NÚCLEO INOX
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BAIXA MANUTENÇÃO
ESPECIFICAÇÃO DO INOX REDUZ CUSTOS EM USINA DE AÇÚCAR E ÁLCOOL EM SP
CRITÉRIO TÉCNICO
COM RECENTE DECRETO PAULISTA, INOX DEVE GANHAR MAIS ESPAÇO EM OBRAS PÚBLICAS
INOX NA VILA DO AÇO
OS DIVERSOS PRODUTOS E APLICAÇÕES DO AÇO INOXIDÁVEL BRILHAM EM EXPOSIÇÃO
AÇO INOX EM CURVAS E FORMAS CRESCE O NÚMERO DE ARTISTAS PLÁSTICOS QUE OPTAM POR FAZER ESCULTURAS EM INOX
sumário
Novo presidente da Abinox quer enfatizar capacitação técnica Marco Aurélio Fuoco, consultor de marketing e relações institucionais da Aperam, acaba de ser eleito para presidir a diretoria da Abinox – Núcleo Inox
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Sofia Mattos
entrevista ............................... 6
Divulgação Dolly Moreno
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Decreto 56565 do Estado de São Paulo cria mercado para o inox Aço inoxidável deve ganhar mais espaço em obras públicas de SP, pois agora critérios técnicos e de custo-benefício se sobrepõem ao de menor preço ou pregão
OBRAS DE ARTE ESCULPIDAS SÃO PROVA DA VERSATILIDADE DO INOX Nesta edição, a Revista Inox traz uma matéria especial sobre os escultores e artesãos que têm um caso de amor com o inox. Entre as principais qualidades que orientam a escolha desses artistas estão a beleza, sua fácil conformabilidade, o brilho e a nobreza do material, além de sua durabilidade e resistência às intempéries. As formas nascidas a partir daí são as mais belas e inusitadas. Um dos exemplos mais recentes é a escultura Língua Afiada, do artista Marcello Dantas, exposta no Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte. A escultura, com 650 quilos e 24 metros de comprimento, está instalada no segundo andar e é a protagonista do espaço. Na opinião do artista plástico José Resende, por exemplo, o inox reúne um conjunto de qualidades que se somam, como a resistência do material à oxidação, característica que permite a exposição do trabalho ao ar livre. Cita também a qualidade reflexiva do material quando polido, além de suas propriedades estruturais que viabilizam soluções de dimensionamento muitas ve-
zes mais esbeltas comparadas às de outros metais. Na indústria sucroalcooleira, o destaque é para a Usina Alta Mogiana, em Ribeirão Preto (SP), onde a substituição por inox nas tubulações e equipamentos de moagem possibilitou a redução dos altos níveis de corrosão, diminuindo drasticamente as paradas para a manutenção e aumentando a produtividade da empresa. Nesta edição conheça também os planos do novo presidente da Abinox – Núcleo Inox, Marco Aurélio Fuoco, consultor de marketing e relações institucionais da Aperam, que acaba de ser eleito. E veja como o Decreto 56565, do Estado de São Paulo, pode ampliar o mercado de obras públicas para o inox, levando em conta os critérios técnicos e de custo-benefício e não o de menor preço. Acompanhe ainda o sucesso da exposição Vila do Aço, em São Paulo, montada num espaço de 1.400 m2, que exibiu aplicações do inox em diversos setores, durante o 22o Congresso Brasileiro do Aço, entre outras notícias. Boa leitura!
José Roberto de Andrade
indústria ................................................. 20
Especificação do aço inox reduz custos em usina de açúcar e álcool Na Usina Alta Mogiana, no interior de São Paulo, a opção pelo inox propiciou redução de custos de manutenção e resolveu problemas de corrosão
Guto Marcondes
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exposição ..................................................................................... 26
Divulgação Permetal
artigo .......................................... 30
30 ABR / JUN 2011
As propriedades e aplicações das chapas expandidas de inox Com alta resistência e durabilidade, as chapas expandidas de inox possibilitam a execução de diversos projetos e produtos, em razão de sua versatilidade, nobreza e economia
Publicação da Associação Brasileira do Aço Inoxidável – Núcleo Inox Av. Brigadeiro Faria Lima, 1234 cjto. 141 – Cep 01451-913 São Paulo/SP – Fone (11) 3813-0969 – Fax (11) 3813-1064 nucleoinox@nucleoinox.org.br; www.nucleoinox.org.br Conselho Editorial: Celso Barbosa, Francisco Martins, Osmar Donizete José e Renata Souza Coordenação: Arturo Chao Maceiras (Diretor Executivo) Circulação/distribuição: Liliana Becker Edição e redação: Ateliê de Textos – Assessoria de Comunicação Rua Desembargador Euclides de Campos, 20, CEP 05030-050, São Paulo-SP, Telefax (11) 3675-0809; atelie@ateliedetextos.com.br; www.ateliedetextos.com.br Diretora de redação e jornalista responsável: Alzira Hisgail (MTb 12326) Editora: Heloísa Medeiros; Repórter: Adílson Melendez
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26 Marcos Issa/Argosfoto
Vila do Aço mostra aplicações do inox em diversos setores Construída num espaço de 1.400 m2, a mostra aconteceu durante o 22o Congresso Brasileiro do Aço e atraiu inúmeros visitantes nos três dias da exposição
seção ........................................... 33 Notícias Inox As novidades e realizações das empresas que compõem a cadeia produtiva do inox
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ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 5
Fotos: Sofia Mattos
entrevista
Novo presidente da Abinox quer enfatizar capacitação técnica Marco Aurélio Fuoco, consultor de marketing e relações institucionais da Aperam (nova denominação da ArcelorMittal Inox Brasil), acaba de ser eleito para presidir a diretoria da Abinox – Núcleo Inox. Com 28 anos de experiência no mercado siderúrgico, atua nas áreas comercial, marketing, desenvolvimento de mercado e produtos, logística, compras e planejamento estratégico. Conta com experiência nos mercados brasileiro e internacional. Formado em Administração de Empresas, fez pós-graduação em marketing e executive MBA, além de cursos de especialização no Brasil e exterior. 6 INOX • ABRIL/JUNHO 2011
Quais as realizações mais importantes para a cadeia produtiva do inox que o sr. pretende implementar como presidente da Abinox? Para esse novo momento, elaboramos projetos com foco em várias frentes, entre elas, a promoção do aço inox, a capacitação técnica das empresas e dos profissionais da área, a melhoria da competitividade na cadeia produtiva em virtude da atual avalanche de importação de insumos e produtos acabados e, não menos importante, a implementação de um modelo de governança corporativa na Abinox. Por que há necessidade de divulgação do aço inoxidável? Há necessidade de divulgar e capacitar as empresas que processam o inox, pois muitas delas ainda possuem dificuldades e dúvidas. Para tanto, estamos elaborando desde treinamentos de capacitação técnica, promovidos pela Abinox, em parceria com outras entidades, como o Senai, Senac e Sebrae, além de programas específicos com as universidades em cursos de engenharia, arquitetura e design. Introduziremos também uma ferramenta de e-learning em nosso website, onde será disponibilizado o Curso de Especialista em Inox. Traduzido do International Stainless Steel Forum (ISSF), contará com três módulos básicos que poderão ser cursados por qualquer interessado sem conhecimento na área, e dois módulos avançados, para aqueles que desejam se aprofundar em temas como resistência à corrosão ou aspectos metalúrgicos. Quais serão as próximas ações para promover o aço inoxidável? O esforço de comunicação merece a nossa atenção sempre, já que o mercado precisa conhecer cada vez mais as propriedades e vantagens do aço inox, especialmente as empresas de pequeno e médio porte, que ainda não o utilizam por absoluto desconhecimento. Realizamos um levantamento detalhado sobre os atributos e benefícios do aço inox em cada aplicação e segmento de mercado e, com base nele, estamos finalizando um plano específico de divulgação a ser implantado ainda em 2011. Utilizaremos também os canais de mídia que dispomos hoje, como a Revista Inox, o website da Abinox e o Guia Inox, que já conta hoje com mais de 1.800 empresas cadastradas nos setores da indústria, comércio,
serviços e técnico. Promoveremos, nas próximas semanas, a entrega do 1o Prêmio InovInox para os ganhadores do concurso 2010/2011, ocasião em que lançaremos sua segunda edição, que deverá ocorrer na Feinox 2012. Com tudo isso, a ideia é fortalecer a entidade, atraindo cada vez mais associados e consolidar a representatividade da Abinox no cenário empresarial.
“Vamos fortalecer a entidade, atrair mais associados e consolidar sua representatividade no cenário empresarial” Diante do panorama econômico brasileiro, como será o desempenho do setor de aço inox para este ano e o próximo? Observamos que o consumo aparente do aço inox no Brasil tem, em média, um crescimento próximo a duas vezes o PIB. Para o PIB brasileiro, estimado em 4,5% em 2011, o crescimento deve ser de aproximadamente 9%. Entretanto, estamos otimistas diante do elevado nível de investimentos públicos e privados que ocorrerão no Brasil, impulsionados pela Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016 e por projetos relevantes ligados à expansão da infraestrutura do país, além do pré-sal e biocombustíveis. Estas são apenas algumas das oportunidades de negócios para os próximos anos, sem perder de vista o efeito positivo do crescimento da economia brasileira, que vem resultando na expansão dos setores de bens de capital e de bens de consumo em geral, ambos importantes consumidores do aço inox. Como a Abinox pretende promover o uso do aço inox em novos nichos de mercado? Embora o aço inox esteja presente no cotidiano dos brasileiros, existe ainda um longo caminho a ser percorrido e muitas oportunidades a serem exploradas. Alguns mitos precisam ser superados e o principal deles é de que o aço inox é caro. Naturalmente, o custo do inox como insumo pode – em alguns casos – ser superior ao de outros materiais. Entretanto, com base em estudos de custo-benefício estamos conseguindo demonstrar, com enorme sucesso, ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 7
construção civil. Já no segundo caso, que se refere aos segmentos industriais, o cenário difere um pouco. Há setores com importantes investimentos e ótimas perspectivas de consumo de inox, como na área de óleo e gás com produção e exploração de petróleo e a construção de novas refinarias. Em relação a papel e celulose há novas fábricas sendo construídas. E na área de bioenergia, os destaques são o segmento sucroalcooleiro e de biodiesel. Por outro lado, o setor de bens de capital está sofrendo o impacto do incremento das importações de equipamentos, com um alto nível de ociosidade.
para vários segmentos da indústria e da construção civil que, devido às suas características peculiares, o inox garante um significativo ganho financeiro, através da redução de peso e melhoria nos processos industriais, com ganhos de produtividade e redução de custos. Na arquitetura, além de garantir a diminuição de custos com limpeza e manutenção, fornece um aspecto moderno às obras, integrando-se aos mais variados ambientes. O que será feito para aumentar o consumo per capita de inox no país? Trata-se de um desafio aumentar o consumo no Brasil. Isso passa pelo importante papel dos produtores brasileiros do aço inox – Aperam em aço planos, Villares Metals e Gerdau em aços longos – no sentido de continuarem desenvolvendo novos produtos para aplicações cada vez mais exigentes do mercado. Isso já está acontecendo nos segmentos de óleo e gás, papel e celulose e automotivo. E será uma tendência cada vez maior, na medida em que inovação e tecnologia sejam essenciais para a diferenciação da competitividade da economia brasileira. Quais os segmentos industriais em crescimento que estão demandando mais aço inox neste ano? Precisamos dividir a análise em dois cenários. No primeiro caso, que trata do consumo de aço inox em aplicações do nosso cotidiano, vamos muito bem, especialmente por estar atrelado a segmentos que vêm mantendo um bom desempenho como os de linha branca, automotivo, utilidades domésticas e 8 INOX • ABRIL/JUNHO 2011
Os níveis de demanda do inox deverão manterse no país? Para o futuro próximo, há a expectativa de que a demanda de aço inox para produtos de bens de consumo duráveis e não-duráveis mantenha seus níveis de crescimento orgânico e, com isso, o consumo aparente de aço inox no Brasil também deverá crescer. Mas o foco da Abinox, dos produtores de aço inox e dos demais atores da cadeia deverá também estar atrelado ao desenvolvimento de novos produtos e novas soluções, divulgação e incremento do conhecimento técnico e, principalmente, a otimização de custos para ganho de competitividade. Sem isso assistiremos uma enxurrada de produtos importados.
“Estamos elaborando treinamentos para capacitar as empresas que processam o inox” Como ficam as perspectivas de consumo do inox frente às Olimpíadas 2016, Copa 2014 e necessidade de melhoria da infraestrutura? Em decorrência dos investimentos a serem feitos pelo poder público e o setor privado por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas, certamente, surgirão muitas oportunidades para o crescimento do aço inoxidável. Em ambos os eventos esportivos, as características especiais de resistência à corrosão, higiene, durabilidade, reciclabilidade, facilidade de limpeza, além do apelo estético, fazem do inox o material adequado para projetos sustentáveis. O aço inox também será muito utilizado nas obras de infraestrutura como aeroportos, portos, hotéis, hospitais,
shoppings, metrôs e trens urbanos, sem falar nos novos estádios que terão o conceito de arena multiuso. O aumento do poder de compra do brasileiro também influencia os negócios do setor? Não temos dúvida que a recente expansão da massa salarial no Brasil está possibilitando que mais pessoas possam adquirir bens de consumo com aço inox. Este fenômeno é facilmente observado em alguns segmentos como, por exemplo, os produtos de linha branca (fogões, refrigeradores, fornos de microondas, coifas etc). A indústria brasileira atendeu a um antigo anseio dos consumidores, expandindo sua linha de produtos com aço inox, historicamente, restrita a um público de elevado poder aquisitivo. Em sua grande maioria, eram produtos importados que a indústria “nacionalizava”, adequando-os às características do mercado brasileiro. Vemos isso com imensa satisfação e além de ser um sucesso absoluto, contamos agora com uma maior gama de produtos em inox a preços acessíveis, assim como ocorre em países desenvolvidos. Seja por fatores de inovação tecnológica, para cumprimento de normas ambientais, ou mesmo para atender às necessidades dos consumidores, o fato é que a indústria brasileira vem aumentando cada vez mais a utilização do aço inox.
ximadamente 20%, nos Estados Unidos 22,5% e na China 26%. O resultado disso é que não só o aço, mas também os produtos em inox ficam mais caros, tendo como efeito direto um custo mais elevado e a inibição no crescimento do consumo. E as importações de inox estão prejudicando os produtores e transformadores brasileiros? Há uma exacerbada guerra fiscal entre os estados que acaba por beneficiar as importações de produtos e insumos, em condições mais competitivas que os produtos nacionais. Este é um tema que está em discussão no STF e que requer medidas efetivas e imediatas para conter a perda de competitividade das empresas brasileiras. Embora complexo, é necessário que o governo promova urgentemente uma revisão permitindo isonomia tributária entre os Estados e em relação aos produtos importados.
“Temos um plano específico de divulgação para o aço inox a ser implantado ainda este ano”
A carga tributária nacional interfere na aplicação do aço inoxidável? O que poderia melhorar nesse aspecto? A cadeia do aço inox está sendo fortemente impactada não só pela elevada carga de impostos, mas também pela guerra fiscal entre os Estados. Em estudo realizado recentemente por uma consultoria internacional, a pedido do Instituto do Aço Brasil (IABr), ficou evidenciado que o aço brasileiro tem um custo de produção entre os mais competitivos do mundo. Entretanto, ao adicionar os efeitos dos impostos a situação muda radicalmente, passando a ser o mais caro entre os países analisados. A carga fiscal total, incluindo tributos sobre produção, vendas e investimentos, pode chegar a 51% em determinados produtos no Brasil, enquanto que na Alemanha, utilizando a mesma base de comparação, o impacto é de apro-
O câmbio, com o real valorizado, também é um fator de redução da competitividade? Sim, eu acrescentaria os efeitos negativos do câmbio, que mantém o real muito valorizado, além das elevadas taxas de juros e os gargalos na infraestrutura. Todos esses fatores colocam em risco a competitividade das empresas brasileiras, levando à tão falada desindustrialização e à consequente queda na geração de empregos. Com a desaceleração global, há um excesso de oferta de aço, de máquinas e equipamentos e produtos manufaturados. Qual a importância dos distribuidores na cadeia produtiva do setor? Elaboramos um plano de ação em conjunto com os distribuidores, que têm papel fundamental na cadeia. Através de seus centros de serviços e estoques balanceados, essas empresas abastecem o mercado no varejo, disponibilizando o aço inox em todo o território nacional e garantindo resposta rápida e de qualidade, prestando, ainda, suporte e orientação técnica. Os distribuidores têm também a importante característica de financiar os seus clientes, ajudando a fomentar o uso do aço inox, assim como a de dar suporte às ações de desenvolvimento de mercaABRIL/JUNHO 2011 • INOX 9
do promovidas pelas usinas siderúrgicas. A atuação ampla e massiva destes distribuidores garante anualmente o atendimento a mais de 8 mil empresas consumidoras de aço inox. Dentro deste contexto, eles são um elo essencial para o abastecimento e fomento do consumo do aço inox no Brasil. Quais as adequações a serem feitas em relação aos distribuidores? Hoje, os distribuidores estão devidamente estruturados e possuem estoques para atender os segmentos que têm seu consumo consolidado. Mas há necessidade de uma adequação em segmentos de produtos recentemente introduzidos pelas usinas brasileiras. Por não terem ainda uma demanda significativa e constante, os distribuidores não consideram economicamente viável manter estoques de determinados aços, como os duplex, 317L e 347, demandados pelas indústrias de óleo e gás e de papel e celulose. Por outro lado, já observamos evolução, especialmente com os aços 410 e 439 utilizados nos setores sucroalcooleiro, automotivo, de arquitetura e
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de linha branca, que são encontrados com facilidade na distribuição. A melhoria desse processo virá com o aumento da demanda. Até lá haverá a necessidade de um melhor alinhamento entre usinas e distribuidores, a fim de atender às novas demandas do mercado sem gerar aumento de custos à cadeia, evitando o risco de nos depararmos com usinas estrangeiras trazendo a solução para os clientes brasileiros. Heloísa Medeiros
legislação
governo do Estado de São Paulo criou uma diretriz inédita nas licitações de obras públicas. Com a edição do Decreto no 56.565, publicado no Diário Oficial no dia 24 de dezembro do ano passado, a adoção dos critérios de menor preço, ou pregão, está proibida na contratação de serviços de arquitetura e engenharia pelo poder público estadual. Em resumo, o tão combatido parâmetro do menor preço, que não garante a execução de um projeto ou obra de qualidade, ainda vigente pela Lei Geral de Licitações 8666, de 1993, de caráter nacional, não vale para licitações de obras em São Paulo. De acordo com a medida, adotada pelo ex-governador Alberto Goldman, serviços de engenharia e arquitetura são de natureza técnica, eminentemente intelectual, e, por isso, não podem ser aprovados ou contratados pelo menor preço ou pregão. A decisão, a primeira do gênero no país, deverá estabelecer um novo padrão técnico e de qualidade para
obras e empreendimentos no Estado. A conquista deve-se ao empenho do engenheiro José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco-SP (Sindicato da Arquitetura e Engenharia), que, de longa data, vem pleiteando esta mudança nas áreas de arquitetura e engenharia. O Decreto trará para os contratos públicos a garantia de obras e empreendimentos com melhor embasamento técnico, menor custo, maior durabilidade, além de menores custos de manutenção e parâmetros de sustentabilidade. Baseado no Decreto, o aço inoxidável, material reconhecido por sua grande durabilidade e resistência, poderá ganhar espaço nas especificações dos projetos de obras públicas de São Paulo, levando em conta o custo-benefício e o ciclo de produção, uso e manutenção, ou, em outras palavras, o custo global do empreendimento. Segundo Celso Barbosa, diretor de Tecnologia da Abinox – Núcleo Inox, de modo pioneiro no Brasil, a partir des-
Aperam
LICITAÇÕES COM CRITÉRIO TÉCNICO Critérios como menor preço ou pregão estão proibidos de serem adotados na contratação de serviços de arquitetura e engenharia pelo poder público do estado de São Paulo. Com isso, o aço inoxidável deve ganhar mais espaço em obras públicas
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Marcelo Araújo
Aperam Núcleo Inox
Divulgação
PERSPECTIVAS PARA O INOX A cadeia produtiva do aço inoxidável poderá se beneficiar com os novos critérios de compra do governo. A legislação abre amplas perspectivas de mercado para promover o uso do inox e dos principais produtos e sistemas fabricados com o material. “De acordo com o decreto, entre os critérios técnicos que devem ser analisados, dois itens são plenamente atendidos quando o aço inoxidável é empregado como um material construtivo, especificamente no que diz respeito à funcionalidade, segurança e durabilidade. Nos quesitos conservação e operação o aço inoxidável também sempre apresenta vantagens em relação a outras opções mais baratas”, explica Barbosa. Frente a isso, segundo Barbosa, cabe à Abinox – Núcleo Inox criar ações para informar e esclarecer melhor os vários segmentos das compras públicas sobre as propriedades e vantagens do material. “Sem dúvida alguma, deveremos adotar ações mobilizadoras junto aos setores de engenharia e arquitetura, envolvendo o uso do material em obras públicas, tais como metrôs, aeroportos, mobiliário urbano, terminais de passageiros, prédios públicos, entre outras que exigem resistência ao vandalismo, facilidade de manutenção e de limpeza”. Um dos segmentos a serem trabalhados será o de estruturas de concreto armado, com o uso de vergalhões de aço inoxidável para. Nos países desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos, a
Arquivo Petrobras
sa lei o Estado de São Paulo contratará obras baseando-se na melhor técnica e preço. “A decisão deverá estabelecer um novo padrão de qualidade para obras e empreendimentos no Estado. Não será mais um pregão, onde só o menor preço vence, mas sim prevalecerá o mérito técnico, avaliado de acordo com critérios específicos”, destaca ele.
O aço inoxidável, material de alta durabilidade e resistência, deverá ganhar espaço nas especificações dos projetos de obras públicas de São Paulo
aplicação do inox em vergalhões vem sendo cada vez mais procurada, pois evita a pior patologia deste tipo de estrutura, que é a corrosão de armaduras. “Nesses países e, mais recentemente, na Ásia, a solução tem sido cada vez mais utilizada ano a ano. Das inúmeras tentativas para proteger as armaduras da corrosão, tais como a zincagem a fogo, revestimentos poliméricos e proteção catódica, a solução de aço inoxidável vem se mostrando a mais confiável”, pondera. Entre as principais patologias do concreto, estão as provocadas por agentes químicos e ambientais que levam à corrosão de armaduras, à carbonatação, ataque de sulfatos, de soluções ácidas e ação de cloretos. Os sintomas dessas doenças são, em geral, as fissuras, eflorescências, desagregação, lixiviação, manchas ou flechas excessivas e reação álcalis-agregado. Tudo isso pode fazer com que o concreto perca sua ca-
pacidade de resistência, chegando à ruptura da estrutura. Existem classes de agressividade de ambientes que influenciam na corrosão das armaduras, que causa ainda o desplacamento do concreto, perda da durabilidade e até da segurança estrutural. Barbosa informa que na Escola Politécnica da USP foi desenvolvida uma tese de doutorado de um aluno, sob a orientação do professor Paulo Helene, especialista em patologias do concreto, a respeito da aplicação do aço inox em armaduras, adaptando-a às condições brasileiras. “O estudo mostrou a completa viabilidade do seu uso. No Reino Unido e EUA o vergalhão de inox garante maior vida útil para a obra, especialmente em ambientes agressivos como concentrações industriais e na orla marítima”, avalia. Heloísa Medeiros
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JARDIM DE NARCISO Cada artista desenvolve relação particular com o inox; uns são mais fiéis e outros o tem como parceiro ocasional. Parte apresenta conhecimento técnico mais refinado sobre o material, enquanto que, para outros, esse saber não tem importância. Certos autores manipulam o material até chegar à forma pretendida e alguns confiam o trabalho às empresas especializadas em transformação do metal. Também em Minas Gerais, mas na cidade de Brumadinho, próxima à capital onde fica o Instituto Cultural Inhotim, existe outra obra artística onde a autora, Yayoi Kusama, utilizou com maestria o aço inoxidável. Denominada Narcissus Garden, a peça – uma versão atualizada de importante escultura produzida pela artista japonesa na década de 1960 – é constituída por quinhentas esferas brilhantes de aço inox, que se mantêm à tona no espelho d’água da cobertura do Centro Educacional Burle Marx, um dos prédios do Inhotim. A escultura foi adquirida da galeria de Nova Iorque que atende a artista. A obra original foi exibida pela primeira vez, clandestinamente, na Bienal de Veneza, em 1966, quando Yayoi instalou sobre o gramado 1500 esferas metálicas espelhadas, que eram vendidas a US$ 2,00 cada. Entre os globos, uma placa com a frase carregada de sarcasmo: “Seu narcisismo à venda”, ironia da artista à mercantilização e aos sistemas de repetição da arte. Yayoi criou diferentes versões de Narcissus Garden para exposições em museus e espaços públicos. A do Inhotim é a primeira existente no Brasil. O nome é uma referência à Narciso, personagem da mitologia grega. No Inhotim, as esferas de aço inoxidável formam um grande espelho convexo que reflete, de forma distorcida e fragmentada, porém multiplicada, a imagem de quem o contempla. EXPRESSÃO EM INOX O artista plástico José Resende utiliza com constância o aço inoxidável em suas produções. Uma de suas obras mais recentes com o material estava em exibição, desde a primeira
Pedro Motta
A escultura foi executada pela Innova Soluções em Aço Inox que empregou chapas de aço inoxidável 304 para revestir a estrutura tubular. Jorge Durão Henriques, diretor da empresa, explica que, primeiro, foi preciso escolher uma estrutura que permitisse as alterações de forma e direção pretendidas pelo autor. “Assim, optamos por tubos redondos. Outro desafio a ser vencido era o revestimento. O artista queria a superfície de inox totalmente polida, quase espelhada, o que demandou um grande esforço na soldagem e no acabamento, bem como na calandragem dos tubos e das chapas”, descreve.
Narcissus Garden, escultura de Yayoi Kusama, no Instituto Cultural Inhotim, em Brumadinho (MG)
quinzena de junho, no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma escultura com 450 quilos de tubos de aço inoxidável. Sobre o número de peças que criou usando o aço inoxidável, o artista brinca: “não me peça para fazer essa conta. Foram muitos”. Resende conta que, quando começou a trabalhar com o inox, o acesso ao material era muito difícil. “Para aquisição em pequena quantidade havia apenas chapas. Porém só as de pequena espessura eram acessíveis. E, nada de tubos”, recorda. Por isso, explica ele, vários de seus trabalhos foram desenvolvidos com alumínio anodizado. “Por minha vontade teriam sido construídos com inox. Algumas dessas obras, e mesmo peças que originalmente haviam sido confeccionadas com o aço SAC 50, foram mais recentemente refeitas ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 15
Christina Carvalho
viabilizar compras em escalas menores destinadas à produção de peças únicas e às pequenas tiragens.
Acervo da artista
TESTEMUNHO NA ESQUINA Postada na esquina das avenidas Brigadeiro Faria Lima com Cidade Jardim, zona sul de São Paulo, desde o final de 2009, Testemunho é uma criação de Dolly Moreno. Aproximadamente 18 meses após ser instalada, a peça, cuja altura alcança cinco metros e tem peso de uma tonelada, permanece com a aparência inicial, em razão do material que a artista escolheu para a obra. “Queria Escultura de José Resende, no Museu de fazer uma escultura com três vezes Arte Moderna, no Rio de Janeiro o meu tamanho, poderosa, que me dominasse”, conta a autora. “Não só com inox. Principalmente as que utilizavam tubos”, explica. consegui, mas a montei com esse que é o mais lindo e forte “Na realidade, o inox possui um conjunto de qualidades material, o aço inox”, destaca. que se somam”, observa. Menciona a resistência do material Para ela, Testemunho representa uma postura aberta, reà oxidação, característica que permite a exposição do trabalho fletiva e configura-se como presença marcante, calma e acoao ar livre, onde ele está sujeito às intempéries. Cita também lhedora, em meio à desordem da metrópole. “Por ser o inox a qualidade reflexiva do material quando ele é polido, além de um material extremamente durável, por inúmeras gerações suas propriedades estruturais que viabilizam soluções de diTestemunho permanecerá intacta, tão jovem quanto o dia em mensionamento muitas vezes mais esbeltas comparadas às que nasceu”, afirma Dolly. Na concepção da peça, a autora sede outros metais. guiu seu costumeiro método de trabalho: suas esculturas já Apesar de utilizar com freqüência o material, Resende avasão concebidas tridimensionalmente. lia que a informação sobre as propriedades e qualidades técni“De início, faço uma versão ultrapequena para resolver os cas do inox dificilmente chegam aos profissionais de sua área. pontos críticos do projeto. Uma vez equacionados, desenvolvo “Acredito que nem mesmo os arquitetos estejam suficienteoutra maquete, dez vezes maior que a primeira, e procuro obmente informados, embora o uso hoje ocorra em maior escaservar o que não foi possível na dimensão anterior”, descreve. la na construção civil”, opina. O artista também nota ser difícil “Quando me senti pronta, com a maioria dos problemas resol-
“Assim é se lhe parece”, em inox colorido, de Helena Netto, será exposta na Bienal de Arte de Florença
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DE MINAS PARA FLORENÇA Quando embarcar em direção à Itália para participar da Bienal de Arte Contemporânea de Florença (mostra que será realizada de 3 e 11 de dezembro de 2011 para a qual foi convidada e obteve patrocínio das empresas Inoxcolor e Comisa),
Testemunho, de Dolly Moreno, na esquina da Faria Lima com Cidade Jardim, em SP
Arquivo Abinox
ESCULTURA NA MARGINAL A enorme dimensão de Ascensão (são dez metros de altura por cinco de largura), uma das mais recentes esculturas em inox do artista plástico Nicolas Vlavianos, somada à qualidade do trabalho, faz da composição um objeto de destaque na paisagem da capital paulistana. Localizada na marginal do rio Pinheiros, zona sul da cidade, nas proximidades do edifício World Trade Center, Ascensão possui traços diagonais que contrastam com as linhas verticais dos edifícios vizinhos. Vlavianos argumenta que a decisão de usar o inox se baseia no fato de o material proporcionar variações visuais durante o dia e à noite, dependendo da incidência da luminosidade e das variações climáticas. Ascensão é mais uma das experiências do autor com o inox, material que tornou-se suporte para sua arte há quase quarenta anos e com o qual ele estima já ter executado mais de 500 peças. “Comecei a usar em 1963. E na minha exposição no Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, em 1966, apresentei uma grande escultura com o material”, recorda. Desde então, soldando, aparafusando ou rebitando, Vlavianos deu ao aço inox as mais variadas configurações. “O material pode ser soldado e polido com facilidade e não se altera com o tempo. Pode ficar exposto no sol e na chuva e combina muito bem com outros metais e com peças pintadas. É um material da nossa época e o encontramos em objetos de uso cotidiano”, diz o artista explicando sua relação com o material. Vlavianos diz que escolhe o material pelo preço. “Não procuro especificações. Para meu trabalho qualquer aço inox é utilizável”, conclui.
Sérgio Guerini
vidos, Testemunho nasceu”, relata Dolly a respeito da escultura da esquina do Jardim Europa. Para executar Testemunho, a solução foi dividi-la em sete componentes que a própria Dolly cortou e soldou. Num certo momento, essas partes não mais cabiam na sua oficina. Foi então que Dolly passou a soldar as peças na calçada em frente ao imóvel. “Para deleite dos vizinhos e pedestres que passavam”, recorda. “Não usei engenharia, mas bom senso e o amor que acumulei nestes anos todos trabalhando com este material incrível, que é o inox”, completa. O aço inoxidável tem sido companheiro de inspiração e criação da artista nos últimos 30 anos.
Ascensão, de Nicolas Vlavianos, próximo ao World Trade Center em SP
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Divulgação Fultec Divulgação Churrasco a cavalo
Da esquerda para a direita, obras de Gustavo Monstro, Neuza Góes, Luana Taylor e Diana Fernandes, da Fultec
Dom Quixote de La Mancha: peça em inox de Flávio Carvalho
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Adilson Melendez
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indústria
INOX REDUZ CUSTOS EM USINA DE AÇÚCAR E ÁLCOOL Opção pelo inox na Usina Alta Mogiana, no interior de São Paulo, propiciou redução de custos de manutenção. Até então, a empresa utilizava tubos de aço carbono e precisava parar para resolver os frequentes furos e vazamentos, em razão da corrosão. 20 INOX • ABRIL/JUNHO 2011
Usina Alta Mogiana, localizada na Fazenda Santana, área rural de São Joaquim da Barra, em São Paulo, produz além do etanol, açúcar cristal (destinado à indústria alimentícia); açúcar cristal peneirado (malha 30/60); e açúcar VHP (o tipo mais exportado pelo país). Também gera energia a partir da queima do bagaço da cana em caldeiras de alta pressão. O aço inoxidável, presente em várias máquinas e equipamentos da usina, entra em contato em diversos momentos com a cana de açúcar, processada pela Alta Mogiana, para a produção de álcool e açúcar. O “casamento” da usina de São Joaquim da Barra com o inox teve início na
primeira metade da década de 2000. Quem acompanha a trajetória dessa relação é José Roberto de Andrade, gerente de desenvolvimento de mercado da Jatinox. Andrade conta que a iniciativa de adotar o aço inoxidável nos equipamentos partiu da própria empresa, por sugestão do diretor industrial da usina Fernando Vicente. “A Alta Mogiana procurava consolidar uma postura ambientalmente correta, segura do ponto de vista alimentar, de proteção às pessoas, priorizando também o alto desempenho operacional”, explica. “Tudo isso, com baixo custo de manutenção, aspecto ao qual o inox responde muito bem”, acrescenta.
CUSTO COMPETITIVO Hoje o material é amplamente aceito pela usina, mas o gerente da Jatinox, que naquele momento trabalhava para Acesita, que depois se transformaria em ArcelorMittal Inox Brasil, e na atual Aperam South America, conta que, em
Fotos: José Roberto de Andrade
“Na época, produzíamos etanol e o que nos levou a estudar a aplicação de aço inoxidável foi a questão da manutenção”, informa Vicente. Até então, a empresa utilizava tubos de aço carbono e, segundo o engenheiro, eram frequentes os furos e vazamentos, em razão da corrosão. “Era um constante tapar buracos, tubos ficarem finos e estourarem juntas”, relata. “Não tínhamos a garantia de executar toda a safra, sem que fosse preciso substituir componentes dos equipamentos”, detalha. As primeiras aplicações do aço inoxidável na Alta Mogiana aconteceram com tubos de 1,5 polegadas nas caixas aquecedoras e evaporadoras, uso que depois se estendeu para todas as tubulações que transportavam o caldo da cana, material de alto potencial corrosivo. Mais adiante, quando a unidade passou também a fabricar açúcar – a produção de alimentos demanda condições de higiene mais severas para evitar qualquer tipo de contaminação – o material ampliou sua presença na usina. “Fomos fazendo substituição gradativa à medida que os componentes iam chegando ao ponto de troca. Hoje, toda a tubulação das caixas evaporadoras é de aço inoxidável”, informa Vicente. A especificação do material nas instalações da Alta Mogiana tornou-se tão frequente que, na segunda quinzena de maio deste ano, a unidade avaliava a possibilidade de adotar o material até no telhado do seu armazém de açúcar – “além do aspecto estético, o objetivo é reduzir as operações de manutenção das instalações”, justifica Vicente.
2003, na primeira reunião realizada os técnicos da empresa mostravam-se reticentes quanto à adequação do aço ferrítico 444 (proposto pelo Centro de Pesquisas da Acesita) como alternativa ao aço inox 304. O ferrítico 444 apresentava-se mais competitivo em termos de custo, mais eficiente em relação à conservação de energia, além de ser mais resistente à corrosão.
A substituição do aço carbono por inox foi gradativa. Hoje, toda a tubulação dos lavadores de gases é de aço inoxidável
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O aço inoxidável está presente em vários equipamentos da Usina Alta Mogiana sujeitos à corrosão
O aço inox ferrítico foi o mais adequado à usina, diz José Roberto de Andrade, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Jatinox
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O produto fora desenvolvido pelo centro de pesquisas que estudara as condições de agressividade nas usinas, com realização de dezenas de visitas às plantas industriais de empresas do segmento para conhecer as características técnicas e operacionais dos equipamentos que entrariam em contato com o aço inoxidável. “Com base nessas avaliações, os engenheiros da Alta Mogiana se convenceram não apenas da adequação do 444, mas também de sua superioridade nas aplicações indicadas, além da vantajosa relação custo-benefício em relação ao aço carbono”, informa Andrade. Na Alta Mogiana, o inox ferrítico 444 foi inicialmente adotado no último efeito de evaporação, equipamento onde confirmou o alto desempenho verificado nos estudos. Com performance favorável, criou-se um ambiente propício para estender a especificação para outros equipamentos. Andrade lembra, porém, que, antes de ser utilizado no equipamento de evaporação da Alta Mogiana, outra indústria do segmento (a Vale do Rosário, em Morro Agudo, SP), havia adquirido tubos de aço 444 para o aquecedor de
caldo (máquina presente em todas as usinas sucroalcooleiras). USINA INOVADORA Para o gerente de desenvolvimento de mercado da Jatinox, não foi só o desempenho do material que contribuiu para ampliar a especificação do aço inoxidável para outros equipamentos. Andrade também atribui a ocorrência ao fato de a Alta Mogiana ser uma empresa tecnicamente avançada e mostrar-se receptiva à inovações. Depois dos evaporadores, o aço inox foi adotado nos aquecedores de caldo e, na sequência, indicado para laterais dos picadores e desfibradores, mesa alimentadora, redler, condensadores, lavador de gases, tubulação para condução de caldo e elevador de caneca. “Na Alta Mogiana, o uso nas mesas alimentadoras e nas laterais dos picadores e desfibradores apresentou ganho imediato, pois foi aplicado aço inox mais barato que a alternativa até então adotada, com espessura menor e com vida útil maior. No redler, reduziram-se as paradas para substituição de peças”, detalha Andrade. Ele lembra também que o inox apresenta maior vida útil com que-
da de intervenções com manutenção, redução de pontos pretos e melhoria da qualidade do açúcar. “O inox é um produto inerte, que não altera as características organolépticas [cor, sabor e odor], sendo seguro para armazenar, manipular e transportar alimentos”, exemplifica. De forma geral, o aço inoxidável pode ser especificado em praticamente todos os equipamentos de uma usina de açúcar. Em todas as empresas do segmento que o adotaram, o material tem apresentado a melhor relação custo-benefício. Para que essa relação possa ser aprofundada é necessário, porém, avaliar as condições operacionais e particularidades de cada equipamento. “Recomendamos, como procedimento padrão, a consulta caso a caso para que consigamos desenvolver soluções que revertam em alta performance operacional”, aconselha Andrade. De acordo com as características comuns à maior parte dessas usinas, os aços inoxidáveis mais recomendados para as suas operações são os tipos 316L, 304, 304L, 444 e 410D. Entre eles, há grande variação de preço em razão de sua composição. O melhor desempenho de cada um depende de um
PERFIL INOVADOR Boa parte da atividade econômica de São Joaquim da Barra, cidade do interior paulista, localizada na região norte do estado, a cerca de 400 km da capital, está vinculada à produção de açúcar e do álcool. A Usina Alta Mogiana São Joaquim da Barra se destaca entre as empresas do segmento sediadas no município, em função dos procedimentos técnicos que adota e também dos materiais empregados nos equipamentos de seu processo produtivo. “Temos um perfil inovador, no sentido de buscar novas tecnologias, experimentar e avaliar os seus benefícios”, afirma o engenheiro Fernando Vicente, que trabalha na empresa desde a sua fundação. Constituída em 1983 – oito anos, portanto, depois de o governo federal ter lançado as bases do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) – na sua primeira safra, em 1985, a Alta Mogiana processou 228 mil toneladas de cana e produziu 17,8 milhões de litros de álcool hidratado. Hoje, fabrica também diversos tipos de açúcar. Ainda que não esteja presente diretamente na mesa dos brasileiros, a Alta Mogiana vende açúcar para o setor alimentício nacional, principalmente para indústrias de bebidas e alimentos como Coca-Cola, Bauduco, Arcor (biscoitos Aymoré e Triunfo são duas das suas marcas) e a Kraft Foods (proprietária das marcas Lacta e Bis), figuram na sua lista de clientes.
bom entendimento das características do meio. Andrade vem constatando as mudanças ocorridas nas indústrias do segmento. “Hoje, o inox é quase sempre uma opção analisada e há maior abertura e aceitação das usinas às nossas proposições”, constata. Na opinião de Andrade, a disponibilização de treinamentos para a realização de soldagens poderia contribuir para o maior consumo do aço inox nas usinas de açúcar. “Nesse aspecto, a situação do setor não difere muito de outros seg-
Especificação do material reduz as operações de manutenção e aumenta a produtividade
Caixa de evaporação com tubos de inox 444: melhor relação custo-benefício
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SAFRAS ADICIONAIS A concepção original das usinas de açúcar e álcool se baseou no uso do aço carbono, o que potencializa a oxidação de vários desses componentes. A consequência é que precisam ser rapidamente trocados, uma vez que, na produção do açúcar, por exemplo, surgem pontos pretos. Alguns desses componentes duram apenas uma safra. “As aplicações de aço inoxidável nas usinas de açúcar mostraram-se eficientes em reduzir, ao longo do tempo, o custo de produção, uma vez que os equipamentos em inox são utilizados por cinco, seis safras ou mais”, assegura Frederico Ayres Lima. Lima reconhece que o custo inicial do aço inoxidável é maior. No entanto, o aumento da durabilidade viabiliza a especificação. E isso, observa Lima, sem contabilizar os custos das operações de instalação com as trocas mais constantes. Com a adoção do inox, as usinas melhoram a competitividade (menor custo ao longo do tempo), produtividade (menor necessidade de manutenção, com menos parada durante as safras) e melhoram a qualidade do produto final (no caso do açúcar, reduzem os pontos pretos oriundos da corrosão dos equipamentos). Para buscar ampliar a presença do aço inoxidável no setor sucroalcooleiro, os formadores da cadeia produtiva do inox têm procurado difundir o conhecimento, as vantagens do material e mostrar quais são os tipos de aço inox adequados a cada aplicação. “Essa difusão do conhecimento gera melhor aplicação do produto e traz ganhos às usinas”, comenta Lima, acrescentando, porém, que ainda existem entraves a serem superados para que o material amplie sua presença no setor. “Nem todos os elos dela detêm o conhecimento necessário para especificar o aço ideal para cada aplicação”, avalia Lima. O acesso de todas as usinas às informações sobre desempenho de equipamentos de aço inoxidável e o mito de que o inox é caro e inacessível, estão entre os principais entraves para a expansão do uso nas usinas de açúcar e álcool.
mentos industriais. A solução passa por disponibilizar treinamento permanente e pelo preparo dos fornecedores em orientar tecnicamente os usuários, a fim de que possam aplicar corretamente os produtos e obter o melhor rendimento em seus processos”, avalia.
Redler da usina produzido com aço inox 410 D
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APOIO NA ESPECIFICAÇÃO Uma parte do fornecimento de aço inoxidável para as usinas de açúcar e álcool no Brasil é feita pela Jatinox. Além da Alta Mogiana, onde o relacionamento comercial se estreitou nos últimos anos, diversas outras empresas do segmento compraram soluções da distribuidora. Ramon Rosso Garcia, diretor presidente da empresa, atribui a escolha ao fato de a Jatinox realizar constantes visitas aos usuários. “Procuramos apoiar suas engenharias na especificação do produto, entendendo as características e peculiaridades de seus processos”, detalha. “A disponibilidade de aço para entrega imediata e a credibilidade adquirida através dos contatos feitos e dos forne-
cimentos realizados passam segurança aos usuários quanto à adequação de seus produtos”, acrescenta Garcia. A Jatinox mantém em estoque, para pronta entrega, vários tipos de aços inox nas diversas bitolas demandadas pelas usinas, além de contar com profissionais especializados no segmento, capazes de apoiá-las na adequada especificação para as diversas etapas do processo de fabricação do açúcar, etanol e energia. O fato de eles estarem mais sujeitos à corrosão recomenda a especificação de aço inoxidável nos principais equipamentos empregados na produção de açúcar e álcool, onde – apesar da relutância de algumas indústrias do setor – a especificação tem aumentado. “Na última década, a novidade é o potencial que o segmento passou a representar para o nosso setor”, analisa Frederico Ayres Lima, diretor comercial e logística da Aperam South America. Adilson Melendez
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Adri Felden/Argosfoto
exposição
VILA DO AÇO DESTACA O INOX PARA USO EM EQUIPAMENTOS URBANOS
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Espaço de exposição criado no ano passado para mostrar as aplicações do aço em geral e do aço inox, a Vila do Aço tem sua segunda edição realizada no 22o Congresso Brasileiro do Aço presença do aço inox foi marcante na segunda edição da Vila do Aço, realizada pelo Instituto Aço Brasil, durante o 22o Congresso Brasileiro do Aço & ExpoAço 2011, em junho. Lá foi possível conferir as diversas formas e aplicações do aço inox na construção civil e na arquitetura, na indústria automobilística, e de produtos de consumo em geral. As soluções apresentadas se voltaram para equipamentos e mobiliário urbano, obras de infraestrutura, utilidades domésticas, objetos de decoração, eletrodomésticos e setor automotivo, entre outros. A Vila do Aço, montada como uma “minicidade”, em tamanho real, foi construída num espaço de 1.400 m2 a partir de produtos e insumos de aço, e atraiu
Fotos: Guto Marcondes
Na Vila do Aço, com 1.400 m2, foram exibidas soluções em inox para mobiliário urbano, obras de infraestrutura, utilidades domésticas, objetos de decoração, eletrodomésticos e setor automotivo
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Adri Felden/Argosfoto
André Johannpeter, do IABr; Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Ind. e Comércio Exterior, e Marco Polo Lopes, Pres. do IABr – visitando a Vila do Aço
Marcos Issa/Argosfoto
Governador Geraldo Alckmin fala na cerimônia de abertura
Marcos Issa/Argosfoto
Jorge Gerdau Johannpeter, Pres. da Câmara de Politica de Gestão, Desempenho e Competitividade
Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda Marcos Issa/Argosfoto
O 22o Congresso Brasileiro do Aço contou com a presença de diversas autoridades nos painéis que discutiram os rumos da economia brasileira e do setor do aço, entre elas, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini; o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli Azevedo; além dos presidentes da Abimaq, Luiz Aubert de Azevedo; da ABDIB, Paulo Godoy; da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão; e da Anfavea, Cledorvino Belini. O ex-ministro da Fazenda, o economista Antônio Delfim Netto; o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade; o presidente da Câmara de Política de Gestão, Desempenho e Competitividade, Jorge Gerdau Johannpeter; e o economista Robert Shiller também estiveram presentes, com palestras sobre o cenário econômico nacional e mundial. O ministro Tombini passeou pela Vila do Aço, em companhia do presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes; do presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, André Gerdau Johannpeter, entre outros congressistas. No Congresso Brasileiro do Aço, Delfim Netto ressaltou que o Brasil poderá crescer, pelos próximos 20 anos, a taxas entre 4,5 e 5%. “O Brasil sempre precisou enfrentar fatores que abortavam o seu crescimento, como crises de energia e dívidas. Isso é passado. Precisamos, agora, pensar no futuro e lembrar que em 2030 precisaremos gerar empregos para 150 milhões de pessoas”, ponderou. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o Brasil tem um grande potencial, mas as mudanças relativas a impostos e juros precisam ser adotadas com rapidez. “As reformas são urgentes. Todos conhecemos as necessidades do país, mas há muita demora na adoção de soluções para problemas, como a alta carga tributária, os juros elevados e o câmbio valorizado. Se fizermos as mudanças necessárias, o país terá um longo período de crescimento”, destacou. Já o presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, que recentemente assumiu a presidência da Câmara de Política de Gestão, Desempenho e Competitividade do Governo, as perspectivas são positivas, mas o Brasil precisa aprender a gerenciar riquezas. “Necessitamos saber onde queremos chegar. Temos, por exemplo, que aproveitar essa oportunidade única, que vem com a exploração do pré-sal. E, para isso, é preciso coordenação política. Afinal, a tendência é gastar o dinheiro, como fazem muitas prefeituras hoje, com os recursos vindos do petróleo, e isso seria uma deseducação. É importante lembrar que já tivemos ciclos de muita prosperidade – café, algodão e o período pós-guerra –, e agora temos uma nova oportunidade”, lembrou. O economista e professor da Yale University, Robert Shiller, autor do livro Animal Spirits, falou sobre a última crise mundial e sobre as perspectivas para os próximos anos. “Os bancos centrais confiaram demais nos mercados e não houve liderança suficiente para restringir o movimento dos preços naquela época. Os dados do FMI, referentes à última década, mostram que, naquele episódio, todos os países sofreram, com destaque para a Rússia e o Japão. Foi uma crise maciça e global. E o mundo ainda sofre seus efeitos, refletidos em altas taxas de desemprego”, afirmou. No caso do Brasil, Shiller se mostrou preocupado com os altos preços dos imóveis nas grandes cidades, e alertou que a última crise mundial começou a partir do boom imobiliário nos Estados Unidos.
Marcos Issa/Argosfoto
AUTORIDADES MARCAM PRESENÇA NO CONGRESSO
Robson Braga de Andrade, CNI
Guto Marcondes
inúmeros visitantes durante os três dias da exposição. Em inox foram apresentadas soluções como bebedouros (IBBL); conversores catalíticos e silenciadores para automóveis (Magneti Marelli); caixas d’água (Metalosa); piso podotátil e elementos táteis (Mozaik); reservatório de aquecedor solar em inox (Heliotek); bancos para mobiliário urbano em inox (Innova); mobiliário urbano esportivo (Muscle Beach); lixeiras, pias, panelas, coifas e utilidades domésticas (Tramontina); eletrodomésticos (Whirlpool); chapas metálicas em inox perfuradas, expandida e recalcadas (Permetal); além de mesas e cadeiras; guarda-corpos; painéis para fachadas e catracas para edifícios corporativos e metrô. Além das soluções em inox, a Vila do Aço 2011 apresentou diversas aplicações dos aços em geral. Mostrou ainda as várias formas de uso de coprodutos (subprodutos) provenientes do processo siderúrgico, que podem ser empregados na construção civil, pavimentação, indústria cerâmica, agricultura e na fabricação de cimento. A grande vantagem é que esses resíduos siderúrgicos podem transformar um potencial passivo ambiental, com problema de descarte na natureza, em ativo ambiental. Com seu reaproveitamento é possível reduzir
o consumo de recursos naturais não-renováveis, utilizados, por exemplo, na produção do cimento que utiliza escórias de alto-forno das siderúrgicas, além de cinzas volantes para conferir novas e importantes propriedades ao cimento. Em outros vários setores,os coprodutos podem ser usados também na correção de pH do solo, contenção de encostas e fabricação de fertilizantes fosfatados. A Vila do Aço despertou interesse de arquitetos, engenheiros, construtores, empresários, professores universitários, alunos e profissionais interessados em conhecer melhor as aplicações do aço em geral e do aço inox. No ano passado, cerca de 21 mil pessoas puderam conhecer a Vila do Aço em cinco cidades brasileiras. A primeira montagem da Vila ocorreu durante a 21a edição do Congresso Brasileiro do Aço & ExpoAço 2010, em São Paulo. A minicidade, patrocinada pelo IABr, com suporte do Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA), foi levada depois a outros eventos, tais como a Conferência das Cidades, em Brasília; na Inovatec, em Belo Horizonte; na ExpoAcabamento, em Porto Alegre; e na Rio Infraestrutura, no Rio de Janeiro. Heloísa Medeiros ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 29
artigo
CHAPAS EXPANDIDAS DE AÇO INOX s chapas expandidas de inox são submetidas a um processo de corte e repuxo mecânico com facas especiais e transformadas em telas rígidas, inteiriças e uniformes. Proporcionam um menor custo por área de produto final, devido ao seu processo de fabricação, onde o material não sofre perdas, mesmo ultrapassando muitas vezes a sua dimensão original. Com alta resistência e durabilidade, a chapa expandida de aço inoxidável possibilita a execução de diversos projetos e produtos, em razão de sua versatilidade, nobreza e economia. Com grande variedade de malhas que vão desde a microexpandida, utilizada para elementos filtrantes, até as mais pesadas, empregadas em pisos industriais, as chapas expandidas podem ser usadas em várias aplicações, entre elas, grades, portões, proteção de equipamentos, cestos para lixo, porta-revistas, filtros, pisos, escadas, móveis e divisórias, bancos e componentes de móveis, guarda-corpos e sacadas, protetores de portas e janelas, dutos e calhas para cabos elétricos, tetos e forros em obras como aeroportos, shoppings e hospitais. Já a chapa microexpandida, com aberturas mínimas de malha, é utilizada na filtragem de óleo, água e outros líquidos que necessitem de um tratamento rigoroso e eficiente, e é indicada ainda para peneiras, classificação e secagem de grãos, indústria de moinhos, mineração, aeração de silos, peneiras industriais etc. As chapas expandidas são produzidas em grande variedade de malhas e espessuras diferentes com diversos tipos de furos, desde os redondos, quadrados e oblongos, até losangulares, hexagonais e retangulares. Estes tipos de malha conferem leveza e beleza estética aos mais variados projetos de decoração, telas de proteção, confecção de artigos decorativos etc. Indicadas para aplicações onde haja necessidade de grande resistência e segurança, as chapas de metal expandido proporcionam melhor custo-benefício. 30 INOX • ABRIL/JUNHO 2011
Com grande variedade de malhas, as chapas expandidas podem ser empregadas em filtros, pisos industriais, fachadas, grades, portões, cestos para lixo e objetos de decoração, entre outros
Fotos: Divulgação Permetal
ESPECIFICAÇÃO Ao escolher uma chapa de metal expandido, o usuário deve estar seguro de que as especificações do material estejam rigorosamente dentro das medidas e dos padrões, pois a qualidade do material expandido, sua durabilidade e segurança estão diretamente ligadas às suas características técnicas. Principalmente em aplicações para pisos, passarelas, plataformas e passadiços, entre outras onde a resistência às cargas são fatores fundamentais, a especificação deve levar em conta o tipo de material (aço inoxidável), a espessura da chapa, a dimensão (comprimento e largura), o diâmetro do furo e a distância entre centro ou distância entre furo, a disposição dos furos e a dimensão das margens sem perfuração. Para os pisos as chapas são desenvolvidas de acordo com princípios de segurança em áreas de circulação, seja para pessoas ou para veículos. Assim, as chapas expandidas, perfuradas ou recalcadas, além de grades eletrofundidas e ladrilhos industriais, possibilitam uma grande variedade de acabamentos e atendem às exigências de durabilidade e resistência de qualquer projeto, seja para aplicação no solo ou em pisos elevados (plataformas, passarelas e passadiços).
CAPACIDADE DE CARGA Há tipos de chapas específicas para cada uso que levam em conta a capacidade de carga e modelos. Por exemplo, as grades para pisos (tipo pesado, acima de 20,00 kg / m²) são indicadas para ambientes com grande solicitação de capacidade de carga, tais como tráfego intenso de veículos e sustentação de grandes cargas, com estrutura reforçada. Já as grades para pisos tipo médio, de 12,00 à 20,00 kg / m²) se destinam a aplicações com exigência de capacidade de carga moderada, como tráfego de pessoas em estruturas padrão, com vãos de aproximadamente um metro. Uma das grandes vantagens da aplicação das chapas expandidas em pisos é que permitem a passagem de luz, ar e líquidos, assegurando assim a visibilidade, ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 31
a ventilação e o escoamento. Sua superfície é antiderrapante e as aberturas dos furos evitam a passagem de objetos como ferramentas e outros materiais. As grades para pisos com malhas padronizadas podem ser oferecidas em diversas configurações, que atendem às diferentes características de estruturas para plataformas, passadiços, sustentação de equipamentos, entre outros. Sua aplicação deve ser avaliada de acordo com cada obra, de forma que o dimensionamento da estrutura metálica a ser utilizada seja feito em conjunto com as características das chapas, sua espessura e tipo de malha. Para escolher o padrão ideal das grades em um projeto, devem ser avaliadas as diversas condicionantes. Dependendo da obra, se é destinada ao tráfego de pessoas, suporte para equipamentos, deve-se levar em conta a alocação das cargas, se são concentradas ou distribuídas e, também, a distância entre vãos e os tipos de suportes utilizados na estrutura. O dimensionamento e características da malha, tais como espessura, abertura, cordão, peso por m², também influenciam o projeto. É necessário avaliar ainda o melhor custo-benefício na aplicação das grades, pois a escolha correta do modelo deve estar de acordo com as especificações. Muitas vezes, a especificação de uma malha leve (com menor custo) para aplicação em estruturas que necessitem de grande capacidade de carga, implica na necessidade de superdimensionamento da estrutura, o que leva a custos maiores. PISOS Os pisos recalcados e perfurados, após o processo de fabricação, apresentam superfície com relevos salientes geometricamente dispostos nos formatos quadrado, oblongo e jalos e podem também passar pelo processo de perfuração. As aplicações mais comuns são em pisos em geral, pisos táteis, degraus, plataformas, passadiços e em projetos de arquitetura e decoração. Além disso, são antiderrapantes e caracterizam-se pela segurança e fácil limpeza. Usados em locais onde seja necessário o escoamento de líquidos e passagem de luz, sua aplicação é recomendada para áreas de circulação de pessoas, carrinhos e empilhadeiras, em depósitos de materiais, lojas, escadas e outros locais similares. As chapas de metal expandido podem ser empregadas também em brises decorativos para fachadas, 32 INOX • ABRIL/JUNHO 2011
Chapa expandida de inox, aplicada em luminária decorativa
cumprindo o papel de proteção da estrutura principal, redução da carga térmica e incidência solar, além de ocultar as passarelas e escadas de serviço técnico e limpeza. Podem ser utilizadas como revestimento de edifícios comerciais e residenciais, e na modernização de fachadas em retrofits de prédios antigos. Como as chapas são perfuradas, sua colocação é executada sobre uma estrutura metálica de fácil instalação, tornando-se uma solução arquitetônica de baixo custo. Indicados para ambientes onde há necessidade de deflexão de luminosidade, as chapas expandidas tipo brise diminuem a incidência solar no ambiente, sem perder a visibilidade externa. O metal perfurado decorativo tipo brise está disponível em diversos tipos de perfurações. Jorge Leal Filho Depto. de Marketing / Vendas da Permetal
notícias inox
A Petrobras lançou oficialmente, na sede da companhia, no Rio de Janeiro, o Programa Progredir, que viabiliza e padroniza a oferta de crédito em volume e condições competitivas para todas as empresas que integram a cadeia de fornecedores da estatal. A estimativa é de que o custo de captação de financiamento dos fornecedores caia, em média, 20%. A iniciativa, desenvolvida em parceria com os seis maiores bancos de varejo do país – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, HSBC e Santander – e com o Programa de Mo-
Arquivo Petrobras
Petrobras lança financiamento para cadeia de fornecedores
bilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), conta com o apoio da indústria e de entidades de classe. Segundo a empresa, o foco é o crescimento sustentável da cadeia de
fornecedores. A fase piloto do programa foi instalada em setembro de 2010. Nela, 15 empresas obtiveram financiamento junto aos bancos por meio da iniciativa, com volume total de R$ 137 milhões.
Walter promove workshop técnico dos maiores especialistas da área, que desenvolve trabalhos específicos sobre acabamentos em aço inoxidável nos Estados Unidos. Participaram do evento empresas como Aperam Serviços, Air Liquide, Innova Engenharia, Mecanochemie, Aperam Inox Brasil e Muscle Beach. Também estiveram presentes Divulgação Walter
A Walter Tecnologias em Superfícies realizou um workshop sobre “Acabamento Superficial do Aço Inoxidável, Novos Conceitos”, com o apoio da Abinox – Núcleo Inox e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), no último dia 7 de junho. O treinamento foi ministrado por John Thompson, um
o diretor executivo da Abinox – Núcleo Inox, Arturo Chao Maceiras; o diretor do Ciesp, Fábio Ferreira; e o presidente da Walter Tecnologias em Superfícies, Jorge Farsky. O treinamento foi uma oportunidade para aprendizado e desenvolvimento de novos métodos, mais produtivos e com redução de custos, de acabamento escovado e espelhado para o setor industrial. “Contar com o apoio da Abinox e Ciesp foi de grande valia na disseminação desse conhecimento”, destacou Jorge Farsky. A Walter Tecnologias em Superfícies é uma empresa multinacional, fundada há cerca de 50 anos, em Montreal, no Canadá, que está presente em países como os Estados Unidos, México, Brasil, Argentina, Chile, Alemanha e Suíça. A empresa fabrica desde abrasivos de alta produtividade para corte, desbaste, limpeza e acabamento, até ferramentas químicas de qualidade. ABRIL/JUNHO 2011 • INOX 33
notícias inox O Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, esteve presente, em junho, na 22a edição de Congresso Brasileiro do Aço & ExpoAço 2011. Na ocasião falou sobre a economia brasileira e o posicionamento do Brasil no novo cenário da economia mundial e confirmou o compromisso do governo federal com baixos índices de inflação a médio e longo prazos. “A inflação baixa é um compromisso do Governo da Presidente Dilma e isso é reafirmado não somente em discursos, mas também em ações”, disse. “Não há exemplo de país que tenha conseguido crescer com altas taxas de inflação”, completou. Tombini disse também que “a sociedade brasileira vive, hoje, os mais elevados índices de bem-estar das últimas décadas, que demanda inflação baixa e que é dever do Banco Central mantê-la assim”. Tombini garantiu que o país continuará crescendo de forma sustentável, a taxas elevadas, e que o principal desafio é assegurar a inflação baixa. Citou ainda o
Marcos Issa/Argosfoto
Presidente do Banco Central visita Congresso do Aço
PAC, o pré-sal e os eventos esportivos que o país sediará, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, como ótimas oportunidades para o desenvolvimento do Brasil.
Villares Metals inaugura Centro de Distribuição em Joinville nas entregas para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde estão localizados importantes pólos ferramenteiros do país. Entre os principais produtos disponíveis para pronta-entrega, neste novo braço de operações, estão os aços para trabalho a quente e a frio, aços rápidos e aços para moldes de plásticos, uma Divulgação Villares Metals
Dimensionada para atender às necessidades do mercado da região sul do país, a filial do Centro de Distribuição da Villares Metals está localizada no Perini Business Park, em Joinville (SC), um dos maiores e mais modernos condomínios industriais do país. O local, situado a cinco minutos da rodovia BR 101, garante facilidade de acesso e agilidade
vez que a região também é reconhecida pela grande quantidade de empresas voltadas para a fabricação de moldes. A nova unidade, instalada em uma área coberta de 1.300 m2, vai operar através de um moderno sistema de controle de dados centralizado em Sumaré (SP), onde fica a matriz da empresa, e estará apta a atender com maior rapidez todas as necessidades dos clientes daquela região. “Nós temos o maior e mais diversificado mix de aços ferramenta e rápidos em estoque para pronta-entrega no Brasil. Este é nosso diferencial”, explicou o gerente do Centro de Distribuição e Serviços da Villares Metals, Paulo Perez. A Villares Metals é a maior fabricante de aços especiais não planos de alta liga na América Latina, com capacidade instalada de 150 mil toneladas anuais de aço bruto e 100 mil toneladas anuais de produtos acabados. Atendimento ao Cliente: 0800 707 0577 e-mail cac@villaresmetals.com.br Site www.villaresmetals.com.br
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