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ACADEMIAS A CÉU ABERTO EQUIPAMENTOS DE MUSCULAÇÃO EM INOX GANHAM AS PRAIAS DO RIO DE JANEIRO
PRÊMIO INOVINOX 2010 CONFIRA OS TRÊS PROJETOS VENCEDORES QUE INCENTIVAM O USO DO INOX
MOBILIÁRIO URBANO COMO ARQUITETOS PODEM TIRAR PARTIDO DAS VANTAGENS E PROPRIEDADES DO INOX
MAIS INOX NA CENA PAULISTANA FACHADA DA ESTAÇÃO BUTANTÃ DO METRÔ SE DESTACA NA PAISAGEM DE SÃO PAULO
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Academias à beira-mar adotam equipamentos de inox Rio de Janeiro e outras cidades do país ganham academias ao ar livre, com aparelhos de musculação em inox. Material resiste à corrosão, à poluição e dispensa manutenção
entrevista ..............................................................10 Acessibilidade no ambiente urbano A arquiteta Eliete Mariani fala sobre a substituição de corrimãos nas estações do Metrô de São Paulo por elementos de aço inox, que reduzem custos de manutenção
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Marcelo Scandaroli
capa ........................................................................................................................................................16 Inox reveste fachada da Estação Butantã do Metrô, em SP Formas sinuosas e inclinadas compõem a inusitada volumetria da fachada de inox da estação Butantã do Metrô, da Linha Amarela, na capital paulistana
O GRANDE POTENCIAL DO INOX EM OBRAS PÚBLICAS URBANAS O aço inoxidável vem conquistando cada vez mais espaços em grandes obras públicas no país como mostramos nessa edição da Revista Inox. O destaque é a presença do material na estação Butantã do Metrô de São Paulo, cuja fachada de inox se sobressai na cena paulistana e também seu grande potencial de uso em mobiliário urbano. Em razão de suas propriedades físicas e estéticas, além de ser um produto nobre, moderno e bonito, suas características como resistência à corrosão e facilidade de limpeza o tornam imbatível como opção que resiste às mais severas condições de uso e que ajudam a reduzir os investimentos públicos em manutenção, já que seu longo ciclo de vida compensa um possível custo inicial mais alto. Utilizado em estruturas e itens de segurança, o aço inoxidável responde aos critérios de segurança e conforto dos usuários, fundamentais nos projetos de equipamentos de mobiliário urbano. Leve e ao mesmo tempo robusto, consegue suportar agressões do ambiente sem se deteriorar. Leia também o artigo que trata da avaliação do custo inicial de investimento do aço inox, considerando que, apesar de mais elevado, apresenta melhor relação custo-benefício quando aplicada a metodologia do Custeio de Ciclo de Vida
(CCV) em equipamentos públicos. Esse método leva em conta, além dos investimentos, todos os demais custos existentes durante as diferentes fases do ciclo de vida. Ou seja, desde produção, transporte, instalação, operação, manutenções, desativação, reposição, reuso e reciclagem dos materiais residuais. Apesar dessas enormes vantagens, no Brasil a utilização do aço inoxidável em equipamentos urbanos ainda está muito abaixo do desejável, considerando os aspectos relacionados à sustentabilidade, economia de custos de manutenção e otimização de recursos públicos. Conheça também os três projetos vencedores da primeira edição do Prêmio InovInox, para estudantes de arquitetura e design, cujos trabalhos, em sua maioria, foram considerados de alto nível pelos jurados. Leia ainda reportagem sobre a empresa Muscle Beach que criou as academias a céu aberto no país, começando pelo Rio de Janeiro, onde os equipamentos de musculação e ginástica são fabricados em inox a fim de resistir ao ambiente marítimo. Boa leitura!
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Divulgação Muscle Beach
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Divulgação
InovInox: conheça os três vencedores Primeira edição do Prêmio InovInox, para estudantes de arquitetura e design, cumpre objetivo de ampliar as aplicações do inox no país e revela trabalhos de alto nível
22 Visitantes aprovam Feinox e Coninox 2010 Nível de satisfação do público visitante foi alto e 96% consideraram a feira como boa oportunidade de prospectar negócios, adquirir conhecimentos e fazer networking
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Osiris Lambert Bernardino
evento ........................................................................................................................26
artigo..........................................................................................................................28 Divulgação Associação Brasileira do Inox - Núcleo Inox
Mobiliário urbano em aço inoxidável Com ciclo de vida longo, o aço inox é, na maioria dos casos, a opção mais interessante em termos de custos e resistência para uso em peças de mobiliário urbano
28 seção ........................................................................................................................33
33 Ricardo Takaoka
Notícias Inox As novidades das empresas que compõem a cadeia produtiva do Inox
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Publicação da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox Av. Brigadeiro Faria Lima, 1234 cjto. 141 – cep 01451-913 São Paulo/SP – Fone (11) 3813-0969 – Fax (11) 3813-1064 nucleoinox@nucleoinox.org.br; www.nucleoinox.org.br Conselho Editorial: Celso Barbosa, Francisco Martins, Osmar Donizete José e Renata Souza Coordenação: Arturo Chao Maceiras (Diretor Executivo) Circulação/distribuição: Liliana Becker Edição e redação: Ateliê de Textos – Assessoria de Comunicação Rua Desembargador Euclides de Campos, 20, CEP 05030-050; São Paulo (SP); Telefax (11) 3675-0809; atelie@ateliedetextos.com.br; www.ateliedetextos.com.br Diretora de redação e jornalista responsável: Alzira Hisgail (Mtb 12326) Editora: Heloisa Medeiros; Repórter: Adilson Melendez
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Comercialização: Sticker MKT Propaganda Ltda. Al. Araguaia, 1293, cj. 701 Centro Empresarial Alphaville - Barueri - SP - cep 06455-000 www.sticker.com.br ; sticker@sticker.com.br Diretor - Antonio Carlos Pereira caio@sticker.com.br Publicidade - Josias Nery Junior (11) 9178-0930 - junior@sticker.com.br Salvador E. Giammusso Fhº - (11) 9137-2516 sticker@sticker.com.br Para anunciar: Tels.: (11) 4208-4447 / 4133-0415 - Dulce (11) 9178-0930 - Junior; (11) 9137-2516 - Salvador Edição de arte e diagramação: Francisco Milhorança Serviço de fotolito e impressão: Estilo Hum Foto da capa: Marcelo Scandaroli A reprodução de textos é livre, desde que citada a fonte.
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INOX A SERVIÇO alhar ao ar livre, na orla marítima ou em praças com muito verde e ainda por cima de graça. Essa é uma combinação que está caindo no gosto da população das grandes cidades. No Rio de Janeiro, com a implantação do Projeto Rio Praia Maravilhosa, que contempla a orla carioca com a instalação de 40 novos conjuntos de equipamentos para alongamento e ginástica, é uma tendência sem volta. Além disso, professores de educação física ficam disponíveis para avaliações gratuitas, orientação especializada e auxílio à população na prática continuada de atividades físicas. Mas o mais importante é que os equipamentos são produzidos em aço inoxidável, material resistente à corrosão e à poluição, o que aumenta sua vida útil e dispensa manutenção constante. A iniciativa pioneira é da empresa Muscle Beach, sediada no Rio de Janeiro, onde já montou unidades nas cidades de Búzios, Rio de Janeiro, Campos, Cabo Frio e Macaé, além de academias ao ar livre instaladas em Vitória (ES), Toledo (PR), entre outros municípios. O empresário Marcus Vinicius de Moraes Correia, diretor da Muscle Beach, se inspirou quando fez uma viagem à Califórnia, em 1996. Lá, ele par-
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ticipou do Campeonato Pan-Americano de Jiu-Jitsu e conheceu a academia ao ar livre de Venice Beach, famosa praia de Los Angeles (veja Box). “Porém, ao contrário das academias que implantamos no Brasil, a americana utiliza equipamentos de aço carbono, que precisam ser trocados a cada três ou quatro anos. No Brasil, acredito sermos os únicos a utilizar os equipamentos de musculação em aço inox. Com isso, a durabilidade é muito grande, evitando investimentos constantes em trocas e em manutenção”, explica Correia. Os primeiros projetos foram desenvolvidos junto a governos municipais, que enfatizaram o caráter social e turístico. O sucesso foi imediato. Existem diferentes modelos de academias. Elas podem ser projetadas para atender à população em locais públicos, como praças e praias, ou podem ser configuradas para hotéis, resorts, empresas, academias particulares e residências de campo ou praia. Segundo ele, as academias implantadas pela Muscle Beach são lugares democráticos. “Promovem o convívio harmonioso entre pessoas de diferentes classes e idades. Um projeto como este mostra a preocupação, de um governo ou empresa, em oferecer a uma boa par-
Fotos divulgação Muscle Beach
Equipamentos de ginástica e musculação ganham as praias do Rio de Janeiro, além de outras cidades brasileiras. A Muscle Beach, empresa que produz os aparelhos em inox, é pioneira na montagem das academias ao ar livre, que estão conquistando a população
Equipamentos de inox para ginástica no Rio
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DA BOA FORMA
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Divulgação Muscle Beach
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Fabricados com perfis retangulares de aço inox 304 polido, equipamentos têm alta resistência à corrosão
cela da população a chance de um convívio social. É um lugar de diversão, convivência e saúde”, destaca Correia. AÇO INOX 304 Além de sua beleza e facilidade de limpeza, os equipamentos são fabricados com perfis retangulares de aço inox 304 (austenítico), de acabamento polido, que oferece alta resistência à corrosão e à exposição a agentes agressivos presentes nas áreas urbanas. A Muscle
Beach possui uma unidade de produção própria na Ilha do Governador (RJ), e conta também com parceiras que, em certas épocas, atuam como fornecedoras, fabricando projetos sob licenciamento da empresa. Os principais equipamentos são aparelhos de musculação e ginástica, com mancais especiais importados dos EUA. Utilizam estofados como os de embarcações, iates e lanchas de lazer, que têm resistência à chuva, ao vento e aos
raios solares. “Em um novo equipamento, um módulo de ginástica e alongamento, implantado na orla do Rio de Janeiro, utilizamos ‘madeira plástica’ no piso, material que além de ser reciclado é mais econômico, tanto do ponto de vista da manutenção como em durabilidade”, destaca Correia. Com equipes de manutenção dos equipamentos instalados na orla do Rio, a principal medida de segurança é a presença obrigatória de profissionais de educação física durante o uso dos equipamentos pelos alunos. De acordo com Correia, como o projeto envolve saúde, esporte, turismo e integração social, as academias ao ar livre são amplamente aceitas pelo público e, nestes 12 anos de história, já são mais de 150 mil pessoas cadastradas no projeto, e mais de 30 unidades implantadas pela Muscle Beach. “Nossos projetos têm financiamento privado (patrocinadores) e público (prefeituras municipais). Hoje, contamos com grandes empresas como parceiras, entre elas, os bancos Santander e Itaú, além da CSN, Amil, patrocinadora desde 2005, e a Cedae”, conta Correia.
Heloisa Medeiros
SONHO CALIFORNIANO Há muito tempo a população dos Estados Unidos cultua o fitness. A paixão começou na década de 30, no Sul da Califórnia, na Praia de Santa Mônica, num lugar batizado depois de Muscle Beach. No começo, o foco dos jovens era a ginástica, aliada à diversão. Mas, depois, durante as décadas de 1930, 1940 e 1950, homens e mulheres se reuniam ali para praticar saltos, acrobacias e torres humanas. A fama desse movimento se espalhou e cresceu tanto que, nos fins de semana, até dez mil pessoas compareciam à praia para acompanhar as performances.
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Em 1959, o espaço de Santa Mônica foi fechado. No entanto, logo em seguida, a praia vizinha Venice vinha ganhando espaço em relação às atividades físicas, com um pequeno número de levantadores de peso, que se exercitavam lá. Comprada e operada pelo Departamento de Recreação e Parques da Prefeitura de Los Angeles, a Academia "The Pen" passou a ser o local dos entusiastas do culto ao físico e à saúde. E acabou virando moda. Mais tarde, durante os anos 1960 e 1970, a academia passou a ser chamada, pelos moradores e visitantes, de Muscle Beach.
O investimento do governo alcançou US$ 500 mil e possibilitou a montagem de uma infraestrutura tornando-se famosa no mundo inteiro. Mas, em relação ao projeto brasileiro, essa academia apresenta algumas diferenças. Além de não ser gratuita, possui equipamentos mais simples, fabricados em aço carbono, o que ocasiona um acelerado processo de oxidação. Por isso, o objetivo da Muscle Beach brasileira foi adotar uma visão de longo prazo e de economia de recursos para as prefeituras, desenvolvendo aparelhos em aço inox, com maior vida útil e resistência à atmosfera marítima.
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entrevista
Estações do Metrô de São Paulo buscam acessibilidade universal A arquiteta Eliete Mariani, da Gerência de Operações da Companhia do Metropolitano de São Paulo, vem acompanhando as alterações realizadas nas estações para que elas possam atender aos usuários com necessidades especiais e dificuldades de mobilidade. Nessa entrevista à Revista Inox, Eliete fala sobre acessibilidade e explica os motivos da substituição dos corrimãos de todas as estações pelos de aço inoxidável 10 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
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Atualmente todas as estações do Metrô de São Paulo possuem corrimãos de aço inox. Por que ocorreu a troca? As estações tinham dois tipos de corrimãos. Um deles, em aço inox, com seção retangular, presente nas estações mais antigas. Era belíssimo, de design italiano, mas não apresentava continuidade entre os trechos de escadas, nem a empunhadura exigida pelas normas de acessibilidade. Para o portador de deficiência visual, a falta de continuidade gera uma enorme insegurança. Esse tipo de corrimão também não oferecia apoio seguro para as pessoas mais idosas, ou com alguma deficiência motora, pois não conseguiam segurá-lo com firmeza por ser retangular. O outro modelo, presente nas estações mais novas, era em alumínio, de seção redonda, com 6,5 cm de diâmetro, dimensão considerada muito grande para empunhadura e que também não nos permitia resolver o problema da continuidade.
Chegou-se a estudar o uso de outros materiais? O aço carbono seria uma alternativa inicialmente mais econômica, mas teria de ser pintado. E não conseguimos viabilizar uma pintura que resistisse ao desgaste provocado pelo tráfego de pessoas em uma estação de Metrô. Tudo o que é pintado e que as pessoas precisam colocar a mão vai, necessariamente, se desgastar. De uma forma geral, nas estações procuramos ter materiais de acabamento íntegro, de modo que mesmo que ocorra o desgaste sua aparência não mude. Por exemplo, o granito do piso de algumas estações pode se desgastar, mas o aspecto con-
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As peças foram substituídas em todas as estações? Como foi essa operação? Foi uma revolução porque precisávamos trocar todos os corrimãos de todas as estações. Para decidir qual material empregar, entre outras exigências, era preciso estimular o usuário a fazer uso do
corrimão. As pessoas só seguram naquilo que olham e consideram limpo. Ninguém coloca a mão num corrimão mal pintado ou, muitas vezes, enferrujado. E se não segura, a pessoa corre o risco de se acidentar. Como o aço inoxidável permite uma limpeza mais fácil e, mesmo que não ocorra uma limpeza frequente, mantém um bom aspecto, optamos por ele. Além da facilidade de limpeza, tem uma durabilidade muito grande, como é necessário numa estação. Esse material não enferruja, não desgasta e permite encaixes com solda, tornando possível fazer todas as curvas necessárias para emendas nos trechos de escadas, resolvendo a questão da continuidade.
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“O aço inoxidável pode ser tocado por muitas pessoas, ir se desgastando, mas mantém sempre a mesma aparência”
tinua sendo o mesmo. Com o aço inoxidável, ocorre a mesma coisa. Ele pode ser tocado por muitas pessoas, ir se desgastando, mas mantém sempre o mesmo aspecto. Fizemos estudos junto com uma empresa que trabalha com o material, sobre qual seria o brilho ideal no acabamento. Procuramos um equilíbrio para que o inox não ficasse marcado pelo contato das mãos e também não fosse áspero demais, a ponto de dificultar o correr das mãos e as operações de limpeza. Com o alumínio, já tínhamos experiências em várias estações, mas, com o uso, a camada de anodização se desgastava.
Quanto tempo demorou o processo de substituição dos corrimãos? Como empresa pública, existe todo um processo para contratação de serviços, que foi cumprido. Depois disso, foram cerca de dois anos para fazer a substituição em todas as estações. O resultado foi bastante satisfatório sob todos os aspectos. Além dos corrimãos, o Metrô emprega o aço inox em outros acabamentos? O projeto do Metrô, que data do final dos anos
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1960 antevia a necessidade de contar com materiais resistentes ao uso público. Nas estações mais antigas, da Linha 1 – Azul, os edifícios são de concreto, os pisos em granito e há vários itens em aço inoxidável, como corrimãos, acabamento de muretas de concreto e fechamentos de quadros elétricos ou de outros tipos de quadros. Em todos os acabamentos que estavam ao alcance do público optou-se pelo aço inox pois, além de ser resistente, tem aspecto agradável. Já nas estações da Linha 3 – Vermelha, procurou-se fazer acabamentos mais econômicos. Com o tempo, verificou-se que a economia inicial não compensava os gastos com a manutenção. No projeto de novas estações, no final dos anos 90, foi feito um balanço do que deu certo ou não, e voltamos para o aço inoxidável. O aço carbono ainda é usado em áreas externas, em acessos distantes, pois, há problema de furto em razão do valor do aço inox.
Nas mais de duas décadas de trabalho no Metrô, como você acompanhou a adequação das estações às necessidades de usuários portadores de deficiência física? Desde 1992, quando me formei em arquitetura, atuo na área de acessibilidade. Inicialmente, o que me
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chamou a atenção para o assunto foi a constituição da Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME). Eu e o presidente da associação trabalhávamos em áreas próximas e conversávamos bastante. Tomei consciência de que essas pessoas não são incapazes, podem e devem produzir. Na época, já existiam entidades que atuavam em favor das pessoas portadoras de deficiência, mas eram pouco conhecidas. Mas, os movimentos foram aumentando e surgiu legislação obrigando empresas a contratarem pessoas nessas condições. Assim, os meios de transporte passaram a ter grande foco com relação à acessibilidade. Foi uma época de movimento muito intenso para a criação de legislação e normas. Não existiam parâmetros técnicos detalhados sobre o que as pessoas realmente precisavam para utilizar, de maneira autônoma e segura, um trem ou um ônibus, como, por exemplo, o tamanho ideal de uma porta ou inclinação adequada de uma rampa. Na época, não existiam normas sobre o tema? Já existia a NBR 9050, que trata da acessibilida-
de nas edificações, mas que, na época, apresentava poucos detalhes. Essa norma começou a ser revisada no final de 1999. Mas o período da revisão se estendeu, pois eram muitos dados a abranger ao máximo as especificidades. Assim, a revisão da norma foi aprovada em 2004. No caso dos corrimãos, por exemplo, participaram das reuniões muitas pessoas portadoras de deficiência, que expunham seus pareceres. Contamos com terapeutas ocupacionais, que conhecem profundamente as diversas especificidades, e todos puderam chegar a um consenso. Se você conversa com um portador de deficiência, ele fala da sua necessidade particular, mas quando se pensa em ambiente público é necessário se considerar o maior número de necessidades existentes. É preciso ir pela maioria, considerando-se todas as dificuldades. São necessários estudos técnicos. Foi dessa forma que chegamos, por exemplo, aos diâmetros de corrimãos e suas formas, às inclinações de rampas, ao tipo de guarda-corpo e à sinalização tátil no piso, item que todos reconheciam como necessário, mas que até aquela ocasião ninguém sabia o que era ideal.
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publicada uma norma específica – trabalho que coordenei – sobre piso tátil. Apesar de abordar esse item, a NBR 9050 versão 2004, não fechou todas as questões. E o piso tátil é um item de acessibilidade ainda pouco conhecido. Certos itens de acessibilidade são mais simples de serem conhecidos e resolvidos. Em rampas, por exemplo, uma vez definidas a inclinação e a largura, fica fácil aplicar, atendendo-se um grande número de pessoas em cadeiras de rodas. Já para pessoas portadoras de deficiência visual, é mais complicado orientar quanto ao caminho a ser percorrido. Um dos aspectos a serem considerados é a variação de visão que essas pessoas muitas vezes têm. Estima-se que 85% tenham baixa visão e conseguem visualizar luzes. É por isso que fazemos os pisos táteis com cores diferentes. Tão importante quanto a textura tátil é o contraste de cor.
“Os especialistas recomendam que pessoas portadoras de deficiência visual sejam treinadas para usar o piso tátil a fim de circular em ambientes públicos com segurança e facilidade no deslocamento” Como se deu o processo de adequação às normas de acessibilidade no Metrô? O Metrô sempre se preocupou com o conforto, segurança, limpeza, padrão de atendimento, entre outros itens de qualidade. A acessibilidade não era um conceito difundido pela sociedade décadas atrás. Mas, com a disseminação do conceito de inclusão de pessoas portadoras de deficiência houve necessidade de se adequar edifícios e serviços. As estações já contavam com escadas rolantes. Já as estações da Linha 3 – Vermelha e Linha 2 – Verde foram concebidas com elevadores e rampas, e a Companhia possuía um serviço de atendimento, com empregados treinados para atender e conduzir portadores de deficiência. Porém, conforme mencionei anteriormente, não havia parâmetros técnicos rigorosamente definidos e passamos, então, a receber visitas de entidades e portadores de deficiência para ouví-los e analisar a questão. Isso ocorreu em consonância com os movimentos de revisão e elaboração das normas técnicas, culminando com a publicação do Decreto Federal Nº 5.296, em 2004. Este estabelece parâmetros e prazos para que todos os edifícios públicos e meios de transporte se tornem acessíveis. E faz referência às normas técnicas de acessibilidade, dando-lhes força de lei. O Metrô elaborou então um plano de adequação de suas estações e trens, que está em fase final de implementação, antecipando o prazo de dez anos. As normas foram aprovadas em 2004, há quase sete anos. Elas estão atualizadas? As normas estão passando novamente por uma revisão. Mas não deve mudar muita coisa em relação ao que nós já temos adaptado. Está em vias de ser
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Foi o Metrô ou grupo participante das normas que levantou esses dados? Foi o grupo responsável pela norma. Mas o Metrô participou intensamente. Fizemos testes para termos referências, já que a melhor forma de você ter certeza é fazer na prática. E sempre colocamos para a sociedade aprovar ou não. Diversas entidades voltadas aos portadores de deficiência participaram da elaboração da norma. Atualmente, o Metrô de São Paulo atende a todas as necessidades dos portadores de deficiência física? Ele está preparado para atender, mas é importante que as pessoas conheçam melhor esses recursos. Alguns itens, como o piso tátil, por exemplo, são melhor utilizados por pessoas que recebem treinamento. Os especialistas recomendam que pessoas portadoras de deficiência visual sejam treinadas para circular em ambientes públicos, pois essa orientação sobre mobilidade passa informações importantes de segurança e facilita o deslocamento. Os projetos de adequação foram todos concebidos baseados em padronização. Dessa forma, essas pessoas poderão encontrar soluções semelhantes em estações diferentes, aumentando sua autonomia e segurança. Adilson Melendez
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Aço inoxidável que reveste fachada da estação Butantã, da Linha Amarela do Metrô paulistano, altera para melhor o cenário urbano
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uma vizinhança de construções semi-anônimas e entorno pouco atrativo, o edifício da nova estação Butantã do Metrô de São Paulo desperta a atenção em função de pelo menos dois motivos. Em primeiro lugar vem o gabarito mais alto, pois raramente as estações de Metrô são verticalizadas. E a inusitada volumetria de suas fachadas, recobertas de aço inox, uma delas sinuosa, acompanhando a curvatura do poço de acesso à área de embarque, e outra inclinada. A estação Butantã, um dos pontos de parada da Linha 4 – Amarela, faz parte do ramal que ligará a Vila Sônia (zona oeste) à Luz, região central da capital paulista. Em janeiro, as obras físicas da estação estavam praticamente concluídas e o terminal de ônibus a ela acoplado também se encontrava em fase final. A previsão é de que o conjunto comece a operar no primeiro semestre desse ano. O prédio mais alto, onde fica a área de acesso para quem vem da rua, e as salas técnicas e operacionais da estação, nos pavimentos superiores, faz conjunto com um bloco de embarque complementar, mais baixo e envidraçado, com testeira em aço inox. Este se liga ao terminal de ônibus, a um edifício com bicicletário, sanitários e salas comerciais. Atualmente, o procedimento adota-
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do pelo Metrô é que o projeto conceitual da arquitetura de suas estações seja criado internamente por funcionários do departamento de arquitetura. Numa outra etapa, a companhia delega a outras equipes o desenvolvimento dessa conceituação. No caso da estação Butantã, o consórcio vencedor da licitação entregou a incumbência de aprofundar o estudo preliminar à Themag Engenharia, que subcontratou a Tetra Arquitetura para formatar o projeto executivo do conjunto. RECORTE E SOBREPOSIÇÃO O arquiteto Arno Hadlich, da equipe da Tetra, conta que a estação Butantã encontrava-se volumetricamente definida e a opção inicial para o revestimento das fachadas eram os painéis de alumínio composto (ACM). “As primeiras animações em 3D que criamos foram com base nesse material em tom azul”, informa. No entanto o aço inoxidável se mostrou competitivo. “Nesse momento, o consórcio avaliou que poderia ser mais interessante aplicar o aço inoxidável”, relata Hadlich. Entre outros motivos, acrescenta o arquiteto, por tratar-se de um material que praticamente dispensa manutenção. A solução para o projeto do sistema de instalação idealizada em con-
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Chapas dobradas de inox foram especificadas por sua resistência à ação do vento e redução nos custos de manutenção
Bloco de embarque complementar, mais baixo e envidraçado, com testeira em aço inox que se liga ao terminal de ônibus
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RESISTÊNCIA AO VENTO “Os estudos preliminares de arquitetura e de viabilidade técnica nos indicaram que seria possível aplicar chapas de menor dimensão e espessura, para garantir a planicidade e a resistência mecânica”, explica Adriano Dal Colina, diretor da Sul Metais que fez o beneficiamento e instalação das réguas de inox. Na obra, foi utilizado o aço inoxidável 444 (ferrítico) com espessura de 0,80 mm e acabamento escovado, tanto na fachada como nas áreas internas. “Testes em laboratório simularam ventos de até 150 quilômetros por hora, tanto com forças de pressão, como de arrancamento. O material mostrou-se resistente e confiável”, assegura Hadlich. As chapas de aço inox estão encaixadas em uma estrutura metálica que, por sua vez, fica ancorada na alvenaria de blocos de concreto da estação. Em ambos os lados da edificação, existem aberturas circulares, além de recortes retangulares envidraçados com as laterais menores arredondadas. Durante a conformação do material, a Sul Metais desenvolveu um sistema de fixação que dispensa o uso de parafusos. “A aplicação é feita através de um esquema de encaixes que garantiu agilidade, alinhamento e prumo, além da estanqueidade de toda a fachada”, detalha Colina. O resultado é uma edificação com personalidade marcante que, de fato, se sobressai no entorno. “Atualmente, buscam-se condições diferentes das estações da primeira linha 1 – Azul, cujas edificações praticamente desapareceram na malha urbana”, justifica o arquiteto da Tetra. O revestimento em aço inoxidável, no caso da estação Butantã, e das superfícies de intenso colorido nas fachadas das estações Faria Lima e Paulista, são exemplos dessa orientação. 20 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
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junto pela Aperam, que fabrica o material, e pela Sul Metais, responsável pela conformação das peças e instalação, avalizada pelos arquitetos da Tetra, levou em consideração os aspectos estéticos, concebidos pela arquitetura, e os técnicos, de desempenho do material e a facilidade de instalação na obra. A Aperam, fabricante do aço inoxidável no Brasil, demonstrou que o material tem versatilidade para atender às formas curvas e inclinadas previstas no projeto de arquitetura. Além da durabilidade e baixa manutenção, importantes nesse tipo de aplicação, devido ao alto tráfego de pessoas. Os autores buscavam algo diferente, inovador. A Aperam propôs então uma solução bastante utilizada na Europa, onde a tendência é fazer fachadas com chapas não planas. As vantagens são a repetição aliada à versatilidade e a viabilidade econômica, trabalhando com painéis menos espessos, sem perda das características do material. No caso da estação Butantã, trata-se de um sistema modular simples e fácil de instalar e uma opção bastante competitiva.
Durabilidade e baixa manutenção do inox são importantes devido ao alto tráfego de pessoas
Bem visível na face externa da estação, o aço inoxidável também está presente no interior do prédio. Desde os fechamentos dos painéis elétricos que protegem a cablagem, até nas catracas de acesso e nos corrimãos, além dos armários, onde aparecem combinados com outros materiais como o alumínio anodizado e alumínio composto colorido. Foram também as superfícies internas de aço inox que o engenheiro Plinio Godoy utilizou para inserir a iluminação. “O material reflete melhor a luz e apresenta melhor rendimento”, atesta Hadlich. CONFORTO DO USUÁRIO Segundo Hadlich, na concepção arquitetônica de estações de Metrô não se pensa unicamente no edifício, mas, sobretudo, nas sensações que provocará nos usuário e nos funcionários. Até 2004, Hadlich foi funcionário do departamento de arquitetura da companhia e integrou a equipe que definiu as diretrizes da implantação do ramal 4. Ele argumenta que a arquitetura das estações busca satisfazer ao usuário em termos de conforto ambiental e visual, mesmo no curto espaço de tempo que as pessoas permanecem no local. “A visão de arquitetura deve atender aos padrões da companhia no que se refere às circulações e iluminação,
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Em função da beleza, baixa manutenção e resistência ao vandalismo, o inox foi adotado em grande escala na estação Butantã, tanto nas áreas externas como internas
mas, sobretudo, precisa fazer com que o usuário se sinta confortável”, reforça. Esse é um dos motivos de o Metrô de São Paulo praticamente não registrar atos de vandalismo. “O usuário tem a percepção de estar sendo bem tratado se o espaço é agradável. Esse respeito ao patrimônio deve-se ao acerto quanto à arquitetura das estações”, destaca o arquiteto. Adotado em maior escala na estação Butantã, na verdade, o aço inoxidável está presente no Metrô de São Paulo desde o começo, tanto em função da beleza quanto de suas qualidades típicas, como, por exemplo, a baixa manutenção e resistência ao vandalismo. Em todas as estações, os corrimãos são fabricados exclusivamente com inox. Porém, o inox ainda sofre o preconceito de ser um material caro, o que é um mito, já que há algum tempo vem se tornando competitivo em termos de custos iniciais. Sem falar do custo/benefício proveniente de sua durabilidade e resistência à corrosão, que praticamente elimina custos de manutenção. “Quando me perguntam sobre a estação Butantã e informo que o aço inoxidável foi mais barato que o alumínio, as pessoas ficam surpresas”. A estação Butantã, avalia Hadlich, pode contribuir para desmistificar essa imagem. Adilson Melendez
As réguas da fachada são de aço inox 444 (ferrítico) com espessura de 0,80 mm
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prêmio
Foto divulgação
Primeiro colocado: Bike E, bicicleta conceitual de inox, assistida por motor elétrico
DESIGN DE ALTA QUALIDADE A
A primeira edição do Prêmio InovInox para estudantes de arquitetura e design foi um sucesso. Os trabalhos, em sua maioria, foram considerados de alto nível pelo júri. Criada pela Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, Falmec e PUC-Rio, a premiação visa ampliar as aplicações do inox no país 22 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
tarefa do júri de escolher os melhores trabalhos, entre os 67 projetos inscritos, para o primeiro Prêmio InovInox 2010, promovido pela Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, Falmec e Departamento de Design da PUC Rio, não foi fácil. A grande maioria apresentou um alto nível técnico e de criatividade. Os vencedores foram Bike-E, que conquistou o primeiro lugar, de Eduardo Machado e Leone Fragassi, da Faculdade de Design Mauá; Suporte para refeição, segundo lugar, de Marcelo Coelho Pereira, Nathalia Siqueira Totti e Alvaro Assis Pontes, da Universidade Estadual Paulista (Unesp); e Utensílios de cutelaria, com terceiro lugar, de Alex Braga Tonda, Timon Eidi Tio e Raphael de Barros Costa, do Centro Universitário Senac.
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Suporte para Refeição, segundo colocado, inclui suportes e tampos de mesa que, ao mesmo tempo, são bandejas encaixáveis
A unanimidade entre os promotores da prêmio e jurados foi a de que primeira edição do Prêmio InovInox foi um sucesso. O objetivo da premiação, de incentivar o uso do inox, tirando partido de suas qualidades, foi totalmente atingido e os participantes conseguiram explorar com o máximo de proveito a oportunidade oferecida. O júri do concurso, formado por profissionais da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, Falmec do Brasil, Casa Cor e Aperam, também contou com designers atuantes no mercado nacional e professores universitários de faculdades de Design. Segundo Helio Levcovitz, gerente de comunicação da Falmec do Brasil, esta diversidade dos jurados possibilitou uma riqueza de olhares em relação aos trabalhos apresentados no processo de votação. Os projetos inscritos vieram de faculdades de Design e Arquitetura de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
TENDÊNCIAS A tendência mais marcante dos projetos selecionados foi a utilização do aço inox com outros materiais, tais como vidro, polímeros e madeira. Outro dado interessante: a maioria dos trabalhos apresentados foi acompanhada por um professor orientador, o que mostrou um direcionamento mais eficaz do aluno em termos de inovação e criatividade. Tanto que os concorrentes superaram todas as expectativas da comissão organizadora e do júri do concurso. O primeiro colocado, a Bike E, bicicleta conceitual de inox, assistida por motor elétrico, foi contemplado pelo ineditismo, criatividade e qualidade, de acordo com os jurados. As pranchas de apresentação do projeto surpreenderam a toda a equipe. O modelo foi entregue em tamanho real, demonstrando o grande empenho dos alunos.
Já o segundo lugar, o Suporte para Refeição, que inclui suportes e tampos de mesa que ao mesmo tempo são bandejas encaixáveis, era destinado a alimentação em ambientes coletivos, tais como refeitórios, restaurantes populares e universitários. O projeto havia se destacado entre os jurados desde a primeira fase. E mostrou a desenvoltura dos alunos na concepção de um projeto que traz a possibilidade do uso do aço JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 23
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Divulgação
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O jogo de talheres com estojo, Laslo, que foi concebido a partir de uma chapa de inox, ficou em terceiro
inox no dia a dia. Um dos objetivos do concurso era justamente estimular o aumento da utilização do aço inox, principalmente, em situações do cotidiano. Utensílios de Cutelaria, terceiro colocado, venceu pelo bom acabamento e praticidade. O desafio do projeto foi configurar um jogo de talheres com estojo a partir de uma única peça plana de inox, sem utilizar pontos de solda. “Quando recebemos o modelo, constatamos a qualidade que vimos nas pranchas enviadas. Critérios como ousadia e criatividade foram muito bem utilizados. O produto está quase pronto para entrar no mercado, claro que com os ajustes necessários a partir do modelo recebido”, avalia Levcovitz. Os projetos foram enviados aos jurados e cada um fez a avaliação dos trabalhos atribuindo notas de 1 a 5. A partir dessa votação, foi ponderada a média de cada candidato a fim de se 24 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
chegar aos três vencedores. “Com a diversidade de jurados, cada um estabeleceu os seus critérios, o que enriqueceu bastante o processo. Basicamente, os critérios em comum foram criatividade e inovação na utilização do aço inox”, destaca Levcovitz. O júri contou com dez profissionais altamente qualificados e de diversas áreas, entre eles, Arturo Chao Maceiras (diretor executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox), Peri Cozer Olhovetchi (da Falmec do Bra-
sil), Angelo Derenze (da Casa Cor), Arlena Montesano (designer), Guto Índio da Costa (designer), Natacha Rena (arquiteta e designer), Luciano Deos (arquiteto e designer), Guinter Parschalk (designer), Rogério Marques (da Mozaik) e Lua Nitsche (arquiteta e designer). O balanço da primeira premiação feito pela Falmec, PUC-Rio e a Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox foi positivo. Tanto que para a segunda edição o prêmio será dirigida a estudantes e profissionais de todo o Brasil. “Realizar este concurso foi um grande prazer para toda a equipe organizadora. Atingimos nossos objetivos e já estamos planejando novidades para a próxima edição. A idéia é que cada vez tenhamos mais participantes, a fim de disseminar a cultura de utilização do aço inox, tal como é forte em outros países”, ressalta Levcovitz. Heloisa Medeiros
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OS VENCEDORES 1º lugar – Bike-E (prêmio de R$ 3.000,00) O projeto da bicicleta conceitual de Inox, assistida por motor elétrico, foi criado para oferecer uma opção viável de mobilidade urbana sem agredir o meio ambiente, comportando-se como uma pequena moto com tração elétrica e pedal. A bicicleta concorre em preço com as motos de baixa cilindrada, além de ser de fácil manuseio e mobilidade. O projeto, com estrutura de inox, possui carcaça em material composto de fibra de carbono, aliando resistência, leveza e bom custo-benefício. A carenagem é moldada com copolímero PETG. Os elementos estruturais encaixam-se com precisão por meio de um sistema de pinos-rebites aeronáuticos, promovendo a manutenção fácil e harmonia ao conjunto. Ficha Técnica • Chassi estrutural monobloco aço inox 304 • Motor GPB Bosch 300w-3500rpm • Rotor e escovas • Imãs permanentes • Tensão de trabalho 12 volts corrente contínua
• 25 A 3500RPM • Bateria 12v 6 chumbo selada • Solda mg com inspeção de superfície • Tratamento superficial com polimento • Rodas 25” • Cubos de freio disco inox 430 • Sistema de transmissão conjugado
2º lugar – Suporte para refeição em ambientes coletivos (prêmio de R$ 2.000,00) A proposta consiste em mesas de alimentação para ambientes coletivos, tais como refeitórios, restaurantes populares e universitários. A partir da análise do uso e do comportamento dos usuários, foram observadas necessidades e situações que definiram o projeto. Entre os problemas identificados em refeitórios destacaram-se layout rígido e cansativo, difícil acesso no caso de cadeiras fixas, além de acúmulo de resíduos, grãos, gordura e migalhas nas mesas. O resultado foi um desenho mínimo, que desconstrói o modelo convencional e reduz a forma a seus elementos essenciais, utilizando a versatilidade do aço inox e seu potencial como material inerte em termos de facilidade de limpeza, aparência higiênica, estética e resistência. Com foco na acessibilidade, o projeto procurou a racionalidade e utilização e na construção das peças com um único material, o inox, que tem baixo custo de manutenção e é reciclável. A proposta reduziu a mesa a elementos essenciais, como a bandeja (que comporta prato e serve como tampo encaixável da mesa) e o apoio dobrável, que confere leveza à estrutura, possibilitando várias maneiras de disposição no ambiente, além de fácil empilhamento, tornando o espaço do refeitório multifuncional.
3º lugar – Utensílios de Cutelaria (prêmio de R$ 1.000,00) Originados a partir de uma única chapa de inox, os talheres Laslo transportam soluções de design para o mundo da gastronomia. O nome do projeto é uma homenagem a Lázló Moholy-Nagy, designer e professor que lecionou na Bauhaus, com grande experiência em esculturas de aço. O desafio do projeto foi configurar um jogo de talheres e um estojo a partir de uma única peça plana de inox, sem utilizar pontos de solda. Seu desenho foi direcionado para resultar em linhas e princípios minimalistas, sem descartar os aspectos ergonômicos, como a facilidade de empunhadura. O tipo de inox escolhido foi o 410, por apresentar propriedades adequadas aos utensílios de cozinha.
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Ficha Técnica Faca – 330 mm de comprimento, 50 mm de largura e 8 mm de altura Garfo - 330 mm de comprimento, 40 mm de largura e 8 mm de altura Estojo - 350 mm de comprimento, 100 mm de largura e 12 mm de altura
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PÚBLICO APROVA FEINOX E CONINOX 2010 C O nível de satisfação do público com o evento foi alto, pois 96% consideraram a Feinox e o Coninox como as melhores oportunidades de prospectar novos produtos, serviços e adquirir conhecimentos. Cerca de 76% dos visitantes faziam parte de altos níveis decisórios 26 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
om cerca de dois mil visitantes, a Feinox (IV Feira de Tecnologia de Transformação do Aço Inox) e Coninox (Congresso do Aço Inoxidável), de 2010, alcançaram um patamar superior como eventos dos mais importantes para a cadeia produtiva do aço inoxidável. Realizado no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, de 16 a 18 de novembro, a exposição recebeu profissionais de 16 estados brasileiros, com predominância de 80% de São Paulo. Além disso, 76% dos visitantes faziam parte de altos níveis decisórios, entre eles, empresários, diretores, gerentes e compradores, sendo que 40% deles do setor industrial, 10% do comércio e 10% do segmento de serviços. A pesquisa de satisfação realizada durante o evento também mostrou um acerto quanto ao público-alvo convidado para a feira, já que 99,5% são compradores exclusivos do setor de inox. Porém, um número chama a atenção, 90% dos visitantes nunca haviam ido à Feinox antes, o que significa
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O DOS VISITANTE Ã S I SD EC D A E
20% influenciam decisão de compra
24%
Cerca de 97,5% pretendem voltar na próxima edição e 94% encontraram o que procuravam durante a feira de 2010. Em sua quarta edição, o evento teve o dobro de área em relação ao anterior (em 2008), consolidando a mostra, e aproveitando as excelentes perspectivas de crescimento de setores importantes para a cadeia produtiva do inox, entre eles, o de gás e petróleo, agronegócio, com destaque para o sucroalcooleiro e o de construção civil e arquitetura. O Coninox, por sua vez, contou com grande participação do público, o que comprova o acerto dos temas escolhidos e a seleção de palestrantes de alto nível. Na avaliação a respeito das palestras, participantes as consideraram boas (62,5%) e ótimas (37,5%), sendo que 87,5% assistiram até quatro delas e um percentual de 12,5% compareceram a todas as apresentações. “Neste aspecto, cumprimos também nosso objetivo de fazer do Coninox um meio de levar aos profissionais e empresários as informações valiosas sobre tendências, tecnologia e novos campos de aplicação do inox, com vistas à identificação de oportunidades de negócios do setor”, garante Maceiras. Heloisa Medeiros
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2010 OX EIN
POD ER
uma grande renovação do público interessado no setor, provavelmente, em razão dos novos campos de aplicação do material na indústria de petróleo e gás, devido ao pré-sal, e ao mesmo tempo na arquitetura e construção, além do agronegócio. De acordo com Arturo Chao Maceiras, diretor executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, a avaliação do evento de 2010 é bastante positiva. “Dobramos a área da feira e conseguimos um bom aumento no número de visitantes. O novo local se mostrou uma ótima escolha, com infraestrutura adequada, o que permitirá um crescimento da feira e do congresso nas próximas edições. Ficou evidente também a grande qualidade, sofisticação e beleza dos estandes das empresas expositoras”, destaca ele. O nível de satisfação do público com o evento foi bastante alto, pois 96% consideraram a Feinox e o Coninox como as melhores oportunidades de prospectar novos produtos, serviços e adquirir conhecimentos. Ao mesmo tempo 98% afirmaram que a feira apresentou as empresas mais importantes do setor e uma grande diversidade de produtos e serviços (82%), além de propiciar as melhores oportunidades de networking (95%). A organização teve a aprovação de 99% dos entrevistados e o local foi avaliado como adequado na opinião de 98%.
56%
tomam decisão de compra
Arte com foto de Osiris Lambert Bernardino
não influenciam decisão de compra
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artigo
MOBILIÁRIO URBANO EM AÇO INOXIDÁVEL Arturo Chao Maceiras*
rquitetos e engenheiros podem aproveitar as vantagens oferecidas pelo aço inoxidável, material versátil e adequado para muitas aplicações na arquitetura e construção civil. Até algum tempo, o aço inox era considerado apenas em aplicações nobres. Mas, atualmente, é uma solução efetiva, prática e competitiva em custo. Por suas características, é indicado para condições de utilização e exposição sujeitas às intempéries e corrosão. O inox é basicamente um aço com baixo carbono e adição de ao menos 10,5% de cromo, o que proporciona a propriedade de resistir à corrosão. O cromo permite a formação de uma camada invisível e resistente: o filme de óxido de cromo. Se a superfície for danificada mecânica ou quimicamente, o filme se regenera rapidamente na presença de oxigênio, mesmo que este esteja em pequena quantidade. A resistência à corrosão e outras propriedades do inox aumentam de acordo com o conteúdo de cromo e adição de outros elementos na liga, tais como molibdênio, níquel e nitrogênio.
Uso do aço inoxidável em mobiliário urbano tem aumentado por sua resistência ao vandalismo e facilidade de manutenção
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Divulgação Associação Brasileira do Aço Inoxidável - Núcleo Inox
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BENEFÍCIOS DO AÇO INOXIDÁVEL NA ARQUITETURA • Elevada resistência à corrosão: não necessitam ser revestidos com qualquer produto. • Custo de manutenção mínimo: basta apenas limpeza periódica com água e sabão para conservar o acabamento original. • Resistência e tenacidade elevadas: as propriedades mecânicas dos aços inoxidáveis permitem utilizar seções mais esbeltas que outros materiais, reduzindo o peso e custos sem comprometer a resistência. • Fácil fabricação: boa soldabilidade e conformação em operações de corte e dobra. • Ciclo de vida longo: o aço inox é, na maioria dos casos, a opção economicamente mais interessante em custos, considerando seu longo ciclo de vida. • Higiene: a facilidade de limpeza do aço inox o transforma na opção prioritária para aplicações onde a higiene é imperativa, tais como hospitais, cozinhas profissionais, abatedouros e outras instalações de processamento de alimentos.
• Aparência estética: o brilho e a fácil manutenção da superfície do aço inox, proporcionam aparência contemporânea, ideal para uma larga e crescente gama de aplicações na arquitetura. • Sustentabilidade: o aço inoxidável é um dos materiais mais sustentáveis disponíveis para construção civil e arquitetura, pois proporciona uma vida útil longa, não requer uso de produtos químicos perigosos para limpeza e minimiza os itens e custos de manutenção. MOBILIÁRIO URBANO Devido às suas propriedades, o uso do aço inoxidável no mobiliário urbano tem aumentado substancialmente nos últimos 15 anos nas principais capitais do mundo, por fornecer interessantes alternativas estéticas e de projeto e pela diversidade de tipos de aço e acabamentos superficiais de acordo com cada aplicação e ambiente. No Brasil diversas multinacionais comercializam espaços publicitários nos mobiliários urbanos e se encarregam de elaborar design das peças, além de
TAXA MÉDIA DE CORROSÃO ANUAL APÓS 20 ANOS DE EXPOSIÇÃO NA ÁFRICA DO SUL Pretória - CSIR
Durban Bay
Durban Bluff
Walvis Bay
Sasolburg
marinha severa e moderada baixa poluição
marinha severa e baixa poluição
industrial e alta poluição
Tipo de local
rural e baixa poluição
SO2 ( g/m3) Média de chuva no ano (mm/ano)
6–20 29,4 (746)
10–55 40 (1.018)
19–39 20 (508)
10–47 40 (1.018)
ND 0,31 (8)
ND 26,7 (677)
Umidade relativa %
26–76
54–84
52–90
54–84
69–96
49–74
Temperatura ºF (ºC)
43–79 (6–26)
61–80 (16–27)
48–77 (9–25)
61–80 (16–27)
50–68 (10–20)
41–67 (5–20)
Tempo de vida de aço galvanizado sem pintura (em anos)*
6–15
3–5
3–7
3–5
0,6–2
5–15
Aço inoxidável 316 304 430
marinha e moderada poluição
Cape Town Docks Região marinha e moderada poluição
Taxa de corrosão anual mils/ano (mm/ano) 0,001 (0,000025) 0,001 (0,000025) 0,001 (0,000025)
0,001 (0,000025) 0,003 (0,000076) 0,02 (0,000406)
0,001 (0,000025) 0,005 (0,000127) 0,01 (0,000381)
0,01 (0,000279) 0,02 (0,000406) 0,07 (0,001727)
0,004 (0,000102) 0,004 (0,000102) 0,02 (0,000559)
ND ND 0,004 (0,000107)
0,01 (0,00028) 0,01 (0,00033) 0,01 (0,00028) 0,01 (0,00033) ND 0,22 (0,00559) 0,13 (0,0033) 0,9 (0,0229) 1,70 (0,0432)
0,21 (0,00546) 0,14 (0,00353) 0,12 (0,00315) 0,14 (0,00366) ND 0,37 (0,0094) 0,91 (0,0231) 8,35 (0,212) 14,61 (0,371)
0,17 (0,00424) 0,15 (0,00371) 0,14 (0,00366) 0,13 (0,0034) ND 0,28 (0,00711) 1,14 (0,029) 3,60 (0,0914) 10,12 (0,257)
0,77 (0,1946) 0,66 (0,1676) 0,79 (0,020) 1,09 (0,02761) 0,93 (0,02364) 0,97 (0,0246) 4,37 (0,111) 31,89 (0,810) 86,22 (2,190)
0,18 (0,00457) 0,16 (0,00417) 0,19 (0,00495) 0,23 (0,00384) 0,15 (0,0384) 1,51 (0,0384) ND 45,28 (1,150) 33,31 (0,846)
0,11 (0,00281) ND ND ND 0,12 (0,00317) 0,55 (0,014) 0,60 (0,0152) 4,21 (0,107) 5,91 (0,150)
Liga de alumínio AA 93103 AA 95251 AA 96063 AA 96082 AA 96261 Cobre Zinco Aço tipo Corten Aço carbono ND – Não disponível
*definido como 5% sobre a área superficial
Nickel Institute – Reference Book Series Nº 11 024
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Boa Vista Macapá Santarém Fonte Boa
Belém São Luís Fortaleza
Manaus
Natal Recife Aracaju
Porto Velho Porto Nacional
Cuiabá
Salvador Brasília
Goiânia
MAPA DA CORROSÃO ATMOSFÉRICA NO BRASIL Extremamente severa
Severa
Moderada
Belo Horizonte Vitória Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre
instalá-las nos grandes centros. Também se responsabilizam pela manutenção do mobiliário por determinado período de tempo. O retorno financeiro vem da exploração publicitária das peças especificadas pelas prefeituras interessadas em “mobiliar” suas cidades. Muitas peças de mobiliário urbano empregam o aço inoxidável por causa de suas qualidades físicas e estéticas. É um produto nobre, moderno e bonito. Uma empresa conceituada prefere veicular sua marca em um material de vanguarda como o inox, além de suas propriedades como resistência à corrosão e facilidade de limpeza. Utilizado em estruturas e itens de segurança, o aço inoxidável responde aos critérios de segurança e conforto dos usuários, fundamentais nos projetos de equipamentos de mobiliário urbano. Além disso, é suave ao tato e ao mesmo tempo robusto, podendo suportar agressões do ambiente sem se deteriorar. Este aspecto é importante num grande número de cidades brasileiras situadas à beira mar ou em áreas 30 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
com forte concentração industrial, em condições ambientais extremamente agressivas, com presença de cloretos ou diversos tipos poluentes. Nessas condições, o comportamento do aço inoxidável, em comparação com outros materiais utilizados na construção de mobiliário urbano, pode ser observado na tabela da página anterior, que mostra estudos de taxas de corrosão de diversos materiais, realizados na África do Sul, durante 20 anos. Como se pode observar, os três tipos de aços inox testados, 316, 304 e 430, apresentaram taxas de corrosão anual de 0.000025, 0.000076 e 0.000405 mm/ano, respectivamente, na região de Durban Bluff, área litorânea com corrosão atmosférica moderada. Nessa mesma região, o aço carbono apresentou taxa de corrosão de 0,371 e o aço tipo corten 0,212 mm/ano. Embora no Brasil ainda não se disponha de estudos similares, uma analogia, em termos de taxas de corrosão anual do aço inox e do aço carbono, poderia ser assumida para as regiões indicadas no Mapa de
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Corrosão Atmosférica. Dessa forma, poderíamos inferir que nas regiões litorâneas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, as taxas de corrosão anual são similares às de Durban Bluff. Os aços inoxidáveis 316, 304 e 430 ficariam com taxas de corrosão (mm/ano) de respectivamente 0.000279, 0.000406 e 0.001727, enquanto que o aço carbono teria taxa de corrosão anual em torno de 2.190 mm/ano, e o aço tipo “corten” de 0.810 mm/ano. Os dados acima não deixam dúvida em relação à maior durabilidade de equipamentos urbanos construídos com aço inoxidável, em comparação a equipamentos de aço carbono ou aço tipo “corten”, bem como ao menor custo de manutenção proporcionada pelo aço inoxidável, que não precisa de revestimentos ou pintura para protegê-lo da corrosão. ASPECTOS ECONÔMICOS Apesar das enormes vantagens acima mencionadas, no Brasil a utilização do aço inoxidável em equipamentos urbanos ainda está muito abaixo do desejável, considerando os aspectos relacionados à sustentabilidade, economia de custos de manutenção e otimização de recursos públicos. Isso se deve à avaliação do custo inicial do investimento como fator prioritário, sem considerar que apesar de um custo mais elevado, o aço inoxidável apresenta melhor relação custo-benefício quando aplicada a metodologia de avaliação do custeio de ciclo de vida (CCV). O mundo moderno tem desenvolvido ferramentas econômico-financeiras para ajudar o empresário e o homem público em decisões que envolvem a avaliação financeira de materiais e equipamentos. O custeio do ciclo de vida (CCV) é uma delas. Tratase de uma metodologia para a seleção de materiais ou produtos, que contabiliza os custos totais do sistema em análise, desde a sua concepção, até o fim da sua vida útil, ou seja, ao longo do seu ciclo de vida (SSINA 2002). Este sistema pode ser uma planta petroquímica, uma ponte, a carroceria de um ônibus, uma usina de açúcar, um evaporador ou apenas um equipamento de mobiliário urbano. O que diferencia a aplicação desta metodologia com relação a outros estudos de desempenho é que neste são levados em conta, além dos custos de investimentos, todos os demais custos existentes durante as diferentes fases do ciclo de vida do sistema em análise. Ou seja, produção, transporte,
instalação, operação, manutenções programadas ou corretivas, desativação, reposição, reuso ou reciclagem dos materiais residuais ao fim da vida útil da unidade, além de valores obtidos pela venda destes materiais, bem como o que se deixou de ganhar em termos financeiros, ou dano ao público usuário pelas horas não trabalhadas. A soma de todos estes custos e a sua adequada correção financeira permitirá ao interessado selecionar a melhor alternativa do ponto de vista financeiro (Matern 2002). CUSTEIO DO CICLO DE VIDA (CCV) O CCV permite avaliar também a influência de dados duvidosos ou falhos sobre o custo total, através de análises de sensibilidade. Como o ciclo de vida de um sistema pode durar décadas, todos os custos incorridos neste período precisam ser tratados dentro do conceito do custo do dinheiro no tempo. O objetivo do CCV é possibilitar a comparação entre duas ou mais opções viáveis, permitindo à empresa que realiza o investimento selecionar a alternativa mais adequada no longo prazo. ETAPAS DE UM CCV Em primeiro lugar, a definição da unidade a ser estudada precisa ser clara e estabelecer os limites do sistema. Por exemplo, o estudo abrangerá um equipamento de mobiliário urbano ou um conjunto de equipamentos que compõem uma praça ou rua. A segunda etapa consiste em estimar a vida econômica da unidade estudada e da totalidade do conjunto onde ela se insere.
Definição da unidade
A METODOLOGIA CCV
Estimativa do ciclo de vida
Atualização financeira e composição dos custos totais
Elaboração do inventário
Aplicações
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Devem-se também definir os materiais opcionais que poderão ser utilizados. Os valores escolhidos devem representar uma visão realista da vida comercial da unidade e do sistema, bem como levar em consideração as características dos materiais, usos e possíveis avanços tecnológicos. Depois vem a elaboração do inventário, fase que requer um levantamento detalhado das propriedades, especificações e custos incorridos para cada um dos materiais escolhidos. Esta é uma fase trabalhosa, em que a qualidade dos dados que constituirão os "inputs" da metodologia é condição indispensável para a correta tomada de decisão (Núcleo Inox 1999). Custos iniciais de aquisição
Custeio do ciclo de vida CCV
=
CA
Custos de fabricação e/ou instalação
+
CI
Custos de operação e manutenção
+
CO (1+r)n
Custo de produção perdida
Custo líquido de reposição
+
(CR-VR) (1+r)n
+
CP (1+r)n
A outra etapa é a atualização financeira e composição dos custos totais, incorridos ao longo do ciclo de vida da unidade em estudo distribuídos ao longo de décadas e, também, levar em consideração o custo do dinheiro. Estas análises devem comparar cenários homogêneos. Sendo assim, é necessário trazer todos os gastos ao Valor Presente (VP). Isto é feito utilizando-se a taxa nominal de juros, ao invés da inflação, porque neste caso, assume-se que um montante não gasto num determinado momento poderia ser aplicado no
mercado financeiro. Como os resultados não variam com a moeda utilizada, os valores dos custos podem ser expressos em unidades monetárias (u.m.). A relação entre os diferentes custos incorridos, que, em conjunto, fornecem o custeio do ciclo de vida, pode ser expressa matematicamente, usando a seguinte fórmula: (Núcleo Inox 1999): METODOLOGIA Assim, a aplicação dessa metodologia deveria ser obrigatória na avaliação do custo efetivo dos investimentos feitos pelos poderes públicos no Brasil em equipamentos urbanos, especialmente naqueles que ficam expostos à ação do tempo, podendo sofrer corrosão. Um bom exemplo é o da cidade de Melbourne, na Austrália, que na definição de materiais no seu Plano de Mobiliário Urbano para o período 20052010, procedeu a um estudo de Custo de Ciclo de Vida, concluindo que a melhor opção do ponto de vista econômico para um ciclo de vida de 20 anos, era o aço inoxidável, passando a adotá-lo em equipamentos como, bancos, bebedouros, proteção de árvores, lixeiras, postes etc. Uma análise comparativa de custos mostrou que os itens em aço inoxidável têm custo inicial 40% superior aos de aço revestido. No entanto, esse valor é 50% inferior ao do aço revestido levando em conta os custos de manutenção para um período de vida de 20 anos. *Diretor Executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox
BIBLIOGRAFIA • The International Chromium Development Association (ICDA), Euro Inox; The European Stainless Steel Development Association (SASSDA). Life Cycle Costing (LCC) Help Texts. Disponível em: www.chromium-asoc.com. • Matern, S. Life cycle cost LCC: A new approach to materials selection: engineering and economy. Avesta Sheffield, Information 9763. Disponível em: www.avestasheffield.com • Street Furniture Plan – november 2005. 1. Introduction. About the Street Furniture Plan. 1. The City of Melbourne provides street furniture for ... www.melbourne.vic. gov.au/.../ Plansand Publications/.../ street_furniture_plan.PDF • Núcleo de Desenvolvimento Técnico Mercadológico do Aço Inoxidável.
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Manual de aplicação da metodologia LCC: life cycle costing. São Paulo: Núcleo Inox, 1999. 12 p. • Santos, Lino José Cardoso. Avaliação do ciclo de vida e custeio do ciclo de vida de evaporadores para usinas de açúcar. 2007. Tese (Doutorado em Engenharia). EP, USP, São Paulo, setembro, 2007. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3133/tde-08012008-151424/ • Specialty Steel Industry of North America. Introduction to life cycle costing for stainless steel. Washington: SSINA. Disponível em: www.ssina.com. • Stainless Steel in Architecture, Building and Construction – Guidelines for Corrosion Prevention – Nickel Development Institute, Reference Book Series Nº 11 024 by Catherine Houska, Technical Marketing Resources Inc. Pitisburgh, PA, USA.
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notícias inox NÚCLEO INOX MUDA DE NOME Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox é a nova denominação da entidade que tem como objetivo promover o uso do aço inox no Brasil. A mudança obedece à necessidade de destacar que se trata de uma associação, pois, o nome atual, Núcleo Inox, embora bastante conhecido, não transmite completamente os objetivos da entidade. Segundo Arturo Chao Maceiras, diretor executivo da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, “em nossos contatos com empre-
sas e entidades que não nos conhecem, é sempre necessário informar que se trata de uma associação sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover o uso do aço inoxidável no mercado brasileiro. Em muitos casos somos também confundidos com empresa produtora ou comercializadora de aço inoxidável”, esclarece. Maceiras afirma ainda que nas relações que visam estabelecer parcerias com outras entidades “frequentemente não nos reconhecem como uma asso-
ciação, o que dificulta o estabelecimento de trabalhos conjuntos com objetivos e atividades similares”, destaca. As entidades similares no exterior são conhecidas como associações para o desenvolvimento do aço inoxidável. “Assim, com a nova denominação ficará mais claro para o mercado que somos exatamente isso: a associação brasileira responsável pelo desenvolvimento do aço inoxidável”, ressalta. A marca Núcleo Inox foi mantida no nome da entidade por ser muito conhecida no mercado.
A Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox acaba de conquistar três novos associados. Uma delas é a Butting, empresa fundada em 1777, na Polônia, que chegou ao Brasil, em 2009, como Butting Brasil Soluções em Tubos Especiais. As atividades principais do grupo incluem o processamento de aços inoxidáveis e materiais cladeados, nas áreas de engenharia, soldagem, deformação de materiais e garantia de qualidade. A Butting tem clientes nos mais diversos segmentos industriais, tais como óleo e gás, químico e petroquímico, energético, saneamento e ambiental, entre outros. Atualmente, processa mais de 40 mil toneladas de aços inoxidáveis por ano em todo o mundo. Fabrica e fornece tubos com costura longitudinal, assim como componentes e tubulações, em aços inoxidáveis; ligas de níquel; tubos cladeados metalurgicamente e mecanicamente; componentes de tubulação pré-fabricados como curvas, loops e perfis; vasos pré-fabricados em metalurgia especial; além de serviços de fabricação, construção e montagem. Outra nova associada é a Sandvik, com unidades instaladas em mais de 130 países, tendo se instalado no Brasil, em 1949. Uma das áreas de negócio do grupo é a Sandvik Materials Technology, que fabrica de materiais de alto valor agregado, como os aços inoxidáveis, ligas especiais de níquel, titânio, materiais de resistência metálica e cerâmica, além de sistemas processadores para vários segmentos industriais. A Sandvik Tooling, por sua vez, produz ferramentas e dispositivos para sistemas de usinagem, corte e componentes. Entre
Divulgação Sandvik
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AÇO INOXIDÁVEL – NÚCLEO INOX CONQUISTA NOVOS ASSOCIADOS
Unidade industrial da Sandvik
os produtos da empresa estão ferramentas e mandrilamento Coromant Capto para alargamento, furação, fresamento, silent tools, tailor made, rosqueamento, sistemas de fixação de ferramentas e torneamento. A Cronimet Brasil também se associou à Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox, e atua no Brasil desde 1999. Criada em1980, na Alemanha, a empresa tornou-se um dos líderes mundiais em reciclagem de aços inoxidáveis avançados. A Cronimet Brasil compra, retira e processa sucata com elevado nível de qualidade. Negocia sucata de aço inox em blend, cavacos e resíduos de aço inoxidável; ligas especiais de Ni, Cr, Mo; aço ferramenta e aço rápido. Por ter vários parceiros internacionais, oferece materiais a preços competitivos. A Cronimet Brasil introduziu novas técnicas de reciclagem de aço inox e atua em distribuição de bobinas, chapas, tubos, barras e cantoneiras em aço inoxidável. JANEIRO/MARÇO 2011 • INOX 33
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No dia 23 de fevereiro, a Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox promoveu mais um “Papo Inox”, no Centro Brasileiro Britânico, na capital paulista. A palestra “Caminho para o Crescimento Sustentável” foi proferida por João Bosco Silva, diretor superintendente da Votorantim Metais, que falou sobre as características do modelo de gestão da empresa. A sustentabilidade, de acordo com a visão da empresa, engloba três pilares: o social, o ambiental e o econômico. Os modelos de gestão resultaram no planejamento estratégico para os próximos cinco anos. Entre os principais pontos, o plano da empresa aborda: “Cuidar do futuro”, “Pessoas bem preparadas que levam à melhoria”, “Olhar o que tem de melhor no mundo” e “Ações e objetivos”. A Votorantim Metais é uma das maiores empresas de mineração do Brasil e está entre os mais competitivos produtores de alumínio, níquel e zinco. São 17
Ricardo Takaoka
CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL É TEMA DO “PAPO INOX”
unidades em todo o mundo, com 10 mil colaboradores, incluindo Brasil, Peru, Estados Unidos, China, com exportação para mais de 40 países. Para João Bosco Silva, o sistema de gestão deve ser simples, cumprir o prometido, melhorar a posição relativa na curva de custos com estabilidade, ter foco na melhoria contínua, no olhar externo e no desenvolvimento tecnológico. Na área ambiental, o diretor superintendente anunciou investimento de R$ 207 milhões em 2011, e citou a autogeração de energia elétrica, que supre 78% das necessidades na área de metais. Cerca de 68% do consumo de energia do grupo vem da autoprodução, por meio das 33 usinas hidrelétricas e cinco termoelétricas (sistema de cogeração) com capacidade instalada de 2.380 MW.
João Bosco Silva, diretor superintendente da Votorantim Metais fez palestra no Papo Inox
No final da apresentação, houve um debate sobre o custo da energia para as indústrias brasileiras. "Estamos sofrendo um aumento muito grande nos custos de energia elétrica. Esse fato é um risco para as indústrias no Brasil, pois nos leva a perder competitividade. No Peru, onde estamos investindo, os custos de energia são a metade dos daqui. E mesmo tendo muito minério, há 15 anos não se monta uma fábrica de alumínio no Brasil", compara. Mais informações sobre a palestra no site do Associação Brasileira do Aço Inxidável – Núcleo Inox (www.nucleoinox.com.br).
APERAM É O NOVO NOME DA ARCELORMITTAL INOX BRASIL Em Assembléia Geral Extraordinária, que reuniu os acionistas da ArcelorMittal em Luxemburgo, no último dia 18 de fevereiro, foi aprovado o desmembramento das atividades de aços inoxidáveis, o que inclui ainda os elétricos, ligados e especiais. A abertura do capital, com ações nas bolsas de valores de Amsterdam, Paris e Luxemburgo, e a listagem em Nova Iorque, através de ações de registro, dará mais visibilidade e possibilitará um desenvolvimento ainda maior das atividades da Aperam. Segundo Bernard Fontana, CEO da Aperam, o nome engloba a ideia de “abertura” (aperture), o que significa uma empresa 34 INOX • JANEIRO/MARÇO 2011
aberta tanto para seus clientes, quanto para as mudanças e tem como foco a excelência das equipes frente ao mercado. Desta forma, a intenção da Aperam é ser o principal catalisador neste setor industrial, desafiando constantemente o status quo, com o objetivo de remodelar o futuro dos aços inoxidáveis e especiais, além de criar valor para os stakeholders. “Estou convencido de que a nossa transformação em uma empresa independente, não apenas nos tornará mais ágeis e flexíveis para atender os desafios mas, também, irá fortalecer o relacionamento com nossos clientes”, destaca Bernard Fontana.
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