing Designers, parte do Salão de Escritórios, com Domenico De Masi e bons argumentos para reflexão. Neste caderno, aos lançamentos em Milão se sucedem aqueles brasileiros. Uma nova “roda da” com as esco las de design, tema que abor da re mos aos pou cos – como um guia para estu dan tes atuais e futu ros –, come ça a tra çar um pano ra ma do ensi no no Brasil. Na arquitetura, vejam a Casa X, nos arredores de Quito, projeto do escritório equatoriano Arquitetura X, ganhador de diversos prêmios nacionais e responsável pela implantação da DOCO MO MO (Associação Internacional de Preservação das Criações do Movimento Moderno na Arquitetura e no Urbanismo) daquele país. E, no design de interiores, o talento e as ousadias do arquiteto italiano Simone Micheli. Em entre vis ta, Guinter Parschalk dis cu te o momen to atual da tec no lo gia da ilu mi na ção, tema que inte res sa do lumi no téc ni co ao con su mi dor final. Vocês verão que tor nar este mundo sus ten tá vel exige muita refle xão e esco lhas acer ta das. Boa leitura! Maria Helena Estrada Editora
Na capa, Tokujin Yoshioka, o poeta-desig ner da cadei ra Pane, e seu novo pro du to, a Bouquet, para a Moroso. Uma ins pi ra ção muito bra si lei ra que inva de o mundo
Tendências são opções fugazes e velozes. É o que mostra o Salão do Móvel 2008, que vê surgir também uma nova geração de profissionais e, no sentido oposto, o desejo de se apegar a um passado glorioso. Na foto, as cadeiras Frilly, de Patricia Urquiola para a Kartell, em policarbonato transparente colorido, um dos poucos exemplos de inovação, neste caso, tecnológica
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Entrevista com Guinter Parschalk discute o uso das novas lâmpadas. Ainda no Caderno, escritórios com diferenciais ecológicos são o primeiro passo para uma nova atitude, sustentável. Leia o que nos diz o arquiteto Dante Della Manna e a consultora Paola Figueiredo
NEWS
Cristina Teixeira Duarte
MORAR COM ATI TU DE
ENTREVISTA: ROBERTO NEGRETE
CADERNO SUSTENTAÇÃO
Carine Portela e Cristina Teixeira Duarte
Maria Helena Estrada
ECLETISMO: PARA O BEM E PARA O MAL
SALÃO DO MÓVEL, MILÃO
14
44
O arquiteto Roberto Negrete, presidente da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), fala sobre as novas formas de viver e a relação dos moradores do terceiro milênio com suas casas
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REVISTA DE DESIGN ARQUITETURA SUSTENTABILIDADE INOVAÇÃO
REPERTÓRIO
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nº 60, junho/julho 2008
ENSINO DE DESIGN NO BRASIL
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O arquiteto Simone Micheli, curador da mos tra La Casa Italiana, no MuBE, São Paulo, apresenta seus projetos de hotéis, casas noturnas, residências. Todos mais que modernos, são “hipercontempo râ neos”, segundo o autor
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Arte e arquitetura, aço e concreto, transparência e opacidade: do contraste de expressões e materiais, surge a Casa X, obra-prima dos equatoria nos Adrian Moreno e Maria Samaniego
Para que tipo de trabalho as empresas estão apresentando seus lança mentos? Para aquele repetitivo, como em uma velha linha de montagem, ou para estimular a economia criativa? Acompanhe a evolução
Rita Cursi
NOVAS PROPOSTAS NO BRASIL
AMBIENTES DE TRABALHO
TRABALHADORES DO CONHECIMENTO
Maria Helena Estrada
SALÃO DO ESCRITÓRIO, MILÃO
UMA CAIXA DE SURPRESAS
Carine Portela
ARQUI TE TU RA
HIPERCON TEM PORÂNEO
Maria Fernanda Guimarães
MARCA REGIS TRA DA: SIMO NE MICHE LI
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O “estado da arte” dos escritórios no Brasil e seus principais objetivos: ergonomia, sustentabilidade, eficiência. A indústria brasileira e os produtos impor tados
PANORÂMICA
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JÓIAS EM MOVIMENTO
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LEITURA
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LOUCOS POR DESIGN: STEFANO ZUNINO
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COMO ENCONTRAR (ENDEREÇOS)
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Perfil de cores: Desativado Composição Tela padrão
T:\GIROFLEX\XXXXX_ANUNCIO REV ARC\SAIDA\XXXXX_CasaCorSPDupla.cdr quarta-feira, 21 de maio de 2008 03:41:37
Perfil de cores: Desativado Composição Tela padrão
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SUECO À BRA SILEIRA Em mais um vôo de sucesso, o carioca Bernardo Senna agora desenha para a empresa sueca Maze. São quatro peças entre apoio lateral para cama, cabideiro, toalheiro e revisteiro (Nippon, na foto), todos em um só material, fixados à parede e fáceis de fabricar, de acordo com a filosofia da marca. Lançada na feira do móvel de Estocolmo, a coleção foi viabilizada à distância, gerando nova perspectiva de negócios, mercados e métodos de produção aos designers brasileiros. (21) 9753 7938, www.bernardosenna.com
VIDRO PARA USAR Regina Medeiros foi ceramista por 15 anos. Até descobrir o vidro e mudar para Belo Horizonte, eventos que redefiniram o rumo da sua arte. O encontro da matéria-prima com os óxidos de Minas estabeleceu linguagem muito particular em um trabalho que resgata técnicas tradicionais, estabelece outras e destaca a produção de peças de vidro de grandes dimensões. Bonitas, práticas e nem sempre comuns no mercado. (31) 3421 2393, www.reginamedeirosvidros.com.br
LED IT BE Mais uma vez, Fernando Prado surpreende com suas criações para a Lumini. Led it Be tem luz dirigida para leitura, sem sombra no ambiente e haste flexível e orientável. Pode ser fixada à parede, mesa ou cabeceira de cama, funcionando apenas com 1 power Led de 1W, garantia de eficiência de iluminação e baixo consumo de energia. Em preto, branco ou titânio, com anéis de arremate nas cores brannio. (11) 3898 0222, (21) 2493 9933, www.lumini.com.br
Nelson Kon
ca, vermelha e também preta e titâ-
ZANOTTA BY FIRMA CASA Referência em design, a Firma Casa detém um invejável acer vo de grandes marcas e símbolos do design internacional de todos os tempos. Sem falar nas mais promissoras produções do segmento nacional. Na loja, ficam expostas preciosidades como a Wire (70 x 40 cm) e Smallwire (55 x 50 cm), duas versões do israelense Arik Levy para a italiana Zanotta. Discretamente estratégicas, as peças têm estrutura de metal pintado, tampo de vidro e unidades para prontaentrega. (11) 3068 0377, www.firmacasa.com.br
SACCARO EM BUENOS AIRES A Saccaro aporta no Fontenla Design Mall para levar seus móveis à Argentina. Em parceria com a própria Fontenla, nome tradicional do mobiliário portenho que agora batiza um centro para decoração, a empresa gaúcha inaugurou a galeria Saccaro, luxuoso show-room com 250 m2 da arquiteta Ginny Desmery. Lá estão disponíveis peças em diversos tipos de fibra e madeira, muitas delas assinadas e premiadas. (5411) 5775 0138, www.saccaro.com.br, www.fontenla-furniture.com
CLÁSSICO FASHION A cadeira Paulistano ganha sua versão fashion por Rosita Missoni, dona da marca italiana Missoni. Além de estar nos cinco continentes, este clássico brasileiro do mestre Paulo Mendes da Rocha, produzida pela Objekto, foi vestida à “alta costura” com capas removíveis e dupla face produzidas na Europa. São apenas 500 unidades estampadas com flores estilizadas de um lado e listras do outro, 40 delas trazidas ao Brasil pela Dpot e pela Futon Company. (11) 3082 9513, (11) 3083 6212, www.objekto.fr
DIRETO DA ITÁLIA Já estão no Brasil os mais recentes produtos da Edra, Itália. A Firma Casa faz sua vitrine no mês da Casa Cor e Semana da Moda com as novas versões das cadeiras Vermelha e Coral (abaixo), design Campana, em um básico pretinho. Chegam também à loja a Aguapé, a mais bonita cadeira lançada no Salão do Móvel 2008, design Campana (claro!) e o sofá Skykiss (à esquerda) do mestre Francesco Binfarè. (11) 3068 0377, www.firmacasa.com.br
COLO DE MÃE Ricardo Barddal faz da racionalização da forma um preceito enraizado em sua ancestralidade escandinava. Seu mobiliário, porém, vai além da estética e mira o meio ambiente, tentando alcançar o mínimo de recursos e o máximo de eficiência. A chaise Orca (140 x 75 cm)
CADEIRÃO RENOVADO
tem base de fibra de vidro revestida com espuma D28. A capa é de
O tradicional cadeirão de bebês
neoprene 2 mm, com opção de jersey, lycra ou emborrachados. Uma
não é mais o mesmo. Fresco, este
peça leve, simples e, garante quem a experimentou, irresistivelmente
premiado móvel da Bloom, chega para a BBtrends com suas linhas ousadas e correção anatômica. Três em um, é cadeira de descanso, de alimentação e de conforto para a criança. Reclinável, gira 360 graus, tem tecido antialérgico, rodas invisíveis, suporte ajustável para os pés, bandeja removível e mais: é a única que sobe à altura de uma bancada. Com base preta ou branca, e assento de várias cores. (11) 3377 9200, www.bbtrends.com.br
confortável. (48) 3237 2079, etherea@terra.com.br
15-05-2008
19:06
Pagina 1
LaCasaItaliana MuBE, Museu Brasileiro da Escultura São Paulo - Brasil 4 – 29 de junho 2008 de Terça a Domingo das 10h às 19h (entrada franca) INAUGURAÇÃO: 4 de junho 2008 O projeto “La Casa Italiana” quer ser a representação de magníficos fragmentos do design italiano; quer exaltar produtos, semi-acabados e acabamentos gerados pela excelência industrial italiana.
Entidades Promotoras Ministério do Comércio Internacional ICE – Instituto Italiano para o Comércio Exterior Departamento para a Promoção de Intercâmbios da Embaixada da Itália Em colaboração com Ente Autônomo para as Feiras de Verona / Abitare il Tempo (Jornadas Internacionais da Decoração) Com a participação do
Instituto Italiano de Cultura de São Paulo Curadoria de Simone Micheli Coordenação VeronaFiere-Acropoli
Empresas participantes ADRENALINA, ARTEMIDE, AXIA, CHELINI, CORDIVARI, DEDAR, FENDI CASA, GERVASONI, GESSI, GEWISS, GRANITI FIANDRE, LUALDIPORTE,
realização: Ministério Italiano do Comércio Internacional Instituto Italiano para o Comércio Exterior - ICE Av. Paulista, 1971 3º e 4º andar - São Paulo tel.11.2148.72.50 email: sanpaolo@sanpaolo.ice.it www.italtrade.com
MANGANI, MOVE, OIKOS, PRESOTTO, RAPSEL, SASSI ARREDAMENTI, SIMAS ACQUA SPACE, SNAIDERO, STARPOOL, TECHNOGYM, VGNEWTREND.
local: MUBE - Museu Brasileiro da Escultura Av. Europa, 218 - São Paulo tel: 11. 3081.86.11
visual design simone micheli architectural hero
PAGINAarcdesign2
MARCA AUTORAL Akita é o nome da mesa de Pedro Mendes, designer conhecido pela diversidade do traço e pela simplicidade de soluções construtivas. Ela é feita com duas únicas peças de MDF recortadas, laqueadas em tom metálico e coladas ao vidro por uma bolacha de alumínio. Mais um sucesso desse paulista que produz com madeira de reflorestamento mesas, aparadores, cadeiras, sofás e luminárias disponíveis em centenas de lojas pelo Brasil, incluindo Firma Casa, Mi Casa, Casual e outros bons endereços. (11) 9499 5298, pedromendes7@terra.com.br
ESTILO PRÓPRIO Sempre trazendo novidades em móveis para casa, a Collectania importa e distribui com exclusividade produtos das marcas Aupin, holandesa, e MisuraEmme, italiana. É desta última a cama Nuba, assinada pelo designer Mauro Lipparini, que privilegia formas simples e insinuantes. A peça
A LENDA DOS TIGRES Por mais de um ano, a arquiteta Francesca Alzati coordenou ‘Os
é produzida nas versões 1,60 x 2 m e 1,80 x 2,1 m, com base suspensa por pés cromados ou fechada e revestida de pele, couro e tecido em mais de cem cores e texturas. (11) 3088 6555, www.collectania.com.br
Tigres’ da By Kamy, realizada por Kamyar Abrarpour junto a empresas nepalenses de tecelagem. A coleção revitaliza 30 dos 108 ta-
TRIPÉ EMPILHÁVEL Empilháveis muitas cadeiras o são. O diferencial de
petes produzidos a partir do
Mina, “menina” para paulistanos da gema, é que ela
século VII no Tibet (onde o
tem três pés. Foram exaustivos testes de estabilidade
animal é sagrado)
e ergonomia pelos jovens designers Daniel
e catalogados no
Maia e Roberto Araújo, do Estúdio 1S, até
livro "The Tiger
prototipar esta peça em fibra de vidro,
Rug of Tibet",
formas orgânicas e lembranças dos es-
da austríaca Mimi Lipton (1988). Técnicas an-
candinavos dos anos 1950 e 1960. Ex-
cestrais e materiais inusitados, como fibras de
clusividade da A Lot Of, loja-conceito
aloe, cactus e hemp, dão sofisticada contempo-
com muitas opções de design nacional
raneidade às peças, que celebram tradição, pes-
e impor tado, entre CDs, livros, objetos,
quisa e respeito à natureza. (11) 3081 1266,
gravuras e móveis. (11) 3068 8891,
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CANSOU? ENTÃO, TROCA! Este é o conceito da cadeira Troca, do jovem designer Zanini de Zanine, que vem se destacando por criações cada vez mais autorais. A idéia é ampliar a longevidade da peça com uma solução prática e econômica: placas de compensado naval folheado, em várias cores, substituem o assento e o encosto removíveis na estrutura de metal. Produzida pela Habitart, uma das muitas marcas para quem o carioca desenha, entre Saccaro, Italmoveis, Mi Casa e a sua 2Z Móveis. (21) 2529 8594, www.2zmoveis.com.br
VERSATILIDADE DE USO Bonito e funcional, sistema ST5 da Light Design pode ser aplicado em parede, como arandela, e em teto, como plafon ou pendente. Feitas de alumínio com difusor em policarbonato, as luminárias possuem articulação de 340 graus para o melhor direcionamento da luz. Nas cores branca, preta texturizada e prata-fosca. (81) 3339 1654, www.lightdesign.com.br
Henrique Pontual
PERSONALIDADE Além de bom desenho, os móveis da Casa 21 ganham personalidade a mais quando assinados por Délia Beru. A designer, que também responde pelo acer vo da loja, faz da estética funcional um partido e chega a resultados como a cômoda Ruth (120 x 80 x 45 cm), de multilaminado com folhas de cumaru cer tificada pelo FSC. Homenagem à antropóloga Ruth Cardoso, primeira a comprar a peça, tem discreto perfil anos 1950, pés maciços e puxadores de inox com cordão de couro. (11) 3151 3199, www.casa21.com.br
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Semana do deSign, milão
eCleTiSmo PaRa o Bem e PaRa o mal de onde surgiria esse novo ecletismo – do desejo de liberdade total ou apenas de uma falta de rumo? as ênfases do Salão 2008 são inúmeras e diversas, do minimalismo respeitoso ao meio ambiente às grandes extravagâncias criativas: reedições, revivals e releituras; a quantidade, em crescimento exponencial, de novos produtos; os tapetes (tipologia que andava meio esquecida); a lúdica energia da indústria espanhola, pronta a ampliar mercados; a falta de um posicionamento sério em relação à sustentabilidade; a recorrência de produtos que fazem apelo à produção artesanal; a presença cada vez mais forte dos designers orientais; os vários shows de pirotecnias criativas; alguma tecnologia Maria Helena Estrada
Acima, pol tro na Aguapé, com peda ços de couro sobre pos tos sobre estru tu ra metá li ca em pro je to dos irmãos Campana para a Edra. Ao lado, cadei ra Tropicália, de Patricia Urquiola, na co le ção Moroso, tem tran ça do em palha sin té ti ca e se ins pi ra na tra di ção afri cana
Abaixo, The Bellini Touch, design Mario Bellini para a Heller. À direi ta, Ami Ami (que em japo nês sig ni fi ca “tecer ”), design de Tokujin Yoshioka para a Kartell, em poli car bo na to, uma pro du ção de com ple xa tec no lo gia
À direita, Stitch Chair, design Adam Goodrum, em alu mí nio, na cole ção Cappellini. Ao fundo, cadei ra Frilly, de Pa trí cia Urquiola, em poli car bo na to trans pa ren te, cole ção Kartell
15 ARC DESIGN
A verdade é que o Salão nunca mostrou tamanha exu-
tecido ou couro, para o plástico e a
berância e afluência de empresas e de público – talvez
produção industrial; e a Touch,
até um pouco além do viável, ou desejável. Jornalistas
de Mario Bellini para a Heller,
presentes? Quase 6 mil, de todo o mundo. Visitantes? 348 mil! Mas ainda assim alguns produtos se destacaram, do ponto de vista do design ou dos novos materiais. A cadeira Mytos, de Konstantin Grcic, para a Plank, com
resultado de várias releituras formais, mas que se transforma, graças ao seu material de acabamento, em um elegante “toque de carinho”. Chama a atenção, em meio a sofisticadas tecnologias, a entrada, ainda tímida, dos
matéria-prima da Basf, que ge-
processos artesanais em produtos destinados a gran-
rou novo processo produtivo;
des séries. Uma nova atitude – já bastante conhecida
a simpática Stitch Chair, de
no Brasil – que além de dar apoio a comunidades
Adam Goodrum para a Cappe-
carentes, reafirma o valor de culturas tradicionais.
llini; a Ami, Ami de Tokujin Yo-
Tom Dixon utiliza a maestria tradicional da Índia em
shioka para a Kartell, pela transpo-
suas luminárias de metal; Patrícia Urquiola trança a
sição de um tradicional fazer em
palha sintética em cadeiras de inspiração africana;
Acima, à esquer da, Mirror Ball Stand, de Tom Dixon, em aço inox com estru tu ra em poli car bo na to de alto impac to. À di rei ta, vaso em cerâ mi ca de François Azambourg na cole ção Progetto Oggetto, da Cappellini
Ao lado, as pol tro nas Bouquet, design Tokujin Yoshioka, de níti da ins pi ra ção bra si lei ra, na cole ção Moroso
Juha Nenon en
À esquer da, ban cos em bambu, design Artek Studios, e, acima, Kashnar II, cen tro de mesa em prata do desig ner hindu Mann Singh na cole ção Driade Kosmo. Abaixo, ex pos tas na Galeria Rossana Orlandi, peças da cole ção Woven Willow, com tra ma dos pró prios à tra di ção holan de sa, design Stefen Scholten & Carole Baijings para a em pre sa Thomas Eyck
Acima, lus tre Love You Love You Not, design Van Egmond para sua pró pria empresa, tem péta las metá li cas e possi bi li da de de diver sos aca ba men tos. Ao lado, Carved Chair em madei ra escu ra escul pi da à mão, design Marcel Wanders, na cole ção Moooi
Abaixo, prato em már mo re bor da do com palha, cria ção de Fernando e Humberto Campana e deta lhe da obra de Marcelo Rosenbaum, que faz refe rên cia à mar che ta ria em madei ra, ambos para a empresa Turkish Marble, com sede em Istambul
18 ARC DESIGN
Acima, pol tro na de Paola Navone para a Emu na mos tra Green ergydesign, rea li za da pela revis ta Interni em belo ce ná rio do anti go Hospital Maggiore
À direita, sofá Oda lisca, de Bin farè, re vestido em te cidos “mil e uma noites”, ada mas ca dos e bro ca dos de di fe rentes es pessu ras, tra zen do “uma apo teo se do orien ta lis mo” para o show-room Edra. Abaixo, Alizz cooper, a cobra ilu mi nan te de Ingo Maurer
ack To m V
Tokujin Yoshioka arma um belo buquê de flores, se-
são do design espanhol – que se apresentou “au grand
melhante ao nosso “fuxico”, na cadeira Bouquet; Ste-
complet” no Hotel Nhow, com a mostra Playtime –
phen Burks trabalha na África o vidro reciclado, para a
dessa vez nos famosos galpões da Via Tortona.
Cappellini; a empresa Mater, da Dinamarca, utiliza
Citar as reedições e outras “re-lembranças”? Impos-
mão-de-obra hindu na produção de peças de mármore
sível. O passeio pelo passado – bem ou mal realizado –
e entrega o lucro das vendas às comunidades. Ainda
foi total. A partir dos anos 1950, com ênfase nas duas
artesanal, com o valor agregado da sustentabilidade,
décadas seguintes, era como uma visão proustiana,
os produtos da empresa Artecnica (veja ARC DESIGN
“em busca do tempo perdido”.
51), que este ano trouxe Tord Boontje, Hella Jongerius,
Passando de tendências duradouras a modas passagei-
Campana, com projetos realizados na Guatemala,
ras, chegamos às extravagâncias barrocas, ou médio
Peru, Colômbia, Brasil.
orientais, ou ... Sim, vale tudo, desde que chame a aten-
Nanimarquina brilhou com seus tapetes em uma am-
ção. Marcel Wanders, que mesmo extrapolando o
bientação descontraída, mercado persa da modernidade
bizarro, “não perde a mão”; Binfarè, o grande mestre
entremeado de sapatos Camper. Era mais uma expres-
da tecnologia dos estofados, que cede à tentação do
Dois exem plos da presen ça espa nho la com tape tes Nanimarquina. Acima, tapete lateral, desenho de Javier Mariscal, que repro duz sola do de um sapa to Cam per. Abaixo, tape te Little Field of Flowers, de Tord Boontje em fel tro recor ta do a laser
No alto da pági na, deta lhe da diver tida mostra Spanish Playtime, rea li za da no túnel de entra da do Hotel Nhow, com montagem de Ana Mir e Emili Padrós. Acima, cômoda “fashion vic tim”, de Jaime Hayón para a bd Barcelona, cujos pés podem ser colocados conforme o desejo do usuário
Acima, Canguro em finíssi ma lâmi na de couro reci cla do, na mos tra Remade in Argen tina que a cura do ra Mônica Co hen rea li za a cada ano em Milão. Abaixo, tam bém na mos tra espa nho la, Guerrilla Con tai ners, assen tos e gave tas em forma inu si ta da e com pac ta, da Stone Designs
21 ARC DESIGN
À esquer da e acima, lumi ná ria de irô ni co humor, carac te rís ti co de Marti Guixé, para a Danese, no qual a cúpu la do aba jur é ape nas deco ra ção
A Bla Station, da Suécia, lan çou as mesas Babel (abaixo), em anéis de madei ra mol da dos por com pres são e laquea dos, design Frederik Mattson. À direita, cabide ou man ce bo Latva, design Mikko Laakkonen pa ra a Covo, em bétu la, Latva, cujos galhos os ha bi tan tes das casas rurais da Fin lândia cos tu mam sim ples men te apoiar à pare de
22 ARC DESIGN
Acima, design Stefano Giovannoni, os novos pro du tos lúdi cos da Alessi, empresa que em breve retor na rá ao Brasil. Abaixo, “clássi cos” que nunca saí ram de linha, da Alessi, em uma cole ção de minia tu ras; ao lado, a esca la de redu ção das minia tu ras
exótico, na coleção Edra; a mostra Turkish Marble, originária de Istambul, com designers de vários países (do Brasil, Marcio Kogan, Marcelo Rosenbaum e Campana), convidados a realizarem “in loco” enormes – e, algumas vezes, belas – peças em mármore. Todo esse mix de tendências é atravessado por uma vaga e ainda receosa noção de que nós e o planeta não suportamos mais tantos estragos. Talvez de modo mais “politicamente correto” e criativo esteja se expressando o design brasileiro, com suas pesquisas de materiais naturais e reciclados, com uma linguagem menos repetitiva. Além do que, não temos, felizmente, tantos “ícones” a serem reeditados. ❉
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SUSTENT A ÇÃO SUSTENTABILIDADE NA ARQUITETURA, DESIGN E URBANISMO
O FIM DAS LÂMPADAS INCANDESCENTES?
ESCRITÓRIOS SUSTENTÁVEIS: UM BOM NEGÓCIO
Loke Yek Mang
Quem investe em SustentAção:
Invenção emblemática de Thomas Edison, a lâmpada incandescente pode ser banida do mercado. O custo elevado da energia, a problemática ambiental e poderosos interesses econômicos colocam esse tipo de iluminação no banco dos réus. Já foi condenada na Austrália e no Canadá, e agora está sob revisão das leis que regem a questão nos Estados Unidos e na Europa. Um processo já instaurado também na dinâmica de corporações como Philips, GE e Osram Sylvania, que pretendem interromper a produção de incandescentes nos próximos anos. A idéia é investir no aprimoramento de lâmpadas mais eficazes para a geração de luz, como halógenas e fluorescentes, a fim de reduzir o consumo de energia, racionalizar recursos naturais e, assim, poupar o meio ambiente. Será? No olho do furacão, o designer de iluminação Guinter Parschalk fala sobre esse debate polêmico, que mobiliza profissionais de todo o mundo e entidades internacionais de peso, como a inglesa PLDA (Professional Lighting Designers’ Association). Oxalá, Fiat Lux!
Andrey Pali
Cristina Teixeira Duarte
26 ARC DESIGN
“Como será coletar e reciclar bilhões de lâmpadas (fluorescentes compactas) todo o ano? (...) Eu sou a favor da diversificação, quanto mais diversificada a matriz energética, mais eficiente o sistema”
M a tt h e
ARC DESIGN – Por que as lâm pa das incan des cen tes caí ram em
mercúrio, que é tóxico à saúde e ao meio ambiente. Na Europa
desgraça?
existem usinas de reciclagem para tubulares, mas só duas para
GuINtER PARSChAlk – Apesar de ser mais barata de produzir e
compactas e eletrônicas, uma na Suíça e outra na Bélgica,
de vender, sua vida útil é curta, de uma a, no máximo, duas
ainda inacabada. Como será coletar e reciclar bilhões de lâm-
mil horas. E seu consumo de energia é maior em até 80% do
padas todo o ano? Se forem para lixões e se romperem, as
que o de outros tipos de lâmpada. Por isso, halógenas e fluo-
substâncias entram na terra e depois nos lençóis freáticos,
rescentes entraram na pauta do dia e têm levado órgãos per-
contaminando a água. Esse aparente benefício no custo e na
tinentes de vários países a discutir seu uso por força de lei.
racionalização da energia pode ser uma faca de dois gumes.
AD – E faz sentido legislar contra uma lâmpada em favor de outras?
AD – Diante disso, o que se pode fazer?
GP – A questão é polêmica, tem gerado muitas discussões em
GP – Debater sem radicalizar. Eu sou a favor da diversificação,
órgãos e entidades da área. Mas não acredito em soluções
quanto mais diversificada a matriz energética, mais eficiente
radicais, proibir por lei não é o caminho. Além do que, todas
o sistema. Incandescentes e halógenas podem funcionar bem
as lâmpadas têm prós e contras, assim como produtos ditos
em ambientes de uso intermitente, como banheiros e depósi-
corretos podem usar sistemas de produção altamente poluen-
tos. Já cozinhas e áreas comerciais recebem melhor as fluo-
tes. É preciso rever conceitos para que façamos as melhores
rescentes, que podem – e devem – permanecer acesas, pois
escolhas e adequações.
seu maior consumo de energia se dá quando são ligadas,
de w Bow
n
quando são acionadas para “levantar vôo”. AD – Quais são os prós e con tras das lâm pa das con si de ra das
econômicas?
AD – Leds seriam o futu ro da ilu mi na ção?
GP – As halógenas são mais baratas e geram de 2 a 4 mil
GP – Sem dúvida, é uma das vertentes para a solução. Têm
horas de luz; as fluorescentes, apesar de mais caras, produ-
alto ciclo de vida, excelente performance, usam pouca ener-
zem de 8 a 16 mil horas de iluminação! O impasse está na
gia e matéria-prima. Mas ainda são recentes e não supririam
relação custo-eficiência-descarte. Enquanto descartar incan-
a demanda mundial em curto prazo. E a médio e longo pra-
descentes e halógenas é mal menor, fluorescentes geram mais
zos podem aparecer tecnologias mais eficientes. Então não dá
problemas. Na ordem de desvantagens, digamos, viria primei-
para contar apenas com essa perspectiva. A saída agora seria
ro a fluorescente eletrônica (de rosca), a fluorescente com-
um projeto de diversificação e racionalização de metodologia,
pacta (menor) e a fluorescente tubular.
o que será discutido por especialistas. Em setembro estarei na sede da PLDA narrando a má experiência que tivemos no
AD – Como se dá o des car te des sas lâm pa das?
Brasil, ao aderir às fluorescentes compactas na época do
GP – Lâmpadas fluorescentes têm várias substâncias nocivas
“apagão”. Como se deduz, é preciso mais do que uma simples
na composição. Especialmente a versão eletrônica, com muito
legislação proibitiva. ❉ 27 ARC DESIGN
Escritórios verdes pedem mobiliário sustentável. A cadeira Zody, da Haworth, tem cer tificação Cradle-to-Cradle, da MBDC (McDonough Braungart Design Chemistry), o que indica o uso de materiais reutili zados e energia renovável. É ergonômica com ajustes de altura, pro fundidade do assento e inclinação do encosto
SUSTENTABILIDADE S.A. Interessadas Interessadas não não ape apenas nas em em preservar o meio ambiente, mas também em reduzir zir gas gastos tos ee aumen aumentar tar a produtividade dos funcionários, empresas apostam em escri escritó tórios rios com com dife diferen renciais ciais eco ecoló lógi gicos cos 28 ARC DESIGN
Carine Portela Quando o mundo corporativo despertou para a necessidade de colaborar ativamente com a preservação do meio ambiente, as grandes organizações se deram conta de uma nova realidade: adotar posturas ecologicamente corretas é, sim, um bom negócio. A longo prazo, poupar recursos naturais, dimi-
Sustentabilidade com bi na com alta tecnologia: acima, luminária Sávio, da Philips, que recria a variação natural da luz solar ao longo do dia, indo de 2700K até 6500K
nuir o efeito estufa e combater o aquecimento global são benefícios para todos. A médio e curto prazos, no entanto, são as empresas que saem ganhando. “Além de transmitir aos consumidores a imagem de uma instituição confiável, o investimento em estratégias verdes traz lucros bem concretos, como o aumento da produtividade e a redução de gastos com água e energia elétrica”, diz Paola Figueiredo, Diretora de Sustentabilidade da SustentaX, consultoria sediada em São Paulo, direcionada para projetos de engenharia, baseados nas responsabilidades ecológicas. A preocupação com o tema, segundo Paola, deve começar na sede da empresa. Nesse cenário, os “green buildings” – edifícios planejados a partir de rigorosos critérios de sustentabilidade – são o ambiente ideal. É possível, porém, adotar medidas eficientes mesmo em escritórios de pequeno e
Torneiras ele trô ni cas, acio na das pela apro xi ma ção das mãos junto a sen so res, são itens obri ga tó rios con tra o des per dí cio. Ao lado, mode lo Tronic Zenit, da Docol Matic. Abaixo, “green buil ding” bra si lei ro: as tor res do Rochaverá, em São Paulo, pos suem o selo de pré-cer ti fi ca ção do LEED (Leader ship in Energy and Environmental Design), sis te ma in ter na cio nal de clas si fi ca ção de edi fi ca ções sus ten tá veis. Projeto de Aflalo & Gasperini
29 ARC DESIGN
Solução inte li gen te para eco no mi zar água, a Hydra Duo, da Deca (abai xo), é uma vál vu la com meca nis mo sele ti vo, que usa ape nas meia des carga para deje tos líqui dos e vazão com ple ta para sóli dos
Bom exem plo: no escritó rio da Ecoesfera (acima), incor po ra do ra es pe cia li za da em habita ções eco ló gi cas, as divi só rias são de madei ra cer ti fi ca da, prove nientes de flo restas bem maneja das. Projeto da SustentaX
médio portes. “Para a implantação de um escritório sustentável, basta ter a disposição de fazer escolhas conscientes”, opina o arquiteto paulista Dante Della Manna,
DESCARGA COMPLETA: 6 litros (limpeza total)
acostumado a inserir soluções verdes em seus projetos. “O primeiro passo é a utilização de materiais ecológicos”, aconselha o profissional, sugerindo o uso somente de madeiras certificadas ou reaproveitadas, tintas com formulação não-tóxica e carpetes em placas, fabricados a partir de processos de baixo impacto ambiental. O segundo passo diz respeito ao sistema construtivo escolhido: quando é preciso erguer paredes, vale sempre optar pela chamada construção seca. Ao contrário da alvenaria convencional, as placas de gesso acartonado geram menos descarte de material. “Com a redução do entulho, o meio ambiente já é beneficiado”, explica Della
VOLUME REDUZIDO: 3 litros (limpeza rápida)
Manna. “Além disso”, completa o arquiteto, “o processo de fabricação do dry wall (como são conhecidas as placas), utiliza poucos compostos minerais, o que
30 ARC DESIGN
poupa o planeta da iminente escassez de recursos”. Em seguida, é hora de investir na economia de água. Medidas simples, como a instalação de torneiras com fechamento automático e bacia com caixa acoplada, por exemplo, podem reduzir o consumo em até 50%. O uso racional da energia elétrica também não requer sistemas complexos. Para reduzir os gastos com iluminação, por exemplo, basta privilegiar a entrada de luz natural nos ambientes. Outro ponto que merece atenção é o conforto térmico: apostar na ventilação natural e, quando necessário, em condicionadores de ar com programas de economia de energia é fundamental para tornar o ambiente sustentável. “Espaços naturalmente frescos, bem iluminados e, de preferência, com a vista aberta para a paisagem do entorno acabam trazendo mais do que benefícios ecológicos”, garante Paola Figueiredo. “São pequenas soluções que elevam a qualidade de vida e, como consequência, a produtividade dos funcionários”, conclui a especialista. O resultado é lucro certo para a empresa, mas, sem dúvida, o meio ambiente agradece. ❉ As divi só rias de gesso acar to na do fazem parte da lista de mate riais sus ten tá veis. Abaixo, um exem plo de sua uti li za ção na sede do ING Bank, em São Paulo, pro je ta da pelo arqui te to Dante Della Manna
Ao contrário dos carpetes convencionais, que são produzidos a par tir de processos de alta degradação ambiental, os modelos em placas da InterfaceFLOR são con fec cio na dos em fibras natu rais, com fabri ca ção de míni mo impac to
repertório A máquina de café Itália é a novidade da Saeco disponível na Doural. Além do preparo de capuccino e deliciosas versões da bebida, a peça dispõe de compar timento para café em grão, torrado e moído. (11) 3328 6228, www.doural.com.br
A Imeltron traz a linha Lock, produzida em cerâmica stoneware pela australiana Salt & Pepper. Peças como esta travessa com tampa e espátula de acácia vão ao forno, à mesa e à lava-louças. (19) 3783 9797, www.imeltron.com.br
Opções premiadas da Spicy: espremedor de alho e balança com copo medidor, ambas dos designers Claus Jensen e Henrik Holbaek, da Eva Solo, braço da tradicional marca escandinava Eva Denmark. 0800 168388, www.spicy.com.br
Gourmet CHIC As panelas da linha Panex Pyramid possuem cabos com sistema de encaixe que permite empilhar as peças no armário, otimizando espaço e evitando atrito na super fície antiaderente. 0800 19 54 44, www.panex.com.br
Aparelho elétrico para fondue impor tado da Cuisinart pela M. Cassab. Em aço escovado, antiaderente e com termostato, a peça é referendada pelos chefs Sérgio Arno e o lendário Paul Bo cuse. 0800 770 6222, www.mcassab.com.br
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repertório A designer de jóias Nami Wakabayashi bebe da fonte do escultor indiano Anish Kapoor para criar suas peças. Todas exuberantes como o anel Cubo, em prata oxidada, disponível na Zona D. (11) 3088 0399, www.zonad.com.br
São exclusivos da Conceito Firma Casa estes brasileiríssimos braceletes em prata. O toque especial fica por conta do couro de tilápia, que dá cor, tex tu ra e char me à bijoux. (11) 3068 0380, www.conceitofirmacasa.com.br
Gisele Bündchen não é só a estrela da nova campanha da Vogue Eyewear by Luxottica. Ela também assina a Gisele’s Selects, coleção plena de suas preferências para óculos de sol: lentes degradês, fendas nas hastes e máscaras oversize. 0800 702 7999, www.luxottica.com
Fashion HITS Xadrezes e geometrismos, cinzas e pretos, chapéu e mocassim dão um look masculino à coleção outono/inverno 2008 da Huis Clos. No mix de elementos, uma construção para lá de arquitetônica, bem ao gosto de Clo Orozco. www.huisclos.com.br
I and D (Imitation and Disguise) é a marca parisiense dos designers brasileiros Regina Dabdab e Jean-Phillippe Gawronski. São sapatos, bolsas e carteiras em tiragem limitada com adereços inspirados em Hélio Oiticica. www.iandd-paris.com
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Pendente Tronco. C asa C o r S ã o Pa u l o 2008.
A natureza vai tomar conta do espaço.
lameda Gabriel Monteiro da Silva, 1.909 • SP • Tel: + 55 (11) 3061-2262 A Rua Curitiba, 2.220 • Lourdes BH • Tel: + 55 (31) 3337-8642
repertório A versão vertical Inox Slim, dos spas Versati, tem jatos de hidromassagem, misturador regulável, chuveiro, ducha manual e sistema para banhos personalizados. 0800 550 065, www.spasversati.com.br
O misturador para lavatório Moai, da Roca, tem jato e temperatura regulados por alavanca, e um exclusivo cartucho Plus, em ponto central, que mantém o fluxo em 50% de vazão. (11) 3061 5266, www.rocabrasil.com.br
Intimidade
Watersquare Light, importado do AD Studio pela Crismoe. A temperatura da água provoca efeitos visuais luminosos e coloridos, graças a LEDs acionados por microturbinas. (11) 4615 8800, www.crismoe.com.br
Antônio Citterio assina este acessório em latão cromado para a marca alemã Hansgrohe, da Metalbagno. Dispõe de dois chuveiros com controle para vazão da água. (11) 3081 7006, www.metalbagno.com.br
Rubens Szpilman comemora 20 anos de estrada com a coleção Canoa. São potes, cuba e esta banheira em resina de poliéster, releitura dos clássicos vitorianos, com inédita fundição em peça única. (27) 3243 1557, www.szpilman.ind.br
repertório BeoSound 1, da Bang & Olufsen, tem aparelho de CD e rádio integrados. Os comandos ficam atrás da caixa acústica curva, enquanto o porta-CD e a antena se levantam a um toque do botão. A super fície de alumínio muda ao gosto do usuário. (11) 3082 8277, www.bang-olufsen.com
Tecno HIGH Muitos em um! O celular CEL TV, da Semp Toshiba, vem com TV digital aber ta, tela “Total Touch” de 2.2”, câmera de 2 Mega Pixels, filmadora, MP3 e MPEG4, entrada para car tão de memória SD e bluetooth. (11) 3232 2000, www.semptoshiba.com.br
Duas séries de monitores LCD da LG, o W52 e W2284, ganha ram impor tantes prê mios internacionais graças ao design bonito e funcional. Os modelos de 17, 19, 22 e 24” são fiéis à filosofia da empresa por produtos hi-tech focados no bem-estar dos clientes. 0800 707 5454, br.lge.com
Extrafina (18 mm), a câmera digital Z20fd fotografa com o inovador Face Detection, que remove o vermelho dos olhos. Grava vídeo com som, pausa a filmagem no momento da captura e ainda edita o filme no equipamento. 0800 770 6627, www.fujifilm.com.br
É do Estúdio Chelles & Hayashi o design do Átria, para a Covadis. O equipamento de segurança corporativo garante acesso a sistemas fechados, como os de gerenciamento de bancos, pelo reconhecimento das digitais em car tão. E pode ficar sobre a mesa sem prejuízo visual dos usuários. (11) 5573 3470, www.design.ind.br
LAB_Sebrae_Arc.pdf
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5/21/08
5:54:46 PM
QUAL A FOR MA ÇÃO DO DESIG NER?
ENSINO DE DESIGN NO BRASIL
Há mais de 300 escolas de design no Brasil! Desde que foi fundada a primeira escola de ensino superior, assistimos à transformação do próprio design, agora encarado como ferramenta para o desenvolvimento econômico de um país. Nesta reportagem – que dá continuidade à série de artigos sobre a situação do ensino de design no Brasil (veja ARC DESIGN nº 57) – ouvimos diretores de três faculdades. Vejamos alguns dos avanços e as especificidades verificadas na formação do designer brasileiro Ledy Valporto Leal
Nesta página, calçado para fute bol cria do por Ricardo de Moraes Cordeiro Orlando, aluno do curso de Projeto de Pro du to da PUC-Rio. Desenvolvido em neo pre ne d3o, um polí me ro com carac te rís ti cas embor ra cha das e de maciez que, ao rece ber um impac to, se enri je ce for man do um corpo pro te tor (ima gem deta lhe). Prêmio Design Rio concedido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN)
Nesta página, “La Muerte Ilustrada”, título da peça hipermidiática para web e celular e da peça gráfica desenvol vida por alunos do segundo perío do do curso de Design Digital da Universidade Anhembi-Morumbi. O tra ba lho inte gra a expo si ção “Animações Móveis: o Design Digital no Celular” e o evento “Morumbi Mobile Design”, rea li za do em par ce ria com a Motorola
PRO FES SO RA MÔNICA MOURA, ANHEMBI-MORUMBI
PRO FES SO R RENATO BERTÃO, PO S I TIVO
“Nossa filosofia educacional busca a formação do aluno
Criado em 2000, o curso de Design da
centrado em um universo cultural relacionado à ex-
Universidade Positivo possui duas habi-
pressão e à criação, bem como à pesquisa e à tecnolo-
litações: Projeto Visual e Projeto de Produto, ambos vol-
gia. Fazemos o cruzamento de todas as áreas, pois é im-
tados para o mercado por meio de uma interface com
portante que o estudante tenha um bom embasamento
empresas, escritórios de design e experiências concre-
cultural”, afirma a professora Mônica Moura, diretora
tas que são levadas para a sala de aula. “Os alunos são
da Escola de Design, Moda, Arquitetura e Artes da
estimulados a realizar atividades que extrapolem o
Universidade Anhembi-Morumbi. A Escola tem como
ambiente acadêmico”, afirma o professor Renato
objetivo introduzir novas áreas de atuação que estão se
Bertão, coordenador do Curso de Design.
desenvolvem no país, como Design Digital, Design de
Para que ele seja capaz de criar repertório, a escola rea-
Games, Design Gráfico, Design de Moda e Design de
liza atividades extracurriculares, entre elas encontros
Animação. De acordo com a professora Mônica Moura,
com profissionais que fazem palestras sobre várias
“o ensino deveria ser mais focado na interdisciplinari-
áreas do conhecimento. Há ainda o Escritório Experi-
dade e na experimentação. Design é a interdisciplinari-
mental de Design e o Laboratório de Mídia, que recebe
dade por natureza. Essa filosofia deve estar presente
bolsistas vindos das áreas de computação, do jornalis-
também na composição do corpo docente.” O design
mo e da administração. “São aproximações que valem
não é mais um fazer isolado, mas o resultado do traba-
a pena – é a interdisciplinaridade levada à prática.”
lho de uma equipe. É fundamental para um designer
Para o professor Bertão, há, no ensino do design, a ten-
“saber vender” seu projeto. Assim, a cadeira de marke-
dência de se formar profissionais generalistas, em fun-
ting faz parte da grade curricular da escola. “Por outro
ção das diretrizes fixadas pelo Ministério da Educação
lado, a sustentabilidade permeia hoje todas as nossas
ao reduzir a carga horária para 2.400 horas e a conclu-
atividades e a escola também introduziu as disciplinas
são do curso para três anos. “Formar um profissional
ligadas à gestão do design sustentável”, destaca.
completo em três anos é utopia, por isso nosso curso é 41 ARC DESIGN
Acima, jogo ame ri ca no digital desen vol vido por Rodrigo Wolff, aluno do curso de Design da Universidade Positivo, men ção hon ro sa no Concurso Mundial Eletrolux Design Lab 2005. Abaixo, o Pro je to E-Cipó, de alu nos da Positivo, para o con curso “AMD Conectando o Mundo”, con siste num ter mi nal de acesso que provê ser vi ços e cone xão à internet a pessoas que vivem em áreas iso la das
bastante específico. Hoje temos questões novas sendo
“O curso tem um foco voltado para o design participa-
discutidas, como a sustentabilidade, o marketing, entre
tivo ou design social, e uma filosofia direcionada para
outros, e não é possível fazer uma abordagem superfi-
a incorporação do projeto em toda a cadeia produtiva”,
cial desses assuntos.”
afirma o professor Luis Antônio Coelho, diretor do
De acordo com a visão do coordenador do curso de De-
Departamento de Artes e Design. O design, sabemos,
sign da Positivo, é preciso enfatizar os temas relativos à
não vive de forma autônoma e isolada, mas envolve
sustentabilidade, para que o profissional seja social-
todos os agentes do processo produtivo: o cliente
mente responsável, que ele leve em conta os impactos
(seja este uma indústria ou não), o canal de comercia-
que seu projeto terá tanto em termos de meio ambien-
lização e o usuário final. “A coluna vertebral do cur-
te quanto no cotidiano das pessoas.
so”, conforme seu diretor, “é a disciplina de Projeto desenvolvida em amplas salas de aula onde já não
PRO FES SOR LUIS ANTÔNIO COELHO, PUC-RIO
existem carteiras, mas mesas com rodízios que com-
A Escola de Artes e Design da PUC, Rio de Janeiro, foi
portam seis alunos, de forma a permitir todo o tipo de
a segunda a ser criada no Brasil. Hoje oferece quatro
configuração física do espaço.”
habilitações: Projeto de Produto, Comunicação Visual,
O design sustentável é tema recorrente – e não apenas
Moda e Design Digital.
nas escolas de design – e ao qual a PUC-Rio dá grande importância. “A questão do descarte de um produto, a consciência ambiental, merecem reflexões. O aluno precisa entender que ele é uma célula de um grande corpo com todas as responsabilidades.” E o professor radicaliza: “temos tendência a associar tecnologia a progresso, como se, ao produzir um objeto com um ‘plus valore’ tecnológico, já representasse progresso, sem pensar nas repercussões futuras para a vida planetária. Um curso de graduação deve ter um diferencial, e ele aparece justamente nas possibilidades históricas e filosóficas de um projeto”. ❉
42 ARC DESIGN
Eduardo Pozella
ENTREVISTA: ROBERTO NEGRETE
MORAR COM ATITUDE Argentino radi ca do em São Paulo desde 1982, Roberto Negrete é um pen sa dor aten to sobre os mean dros da sua pro fis são, o design de in te rio res. Atualmente pre si din do a ABD (Associação Brasileira de De sign), ele fala dos rumos do seg men to, da cum pli ci da de entre de sig ner de pro du tos e de ambien tes e dos no vos con cei tos para se morar com con for to, bem-estar e, prin ci pal men te, ati tu de
Ucha Aratangy
Cristina Teixeira Duarte
Ucha Aratangy
Atmosfera retrô no Living de Hóspede de Casa Cor SP 2008. O des ta que fica por conta da pol tro na Voltaire, de Sergio Rodrigues, ree di ta da pela Dpot e reves ti da com ines pe ra da pele de vaca. Versão que refor ça a per so na li da de auto ral do ambien te, mar ca do evo ca ções dos anos 1940, uma refe rên cia, entre tantas, para Roberto Negrete
ARC DESIGN – Em que ponto design de pro du tos e de inte rio res
se encontram e se complementam? RobERto NEGREtE – Eles realmente se encontram e comple-
mentam, mas ainda vivem um sem o outro. Até porque não há só uma realidade isolada, mas diversos perfis de consumo. E isso não é ótimo?! De qualquer forma, ambos cresceram muito nos últimos 20 anos e a mídia tem contribuído para formar, informar e aproximar esses mundos.
RN – Todos querem viver confortavelmente, mas esses valores
têm diferentes pesos para diferentes pessoas, pois existem AD – E como o uni ver so da deco ra ção se rela cio na com o de
vários padrões de comportamento. Nem todo mundo recicla,
objetos e vice-versa?
nem todos consideram ficar em casa uma opção. Há quem
RN – O repertório é extremamente variado. Existem empresas
ache um castigo! É preciso compreender quais as urgências e
que abriram as portas aos designers para renovar suas linhas
suas soluções para minimizar essas questões. No caso da
de objetos de maneira antes inimaginável. Cito como exemplo a
decoração, cabe ao profissional orientar o cliente, mas a
prata St. James e o estanho John Sommers, durante décadas
escolha é dele, pois se trata da sua própria vida, de sua
dedicados à tradição, e que introduziram nova vibração aos pro-
maneira de viver.
dutos. É apenas uma questão de tempo até que grandes indústrias abriguem o bom design para que ele chegue às casas.
AD – E quan to o oni pre sen te “mer ca do” ainda deter mi na os
padrões de consumo, mesmo identificando essa necessidade real AD – Depois de adven tos como o 11 de setem bro, o aque ci men to
de mudança?
global e a popularização da internet, o que mudou no conceito
RN – Sempre conviveram no mesmo planeta bons e maus, en-
do morar?
gajados e alienados, desligados e conectados. E ainda é assim.
RN – Já se falava em cocooning (tendência dos anos 1980-
Mas será assim para sempre? Não acha engraçado que se fale
1990, de estar mais tempo em casa e mais isolado do conví-
em couro ecológico? O que sabemos da linha de produção
vio social) bem antes das torres gêmeas e da internet. Mas é
desse material? O que é mais nocivo, a indústria petroquími-
claro que esses fatores se refletem hoje na relação do usuá-
ca ou as vacas? Nosso mercado é bastante conservador e
rio com a casa. Estar em casa realmente virou uma opção.
poucos alçam a voz para questionar. Espero que, pelo bem de
Muitos se comunicam pela internet, as cidades estão violentas,
todos, isso mude. Mas, de fato, o mercado que fala tem várias
há dificuldades de locomoção. As pessoas, então, buscam
faces para o consumo massivo e continua ditando os padrões.
abrigo e referência em seu lar. E como todos queremos pertencer a uma tribo, tentamos integrar a dos que querem
AD – Aliás, hoje é quase impos sí vel falar de design e de inte rio -
morar bem, cercado de bons produtos e com muito conforto.
res sem levar em conta a racionalização de recursos... RN – O despertar para essa realidade está aí. As grandes
AD – Esses temas e valo res che ga ram à deco ra ção ou ainda
construtoras anunciam processos que reduzem perdas de ma-
estamos alienados da sua urgência?
teriais, enquanto o design me parece estar atento à nova rea45 ARC DESIGN
lidade, tomando algumas atitudes para novas linhas de produ-
dos meus clientes. Você não sonha com o seu passado, ou até
ção. O designer de interiores se nutre desses elementos e deve
com o presente, ambientado em alguma casa da sua infância?
colaborar com a conscientização do consumidor. Mesmo que
Todos sonham. Assim, gosto de pensar que a decoração não
de maneira tácita. O momento é novo e todos os envolvidos no
deve seguir as variações das capas das revistas. E o que gos-
“sistema design” têm a responsabilidade de alavancar o movi-
taria de ler é "viva bem, não importa o seu estilo. Consuma de
mento. É preciso informação e reavaliação de processos.
forma consciente, isso é possível. E, lembre-se, pouco importa que sua casa seja gloriosa, se for um chato, ninguém vai
AD – E como o deco ra dor e desig ner podem se enga jar nessa
querer visitá-lo”.
nova demanda? RN – Como mui tas vezes é o deco ra dor que “vende” design
AD – São mui tas as ações da ABD. De que forma a enti da de tem
para o público, ele deve cobrar do designer medidas de pro-
colaborado para consolidar esses novos valores e o que deve ser
dução sustentável. No caminho inverso, o designer deve escla-
feito para essa consolidação?
recer os seus procedimentos. Não posso dizer qual dos pro-
RN – A ABD demanda muito de mim, mas é um sonho antigo e
fissionais está mais desperto. A indústria aprendeu a usar
vale a pena. A profissão é nova, precisa de novos cenários,
esse distintivo para se posicionar melhor num mercado res-
limites, operacionalidade. Cuidamos de quem já está, mas
ponsável. Acho, então, que todos os envolvidos devem se pre-
queremos abrir caminho para os jovens e manter o mercado
parar para medidas alternativas.
sadio, com profissionais capazes e coerentes. Temos uma quantidade de ações que buscam ilustrar, formar e informar
AD – Vê algum sinal des pon tan do no hori zon te, ou esta mos
nossos membros e quem se aproxima. Temos três eventos por
naquela estagnação que precede o novo?
mês em todas as regionais, palestras, encontros e iniciativas
RN – Acho que vai entender quando digo que não tenho idéia
vinculadas ao sistema, temos veículos de informação impres-
do que vem aí. E, francamente, não estou preocupado. Pode
sa em papel e internet. Pena que o dia tenha só 24 horas!
parecer contra-senso, mas não gosto que a decoração seja posta no mesmo pedestal que a moda. A moda precisa ser
AD – Os pro fis sio nais estão mais uni dos ou a com pe ti ti vi da de e
mais volátil, o design de interiores, não. Sempre digo que o
vaidade ainda dificultam projetos coletivos?
meu trabalho será o cenário dos sonhos de infância dos filhos
RN – Volto a lem brar que o mundo é diver so e exis tem mui -
tas pes soas nele. Mas sinto que na ABD esta mos con se guin do jun tar um mosai co des sas iden ti da des para for mar uma clas se sóli da e atuan te, seden ta de infor ma ção e fiel. Muito fiel. Os asso cia dos são esti mu la dos a se mani fes tar, a dizer o que que rem. E, se esti ver den tro dos nos sos esta tu tos e pos si bi li da des, acre di te, vamos fazer! Só para ter uma idéia, foi no 1º Encontro de Professores e Coordenadores de Cursos de Design de Interiores, no ano pas sa do, que se ges tou gran de parte do temá rio dos even tos de 2008. Não os do CONAD (Congresso Na cional de Design de Interiores), esses vêm sendo pre pa ra dos desde que assu mi mos a dire ção. Mas gran de parte das ini cia ti vas deste ano é refle xo do que foi dis cu ti do naque le even to. A ABD pre ci sa estar aten ta ao entor no, ao “sis te ma design”. E pre ci sa cres cer como órgão de repre sen ta ção de seus mem bros. Essa é minha von ta de e espe ro con se guir. Quanto às vai da des, claro que há! Mas não há isso em todos os meios? ❉ 46 ARC DESIGN
Eduardo Pozella
Epigram
Celebrada como uma das marcas mais criativas e inovadoras do design mundial, a Herman Miller tem uma longa tradição na fabricação de cadeiras para casas e escritórios, comprovada pelo sucesso das linhas Aeron, Mirra e Celle. São produtos que aliam funcionalidade e bom gosto de forma única, e são objetos de desejo para arquitetos, designers e decoradores.
Da tradição à inovação em apenas um toque. O mais recente lançamento da Herman Miller, a luminária Leaf, leva a fusão entre arte e tecnologia a um nível ainda mais elevado. Além de seu design inconfundível – marca registrada dos produtos da empresa –, esta novidade também proporciona ao usuário uma experiência única, com formas orgânicas que respondem ao simples toque de seus dedos.
Distribuição em todo o Brasil.
Herman Miller.
Tel (11) 3049 3055
Referência absoluta em design. Para seu escritório e sua casa.
S.M.A.H.
MARCA REGISTRADA: SIMONE MICHELI
HIPERCONTEMPORÂNEO Simone Micheli con ju ga con cep ções inte ra ti vas, emo cio nais, hí bri das e espa ços mul ti fun cio nais com obje ti vos tec no ló gi cos, ener gé ti cos e de oti mi za ção am bien tal. Percorra este iti ne rá rio das obras do arqui te to, res Jürgen Eheim
ponsável pela curadoria e cenografia da mos tra La Casa Italiana, no MuBE, São Paulo, até 29 de junho Maria Maria Fernanda Fernanda Guimarães Guimarães
Jürgen Eheim
Para aco lher o hós pe de, inse rido no atua líssi mo con ceito antro po ló gi co do “via jante nôma de”, o hall do San Ranieri Hotel, em Pisa, ganha atmos fe ra quase ilu só ria. À pare de de vidro junto aos ele va do res opõe-se outra, de cimento resi na do, for man do ondu la ção orgâ ni ca. Fartos panos de vidros dei xam entrar a luz do sol e o azul-mar inten so dos exte rio res durante o dia todo. À noite, o pro je to de lumi no téc ni ca pre viu um jogo de lâm pa das fluo res centes que ema nam luzes difu sas. Nos quar tos, a escri va ni nha-armá rio brin ca com for mas geo mé tri cas em instigante contraste de luz e sombra
No Hotel Aurora, o con cei to de “não-lugar” eli mi na o este reó ti po e a mes mi ce em favor do imprová vel, exclu si vo, mul ti fun cio nal. O loun ge bar (à di rei ta), faz a trans po si ção do lugar cen te ná rio para a mo der ni da de cos mo po li ta com inox, es pe lhos, vi dros e jogos de LEDs co lo ri dos. Antiga ade ga, o sub so lo (acima) ago ra é dis co te ca sen so rial, com pa re des des cas ca das, piso de cimen to, per fu ma do res encai xa dos nas ban ca das de MDF e luzes néon
50 ARC DESIGN
Simone Micheli incorpora os melhores conceitos que
escritório e o profissional, especialmente pela ênfase
se outorgam aos italianos: inventividade, cultura, versa-
a quesitos como bem-estar, lazer e customização, e
tilidade, paixão, empreendedorismo, elegância, percep-
também em reciclagem, ecologia e sustentabilidade.
ção do futuro e sensibilidade. Seu estúdio, Archictetural
Simone Micheli inspira-se em conceitos atualíssimos
Hero, desde 1990 na charmosa Via Aretina, em Floren-
da antropologia, como “não-lugar”, “nômade urbano”,
ça, exibe portfólio com mais de uma centena de obras,
mundo-espelho” e “sensorialidade”, a fim de proclamar
as quais se somam ao seu currículo não menos exten-
o seu “manifesto metropolitano”. Preocupado com a
so: docente em escolas e universidades de Florença,
localização tempo-espaço, recorre à história para fun-
Roma, Milão, Seul, Berlim e Halle, na Alemanha; cura-
damentar seu trabalho, de modo “a vibrar recordações
dor de exposições de arquitetura e design, além de
e a imaginar o futuro”. Ele vivifica os balneários. Afinal,
escritor de livros sobre esses temas. Pluridisciplinar, o
foram os romanos que inventaram os banhos e forja-
Archictetural Hero dedica-se a projeto, execução, de-
ram o termo spa, como acróstico de Salus Per Aquam,
sign gráfico, de interiores, de exposições e o de produ-
saúde pela água. Os banhos eram lugares para se
tos, com destaque para utilitários projetados por Mi-
entreter, relaxar e descansar, proposições que orienta-
cheli para marcas européias consagradas. Talento e
ram o resgate do San Ranieri Hotel (século XIX), em
versatilidade que resultaram em muitos prêmios para o
Pisa, no qual Micheli assina os interiores e Beniamino
Abaixo, os quar tos fazem dos hós pe des pro ta go nistas de um enre do entre passa do e futu ro. O dese nho da cabe cei ra da cama, de aço inox tu bu lar, rea pa re ce na ban ca da de mate rial sinté ti co e na estru tu ra espe lha da que desce do teto às pare des e abriga a TV de plas ma. Far ta organza nas cor ti nas suavi zam as mar cantes angu la ções do ambiente Fotos Jürgen Eheim
ARC DESIGN
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Fotos S.M.A.H.
Nesta pági na, a casa dos Mascioni, onde o bran co garan te arti cu la ção ló gi ca, in te gra ção fun cio nal aos ambien tes e atmos fe ra inti mis ta. Na página ao lado, o setor de SPA do histó ri co New York Palace, em Buda peste, do mi na do por for mas orgâ ni cas nas pare des de gesso e resi na, e por destaques co mo os pu xa do res em aço nas por tas. Recursos téc ni cos brin cam com os sen ti dos por meio de cores, sons, per fu mes, jogos de luz e som bra e outros efei tos dra má ti cos
Cristofani com Salvatore Re, os exteriores. Quando se atenta à criação de atmosferas fluidas, que ajudam o histórico a dialogar com o atual, exalta-se o trabalho de iluminação realizado no New York Palace Hotel, em Budapeste, e o uso de materiais tecnológicos no Lounge Bar do Hotel Aurora, em Merano, dois edifícios centenários. Mas é nas residências que Micheli destaca o papel do arquiteto enquanto “solucionador de problemas psicofuncionais”, projetando não só em “metros cúbicos e quadrados”, mas em “metros poéticos e estimulantes”, como na casa milanesa de Simona e Carlo Mascioni. Não é por acaso que a maioria de seus prêmios tenha conexões com “lugares ou não-lugares”
o terreno ideal para “experimentações diversas”, capazes de despertar as emoções e as vivências do “nômade metropolitano”. ❉
Fotos Vicenzo Milione
de entretenimento. Para Micheli, áreas de lazer são
UMA CAIXA DE SURPRESAS Imaginada por um casal de arquitetos como a moradia ideal, a Casa X, nas proximidades de Quito, no Equador, abusa do experimentalismo. Mescla conceitos modernistas com tradições regionais e, sem medo de se exibir, aposta na transparência quase total para se integrar à paisagem da Cordilheira dos Andes Carine Portela / Fotos Sebastián Crespo
A Casa X foi con ce bida a par tir de solu ções estru tu rais modu la res: o esque le to é uma gran de caixa metá li ca, apoia da sobre ele mentos de con cre to. O revesti mento mistu ra pai néis de vidro, cha pas de com pen sa do de madei ra e pla cas de poli car bo nato
Quando os primeiros traços do que hoje é a Casa X
Quando se viram diante de um terreno em La Tola, no
começaram a surgir nas pranchetas dos arquitetos
Vale de Tumbaco, não muito longe da capital, percebe-
equatorianos Adrian Moreno Núñez e Maria Samanie-
ram que poucos lugares no mundo combinariam tanto
go Ponce, eles eram recém-casados, com muitos planos
com a casa de vidro imaginada. No povoado quase de-
na cabeça, mas poucos recursos para concretizá-los.
serto, os únicos limites espaciais da residência seriam as
Como não tinham um terreno para construir a residên-
montanhas nevadas da Cordilheira dos Andes.
cia, começaram a imaginá-la básica, com linhas que se
Do projeto concebido no início do casamento ao execu-
encaixariam tanto nas movimentadas ruas de Quito,
tado três anos depois, quase nada mudou: além da in-
quanto nos vales tranquilos que envolvem a cidade.
clusão de um quarto para a filha, que havia nascido há
A quatro mãos, eles misturaram conceitos e combina-
pouco, foram necessários apenas alguns ajustes para
ram perspectivas para chegar ao desenho final do que
encaixá-lo ao lote, de acordo com as condições especí-
seria a moradia perfeita: uma caixa aberta, com ares
ficas de orientação, solo e dimensão.
geométricos e, essencialmente, livre de excessos. A ins-
A planta segue uma distribuição clássica da arquitetura
piração formal veio do artista plástico norte-americano
espanhola, com as áreas íntima e social separadas em
Donald Judd, um dos pais do minimalismo da segunda
duas zonas distintas, e dispostas em torno de um pátio
metade do século 20.
central, que é o coração da casa. A área de serviço, na
O jogo de trans pa rên cia e opa ci da de abre a vista para a pai sa gem, ao mesmo tempo que ofe re ce pri va ci da de aos mora do res. Na face leste (acima), o poli car bo na to pro te ge con tra a inci dên cia solar. Na face oeste (abai xo), o vidro con vi da os olha res curio sos a passear pelo inte rior da casa. À noite, a lumi no tec nia trans for ma a cons tru ção em dese nho cubista
Espaços vazios, pé-direito duplo, linhas retas, cores neu tras: a in fluên cia mini ma lis ta vem do artis ta plás ti co norte-ame ri ca no Donald Judd, um dos maio res nomes do movi mento
face leste, ganhou proteção extra contra a forte incidência solar, com placas de policarbonato. A estrutura, criada a partir de soluções modulares, baseia-se em um esqueleto metálico apoiado sobre elementos de concreto e revestido, nas laterais, por compensados de madeira. Dessa forma, cria-se um jogo de abre-e-fecha, esconde-e-mostra, que proporciona o mínimo de privacidade desejada pelos moradores, sem prescindir da sensação de amplitude e liberdade oferecida pelas paredes transparentes. Hoje, além da casa, Adrian Moreno e Maria Samaniego compartilham um dos mais importantes e premiados escritórios do Equador, o Arquitetura X, responsável ainda pela implantação da DOCOMOMO no país (Associação Internacional de Preservação das Criações do Movimento Moderno na Arquitetura e no Urbanismo). ❉ 5 ARC DESIGN
Tom Bisig
CAFÉ NOS ALPES
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Tom Bisig
A Cafeteria Kirsch Garten, em Basel, Suíça, é a integração de uma lanchonete a um lobby já existente em universidade no centro da cidade. A proposta do escritório HHF, criado em 2003 por Tilo Herlach, Simon Hartmann e Simon Frommenwiler, era projetar algo que não interferisse na linha arquitetônica da faculdade – antiga e assinada por Hans Bernoulli, importante arquiteto do país. Aliás, a única exigência do cliente era a não-interferência no projeto e, caso necessário, a possibilidade de retirar a lanchonete sem destruir a construção original. Por isso, fitas de madeira foram encaixadas no antigo teto e colocadas nas paredes e no piso existente, descendo pela escada e chegando até o jardim frontal para integrar o interior ao terraço externo, onde mesas e cadeiras acomodam os clientes. A fachada de vidro, que é quase invisível, funciona como uma barreira térmica e permite que a aparência do edifício, com suas colunas estreitas, permaneça inalterada. www.hhf.ch
APARTAMENTOS MODU LA RES As pecinhas modulares de um dos jogos eletrônicos mais viciantes de todos os tempos ser viram de inspiração para o conjunto de apartamentos Tetris, em Ljubljana, Eslovênia. Concepção da dupla Rok Oman e Spela Vide, do Estúdio Ofis, as fachadas dos prédios exibem coloridos janelões frontais, encaixados em ziguezague vertical. Entregues no final de 2007, serão vendidos a preços nada camaradas – 1.200 euros o metro quadrado. Entretanto, o Fundo Imobiliário Esloveno comprou os direitos de reprodução e, logo, pretende construir prédios populares baseados nesse projeto. Por enquanto, o imenso quebra-cabeças é composto por 650 apartamentos, que variam entre 35 e 103 m2. Como a orientação do prédio é voltada para uma avenida movimentada, as varandas possuem janelas com 30 graus de inclinação, o que garante mais conforto acústico. Outra vantagem é que apenas as paredes que separam os apartamentos são estruturais, o que permite maior flexibilidade na criação de ambientes. www.ofis-a.si
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NOVAS LUZES NA MUSEUM
Fotos Beto Consorte
As 300 cúpulas de abajur, instaladas repetidamente nas paredes, em conduítes de aço galvanizado, dão o tom à nova Museum – restaurante e casa noturna no bairro do Brooklin, em São Paulo. A estrutura de iluminação é o elemento principal da reforma da casa, chefiada por Flavio Miranda, do Triptyque, um dos mais promissores escritórios de arquitetura da nova geração, formado pela paulista Carolina Bueno e pelos franceses Greg Bousquet, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli. O dispositivo ocupa grande parte do volume que caracteriza a Museum, criando inclusive uma espécie de teto fictício para a sala do restaurante – além, é claro, de proporcionar um jogo visual que ilumina todos os ambientes. Mas as novidades não param aí. O escritório também determinou uma reformulação de elementos já existentes na casa, como a criação de espaços para lounges e uma inter venção radical no elevador, que deu ao equipamento luzes neon e revestimento em vermelho. As paredes e os pilares, antes com madeira, receberam esmalte chumbo, enquanto a cabine de DJ ganhou outra implantação – será equipada com novo sistema de som e de iluminação cênica. Em todos os ambientes, vibram as cores e o clima quente. Museum: Rua James Joule, 65. www.triptyque.com.br
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SALÃO DE ESCRITÓRIOS 2008, MILÃO
TRABALHADORES
DO CONHECIMENTO As mudanças anunciadas para os ambientes de trabalho encontram-se hoje mais na teoria e nos conceitos do que, propriamente, na inovação tecnológica ou formal. O que parece lógico, pois nosso pensamento caminha com muito mais velocidade do que as exigências cotidianas da indústria. Mas, “não mudar, não é uma opção”, afirma Iain Murray, consultor em Facility Management do SMC Group, Londres, primeiro conferencista da mesa-redonda “Escritórios e Espaços de Trabalho para os Trabalhadores do Conhecimento”, no Fórum Designing Designers realizado durante o Salão de Escritórios, Milão, 2008 Maria Helena Estrada
Detalhe de uma sala de redação do novo prédio do NY Times, de Renzo Piano: “ambiente estimulante para novas idéias ou cadeia de montagem industrial?”, questiona Domenico De Masi. Mobiliário da empresa Unifor
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Acima, mesa Sense da Herman Miller, design do escritório suiço de Daniel Korb. À direita, The New Gaudi, cria da em 2007 e um dos últi mos pro je tos de Vico Ma gistretti, é uma relei tu ra de sua cadei ra Gaudi (1970). Produção Heller
64 ARC DESIGN
Um debate interessante, tendo como tema as novas ins-
veis escritórios ou fábricas de séculos passados, à
talações da sede do New York Times, aconteceu entre
monotonia cromática, para a produção de informa-
o diretor-geral da Unifor, Gianfranco Marinelli, e o fa-
ções atuais e velozes?
moso sociólogo italiano Domenico De Masi. Projeto do
O projeto de um escritório de bens imateriais ainda é
arquiteto Renzo Piano, o novo marco da cidade, com
pensado como se o trabalho fosse tudo na vida – e hoje
seus 52 andares em vidro transparente, aço e cerâmica,
se sabe que não é.
é aberto, transparente, permeável.
De acordo com De Masi são três os tipos de escritório
Gianfranco Marinelli mostrou o projeto de interiores do
existentes hoje: o primeiro, o velho, como o do NY Times
novo prédio da editora, onde trabalham 3.500 funcioná-
(onde a Unifor é apenas a executora), por ser destinado a
rios, e a verdadeira batalha travada com concorrentes
um trabalho criativo pensado como tradicional, sendo es-
como as empresas Vitra e Knoll.
se o erro do projeto; o segundo, o escritório estaciona-
Para dar uma idéia de grandeza das instalações dessa
mento, que permite trabalhar em casa ou buscar idéias
nova estrela de Times Square que, nos andares dedica-
na rua, em um mix de trabalho e vida; e, finalmente, o es-
dos à redação, maximiza as superfícies de trabalho e os
critório comunitário, com momentos de ócio ou lazer, que
espaços para arquivo de documentos, basta dizer que fo-
permite a dimensão do convívio. “Estamos na época dois,
ram utilizados 80 mil metros quadrados de madeira ce-
com a mentalidade da época um”, arremata De Masi.
rejeira na cor natural! Além do mais, conseguiu-se que
E na feira e mostras paralelas, o que foi apresentado?
todos os tampos tivessem a mesma coloração e veios!
Um belo espetáculo da empresa Tecno em sua nova
Espaço para os trabalhadores do conhecimento ou li-
sede no “caselli” de Porta Garibaldi, onde privilegiava as
nha de montagem industrial? O que justifica, pergun-
salas de reunião; pequenas e úteis soluções inteligen-
ta De Masi, uma proposta que remete aos interminá-
tes da Danese; a nova cadeira de Konstantin Grcic.
Acima, ambiente ideal para os “trabalhadores do conhecimento”, Xarxa, design Martì Guixè para a Danese. Cinco almofadas em materiais ecosustentáveis, com densidades e acabamentos diferentes, pensadas para momentos de trabalho, de relax, de vida. Abaixo, à direita, cadeira Myto, design Konstantin Grcic para a Plank, em material desenvol vido pela Basf
Mas a idéia que transparece, com força, em 2008, é a de rever, re-vestir, atualizar antigos clássicos do design. Os produtos apresentados pela Tecno são um perfeito exemplo do que acontece hoje no mercado europeu. Piero Lissone, diretor de arte da empresa, propõe “uma limpeza formal, um ‘restyling’ coerente”, ou seja, as mesas Nomos, de Foster, têm agora as versões em branco ou em preto; o sistema Extra Dry de Bellini ganha novas proporções; a poltroninha Tlinkit de Gae Aulenti se apresenta com maior vivacidade cromática. Pouco, não acham? A Herman Miller apresentou em primeira visão a mesa Sense. Uma obra de engenharia, que simplifica seu uso por meio de conexões e detalhes inteligentes e introduz o conceito “plug + play”. Aguardemos sua presença no mercado brasileiro. Um lançamento digno de nota, talvez o mais interessante de todo o Salão? A cadeira “bi sex” Myto, design Konstantin Grcic para a Plank, que utiliza o Ultradur High Speed, novo material plástico da Basf. O minimalismo na exata medida de Grcic e uma delicada beleza. ❉ 65 ARC DESIGN
Acima, dois ambientes do novo show-room da Tecno, com a poltrona PS 142, design Eugenio Gerli, 1966 (à esquerda) e a mesa Nomos, design Foster (à direita), ambas “re vi sita das”. Ao lado, Nine-O, últi ma cadei ra dese nha da por Ettore Sot tsass. Releitura da 1006 Navy Chair, esta total mente em alu mí nio e pro je ta da para os sub ma ri nos duran te a Segunda Guerra, é pro du zi da pela Emeco desde 1944. Sottsass lhe deu cor, confor to e novas medidas, mais generosas, para uma nova população. No alto, luminária Neutra, design Ferruccio Laviani, produção Kartell
DESIGNING DESIGNERS 2008 – 9ª edição Iniciativa Cosmit, organizada pela Fondazione Cosmit Eventi, e promovida pela Faculdade de Design do Politécnico de Milão e pela Federlegno Arredo, constou de mesa-redonda moderada por Rodrigo Rodriquez, com o tema “Escritórios e locais de trabalho para os trabalhadores do conhecimento”, além de apresentações de universidades de diversos países 66 ARC DESIGN
Ri-Piego
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Paolo Pellion
Ri-Piegalta
Produto licenciado
Rua Aspicuelta, 145
Vila Madalena Fone: 11 3097 9344
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AMBIENTES DE TRABALHO
NOVAS PROPOSTAS NO BRASIL Qualidade, pesquisa, adequação. A feira Office Solution – e o próprio mercado – mostram que muitas empresas no Brasil se mantêm atualizadas, projetam e produzem boas estações de trabalho, adequando-se às novas modalidades de atuação nos escritórios. Quanto às cadeiras, vemos a importação do produto acabado, ou apenas desenvolvido no Brasil, assimilando novas tecnologias. Ao primeiro olhar, chama a atenção a similaridade de soluções apresentadas e a pouca inovação funcional... mas não apenas no Brasil Rita Cursi
ERGONOMICAMENTE COR RE TA A Giroflex propõe a cadeira 757 (acima), um sucesso de design e ergonomia. Conhecimento científico e know-how do Instituto Federal Suíço, em Zurique, permitiram desenvolver o Dynamicmove, diferencial técnico que proporciona à peça mecanismos sincronizados aos movimentos do usuário, além de várias funções especiais, como reclinação em ângu lo de 30 graus. Giroflex: (11) 3031 4111. www.giroflex.com.br
FLEXÍVEIS E FUN CIO NAIS As mesas lineares Planos, da Forma, oferecem vantagens para modernos ambientes corporativos. Com capacidade para acomodar diferentes equipamentos, são compostas por módulos conectados em linha por uma estrutura de aço, divisórias, calha para passagem de cabos, além de tampo basculante que oculta tomadas. Forma: (11) 4788 8000. www.forma.com.br
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A luminária Leaf, de Yves Béhar para a Herman Miller, se destaca por suaves linhas orgânicas. Tem comando de toque que alterna luzes quentes e frias, per mitindo ao usuá rio escolher a intensidade de cor e luz mais adequada à sua posição. As lâminas superiores e inferiores são ajustáveis para oferecer iluminação dirigida. Herman Miller: (11) 3049 3055. www.hermanmiller.com
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LUZ DIRE CIO NA DA
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A luminária de leitura Oy-Galileo, assinada pelo designer Giancarlo Fassina, é o lançamento da La Lampe. Totalmente articulável e com design moderno e sofisticado, esta peça é composta por estrutura em alumínio cromado e cúpula em policarbonato transparente. Seu conjunto garante praticidade de uso e beleza ao ambiente. La Lampe: (11) 3069 3949. www.lalampe.com.br
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VERSÃO FASHION Cadeira Charles Eames com estrutura em alumínio, um clássico da década de 1950 e um produto que jamais saiu de linha, é apresentada agora pela Teperman em versão “fashion”. Estampas criadas pelo artista plástico Luiz Mendes, em cinco versões diferentes, com o tema Amazônia. Teperman: (11) 5103 0072. www.teperman.com.br
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JÓIA EM MOVIMENTO Brasileiros com reconhecimento internacional, H.Stern e Grupo Corpo unem seus talentos em torno de uma nova coleção de jóias, que faz das várias expressões artísticas instrumento de valorização do design por meio da ampliação da experiência sensorial
72 ARC DESIGN
“As leituras feitas pela H. Stern têm, a meu ver, um desenho extremamente contemporâneo, com movimento e leveza que, nesse caso, são fundamentais” Paulo Pederneiras, diretor artístico do Grupo Corpo
“O Grupo Corpo e a H. Stern investem numa identidade sem ‘bandeiras’, sem exotismo. Tudo feito com nossa ‘ginga’, explorando nosso jeito intuitivo, criativo” Roberto Stern, presidente e diretor de criação da joalheria
Foram cinco anos de trabalho. Juntos, designers da
rir mobilidade, elas são confecciona-
H. Stern e membros do Grupo Corpo uniram suas per-
das com pedras preciosas – mono-
cepções artísticas para criar uma obra em comum – e
cromáticas, de suaves dégradés
incomum – que resultou na nova coleção da marca brasi-
ou em, no máximo, duas cores – e
leira de jóias, a Grupo Corpo. São 63 peças divididas em
em ouro texturizado, referência
dez linhas nomeadas pelos vários espetáculos montados
aos elementos orgânicos, à superfície
desde 1992, todos inspirados no gestual, nas idéias e nos
da pele do corpo e aos figurinos, segunda
movimentos celebrados pela companhia mineira de dan-
pele do Corpo. Na conceituação, as raízes brasileiras,
ça. Uma imersão profunda no universo de cada balé,
com menções sutis ao barroco mineiro, à força das cul-
desde a sua concepção criativa até a apresentação nos
turas africana e indígena, à saga sertaneja, aos confli-
palcos, em dinâmica inédita para as equipes da H. Stern,
tos humanos que eclodem na vida urbana e à exube-
geralmente cuidadosas à exposição excessiva a outras
rância da nossa natureza. Uma experiência original
linguagens para preservar sua própria expressão. Ao
e bem-sucedida, que merece aplausos aos seus muitos
contrário, aqui a proposta era impregnar-se da leveza,
protagonistas e a esperança de um bis para breve. ❉
fluidez e sensualidade próprias da dança, elaborando peças de rara beleza que parecem flutuar sobre corpos femininos. Marcadamente tridimensional a fim de suge-
As jóias e sua ins pi ra ção: no alto das páginas, anéis ins pi ra dos no balé Lecuona e brin cos do espe tá cu lo Bach; abai xo, a par tir da direita, cria dor e cria tu ra: O Corpo; Onqotô; Nazareth, Bach nova men te e Balé 21
73 ARC DESIGN
LOUCOS POR DESIGN Italiano, há sete anos no Brasil, Stefano Zunino mostrou, quando nos conhecemos, tamanha admiração pelo design de vanguarda que foi ele quem inspirou a criação do termo “Loucos por Design”. Presidente da agência de publicidade JWT Brasil, importou da Vitra, Alemanha, todo o mobiliário, da direção à Sala do Pensamento, aos escritórios Maria Maria Helena Helena Estrada Estrada // Fotos Fotos Nelson Nelson Aguilar Aguilar
Na página ao lado, Stefano Zunino na Sala do Pensamento da JWT. Em primeiro plano Heart Cone Chair, de Verner Panton (1959), painéis Algue, de Ronan e Erwan Bouroullec e tapete da Arte Universale, criação Stella Ber taso. Ao fundo, mesa Joyn Single Bench dos irmãos Bouroullec, com cadeiras design Maar ten Van Severen; luminárias de Ricardo Heder para a Reka, Brasil, e cadeira Amoebe, de Panton (1970). Todos os móveis per tencem à coleção Vitra. À direita, hall de entrada da agência, com cadeira Favela e painel, design Campana. Abaixo, de Satyendra Pakhalé, cadeira Fish, da Cappellini
ARC DeSign – Como come çou esta sua aten ção ao design? StefAno Zunino – Sou italiano, então, gosto da beleza. Desde
pequeno sempre vi, conheci, dos móveis da Knoll a Castiglioni, me encantei com a coleção I Maestri, que reeditou Le Corbusier, Mackintosh, Rietveld. Nos tempos de minha juventude não era possível ignorar o que acontecia, a nova estética que se apresentava sob a forma de objetos, de mobiliário. AD – Você refor mou toda a Thompson, deu a ela o “for ma to” de
um escritório voltado para o trabalho criativo e trouxe o que de
Hella Jonguerius, Marcel Wanders. Há no design internacional
melhor existe no design internacional. Qual a razão?
uma qualidade nos detalhes que é difícil encontrar por aqui.
SZ – Gosto muito de estar em ambientes bonitos. É um prazer
Mas o Brasil tem grandes oportunidades neste momento, me
sensual, sensorial. Nada a ver com status ou luxo, é pura
parece que precisa apenas ter a cabeça mais livre, não pen-
comunicação. O design contribui para mudar nosso estado de
sar imediatamente nos aspectos comerciais.
espírito. Por exemplo, estive em Madri no Puerta Madri, um moderno hotel design. Em 10 minutos minha sensação era de
AD – E de quais desig ners você não gosta?
completa claustrofobia, o ambiente era agressivo.
SZ – Philippe Starck atual. Enzo Mari quando se apega demais
a ideologias. Creio que certos designers em um dado momenAD – Em que o design con tri bui para o melhor desem pe nho da
to deveriam parar, porque o difícil é continuar com consistên-
empresa?
cia. Outros são tentados pelo marketing pessoal, como Karim
SZ – Primeiro, vamos às razões ligadas à ergonomia, ao con-
Rashid, que deveria seguir desenhando sapatos. Com raras ex-
forto físico, Depois, em uma empresa que lida com valores ima-
ceções como Foster, também me desagrada o resultado das
teriais, com a criação, a estética é fundamental. Como dizia
incursões de arquitetos no mundo do design.
Oscar Wilde, “o pior crime é o crime estético”. Mas além da decoração, houve o cuidado, por exemplo, com a insonorização,
AD – Qual a últi ma peça que você encon trou na habi tual
como nesta sala, que chamamos de “Sala do Pensamento”.
“garimpagem”? SZ – Um tapete da Desso, em dralon, dos anos 1960. ❉
AD – Quais os seus desig ners de elei ção, ou a déca da de sua
preferência, em termos estéticos? SZ – Não me detenho em uma escola ou estilo, gosto de
peças específicas. No Brasil encontrei grande afinidade com Fernando e Humberto Campana, dos quais tenho várias peças exclusivas na agência e em minha casa. Gosto dos móveis criados por Sergio Rodrigues e Carlos Motta, aqueles dos anos 1950, 1960. No design internacional me agradam os irmãos Bouroullec, os produtos da Cappellini, 75 ARC DESIGN
Quadrifoglio Editora Roma Editora, Projetos de Marketing Ltda.
Apoio:
Diretoria Maria Helena Estrada Cristiano Barata Fernanda Sarmento
Apoio Institucional: REDAÇÃO Editora Geral Maria Helena Estrada Chefe de Redação Cristina Teixeira Duarte Revisora Jô A. Santucci
ARTE Projeto Gráfico Fernanda Sarmento
ARC DESIGN Rua Lisboa, 493 – CEP 05413 000 São Paulo – SP
Editora de Arte Betina Hakim
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Designer Ana Beatriz Avolio Estagiário Thomas Yuba Produtor Gráfico Mario Rayel Participaram desta Edição Camila Vasconcellos Carine Portela Ledy Valporto Leal Maria Fernanda Guimarães Nelson Aguilar Rita Curci
Assinaturas assinatura@arcdesign.com.br Arte arte@arcdesign.com.br Editora mh@arcdesign.com.br Redação editora@arcdesign.com.br redacao@arcdesign.com.br
Comercial e Marketing Cristiano Barata Bruna Lazarini
Marketing cbarata@arcdesign.com.br
Publicidade Christiane de Almeida Sandra Pantarotto
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Circulação e Assinaturas Lívia Sinkovits Carmem Lúcia Madalosso Conselho Consultivo Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta; arquiteto Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia; Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de ARC DE SIGN para assuntos internacionais Pré-impressão Cantadori Impressão IBEP Distribuição Nacional Fernando Chinaglia Distribuidora S/A
Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. Cromos e demais materiais recebidos para publicação, sem solicitação prévia de ARC DESIGN, não serão devolvidos.
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leitura
CIDADES VIVAS, VIVA AS CIDADES! CRÔNICAS SOBRE ARQUITETURA E URBANISMO O consagrado arquiteto Sergio Teperman mostra como a arquitetura influencia o bem-estar do ser humano, sua cultura e a vida nas cidades. O livro é uma coletânea de tex tos escritos para diversos veículos de comunicação, nos últimos 20 anos, por este especialista em projetos públicos e de empresas privadas. Prefácio de Celson Ming, fotos de Nelson Kon. Autor: Sergio Teperman; Editora: Senac São Paulo; Páginas: 352; Formato: 16 x 23 cm
ARQUITECTURAS DO COTIDIANO A OBRA DE RIBAS ARQUITECTOS 1960-2007
BRAZILIAN DESIGN PROFILE
A produção do escritório de arquitetura Ribas y Cia (Francisco Ribas y José Luis Cia), fundado no início de 1960, em Barcelona. Sua história, o conjunto da obra e a contribuição na consolidação da moderna arquitetura catalã da segunda metade do século 20. Autor: Marcio Cotrim; Editora: Romano Guerra Editora; Páginas: 120, brochura, ilustrado, colorido, fotos e plantas; Formato: 22,5 x 22,5 cm, versões em por tuguês e espanhol
Anuário traz um perfil dos associados da Abedesign (Associação Brasileira de Empresas de Design), ligados a diversas modalidades de design gráfico, de produtos, embalagens e itens para exportação. A publicação focaliza estrutura operacional, produtos e ser viços de 800 empresas para divulgação no Brasil e no exterior. Autor: Abedesign; Editora: Blucher; Páginas: 156, colorido; Formato: 21 x 24 cm, edição trilíngue em português, inglês, espanhol
O EFÊMERO E O PARÓDICO
LUKÁCS E A AR QUI TE TU RA
CRÔNICAS E ENSAIOS SOBRE DESIGN
Arquiteto e pro fe s sor, Juarez Duayer faz aná li se mi nucio sa das reflexões de Georg Lu kács (1885-1971) sobre a ar quite tu ra inserida em sua es tética. Com domí nio segu ro da obra do filó so fo húnga ro e fluidez na ex po si ção de idéias, o autor ava lia o complexo es té tico que envol ve a arquite tu ra enquanto for ma de repro du ção da so ciedade. Au tor: Juarez Duayer; Editora: UFF (Uni versi da de Fe deral Flu mi nen se); Pá gi nas: 191; For mato: 14 x 21 cm
Coletânea de ensaios cur tos. Fala de design gráfico e industrial a par tir de anotações visuais e escritas do autor, que é designer e professor. O livro enfatiza a necessidade da boa formação dos novos profissionais e traz ainda 18 car tazes concebidos para as comunicações de eventos da Universidade Anhembi-Morumbi. Autor: Cláudio Ferlauto (Coleção Tex tos Design); Editora: Edições Rosari; Páginas: 96, brochura, ilustrado, cor e P&B; Formato: 12 x 19,5 cm
REGISTRO Na entrevista com Norberto “Lelé” Chamma, publicada na edição nº 59 da ARC DESIGN, o fotógrafo responsável pelas imagens que mostram o processo de sinalização do Senac é Fabio Okamoto (página 55)
COMO ENCONTRAR
SEMANA DO DESIGN, MILÃO
Thomas Eyck www.thomaseyck.com
ENTRE VISTA
ECLETISMO: PARA O BEM E PARA O MAL Alessi www.alessi.com
Tom Dixon www.tomdixon.net
Roberto Negrete www.rober tonegrete.com.br
Artek www.artek.fi
Turkish Marble federica.paleari@attila.it
HIPER CON TEM PORÂNEO
bd Barcelona www.bdbarcelona.com
Van Egmond www.brandvanegmond.nl
Bla Station www.blastation.se
Casa Matriz www.casamatriz.com.br Covo www.covo.com Cienporciento Diseño www.cienporciento.net Danese www.danese.com Driade www.driade.com Edra www.edra.com FAS www.fastrade.com.br Heller www.helleronline.com Ingo Maurer www.ingo-maurer.com Kartell www.kar tell.it
Simone Micheli www.simonemicheli.com
UMA CAIX A DE SUR PRE SAS INCAN DES CEN TES EM CHE QUE
Cappellini www.cappellini.it
ROBER TO NEGRE TE
Guinter Parschalk www.studioix.com.br
Arquitectura X Adrian Moreno Núñez e Maria Samaniego Ponce www.arquitecturax.com
SUS TEN TA BI LI DA DE S.A. Aflalo & Gasperini Arquitetos www.aflaloegasperini.com.br Dante Della Manna Arquitetura www.dmanna.com.br Deca www.deca.com.br Docol www.docol.com.br Haworth www.haworth.com InterfaceFLOR www.inter faceflor.com.br LG Eletronics br.lge.com Philips www.philips.com.br SustentaX www.sustentax.com.br
SALÃO DE ESCRITÓRIOS 2008, MILÃO
TRABALHADORES DO CONHECIMENTO Danese www.danese.com Designing Desiners www.cosmit.it Emeco www.emeco.net Herman Miller www.hermanmiller.com Kartell www.kar tell.it Offecct www.offecct.se Plank www.plank.it Tecno www.tecnospa.com AMBIENTES DE TRABALHO
Moooi www.moooi.com
NOVAS PRO POS TAS NO BRA SIL ENSINO DE DESIGN NO BRASIL
QUAL A FORMAÇÃO DO DESIGNER?
Flex Eventos Ltda. comercial@flexeventos.com.br
Nani Marquina www.nanimarquina.com
Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro www.puc-rio.br
JÓIA EM MOVIMENTO
Spain Playtime www.spain-playtime.com
Universidade Anhembi-Morumbi www.anhembi.br
Stone Designs www.stone-dsgns.com
Universidade Positivo www.posup.com.br
Moroso www.moroso.it
H.Stern www.hstern.com.br
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www.mackenzie.br
Cientistas
Benjamin Franklin
Diplomatas
Jornalistas
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