R$ 18.00 2008 Nº 63 ROMA EDITORA
ARC DESIGN
Nº 63
2008
REVISTA DE DESIGN ARQUITETURA SUSTENTABILIDADE INOVAÇÃO
BIENAL DE ARQUITETURA, VENEZA PROMOSEDIA RECICLADA, UDINE DAS CADEIRAS SURGE A MODA DESIGN ECOLÓGICO, BRASIL BIENAL DE DESIGN, BRASÍLIA ARQUITETURA: VAINER E PAOLIELLO
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Os: BLACK YELLOW MAGENTA CYAN
Operador: Claudio/Ballassa
Se o mundo em geral se sente perdido, tentem imaginar o pequeno mundo do design. Do artesanato a baixo custo à nova onda do design/arte, que alcança preços estratosféricos, sempre estimulada pela feira Miami/Basel e galerias de luxo, tudo é permitido. E bem recebido. A revista italiana Domus, com seus 80 anos de tradição, adota fundos de página cor-de-rosa (!) – que nós “imitamos”, para entrar na brincadeira. O curador da Bienal de Arquitetura de Veneza, Aaron Betsky, não pede prédios, mas sugestões para novos modos de morar e de viver. A Bienal de Brasília, bem articulada, com talhos de grande interesse como a mostra do artista/designer Sambonet, apesar do esforço de seus curadores, não encontra o novo. Praticamente todos os produtos expostos já foram publicados por ARC DESIGN ao longo dos últimos anos. Destacam-se, no entanto, os equipamentos hospitalares do hospital Sarah, Brasília. O que nos leva a novas conjecturas. O cenário que temos visto no Brasil, por razões que tentaremos explorar nas próximas edições, está se deslocando do que se convencionou chamar design e centrando seu ponto de força no desenho industrial. Os empresários despertam, os profissionais já se encontram mais capacitados. Fato significativo é a Fiat ser o maior patrocinador da Bienal, expondo um carro totalmente projetado e produzido no Brasil. Esperamos que seja o início de uma nova realidade. Esta edição apresenta um universo de boas idéias de consumo e analisa os acontecimentos importantes na arquitetura e no design neste final de ano – Bienal de Veneza, Bienal de Brasília, a feira italiana Promosedia, o prêmio A CASA para o artesanato, uma coleção de natureza bastante original incentivada pela empresa Vale, além da indústria brasileira de ponta, representada pela Melissa com Zaha Hadid e Campana. Vale repensar em que país, em que século, vivemos.
Maria Helena Estrada Editora
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EXPERIÊNCIA DESIGN – CABANOS
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Da Redação
DESIGN DO MOVIMENTO
Julia Garcez
Da Redação
O OBJETO BRASILEIRO PREMIADO
Maria Helena Estrada
DESIGN, DECLINADO COM RIGOR E HUMOR
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49
design internacional
design brasileiro
investindo em design
sustentAção
Alessi, uma empresa como não se cria mais hoje. Coleção de objetos utilitários de grandes mestres, coleção para público jovem, qualidade total. Fundada nos anos 1930, passou por atualizações e pela incorporação de novos con ceitos. Agora chega, completa, ao Brasil, na Benedixt
A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, de Renata Mellão, faz a primeira edição do Prêmio Objeto Brasileiro, iniciativa que pretende estimular a produção resultante da união entre design e artesanato. É a busca de identidade própria e de uma expressão genuinamente brasileira para os nossos móveis, utilitários, acessórios decorativos e adereços pessoais
Marca premium da Grendene, a Melissa se aproxima dos 30 anos como símbolo de ousadia e atitude. Aposta no inovador e em parcerias de peso no campo do design, que impulsionam o sucesso dos produtos
Dando continuidade ao projeto Experiência Design, Carlos Alcantarino apresenta o Experiência Design – Cabanos, em que artesãos cooperados, sob a orientação de seis estúdios de design, criam objetos com madeira e borracha recicladas
capa
14
PARA ALÉM DO TEMPO PRESENTE Julia Garcez REVISTA DE DESIGN ARQUITETURA SUSTENTABILIDADE INOVAÇÃO
Conceitual e abstrata, a 11ª Bienal de Arquitetura de Veneza propõe abordagem huma nista
nº 63, outubro 2008
Na capa, insta lação The Evening Line, em alu mí nio cor tado a laser, dos arquite tos norteamerica nos Aranda/Lasch com o artista plástico Matthew Ritchie Imagem: Matthew Ritchie Stud
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Cristina Teixeira Duarte
ARQUITETOS BRASILEIROS BRILHAM EM LONDRES
ARQUITETURA DA LIBERDADE
62
Cristina Teixeira Duarte
INTEGRAÇÃO COM ESTILO
Da Redação
TRAÇO DE VALOR
Cristina Teixeira Duarte
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design e inovação
radiografia de um projeto
marca registrada
arquitetura
O design é uma ferramenta cada vez mais en campada pelas empresas como real necessidade ao fomento dos negócios. Conheça algumas iniciativas que mudaram o per fil de marcas, alavancaram estratégias e valorizaram o trabalho dos profissionais do segmento
Ao conceber este apartamento de ares contemporâneos, a arquiteta Débora Aguiar faz uso da ausência de barreiras visuais e da praticidade dos materiais alternativos para ser atual sem cair no modismo. Surgem espaços amplos e otimizados, que estabelecem agradáveis recantos de convívio sem prescindir da integração pretendida pelos moradores
Os arquitetos André Vainer e Guilherme Paoliello souberam construir uma obra marcadamente autoral e inserida na arquitetura contemporânea. Essa personalidade passa pela hegemonia da função sobre a forma, premissa da dupla, e por uma liberdade criadora que busca simplicidade, boa relação custo-benefício e racionalização de recursos e matérias-primas
Reunindo nomes e entidades de peso do cenário mundial, o concurso internacional de arquitetura London 2008 revelou o talento de seis jovens profissionais brasileiros, que mereceram menção honrosa por sua proposta para uma galeria de arte flutuante em pleno rio Tamisa. Moderna, ousada e absolutamente inusitada
news
6
design internacional PROMOSEDIA: CRITÉRIO E QUALIDADE
TECNOLÓGICO ESPORTIVO VEM POR AÍ
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22 sustentAção
mostras BRASÍLIA, CAPITAL TAMBÉM DO DESIGN
NO CAMINHO CERTO
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leitura
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como encontrar
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universo TRAMAS
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ACERVO INESPERADO No espírito das concept-stores, a Conceito Firma Casa atende a diversos públicos, bolsos e idades, desde que antenados no mundo global. A loja oferece objetos decorativos, utilitários e acessórios pessoais, não raro marcados pela exclusividade e pelo bom desenho. Esta poltrona é uma criação da marca em parceria com a estilista Elisa Lobo, que bordou no revestimento motivos de uma tela de Matisse. Para acompanhar, almofadas com obras de outros mestres. (11) 3068 0380, www.conceitofirmacasa.com.br
DESIGN COMO PRODUTO Há duas décadas, a Charler Casa Design produz objetos exclusivos para decoração em alumínio fundido, resina de poliéster e madeira, todos assinados por equipes próprias ou, ainda, desenvolvidos de forma terceirizada por profissionais autônomos do segmento. Entre os 300 itens já em linha está Teji (33 x 60 cm), do designer Theo Merten. Um centro de mesa de linhas limpas e esculturais, feito em resina nas cores preta, branca, vermelha e âmbar. (11) 3661 9310
EXUBERÂNCIA ORIENTAL A marca Images d’Orient resgata a milenar estética do Oriente e já está na Benedixt. Os motivos que decoram os produtos, entre jogos americanos, porta-copos, descanso de pratos, supor te para talheres, evocam a exuberância ancestral dessa cultura, com ênfase para os arabescos. Mesclados a geometrismos e outras referências estilizadas, criam um conjunto capaz de fazer a diferença na mesa posta ou em inesperadas composições que a imaginação inspirar. Feitos de borracha, resistem ao calor, ao desgaste, são laváveis e impermeáveis. (11) 3081 5606, Acervo ARC DESIGN
www.benedixt.com.br
MAIS DESIGN, MUITO MAIS! Uma nova parceria agita o mercado. Mais Design e Pedro Useche uniram a tecnologia da marca e o talento do designer para produzir com exclusividade grande parte do seu mobiliário. E juntos produzem também dez novas peças, que incluem banco, mesa, poltrona e várias cadeiras. Entre elas, a giratória AC (48 x 54 x 87 cm), com estrutura de aço inox e componentes em couro, que abandona a estética característica dos escritórios e convida ao lúdico, com seu assento em suspensão.
VENTILADOR ILUMINADO
www.maisdesignmoveis.com
Propeller, da Fas, é um veterano que continua atualíssimo. Concebido há 20 anos por Manfred Holf, este ventilador escultural tem público cativo e acaba de chegar para arrebatar admiradores brasileiros. Estrutura única, seu motor em alumínio é visível, ao centro, e a hélice em folhas sintéticas transparentes, concentra as atenções ao expor os mecanismos internos. Propeller tem três velocidades reguláveis e gera ar quente ou frio também a partir do posicionamento das hastes, para cima ou para baixo. (11) 3086 1661, www.fastrade.com.br
EXCLUSIVIDADE DE MILÃO Novidades em design ou clássicos de todos os tempos, mas sempre produtos de ponta. Esse é o diferencial da Montenapoleone, marca atenta aos lançamentos de mercado, que acaba de trazer mais um sucesso da recente edição do Salão do Móvel de Milão: a mesa Dorico, concebida por Enzo Berti para a italiana Bross. Exclusivíssima, a peça tem base em madeira wenge, laqueada em branco ou preto, com opções de tampo quadrado ou circular, em vidro ou car valho. (11) 3083 2300, www.montenapoleone.com.br
SPHAUS BY CASAMATRIZ Em 2004, surge a marca spHaus, sob inspiração do designer milanês Filippo Dell' Orto. Um experimentalista, que se ocupa de explorar os limites de novos materiais, traços puros e funções precisas. Em 2008, chega ao Brasil por meio da Casamatriz, que trouxe a mais recente coleção da marca lançada no Salão do Móvel 2008, Milão. Entre mesas, coffee tables, cadeiras e luminárias está Eero, poltrona projetada por Dell’Orto, com estrutura em poliuretano reforçado por moldura de aço e recoberta em tecidos ou couros da coleção. (11) 3064 6050, www.casamatriz.com.br
WILKHAHN NO BRASIL A Escriba traz com exclusividade os móveis da marca Wilkhahn, reconhecidos pela alta performance, boa ergonomia e design sofisticado. Na primeira remessa aportam a cadeira Neos e o banco Stitz, peça que tão bem representa o atual desenho alemão: atemporal, enxuto, prático e durável. Com regulagem de altura, o banco pode ser ocupado pelo usuário em pé, apoiado ou sentado, enquanto a base, um saco de elastômero preenchido com areia, permite acompanhar os movimentos de quem se senta ou se equilibra. (11) 4788 9255, www.escribanet.com.br
GOURMET FASHION Embora o mobiliário seja uma das excelências de Flávia Pagotti, a designer faz dos acessórios e decorativos um capítulo à parte. Sua criatividade surpreende com projetos como o da linha Adega, um jogo de vasos de acrílico em formatos que remetem a garrafas de vinho, copos e taças. Produzido em quatro cores, o conjunto, ou suas partes, são perfeitos para personalizar copas, cozinhas e espaços gourmets, e podem ser encontrados na loja Zona D. (11) 3773 7337, www.flaviapagottisilva.com
Epigram
Sinta-se em casa. Ou ainda mais confortável do que nela. A longa experiência no mercado e a criatividade da Herman Miller fazem de suas cadeiras para casas e escritórios um sucesso permanente. Especialmente projetadas pelos melhores designers, elas são elegantes, sofisticadas e consideradas verdadeiros objetos de desejo por arquitetos e decoradores. Além disso, sua inovadora tecnologia permite que as cadeiras se adaptem ao corpo do usuário, proporcionando o máximo conforto durante todo o dia. Conheça as cadeiras Herman Miller e descubra por que elas são referência absoluta em todo o mundo.
Mirra® | Adapta-se automaticamente a cada usuário.
Aeron® Com inovador suporte ergonômico, adapta-se ao corpo e proporciona uma postura saudável.
Referência absoluta em design. Para sua casa ou escritório.
Celle™ Garante o máximo conforto, mesmo por longos períodos.
Eames™ Em diferentes modelos, é perfeita para quem procura conforto e requinte em uma cadeira clássica.
Distribuição em todo o Brasil. Tel (11) 3729 9555 www.hermanmiller.com.br
JUSTA HOMENAGEM Roberto Hirth e Fernando Mendes assinam a cadeira Mariante, merecida homenagem ao designer Tulio Mariante por seu incentivo ao design brasileiro e carioca. Ideal para mesas de jan-
DE TUDO UM POUCO
tar ou de trabalho, tem estrutura em peroba mica, assento e
Loja especializada em mó-
encosto em laminado de imbuia e encaixes da marcenaria tra-
veis e acessó rios para a
dicional, o que racionaliza o uso da matéria-prima. Destaque
casa, a Espaço Moveleiro tem
para o sistema de travamento dos pés, com
milhares de itens que reú-
inédita travessa diagonal, garantindo soli-
nem um pouco de tudo em
dez à peça. Disponível na Novo Desenho,
décor e design para os mais
loja do MAM-RJ. (21) 2524 2290,
diversos ambientes. Nacio-
www.novodesenho.com.br
nais, impor tados, assinados, mas sempre de ponta. Estas luminárias marroquinas, por exemplo, podem fazer a diferença em qualquer estilo, com seus motivos étnicos que favorecem um visual mais belo. (11) 3501 9726, www.espacomoveleiro.com.br
BRINCANDO COM FORMAS Eduardo Baroni é uma das jovens promessas do design carioca. Seu mobiliário de linhas simples e originais vai além da funcionalidade para transmitir emoção a quem o vê e usa. A mesa Vortex é um bom exemplo. A peça traz o lúdico ao dispor as ripas de freijó maciço do tampo em angulações que sugerem movimento, num jogo ótico que não prescinde de praticidade e correção formal. O móvel é produzido pela Schuster em dois tamanhos (120 x 120 ou 140 x140 cm) e comercializado na Way Design. (21) 2204 0330, www.eduardobaroni.com
DESIGNERS DO ANO Mais um reconhecimento internacional para o trabalho dos irmãos Campana. A dupla recebe em dezembro, durante o Design Miami, o Design of the Year Award, uma das mais impor tantes premiações do mundo na área de design. “Eles têm Breno Rotatori
um trabalho exuberante e cheio de vida, que incorpora inúmeras referências e abriu por tas para uma nova geração
TESOURO DA HUMANIDADE
de designers”, afirma Ambra Medda, diretora do Design
A mostra Paracas Tesouros Inéditos do Peru Antigo exibe até 2 de
Miami. Mantendo a tradição da mostra, os irmãos vão apre-
novembro, na Galeria de Arte do Sesi, 84 peças da civilização
sentar a instalação Diamantina, concebida exclusivamente
Paracas, a maioria artigos têxteis de caráter fúnebre e religioso.
para a ocasião e que dá continuidade à série Transplastic.
Recentemente restauradas, as peças do Museu Nacional do Peru
www.designmiami.com
têm aqui museografia de Haron Cohen, que elaborou o projeto expográfico e a comunicação visual do evento. O arquiteto dispensou a verticalidade das paredes e dispôs os tecidos com mais de 2 mil anos na horizontal, já que “não podem ser repuxados de forma alguma”, diz Cohen. (11) 3146 7405, www.sesisp.org.br
FORMA DOCE Há 20 anos na estrada, Francisca Junqueira teve suas peças selecionadas para o acer vo da loja do MoMa, NY. Das primeiras a trabalhar com alumínio fundido, a
LUZ ASSINADA Silvia Pierri é a inspiração da paranaense Plano de Luz, que há 20 anos investe no melhor design de iluminação. A light designer consolidou a marca com diversas coleções próprias,
designer logo agregou à confecção de
e agora traz inovações assinadas também por profissionais reno-
objetos e utilitários cimento, madeira e, principalmen-
mados. Caso do arquiteto Paulo Foggiato, autor do abajur Airí, em
te, resina. E estabeleceu tal cumplicidade com o mate-
bambu prensado e alumínio polido. A empresa dispõe de centenas
rial, que hoje ele responde por algumas de suas mais
de itens, entre arandelas, embutidos e luminárias de mesa, chão e
instigantes coleções. Carambola, linha recentemente
teto, desenvolvendo ainda projetos luminotécnicos completos.
lançada, estiliza a fruta tropical e evoca o frescor de seu
(41) 3019 6809, www.planodeluz.com.br
sumo em tons vivazes, mas suaves. (11) 4195 5163, www.franciscajunqueira.com.br
PARA ALÉM DO TEMPO PRESENTE 14 ARC DESIGN
Que tal propor aos arquitetos projetar algo além de casas, pontes ou edifícios, e também encampar uma abordagem mais humanizada da arquitetura, que interaja melhor com quem vai, de fato, utilizar suas criações? Estas são questões centrais na 11ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, em cartaz até o dia 23 de novembro. Com o tema “Lá Fora: Arquitetura além da Construção”, a mostra foge dos tradicionais projetos e maquetes e exibe instalações, manifestos e utopias que mais se assemelham a obras de arte, em oposição às grandes edificações que povoam as cidades. “Com a mostra destacamos algo que deveria ser óbvio: arquitetura não é construção”, afirma o curador Aaron Betsky. “Prédios nada mais são do que uma realidade insuficiente e se transformaram em ‘túmulos’ da arquitetura. São grandes, caros e não se adaptam às exigências da vida moderna” Julia Julia Garcez Garcez
Divulgação Divulgação
Explosão de cores na ins ta la ção “Hall of Fragments”, expos ta no Arsenale. Criada por David Rockwell, Casey Jones e Reed Korloff, a ins ta la ção faz uma cola gem de cenas de fil mes que retra tam cida des e reúne clássi cos do qui la te de “Alphaville”, de Jean-Luc Godard e “A noite”, de Michelangelo Antonioni. No deta lhe, ima gem exter na do Arsenale, o cora ção da mos tra
Roberto Loeb
Guinter Parschalk Roberto Loeb
No pavi lhão do Brasil, o cura dor Roberto Loeb montou uma insta la ção com os depoi mentos de 86 “não arquite tos”. Painéis nas pare des, fo to gra fias e manus critos registram refle xões de anô ni mos e perso na lida des – como o es critor Milton Hatoum e o esti lista Alexandre Her covitch – sobre arquite tu ra. “Quisemos dar voz às pessoas que não são arqui te tas, mas têm seu espa ço, seus sonhos e tam bém par ti ci pam da cons tru ção das cida des”, diz Loeb
16 ARC DESIGN
Divulgação
A mostra idealizada por Aaron Betsky retoma o espírito de uma Bienal ao romper com o enquadramento tradicional da arquitetura e com a visão centrada em projetos, algo “nem sempre fácil de entender”, como pontua o arquiteto Roberto Loeb, curador do pavilhão brasileiro. Em meio aos mais de 300 profissionais e 56 representações nacionais participantes, distribuídos no Arsenale (“coração” da mostra, onde o tema central é trabalhado pelos arquitetos e personalidades convidadas), Destaques do Arsenale. Acima, frag men to de “Recycled Toys Furniture”, de Geg Lynn, prê mio de melhor ins ta la ção. O arqui te to inova ao usar peda ços de brin que dos para fazer móveis. Abaixo, “Kensington Gardens”, dos arqui te tos ita lia nos Massimiliano e Doriana Fuksas, explo ra as con tra di ções do ser huma no. Em uma série de três con têi ne res, são exi bi dos vídeos que mos tram o coti dia no cícli co de duas pessoas que vivem, con so mem e des per di çam nos mes mos espa ços fecha dos
nos Giardini (espaço em que estão os pavilhões nacionais) e na cidade de Veneza (onde se agrupam os países sem pavilhão próprio), distinguiram-se as iniciativas que melhor captaram a questão do “ir além”, e as que discutiram questões centrais da arquitetura e da sociedade. Contemplado com um Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra, o arquiteto Frank Gehry é um dos destaques
De Meuron e outros grandes nomes do segmento. Gehry apresentou no Arsenale a maquete de um hotel
Divulgação
do evento, ao lado de Zaha Hadid, escritório Herzog &
em construção em Moscou. Diante do público, um grupo de artesãos completa a obra, sob sua orientação, naquilo que, segundo o escritório franco-brasileiro Triptyque Arquitetos, é a “instalação mais convincente” do espaço e retoma o aspecto artesanal de uma atividade que se tornou bastante industrializada. “Esta foi a Bienal mais abstrata a que já compareci, estava de difícil entendimento para o público leigo, mas com debates e reflexões muito bem colocados”, afirma o arquiteto Fernando Brandão. Na mostra pautada pelo experimentalismo, a preocupação com ecologia e meio ambiente está presente nos mais diversos espaços. O pavilhão da Alemanha, por exemplo, propôs uma série de soluções sustentáveis para as cidades, e abordou desde a questão dos veículos até a dos materiais de construção – havia até garrafas PET fazendo o papel de tijolos. O pavilhão japonês, “emocionante”, para a arquiteta Denise Barretto, partiu para uma abordagem mais poética. Paredes brancas tinham desenhos feitos a lápis, num traçado semelhante ao infantil, e espaços arquitetônicos estavam recobertas por vegetação, em uma ação que ressalta a 17 ARC DESIGN
Divulgação
importância de integrar o verde ao ambiente urbano. A arquite ta ira quia na Zaha Zadid está presente na Bienal com “Lo tus”, escul tu ra gigante com for mas que reme tem tanto ao mo bi liá rio quanto à arquite tu ra e exi bem o seu traço carac te rísti co. Abai xo, “Ungapatchket”, do arqui te to norte-ame ri ca no Frank Gehry. Uma das gran des atra ções do evento, a insta la ção mostra ope rá rios tra ba lhan do na maque te de um hotel em Moscou
Orientado pela preocupação com uma arquitetura mais otimista, o pavilhão da França abriga os únicos projetos brasileiros apresentados na mostra. Concebidos pelo Triptyque para a Vila Madalena, em São Paulo, os edifícios Fidalga e Harmonia se destacam na paisagem urbana pela boa integração com o entorno e a forte pre-
Giorgio Zucchiatti
sença de soluções sustentáveis.
VOZ AO NÃO-PRO FIS SIO NAL O Brasil marca forte presença nesta Bienal, com um pavilhão provocativamente intitulado “Não arquitetos”. Em sintonia com o tema da mostra, o espaço discute o quão desordenadamente crescem as cidades no mundo, orientadas principalmente por não-arquitetos. O curador Roberto Loeb interrompeu a tradição de só mostrar projetos e reuniu depoimentos de 86 entrevistados, todos não arquitetos e com os mais diversos perfis – do estilista Alexandre Hercovitch ao sem-teto, do médico ao taxista –, que discorreram sobre sua concepção do que é arquitetura. “Quisemos unir os depoimentos de pessoas instruídas e proeminentes com as impressões de pessoas anônimas, porém não menos essenciais para a sociedade, como o padeiro, o pedreiro e a empregada”, afirma Loeb. “Essas pessoas não são arquitetos, mas ocupam seu espaço, falam e pensam sobre arquitetura em suas memórias e suas fantasias.” Ele cita o exemplo de uma babá que apresentou soluções contundentes para o seu bairro, como a criação de academias de luta – “para fortalecer a auto-estima” – e a instalação de um sistema
Giorgio Zucchiatti Giorgio Zucchiatti
Acima, no pavi lhão ita lia no, a ins ta la ção “mock up, Beijing” exibe uma imen sa estru tu ra em bambu. A obra é fruto da par ce ria entre o escri tó rio de arqui te tu ra suíço Herzog & de Meuron e o artis ta plás ti co chi nês Weiwei. Abaixo, “The eve ning line”, ins ta la ção do artis ta bri tâ ni co Matthew Ritchie e dos arqui te tos Aranda/Lasch, feita com peças de alu mí nio cor ta das a laser
Stefano Graziani
de vias elevadas. “As pessoas simples têm absoluta clareza do que propor. Levar a voz deles a uma Bienal de Arquitetura é muito importante.” Exemplo de uma participação “adulta e não provinciana”, segundo Brandão, o pavilhão nacional insere-se na discussão por uma arquitetura mais humana e voltada para diversos segmentos da sociedade. Nesse aspecto, embora o Brasil tenha muito a ensinar – com seu multiculturalismo e sua tolerância – há ainda um longo caminho a ser percorrido. “Nossa arquitetura reflete nossa condição social, as contradições de um país compartimentado, em que cada um se confina no seu espaço, com poucos projetos verdadeiramente públicos e pensados para a coletividade”, afirma o light designer Guinter Parschalk, autor do projeto de iluminação do pavilhão. Apelidada de Disneylândia por um austero arquiteto italiano, esta Bienal mostra, com clareza, que não podemos construir o século XXI e vindouros com idéias ultrapassadas e mente saudosista. Experimentar e ousar,
Liz Hingley
até mesmo errar, nos parece ser a mensagem. ❉
À direita, Droog Design e Kessels Kra mer fazem em “S1ngle town” uma brin ca dei ra com o fato de as cida des serem, cada vez mais, povoa das por pessoas so zi nhas. Na página ao lado, simplicidade e contundência no pavilhão da Polônia – vencedor do Leão de Ouro, prêmio máximo da mostra – que discutiu a durabilidade das construções por meio da colagem de fotografias
Giorgio Zucchiati
Na pági na ao lado, em “Graphic Ta pes tries”, o estú dio de design grá fi co ho lan dês Thonik trans for mou 16 de seus tra ba lhos mais emble má ti cos em “tape tes” sus pen sos. Acima, deta lhe do pavi lhão fran cês, que esco lheu o oti mis mo como te ma e tem cura do ria do cole ti vo French Touch. O pavi lhão explo ra bas tan te a ques tão da sus ten ta bi li da de e traz dois pro je tos do escri tó rio fran co-bra si lei ro Trip tyque Arquitetos: os edi fí cios Fi dal ga e Harmonia (foto à esquer da), pro je ta dos para a Vila Madalena, em São Paulo
CRITÉRIO E
QUALIDADE
Moderniza-se a Promosedia, e ganha em qua li da de. Até pou cos anos esta era a feira visi ta da por quem
pro cu ra va
cadei ras
e
com po nen tes para mobi liá rio, sem pre em madei ra – e óti mos pre ços. Hoje, ela não briga mais ape nas por preço Maria Helena Estrada
À esquerda, Formula 40, design Matthias Demacker, uma das cadeiras selecionadas para o Prêmio Top Ten. Assento e encosto em espuma revestida em lã ou couro e “alma” em aço, é produ zida pela Arrmet. No alto da página, For You, projeto Dual Design, produ zida pela IMS Domitalia, pode ser considerada um dos produtos emblemáticos da nova Promosedia: em plástico, é simples, leve, compacta... e na cor da moda
22 ARC DESIGN
À esquer da, cadei ra Mecplast, da em presa ITF. Estrutura em aço tubu lar elípti co; assento, encosto e pés, sem pre colo ri dos, em poli pro pi le no com fibra de vidro. Disponível em nove cores. Abaixo, ree di ção auto ri za da da cadei ra Lívia, de Giò Ponti (1937), com estru tu ra em madei ra maci ça e assento revestido em tecido ou couro. A L’Abbate lan çou os pri mei ros pro du tos da cole ção Ponti no Salão do Móvel, Milão, em 2008
Na edição 2008 Udine, sede da Promosedia, se une a Gorizia, também situada na região do Friuli Vêneto, traz um novo repertório de móveis e alonga seu olhar também para a moda. Quais as diferenças mais marcantes em relação às outras edições? Aos poucos vai desaparecendo a madeira em favor do acrílico, do metal, do couro e de uma grande diversidade de tecidos para revestimento. O que mais nos chamou a atenção? O número reduzido de cópias. Boas surpresas também em relação aos aspectos formais do mobiliário. Conchas de cadeiras, em plástico ou acrílico, começam a adotar formas facetadas, e não arredondadas, trazendo um ar de frescura e modernidade. Chegamos todos, finalmente, ao século XXI? A resposta da Promosedia parece ser afirmativa, mas como existem sempre os saudosistas – e estão na moda – uma empresa, a L’Abbate, está reeditando o mobiliário de Giò Ponti e de Luigi Caccia Dominioni, dois dos fundadores do design italiano do pósGuerra. Uma digna volta ao passado, com móveis que, por não incorporarem maneirismos ou modinhas, são sempre atuais. Mas nem só de lançamentos e da vertente comercial pode viver uma feira de qualidade. Os aspectos culturais, as mostras, e o lançamento de jovens designers – o que vem sempre acompanhado de novas idéias – são fundamentais para seu sucesso e
qualificação. São tantas as feiras, em todo o mundo, e cada vez mais semelhantes, que são necessários critérios básicos e severos para que uma se distingua no panorama internacional. Tradicional na Promosedia é o concurso Top Ten, que escolhe as dez melhores cadeiras, já em produção, e expostas nos estandes. A feira também possibilitou uma “visita” ao Prêmio Compasso d’Oro, expondo as peças produzidas na região e que já foram indicadas a esta importante premiação. Sentimos a falta, no entanto, do projeto encabeçado pelo arquiteto e crítico Marco Romanelli que, a cada ano, revelava ao público jovens e bons talentos internacionais. Mas, quem sabe, no próximo ano estarão de volta? E como sempre, nesta região famosa por sua gastronomia, não faltou o “côté gourmet”, cada vez mais associado ao design, em festas realizadas sempre em belos castelos. O design, neste momento, vai da extravagância extrema – com preços também extremos – à tentativa de incluir bons projetos no Acima, mesa Rosalinda, design Giò Ponti (1940), com estru tu ra em ma dei ra e tam po em cris tal. Reedição auto ri za da da L’Abbate em 2007. Ao lado, na cole ção ITF, ban que ta Erre6, design Fe de rica Novelli em mul tis tra to de madei ra com base em aço
cotidiano daqueles que ainda não haviam tido acesso ao mobiliário com valor agregado... sem, no entanto, agregar muitas cifras. Vale conferir esta realidade na Promosedia. i
Acima e ao lado, resultado de uma “joint venture” entre a Universidade Australiana do Oeste e a Comissão para os Produtos da Floresta do governo da Austrália do Oeste (Advanced Timber Concepts Research Center, ATC), a cadeira Shimmer, design Garry Marinko, é construída em Karri, uma espécie de eucalipto. Aproveita restos de tiras da madeira com largura reduzida. Vale aprofundar essas informações e a pesquisa
24 ARC DESIGN
Bruno Berkenbrock dos Santos Juliana Fernanda Martins dos Anjos Silva Marcelo de Barros Cobra Fagundes Rodrigo Bianchi de Vicente orientadora Profa. Claudia Alquezar Facca
Decio Benício Costa Santos Julio Cesar Gomes da Silva Julio Cezar Leite Ferreira Luis Henrique Mello Reis Pamela Bisatti Rebelo orientador Prof. Alessandro Eloy Camara
Pela criação de embalagens para a linha de perfume masculino Ilos, alunos do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo receberam menções honrosas na primeira edição do concurso Embala Idéias, cujo objetivo é prestigiar grandes idéias e futuros profissionais.
DvCM
embala idéias premia design belas artes
DESIGN, DECLINADO COM
RIGOR E HUMOR Uma coleção de objetos cuja marca dispensa adjetivos – Alessi – chega, completa, ao Brasil. E isso se traduz em peças de 1948 a 2008, criadas por mestres do design, como Castiglioni, Mendini, Sottsass, J. Morrison, Starck, Campana, Giovannoni, Michael Graves, Richard Sapper, Marco Zanuso, Toyo Ito, M. Fuksas, Ron Arad, Aldo Rossi, Frank Gehry, Greg Lynn, Zaha Hadid, dentre os mais conhecidos Maria Helena Estrada
Na página ao lado, da esquerda para a direita, Alberto Alessi, Achille Castiglioni, Enzo Mari, Aldo Rossi e Alessandro Mendini na fábrica Alessi com a cafe tei ra La Conica, design Aldo Rossi. Abaixo, desenho da cha lei ra de Michael Graves, produto mais vendido desde 1985. Nesta página, talheres Strelka, de Marc Newson, os mais caros talheres produ zidos pela marca, devido à sua técnica produtiva
Acima, copos da linha Bettina, design Future Systems, 2008. À direi ta, fru tei ra de Achille Castiglioni, 1995. Abaixo, à esquer da, Fru teira Blow Up, Irmãos Campana, 2004
Fundada em 1921, a Alessi é uma das raras empresas familiares italianas a manter tradição e objetivos que caracterizaram a produção do design milanês a partir da metade do século XX. “Refinar a percepção do mundo e de seus objetos”, afirma Alberto Alessi, atual presidente, “é desde o início nossa missão”. Na introdução ao catálogo dos 100 produtos mais famosos e ainda à venda, ele escreve: “nos anos 1950, meu pai abandona sua atividade de designer, que exercia na empresa desde 1935, e começa a contar com a colaboração de designers externos, prática que se tornou típica de todas as ‘fábricas do design italiano’. Ainda hoje a Alessi é sinônimo de objetos artesanais realizados com a ajuda de máquinas: em outras palavras, tecnologia de ponta, mas o coração continua artesanal”. A sede da empresa fica à margem do lago Ota, nos Alpes Italianos, vizinha à Suíça. É uma região de artesãos habituados a trabalhar o metal e a madeira. A Alessi incorporou a tradição e a traduz em objetos que 28 ARC DESIGN
Acima, La Rosa, design LPWK / Emma Silvestris, 2008. À direi ta, talheres "40", design Luigi Caccia Dominioni, Livio e Pier Giacomo Castiglioni, 2008 (1938)
permanecem – no tempo e na história – como o “wine cooler” Avio, de 1959, do qual já foram vendidas mais de um milhão de peças! São objetos que muitas vezes não decidimos se utilizá-los ou colocá-los de enfeite na casa, como é o caso do espremedor de limão de Philippe Starck, das cafeteiras La Conica e La Cupola, que agora dão também forma a canetas. Um capítulo especial são os talheres. A primeira coleção data do início da década de 1930 e trazia a público três jovens arquitetos: Luigi Caccia Dominioni, Livio e Píer Giacomo Castiglioni. Em 1940 foi apresentado, na Trienal de Milão, o modelo Caccia, do arquiteto Caccia Dominioni, que desde 1990 voltou a fazer parte da coleção. É banal repetir, mas em tempos de modismos, vale a observação: são todos modelos eternos, ou atemporais – mas muito modernos. Em 1993, depois de um workshop que durou dois anos, e sob a direção artística de Laura Polinoro, a empresa lança o metaprojeto Family Follows Fiction.
Acima, ser vi ço de pra tos, co le ção Colombina, de Do ria na e Mas similiano Fuksas, 2007. À esquerda, Todo, ralador de queijo gigan te, Richard Sapper, 2004
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Saca- rolhas, design Alessandro Mendini: Arlecchino, (à esquer da) e Sun Dream (abai xo, à direi ta) são os novos mode los em edi ção limi ta da e com fins bene fi cen tes. No cen tro, Anna G., 1994. À direi ta, cafe tei ra Geo, tam bém de Mendini, 2005
Objetos em plástico, muito coloridos, irônicos. Qual o sentido de uma transformação tão radical? Do ponto de vista mercadológico, vemos o desejo de seduzir a consumidora “dona de casa”, os jovens, ou um público potencial com menor poder aquisitivo. Mas não apenas, lançar no mercado Abaixo, cha lei ra de Michael Graves, pri meiro produto de designer norte-americano a ser incluí do no catá lo go Alessi
utensílios de fácil leitura, de apelo imediato, um design de qualidade com preços bem mais acessíveis do que a coleção clássica era um desafio para a marca. Nas palavras de Polinoro, “tínhamos todos a sensação de que existia ainda uma face do planeta Alessi que permanecia oculta. A coerência, a lucidez, a força dos objetos produzidos até o momento não satisfaziam as nossas exigências mais delicadas, mais ternas, íntimas, afetivas. Tínhamos necessidade de novas experiências sensoriais, novos materiais deveriam representar nossas novas idéias”. Designers importantes no lançamento da F.F.F. são Guido Venturini e Stefano Giovannoni. Pequenas figuras como as de desenho animado; o Firebird, objeto fálico acendedor de fogão; o quebra-nozes, acionado por pequeno esquilo, fazem parte da primeira coleção,
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Acima, acen de do res Firebird, Guido Ven turini. À direi ta, espre me dor de fru tas Juicy Salif, Philippe Starck, 1990. Abaixo, tampa para garrafa em resi na, design Massimo Giacon, 2008
que tem lançamentos sucessivos, sob autoria, sobretudo, de Giovannoni. Alessandro Mendini é outra figura importante para a Alessi. Autor do projeto do Museu Alessi, participa também do Centro Studi, um laboratório de novas idéias. Sua estética, ou melhor, sua colorida poesia, criou um famoso saca-rolhas, Anna (homenagem à designer Anna Gigli), e agora lança novos modelos na coleção Sun Dream, em edição limitada e com fins beneficentes. O Arlequim e os diversos desenhos, pintados à mão, formam a coleção lançada este ano. Na opinião de Alberto Alessi, “a contribuição que uma indústria como a Alessi pode dar ao desenvolvimento civilizado de uma sociedade de consumo é ser um mediador artístico, atento a criar objetos, introduzindo um toque de transcendência, nos ajudando a decifrar nossa própria modernidade”. A Alessi chega agora ao mercado brasileiro com a Benedixt, que traz toda a coleção, a clássica e a de boas ”sacadas” modernas. ❉
1° lugar, Categoria Novos Projetos: Revista Ocre (ao la do), de Maíra Fernanda de Melo Iná cio, que reedita repor ta gens e infor ma ções so bre o Salão do Encontro; pro du zi da com di fe ren tes ti pos de papel e impressão em seri gra fia. Pre miada na Categoria Ob jeto de Pro du ção Au toral, Con junto Gove, da desig ner Ki mi Nii, com travessas ce râ mi cas, que, jun tas, ga nham o for ma to de uma flor
O OBJETO BRASILEIRO PREMIADO Com seus múltiplos materiais, cores e significados, o objeto brasileiro é uma das mais importantes formas de manifestação da nossa cultura. É uma prioridade para A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, de Renata Mellão, responsável pela primeira edição do Prêmio Objeto Brasileiro, que reúne design e artesanato na busca por uma expressão genui na men te nossa na pro du ção de obje tos 32 ARC DESIGN
Felip
is e Re
1° lugar, Categoria Objeto de Produção Autoral, Luminária Cristal de Luz (ao lado), da Coopa-Roca (Cooperativa de Trabalho Artesanal e de Costura da Ro ci nha) e da desig ner Maria Teresa Leal (TT Leal); um globo esfé ri co de plásti co pro du zido pela Stiloplast com aca ba mento de alu mí nio escova do da JT Light e revesti mento de cro chê. Menção na Categoria Coleção Co letiva, Bolsa Ingazeira (ao pé da página), da Overbrand Designers Associados, em palha de licu ri com deta lhes de madei ra, osso de gado e pig men tos natu rais
2° lugar Categoria Novos Projetos, Coleção Congado (à esquer da), de Letícia Moreira Uematu, em cerâ mi ca semi-artesa nal de revesti mento, ins pi ra da no conga do
Da Redação / Fotos Gustavo Ribeiro Na celebração de seus 10 anos de atividades, A Casa –
pelo professor e consultor na área de design, Aures-
Museu do Objeto Brasileiro realizou a primeira edição
nede Pires Stephan, líder do grupo que teve ainda as
do Prêmio Objeto Brasileiro, iniciativa de sua diretora,
participações da jornalista Adélia Borges, do designer
Renata Mellão. Segundo a empresária e pesquisadora,
Gerson de Oliveira, da antropóloga Helena Sampaio e
“o incentivo visa criar referências e estimular a produ-
da designer e curadora Marisa Ota. Dos mil trabalhos
ção resultante da união entre design e artesanato”.
inscritos, foram selecionados 61 finalistas (26-SP, 9-MG,
Esse elo estreito, mas sutil, entre as duas vertentes,
7-PB, 5-DF, 3-BA, 2-RJ, PE, SC, 1-AC, GO, CE, TO, PA),
pode caracterizar personalidade própria aos nossos
sendo premiados apenas 8 deles, já com suas criações
móveis, utilitários, acessórios decorativos e adereços
em exposição em A Casa. Auresnede, também conhe-
pessoais. Desde que concebidos com qualidade estéti-
cido como professor Eddy, confessa que “escolher os
ca e, de preferência, engajados nas questões sociais e
vencedores foi tarefa ár-
ambientais das comunidades Brasil afora. A premiação
dua, pelo alto nível de
é bienal e aponta as melhores criações em quatro cate-
produção dos inscri-
gorias – Objeto de Produção Autoral, Objeto de Produ-
tos, mesmo sendo a
ção Coletiva, Ação Socioambiental e Novos Projetos –,
maioria expressões
sob consultoria dos designers Christian Ullman e
da cultura local de
Tânia de Paula, e um júri, nesta edição, coordenado
cada um”. ❉
Jaine Silva
Vista geral da expo si ção (acima). Menção Honrosa na Categoria Objeto de Produção Autoral, Linha Flores de Feltro (à esquer da), de Renata Costa Mendes, con jun to de resí duos têx teis para porta-copos e des can so de pane las
Menção Honrosa Cate goria No vos Projetos, San dália (ao lado), de Su ellen Silva de Albu querque e Thiago Stefa no da Silva Nas ci men to, feita em couro, pedra, pinho e casca de angico
34 ARC DESIGN
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BRASÍLIA, CAPITAL TAMBÉM DO DESIGN
A convergência entre arte e tecnologia em prol de um design competitivo para a produção nacional. Sob esse mote, a II Bienal Brasileira de Design iniciou seus trabalhos em outubro, disposta a fortalecer a chamada Marca Brasil a partir de produtos industriais com significados social e econômico, capazes de intensificar a relação entre cultura, design e empresa Da Redação
Reprodução fotográfica do livro “Roberto Sambonet”, Officina Livraria, Itália, 2008
Inaugurada no dia 8 de outubro, a II Bienal Brasileira de Design acontece até o dia 5 de novembro no Museu Nacional de Brasília, DF. Seus curadores, o museólogo e crítico de arte Fábio Magalhães e o professor e consultor Auresnede Pires Stephan, exibem a produção de design dos últimos dois anos, com ênfase nos segmentos industrial, automobilístico e sustentável, apostando na diversidade e criatividade brasileiras para fomentar nossa participação no mercado interno e externo. Realização do MBC, Movimento Brasil Competitivo, do MDCI, Ministério do Desenvolvimento, Indústria a Comércio Exterior, e do governo do Distrito Federal, o evento tem o patrocínio máster da Fiat, empresa que, por sua origem e pela própria tradição, está intimamente ligada ao design. A marca apresenta no evento o FCC Adventure (Fiat Concept Car), carro-conceito concebido por designers brasileiros com
Na pági na ao lado, ambien ta ção da Bienal de Brasília e, abai xo, o FCC Adventure, da Fiat, carro espor ti vo elaborado 100% por designers brasileiros. No alto desta página, peixeira assinada por Roberto Sambonet (1957), peça expos ta em sala espe cial que home na geia o desig ner ita lia no; acima, lumi ná ria Atollo, de Vico Magistretti (1977); abai xo, Euvaldo, ban qui nho empi lhá vel em lyptus tin gi do, design de Manuel Bandeira
tributos off-road, e o Cinquecento (500), releitura de veículo dos anos 1950, de mesmo nome, hoje mania na Itália. Esse carro integra a Mostra Internacional 1978-2008: Made in Italy, exibição de peças internacionais e da produção italiana que influenciaram e influenciam o design contemporâneo (curadoria Vanni Pasca), além da sala dedicada a Roberto Sambonet (1924-1995), um dos maiores designers italianos do século 20 (curadoria Enrico Morteo). Acontecem ainda mostra de design popular, com objetos que embutem projeto e intenção, indo da arte à função (curadoria de José Roberto Nemer), e mais homenagens, desta vez aos brasileiros José Carlos Bornancini e Nelson Ivan Petzold (curadoria Adélia Borges), dupla de designers que trabalhou em parceria no Rio Grande do Sul durante décadas, a favor da inovação em produtos industriais. ❉ 37 ARC DESIGN
DESIGN DO MOVI MEN TO
Onde encontrar Zaha Hadid, Vivienne Westwood, Alexandre Herchcovitch, Karim Rashid e os irmãos
Il u s t r a
ção A na Cr is t in a
C in t r a
Campana reunidos? No grande fetiche da moda – os sapatos Melissa, claro. E o que um sapato pode representar em termos de subversão e atitude? Julia Garcez
Com mais de 60 milhões de pares vendidos, Melissa é símbolo de ousadia e experimentação. A marca revolucionou o design de calçados e é uma referência no trabalho com plástico. No alto da página, ilustração feita a partir de criação de Muti Randolph para a exposição de 25 anos da marca
39 ARC DESIGN
O plástico já passou da cozinha para o salão. Agora ele representa uma
Fragmentos de ilustração de Andrés Sandoval para Melissa
nova atitude. “Mais do que um estilo, o plástico é um estado de espírito, é humor, é desenvoltura”, já disse o estilista Jean Paul Gaultier. A afirmação do ”enfant terrible” da moda traduz bem o espírito da Melissa, marca premium da Grendene, que já teve um modelo assinado por Gaultier em 1983. Com quase 30 anos de vida – foi criada em 1979 –, a Melissa transcendeu a condição de calçado popular para se transformar em objeto fashion. “A Melissa não é um sapato, mas um acessório de moda que carrega diversos valores, como alto-astral, irreverência e alegria”, diz Raquel Scherer, coordenadora de marketing da marca. Para atingir esse status, a aposta no desenho de vanguarda foi fundamental, ao lado da excelência Abaixo, Melissa Corallo, mais nova cria ção dos irmãos Campana para a marca. Parceria com a famo sa dupla de desig ners teve iní cio em 2004 e gerou grandes sucessos de ven das
no trabalho das outras áreas, como produção, marketing e comunicação. “Fomos pioneiros ao usar os conceitos de design na indústria calçadista, fomos os primeiros a colocar designers como Jean Paul Gaultier e Thierry Mugler para trabalhar com plástico”, conta Edson Matsuo, diretor criativo da marca. “A Melissa é um projeto muito importante, que reflete a cultura de inovação da Grendene, que não teme apostar em ‘expertises’ diferenciados”. Ele próprio é exemplo dessa aposta. Arquiteto por formação, chegou à Grendene em 1984 para projetar uma bicicleta e hoje lidera toda a área de pesquisa e desenvolvimento da empresa.
PLATAFORMA MULTI MÍ DIA A criação das coleções que lotam prateleiras no Brasil e no mundo – como a da Daslu, em São Paulo, da Colette, em Paris, e da Harvey Nichols, em Londres – é uma ação participativa, que reúne idéias de vários departamentos. “Cada coleção tem um processo diferente e, se há algum padrão, ele é muito divertido”, diz Matsuo. Todos contribuem com referências relacionadas aos valores da Melissa e ao que cada um traz como experiência simbólica. “Não estamos interessados em copiar as últimas tendências da Europa”, afirma, categórico, o diretor criativo. “A marca está em constante processo de co-criação. Nosso design está longe de ser apenas um processo industrial, é um design de boas lembranças, e cristaliza as boas experiências que são co-criadas pela empresa e as consumidoras.” E é a sinergia com esses valores que a Melissa – uma verdadeira “plataforma multimídia e de design”, segundo o gerente de operações Paulo Pedó – busca ao selar suas famosas parcerias. Todos os designers envolvidos entenderam a filosofia da empresa e souberam refleti-la em suas criações. “Fazemos um design de movimento ao criar um produto que não é estático, que dobra e se molda ao estilo de cada consumidora. Quem faz
Desde os anos 1980, Melissa sela par ce rias com íco nes da moda e do design. Aci ma, mode lo de for mas sinuo sas que mar cou a estréia da arqui te ta Zaha Hadid no dese nho de sapa tos. Abaixo, da es quer da pa ra a direita, versão em plásti co do cal ça do “Mary Jane”, de Vivienne Westwood; a tra di cio nal san dá lia Aranha tra ba lha da por Karim Ra shid; o tênis irre ve rente de Jean Paul Gaul tier e a sapa ti lha roc ker de Thierry Mugler
a diferença no sapato é quem o calça”, afirma Matsuo. i
41 ARC DESIGN
A cada edição, ARC DESIGN trará um repertório de objetos destinados a diversos segmentos, em que a melhor performance é garantida por desenho funcional, plasticidade, tecnologia... e muita originalidade
Como quase todas as criações de Attílio Baschera, este tecido (1,40 m de largura) é totalmente desenhado à mão. Exclusividade da AGain, loja do designer têx til e de Gregório Kramer, a peça é confeccionada em linho ou algodão cru 100% e homenageia a cidade do Rio de Janeiro, a par tir de suas paisagens mais emblemáticas. Nas cores preta, azul e verde. (11) 3662 3372
Caldas, MG, é o QG de Claudia Araújo, cidade onde a designer têxtil qualifica artesãos e cria tecidos e tapetes premiados e ambientalmente corretos. Peças que já ocupam importantes lojas do mercado e cativam profissionais como Patrícia Urquiola. O revestimento, acima, é um desses hits: um jeans feito pelo grupo Frutos do Futuro, com rodelas sobrepostas no mesmo material, todas bordadas à mão com fios de algodão. (11) 5539 7429, www.claudiaaraujo.com.br
Brasil Império é a nova cole ção da Stampart. Uma homenagem de Luiz Mendes, desig ner exclusi vo da marca, à nossa cultura e riqueza. São oito itens coordenáveis e em oito opções de cores, com motivos que remetem à história do Brasil e celebram os 200 anos da chegada da família real ao país. Todos em batik, técnica predomi nante na obra do artista. (11) 3722 0506, www.stampartbrasil.com.br
Fernanda Tamy apresenta Neo Geo, coleção 2009 de tecidos da Larmod, com oito estampas em puro algodão: Bola Geo, Pax, Listrado Michigan, Geo, Olive, Neo Arabesco e duas versões para Mandalas Geométricas. Neste sofá, a versão é a de tons frios em azul-claro e verde-cítrico, onde a designer recria as próprias formas, brincando com sobreposições geométricas até chegar ao desenho de uma mandala. (11) 3065 1944, www.larmod.com.br
Carlos Simas estampa com ajuda da computação gráfica a diversidade da Mata Atlântica em tecidos para moda e decoração que desenvolve na floresta, o seu hábitat. Fonte de economia sustentável para a região que preser va com sua família, o designer cria padronagens a par tir de desenhos e de fotos do filho Nemo Simas, e do precioso banco de imagens locais que vem catalogando. Surgem, assim, criações como Neo-pássaros, interpretação estilizada e colorida de diferentes aves da mata. (35) 3341 3774
A piauiense Trapos & Fiapos trama de tudo: almofadas, acima, mantas, passadeiras, caminhos de mesa, jogos americanos, tapetes, pufes, todos confeccionados em fibras naturais com tear manual. A designer têx til Tereza do Carmo usa como base algodão e taboa, permitindo alguns apliques, como fibra de buriti e pêlo de bode, entre outros materiais. (86) 3233 7999, www.traposefiapos.com.br
Fibras, cores, grafis mos, moti vos étnicos, natu reza. Este é o uni ver so que Ivone Rigobello impri me às suas criações têx teis, abaixo, desde os tempos em que assi nava cole ções para a famosa Arte Nativa. Desta vez, ela traz almofadas e ecobags, todas em lona de cami nhão estampadas manual mente, com moti vos corporais indí genas, sementes e tron cos de coquei ros. (11) 3813 8434, www.cata logovir tual.com/ivonerigobel lo
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43 ARC DESIGN
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a
Design de superfície
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CABANOS: DESIGN A SERVIÇO DO SOCIAL
NO CAMINHO CERTO: IDÉIAS BOAS E CORRETAS
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CABANOS Interior do Estado do Pará. Uma grande empresa recebe máquinas importadas do Japão, em engradados de madeira – japonesa e certificada. As esteiras de borracha já inutilizadas pelo desgaste se multiplicam. Eureka! Os membros da cooperativa de empregados começam a produzir brinquedos e sandálias com o material de descarte. A partir dessa realidade...
Da Redação Tudo começou há pouco mais de um ano, à beira do rio Guajará, em Belém do Pará. Uma balsa de 600 m2, ancorada na Estação das Docas, se transforma em espaço para a vivência do design, atividade ainda considerada elitista no Brasil apesar de suas origens enraizadas na cultura popular e em nossos artefatos de sobrevivência. Nascia o Experiência Design, iniciativa inovadora do designer Carlos Alcantarino, que decidiu fazer do seu ofício um canal democrático para expansão de idéias e experimentação de talentos (veja ARC DESIGN 54). Patrocinado pela Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale, esse paraense radicado no Rio de Janeiro levou centenas de estudantes da Sobras de borracha e madeira são reaproveitadas em favor da qualificação dos objetos produ zidos pelas comunidades locais, da geração de renda e da responsabilidade socioambiental. A borracha utili zada na criação de peças vem das correias que transpor tam minérios e criam exclusi vidades como a bolsa Tramas, acima, e o porta-lápis, no alto
50 ARC DESIGN
rede pública a criar, com sucatas de diversos materiais, objetos cotidianos, e também expôs peças assinadas por ele para servirem de padrão ou exemplo aos artesãos. O resultado surpreendeu pela criatividade impregnada de valores socioambientais do entorno. Uma experiência de absoluto sucesso, que
levou Alcantarino a realizar um novo projeto, o Experiência Design – Cabanos, também em parceria com a Vale, na vila dos Cabanos, situada no município de Barcarena, a 123 km de Belém. Desta vez, a idéia é ir além da experimentação, materializando objetos de real valor agregado para a Coopsai (Cooperativa de Serviços Agroflorestais e Industriais), comunidade mantida pela Albrás (Alumínio Brasileiro S/A), que recicla a madeira e a borracha, já utilizadas pela empresa, para a confecção de calçados e de brinquedos educativos
No alto da página, madei ras cer ti fi ca das for ne ci das pela Al bras (Alumínio Brasileiro) para a Coop sai (Coo pe ra tiva de Serviços Agroflorestais e In dus triais) são reci cla das e dão ori gem aos obje tos e mó veis Cabanos. Exemplo da ca dei ra de ba lan ço infan til, acima. À esquerda, cache pô em borracha
51 ARC DESIGN
da marca Cabanos, certificada pelo Inmetro. O projeto se desenvolveu com a participação de seis estúdios: Alcantarino Design, Joana Pessoa e Sincrodesign do Rio de Janeiro; Flavia Paggotti, OIO Design e SuperLimão Studio de São Paulo. Juntos, esses designers discutiram estratégias, métodos e técnicas de produção que atingissem a qualidade necessária para diversificar e agregar valor à linha de produtos da cooperativa. Configurando uma obra coletiva, as assinaturas foram abolidas e todas as avaliações eram partilhadas com artesãos e dirigentes da Coopsai, que se mantinham em permanente sintonia com o processo de O Experiência Design – Cabanos tem patrocínio da Vale e conta com a par ticipação de seis estúdios de design do Rio de Janeiro e de São Paulo. Eles desen vol veram pro tó ti pos como o revisteiro de parede, acima, a bandeja Reta, abaixo, e a mesa de estudos infantil, ao alto
desenvolvimento das peças. A comunicação foi estabelecida em espaço virtual na internet, onde registros de idéias, estudos, projetos e críticas eram expostos para o acesso dos envolvidos. O grupo formulou também – etapa indispensável a qualquer projeto de novos produtos – as soluções para a comercialização da coleção Cabanos. Isso incluiu o formato das gôndolas para os pontos de venda, projetadas pelos designers em sistema modular, aceitando, assim, diferentes configurações. Uma iniciativa no melhor espírito “from cradle to cradle” (de berço a berço) – uma das bases da sustentabilidade –, que não só qualifica economicamente o nosso design, como comprova que planejamento e criatividade podem viabilizar uma produção realmente sustentável para a região amazônica. ❉
52 ARC DESIGN
Nesta pági na, a força dos moti vos indí ge nas bus ca res ga tar ele men tos de nossa cul tu ra de raiz. Este é um pro du to vol ta do ao seg men to cor po ra ti vo, uma lixei ra com ponta, toda de bor ra cha. Assim como outras peças, ela será comer cia li za da em pon tos de venda esta be le ci dos em gôn do las modulares pro je ta das pelos designers
NOVA VIDA PARA A CERÂMICA
ECO TECIDO
A série Reciclados, da artista plástica Rosa Pinc, propõe
Marca da São Paulo Alpargatas, a Loco-
novas abordagens para o trabalho em cerâmica. Ao usar as
motiva produz lonas de alta resistência,
sobras do que foi feito no torno ou reaproveitar peças que
sem esquecer a preocupação com o meio
secaram e racharam, ela cria um material diferenciado, com
ambiente. A linha Locomotiva Eco traz
cor e textura semelhantes ao do papel craft,
produtos para moda e decoração em algo-
algo improvável de se obter
dão e fibra de juta, plantada por popula-
nos processos de con-
ções ribeirinhas do Amazonas. Já a linha
fecção tradicionais.
Eco Reciclada mescla fios de algodão e
(11) 3051 9478,
de garrafa PET reciclada. 0800 7070 566,
www.rosapinc.com.br
www.lonasalpargatas.com.br
BELEZA NATURAL Móveis e objetos em teca certificada pelo FSC são a especialidade da BR 163 Design. Inspirada pela artista plástica e arquiteta Maria Amélia Zapata, a empresa produz artigos como bandejas, vasos, móveis e outros itens desenhados e construídos segundo tradições da marcenaria. Travas encaixadas, madeiras coladas ou prensadas dispensam o uso de pregos e parafusos, valorizando as características naturais da madeira. (65) 3052 8806, www.br163design.com.br
LEVEZA COM ESTILO Comprometida com o design ecologicamente correto, a movelaria Addentro aposta em peças exclusivas, adequadas
TUDO SE REAPROVEITA
aos padrões internacionais e ao conceito FSC. A linha Giraffa,
A luminária Diamante é a novi-
criada por Vladimir Rigoletto, traz peças leves, que abusam
dade da Analumínio, marca da
das linhas retas e recuperam antigas técnicas de marcena-
designer Ana Lucia Giacomini,
ria. As peças são elaboradas em madeira freijó e loro negro,
que desde 1996 cria artigos de-
utilizadas na versão laminada com encabeçamentos maciços.
corativos e acessórios em alu-
(11) 5093 5841, www.addentro.com.br
mínio reciclado. Com base de alumínio fundido, a peça recebe pingentes feitos com fundos de latas cortados e polidos, que fazem as vezes de cúpula e, sob reflexo da luz, criam efeitos visuais inusitados. (47) 3028 8639, www.analuminio.com.br 54 ARC DESIGN
GRANDE PAR CERIA Designer e dono de loja e galeria de design no Rio de Janeiro, Duílio Sartori inicia nova fase com o projeto Studio Sartori, que promove parcerias entre o designer e criadores de todo o Brasil para desenvolver peças ambientalmente corretas, elegantes e bem desenhadas. A estréia foi com esta fruteira, assinada em conjunto com Rodrigo Gonçalves Lopes, artesão de Maria da Fé (MG), que continua o trabalho pioneiro do pai, de marchetaria no cipó. (21) 2108 8144, www.duiliosartori.com.br
AMOR À NATURE ZA
ARTE EM FIBRA
A ex-professora de inglês Mônica
Uma cooperativa de artesãs de Jacarezinho,
Carvalho entrou no mundo do
PR, transforma fibra de bananeira e taboa nos
artesanato quase por acaso, ao
mais diversos objetos: almofadas, luminárias,
visitar há dez anos um quilombo,
cor tinas, jogos americanos... Criada em 2005
onde conheceu e se encantou
com o apoio do Sebrae, a Comfibra reúne
com o trabalho de cestaria de um
hoje aproximadamente 50 associadas, que
morador. Desde então, o diálogo
são qualificadas em design, decoração e
com a natureza é o grande mote
têm suas peças vendidas em várias
de sua produção, que utiliza mate-
cidades do país. (43) 3911 3131,
riais orgânicos em jóias, bijuterias
www.comfibra.com.br
e objetos para casa. Caso desta pulseira, com talos de samambaia selvagem e detalhes em prata. (21) 2547 9959,
AO MESTRE, COM CARINHO
www.monicacarvalho.com.br
Cada vez mais comprometida com a questão ambiental, a Saccaro tem utilizado apenas madeiras certificadas e matérias-primas reaproveitadas, como fibra de bananeira, sabugo de milho e kubu.
TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL
A espreguiçadeira Rodrigues, por exemplo, é feita
Gigante do mercado de celulares, a Nokia
pelo estúdio Mendes-Hirth em madeira de eucalipto
encabeça a nona versão do Guia de Eletrô-
certificada pelo Cerflor. Homenagem a Sergio Rodri-
nicos Verdes do Greenpeace, lançada em
gues, o móvel evoca uma paixão do mestre:
setembro de 2008. A empresa voltou ao
aviões do início do século 20.
topo do ranking por causa de melhorias im-
(11) 3062 6297, www.saccaro.com.br
plantadas em seu programa de reciclagem de lixo eletrônico, na Índia, que, segundo avaliação sempre rigorosa desta ONG, está entre os melhores daquele país. www.greenpeace.org 55 ARC DESIGN
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hoje é uma ferramenta restrita a grandes fabricantes ou iniciados no assunto. Cada vez mais a arte de racionalizar e aperfeiçoar a produção de móveis, objetos e equipamentos industriais amplia seu raio de ação para se transformar em real alternativa de fomento aos negócios. Conheça duas iniciativas que fizeram do design o canal para criação de marcas, crescimento de empresas e valorização de profissionais do segmento Cristina Teixeira Duarte
Nesta página, cabideiro da coleção assinada por Bernardo Senna para a marca sueca Maze. A princípio, foram quatro peças, entre este cabideiro, apoio lateral para cama, toalheiro e revisteiro. Lançadas na feira de móveis de Estocolmo, são peças fixa das à pare de e fáceis de fabri car
TRAÇO DE VALOR
Engana-se quem imagina que o design
Linha de três gave tei ros sobre rodí zios, abai xo, aber to e fecha do, feita pela Master Móveis em diver sos tama nhos: para banhei ro, tem gave ti nhas varia das, ban de ja para acessó rios e tampa com espe lho; para escri tó rio, a ban de ja supe rior fun cio na como entra da e saída de papéis, porta-lápis e porta-clips; e a ver são para quar to faz as vezes de cria do-mudo. Todos têm fri sos que acom pa nham as gave tas e alças de MDF cur va do para auxi liar o des lo ca men to
PÓLO MOVE LEI RO Foram alguns meses de trabalho em torno de uma idéia ambiciosa: plantar a semente de um pólo moveleiro em Pato Branco, cidade paranaense com 62 mil habitantes e a 440 quilômetros de Curitiba. Com 40 indústrias de móveis não apenas seriados, mas também sob encomenda, abrangendo toda a região, era preciso estabelecer novos parâmetros de criação, execução e acabamento, capazes de disputar espaço com fornecedores maiores e atingir mercados mais promissores. O desafio foi entregue à arquiteta e designer Flávia Pagotti, que coordenou o projeto Empreendedor Competitivo, iniciaBanco desen vol vi do para Móveis Pagnoncelli. Ideal para salas, varan das e quar tos, – ao pé da cama, a peça aco mo da duas pessoas e rece be estru tu ra em ripas maci ças de euca lipto, cola das e presas em barra ros quea da. Repare na cria ti va solu ção ofe re cida pelo revistei ro
tiva da Associação Comercial de Pato Branco, com o apoio do Sebrae-PR e da CACB (Confederação das Associações Comerciais do Brasil). Estudos, missões técnicas e avaliações locais definiram estratégias como a criação de marca própria, fazendo referência à cidade, com valor agregado graças ao design. Surge assim a marcaselo Móveis de Pato Branco, que, nesta primeira empreitada, reúne 11 tipologias, cada qual produzida por um fabricante: mesa de jantar, base de mesa, sofá, banco, aparador, prateleira, carrinho, gaveteiro, balcão, cabeceira de cama e sistema para home theater. Fizeram parte do projeto as empresas Master, Pagnoncelli, Finity, Copa, AGM, Real, Robe e Rei da Cadeira, estas de atuação mais ligada à marcenaria, além de Gava, Piacentini e Vision, que já
58 ARC DESIGN
“Cheguei para ouvir o que precisavam e queriam (fabricantes), sem impor nada. Encontrei pessoas a princípio reticentes, mas bastante receptivas a novos aprendizados” Flávia Pagotti
Carrinho pro du zi do pela Cozinhas Gava, des mon tá vel para faci li tar emba la gem e trans por te. As duas late rais são de com pen sa do naval folhea do ou laminado, com topo apa ren te. As ban de jas, removí veis e empi lhá veis, são de MDF cur va do e pin ta do – ou em com pen sa do lami na do cur va do, tam bém com o topo apa ren te. Os qua tro tubos de liga ção são cro ma dos ou de aço inox poli do
dispõem de infra-estrutura com fábrica e showroom. “Cheguei para ouvir o que precisavam e queriam, sem impor nada. Encontrei pessoas a princípio reticentes, mas bastante receptivas a novos aprendizados”, conta Flávia, elaborando peça a partir do perfil, potencial e objetivos das empresas que iriam produzi-las. Em um mês, os protótipos foram desenvolvidos com detalhamento minucioso para facilitar a execução, alcançando resultado surpreendente para as condições iniciais de trabalho e o prazo reduzido de que dispunham. A designer acredita que esse bom desempenho se deve não só à vontade de crescer, manifestada pelas empresas, mas também ao trabalho coletivo, que soube respeitar as particularidades de cada um e envolver profundamente todas as partes num objetivo comum. Uma espécie de cooperativa, em que se estimulou a troca de experiências, a reformulação de sistemas e a ruptura com padrões e rotinas impro-
Mesa de jantar da AGM Móveis, com algu ma com ple xi da de for mal e de difí cil exe cu ção. O móvel aco mo da até oito pessoas, e seu tampo folhea do tem a parte infe rior cur va da, que se apóia sobre dois pés de madei ra maci ça, enver ni za da ou laquea da
dutivas. Outro fator determinante é a já consolidada conscientização da importância das metodologias do design na capacitação da mãode-obra e no aprimoramento técnico em níveis compatíveis com as exigências do mercado, fatores essenciais na valorização dos produtos. “Agora é criar móveis e manter o padrão de qualidade dessa primeira coleção. Só assim será possível alçar vôos mais altos e conquistar grandes lojistas e distribuidores do país, como Tok & Stok e Dpot, dois dos muitos alvos cobiçados pelos empresários de Pato Branco.” 59 ARC DESIGN
Acima, dis plays-estan des de Bernardo Senna na Maison Objet, Paris2005, onde o desig ner selou diver sos con ta tos inter na cio nais por oca sião dos even tos pro gra ma dos para o Ano do Brasil na França. Abaixo, cadei ra 33 1/3, cria da com dis cos de vinil em par ce ria com o desig ner Marcelo Lima. A idéia é rea pro vei tar des car tes deste velho pro du to, des lo can do sua fun ção
AMPLIAR FRON TEI RAS Para se tornar cada vez mais essencial às linhas de produção, o design tem que atender não só às necessidades do usuário, mas também às das empresas. Quem reafirma este quase dogma é o designer Bernardo Senna, que acumula clientes em sua trajetória. Uma performance nada casual, pois ele pensa, desenha e atua como um autêntico profissional do traço, defendendo a criação do maior número possível de produtos para todos os mercados e tecnologias. Tal postura o levou a diversas marcas brasileiras e, recentemente, a outras no exterior. “Prospectei centenas de empresas lá fora, até chegar a 15 contatos sólidos e 3 concretizados, um deles com a sueca Maze, para quem fiz uma coleção, e já estou em entendimentos para realizar outra”, conta o designer. Coerente com seu ideário, Senna incorporou o espírito da marca escandinava, que prioriza peças de qualidade e fáceis de fabricar, geralmente em um único material e de instalação simplificada. O incomum é que a coleção foi viabilizada a distância, abrindo uma nova possibilidade de atuação, de mercado e de negócio aos A pra te lei ra Bagunça e a mesa Ga, ao alto e acima, são dois novos pro du tos con ce bi dos em acrí li co para a Maze, que exi bem toda a sim pli ci da de de exe cu ção e ins ta la ção que carac te ri zam os pro du tos da empresa sueca
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profissionais brasileiros. Além da Maze, há contatos avançados com a empresa belga Feld, que pretende fabricar suas peças no Brasil, e representações do
“Profissionais (designers) podem otimizar processos e reduzir despesas. Essa nova visão, aliada à linguagem única do design brasileiro, que é seu maior atrativo, (...) torna o design um real instrumento de expansão de negócios” Bernardo Senna
Também de Senna para a Maze, a mesa late ral Space, ao lado, pro põe um exer cí cio entre equi lí brio e ten são. A base rece be bar ras de aço para sustentar o tampo removí vel, que pode se trans for mar em bandeja
designer para comercialização no exterior. Tudo isso para Senna se deve ao bom diálogo com os clientes, ao desenvolvimento de protótipos bem construídos e à disposição de correr riscos. Ele defende que os designers projetem, produzam e comercializem sem-
Acima, revisteiro Nippon, feito de metal colorido e fixado à parede. Abaixo, Robson, escorredor de pratos concebido em acrílico para a Componenti, com duas peças encai xa das que criam vários pinos para o apoio de copos, pra tos e talhe res. Totalmente des mon tá vel e fácil de lim par
pre em parceria com as empresas, solucionando suas demandas e não impondo as próprias idéias. “É preciso mudar a mentalidade, entender que designer não é artista, mas um técnico da estética”, sentencia. “É necessário ainda analisar o mercado do cliente e apresentar soluções dirigidas, claras e factíveis para suas condições de produção. O desenho tem de se adequar ao sistema produtivo de que ele dispõe, e não o contrário, um capricho que muitas vezes torna o design caro, inviável ou inacessível.” Dessa realidade, pelo que vemos, os novos designers estão conscientes. E a velha mentalidade das empresas – que costumavam enxergar design como custo, e não investimento –, para Bernardo Senna, felizmente também está em extinção. “Hoje já existe a compreensão de que profissionais podem otimizar processos e reduzir despesas. Essa nova visão, aliada à linguagem única do design brasileiro, que é seu maior atrativo, pode abrir portas em qualquer mercado e torna o design um real instrumento de expansão de negócios.” i 61 ARC DESIGN
INTEGRAÇÃO COM ESTILO
62 ARC DESIGN
Em um projeto, nada pode ser mais promissor do que os anseios dos clientes coincidirem com o estilo do arquiteto. Não por acaso, um jovem casal escolheu Débora Aguiar para desenhar os interiores deste seu novo apartamento, que busca personalidade no contemporâneo, na integração espacial e no uso de materiais simples, duráveis e marcantes
O pé-direi to duplo deu ori gem ao meza ni no para a sala de músi ca. Um cor po ins ti gan te com acesso por escada tipo marinheiro, que ofe re ce pri va ci da de, la zer e vo lu me tria capaz de alte rar a dinâ mi ca da sala de estar. A varan da se abre ao setor social e ofe re ce ampli tu de, lumi no si da de e apoio ao con ví vio, gra ças ao equipado espa ço gour met
Da Redação / Fotos Carlos Piratininga Contemporaneidade, descontração e bom gosto são alguns itens que unem, conceitual e visualmente, os vários setores deste apartamento planejado por Débora Aguiar. Arquiteta conhecida por sua sofisticada modernidade, que não prescinde de conforto, praticidade e, principalmente, da fidelidade ao modo de viver dos clientes. Ela acredita que “estilo é algo difícil de definir numa época de tanta velocidade, movimento e novidades”. Por isso, foge dos modismos a fim de evitar mudanças constantes e descartes excessivos no futuro, preferindo composições em que a elegância se construa com materiais simples e variados, caso de fibras, madeiras, pedras e couros, num mix que aguça os sentidos e reforça a identificação entre as partes. 63 ARC DESIGN
Aumentando o pro gra ma de ocu pa ção dos espa ços, um dos dor mi tó rios foi inte gra do aos ambien tes sociais. Com isso, a sala fi cou ainda maior, abrin do espa ço para op ções de con ví vio. Acima, sala de jantar que mes cla móveis e acessó rios de design, com pe ças mais sóbrias e o nosso melhor ar te sa na to, além do home thea ter e do home offi ce inun da do de luz natu ral
64 ARC DESIGN
Do alto, o meza ni no mos tra como se desen ro la a inte gra ção dos ambien tes, que são ane xos, per so na li za dos e for mam um único espa ço ver sá til e mul tiu so. A pro xi mi da de da cozi nha, pla ne ja da pela Elgin com cir cu la ção racio nal e equi pa men tos efi ca zes, dá apoio às ati vi da des da área social. Mesmo assim, ocupa um setor mais iso la do, a fim de faci li tar com dis cri ção o desem pe nho dos ser vi ços
Esses cuidados alcançam momentos interessantes e
nas paredes internas. Um recurso estético e também
até inusitados, que têm como fio condutor a integra-
acústico, pois este recanto foi reservado à sala de
ção dos ambientes sem prejuízo da personalidade de
música, com direito à aparelhagem de última geração,
cada um deles. Caso da sala de estar e da varanda,
CDs, livros, coleção de vinil e sistema para sessões de
áreas de dimensões generosas e pé-direito duplo, dois
karaokê. O lazer e outras atividades acontecem tam-
fatores que, por si só, prometem muitas possibilida-
bém em espaços adjacentes, com home theater, home
des. Embora tenham suas próprias soluções, juntas
office, adega, além de cantinhos aconchegantes dedi-
conseguem estabelecer ampla e única área de conví-
cados à leitura e meditação. Vale destacar os poucos e
vio, capaz de recepcionar os muitos amigos que fre-
bons acessórios e utilitários que enriquecem as com-
quentam a casa, como também apoiar a cozinha, já
po si ções, como peças arte sa nais assi na das por
que a varanda é equipada com espaço gourmet para
Domingos Tótora, sob luminárias de Fernando Prado.
incursões dos chefs de plantão. Tirando máximo par-
A iluminação, aliás, é uma ferramenta criteriosa para
tido do pé-direito duplo, Débora Aguiar elaborou um
a arquiteta. Ou pela luz natural, emanada de aberturas
mezanino com acesso por escada tipo marinheiro,
fartas e estratégicas que sabe implantar, ou pela luz
que confere forte impacto visual ao conjunto. A estru-
planejada, com focos dirigidos por meio de peças de
tura chama atenção ainda pelo uso abundante de
design e de luzes indiretas de abajures e sancas, ins-
madeira em ripas, na face frontal, e tábuas de peroba
pirando atmosferas únicas aos ambientes. i 65 ARC DESIGN
Edu Simões
ANDRÉ VAINER E GUILHERME PAOLIELLO
ARQUITETURA DA LIBERDADE Há uma per so na li da de incon fun dí vel em cada con cep ção de André Vainer e Guilherme Paoliello. Su tilezas que as apro xi mam, por mais dife ren tes que pos sam pare cer. A ori gem dessa iden ti da de passa pela hege mo nia da fun ção sobre a forma e pela afi ni da de com a “arqui te tu ra mo der na” que pra ti cam. Bem dis tan te – fazem ques tão de fri sar – do que hoje se con ven cio nou cha mar de “esti lo moder no” Cristina Teixeira Duarte 66 ARC DESIGN
Bob Wolfenson João Ribeiro
Companheiros de turma na FAU-USP (1974-1979), os jovens aspirantes a arquitetos André Vainer e
Na pági na ao lado, Guilherme Paoliello e André Vainer. Nes ta pági na, casa no Pacaembu, Men ção Honrosa na pre mia ção do IAB-SP 2002. O verde mar ca presen ça no ter ra ço-jar dim da cobertura e entre o volu me sec ci o na do em dois blo cos para aco lher as pal mei ras
Guilherme Paoliello desde o início encontraram afinidades que só fizeram aprofundar ao longo de 34 anos de convívio. Uma união profissional em pleno vigor criativo que, felizmente, promete vida longa. Começaram em um grupo de colegas com idéias e realizações conjuntas, até que a dispersão paulatina e inevitável acabou por consolidar a parceria entre ambos; mesmo cada qual tocando projetos “solo”, já em um espaço próprio, no bairro paulistano de Vila Madalena, onde estão até hoje. Guilherme percorreu escritórios como o de Marcos Acayaba, Aflalo & Gasperini e de seu pai, Arnaldo Paoliello, enquanto André atuava com Lina Bo Bardi ao tempo do Sesc Pompéia, Palácio das Indústrias e outras referências de cidades brasileiras. Em paralelo, engendravam sua própria arquitetura, construindo a quatro mãos uma obra reconhecidamente autoral. André Vainer ensina que o modernismo, em sua essência, rejeita a rigidez dos estilos e seus elementos, algo incorporado ao chamado “estilo moderno” pelo atual consumo fácil, que despreza normas características Bob Wolfenson
67 ARC DESIGN
Nelson Kon
68 ARC DESIGN
André Vainer
do movimento, como a liberdade e a coerência estrutural. Preceitos que, segundo Guilherme Paoliello, são fecundos em mestres como Le Corbusier, Frank Lloyd Wright e Oscar Niemeyer, fontes de permanente inspiração. Para além do ideário modernista, a forte personalidade da obra dos arquitetos passa por um rigoroso compromisso com o desejo dos clientes, a eficiência construtiva e a hegemonia que a função detém sobre a forma. Vainer e Paoliello investem acima de tudo no conforto, praticidade e bem-estar, buscando as melhores soluções técnicas, estéticas e
Agência Neogama, na pági na ao lado: 1ª colo ca da no Prêmio TOP XXl Mercado Design 2007, com a d e qua ção de um espa ço industrial para a mo der na agên cia de comu ni ca ção, onde a dupla po de mostrar sua face desig ner. Nesta pági na, acima, apar ta mento em Co pa cabana, que, após refor ma, foi in cor po ra do a ou tra unida de do edi fí cio, sem prejuí zo da inte gra ção dos espa ços; abai xo, Ex po si ção Pi re l li, no Masp, Menção Hon rosa na pre mia ção do IAB-SP 2002 Nelson Kon
espaciais que tais prioridades devem alcançar. Surgem, assim, experimentações muitas vezes inéditas e bem-sucedidas, que se moldam às condições ambientais do entorno, aos hábitos, objetos e às memórias afetivas dos moradores; ou ainda a criações sob medida para suas necessidades, incluindo estruturas de alvenaria e até design de móveis elaborados em nome da boa ocupação interna. Um processo fluido, que tem como premissa a simplicidade e a melhor relação custo-benefício. Desde sempre tem sido assim, uma postura até vanguardista em relação aos mais recentes parâmetros de sustentabilidade: otimização de recursos, seleção criteriosa de materiais, racionalização na sua aplicação, 69 ARC DESIGN
Fotos Fernando Lazlo
Nesta pági na, o rústi co tem leitu ra contem po râ nea em casa na praia pau lista de Barra do Una, onde o essen cial é a gran de atra ção. Tanto no mobi liá rio design, quanto em recursos como as estru tu ras apa rentes, que evo cam o des po ja mento do esti lo com nova rou pa gem. Na pági na ao lado, repa re na solu ção encontra da para neu tra li zar o acli ve do lote: dois am plos pata ma res abrigam volu mes inde pen den tes, inter li ga dos por uma passagem envi dra ça da que atraves sa o pátio cen tral
70 ARC DESIGN
Fotos João Ribeiro
desenvolvimento de acabamentos especiais e preferência por alternativas ecológicas. Caso da energia solar, da captação da água da chuva, das aberturas em favor da luz natural, da implantação de jardins na cobertura das casas para retenção de água e equilíbrio térmico. Ousadias que já aplicaram em mais de 200 projetos, entre propostas comerciais (Administradora Itambé; Agência Neogama), institucionais (Escola FDE Campinas e CEU da Vila Curuçá), urbanas (Condomínio na praia de Santiago; Vila do Outeiro) e em projetos residenciais, responsáveis por alguns dos grandes momentos desses criadores e sua arquitetura da liberdade. ❉
71 ARC DESIGN
Fotos João Ribeiro
Instalada em dois anda res de um edi fí cio, a pro du to ra Mixer, acima e ao lado, rece beu alte ra ções que des ca rac te ri za ram o layout típi co de um con jun to comer cial. Forros vie ram abai xo para dei xar o máxi mo de ele men tos estru tu rais apa ren tes, espe cial men te o con cre to, crian do um visual cria ti vo e atual, sob medi da para rece ber clás si cos do design. Os dois anda res foram uni dos ainda por uma aber tu ra na laje, com esca das metá li cas
72 ARC DESIGN
Fotos AVGP
Quando a Praça Paulista virou o res tau ran te Spot, ao lado, Vainer e Pao liello foram cha ma dos para repa gi nar os ambien tes. Preferiram uma dis po si ção dife ren te dos ele men tos, mesas de madei ra, forro em tecido translúcido com lumi ná ria e novos aces só rios. Hoje ainda par ticipam como consultores nas inter ven ções exter nas, feitas no res taurante por artis tas plás ti cos em datas impor tan tes da cida de
SONHOSDREAMS O livro apresenta diver sos proje tos idea lizados – porém não rea lizados – por 39 profissionais das áreas de arquite tu ra e design. Estão presentes grandes nomes dos seg mentos, como Domingos Tótora, Sérgio Ro drigues e Márcio Kogan. Autor: Ber nardo Sen na; Edi tora: Viana & Mosley; pá ginas: 136, bro chu ra, ilustrado, colorido; formato: 20 x 25 cm
A IMAGEM DA MARCA: UM FENÔMENO SOCIAL NOVOS FUNDAMENTOS DO DESIGN Ícone mundial na área do design, a norteamerica na Ellen Lupton, faz, em con junto com Jennifer Cole Phillips, uma ampla exploração dos fundamentos da linguagem visual, e reformula os principais elementos relacionados ao design gráfico. Repleta de exemplos, a obra é boa referência para profissionais e estudantes. Autoras: Ellen Lupton e Jennifer Cole Phillips; Editora: Cosac Naify; páginas: 248, brochura, ilustrado, colorido; formato: 21 x 27,5 cm
ROTEIRO DE UMA VIDA NO DESIGN Trajetória do designer Hugo Kovadloff. Argentino radicado no Brasil desde os anos 1950, ele é um dos principais profissionais de branding e design do país, autor de marcas memoráveis como as dos bancos Itaú, Real e Bamerindus, da Vasp e das Bicicletas Monark. Autor: Hugo Kovadloff (Coleção Textos Design); Editora: Edições Rosari; páginas: 165, brochura, ilustrado, colorido; formato: 14,5 X 21,5 cm
O livro aborda de forma global a fenomenologia da marca sob a perspectiva do design, da sociologia e da estratégia de comunicação. O autor analisa os elementos que compõem o sistema comunicativo da marca comercial e examina suas sucessivas transformações ao longo da história. Autor: Joan Costa; Editora: Edições Rosari; páginas: 166, brochura, ilustrado, p&b; formato: 20,5 x 17 cm
DESIGN, ERGONOMIA, EMOÇÃO Coletânea sobre design emocional. As organizadoras reúnem trabalhos de impor tantes pesquisadores nas áreas de design e ergonomia, e apresentam as principais idéias brasileiras a respeito do design emocional, promovendo uma discussão sobre o efeito que os projetos podem ter nos usuários. Organizadoras: Claudia Mont'Alvão & Vera Damazio; Editora: Mauad; páginas: 126, brochura; formato: 14 x 21 cm
10 CASES DO DESIGN BRASILEIRO – VOLUME 1 Primeiro volume de uma coleção que pretende mostrar como se faz design no Brasil, por meio de dez impor tantes cases ocorridos em diferentes períodos. A coleção conta com a colaboração de Newton Gama, Freddy Van Camp e Rommy Hayashi, entre outros profissionais. Coordenador: Auresnede Pires Stephan; Editora: Blucher; páginas: 184, brochura, ilustrado, colorido; formato: 20,5 x 27,5 cm
Seis jovens arqui te tos, alguns ainda em final de curso, acei tam o desa fio do London 2008, pres ti gia do con cur so inter na cio nal de arqui te tu ra, e são sele cio na dos com um pro je to que
Priscilla Azambuja
reve la o talen to de nos sos novos pro fis sio nais
Os inte gran tes da equi pe: da esquer da para a direi ta, Thiago Florez, 22 anos, e André Alessio Mack, 25 anos, am bos cur san do arqui te tu ra no Mackenzie; Bruno Castro, 24 anos, e Miguel Felipe Muralha, 24 anos, gra dua dos, res pec ti va men te, em 2008 e 2007 pelo Mackenzie; Paula Ser tó rio, 23 anos, gra dua da em 2008 pe la FAAP; Victor Paixão, 26 anos, gra dua do em 2006 pe lo Mackenzie
74 ARC DESIGN
ARQUITETOS BRASILEIROS BRILHAM EM LONDRES
Cristina Teixeira Duarte Aficionado por concursos – talvez por ter ganho muitos
nas 12 dos 347 projetos inscritos, de todo o planeta. En-
deles –, Victor Paixão chegou ao London 2008, compe-
tre eles, o de um grupo independente de jovens arqui-
tição internacional promovida pela Arquitectum, agên-
tetos brasileiros, liderados pelo “veterano” (dois anos
cia peruana de promoção de design e arquitetura por
de graduação) Victor Paixão; fazem parte também os
meio de eventos, concursos e intercâmbio profissional
recém-formados Miguel Felipe Muralha, Paula Sertório
ao redor do mundo. O desafio consistia em desenhar
e Bruno Castro, e os graduandos Thiago Florez e André
uma galeria de arte e arquitetura flutuante sobre o rio
Alessio Mack, os quais receberam menção honrosa por
Tâmisa, que contivesse e propagasse, metafórica e lite-
sua proposta, que publicamos aqui. Fiel às exigências
ralmente, idéias para a capital do Reino Unido. A inicia-
dos organizadores – ora rígidas para testar o apuro téc-
tiva contou com o apoio da Architectural Association of
nico, ora imprecisas para estimular a criatividade –, o
London, AA School, a mais antiga e importante escola
grupo procurou ocupar ao máximo a área de 500 m2 x
de arquitetura da Grã-Bretanha, que, entre outras fun-
9 m de altura sobre balsa fictícia que abrigaria a galeria.
ções, organizou o júri responsável pela seleção de ape-
Um espaço multiuso e, por isso mesmo, flexível o 75 ARC DESIGN
Uma gale ria de arte e arqui te tu ra flu tuan te, sobre uma balsa de 500 m 2 no rio Tâmisa. Os arqui te tos bra si lei ros pro pu se ram a cria ção de um cubo metá li co, fecha do com panos de vidro para envol ver uma estru tu ra orgâ ni ca. Ela é concebida inter na men te a par tir de três elip ses alter na das, es ta belecendo volu mes frag men ta dos em cama das para faci li tar a inte gra ção, entra da de luz e visi bi li da de inter na e exter na
suficiente para receber exposições temporárias em
plenas, tal dinâmica de ocupação garantiria acesso aos
ambientes distintos, até projeções holográficas que
vários ambientes propostos, principalmente pela frag-
abrangessem a totalidade dos interiores, além de cafe-
mentação das elipses em camadas, o grande “pulo-do-
teria e área de observação. Desenharam, assim, um
gato” do projeto. A segmentação dos volumes foi a solu-
cubo com perfis metálicos, fechado por largos panos de
ção arquitetônica que tornou a proposta possível, ape-
vidro tratados com sistemas de controle de luminosida-
sar de sua complexidade. Esse formato faz referência
de (switchable glass). Material sob medida para receber
ainda ao double-decker londrino, ônibus de dois anda-
também eventuais propagandas e apresentações multi-
res, que, tal qual as elipses alternadas, possibilita dife-
mídia, a fim de inverter a perspectiva e trazer o olhar da
rentes panoramas da cidade, reforçando a busca de
população para o Tâmisa. Essas transparências envol-
leveza e visibilidade ao longo do percurso do rio. É a
veriam a estrutura orgânica das ambientações, concebi-
arquitetura da adaptabilidade e da ousadia, que arreba-
das a partir de três elipses alternadas. Mais que estabe-
tou jurados como Peter Cook, Charles Pope, Brett Steele
lecer espaços vazados para a interação e a visibilidade
e Nina Tolstrup, entre outros nomes de peso. i 77 ARC DESIGN
Roma Editora, Projetos de Marketing Ltda.
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Diretoria Maria Helena Estrada Cristiano Barata Fernanda Sarmento REDAÇÃO
Apoio Institucional:
Editora Geral Maria Helena Estrada Chefe de Redação Cristina Teixeira Duarte Redatora Julia Garcez Revisora Jô A. Santucci
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