Geometria da cunha cortante

Page 1

GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE Prof. Herbert C.Gonรงalves de Aguiar

IFSP


PARTES CONSTRUTIVAS DA FERRAMENTA Ferramenta inteiriรงa para tornear


Partes construtivas da ferramenta (ABNT NBR 6163/80) 

Parte de corte – parte ativa da ferramenta constituída pelas suas cunhas de corte.

Cunha de corte – É a cunha da ferramenta, formada pela intersecção das superfícies de saída e de folga.

Superfície de saída (Aγ) – É a superfície da cunha de corte sobre o qual o cavaco é formado e sobre a qual o cavaco escoa durante sua saída da região de corte.

Superfície principal de folga (Aα) – É a superfície da cunha de corte que contém sua aresta principal de corte e que defronta com a superfície em usinagem principal.


Partes construtivas da ferramenta (ABNT NBR 6163/80) 

Superfície secundária de folga (A’α) – É a superfície da cunha de corte que contém sua aresta de corte secundária e que defronta com a superfície em usinagem secundária.

Aresta principal de corte (S) – É a aresta da cunha de corte formada pela intersecção das superfícies de saída e de folga principal.

Aresta secundária de corte – É a aresta da cunha de corte formada pela intersecção das superfícies de saída e de folga secundária.

Ponta de corte – É a parte da cunha de corte onde se encontram as arestas principal e secundária de corte.


PARTES CONSTRUTIVAS DA FERRAMENTA Ferramenta inteiriรงa para furar (Broca)


PARTES CONSTRUTIVAS DA FERRAMENTA Ferramenta inteiriรงa para furar (Broca)


Sistemas de referĂŞncia da ferramenta (ABNT NBR 6163/80)


Sistemas de referĂŞncia da ferramenta (ABNT NBR 6163/80)


Sistemas de referência da ferramenta (ABNT NBR 6163/80) 

Plano de referência da ferramenta (Pr) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular a direção admitida de corte. A direção admitida de corte é escolhida de maneira que o Pr seja paralela ou perpendicular a uma superfície ou eixo da ferramenta, ou ainda que contenha ou coincida com referida superfície ou eixo paralelo a base ou ao eixo da ferramenta.

Plano de corte da ferramenta (Ps) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular ao Pr e tangente ou contém a aresta de corte.

Plano ortogonal da ferramenta (Po) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular ao Pr e perpendicular ao Ps.


Sistemas de referência da ferramenta (ABNT NBR 6163/80) 

Plano admitido de trabalho da ferramenta (Pf) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular ao Pr e paralela a direção admitida de avanço. A direção admitida de avanço é escolhida de maneira que o Pf seja paralelo ou perpendicular a uma superfície ou eixo da ferramenta. Para uso da ferramenta, sem utilização de calços e dispositivos que afastem a direção de avanço de sua direção óbia, as direções de avanço e admitida de avanço coincidirão e o Pf resultará paralelo à própria direção do avanço.

Plano dorsal ou passivo da ferramenta (Pp) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido, é perpendicular ao Pr e ao Pf.

Plano normal da ferramenta (Pn) – É o plano que, passando pelo ponto de corte escolhido é perpendicular à aresta de corte.


Ângulos da parte de corte no sistema de referência da ferramenta

Ângulos da parte de corte no sistema de referência da ferramenta

Ângulos medidos sobre o plano de referência


Ângulos medidos sobre o plano de referência

χr +εr+χ’r=180

Ângulo de posição da ferramenta (χr) – É o ângulo entre o Ps e o Pf.

Ângulo de ponta da ferramenta (εr) – É o ângulo entre o Ps e o P’s.

Ângulo de posição da aresta secundária da ferramenta (χ’ r) – É o ângulo entre o Pf e o P’s.


Ă‚ngulos da parte de corte no sistema de referĂŞncia da ferramenta

Ă‚ngulos medidos sob o plano ortogonal


Ă‚ngulos da parte de corte no sistema de referĂŞncia da ferramenta

Ă‚ngulos medidos sob o plano de normal


Ă‚ngulos da parte de corte no sistema de referĂŞncia da ferramenta

Ă‚ngulos medidos sob o plano admitido de trabalho


Ă‚ngulos da parte de corte no sistema de referĂŞncia da ferramenta

Ă‚ngulos medidos sob o plano passivo ou dorsal


Ângulos medidos sobre os Po, Pn, Pp e Pf. αo+βo+γo =90 αn+βn+γn =90 αp+βp+γp =90 αf+βf +γf =90

  

Ângulo de folga da ferramenta (αo) – É o ângulo entre a Aα e o Ps. Ângulo de cunha da ferramenta (βo) – É o ângulo entre a Aγ e a Aα. Ângulo de saída da ferramenta (γo) – É o ângulo entre a Aγ e o Pr.


Ă‚ngulos da parte de corte no sistema de referĂŞncia da ferramenta

Ă‚ngulo medido sob o plano de corte


Ângulo medido sobre o plano de corte.

Ângulo de inclinação da ferramenta (λs) – É o ângulo entre a aresta de corte e o Pr.


Funções e influência dos principais ângulos da cunha cortante. Ângulo de folga (αo)  Evita o atrito entre a peça e a superfície de folga da ferramenta;  Valores baixos de αo implicam em dificuldade de penetração da cunha cortante, desgaste acelerado, grande geração de calor e acabamento superficial ruim da peça;

 Valores elevado de αo envolvem perda de resistência na cunha da ferramenta, tornando-se susceptível a lascar ou quebrar;  A determinação dos valores de αo é feita em função da resistência dos materiais da ferramenta e da peça. De um modo geral os valores de αo variam de 2 a 14º.


Funções e influência dos principais ângulos da cunha cortante. Ângulo de saída (γo)  Tem influência direta na força e na potência de usinagem, no acabamento da peça e na quantidade de calor gerado;  O aumento de γo origina o decréscimo do trabalho no dobramento do cavaco;  A fixação do valor de γo é feita de acordo com a resistência do material da peça e da ferramenta, da quantidade de calor gerada no corte e da velocidade de avanço adotada;  Valores negativos de γo são empregados em cortes de materiais de baixa usinabilidade e interrompidos, com o inconveniente de provocar elevação das forças de usinagem e da potência de corte;  Normalmente, são utilizados valores de γo entre -10 e 30º.


Funções e influência dos principais ângulos da cunha cortante. Ângulo de inclinação (λs)  Controla a direção de saída do cavaco;  Ângulo negativo protege a ponta de corte da ferramenta contra impactos;  Ângulo positivo atenua vibrações;  Valores entre -4 e 4º são habitualmente usados.


Funções e influência dos principais ângulos da cunha cortante. Ângulo de posição (χr)  Distribuição favorável de tensões no início e no final do corte;  Tem influência direta no ângulo de ponta da ferramenta, agindo sob a resistência e a capacidade de dissipação de calor da ferramenta;  Tem efeito na direção de saída do cavaco;  Responsável pela componente passiva da força de usinagem, que contribui para a redução das vibrações;  Valores normalmente adotados na faixa de 30 a 90º.


BIBLIOGRAFIA


Perguntas????

Prof. Herbert C.Gonรงalves de Aguiar hcaguiar@pop.com.br

IFSP


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.