RELATÓRIO DE ATIVIDADES Pensas 2013 Por Joana Silva e Ana Neves
NOME DA ORGANIZAÇÃO Pensas – Universidade de Aveiro
DESIGNAÇÃO DO PROJETO Pensas – PLATAFORMA DE ENSINO ASSISTIDO
ÁREA TEMÁTICA DO PROJETO Educação
ELEMENTOS QUE INTEGRAM E COLABORAM COM O PROJETO António Batel Anjo, MINED, UA Ivaldo Quincardete, MINED Paula Oliveira, UA Carlos Morais, UA Joana Silva, UA Ana Neves, UA Olga Lima, UA Sandra Nunes, UA Graça Veiga, UA Alexandre Silva, UA Ana Ramos, UA Celso Assunção, UA Cláudia Rêgo, Edubox Pedro Silva, Edubox Rogério Cossa, MINED Gina Gibunda, MINED Diretores dos centros Pensas: Amélia Basílio e Manuela Machute (Beira) Adolfo Martinho (Chimoio) António Bofana (Quelimane) Arminda da Costa (Nampula) Manuel Bacar (Pemba) Paulo Sexto (Inhambane) Domingos Quenklave (Lichinga) Representantes das Direções Povinciais: Alberto Magune (Pemba) Armindo Primeiro (Quelimane) Bacar (Chimoio) Lourenço Timano (Lichinga)
Universidades Jorge Ferrão, Universidade Lúrio José Guina, Universidade Lúrio em Pemba Zacarias Ombe, Unizambeze Augusto Jones, Unizambeze Carla Karigians,Unizambeze Lourenço do Rosário, Universidade Politécnica Marisa Mendonça, Universidade Politécnica Nataniel Ngomane, Universidade Eduardo Mondlane Conceição Siope, Universidade Eduardo Mondlane Leitores do Instituto Camões/Universidade Pedagógica Ana Monteiro José Marques Mónica Bastos Embaixada de Portugal em Moçambique Mónica Taveres Diogo Franco
PARCEIROS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO Universidade de Aveiro Ministério de Educação de Moçambique IPAD – Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (atual Camões- Instituto da Cooperação e da Língua)
OBJETIVO PRINCIPAL DO PROJETO Depois de identificadas as debilidades do sistema de ensino moçambicano, procurar e executar soluções de excelência a fim de lhes dar resposta, através de diferentes e dinâmicos trabalhos efetuados com os alunos e professores, incidindo essas áreas de intervenção nas disciplinas de matemática e língua portuguesa com recurso às TIC.
PERÍODO DE ATIVIDADES De janeiro a outubro de 2013
ÍNDICE O PENSAS E OS ALUNOS ....................................................................................... 1 1.
Competições Nacionais de Ciência ............................................................................... 2
2.
Outclass ....................................................................................................................... 10
3.
Geração 20 30 ............................................................................................................. 12
O PENSAS E OS PROFESSORES ........................................................................ 14 4.
Formação inicial ........................................................................................................... 15
5.
Formação pós-graduada ............................................................................................. 18 5.1.
Curso de Especialização em Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa ................ 18
5.2.
Mestrado de Línguas e Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa ......................... 19
DIVULGAÇÃO......................................................................................................... 21 6.
Divulgação permanente ............................................................................................... 21
7.
Divulgação pontual ...................................................................................................... 22 7.1.
Compacto da TVM ............................................................................................................ 22
7.2.
Comunicação “VII Jornadas da Língua Portuguesa”......................................................... 23
DESAFIOS .............................................................................................................. 25 8.
Constrangimentos / Dificuldades ................................................................................. 26
9.
Perspetivas futuras ...................................................................................................... 26
IMPACTO ................................................................................................................ 27 10.
A voz dos professores participantes........................................................................ 28
11.
A voz dos alunos participantes ................................................................................ 32
ANEXOS ................................................................................................................. 34
O PENSAS E OS ALUNOS
1. COMPETIÇÕES NACIONAIS DE CIÊNCIA As Competições de Ciência, inspiradas nas Competições Nacionais de Ciências, que o Projeto Matemática Ensino (PmatE) desde há 25 anos realiza anualmente na Universidade de Aveiro, começaram a ser realizadas em Moçambique, no ano 2009, na cidade da Beira, a título experimental e limitadas à disciplina de Matemática: designaram-se, assim, regionais. Nos últimos quatro anos, estas competições estenderam-se a mais três cidades moçambicanas (Quelimane, Nampula, Inhambane). O presente ano foi um ponto de viragem para as Competições Regionais uma vez que estas se realizaram pela primeira vez na cidade de Pemba, estando neste momento no maior número de províncias onde existem recursos para a sua dinamização, alcançando desta forma um nível nacional. Para além disso, estas foram estendidas a mais duas áreas disciplinares - Física e Biologia. As Competições Nacionais de Língua Portuguesa, Matemática, Física e Biologia, no ano de 2013, envolveram aproximadamente 1050 alunos da 9.ª classe de cinco escolas das 5 cidades acima referenciadas, com o objetivo de suscitar o aprofundamento da aprendizagem destas quatro disciplinas. Ao mesmo tempo, a actividade pretende ainda incentivar o recurso às TIC, através da plataforma de avaliação
de
conteúdos
(adaptados
ao
programa
escolar
moçambicano)
disponibilizada pelo Pmate (Universidade de Aveiro) e aqui direcionadas para uma melhoria e desenvolvimento do ensino moçambicano. As competições decorreram em três fases: registo dos alunos, treinos e competição propriamente dita. A fase do registo é a fase na qual as formadoras se dirigem a cada cidade e procedem à recolha dos dados dos alunos e professores participantes, à apresentação da atividade, à entrega de materiais de apoio ao estudo dos conteúdos abordados em cada prova e ainda à recolha de algumas entrevistas e
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fotografias para atualização do site e página de facebook do Pensas.
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Tabela 1- Calendarização de recolha e registo de alunos e professores
CALENDARIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE RECOLHA E REGISTO DE ALUNOS E PROFESSORES Período
Cidade
Escolas participantes
De 11 a 14 de Fevereiro
Lichinga
Escolas Secundárias de Muchenga, Eduardo Mondlane, Aeroporto e Amizade
De 18 de Fevereiro a 1 de Março
Beira
Escolas Secundárias Samora Moisés Machel, Estoril, Manga, Sansão Mutemba, Nossa Senhora de Fátima e Colégio Académico.
De 4 a 8 de Março
Quelimane
Escolas Secundárias de Quelimane, AeroportoExpansão, Patrice-Lumumba, Eduardo Mondlane e Coalane
De 20 a 22 de Março
Pemba
Escolas secundárias de Pemba, 16 de Junho, Arco Iris, Colégio e Fraternidade
De 25 a 27 de Março
Nampula
Escolas Secundárias de Nampula, 12 de Outubro, Namicopo, Muatala e Lusófona
Relativamente às sessões de treino, estas realizam-se ao longo do ano, de acordo com um calendário previamente definido. É de salientar que os alunos são acompanhados por professores responsáveis das respetivas escolas por forma a se integrarem, o mais possível, na atividade dinamizada. Estes são também responsáveis por esclarecer as dúvidas que os alunos possam apresentar na ausência das formadoras presenciais. Estes treinos realizaram-se nos Centros Pensas (dotados de computadores e ligação à internet) sediados um em cada cidade, durante os quais os alunos testaram os conteúdos. (cf. anexo I) Na semana que antecedeu o dia da Competição, realizaram-se treinos intensivos, por forma a cimentar os conhecimentos que se pretendiam adquiridos bem como estimular a aprendizagem, não só das disciplinas em questão, mas também das novas tecnologias, ferramenta fundamental para a realização destas atividades. Estas sessões decorrem com o acompanhamento das formadoras. Os dias das Competições Nacionais realizaram-se, segundo o seguinte calendário: Inhambane: 13 de Setembro
Quelimane: 21 de Setembro
Nampula: 28 de Setembro
Pemba: 12 de Outubro
Beira: 19 de Outubro
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O dia das competições circula em torno da sala da prova, na qual os alunos das cinco escolas participantes de cada cidade disputam provas de computador por níveis, que este ano pela primeira vez como já referido foram de 4 áreas: M@tMoz (prova de Matemática), Pensar@Língua (prova de Língua Portuguesa), Biosfer@ (Prova de Biologia) e Fis@moz (Prova de Física). Mas são muitas outras as atividades de que os alunos dispõem para ocupar e prencher de forma ativa e divertida este dia. Neste ano de 2013, em particular, toda a comunicação das Competições teve como tema o cinema e a linguagem cinematográfica. Esta ideia partiu do facto das Competições serem uma “estreia” Nacional este ano em Moçambique. (cf. anexo II) A partir desta ideia-chave todo um plano foi traçado por forma a que lhe fosse conferido unidade e coesão. Foi criado um cartaz de destaque, que corresponde no fundo a uma espécie de cartaz de filme em exibição: CNC Moçambique- género acção. Cada cidade correspondeu, assim, a um take, de acordo com a data de estreia (take 1: Inhambane; take 2: Quelimane; take 3: Inhambane; take 4: Pemba; take 5: Beira) Outros espaços foram criados e distribuídos pelo local onde decorreu a atividade, por forma a tornar o espaço mais apelativo, divertido e envolvente, como se trata do espaço denominado Flashback, que incluiu fotografias referentes aos participantes das Competições anteriores; atores/estrelas dos filmes passados. As próprias salas dedicadas às diferentes áreas disciplinares, que complementaram a sala de prova, no dia das Competições, apresentaram-se dotadas de uma imagem e de jogos divertidos associados também à mesma linguagem. Nos casos da Língua Portuguesa e Matemática, trataram-se de jogos de raciocínio e lógica e, nos de Biologia e Física, experiências apelativas. Cada sala propôs uma atividade subordinada a um filme, com respetivo título e género. A sala de Biologia, cujo filme em exibição teve o título: “Explosão de cores”, de género suspense, foi a sala onde se fizeram experiências com o título em destaque,
realçar a troca de impressões entre os grupos, as respostas a questões e a
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Nesta sala imperou a componente prática das atividades propostas, no entanto, é de
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para além de outras como “marés negras” e “escrita invisível”. (cf. anexo III)
explicação final dada pelo professor bem como a apresentação de curiosidades sobre a temática em estudo. Na sala de Física, o destaque foi para a experiência: “Areias Movediças”, de género suspense e que deu por sua vez nome à sala. Para além desta, os alunos puderam também realizar a experiência “tornado num frasco”. (cf. anexo IV) A metodologia utilizada pelo professor na realização das experiências acima referidas foram ao encontro à usada na sala de Biologia. Todas as experiências, quer de Física, quer de Biologia foram executadas recorrendo a materiais de uso comum, do dia a dia, tentanto mostrar e incentivar os professores a não deixarem de fazer experiências nas suas escolas, alegando falta de material ou mesmo salas de laboratórios. Com estas sugestões, guiões de professor e aluno, todas estas atividades poderão ser reproduzidas, em momentos posteriores, em qualquer escola. A sala de Língua Portuguesa fez alusão ao cinema mudo e teve como título: “Sem palavras”. (cf. anexo V) O jogo subjacente ao título “Sem palavras” foi um jogo de mímica e envolveu quatro equipas. Cada uma escolhia um peão, que seria o aluno que lançaria os dados, avançaria no tabuleiro (de 5mx3m) e faria mímica para os seus colegas, que deveriam, por sua vez, num determinado tempo, tentar adivinhar a mensagem (associada a uma das categorias: objeto, tudo, animais, expressão ou frase) que o colega estava a transmitir! Ganhava quem chegasse à casa mais próxima do fim do tabuleiro. Este é um jogo divertido que pretendeu, a partir do recurso à linguagem gestual, desenvolver competências de raciocínio rápido, para aqueles que estavam a tentar transmitir a mensagem e destreza de pensamento para aqueles que a tentavam, por sua vez, descodificar. Todo o cenário envolvente foi recriado de forma a motivar os alunos e a fazer com que vestissem literalmente a personagem! A sala de matemática teve como título: “O diabo da Matemática” e, como género, a
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comédia.
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Nesta sala, jogou-se uma versão adaptada do jogo do 24. Este jogo pretendeu desenvolver o cálculo mental e despertar o gosto pela disciplina de Matemática. (cf. anexo VI) O 24 é um jogo de equipas e tem como objetivo acumular o máximo de pontos, a partir da obtenção do número 24: adicionando, subtraindo, multiplicando e/ou dividindo os 4 algarismos que surgirem na carta ecolhida aleatoriamente. O jogo apresenta diferentes níveis de dificuldade: nível fácil- representado pela figura do tridente; nível médio- pela dos chifres e difícil- pela figura do diabo. Todas as atividades propostas são pensadas, recriadas a partir
de jogos já
existentes ou criando-os mesmo de raíz e tendo sempre como principal objetivo mostrar que a aprendizagem pode e deve ser divertida, não se devendo cingir necessariamente ao ambiente formal de sala de aula. Cada uma delas, decorreu sob a responsabilidade de professores que se mostraram bastante empenhados e interessados nessa tarefa. De referir ainda, que, em todas estas atividades, os alunos participaram em equipa, do mesmo modo que participaram na prova de Competição. O objetivo foi o de suscitar o interesse pela aprendizagem destas quatro áreas do saber, mostrando que a sua combinação, ainda que por si à partida tão distintas, se mostra possível. A promoção do espírito de equipa, credenciando o trabalho de partilha e cooperação foi também uma preocupação premente. (cf. anexo VII) A referência à envolvência e cooperação das direções das escolas onde tiveram lugar as Competições e às respetivas Direções Provinciais de Educação e Cultura são também de proeminente referência. O dia da competição está longe de ser já só o dia da prova final, realizada nos computadores: é para além disso, uma troca de conhecimentos e aprendizagens, de convívio e de festa que atinge o auge no momento da divulgação dos resultados. Assim, também a atribuição dos prémios foi em tudo semelhante à entrega dos “óscares”, com direito a passadeira vermelha e telas com os “patrocínios” da atividade, num ambiente a lembrar Hollywood e no qual foram apurados os três primeiros classificados de cada área do saber, distinguidos com prémios, medalhas
de intercâmbio de aprendizagens e uma mais-valia para alunos e professores.
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As Competições de Ciência são já vistas, em Moçambique, como um dia de festa,
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e certificados.
Tratam-se de competições que mobilizam escolas, alunos, professores, direções provinciais de educação e o próprio Ministério de Educação, contribuindo para o sucesso do Projecto Pensas e para a sólida e bem-sucedida relação entre Portugal
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e Moçambique na área da educação.
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Ilustração 1 - Algumas fotografias dos dia das Competições nas diferentes cidades
2. OUTCLASS Com o projeto OUTclass, alunos portugueses e moçambicanos realizam, em ambiente de sala de aula e monitorizados por um professor, atividades semanais que lhes permitem não só melhorar a escrita, como também os dotam de novas formas de expressão, desenvolvendo em simultâneo o gosto pela Língua Portuguesa e pelas TIC. Em 2013 decorreu a 6ª edição do Projecto Outclass. As escolas participantes foram o Colégio Académico da Beira, em Moçambique, a Escola Básica do 1.º Ciclo de Àdos-Ferreiros, a Escola Básica do 1.º Ciclo de S. Sebastião, ambas de Águeda – Portugal. O objetivo do Projecto OUTclass é a difusão da Língua Portuguesa e a promoção do gosto pelas Ciências através da consagração do uso dos computadores e da
diferentes países, neste caso, Portugal e Moçambique, criando um ambiente de
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A Internet permite aos professores e alunos estreitar as distâncias físicas entre os
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Internet como ferramentas de aprendizagem.
convívio fraterno ao mesmo tempo que desenvolve um ambicioso programa de trabalho. Os alunos em e-comunidade, comunidade virtual totalmente digital, tiveram a oportunidade de realizar em ambiente sala de aula e monitorizados por um professor, atividades semanais que lhe permitiram trocar experiências interculturais através da exploração de exercícios que, esperemos, lhes tenham dado um diferente entendimento do mundo. Estas atividades consistiam num tema semanal lançado pelo Projecto Matemática Ensino da Universidade de Aveiro. A Escola Básica do 1.º Ciclo de À-dos-Ferreiros, desde o início do projecto, está totalmente equipada. Conta com cerca de 10 computadores ligados à internet. Na Escola Básica do 1.º Ciclo de S. Sebastião foram disponibilizados 7 computadores Magalhães, fornecidos pelo Projecto Matemática Ensino, para levar a cabo as atividades semanais. Foi
construído
um
site,
apenas
disponibilizado
às
professoras,
https://sites.google.com/site/projectooutclass. O site não pode ser acedido por outros utilizadores. Para o visualizar é necessário permissão, que só poderá ser disponibilizada pelo coordenador geral do projeto PmatE da Universidade de Aveiro. Este ano letivo estiveram envolvidos cerca de 50 alunos. Este projeto pretendeu que os alunos desenvolvessem as seguintes competências: ● Estimulação da criatividade e da imaginação; ● Respeito e reconhecimento dos costumes e tradições de outros povos e culturas; ● Desenvolvimento da comunicação e da cooperação com o outro; ● Promoção de valores cívicos e democráticos no sentido de desenvolver uma cultura de Paz; ● Estimulação de atitudes de cooperação, de solidariedade e de tolerância entre os povos; ● Reconhecimento de que a língua portuguesa é um instrumento vivo de transmissão e criação de cultura nacional e de abertura a outras culturas;
● Criação do gosto pela recolha de produções do património literário oral (travalínguas);
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● Promoção de valores como a amizade, o companheirismo e o diálogo intercultural;
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● Experimentação de situações que despertem e desenvolvam o gosto pela língua escrita;
● (Re)conhecimento geográfico de Portugal e Moçambique; ● (Re)conhecimento do hino nacional de Portugal e Mocambique; ● (Re)conhecimento das bandeiras nacionais; ● (Re)conhecimento das personalidades mocambicanas e portuguesas; ● Conhecimento da gastronomia local (e nacional); ● Identificação dos elementos básicos do meio físico envolvente (clima); ● Reconhecimento e valorização do seu património histórico e cultural e desenvolvimento do respeito por outros povos e culturas, rejeitando qualquer tipo de discriminação; ● Reconhecimento da importância das diferentes profissões; ● Conhecimento dos modos de vida e as funções sociais de alguns membros da comunidade.
Ilustração 2 - Fotografias de atividades realizadas no âmbito do Outclass
3. GERAÇÃO 20 30 Por que é que o mar é salgado? Por que é que o céu é azul? Por que é que os bolos crescem no forno? Por que estão a desaparecer alguns animais? O que são antibióticos? E vacinas? No programa televisivo Geração 20 30, a ciência dá resposta a estas e muitas
jovens de Portugal e Moçambique tentam dar resposta a estas e muitas outras
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se encontram já a ser emitidos na RTP Informação, todos os sábados, pelas 11h54,
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outras perguntas, simplificando o que parece difícil. Ao longo de 52 programas, que
dúvidas do nosso dia-a-dia. Ao desmistificar alguns conceitos científicos e aguçar a curiosidade dos mais jovens, o Geração 20 30 pretende ajudar a formar os cientistas da próxima geração! Dos 52 programas, 25 tiveram como pivôt a formadora de Língua Portuguesa do Projecto, que participou ativamente na gravação desses programas. As gravações decorreram em Moçambique nos meses de julho e agosto de 2012 e em Portugal nos meses de janeiro e fevereiro de 2013. Todos os contactos efetuados em Moçambique com escolas, professores e alunos seleccionados para a participação nos diferentes programas foram da inteira responsabilidade das formadoras do Projecto, assim como a investigação/seleção de alguns dos temas abordados. A título de exemplo, poderá visualizar 3 programas do Geração 20 30. Para isso basta clicar sobre o título do program que pretende ver.
ELEFANTES: programa 2
VIDRO: programa 4
CELACANTO: programa 8
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Ilustração 3 - Episódios do Programa Geração 20 30
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O PENSAS E OS PROFESSORES
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O PENSAS E OS PROFESSORES
4. FORMAÇÃO INICIAL A formação de professores nas áreas da Língua Portuguesa e Matemática, realizadas nos Centros Pensas, têm sido uma actividade constante e de extrema importância na medida em que através destas formações se pretende suprimir as principais dificuldades identificadas pelos professores moçambicanos. Estas formações têm tido sempre em conta o recurso às tecnologias, quer como forma de facilitar os trabalhos dos docentes quer como incentivo a que os próprios façam uso destes recursos no seu trabalho diário. As formações do Pensas tiveram as seguintes temáticas: “Abecedário dos números: Cálculo das letras”, uma formação conjunta de Português e Matemática; “Estatística I – Uma abordagem informática”; “Estatística II – Uma abordagem informática” formações de Matemática. Em Língua Portuguesa: Pensar@Língua II e III - a ortografia e a acentuação. Em ambas as áreas, os temas foram selecionados a partir da análise de inquéritos preenchidos por professores nas ações de formação anteriores onde foram apontadas as suas reais necessidades e deficiências no conhecimento científico e didático enquanto professores. No que diz respeito, na área de Matemática, à formação “Estatística I – Uma abordagem informática”, o programa é composto por vários pontos: Introdução à estatística: conceitos básicos- exercícios e propostas de actividades; análise e apresentação de dados estatísticos: recolha de dados estatísticos; organização de dados estatísticos; apresentação de dados estatísticos (tabelas de frequências); actividades desenvolvidas com recurso ao programa Excel.Continuação da exploração do programa Excel. Relativamente ao programa da formação “Estatística II – Uma abordagem informática”, este inclui os temas: representação gráfica (gráficos de barras, circulares, pitogramas, histogramas); medidas de tendência central (média, moda e mediana); medidas de dispersão (Amplitude; Variância e Desvio-padrão); aplicação do programa Excel e exploração das suas funções estatísticas para resolução de
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exercícios práticos.
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Note-se que o recurso às novas tecnologias para estas ações de formação de Matemática foi explorado através da utilização do Excel, para a resolução de uma série de exercícios teórico-práticos (Estatística). Num primeiro momento, foi apresentado este programa bem como algumas funcionalidades do mesmo. De seguida, trabalhou-se, de forma mais cuidada, as funcionalidades que mais interessam na área em estudo. Nas sessões de formação foram também entregues aos professores participantes manuais com apontamentos teóricos sobre o tema explorado, um pequeno guia de utilização do programa (excel), fichas de atividades e tiveram também acesso a uma área pessoal numa plataforma online onde são disponibilizados diversos materiais e ligações para vários outros recursos disponíveis na internet. No que diz respeito à Língua Portuguesa, os manuais Pensar@Língua II e III correspondem ao segundo e terceiro volumes relativos ao tema da ortografia que se demonstra imperioso numa realidade linguística tão ampla e heterogénea como a de Moçambique. A língua portuguesa neste país é língua oficial, mas não materna e, por esse motivo, são desencadeadas várias dificuldades nomeadamente no domínio da grafia correta das palavras. A implementação do novo acordo ortográfico pelos países de língua portuguesa como língua oficial foi outro dos fatores que levou à seleção deste tema. Para a sua melhor compreensão procedeu-se num primeiro momento a uma análise da história da ortografia da língua portuguesa e, depois, toda a abordagem foi feita segundo um método comparativo: análise e reflexão do acordo de 1945; análise e reflexão do acordo de 1990: principais alterações. Todo o estudo foi também complementado por ferramentas web capazes de auxiliar na compreensão deste assunto, quer no que respeita à abordagem teórica, quer no que respeita à prática. Salienta-se a importância de todos os materiais disponibilizados, mais propriamente os conteúdos dos manuais ao serem cuidadosamente estudados, com o intuito de garantir que não existe uma rutura com seu público-alvo e, desta forma, que o trabalho realizado possa ir ao encontro das necessidades dos professores. Os enunciados dos exercícios e os exemplos relativos aos esclarecimentos teóricos são de os formandos se identificarem com o programa das formações aumenta a
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probabilidade de os conhecimentos serem devidamente apreendidos.
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baseados, sempre que possível, na realidade cultural moçambicana, já que o facto
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Tabela 2 - Formações ministradas em 2013
Português
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Matemática
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Área(s)
ACÇÕES DE FORMAÇÃO MINISTRADAS EM 2013 Acção de Período e local de Beneficiários Formação realização 19 professores de Matemática de 12 a 14 de Fevereiro das escolas secundárias de 2013 - Instituto de Paulo Samuel Kankhomba, Formação de Muchenga, Eduardo Professores de Lichinga Mondlane, Amizade, Estatística I – Namacula Aeroporto, EPC Uma abordagem Nzinje e IFP de Lichinga informática (15h) de 12 a 15 de Março 19 Professores de Instituto de Formação Matemática das escolas de Professores Alberto secundárias de Pemba, Joaquim Chipande e Fraternidade, 16 de Junho, Escola Secundária de SOS, Arco-Íris, Comunitária Pemba M. Mazzarello e IFP de 12 a 15 de Março 19 Professores de Instituto de Formação Matemática das escolas Estatística II – de Professores Alberto secundárias de Pemba, Uma abordagem Joaquim Chipande e Fraternidade, 16 de Junho, informática (15h) Escola Secundária de SOS, Arco-Íris, Comunitária Pemba M. Mazzarello e IFP 19 professores de Português de 12 a 14 de Fevereiro das escolas secundárias de 2013 - Instituto de Paulo Samuel Kankhomba, Formação de Muchenga, Eduardo Professores de Lichinga Mondlane, Amizade, Namacula Aeroporto, EPC Pensar@Língua Nzinje e IFP de Lichinga II: a ortografia de 12 a 15 de Março 19 Professores de Português Instituto de Formação das escolas secundárias de de Professores Alberto Pemba, Fraternidade, 16 de Joaquim Chipande e Junho, SOS, Arco-Íris, Escola Secundária de Comunitária M. Mazzarello e Pemba IFP de 12 a 15 de Março 19 Professores de Português Instituto de Formação das escolas secundárias de Pensar@Língua de Professores Alberto Pemba, Fraternidade, 16 de III: a acentuação Joaquim Chipande e Junho, SOS, Arco-Íris, Escola Secundária de Comunitária M. Mazzarello e Pemba IFP
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5. FORMAÇÃO PÓS-GRADUADA 5.1. Curso de Especialização em Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa
O projeto de formação de professores na área da Língua Portuguesa ForLíngua@moz – iniciou em 2010 um segundo nível de formação, que vem articular-se com a formação inicial de professores. O Projeto então desenhado passava a incluir os Cursos de Especialização e de Mestrado em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que viriam a ser divulgados em várias sessões realizadas nas cidades de Nampula (Universidade do Lúrio, Universidade Pedagógica e Escolas Secundárias) e da Beira (Universidade Zambeze, Universidade Pedagógica e Escolas Secundárias), entre os dias 29 de julho e 7 de agosto de 2009. Este projecto de cooperação assentaria a sua ação em três pressupostos básicos: primeiro, no reconhecimento da diversidade cultural e linguística de Moçambique; depois, na consciência de que a Língua Portuguesa é uma Língua segunda para a maioria da população; e por fim na consideração de que a cooperação para o desenvolvimento implica permuta de interesses e serviços. Volvido um ano sobre o arranque do Projeto, os seus responsáveis, enquanto aguardavam a aprovação do Mestrado pela Agência de Acreditação Portuguesa, decidiram avançar, nos “Centros Pensas” das cidades acima referidas (Colégio Académico da Beira e Escola Lusófona de Nampula), com a primeira edição do Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que incluía quatro das unidades curriculares do curso de Mestrado e que, como este, tinha como principal objetivo responder a necessidades de formação de caráter específico nas áreas científicas de Língua Portuguesa, de Ciências da Linguagem e de Estudos Literários. Decorreu então o primeiro destes cursos, no ano letivo 2010/11, com uma adesão que superou as expetativas iniciais. As inscrições superaram largamente as 60 vagas disponíveis – 30 na cidade da Beira e 30 na cidade de Nampula –, com os professores a demonstrar grande interesse em “atualizar conhecimentos e adquirir
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apreender estratégias mais eficazes e eficientes para o ensino do Português” ou
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mais competências comunicativas”,“consolidar conhecimentos técnico-científicos e
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“adquirir novas aptidões de forma a transmitir o conhecimento aos alunos e ganhar proximidade com as novas tecnologias”, nas palavras dos inscritos. Este novo projecto de cooperação pretendeu colmatar a reduzida capacidade das instituições nacionais de Ensino Superior na atribuição de graus académicos de pósgraduação, reconhecidos internacionalmente, bem como a insuficiência das condições logísticas e humanas que permitam a progressão académica dos professores e licenciados de Moçambique. Enquadra-se, assim, no contexto de uma estratégia nacional de desenvolvimento científico e cultural e salienta o objectivo de proporcionar os recursos humanos qualificados que respondam às necessidades do ensino de Português em Moçambique e contribuam para o aumento da qualidade das instituições de ensino moçambicanas. (cf. anexo VIII)
5.2. Mestrado em Línguas e Literaturas de Expressão Portuguesa Por forma a dar prossecução e elevar os níveis dos objetivos almejados pela implementação do Curso de Especialização e de modo a conceder mais habilitações científicas no domínio da Língua e das Literaturas de Expressão Portuguesa, o Projecto Pensas deu início ao Mestrado na mesma área no ano de 2011, na cidade da Beira. Trinta professores de Moçambique foram pioneiros neste primeiro ano, tendo frequentado aulas ministradas por professores do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, com lugar nas instalações da Universidade Unizambeze, a que se segue a elaboração da tese final. Os dois níveis de formação assumem os objetivos fundamentais de formar e qualificar professores em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, com forte apetência para o uso continuado das Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e aprendizagem e desenvolver e qualificar o sistema de ensino em Moçambique. Ao mesmo tempo, trabalham para possibilitar aos formandos uma eventual prossecução de estudos ao nível do 3.º ciclo (doutoramento) e para promover a investigação em Língua Portuguesa e em
garantir a sua sustentabilidade. Nesse sentido, tem sido feito um esforço para criar condições
para
a
independência
financeira
desta
rede,
apostando
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no
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Para além de tudo isto, vêm também dar resposta a outro objetivo do projeto: o de
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Literaturas de Língua Portuguesa.
desenvolvimento de iniciativas que tornem o projeto cada mais autónomo. Uma dessas ações foi, então, a criação dos Cursos de Especialização e Mestrado em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa, que, para além de permitirem uma melhoria da qualidade do ensino, criam condições para a obtenção de uma fonte de receitas extra que permita o desenvolvimento. (cf. anexo IX) Em 2013, o Curso de Especialização constituiu a 3ª edição e contou com a inscrição e participação de 28 alunos e o Mestrado (2ª edição) com 21 alunos. Neste ano foram também 40 as teses de Mestrado orientadas, referentes aos alunos participantes na 1ª edição. De referir que da 1ª edição do CE, em que participaram 60 alunos, 43 passaram a frequentar no ano seguinte o Mestrado; na 2ª edição, dos 23 participantes, por sua
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vez 19. Logo, pode-se concluir que os objetivos têm sido amplamente conseguidos.
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DIVULGAÇÃO
A visibilidade do Projecto Pensas deve-se a uma preocupação constante, por parte dos elementos da equipa, na divulgação das atividades realizadas no âmbito do Projecto. Essa divulgação é feita de duas formas: permanente e pontual. 6. DIVULGAÇÃO PERMANENTE O Projecto Pensas tem várias formas de divulgação permanente: página de facebook- atualizada diariamente; site- actualizado semanalmente e revista lançada, por norma, semestralmente. Para consultar qualquer uma destas formas de divulgação, clique respetivamente em facebook, site ou revista, abaixo das imagens que se seguem.
Site
Revista n.º 4
Ilustração 4 -Formas de divulgação permanente
Para a dinamização de qualquer um destes meios, são necessárias recolhas permanentes de informação, como sejam: reportagens, entrevistas, fotografias, testemunhos
escritos
dos
vários
intervenientes
das
diferentes
atividades
dinamizadas pelo projecto. Quer para a realização desta recolha, quer para o tratamento da mesma informação, assim como para a sua divulgação, neste último ponto, no que respeita ao site e facebook, estas são responsabilidades das
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formadoras do Projecto, que se realizam ao longo de todo ano e no decurso de Página
todas as atividades.
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7. DIVULGAÇÃO PONTUAL 7.1. Compacto da TVM No que respeita à divulgação pontual, o Projecto Pensas elaborou em parceria com a TVM - televisão local de Moçambique, um compacto, rentabilizando as imagens captadas pelos responsáveis aquando de uma reportagem realizada nas competições em Pemba. Com este, pretendeu-se mostrar de forma breve o que é um dia de Competições, explicando a dinâmica de todas as atividades, bem como mostrando, na primeira voz, a opinião dos diferentes intervenientes: alunos, professores e também o director da Universidade Lúrio, local onde decorreu a atividade nesta cidade. Para poder visualizar o vídeo-compacto, clique sobre a imagem:
Ilustração 5 - Compacto da TVM das CNC Moçambique 2013
A TVM fez ainda duas reportagens dos cinco eventos respeitantes às Competições em Moçambique: uma em Pemba e outra na cidade da Beira. Estes foram transmitidos no “Jornal da Noite”. Como, para a aquisição deste material, é necessário pagamento, o Pensas não o tem disponível: existe, assim, apenas
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acessível nos arquivos da televisão.
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7.2. Comunicação “VII Jornadas da Língua Portuguesa” O Pensas fez parte do painel das VII Jornadas da Língua Portuguesa integrado na ”missão do Camões em Moçambique”. Este encontro científico que reuniu professores e investigadores na área da Língua Portuguesa, não só de Moçambique, mas também de outros países da África Austral e de Portugal
Ilustração 6 - Cartaz de "VII JORNADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA"
decorreu nos dias 2 e 3 de Maio, na cidade da Beira. O tema em debate durante esta edição das VII Jornadas foi “Ensinar Língua Portuguesa na África Austral, Hoje: desafios, possibilidades e constrangimentos”, visando promover a reflexão e o debate em torno dos seguintes eixos temáticos: políticas linguísticas e educativas; metodologias de pesquisa; práticas educativas; e práticas de formação de professores. Este evento resulta de uma parceria entre o Camões- Instituto da Cooperação e da Língua, a Universidade Pedagógica e a Universidade Eduardo Mondlane, sendo esta já a sétima edição, a segunda na cidade da Beira. A comunicação levada ao evento teve como título Competições Nacionais Pensar@Língua- as TIC e a Língua Portuguesa” e pretendeu, para além de fazer uma contextualização do Projeto Pensas, explorar o caso particular das provas de língua portuguesa realizadas nas Competições Nacionais de Ciência em Moçambique: estratégias, dificuldades e impacto. Com um campo de atuação que vai de Norte a Sul de Moçambique, este projeto alia uma equipada rede informática com ligação à Internet a sessões de formação de professores nas disciplinas fulcrais de Língua Portuguesa e de Matemática (formações iniciais). Em jeito de continuidade ao trabalho desenvolvido pelas formações iniciais, o Pensas desenvolve um projeto de formação descentralizada, em regime de b-learning, designado “ForLíngu@moz - Formação em Rede para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa em Moçambique”: Curso de Especialização e Mestrado em Língua e Literaturas de Expressão Portuguesa. Relativamente aos
disponibilizadas pelo Pensas. Destas ferramentas, merecem destaque os modelos geradores de questões, um recurso utilizado nas formações, quer como teste
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um espaço de partilha de recursos e de acesso a um conjunto de ferramentas
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recursos didáticos utilizados, salienta-se a PEA — plataforma de ensino assistido,
diagnóstico, quer como avaliação dos conhecimentos adquiridos. Através desta ferramenta é possível também criar testes (diagnósticos ou de avaliação), com recurso a um conjunto de perguntas geradas de forma aleatória, sobre os conteúdos estudados. Esta é a base para a dinamização das Competições Nacionais de Ciência e para o caso da prova Pensar@língua em particular, onde se exploram essencialmente diversos conteúdos de funcionamento da língua referentes às
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classes dos alunos participantes.
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DESAFIOS
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DESAFIOS
8. CONSTRANGIMENTOS / DIFICULDADES Para 2014 o Projecto Pensas e o Mined pretendem apostar na multiplicação das formações a professores, tentando para isso, servir-se dos professores que têm vindo a participar nestas formações como agentes dinamizadores desta atividade. Assim, o Pensas conseguiria produzir mais conteúdos e as formações conseguiriam chegar ainda a mais professores. Credenciar os professores como formadores é também um objetivo, aumentando assim, para além das suas competências, as suas habilitações. As principais dificuldades encontradas para o cumprimentos destes objetivos têm que ver com a manutenção dos materiais dos centros: essencialmente os computadores, cujas escolas alegam não ter orçamento para tal. Para além disso, também a produção de mais materiais implicará uma maior despesa, que dependerá do financiamento atribuído. A par desta dificuldade, está também a abrangência das Competições Nacionais de Ciência que, com a multiplicação de cidades, provas e consequentemente alunos envolvidos, a sua concretização ou não passará mais uma vez pela avaliação do financiamento atribuído. 9. PERSPETIVAS FUTURAS
É objetivo do Projecto Pensas, neste ano que vem, formar professores no sentido da dinamização das Competições Nacionais se virem a concretizar, pelo menos num momento inicial e em algumas cidades, de forma completamente autónoma: serem os próprios professores a consultarem as árvores de objetivos de cada área científica, criarem provas adequadas à classe dos alunos em questão e planificarem as atividades paralelas à sala da prova de competição final, no dia da competição
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propriamente dita.
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IMPACTO
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IMPACTO
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10. A VOZ DOS PROFESSORES PARTICIPANTES
Acerca das Competições- fase de registo dos alunos “O projecto Pensas traz-nos um contributo muito importante no que diz respeito ao conhecimento do domínio dos conteúdos de Física, no sentido de também se familiarizar com as novas tecnologias… Em suma, dizer que o programa é bem-vindo.” José Francisco Armando, Prof. de Física
“Espero que esta atividade do projecto Pensas seja contínua e abrangente. Creio que vai ajudar docentes e alunos a dedicarem-se mais no processo de ensino-aprendizagem.” Simão Eusébio Francisco Chilala, Prof. de Português
“Este programa é bem-vindo porque os meninos, segundo o que está sugerido no programa que é muito prático, convivem com estes animais. Vai ser muito bom para incentivá-los no estudo dessas espécies e até no interesse em especializarem-se nesta área/disciplina…” Professor de Biologia
“Com ele (projecto Pensas) os alunos envolvidos irão desenvolver positivamente as suas potencialidades, uma vez que eles irão responder a várias questões durante os treinos ao longo do ano e no último desafio. Não só aos alunos, como também, os professores acompanhantes.” Joaquim da Cruz Fazenda
“O programa está bem-vindo, porque motiva os alunos a estudarem mais de modo a participarem activamente nas actividades propostas e saírem todos vencedores. Terão também uma troca de experiência com outras escolas, o que é muito bom!... Pedia que este programa se repetisse todos os anos e para sempre.” José Luciano David, Prof. de Biologia
“…as actividades de treino do concurso do projecto Pensas são importantes e proveitosas, na medida em que irão contribuir bastante para o desenvolvimento psíquico e cognitivo, bem como despertar o gosto e interesse dos alunos nas actividades de leitura ou estudo, tanto para a área de LP, como também para as outras áreas, nomeadamente a Matemática, Biologia e Física. Espera-se que actividades do género continuem e tenham vindo para ficar.”
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Jerónimo Arlindo Jossias Ngazane, Prof. de Português
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Acerca das Competições- O dia da prova final
“Em primeiro lugar gostaria de agradecer e louvar as inovações que o Projecto tem apresentado. As atividades desenvolvidas no dia da Competição final foram sinceramente boas, visto que, por exemplo na sala de Matemática (Este professor foi responsável por dinamizar esta sala) os alunos virama a necessidade e a importância da tabuada. Visitei também a sala de Física, “quartel general das emoções”, onde todas as escolas que passaram por lá festejaram e eram comentários que não acabavam nos corredores, no pátio e até na hora do lanche e da atribuição dos prémios. A relevância desta atividade mostra claramente que as experiências complementam a teoria e esta ligação garante sucessos no processo de ensino e aprendizagem. Também constituiu uma grande oportunidade para os alunos conviverem e abraçarem a tecnologia, mexendo diretamente nos computadores.” Professor Bila, Matemática, E.S. 12 de Outubro/ Escola Lusófona
Acerca das formações… Na cidade de Lichinga
“Através do Projecto, conseguimos uma boa troca de experiências entre as diferentes escolas da cidade.” “Gostaria de agradecer pela seleção dos temas. São muito úteis porque vão ao encontro das grandes dificuldades dos nossos alunos” “Do ponto de vista metodológico, os temas foram abordados nas suas máximas potencialidades” “Com os ensinamentos desta formações, sinto que poderei complementar, no meu dia-a-dia, as minhas aulas”- Sandra Conceição Tomé “Sabe-se que, com a diversidade de línguas do nosso país, algumas das palavras da língua portuguesa perdem a sua essência e, assim sendo, os professores são os responsáveis por manter o respeito pela ortografia das mesmas”- Lúcia Francisco “Encarando a aprendizagem como um processo contínuo (estas formações) são sempre bem-vindas porque nos enriquecem num conjunto de “pacotes” de conhecimentos e formas
constituíam um entrave à transmissão de conhecimentos.”
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“Com esta capacitação, poderei melhorar os aspectos que durante as minhas aulas
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de como tornar as aulas de português mais proveitosas nas escolas”- Jerónimo Arlindo Ngazane
“Gostamos muito da formação, isto porque, em cada dia, aprendemos novas coisas e o que era difícil, com esta formação tornou-se fácil.” “A formação foi muito boa. Ela terá grande impacto na minha vida como professor. Apesar de ter sido de quatro dias, valeu por mais. Foram dias que muita coisa aprendi e que me vai ajudar muito a mim e ao meu serviço” “Em relação à formação, achei-a bastante valiosa, pois permitiu-me revitalizar alguns conhecimentos linguísticos e saber mais sobre questões etimológicas.” Fabião Bendane “Esta formação trouxe-nos a oportunidade de aumentarmos o nosso saber e de os aplicarmos na nossa vida profissional, usando certos exercícios nas aulas.” “É importante louvar a metodologia que simplesmente facilitou na compreensão dos conteúdos programáticos do manual”- Daniel André Chipanda
Na cidade de Pemba
“Esta é a terceira sessão de formação Pensas em que participo. Esta sessão reveste-se de grande valor pelos conteúdos tratados assim como atualidade. Os materiais apresentam uma qualidade excelente.” Prof. Vírgílio Wane, Língua Portuguesa “Esta formação é muito importante para mim e esta segunda sessão foi muito válida, pois aprendi muitos temas novos. Foi uma abertura nas nossas capacidades que nos vai ajudar profissionalmente.” Prof. Vicente Portugal, ES de Pemba, Língua Portuguesa “Esta formação é muito boa, pelo que deve ser contínua.” Prof. Geraldo Alibonde, ES Fraternidade, Língua Portuguesa
“Esta formação foi riquíssima, na medida em que tive mais uma oportunidade de aprendizagem. Gostaria apenas que durasse mais tempo, mas pelo que aprendi já é de louvar.” Prof. Juma Saide, Língua Portuguesa “Para mim, enquanto docente de Língua Portuguesa, fiquei muito satisfeito em ter participado nesta formação.” Prof. Martins Taibo “Foi um prazer extraordinário participar nesta formação, pois dela colhemos valiosos
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Alberto Fernando Matito, Língua Portuguesa
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conhecimentos. Isto vai contribuir de forma positiva na formação dos nossos alunos.” Prof.
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“Para mim, foi muito boa e bem-vinda esta capacitação, pois aprendi muito quanto ao novo acordo ortográfico.” “No meu ponto de vista, esta formação, apesar de curta duração, é muito boa, porque ajuda bastante na carreira docente e facilita a compreensão da língua a partir dos exercícios existentes nos manuais. Assim melhora a prestação não só do professor como também dos alunos.” Prf. Victória Bela Horácio, ES 16 de Junho e Arco Íris, Língua Portuguesa “O Projecto é muito bom e através dele descobri que há muita coisa para aprender e para aplicar nas nossas aulas. Acho que isto não deveria parar por aqui - devia-se expandir estas oportunidades a zonas mais recônditas ou então escolherem um período para o decurso da formação em que mais professores pudessem participar. Obrigada!” Prof. Maria de Lurdes
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Francisca, Língua Portuguesa.
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11. A VOZ DOS ALUNOS PARTICIPANTES “A nossa participação nas CNC foi uma experiência ótima, pois aprendemos o valor do trabalho em equipa, o que nos ajudou a aproximarmo-nos e a adquirir novos conhecimentos em diversas áreas. As diversas atividades desenvolvidas no dia da Competição final foram uma excelente forma de aprendizagem e diversão. É uma forma inovadora de interagir com alunos de diversas escolas criando laços de amizade e tornando também as capacidades mentais dos alunos mais eficientes. Para além de ter sido uma grande satisfação adquirir os primeiros lugares a Biologia e Português, esperamos que este Projecto continue e inclua mais escolas a nível do nosso país.” Alunos: Dilara Ramos e Elúsia Chindui- equipa vencedora na prova Biosfer@ Karina Fernandes e Pitelela Turra- equipa vencedora na prova Pensar@Língua
“A nossa participação foi muito boa, porque alguns de nós conseguiram ter lugar no pódio e também foi uma oportunidade de aprender muito mais. Nós pensamos que as atividades desenvolvidas no dia da Competição final foram muito importantes, não só porque nos divertimos, mas também porque desenvolvemos as nossas capacidades intelectuais. Esta é uma atividade relevante no contexto educacional de Moçambique porque é uma forma de aprendermos mais em determinadas áreas do conhecimento.” Alunos da Escola Lusófona de Nampula
“A nossa participação nas CNC foi uma experiência muito agradável, porque apesar de ter sido a nossa primeira vez, alguns de nós conseguiram ganhar. Demos o nosso melhor para responder às nossas questões, mas, para além disso, também nos divertimos muito. Algumas coisas foram difíceis, mas outras nem por isso… Fizemos vários jogos, convivemos, conhecemos pessoas novas e rimos muito.As atividades foram fantásticas: “o
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Resumindo… foi demais! Gostamos e, para o ano, queremos repetir!
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diabo da matemática”, o “sem palavras”, a sala “ explosão de cores” e “As areias movediças”.
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Esta atividade influencia muito a nossa aprendizagem, porque assim nós expomos tudo o que nós aprendemos nos anos anteriores e resolvemos os exercícios conforme a nossa aprendizagem e a nossa capacidade. “No princípio estivemos um pouco nervosas porque era a nossa primeira vez a participar nas competições, mas depois das atividades organizadas na escola sentimo-nos mais capazes. Foi muito divertido porque aprendemos nas atividades feitas e aproveitamos para conhecer outras escolas.”
Adelaide Juma Bissmah Sattar Dária Monteiro Maria da Conceição
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(Escola Lusófona de Nampula)
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