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3 # PMATE, UM PROJETO QUE MARCA A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL, E NÃO SÓ! 4, 5 # EDUCONTEK - 1.ª FEIRA INTERNACIONAL DE CONTEÚDOS E TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO 6 # ARTIGO DE OPINIÃO // MATEMÁTICA PARA TODOS? MATEMÁTICA POR TODOS?, PAULUS GERDES 7 # CONTEÚDOS DO PMATE REÚNEM O MELHOR DE TRÊS MUNDOS: O DESKTOP, A WEB E O MOBILE 8, 9 # GESTÃO, RÁPIDA E EFICAZ, DE TODO O PROCESSO EDUCATIVO À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE 10, 11, 12 # ENTREVISTA // MARIA DE FÁTIMA SOUSA, CÂMARA MUNICIPAL DE CINFÃES 13 # PROJETO PMATE DISTINGUIDO COMO EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS NA EUROPA 14, 15 # REPORTAGEM // COMPETIÇÕES NACIONAIS DE CIÊNCIA 16 # CNC UNDERGROUND 17 # CONCURSO O PALCO É TEU! 18 # 3.ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA 19 # 31 DE OUTUBRO - DIA MUNDIAL DA POUPANÇA
20, 21 # ENTREVISTA // NUNO CRATO, MINISTRO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA 22 # EDUCAÇÃO FINANCEIRA, UMA ESCOLA PARA TODOS 23 # EDUCAÇÃO+ FINANCEIRA DE NORTE A SUL 24 # ARTIGO DE OPINIÃO // “PARA CONHECERES A UVA TENS QUE IR À SUA CEPA”, JOANA SILVA 25 # ENCONTRO AFI 26, 27 # PROJETO “À DESCOBERTA DE REDONDO” 28, 29 # PETIZ - PROJETO ESCOLA A TEMPO INTEIRO 30, 31 # ENTREVISTA // ANDERSON GOMES, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE PERNANBUCO, BRASIL 32, 33 # FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES, MAIS UMA APOSTA GANHA DO PMATE 34, 35, 36 # ARTIGO DE OPINIÃO // É PROÍBIDO NÃO TOCAR!, ANTÓNIO BATEL ANJO 37 # PROJETO CPLP NAS ESCOLAS 38 # ARTIGO DE OPINIÃO // LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA NA OUTRA COSTA DE ÁFRICA, FERNANDA CAVACAS 39 # AGENDA
Ficha Técnica
Contactos
Propriedade e edição - Universidade de Aveiro / Projecto Matemática Ensino | Diretor - António Batel Anjo | Coordenação - Cláudia Rêgo
Universidade de Aveiro, Projecto Matemática Ensino / Projecto Pensas
Design - Pedro Silva | Colaboração - Ana Carvalhal, Ana Ribeiro, António Batel Anjo, Catarina Tavares, Cláudia Rêgo, José Maximino, José Ricardo Alves, Paula
-Zona Técnica, Universidade de Aveiro, Campus de Santiago, 3810-193
Antunes, Sandra Sequeira, Sara Duarte , Sérgio Cruz, Soraia Amaro, Susana Gomes | Fotografias - Diogo Conceição, João Silva, Alyne Pinheiro, arquivo PmatE
Aveiro, Portugal | Telefone: +351 234 372 548 | Fax: +351 234 370 207 http://pmate.ua.pt
Tiragem - 1000 exemplares | Publicação Semestral | ISSN: 2182-0244
UM PROJETO QUE MARCA A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL, E NÃO SÓ! Corria o ano de 89 quando nasce, no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, o PmatE. Começa como todos os que querem crescer bem e de forma sustentável, com pequenos, mas firmes passos.
ganha, com o tempo, novas potencialidades e passa de repositório de recursos educativos a contemplar também um sistema integrado de gestão que permite gerir, on-line, todo o processo educativo.
No início da década de 90, o PmatE concebe uma estrutura digital para a representação de conteúdos que viria a torna-se a sua imagem de marca. A originalidade dessa estrutura aliada ao desenvolvimento da PEA, uma plataforma de ensino assistido por computador, fez dele um projeto pioneiro e singular, estatuto que mantém até hoje e que o catapultou de forma transnacional para novas áreas de atuação expressas nos seus três eixos de intervenção atuais: a comunicação e divulgação de ciência, a intervenção escolar e a cooperação.
As parcerias consolidam-se. A adesão de muitas entidades externas permitem-lhe alargar objetivos e âmbitos de intervenção. Do impacto inicialmente local passa ao todo nacional, ditando novas formas de popularização da ciência e criando variados projetos de intervenção escolar, hoje com provas dadas no terreno. Daí até à sua internacionalização em países da CPLP foi um passo: marca, desde 2007, uma forte presença em Moçambique, com um dos maiores e mais emblemáticos projetos da cooperação portuguesa – o Pensas@Moz (www.pensas.ac.mz), e estabelece relações comerciais com o Brasil.
Ao longo de mais de 20 anos de atividades regulares ao serviço da Educação, o PmatE passa por várias mudanças tecnológicas: primeiro a disquete, depois o CD, mantendo-se a partir de 2002 definitivamente na Web. Começa por criar recursos educativos digitais, primeiro em matemática, mas anos mais tarde abre-se a novos departamentos e com eles a novas áreas científicas. Os formatos diversificam-se. Novos suportes tecnológicos emergem. E o PmatE torna-se um caso de estudo e um exemplo de boas práticas europeias. A PEA, criada com o intuito de servir de ferramenta de apoio à avaliação, à aprendizagem e ao ensino,
Por questões de sustentabilidade dá, em 2010, um passo em frente e cria a Edubox (www.edubox.pt), uma spin-off da UA, com a qual passa a partilhar know-how e equipas de trabalho. Através da Edubox, representante oficial do PmatE, passa a conseguir fazer chegar ao tecido empresarial o conhecimento gerado internamente, demonstrando o potencial de mercado dessa investigação. A irreverência a que o PmatE acostumou os seus utilizadores mantém-se até hoje, tal como a vontade de continuar a criar soluções educativas de qualidade, tendo por base a inovação.
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As tecnologias estão aí e vieram para ficar. Imaginar o nosso dia a dia sem elas é, atualmente, inimaginável. Quem hoje (sobre)viveria sem computador, telemóvel ou internet?! Arriscamos mesmo dizer, que ninguém! Mas ser-nos-iam estas de grande proficuidade se não existissem conteúdos, softwares ou aplicações?
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FOI NA ÂNSIA DE DAR RESPOSTA A ESTAS QUESTÕES QUE, NOS DIAS 11 E 12 DE ABRIL, O PMATE ORGANIZOU, NA UA, A EDUCONTEK – 1.ª FEIRA INTERNACIONAL DE CONTEÚDOS E TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO. (http://pmate.ua.pt/educontek)
O objetivo do certame era, como sempre, audaz. A educontek fora criada para servir de rampa de lançamento de novos produtos, mostra das últimas tendências educativas, e idealizada para funcionar também como um espaço de promoção e debate de questões fulcrais a todos quantos fazem parte do mundo educativo.
Na qualidade de produtor de conteúdos digitais há mais de 20 anos, e experiente também o suficiente tendo em conta as várias transições tecnológicas por que passou e às quais sempre se soube adaptar, o PmatE, adepto confesso de todas as inovações na área educativa, decidiu lançar-se numa nova aventura, a de promover uma feira cuja temática era, até à data, inexplorada em Portugal. Pôs mãos à obra, e em tempo recorde reuniu 24 empresas e instituições, nacionais e estrangeiras, numa mostra ainda que pequena, mas bem representativa do melhor que se faz dentro e fora de Portugal, no âmbito dos conteúdos e das tecnologias para a educação.
apresentação do plano tecnológico da educação de Moçambique O país convidado desta primeira edição da educontek foi a República de Moçambique
que se fez representar pelo Vice-Ministro da Educação, Augusto Jone Luís, e pelo Diretor Nacional para o Desenvolvimento das Tecnologias, Kauxique Maganlal, que vieram apresentar pela primeira vez, e fora de portas, o Plano Tecnológico da Educação desse país (http://www.ptemocambique.com).
assinatura de protocolo entre a ua e a unifev A sessão de abertura ficou igualmente marcada pela assinatura de um protocolo entre a Universidade de Aveiro e a UNIFEV – Centro Universitário de Votuporanga, no Brasil, firmando mais um passo do PmatE rumo à internacionalização.
Para além de todo o espaço expositivo, que acolheu mais de meio milhar de visitantes, o primeiro dia ficou também marcado pela realização de duas tertúlias, onde especialistas e diversas personalidades partilharam informalmente conhecimento e experiências em áreas relevantes para a educação, gerando nos interessados uma oportunidade de formação e debate. A primeira tertúlia denominada “papel vs. digital”, trouxe à discussão uma questão de certa forma ainda controversa. Perceber, ao nível da educação, o que nos reserva o futuro em matéria de acesso, formato e manuseamento de conteúdos escolares: deixarão de existir livros em papel? Os conteúdos digitais multimédia, de que já tanto se fala, predominarão? Ou coexistirão ambos, em função dos utilizadores e das circunstâncias? Vasco Teixeira, da Porto Editora, Jorge Pedreira, da UnYLeya, e Ademar Aguiar, da Tecla Colorida, foram os especialistas de serviço. A segunda tertúlia foi dedicada a um tema tão sensível quanto importante: “a internacionalização de conteúdos e tecnologias”. Augusto Jone Luís, atual Ministro da Educação de Moçambique, Marcelo Lourenço, Reitor da UNIFEV, Daniel Adrião, da E.Xample e Secundino Correia, da Cnoti, foram desafiados a responder a perguntas como: estarão as empresas, produtoras de tecnologia, software e conteúdos educativos, preparadas para enfrentar o desafio vital da internacionalização? Existirá know-how suficiente para que estas entrem em novos mercados, diminuindo a dependência do mercado interno? Sem dúvida, um grande momento de reflexão sobre o panorama educativo atual de Portugal, do Brasil e de Moçambique, países que, embora estejam em estádios de desenvolvimento diferentes nesta área, partilham a mesma língua, as mesmas preocupações e os mesmos desafios.
“MOÇAMBIQUE, PAÍS CONVIDADO DESTA 1.ª EDIÇÃO, SERÁ O ANFITRIÃO DA 2.ª FEIRA INTERNACIONAL DE CONTEÚDOS E TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO, POR ISSO, PRÓXIMA PARAGEM: MAPUTO!” 5
MATEMATICA para todos?
MATEMATICA POR TODOS? Por Paulus Gerdes Instituto Superior de Tecnologia e Gestão (ISTEG), Boane, Moçambique
Nos anos 80, a UNESCO, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, e a ICME, Comissão Internacional para Educação Matemática, estimularam vários debates sobre ‘Matemática para todos’: a matemática devia ser acessível para todos e não só para uma elite. ‘Para todos’ significava
também para todos os povos do mundo, para todas as mulheres, para todos os filhos de camponeses, para todos os filhos de operários, para pessoas de todas as cores, para cegos..., simplesmente, para todos os seres humanos sem nenhuma exceção. Uma vez aceite o princípio moral de que se deve ensinar matemática para todos, surgiu a questão de que matemática ensinar a todos e como a ensinar? Como selecionar matérias interessantes ou úteis para todos? Como construir um currículo de matemática realmente para todos? Ensinar-se-ão os mesmos temas da mesma maneira para todos? Ou escolhem-se temas específicos para ensinar a cada grupo alvo particular? E como ensinar matemática para cada grupo ou subgrupo? Por exemplo, pode-se ensinar as bases da aritmética, da mesma maneira, a crianças em Portugal que têm a língua portuguesa como língua materna ou a crianças em Moçambique que têm uma língua africana como língua materna? Pode-se ensinar ideias geométricas, da mesma maneira, a crianças que vivem num bairro novo de Lisboa e a crianças que vivem numa comunidade de pescadores no litoral ou de agricultores no interior de Portugal? O debate internacional sobre ‘Matemática para todos’ tem sido enriquecido, desde os mesmos anos 80, pelas reflexões da ‘etnomatemática’.
A etnomatemática é uma área de estudos que analisa as ideias matemáticas desenvolvidas por diversos povos e por vários grupos populacionais, como mulheres, carpinteiros, pescadores, cesteiros, ciganos. A etnomatemática mostra que todos os povos, todos os grupos populacionais e até todas as pessoas desenvolvem ideias e práticas matemáticas, em certa medida originais, na sua vida do dia a dia. Isto independente do que os próprios envolvidos chamam a estas ideias e práticas de matemática. Por outras palavras, a etnomatemática salienta que a matemática é praticada por todos de uma ou de outra forma. Assim, o debate ‘matemática para todos’ tem mudado parcialmente de enfoque: de ‘para todos’ para ‘por todos’. Se em todas as comunidades se praticam e se desenvolvem ideias matemáticas, porque não utilizar essas ideias como uma ‘ponte’ da comunidade para a escola. Integrando as ideias matemáticas dos vários grupos populacionais no ensino, dar-se-á a possibilidade a cada aluno e a cada aluna de ‘fazer matemática’, de sentir matemática nem como uma ‘obrigação’ nem como ‘presente’ para ele ou ela que vem de fora, mas como uma atividade interessante que emerge a partir de dentro do ambiente que lhe é familiar e que pode ser tanto agradável, como bonito e útil para a sua vida futura.
Dois livros, publicados em Portugal, que dão uma introdução à etnomatemática e que levantam diversas questões relacionadas com a educação matemática, são: Gerdes, Paulus (2007): Etnomatemática: Reflexões sobre Matemática e Diversidade Cultural, Edições Húmus, Ribeirão Palhares, Pedro (org.) (2008), Etnomatemática: Um Olhar sobre a Diversidade Cultural e a Aprendizagem Matemática, Edições Húmus, Ribeirão
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CONTEÚDOS
DO PMATE
REÚNEM O MELHOR
DE TRÊS MUNDOS O DESKTOP, A WEB E O MOBILE mbora a tecnologia não possa nem deva nunca sobrepor-se aos métodos tradicionais de ensino, servindo apenas de complemento às aulas, é indiscutível a sua influência quotidiana. A imersão de conteúdos educativos em diversos formatos e em diferentes suportes pode, por isso, constituir uma oportunidade de a escola redesenhar a forma de ensinar e de aprender, sem se ter, contudo, de fazer um corte radical com o passado. A pensar nisso, e no facto de se estar assistir, de algum tempo a esta parte, a um novo fenómeno – uma geração que mantém uma relação estreita com os recursos tecnológicos disponíveis, e que aprende, comunica e se diverte de forma manifestamente virtual – o PmatE, produtor de conteúdos há mais de duas décadas, decidiu apostar em recursos educativos digitais que reunissem o melhor de três mundos: o desktop, a Web e o mobile, complementando-os com os formatos mais tradicionais e nas mais variadas áreas do saber.
A conceção de pequenos jogos lúdico-educativos, jogos de tabuleiro e aplicações para as redes sociais são também outra aposta do PmatE que lançará brevemente, e em parceria com a Edubox, a grande novidade deste ano letivo – DesafiArte, desafia-te com arte! –, um conjunto de manuais escolares de matemática para o 1.º Ciclo do Ensino Básico que aliam o saber matemático ao desafio, pela arte e engenho dos mais jovens que poderão fruir de mais de 450 atividades interativas, por livro. Mas as boas novas não se quedam por aqui: todos os dias se desenvolvem novos recursos e aplicações no fervilhar da juventude que pulsa no PmatE, um projeto que continua a apostar na sintonia de recursos educativos, em diferentes formatos e suportes, e numa plataforma agregadora de conteúdos como uma peça chave, decisiva e fundamental, na contribuição para o sucesso escolar. 7
Gestão rápida e eficaz de todo o processo educativo à distância de um clique Ao associar três componentes fulcrais para um ensino de excelência – uma plataforma de recursos educativos digitais, planos de formação, para professores e técnicos e um sistema integrado de gestão escolar – a PEA – plataforma de ensino assistido (pmate.ua.pt/PEA), tira partido daquilo que é central na escola – a aprendizagem, o ensino e a gestão escolar.
Ao ser modular e personalizável a PEA permite gerir, on-line, e de forma rápida e eficaz, todo o processo educativo. A sua mais-valia reside na integração de todos os dados educativos numa única plataforma, permitindo a criação de sinergias entre autarquias e comunidade educativa nos vários processos que envolvem a educação. Um contributo que consideramos determinante para
a agilização dos processos e para o aumento da eficiência dos serviços, tornando o processo de comunicação rápido e eficaz e as informações únicas e atuais. O facto de a PEA estar adaptada a diferentes perfis de utilizadores torna possível congregar num único espaço todos os intervenientes do processo educativo, os quais beneficiam, ainda, de um portal para comunicação e partilha de mensagens e ficheiros. A sua adaptabilidade a realidades distintas faz como que a PEA esteja atualmente implementada em Moçambique, no Brasil, e em Espanha, assim como em mais de 60 municípios portugueses, envolvendo, no total, 1.906 escolas, 427.900 alunos, 41.000 encarregados de educação, 8.452 professores e 300 técnicos, coadjuvando-os na gestão dos vários processos que envolvem a área da educação. Com a PEA, a Gestão Escolar pode ser feita a qualquer hora e em qualquer lugar, uma vez que é baseada em tecnologias Web, permitindo ao utilizador o acesso a partir de qualquer computador que possua ligação à Internet.
Modular e personalizável, a PEA tira partido daquilo que é central na escola: a aprendizagem, o ensino e a gestão escolar GESTÃO CURRICULAR / GESTÃO AEC criação e partilha de documentos
pré-inscrições
gestão das configurações e de empréstimos
gestão de escalões da ação social e de escalões customizados
consultas e pesquisas
repositório de documentos e mediateca
histórico dos alunos (débitos e créditos) com atualização imediata
gestão da assiduidade e registo de sumários
relatórios de previsão e análise de custos, por escalão e unidades
acesso a mapas e livros de ponto gestão de turmas e subturmas construção e gestão de questionários
GESTÃO DE REFEIÇÕES E BARES
gestão de horários e calendário escolar
gestão de stocks
acesso a relatórios variados
marcação de refeições, por aluno e por escola
GESTÃO DA AÇÃO SOCIAL gestão de regras da ação social e respetiva monitorização consulta, edição e validação das
definição do valor das refeições, por ciclo de ensino e por escola
GESTÃO E INVENTARIAÇÃO DO ESPAÇO E PARQUE ESCOLAR controlo dos equipamentos existentes nos diversos espaços escolares e respetiva catalogação workflow de pedidos de intervenção e respetiva monitorização consulta detalhada das intervenções realizadas (acesso ao estado, ao histórico e aos custos) acesso a relatórios variados
consulta das refeições e ementas pagamento das refeições, por escola e por turma, com acesso ao débito/crédito de cada aluno
GESTÃO DE TRANSPORTES
acesso a relatórios variados
apoio à decisão e ajuda na otimização de trajetos
GESTÃO DE FRUTA E LEITE ESCOLAR
criação e atribuição de circuitos
acesso a relatórios financeiros e de previsão de custos
registo do consumo e gestão de stocks disponibilização de informação em tempo real criação de mapas e relatórios para o MEC
ÚLTIMAS INTEGRAÇÕES DA PEA
GESTÃO DE BIBLIOTECAS
MONITORIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
registo, catalogação, indexação, criação de quota e disponibilização de obras das bibliotecas
controlo da taxa de uso dos computadores nas escolas identificação dos utilizadores dos equipamentos monitorização central sobre o uso dos projetores de vídeo informações discriminadas por escola, e por sala de aula
PLATAFORMA COLABORATIVA E SOCIAL espaço Web privado, por escola, com endereço personalizado promoção da colaboração, comunicação e partilha entre alunos, professores e pais acesso a wikis, blogs, redes sociais, chats, mensagens privadas, micro-bloggin, etc..
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ENTREVISTAS Maria de Fátima Sousa Vice-Presidente e Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Cinfães
António Bernadino & Marta Vinagre Professores de Inglês; Técnicos Superiores de Educação, Responsáveis pelas AEC
Cristina Pereira Assistente Operacional do Complexo Escolar de Cinfães
PARTIR DO MOMENTO EM QUE
COMEÇÁMOS A TRABALHAR COM PEA
PASSOU A HAVER MAIS RIGOR E EFICIÊNCIA EM TODOS OS PROCEDIMENTOS Factus
Maria de Fátima Sousa
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O QUE MOTIVOU A IMPLEMENTAÇÃO DA PLATAFORMA DE ENSINO ASSISTIDO (PEA) NO CONCELHO DE CINFÃES?
As dificuldades económicas que o nosso país atravessa exigem uma gestão rigorosa, transparente e responsável. Procurámos uma plataforma que permitisse a todos os agentes educativos Município, Agrupamentos, professores, assistentes operacionais, alunos e encarregados de educação - ter consciência das verbas públicas
que estão envolvidas e do retorno que estas devem ter em termos de qualidade da formação dos alunos, servindo também para consciencializar todos os intervenientes neste processo. Foi neste sentido que procurámos uma plataforma que nos ajudasse a efetuar esta gestão, que é difícil, não só por estarem várias pessoas envolvidas no processo, mas também devido à heterogeneidade territorial, populacional e social do concelho de Cinfães e à dispersão geográfica (densidade populacional de 84,6 por km2).
Acresce ainda o facto de a rede de infraestruturas escolares não estar totalmente concluída, implicando uma grande diferenciação do acesso aos recursos. A verdade é que estamos a atravessar um período em que os recursos económicos são cada vez menores e as exigências com a educação cada vez maiores, o que implica uma preparação dos nossos jovens adaptada às dinâmicas da realidade atual com uma capacidade de precaver as necessidades futuras.
De que forma a PEA deu resposta às necessidades da autarquia nesta área? Iniciámos por módulos que colmatassem as necessidades do momento. Por exemplo, fazer a gestão do programa das refeições escolares, num concelho com as caraterísticas já descritas, é complicado, uma vez que nem sempre temos recursos para agilizar todos os processos envolvidos. Assim, torna-se necessário adaptar caso a caso as respostas de forma a obter os resultados pretendidos. Este programa exige o envolvimento de vários agentes educativos e de uma entidade privada, que é responsável pela confeção e distribuição das refeições escolares. Caso este processo não decorra com eficiência, vários custos financeiros e sociais estarão envolvidos. Por exemplo, eram inúmeros os alunos que pertenciam ao Escalão A, em termos dos apoios no âmbito da Ação Social Escolar, que faziam a requisição e que não compareciam no momento da refeição. Hoje, este problema está ultrapassado. Com a plataforma foi possível consciencializar a comunidade educativa e introduzir procedimentos e regras, que impedem que estas situações aconteçam. Uma outra vantagem que reconhecemos nesta aplicação é o conjunto de indicadores a que podemos ter acesso permitindo uma análise que é fundamental para a tomada de decisão, mas também para demonstrar aos diferentes parceiros educativos com objetividade e oportunidade, facilitando o envolvimento dos mesmos nos diversos processos. A partir do momento em que começámos a trabalhar com PEA passou a haver mais rigor e eficiência em todos os procedimentos.
Considera ter existido uma preocupação em adaptar os serviços prestados pela UA às caraterísticas do município?
com consumos bastante elevados. Assim, foi possível fazer-se uma reflexão desta problemática, minimizando-a.
Sim, sempre. A grande vantagem da PEA é essa, adaptam sempre os mecanismos às necessidades do projeto, tendo em conta os recursos disponíveis. Por exemplo, ao nível da gestão do parque escolar dispomos, atualmente, de equipamentos de manutenção exigente. Em Cinfães optámos por elaborar protocolos com as Juntas de Freguesia, o que implica a existência de fluxos de informação específicos e com bons canais de comunicação. Desde logo, os serviços da PEA mostraram disponibilidade em adaptar os sistemas já existentes às nossas necessidades, permitindo manter este procedimento e melhorando-o.
Da parte das escolas houve sensibilidade para essa mudança?
Em termos práticos, o que mudou na gestão escolar do município ao nível dos serviços contratualizados? Podemos considerar uma melhoria significativa na gestão, pois permitiu uma consciência, por parte de todos os agentes educativos, dos diferentes procedimentos, necessidades reais, custos envolvidos e recursos existentes, conduzindo à implementação de estratégias que visam a melhoria contínua. Um exemplo que podemos referir é a verificação dos custos reais envolvidos. A aplicação ao permitir a análise do custo por aluno, leva-nos a concluir que numa escola pequena, com seis alunos, como ainda existe em Cinfães, o custo por aluno é mais elevado do que num Centro Escolar com todos os recursos de que dispõe. Um outro exemplo é a melhoria significativa em termos de eficiência energética. Com a PEA detetou-se que existiam escolas
Tem existido um esforço por parte de todos os intervenientes. Existem módulos que implicam uma grande intervenção dos assistentes operacionais e só a sua dedicação permitiu o funcionamento dos mesmos. Também os professores das AEC têm tido um trabalho importante, não só na parte pedagógica como no acompanhamento deste grupo. O facto de a plataforma ser fácil de usar foi uma vantagem para conseguir sensibilizar assistentes operacionais que nunca tinham utilizado um computador. Notou-se uma melhoria no desenvolvimento das suas funções, ou seja, consideramos que passaram a demonstrar uma postura mais rigorosa em relação à gestão de recursos. O sucesso da gestão só é possível quando todos os envolvidos têm a noção de que o seu papel é fundamental, quando integrado num todo. Tendo em conta as exigências da supervisão pedagógica e da gestão dos equipamentos, consideramos que esta ferramenta poderá ser um auxílio aos coordenadores de estabelecimento, uma vez que se facilitou a comunicação e a agilidade dos processos. Concluindo, consideramos que o facto do processo ser construído à medida das necessidades facilitou o envolvimento e a adesão por parte das escolas.
Há pouco falava em outras áreas e serviços que gostava de poten-
ciar. Que outras áreas gostaria de ver implementadas? Inicialmente tentámos avançar para as áreas curriculares, por considerarmos ser um instrumento fabuloso, mas não temos conseguido potenciá-lo como gostaríamos. O objetivo é tentar, no próximo ano letivo, abrir esta ferramenta aos pais e conseguir que os professores titulares de turma a potenciem. Vamos tentar aperfeiçoar a qualidade dos processos em curso, implementar o módulo do inventário, que já está desenhado e incluir o estudo para um potencial módulo de gestão do pessoal não docente.
ANTÓNIO BERNADINO & MARTA VINAGRE Professores de Inglês; Técnicos Superiores de Educação, Responsáveis pelas AEC
De que forma é que a PEA veio facilitar o vosso trabalho prático? António Bernardino – Ao nível das AEC, a PEA veio facilitar imenso o nosso trabalho, quer ao nível da escrita dos sumários, quer ao nível da marcação da assiduidade dos alunos. A partir do momento em que há a plataforma, estes dados passaram a estar acessíveis a todos os agentes educativos e isso é bastante benéfico.
O processo de avaliação dos alunos na plataforma terá sido o fator mais relevante em termos de sucesso. Cada professor, dentro dos prazos estabelecidos, passou a poder fazer as avaliações à hora que quer, onde quer. Os professores das diferentes AEC passaram a poder trabalhar em simultâneo nas avaliações das mesmas turmas, e penso que isso foi uma mais-valia muito grande em termos da eficiência do próprio processo. Outra questão muito importante é a possibilidade de exportar vários indicadores da plataforma. 11
O facto de os dados das avaliações dos alunos serem tratados na plataforma possibilita o acesso a uma série de indicadores que nos permitem, no final de cada período, ter a noção exata de qual terá que ser o trabalho no período seguinte, quer ao nível dos conteúdos quer das atitudes. Antes da implementação da PEA não era possível conseguir esta visão geral, mas agora conseguimos tê-la e ainda conseguimos ser muito mais específicos ao nível dos dados que realmente queremos em termos pedagógicos. Marta Vinagre – É importante referir também a disponibilidade dos técnicos da PEA, em particular na realização das adaptações necessárias no questionário de avaliação, aproximando-o de um resultado mais textual e menos gráfico. Para além disso, os dados obtidos, depois de exportados, podem ser enviados aos agrupamentos, contribuindo para melhorar a supervisão pedagógica, a gestão das turmas, ou até a articulação entre ciclos.
Em relação aos conteúdos, estes têm sido uma mais-valia? Como é que gostavam de potenciar essa área? António Bernardino – Ao nível dos conteúdos de inglês, interessa referir que cada aluno tem um manual e um livro de atividades e as atividades da plataforma acabam por servir como um complemento a esses materiais pedagógicos. Os alunos gostam muito de resolver as atividades propostas pela plataforma e isso motiva-os bastante para a aprendizagem.
Ao nível curricular, a sua implementação seria uma mais-valia para as escolas, para os professores e principalmente, para os alunos, pela forma como os conteúdos são apresentados e tratados, assim como pelas atividades que são disponibilizadas, que são excelentes, e ainda pela utilidade dos indicadores que o professor titular de turma 12
pode ter. O professor pode saber, por exemplo, quais as necessidades reais dos alunos, o que está a ser bem trabalhado, os aspetos que devem ser melhorados… Acho que é uma oportunidade absolutamente fantástica para os professores e, consequentemente, para o sucesso educativo dos alunos.
PROJETO DISTINGUIDO COMO EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS NA EUROPA
De uma forma geral, o balanço que fazem da PEA é positivo? António Bernardino – Muito positivo em relação às AEC, e em todo o processo que envolve o Município e as assistentes operacionais. Gostaríamos também que os professores titulares de turma começassem, gradualmente, a utilizar a plataforma, por esta ser uma forma de fomentar o sucesso escolar dos alunos.
CRISTINA PEREIRA Assistente Operacional do Complexo Escolar de Cinfães
De forma resumida, como descreve a interação prática com a plataforma? No início foi complicado introduzir novos procedimentos, no entanto, em apenas uma semana conseguimos adaptarnos. A ferramenta é simples, acho que é acessível a qualquer pessoa.
Como encara a formação dada pelos técnicos da Universidade de Aveiro? É uma mais-valia ter esse contacto mais próximo com os técnicos, que se mostraram muito acessíveis. Tentaram simplificar sempre os processos e esclareceram as dúvidas que foram surgindo.
Considera que a PEA veio facilitar o trabalho das escolas? Sim, em termos de contas, agora é tudo mais prático, não é necessário andar com papéis, e isso é muito bom.
NO ESPAÇO DE DOIS ANOS, E JÁ COM MAIS DE DUAS DÉCADAS DE ATIVIDADES REGULARES AO SERVIÇO DA DIVULGAÇÃO E PROMOÇÃO DA CULTURA CIENTÍFICA PORTUGUESA, O PROJECTO MATEMÁTICA ENSINO VÊ O SEU TRABALHO RECONHECIDO POR DOIS PROJETOS EUROPEUS, STELLA E STENCIL, QUE O DISTINGUEM COMO UM EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS NA EUROPA, CONSIDERANDO-O “UM PROJETO DE VANGUARDA”
Desta forma, marcou e continua a marcar os caminhos da Educação em Portugal com muitos desses projetos, sendo as CNC – Competições Nacionais de Ciência, o rosto mais emblemático de todo o seu percurso, um marco na sua primeira experiência de internacionalização, e agora motivo de reconhecimento europeu pelos projetos STELLA (Science Teaching in a Lifelong Learning Approach - http://www.stellascience.eu) e STENCIL (Science Teaching European Network for Creativity and Innovation in Learning -www.stencil-science.eu), que as distinguiram como um exemplo de boas práticas europeias.
A trabalhar há 23 anos consecutivos na melhoria da Educação em Portugal, o PmatE é um verdadeiro incubador de ideias, onde os desafios se multiplicam e crescem a cada dia que passa, originado novos e renovados projetos, num ciclo em que o limite é a imaginação. De forma criativa procurou, ao longo destes anos, conciliar os avanços tecnológicos com a produção de recursos educativos digitais, conjugando-os de forma harmoniosa rumo à inovação na aprendizagem.
No mais recente relatório da STENCIL, publicado em 2011, as CNC surgem, em destaque, na rubrica Novas Abordagens Pedagógicas– Inovação em Ensino/Aprendizagem, enquanto “projeto de vanguarda”. O caráter exclusivo do trabalho desenvolvido pelo Projeto também foi sublinhado pelos avaliadores ao afirmarem que “esta filosofia única em Portugal, e talvez mesmo no mundo inteiro, faz do PmatE um projeto singular, cuja longevidade confirma a sua relevância na promoção do interesse e do sucesso na matemática, biologia, física, química e língua portuguesa”. Os modelos geradores de questões, estrutura digital para representação de conteúdos desenvolvida pelo PmatE, foram considerados como o coração de todo o trabalho e aquilo que faz dele “um projeto pioneiro”. Este reconhecimento é um orgulho para o PmatE e representa uma responsabilidade acrescida de quem quer sempre fazer mais pela Educação, e melhor!
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QUANDO SUBIMOS AO PALCO SENTIMOS QUE TODO NOSSO ESFORÇO É RECOMPENSADO TREINAM DEZENAS, CENTENAS DE VEZES. NA ESCOLA E EM CASA. TROCAM IDEIAS ENTRE SI E COLOCAM DÚVIDAS AOS PROFESSORES, QUE OS INCENTIVAM A CONTINUAR. NAS ESCOLAS VENCEDORAS DAS COMPETIÇÕES NACIONAIS DE CIÊNCIA, A PREPARAÇÃO É LEVADA MUITO A SÉRIO E O MOMENTO DE SUBIR AO PALCO É A RECOMPENSA MERECIDA
O que têm em comum as escolas vencedoras das Competições Nacionais de Ciência? Empenho, persistência e orgulho em levar para casa um troféu que merece um lugar de destaque nas escolas. Na prateleira do hall do Jardim-Escola João de Deus, em Coimbra, exibem-se orgulhosamente os Prémios Escola conquistados graças aos bons resultados dos alunos desta escola desde 2005. Este ano não foi diferente: a João de Deus venceu a Diz3, competição destinada aos alunos do primeiro ciclo, e levou, mais uma vez, o prémio Escola. É, aliás, graças à sua prestação nas provas que esta escola privada já equipou cinco salas de aula com quadros interativos. “A maior parte dos alunos não vai pelos prémios, mas depois sentem-se muito orgulhosos, porque foram eles que ganharam, por exemplo, os quadros”, explica a diretora Teresa Guimarães. 14
boas classificações. Este ano, ganharam o prémio Escola MAISmat para o segundo ciclo, uma vitória que espelha a dedicação de professores e alunos. “O Clube de Matemática da escola é o centro de toda a atividade em torno das provas, motivando os alunos e funcionando como espaço para a prática e discussão das questões. Muitas vezes, as dúvidas também são levadas para a sala de aula e discutidas entre a turma”, explicam os docentes. Ana Félix, Ana Moura, Susana Correia e António Sousa Pais são alguns dos elementos do grupo responsável por motivar os alunos a participar nestas competições, e não hesitam quando questionados sobre os benefícios das mesmas. “Os alunos tiram sempre proveito, porque as provas são usadas não apenas como um meio para treinar para a vitória, mas sobretudo como uma ferramenta de aprendizagem”, asseguram.
primeiro lugar desta competição vai para a Escola João de Deus desde que começaram a participar. Este ano, o Tiago Correia e o João Miranda foram os primeiros classificados, e não escondem que já contavam com isso. “Já estávamos à espera de ficar no pódio, quando vimos os nossos tempos!”, dizem. Confessam que fizeram muitos treinos, o que foi diminuindo as dificuldades sentidas. Para além disso, não partilham da ideia de que a matemática – uma das disciplinas da prova – é difícil. “Nós gostamos. É só estudar! E por ser um jogo, e no computador, é uma maneira diferente de estudar”, rematam. Para os professores, os principais impulsionadores de uma participação tão empenhada, as vantagens são muitas. Ana Rodrigues, Maria João Almeida e Alberto Cardoso representam os
professores envolvidos e são eles quem incentiva os alunos a treinar e dão resposta às suas dificuldades. “Muitas vezes, aproveitamos as dúvidas que são levadas para a sala de aula e acabamos por projetar a prova no quadro interativo e responder em conjunto”, explicam. E o resultado é óbvio: para os seus alunos, “a matemática não é um problema, já que conseguem associá-la a situações do dia a dia”. Para além disso, “maior destreza de raciocínio, responsabilidade, um importante crescimento emocional e uma clara noção de respeito, já que, por participarem em dupla, os participantes têm de aprender a respeitar a opinião dos colegas e a negociar entre si quando divergem de opinião”. O terceiro lugar da Diz3 também ficou na João de Deus, graças à prova do João Ricardo e do Vasco Bastos. Com apenas nove anos, mas muito treino, estes alunos
do quarto ano vieram pela segunda vez à Universidade de Aveiro. Esta é, aliás, uma estratégia de motivação da escola: “a cada ano, os 30 alunos com melhores resultados nos treinos vão a Aveiro, e vão sempre pelo menos três pares do terceiro ano para criar o bichinho para o ano seguinte”, conta a diretora. Para os alunos, valeu pelo dia diferente que viveram. “O mais importante foi a experiência divertida que nós tivemos. E a vitória!”, confessam.
PROVAS DE TREINO SÃO FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM Na Figueira da Foz, os alunos da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos Dr. João de Barros participam nas CNC desde 2000, sempre com
Mas a Escola Dr. João de Barros não se destacou só na matemática: o primeiro e segundo lugares na prova DAR@língua para o oitavo ano também foram para a Figueira da Foz. Os muitos treinos realizados pelas alunas vencedorascompensaram quando subiram ao palco. “Quando chamaram o nosso nome sentimo-nos realizadas, sentimos que o nosso esforço finalmente compensou, porque praticámos muito”, conta a Edna. A Maria Francisca recorda-se do ano anterior, quando tiveram “bons resultados nos treinos e depois em Aveiro não correu bem”. Para a Sofia e a Maria Manuel, a sensação vivida no momento da entrega dos prémios não tem descrição possível. “Não há palavras para descrever… porque é o nosso trabalho reconhecido. Quando subimos ao palco, sentimos que todo o esforço foi ali recompensado”, concluem.
Gonçalo Neves, 14 anos 9º ano – Caneças
“Esta foi a minha segunda participação no EQUAmat. Correu mal, apesar de nos termos preparado muito, mas dá gozo participar. Sou fã!”
Vera Lúcia, 17 anos 12º ano – Felgueiras
O MAIOR EVENTO DE EDUCAÇÃO PORTUGUÊS ESTARÁ DE VOLTA À UA, DIAS 22, 23 e 24 DE ABRIL metamorfose está no ADN do PmatE, por isso, este ano, as competições serão underground, algumas terão novo formato, e os alunos acesso a blocos temáticos! Com o objetivo maior de surpreender, ano após ano, os nossos utilizadores, decidimos ousar e promover a nova edição das CNC – Competições Nacionais de Ciência, no subsolo. Popularizar novas formas de fazer chegar o saber e a ciência aos mais jovens é o que nos move, por isso decidimos transformar um parque de estacionamento subterrâneo na mais gigante sala de aula do País, e apostar em novos formatos de competição. À Diz3, competição multidisciplinar para o 1.º Ciclo, junta-se a DIZ+, uma competição para o 2.º
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Ciclo do Ensino Básico, que tem por objetivo avaliar a destreza mental dos alunos e testar, de forma lúdica, os conhecimentos adquiridos por estes em três grandes áreas de estudo matemática, língua portuguesa e ciências da natureza. A estas, juntam-se também as competições multidisciplinares FQuest, de física e química, GVIDA, de biologia e geologia, para alunos que frequentem os 10.º e 11.º anos destas disciplinas, respetivamente, e a competição nota+, para o 1.º Ciclo, dedicada à educação financeira.
Outra nova aposta são os blocos temáticos! Instrumentos, de acesso livre, para professores e alunos, que podem potenciar a criação de novas dinâmicas de aprendizagem, em ambientes formais e informais. As provas das áreas de Ciência e os blocos
temáticos de questões irão contemplar ainda uma componente prática, incluindo questões sobre atividades laboratoriais.
”Foi a minha primeira participação nestas competições. Nos treinos as coisas pareciam mais difíceis, mas as provas correram bem. Apesar de ser uma experiência positiva (aprende-se a trabalhar em equipa), espero não voltar a participar porque para o ano quero estar na universidade.”
CNC 2012 VOX POP
Isabel Rasteiro, 11 anos,
Nos dias das CNC andámos pelo Campus, e as respostas não se fizeram esperar. Há alunos para quem as CNC são já da praxe, há quem se estreie, e há os que partem para um novo patamar: a universidade! Confira alguns depoimentos das CNC 2012.
“Foi giro, mas por ser quinto e sexto ano juntos havia coisas que eu não sabia… e não me tinham calhado nos treinos. Não trouxe nenhum prémio individual, mas também contribuí para o prémio escola. Fico orgulhosa.”
Maria Gonçalves, 14 anos 8º ano – Figueira da Foz
“É o quinto ano que venho ao EQUAmat… A prova continua a dar pica. Há sempre aquele friozinho na barriga e a esperança de levar um prémio. É para voltar para o ano!”
EB 2,3 Dr. João de Barros
Afonso Cruz, 10 anos, Jardim-Escola João de Deus
“Fiz mil treinos. Ou mais… Agora sei a matéria toda! Há sempre aquela motivação de ir a Aveiro e dar o nosso melhor. É um dia diferente, fazemos as provas, brincamos, conhecemos alunos de outras escolas”.
A seleção dos participantes decorreu via facebook (www.facebook/pmate.ua), mas a votação foi feita no palco perante a atuação, ao vivo, dos 12 concorrentes. A decisão do júri e do público foi soberana: Miguel Ângelo, Diogo Santos e Ana Silva sagraram-se os vencedores da primeira edição do concurso O PALCO É TEU!, perante uma plateia de 15 mil participantes que ficaram ao rubro com as várias atuações.
Vê aqui o vídeo “O PALCO É TEU” 2012
Os concursos de talentos proliferam por todo o País e em todos os meios. Que em Portugal há talento, não há dúvida, mas desta vez, o talento veio à UA! Durante três dias, as CNC foram palco de uma mistura explosiva de vários géneros musicais e performances artísticas que testemunharam a qualidade do talento português.
O repto de uma próxima edição do concurso O Palco é Teu! ficou lançado, e com ele a promessa de revelar novos e diferentes talentos!
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Universidade de Aveiro, 3 e 4 de julho. O anfiteatro do Departamento de Engenharia Mecânica encheu-se, durante dois dias, para a 3.ª Conferência Internacional de Educação Financeira, organizada pela Escola Aberta de Educação Financeira do Projecto Matemática Ensino (PmatE), da Universidade de Aveiro, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. Cerca de 120 participantes, entre os quais muitos professores dos vários graus de ensino, seguiram, atentamente, o desenrolar dos trabalhos.
A apresentação do tema proposto, “Educação Financeira: transversalidade e cidadania”, esteve a cargo de 37 oradores, nacionais e estrangeiros. Aberta, pela primeira vez, a submissões espontâneas, a conferência contou, também, com alguns oradores convidados, proporcionando dois dias intensos de reflexão, encontro e troca de experiências, que, permitiram, identificar tendências e traçar um quadro, com contornos muito realistas, daquilo que se está a fazer, no nosso País e no mundo, em matéria de Educação Financeira. No final, ficou a promessa: Até para o ano!
DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA POUPANÇA
DEDICADO À FORMAÇÃO FINANCEIRA
A Escola Aberta de Educação Financeira, projeto de literacia financeira da Universidade de Aveiro, associou-se às comemorações do Dia Mundial da Poupança, que decorreram a 31 de outubro, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, integradas no Dia da Formação Financeira, numa iniciativa da responsabilidade do Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF). O PNFF, recorde-se, é dinamizado pelos supervisores financeiros (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal) e conta com a colaboração de ministérios, associações do setor financeiro e de consumidores, centrais sindicais e algumas universidades, entre as quais a de Aveiro. E o Dia Mundial da Poupança, instaurado em 1924, por ocasião do “1st International Savings Bank Congress”, que teve lugar em Milão (Itália), continua a chamar a atenção para a necessidade de disciplinar gastos e amealhar algum dinheiro, de forma a prevenir dificuldades futuras e evitar situações de sobre-endividamento. A participação da Escola Aberta de Educação Financeira traduziu-se na presença da exposição interativa Educação+ Financeira, patrocinada
pela Caixa Geral de Depósitos, que está a percorrer o país pelo terceiro ano consecutivo. Trata-se de uma exposição itinerante que conta com o apoio do jornal Correio da Manhã, na qualidade de media-partner, e destina-se a ajudar os mais jovens a adquirir os conhecimentos e as competências essenciais a um desempenho consciente, esclarecido e responsável na hora de tomarem decisões de índole financeira. Nos dois primeiros anos, a exposição Educação+ Financeira foi vista por mais de 30 000 jovens e já esteve em cerca de quatro dezenas de cidades, do Minho ao Algarve. No mesmo dia (31 de outubro), o coordenador do projeto, Sérgio Cruz, esteve na RTP2, para participar no programa “Sociedade Civil”, de Fernanda Freitas, dedicado ao Dia Mundial da Poupança. 19
Factus - Qual é o balanço que faz de um ano de governo na área da Educação? Maiores dificuldades e constrangimentos? Nuno Crato - Neste primeiro ano introduzimos algumas mudanças importantes: concentrámos o currículo nas matérias fundamentais e ajudámos a reduzir a dispersão curricular, começámos
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a estabelecer metas de aprendizagem que organizam as matérias dos programas de forma clara, reforçámos a avaliação dos alunos com provas finais nos anos terminais de ciclo, demos mais tempo para o português e a matemática, tal como para as ciências e para a história e a geografia, demos mais autonomia às escolas, estamos a reforçar o ensino profissional, enfim, tocámos em várias áreas fundamentais.
É importante ouvir os parceiros, introduzir as mudanças de forma gradual, discuti-las e explicá-las. Há sempre alguma resistência, sobretudo política, porque em muitas áreas de política educativa tem imperado uma visão pouco rigorosa e pouco exigente das coisas. Mas creio que temos tido bastante apoio dos professores, dos diretores e dos pais. As pessoas percebem que as mudanças que estamos a introduzir há muito que são necessárias.
ENTREVISTA Ministro da Educação e Ciência
Em que é que esta experiência como ministro alterou a sua perspetiva crítica relativamente às grandes questões da educação? Se fosse hoje, voltaria a aceitar ser Ministro da Educação? Aceitei o convite pois, depois de ter durante tanto tempo falado sobre educação, pareceu-me que não poderia recusar colaborar nas mudanças necessárias. É claro que agora, que estou no Ministério, apercebo-me de uma série de constrangimentos práticos que antes não percebia tão bem. Trabalha-se com aquilo que é possível, e nem sempre se consegue alcançar tudo o que se pretende. No entanto, a minha perspetiva crítica relativamente às grandes questões da educação e as ideias que, com muitas outras pessoas, tenho defendido não se alteraram, e é sobre estes princípios, que estão muito bem expressos no programa de governo, que estamos a trabalhar.
Avaliar pelos resultados das provas de aferição que se conhecem (os resultados pioraram), a Matemática continua ser o calcanhar de Aquiles de muitos estudantes. Será uma fatalidade? A matemática não é uma fatalidade. É uma disciplina interessante, necessária, que tem uma forte ligação ao dia a dia e que é indispensável para ter uma visão lógica do mundo e para apreciar a sua dimensão quantitativa. É muito objetiva e clara: 2+2=4, não há outra interpretação possível. Com trabalho e treino, pode tornar-se o ponto forte da maioria dos estudantes. Mas há algumas dificuldades que têm de ser ultrapassadas. É uma disciplina que exige treino continuado, esforço de abstração, domínio dos conceitos e disciplina.
Qual é futuro que está reservado às atividades de enriquecimento curricular no atual contexto?
As atividades de enriquecimento curricular são um complemento da educação dos nossos alunos. As alterações que estamos a fazer neste momento vão no sentido de que aquelas que são oferecidas pelas escolas possam aproveitar os recursos humanos existentes, o que é melhor para as escolas e melhor para os alunos.
O desemprego está a afetar fortemente os jovens recém-graduados e quem tem mais formação. Quer isto dizer que as universidades continuam a não preparar para a vida? Por que é que o número de vagas nos cursos superiores não é fixado em função das necessidades do mercado? A nossa orientação é que, na definição das vagas, deve ter-se em conta a empregabilidade dos cursos, mas não pode ser esse o único critério. A empregabilidade também evolui e não se devem cortar oportunidades só por haver menor empregabilidade. Por exemplo, mesmo que não houvesse neste momento um único emprego para um licenciado em filosofia não se deveriam fechar todos os cursos de filosofia.
Em tempos de crise, é fundamental uma boa gestão das finanças pessoais. Não terá chegado a altura de introduzir a educação financeira nas nossas escolas? Do básico ao superior? A literacia financeira é importante para que os jovens possam tornar-se consumidores conscientes das suas possibilidades e limitações.
NUNO CRATO
Há hoje em dia diversos projetos que incentivam esta literacia, e a mesma é trabalhada em sala de aula no âmbito da disciplina de matemática. Não faz sentido, porém, introduzir uma disciplina específica para o tema. Não podemos esquecer que o sistema educativo português é campeão de dispersão curricular, dispersão esta que acabamos de diminuir significativamente com a Revisão da Estrutura Curricular que entra em vigor agora em 2012/2013.
Os manuais escolares continuam a mudar todos os anos, impedindo a sua reutilização, ao contrário do que acontece inclusive em países mais ricos. Porquê? Os manuais têm um período de vigência de seis anos, que na maior parte dos casos tem sido respeitado. As alterações feitas pelo Ministério da Educação e Ciência têm também isso em conta. O novo acordo ortográfico, por exemplo, está a entrar nos manuais escolares de forma faseada, de modo a que as famílias não sejam obrigadas a renová-los antes do fim do seu período de vigência.
UMA ESCOLA PARA TODOS A Escola Aberta de Educação Financeira da Universidade de Aveiro (EAEF/UA) é o projeto aglutinador de todas as iniciativas e ações que se têm vindo a desenvolver nos últimos anos, das que estão atualmente em curso, e daquelas outras que projeta realizar, no futuro, na área da Educação Financeira.
EAEF/UA assume-se como uma verdadeira escola, não no formato tradicional, pois não terá salas de aulas com quadro, mesas e cadeiras, mas no sentido mais universal de um espaço de formação interdisciplinar, flexível, versátil e de grande mobilidade, aberto à participação de outras instituições públicas e privadas e ao estabelecimento de parcerias com outros agentes sociais. Este Projeto distinguir-se-á pela qualidade e pelo rigor das formações, mas também pela 22
utilidade prática das aprendizagens e pela promoção do uso intensivo das novas tecnologias da informação e da comunicação. Além da exposição Educação+ Financeira, no terreno há dois anos, a EAEF/UA definiu a formação, a sensibilização/ mobilização e a produção de conteúdos como os seus principais eixos de atuação. Ao nível da intervenção escolar e social, a EAEF/UA promoverá ações de formação dirigidas a toda a comunidade escolar, às
pessoas com capacidade de intervenção e multiplicação (formadores, animadores culturais e sociais, jornalistas), e ao público em geral. Dando continuidade ao trabalho já desenvolvido no âmbito da sensibilização/ mobilização, continuará a promover conferências, seminários, debates, tertúlias e mesas redondas, assim como exposições e semanas temáticas. Outra aposta da EAEF/UA será dar seguimento à produ-
ção de conteúdos que está em curso, e conceber novos jogos de mesa e jogos multimédia, assim como livros, folhetos e conteúdos de caráter informativo/formativo. Por fim, mas não menos importante, a Escola Aberta de Educação Financeira da Universidade de Aveiro continuará a estabelecer colaborações regulares com os órgãos de comunicação social, através de parcerias estratégicas e da colocação de conteúdos de Educação Financeira nos media.
DE NORTE A SUL educação financeira é um tema de grande atualidade, que tem vindo a despertar um interesse crescente por parte da sociedade, devido não só a uma maior consciência da importância das decisões financeiras que temos de tomar ao longo da vida mas, também, por causa da atual conjuntura económico-financeira. Diversas instituições nacionais e internacionais têm vido a desenvolver ações de sensibilização/ formação, por forma a aproximar o ensino das necessidades atuais, no que diz respeito à educação para a cidadania.
MAIS DE 33 MIL
VISITANTES
Pelo terceiro ano consecutivo, a Universidade de Aveiro, através do Projecto Matemática Ensino, está a desenvolver o projeto Educação+ Financeira, em parceria com a Caixa Geral de Depósitos. O projeto é constituído por uma exposição itinerante com atividades interativas, que se desloca de distrito em distrito, por todo o País, dando a oportunidade aos alunos de diferentes níveis de escolaridade – e ao público em geral – de tomarem contacto com as principais questões relativas à gestão das finanças pessoais, que se colocam no dia a dia. A exposição é, geralmente, acompanhada por um ciclo de
conferências denominado “Construindo uma Educação+ Financeira”. Durante este ano letivo, a exposição Educação+ Financeira está, pela terceira vez, a dar a volta a Portugal. Esteve em mais de 40 cidades e vilas do continente e soma mais de 33.000 visitantes/participantes. Muitos têm sido os apelos à continuidade destas ações manifestados no decorrer das sessões ou comunicados nos testemunhos voluntários recolhidos durante as visitas. O projeto tem como objetivos principais sensibilizar para a importância da educação financeira e despertar o interesse da comunidade educativa - e da população em geral - para este tema, por forma a que possa vir a ser incluído, em breve, entre as atividades escolares.
EDUCAÇÃO+
FINANCEIRA III A primeira edição do projeto Educação+ Financeira arrancou a 6 de outubro de 2010, em Águeda, e terminou, na sua segunda edição, no passado dia 18 de maio, em Aveiro. O bom acolhimento e os sucessivos apelos à continuidade do projeto incentivaram a realização desta terceira edição, que arrancou no dia 2 de Outubro, em Setúbal e vai terminar em Aveiro, no dia 24 de Abril de 2013, depois de percorrer 23 cidades.
Acompanhe as atividades do projeto em: http://pmate.ua.pt/educacaomais ou através do Facebook. 23
PARA CONHECERES A UVA
Por Joana Silva - Projecto Matemática Ensino / Projecto Pensas
TENS QUE IR À SUA CEPA (Provérbio popular português)
uantos de nós já não ouviu e não raras vezes - comentários do género: “A reforma é inútil porque existem outros problemas mais importantes que o da ortografia!”; “O Brasil vai invadir-nos culturalmente”; “Se o -h desaparecer em palavras como homem, honra, humano, estas palavras descaraterizam-se”; “O acordo de 1945 que era simples e coerente, perderá essas qualidades”; ”A introdução de letras estrangeiras desfigura o alfabeto português”, etc., etc..? Falar de ortografia, ou de “arte de escrever correto na língua portuguesa” é falar antes de mais de escrita e falar de escrita é falar por sua vez de uma necessidade gráfica de representação da fala que preside à comunicação entre os interlocutores de uma determinada língua. Atingir um público in ausentia temporal e espacial é também um dos seus objetivos. No entanto, para que haja um registo correto das palavras enunciadas é necessário que haja uma unificação de um conjunto de normas, a partir da qual todos os falantes de uma língua se possam basear. É este o domínio da ortografia. Composta por duas palavras gregas aglutinadas ortos (direito) + grafein (escrever) esta palavra é definida como "o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa que ensina a grafia correta das palavras". 24
Não obstante, a língua, enquanto organismo vivo, está sujeita a permanentes mutações. Para além de vivo, é também um organismo “absorvente” e, uma vez inserida num determinado contexto social e cultural, acaba por transparecer o seu reflexo. É este o fator que vai demarcar as diferentes fases de vida da grafia da língua portuguesa. Viajemos pela sua história: Até ao século XV, a grafia da língua portuguesa arcaica era caraterizada pela simplicidade e pelo sentimento fonético. Havia uma tentativa de representar a escrita o mais próximo possível dos sons da fala. Escrevia-se tal qual se pronunciava e, como a pronúncia não é igual de falante para falante, existiam por isso várias formas de se escreverem as mesmas palavras.
Evidencia-se o recurso a consoantes mudas: regno por reino; fructo por fruto, bem como os grupos consonânticos -ch (com som de -k), -ph, -rh, -th. Os sécs. XVI, XVII e XVIII, são séculos marcados pelo incidente estudo nesta área e em que a proposta ortográfica assentava em princípios inúteis e de complicações. É o período, por isto, designado por pseudo etimológico na medida em que a etimologia servia apenas de pretexto para todos os floreados que se pretendia atribuir à língua. Em 1576, Duarte Nunes de Leão publicou a sua “Orthographia da Lingoa Portuguesa”.
ygreja, eygreya, eygleyga, eigreia, eygreia, eygreyga, igleja, igreia, igreja e ygriga.
Este e outros autores (como Álvaro Ferreira da Vera, João Franco Barreto, entre outros) pugnavam por uma ortografia assente em pilares de artifício e que construíam um óbice à evolução da língua.
Surge, no século XVI, uma nova fase da grafia da língua portuguesa em que o processo de simplificação é descurado.
No século XVIII, o panorama ortográfico alterou-se. É aqui que surge o período HistóricoCientífico.
Com o Renascimento e com o avanço nos estudos humanísticos, era douto recorrer-se, nas várias áreas do saber, ao almejante padrão clássico. O latim e o grego voltam a ter muito prestígio e a serem consideradas línguas ricas e modelares. O léxico português é então invadido por referências destas duas línguas e passam a ser valorizadas algumas das suas formas gráficas restauradas.
Com as influências iluministas, Luiz António Verney insurge-se contra esta grafia de sentimento etimológico criticando o floreado pomposo da grafia. Manifestou-se contra o emprego das letras dobradas (quando não pronunciadas), o uso do -c antes do -t, do -ch por -k e ainda contra as consoantes mudas -g e -h que, segundo a sua opinião, deviam simplesmente desaparecer.
Com todas estas variações criou-se e aguçou-se no século XIX uma necessidade de criar uma norma fixa da língua portuguesa. Desde este século até então, foram várias as propostas no sentido da criação de um Acordo Ortográfico que fosse do agrado de todos os países da CPLP. Foi, no entanto, um período de muitos avanços e recuos, encontros e divergências, neste processo de tentativa de concordância, até que, em 2004, os ministros da Educação da CPLP se reuniram e decidiram que as mudanças iriam ser implementadas se apenas três países ratificassem o acordo, algo que foi conseguido em 2008. Estamos, neste momento, a viver um período decisivo deste processo. O grande objetivo desta reforma é não só simplificar a escrita, como também uniformizá-la. Sendo que a língua portuguesa é a sétima língua mais falada no mundo (falada por cerca de 220 milhões de pessoas) é de facto uma medida que se torna imperiosa no processo de evolução, homogeneização e unificação dos países com a língua portuguesa como língua oficial. Com isto, pretende-se ainda uma maior interseção cultural e científica, que promova por sua vez uma maior divulgação da língua.
Antes de declararmos a nossa resistência à nova reforma, não será talvez uma melhor atitude procurarmos as suas raízes, ao invés de a avaliarmos apenas pela rama?
PRÓXIMA PARAGEM: dias
10 11 12 Junho 2013
Amarante
O AFI é um encontro itinerante que reúne professores de todos os ciclos de ensino, investigadores e divulgadores de ciência que se debruçam sobre as questões da aprendizagem em diferentes ambientes, dando a conhecer as atividades e os projetos que levam a cabo e mostrando, num espaço dedicado à troca de experiências, o que de melhor se faz em Portugal na área da Educação VII edição do Encontro AFI, que se realizou no Centro Cultural de Redondo, centrou-se na importância dos recursos educativos digitais no desenvolvimento das aprendizagens, com o objetivo de dar contributos focalizados pelo olhar das diferentes aprendizagens formais, informais e não formais. Durante três dias, os cerca de 80 participantes do AFI puderam assistir a 41 conferências que se materializaram na troca de experiências entre público e palestran-
tes, e na partilha de projetos e atividades bastante abrangentes no que diz respeito às áreas exploradas, e que foram enriquecidos pelos contributos da assistência durante os momentos de debate. O AFI procurou ainda apresentar percursos paralelos, e mostrar, através de projetos internacionais, nacionais e até regionais, modos de interagir na construção de um projeto significativo e global, servindo igualmente para revelar novas estratégias e metodologias de transmissão de conhecimento.
De destacar ainda o apoio do Centro de Competência TIC da Universidade de Évora, do Grupo de Investigação Ciberdidact da Universidad de Extremadura, em Espanha, e da Câmara Municipal de Redondo, na co-organização deste encontro. Assim como a presença de dois nomes consagrados de Moçambique: Mia Couto, biólogo e escritor, e Paulus Gerdes, matemático, que apresentaram “Aprender a não saber” e “Cultura e a concepção de jogos e puzzles matemáticos: alguns exemplos de África”, respetivamente.
Depois de Braga, Fundão, Região Autónoma da Madeira, Chaves, Aveiro e Redondo, a VIII edição do Encontro AFI – Aprendizagem Formal e Informal, realizar-se-á em Amarante, dias 10, 11 e 12 de julho de 2013, tendo como tema central “o potencial educativo do audiovisual na aprendizagem em ambiente formal, informal e não formal”. Este Encontro encontra-se creditado. Mais informações poderão ser encontradas em: http://pmate.ua.pt/afi. 25
O ESTUDO DO MEIO LOCAL NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Estudo do Meio: do nacional ao local A Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei 46/86) salienta a função formativa da escola e o Currículo Nacional do Ensino Básico consagra ao Estudo do Meio – área disciplinar do 1.º Ciclo do Ensino Básico – um conjunto alargado de potencialidades. O Estudo do Meio local permite desenvolver competências de análise da sociedade. A comunidade local funciona como um laboratório onde se desenvolvem competências de ação e se testam estratégias e modelos de intervenção. Assim, entender a comunidade é a primeira etapa para compreender a sociedade global na qual o cidadão, em constante formação, intervirá e participará. Isto justifica o alargamento progressivo dos conteúdos focados no meio local como ponto de partida para a aprendizagem. De facto, o Estudo do Meio local preconiza o desenvolvimento integral do aluno em todas as suas dimensões de identidade pessoal e social, tendo um papel crucial no desempenho de competências para a cidadania. De acordo com o Ministério da Educação, em 2001, a aventura de partir à “descoberta” para conhecer o Meio – no sentido de saber pensar e atuar sobre ele – pressupõe o desenvolvimento de competências específicas em três grandes domínios que se relacionam entre si: a localização no espaço e no tempo; o conhecimento do ambiente natural e social e o dinamismo das inter-relações entre o natural e o social. Isto prende-se com a preocupação da promoção de um ensino ativo e crítico, em que os alunos são estimulados a pensar e a refletir, desenvolvendo o pensamento reflexivo, partindo das suas próprias conceções sobre o que os rodeia.
O Projeto À Descoberta de Redondo Na génese do Projeto “À Descoberta de Redondo”, desenvolvido pelo PmatE, esteve a escassez de materiais de apoio multimédia e audiovisuais que pudessem recriar situações diversificadas de aprendizagem e que incluíssem o contacto direto com o meio envolvente. Também foi preponderante a imprescindibilidade de inverter o papel subalterno dos meios tecnológicos, incentivando a utilização das novas tecnologias, e aproximar o público-alvo à realidade de Redondo. É uma iniciativa inovadora, envolvente e dinâmica, que consiste na implementação de recursos didáticos de conteúdos programáticos do 1.º CEB preconizados pelo Ministério da Educação e Ciência, reajustando-os à realidade local. “À Descoberta de Redondo” assume um caráter integrador e motivante para os intervenientes. Embora esta iniciativa possua um cariz mais local e desenvolva conteúdos maioritariamente de Estudo do Meio, outra mais-valia reside na transversalidade da sua aplicação e de públicos que podem beneficiar da sua implementação. Além disso, a natureza dos recursos desenvolvidos é muito diversificada e engloba recentes dispositivos informáticos (quadros interativos, tablets, smartphones, desktops, laptops e netbooks). Todas as aplicações estarão acessíveis gratuitamente. Os recursos pedagógico-didáticos estão subdivididos em dois formatos – físico e multimédia –, existindo ainda recursos que apresentam duplo formato. Todos eles contêm um guia de exploração com sugestões pedagógicas.
No recurso “Poluição” há um tópico com curiosidades específicas de Redondo. O item “Aprende” reúne a informação e o “Explora” permite navegar por cenários e explorar diferentes tipos de poluição.
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O “Ciclo da Água” é composto por uma animação legendada e duas componentes de aplicação de conhecimentos, sendo uma delas o reconhecimento das formas da água na natureza em Redondo. O “Miradouro” é uma aplicação multimédia de navegação em perspetiva tridimensional, onde se localizam pontos caraterísticos da região com informação adicional.
“Viver Portugal” é composto por um puzzle e por informação interativa (distribuição populacional, clima e atividades económicas nacionais e locais).
O “RedonDIN” pretende desenvolver habilidades de estratégias e de negociação. Todas as suas “casas” são estabelecimentos, entidades e serviços de Redondo. Paralelamente à dinâmica de negociação existem desafios, curiosidades e informações.
A “DizRedondo” é uma prova assente em conceitos de modularidade, flexibilidade e aleatoriedade. As questões pretendem avaliar a destreza mental dos alunos e tastar os conhecimentos adquiridos.
Outros recursos multimédia são compostos por uma parte expositiva e outra exploratória, com caráter mais dinâmico, lúdico e interativo.
Projeto de desenvolvimento local >> do significante ao significado! 27
PROJETO ESCOLA A TEMPO INTEIRO No contexto educativo atual, as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) são uma das mais estruturantes oportunidades de criação de um projeto educativo complementar à Escola. Primeiro, por potenciarem a envolvência efetiva dos diversos intervenientes de cada Comunidade Educativa, depois, por contarem com o apoio das autarquias que têm vindo a desempenhar um papel particularmente relevante nesta matéria
o seio de projetos educativos que têm sabido conjugar as diferentes potencialidades das autarquias, dos agrupamentos de escolas e do corpo docente (professores titulares e professores que dinamizam as AEC), o PETIz – Projeto Escola a Tempo Inteiro (www.facebook.com/petiz.UA) tem conseguido afirmar-se por apostar num leque mais abrangente de atividades e diferenciarse, ao otimizar os recursos locais existentes e ao criar dinâmicas de comunicação e colaboração na construção de experiências de aprendizagem enriquecedoras. A atuar na área das AEC desde 2006, o PETIz já teve oportunidade de trabalhar em diversos distritos e em vários municípios do País, sempre com o objetivo basilar de proporcionar aos alunos oportunidades de aprendizagem num ambiente não formal e informal, que privilegia a interdisciplinaridade, a multiculturalidade e a ligação à comunidade. A relação estreita do PETIz com as autarquias, com o corpo docente das escolas e a intervenção dos encarregados de educação têm contribuído para que, de forma lúdica, os alunos possam desenvolver as suas capacidades num ambiente participativo, criativo e inovador. Ao apostar na criação de recursos didáticos próprios, o PETIz tem desenvolvido trabalho em diversas áreas das AEC, respondendo aos desafios colocados pela comunidade educativa local, ao criar novos projetos e ao adaptar atividades. Assim, além de desenvolver as principais atividades
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preconizadas pelo Ministério da Educação e Ciência – o inglês, a música e a atividade física e desportiva – o PETIz tem igualmente apostado em áreas tão diversas como a arTICiência, a expressão plástica, a expressão dramática, as TIC e o xadrez. Ao longo dos últimos anos, diferenciou também a oferta de conteúdos, fez planificações anuais de atividades para cada ano letivo (do 1.º ao 4.º ano), e em todas as áreas, concebendo de forma complementar diversos Kits Didáticos nas áreas de inglês, música e xadrez. O trabalho realizado pelo PETIz, tem-se pautado por uma postura de adequação das AEC às necessidades das autarquias e agrupamentos de escolas possuindo, por isso, um vasto leque de serviços que presta aos diversos intervenientes escolares, de entre os quais se destacam: a contratação de docentes; a planificação e implementação das AEC; a articulação e reuniões com todos os Parceiros; a aplicação de inquéritos de satisfação a alunos e encarregados de educação; a avaliação e o acompanhamento das AEC (de forma periódica e contínua); a implementação e disponibilização de recursos, e a realização de ações de formação aos docentes das AEC (ao longo de todo o ano letivo). Não existindo uma fórmula de sucesso única para as AEC, o PETIz tem procurado, ao longos dos anos, trilhar o seu próprio caminho, tendo o seu trabalho sido desenvolvido de formas diferentes nos diversos municípios e agrupamentos de escolas.
FACTUS PETIz 4 Distritos 0 Municípios 4 Agrupamentos de Escolas + de 00 Escolas + de 4000 Alunos + de 50 Professores
EVENTOS PETIz 1 de junho Ansião
DIA MUNDIAL DA CRIANÇA 700 alunos
2 de junho Estarreja
ESTalento + de 150 alunos
9 de junho Pedrógão Grande, Ansião e Alvaiázere
PEDDY-PAPER INTERMUNICIPAL 100 alunos 13 de junho Sátão
DIA DAS AEC 450 alunos
17 de junho Estarreja
FESTA DA MÚSICA 14 escolas participantes
TORNEIOS DE XADREZ Agrupamentos de Cacia e Eixo, Concelho de Estarreja 400 alunos 29
Entrevista Anderson Gomes, Secretário de Educação do Estado de Pernambuco, Brasil
a tecnologia é um meio, não é um fim Com 12 mil salas de aulas distribuídas por 1.112 escolas, o Estado de Pernambuco, no Brasil, é casa para 839 mil estudantes. A gestão de tudo isto está a cargo de Anderson Gomes, Secretário de Educação do Estado de Pernambuco, que esteve recentemente na Universidade de Aveiro, a participar no Ciclo de Conferências “A Educação no Mundo”. Anderson Gomes, que é também professor universitário na área da Física, falou sobre o "Desenvolvimento da Educação no Estado de Pernambuco – Brasil"
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Factus: Na sua intervenção, referiu existirem uma série de metas para a alfabetização e aumento da escolarização no Brasil e, nomeadamente, no Estado de Pernambuco. Que medidas específicas estão em curso? Anderson Gomes: O Governo do Estado ajuda os municípios na área pedagógica, com acções concretas de capacitação e alfabetização, e também na realização de uma prova anual, para avaliar os estudantes, cujos resultados são depois entregues aos municípios. Para além disso, ajuda ainda através de repasses financeiros. Cada Estado repassa 25% de um certo valor para os municípios. Desse valor, 10% estão atrelados à área da Educação. Por isso, se o município não fizer uma boa aplicação desse dinheiro, estará a perder recursos, e isso incentiva a que o município tenha boas creches, escolas, professores…
No caso do Brasil, esta gestão escolar no terreno está a cargo dos Estados e municípios, e não do Governo central. Acha que esta descentralização é uma vantagem? Acredito que sim, mas é preciso que o gestor municipal, o Secretário de Educação cuide bem da área que está a seu cargo, porque ele tem um papel decisivo, e nos sítios onde isto não acontece quem sofre são os estudantes. Mas esta descentralização é boa, porque o país é grande e este é o modelo ideal para um país deste tamanho.
Que importância é dada à formação continuada de professores? Hoje, a formação continuada dos professores precisa de ser diferente. Existe o modelo
antigo, que ainda é usado, em que essa formação é dada pontualmente, uma ou duas vezes por ano, reúnem dois ou três dias para capacitação... Mas isto já não funciona, esta formação tem de ser dada em trabalho, ao longo do ano, até com a participação dos estudantes. E tem de ser dada em coisas inovadoras, em pedagogias e metodologias novas, porque o conteúdo o professor já domina. Temos de capacitá-lo no uso de ferramentas inovadoras, seja tecnológicas, seja pedagógicas ou de gestão.
Qual é, ou qual acha que deve ser, o papel da tecnologia no Ensino? Na Educação, a tecnologia é um meio, não é um fim. Hoje a sua importância é incontornável. Precisamos dotar a sala de aula de toda a tecnologia, precisamos capacitar os alunos e professores para usar estas ferramentas tecnológicas como instrumento pedagógico, porque o digital é a extensão do livro, do caderno, da caneta… E se haverá horas em que o professor não vai querer fazer uso dela, da mesma forma que às vezes não quer usar o livro ou o caderno, quer apenas discutir com os alunos, haverá outras horas em que ela será uma grande aliada. Por isso, acho que a principal questão não é saber se ela é necessária, porque é, é saber como ajudar o professor e o aluno a usá-la da melhor forma.
Na sua intervenção, deu o exemplo de uma escola, a 450 quilómetros da capital do Estado de Pernambuco, que venceu o prémio de melhor escola do Brasil. Como é que podemos diminuir as assimetrias entre as escolas dos centros urbanos e as outras?
Esta escola é um grande exemplo… O que é que ela tem de diferente? As pessoas. As pessoas quiseram juntar-se - as famílias, os professores, os gestores… - e usar o que tinham e o que não tinham, por isso na dificuldade elas criaram coisas novas. Hoje, quando os Governos colocam os instrumentos à disposição – e mesmo nos lugares onde eles não colocam – quem faz a diferença são as pessoas. As pessoas que pensam que estão a cuidar de vidas, que estão a cuidar do futuro do Estado, do país… Isso faz a diferença. É muito interessante, porque não foi uma escola do Rio de Janeiro, de São Paulo, nem mesmo uma escola da capital do nosso Estado… E nós temos escolas boas na capital, bem equipadas, com professores pós-graduados, onde os alunos não têm problemas de mobilidade… Mas não foram estas escolas que serviram de exemplo para o país, e sim a escola que se distinguiu pelo trabalho diferente realizado.
Referiu ainda a intenção de estender no Brasil o conceito de escola em tempo integral… Sim, penso que isso é fundamental. Na maioria dos países que conheço os estudantes passam o dia todo na escola, e os professores também ficam todo o dia na mesma escola. No Brasil isso não é assim. Em Pernambuco nós temos o nosso Ensino Médio a caminhar para isso, e mostramos que, ao longo dos últimos cinco anos, com escola em tempo integral, há uma evolução muito grande. E acredito que é isso que precisamos para evoluir e tirar este atraso.
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assentam nas TIC e na sua rentabilização no contexto escolar.
MAIS UMA APOSTA GANHA DO PMATE
No decorrer do ano letivo 2011/2012 a equipa de formação F5 – inovar e saber esteve presente em diversos municípios, abrangendo um universo de 1003 formandos.
QI
Quadros Interativos
213 formandos
21%
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O PmatE está atento aos novos desafios que as escolas enfrentam. Nos dias de hoje, a escola deve estar preparada para intervir em domínios distintos como o domínio social, o domínio do crescimento pessoal e o domínio das aprendizagens, reinventando estratégias de ensino e de aprendizagem de forma a despertar nos alunos a curiosidade, o espírito crítico e a vontade de construir o seu próprio conhecimento.
competências que permitam
Cada escola tem uma realidade própria, para a qual contribuem diversos fatores como a localização, o número de alunos, as condições físicas e os recursos disponíveis. Contudo, independentemente da realidade em que está inserida, cada escola deve contar com profissionais empreendedores e motivados, que sejam capazes de inovar ao nível dos procedimentos pedagógico-didáticos no sentido de construir uma escola dinâmica e promotora de aprendizagens ativas e significativas.
áreas do saber, o PmatE dispõe
Apesar disso, não basta ter acesso a ferramentas. É necessário estar munido de um
procura ser um refresh, uma
conjunto de conhecimentos e
as formações ministradas
rentabilizar essas ferramentas para que seja possível tirar o maior proveito das mesmas,
FORtech A tecnologia ao serviço do ensino
numa lógica de crescimento efetivo, quer do aluno, quer do
144 formandos
professor. É neste sentido que a
14%
formação contínua de professores tem um papel fundamental, não devendo ser esquecida. Sensível à dimensão profissional do docente que procura a
QICONTWEB Quadros Interativos, Conteúdos e WEB
formação contínua em diversas
646 formandos
de uma equipa de formação que trabalha a fim de dar resposta às necessidades dos docentes. O pilar que sustenta a formação ministrada pelo PmatE é inovar na construção do saber. Seguindo este mote, no ano 2011/2012 a equipa de formação sofreu uma reestruturação, adquirindo uma nova designação: F5 – inovar e saber. O novo nome surgiu da necessidade de espelhar a aposta do PmatE na inovação no ensino das diferentes áreas do saber. F5, como o próprio nome indica, lufada de ar fresco na formação de professores, sendo que todas
Neste ano letivo foram ministradas essencialmente três ações de formação creditada: FORtech – A tecnologia ao serviço do ensino, QI – Quadros Interativos e QICONTWEB – Quadros Interativos, Conteúdos e Web. As formações ministradas centraram-se sobretudo em conteúdos relacionados com os quadros interativos e também na Plataforma de Ensino Assistido (PEA). No que concerne aos quadros interativos a equipa de formação F5 – inovar e saber visou promover a construção de materiais dinâmicos passíveis de serem utilizados em contexto de sala de aula.
65%
Os professores tiveram a oportunidade de conhecer as potencialidades do quadro interativo e do software a ele associado. O quadro interativo funciona como um estímulo acrescido à construção de aprendizagens, disponibilizando um conjunto de ferramentas e funcionalidades que tornam a exposição dos diferentes conteúdos mais apelativa e completa. Desta forma, os formandos podem desenvolver competências no sentido de construírem materiais e recursos adequados à realidade de cada turma e especificidade de cada aluno, investindo num ensino globalizante mas, ao mesmo
tempo, individualizado, que privilegia a interação professoraluno. Relativamente à abordagem da PEA, esta constituiu uma mais-valia para os professores que exercem a sua atividade em municípios que utilizam esta ferramenta na gestão escolar. A PEA permite a interface entre os vários intervenientes do universo escolar agilizando os diferentes processos, bem como o acesso a uma série de conteúdos, nomeadamente modelos geradores de questões, manuais escolares digitais e conteúdos curriculares multimédia, certificados científica e pedagogicamente pela Universidade de Aveiro. Assim,
a sua utilização pelos municípios e, mais concretamente, pelas escolas, contribui para uma mudança positiva na cultura escolar, promovendo a partilha de opiniões, materiais e recursos. Através do feedback dado pelos formandos foi possível perceber que as ações de formação ministradas foram relevantes para o seu crescimento profissional.
Terras de Bouro
Vila Verde
Bragança
Vieira do Minho Póvoa de Lanhoso Mondim de Basto
Vila Nova de Famalicão Porto
Fafe Vizela
Espinho
ONDE ESTIVEMOS
Sabugal
Pombal
Vila Nova da Barquinha
OFERTA FORMATIVA NO ANO LETIVO 2012/2013 No próximo ano letivo a equipa de formação disponibiliza um leque alargado de formação creditada. ConTIC - As novas tecnologias na produção de conteúdos: 30h (15h presenciais + 15h não presenciais) / 1,2 Créditos Plataforma de Ensino Assistido - As novas tecnologias em contexto de sala de aula: 40h (20h presenciais + 20h não presenciais) / 1,6 Créditos Ensino Experimental das Ciências apoiado pela Tecnologia 50h / 2,0 Créditos
Santarém Estremoz
Lisboa Amadora
Vila Viçosa
Vendas Novas Montijo
Redondo
Viana do Alentejo
Reguengos de Monsaraz Évora Portel Mourão
FORtech - A tecnologia ao serviço do ensino - 30h / 1,2 Créditos QICONTWEB - Quadros Interativos, Conteúdos e Web 25h / 1,0 Créditos QI - Quadros Interativos - 15h / 0,6 Créditos QICONT - Quadros Interativos e Conteúdos - 20h / 0,8 Créditos QICONTEAP – Quadros Interativos, Conteúdos e Estratégias de Aprendizagens - 40h / 1,6 Créditos 33
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Museu da Ciência e da Técnica é o lugar ideal para quem deseja viver as relações do homem com o mundo, onde se privilegia o conhecimento num espaço interativo capaz de proporcionar aprendizagem através do despertar de sentidos – os sentidos da ciência.
Quando vai existir uma rede de museus? Não importa o tempo, importa a certeza – vai existir. A ciência discute-se a cada passo, a cada dia. Já o avanço da mesma não é questionável por ninguém. Criar uma sociedade moderna exige espaços de experimentação onde a ciência seja posta à prova.
Em Moçambique prepara-se a primeira unidade de uma rede de Museus de Ciência e Tecnologia que vão existir neste país.
Assim, na Escola Secundária Francisco Manyanga vai nascer um Museu de Ciência e da Técnica. Qual o seu enquadramento?
Esta é uma das recomendações, de entre muitas saídas da Conferência de Nairobi, promovida pela Unesco em 1976.
“Authorizes the Director-General to undertake or pursue a programme of activities designed to promote, in the context of lifelong education, the renovation and improvement of structures, content, methods and techniques of school and out-of-school education geared to development, bearing in mind
Unesco’s recommendation concerning education for international understanding, co-operation and peace and education relating to human rights and fundamental freedoms and the various needs of Member States”. (1) Da leitura deste documento salienta-se a criação de uma forte consciência social e política em torno da Ciência e da sua Divulgação como forma de promoção do sucesso.
Formal, Não-Formal ou Informal? EIS A QUESTÃO.
intencional, para facilitar determinadas aprendizagens a grupos de adultos ou crianças. A aprendizagem não-formal desenvolve-se, assim, de acordo com os desejos do indivíduo, num clima especialmente concebido para se tornar agradável.
A aprendizagem que cada indivíduo for construindo ao longo da sua vida é fundamental para a compreensão da Ciência. Para isso contribuirão todas as situações de ensino formal, não-formal e informal com que se vier a confrontar.
Finalmente, a educação informal ocorre de forma espontânea na vida do dia a dia através de conversas e vivências com familiares, amigos, colegas e interlocutores ocasionais.
A educação formal carateriza-se por ser altamente estruturada. Desenvolve-se no seio de instituições próprias – Escolas e Universidades – onde o aluno deve seguir um programa pré-determinado, semelhante ao dos outros alunos que frequentam a mesma instituição. A educação não-formal processa-se fora da esfera escolar e é veiculada pelos museus, meios de comunicação e outras instituições que organizam eventos de diversa ordem, tais como cursos livres, feiras e encontros, com o propósito de ensinar ciência a um público heterogéneo. Pode ainda dizer-se que a educação não-formal é toda a atividade organizada, sistemática e educativa, realizada fora do sistema oficial e de forma
Posto isto, podemos afirmar que os ensinos formal, não-formal e informal podem apresentar-se como vias complementares de acesso à informação científica. Esta perspetiva tem como foco uma visão de linearidade ciência-cultura. Neste sentido, a ciência não se opõe à cultura, antes a integra, contribuindo com conhecimentos específicos para um saber que se adapte às necessidades gerais dos indivíduos numa sociedade. Para estes investigadores distinguem-se apenas a educação formal e a educação informal. Assim, a educação considerada não-formal passa a estar englobada na denominação por informal, pelo que o “conceito de informal” passa a conter também a definição apresentada para não-formal. A aprendizagem informal é de entre todas, a forma de aprendizagem menos programável. É um processo que dura toda a vida e em que as pessoas adquirem e
acumulam conhecimentos, capacidades, atitudes e modos de discernimento mediante as experiências diárias e sua relação com o meio ambiente. No entanto, a ocorrência de umas e outras na vida de cada um não é equivalente. Com efeito, o ensino formal ocorre normalmente na primeira fase da vida, antecede a atividade profissional e é estruturado de acordo com os objetivos das políticas educativas vigentes. O conhecimento a que se pode aceder na escola é, em grande parte, não determinado por cada estudante. Daí os confrontos entre setores que defendem diferentes currículos, diferente escolaridade e diferentes modos de avaliação. No contexto do ensino formal, as diversas propostas apresentadas pelos educadores de Ciência convergem todas no sentido de que este ensino deverá fornecer ao aluno as bases para aceder a mais conhecimento científico (por via escolar ou não) e tornar-se um cidadão esclarecido e informado para a tomada de decisões. Por isso, o ensino das ciências terá que contribuir para a formação da atitude crítica próprias de um espírito científico. No que respeita à educação em ciências, a Escola tem um papel fundamental, mesmo com todas as suas possíveis lacunas, pois muitos dos conceitos científicos são contra-intuítivos e precisarão de um sistema formal de ensino para serem aprendidos.
A Articulação entre os Ensinos FORMAL E INFORMAL Hoje em dia, a educação em ciência é considerada de forma irrefutável uma das principais áreas na instrução do cidadão
comum. Para além desta corrente ser praticamente um dado adquirido, o ensino das ciências deve começar cada vez mais cedo. Para tal, são apresentadas várias razões, entre elas: Responder à curiosidade das crianças (é mais fácil ganhar um físico aos 5 anos do que aos 15!); Ser uma via para a construção de uma imagem positiva e refletida acerca da ciência (as imagens constroem-se desde muito cedo e a sua mudança não é fácil). A conjugação destes e de outros fatores leva a que cada vez mais se procurem caminhos paralelos na construção e enriquecimento do saber científico global de uma sociedade bombardeada com eventos entusiasmantes mas que de certa maneira desviam os mais novos de um saber cientificamente letrado. Deste modo, surgem-nos, a partir de estudos efetuados, diversas alternativas didáticas proporcionando novas abordagens, e criando oportunidades, para os mais novos, de instrução de um saber científico cada vez mais sólido. Nesta perspetiva, o papel da escola na promoção da literacia científica dos jovens exige que nela se desenvolva o ensino inteligente das ciências, uma questão tão complexa como vasta. A Escola deixou de ser para uma elite e teve que se reorganizar para receber, acompanhar e desenvolver um grupo heterogéneo de alunos provenientes muitos deles de famílias com um passado escolar muito mais reduzido. Os problemas da escolarização passaram a ter novos contornos embora a intenção global continuasse a ser a de proporcionar formação e competências para o futuro a nível profissional, pessoal e social. 35
as sociedades modernas as vias de acesso à informação e formação são diversas, algumas delas pelas suas caraterísticas bem mais cativantes da atenção e interesse dos jovens. Isto não significa, no entanto, que a Escola esteja a perder o seu papel na formação dos jovens mas sim que terá que atender às potencialidades formativas de outras vias, até porque os alunos trazem para a Escola muita informação e saberes adquiridos por via não-formal ou mesmo informal. A Escola não é o único espaço de aprendizagem, mas terá de ser um lugar de eleição das aprendizagens. As atividades relacionadas com o conhecimento da Ciência e Tecnologia estão a ser, cada vez mais, reconhecidas como motores de crescimento económico e impulsionadores do bem-estar melhorado. Muitos países estão a dar prioridade a programas de desenvolvimento cuja instrução em ciência é mais elevada e com o empreendimento da Tecnologia baseada na Ciência no sentido de se tornarem economicamente mais desenvolvidos. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e a UNESCO são as forças impulsionadoras de desenvolvimento apoiado na C&T dentro do mundo industrializado. Tendo em consideração todo o impacto da Ciência na sociedade, torna-se óbvia a Divulgação de Ciência como agente da Cooperação para o desenvolvimento Internacional. Em suma, a Cooperação para o Desenvolvimento deve apostar na Divulgação Científica como forma de contribuir para a melhoria da Educação em Países em Desenvolvimento, tendo, 36
porém consciência da importância dos recursos existentes nos espaços de ensino não-formal, como ambientes complementares da sua ação.
Património Científico e Tecnológico Ao Património Cultural, urge acrescentar outros conhecimentos que a Ciência e a Tecnologia proporcionam, contribuindo para uma visão enriquecida, do mundo e de nós próprios. A ideia enraizada de que estas temáticas são herméticas e incompreensíveis é uma ideia a contrariar com o esforço de todos os que se envolvem no trabalho de produção e divulgação de ciência. É verdade que os resultados da investigação produzidos em laboratório são difíceis de comunicar, (a comunicação não é linear) mesmo entre profissionais da mesma área, se não forem especializados nessa área (o trabalho de investigação está cada vez mais compartimentado). Mas são esses mesmos investigadores que têm que fazer um esforço ainda maior para transmitir (comunicar) a informação de forma acessível, seja em diálogo direto com os cidadãos seja através de intermediários profissionais vocacionados para a comunicação e ações de divulgação de ciência e tecnologia (entre os quais também se encontram os professores). A produção de conhecimento científico e tecnológico deve vir a ser entendida como qualquer outra profissão de interesse público não só pelo produto acabado como pela evidente melhoria das condições de vida que pode originar.
Tal como no Ensino na Escola, a Comunicação ao público em geral, deve ter em conta a experiência, vivências e interesses dos recetores da informação. A aproximação a fenómenos facilmente identificáveis e observáveis na natureza é importante para não quebrar os canais de comunicação com os seus destinatários. Desta tarefa não faz parte ensinar nem hierarquizar saberes adquiridos, nem muito menos avaliá-los e classificá-los. Esta é a diferença mais óbvia entre Divulgação /Comunicação de Ciência, e ensino Escola em sociedade, mas ambas as áreas de intervenção em sociedade contribuem para a promoção da Cultura em geral e a cultura científica em particular.
É PROIBIDO NÃO TOCAR
teórica. A situação levou a comunidade dos Físicos Fundamentais a discutir o modo apropriado de lidar com casos nos quais os resultados experimentais preliminares desafiam leis "estabelecidas". Parece que aqueles físicos estavam abertos a desafiar uma das teorias mais preciosas, a relatividade especial. O facto é que a Teoria de Einstein saiu dos testes sem nenhum beliscão, mas o facto de haver alguém que coloque a hipótese de considerar a possibilidade de que a relatividade especial estivesse errada é encorajante. Penso que na comunidade dos Biólogos existe uma teoria que todos têm uma grande estima e consideração – a Teoria da Evolução. Procurei por várias bases de dados científicas e não encontrei um artigo que se propusesse para desafiar os aspetos fundamentais da evolução. Será apenas uma questão de tempo.
É aqui que tudo de encaixa. O visitante torna-se participante: ora pode escalar uma rampa, num “desafio de uma coreografia arbitrária”, ora pode cruzar o espaço numa bicicleta num precário equilíbrio ou deitar-se numa cama de pregos. Quando estamos a aprender – tocar e sentir é a parte essencial do processo.
A liberalidade e a disposição de tolerar o desafio de “é proibido não tocar” é de facto o princípio básico da ciência. Criar espaços onde tudo possa ser testado, mesmo que levante todas as dúvidas, é sem dúvida o mais importante e fundamental da nossa sociedade.
Mas a ideia pode ir mais longe: é proibido não desafiar as ideias estabelecidas e confrontá-las com os nossos saberes.
(1). Records of the General Conference Nineteenth Session Nairobi, 26 October to 30 November 1976, Volume 1, Resolutions United Nations Educational, Scientific and
No artigo “No theory is too special to question” (2) , Casey Luskin fala da suposta descoberta que os neutrinos podem viajar mais rápido que a luz. No entanto após refazer o conjunto de experiências, ficou demonstrado que os neutrinos não podem viajar mais rápido do que a luz. Mas a tentativa de refutar a afirmação foi um exercício útil para a comunidade da física
Cultural Organization. [http://unesdoc.unesco.org/images/0011/0 01140/114038e.pdf] (2). “No theory is too special to question”, Nature 483, 125 (08 March 2012). [Giovanni Amelino-Camelia, a theoretical physicist at the University of Rome La Sapienza, has a thoughtful article in Nature titled, "No theory is too special to question." It recounts the recent spat over the supposed discovery of neutrinos that can travel faster than light. As he notes, after further experiments, it turns out that neutrinos can't travel faster than light.]
NAS ESCOLAS PROJETO DE INTERVENÇÃO ESCOLAR E COMUNITÁRIA DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA
O PROJETO “CPLP NAS ESCOLAS”, DESENVOLVIDO EM PARCERIA COM ALGUMAS ENTIDADES, ENTRE AS QUAIS O PMATE – VISA A APROXIMAÇÃO DAS GERAÇÕES MAIS JOVENS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA, PERMITINDO-LHES TROCAR INFORMAÇÃO E PARTILHAR EXPERIÊNCIAS, CONSTRUINDO PONTES ENTRE OS ESTADOS-MEMBROS DA CPLP. missão desta iniciativa encontra-se indexada ao oitavo objetivo dos “Objetivos do Milénio”*, a serem atingidos por todos os países até 2015. Este objetivo diz respeito à constituição de parcerias e interações entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, na prossecução de um desenvolvimento global sustentável. E está alicerçado na meta 18 que pretende “tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em particular os da informação e comunicação”, através da promoção da educação para o desenvolvimento e do acesso a tecnologias da informação e comunicação. O “CPLP nas Escolas", sendo um projeto de intervenção escolar e comunitária de grande envergadura foi dividido em três fases de desenvolvimento: lançamento e experimentação do programa, expansão e consolidação.
Todas as etapas foram planeadas e estruturadas tendo por base quatro dimensões, consideradas fundamentais para o sucesso deste projeto, nomeadamente a formação, a tecnologia, os conteúdos e a coordenação. A implementação do projeto será acompanhada através de uma plataforma interativa online, que permitirá a partilha de conteúdos e experiências, aprofundando o conhecimento uns dos outros e das culturas.
OBJETIVOS DO MILÉNIO (ODM): 1. Erradicar a pobreza extrema e a fome. 2. Atingir o ensino primário universal. 3. Promover a igualdade de género e a capacitação das mulheres. 4. Reduzir a mortalidade infantil. 5. Melhorar a saúde materna. 6. Combater o HIV-SIDA, a malárias e outras doenças. 7. Garantir a sustentabilidade ambiental. 8. Criar uma parceria global para o desenvolvimento.
A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) foi criada oficialmente em 1996, com o principal propósito de promover a articulação e aprofundar laços entre os oito Estados-Membros – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. 37
LITERATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA NA OUTRA COSTA DE ÁFRICA POR FERNANDA CAVACAS
Mais que obstáculo o oceano Índico foi um caminho, um cruzamento de culturas. Por suas águas chegaram navegantes de outros continentes, de outras raças, outras religiões. Na linha da costa moçambicana se teceram sociedades de trocas. Os navios eram a agulha que costurava esse imenso pano onde se estampam diversidades. Durante séculos não se procedeu apenas ao comércio de mercadorias, de línguas, culturas e genes. Construíram-se contornos de nações. Moçambique foi tecido assim do mar para o interior. A linha que costurou o nosso país veio da água, da viagem, do desejo de ser outro. A bandeira que nos cobre é um pano de muitos e variegados fios. (Mia COUTO, «Um mar de trocas, um oceano de mitos», in Índico, n.º 14, 2001: 27-30.)
Ler Mia Couto continua a ser para um grande número de leitores esta comunhão de sentir e imaginar, de viver e de prolongar no tempo (con)vivências através da magia da palavra e de situações partilhadas com personagens distantes mas paredes meias com as nossas dúvidas e os nossos pensamentos. E o encantamento dessa leitura prolonga-se e projeta-se na compreensão do mundo transcultural e na aceitação da pertença multicultural a um universo de que a ironia nos desvenda cíclicos episódios de fanatismo e de afirmações bacocas de supremacias de raças, crenças e civilizações. O Outro Pé da Sereia é o sexto romance do autor e o primeiro que assenta explicitamente no cruzamento das viagens moçambicana e portuguesa. Trata-se de um cruzamento de estórias situadas no Oceano Índico (entre Goa e a costa oriental de África) e especificamente em Moçambique, que se desenrolam em treze momentos narrativos encadeados em tempos muito distantes: Dezembro de 2002, atualidade da sociedade moçambicana, e (des)encontros histórico-culturais à época dos Descobrimentos Portugueses, entre 1560 e 1561. Neste caso, os factos 38
históricos em que se baseia a narrativa coutiana prendem-se com a primeira incursão católica na corte do Império do Monomotapa levada a cabo por D. Gonçalo da Silveira, o provincial dos jesuítas na Índia Portuguesa.
partilham com eles o fluir dos dias - crença profunda na mediação dos mortos entre o sagrado e o quotidiano humano - e de entendimento da vida que vai fluindo como a água e em que o sonho exerce o seu papel equilibrador.
O convite para a leitura do livro faz-se desde logo pelo título: O Outro Pé da Sereia é um identificador temático, onde a função metafórica espreita encaminhando-nos para um mundo mágico de um ser mitológico que é apreendido a partir da estátua de Nossa Senhora, benzida pelo Papa e símbolo maior da peregrinação dos Portugueses, com a desfaçatez/sensatez de quem lhe aplica a sua crença descobrindo-lhe diferenças para se adequar à santidade da Kianda, a deusa das águas. De facto, não há a surpresa atónita da metade do corpo da bela mulher com cauda de peixe. Há antes a necessidade de compreensão do destino a dar aos pés da santa para que a ordem possa ser reposta.
Finalmente, deter-nos-emos apenas na que consideramos ser a personagem principal – Mwadia Malunga, a que tinha corpo de rio e nome de canoa, a esposa de Zero Madzero, a quem cabe o papel de viajante, elo condutor das várias estórias em presença, cujo programa narrativo recupera e interpreta os diversos papéis das outras personagens e estabelece um paralelismo com a viagem da Santa e a necessidade premente de lhe encontrar um lugar para que ela possa, finalmente, descansar: Junto ao tronco [de um largo embondeiro], ela depositou a Virgem, se ajoelhou e disse: – Você já foi Santa. Agora é sereia. Agora é nzuzu(p.380).
Também as duas citações com que Mia Couto inicia o romance tomam a forma de epígrafes, e cumprem o papel de elementos prefaciais que nos suscitam e orientam a leitura, explicando e enquadrando o horizonte de expectativas num quadro de permanência dos mortos na vida dos que
De facto, cumprindo embora o papel tradicional feminino na sociedade moçambicana, a força desta mulher que assume a missão de encontrar um destino para a estátua de Nossa Senhora em Vila Longe, a sua terra natal, fica patente aos olhos do leitor e corresponde inteiramente à metáfora da canoa que nos leva a bom porto e em segurança.
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CNC EM REDE No dia 6 de março de 2013, as escolas estarão tecnologicamente ligadas, apesar da sua separação geográfica. O mote desta união serão as competições nacionais de ciência em rede, que visam criar um elo de ligação entre diferentes escolas em prol de um objetivo comum: a promoção do sucesso escolar. http://pmate.ua.pt/compete
CNC COMPETIÇÕES NACIONAIS DE CIÊNCIA Dias 22, 23 e 24 de abril de 2013, realizar-se-ão as CNC, um evento em que participam, todos os anos, entre 15 a 20 mil alunos, oriundos das mais variadas áreas geográficas. O objetivo é promover e aumentar o sucesso escolar em áreas como a matemática, o português, a biologia, a física e a geologia. As provas são realizadas via Web e a final tem lugar em Aveiro. http://pmate.ua.pt/compete
ENCONTRO AFI O AFI é um encontro itinerante que reúne professores, investigadores e divulgadores de ciência que se debruçam sobre as questões da aprendizagem em diferentes ambientes, dando a conhecer as atividades e os projetos que levam a cabo, e mostrando, num espaço dedicado à troca de experiências, o que de melhor se faz em Portugal, na área da Educação. A VIII edição terá lugar em Amarante, dias 10, 11 e 12 de julho, tendo como tema central “o potencial educativo do audiovisual na aprendizagem em ambiente
formal, informal e não formal”. Este Encontro encontra-se acreditado. http://pmate.ua.pt/afi
2.ª EDIÇÃO DA EDUCONTEK Depois de Aveiro, a segunda edição da educontek – feira internacional de conteúdos e tecnologias para a educação terá lugar em Maputo, Moçambique. Trata-se de um certame que tem por objetivo servir de rampa de lançamento de novos produtos e mostra das últimas tendências educativas, servindo, igualmente, como espaço de promoção e debate de questões fulcrais a todos quantos fazem parte do mundo educativo. http://pmate.ua.pt/educontek
4.ª CONFERENCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA Em tempos de crise, é fundamental uma boa gestão das finanças pessoais. Ciente do tema, a UA tornou-se pioneira, também, na área da educação financeira. Dando continuidade a este desígnio, irá organizar em 2013, e pela quarta vez, um evento que se assume como um fórum de discussão de ideias, divulgação de iniciativas e boas práticas, bem como ponto de encontro de todos os que, em Portugal ou lá fora, desenvolvem atividades ou se interessam pelas questões da educação financeira. http://pmate.ua.pt/edufin2013
IV BIENAL DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA, LÍNGUA PORTUGUESA E TECNOLOGIAS Em 2013, a IV Bienal realizar-se-á em Macau, depois de já ter passado por Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Um encontro de professores e investigadores dos países de língua portuguesa que tem como propósito estreitar laços entre instituições e profissionais de vários países, promovendo o debate de ideias sobre o ensino, as novas abordagens metodológicas e as novas tecnologias. http://pmate.ua.pt/bienal
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